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APOSTILA DO CURSO

CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA


Na modalidade presencial
Eixo Tecnológico: TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER

AUTORES:
Antônio Diogo Lustosa Neto
Ricardo Nogueira Campos Ferreira
João Henrique Cavalcante Bezerra
Cássia Rosane Silveira Pinto
Marcus Borges Leite
Carlos Henrique Profírio Marques
Gabriel de Mesquita Facundo
Jamile Mota da Costa

Fortaleza – CE
2016

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REALIZAÇÃO: EXECUÇÃO:

FUNECE-CE

APOIO:

PRONATEC / UECE

Reitor Coordenador Pronatec Campo


José Jackson Coelho Sampaio Antônio Amaury Oriá Fernandes

Vice Reitor Coordenadora Pedagógica


Hidelbrando dos Santos Sores Maria das Dores Alves Souza

Pró-Reitora de Extensão Coordenadores Adjuntos


Claudina Nogueira de Alencar Antônio Cruz Vasques
Luiz Carlos Mendes Dodt
Pró-Reitor de Administração Antônio Diogo Lustosa Neto
Carlos Heitor Sales Lima Ricardo Nogueira Campos Ferreira

Diretor da UNEP Articuladora Institucional


José Nelson Arruda Filho Rejane Gomes Léa Ramos

Coordenador Geral Pronatec Secretária Geral


Plácido Aderaldo Castelo Neto Marilde Silva Jorge

Coordenador Pronatec Pesca Assessor Jurídico


Fábio Perdigão Vasconcelos Thiago Barbosa Brito

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A UECE E O PRONATEC

José Jackson Coelho Sampaio


Reitor da UECE

A lógica de uma grande política pública de educação profissional foi testada no


Ceará, por Ariosto Holanda, na raiz do sistema CVT/CENTEC. Essa lógica ganhou outros
estados e o Brasil, pela construção do PRONATEC, pelo Ministério da Educação-MEC, em
seus três eixos: disciplinas técnicas e tecnológicas a serem incorporadas como optativas
no histórico escolar de alunos do Ensino Médio; cursos técnicos e tecnológicos, para for-
mação inicial e continuada, em modalidade extensionista; e cursos profissionais comple-
tos de Ensino Médio.

A UECE, desde sua criação em 1975, incorpora em sua grade a oferta de cursos
técnicos de nível médio, na área da saúde, como Técnico de Enfermagem, seguido pos-
teriormente do Técnico em Segurança do Trabalho. Há 10 anos criamos a Unidade de
Educação Profissional-UNEP, assumindo a complexidade que essa modalidade de ensino
oferece, além de sua extraordinária capacidade de inclusão social. A existência da UNEP
nos habilitou a obter o direito de sermos ofertantes do PRONATEC, quando a oportuni-
dade surgiu.

Somos a segunda universidade pública estadual do Brasil, a primeira foi a Univer-


sidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES, a poder oferecer a modalidade da forma-
ção inicial e continuada, e isto nos orgulha. Sobretudo, por termos obtido o direito em
meio à crise político-econômica que vem afetando a capacidade de investir do poder
público, em seus níveis federal, estadual e municipal.

A UECE oferta 1.600 do PRONATEC em 41 municípios, sendo 1.460 vagas do PRO-


NATEC Pesca e 140 vagas do PRONATEC Campo para somar-se ao Sistema “S”, à Secretaria
Estadual de Educação-SEDUC, ao Instituto Federal do Ceará-IFCE e ao Instituto CENTEC,
no esforço de qualificar o poder de trabalho, a criatividade e o empreendedorismo dos
cearenses, a fim de que uma sociedade talentosa e melhor informada supere as crises
político-econômicas e nossa árdua natureza semiárida.

Há também um grande esforço institucional, devido às condições de oferta, em


tão pouco tempo, na transição 2015/16, que, esperamos, geste resposta solidária, positi-
va, efetivamente parceira, dos municípios, dos professores e dos alunos. Sigamos, pois o
caminho é belo e uma boa luz nos orienta: Lumen ad Viam!

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO A PESCA ESPORTIVA.................................................................................................13

2. O CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA / GUIA DE PESCA ........................................................15

3. MODALIDADES DE PESCA ESPORTIVA ...........................................................................................16

4. CIÊNCIAS NATURAIS ..............................................................................................................................22

5. PRIMEIROS SOCORROS ENVOLTOS A PESCA ESPORTIVA ........................................................24

6. EQUIPAMENTOS, PREPARAÇÃO E MANUTENÇÃO ......................................................................25

7. EXPRESSÕES INGLESAS UTILIZADAS NA PESCA ESPORTIVA ..................................................26

8. ORDENAMENTO E LEGISLAÇÃO PESQUEIRA ...............................................................................30

9. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EDU-ENTRETENIMENTO ..................................................................33

10. BOAS PRÁTICAS PARA PESQUE E SOLTE ......................................................................................34

11. RELACIONAMENTO HUMANO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO ...................................................35

12. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES ESPORTIVOS ..........................................................................36

13. TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO E MARINHARIA ...............................................................................37

14. EMBARCAÇÕES, MÁQUINAS E MOTORES MARÍTIMOS...........................................................37

15. CONTROLE, MONITORAMENTO E PRODUÇÃO CIENTÍFICA ..................................................38

16. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................40

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CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA
Eixo Tecnológico: TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER

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APRESENTAÇÃO DO CURSO

Este documento apresenta o Projeto Político Pedagógico do Curso voltado


para formar o Condutor de Turismo de Pesca, visa trabalhar as competências bá-
sicas, específicas e de gestão necessárias à realização das atividades inerentes ao
exercício da pesca esportiva praticada com responsabilidade, proatividade, auto-
nomia, segurança e qualidade. O curso também tem o intuito de difundir práticas
simples a serem adotadas na rotina dos guias de pesca esportiva (condutores de
turismo de pesca) e contribuir para que a atividade possa ser realizada, cada vez
mais de forma profissional, agregando valor ao serviço, e consequente gerando
mais renda às comunidades locais.
A categoria de pesca esportiva vem crescendo e se consolidando cada vez
mais no Brasil. A atividade está sendo considerada uma cadeia econômica emer-
gente, no País, e a capacitação dos envolvidos no segmento é de fundamental
importância para que as necessidades dos pescadores/turistas, cada vez mais exi-
gentes, possam ser atendidas de forma satisfatória.
As informações do curso serão repassadas aos alunos de maneira organiza-
da, buscando sempre referências literárias e experiências práticas para fundamen-
tar a defesa de interesses desses profissionais e dos locais onde atuam.
Competências que deverão ser evidenciadas ao final da capacitação em or-
dem de prioridade:

ü Cuidados de Segurança
ü Competências técnicas de um Guia de Pesca
ü Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
ü Ordenamento e Legislação Pesqueira
ü Controle e Monitoramento
ü Comunicação e Prestação de Serviços de Guia de Pesca

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JUSTIFICATIVA

Existe uma grande necessidade de qualificação e treinamento de uma


mão-de-obra dos envolvidos do setor de pesca esportiva. Com a transmissão de
conhecimento técnico de base sólida, naturalmente serão atendidas as necessida-
des dos pescadores esportivos, pesquisadores, donos de hotéis e pousadas, fiscais
e órgãos responsáveis pelo gerenciamento e proteção dos recursos naturais e do
meio ambiente. E neste processo de desenvolvimento, nada melhor do que dar a
atenção especial aos que estão diretamente ligados a atividade, os guias de pesca,
e com isso tornar a categoria mais ordenada, profissional e competitiva.
Os guias de pesca, piloteiros, barqueiros e pirangueiros como são chama-
dos, possuem conhecimento empírico, através da vivência, sobre a fauna e flora
local, e toda sua interação com o meio ambiente. Muitas pescarias não poderiam
ser realizadas sem o auxílio dos mesmos. Por isso os guias de pesca não devem
somente os condutores dos barcos, ou o que levam os pescadores aos locais de
pescaria, mas devem ser também os responsáveis por passar todas as informa-
ções relevantes relacionadas à pesca. Com a valorização de seu trabalho, através
da qualificação, sua condição social melhorará, assim como de sua família.
A situação atual, da pesca artesanal no Brasil, está cada vez mais crítica de-
vido motivos como a falta de organização do setor, aumento do esforço de pesca,
pesca predatória, o que vem trazendo graves conseqüências sociais, econômicas
e ambientais. O hobby de pesca esportiva, sendo praticado de forma bem estrutu-
rada, organizada e administrada, poderá minimizar esse impacto antrópico. E o in-
cremento do turismo local, com essa atividade, pode colaborar para a preservação
ambiental, o desenvolvimento social e econômico local, além da possibilidade de
contribuir para as pesquisas científicas.
E apesar da pesca esportiva está inserida no eixo tecnológico de turismo,
hospitalidade e lazer, o que pode aquecer o trade turístico e ser um produto a ser
oferecido como forma de lazer e entretenimento, a atividade está diretamente liga-
da ao meio ambiente aquático, e conseqüentemente está relacionada a gestão pes-
queira, pelo poder público, que deve disciplinar a atividade através de normas le-
gais, e principalmente na proteção e conservação dos recursos pesqueiros naturais.
Diante do exposto, o curso de Condutor de Turismo de Pesca de educa-
ção profissional de Formação Inicial e Continuada – FIC se justifica pela importân-
cia do tema na economia brasileira e como uma oportunidade de atualização e
formação de profissionais qualificados, favorecendo, dentre outros, os estudantes

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do ensino médio da rede pública, os trabalhadores e beneficiários dos programas
federais de transferência de renda.
Nessa perspectiva, a UECE propõe-se a oferecer o curso Condutor de Tu-
rismo de Pesca por entender que contribuirá para a busca/aquisição do primeiro
emprego, a elevação da escolaridade e o empreendimento próprio dessas pesso-
as, bem como para a formação humana integral e com o desenvolvimento socio-
econômico da região articulado à missão e objetivos da UECE.

