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SUMÁRIO

Direito Civil
Lei n. 10.406, de 10 de Janeiro de 2002................................................5
Lei n. 8.866, de 11 de Abril de 1994................................................. 110
Lei n. 8.069, de 13 de Julho de 1990................................................ 113
Lei n. 8.078, de 11 de Setembro de 1990.......................................... 238
Lei n. 10.741, de 1 de Outubro de 2003............................................ 287
Direito Administrativo
Lei n. 8.987, de Fevereiro de 1995.................................................... 322
Lei n. 8.666, de 21 de Junho de 1993............................................... 346
Lei n. 14.133, de 1º de Abril de 2021................................................ 427
Lei n. 9.784, de 29 de Janeiro de 1999.............................................. 572
Lei n. 11.079, de 30 de Dezembro de 2004........................................ 593
Lei n. 10.520 de 17 de Julho de 2002................................................ 618
Direito Financeiro e Tributário
Lei n. 4.320, de 17 de Março de 1964............................................... 625
Lei Complementar n. 101, de 4 de Maio de 2000................................ 659
Código Tributário Nacional: Lei n. 5.172, de 25 de Outubro de 1966...... 711
Lei n. 8.137, de 27 de Dezembro de 1990.......................................... 775
Direito Constitucional
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988........................ 785
Lei n. 9.868, de 10 de Novembro de 1999......................................... 987
Lei n. 9.882, de 3 de Dezembro de 1999......................................... 1000
Lei n. 12.562, de 23 de Dezembro de 2011...................................... 1004
Lei n. 9.507, de 12 de Novembro de 1997....................................... 1007
Lei n. 12.016, de 7 de Agosto de 2009............................................ 1012
Lei n. 4.717, de 29 de Junho de 1965............................................. 1021
Lei n. 13.300, de 23 de Junho de 2016............................................ 1031
Convenção Americana de Direitos Humanos (1969)........................... 1036
Pacto de San José Da Costa Rica.................................................... 1036
Direito Penal e Direito Processual Penal
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de Dezembro de 1940............................. 1066
Lei n. 7.960, de 21 de Dezembro de 1989........................................ 1233
Código de Processo Penal: Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de Outubro de
1941........................................................................................... 1236
Legislação Especial
Lei n. 11.343, de 23 de Agosto de 2006.......................................... 1384
Lei n. 7.492, de 16 de Junho de 1986............................................. 1432
Lei n. 12.850, de 2 de Agosto de 2013............................................ 1439
Lei n. 9.613, de 3 de Março de 1998............................................... 1458
Lei n. 8.176, de 8 de Fevereiro de 1991........................................... 1475
Lei n. 8.072, de 25 de Julho de 1990.............................................. 1477
Lei n. 7.716, de 5 de Janeiro de 1989............................................. 1483
Lei n. 9.455, de 7 de Abril de 1997................................................. 1487
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998......................................... 1489
Decreto-Lei n. 201, de 27 de Fevereiro de 1967................................ 1518
Lei n. 1.079, de 10 de Abril de 1950............................................... 1527
Lei n. 11.101, de 9 de Fevereiro de 2005......................................... 1550
Lei n. 13.869, de 5 de Setembro de 2019........................................ 1689
Lei n. 10.826, de 22 de Dezembro de 2003...................................... 1705
Lei n. 5.553, de 6 de Dezembro de 1968......................................... 1725
Lei n. 6.001, de 19 de Dezembro de 1973........................................ 1727
Lei n. 9.296, de 24 de Julho de 1996.............................................. 1744
Lei n. 12.037, de 1 de Outubro de 2009.......................................... 1748
Lei n. 4.737, de 15 de Julho de 1965.............................................. 1753
Lei n. 7.210, de 11 de Julho de 1984.............................................. 1880
Lei n. 5.250, de 9 de Fevereiro de 1967........................................... 1949
Lei n. 9.099, de 26 de Setembro de 1995........................................ 1980
Lei n. 13.146, de 6 de Julho de 2015.............................................. 1991
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002

ÍNDICE
Vigência
Lei de Introdução às normas do Institui o Código Civil.
Direito Brasileiro
(Vide Lei n. 14.195, de 2021)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL

LIVRO I
DAS PESSOAS

TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS

CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Art. 1 o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.


Art. 2 o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3 o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
I – (Revogado) ; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
II – (Revogado) ; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
III – (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

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Art. 4 o São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os


exercer: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei n.
13.146, de 2015) (Vigência)
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem ex-
primir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pes-
soa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, median-
te instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos com-
pletos tenha economia própria.
Art. 6 o A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-
-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de
sucessão definitiva.
Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.

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Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente


poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo
a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8 o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9 o Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento,
o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem
a filiação;
III – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da perso-
nalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício
sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da per-
sonalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções pre-
vistas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

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Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do pró-
prio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gra-
tuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qual-
quer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome
e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propagan-
da comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção
que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da jus-
tiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a trans-
missão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem
de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeita-
bilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legí-
timas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descen-
dentes.

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Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a reque-


rimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)

CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA

Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando
o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou conti-
nuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obriga-
ções, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o dispos-
to a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicial-
mente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência,
será o seu legítimo curador.
§ 1 o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos
pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os
iniba de exercer o cargo.
§ 2 o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3 o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.

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Seção II
Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se


ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão
os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente
a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram
interessados:
I – o cônjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua
morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória
só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa;
mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1 o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados
na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo com-
petente.
§ 2 o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventá-
rio até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir
a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela
forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a
conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis
ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente,
darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equiva-
lentes aos quinhões respectivos.

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§ 1 o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar
a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe
deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado
pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2 o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a
sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar
na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por de-
sapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão repre-
sentando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão
as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório
do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este coube-
rem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e
rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do
Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi
voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos
frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justi-
ficando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos
do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do faleci-
mento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor
dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos suces-
sores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecu-
ratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

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Seção III
Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a suces-
são definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se
que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele
ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente
não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se loca-
lizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e


de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

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III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela
Lei n. 11.107, de 2005)
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados es-
trangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela
Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o fun-
cionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público ne-
gar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao
seu funcionamento. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 2 o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiaria-
mente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Códi-
go. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)

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§ 3 o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o


disposto em lei específica. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,
quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de
que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obriga-
ções sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patri-
mônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos
nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dis-
puser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que
se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de
erro, dolo, simulação ou fraude.

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Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a re-


querimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associa-
dos, instituidores ou administradores. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um ins-
trumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com
a finalidade de estimular empreendimentos, para a geração de empregos,
tributo, renda e inovação em benefício de todos.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimen-
to da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utiliza-
ção da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de
atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de
fato entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Lei n. 13.874, de
2019)
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto os de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)

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§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica


à extensão das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica.
(Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos
de que trata o caput deste artigo não autoriza a desconsideração da persona-
lidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração
da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
(Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autori-
zação para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até
que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a aver-
bação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição
da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos di-
reitos da personalidade.

CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se or-


ganizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recí-
procos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

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III – os direitos e deveres dos associados;


IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas
contas. (Incluído pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá
instituir categorias com vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não
dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do
patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si ,
na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo
disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa,
assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de re-
curso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Parágrafo único. (revogado) (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou
função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela
forma previstos na lei ou no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela
Lei n. 11.127, de 2005)
I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II
deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada

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para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os
critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127,
de 2005)
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do es-
tatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líqui-
do, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas
no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômi-
cos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados,
à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1 o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos as-
sociados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste
artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições
que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2 o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Ter-
ritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas
neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.

CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pú-
blica ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
(Redação dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (In-
cluído pela Lei n. 13.151, de 2015)

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III – educação; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)


IV – saúde; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei n. 13.151, de
2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos hu-
manos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o institui-
dor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os
bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por man-
dado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases
(art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à
aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situ-
adas.

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§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encar-


go ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela
Lei n. 13.151, de 2015)
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo,
em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a
reforma:
I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e represen-
tar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público
a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação
dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unâ-
nime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu pa-
trimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.

TÍTULO III
Do Domicílio

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, al-
ternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

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Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações con-


cernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residên-
cia habitual, o lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção
manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às
municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações
não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respecti-
vas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1 o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares dife-
rentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2 o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-
-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas
por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil,
a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar,
o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assisten-
te; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas fun-
ções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do
comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde
o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.

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Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar


extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domi-
cílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

LIVRO II
DOS BENS

TÍTULO ÚNICO
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS

CAPÍTULO I
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Seção I
Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,
forem removidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.

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Seção II
Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de


remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação eco-
nômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não fo-
rem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qua-
lidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destina-
dos à alienação.

Seção IV
Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na
sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.

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Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de


per si , independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser ob-
jeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídi-
cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

CAPÍTULO II
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes,
se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento
de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação
de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e pro-
dutos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1 o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam
o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de ele-
vado valor.
§ 2 o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

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§ 3 o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que
se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

CAPÍTULO III
DOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pesso-


as jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e
praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a servi-
ço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou mu-
nicipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se domi-
nicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se
tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a
lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas
as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

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Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuí-
do, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

LIVRO III
DOS FATOS JURÍDICOS

TÍTULO I
DO NEGÓCIO JURÍDICO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invo-
cada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados ca-
pazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação
comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídi-
co se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial
à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, mo-
dificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.

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Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja
feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o desti-
natário tinha conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os
usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
-fé e os usos do lugar de sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
(Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração
do negócio; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao
tipo de negócio; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificá-
vel; e (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a
questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionali-
dade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no mo-
mento de sua celebração. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de
preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas
daquelas previstas em lei. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.

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CAPÍTULO II
DA REPRESENTAÇÃO

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo inte-


ressado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, cele-
brar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo represen-
tante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tra-
tar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes,
sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito
de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimen-
to de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negó-
cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação prevista neste artigo.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os esta-
belecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da
Parte Especial deste Código.

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CAPÍTULO III
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamen-


te da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem
as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando re-
solutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição sus-
pensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que
ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,
vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o
direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execu-
ção continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,
não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a
natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.

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Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição


cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente le-
vada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva
ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, compu-
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1 o Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado
o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2 o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3 o Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de
início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4 o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e,
nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício
do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depen-
der de tempo.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposi-
ções relativas à condição suspensiva e resolutiva.
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,
salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente,
como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo
se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida
o negócio jurídico.

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CAPÍTULO IV
DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Seção I
Do Erro ou Ignorância

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de


vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa
de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou
a alguma das qualidades a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se
refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo re-
levante;
III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o mo-
tivo único ou principal do negócio jurídico.
Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expres-
so como razão determinante.
Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anu-
lável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a de-
claração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para execu-
tá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

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Seção II
Do Dolo

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro
modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de tercei-
ro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento;
em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responde-
rá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;
se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado respon-
derá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode ale-
gá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

Seção III
Da Coação

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pes-
soa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do
paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.

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Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a con-


dição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias
que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um
direito, nem o simples temor reverencial.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta respon-
derá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro,
sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento;
mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver
causado ao coacto.

Seção IV
Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da


necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conheci-
do pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do de-
clarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

Seção V
Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta.
§ 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigen-
tes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.

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§ 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento


suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

Seção VI
Da Fraude Contra Credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de


dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvên-
cia, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografá-
rios, como lesivos dos seus direitos.
§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear
a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser co-
nhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver
pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depo-
sitando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação
considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de
má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o
pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que
recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as
garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.

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Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários


indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou indus-
trial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante re-
verterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

CAPÍTULO V
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a
sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dis-
simulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daque-
las às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2 o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contra-
entes do negócio jurídico simulado.

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Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por
qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando
conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não
lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem
convalesce pelo decurso do tempo.
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de ou-
tro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que
o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o
negócio jurídico:
I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores.
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo di-
reito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio ce-
lebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi
cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio
anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as
ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização
de terceiro, será validado se este a der posteriormente.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença,
nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita
exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivi-
sibilidade.

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Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anu-


lação do negócio jurídico, contado:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,
do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem es-
tabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar
da data da conclusão do ato.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-
-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando
inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pa-
gou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância
paga.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado
em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão inde-
nizadas com o equivalente.
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico
sempre que este puder provar-se por outro meio.
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um
negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a
invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.

TÍTULO II
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, apli-
cam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.

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TÍTULO III
DOS ATOS ILÍCITOS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exer-
cê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a
fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.

TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA

CAPÍTULO I
DA PRESCRIÇÃO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se ex-
tingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.

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Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só va-


lerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consu-
mar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incom-
patíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo
das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,
pela parte a quem aproveita.
Art. 194. (Revogado pela Lei n. 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à pres-
crição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr con-
tra o seu sucessor.

Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:


I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante
a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3 o ;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados
ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;

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II – não estando vencido o prazo;


III – pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo
criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários,
só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma


vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se
o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em
concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe re-
conhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1 o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os de-
mais e seus herdeiros.

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§ 2 o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário


não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de
obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3 o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Seção IV
Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fi-
xado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1 o Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos;
II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,
contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data
em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro
prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judi-
ciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da
ata da assembleia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas
e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da sociedade.
§ 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a
partir da data em que se vencerem.

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§ 3 o Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias
ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização
ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-
-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da
lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade
anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da
reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à vio-
lação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro preju-
dicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.
§ 5 o Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular;

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II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,


curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em
juízo.
Art. 206-A. A prescrição intercorrente observará o mesmo prazo de pres-
crição da pretensão. (Redação dada pela Medida Provisória n. 1.040, de 2021)
(Vide Lei n. 14.195, de 2021)

CAPÍTULO II
DA DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadên-


cia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabe-
lecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita
pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.
TÍTULO V
DOS CONTRATOS EM GERAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Preliminares

Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social
do contrato. (Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)

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Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princí-


pio da intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e
simétricos até a presença de elementos concretos que justifiquem o afasta-
mento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos previstos em leis
especiais, garantido também que: (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
I – as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para
a interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou
de resolução; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e obser-
vada; e (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limi-
tada. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as
normas gerais fixadas neste Código.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Seção II
Da Formação dos Contratos

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não


resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do
caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

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I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por
meio de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente
para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro
do prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da ou-
tra parte a retratação do proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os re-
quisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstân-
cias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulga-
ção, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitan-
te, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modifica-
ções, importará nova proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o con-
trato, não chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela
chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

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Seção III
Da Estipulação em Favor de Terceiro

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento


da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação,
também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas
do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar
o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o
devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro
designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro
contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por
disposição de última vontade.

Seção IV
Da Promessa de Fato de Terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por per-
das e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o côn-
juge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e
desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha
a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por ou-
trem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

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Seção V
Dos Vícios Redibitórios

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser


enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que
é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode
o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o
que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão somente restituirá
o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pe-
reça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao
tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimen-
to no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se
da alienação, reduzido à metade.
§ 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde,
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo má-
ximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano,
para os imóveis.
§ 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios
ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos
locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver re-
gras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de
cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

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Seção VI
Da Evicção

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Sub-
siste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou
excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção,
se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa
evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da
restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que di-
retamente resultarem da evicção;
III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor
da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido,
no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alie-
nada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e
não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido
da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que so-
freu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem
sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição
devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto op-
tar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspon-

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dente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito


a indenização.
Art. 456. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a
coisa era alheia ou litigiosa.

Seção VII
Dos Contratos Aleatórios

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos
futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o
outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de
sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha
a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, toman-
do o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá
também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver
concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à
esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá,
e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes,
mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o
alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de
todo, no dia do contrato.
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente po-
derá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contra-
tante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava
exposta a coisa.

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Seção VIII
Do Contrato Preliminar

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos
os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto
no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependi-
mento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo,
assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro com-
petente.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir
a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato
preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, pode-
rá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de
ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou,
inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.

Seção IX
Do Contrato com Pessoa a Declarar

Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes


reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e
assumir as obrigações dele decorrentes.
Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de
cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se
revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.

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Delegado de Polícia Civil

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos anteceden-


tes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a
partir do momento em que este foi celebrado.
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originá-
rios:
I – se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a
aceitá-la;
II – se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia
no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da
nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

CAPÍTULO II
DA EXTINÇÃO DO CONTRATO

Seção I
Do Distrato

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou impli-
citamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes
houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia
unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a
natureza e o vulto dos investimentos.

Seção II
Da Cláusula Resolutiva

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita


depende de interpelação judicial.

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Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do


contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos
casos, indenização por perdas e danos.

Seção III
Da Exceção de Contrato não Cumprido

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de


cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes
contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar
duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à pres-
tação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.

Seção IV
Da Resolução por Onerosidade Excessiva

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a pres-


tação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e im-
previsíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar
equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das par-
tes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o
modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

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TÍTULO IX
DA RESPONSABILIDADE CIVIL

CAPÍTULO I
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a ou-
trem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmen-
te desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equi-
tativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que
dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa
de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresá-
rios individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:

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I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em


sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e pre-
postos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se po-
dendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este cau-
sado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que re-
sultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida,
fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro.

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Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobra-
do e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando
o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la trans-
mitem-se com a herança.

CAPÍTULO II
DA INDENIZAÇÃO

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento dano-
so, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no
contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-
-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajusta-
da, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir ou-
tras reparações:

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I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral


e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, le-
vando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indeniza-
rá o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho,
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indeniza-
ção seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por
negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-
-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição
da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e
o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar
o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a pró-
pria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, con-
tanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.

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Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá


ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pa-
gamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não
puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.

LIVRO III
DO DIREITO DAS COISAS

TÍTULO I
DA POSSE

CAPÍTULO I
DA POSSE E SUA CLASSIFICAÇÃO

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercí-
cio, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder,
temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta,
de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse
contra o indireto.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de
dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumpri-
mento de ordens ou instruções suas.

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Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como pres-


creve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor,
até que prove o contrário.
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá
cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os
dos outros compossuidores.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obs-
táculo que impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de
boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite
esta presunção.
Art. 1.202. A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o
momento em que as circunstâncias façam presumir que o possuidor não ig-
nora que possui indevidamente.
Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mes-
mo caráter com que foi adquirida.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA POSSE

Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna pos-


sível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à pro-
priedade.
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I – pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante;
II – por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor
com os mesmos caracteres.

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Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu an-


tecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor,
para os efeitos legais.
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância
assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos,
senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até prova contrária, a das
coisas móveis que nele estiverem.

CAPÍTULO III
Dos Efeitos da Posse

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de


turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver
justo receio de ser molestado.
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-
-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição
da posse.
§ 2 o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.211. Quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-
-se-á provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a
obteve de alguma das outras por modo vicioso.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indeni-
zação, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servi-
dões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possui-
dor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos
frutos percebidos.

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Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé


devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e cus-
teio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e perce-
bidos, logo que são separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos
e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde
o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da pro-
dução e custeio.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deteriora-
ção da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração
da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam
dado, estando ela na posse do reivindicante.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfei-
torias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe fo-
rem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá
exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as ben-
feitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância
destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam
ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao pos-
suidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo;
ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

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CAPÍTULO IV
DA PERDA DA POSSE

Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do


possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, ten-
tando recuperá-la, é violentamente repelido.

TÍTULO II
DOS DIREITOS REAIS

CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.225. São direitos reais:


I – a propriedade;
II – a superfície;
III – as servidões;
IV – o usufruto;
V – o uso;
VI – a habitação;
VII – o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII – o penhor;
IX – a hipoteca;
X – a anticrese.
XI – a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei
n. 11.481, de 2007)
XII – a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Lei n.
13.465, de 2017)
XIII – a laje. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

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Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou


transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos
por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de
Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos
neste Código.

TÍTULO III
Da Propriedade

CAPÍTULO I
DA PROPRIEDADE EM GERAL

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coi-


sa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua
ou detenha.
§ 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de
conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2 o São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer como-
didade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropria-
ção, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de
requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4 o O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivin-
dicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais

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de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem re-


alizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo
juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5 o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização
devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o
registro do imóvel em nome dos possuidores.
Art. 1.229. A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo
correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não po-
dendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros,
a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em
impedi-las.
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas, minas e de-
mais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os monumentos
arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
Parágrafo único. O proprietário do solo tem o direito de explorar os recur-
sos minerais de emprego imediato na construção civil, desde que não subme-
tidos a transformação industrial, obedecido o disposto em lei especial.
Art. 1.231. A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em
contrário.
Art. 1.232. Os frutos e mais produtos da coisa pertencem, ainda quando
separados, ao seu proprietário, salvo se, por preceito jurídico especial, cou-
berem a outrem.

Seção II
Da Descoberta

Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e,
se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 1.234. Aquele que restituir a coisa achada, nos termos do artigo an-
tecedente, terá direito a uma recompensa não inferior a cinco por cento do
seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a conservação
e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná-la.
Parágrafo único. Na determinação do montante da recompensa, conside-
rar-se-á o esforço desenvolvido pelo descobridor para encontrar o dono, ou
o legítimo possuidor, as possibilidades que teria este de encontrar a coisa e a
situação econômica de ambos.
Art. 1.235. O descobridor responde pelos prejuízos causados ao proprie-
tário ou possuidor legítimo, quando tiver procedido com dolo.
Art. 1.236. A autoridade competente dará conhecimento da descoberta
através da imprensa e outros meios de informação, somente expedindo edi-
tais se o seu valor os comportar.
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela im-
prensa, ou do edital, não se apresentando quem comprove a propriedade
sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, deduzidas do preço as
despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Parágrafo único. Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a
coisa em favor de quem a achou.

CAPÍTULO II
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente
de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por senten-
ça, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

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Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos


se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele
realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urba-
no, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de
terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e
cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposi-
ção, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domí-
nio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1 o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem
ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2 o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao
mesmo possuidor mais de uma vez.
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente
e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de
até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para
sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei n.
12.424, de 2011)
§ 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possui-
dor mais de uma vez.
§ 2 o (VETADO) . (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 1.241. Poderá o possuidor requerer ao juiz seja declarada adquirida,
mediante usucapião, a propriedade imóvel.
Parágrafo único. A declaração obtida na forma deste artigo constituirá tí-
tulo hábil para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

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Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contí-


nua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imó-
vel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse
social e econômico.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos
artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art.
1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art.
1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca
das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais
também se aplicam à usucapião.

Seção II
Da Aquisição pelo Registro do Título

Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do


título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1 o Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a
ser havido como dono do imóvel.
§ 2 o Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação
de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua
a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o
título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o inte-
ressado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o
imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.

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Seção III
Da Aquisição por Acessão

Art. 1.248. A acessão pode dar-se:


I – por formação de ilhas;
II – por aluvião;
III – por avulsão;
IV – por abandono de álveo;
V – por plantações ou construções.

Subseção I
Das Ilhas

Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particula-


res pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras
seguintes:
I – as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobre-
vindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na propor-
ção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II – as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consi-
deram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III – as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio
continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se
constituíram.

Subseção II
Da Aluvião

Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente,


por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo
desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem
indenização.

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Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de


proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de
cada um sobre a antiga margem.

Subseção III
Da Avulsão

Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se
destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a proprie-
dade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se,
em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do
prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a
parte acrescida.

Subseção IV
Do Álveo Abandonado

Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários


ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos ter-
renos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios
marginais se estendem até o meio do álveo.

Subseção V
Das Construções e Plantações

Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno pre-


sume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas
fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se
agiu de má-fé.

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Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde,
em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu
de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravel-
mente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adqui-
rirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judi-
cialmente, se não houver acordo.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário
as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de
construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não
pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empre-
gou em solo alheio.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá
cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-
-la do plantador ou construtor.
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade
solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o cons-
trutor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da cons-
trução exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente,
também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste
artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que
invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção
exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção
invasora sem grave prejuízo para a construção.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio
exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo in-
vadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão

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acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área


remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pa-
gando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.

CAPÍTULO III
DA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL

Seção I
Da Usucapião

Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incon-
testadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a
propriedade.
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, pro-
duzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts.
1.243 e 1.244.

Seção II
Da Ocupação

Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adqui-
re a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.

Seção III
Do Achado do Tesouro

Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono


não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o
que achar o tesouro casualmente.

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Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for


achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por
igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele
mesmo seja o descobridor.
Seção IV
Da Tradição

Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios ju-
rídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente conti-
nua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direi-
to à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o
adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a
propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabeleci-
mento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de
boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1 o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a
propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que
ocorreu a tradição.
§ 2 o Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um
negócio jurídico nulo.

Seção V
Da Especificação

Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia,


obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à for-
ma anterior.

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Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma
precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.
§ 1 o Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie
nova se obteve de má-fé, pertencerá ao dono da matéria-prima.
§ 2 o Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escul-
tura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima,
a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmen-
te o da matéria-prima.
Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se
ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do
§ 1 o do artigo antecedente, quando irredutível a especificação.

Seção VI
Da Confusão, da Comissão e da Adjunção

Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, mistu-


radas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes,
sendo possível separá-las sem deterioração.
§ 1 o Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio
excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão
proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.
§ 2 o Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do
todo, indenizando os outros.
Art. 1.273. Se a confusão, comissão ou adjunção se operou de má-fé, à
outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando
o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao
que lhe pertencer, caso em que será indenizado.
Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espé-
cie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts.
1.272 e 1.273.

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CAPÍTULO IV
DA PERDA DA PROPRIEDADE

Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde-se a pro-
priedade:
I – por alienação;
II – pela renúncia;
III – por abandono;
IV – por perecimento da coisa;
V – por desapropriação.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, os efeitos da perda da pro-
priedade imóvel serão subordinados ao registro do título transmissivo ou do
ato renunciativo no Registro de Imóveis.
Art. 1.276. O imóvel urbano que o proprietário abandonar, com a inten-
ção de não mais o conservar em seu patrimônio, e que se não encontrar na
posse de outrem, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos
depois, à propriedade do Município ou à do Distrito Federal, se se achar nas
respectivas circunscrições.
§ 1 o O imóvel situado na zona rural, abandonado nas mesmas circuns-
tâncias, poderá ser arrecadado, como bem vago, e passar, três anos depois,
à propriedade da União, onde quer que ele se localize.
§ 2 o Presumir-se-á de modo absoluto a intenção a que se refere este ar-
tigo, quando, cessados os atos de posse, deixar o proprietário de satisfazer
os ônus fiscais.

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CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DE VIZINHANÇA

Seção I
Do Uso Anormal da Propriedade

Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de


fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde
dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza
da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as
edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da
vizinhança.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece
quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em
que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indeni-
zação cabal.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interfe-
rências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas
se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do
prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem
como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém
tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor
delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.

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Seção II
Das Árvores Limítrofes

Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se


pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema
do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprie-
tário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao
dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular.

Seção III
Da Passagem Forçada

Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente
ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vi-
zinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e fa-
cilmente se prestar à passagem.
§ 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes
perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve
tolerar a passagem.
§ 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes
da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o pro-
prietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.

Seção IV
Da Passagem de Cabos e Tubulações

Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também,


à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar

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a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos


subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários
vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação
seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja
removida, à sua custa, para outro local do imóvel.
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao
proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.

Seção V
Das Águas

Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber


as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras
que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio
inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do
prédio superior.
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior,
ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar
que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas plu-
viais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou des-
viar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas
indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imó-
veis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos
que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso
artificial das águas.

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Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou


outras obras para represamento de água em seu prédio; se as águas repre-
sadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano
sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indeni-
zação aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios
alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primei-
ras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à
agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas
ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.
§ 1 o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a res-
sarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção
das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las.
§ 2 o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a cana-
lização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.
§ 3 o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo
aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem in-
cumbem também as despesas de conservação.
Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e
1.287.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os
imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conser-
vação; os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para
as primeiras necessidades da vida.
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão ca-
nalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de inde-
nização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importân-
cia equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução
das águas até o ponto de derivação.

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Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessa-


dos pelo aqueduto.

Seção VI
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem

Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de


qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu con-
finante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar
rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se
proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes
vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até
prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo
estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer,
em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2 o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de
marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo
entre proprietários.
§ 3 o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de ani-
mais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provo-
cou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer
para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se deter-
minarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada,
o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não
sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indeni-
zação ao outro.

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Seção VII
Do Direito de Construir

Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções


que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administra-
tivos.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não
despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a
menos de metro e meio do terreno vizinho.
§ 1 o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como
as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco cen-
tímetros.
§ 2 o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou
ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de compri-
mento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão
da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu
prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao
disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das
águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual
for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levan-
tar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a me-
nos de três metros do terreno vizinho.
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a
alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede
divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de
embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede


divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o di-
reito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro
fixará a largura e a profundidade do alicerce.
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não
tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe ali-
cerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção
anterior.
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da
espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios,
e avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer;
não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou
obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas
do lado oposto.
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se
necessário reconstruindo-a, para suportar o alteamento; arcará com todas
as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir
meação também na parte aumentada.
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, for-
nos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações
ou interferências prejudiciais ao vizinho.
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias
e os fogões de cozinha.
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar,
para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que
tirem ao poço ou à nascente de outrem a água indispensável às suas neces-
sidades normais.
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço sus-
cetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que compro-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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meta a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras
acautelatórias.
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarci-
mento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as
obras acautelatórias.
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Se-
ção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e
danos.
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que
o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:
I – dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, cons-
trução, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;
II – apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem
casualmente.
§ 1 o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação
de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de
cerca viva.
§ 2 o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo
vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel.
§ 3 o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá
o prejudicado direito a ressarcimento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO VI
DO CONDOMÍNIO GERAL

Seção I
Do Condomínio Voluntário

Subseção I
Dos Direitos e Deveres dos Condôminos

Art. 1.314. Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação,
sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la
de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la.
Parágrafo único. Nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da
coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso
dos outros.
Art. 1.315. O condômino é obrigado, na proporção de sua parte, a con-
correr para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os
ônus a que estiver sujeita.
Parágrafo único. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.
Art. 1.316. Pode o condômino eximir-se do pagamento das despesas e
dívidas, renunciando à parte ideal.
§ 1 o Se os demais condôminos assumem as despesas e as dívidas, a
renúncia lhes aproveita, adquirindo a parte ideal de quem renunciou, na pro-
porção dos pagamentos que fizerem.
§ 2 o Se não há condômino que faça os pagamentos, a coisa comum será
dividida.
Art. 1.317. Quando a dívida houver sido contraída por todos os condômi-
nos, sem se discriminar a parte de cada um na obrigação, nem se estipular
solidariedade, entende-se que cada qual se obrigou proporcionalmente ao
seu quinhão na coisa comum.

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Art. 1.318. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da


comunhão, e durante ela, obrigam o contratante; mas terá este ação regres-
siva contra os demais.
Art. 1.319. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que perce-
beu da coisa e pelo dano que lhe causou.
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coi-
sa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas
da divisão.
§ 1 o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por
prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior.
§ 2 o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo do-
ador ou pelo testador.
§ 3 o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o acon-
selharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo.
Art. 1.321. Aplicam-se à divisão do condomínio, no que couber, as regras
de partilha de herança (arts. 2.013 a 2.022).
Art. 1.322. Quando a coisa for indivisível, e os consortes não quiserem
adjudicá-la a um só, indenizando os outros, será vendida e repartido o apura-
do, preferindo-se, na venda, em condições iguais de oferta, o condômino ao
estranho, e entre os condôminos aquele que tiver na coisa benfeitorias mais
valiosas, e, não as havendo, o de quinhão maior.
Parágrafo único. Se nenhum dos condôminos tem benfeitorias na coisa
comum e participam todos do condomínio em partes iguais, realizar-se-á li-
citação entre estranhos e, antes de adjudicada a coisa àquele que ofereceu
maior lanço, proceder-se-á à licitação entre os condôminos, a fim de que a
coisa seja adjudicada a quem afinal oferecer melhor lanço, preferindo, em
condições iguais, o condômino ao estranho.

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Subseção II
Da Administração do Condomínio

Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum,


escolherá o administrador, que poderá ser estranho ao condomínio; resolven-
do alugá-la, preferir-se-á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.
Art. 1.324. O condômino que administrar sem oposição dos outros presu-
me-se representante comum.
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
§ 1 o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta.
§ 2 o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a re-
querimento de qualquer condômino, ouvidos os outros.
§ 3 o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado ju-
dicialmente.
Art. 1.326. Os frutos da coisa comum, não havendo em contrário estipu-
lação ou disposição de última vontade, serão partilhados na proporção dos
quinhões.

Seção II
Do Condomínio Necessário

Art. 1.327. O condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas


regula-se pelo disposto neste Código (arts. 1.297 e 1.298; 1.304 a 1.307).
Art. 1.328. O proprietário que tiver direito a estremar um imóvel com pa-
redes, cercas, muros, valas ou valados, tê-lo-á igualmente a adquirir meação
na parede, muro, valado ou cerca do vizinho, embolsando-lhe metade do que
atualmente valer a obra e o terreno por ela ocupado (art. 1.297).
Art. 1.329. Não convindo os dois no preço da obra, será este arbitrado
por peritos, a expensas de ambos os confinantes.

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Art. 1.330. Qualquer que seja o valor da meação, enquanto aquele que
pretender a divisão não o pagar ou depositar, nenhum uso poderá fazer na
parede, muro, vala, cerca ou qualquer outra obra divisória.

CAPÍTULO VII
DO CONDOMÍNIO EDILÍCIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 1.331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade ex-
clusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.
§ 1 o As partes suscetíveis de utilização independente, tais como aparta-
mentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ide-
ais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva,
podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto
os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pes-
soas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de
condomínio. (Redação dada pela Lei n. 12.607, de 2012)
§ 2 o O solo, a estrutura do prédio, o telhado, a rede geral de distribuição
de água, esgoto, gás e eletricidade, a calefação e refrigeração centrais, e as
demais partes comuns, inclusive o acesso ao logradouro público, são utiliza-
dos em comum pelos condôminos, não podendo ser alienados separadamen-
te, ou divididos.
§ 3 o A cada unidade imobiliária caberá, como parte inseparável, uma fra-
ção ideal no solo e nas outras partes comuns, que será identificada em forma
decimal ou ordinária no instrumento de instituição do condomínio. (Redação
dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 4 o Nenhuma unidade imobiliária pode ser privada do acesso ao logra-
douro público.

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§ 5 o O terraço de cobertura é parte comum, salvo disposição contrária da


escritura de constituição do condomínio.
Art. 1.332. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testa-
mento, registrado no Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar da-
quele ato, além do disposto em lei especial:
I – a discriminação e individualização das unidades de propriedade exclu-
siva, estremadas uma das outras e das partes comuns;
II – a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamen-
te ao terreno e partes comuns;
III – o fim a que as unidades se destinam.
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser
subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e tor-
na-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades,
ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condo-
mínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.334. Além das cláusulas referidas no art. 1.332 e das que os inte-
ressados houverem por bem estipular, a convenção determinará:
I – a quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos
condôminos para atender às despesas ordinárias e extraordinárias do condo-
mínio;
II – sua forma de administração;
III – a competência das assembleias, forma de sua convocação e quorum
exigido para as deliberações;
IV – as sanções a que estão sujeitos os condôminos, ou possuidores;
V – o regimento interno.
§ 1 o A convenção poderá ser feita por escritura pública ou por instrumen-
to particular.

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§ 2 o São equiparados aos proprietários, para os fins deste artigo, salvo


disposição em contrário, os promitentes compradores e os cessionários de
direitos relativos às unidades autônomas.
Art. 1.335. São direitos do condômino:
I – usar, fruir e livremente dispor das suas unidades;
II – usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que
não exclua a utilização dos demais compossuidores;
III – votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite.
Art. 1.336. São deveres do condômino:
I – contribuir para as despesas do condomínio na proporção das suas fra-
ções ideais, salvo disposição em contrário na convenção; (Redação dada pela
Lei n. 10.931, de 2004)
II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias ex-
ternas;
IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não
as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos
possuidores, ou aos bons costumes.
§ 1 o O condômino que não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos ju-
ros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de um por cento
ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito.
§ 2 o O condômino, que não cumprir qualquer dos deveres estabelecidos
nos incisos II a IV, pagará a multa prevista no ato constitutivo ou na conven-
ção, não podendo ela ser superior a cinco vezes o valor de suas contribui-
ções mensais, independentemente das perdas e danos que se apurarem; não
havendo disposição expressa, caberá à assembleia geral, por dois terços no
mínimo dos condôminos restantes, deliberar sobre a cobrança da multa.
Art. 1337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente
com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três
quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa corres-

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pondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas


condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independente-
mente das perdas e danos que se apurem.
Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado com-
portamento anti-social, gerar incompatibilidade de convivência com os de-
mais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa
correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas
condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.
Art. 1.338. Resolvendo o condômino alugar área no abrigo para veículos,
preferir-se-á, em condições iguais, qualquer dos condôminos a estranhos, e,
entre todos, os possuidores.
Art. 1.339. Os direitos de cada condômino às partes comuns são insepará-
veis de sua propriedade exclusiva; são também inseparáveis das frações ideais
correspondentes as unidades imobiliárias, com as suas partes acessórias.
§ 1 o Nos casos deste artigo é proibido alienar ou gravar os bens em separado.
§ 2 o É permitido ao condômino alienar parte acessória de sua unidade
imobiliária a outro condômino, só podendo fazê-lo a terceiro se essa facul-
dade constar do ato constitutivo do condomínio, e se a ela não se opuser a
respectiva assembleia geral.
Art. 1.340. As despesas relativas a partes comuns de uso exclusivo de
um condômino, ou de alguns deles, incumbem a quem delas se serve.
Art. 1.341. A realização de obras no condomínio depende:
I – se voluptuárias, de voto de dois terços dos condôminos;
II – se úteis, de voto da maioria dos condôminos.
§ 1 o As obras ou reparações necessárias podem ser realizadas, indepen-
dentemente de autorização, pelo síndico, ou, em caso de omissão ou impedi-
mento deste, por qualquer condômino.
§ 2 o Se as obras ou reparos necessários forem urgentes e importarem
em despesas excessivas, determinada sua realização, o síndico ou o condô-
mino que tomou a iniciativa delas dará ciência à assembleia, que deverá ser
convocada imediatamente.

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§ 3 o Não sendo urgentes, as obras ou reparos necessários, que impor-


tarem em despesas excessivas, somente poderão ser efetuadas após autori-
zação da assembleia, especialmente convocada pelo síndico, ou, em caso de
omissão ou impedimento deste, por qualquer dos condôminos.
§ 4 o O condômino que realizar obras ou reparos necessários será reem-
bolsado das despesas que efetuar, não tendo direito à restituição das que
fizer com obras ou reparos de outra natureza, embora de interesse comum.
Art. 1.342. A realização de obras, em partes comuns, em acréscimo às
já existentes, a fim de lhes facilitar ou aumentar a utilização, depende da
aprovação de dois terços dos votos dos condôminos, não sendo permitidas
construções, nas partes comuns, suscetíveis de prejudicar a utilização, por
qualquer dos condôminos, das partes próprias, ou comuns.
Art. 1.343. A construção de outro pavimento, ou, no solo comum, de
outro edifício, destinado a conter novas unidades imobiliárias, depende da
aprovação da unanimidade dos condôminos.
Art. 1.344. Ao proprietário do terraço de cobertura incumbem as despe-
sas da sua conservação, de modo que não haja danos às unidades imobiliá-
rias inferiores.
Art. 1.345. O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante,
em relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Art. 1.346. É obrigatório o seguro de toda a edificação contra o risco de
incêndio ou destruição, total ou parcial.

Seção II
Da Administração do Condomínio

Art. 1.347. A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser con-
dômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos,
o qual poderá renovar-se.
Art. 1.348. Compete ao síndico:
I – convocar a assembleia dos condôminos;

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II – representar, ativa e passivamente, o condomínio, praticando, em juízo


ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns;
III – dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedi-
mento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio;
IV – cumprir e fazer cumprir a convenção, o regimento interno e as deter-
minações da assembleia;
V – diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela
prestação dos serviços que interessem aos possuidores;
VI – elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano;
VII – cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e
cobrar as multas devidas;
VIII – prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas;
IX – realizar o seguro da edificação.
§ 1 o Poderá a assembleia investir outra pessoa, em lugar do síndico, em
poderes de representação.
§ 2 o O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os pode-
res de representação ou as funções administrativas, mediante aprovação da
assembleia, salvo disposição em contrário da convenção.
Art. 1.349. A assembleia, especialmente convocada para o fim estabe-
lecido no § 2 o do artigo antecedente, poderá, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar
contas, ou não administrar convenientemente o condomínio.
Art. 1.350. Convocará o síndico, anualmente, reunião da assembleia dos
condôminos, na forma prevista na convenção, a fim de aprovar o orçamento
das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas, e
eventualmente eleger-lhe o substituto e alterar o regimento interno.
§ 1 o Se o síndico não convocar a assembleia, um quarto dos condôminos
poderá fazê-lo.
§ 2 o Se a assembleia não se reunir, o juiz decidirá, a requerimento de
qualquer condômino.

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Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos
condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício,
ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos con-
dôminos. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 1.352. Salvo quando exigido quorum especial, as deliberações da as-
sembleia serão tomadas, em primeira convocação, por maioria de votos dos
condôminos presentes que representem pelo menos metade das frações ideais.
Parágrafo único. Os votos serão proporcionais às frações ideais no solo e
nas outras partes comuns pertencentes a cada condômino, salvo disposição
diversa da convenção de constituição do condomínio.
Art. 1.353. Em segunda convocação, a assembleia poderá deliberar por
maioria dos votos dos presentes, salvo quando exigido quorum especial.
Art. 1.354. A assembleia não poderá deliberar se todos os condôminos
não forem convocados para a reunião.
Art. 1.355. Assembleias extraordinárias poderão ser convocadas pelo sín-
dico ou por um quarto dos condôminos.
Art. 1.356. Poderá haver no condomínio um conselho fiscal, composto de
três membros, eleitos pela assembleia, por prazo não superior a dois anos, ao
qual compete dar parecer sobre as contas do síndico.

Seção III
Da Extinção do Condomínio

Art. 1.357. Se a edificação for total ou consideravelmente destruída, ou


ameace ruína, os condôminos deliberarão em assembleia sobre a reconstrução,
ou venda, por votos que representem metade mais uma das frações ideais.
§ 1 o Deliberada a reconstrução, poderá o condômino eximir-se do paga-
mento das despesas respectivas, alienando os seus direitos a outros condô-
minos, mediante avaliação judicial.

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Delegado de Polícia Civil

§ 2 o Realizada a venda, em que se preferirá, em condições iguais de ofer-


ta, o condômino ao estranho, será repartido o apurado entre os condôminos,
proporcionalmente ao valor das suas unidades imobiliárias.
Art. 1.358. Se ocorrer desapropriação, a indenização será repartida na
proporção a que se refere o § 2 o do artigo antecedente.

Seção IV
Do Condomínio de Lotes
(Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

Art. 1.358-A. Pode haver, em terrenos, partes designadas de lotes que


são propriedade exclusiva e partes que são propriedade comum dos condô-
minos. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 1º A fração ideal de cada condômino poderá ser proporcional à área do
solo de cada unidade autônoma, ao respectivo potencial construtivo ou a outros
critérios indicados no ato de instituição. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 2º Aplica-se, no que couber, ao condomínio de lotes o disposto sobre con-
domínio edilício neste Capítulo, respeitada a legislação urbanística. (Incluído
pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 3º Para fins de incorporação imobiliária, a implantação de toda a infraes-
trutura ficará a cargo do empreendedor. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

CAPÍTULO VII-A
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
DO CONDOMÍNIO EM MULTIPROPRIEDADE

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Disposições Gerais

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Art. 1.358-B. A multipropriedade reger-se-á pelo disposto neste Capítulo


e, de forma supletiva e subsidiária, pelas demais disposições deste Código e
pelas disposições das Leis n.s 4.591, de 16 de dezembro de 1964 , e 8.078,
de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor) . (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-C. Multipropriedade é o regime de condomínio em que cada
um dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo,
à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalida-
de do imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A multipropriedade não se extinguirá automaticamente
se todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-D. O imóvel objeto da multipropriedade: (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
I – é indivisível, não se sujeitando a ação de divisão ou de extinção de
condomínio; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – inclui as instalações, os equipamentos e o mobiliário destinados a seu
uso e gozo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-E. Cada fração de tempo é indivisível. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O período correspondente a cada fração de tempo será de, no míni-
mo, 7 (sete) dias, seguidos ou intercalados, e poderá ser: (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – fixo e determinado, no mesmo período de cada ano; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de
forma periódica, mediante procedimento objetivo que respeite, em relação a

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todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamen-


te divulgado; ou (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – misto, combinando os sistemas fixo e flutuante. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º Todos os multiproprietários terão direito a uma mesma quantidade
mínima de dias seguidos durante o ano, podendo haver a aquisição de frações
maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos
também maiores. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Instituição da Multipropriedade

Art. 1.358-F. Institui-se a multipropriedade por ato entre vivos ou tes-


tamento, registrado no competente cartório de registro de imóveis, devendo
constar daquele ato a duração dos períodos correspondentes a cada fração de
tempo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-G. Além das cláusulas que os multiproprietários decidirem
estipular, a convenção de condomínio em multipropriedade determinará: (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – os poderes e deveres dos multiproprietários, especialmente em ma-
téria de instalações, equipamentos e mobiliário do imóvel, de manutenção
ordinária e extraordinária, de conservação e limpeza e de pagamento da con-
tribuição condominial; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o
imóvel no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – as regras de acesso do administrador condominial ao imóvel para
cumprimento do dever de manutenção, conservação e limpeza; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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IV – a criação de fundo de reserva para reposição e manutenção dos equi-


pamentos, instalações e mobiliário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
V – o regime aplicável em caso de perda ou destruição parcial ou total do
imóvel, inclusive para efeitos de participação no risco ou no valor do seguro,
da indenização ou da parte restante; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VI – as multas aplicáveis ao multiproprietário nas hipóteses de descumpri-
mento de deveres. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-H. O instrumento de instituição da multipropriedade ou a con-
venção de condomínio em multipropriedade poderá estabelecer o limite má-
ximo de frações de tempo no mesmo imóvel que poderão ser detidas pela
mesma pessoa natural ou jurídica. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
Parágrafo único. Em caso de instituição da multipropriedade para posterior
venda das frações de tempo a terceiros, o atendimento a eventual limite de
frações de tempo por titular estabelecido no instrumento de instituição será
obrigatório somente após a venda das frações. (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)

Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Dos Direitos e das Obrigações do Multiproprietário

Art. 1.358-I. São direitos do multiproprietário, além daqueles previstos


no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multiproprie-
dade: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – usar e gozar, durante o período correspondente à sua fração de tempo,
do imóvel e de suas instalações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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II – ceder a fração de tempo em locação ou comodato; (Incluído pela Lei


n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – alienar a fração de tempo, por ato entre vivos ou por causa de morte,
a título oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo a alienação e a qualificação
do sucessor, ou a oneração, ser informadas ao administrador; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – participar e votar, pessoalmente ou por intermédio de representante
ou procurador, desde que esteja quite com as obrigações condominiais, em:
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
a) assembleia geral do condomínio em multipropriedade, e o voto do mul-
tiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo no imóvel; (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
b) assembleia geral do condomínio edilício, quando for o caso, e o voto do
multiproprietário corresponderá à quota de sua fração de tempo em relação à
quota de poder político atribuído à unidade autônoma na respectiva conven-
ção de condomínio edilício. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-J. São obrigações do multiproprietário, além daquelas previs-
tas no instrumento de instituição e na convenção de condomínio em multipro-
priedade: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – pagar a contribuição condominial do condomínio em multipropriedade
e, quando for o caso, do condomínio edilício, ainda que renuncie ao uso e
gozo, total ou parcial, do imóvel, das áreas comuns ou das respectivas ins-
talações, equipamentos e mobiliário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
II – responder por danos causados ao imóvel, às instalações, aos equipa-
mentos e ao mobiliário por si, por qualquer de seus acompanhantes, convi-
dados ou prepostos ou por pessoas por ele autorizadas; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – comunicar imediatamente ao administrador os defeitos, avarias e ví-


cios no imóvel dos quais tiver ciência durante a utilização; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – não modificar, alterar ou substituir o mobiliário, os equipamentos e as
instalações do imóvel; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – manter o imóvel em estado de conservação e limpeza condizente com
os fins a que se destina e com a natureza da respectiva construção; (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VI – usar o imóvel, bem como suas instalações, equipamentos e mobiliá-
rio, conforme seu destino e natureza; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VII – usar o imóvel exclusivamente durante o período correspondente à
sua fração de tempo; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII – desocupar o imóvel, impreterivelmente, até o dia e hora fixados
no instrumento de instituição ou na convenção de condomínio em multipro-
priedade, sob pena de multa diária, conforme convencionado no instrumento
pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – permitir a realização de obras ou reparos urgentes. (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º Conforme previsão que deverá constar da respectiva convenção de
condomínio em multipropriedade, o multiproprietário estará sujeito a: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – multa, no caso de descumprimento de qualquer de seus deveres; (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – multa progressiva e perda temporária do direito de utilização do imó-
vel no período correspondente à sua fração de tempo, no caso de descumpri-
mento reiterado de deveres. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º A responsabilidade pelas despesas referentes a reparos no imóvel,
bem como suas instalações, equipamentos e mobiliário, será: (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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I – de todos os multiproprietários, quando decorrentes do uso normal e do


desgaste natural do imóvel; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – exclusivamente do multiproprietário responsável pelo uso anormal,
sem prejuízo de multa, quando decorrentes de uso anormal do imóvel. (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-K. Para os efeitos do disposto nesta Seção, são equiparados
aos multiproprietários os promitentes compradores e os cessionários de direi-
tos relativos a cada fração de tempo. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Da Transferência da Multipropriedade

Art. 1.358-L. A transferência do direito de multipropriedade e a sua pro-


dução de efeitos perante terceiros dar-se-ão na forma da lei civil e não de-
penderão da anuência ou cientificação dos demais multiproprietários. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º Não haverá direito de preferência na alienação de fração de tempo,
salvo se estabelecido no instrumento de instituição ou na convenção do con-
domínio em multipropriedade em favor dos demais multiproprietários ou do
instituidor do condomínio em multipropriedade. (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)
§ 2º O adquirente será solidariamente responsável com o alienante pelas
obrigações de que trata o § 5º do art. 1.358-J deste Código caso não obte-
nha a declaração de inexistência de débitos referente à fração de tempo no
momento de sua aquisição. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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Seção V
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
Da Administração da Multipropriedade

Art. 1.358-M. A administração do imóvel e de suas instalações, equipa-


mentos e mobiliário será de responsabilidade da pessoa indicada no instru-
mento de instituição ou na convenção de condomínio em multipropriedade,
ou, na falta de indicação, de pessoa escolhida em assembleia geral dos con-
dôminos. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O administrador exercerá, além daquelas previstas no instrumento
de instituição e na convenção de condomínio em multipropriedade, as seguin-
tes atribuições: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – coordenação da utilização do imóvel pelos multiproprietários durante o
período correspondente a suas respectivas frações de tempo; (Incluído pela
Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – determinação, no caso dos sistemas flutuante ou misto, dos períodos
concretos de uso e gozo exclusivos de cada multiproprietário em cada ano;
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – manutenção, conservação e limpeza do imóvel; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
IV – troca ou substituição de instalações, equipamentos ou mobiliário, in-
clusive: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
a) determinar a necessidade da troca ou substituição; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
b) providenciar os orçamentos necessários para a troca ou substituição;
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
c) submeter os orçamentos à aprovação pela maioria simples dos condô-
minos em assembleia; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – elaboração do orçamento anual, com previsão das receitas e despe-
sas; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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VI – cobrança das quotas de custeio de responsabilidade dos multiproprie-


tários; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VII – pagamento, por conta do condomínio edilício ou voluntário, com os
fundos comuns arrecadados, de todas as despesas comuns. (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º A convenção de condomínio em multipropriedade poderá regrar de
forma diversa a atribuição prevista no inciso IV do § 1º deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-N. O instrumento de instituição poderá prever fração de tem-
po destinada à realização, no imóvel e em suas instalações, em seus equipa-
mentos e em seu mobiliário, de reparos indispensáveis ao exercício normal do
direito de multipropriedade. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º A fração de tempo de que trata o caput deste artigo poderá ser atri-
buída: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
I – ao instituidor da multipropriedade; ou (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
II – aos multiproprietários, proporcionalmente às respectivas frações. (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 2º Em caso de emergência, os reparos de que trata o caput deste artigo
poderão ser feitos durante o período correspondente à fração de tempo de
um dos multiproprietários. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

Seção VI
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Disposições Específicas Relativas às
Unidades Autônomas de Condomínios Edilícios

Art. 1.358-O. O condomínio edilício poderá adotar o regime de multipro-


priedade em parte ou na totalidade de suas unidades autônomas, mediante:
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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I – previsão no instrumento de instituição; ou (Incluído pela Lei n. 13.777,


de 2018) (Vigência)
II – deliberação da maioria absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. No caso previsto no inciso I do caput deste artigo, a ini-
ciativa e a responsabilidade para a instituição do regime da multiproprieda-
de serão atribuídas às mesmas pessoas e observarão os mesmos requisitos
indicados nas alíneas a , b e c e no § 1º do art. 31 da Lei n. 4.591, de 16 de
dezembro de 1964 . (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-P. Na hipótese do art. 1.358-O, a convenção de condomínio
edilício deve prever, além dasmatérias elencadas nos arts. 1.332, 1.334 e,
se for o caso, 1.358-G deste Código: (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
I – a identificação das unidades sujeitas ao regime da multipropriedade,
no caso de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
II – a indicação da duração das frações de tempo de cada unidade autô-
noma sujeita ao regime da multipropriedade; (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
III – a forma de rateio, entre os multiproprietários de uma mesma unidade
autônoma, das contribuições condominiais relativas à unidade, que, salvo se
disciplinada de forma diversa no instrumento de instituição ou na convenção
de condomínio em multipropriedade, será proporcional à fração de tempo de
cada multiproprietário; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – a especificação das despesas ordinárias, cujo custeio será obrigatório,
independentemente do uso e gozo do imóvel e das áreas comuns; (Incluído
pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
V – os órgãos de administração da multipropriedade; (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)

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VI – a indicação, se for o caso, de que o empreendimento conta com siste-


ma de administração de intercâmbio, na forma prevista no § 2º do art. 23 da
Lei n. 11.771, de 17 de setembro de 2008 , seja do período de fruição da fra-
ção de tempo, seja do local de fruição, caso em que a responsabilidade e as
obrigações da companhia de intercâmbio limitam-se ao contido na documen-
tação de sua contratação; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VII – a competência para a imposição de sanções e o respectivo procedi-
mento, especialmente nos casos de mora no cumprimento das obrigações de
custeio e nos casos de descumprimento da obrigação de desocupar o imóvel
até o dia e hora previstos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII – o quórum exigido para a deliberação de adjudicação da fração de
tempo na hipótese de inadimplemento do respectivo multiproprietário; (In-
cluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – o quórum exigido para a deliberação de alienação, pelo condomínio
edilício, da fração de tempo adjudicada em virtude do inadimplemento do
respectivo multiproprietário. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-Q. Na hipótese do art. 1.358-O deste Código, o regimento
interno do condomínio edilício deve prever: (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
I – os direitos dos multiproprietários sobre as partes comuns do condomí-
nio edilício; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – os direitos e obrigações do administrador, inclusive quanto ao acesso
ao imóvel para cumprimento do dever de manutenção, conservação e limpe-
za; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – as condições e regras para uso das áreas comuns; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IV – os procedimentos a serem observados para uso e gozo dos imóveis
e das instalações, equipamentos e mobiliário destinados ao regime da multi-
propriedade; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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V – o número máximo de pessoas que podem ocupar simultaneamente o


imóvel no período correspondente a cada fração de tempo; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VI – as regras de convivência entre os multiproprietários e os ocupantes
de unidades autônomas não sujeitas ao regime da multipropriedade, quando
se tratar de empreendimentos mistos; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
VII – a forma de contribuição, destinação e gestão do fundo de reserva
específico para cada imóvel, para reposição e manutenção dos equipamentos,
instalações e mobiliário, sem prejuízo do fundo de reserva do condomínio edi-
lício; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
VIII – a possibilidade de realização de assembleias não presenciais, inclu-
sive por meio eletrônico; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
IX – os mecanismos de participação e representação dos titulares; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
X – o funcionamento do sistema de reserva, os meios de confirmação e
os requisitos a serem cumpridos pelo multiproprietário quando não exercer
diretamente sua faculdade de uso; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
XI – a descrição dos serviços adicionais, se existentes, e as regras para
seu uso e custeio. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. O regimento interno poderá ser instituído por escritura
pública ou por instrumento particular. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
Art. 1.358-R. O condomínio edilício em que tenha sido instituído o regi-
me de multipropriedade em parte ou na totalidade de suas unidades autôno-
mas terá necessariamente um administrador profissional. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
§ 1º O prazo de duração do contrato de administração será livremente
convencionado. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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§ 2º O administrador do condomínio referido no caput deste artigo será


também o administrador de todos os condomínios em multipropriedade de
suas unidades autônomas. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 3º O administrador será mandatário legal de todos os multiproprietá-
rios, exclusivamente para a realização dos atos de gestão ordinária da mul-
tipropriedade, incluindo manutenção, conservação e limpeza do imóvel e de
suas instalações, equipamentos e mobiliário. (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
§ 4º O administrador poderá modificar o regimento interno quanto aos
aspectos estritamente operacionais da gestão da multipropriedade no condo-
mínio edilício. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 5º O administrador pode ser ou não um prestador de serviços de hospe-
dagem. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-S. Na hipótese de inadimplemento, por parte do multiproprie-
tário, da obrigação de custeio das despesas ordinárias ou extraordinárias, é
cabível, na forma da lei processual civil, a adjudicação ao condomínio edilício
da fração de tempo correspondente. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018)
(Vigência)
Parágrafo único. Na hipótese de o imóvel objeto da multipropriedade ser
parte integrante de empreendimento em que haja sistema de locação das
frações de tempo no qual os titulares possam ou sejam obrigados a locar
suas frações de tempo exclusivamente por meio de uma administração única,
repartindo entre si as receitas das locações independentemente da efetiva
ocupação de cada unidade autônoma, poderá a convenção do condomínio
edilício regrar que em caso de inadimplência: (Incluído pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
I – o inadimplente fique proibido de utilizar o imóvel até a integral quita-
ção da dívida; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
II – a fração de tempo do inadimplente passe a integrar o pool da admi-
nistradora; (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

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III – a administradora do sistema de locação fique automaticamente mu-


nida de poderes e obrigada a, por conta e ordem do inadimplente, utilizar
a integralidade dos valores líquidos a que o inadimplente tiver direito para
amortizar suas dívidas condominiais, seja do condomínio edilício, seja do con-
domínio em multipropriedade, até sua integral quitação, devendo eventual
saldo ser imediatamente repassado ao multiproprietário. (Incluído pela Lei n.
13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-T. O multiproprietário somente poderá renunciar de forma
translativa a seu direito de multipropriedade em favor do condomínio edilício.
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Parágrafo único. A renúncia de que trata o caput deste artigo só é admi-
tida se o multiproprietário estiver em dia com as contribuições condominiais,
com os tributos imobiliários e, se houver, com o foro ou a taxa de ocupação.
(Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
Art. 1.358-U. As convenções dos condomínios edilícios, os memoriais de
loteamentos e os instrumentos de venda dos lotes em loteamentos urbanos
poderão limitar ou impedir a instituição da multipropriedade nos respectivos
imóveis, vedação que somente poderá ser alterada no mínimo pela maioria
absoluta dos condôminos. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DA PROPRIEDADE RESOLÚVEL

Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo


advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais conce-
didos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução,
pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha.
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente,
o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será
considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve

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a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a


própria coisa ou o seu valor.

CAPÍTULO IX
DA PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA

Art. 1.361. Considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa mó-


vel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1 o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato,
celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no
Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratan-
do de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a
anotação no certificado de registro.
§ 2 o Com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramen-
to da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa.
§ 3 o A propriedade superveniente, adquirida pelo devedor, torna eficaz,
desde o arquivamento, a transferência da propriedade fiduciária.
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá:
I – o total da dívida, ou sua estimativa;
II – o prazo, ou a época do pagamento;
III – a taxa de juros, se houver;
IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indis-
pensáveis à sua identificação.
Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco,
pode usar a coisa segundo sua destinação, sendo obrigado, como depositário:
I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;
II – a entregá-la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a vender,
judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no paga-
mento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se
houver, ao devedor.

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Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar


com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direi-
to eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto não bastar para o paga-
mento da dívida e das despesas de cobrança, continuará o devedor obrigado
pelo restante.
Art. 1.367. A propriedade fiduciária em garantia de bens móveis ou imó-
veis sujeita-se às disposições do Capítulo I do Título X do Livro III da Parte
Especial deste Código e, no que for específico, à legislação especial pertinen-
te, não se equiparando, para quaisquer efeitos, à propriedade plena de que
trata o art. 1.231. (Redação dada pela Lei n. 13.043, de 2014)
Art. 1.368. O terceiro, interessado ou não, que pagar a dívida, se sub-ro-
gará de pleno direito no crédito e na propriedade fiduciária.
Art. 1.368-A. As demais espécies de propriedade fiduciária ou de titulari-
dade fiduciária submetem-se à disciplina específica das respectivas leis espe-
ciais, somente se aplicando as disposições deste Código naquilo que não for
incompatível com a legislação especial. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel
confere direito real de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor.
(Incluído pela Lei n. 13.043, de 2014)
Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário pleno do
bem, por efeito de realização da garantia, mediante consolidação da proprie-
dade, adjudicação, dação ou outra forma pela qual lhe tenha sido transmitida
a propriedade plena, passa a responder pelo pagamento dos tributos sobre a
propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros en-
cargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da garantia, a partir
da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem. (Incluído pela Lei
n. 13.043, de 2014)

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CAPÍTULO X
DO FUNDO DE INVESTIMENTO
(Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)

Art. 1.368-C. O fundo de investimento é uma comunhão de recursos,


constituído sob a forma de condomínio de natureza especial, destinado à apli-
cação em ativos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 1º Não se aplicam ao fundo de investimento as disposições constantes
dos arts. 1.314 ao 1.358-A deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.874, de
2019)
§ 2º Competirá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinar o disposto no
caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º O registro dos regulamentos dos fundos de investimentos na Comis-
são de Valores Mobiliários é condição suficiente para garantir a sua publici-
dade e a oponibilidade de efeitos em relação a terceiros. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
Art. 1.368-D. O regulamento do fundo de investimento poderá, observa-
do o disposto na regulamentação a que se refere o § 2º do art. 1.368-C desta
Lei, estabelecer: (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
I – a limitação da responsabilidade de cada investidor ao valor de suas
cotas; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – a limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua aferi-
ção, dos prestadores de serviços do fundo de investimento, perante o condo-
mínio e entre si, ao cumprimento dos deveres particulares de cada um, sem
solidariedade; e (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – classes de cotas com direitos e obrigações distintos, com possibilida-
de de constituir patrimônio segregado para cada classe. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
§ 1º A adoção da responsabilidade limitada por fundo de investimento
constituído sem a limitação de responsabilidade somente abrangerá fatos

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ocorridos após a respectiva mudança em seu regulamento. (Incluído pela Lei


n. 13.874, de 2019)
§ 2º A avaliação de responsabilidade dos prestadores de serviço deverá
levar sempre em consideração os riscos inerentes às aplicações nos mercados
de atuação do fundo de investimento e a natureza de obrigação de meio de
seus serviços. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 3º O patrimônio segregado referido no inciso III do caput deste artigo
só responderá por obrigações vinculadas à classe respectiva, nos termos do
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 1.368-E. Os fundos de investimento respondem diretamente pelas
obrigações legais e contratuais por eles assumidas, e os prestadores de ser-
viço não respondem por essas obrigações, mas respondem pelos prejuízos
que causarem quando procederem com dolo ou má-fé. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
§ 1º Se o fundo de investimento com limitação de responsabilidade não
possuir patrimônio suficiente para responder por suas dívidas, aplicam-se as
regras de insolvência previstas nos arts. 955 a 965 deste Código. (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 2º A insolvência pode ser requerida judicialmente por credores, por de-
liberação própria dos cotistas do fundo de investimento, nos termos de seu
regulamento, ou pela Comissão de Valores Mobiliários. (Incluído pela Lei n.
13.874, de 2019)
Art. 1.368-F. O fundo de investimento constituído por lei específica e
regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários deverá, no que couber,
seguir as disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 8.866, DE 11 DE ABRIL DE 1994

Conversão da
Dispõe sobre o depositário infiel de valor perten-
Medida Provisória n. 449, de 1994
cente à Fazenda Pública e dá outras providências.
Vide ADI 1.055

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provi-


sória n.. 449, de 1994, que o Congresso Nacional aprovou, e eu HUMBERTO
LUCENA, Presidente do Senado Federal, para os efeitos do disposto no
parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulga a seguinte lei:
Art. 1º É depositário da Fazenda Pública, observado o disposto nos arts.
1.282, I, e 1.283 do Código Civil, a pessoa a que a legislação tributária ou
previdenciária imponha a obrigação de reter ou receber de terceiro, e reco-
lher aos cofres públicos, impostos, taxas e contribuições, inclusive à Seguri-
dade Social.
§ 1º Aperfeiçoa-se o depósito na data da retenção ou recebimento do va-
lor a que esteja obrigada a pessoa física ou jurídica.
§ 2º É depositária infiel aquele que não entrega à Fazenda Pública o valor
referido neste artigo, no termo e forma fixados na legislação tributária ou
previdenciária.
Art. 2º Constituem prova literal para se caracterizar a situação de depo-
sitário infiel, dentre outras:
I – a declaração feita pela pessoa física ou jurídica, do valor descontado ou
recebido de terceiro, constante em folha de pagamento ou em qualquer outro
documento fixado na legislação tributária ou previdenciária, e não recolhido
aos cofres públicos;
II – o processo administrativo findo mediante o qual se tenha constituído
crédito tributário ou previdenciário, decorrente de valor descontado ou rece-
bido de terceiro e não recolhido aos cofres públicos;
III – a certidão do crédito tributário ou previdenciário decorrente dos va-
lores descontados ou recebidos, inscritos na dívida ativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 3º Caracterizada a situação de depositário infiel, o Secretário da Re-


ceita Federal comunicará ao representante judicial da Fazenda Nacional para
que ajuíze ação civil a fim de exigir o recolhimento do valor do imposto, taxa
ou contribuição descontado, com os correspondentes acréscimos legais.
Parágrafo único. A comunicação de que trata este artigo, no âmbito dos
Estados e do Distrito Federal, caberá às autoridades definidas na legislação
específica dessas unidades federadas, feita aos respectivos representantes
judiciais competentes; no caso do Instituto Nacional de Seguridade Social
(INSS), a iniciativa caberá ao seu presidente, competindo ao representante
judicial da autarquia processual de que trata este artigo.
Art. 4º Na petição inicial, instruída com a cópia autenticada, pela repar-
tição, da prova literal do depósito de que trata o art. 2º., o representante
judicial da Fazenda Nacional ou, conforme o caso, o representante judicial
dos Estados, Distrito Federal ou do INSS requererá ao juízo a citação do de-
positário para, em dez dias:
I – recolher ou depositar a importância correspondente ao valor do impos-
to, taxa ou contribuição descontado ou recebido de terceiro, com os respec-
tivos acréscimos legais;
II – contestar a ação.
§ 1º Do pedido constará, ainda, a cominação da pena de prisão.
§ 2º Não recolhida nem depositada a importância, nos termos deste arti-
go, o juiz, nos quinze dias seguintes à citação, decretará a prisão do deposi-
tário infiel, por não superior a noventa dias.
§ 3º A contestação deverá ser acompanhada do comprovante de depósito
judicial do valor integral devido à Fazenda Pública, sob pena de o réu sofrer
os efeitos da revelia.
§ 4º Contestada a ação, observar-se-á o procedimento ordinário.
Art. 5º O juiz poderá julgar antecipadamente a ação, se verificados os
efeitos da revelia.

111
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 6º Julgada procedente a ação, ordenará o juiz a conversão do depósi-


to judicial em renda ou, na sua falta, a expedição de mandado para entrega,
em 24 horas, do valor exigido.
Art. 7º Quando o depositário infiel for pessoa jurídica, a prisão referida
no § 2º. do art. 4º. será decretada contra seus diretores, administradores,
gerentes ou empregados que movimentem recursos financeiros isolada ou
conjuntamente.
Parágrafo único. Tratando-se de empresa estrangeira, a prisão recairá so-
bre seus representantes, dirigentes e empregados no Brasil que revistam a
condição mencionada neste artigo.
Art. 8º Cessará a prisão com o recolhimento do valor exigido.
Art. 9º Não se aplica ao depósito referido nesta lei o art. 1.280 do Código Civil.
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida
Provisória n.. 427, de 11 de fevereiro de 1994.
Art. 11. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Senado Federal, 11 de abril de 1994; 173º. da Independência e 106º.


da República.

