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PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do
Desarmamento
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
Sérgio Bautzer
Estatuto do Desarmamento............................................................................................3
1. Crimes do Estatuto do Desarmamento........................................................................4
1.1. Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido..................................................4
1.2. Entrega das Armas e Abolitio Criminis....................................................................... 7
1.3. Omissão de Cautela................................................................................................ 10
1.4. Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido. . .................................................... 12
1.5. Diferença do Crime de Porte Ilegal de Arma de Fogo (art. 14) para o Crime de
Posse Irregular de Arma de Fogo (art. 12).................................................................... 18
1.6. Disparo de Arma de Fogo.......................................................................................25
1.7. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito.. ........................................26
1.8. Análise do § 2º. Forma Qualificada.........................................................................32
1.9. Comércio Ilegal de Arma de Fogo.. ..........................................................................32
1.10. Tráfico Internacional de Arma de Fogo..................................................................34
1.11 Da Inconstitucionalidade do Art. 21 do Estatuto do Desarmamento.. .......................36
2. Competência para Julgamento dos Crimes Previstos no Estatuto do Desarmamento.37
3. Doação e Destruição das Armas de Fogo..................................................................38
Resumo.........................................................................................................................39
Questões de Concurso................................................................................................... 47
Gabarito........................................................................................................................ 74
Gabarito Comentado. ..................................................................................................... 75
Referências Bibliográficas........................................................................................... 135
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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Apresentação
Olá, caro(a) aluno(a), sou o professor Sérgio Bautzer. Eu e o Professor André Portela ela-
boramos a aula sobre a Lei n. 10.826/2003, trazendo para você o conteúdo mais atualizado
sobre o assunto e as questões mais abordadas em prova. Com mais de 10 anos de experi-
ência na produção de livros, apostilas e materiais para concursos públicos, preparamos uma
aula voltada para os concursos das carreiras da Polícia Federal.
O Estatuto do Desarmamento possui basicamente duas partes. A primeira traz normas
de natureza administrativa (arts. 1º a 11-A), em que são formuladas as regras para obtenção
de registro e porte de armas. Nessa primeira parte também é instituído o Sinarm – Sistema
Nacional de Armas, que atribui competências de fiscalização da produção e comercialização
de armas de fogo ao conjunto de órgãos públicos da área de segurança. Na segunda parte
(arts. 12 a 21), são tipificadas as normas de natureza penal.
Nas provas de carreiras policiais, é comum o examinador cobrar tanto os aspectos penais
quanto os processuais penais do Estatuto do Desarmamento. Ou seja, você deverá ter “na
ponta da língua” os arts. 12 a 21 da mencionada lei e nós estamos aqui para te ajudar nisso.
Nesta aula, vamos enfocar a análise dos arts. 12 a 21 e eventualmente, quando neces-
sário, abordaremos os conceitos-chave da primeira parte, em especial as regras de registro
e porte de armas. Então, ao final da aula você estará bem afiado nos aspectos cobrados em
prova.
Fique alerta às dicas e vamos começar.
Qualquer dúvida, utilize o fórum do curso. Bons estudos!
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Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
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Arma de fogo de uso permitido é aquela cuja utilização é autorizada a pessoas físicas,
bem como a pessoas jurídicas, de acordo com as normas do Comando do Exército e nas con-
dições previstas na Lei n. 10.826, de 2003. Cuida‑se de norma penal em branco. O Decreto n.
3.665/2000 definia quais são as armas de fogo permitidas. Atualmente, o Estatuto é regula-
mentado pelo Decreto n. 9.847/2019, que traz, em seu art. 2º, as definições essenciais sobre
as armas de fogo, acessórios e munições.
A arma de fogo, acessório ou a munição deve estar em perfeita condição de uso. Há ne-
cessidade de perícia para a comprovação da prática do crime. Ex.: exame de eficiência reali-
zado na arma de fogo.
Elemento normativo do tipo: “em desacordo com determinação legal ou regulamentar”, ou
seja, em desacordo com o Estatuto do Desarmamento e com seus regulamentos.
Basicamente, para ter arma em casa (posse de arma), é necessária autorização da Polícia
Federal, com o aval do Sinarm.
Para adquirir arma de fogo de uso permitido, o interessado deverá, além de declarar a efe-
tiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
• comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antece-
dentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forneci-
das por meios eletrônicos;
• apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
• comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma
de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento da Lei n. 10.826/2003.
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as características da arma e cópia dos documentos dispostos na lei (art. 4º, § 3º, da Lei n.
10.826/2003).
A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente
por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem
vendidas.
Será aplicada multa à empresa de produção ou comércio de armamentos que realizar
publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas pu-
blicações especializadas.
A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas so-
mente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
Elemento espacial (modal) do tipo: a pessoa pode apenas ter a arma em casa. No local de
trabalho, o único que tem a posse é o proprietário ou responsável legal pelo estabelecimento
da pessoa jurídica.
A autorização é para o proprietário possuir arma no interior do estabelecimento, e não
para ele portar. Se o funcionário estiver com arma de fogo no local de maneira irregular, res-
ponderá pelo crime previsto no art. 14 ou no art. 16 do Estatuto, a depender se a arma de fogo
é de uso permitido, restrito ou proibido.
Acerca do tema, vale a pena conferir julgado da 6ª Turma do STJ:
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ger todo e qualquer espaço por onde o caminhão transitar, pois tal circunstância está
sim no âmbito da conduta prevista como porte de arma de fogo. Precedente citado: HC
116.052-MG, DJe 9/12/2008. REsp 1.219.901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jul-
gado em 24/4/2012.
Houve um período, que se estendeu de 23/12/2003 a 25/10/2005, para entrega das armas
de fogo. Várias medidas provisórias prorrogaram o prazo de entrega das armas de fogo para
a Polícia Federal.
Diante das prorrogações, surgiram questionamentos se havia ocorrido a abolitio criminis
ou a anistia. A jurisprudência, tanto do STJ quanto do STF, afirma que houve a chamada abo-
litio criminis temporária, também chamada de descriminalização temporária ou vacatio legis
indireta.
Penal. Processual penal. Habeas corpus. 1. Crime de posse de armas. Crime cometido
na vigência da Lei n. 9.437/1997. Vacatio Legis. Aplicação retroativa. Possibilidade.
Extinção da punibilidade. 2. Crime de receptação. Trancamento da ação penal. Falta de
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prova da origem ilícita dos bens. Alegações que dependem de aprofundada incursão no
conjunto probatório. Matéria de mérito. Habeas corpus. Meio incompatível. 3. Ordem
concedida em parte.
1. Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que a vacatio legis estabelecida
pelos arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003, para a regularização das armas dos seus pro-
prietários e possuidores, é reconhecida hipótese de abolitio criminis temporalis e apli-
ca-se retroativamente aos delitos de posse de arma praticados sob a vigência da Lei
n. 9.437/1997.
2. O habeas corpus não se presta a uma aprofundada incursão no conjunto probatório,
de molde a constatar a inocorrência do crime antecedente ao de receptação. Matéria
probatória e a ser analisada em sede de apelação, já interposta.
3. Ordem concedida, em parte, apenas para declarar extinta a punibilidade do paciente
relativamente ao crime previsto no art. 10, § 2º da Lei n. 9.437/1997, mantendo, todavia,
a imputação pelo crime de receptação.
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da origem lícita da posse, pelos meios de prova em direito admitidos. Art. 32. Os possui-
dores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento
e oitenta) dias após a publicação desta lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo
e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta
lei.”), não obstante tenha tornado atípica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso
do prazo que assinalou, não subtraiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista no
art. 10, § 2º, da Lei n. 9.437/1997 e continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16
da Lei n. 10.826/2003. Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se
tivesse como caracterizada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo esta-
belecido nos mencionados dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade
por ele indiretamente criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária
que não teria força retroativa, não podendo configurar, pois, abolitio criminis em relação
aos ilícitos cometidos em data anterior. HC n. 90.995/SP, Rel. Min. Menezes Direito, 1ª
Turma, 12/2/2008. (HC-90.995)
Com a edição da Lei n. 11.706/2008 foi dado um novo prazo para regularização de armas.
A lei presume a boa-fé e admite o pagamento de indenização, porém, o indivíduo deve agir
de maneira espontânea. Se não houver entrega de maneira espontânea, por vontade livre do
agente, a conduta típica estará configurada. Dispõe o art. 30 da lei em estudo:
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de docu-
mento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário,
ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências cons-
tantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Para fins do cumprimento do disposto no
caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Fede-
ral, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei. (NR)
Tal norma se estende às munições e acessórios, apesar de não haver menção. Os arts. 31
e 32 da lei em comento regem:
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Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando
extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.
Por fim, a Lei n. 11.922/2009 prorrogou o prazo de entrega das armas de fogo de uso per-
mitido até 31 de dezembro de 2009. Dispõe o art. 20 da lei mencionada: “ficam prorrogados
para 31 de dezembro de 2009 os prazos de que tratam o § 3º do art. 5º e o art. 30, ambos da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003”.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou mu-
nição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Por se tratar de uma infração penal de menor potencial ofensivo, o crime em estudo será
apurado por meio de termo circunstanciado.
No caput, trata‑se de crime de dupla objetividade jurídica porque protege dois bens
jurídicos:
• Incolumidade pública (segurança coletiva): é o objeto jurídico imediato protegido por
todos os tipos penais do Estatuto do Desarmamento;
• Menor de 18 anos ou doente mental: o objeto mediato é a vida ou a integridade física
do menor de 18 anos ou do doente mental. É sujeito passivo o deficiente mental, e não
o físico. Não é necessária nenhuma relação, por exemplo, de parentesco, entre sujeito
ativo e sujeito passivo.
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Memorize bem isso: este é o único crime culposo do Estatuto porque eventualmente as pro-
vas criam pegadinhas sobre isso, pois não há um nomem juris que destaque que se trata de
forma culposa. Esteja alerta a esse ponto ao treinar as questões de concurso ao final da aula.
Se for menor de 18 anos, responderá pelo crime previsto no art. 16, parágrafo único, inciso
V, do Estatuto do Desarmamento.
Consumação e tentativa: a consumação se dá com o mero apoderamento da arma pelo
menor ou doente mental.
A tentativa é possível?
No concurso de agente da PF em 2012, a letra de tal dispositivo foi cobrada na prova ob-
jetiva, pelo Cespe, pois no edital também havia previsão da Lei de Segurança Privada.
O parágrafo único do art. 13 do Estatuto do Desarmamento prevê tipo penal autônomo,
totalmente distinto do caput e assim disposto:
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Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou mu-
nição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Cuida‑se de crime próprio, pois apenas poderá ser praticado pelo diretor ou proprietário
de empresa de segurança ou de transporte de valores.
O crime próprio é aquele que exige uma especial qualidade do agente, no caso, ser diretor
ou proprietário de empresa de segurança ou de transporte de valores.
O crime consiste em deixar de registrar o boletim de ocorrência e em deixar de comunicar
à Polícia Federal. O tipo penal exige, do sujeito ativo, duas comunicações a instituições do
Estado. Após lavrado o BO, o documento deverá ser levado à Polícia Federal.
A maioria da doutrina defende que responderá pelo delito, já que o Estatuto (Lei n.
10.826/2003) exige as duas comunicações.
Para a minoria, uma só comunicação não configura crime. Entende ser o Estado respon-
sável pela comunicação entre seus órgãos.
Os objetos materiais do crime são as armas de fogo, bem como munições ou acessórios.
O elemento subjetivo do crime em estudo é o dolo.
A consumação se dá após as primeiras 24 horas depois do fato. Cuida‑se de crime a
prazo. Na verdade, é depois de conhecido o fato, e não simplesmente “ocorrido” o fato. Só é
possível fazer a comunicação após tomar ciência do extravio, perda, roubo ou furto. O prazo é
de 24 horas, a partir do momento em que é possível fazer a comunicação.
Não é possível tentativa, já que se trata de um crime omissivo puro e de mera conduta.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
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ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver
registrada em nome do agente
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Até 1997, o porte de arma era contravenção penal (art. 19 da LCP). Em 1997, entrou em
vigor a Lei das Armas de Fogo (Lei n. 9.437/1997), que transformou o porte de arma de fogo
em crime, cominando a mesma sanção à posse.
Em 2003, entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003), mantendo a
posse e o porte como crimes.
A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional,
é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de
fogo de uso restrito. A autorização de porte de arma de fogo perderá automaticamente sua
eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito
de substâncias químicas ou alucinógenas.
