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IMPARCIALIDADE DO JUIZ
O juiz situa-se na relação processual entre as partes e acima delas (caráter substitutivo), fato que,
aliado à circunstância de que ELE NÃO VAI AO PROCESSO EM NOME PRÓPRIO, nem em conflito
de interesses com as partes. Torna essencial a imparcialidade do julgador.
IGUALDADE PROCESSUAL
Com acendo na Carta Magna, a qual trás a baila que todas às pessoas são iguais perante a lei,
conforme Art. 5º, caput; assim às partes, quando em demandas jurisdicionais, deverão ter as
mesmas oportunidades processuais, ou seja, de fazer valer às suas pretensões, sendo tratadas
na medida de suas igualdades e desigualadas na oportunidade que desigualam-se das demais.
CONTRADITÓRIO
O princípio do contraditório, estabelecido no Art. 5º, LV, da Constituição Federal, tem por escopo
oportunizar às partes envolvidas na lide o conhecimento das alegações apresentadas em juízo
pela parte contrária e contra esse poder contrapor os argumentos apresentados, manifestando
questões de fato e de direito para influenciar no convencimento do magistrado.
Em casos de urgência, poderá o magistrado adotar medidas sem a comunicação da parte
contrária A tomada de uma decisão do Estado-Juiz, sem a comunicação da parte contrária não é
uma exceção ao princípio do contraditório, uma vez que para a prolatação da sentença será dada
vistas a parte contrária do ato praticado pelo magistrado.
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AMPLA DEFESA
Possui previsão Constitucional no Art. 5º, LV, possibilitando ao acusado a mais completa defesa,
podendo ser ela pessoal (autodefesa) ou técnica (efetuada por um defensor).
Envolve o dever do Estado em prestar assistência técnica integral e gratuita àquelas pessoas
necessitadas, de acordo com o estatuído no Art. 5º, LXXIV.
DA AÇÃO OU DEMANDA
É atribuição da parte a provocação jurisdicional para atuação do Estado- Juiz, uma vez que os
órgãos responsáveis pela prestação jurisdicional são inertes. Pode-se destacar como prestação
jurisdicional a capacidade do Estado, pelo intermédio dos órgãos do Poder Judiciário, em resolver
uma lide, ou seja, satisfazer uma pretensão.
DA DISPONIBILIDADE E DA INDISPONIBILIDADE
Disponibilidade pode ser conceituada como a liberdade que as pessoas detêm em exercer ou
não seus direitos. No âmbito do processo criminal, vige razão inversa, pois o crime é uma lesão
ou ameaça de lesão a bem juridicamente tutelado, nessa hipótese deve o Estado-Juiz aplicar
sanção quando ocorrido lesão ou ameaça de lesão a estes bens juridicamente protegidos por
ele.
Exemplo: o dever que possui a autoridade policial em realizar investigações preliminares,
conforme prevê o Art. 5º do CPP. Ainda, a autoridade não pode arquivar o inquérito policial.
OFICIALIDADE
OFICIOSIDADE
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DO IMPULSO OFICIAL
O princípio do impulso oficial estabelece que, após iniciada a relação processual, compete ao
magistrado dar seguimento aos atos procedimentais, até o término da prestação jurisdicional,
prolatação de sentença.
Com previsão na Constituição Federal, as decisões judiciais devem sempre ser motivadas.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto
da Magistratura, observados os seguintes princípios: todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a
lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação; (Grifos nosso)
LEALDADE PROCESSUAL
Para que exista a solução de um litígio, deverá haver um relacionamento entre o Estado e as
partes envolvidas, com o objetivo precípuo de solucionar a lide, atuando ambos em harmonia
para o deslinde de conclusão da prestação jurisdicional adequada ao caso concreto.
O princípio da lealdade processual consubstancia-se na boa-fé, ou seja, no dever de verdade,
devendo-se evitar meios fraudulentos sob pena de acarretar sanções de ordem processual.
O princípio da lealdade processual não encontra guarida de forma expressa no Código de
Processo Penal, entretanto o Estado tutelou como bem jurídico relevante, atribuindo como
infração penal, com previsão no Art. 347 do Código Penal.
CELERIDADE PROCESSUAL
Com fundamento Constitucional, previsto no Art. 5º, LXXVIII, o qual estabelece a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.
Trata-se da possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já julgadas pelo juiz de
primeiro grau. Esse princípio decorre da própria estrutura do Poder Judiciário.
Há hipóteses em que o duplo grau de jurisdição não é possível, trata-se de casos de competência
originária do Supremo Tribunal Federal.
JUÍZO NATURAL
Trata-se o princípio do juízo natural que ninguém será sentenciado senão pelo juiz competente.
Isto significa que em hipótese alguma será uma pessoa julgada por tribunal de exceção. Assim,
todos têm a garantia de verem-se processados e julgados por órgão do Poder Judiciário,
possuindo, dessa maneira, todas as garantias institucionais e pessoais previstas da Carta Magna
(Art. 5º, LIII,).
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DECRETO-LEI Nº 1.002, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969
Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas contidas neste Código, assim em
tempo de paz como em tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe fôr estritamente
aplicável.
Divergência de normas
§ 1º Nos casos concretos, se houver divergência entre essas normas e as de convenção ou
tratado de que o Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas.
Aplicação subsidiária
§ 2º Aplicam-se, subsidiàriamente, as normas dêste Código aos processos regulados em leis
especiais.
Interpretação literal
Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido literal de suas
expressões. Os têrmos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção especial, salvo se
evidentemente empregados com outra significação.
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b) pela jurisprudência;
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
e) pela analogia.
Tempo de guerra
II - em tempo de guerra:
a) aos mesmos casos previstos para o tempo de paz;
b) em zona, espaço ou lugar onde se realizem operações de fôrça militar brasileira, ou
estrangeira que lhe seja aliada, ou cuja defesa, proteção ou vigilância interesse à segurança
nacional, ou ao bom êxito daquelas operações;
c) em território estrangeiro militarmente ocupado.
Aplicação intertemporal
Art. 5º As normas dêste Código aplicar-se-ão a partir da sua vigência, inclusive nos processos
pendentes, ressalvados os casos previstos no art. 711, e sem prejuízo da validade dos atos
realizados sob a vigência da lei anterior.
Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código, no que forem aplicáveis,
salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à execução de sentença, os processos
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da Justiça Militar Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que responderem os
oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.
Finalidade do inquérito
Art. 9º O IPM é a apuração sumária de fato que, em tese, configure crime militar e de sua
autoria. Tem caráter de instrução provisória, com finalidade precípua de ministrar elementos
necessários à propositura da ação penal.
Parágrafo único. São, instrutórios da ação penal: os exames, perícias e avaliações realizados
regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades
deste Código.
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Infração de natureza não militar
§ 3º Se a infração penal não fôr, evidente de natureza militar, comunicar o fato à autoridade
policial competente, a quem apresentará o infrator. Se for civil, menor de dezoito anos, a
apresentação será feita ao Juiz de Menores.
Oficial general como infrator
§ 4º Se o infrator fôr oficial general, será sempre comunicado o fato ao ministro e ao chefe
de Estado-Maior competentes, obedecidos os trâmites regulamentares.
Escrivão do inquérito
Art. 11. A designação de escrivão para o inquérito caberá ao encarregado, se não tiver sido
feita pela autoridade que lhe deu delegação, recaindo em segundo ou primeiro-tenente, se o
indiciado fôr oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos.
Compromisso legal
Parágrafo único: O escrivão prestará compromisso de manter o sigilo do inquérito e de
cumprir fielmente as determinações dêste Código, no exercício da função.
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na
ocasião, a autoridade (art. 10) deverá, se possível:
a) dirigir-se ao local, PROVIDENCIAR para que NÃO ALTEREM O ESTADO e a situação das
COISAS, enquanto necessário;
b) APREENDER OS INSTRUMENTOS e todos os objetos que tenham RELAÇÃO COM O FATO;
c) EFETUAR A PRISÃO do infrator, observado o disposto no art. 244;
d) COLHÊR TÔDAS AS PROVAS que sirvam para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias.
Formação do inquérito
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c) ouvir o indiciado;
d) ouvir testemunhas;
e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações;
f) determinar, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e
perícias;
g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou
danificada, ou da qual houve indébita apropriação;
h) proceder a buscas e apreensões, nos têrmos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189;
i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do
ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou
a independência para a realização de perícias ou exames.
Assistência de procurador
Art. 15. Será encarregado do inquérito, sempre que possível, oficial de pôsto não inferior ao
de capitão ou capitão-tenente; e, em se tratando de infração penal contra a segurança
nacional, sê-lo-á, sempre que possível, oficial superior, atendida, em cada caso, a sua
hierarquia, se oficial o indiciado.
Sigilo do inquérito
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dêle tome
conhecimento o advogado do indiciado.
Art. 16-A. Nos casos em que servidores das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares
figurarem como investigados em inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais,
cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
profissional, de forma consumada ou tentada, o indiciado poderá constituir defensor.
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§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas
a contar do recebimento da citação
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá
preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a
Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento
instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos
relacionados à defesa administrativa do investigado.
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses do
investigado nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por conta do orçamento próprio da
instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver
legalmente preso, por TRÊS DIAS no máximo.
Detenção de indiciado
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Inquirição durante o dia
Art. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da
respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as
SETE E AS DEZOITO HORAS.
Art 20. O inquérito deverá terminar dentro em VINTE DIAS, se o indiciado estiver PRÊSO,
contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de
QUARENTA DIAS, quando o indiciado estiver SÔLTO, contados a partir da data em que se
instaurar o inquérito.
Prorrogação de prazo
§ 1º Êste último prazo poderá ser prorrogado POR MAIS VINTE DIAS pela autoridade militar
superior, desde que não estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O pedido de prorrogação
deve ser feito em tempo oportuno, de modo a ser atendido antes da terminação do prazo.
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Reunião e ordem das peças de inquérito
Art. 21. Tôdas as peças do inquérito serão, por ordem cronológica, reunidas num só
processado e dactilografadas, em espaço dois, com as fôlhas numeradas e rubricadas, pelo
escrivão.
Juntada de documento
Parágrafo único. De cada documento junto, a que precederá despacho do encarregado do
inquérito, o escrivão lavrará o respectivo têrmo, mencionando a data.
Relatório
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado
mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação
do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração
disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente,
sôbre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais.
Solução
§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu
encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue
ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou
determine novas diligências, se as julgar necessárias.
Advocação
§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-
lo e dar solução diferente.
Art. 23. Os autos do inquérito serão remetidos ao auditor da Circunscrição Judiciária Militar
onde ocorreu a infração penal, acompanhados dos instrumentos desta, bem como dos
objetos que interessem à sua prova.
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Arquivamento de inquérito. PROIBIÇÃO
Art. 24. A autoridade militar NÃO poderá mandar ARQUIVAR AUTOS DE INQUÉRITO, embora
conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado.
Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial, a não ser:
I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades
previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária.
Parágrafo único: Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de VINTE DIAS,
para a restituição dos autos.
Art. 27. Se, por si só, fôr suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante
delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de
delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu
valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade
policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos têrmos do art. 20.
Dispensa de Inquérito
Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo MP:
a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou provas materiais;
b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, autor identificado;
c) nos crimes previstos nos arts. 341 e 349 do Código Penal Militar.
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DO FÔRO MILITAR
Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra
civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
Crimes funcionais
II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a administração da Justiça
Militar, os auditores, os membros do Ministério Público, os advogados de ofício e os
funcionários da Justiça Militar.
Art. 83. O fôro militar, em tempo de guerra, poderá, por lei especial, abranger outros casos,
além dos previstos no artigo anterior e seu parágrafo.
Assemelhado
Art. 84. Considera-se assemelhado o funcionário efetivo, ou não, dos Ministérios da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, submetidos a preceito de disciplina militar, em virtude de lei
ou regulamento.
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DA COMPETÊNCIA EM GERAL
Determinação da competência
Na Circunscrição Judiciária
Art. 86. Dentro de cada Circunscrição Judiciária Militar, a competência será determinada:
a) pela especialização das Auditorias;
b) pela distribuição;
c) por disposição especial dêste Código.