SENADOR HUMBERTO LUCENA


Presidente do senado Federal

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 13.4.1994.*

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LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Vigência
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras pro-
vidências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar,
idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal
de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, re-
gião e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do
poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos

113
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à


profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus di-
reitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento
e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às
políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,
nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema


Único de Saúde. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção
primária. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua
vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será
realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. (Redação dada pela
Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mu-
lheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e con-
trarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a
grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à ges-
tante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de preve-
nir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A assistência referida no § 4 o deste artigo deverá ser prestada tam-
bém a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação
de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 6º  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de
sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do
pós-parto imediato. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno,
alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infan-
til, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesa-

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riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei


n. 13.257, de 2016)
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar
ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não
comparecer às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho
na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação
de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da crian-
ça. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de
fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventi-
vas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na
adolescência. (Incluído pela Lei n. 13.798, de 2019)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste
artigo ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da
sociedade civil, e serão dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (In-
cluído pela Lei n. 13.798, de 2019)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implemen-
tação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor


de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído
pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários
individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II  – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalida-
des no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe.
VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orien-
tações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei n. 13.436,
de 2017) (Vigência)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde
da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, ob-
servado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem dis-
criminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específi-
cas de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que ne-
cessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas
relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adoles-

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centes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades


específicas. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças
na primeira infância receberão formação específica e permanente para a detec-
ção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acom-
panhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as uni-
dades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão
proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos
pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de trata-
mento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva loca-
lidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei n.
13.010, de 2014)
§ 1º  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimen-
to, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços
de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referên-
cia Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema
de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima
prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompa-
nhamento domiciliar. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência
médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamen-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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te afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,


educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com
as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela
Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será
prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento
pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com
orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será
atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros
dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a
finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Incluído pela Lei n.
13.438, de 2017) (Vigência)

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como su-
jeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;

119
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III – crença e culto religioso;


IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fí-
sica, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescen-
te, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori-
zante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante,
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto,
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pe-
los agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (In-
cluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei n.
13.010, de 2014)
I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o
uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamen-
to em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei n. 13.010,
de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

120
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)


c) ridicularize. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis,
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pes-
soa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradan-
te como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à fa-
mília; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
III – encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído
pela Lei n. 13.010, de 2014)
IV – obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (In-
cluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
V – advertência. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)

CAPÍTULO III
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no


seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a

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convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvi-


mento integral. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 1º  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
mo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs-
tas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhi-
mento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua fa-
mília terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que
será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
nos termos do § 1 o  do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e
dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
13.257, de 2016)
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe
ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei n.
12.962, de 2014)
§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adoles-
cente que estiver em acolhimento institucional. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisci-
plinar. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu


filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Jus-
tiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade ju-
diciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância,
à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializa-
do. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judi-
ciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os
genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
audiência a que se refere o § 1 o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo so-
bre a entrega. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem
representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o po-
der familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar
da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja
habilitado a adotá-la. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para


propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do está-
gio de convivência. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiên-
cia ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nas-
cimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela
Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de
180 (cento e oitenta) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado
o disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas
não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir
do dia do acolhimento. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento insti-
tucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. (In-
cluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança
e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência fa-
miliar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos
social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisi-
tos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído
pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de
colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será defi-
nido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para

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crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou


colocação em família adotiva. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça
da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou
por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis
pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notifi-
car a autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por ado-
ção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ções discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil,
assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer
à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão
substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos
filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cum-
prir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais
e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da
criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta
Lei. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar . (Ex-
pressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da
medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem,

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a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais


de proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição
do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito
à pena de reclusão contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar
ou contra filho, filha ou outro descendente. (Redação dada pela Lei n. 13.715,
de 2018)
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão de-
cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos
na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado
dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Seção II
Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais


ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, forma-
da por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que
seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.

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Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,


indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III
Da Família Substituta

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu-


tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adoles-
cente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ou-
vido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devi-
damente considerada. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a
relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequ-
ências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda
da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco
de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de
solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento defi-
nitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será pre-
cedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,

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preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da


política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural,
os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei
e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comu-
nidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que re-
vele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não
ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da
criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não go-
vernamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compro-
misso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

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Subseção II
Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferi-
da, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto
no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a
prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente,
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da au-
toridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em pre-
paração para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como
o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica,
a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in-
centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de crian-
ça ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento
familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qual-
quer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

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§ 2º Na hipótese do § 1 o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no


programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em fa-
mília acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que
organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residên-
cias de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam
no cadastro de adoção. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e muni-
cipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora,
facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

Subseção III
Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação
da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica necessa-
riamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên-
tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias
após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle ju-
dicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta
Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos


previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pes-
soa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a
medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores
condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV
Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o dis-


posto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adoles-
cente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de ou-
tras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os
interesses do adotando. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante
e os respectivos parentes.

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§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes,


o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, ob-
servada a ordem de vocação hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independente-
mente do estado civil. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da
família. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que
o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda,
que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  Nos casos do § 4 o  deste artigo, desde que demonstrado efetivo
benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme
previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Civil . (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca ma-
nifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de pro-
latada a sentença. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para
o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu al-
cance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.

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Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representan-


te legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente
cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder po-
der familiar . (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será tam-
bém necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança
ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade
da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (Redação dada pela
Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já es-
tiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para
que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação
dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da re-
alização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º  -A. O prazo máximo estabelecido no caput  deste artigo pode ser
prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autori-
dade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora
do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3 o deste artigo, deverá ser apre-
sentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4 o  deste arti-
go, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciá-
ria. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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§ 4º  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro-


fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca
da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, pre-
ferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a
critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a com-
petência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como
o nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original
do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório
do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas cer-
tidões do registro. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obri-
gatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta

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Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme
ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o
adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crôni-
ca. (Incluído pela Lei n. 12.955, de 2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120
(cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder fami-
liar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro
de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos
técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requi-
sitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.

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§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de


preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no §
3 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimen-
to familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado
sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da In-
fância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa
de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do
País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais
habilitados nos cadastros mencionados no § 5 o deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º  As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 8º  A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem
adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadas-
tros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de respon-
sabilidade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 9º  Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e


correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade
Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto
pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua ado-
ção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será
colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento fa-
miliar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulan-
tes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato do-
miciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quan-
do: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
II – for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man-
tenha vínculos de afinidade e afetividade;  (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III – oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança
maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de con-
vivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja
constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá-

137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de


2009) Vigência
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em
adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com
necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Incluído pela
Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretenden-
te possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de
maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de
1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º  A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou do-
miciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Redação
dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso con-
creto; (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
II – que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança
ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei; (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
III – que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,
por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofis-
sional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. (Incluída
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estran-
geiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasilei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Cen-


trais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou ado-
lescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a
Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; (Incluída
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solici-
tantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que conte-
nha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio
social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autori-
dade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasilei-
ra; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – o relatório será instruído com toda a documentação necessária, in-
cluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e
cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
de vigência; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados
pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacio-
nais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramen-
tado; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VI – a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar com-


plementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já
realizado no país de acolhida; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a
compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchi-
mento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjeti-
vos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como
da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado
a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude
do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação
efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que
os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por or-
ganismos credenciados. (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de
organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autorida-
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que: (In-
cluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es-
tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde es-
tiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

140
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II  – satisfizerem as condições de integridade moral, competência pro-


fissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
III  – forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e ex-
periência para atuar na área de adoção internacional; (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
IV – cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro
e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. (In-
cluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
I – perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem sedia-
dos, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluí-
da pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhe-
cida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar
na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polí-
cia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante
publicação de portaria do órgão federal competente; (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
III – estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país
onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua com-
posição, funcionamento e situação financeira; (Incluída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
IV – apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, rela-
tório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanha-
mento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será en-

141
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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caminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluída pela Lei n. 12.010,


de 2009) Vigência
V – enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Es-
tadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de aco-
lhida para o adotado; (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes enca-
minhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro
de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes se-
jam concedidos. (Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo
organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarrega-
do de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante re-
querimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (ses-
senta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 8º  Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção
internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacio-
nal. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará
a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pecu-
liares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu po-

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legar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e cer-


tidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momen-
to, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adota-
dos (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que
sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que
não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados
por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção
internacional. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil
terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de ado-
ção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento
institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen-
der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento,
o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados
de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às delibera-

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ções do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente (Incluído


pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi-
cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado
em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automatica-
mente recepcionada com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal
de Justiça. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante
da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a
homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou
do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato
à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à
expedição do Certificado de Naturalização Provisório.  (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente
deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que
a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao inte-
resse superior da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 o des-
te artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de
direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comuni-

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cando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comuni-


cação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país
de origem. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua le-
gislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção na-
cional. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao


pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân-
cias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garan-
tindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mes-
ma etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Redação dada pela Lei n.
13.845, de 2019)
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recre-
ativas e de estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscienti-
zação, prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilíci-
tas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:


I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade; (Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adoles-
cente trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fun-
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comu-
nicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.

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Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas pro-


postas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e ava-
liação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, ar-
tísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO TRABALHO

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de ida-


de, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legisla-
ção especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional mi-
nistrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I – garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa
de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegura-
dos os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
protegido.

147
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Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de


trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
não governamental, é vedado trabalho:
I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco
horas do dia seguinte;
II – perigoso, insalubre ou penoso;
III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, moral e social;
IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à es-
cola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de
capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exi-
gências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do edu-
cando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou
a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no
trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

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TÍTULO III
DA PREVENÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação


dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de
ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degra-
dante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescen-
tes, tendo como principais ações: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
I – a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação
do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumen-
tos de proteção aos direitos humanos; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
II – a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direi-
tos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adoles-
cente; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
III – a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvol-
vimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evi-
dências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
IV  – o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos
que envolvam violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei n.
13.010, de 2014)

149
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os


direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de ativida-
des junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação,
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo; (Incluído pela
Lei n. 13.010, de 2014)
VI – a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de
ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assis-
tência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência
terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
e proteção. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que
se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pes-
soas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas
ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes. (Incluído
pela Lei n. 13.046, de 2014)
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que
trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício,
ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crian-
ças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retarda-
mento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei n. 13.046, de 2014)
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção es-
pecial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em respon-


sabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

CAPÍTULO II
DA PREVENÇÃO ESPECIAL

Seção I
Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as di-


versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos
deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exi-
bição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetácu-
los públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão in-
gressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acom-
panhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto juvenil, programas com finalidades edu-
cativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem
aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas
que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribu-
ída pelo órgão competente.

151
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólu-
cro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inade-
quado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham men-
sagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil
não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os va-
lores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercial-
mente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não
seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.

Seção II
Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;
III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu redu-
zido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida;
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.

152
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,


motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acom-
panhado pelos pais ou responsável.

Seção III
Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos


poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou
dos responsáveis sem expressa autorização judicial. (Redação dada pela Lei
n. 13.812, de 2019)
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adoles-
cente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou
incluída na mesma região metropolitana; (Redação dada pela Lei n. 13.812,
de 2019)
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acom-
panhado: (Redação dada pela Lei n. 13.812, de 2019)
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado do-
cumentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispen-
sável, se a criança ou adolescente:
I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II – viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo
outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

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PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adoles-


cente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e
não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos muni-
cípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;
II – serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de ga-
rantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus
agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão;
IV – serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança
e do adolescente.
VI – políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especifica-
mente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessida-

154
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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des específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído


pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de orga-
nizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a des-
centralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados
aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, De-
fensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um
mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a
quem se atribua autoria de ato infracional;
VI – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais
básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de
crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem
ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta
Lei; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos di-
versos segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – especialização e formação continuada dos profissionais que traba-
lham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhe-
cimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído
pela Lei n. 13.257, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IX – formação profissional com abrangência dos diversos direitos da crian-


ça e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei
n. 13.257, de 2016)
X – realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e
sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos esta-
duais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de
interesse público relevante e não será remunerada.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

EÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de progra-
mas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em
regime de: (Vide)
I – orientação e apoio sócio-familiar;
II – apoio sócio-educativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
V – prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
VI – liberdade assistida; (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
VII – semiliberdade; e (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
VIII – internação. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

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§ 1 o As entidades governamentais e não governamentais deverão proce-


der à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento,
na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações,
do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos progra-
mas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistên-
cia Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4 o desta Lei. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Muni-
cipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois)
anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funciona-
mento: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às reso-
luções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Con-
selhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis; (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Con-
selho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventu-
de; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami-
liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de
adaptação à família substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 91. As entidades não governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

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Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade


judiciária da respectiva localidade.
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações re-
lativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente,
reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1 o deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fami-
liar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: (Redação dada
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fami-
liar; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
III – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV – desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
V – não desmembramento de grupos de irmãos;
VI – evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VII – participação na vida da comunidade local;


VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX – participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1º  O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento
institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º  Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhi-
mento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo
a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista
no § 1º  do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciá-
rio, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais
que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
nal e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º  Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe-
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de
assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus
pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º  As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado o
atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entida-
de que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa

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de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade admi-


nistrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhi-
mento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de
referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e
ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como priori-
tárias. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento insti-
tucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, to-
mará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar
da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível
ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento fa-
miliar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do
art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as
seguintes obrigações, entre outras:
I – observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II – não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição
na decisão de internação;
III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos
reduzidos;
IV – preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade
ao adolescente;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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V – diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vín-


culos familiares;
VI – comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que
se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
pessoal;
VIII  – oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa
etária dos adolescentes atendidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X – propiciar escolarização e profissionalização;
XI – propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XIII – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV – reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis
meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV – informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situa-
ção processual;
XVI – comunicar às autoridades competentes todos os casos de adoles-
centes portadores de moléstias infecto-contagiosas;
XVII – fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de
egressos;
XIX – providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania
àqueles que não os tiverem;
XX – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus

161
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pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-


zação do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo
às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e fami-
liar. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades
utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recep-
cionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem
ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao
Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Incluído pela Lei
n. 13.046, de 2014)

Seção II
Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não governamentais referidas no


art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Con-
selhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresen-
tados ao estado ou ao município, conforme a origem das dotações orçamen-
tárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des-
cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I – às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II – às entidades não governamentais:

162
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a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendi-
mento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser
o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade
judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das
atividades ou dissolução da entidade. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não gover-
namentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças
e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteado-
res das atividades de proteção específica. (Redação dada pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência

TÍTULO II
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis


sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

163
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isola-


da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medi-
das: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crian-
ças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
II – proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e
qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prio-
ritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efeti-
vação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados,
é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo,
sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da exe-
cução de programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
IV – interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
te, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; (Incluí-
do pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

164
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do ado-


lescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e
reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes
deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamen-
te pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva pro-
moção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VIII – proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária
e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encon-
tram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
IX – responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo
que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescen-
te; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
X – prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da
criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os man-
tenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for
possível, que promovam a sua integração em família adotiva; (Redação dada
pela Lei n. 13.509, de 2017)
XI – obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou
responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que deter-
minaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
XII – oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em se-
parado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
cada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a

165
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Delegado de Polícia Civil

participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de


proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judi-
ciária competente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto-
ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de respon-
sabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III  – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de
ensino fundamental;
IV  – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de pro-
teção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação
dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regi-
me hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IX – colocação em família substituta. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 1º  O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas
provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reinte-
gração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família subs-
tituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência

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§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de


vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art.
130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar
é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagra-
ção, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de
procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao respon-
sável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às insti-
tuições que executam programas de acolhimento institucional, governamen-
tais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu res-
ponsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de
referência; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua
guarda; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio fami-
liar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a
entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração fami-
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário
de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contem-
plar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração

167
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a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsá-


vel. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 6º  Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
I – os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
II – os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reinte-
gração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada de-
terminação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em
família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (Incluído
pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo
à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de rein-
tegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem
será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção
social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o ado-
lescente acolhido. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo
programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunica-
ção à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou
do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas
oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição por-
menorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita

168
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pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política munici-


pal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quin-
ze) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se
entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Redação dada pela
Lei n. 13.509, de 2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsa-
bilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada
um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou
colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no
art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o
órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompa-
nhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento
da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, me-
diante requisição da autoridade judiciária.

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§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este


artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento
específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560,
de 29 de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3 o deste artigo, é dispensável o ajui-
zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pater-
nidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do
nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emo-
lumentos, gozando de absoluta prioridade. (Incluído dada pela Lei n. 13.257,
de 2016)
§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhe-
cimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão corresponden-
te. (Incluído dada pela Lei n. 13.257, de 2016)

TÍTULO III
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou


contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.

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Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as me-


didas previstas no art. 101.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em


flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsá-
veis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente
e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilida-
de, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em in-
dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade im-
periosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a
identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo
para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devi-


do processo legal.

171
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Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes


garantias:
I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;
II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas
e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III – defesa técnica por advogado;
IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma
da lei;
V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qual-
quer fase do procedimento.

CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade
de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.

172
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§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação


de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II
Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re-


duzida a termo e assinada.

Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais,


a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser
substituída por outra adequada.

173
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de


tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do ado-
lescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas se-
manais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V
Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida


mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso,
a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autorida-
de competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário
de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho;

174
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IV – apresentar relatório do caso.

Seção VI
Do Regime de Semiliberdade

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início,


ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo,
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que cou-
ber, as disposições relativas à internação.

Seção VII
Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equi-
pe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manuten-
ção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis
meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a
três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deve-
rá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização
judicial, ouvido o Ministério Público.

175
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 7 o A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser revista a


qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III  – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
mente imposta.
§ 1 o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não po-
derá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após
o devido processo legal. (Redação dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigoro-
sa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,
os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V – ser tratado com respeito e dignidade;
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII – receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;

176
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IX – ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;


X – habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI – receber escolarização e profissionalização;
XII – realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII – ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV – receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
assim o deseje;
XV – manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
em poder da entidade;
XVI – receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais in-
dispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,
inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos in-
ternos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

CAPÍTULO V
DA REMISSÃO

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato


infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão,
como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequ-
ências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente
e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de anteceden-

177
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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tes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre-


vistas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista ju-
dicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou
de seu representante legal, ou do Ministério Público.

TÍTULO IV
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


I  – encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários
de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada dada pela Lei n.
13.257, de 2016)
II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência
e aproveitamento escolar;
VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento es-
pecializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
IX – destituição da tutela;
X – suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar . (Expressão
substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determi-
nar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

178
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória


dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do
agressor. (Incluído pela Lei n. 12.415, de 2011)

TÍTULO V
DO CONSELHO TUTELAR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não juris-


dicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante
da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida recondução
por novos processos de escolha. (Redação dada pela Lei n. 13.824, de 2019)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigi-
dos os seguintes requisitos:
I – reconhecida idoneidade moral;
II – idade superior a vinte e um anos;
III – residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos res-
pectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela
Lei n. 12.696, de 2012)
I – cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
II – gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do
valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
III – licença-maternidade; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)

179
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – licença-paternidade; (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)


V – gratificação natalina. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito
Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tu-
telar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.696, de 2012)
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço
público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação
dada pela Lei n. 12.696, de 2012)

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98
e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço so-
cial, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infra-
ção administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre
as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adoles-
cente quando necessário;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orça-


mentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e
do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal ;
XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manuten-
ção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Redação dada pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
XII – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações
de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tra-
tos em crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei n. 13.046, de 2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará inconti-
nenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos
de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e
a promoção social da família. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante


do art. 147.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar


será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Con-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do


Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 8.242, de 12.10.1991)
§ 1º  O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá
em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição pre-
sidencial. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano
subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Lei n. 12.696, de 2012)
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado
ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vanta-
gem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (In-
cluído pela Lei n. 12.696, de 2012)

CAPÍTULO V
DOS IMPEDIMENTOS

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher,


ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, du-
rante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma des-
te artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na
comarca, foro regional ou distrital.

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TÍTULO VI
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria


Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessi-
tarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juven-
tude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
de má-fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maio-
res de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tu-
tores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal
ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra-
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria
de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar
a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apeli-
do, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobreno-
me. (Redação dada pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o arti-
go anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

183
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-


zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário
estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de in-
fraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

Seção II
Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da


Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização
judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais
ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da
ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade compe-
tente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de
rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:


I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apu-
ração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
V – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de
atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra nor-
ma de proteção à criança ou adolescente;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as
medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses
do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para
o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar , per-
da ou modificação da tutela ou guarda;  (Expressão substituída pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna,
em relação ao exercício do pátrio poder poder familiar ; (Expressão substitu-
ída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou re-
presentação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que
haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;

185
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros


de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria,
ou autorizar, mediante alvará:
I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado
dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará
em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de
crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fun-
damentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

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Seção III
Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça-


mentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, des-
tinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e ou-
tros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos inte-
grantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicosso-
ciais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta
Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à
nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

CAPÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiaria-


mente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como
na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimen-


tos são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia
do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministé-
rio Público. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá in-
vestigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afas-
tamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em outros
procedimentos necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

SEÇÃO II
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
(Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio po-


der  poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de
quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará:
I – a autoridade judiciária a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por
representante do Ministério Público;
III – a exposição sumária do fato e o pedido;
IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de tes-
temunhas e documentos.

188
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido


o Ministério Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder familiar ,
liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a
criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de respon-
sabilidade. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1 o Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, con-
comitantemente ao despacho de citação e independentemente de requeri-
mento do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe
interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das
causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto
no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de
2017 . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2 o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obri-
gatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar re-
ferida no § 1 o  deste artigo, de representantes do órgão federal responsá-
vel pela política indigenista, observado o disposto no § 6 o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1 o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua
realização. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
§ 2 o  O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmen-
te. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
§ 3 o Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o
citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo sus-
peita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qual-
quer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que
designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n o 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil) . (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4 o Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não


sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação
única, dispensado o envio de ofícios para a localização. (Incluído pela Lei n.
13.509, de 2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em car-
tório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res-
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial
de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que
lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse
à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo
social ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a pre-
sença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previs-
tas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil) , ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º  Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações
da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

190
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e


estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento
perante a Justiça quando devidamente citados. (Redação dada pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 5 o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade ju-
dicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei n. 12.962,
de 2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos
autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requeren-
te, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado) . (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas
as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apre-
sentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido
e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável
por mais 10 (dez) minutos. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciá-
ria, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo
Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em
favor da criança ou adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de ma-
nutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o ado-
lescente com vistas à colocação em família substituta. (Redação dada pela Lei
n. 13.509, de 2017)
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder
familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do
adolescente. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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Seção III
Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a


remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto
na seção anterior.

Seção IV
Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em


família substituta:
I  – qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
companheiro, com expressa anuência deste;
II – indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge,
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não
parente vivo;
III – qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
IV – indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se pos-
sível, uma cópia da respectiva certidão;
V – declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relati-
vos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os
requisitos específicos.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus-
pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de
colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a as-
sistência de advogado. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

192
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§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (Redação dada pela Lei


n. 13.509, de 2017)
I – na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assis-
tidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua concordância
com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pro-
tocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
II – declarará a extinção do poder familiar. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 2º  O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º  São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Redação dada pela Lei
n. 13.509, de 2017)
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for
ratificado na audiência a que se refere o § 1 o deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência
especificada no § 1 o deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento
no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extin-
ção do poder familiar. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento
da criança. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação
por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da In-
fância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Redação dada pela Lei n. 13.509, de 2017)

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Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou


do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível,
perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda pro-
visória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de
convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante
termo de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida,
sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao
Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a sus-
pensão do pátrio poder poder familiar constituir pressuposto lógico da medida
principal de colocação em família substituta, será observado o procedimento
contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo. (Expressão substitu-
ída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada
nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no
art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada pela
autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, des-


de logo, encaminhado à autoridade judiciária.

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Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,


desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendi-
mento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-
autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que,
após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vio-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do dis-
posto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da ma-
terialidade e autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente
será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromis-
so e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará,
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial en-
caminhará o adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação
ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

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§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apre-


sentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial espe-
cializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada
da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminha-
rá imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de partici-
pação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial en-
caminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações
e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não
poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú-
blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor-
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informal-
mente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima
e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Minis-
tério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adoles-
cente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o repre-
sentante do Ministério Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;

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III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-


-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão
pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que
conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária
para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Pro-
curador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
representação, designará outro membro do Ministério Público para apresen-
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a au-
toridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen-
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve re-
sumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol
de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e
materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedi-
mento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e parágrafo.

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§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor


da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judici-
ária dará curador especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá
mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até
a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresenta-
ção, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária,
não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no
art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localida-
de mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
sua remoção em repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos
e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de
cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a au-
toridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião
de profissional qualificado.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o
representante do Ministério Público, proferindo decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação
ou colocação em regime de semiliberdade, aautoridade judiciária, verifican-
do que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor,
designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a
realização de diligências e estudo do caso.

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§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três


dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na
representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o rela-
tório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Mi-
nistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, in-
justificadamente à audiência de apresentação, a autoridade judiciária desig-
nará nova data, determinando sua condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo,
poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato ato infracional;
IV – não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente interna-
do, será imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou
regime de semiliberdade será feita:
I – ao adolescente e ao seu defensor;
II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável,
sem prejuízo do defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na
pessoa do defensor.

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§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este mani-


festar se deseja ou não recorrer da sentença.

SEÇÃO V-A
(Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes


contra a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim


de investigar os crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-
C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do De-
creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) , obedecerá às
seguintes regras: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e
fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de
prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representa-
ção de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investi-
gadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a
identificação dessas pessoas; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vin-
te) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relató-
rios parciais da operação de infiltração antes do término do prazo de que trata
o inciso II do § 1 º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-
-se: (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

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I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-


no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a
prova puder ser obtida por outros meios. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminha-
das diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará
por seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,
por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
previstos nos arts. 240 ,  241 ,  241-A  ,  241-B ,  241-C  e  241-D desta Lei e
nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal) . (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-
ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído
pela Lei n. 13.441, de 2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos
bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da
autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será nu-
merado e tombado em livro específico. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

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Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados


durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-
minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-
tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput  deste
artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescen-
tes envolvidos. (Incluído pela Lei n. 13.441, de 2017)

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade


governamental e não governamental terá início mediante portaria da autori-
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório
do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, ofe-
recer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade
judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público te-
rão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição.

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§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-


rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
programa de atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à
Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por
representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infra-
ção elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defe-
sa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença
do requerido;
II – por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre-
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;
III – por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal;
IV – por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o para-
deiro do requerido ou de seu representante legal.

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Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade


judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo
em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na con-
formidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de
instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o
Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
(Incluída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão


petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – qualificação completa; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – dados familiares; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou
declaração relativa ao período de união estável; (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
IV – cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VI – atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
VII – certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência

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VIII – certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei n. 12.010,


de 2009) Vigência
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
poderá: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
I – apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional
encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
II – requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em
juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
III – requerer a juntada de documentos complementares e a realização de
outras diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei n. 12.010, de
2009) Vigência
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu-
do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido
pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos
técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do di-
reito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente ha-
bilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua preparação
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de
adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades es-
pecíficas de saúde, e de grupos de irmãos. (Redação dada pela Lei n. 13.509,
de 2017)
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da prepa-
ração referida no § 1 o deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles-

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centes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob


orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e
da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos respon-
sáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Redação
dada pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institu-
cionalmente ou por família acolhedora sejam preparados por equipe interpro-
fissional antes da inclusão em família adotiva. (Incluído pela Lei n. 13.509,
de 2017)
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no progra-
ma referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Mi-
nistério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n.
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicosso-
cial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas-
tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponi-
bilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser
observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art.
50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

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§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente


mediante avaliação por equipe interprofissional.  (Redação dada pela Lei n.
13.509, de 2017)
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensá-
vel a renovação da habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofis-
sional. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 4º  Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de
crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá reava-
liação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção
ou a devolução da criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente. (Incluído
pela Lei n. 13.509, de 2017)
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será
de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 13.509, de 2017)

CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á
o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil) , com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para
o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação
dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

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III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;


IV – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
V – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VI – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judici-
ária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão,
no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os
autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas,
independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa
dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministé-
rio Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá re-
curso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,
embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devo-
lutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores
do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no
efeito devolutivo. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados
com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

208
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamen-


to no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento
e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu pare-
cer. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de proce-
dimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento
das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência

CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exer-


cidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I – conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II – promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atri-
buídas a adolescentes;
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos
de suspensão e destituição do pátrio poder poder familiar , nomeação e remo-
ção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais
procedimentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Ex-
pressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
IV – promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia-
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes
nas hipóteses do art. 98;

209
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescên-
cia, inclusive os definidos no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal ;
VI – instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em
caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, in-
clusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e deter-
minar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infra-
ções às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegura-
dos às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extraju-
diciais cabíveis;
IX – impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em
qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem preju-
ízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
XII – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médi-
cos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados,
para o desempenho de suas atribuições.

210
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas


neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dis-
puserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevi-
do das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo,
poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe-
tente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
dia, local e horário previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável
para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que
cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo
juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério
Público deverão ser fundamentadas.

211
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CAPÍTULO VI
DO ADVOGADO

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual-


quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir
nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respei-
tado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra-
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato
do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor
nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal
com a presença da autoridade judiciária.

CAPÍTULO VII
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFU-
SOS E COLETIVOS

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabi-


lidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, refe-
rentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
I – do ensino obrigatório;
II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

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Delegado de Polícia Civil

III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco


anos de idade; (Redação dada pela Lei n. 13.306, de 2016)
IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
adolescentes que dele necessitem;
VII – de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de
liberdade.
IX – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social
de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar
por crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
X – de programas de atendimento para a execução das medidas socioe-
ducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de violência. (Incluído pela Lei n. 13.431,
de 2017) (Vigência)
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da
adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Pará-
grafo único pela Lei n. 11.259, de 2005)
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será
realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deve-
rão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados ne-
cessários à identificação do desaparecido. (Incluído pela Lei n. 11.259, de 2005)

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Delegado de Polícia Civil

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do


local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá compe-
tência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difu-
sos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitima-
da, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá
eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei,
são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de
Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público, que lesem direito
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá
pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-

214
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terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do


adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for su-
ficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cum-
primento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-
ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho
dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Pú-
blico, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposita-
do em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evi-
tar dano irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
poder público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-
rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º

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5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , quando reconhe-


cer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os di-
retores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados
ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem
conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, reme-
terão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in-
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particu-
lar, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível,
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informa-
tivas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias,
ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento,
em sessão do Conselho Superior do Ministério público, poderão as associa-

216
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ções legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão junta-


dos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquiva-
mento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajui-
zamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições
da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985 .

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES

Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o


adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência. (Incluído pela
Lei n. 13.869. de 2019)

217
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Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,


independerá da pena aplicada na reincidência. (Incluído pela Lei n. 13.869.
de 2019)

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.

218
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Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de


criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7.4.1997 :
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:
Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.

219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de


criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (In-
cluído pela Lei n. 10.764, de 12.11.2003)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contrace-
na. (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-
-la; (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da
vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou
com seu consentimento. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente: (Redação dada pela Lei n. 11.829, de 2008)

220
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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela
Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 11.829, de
2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o  caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são
puníveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmen-
te notificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata
o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei n. 11.829,
de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)
§ 1º  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 11.829, de 2008)

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§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de


comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita
por: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
§ 3º As pessoas referidas no § 2 o deste artigo deverão manter sob sigilo
o material ilícito referido. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena
de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou
modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual: (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)

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Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.


11.829, de 2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n.
11.829, de 2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.829, de 2008)
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de in-
duzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (In-
cluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena
de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Incluído pela Lei n. 11.829, de 2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei n.
10.764, de 12.11.2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.

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Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos


no caput do art. 2 o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluí-
do pela Lei n. 9.975, de 23.6.2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fe-
deral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-
-fé. (Redação dada pela Lei n. 13.440, de 2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente
às práticas referidas no caput  deste artigo. (Incluído pela Lei n. 9.975, de
23.6.2000)
§ 2º  Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença
de localização e de funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei n.
9.975, de 23.6.2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º  As penas previstas no caput  deste artigo são aumentadas de um
terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art.
1 o da Lei n o 8.072, de 25 de julho de 1990 . (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

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CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou
televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá
determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois
números. (Expressão declarada inconstitucional pela ADIN 869).
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 2017) (Vigência)

225
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Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes


ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim
determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão subs-
tituída pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (In-
cluído pela Lei n. 12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:

226
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Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de


reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação: (Expressão declara-
da inconstitucional pela ADI 2.404).
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.

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Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação


e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de se-
rem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e ado-
lescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluído pela
Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei n. 12.010,
de 2009) Vigência
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (In-
cluído pela Lei n. 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art.
81: (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela Lei n. 13.106, de 2015)

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DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste


Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de
seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao
que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adap-
tação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabelecidos
nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais,
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto
de renda, obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
I – 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Redação dada pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas
físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 . (Redação dada pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei n. 9.532, de 1997) (Produção de efeito)
§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos
captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da crian-
ça e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Con-
vivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infân-
cia. (Redação dada dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança
e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplica-
ção, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente

229
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percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças


e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em
áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Re-
dação dada dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fa-
zenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações feitas aos
fundos, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei n. 8.242, de 12.10.1991)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fis-
calização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei n.
8.242, de 12.10.1991)
§ 5º Observado o disposto no § 4 o do art. 3 o da Lei n o 9.249, de 26 de
dezembro de 1995 , a dedução de que trata o inciso I do caput : (Redação
dada pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
junto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
II – não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do
lucro real. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pes-
soa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do art.
260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes
percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)

230
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§ 2º A dedução de que trata o caput : (Incluído pela Lei n. 12.594, de


2012) (Vide)
I – está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado;  (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
III – só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
IV – não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento
da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções especí-
ficas da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3 o implica
a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de
Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos con-
trolados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente municipais,
distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata

231
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o caput , respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela


Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser dedu-
zida: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram
o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas
jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se
refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe-
tuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser deposita-
das em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distri-
tal e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pes-
soa competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especifican-
do: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – número de ordem; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
IV – data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei n.
12.594, de 2012) (Vide)

232
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V – ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei n. 12.594,


de 2012) (Vide)
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido
anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês. (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identifica-
ção dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao
comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ
e endereço dos avaliadores. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III – considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do im-
posto de renda, desde que não exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela Lei
n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na
determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado
por autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E de-
vem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins
de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

233
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Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos


Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os
recursos do Fundo; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
II – manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
III – informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doa-
dor: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens. (In-
cluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art.
260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
ao Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
cional, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunida-
de: (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
I – o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
II – as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
III  – os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficia-
dos com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
cional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído pela Lei n. 12.594, de
2012) (Vide)
IV – a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto; (Incluído
pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)

234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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V – o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto


atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de In-
formações sobre a Infância e a Adolescência; e (Incluído pela Lei n. 12.594,
de 2012) (Vide)
VI  – a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, dis-
trital e municipais. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma
de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I
sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministério
Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual-
quer cidadão. (Incluído pela Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repúbli-
ca (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31
de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais
e municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ
e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públi-
cas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instru-
ções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela
Lei n. 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do
adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts.
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade ju-
diciária da comarca a que pertencer a entidade.

235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e muni-


cípios, e os estados aos municípios, os recursos referentes aos programas
e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos
direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições
a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
1) Art. 121............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses
do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de catorze anos.
4) Art. 213..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de três a nove anos.»
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica
acrescido do seguinte item:

236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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“Art. 102....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administra-
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder
público federal promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos
direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em
linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, espe-
cialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas
atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de ou-
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.

Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em


27.9.1990

237
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LEI N. 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990

Vigência
Mensagem de veto
Regulamento
Dispõe sobre a proteção do con-
Regulamento
sumidor e dá outras providências.
Regulamento
(Vide Decreto n. 2.181, de 1997)
(Vide pela Lei n. 13.425, de 2017) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do


consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º,
inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposi-
ções Transitórias.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ain-
da que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transforma-
ção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

238
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§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.


§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-
diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito
e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o aten-
dimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde
e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qua-
lidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo,
atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qua-
lidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de
consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessida-
de de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição
Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consu-
midores e fornecedores;
IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos
seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle
de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;

239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VI – coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no


mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida
de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo.
IX – fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos
consumidores; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
X – prevenção e tratamento do superendividamento como forma de evitar
a exclusão social do consumidor. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo,
contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I – manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consu-
midor carente;
II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no
âmbito do Ministério Público;
III – criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de
consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV – criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especiali-
zadas para a solução de litígios de consumo;
V – concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações
de Defesa do Consumidor.
VI – instituição de mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e
judicial do superendividamento e de proteção do consumidor pessoa natural;
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
VII – instituição de núcleos de conciliação e mediação de conflitos oriun-
dos de superendividamento. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).

240
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CAPÍTULO III
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por prá-
ticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apre-
sentem; (Redação dada pela Lei n. 12.741, de 2012) Vigência
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comer-
ciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, in-
dividuais, coletivos e difusos;
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à preven-
ção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difu-
sos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
IX – (Vetado);
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
XI – a garantia de práticas de crédito responsável, de educação financeira
e de prevenção e tratamento de situações de superendividamento, preserva-

241
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do o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, por meio da revi-


são e da repactuação da dívida, entre outras medidas; (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
XII – a preservação do mínimo existencial, nos termos da regulamenta-
ção, na repactuação de dívidas e na concessão de crédito; (Incluído pela Lei
n. 14.181, de 2021)
XIII – a informação acerca dos preços dos produtos por unidade de medi-
da, tal como por quilo, por litro, por metro ou por outra unidade, conforme o
caso. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste
artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes
de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios ge-
rais do direito, analogia, costumes e equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS,
DA PREVENÇÃO E DA REPARAÇÃO DOS DANOS

SEÇÃO I
DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA

Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não


acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os con-
siderados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.

242
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§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as


informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que
devam acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei n. 13.486, de 2017)
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utiliza-
dos no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do
consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso,
sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei n. 13.486, de 2017)
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produ-
to ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade
ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua in-
trodução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades compe-
tentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão
veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do pro-
duto ou serviço.
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou
serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).

SEÇÃO II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro,


e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes

243
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apre-


sentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele
legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias rele-
vantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será res-
ponsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo
anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, pro-
dutor, construtor ou importador;
III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua
participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insu-
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

244
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o con-


sumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:
I – o modo de seu fornecimento;
II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores to-
das as vítimas do evento.

Seção III
Da Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não durá-


veis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;

245
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II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,


sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo pre-
visto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cen-
to e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser con-
vencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste
artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos
incisos II e III do § 1º deste artigo.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável
perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado cla-
ramente seu produtor.
§ 6º São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsifica-
dos, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distri-
buição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao
fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quan-
tidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do reci-
piente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

246
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – o abatimento proporcional do preço;


II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a
medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que
os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha:
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devida-
mente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins
que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam
as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a repara-
ção de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que
mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
últimos, autorização em contrário do consumidor.

247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,


permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obri-
gados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos es-
senciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obri-
gações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
pri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por ina-
dequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe
de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibili-
te, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções
anteriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos res-
ponderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao pro-
duto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou
importador e o que realizou a incorporação.

SEÇÃO IV
Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constata-


ção caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não
duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva
do produto ou do término da execução dos serviços.

248
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante
o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II – (Vetado).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momen-
to em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).

Seção V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da socieda-


de quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falên-
cia, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 1º (Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes
deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.

249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua


personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.

CAPÍTULO V
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos con-
sumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.

Seção II
Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veicu-


lada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegu-
rar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, ga-
rantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos
refrigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével.
(Incluído pela Lei n. 11.989, de 2009)

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Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de


componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou im-
portação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser
mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal,
deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e
em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela
Lei n. 11.800, de 2008).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável
pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente
e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventual-
mente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III
Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor,
fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servi-
ços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.

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§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação


de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito
da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
veite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valo-
res ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4º (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou co-
municação publicitária cabe a quem as patrocina.

Seção IV
Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas: (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata me-
dida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;

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V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;


VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autoriza-
ção expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anterio-
res entre as partes;
VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei
n. 8.884, de 11.6.1994)
X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela
Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
XI – Dispositivo incluído pela MPV n. 1.890-67, de 22.10.1999, transfor-
mado em inciso XIII, quando da conversão na Lei n. 9.870, de 23.11.1999
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei
n. 9.008, de 21.3.1995)
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratual-
mente estabelecido. (Incluído pela Lei n. 9.870, de 23.11.1999)
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços
de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade adminis-
trativa como máximo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou en-
tregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

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Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumi-


dor orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como
as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo pra-
zo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraen-
tes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos decorren-
tes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão
respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela
restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, po-
dendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V
Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será


exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento
ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem di-
reito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável.
Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados
ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído
pela Lei n. 12.039, de 2009)

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Seção VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às
informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no pra-
zo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das
informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter
público.
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumi-
dor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito,
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao cré-
dito junto aos fornecedores.
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser
disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei n. 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos
e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se
a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

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§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e


consulta por qualquer interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enuncia-
das no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão


os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimen-
to prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, re-
cibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor,
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,
sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer
fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, du-
rante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.

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Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida


mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado
e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a car-
go do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução,
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Seção II
Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do forne-
cedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o forne-
cedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que colo-
quem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a equidade;
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;

257
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IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora


obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou
a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
XVII – condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do
Poder Judiciário; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
XVIII – estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das
prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do
consumidor e de seus meios de pagamento a partir da purgação da mora ou
do acordo com os credores; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
XIX – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, consideran-
do-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras cir-
cunstâncias peculiares ao caso.

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§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contra-


to, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
rer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º (Vetado).
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente reque-
rer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nuli-
dade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer
forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no
seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
(Redação dada pela Lei n. 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadim-
plemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.
§ 1º (Vetado).

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§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a com-


pensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em
moeda corrente nacional.

SEÇÃO III
Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido apro-
vadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo for-
necedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo.
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a
alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no
§ 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior
ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Reda-
ção dada pela n. 11.785, de 2008)
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deve-
rão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5º (Vetado)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO VI-A
DA PREVENÇÃO E DO TRATAMENTO DO SUPERENDIVIDAMENTO
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do superendividamen-


to da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre a educação finan-
ceira do consumidor. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o
consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de
consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial,
nos termos da regulamentação. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englobam quaisquer com-
promissos financeiros assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusi-
ve operações de crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada.
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao consumidor cujas dívidas
tenham sido contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de contra-
tos celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o pagamento ou
decorram da aquisição ou contratação de produtos e serviços de luxo de alto
valor. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das infor-
mações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legislação aplicá-
vel à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o consumidor,
prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre: (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
I – o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o compõem; (In-
cluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros de mora e
o total de encargos, de qualquer natureza, previstos para o atraso no paga-
mento; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

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III – o montante das prestações e o prazo de validade da oferta, que deve


ser, no mínimo, de 2 (dois) dias; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
IV – o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor; (Incluído
pela Lei n. 14.181, de 2021)
V – o direito do consumidor à liquidação antecipada e não onerosa do
débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código e da regulamentação em
vigor. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no caput deste ar-
tigo devem constar de forma clara e resumida do próprio contrato, da fatura
ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao consumidor. (Incluído pela Lei
n. 14.181, de 2021)
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da operação de crédito
ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e compreenderá todos os
valores cobrados do consumidor, sem prejuízo do cálculo padronizado pela auto-
ridade reguladora do sistema financeiro. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta de crédito ao
consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o caso,
devem indicar, no mínimo, o custo efetivo total, o agente financiador e a soma
total a pagar, com e sem financiamento. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicitamente, na oferta de crédito ao
consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta
a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do
consumidor; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
III – ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus e os riscos da con-
tratação do crédito ou da venda a prazo; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
IV – assediar ou pressionar o consumidor para contratar o fornecimento
de produto, serviço ou crédito, principalmente se se tratar de consumidor
idoso, analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada ou se a
contratação envolver prêmio; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

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V – condicionar o atendimento de pretensões do consumidor ou o início de


tratativas à renúncia ou à desistência de demandas judiciais, ao pagamen-
to de honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 54-D. Na oferta de crédito, previamente à contratação, o fornece-
dor ou o intermediário deverá, entre outras condutas: (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
I – informar e esclarecer adequadamente o consumidor, considerada sua
idade, sobre a natureza e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os
custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e 54-B deste Código, e
sobre as consequências genéricas e específicas do inadimplemento; (Incluído
pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – avaliar, de forma responsável, as condições de crédito do consumi-
dor, mediante análise das informações disponíveis em bancos de dados de
proteção ao crédito, observado o disposto neste Código e na legislação sobre
proteção de dados; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
III – informar a identidade do agente financiador e entregar ao consumi-
dor, ao garante e a outros coobrigados cópia do contrato de crédito. (Incluído
pela Lei n. 14.181, de 2021)
Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos deveres previstos
no caput deste artigo e nos arts. 52 e 54-C deste Código poderá acarretar
judicialmente a redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acréscimo
ao principal e a dilação do prazo de pagamento previsto no contrato original,
conforme a gravidade da conduta do fornecedor e as possibilidades finan-
ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções e de indenização por
perdas e danos, patrimoniais e morais, ao consumidor. (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
Art. 54-E. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

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Art. 54-F. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros, o


contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e os contratos aces-
sórios de crédito que lhe garantam o financiamento quando o fornecedor de
crédito: (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
I – recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço para a pre-
paração ou a conclusão do contrato de crédito; (Incluído pela Lei n. 14.181,
de 2021)
II – oferecer o crédito no local da atividade empresarial do fornecedor de
produto ou serviço financiado ou onde o contrato principal for celebrado. (In-
cluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas nes-
te Código, no contrato principal ou no contrato de crédito, implica a resolução
de pleno direito do contrato que lhe seja conexo. (Incluído pela Lei n. 14.181,
de 2021)
§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver inexecu-
ção de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de produto ou servi-
ço, o consumidor poderá requerer a rescisão do contrato não cumprido contra
o fornecedor do crédito. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao consu-
midor: (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
I – contra o portador de cheque pós-datado emitido para aquisição de pro-
duto ou serviço a prazo; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito ou similar
quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos
pelo mesmo fornecedor ou por entidades pertencentes a um mesmo grupo
econômico. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de pleno
direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos termos do caput
deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direito de obter do for-
necedor do produto ou serviço a devolução dos valores entregues, inclusive
relativamente a tributos. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

264
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Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e na legis-


lação aplicável à matéria, é vedado ao fornecedor de produto ou serviço que
envolva crédito, entre outras condutas: (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
I – realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de qualquer
quantia que houver sido contestada pelo consumidor em compra realizada
com cartão de crédito ou similar, enquanto não for adequadamente soluciona-
da a controvérsia, desde que o consumidor haja notificado a administradora
do cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias contados da data
de vencimento da fatura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e
assegurado ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em
disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo o emissor
lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da transação contestada
que tenha sido cobrada, enquanto não encerrada a apuração da contestação;
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – recusar ou não entregar ao consumidor, ao garante e aos outros coo-
brigados cópia da minuta do contrato principal de consumo ou do contrato de
crédito, em papel ou outro suporte duradouro, disponível e acessível, e, após
a conclusão, cópia do contrato; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
III – impedir ou dificultar, em caso de utilização fraudulenta do cartão
de crédito ou similar, que o consumidor peça e obtenha, quando aplicável, a
anulação ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a restituição dos
valores indevidamente recebidos. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclarecimento do consumi-
dor e de entrega da minuta do contrato, no empréstimo cuja liquidação seja
feita mediante consignação em folha de pagamento, a formalização e a entre-
ga da cópia do contrato ou do instrumento de contratação ocorrerão após o
fornecedor do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre a existência
de margem consignável. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve prestar ao consumidor,


previamente, as informações de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B
deste Código, além de outras porventura determinadas na legislação em vi-
gor, e fica obrigado a entregar ao consumidor cópia do contrato, após a sua
conclusão (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

CAPÍTULO VII
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
(Vide Lei n. 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorren-


te e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e
controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de pro-
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da
vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor,
baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com
atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão comis-
sões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas referidas
no § 1º, sendo obrigatória a participação dos consumidores e fornecedores.
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para
que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de in-
teresse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,
conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de
natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa;

266
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;
VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
das cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou inciden-
te de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplica-
da mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos de-
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescenta-
do pela Lei n. 8.703, de 6.9.1993)
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição
de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
ço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou permissão
de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento adminis-
trativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quanti-
dade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto ou serviço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de


suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administra-
tiva, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada am-
pla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior
gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.
§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de
serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.
§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as
circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou
suspensão da atividade.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade
administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o for-
necedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos
do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma for-
ma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local,
espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade en-
ganosa ou abusiva.
§ 2º (Vetado)
§ 3º (Vetado).

TÍTULO II
DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas nes-


te código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-
dutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosi-
dade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:

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Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.


§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante re-
comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumido-
res a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja pos-
terior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente,
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando de-
terminação de autoridade competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)
§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também ca-
racteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425,
de 2017)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação rele-
vante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

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Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser ca-
paz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão
base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constran-
gimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que
sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou de-
veria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequa-
damente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.

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Delegado de Polícia Civil

Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos


neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabi-
lidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamen-
tos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-
-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o
juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a
47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.

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Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e du-
zentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equi-
valente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado
ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consu-
mo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;

272
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os


decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concor-
rentemente: (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas
ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse so-
cial evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissí-
vel se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obten-
ção do resultado prático correspondente.

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§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art.


287, do Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equi-
valente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e
apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento
de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adian-
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras
despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de
regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilida-
de de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código
de Processo Civil e da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que
respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

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CAPÍTULO II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE
INTERESSES INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome


próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como
fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para
a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âm-
bito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos
de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo
Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de
que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica,
fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas
pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o
art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).

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Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de
liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execu-
ção individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação pre-
vista na Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuí-
zos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência
no pagamento.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da impor-
tância recolhida ao fundo criado pela Lei n. 7.347 de 24 de julho de 1985, ficará
sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indeniza-
ção pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser
manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do
art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo
criado pela Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985.

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CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO
FORNECEDOR DE PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e


serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão ob-
servadas as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá cha-
mar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Ins-
tituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar proce-
dente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo
Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirma-
tivo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador,
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispen-
sado o litisconsórcio obrigatório com este.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor
ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o ter-
ritório nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determi-
nar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de
produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde
pública e à incolumidade pessoal.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado)

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CAPÍTULO IV
DA COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici-
ência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do
inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo im-
procedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando
se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para benefi-
ciar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudica-
rão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pe-
dido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litiscon-
sortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o
art. 13 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de
indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou
na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as
vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução,
nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal conde-
natória.

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Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo


único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II
e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

CAPÍTULO V
DA CONCILIAÇÃO NO SUPERENDIVIDAMENTO
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natu-


ral, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, com vistas à
realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador cre-
denciado no juízo, com a presença de todos os credores de dívidas previstas
no art. 54-A deste Código, na qual o consumidor apresentará proposta de pla-
no de pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o míni-
mo existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas de
pagamento originalmente pactuadas. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda que decor-
rentes de relações de consumo, oriundas de contratos celebrados dolosamen-
te sem o propósito de realizar pagamento, bem como as dívidas provenientes
de contratos de crédito com garantia real, de financiamentos imobiliários e de
crédito rural. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor, ou de seu
procurador com poderes especiais e plenos para transigir, à audiência de con-
ciliação de que trata o caput deste artigo acarretará a suspensão da exigibi-
lidade do débito e a interrupção dos encargos da mora, bem como a sujeição
compulsória ao plano de pagamento da dívida se o montante devido ao credor
ausente for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a esse
credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos credores
presentes à audiência conciliatória. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

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§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença judicial que


homologar o acordo descreverá o plano de pagamento da dívida e terá eficá-
cia de título executivo e força de coisa julgada. (Incluído pela Lei n. 14.181,
de 2021)
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste artigo: (In-
cluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
I – medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução dos encar-
gos da dívida ou da remuneração do fornecedor, entre outras destinadas a
facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
II – referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em curso;
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
III – data a partir da qual será providenciada a exclusão do consumidor
de bancos de dados e de cadastros de inadimplentes; (Incluído pela Lei n.
14.181, de 2021)
IV – condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consumidor, de
condutas que importem no agravamento de sua situação de superendivida-
mento. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste artigo não
importará em declaração de insolvência civil e poderá ser repetido somente
após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado da liquidação das obrigações
previstas no plano de pagamento homologado, sem prejuízo de eventual re-
pactuação. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação a quaisquer
credores, o juiz, a pedido do consumidor, instaurará processo por superendi-
vidamento para revisão e integração dos contratos e repactuação das dívidas
remanescentes mediante plano judicial compulsório e procederá à citação de
todos os credores cujos créditos não tenham integrado o acordo porventura
celebrado. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

280
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Serão considerados no processo por superendividamento, se for o


caso, os documentos e as informações prestadas em audiência. (Incluído pela
Lei n. 14.181, de 2021)
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados juntarão documen-
tos e as razões da negativa de aceder ao plano voluntário ou de renegociar.
(Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não onere as
partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias, após cumpridas as diligências
eventualmente necessárias, apresentará plano de pagamento que contemple
medidas de temporização ou de atenuação dos encargos. (Incluído pela Lei
n. 14.181, de 2021)
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos credores, no mínimo,
o valor do principal devido, corrigido monetariamente por índices oficiais de
preço, e preverá a liquidação total da dívida, após a quitação do plano de pa-
gamento consensual previsto no art. 104-A deste Código, em, no máximo, 5
(cinco) anos, sendo que a primeira parcela será devida no prazo máximo de
180 (cento e oitenta) dias, contado de sua homologação judicial, e o restante
do saldo será devido em parcelas mensais iguais e sucessivas. (Incluído pela
Lei n. 14.181, de 2021)
Art. 104-C. Compete concorrente e facultativamente aos órgãos públicos
integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor a fase conciliatória
e preventiva do processo de repactuação de dívidas, nos moldes do art. 104-
A deste Código, no que couber, com possibilidade de o processo ser regulado
por convênios específicos celebrados entre os referidos órgãos e as institui-
ções credoras ou suas associações. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)
§ 1º Em caso de conciliação administrativa para prevenir o superendivida-
mento do consumidor pessoa natural, os órgãos públicos poderão promover,
nas reclamações individuais, audiência global de conciliação com todos os
credores e, em todos os casos, facilitar a elaboração de plano de pagamento,
preservado o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, sob a su-
pervisão desses órgãos, sem prejuízo das demais atividades de reeducação
financeira cabíveis. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

281
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de defesa do consumi-


dor, em caso de superendividamento do consumidor pessoa natural, incluirá
a data a partir da qual será providenciada a exclusão do consumidor de ban-
cos de dados e de cadastros de inadimplentes, bem como o condicionamento
de seus efeitos à abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no
agravamento de sua situação de superendividamento, especialmente a de
contrair novas dívidas. (Incluído pela Lei n. 14.181, de 2021)

TÍTULO IV
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),


os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades
privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secre-
taria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substi-
tuí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor, cabendo-lhe:
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de
proteção ao consumidor;
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou su-
gestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de
direito público ou privado;
III – prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos
e garantias;
IV – informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes
meios de comunicação;
V – solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a
apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI – representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições;

282
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VII – levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de or-


dem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individu-
ais dos consumidores;
VIII – solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do
Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços,
abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX – incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas es-
peciais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e
pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X – (Vetado).
XI – (Vetado).
XII – (Vetado)
XIII – desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento
Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
entidades de notória especialização técnico-científica.

TÍTULO V
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de forne-


cedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção
escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições re-
lativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de pro-
dutos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo.
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instru-
mento no cartório de títulos e documentos.
§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar
da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).

283
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 109. (Vetado).


Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1º da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985:
“IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
Art. 111. O inciso II do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
“II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio am-
biente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa
a ter a seguinte redação:
“§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por asso-
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titula-
ridade ativa”.
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e 6º ao art. 5º. da Lei n.
7.347, de 24 de julho de 1985:
“§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou carac-
terística do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos
da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei.
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante com-
binações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial”.
Art. 114. O art. 15 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter
a seguinte redação:

284
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

“Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença


condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados”.
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte
redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n. 7.347, de 24 de
julho de 1985:
“Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogado, custas e despesas processuais”.
Art. 117. Acrescente-se à Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte
dispositivo, renumerando-se os seguintes:
“Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu
o Código de Defesa do Consumidor”.
Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a
contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.

285
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.9.1990 - Retificado em


10.1.2007

286
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003

Mensagem de veto
Vigência
(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

287
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção


um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida
e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;

289
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VI – participação na vida política, na forma da lei;


VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.


Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas pe-
rante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e pas-
sarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei n. 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômi-
cas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

290
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, me-
dicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, ór-
teses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público

291
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que


integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de auto-ajuda.

292
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-


tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técni-
cas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua
integração à vida moderna.

293
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-


ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,
na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respei-


tadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

294
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é ve-


dada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus po-
tenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedên-
cia mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da


Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que pre-
servem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
dos na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabeleci-
dos pela Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.

295
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput obser-


vará o disposto no caput e § 2º do art. 3º da Lei no 9.876, de 26 de novem-
bro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mes-
mo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base dos aposen-
tados e pensionistas.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada. 
§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobran-
ça de participação do idoso no custeio da entidade.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistên-


cia Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não po-
derá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário
ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal fir-
mar o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:

297
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a


gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, ex-
ceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)

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Delegado de Polícia Civil

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e
os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os


direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de aten-
dimento;
III – em razão de sua condição pessoal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser


aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministé-


rio Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabi-
lidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV  – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto


articulado de ações governamentais e não-governamentais da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

300
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Delegado de Polícia Civil

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de


1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negli-
gência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por
idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos ido-
sos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diver-
sos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com
os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;

301
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Delegado de Polícia Civil

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.


Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força
maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno
e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao
idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especi-
ficando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decor-
rentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

302
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de


idoso portador de doenças infecto-contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os docu-
mentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem
dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, rela-
ção de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações,
se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendi-


mento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Públi-
co, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7º da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervi-
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do
idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.” (NR)

303
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos pú-


blicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determina-


ções desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e cri-
minal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado
o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:


a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que colo-
que em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de aten-
dimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências
a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

304
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a


gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso,
as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações


do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa per-
manência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabeleci-
mento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autori-
dade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
idoso.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados


anualmente, na forma da lei.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa


por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Mi-
nistério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
ção.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.

306
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO VI
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo


de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade go-
vernamental e não-governamental de atendimento ao idoso terá início me-
diante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do diri-
gente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão
aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as pro-
vas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.
69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento, delibe-
rando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.

307
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou


ao responsável pelo programa de atendimento.

TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o pro-


cedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do
idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e proce-
dimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fa-
zendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpri-
das, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se
em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Admi-
nistração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições
financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Ju-
diciária.

308
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso


aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maio-
res de oitenta anos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-
cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos di-
reitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou
parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem
a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos
em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, con-
forme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu-
ção coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;

309
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-


des municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a ins-
tauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às nor-
mas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de
saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos pre-
vistos nesta Lei.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas nes-
te artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser
a lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.

310
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita


pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Pú-


blico deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilida-
de por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II  – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-con-
tagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
teção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do do-
micílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concor-
rentemente:

311
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – o Ministério Público;


II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia au-
torização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade
ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1º  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela li-
minarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

312
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-


ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo
do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trân-
sito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de-
mais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais le-
gitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciati-
va do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que cons-
tituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam configu-
rar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação para

313
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público,


para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inqué-
rito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
mentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conse-
lho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de infor-
mação.
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revi-
são do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será
designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

314
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TÍTULO VI
DOS CRIMES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei


no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na  Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou
discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
§ 3º Não constitui crime a negativa de crédito motivada por superendivi-
damento do idoso. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-

315
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-
sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

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Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-


cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento
de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

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TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-
nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61................................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
..................................................................................” (NR)
“Art. 121..............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.................................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
§ 3º ...................................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 140.............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
.................................................................................. (NR)
“Art. 141.............................................................................

318
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IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-


cia, exceto no caso de injúria.
.................................................................................” (NR)
“Art. 148.............................................................................
§ 1º....................................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.
................................................................................” (NR)
“Art. 159............................................................................
§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqües-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
................................................................................” (NR)
“Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
...............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21..............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a


vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)

319
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Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de


1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º .............................................................................
§ 4º ..................................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
................................................................................” (NR)
Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18................................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21


(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
..................................................................................” (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional


de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os re-
cursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-


pulação idosa do País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto


de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-

320
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o


acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-e-
conômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua pu-
blicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de
1o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

321
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LEI N. 8.987, DE FEVEREIRO DE 1995

Dispõe sobre o regime de concessão e


Texto compilado
permissão da prestação de serviços públi-
Mensagem de veto
cos previsto no art. 175 da Constituição
(Vide Lei n. 9.074, de 1995)
Federal, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as per-


missões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Consti-
tuição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas
dos indispensáveis contratos.
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
promoverão a revisão e as adaptações necessárias de sua legislação às pres-
crições desta Lei, buscando atender as peculiaridades das diversas modalida-
des dos seus serviços.
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I – poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município,
em cuja competência se encontre o serviço público, precedido ou não da exe-
cução de obra pública, objeto de concessão ou permissão;
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálo-
go competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determi-
nado; (Redação dada pela Lei nº 14.133, de 2021)
III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:
a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhora-

322
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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mento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder conce-


dente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competiti-
vo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do ser-
viço ou da obra por prazo determinado; (Redação dada pela Lei nº 14.133,
de 2021)
IV – permissão de serviço público: a delegação, a título precário, median-
te licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente
à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.
Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo po-
der concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários.
Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de
obra pública, será formalizada mediante contrato, que deverá observar os
termos desta Lei, das normas pertinentes e do edital de licitação.
Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação,
ato justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, carac-
terizando seu objeto, área e prazo.

CAPÍTULO II
DO SERVIÇO ADEQUADO

Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço


adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta
Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade,
continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade das tarifas.

323
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipa-


mento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expan-
são do serviço.
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrup-
ção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º
deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo,
nem em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei nº 14.015, de
2020)
CAPÍTULO III
DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS

Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei n. 8.078, de 11 de setembro de


1990, são direitos e obrigações dos usuários:
I – receber serviço adequado;
II – receber do poder concedente e da concessionária informações para a
defesa de interesses individuais ou coletivos;
III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários
prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder
concedente. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
IV – levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irre-
gularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;
V – comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela
concessionária na prestação do serviço;
VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos
através dos quais lhes são prestados os serviços.
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e
privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao con-
sumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas

324
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos. (Incluído


pela Lei n. 9.791, de 1999)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.791, de 1999)

CAPÍTULO IV
DA POLÍTICA TARIFÁRIA

Art. 8º (VETADO)
Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da
proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previs-
tas nesta Lei, no edital e no contrato.
§ 1º A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e so-
mente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser
condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usu-
ário. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim
de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro.
§ 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extin-
ção de quaisquer tributos ou encargos legais, após a apresentação da propos-
ta, quando comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais
ou para menos, conforme o caso.
§ 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que afete o seu inicial
equilíbrio econômico-financeiro, o poder concedente deverá restabelecê-lo,
concomitantemente à alteração.
§ 5º A concessionária deverá divulgar em seu sítio eletrônico, de forma
clara e de fácil compreensão pelos usuários, tabela com o valor das tarifas
praticadas e a evolução das revisões ou reajustes realizados nos últimos cinco
anos. (Incluído pela Lei n. 13.673, de 2018)
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do contrato, conside-
ra-se mantido seu equilíbrio econômico-financeiro.

325
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, pode-


rá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de lici-
tação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusi-
vidade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto
no art. 17 desta Lei.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obriga-
toriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-finan-
ceiro do contrato.
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das característi-
cas técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distin-
tos segmentos de usuários.

CAPÍTULO V
DA LICITAÇÃO

Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução


de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação pró-
pria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade,
igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instru-
mento convocatório.
Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela
outorga da concessão; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e
VII; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

326
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; (Incluído pela


Lei n. 9.648, de 1998)
V – melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor
da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído
pela Lei n. 9.648, de 1998)
VI – melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior ofer-
ta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
VII – melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de pro-
postas técnicas. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 1º A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando
previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fór-
mulas precisas para avaliação econômico-financeira. (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998)
§ 2º Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital
de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas
técnicas. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequí-
veis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apre-
sentada por empresa brasileira. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclu-
sividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no
ato a que se refere o art. 5º desta Lei.
Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabi-
lização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente
autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes.
Parágrafo único. Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de
entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente

327
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que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder pú-


blico controlador da referida entidade.
§ 1º Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade esta-
tal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua via-
bilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da
referida entidade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qual-
quer tipo de tratamento tributário diferenciado, ainda que em consequência
da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve
prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, ob-
servados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria
sobre licitações e contratos e conterá, especialmente:
I – o objeto, metas e prazo da concessão;
II – a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;
III – os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e
assinatura do contrato;
IV – prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os
dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apre-
sentação das propostas;
V – os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da ca-
pacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
VI – as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou aces-
sórias, bem como as provenientes de projetos associados;
VII – os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em
relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garantir
a continuidade da prestação do serviço;
VIII – os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
IX – os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no
julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;

328
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

X – a indicação dos bens reversíveis;


XI – as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão
postos à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior;
XII – a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações
necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de
servidão administrativa;
XIII – as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em
que for permitida a participação de empresas em consórcio;
XIV – nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que con-
terá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
XV – nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução
de obra pública, os dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do
projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as garan-
tias exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a cada caso e
limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XVI – nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habi-
litação e julgamento, hipótese em que: (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de
lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante
mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas
no edital; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será de-
clarado vencedor; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os do-
cumentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo
lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às
condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

329
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado


ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de
consórcio, subscrito pelas consorciadas;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio;
III – apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo
anterior, por parte de cada consorciada;
IV – impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma
licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.
§ 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.
§ 2º A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder conce-
dente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da respon-
sabilidade solidária das demais consorciadas.
Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no
interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no
caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e des-
pesas ou investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade
para a licitação, realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização,
estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação res-
sarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.
Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos,
contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.

330
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CAPÍTULO VI
DO CONTRATO DE CONCESSÃO

Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas:


I – ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
II – ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
III – aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros definidores da qua-
lidade do serviço;
IV – ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o reajuste e
a revisão das tarifas;
V – aos direitos, garantias e obrigações do poder concedente e da conces-
sionária, inclusive os relacionados às previsíveis necessidades de futura alte-
ração e expansão do serviço e consequente modernização, aperfeiçoamento
e ampliação dos equipamentos e das instalações;
VI – aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do serviço;
VII – à forma de fiscalização das instalações, dos equipamentos, dos mé-
todos e práticas de execução do serviço, bem como a indicação dos órgãos
competentes para exercê-la;
VIII – às penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a con-
cessionária e sua forma de aplicação;
IX – aos casos de extinção da concessão;
X – aos bens reversíveis;
XI – aos critérios para o cálculo e a forma de pagamento das indenizações
devidas à concessionária, quando for o caso;
XII – às condições para prorrogação do contrato;
XIII – à obrigatoriedade, forma e periodicidade da prestação de contas da
concessionária ao poder concedente;
XIV – à exigência da publicação de demonstrações financeiras periódicas
da concessionária; e
XV – ao foro e ao modo amigável de solução das divergências contratuais.

331
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Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de serviço público pre-


cedido da execução de obra pública deverão, adicionalmente:
I – estipular os cronogramas físico-financeiros de execução das obras vin-
culadas à concessão; e
II – exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessionária, das obriga-
ções relativas às obras vinculadas à concessão.
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de meca-
nismos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao
contrato, inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portu-
guesa, nos termos da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela
Lei n. 11.196, de 2005)
Art. 24. (VETADO)
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, ca-
bendo-lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente,
aos usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão com-
petente exclua ou atenue essa responsabilidade.
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere este artigo, a con-
cessionária poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
implementação de projetos associados. (Vide ADC 57)
§ 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros a que
se refere o parágrafo anterior reger-se-ão pelo direito privado, não se esta-
belecendo qualquer relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente.
§ 3º A execução das atividades contratadas com terceiros pressupõe o cum-
primento das normas regulamentares da modalidade do serviço concedido.
Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato de
concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente.
§ 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida de concorrência.
§ 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos e obrigações da
subconcedente dentro dos limites da subconcessão.

