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ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL


CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA - 2011

JOYSE BREENZINCKR FERREIRA – MÉDICA LEGISTA


MARDENNY CAVALCANTI MAIA – MAJOR PMPE

METRIFICAÇÃO DA AÇÃO POLICIAL COM FOCO NA


SENSAÇÃO DE SEGURANÇA

Projeto de intervenção apresentado à


Academia Integrada de Defesa Social
da Secretaria de Defesa Social do
Estado de Pernambuco, como parte
para conclusão do Curso Superior de
Polícia.

Orientador: Gerard Viader Sauret

Recife
2011
Aos meus filhos Raíssa e Dudu, que
sempre me estimularam em todos os
momentos, e Eduardo (in memoriam),
grande incentivador em minha vida.
(Joyse Breenzinckr Ferreira)

Aos meus familiares Roberta (esposa),


Andrezza, Rhaíssa e Mardenny (filhos), os
quais com muita paciência e amor,
souberam apoiar e entender as horas
dedicadas a este projeto.
Não esquecendo, também, minha irmã
Márcia e meus sobrinhos Rennan e Rhanna
pelo apoio e torcida pelo sucesso.
(Mardenny Cavalcanti Maia)
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a DEUS pela oportunidade de ampliar os


conhecimentos.

Reconhecemos a grandeza profissional do nosso orientador Gerard


Viader Sauret, momentos em que transmitiu os seus conhecimentos e, sempre de
portas abertas, nos atendeu, confiou no nosso potencial e aprofundou o sentimento
de amizade.

Gostaríamos também de agradecer o apoio que obtivemos de instituições


e de pessoas durante a trajetória que levou à conclusão deste trabalho.

Aos nossos colegas de curso que tanto nos acolheram e ao pessoal da


Coordenação Coronel PM Marcos Luis, Coronel BM Marcílio Rossine, Capitão
Leonardo Xavier, Capitã Fátima Verçosa, Cabo Cristovam Ferreira, Soldado Bruno
Veríssimo, Soldado Eliane Cristina, Soldado Guilherme Manoel, Soldado Kele
Patrícia, Soldado Roberval Luiz, Soldado Mário Lúcio, Soldado Ana Valois, Soldado
Clélio Ferreira e a Sra Bia, que tanto cuidou do nosso cafezinho.

Agradecemos profundamente aos instrutores que muito contribuíram para


a nossa formação durante o curso: Coronel Romero Ribeiro, Coronel Eden
Vespaziano, Coronel Ewerton Miranda, Coronel Amaro Lima, Dr. Júlio César, Dra.
Marta Suelene, Dr. Gerard Viader, Dr. Adenaule James, Dr. Paulo Roberto, Dr. Jean
Carlos, Dra. Ronidalva Melo, Dr. Luiz Ratton e Dra. Ana Portella.
“Nunca se deve estabelecer um item de controle
sobre algo que não se possa ‘ exercer o controle”.
(Falconi Campos, 1992)
RESUMO

O presente projeto busca, de forma inédita – através de dados diretos e


indiretos, utilizando-se de elementos como mobilização social, de governo e de
entidades mundiais -, produzir uma ESCALA que meça a sensação de segurança e
venha servir de parâmetro científico para, na forma de indicador, viabilizar esforços
voltados para a construção de metas, a fim de obter, planejamento e ações
operacionais eficientes e eficazes, com conseqüente melhoria da prestação de
serviço à sociedade Pernambucana. Torna-se clara a importância deste trabalho,
diante do contexto de que inexistente um número que avalie o quantum do esforço
desprendido para o efeito segurança. Foram definidos para a estruturação na
medição os conceitos de criminalidade, segurança, insegurança objetiva e subjetiva,
como também, relacionadas atividades ativas e pró-ativas da comunidade e de
esforços dos diversos atores envolvidos.

Palavras-Chaves: Métrica da Sensação de Segurança, Polícia Militar, Esforço


Policial e PACTO PELA VIDA.
ABSTRACT

This project intends, by a method never used before - trough both direct
and indirect data, using elements such as social mobilization, from governments and
worldwide entities-, to create a SCALE that measures de feeling of safety and that
will be able to suit as scientific parameter to, as an indicator, to enable efforts
directed to the construction of goals, with the purpose of obtaining efficient and
effectives planning and operational actions, therefore improving the quality of the
service provided to the Community of Pernambuco. It becomes evident the great
importance of this work, facing the context that does not exist a numerical quantum
that evaluates the effort spent in order to obtain safety. It was defined, to the
structure of measurement, the concepts of criminality, security, objective and
subjective insecurity. Also, it was listed the actives and pro-actives activities of the
community and the efforts of the many actors involved.

Keywords: Sensation of Security Metrics; Military Police; Policimen’s Efforts and


PACTO PELA VIDA.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................11
1.1 HISTÓRICO .........................................................................................................13
1.2 CONCEITOS .......................................................................................................16
1.2.1Segurança ........................................................................................................16
1.2.2 Segurança Pública .........................................................................................18
1.2.3 Sensação .........................................................................................................18
1.2.4 Coletividade ....................................................................................................19
1.2.5 Insegurança ....................................................................................................20
1.2.5.1 Insegurança Objetiva .....................................................................................20
1.2.5.2 Insegurança Subjetiva ...................................................................................21
1.2.6 Segurança Objetiva ........................................................................................21
1.3 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO ....................................21
1.4 DEFINIÇÃO DO CASO .......................................................................................22
1.5 UMA NOVA SISTEMÁTICA ................................................................................23

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................24


2.1 OBJETIVOS ........................................................................................................26
2.1.1 Objetivo Geral..................................................................................................27
2.1.2 Objetivos Específicos.....................................................................................27
2.2 PÚBLICO ALVO...................................................................................................28
2.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA...................................................................................28

3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO............................................................29
3.1 PROPOSTA DE EXECUÇÃO..............................................................................30
3.1.1 Visão de Futuro...............................................................................................30
3.1.2 Variáveis Utilizadas.........................................................................................31
3.1.2.1 Pesquisa de Campo – Questões Abordadas.................................................31
3.1.2.2 Aferição dos Dados Coletados Pelo Estado...................................................34
3.1.2.2.1 Polícia Ostensiva.........................................................................................34
3.1.2.2.1.1 Programa de Ação Policial do Governo...................................................34
3.1.2.2.1.2 Ações Policiais Não Elencadas no Programa Governamental.................35
3.1.2.2.2 Polícia comunitária......................................................................................36
3.1.2.2.3 Participação Não Governamental................................................................36
3.1.2.2.4 Participação da Sociedade..........................................................................37
3.1.2.2.5 Imprensa e Comunicação............................................................................37
3.1.2.2.6 Participação Governamental.......................................................................38
3.1.3 Apresentação das Tabelas.............................................................................39
3.1.3.1 Tabela Representativa: Programa de Ação Policial do Governo ..................40
3.1.3.2 Tabela Representativa: Ações Policiais Não Elencadas no
Programa Governamental ............................................................................40
3.1.3.3 Tabela Representativa: Polícia Comunitária..................................................41
3.1.3.4 Tabela Representativa: Participação Não Governamental............................41
3.1.3.5 Tabela Representativa: Participação da Sociedade.......................................42
3.1.3.6 Tabela Representativa: Imprensa e Comunicação........................................42
3.1.3.7 Tabela Representativa: Participação Governamental....................................43
3.1.4 ESCALA............................................................................................................44
3.1.4.1 Elementos da Composição da ESCALA........................................................44
3.1.5 Descrição do Sistema de Avaliação da Sensação de
Segurança (SASS).........................................................................................46
3.1.6. Resultados......................................................................................................46
3.1.6.1 Ensaios da ESCALA.......................................................................................47
3.1.6.1.1 Primeiro Ensaio (Índice Superior)................................................................47
3.1.6.1.2 Segundo Ensaio (Índices Medianos)...........................................................47
3.1.6.1.3. Terceiro Ensaio (Índice Inferior).................................................................48
3.1.7 Discussão.........................................................................................................48

3.2 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.......................................................................49


3.2.1 Cronograma de Treinamento.........................................................................49
3.2.2 Treinamento.....................................................................................................49

3.3 ORÇAMENTO DO PROJETO..............................................................................50

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................51
REFERÊNCIAS..........................................................................................................53

APÊNDICE A..............................................................................................................55
11

1. INTRODUÇÃO

A segurança, embora entendida como uma sensação, passou a ser


tratada como bem inalienável do cidadão, e sua avaliação, tem sido realizada
através de métodos subjetivos, que buscam através de questões isoladas, definir
globalmente a sensação de segurança de uma população, o fazem através do
questionamento aos indivíduos.

