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Última atualização legislativa: Lei 13870, de 18/09/19 (vide art. 5º, §5º - comentários do site do DOD);
LEI 13.886/19; Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19 – entra em vigor em 30
dias – artigos alterados/incluídos: art. 16, 17, 18, 20 e 34-A).
Última atualização jurisprudencial: 05/04/2022 - Info 572 (art. 16); Info 668 (art. 14); Info 1007 (art. 6º,
IV); Info 710 (art. 14).
2) Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.
CAPÍTULO I
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia
Federal;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a
atividade;
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas
e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,
na forma do regulamento desta Lei. (PCPA-2009)
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
##Atenção: ##DOD: O Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) prevê, em seu art. 4º, uma série
de requisitos para que a pessoa possa adquirir uma arma de fogo de uso permitido.
§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma registrada
e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por
essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos
I, II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma do
regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar autorizado
a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
AUTORIZA o seu proprietário a MANTER a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, DESDE QUE
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº
10.884, de 2004) (TJMG-2006) (PCPA-2009) (PCAL-2012) (TRF5-2013) (PCTO-2014) (PF-2018) (PCPA-2021)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será precedido
de autorização do Sinarm. (PCPA-2009) (PF-2018) (PCPA-2021)
(PF-2018-CESPE): Julgue o item que se segue, relativo a desarmamento: O registro de arma de fogo
na PF, mesmo após prévia autorização do SINARM, não assegura ao seu proprietário o direito de
portá-la. BL: art. 5º, caput e §1º, ED.
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90 (noventa)
dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-se
residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)
##Atenção: ##DOD: ##Comentários à Lei 13.870/19: Posse de arma de fogo para indivíduo que
mora em zona rural: É comum que a Polícia Federal conceda certificado de registro de arma de fogo
para pessoas que moram em zona rural, tendo em vista que geralmente atendem aos requisitos do
art. 4º da Lei 10.826/03. Assim, essas pessoas ficam autorizadas a possuir arma de fogo em suas
residências ou locais de trabalho. Ocorre que a estrutura do imóvel rural é diferente dos imóveis
urbanos. Isso porque no imóvel rural é comum haver um local onde a família efetivamente mora,
ou seja, onde dorme, faz as refeições, onde é o banheiro etc. Esse local é a casa, que é conhecida
como “sede da propriedade”/ “sede da fazenda”. No entanto, essa casa (sede da propriedade) é o
menor local do terreno, existindo uma vasta área ao redor, onde os ocupantes do imóvel
desenvolvem as atividades rurais, como plantações, criação de gado, de porcos, aves etc. Assim, a
estrutura do imóvel rural é composta pela sede da fazenda e pelo terreno, sendo este último a
maior extensão territorial. O art. 5º da Lei 10.826/03 afirma que o titular do certificado de Registro
de Arma de Fogo tem o direito de manter a sua arma de fogo “exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular
ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.” Para mim, não havia dúvidas de que uma
interpretação teleológica permitia que concluíssemos que a autorização conferida pelo art. 5º
abrangia tanto a sede da fazenda como o restante do terreno. No entanto, o legislador entendeu
que seria mais adequado e seguro que essa interpretação ficasse expressamente consignada na
Lei e, portanto, inseriu o parágrafo §5º ao art. 5º com essa informação. Ex: João possui uma fazenda
de 2 mil hectares onde cria 10 mil cabeças de gado. Ele possui um certificado de registro de arma de
fogo. Isso significa que ele pode ficar com sua espingarda dentro da casa onde mora com a família
(sede da fazenda) e também pode andar com ela por toda a extensão dos 2 mil hectares de sua
fazenda.