332
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Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da con-


cessionária sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade
da concessão.
Parágrafo único. Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput
deste artigo o pretendente deverá: I – atender às exigências de capacidade
técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
assunção do serviço; e II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
contrato em vigor.
§ 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste ar-
tigo, o pretendente deverá: (Renumerado do parágrafo único pela Lei n.
11.196, de 2005)
I – atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e
regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e
II – comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.097, de 2015)
Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de concessão, o poder
concedente autorizará a assunção do controle ou da administração temporá-
ria da concessionária por seus financiadores e garantidores com quem não
mantenha vínculo societário direto, para promover sua reestruturação finan-
ceira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços. (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
§ 1º Na hipótese prevista no caput, o poder concedente exigirá dos finan-
ciadores e dos garantidores que atendam às exigências de regularidade jurí-
dica e fiscal, podendo alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no
inciso I do parágrafo único do art. 27. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º A assunção do controle ou da administração temporária autorizadas
na forma do caput deste artigo não alterará as obrigações da concessionária

333
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e de seus controladores para com terceiros, poder concedente e usuários dos


serviços públicos. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 3º Configura-se o controle da concessionária, para os fins dispostos no
caput deste artigo, a propriedade resolúvel de ações ou quotas por seus fi-
nanciadores e garantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei n.
6.404, de 15 de dezembro de 1976. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 4º Configura-se a administração temporária da concessionária por seus
financiadores e garantidores quando, sem a transferência da propriedade de
ações ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes: (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
I – indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em
Assembleia Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei 6.404, de
15 de dezembro de 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotis-
tas, nas demais sociedades; (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
II – indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acio-
nistas ou quotistas controladores em Assembleia Geral; (Incluído pela Lei n.
13.097, de 2015)
III – exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação
dos acionistas ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam
representar, prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo; (Incluído pela
Lei n. 13.097, de 2015)
IV – outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput
deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 5º A administração temporária autorizada na forma deste artigo não
acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à
tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos com ter-
ceiros, inclusive com o poder concedente ou empregados. (Incluído pela Lei
n. 13.097, de 2015)
§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração tem-
porária. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)

334
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Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessionárias poderão ofe-


recer em garantia os direitos emergentes da concessão, até o limite que não
comprometa a operacionalização e a continuidade da prestação do serviço.
Parágrafo único. Os casos em que o organismo financiador for instituição
financeira pública, deverão ser exigidas outras garantias da concessionária
para viabilização do financiamento. (Revogado pela Lei n. 9.074, de 1995)
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo prazo, destinados
a investimentos relacionados a contratos de concessão, em qualquer de suas
modalidades, as concessionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fi-
duciário, parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as seguin-
tes condições: (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – o contrato de cessão dos créditos deverá ser registrado em Cartório de
Títulos e Documentos para ter eficácia perante terceiros;
II – sem prejuízo do disposto no inciso I do caput deste artigo, a cessão do
crédito não terá eficácia em relação ao Poder Público concedente senão quan-
do for este formalmente notificado; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo serão constituídos
sob a titularidade do mutuante, independentemente de qualquer formalidade
adicional; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – o mutuante poderá indicar instituição financeira para efetuar a co-
brança e receber os pagamentos dos créditos cedidos ou permitir que a con-
cessionária o faça, na qualidade de representante e depositária; (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – na hipótese de ter sido indicada instituição financeira, conforme previsto
no inciso IV do caput deste artigo, fica a concessionária obrigada a apresentar
a essa os créditos para cobrança; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
VI – os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser depositados pela con-
cessionária ou pela instituição encarregada da cobrança em conta corrente ban-
cária vinculada ao contrato de mútuo; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

335
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VII – a instituição financeira depositária deverá transferir os valores rece-


bidos ao mutuante à medida que as obrigações do contrato de mútuo torna-
rem-se exigíveis; e (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
VIII – o contrato de cessão disporá sobre a devolução à concessionária
dos recursos excedentes, sendo vedada a retenção do saldo após o adimple-
mento integral do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão considerados contratos
de longo prazo aqueles cujas obrigações tenham prazo médio de vencimento
superior a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

CAPÍTULO VII
DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE

Art. 29. Incumbe ao poder concedente:


I – regulamentar o serviço concedido e fiscalizar permanentemente a
sua prestação;
II – aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
III – intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei;
IV – extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei e na forma
prevista no contrato;
V – homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas na forma desta
Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI – cumprir e fazer cumprir as disposições regulamentares do serviço e
as cláusulas contratuais da concessão;
VII – zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar e solucionar
queixas e reclamações dos usuários, que serão cientificados, em até trinta
dias, das providências tomadas;
VIII – declarar de utilidade pública os bens necessários à execução do
serviço ou obra pública, promovendo as desapropriações, diretamente ou
mediante outorga de poderes à concessionária, caso em que será desta a
responsabilidade pelas indenizações cabíveis;

336
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IX – declarar de necessidade ou utilidade pública, para fins de instituição


de servidão administrativa, os bens necessários à execução de serviço ou
obra pública, promovendo-a diretamente ou mediante outorga de poderes
à concessionária, caso em que será desta a responsabilidade pelas indeni-
zações cabíveis;
X – estimular o aumento da qualidade, produtividade, preservação do
meio-ambiente e conservação;
XI – incentivar a competitividade; e
XII – estimular a formação de associações de usuários para defesa de in-
teresses relativos ao serviço.
Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente terá acesso aos
dados relativos à administração, contabilidade, recursos técnicos, econômi-
cos e financeiros da concessionária.
Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por intermédio de órgão
técnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada, e, periodica-
mente, conforme previsto em norma regulamentar, por comissão composta de
representantes do poder concedente, da concessionária e dos usuários.

CAPÍTULO VIII
DOS ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA

Art. 31. Incumbe à concessionária:


I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas
técnicas aplicáveis e no contrato;
II – manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;
III – prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos
usuários, nos termos definidos no contrato;
IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contra-
tuais da concessão;

337
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V – permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer


época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço,
bem como a seus registros contábeis;
VI – promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo
poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;
VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço,
bem como segurá-los adequadamente; e
VIII – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à presta-
ção do serviço.
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão de obra, feitas pela
concessionária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legis-
lação trabalhista, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros
contratados pela concessionária e o poder concedente.

CAPÍTULO IX
DA INTERVENÇÃO

Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de


assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimen-
to das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes.
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente,
que conterá a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objeti-
vos e limites da medida.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no prazo
de trinta dias, instaurar procedimento administrativo para comprovar as
causas determinantes da medida e apurar responsabilidades, assegurado o
direito de ampla defesa.
§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não observou os pressu-
postos legais e regulamentares será declarada sua nulidade, devendo o
serviço ser imediatamente devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu
direito à indenização.

338
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o caput deste artigo


deverá ser concluído no prazo de até cento e oitenta dias, sob pena de consi-
derar-se inválida a intervenção.
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a administra-
ção do serviço será devolvida à concessionária, precedida de prestação de con-
tas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão.

CAPÍTULO X
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO

Art. 35. Extingue-se a concessão por:


I – advento do termo contratual;
II – encampação;
III – caducidade;
IV – rescisão;
V – anulação; e
VI – falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou in-
capacidade do titular, no caso de empresa individual.
§ 1º Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens
reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme pre-
visto no edital e estabelecido no contrato.
§ 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo
poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liqui-
dações necessários.
§ 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a
utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
§ 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente,
antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e ava-
liações necessários à determinação dos montantes da indenização que será
devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.

339
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Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a inde-


nização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda
não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo
de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Art. 37. Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder con-
cedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, me-
diante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na
forma do artigo anterior.
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação
das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27,
e as normas convencionadas entre as partes.
§ 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder conce-
dente quando:
I – o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente,
tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da
qualidade do serviço;
II – a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições le-
gais ou regulamentares concernentes à concessão;
III – a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressal-
vadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV – a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou opera-
cionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
V – a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
VI – a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII – a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado
por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.

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VII – a concessionária não atender a intimação do poder concedente para,


em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regula-
ridade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei n. 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 12.767, de 2012)
§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa.
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de
comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratu-
ais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e
transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência,
a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independen-
temente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma
do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais
e dos danos causados pela concessionária.
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qual-
quer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações
ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da
concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,
até a decisão judicial transitada em julgado.

CAPÍTULO XI
DAS PERMISSÕES

Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante con-


trato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas per-

341
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tinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revoga-


bilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.

CAPÍTULO XII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, permissão e au-
torização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas anteriormente à en-
trada em vigor desta Lei consideram-se válidas pelo prazo fixado no contrato
ou no ato de outorga, observado o disposto no art. 43 desta Lei. (Vide Lei n.
9.074, de 1995)
§ 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço
poderá ser prestado por órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado
a terceiros, mediante novo contrato. (Redação dada pela Lei n. 11.445, de
2007). (Vigência) (Vide ADIN 4058)
§ 2º As concessões em caráter precário, as que estiverem com prazo
vencido e as que estiverem em vigor por prazo indeterminado, inclusive por
força de legislação anterior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à
realização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à organização das
licitações que precederão a outorga das concessões que as substituirão, prazo
esse que não será inferior a 24 (vinte e quatro) meses.
§ 3º As concessões a que se refere o § 2º deste artigo, inclusive as que não
possuam instrumento que as formalize ou que possuam cláusula que preveja
prorrogação, terão validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde
que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativamente,
as seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
I – levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos
constituintes da infraestrutura de bens reversíveis e dos dados financeiros,
contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços, em dimensão ne-

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cessária e suficiente para a realização do cálculo de eventual indenização re-


lativa aos investimentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da
concessão, observadas as disposições legais e contratuais que regulavam a
prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da
publicação desta Lei; (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
II – celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário
sobre os critérios e a forma de indenização de eventuais créditos remanes-
centes de investimentos ainda não amortizados ou depreciados, apurados a
partir dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por
instituição especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e (Incluído
pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
III – publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder
concedente, autorizando a prestação precária dos serviços por prazo de até 6
(seis) meses, renovável até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação
do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo. (Incluído pela
Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3º deste artigo, o
cálculo da indenização de investimentos será feito com base nos critérios pre-
vistos no instrumento de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por
avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e
amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das socie-
dades por ações, efetuada por empresa de auditoria independente escolhida de
comum acordo pelas partes. (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 5º No caso do § 4º deste artigo, o pagamento de eventual indenização
será realizado, mediante garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anu-
ais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e
de outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com
capital próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de
operações de financiamento, ou obtidos mediante emissão de ações, debên-
tures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até o último

343
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão. (Incluído pela Lei
n. 11.445, de 2007). (Vigência)
§ 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5º deste
artigo ser paga mediante receitas de novo contrato que venha a disciplinar a

prestação do serviço. (Incluído pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos ou-

torgadas sem licitação na vigência da Constituição de 1988. (Vide Lei n.

9.074, de 1995)

Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas

sem licitação anteriormente à Constituição de 1988, cujas obras ou serviços

não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada

em vigor desta Lei.

Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atra-

sadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão ao poder concedente,

dentro de cento e oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras.(Vide Lei

n. 9.074, de 1995)

Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se

refere este artigo ou se este plano não oferecer condições efetivas para o

término da obra, o poder concedente poderá declarar extinta a concessão,

relativa a essa obra.

Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder

concedente indenizará as obras e serviços realizados somente no caso e com

os recursos da nova licitação.

Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo deverá, obri-

gatoriamente, levar em conta, para fins de avaliação, o estágio das obras

paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir a utilização do critério de julga-

mento estabelecido no inciso III do art. 15 desta Lei.

Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

344
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.2.1995 e republicado


em 28.9.1998

345
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 99.658, de 1990)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
(Vide Decreto n. 1.054, de 1994)
Constituição Federal, institui normas
(Vide Decreto n. 7.174, de 2010)
para licitações e contratos da Adminis-
(Vide Medida Provisória n. 544, de 2011)
tração Pública e dá outras providências.
(Vide Lei n. 12.598, de 2012)
(Vide Lei n. 13.800, de 2019)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos


administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contra-
tadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressal-
vadas as hipóteses previstas nesta Lei.

346
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qual-
quer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particu-
lares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a
estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio consti-
tucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administra-
ção e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada
e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei n. 12.349, de
2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
§ 1º É vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter com-
petitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam pre-
ferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para
o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada
pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências interna-
cionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei no
8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será asse-
gurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 2010)

347
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – produzidos no País;
III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no
desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento
de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público
os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a
respectiva abertura.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com
base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)
anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011) (Vide Decreto n. 7.709, de 2012) (Vide De-
creto n. 7.713, de 2012) (Vide Decreto n. 7.756, de 2012)
I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
(Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010)

348
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei n. 12.349,


de 2010)
V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser esta-
belecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído
pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos
ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo
Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante
de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos
bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja in-
ferior: (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,
quando for o caso. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendi-
da, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes
do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da adminis-
tração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a con-

349
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

dições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma esta-


belecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
(Vide Decreto n. 7.546, de 2011)
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, consi-
derados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de
11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010) (Vide Decreto
n. 7.546, de 2011)
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de
empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12
deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma
delas. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de lici-
tação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às
microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela
Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais
preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produ-
tos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou
entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel obser-
vância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer
cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo
a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza
ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Admi-
nistração Pública.

350
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão


como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamen-
to das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização
de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen-
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de des-
pesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (In-
cluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o trata-
mento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou amplia-
ção, realizada por execução direta ou indireta;

351
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de


interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,
montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, trans-
porte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de
uma só vez ou parceladamente;
IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;
V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor esti-
mado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea
“c” do inciso I do art. 23 desta Lei;
VI – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obri-
gações assumidas por empresas em licitações e contratos;
VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Adminis-
tração, pelos próprios meios;
VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros
sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua en-
trega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança
estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada;

352
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com


nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações
dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que pos-
sibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as
fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipa-
mentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter compe-
titivo para a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem
frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;
X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Asso-
ciação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
XI – Administração Pública - a administração direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder
público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

353
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual


a Administração Pública opera e atua concretamente;
XIII – Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração
Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;
XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a
Administração Pública;
XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Admi-
nistração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e
procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.
XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, pro-
duzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluí-
do pela Lei n. 12.349, de 2010)
XVIII – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições esta-
belecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos
- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja desconti-
nuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam
pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas:
disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela
Lei n. 12.349, de 2010)
XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei
n. 13.243, de 2016)

354
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços


obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I – projeto básico;
II – projeto executivo;
III – execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às
etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desen-
volvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que
também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponí-
vel para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composi-
ção de todos os seus custos unitários;
III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o paga-
mento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas
no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabeleci-
das no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quan-
do for o caso.
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos finan-
ceiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos
de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão,
nos termos da legislação específica.
§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento
de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos
não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

355
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços


sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,
salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de administração
contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos
ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins
de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das obriga-
ções de pagamento, desde a data final de cada período de aferição até a do
respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabeleci-
dos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quanti-
tativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos
de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os pra-
zos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra
ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua
execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se re-
fere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:
I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,
gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital
com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

356
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsá-


vel pela licitação.
§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que
se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na exe-
cução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou
gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.
§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra
ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do con-
tratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.
§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,
a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e
o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se
os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão
de licitação.
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – execução direta;
II – execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
a) empreitada por preço global;
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) tarefa;
e) empreitada integral.
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos
padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-pa-
drão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas
do empreendimento.

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Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços


serão considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – segurança;
II – funcionalidade e adequação ao interesse público;
III – economia na execução, conservação e operação;
IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e
matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da du-
rabilidade da obra ou do serviço;
VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho
adequadas; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissio-
nais especializados os trabalhos relativos a:
I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II – pareceres, perícias e avaliações em geral;
III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tribu-
tárias; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos
para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com
estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

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§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,


o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apre-
sente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório
ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação,
ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e di-
retamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de


seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob
pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regulamento) (Re-
gulamento) (Regulamento) (Vigência)
I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de
especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as
condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
II – ser processadas através de sistema de registro de preços;
III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às
do setor privado;
IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para apro-
veitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades
da Administração Pública.
§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.
§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orienta-
ção da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

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I – seleção feita mediante concorrência;


II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços
registrados;
III – validade do registro não superior a um ano.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar
as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de
outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado
ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.
§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando
possível, deverá ser informatizado.
§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante
do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente
no mercado.
§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em
função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sem-
pre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a dete-
rioração do material.
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no
art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma
comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação
oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as
compras feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar
a identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida,
o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por
itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dis-
pensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (Incluído pela Lei n.
8.883, de 1994)

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,
inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de lici-
tação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto
nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do in-
ciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera de governo; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou en-
tidades da administração pública; (Redação dada pela Lei n. 11.481, de 2007)

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g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei


no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos
órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atri-
buição; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âm-
bito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados)
e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse
social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (In-
cluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de ter-
ras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite
de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para
fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação
dada pela Lei n. 13.465, 2017)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispen-
sada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relati-
vamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades
da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da
Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

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§ 1º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste artigo,


cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio
da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou
de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso desti-
nar-se: (Redação dada pela Lei n. 11.196, de 2005)
I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normati-
vo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultu-
ra, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado
o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de
2009; (Redação dada pela Lei n. 13.465, 2017)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (Redação
dada pela Lei n. 11.952, de 2009)
I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular
seja comprovadamente anterior a 5 de maio de 2014; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;
(Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempla-
das na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas
legais ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído
pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notifica-
ção, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse
social. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)

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I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,


impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agrope-
cuárias; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
II – fica limitada às áreas de até dois mil e quinhentos hectares, vedada a
dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
Medida Provisória n. 910, de 2019)
III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura
prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no
inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.763, de 2008)
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada
pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanes-
cente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do
inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao
Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos ur-
banos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na
fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens rever-
síveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obri-
gatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão,
sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse
público devidamente justificado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite ofere-
cer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais
obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doa-
dor. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em


quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b” desta Lei,
a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habili-
tação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente
a 5% (cinco por cento) da avaliação.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja
derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser
alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I – avaliação dos bens alienáveis;
II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrên-
cia ou leilão. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

Capítulo II
Da Licitação

Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição


interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de in-
teressados residentes ou sediados em outros locais.
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências,
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no
mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão


ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de
obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas
por instituições federais; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar,
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
III – em sítio eletrônico oficial do respectivo ente federativo, facultado aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, alternativamente, a utilização
de sítio eletrônico oficial da União, conforme regulamento do Poder Executivo
federal. (Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados po-
derão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.
§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do
evento será:
I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime
de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do inciso ante-
rior; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
“técnica e preço”; (Incluída pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na
alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir


da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda
da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
cendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que
se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto
quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – leilão.
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo perti-
nente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número
mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apro-
priado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadas-
trados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com
antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição
de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (qua-
renta e cinco) dias.

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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para


a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos le-
galmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis
prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor
da avaliação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três)
possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico
ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigi-
dos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente jus-
tificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combina-
ção das referidas neste artigo.
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts.
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação,
nos termos do edital. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do
artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo
em vista o valor estimado da contratação:
I – para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei n. 9.648,
de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil
reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil


reais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela Lei
n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de 2018) (Vigência)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais); (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil re-
ais). (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) (Vide Decreto n. 9.412, de
2018) (Vigência)
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi-
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveita-
mento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade
sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressal-
vado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas
licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites
deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-
dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver forne-
cedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a


tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 5º É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “tomada de preços”,
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser reali-
zadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores
caracterizar o caso de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente,
nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa da-
quela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face
de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I des-
te artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a
aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou
fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja preju-
ízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior
à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, poden-
do o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da
Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei
n. 11.107, de 2005)
Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento)
do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior, desde que não
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e
serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas
conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de
obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento
e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emer-
gência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justifi-
cadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, man-
tidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifesta-
mente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o
parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante
do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compa-
tível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança na-


cional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvi-
do o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de clas-
sificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;
XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis,
no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspon-
dentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada
pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou es-
tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,
ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a con-
tratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins
lucrativos; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições
ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,
de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalida-
des do órgão ou entidade.

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XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados


de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para pres-
tação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno,
por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para
esse fim específico; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou
estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de
garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando
tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslo-
camento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos
ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação ope-
racional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder
comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu
valor não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver neces-
sidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico
dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão institu-
ída por decreto; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem
fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Ad-
mininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão
de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

373
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XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desen-


volvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vin-
te por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.
23; (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica
e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as
normas da legislação específica; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de go-
verno, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -
ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o
licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inclu-
ído pela Lei n. 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou
com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços pú-
blicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio
público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de re-
síduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de
coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder
público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos
compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.445, de 2007). (Vigência)

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XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou presta-


dos no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica
e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada
pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei n. 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos
contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em ope-
rações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à
escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.
(Incluído pela Lei n. 11.783, de 2008).
XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência téc-
nica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica
e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por
lei federal. (Incluído pela Lei n. 12.188, de 2.010) Vigência
XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei n.
12.349, de 2010)
XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no
8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante
as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a
implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água
para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias
rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído
pela Lei n. 12.873, de 2013)

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XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno


de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por funda-
ção que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão
da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de
ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecno-
lógico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira
necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam trans-
ferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-
de – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela
Lei n. 13.204, de 2015)
XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de
estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente
risco à segurança pública. (Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo se-
rão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por
consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por au-
tarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
(Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a admi-
nistração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica
aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em
ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei n. 12.715, de 2012)
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando apli-
cada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais ins-
tituídos em regulamentação específica. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à hi-
pótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)

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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-


ção, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam
ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,
vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser
feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do lo-
cal em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Fe-
deração ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta
Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especia-
lização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-
mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo
conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior,
estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe téc-
nica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir
que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena
satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se
comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causa-
do à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente pú-
blico responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III
e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no pra-
zo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada
pela Lei n. 11.107, de 2005)

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Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-


tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
seguintes elementos:
I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e imi-
nente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;
(Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
II – razão da escolha do fornecedor ou executante;
III – justificativa do preço.
IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, ex-
clusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei n. 12.440,
de 2011) (Vigência)
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,
consistirá em:
I – cédula de identidade;
II – registro comercial, no caso de empresa individual;
III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente
registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades
por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

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IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompa-


nhada de prova de diretoria em exercício;
V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estran-
geira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcio-
namento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista,
conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei n. 12.440, de
2011) (Vigência)
I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro
Geral de Contribuintes (CGC);
II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,
se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo
de atividade e compatível com o objeto contratual;
III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Muni-
cipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no
cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Tra-
balho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-
-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 12.440, de 2011) (Vigência)
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente
e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da lici-
tação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsa-
bilizará pelos trabalhos;

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III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os docu-


mentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações
e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso.
§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,
no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados
fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente
registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências
a: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir
em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, pro-
fissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade
competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução
de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusi-
vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da
licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
a) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
b) (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, men-
cionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões
ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior.
§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,
quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurí-
dica de direito público ou privado.

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§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com


limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer
outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,
equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o
cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
ção de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as
penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§ 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta comple-
xidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de
execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sem-
pre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que
envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a
execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continui-
dade da prestação de serviços públicos essenciais.
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação
da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste arti-
go deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a
substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde
que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira
limitar-se-á a:

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I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício


social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa
situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes
ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;
II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor
da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicí-
lio da pessoa física;
III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e §
1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do
objeto da contratação.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade
financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir
caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos
de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licita-
ção, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda
as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de
comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito
de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o
parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor esti-
mado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data
da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para
esta data através de índices oficiais.
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção
de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido
atualizado e sua capacidade de rotação.

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§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de


forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e
devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha
dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não
usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresen-
tados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório
competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da im-
prensa oficial. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, forneci-
mento de bens para pronta entrega e leilão.
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36
substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações
disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital,
obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de
fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por re-
gistro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no
edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quan-
to possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos pa-
rágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos
respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter
representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e
responder administrativa ou judicialmente.

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§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio


recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento
do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados
ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art.
55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e servi-
ços cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por
organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência
estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa es-
trangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,
desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder
Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por uni-
dades administrativas com sede no exterior.
§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá
ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a con-
tratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta
entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23.
(Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em
consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender
às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei
por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação téc-
nica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de
qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consor-
ciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração
estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)

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dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas
assim definidas em lei;
IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma
licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança ca-
berá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso
II deste artigo.
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais
para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,
um ano. (Regulamento)
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá
estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por
ele responsável a proceder, com periodicidade mínima anual, por meio da
imprensa oficial e de sítio eletrônico oficial, a chamamento público para a
atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 896, de 2019)
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros
cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

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Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qual-


quer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação
das exigências do art. 27 desta Lei.
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista
sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e
econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relaciona-
da nos arts. 30 e 31 desta Lei.
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atua-
lizarem o registro.
§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será
anotada no respectivo registro cadastral.
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o
registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei,
ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de pro-


cesso administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, con-
tendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21
desta Lei, ou da entrega do convite;
III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrati-
vo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa
ou inexigibilidade;
VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

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VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas


manifestações e decisões;
IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o
caso, fundamentado circunstanciadamente;
X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI – outros comprovantes de publicações;
XII – demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos con-
tratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um con-
junto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes
o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório
será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela
autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis
da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência
mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios pre-
vistos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas as
informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações si-
multâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para in-
tervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que,
também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior
a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação ante-
cedente. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anu-
al, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o lo-
cal, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para
início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

387
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I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;


II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instru-
mentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para
entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de
licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;
VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os
arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;
VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;
VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à
distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos
relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessá-
rias ao cumprimento de seu objeto;
IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e
estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços
mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de
referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação
dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo
de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução
de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das
demais parcelas, etapas ou tarefas;

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XIV – condições de pagamento, prevendo:


a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data
final do período de adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei n.
8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com
a disponibilidade de recursos financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a
data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo
pagamento; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e des-
contos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;
XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;
XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.
§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas
e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de lici-
tação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação
e fornecimento aos interessados.
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,
especificações e outros complementos;
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante
vencedor;
IV – as especificações complementares e as normas de execução perti-
nentes à licitação.

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§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento


da obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entre-
ga do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual
a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.
§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com
prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da pro-
posta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
II – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV deste
artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do adimple-
mento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
(Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a con-
tratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de sua
mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade
de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
(Incluído pela Lei n. 13.500, de 2017)
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do
edital, ao qual se acha estritamente vinculada.
§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação
por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5
(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de ha-
bilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até
3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.
§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação peran-
te a administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil que an-
teceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura
dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso,
ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edi-
tal, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá


de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a
ela pertinente.
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de partici-
par das fases subsequentes.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajus-
tar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às
exigências dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em
moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior
à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por
licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos mes-
mos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à
operação final de venda.
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de
bens com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de
agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral
de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as
condições decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados inter-
nacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e pro-
cedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da
proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar,
além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para
a obtenção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com

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o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do


órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imedia-
tamente superior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local
de destino.
Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos se-
guintes procedimentos:
I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilita-
ção dos concorrentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, con-
tendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após
sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habi-
litados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha
havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do
edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados
por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de re-
gistro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de
julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;
V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de
avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adju-
dicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.

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§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes


presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou infor-
mação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Redação dada pela Lei
n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II)
e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo re-
lacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em considera-
ção os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o
princípio da igualdade entre os licitantes.
§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edi-
tal ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,
nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insu-
mos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o
ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto
quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio lici-
tante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)

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§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que


incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Re-
dação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os
tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a pos-
sibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na
modalidade concurso: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que
apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite
e ofertar o menor preço;
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço.
IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou con-
cessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o
disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamen-
te, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convoca-
dos, vedado qualquer outro processo.
§ 3º No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os licitantes consi-
derados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços
propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério pre-
visto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração
observará o disposto no art. 3º da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991,
levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando

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obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego


de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas pro-
postas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na
licitação. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão
utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente in-
telectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, super-
visão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular,
para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e exe-
cutivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte pro-
cedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará
o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:
I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusiva-
mente dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e clas-
sificação destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequa-
dos ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente,
a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualifi-
cação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura
das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mí-
nima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das condições
propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamentos

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detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como refe-


rência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes
que obtiveram a valorização mínima;
III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico
será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de
classificação, até a consecução de acordo para a contratação;
IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que
não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização
mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente
ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente expli-
citado no instrumento convocatório:
I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acor-
do com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;
II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média pon-
derada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os
pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.
§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo pode-
rão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa circuns-
tanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato
convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia niti-
damente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas
de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões significati-
vas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concreta-
mente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos licitan-
tes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for
adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Admi-
nistração deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os ele-
mentos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas
propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.
Art. 48. Serão desclassificadas:
I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório
da licitação;
II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com
preços manifestamente inexequiveis, assim considerados aqueles que não
venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que
comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que
os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto
do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convoca-
tório da licitação. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-
-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para
obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a
70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cin-
quenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (Incluído pela Lei
n. 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor
global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que
se referem as alíneas “a” e “b”, será exigida, para a assinatura do contrato,
prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do
art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o
valor da correspondente proposta. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)

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§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas


forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo
de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso
de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei n.
9.648, de 1998)
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento so-
mente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente
de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para
justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por pro-
vocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não
gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
59 desta Lei.
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado
o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do pro-
cedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição
da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao pro-
cedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua
alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por
comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo
pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros
permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

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§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas


pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal dis-
ponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela au-
toridade competente.
§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro ca-
dastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legal-
mente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente
por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual di-
vergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na
reunião em que tiver sido tomada a decisão.
§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excede-
rá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a
mesma comissão no período subsequente.
§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão espe-
cial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento
da matéria em exame, servidores públicos ou não.
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser
precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local
indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração
a executá-lo quando julgar conveniente.
Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor desig-
nado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração
para fixação do preço mínimo de arrematação.

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§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabe-


lecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da
respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-
matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o
valor já recolhido.
§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser
feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no
município em que se realizará. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições
de direito privado.
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obri-
gações e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da
licitação e da proposta a que se vinculam.
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação
devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

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III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe-


riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária
entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,
de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação
funcional programática e da categoria econômica;
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas;
VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas;
VIII – os casos de rescisão;
IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conver-
são, quando for o caso;
XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a
inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos
casos omissos;
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas
físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá
constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da
Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no
§ 6º do art. 32 desta Lei.

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§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comu-


nicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da
União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo o
disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que
prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garan-
tia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia: (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter
sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-
lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e
avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério
da Fazenda; (Redação dada pela Lei n. 11.079, de 2004)
II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 8.6.94)
§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco
por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas con-
dições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta
complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados atra-
vés de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite
de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez
por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após
a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Ad-
ministração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia
deverá ser acrescido o valor desses bens.

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vi-
gência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabele-
cidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interes-
se da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administra-
ção, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
III – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informá-
tica, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito)
meses após o início da vigência do contrato.
V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso
haja interesse da administração. (Incluído pela Lei n. 12.349, de 2010)
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegu-
rada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra
algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
limites permitidos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reco-
nhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

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VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclu-


sive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedi-
mento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções
legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previa-
mente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autoriza-
ção da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo
poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei;
III – fiscalizar-lhes a execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos admi-
nistrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-fi-
nanceiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi-
líbrio contratual.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retro-
ativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria
produzir, além de desconstituir os já produzidos.

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Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de inde-


nizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for
declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não
lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime
de adiantamento.
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o dispos-
to no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrên-
cia e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos
preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licita-

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ção, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por


outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convo-
catório da licitação.
§ 2º Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização
de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela
Lei n. 8.883, de 1994)
§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas
gerais, no que couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder
Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominan-
temente, por norma de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público.
§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição pre-
vista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu
valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiri-
dos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obten-
ção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assi-
nar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contrata-
ção, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

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§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o ter-


mo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e
condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas
pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de confor-
midade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da
cominação prevista no art. 81 desta Lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem
convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.

Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de
acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por impo-
sição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado,
vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro
fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou
execução de obra ou serviço;

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d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre


os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa re-
muneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem
fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, re-
tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de
força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica
extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratu-
ais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou com-
pras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato,
e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite
de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabele-
cidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
(Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998)
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,
respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes de-
verão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regular-
mente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data
da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contra-
tados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso.

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§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encar-


gos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o
equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7º (VETADO)
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre-
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas,
bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite
do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser
registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acor-
do com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma
pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do
§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilida-
de previstas na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos re-
quisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído
pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante da Administração especialmente designado, permitida
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações perti-
nentes a essa atribuição.

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§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas


as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que
for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do re-
presentante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a
adoção das medidas convenientes.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração,
no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em
que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos traba-
lhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a respon-
sabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei n. 9.032, de 1995)
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado
pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos ter-
mos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela
Lei n. 9.032, de 1995)
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das respon-
sabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço
ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

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Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
(quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do
objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade
do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do mate-
rial e consequente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimen-
to far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade
civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional
pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei
ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo não po-
derá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devida-
mente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à
Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II – serviços profissionais;

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III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
“a”, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e
instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-
diante recibo.
Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas
técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta
do contratado.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,


com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos
ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
projetos e prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar
a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos
prazos estipulados;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa
e prévia comunicação à Administração;
VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do con-
tratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a
fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de-


signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de
seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na
forma do § 1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,
justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa
a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contrato;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,
por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repe-
tidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-
gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente im-
previstas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao
contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas
destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o
direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que
seja normalizada a situação;

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XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto


para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem
como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente com-
provada, impeditiva da execução do contrato.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo
das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei n. 9.854, de 1999)
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente mo-
tivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de auto-
rização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo
anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos
regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I – devolução de garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III – pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cro-
nograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

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Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as


seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e
pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuida-
de, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administra-
ção, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica
a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço
por execução direta ou indireta.
§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,
manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades
de serviços essenciais.
§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de
autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Esta-
dual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Ad-
ministração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,


aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumi-
da, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes con-
vocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contra-
tação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive
quanto ao prazo e preço.
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação su-
jeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem
prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,
sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções pe-
nais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que
exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou
emprego público.
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as
demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de
função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos
contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e res-
pectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, funda-
ções públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

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Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório
ou no contrato.
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas
nesta Lei.
§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descon-
tada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além
da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual será des-
contada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ain-
da, quando for o caso, cobrada judicialmente.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração po-
derá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis-
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.
§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,
além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.

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§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser


aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interes-
sado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência ex-
clusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po-
derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão
dos contratos regidos por esta Lei:
I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolo-
sos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis-
tração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)


Art. 90. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 91. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 92. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 93. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 94. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 95. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 96. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 97. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 98. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 99. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)

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Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)


Art. 101. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 102. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 103. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 104. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 105. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 106. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 107. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 108. (Revogado pela Lei nº 14.133, de 2021)

Capítulo V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato
ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua altera-
ção ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da de-
cisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba
recurso hierárquico;

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III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Se-


cretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art.
87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”, “b”, “c” e “e”,
deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso
III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos
previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no
ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação
direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo terá
efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e pre-
sentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia sus-
pensiva aos demais recursos.
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que po-
derão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que
praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informa-
do, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco)
dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsidera-
ção se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista fran-
queada ao interessado.
§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de “carta con-
vite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3º deste artigo
serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)

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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o


dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias conse-
cutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo
em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber
projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com
o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o forneci-
mento de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinen-
tes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de
qualquer natureza e aplicação da obra.
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade
pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada, res-
ponder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do
edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades
dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e
da execução do contrato. (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais
instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas compe-
tente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da
Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade
da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-
ma de controle interno nela previsto.

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§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá


representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de
controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do
disposto neste artigo.
§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de contro-
le interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior
à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado,
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção
de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem
determinadas. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de
licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação
recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante
proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei rela-
tivas à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à
analise da documentação.
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas
aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licita-
ções, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da
autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos con-
vênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por
órgãos e entidades da Administração.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades
da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano
de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no
mínimo, as seguintes informações:
I – identificação do objeto a ser executado;

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II – metas a serem atingidas;


III – etapas ou fases de execução;
IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;
V – cronograma de desembolso;
VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclu-
são das etapas ou fases programadas;
VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, compro-
vação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto
estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento
recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do
mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com
o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas
ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:
I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da
parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive
mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela
entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atra-
sos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prá-
ticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública nas
contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadim-
plemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras aponta-
das pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoria-
mente aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial

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se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de


aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada
em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em
prazos menores que um mês.
§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão
obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusiva-
mente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo espe-
cífico que integrará as prestações de contas do ajuste.
§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,
acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os prove-
nientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão de-
volvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável
de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de
contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do
órgão ou entidade titular dos recursos.
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se
pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da
administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e con-
tratos ao disposto nesta Lei.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações pú-
blicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e
pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios
devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito
da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior
a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,
deverão ser publicados na imprensa oficial.

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Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos
pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,
observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no
período. (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998)
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e
aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto
no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78,
bem assim o disposto no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das
obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de
noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obriga-
ções relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União
continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de
setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de cré-
dito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do
Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se
esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento
licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as reparti-
ções sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios
básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica.
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou con-
cessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a
legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei n. 8.883, de 1994)
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art.
7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com execução

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prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Admi-
nistração Pública concedente. (Incluído pela Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumera-
do por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os De-
cretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de
1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro
de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renume-
rado por força do disposto no art. 3º da Lei n. 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Independência e 105º da República.

ITAMAR FRANCO
Rubens Ricupero
Romildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 e republicado


em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994

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LEI N. 14.133, DE 1º DE ABRIL DE 2021


Mensagem de veto
Lei de Licitações e Contratos Administrativos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO DESTA LEI

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para


as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange:
I – os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e
do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando
no desempenho de função administrativa;
II – os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indi-
retamente pela Administração Pública.
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as sociedades
de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei n. 13.303, de 30
de junho de 2016, ressalvado o disposto no art. 178 desta Lei.
§ 2º As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sedia-
das no exterior obedecerão às peculiaridades locais e aos princípios básicos
estabelecidos nesta Lei, na forma de regulamentação específica a ser editada
por ministro de Estado.
§ 3º Nas licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de
empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira
ou de organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser admitidas:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – condições decorrentes de acordos internacionais aprovados pelo Con-


gresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República;
II – condições peculiares à seleção e à contratação constantes de normas
e procedimentos das agências ou dos organismos, desde que:
a) sejam exigidas para a obtenção do empréstimo ou doação;
b) não conflitem com os princípios constitucionais em vigor;
c) sejam indicadas no respectivo contrato de empréstimo ou doação e
tenham sido objeto de parecer favorável do órgão jurídico do contratante do
financiamento previamente à celebração do referido contrato;
d) (VETADO).
§ 4º A documentação encaminhada ao Senado Federal para autorização
do empréstimo de que trata o § 3º deste artigo deverá fazer referência às
condições contratuais que incidam na hipótese do referido parágrafo.
§ 5º As contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas
internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou acessórios a essa
atividade, serão disciplinadas em ato normativo próprio do Banco Central do
Brasil, assegurada a observância dos princípios estabelecidos no caput do art.
37 da Constituição Federal.
Art. 2º Esta Lei aplica-se a:
I – alienação e concessão de direito real de uso de bens;
II – compra, inclusive por encomenda;
III – locação;
IV – concessão e permissão de uso de bens públicos;
V – prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados;
VI – obras e serviços de arquitetura e engenharia;
VII – contratações de tecnologia da informação e de comunicação.
Art. 3º Não se subordinam ao regime desta Lei:
I – contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou exter-
no, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações de agente financeiro
e a concessão de garantia relacionadas a esses contratos;

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II – contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.


Art. 4º Aplicam-se às licitações e contratos disciplinados por esta Lei as
disposições constantes dos arts. 42 a 49 da Lei Complementar n. 123, de 14
de dezembro de 2006.
§ 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são aplicadas:
I – no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação de serviços
em geral, ao item cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte;
II – no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, às licita-
ções cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima admitida para
fins de enquadramento como empresa de pequeno porte.
§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste artigo fica
limitada às microempresas e às empresas de pequeno porte que, no ano-
-calendário de realização da licitação, ainda não tenham celebrado contratos
com a Administração Pública cujos valores somados extrapolem a receita bru-
ta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno
porte, devendo o órgão ou entidade exigir do licitante declaração de obser-
vância desse limite na licitação.
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) ano, será
considerado o valor anual do contrato na aplicação dos limites previstos nos
§§ 1º e 2º deste artigo.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da lega-


lidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do
interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do planejamen-
to, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação,
da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da segurança jurídica, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da

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economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as


disposições do Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Intro-
dução às Normas do Direito Brasileiro).

CAPÍTULO III
DAS DEFINIÇÕES

Art. 6º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I – órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administra-
ção Pública;
II – entidade: unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – Administração Pública: administração direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive as entidades com per-
sonalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e as fun-
dações por ele instituídas ou mantidas;
IV – Administração: órgão ou entidade por meio do qual a Administração
Pública atua;
V – agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, de-
signação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica integrante da
Administração Pública;
VI – autoridade: agente público dotado de poder de decisão;
VII – contratante: pessoa jurídica integrante da Administração Pública
responsável pela contratação;
VIII – contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurí-
dicas, signatária de contrato com a Administração;
IX – licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas,
que participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório,
sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o fornecedor ou o prestador de
serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta;

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X – compra: aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só


vez ou parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de entrega
de até 30 (trinta) dias da ordem de fornecimento;
XI – serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter de-
terminada utilidade, intelectual ou material, de interesse da Administração;
XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa
das profissões de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio
ambiente por meio de um conjunto harmônico de ações que, agregadas, for-
mam um todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem imóvel;
XIII – bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de desempenho e
qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de espe-
cificações usuais de mercado;
XIV – bens e serviços especiais: aqueles que, por sua alta heterogenei-
dade ou complexidade, não podem ser descritos na forma do inciso XIII
do caput deste artigo, exigida justificativa prévia do contratante;
XV – serviços e fornecimentos contínuos: serviços contratados e compras
realizadas pela Administração Pública para a manutenção da atividade admi-
nistrativa, decorrentes de necessidades permanentes ou prolongadas;
XVI – serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de mão de
obra: aqueles cujo modelo de execução contratual exige, entre outros requi-
sitos, que:
a) os empregados do contratado fiquem à disposição nas dependências do
contratante para a prestação dos serviços;
b) o contratado não compartilhe os recursos humanos e materiais disponí-
veis de uma contratação para execução simultânea de outros contratos;
c) o contratado possibilite a fiscalização pelo contratante quanto à dis-
tribuição, controle e supervisão dos recursos humanos alocados aos seus
contratos;

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XVII – serviços não contínuos ou contratados por escopo: aqueles que im-
põem ao contratado o dever de realizar a prestação de um serviço específico
em período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que justificada-
mente, pelo prazo necessário à conclusão do objeto;
XVIII – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente
intelectual: aqueles realizados em trabalhos relativos a:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias e consultorias técnicas e auditorias financeiras e tributárias;
d) fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais e administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de cam-
po e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros especí-
ficos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se
enquadrem na definição deste inciso;
XIX – notória especialização: qualidade de profissional ou de empresa cujo
conceito, no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho ante-
rior, estudos, experiência, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permite inferir
que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfa-
ção do objeto do contrato;
XX – estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira eta-
pa do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público
envolvido e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de re-
ferência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela viabi-
lidade da contratação;
XXI – serviço de engenharia: toda atividade ou conjunto de atividades
destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interes-

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se para a Administração e que, não enquadradas no conceito de obra a que


se refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força de
lei, como privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos
especializados, que compreendem:
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que tem
por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e
qualidade, de manutenção, de adequação e de adaptação de bens móveis e
imóveis, com preservação das características originais dos bens;
b) serviço especial de engenharia: aquele que, por sua alta heterogenei-
dade ou complexidade, não pode se enquadrar na definição constante da
alínea “a” deste inciso;
XXII – obras, serviços e fornecimentos de grande vulto: aqueles cujo valor
estimado supera R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais);
XXIII – termo de referência: documento necessário para a contratação
de bens e serviços, que deve conter os seguintes parâmetros e elementos
descritivos:
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do
contrato e, se for o caso, a possibilidade de sua prorrogação;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estu-
dos técnicos preliminares correspondentes ou, quando não for possível di-
vulgar esses estudos, no extrato das partes que não contiverem informações
sigilosas;
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida
do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o
contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o
seu encerramento;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto
será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade;

433
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g) critérios de medição e de pagamento;


h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte,
com os parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respecti-
vos cálculos, que devem constar de documento separado e classificado;
j) adequação orçamentária;
XXIV – anteprojeto: peça técnica com todos os subsídios necessários
à elaboração do projeto básico, que deve conter, no mínimo, os seguintes
elementos:
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, avaliação
de demanda do público-alvo, motivação técnico-econômico-social do empre-
endimento, visão global dos investimentos e definições relacionadas ao nível
de serviço desejado;
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
c) prazo de entrega;
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou projeto da
área de influência, quando cabível;
e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia na utili-
zação, de facilidade na execução, de impacto ambiental e de acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concep-
ção proposta;
h) levantamento topográfico e cadastral;
i) pareceres de sondagem;
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes
construtivos e dos materiais de construção, de forma a estabelecer padrões
mínimos para a contratação;
XXV  – projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes,
com nível de precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o ser-

434
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viço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado


com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do em-
preendimento e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos
métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios geo-
técnicos, ensaios e análises laboratoriais, estudos socioambientais e demais
dados e levantamentos necessários para execução da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de
forma a evitar, por ocasião da elaboração do projeto executivo e da realização
das obras e montagem, a necessidade de reformulações ou variantes quanto
à qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e equi-
pamentos a incorporar à obra, bem como das suas especificações, de modo
a assegurar os melhores resultados para o empreendimento e a segurança
executiva na utilização do objeto, para os fins a que se destina, considerados
os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para
a sua execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos cons-
trutivos, de instalações provisórias e de condições organizacionais para a
obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendidos a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quan-
titativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório ex-
clusivamente para os regimes de execução previstos nos incisos I, II, III, IV
e VII do caput do art. 46 desta Lei;
XXVI – projeto executivo: conjunto de elementos necessários e suficientes
à execução completa da obra, com o detalhamento das soluções previstas no

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projeto básico, a identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a


serem incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de acor-
do com as normas técnicas pertinentes;
XXVII  – matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-
-financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes
informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do contrato
que possam causar impacto em seu equilíbrio econômico-financeiro e previ-
são de eventual necessidade de prolação de termo aditivo por ocasião de sua
ocorrência;
b) no caso de obrigações de resultado, estabelecimento das frações do
objeto com relação às quais haverá liberdade para os contratados inovarem
em soluções metodológicas ou tecnológicas, em termos de modificação das
soluções previamente delineadas no anteprojeto ou no projeto básico;
c) no caso de obrigações de meio, estabelecimento preciso das frações do
objeto com relação às quais não haverá liberdade para os contratados inova-
rem em soluções metodológicas ou tecnológicas, devendo haver obrigação de
aderência entre a execução e a solução predefinida no anteprojeto ou no pro-
jeto básico, consideradas as características do regime de execução no caso de
obras e serviços de engenharia;
XXVIII – empreitada por preço unitário: contratação da execução da obra
ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
XXIX – empreitada por preço global: contratação da execução da obra ou
do serviço por preço certo e total;
XXX – empreitada integral: contratação de empreendimento em sua inte-
gralidade, compreendida a totalidade das etapas de obras, serviços e instala-
ções necessárias, sob inteira responsabilidade do contratado até sua entrega
ao contratante em condições de entrada em operação, com características

436
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adequadas às finalidades para as quais foi contratado e atendidos os requisitos


técnicos e legais para sua utilização com segurança estrutural e operacional;
XXXI – contratação por tarefa: regime de contratação de mão de obra para
pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
XXXII – contratação integrada: regime de contratação de obras e serviços
de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e desenvol-
ver os projetos básico e executivo, executar obras e serviços de engenharia,
fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega
final do objeto;
XXXIII – contratação semi-integrada: regime de contratação de obras e
serviços de engenharia em que o contratado é responsável por elaborar e
desenvolver o projeto executivo, executar obras e serviços de engenharia,
fornecer bens ou prestar serviços especiais e realizar montagem, teste, pré-
-operação e as demais operações necessárias e suficientes para a entrega
final do objeto;
XXXIV – fornecimento e prestação de serviço associado: regime de con-
tratação em que, além do fornecimento do objeto, o contratado responsabili-
za-se por sua operação, manutenção ou ambas, por tempo determinado;
XXXV – licitação internacional: licitação processada em território nacional
na qual é admitida a participação de licitantes estrangeiros, com a possibili-
dade de cotação de preços em moeda estrangeira, ou licitação na qual o ob-
jeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em parte em território
estrangeiro;
XXXVI – serviço nacional: serviço prestado em território nacional, nas
condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal;
XXXVII – produto manufaturado nacional: produto manufaturado produzi-
do no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com
as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

437
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XXXVIII – concorrência: modalidade de licitação para contratação de bens


e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia,
cujo critério de julgamento poderá ser:
a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto;
XXXIX – concurso: modalidade de licitação para escolha de trabalho téc-
nico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor
técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração
ao vencedor;
XL – leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou
de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o
maior lance;
XLI – pregão: modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens
e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço
ou o de maior desconto;
XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de
obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos
com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encer-
ramento dos diálogos;
XLIII – credenciamento: processo administrativo de chamamento público
em que a Administração Pública convoca interessados em prestar serviços ou
fornecer bens para que, preenchidos os requisitos necessários, se credenciem
no órgão ou na entidade para executar o objeto quando convocados;

438
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XLIV – pré-qualificação: procedimento seletivo prévio à licitação, convoca-


do por meio de edital, destinado à análise das condições de habilitação, total
ou parcial, dos interessados ou do objeto;
XLV – sistema de registro de preços: conjunto de procedimentos para re-
alização, mediante contratação direta ou licitação nas modalidades pregão ou
concorrência, de registro formal de preços relativos a prestação de serviços,
a obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras;
XLVI – ata de registro de preços: documento vinculativo e obrigacional,
com característica de compromisso para futura contratação, no qual são re-
gistrados o objeto, os preços, os fornecedores, os órgãos participantes e as
condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no edital
da licitação, no aviso ou instrumento de contratação direta e nas propostas
apresentadas;
XLVII – órgão ou entidade gerenciadora: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública responsável pela condução do conjunto de procedimentos para
registro de preços e pelo gerenciamento da ata de registro de preços dele
decorrente;
XLVIII – órgão ou entidade participante: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública que participa dos procedimentos iniciais da contratação para
registro de preços e integra a ata de registro de preços;
XLIX – órgão ou entidade não participante: órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública que não participa dos procedimentos iniciais da licitação para
registro de preços e não integra a ata de registro de preços;
L – comissão de contratação: conjunto de agentes públicos indicados pela
Administração, em caráter permanente ou especial, com a função de receber,
examinar e julgar documentos relativos às licitações e aos procedimentos
auxiliares;
LI – catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e obras:
sistema informatizado, de gerenciamento centralizado e com indicação de

439
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preços, destinado a permitir a padronização de itens a serem adquiridos pela


Administração Pública e que estarão disponíveis para a licitação;
LII – sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digitalmente por
autoridade certificadora, no qual o ente federativo divulga de forma cen-
tralizada as informações e os serviços de governo digital dos seus órgãos e
entidades;
LIII – contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de servi-
ços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o
objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de
despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da
economia gerada;
LIV – seguro-garantia: seguro que garante o fiel cumprimento das obriga-
ções assumidas pelo contratado;
LV – produtos para pesquisa e desenvolvimento: bens, insumos, servi-
ços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em
projeto de pesquisa;
LVI – sobrepreço: preço orçado para licitação ou contratado em valor ex-
pressivamente superior aos preços referenciais de mercado, seja de apenas
1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de ser-
viço, seja do valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por
tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada
ou integrada;
LVII – superfaturamento: dano provocado ao patrimônio da Administra-
ção, caracterizado, entre outras situações, por:
a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou
fornecidas;
b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que re-
sulte em diminuição da sua qualidade, vida útil ou segurança;

440
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c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que cau-


sem desequilíbrio econômico-financeiro do contrato em favor do contratado;
d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos con-
tratuais antecipados, distorção do cronograma físico-financeiro, prorrogação
injustificada do prazo contratual com custos adicionais para a Administração
ou reajuste irregular de preços;
LVIII – reajustamento em sentido estrito: forma de manutenção do equi-
líbrio econômico-financeiro de contrato consistente na aplicação do índice de
correção monetária previsto no contrato, que deve retratar a variação efetiva
do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais;
LIX – repactuação: forma de manutenção do equilíbrio econômico-finan-
ceiro de contrato utilizada para serviços contínuos com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, por meio da
análise da variação dos custos contratuais, devendo estar prevista no edital
com data vinculada à apresentação das propostas, para os custos decorren-
tes do mercado, e com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao
dissídio coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos decor-
rentes da mão de obra;
LX – agente de contratação: pessoa designada pela autoridade competen-
te, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanen-
tes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da
licitação, dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras
atividades necessárias ao bom andamento do certame até a homologação.

CAPÍTULO IV
DOS AGENTES PÚBLICOS

Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem


as normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por
competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções
essenciais à execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos:

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I – sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos


quadros permanentes da Administração Pública;
II – tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possu-
am formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional
emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e
III – não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados ha-
bituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, cola-
teral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista e civil.
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o prin-
cípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente pú-
blico para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo
a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na
respectiva contratação.
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos
estabelecidos, também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de
controle interno da Administração.
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa de-
signada pela autoridade competente, entre servidores efetivos ou emprega-
dos públicos dos quadros permanentes da Administração Pública, para tomar
decisões, acompanhar o trâmite da licitação, dar impulso ao procedimento
licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao bom anda-
mento do certame até a homologação.
§ 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e respon-
derá individualmente pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro
pela atuação da equipe.
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que ob-
servados os requisitos estabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de con-
tratação poderá ser substituído por comissão de contratação formada por,
no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por todos os

442
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição


individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião
em que houver sido tomada a decisão.
§ 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe
de apoio, ao funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais
e gestores de contratos de que trata esta Lei serão estabelecidas em regu-
lamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles contarem com o apoio
dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o desempe-
nho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei.
§ 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não
seja rotineiramente contratado pela Administração, poderá ser contratado,
por prazo determinado, serviço de empresa ou de profissional especializado
para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação.
§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela con-
dução do certame será designado pregoeiro.
Art. 9º É vedado ao agente público designado para atuar na área de lici-
tações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
a) comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do proces-
so licitatório, inclusive nos casos de participação de sociedades cooperativas;
b) estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou do domicílio dos licitantes;
c) sejam impertinentes ou irrelevantes para o objeto específico do contrato;
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra entre empresas brasileiras e
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pa-
gamento, mesmo quando envolvido financiamento de agência internacional;
III – opor resistência injustificada ao andamento dos processos e, inde-
vidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa em lei.

443
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da


execução do contrato agente público de órgão ou entidade licitante ou contra-
tante, devendo ser observadas as situações que possam configurar conflito de
interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos
da legislação que disciplina a matéria.
§ 2º As vedações de que trata este artigo estendem-se a terceiro que
auxilie a condução da contratação na qualidade de integrante de equipe de
apoio, profissional especializado ou funcionário ou representante de empresa
que preste assessoria técnica.
Art. 10. Se as autoridades competentes e os servidores públicos que ti-
verem participado dos procedimentos relacionados às licitações e aos contra-
tos de que trata esta Lei precisarem defender-se nas esferas administrativa,
controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de
orientação constante em parecer jurídico elaborado na forma do § 1º do art.
53 desta Lei, a advocacia pública promoverá, a critério do agente público, sua
representação judicial ou extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput deste artigo quando:
I – (VETADO);
II – provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do pro-
cesso administrativo ou judicial.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo inclusive na hipótese de o
agente público não mais ocupar o cargo, emprego ou função em que foi pra-
ticado o ato questionado.

TÍTULO II
DAS LICITAÇÕES

CAPÍTULO I
DO PROCESSO LICITATÓRIO

Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:

444
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contrata-


ção mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto;
II – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa
competição;
III – evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos;
IV – incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é responsável
pela governança das contratações e deve implementar processos e estrutu-
ras, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar
e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito
de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover um
ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento das contratações ao
planejamento estratégico e às leis orçamentárias e promover eficiência, efe-
tividade e eficácia em suas contratações.
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:
I – os documentos serão produzidos por escrito, com data e local de sua
realização e assinatura dos responsáveis;
II – os valores, os preços e os custos utilizados terão como expressão mo-
netária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 52 desta Lei;
III – o desatendimento de exigências meramente formais que não com-
prometam a aferição da qualificação do licitante ou a compreensão do conte-
údo de sua proposta não importará seu afastamento da licitação ou a invali-
dação do processo;
IV – a prova de autenticidade de cópia de documento público ou particular
poderá ser feita perante agente da Administração, mediante apresentação de
original ou de declaração de autenticidade por advogado, sob sua responsa-
bilidade pessoal;

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V – o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvi-


da de autenticidade, salvo imposição legal;
VI – os atos serão preferencialmente digitais, de forma a permitir que se-
jam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico;
VII – a partir de documentos de formalização de demandas, os órgãos res-
ponsáveis pelo planejamento de cada ente federativo poderão, na forma de
regulamento, elaborar plano de contratações anual, com o objetivo de racio-
nalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, garantir
o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração
das respectivas leis orçamentárias.
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput des-
te artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio
eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de lici-
tações e na execução dos contratos.
§ 2º É permitida a identificação e assinatura digital por pessoa física ou
jurídica em meio eletrônico, mediante certificado digital emitido em âmbito
da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 13. Os atos praticados no processo licitatório são públicos, ressalva-
das as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado, na forma da lei.
Parágrafo único. A publicidade será diferida:
I – quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;
II – quanto ao orçamento da Administração, nos termos do art. 24 desta Lei.
Art. 14. Não poderão disputar licitação ou participar da execução de con-
trato, direta ou indiretamente:
I – autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pes-
soa física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou forne-
cimento de bens a ele relacionados;
II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração
do projeto básico ou do projeto executivo, ou empresa da qual o autor do

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projeto seja dirigente, gerente, controlador, acionista ou detentor de mais de


5% (cinco por cento) do capital com direito a voto, responsável técnico ou
subcontratado, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimen-
to de bens a ela necessários;
III – pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação,
impossibilitada de participar da licitação em decorrência de sanção que lhe
foi imposta;
IV – aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econô-
mica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entidade con-
tratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou atue
na fiscalização ou na gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge, com-
panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de licitação;
V – empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, concorrendo entre si;
VI – pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulga-
ção do edital, tenha sido condenada judicialmente, com trânsito em julgado,
por exploração de trabalho infantil, por submissão de trabalhadores a condi-
ções análogas às de escravo ou por contratação de adolescentes nos casos
vedados pela legislação trabalhista.
§ 1º O impedimento de que trata o inciso III do caput deste artigo será
também aplicado ao licitante que atue em substituição a outra pessoa, física
ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade da sanção a ela aplicada,
inclusive a sua controladora, controlada ou coligada, desde que devidamente
comprovado o ilícito ou a utilização fraudulenta da personalidade jurídica do
licitante.
§ 2º A critério da Administração e exclusivamente a seu serviço, o autor
dos projetos e a empresa a que se referem os incisos I e II do caput deste
artigo poderão participar no apoio das atividades de planejamento da con-

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tratação, de execução da licitação ou de gestão do contrato, desde que sob


supervisão exclusiva de agentes públicos do órgão ou entidade.
§ 3º Equiparam-se aos autores do projeto as empresas integrantes do
mesmo grupo econômico.
§ 4º O disposto neste artigo não impede a licitação ou a contratação de
obra ou serviço que inclua como encargo do contratado a elaboração do pro-
jeto básico e do projeto executivo, nas contratações integradas, e do projeto
executivo, nos demais regimes de execução.
§ 5º Em licitações e contratações realizadas no âmbito de projetos e pro-
gramas parcialmente financiados por agência oficial de cooperação estrangei-
ra ou por organismo financeiro internacional com recursos do financiamento
ou da contrapartida nacional, não poderá participar pessoa física ou jurídica
que integre o rol de pessoas sancionadas por essas entidades ou que seja
declarada inidônea nos termos desta Lei.
Art. 15. Salvo vedação devidamente justificada no processo licitatório,
pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, observadas as
seguintes normas:
I – comprovação de compromisso público ou particular de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados;
II – indicação da empresa líder do consórcio, que será responsável por sua
representação perante a Administração;
III – admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório dos quan-
titativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação econômico-finan-
ceira, do somatório dos valores de cada consorciado;
IV – impedimento de a empresa consorciada participar, na mesma licita-
ção, de mais de um consórcio ou de forma isolada;
V – responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

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§ 1º O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10% (dez


por cento) a 30% (trinta por cento) sobre o valor exigido de licitante indivi-
dual para a habilitação econômico-financeira, salvo justificação.
§ 2º O acréscimo previsto no § 1º deste artigo não se aplica aos consór-
cios compostos, em sua totalidade, de microempresas e pequenas empresas,
assim definidas em lei.
§ 3º O licitante vencedor é obrigado a promover, antes da celebração do
contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso
referido no inciso I do caput deste artigo.
§ 4º Desde que haja justificativa técnica aprovada pela autoridade compe-
tente, o edital de licitação poderá estabelecer limite máximo para o número
de empresas consorciadas.
§ 5º A substituição de consorciado deverá ser expressamente autorizada
pelo órgão ou entidade contratante e condicionada à comprovação de que a
nova empresa do consórcio possui, no mínimo, os mesmos quantitativos para
efeito de habilitação técnica e os mesmos valores para efeito de qualificação
econômico-financeira apresentados pela empresa substituída para fins de ha-
bilitação do consórcio no processo licitatório que originou o contrato.
Art. 16. Os profissionais organizados sob a forma de cooperativa poderão
participar de licitação quando:
I – a constituição e o funcionamento da cooperativa observarem as regras
estabelecidas na legislação aplicável, em especial a Lei n. 5.764, de 16 de
dezembro de 1971, a Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012, e a Lei Comple-
mentar n. 130, de 17 de abril de 2009;
II – a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em regime coope-
rado, com repartição de receitas e despesas entre os cooperados;
III – qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de executar o
objeto contratado, vedado à Administração indicar nominalmente pessoas;
IV – o objeto da licitação referir-se, em se tratando de cooperativas en-
quadradas na Lei n. 12.690, de 19 de julho de 2012, a serviços especializados

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constantes do objeto social da cooperativa, a serem executados de forma


complementar à sua atuação.
Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes fases, em
sequência:
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando for o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.
§ 1º A fase referida no inciso V do caput deste artigo poderá, mediante
ato motivado com explicitação dos benefícios decorrentes, anteceder as fases
referidas nos incisos III e IV do caput deste artigo, desde que expressamente
previsto no edital de licitação.
§ 2º As licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrôni-
ca, admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a
sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo.
§ 3º Desde que previsto no edital, na fase a que se refere o inciso IV
do caput deste artigo, o órgão ou entidade licitante poderá, em relação ao
licitante provisoriamente vencedor, realizar análise e avaliação da conformi-
dade da proposta, mediante homologação de amostras, exame de conformi-
dade e prova de conceito, entre outros testes de interesse da Administração,
de modo a comprovar sua aderência às especificações definidas no termo de
referência ou no projeto básico.
§ 4º Nos procedimentos realizados por meio eletrônico, a Administração
poderá determinar, como condição de validade e eficácia, que os licitantes
pratiquem seus atos em formato eletrônico.
§ 5º Na hipótese excepcional de licitação sob a forma presencial a que
refere o § 2º deste artigo, a sessão pública de apresentação de propostas

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deverá ser gravada em áudio e vídeo, e a gravação será juntada aos autos do
processo licitatório depois de seu encerramento.
§ 6º A Administração poderá exigir certificação por organização indepen-
dente acreditada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnolo-
gia (Inmetro) como condição para aceitação de:
I – estudos, anteprojetos, projetos básicos e projetos executivos;
II – conclusão de fases ou de objetos de contratos;
III  – material e corpo técnico apresentados por empresa para fins de
habilitação.

CAPÍTULO II
DA FASE PREPARATÓRIA

Seção I
Da Instrução do Processo Licitatório

Art. 18. A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo


planejamento e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual
de que trata o inciso VII do caput do art. 12 desta Lei, sempre que elabora-
do, e com as leis orçamentárias, bem como abordar todas as considerações
técnicas, mercadológicas e de gestão que podem interferir na contratação,
compreendidos:
I – a descrição da necessidade da contratação fundamentada em estudo
técnico preliminar que caracterize o interesse público envolvido;
II – a definição do objeto para o atendimento da necessidade, por meio de
termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo, con-
forme o caso;
III – a definição das condições de execução e pagamento, das garantias
exigidas e ofertadas e das condições de recebimento;
IV – o orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados
para sua formação;

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V – a elaboração do edital de licitação;


VI – a elaboração de minuta de contrato, quando necessária, que constará
obrigatoriamente como anexo do edital de licitação;
VII – o regime de fornecimento de bens, de prestação de serviços ou de
execução de obras e serviços de engenharia, observados os potenciais de
economia de escala;
VIII – a modalidade de licitação, o critério de julgamento, o modo de dis-
puta e a adequação e eficiência da forma de combinação desses parâmetros,
para os fins de seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação
mais vantajoso para a Administração Pública, considerado todo o ciclo de vida
do objeto;
IX – a motivação circunstanciada das condições do edital, tais como justifi-
cativa de exigências de qualificação técnica, mediante indicação das parcelas
de maior relevância técnica ou valor significativo do objeto, e de qualificação
econômico-financeira, justificativa dos critérios de pontuação e julgamento
das propostas técnicas, nas licitações com julgamento por melhor técnica ou
técnica e preço, e justificativa das regras pertinentes à participação de em-
presas em consórcio;
X – a análise dos riscos que possam comprometer o sucesso da licitação e
a boa execução contratual;
XI – a motivação sobre o momento da divulgação do orçamento da licita-
ção, observado o art. 24 desta Lei.
§ 1º O estudo técnico preliminar a que se refere o inciso I do caput deste
artigo deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor solução,
de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da contra-
tação, e conterá os seguintes elementos:
I – descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a
ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;

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II – demonstração da previsão da contratação no plano de contratações


anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com o
planejamento da Administração;
III – requisitos da contratação;
IV – estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das
memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que considerem
interdependências com outras contratações, de modo a possibilitar economia
de escala;
V – levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas
possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a
contratar;
VI – estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços uni-
tários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão
suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a Administração optar
por preservar o seu sigilo até a conclusão da licitação;
VII – descrição da solução como um todo, inclusive das exigências relacio-
nadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
VIII – justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
IX – demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economici-
dade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e finan-
ceiros disponíveis;
X – providências a serem adotadas pela Administração previamente à ce-
lebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de em-
pregados para fiscalização e gestão contratual;
XI – contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII – descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros re-
cursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens
e refugos, quando aplicável;

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XIII – posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para


o atendimento da necessidade a que se destina.
§ 2º O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os elementos
previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando não
contemplar os demais elementos previstos no referido parágrafo, apresentar
as devidas justificativas.
§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de
obras e serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de
prejuízo para a aferição dos padrões de desempenho e qualidade almejados,
a especificação do objeto poderá ser realizada apenas em termo de referência
ou em projeto básico, dispensada a elaboração de projetos.
Art. 19. Os órgãos da Administração com competências regulamentares
relativas às atividades de administração de materiais, de obras e serviços e
de licitações e contratos deverão:
I – instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a centraliza-
ção dos procedimentos de aquisição e contratação de bens e serviços;
II – criar catálogo eletrônico de padronização de compras, serviços e
obras, admitida a adoção do catálogo do Poder Executivo federal por todos os
entes federativos;
III – instituir sistema informatizado de acompanhamento de obras, inclu-
sive com recursos de imagem e vídeo;
IV – instituir, com auxílio dos órgãos de assessoramento jurídico e de con-
trole interno, modelos de minutas de editais, de termos de referência, de con-
tratos padronizados e de outros documentos, admitida a adoção das minutas
do Poder Executivo federal por todos os entes federativos;
V – promover a adoção gradativa de tecnologias e processos integrados
que permitam a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de
obras e serviços de engenharia.
§ 1º O catálogo referido no inciso II do caput deste artigo poderá ser uti-
lizado em licitações cujo critério de julgamento seja o de menor preço ou o de

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maior desconto e conterá toda a documentação e os procedimentos próprios


da fase interna de licitações, assim como as especificações dos respectivos
objetos, conforme disposto em regulamento.
§ 2º A não utilização do catálogo eletrônico de padronização de que tra-
ta o inciso II do caput ou dos modelos de minutas de que trata o inciso IV
do caput deste artigo deverá ser justificada por escrito e anexada ao respec-
tivo processo licitatório.
§ 3º Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre
que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Mo-
delagem da Informação da Construção (Building Information Modelling -
BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que
venham a substituí-la.
Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas das es-
truturas da Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não su-
perior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada
a aquisição de artigos de luxo.
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em regula-
mento os limites para o enquadramento dos bens de consumo nas categorias
comum e luxo.
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promulgação des-
ta Lei, novas compras de bens de consumo só poderão ser efetivadas com a
edição, pela autoridade competente, do regulamento a que se refere o § 1º
deste artigo.
§ 3º (VETADO).
Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de
8 (oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a distância, na forma ele-
trônica, sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia de
informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e elementos
do edital de licitação, e com possibilidade de manifestação de todos os in-
teressados.

