Você está na página 1de 25

ESTATUTO DO DESARMAMENTO – Lei 10.826/2003.

MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E


JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES

Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.

Última atualização legislativa: Lei 13870, de 18/09/19 (vide art. 5º, §5º - comentários do site do DOD);
LEI 13.886/19; Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30
dias – artigos alterados/incluídos: art. 16, 17, 18, 20 e 34-A).

Última atualização jurisprudencial: 05/04/2022 - Info 572 (art. 16); Info 668 (art. 14); Info 1007 (art. 6º,
IV); Info 710 (art. 14).

Última atualização questões de concurso: 18/03/2023.

Observações quanto à compreensão do material:


1) Cores utilizadas:
 EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
 EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
 EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação,
especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe
na Lei 10.826/2003).
 EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)

2) Siglas utilizadas:
 MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.

LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre


o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1o O SISTEMA NACIONAL DE ARMAS – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no


âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional. (PCPA-2009)

Art. 2o Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia
Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências


suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de
segurança privada e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;


VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais
e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a
atividade;

IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e


importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento e de


microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros e


autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o cadastro
atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas
e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,
na forma do regulamento desta Lei. (PCPA-2009)

Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes


criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a
inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação
dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de


fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

##Atenção: ##DOD: O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) prevê, em seu art. 4º, uma série
de requisitos para que a pessoa possa adquirir uma arma de fogo de uso permitido.

§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos


anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível
esta autorização. (PCPA-2021)

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada
e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional É OBRIGADA a


comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as
características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo. (TJMG-2006)
(TJMG-2006): Quanto ao Estatuto do Desarmamento: A empresa que comercializa arma de fogo em
território nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, bem como a manter
banco de dados com todas as características da arma. BL: art. 4º, §3º do Estatuto.

§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por
essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas SOMENTE


SERÁ EFETIVADA mediante autorização do Sinarm. (Téc. Judic./STF-2013)

§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será concedida, ou recusada com a devida


fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do interessado.
(PCPA-2021)

§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos
I, II e III deste artigo.

§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado
a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)

Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
AUTORIZA o seu proprietário a MANTER a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, DESDE QUE
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº
10.884, de 2004) (TJMG-2006) (PCPA-2009) (PCAL-2012) (TRF5-2013) (PCTO-2014) (PF-2018) (PCPA-2021)

(TJMG-2006): Quanto ao Estatuto do Desarmamento: O certificado de registro de arma de fogo


autoriza seu proprietário a manter a arma no seu local de trabalho, desde que seja ele o responsável
legal pela empresa. BL: art. 5º, do Estatuto.

§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido
de autorização do Sinarm. (PCPA-2009) (PF-2018) (PCPA-2021)

(PF-2018-CESPE): Julgue o item que se segue, relativo a desarmamento: O registro de arma de fogo
na PF, mesmo após prévia autorização do SINARM, não assegura ao seu proprietário o direito de
portá-la. BL: art. 5º, caput e §1º, ED.

##Atenção: ##DOD: Certificado de Registro de Arma de Fogo: Depois de cumpridos os requisitos


legais e expedida a autorização de compra de arma de fogo pelo SINARM, o interessado deverá
requerer da Polícia Federal o certificado de registro de arma de fogo. Esse certificado conferirá ao
titular da arma de fogo o direito de possuí-la no interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável
legal pelo estabelecimento, nos termos do caput do art. 5º.

§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados


periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no
regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por


órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela entrega
espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das
demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei
nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) (MPPA-2014)
##Atenção: Vejamos o teor do art. 20 da Lei 11.922/09: “Art. 20. Ficam prorrogados para 31 de dezembro
de 2009 os prazos de que tratam o § 3o do art. 5o e o art. 30, ambos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de
2003.”

§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo


poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na rede
mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a
seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro


provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de registro
de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se
residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

##Atenção: ##DOD: ##Comentários à Lei 13.870/19: Posse de arma de fogo para indivíduo que
mora em zona rural: É comum que a Polícia Federal conceda certificado de registro de arma de fogo
para pessoas que moram em zona rural, tendo em vista que geralmente atendem aos requisitos do
art. 4º da Lei 10.826/03. Assim, essas pessoas ficam autorizadas a possuir arma de fogo em suas
residências ou locais de trabalho. Ocorre que a estrutura do imóvel rural é diferente dos imóveis
urbanos. Isso porque no imóvel rural é comum haver um local onde a família efetivamente mora,
ou seja, onde dorme, faz as refeições, onde é o banheiro etc. Esse local é a casa, que é conhecida
como “sede da propriedade”/ “sede da fazenda”. No entanto, essa casa (sede da propriedade) é o
menor local do terreno, existindo uma vasta área ao redor, onde os ocupantes do imóvel
desenvolvem as atividades rurais, como plantações, criação de gado, de porcos, aves etc. Assim, a
estrutura do imóvel rural é composta pela sede da fazenda e pelo terreno, sendo este último a
maior extensão territorial. O art. 5º da Lei 10.826/03 afirma que o titular do certificado de Registro
de Arma de Fogo tem o direito de manter a sua arma de fogo “exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular
ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.” Para mim, não havia dúvidas de que uma
interpretação teleológica permitia que concluíssemos que a autorização conferida pelo art. 5º
abrangia tanto a sede da fazenda como o restante do terreno. No entanto, o legislador entendeu
que seria mais adequado e seguro que essa interpretação ficasse expressamente consignada na
Lei e, portanto, inseriu o parágrafo §5º ao art. 5º com essa informação. Ex: João possui uma fazenda
de 2 mil hectares onde cria 10 mil cabeças de gado. Ele possui um certificado de registro de arma de
fogo. Isso significa que ele pode ficar com sua espingarda dentro da casa onde mora com a família
(sede da fazenda) e também pode andar com ela por toda a extensão dos 2 mil hectares de sua
fazenda.

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6o É PROIBIDO o PORTE DE ARMA DE FOGO em todo o território nacional, SALVO


para os casos previstos em legislação própria e para: (TJPR-2010) (PCTO-2014) (PCPE-2016) (MPDFT-
2021) (PCPA-2021)

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº
13.500, de 2017)

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide
ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38) (MPDFT-2021) (PCPA-2021)
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867,
de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38) (MPDFT-2021) (PCPA-2021)

##Atenção: ##STF: ##DOD: ##MPDFT-2021: ##PCPA-2021: ##AOCP: Todos os integrantes das


guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço,
independentemente do número de habitantes do Município: O art. 6º, III e IV, da Lei 10.826/03
(Estatuto do Desarmamento) somente previa porte de arma de fogo para os guardas municipais
das capitais e dos Municípios com maior número de habitantes. Assim, os integrantes das
guardas municipais dos pequenos Municípios (em termos populacionais) não tinham direito ao
porte de arma de fogo. O STF considerou que esse critério escolhido pela lei é inconstitucional
porque os índices de criminalidade não estão necessariamente relacionados com o número de
habitantes. Assim, é inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de
guardas municipais das capitais dos estados e dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos
mil) habitantes e de guardas municipais dos municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço. Com a decisão do STF todos
os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou
mesmo fora de serviço. Não interessa o número de habitantes do Município. STF. Plenário. ADC
38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 27/2/21 (Info 1007).

V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento


de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto nº
9.685, de 2019)

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal; (PCTO-2014) (PCPE-2016)

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos


desta Lei; (MPSP-2010) (MPPI-2012) (DPERR-2013)

(TJMG-2008): Sobre as leis que regulam as armas de fogo no Brasil, é CORRETO afirmar: A lei
expressamente consagra a proibição de porte de arma de fogo em todo o território nacional,
ressalvadas algumas hipóteses específicas, como os integrantes das Forças Armadas e as empresas
de segurança privada e de transporte de valores, os quais poderão portar armas de fogo, desde que
obedecidos os requisitos legais e regulamentares. BL: art. 6º, I e VIII do Estatuto.

