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MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ...

° VARA CÍVEL
DA COMARCA DE JOÃO PESSOA/PB

CONDOMÍNIO SPARTACUS, pessoa jurídica de direito privado, sob


registro de imóveis n° ...., localizado na Rua Rubi, n° 300 – João Pessoa/ PB,
legalmente representado por seu síndico, conforme disposição expressa no
Art. 75, inc. VI do CPC e Art. 1348, inc. II do CC, qualificação e
endereçamento completos, por intermédio de seu advogado e procurador
subscrito, qualificação completa, com fulcro profissional localizado na
Rua..., onde recebe intimações, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM TUTELA
PROVISÓRIA DE URGÊNCIA
Em face de FELISBERTO, endereço e qualificação completos, pelos fatos
e fundamentos que passa a expor:
I – DA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

Tendo em vista tratar-se de um caso concreto onde a parte ré coloca


em risco a saúde e a segurança da coletividade, manifesta-se a parte
autora, em observância ao disposto no Art. 319, VII do NCPC, o
interesse em audiência de conciliação e mediação com vistas à
celeridade processual, dada a urgência das circunstâncias em que
se instauram os fatos.

II – DOS FATOS

O Condomínio Spartacus, mediante instauração de uma


Assembléia Geral Extraordinária, com vistas à saúde e bem estar
de seus residentes e visitantes, aprovou a realização de obras de
recuperação e manutenção do edifício, onde no curso da obra ficou
constatado o rompimento de uma tubulação de esgoto, conhecida
como “BARBARÁ” da coluna do prédio, logo abaixo da unidade
501, apartamento de propriedade da parte ré.
Diante disso, almejando a busca pela solução do referido problema,
o condomínio realizou diversos contatos com o Sr. Felisberto,
proprietário e responsável do apartamento 501, por meio de
notificações e comunicações pessoais. Contudo, apesar da
insistência dos contatos e da urgência da situação, o condômino
insiste em negar acesso ao seu apartamento, dificultando o trabalho
de manutenção.
Vale ressaltar ainda que a conduta do réu prejudica os demais
moradores e especialmente um idoso e um deficiente que residem
na unidade 401, colocando em risco a saúde e a segurança da
coletividade.

NORMA INTERNA. SENTENÇA


NORMATIVA. CONFLITO. O interesse
individual não pode sobrepor-se ao coletivo. O
dissídio coletivo contém pretensões de um grupo,
coletividade ou categoria profissional de
trabalhadores, sem distinção dos membros que a
compõem. Recurso de revista desprovido.

(TST - RR: 3601352819975105555 360135-


28.1997.5.10.5555, Relator: Ronaldo Lopes Leal,
Data de Julgamento: 05/04/2000, 1ª Turma,, Data
de Publicação: DJ 19/05/2000.)

III – DOS FUNDAMENTOS

Diante das circunstâncias apresentadas, não restam questionamentos


acerca da aplicabilidade da TUTELA DE URGÊNCIA, haja vista
constar no discorrer dos fatos os elementos necessários que
evidenciam a probabilidade do referido direito e o perigo de dano, em
conformidade com o Art. 300 CPC.
Cabe, outrora, ressaltar a má fé na conduta da parte ré, uma vez constar
a insistência por parte do condomínio em notificá-lo e comunicá-lo
pessoalmente, sendo certo que há o risco iminente e objetivo à saúde
de dois moradores em situação de vulnerabilidade, sendo estes um
idoso e um incapaz, respectivamente. Deve ainda ser enfatizada a
presença de riscos à saúde da coletividade, tendo em vista a gravidade
da situação que se apresenta e tende a piorar com a recusa do réu em
autorizar o condomínio a adentrar em seu apartamento.
Em consonância, manifesta-se o Art. 6° da Constituição:
“São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o
transporte, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.”

Ademais, o réu fere diversos aspectos do direito de vizinhança, os


quais são de sua plena ciência, tendo em vista a aquisição do
apartamento em regime de condomínio, os quais estão elencados
abaixo:

Art. 1336 CC: São deveres do condômino:


IV – Dar às suas partes a mesma destinação
que tem a edificação, e não as utilizar de
maneira prejudicial ao sossego, salubridade
e segurança dos possuidores, ou aos bons
costumes.

