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ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do
Desarmamento
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
Douglas Vargas
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Lei n. 10.826/2003 – Estatuto do Desarmamento. .......................................................................................4
Introdução – Estatuto do Desarmamento – Lei n. 10.826/2003..........................................................4
1. Art. 10 – Porte de Arma de Fogo de Uso Permitido.................................................................................11
2. Posse Irregular de Arma de Fogo de Uso Permitido.............................................................................12
3. Omissão de Cautela.. ................................................................................................................................................14
4. Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Permitido.....................................................................................15
5. Disparo de Arma de Fogo......................................................................................................................................16
6. Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Restrito...................................................................17
7. Comércio Ilegal de Arma de Fogo....................................................................................................................20
8. Tráfico Internacional de Arma de Fogo........................................................................................................ 22
9. Causas de Aumento de Pena (Lei n. 13.964, de 2019)..........................................................................23
9.1. Hediondez do Crime de Posse ou Porte Ilegal de Arma de Fogo de Uso Proibido........... 24
10. Jurisprudência Associada. . ................................................................................................................................25
Resumo................................................................................................................................................................................ 28
Questões de Concurso................................................................................................................................................32
Gabarito...............................................................................................................................................................................37
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................38
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Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) a nossa aula de Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/2003).
Iremos estudar o diploma legal de forma estruturada e esquematizada, como temos feito
no restante de nosso material.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios completa e atualizada. para maxi-
mizar o nosso aprendizado.
Espero que tenham um estudo proveitoso!
Enfatizo que estou sempre às ordens de todos vocês no fórum de dúvidas.
Prof. Douglas
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Primeiramente, devemos é claro tratar dos conceitos de ARMA, para efeitos da legis-
lação penal:
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Armas impróprias
Instrumentos destinados à outras finalidades que
podem ser utilizados como arma.
(Faca, facão, chave de fenda, foice)
• SINARM
O SINARM não alcança as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como demais
armas que constem em registros próprios (parágrafo único do art. 2º).
Dessa forma, as chamadas armas de fogo de uso restrito não têm seu cadastro controlado
pelo SINARM, e sim através do sistema SIGMA (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas).
Sobre a matéria dispõe também o art. 3º da lei em estudo:
Para aquisição de arma de fogo de uso PERMITIDO, temos os requisitos do parágrafo 4º,
que merece ser lido. De forma resumida, temos o seguinte:
Comprovar
Comprovação de Comprovar
capacidade
idoneidade, nos ocupação lícita e
técnica e aptidão
temos da lei. residência certa.
psicológica.
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• Idade
Uma vez que estamos tratando do assunto porte de arma de fogo e registro de arma de
fogo, é importante desde já fazer a diferenciação:
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, au-
toriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular
ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.
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Note que o indivíduo que possui uma arma de fogo devidamente registrada, mas que não
possui porte de arma de fogo de uso permitido, deverá manter seu armamento EXCLUSIVA-
MENTE em sua residência ou em seu trabalho (e no caso desse último, APENAS se for o res-
ponsável legal ou titular do estabelecimento).
São muito comuns questões elaboradas afirmando que um funcionário qualquer de um
estabelecimento (padaria, posto de gasolina, escritório) mantinha uma arma devidamente re-
gistrada em seu local de trabalho, do qual não era titular ou responsável legal.
Nesses casos, note que haverá crime, pois o registro de arma de fogo não lhes garante
o direito de manter o armamento no local de trabalho sem a qualidade de titular ou respon-
sável legal!
• Do porte
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos
em legislação própria e para [...]
O art. 6º é extenso – mas DEVE ser lido pelo aluno – pois arrola os indivíduos aos quais o Es-
tatuto do Desarmamento garante expressamente o direito ao porte de arma de fogo.
Antes mesmo de estudar as hipóteses de porte de arma de fogo nos ditames da lei, preci-
samos entender que tal instituto está dividido em três categorias:
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Recentemente foram ajuizadas duas ações diretas de inconstitucionalidade contra essa pre-
visão legal, a qual restringia o porte de arma de fogo ao número de habitantes do município.
Nesse sentido, o STF se posicionou da seguinte maneira:
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Tome nota:
− os índices de criminalidade não estão necessariamente relacionados com o número
de habitantes;
− todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de
fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habi-
tantes do Município.
− Agentes da ABIN e do DSGSI (Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República;
− Integrantes da Polícia Legislativa;
− Integrantes do quadro efetivo de agentes prisionais.
