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PROCESSO PENAL I

Prof: MARCUS VINICIUS MARTINS


ORIGEM DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
 Com origem na Grécia, após a queda do Império Romano, o Direito
Processual Penal surgiu da necessidade de se formar alianças entre
os senhores feudais, a fim de proteção e manutenção dos seus
territórios.
 Já o Direito Processual Penal brasileiro teve início a partir da
colonização do Brasil por Portugal, quando alguns códigos foram
colocados em vigor, como o Código de D. Sebastião, em 1603, ou o
Código de Processo Criminal do Império, em 1832.
 Posteriormente, com a Proclamação da República e a instauração
da Constituição de 1891, os Estados passaram a ter suas próprias
constituições e leis, inclusive processuais.
 Com a criação da Constituição Federal de 1937, foi preparado o
atual Código de Processo Penal, promulgado no Decreto-Lei Nº.
3.689/41, entrando em vigor no dia 01/01/1942
O QUE É O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL?

 Um Código é um conjunto de normas jurídicas do ramo do


Direito elaborado para garantir a aplicação e obediência
das leis do Brasil. De forma elaborada e sistemática, o
Código pode referir-se a diversas áreas do Direito, como
o Código Civil e o Código Tributário.
 O Código de Processo Penal, portanto, é o conjunto de
legislação que determina a maneira como os direitos e
processo penal devem ser aplicados, porém,
exclusivamente, referindo-se à área criminal.
Como é dividido o Código de Processo
Penal?
 Livro I – Do processo em geral (que vai do artigo 1º ao
artigo 393);
 Livro II – Dos processos em espécie (do artigo 394 ao artigo
562 );
 Livro III – Das nulidades dos recursos em geral (do artigo
563 ao artigo 667);
 Livro IV – Da execução (do artigo 668 ao artigo 779);
 Livro V – Das relações jurisdicionais com autoridade
estrangeira (do artigo 780 ao artigo 790)
 Livro VI – Disposições gerais (do artigo 791 ao artigo 811).
LEI X NORMA

 A LEI jurídica propriamente, de sua parte, aponta também


para alguns sentidos, que são análogos. A lei é tanto a norma
constitucional quanto uma lei ordinária, por exemplo, o
Código Civil, ou até uma cláusula contratual, que se diz ser
“lei entre as partes”.
 A NORMA é a conduta que se espera/exige do cidadão. Vale
salientar que não existem apenas normas jurídicas.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
I. Princípio do devido processo legal;
II. Princípio da presunção de inocência;
III. Princípio da obrigatoriedade de motivações das
decisões judiciais;
IV. Princípio da publicidade;
V. Princípio da imparcialidade do juiz;
VI. Princípio da isonomia processual;
VII. Princípio do contraditório;
VIII.Princípio da ampla defesa;
IX. Princípio do duplo grau de jurisdição;
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO
LEGAL
 O direito ao devido processo legal, originado da cláusula do
due of law do Direito Anglo-Americano, está consagrado no
art. 5º, LIV, estabelecendo que ninguém será privado da
liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prévio.
 O processo legal, decorre uma série de direitos ao acusado,
como o de ser ouvido pessoalmente perante o juiz a fim de
narrar sua versão dos fatos, de acesso à defesa patrocinada
por profissional com capacitação técnica, de motivação das
decisões judiciais, do duplo grau de jurisdição, de revisão
criminal das decisões condenatórias, de observância do rito
processual estabelecido por lei para a hipótese concreta, etc.
Violados esses direitos, a consequência poderá ser a
nulificação de atos processuais.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
INOCÊNCIA
 Também chamado de princípio do estado de
inocência, trata-se de um desdobramento do
princípio do devido processo legal, consagrando-se
como um dos mais importantes alicerces do Estado de
Direito. Visando, primordialmente, à tutela da
liberdade pessoal, decorre da regra prevista no
art. 5.º, LVII, da Constituição Federal, preconizando
que "ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado da sentença penal condenatória”;
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE
MOTIVAÇÕES DAS DECISÕES JUDICIAIS

 A exigência de motivação das decisões judiciais,


prevista no art. 93, IX, da Constituição Federal e no
art. 381 do Código de Processo Penal, é atributo que
possibilita às partes a impugnação das decisões
tomadas no âmbito do Poder Judiciário, conferindo,
ainda, à sociedade a garantia de que essas
deliberações não resultam de posturas arbitrárias,
mas, sim, de um julgamento imparcial, realizado de
acordo com a lei.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
 O princípio da publicidade traduz o dever do Estado de
atribuir transparência aos atos que praticar, bem como
fornecer todas as informações que lhe forem solicitadas. Tal
princípio reforça as garantias da independência,
imparcialidade e responsabilidade do juiz.
 No âmbito processual penal, comportam, porém, algumas
exceções, o que faz entender não ser absoluto o princípio.
Trata-se da chamada publicidade restrita, segundo a qual
determinados atos serão públicos apenas para as partes,
seus procuradores e um número reduzido de indivíduos. Tal
restrição está fulcrada em vários dispositivos, podemos citar
os arts. 5º, LX. CF; 93, IX, CF; art. 20, § 6º, CPP; 485, §
2º, CPP; 792, § 1º, CPP; art. 1º da Lei 9.296/96; 234-B, CP;
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO
JUIZ

 O magistrado, situando-se no vértice da relação processual


triangulada entre ele, a acusação e a defesa, deve possuir
capacidade objetiva e subjetiva para solucionar a
demanda, vale dizer, julgar de forma absolutamente
neutra, vinculando-se, ao proferir sua decisão, apenas às
regras legais e ao resultado da análise das provas do
processo.
PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL

 As partes, em juízo, devem contar com as mesmas


oportunidades e ser tratadas de forma igualitária. Tal
princípio constitui-se desdobramento da garantia
constitucional assegurada no art. 5.º, caput,
da Constituição Federal, ao dispor que todas as
pessoas serão iguais perante a lei em direitos e
obrigações.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO

 O princípio do contraditório apresenta-se como um


dos mais importantes postulados no sistema
acusatório. Trata-se do direito assegurado às partes
de serem cientificadas de todos os atos e fatos
havidos no curso do processo, podendo manifestar-se
a respeito e produzir as provas necessárias antes de
ser proferida a decisão jurisdicional.
 * Inquérito Policial.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA

 Consagrada no art. 5.º, LV, da Constituição Federal, a


ampla defesa traduz o dever que assiste ao Estado de
facultar ao acusado a mais completa defesa quanto à
imputação que lhe foi realizada. Este princípio
guarda relação com o direito ao contraditório,
segundo o qual ninguém pode ser condenado sem
antes ter a oportunidade de ser ouvido quanto aos
fatos imputados.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE
JURISDIÇÃO
 O princípio do duplo grau de jurisdição, que se
concretiza mediante a interposição de recursos,
decorre da necessidade de possibilitar a
determinados Órgãos do Poder Judiciário a revisão de
decisões proferidas por juízes ou tribunais sujeitos à
sua jurisdição.
 Embora inexista previsão expressa deste princípio em
seu texto, a Constituição Federal incorpora-o de
forma implícita, ao estabelecer, por exemplo, as
regras de competência dos órgãos do Poder Judiciário
(arts. 102, II e III, e 105, II e III).

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