CAPÍTULO III
DO PORTE
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº
13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide
ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38) (MPDFT-2021) (PCPA-2021)
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867,
de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948) (Vide ADC 38) (MPDFT-2021) (PCPA-2021)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal; (PCTO-2014) (PCPE-2016)
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias;
(TJMG-2008): Sobre as leis que regulam as armas de fogo no Brasil, é CORRETO afirmar: A lei
expressamente consagra a proibição de porte de arma de fogo em todo o território nacional,
ressalvadas algumas hipóteses específicas, como os integrantes das Forças Armadas e as empresas
de segurança privada e de transporte de valores, os quais poderão portar armas de fogo, desde que
obedecidos os requisitos legais e regulamentares. BL: art. 6º, I e VIII do Estatuto.
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2012) (PCTO-2014)
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de
2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993,
de 2014)
##Atenção: Em 2014, foi publicada a Lei 12.993 que alterou o Estatuto do Desarmamento para
permitir que agentes e guardas prisionais tenham porte de arma de fogo, desde que atendam aos
seguintes requisitos:
1º) Deverão integrar o quadro efetivo do Estado (DF) ou União.
2º) Deverão estar submetidos a regime de dedicação exclusiva.
3º) Deverão estar sujeitos a cursos de formação funcional.
4º) Deverão estar subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
- Armas próprias ou fornecidas pelo ente público
- Em serviço ou fora dele
##Atenção: Os Guardas Portuários gozam de porte de arma de fogo para uso fora do serviço? NÃO.
A Lei 12993, na forma como foi aprovada pelo Congresso, previa o porte de arma de fogo também
para os Guardas Portuários. Ocorre que esse dispositivo foi vetado pela Presidente da República
sob o argumento de que não havia dados concretos que comprovassem a necessidade de sua
autorização e que isso poderia resultar em aumento desnecessário do risco em decorrência do
aumento de armas em circulação.
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se
refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à
formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº
10.867, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o,
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender
do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
(dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão
ser anexados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que INTEGRAM REGIÕES
METROPOLITANAS SERÁ AUTORIZADO porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2012) (PCPA-2021)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda
das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal EM NOME DA
EMPRESA. (TJMG-2006) (MPSP-2010) (MPPI-2012)
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do
art. serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente podendo
6o
ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos
pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do pagamento
de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica condicionado
à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art.
4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada
semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de
fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois
de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território
nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial
limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro
no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
prestação de serviços relativos:
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a que
se referem os incisos I a VII e X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder
ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica constante do item
1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO IV
Art. 12. POSSUIR ou MANTER sob sua guarda ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou
MUNIÇÃO, DE USO PERMITIDO, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no
interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja
o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: (TJMG-2008) (MPSP-2006/2010) (TRF2-
2011) (TJDFT-2007/2015) (DPEPE-2015) (PCMT-2017) (MPPB-2018) (Cartórios/TJMG-2018) (PCRN-
2009/2021) (MPDFT-2015/2021) (MPSC-2021) (DPERJ-2021) (PCMG-2021) (PCRN-2021) (PF-2021) (PCSP-
2022)
##Atenção: ##STJ: ##DOD: ##MPDFT-2021: Delegado de Polícia que mantém arma em sua casa
sem registro no órgão competente pratica crime de posse irregular de arma de fogo: É típica e
antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma de fogo,
não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que impõem registro
das armas no órgão competente. STJ. 6ª T. RHC 70141-RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, j. 7/2/17
(Info 597).
##Atenção: ##STJ: A forma legal de manter sob sua posse uma arma de fogo é mediante registro,
que, segundo o art. 3º da Lei 10.826/03, é obrigatório. Uma vez emitido o registro (se cumprido o
procedimento do art. 4º), o proprietário está autorizado a manter a arma de fogo exclusivamente no
interior de sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho,
desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa (art. 5º). Não
observadas essas disposições, a conduta é criminosa. Note-se que, ao se referir a “registro de
propriedade válido”, a assertiva alude ao registro obtido com a observância do procedimento
estabelecido na Lei 10.826/03. O STJ considerou típica, por exemplo, a conduta de um delegado de
polícia que mantinha sob sua posse uma arma de fogo registrada em órgão estadual, muito antes
da entrada em vigor da atual disciplina legal. Para o tribunal, o agente estava obrigado a adequar o
registro de sua arma à nova regra (RHC 70.141/RJ, DJe 16/2/2017).
