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respondendo a inquérito policial ou a processo II - revalidação pela unidade do Departamento

ESTATUTO DO DESARMAMENTO criminal, que poderão ser fornecidas por meios de Polícia Federal do certificado de registro
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE eletrônicos; provisório pelo prazo que estimar como necessário
2003 II – apresentação de documento comprobatório para a emissão definitiva do certificado de registro
de ocupação lícita e de residência certa; de propriedade.
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de III – comprovação de capacidade técnica e de § 5º  Aos residentes em área rural, para os fins
aptidão psicológica para o manuseio de arma de do disposto no caput  deste artigo, considera-
armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional
de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras fogo, atestadas na forma disposta no regulamento se residência ou domicílio toda a extensão do
desta Lei. respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº 13.870,
providências.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de 2019)
de arma de fogo após atendidos os requisitos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte anteriormente estabelecidos, em nome do CAPÍTULO III
requerente e para a arma indicada, sendo DO PORTE
Lei:
intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em
CAPÍTULO I
        DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS ser feita no calibre correspondente à arma todo o território nacional, salvo para os casos
registrada e na quantidade estabelecida no previstos em legislação própria e para:
Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, regulamento desta Lei. I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos
instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da § 3º A empresa que comercializar arma de fogo incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da
Polícia Federal, tem circunscrição em todo o em território nacional é obrigada a comunicar a Constituição Federal e os da Força Nacional de
território nacional. venda à autoridade competente, como também a Segurança Pública (FNSP);
Art. 2º Ao Sinarm compete: manter banco de dados com todas as características III – os integrantes das guardas municipais das
I – identificar as características e a propriedade da arma e cópia dos documentos previstos neste capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
de armas de fogo, mediante cadastro; artigo. 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
II – cadastrar as armas de fogo produzidas,
§ 4º A empresa que comercializa armas de estabelecidas no regulamento desta Lei;
importadas e vendidas no País;
fogo, acessórios e munições responde legalmente
III – cadastrar as autorizações de porte de arma Liminar autoriza porte de arma para todas as
por essas mercadorias, ficando registradas como de
de fogo e as renovações expedidas pela Polícia guardas municipais.
sua propriedade enquanto não forem vendidas.
Federal; O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
IV – cadastrar as transferências de propriedade, § 5º A comercialização de armas de fogo, Tribunal Federal (STF), concedeu medida cautelar na
extravio, furto, roubo e outras ocorrências acessórios e munições entre pessoas físicas somente Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5948 para
suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive será efetivada mediante autorização do Sinarm. autorizar suspender os efeitos de trecho da Lei
as decorrentes de fechamento de empresas de § 6º A expedição da autorização a que se refere 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) que
segurança privada e de transporte de valores; o § 1º será concedida, ou recusada com a devida proíbe o porte de arma para integrantes das guardas
V – identificar as modificações que alterem as fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a municipais de munícipios com menos de 50 mil
características ou o funcionamento de arma de fogo; contar da data do requerimento do interessado. habitantes e permite o porte nos municípios que
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já § 7º O registro precário a que se refere o § 4 o têm entre 50 mil e 500 mil habitantes apenas
existentes; prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos quando em serviço. Com base nos princípios da
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, I, II e III deste artigo. isonomia e da razoabilidade, o relator disse que é
inclusive as vinculadas a procedimentos policiais e § 8º Estará dispensado das exigências preciso conceder idêntica possibilidade de porte de
judiciais; constantes do inciso III do caput deste artigo, na arma a todos os integrantes das guardas civis, em
forma do regulamento, o interessado em adquirir face da efetiva participação na segurança pública e
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no
arma de fogo de uso permitido que comprove estar na existência de similitude nos índices de mortes
País, bem como conceder licença para exercer a
autorizado a portar arma com as mesmas violentas nos diversos municípios.
atividade;
características daquela a ser adquirida. 
IX – cadastrar mediante registro os produtores, IV - os integrantes das guardas municipais dos
atacadistas, varejistas, exportadores e importadores Art. 5º O certificado de Registro de Arma de
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
autorizados de armas de fogo, acessórios e Fogo, com validade em todo o território nacional,
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
munições; autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
quando em serviço;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, exclusivamente no interior de sua residência ou
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu V – os agentes operacionais da Agência
as características das impressões de raiamento e de
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o Brasileira de Inteligência e os agentes do
microestriamento de projétil disparado, conforme
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.  Departamento de Segurança do Gabinete de
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo
Segurança Institucional da Presidência da República;
fabricante; § 1º O certificado de registro de arma de fogo (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
XI – informar às Secretarias de Segurança será expedido pela Polícia Federal e será precedido VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos
Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros de autorização do Sinarm. no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição
e autorizações de porte de armas de fogo nos
Federal;
respectivos territórios, bem como manter o cadastro § 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e
atualizado para consulta. III do art. 4º deverão ser comprovados O inciso IV do artigo 51 refere-se à Polícia Legislativa
Parágrafo único. As disposições deste artigo periodicamente, em período não inferior a 3 (três) da Câmara dos Deputados, enquanto o inciso XIII do
não alcançam as armas de fogo das Forças Armadas anos, na conformidade do estabelecido no artigo 52 refere-se à Polícia Legislativa do Senado
e Auxiliares, bem como as demais que constem dos regulamento desta Lei, para a renovação do Federal. Para os integrantes desses órgãos, o porte
seus registros próprios. Certificado de Registro de Arma de Fogo.        de arma é full, ou seja, dá-se em serviço e fora de
§ 3º O proprietário de arma de fogo com serviço.
