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CIVIL
AULA 1: Fundamentos do Direito Processual
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Conceito: O Direito Processual Civil é o sistema de normas que regulam o funcionamento e o exercício
da jurisdição civil. É ramo do direito público, e o é porque regula a relação não somente das partes ou
de legiAmados, mas conta com a parAcipação efeAva do Estado-juiz na condição de exercente do poder
estatal que resolverá a questão.
Processo é caminho, é meio de se alcançar algo. É instrumento para o exercício de um direito ou poder.
Trata-se de um direito fundamental previsto na Cons4tuição Federal, em uma cláusula geral (art.
5o, LIV da CF), o qual se revela por meio de um conjunto de normas (regras e princípios)
ins4tuidoras de garan4as processuais e materiais, permi4ndo que a norma jurídica individualizada
a ser produzida no processo seja mais justa, tempes4va e efe4va possível.
Processo devido é aquele cujo procedimento tem previsão em lei, que se desenvolve em tempo
razoável perante um juízo natural e competente, que garante a par4cipação em cooperação e com
boa-fé de todos os atores do processo, que garante o efe4vo contraditório a ambas as partes, e que
culmina em uma decisão de mérito devidamente fundamentada.
Devido processo legal formal e material
• dimensão formal se refere à observância das garanAas processuais, ou seja, que dizem respeito ao
procedimento (observância do juízo natural, das regras de competência, conexão, conAnência etc.).
• dimensão material (ou substancial) representa um verdadeiro controle, por parte do Poder
Judiciário, de eventual aAvidade legislaAva abusiva, desproporcional.
contraditório
partes e não necessariamente do réu.
• O referido princípio foi ins-tuído pela Emenda Cons-tucional (EC) n.o 45/2004, e não se confunde
com o princípio da celeridade. Tal princípio tem expressa previsão no art. 5o, LXXVIII, da CF e no art.
4o do CPC.
• Processo devido é aquele que se desenvolve em tempo razoável. O processo, portanto, deve durar o
tempo que for necessário para a construção da norma jurídica.
• Em relação ao juiz, cabe a ele, nos termos do art. 139, II, do CPC, velar pela razoável duração do
processo.
Princípio da publicidade dos autos processuais
• O princípio da publicidade dos atos processuais decorre de uma imposição consGtucional (art. 93,
IX, da CF).
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
inAmidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.
• Art. 11 do CPC: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade”. Tal princípio também é reafirmado pelo art.
8o do CPC.
• Dupla garanGa: a) garanGa de controle e fiscalização da sociedade em geral em relação aos atos do
poder público, em especial da aGvidade jurisdicional; b) garanGa de imparcialidade do julgador.
Princípio da publicidade dos autos processuais
• É importante registrar que este princípio não é absoluto, comportando, pois, mi?gações, as quais constam do
art. 189 do CPC, in verbis:
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de jus4ça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda
de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito cons4tucional à in4midade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade
es4pulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
• Art. 367, §§ 5o e 6o, do CPC, admite que a audiência seja integralmente gravada em imagem e em áudio, em
meio digital ou analógico, desde que seja assegurado o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores,
independentemente de autorização judicial.
Princípio da mo-vação (ou fundamentação)
das decisões judiciais
• Decorre de uma imposição cons?tucional (art. 93, IX, da CF).
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à in4midade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação.
• O inciso X do art. 93 da CF/88 também traz previsão expressa quanto à observância do dever de mo?vação das
decisões administra?vas dos tribunais: “ as decisões administra?vas dos tribunais serão mo?vadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros”.
• Art. 11 do CPC “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade”.
• Dupla garan?a: a) garan?a de fiscalização da sociedade em geral; b) permite que as partes conheçam as razões
que levaram o órgão julgador a decidir em determinado sen?do.
• O princípio da isonomia está previsto no
ar1go 7o do CPC. O art. 139, inciso I, do CPC
dirige uma obrigação ao juiz, uma vez que ele
deve velar pelo tratamento igualitário das
• Tal princípio está consagrado no inciso XXXV do art. 5o da CF, segundo o qual
“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito”.
• Lides despor?vas: para se ajuizar uma ação envolvendo lide despor4va, é necessário o esgotamento da via
administra4va (despor4va), nos termos do art. 217, § 1o da CF;
• Habeas data: nos termos do art. 8o, parágrafo único, da Lei n.o 9.507/1997, a pe4ção inicial deverá ser instruída
com a prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de 10 (dez) dias sem qualquer decisão
sobre tal pedido; II - da recusa em fazer a re4ficação ou transcurso de mais de 15 (quinze) dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer a anotação a que se refere o § 2o do art. 4o ou do decurso de mais de 15 (quinze) dias
sem decisão. É importante destacar que no caso do habeas data, não se exige o esgotamento da via
administra4va, mas tão somente a demonstração de tais requisitos na pe4ção;
• Ações previdenciárias: para o ajuizamento de uma ação obje4vando a concessão de bene`cio previdenciário, é
necessário que tenha havido o prévio requerimento administra4vo, ainda que não haja decisão administra4va
defini4va junto ao respec4vo órgão.
Princípio do juízo natural
• O princípio do juízo natural impede a escolha casuís7ca
de juiz (ou juízo) para o processamento e julgamento de
determinada causa.
• É preciso que as regras de competência previstas na
Cons7tuição Federal e nas leis sejam anteriores ao fato,
sob pena de se criar, para o caso, um indevido juízo (ou
tribunal) de exceção.
• O princípio do juízo natural pode ser extraído dos incisos
XXXVII e LIII do art. 5o da CF. Vejamos:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção.
[...] LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão
pela autoridade competente.
Princípio do duplo grau de
jurisdição
da boa-fé
processual Tal princípio tem suas raízes na Cons6tuição
Federal, a saber: a) art. 1o, inciso III, da CF/88
(dignidade da pessoa humana); b) art. 3o,
inciso I, da CF/88 (solidariedade); c) art. 5o,
inciso LIV, da CF/88 (princípio do devido
processo legal).
Proibição de li8gância de má-fé
• Aquele que li?ga de má-fé viola a boa-fé processual. Nos termos do art. 79 do CPC, “responde por perdas e danos
aquele que li?gar de má-fé como autor, réu ou interveniente”.
• Art. 81 do CPC, “de oncio ou a requerimento, o juiz condenará o li?gante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocaocios e com todas as despesas que efetuou”.
Princípio da cooperação
• Leia a no'cia re*rada de um site da internet: Um advogado que pediu para não ter seu
nome iden*ficado divulgou uma pe*ção que ele teria redigito para uma de suas causas, a
intenção dele seria provar que juiz não lê jurisprudências. Nossas pe*ções nunca são lidas
com a atenção necessária. A maior prova disso será demonstrada agora, pois se somos
tratados como pamonhas, nada mais justo do que trazer aos autos a receita desta tão
famosa iguaria. Rale as espigas ou corteas rente ao sabugo e passe no liquidificador, diz
um trecho da pe*ção do advogado que não quis se iden*ficar.
• A par*r disso, é possível iden*ficar: Qual princípio processual você acha que foi
violado? Explique
Estudo de Caso
• Durante o julgamento de uma causa, o juiz, de oacio
e sem prévia manifestação das partes, decidiu pela
prescrição da pretensão do autor. O fundamento da
decisão limitou-se à reprodução de um disposiGvo legal,
bem como à invocação de um precedente, sem
idenGficar seus fundamentos determinantes nem
demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta ao
referido precedente. Analisando as condutas do juiz
neste processo, idenGfique e explique qual(is)
princípio(s) foi(ram) inobservado(s) pelo magistrado.