ORIGEM DO DIREITO PROCESSUAL PENAL Com origem na Grécia, após a queda do Império Romano, o Direito Processual Penal surgiu da necessidade de se formar alianças entre os senhores feudais, a fim de proteção e manutenção dos seus territórios. Já o Direito Processual Penal brasileiro teve início a partir da colonização do Brasil por Portugal, quando alguns códigos foram colocados em vigor, como o Código de D. Sebastião, em 1603, ou o Código de Processo Criminal do Império, em 1832. Posteriormente, com a Proclamação da República e a instauração da Constituição de 1891, os Estados passaram a ter suas próprias constituições e leis, inclusive processuais. Com a criação da Constituição Federal de 1937, foi preparado o atual Código de Processo Penal, promulgado no Decreto-Lei Nº. 3.689/41, entrando em vigor no dia 01/01/1942 O QUE É O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL?
Um Código é um conjunto de normas jurídicas do ramo do
Direito elaborado para garantir a aplicação e obediência das leis do Brasil. De forma elaborada e sistemática, o Código pode referir-se a diversas áreas do Direito, como o Código Civil e o Código Tributário. O Código de Processo Penal, portanto, é o conjunto de legislação que determina a maneira como os direitos e processo penal devem ser aplicados, porém, exclusivamente, referindo-se à área criminal. Como é dividido o Código de Processo Penal? Livro I – Do processo em geral (que vai do artigo 1º ao artigo 393); Livro II – Dos processos em espécie (do artigo 394 ao artigo 562 ); Livro III – Das nulidades dos recursos em geral (do artigo 563 ao artigo 667); Livro IV – Da execução (do artigo 668 ao artigo 779); Livro V – Das relações jurisdicionais com autoridade estrangeira (do artigo 780 ao artigo 790) Livro VI – Disposições gerais (do artigo 791 ao artigo 811). LEI X NORMA
A LEI jurídica propriamente, de sua parte, aponta também
para alguns sentidos, que são análogos. A lei é tanto a norma constitucional quanto uma lei ordinária, por exemplo, o Código Civil, ou até uma cláusula contratual, que se diz ser “lei entre as partes”. A NORMA é a conduta que se espera/exige do cidadão. Vale salientar que não existem apenas normas jurídicas. PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL I. Princípio do devido processo legal; II. Princípio da presunção de inocência; III. Princípio da obrigatoriedade de motivações das decisões judiciais; IV. Princípio da publicidade; V. Princípio da imparcialidade do juiz; VI. Princípio da isonomia processual; VII. Princípio do contraditório; VIII.Princípio da ampla defesa; IX. Princípio do duplo grau de jurisdição; PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL O direito ao devido processo legal, originado da cláusula do due of law do Direito Anglo-Americano, está consagrado no art. 5º, LIV, estabelecendo que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prévio. O processo legal, decorre uma série de direitos ao acusado, como o de ser ouvido pessoalmente perante o juiz a fim de narrar sua versão dos fatos, de acesso à defesa patrocinada por profissional com capacitação técnica, de motivação das decisões judiciais, do duplo grau de jurisdição, de revisão criminal das decisões condenatórias, de observância do rito processual estabelecido por lei para a hipótese concreta, etc. Violados esses direitos, a consequência poderá ser a nulificação de atos processuais. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA Também chamado de princípio do estado de inocência, trata-se de um desdobramento do princípio do devido processo legal, consagrando-se como um dos mais importantes alicerces do Estado de Direito. Visando, primordialmente, à tutela da liberdade pessoal, decorre da regra prevista no art. 5.º, LVII, da Constituição Federal, preconizando que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória”; PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE MOTIVAÇÕES DAS DECISÕES JUDICIAIS
A exigência de motivação das decisões judiciais,
prevista no art. 93, IX, da Constituição Federal e no art. 381 do Código de Processo Penal, é atributo que possibilita às partes a impugnação das decisões tomadas no âmbito do Poder Judiciário, conferindo, ainda, à sociedade a garantia de que essas deliberações não resultam de posturas arbitrárias, mas, sim, de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade traduz o dever do Estado de atribuir transparência aos atos que praticar, bem como fornecer todas as informações que lhe forem solicitadas. Tal princípio reforça as garantias da independência, imparcialidade e responsabilidade do juiz. No âmbito processual penal, comportam, porém, algumas exceções, o que faz entender não ser absoluto o princípio. Trata-se da chamada publicidade restrita, segundo a qual determinados atos serão públicos apenas para as partes, seus procuradores e um número reduzido de indivíduos. Tal restrição está fulcrada em vários dispositivos, podemos citar os arts. 5º, LX. CF; 93, IX, CF; art. 20, § 6º, CPP; 485, § 2º, CPP; 792, § 1º, CPP; art. 1º da Lei 9.296/96; 234-B, CP; PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ
O magistrado, situando-se no vértice da relação processual
triangulada entre ele, a acusação e a defesa, deve possuir capacidade objetiva e subjetiva para solucionar a demanda, vale dizer, julgar de forma absolutamente neutra, vinculando-se, ao proferir sua decisão, apenas às regras legais e ao resultado da análise das provas do processo. PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL
As partes, em juízo, devem contar com as mesmas
oportunidades e ser tratadas de forma igualitária. Tal princípio constitui-se desdobramento da garantia constitucional assegurada no art. 5.º, caput, da Constituição Federal, ao dispor que todas as pessoas serão iguais perante a lei em direitos e obrigações. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
O princípio do contraditório apresenta-se como um
dos mais importantes postulados no sistema acusatório. Trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos os atos e fatos havidos no curso do processo, podendo manifestar-se a respeito e produzir as provas necessárias antes de ser proferida a decisão jurisdicional. * Inquérito Policial. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Consagrada no art. 5.º, LV, da Constituição Federal, a
ampla defesa traduz o dever que assiste ao Estado de facultar ao acusado a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. Este princípio guarda relação com o direito ao contraditório, segundo o qual ninguém pode ser condenado sem antes ter a oportunidade de ser ouvido quanto aos fatos imputados. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO O princípio do duplo grau de jurisdição, que se concretiza mediante a interposição de recursos, decorre da necessidade de possibilitar a determinados Órgãos do Poder Judiciário a revisão de decisões proferidas por juízes ou tribunais sujeitos à sua jurisdição. Embora inexista previsão expressa deste princípio em seu texto, a Constituição Federal incorpora-o de forma implícita, ao estabelecer, por exemplo, as regras de competência dos órgãos do Poder Judiciário (arts. 102, II e III, e 105, II e III).
A irretroatividade das futuras novas sanções disciplinares do vindouro Código de Ética e Disciplina: da Polícia Militar do Estado de São Paulo em relação às transgressões disciplinares praticadas antes do início da vigência das novas normas repressivas