As armas de fogo utilizadas pelas Forças Armadas e certificados de registro de propriedade expedido por
Auxiliares são sujeitas a regramento próprio, VII – os integrantes do quadro efetivo dos
órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da agentes e guardas prisionais, os integrantes das
relacionado ao Sistema de Gerenciamento Militar de publicação desta Lei que não optar pela entrega
Armas – Sigma. escoltas de presos e as guardas portuárias;
espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá
renová-lo mediante o pertinente registro federal, até Levando-se em consideração a liminar dada por
CAPÍTULO II o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação Alexandre de Morais, pode-se entender, atualmente,
DO REGISTRO de documento de identificação pessoal e que todos os integrantes e instituições tratados nos
comprovante de residência fixa, ficando dispensado incisos I, II, III, IV, V e VI têm o porte de arma full. A
Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo do pagamento de taxas e do cumprimento das única diferença compete ao inciso VII, no qual terão
no órgão competente. demais exigências constantes dos incisos I a III o porte de arma em serviço ou fora de serviço
Parágrafo único. As armas de fogo de uso do caput  do art. 4º desta Lei. apenas os agentes e guardas prisionais e os
restrito serão registradas no Comando do Exército, § 4º Para fins do cumprimento do disposto no § integrantes das escoltas de presos, excluindo-se,
na forma do regulamento desta Lei. 3º deste artigo, o proprietário de arma de fogo desse modo, as guardas portuárias.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, Do guarda portuário para frente, ou seja, a partir dos
permitido o interessado deverá, além de declarar a certificado de registro provisório, expedido na rede próximos incisos, o porte de arma não é full, mas
efetiva necessidade, atender aos seguintes mundial de computadores - internet, na forma do somente em serviço ou na atividade.
requisitos: regulamento e obedecidos os procedimentos a
I - comprovação de idoneidade, com a seguir: VIII – as empresas de segurança privada e de
apresentação de certidões negativas de I - emissão de certificado de registro provisório transporte de valores constituídas, nos termos desta
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) Lei;
Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar dias; e 
IX – para os integrantes das entidades de regulamento desta Lei, observada a supervisão do § 3º O porte de arma pelos servidores das
desporto legalmente constituídas, cujas atividades Comando do Exército. instituições de que trata este artigo fica
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na         § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das condicionado à apresentação de documentação
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, comprobatória do preenchimento dos requisitos
que couber, a legislação ambiental. bem como os militares dos Estados e do Distrito constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4 o, formação funcional em estabelecimentos de ensino
No caso das entidades de desporto, o porte só é
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos de atividade policial e à existência de mecanismos de
autorizado no momento em que a competição é
incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do fiscalização e de controle interno, nas condições
realizada no clube de tiro.
regulamento desta Lei. estabelecidas no regulamento desta Lei.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da § 4º A listagem dos servidores das instituições
Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Dispensados da comprovação de idoneidade, de que trata este artigo deverá ser atualizada
Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista capacidade técnica e aptidão psicológica. semestralmente no Sinarm.  
Tributário. § 5º As instituições de que trata este artigo são
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no obrigadas a registrar ocorrência policial e a
25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto,
emprego de arma de fogo para prover sua
Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo roubo ou outras formas de extravio de armas de
subsistência alimentar familiar será concedido pela
de servidores de seus quadros pessoais que fogo, acessórios e munições que estejam sob sua
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
efetivamente estejam no exercício de funções de guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas
caçador para subsistência, de uma arma de uso
segurança, na forma de regulamento a ser emitido depois de ocorrido o fato.
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Art. 8º As armas de fogo utilizadas em
canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.  entidades desportivas legalmente constituídas
(dezesseis), desde que o interessado comprove a
O STF tem competência para processar e julgar devem obedecer às condições de uso e de
efetiva necessidade em requerimento ao qual
causas em que se discute prerrogativa dos juízes de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
deverão ser anexados os seguintes documentos:
portar arma de defesa pessoal, por se tratar de ação respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a
I - documento de identificação pessoal;
em que todos os membros da magistratura são arma pela sua guarda na forma do regulamento
II - comprovante de residência em área rural; e
direta ou indiretamente interessados (CF, art. 102,1, desta Lei.
