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Lei n. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso
SISTEMA DE ENSINO
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LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Lei n. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso
Péricles Mendonça
Sumário
Lei n. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso. ..............................................................................................................3
1. Introdução – Conceitos Iniciais. . ..........................................................................................................................3
2. Dos Crimes.......................................................................................................................................................................6
2.1. Disposições Gerais..................................................................................................................................................6
2.2. Dos Crimes em Espécie.. .................................................................................................................................... 10
Resumo.................................................................................................................................................................................21
Questões de Concurso................................................................................................................................................23
Gabarito...............................................................................................................................................................................33
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................34
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Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o
dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito
à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos
urbanos.
Veja que Constituição não trouxe uma definição clara do que seria idoso. Num primeiro
momento, você pode até pensar que o legislador considerou como idoso aquele com mais de
65 anos de idade, já que a estes garantiu a gratuidade no transporte público.
Então quem seria considerado idoso?
Conforme o artigo 2º da Lei n. 8.842/94 (Política Nacional do Idoso), e o artigo 1º da Lei
n. 10.741/03 (Estatuto do Idoso), idoso seria a pessoa com sessenta anos ou mais de idade.
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Então, quando nos depararmos com a palavra idoso, temos que associar a pessoas com
sessenta anos ou mais de idade.
Outro ponto de questionamento pela doutrina era se o Estatuto do Idoso teria derrogado o
artigo 115 do Código Penal, que reduz pela metade o prazo prescricional se, na data da senten-
ça, o agente for maior de setenta anos.
O entendimento das cortes superiores é uníssono, no ponto em que o Estatuto não teria
derrogado o artigo 115 do CP, porque o Código Penal não se refere à pessoa idosa, mas direta-
mente ao agente maior de setenta anos de idade.
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JURISPRUDÊNCIA
AVENTADA APLICABILIDADE DO ESTATUTO DO IDOSO. NECESSIDADE DE ADOÇÃO DO
LIMITE DE IDADE DE 60 (SESSENTA) ANOS PARA FINS DE REDUÇÃO DO PRAZO PRES-
CRICIONAL. NÃO ALTERAÇÃO DO CÓDIGO PENAL PELA LEI N.º 10.741/2003. DESPROVI-
MENTO DO RECURSO. 1. O Estatuto do Idoso, ao considerar como idosa a pessoa a partir
de 60 (sessenta) anos de idade, não alterou o artigo 115 do Código Penal, que prevê a
redução do prazo prescricional apenas quando o acusado é maior de 70 (setenta) anos
de idade ao tempo da sentença condenatória. Precedentes do STJ e do STF.
(STJ - HC: 284456 SP 2013/0405554-7, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julga-
mento: 22/04/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/04/2014)
Então, como podemos ver até agora, temos três estágios de idade que devemos observar:
• Sessenta anos, conforme o Estatuto, para a pessoa ser considerada idosa;
• Sessenta e cinco anos, conforme a Constituição, para que tenha o benefício do transpor-
te coletivo público gratuito;
• Setenta anos, conforme o Código Penal, para o fim de cálculo da prescrição.
Como acabamos de ver, o Estatuto do Idoso não alterou o previsto no artigo 115 do Código
Penal. Para a redução do prazo prescricional ainda continua a idade de 70 anos.
Errado.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Algo muito parecido o legislador também fez no caput do artigo 3º, trazendo direitos e ga-
rantias ao idoso de forma redundante. Não seria necessário o Estatuto dizer, por exemplo, que
o idoso tem direito à vida e à saúde.
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Eu entendo que o legislador fez questão de reafirmar esses direitos e garantias para demons-
trar um cuidado maior com o idoso, assim como fez com as crianças e adolescentes no ECA.
O parágrafo primeiro traz diversas garantias ao idoso, como, por exemplo, a prioridade no
recebimento da restituição do Imposto de Renda. Recentemente, a Lei n. 13.466/2017 definiu
uma prioridade especial para pessoas maiores de oitenta anos.
Seria uma espécie de “prioridade da prioridade”. Houve, então, uma alteração legislativa no
artigo 3º, alterando o parágrafo único para parágrafo primeiro e incluindo um segundo parágra-
fo no artigo.
Os artigos seguintes continuam trazendo direitos protetivos ao idoso, afirmando, por exem-
plo, que o idoso não poderá sofrer qualquer tipo de negligência, discriminação ou violência.
O artigo 6º do Estatuto traz o instituto da delatio criminis, em que qualquer pessoa poderá
levar ao conhecimento das autoridades públicas qualquer forma de violação ao Estatuto.
Já no artigo 7º, o Estatuto traz a previsão da Lei n. 8.842/94, que trata sobre a Política Na-
cional do Idoso.
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, cruelda-
de ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios
por ela adotados.