OBJETIVO GERAL:

O Curso de Formação Inicial e Continuada - FIC em Condutor de Turismo


em Pesca, na modalidade presencial, tem como objetivo geral de capacitar agen-
tes locais para atuarem como condutores de Turismo de Pesca / Guia de Pesca.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO CURSO:

1. Fazer uma introdução sobre o setor da pesca esportiva


2. Definir a atuação do condutor de turismo de pesca/guia de pesca
3. Identificar as modalidades da pesca esportiva
4. Descrever informações sobre as ciências naturais
5. Descrever informações sobre primeiros socorros envoltos a pesca.
6. Detalhar sobre os equipamentos de pesca esportiva e sua preparação e
manutenção
7. Abordar expressões utilizadas na pesca em língua inglesa
8. Discutir sobre ordenamento e a legislação pesqueira do segmento
9. Discutir sobre educação ambiental e edu-entretenimento
10. Descrever as boas práticas para o pesque e solte
11. Apresentar informações sobre relacionamento humano e prestação de
serviço de guia de pesca
12. Discutir sobre as principais espécies de peixes esportivos do local

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13. Descrever sobre técnicas de navegação, marinharia e embarcações re-
lacionadas a pesca
14. Descrever informações básicas sobre máquinas e motores marítimos
15. Destacar a importância do controle e monitoramento durante a prática
de pesca esportiva a produção cientifica

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR:

A organização curricular do Curso de Formação Inicial e Continuada – FIC


em Condutor de Turismo de Pesca, na modalidade presencial – no PRONATEC
tem como eixo norteador o Projeto Pedagógico Nacional, tendo sua elaboração
conforme a realidade socioeconômica do Estado do Ceará e por sua vez, trabalhar
aspectos relacionados à realidade de cada Município e localidade onde o mesmo
está sendo aplicado. Sua constituição definiu-se através do Plano Instrucional, em
anexo a este projeto pedagógico.

Carga Horária Carga Horária


Conteúdo
Prática Teórica
ENSINO POPULAR E EMPREENDEDORISMO 50
INTRODUÇÃO Á PESCA ESPORTIVA 4
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA/GUIA DE PESCA 2 2
MODALIDADES DA PESCA ESPORTIVA 1 2
CIÊNCIAS NATURAIS 4 8
PRIMEIROS SOCORROS ENVOLTOS A PESCA ESPORTIVA 4 4
EQUIPAMENTOS DE PESCA ESPORTIVA, PREPARAÇÃO E MANUTENÇÃO 4 6
EXPRESSÕES DA LÍNGUA INGLESA UTILIZADAS NA PESCA ESPORTIVA 1 3
ORDENAMENTO E LEGISLAÇÃO PESQUEIRA 4
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 4 4
PESQUE E SOLTE 4 4
RELAÇÕES INTERPESSOAIS E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE GUIA DE PESCA 17 4
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES ESPORTIVOS 1 3
TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO, MARINHARIA E EMBARCAÇÕES 4 4
MÁQUINAS E MOTORES MARÍTIMOS 4
CONTROLE E MONITORAMENTO 4 4
Total: 160 Horas 52 108

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

1. INTRODUÇÃO A PESCA ESPORTIVA

A definição de pesca é o ato de extração de organismos aquáticos, tanto


em águas continentais, quanto em águas marinhas. No Brasil, a pesca esportiva
atualmente está inserida na categoria de Turismo Ecológico, um dos setores eco-
nômicos que mais cresce no mundo, essa modalidade de pesca é praticada como
hobby ou esporte, com o objetivo de lazer. Porém o termo pesca esportiva, para
alguns, pode ser definido como sinônimo de atividade esportiva, onde são incluí-
das as competições de pesca. Essa atividade pesqueira se desenvolveu e se espe-
cializou bastante, com o passar do tempo, permitindo a organização do segmen-
to, de acordo com suas peculiaridades. Nesse sentido, cabe, aos fornecedores dos
serviços turísticos, de pesca ou de esporte prestarem as informações necessárias
aos seus clientes, visando garantir o respeito à legislação.
O segmento de turismo de pesca está inserido na categoria de pesca ama-
dora, e desde o final da década de 80, início dos anos 90, e vem se tornando um
setor produtivo grande e diversificado que envolve comércio e prestação de ser-
viços, gerando empregos diretos e indiretos, e isso está fazendo com que alguns
pescadores profissionais e artesanais encontrem no segmento de Turismo de Pes-
ca uma remuneração melhor. Novas oportunidades de trabalhos estão surgindo
para pescadores, ribeirinhos, povos do mar ou trabalhadores das águas, pois o
mercado da pesca esportiva vem crescendo a cada ano no Brasil e no mundo.
O turismo de Pesca movimentou em 2008 US$45 bilhões somente nos Estados
Unidos, dentro de um universo de 40 milhões de norte-americanos, de 16 anos
ou mais, aproveitaram as variedades da pesca sem finalidade comercial no ano de
2008, totalizando 45 bilhões de dólares, no Brasil estima-se existam em torno de
25 milhões de pessoas envolvidas com a pesca esportiva.
Em várias regiões do País, grandes campeonatos de pesca, a existência de
algumas espécies alvo da pesca esportiva mundial e a homologação de recordes
mundiais de maiores peixes capturados favorecem o surgimento de algumas pro-
fissões como a de isqueiro, piloteiro de barco, guia de pesca, dentre outras, e essas
novas oportunidades de trabalho, estão contribuído com a geração de emprego e
renda para muitas famílias que viviam marginalizadas por falta de oportunidade.
Embora o produto obtido por meio da pesca amadora não possa ser comerciali-
zado, em alguns locais, somente a venda de iscas vivas para a captura de peixes
nobres, tem sido uma das mais lucrativas fontes de renda. Também permitido que
o produto da pesca esportiva possa ser utilizado para o consumo próprio, orna-
mentação ou pesque e solte.

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CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

A economia local também é beneficiada de forma indireta, pois alguns tu-


ristas/pescadores costumam comprar rancho, alugar barcos, se hospedar em ho-
téis ou casas de moradores, o que torna necessário a existência de pessoas que
qualificadas trabalhem também com limpeza e preparação de comida.
O turismo de pesca esportiva, estar ligado ao uso de recursos naturais, e
por isso, também deve ser gerido pelo poder público, o qual deve proporcionar
condições de desenvolvimento controlando a pressão do homem sobre o meio
ambiente. E caso seja realizado de forma planejada, com a participação dos en-
volvidos do setor, acarretará em desenvolvimento social e econômico, diminuição
dos impactos ambientais e redução de conflitos entre os pescadores artesanais
esportivos, os de subsistência e os profissionais.
Essa atividade de lazer está se transformando em uma indústria cada vez
mais consolidada, movimentando anualmente milhões de dólares, em diversos
segmentos. Também estão sendo realizadas pesquisas e capacitações para os que
estão envolvidos, ou para os que possuem interesse de atuar no setor da pesca
esportiva. E atendendo a solicitações de clubes de pesca, colônias de pescado-
res, associações de pescadores esportivos e superintendências federais da Pesca
e Aquicultura nos estados e do Núcleo de Planejamento e Ordenamento da Pesca
Amadora (NUPA), o curso técnico de Condutor de Turismo de Pesca foi inserido na
grade de ensino do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec) do Governo Federal, e aos poucos o curso está sendo levando a educa-
ção profissional e tecnológica por todo o País.
O Brasil apresenta excelentes características para a realização da pesca es-
portiva, pois possui uma das mais amplas, diversificadas e extensas redes fluviais
de todo o mundo, cerca de 13% de toda água doce do planeta encontra-se em seu
território, possui em torno de 6 milhões de hectares de águas represadas nos açu-
des e grandes reservatórios e ainda em torno de 7.367 km de costa. Pescadores
do mundo todo são atraídos pela diversidade de peixes (ictiofauna), e diferentes
biomas podem ser encontrados em regiões de lagos, lagoas, manguezais, rios e
mares, proporcionando diversas opções para a prática da pesca. Porém, por ser
uma atividade recente, ainda não é pouco reconhecida, e seu ordenamento ainda
está no inicio, sendo necessária a criação de políticas públicas destinadas para a
atuação da categoria de forma mais profissional.
Segundo o Núcleo de Planejamento e Ordenamento da Pesca Amadora
(NUPA) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), no Brasil, aproximadamente

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CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

50 mil pessoas trabalhem como Guia de Pesca, muitos na informalidade, ou seja,


não tem os direitos previstos pelas leis trabalhistas, como a aposentadoria, em-
bora sejam agentes importantes para o resultado da pescaria e para a orientação,
o conforto e a segurança dos turistas pescadores, os quais estão cada vez mais
exigentes.
O município de Camocim, no Litoral Oeste do Estado, sediou 1° Torneio de
Pesca Esportiva do Rio Coreaú no ano de 2015, evento foi realizado pela Associa-
ção de Pesca Esportiva do Estado do Ceará (Apeece) e da Aquafort Tour & Pesca
Hotel, em parceria com o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da
Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa) e Prefeitura Municipal de Camocim.
Especificamente o Ceará tem grande potencial para um desenvolvimento
mais arrojado desta prática, considerando sua extensa Costa e importantes Es-
tuários com preservados Manguezais, uma importante bacia hidrográfica com a
presença de grandes açudes e a grande diversidade de espécies propícias para a
pesca amadora também são atrativos indiscutíveis para a prática da modalidade
no nosso Estado.

2. O CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA / GUIA DE PESCA

Os envolvidos com a atividade de pesca esportiva, também são conheci-


dos como piloteiros, pirangueiros, barqueiros, a denominação de ´´guia de pesca``
sobrepõe-se com o ´´Guia de Turismo`` porém existe uma tendência para a utiliza-
ção do nome de condutor de Turismo de Pesca, ou apenas Guia de Pesca.
O Guia de Pesca exerce uma atividade multidisciplinar que envolve ações
da pesca, turismo e do meio ambiente, com profissionalismo e dedicação aos ser-
viços prestados aos turistas pescadores conduzindo-os com segurança para locais
onde se possa realizar as atividades de pesca esportiva, orientando, interpretando
e descrevendo aspectos físicos, químicos, ambientais e históricos do local onde
atuam. Também pode auxiliar sobre as técnicas de navegação voltadas para a
pesca e no traslado aquático, escolha e manuseio das iscas, nós e na soltura dos
peixes capturados, elabora e identifica roteiros de pesca e informa sobre as prin-
cipais espécies de peixes do local, temporada de pesca, tábua de marés (mapa da
pesca local). Organiza, seleciona e prepara materiais e equipamentos necessários
à realização das pescarias, orienta os clientes nos procedimentos das atividades

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

de pesca esportiva que irão realizar, nas questões de segurança e cuidados com
meio ambiente, dão suporte, quando necessário, para o satisfatório atendimento
as necessidades do pescador/cliente, mantém os equipamentos em condições de
uso lavando, limpando, guardando e realizando pequenos reparos.
Por conta de todas essas responsabilidades, é de fundamental importância
a qualificação e treinamento desses profissionais, fazendo com que possam atuar
no mercado com todo seu potencial e assim suprir as necessidades dos turistas
pescadores que estão a procura de lazer, descanso e paz.
Existem alguns guias de pesca que trabalham em hotéis, outros que traba-
lham por conta própria, o pescador artesanal, conhece profundamente as técni-
cas de manejo relacionadas a atividade, pois vive uma relação íntima com a natu-
reza, conhecem os territórios os melhores locais de pesca nos rios e lagos e praias,
conhecem os perigos da localidade e quais as melhores maneiras de pescar deter-
minados peixes. Constantemente se discuti sobre o futuro do meio ambiente e da
pesca esportiva no Brasil e assuntos relacionados ao gerenciamento e proteção
dos recursos naturais e do meio ambiente, sobre as modificações necessárias a
atual estrutura da pesca esportiva, tais assuntos também devem ser discutidos
com os guias de pesca.