Apenas esses indivíduos possuem o chamado porte funcional de arma de fogo, o qual lhes
concede a seguinte prerrogativa:
− podem portar armas, tanto funcionais quanto particulares, dentro e fora do período
de serviço.
Os integrantes do órgãos arrolados acima, no entanto, não estão incluídos no rol do pará-
grafo 1º do art. 6º. A lei, portanto, não lhes garante expressamente o porte de arma de fogo
fora de serviço.
• Observações IMPORTANTÍSSIMAS
Façamos agora algumas observações muito importantes sobre o porte de arma de fogo
para os integrantes do art. 6º:
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Art. 6º, § 2º
• Porte de caçador
Por fim, devemos ainda listar o chamado porte de arma de fogo na categoria caçador para
subsistência, modalidade facilitada pela lei com o objetivo de atingir residentes em áreas ru-
rais, que precisam empregar armas de fogo para prover sua subsistência:
§5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela Po-
lícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
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16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual
deverão ser anexados os seguintes documentos:
I – Documento de identificação pessoal;
II – Comprovante de residência em área rural; e
III – Atestado de bons antecedentes.
§6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de
outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de
fogo de uso permitido.
• Estrangeiros
Por fim, cabe observar a quem compete autorizar o porte de arma de fogo em dois casos
relacionados à estrangeiros:
− Porte de arma por responsáveis pela segurança de cidadão estrangeiro em visita ou
sediado no Brasil: É competência do Ministério da Justiça.
− Porte em trânsito para colecionadores, atiradores e caçadores, bem como de repre-
sentantes estrangeiros em competição internacional oficial realizada em território na-
cional: Comando do Exército.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território nacional,
é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e territorial
limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de ame-
aça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido registro no
órgão competente.
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Uma vez que são atendidos os requisitos acima, pode ocorrer a concessão excepcional
do porte de arma de fogo ao indivíduo que não possui o porte garantido no art. 6º da Lei n.
10.826/2003.
É assunto interessante (e recorrente em provas) a possibilidade de o indivíduo perder o
porte de arma de fogo de uso permitido, nos seguintes casos:
• Automaticamente, caso o portador seja detido ou abordado em estado de embriaguez
ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas;
• Se o portador for encontrado em local de grande aglomeração (show, estádio de fute-
bol) portando sua arma de fogo.
− Essa segunda previsão, no entanto, não se encontra na Lei n. 10.826/2003, mas sim
em regulamento.
As hipóteses de perda acima listadas se aplicam APENAS AOS INDIVÍDUOS que tiveram o por-
te concedido por meio do art. 10 da Lei n. 10.826/2003.
Pronto! Assim finalizamos o nosso estudo sobre a POSSE e o PORTE de arma de fogo, nos
ditames da lei. É hora de falar sobre os crimes previstos no Estatuto do Desarmamento.
Como você já sabe, o indivíduo que quer adquirir uma arma de fogo (ou seja, obter seu
registro e o direito de POSSE – não de porte) deve preencher os requisitos previstos na Lei n.
10.826/2003 e solicitar ao Sinarm a emissão de uma autorização para a compra da arma.
Realizada a aquisição, o indivíduo deve registrar a arma de fogo nos termos da lei, de modo
que seja emitido o CRAF (Certificado de Registro de Arma de Fogo).
Feito isso, o indivíduo passa a ter o direito de manter a arma de fogo adquirida exclusiva-
mente no interior de sua residência, ou em seu local de trabalho, desde que este seja o titular
ou o responsável legal do estabelecimento.
Dessa forma, manter uma arma de fogo em sua residência ou em seu local de trabalho, na
qualidade de titular ou responsável legal, sem o devido registro, configura o delito do art. 12.
A configuração do delito do art. 12 da Lei n. 10.826/2003 é algo bastante singular, e você
deve tomar muito cuidado para não entender como POSSE IRREGULAR uma conduta de POR-
TE ILEGAL DE ARMA DE FOGO:
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Veja, portanto, que a configuração do delito de POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO vai
se restringir ao caso do indivíduo que se restringiu a manter a arma de fogo em sua residência,
ou em seu trabalho (na qualidade de titular ou responsável legal), da forma como determina a
lei – porém sem o devido registro.
Se as circunstâncias não se adequarem perfeitamente à descrição do art. 12, não tenha
dúvidas: O delito será o de porte ilegal de arma de fogo (ou até mesmo outro delito).