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para: os integrantes das Forças Armadas; os integrantes
de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal; os integrantes
das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000
habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento da lei em estudo; os integrantes
das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 e menos de 500.000 habitantes,
quando em serviço; os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agen-
tes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República; os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII,
da Constituição Federal; os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias; empresas de segurança priva-
da e de transporte de valores constituídas, nos termos da lei em comento; para os integrantes
das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades esportivas demandem o
uso de armas de fogo, na forma do regulamento da lei, observando‑se, no que couber, a legis-
lação ambiental; integrantes das carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Audi-
toria‑Fiscal do Trabalho, cargos de auditor‑fiscal e analista tributário; os Tribunais do Poder
Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e
dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente
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Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos, que comprovem depender do em-
prego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar, será concedido, pela
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Polícia Federal, o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma
de uso permitido, de tiro simples, com um ou dois canos, de alma lisa e de calibre igual ou
inferior a 16, desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao
qual deverão ser anexados o documento de identificação pessoal, comprovante de residência
em área rural, atestado de bons antecedentes.
O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente
de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido.
Uma observação importante: ainda com relação aos residentes em área rural, é importan-
te ressaltar que o Estatuto foi alterado em 2019 para considerar residência ou domicílio toda
a extensão do respectivo imóvel rural. Com isso, passa a ser possível que a pessoa residente
em área rural que tenha posse legítima de arma de fogo possa circular armada por toda a
sua propriedade, independentemente da área. Antes dessa redação, residência era somente
considerada a casa, e não a propriedade toda. Portanto, se o grande proprietário de terras cir-
culasse com a arma no interior de sua propriedade, mas fora da sua casa, seria crime de porte
de armas. Agora a conduta passa a ser atípica se a posse for regular.
As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e
de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilida-
de e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia
Federal em nome da empresa.
Análise do Art. 14
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Sujeito ativo: é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento, nos termos do art. 20,
I, da Lei n. 10.826/2003. A causa de aumento também será aplicada se o sujeito ativo for rein-
cidente específico em crimes dessa natureza (v. art. 20, II).
Sujeito passivo: é a coletividade.
Cuida‑se de tipo misto alternativo (prevê várias condutas). É também conhecido como
tipo de conduta múltipla, de conduta variada ou plurinuclear. Se forem cometidas no mesmo
contexto fático, será crime único. Por exemplo, o indivíduo que está portando em via pública
duas armas de fogo de uso permitido, responderá apenas por um crime.
Elemento normativo: sem autorização ou em desacordo com determinação legal. O sujei-
to ativo não porta a arma de fogo de acordo com o Estatuto do Desarmamento.
Ambos têm como objetos materiais armas de fogo, munição e acessórios de uso permitido.
Cuidado para não confundir posse irregular de arma de fogo com o porte ilegal de arma de
fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência
desta) ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora
da residência ou local de trabalho.
“Portar arma de fogo desmuniciada configura crime?” Sim, é pacífico tanto no STJ quanto
no STF.
Em 2012, a 6ª Turma do STJ decidiu:
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– sendo irrelevante a demonstração de efetivo caráter ofensivo. Isso porque, nos termos
do disposto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei n. 10.826/2003, o legislador teve como
objetivo proteger a incolumidade pública, transcendendo a mera proteção à incolumi-
dade pessoal, bastando, assim, para a configuração do delito em discussão a probabili-
dade de dano, e não sua ocorrência. Segundo se observou, a lei antecipa a punição para
o ato de portar arma de fogo; é, portanto, um tipo penal preventivo, que busca minimi-
zar o risco de comportamentos que vêm produzindo efeitos danosos à sociedade, na
tentativa de garantir aos cidadãos o exercício do direito à segurança e à própria vida.
Conclui-se, assim, ser irrelevante aferir a eficácia da arma para a configuração do tipo
penal, que é misto alternativo, em que se consubstanciam, justamente, as condutas que
o legislador entendeu por bem prevenir, seja ela o simples porte de munição ou mesmo
o porte de arma desmuniciada. Relativamente ao regime inicial de cumprimento da pena,
reputou-se mais adequada ao caso a fixação do semiaberto; pois, apesar da reincidên-
cia do paciente, a pena-base foi fixada no mínimo legal – três anos – aplicação direta da
Súm. n. 269/STJ. HC 211.823-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 22/3/2012.
Entendendo como crime porte ilegal de munição, vale a pena trazer a colação o seguinte
julgado da 2ª Turma do STF:
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nem pelo tribunal estadual, de que o paciente fora autorizado, por presidente da Corte
estadual, a portar arma, a qual só não estaria registrada em seu nome porque, à época
dos fatos, ainda vigoraria o prazo legal para o devido registro. Não obstante, explicitou-
-se que esse prazo, espécie de vacatio legis indireta, teria sido destinado aos proprietá-
rios e possuidores de arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 12), e não àqueles acusados
de porte ilegal (art. 14). Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por enten-
der destituída de tipicidade penal a conduta imputada ao paciente. HC 96759/CE, rel.
Min. Joaquim Barbosa, 28.2.2012. (HC-96759)”.
A Turma, por maioria, absolveu o paciente do crime de porte ilegal de munição; ele fora preso com
um único projétil, sem ter havido apreensão da arma de fogo. O Min. Relator entendeu que se
trata de crime de perigo abstrato, em que não importa se a munição foi apreendida com a arma
ou isoladamente para caracterizar o delito. Contudo, no caso, verificou que não houve lesão ao
bem jurídico tutelado na norma penal, que visa resguardar a segurança pública, pois a munição
foi utilizada para suposta ameaça, e não é esse tipo de perigo, restrito a uma única pessoa, que o
tipo penal visa evitar. E, por se tratar de apenas um projétil, entendeu pela ofensividade mínima da
conduta, portanto por sua atipicidade. A Min. Maria Thereza de Assis Moura e o Min. Og Fernandes
também reconheceram a atipicidade da conduta, mas absolveram o paciente sob outro fundamen-
to: o crime de porte de munição é de perigo concreto, ou seja, a munição sem arma não apresenta
potencialidade lesiva. Precedente citado do STF: HC 96.532-RS, DJe 26/11/2009. HC 194.468-MS,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 17/4/2012.
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Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar
quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos. De
fato, tem-se como típica a conduta de portar arma de fogo sem autorização ou em des-
conformidade com determinação legal ou regulamentar, por se tratar de delito de perigo
abstrato, cujo bem jurídico protegido é a incolumidade pública, independentemente da
existência de qualquer resultado naturalístico. Nesse passo, a classificação do crime de
porte ilegal de arma de fogo como de perigo abstrato traz, em seu arcabouço teórico,
a presunção, pelo próprio tipo penal, da probabilidade de vir a ocorrer algum dano pelo
mau uso da arma. Com isso, flagrado o agente portando um objeto eleito como arma
de fogo, temos um fato provado – o porte do instrumento – e o nascimento de duas
presunções, quais sejam, de que o objeto é de fato arma de fogo, bem como tem poten-
cial lesivo. No entanto, verificado por perícia que o estado atual do objeto apreendido
não viabiliza sequer a sua inclusão no conceito técnico de arma de fogo, pois quebrado
e, consequentemente, inapto para realização de disparo, não há como caracterizar o
fato como crime de porte ilegal de arma de fogo. Nesse caso, tem-se, indubitavelmente,
o rompimento da ligação lógica entre o fato provado e as mencionadas presunções.
AgRg no AREsp 397.473-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 19/8/2014.
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que os policiais militares, conquanto não haja nos autos a comprovação de possuírem
curso superior, teriam condições de avaliar a potencialidade lesiva da arma. Registrou-
-se, contudo, que a sentença condenatória sequer se baseara na perícia feita por esses
policiais, mas sim na declaração do próprio paciente que, quando interrogado, dissera
que usava aquela arma para a sua defesa pessoal, demonstrando saber de sua poten-
cialidade. Vencido o Min. Marco Aurélio, que deferia o writ por considerar que o laudo
pericial, ante o teor do art. 25 da Lei n. 10.826/2003 [As armas de fogo apreendidas, após
a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem
à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército,
no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos
de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.], seria
formalidade essencial, que deveria ser realizada por técnicos habilitados e não por poli-
ciais militares. Precedente citado: HC n. 98.306/RS (DJE de 19/11/2009, 2ª Turma). HC
n. 100.008/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 1ª Turma, 18/5/2010. (HC-10.008).
“Porte de munição configura crime?” Sim, pois é crime de perigo abstrato (aquele cuja
existência dispensa a demonstração efetiva de que a vítima ficou exposta a uma situação
concreta de risco, STJ – Recurso Especial n. 803.824, 6ª Turma).
Há quem defenda que, pelo simples fato de portar acessório ou munição, já há configura-
ção de crime, com mais razão se punirá quem estiver com uma arma de fogo sem munição.
Para nós, é crime portar munições de arma de fogo.
Sobre o porte ilegal de munição, decidiu o STJ:
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Primeira corrente: responde sempre pelos dois crimes, porque os tipos penais protegem
bens jurídicos distintos. O crime de homicídio protege o bem jurídico vida, enquanto o crime
de disparo protege a coletividade.
Segunda corrente: se o crime de porte de arma foi praticado apenas para a execução do
homicídio, ou seja, se foi fase normal e necessária para a execução do delito, ficará absorvido,
tendo em vista o princípio da consunção. No caso, o porte de arma seria crime‑meio para a
prática do delito de homicídio.
É o posicionamento da 6ª Turma do STJ, vejamos:
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Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em
via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de
outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Grifo nosso)
Sujeito ativo: é crime comum (pode ser praticado por qualquer pessoa).
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento (art. 20, I). O Pacote
Anticrime acrescentou ainda como causa de aumento se o sujeito ativo for reincidente espe-
cífico em crimes dessa natureza (art. 20, II).
Elemento espacial: lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção
a ela.
A quantidade de disparos é irrelevante, configurará um só crime. Será importante para a
fixação da pena‑base no momento da dosimetria da pena.
Elemento subjetivo: é crime doloso.
Consumação: com mero disparo ou acionamento da munição.
Tentativa é possível, embora de difícil configuração prática.
Primeira corrente: há concurso de crimes, por haver bens jurídicos distintos em jogo.
Segunda corrente: responde pelo homicídio, por ser crime mais grave. É a corrente da
qual partilhamos, até porque a leitura da parte final do dispositivo permite que se chegue a tal
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Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
A redação original falava em arma, acessório ou munição “de uso proibido ou restrito”,
mas o Pacote Anticrime optou por dar um tratamento mais rigoroso às armas de fogo de uso
proibido, de modo que, em se tratando de armas desta natureza haverá a qualificadora do
§ 2º, que veremos adiante.
Trata-se de crime hediondo, conforme art. 2º, parágrafo único, II da Lei n. 8.072/90. O Pa-
cote Anticrime alterou a Lei de Crimes Hediondos para inserir novas hipóteses de crimes con-
siderados hediondos. Ao fazê-lo, no entanto, cometeu uma imprecisão ao se referir ao art. 16.
Isso porque mencionou como hediondo o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n. 10.826/2003. Ocorre que o nomen juris do art. 16 diz
respeito a arma de fogo de uso restrito, tendo a sua conduta tipificada no caput, sendo que as
mesmas condutas quando recaírem sobre as armas de uso proibido, estará caracterizada a
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forma qualificada do § 2º. Pra resumir, acreditamos que a jurisprudência vai considerar todo
o art. 16 como hediondo, e não apenas o § 2º. Com certeza não foi a intenção do legislador
deixar as condutas do caput de fora, já que elas já eram consideradas hediondas na redação
anterior. Mas anote e fique atento(a) a isso no futuro.
O legislador pune com mesma pena quem possui ou porta ilegalmente arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito.
O objeto material é a arma de fogo de uso restrito, que é aquela de uso exclusivo das For-
ças Armadas, de instituições de segurança pública e de pessoas físicas e jurídicas habilitadas,
devidamente autorizadas pelo Comando do Exército, de acordo com legislação específica.
Trata‑se de norma penal em branco heterogênea, pois, para haver eficácia, depende da
complementação de um ato administrativo.
• Sujeito ativo: qualquer pessoa. Trata-se de um crime comum.
• Sujeito passivo: coletividade.
• Elemento subjetivo: dolo
• Objeto jurídico: incolumidade pública
• Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito.
O § 1º do art. 16 da lei em estudo tem como objeto material tanto armas de uso restrito
quanto as permitidas. São tipos penais autônomos em relação ao do caput:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato;
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II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná‑la equivalente a arma de fogo
de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;
Não se aplica o dispositivo penal de fraude processual, mas sim esse inciso II do § 1º do
art. 16. Por ser crime formal, o crime se consuma com a simples modificação apta a iludir,
ainda que não induza a erro a vítima.
A tentativa é possível; por exemplo, a pessoa é surpreendida tentando fazer a modificação.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo.
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
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IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
Responderá somente pelo inciso I. Conclusão: o inciso IV admite como sujeito ativo qual-
quer pessoa, com exceção daquela que adulterou.
• Sujeito passivo: a coletividade
• Elemento subjetivo: dolo.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
• Objeto material: arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de iden-
tificação raspado, suprimido ou adulterado.