3. MODALIDADES DE PESCA ESPORTIVA

3.1 Pesca de praia

É uma modalidade de pesca que não necessita de embarcação, e é realiza-


da a beira mar, normalmente com a utilização de varas longas com molinetes ou
carretilhas, e pode ser feito o uso de iscas artificiais ou naturais. A pesca de praia é
uma das modalidades de pesca bastante praticada no Brasil, devido ao fácil aces-
so, pois no litoral é onde vivem a maioria da população do País, também por conta
da simplicidade, baixo custo e a possibilidade de levar a família, tornando um pro-
grama de lazer completo e saudável para todos, muitos iniciantes nas pescarias
tem o seu primeiro contato com o esporte e o mundo da pesca esportiva através
da pesca de praia.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Fonte: http://ndonline.com.br/joinville/noticias/43109-gincana-de-pesca-de-arremesso-que-sera-rea-
lizada-em-barra-velha-esta-com-inscricoes-abertas.html
Foto: Luciano Morais/Arquivo

Os arremessos, durante a pesca de praia, podem ser realizados de forma


manual ou com o auxilio de aparelhos. Cada pescador irá chegar ao seu modelo
de arremesso ideal, mas o que temos que compreender de uma forma geral é que
a finalidade do arremesso não é arremessar o chumbo o mais longe possível e sim
levar a isca para onde os peixes se encontram.
Alguns fatores que podem influenciar nesse tipo de pesca, são as marés, as
correntes, as condições metereológicas, a características da plataforma continen-
tal, a temperatura da água e a quantidade de peixes local. Podemos dividir a pesca
de praia em dois tipos, levando-se em consideração a plataforma continental;

1) Pesca em praias fundas (de tombo): praias cuja a declividade é acentua-


da e a profundidade aumenta rapidamente, o que favorece o pescador,
pela baixa frequência de onda e em muitos casos não é necessário en-
trar na água durante o arremesso.
2) Pesca em praias rasas: praias cuja declividade é baixa e a profundida-
de aumenta aos poucos, isso gera uma série maior de ondas e ocorre a
formação de canais, valas ou valões, onde os peixes costumam nadar.

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CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

A identificação dos canais é necessária e simples, e normalmente estão


onde as ondas perdem a espuma. Também é importante o lançamento
das iscas na direção oposta a da corrente e a verificação da maré, pois
em marés mais baixas o arremesso terá que ser mais longo.

3.2 Pesca de barranco

Essa modalidade também não necessita de embarcação, trata-se da moda-


lidade mais popular e antiga do mundo, onde o pescador se posiciona a beira do
corpo d’água como rios, lagos, lagoas ou represas, é muito praticada por aqueles
que admiram vegetações e curtem a tranquilidade da natureza. Essa modalidade
é divida em especificações, cada uma com o seu grau de dificuldade, pode ser rea-
lizada com a utilização de iscas naturais ou artificiais e o com auxílio de diferentes
utensílios de pesca, como linha de mão, bambu, varas, molinetes e etc.
Porém são necessário cuidados para evitar além de surpresas como inso-
lação, desidratação, e principalmente acidentes de trajeto, por isso deve se ficar
atento as condições do local, pois alguns solos podem estar úmidos e ocorrer des-
lizamentos. Também deve se ter cuidado com a linha ou chumbo não enroscar nas
margens. O sucesso na pescaria também depende de silêncio e paciência, algumas
vezes os pescadores montam pequenas estruturas de madeira e ficam sobre ela.

Fonte: hƩp://praƟquepesca.blogspot.com.br/2013/09/pescaria-na-ceva-rio-pardo.html

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CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

3.3 Pesca de arremesso

Pode ser realizada em ambiente continental ou marinho, e existe a possibi-


lidade do arremesso ser embarcado. Os arremessos acontecem com maior preci-
são e frequência, na tentativa de capturar os peixes. Essa modalidade é conhecida
no mundo como ´´bait casting``, e exige um pouco mais de conhecimento sobre
o tipo de peixe que se quer capturar. Pode ser realizada com diferentes tipos de
iscas, e se utiliza varas com molinete ou carretilhas que são utilizados para dar a
impressão de que as iscas estão vivas.

Fonte: http://viaggiturismo.com.br/on/?portfolio=pescaria-amazonia

3.4 Fly ou pesca com mosca

Conhecida por Fly casting, também pode ser realizada embarcada, onde
são utilizadas varas flexíveis, carretilhas, linhas mais grossas e iscas artificiais, fabri-
cadas artesanalmente com pelos, penas, fios de plástico e linhas de costura, com
o intuito de imitar insetos e pequenos animais, com movimentos de vai e vem.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Inicialmente se destinava a pesca de Trutas e Salmões e é uma modalidade que


exige maior estudo, treino e persistência, para dominar a técnica do lançamento,
por isso existem cursos específicos para a aprendizagem dos diferentes tipos de
arremessos.
Com a evolução dos treinos se pode controlar com facilidade o curso da
linha, linha de fly, em situações de vento, locais com estruturas que dificultam os
arremessos e em diferentes distâncias.

Fonte: http://www.pescacommosca.com.br/caiaque01.htm
Foto: Fotos: Wilson Feitosa e 100

3.5 Pesca de corrico

A grande vantagem é que nessa modalidade se pode pescar enquanto se


passeia de barco, pois nesse tipo de pesca utiliza-se um barco em movimento para
arrastar as iscas com uma aceleração que pode ir de 3 a 15 nós, dependendo do
tipo de peixe que se quer capturar. As iscas normalmente utilizadas são as artifi-
ciais, varas curtas e fortes e carretilhas e linhas mais fortes próximas a isca são os
equipamentos geralmente empregados. Pode ser realizada em diferentes locais,
apesar da pesca no oceano ser a mais praticada.
De uma maneira geral, existem três categorias de pesca de corrico: a costei-
ra, a intermediária e a pesada, quanto maior a categoria, maior o peixe e maior a
capacidade do barco de ir mais longe e se engana quem pensa que a pesca de cor-
rico é uma técnica de simplesmente rebocar linhas, pois essa modalidade de pesca
exige técnicas e cuidados específicos durante o manejo dentro das embarcações.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Fonte: http://www.nautica.com.br/corrico/

3.6 Pesca de rodada

É um modalidade praticada em águas rápidas e corredeiras e são realizadas


embarcadas, deixando as os barcos desligados descerem os rios, sendo levados
pela correnteza, as iscas são arrastadas junto com a embarcação, em alguns ca-
sos pode-se ancorar barco e deixar apenas que o chumbo acompanha a corrente.
Atualmente, têm-se optado por varas longas com molinete e carretilha. E as em-
barcações podem ser adaptadas com quebra ondas para que se locomovam em
marcha ré e os pilotos dos barcos podem fazer o uso de remos.

Fonte: http://www.pescanordeste.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=63&Itemid=2

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

3.7 Pesca Subaquática

Também conhecida como pesca sub, essa atividade se assemelha a uma


caçada e pode ser realizada com ou sem o auxílio de embarcações, essa modali-
dade pode ser praticada como esporte, com utiliza técnicas de mergulho livre ou
apneia, sendo proibido o uso de aparelhos de respiração artificial. É indicado ter
conhecimento de apnéia e os equipamento básicos para a prática inclui máscara,
snorkel, facas, bóias, nadadeiras, cinto de lastro e arpão, também é aconselhado
que a pesca seja realizada no mínimo em duplas de pescadores e se utilize roupas
isotérmicas. Já foi considerara como esporte de aventura, e pelos perigos, atual-
mente é classificada como esporte radical.

Fonte: http://www.livresportes.com.br/reportagem/na-caca-submarina-pescador-vai-ao-encontro-do-peixe

4. CIÊNCIAS NATURAIS

É importante que o Guia de Pesca saiba relacionar os principais aspectos


naturais do meio ambiente marinho, estuarino, de água doce, recursos pesqueiros
e a dinâmica das pescarias. Para isso é necessário que ele tenha conhecimentos
gerais sobre geografia, hidrologia, limnologia, biologia, ecologia e oceanografia
visando identificar as melhores condições de pesca.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Por se tratar de um assunto abrangente, o aprofundamento nas ciências


naturais se dará conforme as características específicas de cada localidade, porém
de uma maneira geral, o interesse é fazer com que os guias de pesca adquiram in-
formações básicas para que se possa entender os fenômenos físico quimicos que
acontecem na superfície terrestre e sua influência na fauna e flora.
Sobre a origem da Terra e dos oceanos e o aparecimento da vida, serão
abordados os principais eventos em uma sequência lógica, dando uma maior im-
portância as informações relacionadas a água e sua interação com o meio, através
do estudo das aguas continentais, do ambiente litorâneo e da dinâmica das praias.
Esclarecendo sobre as propriedades físico-químicas da água, ciclo hidrológico e as
interações entre a atmosfera e o oceano, as marés e os principais compostos dis-
solvidos na água.
Os assuntos sobre o comportamento, distribuição e abundância de animais
aquáticos, tem como interesse principal entender a importância de cada indivi-
duo na constituição da teia alimentar, serão discutidos aspectos gerais sobre o
progresso da ciência pesqueira no Mundo e no Brasil e dos recursos aquáticos,
para uma melhor compreensão do setor e dos mecanismos de adaptação dos ani-
mais ao meio aquático, e as variáveis que afetam a distribuição e a abundância de
peixes.
Os grandes reservatórios da região hidrográfica do Atlântico Nordeste
Oriental, a região litorânea e a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) receberão um des-
taque maior por conta da região onde será ministrado o curso, assim como a parte
de biologia, fisiologia e anatomia de peixes. Os peixes esportivos são o alvo princi-
pal para o turista pescador, e por isso é importante entender sua origem, evolução
e as interações que eles fazem com os outros animais e o meio em que vivem, sua
biologia, seus hábitos reprodutivos, alimentares e comportamentais.
Mas existem diversas classificações, adaptações, características, e apesar
de algumas serem semelhantes entre espécies diferentes, existem algumas pe-
culiaridades que são importantes que o Guia de Pesca tenha o conhecimento. A
Ictiologia é o ramo da zoologia que estuda os peixes como um todo, mas existem
algumas associações com a biologia, limnologia e oceanografia, e algumas delas
serão trabalhadas no curso como a anatomia e ecologia.
Para que se compreenda as interações que esses animais fazem com outros
animais e com o meio ambiente em que vivem, principalmente com o Ecossistema
de Manguezal, zona que fica na transição entre os rios e os mares, e que ocupam

