Você está na página 1de 52

Direito Processual

Civil I

5º Período
Aluisio Santos de Oliveira
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

QUESTÕES DESAFIO

COM BASE NOS


ARTIGOS 16 A 25 DO
NCPC
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

01 – Quem exerce a jurisdição


civil no território nacional?
Fundamente
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nos termos do artigo 16 do


NCPC, a jurisdição civil é
exercida pelos juízes e pelos
tribunais em todo o território
nacional.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 16. A jurisdição


civil é exercida pelos
juízes e pelos tribunais
em todo o território
nacional, conforme as
disposições deste Código.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

A jurisdição pode ser entendida como a


atuação estatal visando à aplicação do
direito objetivo ao caso concreto,
resolvendo-se com definitividade uma
situação de crise jurídica e gerando com
tal solução a pacificação social. (NEVES,
2016, p. 21).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Jurisdição é a função estatal de solucionar as


causas que são submetidas ao Estado, através do
processo, aplicando a solução juridicamente
correta. (...) E o ato jurisdicional que dá solução
à causa precisa ser construído através do
processo, entendido como procedimento em
contraditório. (CÂMARA, 2017, p. 40).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

O exercício da jurisdição tem, em última análise, o escopo de


aplicar concretamente as normas do ordenamento jurídico
(escopo jurídico), de resolver os conflitos de interesses
existentes na sociedade, proporcionando a pacificação social
(escopo social), de informar aos jurisdicionados sobre seus
direitos e deveres (escopo educacional) e, politicamente, de
fortalecer o Estado, de constituir último recurso de proteção
dos direitos e garantias fundamentais e de incentivar a
participação democrática das pessoas na solução de conflitos
por intermédio do processo. (TORQUES, 2018, p. 7).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Aspectos da Jurisdição
JURISDIÇÃO COMO JURISDIÇÃO COMO JURISDIÇÃO COMO
PODER FUNÇÃO ATIVIDADE

Encargo atribuído Conjunto de atos


Poder Estatal de
pela CF ao Poder praticados pelos
interferir na esfera
Judiciário (em regra, agentes estatais
jurídica dos
função típica). investidos de
jurisdicionados.
jurisdição.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Características da Jurisdição
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

A única forma de solução de


conflitos é por intermédio do
exercício da Jurisdição pelo
Estado?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Equivalentes jurisdicionais conciliação


Com auxílio
de terceiros
mediação

transação
AUTÔNOMOS
JURISDICIONAIS
EQUIVALENTES

reconhecimento jurídico Sem auxílio


do pedido de terceiros

renúncia

Tribunais Adm.
Com auxílio
HETERÔNOMOS
de terceiros
arbitragem
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Princípios da Jurisdição
INVESTIDURA TERRITORIALIDADE

Implica a necessidade de Conhecido, também, como o


que a jurisdição seja princípio da aderência ao
exercida por pessoa território. Este princípio
legitimamente investida na delimita que apenas poderá
função jurisdicional. ser exercida a jurisdição
(Magistrados – concurso dentro dos limites territoriais
público ou indicação – brasileiros, em razão da
quinto constitucional). soberania do Estado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Princípios da Jurisdição
INDELEGABILIDADE

Pela perspectiva interna, o


princípio da indelegabilidade
Pela perspectiva externa, o entende que a jurisdição é
princípio da indelegabilidade fixada por intermédio de um
remete à ideia de que o conjunto de normas gerais,
Poder Judiciário não poderá abstratas e impessoais, não
outorgar a sua competência sendo admissível a
a outros poderes. delegação de competência
para julgar de um juiz para
outro.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Princípios da Jurisdição
INDELEGABILIDADE - Exceções

1ª exceção:
Carta de ordem
determinando a prática de
2ª exceção:
atos de instrução em caso
Execução dos julgados do
de ações originárias de
STF pelo Juiz de primeiro
segundo grau.
grau por intermédio de Carta
Assim, quando necessária a
de Ordem.
prática de determinado ato
Essa hipótese de exceção ao
instrutório, o Tribunal
princípio da indelegabilidade
poderá delegar, por
está prevista no art. 102, I,
intermédio da Carta de
“m”, da CF.
Ordem, a prática desse ato
pelo magistrado de primeiro
grau.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Princípios da Jurisdição
INEVITABILIDADE INAFASTABILIDADE