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades


esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no
que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do


Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
(PCPA-2009) (TJMG-2012)

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios


Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que
efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2012) (PCTO-2014)

§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)


§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014)

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993,
de 2014)

§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)

##Atenção: Em 2014, foi publicada a Lei 12.993 que alterou o Estatuto do Desarmamento para
permitir que agentes e guardas prisionais tenham porte de arma de fogo, desde que atendam aos
seguintes requisitos:
1º) Deverão integrar o quadro efetivo do Estado (DF) ou União.
2º) Deverão estar submetidos a regime de dedicação exclusiva.
3º) Deverão estar sujeitos a cursos de formação funcional.
4º) Deverão estar subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
- Armas próprias ou fornecidas pelo ente público
- Em serviço ou fora dele

##Atenção: Os Guardas Portuários gozam de porte de arma de fogo para uso fora do serviço? NÃO.
A Lei 12993, na forma como foi aprovada pelo Congresso, previa o porte de arma de fogo também
para os Guardas Portuários. Ocorre que esse dispositivo foi vetado pela Presidente da República
sob o argumento de que não havia dados concretos que comprovassem a necessidade de sua
autorização e que isso poderia resultar em aumento desnecessário do risco em decorrência do
aumento de armas em circulação.

§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se
refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à
formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº
10.867, de 2004)

§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
regulamento desta Lei.

§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender
do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
(dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão
ser anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)


§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de
outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que INTEGRAM REGIÕES
METROPOLITANAS SERÁ AUTORIZADO porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2012) (PCPA-2021)

Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda
das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal EM NOME DA
EMPRESA. (TJMG-2006) (MPSP-2010) (MPPI-2012)

§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte de


valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e
munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o
fato. (TRF5-2013) (PCAC-2017)

§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação


comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
que portarão arma de fogo.

§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.

Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do
art. serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo
6o
ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos
pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento
de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus


quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado
o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de
segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado
à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art.
4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada
semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de
fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois
de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem


obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo
o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição internacional
oficial de tiro realizada no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.

§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial
limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de


ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro
no órgão competente.

§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.

§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da


Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades.

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a que
se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de


profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica
para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder
ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item
1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro


não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº 11.706,
de 2008)
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o
descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. POSSUIR ou MANTER sob sua guarda ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou
MUNIÇÃO, DE USO PERMITIDO, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no
interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja
o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: (TJMG-2008) (MPSP-2006/2010) (TRF2-
2011) (TJDFT-2007/2015) (DPEPE-2015) (PCMT-2017) (MPPB-2018) (Cartórios/TJMG-2018) (PCRN-
2009/2021) (MPDFT-2015/2021) (MPSC-2021) (DPERJ-2021) (PCMG-2021) (PCRN-2021) (PF-2021) (PCSP-
2022)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (PCDF-2005) (MPSP-2006/2010) (PCSP-2022)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJSC-2017: ##MPDFT-2021: ##MPSC-2021: ##PCMG-2021: ##PF-


2021: ##CESPE: ##FCC: ##Fumarc: Atipicidade da conduta de posse ilegal de arma de fogo de uso
permitido com registro vencido: Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da
Lei 10.826/03) a conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma
de fogo de uso permitido com registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a
expiração do prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e
aplicação de multa. A conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. Ex: a Polícia, ao realizar
busca e apreensão na casa de João, lá encontrou um revólver, de uso permitido. João apresentou
o registro da arma de fogo localizada, porém ele estava vencido há mais de um ano. João não
praticou crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei 10.826/03). STJ. Corte Especial. APn
686-AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 21/10/15 (Info 572). STJ. 5ª T. HC 294.078/SP, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, j. 26/08/14.
(MPDFT-2021): No que diz respeito à Lei 10.826/03, Estatuto do Desarmamento, assinale a opção
correta: A posse em residência de arma de fogo com registro vencido é conduta atípica. BL: Info 572,
STJ.

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPDFT-2021: Delegado de Polícia que mantém arma em sua casa
sem registro no órgão competente pratica crime de posse irregular de arma de fogo: É típica e
antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma de fogo,
não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem registro
das armas no órgão competente. STJ. 6ª T. RHC 70141-RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, j. 7/2/17
(Info 597).

##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 23: ##MPPR-2011: ##MPDFT-2013: ##DPEPE-2015:


##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 05: A apreensão de mais de uma arma de fogo, acessório ou
munição, em um mesmo contexto fático, não caracteriza concurso formal ou material de crimes,
mas delito único.

(MPSP-2017): A guarda de arma desmuniciada, de uso permitido, em sua própria residência,


constituirá crime caso o implicado não possua o registro de propriedade válido da arma. BL: art.
12, ED.

##Atenção: ##STJ: A forma legal de manter sob sua posse uma arma de fogo é mediante registro,
que, segundo o art. 3º da Lei 10.826/03, é obrigatório. Uma vez emitido o registro (se cumprido o
procedimento do art. 4º), o proprietário está autorizado a manter a arma de fogo exclusivamente no
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa (art. 5º). Não
observadas essas disposições, a conduta é criminosa. Note-se que, ao se referir a “registro de
propriedade válido”, a assertiva alude ao registro obtido com a observância do procedimento
estabelecido na Lei 10.826/03. O STJ considerou típica, por exemplo, a conduta de um delegado de
polícia que mantinha sob sua posse uma arma de fogo registrada em órgão estadual, muito antes
da entrada em vigor da atual disciplina legal. Para o tribunal, o agente estava obrigado a adequar o
registro de sua arma à nova regra (RHC 70.141/RJ, DJe 16/2/2017).

##Atenção: ##PCMT-2017: ##MPDFT-2021: ##PCMG-2021: ##CESPE: ##Fumarc: O delito em


exame, enquanto infração penal de perigo abstrato e de mera conduta, corresponde a um
verdadeiro tipo penal preventivo, o qual busca minimizar o risco de comportamentos que vêm
produzindo efeitos danosos à sociedade, de sorte que tal figura típica se perfaz com o simples
portar ilicitamente, ainda que por um curto espaço de tempo e mesmo com o armamento
devidamente desmuniciado.

Omissão de cautela

Art. 13. DEIXAR DE OBSERVAR AS CAUTELAS NECESSÁRIAS para impedir que menor de
18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental SE APODERE de arma de fogo que
ESTEJA sob sua posse ou que SEJA de sua propriedade: (TJMG-2008) (TJSE-2008) (DPEMS-2008)
(MPSC-2010) (MPSE-2010) (MPSP-2010) (MPDFT-2011) (MPMG-2011) (MPPI-2012) (DPERO-2012)
(TJPR-2013) (TJPE-2013) (DPEPR-2014) (PCSC-2014) (TJDFT-2015) (TJPB-2015) (PCAC-2017) (MPPB-
2011/2018) (PCSP-2022)

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (TJPE-2013) (PCSC-2014) (PCSP-2022)

(TJPB-2015-CESPE): Acerca dos crimes em espécie previstos no CP e na legislação penal especial,


assinale a opção correta: O crime de omissão de cautela, previsto no Estatuto do Desarmamento, é
delito omissivo, sendo a culpa na modalidade negligência o elemento subjetivo do tipo. BL: art. 13,
ED.