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

mais de 1/3 da costa brasileira e em torno de 10.000 km do território nacional. O


conhecimento de aspectos geográficos sobre o mundo, o Brasil e, principalmente,
da região onde atua o Guia de Pesca como mapas, principais rios e bacias hidro-
gráficas, clima e vegetação

5. PRIMEIROS SOCORROS ENVOLTOS A PESCA ESPORTIVA

Existem cuidados básicos que devem internalizados pelos envolvidos com


a pesca esportiva, porém muitas vezes o pescador fica mais preocupado com seu
lazer do que com sua segurança, por isso o Condutor de Turismo de Pesca deve
estar atento, e assim evitar que aconteça ou até mesmo saber lidar caso aconteça
algum agravo à saúde dos praticantes de pesca. Existem riscos atrelados as dife-
rentes modalidade de pesca e os cuidados com a segurança deve sempre estar em
primeiro plano, por isso deve-se ter o conhecimento sobre acessórios que devem
ser usados, os riscos de cada local. A procura pela pesca amadora cresce a cada
ano, mas a segurança é indispensável, a experiência do pescador não é garantia
de imunidade contra os acidentes, certamente, o kit de primeiros socorros ideal
proporcionará uma pescaria mais tranquila e sem riscos para sua saúde.
Os acidentes na água, podem acontecer quando menos se espera, e é ne-
cessário estar preparado, saber o que fazer e o que não fazer no momento em
que acontecem imprevistos. Os primeiros socorros em campo serão trabalhados,
e abordarão temas como o suporte básico a vida, com aulas teóricas e práticas de
reanimação cardiorrespiratória, desobstrução das vias aéreas (manobras de en-
gasgo), cuidados com machucaduras e queimaduras, contenção de sangramento,
imobilização de membros em fraturas, crise convulsiva, choque elétrico, intoxica-
ções e envenenamentos, salvamento aquático, desmaios e enjôos.
Os kits de segurança devem ser adquiridos logo na primeira pescaria, deve-
-se compreender que nada adianta ter um bom kit de segurança se o usuário não
souber como utilizá-lo. O kit de primeiros socorros é um item que não pode faltar
no seu equipamento na hora de sair para pescar. O kit farmácia é algo extrema-
mente pessoal, e será dada a importância sobre entrar em contato com seu mé-
dico ou conversar com o cliente na sua montagem. Ambos os kits podem variar
de acordo com a quantidade de dias de pescaria e das peculiaridades dos locais
de pesca. Cada maleta, bolsa ou kit, deve obedecer uma especificação, conforme:
finalidade, grau de risco e treinamento de quem vai utilizá-lo.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Existe também os utensílios básicos que nenhum pescador deve esquecer,


como filtro com proteção UV para os lábios, filtro solar em spray ou creme, óculos
de sol com proteção UV, boné impermeável e botas.
Alguns locais de pesca exigem até comprovantes de vacinação, o recomen-
dado é levar junto a si as carteirinhas de vacinação para que, caso ocorra algum
acidente, o hospital saberá como está o estado de saúde e qual vacina deverá ser
aplicada no pescador. Quanto mais precaução, melhor, pois é sempre melhor pre-
venir do que remediar.

6. EQUIPAMENTOS, PREPARAÇÃO E MANUTENÇÃO

Entre os equipamentos, o intuito não será a divulgação de determinadas


marcas ou empresas, mas sim apenas de informar, quais são os recomendados
para cada modalidade de pesca, sua utilização na melhoria da pescaria e da se-
gurança dos usuários. São vários os instrumentos utilizados para pesca, alguns
mais simples e outros mais sofisticados, se engana quem pensa que existe so-
mente anzóis, chumbo, varas, linhas e iscas. A categoria de pesca amadora não
significa dizer que seja algo realizado por iniciantes, na verdade a arte da pes-
ca esportiva compreende um conjunto amplo e diversificado de conhecimento,
técnicas e habilidades necessárias para explorar recursos pesqueiros. As diversas
modalidades de captura além de necessário o conhecimento da natureza (ven-
tos, correntezas, peixes etc.) inclui também a preparação, montagem, manuten-
ção e a confecção de parte dos instrumentos de trabalho. O Guia de Pesca possui
um longo conhecimento sobre os equipamentos, pois alguns atuam no setor
de a infância, o que torna o altamente qualificado, mas o conhecimento sempre
precisa ser aprimorado.
Alguns equipamentos são um pouco diferentes de uma modalidade para
outra, alguns acessórios são muito importantes, e sem eles, fica um pouco com-
plicado o manuseio, podendo chegar até danificar se não estiver sendo utilizado
da forma correta. Para facilitar a escolha, os equipamentos mais utilizados serão
abordados de acordo com o tipo de pesca e assim auxiliar na escolha de um ma-
terial ideal, e o foco maior será dado as carretilhas ou molinetes, iscas artificiais,
anzóis, varas e nós para pesca esportiva.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

7. EXPRESSÕES INGLESAS UTILIZADAS NA PESCA ESPORTIVA

O Brasil tem atraído os pescadores turistas estrangeiros tanto pelas belezas


naturais e os peixes do país. O intuito é estimular que o Guia de Pesca desperte
para a importância da aprendizagem de outro idioma, trazendo a tona algumas
palavras básicas do dia à dia e termos técnicos náuticos e equipamentos de pesca.
E assim permitir uma melhor comunicação entre as partes, passar segurança ao
turista e fazer com que o guia consiga exercer seu atendimento com eficiência.

EXPRESSÕES EXPRESSIONS
alligator jacaré
Backing Linha de algodão trançada, sem elasticidade
Baitcasting pesca de arremesso com carretilhas
be careful tome cuidado
beautiful bonito
beverage bebida
big grande
bird pássaro
black preto
Blacklash cabeleira
Blade lâminas usadas no spinner ou spinnerbait
Blank corpo da vara.
blue azul
Bobber Boia
Brown marrom
Bug Inseto
can I help you posso ajudar
Casting Arremesso
Castnet fishing Tarrafa
cold Frio
come back Volte
come on Vamos
Damsel moscas que imitam libélulas
dinner Jantar
Earthworm / Worm Minhoca
empty Vazio
Excuse com licença
fast Rápido
fire Fogo
fish Peixe
Fish Peixe / Pesca
Fishing Pescaria / Pesca
Fishing boat Barco de pesca
Fishing club Clube de pesca
Fishing equipment / Fishing Gear Equipamento de pesca

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Fishing hook Anzol de pesca


Fishing license Licença de pesca
Fishing line Linha de pesca
fishing lure Isca / Isca artificial
Fishing net Rede de pesca
Fishing pliers Alicate de pesca
Fishing prohibited / Fishing banned Pesca proibida
Fishing reel Molinete de pesca
Fishing rod / Fishing pole Vara de pescar
Fishing shop Loja de equipamentos de pesca
fishing spot local de pesca
Fishing stool Banco de pesca
Fishing tackle Traia de pesca / Artigos de pesca
Floating flutuar.
FlyFishing pesca com moscas Pesca Fly
food comida
fresh water água doce
Frog rãs, sapos e pererecas
full Cheio
Gaff Bicheiro, em inglês.
Glow fosforescente.
good afternoon boa tarde
good evening boa noite
good Morning bom dia
GPS “Global Positioning System”, ou “Sistema de Posicionamento Global”.
green Verde
Grey Cinza
Grub Verme
Hackle Pena
Hair wing Moscas cujas asas são feitas de pelo.
Half Hitch Nome de um nó
heat Calor
heaven Céu
Hook Anzol, em inglês.
Hook Keeper Acessório usado para prender o anzol na vara.
ice Gelo
Abreviação de “International Game Fish Association”, ou “Associação
IGFA
Internacional de Pesca Esportiva” .
in front em frente
in here Aqui
Interline Vara cuja linha passa por dentro do corpo da vara
Isca artificial de fundo montada com anzóis simples com cabeça de
Jig
chumbo
Jumping Jig Isca artificial de fundo em formato de pequenos peixes
King Salmon Espécie de Salmão.
Knot Nó
Leader ou Líder Serve para proteger a linha principal durante a briga com o peixe.
Leeches Sanguessugas

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

left esquerda
Line Linha
little pequeno
Live bait Isca viva / Isca de peixe
lunch almoço
Lure Isca
Minnows Peixinhos / Alevinos
moon lua
more or less mais ou menos
morning dia
Needle knot Nó usado para prender o leader
Net keeper Peça usada para prender o puça no colete.
night Noite
no Não
please por favor
Isca artificial fabricada em materiais rígidos como madeira, acrílico,
Plug
fibra e plásticos duros.
Quadrate Vara de fly feita com bambú de 4 lados.
Quill Haste da pena de galo
rain Chuva
red Vermelho
Reel Molinete
Rig montagem de chicotes.
right direita
River rio
River bank margem do rio
salt sal
salty water água salgada
sea mar
see you tomorrow até amanhã
Iscas artificiais em formato de peixes fabricadas em materiais flexí-
Shad
veis
shallow Raso
Sink tip Linha de fly em que apenas a ponta afunda e o restante flutua
Sinker Fishing Chumbada de pesca
Sinking afundar.
slowly Devagar
Snaps presilhas , prendedores, engates
soda refrigerante
Spincast É um híbrido entre carretilha e molinete.
Spinner Iscas artificiais dotadas de lâminas que giram quando tracionadas
Spinning Molinete
Sport fishing / Fly-fishing Pesca esportiva
Streamer Iscas de fly que imitam peixinhos
Streamer-bucktail iscas feitas com penas ou plumas e os bucktails com pêlos.
Strike fisgada
sugar Açúcar
Sun Sol