Segundo relatório do IPEA, a sensação de segurança pode não estar


relacionada aos índices de criminalidade, fazendo-se, de fato, uma relação entre
sensação de segurança e a confiança que a população tem em suas polícias.

A busca de uma metodologia que possa avaliar de forma mais objetiva a


sensação de segurança de uma população, apresenta-se como algo mais complexo,
entendendo-se que as variáveis envolvidas podem ser muitas e cuja significância é
muitas vezes avaliada por métodos estatísticos.

Este trabalho busca avaliar as relações entre as atividades desenvolvidas


no campo governamental – entendendo-se que nesse caso se encontram
englobadas as ações dos Poderes Executivo e Judiciário -, e a confiança que essas
ações têm gerado na população envolvida, avaliando-se de forma indireta o
comportamento populacional antes e após a tomada de determinada ação, através
de software dedicado.

Desse modo, através de um feedback será realizada a integração entre as


expectativas da sociedade e os projetos e ações como retorno às necessidades das
comunidades envolvidas. Alinha-se, então, um novo modelo administrativo-
operacional, respondendo, assim, aos anseios da nova ordem de controle gerencial
do Estado.

Através da Tecnologia da Informação (TI), com seus programas de


controle institucional, busca-se inserir uma escala que avalie de forma objetiva e
12

direta a sensação de segurança, o conceito de cidadania organizada,


desenvolvendo efetiva retroalimentação, por meio de ações fiscalizadoras e de
vigilância, levando em consideração as manifestações da sensação que as ações
têm promovido e, finalmente, visando monitoramento de tais ações, através de seus
resultados e da repercussão na sociedade.

O controle das ações Governamentais, assim os resultados obtidos em


consequência dessas ações demonstram como as diversas atividades que
compõem e influenciam a Defesa Social repercutem na sensação de segurança.

A criação de um SOFTWARE DEDICADO para a avaliação da sensação


de segurança, refletida por uma determinada população, deve estar ligado
diretamente, senão a todas, mas a maioria das ações desenvolvidas com fito no que
se pode chamar de DEFESA SOCIAL, assim como na participação da sociedade e
como ela percebe e participa das ações Governamentais.
13

1.1 HISTÓRICO

O Brasil tem, nos últimos anos, direcionado suas ações para uma
assistência globalizada com foco a desenvolver entre a população uma cultura de
entendimento que somente a Segurança Pública não é suficiente para resolver o
problema de segurança, desse modo, voltando-se para o novo conceito de Defesa
Social.

Inicialmente, sem perder seus traços originários de relação entre “crime e


proteção da sociedade”, o conceito de Defesa Social ganhou notoriedade
mundialmente com Marc Ancel e Filippo Gramatica; no Brasil, o conceito ganhou
notoriedade com Heleno Cláudio Fragoso.

Numa concepção antiga, entendia-se defesa social limitada à proteção à


sociedade através da repressão ao crime. Hoje, com o novo conceito expresso pelo
ONU, no pós-guerra, em 1948, volta-se a defesa social para a prevenção do crime e
tratamento do delinquente.

No Brasil, a expressão voltou a transitar na segunda metade da década de


90, com a discussão do direito penal mínimo, com os juizados especiais, as
rebeliões em presídios e penitenciárias, superlotação de presídios e cadeias,
estímulo à aplicação de penas alternativas, e outros.

Com o surgimento da Constituição de 1988, surgiram novos contornos e


matizes com enfoque na criminalidade, nos desastres e na interrupção de serviços
essenciais. Quanto à criminalidade, o agravamento da luta do homem contra o
homem na estatística criminal exibe números além de patamares toleráveis.

Por outro lado, a atividade policial tem se verificado desde a formação das
Cidades-Estado gregas até o Estado atual, estando intrinsecamente ligada à noção
de organização da sociedade. Em sua visão de Estado, Max Weber já tinha a noção
de controle do Estado sobre o cidadão, de forma que a ordem social não fosse
subvertida.
14

Na atualidade, a forma das organizações voltadas à atividade policial,


tenta manter a organização social, dentro de padrões racionais, entendendo-se que
têm por objetivo regular as relações interpessoais por meio de ações coercitivas;
contudo, não excluem as ações de socorro, assistência e apoio ás atividades
comunitárias.

David Bayley, quando de sua análise do desenvolvimento da polícia e


política na Europa, define as instituições policiais como “aquelas organizações
destinadas ao controle social com autorização para utilizar a força, caso
necessário...”, dessa forma só o Estado pode exercer ação coercitiva no controle
social.

Ainda nos anos 60, Jerome Sholnik ressaltou o dilema entre a LEI E A
ORDEM, observando que o poder coercitivo está limitado por leis e códigos de
conduta. Devendo-se observar, contudo, que o controle social não se faz
exclusivamente pela polícia, tendo-se outras agências estatais também com a
responsabilidade do controle social. Paralelamente, Norbert Elias enfatiza o controle
social interno, admitindo a evolução da civilização, em contraposição ao conceito de
Hobbes da “guerra de todos contra todos”. A partir desse comportamento social,
surge então a ação policial, repressora em suas ações, devendo ter seu autocontrole
limitado pela lei.

Como aparelho repressivo estatal, a Polícia tem seu controle exercido por
inúmeros mecanismos e, à medida que apresenta a afetividade de suas ações,
também vai sendo avaliada e, via de regra, seus efetivos resultados são computados
através dos mais diversos métodos para que, num efeito de retroalimentação das
informações, se façam modificações das ações ou se mantenham aquelas realmente
eficazes. “O controle da polícia pela sociedade, é claramente de fundamental
significância para as organizações policiais. (...) A efetividade da ação policial
obviamente depende bastante do fato dela ser aceitável em termos da sua “justeza”
e do uso de técnicas apropriadas. A condição fundamental para que isso aconteça é
a necessidade de que a polícia faça tudo ao seu alcance para se incorporar à
comunidade em que serve...” (NORDHOLT & STRAVER).
15

No Brasil de hoje, uma das principais temáticas sociais discutidas, seja


pela população, pelas autoridades governamentais ou no ambiente acadêmico, tem
sido a atuação do aparelho repressivo policial e, à semelhança do que ocorre no
campo social da Justiça Criminal “está relacionada aos problemas e às dificuldades
enfrentadas pelas organizações policiais brasileiras na busca de legitimidade
simbólica e profissional no exercício cotidiano de suas atividades, às carências no
exercício cotidiano do controle operacional e da produção institucional de
accountability, tão importantes no contexto contemporâneo do exercício da atividade
de segurança pública”. Nesse contexto, Minas Gerais foi um dos primeiros estados
na busca de uma avaliação das ações policiais junto a instituições de ensino
superior.