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Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou
jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de viola-
ção a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei
n. 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
Veja que essa é a previsão trazida pelo artigo 6º que acabamos de ver.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação
a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Certo.
2. Dos Crimes
2.1. Disposições Gerais
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse
4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
O seu edital não trouxe a previsão de cobrança dos artigos 93 e 94, mas vamos estudá-los
rapidamente para introduzir o assunto, ok?
Conforme Guilherme Nucci, não existe nenhuma necessidade no preceituado no artigo 93
desta lei. Há um delito, especificado no artigo 10 da Lei n. 7.347/85 (Lei de Ação Civil Pública),
que não conflita com nenhum dispositivo do Estatuto do Idoso, logo, inexiste razão para a “apli-
cação subsidiária” do que está contido na Lei n. 7.347/85.
O artigo 94 afirma que, nos crimes nos quais a pena não ultrapasse quatro anos, será apli-
cado o procedimento sumaríssimo da Lei n. 9.099/95.
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Mas, professor, então o Estatuto do Idoso criou um novo tipo de infração de menor poten-
cial ofensivo?
Não, meus queridos, as infrações penais de menor potencial ofensivo continuam sendo
aquelas cuja pena máxima não ultrapasse dois anos. O que houve aqui foi uma aplicação de
um rito mais célere, mais vantajoso ao idoso.
Veja que a lei afirma que será aplicado somente o rito previsto na Lei n. 9.099/95, não tere-
mos a aplicação de nenhuma medida despenalizadora prevista na Lei.
Esse foi um assunto que chegou ao Supremo em uma Ação Direta de Inconstitucionali-
dade (ADI 3096/DF), em que o entendimento da Corte foi que este dispositivo legal deve ser
interpretado em favor do seu específico destinatário – o próprio idoso – e não quem lhe viole
os direitos.
Com isso, os infratores não poderão ter acesso a benefícios despenalizadores de direito
material, como conciliação, transação penal, composição civil de danos ou conversão da pena.
Somente se aplicam as normas estritamente processuais para que o processo termine
mais rapidamente, em benefício do idoso.
Veja que na Transação Penal só caberá aqueles crimes cuja pena máxima não ultrapassar os
dois anos, portanto, a questão está incorreta.
Errado.
Veja que é uma questão bem simples, que para acertarmos basta conhecermos o teor do arti-
go 94 do Estatuto e, ainda, saber que o STF já confirmou que deve ser aplicado o rito sumarís-
simo da lei dos Juizados Especiais aos crimes cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos.
Errado.
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Meu(minha) querido(a), essa foi uma questão bastante polêmica. Eu sei que é um pouco anti-
ga, mas eu resolvi colocá-la em nossa aula para debatermos sobre o assunto.
O final da questão fala que são vedadas as imunidades penais absolutas, e conforme veremos
ainda em nossa aula, esta parte está correta. O Estatuto veda a aplicação do previsto no artigo
181 e 182 do Código Penal.
Porém, as medidas despenalizadoras do Juizado Especial não são vedadas. Talvez o exami-
nador tenha se confundido com o julgamento da ADI que decidiu aplicar o procedimento su-
maríssimo da Lei n. 9.099 aos crimes com pena máxima entre dois e quatro anos previstos no
Estatuto, porém, sem aplicar as medidas despenalizadoras.
Caso ao crime, seja permitido a aplicação de tais medidas, mesmo sendo um crime do Esta-
tuto, essa medida será aplicada. Então vou colocar os dois gabaritos aqui, o da banca e o que
realmente está conforme a doutrina e a jurisprudência.
Errado.
Veja, meu (minha) querido (a), que a mesma banca, num concurso mais recente, parece ter
alterado o seu entendimento, estando agora conforme a doutrina e a jurisprudência.
Certo.
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes apli-
cando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
O legislador deixou bem claro que todos os crimes previstos no Estatuto são de ação penal
pública incondicionada.
Ao final do artigo ficou também excluída a imunidade absoluta (art. 181 do CP) e a relativa
(art. 182 do CP), ou seja, qualquer crime praticado contra o idoso, seja de caráter patrimonial
ou não, com ou sem violência ou grave ameaça, é de ação pública incondicionada.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
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Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido
em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
A título de curiosidade, o artigo 183 do Código Penal já traz essa previsão de forma expres-
sa, afirmando que não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores (181 e 182) se o crime
é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
Como acabamos de ver, o legislador deixou bem claro que todos os crimes previstos neste
estatuto são de ação penal pública incondicionada.
Errado.
O legislador deixou claro que não devemos aplicar o disposto nos artigos 181 e 182 do Código
Penal quando tratamos dos crimes deste Estatuto.
Errado.
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Encerrando o estudo sobre esse artigo, vamos dar uma olhada no que a lei fala sobre os
transportes para os idosos. Existem algumas previsões de transporte gratuito e de quantidade
de vagas que devem ser reservadas aos idosos.
