Prof.ª Me.

Letícia Sandri
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

▪ CALENDÁRIO:

Avaliações:

Avaliação – A1: 26.04.22 a 28.04.22 (30 pontos). – Prova Discursiva.

Segunda Oportunidade – A1: 10.05.22 a 12.05.22.

Avaliação – A2: 20.06.22 e 21.06.22 (30 pontos). – Prova Objetiva.

Segunda Oportunidade – A2: 29.06.22.

Avaliação – A3: 23.05.22 a 27.05.22 (20 pontos). – CineDebate (20 pontos)

 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
▪ CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL SE DIVIDE:
PARTE GERAL:
• Normas Processuais Civis,
• Função Jurisdicional.
• Sujeitos do Processo.
• Atos Processuais.
• Tutela Provisória.
• Formação, Suspensão e Extinção do
Processo.
PARTE ESPECIAL:
• Processo de Conhecimento,
• Procedimento Comum e
Procedimentos Especiais.
• Cumprimento de Sentença,
• Processo de Execução e
• Processos nos Tribunais e Meios
de Impugnação das Decisões
Judiciais.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

INTRODUÇÃO:

PROCESSO - Conflito de interesses:

▪ Inicialmente: uso da força/autotutela.

▪ Desenvolvimento das civilizações – busca de uma forma de viver em harmonia – Estado –

Ente dotado de soberania – regras de conduta – Função: legislativa, administrativa e
jurisdicional.

- Aquele que se viu com direito violado, busca reparação de danos: daí a busca jurisdicional.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

JURISDIÇÃO: envolve interesse - pretensão - lide.

• Pode ser definida como a parcela de poder Estatal que tem a função de aplicar a lei, com vistas a
solucionar as lides que lhe são submetidas.

• Art. 16, do CPC. “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território
nacional, conforme as disposições deste Código”.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
CARACTERÍSTICAS:
1. Substitutividade: a 2. Inércia: a jurisdição
jurisdição substitui a não se movimenta sem
atividade das partes em prévia provocação. O
conflito, pondo a sua artigo 2º, do CPC,
vontade acima destas. aponta que “o juiz não
prestará a tutela
jurisdicional senão
quando provocado,
salvo as exceções”.
3. Imparcialidade: significa 4. Definitividade: a atividade
que o órgão julgador é o jurisdicional é marcada pela
sujeito desinteressado da indiscutibilidade. Após
esgotados os meios recursais
relação, não podendo estar
e ocorrente o fenômeno da
pré-intencionado a um
coisa julgada (Exc.: Ação
dado julgamento (art. Rescisória – art. 966, e
144/145, do CPC – seguindo, do CPC.
impedimento/suspeição).
O art. 139, I, CPC
determina, como primeiro
dever do magistrado,
“assegurar às partes
igualdade de tratamento”.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

• Atividade Jurisdicional será provocada por meio da AÇÃO.

• O estudo do PROCESSO CIVIL envolve três pilares fundamentais (estudado pelo Código de Processo
Civil, Lei 13.105/2015 e eventuais leis esparsas, ex. Lei MS, Juizado Especial, etc):

1. JURISDIÇÃO - é a parcela de poder estatal responsável por dirimir os conflitos de interesses.

2. AÇÃO – Jurisdição é provocada por intermédio do direito de AÇÃO.

3. PROCESSO – A ação gera o processo (Jurisdição atua mediante o processo).

 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ NORMAS FUNDAMENTAIS do Direito Processual Civil (Exemplos):

1. Inércia - art. 2º., do CPC.

2. Duração razoável - art. 4º. do CPC: “As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa”.

▪ Fase Cognitiva: (petição inicial/trânsito).

▪ Fase Satisfativa (execução/cumprimento de sentença) – “Art. 139, do CPC. O juiz dirigirá o processo conforme as
disposições deste Código, incumbindo-lhe: [...], IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais
ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por
objeto prestação pecuniária”.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ NORMAS FUNDAMENTAIS do Direito Processual Civil (Exemplos):

3. Cooperação - art. 6º., do CPC: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

▪ Ex.: Juiz quando for pedir para emendar inicial onde se encontra o vício.

4. Contraditório e as decisões “surpresas”

▪ Art. 9º, do CPC: “Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida”. Exceção:
medidas de urgência

▪ Art. 10, do CPC. “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual
não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício”. (Ex.: prescrição)
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS: imediata (processos

que estão em curso). Porém, deve ser respeitado/obedecido os atos
processuais já consolidados sob a égide da legislação anterior.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ COMPETÊNCIA: art. 42 e seguintes, do CPC.

- A competência é definida como o instituto que visa definir o âmbito de atuação, mediante critérios específicos, dos
órgãos encarregados da prestação jurisdicional.

- Dentre os CRITÉRIOS utilizados pelo nosso sistema jurídico, é preciso destacar:

1. Material: competência é fixada em razão da natureza da lide posta em juízo. Regida mediante
normas de organização judiciária. Exemplo: criação de varas especializadas.