Segundo o STJ:
[...] aquele que está na posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta tipificada
no art. 16, parágrafo único, IV, e não no art. 12, caput, da Lei n. 10.826/2003, mesmo que o calibre
do armamento corresponda a uma arma de fogo de uso permitido. (Resp n. 1.036.597-RJ, Rel. Min.
Felix Fischer, julg. em 21/8/2008, 5ª Turma – Info. n. 364),
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habeas corpus em que condenado pela prática do crime de porte ilegal de arma de fogo
com numeração raspada (Lei n. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único, IV) pleiteava a
desclassificação da conduta que lhe fora imputada para a figura do porte ilegal de arma
de fogo de uso permitido (Lei n. 10.826/2003, art. 14). Sustentava a impetração que, se
a arma de fogo com numeração raspada é de uso permitido, configurar-se-ia o delito
previsto no art. 14 e não o do art. 16, parágrafo único, IV, ambos do Estatuto do Desarma-
mento. Observou-se que, no julgamento do RHC n. 89.889/DF (DJE 5/12/2008), o Plená-
rio do STF entendera que o delito de que trata o mencionado inciso IV do parágrafo único
do art. 16 do Estatuto do Desarmamento tutela o poder-dever do Estado de controlar as
armas que circulam no país, isso porque a supressão do número, da marca ou de qual-
quer outro sinal identificador do artefato potencialmente lesivo impediria o cadastro,
o controle, enfim, o rastreamento da arma. Asseverou-se que a função social do refe-
rido tipo penal alcançaria qualquer tipo de arma de fogo e não apenas de uso restrito ou
proibido. Enfatizou-se, ademais, ser o delito de porte de arma com numeração raspada
delito autônomo – considerado o caput do art. 16 da Lei n. 10.826/2003 – e não mera
qualificadora ou causa especial de aumento de pena do tipo de porte ilegal de arma de
uso restrito, figura típica esta que, no caso, teria como circunstância elementar o fato de
a arma (seja ela de uso restrito, ou não) estar com a numeração ou qualquer outro sinal
identificador adulterado, raspado ou suprimido. HC n. 99.582/RS, rel. Min. Carlos Britto,
8/9/2009.
E ainda:
[...] o tipo do inciso IV do parágrafo único do art. 16 [...] é um tipo novo [...]. Assim, a nova
figura teria introduzido cuidado penal inédito do tema, tipificando o portar, possuir ou
transportar a arma com a supressão ou alteração de número de série ou de outro sinal
de sua identificação, independentemente, de arma de fogo ser uso restrito, proibido ou
permitido, tendo por objeto jurídico, além da incolumidade, a segurança pública, ênfase
especial dada ao controle pelo Estado das armas de fogo existentes no país, pelo que o
relevo ao municiamento ou não da munição da arma que se põe nos tipos previstos no
caput do arts. 14 e 16 (RHC n. 89.889/DF, Pleno, Rel. Min. Cármem Lúcia, 14/2/2008 –
Info. n. 494)
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A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma
de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005.
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente;
• Sujeito ativo: qualquer pessoa. O criminoso deve ter ciência de que está vendendo uma
arma de fogo para um menor.
• Sujeito passivo: coletividade e secundariamente os menores de 18 anos.
• Elemento subjetivo: dolo.
• Objeto jurídico: a incolumidade pública e secundariamente a integridade física do
menor.
• Objeto material: arma de fogo, acessório, munição ou explosivo.
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, muni-
ção ou explosivo.
É importante ressaltar que o § 4º do art. 23 do Estatuto do Desarmamento rege que as ins-
tituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV do caput do
art. 6º da lei e no seu § 7º está disposto que poderão adquirir insumos e máquinas de recarga
de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em regulamento.
• Objeto material: munição ou explosivo.
• Sujeito ativo: qualquer pessoa.
• Sujeito passivo: coletividade.
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§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Trata-se de novidade do Pacote Anticrime! Antes dessa redação não havia esse tratamen-
to mais rigoroso às armas de fogo de uso proibido. A diferenciação entre armas de uso per-
mitido, restrito e proibido é feita pelo art. 2º do Decreto n. 9.847/2019. Geralmente, as provas
não chegam a cobrar detalhes técnicos dos calibres e especificações das armas de fogo de
uso permitido, restrito ou proibido, pois esses detalhes normalmente são dados pelo próprio
enunciado. Mas é bom você lembrar que o referido Decreto de 2019 flexibilizou esses critérios,
ampliando o rol de armas de fogo de uso permitido, caracterizando novatio legis in mellius. De
um lado, o Decreto amplia o rol de armas de fogo de uso permitido, de outro, o Pacote Anticri-
me recrudesce as penas para o porte ilegal de armas de uso proibido.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (oito) anos, e multa.
§ 1º Equipara‑se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de
prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
residência.
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§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfar-
çado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
Primeiramente, cabe ressaltar que a redação transcrita está de acordo com o Pacote Anti-
crime, que produziu duas alterações importantes no dispositivo: aumentou os limites de pena
mínima e máxima cominados para esse tipo penal e inseriu o § 2º para conferir respaldo legal
à atividade de policial disfarçado.
Sujeito ativo: é crime próprio. O agente deve ser comerciante de armas ou industrial que
as produz. Se a venda for feita por particular, responderá pelo crime previsto no art. 14, se
arma de fogo, acessório ou munição for de uso permitido, ou pelo art. 16, se de uso restrito.
Se vender para o exterior (tráfico), responderá pelo crime previsto no art. 18, também não im-
portando se a arma de fogo, acessório ou munição é de uso permitido ou restrito.
A pena será aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento, conforme art. 20, I, do
Estatuto. O Pacote Anticrime inseriu ainda como causa de aumento de pena a hipótese de o
sujeito ativo ser reincidente específico em crimes dessa natureza (art. 20, II).
Não é crime habitual, a habitualidade é do comércio, e não da venda ilegal de arma.
• Sujeito passivo: a coletividade.
• Elemento subjetivo: trata‑se de crime doloso.
A pena será aumentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso
proibido ou restrito, nos termos do art. 19 do Estatuto.
O comércio ilegal de armas também estará configurado se o sujeito ativo entregar arma
de fogo, acessório ou munição a agente policial disfarçado. É a redação do § 2º do art. 17,
acrescida pelo Pacote Anticrime. O dispositivo exige ainda que haja elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. Ou seja, no curso da investigação deve haver um
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conjunto indiciário robusto da prática de outros crimes. Não haverá crime de comércio ilegal
se o flagrante se der unicamente com base na ação do policial disfarçado. O dispositivo veio
para legitimar a técnica de investigação do policial disfarçado, que é distinta do procedimento
de infiltração de agente da Lei das Organizações Criminosas, que é muito mais complexo e
exige maior planejamento e controle.
Com o Pacote Anticrime, o comércio ilegal de armas de fogo do art. 17 do Estatuto passa a
constar do rol de crimes hediondos. Isso com certeza será cobrado em provas!
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 8 (quatro) a 16 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou mu-
nição, em operação de importação, sem autorização de autoridade competente, a agente policial
disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.
Aqui você também deve ficar atento(a) com as mudanças do Pacote Anticrime. Primeiro,
o crime teve a sua pena duplicada com a nova redação (antes era reclusão de 4 a 8 anos),
revelando uma forte reação do legislador ao aumento do tráfico de armas. Segundo, aqui
também foi introduzido dispositivo referente à ação do policial disfarçado (parágrafo único).
• Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. A pena será
aumentada da metade se o crime for praticado por integrante dos órgãos e empresas re-
feridas nos arts. 6º, 7º e 8º do Estatuto do Desarmamento. A causa de aumento também
será aplicada se o sujeito ativo for reincidente específico em crimes dessa natureza.
• Sujeito passivo: é a coletividade.
• Elemento subjetivo: é o dolo.
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
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• Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição. A pena será aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito, nos
termos do art. 19.
Cuidado: também compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de porte ilegal de
arma de fogo de procedência estrangeira.
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configurado no caso o crime de bagatela, tendo em vista que a imputação diria respeito
tão somente às 3 cápsulas de origem estrangeira, mas não a todo o material apreendido.
HC n. 97.777/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26/10/2010. (HC n. 97.777).
Destacamos ainda que, com o Pacote Anticrime, foi introduzido o parágrafo único, pelo
qual o crime se configura em ação de policial disfarçado, isto é, quando este se faz passar
por alguém interessado em importar ou exportar arma de fogo, acessório ou munição sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, ou favorecer a sua
entrada ou saída do território nacional. Neste caso, assim como no do comércio ilegal, exige-
-se a preexistência de elementos probatórios razoáveis de conduta criminal. Mais uma vez
destacamos que a técnica do policial disfarçado é diferente do agente infiltrado da Lei das
Organizações Criminosas.
Com o Pacote Anticrime, passa a ser não só o crime mais grave do Estatuto do Desarmamen-
to, em razão do aumento de pena, como também passa a constar do rol de crimes hediondos.
Memorize bem isso, pois com certeza vai aparecer em provas.
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Sistema Nacional de Armas – Sinarm é um órgão público que pertence à União. A partir
dessa premissa, surgiu uma tese de que os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento
eram da competência da Justiça Federal, porém vingou.
Tanto o STJ quanto o STF não adotaram tal tese, senão vejamos:
O STJ afirmou que é o bem jurídico lesado que fixa a competência. No caso, o bem jurídico
lesado é a segurança pública, que não é bem da União, mas da coletividade.
Salvo o delito de tráfico internacional, os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento
são de competência da Justiça Estadual. Isso porque o tráfico internacional de armas está
entre os crimes previstos em tratado internacional que o Brasil se comprometeu a reprimir,
incidindo na hipótese do art. 109, V, da CF, se, iniciada a execução no País, o resultado tenha
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.
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As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos au-
tos, quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz com-
petente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 horas, para destruição ou doação
aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento da Lei n.
10.826/2003, nos termos do art. 25, caput. O § 1º-A do art. 25 do Estatuto estabelece ainda
que, terão prioridade para receber a doação das armas, munições ou acessórios apreendidos,
os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação respon-
sável pela apreensão (novidade introduzida pelo Pacote Anticrime).
As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorá-
vel à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança
pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido
o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado
àquelas instituições, abrindo‑se‑lhes prazo para manifestação de interesse.
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RESUMO
Análise do Art. 12 do Estatuto do Desarmamento
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
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Objeto jurídico: objeto jurídico é o bem protegido pelo Direito Penal. Lembrando a você que
o Direito Penal protege os bens mais importantes para que se viva em sociedade. Em provas de
concursos públicos, o termo “objeto jurídico” pode ser substituído por “objetividade jurídica”.
No caso, o objeto jurídico do crime em estudo é a incolumidade pública. Incólume é aquele
que não sofreu dano. Caso o examinador pergunte a você se o objeto jurídico é a “incolumida-
de individual”, a assertiva ou a alternativa em questão de múltipla escolha estará equivocada.
Objeto material: antes de você adentrar no estudo deste tópico, cumpre esclarecer que
objeto material significa a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Não se
pode confundir o objeto material ou com o jurídico. No caso, a conduta do autor recai sobre
uma coisa: arma de fogo, acessório, ou munição de uso permitido.
Crime permanente é aquele em que a conduta se prolonga no tempo. Enquanto não cessar
a permanência, é cabível a prisão em flagrante.
É um crime punido com pena de detenção, e é afiançável na esfera policial.
Abolitio criminis é uma causa extintiva de punibilidade prevista no art. 107 do CP. Quando
lei posterior torna o fato atípico. Exemplo: adultério deixou de ser crime na década passa.
Entende-se que temporariamente a pessoa que estivesse com arma de fogo, acessório ou
munição em sua residência de forma irregular, poderia entregá-la na Polícia Federal, havendo
a presunção da boa-fé. É um instituo que não está de maneira clara e expressa no Estatuto do
Desarmamento, sendo uma criação doutrinária e jurisprudencial feita a partir do estudo dos
arts. 30 e 32 do Estatuto do Desarmamento.
Aplica-se apurar o crime de posse ilegal de arma de fogo.
Até 31/12/2009 abolitio criminis de posse ilegal de arma de fogo.
A abolitio criminis temporária retroage para atingir fatos ocorridos sob a vigência da Lei
n. 9.437/1997?
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Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
A letra da lei foi cobrada na prova objetiva de agente de Polícia Federal, pois, pelo que se
vê por via reflexa, se fala na Lei n. 7.102/1983, que é a que trata da segurança privada no país.
Nomen juris: omissão na cautela na guarda de armas.
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Sujeito ativo: trata-se de um crime próprio, pois se exige uma especial qualidade do agen-
te, no caso, ser proprietário ou diretor responsável por empresa de segurança ou de transpor-
te de valores
Sujeito passivo: Sistema Nacional de Armas e, secundariamente, a coletividade.
Elemento subjetivo: dolo (apesar da discordância deste professor).
Objetividade jurídica: o bom funcionamento do Sistema Nacional de Armas.
Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição.
Por ser um crime omissivo próprio, não admite tentativa.