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes
coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando pres-
tados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que
faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por
cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferen-
cialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cin-
co) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade
nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação
específica:
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2
(dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que
excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exer-
cício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento)
das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a
garantir a melhor comodidade ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque e
desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.
Não será necessária a representação do ofendido, já que os crimes são de ação penal pública
incondicionada.
Errado.
Os próximos três artigos tratam da proteção à saúde física e psíquica do idoso, ou seja,
alguma forma de violência que atente contra a saúde do idoso.
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Conforme o Estatuto, violência contra o idoso para os efeitos desta Lei, considera-se qualquer
ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofri-
mento físico ou psicológico.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situ-
ação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa,
ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza
grave, e triplicada, se resulta a morte.
Deixar de prestar assistência é uma conduta omissiva, em que o agente deixa de cumprir o
que está previsto na lei, que seria a prestação de assistência ao idoso.
Para o agente incorrer nessa conduta, é necessário que o idoso esteja em “iminente peri-
go”, ou seja, um perigo que está prestes a ocorrer, não em um perigo atual. Porém, o agente
não incorrerá nessa conduta caso o seu agir coloque a sua integridade em risco, ou seja, não
cometerá o crime quem deixar de prestar assistência por existir algum impedimento que colo-
que a sua integridade em risco.
A mesma preocupação teve o legislador, ao afirmar que incorrerá neste artigo o agente que
recusar, retardar ou dificultar a assistência à saúde do idoso, sem justa causa, ou seja, caso
haja algum tipo de impedimento, o agente não responderá pelo delito.
Uma terceira forma de incriminação deste artigo é a conduta omissiva de não pedir socorro
à autoridade pública. Temos que entender essa autoridade pública como aquela competente
para prestar o socorro à vítima.
Então, mesmo que o agente não tenha agido porque teria colocado sua integridade física
em risco, ele terá que pedir socorro a uma autoridade competente.
A causa especial de aumento de pena prevista no parágrafo único sempre decorrerá de culpa
do agente, ou seja, teremos um delito preterdoloso, com o dolo na conduta e a culpa no resultado.
Vamos lembrar o que seria a lesão corporal de natureza grave?
Conforme o artigo 129, § 1º, do Código Penal, a lesão corporal de natureza grave é aquela
que resulta:
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Será um crime de menor potencial ofensivo, já que a pena é de seis meses a um ano.
Certo.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Trata-se de crime próprio, já que somente poderá responder por esse crime aquele que é
obrigado por lei ou mandado a prover as necessidades básicas ao idoso. É a típica situação
do filho que abandona o pai.
A situação descrita por esse artigo é cada vez mais comum na realidade brasileira. Ao
abandonar esses idosos, os filhos ou responsáveis estão privando o idoso do convívio fami-
liar, de carinho, de afeto, obrigando-os a iniciar uma nova vida com pessoas que nunca antes
tinham visto.
Além de uma punição na esfera penal, poderá caber uma punição na esfera cível por aban-
dono afetivo.
Quando o legislador fala em “não prover suas necessidades básicas”, por exemplo, refere-
-se à alimentação da pessoa idosa. O artigo 1.696 do Código Civil prevê que “O direito à presta-
ção de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo
a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros”.
Esse é um delito que caberá a Suspensão condicional do processo, já que a pena mínima
não ultrapassa um ano.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a con-
dições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando
obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
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O artigo 99 traz a previsão de um crime próprio, já que para praticá-lo a pessoa precisa ter
um vínculo de cuidado com o idoso.
A exposição a perigo de que trata o caput do artigo é um delito de perigo concreto, ou seja,
é necessário a prova de que o idoso ficou efetivamente exposto a uma situação de perigo, ou
seja, não podemos falar aqui em presunção de perigo.
Mais uma vez, vale lembrar que as condutas previstas nos §§1º e 2º são preterdolosas,
ou seja, houve a lesão corporal de natureza grave ou o homicídio, de forma culposa. Se o dolo
do agente era a lesão ou o homicídio, não será aplicado o disposto neste código, mas sim o
previsto no Código Penal.
Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, portanto caberá a aplicação das medidas
despenalizadoras previstas na Lei n. 9.099/95, exceto para as condutas dos §§1º e 2º.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa
causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida
na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto des-
ta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Os dois primeiros incisos deste artigo tratam de crimes próprios. Somente a pessoa res-
ponsável pela admissão poderá praticar esta conduta.
Em nosso curso de legislação extravagante, vimos durante o estudo da Lei n. 7.716/89
condutas muito semelhantes a esta, nos artigos 3º e 4º da lei, respectivamente.
Porém, quando o sujeito passivo se tratar de pessoa idosa, será aplicado o descrito neste
Estatuto, já que se trata de uma legislação especial.