##Atenção: #TJPB-2015: #PCSP-2022: #CESPE: #VUNESP: O crime de omissão de cautela,


tipificado no art. 13 da Lei 10.826/03, é um tipo penal conta na sua redação com um dos elementos
da culpa, qual seja a “inobservância do dever objetivo de cuidado.” Desse modo, o elemento subjetivo
do tipo é a culpa na sua forma omissiva, vale dizer: a negligência, que se configura quando alguém
não adota as cautelas devidas antes de agir. Quanto à controvérsia acerca da caracterização da culpa
como elemento subjetivo do tipo, vejamos a lição de Guilherme de Souza Nucci: “Para se punir
alguém por delito culposo, é indispensável que a culpa venha expressamente delineada no tipo penal. Trata-se
de um dos elementos subjetivos do crime, embora se possa definir a natureza jurídica da culpa como sendo um
elemento psicológico-normativo. Psicológico, porque é elemento subjetivo do delito, implicando na ligação do
elemento lesivo ao querer interno do agente através da previsibilidade. Normativo, porque é formulado um
juízo de valor acerca da relação estabelecida entre o querer do agente e o resultado produzido, verificando o
magistrado se houve uma norma a cumprir, que deixou de ser seguida”.

(MPMG-2011): Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não
tivesse autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.)
da arma e municiá-la com 05 cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar
seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 anos. O filho mais velho, de 09
anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na direção dos amigos, dizendo que era
da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala, tomando a arma do filho e evitando o
que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese narrada, é correto afirmar que Zé Carabina
praticou um crime omissivo próprio. BL: art. 13, ED.

##Atenção: ##DPEMS-2008: ##VUNESP: O crime de deixar de observar as cautelas necessárias


para impedir que menor se apodere de arma de fogo que esteja sob a posse do agente não admite a
tentativa, uma vez que se trata de crime omissivo próprio (unissubsistente).

Parágrafo único. Nas mesmas penas INCORREM o proprietário ou diretor responsável de


empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de
comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (MPSC-2010) (MPDFT-2011) (MPPB-2011) (MPPI-2012) (TJPR-2013) (TRF5-2013) (TJDFT-
2015) (PCAC-2017)

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido


Art. 14. PORTAR, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, CEDER, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar ARMA DE FOGO,
acessório ou munição, DE USO PERMITIDO, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar: (TJSC-2009) (MPSP-2010) (MPPR-2011) (MPPI-2012) (MPES-2010/2013) (TRF2-
2011/2013) (TJRN-2013) (MPRO-2013) (DPERR-2013) (TRF5-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (Cartórios/TJSE-
2014) (PCTO-2014) (DPEPE-2015) (DPERN-2015) (DEPBA-2016) (PCPA-2016) (PCPE-2016) (PCAC-2017)
(PCMT-2017) (PCGO-2012/2018) (PCSE-2018) (DPEDF-2013/2019) (PF-2013/2021) (MPDFT-2015/2021)
(TJSP-2018/2021) (MPSC-2021) (PCMG-2021) (PCRN-2021) (PCSP-2022)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (PCDF-2005) (MPSP-2006) (PCSP-2022)

#Atenção: #DOD: Posse x porte de arma de fogo:

POSSE PORTE
Se o indivíduo tem direito à posse, significa que Se o indivíduo tem direito ao porte, significa que ele
ele está autorizado a manter a arma de fogo está autorizado a carregar consigo a arma de fogo
exclusivamente no mesmo em outros ambientes que não sejam a sua
• interior de sua residência ou domicílio; ou residência ou trabalho.
• no seu local de trabalho (desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo
estabelecimento ou empresa).
A autorização para posse é concedida por meio A autorização para o porte de arma de fogo de uso
de certificado expedido pela Polícia Federal, permitido é de competência da Polícia Federal e
precedido de cadastro no Sinarm. somente será concedida após autorização do
Sinarm.
É necessário que o interessado cumpra os É necessário que o interessado cumpra os requisitos
requisitos previstos no art. 4º da Lei 10.826/03. previstos no art. 10, § 1º, da Lei 10.826/03.
O titular deste direito recebe um documento O titular deste direito recebe um documento
chamado “certificado de registro de arma de chamado “porte de arma de fogo”.
fogo”.
O indivíduo que possui ou mantém arma de O indivíduo que é encontrado com arma de fogo,
fogo, acessório ou munição (de uso permitido) acessório ou munição (de uso permitido) fora de
em sua residência ou trabalho, sem que tivesse sua residência ou local de trabalho sem que tivesse
autorização para isso (sem que tivesse autorização para isso (sem que tivesse porte de
certificado da Polícia Federal), comete o crime arma), comete o crime de porte ilegal de arma de
de posse irregular de arma de fogo (art. 12 da fogo (art. 14 da Lei 10.826/03).
Lei 10.826/03).

#Atenção: #STJ: #DOD: #MPDFT-2021: #MPSC-2021: #PF-2021: #CESPE: Caracteriza ilícito


penal o porte ilegal de arma de fogo (art. 14 da Lei 10.826/03) ou de arma de fogo de uso restrito
(art. 16 da Lei 10.826/03) com registro de cautela vencido: A Corte Especial do STJ decidiu que,
uma vez realizado o registro da arma, o vencimento da autorização não caracteriza ilícito penal,
mas mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa
(APn n. 686/AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe de 29/10/15). Tal
entendimento, todavia, é restrito ao delito de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art.
12 da Lei 10.826/03), não se aplicando ao crime de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito
menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16), cujas elementares são
diversas e a reprovabilidade mais intensa. STJ. 6ª T. AgRg no AREsp 885281-ES, Rel. Min. Antonio
Saldanha Palheiro, j. 28/04/20 (Info 671).

#Atenção: #STJ: #DOD: O porte de arma branca é conduta que permanece típica na Lei das
Contravenções Penais: A previsão do art. 19 da Lei das Contravenções Penais continua válida
ainda hoje? I) Em relação à arma de fogo: NÃO. O porte ilegal de arma de fogo caracteriza,
atualmente, o crime previsto nos arts. 14 ou 16 do Estatuto do Desarmamento.; II) Em relação à
arma branca: SIM. O art. 19 do Decreto-lei 3.688/41 permanece vigente quanto ao porte de outros
artefatos letais, como as armas brancas. A jurisprudência do STJ é firme no sentido da
possibilidade de tipificação da conduta de porte de arma branca como contravenção prevista no
art. 19 do DL 3.688/41, não havendo que se falar em violação ao princípio da intervenção mínima
ou da legalidade. STJ. 5ª T. RHC 56128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 10/03/20 (Info 668).

#Atenção: #STJ: #PCMT-2017: #PCSE-2018: #DPEDF-2019: #TJSP-2021: #CESPE: #VUNESP:


Segundo a jurisprudência consolidada, embora se trate o delito porte ilegal de arma de fogo como
crime de perigo abstrato, configurando o delito até mesmo o porte de arma de fogo desmuniciada,
o mesmo não ocorre em relação à arma de fogo comprovadamente inapta a realizar disparos.
Neste sentido: “(...) 2. Pleito de anulação do julgado para a realização de nova perícia sobre as munições
apreendidas que foi alcançado pelo instituto da preclusão, pois não foi solicitado oportunamente, isto é, durante
a instrução criminal pelo órgão ministerial, que "mostrou-se satisfeito com a perícia realizada, tanto que
transcreveu trecho da conclusão do expert na denúncia". 3. "A jurisprudência desta Corte Superior é pacífica
no sentido de que, para a caracterização do delito previsto no artigo 14 da Lei n. 10.826/2003, por ser de
perigo abstrato e de mera conduta, e por colocar em risco a incolumidade pública, basta a prática de um
dos núcleos do tipo penal, sendo desnecessária a realização de perícia (AgRg no AgRg no AREsp n.
664.932/SC, Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 10/2/2017). 4. Os precedentes desta Corte são
uníssonos no sentido da desnecessidade da realização de perícia para a caracterização do delito em questão, por
se tratar de crime de mera conduta e de perigo abstrato. No entanto, uma vez realizada perícia técnica,
constatando a absoluta ineficácia da arma apreendida, resta descaracterizado o delito, diante da
ausência de ofensividade da conduta. (...)”. STJ. 5ª T., REsp 1726686/MS, Rel. Min. Jorge Mussi, j.
22/05/18.

