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FACULDADE CATHEDRAL

Disciplina PROCESSO PENAL I 2023.2


TURMA: TURMA 5A, 5B e 5 C
NOME:
RA:

CONTEÚDO AULA 3- INTRODUÇÃO


5. Princípios constitucionais informadores do processo penal:
5.1 – Conceito da palavra princípio
5.2 – Finalidade do processo penal
5.3 – Princípios constitucionais
5.3.1 – Devido processo legal
5.3.2 – Publicidade dos atos processuais
5.3.3 – Contraditório e ampla defesa
5.3.4 – Juiz natural
5.3.5 – Presunção do estado de inocência
5.3.6 – Da inadmissibilidade das provas ilícitas
5.3.7 – Da legalidade da prisão
5.3.8 – Individualização da pena
5.3.9 – Promotor natural
5.3.10 – Da motivação das decisões
5.3.11 – Da proporcionalidade – a garantia da igualdade das partes

I- EMENTA

Noções introdutórias. Sistemas processuais penais. Evolução histórica. Organização Judiciária. Princípios
constitucionais e infraconstitucionais. A norma penal. A aplicação da lei processual penal. Inquérito
Policial, ação penal, Jurisdição e competência. Contemplando os conteúdos dos artigos 1° a 91 do Código
do Processo Penal.

II- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO


5. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS INFORMADORES DO PROCESSO PENAL

INTRODUÇAO:

A Constituição Federal de 1988 e o Processo Penal:

Antes de 1988: Princípio da culpabilidade e da periculosidade do agente;

CF/88: sistema de amplas garantias individuais;

Ministério Público: instituição independente, estruturado em carreira, com ingresso mediante


concurso público, incumbido da defesa da ordem jurídica com imparcialidade.
5.1 – Conceito da palavra princípio

Princípio é um pressuposto lógico imprescindível da norma legislativa e constitui o espírito da


legislação, mesmo quando não expresso em seu corpo. Sua existência é de suma importância para o
preenchimento das lacunas da lei.

5.2 Finalidade do processo penal

Há duas finalidades, ditas como clássicas no Direito Processual Penal:

• Finalidade mediada ou indireta: é a manutenção da ordem social, da defesa dos interesses


jurídicos;

• Finalidade imediada ou direta: é a demonstração da força punitiva do Estado, o direito de punir.

5.3 Devido processo legal

Devido Processo Legal Previsto no artigo 5.º, inciso LIV, da Constituição Federal, o due process
of law assegura à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens sem a garantia de
um processo desenvolvido de acordo com a lei. Deve ser obedecido não apenas em processos judiciais
civis e criminais, mas também em procedimentos administrativos, inclusive militares.

CF/88- ART. 5°, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;

5.4 Publicidade dos atos processuais

É uma garantia de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz.


Também é uma garantia do indivíduo de fiscalizar a atuação jurisdicional. A publicidade poderá ser
restrita nos casos em que o decoro ou o interesse social aconselharem que eles não sejam divulgados
(artigo 189, do Código de Processo Civil l e artigos 483 e 792, § 1º, do Código de Processo Penal). O
inquérito policial é um procedimento inquisitivo e sigiloso (artigo 20 do Código de Processo Penal). O
sigilo, entretanto, não se estende ao representante do Ministério Público, nem à autoridade judiciária. No
caso do advogado, pode consultar os autos do inquérito policial, mas, caso seja decretado judicialmente
o sigilo, não poderá acompanhar a realização de atos procedimentais.

5.4.1 Publicidade na CF/88

Art. 37. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, e eficiência e, também, ao seguinte (...)

CF/88- Art. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem (...)

CF/88- Art. 93, X - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação (...)

5.5 Contraditório: Esse princípio decorre do brocardo romano audiatur et altera pars e é
identificado na doutrina pelo binômio “ciência e participação”.
Possibilidade dada às partes de influenciar o convencimento do Juiz, pela participação e
manifestação sobre os atos do processo. Abrange:

● Direito de produzir prova

● Direito de alegar

● Direito de se manifestar, de ser cientificado, dentre

Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (...)

5.6 Juiz Natural: Previsto no artigo 5.º, inciso LIII, da Constituição Federal, que dispõe que
“ninguém será sentenciado senão pelo juiz competente”. Juiz natural é, portanto, aquele previamente
conhecido, segundo regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração penal,
investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência e imparcialidade. Do princípio, decorre
também a proibição de criação de tribunais de exceção. (artigo 5.º, inciso XXXVII, da Constituição
Federal).

5.7. Presunção do estado de inocência

CF/88 Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória;

Desdobra-se em três aspectos:

● Prova: deve ser valorada em favor do acusado quando houver dúvida;

● Instrução Processual: inverte-se o ônus da prova. O réu não precisa provar que é inocente, mas
a acusação é que precisa provar que ele é culpado;

● No curso do processo: trata-se de entendimento expresso na Súmula n. 9 do STF:

“A exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção
de inocência”.

5.8. Inadmissibilidade das Provas Obtidas por Meios Ilícitos

CPP Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

A CF/88 proíbe tanto a prova ilícita quanto a prova ilegítima:

● Provas ilícitas: aquelas produzidas com violação a regras de direito material (exemplo:
confissão obtida mediante tortura);

● Provas ilegítimas: aquelas produzidas com violação a regras de natureza meramente processual
(exemplo: documento exibido em plenário do júri).

CF/88-Art. 5°, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

“Teoria dos “frutos da árvore envenenada”

A doutrina e a jurisprudência tendem também a repelir as chamadas provas ilícitas por


derivação, ou seja, as provas lícitas produzidas a partir de outra ilegalmente obtida (exemplo: confissão
extorquida mediante tortura, que venha a fornecer informações corretas a respeito do lugar onde se
encontra o produto do crime, propiciando sua regular apreensão). As provas ilícitas por derivação foram
reconhecidas pela Suprema Corte Norte-Americana, com base na teoria dos “frutos da árvore
envenenada” – fruits of the poisonous tree -, segundo a qual o vício da planta se transmite a todos os
seus frutos.

Atualmente, não admite as provas ilícitas por derivação com a ressalva Art 157 parágrafo 1º,
CPP NR Lei 11.690, de 9 junho 2008.

5.9 – Da legalidade da prisão

CP/40- Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.

CF/88, Art. 5º, II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei.

CF/88, Art. 5º XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

CF/88, Art. LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

5.10 Individualização da pena

CP/40 -Art. 32. As penas são:

I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

CF/88- Art. 5°, XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado.

5.11 Do Promotor Natural

CF/88 - Art. 5º [...] LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente

CF/88 - Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Ninguém será processado senão pelo órgão do Ministério Público com atribuições
previamente fixadas e conhecidas.

5.12 Da Motivação das Decisões Judiciais

As decisões judiciais precisam sempre ser motivadas. Esse princípio tem assento constitucional
no artigo 93, inciso IX. Hoje, esse princípio é visto em seu aspecto político: garantia da sociedade que
pode aferir a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça das suas decisões.

Art. 93 IX – CF/88 - Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, (...)

5.13 Da duração razoável do processo


LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

5.14 Da igualdade Processual: Consagra o tratamento isonômico das partes no transcorrer


processual. Decorre do Art. 5º da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes(...)

III– BIBLIOGRAFIA BÁSICA

1. CÓDIGO PENAL

2. CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

3. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

4. LEI DE EXECUÇÕES PENAIS

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