Modificação da competência
Lugar da infração
Art. 88. A competência será, de regra, determinada pelo lugar da infração; e, no caso de
tentativa, pelo lugar em que fôr praticado o último ato de execução.
A bordo de navio
Art. 89. Os crimes cometidos a bordo de navio ou embarcação sob comando militar ou
militarmente ocupado em pôrto nacional, nos lagos e rios fronteiriços ou em águas territoriais
brasileiras, serão, nos dois primeiros casos, processados na Auditoria da Circunscrição
Judiciária correspondente a cada um daqueles lugares; e, no último caso, na 1ª Auditoria da
Marinha, com sede na Capital do Estado da Guanabara.
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A bordo de aeronave
Art. 90. Os crimes cometidos a bordo de aeronave militar ou militarmente ocupada, dentro
do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados pela Auditoria da
Circunscrição em cujo território se verificar o pouso após o crime; e se êste se efetuar em
lugar remoto ou em tal distância que torne difíceis as diligências, a competência será da
Auditoria da Circunscrição de onde houver partido a aeronave, salvo se ocorrerem os mesmos
óbices, caso em que a competência será da Auditoria mais próxima da 1ª, se na Circunscrição
houver mais de uma.
Art. 91. Os crimes militares cometidos fora do território nacional serão, de regra, processados
em Auditoria da Capital da União, observado, entretanto, o disposto no artigo seguinte.
Art. 92. No caso de crime militar somente em parte cometido no território nacional, a
competência do fôro militar se determina de acordo com as seguintes regras:
a) se, iniciada a execução em território estrangeiro, o crime se consumar no Brasil, será
competente a Auditoria da Circunscrição em que o crime tenha produzido ou devia produzir
o resultado;
b) se, iniciada a execução no território nacional, o crime se consumar fora dele, será
competente a Auditoria da Circunscrição em que se houver praticado o último ato ou
execução.
OU DOMICÍLIO DO ACUSADO
Art. 93. Se não fôr conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela residência
ou domicílio do acusado, salvo o disposto no art. 96.
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DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO
Prevenção. Regra
Art. 94. A competência firmar-se-á por prevenção, sempre que, concorrendo dois ou mais
juízes igualmente competentes ou com competência cumulativa, um deles tiver antecedido
aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a êste relativa, ainda que
anterior ao oferecimento da denúncia.
Lugar de serviço
Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para
o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando êste não puder ser
determinado, será o da unidade, navio, fôrça ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo
aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a
respectiva especialização.
Auditorias Especializadas
Art. 97. Nas Circunscrições onde existirem Auditorias Especializadas, a competência de cada
uma decorre de pertencerem os oficiais e praças sujeitos a processo perante elas aos quadros
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. Como oficiais, para os efeitos dêste artigo, se
compreendem os da ativa, os da reserva, remunerada ou não, e os reformados.
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prevalecer em detrimento de oficial da ativa, se os co-réus forem praças ou oficiais da reserva
ou reformados, ainda que superiores, nem em detrimento dêstes, se os co-réus forem praças.
Distribuição
Art. 98. Quando, na sede de Circunscrição, houver mais de uma Auditoria com a mesma
competência, esta se fixará pela distribuição.
DA CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
Casos de conexão
Casos de continência
Concurso e prevalência
I - no concurso entre a jurisdição especializada e a cumulativa, preponderará aquela;
II - no concurso de jurisdições cumulativas:
a) prevalecerá a do lugar da infração, para a qual é cominada pena mais grave;
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b) prevalecerá a do lugar onde houver ocorrido o maior número de infrações, se as
respectivas penas forem de igual gravidade;
Prevenção
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos demais casos, salvo disposição especial.
Categorias
III — no concurso de jurisdição de diversas categorias, predominará a de maior graduação.
Unidade do processo
Prorrogação de competência
Reunião de processos
Art. 104. Verificada a reunião dos processos, em virtude de conexão ou continência, ainda
que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência,
continuará êle competente em relação às demais infrações.
Separação de julgamento
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Separação de processos
Recurso de ofício
§ 1º Da decisão de auditor ou de Conselho de Justiça em qualquer desses casos, haverá
recurso de ofício para o Superior Tribunal Militar.
§ 2º O recurso a que se refere o parágrafo anterior subirá em traslado com as cópias
autênticas das peças necessárias, e não terá efeito suspensivo, prosseguindo-se a ação penal
em todos os seus termos.
Avocação de processo
Art. 107. Se, não obstante a conexão ou a continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram
perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade
do processo só se dará ulteriormente, para efeito de soma ou de unificação de penas.
Art. 108. A competência por prerrogativa do posto ou da função decorre da sua própria
natureza e não da natureza da infração, e regula-se estritamente pelas normas expressas
neste Código.
DO DESAFORAMENTO
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Autoridades que podem pedir
a) pelos Ministros da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
b) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, ou autoridades que
lhe forem superiores, conforme a respectiva jurisdição;
c) pelos Conselhos de Justiça ou pelo auditor;
d) mediante representação do Ministério Público ou do acusado.
Audiência a autoridades
§ 3º Nos casos das alíneas c e d, o Superior Tribunal Militar, antes da audiência ao
procurador-geral ou a pedido dêste, poderá ouvir autoridades a que se refere a alínea b .
Renovação do pedido
Art. 110. O pedido de desaforamento, embora denegado, poderá ser renovado se o justificar
motivo superveniente.
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DA BUSCA
Espécies de busca
Busca domiciliar
Art. 171. A busca domiciliar consistirá na procura material portas adentro da casa.
Finalidade
Art. 172. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas obtidas por meios criminosos ou guardadas ilìcitamente;
c) apreender instrumentos de falsificação ou contrafação;
d) apreender armas e munições e instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados
a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova da infração ou à defesa do acusado;
f) apreender correspondência destinada ao acusado ou em seu poder, quando haja fundada
suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crime;
h) colhêr elemento de convicção.
Não compreensão
Art. 175. A busca domiciliar será executada de dia, salvo para acudir vítimas de crime ou
desastre.
Parágrafo único. Se houver consentimento expresso do morador, poderá ser realizada à noite.
Ordem da busca
Art 176. A busca domiciliar poderá ORDENADA PELO JUIZ, de OFÍCIO ou a REQUERIMENTO
das partes, ou DETERMINADA pela autoridade policial militar.
Parágrafo único. O representante do Ministério Público, quando assessor no inquérito, ou
dêste tomar conhecimento, poderá solicitar do seu encarregado, a realização da busca.
Precedência de mandado
Art. 177. Deverá ser precedida de mandado a busca domiciliar que NÃO fôr realizada pela
própria autoridade judiciária ou pela autoridade que presidir o inquérito.
Conteúdo do mandado
Procedimento
Presença do morador
I — se o morador estiver presente:
a) ler-lhe-á, o mandado, ou, se fôr o próprio autor da ordem, identificar-se-á e dirá o que
pretende;
b) convidá-lo-á a franquiar a entrada, sob pena de a forçar se não fôr atendido;
c) uma vez dentro da casa, se estiver à procura de pessoa ou coisa, convidará o morador a
apresentá-la ou exibi-la;
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d) se não fôr atendido ou se se tratar de pessoa ou coisa incerta, procederá à busca;
e) se o morador ou qualquer outra pessoa recalcitrar ou criar obstáculo usará da força
necessária para vencer a resistência ou remover o empecilho e arrombará, se necessário,
quaisquer móveis ou compartimentos em que, presumivelmente, possam estar as coisas ou
pessoas procuradas;
Ausência do morador
II — se o morador estiver ausente:
a) tentará localizá-lo para lhe dar ciência da diligência e aguardará a sua chegada, se puder
ser imediata;
b) no caso de não ser encontrado o morador ou não comparecer com a necessária presteza,
convidará pessoa capaz, que identificará para que conste do respectivo auto, a fim de
testemunhar a diligência;
c) entrará na casa, arrombando-a, se necessário;
d) fará a busca, rompendo, se preciso, todos os obstáculos em móveis ou compartimentos
onde, presumivelmente, possam estar as coisas ou pessoas procuradas;
Casa desabitada
III - se a casa estiver desabitada, tentará localizar o proprietário, procedendo da mesma forma
como no caso de ausência do morador.
Rompimento de obstáculo
§ 1º O rompimento de obstáculos deve ser feito com o menor dano possível à coisa ou
compartimento passível da busca, providenciando-se, sempre que possível, a intervenção de
serralheiro ou outro profissional habilitado, quando se tratar de remover ou desmontar
fechadura, ferrolho, peça de segredo ou qualquer outro aparelhamento que impeça a
finalidade da diligência.
Reposição
§ 2º Os livros, documentos, papéis e objetos que não tenham sido apreendidos devem ser
repostos nos seus lugares.
§ 3º Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do
que o indispensável ao bom êxito da diligência.
Busca pessoal
Art. 180. A busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas, malas e
outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário, no próprio corpo.
Revista pessoal
Art. 181. Proceder-se-á à revista, quando houver fundada suspeita de que alguém oculte
consigo:
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a) instrumento ou produto do crime;
b) elementos de prova.
Busca em mulher
Art. 183. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou
prejuízo da diligência.
Art. 184. A busca domiciliar ou pessoal por mandado será, no curso do processo, executada
por oficial de justiça; e, no curso do inquérito, por oficial, designado pelo encarregado do
inquérito, atendida a hierarquia do pôsto ou graduação de quem a sofrer, se militar.
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DA APREENSÃO
Art. 185. Se o executor da busca encontrar as pessoas ou coisas a que se referem os artigos
172 e 181, deverá apreendê-las. Fá-lo-á, igualmente, de armas ou objetos pertencentes às Fôrças
Armadas ou de uso exclusivo de militares, quando estejam em posse indevida, ou seja incerta a
sua propriedade.
Correspondência aberta
§ 1º A correspondência aberta ou não, destinada ao indiciado ou ao acusado, ou em seu poder,
será apreendida se houver fundadas razões para suspeitar que pode ser útil à elucidação do fato.
Art. 186. Quando, para a apreensão, o executor fôr em seguimento de pessoa ou coisa,
poderá penetrar em território sujeito a outra jurisdição.
Parágrafo único. Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento de
pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção, embora
depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas forem em seu encalço, sabendo, por informações
fidedignas ou circunstâncias judiciárias que está sendo removida ou transportada em
determinada direção.
Art. 187. O executor que entrar em território de jurisdição diversa deverá, conforme o caso,
apresentar-se à respectiva autoridade civil ou militar, perante a qual se identificará. A
apresentação poderá ser feita após a diligência, se a urgência desta não permitir solução de
continuidade.
Art. 188. Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e
posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
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Requisitos do auto
Art. 189. Finda a diligência, lavrar-se-á auto circunstanciado da busca e apreensão, assinado
por duas testemunhas, com declaração do lugar, dia e hora em que se realizou, com citação das
pessoas que a sofreram e das que nelas tomaram parte ou as tenham assistido, com as
respectivas identidades, bem como de todos os incidentes ocorridos durante a sua execução.
Conteúdo do auto
Parágrafo único. Constarão do auto, ou dêle farão parte em anexo devidamente rubricado pelo
executor da diligência, a relação e descrição das coisas apreendidas, com a especificação:
a) se máquinas, veículos, instrumentos ou armas, da sua marca e tipo e, se possível, da sua
origem, número e data da fabricação;
b) se livros, o respectivo título e o nome do autor;
c) se documentos, a sua natureza.
DA RESTITUIÇÃO
Restituição de coisas
Art. 190. As coisas apreendidas NÃO poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
§ 1º As coisas a que se referem o art. 109, nº II, letra a, e o art. 119, nºs I e II, do Código Penal
Militar, não poderão ser restituídas em tempo algum.
§ 2º As coisas a que se refere o art. 109, nº II, letra b , do Código Penal Militar, poderão ser
restituídas sòmente ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Ordem de restituição
Art. 191. A restituição poderá ser ordenada pela autoridade policial ou pelo juiz, mediante
têrmo nos autos, desde que:
a) a coisa apreendida não seja irrestituível, na conformidade do artigo anterior;
b) não interesse mais ao processo;
c) não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
Direito duvidoso
Art. 192. Se duvidoso o direito do reclamante, sòmente em juízo poderá ser decidido, autuando-
se o pedido e assinando-se o prazo de cinco dias para a prova, findo o qual o juiz decidirá,
cabendo da decisão recurso para o Superior Tribunal Militar.