III - atestado de bons antecedentes.
n). (Info 782) Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a
§ 6º O caçador para subsistência que der outro autorização do porte de arma para os responsáveis
O porte de arma de fogo a que têm direito os uso à sua arma de fogo, independentemente de pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
policiais civis (arts. 6° da Lei 10.826/2003 e 33 do outras tipificações penais, responderá, conforme o sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos
Decreto 5.123/2014) não se estende aos policiais caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo termos do regulamento desta Lei, o registro e a
aposentados. (Info 554) de uso permitido. concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de
ATENÇÃO: o tema acima mudou com a edição do § 7º Aos integrantes das guardas municipais dos
representantes estrangeiros em competição
novo regulamento do Estatuto do Desarmamento. Municípios que integram regiões metropolitanas
internacional oficial de tiro realizada no território
O Decreto nº 9.847/2019 permite que os integrantes será autorizado porte de arma de fogo, quando em
nacional.
das policiais, ABIN etc. continuem a ter o porte de serviço.
arma mesmo depois de aposentados. Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos         Art. 10. A autorização para o porte de arma de
Deve-se fazer, contudo, uma explicação. empregados das empresas de segurança privada e fogo de uso permitido, em todo o território nacional,
O policial, quando se aposenta, perde direito ao de transporte de valores, constituídas na forma da é de competência da Polícia Federal e somente será
porte de arma que tinha quando era da ativa. Isso lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda concedida após autorização do Sinarm.
porque o porte como policial da ativa está das respectivas empresas, somente podendo ser         § 1o A autorização prevista neste artigo poderá
condicionado ao efetivo exercício das funções utilizadas quando em serviço, devendo essas ser concedida com eficácia temporária e territorial
institucionais. Logo, a se aposentar ele perde observar as condições de uso e de armazenagem limitada, nos termos de atos regulamentares, e
automaticamente o porte e terá que devolver a estabelecidas pelo órgão competente, sendo o dependerá de o requerente:
arma da corporação. certificado de registro e a autorização de porte         I – demonstrar a sua efetiva necessidade por
No entanto, o art. 30 do Decreto nº 9.847/2019 expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa. exercício de atividade profissional de risco ou de
permite que o aposentado conserve a autorização § 1º O proprietário ou diretor responsável de ameaça à sua integridade física;
de porte de porte de arma de fogo de sua empresa de segurança privada e de transporte de         II – atender às exigências previstas no art.
propriedade (arma de fogo particular — a funcional valores responderá pelo crime previsto no parágrafo 4o desta Lei;
deve ser devolvida), desde que cumpridos alguns único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais         III – apresentar documentação de propriedade
requisitos, como se submeter a testes de avaliação sanções administrativas e civis, se deixar de registrar de arma de fogo, bem como o seu devido registro no
psicológica, realizados de 10 em 10 anos. ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal órgão competente.
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de         § 2º A autorização de porte de arma de fogo,
§ 1o  As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e armas de fogo, acessórios e munições que estejam prevista neste artigo, perderá automaticamente sua
VI do caput  deste artigo terão direito de portar arma sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) eficácia caso o portador dela seja detido ou
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela horas depois de ocorrido o fato. abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de         § 2º A empresa de segurança e de transporte de substâncias químicas ou alucinógenas.
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com valores deverá apresentar documentação         Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos
validade em âmbito nacional para aquelas comprobatória do preenchimento dos requisitos valores constantes do Anexo desta Lei, pela
constantes dos incisos I, II, V e VI. constantes do art. 4o desta Lei quanto aos prestação de serviços relativos:
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008) empregados que portarão arma de fogo.         I – ao registro de arma de fogo;
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de         § 3º A listagem dos empregados das empresas         II – à renovação de registro de arma de fogo;
agentes e guardas prisionais poderão portar arma de referidas neste artigo deverá ser atualizada         III – à expedição de segunda via de registro de
fogo de propriedade particular ou fornecida pela semestralmente junto ao Sinarm. arma de fogo;
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de Art. 7º-A.  As armas de fogo utilizadas pelos         IV – à expedição de porte federal de arma de
serviço, desde que estejam: servidores das instituições descritas no inciso XI do fogo;
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e         V – à renovação de porte de arma de fogo;
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do guarda das respectivas instituições, somente         VI – à expedição de segunda via de porte federal
regulamento; e     podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo de arma de fogo.