Omissão de cautela
Art. 13. DEIXAR DE OBSERVAR AS CAUTELAS NECESSÁRIAS para impedir que menor de
18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental SE APODERE de arma de fogo que
ESTEJA sob sua posse ou que SEJA de sua propriedade: (TJMG-2008) (TJSE-2008) (DPEMS-2008)
(MPSC-2010) (MPSE-2010) (MPSP-2010) (MPDFT-2011) (MPMG-2011) (MPPI-2012) (DPERO-2012)
(TJPR-2013) (TJPE-2013) (DPEPR-2014) (PCSC-2014) (TJDFT-2015) (TJPB-2015) (PCAC-2017) (MPPB-
2011/2018) (PCSP-2022)
(MPMG-2011): Zé Carabina possuía em sua casa um revólver calibre 38 registrado, embora não
tivesse autorização para portar arma de fogo. Certo dia, após efetuar a manutenção (limpeza etc.)
da arma e municiá-la com 05 cartuchos, deixou-a sobre a mesa da sala, local onde passaram a brincar
seus filhos e alguns colegas, todos menores, com idade média de 08 anos. O filho mais velho, de 09
anos de idade, apoderou-se da arma e passou a apontá-la na direção dos amigos, dizendo que era
da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou na sala, tomando a arma do filho e evitando o
que poderia ser uma tragédia. Considerando a hipótese narrada, é correto afirmar que Zé Carabina
praticou um crime omissivo próprio. BL: art. 13, ED.
POSSE PORTE
Se o indivíduo tem direito à posse, significa que Se o indivíduo tem direito ao porte, significa que ele
ele está autorizado a manter a arma de fogo está autorizado a carregar consigo a arma de fogo
exclusivamente no mesmo em outros ambientes que não sejam a sua
• interior de sua residência ou domicílio; ou residência ou trabalho.
• no seu local de trabalho (desde que seja ele o
titular ou o responsável legal pelo
estabelecimento ou empresa).
A autorização para posse é concedida por meio A autorização para o porte de arma de fogo de uso
de certificado expedido pela Polícia Federal, permitido é de competência da Polícia Federal e
precedido de cadastro no Sinarm. somente será concedida após autorização do
Sinarm.
É necessário que o interessado cumpra os É necessário que o interessado cumpra os requisitos
requisitos previstos no art. 4º da Lei 10.826/03. previstos no art. 10, § 1º, da Lei 10.826/03.
O titular deste direito recebe um documento O titular deste direito recebe um documento
chamado “certificado de registro de arma de chamado “porte de arma de fogo”.
fogo”.
O indivíduo que possui ou mantém arma de O indivíduo que é encontrado com arma de fogo,
fogo, acessório ou munição (de uso permitido) acessório ou munição (de uso permitido) fora de
em sua residência ou trabalho, sem que tivesse sua residência ou local de trabalho sem que tivesse
autorização para isso (sem que tivesse autorização para isso (sem que tivesse porte de
certificado da Polícia Federal), comete o crime arma), comete o crime de porte ilegal de arma de
de posse irregular de arma de fogo (art. 12 da fogo (art. 14 da Lei 10.826/03).
Lei 10.826/03).
#Atenção: #STJ: #DOD: O porte de arma branca é conduta que permanece típica na Lei das
Contravenções Penais: A previsão do art. 19 da Lei das Contravenções Penais continua válida
ainda hoje? I) Em relação à arma de fogo: NÃO. O porte ilegal de arma de fogo caracteriza,
atualmente, o crime previsto nos arts. 14 ou 16 do Estatuto do Desarmamento.; II) Em relação à
arma branca: SIM. O art. 19 do Decreto-lei 3.688/41 permanece vigente quanto ao porte de outros
artefatos letais, como as armas brancas. A jurisprudência do STJ é firme no sentido da
possibilidade de tipificação da conduta de porte de arma branca como contravenção prevista no
art. 19 do DL 3.688/41, não havendo que se falar em violação ao princípio da intervenção mínima
ou da legalidade. STJ. 5ª T. RHC 56128-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 10/03/20 (Info 668).