É uma infração penal de menor potencial ofensivo, uma vez que a pena máxima não ultra-
passa dois anos.
O autor deixa de deixar de comunicar à Polícia Federal e deixar de registrar ocorrência
policial acerca de furto, roubo, perda e extravio de arma de fogo, acessório ou munição, nas
primeiras 24 horas depois de ocorrido o fato. Trata-se de um crime a prazo, pois a necessida-
de do decurso de um lapso de tempo para consumação do crime.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gra-
tuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regu-
lamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Sim, é posição pacífica do STF e do STJ, uma vez que se trata de um crime abstrato.
Não há crime se a arma de fogo estiver danificada, pois se trata de crime impossível por
impropriedade absoluta do objeto.
Arma de fogo danificada é aquela que é inapta para efetuar disparos.
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É um crime subsidiário.
Sujeito ativo: crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: coletividade.
Elemento subjetivo: dolo. Não há forma culposa.
Objeto material: arma de fogo ou munição (pode haver o acionamento da munição, desa-
companhada de arma de fogo).
Objeto jurídico: incolumidade pública.
Se o disparo ilegal for feito com arma de fogo de uso permitido, o agente responderá ape-
nas pelo disparo (as penas são iguais, responde apenas por um crime).
Se o disparo ilegal for feito com arma de fogo de uso restrito ou proibido, o agente respon-
derá pelo porte ilegal previsto no art. 16. A pena do disparo é menor do que a do art. 16. Por
ser crime menos grave, não poderia absorver o crime mais grave.
Nomen juris: posse ou porte de arma de fogo, munição ou acessório de uso restrito.
Forma qualificada: se as condutas descritas no caput do art. 16 recaírem sobre arma de
fogo de uso proibido (art. 16, § 2º)
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Condutas Equiparadas
Art. 16, parágrafo único, inciso IV: posse ou porte de arma de fogo com a numeração
“raspada”.
Objeto material (jurisprudência do STF): pouco importa se é de uso permitido ou restrito/
proibido. O criminoso responderá pelo inciso IV, do parágrafo único do art. 16.
Inciso I – quem raspa a numeração de arma de fogo, responde pelo inciso I do parágrafo
único do art. 16.
Inciso II: modificar características de arma de fogo:
• De forma a torná-la de uso restrito ou proibido. Ex.: serrar o cano e/ou coronha de uma
arma de fogo;
• De modo a induzir a autoridade ao erro. Ex.: trocar o cano da arma logo para se evitar a
comparação no confronto balístico.
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Inciso V: revogou parcialmente o art. 242 do ECA, que tem como objeto material a “arma
branca”.
Objeto material do inciso V: arma de fogo, acessório, munição ou explosivo.
Inciso VI:
• Sujeito ativo: qualquer pessoa – crime comum;
• Sujeito passivo: Coletividade;
• Elemento subjetivo: dolo;
• Objeto material: munição ou explosivo;
• Objeto jurídico: incolumidade pública.
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Elemento subjetivo: dolo.
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Objeto jurídico: incolumidade pública.
Crime comum (tráfico internacional de arma de fogo) – Justiça Federal.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em 17/2/2005,
Vitor foi surpreendido, em atitude suspeita, dentro de um veículo estacionado na via pública,
por policiais militares, que lograram êxito em encontrar em poder do mesmo, duas armas de
fogo, sem autorização e em desacordo com determinação legal, as quais eram de sua pro-
priedade, sendo um revólver Taurus, calibre 38, com numeração de série raspada, e uma gar-
rucha, marca Rossi, calibre 22. De acordo com a situação hipotética acima, com o Estatuto do
Desarmamento e com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Vitor praticou a conduta de portar arma de fogo com numeração suprimida.
b) A conduta de ser proprietário de arma de fogo não foi abolida, temporariamente, pelo Esta-
tuto do Desarmamento.
c) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho.
d) Vitor praticou a conduta de possuir arma de fogo.
e) A conduta de portar arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarma-
mento.
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Questão 18 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) Antônio tem o registro de uma arma de fogo de uso
permitido (revólver calibre 38) devidamente regularizada perante a Polícia Federal. No dia 15 de
novembro de 2012, encontrava-se na via pública, nas proximidades de sua residência, mostran-
do a referida arma a um conhecido. Tal situação, nos termos do Estatuto do Desarmamento, é
a) legal, pois a arma de fogo encontra-se regularizada.
b) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
c) crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
d) crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido, por parte do conhecido, caso
ele fique sozinho com a arma.
Questão 19 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) José foi abordado em via pública pela Polícia
Militar por portar ostensivamente um revólver calibre 38, sem registro e desmuniciado. Ques-
tionado pelos policiais, informou que pretendia praticar crimes com a arma. Preso em fla-
grante delito, a arma foi examinada e o laudo pericial constatou que o artefato não era apto a
efetuar disparos. A conduta de José é
a) crime de porte ilegal de arma de fogo, principalmente em razão de que iria praticar crimes
utilizando-se dela.
b) crime tentado, pois conforme afirmou aos policiais, iria praticar crimes com a arma de fogo,
tendo sido impedido por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) atípica, pois o objeto apreendido não era arma de fogo nos termos da legislação.
d) crime de porte de arma de fogo e crime tentado.
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c) Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.
d) Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de-
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.
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prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva.
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento.
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle.
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d) o crime de disparo de arma de fogo previsto no artigo 15 do Estatuto admite tanto a con-
duta dolosa (disparo proposital), como culposa (disparo acidental).
e) o Estatuto do Desarmamento não pune o porte ou a posse de acessório ou munição para
armas de fogo.
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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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d) não responderá por propriedade de arma de fogo, pois a Lei n. 10.826 estabeleceu prazo
para que as armas de fogo fossem regularizadas ou entregues às autoridades competentes;
e) deverá responder por aquisição e cessão de arma de fogo, pois sua conduta não admite
regularização perante as autoridades competentes.
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a) abrangeu, por certo período, aqueles que portassem armas de fogo de uso restrito.
b) abrangia os crimes de porte ilegal de arma de uso permitido.
c) vigorou por período maior apenas para os possuidores de arma de fogo e de munição de
uso permitido
d) ainda vigora para aqueles que possuírem e portarem armas de fogo de uso permitido.
e) nunca alcançou os possuidores de armas de uso restrito com numeração raspada.
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d) A lesão corporal culposa praticada pelo agente na direção de veículo automotor é de menor
potencial ofensivo, independentemente das circunstâncias em que ocorreu, sendo sempre
aplicáveis os institutos despenalizadores da Lei n. 9.099/95 se o agente possuir condições
pessoais favoráveis.
e) Não se insere no âmbito da denominada Lei Maria da Penha a conduta de um agente que
agride e causa lesões corporais em desfavor de seu companheiro, prevalecendo-se o agente
das relações de coabitação, embora as lesões corporais sejam qualificadas na forma do arti-
go 129, § 9º, do Código Penal.
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-la na direção dos amigos, dizendo que era da polícia. Nesse momento, Zé Carabina ingressou
na sala, tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a
hipótese narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou
a) o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, porém com a atenuante do arrependi-
mento eficaz.
b) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) um crime omissivo próprio.
d) um fato atípico.
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GABARITO
1. a 28. e 55. b
2. E 29. b 56. C
3. a 30. a 57. c
4. d 31. a 58. e
5. Anulada 32. b 59. e
6. C 33. e 60. d
7. C 34. e 61. c
8. E 35. e 62. c
9. d 36. E 63. d
10. C 37. c 64. d
11. E 38. d
12. C 39. e
13. E 40. e
14. C 41. d
15. C 42. e
16. C 43. d
17. b 44. c
18. c 45. c
19. c 46. C
20. E 47. E
21. d 48. b
22. c 49. b
23. a 50. C
24. c 51. C
25. d 52. C
26. b 53. a
27. d 54. e
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (CESPE/PC-RN/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/2009) Em 17/2/2005,
Vitor foi surpreendido, em atitude suspeita, dentro de um veículo estacionado na via pública,
por policiais militares, que lograram êxito em encontrar em poder do mesmo, duas armas de
fogo, sem autorização e em desacordo com determinação legal, as quais eram de sua pro-
priedade, sendo um revólver Taurus, calibre 38, com numeração de série raspada, e uma gar-
rucha, marca Rossi, calibre 22. De acordo com a situação hipotética acima, com o Estatuto do
Desarmamento e com a jurisprudência do STF, assinale a opção correta.
a) Vitor praticou a conduta de portar arma de fogo com numeração suprimida.
b) A conduta de ser proprietário de arma de fogo não foi abolida, temporariamente, pelo Esta-
tuto do Desarmamento.
c) A posse pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho.
d) Vitor praticou a conduta de possuir arma de fogo.
e) A conduta de portar arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo Estatuto do Desarma-
mento.
Letra a.
Vitor estava portando, em via pública, uma arma de fogo com a numeração de série raspada,
conduta que configura crime previsto no inciso IV do parágrafo único do art. 16 do Estatuto
do Desarmamento.
Segundo o STJ:
[...] aquele que está na posse de arma de fogo com numeração raspada tem sua conduta
tipificada no art. 16, parágrafo único, IV, e não no art. 12, caput, da Lei n. 10.826/2003,
mesmo que o calibre do armamento corresponda a uma arma de fogo de uso permi-
tido. (Resp n. 1.036.597-RJ, Rel. Min. Felix Fischer, julg. em 21/8/2008, 5ª Turma – Info.
n. 364).
O STF entendeu que:
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[...] o tipo do inciso IV do parágrafo único do art. 16 [...] é um tipo novo [...]. Assim, a nova
figura teria introduzido cuidado penal inédito do tema, tipificando o portar, possuir ou
transportar a arma com a supressão ou alteração de número de série ou de outro sinal
de sua identificação, independentemente, de arma de fogo ser uso restrito, proibido ou
permitido, tendo por objeto jurídico, além da incolumidade, a segurança pública, ênfase
especial dada ao controle pelo Estado das armas de fogo existentes no país, pelo que o
relevo ao municiamento ou não da munição da arma que se põe nos tipos previstos
no caput dos arts. 14 e 16 (RHC n. 89.889/DF, Pleno, Rel. Min. Cármem Lúcia, 14/2/2008
– Info. n. 494).
b) Errado. A conduta de ser proprietário de arma de fogo foi abolida, temporariamente, pelo
Estatuto do Desarmamento Houve um período, que se estendeu de 23/12/2003 a 25/10/2005,
para entrega das armas de fogo. Várias medidas provisórias prorrogaram o prazo de entrega
das armas de fogo para a Polícia Federal.
Diante das prorrogações, surgiram questionamentos se havia ocorrido a abolitio criminis ou
a anistia. A jurisprudência, tanto do STJ quanto do STF, afirmou que houve a chamada aboli-
tio criminis temporária, também chamada de descriminalização temporária ou vacatio legis
indireta.
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Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que a vacatio legis estabelecida pelos
arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003, para a regularização das armas dos seus pro-
prietários e possuidores, é reconhecida hipótese de abolitio criminis temporalis e apli-
ca-se retroativamente aos delitos de posse de arma praticados sob a vigência da Lei
n. 9.437/1997.
O habeas corpus não se presta a uma aprofundada incursão no conjunto probatório, de
molde a constatar a inocorrência do crime antecedente ao de receptação. Matéria pro-
batória e a ser analisada em sede de apelação, já interposta.
Ordem concedida, em parte, apenas para declarar extinta a punibilidade do paciente
relativamente ao crime previsto no art. 10, § 2º da Lei n. 9.437/1997, mantendo, todavia,
a imputação pelo crime de receptação.
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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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dores e proprietários de armas de fogo não registradas poderão, no prazo de 180 (cento
e oitenta) dias após a publicação desta lei, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo
e, presumindo-se a boa-fé, poderão ser indenizados, nos termos do regulamento desta
lei.”), não obstante tenha tornado atípica a posse ilegal de arma de fogo havida no curso
do prazo que assinalou, não subtraiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista no
art. 10, § 2º, da Lei n. 9.437/1997 e continuou incriminada, com mais rigor, no art. 16
da Lei n. 10.826/2003. Ausente, assim, estaria o pressuposto fundamental para que se
tivesse como caracterizada a abolitio criminis. Ademais, ressaltou-se que o prazo esta-
belecido nos mencionados dispositivos expressaria o caráter transitório da atipicidade
por ele indiretamente criada. No ponto, enfatizou-se que se trataria de norma temporária
que não teria força retroativa, não podendo configurar, pois, abolitio criminis em rela-
ção aos ilícitos cometidos em data anterior. HC n. 90.995/SP, Rel. Min. Menezes Direito,
12/2/2008. (HC n. 90.995)
Com a edição da Lei n. 11.706/2008, foi dado um novo prazo para regularização de armas.
A lei presume a boa-fé e admite o pagamento de indenização, porém o agente deve agir de
maneira espontânea. Se não houve entrega de maneira espontânea, vontade livre do agente,
a conduta típica estará configurada.