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Suport Hook ou Assist Hook Anzol extra ou auxiliar


Teasing Iscas artificiais sem garatéias
thank you Obrigado
tide Maré
today Hoje
Trailer Chamariz adicionado ao anzol em iscas
Trailer hook Anzol extra adicionado ao anzol spinnerbait.
Treble hook Garatéia, em inglês.
tree Árvore
Trick Peixe pequeno.
Tune up Balancear a isca
ugly Feio
Uni Knot nó único.
Upstream Pescaria realizada subindo o rio
water Água
wave Onda
Waypoints São pontos de referência marcados no aparelho de GPS.
Wet fly mosca molhada.
White branco
wind Vento
Yard Jarda. Medida de comprimento. Uma jarda equivale a 0,9144 metro.
Yeah / Yes Sim
yellow Amarelo
yesterday Ontem
you are welcome de nada
NUMEROS NUMBERS
0 – Zero 17 – Seventeen
1 – One 18 – Eighteen
2 – Two 19 – Nineteen
3 – Three 20 – Twenty
4 – Four 30 – Thirty
5 – Five 40 – Forty
6 – Six 50 – Fifty
7 – Sevem 60 – Sixty
8 – Eight 70 – Seventy
9 – Nine 80 – Eighty
10 – Tem 90 – Ninety
11 – Eleven 100 – One hundred
12 – Twelve 200 – Two hundred
13 – Thirteen 3,000 – Three thousand
14 – Fourteen 5,000,000 – Five millions
15 – Fifteen 10,000,000,000 – Ten billions
16 – Sixteen

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

8. ORDENAMENTO E LEGISLAÇÃO PESQUEIRA

A intenção é o ordenamento a pesca, preservar a biodiversidade costeira,


promover a capacitação comunitária, gestão compartilhada de ações, discussão
de Códigos de Conduta para Pesca Responsável, fiscalização da pesca ilegal, entre
outros.
Todo pescador deve respeitar o limite de captura e transporte estabelecido
pela legislação em vigor, defeso e o respeito aos tamanhos mínimos de captura
e às espécies proibidas devem ser respeitadas. O guia de pesca deve ter conheci-
mento das regras que regem a pesca esportiva em nível federal e estadual para
evitar problemas com a fiscalização e contribuir para a conservação dos recursos
pesqueiros. A atenção da gestão pública brasileira para a pesca amadora eviden-
ciou-se em 1998, a partir de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Turismo
(EMBRATUR) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA), com a cooperação técnica do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), para a criação do Programa Nacional de Desen-
volvimento da Pesca Amadora (PNDPA).
Em 2003, o Governo Federal editou a Medida Provisória nº 103 (hoje Lei nº
10.683), e criava a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap/PR). O órgão
federal, ligado à Presidência da República, que ficou responsável por fomentar
e desenvolver políticas voltadas ao setor pesqueiro. No ano de 2009, em 29 de
junho, Dia do Pescador, foi sancionada a Lei nº 11.958, e era, então, criado o Minis-
tério da Pesca e Aquicultura do Brasil, atendendo ao anseio histórico dos pesca-
dores e aquicultores do País.
O Ministério da Pesca e Aquicultura foi extinto pela reforma ministerial no
ano de 2015, A pesca ficou a partir de agora com Ministério da Agricultura, Pecu-
ária e Abastecimento (MAPA), através da Secretaria de Monitoramento e Contro-
le da Pesca e Aquicultura. Em termos de políticas públicas, extinto Ministério da
Pesca e Aquicultura (MPA), era o órgão responsável pelo setor pesqueiro no País.
De acordo com a Lei 11.958/2009, competia ao MPA executar a política nacional
pesqueira e aquícola. No que se refere à pesca amadora, destaca-se a competên-
cia pela concessão de licenças, permissões e autorizações para o exercício da ativi-
dade em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, fixou as normas, critérios,
padrões e medidas de ordenamento do uso sustentável dos recursos pesqueiros
no Brasil.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Ao Ministério do Turismo compete o ordenamento, a estruturação, a qualifi-


cação e a promoção do turismo que se desenvolve em função da prática da pesca
amadora. A delimitação conceitual, as características e a abrangência do segmen-
to de Turismo de Pesca. Existem vários instrumentos legais que dizem respeito
à prática da pesca amadora no Brasil e da atividade de turismo dela decorrente.
Nesse sentido, buscou-se reunir alguns dos principais procedimentos a serem ob-
servados e respeitados para uma prática adequada do Turismo de Pesca no Brasil.
Nessa parte de curso de Condutor de Turismo de Pesca serão apresentados
os principais pontos dos instrumentos legais que tratam da pesca amadora. Para
a prática da pesca amadora em qualquer modalidade é necessário uma licença
expedida pelo Ibama de pesca embarcada e desembarcada. O não pagamento
implica apreensão do material e do produto da pesca, além de outras sanções pre-
vistas no Artigo 56 do Decreto-Lei n° 221, de 28.02.67 e legislação complementar.
Por isso deve respeitar e ficar atento a época de defeso e piracemas das espécies
e devolver para água espécies abaixo da medida mínima exigida por lei, tudo isso
visando a manutenção e preservação e o futuro das espécies.
Atividade pesqueira praticada por brasileiros ou estrangeiros com finalida-
de de lazer, turismo e desporto, sem finalidade comercial, quando refere-se ao
produto de sua captura; A fiscalização deveria ser feita pela Capitania dos Portos
de forma constante e não eventualmente e nas altas estações, pois existe um alto
numero de embarcações navegando no canal com documentação irregular, sem
habilitação náutica e transitando em alta velocidade o que prejudica as pequenas
embarcações. O IBAMA é o órgão que se responsabiliza pela proteção dos peixes
de água salgada.
A Licença para a Pesca Amadora é obrigatória para todo pescador amador
no território brasileiro, obviamente, nos locais onde a pesca é permitida. Existem
três categorias de licença de pesca amadora: Desembarcada (Categoria A), Embar-
cada (Categoria B) e Subaquática (Categoria C). E é obrigatório para o condutor de
embarcação de esporte e recreio possuir a carteira de arrais amador para águas
interiores ou mestre amador nas costeiras até 200 milhas da costa, para isto bas-
ta fazer um curso completo e prestar exame na marinha de sua região junto as
Capitanias dos Portos ou Despachantes Marítimos e depois de ter sido aprova-
do, receber a habilitação, o mesmo se aplica a todos documentos da embarcação
no segmento de pesca esportiva embarcada, documento da embarcação, seguro
obrigatório e termo de compromisso são itens obrigatórios para embarcações de
esporte e recreio.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Para os uma melhor entendimento, iremos abordar as principais leis, porta-


rias e instruções normativas que regulamentam a atividade. E não somente falar,
e sim procurar entender o motivo da criação das mesmas. Algumas delas serão a
lei da Pesca (Lei nº 11.959 de 2009), as instruções normativas nº 5 e nº 9 de 2012,
os períodos de defeso para as principais espécies, tamanho mínimo de captura, e
dos atos normativos da Bacia Hidrográfica da Região Nordeste (nº 3 de 2005) e as
portarias do Ibama que regulamentam o uso dos recursos marinhos com o intuito
de evitar a pesca predatória e conter excessos.
A profissão de guia de turismo foi regulamentada Lei nº 8.623, de janeiro de
1993 e disciplinada por meio da Portaria do MTur nº 27, de 2014, que estabelece
requisitos e critérios para o exercício da atividade de Guia de Turismo. Por isso, a
definição para esta recente ocupação dos trabalhadores da pesca amadora é Con-
dutor de Turismo de Pesca.
A profissão de guia de pesca, exercida informalmente por cerca de 50 mil
pessoas no Brasil, caminha para a regulamentação. O primeiro passo será a inclu-
são na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e
Emprego. O órgão confirmou que negocia a respeito com os ministérios da Pesca
e Aquicultura, do Turismo e da Educação. Núcleo de Planejamento e Ordenamen-
to da Pesca Amadora do Ministério da Pesca e Aquicultura, tinha o objetivo é con-
cluir a etapa de homologação da atividade no Ministério do Trabalho até 2015.
Desde 2013, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec), do Ministério da Educação, oferece o curso de condutor de turismo de
pesca, com o objetivo de que haja maior padronização e profissionalismo na ativi-
dade, o curso está inserido no eixo tecnológico de Turismo, Hotelaria e Lazer e no
eixo tecnológico de Recursos Naturais é o eixo que onde se encontram os cursos
de tecnologias relacionadas à produção aquícola e pesqueira.
.Caso seja concluída a etapa de homologação da atividade no Ministério do
Trabalho, o profissional poderá começar a acessar os benefícios sociais, pois gran-
de parte dos guias de pesca que atuam hoje são empreendedores individuais,
categoria jurídica que permite o pagamento de um valor simbólico em tributos
e acesso a benefícios como auxílio-maternidade e auxílio-doença. Com a regula-
mentação da atividade, no entanto, o leque de garantias se ampliaria e eles esta-
riam cobertos por todos os benefícios trabalhistas: décimo-terceiro salário, férias
e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

9. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EDU-ENTRETENIMENTO

A todo pescador esportivo, por força do esporte, acaba se transformando


em amante da natureza e conhecedor profundo de suas riquezas, se tornando
uma das esperanças para a conservação e preservação do meio ambiente. Consi-
derando que a pesca amadora é praticada em ambientes naturais, cuidados com
o meio ambiente são requisitos básicos para a manutenção da atividade. Dessa
forma, serão apresentadas medidas de preservação e conservação do meio, in-
formando os impactos que podem ser provocados pela prática descuidada da
atividade, os cuidados necessários com o lixo, fogo, acampamento, mata ciliar e
espécies nativas.
Os ambientes marinhos, costeiros e áreas de manguezal são considerados
grandes berçários naturais, tanto de espécies endêmicas desses ambientes como
de outras que migram para estas áreas durante alguma fase do seu ciclo de vida.
Nestas áreas existe uma constante interação entre fatores sócio-econômicos e
ambientais, sendo necessário promover valores e comportamentos sociais, onde
cada indivíduo ou grupo se tornem ativos no processo de proteção ao meio am-
biente.
Atualmente a temática ambiental constitui uma das grandes provocadoras
de reflexão e requer a participação de todos, principalmente dos Condutores de
Turismo de Pesca, nas discussões e tomadas de decisão sobre o que deve ser feito
nesse momento crítico da história da Terra, pois estamos vivenciando uma crise
ambiental sem precedentes, que ameaça todas as formas de vida do planeta.
A consciência ecológica e o desejo de sustentabilidade ambiental nos con-
vocam constantemente a dialogar sobre o processo de formação da cidadania na
mudança de hábitos, valores e atitudes. É nesse momento que surge a necessida-
de de oferecer condições para que a preocupação com o meio ambiente atinja
o máximo de pessoas possível, atribuindo-lhe um significado prático em suas vi-
das. Os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambien-
tal envolvem o crescimento econômico contínuo em harmonia com o meio am-
biente, contemplando as dimensões culturais e sociais.
Assim, a sustentabilidade pode ser definida como a utilização racional dos
recursos naturais, garantindo que suas características principais sejam preserva-
das. Desta forma, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessi-
dades do presente sem comprometer a possibilidade das próximas gerações aten-
derem às suas necessidades futuras. Tendo em vista que objetivo fundamental da