#Atenção: #STJ e STF: #DOD: #TJMG-2022: #FGV: A apreensão de ínfima quantidade de munição
desacompanhada da arma de fogo não implica, por si só, a atipicidade da conduta: O simples fato
de os cartuchos apreendidos estarem desacompanhados da respectiva arma de fogo não implica,
por si só, a atipicidade da conduta, de maneira que as peculiaridades do caso concreto devem ser
analisadas a fim de se aferir: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) a ausência de
periculosidade social da ação; c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada. No caso concreto, embora o réu tenha sido preso
com apenas uma munição de uso restrito, desacompanhada de arma de fogo, ele foi também
condenado pela prática dos crimes descritos nos arts. 33 e 35, da Lei 11.343/06 (tráfico de drogas e
associação para o tráfico), o que afasta o reconhecimento da atipicidade da conduta, por não
estarem demonstradas a mínima ofensividade da ação e a ausência de periculosidade social
exigidas para tal finalidade. STJ. 3ª S. EREsp 1856980-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, j. 22/09/21
(Info 710). Não se reconhece a incidência excepcional do princípio da insignificância ao crime de
posse ou porte ilegal de munição, quando acompanhado de outros delitos, tais como o tráfico de
drogas. STF. 1ª T. HC 206977 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 18/12/21.
(MPSC-2019): O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei 10.826/03) é um crime de perigo
abstrato. [adaptada] BL: art. 14 do Estatuto e Jurisprudência do STJ e STF.
#Atenção: No caso em tela, Bonaparte não responderá por crime de homicídio tentado, uma vez
que não se pune a tentativa quando o crime for impossível por ineficácia absoluta do meio, nos
termos do art. 17 do CP. A arma não estava municiada, estando configurada a ineficácia absoluta
do meio. Desse modo, o agente irá responder pelo delito de ameaça, visto que a ameaça narrada na
questão se amolda ao tipo penal do art. 147 do CP, quando Bonaparte ameaça Wellington a causar-
lhe um mal injusto e grave, com a frase “na próxima, eu te pego”. Cumpre registrar, ainda, que ele
responderá pelo crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, mesmo estando a arma
sem munição, em virtude do entendimento que prevalece atualmente no STF no sentido de que o
referido crime é de mera conduta e de perigo abstrato, cujo bem jurídico tutelado é a incolumidade
pública, sendo irrelevante que a arma esteja desmuniciada.
(TJRS-2012): O Estatuto do Desarmamento faz distinção entre portar e possuir ilegalmente arma de
fogo de uso permitido, sendo que o primeiro possui pena mais severa. BL: arts. 12 e 14 do Estatuto.
(TJSE-2008-CESPE): O agente que perambula de madrugada pelas ruas com uma arma de fogo de
uso permitido, sem autorização para portá-la, comete infração penal, independentemente de se
comprovar que uma pessoa determinada ficou exposta a uma situação de perigo. BL: art. 14 do
Estatuto.
#Atenção: O porte de arma de fogo de uso permitido sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar é crime de perigo abstrato, ou seja, o tipo penal presume a
possibilidade de que algum dano possa decorrer da conduta doa gente. Por este motivo, ainda que
não demonstrada situação de efetivo perigo, a infração penal estará configurada.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
#Atenção: #TJTO-2007: #PCSE-2018: #PCGO-2018: #CESPE: #UEG: A ADI 3112 do STF declarou
inconstitucional os parágrafos únicos dos arts 14 e 15 do Estatuto do Desarmamento.