#Atenção: #STJ e STF: #DOD: #TJMG-2022: #FGV: A apreensão de ínfima quantidade de munição
desacompanhada da arma de fogo não implica, por si só, a atipicidade da conduta: O simples fato
de os cartuchos apreendidos estarem desacompanhados da respectiva arma de fogo não implica,
por si só, a atipicidade da conduta, de maneira que as peculiaridades do caso concreto devem ser
analisadas a fim de se aferir: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) a ausência de
periculosidade social da ação; c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada. No caso concreto, embora o réu tenha sido preso
com apenas uma munição de uso restrito, desacompanhada de arma de fogo, ele foi também
condenado pela prática dos crimes descritos nos arts. 33 e 35, da Lei 11.343/06 (tráfico de drogas e
associação para o tráfico), o que afasta o reconhecimento da atipicidade da conduta, por não
estarem demonstradas a mínima ofensividade da ação e a ausência de periculosidade social
exigidas para tal finalidade. STJ. 3ª S. EREsp 1856980-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 22/09/21
(Info 710). Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de
posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de
drogas. STF. 1ª T. HC 206977 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 18/12/21.

#Atenção: #STJ e STF: #DOD: #MPES-2013: #DPEDF-2013: #TRF2-2013: #Cartórios/TJBA-2013:


#DPEPE-2015: #TJRJ-2016: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #PCSE-2018: #DPEMG-2019: #TJSP-
2018/2021: #MPDFT-2021: #DPERJ-2021: #PCMG-2021: #CESPE: #FCC: #FGV: #Fumarc:
#VUNESP: A posse (art. 12 da Lei 10.826/03) ou o porte (art. 14) de arma de fogo configura crime
mesmo que ela esteja desmuniciada. Da mesma forma, a posse ou o porte apenas da munição (ou
seja, desacompanhada da arma) configura crime. Isso porque tal conduta consiste em crime de
perigo abstrato, para cuja caracterização não importa o resultado concreto da ação. STF. 1ª T. HC
131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 18/10/16 (Info 844). STJ. 5ª T. HC 432.691/MG, Rel. Min.
Jorge Mussi, j. 21/6/18. STJ. 5ª T. HC 467.148/DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j.
23/10/18. STJ. 6ª T. HC 441.752/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 12/6/18. STJ. 6ª T.
AgRg-AREsp 1.367.442/MS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 27/11/18.
#Cuidado: #STJ e STF e Jursprud. Teses/STJ – Ed. 108: #DOD: #DPEMG-2019: #DPERJ-2021: #FGV:
O entendimento acima exposto configura a regra geral e deve ser adotada nos concursos caso não
seja feito nenhum esclarecimento adicional. No entanto, o STF e o STJ, em alguns casos concretos,
têm reconhecido, excepcionalmente, o princípio da insignificância para o crime de porte ilegal de
pouca quantidade de munição desacompanhada da arma. Confira: STF. 2ª T. RHC 143449, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, j. 26/9/17. STJ. 5ª T. REsp 1710320/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 3/5/18. STJ. 6ª
T. AgInt no REsp 1704234/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, j. 8/2/18. Desse modo, a incidência ou
não do crime terá que ser analisada no caso concreto. ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108 – Tese 02: A
apreensão de ínfima quantidade de munição desacompanhada de arma de fogo, excepcionalmente,
a depender da análise do caso concreto, pode levar ao reconhecimento de atipicidade da conduta,
diante da ausência de exposição de risco ao bem jurídico tutelado pela norma.
#Questão de concurso:
(DPERJ-2021-FGV): O Estatuto do Desarmamento, Lei 10.826/03, no seu capítulo IV, define crimes
relacionados a armas de fogo e munições. Considerando casos concretos de réus denunciados por esses
delitos e conforme entendimento das Cortes Superiores, é correto afirmar que: deve ser reconhecida a
atipicidade material da conduta em situações específicas de ínfima quantidade de munição apreendida
na posse do agente, de uso permitido ou restrito, aliada à ausência de artefato capaz de disparar o
projétil. BL: Entend. Jurisprud. (vide Jurisprud. Teses/STJ, citada acima).

#Atenção: #STJ e STF: #DOD: #TRF1-2009: #MPES-2013: #MPRO-2013: #DPEDF-2013: #DPEPE-


2013: #TRF2-2013: #Cartórios/TJBA-2013: #MPPA-2014: #DPEPE-2015: #TJRJ-2016: #DPEBA-
2016: #PCPE-2016: #TJPR-2017: #PCMT-2017: #PCSE-2018: #TJSP-2018/2021: #PCMG-2021:
#CESPE: #FCC: #Fumarc: #VUNESP: O porte de arma de fogo desmuniciada configura crime?
SIM. O porte de arma de fogo (art. 14, Lei 10.826/03) configura crime, mesmo que esteja
desmuniciada. Trata-se, atualmente, de posição pacífica tanto no STF como no STJ. Para a
jurisprudência, o simples porte de arma, munição ou acessório de uso permitido — sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar — configura o crime
previsto no art. 14 da Lei 10.826/03, por ser delito de perigo abstrato, de forma a ser irrelevante o
fato de a arma apreendida estar desacompanhada de munição, porquanto o bem jurídico tutelado
é a segurança pública e a paz social. STJ. 3ª S. AgRg nos EAREsp 260556/SC, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, j. 26/3/14. STF. 2ª T. HC 95073/MS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 19/3/13
(Info 699).

(MPSC-2019): O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei 10.826/03) é um crime de perigo
abstrato. [adaptada] BL: art. 14 do Estatuto e Jurisprudência do STJ e STF.

#Atenção: #STJ e #STF: #TJRN-2013: #DPEDF-2013: #TRF2-2013: #Cartórios/TJBA-2013:


#DPEPE-2015: #DPEBA-2016: #PCPE-2016: #PCMT-2017: #PCSE-2018: #CESPE: #FCC: O STF e o
STJ pacificaram suas jurisprudências no sentido de ser típica a conduta de portar arma de fogo
mesmo que desmuniciada, por ser crime de perigo abstrato ou presumido, bastando o simples
porte da arma de fogo para sua consumação, independentemente de qualquer resultado
ulterior (Info 699/STF e Info 493/STJ).

#Atenção: Diferença entre crime de perigo abstrato e de perigo concreto:


 CRIME DE PERIGO ABSTRATO OU PRESUMIDO: É o perigo que já é considerado pela
lei (de maneira presumida) por simplesmente praticar conduta típica.
 CRIME DE PERIGO CONCRETO: Neste tipo penal a consumação se dá com o resultado,
exige uma comprovação de que realmente houve perigo de risco e de que houve uma lesão
ao bem jurídico.

(MPPB-2018-FCC): Nos termos do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003), a conduta de


emprestar a terceiro arma de fogo, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, configura o crime de porte ilegal de arma de fogo. BL: art. 14, ED.

(TJRJ-2016-VUNESP): Bonaparte, com o objetivo de matar Wellington, aciona o gatilho com o


objetivo de efetuar um disparo de arma de fogo na direção deste último. Todavia, a arma não
dispara na primeira tentativa. Momentos antes de efetuar uma segunda tentativa, Bonaparte ouve
“ao longe" um barulho semelhante a “sirenes" de viatura e, diante de tal fato, guarda a arma de fogo
que carregava, deixando o local calmamente, não sem antes proferir a seguinte frase a Wellington:
“na próxima, eu te pego". Momentos após, Bonaparte é abordado na rua por policiais e tem
apreendida a arma de fogo por ele utilizada. A arma de fogo era de uso permitido, estava registrada
em nome de Bonaparte, mas este não possuía autorização para portá-la. No momento da abordagem
e apreensão, também foi constatado pelos policiais que a arma de fogo apreendida em poder de
Bonaparte estava sem munições, pois ele havia esquecido de municiá-la. Diante dos fatos narrados
e da atual jurisprudência do STF, é correto afirmar que Bonaparte poderá ser responsabilizado pelos
crimes de ameaça e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. BL: art. 17 do CP (crime
impossível) c/c art. 147 do CP (crime de ameaça) e art. 14 do ED e Info 844 do STF (vide acima).