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Educação Ambiental consiste em sensibilizar, estimular e envolver cada indivíduo


na expressão e envolvimento com as problemáticas sócio-ambientais fica, cada
vez mais evidente a necessidade de expandir o conhecimento para o setor da pes-
ca esportiva.
A Educação Ambiental é, portanto, um instrumento fundamental no pro-
cesso de formação da cidadania, na mudança de valores, hábitos, atitudes, per-
cepções e comportamentos. Por isso, é imprescindível não só conhecer temas re-
ferentes às questões ambientais, mas atuar sobre eles, fazendo com que os Guias
de Pesca incorporem uma visão de mundo formada nos princípios da sustentabi-
lidade, enfocando os ecossistemas marinhos, costeiros e áreas de manguezais, os
quais estão bem próximos da realidade em que vivem.

10. BOAS PRÁTICAS PARA PESQUE E SOLTE

Pesque e Solte é o ato de pescar o peixe, admirá-lo e devolvê-lo à água


em perfeitas condições de sobrevivência, principalmente os peixes jovens e os
muito grandes. A pesca esportiva com a prática do pesque e solte é uma filosofia
propagada internacionalmente que contribui para o crescimento das atividades
turísticas, desenvolvimento sustentável da pesca esportiva e da manutenção dos
estoques pesqueiros. Embora pescar e soltar ainda não seja uma imposição legal
obrigatória em todo o país, tem-se observado um aumento de sua normatização,
concomitante ao aumento do rigor da legislação que trata da pesca, de forma ge-
ral. A atitude de devolver o peixe com vida a água, independentemente de estar
dentro ou não das medidas estabelecidas pela legislação, deve ser praticada por
todas as pessoas que dependem da pesca esportiva, como garantia de lazer ou
emprego.
Mas, para que o sistema de pescar e soltar funcione e traga benefícios é
importante saber fazer essa devolução de modo correto, de tal forma que o peixe
possa sobreviver e continuar a se desenvolver. Existem regras importantes para
garantir a soltura e iremos abordar com mais detalhes assuntos sobre como fazer
a soltura, em que local você deve soltá-lo, a posição mais recomendada para sol-
tura, equipamentos adequados, tempo fora da água, o tempo de briga, proteção
das guelras e o manuseio do peixe.

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APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Fonte: http://coisadezootecnista.blogspot.com.br/2011/02/manejo-correto-no-pesque-solte.html

11. RELACIONAMENTO HUMANO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

A relação entre o turista de pesca e o Guia de Pesca é determinante para


que o pescador volte ou não a pescar naquela localidade. Não basta ter informa-
ção e pescar bem, porque a atividade não é solitária. O turista também valoriza o
bem-estar, simpatia, aparência, boa vontade, prazer pelo trabalho, higiene pes-
soal, etc. Esses aspectos também fortalecem o mercado, o relacionamento com
o turista deve ser de forma profissional e deve-se buscar um comprometimento
com o que o turista almeja no seu esporte e lazer já que lidamos com pessoas, e
essas por sua vez possuem comportamentos variados e diferentes.
O Guia de Pesca precisa entender que sua função no barco não é diverti-
mento e sim trabalho, que deve ser executado da melhor forma possível. O turista
contrata um guia para orientá-lo e ajudá-lo a fazer uma boa pescaria. Para dividir
sua experiência profissional adquirida no seu trabalho na região. Vale lembrar que
o turista passa a maior parte do tempo de sua pescaria em contato com o guia e
nele se espelha para realizar uma pescaria proveitosa, por isso o comportamento
e a apresentação do Contudor de Turismo de Pesca é importante para a relação
positiva numa pescaria.

35

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 35 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

O comportamento do consumidor de turismo vem mudando e, com isso,


surgem novas motivações de viagens e expectativas que precisam ser atendidas.
Em um mundo globalizado, onde se diferenciar adquire importância a cada dia, os
turistas exigem, cada vez mais, roteiros turísticos que se adaptem às suas necessi-
dades, sua situação pessoal, seus desejos e preferências.

12. PRINCIPAIS ESPÉCIES DE PEIXES ESPORTIVOS

O Brasil é o país do mundo com o maior número de espécies de seres vivos,


o guia de pesca precisa saber os peixes que freqüentam a região em que desen-
volve sua atividade e conhecer alguns peixes esportivos que habitam outras regi-
ões para poder argumentar com seus clientes pescadores quando for comentado
algo a respeito. Por isso serão apresentados os principais peixes para a pesca es-
portiva, sendo eles de agua doce ou salgada.
Segundo informações do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o Nor-
deste Brasileiro desponta como grande área para o desenvolvimento do turismo
de pesca. Peixes alvo como o robalo, tarpon e peixes oceânicos como os peixes de
bico são abundantes no mangues e costa do Nordeste.
Eles podem habitar as águas doces e águas salgadas. Podem passar a vida
toda vagando pelos mares ou podem nascer e morrer em uma mesma lagoa.
Podem ser grandes e pesados, compridos ou curtos. Depois de fisgados podem
saltar fora da água, tentar soltar- se do anzol, procurar os troncos submersos na
tentativa de proteção; podem atacar as iscas com voracidade e agressividade. Ou
seja, para serem considerados esportivos os peixes devem despertar o interesse
do pescador ao tentar capturá- los, seja pela força bruta que tenha que empregar,
ou mesmo pela astúcia ou técnica exigidas na sua captura. A designação de “peixe
esportivo” para uma determinada espécie depende ainda da região ou do País
onde se encontra. O mesmo peixe pode ser considerado “esportivo” em alguns pa-
íses e em outros não apresentar muito interesse aos pescadores. Existem espécies
que correm o risco de extinção como é o caso do peixe Mero, outro grande peixe
esportivo que merece atenção contra a pesca predatória é o Robalo.
No entanto, existem casos unânimes como o tarpon ou camarapim (Me-
galops atlanticus), os peixes- de- bico oceânicos, como o marlim-azul (Makaira
nigricans), o agulhão-de-vela (Istiophorus albicans), os atuns (Thunnus sp.),os sal-
monídeos, envolvendo as trutas e salmões (Oncorhynchus sp.), os tucunarés (Ci-

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1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 36 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

chla sp.), os robalos (Centropomus sp.), o dourado (Salminus maxillosus), a pirarara


(Phractocephalus hemioliopterus), o Pirarucu (Arapaima gigas), o dourado do mar
(Coryphaena hippurus), e o black- bass (Micropterus salmoides). Eles são com certe-
za os peixes mais procurados pelos que praticam a Pesca Esportiva, pois além de
serem extremante técnicos, são esportivos e lutadores.

13. TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO E MARINHARIA

Enquanto náutica refere-se a Nau (barco, navio) e navegação refere-se ao


deslocamento de embarcações, pode-se considerar que marinharia se refere aos
procedimentos e tarefas diárias de um marinheiro.
Assim, sobre a navegação iremos abordar de maneira resumida tópicos
sobre os tipos de navegação, projeções cartográficas, cartas náuticas, conversões
de rumos e marcações e manejo dos instrumentos de auxílio à navegação, racio-
nalização de trabalhos de bordo, visando ao melhoramento do processo de pesca
e noções básicas de Sistemas de Navegação por Satélite (GNSS). E assim obter
o conhecimento da arte e ciência de navegar, seus problemas, tipos, métodos e
importância.
Sobre as técnicas de Marinharia descreve a maneira correta de executar de-
terminadas tarefas a bordo. O manuseio de cabos náuticos (chamados pelo leigo
de «cordas»), execução de nós (sendo que cada nó tem vantagens, desvantagens
e aplicações específicas), manutenção de madeiras, limpeza, mareação de velas,
noções de ventos, marés, todos conhecimentos importantes para a vida profissio-
nal de um marinheiro.
Informar da importância entender sobre aspectos teóricos e práticos sobre
o barco: proa, popa, bordo, calado, boca e pontal; segurança, sinalização, baliza-
mento e marés, material obrigatório para navegação como.

14. EMBARCAÇÕES, MÁQUINAS E MOTORES MARÍTIMOS

Como algumas pescarias podem acontecer embarcadas, é importante o


conhecimento da estrutura da embarcação, principais definições, dos movimen-
tos da embarcação e sua estabilidade. Trazendo exemplos das diferentes embar-
cações pesqueiras empregadas na pesca esportiva na região nordeste e demais
regiões do Brasil, enfatizando as características e diferenças existentes. Caracte-

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1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 37 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

rizar cada tipo de embarcação com relação aos apetrechos de pesca que devem
ser acomodados e transportados a bordo para viabilizar o uso nas atividades de
pesca e os componentes básicos e que merecem atenção nas revisões periódicas.
Estudo de mecanismo, funcionamento e instalação de motores diesel e combus-
tão interna. Noções sobre maquinaria de bordo de embarcações pesqueiras e os concei-
tos básicos sobre o funcionamento das máquinas e motores marítimos, classificação das
motores empregados na propulsão de embarcações e os principais equipamentos de
propulsão.

Noções básicas de mecânica é um aspecto de segurança que pode evitar situa-


ções desagradáveis para o guia e o pescador; O objetivo deste tema não é transformar o
guia de pesca em mecânico especializado em motores de popa, mais sim dar uma idéia
e noção para se evitar frustrações e aborrecimentos devido a falta de manutenção dos
equipamentos.

