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AO JUÍZO DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPIRITO

SANTO-ES

IMPETRANTE: ADVOGADOS ASSOCIADOS

PACIENTE: JOSELINO JOSÉ DA SILVA

AUTORIDADE COATORA: JUIZ DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM-ES

Advogado ASSOCIADO inscrito na OAB/ES N° XXXX, XXXX, com escritório no


endereço XXXXXXXX, Nº XXX, Bairro: XXXXX Cidade: XXXX/XX vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência IMPETRAR, com fundamento no art.
5º, LXVIII, da Constituição Federal e art. 648, IV, do Código de processo Penal a
presente ação de:

HABEAS CORPUS, COM PEDIDO DE LIM01INAR

Em favor de JOSELINO JOSÉ DA SILVA, brasileiro, casado, trabalhador, residente


e domiciliado no endereço XXXXX, Nº XX, Bairro: XXXX Cidade: Cachoeiro de
Itapemirim-ES, pelas seguintes razões de fato e de direito em face contra ato da
autoridade coatora do Meritíssimo Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de
Cachoeiro de Itapemirim/ES pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir:

I - DOS FATOS

JOSELINO JOSÉ DA SILVA foi preso em flagrante delito pela suposta prática do
crime de tráfico de entorpecentes (artigo 33 da Lei 11.343/2006), pois foi encontrado,
no dia 07 de setembro de 2022, no centro de Cachoeiro de Itapemirim/ES, portando 20
(vinte) gramas de cannabis sativa (maconha) em seu automóvel.
No dia seguinte, após a comunicação de prisão em flagrante à Autoridade Judiciária,
Joselino foi encaminhado conforme determinado à audiência de custódia.

Contudo, teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva, tendo o juízo


fundamentando a sua decisão na gravidade do crime, nos termos do art. 310, II, c/c art.
312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, sob o fundamento
genérico e desprovido de elementos concretos nos autos.

Registre-se que o réu é primário, possui bons antecedentes, possui emprego e


residência fixa. Outrossim, não demonstrou qualquer intenção de fuga e colaborou para
a instrução processual até o presente momento.

A fundamentação para a manutenção da prisão, bem como sua conversão em preventiva,


não se deu de forma motivada conforme determina a legislação pátria.

O paciente sofre constrangimento ilegal, porquanto a autoridade impetrada converteu


a prisão em flagrante em preventiva sem fundamento hábil e concreto, ausentes os
requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, não comprovada a necessidade de
se garantir a ordem pública, a instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal.

Ocorre que o julgamento antecipado do mérito por si só já invalida o decreto


prisional, isto porque o juízo antecipado do mérito do processo penal é totalmente
contrário às finalidades da audiência de custódia.

Entretanto, a respeitável Autoridade Impetrada não apontou elementos reais que


demonstrassem a efetiva necessidade da manutenção da prisão cautelar, de caráter
excepcional. Limitou-se à gravidade do crime abstratamente considerado e a juízos de
probabilidade, o que, por si sós, não constituem motivação idônea para o
encarceramento provisório.

Portanto, é de rigor ao Magistrado fundamentar a sua decisão pautando-se nos fatos


da vida, no concreto homem autor e do fato crime cometido, não lhe servindo de
substrato considerações de ordem genérica e abstrata, porquanto tais ilações
redundariam em sua nulidade absoluta, ex vi do artigo 93, inciso IX da Carta
Magna.

A fundamentação não foi individualizada para segregação cautelar não se deu


de forma fundamentada conforme prevê as condições absolutas de sua validade e
eficácia, na letra do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, que deve ser
deduzida em relação a fatos concretos.

Argumenta o ilustrado impetrante, em síntese, com a ausência de fundamentação da


decisão que convolou a prisão em flagrante delito em preventiva e com a
desnecessidade da segregação cautelar do paciente, eis que ausentes, in casu, os
pressupostos autorizadores da prisão processual.