- Justiça Especial (JT, Eleitoral, Militar) – Justiça Comum (Federal – Estadual)

2. Funcional: diz respeito à função exercida pelo órgão jurisdicional no processo. Juízo de 1ª.
Instância/Tribunais (matérias originais) ou esfera recursal.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ COMPETÊNCIA: art. 42 e seguintes, do CPC.

3. Em razão do valor da causa: o valor da causa pode constituir fator determinante para a fixação de
competência. Ex.: Juizados Especiais (40SM).

4. Territorial: este critério leva em consideração o exercício da função jurisdicional segundo a limitação
geográfica.

- As regras relativas à competência territorial dos juízes de primeiro grau foram fixadas pelo Código de Processo
Civil, em seus artigos 46 e seguintes, do CPC (domicílio do réu, lugar do ato/fato etc.).
 COMPETÊNCIA: art. 42 e seguintes, do CPC.

- Importante verificar as regras do CPC, principalmente arts. 46 a 53, do CPC.

▪ Regra geral: art. 46, caput, do CPC: “A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em
regra, no foro de domicílio do réu”.

- §§, do art. 46, do CPC + art. 49, do CPC + art. 50, do CPC + art. 53, inciso III, “a”, “b” e “c”.

▪ Regras especiais: art. 47, caput, do CPC. “Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação
da coisa”.

- §§, do art. 47, do CPC. Atenção ao § 2º, do art. 47. “A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa,
cujo juízo tem competência absoluta”.

- Art. 48, do CPC (inventário, partilha, etc.) + art. 53, do CPC (diversas regras especiais) + art. 299, do CPC (tutela provisória) + art.
516, do CPC (execução fundada título judicial) + art. 781, do CPC (título executivo extrajudicial).

- Atentar ainda para Lei de Locação (Lei n. 8245/91, art. 58, inciso II – para as ações locatícias: II – “é competente para conhecer e julgar tais
ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato”. E, CDC, que estabelece como sendo privilegiado o foro do
domicílio do consumidor (art. 101, inciso I, do CDC).
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capacidade de ser PARTE

SUJEITO DO PROCESSO: DAS PARTES
E DOS PROCURADORES: Capacidade para ESTAR EM JUÍZO

- Para a validade da relação processual, é preciso que

Capacidade POSTULATÓRIA
as partes preencham o “triplo” REQUISITO DE
CAPACIDADE (art. 70/112, do CPC):
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capacidade de ser PARTE: qualquer pessoa pode ser

parte, seja ela natural ou jurídica (direito público e direito
privado).
- As pessoas jurídicas não podem ser
confundidas com os órgãos que a
integram
(Ex.: polícia militar, que é mero órgão
/ Ente federativo)
Obs: Não confundir: capacidade de ser parte (quem pode e
quem não pode ser parte num processo) com legitimidade ad
causam. (uma das condições da ação, que se refere à
titularidade – legitimidade - do direito lesado: tem legitimidade
ativa quem teve o direito violado e tem legitimidade passiva
quem violou o direito.

- Alguns entes despersonalizados:

Legislador conferiu capacidade de
ser parte.

- Ex.: Espólio e Condomínio: não

possuem personalidade jurídica,
mas sim “personalidade judiciária”.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Capacidade para ESTAR EM JUÍZO (art. 70, do CPC):
atribuída a quem se achar no exercício dos direitos.
- Refere-se à possibilidade de
praticar os atos jurídicos
processuais, ou seja, participar
ativamente do processo (outorgar
procuração, fazer acordo, dar
quitação, etc).
- Exemplo.: menores terão a capacidade de ser parte (pois
tem personalidade), mas NÃO terão a capacidade de estar
em juízo, pois não podem, por si só, praticar os atos da vida
civil. Advém daí a representação/assistência - os incapazes
serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou
curadores (artigo 71, do CPC).
- Atenção para a representação do artigo 75 do CPC, onde o
legislador listou uma série de entes com os seus respectivos
representantes judiciais, ativos ou passivos.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capacidade POSTULATÓRIA:

Necessidade de representação por advogado, munido de procuração (art. 103/104, do CPC),

pelos defensores públicos bem como pelos membros do Ministério Público.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL:
1. Ato Atentatório:
▪ Quando ocorre? Desobediência aos deveres
do art. 77, inciso IV e VI, do CPC.
▪ Consequências: multa de até 20% do valor da
causa. (art. 77, § 2º, do CPC).
▪ Art. 77, § 5º, do CPC: “Quando o valor da causa for
irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do
salário-mínimo”.
“Art. 77, do CPC. Além de outros previstos neste Código,
são deveres das partes, de seus procuradores e de todos
aqueles que de qualquer forma participem do processo:
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de
natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua
efetivação; [...]
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem
ou direito litigioso”.
- Quando cria uma nova situação jurídica ou altera status quo durante a
pendência de uma demanda judicial, sem estar amparado no Direito -
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
DOS DEVERES E RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL:
2. Litigância de má-fé
▪ Quando ocorre? Quando o sujeito pratica
conduta prevista no art. 80, do CPC.
▪ Consequências: multa superior a 1% e inferior
a 10% do valor da causa + indenização pelos
prejuízos (art. 81, do CPC).
▪ Art. 81, § 2º, do CPC “Quando o valor da causa for
irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até
10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo”.
Art. 80, do CPC. Considera-se litigante de má-fé aquele
que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de
lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do
processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou
ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente
protelatório.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DESPESAS PROCESSUAIS: (ART. 82, CPC)