A ideia de basear a gestão nos resultados, contudo, tem sido criticada


desde a década de 90 (apud Loffler, 1996) - tem-se dado ênfase ao controle de
processos: a definição de objetivos ou de resultados tem que ser estabelecido com
clareza, e demonstradas quais as melhorias nos processos que permitirão alcançar
o objetivo. A contínua revisão dos processos de trabalho deve visar o aumento da
produtividade no chamado “ciclo de Deming” ou PDCA (Plan-Do-Check-Act) em que
ao planejamento deve seguir a execução, acompanhada da verificação dos
resultados a partir dos erros e acertos dos processos envolvidos e, finalmente, a
ação para melhoria dos processos envolvidos ou eliminação daqueles ineficazes.

Nesse contexto, o planejamento estratégico envolve a definição da


missão, das metas e dos macro-processos, e a avaliação contínua deve ocorrer para
cada uma dessas etapas, devendo-se também ser realizada a avaliação sob a
perspectiva do marketing que, segundo o entendimento de Falconi Campos “A
Qualidade está diretamente ligada à satisfação do cliente interno e externo.” (1996)
Assim, a avaliação de profissionais ligados à Segurança Pública, pode e deve ser
feita também sob o ponto de vista do público alvo, sendo esta a avaliação externa;
enquanto que a avaliação dos resultados, através da análise estatística,
comparando diferentes metodologias empregadas na execução do programa, assim
como a análise da avaliação subjetiva, realizada pelos executores das ações, pode
ser entendida como avaliação interna.
16

O estudo da vitimização, contudo, surge nos anos 60, nos Estados Unidos,
com objetivo de suprir a carência decorrente de crimes não notificados. A ONU
avalia que cerca de 51% dos crimes não são notificados, devendo-se observar que
tal fenômeno está diretamente ligado às percepções da vítima, ao sistema policial ou
ao tipo do crime e do bem roubado.

1.2 CONCEITOS

Na busca de melhor entender a concepção de segurança pública,


principalmente, no cenário brasileiro e, num prisma mais refinado, que atualmente
acontece no Estado de Pernambuco, serão abordados conceitos que corroborarão
para a construção de um novo entendimento no enfrentamento à criminalidade.

1.2.1 Segurança

Consagrado pela Carta Magna, na qual conta que todo cidadão tem
direito à segurança, passamos a enfocar, num primeiro plano, em termos de
legislação:

Art 5º - “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo aos brasileiros a aos estrangeiros residentes no
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade...”

Art 144º - “A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos”.
17

“Parágrafo 7º: A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos


órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
eficiência de suas atividades”. (ainda não regulamentado o
funcionamento da Segurança Pública no Brasil)

Art 245º - “A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o


poder público dará assistência aos herdeiros e dependentes carentes
de pessoas vitimadas por crime doloso sem prejuízo da
responsabilidade civil do autor do delito”. (ainda não regulamentado,
pois se conclui que é melhor investir na prevenção do que indenizar)

Observamos que o assunto SEGURANÇA é tratado pelo Estado Brasileiro


como algo e importante e necessário.

A definição apropriada para “SEGURANÇA”, contudo, não faz de forma


fácil, nesse trabalho, que se propõe seja um trabalho de intervenção – onde se
busca modificar de forma positiva as ideias já implementadas em programas
governamentais de segurança, os autores buscam o que rusticamente poderia ser
definido como: “O QUE É UMA POPULAÇÃO SEGURA”. Essa temática, porém,
para que possa ser mais bem entendida, vários campos do intelecto da sociologia,
direito, defesa social, etc., foram analisados e, pela complexidade dessas áreas se
chega a uma conclusão parcial, no que fica em aberto qualquer outra discussão:

SEGURANÇA é a ambiência em viver, de forma harmônica e


saudável, com garantias necessárias de agir, de ir e vir, de ser
respeitado e respeitar, obtendo uma identidade de vida e
projeção existencial.

Tranquilidade e paz são pilares que, tendo como parâmetro a dignidade


humana, busca o encontro com as pessoas sem medo ou pavor e que passam a se
relacionar num mundo social melhor e mais produtivo.
18

1.2.2 Segurança Pública

Numa democracia, o objetivo da segurança pública é garantir a proteção


dos direitos individuais e coletivos, assegurando, assim, o exercício da cidadania
plena.

Dentro da ótica em que nada de tão anormal aconteça, no sentido de que


situações intoleráveis não sejam regras, dentro de um universo de pessoas que se
relacionam, o sentimento de segurança é tido como aceitável pelos cidadãos.

É obrigação do Estado garantir a segurança de pessoas e bens, isto


posto pela nossa Carta Magna, podendo acontecer de forma repressiva, preventiva
ou através de ações que venham a estimular os cidadãos a conviver e participar de
forma ativa, em sua sociedade.

Numa concepção mais atualizada, ações exercidas pelo Estado


objetivando a prevenção do crime, junta-se, não raras vezes, à iniciativa privada que
tem demonstrado uma participação mais ativa, devido, principalmente, ao
engessamento da máquina pública que, devido aos processos burocráticos, torna-se
ineficiente.

1.2.3 Sensação

Biologicamente falando é a reação física do corpo humano diante mundo


físico. O impacto dessa reação ativa o córtex cerebral fazendo com que os humanos
reajam diante de certos impactos.

Os estímulos têm características de universalidade. Na realidade, o que


muda é a percepção. Por isso é que reagimos diferentemente diante das ações
externas, muitas vezes sem mesmo considerar o que significam.
19

Numa comunidade é o que certamente acontece de forma coletiva, às


pessoas “percebem” que algo de certo ou errado, de estranho ou de normal, de igual
ou destrutivo etc., gira em torno do seu mundo. Daí avaliam, baseadas em
experiências anteriores, se estão ou não seguras.

1.2.4 Coletividade

A unicidade do ser humano decorrente de suas características genéticas,


naturalmente o faz pensar ou acreditar poder isolar-se dos demais, contudo, essa
unicidade do SER não é capaz de torná-lo melhor, mais importante e capaz de viver
isoladamente. Com muita propriedade, entende-se, portanto, que a Coletividade é a
essência da sociedade, pois surge do conjunto de seres que constituem corpo
coletivo.

Fazer com que as pessoas interajam não é papel muito difícil; o instinto
humano já traz isso como informação genética. Aristóteles já propunha que “o
homem é um ser social.” – assim, não se pode viver isoladamente, as interrelações
acontecem naturalmente e, a partir deste momento, o homem passa a viver em
coletividade; tal convívio, a que chamamos de comunidade, estabelece regras que
comumente são aceitas e cumpridas.

A coletividade, no entanto, não se comporta como a soma dos indivíduos,


mas assume uma identidade própria e passa a gerenciar o ambiente, muitas vezes
distorcendo e degenerando o que poderia ser o somatório dos indivíduos, sendo
busca de estabelecer a identidade própria, muitas das vezes, inatingível, pois o
aglomerado humano, com suas multiplicidades de ações, acaba por não permitir tal
retificação. Contudo, existe a necessidade do social para evoluir.

O ser humano é um animal social. “Deus não nos fez perfeito, fez-nos
perfectíveis assim, para atingirmos a perfeição a que estamos destinados, todos
precisamos uns dos outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas
20

faculdades intelectuais e morais senão no convívio social”. (Calligaris), Rodolfo, As


Leis Morais).