Lembre-se sempre: saiu da residência ou do local de trabalho em que o indivíduo é o titu-
lar, deixa de ser POSSE, e passa a ser PORTE.
Além disso, cabe observar que se a arma encontrada for de uso RESTRITO, não se configu-
ra o delito em estudo – e sim crime mais grave, o qual iremos conhecer em breve.
Portanto, se o indivíduo mantém em sua residência, nas condições do art. 12, munição ou
acessório de arma de fogo, também incorrerá no delito em estudo.
Características – Art. 12
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• Se consuma no momento em que a arma entra na
residência ou estabelecimento comercial.
• É crime permanente.
• É crime de perigo abstrato e de mera conduta.
• Admite-se a tentativa.
Tome nota: É conduta atípica a posse ilegal de arma de fogo de uso permitido com regis-
tro vencido:
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei n. 10.826/2003) a
conduta do agente que mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo
de uso permitido com registro vencido. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a
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3. Omissão de Cautela
Art. 13, caput. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito anos
ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade:
Pena – — detenção, de um a dois anos, e multa.
Trata-se de delito cuja conduta é basicamente culposa, pois o autor é negligente e deixa
de impedir que menor de 18 anos ou pessoa portadora de deficiência se apodere de arma de
fogo que está sob sua posse ou que é de sua propriedade.
É muito importante observar que o delito se configura apenas se menor de 18 anos ou
pessoa portadora de deficiência se apoderar da arma. Dessa forma, se um indivíduo que pos-
sui regular porte de arma de fogo vem a deixar sua arma em cima da mesa de sua residência,
na qual não reside nenhum menor de 18 anos ou portador de deficiência, e um outro impu-
tável, perfeitamente capaz, vem a se apoderar de seu armamento, não se configura o delito
em estudo.
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• É crime material. Se consuma quando o menor ou deficiente
efetivamente se apodera da arma de fogo.
• É crime de perigo abstrato.
• A tentativa não é admitida, pois é delito culposo. Dessa forma, se
há um menor de idade ou deficiente na residência, mas este não
chega a se apoderar da arma, não haverá crime.
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Conduta Equiparada
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de
segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou mu-
nição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
A conduta equiparada, por sua vez, é DOLOSA, posto que o proprietário ou diretor da em-
presa de segurança deixa de comunicar à Polícia Federal alguma forma de extravio de arma de
fogo, munição ou acessório sob sua guarda.
Não se trata de mero esquecimento ou negligência – o autor, propositalmente, deixa de
comunicar o fato à autoridade competente.
Em primeiro lugar, note que a conduta não é meramente portar arma de fogo ilegalmente.
Os verbos previstos no tipo incluem ações como adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
entre outras diversas condutas que, se praticadas, irão configurar o delito de porte ilegal de
arma de fogo.
O delito é de ação múltipla ou conteúdo variado – de modo que se o autor praticar mais de
uma conduta, em um mesmo contexto fático, irá praticar um único crime.
Por esse motivo, se o indivíduo adquire e logo em seguida porta a arma de fogo, incorrerá
em um único crime.
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Observações importantes
Se a arma for de uso restrito, ou estiver raspada, o agente incidirá no art. 16, o qual iremos
estudar em breve.
Se a arma estiver TOTALMENTE INUTILIZADA, o delito não se configura (fato atípico).
Se a arma estiver quebrada, mas for passível de conserto, configura-se o delito.
Se a arma estiver sem munição, ou o indivíduo for encontrado portando acessório ou mu-
nição, mas sem a arma, ainda assim irá se configurar o delito do art. 14.
Portar arma de brinquedo, simulacro ou réplica não configura o delito em estudo.
Características – Art. 14
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• É crime de mera conduta, que se consuma no
momento da ação, independentemente de
resultado.
• A tentativa é possível (o autor pode, por exemplo,
tentar adquirir uma arma de fogo de uso permitido).
Embora a Lei n. 10.826/2003 trata o delito do art. 14 como INAFIANÇÁVEL, tal norma foi con-
siderada INCONSTITUCIONAL pelo STF. O delito em estudo, portanto, é sim afiançável, ao con-
trário do que prevê o texto legal.
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Características – Art. 15
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• A consumação ocorre no momento em que se
realiza o disparo ou em que a munição vem a
ser acionada.
• A tentativa é admissível.