Assevera, ademais, que a decisão de primeiro grau ancorou-se tão somente na


gravidade abstrata do delito imputado ao paciente carecendo, por isso, de
fundamentação concreta.

Aduz, ainda, que a prisão preventiva tornou-se exceção, devendo o magistrado


demonstrar concretamente a sua imprescindibilidade, já que o encarceramento
provisório é a extrema medida a ser adotada, vez ainda que, o paciente além de ser o
réu primário, residência fixa e ocupação lícita.

II – DO DIREITO

DA AUSENCIA DE PRESSUPOSTOS PARA O DECRETO PREVENTIVO

No caso da justiça criminal é comum (o que não deveria) a existência de decisões


judiciais que decretam ou mantém a (ou, ainda, convertem em) prisão preventiva não
estarem devidamente fundamentadas. É a hipótese dos modelos-padrões
computadorizados de despachos: não há justificativa jurídica e/ou concreta, e, que, por
conseguinte, acabam eivando a decisão de vício de nulidade.

Nesta esteira, o entendimento do Superior Tribunal Federal, neste sentido:

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


ENTORPECENTES. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO.
PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA.
GRAVIDADE CONCRETA. SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA POR CAUTELARES DIVERSAS.
POSSIBILIDADE. PROPORCIONALIDADE.1. A validade da
segregação cautelar está condicionada à observância, em decisão
devidamente fundamentada, aos requisitos insertos no art. 312 do
Código de Processo Penal, revelando-se indispensável a
demonstração de em que consiste o periculum libertatis.2. Na
espécie, realizada a prisão em flagrante, a prisão preventiva foi
decretada em razão da nocividade e quantidade da droga
apreendida, a saber, 72g (setenta e dois gramas) de crack.3. Não
obstante a quantidade de droga apreendida não possa ser
considerada pequena, também não é, por outro lado, indicativa,
por si só, da periculosidade da agente, a ponto de justificar o
encarceramento preventivo. Some-se a isso que a paciente ostenta
condições pessoais favoráveis e, segundo o próprio decreto
prisional, somente guardava a droga de propriedade de corréu.4.
Assim, as particularidades do caso demonstram a suficiência,
adequação e proporcionalidade da imposição das medidas menos
severas previstas no art. 319, em atenção ao preceito de
progressividade das cautelas disposto no art. 282, §§ 4º e 6º, todos
do Código de Processo Penal, em razão da quantidade não
expressiva de droga apreendida - 72g (setenta e dois gramas) de
crack -, aliado ao fato de o delito não ter sido cometido mediante
emprego de violência ou grave ameaça.5. Na mesma linha a
manifestação da Procuradoria-Geral da República, para quem "os
motivos exarados para a aplicação da prisão preventiva não se
mostram idôneos e consequentemente, vem a tornar cabível a
aplicação de medidas cautelares diversas da prisão preventiva".6.
Ordem concedida para, confirmada a liminar e acolhido o parecer
ministerial, substituir a prisão preventiva por medidas cautelares
diversas a serem fixadas pelo Juiz singular.(HC 533.278/SP, Rel.
Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA
TURMA, julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019) ( grifo nosso).
HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL E PROCESSUAL
PENAL. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO AO
TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO
INIDÔNEA.GRAVIDADE ABSTRATA DOS DELITOS.
PEQUENA QUANTIDADE DE DROGAS.PERICULUM
LIBERTATIS NÃO DEMONSTRADO. PACIENTE PRIMÁRIO
E QUE POSSUI CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.ORDEM DE
HABEAS CORPUS CONCEDIDA.1. A prisão preventiva, para
ser legítima à luz da sistemática constitucional, exige que o
Magistrado, sempre mediante fundamentos concretos extraídos de
elementos constantes dos autos (arts. 5.º, LXI, LXV e LXVI, e 93,
inciso IX, da Constituição da República), demonstre a existência
de prova da materialidade do crime e de indícios suficientes de
autoria delitiva (fumus comissi delicti), bem como o
preenchimento de ao menos um dos requisitos autorizativos
previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, no sentido de
que o réu, solto, irá perturbar ou colocar em perigo (periculum
libertatis) a ordem pública, a ordem econômica, a instrução
criminal ou a aplicação da lei penal.2. Na hipótese, não há a
indicação de elementos objetivos, vale dizer, concretos, que
justifiquem a necessidade da custódia cautelar, pois as imputações
não transbordam da normalidade dos modelos descritos nos tipos
proibitivos (arts. 33 e 35 da Lei de Drogas), o que, por si só, é
incapaz de conduzir a um juízo adequado acerca da
periculosidade do Paciente.3. Ademais, além de não ter sido
apreendida expressiva quantidade de droga (12,99g de
cocaína), o registro de antecedente em desfavor do Paciente
refere-se a processo cuja extinção da punibilidade ocorreu em
23/02/2011. A despeito da existência do fumus comissi delicti,
não se pode concluir que está configurado o periculum
libertatis.4. Ordem de habeas corpus concedida para, nos
termos da liminar anteriormente deferida, revogar a prisão
preventiva do Paciente, se por outro motivo não estiver preso,
advertindo-o da necessidade de permanecer no distrito da
culpa e atender aos chamamentos judiciais, sem prejuízo de
nova decretação de prisão provisória, por fato superveniente a
demonstrar a necessidade da medida ou da fixação de
medidas cautelares alternativas (art. 319 do Código de
Processo Penal), desde que de forma fundamentada. (HC
527.737/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA,
julgado em 10/12/2019, DJe 16/12/2019) ( grifo nosso).