Art. 82, do CPC. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, Art. 84, do CPC. As despesas
incumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou
requererem no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até abrangem as custas dos atos do
a sentença final ou, na execução, até a plena satisfação do direito processo, a indenização de viagem, a
reconhecido no título.
remuneração do assistente técnico e a
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o diária de testemunha.
juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando
sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que

antecipou.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:

- Em decorrência do mandato, advogado tem o direito de perceber os honorários advocatícios, que poderão ser:

FIXADOS POR
CONVENCIONADOS: DE SUCUMBÊNCIA:
ARBITRAMENTO JUDICIAL:

estabelecidos devidos pela parte

contratualmente entre vencida no processo,
quando não houver
cliente e advogado (# pertencendo ao advogado
contrato/acordo entre
sucumbência, sendo da parte vencedora
advogado e cliente.
importante deixar
especificado no contrato). Art. 85, do CPC.

- Disposições quanto aos honorários no que tange a Fazenda Pública – art. 85, parágrafo terceiro, do CPC.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

➔ GRATUIDADE DA JUSTIÇA:

- Desenvolvimento do processo, como regra, exige que as partes adiantem despesas dos atos processuais que
demandem em trâmite e, ao final, o vencido é condenado ao ônus de restituir todas as despesas desembolsadas
pelo vencedor (art. 82, § 2º, do CPC: “A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que
antecipou”), bem como honorários de sucumbência (art. 85, caput, do CPC: “A sentença condenará o vencido a
pagar honorários ao advogado do vencedor”).

- Art. 5º, inc. LXXIV da CF/88: amplo acesso à Justiça: “o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos” CPC, seção exclusiva para tratar da “Gratuidade da Justiça” (art.
98/102, do CPC), organizando aspectos jurisprudenciais e tratados pela antiga Lei 1.060/50 (revogada em parte).
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Principais ASPECTOS do art. 98, do CPC:
▪ Em favor da pessoa natural ou jurídica, brasileira ou
estrangeira.
▪ Com insuficiência de recursos para pagar as custas,
as despesas processuais e os honorários
advocatícios.
▪ A gratuidade poderá ser concedida em relação a
algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na
redução percentual de despesas processuais que o
beneficiário tiver de adiantar no curso do
procedimento (§ 5º.)
▪ Juiz poderá conceder direito ao parcelamento de
despesas processuais (§ 6º.)
▪ Não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as
MULTAS processuais que lhe sejam impostas (§ 4º.)
▪ Não afasta a imposição do ônus da sucumbência
(despesas e honorários de sucumbência) ao vencido. No
entanto, ante a gratuidade, a exigibilidade da verba ficará
suspensa enquanto durar estado de pobreza (prazo de
05 anos subsequente ao trânsito em julgado da decisão
que as certificou (§ 3º.)
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL
FORMA de requerimento e momento (art. 99, do CPC):
▪ Poderá ser realizada pela parte, no momento em que ela
ingressar no feito (autor, na inicial; réu, na contestação;
terceiro, quando do ingresso; ou em recurso - §7º.), ou ainda,
se a pobreza por superveniente, o pedido poderá ser
formulado por mera petição, nos próprios autos, sem
suspensão do seu curso (§ 1º.)
Em relação a forma, importante destacar:
▪ A parte requererá a gratuidade apresentando mera
declaração de pobreza.
▪ Declaração feita por pessoa natural tem presunção de
veracidade (§ 3º.). Leva a compreensão que, com
relação às PJ’s, magistrado pode requerer provas (por
ex.: demonstrativos contábeis, faturamento, balanço). PF,
tem-se vinculado exigência de apresentação de DIRPF
(quando couber).
▪ Declaração pode ser feita por advogado, desde que
tenha poderes especiais.
 DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Art. 100, do CPC. “Deferido o pedido, a parte

contrária poderá oferecer impugnação na
“Art. 101, do CPC. “Contra a decisão que indeferir
contestação, na réplica, nas contrarrazões de
a gratuidade ou a que acolher pedido de sua
recurso ou, nos casos de pedido superveniente
revogação caberá agravo de instrumento, exceto
ou formulado por terceiro, por meio de petição
quando a questão for resolvida na sentença, contra
simples, a ser apresentada no prazo de 15
a qual caberá apelação”.
(quinze) dias, nos autos do próprio processo, sem
suspensão de seu curso”.
 Obrigada!

Prof.ª Me. Letícia Sandri