Esse delito exige um estudo um pouco mais refinado, em razão das inúmeras condutas
equiparadas previstas em seu parágrafo único. Mas comecemos pelo básico:
Incide nas penas do art. 16 tanto o PORTE quanto a POSSE de arma de fogo de uso restrito.
Se a arma de fogo for de uso restrito, portanto, não importa o local ou as circunstâncias
em que foi encontrada – configura-se o art. 16, cuja pena é bem mais grave do que a prevista
nos artigos 12 (POSSE) e 14 (PORTE), respectivamente.
Por exemplo:
• é encontrada uma arma de fogo de calibre de uso restrito na residência do indivíduo.
Configura-se o delito do art. 16, e não o delito do art. 12;
• é encontrada uma arma de fogo de uso restrito escondida na cintura de um indivíduo
que foi abordado no meio da rua: Configura-se o delito do art. 16, e não o delito do art.
14.
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• O crime é de mera conduta e se consuma no momento da
ação – independentemente do resultado.
• A tentativa é possível.
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Figuras Equiparadas
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo
de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
As figuras equiparadas do art. 16 merecem toda a sua atenção – pois são um dos assuntos
favoritos das bancas.
O inciso I trata da supressão ou alteração de marca, numeração ou sinal de identificação
da arma de fogo.
O armamento é sempre produzido com um número de série, muito útil em situações de pe-
rícia e para o rastreamento de sua origem – o que justifica o interesse do legislador em aplicar
uma pena mais grave para aquele que suprime tal dado contido no armamento.
O inciso II trata da modificação da arma de fogo, para torná-la equivalente a uma arma de
fogo de uso proibido ou para induzir em erro a autoridade policial, perito ou juiz.
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EXEMPLO
Indivíduo é armeiro e substitui o cano de uma pistola.38 de forma a adaptá-la para receber
munições.40 S&W (uso restrito).
EXEMPLO
Coquetel Molotov
O inciso IV trata da conduta do indivíduo que porta, possui, adquire, fornece ou transporta
armamento com o sinal de identificação ou numeração suprimido. Note, portanto, que não é
apenas a SUPRESSÃO da numeração que está prevista como conduta equiparada ao art. 16 –
mas também o porte e a posse do armamento nessas condições.
O inciso V trata da conduta de entregar arma de fogo ou equiparado para criança ou adoles-
cente. Esse delito também está previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), mas
em regra deve-se aplicar a previsão contida na Lei n. 10.826/2003, que é posterior.
Por fim, o inciso VI trata da conduta de quem produz, recarrega ou recicla, sem autorização
legal, ou adultera, munição ou explosivo. Note que não precisa ser munição de uso restrito – a
conduta se configura com a recarga ou produção de qualquer tipo de munição.
Esquematizando
A arma é de uso
Art. 14
permitido
A arma é raspada
Art. 16, parágrafo
(numeração
único, IV
suprimida)
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Posse
irregular de
arma de fogo
Na Arma
Residência
residência ou raspada
ou empresa
na empresa (numeração
de outrem
(titular) suprimida)
Art. 16,
Arma de uso Arma de uso Arma de uso Arma de uso
parágrafo
permitido restrito permitido restrito
único, IV
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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É interessante notar que o legislador foi cuidadoso o suficiente para incluir o verbo CONDUZIR
no tipo penal em estudo. Algumas armas de fogo efetivamente podem ser conduzidas (como
tanques de guerra, por exemplo).
Características – Art. 17
Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de presta-
ção de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Condutas equiparadas
Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autori-
zação ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de
arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de
2019)
Características – Art. 18
• É crime comum.
• O sujeito passivo é a coletividade.
• O delito se consuma quando as armas saem ou entram em
território nacional.
• A tentativa é possível.
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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Condutas equiparadas
Mais uma inovação legislativa. De acordo com o art. 18, parágrafo único, da Lei n.
10.826/2003:
Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação
de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei;
ou se o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza (art. 20 do Estatuto do Desar-
mamento). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Seria o caso, por exemplo, de um policial federal que viesse a ser preso praticando tráfico
internacional de armas de fogo. Responderia pelo delito em questão com a pena aumentada
da metade, haja vista ser o autor é integrante do rol do art. 6º do diploma legal.
E finalmente, cabe informar que a vedação de liberdade provisória prevista no art. 21 da
Lei n. 10.826/2003 foi também considerada inconstitucional. Dessa forma, admite-se sim a
liberdade provisória diante da prática dos delitos que estudamos na aula de hoje.