Ressalta-se que a quantidade apreendida com o impetrante foi de 20 gramas de


MACONHA, nesse sentido do pequeno poder lesivo, vejamos o entendimento do
Tribunal de Justiça de Goiás, vejamos:

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. NEGATIVA DE


AUTORIA. NÃO CONHECIMENTO. I - A via estreita do
Habeas Corpus, por ser de rito célere, é imprópria para dilação de
provas quanto à alegação de ser mero usuário de drogas.
CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO
PREVENTIVA. DECISÃO DESFUNDAMENTADA. BONS
PREDICADOS PESSOAIS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CARACTERIZADO. II - Considerando a manutenção da
medida prisional desproporcional, haja vista a pequena
quantidade droga apreendida (6,920g de maconha e 46,620g
de crack), além da certidão de antecedentes criminais do
paciente não se afigurar pertinente a afirmação judicial de
que trata-se de reiterado na prática de delitos, sobretudo
provada a existência de bons predicados pessoais, a soltura do
paciente é medida que se impõe. ORDEM PARCIALMENTE
CONHECIDA E, NESTA PARTE, CONCEDIDA COM
APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. (TJGO, Habeas
Corpus 5077416-69.2019.8.09.0000, Rel. Avelirdes Almeida
Pinheiro de Lemos, 1ª Câmara Criminal, julgado em 29/05/2019,
DJe de 29/05/2019) ( grifei).

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO


PREVENTIVA. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS DA MEDIDA
EXTREMA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO. 1. A medida cautelar constritiva só pode ser
decretada ou mantida se expressamente justificada a sua real
indispensabilidade para assegurar ou resguardar a ordem pública
ou econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal
(art. 312 do C.P.P.), fundamentação esta que, sendo condição
absoluta de sua validade e eficácia, na letra do artigo 93, inciso
IX, da Constituição Federal, deve ser deduzida em relação a fatos
concretos e idôneos, impondo-se a soltura do paciente quando não
mais subsistem os motivos invocados pela autoridade judiciária
impetrada para alicerçar o ergástulo. SUBSTITUIÇÃO DA
PRISÃO POR MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS.
VIABILIDADE. 2. Mostrando-se suficientes e adequadas a
aplicação de medidas cautelares diversas da segregação
provisória, a substituição da custódia pela liberdade
vinculada é medida que se impõe, mormente em razão da
pequena quantidade de droga apreendida e favorabilidade
dos predicados pessoais do paciente. Inteligência do artigo
282, inciso II, c/c o artigo 321, ambos do Código de Processo
Penal. ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA. (TJGO,
Habeas Corpus 5316157- 97.2019.8.09.0000, Rel. CARMECY
ROSA MARIA ALVES DE OLIVEIRA, 2ª Câmara Criminal,
julgado em 01/07/2019, DJe de 01/07/2019) ( grifei)