1.2.5 Insegurança

Definida como falta de segurança ou até mesmo a qualidade de inseguro, é


uma manifestação no campo psicossocial, e pode se expressar de forma que o
indivíduo deixa a sua decisão para outros e os responsabiliza por isso.

Sob este prisma observa-se que tem sido também um comportamento


revelado pela sociedade, pois no campo do não fazer é comum transferir essa
responsabilidade, não assumindo seu papel decisório. Sair da zona de conforto
(omissão) é uma tarefa de todos passando a ser um ator participativo, mudando
cenários locais.

1.2.5.1 Insegurança Objetiva

Considera-se insegurança objetiva como sendo as estatísticas oficiais dos


registros de criminalidade assim como das pesquisas de vitimologia.

Estima a incidência real de certos crimes na população, gerando um


indicador de risco que a população tem em sofrer o delito. Como resultado do
processo compara as estatísticas oficiais com relação àqueles crimes.
21

1.2.5.2 Insegurança subjetiva

Trata esse assunto como sendo o sentimento de insegurança, o qual


também só é conhecido através de pesquisa de vitimização, podendo ser ampliado,
também pelo impacto emocional de certas ocorrências, pela imprensa
sensacionalista, o status social da vítima, o local onde o crime ocorreu etc.
Individualmente, essa insegurança é resultante de um sentimento no qual
a pessoa acredita ou não, que certos fatores podem vir a acontecer, como por
exemplo, o perigo de andar em certos locais, de ir a um campo de futebol, etc.
Figura com algo que pode ir além dos acontecimentos e sem um objeto
definido.

1.2.6 Segurança Objetiva

Diante de tantos conceitos e doutrinas, buscamos encontrar, não sendo


presunçosos, uma vertente que venha contribuir para a segurança pública, onde o
prisma transcendente de observação, passa a ser não mais o foco insegurança e,
sim, a segurança objetiva, ou seja, a análise de todos os dados, com enfoque
positivo, na qual sempre existirá, através de uma ESCALA, a objetividade de
mensurar, numa concepção da moderna administração pública, a chamada Gestão
por Resultados.

1.3 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Nos últimos 05 anos, muito se tem feito no campo da segurança,


principalmente, no estado de Pernambuco. A cultura do “coronelismo” e até mesmo
do cangaço – heranças que prosperaram por muitos anos na região nordeste, têm
colaborado para um clima de insegurança e impunidade.
22

Na atualidade, tentativas de novos modelos de segurança para conter a


violência generalizada, estão sendo realizados, apesar dos estados do nordeste
registrarem, juntos, a segunda maior média das taxas de homicídios dolosos por 100
mil habitantes (29,3).

Uma das características retratadas, no IPEA - 2011, é que, na região


Nordeste se tem a sensação de segurança em níveis baixos, associados às mais
altas taxas de homicídios dolosos e o menor gasto per capita com segurança pública
do país. (Apenas R$ 139,60).

Assim, verifica-se que as taxas de mortes por agressões e as de crimes


violentos letais intencionais (CVLIs) apresentam grande associação com a sensação
de insegurança da população, conforme o Anuário Brasileiro de Segurança – 2011.

1.4 DEFINIÇÃO DO CASO

Nesta trajetória inicial de como melhor entender a criminalidade e seus


aspectos diante de aglomerados urbanos, tem-se que os índices apresentados pelo
Brasil, estão sendo apurados pela ONU e já revelam preocupação.

O ambiente da violência tem 03 (três) vetores que se catalisam de forma a


desencadear algo que foge ao controle dos órgãos estatais: a desigualdade, a
exclusão social e a exclusão econômica. É a estes vetores que a maioria da
população brasileira é submetida.

Para estabelecer nova forma de construir um bem estar coletivo é


necessário alterar a lógica de funcionamento, buscar a solução dos conflitos, sem
conversão em enfrentamento de força, encontrando soluções politicamente corretas.
Somente assim, pode-se assegurar e elevar a qualidade de vida de todos,
promovendo a igualdade, tendo um melhor espaço de cidadania, afastando e
superando o medo, o preconceito, a falta de respeito, a busca da vingança, enfim
23

encontrando os melhores caminhos para a resolução de conflitos – tratando-se aqui


de “melhores caminhos”, uma solução pluralista, em contraposição à concepção de
uma solução unicista que não se aplica a questões tão complexas quanto as que
envolvem a sociedade brasileira.

1.5 UMA NOVA SISTEMÁTICA

A realidade do nosso país traduz um desenvolvimento metodológico ainda


incipiente do aparelho policial quanto dos seus serviços de segurança. Encontrar
algo instrutivo que seja de âmbito nacional para orientações neste campo que é
escasso, é algo de suma importância. Estudar e encontrar ferramentas peculiares
para avaliação do nosso cenário de segurança é um desafio, porém não tão
complexo; o fato é que vem a ser necessário. Daí, diante dessa nova realidade,
métodos científicos que sejam capazes de traduzir a segurança brasileira serão
muito bem vindos. Reunir dados antes coletados e não agrupados é imprescindível.
O enfoque profissional da segurança e dos seus agentes é algo que tem de
acontecer, para somente assim virar o jogo, onde os índices de criminalidade são
sempre alarmantes. Este diferencial redireciona o “foco” e muda essa desvantagem,
aumentando o desempenho organizacional e individual.

Atribuir uma métrica capaz de colaborar com a defesa social, fica sendo o
pressuposto norteando por essa preocupação com o aprimoramento da ação do
Estado na área de segurança pública.
24

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sentir-se inseguro no Brasil, segundo os dados da ONU, é comum a 70%


dos brasileiros. Muitos crimes encontram-se relacionados ao porte de arma de fogo,
como também, ao uso de bebidas alcoólicas. Por dia, mais de 100 pessoas são
mortas, devido ao uso de armas de fogo. A criminalidade de um modo geral vem
crescendo, devido à aglomeração, contudo a sensação de medo está
intrinsecamente associada aos registros oficiais de violência e morte.

O Ministério da Justiça tem, nos últimos anos, firmado o compromisso de


viabilizar a produção e acesso às informações de âmbito nacional, cumprindo sua
missão garantir e promover a cidadania, a justiça e a segurança pública, através de
uma ação conjunta entre o Estado e a sociedade. A secretaria Nacional de
Segurança Pública (SENASP), órgão atuante do Ministério da Justiça, vem
desempenhando um processo de produção de diagnósticos e sistematizações sobre
diferentes dimensões da Política Nacional de Segurança Pública.

Em apoio aos dados necessários às tomadas de ações, o Instituto de


Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), desenvolve pesquisas, através de um sistema
de indicadores sociais para verificação de como a população avalia os serviços de
utilidade pública e o grau de importância deles para a sociedade. Tais esforços
permitem ao Estado atuar de maneira mais eficaz e em pontos específicos da
complexa cultura e das diversas demandas da população brasileira.

O Fórum Brasileiro de Segurança, entidade parceira do Ministério da


Justiça, em seu 5º anuário (ISSN 1983-7364 ano 5 2011, página 7), analisa dados e
publica o seguinte:

“...que em posição intermediária, Alagoas, que é o Estado com maior


número de homicídios do país, conseguiu melhorar seu quadro no
que diz respeito à qualidade dos seus registros. Já
Pernambuco(grifo nosso), que também tem conseguido bons
25

resultados na redução da violência, oscilou negativamente e precisa


melhorar seus registros.
Todavia, em ambos os casos, a classificação no grupo intermediário
foi motivada pelos elevados índices de mortes violentas constatados
em 2008 e 2009, que foram os considerados para o cálculo dos
grupos.”