Observações Finais
• Recomendação de Leitura
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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Tal recomendação se baseia na baixa frequência com que tais artigos são objeto de prova,
bem como na forma com que tais normas costumam ser cobradas: Se restringindo basica-
mente ao texto de lei.
Lei n. 8.072/90, art. 1º, parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consuma-
dos: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
O crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido recebeu significativa mu-
dança tanto na Lei n. 10.826/2003 quanto na Lei de Crimes Hediondos.
Anteriormente, as armas de fogo de uso restrito ou proibido recebiam tratamento idêntico.
Atualmente, isso não acontece. Veja que, no Estatuto do Desarmamento, o porte ilegal de arma
de fogo de uso proibido recebeu parágrafo distinto da arma de fogo de uso restrito:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
[...]
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso proi-
bido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Verifica-se, portanto, que apenas o porte previsto no §2º (de arma de fogo de uso proibido)
estaria eivado de hediondez.
Cabe ressaltar que a interpretação acima é doutrinária, e está aberta para debate e análise
em sentido contrário (dificilmente seria objeto de prova). No entanto, a jurisprudência já tem
começado a se posicionar nesse sentido.
Por exemplo, as condutas equiparadas do art. 16 (equiparadas ao porte de arma de fogo de
uso restrito) já possuem julgado do STJ no sentido do afastamento da hediondez, em que pese
sobre fato ocorrido antes da vigência da Lei 13.964/19. Vejamos um trecho do referido julgado:
No mais, importante ainda esclarecer que a Lei n. 13.964/2019 alterou a redação da Lei
de Crimes Hediondos. Antes da vigência de tal norma, o dispositivo legal considerava
equiparado à hediondo o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso res-
trito, previsto no art. 16 da Lei n.º 10.826/2003. Atualmente, considera-se equiparado à
hediondo o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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art. 16 da Lei n.º 10.826/2003. Embora o crime ora em análise tenha sido praticado antes
da vigência da Lei n.º 13.964/2019, deve-se destacar que a alteração na redação da Lei
de Crimes Hediondos apenas reforça o entendimento ora afirmado, no sentido da natu-
reza não hedionda do porte ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração,
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado. Por
oportuno, ressalta-se que no Relatório apresentado pelo Grupo de Trabalho, coordenado
pela Deputada Federal Margarete Coelho, destinado a analisar e debater as mudanças
promovidas na Legislação Penal e Processual Penal pelos Projetos de Lei n. 10.372, de
2018, n. 10.373, de 2018, e n. 882, de 2019 (GTPENAL), foi afirmada a especial gravidade
da conduta de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito ou proibido, de modo que
se deve “coibir mais severamente os criminosos que adquirem ou “alugam” armamento
pesado [...], ampliando consideravelmente o mercado do tráfico de armas”. Outrossim,
ao alterar a redação do art. 16 da Lei n.º 10.826/2003, com a imposição de penas dife-
renciadas para o posse ou porte de arma de fogo de uso restrito e de uso proibido, a
Lei n. 13.964/2019 atribuiu reprovação criminal diversa a depender da classificação do
armamento como de uso permitido, restrito ou proibido. Vale ainda referir que esta Corte
Superior, até o momento, afirmava que os Legisladores atribuíram reprovação criminal
equivalente às condutas descritas no caput do art. 16 da Lei n.º 10.826/2003 e ao porte
ou posse de arma de fogo de uso permitido com numeração suprimida, equiparando a
gravidade da ação e do resultado. Todavia, diante dos fundamentos ora apresentados, tal
entendimento deve ser superado (overruling).1
Lei n. 8.072/90, art. 1º, parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consuma-
dos: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei n. 10.826, de 22 de de-
zembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
1
stj-hc-arma-nueracao-raspada1.pdf (conjur.com.br).
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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SIM. O porte de arma de fogo (art. 14, Lei n. 10.826/2003) configura crime, mesmo que
esteja desmuniciada. Trata-se, atualmente, de posição pacífica tanto no STF como no
STJ. Para a jurisprudência, o simples porte de arma, munição ou acessório de uso permi-
tido — sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar — con-
figura o crime previsto no art. 14 da Lei n. 10.826/2003, por ser delito de perigo abstrato,
de forma a ser irrelevante o fato de a arma apreendida estar desacompanhada de muni-
ção, porquanto o bem jurídico tutelado é a segurança pública e a paz social.