III - subordinados a mecanismos de fiscalização estas observar as condições de uso e de         § 1o Os valores arrecadados destinam-se ao
e de controle interno. armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, custeio e à manutenção das atividades do Sinarm, da
§ 1º-C. (VETADO). sendo o certificado de registro e a autorização de Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
§ 2º A autorização para o porte de arma de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da de suas respectivas responsabilidades.
fogo aos integrantes das instituições descritas nos instituição.           § 2o  São isentas do pagamento das taxas
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está § 1º A autorização para o porte de arma de previstas neste artigo as pessoas e as instituições a
condicionada à comprovação do requisito a que se fogo de que trata este artigo independe do que se referem os incisos I a VII e X e o § 5 o do art.
refere o inciso III do caput  do art. 4o desta Lei nas pagamento de taxa. 6o desta Lei.
condições estabelecidas no regulamento desta Lei. § 2º O presidente do tribunal ou o chefe do
§ 3º A autorização para o porte de arma de A isenção do recolhimento da taxa para emissão,
Ministério Público designará os servidores de seus
fogo das guardas municipais está condicionada à renovação, transferência e expedição de segunda via
quadros pessoais no exercício de funções de
formação funcional de seus integrantes em de certificado de registro de arma de fogo particular
segurança que poderão portar arma de fogo,
estabelecimentos de ensino de atividade policial e à prevista no art. 11, § 2º, da Lei nº 10.826/2003 não
respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por
existência de mecanismos de fiscalização e de se estende aos policiais rodoviários federais
cento) do número de servidores que exerçam
controle interno, nas condições estabelecidas no aposentados. STJ. 1ª Turma.REsp 1530017-PR, Rel.
funções de segurança.
Min. Regina Helena Costa, julgado em 21/09/2017 O entendimento acima exposto configura a regra segurança e transporte de valores que deixarem de
(Info 612). geral e deve ser adotada nos concursos caso não registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia
seja feito nenhum esclarecimento adicional. No Federal perda, furto, roubo ou outras formas de
        Art. 11-A.  O Ministério da Justiça disciplinará a extravio de arma de fogo, acessório ou munição que
entanto, o STF e o STJ, em alguns casos concretos,
forma e as condições do credenciamento de estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
têm reconhecido, excepcionalmente, o princípio da
profissionais pela Polícia Federal para comprovação quatro) horas depois de ocorrido o fato. (crime a
insignificância para o crime de porte ilegal de pouca
da aptidão psicológica e da capacidade técnica para prazo)
quantidade de munição desacompanhada da arma.
o manuseio de arma de fogo. 
Confira: Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
        § 1o  Na comprovação da aptidão psicológica, o
STF. 2ª Turma. RHC 143449, Rel. Min. Ricardo         Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer,
valor cobrado pelo psicólogo não poderá exceder ao
Lewandowski, julgado em 26/09/2017. STJ. 5ª receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
valor médio dos honorários profissionais para
Turma. REsp 1710320/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
realização de avaliação psicológica constante do
julgado em 03/05/2018. STJ. 6ª Turma. AgInt no manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
item 1.16 da tabela do Conselho Federal de
REsp 1704234/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, acessório ou munição, de uso permitido, sem
Psicologia. 
julgado em 8/2/2018. autorização e em desacordo com determinação legal
        § 2o  Na comprovação da capacidade técnica, o
valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro ou regulamentar:
Desse modo, a incidência ou não do crime terá que         Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),
ser analisada no caso concreto. multa.
acrescido do custo da munição.
        § 3o  A cobrança de valores superiores aos Os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei nº         Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o 10.826/2003 tutelam bens jurídicos diversos e, por inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
descredenciamento do profissional pela Polícia essa razão, deve ser aplicado o concurso formal registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Federal. quando apreendidas armas ou munições de uso (Inconstitucional)
É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, permitido e de uso restrito no mesmo contexto Relativamente aos parágrafos únicos dos artigos 14 e
mesmo autorizado a portar ou possuir arma de fogo, fático. 15 da Lei 10.826/2003, que proíbem o
não observa as imposições legais previstas no O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da estabelecimento de fiança, respectivamente, para os
Estatuto do Desarmamento, que impõem registro paz e segurança públicas, também protege a crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso
das armas no órgão competente. STJ. 6ª Turma. RHC seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-