#Atenção: No caso em tela, Bonaparte não responderá por crime de homicídio tentado, uma vez
que não se pune a tentativa quando o crime for impossível por ineficácia absoluta do meio, nos
termos do art. 17 do CP. A arma não estava municiada, estando configurada a ineficácia absoluta
do meio. Desse modo, o agente irá responder pelo delito de ameaça, visto que a ameaça narrada na
questão se amolda ao tipo penal do art. 147 do CP, quando Bonaparte ameaça Wellington a causar-
lhe um mal injusto e grave, com a frase “na próxima, eu te pego”. Cumpre registrar, ainda, que ele
responderá pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, mesmo estando a arma
sem munição, em virtude do entendimento que prevalece atualmente no STF no sentido de que o
referido crime é de mera conduta e de perigo abstrato, cujo bem jurídico tutelado é a incolumidade
pública, sendo irrelevante que a arma esteja desmuniciada.

(TJRS-2012): O Estatuto do Desarmamento faz distinção entre portar e possuir ilegalmente arma de
fogo de uso permitido, sendo que o primeiro possui pena mais severa. BL: arts. 12 e 14 do Estatuto.
(TJSE-2008-CESPE): O agente que perambula de madrugada pelas ruas com uma arma de fogo de
uso permitido, sem autorização para portá-la, comete infração penal, independentemente de se
comprovar que uma pessoa determinada ficou exposta a uma situação de perigo. BL: art. 14 do
Estatuto.

#Atenção: O porte de arma de fogo de uso permitido sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar é crime de perigo abstrato, ou seja, o tipo penal presume a
possibilidade de que algum dano possa decorrer da conduta doa gente. Por este motivo, ainda que
não demonstrada situação de efetivo perigo, a infração penal estará configurada.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

(TJTO-2007-CESPE): Segundo entendimento do STF, é inconstitucional a vedação de fiança,


legalmente prevista, nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. BL: STF, ADI
3112.

#Atenção: #TJTO-2007: #PCSE-2018: #PCGO-2018: #CESPE: #UEG: A ADI 3112 do STF declarou
inconstitucional os parágrafos únicos dos arts 14 e 15 do Estatuto do Desarmamento.

Disparo de arma de fogo

Art. 15. DISPARAR ARMA DE FOGO ou ACIONAR MUNIÇÃO em lugar habitado ou em


suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, DESDE QUE essa conduta NÃO TENHA como
FINALIDADE a prática de outro crime: (MPSP-2010) (TJRO-2011) (Cartórios/TJRN-2012) (MPES-2013)
(DPERR-2013) (DPETO-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (PCGO-2013) (PCPR-2013) (MPMG-2014) (MPRS-
2014) (DPEPR-2014) (MPDFT-2013/2015) (PCPE-2016) (PCAC-2017) (PCSP-2018) (MPSC-2016/2019)
(PCRN-2021) (PCSP-2022)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (PCSP-2022)

(PCRN-2021-FGV): Após discutir com alguns vizinhos, Lúcio efetuou disparos de arma de fogo
para o alto na via pública, atingindo o telhado de uma das casas, o que fez com que os moradores
da localidade, dois dias depois, registrassem o fato na delegacia de polícia. A autoridade policial
representou pela busca e apreensão de eventual prova de crime na residência de Lúcio, o que foi
deferido pelo juízo competente. No cumprimento do mandado, foi apreendida na residência uma
arma de fogo sem registro, sendo certo que Lúcio não tinha autorização legal para portar ou possuir
qualquer tipo de arma. Restando comprovados os fatos por prova oral e pericial, Lúcio: responderá
pelos crimes de posse de arma de fogo e de disparo de arma de fogo, em concurso material. BL:
arts. 12 e 15, ED.

##Atenção: No caso em tela, Lúcio cometeu os dois crimes em concurso material, pois no momento
que adquiriu e guardou a arma em casa praticou o crime de posse irregular de arma de fogo e
quando efetuou os disparos consumou o crime de disparo de arma de fogo. Os crimes foram
cometido em contextos distintos, pois Lúcio efetuou disparos de arma de fogo em via pública e
guardou a arma em sua casa. Assim, de acordo com o entendimento do STJ: “Tese 10: Não se aplica
o princípio da consunção quando os delitos de posse ilegal de arma de fogo e disparo de arma em via pública
são praticados em momentos diversos e em contextos distintos” (Tese – STJ, edição 102).

(PCSP-2018-VUNESP): É correto afirmar a respeito do crime de disparo de arma de fogo, previsto


na Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que se trata de crime comum, de perigo abstrato
e que não admite a suspensão condicional do processo. BL: art. 15, ED.

(MPSC-2016): O tipo penal do art. 15 do Estatuto do Desarmamento prevê pena de reclusão e multa
para a conduta de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, apresentando, contudo, uma ressalva que
caracteriza ser o crime referido de natureza subsidiária, qual seja, desde que as condutas acima
referidas não tenham como finalidade a prática de outro crime. BL: art. 15, ED.

##Atenção: ##MPES-2013: ##Cartórios/TJBA-2013: ##PCSP-2018: ##MPSC-2016/2019:


##CESPE: ##VUNESP: Compreende delito de perigo abstrato, em que não é necessário que
pessoa ou pessoas determinadas tenham sido expostas concretamente a risco. A lei penal presume
o perigo por que o disparo em via pública ou em direção a ela, por si só, coloca em risco a
coletividade. Assim, quem efetua disparo na rua, de madrugada, sem ninguém por perto, mas em
local habitado, cometerá o referido crime. Além disso, trata-se de norma de aplicação subsidiária,
cuja incidência está condicionada a não intenção da prática de outro crime mais grave. Caso o
crime de disparo não seja o mais grave, esse será subsidiário ao mais GRAVOSO. Desse modo,
se:
 Disparo de Arma de Fogo + Lesão Grave ou Gravíssima = Lesão Grave ou Gravíssima
 Disparo de Arma de Fogo + Homicídio = Homicídio
 Disparo de Arma de Fogo + Lesão Leve = Disparo de Arma de Fogo
 Disparo de Arma de Fogo + Incolumidade Física = Disparo de Arma de Fogo
 Porte de Arma Ilegal (no dia) para fazer Disparo = Disparo de Arma (Obs.: se já portava a
arma antes, responde pelos dois crimes).

##Atenção: ##PCPR-2013: ##DPEPE-2018: ##MPSC-2019: ##CESPE: Conforme dispõe o art. 15


da Lei 10826/03, se a conduta tiver por finalidade a prática de algum outro crime, estará
descaracterizada a prática do crime de disparo de arma de fogo. Deste modo, a título de exemplo,
se o agente efetua disparo na via pública com a intenção de matar, deverá responder pelo crime de
homicídio, em modalidade tentada ou consumada, a depender do caso, e não pelo crime do art. 15
do Estatuto do Desarmamento. Trata-se, portanto, de um crime subsidiário.

(MPDFT-2015): O proprietário de um bar mantinha, sob sua guarda, há semanas, no referido


estabelecimento comercial, arma de fogo de uso permitido, municiada e funcionando perfeitamente,
em desacordo com autorização legal e regulamentar. Para fazer uma demonstração do
funcionamento da arma a seus clientes, o proprietário do bar a disparou em direção à via pública,
situada do lado de fora do bar, praticando, assim: Crimes de posse irregular de arma de fogo de uso
permitido e disparo de arma de fogo, em concurso. BL: arts. 12 e 15, ED.