STJ. 3ª Seção. AgRg nos EAREsp 260556/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
26/03/2014.
STF. 2ª Turma. HC 95073/MS, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 19/3/2013 (Info
699). Fonte: Dizer o direito.
O art. 6º, III e IV, da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) somente previa
porte de arma de fogo para os guardas municipais das capitais e dos Municípios com
maior número de habitantes. Assim, os integrantes das guardas municipais dos peque-
nos Municípios (em termos populacionais) não tinham direito ao porte de arma de fogo.
O STF considerou que esse critério escolhido pela lei é inconstitucional porque os índices
de criminalidade não estão necessariamente relacionados com o número de habitantes.
Assim, é inconstitucional a restrição do porte de arma de fogo aos integrantes de guardas
municipais das capitais dos estados e dos municípios com mais de 500.000 (quinhentos
mil) habitantes e de guardas municipais dos municípios com mais de 50.000 (cinquenta
mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço. Com a decisão
do STF todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de
fogo, em serviço ou mesmo fora de serviço. Não interessa o número de habitantes do
Município.
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STF. Plenário. ADC 38/DF, ADI 5538/DF e ADI 5948/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgados em 27/2/2021 (Info 1007). Fonte: Dizer o direito.
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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RESUMO
Estatuto do desarmamento
Conceito de arma
Armas impróprias
Instrumentos destinados à outras finalidades que
podem ser utilizados como arma.
(Faca, facão, chave de fenda, foice)
SINARM
• Sistema instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal.
• O SINARM não alcança as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como
demais armas que constem em registros próprios.
Comprovar
Comprovação de Comprovar
capacidade
idoneidade, nos ocupação lícita e
técnica e aptidão
temos da lei. residência certa.
psicológica.
• Idade
− A idade mínima para portar arma de fogo é de 25 anos.
− Tal limitação não se aplica ao chamado porte funcional de arma de fogo.
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Porte x Registro
Do Porte
Dos Delitos
• Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
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Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de-
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa.
Munições e acessórios também podem ser objeto do delito.
• Omissão de Cautela
Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de dezoito anos ou
pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse
ou que seja de sua propriedade.
• Conduta Equiparada
Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratui-
tamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório
ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.
Embora a Lei n. 10.826/2003 trata o delito do art. 14 como INAFIANÇÁVEL, tal norma foi
considerada INCONSTITUCIONAL pelo STF.
• Disparo de arma de fogo
Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar.
Incide nas penas do art. 16 tanto o PORTE quanto a POSSE de arma de fogo de uso restrito.
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Figuras Equiparadas
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo
de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade
policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso
proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
• Comércio Ilegal de Arma de Fogo
Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
• Tráfico internacional de arma de fogo
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2021) A respeito da identificação
criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da
comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue.
Conduzir arma de fogo, no exercício de atividade comercial, sem autorização, configura comér-
cio ilegal de arma de fogo.
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II – A cessão, mesmo que gratuita, de arma de fogo de uso restrito, sem autorização ou em
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, configura crime, punido com a mes-
ma sanção penal daquele que transporta arma de fogo de calibre permitido com numeração
suprimida.
III – O crime de disparo de arma de fogo é expressamente subsidiário, somente havendo puni-
ção do agente caso a finalidade com o disparo não seja praticar outro crime.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
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cício de atividade comercial constitui crime de comércio ilegal de arma de fogo, com a pena
aumentada pela metade.
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Se um indivíduo que não possua porte de arma de fogo transportar, a pedido de um amigo que
possua o referido porte, munição de uma arma de fogo e, estando sozinho nessas circunstân-
cias, for encontrado pela polícia, tal fato configurará crime previsto em lei.
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GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. E
5. a
6. E
7. d
8. b
9. d
10. E
11. E
12. E
13. a
14. C
15. E
16. C
17. E
18. E
19. E
20. E
21. C
22. E
23. E
24. C
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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/2021) A respeito da identificação
criminal, do crime de tortura, do abuso de direito, da prevenção do uso indevido de drogas, da
comercialização de armas de fogo e dos crimes hediondos, julgue o item que se segue.
Conduzir arma de fogo, no exercício de atividade comercial, sem autorização, configura comér-
cio ilegal de arma de fogo.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,
remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Certo.
Muito cuidado! De acordo com o STJ, é atípica a conduta de POSSE ilegal de arma de fogo de
uso permitido com registro vencido.