O Pacto Pela Vida – programa desenvolvido pelo atual Governo do


Estado de Pernambuco-, consiste em uma política pública na área de segurança
pública, focando valores não só de segurança pública, como também de direitos
humanos, atuando através de ações articuladas, agindo de forma transversal e
integrada. Compatibiliza a qualificação da dimensão repressiva e coercitiva, dando
ênfase aos aspectos de prevenção social, incorporando a sua execução,
mecanismos de gestão, monitoramento e avaliação, estimulando a participação e
controle social desde a formulação e execução de suas ações.

Atendendo a padrões modernos de Políticas no âmbito nacional e


internacional, em Pernambuco, criou-se o Pacto Pela Vida – estruturado em seis
linhas de ações:

- Repressão Qualificada;
- Aperfeiçoamento Institucional;
- Formação e Capacitação;
- Informação e Gestão do Conhecimento;
- Prevenção Social do Crime e da Violência; e
- Gestão Democrática.

A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS), através de sua


Gerência de Análise e Estatística Criminal, fornece informações valiosas em nível de
estratégia governamental, fomentando o planejamento, organização, análise e
resultados do sistema de segurança do Estado de Pernambuco.
26

Como visto, não basta somente prevenir a violência, tem-se também de


promover o desenvolvimento social, abordando os campos sociais e políticos tanto
de forma individual quanto coletiva, no aspecto das comunidades.

Um dos grandes desafios encontrados pelos dirigentes, diz respeito aos


aglomerados, ou seja, aos grandes centros urbanos que impulsionam a
criminalidade, e é no alarmante número de homicídios (quase 48 mil por ano) que
reside o peso de toda essa problemática, pois não só basta reprimir e punir, algo
mais tem e deve ser feito e, neste viés, medidas devem ser tomadas para melhorar
este cenário de criminalidade como: melhoria profissional dos agentes de segurança,
maior apoio dos municípios, integração entre os entes de segurança e maior
participação das comunidades.

Por isso, diante deste novo prisma, realizar um trabalho voltado para a
identificação nessas localidades no cenário de criminalidade e entender as
dinâmicas sociais que afetam tais infrações e, que também figuram como indutoras,
pode ser uma grande ferramenta para um diagnóstico que venha a servir de subsidio
para formulação de um plano que visa melhor enfrentar e prevenir a violência.

Os órgãos e entidades aqui relatadas já detêm um considerável número


de dados extraídos de pesquisa que servirão de consulta e análises para este
projeto de intervenção.

2.1 OBJETIVOS

O presente trabalho tem por objetivo compilar mecanismos de controle


que têm sido aplicados distintamente por diversos organismos de pesquisa, os quais
são direcionados para avaliação dos processos envolvidos na área de segurança
pública, através do uso da tecnologia, respeitando-se a lei, a ética e os valores
essenciais da humanidade, demonstrando como os programas se refletem na
sensação de segurança nas populações alvo.
27

2.1.1 Objetivo Geral

O objetivo principal desse trabalho é avaliar a importância e o


desempenho dos fatores motivacionais na percepção da comunidade, quanto à
sensação de segurança.

Os números estabelecidos pelos estudos, após interpretação dos dados,


servirão de base para a lógica do sistema, no que representará um “fator métrico”.

Mudar paradigmas tanto no campo político quanto institucional da própria


DEFESA SOCIAL, interpretando a sensação de segurança de uma comunidade,
estabelecerá um índice de ações preventivas.

2.1.2 Objetivos Específicos

Além dos dados e processos já conhecidos de coleta de dados, sobre a


criminalidade, em Pernambuco, o ineditismo deste projeto reside, na participação da
comunidade na qual será avaliada pela sua efetividade, em processos colaborativos,
em que cada esforço realizado por aquela, como fator positivo, receberá um
quantum.

Todos os processos gerenciais e indutores serão intrinsecamente ligados


e alinhados com os objetivos do Programa Governamental de Segurança, buscando,
assim, um novo perfil na chamada dicotomia ESTADO x SOCIEDADE, ou seja,
avalia-se também uma sociedade que se busca pró-ativa e mais consciente de seu
papel.

A representatividade da sociedade onde as importâncias dos fatores


motivacionais de participação contribuem diretamente na sensação de segurança de
todos, não somente reforça os laços, como também, ajudam na solução do combate
aos delitos.
28

2.2 PÚBLICO ALVO

A sociedade, tendo como referência moradores e transeuntes das


comunidades estudadas.

2.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA

A aplicação do sistema de escala aqui proposto almeja ser implantado em


todo o Estado de Pernambuco, servindo como demonstrativo positivo do fator
segurança. Busca implantar um sistema de coleta, padronização e análise dos
dados das ações governamentais e sociais que abranja 100% do território estadual.
29

3. METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO

Não é de hoje que se entende a violência como uma situação gerada por
diversos fatores e, para melhor atacá-la, são necessárias adoções de medidas de
caráter preventivo e repressivo, a fim de que o poder público a combata mais
eficientemente.

Para a setorização do contexto violência, em centros urbanos, onde a


pluralidade de vida é algo que impacta fortemente, faz-se necessário elaborar um
diagnóstico local, reduzindo o ambiente de estudo e consolidando a formatação de
ferramentas relevantes para a formação de melhores políticas publicas, através de
dados peculiares.

Desenhar um projeto que aflore dados capazes de serem estudados e


que permitam um planejamento capaz de diminuir os índices de violência e
criminalidade parece ser uma tarefa quase inalcançável. Por isso, a importância de
se verificar o impacto da criminalidade e da violência urbana para implementação de
políticas de segurança pública.

Uma pesquisa qualitativa e quantitativa representa resultados para uma


discussão do papel de cada ator envolvido na problemática do crime e da
segurança. Entender e elaborar um diagnóstico da situação de segurança tem de
ser feito, atribuindo causas e efeitos, identificando atores e ações.

Mapear as experiências dos indivíduos em relação ao crime, avaliar como


melhor fazer a prevenção, reavaliar o comportamento do aparelho policial, identificar
necessidades da comunidade etc., é o foco de estudo deste trabalho que propõe
uma escala positiva da sensação de segurança, de modo que impulsione e procure
estabilizar as relações, ações e resultados favoráveis para a vida dos cidadãos.

O período cíclico de coleta de dados fica estabelecido como sendo de


03(três) meses, entendendo a maturação da dinâmica da comunidade avaliada, a
30

fim de que planejamentos, correções e análises para avaliação sejam postas em


prática.

Na primeira coleta entende-se haver um período indefinido, ou até mesmo


dilatado, nas perguntas de vitimização, haja vista ser este o primeiro trabalho
consultivo, bem como, o nível sócio-econômico, taxa de homicídios e crescimento
populacional, entre outros não foi observado como escolha, por se tratar de um
modulo inicial.

Os diversos programas e softwares desenvolvidos no Setor de Tecnologia


da Informação (TI) buscam uma articulação irrestrita de Defesa Social, mediante
uma ampla rede de articulação – no âmbito governamental, integrando diversos
órgãos da Secretaria de Defesa Social ou na integração com outras Secretarias de
Estado e, no âmbito comunitário, avaliando as necessidades e anseios da
sociedade.

3.1 PROPOSTA DE EXECUÇÃO

3.1.1 Visão de Futuro

Em 2014, com o advento da Copa do Mundo, todo o aparelho policial


estará ajustado com o fito de fazer ressoar todo o investimento em segurança, e
necessitará para tal unificar e controlar todos os processos gerenciais. Desse modo,
busca-se uma escala que revele o quanto têm sido efetivas as ações
governamentais. A partir dessa escala poderão ser tomadas novas ações e
realizadas novas estratégias.