Art. 1348 CC: Compete ao síndico: I –


convocar a assembleia dos condôminos, IV-
cumprir e fazer cumprir a convenção, o
regimento interno e as determinações da
assembleia, V – diligenciar a conservação e
a guarda das partes comuns e zelar pela
prestação dos serviços que interessem aos
possuidores.

Em casos análogos, a tutela restou devidamente deferida, como pode


ser visto na jurisprudência a seguir:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE URGENCIA.


VAZAMENTO EM UNIDADE CONDOMINIAL. ACESSO AO
IMÓVEL PARA A REALIZAÇÃO DE OBRAS. PRESENÇA DOS
REQUISITOS. DEFERIMENTO DA MEDIDA. Perigo da demora e
a probabilidade de ocorrência de danos irreparáveis ou de difícil
reparação que autorizam o deferimento da tutela de urgência, uma vez
que há risco de vazamento de esgoto proveniente de barbará e do
consequente comprometimento da saúde dos condôminos e do próprio
réu. Risco de prejuízo desnecessário ao condomínio, consubstanciado
em multa prevista em cláusula no contrato de empreitada.
Injustificável recusa de franquear acesso ao condomínio ao imóvel,
para fins de reparação. Conhecimento e provimento do recurso.

(TJ-RJ - AI: 00549258220168190000 RIO DE JANEIRO BARRA


DA TIJUCA REGIONAL 1 VARA CIVEL, Relator: ROGÉRIO DE
OLIVEIRA SOUZA, Data de Julgamento: 07/02/2017, VIGÉSIMA
SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 10/02/2017)

Com a concessão liminar da TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA,


nos termos do artigo 303, § 1º, inciso I, do Código de Processo Civil, requer
aditamento da petição inicial, coma complementação de sua argumentação,
juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em
15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar, visto que pleiteará
também indenização por dano moral “in re ipsa” em razão da negativa
autorização por parte do condômino para a realização das obras necessárias
para o bem estar da coletividade. ”, assim como a Constituição da República,
em seu art. 5º, inciso X que determina que: “são invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
É certo ainda que a atitude do Réu, apresenta-se extremamente ofensiva à
honra e à dignidade da coletividade, violando direitos constitucionalmente
assegurados, impondo-se a reparação à título de danos morais, haja vista que
não se pode admitir que direitos da personalidade, com sede constitucional,
sejam violados sem qualquer forma de repressão.

III – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer e pede:


A) Seja realizada a audiência de conciliação ou mediação, com vistas
a celeridade processual e o melhor interesse das partes.
B) Seja concedida a TUTELA ANTECIPADA, determinando a
expedição de mandado de intimação ao Réu, para que o mesmo no
prazo de 48 horas, proceda com a abertura do referido apartamento
para a realização das obras necessárias para o bem estar e saúde da
coletividade, haja vista que o direito individual não se sobrepõe ao
direito coletivo, estipulando a multa diária de R$..., face ao
descumprimento do ora requerido.
C) Seja JULGADO PROCEDENTE o pedido para:
D) emitir preceito condenatório para compelir o Réu ao pagamento de
quantia compensatória dos danos morais impostos aos demais
condôminos por suas práticas abusivas, em especial ao idoso e um
deficiente que residem na unidade 401, próximo ao rompimento da
tubulação de esgoto, em valor não inferior a R$..., equivalente a
xxx salários mínimos;
E) a condenação da parte ré ao pagamento das custas e honorários
advocatícios.

IV – DAS PROVAS

A parte autora pretende provar o alegado por todos os meios de


provas legalmente admitidos, sem qualquer exceção, notadamente
mediante perícias e juntada de documentos, além da prova
documental constantes que integram a presente.

Dá-se a presente causa o valor de R$...

Nestes Termos
Pede Deferimento
Rio de Janeiro, 26 de Abril de 2021.

ADVOGADO
OAB/PB XXX

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