(PCRN-2021-FGV): Após discutir com alguns vizinhos, Lúcio efetuou disparos de arma de fogo
para o alto na via pública, atingindo o telhado de uma das casas, o que fez com que os moradores
da localidade, dois dias depois, registrassem o fato na delegacia de polícia. A autoridade policial
representou pela busca e apreensão de eventual prova de crime na residência de Lúcio, o que foi
deferido pelo juízo competente. No cumprimento do mandado, foi apreendida na residência uma
arma de fogo sem registro, sendo certo que Lúcio não tinha autorização legal para portar ou possuir
qualquer tipo de arma. Restando comprovados os fatos por prova oral e pericial, Lúcio: responderá
pelos crimes de posse de arma de fogo e de disparo de arma de fogo, em concurso material. BL:
arts. 12 e 15, ED.
##Atenção: No caso em tela, Lúcio cometeu os dois crimes em concurso material, pois no momento
que adquiriu e guardou a arma em casa praticou o crime de posse irregular de arma de fogo e
quando efetuou os disparos consumou o crime de disparo de arma de fogo. Os crimes foram
cometido em contextos distintos, pois Lúcio efetuou disparos de arma de fogo em via pública e
guardou a arma em sua casa. Assim, de acordo com o entendimento do STJ: “Tese 10: Não se aplica
o princípio da consunção quando os delitos de posse ilegal de arma de fogo e disparo de arma em via pública
são praticados em momentos diversos e em contextos distintos” (Tese – STJ, edição 102).
(MPSC-2016): O tipo penal do art. 15 do Estatuto do Desarmamento prevê pena de reclusão e multa
para a conduta de disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, apresentando, contudo, uma ressalva que
caracteriza ser o crime referido de natureza subsidiária, qual seja, desde que as condutas acima
referidas não tenham como finalidade a prática de outro crime. BL: art. 15, ED.
##Atenção: Uma vez que o agente era o proprietário do bar e já mantinha a arma de fogo de uso
permitido em seu estabelecimento há semanas, conforme narrado, a sua conduta já configuraria o
crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, previsto no art. 12 da Lei 10.826/03. Se
ele não fosse o responsável legal do estabelecimento, ele haveria de responder por porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido, previsto no art. 14 do mesmo diploma legal. Isso ocorre porque o
agente não tinha autorização legal para ter a arma de fogo que mantinha no estabelecimento do
qual era responsável legal. Ademais, considerando que ele realizou um disparo de arma de fogo em
direção à via pública, conforme narrado, também deverá responder pelo crime previsto no art. 15
da Lei 10.826/03 (Disparo de arma de fogo). Um crime não absorve o outro, não havendo que se
falar em consunção, porque o agente já tinha a posse irregular há bem mais tempo, não tendo dela
se apoderado tão somente para realizar o disparo. Tem-se, portanto, o concurso material de crimes.
(MPRS-2014): Jorge Santos, 18 anos, ao encontrar o revólver pertencente ao seu pai, aproveitou-se
de sua ausência, para deflagrar tiros contra uma placa de trânsito, em frente à sua residência, em
plena via pública, no Bairro Imigrante, em Caxias do Sul. Os vizinhos, ao ouvirem os estampidos,
chamaram a guarnição da Brigada Militar, que se deslocou até o local e prendeu Jorge Santos em
flagrante. A arma apreendida era de uso permitido, estava devidamente registrada, e apenas o pai
de Jorge tinha autorização para portá-la. Assim, Jorge Santos deverá responder pelo(s) crime(s) de
disparo de arma de fogo, conforme art. 15 da Lei n° 10.826/ 2003. BL: art. 15, ED.