Dispõe o art. 30 da lei em estudo:
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada
deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de docu-
mento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal
de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito,
ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprie-
tário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências
constantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. Para fins do cumprimento do disposto no
caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5º desta Lei.
Tal norma se estende às munições e acessórios, apesar de não haver menção. Os arts. 31 e
32 da lei em comento regem:
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão,
a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do re-
gulamento desta Lei. Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
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Por fim, a Lei n. 11.922/2009 prorrogou o prazo de entrega das armas de fogo de uso permi-
tido até 31 de dezembro de 2009. Dispõe o art. 20 da lei mencionada:
Art. 20. Ficam prorrogados para 31 de dezembro de 2009 os prazos de que tratam o § 3º do art. 5º
e o art. 30, ambos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
c) Errado; d) Errado. Não podemos confundir posse irregular de arma de fogo com o porte
ilegal de arma de fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência desta)
ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da resi-
dência ou local de trabalho.
e) Errado. A abolitio criminis temporária é aplicada apenas para o crime de posse irregular de
arma de fogo de uso permitido e não para o delito de porte de arma.
Errado.
As guardas municipais têm a função constitucional de preservação do patrimônio público,
sendo que o porte de arma de fogo é permitido durante o serviço, desde que observados os
requisitos estabelecidos no art. 6º do Estatuto do Desarmamento.
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b) Durante o prazo de que a população dispõe para entregá-la à Polícia Federal, o delito de
posse de arma de fogo foi claramente abolido pela referida norma.
c) É amplamente admissível a consideração da arma desmuniciada como majorante no delito
de roubo, porquanto, ainda que desprovida de potencialidade lesiva, sua utilização é capaz
de produzir temor maior à vítima.
d) A utilização de arma de brinquedo durante um assalto acarreta a majoração, de um terço
até metade, da pena eventualmente aplicada ao criminoso.
e) É permitido o porte de arma de fogo aos integrantes das guardas municipais dos municípios
com mais de cinquenta mil e menos de quinhentos mil habitantes, mesmo fora de serviço.
Letra a.
De acordo com o que rege o art. 33 do Estatuto do Desarmamento:
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil
reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,
estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.
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citado paradigma. Os Ministros Gilmar Mendes, relator, e Celso de Mello ressalvaram
sua convicção pessoal. HC n. 103.046/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, 19/10/2010. (HC
n. 103.046). HC n. 104.984/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, 19/10/2010. (HC n. 103.046)
d) Errado. A Súmula n. 174 do STJ foi cancelada no início do século, portanto, o emprego de
arma de brinquedo no crime de roubo não é causa de aumento de pena.
Dispunha a referida súmula:
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) e
menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Grifo nosso)
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pretendido direito deve ser pleiteado nos moldes previstos pela legislação para os particula-
res em geral.
e) A objetividade jurídica dos crimes de porte e posse de arma de fogo, tipificados na Lei
n. 10.826/2003, restringe-se à incolumidade pessoal.
Letra d.
a) Errado; b) Errados. Não é permitido confundir posse irregular de arma de fogo com o porte
ilegal de arma de fogo, pois tais condutas restaram bem delineadas.
A posse consiste em manter a arma de fogo no interior de residência (ou dependência desta)
ou no local de trabalho. O porte, por sua vez, pressupõe que a arma de fogo esteja fora da
residência ou local de trabalho.
c) Errado. Apenas a posse de arma de fogo foi abarcada pela denominada abolitio criminis
temporária, prevista de maneira implícita na Lei n. 10.826/2003.
e) Errado. O bem protegido pelo Direito Penal nos crimes de porte e posse de arma de fogo é
a incolumidade pública.
Anulada.
A assertiva acabou anulada no gabarito definitivo, uma vez que, após “trabalho do acusado”,
não há menção se ele é “o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa”,
como reza o caput do art. 12 do Estatuto do Desarmamento.
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res que deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal, nas primeiras
vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato, a perda de munição que esteja sob sua guarda.
Certo.
A assertiva está correta pois está de acordo com parágrafo único do art. 13 do Estatuto do
Desarmamento.
Certo.
O autor que porta ou possui arma de fogo com numeração raspada responderá pelo crime do
inciso IV do parágrafo único do art. 16 do Estatuto do Desarmamento, mesmo que a arma de
fogo seja de uso permitido.
Errado.
Trata-se de fato atípico o porte de simulacro (réplica) de arma de fogo.
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aguardando a chegada do empregado que iria abri-lo. Diante deste quadro, foi encaminhado à
delegacia própria, vindo o laudo confirmando a potencialidade ofensiva das armas. Com base
no exposto, Júlio deverá responder:
a) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal),
e 157, § 2º, I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).
b) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material).
c) pela prática do injusto do artigo 16 (porte de arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03.
d) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 70 do CP (concurso formal).
e) pela prática dos injustos dos artigos 14 (porte de arma de uso permitido) e 16 (porte de
arma de uso restrito) da Lei n. 10.826/03, na forma do artigo 69 do CP (concurso material),
e 157, § 2º, I, c/c 14, II, do CP (roubo majorado pelo emprego de arma na forma tentada).
Certo.
É crime portar ilegalmente munições, mesmo que desacompanhado da arma de fogo. Assim
como a arma de fogo, o indivíduo deverá ter autorização para portar a munição.
Errado.
Apesar de discordarmos do gabarito, o Cespe levou em conta o disposto no art. 9º do Estatuto
do Desarmamento, que, por sua vez, cita “Ministério da Justiça” e não “Ministro da Justiça:
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de
fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em competição
internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Certo.
O porte ilegal de arma de fogo é um crime de perigo abstrato, ou seja, não há necessidade
da exposição de terceiros a risco, com a conduta adotada pelo indivíduo. Trazermos à baila,
julgado do STF sobre o assunto:
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ava o trancamento de ação penal – v. Informativos 601 e 612. Entendeu-se que, após a
entrada em vigor da Lei 10.826/2003, a hipótese seria de crime de perigo abstrato, para
cuja caracterização não importaria o resultado concreto da ação. Aduziu-se que a refe-
rida lei, além de tipificar o simples porte de munição, não exigiria para a configuração do
crime sob análise que a arma estivesse municiada, de acordo com que se extrairia da
redação do art. 14 daquele diploma legal. Avaliou-se, ainda, que o trancamento de ação
penal seria medida reservada a situações excepcionais, como a manifesta atipicidade
da conduta, a presença de causa de extinção da punibilidade do paciente ou a ausência
de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas, inocorrentes na espécie. Para
evitar supressão de instância, não se conheceu da alegação, não apreciada pelo STJ
nem pelo tribunal estadual, de que o paciente fora autorizado, por presidente da Corte
estadual, a portar arma, a qual só não estaria registrada em seu nome porque, à época
dos fatos, ainda vigoraria o prazo legal para o devido registro. Não obstante, explicitou-
-se que esse prazo, espécie de vacatio legis indireta, teria sido destinado aos proprietá-
rios e possuidores de arma de fogo (Lei 10.826/2003, art. 12), e não àqueles acusados
de porte ilegal (art. 14). Vencido o Min. Celso de Mello, que concedia a ordem por enten-
der destituída de tipicidade penal a conduta imputada ao paciente. HC 96759/CE, rel.
Min. Joaquim Barbosa, 28.2.2012. (HC-96759).
Errado.
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Na assertiva, o servidor público que facilita a entrada de arma de fogo no território nacional
comete tráfico internacional de arma de fogo, conforme se verifica pela leitura do art. 18 do
Estatuto do Desarmamento:
Certo.
A assertiva está de acordo com o disposto no art. 27 do Estatuto do Desarmamento:
Certo.
A assertiva está de acordo com a letra do art. 4º do Estatuto do Desarmamento:
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva
necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes cri-
minais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a
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inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de
fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
Certo.
Depois de atendidos os requisitos previstos nos incisos do art. 4º do Estatuto do Desarma-
mento, para aquisição de arma de fogo, deverá ser observado o que rege o § 1º do mesmo
artigo:
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos ante-
riormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível esta
autorização.
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c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de
tráfico nacional de arma de fogo.
Letra b.
Empregar, manter sob guarda e ocultar são verbos previstos no art. 14 do Estatuto do Desar-
mamento, porém, o nome jurídico do delito é porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
a) Errado. O crime de disparo de arma de fogo ou acionamento de munição é subsidiário, ou
seja, apenas será usado quando não houver como enquadrar o autor como incurso num crime
mais grave.
c) Errado. O tráfico internacional pode ocorrer a título gratuito ou oneroso.
d) Errado. O crime na verdade se chama comércio ilegal de arma de fogo e não tráfico nacional
de arma de fogo.
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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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Letra c.
Trata-se de uma “pegadinha” do examinador. Pela leitura do Estatuto do Desarmamento, in-
fere-se que a regra é a posse regular da arma de fogo, sendo que a autorização para porte é
excepcional, devendo a pessoa atender os requisitos da lei, para consegui-la. Se o indivíduo
tem autorização para possuir arma de fogo apenas, caso seja flagrado em via pública, res-
ponderá por porte ilegal de arma de fogo, tendo em visa a ausência de autorização.
Questão 19 (SOLDADO DA PM/GOIÁS/UEG) José foi abordado em via pública pela Polícia
Militar por portar ostensivamente um revólver calibre 38, sem registro e desmuniciado. Ques-
tionado pelos policiais, informou que pretendia praticar crimes com a arma. Preso em fla-
grante delito, a arma foi examinada e o laudo pericial constatou que o artefato não era apto a
efetuar disparos. A conduta de José é
a) crime de porte ilegal de arma de fogo, principalmente em razão de que iria praticar crimes
utilizando-se dela.
b) crime tentado, pois conforme afirmou aos policiais, iria praticar crimes com a arma de fogo,
tendo sido impedido por circunstâncias alheias à sua vontade.
c) atípica, pois o objeto apreendido não era arma de fogo nos termos da legislação.
d) crime de porte de arma de fogo e crime tentado.
Letra c.
Se o laudo de eficiência de arma de fogo indicar que é inapta para efetuar disparos, estaremos
diante de um crime impossível, o que conduz à atipicidade do fato.
Errado.
Os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento, em regra, são de competência da Justi-
ça Estadual, salvo o tráfico internacional de arma de fogo. Trata-se de uma “pegadinha” do
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examinador, pois o indivíduo pode ter sido flagrado em via pública com uma arma de fogo
fabricada em outro país. Não se analisa o tráfico, mas o porte ilegal.
Letra d.
O § 1º traz as hipóteses de condutas equiparadas ao caput do art. 16 e que incorrerão nas
mesmas penas. São condutas que se referem tanto a armas, munições ou acessórios de uso
permitido quanto de uso restrito ou proibido. Assim, equipara-se a posse ou porte ilegal de
arma de fogo de uso restrito a conduta de portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer
arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, supri-
mido ou adulterado (inciso IV do § 1º do art. 16 do Estatuto).
a) Errado; e) Errado. O STF já declarou inconstitucionais os dispositivos do Estatuto do Desar-
mamento que vedavam a fiança e a liberdade provisória.
b) Errado. O comércio ilegal de arma de fogo, tanto de uso permitido quanto restrito ou proibi-
do, não é caso de majoração de pena, e sim de crime autônomo, nos termos do art. 17.
c) Errado. Os crimes do Estatuto do Desarmamento são de perigo abstrato, razão por que o
fato de a arma apreendida em poder do agente estar desmuniciada é irrelevante, bastando
que a posse seja irregular ou o porte ilegal.
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Letra c.
I – Certo; IV.
Certo. As afirmativas estão corretas, porque correspondem a atribuições do SINARM, nos
termos do art. 2º, V e VIII, da Lei n. 10.826/2003.
II – Errado. O parágrafo único do art. 2º deixa expresso que as atribuições SINARM não alcan-
çam as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares.
III – Errado. O inciso VII do art. 2º vai no sentido oposto, dispondo que ao SINARM compete
cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos policiais
e judiciais.
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a) omissão de cautela.
b) posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
d) disparo de arma de fogo.
e) comércio ilegal de arma de fogo.
Letra a.
A pena da omissão de cautela é de detenção de 1 a 2 anos (art. 13 do Estatuto), logo, a pena
máxima não é superior a 2 anos, ficando dentro do limite exigido pelo art. 61 da Lei n. 9.099/95.
O crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido também é apenado com deten-
ção, porém a pena máxima é de 3 anos, extrapolando o limite para que possa ser considerado
de menor potencial ofensivo.
Todos os demais crimes da Lei n. 10.826/2003 são apenados com reclusão, com penas má-
ximas superiores a 4 anos. Portanto, nenhum deles é de menor potencial ofensivo. E nunca
é demais relembrar os crimes do Estatuto do Desarmamento considerados hediondos, cujo
rol foi ampliado pelo Pacote Anticrime. Assim, são considerados hediondos a posse ou por-
te ilegal de armas de fogo de uso proibido (art. 16, § 2º), o comércio ilegal de arma de fogo,
acessório ou munição (art. 17), o tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição
(art. 18).
