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POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO

PARECER CONSULTIVO / PROCESSO  Nº 3900009117.001560/2018-76  –  CAE/DPO

Órgão: Coordenadoria de Assessoramento Especial Sigla: CAE/DPO

Solicitante: Diretor DPO Cargo:  

Assunto: PARECER CONSULTIVO / PROCESSO Nº 3900009117.001560/2018-76 - CAE/DPO

1. DO OBJETO

Cuida de requerimento apresentado pela Associação Nacional dos Guardas Municipais -


ANGM, para o reconhecimento da legalidade do porte de arma de fogo de caráter particular
para Guardas Municipais conforme decisão em sede de liminar exarada pelo STF..

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Após consulta à DEAJA e à PGE, acerca das condições de procedibilidade no que se refere ao
porte de armas de fogo por parte de integrantes das guardas municipais, a fim de
parametrizar as ações a serem adotadas pelo efetivo policial em sua atividade de rotina,
restou inconteste que deve ser seguido o posicionamento em razão da vigência da Liminar
concedida pelo Exmº Sr Ministro Alexandre de Moraes, no sentido de não ser fato
impeditivo o quantitativo de habitantes na urbe, como requisito para autorização de porte
de arma particular ou carga do órgão, quer durante o serviço ou fora dele, atendidas as
demais exigências do Estatuto do Desarmamento.

3. CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Após análise dos posicionamentos e pacificação do entendimento no âmbito do Estado de


Pernambuco, deve ser entendida como vigente (enquanto não houver modificação) a
redação dada ao Art. 6º da Lei nº 10.826/2003, em razão da liminar concedida nos autos das
ADIN 5538 e 5948, que passa a ter a seguinte leitura:

"Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
(...)
              III – os integrantes das guardas municipais  das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas
no regulamento desta Lei;" (Vide ADIN 5538)   (Vide ADIN 5948)
Assim, enquanto não revista a decisão, está permitido aos integrantes das guardas
municipais o porte de armas de fogo, inclusive particulares, quando de serviço ou fora dele,
desde que atendidas as demais exigências legais, para tanto, deve-se atentar ao que
preveem a Lei nº 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento, e o Decreto nº 9.847/2019 que a
regulamenta, com destaque para os seguintes aspectos:

- A arma deve ser classificada como de uso permitido, visto a falta de autorização para porte
de armas de uso restrito;

- A arma, quer particular ou pertencente à Guarda Municipal, deverá estar devidamente


registrada junto ao SINARM;

- O servidor deverá estar de posse da identidade funcional válida, que comprove o vínculo
com a instituição e certificado de registro da arma em dia;

- O servidor deverá se adequar às demais legislações referentes e, em especial, limitativas


do uso de armas de fogo, como nos locais previstos no Art. 20 do Decreto nº 9.847/2019.

4. CONCLUSÃO

Diante dos fatos apresentados e do entendimento jurídico aplicável ao caso, nos moldes dos
pareceres consultivos acostados ao processo, é este opinativo no sentido de que sejam
orientadas as Diretorias Integradas no sentido de fazer chegar ao conhecimento das OMEs
para que instruam e disseminem o posicionamento a ser seguindo, junto aos seus efetivos,
evitando que haja abuso de autoridade em razão de descumprimento de ordem em vigor.

Recife, data da assinatura eletrônica,

AUGUSTO AURÉLIO VILAÇA DOS SANTOS - MAJ QOPM

Coordenador de Assessoramento Especial da DPO

Documento assinado eletronicamente por Augusto Aurélio Vilaça dos Santos, em


05/09/2019, às 15:45, conforme horário oficial de Recife, com fundamento no art. 10º, do
Decreto nº 45.157, de 23 de outubro de 2017.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site


http://sei.pe.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador
3223791 e o código CRC 52439912.

 
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