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Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a licitação a


prévia consulta pública, mediante a disponibilização de seus elementos a to-
dos os interessados, que poderão formular sugestões no prazo fixado.
Art. 22. O edital poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o
contratante e o contratado, hipótese em que o cálculo do valor estimado da
contratação poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da lici-
tação e com os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia
predefinida pelo ente federativo.
§ 1º A matriz de que trata o caput deste artigo deverá promover a alo-
cação eficiente dos riscos de cada contrato e estabelecer a responsabilidade
que caiba a cada parte contratante, bem como os mecanismos que afastem
a ocorrência do sinistro e mitiguem os seus efeitos, caso este ocorra durante
a execução contratual.
§ 2º O contrato deverá refletir a alocação realizada pela matriz de riscos,
especialmente quanto:
I – às hipóteses de alteração para o restabelecimento da equação econô-
mico-financeira do contrato nos casos em que o sinistro seja considerado na
matriz de riscos como causa de desequilíbrio não suportada pela parte que
pretenda o restabelecimento;
II – à possibilidade de resolução quando o sinistro majorar excessivamen-
te ou impedir a continuidade da execução contratual;
III – à contratação de seguros obrigatórios previamente definidos no con-
trato, integrado o custo de contratação ao preço ofertado.
§ 3º Quando a contratação se referir a obras e serviços de grande vulto
ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada,
o edital obrigatoriamente contemplará matriz de alocação de riscos entre o
contratante e o contratado.
§ 4º Nas contratações integradas ou semi-integradas, os riscos decorren-
tes de fatos supervenientes à contratação associados à escolha da solução de

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projeto básico pelo contratado deverão ser alocados como de sua responsa-
bilidade na matriz de riscos.
Art. 23. O valor previamente estimado da contratação deverá ser compa-
tível com os valores praticados pelo mercado, considerados os preços cons-
tantes de bancos de dados públicos e as quantidades a serem contratadas,
observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de
execução do objeto.
§ 1º No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de ser-
viços em geral, conforme regulamento, o valor estimado será definido com
base no melhor preço aferido por meio da utilização dos seguintes parâme-
tros, adotados de forma combinada ou não:
I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item
correspondente no painel para consulta de preços ou no banco de preços em
saúde disponíveis no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP);
II – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execução
ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de pre-
ços, inclusive mediante sistema de registro de preços, observado o índice de
atualização de preços correspondente;
III – utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de
tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham
a data e hora de acesso;
IV – pesquisa direta com no mínimo 3 (três) fornecedores, mediante soli-
citação formal de cotação, desde que seja apresentada justificativa da esco-
lha desses fornecedores e que não tenham sido obtidos os orçamentos com
mais de 6 (seis) meses de antecedência da data de divulgação do edital;
V – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.
§ 2º No processo licitatório para contratação de obras e serviços de en-
genharia, conforme regulamento, o valor estimado, acrescido do percentual

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de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) de referência e dos Encargos So-


ciais (ES) cabíveis, será definido por meio da utilização de parâmetros na
seguinte ordem:
I – composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do item
correspondente do Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para
serviços e obras de infraestrutura de transportes, ou do Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as demais
obras e serviços de engenharia;
II – utilização de dados de pesquisa publicada em mídia especializada, de
tabela de referência formalmente aprovada pelo Poder Executivo federal e de
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, desde que contenham
a data e a hora de acesso;
III – contratações similares feitas pela Administração Pública, em execu-
ção ou concluídas no período de 1 (um) ano anterior à data da pesquisa de
preços, observado o índice de atualização de preços correspondente;
IV – pesquisa na base nacional de notas fiscais eletrônicas, na forma de
regulamento.
§ 3º Nas contratações realizadas por Municípios, Estados e Distrito Fede-
ral, desde que não envolvam recursos da União, o valor previamente estima-
do da contratação, a que se refere o caput deste artigo, poderá ser definido
por meio da utilização de outros sistemas de custos adotados pelo respectivo
ente federativo.
§ 4º Nas contratações diretas por inexigibilidade ou por dispensa, quando
não for possível estimar o valor do objeto na forma estabelecida nos §§ 1º, 2º
e 3º deste artigo, o contratado deverá comprovar previamente que os preços
estão em conformidade com os praticados em contratações semelhantes de
objetos de mesma natureza, por meio da apresentação de notas fiscais emi-
tidas para outros contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data
da contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo.

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§ 5º No processo licitatório para contratação de obras e serviços de en-


genharia sob os regimes de contratação integrada ou semi-integrada, o va-
lor estimado da contratação será calculado nos termos do § 2º deste artigo,
acrescido ou não de parcela referente à remuneração do risco, e, sempre que
necessário e o anteprojeto o permitir, a estimativa de preço será baseada em
orçamento sintético, balizado em sistema de custo definido no inciso I do §
2º deste artigo, devendo a utilização de metodologia expedita ou paramétri-
ca e de avaliação aproximada baseada em outras contratações similares ser
reservada às frações do empreendimento não suficientemente detalhadas no
anteprojeto.
§ 6º Na hipótese do § 5º deste artigo, será exigido dos licitantes ou con-
tratados, no orçamento que compuser suas respectivas propostas, no mí-
nimo, o mesmo nível de detalhamento do orçamento sintético referido no
mencionado parágrafo.
Art. 24. Desde que justificado, o orçamento estimado da contratação po-
derá ter caráter sigiloso, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das
propostas, e, nesse caso:
I – o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo;
II – (VETADO).
Parágrafo único. Na hipótese de licitação em que for adotado o critério
de julgamento por maior desconto, o preço estimado ou o máximo aceitável
constará do edital da licitação.
Art. 25. O edital deverá conter o objeto da licitação e as regras relativas
à convocação, ao julgamento, à habilitação, aos recursos e às penalidades
da licitação, à fiscalização e à gestão do contrato, à entrega do objeto e às
condições de pagamento.
§ 1º Sempre que o objeto permitir, a Administração adotará minutas pa-
dronizadas de edital e de contrato com cláusulas uniformes.

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§ 2º Desde que, conforme demonstrado em estudo técnico preliminar,


não sejam causados prejuízos à competitividade do processo licitatório e à
eficiência do respectivo contrato, o edital poderá prever a utilização de mão
de obra, materiais, tecnologias e matérias-primas existentes no local da exe-
cução, conservação e operação do bem, serviço ou obra.
§ 3º Todos os elementos do edital, incluídos minuta de contrato, termos
de referência, anteprojeto, projetos e outros anexos, deverão ser divulgados
em sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgação do edital, sem neces-
sidade de registro ou de identificação para acesso.
§ 4º Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vul-
to, o edital deverá prever a obrigatoriedade de implantação de programa de
integridade pelo licitante vencedor, no prazo de 6 (seis) meses, contado da
celebração do contrato, conforme regulamento que disporá sobre as medidas
a serem adotadas, a forma de comprovação e as penalidades pelo seu des-
cumprimento.
§ 5º O edital poderá prever a responsabilidade do contratado pela:
I – obtenção do licenciamento ambiental;
II – realização da desapropriação autorizada pelo poder público.
§ 6º Os licenciamentos ambientais de obras e serviços de engenharia li-
citados e contratados nos termos desta Lei terão prioridade de tramitação
nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente
(Sisnama) e deverão ser orientados pelos princípios da celeridade, da coope-
ração, da economicidade e da eficiência.
§ 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigató-
ria a previsão no edital de índice de reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado e com a possibilidade de ser esta-
belecido mais de um índice específico ou setorial, em conformidade com a
realidade de mercado dos respectivos insumos.
§ 8º Nas licitações de serviços contínuos, observado o interregno mínimo
de 1 (um) ano, o critério de reajustamento será por:

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I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de dedi-


cação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante
previsão de índices específicos ou setoriais;
II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão
de obra ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica
da variação dos custos.
§ 9º O edital poderá, na forma disposta em regulamento, exigir que per-
centual mínimo da mão de obra responsável pela execução do objeto da con-
tratação seja constituído por:
I – mulheres vítimas de violência doméstica;
II – oriundos ou egressos do sistema prisional.
Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de
preferência para:
I – bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas téc-
nicas brasileiras;
II – bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.
§ 1º A margem de preferência de que trata o caput deste artigo:
I – será definida em decisão fundamentada do Poder Executivo federal, no
caso do inciso I do caput deste artigo;
II – poderá ser de até 10% (dez por cento) sobre o preço dos bens e serviços
que não se enquadrem no disposto nos incisos I ou II do caput deste artigo;
III – poderá ser estendida a bens manufaturados e serviços originários de
Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), desde que haja reci-
procidade com o País prevista em acordo internacional aprovado pelo Con-
gresso Nacional e ratificado pelo Presidente da República.
§ 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultan-
tes de desenvolvimento e inovação tecnológica no País, definidos conforme
regulamento do Poder Executivo federal, a margem de preferência a que se
refere o caput deste artigo poderá ser de até 20% (vinte por cento).
§ 3º (VETADO).

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§ 4º (VETADO).
§ 5º A margem de preferência não se aplica aos bens manufaturados na-
cionais e aos serviços nacionais se a capacidade de produção desses bens ou
de prestação desses serviços no País for inferior:
I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
II – aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do objeto, quan-
do for o caso.
§ 6º Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras
poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que
o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da Adminis-
tração Pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico,
medidas de compensação comercial, industrial ou tecnológica ou acesso a
condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma
estabelecida pelo Poder Executivo federal.
§ 7º Nas contratações destinadas à implantação, à manutenção e ao aper-
feiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação con-
siderados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá
ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País produzidos
de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n. 10.176, de
11 de janeiro de 2001.
Art. 27. Será divulgada, em sítio eletrônico oficial, a cada exercício finan-
ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto no art. 26
desta Lei, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas.

Seção II
Das Modalidades de Licitação

Art. 28. São modalidades de licitação:


I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;

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IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
§ 1º Além das modalidades referidas no caput deste artigo, a Administra-
ção pode servir-se dos procedimentos auxiliares previstos no art. 78 desta Lei.
§ 2º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a
combinação daquelas referidas no caput deste artigo.
Art. 29. A concorrência e o pregão seguem o rito procedimental comum a
que se refere o art. 17 desta Lei, adotando-se o pregão sempre que o objeto
possuir padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado.
Parágrafo único. O pregão não se aplica às contratações de serviços téc-
nicos especializados de natureza predominantemente intelectual e de obras e
serviços de engenharia, exceto os serviços de engenharia de que trata a alí-
nea “a” do inciso XXI do caput do art. 6º desta Lei.
Art. 30. O concurso observará as regras e condições previstas em edital,
que indicará:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e formas de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser conce-
dida ao vencedor.
Parágrafo único. Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o ven-
cedor deverá ceder à Administração Pública, nos termos do art. 93 desta Lei,
todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução
conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor de-
signado pela autoridade competente da Administração, e regulamento deverá
dispor sobre seus procedimentos operacionais.
§ 1º Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial,
a Administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação
na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto

463
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para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os


percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os
valores dos bens a serem leiloados.
§ 2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio eletrônico
oficial, que conterá:
I – a descrição do bem, com suas características, e, no caso de imóvel, sua
situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá
ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do lei-
loeiro designado;
III – a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os
semoventes;
IV – o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo se ex-
cepcionalmente for realizado sob a forma presencial por comprovada inviabi-
lidade técnica ou desvantagem para a Administração, hipótese em que serão
indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências existentes
sobre os bens a serem leiloados.
§ 3º Além da divulgação no sítio eletrônico oficial, o edital do leilão será
afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede da Administração
e poderá, ainda, ser divulgado por outros meios necessários para ampliar a
publicidade e a competitividade da licitação.
§ 4º O leilão não exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de habili-
tação e deverá ser homologado assim que concluída a fase de lances, supera-
da a fase recursal e efetivado o pagamento pelo licitante vencedor, na forma
definida no edital.
Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em
que a Administração:
I – vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;

464
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b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita


sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com pre-
cisão suficiente pela Administração;
II – verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternati-
vas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguin-
tes aspectos:
a) a solução técnica mais adequada;
b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida;
c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato;
III – (VETADO).
§ 1º Na modalidade diálogo competitivo, serão observadas as seguintes
disposições:
I – a Administração apresentará, por ocasião da divulgação do edital em
sítio eletrônico oficial, suas necessidades e as exigências já definidas e esta-
belecerá prazo mínimo de 25 (vinte e cinco) dias úteis para manifestação de
interesse na participação da licitação;
II – os critérios empregados para pré-seleção dos licitantes deverão ser
previstos em edital, e serão admitidos todos os interessados que preenche-
rem os requisitos objetivos estabelecidos;
III – a divulgação de informações de modo discriminatório que possa im-
plicar vantagem para algum licitante será vedada;
IV – a Administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções
propostas ou as informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o
seu consentimento;
V – a fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em
decisão fundamentada, identifique a solução ou as soluções que atendam às
suas necessidades;
VI – as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em
ata e gravadas mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo;

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VII – o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que


cada fase poderá restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas;
VIII – a Administração deverá, ao declarar que o diálogo foi concluído,
juntar aos autos do processo licitatório os registros e as gravações da fase de
diálogo, iniciar a fase competitiva com a divulgação de edital contendo a es-
pecificação da solução que atenda às suas necessidades e os critérios objeti-
vos a serem utilizados para seleção da proposta mais vantajosa e abrir prazo,
não inferior a 60 (sessenta) dias úteis, para todos os licitantes pré-seleciona-
dos na forma do inciso II deste parágrafo apresentarem suas propostas, que
deverão conter os elementos necessários para a realização do projeto;
IX – a Administração poderá solicitar esclarecimentos ou ajustes às pro-
postas apresentadas, desde que não impliquem discriminação nem distorçam
a concorrência entre as propostas;
X – a Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios
divulgados no início da fase competitiva, assegurada a contratação mais van-
tajosa como resultado;
XI – o diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação
composta de pelo menos 3 (três) servidores efetivos ou empregados públicos
pertencentes aos quadros permanentes da Administração, admitida a contra-
tação de profissionais para assessoramento técnico da comissão;
XII – (VETADO).
§ 2º Os profissionais contratados para os fins do inciso XI do § 1º deste
artigo assinarão termo de confidencialidade e abster-se-ão de atividades que
possam configurar conflito de interesses.

Seção III
Dos Critérios de Julgamento

Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os se-


guintes critérios:
I – menor preço;

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II – maior desconto;


III – melhor técnica ou conteúdo artístico;
IV – técnica e preço;
V – maior lance, no caso de leilão;
VI – maior retorno econômico.
Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando
couber, por técnica e preço considerará o menor dispêndio para a Adminis-
tração, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital de
licitação.
§ 1º Os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção,
utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental do objeto licitado, en-
tre outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida, poderão ser considerados
para a definição do menor dispêndio, sempre que objetivamente mensurá-
veis, conforme disposto em regulamento.
§ 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o preço global
fixado no edital de licitação, e o desconto será estendido aos eventuais ter-
mos aditivos.
Art. 35. O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico conside-
rará exclusivamente as propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos
licitantes, e o edital deverá definir o prêmio ou a remuneração que será atri-
buída aos vencedores.
Parágrafo único. O critério de julgamento de que trata o caput deste arti-
go poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de nature-
za técnica, científica ou artística.
Art. 36. O julgamento por técnica e preço considerará a maior pontuação
obtida a partir da ponderação, segundo fatores objetivos previstos no edital,
das notas atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da proposta.
§ 1º O critério de julgamento de que trata o caput deste artigo será es-
colhido quando estudo técnico preliminar demonstrar que a avaliação e a
ponderação da qualidade técnica das propostas que superarem os requisitos

467
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mínimos estabelecidos no edital forem relevantes aos fins pretendidos pela


Administração nas licitações para contratação de:
I – serviços técnicos especializados de natureza predominantemente inte-
lectual, caso em que o critério de julgamento de técnica e preço deverá ser
preferencialmente empregado;
II – serviços majoritariamente dependentes de tecnologia sofisticada e de
domínio restrito, conforme atestado por autoridades técnicas de reconhecida
qualificação;
III – bens e serviços especiais de tecnologia da informação e de comunicação;
IV – obras e serviços especiais de engenharia;
V – objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações
de execução, com repercussões significativas e concretamente mensuráveis
sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade, quando essas
soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, con-
forme critérios objetivamente definidos no edital de licitação.
§ 2º No julgamento por técnica e preço, deverão ser avaliadas e pondera-
das as propostas técnicas e, em seguida, as propostas de preço apresentadas
pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por cento) de valora-
ção para a proposta técnica.
§ 3º O desempenho pretérito na execução de contratos com a Adminis-
tração Pública deverá ser considerado na pontuação técnica, observado o
disposto nos §§ 3º e 4º do art. 88 desta Lei e em regulamento.
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço deverá
ser realizado por:
I – verificação da capacitação e da experiência do licitante, comprovadas
por meio da apresentação de atestados de obras, produtos ou serviços pre-
viamente realizados;
II – atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por banca de-
signada para esse fim, de acordo com orientações e limites definidos em edi-
tal, considerados a demonstração de conhecimento do objeto, a metodologia

468
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e o programa de trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a relação dos


produtos que serão entregues;
III – atribuição de notas por desempenho do licitante em contratações
anteriores aferida nos documentos comprobatórios de que trata o § 3º do art.
88 desta Lei e em registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de
Contratações Públicas (PNCP).
§ 1º A banca referida no inciso II do caput deste artigo terá no mínimo 3
(três) membros e poderá ser composta de:
I – servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros
permanentes da Administração Pública;
II  – profissionais contratados por conhecimento técnico, experiência ou
renome na avaliação dos quesitos especificados em edital, desde que seus
trabalhos sejam supervisionados por profissionais designados conforme o dis-
posto no art. 7º desta Lei.
§ 2º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, na licitação para
contratação dos serviços técnicos especializados de natureza predominante-
mente intelectual previstos nas alíneas “a”, “d” e “h” do inciso XVIII do caput
do art. 6º desta Lei cujo valor estimado da contratação seja superior a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), o julgamento será por: (Promulgação par-
tes vetadas)
I - melhor técnica; ou
II - técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de valora-
ção da proposta técnica.
Art. 38. No julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço, a ob-
tenção de pontuação devido à capacitação técnico-profissional exigirá que a
execução do respectivo contrato tenha participação direta e pessoal do pro-
fissional correspondente.
Art. 39. O julgamento por maior retorno econômico, utilizado exclusi-
vamente para a celebração de contrato de eficiência, considerará a maior
economia para a Administração, e a remuneração deverá ser fixada em per-

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centual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida


na execução do contrato.
§ 1º Nas licitações que adotarem o critério de julgamento de que trata
o caput deste artigo, os licitantes apresentarão:
I – proposta de trabalho, que deverá contemplar:
a) as obras, os serviços ou os bens, com os respectivos prazos de realiza-
ção ou fornecimento;
b) a economia que se estima gerar, expressa em unidade de medida asso-
ciada à obra, ao bem ou ao serviço e em unidade monetária;
II – proposta de preço, que corresponderá a percentual sobre a econo-
mia que se estima gerar durante determinado período, expressa em unidade
monetária.
§ 2º O edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos de mensura-
ção da economia gerada com a execução do contrato, que servirá de base de
cálculo para a remuneração devida ao contratado.
§ 3º Para efeito de julgamento da proposta, o retorno econômico será o
resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de
trabalho, deduzida a proposta de preço.
§ 4º Nos casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de
eficiência:
I – a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será
descontada da remuneração do contratado;
II – se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida
for superior ao limite máximo estabelecido no contrato, o contratado sujeitar-
-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.

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Seção IV
Disposições Setoriais

Subseção I
Das Compras

Art. 40. O planejamento de compras deverá considerar a expectativa de


consumo anual e observar o seguinte:
I – condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;
II – processamento por meio de sistema de registro de preços, quando
pertinente;
III – determinação de unidades e quantidades a serem adquiridas em fun-
ção de consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre
que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas, admitido o forneci-
mento contínuo;
IV – condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterio-
ração do material;
V – atendimento aos princípios:
a) da padronização, considerada a compatibilidade de especificações esté-
ticas, técnicas ou de desempenho;
b) do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente
vantajoso;
c) da responsabilidade fiscal, mediante a comparação da despesa estima-
da com a prevista no orçamento.
§ 1º O termo de referência deverá conter os elementos previstos no inciso
XXIII do caput do art. 6º desta Lei, além das seguintes informações:
I  – especificação do produto, preferencialmente conforme catálogo ele-
trônico de padronização, observados os requisitos de qualidade, rendimento,
compatibilidade, durabilidade e segurança;
II – indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras para rece-
bimentos provisório e definitivo, quando for o caso;

471
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III – especificação da garantia exigida e das condições de manutenção e


assistência técnica, quando for o caso.
§ 2º Na aplicação do princípio do parcelamento, referente às compras,
deverão ser considerados:
I – a viabilidade da divisão do objeto em lotes;
II – o aproveitamento das peculiaridades do mercado local, com vistas à
economicidade, sempre que possível, desde que atendidos os parâmetros de
qualidade; e
III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concen-
tração de mercado.
§ 3º O parcelamento não será adotado quando:
I – a economia de escala, a redução de custos de gestão de contratos ou
a maior vantagem na contratação recomendar a compra do item do mesmo
fornecedor;
II – o objeto a ser contratado configurar sistema único e integrado e hou-
ver a possibilidade de risco ao conjunto do objeto pretendido;
III – o processo de padronização ou de escolha de marca levar a fornece-
dor exclusivo.
§ 4º Em relação à informação de que trata o inciso III do § 1º deste arti-
go, desde que fundamentada em estudo técnico preliminar, a Administração
poderá exigir que os serviços de manutenção e assistência técnica sejam
prestados mediante deslocamento de técnico ou disponibilizados em unidade
de prestação de serviços localizada em distância compatível com suas ne-
cessidades.
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a Ad-
ministração poderá excepcionalmente:
I – indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formalmente jus-
tificado, nas seguintes hipóteses:
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;

472
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b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade com pla-


taformas e padrões já adotados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por mais de
um fornecedor forem os únicos capazes de atender às necessidades do
contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem com-
preendida pela identificação de determinada marca ou determinado modelo
aptos a servir apenas como referência;
II – exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimento de pré-
-qualificação permanente, na fase de julgamento das propostas ou de lan-
ces, ou no período de vigência do contrato ou da ata de registro de preços,
desde que previsto no edital da licitação e justificada a necessidade de sua
apresentação;
III – vedar a contratação de marca ou produto, quando, mediante pro-
cesso administrativo, restar comprovado que produtos adquiridos e utilizados
anteriormente pela Administração não atendem a requisitos indispensáveis
ao pleno adimplemento da obrigação contratual;
IV – solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida pelo fabri-
cante, que assegure a execução do contrato, no caso de licitante revendedor
ou distribuidor.
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste arti-
go restringir-se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando realizada na
fase de julgamento das propostas ou de lances.
Art. 42. A prova de qualidade de produto apresentado pelos proponentes
como similar ao das marcas eventualmente indicadas no edital será admitida
por qualquer um dos seguintes meios:
I – comprovação de que o produto está de acordo com as normas técnicas
determinadas pelos órgãos oficiais competentes, pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) ou por outra entidade credenciada pelo Inmetro;

473
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II – declaração de atendimento satisfatório emitida por outro órgão ou


entidade de nível federativo equivalente ou superior que tenha adquirido
o produto;
III – certificação, certificado, laudo laboratorial ou documento similar que
possibilite a aferição da qualidade e da conformidade do produto ou do pro-
cesso de fabricação, inclusive sob o aspecto ambiental, emitido por instituição
oficial competente ou por entidade credenciada.
§ 1º O edital poderá exigir, como condição de aceitabilidade da proposta,
certificação de qualidade do produto por instituição credenciada pelo Conse-
lho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro).
§ 2º A Administração poderá, nos termos do edital de licitação, oferecer
protótipo do objeto pretendido e exigir, na fase de julgamento das propostas,
amostras do licitante provisoriamente vencedor, para atender a diligência ou,
após o julgamento, como condição para firmar contrato.
§ 3º No interesse da Administração, as amostras a que se refere o § 2º
deste artigo poderão ser examinadas por instituição com reputação ético-pro-
fissional na especialidade do objeto, previamente indicada no edital.
Art. 43. O processo de padronização deverá conter:
I – parecer técnico sobre o produto, considerados especificações técnicas
e estéticas, desempenho, análise de contratações anteriores, custo e condi-
ções de manutenção e garantia;
II – despacho motivado da autoridade superior, com a adoção do padrão;
III – síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão definido, divul-
gadas em sítio eletrônico oficial.
§ 1º É permitida a padronização com base em processo de outro órgão
ou entidade de nível federativo igual ou superior ao do órgão adquirente, de-
vendo o ato que decidir pela adesão a outra padronização ser devidamente
motivado, com indicação da necessidade da Administração e dos riscos decor-
rentes dessa decisão, e divulgado em sítio eletrônico oficial.

474
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º As contratações de soluções baseadas em software de uso disse-


minado serão disciplinadas em regulamento que defina processo de gestão
estratégica das contratações desse tipo de solução.
Art. 44. Quando houver a possibilidade de compra ou de locação de bens,
o estudo técnico preliminar deverá considerar os custos e os benefícios de
cada opção, com indicação da alternativa mais vantajosa.

Subseção II
Das Obras e Serviços de Engenharia

Art. 45. As licitações de obras e serviços de engenharia devem respeitar,


especialmente, as normas relativas a:
I – disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gera-
dos pelas obras contratadas;
II – mitigação por condicionantes e compensação ambiental, que serão
definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
III – utilização de produtos, de equipamentos e de serviços que, com-
provadamente, favoreçam a redução do consumo de energia e de recur-
sos naturais;
IV – avaliação de impacto de vizinhança, na forma da legislação urbanística;
V – proteção do patrimônio histórico, cultural, arqueológico e imaterial,
inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indireto causado pelas
obras contratadas;
VI  – acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilida-
de reduzida.
Art. 46. Na execução indireta de obras e serviços de engenharia, são ad-
mitidos os seguintes regimes:
I – empreitada por preço unitário;
II – empreitada por preço global;
III – empreitada integral;
IV – contratação por tarefa;

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V – contratação integrada;


VI – contratação semi-integrada;
VII – fornecimento e prestação de serviço associado.
§ 1º É vedada a realização de obras e serviços de engenharia sem projeto
executivo, ressalvada a hipótese prevista no § 3º do art. 18 desta Lei.
§ 2º A Administração é dispensada da elaboração de projeto básico nos
casos de contratação integrada, hipótese em que deverá ser elaborado an-
teprojeto de acordo com metodologia definida em ato do órgão competente,
observados os requisitos estabelecidos no inciso XXIV do art. 6º desta Lei.
§ 3º Na contratação integrada, após a elaboração do projeto básico pelo
contratado, o conjunto de desenhos, especificações, memoriais e cronogra-
ma físico-financeiro deverá ser submetido à aprovação da Administração, que
avaliará sua adequação em relação aos parâmetros definidos no edital e con-
formidade com as normas técnicas, vedadas alterações que reduzam a quali-
dade ou a vida útil do empreendimento e mantida a responsabilidade integral
do contratado pelos riscos associados ao projeto básico.
§ 4º Nos regimes de contratação integrada e semi-integrada, o edital e o
contrato, sempre que for o caso, deverão prever as providências necessárias
para a efetivação de desapropriação autorizada pelo poder público, bem como:
I – o responsável por cada fase do procedimento expropriatório;
II – a responsabilidade pelo pagamento das indenizações devidas;
III – a estimativa do valor a ser pago a título de indenização pelos bens
expropriados, inclusive de custos correlatos;
IV – a distribuição objetiva de riscos entre as partes, incluído o risco pela
diferença entre o custo da desapropriação e a estimativa de valor e pelos
eventuais danos e prejuízos ocasionados por atraso na disponibilização dos
bens expropriados;
V – em nome de quem deverá ser promovido o registro de imissão provi-
sória na posse e o registro de propriedade dos bens a serem desapropriados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 5º Na contratação semi-integrada, mediante prévia autorização da Ad-


ministração, o projeto básico poderá ser alterado, desde que demonstrada a
superioridade das inovações propostas pelo contratado em termos de redu-
ção de custos, de aumento da qualidade, de redução do prazo de execução
ou de facilidade de manutenção ou operação, assumindo o contratado a res-
ponsabilidade integral pelos riscos associados à alteração do projeto básico.
§ 6º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da con-
clusão e da aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos
às etapas anteriores.
§ 7º (VETADO).
§ 8º (VETADO).
§ 9º Os regimes de execução a que se referem os incisos II, III, IV, V e VI
do caput deste artigo serão licitados por preço global e adotarão sistemáti-
ca de medição e pagamento associada à execução de etapas do cronograma
físico-financeiro vinculadas ao cumprimento de metas de resultado, vedada
a adoção de sistemática de remuneração orientada por preços unitários ou
referenciada pela execução de quantidades de itens unitários.

Subseção III
Dos Serviços em Geral

Art. 47. As licitações de serviços atenderão aos princípios:


I – da padronização, considerada a compatibilidade de especificações es-
téticas, técnicas ou de desempenho;
II – do parcelamento, quando for tecnicamente viável e economicamente
vantajoso.
§ 1º Na aplicação do princípio do parcelamento deverão ser considerados:
I – a responsabilidade técnica;
II – o custo para a Administração de vários contratos frente às vantagens
da redução de custos, com divisão do objeto em itens;

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III – o dever de buscar a ampliação da competição e de evitar a concen-


tração de mercado.
§ 2º Na licitação de serviços de manutenção e assistência técnica, o edi-
tal deverá definir o local de realização dos serviços, admitida a exigência de
deslocamento de técnico ao local da repartição ou a exigência de que o con-
tratado tenha unidade de prestação de serviços em distância compatível com
as necessidades da Administração.
Art. 48. Poderão ser objeto de execução por terceiros as atividades mate-
riais acessórias, instrumentais ou complementares aos assuntos que consti-
tuam área de competência legal do órgão ou da entidade, vedado à Adminis-
tração ou a seus agentes, na contratação do serviço terceirizado:
I – indicar pessoas expressamente nominadas para executar direta ou in-
diretamente o objeto contratado;
II – fixar salário inferior ao definido em lei ou em ato normativo a ser pago
pelo contratado;
III – estabelecer vínculo de subordinação com funcionário de empresa
prestadora de serviço terceirizado;
IV – definir forma de pagamento mediante exclusivo reembolso dos salá-
rios pagos;
V – demandar a funcionário de empresa prestadora de serviço terceirizado
a execução de tarefas fora do escopo do objeto da contratação;
VI – prever em edital exigências que constituam intervenção indevida da
Administração na gestão interna do contratado.
Parágrafo único. Durante a vigência do contrato, é vedado ao contratado
contratar cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, de dirigente do órgão ou entidade contratante
ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fisca-
lização ou na gestão do contrato, devendo essa proibição constar expressa-
mente do edital de licitação.

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Art. 49. A Administração poderá, mediante justificativa expressa, contra-


tar mais de uma empresa ou instituição para executar o mesmo serviço, des-
de que essa contratação não implique perda de economia de escala, quando:
I – o objeto da contratação puder ser executado de forma concorrente e
simultânea por mais de um contratado; e
II – a múltipla execução for conveniente para atender à Administração.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, a Adminis-
tração deverá manter o controle individualizado da execução do objeto con-
tratual relativamente a cada um dos contratados.
Art. 50. Nas contratações de serviços com regime de dedicação exclusi-
va de mão de obra, o contratado deverá apresentar, quando solicitado pela
Administração, sob pena de multa, comprovação do cumprimento das obri-
gações trabalhistas e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
em relação aos empregados diretamente envolvidos na execução do contrato,
em especial quanto ao:
I – registro de ponto;
II – recibo de pagamento de salários, adicionais, horas extras, repouso
semanal remunerado e décimo terceiro salário;
III – comprovante de depósito do FGTS;
IV – recibo de concessão e pagamento de férias e do respectivo adicional;
V – recibo de quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos
empregados dispensados até a data da extinção do contrato;
VI – recibo de pagamento de vale-transporte e vale-alimentação, na forma
prevista em norma coletiva.

Subseção IV
Da Locação de Imóveis

Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 desta Lei,


a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e avaliação prévia do

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bem, do seu estado de conservação, dos custos de adaptações e do prazo de


amortização dos investimentos necessários.

Subseção V
Das Licitações Internacionais

Art. 52. Nas licitações de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se


às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigên-
cias dos órgãos competentes.
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, o licitante brasileiro igualmente poderá fazê-lo.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado
em virtude de licitação nas condições de que trata o § 1º deste artigo será
efetuado em moeda corrente nacional.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes
àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
§ 4º Os gravames incidentes sobre os preços constarão do edital e serão
definidos a partir de estimativas ou médias dos tributos.
§ 5º As propostas de todos os licitantes estarão sujeitas às mesmas regras
e condições, na forma estabelecida no edital.
§ 6º Observados os termos desta Lei, o edital não poderá prever condições
de habilitação, classificação e julgamento que constituam barreiras de acesso
ao licitante estrangeiro, admitida a previsão de margem de preferência para
bens produzidos no País e serviços nacionais que atendam às normas técnicas
brasileiras, na forma definida no art. 26 desta Lei.

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CAPÍTULO III
DA DIVULGAÇÃO DO EDITAL DE LICITAÇÃO

Art. 53. Ao final da fase preparatória, o processo licitatório seguirá para


o órgão de assessoramento jurídico da Administração, que realizará controle
prévio de legalidade mediante análise jurídica da contratação.
§ 1º Na elaboração do parecer jurídico, o órgão de assessoramento jurídi-
co da Administração deverá:
I – apreciar o processo licitatório conforme critérios objetivos prévios de
atribuição de prioridade;
II – redigir sua manifestação em linguagem simples e compreensível e de
forma clara e objetiva, com apreciação de todos os elementos indispensáveis
à contratação e com exposição dos pressupostos de fato e de direito levados
em consideração na análise jurídica;
III – (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º Encerrada a instrução do processo sob os aspectos técnico e jurídico,
a autoridade determinará a divulgação do edital de licitação conforme dispos-
to no art. 54.
§ 4º Na forma deste artigo, o órgão de assessoramento jurídico da Admi-
nistração também realizará controle prévio de legalidade de contratações di-
retas, acordos, termos de cooperação, convênios, ajustes, adesões a atas de
registro de preços, outros instrumentos congêneres e de seus termos aditivos.
§ 5º É dispensável a análise jurídica nas hipóteses previamente definidas
em ato da autoridade jurídica máxima competente, que deverá considerar o
baixo valor, a baixa complexidade da contratação, a entrega imediata do bem
ou a utilização de minutas de editais e instrumentos de contrato, convênio
ou outros ajustes previamente padronizados pelo órgão de assessoramen-
to jurídico.
§ 6º (VETADO).

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Art. 54. A publicidade do edital de licitação será realizada mediante divul-


gação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus anexos no
Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publicação de
extrato do edital no Diário Oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou
do Município, ou, no caso de consórcio público, do ente de maior nível entre
eles, bem como em jornal diário de grande circulação. (Promulgação par-
tes vetadas)
§ 2º É facultada a divulgação adicional e a manutenção do inteiro teor do
edital e de seus anexos em sítio eletrônico oficial do ente federativo do órgão
ou entidade responsável pela licitação ou, no caso de consórcio público, do
ente de maior nível entre eles, admitida, ainda, a divulgação direta a interes-
sados devidamente cadastrados para esse fim.
§ 3º Após a homologação do processo licitatório, serão disponibilizados
no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e, se o órgão ou entidade
responsável pela licitação entender cabível, também no sítio referido no § 2º
deste artigo, os documentos elaborados na fase preparatória que porventura
não tenham integrado o edital e seus anexos.

CAPÍTULO IV
DA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES

Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances,


contados a partir da data de divulgação do edital de licitação, são de:
I – para aquisição de bens:
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de me-
nor preço ou de maior desconto;
b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a”
deste inciso;
II – no caso de serviços e obras:

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a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de


menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços comuns e de obras e
serviços comuns de engenharia;
b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamen-
to de menor preço ou de maior desconto, no caso de serviços especiais e de
obras e serviços especiais de engenharia;
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contra-
tação integrada;
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de
contratação semi-integrada ou nas hipóteses não abrangidas pelas alíneas
“a”, “b” e “c” deste inciso;
III – para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lan-
ce, 15 (quinze) dias úteis;
IV – para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e
preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.
§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulgação na mes-
ma forma de sua divulgação inicial, além do cumprimento dos mesmos prazos
dos atos e procedimentos originais, exceto quando a alteração não compro-
meter a formulação das propostas.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante decisão funda-
mentada, ser reduzidos até a metade nas licitações realizadas pelo Ministério
da Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 56. O modo de disputa poderá ser, isolada ou conjuntamente:
I – aberto, hipótese em que os licitantes apresentarão suas propostas por
meio de lances públicos e sucessivos, crescentes ou decrescentes;
II – fechado, hipótese em que as propostas permanecerão em sigilo até a
data e hora designadas para sua divulgação.
§ 1º A utilização isolada do modo de disputa fechado será vedada quando
adotados os critérios de julgamento de menor preço ou de maior desconto.

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§ 2º A utilização do modo de disputa aberto será vedada quando adotado


o critério de julgamento de técnica e preço.
§ 3º Serão considerados intermediários os lances:
I – iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o critério de
julgamento de maior lance;
II – iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os de-
mais critérios de julgamento.
§ 4º Após a definição da melhor proposta, se a diferença em relação à
proposta classificada em segundo lugar for de pelo menos 5% (cinco por
cento), a Administração poderá admitir o reinício da disputa aberta, nos ter-
mos estabelecidos no instrumento convocatório, para a definição das demais
colocações.
§ 5º Nas licitações de obras ou serviços de engenharia, após o julgamen-
to, o licitante vencedor deverá reelaborar e apresentar à Administração, por
meio eletrônico, as planilhas com indicação dos quantitativos e dos custos
unitários, bem como com detalhamento das Bonificações e Despesas Indire-
tas (BDI) e dos Encargos Sociais (ES), com os respectivos valores adequados
ao valor final da proposta vencedora, admitida a utilização dos preços unitá-
rios, no caso de empreitada por preço global, empreitada integral, contrata-
ção semi-integrada e contratação integrada, exclusivamente para eventuais
adequações indispensáveis no cronograma físico-financeiro e para balizar ex-
cepcional aditamento posterior do contrato.
Art. 57. O edital de licitação poderá estabelecer intervalo mínimo de di-
ferença de valores entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances
intermediários quanto em relação à proposta que cobrir a melhor oferta.
Art. 58. Poderá ser exigida, no momento da apresentação da proposta,
a comprovação do recolhimento de quantia a título de garantia de proposta,
como requisito de pré-habilitação.
§ 1º A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um por cento)
do valor estimado para a contratação.

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§ 2º A garantia de proposta será devolvida aos licitantes no prazo de 10


(dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da data em que for
declarada fracassada a licitação.
§ 3º Implicará execução do valor integral da garantia de proposta a re-
cusa em assinar o contrato ou a não apresentação dos documentos para a
contratação.
§ 4º A garantia de proposta poderá ser prestada nas modalidades de que
trata o § 1º do art. 96 desta Lei.

CAPÍTULO V
DO JULGAMENTO

Art. 59. Serão desclassificadas as propostas que:


I – contiverem vícios insanáveis;
II – não obedecerem às especificações técnicas pormenorizadas no edital;
III – apresentarem preços inexequíveis ou permanecerem acima do orça-
mento estimado para a contratação;
IV – não tiverem sua exequibilidade demonstrada, quando exigido pela
Administração;
V – apresentarem desconformidade com quaisquer outras exigências do
edital, desde que insanável.
§ 1º A verificação da conformidade das propostas poderá ser feita exclu-
sivamente em relação à proposta mais bem classificada.
§ 2º A Administração poderá realizar diligências para aferir a exequibilida-
de das propostas ou exigir dos licitantes que ela seja demonstrada, conforme
disposto no inciso IV do caput deste artigo.
§ 3º No caso de obras e serviços de engenharia e arquitetura, para efeito
de avaliação da exequibilidade e de sobrepreço, serão considerados o preço
global, os quantitativos e os preços unitários tidos como relevantes, obser-
vado o critério de aceitabilidade de preços unitário e global a ser fixado no
edital, conforme as especificidades do mercado correspondente.

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§ 4º No caso de obras e serviços de engenharia, serão consideradas inexe-


quíveis as propostas cujos valores forem inferiores a 75% (setenta e cinco
por cento) do valor orçado pela Administração.
§ 5º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, será exigida ga-
rantia adicional do licitante vencedor cuja proposta for inferior a 85% (oitenta
e cinco por cento) do valor orçado pela Administração, equivalente à diferen-
ça entre este último e o valor da proposta, sem prejuízo das demais garantias
exigíveis de acordo com esta Lei.
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utiliza-
dos os seguintes critérios de desempate, nesta ordem:
I – disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apre-
sentar nova proposta em ato contínuo à classificação;
II – avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual
deverão preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para efeito de
atesto de cumprimento de obrigações previstos nesta Lei;
III – desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e
mulheres no ambiente de trabalho, conforme regulamento;
IV – desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme
orientações dos órgãos de controle.
§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será as-
segurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou
prestados por:
I – empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal
do órgão ou entidade da Administração Pública estadual ou distrital licitante
ou, no caso de licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no ter-
ritório do Estado em que este se localize;
II – empresas brasileiras;
III – empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecno-
logia no País;

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IV – empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei


n. 12.187, de 29 de dezembro de 2009.
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão a apli-
cação do disposto no art. 44 da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezem-
bro de 2006.
Art. 61. Definido o resultado do julgamento, a Administração poderá ne-
gociar condições mais vantajosas com o primeiro colocado.
§ 1º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a
ordem de classificação inicialmente estabelecida, quando o primeiro coloca-
do, mesmo após a negociação, for desclassificado em razão de sua proposta
permanecer acima do preço máximo definido pela Administração.
§ 2º A negociação será conduzida por agente de contratação ou comissão
de contratação, na forma de regulamento, e, depois de concluída, terá seu
resultado divulgado a todos os licitantes e anexado aos autos do processo
licitatório.

CAPÍTULO VI
DA HABILITAÇÃO

Art. 62. A habilitação é a fase da licitação em que se verifica o conjunto


de informações e documentos necessários e suficientes para demonstrar a
capacidade do licitante de realizar o objeto da licitação, dividindo-se em:
I – jurídica;
II – técnica;
III – fiscal, social e trabalhista;
IV – econômico-financeira.
Art. 63. Na fase de habilitação das licitações serão observadas as seguin-
tes disposições:
I – poderá ser exigida dos licitantes a declaração de que atendem aos re-
quisitos de habilitação, e o declarante responderá pela veracidade das infor-
mações prestadas, na forma da lei;

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II – será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas


pelo licitante vencedor, exceto quando a fase de habilitação anteceder a de
julgamento;
III  – serão exigidos os documentos relativos à regularidade fiscal, em
qualquer caso, somente em momento posterior ao julgamento das propostas,
e apenas do licitante mais bem classificado;
IV – será exigida do licitante declaração de que cumpre as exigências de
reserva de cargos para pessoa com deficiência e para reabilitado da Previdên-
cia Social, previstas em lei e em outras normas específicas.
§ 1º Constará do edital de licitação cláusula que exija dos licitantes, sob
pena de desclassificação, declaração de que suas propostas econômicas com-
preendem a integralidade dos custos para atendimento dos direitos trabalhis-
tas assegurados na Constituição Federal, nas leis trabalhistas, nas normas in-
fralegais, nas convenções coletivas de trabalho e nos termos de ajustamento
de conduta vigentes na data de entrega das propostas.
§ 2º Quando a avaliação prévia do local de execução for imprescindível
para o conhecimento pleno das condições e peculiaridades do objeto a ser
contratado, o edital de licitação poderá prever, sob pena de inabilitação, a
necessidade de o licitante atestar que conhece o local e as condições de rea-
lização da obra ou serviço, assegurado a ele o direito de realização de visto-
ria prévia.
§ 3º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, o edital de licitação sem-
pre deverá prever a possibilidade de substituição da vistoria por declaração
formal assinada pelo responsável técnico do licitante acerca do conhecimento
pleno das condições e peculiaridades da contratação.
§ 4º Para os fins previstos no § 2º deste artigo, se os licitantes optarem
por realizar vistoria prévia, a Administração deverá disponibilizar data e ho-
rário diferentes para os eventuais interessados.

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Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não será per-
mitida a substituição ou a apresentação de novos documentos, salvo em sede
de diligência, para:
I – complementação de informações acerca dos documentos já apresen-
tados pelos licitantes e desde que necessária para apurar fatos existentes à
época da abertura do certame;
II – atualização de documentos cuja validade tenha expirado após a data
de recebimento das propostas.
§ 1º Na análise dos documentos de habilitação, a comissão de licitação
poderá sanar erros ou falhas que não alterem a substância dos documentos
e sua validade jurídica, mediante despacho fundamentado registrado e aces-
sível a todos, atribuindo-lhes eficácia para fins de habilitação e classificação.
§ 2º Quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento e já tiver
sido encerrada, não caberá exclusão de licitante por motivo relacionado à
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o
julgamento.
Art. 65. As condições de habilitação serão definidas no edital.
§ 1º As empresas criadas no exercício financeiro da licitação deverão aten-
der a todas as exigências da habilitação e ficarão autorizadas a substituir os
demonstrativos contábeis pelo balanço de abertura.
§ 2º A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico de comu-
nicação a distância, nos termos dispostos em regulamento.
Art. 66. A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitan-
te exercer direitos e assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada
por ele limita-se à comprovação de existência jurídica da pessoa e, quando
cabível, de autorização para o exercício da atividade a ser contratada.
Art. 67. A documentação relativa à qualificação técnico-profissional e téc-
nico-operacional será restrita a:
I – apresentação de profissional, devidamente registrado no conselho pro-
fissional competente, quando for o caso, detentor de atestado de responsabi-

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lidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhan-


tes, para fins de contratação;
II – certidões ou atestados, regularmente emitidos pelo conselho profissio-
nal competente, quando for o caso, que demonstrem capacidade operacional
na execução de serviços similares de complexidade tecnológica e operacional
equivalente ou superior, bem como documentos comprobatórios emitidos na
forma do § 3º do art. 88 desta Lei;
III – indicação do pessoal técnico, das instalações e do aparelhamento
adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como
da qualificação de cada membro da equipe técnica que se responsabilizará
pelos trabalhos;
IV – prova do atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando
for o caso;
V  – registro ou inscrição na entidade profissional competente, quando
for o caso;
VI – declaração de que o licitante tomou conhecimento de todas as infor-
mações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da
licitação.
§ 1º A exigência de atestados será restrita às parcelas de maior relevância
ou valor significativo do objeto da licitação, assim consideradas as que te-
nham valor individual igual ou superior a 4% (quatro por cento) do valor total
estimado da contratação.
§ 2º Observado o disposto no caput e no § 1º deste artigo, será admitida
a exigência de atestados com quantidades mínimas de até 50% (cinquenta
por cento) das parcelas de que trata o referido parágrafo, vedadas limitações
de tempo e de locais específicos relativas aos atestados.
§ 3º Salvo na contratação de obras e serviços de engenharia, as exigên-
cias a que se referem os incisos I e II do caput deste artigo, a critério da
Administração, poderão ser substituídas por outra prova de que o profissional
ou a empresa possui conhecimento técnico e experiência prática na execução

490
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

de serviço de características semelhantes, hipótese em que as provas alter-


nativas aceitáveis deverão ser previstas em regulamento.
§ 4º Serão aceitos atestados ou outros documentos hábeis emitidos por
entidades estrangeiras quando acompanhados de tradução para o português,
salvo se comprovada a inidoneidade da entidade emissora.
§ 5º Em se tratando de serviços contínuos, o edital poderá exigir certidão
ou atestado que demonstre que o licitante tenha executado serviços similares
ao objeto da licitação, em períodos sucessivos ou não, por um prazo mínimo,
que não poderá ser superior a 3 (três) anos.
§ 6º Os profissionais indicados pelo licitante na forma dos incisos I e III
do caput deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licita-
ção, e será admitida a sua substituição por profissionais de experiência equi-
valente ou superior, desde que aprovada pela Administração.
§ 7º Sociedades empresárias estrangeiras atenderão à exigência prevista
no inciso V do caput deste artigo por meio da apresentação, no momento da
assinatura do contrato, da solicitação de registro perante a entidade profis-
sional competente no Brasil.
§ 8º Será admitida a exigência da relação dos compromissos assumidos
pelo licitante que importem em diminuição da disponibilidade do pessoal téc-
nico referido nos incisos I e III do caput deste artigo.
§ 9º O edital poderá prever, para aspectos técnicos específicos, que a qua-
lificação técnica seja demonstrada por meio de atestados relativos a potencial
subcontratado, limitado a 25% (vinte e cinco por cento) do objeto a ser licita-
do, hipótese em que mais de um licitante poderá apresentar atestado relativo
ao mesmo potencial subcontratado.
§ 10. Em caso de apresentação por licitante de atestado de desempenho
anterior emitido em favor de consórcio do qual tenha feito parte, se o ates-
tado ou o contrato de constituição do consórcio não identificar a atividade
desempenhada por cada consorciado individualmente, serão adotados os se-
guintes critérios na avaliação de sua qualificação técnica:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio homogêneo,


as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada empresa con-
sorciada na proporção quantitativa de sua participação no consórcio, salvo
nas licitações para contratação de serviços técnicos especializados de natu-
reza predominantemente intelectual, em que todas as experiências atestadas
deverão ser reconhecidas para cada uma das empresas consorciadas;
II – caso o atestado tenha sido emitido em favor de consórcio heterogêneo,
as experiências atestadas deverão ser reconhecidas para cada consorciado de
acordo com os respectivos campos de atuação, inclusive nas licitações para
contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominante-
mente intelectual.
§ 11. Na hipótese do § 10 deste artigo, para fins de comprovação do per-
centual de participação do consorciado, caso este não conste expressamente
do atestado ou da certidão, deverá ser juntada ao atestado ou à certidão có-
pia do instrumento de constituição do consórcio.
§ 12. Na documentação de que trata o inciso I do caput deste artigo, não
serão admitidos atestados de responsabilidade técnica de profissionais que,
na forma de regulamento, tenham dado causa à aplicação das sanções pre-
vistas nos incisos III e IV do caput do art. 156 desta Lei em decorrência de
orientação proposta, de prescrição técnica ou de qualquer ato profissional de
sua responsabilidade.
Art. 68. As habilitações fiscal, social e trabalhista serão aferidas mediante
a verificação dos seguintes requisitos:
I – a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacio-
nal da Pessoa Jurídica (CNPJ);
II – a inscrição no cadastro de contribuintes estadual e/ou municipal, se
houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de
atividade e compatível com o objeto contratual;
III – a regularidade perante a Fazenda federal, estadual e/ou municipal do
domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – a regularidade relativa à Seguridade Social e ao FGTS, que demonstre


cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei;
V – a regularidade perante a Justiça do Trabalho;
VI – o cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constitui-
ção Federal.
§ 1º Os documentos referidos nos incisos do caput deste artigo poderão
ser substituídos ou supridos, no todo ou em parte, por outros meios hábeis a
comprovar a regularidade do licitante, inclusive por meio eletrônico.
§ 2º A comprovação de atendimento do disposto nos incisos III, IV e V
do caput deste artigo deverá ser feita na forma da legislação específica.
Art. 69. A habilitação econômico-financeira visa a demonstrar a aptidão
econômica do licitante para cumprir as obrigações decorrentes do futuro con-
trato, devendo ser comprovada de forma objetiva, por coeficientes e índices
econômicos previstos no edital, devidamente justificados no processo licitató-
rio, e será restrita à apresentação da seguinte documentação:
I – balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais
demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais;
II – certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor
da sede do licitante.
§ 1º A critério da Administração, poderá ser exigida declaração, assinada
por profissional habilitado da área contábil, que ateste o atendimento pelo
licitante dos índices econômicos previstos no edital.
§ 2º Para o atendimento do disposto no caput deste artigo, é vedada a
exigência de valores mínimos de faturamento anterior e de índices de renta-
bilidade ou lucratividade.
§ 3º É admitida a exigência da relação dos compromissos assumidos pelo
licitante que importem em diminuição de sua capacidade econômico-financei-
ra, excluídas parcelas já executadas de contratos firmados.
§ 4º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de
obras e serviços, poderá estabelecer no edital a exigência de capital mínimo

493
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ou de patrimônio líquido mínimo equivalente a até 10% (dez por cento) do


valor estimado da contratação.
§ 5º É vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados
para a avaliação de situação econômico-financeira suficiente para o cumpri-
mento das obrigações decorrentes da licitação.
§ 6º Os documentos referidos no inciso I do caput deste artigo limitar-
-se-ão ao último exercício no caso de a pessoa jurídica ter sido constituída há
menos de 2 (dois) anos.
Art. 70. A documentação referida neste Capítulo poderá ser:
I – apresentada em original, por cópia ou por qualquer outro meio expres-
samente admitido pela Administração;
II – substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade públi-
ca, desde que previsto no edital e que o registro tenha sido feito em obediên-
cia ao disposto nesta Lei;
III – dispensada, total ou parcialmente, nas contratações para entrega
imediata, nas contratações em valores inferiores a 1/4 (um quarto) do limite
para dispensa de licitação para compras em geral e nas contratações de pro-
duto para pesquisa e desenvolvimento até o valor de R$ 300.000,00 (trezen-
tos mil reais).
Parágrafo único. As empresas estrangeiras que não funcionem no País
deverão apresentar documentos equivalentes, na forma de regulamento emi-
tido pelo Poder Executivo federal.

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CAPÍTULO VII
DO ENCERRAMENTO DA LICITAÇÃO

Art. 71. Encerradas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os


recursos administrativos, o processo licitatório será encaminhado à autorida-
de superior, que poderá:
I – determinar o retorno dos autos para saneamento de irregularidades;
II – revogar a licitação por motivo de conveniência e oportunidade;
III – proceder à anulação da licitação, de ofício ou mediante provocação
de terceiros, sempre que presente ilegalidade insanável;
IV – adjudicar o objeto e homologar a licitação.
§ 1º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressamente os
atos com vícios insanáveis, tornando sem efeito todos os subsequentes que
deles dependam, e dará ensejo à apuração de responsabilidade de quem lhes
tenha dado causa.
§ 2º O motivo determinante para a revogação do processo licitatório de-
verá ser resultante de fato superveniente devidamente comprovado.
§ 3º Nos casos de anulação e revogação, deverá ser assegurada a prévia
manifestação dos interessados.
§ 4º O disposto neste artigo será aplicado, no que couber, à contratação
direta e aos procedimentos auxiliares da licitação.

CAPÍTULO VIII
DA CONTRATAÇÃO DIRETA

Seção I
Do Processo de Contratação Direta

Art. 72. O processo de contratação direta, que compreende os casos de


inexigibilidade e de dispensa de licitação, deverá ser instruído com os seguin-
tes documentos:

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I – documento de formalização de demanda e, se for o caso, estudo técni-


co preliminar, análise de riscos, termo de referência, projeto básico ou projeto
executivo;
II – estimativa de despesa, que deverá ser calculada na forma estabele-
cida no art. 23 desta Lei;
III – parecer jurídico e pareceres técnicos, se for o caso, que demonstrem
o atendimento dos requisitos exigidos;
IV – demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamen-
tários com o compromisso a ser assumido;
V – comprovação de que o contratado preenche os requisitos de habilita-
ção e qualificação mínima necessária;
VI – razão da escolha do contratado;
VII – justificativa de preço;
VIII – autorização da autoridade competente.
Parágrafo único. O ato que autoriza a contratação direta ou o extrato de-
corrente do contrato deverá ser divulgado e mantido à disposição do público
em sítio eletrônico oficial.
Art. 73. Na hipótese de contratação direta indevida ocorrida com dolo,
fraude ou erro grosseiro, o contratado e o agente público responsável res-
ponderão solidariamente pelo dano causado ao erário, sem prejuízo de outras
sanções legais cabíveis.

Seção II
Da Inexigibilidade de Licitação

Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em especial


nos casos de:
I – aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação
de serviços que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou represen-
tante comercial exclusivos;

496
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II – contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio


de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou
pela opinião pública;
III – contratação dos seguintes serviços técnicos especializados de natu-
reza predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de no-
tória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação:
a) estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos
executivos;
b) pareceres, perícias e avaliações em geral;
c) assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou
tributárias;
d) fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
e) patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
f) treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
g) restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;
h) controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de cam-
po e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros especí-
ficos de obras e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se
enquadrem no disposto neste inciso;
IV – objetos que devam ou possam ser contratados por meio de cre-
denciamento;
V – aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e
de localização tornem necessária sua escolha.
§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput deste artigo, a Administra-
ção deverá demonstrar a inviabilidade de competição mediante atestado de
exclusividade, contrato de exclusividade, declaração do fabricante ou outro
documento idôneo capaz de comprovar que o objeto é fornecido ou prestado
por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos, vedada a pre-
ferência por marca específica.

497
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Para fins do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se


empresário exclusivo a pessoa física ou jurídica que possua contrato, decla-
ração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade permanente e
contínua de representação, no País ou em Estado específico, do profissional
do setor artístico, afastada a possibilidade de contratação direta por inexigi-
bilidade por meio de empresário com representação restrita a evento ou local
específico.
§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se
de notória especialização o profissional ou a empresa cujo conceito no campo
de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-
riência, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica ou outros
requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu traba-
lho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto
do contrato.
§ 4º Nas contratações com fundamento no inciso III do caput deste ar-
tigo, é vedada a subcontratação de empresas ou a atuação de profissionais
distintos daqueles que tenham justificado a inexigibilidade.
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo,
devem ser observados os seguintes requisitos:
I – avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de
adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de utilização, e do prazo
de amortização dos investimentos;
II  – certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis
que atendam ao objeto;
III – justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser com-
prado ou locado pela Administração e que evidenciem vantagem para ela.

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Seção III
Da Dispensa de Licitação

Art. 75. É dispensável a licitação:


I – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem
mil reais), no caso de obras e serviços de engenharia ou de serviços de ma-
nutenção de veículos automotores;
II – para contratação que envolva valores inferiores a R$ 50.000,00 (cin-
quenta mil reais), no caso de outros serviços e compras;
III  – para contratação que mantenha todas as condições definidas em
edital de licitação realizada há menos de 1 (um) ano, quando se verificar que
naquela licitação:
a) não surgiram licitantes interessados ou não foram apresentadas pro-
postas válidas;
b) as propostas apresentadas consignaram preços manifestamente su-
periores aos praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos
órgãos oficiais competentes;
IV – para contratação que tenha por objeto:
a) bens, componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira ne-
cessários à manutenção de equipamentos, a serem adquiridos do fornecedor
original desses equipamentos durante o período de garantia técnica, quando
essa condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;
b) bens, serviços, alienações ou obras, nos termos de acordo internacional
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas
forem manifestamente vantajosas para a Administração;
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no
caso de obras e serviços de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos
mil reais);
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de
exploração de criação protegida, nas contratações realizadas por instituição

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científica, tecnológica e de inovação (ICT) pública ou por agência de fomento,


desde que demonstrada vantagem para a Administração;
e) hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis, no período neces-
sário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, hipótese
em que a contratação será realizada diretamente com base no preço do dia;
f) bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumu-
lativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional;
g) materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padroni-
zação requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e
terrestres, mediante autorização por ato do comandante da força militar;
h) bens e serviços para atendimento dos contingentes militares das forças
singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, hipótese
em que a contratação deverá ser justificada quanto ao preço e à escolha do
fornecedor ou executante e ratificada pelo comandante da força militar;
i) abastecimento ou suprimento de efetivos militares em estada eventual
de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se-
des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento;
j) coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos
recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo,
realizados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente de pes-
soas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores
de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as
normas técnicas, ambientais e de saúde pública;
k) aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de au-
tenticidade certificada, desde que inerente às finalidades do órgão ou com
elas compatível;
l) serviços especializados ou aquisição ou locação de equipamentos des-
tinados ao rastreamento e à obtenção de provas previstas nos incisos II e V

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do caput do art. 3º da Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013, quando houver


necessidade justificada de manutenção de sigilo sobre a investigação;
m) aquisição de medicamentos destinados exclusivamente ao tratamento
de doenças raras definidas pelo Ministério da Saúde;
V – para contratação com vistas ao cumprimento do disposto nos arts.
3º, 3º-A, 4º, 5º e 20 da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
os princípios gerais de contratação constantes da referida Lei;
VI – para contratação que possa acarretar comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos pelo Ministro de Estado da Defesa, median-
te demanda dos comandos das Forças Armadas ou dos demais ministérios;
VII – nos casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção
federal ou de grave perturbação da ordem;
VIII – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a continuidade dos serviços públicos ou a segurança de pes-
soas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
e somente para aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam
ser concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano, contado da data de ocorrên-
cia da emergência ou da calamidade, vedadas a prorrogação dos respectivos
contratos e a recontratação de empresa já contratada com base no disposto
neste inciso;
IX – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integrem
a Administração Pública e que tenham sido criados para esse fim específico,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
X – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular
preços ou normalizar o abastecimento;
XI – para celebração de contrato de programa com ente federativo ou
com entidade de sua Administração Pública indireta que envolva prestação de

501
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serviços públicos de forma associada nos termos autorizados em contrato de


consórcio público ou em convênio de cooperação;
XII – para contratação em que houver transferência de tecnologia de pro-
dutos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), conforme elencados
em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição desses
produtos durante as etapas de absorção tecnológica, e em valores compatí-
veis com aqueles definidos no instrumento firmado para a transferência de
tecnologia;
XIII – para contratação de profissionais para compor a comissão de avalia-
ção de critérios de técnica, quando se tratar de profissional técnico de notória
especialização;
XIV – para contratação de associação de pessoas com deficiência, sem fins
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgão ou entidade da Adminis-
tração Pública, para a prestação de serviços, desde que o preço contratado
seja compatível com o praticado no mercado e os serviços contratados sejam
prestados exclusivamente por pessoas com deficiência;
XV  – para contratação de instituição brasileira que tenha por finalidade
estatutária apoiar, captar e executar atividades de ensino, pesquisa, exten-
são, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à ino-
vação, inclusive para gerir administrativa e financeiramente essas atividades,
ou para contratação de instituição dedicada à recuperação social da pessoa
presa, desde que o contratado tenha inquestionável reputação ética e profis-
sional e não tenha fins lucrativos;
XVI – para aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de in-
sumos estratégicos para a saúde produzidos por fundação que, regimental ou
estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da Administração Pública
direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inova-
ção, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução
desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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de produtos estratégicos para o SUS, nos termos do inciso XII do caput des-


te artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior
à entrada em vigor desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível
com o praticado no mercado.
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos
nos incisos I e II do caput deste artigo, deverão ser observados:
I – o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respec-
tiva unidade gestora;
II – o somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza,
entendidos como tais aqueles relativos a contratações no mesmo ramo de
atividade.
§ 2º Os valores referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão
duplicados para compras, obras e serviços contratados por consórcio públi-
co ou por autarquia ou fundação qualificadas como agências executivas na
forma da lei.
§ 3º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo
serão preferencialmente precedidas de divulgação de aviso em sítio eletrônico
oficial, pelo prazo mínimo de 3 (três) dias úteis, com a especificação do obje-
to pretendido e com a manifestação de interesse da Administração em obter
propostas adicionais de eventuais interessados, devendo ser selecionada a
proposta mais vantajosa.
§ 4º As contratações de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo
serão preferencialmente pagas por meio de cartão de pagamento, cujo extra-
to deverá ser divulgado e mantido à disposição do público no Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP).
§ 5º A dispensa prevista na alínea “c” do inciso IV do caput deste artigo,
quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos
especiais instituídos em regulamentação específica.
§ 6º Para os fins do inciso VIII do caput deste artigo, considera-se emer-
gencial a contratação por dispensa com objetivo de manter a continuidade do

503
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serviço público, e deverão ser observados os valores praticados pelo mercado


na forma do art. 23 desta Lei e adotadas as providências necessárias para a
conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabili-
dade dos agentes públicos que deram causa à situação emergencial.
§ 7º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo às contratações de até
R$ 8.000,00 (oito mil reais) de serviços de manutenção de veículos automo-
tores de propriedade do órgão ou entidade contratante, incluído o forneci-
mento de peças.

CAPÍTULO IX
DAS ALIENAÇÕES

Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à


existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de
avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I – tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às autarquias e
às fundações, exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na mo-
dalidade leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Ad-
ministração Pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas
alíneas “f”, “g” e “h” deste inciso;
c) permuta por outros imóveis que atendam aos requisitos relacionados às
finalidades precípuas da Administração, desde que a diferença apurada não
ultrapasse a metade do valor do imóvel que será ofertado pela União, segun-
do avaliação prévia, e ocorra a torna de valores, sempre que for o caso;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública de qualquer
esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação e permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,

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destinados ou efetivamente usados em programas de habitação ou de regu-


larização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgão ou entidade da
Administração Pública;
g) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de
uso, locação e permissão de uso de bens imóveis comerciais de âmbito local,
com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e destina-
dos a programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos
por órgão ou entidade da Administração Pública;
h) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de
terras públicas rurais da União e do Instituto Nacional de Colonização e Refor-
ma Agrária (Incra) onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do
art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização
fundiária, atendidos os requisitos legais;
i) legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei n. 6.383, de 7 de
dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Adminis-
tração Pública competentes;
j) legitimação fundiária e legitimação de posse de que trata a Lei n. 13.465,
de 11 de julho de 2017;
II – tratando-se de bens móveis, dependerá de licitação na modalidade
leilão, dispensada a realização de licitação nos casos de:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social,
após avaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à
escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Ad-
ministração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, observada a legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por entidades da Admi-
nistração Pública, em virtude de suas finalidades;

505
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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f) venda de materiais e equipamentos sem utilização previsível por quem


deles dispõe para outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
§ 1º A alienação de bens imóveis da Administração Pública cuja aquisição
tenha sido derivada de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento
dispensará autorização legislativa e exigirá apenas avaliação prévia e licitação
na modalidade leilão.
§ 2º Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I do caput des-
te artigo, cessadas as razões que justificaram sua doação, serão revertidos
ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada sua alienação pelo be-
neficiário.
§ 3º A Administração poderá conceder título de propriedade ou de direito
real de uso de imóvel, admitida a dispensa de licitação, quando o uso des-
tinar-se a:
I – outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel;
II – pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo
do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura,
de ocupação mansa e pacífica e de exploração direta sobre área rural, ob-
servado o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de
junho de 2009.
§ 4º A aplicação do disposto no inciso II do § 3º deste artigo será dis-
pensada de autorização legislativa e submeter-se-á aos seguintes condi-
cionamentos:
I – aplicação exclusiva às áreas em que a detenção por particular seja
comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004;
II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e
administrativo de destinação e de regularização fundiária de terras públicas;
III – vedação de concessão para exploração não contemplada na lei agrá-
ria, nas leis de destinação de terras públicas ou nas normas legais ou admi-
nistrativas de zoneamento ecológico-econômico;

506
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – previsão de extinção automática da concessão, dispensada notifica-


ção, em caso de declaração de utilidade pública, de necessidade pública ou
de interesse social;
V – aplicação exclusiva a imóvel situado em zona rural e não sujeito a
vedação, impedimento ou inconveniente à exploração mediante atividade
agropecuária;
VI – limitação a áreas de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de
25 de junho de 2009, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores;
VII – acúmulo com o quantitativo de área decorrente do caso previsto na
alínea “i” do inciso I do caput deste artigo até o limite previsto no inciso VI
deste parágrafo.
§ 5º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei, a:
I – alienação, ao proprietário de imóvel lindeiro, de área remanescente
ou resultante de obra pública que se tornar inaproveitável isoladamente, por
preço que não seja inferior ao da avaliação nem superior a 50% (cinquenta
por cento) do valor máximo permitido para dispensa de licitação de bens e
serviços previsto nesta Lei;
II – alienação, ao legítimo possuidor direto ou, na falta dele, ao poder pú-
blico, de imóvel para fins residenciais construído em núcleo urbano anexo a
usina hidrelétrica, desde que considerado dispensável na fase de operação da
usina e que não integre a categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 6º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão,
obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de
reversão, sob pena de nulidade do ato, dispensada a licitação em caso de in-
teresse público devidamente justificado.
§ 7º Na hipótese do § 6º deste artigo, caso o donatário necessite ofe-
recer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e as
demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em favor
do doador.

507
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 77. Para a venda de bens imóveis, será concedido direito de prefe-


rência ao licitante que, submetendo-se a todas as regras do edital, comprove
a ocupação do imóvel objeto da licitação.

CAPÍTULO X
DOS INSTRUMENTOS AUXILIARES

Seção I
Dos Procedimentos Auxiliares

Art. 78. São procedimentos auxiliares das licitações e das contratações


regidas por esta Lei:
I – credenciamento;
II – pré-qualificação;
III – procedimento de manifestação de interesse;
IV – sistema de registro de preços;
V – registro cadastral.
§ 1º Os procedimentos auxiliares de que trata o caput deste artigo obe-
decerão a critérios claros e objetivos definidos em regulamento.
§ 2º O julgamento que decorrer dos procedimentos auxiliares das licita-
ções previstos nos incisos II e III do caput deste artigo seguirá o mesmo
procedimento das licitações.

Seção II
Do Credenciamento

Art. 79. O credenciamento poderá ser usado nas seguintes hipóteses de


contratação:
I – paralela e não excludente: caso em que é viável e vantajosa para a
Administração a realização de contratações simultâneas em condições pa-
dronizadas;

508
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – com seleção a critério de terceiros: caso em que a seleção do contra-


tado está a cargo do beneficiário direto da prestação;
III – em mercados fluidos: caso em que a flutuação constante do valor da
prestação e das condições de contratação inviabiliza a seleção de agente por
meio de processo de licitação.
Parágrafo único. Os procedimentos de credenciamento serão definidos em
regulamento, observadas as seguintes regras:
I – a Administração deverá divulgar e manter à disposição do público, em
sítio eletrônico oficial, edital de chamamento de interessados, de modo a per-
mitir o cadastramento permanente de novos interessados;
II – na hipótese do inciso I do caput deste artigo, quando o objeto não
permitir a contratação imediata e simultânea de todos os credenciados, deve-
rão ser adotados critérios objetivos de distribuição da demanda;
III – o edital de chamamento de interessados deverá prever as condições
padronizadas de contratação e, nas hipóteses dos incisos I e II do caput des-
te artigo, deverá definir o valor da contratação;
IV – na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a Administração de-
verá registrar as cotações de mercado vigentes no momento da contratação;
V – não será permitido o cometimento a terceiros do objeto contratado
sem autorização expressa da Administração;
VI – será admitida a denúncia por qualquer das partes nos prazos fixados
no edital.