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b) limpar suas digitais e descartar a arma imediatamente, uma vez que, de acordo com a lei,
poderá ser preso em flagrante, a qualquer momento, no local de trabalho.
c) procurar a delegacia da cidade e proceder à entrega espontânea da arma, visto que esse
ato é causa permanente de exclusão de punibilidade.
d) requerer a autorização para o porte da arma, por ser de uso permitido, e, posteriormente,
apresentar a arma na delegacia de polícia para regularização definitiva.
e) comparecer à delegacia, uma vez que a posse de arma de fogo, de per si, constitui crime,
sendo inviável, nesse caso, a extinção da punibilidade, obtendo-se o benefício da confissão.
Letra c.
A entrega espontânea é causa de extinção da punibilidade, ainda que a arma tenha sido irre-
gularmente. É o que dispõe o art. 32 da Lei n. 10.826/2003: “os possuidores e proprietários
de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de
boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de even-
tual posse irregular da referida arma”.
Letra d.
A conduta de manter arma de fogo no interior da residência é classificada como posse de
arma. A posse só será regular se for de arma de fogo de uso permitido e se a pessoa tiver
autorização mediante registro. O registro somente será concedido nas condições e requisitos
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do art. 4º da Lei n. 10.826/2003. Sendo assim, não tendo o registro da arma de fogo, a posse
será irregular, ainda que esteja desmuniciada.
Letra b.
a) Errado. O fato de a arma estar desmuniciada não impede a consumação do crime porque
se trata de crime de perigo abstrato.
b) Certo. A conduta de possuir ou portar arma com numeração raspada incide na forma equi-
para ao art. 16, tipificada em seu § 1º, IV. A alternativa foi elaborada antes das mudanças pro-
duzidas pelo Pacote Anticrime no art. 16. Portanto, fique atento(a) à nova redação, que trata
as condutas do art. 16 de forma mais grave quando se tratar de arma de fogo de uso proibido
c) Errado. O crime de João é o porte ilegal de arma de fogo, art. 14, caput, do Estatuto. O pará-
grafo único do art. 14 estabelece que o crime será inafiançável, salvo quando a arma de fogo
estiver registrada em nome do agente. Ocorre que, como vimos, o dispositivo foi declarado
inconstitucional pelo STF.
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d) Errado. O crime é o de porte ilegal, que, nos termos do art. 14, se configura com as condu-
tas de portar, deter, transportar. Isso porque João estava trafegando pela rua no momento em
que foi abordado pelos policiais. Seria posse irregular se ele estivesse guardando a arma no
interior de sua residência ou no seu local de trabalho, se titular ou responsável legal do esta-
belecimento profissional ou empresa.
e) Errado. Pela mesma justificativa da letra a.
Letra d.
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I – Errado. A assertiva I está em desacordo com o art. 6º, III, da Lei n. 10.826/2003. Lembre-se,
pelo art. 6º, em regra, o porte de arma é proibido em todo o País, com as exceções dos incisos
I a XI. Pelo inciso III, será permitido que os integrantes das guardas municipais das capitais
dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 habitantes possam portar arma, obede-
cidas as condições previstas em regulamento.
II – Certo. A II está correta pois corresponde à forma equiparada constante do art. 16, § 1º, I,
da Lei n. 10.826/2003.
III – Errado. A III diz respeito à casa de aumento do art. 19 do Estatuto, que se aplica somente
aos crimes de comércio ilegal (art. 17) e tráfico internacional (art. 18).
IV – Errado. A assertiva IV descreve a conduta equiparada à omissão de cautela (art. 13, pa-
rágrafo único, do Estatuto), porém a pena não é de reclusão, e sim de detenção, o que torna a
assertiva incorreta.
Letra e.
a) Errado. Mário não pode ser responsabilizado pelo resultado morte porque, apesar de agir
em conjunto com Mauro, o seu acordo se restringia à prática do furto, não sendo de seu co-
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nhecimento que Mauro estava armado. Logo, Mário não conhecia a existência do risco que
Mauro assumiu ao se armar. Pelo art. 29, § 2º, do CP, se um dos agentes quis participar de
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste. Esta pena pode ser aumentada até a
metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Mas no caso de Mário não
lhe era possível prever o resultado morte, já que ele não sabia que Mauro estava armado.
b) Errado. O resultado morte não pode ficar sem nenhuma consequência penal.
c) Errado. Mauro não pode responder por furto qualificado, pois a sua ação provocou resulta-
do morte. Embora seu dolo inicial fosse praticar furto, durante a ação criminosa ele praticou
crime mais grave, praticando violência incompatível com o crime de furto, mesmo em suas
formas qualificadas. Sabemos que a prática da violência como meio de execução da subtra-
ção de coisa alheia móvel configura crime de roubo.
d) Errado porque a conduta de Mauro o porte ilegal de arma, em determinadas circunstâncias,
é absorvido por crime mais grave. O mesmo ocorre com o furto.
e) Certo. O roubo com resultado morte é latrocínio, nos termos do art. 157, § 3º, II, do CP.
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pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.
Letra b.
A alternativa b está errada na expressão “menor de vinte e um anos”. A omissão de cautela
está prevista no art. 13 da Lei n. 10.826/2003 e consiste na falta de cuidado para impedir que
“menor de dezoito anos” se apodere da arma de fogo, além das demais condutas descritas
no tipo. Numa leitura rápida, podemos cair numa pegadinha dessas por ler rápido demais ou
pela tensão da prova. Por isso, é importante treinar a leitura atenta, com tranquilidade e as-
sertividade.
a) Certo. É o crime do art. 15 da Lei n. 10.826/2003.
c) Certo. É o crime do art. 14 da Lei n. 10.826/2003.
d) Certo. É o crime do art. 12 da Lei n. 10.826/2003.
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Letra a.
a) Certo. O STJ considera que o uso de documento pelo agente que o falsificou pode caracte-
rizar mero exaurimento do crime, a menos que haja desígnios autônomos.
b) Errado. O STJ considerou que o Conselheiro de Contas é equiparado a magistrado. (APn
657/PB, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 21-10-2015).
c) Errado. Não configura o crime de desobediência (art. 330 do CP) a conduta de Defensor Pú-
blico Geral que deixa de atender à requisição judicial de nomeação de defensor público para
atuar em determinada ação penal. (STJ. 6ª Turma. HC 310.901-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 16/6/2016, Info 586).
d) Errado. Não é causa de extinção de punibilidade a devolução da coisa no crime do estelio-
nato. Há causa de extinção nesse sentido no caso dos crimes contra a ordem tributária, mas
não é aplicada ao estelionato.
e) Errado. Para o STJ, incide a majorante do § 3º do art. 171 do CP se o crime for cometido em
detrimento de entidade de direito público, instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência (EDcl no REsp 1457518/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. em 6-10-2016)
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e) É possível a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
-base, desde que haja fundamentação por parte do magistrado.
Letra a.
É exatamente a redação da Súmula 522 do STJ.
Letra b.
A alternativa b é uma das hipóteses descritas no art. 13, parágrafo único, da Lei n.
10.826/2003. A alternativa também estaria correta se, em vez do proprietário de empresa
de segurança e transporte de valores, fosse o diretor responsável por essas empresas. Sãos
as duas possibilidades de omissão de cautela em caso de extravios ocorridos em empresas
de segurança ou transporte de valores. Como vimos, é crime próprio, já que exige do agente
tais qualidades.
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a) Errado. A alternativa “a” está errada, porque, como vimos, os dispositivos que previam a
inafiançabilidade dos crimes de porte ilegal e disparo de arma de fogo foram declarados in-
constitucionais.
c) Errado. A alternativa “c” vai no sentido contrário do que dispôs a jurisprudência do STJ,
uma vez que não será considerado crime de posse irregular se o registro estiver vencido; será
mera irregularidade administrativa, a ser corrigida, conforme já decidido pelo STJ:
d) Errado. A alternativa “d” está errada porque a causa de aumento de pena dos crimes de co-
mércio ilegal (art. 17) e de tráfico internacional (art. 18), quando o artefato for de uso proibido
ou restrito, eleva a pena da metade, conforme o disposto no art. 19 da Lei n. 10.826/2003,
e não de 1/3 como na alternativa.
e) Errado. A alternativa “e” está errada porque a omissão de cautela (art. 13, caput) se confi-
gura quando “menor de 18 anos” tiver acesso à arma de fogo, e não menor de 14.
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c) Apenas II e III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
Letra e.
As assertivas correspondem aos requisitos dispostos nos incisos I a III do § 1º-B do art. 6º do
Estatuto do Desarmamento.
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( ) A Polícia Civil de Encantado indiciou três médicos e dois administradores de uma clínica
da cidade por crimes de lesão corporal culposa de natureza gravíssima, em face da re-
alização negligente de cirurgias de catarata que causaram a perda total de visão em 23
(vinte e três) pacientes devido a uma infecção por bactérias. Análises técnicas concluí-
ram que na clínica não havia higienização e esterilização adequadas, situação propícia
à infecção e do amplo conhecimento dos cinco indiciados. Todavia, a perda total da vi-
são culposamente causada aos 23 (vinte e três) pacientes não comporta a classificação
penal dada pela polícia. Tratando-se de lesão corporal culposa, não há forma grave nem
gravíssima para fins de adequação típica.
( ) Em Herval do Sul, Amarilho, conhecido pelo seu mal humor e personalidade briguenta,
foi flagrado por policiais militares na posse de um revólver de uso permitido, em perfei-
to funcionamento e numeração raspada, noticiou o Diário Gaúcho. O porte de arma de
fogo com sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, seja de uso permitido
ou restrito, é crime, diferenciando-se apenas a sanção carcerária cominada em abstra-
to, mais severa nesta do que naquela hipótese.
Letra e.
Essa questão é muito interessante e de nível difícil, pois ela te dá algumas situações fáticas
hipotéticas e você tem que raciocinar sobre como tipificar as condutas. Não é só lei seca.
A primeira situação fática está correta, já que Pedro supôs situação de fato que, se existisse,
tornaria legítima sua conduta, e ele realmente tinha justificativa para tal suposição, haja vista
os gritos que ouviu. Aplica-se, então, o art. 20, § 1º, do CP. Para a vizinha, a legítima defesa é
real, já que ela não conhece as boas intenções de Pedro, e reage à invasão do seu domicílio.
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c) Pessoa jurídica não pode figurar como sujeito passivo de infração penal consumerista,
porquanto não se enquadra no conceito de consumidor.
d) A conduta daquele que promove propaganda enganosa capaz de induzir o consumidor a se
comportar de maneira prejudicial à sua saúde somente é penalmente punível diante da ocor-
rência de resultado danoso.
e) O porte ou a posse simultânea de duas ou mais armas de fogo de uso restrito ou proibido
não configura concurso formal, mas crime único, pois a situação de perigo é uma só.
Letra e.
a) Errado. O STJ já uniformizou entendimento de que a abolitio criminis temporária instituída
pelo Estatuto do Desarmamento não alcança as armas de fogo de uso restrito.
É típica a conduta de possuir arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticada após
23/10/2005, pois, em relação a esse delito, a abolitio criminis temporária cessou nessa
data, termo final da prorrogação dos prazos previstos na redação original dos arts. 30 e
32 da Lei n. 10.826/2003. (Tema Repetitivo 596)
Súmula 513. A ‘abolitio criminis’ temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 aplica-se ao
crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer
outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até
23/10/2005.
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de que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de maneira
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
e) Certo. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica ao reconhecer que os crimes de
posse irregular ou ilegal e porte ilegal são de perigo abstrato, ou seja, independem da existên-
cia concreta de uma situação de risco, razão por que não importa a quantidade do armamento
apreendido.
Errado.
Trata-se de crime único de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (art. 16, § 1º, IV, da Lei
n. 10.826/2003). Segundo jurisprudência consolidada do STJ, é crime de perigo abstrato, em
que o bem jurídico tutelado é a incolumidade pública, razão por que não se considera concur-
so formal pelo fato de os objetos materiais serem mais de um. Não é a quantidade de objetos
materiais que enseja o concurso de concurso de crimes quando se trata dos crimes de perigo
abstrato, e sim o atingimento de bens jurídicos diversos.
O concurso formal poderia ocorrer se o agente portasse ilegalmente uma arma de uso per-
mitido e outra de uso restrito. Neste último caso, o STJ já reconheceu o concurso formal por
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entender que os arts. 14 e 16 protegem bens jurídicos distintos (AgRg no AREsp 1515023, Rel.
Min. Jorge Mussi, j. em 24-9-2029).