A regra constitucional estabelece a liberdade como padrão, sendo a incidência da


prisão processual uma excepcionalidade, só tendo espeque quando se fizer
imprescindível, conforme obtempera, dentre outros, TOURINHO FILHO (Processo
Penal, v. 3. 20. ed., São Paulo, Saraiva, 1998, p. 451).

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, LVII, consagra o princípio da


presunção de inocência, dispondo que “ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória”, destacando, destarte, a
garantia do devido processo legal, visando à tutela da liberdade pessoal.

Ainda, o art. 8º, I, do Pacto de São José da Costa Rica, recepcionado em nosso
ordenamento jurídico (art. 5º, § 2º da CF/88 – Decreto Executivo 678/1992 e Decreto
Legislativo 27/1992), reafirma, em sua real dimensão o princípio da presunção da
inocência, in verbis: “Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma
sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa”.

A esse respeito preleciona Fernando Capez, sem a real e efetiva necessidade para o
processo, a prisão preventiva seria “uma execução da pena privativa de liberdade antes
da condenação transitada em julgado, e, isto, sim, violaria o princípio da presunção da
inocência. Sim, porque se o sujeito está preso sem que haja necessidade cautelar, na
verdade estará apenas cumprindo antecipadamente à futura e possível pena privativa
de liberdade.” (in Curso de Processo Penal, 2a ed., Ed. Saraiva, p. 224). E na lição de
Mirabete (Mirabete, Júlio Fabbrini. Processo Penal. 8a ed., rev., at. – São Paulo: Atlas,
1998. p. 402):

“Sabido que é um mal a prisão do acusado antes do trânsito em


julgado da sentença condenatória, o direito objetivo tem
procurado estabelecer institutos e medidas que assegurem o
desenvolvimento regular do processo com a presença do
imputado sem o sacrifício da custódia, que só deve ocorrer em
casos de absoluta necessidade. Tenta-se assim conciliar os
interesses sociais, que exigem a aplicação e a execução da pena
ao autor do crime, e os do acusado, de não ser preso senão
quando considerado culpado por sentença condenatória
transitado em julgado”.

Ora, a jurisprudência acima colacionada concorda que, mesmo no caso de crimes


inafiançáveis é possível ao réu responder ao processo em liberdade. Se cabível no plus,
cabível será no minus. A medida cautelar só deverá prosperar diante da existência de
absoluta necessidade de sua manutenção e caso subsista os dois pressupostos basilares
de todo provimento cautelar, ou seja, o fumus bonis juris e o periculum in mora. Há
que haver a presença simultânea dos dois requisitos, de modo que, ausente um, é ela
incabível.
Como preleciona o eminente Magistrado LUIZ FLÁVIO GOMES (In Revista
Jurídica, 189, [jul 1994], Síntese, Porto Alegre- RS): “O eixo, a base, os fundamentos
de todas as prisões cautelares no Brasil residem naqueles requisitos da prisão
preventiva. Quando presentes, pode o Juiz fundamentadamente decretar qualquer
prisão cautelar; quando ausentes, ainda que se trate de reincidente ou de quem não
tem bons antecedentes, ou de crime hediondo ou de tráfico, não pode ser decretada a
prisão antes do trânsito em julgado da decisão. ” – Destacamos.