Seção III
Da Pré-Qualificação

Art. 80. A pré-qualificação é o procedimento técnico-administrativo para


selecionar previamente:
I – licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de fu-
tura licitação ou de licitação vinculada a programas de obras ou de serviços
objetivamente definidos;

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II – bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabeleci-


das pela Administração.
§ 1º Na pré-qualificação observar-se-á o seguinte:
I – quando aberta a licitantes, poderão ser dispensados os documentos
que já constarem do registro cadastral;
II – quando aberta a bens, poderá ser exigida a comprovação de qualidade.
§ 2º O procedimento de pré-qualificação ficará permanentemente aberto
para a inscrição de interessados.
§ 3º Quanto ao procedimento de pré-qualificação, constarão do edital:
I – as informações mínimas necessárias para definição do objeto;
II – a modalidade, a forma da futura licitação e os critérios de julgamento.
§ 4º A apresentação de documentos far-se-á perante órgão ou comissão
indicada pela Administração, que deverá examiná-los no prazo máximo de
10 (dez) dias úteis e determinar correção ou reapresentação de documentos,
quando for o caso, com vistas à ampliação da competição.
§ 5º Os bens e os serviços pré-qualificados deverão integrar o catálogo de
bens e serviços da Administração.
§ 6º A pré-qualificação poderá ser realizada em grupos ou segmentos,
segundo as especialidades dos fornecedores.
§ 7º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns ou todos os
requisitos técnicos ou de habilitação necessários à contratação, assegurada,
em qualquer hipótese, a igualdade de condições entre os concorrentes.
§ 8º Quanto ao prazo, a pré-qualificação terá validade:
I – de 1 (um) ano, no máximo, e poderá ser atualizada a qualquer tempo;
II – não superior ao prazo de validade dos documentos apresentados pe-
los interessados.
§ 9º Os licitantes e os bens pré-qualificados serão obrigatoriamente divul-
gados e mantidos à disposição do público.
§ 10. A licitação que se seguir ao procedimento da pré-qualificação poderá
ser restrita a licitantes ou bens pré-qualificados.

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Seção IV
Do Procedimento de Manifestação de Interesse

Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, mediante


procedimento aberto de manifestação de interesse a ser iniciado com a pu-
blicação de edital de chamamento público, a propositura e a realização de
estudos, investigações, levantamentos e projetos de soluções inovadoras que
contribuam com questões de relevância pública, na forma de regulamento.
§ 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os projetos vincu-
lados à contratação e de utilidade para a licitação, realizados pela Adminis-
tração ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, e o
vencedor da licitação deverá ressarcir os dispêndios correspondentes, confor-
me especificado no edital.
§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investigações, le-
vantamentos e projetos em decorrência do procedimento de manifestação de
interesse previsto no caput deste artigo:
I – não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo licitatório;
II – não obrigará o poder público a realizar licitação;
III – não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores envolvidos
em sua elaboração;
IV – será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em
qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público.
§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o caput deste
artigo, a Administração deverá elaborar parecer fundamentado com a de-
monstração de que o produto ou serviço entregue é adequado e suficiente à
compreensão do objeto, de que as premissas adotadas são compatíveis com
as reais necessidades do órgão e de que a metodologia proposta é a que pro-
picia maior economia e vantagem entre as demais possíveis.
§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser restrito a
startups, assim considerados os microempreendedores individuais, as micro-
empresas e as empresas de pequeno porte, de natureza emergente e com

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grande potencial, que se dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à im-


plementação de novos produtos ou serviços baseados em soluções tecnológi-
cas inovadoras que possam causar alto impacto, exigida, na seleção definitiva
da inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de modo
a demonstrar o atendimento das necessidades da Administração.

Seção V
Do Sistema de Registro de Preços

Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará as regras


gerais desta Lei e deverá dispor sobre:
I – as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a quantidade
máxima de cada item que poderá ser adquirida;
II – a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, no caso de
serviços, de unidades de medida;
III – a possibilidade de prever preços diferentes:
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais diferentes;
b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do lote;
d) por outros motivos justificados no processo;
IV – a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em quantitati-
vo inferior ao máximo previsto no edital, obrigando-se nos limites dela;
V – o critério de julgamento da licitação, que será o de menor preço ou o
de maior desconto sobre tabela de preços praticada no mercado;
VI – as condições para alteração de preços registrados;
VII – o registro de mais de um fornecedor ou prestador de serviço, desde
que aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante vencedor, assegu-
rada a preferência de contratação de acordo com a ordem de classificação;
VIII – a vedação à participação do órgão ou entidade em mais de uma
ata de registro de preços com o mesmo objeto no prazo de validade daquela

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de que já tiver participado, salvo na ocorrência de ata que tenha registrado


quantitativo inferior ao máximo previsto no edital;
IX – as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços e suas
consequências.
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens somente
poderá ser adotado quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a
adjudicação por item e for evidenciada a sua vantagem técnica e econômica,
e o critério de aceitabilidade de preços unitários máximos deverá ser indicado
no edital.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados os parâme-
tros estabelecidos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, a contratação pos-
terior de item específico constante de grupo de itens exigirá prévia pesquisa
de mercado e demonstração de sua vantagem para o órgão ou entidade.
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a unidades de
contratação, sem indicação do total a ser adquirido, apenas nas seguintes
situações:
I – quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou entidade não
tiver registro de demandas anteriores;
II – no caso de alimento perecível;
III – no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento de bens.
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória a indica-
ção do valor máximo da despesa e é vedada a participação de outro órgão ou
entidade na ata.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a contratação
de bens e serviços, inclusive de obras e serviços de engenharia, observadas
as seguintes condições:
I – realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II – seleção de acordo com os procedimentos previstos em regulamento;
III – desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
IV – atualização periódica dos preços registrados;

513
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V – definição do período de validade do registro de preços;


VI – inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que aceitar cotar
os bens ou serviços em preços iguais aos do licitante vencedor na sequência
de classificação da licitação e inclusão do licitante que mantiver sua propos-
ta original.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regulamento,
ser utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para
a aquisição de bens ou para a contratação de serviços por mais de um órgão
ou entidade.
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compromisso de for-
necimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração a
contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição pre-
tendida, desde que devidamente motivada.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de 1 (um)
ano e poderá ser prorrogado, por igual período, desde que comprovado o
preço vantajoso.
Parágrafo único. O contrato decorrente da ata de registro de preços terá
sua vigência estabelecida em conformidade com as disposições nela contidas.
Art. 85. A Administração poderá contratar a execução de obras e serviços
de engenharia pelo sistema de registro de preços, desde que atendidos os
seguintes requisitos:
I – existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e
operacional;
II – necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser
contratado.
Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase preparatória
do processo licitatório, para fins de registro de preços, realizar procedimento
público de intenção de registro de preços para, nos termos de regulamento,
possibilitar, pelo prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação de ou-

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tros órgãos ou entidades na respectiva ata e determinar a estimativa total de


quantidades da contratação.
§ 1º O procedimento previsto no caput deste artigo será dispensável
quando o órgão ou entidade gerenciadora for o único contratante.
§ 2º Se não participarem do procedimento previsto no caput deste artigo,
os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro de preços na condição
de não participantes, observados os seguintes requisitos:
I – apresentação de justificativa da vantagem da adesão, inclusive em si-
tuações de provável desabastecimento ou descontinuidade de serviço público;
II – demonstração de que os valores registrados estão compatíveis com os
valores praticados pelo mercado na forma do art. 23 desta Lei;
III – prévias consulta e aceitação do órgão ou entidade gerenciadora e do
fornecedor.
§ 3º A faculdade conferida pelo § 2º deste artigo estará limitada a órgãos
e entidades da Administração Pública federal, estadual, distrital e municipal
que, na condição de não participantes, desejarem aderir à ata de registro de
preços de órgão ou entidade gerenciadora federal, estadual ou distrital.
§ 4º As aquisições ou as contratações adicionais a que se refere o § 2º
deste artigo não poderão exceder, por órgão ou entidade, a 50% (cinquenta
por cento) dos quantitativos dos itens do instrumento convocatório registra-
dos na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos
participantes.
§ 5º O quantitativo decorrente das adesões à ata de registro de preços a
que se refere o § 2º deste artigo não poderá exceder, na totalidade, ao dobro
do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços para o
órgão gerenciador e órgãos participantes, independentemente do número de
órgãos não participantes que aderirem.
§ 6º A adesão à ata de registro de preços de órgão ou entidade geren-
ciadora do Poder Executivo federal por órgãos e entidades da Administração
Pública estadual, distrital e municipal poderá ser exigida para fins de trans-

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ferências voluntárias, não ficando sujeita ao limite de que trata o § 5º deste


artigo se destinada à execução descentralizada de programa ou projeto fe-
deral e comprovada a compatibilidade dos preços registrados com os valores
praticados no mercado na forma do art. 23 desta Lei.
§ 7º Para aquisição emergencial de medicamentos e material de consumo
médico-hospitalar por órgãos e entidades da Administração Pública federal,
estadual, distrital e municipal, a adesão à ata de registro de preços gerencia-
da pelo Ministério da Saúde não estará sujeita ao limite de que trata o § 5º
deste artigo.
§ 8º Será vedada aos órgãos e entidades da Administração Pública federal
a adesão à ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade esta-
dual, distrital ou municipal.

Seção VI
Do Registro Cadastral

Art. 87. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração


Pública deverão utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível
no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro
unificado de licitantes, na forma disposta em regulamento.
§ 1º O sistema de registro cadastral unificado será público e deverá ser
amplamente divulgado e estar permanentemente aberto aos interessados, e
será obrigatória a realização de chamamento público pela internet, no míni-
mo anualmente, para atualização dos registros existentes e para ingresso de
novos interessados.
§ 2º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante, de registro
cadastral complementar para acesso a edital e anexos.
§ 3º A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores ca-
dastrados, atendidos os critérios, as condições e os limites estabelecidos em
regulamento, bem como a ampla publicidade dos procedimentos para o ca-
dastramento.

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§ 4º Na hipótese a que se refere o § 3º deste artigo, será admitido forne-


cedor que realize seu cadastro dentro do prazo previsto no edital para apre-
sentação de propostas.
Art. 88. Ao requerer, a qualquer tempo, inscrição no cadastro ou a sua
atualização, o interessado fornecerá os elementos necessários exigidos para
habilitação previstos nesta Lei.
§ 1º O inscrito, considerada sua área de atuação, será classificado por
categorias, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econô-
mico-financeira avaliada, de acordo com regras objetivas divulgadas em sítio
eletrônico oficial.
§ 2º Ao inscrito será fornecido certificado, renovável sempre que atualizar
o registro.
§ 3º A atuação do contratado no cumprimento de obrigações assumi-
das será avaliada pelo contratante, que emitirá documento comprobatório da
avaliação realizada, com menção ao seu desempenho na execução contratu-
al, baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais
penalidades aplicadas, o que constará do registro cadastral em que a inscri-
ção for realizada.
§ 4º A anotação do cumprimento de obrigações pelo contratado, de que
trata o § 3º deste artigo, será condicionada à implantação e à regulamenta-
ção do cadastro de atesto de cumprimento de obrigações, apto à realização
do registro de forma objetiva, em atendimento aos princípios da impessoali-
dade, da igualdade, da isonomia, da publicidade e da transparência, de modo
a possibilitar a implementação de medidas de incentivo aos licitantes que
possuírem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
§ 5º A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o re-
gistro de inscrito que deixar de satisfazer exigências determinadas por esta
Lei ou por regulamento.
§ 6º O interessado que requerer o cadastro na forma do caput deste arti-
go poderá participar de processo licitatório até a decisão da Administração, e

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a celebração do contrato ficará condicionada à emissão do certificado referido


no § 2º deste artigo.

TÍTULO III
DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

CAPÍTULO I
DA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 89. Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão pelas suas cláu-
sulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, supletiva-
mente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direi-
to privado.
§ 1º Todo contrato deverá mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou sua lavratura, o número do
processo da licitação ou da contratação direta e a sujeição dos contratantes
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
§ 2º Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condi-
ções para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, as
obrigações e as responsabilidades das partes, em conformidade com os ter-
mos do edital de licitação e os da proposta vencedora ou com os termos do
ato que autorizou a contratação direta e os da respectiva proposta.
Art. 90. A Administração convocará regularmente o licitante vencedor
para assinar o termo de contrato ou para aceitar ou retirar o instrumento
equivalente, dentro do prazo e nas condições estabelecidas no edital de lici-
tação, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas nesta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, por igual
período, mediante solicitação da parte durante seu transcurso, devidamente
justificada, e desde que o motivo apresentado seja aceito pela Administração.

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§ 2º Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o


termo de contrato ou não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no
prazo e nas condições estabelecidas, convocar os licitantes remanescentes,
na ordem de classificação, para a celebração do contrato nas condições pro-
postas pelo licitante vencedor.
§ 3º Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital sem
convocação para a contratação, ficarão os licitantes liberados dos compromis-
sos assumidos.
§ 4º Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos ter-
mos do § 2º deste artigo, a Administração, observados o valor estimado e sua
eventual atualização nos termos do edital, poderá:
I – convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de
classificação, com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do
preço do adjudicatário;
II – adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitan-
tes remanescentes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a ne-
gociação de melhor condição.
§ 5º A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato ou em
aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Ad-
ministração caracterizará o descumprimento total da obrigação assumida e
o sujeitará às penalidades legalmente estabelecidas e à imediata perda da
garantia de proposta em favor do órgão ou entidade licitante.
§ 6º A regra do § 5º não se aplicará aos licitantes remanescentes convo-
cados na forma do inciso I do § 4º deste artigo.
§ 7º Será facultada à Administração a convocação dos demais licitantes
classificados para a contratação de remanescente de obra, de serviço ou de
fornecimento em consequência de rescisão contratual, observados os mes-
mos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º deste artigo.

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Art. 91. Os contratos e seus aditamentos terão forma escrita e serão jun-


tados ao processo que tiver dado origem à contratação, divulgados e manti-
dos à disposição do público em sítio eletrônico oficial.
§ 1º Será admitida a manutenção em sigilo de contratos e de termos aditi-
vos quando imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, nos termos
da legislação que regula o acesso à informação.
§ 2º Contratos relativos a direitos reais sobre imóveis serão formalizados
por escritura pública lavrada em notas de tabelião, cujo teor deverá ser divul-
gado e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial.
§ 3º Será admitida a forma eletrônica na celebração de contratos e de ter-
mos aditivos, atendidas as exigências previstas em regulamento.
§ 4º Antes de formalizar ou prorrogar o prazo de vigência do contrato, a
Administração deverá verificar a regularidade fiscal do contratado, consultar
o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e o Cadastro
Nacional de Empresas Punidas (Cnep), emitir as certidões negativas de ini-
doneidade, de impedimento e de débitos trabalhistas e juntá-las ao respecti-
vo processo.
Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
II – a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor
ou ao ato que tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta;
III – a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos
casos omissos;
IV – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
V – o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização mone-
tária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
VI – os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo
para liquidação e para pagamento;

520
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VII – os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, ob-


servação e recebimento definitivo, quando for o caso;
VIII – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classifica-
ção funcional programática e da categoria econômica;
IX – a matriz de risco, quando for o caso;
X – o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando
for o caso;
XI – o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio
econômico-financeiro, quando for o caso;
XII – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando
exigidas, inclusive as que forem oferecidas pelo contratado no caso de ante-
cipação de valores a título de pagamento;
XIII – o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos míni-
mos estabelecidos nesta Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições
de manutenção e assistência técnica, quando for o caso;
XIV – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabí-
veis e os valores das multas e suas bases de cálculo;
XV – as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para con-
versão, quando for o caso;
XVI – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as
condições exigidas para a habilitação na licitação, ou para a qualificação, na
contratação direta;
XVII – a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de
cargos prevista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa
com deficiência, para reabilitado da Previdência Social e para aprendiz;
XVIII – o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos defini-
dos em regulamento;
XIX – os casos de extinção.

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§ 1º Os contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físi-


cas ou jurídicas, inclusive as domiciliadas no exterior, deverão conter cláusula
que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qual-
quer questão contratual, ressalvadas as seguintes hipóteses:
I – licitação internacional para a aquisição de bens e serviços cujo paga-
mento seja feito com o produto de financiamento concedido por organismo
financeiro internacional de que o Brasil faça parte ou por agência estrangeira
de cooperação;
II – contratação com empresa estrangeira para a compra de equipamen-
tos fabricados e entregues no exterior precedida de autorização do Chefe do
Poder Executivo;
III – aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas
com sede no exterior.
§ 2º De acordo com as peculiaridades de seu objeto e de seu regime de
execução, o contrato conterá cláusula que preveja período antecedente à
expedição da ordem de serviço para verificação de pendências, liberação de
áreas ou adoção de outras providências cabíveis para a regularidade do início
de sua execução.
§ 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter
cláusula que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com data-base
vinculada à data do orçamento estimado, e poderá ser estabelecido mais de
um índice específico ou setorial, em conformidade com a realidade de merca-
do dos respectivos insumos.
§ 4º Nos contratos de serviços contínuos, observado o interregno mínimo
de 1 (um) ano, o critério de reajustamento de preços será por:
I – reajustamento em sentido estrito, quando não houver regime de dedi-
cação exclusiva de mão de obra ou predominância de mão de obra, mediante
previsão de índices específicos ou setoriais;

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II – repactuação, quando houver regime de dedicação exclusiva de mão


de obra ou predominância de mão de obra, mediante demonstração analítica
da variação dos custos.
§ 5º Nos contratos de obras e serviços de engenharia, sempre que com-
patível com o regime de execução, a medição será mensal.
§ 6º Nos contratos para serviços contínuos com regime de dedicação ex-
clusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra, o prazo para
resposta ao pedido de repactuação de preços será preferencialmente de 1
(um) mês, contado da data do fornecimento da documentação prevista no §
6º do art. 135 desta Lei.
Art. 93. Nas contratações de projetos ou de serviços técnicos especiali-
zados, inclusive daqueles que contemplem o desenvolvimento de programas
e aplicações de internet para computadores, máquinas, equipamentos e dis-
positivos de tratamento e de comunicação da informação (software) - e a
respectiva documentação técnica associada -, o autor deverá ceder todos os
direitos patrimoniais a eles relativos para a Administração Pública, hipótese
em que poderão ser livremente utilizados e alterados por ela em outras oca-
siões, sem necessidade de nova autorização de seu autor.
§ 1º Quando o projeto se referir a obra imaterial de caráter tecnológico,
insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos a que se refere o caput deste
artigo incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de
informação pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação
em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
§ 2º É facultado à Administração Pública deixar de exigir a cessão de di-
reitos a que se refere o caput deste artigo quando o objeto da contratação
envolver atividade de pesquisa e desenvolvimento de caráter científico, tec-
nológico ou de inovação, considerados os princípios e os mecanismos institu-
ídos pela Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004.

523
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 3º Na hipótese de posterior alteração do projeto pela Administração


Pública, o autor deverá ser comunicado, e os registros serão promovidos nos
órgãos ou entidades competentes.
Art. 94. A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP)
é condição indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos
e deverá ocorrer nos seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:
I – 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;
II – 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.
§ 1º Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir
de sua assinatura e deverão ser publicados nos prazos previstos nos incisos I
e II do caput deste artigo, sob pena de nulidade.
§ 2º A divulgação de que trata o caput deste artigo, quando referente à
contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade, deverá iden-
tificar os custos do cachê do artista, dos músicos ou da banda, quando hou-
ver, do transporte, da hospedagem, da infraestrutura, da logística do evento
e das demais despesas específicas.
§ 3º No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico ofi-
cial, em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a assinatura do contrato, os
quantitativos e os preços unitários e totais que contratar e, em até 45 (qua-
renta e cinco) dias úteis após a conclusão do contrato, os quantitativos exe-
cutados e os preços praticados.
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
Art. 95. O instrumento de contrato é obrigatório, salvo nas seguintes hi-
póteses, em que a Administração poderá substituí-lo por outro instrumento
hábil, como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço:
I – dispensa de licitação em razão de valor;

524
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos
quais não resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica,
independentemente de seu valor.
§ 1º Às hipóteses de substituição do instrumento de contrato, aplica-se,
no que couber, o disposto no art. 92 desta Lei.
§ 2º É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto paga-
mento, assim entendidos aqueles de valor não superior a R$ 10.000,00 (dez
mil reais).

CAPÍTULO II
DAS GARANTIAS

Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser


exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia nas contratações
de obras, serviços e fornecimentos.
§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
de garantia:
I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a for-
ma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de
custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores
econômicos, conforme definido pelo Ministério da Economia;
II – seguro-garantia;
III  – fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devida-
mente autorizada a operar no País pelo Banco Central do Brasil.
§ 2º Na hipótese de suspensão do contrato por ordem ou inadimplemento
da Administração, o contratado ficará desobrigado de renovar a garantia ou
de endossar a apólice de seguro até a ordem de reinício da execução ou o
adimplemento pela Administração.
§ 3º O edital fixará prazo mínimo de 1 (um) mês, contado da data de ho-
mologação da licitação e anterior à assinatura do contrato, para a prestação

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da garantia pelo contratado quando optar pela modalidade prevista no inciso


II do § 1º deste artigo.
Art. 97. O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento
das obrigações assumidas pelo contratado perante à Administração, inclusive
as multas, os prejuízos e as indenizações decorrentes de inadimplemento,
observadas as seguintes regras nas contratações regidas por esta Lei:
I – o prazo de vigência da apólice será igual ou superior ao prazo estabe-
lecido no contrato principal e deverá acompanhar as modificações referentes
à vigência deste mediante a emissão do respectivo endosso pela seguradora;
II – o seguro-garantia continuará em vigor mesmo se o contratado não
tiver pago o prêmio nas datas convencionadas.
Parágrafo único. Nos contratos de execução continuada ou de fornecimen-
to contínuo de bens e serviços, será permitida a substituição da apólice de
seguro-garantia na data de renovação ou de aniversário, desde que mantidas
as mesmas condições e coberturas da apólice vigente e desde que nenhum
período fique descoberto, ressalvado o disposto no § 2º do art. 96 desta Lei.
Art. 98. Nas contratações de obras, serviços e fornecimentos, a garantia
poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor inicial do contrato, autoriza-
da a majoração desse percentual para até 10% (dez por cento), desde que
justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos envolvidos.
Parágrafo único. Nas contratações de serviços e fornecimentos contínuos
com vigência superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorroga-
ções, será utilizado o valor anual do contrato para definição e aplicação dos
percentuais previstos no caput deste artigo.
Art. 99. Nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande
vulto, poderá ser exigida a prestação de garantia, na modalidade seguro-ga-
rantia, com cláusula de retomada prevista no art. 102 desta Lei, em percen-
tual equivalente a até 30% (trinta por cento) do valor inicial do contrato.

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Art. 100. A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída


após a fiel execução do contrato ou após a sua extinção por culpa exclusiva
da Administração e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
Art. 101. Nos casos de contratos que impliquem a entrega de bens pela
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, o valor desses bens
deverá ser acrescido ao valor da garantia.
Art. 102. Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital po-
derá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia e prever
a obrigação de a seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado,
assumir a execução e concluir o objeto do contrato, hipótese em que:
I – a seguradora deverá firmar o contrato, inclusive os aditivos, como in-
terveniente anuente e poderá:
a) ter livre acesso às instalações em que for executado o contrato principal;
b) acompanhar a execução do contrato principal;
c) ter acesso a auditoria técnica e contábil;
d) requerer esclarecimentos ao responsável técnico pela obra ou pelo
fornecimento;
II – a emissão de empenho em nome da seguradora, ou a quem ela indicar
para a conclusão do contrato, será autorizada desde que demonstrada sua
regularidade fiscal;
III – a seguradora poderá subcontratar a conclusão do contrato, total ou
parcialmente.
Parágrafo único. Na hipótese de inadimplemento do contratado, serão ob-
servadas as seguintes disposições:
I – caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isen-
ta da obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice;
II – caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a in-
tegralidade da importância segurada indicada na apólice.

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CAPÍTULO III
DA ALOCAÇÃO DE RISCOS

Art. 103. O contrato poderá identificar os riscos contratuais previstos e


presumíveis e prever matriz de alocação de riscos, alocando-os entre con-
tratante e contratado, mediante indicação daqueles a serem assumidos pelo
setor público ou pelo setor privado ou daqueles a serem compartilhados.
§ 1º A alocação de riscos de que trata o caput deste artigo considerará,
em compatibilidade com as obrigações e os encargos atribuídos às partes no
contrato, a natureza do risco, o beneficiário das prestações a que se vincula
e a capacidade de cada setor para melhor gerenciá-lo.
§ 2º Os riscos que tenham cobertura oferecida por seguradoras serão pre-
ferencialmente transferidos ao contratado.
§ 3º A alocação dos riscos contratuais será quantificada para fins de pro-
jeção dos reflexos de seus custos no valor estimado da contratação.
§ 4º A matriz de alocação de riscos definirá o equilíbrio econômico-finan-
ceiro inicial do contrato em relação a eventos supervenientes e deverá ser
observada na solução de eventuais pleitos das partes.
§ 5º Sempre que atendidas as condições do contrato e da matriz de alo-
cação de riscos, será considerado mantido o equilíbrio econômico-financeiro,
renunciando as partes aos pedidos de restabelecimento do equilíbrio relacio-
nados aos riscos assumidos, exceto no que se refere:
I – às alterações unilaterais determinadas pela Administração, nas hipóte-
ses do inciso I do caput do art. 124 desta Lei;
II – ao aumento ou à redução, por legislação superveniente, dos tributos
diretamente pagos pelo contratado em decorrência do contrato.
§ 6º Na alocação de que trata o caput deste artigo, poderão ser adotados
métodos e padrões usualmente utilizados por entidades públicas e privadas, e
os ministérios e secretarias supervisores dos órgãos e das entidades da Admi-
nistração Pública poderão definir os parâmetros e o detalhamento dos proce-
dimentos necessários a sua identificação, alocação e quantificação financeira.

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CAPÍTULO IV
DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

Art. 104. O regime jurídico dos contratos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, as prerrogativas de:
I  – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II – extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;
III – fiscalizar sua execução;
IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V – ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e
serviços vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:
a) risco à prestação de serviços essenciais;
b) necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais
pelo contratado, inclusive após extinção do contrato.
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mante-
nha o equilíbrio contratual.

CAPÍTULO V
DA DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 105. A duração dos contratos regidos por esta Lei será a prevista
em edital, e deverão ser observadas, no momento da contratação e a cada
exercício financeiro, a disponibilidade de créditos orçamentários, bem como a
previsão no plano plurianual, quando ultrapassar 1 (um) exercício financeiro.
Art. 106. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 5
(cinco) anos nas hipóteses de serviços e fornecimentos contínuos, observa-
das as seguintes diretrizes:

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I – a autoridade competente do órgão ou entidade contratante deverá


atestar a maior vantagem econômica vislumbrada em razão da contratação
plurianual;
II – a Administração deverá atestar, no início da contratação e de cada
exercício, a existência de créditos orçamentários vinculados à contratação e a
vantagem em sua manutenção;
III – a Administração terá a opção de extinguir o contrato, sem ônus,
quando não dispuser de créditos orçamentários para sua continuidade ou
quando entender que o contrato não mais lhe oferece vantagem.
§ 1º A extinção mencionada no inciso III do caput deste artigo ocorrerá
apenas na próxima data de aniversário do contrato e não poderá ocorrer em
prazo inferior a 2 (dois) meses, contado da referida data.
§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao aluguel de equipamentos e à uti-
lização de programas de informática.
Art. 107. Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser
prorrogados sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal, desde
que haja previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as
condições e os preços permanecem vantajosos para a Administração, permi-
tida a negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para
qualquer das partes.
Art. 108. A Administração poderá celebrar contratos com prazo de até 10
(dez) anos nas hipóteses previstas nas alíneas “f” e “g” do inciso IV e nos in-
cisos V, VI, XII e XVI do caput do art. 75 desta Lei.
Art. 109. A Administração poderá estabelecer a vigência por prazo inde-
terminado nos contratos em que seja usuária de serviço público oferecido em
regime de monopólio, desde que comprovada, a cada exercício financeiro, a
existência de créditos orçamentários vinculados à contratação.
Art. 110. Na contratação que gere receita e no contrato de eficiência que
gere economia para a Administração, os prazos serão de:
I – até 10 (dez) anos, nos contratos sem investimento;

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II – até 35 (trinta e cinco) anos, nos contratos com investimento, assim
considerados aqueles que impliquem a elaboração de benfeitorias permanen-
tes, realizadas exclusivamente a expensas do contratado, que serão reverti-
das ao patrimônio da Administração Pública ao término do contrato.
Art. 111. Na contratação que previr a conclusão de escopo predefinido, o
prazo de vigência será automaticamente prorrogado quando seu objeto não
for concluído no período firmado no contrato.
Parágrafo único. Quando a não conclusão decorrer de culpa do contratado:
I – o contratado será constituído em mora, aplicáveis a ele as respectivas
sanções administrativas;
II – a Administração poderá optar pela extinção do contrato e, nesse
caso, adotará as medidas admitidas em lei para a continuidade da execução
contratual.
Art. 112. Os prazos contratuais previstos nesta Lei não excluem nem re-
vogam os prazos contratuais previstos em lei especial.
Art. 113. O contrato firmado sob o regime de fornecimento e prestação
de serviço associado terá sua vigência máxima definida pela soma do prazo
relativo ao fornecimento inicial ou à entrega da obra com o prazo relativo ao
serviço de operação e manutenção, este limitado a 5 (cinco) anos contados
da data de recebimento do objeto inicial, autorizada a prorrogação na forma
do art. 107 desta Lei.
Art. 114. O contrato que previr a operação continuada de sistemas es-
truturantes de tecnologia da informação poderá ter vigência máxima de 15
(quinze) anos.

CAPÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 115. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de


acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, e cada parte res-
ponderá pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

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§ 1º É proibido à Administração retardar imotivadamente a execução de


obra ou serviço, ou de suas parcelas, inclusive na hipótese de posse do res-
pectivo chefe do Poder Executivo ou de novo titular no órgão ou entidade
contratante.
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).
§ 4º Nas contratações de obras e serviços de engenharia, sempre que a
responsabilidade pelo licenciamento ambiental for da Administração, a mani-
festação prévia ou licença prévia, quando cabíveis, deverão ser obtidas antes
da divulgação do edital.
§ 5º Em caso de impedimento, ordem de paralisação ou suspensão do con-
trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente pelo tem-
po correspondente, anotadas tais circunstâncias mediante simples apostila.
§ 6º Nas contratações de obras, verificada a ocorrência do disposto no §
5º deste artigo por mais de 1 (um) mês, a Administração deverá divulgar,
em sítio eletrônico oficial e em placa a ser afixada em local da obra de fácil
visualização pelos cidadãos, aviso público de obra paralisada, com o motivo
e o responsável pela inexecução temporária do objeto do contrato e a data
prevista para o reinício da sua execução.
§ 7º Os textos com as informações de que trata o § 6º deste artigo deve-
rão ser elaborados pela Administração.
Art. 116. Ao longo de toda a execução do contrato, o contratado deverá
cumprir a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência, para
reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz, bem como as reservas de
cargos previstas em outras normas específicas.
Parágrafo único. Sempre que solicitado pela Administração, o contrata-
do deverá comprovar o cumprimento da reserva de cargos a que se refere
o caput deste artigo, com a indicação dos empregados que preencherem as
referidas vagas.

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Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada


por 1 (um) ou mais fiscais do contrato, representantes da Administração es-
pecialmente designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º desta
Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a contratação de terceiros
para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1º O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas à execução do contrato, determinando o que for necessário para
a regularização das faltas ou dos defeitos observados.
§ 2º O fiscal do contrato informará a seus superiores, em tempo hábil para
a adoção das medidas convenientes, a situação que demandar decisão ou
providência que ultrapasse sua competência.
§ 3º O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de assessoramento
jurídico e de controle interno da Administração, que deverão dirimir dúvidas
e subsidiá-lo com informações relevantes para prevenir riscos na execução
contratual.
§ 4º Na hipótese da contratação de terceiros prevista no caput deste ar-
tigo, deverão ser observadas as seguintes regras:
I – a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil
objetiva pela veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará
termo de compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição
própria e exclusiva de fiscal de contrato;
II – a contratação de terceiros não eximirá de responsabilidade o fiscal do
contrato, nos limites das informações recebidas do terceiro contratado.
Art. 118. O contratado deverá manter preposto aceito pela Administração
no local da obra ou do serviço para representá-lo na execução do contrato.
Art. 119. O contratado será obrigado a reparar, corrigir, remover, recons-
truir ou substituir, a suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato
em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes de sua exe-
cução ou de materiais nela empregados.

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Art. 120. O contratado será responsável pelos danos causados direta-


mente à Administração ou a terceiros em razão da execução do contrato, e
não excluirá nem reduzirá essa responsabilidade a fiscalização ou o acompa-
nhamento pelo contratante.
Art. 121. Somente o contratado será responsável pelos encargos trabalhis-
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transferirá à Administração a responsabilidade pelo
seu pagamento e não poderá onerar o objeto do contrato nem restringir a
regularização e o uso das obras e das edificações, inclusive perante o registro
de imóveis, ressalvada a hipótese prevista no § 2º deste artigo.
§ 2º Exclusivamente nas contratações de serviços contínuos com regime
de dedicação exclusiva de mão de obra, a Administração responderá solida-
riamente pelos encargos previdenciários e subsidiariamente pelos encargos
trabalhistas se comprovada falha na fiscalização do cumprimento das obriga-
ções do contratado.
§ 3º Nas contratações de serviços contínuos com regime de dedicação
exclusiva de mão de obra, para assegurar o cumprimento de obrigações tra-
balhistas pelo contratado, a Administração, mediante disposição em edital ou
em contrato, poderá, entre outras medidas:
I – exigir caução, fiança bancária ou contratação de seguro-garantia com
cobertura para verbas rescisórias inadimplidas;
II – condicionar o pagamento à comprovação de quitação das obrigações
trabalhistas vencidas relativas ao contrato;
III – efetuar o depósito de valores em conta vinculada;
IV – em caso de inadimplemento, efetuar diretamente o pagamento das
verbas trabalhistas, que serão deduzidas do pagamento devido ao contratado;
V – estabelecer que os valores destinados a férias, a décimo terceiro salá-
rio, a ausências legais e a verbas rescisórias dos empregados do contratado

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que participarem da execução dos serviços contratados serão pagos pelo con-
tratante ao contratado somente na ocorrência do fato gerador.
§ 4º Os valores depositados na conta vinculada a que se refere o inciso III
do § 3º deste artigo são absolutamente impenhoráveis.
§ 5º O recolhimento das contribuições previdenciárias observará o dispos-
to no art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991.
Art. 122. Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, o contratado poderá subcontratar partes da obra, do
serviço ou do fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela Ad-
ministração.
§ 1º O contratado apresentará à Administração documentação que com-
prove a capacidade técnica do subcontratado, que será avaliada e juntada aos
autos do processo correspondente.
§ 2º Regulamento ou edital de licitação poderão vedar, restringir ou esta-
belecer condições para a subcontratação.
§ 3º Será vedada a subcontratação de pessoa física ou jurídica, se aquela
ou os dirigentes desta mantiverem vínculo de natureza técnica, comercial,
econômica, financeira, trabalhista ou civil com dirigente do órgão ou entida-
de contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação
ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou se deles forem cônju-
ge, companheiro ou parente em linha reta, colateral, ou por afinidade, até
o terceiro grau, devendo essa proibição constar expressamente do edital de
licitação.
Art. 123. A Administração terá o dever de explicitamente emitir decisão
sobre todas as solicitações e reclamações relacionadas à execução dos con-
tratos regidos por esta Lei, ressalvados os requerimentos manifestamente
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para a boa
execução do contrato.
Parágrafo único. Salvo disposição legal ou cláusula contratual que estabe-
leça prazo específico, concluída a instrução do requerimento, a Administração

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terá o prazo de 1 (um) mês para decidir, admitida a prorrogação motivada


por igual período.
CAPÍTULO VII
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS

Art. 124. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para me-
lhor adequação técnica a seus objetivos;
b) quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência
de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos
por esta Lei;
II – por acordo entre as partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do
serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica
da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição
de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada
a antecipação do pagamento em relação ao cronograma financeiro fixado sem
a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
obra ou serviço;
d) para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato
em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência
de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que in-
viabilizem a execução do contrato tal como pactuado, respeitada, em qual-
quer caso, a repartição objetiva de risco estabelecida no contrato.
§ 1º Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos
de obras e serviços de engenharia ensejarão apuração de responsabilidade

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do responsável técnico e adoção das providências necessárias para o ressar-


cimento dos danos causados à Administração.
§ 2º Será aplicado o disposto na alínea “d” do inciso II do caput deste
artigo às contratações de obras e serviços de engenharia, quando a execução
for obstada pelo atraso na conclusão de procedimentos de desapropriação,
desocupação, servidão administrativa ou licenciamento ambiental, por cir-
cunstâncias alheias ao contratado.
Art. 125. Nas alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do
art. 124 desta Lei, o contratado será obrigado a aceitar, nas mesmas con-
dições contratuais, acréscimos ou supressões de até 25% (vinte e cinco por
cento) do valor inicial atualizado do contrato que se fizerem nas obras, nos
serviços ou nas compras, e, no caso de reforma de edifício ou de equipamen-
to, o limite para os acréscimos será de 50% (cinquenta por cento).
Art. 126. As alterações unilaterais a que se refere o inciso I do caput do
art. 124 desta Lei não poderão transfigurar o objeto da contratação.
Art. 127. Se o contrato não contemplar preços unitários para obras ou
serviços cujo aditamento se fizer necessário, esses serão fixados por meio
da aplicação da relação geral entre os valores da proposta e o do orçamen-
to-base da Administração sobre os preços referenciais ou de mercado vigen-
tes na data do aditamento, respeitados os limites estabelecidos no art. 125
desta Lei.
Art. 128. Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a diferença
percentual entre o valor global do contrato e o preço global de referência não
poderá ser reduzida em favor do contratado em decorrência de aditamentos
que modifiquem a planilha orçamentária.
Art. 129. Nas alterações contratuais para supressão de obras, bens ou
serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e os colocado no
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos cus-
tos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente reajustados,

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podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da


supressão, desde que regularmente comprovados.
Art. 130. Caso haja alteração unilateral do contrato que aumente ou di-
minua os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, no
mesmo termo aditivo, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconheci-
mento do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedi-
da indenização por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-
-financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei.
Art. 132. A formalização do termo aditivo é condição para a execução,
pelo contratado, das prestações determinadas pela Administração no curso
da execução do contrato, salvo nos casos de justificada necessidade de an-
tecipação de seus efeitos, hipótese em que a formalização deverá ocorrer no
prazo máximo de 1 (um) mês.
Art. 133. Nas hipóteses em que for adotada a contratação integrada ou
semi-integrada, é vedada a alteração dos valores contratuais, exceto nos se-
guintes casos:
I  – para restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro decorrente
de caso fortuito ou força maior;
II – por necessidade de alteração do projeto ou das especificações para
melhor adequação técnica aos objetivos da contratação, a pedido da Adminis-
tração, desde que não decorrente de erros ou omissões por parte do contra-
tado, observados os limites estabelecidos no art. 125 desta Lei;
III – por necessidade de alteração do projeto nas contratações semi-inte-
gradas, nos termos do § 5º do art. 46 desta Lei;
IV – por ocorrência de evento superveniente alocado na matriz de riscos
como de responsabilidade da Administração.

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Art. 134. Os preços contratados serão alterados, para mais ou para me-


nos, conforme o caso, se houver, após a data da apresentação da proposta,
criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos legais ou a
superveniência de disposições legais, com comprovada repercussão sobre os
preços contratados.
Art. 135. Os preços dos contratos para serviços contínuos com regime de
dedicação exclusiva de mão de obra ou com predominância de mão de obra
serão repactuados para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro, me-
diante demonstração analítica da variação dos custos contratuais, com data
vinculada:
I – à da apresentação da proposta, para custos decorrentes do mercado;
II – ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio coletivo ao qual a pro-
posta esteja vinculada, para os custos de mão de obra.
§ 1º A Administração não se vinculará às disposições contidas em acor-
dos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tratem de matéria não
trabalhista, de pagamento de participação dos trabalhadores nos lucros ou
resultados do contratado, ou que estabeleçam direitos não previstos em lei,
como valores ou índices obrigatórios de encargos sociais ou previdenciários,
bem como de preços para os insumos relacionados ao exercício da atividade.
§ 2º É vedado a órgão ou entidade contratante vincular-se às disposições
previstas nos acordos, convenções ou dissídios coletivos de trabalho que tra-
tem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com a
Administração Pública.
§ 3º A repactuação deverá observar o interregno mínimo de 1 (um)
ano, contado da data da apresentação da proposta ou da data da última
repactuação.
§ 4º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quantas forem
necessárias, observado o princípio da anualidade do reajuste de preços da
contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para discutir a
variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas diferen-

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ciadas, como os decorrentes de mão de obra e os decorrentes dos insumos


necessários à execução dos serviços.
§ 5º Quando a contratação envolver mais de uma categoria profissional, a
repactuação a que se refere o inciso II do caput deste artigo poderá ser divi-
dida em tantos quantos forem os acordos, convenções ou dissídios coletivos
de trabalho das categorias envolvidas na contratação.
§ 6º A repactuação será precedida de solicitação do contratado, acompa-
nhada de demonstração analítica da variação dos custos, por meio de apre-
sentação da planilha de custos e formação de preços, ou do novo acordo,
convenção ou sentença normativa que fundamenta a repactuação.
Art. 136. Registros que não caracterizam alteração do contrato podem
ser realizados por simples apostila, dispensada a celebração de termo aditivo,
como nas seguintes situações:
I – variação do valor contratual para fazer face ao reajuste ou à repactu-
ação de preços previstos no próprio contrato;
II – atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes
das condições de pagamento previstas no contrato;
III – alterações na razão ou na denominação social do contratado;
IV – empenho de dotações orçamentárias.

CAPÍTULO VIII
DAS HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 137. Constituirão motivos para extinção do contrato, a qual deverá


ser formalmente motivada nos autos do processo, assegurados o contraditó-
rio e a ampla defesa, as seguintes situações:
I – não cumprimento ou cumprimento irregular de normas editalícias ou
de cláusulas contratuais, de especificações, de projetos ou de prazos;
II – desatendimento das determinações regulares emitidas pela autori-
dade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução ou por autorida-
de superior;

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III – alteração social ou modificação da finalidade ou da estrutura da em-


presa que restrinja sua capacidade de concluir o contrato;
IV – decretação de falência ou de insolvência civil, dissolução da sociedade
ou falecimento do contratado;
V – caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, impeditivos
da execução do contrato;
VI – atraso na obtenção da licença ambiental, ou impossibilidade de ob-
tê-la, ou alteração substancial do anteprojeto que dela resultar, ainda que
obtida no prazo previsto;
VII – atraso na liberação das áreas sujeitas a desapropriação, a desocupa-
ção ou a servidão administrativa, ou impossibilidade de liberação dessas áreas;
VIII – razões de interesse público, justificadas pela autoridade máxima do
órgão ou da entidade contratante;
IX – não cumprimento das obrigações relativas à reserva de cargos pre-
vista em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com defi-
ciência, para reabilitado da Previdência Social ou para aprendiz.
§ 1º Regulamento poderá especificar procedimentos e critérios para veri-
ficação da ocorrência dos motivos previstos no caput deste artigo.
§ 2º O contratado terá direito à extinção do contrato nas seguintes
hipóteses:
I – supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras
que acarrete modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido
no art. 125 desta Lei;
II – suspensão de execução do contrato, por ordem escrita da Administra-
ção, por prazo superior a 3 (três) meses;
III – repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis, indepen-
dentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas e con-
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas;

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IV – atraso superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal,


dos pagamentos ou de parcelas de pagamentos devidos pela Administração
por despesas de obras, serviços ou fornecimentos;
V – não liberação pela Administração, nos prazos contratuais, de área,
local ou objeto, para execução de obra, serviço ou fornecimento, e de fon-
tes de materiais naturais especificadas no projeto, inclusive devido a atraso
ou descumprimento das obrigações atribuídas pelo contrato à Administração
relacionadas a desapropriação, a desocupação de áreas públicas ou a licen-
ciamento ambiental.
§ 3º As hipóteses de extinção a que se referem os incisos II, III e IV do §
2º deste artigo observarão as seguintes disposições:
I – não serão admitidas em caso de calamidade pública, de grave pertur-
bação da ordem interna ou de guerra, bem como quando decorrerem de ato
ou fato que o contratado tenha praticado, do qual tenha participado ou para
o qual tenha contribuído;
II – assegurarão ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-
primento das obrigações assumidas até a normalização da situação, admitido
o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, na forma
da alínea “d” do inciso II do caput do art. 124 desta Lei.
§ 4º Os emitentes das garantias previstas no art. 96 desta Lei deverão ser
notificados pelo contratante quanto ao início de processo administrativo para
apuração de descumprimento de cláusulas contratuais.
Art. 138. A extinção do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, exceto no
caso de descumprimento decorrente de sua própria conduta;
II – consensual, por acordo entre as partes, por conciliação, por mediação
ou por comitê de resolução de disputas, desde que haja interesse da Ad-
ministração;
III – determinada por decisão arbitral, em decorrência de cláusula com-
promissória ou compromisso arbitral, ou por decisão judicial.

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§ 1º A extinção determinada por ato unilateral da Administração e a ex-


tinção consensual deverão ser precedidas de autorização escrita e fundamen-
tada da autoridade competente e reduzidas a termo no respectivo processo.
§ 2º Quando a extinção decorrer de culpa exclusiva da Administração, o
contratado será ressarcido pelos prejuízos regularmente comprovados que
houver sofrido e terá direito a:
I – devolução da garantia;
II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data de extinção;
III – pagamento do custo da desmobilização.
Art. 139. A extinção determinada por ato unilateral da Administração
poderá acarretar, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei, as seguintes
consequências:
I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II – ocupação e utilização do local, das instalações, dos equipamentos, do
material e do pessoal empregados na execução do contrato e necessários à
sua continuidade;
III – execução da garantia contratual para:
a) ressarcimento da Administração Pública por prejuízos decorrentes da
não execução;
b) pagamento de verbas trabalhistas, fundiárias e previdenciárias, quan-
do cabível;
c) pagamento das multas devidas à Administração Pública;
d) exigência da assunção da execução e da conclusão do objeto do contra-
to pela seguradora, quando cabível;
IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos preju-
ízos causados à Administração Pública e das multas aplicadas.
§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II do caput deste
artigo ficará a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra
ou ao serviço por execução direta ou indireta.

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§ 2º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o ato deverá ser pre-


cedido de autorização expressa do ministro de Estado, do secretário estadual
ou do secretário municipal competente, conforme o caso.

CAPÍTULO IX
DO RECEBIMENTO DO OBJETO DO CONTRATO

Art. 140. O objeto do contrato será recebido:


I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
lização, mediante termo detalhado, quando verificado o cumprimento das
exigências de caráter técnico;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais;
II – em se tratando de compras:
a) provisoriamente, de forma sumária, pelo responsável por seu acompa-
nhamento e fiscalização, com verificação posterior da conformidade do mate-
rial com as exigências contratuais;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo detalhado que comprove o atendimento das
exigências contratuais.
§ 1º O objeto do contrato poderá ser rejeitado, no todo ou em parte,
quando estiver em desacordo com o contrato.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não excluirá a responsabili-
dade civil pela solidez e pela segurança da obra ou serviço nem a respon-
sabilidade ético-profissional pela perfeita execução do contrato, nos limites
estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3º Os prazos e os métodos para a realização dos recebimentos provisó-
rio e definitivo serão definidos em regulamento ou no contrato.

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§ 4º Salvo disposição em contrário constante do edital ou de ato norma-


tivo, os ensaios, os testes e as demais provas para aferição da boa execução
do objeto do contrato exigidos por normas técnicas oficiais correrão por conta
do contratado.
§ 5º Em se tratando de projeto de obra, o recebimento definitivo pela
Administração não eximirá o projetista ou o consultor da responsabilidade
objetiva por todos os danos causados por falha de projeto.
§ 6º Em se tratando de obra, o recebimento definitivo pela Administração
não eximirá o contratado, pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, admitida a
previsão de prazo de garantia superior no edital e no contrato, da responsa-
bilidade objetiva pela solidez e pela segurança dos materiais e dos serviços
executados e pela funcionalidade da construção, da reforma, da recuperação
ou da ampliação do bem imóvel, e, em caso de vício, defeito ou incorreção
identificados, o contratado ficará responsável pela reparação, pela correção,
pela reconstrução ou pela substituição necessárias.

CAPÍTULO X
DOS PAGAMENTOS

Art. 141. No dever de pagamento pela Administração, será observada a


ordem cronológica para cada fonte diferenciada de recursos, subdividida nas
seguintes categorias de contratos:
I – fornecimento de bens;
II – locações;
III – prestação de serviços;
IV – realização de obras.
§ 1º A ordem cronológica referida no caput deste artigo poderá ser al-
terada, mediante prévia justificativa da autoridade competente e posterior
comunicação ao órgão de controle interno da Administração e ao tribunal de
contas competente, exclusivamente nas seguintes situações:

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I – grave perturbação da ordem, situação de emergência ou calamida-


de pública;
II – pagamento a microempresa, empresa de pequeno porte, agricultor
familiar, produtor rural pessoa física, microempreendedor individual e so-
ciedade cooperativa, desde que demonstrado o risco de descontinuidade do
cumprimento do objeto do contrato;
III – pagamento de serviços necessários ao funcionamento dos sistemas
estruturantes, desde que demonstrado o risco de descontinuidade do cumpri-
mento do objeto do contrato;
IV – pagamento de direitos oriundos de contratos em caso de falência,
recuperação judicial ou dissolução da empresa contratada;
V – pagamento de contrato cujo objeto seja imprescindível para assegu-
rar a integridade do patrimônio público ou para manter o funcionamento das
atividades finalísticas do órgão ou entidade, quando demonstrado o risco de
descontinuidade da prestação de serviço público de relevância ou o cumpri-
mento da missão institucional.
§ 2º A inobservância imotivada da ordem cronológica referida no caput des-
te artigo ensejará a apuração de responsabilidade do agente responsável, ca-
bendo aos órgãos de controle a sua fiscalização.
§ 3º O órgão ou entidade deverá disponibilizar, mensalmente, em seção
específica de acesso à informação em seu sítio na internet, a ordem cronoló-
gica de seus pagamentos, bem como as justificativas que fundamentarem a
eventual alteração dessa ordem.
Art. 142. Disposição expressa no edital ou no contrato poderá prever
pagamento em conta vinculada ou pagamento pela efetiva comprovação do
fato gerador.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 143. No caso de controvérsia sobre a execução do objeto, quanto a
dimensão, qualidade e quantidade, a parcela incontroversa deverá ser libera-
da no prazo previsto para pagamento.

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Art. 144. Na contratação de obras, fornecimentos e serviços, inclusive


de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qualidade, cri-
térios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega definidos no edital
de licitação e no contrato.
§ 1º O pagamento poderá ser ajustado em base percentual sobre o valor
economizado em determinada despesa, quando o objeto do contrato visar
à implantação de processo de racionalização, hipótese em que as despesas
correrão à conta dos mesmos créditos orçamentários, na forma de regula-
mentação específica.
§ 2º A utilização de remuneração variável será motivada e respeitará o
limite orçamentário fixado pela Administração para a contratação.
Art. 145. Não será permitido pagamento antecipado, parcial ou total, re-
lativo a parcelas contratuais vinculadas ao fornecimento de bens, à execução
de obras ou à prestação de serviços.
§ 1º A antecipação de pagamento somente será permitida se propiciar
sensível economia de recursos ou se representar condição indispensável para
a obtenção do bem ou para a prestação do serviço, hipótese que deverá ser
previamente justificada no processo licitatório e expressamente prevista no
edital de licitação ou instrumento formal de contratação direta.
§ 2º A Administração poderá exigir a prestação de garantia adicional como
condição para o pagamento antecipado.
§ 3º Caso o objeto não seja executado no prazo contratual, o valor ante-
cipado deverá ser devolvido.
Art. 146. No ato de liquidação da despesa, os serviços de contabilidade
comunicarão aos órgãos da administração tributária as características da des-
pesa e os valores pagos, conforme o disposto no art. 63 da Lei n. 4.320, de
17 de março de 1964.

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CAPÍTULO XI
DA NULIDADE DOS CONTRATOS

Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório ou na


execução contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão sobre
a suspensão da execução ou sobre a declaração de nulidade do contrato so-
mente será adotada na hipótese em que se revelar medida de interesse pú-
blico, com avaliação, entre outros, dos seguintes aspectos:
I  – impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição
dos benefícios do objeto do contrato;
II – riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorren-
tes do atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
III – motivação social e ambiental do contrato;
IV – custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
V – despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já
executados;
VI – despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;
VII – medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade
para o saneamento dos indícios de irregularidades apontados;
VIII – custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos,
dos convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
IX – fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da
paralisação;
X – custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;
XI – custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação.
Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se revele medida de
interesse público, o poder público deverá optar pela continuidade do contrato
e pela solução da irregularidade por meio de indenização por perdas e danos,
sem prejuízo da apuração de responsabilidade e da aplicação de penalida-
des cabíveis.

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Art. 148. A declaração de nulidade do contrato administrativo requererá


análise prévia do interesse público envolvido, na forma do art. 147 desta Lei,
e operará retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que o contrato de-
veria produzir ordinariamente e desconstituindo os já produzidos.
§ 1º Caso não seja possível o retorno à situação fática anterior, a nulidade
será resolvida pela indenização por perdas e danos, sem prejuízo da apuração
de responsabilidade e aplicação das penalidades cabíveis.
§ 2º Ao declarar a nulidade do contrato, a autoridade, com vistas à conti-
nuidade da atividade administrativa, poderá decidir que ela só tenha eficácia
em momento futuro, suficiente para efetuar nova contratação, por prazo de
até 6 (seis) meses, prorrogável uma única vez.
Art. 149. A nulidade não exonerará a Administração do dever de indenizar
o contratado pelo que houver executado até a data em que for declarada ou
tornada eficaz, bem como por outros prejuízos regularmente comprovados,
desde que não lhe seja imputável, e será promovida a responsabilização de
quem lhe tenha dado causa.
Art. 150. Nenhuma contratação será feita sem a caracterização adequada
de seu objeto e sem a indicação dos créditos orçamentários para pagamento
das parcelas contratuais vincendas no exercício em que for realizada a con-
tratação, sob pena de nulidade do ato e de responsabilização de quem lhe
tiver dado causa.

CAPÍTULO XII
DOS MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados
meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente
a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem.
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às con-
trovérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as questões
relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do con-

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trato, ao inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes


e ao cálculo de indenizações.
Art. 152. A arbitragem será sempre de direito e observará o princípio da
publicidade.
Art. 153. Os contratos poderão ser aditados para permitir a adoção dos
meios alternativos de resolução de controvérsias.
Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais e
dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos, técnicos
e transparentes.

TÍTULO IV
DAS IRREGULARIDADES

CAPÍTULO I
DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado administrati-


vamente pelas seguintes infrações:
I – dar causa à inexecução parcial do contrato;
II – dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Ad-
ministração, ao funcionamento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo;
III – dar causa à inexecução total do contrato;
IV – deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
V – não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente
devidamente justificado;
VI – não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a
contratação, quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VII – ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da li-
citação sem motivo justificado;
VIII – apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certa-
me ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato;

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IX – fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;


X – comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;
XI – praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;
XII – praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei n. 12.846, de 1º de
agosto de 2013.
Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas
previstas nesta Lei as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa;
III – impedimento de licitar e contratar;
IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
§ 1º Na aplicação das sanções serão considerados:
I – a natureza e a gravidade da infração cometida;
II – as peculiaridades do caso concreto;
III – as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
IV – os danos que dela provierem para a Administração Pública;
V – a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade, con-
forme normas e orientações dos órgãos de controle.
§ 2º A sanção prevista no inciso I do caput deste artigo será aplicada ex-
clusivamente pela infração administrativa prevista no inciso I do caput do art.
155 desta Lei, quando não se justificar a imposição de penalidade mais grave.
§ 3º A sanção prevista no inciso II do caput deste artigo, calculada na
forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5% (cinco décimos
por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor do contrato licitado
ou celebrado com contratação direta e será aplicada ao responsável por qual-
quer das infrações administrativas previstas no art. 155 desta Lei.
§ 4º A sanção prevista no inciso III do caput deste artigo será aplicada ao
responsável pelas infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V,
VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição
de penalidade mais grave, e impedirá o responsável de licitar ou contratar no

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âmbito da Administração Pública direta e indireta do ente federativo que tiver


aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3 (três) anos.
§ 5º A sanção prevista no inciso IV do caput deste artigo será aplicada ao
responsável pelas infrações administrativas previstas nos incisos VIII, IX, X,
XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem como pelas infrações administra-
tivas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do referido artigo
que justifiquem a imposição de penalidade mais grave que a sanção referida
no § 4º deste artigo, e impedirá o responsável de licitar ou contratar no âm-
bito da Administração Pública direta e indireta de todos os entes federativos,
pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de 6 (seis) anos.
§ 6º A sanção estabelecida no inciso IV do caput deste artigo será prece-
dida de análise jurídica e observará as seguintes regras:
I – quando aplicada por órgão do Poder Executivo, será de competência
exclusiva de ministro de Estado, de secretário estadual ou de secretário mu-
nicipal e, quando aplicada por autarquia ou fundação, será de competência
exclusiva da autoridade máxima da entidade;
II – quando aplicada por órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, pelo
Ministério Público e pela Defensoria Pública no desempenho da função admi-
nistrativa, será de competência exclusiva de autoridade de nível hierárquico
equivalente às autoridades referidas no inciso I deste parágrafo, na forma de
regulamento.
§ 7º As sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput deste arti-
go poderão ser aplicadas cumulativamente com a prevista no inciso II
do caput deste artigo.
§ 8º Se a multa aplicada e as indenizações cabíveis forem superiores ao
valor de pagamento eventualmente devido pela Administração ao contratado,
além da perda desse valor, a diferença será descontada da garantia prestada
ou será cobrada judicialmente.

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§ 9º A aplicação das sanções previstas no caput deste artigo não exclui,


em hipótese alguma, a obrigação de reparação integral do dano causado à
Administração Pública.
Art. 157. Na aplicação da sanção prevista no inciso II do caput do art. 156
desta Lei, será facultada a defesa do interessado no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data de sua intimação.
Art. 158. A aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV do caput do
art. 156 desta Lei requererá a instauração de processo de responsabilização,
a ser conduzido por comissão composta de 2 (dois) ou mais servidores es-
táveis, que avaliará fatos e circunstâncias conhecidos e intimará o licitante
ou o contratado para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data
de intimação, apresentar defesa escrita e especificar as provas que preten-
da produzir.
§ 1º Em órgão ou entidade da Administração Pública cujo quadro funcio-
nal não seja formado de servidores estatutários, a comissão a que se refere
o caput deste artigo será composta de 2 (dois) ou mais empregados públicos
pertencentes aos seus quadros permanentes, preferencialmente com, no mí-
nimo, 3 (três) anos de tempo de serviço no órgão ou entidade.
§ 2º Na hipótese de deferimento de pedido de produção de novas provas
ou de juntada de provas julgadas indispensáveis pela comissão, o licitante ou
o contratado poderá apresentar alegações finais no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data da intimação.
§ 3º Serão indeferidas pela comissão, mediante decisão fundamentada,
provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias, protelatórias ou intempestivas.
§ 4º A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciência da in-
fração pela Administração, e será:
I – interrompida pela instauração do processo de responsabilização a que
se refere o caput deste artigo;
II – suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na Lei n.
12.846, de 1º de agosto de 2013;

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III – suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da apuração


administrativa.
Art. 159. Os atos previstos como infrações administrativas nesta Lei ou
em outras leis de licitações e contratos da Administração Pública que também
sejam tipificados como atos lesivos na Lei n. 12.846, de 1º de agosto de 2013,
serão apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos autos, observados o
rito procedimental e a autoridade competente definidos na referida Lei.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que
utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática
dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial,
e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica serão
estendidos aos seus administradores e sócios com poderes de administração,
a pessoa jurídica sucessora ou a empresa do mesmo ramo com relação de
coligação ou controle, de fato ou de direito, com o sancionado, observados,
em todos os casos, o contraditório, a ampla defesa e a obrigatoriedade de
análise jurídica prévia.
Art. 161. Os órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de todos os entes federativos deverão, no prazo máximo 15 (quin-
ze) dias úteis, contado da data de aplicação da sanção, informar e manter
atualizados os dados relativos às sanções por eles aplicadas, para fins de pu-
blicidade no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e
no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep), instituídos no âmbito do
Poder Executivo federal.
Parágrafo único. Para fins de aplicação das sanções previstas nos incisos I,
II, III e IV do caput do art. 156 desta Lei, o Poder Executivo regulamentará a
forma de cômputo e as consequências da soma de diversas sanções aplicadas
a uma mesma empresa e derivadas de contratos distintos.
Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o con-
tratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou em contrato.

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Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá que a Admi-


nistração a converta em compensatória e promova a extinção unilateral do
contrato com a aplicação cumulada de outras sanções previstas nesta Lei.
Art. 163. É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a
própria autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente:
I – reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II – pagamento da multa;
III – transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penali-
dade, no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da
aplicação da penalidade, no caso de declaração de inidoneidade;
IV – cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V – análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao
cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.
Parágrafo único. A sanção pelas infrações previstas nos incisos VIII e XII
do caput do art. 155 desta Lei exigirá, como condição de reabilitação do li-
citante ou contratado, a implantação ou aperfeiçoamento de programa de
integridade pelo responsável.

CAPÍTULO II
DAS IMPUGNAÇÕES, DOS PEDIDOS DE ESCLARECIMENTO E DOS
RECURSOS

Art. 164. Qualquer pessoa é parte legítima para impugnar edital de licita-


ção por irregularidade na aplicação desta Lei ou para solicitar esclarecimento
sobre os seus termos, devendo protocolar o pedido até 3 (três) dias úteis
antes da data de abertura do certame.
Parágrafo único. A resposta à impugnação ou ao pedido de esclarecimento
será divulgada em sítio eletrônico oficial no prazo de até 3 (três) dias úteis,
limitado ao último dia útil anterior à data da abertura do certame.
Art. 165. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta
Lei cabem:

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I – recurso, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de intimação


ou de lavratura da ata, em face de:
a) ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de interessado ou
de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
b) julgamento das propostas;
c) ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
d) anulação ou revogação da licitação;
e) extinção do contrato, quando determinada por ato unilateral e escrito
da Administração;
II – pedido de reconsideração, no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da
data de intimação, relativamente a ato do qual não caiba recurso hierárquico.
§ 1º Quanto ao recurso apresentado em virtude do disposto nas alíneas
“b” e “c” do inciso I do caput deste artigo, serão observadas as seguintes
disposições:
I – a intenção de recorrer deverá ser manifestada imediatamente, sob
pena de preclusão, e o prazo para apresentação das razões recursais previsto
no inciso I do caput deste artigo será iniciado na data de intimação ou de
lavratura da ata de habilitação ou inabilitação ou, na hipótese de adoção da
inversão de fases prevista no § 1º do art. 17 desta Lei, da ata de julgamento;
II – a apreciação dar-se-á em fase única.
§ 2º O recurso de que trata o inciso I do caput deste artigo será dirigido
à autoridade que tiver editado o ato ou proferido a decisão recorrida, que, se
não reconsiderar o ato ou a decisão no prazo de 3 (três) dias úteis, encami-
nhará o recurso com a sua motivação à autoridade superior, a qual deverá
proferir sua decisão no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, contado do re-
cebimento dos autos.
§ 3º O acolhimento do recurso implicará invalidação apenas de ato insus-
cetível de aproveitamento.

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Delegado de Polícia Civil

§ 4º O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo do recur-


so e terá início na data de intimação pessoal ou de divulgação da interposição
do recurso.
§ 5º Será assegurado ao licitante vista dos elementos indispensáveis à
defesa de seus interesses.
Art. 166. Da aplicação das sanções previstas nos incisos I, II e III
do caput do art. 156 desta Lei caberá recurso no prazo de 15 (quinze) dias
úteis, contado da data da intimação.
Parágrafo único. O recurso de que trata o caput deste artigo será dirigido à
autoridade que tiver proferido a decisão recorrida, que, se não a reconsiderar
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, encaminhará o recurso com sua motivação à
autoridade superior, a qual deverá proferir sua decisão no prazo máximo de
20 (vinte) dias úteis, contado do recebimento dos autos.
Art. 167. Da aplicação da sanção prevista no inciso IV do caput do art. 156
desta Lei caberá apenas pedido de reconsideração, que deverá ser apresenta-
do no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contado da data da intimação, e deci-
dido no prazo máximo de 20 (vinte) dias úteis, contado do seu recebimento.
Art. 168. O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito suspensivo
do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha decisão final da autoridade
competente.
Parágrafo único. Na elaboração de suas decisões, a autoridade competen-
te será auxiliada pelo órgão de assessoramento jurídico, que deverá dirimir
dúvidas e subsidiá-la com as informações necessárias.

CAPÍTULO III
DO CONTROLE DAS CONTRATAÇÕES

Art. 169. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas con-


tínuas e permanentes de gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive
mediante adoção de recursos de tecnologia da informação, e, além de estar
subordinadas ao controle social, sujeitar-se-ão às seguintes linhas de defesa:

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I – primeira linha de defesa, integrada por servidores e empregados públi-


cos, agentes de licitação e autoridades que atuam na estrutura de governan-
ça do órgão ou entidade;
II – segunda linha de defesa, integrada pelas unidades de assessoramento
jurídico e de controle interno do próprio órgão ou entidade;
III – terceira linha de defesa, integrada pelo órgão central de controle in-
terno da Administração e pelo tribunal de contas.
§ 1º Na forma de regulamento, a implementação das práticas a que se
refere o caput deste artigo será de responsabilidade da alta administração
do órgão ou entidade e levará em consideração os custos e os benefícios de-
correntes de sua implementação, optando-se pelas medidas que promovam
relações íntegras e confiáveis, com segurança jurídica para todos os envolvi-
dos, e que produzam o resultado mais vantajoso para a Administração, com
eficiência, eficácia e efetividade nas contratações públicas.
§ 2º Para a realização de suas atividades, os órgãos de controle deverão
ter acesso irrestrito aos documentos e às informações necessárias à realiza-
ção dos trabalhos, inclusive aos documentos classificados pelo órgão ou enti-
dade nos termos da Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011, e o órgão de
controle com o qual foi compartilhada eventual informação sigilosa tornar-se-
-á corresponsável pela manutenção do seu sigilo.
§ 3º Os integrantes das linhas de defesa a que se referem os incisos I, II
e III do caput deste artigo observarão o seguinte:
I – quando constatarem simples impropriedade formal, adotarão medidas
para o seu saneamento e para a mitigação de riscos de sua nova ocorrência,
preferencialmente com o aperfeiçoamento dos controles preventivos e com a
capacitação dos agentes públicos responsáveis;
II  – quando constatarem irregularidade que configure dano à Adminis-
tração, sem prejuízo das medidas previstas no inciso I deste § 3º, adotarão
as providências necessárias para a apuração das infrações administrativas,
observadas a segregação de funções e a necessidade de individualização das

558
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condutas, bem como remeterão ao Ministério Público competente cópias dos


documentos cabíveis para a apuração dos ilícitos de sua competência.
Art. 170. Os órgãos de controle adotarão, na fiscalização dos atos pre-
vistos nesta Lei, critérios de oportunidade, materialidade, relevância e risco e
considerarão as razões apresentadas pelos órgãos e entidades responsáveis
e os resultados obtidos com a contratação, observado o disposto no § 3º do
art. 169 desta Lei.
§ 1º As razões apresentadas pelos órgãos e entidades responsáveis de-
verão ser encaminhadas aos órgãos de controle até a conclusão da fase de
instrução do processo e não poderão ser desentranhadas dos autos.
§ 2º A omissão na prestação das informações não impedirá as delibera-
ções dos órgãos de controle nem retardará a aplicação de qualquer de seus
prazos de tramitação e de deliberação.
§ 3º Os órgãos de controle desconsiderarão os documentos impertinen-
tes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para o esclarecimento
dos fatos.
§ 4º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá re-
presentar aos órgãos de controle interno ou ao tribunal de contas competente
contra irregularidades na aplicação desta Lei.
Art. 171. Na fiscalização de controle será observado o seguinte:
I – viabilização de oportunidade de manifestação aos gestores sobre pos-
síveis propostas de encaminhamento que terão impacto significativo nas ro-
tinas de trabalho dos órgãos e entidades fiscalizados, a fim de que eles dis-
ponibilizem subsídios para avaliação prévia da relação entre custo e benefício
dessas possíveis proposições;
II – adoção de procedimentos objetivos e imparciais e elaboração de rela-
tórios tecnicamente fundamentados, baseados exclusivamente nas evidências
obtidas e organizados de acordo com as normas de auditoria do respectivo
órgão de controle, de modo a evitar que interesses pessoais e interpreta-

559
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

ções tendenciosas interfiram na apresentação e no tratamento dos fatos


levantados;
III  – definição de objetivos, nos regimes de empreitada por preço glo-
bal, empreitada integral, contratação semi-integrada e contratação integra-
da, atendidos os requisitos técnicos, legais, orçamentários e financeiros, de
acordo com as finalidades da contratação, devendo, ainda, ser perquirida a
conformidade do preço global com os parâmetros de mercado para o objeto
contratado, considerada inclusive a dimensão geográfica.
§ 1º Ao suspender cautelarmente o processo licitatório, o tribunal de con-
tas deverá pronunciar-se definitivamente sobre o mérito da irregularidade
que tenha dado causa à suspensão no prazo de 25 (vinte e cinco) dias úteis,
contado da data do recebimento das informações a que se refere o § 2º deste
artigo, prorrogável por igual período uma única vez, e definirá objetivamente:
I – as causas da ordem de suspensão;
II – o modo como será garantido o atendimento do interesse público obs-
tado pela suspensão da licitação, no caso de objetos essenciais ou de contra-
tação por emergência.
§ 2º Ao ser intimado da ordem de suspensão do processo licitatório, o órgão
ou entidade deverá, no prazo de 10 (dez) dias úteis, admitida a prorrogação:
I – informar as medidas adotadas para cumprimento da decisão;
II – prestar todas as informações cabíveis;
III – proceder à apuração de responsabilidade, se for o caso.
§ 3º A decisão que examinar o mérito da medida cautelar a que se refere
o § 1º deste artigo deverá definir as medidas necessárias e adequadas, em
face das alternativas possíveis, para o saneamento do processo licitatório, ou
determinar a sua anulação.
§ 4º O descumprimento do disposto no § 2º deste artigo ensejará a apu-
ração de responsabilidade e a obrigação de reparação do prejuízo causado
ao erário.
Art. 172. (VETADO).