Letra c.
a) Errado. O Estatuto do Desarmamento estabelece como regra geral a proibição do porte de
arma. A posse de arma de fogo para manter no interior de residência é concedida em caráter
excepcional e, além de só poder se dar em relação às armas de fogo de uso permitido, de-
pende de justificativa e requisitos estipulados no art. 4º da Lei n. 10.826/2003. A alternativa
está errada porque, da forma como foi construída, leva à dedução de que o único requisito é
que a arma seja de uso permitido, o que, como vimos, não é verdade. O erro, portanto, é sutil
e exige aquela leitura atenta do candidato. Por isso, repetimos, é muito importante manter a
tranquilidade durante a prova e, sobretudo, a atenção, mas sem se estressar.
b) Errado. O erro aqui é mais evidente, pois a essa altura você já sabe de cabeça que o Estatu-
to do Desarmamento disciplina o uso permitido, o uso restrito e o proibido, tipificando condu-
tas distintas em relação aos três níveis de uso. Os arts. 12 e 14 trazem condutas referente ao
uso de arma de fogo de uso permitido, enquanto o art. 16 traz no caput condutas referentes
às armas de uso restrito e o § 2º traz uma qualificadora quando o objeto material do crime
é arma de fogo de uso proibido. Lembrando que este § 2º foi novidade do Pacote Anticrime.
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Letra d.
A questão é ótima para você relembrar que, no Estatuto do Desarmamento, somente há cri-
me apenado com detenção no caso da posse irregular do art. 12 e da omissão de cautela do
art. 13. Em todos os demais casos, os crimes são apenados com reclusão. Lembrando que
somente a omissão de cautela será crime de menor potencial ofensivo, porque a pena máxi-
ma fica dentro do limite de até 2 anos.
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Letra e.
Para responder essa, primeiramente você deve considerar que a troca de armas foi feita de
forma irregular, em desacordo com determinação legal, pois já em 2004 era exigido o pro-
cedimento do registro para obtenção de autorização da possuir arma (art. 4º), o que não foi
observado pelos agentes. Para se favorecerem da abolitio criminis, os agentes deveriam fazer
a solicitação do registro nos termos do art. 30, o que não foi feito. Até aqui já dá pra eliminar
as alternativas “c” e “d”. O enunciado coloca informações técnicas sobre o calibre das ar-
mas sem mencionar categoricamente se são armas de uso permitido ou de uso restrito ou
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proibido. Mas, ainda que você ficasse com essa dúvida no momento da prova, seria possível
encontrar a alternativa correta analisando as condutas sem se preocupar com os calibres.
A alternativa “b” pode ser eliminada porque a conduta de ter ou não a propriedade não é a
tipificada, e sim, “possuir”, “manter sob sua guarda”, no caso do art. 12 do Estatuto, ou “por-
tar”, “adquirir”, “fornecer” etc., no caso dos art. 14 e 16. Ao tipificar as condutas de porte ou
posse ilegal, o legislador optou por não utilizar o termo “propriedade”, que tem conteúdo bem
definido pelo direito civil. Sobraria então as alternativas “a” e “e”, sendo a “e” tecnicamente
mais adequada, já que Fabio Biscoito adquiriu a arma ilicitamente. Ainda que a conduta tenha
sido praticada no interior de sua residência, o que também poderia causar certa confusão no
candidato, induzindo-o a optar pela “a” por sua semelhança com a conduta do art. 12 (posse
irregular), prevalecem as condutas de “adquirir” e “ceder”, ainda que gratuitamente, que são
tratadas de maneira mais grave, seja no art. 14, seja no 16. Observe que a questão não exigia
que você enquadrasse a conduta no art. 14 ou art. 16, pois para isso você deveria saber se
as armas eram de uso permitido ou restrito. Bastava você saber que não se enquadrava nas
demais hipóteses. Mais um bom exemplo de questão sutil, que exige a astúcia do candidato
na hora de raciocinar durante a prova. E mais uma vez fazemos o apelo para que você exer-
cite a leitura tranquila e assertiva, para o seu pensamento poder fluir naturalmente durante a
prova. É aqui que a questão emocional pode lhe beneficiar se você manter a calma e deixar o
seu lado racional prevalecer.
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c) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, conforme art. 14 da Lei n. 10.826/ 2003.
d) porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e disparo de arma de fogo, conforme arts. 14
e 15 da Lei n. 10.826/2003, em concurso formal.
e) disparo de arma de fogo, conforme art. 15 da Lei n. 10.826/ 2003.
Letra e.
O enunciado te dá duas condutas: num primeiro momento, o autor se apodera de arma de
fogo sem autorização, num segundo momento, ele dispara a arma em direção à via pública
em frente à sua residência. As alternativas cobram o seu conhecimento no sentido de saber
como tipificar as condutas, em especial se é caso de crime único ou de concurso de crimes.
Do problema, é possível deduzir que o autor do fato não circulou com a arma na rua, o que
nos leva a descartar as alternativas “c” e “d”, já que de porte ilegal não se trata. Resta então
saber se há concurso entre a conduta da posse irregular (art. 12) e do disparo de arma de fogo
(art. 15). Aqui, é necessário compreender o contexto. Parece-nos que, nessa situação fática,
o disparo de arma de fogo absorve o crime menos grave da posse irregular, que serviu apenas
de conduta necessária para a prática do disparo. Se o agente tivesse circulado pela rua exi-
bindo a arma e depois disparasse, neste caso, há precedentes descartando a consunção do
crime de porte ilegal, já que a incolumidade pública estaria sendo atingida de maneiras dis-
tintas. Mas no caso da posse irregular seguida do disparo dentro do mesmo contexto fático,
há que se aplicar o princípio da consunção. Por isso, o agente só responderá por disparo de
arma de fogo (art. 15 da Lei n. 10.826/2003).
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Letra d.
O STJ já consolidou a jurisprudência, nos seguintes termos:
É típica a conduta de possuir arma de fogo de uso permitido com numeração raspada,
suprimida ou adulterada (art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/2003) praticada
após 23/10/2005. O STJ tem entendimento firme de que as regras contidas nos arts. 30
e 32 da Lei 10.826/2003, bem como nas sucessivas leis que prorrogaram a vigência da
redação original desses dispositivos, implicam vacatio legis indireta das normas penais
incriminadoras da “posse” ou “propriedade” de armas de fogo, tanto de uso permitido
como de uso restrito. Sendo assim, enquanto aquelas leis tivessem vigência, tais condu-
tas seriam consideradas atípicas, pela ocorrência de abolitio criminis temporária. Con-
tudo, depois de ultrapassado o prazo final previsto na última prorrogação da redação
original dos arts. 30 e 32 da Lei 10.826/2003 (23/10/2005), a Lei 11.706/2008 deu a
eles nova redação, sendo que, posteriormente, a Lei 11.922/2009, em seu art. 20, pror-
rogou o prazo previsto neste último diploma para 31/12/2009. Note-se, entretanto, que
não houve mera prorrogação de prazo pela Lei 11.706/2008, como nas vezes anteriores,
mas uma modificação do conteúdo da lei. A propósito, na redação original do art. 32
da Lei 10.826/2003, o prazo era para que o proprietário ou possuidor da arma de fogo
a “entregasse” à autoridade competente; já no tocante ao art. 30 da mesma lei, o prazo
era para que fosse “solicitado o registro” da arma. Como se percebe, o art. 30 da Lei
10.826/2003, na nova redação, continuou a prever uma abolitio criminis para que se pro-
cedesse, exclusivamente, à “regularização” da arma por meio do seu “registro”. Contudo,
diferentemente da redação original, mencionou expressamente que a benesse dizia res-
peito ao proprietário ou possuidor de “arma de fogo de uso permitido”. (Informativo 519)
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Letra e.
A alternativa “e” vai ao encontro da jurisprudência consolidada do STJ:
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STJ, Súmula 513: A ‘abolitio criminis’ temporária prevista na Lei n. 10.826/2003 apli-
ca-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, marca
ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado
somente até 23/10/2005.
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Letra d.
A única que encontra respondo legal é a alternativa “d”, uma vez que o objeto material do
crime é arma de fogo, acessório ou munição, em razão de sua potencialidade lesiva. É, por-
tanto, crime de perigo abstrato, conforme consolidado pela jurisprudência, tendo como objeto
a segurança e a paz pública. As réplicas e simulacros não são dotados de potencialidade
lesiva, não representando perigo em abstrato. O Estatuto vedou a fabricação de réplicas e
simulacros (art. 26), mas não criminalizou o seu porte. Há precedentes no STJ que rejeitaram
a equiparação da arma de brinquedo à arma de fogo para efeito do crime de porte ilegal do
Estatuto do Desarmamento. Se efetivamente o agente utilizar o simulacro para praticar roubo,
com vítimas individualizadas, daí há precedentes que reconhecem a caracterização do roubo.
Letra c.
Novamente você deve ficar atento(a) à jurisprudência consolidada sobre as regras de abolitio
criminis temporária, que vigeram em prazos diferentes com alcances diferentes. Sendo que
até 23 de outubro de 2005 abrangia qualquer arma de fogo não registrada; com a nova reda-
ção em 2008, a abolitio criminis temporária foi novamente inserida no Estatuto, mas desta
vez com alcance mais restrito, contemplando apenas as armas de fogo de uso permitido não
registradas.
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Sérgio Bautzer
A propósito, na redação original do art. 32 da Lei 10.826/2003, o prazo era para que o
proprietário ou possuidor da arma de fogo a “entregasse” à autoridade competente; já
no tocante ao art. 30 da mesma lei, o prazo era para que fosse “solicitado o registro”
da arma. Como se percebe, o art. 30 da Lei 10.826/2003, na nova redação, continuou
a prever uma abolitio criminis para que se procedesse, exclusivamente, à “regulariza-
ção” da arma por meio do seu “registro”. Contudo, diferentemente da redação original,
mencionou expressamente que a benesse dizia respeito ao proprietário ou possuidor de
“arma de fogo de uso permitido”. (Informativo 519)
Letra c.
a) Errado. Está em desacordo com o art. 5º, § 1º, pelo qual o certificado de registro de arma de
fogo será expedido pela Polícia Federal, sendo precedido de autorização do SINARM.
b) Errado. A aquisição de arma de fogo pode ser autorizada a todos os que preencherem os
requisitos e condições estabelecidos no art. 4º da Lei n. 10.826/2003. No entanto, é bom lem-
brar que, nos termos do art. 5º, a autorização para possuir arma de fogo autoriza o seu pro-
prietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio,
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ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável pelo estabelecimento.
c) Certo. É o que dispõe o § 2º do art. 10 do Estatuto.
d) Errado. É crime do art. 12 do Estatuto.
e) Errado. O art. 4º, § 3º, do Estatuto do Desarmamento disciplina justamente o contrário, ou
seja, a empresa que comercializa arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar
a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as ca-
racterísticas da arma e cópias dos documentos necessários.
Certo.
Como já expusemos aqui, o porte ilegal de arma de fogo é crime de perigo abstrato, sendo que
há precedentes no sentido de que as armas de fogo, mesmo desmuniciadas, são suficientes
para consumar o crime.
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Errado.
Se você chegou até aqui, a essa altura, a pegadinha está fácil pra você. Ainda que o agente
mantenha a arma no interior de sua residência, você sabe que não é crime do art. 12 da Lei n.
10.826/2003 (posse irregular) porque o objeto material do crime é arma de fogo de uso restri-
to e com numeração raspada, configurando, portanto, o crime de porte ilegal do art. 16, § 1º,
IV, que contempla, entre outras similares, a conduta de possuir arma de fogo com numeração
raspada.
Letra b.
A conduta é uma das hipóteses tipificada no art. 16, § 1º, IV, da Lei n. 10.826/2003. Lembran-
do que este é tipo misto alternativo, portanto, se consuma com qualquer das condutas. Aqui
a conduta é portar arma de fogo com numeração raspada.
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Letra b.
a) Errado. Está em desacordo com o art. 5º, caput, da Lei n. 10.826/2003, já que o certificado
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo no interior de sua residência ou no local
de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento da em-
presa. Se for empregado, não poderá manter a arma no trabalho.
b) Certo. Está de acordo com o art. 6º, § 1º, da Lei n. 10.826/2003.
c) Errado. A assertiva tem uma redação que pode gerar dúvidas. Isso porque ela te dá duas in-
formações: a primeira que o agente mantém arma (posse) no seu local de trabalho; a segunda
que o agente não possui relação de trabalho formal com a empresa. Em nenhum momento, a
assertiva esclarece se o agente está na posse da arma cuja propriedade é da empresa ou se
o agente possui registro da arma em seu nome. Na primeira situação, a posse seria irregular
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porque a empresa é obrigada a enviar ao Sinarm a relação atualizada dos empregados que
poderão usar a arma de fogo (art. 7º), o que pressupõe legítima relação de emprego.
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e guar-
da das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas
observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da empre-
sa.
(...)
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada semes-
tralmente junto ao Sinarm.