##Atenção: De acordo com Victor Eduardo Rios Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior, em relação
à hipótese em que o agente efetua o disparo em via pública, sem ter autorização para portar a arma
naquele local, existem duas correntes. A primeira, mais antiga, no sentido de que o porte é sempre
crime-meio para o disparo e, por isso, fica sempre absorvido em face do princípio da consunção. A
segunda é no sentido de haver absorção apenas quando ficar provado que o agente só portou a
arma com a finalidade específica de efetuar o disparo. É a corrente que os autores adotam. Por ela,
se o agente já está portando a arma e, em determinado instante, resolveu efetuar o disparo,
responderá pelos dois crimes, se não possuía autorização para o porte, ou só pelo disparo, se possuía
tal autorização. Por outro lado, se uma pessoa tem uma arma registrada em casa, mas não tem
autorização para porte e, para efetuar uma comemoração, leva-a para a rua, apenas com a finalidade
de efetuar disparos, e, de imediato, retorna para casa, responde pelo crime de disparo - o porte fica
absorvido. Aqueles que adotam a tese de que o crime de porte sempre fica absorvido pelo disparo
têm que enfrentar uma séria questão: como aplicar a pena no caso em que o disparo é feito com
arma com numeração raspada ou de uso restrito? O problema é que, nesses casos, o crime de disparo
possui pena menor (2 a 4 anos) do que o porte (3 a 6 anos). Assim, se um delito tem que absorver o
outro, o justo seria o porte absorver o disparo, e não o contrário. (Fonte: GONÇALVES &
BALTAZAR JR., Victor Eduardo Rios e José Paulo. Legislação Penal Especial Esquematizado, São
Paulo: Saraiva, 2ª edição, 2016.).
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição DE USO RESTRITO, sem autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (TJRS-2012) (MPPI-2012) (DPERO-
2012) (DPESC-2012) (MPRO-2013) (DPETO-2013) (TRF1-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (MPAC-2014)
(PCRO-2014) (MPSP-2006/2010/2015) (TJDFT-2015) (MPBA-2015) (DPEBA-2016) (PCPA-2016) (PCPE-
2016) (MPRS-2017) (PCAC-2017) (PCMT-2017) (DPEPE-2015/2018) (DPEMA-2018) (PGEPE-2018) (PCRS-
2018) (TJPA-2019) (DPEDF-2019) (DPEMG-2019) (PCES-2019) (TJPR-2021) (MPAP-2021) (MPDFT-2021)
(MPSC-2021) (DPERJ-2021) (DPEPI-2022) (PCSP-2022)
§ 1º Nas mesmas penas INCORRE quem: [= equipara] (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; (DPETO-2013) (TRF1-2013) (TJPE-
2013/2015) (PGEPE-2018) (MPDFT-2021)
IV – PORTAR, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação RASPADO, SUPRIMIDO ou ADULTERADO; (MPPR-
2008) (MPPI-2012) (DPERO-2012) (DPETO-2013) (PCRO-2014) (TJPE-2015) (TJDFT-2015) (DPEPE-2015)
(PCMT-2017) (MPSC-2019)
(MPPR-2008): Constitui figura equiparada ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito e, portanto, com as mesmas penas, a conduta de portar arma de fogo com numeração
adulterada, independentemente do agente ter sido, ou não, também o responsável pela mencionada
alteração. BL: art. 16, §1º, IV, ED.
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e (DPERO-2012) (TJPE-2013/2015) (TJDFT-2015) (MPSP-2015)
(PCES-2019)
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (DPEMS-2008)
(MPSP-2011) (DPERO-2012) (MPES-2013) (DPERR-2013) (DPETO-2013) (TRF1-2013) (TRF5-2013)
(Cartórios/TJBA-2013) (PCTO-2014) (TJPE-2015) (PCAC-2017) (MPPB-2018) (PCSP-2022)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(PCSP-2022)
§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência. (Paragrafo Remunerado pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 06: O delito de
comércio ilegal de arma de fogo, acessório ou munição, tipificado no art. 17, caput e parágrafo
único, da Lei de Armas, nunca foi abrangido pela abolitio criminis temporária prevista nos arts.
5º, § 3º, e 30 da Lei de Armas ou nos diplomas legais que prorrogaram os prazos previstos nos
referidos dispositivos.