Está prescrito no art. 5º,


1º momento: vinculação das
XXXV, da CF, além de estar
partes ao processo judicial.
exposto no no art. 3º NCPC.
2º momento: estado de
Neste sentido, a lei não
sujeição à decisão judicial
excluirá da apreciação do
ante a vinculação
Poder Judiciário lesão ou
automática.
ameaça de lesão a direito.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Princípios da Jurisdição
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL

Impossibilita que a parte


escolha quem irá julgar o
conflito de interesses.
O princípio do juiz natural
vem expresso no artigo 5º,
Veda a criação de juízos de
LIII, da CF/88, e prevê que
exceção, tal como prevê o
ninguém será julgado a não
art. 5º, XXXVII, da CF/88, de
ser pela autoridade
forma que não é admissível
competente.
a criação de um tribunal para
julgar determinados fatos
após a ocorrência.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

02 – O que é necessário para


postular em juízo? Fundamente.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Dá-se o nome de ação ao direito (...),


a todos assegurado, de atuar em
juízo, exercendo posições ativas ao
longo de todo o processo, a fim de
postular tutela jurisdicional.
(CÂMARA, 2017, p. 42).
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Conforme o artigo 17 do
NCPC/02, “para postular em
juízo é necessário ter interesse e
legitimidade”.
PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS /
CONDIÇÕES DA AÇÃO?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

INTERESSE (?)
O interesse refere-se à necessidade e utilidade da
tutela jurisdicional pedida pelo demandante. O
autor deve demonstrar que o provimento pretendido
é capaz de melhorar a sua situação fática a ponto de
justificar o dispêndio de tempo, de energia e de
dinheiro no processo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

INTERESSE (?)
A aferição do interesse de agir se dá pela
verificação da presença de dois elementos:
necessidade da tutela jurisdicional (também
chamada de “interesse-necessidade”) e
adequação da via processual (ou “interesse-
adequação”). (CÂMARA, 2017, p. 44)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

LEGITIMIDADE (?)
A legitimidade refere-se à
pertinência subjetiva da ação, ou
seja, refere-se à titularidade para
promover ativa ou passivamente
a ação.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

LEGITIMIDADE (?)
Legitimidade é a aptidão para ocupar, em um certo caso concreto, uma posição
processual ativa. Exige-se tal requisito não só para demandar (aquilo a que se
costuma referir como “legitimidade para agir”), mas para praticar qualquer ato de
exercício do direito de ação. Assim, exige-se legitimidade para demandar, para
contestar, para requerer a produção de uma prova, para recorrer etc. Um ato
processual só pode ser praticado validamente por quem esteja legitimado a fazê-lo.
Faltando legitimidade, o ato deve ser considerado inadmissível (e, no caso de a
demanda ter sido ajuizada por quem não esteja legitimado a fazê-lo, o processo
deverá ser extinto sem resolução do mérito, nos termos do art. 485, VI).
(CÂMARA, 2017, p. 43)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

POSSIBILIDADE JURÍDICA
DO PEDIDO (?)
Ainda é considerada uma
condição da ação?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Situações possíveis:
a) Pedido apto a receber tutela judicial porque
é previsto no ordenamento jurídico;

b) Pedido que, embora não previsto, não é


vedado e, portanto, é apto a ser tutelado; e
Interesse de Agir??

c) Pedido vedado expressamente por lei.


DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Elementos da Ação
ELEMENTOS DA PARTE

AÇÃO

PEDIDO

CAUSA DE PEDIR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

PARTES
As partes de um processo são
autor e réu , que participam da
relação jurídica processual, levando
ao juiz seus pedidos para que sejam
analisados.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

CAUSA DE PEDIR
FATOS
A causa de pedir envolve os
fatos que dão origem a lide,
juntamente com os
FUNDAMENTOS fundamentos jurídicos que
JURÍDICOS
demonstram a violação do
direito, justificando a
pretensão da parte perante o
CAUSA DE
PEDIR juiz.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

PEDIDO
Nada mais é do que a pretensão
do autor submetida ao Juiz, que
prestará a tutela jurisdicional
sobre essa pretensão.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

PEDIDO
CONDENAÇÃO
ESPÉCIE DE
PEDIDO ASPECTO DECLARAÇÃO
TUTELA
IMEDIATO PROCESSUAL
JURISDICIONAL ACAUTELAMENTO

OBJETO,
PEDIDO ASPECTO BEM JURÍDICO
RESULTADO OU
MEDIATO MATERIAL TUTELADO
VANTAGEM
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