560
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Art. 173. Os tribunais de contas deverão, por meio de suas escolas de


contas, promover eventos de capacitação para os servidores efetivos e em-
pregados públicos designados para o desempenho das funções essenciais à
execução desta Lei, incluídos cursos presenciais e a distância, redes de apren-
dizagem, seminários e congressos sobre contratações públicas.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)

Art. 174. É criado o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), sítio


eletrônico oficial destinado à:
I – divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta Lei;
II – realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos.
§ 1º O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional de Contra-
tações Públicas, a ser presidido por representante indicado pelo Presidente da
República e composto de:
I – 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente da República;
II – 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal indicados
pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração;
III – 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela Confederação
Nacional de Municípios.
§ 2º O PNCP conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das
contratações:
I – planos de contratação anuais;
II – catálogos eletrônicos de padronização;
III – editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de contrata-
ção direta e editais de licitação e respectivos anexos;

561
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IV – atas de registro de preços;


V – contratos e termos aditivos;
VI – notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.
§ 3º O PNCP deverá, entre outras funcionalidades, oferecer:
I – sistema de registro cadastral unificado;
II – painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e acesso à
base nacional de notas fiscais eletrônicas;
III – sistema de planejamento e gerenciamento de contratações, incluído
o cadastro de atesto de cumprimento de obrigações previsto no § 4º do art.
88 desta Lei;
IV – sistema eletrônico para a realização de sessões públicas;
V – acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
(Ceis) e ao Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep);
VI – sistema de gestão compartilhada com a sociedade de informações
referentes à execução do contrato, que possibilite:
a) envio, registro, armazenamento e divulgação de mensagens de texto
ou imagens pelo interessado previamente identificado;
b) acesso ao sistema informatizado de acompanhamento de obras a que
se refere o inciso III do caput do art. 19 desta Lei;
c) comunicação entre a população e representantes da Administração e do
contratado designados para prestar as informações e esclarecimentos perti-
nentes, na forma de regulamento;
d) divulgação, na forma de regulamento, de relatório final com informa-
ções sobre a consecução dos objetivos que tenham justificado a contratação
e eventuais condutas a serem adotadas para o aprimoramento das atividades
da Administração.
§ 4º O PNCP adotará o formato de dados abertos e observará as exigên-
cias previstas na Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 5º (VETADO).

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Art. 175. Sem prejuízo do disposto no art. 174 desta Lei, os entes fede-
rativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulgação complementar
e realização das respectivas contratações.
§ 1º Desde que mantida a integração com o PNCP, as contratações pode-
rão ser realizadas por meio de sistema eletrônico fornecido por pessoa jurídi-
ca de direito privado, na forma de regulamento.
§ 2º Até 31 de dezembro de 2023, os Municípios deverão realizar divulga-
ção complementar de suas contratações mediante publicação de extrato de
edital de licitação em jornal diário de grande circulação local.
Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo
de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta Lei, para cumprimento:
I – dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei;
II – da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma eletrônica a
que se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
III – das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.
Parágrafo único. Enquanto não adotarem o PNCP, os Municípios a que se
refere o caput deste artigo deverão:
I – publicar, em diário oficial, as informações que esta Lei exige que sejam
divulgadas em sítio eletrônico oficial, admitida a publicação de extrato;
II – disponibilizar a versão física dos documentos em suas repartições,
vedada a cobrança de qualquer valor, salvo o referente ao fornecimento de
edital ou de cópia de documento, que não será superior ao custo de sua re-
produção gráfica.

CAPÍTULO II
DAS ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS

Art. 177. O caput do art. 1.048 da Lei n. 13.105, de 16 de março de


2015 (Código de Processo Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso IV:

563
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“Art.1.048.......................................................................................
.................
.....................................................................................................
IV – em que se discuta a aplicação do disposto nas normas gerais de li-
citação e contratação a que se refere o inciso XXVII do caput do art. 22 da
Constituição Federal.
......................................................................................... ” (NR)
Art. 178. O Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte Ca-
pítulo II-B:

“CAPÍTULO II-B
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contratação direta ilegal

Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das


hipóteses previstas em lei:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Frustração do caráter competitivo de licitação

Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para


outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter
competitivo do processo licitatório:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Patrocínio de contratação indevida

Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebra-
ção de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

564
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Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo

Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante
a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem au-
torização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Perturbação de processo licitatório

Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de


processo licitatório:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

Violação de sigilo em licitação

Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licita-


tório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa.

Afastamento de licitante

Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, gra-


ve ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar em razão de vantagem oferecida.

565
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Fraude em licitação ou contrato

Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou


contrato dela decorrente, mediante:
I – entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em
quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
II – fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada,
deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
III – entrega de uma mercadoria por outra;
IV – alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou
do serviço fornecido;
V – qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para
a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa.

Contratação inidônea

Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo:


Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
Pena – reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa.
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado
inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste
artigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administra-
ção Pública.

Impedimento indevido

Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qual-


quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Omissão grave de dado ou de informação por projetista

Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levan-


tamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com
a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detri-
mento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública,
em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou
anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de
interesse:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levanta-
mentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos
respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactan-
tes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que
orientam a elaboração de projetos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indireto,
próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capí-
tulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser
inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
contratação direta.”
Art. 179. Os incisos II e III do caput do art. 2º da Lei n. 8.987, de 13 de
fevereiro de 1995, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º...........................................................................................
.....................................................................................................
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo
competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capa-
cidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;

567
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III – concessão de serviço público precedida da execução de obra pública:


a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhora-
mento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder conce-
dente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competiti-
vo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade
para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do ser-
viço ou da obra por prazo determinado;
.........................................................................................” (NR)
Art. 180. O caput do art. 10 da Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de
2004, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de lici-
tação na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, estando a abertura
do processo licitatório condicionada a:
.........................................................................................” (NR)

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras, com o ob-


jetivo de realizar compras em grande escala, para atender a diversos órgãos
e entidades sob sua competência e atingir as finalidades desta Lei.
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez mil) habi-
tantes, serão preferencialmente constituídos consórcios públicos para a rea-
lização das atividades previstas no caput deste artigo, nos termos da Lei n.
11.107, de 6 de abril de 2005.
Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º de janeiro,
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por
índice que venha a substituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão
divulgados no PNCP.

568
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 183. Os prazos previstos nesta Lei serão contados com exclusão do


dia do começo e inclusão do dia do vencimento e observarão as seguintes
disposições:
I – os prazos expressos em dias corridos serão computados de
modo contínuo;
II – os prazos expressos em meses ou anos serão computados de
data a data;
III – nos prazos expressos em dias úteis, serão computados somen-
te os dias em que ocorrer expediente administrativo no órgão ou entidade
competente.
§ 1º Salvo disposição em contrário, considera-se dia do começo do prazo:
I – o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação
na internet;
II – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a noti-
ficação for pelos correios.
§ 2º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento cair em dia em que não houver expediente, se o expediente for
encerrado antes da hora normal ou se houver indisponibilidade da comunica-
ção eletrônica.
§ 3º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, se no mês do venci-
mento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, considera-se
como termo o último dia do mês.
Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e na ausên-
cia de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumen-
tos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração Pública,
na forma estabelecida em regulamento do Poder Executivo federal.
Art. 185. Aplicam-se às licitações e aos contratos regidos pela Lei n.
13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capítulo II-B do Título XI
da Parte Especial do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal).

569
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 186. Aplicam-se as disposições desta Lei subsidiariamente à Lei n.


8.987, de 13 de fevereiro de 1995, à Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de
2004, e à Lei n. 12.232, de 29 de abril de 2010.
Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão aplicar os
regulamentos editados pela União para execução desta Lei.
Art. 188. (VETADO).
Art. 189. Aplica-se esta Lei às hipóteses previstas na legislação que fa-
çam referência expressa à Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei n.
10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A da Lei n. 12.462, de 4
de agosto de 2011.
Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da en-
trada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as regras
previstas na legislação revogada.
Art. 191. Até o decurso do prazo de que trata o inciso II do caput do art.
193, a Administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de
acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso, e a
opção escolhida deverá ser indicada expressamente no edital ou no aviso ou
instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei
com as citadas no referido inciso.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a Administração
optar por licitar de acordo com as leis citadas no inciso II do caput do art.
193 desta Lei, o contrato respectivo será regido pelas regras nelas previstas
durante toda a sua vigência.
Art. 192. O contrato relativo a imóvel do patrimônio da União ou de suas
autarquias e fundações continuará regido pela legislação pertinente, aplicada
esta Lei subsidiariamente.
Art. 193. Revogam-se:
I – os arts. 89 a 108 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de
publicação desta Lei;

570
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – a Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei n. 10.520, de 17 de julho


de 2002, e os arts. 1º a 47-A da Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011, após
decorridos 2 (dois) anos da publicação oficial desta Lei.
Art. 194. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1º de abril de 2021; 200º da Independência e 133º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Anderson Gustavo Torres
Paulo Guedes
Tarcisio Gomes de Freitas
Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes
Wagner de Campos Rosário
André Luiz de Almeida Mendonça
Este texto não substitui o publicado no DOU de 1º.4.2021 - Edi-
ção extra-F

571
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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LEI N. 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999

Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública


Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administra-


tivo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em espe-
cial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
fins da Administração.
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função adminis-
trativa.
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração
direta e da estrutura da Administração indireta;
II – entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios
da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mo-
ralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou par-
cial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

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III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promo-


ção pessoal de agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses
de sigilo previstas na Constituição;
VI  – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a
decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações fi-
nais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as pre-
vistas em lei;
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atu-
ação dos interessados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garan-
ta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa
de nova interpretação.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração,


sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

573
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão
facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha
a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os
quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obri-
gatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem pre-


juízo de outros previstos em ato normativo:
I – expor os fatos conforme a verdade;
II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III – não agir de modo temerário;
IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o
esclarecimento dos fatos.

CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de


interessado.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for ad-
mitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes
dados:
I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II – identificação do interessado ou de quem o represente;

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Delegado de Polícia Civil

III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;


IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;
V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi-
mento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao
suprimento de eventuais falhas.
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou
formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes.
Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem
conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único re-
querimento, salvo preceito legal em contrário.

CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:


I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou
interesses individuais ou no exercício do direito de representação;
II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interes-
ses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos
e interesses coletivos;
IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direi-
tos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de
dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos admi-


nistrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos.

575
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Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver


impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titu-
lares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando
for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econô-
mica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de
competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no
meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos,
os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o
recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes
devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a
órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente
os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional
competente em matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administra-
tivo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para
decidir.

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CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou


autoridade que:
I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou
representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro
ou parente e afins até o terceiro grau;
III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou
respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve co-
municar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento consti-
tui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha
amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os
respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de
recurso, sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma de-


terminada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo,
com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade respon-
sável.
§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exi-
gido quando houver dúvida de autenticidade.

577
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Delegado de Polícia Civil

§ 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita


pelo órgão administrativo.
§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e
rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário
normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já ini-
ciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause
dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade
responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem
ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o do-
bro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede
do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo adminis-


trativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a
efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, hora e local em que deve comparecer;
IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V – informação da continuidade do processo independentemente do seu
comparecimento;
VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

578
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Delegado de Polícia Civil

§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quan-


to à data de comparecimento.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal
com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a cer-
teza da ciência do interessado.
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domi-
cílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das pres-
crições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou
irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento
da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de
ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem
para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao
exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar


os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante
impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos
interessados de propor atuações probatórias.
§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados
necessários à decisão do processo.
§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem
realizar-se do modo menos oneroso para estes.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas
por meios ilícitos.

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Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse


geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir perí-
odo de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do
pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.
§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios
oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos,
fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.
§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição
de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração
resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações subs-
tancialmente iguais.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da
relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates
sobre a matéria do processo.
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante,
poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, direta-
mente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios
de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação
do procedimento adotado.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de ou-
tros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião
conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos com-
petentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem
prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do dis-
posto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registra-
dos em documentos existentes na própria Administração responsável pelo
processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a ins-

580
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trução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas


cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da
decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem
como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do
relatório e da decisão.
§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada,
as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresenta-
ção de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para
esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão com-
petente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se
eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessa-
do forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento
no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará
arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada,
com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e
local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo,
o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma
especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, res-
ponsabilizando-se quem der causa ao atraso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no


prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua
dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente
obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o
encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá soli-
citar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica
equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-
-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá moti-
vadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do
interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certi-
dões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, res-
salvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo
direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a deci-
são final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases
do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,
encaminhando o processo à autoridade competente.

CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão


nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em maté-
ria de sua competência.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administra-


ção tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual
período expressamente motivada.

CAPÍTULO XI-A
DA DECISÃO COORDENADA

Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública federal, as decisões admi-


nistrativas que exijam a participação de 3 (três) ou mais setores, órgãos ou
entidades poderão ser tomadas mediante decisão coordenada, sempre que:
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - for justificável pela relevância da matéria; e (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021)
II - houver discordância que prejudique a celeridade do processo adminis-
trativo decisório. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão coordenada a instância
de natureza interinstitucional ou intersetorial que atua de forma compar-
tilhada com a finalidade de simplificar o processo administrativo mediante
participação concomitante de todas as autoridades e agentes decisórios e dos
responsáveis pela instrução técnico-jurídica, observada a natureza do objeto
e a compatibilidade do procedimento e de sua formalização com a legislação
pertinente. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 4º A decisão coordenada não exclui a responsabilidade originária de
cada órgão ou autoridade envolvida. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios da legalidade, da
eficiência e da transparência, com utilização, sempre que necessário, da sim-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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plificação do procedimento e da concentração das instâncias decisórias. (In-


cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos processos administrativos:
(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
I - de licitação; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
II - relacionados ao poder sancionador; ou (Incluído pela Lei nº 14.210,
de 2021)
III - em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos. (Inclu-
ído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da decisão coordenada, na
qualidade de ouvintes, os interessados de que trata o art. 9º desta Lei. (In-
cluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. A participação na reunião, que poderá incluir direito a
voz, será deferida por decisão irrecorrível da autoridade responsável pela
convocação da decisão coordenada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada deverão ser intimados
na forma do art. 26 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é responsável pela elabo-
ração de documento específico sobre o tema atinente à respectiva competên-
cia, a fim de subsidiar os trabalhos e integrar o processo da decisão coorde-
nada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. O documento previsto no caput deste artigo abordará
a questão objeto da decisão coordenada e eventuais precedentes. (Incluído
pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto da decisão coordenada
deverá ser manifestado durante as reuniões, de forma fundamentada, acom-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

panhado das propostas de solução e de alteração necessárias para a resolu-


ção da questão. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria estranha ao objeto da
convocação. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão coordenada será conso-
lidada em ata, que conterá as seguintes informações: (Incluído pela Lei nº
14.210, de 2021)
I - relato sobre os itens da pauta; (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
II - síntese dos fundamentos aduzidos; (Incluído pela Lei nº 14.210, de
2021)
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da convocação; (Incluído pela
Lei nº 14.210, de 2021)
IV - registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propos-
tas de atos governamentais relativos ao objeto da convocação; (Incluído pela
Lei nº 14.210, de 2021)
V - posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação gover-
namental em matéria idêntica ou similar; e (Incluído pela Lei nº 14.210, de
2021)
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à matéria sujeita à sua
competência. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complementada a fundamentação
da decisão da autoridade ou do agente a respeito de matéria de competência
do órgão ou da entidade representada. (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021)
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário Oficial da União, do qual
deverão constar, além do registro referido no inciso IV do caput deste artigo,
os dados identificadores da decisão coordenada e o órgão e o local em que

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se encontra a ata em seu inteiro teor, para conhecimento dos interessados.


(Incluído pela Lei nº 14.210, de 2021):

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação


dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discre-
pem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir
em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante
do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado
meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não
prejudique direito ou garantia dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de
decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

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CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir


total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge so-
mente quem a tenha formulado.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não pre-
judica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o
interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando
exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou
prejudicado por fato superveniente.

CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados


de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou opor-
tunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de auto-
ridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao in-
teresse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de


legalidade e de mérito.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,
se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade
superior.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo inde-
pende de caução.
§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enun-
ciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impug-
nada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à au-
toridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias
administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;
II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados
pela decisão recorrida;
III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos
e interesses coletivos;
IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para inter-
posição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação
oficial da decisão recorrida.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deve-
rá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos
autos pelo órgão competente.

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§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por


igual período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recor-
rente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar
os documentos que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta re-
paração decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente
superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer
deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis,
apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I – fora do prazo;
II – perante órgão incompetente;
III – por quem não seja legitimado;
IV – após exaurida a esfera administrativa.
§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever
de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a
matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer
gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que for-
mule suas alegações antes da decisão.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vin-
culante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da

589
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela


Lei n. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada
em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autorida-
de prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deve-
rão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob
pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão
ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento
da sanção.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação


oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do venci-
mento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o
vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado
antes da hora normal.
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se
no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos
processuais não se suspendem.

590
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CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão


natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer,
assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se


por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta
Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instân-
cia, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interes-
sado: (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído
pela Lei n. 12.008, de 2009).
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei n.
12.008, de 2009).
III – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia
maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepa-
topatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),
contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra
doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que
a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei n.
12.008, de 2009).
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de
sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que

591
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei n. 12.008,


de 2009).
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que
evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei n. 12.008, de
2009).
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e 111º da Repú-
blica.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
Paulo Paiva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 1.2.1999 e retificado em


11.3.1999

592
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LEI N. 11.079, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004


Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada

no âmbito da administração pública.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para licitação e contratação de

parceria público-privada no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do

Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Esta Lei aplica-se aos órgãos da administração pública di-

reta dos Poderes Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às autarquias,

às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de economia

mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,

Estados, Distrito Federal e Municípios. (Parágrafo único com redação dada

pela Lei n. 13.137, de 19/6/2015)

Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão,

na modalidade patrocinada ou administrativa.

§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de

obras públicas de que trata a Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quan-

do envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação

pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

593
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de

que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que en-

volva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

§ 3º Não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim

entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata

a Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contrapres-

tação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

§ 4º É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de

reais); (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.529, de 4/12/2017)

II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o for-

necimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

§ 5º (VETADO na Lei n. 12.619, de 30/4/2012)

Art. 3º As concessões administrativas regem-se por esta Lei, aplicando-

-se-lhes adicionalmente o disposto nos arts. 21, 23, 25 e 27 a 39 da Lei n.

8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e no art. 31 da Lei n. 9.074, de 7 de julho

de 1995.

§ 1º As concessões patrocinadas regem-se por esta Lei, aplicando-se-lhes

subsidiariamente o disposto na Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e

nas leis que lhe são correlatas.

§ 2º As concessões comuns continuam regidas pela Lei n. 8.987, de 13 de

fevereiro de 1995, e pelas leis que lhe são correlatas, não se lhes aplicando

o disposto nesta Lei.

§ 3º Continuam regidos exclusivamente pela Lei n. 8.666, de 21 de junho

de 1993, e pelas leis que lhe são correlatas os contratos administrativos que

não caracterizem concessão comum, patrocinada ou administrativa.

594
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 4º Na contratação de parceria público-privada serão observadas as

seguintes diretrizes:

I – eficiência no cumprimento das missões de Estado e no emprego dos

recursos da sociedade;

II – respeito aos interesses e direitos dos destinatários dos serviços e dos

entes privados incumbidos da sua execução;

III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do exercício

do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;

IV – responsabilidade fiscal na celebração e execução das parcerias;

V – transparência dos procedimentos e das decisões;

VI – repartição objetiva de riscos entre as partes;

VII – sustentabilidade financeira e vantagens socioeconômicas dos proje-

tos de parceria.

CAPÍTULO II
DOS CONTRATOS DE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA

Art. 5º As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão

ao disposto no art. 23 da Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que

couber, devendo também prever:

I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos

investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35 (trinta e

cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;

II – as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro priva-

do em caso de inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma propor-

cional à gravidade da falta cometida, e às obrigações assumidas;

595
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso

fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica extraordinária;

IV – as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;

V – os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos

serviços;

VI – os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro

público, os modos e o prazo de regularização e, quando houver, a forma de

acionamento da garantia;

VII – os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro pri-

vado;

VIII – a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução sufi-

cientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os limites

dos §§ 3º e 5º do art. 56 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, e, no que

se refere às concessões patrocinadas, o disposto no inciso XV do art. 18 da

Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;

IX – o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos econô-

micos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do risco de crédito

dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;

X – a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro públi-

co reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário para reparar

as irregularidades eventualmente detectadas.

XI – o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das

parcelas do aporte de recursos, na fase de investimentos do projeto e/ou

após a disponibilização dos serviços, sempre que verificada a hipótese do §

2º do art. 6º desta Lei. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 1º As cláusulas contratuais de atualização automática de valores basea-

das em índices e fórmulas matemáticas, quando houver, serão aplicadas sem

596
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

necessidade de homologação pela Administração Pública, exceto se esta pu-

blicar, na imprensa oficial, onde houver, até o prazo de 15 (quinze) dias após

apresentação da fatura, razões fundamentadas nesta Lei ou no contrato para

a rejeição da atualização.

§ 2º Os contratos poderão prever adicionalmente:

I – os requisitos e condições em que o parceiro público autorizará a trans-

ferência do controle ou a administração temporária da sociedade de propósito

específico aos seus financiadores e garantidores com quem não mantenha

vínculo societário direto, com o objetivo de promover a sua reestruturação

financeira e assegurar a continuidade da prestação dos serviços, não se apli-

cando para este efeito o previsto no inciso I do parágrafo único do art. 27 da

Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; (Inciso com redação dada pela Lei

n. 13.097, de 19/1/2015)

II – a possibilidade de emissão de empenho em nome dos financiadores

do projeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração Pública;

III  – a legitimidade dos financiadores do projeto para receber indeniza-

ções por extinção antecipada do contrato, bem como pagamentos efetuados

pelos fundos e empresas estatais garantidores de parcerias público-privadas.

Art. 5º-A. Para fins do inciso I do § 2º do art. 5º, considera-se:

I – o controle da sociedade de propósito específico a propriedade resolúvel

de ações ou quotas por seus financiadores e garantidores que atendam os

requisitos do art. 116 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

II – A administração temporária da sociedade de propósito específico, pe-

los financiadores e garantidores quando, sem a transferência da propriedade

de ações ou quotas, forem outorgados os seguintes poderes:

a) indicar os membros do Conselho de Administração, a serem eleitos em

Assembleia Geral pelos acionistas, nas sociedades regidas pela Lei n. 6.404,

597
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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de 15 de dezembro de 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quo-

tistas, nas demais sociedades;

b) indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem eleitos pelos acionistas

ou quotistas controladores em Assembleia Geral;

c) exercer poder de veto sobre qualquer proposta submetida à votação

dos acionistas ou quotistas da concessionária, que representem, ou possam

representar, prejuízos aos fins previstos no caput deste artigo;

d) outros poderes necessários ao alcance dos fins previstos no caput deste

artigo;

§ 1º A administração temporária autorizada pelo poder concedente não

acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em relação à

tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou compromissos com ter-

ceiros, inclusive com o poder concedente ou empregados.

§ 2º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da administração tem-

porária. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.097, de 19/1/2015)

Art. 6º A contraprestação da Administração Pública nos contratos de par-

ceria público-privada poderá ser feita por:

I – ordem bancária;

II – cessão de créditos não tributários;

III – outorga de direitos em face da Administração Pública;

IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;

V – outros meios admitidos em lei.

§ 1º O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de re-

muneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e pa-

drões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato. (Parágrafo único

transformado em § 1º com redação dada pela Medida Provisória n. 575, de

7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012 )

598
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O contrato poderá prever o aporte de recursos em favor do parceiro

privado para a realização de obras e aquisição de bens reversíveis, nos ter-

mos dos incisos X e XI do caput do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro

de 1995, desde que autorizado no edital de licitação, se contratos novos, ou

em lei específica, se contratos celebrados até 8 de agosto de 2012. (Parágrafo

com redação dada pela Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 3º O valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2º poderá

ser excluído da determinação:

I – do lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo

da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; e

II – da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição

para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS. (Parágrafo acrescido

pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de

27/12/2012)

III – da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita

Bruta - CPRB devida pelas empresas referidas nos arts. 7º e 8º da Lei n.

12.546, de 14 de dezembro de 2011, a partir de 1º de janeiro de 2015. (In-

ciso acrescido pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 4º Até 31 de dezembro de 2013, para os optantes conforme o art. 75 da

Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014, e até 31 de dezembro de 2014, para

os não optantes, a parcela excluída nos termos do § 3º deverá ser computada

na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base

de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e

da Cofins, na proporção em que o custo para a realização de obras e aquisição

de bens a que se refere o § 2º deste artigo for realizado, inclusive mediante

depreciação ou extinção da concessão, nos termos do art. 35 da Lei n. 8.987,

599
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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de 13 de fevereiro de 1995. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n.

575, de 7/8/2012, e com redação dada pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 5º Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado não receberá

indenização pelas parcelas de investimentos vinculados a bens reversíveis

ainda não amortizadas ou depreciadas, quando tais investimentos houverem

sido realizados com valores provenientes do aporte de recursos de que trata

o § 2º. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 6º A partir de 1º de janeiro de 2014, para os optantes conforme o art.

75 da Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014, e de 1º de janeiro de 2015, para

os não optantes, a parcela excluída nos termos do § 3º deverá ser computada

na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base

de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e

da Cofins em cada período de apuração durante o prazo restante do contrato,

considerado a partir do início da prestação dos serviços públicos. (Parágrafo

acrescido pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 7º No caso do § 6º, o valor a ser adicionado em cada período de apura-

ção deve ser o valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos

de apuração contidos no prazo restante do contrato. (Parágrafo acrescido

pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 8º Para os contratos de concessão em que a concessionária já tenha

iniciado a prestação dos serviços públicos nas datas referidas no § 6º, as

adições subsequentes serão realizadas em cada período de apuração durante

o prazo restante do contrato, considerando o saldo remanescente ainda não

adicionado. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 9º A parcela excluída nos termos do inciso III do § 3º deverá ser com-

putada na determinação da base de cálculo da contribuição previdenciária de

que trata o inciso III do § 3º em cada período de apuração durante o prazo

600
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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restante previsto no contrato para construção, recuperação, reforma, amplia-

ção ou melhoramento da infraestrutura que será utilizada na prestação de

serviços públicos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 10. No caso do § 9º, o valor a ser adicionado em cada período de apura-

ção deve ser o valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos

de apuração contidos no prazo restante previsto no contrato para constru-

ção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura que

será utilizada na prestação de serviços públicos. (Parágrafo acrescido pela Lei

n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 11. Ocorrendo a extinção da concessão antes do advento do termo con-

tratual, o saldo da parcela excluída nos termos do § 3º, ainda não adicionado,

deverá ser computado na determinação do lucro líquido para fins de apuração

do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição

para o PIS/Pasep, da Cofins e da contribuição previdenciária de que trata o

inciso III do § 3º no período de apuração da extinção. (Parágrafo acrescido

pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

§ 12. Aplicam-se às receitas auferidas pelo parceiro privado nos termos do

§ 6º o regime de apuração e as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep

e da Cofins aplicáveis às suas receitas decorrentes da prestação dos serviços

públicos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

Art. 7º A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente

precedida da disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria públi-

co-privada.

§ 1º É facultado à administração pública, nos termos do contrato, efetuar

o pagamento da contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto

do contrato de parceria público-privada. (Parágrafo único transformado em §

601
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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1º com redação dada pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012, convertida

na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 2º O aporte de recursos de que trata o § 2º do art. 6º, quando realizado

durante a fase dos investimentos a cargo do parceiro privado, deverá guardar

proporcionalidade com as etapas efetivamente executadas. (Parágrafo acres-

cido pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766,

de 27/12/2012)

CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS

Art. 8º As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública

em contrato de parceria público-privada poderão ser garantidas mediante:

I – vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167

da Constituição Federal;

II – instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;

III – contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que

não sejam controladas pelo Poder Público;

IV – garantia prestada por organismos internacionais ou instituições finan-

ceiras; (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)

V – garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada

para essa finalidade;

VI – outros mecanismos admitidos em lei.

Parágrafo único. (VETADO na Lei n. 13.043, de 13/11/2014)

602
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO IV
DA SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO

Art. 9º Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade

de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.

§ 1º A transferência do controle da sociedade de propósito específico esta-

rá condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos

do edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da

Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.

§ 2º A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de com-

panhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no mercado.

§ 3º A sociedade de propósito específico deverá obedecer a padrões de

governança corporativa e adotar contabilidade e demonstrações financeiras

padronizadas, conforme regulamento.

§ 4º Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria do capital

votante das sociedades de que trata este Capítulo.

§ 5º A vedação prevista no § 4º deste artigo não se aplica à eventual

aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito específico

por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso de inadimple-

mento de contratos de financiamento.

CAPÍTULO V
DA LICITAÇÃO

Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de lici-

tação na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, estando a abertura

603
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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do processo licitatório condicionada a: (Redação dada pela Lei nº 14.133, de

2021)

I – autorização da autoridade competente, fundamentada em estudo téc-

nico que demonstre:

a) a conveniência e a oportunidade da contratação, mediante identificação

das razões que justifiquem a opção pela forma de parceria público-privada;

b) que as despesas criadas ou aumentadas não afetarão as metas de re-

sultados fiscais previstas no Anexo referido no § 1º do art. 4º da Lei Comple-

mentar n. 101, de 4 de maio de 2000, devendo seus efeitos financeiros, nos

períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita

ou pela redução permanente de despesa; e

c) quando for o caso, conforme as normas editadas na forma do art. 25 des-

ta Lei, a observância dos limites e condições decorrentes da aplicação dos arts.

29, 30 e 32 da Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, pelas obri-

gações contraídas pela Administração Pública relativas ao objeto do contrato;

II  – elaboração de estimativa do impacto orçamentário-financeiro nos

exercícios em que deva vigorar o contrato de parceria público-privada;

III – declaração do ordenador da despesa de que as obrigações contraídas

pela Administração Pública no decorrer do contrato são compatíveis com a lei

de diretrizes orçamentárias e estão previstas na lei orçamentária anual;

IV – estimativa do fluxo de recursos públicos suficientes para o cumpri-

mento, durante a vigência do contrato e por exercício financeiro, das obriga-

ções contraídas pela Administração Pública;

V – seu objeto estar previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde

o contrato será celebrado;

VI – submissão da minuta de edital e de contrato à consulta pública, me-

diante publicação na imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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meio eletrônico, que deverá informar a justificativa para a contratação, a

identificação do objeto, o prazo de duração do contrato, seu valor estimado,

fixando-se prazo mínimo de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões,

cujo termo dar-se-á pelo menos 7 (sete) dias antes da data prevista para a

publicação do edital; e

VII – licença ambiental prévia ou expedição das diretrizes para o licencia-

mento ambiental do empreendimento, na forma do regulamento, sempre que

o objeto do contrato exigir.

§ 1º A comprovação referida nas alíneas b e c do inciso I do caput deste

artigo conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, observadas

as normas gerais para consolidação das contas públicas, sem prejuízo do

exame de compatibilidade das despesas com as demais normas do plano plu-

rianual e da lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º Sempre que a assinatura do contrato ocorrer em exercício diverso da-

quele em que for publicado o edital, deverá ser precedida da atualização dos es-

tudos e demonstrações a que se referem os incisos I a IV do caput deste artigo.

§ 3º As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cen-

to) da remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública

dependerão de autorização legislativa específica.

§ 4º Os estudos de engenharia para a definição do valor do investimento

da PPP deverão ter nível de detalhamento de anteprojeto, e o valor dos in-

vestimentos para definição do preço de referência para a licitação será calcu-

lado com base em valores de mercado considerando o custo global de obras

semelhantes no Brasil ou no exterior ou com base em sistemas de custos

que utilizem como insumo valores de mercado do setor específico do proje-

to, aferidos, em qualquer caso, mediante orçamento sintético, elaborado por

605
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

meio de metodologia expedita ou paramétrica. (Parágrafo acrescido pela Lei

n. 12.766, de 27/12/2012)

Art. 11. O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, indicará

expressamente a submissão da licitação às normas desta Lei e observará, no

que couber, os §§ 3º e 4º do art. 15, os arts. 18, 19 e 21 da Lei n. 8.987, de

13 de fevereiro de 1995, podendo ainda prever:

I – exigência de garantia de proposta do licitante, observado o limite do

inciso III do art. 31 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993;

II – (VETADO)

III – o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, in-

clusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos

termos da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996, para dirimir conflitos

decorrentes ou relacionados ao contrato.

Parágrafo único. O edital deverá especificar, quando houver, as garantias da

contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao parceiro privado.

Art. 12. O certame para a contratação de parcerias público-privadas obe-

decerá ao procedimento previsto na legislação vigente sobre licitações e con-

tratos administrativos e também ao seguinte:

I – o julgamento poderá ser precedido de etapa de qualificação de propos-

tas técnicas, desclassificando-se os licitantes que não alcançarem a pontua-

ção mínima, os quais não participarão das etapas seguintes;

II – o julgamento poderá adotar como critérios, além dos previstos nos

incisos I e V do art. 15 da Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, os se-

guintes:

a) menor valor da contraprestação a ser paga pela Administração Pública;

b) melhor proposta em razão da combinação do critério da alínea a com o

de melhor técnica, de acordo com os pesos estabelecidos no edital;

606
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – o edital definirá a forma de apresentação das propostas econômicas,

admitindo-se:

a) propostas escritas em envelopes lacrados; ou

b) propostas escritas, seguidas de lances em viva voz;

IV – o edital poderá prever a possibilidade de saneamento de falhas, de

complementação de insuficiências ou ainda de correções de caráter formal no

curso do procedimento, desde que o licitante possa satisfazer as exigências

dentro do prazo fixado no instrumento convocatório.

§ 1º Na hipótese da alínea b do inciso III do caput deste artigo:

I – os lances em viva voz serão sempre oferecidos na ordem inversa da

classificação das propostas escritas, sendo vedado ao edital limitar a quanti-

dade de lances;

II – o edital poderá restringir a apresentação de lances em viva voz aos

licitantes cuja proposta escrita for no máximo 20% (vinte por cento) maior

que o valor da melhor proposta.

§ 2º O exame de propostas técnicas, para fins de qualificação ou julga-

mento, será feito por ato motivado, com base em exigências, parâmetros e

indicadores de resultado pertinentes ao objeto, definidos com clareza e obje-

tividade no edital.

Art. 13. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habili-

tação e julgamento, hipótese em que:

I – encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de

lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante

mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas

no edital;

II – verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será de-

clarado vencedor;

607
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os docu-

mentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 2º (segun-

do) lugar, e assim, sucessivamente, até que um licitante classificado atenda

às condições fixadas no edital;

IV – proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao

vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS À UNIÃO

Art. 14. Será instituído, por decreto, órgão gestor de parcerias público-

-privadas federais, com competência para:

I  – definir os serviços prioritários para execução no regime de parceria

público-privada;

II – disciplinar os procedimentos para celebração desses contratos;

III – autorizar a abertura da licitação e aprovar seu edital;

IV – apreciar os relatórios de execução dos contratos.

§ 1º O órgão mencionado no caput deste artigo será composto por indi-

cação nominal de um representante titular e respectivo suplente de cada um

dos seguintes órgãos:

I – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, ao qual cumprirá a

tarefa de coordenação das respectivas atividades;

II – Ministério da Fazenda;

III – Casa Civil da Presidência da República.

§ 2º Das reuniões do órgão a que se refere o caput deste artigo para exa-

minar projetos de parceria público-privada participará um representante do

608
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órgão da Administração Pública direta cuja área de competência seja perti-

nente ao objeto do contrato em análise.

§ 3º Para deliberação do órgão gestor sobre a contratação de parceria

público-privada, o expediente deverá estar instruído com pronunciamento

prévio e fundamentado:

I – do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, sobre o mérito

do projeto;

II – do Ministério da Fazenda, quanto à viabilidade da concessão da ga-

rantia e à sua forma, relativamente aos riscos para o Tesouro Nacional e ao

cumprimento do limite de que trata o art. 22 desta Lei.

§ 4º Para o desempenho de suas funções, o órgão citado no caput deste

artigo poderá criar estrutura de apoio técnico com a presença de represen-

tantes de instituições públicas.

§ 5º O órgão de que trata o caput deste artigo remeterá ao Congresso Na-

cional e ao Tribunal de Contas da União, com periodicidade anual, relatórios

de desempenho dos contratos de parceria público-privada.

§ 6º Para fins do atendimento do disposto no inciso V do art. 4º desta Lei,

ressalvadas as informações classificadas como sigilosas, os relatórios de que

trata o § 5º deste artigo serão disponibilizados ao público, por meio de rede

pública de transmissão de dados.

Art. 14-A. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, por meio de atos

das respectivas Mesas, poderão dispor sobre a matéria de que trata o art. 14

no caso de parcerias público-privadas por eles realizadas, mantida a compe-

tência do Ministério da Fazenda descrita no inciso II do § 3º do referido artigo.

(Artigo acrescido pela Lei n. 13.137, de 19/6/2015)

Art. 15. Compete aos Ministérios e às Agências Reguladoras, nas suas

respectivas áreas de competência, submeter o edital de licitação ao órgão

609
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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gestor, proceder à licitação, acompanhar e fiscalizar os contratos de parceria

público-privada.

Parágrafo único. Os Ministérios e Agências Reguladoras encaminharão ao

órgão a que se refere o caput do art. 14 desta Lei, com periodicidade semes-

tral, relatórios circunstanciados acerca da execução dos contratos de parceria

público-privada, na forma definida em regulamento.

Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fun-

dações públicas e suas empresas estatais dependentes autorizadas a par-

ticipar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em

Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP que terá por finalidade

prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos

parceiros públicos federais, distritais, estaduais ou municipais em virtude das

parcerias de que trata esta Lei. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei

n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patri-

mônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios.

§ 2º O patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de bens e direitos

realizado pelos cotistas, por meio da integralização de cotas e pelos rendi-

mentos obtidos com sua administração.

§ 3º Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados por empre-

sa especializada, que deverá apresentar laudo fundamentado, com indicação

dos critérios de avaliação adotados e instruído com os documentos relativos

aos bens avaliados.

§ 4º A integralização das cotas poderá ser realizada em dinheiro, títulos

da dívida pública, bens imóveis dominicais, bens móveis, inclusive ações de

610
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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sociedade de economia mista federal excedentes ao necessário para manu-

tenção de seu controle pela União, ou outros direitos com valor patrimonial.

§ 5º O FGP responderá por suas obrigações com os bens e direitos inte-

grantes de seu patrimônio, não respondendo os cotistas por qualquer obriga-

ção do Fundo, salvo pela integralização das cotas que subscreverem.

§ 6º A integralização com bens a que se refere o § 4º deste artigo será fei-

ta independentemente de licitação, mediante prévia avaliação e autorização

específica do Presidente da República, por proposta do Ministro da Fazenda.

§ 7º O aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP será con-

dicionado a sua desafetação de forma individualizada.


§ 8º A capitalização do FGP, quando realizada por meio de recursos orça-

mentários, dar-se-á por ação orçamentária específica para esta finalidade, no

âmbito de Encargos Financeiros da União. (Parágrafo acrescido pela Medida

Provisória n. 513, de 26/11/2010, convertida na Lei n. 12.409, de 25/5/2011)

§ 9º (VETADO na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

Art. 17. O FGP será criado, administrado, gerido e representado judicial

e extrajudicialmente por instituição financeira controlada, direta ou indireta-


mente, pela União, com observância das normas a que se refere o inciso XXII

do art. 4º da Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964.

§ 1º O estatuto e o regulamento do FGP serão aprovados em assembléia

dos cotistas.

§ 2º A representação da União na assembléia dos cotistas dar-se-á na for-

ma do inciso V do art. 10 do Decreto-Lei n. 147, de 3 de fevereiro de 1967.

§ 3º Caberá à instituição financeira deliberar sobre a gestão e alienação

dos bens e direitos do FGP, zelando pela manutenção de sua rentabilidade e

liquidez.

Art. 18. O estatuto e o regulamento do FGP devem deliberar sobre a po-

lítica de concessão de garantias, inclusive no que se refere à relação entre

611
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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ativos e passivos do Fundo. (“Caput” do artigo com redação dada pela Medida

Provisória n. 513, de 26/11/2010, convertida na Lei n. 12.409, de 25/5/2011)

§ 1º A garantia será prestada na forma aprovada pela assembléia dos co-

tistas, nas seguintes modalidades:

I – fiança, sem benefício de ordem para o fiador;

II – penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do patrimônio do

FGP, sem transferência da posse da coisa empenhada antes da execução da

garantia;

III – hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP;

IV – alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos bens com o FGP

ou com agente fiduciário por ele contratado antes da execução da garantia;

V – outros contratos que produzam efeito de garantia, desde que não

transfiram a titularidade ou posse direta dos bens ao parceiro privado antes

da execução da garantia;

VI – garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio de afetação cons-

tituído em decorrência da separação de bens e direitos pertencentes ao FGP.

§ 2º O FGP poderá prestar contra-garantias a seguradoras, instituições

financeiras e organismos internacionais que garantirem o cumprimento das

obrigações pecuniárias dos cotistas em contratos de parceria público-privadas.

§ 3º A quitação pelo parceiro público de cada parcela de débito garantido

pelo FGP importará exoneração proporcional da garantia.

§ 4º O FGP poderá prestar garantia mediante contratação de instrumentos

disponíveis em mercado, inclusive para complementação das modalidades

previstas no § 1º. (Parágrafo com redação dada pela Medida Provisória n.

575, de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 5º O parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos de:

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – crédito líquido e certo, constante de título exigível aceito e não pago

pelo parceiro público após 15 (quinze) dias contados da data de vencimento; e

II – débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas pelo parceiro pú-

blico após 45 (quarenta e cinco) dias contados da data de vencimento, desde

que não tenha havido rejeição expressa por ato motivado. (Parágrafo com

redação dada pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012, convertida na Lei

n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 6º A quitação de débito pelo FGP importará sua subrogação nos direitos

do parceiro privado.

§ 7º Em caso de inadimplemento, os bens e direitos do Fundo poderão ser

objeto de constrição judicial e alienação para satisfazer as obrigações garantidas.

§ 8º O FGP poderá usar parcela da cota da União para prestar garantia

aos seus fundos especiais, às suas autarquias, às suas fundações públicas e

às suas empresas estatais dependentes. (Parágrafo acrescido pela Medida

Provisória n. 513, de 26/11/2010, convertida na Lei n. 12.409, de 25/5/2011)

§ 9º O FGP é obrigado a honrar faturas aceitas e não pagas pelo parceiro

público. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012,

convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 10. O FGP é proibido de pagar faturas rejeitadas expressamente por ato

motivado. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012,

convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 11. O parceiro público deverá informar o FGP sobre qualquer fatura re-

jeitada e sobre os motivos da rejeição no prazo de 40 (quarenta) dias contado

da data de vencimento. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n. 575,

de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 12. A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por parte do

parceiro público no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de venci-

613
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

mento implicará aceitação tácita. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória

n. 575, de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 13. O agente público que contribuir por ação ou omissão para a acei-

tação tácita de que trata o §12 ou que rejeitar fatura sem motivação será

responsabilizado pelos danos que causar, em conformidade com a legislação

civil, administrativa e penal em vigor. (Parágrafo acrescido pela Medida Provi-

sória n. 575, de 7/8/2012, convertida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

Art. 19. O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, assegurando- se

a qualquer deles o direito de requerer o resgate total ou parcial de suas cotas,

correspondente ao patrimônio ainda não utilizado para a concessão de garan-

tias, fazendo-se a liquidação com base na situação patrimonial do Fundo.

Art. 20. A dissolução do FGP, deliberada pela assembléia dos cotistas, fi-

cará condicionada à prévia quitação da totalidade dos débitos garantidos ou

liberação das garantias pelos credores.

Parágrafo único. Dissolvido o FGP, o seu patrimônio será rateado entre os

cotistas, com base na situação patrimonial à data da dissolução.

Art. 21. É facultada a constituição de patrimônio de afetação que não se

comunicará com o restante do patrimônio do FGP, ficando vinculado exclusi-

vamente à garantia em virtude da qual tiver sido constituído, não podendo

ser objeto de penhora, arresto, sequestro, busca e apreensão ou qualquer ato

de constrição judicial decorrente de outras obrigações do FGP.

Parágrafo único. A constituição do patrimônio de afetação será feita por

registro em Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou, no caso de bem

imóvel, no Cartório de Registro Imobiliário correspondente.

Art. 22. A União somente poderá contratar parceria público-privada quan-

do a soma das despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das

614
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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parcerias já contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% (um por

cento) da receita corrente líquida do exercício, e as despesas anuais dos con-

tratos vigentes, nos 10 (dez) anos subsequentes, não excedam a 1% (um por

cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.

Art. 22-A. (VETADO na Lei n. 13.097, de 19/1/2015)

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 23. Fica a União autorizada a conceder incentivo, nos termos do Pro-

grama de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social - PIPS,

instituído pela Lei n. 10.735, de 11 de setembro de 2003, às aplicações em

fundos de investimento, criados por instituições financeiras, em direitos cre-

ditórios provenientes dos contratos de parcerias público-privadas.

Art. 24. O Conselho Monetário Nacional estabelecerá, na forma da le-

gislação pertinente, as diretrizes para a concessão de crédito destinado ao

financiamento de contratos de parcerias público-privadas, bem como para

participação de entidades fechadas de previdência complementar.

Art. 25. A Secretaria do Tesouro Nacional editará, na forma da legislação

pertinente, normas gerais relativas à consolidação das contas públicas aplicá-

veis aos contratos de parceria público-privada.

Art. 26. O inciso I do § 1º do art. 56 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de

1993, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 56...........................................................................................

....................

§ 1º................................................................................................

......................

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter

sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centra-

lizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e

avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério

da Fazenda;

.....................................................................................................

...............” (NR)

Art. 27. As operações de crédito efetuadas por empresas públicas ou

sociedades de economia mista controladas pela União não poderão exceder

a 70% (setenta por cento) do total das fontes de recursos financeiros da so-

ciedade de propósito específico, sendo que para as áreas das regiões Norte,

Nordeste e Centro-Oeste, onde o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH

seja inferior à média nacional, essa participação não poderá exceder a 80%

(oitenta por cento).

§ 1º Não poderão exceder a 80% (oitenta por cento) do total das fontes

de recursos financeiros da sociedade de propósito específico ou 90% (noventa

por cento) nas áreas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o Índi-

ce de Desenvolvimento Humano - IDH seja inferior à média nacional, as ope-

rações de crédito ou contribuições de capital realizadas cumulativamente por:

I – entidades fechadas de previdência complementar;

II – empresas públicas ou sociedades de economia mista controladas pela

União.

§ 2º Para fins do disposto neste artigo, entende-se por fonte de recursos

financeiros as operações de crédito e contribuições de capital à sociedade de

propósito específico.

Art. 28. A União não poderá conceder garantia ou realizar transferência

voluntária aos Estados, Distrito Federal e Municípios se a soma das despesas

616
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por

esses entes tiver excedido, no ano anterior, a 5% (cinco por cento) da receita

corrente líquida do exercício ou se as despesas anuais dos contratos vigen-

tes nos 10 (dez) anos subsequentes excederem a 5 % (cinco) por cento da

receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios. (“Caput” do

artigo com redação dada pela Medida Provisória n. 575, de 7/8/2012, conver-

tida na Lei n. 12.766, de 27/12/2012)

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que contratarem em-

preendimentos por intermédio de parcerias público-privadas deverão enca-

minhar ao Senado Federal e à Secretaria do Tesouro Nacional, previamente

à contratação, as informações necessárias para cumprimento do previsto no

caput deste artigo.

§ 2º Na aplicação do limite previsto no caput deste artigo, serão compu-

tadas as despesas derivadas de contratos de parceria celebrados pela admi-

nistração pública direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas,

sociedades de economia mista e demais entidades controladas, direta ou in-

diretamente, pelo respectivo ente, excluídas as empresas estatais não depen-

dentes. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.024, de 27/8/2009)

§ 3º (VETADO)

Art. 29. Serão aplicáveis, no que couber, as penalidades previstas no De-

creto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, na Lei n. 8.429,

de 2 de junho de 1992 - Lei de Improbidade Administrativa, na Lei n. 10.028,

de 19 de outubro de 2000 - Lei dos Crimes Fiscais, no Decreto-Lei n. 201, de

27 de fevereiro de 1967, e na Lei n. 1.079, de 10 de abril de 1950, sem pre-

juízo das penalidades financeiras previstas contratualmente.

Art. 30. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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LEI N. 10.520 DE 17 DE JULHO DE 2002

Mensagem de veto
Conversão da MPv n. 2.182-18, de 2001
Regulamento.
Regulamento.
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade
de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a


licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e
efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade pos-
sam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu-
ais no mercado.
Art. 2º (VETADO)
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de
tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no
apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalida-
de de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão estar organizadas sob a
forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de
corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I  – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e
definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de

618
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do


contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a
competição;
III  – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições
referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre
os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão
ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e
IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão
ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio,
cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a
análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.
§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores
ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmen-
te pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do
evento.
§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de
membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares
Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos in-
teressados e observará as seguintes regras:
I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação
de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em
jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e confor-
me o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regu-
lamento de que trata o art. 2º;
II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do
local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

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III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso


I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do con-
trato, quando for o caso;
IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de
qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16
de dezembro de 1998;
V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da
publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para
recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante,
identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários pode-
res para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos
inerentes ao certame;
VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresen-
tarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de
habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do
preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da
conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento
convocatório;
VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das
ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer
novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;
IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no
inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de
3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os
preços oferecidos;
X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o crité-
rio de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as
especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade
definidos no edital;

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XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao ob-


jeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua
aceitabilidade;
XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro
procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do
licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento
das condições fixadas no edital;
XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em si-
tuação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais,
quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital
quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;
XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habi-
litação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornece-
dores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal
ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados
nele constantes;
XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante
será declarado vencedor;
XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigên-
cias habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualifi-
cação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até
a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante decla-
rado vencedor;
XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá
negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;
XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar ime-
diata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido
o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando
os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em

621
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igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recor-


rente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos
insuscetíveis de aproveitamento;
XX – a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a
decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo
pregoeiro ao vencedor;
XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação
do objeto da licitação ao licitante vencedor;
XXII – homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatá-
rio será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e
XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da
sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.
Art. 5º É vedada a exigência de:
I – garantia de proposta;
II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação
no certame; e
III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a forneci-
mento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfi-
ca, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quan-
do for o caso.
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se
outro não estiver fixado no edital.
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua propos-
ta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação
falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu
objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de
licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será
descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores

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a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco)
anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais
cominações legais.
Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios
eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferi-
ção de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamen-
to previsto no art. 2º.
Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as
normas da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.
Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Pro-
visória n. 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas
pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei n. 8.666, de 21
de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regu-
lamento específico.
Art. 12. A Lei n. 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar
acrescida do seguinte artigo:
“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens
e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por
meio eletrônico, observando-se o seguinte:
I – são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles
necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de
Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos no edital, por meio de especificações usuais do mercado.
II – quando o quantitativo total estimado para a contratação ou forneci-
mento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convo-
cação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da
totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os
referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.

623
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III – na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcio-


nalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta ven-
cedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior,
devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam
em valor inferior ao limite máximo admitido.”
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Pedro Malan
Guilherme Gomes Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.7.2002 e retificado em


30.7.2002

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LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle


dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração

e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios

e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b,

da Constituição Federal.

TÍTULO I
DA LEI DE ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa

de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho

do Governo, obedecidos os princípios de unidade universalidade e anualidade.

§ 1º Integrarão a Lei de Orçamento:

I – Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do

Governo;

II – Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias

625
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Econômicas, na forma do Anexo n. 1;

III – Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

IV – Quadro das dotações por órgãos do Governo e da Administração.

§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:

I – Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos

especiais;

II – Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos n.s 6 a 9;

III – Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Governo,

em termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as

de operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações

de credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras

entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros. (Veto rejeitado no

D.O. 05/05/1964)

Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos

órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio

deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2º.

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas

a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de

terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo

20 e seu parágrafo único.

Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos

seus totais, vedadas quaisquer deduções.

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§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a

outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento da entidade obrigada a

transferência e, como receita, no orçamento da que as deva receber.

§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das

cotas terá por base os dados apurados no balanço do exercício anterior

aquele em que se elaborar a proposta orçamentária do governo obrigado a

transferência. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 7º A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para:

I – Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas

as disposições do artigo 43; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

II – Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito

por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos

que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

§ 2º O produto estimado de operações de crédito e de alienação de

bens imóveis somente se incluirá na receita quando umas e outras forem

especificamente autorizadas pelo Poder Legislativo em forma que juridicamente

possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.

§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no

tocante a operações de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do

Governo ou unidade administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos

III e IV obedecerá à forma do Anexo n. 2.

§ 1º Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencionados nos

artigos 11, § 4º, e 13, serão identificados por números de códigos decimal,

na forma dos Anexos n.s 3 e 4.

627
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§ 2º Completarão os números do código decimal referido no parágrafo

anterior os algarismos caracterizadores da classificação funcional da despesa,

conforme estabelece o Anexo n. 5.

§ 3º O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a adoção de

códigos locais.

CAPÍTULO II
DA RECEITA

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito

publico, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos

da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu

produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas

entidades. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 10. (Vetado).

Art. 11. A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas:

Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei n.

1.939, de 1982)

§ 1º São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,

patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as

provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito

público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em

Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei n. 1.939, de 1982)

§ 2º São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos

financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de

bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou

628
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privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital

e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei

n. 1.939, de 1982)

§ 3º O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos

totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se

refere o Anexo n. 1, não constituirá item de receita orçamentária. (Redação

dada pelo Decreto Lei n. 1.939, de 1982)

§ 4º A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: (Redação

dada pelo Decreto Lei n. 1.939, de 1982)

RECEITAS CORRENTES

RECEITA TRIBUTÁRIA

Impostos.

Taxas.

Contribuições de Melhoria.

RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES

RECEITA PATRIMONIAL

RECEITA AGROPECUÁRIA

RECEITA INDUSTRIAL

RECEITA DE SERVIÇOS

TRANSFERÊNCIAS CORRENTES

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

RECEITAS DE CAPITAL

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

ALIENAÇÃO DE BENS

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS

629
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TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

CAPÍTULO III
DA DESPESA

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:

(Vide Decreto-lei n. 1.805, de 1980)

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Inversões Financeiras

Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção

de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras

de conservação e adaptação de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para

despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou

serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à

manutenção de outras entidades de direito público ou privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências

630
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destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas,

distinguindo-se como:

I – subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou

privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II – subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou

privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento

e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis

considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os

programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e

material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que

não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I – aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II – aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades

de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento

do capital;

III – constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que

visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou

de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou

inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam

realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços,

constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem

diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como

as dotações para amortização da dívida pública.

631
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação

ou especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa

ou órgão de Governo, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Pessoa Civil

Pessoal Militar

Material de Consumo

Serviços de Terceiros

Encargos Diversos

Transferências Correntes

Subvenções Sociais

Subvenções Econômicas

Inativos

Pensionistas

Salário Família e Abono Familiar

Juros da Dívida Pública

Contribuições de Previdência Social

Diversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Obras Públicas

Serviços em Regime de Programação Especial

Equipamentos e Instalações

Material Permanente

Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou

Entidades Industriais ou Agrícolas

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Inversões Financeiras

Aquisição de Imóveis

Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou

Entidades Comerciais ou Financeiras

Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em

Funcionamento

Constituição de Fundos Rotativos

Concessão de Empréstimos

Diversas Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Amortização da Dívida Pública

Auxílios para Obras Públicas

Auxílios para Equipamentos e Instalações

Auxílios para Inversões Financeiras

Outras Contribuições.

Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços

subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações

próprias. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a

unidades administrativas subordinadas ao mesmo órgão.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no

mínimo por elementos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal,

material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração

publica para consecução dos seus fins. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§  2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material

permanente o de duração superior a dois anos.

633
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Seção I
Das Despesas Correntes

Subseção Única
Das Transferências Correntes

I – Das Subvenções Sociais

Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras

a concessão de subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais

de assistência social, médica e educacional, sempre que a suplementação

de recursos de origem privada aplicados a esses objetivos, revelar-se mais

econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será

calculado com base em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos

à disposição dos interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência

previamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funcionamento forem

julgadas satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas

subvenções.

II – Das Subvenções Econômicas

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das empresas públicas,

de natureza autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas

expressamente incluídas nas despesas correntes do orçamento da União, do

Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções

econômicas:

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a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado

e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros

materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de

determinados gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer

título, a empresa de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções

cuja concessão tenha sido expressamente autorizada em lei especial.

Seção II
Das Despesas de Capital

Subseção Primeira
Dos Investimentos

Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento

segundo os projetos de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza,

não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da

despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as

Despesas de Capital.

Subseção Segunda
Das Transferências de Capital

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que

se devam incorporar ao patrimônio das empresas privadas de fins lucrativos.

635
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de

capital à conta de fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de

aplicação.

TÍTULO II
DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

CAPÍTULO I
CONTEÚDO E FORMA DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará

ao Poder Legislativo nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis

Orgânicas dos Municípios, compor-se-á:

I – Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação

econômico-financeira, documentada com demonstração da dívida fundada e

flutuante, saldos de créditos especiais, restos a pagar e outros compromissos

financeiros exigíveis; exposição e justificação da política econômica-financeira

do Governo; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante ao

orçamento de capital;

II – Projeto de Lei de Orçamento;

III – Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e

despesa, constarão, em colunas distintas e para fins de comparação:

a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em

que se elaborou a proposta;

b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;

c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;

d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e

f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.

636
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV  – Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por

dotações globais, em termos de metas visadas, decompostas em estimativa

do custo das obras a realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de

justificação econômica, financeira, social e administrativa.

Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade

administrativa, descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação

da respectiva legislação.

CAPÍTULO II
DA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA

Seção Primeira
Das Previsões Plurienais

Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de

Recursos e de Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo,

abrangendo, no mínimo um triênio.

Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será

anualmente reajustado acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano,

de modo a assegurar a projeção contínua dos períodos.

Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:

I – as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos

especiais aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores da

administração ou da economia;

II – as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas

que os constituam;

637
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título

X desta lei, com indicação das respectivas receitas, para as quais forem

previstas transferências de capital.

Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação

de Capital sempre que possível serão correlacionados a metas objetivas em

termos de realização de obras e de prestação de serviços.

Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem

obter com a realização de cada programa.

Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado

dos investimentos, inversões financeiras e transferências previstos no Quadro

de Recursos e de Aplicação de Capital.

Seção Segunda
Das Previsões Anuais

Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade

com a política econômico-financeira, o programa anual de trabalho do Governo

e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade

administrativa.

Art. 28. As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas

em formulário próprio, serão acompanhadas de:

I – tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22,

inciso III, letras d, e e f;

II – justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação

dos atos de aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo

início ou prosseguimento ela se destina.

638
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar

demonstrações mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para

servirem de base a estimativa da receita, na proposta orçamentária.

Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas

demonstrações ser-lhe-ão remetidas mensalmente.

Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se

refere o artigo anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos

bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam

afetar a produtividade de cada fonte de receita.

Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas

na proposta geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

TÍTULO III
DA ELABORAÇÃO DA LEI DE ORÇAMENTO

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas

Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo

considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que

visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando

provada, nesse ponto a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado

pelos órgãos competentes;

c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não

esteja anteriormente criado;

d) conceder dotação superior aos quantitativos previamente fixados em

resolução do Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

639
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO IV
DO EXERCÍCIO FINANCEIRO

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I – as receitas nele arrecadadas;

II – as despesas nele legalmente empenhadas.

Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas

não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não

processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência

plurienal, que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos

a Pagar no último ano de vigência do crédito.

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento

respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,

que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a

Pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após

o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de

dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,

obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. (Regulamento)

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício;

quando a anulação ocorrer após o encerramento deste considerar-se-á receita

do ano em que se efetivar.

640
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não

tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem

arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo

Decreto Lei n. 1.735, de 1979)

§ 1º Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do

prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como

Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a

respectiva receita será escriturada a esse título. (Incluído pelo Decreto Lei n.

1.735, de 1979)

§ 2º Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa

natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos

adicionais e multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da

Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios,

contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou natureza,

exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação,

custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos

públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis

definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações

em moeda estrangeira, de subrrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra

garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Incluído pelo

Decreto Lei n. 1.735, de 1979)

§ 3º O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será

convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial,

para compra, na data da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade

administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívida Ativa, incidindo,

641
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

a partir da conversão, a atualização monetária e os juros de mora, de acordo

com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo Decreto

Lei n. 1.735, de 1979)

§ 4º A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos

parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva

atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam

o art. 1º do Decreto-lei n. 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do

Decreto-lei n. 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Incluído pelo Decreto Lei

n. 1.735, de 1979)

§ 5º A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da

Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto Lei n. 1.735, de 1979)

TÍTULO V
DOS CRÉDITOS ADICIONAIS

Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não

computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I – suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;

II – especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação

orçamentária específica;

III – extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas,

em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e

abertos por decreto executivo.

642
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da

existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de

exposição justificativa. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não

comprometidos: (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

I  – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício

anterior; (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

II – os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no D.O.

05/05/1964)

III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias

ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; (Veto rejeitado no D.O.

05/05/1964)

IV  – o produto de operações de credito autorizadas, em forma que

juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las. (Veto rejeitado no

D.O. 05/05/1964)

§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo

financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos

adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas. (Veto

rejeitado no D.O. 05/05/1964)

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo,

o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação

prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. (Veto

rejeitado no D.O. 05/05/1964) (Vide Lei n. 6.343, de 1976)

643
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso

de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários

abertos no exercício. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder

Executivo, que deles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro

em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto

aos especiais e extraordinários.

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie

do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

TÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DA PROGRAMAÇÃO DA DESPESA

Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com

base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de

cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada

a utilizar.

Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos

seguintes objetivos:

a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de

recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual

de trabalho;

644
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre

a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo

eventuais insuficiências de tesouraria.

Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto

no artigo anterior, levará em conta os créditos adicionais e as operações

extraorçamentárias.

Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício,

observados o limite da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II
DA RECEITA

Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o

estabeleça, nenhum será cobrado em cada exercício sem prévia autorização

orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo

de guerra.

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras

rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição competente, que

verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e

inscreve o débito desta.

Art. 54. Não será admitida a compensação da obrigação de recolher

rendas ou receitas com direito creditório contra a Fazenda Pública.

Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das

importâncias que arrecadarem.

§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma

arrecadada, proveniência e classificação, bem como a data a assinatura do

agente arrecadador. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

645
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância

ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para

criação de caixas especiais.

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta

lei  serão classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias,

todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de

crédito, ainda que não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado no D.O.

05/05/1964)

CAPÍTULO III
DA DESPESA

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade

competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não

de implemento de condição. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Art. 59. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos

concedidos. (Redação dada pela Lei n. 6.397, de 1976)

§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado

aos Municípios empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que

o duodécimo da despesa prevista no orçamento vigente. (Incluído pela Lei n.

6.397, de 1976)

§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por

qualquer forma, compromissos financeiros para execução depois do término

do mandato do Prefeito. (Incluído pela Lei n. 6.397, de 1976)

§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos

comprovados de calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 6.397, de 1976)

646
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados

em desacordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo

da responsabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-

lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Incluído pela Lei n. 6.397, de 1976)

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada

a emissão da nota de empenho.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não

se possa determinar.

§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras,

sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado nota

de empenho que indicará o nome do credor, a representação e a importância

da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado

após sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito

adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios

do respectivo crédito.

§ 1º Essa verificação tem por fim apurar:

I – a origem e o objeto do que se deve pagar;

II – a importância exata a pagar; (Vide Medida Provisória n. 581, de 2012)

III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados

terá por base:

I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II – a nota de empenho;

III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do

647
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

serviço.

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade

competente, determinando que a despesa seja paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em

documentos processados pelos serviços de contabilidade. (Veto rejeitado no

D.O. 05/05/1964)

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria

regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em

casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão

quando expressamente determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas

por órgãos centrais de administração geral.

Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações

de pessoal, de uma para outra unidade orçamentária, quando considerada

indispensável à movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns

às unidades interessadas, a que se realize em obediência à legislação específica.

Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de

sentença judiciária, far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à

conta dos créditos respectivos, sendo proibida a designação de casos ou de

pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para

êsse fim.

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas

expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor,

sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar

despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável

por dois adiantamentos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

648
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras

e serviços serão regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VII
DOS FUNDOS ESPECIAIS

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas

que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços,

facultada a adoção de normas peculiares de aplicação.

Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a fundos

especiais far-se-á através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em

créditos adicionais.

Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo

positivo do fundo especial apurado em balanço será transferido para o exercício

seguinte, a crédito do mesmo fundo.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas

peculiares de controle, prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo,

elidir a competência específica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

TÍTULO VIII
DO CONTROLE DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:

I – a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a

649
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II – a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por

bens e valores públicos;

III – o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos

monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II
DO CONTROLE INTERNO

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de controle a que se

refere o artigo 75, sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou

órgão equivalente.

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária

será prévia, concomitante e subsequente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída

em lei, ou por fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento,

prestação ou tomada de contas de todos os responsáveis por bens ou valores

públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou

a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido no inciso III do

artigo 75.

Parágrafo único. Esse controle far-se-á, quando for o caso, em termos de

unidades de medida, previamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes

verificar a exata observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a

cada unidade orçamentária, dentro do sistema que for instituído para esse fim.

650
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III
DO CONTROLE EXTERNO

Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá

por objetivo verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprêgo

dos dinheiros públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento.

Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder

Legislativo, no prazo estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas

dos Municípios.

§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo,

com Parecer prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

§ 2º Quando, no Município não houver Tribunal de Contas ou órgão

equivalente, a Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores

para verificarem as contas do prefeito e sobre elas emitirem parecer.

TÍTULO IX
DA CONTABILIDADE

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação

de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas,

administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão

equivalente, a tomada de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros

públicos será realizada ou superintendida pelos serviços de contabilidade.

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a

651
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

permitirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da

composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o

levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados

econômicos e financeiros.

Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais

efetuar-se-á pelo método das partidas dobradas.

Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obrigações oriundos de

ajustes ou contratos em que a administração pública for parte.

Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do

devedor ou do credor e especificação da natureza, importância e data do

vencimento, quando fixada.

Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração

orçamentária, financeira patrimonial e industrial.

CAPÍTULO II
DA CONTABILIDADE ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante

dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa

realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.

Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acordo com

as especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

Art. 92. A dívida flutuante compreende:

I – os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II – os serviços da dívida a pagar;

III – os depósitos;

IV – os débitos de tesouraria.

652
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por

credor distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Art. 93. Todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza

financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também

objeto de registro, individuação e controle contábil.

CAPÍTULO III
DA CONTABILIDADE PATRIMONIAL E INDUSTRIAL

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente,

com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de

cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e

imóveis.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base

o inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da

escrituração sintética na contabilidade.

Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á

o registro contábil das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.

Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade

superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou

a financeiro de obras e serviços públicos. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e

especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos

empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.

Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados

como empresa pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para

653
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

determinação dos custos, ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração

patrimonial e financeira comum.

Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os

resultados da execução orçamentária, bem como as variações independentes

dessa execução e as superveniências e insubsistência ativas e passivas,

constituirão elementos da conta patrimonial.