O inciso seguinte trata da negativa de assistência à saúde de pessoa idosa. Perceba que o
legislador inseriu o elemento “sem justa causa”, ou seja, se a assistência não for prestada por
algum motivo justo, a conduta será até mesmo atípica.
Os dois últimos incisos também se referem a um crime próprio, já que tanto a ordem judi-
cial quanto a requisição do Ministério Público serão endereçadas a alguém, e somente esta
pessoa poderá incorrer na prática deste delito.
Para todos os delitos previstos neste artigo, temos a mesma pena, reclusão de seis meses
a um ano, portanto, todas essas condutas são infrações de menor potencial ofensivo e cabem
as medidas despenalizadoras.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial
expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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Essa é a hora que você pensa que o professor está doido, que colocou o artigo errado na aula.
Não, meus queridos, o artigo está correto e nós não o estudamos ainda. Ele é muito pareci-
do com o que acabamos de ver no artigo 100, IV, porém, com uma diferença sutil.
O descumprimento se dá na
execução de ordem judicial expedida
O descumprimento se dá na
nas ações em que for parte ou
execução de ordem judicial
interveniente o idoso.
expedida na ação civil a que alude
Em outras palavras, em QUALQUER
esta Lei.
ação que tenha como parte ou
interveniente o idoso.
Como você pôde perceber, o tipo penal é bastante parecido, então temos novamente um
crime próprio e conforme a pena, uma infração de menor potencial ofensivo, logo, caberá apli-
cação das medidas despenalizadoras.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso,
dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Esse tipo penal nos remete a um outro muito parecido no Código Penal, que é a apropria-
ção indébita, prevista no artigo 168 do CP (“apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
posse ou a detenção”).
Apesar do tipo previsto no artigo 102 não ser expresso no que se refere à posse da coisa,
não tem como se apropriar de algo sem que antes se tenha a posse.
Mais uma vez, devemos aplicar o princípio da especialidade, e no caso da conduta de apro-
priação, devemos aplicar o delito previsto no estatuto.
Ainda com relação ao princípio da especialidade, o STJ considera que o agente que desvia,
de forma fraudulenta, valores da conta de pessoa idosa, não cometerá o furto, mas sim o delito
previsto neste artigo.
JURISPRUDÊNCIA
Incorre no tipo penal previsto no art. 102 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) - e
não no tipo penal de furto (art. 155 do CP) - o estagiário de instituição financeira que se
utiliza do cartão magnético e da senha de acesso à conta de depósitos de pessoa idosa
para realizar transferências de valores para sua conta pessoal. O tipo penal previsto no
art. 102 da Lei n. 10.741/2003 tem a seguinte redação: “Apropriar-se de ou desviar bens,
proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa
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da de sua finalidade”. Na hipótese, o autor do delito desviou bens da vítima. Para essa
conduta, não há necessidade de prévia posse por parte do agente, restrita à hipótese de
apropriação. Da mesma forma, é evidente que a transferência dos valores da conta bancá-
ria da vítima para conta pessoal do autor desviou os bens de sua finalidade. Não importa
perquirir qual seria a real destinação desses valores (finalidade), pois, independente de
qual fosse, foram eles dela desviados, ao serem, por meio de fraude, transferidos para a
conta do autor. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 4/9/2014.
Este é um crime que não exige nenhuma característica especial do agente, portanto, esta-
mos diante de um crime comum. Apesar de não ser uma infração de menor potencial ofensivo,
caberá a suspensão condicional do processo, já que a pena mínima não ultrapassa um ano.
O Estatuto do Idoso não traz previsão para o furto, que seria o delito cometido por Paulo e
João, portanto eles responderão pelo crime previsto no artigo 155 do Código Penal e terão a
sua pena agravada caso a vítima seja idosa, mas não responderão por crime previsto na Lei n.
10.741/03.
Errado.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em
outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Alguns estabelecimentos que recebem idosos exigem que o abrigado outorgue uma pro-
curação para que a administração de seus bens e valores passe para o estabelecimento, com
a finalidade de custear a estadia do idoso no local.
Apesar desta prática não ser permitida por lei, alguns estabelecimentos ainda o fazem, e
ao negar a estadia de pessoa idosa com base nesse argumento, o crime estará caracterizado,
já que se trata de crime formal.
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É um crime comum, classificado como uma infração de menor potencial ofensivo, portanto
caberá as medidas despenalizadoras previstas na lei dos juizados especiais.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarci-
mento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Esta é aquela situação em que o credor retém algo a fim de assegurar o recebimento de
dívida de pessoa idosa, conduta muito semelhante ao exercício arbitrário das próprias razões,
previsto no artigo 345 do Código Penal, ou até mesmo com a apropriação indébita.