Essa ESCALA que ora se apresenta é aplicada para se atingir resultados


dentro de um sistema de gestão de segurança e pode ser utilizado periodicamente
como forma de reavaliar e garantir o sucesso das estratégias de segurança
implementadas.
31

3.1.2 Variáveis Utilizadas

Serão vistos os seguintes aspectos:

- Medir o quantum de confiança e o momento situacional de instituições,


através de pesquisa de vitimização;

- Correlacionar os dados estatísticos de criminalidade, a avaliação que a


sociedade faz do sistema de justiça criminal, como esta sociedade interfere e
colabora, através de ações sociais com este sistema e sensação de insegurança
resultante dessa correlação feita pela sociedade; e

- Buscar o comportamento da sociedade e resposta do sistema de justiça


criminal, este é o ensaio inicial para as análises futuras deste projeto, através de
pesquisa de vitimização.

Os itens que se seguem, terão sua medição dentro de um escalonamento,


que, varia entre 02(dois) pontos, 01 (um) ponto e 0 (zero) ponto, conforme o assunto
do aplicativo.

3.1.2.1 Pesquisa de Campo – Questões Abordadas (PCamp)

Tais questões se prestam para verificar o sentimento da população em


relação a diferentes indicadores não observados de forma direta nas estatísticas.
32

Pergunta nº1. Como você interpreta a confiança no Sistema de Justiça Brasileiro.


Avaliação do Sistema de Justiça Brasileiro

INDICADORES Confia muito Confia relativamente Não confia


02 (DOIS) PONTOS 01 (UM) PONTO ZERO PONTO
Polícia Militar

Polícia Civil

Guarda Municipal

Policia Federal

Justiça

Ministério Público

Pergunta nº2. Como você avalia o atendimento prestado pelo Sistema de Justiça
Brasileiro – Avaliação do Sistema de Justiça Brasileiro

INDICADORES Ótimo Regular Péssimo


02 (DOIS) PONTOS 01 (UM) PONTO ZERO PONTO
Polícia Militar
Polícia Civil
Guarda Municipal
Policia Federal
Justiça
Ministério Público
33

Pergunta nº3. Eventos ocorridos nos últimos 3 meses - Indicadores de Vitimização

INDICADORES NÃO UM EVENTO MAIS DE UM


EVENTO
02 (DOIS) 01 (UM)
PONTOS PONTO ZERO PONTO
Foi vitima de crime assalto/roubo/furto
Conhece alguém da vizinhança que foi vitima de
crime assalto/roubo/furto

Pergunta nº4. Eventos ocorridos nos últimos 3 meses - Comportamento Social

INDICADORES COM RARAMENTE NÂO


FREQUÊNCIA
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Sai à noite
Sai sozinho
Costuma frequentar bares

Pergunta nº5. Relativo ao programa governamental de segurança ao qual se destina


a pesquisa

INDICADORES SIM POUCO NÃO


02 (DOIS) 01 (UM)
PONTOS PONTO ZERO PONTO
Tem conhecimento o que é esse programa?
Se conhece, o acha eficiente?
Se conhece, acha que precisa de incremento?
Tem conhecimento se alguém participa das decisões
de segurança em sua comunidade?
Se sente seguro onde reside?
Sente a presença da policia na comunidade?
34

3.1.2.2 Aferição dos Dados Coletados Pelo Estado

As construções que adiante seguem são referenciais da realidade


compreendida, no mesmo espaço de tempo, na comunidade estudada.

3.1.2.2.1 Polícia Ostensiva

O policiamento ostensivo tem como função principal realizar a prevenção


dos crimes, contravenções penais e de violações de normas administrativas em
áreas específicas, como o trânsito, meio ambiente, entre outras.

As ações e medidas preventivas do policiamento, quando bem aplicadas


evitam o acontecimento de delitos e de violações de normas, eliminam a
oportunidade do mau comportamento e reprime o desejo de delinquir, reduzindo as
oportunidades de acontecimento do crime.

Este trabalho contempla de forma distinta as ações inseridas no Programa


de Ação Policial do Governo e nas Ações Policiais não Elencadas no Programa
Governamental.

3.1.2.2.1.1 Programa de Ação Policial do Governo (PAPG)

São ações pré-estabelecidas e colocadas em um programa de governo,


que utiliza metas na busca de resultados, como conseqüência da ação policial
direta.

As metas pré-definidas serão utilizadas como variáveis desta composição


como mais um fator positivo da sensação de segurança.
35

Para um melhor entendimento das ações do Governo ao qual se aplica o


presente trabalho serão avaliadas na composição da escala proposta as metas
estipuladas pelo governo, entendendo-se que quando a meta for ultrapassada, serão
atribuídos 02 (dois) pontos, quando a meta for igualada, um (01) ponto e zero
quando a meta não for atingida.

a) Armas de fogo apreendidas pela polícia;


b) Flagrantes realizados;
c) TCOs realizados; e
d) Mandados de prisão cumpridos.

3.1.2.2.1.2 Ações Policiais Não Elencadas no Programa Governamental (APNE)

São todas as ações desenvolvidas pela Polícia que não fazem parte do
Programa de Ação Policial do Governo, contudo também são estabelecidas metas.

São eles:

a) Armas brancas apreendidas pela polícia;


b) Armas de fogo recebidas pelo programa de desarmamento do Governo
Federal;
c) Km percorrido (policiamento);
d) Quantidade de PMs empregados no policiamento ordinário;
e) Quantidade de blitzen/ bloqueio policial;
f) Quantidade de operações de trânsito; e
g) Averiguações em ocorrências;
36

3.1.2.2.2 Polícia Comunitária (PC)

Esta modalidade de policiamento tem se revelado muito aplicável e


resolutiva, pois aproxima a população da polícia, minimizando as distâncias e
mantendo um vínculo, tendo como consequência um melhor trabalho policial na
prevenção e repressão. Com essas novas ações uma forte relação fica estabelecida
– num pólo a população conhecendo melhor o trabalho policial e no outro a melhoria
da imagem da polícia. A comunidade passa a confiar mais na polícia, além de ter
relação direta com a diminuição da violência policial.

Pode-se observar os seguintes itens:

a) Divulgação de contatos da PM;


b) Divulgação de contatos do Governo; e
c) Número de PMs exercendo atividade de Polícia Comunitária;

3.1.2.2.3 Participação Não Governamental (PNG)

Tem-se aqui a participação das organizações não governamentais


(ONGs), que tem como escopo, em seu papel atributivo, propiciar um retorno para a
sociedade civil, tendo como enfoque a situação emergencial de abertura de espaços
para atores transacionais que muito prontamente a elas atribuem qualidades
virtuosas ou a capacidade de exercer efeitos positivos sobre as governanças
democrática ou global.

Serão avaliados por:

a) Programas permanentes;
b) Programas inovadores;
c) Trabalho profissionalizante;
d) Terapia Comunitária;
37

e) Mediação de conflitos;
f) Cooperativa de trabalho de egressos;
g) Palestras sobre violência doméstica e do gênero;
h) Palestras sobre exploração sexual; e
i) Programas desenvolvidos pelas igrejas da comunidade estudada.

3.1.2.2.4 Participação da Sociedade (PS)

É neste cenário que os vários atores organizados da sociedade civil


precisam atuar. Não se concebe mais uma sociedade que não reclame de seus
direitos, como também, não participe ativamente de suas soluções.
Algumas formas desta participação podem ser descritas. Para tanto,
demonstra-se que, no caso específico deste projeto, alguns dados podem ter grande
importância.