CAPÍTULO IV
DOS BALANÇOS

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no

Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na

Demonstração das Variações Patrimoniais, segundo os Anexos números 12,

13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos números 1,

6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas

previstas em confronto com as realizadas.

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa

orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza

extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do

exercício anterior, e os que se transferem para o exercício seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita

extraorçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as

alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da

execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

654
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:

I – O Ativo Financeiro;

II – O Ativo Permanente;

III – O Passivo Financeiro;

IV – O Passivo Permanente;

V – O Saldo Patrimonial;

VI – As Contas de Compensação.

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis

independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja

mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.

§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras

pagamento independa de autorização orçamentária.

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras

que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.

§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores,

obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que,

imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio.

Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas

seguintes:

I – os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor

nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio

vigente na data do balanço;

II – os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de

produção ou de construção;

655
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

§ 1º Os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em

moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias

em moeda nacional.

§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores

em espécie serão levadas à conta patrimonial.

§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO X
DAS AUTARQUIAS E OUTRAS ENTIDADES

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência

social ou investidas de delegação para arrecadação de contribuições parafiscais

da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus

orçamentos aprovados por decreto do Poder Executivo, salvo se disposição

legal expressa determinar que o sejam pelo Poder Legislativo. (Vide Decreto

n. 60.745, de 1967)

Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as empresas com

autonomia financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente,

ao Poder Público.

Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior

vincular-se-ão ao orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do

Distrito Federal, pela inclusão:

I – como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo

previsto entre os totais das receitas e despesas;

656
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária,

salvo disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais

das receitas e despesas.

§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados,

dos Municípios e do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades

aludidas no artigo anterior, serão classificados como receita de capital destas

e despesa de transferência de capital daqueles.

§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de

apuração do saldo líquido das mencionadas entidades.

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo

107 serão publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União,

dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão

aos padrões e normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas

peculiaridades.

Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão

remetidos ao órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados,

salvo disposição legal em contrário.

TÍTULO XI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério

da Fazenda, além de outras apurações, para fins estatísticos, de interesse

nacional, organizará e publicará o balanço consolidado das contas da União,

Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e outras entidades, bem

como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados orçamentários.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura do Anexo n. 1.

§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado até o último dia do

primeiro semestre do próprio exercício e o baseado nos balanços, até o último

dia do segundo semestre do exercício imediato àquele a que se referirem.

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os

Estados, os Municípios e o Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão,

até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços

do exercício anterior.

Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou contribuição

a Estados, Municípios ou Distrito Federal, cuja concessão não decorra de

imperativo constitucional, dependerá de prova do atendimento ao que se

determina neste artigo.

Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho

Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas,

coligirá elementos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, expedirá

recomendações técnicas, quando solicitadas, e atualizará sempre que julgar

conveniente, os anexos que integram a presente lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, poderão ser promovidas,

quando necessário, conferências ou reuniões técnicas, com a participação de

representantes das entidades abrangidas por estas normas.

Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de

1964 para o fim da elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro

de 1965, quanto às demais atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei n.

4.489, de 1964)

Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI COMPLEMENTAR N. 101, DE 4 DE MAIO DE 2000

Estabelece normas de finanças públicas


Mensagem de veto
voltadas para a responsabilidade na
(Vide ADIN 2238)
gestão fiscal e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas


voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II
do Título VI da Constituição.
§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e
transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resulta-
dos entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange
a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social
e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.
§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3º Nas referências:
I – à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, estão com-
preendidos:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de
Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público;
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e
empresas estatais dependentes;

659
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – a Estados entende-se considerado o Distrito Federal;


III – a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da União,
Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Muni-
cípios e Tribunal de Contas do Município.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como:
I – ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada
Município;
II – empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com di-
reito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da Federação;
III – empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles prove-
nientes de aumento de participação acionária; (Regulamento)
IV – receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contri-
buições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências
correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determi-
nação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do
inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional;
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para
o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas prove-
nientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição.
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores
pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar n. 87, de 13 de
setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.

660
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal


e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para
atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 1º do art. 19.
§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arreca-
dadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO II
DO PLANEJAMENTO

Seção I
Do Plano Plurianual

Art. 3º (VETADO)

Seção II
Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do


art. 165 da Constituição e:
I – disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóte-
ses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do
§ 1º do art. 31;
c) (VETADO)
d) (VETADO)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entida-
des públicas e privadas;
II – (VETADO)

661
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – (VETADO)
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Me-
tas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes
e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.
§ 2º O Anexo conterá, ainda:
I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodolo-
gia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com
as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas
com as premissas e os objetivos da política econômica nacional;
III – evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, des-
tacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos;
IV – avaliação da situação financeira e atuarial:
a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públi-
cos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;
b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial;
V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita
e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos Fiscais,
onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de
afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso
se concretizem.
§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em
anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial,
bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e
variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subsequente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção III
Da Lei Orçamentária Anual

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compa-


tível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as
normas desta Lei Complementar:
I – conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação
dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que
trata o § 1º do art. 4º;
II – será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165
da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de re-
ceita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;
III – conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montan-
te, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
a) (VETADO)
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais
imprevistos.
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual,
e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual.
§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei
orçamentária e nas de crédito adicional.
§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada
não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes
orçamentárias, ou em legislação específica.
§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade impre-
cisa ou com dotação ilimitada.
§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com
duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano
plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º
do art. 167 da Constituição.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei orçamen-


tária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e encargos sociais,
custeio administrativo, inclusive os destinados a benefícios e assistência aos
servidores, e a investimentos.
§ 7º (VETADO)
Art. 6º (VETADO)
Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após a constituição
ou reversão de reservas, constitui receita do Tesouro Nacional, e será transferi-
do até o décimo dia útil subsequente à aprovação dos balanços semestrais.
§ 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro para com o Ban-
co Central do Brasil e será consignado em dotação específica no orçamento.
§ 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Cen-
tral do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispu-
ser a lei de diretrizes orçamentárias da União.
§ 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil conterão notas
explicativas sobre os custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro
Nacional e da manutenção das reservas cambiais e a rentabilidade de sua
carteira de títulos, destacando os de emissão da União.

Seção IV
Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das Metas

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em
que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alí-
nea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação
financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. (Vide Decreto
n. 4.959, de 2004) (Vide Decreto n. 5.356, de 2005)
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica
serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação,
ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita


poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta
dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segun-
do os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial,
a recomposição das dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de
forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações
constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento
do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações
constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento
do serviço da dívida, as relativas à inovação e ao desenvolvimento científico
e tecnológico custeadas por fundo criado para tal finalidade e as ressalvadas
pela lei de diretrizes orçamentárias. (Redação dada pela Lei Complementar n.
177, de 2021)
§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público
não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Exe-
cutivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados
pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Execu-
tivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada qua-
drimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º do art. 166 da
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o
Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta das comissões temáti-
cas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos objetivos
e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o
custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários


de pagamento de sentenças judiciais, por meio de sistema de contabilidade
e administração financeira, para fins de observância da ordem cronológica
determinada no art. 100 da Constituição.

CAPÍTULO III
DA RECEITA PÚBLICA

Seção I
Da Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão


fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da
competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para
o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais,
considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de
preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e se-
rão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,
da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodolo-
gia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admi-
tida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
§ 2º O montante previsto para as receitas de operações de crédito não
poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei
orçamentária. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Po-
deres e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para
encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estima-
tivas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida,
e as respectivas memórias de cálculo.

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Art. 13. No prazo previsto no art. 8º, as receitas previstas serão desdo-
bradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arrecadação, com a
especificação, em separado, quando cabível, das medidas de combate à eva-
são e à sonegação, da quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança
da dívida ativa, bem como da evolução do montante dos créditos tributários
passíveis de cobrança administrativa.

Seção II
Da Renúncia de Receita

Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza


tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva ini-
ciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes
orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (Vide Medida
Provisória n. 2.159, de 2001) (Vide Lei n. 10.276, de 2001) (Vide ADI 6357)
I – demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não
afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de
diretrizes orçamentárias;
II – estar acompanhada de medidas de compensação, no período men-
cionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação
de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo
ou contribuição.
§ 1º A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido,
concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modifica-
ção de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou con-
tribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de
que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o
benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no
mencionado inciso.

667
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:


I – às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV
e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º;
II – ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respec-
tivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IV
DA DESPESA PÚBLICA

Seção I
Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao pa-


trimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não
atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental
que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: (Vide ADI 6357)
I – estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
II – declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequa-
ção orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade
com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I – adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de dotação
específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de for-
ma que somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a reali-
zar, previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites
estabelecidos para o exercício;
II – compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias,
a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas
previstos nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

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§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada das


premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
§ 3º Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada irrele-
vante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º As normas do caput constituem condição prévia para:
I – empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução de
obras;
II – desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3º do art. 182
da Constituição.

Subseção I
Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa cor-


rente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior
a dois exercícios. (Vide ADI 6357)
§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput
deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e de-
monstrar a origem dos recursos para seu custeio. (Vide Lei Complementar n.
176, de 2020)
§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompanhado de
comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas
de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1º do art. 4º, devendo
seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo au-
mento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa. (Vide
Lei Complementar n. 176, de 2020)
§ 3º Para efeito do § 2º, considera-se aumento permanente de receita o
proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração
ou criação de tributo ou contribuição. (Vide Lei Complementar n. 176, de 2020)

669
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada pelo proponente, con-


terá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem prejuízo do exame
de compatibilidade da despesa com as demais normas do plano plurianual e
da lei de diretrizes orçamentárias. (Vide Lei Complementar n. 176, de 2020)
§ 5º A despesa de que trata este artigo não será executada antes da im-
plementação das medidas referidas no § 2º, as quais integrarão o instrumen-
to que a criar ou aumentar. (Vide Lei Complementar n. 176, de 2020)
§ 6º O disposto no § 1º não se aplica às despesas destinadas ao serviço
da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o
inciso X do art. 37 da Constituição.
§ 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por
prazo determinado.

Seção II
Das Despesas com Pessoal

Subseção I
Definições e Limites

Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como des-
pesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os
ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos,
funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer
espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variá-
veis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive
adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer na-
tureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às
entidades de previdência.
§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se refe-
rem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados
como “Outras Despesas de Pessoal”.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no


mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se
o regime de competência.
§ 2º A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no
mês em referência com as dos 11 (onze) imediatamente anteriores, adotan-
do-se o regime de competência, independentemente de empenho. (Redação
dada pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
§ 3º Para a apuração da despesa total com pessoal, será observada a re-
muneração bruta do servidor, sem qualquer dedução ou retenção, ressalvada
a redução para atendimento ao disposto no art. 37, inciso XI, da Constituição
Federal. (Incluído pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a
despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a
seguir discriminados:
I – União: 50% (cinquenta por cento);
II – Estados: 60% (sessenta por cento);
III – Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não
serão computadas as despesas:
I – de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II – relativas a incentivos à demissão voluntária;
III – derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6º do art. 57 da
Constituição;
IV – decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior
ao da apuração a que se refere o § 2º do art. 18;
V – com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima,
custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e
XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional n. 19;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VI – com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custea-


das por recursos provenientes:
VI – com inativos e pensionistas, ainda que pagas por intermédio de uni-
dade gestora única ou fundo previsto no art. 249 da Constituição Federal,
quanto à parcela custeada por recursos provenientes: (Redação dada pela Lei
Complementar n. 178, de 2021)
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9º do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal
finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem
como seu superávit financeiro.
c) de transferências destinadas a promover o equilíbrio atuarial do regi-
me de previdência, na forma definida pelo órgão do Poder Executivo federal
responsável pela orientação, pela supervisão e pelo acompanhamento dos re-
gimes próprios de previdência social dos servidores públicos. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
§ 2º Observado o disposto no inciso IV do § 1º, as despesas com pessoal
decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Po-
der ou órgão referido no art. 20.
§ 3º Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, é
vedada a dedução da parcela custeada com recursos aportados para a co-
bertura do déficit financeiro dos regimes de previdência. (Incluído pela Lei
Complementar n. 178, de 2021)
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os
seguintes percentuais:
I – na esfera federal:
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, inclu-
ído o Tribunal de Contas da União;
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

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c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo,


destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes
do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da
Emenda Constitucional n. 19, repartidos de forma proporcional à média das
despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita cor-
rente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anterio-
res ao da publicação desta Lei Complementar; (Vide Decreto n. 3.917, de 2001)
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União;
II – na esfera estadual:
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Estado; (Vide ADIN 6533)
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; (Vide ADIN 6533)
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; (Vide ADIN 6533)
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; (Vide ADIN 6533)
III – na esfera municipal:
a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do
Município, quando houver;
b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.
§ 1º Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão
repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas
com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três
exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei
Complementar. (Vide ADIN 6533)
§ 2º Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
I – o Ministério Público;
II – no Poder Legislativo:
a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
b) Estadual, a Assembleia Legislativa e os Tribunais de Contas;
c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Dis-
trito Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município,


quando houver;
III – no Poder Judiciário:
a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
§ 3º Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo
da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constituição, serão estabeleci-
dos mediante aplicação da regra do § 1º.
§ 4º Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os
percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respecti-
vamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento).
§ 5º Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos re-
cursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e
órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo,
ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 6º (VETADO)
§ 7º Os Poderes e órgãos referidos neste artigo deverão apurar, de forma
segregada para aplicação dos limites de que trata este artigo, a integralidade
das despesas com pessoal dos respectivos servidores inativos e pensionistas,
mesmo que o custeio dessas despesas esteja a cargo de outro Poder ou ór-
gão. (Incluído pela Lei Complementar n. 178, de 2021)

Subseção II
Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa
com pessoal e não atenda:
I – as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto
no inciso XIII do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição;
II – o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo.

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Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte au-
mento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores
ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Art. 21. É nulo de pleno direito: (Redação dada pela Lei Complementar n.
173, de 2020)
I – o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda:
a) às exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar e o disposto no
inciso XIII do caput do art. 37 e no § 1º do art. 169 da Constituição Federal;
e (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
b) ao limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal
inativo; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento
e oitenta) dias anteriores ao final do mandato do titular de Poder ou órgão
referido no art. 20; (Redação dada pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
III – o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal que preveja
parcelas a serem implementadas em períodos posteriores ao final do manda-
to do titular de Poder ou órgão referido no art. 20; (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 173, de 2020)
IV – a aprovação, a edição ou a sanção, por Chefe do Poder Executivo, por
Presidente e demais membros da Mesa ou órgão decisório equivalente do Po-
der Legislativo, por Presidente de Tribunal do Poder Judiciário e pelo Chefe do
Ministério Público, da União e dos Estados, de norma legal contendo plano de
alteração, reajuste e reestruturação de carreiras do setor público, ou a edição
de ato, por esses agentes, para nomeação de aprovados em concurso público,
quando: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
a) resultar em aumento da despesa com pessoal nos 180 (cento e oitenta)
dias anteriores ao final do mandato do titular do Poder Executivo; ou (Incluído
pela Lei Complementar n. 173, de 2020)

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b) resultar em aumento da despesa com pessoal que preveja parcelas a


serem implementadas em períodos posteriores ao final do mandato do titular
do Poder Executivo. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 1º As restrições de que tratam os incisos II, III e IV: (Incluído pela Lei
Complementar n. 173, de 2020)
I – devem ser aplicadas inclusive durante o período de recondução ou re-
eleição para o cargo de titular do Poder ou órgão autônomo; e (Incluído pela
Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – aplicam-se somente aos titulares ocupantes de cargo eletivo dos Po-
deres referidos no art. 20. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 2º Para fins do disposto neste artigo, serão considerados atos de no-
meação ou de provimento de cargo público aqueles referidos no § 1º do art.
169 da Constituição Federal ou aqueles que, de qualquer modo, acarretem a
criação ou o aumento de despesa obrigatória. (Incluído pela Lei Complemen-
tar n. 173, de 2020)
Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts.
19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa
e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art.
20 que houver incorrido no excesso:
I – concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remune-
ração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de deter-
minação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art.
37 da Constituição;
II – criação de cargo, emprego ou função;
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
IV – provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a
qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou fale-
cimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança;

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V – contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do


§ 6º do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes
orçamentárias.
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no
art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das
medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado
nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro,
adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3º e 4º do art.
169 da Constituição.
§ 1º No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o objetivo
poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e funções quanto pela
redução dos valores a eles atribuídos. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 2º É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com ade-
quação dos vencimentos à nova carga horária. (Vide ADIN 2.238-5)
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar
o excesso, o ente não poderá:
§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido e enquanto perdurar
o excesso, o Poder ou órgão referido no art. 20 não poderá: (Redação dada
pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
I – receber transferências voluntárias;
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinancia-
mento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao paga-
mento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pes-
soal. (Redação dada pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
§ 4º As restrições do § 3º aplicam-se imediatamente se a despesa total
com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do
mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

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§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se aplicam ao Município


em caso de queda de receita real superior a 10% (dez por cento), em compara-
ção ao correspondente quadrimestre do exercício financeiro anterior, devido a:
(Incluído pela Lei Complementar n. 164, de 2018) Produção de efeitos
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos
Municípios decorrente de concessão de isenções tributárias pela União; e (In-
cluído pela Lei Complementar n. 164, de 2018) Produção de efeitos
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participações espe-
ciais. (Incluído pela Lei Complementar n. 164, de 2018) Produção de efeitos
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa total com
pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite percentual previsto
no art. 19 desta Lei Complementar, considerada, para este cálculo, a receita
corrente líquida do quadrimestre correspondente do ano anterior atualizada
monetariamente. (Incluído pela Lei Complementar n. 164, de 2018) Produção
de efeitos

Seção III
Das Despesas com a Seguridade Social

Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá


ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total,
nos termos do § 5º do art. 195 da Constituição, atendidas ainda as exigências
do art. 17. (Vide ADI 6357)
§ 1º É dispensada da compensação referida no art. 17 o aumento de des-
pesa decorrente de:
I – concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação
prevista na legislação pertinente;
II – expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
III – reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o
seu valor real.

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§ 2º O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de saúde, pre-


vidência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores públicos
e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

CAPÍTULO V
DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferên-
cia voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da
Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não
decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema
Único de Saúde.
§ 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além
das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
I – existência de dotação específica;
II – (VETADO)
III – observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição;
IV – comprovação, por parte do beneficiário, de:
a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e
financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação
de contas de recursos anteriormente dele recebidos;
b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;
c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de opera-
ções de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos
a Pagar e de despesa total com pessoal;
d) previsão orçamentária de contrapartida.
§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa
da pactuada.
§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências
voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relati-
vas a ações de educação, saúde e assistência social.

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CAPÍTULO VI
DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir ne-


cessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser auto-
rizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.
§ 1º O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclu-
sive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas
atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil.
§ 2º Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamen-
tos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição
de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou
aumento de capital.
Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou
jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos finan-
ceiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos
em lei ou ao custo de captação.
Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorro-
gações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem
como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o
caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária.
Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos
públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sis-
tema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos
de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.
§ 1º A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos,
e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro
Nacional, na forma da lei.

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§ 2º O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conce-


der às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de
prazo inferior a trezentos e sessenta dias.

CAPÍTULO VII
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I
Definições Básicas

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguin-
tes definições:
I – dívida pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem
duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em
virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações
de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses;
II – dívida pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emiti-
dos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios;
III – operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de
mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada
de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo
de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelha-
das, inclusive com o uso de derivativos financeiros;
IV – concessão de garantia: compromisso de adimplência de obrigação finan-
ceira ou contratual assumida por ente da Federação ou entidade a ele vinculada;
V – refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos para paga-
mento do principal acrescido da atualização monetária.
§ 1º Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou
a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do cumprimento
das exigências dos arts. 15 e 16.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à


emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil.
§ 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito
de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento.
§ 4º O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao
término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício ante-
rior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este
efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

Seção II
Dos Limites da Dívida Pública e das Operações de Crédito

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei Comple-
mentar, o Presidente da República submeterá ao:
I – Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo o que estabelece o in-
ciso VI do art. 52 da Constituição, bem como de limites e condições relativos
aos incisos VII, VIII e IX do mesmo artigo;
II – Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o mon-
tante da dívida mobiliária federal a que se refere o inciso XIV do art. 48 da
Constituição, acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites
fixados para a dívida consolidada da União, atendido o disposto no inciso I do
§ 1º deste artigo.
§ 1º As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas alterações
conterão:
I – demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as
normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com os objetivos da política
fiscal;
II – estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três
esferas de governo;

682
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – razões de eventual proposição de limites diferenciados por esfera de


governo;
IV – metodologia de apuração dos resultados primário e nominal.
§ 2º As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput também pode-
rão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a
metodologia de sua apuração.
§ 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão fixados em
percentual da receita corrente líquida para cada esfera de governo e aplicados
igualmente a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para
cada um deles, limites máximos.
§ 4º Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do mon-
tante da dívida consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.
§ 5º No prazo previsto no art. 5º, o Presidente da República enviará ao
Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o caso, proposta de ma-
nutenção ou alteração dos limites e condições previstos nos incisos I e II do
caput.
§ 6º Sempre que alterados os fundamentos das propostas de que trata
este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alterações nas políticas
monetária ou cambial, o Presidente da República poderá encaminhar ao Se-
nado Federal ou ao Congresso Nacional solicitação de revisão dos limites.
§ 7º Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento
em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de
aplicação dos limites.

Seção III
Da Recondução da Dívida aos Limites

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o


respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida
até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos
25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:


I – estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, in-
clusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária;
I – estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, in-
clusive por antecipação de receita, ressalvadas as para pagamento de dívidas
mobiliárias; (Redação dada pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
II – obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite,
promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9º.
§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar
o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntá-
rias da União ou do Estado.
§ 3º As restrições do § 1º aplicam-se imediatamente se o montante da
dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato
do Chefe do Poder Executivo.
§ 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes
que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.
§ 5º As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumpri-
mento dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito internas e
externas.

Seção IV
Das Operações de Crédito

Subseção I
Da Contratação

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos limites e


condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Fe-
deração, inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º O ente interessado formalizará seu pleito fundamentando-o em


parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando a relação cus-
to-benefício, o interesse econômico e social da operação e o atendimento
das seguintes condições:
I – existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no tex-
to da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica;
II – inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos prove-
nientes da operação, exceto no caso de operações por antecipação de receita;
III – observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal;
IV – autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de opera-
ção de crédito externo;
V – atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição;
VI – observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei Comple-
mentar.
§ 2º As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no
texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão objeto de processo
simplificado que atenda às suas especificidades.
§ 3º Para fins do disposto no inciso V do § 1º, considerar-se-á, em cada
exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingres-
sados e o das despesas de capital executadas, observado o seguinte:
I – não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a
forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com o intuito de pro-
mover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Fe-
deração, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;
II – se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for con-
cedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da
operação será deduzido das despesas de capital;
III – (VETADO)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Ban-


co Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o registro eletrônico
centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, garantido o
acesso público às informações, que incluirão:
I – encargos e condições de contratação;
II – saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobili-
ária, operações de crédito e concessão de garantias.
§ 5º Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula
que importe na compensação automática de débitos e créditos.
§ 6º O prazo de validade da verificação dos limites e das condições de
que trata este artigo e da análise realizada para a concessão de garantia pela
União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no máximo, 270 (duzentos e
setenta) dias, a critério do Ministério da Fazenda. (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 159, de 2017)
§ 7º Poderá haver alteração da finalidade de operação de crédito de Esta-
dos, do Distrito Federal e de Municípios sem a necessidade de nova verifica-
ção pelo Ministério da Economia, desde que haja prévia e expressa autoriza-
ção para tanto, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou em lei
específica, que se demonstre a relação custo-benefício e o interesse econô-
mico e social da operação e que não configure infração a dispositivo desta Lei
Complementar. (Incluído pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com
ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa,
deverá exigir comprovação de que a operação atende às condições e limites
estabelecidos.
§ 1º A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar
será considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolu-
ção do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.
§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos,
será consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 3º Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituí-


da a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23.
§ 3º Enquanto não for efetuado o cancelamento ou a amortização ou cons-
tituída a reserva de que trata o § 2º, aplicam-se ao ente as restrições previstas
no § 3º do art. 23. (Redação dada pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
§ 4º Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso,
se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conside-
radas as disposições do § 3º do art. 32.

Subseção II
Das Vedações

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a
partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da
Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou
empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administra-
ção indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou poster-
gação de dívida contraída anteriormente.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações entre
instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas entida-
des da administração indireta, que não se destinem a:
I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de comprar
títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira
estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do
empréstimo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição financeira con-


trolada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para atender in-
vestimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para
aplicação de recursos próprios.
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
I – captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do dis-
posto no § 7º do art. 150 da Constituição;
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Públi-
co detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a
voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação
assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante
emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta vedação a
empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornece-
dores para pagamento a posteriori de bens e serviços.

Subseção III
Das Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária

Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a


atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro e cumprirá as
exigências mencionadas no art. 32 e mais as seguintes:
I – realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício;
II – deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia
dez de dezembro de cada ano;
III – não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a
taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa
básica financeira, ou à que vier a esta substituir;
IV – estará proibida:

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a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integral-


mente resgatada;
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Mu-
nicipal.
§ 1º As operações de que trata este artigo não serão computadas para
efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, desde que liqui-
dadas no prazo definido no inciso II do caput.
§ 2º As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por
Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à
instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovi-
do pelo Banco Central do Brasil.
§ 3º O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e
controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites,
aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Subseção IV
Das Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do
Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes:
I – compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, res-
salvado o disposto no § 2º deste artigo;
II – permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição finan-
ceira ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida
pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo, daquele
título, cujo efeito final seja semelhante à permuta;
III – concessão de garantia.
§ 1º O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de Letras do Ban-
co Central do Brasil, Série Especial, existente na carteira das instituições finan-
ceiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de venda a termo.

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§ 2º O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos


emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver
vencendo na sua carteira.
§ 3º A operação mencionada no § 2º deverá ser realizada à taxa média e
condições alcançadas no dia, em leilão público.
§ 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal
existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de
reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção V
Da Garantia e da Contragarantia

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito


internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas do art.
32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo
Senado Federal.
Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito
internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as normas do art.
32 e, no caso da União, também os limites e as condições estabelecidos pelo
Senado Federal e as normas emitidas pelo Ministério da Economia acerca
da classificação de capacidade de pagamento dos mutuários. (Redação dada
pela Lei Complementar n. 178, de 2021)
§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia,
em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da
entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações junto ao garantidor
e às entidades por este controladas, observado o seguinte:
I – não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente;
II – a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos
Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias
diretamente arrecadadas e provenientes de transferências constitucionais,
com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o respectivo
valor na liquidação da dívida vencida.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro inter-


nacional, ou a instituição federal de crédito e fomento para o repasse de
recursos externos, a União só prestará garantia a ente que atenda, além do
disposto no § 1º, as exigências legais para o recebimento de transferências
voluntárias.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
§ 5º É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado
Federal.
§ 6º É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas em-
presas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda que com recursos
de fundos.
§ 7º O disposto no § 6º não se aplica à concessão de garantia por:
I – empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à prestação
de contragarantia nas mesmas condições;
II – instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
§ 8º Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
I – por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas
aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo com a legislação
pertinente;
II – pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira
por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às operações de seguro
de crédito à exportação.
§ 9º Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia pres-
tada, a União e os Estados poderão condicionar as transferências constitucio-
nais ao ressarcimento daquele pagamento.
§ 10 O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por
Estado, em decorrência de garantia prestada em operação de crédito, terá
suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos até a total liquidação
da mencionada dívida.

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§ 11 A alteração da metodologia utilizada para fins de classificação da


capacidade de pagamento de Estados e Municípios deverá ser precedida de
consulta pública, assegurada a manifestação dos entes. (Incluído pela Lei
Complementar n. 178, de 2021)

Seção VI
Dos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)


Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos
últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obrigação de despesa
que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas
a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade
de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final
do exercício.

CAPÍTULO VIII
DA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção I
Das Disponibilidades de Caixa

Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação serão depo-


sitadas conforme estabelece o § 3º do art. 164 da Constituição.
§ 1º As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência social, geral
e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas a fundos específicos
a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição, ficarão depositadas em
conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas
condições de mercado, com observância dos limites e condições de proteção
e prudência financeira.

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§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o § 1º em:


I – títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em ações e ou-
tros papéis relativos às empresas controladas pelo respectivo ente da Federação;
II – empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao Poder Públi-
co, inclusive a suas empresas controladas.

Seção II
Da Preservação do Patrimônio Público

Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada da alienação


de bens e direitos que integram o patrimônio público para o financiamento
de despesa corrente, salvo se destinada por lei aos regimes de previdência
social, geral e próprio dos servidores públicos.
Art. 45. Observado o disposto no § 5º do art. 5º, a lei orçamentária e as de
créditos adicionais só incluirão novos projetos após adequadamente atendidos
os em andamento e contempladas as despesas de conservação do patrimônio
público, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias.
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará ao Legisla-
tivo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, relató-
rio com as informações necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo,
ao qual será dada ampla divulgação.
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano
expedido sem o atendimento do disposto no § 3º do art. 182 da Constituição,
ou prévio depósito judicial do valor da indenização.

Seção III
Das Empresas Controladas pelo Setor Público

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão em que se


estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na forma da lei, disporá de
autonomia gerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo do disposto no
inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.

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Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balanços trimes-


trais nota explicativa em que informará:
I – fornecimento de bens e serviços ao controlador, com respectivos pre-
ços e condições, comparando-os com os praticados no mercado;
II – recursos recebidos do controlador, a qualquer título, especificando
valor, fonte e destinação;
III – venda de bens, prestação de serviços ou concessão de empréstimos
e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições diferentes dos vi-
gentes no mercado.

CAPÍTULO IX
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Seção I
Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais


será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso públi-
co: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações
de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas des-
ses documentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante in-
centivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamen-
tárias e orçamentos.
Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante: (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
§ 1º A transparência será assegurada também mediante: (Redação dada
pela Lei Complementar n. 156, de 2016)

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I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,


durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes or-
çamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade,
em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamen-
tária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; (Incluído pela Lei
Complementar n. 131, de 2009).
II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade,
em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamen-
tária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e (Redação dada
pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle,
que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo
da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído pela Lei Complementar n. 131,
de 2009) (Vide Decreto n. 7.185, de 2010)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão
suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais conforme perio-
dicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade
da União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo aces-
so público. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 3º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Mi-
nistério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a serem definidos em ins-
trução específica deste órgão, as informações necessárias para a constituição
do registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e
externa, de que trata o § 4º do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar n.
156, de 2016)
§ 4º A inobservância do disposto nos §§ 2º e 3º ensejará as penalidades
previstas no § 2º do art. 51. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)

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§ 5º Nos casos de envio conforme disposto no § 2º, para todos os efeitos, a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios cumprem o dever de ampla di-
vulgação a que se refere o caput. (Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
§ 6º Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias,
fundações públicas, empresas estatais dependentes e fundos, do ente da Fe-
deração devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financei-
ra, mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia.
(Incluído pela Lei Complementar n. 156, de 2016)
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do
art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer pessoa física ou
jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluído pela Lei Complementar
n. 131, de 2009).
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras
no decorrer da execução da despesa, no momento de sua realização, com a
disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente
processo, ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica
beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório
realizado; (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das
unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinários. (Incluído
pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão
disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no
órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação
pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos
do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais de fomento, incluído
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os
empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orça-
mentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agências financeiras, ava-
liação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

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Seção II
Da Escrituração e Consolidação das Contas

Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a


escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que
os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identifi-
cados e escriturados de forma individualizada;
II – a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o
regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado
dos fluxos financeiros pelo regime de caixa;
III – as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamen-
te, as transações e operações de cada órgão, fundo ou entidade da adminis-
tração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente;
IV – as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em de-
monstrativos financeiros e orçamentários específicos;
V – as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais
formas de financiamento ou assunção de compromissos junto a terceiros, de-
verão ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variação da dívi-
da pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor;
VI – a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e
ao destino dos recursos provenientes da alienação de ativos.
§ 1º No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as operações
intragovernamentais.
§ 2º A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas ca-
berá ao órgão central de contabilidade da União, enquanto não implantado o
conselho de que trata o art. 67.
§ 3º A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a ava-
liação e o acompanhamento da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

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Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho,
a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Fe-
deração relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio
eletrônico de acesso público.
§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Exe-
cutivo da União nos seguintes prazos: (Vide Lei Complementar n. 178, de
2021) (Vigência)
I – Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até
trinta de abril;
II – Estados, até trinta e um de maio.
§ 2º O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até
que a situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transfe-
rências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. (Vide Lei Com-
plementar n. 178, de 2021) (Vigência)

Seção III
Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 da Constituição


abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta
dias após o encerramento de cada bimestre e composto de:
I – balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a
previsão atualizada;
b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exer-
cício, a despesa liquidada e o saldo;
II – demonstrativos da execução das:
a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão ini-
cial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a
realizada no exercício e a previsão a realizar;

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b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa,


discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada
e liquidada, no bimestre e no exercício;
c) despesas, por função e subfunção.
§ 1º Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária cons-
tarão destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas
com amortização da dívida.
§ 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às
sanções previstas no § 2º do art. 51.
Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:
I – apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do
art. 2º, sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final
do exercício;
II – receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;
III – resultados nominal e primário;
IV – despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;
V – Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os
valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.
§ 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompa-
nhado também de demonstrativos:
I – do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição,
conforme o § 3º do art. 32;
II – das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e pró-
prio dos servidores públicos;
III – da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a apli-
cação dos recursos dela decorrentes.
§ 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
I – da limitação de empenho;
II – da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à
sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização
e cobrança.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção IV
Do Relatório de Gestão Fiscal

Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Po-
deres e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:
I – Chefe do Poder Executivo;
II – Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão decisório
equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;
III – Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Adminis-
tração ou órgão decisório equivalente, conforme regimentos internos dos ór-
gãos do Poder Judiciário;
IV – Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas autoridades res-
ponsáveis pela administração financeira e pelo controle interno, bem como por
outras definidas por ato próprio de cada Poder ou órgão referido no art. 20.
Art. 55. O relatório conterá:
I – comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos
seguintes montantes:
a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;
b) dívidas consolidada e mobiliária;
c) concessão de garantias;
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;
II – indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassa-
do qualquer dos limites;
III – demonstrativos, no último quadrimestre:
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:
1) liquidadas;
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das con-
dições do inciso II do art. 41;

700
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da dispo-


nibilidade de caixa;
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos
foram cancelados;
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do
art. 38.
§ 1º O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos incisos II, III e
IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas à alínea a do inciso I, e
os documentos referidos nos incisos II e III.
§ 2º O relatório será publicado até trinta dias após o encerramento do
período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio
eletrônico.
§ 3º O descumprimento do prazo a que se refere o § 2º sujeita o ente à
sanção prevista no § 2º do art. 51.
§ 4º Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser elaborados de
forma padronizada, segundo modelos que poderão ser atualizados pelo con-
selho de que trata o art. 67.

Seção V
Das Prestações de Contas

Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluirão,


além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislati-
vo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, referidos no art. 20, as quais
receberão parecer prévio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas.
(Vide ADIN 2324)
§ 1º As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âmbito:
I – da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribu-
nais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais;
II – dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, consolidando
as dos demais tribunais.

701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será proferido no


prazo previsto no art. 57 pela comissão mista permanente referida no § 1º
do art. 166 da Constituição ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e
municipais. (Vide ADIN 2324)
§ 3º Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação das contas,
julgadas ou tomadas.
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclusivo sobre
as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro não estiver es-
tabelecido nas constituições estaduais ou nas leis orgânicas municipais.
§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais e que tenham menos
de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e oitenta dias.
§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto existirem
contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes de parecer prévio.
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da arrecadação
em relação à previsão, destacando as providências adotadas no âmbito da
fiscalização das receitas e combate à sonegação, as ações de recuperação de
créditos nas instâncias administrativa e judicial, bem como as demais medi-
das para incremento das receitas tributárias e de contribuições.

Seção VI
Da Fiscalização da Gestão Fiscal

Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais


de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Pú-
blico, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, com
ênfase no que se refere a: (Vide ADIN 2324)
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais
de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Pú-
blico fiscalizarão o cumprimento desta Lei Complementar, consideradas as
normas de padronização metodológica editadas pelo conselho de que trata o
art. 67, com ênfase no que se refere a: (Redação dada pela Lei Complemen-
tar n. 178, de 2021)

702
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias;


II – limites e condições para realização de operações de crédito e inscrição
em Restos a Pagar;
III – medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal ao
respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;
IV – providências tomadas, conforme o disposto no art. 31, para recon-
dução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliária aos respectivos
limites;
V – destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos, tendo em
vista as restrições constitucionais e as desta Lei Complementar;
VI – cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais,
quando houver.
§ 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos referidos no
art. 20 quando constatarem:
I – a possibilidade de ocorrência das situações previstas no inciso II do art.
4º e no art. 9º;
II – que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% (no-
venta por cento) do limite;
III – que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das opera-
ções de crédito e da concessão de garantia se encontram acima de 90% (no-
venta por cento) dos respectivos limites;
IV – que os gastos com inativos e pensionistas se encontram acima do
limite definido em lei;
V – fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou
indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
§ 2º Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálculos dos limi-
tes da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão referido no art. 20.
§ 3º O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumprimento do dis-
posto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 39.

703
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CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores àqueles
previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consolidada e mobiliária,
operações de crédito e concessão de garantias.
Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente escriturados
em sistema centralizado de liquidação e custódia, poderão ser oferecidos em
caução para garantia de empréstimos, ou em outras transações previstas em
lei, pelo seu valor econômico, conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despesas de com-
petência de outros entes da Federação se houver:
I – autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;
II – convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.
Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinquenta mil
habitantes optar por:
I – aplicar o disposto no art. 22 e no § 4º do art. 30 ao final do semestre;
II – divulgar semestralmente:
a) (VETADO)
b) o Relatório de Gestão Fiscal;
c) os demonstrativos de que trata o art. 53;
III – elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o Anexo de
Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de diretrizes orçamentárias e
o anexo de que trata o inciso I do art. 5º a partir do quinto exercício seguinte
ao da publicação desta Lei Complementar.
§ 1º A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser realizada em
até trinta dias após o encerramento do semestre.
§ 2º Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com pessoal ou
à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, o Município ficará su-
jeito aos mesmos prazos de verificação e de retorno ao limite definidos para
os demais entes.

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Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação financeira aos


Municípios para a modernização das respectivas administrações tributária,
financeira, patrimonial e previdenciária, com vistas ao cumprimento das nor-
mas desta Lei Complementar.
§ 1º A assistência técnica consistirá no treinamento e desenvolvimento
de recursos humanos e na transferência de tecnologia, bem como no apoio
à divulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 em meio eletrônico de
amplo acesso público.
§ 2º A cooperação financeira compreenderá a doação de bens e valores, o
financiamento por intermédio das instituições financeiras federais e o repasse
de recursos oriundos de operações externas.
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso
Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese
dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:
I – serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições estabelecidas
nos arts. 23, 31 e 70;
II – serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a limitação
de empenho prevista no art. 9º.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de estado de defe-
sa ou de sítio, decretado na forma da Constituição.
§ 1º Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso
Nacional, nos termos de decreto legislativo, em parte ou na integralidade do
território nacional e enquanto perdurar a situação, além do previsto nos inciso
I e II do caput: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – serão dispensados os limites, condições e demais restrições aplicáveis
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como sua ve-
rificação, para: (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
a) contratação e aditamento de operações de crédito; (Incluído pela Lei
Complementar n. 173, de 2020)
b) concessão de garantias; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)

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c) contratação entre entes da Federação; e (Incluído pela Lei Complemen-


tar n. 173, de 2020)
d) recebimento de transferências voluntárias; (Incluído pela Lei Comple-
mentar n. 173, de 2020)
II – serão dispensados os limites e afastadas as vedações e sanções pre-
vistas e decorrentes dos arts. 35, 37 e 42, bem como será dispensado o cum-
primento do disposto no parágrafo único do art. 8º desta Lei Complementar,
desde que os recursos arrecadados sejam destinados ao combate à calamida-
de pública; (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
III – serão afastadas as condições e as vedações previstas nos arts. 14, 16
e 17 desta Lei Complementar, desde que o incentivo ou benefício e a criação
ou o aumento da despesa sejam destinados ao combate à calamidade públi-
ca. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 2º O disposto no § 1º deste artigo, observados os termos estabelecidos
no decreto legislativo que reconhecer o estado de calamidade pública: (Inclu-
ído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
I – aplicar-se-á exclusivamente: (Incluído pela Lei Complementar n. 173,
de 2020)
a) às unidades da Federação atingidas e localizadas no território em que
for reconhecido o estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional e
enquanto perdurar o referido estado de calamidade; (Incluído pela Lei Com-
plementar n. 173, de 2020)
b) aos atos de gestão orçamentária e financeira necessários ao atendi-
mento de despesas relacionadas ao cumprimento do decreto legislativo; (In-
cluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
II – não afasta as disposições relativas a transparência, controle e fiscali-
zação. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)
§ 3º No caso de aditamento de operações de crédito garantidas pela União
com amparo no disposto no § 1º deste artigo, a garantia será mantida, não
sendo necessária a alteração dos contratos de garantia e de contragarantia
vigentes. (Incluído pela Lei Complementar n. 173, de 2020)

706
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Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão duplicados no


caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) na-
cional, regional ou estadual por período igual ou superior a quatro trimestres.
§ 1º Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real acumulada
do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), no período correspon-
dente aos quatro últimos trimestres.
§ 2º A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Instituto Brasi-
leiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a substituí-la, adotada
a mesma metodologia para apuração dos PIB nacional, estadual e regional.
§ 3º Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as medidas previs-
tas no art. 22.
§ 4º Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na condução das
políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado Federal, o prazo re-
ferido no caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatro quadrimestres.
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da po-
lítica e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de
gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e esferas
de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas representativas da
sociedade, visando a:
I – harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
II – disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na aloca-
ção e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do
endividamento e na transparência da gestão fiscal;
III – adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização
das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal
de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os
pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;
IV – divulgação de análises, estudos e diagnósticos.

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§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação


e reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados
meritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a
prática de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.
§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do conselho.
Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo do Re-
gime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da Previdência e
Assistência Social, com a finalidade de prover recursos para o pagamento dos
benefícios do regime geral da previdência social.
§ 1º O Fundo será constituído de:
I – bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacional do Se-
guro Social não utilizados na operacionalização deste;
II – bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados ou que
lhe vierem a ser vinculados por força de lei;
III – receita das contribuições sociais para a seguridade social, previstas
na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Constituição;
IV – produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou jurídica em
débito com a Previdência Social;
V – resultado da aplicação financeira de seus ativos;
VI – recursos provenientes do orçamento da União.
§ 2º O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, na for-
ma da lei.
Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir regime pró-
prio de previdência social para seus servidores conferir-lhe-á caráter contri-
butivo e o organizará com base em normas de contabilidade e atuária que
preservem seu equilíbrio financeiro e atuarial.
Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total com pes-
soal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Complementar estiver
acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 deverá enquadrar-se no

708
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respectivo limite em até dois exercícios, eliminando o excesso, gradualmente,


à razão de, pelo menos, 50% a.a. (cinquenta por cento ao ano), mediante a
adoção, entre outras, das medidas previstas nos arts. 22 e 23.
Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no prazo fixado,
sujeita o ente às sanções previstas no § 3º do art. 23.
Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Constituição, até
o término do terceiro exercício financeiro seguinte à entrada em vigor desta
Lei Complementar, a despesa total com pessoal dos Poderes e órgãos referi-
dos no art. 20 não ultrapassará, em percentual da receita corrente líquida, a
despesa verificada no exercício imediatamente anterior, acrescida de até 10%
(dez por cento), se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e órgãos referi-
dos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da receita corrente líquida,
a do exercício anterior à entrada em vigor desta Lei Complementar, até o tér-
mino do terceiro exercício seguinte.
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão pu-
nidas segundo o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal); a Lei n. 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto-Lei n. 201, de 27 de
fevereiro de 1967; a Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais normas
da legislação pertinente.
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é
parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão com-
petente do Ministério Público o descumprimento das prescrições estabelecidas
nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cumprimento
das determinações dispostas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48
e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar
n. 131, de 2009).

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II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (cinquenta


mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei Complementar n. 131,
de 2009).
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000 (cinquen-
ta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão contados a
partir da data de publicação da lei complementar que introduziu os dispositi-
vos referidos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar n. 131,
de 2009).
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos
no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo
único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do
§ 3º do art. 23. (Incluído pela Lei Complementar n. 131, de 2009).
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação.
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar n. 96, de 31 de maio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179º da Independência e 112º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Pedro Malan
Martus Tavares

Este texto não substitui o publicada no DOU de 5.5.2000

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CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL: LEI N. 5.172, DE 25


DE OUTUBRO DE 1966

Denominado Código Tributário Nacional


Vigência
(Vide Decreto-lei n. 82, de 1966)
(Vide Decreto n. 6.306, de 2007)
Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de
direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de
1º de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fun-
damento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal as normas gerais de
direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou
regulamentar.

LIVRO PRIMEIRO
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Cons-


titucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções
do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis fede-
rais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,

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instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente


vinculada.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

TÍTULO II
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º A atribuição constitucional de competência tributária compreende


a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Consti-
tuição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito
Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em
parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência
legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das fun-
ções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos
ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que
competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral
da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.

712
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Art. 8º O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa


jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atri-
buído.

CAPÍTULO II
LIMITAÇÕES DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municí-


pios:
I – instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado,
quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65;
II – cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei poste-
rior à data inicial do exercício financeiro a que corresponda;
III – estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas
ou mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais;
IV – cobrar imposto sobre:
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos
fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar n.
104, de 2001)
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e
livros.
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades
nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter

713
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na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecurató-


rios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.
§ 2º O disposto na alínea a do inciso IV aplica-se, exclusivamente, aos
serviços próprios das pessoas jurídicas de direito público a que se refere este
artigo, e inerentes aos seus objetivos.
Art. 10. É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo
o território nacional, ou que importe distinção ou preferência em favor de de-
terminado Estado ou Município.
Art. 11. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios esta-
belecer diferença tributária entre bens de qualquer natureza, em razão da sua
procedência ou do seu destino.

Seção II
Disposições Especiais

Art. 12. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º, observado o dis-


posto nos seus §§ 1º e 2º, é extensivo às autarquias criadas pela União, pe-
los Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, tão somente no que se
refere ao patrimônio, à renda ou aos serviços vinculados às suas finalidades
essenciais, ou delas decorrentes.
Art. 13. O disposto na alínea a do inciso IV do artigo 9º não se aplica aos
serviços públicos concedidos, cujo tratamento tributário é estabelecido pelo
poder concedente, no que se refere aos tributos de sua competência, ressal-
vado o que dispõe o parágrafo único.
Parágrafo único. Mediante lei especial e tendo em vista o interesse co-
mum, a União pode instituir isenção de tributos federais, estaduais e munici-
pais para os serviços públicos que conceder, observado o disposto no § 1º do
artigo 9º.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à
observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:

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I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas ren-


das, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp n. 104, de 2001)
II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção
dos seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros reves-
tidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do ar-
tigo 9º, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são
exclusivamente, os diretamente relacionados com os objetivos institucionais
das entidades de que trata este artigo, previstos nos respectivos estatutos ou
atos constitutivos.
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode insti-
tuir empréstimos compulsórios:
I – guerra externa, ou sua iminência;
II – calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender
com os recursos orçamentários disponíveis;
III – conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as
condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta
Lei.

TÍTULO III
IMPOSTOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.

715
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Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são ex-


clusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações
nele previstas.
Art. 18. Compete:
I – à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos
Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente,
os atribuídos a estes;
II – ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir,
cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.

CAPÍTULO II
IMPOSTOS SOBRE O COMÉRCIO EXTERIOR

Seção I
Impostos sobre a Importação

Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de


produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território
nacional.
Art. 20. A base de cálculo do imposto é:
I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela
lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou
seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições
de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto
no País;
III – quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a lei-
lão, o preço da arrematação.
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabeleci-
dos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

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Art. 22. Contribuinte do imposto é:


I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados.

Seção II
Imposto sobre a Exportação

Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o


estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato gerador
a saída destes do território nacional.
Art. 24. A base de cálculo do imposto é:
I – quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela
lei tributária;
II – quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou
seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições
de livre concorrência.
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como
efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos dire-
tamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas efetuadas
a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo do financia-
mento.
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do
preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de acor-
do com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos.
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabeleci-
dos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele equi-
parar.
Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas
monetárias, na forma da lei.

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CAPÍTULO III
IMPOSTOS SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA

Seção I
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural

Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade terri-


torial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse
de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona
urbana do Município.
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário.
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Seção II
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade


predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio
útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como defi-
nido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a defini-
da em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhora-
mentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos
ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribui-
ção domiciliar;

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V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três)


quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos com-
petentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que
localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o
valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no
imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou como-
didade.
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do
seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.

Seção III
Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles
Relativos

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de


bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:
I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de
bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, ex-
ceto os direitos reais de garantia;
III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I
e II.
Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos ge-
radores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.
Art. 36. Ressalvado o disposto no artigo seguinte, o imposto não incide
sobre a transmissão dos bens ou direitos referidos no artigo anterior:

719
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I – quando efetuada para sua incorporação ao patrimônio de pessoa jurí-


dica em pagamento de capital nela subscrito;
II – quando decorrente da incorporação ou da fusão de uma pessoa jurí-
dica por outra ou com outra.
Parágrafo único. O imposto não incide sobre a transmissão aos mesmos
alienantes, dos bens e direitos adquiridos na forma do inciso I deste artigo,
em decorrência da sua desincorporação do patrimônio da pessoa jurídica a
que foram conferidos.
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa jurí-
dica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou locação de
propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à sua aquisição.
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida neste
artigo quando mais de 50% (cinquenta por cento) da receita operacional da
pessoa jurídica adquirente, nos 2 (dois) anos anteriores e nos 2 (dois) anos
subsequentes à aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a aqui-
sição, ou menos de 2 (dois) anos antes dela, apurar-se-á a preponderância
referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 (três) primeiros anos
seguintes à data da aquisição.
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á devido
o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o valor do
bem ou direito nessa data.
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou di-
reitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do patrimônio da
pessoa jurídica alienante.
Art. 38. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos
transmitidos.
Art. 39. A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em reso-
lução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota

720
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mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação.


(Vide Ato Complementar n. 27, de 1966)
Art. 40. O montante do imposto é dedutível do devido à União, a título
do imposto de que trata o artigo 43, sobre o provento decorrente da mesma
transmissão.
Art. 41. O imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido,
ou sobre que versarem os direitos cedidos, mesmo que a mutação patrimo-
nial decorra de sucessão aberta no estrangeiro.
Art. 42. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tribu-
tada, como dispuser a lei.

Seção IV
Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos


de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos;
II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da
origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade,
para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp n.
104, de 2001)
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis.

721
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Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se


refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor,
a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos pro-
ventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e
recolhimento lhe caibam.

CAPÍTULO IV
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO E A CIRCULAÇÃO

Seção I
Imposto sobre Produtos Industrializados

Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industriali-


zados tem como fato gerador:
I – o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;
II – a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único
do artigo 51;
III – a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a
leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializa-
do o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifi-
que a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.
Art. 47. A base de cálculo do imposto é:
I – no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no
inciso II do artigo 20, acrescido do montante:
a) do imposto sobre a importação;
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País;
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele
exigíveis;
II – no caso do inciso II do artigo anterior:

722
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a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria;


b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente;
III – no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação.
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos.
Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o mon-
tante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o
imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativa-
mente aos produtos nele entrados.
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do
contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes.
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para
outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de nota
fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além dos
elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à elabora-
ção da estatística do comércio por cabotagem e demais vias internas.
Art. 51. Contribuinte do imposto é:
I – o importador ou quem a lei a ele equiparar;
II – o industrial ou quem a lei a ele equiparar;
III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos
contribuintes definidos no inciso anterior;
IV – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a
leilão.
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante
ou arrematante.

Seção II
Imposto Estadual sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias

Arts. 52 a 58. (Revogados pelo Decreto-lei n. 406, de 1968)

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Seção III
Imposto Municipal sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias

Arts. 59 a 62 (Revogados pelo Ato Complementar n. 31, de 1966)

Seção IV
Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações
Relativas a Títulos e Valores Mobiliários

Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito,


câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários
tem como fato gerador:
I – quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua
colocação à disposição do interessado;
II – quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua
colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda es-
trangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este;
III – quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma
da lei aplicável;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emis-
são, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso
IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título
representativo de uma mesma operação de crédito.
Art. 64. A base de cálculo do imposto é:
I – quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreen-
dendo o principal e os juros;

724
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II – quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda


nacional, recebido, entregue ou posto à disposição;
III – quanto às operações de seguro, o montante do prêmio;
IV – quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários:
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver;
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em
Bolsa, como determinar a lei;
c) no pagamento ou resgate, o preço.
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabeleci-
dos em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de
ajustá-lo aos objetivos da política monetária.
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tribu-
tada, como dispuser a lei.
Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas
monetárias, na forma da lei.

Seção V
Imposto sobre Serviços de Transportes e Comunicações

Art. 68. O imposto, de competência da União, sobre serviços de transpor-


tes e comunicações tem como fato gerador:
I – a prestação do serviço de transporte, por qualquer via, de pessoas,
bens, mercadorias ou valores, salvo quando o trajeto se contenha inteira-
mente no território de um mesmo Município;
II – a prestação do serviço de comunicações, assim se entendendo a
transmissão e o recebimento, por qualquer processo, de mensagens escritas,
faladas ou visuais, salvo quando os pontos de transmissão e de recebimento
se situem no território de um mesmo Município e a mensagem em curso não
possa ser captada fora desse território.
Art. 69. A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.
Art. 70. Contribuinte do imposto é o prestador do serviço.

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Seção VI
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza

Arts. 71 a 73 (Revogados pelo Decreto-lei n. 406, de 1968)

CAPÍTULO V
IMPOSTOS ESPECIAIS

Seção I
Imposto sobre Operações Relativas a Combustíveis, Lubrificantes,
Energia Elétrica e Minerais do País

Art. 74. O imposto, de competência da União, sobre operações relativas a


combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais do País tem como fato
gerador:
I – a produção, como definida no artigo 46 e seu parágrafo único;
II – a importação, como definida no artigo 19;
III – a circulação, como definida no artigo 52;
IV – a distribuição, assim entendida a colocação do produto no estabele-
cimento consumidor ou em local de venda ao público;
V – o consumo, assim entendida a venda do produto ao público.
§ 1º Para os efeitos deste imposto a energia elétrica considera-se produto
industrializado.
§ 2º O imposto incide, uma só vez sobre uma das operações previstas
em cada inciso deste artigo, como dispuser a lei, e exclui quaisquer outros
tributos, sejam quais forem sua natureza ou competência, incidentes sobre
aquelas operações.
Art. 75. A lei observará o disposto neste Título relativamente:
I – ao imposto sobre produtos industrializados, quando a incidência seja
sobre a produção ou sobre o consumo;

726
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II – ao imposto sobre a importação, quando a incidência seja sobre essa


operação;
III – ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias,
quando a incidência seja sobre a distribuição.

Seção II
Impostos Extraordinários

Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir,


temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os
referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco
anos, contados da celebração da paz.

TÍTULO IV
TAXAS

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Fede-
ral ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idên-
ticos aos que correspondam a impôsto nem ser calculada em função do capi-
tal das emprêsas. (Vide Ato Complementar n. 34, de 1967)
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública
que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prá-
tica de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de conces-
são ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar n. 31, de 1966)

727
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia


quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável,
com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha
como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam pos-
tos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funciona-
mento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas
de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por par-
te de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se
compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as
Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas
pessoas de direito público.

TÍTULO V
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,


pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atri-
buições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes
requisitos mínimos:

728
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I – publicação prévia dos seguintes elementos:


a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contri-
buição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para
toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julga-
mento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua
apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da
parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis
situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais
de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser
notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu paga-
mento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.

TÍTULO VI
DISTRIBUIÇÕES DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 83. Sem prejuízo das demais disposições deste Título, os Estados


e Municípios que celebrem com a União convênios destinados a assegurar
ampla e eficiente coordenação dos respectivos programas de investimentos
e serviços públicos, especialmente no campo da política tributária, poderão

729
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participar de até 10% (dez por cento) da arrecadação efetuada, nos respecti-
vos territórios, proveniente do imposto referido no artigo 43, incidente sobre
o rendimento das pessoas físicas, e no artigo 46, excluído o incidente sobre o
fumo e bebidas alcoólicas.
Parágrafo único. O processo das distribuições previstas neste artigo será
regulado nos convênios nele referidos.
Art. 84. A lei federal pode cometer aos Estados, ao Distrito Federal ou aos
Municípios o encargo de arrecadar os impostos de competência da União cujo
produto lhes seja distribuído no todo ou em parte.
Parágrafo único. O disposto neste artigo, aplica-se à arrecadação dos im-
postos de competência dos Estados, cujo produto estes venham a distribuir,
no todo ou em parte, aos respectivos Municípios.

CAPÍTULO II
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL E SOBRE
A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA

Art. 85. Serão distribuídos pela União:


I – aos Municípios da localização dos imóveis, o produto da arrecadação
do imposto a que se refere o artigo 29;
II – aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, o produto da arre-
cadação, na fonte, do imposto a que se refere o artigo 43, incidente sobre
a renda das obrigações de sua dívida pública e sobre os proventos dos seus
servidores e dos de suas autarquias.
§ 1º Independentemente de ordem das autoridades superiores e sob pena
de demissão, as autoridades arrecadadoras dos impostos a que se refere este
artigo farão entrega, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, das
importâncias recebidas, à medida que forem sendo arrecadadas, em prazo
não superior a 30 (trinta) dias, a contar da data de cada recolhimento.
§ 2º A lei poderá autorizar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a
incorporar definitivamente à sua receita o produto da arrecadação do impos-

730
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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to a que se refere o inciso II, estipulando as obrigações acessórias a serem


cumpridas por aqueles no interesse da arrecadação, pela União, do imposto a
ela devido pelos titulares da renda ou dos proventos tributados.
§ 3º A lei poderá dispor que uma parcela, não superior a 20% (vinte por
cento), do imposto de que trata o inciso I seja destinada ao custeio do res-
pectivo serviço de lançamento e arrecadação. (Suspensa a execução pela RSF n. 337,
de 1983)

CAPÍTULO III
FUNDOS DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS E DOS MUNICÍPIOS

SEÇÃO I
Constituição dos Fundos

Art. 86. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção


de efeito)
Art. 87. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção
de efeito)

SEÇÃO II
Critério de Distribuição do Fundo de Participação dos Estados

Art. 88. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção


de efeito)
Art. 89. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção
de efeito)
Art. 90. O fator representativo do inverso da renda per capita, a que se
refere o inciso II do artigo 88, será estabelecido da seguinte forma:

Inverso do índice relativo à renda per capita da entidade Fator


participante:
Até 0,0045............................................................... 0,4

731
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Acima de 0,0045 até 0,0055..................................... 0,5


Acima de 0,0055 até 0,0065..................................... 0,6
Acima de 0,0065 até 0,0075..................................... 0,7
Acima de 0,0075 até 0,0085..................................... 0,8
Acima de 0,0085 até 0,0095..................................... 0,9
Acima de 0,0095 até 0,0110..................................... 1,0
Acima de 0,0110 até 0,0130..................................... 1,2
Acima de 0,0130 até 0,0150..................................... 1,4
Acima de 0,0150 até 0,0170..................................... 1,6
Acima de 0,0170 até 0,0190..................................... 1,8
Acima de 0,0190 até 0,0220..................................... 2,0
Acima de 0,220........................................................ 2,5

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, determina-se o índice rela-


tivo à renda per capita de cada entidade participante, tomando-se como 100
(cem) a renda per capita média do País.

Seção III
Critério de Distribuição do Fundo de Participação dos Municípios

Art. 91. Do Fundo de Participação dos Municípios a que se refere o art.


86, serão atribuídos: (Redação dada pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)
I – 10% (dez por cento) aos Municípios das Capitais dos Estados; (Reda-
ção dada pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)
II – 90% (noventa por cento) aos demais Municípios do País. (Redação
dada pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)
§ 1º A parcela de que trata o inciso I será distribuída proporcionalmente a
um coeficiente individual de participação, resultante do produto dos seguintes
fatôres: (Redação dada pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)
a) fator representativo da população, assim estabelecido: (Redação dada
pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)

732
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Percentual da População de cada Município em relação à do conjunto das


Capitais:
Fator:
Até 2%......................................................................................... 2
Mais de 2% até 5%:
Pelos primeiros 2%......................................................................... 2
Cada 0,5% ou fração excedente, mais............................................. 0,5
Mais de 5%................................................................................... 5
b) Fator representativo do inverso da renda per capita do respectivo Es-
tado, de conformidade com o disposto no art. 90. (Redação dada pelo Ato
Complementar n. 35, de 1967)
§ 2º - A distribuição da parcela a que se refere o item II deste artigo, de-
duzido o percentual referido no artigo 3º do Decreto-lei que estabelece a re-
dação deste parágrafo, far-se-á atribuindo-se a cada Município um coeficiente
individual de participação determinado na forma seguinte: (Redação dada
pelo Decreto Lei n. 1.881, de 1981) (Vide Lei Complementar n. 91, de 1997)

Categoria do Município, segundo seu número de habitantes Coeficiente


a) Até 16.980
Pelos primeiros 10.188 0,6
Para cada 3.396, ou fração excedente, mais 0,2
b) Acima de 16.980 até 50.940
Pelos primeiros 16.980 1,0
Para cada 6.792 ou fração excedente, mais 0,2
c) Acima de 50.940 até 101,880
Pelos primeiros 50.940 2,0
Para cada 10.188 ou fração excedente, mais 0,2
d) Acima de 101.880 até 156.216
Pelos primeiros 101.880 3,0
Para cada 13.584 ou fração excedente, mais 0,2
e) Acima de 156.216 4,0

733
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 3º Para os efeitos deste artigo, consideram-se os municípios regular-


mente instalados, fazendo-se a revisão das quotas anualmente, a partir de
1989, com base em dados oficiais de população produzidos pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 59, de 1988)
§§ 4º e 5º (Revogados pela Lei Complementar n. 91, de 1997)

Seção IV
Cálculo e Pagamento das Quotas Estaduais e Municipais

Art. 92. O Tribunal de Contas da União comunicará ao Banco do Brasil


S.A., conforme os prazos a seguir especificados, os coeficientes individuais de
participação nos fundos previstos no art. 159, inciso I, alíneas “a”, “b” e “d”, da Consti-
tuição Federal que prevalecerão no exercício subsequente: (Redação dada pela
Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção de efeito) (Vide Lei Comple-
mentar n. 143, de 2013)
I  – até o último dia útil do mês de março de cada exercício financeiro,
para cada Estado e para o Distrito Federal; (Incluído pela Lei Complementar
n. 143, de 2013) (Produção de efeito)
II – até o último dia útil de cada exercício financeiro, para cada Município.
(Incluído pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção de efeito)
Parágrafo único. Far-se-á nova comunicação sempre que houver, transcor-
rido o prazo fixado no inciso I do caput, a criação de novo Estado a ser im-
plantado no exercício subsequente. (Incluído pela Lei Complementar n. 143,
de 2013) (Produção de efeito)
Art. 93. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção
de efeito)

SEÇÃO V
Comprovação da Aplicação das Quotas Estaduais e Municipais

Art. 94. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção


de efeito)

734
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO IV
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A COMBUSTÍVEIS, LU-
BRIFICANTES, ENERGIA ELÉTRICA E MINERAIS DO PAÍS

Art. 95. (Revogado pela Lei Complementar n. 143, de 2013) (Produção


de efeito)
Parágrafo único. (Revogado pelo Ato Complementar n. 35, de 1967)

LIVRO SEGUNDO
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO

TÍTULO I
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Disposição Preliminar

Art. 96. A expressão “legislação tributária” compreende as leis, os trata-


dos e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares
que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes.

Seção II
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;

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II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos


artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalva-
do o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributá-
rios, ou de dispensa ou redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modifi-
cam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobre-
venha.
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis
em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das
regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Seção III
Normas Complementares

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das con-
venções internacionais e dos decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição adminis-
trativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

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IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito


Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui
a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.

CAPÍTULO II
VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-


-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalva-
do o previsto neste Capítulo.
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que
lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do
que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data
da sua publicação;
II – as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus
efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III – os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles
prevista.
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos
sobre o patrimônio ou a renda:
I – que instituem ou majoram tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de ma-
neira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

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CAPÍTULO III
APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos ge-


radores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência
tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída
a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação
ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em
falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vi-
gente ao tempo da sua prática.

CAPÍTULO IV
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto


neste Capítulo.
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indi-
cada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo
não previsto em lei.

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§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do paga-


mento de tributo devido.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa
da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas,
mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o
alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, ex-
pressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos
Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias.
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha
sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalida-
des, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida
quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou
extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

TÍTULO II
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

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§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por


objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se junta-
mente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por ob-
jeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da ar-
recadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, con-
verte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

CAPÍTULO II
FATO GERADOR

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei


como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não
configure obrigação principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o
fato gerador e existentes os seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se veri-
fiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja de-
finitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos
ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência
do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obri-
gação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição
de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se
perfeitos e acabados:

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I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;


II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou
da celebração do negócio.
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuin-
tes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos
seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

CAPÍTULO III
SUJEITO ATIVO

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público,


titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito
público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subro-
ga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em
vigor a sua própria.

CAPÍTULO IV
SUJEITO PASSIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao


pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua
obrigação decorra de disposição expressa de lei.

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Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às


prestações que constituam o seu objeto.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particula-
res, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser
opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo
das obrigações tributárias correspondentes.

Seção II
Solidariedade

Art. 124. São solidariamente obrigadas:


I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o
fato gerador da obrigação principal;
II – as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta bene-
fício de ordem.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos
da solidariedade:
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade
quanto aos demais pelo saldo;
III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados,
favorece ou prejudica aos demais.

Seção III
Capacidade Tributária

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I – da capacidade civil das pessoas naturais;

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II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem priva-


ção ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais,
ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que
configure uma unidade econômica ou profissional.

Seção IV
Domicílio Tributário

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domi-


cílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal:
I – quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta
incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II – quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais,
o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à
obrigação, o de cada estabelecimento;
III – quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas re-
partições no território da entidade tributante.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos
incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte
ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou
fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando
impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplican-
do-se então a regra do parágrafo anterior.

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CAPÍTULO V
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Seção I
Disposição Geral

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de


modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa,
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabili-
dade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumpri-
mento total ou parcial da referida obrigação.

Seção II
Responsabilidade dos Sucessores

Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributá-
rios definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos
nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde
que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador
seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim
os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a
contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquiren-
tes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação
ocorre sobre o respectivo preço.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos
ou remidos; (Redação dada pelo Decreto Lei n. 28, de 1966)

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II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos


pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabi-
lidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura
da sucessão.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, trans-
formação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos
devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusiona-
das, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção
de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva
atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio,
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial
ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão
social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fun-
do ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indús-
tria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração
ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade
no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de aliena-
ção judicial: (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
II  – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação
judicial.(Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)

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§ 2º Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo quando o adquirente


for: (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade
controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(Incluído pela Lcp
n. 118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguí-
neo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de
seus sócios; ou (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
III  – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação
judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Incluído pela Lcp n.
118, de 2005)
§ 3º Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empre-
sa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à
disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data
de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp
n. 118, de 2005)

Seção III
Responsabilidade de Terceiros

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da


obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este
nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I – os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II – os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou
curatelados;
III – os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por
estes;
IV – o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;

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V – o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou


pelo concordatário;
VI – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tribu-
tos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do
seu ofício;
VII – os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de pe-
nalidades, às de caráter moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes
a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de pode-
res ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I – as pessoas referidas no artigo anterior;
II – os mandatários, prepostos e empregados;
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de di-
reito privado.

Seção IV
Responsabilidade por Infrações

Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por


infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do res-
ponsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I – quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contraven-
ções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, manda-
to, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida
por quem de direito;
II – quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja
elementar;
III – quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo
específico:

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a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respon-
dem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes,
preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direi-
to privado, contra estas.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da in-
fração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos
juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade admi-
nistrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada
após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscaliza-
ção, relacionados com a infração.

TÍTULO III
CRÉDITO TRIBUTÁRIO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mes-


ma natureza desta.
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua ex-
tensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou
que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu
origem.
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se mo-
difica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos
previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de
responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas
garantias.

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CAPÍTULO II
CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I
Lançamento

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir


o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento ad-
ministrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tri-
buto devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conver-
são em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da
obrigação.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador
da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente mo-
dificada ou revogada.
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrên-
cia do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração
ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das auto-
ridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privi-
légios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por pe-
ríodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data
em que o fato gerador se considera ocorrido.

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Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só


pode ser alterado em virtude de:
I – impugnação do sujeito passivo;
II – recurso de ofício;
III – iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos
no artigo 149.
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela auto-
ridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetiva-
da, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido
posteriormente à sua introdução.