Porém, baseando-se no princípio da especialidade, devemos aplicar o artigo 104 des-
te Estatuto.
Trata-se de um crime próprio, já que somente a pessoa que é credora de idoso, ou seja,
aquela pessoa que tenha valores a serem recebidos, é que pode ser sujeito ativo desta conduta.
É mais uma infração de menor potencial ofensivo prevista neste estatuto, e como todas as
demais, cabe a aplicação das medidas despenalizadoras.
O examinador trouxe duas condutas previstas no estatuto do idoso e uma outra prevista no
Código Penal, inclusive numa alteração recente.
A primeira conduta está tipificada no artigo 103 do Estatuto e a segunda no artigo 104, veja:
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em
outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarci-
mento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
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E a causa especial de aumento de pena para o estelionato está prevista no §4º do artigo
171 do CP.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciati-
vas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Este é um delito comum e formal, portanto, mesmo que o idoso não se sinta ofendido ou
violado em sua honra ou imagem, o delito estará configurado.
Quando pensamos na honra de alguém sendo maculada, pensamos logo em calúnia, difa-
mação e injúria, correto? Porém, por força do princípio da especialidade, caso ocorra um crime
contra a honra de um idoso, aplicaremos o disposto no artigo 105 deste Estatuto.
Como a pena mínima não ultrapassa um ano, caberá a suspensão condicional do processo.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de
administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Esse é um delito, que, como muitos outros previstos nesta legislação, exige um espe-
cial fim de agir. Nesse caso o agente tem a finalidade administrar ou dispor livremente dos
bens do idoso.
Assim como os últimos delitos estudados neste estatuto, temos mais um conflito aparente
de normas, entre o delito previsto no artigo 106 do Estatuto e o delito previsto no artigo 173 do
Código Penal (abuso de incapazes).
Para resolvermos esse conflito, aplicaremos novamente o princípio da especialidade, res-
pondendo, no caso de a vítima ser pessoa idosa, pelo crime previsto no Estatuto do Idoso.
Este crime não caberá em nenhuma hipótese das medidas despenalizadoras previstas na
Lei n. 9.099/95.
Nesse caso não teremos a conduta do estelionato, e sim a prevista no artigo 106 como acaba-
mos de estudar.
Errado.
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Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Mais uma vez, temos um caso de conflito aparente de normas, entre este artigo e o cons-
trangimento ilegal, previsto no artigo 146 do Código Penal. Apesar do delito previsto no esta-
tuto não se referir à violência ou grave ameaça, está previsto na legislação especial, portanto,
numa conduta de coação em que a vítima é pessoa idosa, o agente responderá por este artigo.
É um crime formal, portanto, ocorrida a coação sobre pessoa idosa, mesmo que ela não che-
gue a contratar ou doar, testar ou outorgar a procuração, terá ocorrida a consumação do crime.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a de-
vida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Perceba que grifei duas partes no artigo. A primeira delas é quanto ao discernimento da
vítima, a lei exigiu que além de ser idoso, deverá estar sem seu completo discernimento.
Outra exigência do legislador para caracterizar a conduta prevista no tipo penal é que a
vítima não tenha representante legal.
É um crime próprio, porque só pode ser praticado por pessoa responsável pela lavratura do
ato no cartório.
Exatamente, como acabamos de ver, o artigo 108 traz um crime próprio, que punirá a pessoa
responsável pela lavratura do ato notarial, que no caso trata-se do tabelião.
Certo.
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro
agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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Encerramos por aqui a nossa aula, espero que tenha gostado e qualquer dúvida, sugestão
ou crítica estou à disposição por meio do e-mail profpericlesrezende@gmail.com, e do Insta-
gram @vemserpolicial, além da plataforma do Gran Cursos Online.
A sua avaliação é muito importante para nós, já que é assim que sabemos se estamos no
caminho certo. Grande abraço.
Bons estudos!
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RESUMO
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Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse
4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
• Crimes cuja pena máxima não ultrapasse 2 (dois) anos: infração de menor potencial
ofensivo, aplica-se o rito e os benefícios da Lei n. 9.099/95;
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os dois anos e não ultrapasse os 4 (quatro) anos,
aplica-se somente o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/95, conforme disposto no artigo
94 do Estatuto e firmado no entendimento do Supremo na ADI 3096/DF.
• Crimes cuja pena máxima ultrapasse os quatro anos, não será aplicada a Lei n. 9.099/95
muito menos seus benefícios.
Todos os crimes previstos neste Estatuto são de Ação Penal Pública Incondicionada, e não
serão aplicadas as imunidades absolutas (art. 181 do CP) e relativas (art. 182 do CP).