São eles:

a) Palestras educacionais;
b) Denúncias de entorpecentes
c) Fórum permanente pela paz;
d) Programa de direitos humanos;
e) Palestras de trânsito; e
f) Palestras sociológicas.

3.1.2.2.5 Imprensa e Comunicação (IC)

A imprensa tem um importante papel dentro da democracia e,


consequentemente, para a sociedade. Cabe ela contribuir para diminuir as
desigualdades e aumentar a justiça.
38

Instrumento formador de opinião, a imprensa em muitos casos consegue até


resolver problemas das comunidades através de suas veiculações. O poder Estatal
em face de outras atribuições, não consegue atingir a todos e é neste vácuo que
muitas reportagens alertam sobre determinada situação.

Na atualidade, as redes sociais também se transformaram num importante


canal de comunicação da sociedade. Várias comunidades já enxergaram isso e
adotam tal veículo de comunicação a seu favor.

Compõem este item:

a) Matérias positivas sobre a comunidade;


b) Rádio comunitária;
c) Redes sociais; e
d) Jornal comunitário.

3.1.2.2.6 Participação Governamental (PG)

É obrigação Constitucional do Estado exercer sua função que é de


promoção da cidadania, além do atendimento às populações historicamente
vulneráveis ou desajustadas.

A máquina administrativa por vezes é lenta ou omissa. O Estado tem


legitimidade social na medida em que se constitui em agente de satisfação desses
direitos da cidadania.

Procura-se aqui desenvolver uma sistemática para que o aparato


governamental possa melhor exercer o seu trabalho, através das suas políticas
públicas:
39

a) Iluminação pública;
b) Pavimentação;
c) Praça;
d) Hospital/clínica;
e) Vídeo-monitoramento;
f) Transportes coletivos;
g) Conselhos tutelares;
h) Programa de prevenção de drogas;
i) Atenção ao idoso;
j) Rede de esgoto;
k) Coleta de lixo;
l) Correios;
m) Escolas;
n) Defensoria Pública;
o) Trabalho sócio/educativo/terapêutico para jovens;
p) Lei seca (bares);
q) Posto comunitário da PM;
r) Centro de treinamento multidisciplinar para as vitimas de violência; e
s) Recuperação de drogados

3.1.3 Apresentação das Tabelas

Para um melhor entendimento das ações de escalonamento métrico dos


diversos componentes que compõem o presente trabalho, os itens e dados foram
estratificados conforme as tabelas que se seguem, considerando quando existentes
períodos trimestrais:
40

3.1.3.1 Tabela Representativa: Programa de Ação Policial do Governo (PAPG)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA META

INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) ZERO PONTO
PONTOS PONTO
Armas de fogo apreendidas

Flagrantes realizados

TCOs realizados

Mandados de prisão cumpridos

3.1.3.2 Tabela Representativa: Ações Policiais Não Elencadas no Programa


Governamental (APNE)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM)
PONTOS PONTO ZERO PONTO
Armas brancas apreendidas pela polícia

Armas de fogo recebidas pelo programa de


desarmamento do Governo Federal;
Km percorrido (policiamento)

Quantidade de PMs empregados no policiamento


ordinário
Quantidade de blitzen/ bloqueio policial

Quantidade de operações de trânsito

Averiguações em ocorrências
41

3.1.3.3 Tabela representativa: Polícia Comunitária (PC)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Divulgação de contatos da PM

Divulgação de contatos do Governo

Número de PMs exercendo atividade de Polícia


Comunitária

3.1.3.4 Tabela Representativa: Participação Não Governamental (PNG)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Programas Constantes

Programas inovadores

Trabalho profissionalizante

Terapia comunitária

Mediação de conflitos

Cooperativa de trabalho para egressos

Violência doméstica e do gênero

Exploração sexual

Programas desenvolvidos pelas igrejas da


comunidade estudada
42

3.1.3.5 Tabela Representativa: Participação da Sociedade (PS)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Palestras educacionais

Denúncias de entorpecentes

Fórum permanente pela paz

Programa de direitos humanos

Palestras de trânsito

Palestras sociológicas

3.1.3.6 Tabela representativa: Imprensa e Comunicação (IC)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Matéria positiva sobre a comunidade

Rádio comunitária

Redes sociais

Periódicos
43

3.1.3.7 Tabela representativa: Participação Governamental (PG)

ACIMA DA META NA META ABAIXO DA


META
INDICADORES
02 (DOIS) 01 (UM) PONTO
PONTOS ZERO PONTO
Iluminação pública

Pavimentação

Praça

Hospital/clínica

Vídeo-monitoramento

Transportes coletivos

Conselhos tutelares

Programa de prevenção de drogas

Atenção ao idoso

Rede de esgoto

Coleta de lixo

Correios

Escolas

Defensoria Pública

Trabalho sócio/educativo/terapêutico para jovens

Lei seca

Posto comunitário da PM

Centro de treinamento multidisciplinar para as


vitimas de violência
Recuperação de drogados
44

3.1.4 ESCALA

Como já postos através de análises ideológicas apresentados neste


trabalho, os dados quantitativos da pesquisa, envolvendo sociedade, gestores,
órgão diretivos de segurança, não são facilmente encontrados na produção de uma
estatística criminológica completa, com foco nos resultados positivos, e não
negativos (insegurança), ressaltando o que tem de fazer para a construção de
políticas públicas e o bem comum da sociedade.

Diante de observações, análises, resultados e conhecimentos, apresenta-


se a fórmula abaixo, como representativa do Sistema de Avaliação da Sensação de
Segurança (SASS), a qual devidamente construída sob uma plataforma de software
permitirá facilmente produzir os resultados da ANÁLISE DA SENSAÇÃO DE
SEGURANÇA.

3.1.4.1 Elementos de Composição da ESCALA

Para o estudo aplicativo realizado será conforme os parâmetros


estabelecidos na metodologia IBGE, utilizando-se a fórmula da média populacional
para o cálculo do tamanho da amostragem, como se segue:

A fórmula para cálculo do tamanho da amostra para uma estimativa


confiável da MÉDIA POPULACIONAL ( µ ) é dada por:
45

Onde:

n = Número de indivíduos na amostra;

Za/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado;

s = Desvio-padrão populacional da variável estudada (no exemplo, RENDA); e

E = Margem de erro ou ERRO MÁXIMO DE ESTIMATIVA. Identifica a diferença


máxima entre a MÉDIA AMOSTRAL (X) e a verdadeira MÉDIA POPULACIONAL.

O grupo “pesquisa de campo” refere-se ao surveys quantitativo realizado


na comunidade.

Os demais elementos que compõem a ESCALA DE AVALIAÇÃO DA


SENSAÇÃO DE SEGURANÇA são todos os itens denominados “DADOS
COLETADOS PELO ESTADO”.

A ESCALA será decorrente composta pelo somatório simples, desses


dados, após a determinação da amostragem populacional, determinada conforme
demonstrado acima.

Para cada população estudada, encontrar-se-á um Índice da Sensação de


Segurança (ISS) que corresponde a seguinte fórmula:

ISS = Σ (PCamp, PAPG, APNE,PC,PNG,PS,IC,IPG)

Onde:

Pesquisa de Campo = PCamp;


Programa de Ação Policial do Governo = PAPG;
Ações Policiais não Elencadas no Programa Governamental (APNE);
Polícia Comunitária (PC);
Participação Não Governamental (PNG);
Participação da Sociedade (PS);
Imprensa e Comunicação (IC) e
Participação Governamental (PG).
46

3.1.5 Descrição do Sistema de Avaliação da Sensação de Segurança (SASS)

A ferramenta de ação é criação de um software capaz de sintetizar os


dados coletados, tanto das fontes oficiais de pesquisa, quanto da pesquisa realizada
junto a comunidade alvo.