03 – É possível pleitear direito


alheio em nome próprio?
Justifique e indique o
dispositivo legal relacionado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Nos termos do caput do artigo 18 do NCPC, esta é uma


possibilidade excepcional.
A regra é a de que ninguém pode pleitear direito alheio em
nome próprio, MAS, se houver previsão legal, é possível.
Ex: Arts. 81 e 82 do CDC (legitimação concorrente para
a defesa do consumidor – MP, União, Estados,
Municípios, Distrito Federal, Entidades e órgãos da Adm.
Pública direta ou indireta destinados à defesa dos
consumidores, associações destinadas à defesa dos
consumidores)
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito


alheio em nome próprio, salvo quando
autorizado pelo ordenamento jurídico.

Parágrafo único. Havendo substituição


processual, o substituído poderá intervir
como assistente litisconsorcial.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

04 – Conforme o artigo 19 do
NCPC, o interesse do autor pode
se limitar a que tipo de
declaração?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 19. O interesse do autor pode


limitar-se à declaração:
I - da existência, da inexistência ou do
modo de ser de uma relação jurídica;
II - da autenticidade ou da falsidade de
documento.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

05 – Nos termos dos artigos 21, 22


e 23 do NCPC, informe como é
definida a competência da
autoridade judiciária brasileira. O
que compete a ela processar e
julgar?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

JURISDIÇÃO INTERNACIONAL CONCORRENTE


 Ação contra réu domiciliado no Brasil;
 Ação cujo objeto envolva obrigação que deve ser cumprida no país;
 Ação cujo fato objeto de discussão tenha sido praticado/ocorrido no
Brasil;
 Ação de alimentos: (I) cujo credor seja domiciliado ou tenha, tão
somente, residência no Brasil; e (II) cujo réu mantenha vínculos no
país (seja possuidor, proprietário ou obtiver benefícios econômicos)
 Ação decorrente de relação de consumo quando o consumidor tiver
domicílio ou residência no Brasil; e
 Ação em que as partes se submetem à jurisdição nacional.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

No artigo 23 do NCPC foram


elencadas as situações em que a
jurisdição será exclusivamente
exercida pela autoridade
judiciária brasileira.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

JURISDIÇÃO NACIONAL EXCLUSIVA


 Ações relativas a imóveis situados no Brasil;

 Ações para confirmação de testamento particular, de inventário e


de partilha de bens situados no Brasil, mesmo que o falecido seja
estrangeiro ou tenha residido fora do Brasil; e

 Ações relativas à partilha de bens para divórcio ou dissolução da


união estável quando envolver bens situados no Brasil, mesmo que
o titular dos bens seja de nacionalidade estrangeira ou tenha
domicílio fora do território brasileiro.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

06 – A propositura de ação perante tribunal


estrangeiro impede o conhecimento da mesma
causa pela autoridade brasileira? E a
pendência de causa perante a justiça brasileira
significa impedimento à homologação de
sentença judicial estrangeira quando esta é
exigida para produzir efeitos no Brasil?
Fundamente.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

MAS! Atenção!! Há uma exceção:


Se entre o país estrangeiro e o Brasil houver um
tratado internacional, ou acordo bilateral, atribuindo
regras de prevenção da competência, essas normas
devem ser observadas e ambas as ações não poderão
tramitar ao mesmo tempo. Isso irá depender de cada
tratado ou acordo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não


induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de tratados
internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.

Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição


brasileira não impede a homologação de sentença judicial
estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

VI - litispendência;

VII - coisa julgada;

§1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se


reproduz ação anteriormente ajuizada.

§3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida


por decisão transitada em julgado.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

07 – Em contratos internacionais, é
possível a eleição de foro
exclusivamente estrangeiro como
competente para processar e julgar
demandas relativas ao contrato?
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Sim, nos termos do artigo 25 do NCPC.


Neste artigo 25, trata-se da possibilidade
de eleição de foro pelas partes em relação
às matérias disciplinadas nos artigos 21 e
22, do NCPC, nas quais a competência é
concorrente.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o


processamento e o julgamento da ação quando houver
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em
contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.

§1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de


competência internacional exclusiva previstas neste
Capítulo.
§2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do


território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e


aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.

Você também pode gostar