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Questão de alta indagação
Parágrafo único. Se a autoridade judiciária militar entender que a matéria é de alta indagação,
remeterá o reclamante para o juízo cível, continuando as coisas apreendidas até que se resolva
a controvérsia.
Art. 193. Se a coisa houver sido apreendida em poder de terceiro de boa-fé, proceder-se-á da
seguinte maneira:
a) se a restituição fôr pedida pelo próprio terceiro, o juiz do processo poderá ordená-la, se
estiverem preenchidos os requisitos do art. 191;
b) se pedida pelo acusado ou pelo lesado e, também, pelo terceiro, o incidente autuar-se-á em
apartado e os reclamantes terão, em conjunto, o prazo de cinco dias para apresentar provas e o
de três dias para arrazoar, findos os quais o juiz decidirá, cabendo da decisão recurso para o
Superior Tribunal Militar.
Persistência de dúvida
§ 1º Se persistir dúvida quanto à propriedade da coisa, os reclamantes serão remetidos para o
juízo cível, onde se decidirá aquela dúvida, com efeito sôbre a restituição no juízo militar, salvo
se motivo superveniente não tornar a coisa irrestituível.
Nomeação de depositário
§ 2º A autoridade judiciária militar poderá, se assim julgar conveniente, nomear depositário
idôneo, para a guarda da coisa, até que se resolva a controvérsia.
Art. 194. O Ministério Público será sempre ouvido em pedido ou incidente de restituição.
Parágrafo único. Salvo o caso previsto no art. 195, caberá recurso, com efeito suspensivo, para
o Superior Tribunal Militar, do despacho do juiz que ordenar a restituição da coisa.
Coisa deteriorável
Art. 195. Tratando-se de coisa fàcilmente deteriorável, será avaliada e levada a leilão público,
depositando-se o dinheiro apurado em estabelecimento oficial de crédito determinado em lei.
Sentença condenatória
Art. 196. Decorrido o prazo de noventa dias, após o trânsito em julgado de sentença
condenatória, proceder-se-á da seguinte maneira em relação aos bens apreendidos:
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Destino das coisas
a) os referidos no art. 109, nº II, letra a , do Código Penal Militar, serão inutilizados ou recolhidos
a Museu Criminal ou entregues às Fôrças Armadas, se lhes interessarem;
b) quaisquer outros bens serão avaliados e vendidos em leilão público, recolhendo-se ao fundo
da organização militar correspondente ao Conselho de Justiça o que não couber ao lesado ou
terceiro de boa-fé.
Venda em leilão
Art. 198. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se, dentro do prazo de noventa dias,
a contar da data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os
objetos apreendidos não forem reclamados por quem de direito, serão vendidos em leilão,
depositando-se o saldo à disposição do juiz de ausentes.
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PRISÃO PROVISÓRIA - DISPOSIÇÕES GERAIS
Definição
Art. 220. Prisão provisória é a que ocorre durante o inquérito, ou no curso do processo, antes
da condenação definitiva.
Legalidade da prisão
Art. 221. Ninguém será prêso senão em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade
competente.
Comunicação ao juiz
Art. 222. A prisão ou detenção de qualquer pessoa será imediatamente levada ao conhecimento
da autoridade judiciária competente, com a declaração do local onde a mesma se acha sob
custódia e se está, ou não, incomunicável.
Prisão de militar
Art 223. A prisão de militar deverá ser feita por outro militar de pôsto ou graduação superior;
ou, se igual, mais antigo.
Relaxamento da prisão
Art. 224. Se, ao tomar conhecimento da comunicação, a autoridade judiciária verificar que a
prisão não é legal, deverá relaxá-la imediatamente.
Expedição de mandado
Art. 225. A autoridade judiciária ou o encarregado do inquérito que ordenar a prisão fará expedir
em duas vias o respectivo mandado, com os seguintes requisitos:
Requisitos
a) será lavrado pelo escrivão do processo ou do inquérito, ou ad hoc , e assinado pela autoridade
que ordenar a expedição;
b) designará a pessoa sujeita a prisão com a respectiva identificação e moradia, se possível;
c) mencionará o motivo da prisão;
d) designará o executor da prisão.
Assinatura do mandado
Parágrafo único. Uma das vias ficará em poder do preso, que assinará a outra; e, se não quiser
ou não puder fazê-lo, certificá-lo-á o executor do mandado, na própria via deste.
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Tempo e lugar da captura
Art. 226. A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as
garantias relativas à inviolabilidade do domicílio.
Desdobramento do mandado
Art. 227. Para cumprimento do mandado, a autoridade policial militar ou a judiciária poderá
expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo em cada um dêles ser
fielmente reproduzido o teor do original.
Art. 228. Se o capturando estiver em lugar estranho à jurisdição do juiz que ordenar a prisão,
mas em território nacional, a captura será pedida por precatória, da qual constará o mesmo que
se contém nos mandados de prisão; no curso do inquérito policial militar a providência será
solicitada pelo seu encarregado, com os mesmos requisitos, mas por meio de ofício, ao
comandante da Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, respectivamente.
Captura no estrangeiro
Caso de flagrante
a) em caso de flagrante, pela simples voz de prisão;
Caso de mandado
b) em caso de mandado, pela entrega ao capturando de uma das vias e conseqüente voz de
prisão dada pelo executor, que se identificará.
Recaptura
Parágrafo único. A recaptura de indiciado ou acusado evadido independe de prévia ordem da
autoridade, e poderá ser feita por qualquer pessoa.
Captura em domicílio
Art. 231. Se o executor verificar que o capturando se encontra em alguma casa, ordenará ao
dono dela que o entregue, exibindo-lhe o mandado de prisão.
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Caso de busca
Parágrafo único. Se o executor não tiver certeza da presença do capturando na casa, poderá
proceder à busca, para a qual, entretanto, será necessária a expedição do respectivo mandado,
a menos que o executor seja a própria autoridade competente para expedi-lo.
Art. 232. Se não fôr atendido, o executor convocará duas testemunhas e procederá::
a) sendo dia, entrará à fôrça na casa, arrombando-lhe a porta, se necessário;
b) sendo noite, fará guardar tôdas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que
amanheça, arrombar-lhe-á a porta e efetuará a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar à entrega do capturando será levado à presença da
autoridade, para que contra êle se proceda, como de direito, se sua ação configurar infração
penal.
Art. 233. No caso de prisão em flagrante que se deva efetuar no interior de casa, observar-se-á
o disposto no artigo anterior, no que fôr aplicável.
Emprêgo de fôrça
Uso de armas
§ 2º O recurso ao uso de armas só se justifica quando absolutamente necessário para vencer a
resistência ou proteger a incolumidade do executor da prisão ou a de auxiliar seu.
Art. 235. Se o indiciado ou acusado, sendo perseguido, passar a território de outra jurisdição,
observar-se-á, no que fôr aplicável, o disposto nos arts. 186, 187 e 188.
Cumprimento de precatória
Art. 236. Ao receber precatória para a captura de alguém, cabe ao auditor deprecado:
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a) verificar a autenticidade e a legalidade do documento;
b) se o reputar perfeito, apor-lhe o cumpra-se e expedir mandado de prisão;
c) cumprida a ordem, remeter a precatória e providenciar a entrega do prêso ao juiz deprecante.
Art. 237. Ninguém será recolhido à prisão sem que ao responsável pela custódia seja entregue
cópia do respectivo mandado, assinada pelo executor, ou apresentada guia expedida pela
autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do prêso, com declaração do
dia, hora e lugar da prisão.
Recibo
Parágrafo único. O recibo será passado no próprio exemplar do mandado, se êste fôr o
documento exibido.
Transferência de prisão
Art. 238. Nenhum prêso será transferido de prisão sem que o responsável pela transferência
faça a devida comunicação à autoridade judiciária que ordenou a prisão, nos têrmos do art. 18.
Separação de prisão
Art. 239. As pessoas sujeitas a prisão provisória deverão ficar separadas das que estiverem
definitivamente condenadas.
Local da prisão
Art. 240. A prisão deve ser em local limpo e arejado, onde o detento possa repousar durante a
noite, sendo proibido o seu recolhimento a masmorra, solitária ou cela onde não penetre a luz
do dia.
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Respeito à integridade do preso e assistência
Art. 241. Impõe-se à autoridade responsável pela custódia o respeito à integridade física e moral
do detento, que terá direito a presença de pessoa da sua família e a assistência religiosa, pelo
menos uma vez por semana, em dia previamente marcado, salvo durante o período de
incomunicabilidade, bem como à assistência de advogado que indicar, nos têrmos do art. 71, ou,
se estiver impedido de fazê-lo, à do que fôr indicado por seu cônjuge, ascendente ou
descendente.
Parágrafo único. Se o detento necessitar de assistência para tratamento de saúde ser-lhe-á
prestada por médico militar.
Prisão especial
Art. 242. Serão recolhidos a quartel ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente,
quando sujeitos a prisão, antes de condenação irrecorrível:
a) os ministros de Estado;
b) os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal,
seus respectivos secretários e chefes de Polícia;
c) os membros do Congresso, dos Conselhos da União e das Assembléias Legislativas
d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou civis reconhecidas em lei;
e) os magistrados;
f) os oficiais das Fôrças Armadas, das Polícias e dos Bombeiros, Militares, inclusive os da reserva,
remunerada ou não, e os reformados;
g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional;
h) os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino nacional;
i) os ministros do Tribunal de Contas;
j) os ministros de confissão religiosa.
Prisão de praças
Parágrafo único. A prisão de praças especiais e a de graduados atenderá aos respectivos graus
de hierarquia.
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DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Art. 243. Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem fôr insubmisso ou
desertor, encontrado em flagrante delito.
Infração permanente
Parágrafo único. Nas infrações permanentes, considera-se o agente em flagrante delito enquanto
não cessar a permanência.
Lavratura do auto
Ausência de testemunhas
§ 2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão em flagrante, que será assinado por
duas pessoas, pelo menos, que hajam testemunhado a apresentação do preso.
Designação de escrivão
§ 4º Sendo o auto presidido por autoridade militar, designará esta, para exercer as funções
de escrivão, um capitão, capitão-tenente, primeiro ou segundo-tenente, se o indiciado fôr oficial.
Nos demais casos, poderá designar um subtenente, suboficial ou sargento.
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Falta ou impedimento de escrivão
§ 5º Na falta ou impedimento de escrivão ou das pessoas referidas no parágrafo anterior, a
autoridade designará, para lavrar o auto, qualquer pessoa idônea, que, para êsse fim, prestará o
compromisso legal.
Art. 246. Se das respostas resultarem fundadas suspeitas contra a pessoa conduzida, a
autoridade mandará recolhê-la à prisão, procedendo-se, imediatamente, se fôr o caso, a exame
de corpo de delito, à busca e apreensão dos instrumentos do crime e a qualquer outra diligência
necessária ao seu esclarecimento.
Nota de culpa
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão, será dada ao prêso nota de culpa
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
Relaxamento da prisão
§ 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou judiciária verificar
a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não participação da pessoa conduzida,
relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, remeterá o prêso à autoridade civil
competente.
Art. 248. Em qualquer hipótese, de tudo quanto ocorrer será lavrado auto ou têrmo, para remessa
à autoridade judiciária competente, a fim de que esta confirme ou infirme os atos praticados.
Art. 249. Quando o fato fôr praticado em presença da autoridade, ou contra ela, no exercício de
suas funções, deverá ela própria prender e autuar em flagrante o infrator, mencionando a
circunstância.
Art. 250. Quando a prisão em flagrante fôr efetuada em lugar não sujeito à administração militar,
o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade militar do lugar mais próximo
daquele em que ocorrer a prisão.
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Remessa do auto de flagrante ao juiz
Art. 251. O auto de prisão em flagrante deve ser remetido imediatamente ao juiz competente,
se não tiver sido lavrado por autoridade judiciária; e, no máximo, dentro em cinco dias, se
depender de diligência prevista no art. 246.
Devolução do auto
Art. 252. O auto poderá ser mandado ou devolvido à autoridade militar, pelo juiz ou a
requerimento do Ministério Público, se novas diligências forem julgadas necessárias ao
esclarecimento do fato.
Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato
nas condições dos arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. 39 e 42, do Código
Penal Militar, poderá conceder ao indiciado liberdade provisória, mediante têrmo de
comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de revogar a concessão.
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DAS TESTEMUNHAS
Notificação de testemunhas
Comparecimento obrigatório
§ 1º O comparecimento é obrigatório, nos têrmos da notificação, não podendo dêle eximir-
se a testemunha, salvo motivo de fôrça maior, devidamente justificado.
Falta de comparecimento
§ 2º A testemunha que, notificada regularmente, deixar de comparecer sem justo motivo,
será conduzida por oficial de justiça e multada pela autoridade notificante na quantia de um
vigésimo a um décimo do salário mínimo vigente no lugar. Havendo recusa ou resistência à
condução, o juiz poderá impor-lhe prisão até quinze dias, sem prejuízo do processo penal por
crime de desobediência.
Oferecimento de testemunhas
Art. 348. A defesa poderá indicar testemunhas, que deverão ser apresentadas
independentemente de intimação, no dia e hora designados pelo juiz para inquirição, ressalvado
o disposto no art. 349.
Dispensa de comparecimento
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b) as pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por velhice, que serão inquiridas onde
estiverem.
Declaração da testemunha
Art. 352. A testemunha deve declarar seu nome, idade, estado civil, residência, profissão e lugar
onde exerce atividade, se é parente, e em que grau, do acusado e do ofendido, quais as suas
relações com qualquer dêles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber, a respeito do fato
delituoso narrado na denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência, não
podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de que confirma o que prestou no
inquérito. Sendo numerária ou referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sôbre o que
souber e lhe fôr perguntado.
Após o depoimento
§ 4º Após a prestação do depoimento, as partes poderão contestá-lo, no todo ou em parte, por
intermédio do juiz, que mandará consignar a argüição e a resposta da testemunha, não
permitindo, porém, réplica a essa resposta.
Inquirição separada
Art. 353. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si , de modo que uma não possa
ouvir o depoimento da outra.
38
Obrigação e recusa de depor
Art. 354. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Excetuam-se o ascendente,
o descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão de acusado,
bem como pessoa que, com êle, tenha vínculo de adoção, salvo quando não fôr possível, por
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Proibição de depor
Art. 355. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segrêdo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar
o seu testemunho.
Testemunhas suplementares
Art. 356. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes.
Testemunhas referidas
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, ainda que não haja requerimento das partes, serão ouvidas
as pessoas a que as testemunhas se referirem.
Art. 357. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo
quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 358. Se o juiz verificar que a presença do acusado, pela sua atitude, poderá influir no ânimo
de testemunha, de modo que prejudique a verdade do depoimento, fará retirá-lo, prosseguindo
na inquirição, com a presença do seu defensor. Neste caso, deverá constar da ata da sessão a
ocorrência e os motivos que a determinaram.
Expedição de precatória
Art. 359. A testemunha que residir fora da jurisdição do juízo poderá ser inquirida pelo auditor
do lugar da sua residência, expedindo-se, para êsse fim, carta precatória, nos têrmos do art. 283,
com prazo razoável, intimadas as partes, que formularão quesitos, a fim de serem respondidos
pela testemunha.
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Sem efeito suspensivo
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
Juntada posterior
§ 2º Findo o prazo marcado, e se não fôr prorrogado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a
todo tempo, a carta precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
Art. 360. Caso não seja possível, por motivo relevante, o comparecimento da testemunha
perante auditor, a carta precatória poderá ser expedida a juiz criminal de comarca onde resida a
testemunha ou a esta seja acessível, observado o disposto no artigo anterior.
Art. 361. No curso do inquérito policial militar, o seu encarregado poderá expedir carta
precatória à autoridade militar superior do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo,
a fim de notificá-la e inquiri-la, ou designar oficial que a inquira, tendo em atenção as normas de
hierarquia, se a testemunha fôr militar. Com a precatória, enviará cópias da parte que deu origem
ao inquérito e da portaria que lhe determinou a abertura, e os quesitos formulados, para serem
respondidos pela testemunha, além de outros dados que julgar necessários ao esclarecimento
do fato.
Antecipação de depoimento
Art. 363. Se qualquer testemunha tiver de ausentar-se ou, por enfermidade ou idade avançada,
inspirar receio de que, ao tempo da instrução criminal, esteja impossibilitado de depor, o juiz
poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o
depoimento.
Art. 364. Se o Conselho de Justiça ou o Superior Tribunal Militar, ao pronunciar sentença final,
reconhecer que alguma testemunha fêz afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia
do depoimento à autoridade policial competente, para a instauração de inquérito.
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INSTRUÇÃO COMPLEMENTAR Nº 001/COR-G/2014
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
OBJETIVO DA SINDICÂNCIA
Art. 2º A sindicância é o procedimento formal e escrito que tem objetivo a apuração de fato que
nos termos legais configure, em tese, transgressão disciplinar militar e sua autoria, tendo o
caráter de instrução provisória, que tem finalidade precípua de ministrar elementos necessários
à instauração de Processo Administrativo Disciplinar Militar (PADM).
§1º São, efetivamente instrutórios do PADM: DOCUMENTOS, EXAMES, PERÍCIAS E AVALIAÇÕES
realizadas no curso da sindicância.
§3º É vedada a instauração de sindicância sumária e que não atenda às prescrições desta IC, sob
pena de responsabilização da autoridade militar.
OBS: É um rito mais sucinto, mais rápido; sendo suprimidos algumas formalidades que demandariam tempo, em
benefício de uma justiça mais acelerada.
DISPENSA DA SINDICÂNCIA
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PRINCÍPIOS QUE ORIENTAM A SINDICÂNCIA
Art. 4º A sindicância orienta-se pelos princípios da simplicidade, economia procedimental,
celeridade e instrumentalidade.
Parágrafo único. Mesmo que seja nomeado escrivão, não deverão ser elaborados documentos
que atentem contra os princípios do caput deste artigo, tais como despacho, recebimento,
certidão, conclusão ou juntada, contudo, deve constar dos autos o termo de compromisso do
escrivão.
NOTÍCIAS APÓCRIFAS
Art. 5º As notícias apócrifas que narrem eventuais transgressões disciplinares devem ser
apuradas de forma preliminar, com cautela e discrição, no intuito de avaliar a plausibilidade dos
fatos e, em se apurando elementos de verossimilhança, deve ser instaurada sindicância.
Parágrafo único. Na hipótese da notícia apócrifa narrar fatos manifestamente infundados e
incoerentes, poderá a autoridade militar estadual, fundamentadamente, arquivá-la por absoluta
falta de justa causa.
SIGILO DA SINDICÂNCIA.POSSIBILIDADE
Art. 7º A sindicância será ostensiva, podendo, conforme o fato, ser classificada, como sigilosa
pela autoridade delegante ou pelo sindicante, no caso de juntada de documentos sigilosos,
hipóteses em que a restrição de acesso não alcançará o sindicado nem seu advogado (se
constituído).
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TERRITORIALIDADE
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
§5º Havendo conflito de competência para instauração de sindicância este será resolvido pela
autoridade militar estadual superior com ascendência funcional comum entre os dois, respeitadas
as regras deste artigo.
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NUMERAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA SINDICÂNCIA
Art. 11. Todas as peças da sindicância serão, por ordem cronológica, reunidas em volumes
de até 200 folhas, todas numeradas e rubricadas de forma centralizada e na parte superior.
CAPÍTULO II
DA INSTAURAÇÃO
REQUISITOS DA PORTARIA
§1º A portaria deverá narrar os fatos em tese irregulares a serem investigados, delimitando
o campo de atuação do sindicante.
§3º O aguardo da delegação não obsta que o oficial responsável por comando, ou o substitua
ou esteja de serviço, tome ou determine que sejam tomadas imediatamente as providências
cabíveis, uma vez que tenha conhecimento de transgressão disciplinar que lhe caiba investigar.
SINDICANTE. REQUISITOS
Art. 13. A delegação para realizar a sindicância recairá sobre oficiais ativos, ou pertencentes
ao CVMI, respeitando-se a antiguidade ou precedência hierárquica do sindicado.
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NOMEAÇÃO DE ESCRIVÃO. EXCEPCIONALIDADE
CAPÍTULO III
DOS PRAZOS
Art. 15. O prazo para CONCLUSÃO da sindicância NÃO excederá 30 (TRINTA) DIAS.
PRORROGAÇÃO DO PRAZO
§1º Este prazo poderá ser prorrogado por mais 20 (vinte) dias, mediante pedido
fundamentado do sindicante à autoridade delegante, feito com antecedência mínima de 02 (dois)
dias úteis do término do prazo.
§2º Será deduzida desse prazo, a suspensão prevista no § 1º do art. 13 desta Instrução
Complementar.
§3º Do prazo para conclusão será excluído o dia do recebimento da portaria, iniciando-se a
contagem no próximo dia útil, e incluído o dia da entrega, que na hipótese de recair em dia de
feriado ou final de semana autorizará a entrega no primeiro dia útil posterior.
§4º Poderá, de forma fundamentada, ser autorizada a suspensão da contagem do prazo uma
única vez, por período não superior a trinta dias.
§5º Já tendo sido concedida a suspensão de que trata o parágrafo anterior e ocorrendo
afastamento, previsto em lei, regulamento ou normatização interna, do sindicante este deverá ser
substituído, cabendo ao substituto concluir o feito sem a possibilidade de nova suspensão.
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PRORROGAÇÃO ESPECIAL
§6º Não haverá mais prorrogação, além da prevista no § 1º, salvo dificuldade insuperável, a
juízo do Comandante-Geral, via Corregedoria-Geral.
§7º Os laudos de perícias ou exames não concluídos na prorrogação do parágrafo anterior,
bem como os documentos colhidos depois dela, serão posteriormente remetidos à autoridade
delegante, para a juntada aos autos, devendo o sindicante indicar, no seu relatório, se possível,
o lugar onde se encontram as testemunhas que deixaram de ser ouvidas.
CAPÍTULO IV
PARECER DO SINDICANTE
Art. 16. A sindicância será encerrada com minucioso parecer, em que o sindicante mencionará
as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, referindo, em conclusão, se há
indícios de transgressão disciplinar e/ou crime, militar ou comum, com a respectiva capitulação
no diploma legal aplicável, com a indicação das suas circunstâncias, incluindo dia, hora e lugar
onde ocorreu.
Art. 17. No caso de ter sido delegada a competência para a realização da sindicância, o
sindicante a enviará à autoridade de quem recebeu a delegação, que a SOLUCIONARÁ no prazo
de TRINTA (30) DIAS, podendo:
I – homologar a conclusão e adotar as medidas pertinentes elencadas no § 2º deste artigo.
II – não homologar, dando solução diferente, devidamente fundamentada, ou determinando
novas diligências, se as julgar necessárias.
§1º Ficará suspensa a contagem do prazo previsto do caput deste artigo na hipótese,
devidamente fundamentada e publicada em Boletim, de ocorrerem questões prejudiciais ao
convencimento da autoridade delegante relativamente à verdade real dos fatos investigados.
RESULTADOS DA SINDICÂNCIA
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II - instauração de PADM.
III - instauração de CONSELHO DE DISCIPLINA ou encaminhamento para o Comandante-Geral,
via Corregedoria-Geral, sugerindo a instauração de CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO.
IV - instauração de INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ou, no caso da autoridade delegante não
possuir competência para instaurar, encaminhamento a quem compete instaurá-lo.
V - REMESSA DE CÓPIA da sindicância à autoridade policial competente, caso haja indícios
de CRIME COMUM.
VI - outras MEDIDAS ADMINISTRATIVAS cabíveis à espécie.
DISPENSA DE SOLUÇÃO
§3º Não haverá solução de sindicância instruída pela autoridade militar estadual originária
que deverá, em seu parecer, adotar as medidas pertinentes elencadas no § 2º deste artigo.
§4º Tendo sido solucionada a sindicância SEM INDÍCIOS DE CRIME MILITAR, esta deverá ter
CÓPIAS AUTENTICADAS da sua portaria de instauração e da sua solução remetidas ao Ministério
Público Estadual, no prazo de cinco dias, contados da publicação da sua solução, de acordo com
as previsões da Portaria SSP nº 048, de 31 de março de 2014.