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título,
de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente: (DPEMS-2008)
(MPSP-2011) (TRF2-2011) (MPF-2012) (MPES-2013) (Cartórios/TJBA-2013) (PCBA-2013) (PCAC-2017)
(TJPA-2019) (PCSP-2022)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
(PCSP-2022)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou
munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 09: Para a configuração
do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição não basta apenas a procedência
estrangeira do artefato, sendo necessário que se comprove a internacionalidade da ação.
(TJPA-2019-CESPE): Considerando o entendimento sumulado e a jurisprudência do STJ acerca da
interpretação da Lei 10.826/03, que dispõe sobre o registro, a posse e a comercialização de armas de
fogo e munição, assinale a opção correta: Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo,
acessório ou munição, não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo necessária a
comprovação da internacionalidade da ação. BL: Entend. STJ.
##Atenção: ##Jurisprud. Teses/STJ – Ed. 108: ##TJPA-2019: ##CESPE: Tese 10: É típica a conduta
de importar arma de fogo, acessório ou munição sem autorização da autoridade competente, nos
termos do art. 18 da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o réu detenha o porte legal da arma, em razão
do alto grau de reprovabilidade da conduta.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, A PENA É AUMENTADA da metade se a arma
de fogo, acessório ou munição FOREM de uso proibido ou restrito. (TJSE-2008) (MPSP-2011) (MPF-
2012) (Cartórios/TJBA-2013) (PCAC-2017)
(MPSP-2011): No crime de comércio ilegal de arma de fogo, a natureza jurídica do fato de ser a arma
ou munição de uso proibido ou restrito constitui: causa especial de aumento de pena. BL: art. 17 c/c
art. 19, ED.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena É AUMENTADA da metade se:
I - FOREM PRATICADOS por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º
desta Lei; ou (MPSP-2010) (MPPI-2012) (DPERR-2013) (TRF1-2015) (PCPE-2016)
(TJDFT-2015-CESPE): Cada uma das próximas opções apresenta uma situação hipotética sobre
crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a
opção que apresenta a assertiva correta: Bruno, militar da Aeronáutica, em um dia de folga, atirou
com sua arma de fogo na rua onde residia e assustou moradores e transeuntes que passavam pelo
local. Nessa situação, devido ao fato de Bruno ter praticado crime de disparo com arma de fogo, a
causa do aumento de pena, prevista no Estatuto do Desarmamento, deverá ser aplicada na sentença
durante a terceira fase da dosimetria. BL: art. 6º c/c art. 15 c/c art. 20, I, ED.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide
Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal para
o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais
produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico
SERÃO DISCIPLINADAS em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do
Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJMG-2008) (MPDFT-2011)
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de
munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento
desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei conterão
dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido pelo
regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o
comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos
autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente
ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.886, de 2019) (TJPR-2019) (PCPA-2021)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Art. 28. É VEDADO ao MENOR de 25 (vinte e cinco) anos ADQUIRIR ARMA DE FOGO,
RESSALVADOS os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput
do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (TJSC-2009) (TJPR-2010) (TRF5-2013)
(DPEPR-2017)
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constituição
Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948) (...)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do Departamento de
Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto nº 9.685,
de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das escoltas
de presos e as guardas portuárias; (...)
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias
após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de
90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO ainda não
registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando
este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos
incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de
prazo) (PCRN-2009) (MPES-2010) (MPRO-2013) (TRF5-2013) (MPPA-2014) (TJDFT-2008/2015)
##Atenção: Vejamos o teor do art. 20 da Lei 11.922/09: “Art. 20. Ficam prorrogados para 31 de dezembro
de 2009 os prazos de que tratam o § 3o do art. 5o e o art. 30, ambos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de
2003.”
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de
arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
conforme especificar o regulamento desta Lei:
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o ingresso de
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da Constituição Federal.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma
de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia criminal.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele
que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
judicial responderá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,
salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo popular,
a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na data
de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
TABELA DE TAXAS
ATO ADMINISTRATIVO R$
(art. 30)
Gratuito
III - Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de transporte 60,00
de valores