70.141-RJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime se desarrazoada a vedação, ao fundamento de que
em 7/2/2017 (Info 597). único, pois há lesão a bens jurídicos diversos. STJ. 5ª tais delitos não poderiam ser equiparados a
Turma. AgRg nos EDcl no AREsp 1122758/MG, Rel. terrorismo, prática de tortura, tráfico ilícito de
Min. Jorge Mussi, julgado em 24/04/2018. STJ. 5ª entorpecentes ou crimes hediondos (CF, art. 5º,
CAPÍTULO IV
Turma. AgRg no REsp 1619960/MG, Rel. Min. XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na verdade,
DOS CRIMES E DAS PENAS
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em de crimes de mera conduta que, embora impliquem
27/06/2017. redução no nível de segurança coletiva, não podem
Posse irregular de arma de fogo de uso
permitido O agente que é preso com duas granadas de uso ser igualados aos crimes que acarretam lesão ou
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma exclusivo do Exército que seriam utilizadas para ameaça de lesão à vida ou à propriedade. (Info 465)
de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em roubar um banco não pratica crime do art. 12 da Lei É típica (art. 14 da Lei 10.826/2003) a conduta do
desacordo com determinação legal ou regulamentar, nº 7.170/83. Isso porque não há, no presente caso, a praticante de tiro desportivo que transportava,
no interior de sua residência ou dependência desta, motivação política, que consiste no "dolo específico" municiada, arma de fogo de uso permitido em
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o (elemento subjetivo especial do tipo) exigido para a desacordo com os termos de sua guia de tráfego, a
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou configuração dos crimes de que trata a Lei de qual autorizava apenas o transporte de arma
empresa: Segurança Nacional. desmuniciada. (Info 540)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e Se o sujeito praticar uma conduta semelhante a esta,
multa. em tese, ele deverá responder pelo crime do art. 16 Se a arma de fogo é encontrada no interior do
do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003). caminhão dirigido por motorista profissional, trata-
A Corte Especial do STJ decidiu que, uma vez STF. Plenário. RC 1472/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, se de crime de porte de arma de fogo (art. 14 do
realizado o registro da arma, o vencimento da julgado em 25/5/2016 (Info 827). Estatuto do Desarmamento). O veículo utilizado
autorização não caracteriza ilícito penal, mas mera profissionalmente não pode ser considerado "local
irregularidade administrativa que autoriza a Jurisprudência em teses. de trabalho" para tipificar a conduta como posse de
apreensão do artefato e aplicação de multa (APn n. 1) O simples fato de possuir ou portar munição arma de fogo de uso permitido (art. 12). STJ. 6ª
686/AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Corte caracteriza os delitos previstos nos arts. 12, 14 e 16 Turma. REsp 1.219.901-MG, Rei. Min. Sebastião Reis
Especial, DJe de 29/10/2015). da Lei n. 10.826/2003, por se tratar de crime de Júnior, julgado em 24/4/2012.
Tal entendimento, todavia, é restrito ao delito de perigo abstrato e de mera conduta, sendo
posse ilegal de arma de fogo de uso permitido (art. prescindível a demonstração de lesão ou de perigo O fato de o empregador obrigar seu empregado a
12 da Lei nº 10.826/2003), não se aplicando ao crime concreto ao bem jurídico tutelado, que é a portar arma de fogo durante o exercício das
de porte ilegal de arma de fogo (art. 14), muito incolumidade pública. atribuições de vigia não caracteriza coação moral
menos ao delito de porte ilegal de arma de fogo de 1) O crime de posse irregular de arma de fogo, irresistível (art. 22 do CP) capaz de excluir a
uso restrito (art. 16), cujas elementares são diversas acessório ou munição de uso permitido (art. 12 da culpabilidade do crime de "porte ilegal de arma de
e a reprovabilidade mais intensa. STJ. 6ª Turma. Lei n. 10.826/2003) é de perigo abstrato, fogo de uso permitido" (art. 14 da Lei nº
AgRg no AREsp 885281-ES, Rel. Min. Antonio prescindindo de demonstração de efetiva situação 10.826/2003) atribuído ao empregado que tenha
Saldanha Palheiro, julgado em 28/04/2020 (Info de perigo, porquanto o objeto jurídico tutelado não sido flagrado portando, em via pública, arma de
671). é a incolumidade física e sim a segurança pública e a fogo, após o término do expediente laboral, no
paz social. percurso entre o trabalho e a sua residência. (Info
Manter sob guarda, no interior de sua residência, 7) São atípicas as condutas descritas nos arts. 12 e 581).
arma de fogo de uso permitido com registro vencido 16 da Lei n. 10.826/2003, praticadas entre
não configura o crime do art. 12 da Lei 10.826/2003 Para que haja condenação pelo crime de posse ou
23/12/2003 e 23/10/2005, mas, a partir desta data,
(Estatuto do Desarmamento). Se o agente já porte NÃO é necessário que a arma de fogo tenha
até 31/12/2009, somente é atípica a conduta do art.
procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo sido apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a
12, desde que a arma de fogo seja apta a ser
é mera irregularidade administrativa que autoriza a realização de exame pericial para a comprovação da
registrada (numeração íntegra).