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CONSULPLAN/PREF. FORMIGA/AGENTE DE TRANSPORTE/2021) Considerando o
Estatuto do Idoso, discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso aos meios
de transporte importa em pena de:
a) Reclusão de um a quatro anos
b) Detenção de um a quatro anos
c) Reclusão de seis meses a um ano e multa
d) Detenção de seis meses a um ano e multa
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b) pode caracterizar crime se ficar comprovado que o sr. Américo não tem discernimento de
seus atos.
c) constitui crime punível com pena de reclusão.
d) não se caracteriza como crime, em razão do parentesco entre as partes.
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c) Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em ou-
torgar procuração à entidade de atendimento.
d) Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado
e) Negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho.
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GABARITO
1. c
2. a
3. c
4. c
5. b
6. d
7. b
8. d
9. c
10. d
11. e
12. a
13. E
14. E
15. a
16. d
17. c
18. d
19. a
20. a
21. e
22. e
23. d
24. d
25. d
26. e
27. b
28. d
29. b
30. b
31. b
32. E
33. C
34. E
35. E
36. E
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GABARITO COMENTADO
001. (CONSULPLAN/PREF. FORMIGA/AGENTE DE TRANSPORTE/2021) Considerando o
Estatuto do Idoso, discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso aos meios
de transporte importa em pena de:
a) Reclusão de um a quatro anos
b) Detenção de um a quatro anos
c) Reclusão de seis meses a um ano e multa
d) Detenção de seis meses a um ano e multa
Eu não gosto de bancas que cobram as penas, mas é bem comum quando falamos em legis-
lação extravagante, então fique atento(a) também às penas previstas.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário
ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Letra c.
Vamos identificar o crime cometido por Carla, que é o previsto no artigo 104, vejamos:
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarci-
mento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Letra a.
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Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
Letra c.
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b) 60 anos
c) 65 anos
d) 70 anos
e) 58 anos
Uma questão bem recente do nosso Estatuto e bem tranquila não, é? Logo, o nosso artigo 1º
define essa questão.
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Letra b.
a) Errada. Os crimes contra os idosos são de ação penal pública incondicionada, conforme o
artigo 95 do Estatuto.
b) Errada. Temos a previsão de crime para essa conduta no artigo 96, § 1º.
c) Errada. Esse é o delito previsto no artigo 103 do Estatuto do Idoso.
d) Certa. Agora o examinador trouxe a previsão dor artigo 100, II, da lei, que define essa con-
duta como sendo criminosa.
e) Errada. O artigo 108 define essa conduta como sendo crime.
Letra d.
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Obs.: Vale lembrar que essa prova é bem recente e que ainda não temos o gabarito definitivo,
porém, será muito difícil ocorrer a alteração neste, mas vamos ficar atentos.
Letra b.
a) Errada. O artigo 95 da lei define que os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada;
b) Errada. Não se trata de uma infração administrativa e sim de um crime;
c) Errada. Não é somente um ilícito civil, já que é crime;
d) Certa. Exatamente conforme previsto pelo artigo 95 da Lei;
e) Errada. Não se trata de um irrelevante jurídico, e sim de um crime, como acabamos de ver.
Letra d.
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Veja que o examinador não quer que você marque simplesmente qual das opções constitui
crimes contra o idoso, ele quer saber qual deles é punido com detenção.
Dessa forma, podemos interpretar que todas as opções constituem crime previsto na lei, mas
somente uma é punida com detenção.
a) Errada.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
b) Errada.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de
administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
c) Certa.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial ex-
pedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
d) Errada.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário
ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
e) Errada.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devi-
da representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Letra c.
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O enunciado da questão nos descreve um crime, temos que identificá-lo para depois saber qual
será nossa resposta.
Vejamos o previsto no artigo 103 da lei,
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em
outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
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a) Errada. Esse é o crime do artigo 105 da lei que prevê como pena a detenção de um a três
anos e multa;
b) Errada. Os crimes previstos nessa lei são bem parecidos com os previstos no Estatuto do
Portador de Necessidades Especiais, dessa forma, o crime previsto na letra b também é puní-
vel com detenção;
c) Errada. O crime é o do artigo 103, que também tem a pena de detenção;
d) Errada. Esse é o crime do artigo 98, também punível com detenção;
e) Certa. A conduta está prevista no artigo 100 da lei, que traz como reprimenda a reclusão de
seis meses a um ano.
Letra e.
Apesar da questão não ser especificamente de sua banca, esse tipo de questão também é
muito comum na FCC, em que o enunciado nos apresentará uma situação hipotética e os itens
conterão os crimes previstos no Estatuto.
Estamos diante do crime do artigo 103,
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em
outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Letra a.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
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Portanto, observe que a pena ultrapassa os dois anos de pena máxima que configuram uma
infração de menor potencial ofensivo.
Errado.