##Atenção: Uma vez que o agente era o proprietário do bar e já mantinha a arma de fogo de uso
permitido em seu estabelecimento há semanas, conforme narrado, a sua conduta já configuraria o
crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, previsto no art. 12 da Lei 10.826/03. Se
ele não fosse o responsável legal do estabelecimento, ele haveria de responder por porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido, previsto no art. 14 do mesmo diploma legal. Isso ocorre porque o
agente não tinha autorização legal para ter a arma de fogo que mantinha no estabelecimento do
qual era responsável legal. Ademais, considerando que ele realizou um disparo de arma de fogo em
direção à via pública, conforme narrado, também deverá responder pelo crime previsto no art. 15
da Lei 10.826/03 (Disparo de arma de fogo). Um crime não absorve o outro, não havendo que se
falar em consunção, porque o agente já tinha a posse irregular há bem mais tempo, não tendo dela
se apoderado tão somente para realizar o disparo. Tem-se, portanto, o concurso material de crimes.

(MPRS-2014): Jorge Santos, 18 anos, ao encontrar o revólver pertencente ao seu pai, aproveitou-se
de sua ausência, para deflagrar tiros contra uma placa de trânsito, em frente à sua residência, em
plena via pública, no Bairro Imigrante, em Caxias do Sul. Os vizinhos, ao ouvirem os estampidos,
chamaram a guarnição da Brigada Militar, que se deslocou até o local e prendeu Jorge Santos em
flagrante. A arma apreendida era de uso permitido, estava devidamente registrada, e apenas o pai
de Jorge tinha autorização para portá-la. Assim, Jorge Santos deverá responder pelo(s) crime(s) de
disparo de arma de fogo, conforme art. 15 da Lei n° 10.826/ 2003. BL: art. 15, ED.

##Atenção: De acordo com Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior, em relação
à hipótese em que o agente efetua o disparo em via pública, sem ter autorização para portar a arma
naquele local, existem duas correntes. A primeira, mais antiga, no sentido de que o porte é sempre
crime-meio para o disparo e, por isso, fica sempre absorvido em face do princípio da consunção. A
segunda é no sentido de haver absorção apenas quando ficar provado que o agente só portou a
arma com a finalidade específica de efetuar o disparo. É a corrente que os autores adotam. Por ela,
se o agente já está portando a arma e, em determinado instante, resolveu efetuar o disparo,
responderá pelos dois crimes, se não possuía autorização para o porte, ou só pelo disparo, se possuía
tal autorização. Por outro lado, se uma pessoa tem uma arma registrada em casa, mas não tem
autorização para porte e, para efetuar uma comemoração, leva-a para a rua, apenas com a finalidade
de efetuar disparos, e, de imediato, retorna para casa, responde pelo crime de disparo - o porte fica
absorvido. Aqueles que adotam a tese de que o crime de porte sempre fica absorvido pelo disparo
têm que enfrentar uma séria questão: como aplicar a pena no caso em que o disparo é feito com
arma com numeração raspada ou de uso restrito? O problema é que, nesses casos, o crime de disparo
possui pena menor (2 a 4 anos) do que o porte (3 a 6 anos). Assim, se um delito tem que absorver o
outro, o justo seria o porte absorver o disparo, e não o contrário. (Fonte: GONÇALVES &
BALTAZAR JR., Victor Eduardo Rios e José Paulo. Legislação Penal Especial Esquematizado, São
Paulo: Saraiva, 2ª edição, 2016.).

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

##Atenção: ##PCPE-2016: ##PCAC-2017: ##PCSP-2018: ##CESPE: ##VUNESP: A ADI 3112 do


STF declarou inconstitucional os parágrafos únicos dos arts. 14 e 15 do Estatuto do Desarmamento.
Desse modo, embora no § único do art. 15 da Lei 10.826/03 conste que o crime é inafiançável, o STF
declarou a inconstitucionalidade deste dispositivo, quanto à vedação da fiança.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição DE USO RESTRITO, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJRS-2012) (MPPI-2012) (DPERO-
2012) (DPESC-2012) (MPRO-2013) (DPETO-2013) (TRF1-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (MPAC-2014)
(PCRO-2014) (MPSP-2006/2010/2015) (TJDFT-2015) (MPBA-2015) (DPEBA-2016) (PCPA-2016) (PCPE-
2016) (MPRS-2017) (PCAC-2017) (PCMT-2017) (DPEPE-2015/2018) (DPEMA-2018) (PGEPE-2018) (PCRS-
2018) (TJPA-2019) (DPEDF-2019) (DPEMG-2019) (PCES-2019) (TJPR-2021) (MPAP-2021) (MPDFT-2021)
(MPSC-2021) (DPERJ-2021) (DPEPI-2022) (PCSP-2022)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (PCSP-2022)

##Atenção: ##Jurisprud. em teses/STJ – Ed. 108: ##PCPE-2016: ##TJPA-2019: ##DPEDF-2019:


##DPEMG-2019: ##MPDFT-2021: ##CESPE: Tese 03: Demonstrada por laudo pericial a inaptidão
da arma de fogo para o disparo, é atípica a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante
da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível
pela ineficácia absoluta do meio.
(DPEMG-2019): Sobre a legislação extravagante ao Código Penal e a jurisprudência majoritária do STJ,
analise a afirmativa a seguir: Demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma de fogo para o
disparo, é atípica a conduta de portar ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de afetação do
bem jurídico incolumidade pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio.
BL: S. 589, STJ.

##Atenção: ##STJ: ##DPERJ-2021: ##FGV: Este Sodalício já se pronunciou no sentido de que a


apreensão de armas ou munições de uso permitido e de uso restrito, no mesmo contexto fático,
implica na caracterização de crime único por atingir apenas um bem jurídico, devendo ser
aplicada somente a pena do crime mais grave. Mais recentemente, porém, esta Corte Superior de
Justiça vem entendendo que os tipos penais dos arts. 12 e 16, da Lei n. 10.826/03, tutelam bens
jurídicos diversos e que, por tal razão, deve ser aplicado o concurso formal quando apreendidas
armas ou munições de uso permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático. Na espécie, o
Tribunal de origem manteve a tese aplicada pelo juízo primevo, no sentido de que estaria
caracterizado o crime único, tendo em vista que o apelo foi exclusivo da defesa, porém não deixou
de observar, de maneira acertada, que o acusado foi beneficiado quanto à questão e que não seria
cabível o pedido de aplicação da pena mais branda. STJ. 5ª T., AgRg nos EDcl no AREsp
1122758/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 24/04/18.

##Atenção: ##STJ: ##MPPR-2011: ##MPDFT-2013: ##DPEPE-2015: ##TJPA-2019: ##DPERJ-


2021: ##CESPE: ##FGV: (...) PORTE ILEGAL DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES DE USO
RESTRITO E PERMITIDO. ARTS. 14 E 16 DA LEI N. 10.826/03. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. BENS JURÍDICOS DISTINTOS. I. As condutas de possuir arma de fogo e
munições de uso permitido e de uso restrito, apreendidas em um mesmo contexto fático,
configuram concurso formal de delitos. II. O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e
segurança públicas, também protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas,
sendo inviável o reconhecimento de crime único, pois há lesão a bens jurídicos diversos. (...). STJ. 5ª
T., AgRg no REsp 1619960/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 27/06/17.

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##TJSC-2017: ##FCC: Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual


que mantém sob sua guarda arma ou munição de uso restrito não comete o crime do art. 16 da Lei
10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). Os Conselheiros dos Tribunais de Contas são
equiparados a magistrados e o art. 33, V, da LC 35/79 (LOMAN) garante aos magistrados o direito
ao porte de arma de fogo. STJ. Corte Especial. APn 657-PB, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j.
21/10/15 (Info 572).