15. CONTROLE, MONITORAMENTO E PRODUÇÃO CIENTÍFICA

Os Guias de Pesca poderão ser formados para contribuir com pesquisas e


a conservação de peixes esportivos no Estado. Pois após a realização do curso de
Condutor de Turismo de Pesca haverá um aprofundamento das questões ambien-
tais e a experiência adquirida nas aulas teóricas e práticas, além da experiência do
dia a dia de trabalho de Condutor de Turismo de Pesca, fará com que exista um
maior conhecimento sobre os peixes esportivos que ocorrem no Ceará, e caso es-
sas informações sejam registradas de forma correta, poderá gerar pesquisas apli-
cadas que resolvam aspectos práticos para a conservação desses animais.
Durante o trabalho é possível que ocorra, em paralelo, um levantamento de
dados dos locais de pesca e das espécies que ocorrem, conduzindo a processos de
criação de Unidades de Conservação e conduzindo campanhas de conscientização.
O litoral leste do Ceará, onde se iniciaram os cursos de Condutor de Turismo
de Pesca, é caracterizado pela rica biodiversidade, e reconhecido pelo Ministério
do Meio Ambiente (MMA) como de extrema importância biológica. O motivo é
que ao longo de toda essa parte do litoral cearense, existem ambientes de alimen-
tação, reprodução e berçário de espécies em perigo crítico de extinção. Mas além
da biodiversidade, a região também sofre ameaças, incluindo os ambientes cos-
teiros como estuários com manguezais, recifes costeiros, bancos de algas e ban-
cos de fanerógamas, que se constituem em grandes berçários da vida marinha.

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1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 38 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Devido à importância socioeconômica e ambiental da região, poderá ha-


ver parcerias com Universidades, órgãos ambientais federais, sindicatos, colônias,
associações e ONG’S, com objetivos em comum, para que se encontrem procedi-
mentos que visem melhorar e normatizar a atividade.
com o objetivo de criar uma Unidade de Conservação, e assim proteger
determinados peixes ou áreas de reprodução, contribuindo para integridade da
biodiversidade do Estado e consequentemente incrementar a produtividade pes-
queira nas águas, além de contribuir para o ordenamento da pesca artesanal e do
Turismo de Pesca na região.
Praticamente não existem pesquisas atreladas a pesca esportiva, e as possi-
bilidades são enormes, com por exemplo a instalação, em alguns peixes, de mar-
cadores com o objetivo de acompanhar o deslocamento e avaliar a taxa de sobre-
vivência desses animais com a prática do pesque e solte.
A pesca artesanal nos municípios do litoral leste do Ceará faz parte da cul-
tura e da subsistência alimentar das comunidades. Representa 82,8% da frota pes-
queira, principalmente em Icapuí, Aracati, Fortim e Beberibe. No entanto, ainda
encontramos práticas ilegais de pesca, ou a chamada pesca predatória.
O Turismo de Pesca requer efetivas medidas de proteção ambiental, com
o apoio de pesquisas com relação ao estoque dos peixes mais visados, essa reali-
dade pode mudar, e isso só tende a ampliar e melhorar a qualidade da prática da
pesca amadora no território nacional.

39

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 39 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

16. REFERÊNCIAS
ANDRADE, F. A. M.; PAIXÃO, R. O. Diagnóstico do Turismo de Pesca de Corumbá – MS. In: IV Simpó-
sio sobre Recursos Naturais e Sócio-Economicos do Pantanal. Corumbá/MS. 23-26 de novembro
de 2004.

ARAGÃO, A. Pescarias Fluviais no Brasil. SP: Melhoramentos, 1947. BRASIL, IBAMA. Programa Na-
cional de Desenvolvimento de Pesca Amadora - Guia de Pesca Amadora: peixes de água doce. 2ª
edição. Brasília: IBAMA, 2008.

BRASIL, IBAMA. Programa Nacional de Desenvolvimento de Pesca Amadora - Guia de Pesca Ama-
dora: peixes marinhos. 2ª edição. Brasília: IBAMA, 2008.

BRASIL, Ministério da Pesca e Aquicultura. Texto-base - I Encontro Nacional da Pesca Amadora:


Construindo a Política da Pesca Amadora. Brasília, Ministério do Turismo,2010.

BRASIL, Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). Capacitação de Condutores de Turismo de Pesca.


Secretária de Planejamento e Ordenamento da Pesca. Brasilia, 2014.

BRASIL, Turismo DE PESCA: Orientações Básicas. 2º Edição. Ministério do Turismo Secretaria Nacio-
nal de Políticas de Turismo Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico
Coordenação-Geral de Segmentação. Brasília, 2010.

BANDUCCI JUNIOR, A. Catadores de iscas e o turismo da pesca no Pantanal Mato-Grossense. 1. ed.


Campo Grande: UFMS, 2006.

BARRETO, M. Planejamento e organização em turismo. Campinas, Papirus, 1991. (Col. Turismo.)


Manual de iniciação ao turismo. Campinas, Papirus, 1991.

Dancini, J. L. Mergulho em apnéia: fundamentos para a prática desportiva. Editora do Autor, 2005

Dias Neto, J. Gestão do uso dos recursos pesqueiros marinhos no Brasil. Edições IBAMA, 2003.

Empresa das Artes. Pesca Amadora Brasil, Ed. Abril, 2001

FUKUMOTO, Sílvio. Noções Gerais da Pesca de Arremesso. Editora Zillig, 1987.

Lopes, K; Gern, R,F; Barros, M. Perfil socioeconômico dos trabalhadores de apoio ao turismo de
pesca. XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca. 2014.

MARQUES, D. K. S.; SILVA, R. A. M.; LIMA, R. P.; VARGAS, R. D.; PEREIRA, R. A. C. Recomendações para
praticar o pesque-e-solte. Embrapa Pantanal, Corumbá - MS. 2007.

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1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 40 25/02/16 12:02


APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

PNDPA. Guia Brasileiro de Pesca Amadora. Embratur. 1999.

RODRIGUES, W. P. UMA ANÁLISE SOBRE O TURISMO DE PESCA NA COMUNIDADE DO PORTO DA


MANGA-CORUMBÁ/MS.
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Sociais, do Departamento de Ciências Humanas e
Sociais, da
Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – Campus de Campo Grande. 2008.

SCHORK Gianfrancisco, MOTTOLA Letícia M. & SILVA Maurício Hostim, Artigo:


Diagnóstico da pesca amadora embarcada na região de São Francisco do
Sul (SC). Revista CEPSUL - Biodiversidade e Conservação Marinha, 2010.

VON SYDOW, Hermano Alfredo Hebert. Manual de máquinas de combustão interna.


Rio de Janeiro: Escola Naval, 1961.

http://www.ambientebrasil.com.br
http://www.cbpds.com.br
https://www.dpc.mar.mil.br
http://www.fao.org
http://www.fishbase.org
http://www.fishtv.com
http://www.mpa.gov.br
http://www.pescaalternativa.com.br
http://www.pescamadora.com.br
http://www.robaloflecha.com.br

41

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 41 25/02/16 12:02


ANEXOS

ANEXOS - I
APOSTILA DO CURSO

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 42


PLANO INSTRUCIONAL CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

PLANO INSTRUCIONAL PRONATEC


CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Natureza da programação: CURSO


Título da ação: Condutor de Turismo de Pesca Tipo da Programação: FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA (FIC)
Linha de ação: Eixo Tecnológico: TURISMO, HOSPITALIDADE E LAZER
Ocupação: Guia de Pesca

42
INSTRUTOR
Nome: Carlos Henrique Profírio Marques
Profissão: Engenheiro de Pesca
Entidade a que se vincula ou onde trabalha:
PARTICIPANTE
Nº de participantes: 20
Perfil desejado: Profissionais do setor pesqueiro, estudantes do ensino médio da rede pública, trabalhadores e beneficiários dos programas federais de transferência de renda.
Participantes com necessidades especiais:
(Especificar as necessidades)

Data da elaboração do Plano: Carga horária Período de reali- Local de realização da Ação: Jaguaribe e Fortim
Dezembro de 2015 total zação
160 Horas
Assinatura do Instrutor:
OBJETIVO GERAL: Capacitar agentes locais para atuarem como condutores de Turismo de Pesca / Guia de Pesca
Objetivos Específicos Conteúdo Técnicas Instrucionais Avaliação Recursos Carga Horária
Instrucionais

25/02/16 12:02
*Eixo Mobilizador

Apresentação do instrutor e dos


participantes:
UECE
PRONATEC
Contrato de Convivência
Avaliação
Certificação Multimídia; Data Show, No-

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 43


Introdução do Tema Questionamento tebook, Caixa de Som, Passa-
1. F AZER UMA INTRODUÇÃO SOBRE Oral dor de slide
O SETOR DA PESCA ESPORTIVA
Observação da
1.1 Apresentar a atividade da Exposição Dinamizada participação
pesca esportiva ou pesca Pincel Atômico para quadro 4 horas Teóricas
amadora como um atividade branco.
de geração de emprego e
renda e de conservação am- Observação do
biental. desempenho
Quadro Branco
1.2 Destacar o potencial do ne-
gócio no Brasil;

43
2.1 Descrever a ocupação de con- Multimídia; Data Show, No-
dutor de turismo de Pesca ou Guia tebook, Caixa de Som, Passa- 4 horas
Questionamento dor de slide
de Pesca Exposição Dinamizada Oral
Pincel Atômico para quadro (2 horas Teóri-
Observação da branco. cas)
2. D EFINIR A ATUAÇÃO DO CONDU - 2.2 Treinamento com informações participação
TOR DE TURISMO DE PESCA / GUIA DE (2 horas Práti-
técnicas relacionadas a pesca Quadro Branco cas)
PESCA Criação de um mapa da pesca
esportiva
local Papel Cartolina
Observação do
desempenho Pincel Atômico
APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

25/02/16 12:02
Questionamento
Exposição Dinamizada Oral Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide 3 horas

Observação da Pincel Atômico para quadro


3. I DENTIFICAR AS MODALIDADES DA 3.1 Definir as modalidades de participação branco.
PESCA ESPORTIVA Construção do quadro de modali- (2 horas
pesca esportiva/amadora
dade de pesca da região Quadro Branco teóricas)
APOSTILA DO CURSO

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 44


(1 hora
Papel Cartolina Prática)

Observação do Pincel Atômico


desempenho

Multimídia; Data Show, No-


CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

tebook, Caixa de Som, Passa-


dor de slide 12 horas

Questionamento Pincel Atômico para quadro ( 8 horas Teóri-


Oral branco. cas )

44
( 4 horas Práti-
Observação da Quadro Branco cas )
4.1 Relacionar os principais aspec- participação
tos naturais do meio ambiente Tábua de Marés
4. D ESCREVER INFORMAÇÕES SOBRE marinho, estuarino, de água doce, Exposição Dinamizada
AS CIÊNCIAS NATURAIS recursos pesqueiros e a dinâmica
das pescarias Observação do Protetor Solar
desempenho

Camisa de manga longa


4.2 Descrever conhecimentos com Proteção Solar
gerais sobre geografia, hidrologia, Prática de observação direta para
limnologia, biologia, ecologia e a descrição das características da
oceanografia visando identificar pesca local Bonés
as melhores condições de pesca.