§5º Tendo sido solucionada a sindicância COM INDÍCIOS DE CRIME MILITAR, esta deverá ter
seus AUTOS ORIGINAIS, acompanhados do extrato disciplinar do indiciado, encaminhados
UNICAMENTE à Justiça Militar Estadual, para distribuição e respectiva autuação judicial, de acordo
com as previsões da Portaria SSP nº 048, de 31 de março de 2014.
SINDICÂNCIA. AVOCAÇÃO
Art. 18. As autoridades militares estaduais funcionalmente superiores àquela que instaurou
ou que determinou a instauração da sindicância poderão:
I - avocar para si a sindicância em que se verifique manifesta usurpação de sua competência,
irregularidade na solução ou equívoco no decorrer dos atos de investigação, desde que ainda
não tenham surtido os efeitos legais.
II - determinar que seja imediatamente solucionada ou avocá-la e solucioná-la, quando a
solução esteja sendo indevidamente retardada.
Art. 19. A solução deverá ser publicada em boletim interno ou geral e comunicado o seu
resultado ao sindicado, de forma escrita, mencionando o boletim que a publicou.
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CAPÍTULO V
Art. 21. As dispensas médicas, licenças, férias e outros AFASTAMENTOS TOTAIS DO SERVIÇO
DO SINDICADO NÃO SUSPENDEM ou interrompem a sindicância, tendo em vista a sua natureza
inquisitorial, devendo esta ser concluída mesmo sem a oitiva do sindicado.
Art. 22. As autoridades militares estaduais que tiverem conhecimento de fatos irregulares e
que não possuírem competência para a instauração de sindicância deverão comunicar,
imediatamente, à autoridade superior competente para tal. Fatos que não constituem
transgressão disciplinar
Art. 23. Excluem-se do objetivo da presente Instrução Complementar os fatos que não
constituam transgressão disciplinar em tese e para os quais haja normas específicas de apuração
e também estejam excluídas das previsões da Portaria SSP nº 48, de 31 de março de 2014, tais
como o acidente em serviço, extravio de carteira de identidade funcional ou fardamento, disparo
acidental e acidente de tiro, reconhecimento de ato de bravura e outros.
Art. 24. O arquivamento de sindicância não obsta a instauração de outra, se novas provas ou
indícios aparecerem em relação ao fato ou ao sindicado, ressalvados a coisa julgada e os casos
de extinção da punibilidade. Direitos e obrigações do advogado
Art. 25. Tendo em vista a natureza inquisitorial da sindicância, a participação de advogados
eventualmente constituídos pelos sindicados restringir-se-á às previsões da legislação.
Art. 26. Os casos omissos na presente Instrução Complementar, e que não puderem ser
supridos pelo Código de Processo Penal Militar, serão dirimidos pelo Corregedor-Geral.
48
DECRETO No 71.500, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1972.
DISPÕE SOBRE O CONSELHO DE DISCIPLINA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
49
I - do Oficial-General, em função de comando, direção ou chefia mais próxima, na linha de
subordinação direta, ao Guarda-Marinha, Aspirante-a-Oficial, Suboficial ou Subtenente, da ativa,
a ser julgado;
II - do Comandante de Distrito Naval, Região Militar ou Zona Aérea a que estiver vinculada
a praça da reserva remunerada ou reformado, a ser julgada; ou
III - do Comandante, Diretor, Chefe ou autoridade com atribuições disciplinares equivalentes,
no caso das demais praças com estabilidade assegurada.
Art . 5º O Conselho de Disciplina é composto de 3 (três) oficiais da Força Armada da praça
a ser julgada.
§ 1º O membro mais antigo do Conselho de Disciplina, no mínimo um oficial intermediário,
é o presidente; o que lhe segue em antiguidade é o interrogante e relator, e o mais moderno, o
escrivão.
§ 2º Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina:
a) o oficial que formulou a acusação;
b) os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado, parentesco
consangüineo ou afim, na linha reta ou até quarto grau de consagüinidade colateral ou de
natureza civil; e
c) os oficiais que tenham particular interesse na decisão do Conselho de Disciplina.
Art . 6º O Conselho de Disciplina funciona sempre com a totalidade de seus membros, em
local, onde a autoridade nomeante julgue melhor indicado para apuração do fato.
Art . 7º Reunido o Conselho de Disciplina convocado previamente por seu presidente, em
local, dia e hora designados com antecedência, presente o acusado, o presidente manda proceder
a leitura e a autuação dos documentos que constituíram o ato de nomeação do Conselho; em
seguida, ordena a qualificação e o interrogatório do acusado, o que é reduzido a auto, assinado
por todos os membros do Conselho e pelo acusado, fazendo-se a juntada de todos os
documentos por este oferecidos.
Parágrafo único. Quando o acusado é praça da reserva remunerada ou reformada e não é
localizado ou deixa de atender a intimação por escrito para comparecer perante o Conselho de
Disciplina:
a) a intimação é publicada em órgão de divulgação na área de domicílio do acusado; e
b) o processo corre à revelia, se não atender à publicação.
Art . 8º Aos membros do Conselho de Disciplina é lícito reperguntar ao justificante e às
testemunhas sobre o objeto da acusação e propor diligências para o esclarecimento dos fatos.
Art . 9º Ao acusado é assegurada ampla defesa, tendo ele, após o interrogatório, prazo de
5 (cinco) dias para oferecer suas razões por escrito, devendo o Conselho de Disciplina fonecer-
lhe o libelo acusatório, onde se contenham com minúcias o relato dos fatos e a descrição dos
atos que lhe são imputados.
§ 1º O acusado deve estar presente a todas as sessões do Conselho de Disciplina, exceto
à sessão secreta de deliberação do relatório.
§ 2º Em sua defesa, pode o acusado requerer a produção, perante o Conselho de Disciplina,
de todas as provas permitidas no Código de Processo Penal Militar.
50
§ 3º As provas a serem realizadas mediante a Carta Precatória são efetuadas por intermédio
da autoridade militar ou, na falta desta, da autoridade judiciária local.
§ 4º O processo é acompanhado por um oficial:
a) indicado pelo acusado, quando este o desejar para orientação de sua defesa; ou
b) designado pela autoridade que nomeou o Conselho de Disciplina, nos casos de revelia.
Art . 10. O Conselho de Disciplina pode inquirir o acusador ou receber, por escrito, seus
esclarecimentos, ouvindo, posteriormente, a respeito, o acusado.
Art . 11. O Conselho de Disciplina dispõe de um prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data
de sua nomeação, para a conclusão de seus trabalhos inclusive remessa do relatório.
Parágrafo único. A autoridade nomeante, por motivos excepcionais, pode prorrogar até 20
(vinte) dias o prazo de conclusão dos trabalhos.
Art . 12. Realizadas todas as diligências, o Conselho de Disciplina passa a deliberar, em
sessão secreta, sobre o relatório a ser redigido.
§ 1º O relatório, elaborado pelo escrivão e assinado por todos os membros do Conselho
de Disciplina, deve decidir se a praça:
a) é, ou não, culpada da acusação que lhe foi feita; ou
b) no caso do item III, do artigo 2º, levados em consideração os preceitos de aplicação da
pena previstos no Código Penal Militar, está ou não, incapaz de permanecer na ativa ou na
situação em que se encontra na inatividade.
§ 2º A decisão do Conselho de Disciplina é tomada por maioria de votos de seus membros.
§ 3º Quando houver voto vencido, é facultada sua justificação, por escrito.
§ 4º Elaborado o relatório, com um termo de encerramento, o Conselho de Disciplina remete
o processo à autoridade nomeante.
Art . 13. Recebidos os autos do processo do Conselho de Disciplina, a autoridade nomeante,
dentro do prazo de 20 (vinte) dias, aceitando, ou não, seu julgamento e, neste último caso,
justificando os motivos de seu despacho, determina:
I - o arquivamento do processo, se não julga a praça culpada ou incapaz de permanecer na
ativa ou na inatividade;
II - a aplicação de pena disciplinar, se considera contravenção ou transgressão disciplinar a
razão pela qual a praça foi julgada culpada;
III - a remessa do processo ao auditor competente, se considera crime a razão pela qual a
praça foi julgada culpada, ou
IV - a remessa do processo ao Ministro Militar respectivo ou autoridade a quem tenha sido
delegada competência para efetivar reforma ou exclusão a bem da disciplina, com a indicação de
uma destas medidas, se considera que:
a) a razão pela qual a praça foi julgada culpada está prevista nos itens I, II ou IV, do artigo
2º; ou
b) se, pelo crime cometido, previsto no item III do artigo 2º, a praça foi julgada incapaz de
permanecer na ativa ou na inatividade.
51
§ 1º O despacho que determinou o arquivamento do processo deve ser publicado
oficialmente e transcrito nos assentamentos da praça, se esta é da ativa.
§ 2º A reforma da praça é efetuada no grau hierárquico que possui na ativa, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço.
Art . 14. O acusado ou, no caso de revelia, o oficial que acompanhou o processo podem
interpor recurso da decisão do Conselho de Disciplina ou da solução posterior da autoridade
nomeante.
Parágrafo único. O prazo para interposição de recurso é de 10 (dez) dias, contados da data
na qual o acusado tem ciência da decisão do Conselho de Disciplina ou da publicação da solução
da autoridade nomeante.
Art . 15. Cabe ao Ministro Militar respectivo, em última instância, no prazo de 20 (vinte)
dias, contados da data do recebimento do processo, julgar os recursos que forem interpostos
nos processos oriundos dos Conselhos de Disciplina.
Art . 16. Aplicam-se a este decreto, subsidiariamente, as normas do Código de Processo
Penal Militar.
Art . 17. Prescrevem em 6 (seis) anos, computados da data em que foram praticados, os
casos previstos neste decreto.
Parágrafo único. Os casos também previstos no Código Penal Militar como crime
prescrevem nos prazos nele estabelecidos.
Art . 18. Os Ministros Militares, atendendo às peculiaridades de cada Força Armada,
baixarão as respectivas instruções complementares necessárias à execução deste decreto.
52
INTRUÇÃO REGULADORA 001 – CORREGEDORIA GERAL
CONSELHO DE DISCIPLINA
OBJETIVOS
DA APLICAÇÃO
O Conselho de Disciplina (CD) é aplicado à PRAÇA COM ESTABILIDADE e aos ALUNOS-OFICIAIS,
cabendo as seguintes análises:
1. PRAÇAS ESTÁVEIS ou ALUNOS-OFICIAIS que tenham PROCEDIDO INCORRETAMENTE no
desempenho do cargo, tido conduta irregular ou praticado ato que afete a honra pessoal, o
pundonor militar e/ou o decoro da classe, preconizados, sobretudo, no Estatuto dos Militares.
Julgar se o acusado é ou não CULPADO das acusações atribuídas no libelo acusatório e se é
CAPAZ ou INCAPAZ de permanecer na condição de militar ativo ou inativo do CBMRS;
2. Praça estável ou aluno-oficial AFASTADOS do cargo em razão da atuação no serviço mostrar
ser incompatível com o cargo ou demonstrada incapacidade para o exercício das funções de
Bombeiro Militar (art. 37 da Lei nº 10.990/97). Julgar se o acusado é ou não CULPADO das
acusações atribuídas no libelo acusatório e se é CAPAZ ou INCAPAZ de permanecer na condição
de militar ativo ou inativo do CBMRS;
3. Praça estável ou aluno-oficial CONDENADO por crime de natureza dolosa e com pena restritiva
de liberdade com trânsito em julgado: Analisar somente se o Militar é CAPAZ ou INCAPAZ de
permanecer na condição de militar ativo ou inativo do CBMRS, a culpa já foi analisada pelo Poder
Judiciário.
Referente a condenação por crime, deve-se fazer as seguintes considerações sobre o crime
comum e o crime militar:
a) CRIME COMUM: É cabível a instauração do CD, independente do apenamento, desde que não
seja decretada pelo juiz a perda do cargo público como efeito da condenação;
b) CRIME MILITAR: É cabível a instauração do CD quando a pena é de até 2(dois) anos. Pena
superior a 2 (dois) anos há a representação do Procurador do Tribunal de Justiça Militar pela
perda da função.