apreensão do artefato e aplicação de multa. A potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os
11) A simples conduta de possuir ou de portar arma,
conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. crimes previstos nos arts. 12, 14 e 16 da lei
acessório ou munição é suficiente para a
(Info 572) 10.826/2003 são de mera conduta ou de perigo
configuração dos delitos previstos nos arts. 12, 14 e
abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança
A posse (art. 12 da Lei nº 10.826/2003) ou o porte 16 da Lei n. 10.826/2003, sendo inaplicável o
coletiva. No entanto, se a perícia for realizada na
(art. 14) de arma de fogo configura crime mesmo princípio da insignificância. (STJ)
arma e o laudo constatar que a arma não tem
que ela esteja desmuniciada. Da mesma forma, a Omissão de cautela (único crime culposo) nenhuma condição de efetuar disparos, não haverá
posse ou o porte apenas da munição (ou seja, Art. 13. Deixar de observar as cautelas crime. Para o STJ, não está caracterizado o crime de
desacompanhada da arma) configura crime. Isso necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento
porque tal conduta consiste em crime de perigo anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apreendido sequer pode ser enquadrado no
abstrato, para cuja caracterização não importa o apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse conceito técnico de arma de fogo, por estar
resultado concreto da ação. STF. 1ª Turma. HC ou que seja de sua propriedade: quebrado e, de acordo com laudo pericial,
131771/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e totalmente inapto para realizar disparos. (Info 545)
18/10/2016 (Info 844). multa.
        Disparo de arma de fogo
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o
proprietário ou diretor responsável de empresa de
        Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Os "acessório" mencionada no art. 18 é acessório de
munição em lugar habitado ou em suas adjacências, Conselheiros dos Tribunais de Contas são arma de fogo, ou seja, algo que complementa, que
em via pública ou em direção a ela, desde que essa equiparados a magistrados e o art. 33, V, da LC se agrega à arma de fogo para melhorar o seu
conduta não tenha como finalidade a prática de 35/79 (LOMAN) garante aos magistrados o direito ao funcionamento ou desempenho. Exs: silenciador,
outro crime: porte de arma de fogo. (Info 572) mira telescópica etc.
        Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e O colete à prova de balas é uma proteção contra
multa. A conduta de portar granada de gás lacrimogênio ou armas de fogo e não um acessório desta. STJ. 6ª
granada de gás de pimenta não se subsome Turma. RHC 62851-PR, Rel. Min. Sebastião Reis
        Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
(amolda) ao delito previsto no art. 16, parágrafo Júnior, julgado em 16/2/2016 (Info 577).
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1) (Inconstitucional)
único, III, da Lei nº 10.826/2003. Isso porque elas
        Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso não se enquadram no conceito de artefatos         Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a
restrito explosivos. STJ. 6ª Turma. REsp 1627028/SP, Rel. pena é aumentada da metade se a arma de fogo,
       Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em acessório ou munição forem de uso proibido ou
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 21/02/2017 (Info 599). restrito.
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, É atípica a conduta daquele que porta, na forma de 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se:
acessório ou munição de uso restrito, sem pingente, munição desacompanhada de arma. Obs.: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
autorização e em desacordo com determinação legal vale ressaltar que, em regra, a jurisprudência não O aumento de pena é previsto apenas para os crimes
ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, aplica o princípio da insignificância aos crimes de apenados com reclusão.
de 2019) posse ou porte de arma ou munição. STF. 2ª Turma.
I - forem praticados por integrante dos órgãos e
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e HC 133984/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
multa. 17/5/2016 (Info 826).
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º II - o agente for reincidente específico em
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) deste artigo envolverem arma de fogo de uso crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964,
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 de 2019)
qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)         Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18
artefato; são insuscetíveis de liberdade provisória. (Vide Adin
Comércio ilegal de arma de fogo
        II – modificar as características de arma de fogo, 3.112-1) (Inconstitucional)
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da
uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, arma de fogo e das munições apreendidas, deve ser
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio reconhecida a atipicidade da conduta do agente que
perito ou juiz;
ou alheio, no exercício de atividade comercial ou detinha a posse do referido artefato e das aludidas
        III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem munições de uso proibido, sem autorização e em
artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
autorização ou em desacordo com determinação desacordo com a determinação legal/regulamentar.
ou em desacordo com determinação legal ou
legal ou regulamentar: (Info 570)
regulamentar;
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e
        IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou “Se não houver prova de que o réu integra
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou organização criminosa, a simples posse de munição
qualquer outro sinal de identificação raspado, § 1º Equipara-se à atividade comercial ou
sem arma deve ser considerada crime insignificante.
suprimido ou adulterado; industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma
O entendimento, já pacificado no Supremo Tribunal
        V – vender, entregar ou fornecer, ainda que de prestação de serviços, fabricação ou comércio
Federal, foi aplicado mais uma vez pela 6ª Turma do
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
Superior Tribunal de Justiça em caso de delito
explosivo a criança ou adolescente; e residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
previsto no Estatuto do Desarmamento.” Recurso
        VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem 2019)
Especial 1.735.871/AM.
autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou
munição ou explosivo. entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação CAPÍTULO V
A qualificação de hediondez aos crimes do art. 16 da legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, DISPOSIÇÕES GERAIS
Lei nº 10.826/2003, inserida pela Lei nº quando presentes elementos probatórios razoáveis
13.497/2017, abrange os tipos do caput e as de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei         Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar
condutas equiparadas previstas no seu parágrafo nº 13.964, de 2019) convênios com os Estados e o Distrito Federal para o
único. STJ. 6ª Turma. HC 526916-SP, Rel. Min. Nefi cumprimento do disposto nesta Lei.