§ 1º Nas mesmas penas INCORRE quem: [= equipara] (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I – SUPRIMIR ou ALTERAR marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de


fogo ou artefato; (MPSP-2006) (MPPR-2008) (PCRN-2009) (TJPE-2013) (MPRO-2013) (DPETO-2013)
(PCRO-2014) (TJDFT-2015) (TJPR-2021)

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo


de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; (DPETO-2013) (TRF1-2013) (TJPE-
2013/2015) (PGEPE-2018) (MPDFT-2021)

##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##PGEPE-2018: ##MPDFT-2021: ##CESPE: Portar granada de gás


lacrimogêneo ou de pimenta não configura crime do Estatuto do Desarmamento: A conduta de
portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se subsome (amolda) ao
delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei 10.826/03. Isso porque elas não se enquadram
no conceito de artefatos explosivos. STJ. 6ª T. REsp 1627028/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, j. 21/02/17 (Info 599).

IV – PORTAR, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação RASPADO, SUPRIMIDO ou ADULTERADO; (MPPR-
2008) (MPPI-2012) (DPERO-2012) (DPETO-2013) (PCRO-2014) (TJPE-2015) (TJDFT-2015) (DPEPE-2015)
(PCMT-2017) (MPSC-2019)

(MPPR-2008): Constitui figura equiparada ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito e, portanto, com as mesmas penas, a conduta de portar arma de fogo com numeração
adulterada, independentemente do agente ter sido, ou não, também o responsável pela mencionada
alteração. BL: art. 16, §1º, IV, ED.

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e (DPERO-2012) (TJPE-2013/2015) (TJDFT-2015) (MPSP-2015)
(PCES-2019)

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,


munição ou explosivo. (DPEMS-2008) (DPERR-2013) (DPETO-2013) (TJPE-2013/2015)

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo ENVOLVEREM ARMA DE FOGO


DE USO PROIBIDO, a pena É de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (MPSC-2019) (DPERJ-2021) (DPEPI-2022) (PCSP-2022)

##Atenção: ##DOD: ##MPAP-2021: ##MPDFT-2021: ##DPERJ-2021: ##DPEPI-2022: #PCSP-


2022: ##CESPE: ##FGV: #VUNESP: A Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) modificou o art. 16 do
Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) para diferenciar arma de fogo de uso RESTRITO (caput
e §1º) de arma de fogo de uso PROIBIDO (§2º). Antes do Pacote Anticrime, a Lei 8.072/90 afirmava
que era crime hediondo a “posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003”. O Pacote Anticrime alterou a redação da Lei nº
8.072/90 e passou a dizer que é crime hediondo “o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo
de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003”. Desse modo, pela
nova redação dada pela Lei nº 13.964/2019:
• o art. 16 do Estatuto do Desarmamento passou a diferenciar arma de fogo de uso restrito de
arma de fogo de uso proibido;
• somente é crime hediondo a posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido;
• não é mais crime hediondo a posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Isso significa que as pessoas condenadas pelo art. 16 do Estatuto do Desarmamento por condutas
envolvendo armas de fogo de uso restrito não mais poderão receber o tratamento destinado aos
crimes hediondos. Tais crimes deixaram de ser hediondos. Houve, portanto, novatio legis in mellius.

##Atenção: ##MPAP-2021: ##MPDFT-2021: ##DPEPI-2022: ##CESPE: Até a presente data, o STF


ainda não se manifestou acerca da (in) constitucionalidade do caráter hediondo do crime de posse
e de porte ilegal de arma de fogo de uso proibido. A bem da verdade, mostra-se importante o fato
de que “A posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, prevista no caput do art. 16 da Lei n.
10.826/03, com redação dada pela Lei n. 13.964/19, bem como as condutas equiparadas previstas no §1º do
mesmo dispositivo legal, desde que atinentes a artefatos dessa natureza, ou seja, de uso restrito, não são mais
considerados hediondos, funcionando o Pacote Anticrime, nesse ponto, como verdadeira novatio legis in
melius dai por que o novo regramento deve retroagir em benefício de tais condenados” (DE LIMA, Renato
Brasileiro. Pacote Anticrime – Comentário à Lei 13.964/19 – artigo por artigo. 1ª Ed., Salvador:
Editora Juspodivm, 2020, p. 429).

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (DPEMS-2008)
(MPSP-2011) (DPERO-2012) (MPES-2013) (DPERR-2013) (DPETO-2013) (TRF1-2013) (TRF5-2013)
(Cartórios/TJBA-2013) (PCTO-2014) (TJPE-2015) (PCAC-2017) (MPPB-2018) (PCSP-2022)

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(PCSP-2022)

##Atenção: ##Cartórios/TJBA-2013: ##CESPE: O crime de comércio ilegal de arma de fogo está


descrito no artigo 17 da Lei n° 10.826/2003, estando prevista norma de equiparação em relação ao
conceito do que seja atividade comercial ou industrial no § 1º do mesmo dispositivo legal.
Embora a questão seja controvertida, há orientação doutrinária no sentido de se exigir a
habitualidade da conduta, como se observa a seguir: “(...) a inserção no tipo penal da expressão
no exercício, referindo-se a comércio ou indústria, demonstra não ser viável enquadrar-se neste
crime qualquer pessoa que, eventualmente, receba, venda ou compre uma arma de fogo. Afinal,
exige-se a conduta habitual de exercitar o comércio (compra e venda ou locação) ou a indústria
(fabricação, com montagem, desmontagem etc.), como condição. Quem praticar qualquer dos
verbos desse tipo em atividade comercial ou industrial de caráter eventual, deve ser inserido em
outra figura desta Lei) (Fonte: NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais
comentadas.10 ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p. 47).

§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência. (Paragrafo Remunerado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)

##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 06: O delito de
comércio ilegal de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado no art. 17, caput e parágrafo
único, da Lei de Armas, nunca foi abrangido pela abolitio criminis temporária prevista nos arts.
5º, § 3º, e 30 da Lei de Armas ou nos diplomas legais que prorrogaram os prazos previstos nos
referidos dispositivos.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título,
de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: (DPEMS-2008)
(MPSP-2011) (TRF2-2011) (MPF-2012) (MPES-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (PCBA-2013) (PCAC-2017)
(TJPA-2019) (PCSP-2022)

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(PCSP-2022)

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 09: Para a configuração
do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição não basta apenas a procedência
estrangeira do artefato, sendo necessário que se comprove a internacionalidade da ação.
(TJPA-2019-CESPE): Considerando o entendimento sumulado e a jurisprudência do STJ acerca da
interpretação da Lei 10.826/03, que dispõe sobre o registro, a posse e a comercialização de armas de
fogo e munição, assinale a opção correta: Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessária a
comprovação da internacionalidade da ação. BL: Entend. STJ.

##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 10: É típica a conduta
de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização da autoridade competente, nos
termos do art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o réu detenha o porte legal da arma, em razão
do alto grau de reprovabilidade da conduta.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, A PENA É AUMENTADA da metade se a arma
de fogo, acessório ou munição FOREM de uso proibido ou restrito. (TJSE-2008) (MPSP-2011) (MPF-
2012) (Cartórios/TJBA-2013) (PCAC-2017)

(MPSP-2011): No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma
ou munição de uso proibido ou restrito constitui: causa especial de aumento de pena. BL: art. 17 c/c
art. 19, ED.

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena É AUMENTADA da metade se:

I - FOREM PRATICADOS por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º
desta Lei; ou (MPSP-2010) (MPPI-2012) (DPERR-2013) (TRF1-2015) (PCPE-2016)

(TJDFT-2015-CESPE): Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética sobre
crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a
opção que apresenta a assertiva correta: Bruno, militar da Aeronáutica, em um dia de folga, atirou
com sua arma de fogo na rua onde residia e assustou moradores e transeuntes que passavam pelo
local. Nessa situação, devido ao fato de Bruno ter praticado crime de disparo com arma de fogo, a
causa do aumento de pena, prevista no Estatuto do Desarmamento, deverá ser aplicada na sentença
durante a terceira fase da dosimetria. BL: art. 6º c/c art. 15 c/c art. 20, I, ED.