A conduta de lavrar ato notarial envolvendo pessoa idosa sem discernimento sem a devida
representação não visa à garantia da proteção da pessoa, e sim o crime previsto no artigo 108
do Estatuto do Idoso.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devi-
da representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
Errado.
a) Certa. Essa é a previsão do artigo 103 do Estatuto, “Art. 103. Negar o acolhimento ou a per-
manência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de
atendimento”;
b) Errada. O artigo 97 afirma que constitui crime “Deixar de prestar assistência ao idoso, quan-
do possível fazê-lo sem risco pessoal”
c) Errada. O artigo 100, II afirma que constitui crime negar a alguém, por motivo de idade, em-
prego ou trabalho, não trazendo a exceção prevista pelo examinador.
d) Errada. Somente constituirá crime se não houver um justo motivo.
e) Errada. O crime ocorre se a pessoa idosa não tiver o discernimento de seus atos.
Letra a.
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Além da pena, que no Estatuto do Idoso é mais severa, temos também a pena de multa apli-
cada de forma cumulativa. Veja que o CP afirma que é uma pena ou outra, já o estatuto afirma
que é a pena de detenção e a de multa.
Letra d.
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Estudamos esse artigo bem no final de nossa aula. Essa conduta está descrita no artigo 108
do Estatuto do Idoso, portanto, configura crime previsto no Estatuto.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devi-
da representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Letra c.
Muito boa essa questão. Quando estudamos o delito previsto no artigo 102 do Estatuto do
Idoso comentamos sobre o conflito aparente entre este artigo e a apropriação indébita prevista
no Código Penal.
O examinador deixou claro que a vítima era pessoa idosa e que a pessoa de “A” se apropriava
da pensão e dava destinação diversa de sua finalidade, moldando-se exatamente ao que diz o
artigo 102 do Estatuto (“Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade”).
Já sabemos que o agente responderá pelo crime previsto no artigo 102 do Estatuto, então só
poderia ser a letra “b” ou “d”.
A letra “b”, afirma que o agente responderá com o agravamento de pena em face da circunstân-
cia prevista no artigo 61, II, h do CP.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime:
II – ter o agente cometido o crime:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida.
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Veja que o artigo 61 deixa bem claro que tais circunstâncias vão agravar a pena se não consti-
tuírem ou qualificarem o crime, no nosso caso, o fato da vítima ser pessoa idosa (maior de 60
anos) constitui o crime, portanto não poderá ser aplicado essa agravante, sob pena de ocor-
rência de bis in idem.
Outra informação importante que o examinador nos trouxe foi “de forma reiterada. .”, deixando
claro a continuidade delitiva do agente. Portanto o agente responderá com o aumento de pena
decorrente do “crime continuado”, previsto no artigo 71 do CP.
Letra d.
Veja, meus queridos, que o examinador queria saber se o candidato leu a lei. Nesse tipo de
questão não é cobrado nenhum tipo de conhecimento mais aprofundado, somente a lei seca.
A questão refere-se ao parágrafo primeiro do artigo 96 do Estatuto do Idoso, que, como vere-
mos, afirma que incorrerá na mesma pena o agente que praticar tal conduta, veja:
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos
meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário
ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa,
por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou respon-
sabilidade do agente.
Letra a.
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b) Infração administrativa.
c) Crime punível com reclusão, seja a conduta culposa, seja ela dolosa.
d) Fato atípico, pois constitui conduta que não pode ser considerada crime.
e) Contravenção penal.
Dessa vez o examinador traz uma conduta, tipificada pelo estatuto e exige do candidato uma
análise do artigo.
A conduta está descrita no artigo 104 que tem como pena detenção de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos e multa. Então, para responder a essa questão era necessário que o candidato
soubesse que se tratava de uma pena de detenção e que todos os crimes previstos no estatuto
são de ação penal pública incondicionada.
Letra a.
Aqui em nossa resolução de questões já estudamos o delito descrito pelo examinador, trata-se
da conduta do artigo 102 do Estatuto, então já sabemos que o agente comete um crime pre-
visto na Lei n. 10.741.
O artigo 94 do nosso estatuto prevê a aplicação do procedimento previsto na Lei n. 9.099/95
aos crimes cuja pena máxima não ultrapasse os quatro anos.
Art. 94 Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4
(quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, sub-
sidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal
O delito previsto no artigo 102 tem pena de reclusão de um a quatro anos e multa, então respei-
tará o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/95, porém não caberá o instituto da Transação Penal, já
que a pena máxima ultrapassa os dois anos.
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Para resolver essa questão, temos que analisar item por item e verificar se o descrito na ques-
tão é abrangido pelo Estatuto do Idoso.
• Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando o seu acesso a operações bancá-
rias. . (art. 96);
• Desdenhar, humilhar. . (art. 96, §1º)
• Expor a perigo a integridade e a saúde. . (art. 99)
• Apropriar-se de ou desviar bens. . (art. 102)
• Negar a alguém, por motivo de idade. . (art. 100, II)
• Reter o cartão magnético de conta bancária. . (art. 104)
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Veja que todas as condutas descritas na questão correspondem a algum artigo do Estatuto,
portanto, todos os itens são verdadeiros.