In casu, inexistem os pressupostos que ensejam a decretação da prisão preventiva do


paciente, pois que não há motivos fortes que demonstrem que, posto em liberdade,
constituiria ameaça à ordem pública, prejudicaria a instrução criminal ou se furtaria à
aplicação da lei penal, em caso de condenação. Ou seja, inexiste o periculum libertatis.
Soma-se ainda o fato de o paciente primário, ter ocupação licita, residência fixa,
conforme comprovados pela vasta documentação acostada a presente.

GARANTIA DA ORDEM PUBLICA

De forma alguma será prejudicada a ordem pública e econômica, pois trata-se de


homem de bem. Sua conduta delitiva restringiu-se tão somente ao fato em questão, irá
provar ser inocente, pois trata de pessoa humilde, o qual comprovará sua inocência do
decorrer da instrução criminal, que está sendo cometida grave injustiça.

A concessão de sua liberdade, por intermédio da Revogação da presente segregação


preventiva, EM NADA IRÁ AFETAR A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, uma
vez que, o paciente encontra-se envergonhado e prejudicado por tal injustiça.

Ressalta-se que a fundamentação para segregação cautelar não se deu de forma


fundamentada conforme prevê a condição absoluta de sua validade e eficácia, na
letra do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, que deve ser deduzida em
relação a fatos concretos.

Logo, constatamos que a fundamentação da conversão da prisão em flagrante em


prisão preventiva possui carência de fundamentação, pois que deixou de apontar
elementos concretos justificadores da manutenção da custódia preventiva, uma vez que,
afirmações genéricas e afeitas à possibilidade de reiteração de forma abstrata não são
suficientes para negar o direito à liberdade provisória em favor da paciente, carecendo,
segundo regra constitucional, da devida fundamentação, em estrita obediência às
orientações legais prescritas no artigo 312 do Código de Processo Penal.

A constituição Federal, a carta maior de nosso Estado determina como direito


fundamental a liberdade, sendo esse um dos pilares de uma sociedade livre e
democrática, o que devemos levar em consideração no presente caso, uma vez que, o
direito de liberdade atrelado ao principio da presunção de inocência deve imperar.

Partindo desse diapasão, “Data vênia” o ordenamento jurídico pátrio prevê que, a
prisão é a exceção, no passo que, se possível à aplicação de medidas diversas que
garantam o resultado pratico da ação penal, bem como salvaguardar a ordem pública e
econômica, não há porque manter a paciente acautelada, se existem alternativas
cautelares que asseguram todos os requisitos que a prisão tem como escopo resguardar.

Sendo assim, a liberdade provisória é medida que deve predominar, uma vez que,
verifica-se a ausência dos requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva,
ficando a mercê deste honrado juízo a determinação das medidas cautelares diversas a
prisão, com a finalidade de salvaguardar o transcurso regular da ação penal, com
beneficio a paciente que responderá este processo em liberdade.

DA ORDEM DE LIMINAR

Apontada a ofensa à liberdade de locomoção do paciente, encontrase presente, in


casu, o fumus boni iuris.

No mesmo sentido, verifica-se a ocorrência do periculum in mora, pois a liberdade


do paciente, primário, somente ao final importará em inaceitável e temerária
manutenção de violação ao seu status libertatis.

Presentes, portanto, os requisitos autorizadores da medida liminar. Ressalta-se que


conforme documentações inclusas o paciente e primário, portador de excelentes
antecedentes, residência fixa e ocupação licita.
III – DOS PEDIDOS

Requer que seja provida a presente Ordem de HABEAS CORPUS, em caráter


LIMINAR, para que cesse de imediato o constrangimento ilegal do paciente,
determinando a expedição de Alvará de Soltura em favor de JOSELINO JOSÉ DA
SILVA.

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.

Local, data.

Nome do advogado.

OAB do Advogado.

ALUNOS: EVERSON FARLEY SILVA DE ARAUJO MAT 006410


WESLEY GOMES DE SÁ MAT 007995
MÁXIMO LUIZ SANTANA MAT 008396

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