Na segunda, poderia ser posse regular, se o agente tiver o registro da arma de fogo, ou
poderia ser posse irregular, se o agente não tivesse o registro. Mas a alternativa está errada
porque em nenhuma situação a conduta do agente seria a de porte ilegal, já que a empresa
estava sendo mantida em seu local de trabalho. Preste sempre muita atenção à redação dos
tipos legais. O art. 16 traz como elemento do tipo “manter” ou “guardar” a arma de fogo. E o
“local de trabalho” é uma das possibilidades de guarda da arma. Ao passo que o art. 14 só fala
em porte, que, como vimos, pressupõe a noção de trazer consigo, deslocar-se com a arma de
fogo. Tendo em vista que a alternativa fala que o agente mantinha a arma no local de trabalho,
você deve associar com posse, e não com porte. Logo, a alternativa “c” não poderia ter como
possibilidade o porte ilegal do art. 14.
d) Errado. O comércio ilegal de arma de fogo é crime grave, apenado com reclusão, e não de-
tenção. Inclusive o Pacote Anticrime elevou a pena para reclusão de 6 a 12 anos.
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Certo.
O gabarito foi considerado certo. Pelo Estatuto do Desarmamento, a produção de simulacro
ou réplica de arma de fogo não é crime, embora seja conduta proibida nos termos do art. 26,
caput, da Lei n. 10.826/2003. No entanto, a questão fala de “marca” no sentido dado pela le-
gislação de propriedade industrial, o que faz a conduta incidir no crime do art. 191 da Lei n.
9.279/96, que, por uma regra de exceção desta lei, é de ação penal pública.
Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão, armas, brasões
ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, sem a necessária autorização, no
todo ou em parte, em marca, título de estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de propa-
ganda, ou usar essas reproduções ou imitações com fins econômicos.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou oferece à venda produtos assi-
nalados com essas marcas.
Art. 199. Nos crimes previstos neste Título somente se procede mediante queixa, salvo quanto ao
crime do art. 191, em que a ação penal será pública.
Certo.
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à sua arma de fogo e utilizá-la configurará crime previsto na legislação específica de porte
ilegal de arma de fogo.
Certo.
O dispositivo de pontaria é considerado acessório, justamente em razão do fato de ter por
finalidade melhorar o desempenho da arma de fogo. O art. 14 do Estatuto contempla como
objeto material do crime o acessório, sendo, portanto, crime o porte de acessório e o seu uso
sem a devida autorização.
Letra a.
O agente não agiu com o dolo de praticar crime de maus tratos de animal doméstico, nos ter-
mos do art. 32 da Lei n. 9.605/98, haja vista que agiu movido por sentimento de compaixão
pelo sofrimento do animal. Porém, o ato de disparar em via pública, ainda que não tivesse a
intenção de causar perigo às pessoas, já que o propósito era o de acertar o animal que sofria,
é conduta tipificada no art. 15 da Lei n. 10.826/2003, que é crime de perigo abstrato, e não
exige dolo específico.
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Letra e.
A alternativa “e” condiz com o disposto no parágrafo único do art. 13, configurando, portanto,
omissão de cautela. As alternativas “a”, “c” e “d” estão erradas por causa da declaração de
inconstitucionalidade do STF dos dispositivos que vedam a fiança e a liberdade provisória
para os crimes do Estatuto do Desarmamento. Só serão inafiançáveis os crimes do Estatuto
considerados hediondos. A “b” está errada porque você já viu em questões precedentes que a
posse de arma de fogo com numeração raspada é conduta equiparada a posse ou porte ilegal
de arma de fogo de uso restrito, nos termos do art. 16, § 1º, IV, da Lei n. 10.826/2003.
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Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento
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b) Empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso per-
mitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteri-
za a prática do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, desde que a título
oneroso, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente,
caracteriza a prática do delito de tráfico internacional de arma de fogo.
d) Expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, caracteriza a prática do delito de
tráfico nacional de arma de fogo.
Letra b.
a) Errado. A alternativa vai no sentido oposto do art. 15 da Lei n. 10.826/2003, que caracteriza
o crime de disparo de arma de fogo como crime subsidiário, ao dispor que não será o crime
do art. 15 se o agente tiver como finalidade a prática de outro crime.
b) Certo. As condutas de empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição estão descritas entre as possíveis formas de praticar o crime do art. 14 da Lei n.
10.826/2003.
c) Errado. O art. 18 da Lei n. 10.826/2003 não exige como requisito que a transação se dê a
título oneroso. O dispositivo deixa claro que o crime pode ser praticado “a qualquer título”, ou
seja, gratuito ou oneroso.
d) Errado. A conduta descrita na alternativa configura comércio ilegal de arma de fogo, con-
forme art. 17 da Lei n. 10.826/2003.
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comunicar à Polícia Federal, nas primeiras vinte e quatro horas depois de ocorrido o fato,
a perda de munição que esteja sob sua guarda.
Certo.
Trata-se de conduta tipificada no parágrafo único do art. 13 da Lei n. 10.826/2003.
Letra c.
A questão cobra as normas do art. 6º da Lei n. 10.826/2003, que tratam das condições em que
será concedido porte de arma a determinados agentes públicos pela natureza de suas funções.
I – Errado. A assertiva I está errada porque pelo art. 6º os integrantes das guardas municipais
com mais de 500.000 habitantes só poderão ter o porte autorizado nas condições estabele-
cidas em regulamento.
II – Errado. A assertiva II está errada porque não há qualquer referência específica no art. 6º a
cidades com mais de 300.000 habitantes.
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Letra e.
A arma apreendida é de uso proibido, logo, não há por que hesitar. É crime do art. 16 do Esta-
tuto. Lembrando que o Pacote Anticrime alçou a conduta à forma qualificada do § 2º, aplicá-
vel sempre que o porte recair sobre arma de uso proibido.
Letra e.
a) Errado. A abolitio criminis temporária exige que o possuidor da arma a entregue esponta-
neamente ou solicite o seu registro para regularização da posse.
b) Errado. O tráfico privilegiado só pode ser reconhecido se a conduta de oferecer droga a
pessoa do seu relacionamento for eventual.
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c) Errado. O incêndio criminalizado pela Lei n. 9.605/98 é o que é provocado em matas ou flo-
restas. Não é o caso de lavouras e plantações. Os crimes da legislação ambiental se aplicam
por especialidade. Não sendo crime ambiental, será crime do art. 250, § 1º, h, do CP.
d) Errado. Você deve sempre estar atento a expressões como “em quaisquer circunstâncias”
ou “independentemente” ou “sempre”, enfim, expressões que indicam que uma regra não tem
exceção. Isso porque, em geral, o legislador costuma formular exceções ou colocar ressalvas
ao aplicador da lei. Aqui não é diferente. Nem sempre o crime de lesão corporal na direção de
veículo automotor será de menor potencial ofensivo. Para exemplificar, olhe esse precedente
do STJ:
e) Certo. Está condizente com o que dispõe a jurisprudência do STJ. Há precedentes de que
somente a mulher pode ser vítima de violência doméstica nos termos da Lei Maria da Penha,
sendo que o agressor pode ser homem ou mulher. No entanto, no tocante às relações homoa-
fetivas entre homens não se pode ampliar o alcance da Lei, em virtude do respeito ao princípio
da especialidade. Por ora, é como a jurisprudência tem resolvido esses casos.
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Penal, bem como, se entender ter havido potencialidade lesiva ao erário, poderá adotar
índices percentuais incidentes sobre o valor da vantagem indevida visada peio agente.
III – Os crimes definidos no Estatuto do Desarmamento não admitem a modalidade culposa.
Letra d.
I – Errado. A assertiva I está errada porque a Lei n. 9.613/98 não exige que o crime de lavagem
de dinheiro seja praticado necessariamente por organização criminosa.
II – Errado. A II está errada porque a regra de cálculo da pena de multa na Lei de Licitações
está disposta no art. 99 da Lei n. 8.666/93, que não permite ao juiz utilizar o sistema de dias-
-multa do CP.
III – Errado. E a III exige atenção do(a) candidato(a). Embora não esteja expresso que se tra-
ta de crime culposo, o crime do art. 13 é uma forma de conduta culposa, porque o deixar de
observar as cautelas necessárias é uma forma de negligência. Portanto, a III também está
errada.
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na sala, tomando a arma do filho e evitando o que poderia ser uma tragédia. Considerando a
hipótese narrada, é CORRETO afirmar que Zé Carabina praticou
a) o crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, porém com a atenuante do arrependi-
mento eficaz.
b) o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
c) um crime omissivo próprio.
d) um fato atípico.
Letra c.
a) Errado. O crime de perigo para a vida ou saúde de outrem só se configura se não houver cri-
me específico. No problema enunciado, a conduta de Zé Carabina configura crime do Estatuto
do Desarmamento, aplicando-se no caso o princípio da especialidade.
b) Errado. O sujeito ativo não praticou porte, pois manteve a arma no interior de sua residência
todo o tempo, logo, porte ilegal não é. Trata-se de posse irregular do art. 12.
c) Certo. O filho de Zé Carabina só conseguiu se apoderar da arma em razão da falta de cau-
tela de seu pai. Logo, configura omissão de cautela do art. 13, caput, da Lei n. 10.826/2003,
que é crime omissivo próprio, como já estudamos.
d) Errado. Não é fato típico.
Letra c.
O aumento da pena está disciplinado no art. 19 da Lei n. 10.826/2003. Pelo fato de ser apli-
cada somente aos crimes em espécie disciplinados no Estatuto, não é considerada agravante
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genérica nem circunstância judicial, já que estas são disciplinadas na Parte Geral do Código
Penal (arts. 61 e 59, respectivamente). Também não será qualificadora, porque não há uma
conduta específica apenada de forma autônoma; é uma circunstância que pode estar presen-
te nos crimes dos arts. 17 e 18 a que a lei aplica um montante que agravará a pena desses
crimes. Também não é agravante específica, pois o art. 19 do Estatuto coloca o quantum fixo
do aumento de pena (“a pena é aumentada da metade”).
Letra d.
a) Certo. É o que dispõe o parágrafo único do art. 13 da Lei n. 10.826/2003.
b) Certo. É o que dispõe o art. 23, caput, da Lei n. 10.826/2003.
c) Certo. Quem aluga arma de fogo sem autorização legal está praticando condutas de pos-
suir, portar, manter em depósito, adquirir etc. Logo, a depender da conduta e do tipo de arma
de fogo, será crime do art. 12, 14 ou 16.
d) Errado. Se a prova tivesse sido aplicada depois do Pacote Anticrime, a alternativa esta-
ria correta, já que a pena do tráfico internacional passou a ser a mais grave do Estatuto do
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Desarmamento Mas por ocasião da aplicação desta prova, o tráfico tinha a mesma pena do
comércio ilegal, de reclusão de 4 a 8 anos, por isso a alternativa fica incorreta.
e) Certo. O porte ilegal de arma de fogo de uso permitido tem sua pena tipificada pelo art. 14,
ao passo que o disparo de arma de fogo é apenado no art. 15 do Estatuto. De fato, ambos
possuem penas cominadas de reclusão de 2 a 4 anos.
Letra d.
De fato, a proibição à fabricação ou comercialização de simulacro ou réplica de arma de fogo
consta do art. 26, caput, do Estatuto do Desarmamento.
a) Errado. A arma de fogo para ser considerada objeto material do crime deve estar em con-
dições de ser utilizada. Se estiver danificada a ponto de inviabilizar o seu uso para os fins a
que se destina, não poderá ser considerada como objeto material do crime. Há precedentes
do STJ nesse sentido.
b) Errado. A posse de simulacro não é considerada conduta típica, embora seja proibida a sua
fabricação e comercialização (art. 26).
c) Errado. O acessório é considerado objeto material do crime, conforme art. 16 da Lei n.
10.826/2003. Lembrando que, antes do Pacote Anticrime, o art. 16 tratava as condutas ali
descritas da mesma forma, tanto para as armas de uso restrito, quanto para as de uso proi-
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bido. Com a nova redação do art. 16, as mesmas condutas quando recaírem sobre armas de
uso proibido, passam a configurar a forma qualificada do § 2º do art. 16.
e) Errado. A munição pode ser objeto material dos crimes de posse irregular ou porte ilegal do
Estatuto do Desarmamento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: legislação penal especial. v. 4. 14.ed. São Paulo:
Saraiva, 2019.
CUNHA, Rogério Sanches; PINTO, Ronaldo Batista; SOUZA, Renee de Ó (coord.). Leis penais
especiais comentadas artigo por artigo. 2.ed. Salvador: Juspodivm, 2019.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 7.ed. Salvador: Juspodi-
vm, 2019.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. v. 2. 12.ed. São
Paulo: Forense, 2019.
RIOS GONÇALVES, Victor Eduardo; BALTAZAR JUNIOR, José Paulo. Legislação penal especial.
Col. Esquematizado. LENZA, Pedro (coord.). 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
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Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Bacharel em Direito, Professor de Legislação Especial e
Direito Processual Penal, Professor de cursos preparatórios, graduação e pós-graduação.
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