A mudança mais palpável que este sistema de avaliação trará, sem


dúvida, é uma maior confiabilidade no processo, agora monitorado de forma objetiva,
por meio de escala que representa de forma direta a sensação de segurança, tendo
como referência a área de um Batalhão da Polícia Militar, considerando que este é o
parâmetro utilizado pelo Estado para delimitar as áreas de segurança.

O ineditismo se revela quando na esfera gerencial, passa a existir a figura


do “observador-analista de SASS” – técnico treinado, que não vem a ser nem o líder
comunitário, nem ninguém que tem nenhum vínculo político partidário e, sim, uma
pessoa escolhida pela comunidade a ser estudada. Este técnico de SASS, em
contato com o Batalhão, participa como alimentador do sistema, no que diz respeito
diretamente à comunidade.

A partir das informações colhidas, pelo analista de SASS, toda a cadeia


de processamento será retroalimentada, restando ao Batalhão acrescentar os dados
operacionais encaminhá-los à Central de Monitoramento e Análise.

As telas do software do SSAS estão apresentadas no Apêndice A.

3.1.6. Resultados

Reafirma-se a proposta do presente trabalho de intervenção, como


catalizador de novas oportunidades de como melhorar a segurança do Estado, para
tanto foram realizados ensaios que determinaram o valor mínimo da tabela, onde
não haveria qualquer intervenção na busca da segurança, e o valor máximo possível
47

– situação ideal, quando todas as ações voltam-se para a segurança, figurando seus
pontos intermediários para a classificação em melhor ou pior qualidade no
investimento em segurança.

3.1.6.1 Ensaios da ESCALA

A seguir são demonstrados os ensaios realizados com objetivo de


estabelecer Valores Máximo e Mínimo da Escala de Avaliação da Sensação de
Segurança, assim como seus valores intermediários.

3.1.6.1.1 Primeiro Ensaio (Índice Superior)

Neste primeiro exercício de ensaio foram postos números que


estabelecessem o ideário máximo de segurança, trabalho e vida comum, sendo
dada nota máxima aos pontos.

Como resultado, foram encontrados, no Sistema de Avaliação da


Sensação de Segurança (SASS), cento e vinte e cinco pontos (125), que permitem
avaliar que caso houvesse um sistema de segurança ideal e uma sociedade perfeita,
esses seriam os números.

3.1.6.1.2 Segundo Ensaio (Índices Medianos)

Foram atribuídos neste ensaio valores medianos de números que


entendemos retratar uma sociedade com instituições que conseguem atingir
situações consideradas suficientes para se manter um status quo de organização,
contudo necessitando de melhorias nos diversos campos analisados.
48

Este ponto foi convencionado como sendo a média aritmética da ESCALA


do Sistema de Avaliação da Sensação de Segurança (SASS), ficando entre
sessenta e dois e sessenta e três (62 – 63) pontos.

3.1.6.1.3 Terceiro Ensaio (Índice Inferior)

Neste último ensaio foi estabelecido um valor mínimo que induzisse o


resultado ao fator considerado deplorável, a fim de que pudesse ser estabelecida a
métrica inferior da escala do Sistema de Avaliação da Sensação de Segurança
(SASS).

A observação analítica é que com tal fator de escala, a situação de uma


comunidade, bem como a atuação dos órgãos de segurança seria catastrófica,
concluindo-se que todo o processo gestor de segurança e de entendimento do que
vem a ser uma sociedade normal seria de caos. Tal ensaio apresentou como zero
(0) ponto.

3.1.7 Discussão

Uma boa análise criminal contribui com subsídios para que o poder
público possa agir taticamente com mais eficiência, eficácia e efetividade, onde os
policiais possam desenvolver melhor o seu trabalho, como também
estrategicamente, no sentido de que os órgãos diretivos de segurança, possam
estabelecer uma melhor política, voltada pontualmente em relação à projeção de
cenários da criminalidade.
49

3.2 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Desenvolvimento e aplicação do sistema a partir de determinação da


aprovação do projeto.

3.2.1 Cronograma de Treinamento

PERÍODO ATIVIDADES
MÊS 1 Pesquisa de campo
MÊS 1 Análise e tabulação dos dados
MÊS 1 Desenvolvimento do software
MÊS 2 Treinamento do efetivo
MÊS 2 Avaliação e preparação de implantação
MÊS 3 Implantação do sistema

3.2.2 Treinamento

O treinamento será realizado, no Batalhão detentor da área regional da


aplicação do SASS, com os componentes tanto da instituição militar, quanto do
analista comunitário do Sistema de Métrica.

Palestras em cada Batalhão serão realizadas com todo o efetivo, a fim de


conhecimento e conscientização das ações.

Rigor no processo de coleta, tratamento e análise das informações, será a


tônica dos trabalhos das equipes.
50

3.3 ORÇAMENTO DO PROJETO

Considerando que para coleta de dados, tabulação e pessoal será


utilizado efetivo da PM, o qual diretamente encontra-se envolvido, desde o início,
não existe orçamento, pois a atividade laboral já se encontra nos Batalhões da
Polícia Militar.

O custo do software é R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais), destinados à


empresa desenvolvedora do sistema, a qual prevê a entrega do produto dentro de
30 dias. Custo com “observador-analista de SASS”, R$ 1.300,00, mensal.

Custo total de implantação R$ 17.300,00 (dezessete mil e trezentos


reais).

Custo anual R$ 31.600,00 (trinta e um mil e seiscentos reais).


51

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de integração desenvolvido, perseguindo a racionalidade das


ações, visa o desenvolvimento da compreensão dos mecanismos de planejamento
que requerem a abordagem do problema social por vários ângulos e não apenas
como ação isolada, caracterizando, desse modo o que o novo conceito de Defesa
Social preconiza.

A realização do mapeamento dos processos com uso correto da TI,


utilizando-se de mecanismos de integração e o desenvolvimento de softwares
específicos e adequados à prática do controle interno e externo das ações policiais,
transforma a ambiência criminosa em ambiência saudável.

Todo trabalho tem sido realizado com foco em áreas previamente


identificadas, buscando-se fortalecer o controle preliminar com novas orientações e
treinamento efetivo, principalmente como consequência à resposta da sociedade,
aplicando-se conceitos éticos e respeitando-se o estado democrático de direito.

O enfrentamento operacionalizado com base na competência,


inteligência, produção de informações e produção de conhecimento, tem
transformado o conceito de combate, gerando uma nova proposta de controle.
Vislumbra-se, então, o entendimento de Defesa Social como aquelas ações
consequentes à junção de Segurança Pública e Cidadania.

Ao concluir este trabalho, buscou-se identificar a contribuição e


importância dos fatores motivacionais que produzem a sensação de segurança. E
quais os benefícios oferecidos pelo governo que são considerados mais importantes.

O conteúdo deste esforço contém informações que poderão ser utilizadas


no Governo do Estado de Pernambuco, como estratégia para conseguir melhorar as
condições de vida a população, não se encerra per si, como propositura, e sim,
procura aperfeiçoar técnica e metodologicamente os processos e procedimentos de
52

produção de estatísticas e análise criminal sobre segurança pública, utilizando o


Sistema de Avaliação da Sensação de Segurança (SASS), foco deste projeto, como
catalisador em construção de melhoria dos povos, na visão SEGURANÇA.
53

REFERÊNCIAS

Batitucc, Eduardo Cerqueira; Ribeiro, Ludmila Mendonça Lopes da Cruz; Marcus


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TELAS DO SISTEMA
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