Dessa forma, o registro vencido é mera irregularidade administrativa que autoriza a apreensão
do artefato e aplicação de multa. Portanto, a conduta não caracteriza crime.
Errado.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao
Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
Errado.
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De acordo com o Estatuto do Desarmamento, esses agentes devem estar submetidos a regime
de dedicação exclusiva:
Art. 6º, § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mes-
mo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva.
Errado.
É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os integrantes das
entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei.
Os demais requisitos estão presentes no art. 4º da Lei.
Letra a.
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Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva neces-
sidade, atender aos seguintes requisitos...
b) Errada. Nos termos do art. 11-A:
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(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
e) Errada. É crime:
Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta,
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimen-
to ou empresa.
Letra d.
De acordo com a doutrina, o crime impossível é também chamado de tentativa inidônea, tenta-
tiva inadequada ou quase-crime, é aquele que, pela ineficácia total do meio empregado ou pela
impropriedade absoluta do objeto material, é impossível de se consumar.
Letra b.
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Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento
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ma sanção penal daquele que transporta arma de fogo de calibre permitido com numeração
suprimida.
III – O crime de disparo de arma de fogo é expressamente subsidiário, somente havendo puni-
ção do agente caso a finalidade com o disparo não seja praticar outro crime.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Vejamos:
I – Errado. É crime do art. 12 da Lei n. 10.826/2003:
Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desa-
cordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta,
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimen-
to ou empresa.
II – Certo. Responderá nos termos do art. 16, § 1º:
Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via públi-
ca ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime.
Letra d.
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Basta o simples porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada, em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, para a incidência do tipo penal. Isso porque os
crimes previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei n. 10.826/2003 são de perigo abstrato, cujo
objeto jurídico imediato é a segurança coletiva.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1294551/GO, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/08/2014.
Mas caso o laudo pericial seja realizado e constate que o artefato está quebrado, não ha-
verá crime:
No entanto, se o laudo pericial for produzido e ficar constatado que a arma não tem
nenhuma condição de efetuar disparos, não haverá crime.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.451.397-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
15/9/2015 (Info 570).
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
19/08/2014.
Obs.: A posse (art. 12 da Lei n. 10.826/2003) ou o porte (art. 14) de arma de fogo configura
crime mesmo que ela esteja desmuniciada.
Errado.
Na situação apresentada, o agente responderá apenas pelo art. 16 da Lei n. 10.826/2003 (Pos-
se ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito):
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qual-
quer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado.
Errado.
De acordo com o art. 5º, § 1º, da Lei, o certificado de registro de arma de fogo será expedido
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
Letra a.
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É importante relembrar que o crime de porte ilegal de arma de forma é de perigo ABSTRATO. O
perigo da conduta é presumido pelo legislador – não precisa ser comprovado.
Errado.
Isso mesmo. A tipificação do art. 15 traz o requisito de que a conduta do agente não tenha
como finalidade a prática de outro crime. Vamos ler novamente o artigo em comento:
Negativo! Mira telescópica é acessório, de modo que essa conduta esta sim tipificada no art.
18 da lei em estudo:
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Negativo! Essa pessoa vai ser responsabilizada de acordo com a lei das contravenções penais,
art. 19 – Porte de arma branca.
Errado.
Negativo. Não é necessário que a arma esteja carregada para a prática da conduta do art. 16.
Além do mais, apesar do revólver calibre 38 ser de uso permitido, a numeração raspada enseja
a aplicação do art. 16:
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VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição
ou explosivo.
Errado.
Para responder esse item é necessário rever novamente o art. 16 da lei em estudo:
Mas com certeza! O porte de arma é pessoal e intransferível. Só pelo fato de estar portando a
munição já configura o delito!
Certo.
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Negativo. Nesse caso Joaquim vai responder por tentativa de homicídio. Já vimos que para
que o agente pratique o delito de disparo de arma de fogo sua conduta não pode ter como
finalidade a prática de outro crime (pois do contrário, o crime fim irá absorver o delito do art.
15 do Estatuto do Desarmamento, que será o crime meio).
Errado.
Perfeito. Para que ocorra crime é necessário disparar arma de fogo ou acionar munição em
lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime. Não é qualquer disparo que será
capaz de configurar o delito do art. 15 da Lei n. 10.826/2003!
Certo.
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Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013. Aprovado
em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente), Ministério
da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Oficial – 2017).
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