Jurisprudência em teses.         Art. 23.  A classificação legal, técnica e geral
Cordeiro, julgado em 01/10/2019 (Info 657).
6) O delito de comércio ilegal de arma de fogo, bem como a definição das armas de fogo e demais
acessório ou munição, tipificado no art. 17, caput e produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
PACOTE ANTICRIME
parágrafo único, da Lei de Armas, nunca foi permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão
Antes do Pacote Anticrime, a Lei nº 8.072/90
abrangido pela abolitio criminis temporária prevista disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo
afirmava que era crime hediondo a “posse ou porte
nos arts. 5º, § 3º, e 30 da Lei de Armas ou nos Federal, mediante proposta do Comando do
ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no
diplomas legais que prorrogaram os prazos previstos Exército. 
art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
nos referidos dispositivos.         § 1o Todas as munições comercializadas no País
2003”.
O Pacote Anticrime alterou a redação da Lei nº         Tráfico internacional de arma de fogo deverão estar acondicionadas em embalagens com
8.072/90 e passou a dizer que é crime hediondo “o         Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada sistema de código de barras, gravado na caixa,
crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de ou saída do território nacional, a qualquer título, de visando possibilitar a identificação do fabricante e do
uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de arma de fogo, acessório ou munição, sem adquirente, entre outras informações definidas pelo
22 de dezembro de 2003”. autorização da autoridade competente: regulamento desta Lei.
Desse modo, pela nova redação dada pela Lei nº Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis)         § 2o Para os órgãos referidos no art. 6 o, somente
13.964/2019: anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de serão expedidas autorizações de compra de munição
• o art. 16 do Estatuto do Desarmamento passou a 2019) com identificação do lote e do adquirente no culote
diferenciar arma de fogo de uso restrito de arma de Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
fogo de uso proibido; vende ou entrega arma de fogo, acessório ou         § 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1
• somente é crime hediondo a posse ou porte ilegal munição, em operação de importação, sem (um) ano da data de publicação desta Lei conterão
de arma de fogo de uso proibido; autorização da autoridade competente, a agente dispositivo intrínseco de segurança e de
• não é mais crime hediondo a posse ou porte ilegal policial disfarçado, quando presentes elementos identificação, gravado no corpo da arma, definido
de arma de fogo de uso restrito. probatórios razoáveis de conduta criminal pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) previstos no art. 6o.
Isso significa que as pessoas condenadas pelo art. 16         § 4o  As instituições de  ensino policial e as
Configura crime de contrabando a importação de guardas municipais referidas nos incisos III e IV
do Estatuto do Desarmamento por condutas
colete à prova de balas sem prévia autorização do do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7 o poderão
envolvendo armas de fogo de uso restrito não mais
Comando do Exército. adquirir insumos e máquinas de recarga de munição
poderão receber o tratamento destinado aos crimes
A importação de colete à prova de balas não se para o fim exclusivo de suprimento de suas
hediondos. Tais crimes deixaram de ser hediondos.
enquadra em nenhum tipo penal previsto no atividades, mediante autorização concedida nos
Houve, portanto, novatio legis in mellius.
Estatuto do Desarmamento. Aquele que poderia termos definidos em regulamento. 
O Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual que gerar algum tipo de dúvida seria justamente o art.         Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se
mantém sob sua guarda munição de arma de uso 18. Ocorre que colete à prova de balas não pode ser refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do
restrito não comete o crime do art. 16 da Lei considerado acessório. Isso porque a palavra Exército autorizar e fiscalizar a produção,
exportação, importação, desembaraço alfandegário compra ou comprovação da origem lícita da posse, diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
e o comércio de armas de fogo e demais produtos pelos meios de prova admitidos em direito, ou judicial responderá civil, penal e
controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito declaração firmada na qual constem as administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
de arma de fogo de colecionadores, atiradores e características da arma e a sua condição de 2019)
caçadores. proprietário, ficando este dispensado do pagamento § 5º É vedada a comercialização, total ou
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a de taxas e do cumprimento das demais exigências parcial, da base de dados do Banco Nacional de
elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
quando não mais interessarem à persecução penal Lei.  2019)
serão encaminhadas pelo juiz competente ao         Parágrafo único.  Para fins do cumprimento do § 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta disposto no caput  deste artigo, o proprietário de Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados
e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos arma de fogo poderá obter, no Departamento de em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei
de segurança pública ou às Forças Armadas, na Polícia Federal, certificado de registro provisório, nº 13.964, de 2019)
forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. 