4. Não cabe a instauração de Conselho Disciplina para praças sem estabilidade e para oficiais,
Praça sem estabilidade: Processo Administrativo Disciplinar Militar (PADM)
Oficiais: Conselho de Justificação (CJ).
1) A jurisdição penal é independente da jurisdição administrativa, uma vez que a instância penal
tem como foco o delito e a instância disciplinar têm como foco a falta disciplinar. Dessa forma,
não é necessário esperar a decisão da esfera penal para que a medida administrativa imediata
53
seja realizada, independentemente do possível desdobramento de ação penal militar em
concorrência (art. 35, § 2º da Lei nº 10.990/97).
2) Quando houver decisão judicial na esfera penal, tem-se que observar algumas hipóteses:
1. Condenação criminal do militar: a condenação criminal faz coisa julgada em relação a culpa do
militar, não podendo ser negada a culpabilidade na esfera administrativa.
2. Absolvição pela negativa de autoria: a sentença criminal produz efeitos na esfera
administrativa, não podendo o militar ser punido disciplinarmente, caso o militar já tenha sido
punido administrativamente há a anulação da punição disciplinar correspondente ao mesmo fato
julgado no âmbito penal militar.
3. Absolvição por ausência de culpabilidade penal: a absolvição criminal não produz efeitos na
esfera administrativa, pois somente não há um ilícito penal punível, podendo haver punição
disciplinar.
4. Absolvição por insuficiência de provas: a absolvição criminal não produz efeitos na esfera
administrativa, pois uma prova pode não ser suficiente na esfera criminal e ser suficiente na esfera
disciplinar.
5. Absolvição por estar provada a inexistência da materialidade do fato: há a comunicabilidade
entre as instâncias, com a absolvição penal militar resta descaracterizada a transgressão
disciplinar, caso o militar já tenha sido punido administrativamente há a anulação da punição
disciplinar correspondente ao mesmo fato julgado no âmbito penal militar.
6. Absolvição por considerar alguma das excludentes de ilicitude (estado de necessidade, legítima
defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito): há a comunicabilidade
entre as instâncias, com a absolvição penal militar resta descaracterizada a transgressão
disciplinar, caso o militar já tenha sido punido administrativamente há a anulação da punição
disciplinar correspondente ao mesmo fato julgado no âmbito penal militar.
7. Extinção da punibilidade na ação penal em razão da prescrição: a decisão de prescrição na
esfera penal não produz efeitos na sanção eventualmente já aplicada na esfera administrativa.
DO INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL:
1) Quando o(a) Militar acusado(a) estiver em gozo de licença para tratamento de saúde antes de
instaurado o Conselho de Disciplina, deve-se observar o teor da Súmula nº 007/CorG/2019,
devendo encaminhar o(a) Militar Estadual a Junta Militar de Saúde, formulando quesitos para que
se verifique a capacidade de responder pelos seus atos perante o processo a ser instaurado,
conforme Anexo “Y” de quesitos Junta Militar de Saúde.
2) No curso do processo, quando ocorrer dúvida sobre a integridade mental do(a) acusado(a),
cabe ao colegiado apresentar o(a) acusado(a) a Junta Militar de Saúde.
3) No momento da formulação dos quesitos, a defesa deverá ser cientificada para exercer o
contraditório e ampla defesa, formulando seus próprios quesitos caso entenda necessário.
DO PRAZO PRESCRICIONAL
DOS AUTOS
DA INSTAURAÇÃO:
1. As autoridades dispostas no art. 4º do Decreto n. 71.500/72 e as autoridades dispostas na
Portaria nº 003/Cor-G/2018 (publicada no BG nº 034/2018) podem instaurar Conselho de
Disciplina, desde que sejam pelos motivos do art. 2º do Decreto 71.500/72.
55
2. Para o controle de procedimentos instaurados, as autoridades, através do setor de correição,
devem encaminhar mensagem eletrônica solicitando número de Portaria a Corregedoria do
CBMRS.
3. Após o número de Portaria, deve haver a publicação em Boletim Interno ou Boletim Geral.
4. Na Portaria acompanhado da nomeação do presidente, interrogante/relator e escrivão, devem
ser publicados os fatos geradores do Conselho de Disciplina. O acusado não pode ter cumprido
punição disciplinar pelos mesmos fatos em face de possível violação ao princípio do non bis in
idem, situação que caso ocorra gerará a nulidade do CD.
5. Não podem fazer parte do Conselho de Disciplina, conforme Decreto 71.500:
5.1 São considerados impedidos de compor o CD:
5.1.1. o oficial que formulou a acusação;
5.1.2. os oficiais que tenham entre si, com o acusador ou com o acusado parentesco
consanguíneo, até o quarto grau;
5.1.3. os oficiais que tenham particular interesse na decisão do Conselho de Disciplina.
5.2. De acordo com o Código de processo penal militar (CPPM), são considerados impedidos de
compor o CD os oficiais que tiverem:
5.2.1. desempenhado a função de encarregado, auxiliar, perito ou testemunha em processo ou
procedimento administrativo ou ainda em processo judicial que deu causa à nomeação;
5.2.2. desempenhado a função de juiz militar em processo penal militar que deu causa à
nomeação;
5.2.3. cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, que atuou nas
situações citadas nas alíneas anteriores;
5.2.4. cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, que tenham
particular interesse na decisão do CD; e
5.3. São suspeitos, de acordo com o art. 37 do Código de processo penal militar (CPPM), os
oficiais que:
5.3.1 sejam amigos íntimos ou inimigos do acusado;
5.3.2. sustentem demanda contra o acusado ou respondam a processo demandado pelo acusado,
ou ainda, possuam cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, até o segundo grau inclusive, nas
mesmas condições;
5.3.3. sejam procuradores do acusado ou tenham como procurador o acusado, ou ainda,
possuam cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, até o segundo grau inclusive, nas mesmas
condições;
5.3.4. tenham dado parte oficial do crime que deu causa à nomeação do CD;
5.3.5. tenham aconselhado o acusado em fatos relacionados à nomeação do CD;
5.3.6. sejam herdeiros, donatários ou usufrutuários do acusado, bem como possuam cônjuges
nas mesmas condições; e
5.3.7. sejam credores ou devedores do acusado.
56
5.4. Ademais, qualquer membro do CD que se julgar impedido ou suspeito de participar do
conselho deverá explicitar suas razões em reunião preliminar.
2) Da reunião preliminar
1. Ao receber o ato de nomeação, o presidente do Conselho de Disciplina deve convocar por
meio de ofício o interrogante/relator e o escrivão para a reunião preliminar.
2. Na reunião preliminar, deve ser verificada a situação sanitária do(a) acusado(a), caso necessário
deverá ser encaminhado a Junta Militar de Saúde.
3. Verificação das mídias e seu conteúdo indispensável para a confecção do libelo acusatório,
efetuando impressão do que for necessário.
4. Preparação dos documentos em mídias para entrega ao advogado constituído e ao(à)
acusado(a), a fim de proporcionar “carga permanente” dos autos – a entrega deve ficar registrada
em Ata e devidamente assinada pela defesa/acusado;
5. Juntar aos autos o Extrato Disciplinar com comportamento atualizado do(a) acusado(a);
6. Verificação de Suspeição/Impedimento de algum membro do CD (art. 5º §2º do Dec.
71.500/72);
7. Compromisso do colegiado, o qual será lavrado pelo escrivão e assinado pelos demais
membros do CD;
8. Sempre que o acusado, regularmente notificado para a prática de atos no processo, deixar de
se manifestar tempestivamente ou permanecer inerte, o escrivão certificará tal situação nos autos
mediante a lavratura de certidão.
9. O presidente deve verificar se o(a) acusado(a) foi afastada das funções e teve solicitada sua
agregação, pois é obrigatório e imediato o afastamento, conforme art. 37 da Lei Complementar
nº 10.990/97 e art. 3º do Decreto nº 71.500/72, devendo o(a) acusado(a) estar à disposição
integral do colegiado, para comparecimento a qualquer dia e horário regulamentar que for
requisitado.
10. Publicar em Boletim Geral/Interno a Composição do colegiado.
3) Do libelo acusatório:
1. Para que não seja ferido o princípio constitucional da ampla defesa, deverá ser dado um prazo
razoável para que o(a) acusado(a) tenha a possibilidade de, com seu defensor, prepararse para a
sua defesa em sessão inicial, conhecendo dos motivos da acusação, caso requeira o interrogatório
neste momento.
2. Cópia do libelo acusatório será encaminhado em anexo com o ofício informando da audiência
inicial, devendo ser entregue ao(à) acusado(a) com antecedência mínima de 72 horas da referida
audiência.
3. O Libelo Acusatório deve ser entregue mediante recibo na audiência inicial com demais
documentos do CD.
4. O Libelo tem o intuito de expor o fato transgressional e/ou criminoso, indicando o nome do(a)
acusado(a), circunstâncias agravantes e a descrição dos fatos, bem como toda a capitulação
prevista para o caso concreto de acordo com a Portaria de Instauração e o rol nominativo das
testemunhas de acusação, sendo o número máximo de 06 (seis) por acusação, salvo razões
devidamente fundamentadas.
57
5. O acusado deverá ser intimado da juntada aos autos de qualquer documento.
4) Da audiência Inicial:
1. A abertura da sessão deve ser efetuada pelo Presidente do Conselho de Disciplina;
2. Deve-se verificar a presença do(a) acusado(a);
3. Deve-se verificar a constituição de defensor(a) pelo(a) acusado(a);
a) Caso o advogado não apresente procuração, observar art. 5º, parágrafo 1º da Lei Nº 8.906,
de 04 de julho de 1994.
b) Se o(a) acusado(a) não tiver defensor, deve o colegiado solicitar formalmente à Defensoria
Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
4. Verificação de impedimento e suspeição arguida pelo(a) acusado(a) ou seu defensor e decisão
do Conselho;
5. Leitura da Portaria de Nomeação do CD, da publicação em Boletim que determinou o
afastamento do(a) acusado(a) de suas funções e do Libelo Acusatório;
6. Entrega ao(a) acusado(a) e seu defensor do libelo acusatório, da integralidade do procedimento
de origem e da portaria de instauração do CD com seus anexos;
7. Juntada de documentos oferecidos pelo(a) acusado(a);
8. Notificação do acusado do dia e hora para oitiva de testemunhas arroladas pelo Conselho;
9. Deve ser informado ao(a) acusado(a) que a audiência de interrogatório será efetuada ao final
do CD, após a oitiva de testemunhas e demais atos, conforme prescreve o art. 400 do CPP2 ,
visando garantir a ampla defesa do(a) acusado(a). Entretanto, deve ser oportunizado ao(à)
acusado(a) e seu advogado se manifestarem nos autos caso desejem realizar o interrogatório na
sessão inicial, de acordo com o rito estabelecido no Decreto nº 71.500/72, devendo constar em
ata referida manifestação.
10. Encerramento da sessão pelo Presidente do CD e elaboração da ata da sessão pelo escrivão
com assinatura de todos os presentes.
5) Da defesa prévia:
1. O(a) militar terá prazo de 05 (cinco) dias após a audiência inicial para apresentar a sua defesa
prévia, na qual deve constar as testemunhas abonatórias (art. 9º do Dec. Nº 71.500/72). 6)
Audiência de instrução (oitivas):
1. Primeiro as de acusação, depois as abonatórias;
2. Máximo 6 (seis) por fato, salvo razões fundamentas;
3. Oitiva por precatória é possível, conforme art. 359 do CPPM.
4. Caso os membros do CD constatem que a presença do(a) acusado(a) poderá influir no ânimo
da testemunha, de modo que prejudique a verdade do depoimento, a inquirição será feita sem
contato visual com o acusado, com a presença do seu defensor, consignando-se a ocorrência e
os motivos que a determinaram em ata e, posteriormente, no relatório.
5. Quando o(a) acusado(a) se manifestar de forma a intimidar a testemunha ou essa assim
declarar, a inquirição poderá ser feita em separado, com a presença do defensor do(a) acusado(a),
consignando-se a ocorrência e os motivos em ata e, posteriormente, no relatório.
58
8) Do interrogatório do(a) acusado(a):
1. Como regra, o interrogatório do acusado(a), do qual será lavrado o “Auto de Interrogatório”,
será o último procedimento a ser realizado no curso do CD (art. 400 do CPP), devendo seguir-
se a este ato, a etapa de saneamento do feito.
