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- O juiz não deve prolatar decisão contra uma das partes sem que
antes seja previamente ouvida, salvo nos casos de urgência (artigos
9º, parágrafo único e 10, CPC/2015). Em certa medida, o CPP
contém disposição semelhante, mas de abrangência mais restrita às
regras de decretação de medidas cautelares diversas da prisão (§3º,
do art. 282, CPP, que expressa que, ressalvados os casos de
urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o
pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte
contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças
necessárias, permanecendo os autos em juízo). A aplicação da
norma mais abrangente do CPC/2015 evidencia a necessidade de
participação dos interessados, toda vez que estiver diante da
possibilidade de providência jurisdicional que lhes afetem.
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- Por sua vez, o Pacto de São José da Costa Rica em seu art. 8º, 2,
“h”, dispõe acerca do direito de recorrer das decisões judiciais.
Entendemos que referido Pacto, neste ponto, é recebido como lei
ordinária, já que o direito ao recurso não pode ser enquadrado
como expressão de direito fundamental, encontrando-se, por
consequência, fragilizado, dentro das várias exceções no sistema de
decisões simplesmente irrecorríveis.
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- Isso quer dizer que existem graus para que a escolha recaia sobre
pessoa com a aptidão necessária à defesa técnica do acusado,
evitando surpresas (como ocorre com as designações/nomeações às
vésperas da prática de determinado ato processual que, por seu
turno, demandaria mais tempo para o advogado/defensor tomar
nota de importantes detalhes do processo).
- Com José Herval Sampaio Júnior, “vê-se que esse princípio assume
dentro do processo penal uma importância transcendental e que
delineia todo o seu agir, limitando inclusive a atividade do
legislador”, porquanto “deve a lei se conformar com os direitos e
garantias fundamentais do cidadão”, não havendo lugar para a
interferência no núcleo protetivo da liberdade do agente, sem que
sejam observados os condicionamentos e limites que decorrem da
cláusula due process of law.
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- Sendo possível que o processo seja julgado pelo juiz que conduziu
a instrução (nos termos do art. 366, CPC/2015), a exemplo do caso
de afastamento temporário e de curta duração desse magistrado,
não estará configurada situação apta a obrigar que o juiz que o
substituiu nesse interregno profira a sentença.
- A contrario sensu, também não lhe será permitido, nesse breve
tempo de afastamento, proferir sentença no feito que não instruiu,
mormente porque o juiz titular não estará, a rigor, incurso nas
condições suficientes para tanto. Vale registrar que há quem
entenda que o CPC/2015 suprimiu o princípio da identidade física do
juiz, por conta de não dispor de maneira expressa nesse sentido.
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- O tempo do processo, qualquer que seja ele, deve ser visto como
garantia, e não como meta, vinculado à cláusula do due process of
law, pois correlato ao processo justo. Evita excessos, pois a
existência do processo já traz desastrosas consequências ao réu,
inclusive de caráter econômico, e, por essa razão, é induvidoso que
existe interesse do imputado na solução da incerteza. Como observa
Ricardo Jacobsen, o “razoável pode ser entendido como um ponto
entre dois irrazoáveis”. Portanto, “o razoável é negação, antítese da
irrazoabilidade de aceleração e da demora. Encontra-se como um
ente-lugar que, como tal, somente pode ser conhecido através da
negação de dois lócus antagônicos”.
- Por outro lado, o tempo do processo não pode ter por indicador o
tempo social. O tempo da sociedade tem por parâmetro o
imediato, a eficiência, o que, não raro, é incompatível com o grau
de reflexão exigido no processo criminal, para que as garantias
mínimas do réu não sejam atropeladas (em alta velocidade). Como
preleciona Augusto Jobim do Amaral, legitimam-se “arbitrariedades
e atropelos processuais a partir de termos a que tudo se aplica,
porque aludem a uma razão autofundada e não intersubjetiva”. É o
que Aury Lopes Jr. entende por eficiência antigarantista.
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- Na decisão das ações diretas de inconstitucionalidade contra os
dispositivos do denominado “compartilhamento de informações”
entre órgãos públicos da Administração, que referimos no item 9.1
acima, o Supremo Tribunal Federal justificou que aquele proceder,
diverso da “quebra de sigilo”, tem respaldo no princípio da
proporcionalidade. Para a Corte, além de dever ser “medida
fiscalizatória sigilosa e pontual, o acesso amplo a dados bancários
pelo Fisco exigiria a existência de processo administrativo – ou
procedimento fiscal”. De tal sorte, o contribuinte estaria
resguardado por todas as garantias da Lei 9.784/1999 (que dispõe
sobre processo administrativo no âmbito federal), a exemplo da
“observância dos princípios da finalidade, da motivação, da
proporcionalidade e do interesse público”, com a “extensa
possibilidade de controle sobre os atos da Administração Fiscal”
(STF. ADI 2386/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Plenário. Julgado em
24/02/2016. DJe 20/10/2016. Informativos 814 e 815/STF; STF.
ADI 2390/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Plenário. Julgado em
24/02/2016. DJe 20/10/2016. Informativos 814 e 815/STF; STF.
ADI 2397/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Plenário. Julgado em
24/02/2016. DJe 20/10/2016. Informativos 814 e 815/STF; STF.
ADI 2897/DF. Rel. Min. Dias Toffoli. Plenário. Julgado em
24/02/2016. DJe 20/10/2016. Informativos 814 e 815/STF).
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