Lei nº 13.886, de 2019) CAPÍTULO VI
A reabertura de prazo para registro ou renovação de
§ 1o  As armas de fogo encaminhadas ao DISPOSIÇÕES FINAIS
registro de arma de fogo de uso permitido prevista
Comando do Exército que receberem parecer pela Lei 11.706/08, que deu nova redação ao art. 30
favorável à doação, obedecidos o padrão e a         Art. 35. É proibida a comercialização de arma de
da Lei 10.826/03, não constitui abolitio criminis.
dotação de cada Força Armada ou órgão de fogo e munição em todo o território nacional, salvo
(Info 720)
segurança pública, atendidos os critérios de para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.
prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e Jurisprudência em teses. 8) A regra dos arts. 30 e 32         § 1o Este dispositivo, para entrar em vigor,
ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em da Lei n. 10.826/2003 alcança, também, os crimes de dependerá de aprovação mediante referendo
relatório reservado trimestral a ser encaminhado posse ilegal de arma de fogo praticados sob a popular, a ser realizado em outubro de 2005.
àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para vigência da Lei n. 9.437/1997, em respeito ao         § 2o Em caso de aprovação do referendo
manifestação de interesse. princípio da retroatividade da lei penal mais popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na
§ 1º-A. As armas de fogo e munições benéfica. data de publicação de seu resultado pelo Tribunal
apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de Superior Eleitoral.
        Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas
abuso, ou de qualquer forma utilizadas em de fogo adquiridas regularmente poderão, a Esta norma terminou não sendo aprovada, e hoje
atividades ilícitas de produção ou comercialização de qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, continua permitida a comercialização de arma de
drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido mediante recibo e indenização, nos termos do fogo e munição no Brasil, sob as condições do
adquiridas com recursos provenientes do tráfico de regulamento desta Lei. Estatuto. O referendo não invalidou o Estatuto do
drogas de abuso, perdidas em favor da União e         Art. 32.  Os possuidores e proprietários de arma Desarmamento, mas somente a proibição genérica
encaminhadas para o Comando do Exército, devem de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, do comércio de arma de fogo e munição.
ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de
estado, destinadas com prioridade para os órgãos de indenizados, na forma do regulamento, ficando fevereiro de 1997.
segurança pública e do sistema penitenciário da extinta a punibilidade de eventual posse irregular da Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
unidade da federação responsável pela apreensão. referida arma. publicação.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)         Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 11.706, Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182 o da
§ 2o  O Comando do Exército encaminhará a de 2008) Independência e 115o da República.
relação das armas a serem doadas ao juiz         Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00
competente, que determinará o seu perdimento em (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
favor da instituição beneficiada. conforme especificar o regulamento desta Lei:
§ 3o  O transporte das  armas de fogo doadas         I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
será de responsabilidade da instituição beneficiada, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova,
no Sigma.  facilite ou permita o transporte de arma ou munição
        § 4o  (VETADO) sem a devida autorização ou com inobservância das
        § 5o  O Poder Judiciário instituirá instrumentos normas de segurança;
para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,         II – à empresa de produção ou comércio de
conforme se trate de arma de uso permitido ou de armamentos que realize publicidade para venda,
uso restrito, semestralmente, da relação de armas estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
acauteladas em juízo, mencionando suas exceto nas publicações especializadas.
características e o local onde se encontram.         Art. 34. Os promotores de eventos em locais
        Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a fechados, com aglomeração superior a 1000 (um
comercialização e a importação de brinquedos, mil) pessoas, adotarão, sob pena de
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com responsabilidade, as providências necessárias para
estas se possam confundir. evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os
eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5 o da
        Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as
Constituição Federal.
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao
        Parágrafo único. As empresas responsáveis pela
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
prestação dos serviços de transporte internacional e
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
interestadual de passageiros adotarão as
        Art. 27. Caberá ao Comando do Exército
providências necessárias para evitar o embarque de
autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas
passageiros armados.
de fogo de uso restrito.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de
        Parágrafo único. O disposto neste artigo não se
registros balísticos serão armazenados no Banco
aplica às aquisições dos Comandos Militares.
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº
        Art. 28.  É vedado ao menor de 25 (vinte e
13.964, de 2019)
cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem
integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
como objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta Lei. 
características de classe e individualizadoras de
        Art. 29. As autorizações de porte de armas de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por
fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias
arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
após a publicação desta Lei. 
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
        Parágrafo único. O detentor de autorização com
constituído pelos registros de elementos de munição
prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
deflagrados por armas de fogo relacionados a
poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas
crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações
condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de
criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído
90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus
pela Lei nº 13.964, de 2019)
para o requerente.
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
        Art. 30.  Os possuidores e proprietários de arma
gerido pela unidade oficial de perícia criminal.
de fogo de uso permitido ainda não registrada
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de
dezembro de 2008, mediante apresentação de
Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que
documento de identificação pessoal e comprovante
permitir ou promover sua utilização para fins
de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de

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