2. O(a) acusado(a) e seu advogado podem requerer pela realização do interrogatório na sessão
inicial, conforme rito estabelecido no Decreto nº 71.500/72.
3. No interrogatório o presidente informará ao(à) acusado(a) que não está obrigado(a) a
responder às perguntas e que o seu silêncio não importará confissão, nem será interpretado em
prejuízo de sua defesa.
9) Saneamento do feito:
1. Observar prazo de vistas ao feito em cartório a defesa, conforme o art. 427 do CPPM;
2. O colegiado deve analisar se há necessidade de reinquirições, acareações, reconhecimento,
coleta de provas e outros atos pertinentes ao procedimento.
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1. O prazo processual para recurso é de 10 (dez) dias com início da intimação do acusado e de
seu advogado (Art. 14, § único do Dec. Nº 71.500/ 72). Observa-se que no momento em que
for interposto o recurso a Corregedoria-Geral deve ser informada da sua interposição por e-mail
(corg-sadm@cbm.rs.gov.br) e os autos devem ser encaminhados, com o parecer sobre a
tempestividade do recurso, para a autoridade competente para fins de análise do recurso.
2. Poderão ser interpostos recursos de Reconsideração de Ato, Representação ou Queixa, nos
moldes e nos prazos do RDBM, pois mais benéfico para o acusado, conforme Súmula nº 06 da
Brigada Militar, recepcionada por intermédio da Portaria Corregedoria-Geral CBMRS nº
001/2019, de 11 de novembro de 2019.
13) Da finalização do Conselho de Disciplina:
1. Após a solução do recurso ou o transcurso do prazo recursal in albis, deve-se dar o seguinte
encaminhamento:
a) Se o(a) militar for considerado culpado e capaz, a solução será sancionada nos moldes do
RDBM, com a devida ciência do(a) Militar e de seu defensor, devendo o(a) Militar ser empregado
nas funções e revertido ao QO.
b) Se o(a) acusado(a) for considerado(a) culpado(a) e incapaz, deve-se dar o seguinte
encaminhamento:
b.1) remeter os autos para o Comandante-Geral (via Corregedoria-Geral) para que este julgue o
Conselho de Disciplina, caso o mesmo não tenha se manifestado nos autos anteriormente,
publicando sua decisão em Boletim Geral/Interno, com a devida ciência do(a) Militar e seu
defensor, para fins de garantia do contraditório e da ampla defesa.
b.2) Posteriormente, caso o Comandante-Geral tenha considerado o(a) acusado(a) culpado(a) e
incapaz, após prazo recursal, encaminha-se o Conselho de Disciplina à Secretaria de Segurança
Pública (SSP), devendo constar parecer sobre a tempestividade do recurso, caso seja interposto,
com vistas ao Governador do Estado para fins de exclusão do(a) Militar (SSP → Casa Civil → PGE
→ Ato do Governador em DOE).
b.3) Com a publicação do ato do Governador em DOE, deve-se cientificar o(a) Militar e seu
defensor, bem como deve-se encaminhar a respectiva publicação ao DA para os devidos fins
administrativos no caso de exclusão, como cessar os pagamentos, recolher identidade funcional
e demais atos.
4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS:
a. O presidente do Conselho de Disciplina participará os fatos que não sejam objeto do CD e que
tenham indícios de crime ou transgressão disciplinar à autoridade nomeante para as devidas
providências.
b. Cabe ao presidente do conselho a manutenção da ordem e da disciplina durante as sessões,
podendo, dentre outras medidas, cassar a palavra de quem utilizar de linguagem incompatível
com o decoro e a disciplina militares ou, ainda, ofensiva à autoridade pública, registrando o fato
em ata, bem como adotando as providências decorrentes em relação a comportamentos
inadequados.
c. A defesa e o(a) acusado(a) podem abrir mão dos prazos processuais, desde que devidamente
registrado em ata e assinado.
60
INTRUÇÃO REGULADORA 003 – CORREGEDORIA GERAL
PADM
OBJETIVOS
1) Regulamentar e padronizar os procedimentos que DEVEM ser adotados nos PADM do CBMRS.
2) Uniformizar procedimentos, para contribuir para interpretação mais adequada da legislação.
DA APLICAÇÃO
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2) DA ABRANGÊNCIA DE APLICAÇÃO DO RDBM
3) DA COMPETÊNCIA
7. Caso o militar acusado seja transferido para outra OBM durante o trâmite
processual, antes da publicação da solução em boletim, a competência para solucionar
será da autoridade com competência funcional sobre o militar após a transferência,
visando a garantir a ampla defesa e o contraditório ao Militar acusado.
8. O encarregado deve terminar os atos incumbidos a ele mesmo com a transferência
do Militar, devendo remeter a autoridade instauradora o PADM e após a autoridade
remeterá o PADM a autoridade com competência funcional sobre o militar para solução.
9. Caso o justificante seja transferido após a publicação da solução em boletim
geral/interno, a competência para apreciar o recurso de reconsideração de ato será da
autoridade que possui competência funcional na atualidade sobre o militar.
10. A Corregedoria-Geral deve ser informada do encaminhamento do PADM a outro
OBM.
4) DA PARTE DISCIPLINAR
63
colaborando assim para o esclarecimento adequado dos fatos na busca da verdade real
processual.
3. A apresentação de parte disciplinar constitui um dever daquele que venha a tomar
conhecimento de qualquer fato contrário à disciplina, devendo ser dirigida à autoridade
hierárquica imediatamente superior ao comunicante e, quando feita verbalmente, deve ser
firmada por escrito, no máximo em dois dias úteis após essa verbalização. Dessa forma, a
regra, portanto, é de que a parte disciplinar, para atingir sua finalidade, seja apresentada
por escrito, conforme dispõe o art. 26 e art. 27 do RDBM.
1. Quando o Militar acusado(a) estiver em gozo de licença para tratamento de saúde (LTS)
antes de instaurado ou no decorrer do PADM, deve-se observar o teor da Súmula nº 007/Cor-
G/2019, encaminhando o Militar Estadual a Junta Militar de Saúde, formulando quesitos para
que se verifique a capacidade de responder pelos seus atos perante o processo a ser
instaurado, conforme modelo de quesitos à Junta Militar de Saúde.
2. No curso do processo, pode ocorrer dúvida sobre a integridade mental do acusado,
dessa forma cabe também a apresentação do acusado a Junta Militar de Saúde.
3. No momento da formulação dos quesitos, a defesa deverá ser cientificada para exercer
o contraditório e ampla defesa, formulando seus próprios quesitos caso entenda necessário.
4. Sendo constatada a incapacidade do militar de responder por seus atos, deverá ser
nomeado curador, a fim de que se torne possível dar prosseguimento ao processo, de forma
oportuna e adequada ao devido processo legal (Súmula nº 11 da Brigada Militar).
1. A comunicação dos atos processuais ao advogado poderá ser realizada por qualquer
meio escrito, inclusive na forma eletrônica, desde que se assegure a comprovação da sua
ciência, observando-se o disto na Portaria nº 034/Comando-Geral/Cor-G/2020, publicada no
boletim geral nº 034, de 20 de agosto de 2020.
2. Caso não conste a autorização para ciência do advogado de forma eletronicamente na
procuração, o encarregado poderá questionar o advogado na audiência de instrução quanto
a possibilidade de receber notificações na forma eletrônica ou, após a entrega dos autos a
autoridade instauradora, o militar da seção de correição pode entrar em contato por telefone
com o advogado com o intuito de informar sobre a possibilidade de cientificação por
mensagem eletrônica, devendo constar nos autos referido questionamento.
3. A mensagem eletrônica com a solução deverá ser encaminhada pelas seções de
correição ao e-mail do advogado no horário de expediente administrativo de cada OBM, após
a publicação do boletim que constou a solução do PADM, conforme orientações na intranet
do CBMRS na página da Corregedoria-Geral. Deve-se informar no e-mail encaminhado que a
solução encaminhada possui senha, a qual será encaminhada após a confirmação de
recebimento do e-mail.
4. A senha de abertura do arquivo encaminhado ao advogado será definida pela seção
de correição, devendo ser personalizada para cada documento.
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5. Os recursos podem ser entregues na forma física ou remetidos eletronicamente ao e-
mail setorial da seção de correição que tramita o PADM, neste último caso quando constituída
defesa nos autos, devendo a seção de correição confirmar o recebimento do e-mail e informar
a Corregedoria-Geral da interposição do recurso.
6. Ressalta-se que a ciência do Militar deve ser realizada na forma presencial, tanto para
a audiência de justificação quanto para a solução do PADM e solução de recursos, após a
publicação do boletim que constou a solução.
7. O prazo recursal, conta-se a partir da ciência que for realizada por último, seja do(a)
justificante seja do advogado constituído.
8. Cumprida a cientificação, deverá o Militar da seção de correição certificar a realização
do ato, consignando nos autos do PADM o referido procedimento.
7) DO PROCESSO:
2. Dos autos
a) As folhas do processo serão numeradas em ordem crescente com algarismos arábicos
de acordo com a ordem cronológica de anexação aos autos, sendo rubricadas pelo
encarregado no canto superior direito (quando numerada a frente da página) a partir do
termo de abertura, que constituirá a folha nº 2, não sendo numerada a capa.
b) Como regra, o verso da folha não será numerado. Entretanto, quando necessária a sua
identificação terá como referência a letra "v", da palavra verso, a qual deve ser escrita no
canto superior esquerdo. Exemplo: fl. 02v.
c) Os autos serão organizados por volumes.
c.1) Os volumes terão um termo de abertura e um termo de encerramento, exceto o
primeiro, que terá termo de abertura e o último que terá um termo de restituição.
c.2) Cada volume conterá aproximadamente 200 (duzentas) páginas, mantendo a
integridade do conteúdo de determinada peça no mesmo volume.
d) O PADM deve ser realizado em uma única via na forma física, devendo constar em
anexo mídia eletrônica com digitalização completa dos autos para disponibilização a parte
acusada e seu advogado.
e) A solução do PADM, solução de recurso e a certidão de esgotamento de instância
administrativa devem ser encaminhadas na forma digital para a Corregedoria-Geral, com
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o número do boletim e data em que foi publicado, com o intuito de atualizar planilha de
controle de PADM.
4. Da instauração
a) A instauração do processo dar-se-á pela autoridade com atribuição disciplinar,
consoante o disposto no Art.20 do RDBM.
b) O PADM será instaurado de ofício ou por determinação de autoridade superior,
devendo ser instaurado por meio de Portaria com numeração controlada pela
Corregedoria- Geral do CBMRS.
c) Para o controle de procedimentos instaurados, a autoridade competente para
instaurar o PADM, através da seção de Correição, deve solicitar número de Portaria através
de sistema eletrônico, seguindo orientações da Corregedoria-Geral do CBMRS;
e) Após o fornecimento de número de Portaria para instauração do PADM, a
autoridade instauradora deve redigir a Portaria com a nomeação do encarregado.
f) Além da Portaria, a autoridade que instaurou o PADM deverá redigir a notificação
disciplinar, a qual deve constar as seguintes informações:
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f.1) nome do encarregado do PADM, caso tenha sido delegada referida função pela
autoridade instauradora;
f.2) nome do acusado com número da id funcional;
f,3) descrição da conduta infracional;
f.4) capitulação do regulamento disciplinar;
f.5) natureza da falta;
f.6) testemunhas da acusação e documentos utilizados para a instauração da PADM;
f.7) Deverá ser deixada lacuna na notificação disciplinar para que o encarregado
preencha a data e o horário da audiência de justificação;
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6. Da audiência de justificação
a) O acusado que, regularmente citado, não comparecer a audiência de justificação, sem
motivo justificado, será considerado revel, sendo decretada a revelia pelo encarregado
nos autos do PADM.
b) O acusado, declarado revel, caso compareça mais tarde, será qualificado e
interrogado sem poder opor impedimentos e requerer repetição de qualquer ato já
praticado durante a instrução.
c) O comparecimento do acusado aos atos procedimentais do PADM, exceto aqueles
em que sua presença é facultativa, é considerado ato de serviço, cuja falta sem motivo
justo implicará em sanção disciplinar pela autoridade competente.
d) A confissão da transgressão pelo acusado deverá ser apresentada por escrito ou
mediante declaração reduzida a termo, neste caso, em presença de 02 (duas) testemunhas
ou de seu defensor, conforme Anexo II, item 11, letra “m”, do RDBM.
e) Antes do início da audiência de justificação, o escrivão deverá oportunizar ao acusado
a leitura da portaria e demais documentos que deram origem ao PADM;
f) O termo da audiência de justificação, ao final, após ser redigido e lido, deverá ser
assinado e rubricado por todos que participaram da audiência.
g) O acusado deve comparecer a audiência de justificação com as suas testemunhas,
sendo no máximo de 6 (seis) testemunhas por fato, podendo ocorrer a oitiva por
precatória, conforme art. 359 do CPPM. Na impossibilidade de comparecimento das
testemunhas, deve ser agendada data para a sua inquirição.
h) Após a finalização da audiência de justificação e não sendo necessária a oitiva de
outras testemunhas, prova pericial e demais documentos, os autos serão conclusos à
autoridade competente para a solução do PADM.
i) A audiência de justificação pode ser realizada via sistema audiovisual, desde que o
ato seja todo gravado e anexado aos autos em mídia eletrônica, devendo ser
confeccionado o termo de audiência, no qual deve constar o dia, o local e a hora de início
e término do ato.