II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide
Adin 3.112-1)

##Atenção: ##STF: ##Cartórios/TJBA-2013: ##DPEPR-2014: ##PCPE-2016: ##PCAC-2017:


##CESPE: A ADI 3112 do STF declarou inconstitucional o art. 21 do Estatuto do Desarmamento.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para
o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais
produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
SERÃO DISCIPLINADAS em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do
Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2008) (MPDFT-2011)

§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens


com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante
e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de
munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento
desta Lei.

§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão
dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo
regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.

§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do


caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição
para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o
comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente
ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.886, de 2019) (TJPR-2019) (PCPA-2021)

§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável


à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública,
atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando
do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008) (PCPA-2021)

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de abuso,


ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas
abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de
abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser, após
perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade para os órgãos de
segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsável pela apreensão.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz


competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)

§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada,


que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,


conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas
acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)

Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos,


réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir. (TRF5-2013) (DPEPR-
2014)

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução,


ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do
Exército. (TJRS-2012) (TRF5-2013) (DPEPR-2014)

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de


fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É VEDADO ao MENOR de 25 (vinte e cinco) anos ADQUIRIR ARMA DE FOGO,
RESSALVADOS os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput
do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJSC-2009) (TJPR-2010) (TRF5-2013)
(DPEPR-2017)

Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição
Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948) (...)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685,
de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias; (...)
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias
após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)

Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de
90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO ainda não
registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando
este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de
prazo) (PCRN-2009) (MPES-2010) (MPRO-2013) (TRF5-2013) (MPPA-2014) (TJDFT-2008/2015)

##Atenção: Vejamos o teor do art. 20 da Lei 11.922/09: “Art. 20. Ficam prorrogados para 31 de dezembro
de 2009 os prazos de que tratam o § 3o do art. 5o e o art. 30, ambos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de
2003.”
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de
arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a


qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do
regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,


mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
de 2008) (MPRO-2013) (MPPA-2014) (DPEPB-2014)

(DPEAC-2017-CESPE): Com o intuito de assegurar sua proteção pessoal, Jonas adquiriu, de


maneira informal, uma arma de fogo de uso permitido, com numeração raspada, e guardou-a no
bar em que trabalha. Duas semanas depois, arrependido da aquisição, Jonas procurou a DP, com o
objetivo de resolver, juridicamente, essa situação e escapar das sanções cabíveis previstas na
legislação pertinente. Nessa situação hipotética, considerando-se o entendimento dos tribunais
superiores acerca do tema, o DP deverá orientar Jonas a procurar a delegacia da cidade e proceder
à entrega espontânea da arma, visto que esse ato é causa permanente de exclusão de punibilidade.
BL: art. 32, ED e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STJ: ##DPEAC-2017: ##CESPE: O artigo 32 da Lei nº 10.826/2003, com a redação


dada pela Lei nº 11.706/2008, instituiu, segundo entendimento firmado pelo STJ, uma causa
permanente de extinção da punibilidade consubstanciada na entrega espontânea de arma de fogo
que se possui de modo irregular. Com efeito, o defensor público deverá orientar o seu assistido a
procurar a delegacia da cidade a fim de proceder á entrega espontânea da arma de fogo. Neste
sentido, leia-se o trecho do seguinte acórdão proferido pela Corte Superior: “(...) 4. Aplica-se o
entendimento firmado em recurso representativo de controvérsia: "(...) 2. A nova redação do art. 32 da Lei
n.10.826/2003, trazida pela Lei n. 11.706/2008, não mais suspendeu, temporariamente, a vigência da norma
incriminadora ou instaurou uma abolitio criminis temporária - conforme operado pelo art. 30 da mesma
lei -, mas instituiu uma causa permanente de exclusão da punibilidade, consistente na entrega espontânea
da arma. 3. A causa extintiva da punibilidade, na hipótese legal, consiste em ato jurídico (entrega
espontânea da arma), e tão somente se tiver havido a sua efetiva prática é que a excludente produzirá seus
efeitos. Se isso não ocorreu, não é caso de aplicação da excludente" (REsp 1.311.408/RN, Rel. Ministro
SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/3/2013, DJe 20/5/2013).” (HC 347487 /
RS; Ministro RIBEIRO DANTAS; QUINTA TURMA; Publicado no DJe de 25/05/2016)

(TJMG-2009): Sobre o Estatuto do Desarmamento - Lei 10.826/03, marque a alternativa correta:


Com a entrada em vigor da Lei 10.826/03, o crime previsto em seu art. 12 (posse irregular de arma
de fogo de uso permitido) teve, inicialmente, sua aplicação afetada por sucessivas medidas
provisórias, cujo conteúdo foi considerado pela jurisprudência como espécie de abolitio criminis
temporário. BL: arts. 30 a 32 do ED e Entend. Jurisprud.

##Atenção: ##STJ: ##TJMG-2009: ##MPRO-2013: ##CESPE: ##MPPA-2014: ##DPEPB-2014:


##FCC: HABEAS CORPUS. ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO IV, DA LEI 10.826/03.
ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. INEXISTÊNCIA. PRORROGAÇÃO DO PRAZO SOMENTE
PARA POSSE ILEGAL DE ARMA. NÃO APLICÁVEL PARA PORTE ILEGAL DE ARMA.
TIPICIDADE DA CONDUTA. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. É considerada atípica a conduta
relacionada ao crime de posse de arma de fogo, seja de uso permitido ou de uso restrito, incidindo
a chamada abolitio criminis temporária nas duas hipóteses, se praticada no período compreendido
entre 23 de dezembro de 2003 a 23 de outubro de 2005. Contudo, este termo final foi prorrogado até
31 de dezembro de 2008 somente para os possuidores de arma de fogo de uso permitido (art. 12),
nos termos da Medida Provisória nº 417 de 31 de janeiro de 2008, que estabeleceu nova redação aos
arts. 30 a 32 da Lei nº 10.826/03, não mais albergando o delito previsto no art. 16 do Estatuto - posse
de arma de uso proibido ou restrito. 2. É entendimento desta Corte de Justiça que somente as
condutas delituosas relacionadas à posse de arma de fogo foram abarcadas pela denominada
abolitio criminis temporária, prevista nos arts. 30, 31 e 32 da Lei 10.826/03, não sendo possível
estender o benefício para o crime de porte ilegal de arma de fogo com a numeração raspada, que é
o caso dos autos (Precedentes STJ). (...). STJ. 5ª T., HC 152.248/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 05/08/10.
##Atenção: ##STJ: ##MPRO-2013: ##CESPE: ##MPPA-2014: ##FCC: Portanto, de acordo com
seus precedentes, o STJ vem entendendo, de modo reiterado, que a abolitio criminis temporária,
disposta nos arts. 30 e 32 da Lei 10.826/03, aplica-se somente ao crime de posse ilegal de arma (art.
12 da Lei 10.826/03) e não ao crime de porte ilegal (art. 14 da Lei 10.826/03).

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
conforme especificar o regulamento desta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que


deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou
munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,


estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte


internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o
embarque de passageiros armados.

Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma
de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de


munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações destinadas às
apurações criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
judicial responderá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis


Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados


em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,
salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular,
a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data
de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$

I - Registro de arma de fogo:

- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito

(art. 30)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

II - Renovação do certificado de registro de arma de fogo:

Gratuito

- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5o, § 3o)

- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00

III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00

de valores

IV - Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de

segurança privada e de transporte de valores:

- até 30 de junho de 2008 30,00

- de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00

- a partir de 1o de novembro de 2008 60,00

V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00

VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00


VII - Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00

VIII - Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

Você também pode gostar