Repelente

25/02/16 12:02
Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide 8 horas

Pincel Atômico para quadro


branco.
( 4 horas Teó-
Questionamento Quadro Branco ricas)
Oral ( 4 horas Práti-

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 45


Kit de Primeiros Socorros cas)
5. D ESCREVER INFORMAÇÕES SOBRE 5.1 Trazer informações sobre o Su- Observação da
PRIMEIROS SOCORROS ENVOLTOS A porte Básico a Vida (SBV), mano- Exposição Dinamizada participação Desfibrilador Externo Au-
PESCA ESPORTIVA bras para o engasgo, imobilização tomático (DEA) - Simulador
e salvamento aquático Desfibrilador

Observação do Kit Farmácia Básica


desempenho
Colete Salva Vida

Bóia Salva Vidas

45
Camisa de manga longa
5.2 Relatar os principais agravos à Prática de reanimação cardio com Proteção Solar
saúde envoltos a pesca esportiva respiratória e de desobstrução
e as medidas a serem tomadas em das vias aéreas e técnicas de
situações de emergência salvamento aquático Bonés

Repelente

Linha de mão

Prática de montagem e utilização Anzol


de um Kit Básico de Primeiros
Socorros
5.3 Explanação sobre a utilização Alicate
do Kit de Primeiros Socorros

Ataduras

Gaze algodoada
APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

Torniquete

25/02/16 12:02
Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide
Pincel Atômico para quadro 10 horas
branco.
Quadro Branco ( 6 horas Teóri-
Bússula cas )
( 4 horas Teóri-
GPS cas )
Relógio
Vara de pesca longa
APOSTILA DO CURSO

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 46


Molinete
Luva
Alicate
Alicate Pega Peixe (alicate de
6. D ETALHAR SOBRE OS EQUIPA - 6.1 Conhecer os principais equipa- Exposição Dinamizada Questionamento contenção)
MENTOS DE PESCA ESPORTIVA E SUA mentos de pesca esportiva e suas Oral Balança Digital Gancho
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

PREPARAÇÃO E MANUTENÇÃO peculiaridades


Puça
Câmera Fotografica
Fita métrica

46
Faca
Esparadrapo
Demonstração Observação da Relógio
participação Carretilha
Linha de Mão
Carniço de bambu
Vara telescópica
Ponteira inteligente
Iscas artificiais
Porta balão
Corda de polipropano
Palito de Pirulito
Tubo de Latex
Tesoura
Cola Super Bonder
Construção artesanal de equipa- Observação do
mentos para a pesca esportiva desempenho Spaguete retrátil de 7,5 mm
(ponteira inteligente) Spagueti Retrátil de 6,5 mm
Ferro de Solda

25/02/16 12:02
Questionamento Multimídia; Data Show, No-
Exposição Dinamizada Oral tebook, Caixa de Som, Passa- 4 horas
7. A BORDAR EXPRESSÕES UTILIZA -
7.1 Dialogar sobre algumas pa- dor de slide
DAS NA PESCA ESPORTIVA EM LÍNGUA
lavras e expressões utilizadas na Observação da (3 horas Teóri-
pesca esportiva em língua inglesa. participação Pincel Atômico para quadro cas)
INGLESA
branco. (1 horas Prática)
Pratica de diálogos em língua
inglesa. Observação do Quadro Branco
desempenho

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 47


8.1 Informar sobre as definições Multimídia; Data Show, No-
legais de pesca esportiva, porta- tebook, Caixa de Som, Passa-
rias federais, estaduais e Instru- Questionamento dor de slide
8. D ISCUTIR SOBRE O ORDENAMEN -
ções Normativas; Oral 4 horas Teóricas
TO E A LEGISLAÇÃO PESQUEIRA DO
Exposição Dinamizada Pincel Atômico para quadro
8.2 Definir o passo a passo para o branco.
SEGMENTO
licenciamento da atividade Observação da
participação Quadro Branco
8.3 Abordar sobre problemas
biológicos, econômicos, sociais,
legais e políticos relacionados à
administração da pesca esportiva Observação do
em escala nacional como interna- desempenho

47
cional.
Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide
9.1 Educação Ambiental e a Pesca
Esportiva Pincel Atômico para quadro 8 horas
branco.
Questionamento
Exposição Dinamizada Oral Quadro Branco
( 4 horas Teóri-
cas )
9.2 Debater sobre a importância Protetor Solar ( 4 horas Práti-
9. D ISCUTIR SOBRE EDUCAÇÃO AM - do desenvolvimento sustentável cas )
BIENTAL E EDU - ENTRETENIMENTO da atividade
Observação da Camisa de manga longa
participação com Proteção Solar

Prática de Edu Entrenimento


Bonés

9.2 Abordar a prática do Edu-


Repelente
-Entretenimento Observação do
desempenho
APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

25/02/16 12:02
Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide
8 horas
Questionamento Pincel Atômico para quadro
Oral branco. ( 4 horas Teóri-
cas )
Quadro Branco ( 4 horas Práti-
cas )
Protetor Solar
APOSTILA DO CURSO

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 48


Exposição Dinamizada
Repelente

Camisa de manga longa


10. D ESCREVER AS BOAS PRÁTICAS
10.1 Definir as boas práticas para Observação da
o pesque e solte; Demonstração participação com Proteção Solar
PARA O PESQUE E SOLTE
Alicate Pega Peixe (alicate de
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

contenção)

Garatéia sem farpa


Prática de Pesque e Solte
Puça

48
Observação do
desempenho Bicheiro
Multimídia; Data Show, No-
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide 21 horas

Pincel Atômico para quadro


11.1 Exemplificar as principais Questionamento branco.
relações envoltas à prestação de Exposição Dinamizada Oral ( 4 horas Teó-
serviços da pesca esportiva Quadro Branco ricas)
(17 horas Prá-
Viagem de Campo ticas)
11. APRESENTAR INFORMAÇÕES
SOBRE RELACIONAMENTO HUMANO Micro Ônibus
E PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE GUIA Observação da .
DE PESCA
11.2 Melhoria da qualidade do participação Almoço
serviço prestados pelos Guias de
Pesca Viagem de Campo a um Local Protetor Solar
com a Estrutura para a prática de
Pesca Esportiva Repelente
11.3 Turismo de Pesca Esportiva
. Observação do Camisa de manga longa
desempenho
com Proteção Solar

25/02/16 12:02
Multimídia; Data Show, No-
12. D ISCUTIR SOBRE AS PRINCIPAIS Questionamento tebook, Caixa de Som, Passa- 4 Horas
ESPÉCIES DE PEIXES ESPORTIVOS DO 12.1 Explanar sobre as principais Oral dor de slide
LOCAL
espécies de peixes esportivos Exposição Dinamizada (3 horas teóri-
Observação da Pincel Atômico para quadro cas)
participação branco. (1 horas Práti-
cas)
12.2 Detalhar as variáveis que afe- Descrever sobre as principais Quadro Branco
tam a distribuição e a abundância espécies locais Observação do

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 49


de peixes. desempenho Catálogos de peixes

Multimídia; Data Show, No-


tebook, Caixa de Som, Passa- 8 horas
13.1 Introduzir sobre o assunto de Exposição Dinamizada Questionamento dor de slide
navegação. Oral
13. DESCREVER SOBRE TÉCNICAS DE Pincel Atômico para quadro
NAVEGAÇÃO , MARINHARIA , E EM - Manejo de equipamentos e ins- branco. ( 4 horas Teó-
BARCAÇÕES RELACIONADOS A PESCA 13.2 Descrever sobre instrumen- truções eletrônicos a bordo de ricas)

49
ESPORTIVA tos de auxílio à navegação e de- embarcações pesqueiras. Quadro Branco ( 4 horas Práti-
tecção de peixes. Observação da cas)
participação Sonar Portátil para Pesca
(Fish Finder)
13.3 Classificar e caracterizar os
principais tipos de embarcações Catálogos de Peixes
para pesca esportiva
Observação do Bússola
desempenho
GPS

14.1 Estudo de mecanismo, fun- Questionamento Multimídia; Data Show, No-


14. DESCREVER INFORMA - cionamento e instalação de moto- Oral tebook, Caixa de Som, Passa-
ÇÕES BÁSICAS SOBRE res diesel e combustão interna. Exposição Dinamizada dor de slide 4 horas Teóricas
MÁQUINAS E MOTORES Observação da
MARÍTIMOS 14.2 Noções teórico-práticas sobre participação Pincel Atômico para quadro
maquinaria de bordo de embarca- Demonstração branco.
ções de pesca esportiva
Observação do Quadro Branco
desempenho
APOSTILA DO CURSO
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

25/02/16 12:02
Multimídia; Data Show, No- 8 horas
tebook, Caixa de Som, Passa-
dor de slide
( 4 horas Teó-
Pincel Atômico para quadro ricas)
branco. (4 horas Práti-
1.1 Analisar a importância cas)
das investigações pes- Questionamento Quadro Branco
queiras. Exposição Dinamizada Oral
Máquina Fotografica a prova
APOSTILA DO CURSO

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 50


dágua

15. C ONTROLE E M ONITO - Prancha de Medição de


RAMENTO Peixes (Ictiometro)
1.2 Colaborar com a produ- Observação da
ção de de conhecimen- participação Trena
to teórico, científico-
CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA

-metodológico através Balança Portátil Digital


pesca esportiva
Prática de controle e monitora- GPS
mento
Bloco de Notas Impermeável

50
Binóculos

Observação do Chip Control (Leitor e micro-


desempenho chips)

TOTAL: 110h.

25/02/16 12:02
1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 51 25/02/16 12:02
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
AV. DR. SILAS MUNGUBA, 1700, CAMPUS DO ITAPERI, FORTALEZA-CE
CEP: 60.714.903 - FONE/FAX: (85) 3101-9600 / 9601

1 - Apostila - CONDUTOR DE TURISMO DE PESCA.indd 52 25/02/16 12:02

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