Salienta-se que o termo de audiência deverá ser remetido eletronicamente ao militar
acusado que assinará e restituirá ao militar encarregado, o qual deve assinar e juntar aos
autos.
8. Do recurso
a) O Recurso disciplinar é o meio hábil para propiciar ao(à) militar o exame de decisão
interna pela própria Administração, por razões de mérito e legalidade.
b) O justificante será formalmente comunicado da solução, para que possa impetrar o
recurso disciplinar cabível, obedecendo o trâmite e os prazos regulamentares para
recursos.
c) São cabíveis, conforme art. 47 do RDBM, a partir do conhecimento da decisão da
autoridade delegante, os seguintes recursos disciplinares: RECONSIDERAÇÃO DE ATO,
QUEIXA E REPRESENTAÇÃO.
d) Os prazos para a interposição dos recursos disciplinares de reconsideração de ato e
de queixa são de 3(três) dias úteis a contar da cientificação do militar justificante.
e) O recurso de reconsideração de ato é interposto à autoridade que praticou, ou aprovou,
o ato disciplinar, com a finalidade de que o reexamine.
f) A competência para apreciar o recurso de reconsideração é da autoridade que na
atualidade detém o poder disciplinar sobre o Militar Estadual.
g) Punição aplicada pelo Comandante-geral do CBMRS o recurso de reconsideração de
ato é o único recurso cabível.
h) O pressuposto básico autorizador da queixa é a denegação do pedido de
reconsideração de ato interposto pelo recorrente em relação ao ato punitivo, de modo
que se o punido não interpuser o recurso de reconsideração não poderá beneficiar-se do
recurso de queixa.
i) A representação é o recurso disciplinar interposto por autoridade que julgue
subordinado seu ser vítima de injustiça, ilegalidade, arbitrariedade, abuso de autoridade
ou prejudicado em seus direitos por ato de autoridade superior hierárquico.
j) A autoridade representante terá o prazo de 3 (três) dias úteis contados a partir do dia
imediato ao que tomar conhecimento, oficialmente, da publicação da decisão da
autoridade em boletim interno ou geral, para requerer a representação contra o ato
julgado injusto.
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k) A autoridade competente para a apreciação do recurso de representação é, assim como
na queixa, a autoridade imediatamente superior àquela que praticou o ato disciplinar, uma
vez que a solução do recurso implica também em dirimir um conflito de opiniões entre
autoridades subordinadas.
l) A decisão do recurso não pode agravar a punição da parte recorrente.
m) A efetivação da sanção disciplinar só deverá ser aplicada após esgotamento da
instância administrativa.
8) PRAZOS E PRESCRIÇÃO
1. Todo o prazo da parte justificante terá início no primeiro dia útil após a cientificação, tendo
em vista que o computo dos prazos exclui o dia do começo e inclui o do vencimento, sendo
contado somente em dias úteis.
2. Não basta a publicação em boletim geral, interno ou reservado, deverá ser assegurada a
cientificação do acusado e de sua defesa técnica, caso tenha constituído nos autos.
3. Após instaurada a portaria e nomeado o encarregado, este tem que notificar o acusado do
procedimento instaurado com a entrega da notificação disciplinar, devendo constar a data da
audiência de justificação, a qual deve ser realizada no prazo mínimo de 3 (três) dias úteis da
referida notificação.
4. A autoridade instauradora tem o prazo de 60 dias, após a instauração do PADM, para a
conclusão do PADM, admitida sua prorrogação por igual período em circunstâncias de cunho
excepcional (art. 159 da Lei nº 10.990/97 e no art. 212 da Lei 10.098/94).
5. Ocorrendo situação excepcional que justifique a prorrogação de prazo, deverá o Encarregado
do PADM realizar a devida solicitação de prorrogação para a Autoridade Instauradora,
acompanhada de breve justificativa (indicação do que já foi feito e do que está pendente de se
fazer). Recomenda-se que tal pedido seja efetuado em até 48 horas de antecedência do
encerramento do prazo originário, a fim de que a autoridade tenha tempo hábil para realizar as
providências cabíveis. Sendo deferida tal solicitação, deverá a autoridade instauradora informar
a Corregedoria-Geral do CBMRS.
6. Quando for imprescindível juntar aos autos laudo pericial, peça técnica ou se deparar com
fato/circunstância que impeça a continuidade dos trabalhos (ex.: férias acusado), poderá,
justificadamente, ser sobrestado o PADM pela autoridade instauradora, começando a fluir o prazo
de onde parou quando cessar o motivo do sobrestamento.
7. O prazo será suspenso por motivo de saúde quando houver laudo da Junta Militar de Saúde
atestando que o acusado encontra-se em situação impeditiva de responder ao processo.
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8. Havendo a interposição de recurso a autoridade competente terá o prazo de até 8 (oito) dias,
a contar do próximo dia útil da data do recebimento do recurso, para a decidir sobre o recurso
(art. 56 do RDBM).
9. Não há nulidade da solução por conta da inobservância do prazo pela autoridade julgadora
para exarar a competente decisão, não se cogitando a nulidade do procedimento desenvolvido
por não ter, justificadamente, concluído suas atividades no prazo fixado pela Lei, desde que isso
não tenha implicado prejuízo à defesa do Militar envolvido1, uma vez que trata-se de prazo
impróprio.
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9) DA APLICAÇÃO DA SANÇÃO DISCIPLINAR
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10) DO COMPORTAMENTO BOMBEIRO-MILITAR
1. O art. 46 prevê a classificação de comportamento para fins disciplinares e para outros efeitos,
o comportamento bombeiro-militar do Praça, em cinco categorias, conforme podemos observar
abaixo:
a) excepcional, quando no período de setenta e dois meses de efetivo serviço tenha sofrido até
no máximo uma advertência;
b) ótimo, quando no período de quarenta e oito meses tenha sofrido até no máximo uma
repreensão, ou o equivalente;
c) bom, quando no período de vinte e quatro meses tenha sofrido até no máximo uma punição
de detenção, ou o equivalente;
d) insuficiente, quando no período de doze meses tenha sofrido até no máximo uma punição de
detenção com prejuízo do serviço ou o equivalente;
e) mau, quando no período de doze meses tenha sofrido até duas punições de detenção com
prejuízo do serviço ou o equivalente, e mais uma outra punição qualquer.
2. Além disso, a reclassificação do comportamento se dará ex-officio, de acordo com os prazos
estabelecidos no art. 46 do RDBM.
3. Para fins de equivalência acerca da classificação de comportamento, duas advertências
equivalerão a uma repreensão, duas repreensões a uma detenção sem prejuízo do serviço e duas
detenções sem prejuízo do serviço a uma detenção com prejuízo do serviço e a prisão
administrativa, de que trata o art. 13 do RDBM, corresponderá a uma detenção com prejuízo do
serviço.
4. A reclassificação do comportamento do militar terá como base a data em que houver o
esgotamento da instância administrativa, salvo em caso de permanecer integralmente a primeira
decisão, ocasião em que a reclassificação terá como base a respectiva publicação da punição.
5. A reclassificação do comportamento do militar se dará gradativamente e será proporcional à
sanção, tomando como base o comportamento bom e se dará após a decisão definitiva.
6. As punições canceladas ou anuladas não serão consideradas para reclassificação do
comportamento.
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b.4) ter o requerente completado, sem qualquer outra punição superveniente:
b.4.1) seis anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção com prejuízo do
serviço ou prisão;
b.4.2) quatro anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de detenção sem prejuízo
do serviço;
b.4.3) dois anos de efetivo serviço, quando a punição a cancelar for de advertência ou repreensão.
c) A eliminação das anotações nos assentamentos e fichas disciplinares se dará de modo que não
seja possível a sua leitura, registrando-se apenas o número e a data do ato administrativo que
formalizou o cancelamento, conforme dispõe o art. 62 do RDBM.
d) A decisão do pedido de cancelamento de punição é de competência das autoridades elencadas
nos incisos I, II, III, IV, V e VII do artigo 20, do RDBM. Destarte, não há previsão regulamentar
para as autoridades do inciso VI cancelarem punições que deverão processar o requerimento
emitindo parecer e encaminhando a autoridade superior competente (art. 64).
e) Os atos administrativos somente podem ser desconstituídos (cancelados/revogados) por
aquela autoridade que lhe deu origem, ou superior a esta.
f) O Comandante-Geral do CBMRS, “ex-officio”, ou mediante requerimento do interessado, após
parecer do Comandante imediato deste, independentemente das condições enunciadas nos
artigos anteriores, poderá cancelar as sanções dos Militares Estaduais que tenham prestado
relevantes serviços e não tenham sofrido qualquer punição nos últimos dois anos (art. 66 RDBM)
g) O efeito do cancelamento é “ex-nunc”, tal seja, a partir da data do ato de cancelamento.
2. DA ANULAÇÃO
a) A anulação de punição consiste em tomar sem efeito sua aplicação, de maneira que sendo essa
oriunda essencialmente de ilegalidade do ato praticado, deve gerar um efeito tal que se tenha o
ato como inexistente, como se o ato não tivesse sido praticado.
b) O efeito da anulação é “ex-tunc”, tal seja, retroativo à data de edição do ato disciplinar
impugnado.
c) Conforme parágrafo 2º do art. 67 do RDBM, a punição poderá ser anulada nos seguintes casos:
c.1) a qualquer tempo autoridades elencadas no artigo 20,I, II e III, deste Regulamento
(Governador, Chefe da Casa Militar, Comandante e subcomandante geral).
c.2) no prazo de CENTO E VINTE DIAS (peremptório) pelas demais autoridades previstas nos
incisos do artigo 20 do RDBM.
d) A anulação da punição importará na eliminação de toda e qualquer anotação ou registro nos
assentamentos do punido relativo à sua aplicação. Logo, pode se dizer que a anulação é o
desfazimento do ato administrativo por razões de injustiça ou ilegalidade devidamente
comprovadas.
12) DAS ESPECIFIDADES DO PADM COM FINS DE LICENCIAMENTO
1. Modalidade de licenciamento aplicada às praças sem estabilidade, podendo ocorrer a qualquer
momento, através de processo administrativo, conforme o disposto no RDBM.
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2. A autoridade instauradora do Processo de Licenciamento a Bem da Disciplina, caso entenda
que é caso de licenciamento, encaminhará os autos, mediante ofício, à Corregedoria-Geral para
envio dos autos ao Comandante-Geral do CBMRS, o qual efetuará análise e julgamento do PADM
de Licenciamento a Bem da Disciplina, conforme Portaria SSP nº 108 de 01 de julho de 2019.
3. Somente o recurso de reconsideração de ato no PADM de Licenciamento a Bem da Disciplina.
4. O licenciando deverá ser notificado, impreterivelmente, com a antecedência mínima de 03
(três) dias úteis, de todos os atos do PADM de Licenciamento a Bem da Disciplina, para que,
possa presenciar.
5. Caso o militar não constitua defesa técnica, o encarregado do PADM deverá questionar o
militar quanto ao seu interesse de constituir ou não advogado e posteriormente fazer constar em
ata da audiência de justificação a referida informação.
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