Letra e.
a) Errada. O afilhado não é isento de pena, mesmo que fosse ascendente (que também não o
é), já que o artigo 95 veda a aplicação do previsto nos artigos 181 e 182.
b) Errada. O afilhado não responderá pelo estelionato na modalidade de abuso de incapazes
porque a sua conduta não se amolda ao previsto no artigo 173 do CP. Na questão, o afilhado
que está vendendo o imóvel e se apropriando dos valores.
d) Errada. Não pode ser apropriação indébita prevista no CP, devido ao princípio da especialida-
de, já que temos um tipo penal de apropriação em legislação especial.
d) Certa. Exatamente, o tipo penal caracteriza o previsto no artigo 102 do Estatuto.
Letra d.
Como já vimos em nossa aula, os crimes previstos no Estatuto são de ação penal pública in-
condicionada.
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Quando estudamos o tipo penal trazido pela questão, vimos que se tratava de um crime pró-
prio, já que só pode ser cometido pela pessoa responsável por lavrar o ato notarial.
Então, temos um crime próprio cuja ação penal é pública (incondicionada), conforme a letra “d”.
Letra d.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – Este item está incorreto, porque traz uma pessoa com 55 anos, sendo que o estatuto con-
sidera pessoa idosa como sendo aquela com mais de 60 anos.
III – Pode ser um item polêmico, porque ele traz uma conduta prevista no estatuto, porém
afirma que a vítima teria mais de 65 anos. Bom, uma pessoa com mais de 65 obviamente tem
mais 60 também, logo, será tratada como pessoa idosa.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial ex-
pedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
IV – O mesmo comentário do item anterior, aqui o examinador afirma que a vítima tem 70 anos,
portanto também se trata de pessoa idosa.
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Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarci-
mento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Vamos lá, a conduta de Minerva é prevista no artigo 98 do Estatuto do Idoso, portanto é consi-
derado um crime pelo Estatuto.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
gêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Letra e.
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Veja que a única conduta que constitui crime é a de negar acesso ao transporte coletivo, con-
forme o artigo 96 do Estatuto do Idoso.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento neces-
sário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Outras informações trazidas pela questão são sobre os transportes seletivos e especiais e a
comprovação da idade. Essas informações podem ser comprovadas por meio da leitura do
artigo 39 caput, §1º, do Estatuto, conforme vimos em nossa aula.
Letra b.
a) Errada. Esse item está incorreto, já que o artigo 27 do Estatuto afirma que é vedada a discri-
minação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos.
Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixa-
ção de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza
do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se pre-
ferência ao de idade mais elevada.
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Eu já disse isso em outras aulas, mas volto a dizer, esse tipo de questão não mede o conheci-
mento do candidato, mas infelizmente costuma ser cobrada quando estamos diante da legis-
lação extravagante.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou con-
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Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Letra b.
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b) Constitui crime negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho, salvo havendo
justa causa para tanto.
c) Constitui crime recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à
saúde, sem justa causa, a pessoa idosa.
d) Constitui crime deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de or-
dem judicial expedida na ação civil a que alude a referida Lei.
Para respondermos a essa questão, vamos observar o disposto no artigo 100 do Estatuto.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa
causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida
na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto des-
ta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
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Conforme vimos em nossa aula, essa regra somente garante a aplicação do rito sumaríssimo
da Lei n. 9.099/95, não garantindo a aplicação das medidas despenalizadoras.
Letra b.
Não se trata de furto mediante fraude porque temos a previsão desse delito no Estatuto do
Idoso em seu artigo 102, vejamos:
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso,
dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Bernadete, conforme o estatuto do idoso, é pessoa idosa, já que tem 63 anos. Dessa forma,
aplicando o princípio da especialidade, temos o delito previsto no Estatuto do Idoso e não a
apropriação indébita do Código Penal.
Certo.
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As medidas despenalizadoras não são aplicadas aos crimes cuja pena é superior a dois e in-
ferior a quatro anos, nesses casos aplicaremos somente o rito mais célere da Lei n. 9.099/95,
em benefício da pessoa idosa, e não do autor do crime.
Errado.
O legislador deixou bem claro, em seu artigo 96, que todos os crimes previstos no Estatuto são
de ação penal pública incondicionada.
Errado.
O artigo 95 afirma que os crimes do Estado do Idoso serão de ação penal pública incondicio-
nada e veda expressamente a aplicação dos artigos 181 e 182 do Código Penal.
Art. 95 Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplican-
do os arts. 181e 182 do Código Penal.
Errado.
Péricles Mendonça
Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).
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