Seção II
Modalidades de Lançamento

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito


passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária,
presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indis-
pensáveis à sua efetivação.
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quan-
do vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação
do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão
retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão
daquela.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em con-
sideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a
autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou
preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo

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ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação,


avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade ad-
ministrativa nos seguintes casos:
I – quando a lei assim o determine;
II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo
e na forma da legislação tributária;
III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado decla-
ração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da
legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade
administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a
juízo daquela autoridade;
IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obriga-
tória;
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legal-
mente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de ter-
ceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por
ocasião do lançamento anterior;
IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou
falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autori-
dade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto
não extinto o direito da Fazenda Pública.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a


referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo ex-
tingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lança-
mento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à
homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à ex-
tinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, conside-
rados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição
de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazen-
da Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.

CAPÍTULO III
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


I – moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do
processo tributário administrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

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V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras


espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das
obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja
suspenso, ou dela consequentes.

Seção II
Moratória

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:


I – em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tribu-
to a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos
tributos de competência federal e às obrigações de direito privado;
II – em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa,
desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior.
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expres-
samente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa
jurídica de direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria
de sujeitos passivos.
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisi-
tos:
I – o prazo de duração do favor;
II – as condições da concessão do favor em caráter individual;
III – sendo caso:

753
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a) os tributos a que se aplica;


b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se
refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de con-
cessão em caráter individual.
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente
abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho
que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato
regularmente notificado ao sujeito passivo.

Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou

simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.


Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito
adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado
não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou dei-
xou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito
acrescido de juros de mora:
I – com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação
do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele;
II – sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre
a concessão da moratória e sua revogação não se computa para efeito da
prescrição do direito à cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo,
a revogação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabe-
lecidas em lei específica. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
§ 1º Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tri-
butário não exclui a incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp n. 104,
de 2001)

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§ 2º Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta


Lei, relativas à moratória. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
§ 3º Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos crédi-
tos tributários do devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp n. 118,
de 2005)
§ 4º  A inexistência da lei específica a que se refere o § 3º deste artigo
importa na aplicação das leis gerais de parcelamento do ente da Federação
ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste caso, ser o prazo de
parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela
Lcp n. 118, de 2005)

CAPÍTULO IV
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I
Modalidades de Extinção

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão de depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos ter-
mos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do
artigo 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado.

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XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições es-


tabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001) (Vide Lei n. 13.259,
de 2016)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou par-
cial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constitui-
ção, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

Seção II
Pagamento

Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do


crédito tributário.
Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pa-
gamento:
I – quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II – quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros
tributos.
Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o paga-
mento é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.
Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento,
o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera
o sujeito passivo notificado do lançamento.
Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela ante-
cipação do pagamento, nas condições que estabeleça.
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de
juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da
imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de
garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calcula-
dos à taxa de um por cento ao mês.

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§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta for-


mulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.
Art. 162. O pagamento é efetuado:
I – em moeda corrente, cheque ou vale postal;
II – nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por
processo mecânico.
§ 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o
pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou
mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.
§ 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o res-
gate deste pelo sacado.
§ 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutili-
zação regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150.
§ 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por
esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamen-
te previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputá-
vel à autoridade administrativa.
§ 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se
ao pagamento em estampilha.
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do
mesmo sujeito passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público,
relativos ao mesmo ou a diferentes tributos ou provenientes de penalidade
pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para
receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecidas as se-
guintes regras, na ordem em que enumeradas:
I – em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo
lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
II – primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por
fim aos impostos;
III – na ordem crescente dos prazos de prescrição;

757
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IV – na ordem decrescente dos montantes.


Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicial-
mente pelo sujeito passivo, nos casos:
I – de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II – de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências admi-
nistrativas sem fundamento legal;
III – de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se
propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado
e a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Seção III
Pagamento Indevido

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio


protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade
do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguin-
tes casos:
I – cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que
o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circuns-
tâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;
II  – erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota
aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência
de qualquer documento relativo ao pagamento;
III – reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

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Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza,


transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem
prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a
terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la.
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição,
na mesma proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo
as referentes a infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da
restituição.
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do
trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar.
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do
prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I – nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do
crédito tributário; (Vide art 3 da LCp n. 118, de 2005)
II – na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar de-
finitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que
tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão adminis-
trativa que denegar a restituição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação
judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada.

Seção IV
Demais Modalidades de Extinção

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou


cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar
a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, venci-
dos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto
n. 7.212, de 2010)

759
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Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei deter-


minará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não po-
dendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1%
(um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação
e a do vencimento.
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tri-
buto, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em
julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos
ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante con-
cessões mútuas, importe em determinação de litígio e consequente extinção
de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a
transação em cada caso.
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder,
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário,
atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria
de fato;
III – à diminuta importância do crédito tributário;
IV – a considerações de equidade, em relação com as características pes-
soais ou materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade
tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adqui-
rido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário ex-
tingue-se após 5 (cinco) anos, contados:

760
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I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento po-


deria ter sido efetuado;
II – da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se defini-
tivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que
tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao su-
jeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco
anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Re-
dação dada pela Lcp n. 118, de 2005)
II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.

CAPÍTULO V
EXCLUSÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I – a isenção;
II – a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumpri-
mento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo
crédito seja excluído, ou dela consequente.

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Seção II
Isenção

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre de-


corrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua
concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do ter-
ritório da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
I – às taxas e às contribuições de melhoria;
II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer
tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei
Complementar n. 24, de 1975)
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada,
em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento
com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despa-
cho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período,
cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período
para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconheci-
mento da isenção.
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplican-
do-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

762
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Seção III
Anistia

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas ante-


riormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I – aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que,
mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simula-
ção pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II – salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio en-
tre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I – em caráter geral;
II – limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a
conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade admi-
nistrativa.
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada,
em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento
com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adqui-
rido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

763
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CAPÍTULO VI
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédi-


to tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em
função da natureza ou das características do tributo a que se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário
não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda.
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens,
que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a
totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito
passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real
ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da
constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas
que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda
Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.(Reda-
ção dada pela Lcp n. 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de te-
rem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total paga-
mento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp n. 118, de 2005)
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não
pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontra-
dos bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens
e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio eletrônico,
aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens,
especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras

764
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do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de


suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp n. 118,
de 2005)
§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao
valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento da
indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. (Incluído
pela Lcp n. 118, de 2005)
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata
o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada
dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. (Incluído pela
Lcp n. 118, de 2005)

Seção II
Preferências

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes
da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp
n. 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às
importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos
créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela
Lcp n. 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos
créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp n. 118,
de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluí-
do pela Lcp n. 118, de 2005)

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Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concur-


so de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata,
inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp n. 118, de 2005)
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pes-
soas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I – União;
II – Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III – Municípios, conjuntamente e pró rata.
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos
geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp
n. 118, de 2005)
§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo
competente, mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito
e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a garantia da instância por
outra forma, ouvido, quanto à natureza e valor dos bens reservados, o repre-
sentante da Fazenda Pública interessada.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata.
Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados
em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos
tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exi-
gíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento.
Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na forma
do disposto no § 1º do artigo anterior.
Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos
tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito pri-
vado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.
Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação de
todos os tributos. (Redação dada pela Lcp n. 118, de 2005)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da apresenta-


ção da prova de quitação de todos os tributos, observado o disposto nos arts.
151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp n. 118, de 2005)
Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação
será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos aos bens
do espólio, ou às suas rendas.
Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum depar-
tamento da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal,
ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou aceitará proposta
em concorrência pública sem que o contratante ou proponente faça prova da
quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos
à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

TÍTULO IV
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

CAPÍTULO I
FISCALIZAÇÃO

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará,


em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de
que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em
matéria de fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pes-
soas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de
imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.
Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quais-
quer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar
mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes
de exibi-los.

767
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal


e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até
que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a
que se refiram.
Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quais-
quer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se
documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que
fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados,
sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em
separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autentica-
da pela autoridade a que se refere este artigo.
Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autorida-
de administrativa todas as informações de que disponham com relação aos
bens, negócios ou atividades de terceiros:
I – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições
financeiras;
III – as empresas de administração de bens;
IV – os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V – os inventariantes;
VI – os síndicos, comissários e liquidatários;
VII – quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão
de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.
Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a presta-
ção de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legal-
mente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, minis-
tério, atividade ou profissão.
Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a di-
vulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação

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obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito


passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou
atividades. (Redação dada pela Lcp n. 104, de 2001)
§ 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no
art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp n. 104, de 2001)
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído
pela Lcp n. 104, de 2001)
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administra-
ção Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo
administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de inves-
tigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração
administrativa. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
§ 2º O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração
Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a en-
trega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que
formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela
Lcp n. 104, de 2001)
§ 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela
Lcp n. 104, de 2001)
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp n. 104, de
2001)
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp n.
104, de 2001)
III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp n. 104, de 2001)
Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização
dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida,
em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em
tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados

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estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Inclu-


ído pela Lcp n. 104, de 2001)
Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o au-
xílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quan-
do vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando
necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que
não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção.

CAPÍTULO II
DÍVIDA ATIVA

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa


natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, de-
pois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final
proferida em processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos
deste artigo, a liquidez do crédito.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autorida-
de competente, indicará obrigatoriamente:
I – o nome do devedor e, sendo caso, o dos corresponsáveis, bem como,
sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III – a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a dis-
posição da lei em que seja fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar
o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a
indicação do livro e da folha da inscrição.
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo an-
terior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do

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processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até
a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, de-
volvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que
somente poderá versar sobre a parte modificada.
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e
liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode
ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a
que aproveite.

CAPÍTULO III
CERTIDÕES NEGATIVAS

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tri-


buto, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de
requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias
à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou atividade
e indique o período a que se refere o pedido.
Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em
que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da
entrada do requerimento na repartição.
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão
de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança
executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja
suspensa.
Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dis-
pensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se
tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito,
respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura
devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações
cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

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Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha


erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que
a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade cri-
minal e funcional que no caso couber.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 209. A expressão “Fazenda Pública”, quando empregada nesta Lei


sem qualificação, abrange a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distri-
to Federal e dos Municípios.
Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contí-
nuos, excluindo-se na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de ven-
cimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente
normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.
Art. 211. Incumbe ao Conselho Técnico de Economia e Finanças, do Mi-
nistério da Fazenda, prestar assistência técnica aos governos estaduais e mu-
nicipais, com o objetivo de assegurar a uniforme aplicação da presente Lei.
Art. 212. Os Poderes Executivos federal, estaduais e municipais expedi-
rão, por decreto, dentro de 90 (noventa) dias da entrada em vigor desta Lei,
a consolidação, em texto único, da legislação vigente, relativa a cada um dos
tributos, repetindo-se esta providência até o dia 31 de janeiro de cada ano.
Art. 213. Os Estados pertencentes a uma mesma região geo-econômica
celebrarão entre si convênios para o estabelecimento de alíquota uniforme
para o imposto a que se refere o artigo 52.
Parágrafo único. Os Municípios de um mesmo Estado procederão igual-
mente, no que se refere à fixação da alíquota de que trata o artigo 60.
Art. 214. O Poder Executivo promoverá a realização de convênios com
os Estados, para excluir ou limitar a incidência do imposto sobre operações
relativas à circulação de mercadorias, no caso de exportação para o exterior.

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Art. 215. A lei estadual pode autorizar o Poder Executivo a reajustar, no


exercício de 1967, a alíquota de imposto a que se refere o artigo 52, dentro
de limites e segundo critérios por ela estabelecidos.
Art. 216. O Poder Executivo proporá as medidas legislativas adequadas a
possibilitar, sem compressão dos investimentos previstos na proposta orça-
mentária de 1967, o cumprimento do disposto no artigo 21 da Emenda Cons-
titucional n. 18, de 1965.
Art. 217. As disposições desta Lei, notadamente as dos arts 17, 74, § 2º
e 77, parágrafo único, bem como a do art. 54 da Lei 5.025, de 10 de junho
de 1966, não excluem a incidência e a exigibilidade: (Incluído pelo Decreto-lei
n. 27, de 1966)
I – da “contribuição sindical”, denominação que passa a ter o imposto sin-
dical de que tratam os arts 578 e seguintes, da Consolidação das Leis do Tra-
balho, sem prejuízo do disposto no art. 16 da Lei 4.589, de 11 de dezembro
de 1964; (Incluído pelo Decreto-lei n. 27, de 1966)
II – das denominadas “quotas de previdência” a que aludem os arts 71 e 74
da Lei 3.807, de 26 de agosto de 1960 com as alterações determinadas pelo art. 34
da Lei 4.863, de 29 de novembro de 1965, que integram a contribuição da
União para a previdência social, de que trata o art. 157, item XVI, da Consti-
tuição Federal; (Incluído pelo Decreto-lei n. 27, de 1966) (Vide Ato Comple-
mentar n. 27, de 1966)
III – da contribuição destinada a constituir o “Fundo de Assistência” e
“Previdência do Trabalhador Rural”, de que trata o art. 158 da Lei 4.214, de 2
de março de 1963; (Incluído pelo Decreto-lei n. 27, de 1966)
IV – da contribuição destinada ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
criada pelo art. 2º da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966; (Incluído pelo
Decreto-lei n. 27, de 1966)
V – das contribuições enumeradas no § 2º do art. 34 da Lei 4.863, de 29
de novembro de 1965, com as alterações decorrentes do disposto nos arts 22

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e 23 da Lei 5.107, de 13 de setembro de 1966, e outras de fins sociais criadas


por lei. (Incluído pelo Decreto-lei n. 27, de 1966)
Art. 218. Esta Lei entrará em vigor, em todo o território nacional, no dia
1º de janeiro de 1967, revogadas as disposições em contrário, especialmente
a Lei n. 854, de 10 de outubro de 1949. (Renumerado do art. 217 pelo Decreto-lei n.
27, de 1966)
Brasília, 25 de outubro de 1966; 145º da Independência e 78º da Repú-
blica.
H. CASTELLO BRANCO
Octavio Bulhões
Carlos Medeiros Silva
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.10.1966 e retificado em
31.10.1966
*

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LEI N. 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990

Mensagem de veto
(Vide Lei n. 9.249, de 1995)
(Vide Decreto n. 3.000, de 1999)
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as rela-
ções de consumo, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA

Seção I
Dos crimes praticados por particulares

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tri-


buto, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes con-
dutas: (Vide Lei n. 9.964, de 10.4.2000)
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendá-
rias;
II  – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou
omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela
lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou
qualquer outro documento relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba
ou deva saber falso ou inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou docu-
mento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.

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Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-
dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2º Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n. 9.964, de
10.4.2000)
I – fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou
fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de
pagamento de tributo;
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição
social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação
e que deveria recolher aos cofres públicos;
III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário,
qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou
de contribuição como incentivo fiscal;
IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo
fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvi-
mento;
V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa
daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Seção II
Dos crimes praticados por funcionários públicos

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos pre-
vistos no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que
tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou par-

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cialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contri-


buição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indire-
tamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em
razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para
deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a ad-
ministração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena
- reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A ECONOMIA E AS RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, to-
tal ou parcialmente, a concorrência mediante:
a) ajuste ou acordo de empresas;
b) aquisição de acervos de empresas ou cotas, ações, títulos ou direitos;
c) coalizão, incorporação, fusão ou integração de empresas;
d) concentração de ações, títulos, cotas, ou direitos em poder de empresa,
empresas coligadas ou controladas, ou pessoas físicas;
e) cessação parcial ou total das atividades da empresa;
f) impedimento à constituição, funcionamento ou desenvolvimento de em-
presa concorrente.
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empre-
sas;
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou
de fornecedores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – discriminar preços de bens ou de prestação de serviços por ajustes


ou acordo de grupo econômico, com o fim de estabelecer monopólio, ou de
eliminar, total ou parcialmente, a concorrência;
IV – açambarcar, sonegar, destruir ou inutilizar bens de produção ou de
consumo, com o fim de estabelecer monopólio ou de eliminar, total ou par-
cialmente, a concorrência;
V – provocar oscilação de preços em detrimento de empresa concorrente
ou vendedor de matéria-prima, mediante ajuste ou acordo, ou por outro meio
fraudulento;
VI – vender mercadorias abaixo do preço de custo, com o fim de impedir
a concorrência;
VII – elevar, sem justa causa, os preços de bens ou serviços, valendo-se
de monopólio natural ou de fato.
VII – elevar sem justa causa o preço de bem ou serviço, valendo-se de po-
sição dominante no mercado. (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
I – abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando,
total ou parcialmente, a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou
acordo de empresas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
d) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
e) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
f) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
(Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empre-


sas; (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou
de fornecedores. (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.529, de 2011).
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
VII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 5º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – exigir exclusividade de propaganda, transmissão ou difusão de publi-
cidade, em detrimento de concorrência; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
II – subordinar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
outro bem, ou ao uso de determinado serviço; (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
III – sujeitar a venda de bem ou a utilização de serviço à aquisição de
quantidade arbitrariamente determinada; (Revogado pela Lei n. 12.529, de
2011).
IV – recusar-se, sem justa causa, o diretor, administrador, ou gerente de
empresa a prestar à autoridade competente ou prestá-la de modo inexato,
informando sobre o custo de produção ou preço de venda. (Revogado pela Lei
n. 12.529, de 2011).
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no
prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da
maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao aten-

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dimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso IV. (Revogado


pela Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 6º Constitui crime da mesma natureza: (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
I – vender ou oferecer à venda mercadoria, ou contratar ou oferecer servi-
ço, por preço superior ao oficialmente tabelado, ao regime legal de controle;
(Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
II – aplicar fórmula de reajustamento de preços ou indexação de contrato
proibida, ou diversa daquela que for legalmente estabelecida, ou fixada por
autoridade competente; (Revogado pela Lei n. 12.529, de 2011).
III – exigir, cobrar ou receber qualquer vantagem ou importância adicional
de preço tabelado, congelado, administrado, fixado ou controlado pelo Poder
Público, inclusive por meio da adoção ou de aumento de taxa ou outro per-
centual, incidente sobre qualquer contratação. (Revogado pela Lei n. 12.529,
de 2011).
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, ou multa. (Revogado pela
Lei n. 12.529, de 2011).
Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
I – favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressal-
vados os sistemas de entrega ao consumo por intermédio de distribuidores
ou revendedores;
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especifi-
cação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais,
ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para ven-
dê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de
qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabele-
cido para os demais mais alto custo;
IV – fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos
tais como denominação, sinal externo, marca, embalagem, especificação téc-
nica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda


em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na
prestação dos serviços;
V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, me-
diante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais;
VI – sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem preten-
da comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim
de especulação;
VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afir-
mação falsa ou enganosa sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, uti-
lizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
VIII – destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o
fim de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qual-
quer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria, em condições impróprias
ao consumo;
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modali-
dade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de
multa à quinta parte.

CAPÍTULO III
DAS MULTAS

Art. 8º Nos crimes definidos nos arts. 1º a 3º desta lei, a pena de multa
será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme
seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a
14 (quatorze) nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Tesouro Nacional BTN.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 9º A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa


de valor equivalente a:
I – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos
crimes definidos no art. 4º;
II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes defini-
dos nos arts. 5º e 6º;
III – 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 (um milhão de BTN), nos cri-
mes definidos no art. 7º.
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica
do réu, verifique a insuficiência ou excessiva onerosidade das penas pecuni-
árias previstas nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las
ao décuplo.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica,


concorre para os crimes definidos nesta lei, incide nas penas a estes comina-
das, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema
de entrega ao consumo ou por intermédio de outro em que o preço ao con-
sumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por
este praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a
metade as penas previstas nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º:
I – ocasionar grave dano à coletividade;
II – ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III – ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao co-
mércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
Art. 13. (Vetado).

782
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Art. 14. Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos nos arts. 1º a 3º


quando o agente promover o pagamento de tributo ou contribuição social,
inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia. (Revogado pela Lei
n. 8.383, de 30.12.1991)
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplican-
do-se-lhes o disposto no art. 100 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-
digo Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Pú-
blico nos crimes descritos nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações
sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os elementos
de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha
ou coautoria, o coautor ou partícipe que através de confissão espontânea
revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua
pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.080, de
19.7.1995)
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços,
quando e se necessário, providenciar a desapropriação de estoques, a fim de
evitar crise no mercado ou colapso no abastecimento.
Art. 18. Fica acrescentado ao Capítulo III do Título II do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, um artigo com parágrafo
único, após o art. 162, renumerando-se os subsequentes, com a seguinte
redação: (Revogado pela Lei n. 8.176, de 8.2.1991)
“Art. 163. Produzir ou explorar bens definidos como pertencentes à União,
sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo tí-
tulo autorizativo.
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena aquele que adquirir, transportar,
industrializar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos ou matéria-
-prima, obtidos na forma prevista no caput.

783
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 19. O caput do art. 172 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Có-


digo Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”.
Art. 20. O § 1º do art. 316 do Decreto-Lei n. 2 848, de 7 de dezembro de 1940 Código
Penal, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 316.............................................................
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou de-
veria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexató-
rio ou gravoso, que a lei não autoriza;
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.
Art. 21. O art. 318 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal,
quanto à fixação da pena, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 318.............................................................
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa”.
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário e, em especial, o art. 279
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
Brasília, 27 de dezembro de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-
pública.
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Zélia M. Cardoso de Mello
Este texto não substitui o publicado no DOU de 28.12.1990
*

784
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

Vide Emenda Constitucional n. 91, de 2016 Emendas


Emendas
Vide Emenda Constitucional n. 106, de 2020 Constitucionais de
Constitucionais
Vide Emenda Constitucional n. 107, de 2020 Revisão
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Atos decorrentes do disposto no § 3º do art. 5º
ÍNDICE TEMÁTICO

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de
uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-
cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel


dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
crático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei n. 13.874,
de 2019)
V – o pluralismo político.

785
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do
Brasil:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações inter-
nacionais pelos seguintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

786
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado
o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;

787
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-
corrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-
tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
(Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegrá-
ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei n. 9.296, de
1996)
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-
das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo
da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos
ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-
ráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas in-
dependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu fun-
cionamento;

788
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter


suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,
o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer asso-
ciado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-
sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-
derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-
tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação
ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a
lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-
ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-
vas representações sindicais e associativas;
XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-
porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-

789
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,


tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-
mico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre
que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regula-
mento) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou con-
tra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direi-
tos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-
aça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e
a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe
der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

790
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-
dades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regu-
lamento)
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-
dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-
ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos
da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII – não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,
XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;

791
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-
necer com seus filhos durante o período de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-
mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento)
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não
for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando
a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

792
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-
nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-
necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judici-
ária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir
a liberdade provisória, com ou sem fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-
positário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
ção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respon-
sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses
de seus membros ou associados;

793
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
dania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-
do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
(Vide Lei n. 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na
forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN
3392)

794
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm


aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-
tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-
das constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
(Atos aprovados na forma deste parágrafo: DLG n. 186, de 2008, DEC 6.949,
de 2009, DLG 261, de 2015, DEC 9.522, de 2018) (Vide ADIN 3392)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a
cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-


balho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 90,
de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-
tória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;

795
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-
dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção
dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido
em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-
xa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-
renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (Vide Decre-
to-Lei n. 5.452, de 1943)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-
ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-
quenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

796
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a


mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de
trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento
até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,
até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 28, de 2000)
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-
tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

797
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios


de admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual
ou entre os profissionais respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores
de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 20, de 1998)
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-
cio permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-
ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-
dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-
balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-
dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público
a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-
dos, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
contribuição prevista em lei;

798
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;


VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas
de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-
ções sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro
da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-
da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de
sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a
lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam
por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores
nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-
-lhes o entendimento direto com os empregadores.

799
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:


I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-
geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-
sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois
de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 54, de 2007)
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Fe-
derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-
ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-
ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – de Presidente do Senado Federal;


IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 23, de 1999)
§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (In-
cluído pela Emenda Constitucional de Revisão n. 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional de Revisão n. 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:


I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-
vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

802
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os


parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-
riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para
a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a mo-
ralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato,
e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder eco-
nômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administra-
ção direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão
n. 4, de 1994)
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
§ 12 Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as con-
sultas populares sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais
e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das
eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)
§ 13 As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas
às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas
eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)

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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-


são só se dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-
va, nos termos do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de
sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de
sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-


cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-
rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos: Regulamento
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-
verno estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estru-
tura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus
órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento
e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas elei-
ções majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, es-

804
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tadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de


disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 97, de 2017)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-
ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-
to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-
vamente: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 97, de 2017)
I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3%
(três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos
válidos em cada uma delas; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 97,
de 2017)
II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos
em pelo menos um terço das unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 97, de 2017)
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no §
3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do
mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação con-
siderada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 97, de 2017)
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Dis-
tritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual tenham sido
eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de anuência do partido ou de
outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e
à televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)

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TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do


Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transforma-
ção em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-
brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através
de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-
pios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Com-
plementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabi-
lidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações
de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in-
teresse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da
Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos con-
secutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos esta-
duais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e de-
senvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Mu-
nicípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos conse-
cutivos, a dívida fundada;
II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

807
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III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na


manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar
a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para pro-
ver a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição
do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal
Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de re-
cusa à execução de lei federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
IV – (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será sub-
metido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia
Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apre-
ciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto li-
mitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.

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§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de


seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estran-
geiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com
a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-
rogável uma vez, por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação,
aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira;

809
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocu-


pantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por
servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramen-
to; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindi-
cal;
VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as
pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determina-
do para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
(Vide Emenda constitucional n. 106, de 2020)
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o §
4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anu-
al, sempre na mesma data e sem distinção de índices; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Regulamento)
XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-
pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumula-
tivamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsí-
dio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-
vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores

810
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos


por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribu-
nal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros
do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies re-
muneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão
computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulterio-
res; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos
públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste ar-
tigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o
disposto no inciso XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
34, de 2001)
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abran-
ge autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,

811
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suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo


poder público; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro
de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais se-
tores administrativos, na forma da lei;
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-
dação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-
sidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a partici-
pação de qualquer delas em empresa privada;
XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, servi-
ços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-
cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. (Regulamento)
XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,
exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários
para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da
lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracteri-
zem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

812
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade


do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administra-
ção pública direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a ava-
liação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações so-
bre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo
de cargo, emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por
qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalva-
das as respectivas ações de ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta-
doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de car-
go ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e enti-


dades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-
trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha
por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de
1998) (Regulamento) (Vigência)
I – o prazo de duração do contrato; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-
ções e responsabilidade dos dirigentes; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
III – a remuneração do pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às socie-
dades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998)
§ 10 É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria de-
correntes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, em-
prego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei
de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que
trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório
previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facul-
tado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emen-
da às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a


noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pa-
rágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 47, de 2005)
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para
exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis
com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, en-
quanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível
de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 14 A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral
de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o refe-
rido tempo de contribuição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 15 É vedada a complementação de aposentadorias de servidores públi-
cos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja decorrente do
disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em lei que extinga
regime próprio de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
§ 16 Os órgãos e entidades da administração pública, individual ou con-
juntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, inclusive com
divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados alcançados, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e funda-
cional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função;

815
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou


função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horá-
rios, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-
cada a norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-
dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,
exceto para promoção por merecimento;
V – na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social,
permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)


Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão,
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fun-
dações públicas. (Vide ADI n. 2.135)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integra-
do por servidores designados pelos respectivos Poderes (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide ADI n. 2.135)
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do
sistema remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 19, de 1998)
I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos
componentes de cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 19, de 1998)
III – as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo
para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-
-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,
facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no
art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a na-
tureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de
Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-
mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra es-
pécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
XI. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá
estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente
os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-
plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com
despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do ser-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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viço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira po-
derá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou
vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à
remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de
cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensio-
nistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será
aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver
investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obriga-
tória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade
das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei
do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contri-
buição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 88, de 2015) (Vide Lei Complementar n. 152, de 2015)
III – no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mu-
lher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida
mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados

818
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o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei comple-


mentar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor
mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto
nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disci-
plinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-
cessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicos-
social realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria
de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou
de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente
federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de
servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agen-
tes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses

819
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agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (In-


cluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em
5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto
no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis
na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-
tadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras
vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciá-
rios estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única
fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por
morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual
tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata
o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou municipal será
contado para fins de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º e 9º-A
do art. 201, e o tempo de serviço correspondente será contado para fins de
disponibilidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tem-
po de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98) (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos
de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou
empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição
para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição
de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 15/12/98)
§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio
de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo
temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Ge-
ral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência com-
plementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência
social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 103, de 2019)
§ 15 O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá
plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará
o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de
previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complemen-
tar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14
e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público

821
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de


previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de
15/12/98)
§ 17 Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do
benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões
concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máxi-
mo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servido-
res titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 41,
19.12.2003) (Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Vide ADIN 3184)
§ 19 Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente
federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exi-
gências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em ativi-
dade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo,
ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para apo-
sentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 20 É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência
social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e
fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar
de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 21 (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 22 Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social,
lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas ge-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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rais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão,


dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
I – requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime
Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
II – modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
III – fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
V – condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de
que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de con-
tribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VI – mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VII – estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados
os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIII – condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desem-
penhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do
regime; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IX – condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
X – parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota
de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será
ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou
posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de ser-
viço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-
liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III
Dos Militares Dos Estados, Do Distrito Federal E Dos Territórios

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)


Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Mili-
tares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são mili-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º;
do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específi-
ca dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/98)
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente es-
tatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-
tórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 101, de 2019)

Seção IV
Das Regiões

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação
em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvi-
mento e à redução das desigualdades regionais.
§ 1º Lei complementar disporá sobre:
I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;
II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da
lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento
econômico e social, aprovados juntamente com estes.
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:
I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de
responsabilidade do Poder Público;
II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devi-


dos por pessoas físicas ou jurídicas;
IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das
massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas
a secas periódicas.
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação
de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para
o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se


compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no
Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado
e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-
mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior
às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos

826
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

de oito ou mais de setenta Deputados. (Vide Lei Complementar n. 78, de


1993)
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do
Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-
dato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada
de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de
cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-
te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da


República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor
sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-
ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvi-
mento;
V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do do-
mínio da União;
VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios
ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;
VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VIII – concessão de anistia;


IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-
fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-
tério Público do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 69, de 2012) (Produção de efeito)
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções
públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
XII – telecomunicações e radiodifusão;
XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e
suas operações;
XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária
federal.
XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-
servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais
que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a
paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei
complementar;
III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-
tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado
de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder


regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI – mudar temporariamente sua sede;
VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e
dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os
atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-
ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nu-
cleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
XVIII – decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional pre-
visto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constitui-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de


suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à
Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa
e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de
relevância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias,
bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão n. 2, de 1994)

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo
contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não
apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
III – elaborar seu regimento interno;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-
formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a
iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-

830
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela


Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos
crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-
dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natu-
reza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23,
de 02/09/99)
II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os mem-
bros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos
crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a es-
colha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da
República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão
secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o


montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito
externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da
União em operações de crédito externo e interno;
IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-
titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de
ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
XII – elaborar seu regimento interno;
XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,
e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,
VII.
XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-
nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-
ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como
Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que
somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda

832
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,


por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 35, de 2001)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacio-
nal não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respec-
tiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocor-
rido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa res-
pectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto
da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento
da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Direto-
ra. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o
mandato. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)

833
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embo-


ra militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da
Casa respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 35, de 2001)
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I – desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-
tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa conces-
sionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas
uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive
os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea
anterior;
II – desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-
dades referidas no inciso I, “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que
se refere o inciso I, “a”;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parla-
mentar;

834
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte


das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Cons-
tituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos
no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do
Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida
pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,
mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado
no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 76, de 2013)
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela
Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de
seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional,
assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa
levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos sus-
pensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão n. 6, de 1994)
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-
cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital
ou chefe de missão diplomática temporária;
II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,
sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-
mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-


ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-
chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela
remuneração do mandato.

Seção VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fe-


deral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o
primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou
feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-
jeto de lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-
putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
I – inaugurar a sessão legislativa;
II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns
às duas Casas;
III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da Repú-
blica;
IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir
de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-
bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada
a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do


Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos
ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado
Federal.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-
tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do
Vice-Presidente da República;
II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-
putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros
de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em
todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada
uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 50, de 2006)
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente
deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese
do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão
da convocação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 50, de 2006)
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-
traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na
pauta da convocação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

Seção VII
DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-


tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no
respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto


quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-
lamentares que participam da respectiva Casa.
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento,
a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-
bros da Casa;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-
tos inerentes a suas atribuições;
IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-
quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais
de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-
vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados
e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requeri-
mento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congres-
so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-
lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-
produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

838
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO

Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,
alteração e consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II – do Presidente da República;
III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-


cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
I – a forma federativa de Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legisla-
tiva.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-
ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-
dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-
reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-
ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

840
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-


mento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-
fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, ob-
servado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-
gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a
reserva. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara
dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-
nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-
derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de
2001)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-


cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou
qualquer outro ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 32, de 2001)
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 32, de 2001)
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos,
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos
no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último
dia daquele em que foi editada. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 per-
derão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de
2001)
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida
provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre
o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendi-
mento de seus pressupostos constitucionais. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 32, de 2001)

842
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco


dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequen-
temente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobresta-
das, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas
da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não ti-
ver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos
Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,
em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-
cional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 10 É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-
sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso
de prazo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 11 Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias
após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-
-ão por ela regidas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
§ 12 Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da
medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja
sancionado ou vetado o projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:
I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-
vado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câma-


ra dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério
Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-
dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores
terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até
quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legisla-
tivas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-
putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto
no parágrafo anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,
em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,
se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto
de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-
to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-


grafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-
blica importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a
contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria
absoluta dos Deputados e Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 76, de 2013)
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,
ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais propo-
sições, até sua votação final. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
32, de 2001)
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo
Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a
promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente
do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante pro-
posta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,
que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do
Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legis-
lação sobre:
I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a
garantia de seus membros;
II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.


§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do
Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exer-
cício.
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso
Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-
trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar
de seu recebimento;
II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-
nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas
as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e
as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade
de que resulte prejuízo ao erário público;

846
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de


pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-
sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-
reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-
des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do
tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-
tado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-
regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre
outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados.

847
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente


pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as
medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa
dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-
cidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa
terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-
mente, relatório de suas atividades.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º,
diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de
investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-
licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-
tes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-
téria, no prazo de trinta dias.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que
o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,
proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem
sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o
território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art.
96..
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II – idoneidade moral e reputação ilibada;

848
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-


ros ou de administração pública;
IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-
fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-
deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério
Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os
critérios de antiguidade e merecimento;
II – dois terços pelo Congresso Nacional.
§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-
tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros
do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e
pensão, as normas constantes do art. 40. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 20, de 1998)
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-
tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições
da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-
cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-
dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de


qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-
tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte
legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-
rante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber,
à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Esta-
dos e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos
Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de
Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-


liado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-
lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro
turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano
anterior ao do término do mandato presidencial vigente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 16, de 1997)
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente
com ele registrado.
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por
partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em
branco e os nulos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,


far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele
que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo
lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais
idoso.
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em
sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-
der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo
brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-
mido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-
lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-
ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,
sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-
cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-
deral e o do Supremo Tribunal Federal.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,


a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,
pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de
seus antecessores.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro) anos e
terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 111, de 2021)
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem
licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;
III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição;
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-
cretos e regulamentos para sua fiel execução;
V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
(Incluída pela Emenda Constitucional n. 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 32, de 2001)

852
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-


sentantes diplomáticos;
VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-
rendo do Congresso Nacional;
IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X – decretar e executar a intervenção federal;
XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-
citando as providências que julgar necessárias;
XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei;
XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-
mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-
-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 02/09/99)
XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-
premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-
tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco
central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União;
XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União;
XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,
VII;
XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de De-
fesa Nacional;
XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmen-


te, a mobilização nacional;
XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacio-
nal;
XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-
riamente;
XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de
lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição;
XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
anterior;
XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
XXVIII – propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calami-
dade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-
E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-
tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que
observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-


ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I – a existência da União;
II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV – a segurança interna do País;
V – a probidade na administração;
VI – a lei orçamentária;
VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-
lecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois
terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal;
II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-
ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular
prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-
muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maio-


res de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribui-
ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:
I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades
da administração federal na área de sua competência e referendar os atos e
decretos assinados pelo Presidente da República;
II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão
no Ministério;
IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Presidente da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos
da administração pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 32,
de 2001)

Seção V
Do Conselho Da República E Do Conselho De Defesa Nacional

Subseção I
Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presi-


dente da República, e dele participam:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;


VI – o Ministro da Justiça;
VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de
idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo
Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com man-
dato de três anos, vedada a recondução.
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:
I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democrá-
ticas.
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para
participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacio-
nada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da Repú-
blica. (Vide Lei n. 8.041, de 1990)

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente


da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa
do Estado democrático, e dele participam como membros natos:
I – o Vice-Presidente da República;
II – o Presidente da Câmara dos Deputados;
III – o Presidente do Senado Federal;
IV – o Ministro da Justiça;
V – o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 23, de 1999)
VI – o Ministro das Relações Exteriores;
VII – o Ministro do Planejamento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluí-


do pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz,
nos termos desta Constituição;
II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e
da intervenção federal;
III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmen-
te na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração
dos recursos naturais de qualquer tipo;
IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas ne-
cessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrá-
tico.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defe-
sa Nacional. (Vide Lei n. 8.183, de 1991)

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I – o Supremo Tribunal Federal;
I – A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Superior Tribunal de Justiça;
II – A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 92, de 2016)
III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;


V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI – os Tribunais e Juízes Militares;
VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tri-
bunais Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição
em todo o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,
disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, me-
diante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,
à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-
dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas
ou cinco alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-
pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-
dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-
jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-
cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

859
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz


mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, con-
forme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a vo-
tação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
45, de 2004)
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido
despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-
ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-
mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de
formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a no-
venta e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-
mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em
lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas cate-
gorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e
outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder
a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, §
4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes
observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

860
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Delegado de Polícia Civil

VIII – o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse


público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
VIII – A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de
igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e e do
inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimida-
de do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão
pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá
ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicio-
nais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das
vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-
vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à
efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)

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XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-


nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-
risdição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-
gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos
de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de
representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,
enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá
um de seus integrantes para nomeação.
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos
de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença
judicial transitada em julgado;
II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do
art. 93, VIII;
III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo
uma de magistério;
II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em pro-
cesso;
III – dedicar-se à atividade político-partidária.

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IV – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de


pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-
vistas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exonera-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 96. Compete privativamente:
I – aos tribunais:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com
observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-
risdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes
forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-
reira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-
do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-
tração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos
juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais
de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no
art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-
sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde
houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 41, 19.12.2003)

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c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;


d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-
deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-
titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados cria-
rão:
I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis
de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-
diante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses pre-
vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de
primeiro grau;
II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto
direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,
na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-
pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-
ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito
da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
(Vide ADIN 3392)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-
teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e fi-
nanceira.

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§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos li-


mites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-
sados, compete:
I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-
sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas
propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-
çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-
posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem en-
caminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o
Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação
da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Es-
taduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

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(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide Emenda


Constitucional n. 62, de 2009) (Vide ADI 4425)
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-
tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,
benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-
das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em
julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-
to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por
sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-
dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-
lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste
artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante
será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de preca-
tórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de
pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença
judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-
prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-
co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-
ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-

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dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,


quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados
diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-
ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-
querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu
direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário
à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-
sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá
em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho
Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-
tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-
lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe
o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de
regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor
correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa
e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-
das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução
esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 10 Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda
Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do
direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-
ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)

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§ 11 É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade


federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de
imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 62, de 2009).
§ 12 A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização
de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remu-
neração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da
mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre
a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
rios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009). (Vide ADI 4425)
§ 13 O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-
catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se
aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 62, de 2009).
§ 14 A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-
ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade
devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 15 Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Cons-
tituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de cré-
dito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre
vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 62, de 2009).
§ 16 A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir
débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios,
refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 62, de
2009)
§ 17 A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-
salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas

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correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno


valor. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
§ 18 Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o
§ 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-
cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras
receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição
Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamen-
te anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as
duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de
2016)
I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 94, de 2016)
II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação
constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)
III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-
buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no §
9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 94, de 2016)
§ 19 Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judi-
ciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze)
meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita cor-
rente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que ex-
ceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endivi-
damento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal
e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a
esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV
do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
94, de 2016)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 20 Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)
do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,
15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do
exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-
sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante
acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com
redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que
sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 94, de 2016)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-


colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-
dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-
da da Constituição, cabendo-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-
dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-
curador-Geral da República;
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-
nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-

870
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,


os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de cará-
ter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas
alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,
o Estado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito
Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-
tração indireta;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
h) (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o
coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujei-
tos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de cri-
me sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 22, de 1999)
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou
indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros
do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quais-


quer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro
tribunal;
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Na-
cional do Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
II – julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado
de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se dene-
gatória a decisão;
b) o crime político;
III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única
ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Cons-
tituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente
desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma
da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional
n. 3, de 17/03/93)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal


Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias
de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-
ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-
cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da
lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo
recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação
declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-
tivo, para fazê-lo em trinta dias.

873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,


em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-
-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-
cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave inse-
gurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idênti-
ca. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,
revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que
podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula
aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo
Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-
do: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)

874
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emen-


da Constitucional n. 61, de 2009)
II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo
tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respecti-
vo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo
Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal
de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal
Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-
-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-
-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada
instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Ad-
vogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-
dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

875
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-


ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente
da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 61, de 2009)
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,
caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-
ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,
cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-
tuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-
tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de
sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo
para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,
sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e ór-
gãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação
do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso,
determinar a remoção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções adminis-

876
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

trativas, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio-


nal n. 103, de 2019)
IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-
tração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-
tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-
sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conse-
lho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Fede-
ral a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Mi-
nistro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal,
competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto
da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-
quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fede-
ral e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-


sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-
rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-
quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra
seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de
Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção III
Do Superior Tribunal De Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta


e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-
meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-
tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço
dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice
elaborada pelo próprio Tribunal;
II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-
rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamen-
te, indicados na forma do art. 94.
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I – processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,
e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de
Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas
dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou


Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que
oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de
Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do
próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pesso-
as mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua
jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999)
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o
disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes a ele não vincu-
lados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-
toridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-
rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-
tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-
tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo
Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça
do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur
às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – julgar, em recurso ordinário:

879
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando a decisão for denegatória;
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-
tórios, quando denegatória a decisão;
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo inter-
nacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domici-
liada no País;
III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-
tro tribunal.
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,
cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o
ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,
a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,
cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais E Dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:


I – os Tribunais Regionais Federais;
II – os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo:
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez
anos de carreira;
II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais
Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado do pa-
rágrafo único, pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-
tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos
e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004) )
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e
da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros
do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

881
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos


juízes federais da região;
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-
bunal ou de juiz federal;
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais
e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua
jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-
deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-
tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-
nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;
III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-
trangeiro ou organismo internacional;
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência
da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-
trangeiro, ou reciprocamente;
V – A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados
por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

882
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quan-


do o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam direta-
mente sujeitos a outra jurisdição;
VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-
dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;
IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a
competência da Justiça Militar;
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-
cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva
opção, e à naturalização;
XI – a disputa sobre direitos indígenas.
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-
ária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção
judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato
ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,
no Distrito Federal.
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal
em que forem parte instituição de previdência social e segurado possam ser
processadas e julgadas na justiça estadual quando a comarca do domicílio do
segurado não for sede de vara federal. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 103, de 2019)
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para
o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-
-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obriga-
ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em
qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de com-
petência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)

883
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas
segundo o estabelecido em lei.
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-
metidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 92, de 2016)
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do
Trabalho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:


I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24,
de 1999)
§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete
Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e me-
nos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada,
nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta
do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 92,
de 2016)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-
dade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de
dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos
da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

884
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na
forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimo-
nial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central
do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, origi-
nariamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia
da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 92,
de 2016)
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comar-
cas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com
recurso para o respectivo Tribunal Regional do T rabalho. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, com-
petência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Traba-
lho. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide
ADIN 3432)
I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direi-
to público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)

885
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela


Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sin-
dicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando
o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes
da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos em-
pregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
VIII – a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art.
195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que pro-
ferir; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitra-
gem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de
natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respei-
tadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as
convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n. 3423)
(Vide ADI n. 3431) (Vide ADI n. 3432) (Vide ADI n. 3520) (Vide ADIN 3392)
(Vide ADIN 3432)

886
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão


do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio
coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide ADI n. 3423) (Vide ADI n.
3431) (Vide ADI n. 3520) (Vide ADIN 3392) (Vide ADIN 3432)
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo,
sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos
de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativida-
de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez
anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade
e merecimento, alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 45, de 2004)
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante,
com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional,
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentraliza-
damente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno aces-
so do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz
singular. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional n. 24, de 1999)
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional n.
24, de 1999)

887
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete
membros, escolhidos:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis ad-
vogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supre-
mo Tribunal Federal.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o
Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corre-
gedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado
e no Distrito Federal.
§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I – mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Jus-
tiça;
II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado
ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qual-
quer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

888
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre


seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
Tribunal de Justiça.
§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presi-
dente- dentre os desembargadores.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência
dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das
juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável,
gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão
por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos,
sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo,
em número igual para cada categoria.
§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as
que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou
mandado de segurança.
§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá re-
curso quando:
I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de
lei;
II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribu-
nais eleitorais;
III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas elei-
ções federais ou estaduais;
IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos fe-
derais ou estaduais;
V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou
mandado de injunção.

889
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:


I – o Superior Tribunal Militar;
II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros
vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a in-
dicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da
Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco den-
tre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da Re-
pública dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com
mais de dez anos de efetiva atividade profissional;
II – dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Mi-
nistério Público da Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares
definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a
competência da Justiça Militar.

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,
sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

890
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstituciona-


lidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Cons-
tituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,
a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-
to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 45, de 2004)
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos
Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da
patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-
gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais
contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, cons-
tituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicio-
nado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 45, de 2004)
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização
de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-
riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-
nitários. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá


a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões
agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicio-
nal, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)

Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-


ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional.
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-
tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo
a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por
concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e
os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-
mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o
Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-
tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de

892
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada
em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta or-
çamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-
tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente
autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 128. O Ministério Público abrange:
I – o Ministério Público da União, que compreende:
a) o Ministério Público Federal;
b) o Ministério Público do Trabalho;
c) o Ministério Público Militar;
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
II – os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-
reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela
maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois
anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-
sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-
luta do Senado Federal.
§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-
rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-
pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe
do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

893
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios


poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-
lativo, na forma da lei complementar respectiva.
§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-
tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente
a seus membros:
I – as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-
são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-
ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-
vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-
tagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo uma de magistério;
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 45, de 2004)
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-
soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-
tas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,


parágrafo único, V. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II – zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de re-
levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia;
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos
e coletivos;
IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-
petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma
da lei complementar respectiva;
VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-
plementar mencionada no artigo anterior;
VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-
licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-
tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-
sultoria jurídica de entidades públicas.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto
nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-
tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo
autorização do chefe da instituição. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)

895
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante con-


curso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito,
no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,
a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-
tas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e
forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-
torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois
anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
I – o Procurador-Geral da República, que o preside; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 45, de 2004)
II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-
sentação de cada uma de suas carreiras; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 45, de 2004)
III – três membros do Ministério Público dos Estados; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 45, de 2004)
IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo
Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

896
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados


um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indi-
cados pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento
dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe: (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 45, de 2004)
I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou re-
comendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou
órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-
-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de
Contas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-
xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção ou
a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos de
um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-
rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-

897
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,
dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-
ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,
as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas
aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição ge-
ral; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes
atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
oficiará junto ao Conselho. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de
2004)
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público,
competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado
contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus servi-
ços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério
Público. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)

Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)


Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente
ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-
mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.

898
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da


União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-
res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata
este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação
da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dispos-
to em lei.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados
em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as
suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das
respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 19, de 1998)
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada
estabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de de-
sempenho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das cor-
regedorias. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

Seção III
DA ADVOCACIA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)


Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo invio-
lável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

899
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)


Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à fun-
ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento
do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extraju-
dicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito
Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos
Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso
público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da inamo-
vibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
(Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-
cional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao dis-
posto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do
Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 74, de 2013)
§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivi-
sibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber,
o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 80, de 2014)
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções
II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

900
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO V
DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO

Seção I
DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repúbli-


ca e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar
ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institu-
cional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de
sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos
e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta
dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as
razões que justificaram a sua decretação.
§ 3º Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de
delito à autoridade policial;

901
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do


estado físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a
dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.
§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da
República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva
justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta.
§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extra-
ordinariamente, no prazo de cinco dias.
§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias conta-
dos de seu recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o
estado de defesa.
§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Repú-


blica e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional auto-
rização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada es-
trangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para
decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determi-
nantes do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas
necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspen-
sas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor
das medidas específicas e as áreas abrangidas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado


por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no
do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou
a agressão armada estrangeira.
§ 2º Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o re-
cesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco
dias, a fim de apreciar o ato.
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término
das medidas coercitivas.
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no
art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada;
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa, radio-
difusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicílio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens.
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pro-
nunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

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Delegado de Polícia Civil

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários,


designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e
fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado
de sítio.
Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão tam-
bém seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos
por seus executores ou agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio,
as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da
República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justi-
ficação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos e indi-
cação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e


pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, orga-
nizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos po-
deres constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas
na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, apli-
cando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes dispo-
sições: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes,


são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos
oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e
postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes
das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público
civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo,
emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da admi-
nistração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
“c”, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto per-
manecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o
tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reser-
va, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido
para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 77, de 2014)
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do
oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter
permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa
de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 18, de 1998)

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VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII,
XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma
da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 77, de 2014)
IX – (Revogado pela Emenda Constitucional n. 41, de 19.12.2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade,
a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inativida-
de, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situa-
ções especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas ativida-
des, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e
de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 18, de 1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alter-
nativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de
consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de
convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter es-
sencialmente militar. (Regulamento)
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obri-
gatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes
atribuir. (Regulamento)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade


de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;

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V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.


VI – polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organiza-
do e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:” (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detri-
mento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárqui-
cas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha re-
percussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo
se dispuser em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido
pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patru-
lhamento ostensivo das rodovias federais. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e man-
tido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao
patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incum-
bem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.

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§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da


ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições defi-
nidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabele-
cimentos penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxi-
liares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis
e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos res-
ponsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas
atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos rela-
cionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 10 A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 82, de 2014)
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além
de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 82,
de 2014)
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 82, de 2014)

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TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Seção I
Dos Princípios Gerais

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão gra-
duados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à ad-
ministração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses ob-
jetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, espe-
cialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos im-
postos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes;

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b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;


c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas so-
ciedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microem-
presas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também
poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 42, de 19.12.2003)
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas
por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da par-
cela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata,
vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilha-
das pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual ob-
jetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos esta-
duais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os
impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

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Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir emprésti-


mos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência;
II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais,
de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profis-
sionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas
áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo
do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o
dispositivo.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por
meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência so-
cial, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que
poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contri-
buição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019) (Vigência
§ 1º-A. Quando houver deficit atuarial, a contribuição ordinária dos apo-
sentados e pensionistas poderá incidir sobre o valor dos proventos de apo-
sentadoria e de pensões que supere o salário-mínimo. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019) (Vigência)
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para
equacionar o deficit atuarial, é facultada a instituição de contribuição extraor-
dinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos aposentados
e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
(Vigência)

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§ 1º-C. A contribuição extraordinária de que trata o § 1º-B deverá ser


instituída simultaneamente com outras medidas para equacionamento do de-
ficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019) (Vigência)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de
que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33,
de 2001)
I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou
serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33,
de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da
operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá
ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma úni-
ca vez. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribui-
ção, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação
pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o
caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 39, de 2002)

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Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte,


é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei
que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI – instituir impostos sobre: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fun-
dações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educa-
ção e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral

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interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou ar-


quivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional n. 75,
de 15.10.2013)
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos
arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se
aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem
à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156,
I. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio,
à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se apli-
cam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar
imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades
essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclare-
cidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão
de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou con-
tribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual
ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o
correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155,
§ 2º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)

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§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a con-


dição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato
gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial
restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal
ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos
fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômi-
co entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes;
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios esta-
belecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em
razão de sua procedência ou destino.

Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;

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VI – propriedade territorial rural;


VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos inci-
sos I, II, IV e V.
§ 2º O imposto previsto no inciso III:
I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da
progressividade, na forma da lei;
II – (Revogado pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I – será seletivo, em função da essencialidade do produto;
II – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada ope-
ração com o montante cobrado nas anteriores;
III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
IV – terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 42, de 19.12.2003)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular
a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 42, de 19.12.2003)
II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as
explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer ou-
tra forma de renúncia fiscal. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003) (Regulamento)

916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumen-


to cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata
o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota
mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da ar-
recadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
I – trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, con-
forme a origem;
II – setenta por cento para o Município de origem.
Art. 154. A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior,
desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cál-
culo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão supri-
midos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos


sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
III – propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 3, de 1993)
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 3, de 1993)

917
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Esta-


do da situação do bem, ou ao Distrito Federal
II – relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado
onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador,
ou ao Distrito Federal;
III – terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu
inventário processado no exterior;
IV – terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada ope-
ração relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distri-
to Federal;
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da le-
gislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e
dos serviços;
IV – resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da Repúbli-
ca ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação;
V – é facultado ao Senado Federal:

918
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a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante re-


solução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus
membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa
da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI – salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos do disposto no inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas operações re-
lativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão
ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII – nas operações e prestações que destinem bens e serviços a con-
sumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado,
adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do
destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do
Estado destinatário e a alíquota interestadual; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
VIII – a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII
será atribuída: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
(Produção de efeito)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 87, de 2015)
IX – incidirá também:
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pes-
soa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto,
qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no

919
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exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o


estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço; (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas
com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X – não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações
anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lu-
brificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodi-
fusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
XI – não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto
sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contri-
buintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização,
configure fato gerador dos dois impostos;
XII – cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento res-
ponsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das
prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, ser-
viços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, “a”;

920
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f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para


outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revoga-
dos.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se
aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional n. 33,
de 2001) (Vide Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre,
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída
pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste
artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre opera-
ções relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País. (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional n. 33, de 2001)
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
I – nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de pe-
tróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
II – nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e
seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste
parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de destino,
mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas operações com as
demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
III – nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, desti-

921
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nadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos
Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o se-
guinte: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferencia-
das por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valo-
rem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou
seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o dispos-
to no art. 150, III, b. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as
relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas median-
te deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 33, de 2001)
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 42, de 19.12.2003)
I – terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
II – poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I – propriedade predial e territorial urbana;

922
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II – transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, ex-
ceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
3, de 1993)
IV – (Revogado pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182,
§ 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 29, de 2000)
II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 2º O imposto previsto no inciso II:
I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a trans-
missão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou ex-
tinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante
do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens
imóveis ou arrendamento mercantil;
II – compete ao Município da situação do bem.
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo,
cabe à lei complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 37,
de 2002)
I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 37, de 2002)
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios


fiscais serão concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 3, de 1993)
§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional n. 3, de 1993)

Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:


I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proven-
tos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
II – vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proven-
tos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e
mantiverem;
II – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União
sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situa-
dos, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153,
§ 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
III – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV – vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Es-
tado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, men-
cionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:

924
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – 65% (sessenta e cinco por cento), no mínimo, na proporção do valor


adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas presta-
ções de serviços, realizadas em seus territórios; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 108, de 2020)
II – até 35% (trinta e cinco por cento), de acordo com o que dispuser
lei estadual, observada, obrigatoriamente, a distribuição de, no mínimo, 10
(dez) pontos percentuais com base em indicadores de melhoria nos resulta-
dos de aprendizagem e de aumento da equidade, considerado o nível socioe-
conômico dos educandos. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 108,
de 2020)
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional n. 55, de 2007)
I – do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de
qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove
por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
84, de 2014)
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação
dos Estados e do Distrito Federal; (Vide Lei Complementar n. 62, de 1989)
(Regulamento)
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação
dos Municípios; (Vide Lei Complementar n. 62, de 1989) (Regulamento)
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas insti-
tuições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de
desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste a metade dos
recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; (Regulamento)
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entre-
gue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 55, de 2007)

925
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será


entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela
Emenda Constitucional n. 84, de 2014)
II – do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializa-
dos, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao
valor das respectivas exportações de produtos industrializados. (Regulamen-
to)
III – do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domí-
nio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para
os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a des-
tinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 44, de 2004)
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o pre-
visto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e
proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I.
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior
a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual
excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação
a esses, o critério de partilha nele estabelecido.
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por
cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os
critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II.
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Es-
tado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma
da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 42, de 19.12.2003)
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao em-
prego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal

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e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a


impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os
Estados de condicionarem a entrega de recursos: (Redação dada pela Emen-
da Constitucional n. 29, de 2000)
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
Art. 161. Cabe à lei complementar:
I – definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo
único, I;
II – estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art.
159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu
inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e
entre Municípios;
III – dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das
quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quo-
tas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II.
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulga-
rão, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes
de cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de
origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios
de rateio.
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por
Estado e por Município; os dos Estados, por Município.

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CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:


I – finanças públicas;
II – dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações
e demais entidades controladas pelo Poder Público;
III – concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V – fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 40, de 2003)
VI – operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII – compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da
União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das
voltadas ao desenvolvimento regional.
VIII – sustentabilidade da dívida, especificando: (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
a) indicadores de sua apuração; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dí-
vida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
c) trajetória de convergência do montante da dívida com os limites defi-
nidos em legislação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
d) medidas de ajuste, suspensões e vedações; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante
da dívida. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do

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caput deste artigo pode autorizar a aplicação das vedações previstas no art.
167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de
2021)
Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis-
ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários e fiscais,
conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central
de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a compara-
bilidade e a publicidade dos dados coletados, os quais deverão ser divulgados
em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 108, de 2020)
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclu-
sivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, em-
préstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja
instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Te-
souro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de
juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco
central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em institui-
ções financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei.
Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem
conduzir suas políticas fiscais de forma a manter a dívida pública em níveis
sustentáveis, na forma da lei complementar referida no inciso VIII do caput
do art. 163 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109,
de 2021)
Parágrafo único. A elaboração e a execução de planos e orçamentos de-
vem refletir a compatibilidade dos indicadores fiscais com a sustentabilidade
da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

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Seção II
Dos Orçamentos

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regiona-
lizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos pro-
gramas de duração continuada.
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e priorida-
des da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fis-
cal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida
pública, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 109, de 2021)
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. (Vide Emenda
constitucional n. 106, de 2020)
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nes-
ta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas
e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades


e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibiliza-
dos com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualda-
des inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão
da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de cré-
dito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
§ 9º Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da
lei orçamentária anual;
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administra-
ção direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento
de fundos.
III – dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedi-
mentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos,
cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obri-
gatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 10 A administração tem o dever de executar as programações orçamen-
tárias, adotando os meios e as medidas necessários, com o propósito de ga-
rantir a efetiva entrega de bens e serviços à sociedade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 100, de 2019) (Produção de efeito)

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§ 11 O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orça-


mentárias: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção
de efeito)
I – subordina-se ao cumprimento de dispositivos constitucionais e legais
que estabeleçam metas fiscais ou limites de despesas e não impede o cance-
lamento necessário à abertura de créditos adicionais;
II – não se aplica nos casos de impedimentos de ordem técnica devida-
mente justificados;
III – aplica-se exclusivamente às despesas primárias discricionárias.
§ 12 Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se
refere e, pelo menos, para os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com
previsão de agregados fiscais e a proporção dos recursos para investimentos
que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles
em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Pro-
dução de efeito)
§ 13 O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo apli-
ca-se exclusivamente aos orçamentos fiscal e da seguridade social da União.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção de efeito)
§ 14 A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para
exercícios seguintes, com a especificação dos investimentos plurianuais e
daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de
2019) (Produção de efeito)
§ 15 A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de
investimento contendo, por Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises
de viabilidade, estimativas de custos e informações sobre a execução física e
financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 102, de 2019) (Produção
de efeito)
§ 16 As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os
resultados do monitoramento e da avaliação das políticas públicas previstos

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no § 16 do art. 37 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 109, de 2021)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes or-
çamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputa-
dos:
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, re-
gionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento
e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões
do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas
emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas
Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que
o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes or-
çamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes
de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e
Distrito Federal; ou
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

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§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão


ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso
Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo
enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração
é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e
do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congres-
so Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não con-
trariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legis-
lativo.
§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou su-
plementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprova-
das no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita cor-
rente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo
que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de
saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
§ 10 A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de
saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cum-
primento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamen-
to de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
86, de 2015)
§ 11 É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações
a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2%
(um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no
exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da progra-

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mação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído


pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
§ 12 A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se
também às programações incluídas por todas as emendas de iniciativa de
bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal, no montante de
até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício an-
terior. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) (Produção
de efeito) (Vide) (Vide)
§ 13 As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste arti-
go não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem
técnica. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) (Produ-
ção de efeito)
§ 14 Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo,
os órgãos de execução deverão observar, nos termos da lei de diretrizes orça-
mentárias, cronograma para análise e verificação de eventuais impedimentos
das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da exe-
cução dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 100, de 2019) (Produção de efeito)
I – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)
II – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)
III – (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)
IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)
§ 15 (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)
§ 16 Quando a transferência obrigatória da União para a execução da pro-
gramação prevista nos §§ 11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao

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Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federa-


tivo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida
para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput
do art. 169. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019)
(Produção de efeito)
§ 17 Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias pre-
vistas nos §§ 11 e 12 poderão ser considerados para fins de cumprimento da
execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da receita
corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das
emendas individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para
as programações das emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de
Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 18 Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá
resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei
de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos §§ 11 e 12 deste ar-
tigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente
sobre o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 19 Considera-se equitativa a execução das programações de caráter
obrigatório que observe critérios objetivos e imparciais e que atenda de for-
ma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da
autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de 2019) (Produção de
efeito)
§ 20 As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem
sobre o início de investimentos com duração de mais de 1 (um) exercício
financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada, deverão ser objeto de
emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da
obra ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 100, de
2019) (Produção de efeito)

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Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao proje-


to de lei orçamentária anual poderão alocar recursos a Estados, ao Distrito
Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda Constitucional n.
105, de 2019)
I – transferência especial; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105,
de 2019)
II – transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 105, de 2019)
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não inte-
grarão a receita do Estado, do Distrito Federal e dos Municípios para fins de
repartição e para o cálculo dos limites da despesa com pessoal ativo e ina-
tivo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado,
vedada, em qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput
deste artigo no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105,
de 2019)
I – despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos,
e com pensionistas; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 105, de 2019)
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste
artigo, os recursos: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
I – serão repassados diretamente ao ente federado beneficiado, indepen-
dentemente de celebração de convênio ou de instrumento congênere; (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financei-
ra; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
III – serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de compe-
tência do Poder Executivo do ente federado beneficiado, observado o disposto
no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)

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§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere


o inciso I do caput deste artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica
para fins de subsidiar o acompanhamento da execução orçamentária na apli-
cação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do
caput deste artigo, os recursos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 105, de 2019)
I – vinculados à programação estabelecida na emenda parlamentar; e (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
II – aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de
que trata o inciso I do caput deste artigo deverão ser aplicadas em despesas
de capital, observada a restrição a que se refere o inciso II do § 1º deste ar-
tigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 105, de 2019)
Art. 167. São vedados:
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária
anual;
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que
excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplemen-
tares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo
por maioria absoluta; (Vide Emenda constitucional n. 106, de 2020)
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressal-
vadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de
atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente,
pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações

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de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como
o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 42, de 19.12.2003)
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem
prévia autorização legislativa;
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art.
165, § 5º;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização
legislativa.
X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos,
inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo,
inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
XI – a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de
que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pa-
gamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o
art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
XII – na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do
art. 40, a utilização de recursos de regime próprio de previdência social, in-
cluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art. 249, para a reali-
zação de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do
respectivo fundo vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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organização e ao seu funcionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 103, de 2019)
XIII – a transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as
garantias e as subvenções pela União e a concessão de empréstimos e de
financiamentos por instituições financeiras federais aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios na hipótese de descumprimento das regras gerais
de organização e de funcionamento de regime próprio de previdência social.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
XIV – a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser al-
cançados mediante a vinculação de receitas orçamentárias específicas ou me-
diante a execução direta por programação orçamentária e financeira de órgão
ou entidade da administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 109, de 2021)
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício finan-
ceiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for pro-
mulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reaber-
tos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155,
156, 157, 158 e as alíneas “a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o inciso II do caput
do art. 159 desta Constituição para pagamento de débitos com a União e para
prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 109, de 2021)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de


uma categoria de programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito
das atividades de ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de viabilizar
os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante ato do Poder
Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inci-
so VI deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumpri-
mento do limite de que trata o inciso III do caput deste artigo, as receitas
das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da dívida pública
mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que
for realizada a respectiva despesa. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação en-
tre despesas correntes e receitas correntes supera 95% (noventa e cinco por
cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é facul-
tado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao
Tribunal de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a
situação, aplicar o mecanismo de ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – concessão, a qualquer título, de vantagem, aumento, reajuste ou ade-
quação de remuneração de membros de Poder ou de órgão, de servidores e
empregados públicos e de militares, exceto dos derivados de sentença judicial
transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação
das medidas de que trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 109, de 2021)
II – criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de des-
pesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)

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IV – admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas:


(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem au-
mento de despesa; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
b) as reposições decorrentes de vacâncias de cargos efetivos ou vitalícios;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37
desta Constituição; e (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
d) as reposições de temporários para prestação de serviço militar e de
alunos de órgãos de formação de militares; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 109, de 2021)
V – realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias
previstas no inciso IV deste caput; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
VI – criação ou majoração de auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas
de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive os de cunho
indenizatório, em favor de membros de Poder, do Ministério Público ou da
Defensoria Pública e de servidores e empregados públicos e de militares, ou
ainda de seus dependentes, exceto quando derivados de sentença judicial
transitada em julgado ou de determinação legal anterior ao início da aplicação
das medidas de que trata este artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 109, de 2021)
VII – criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 109, de 2021)
VIII – adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória
acima da variação da inflação, observada a preservação do poder aquisitivo
referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
IX – criação ou expansão de programas e linhas de financiamento, bem
como remissão, renegociação ou refinanciamento de dívidas que impliquem

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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ampliação das despesas com subsídios e subvenções; (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 109, de 2021)
X – concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributá-
ria. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por
cento) da receita corrente, sem exceder o percentual mencionado no caput
deste artigo, as medidas nele indicadas podem ser, no todo ou em parte, im-
plementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata,
facultado aos demais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus
respectivos âmbitos. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime
de urgência, à apreciação do Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na
sua vigência, quando: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – rejeitado pelo Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 109, de 2021)
II – transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime
a sua apreciação; ou (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
III – apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste
artigo, mesmo após a sua aprovação pelo Poder Legislativo. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 5º As disposições de que trata este artigo: (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 109, de 2021)
I – não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação
ou direitos de outrem sobre o erário; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)

943
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – não revogam, dispensam ou suspendem o cumprimento de disposi-


tivos constitucionais e legais que disponham sobre metas fiscais ou limites
máximos de despesas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que to-
das as medidas nele previstas tenham sido adotadas por todos os Poderes e
órgãos nele mencionados, de acordo com declaração do respectivo Tribunal
de Contas, é vedada: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao
ente envolvido; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com
outro ente da Federação, diretamente ou por intermédio de seus fundos,
autarquias, fundações ou empresas estatais dependentes, ainda que sob a
forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída an-
teriormente, ressalvados os financiamentos destinados a projetos específicos
celebrados na forma de operações típicas das agências financeiras oficiais de
fomento. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âm-
bito nacional, decretado pelo Congresso Nacional por iniciativa privativa do
Presidente da República, a União deve adotar regime extraordinário fiscal,
financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes,
somente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular,
nos termos definidos nos arts. 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade
pública e de seus efeitos sociais e econômicos, no seu período de duração, o
Poder Executivo federal pode adotar processos simplificados de contratação
de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e com-
pras que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições
a todos os concorrentes, dispensada a observância do § 1º do art. 169 na
contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição,

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limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo


do controle dos órgãos competentes. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com
propósito exclusivo de enfrentar a calamidade e suas consequências sociais
e econômicas, com vigência e efeitos restritos à sua duração, desde que não
impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da
observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aper-
feiçoamento de ação governamental que acarrete aumento de despesa e à
concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária
da qual decorra renúncia de receita. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
109, de 2021)
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito na-
cional de que trata o art. 167-B, não se aplica o disposto no § 3º do art. 195
desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício finan-
ceiro em que vigore a calamidade pública de âmbito nacional, a observância
do inciso III do caput do art. 167 desta Constituição. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional
de que trata o art. 167-B desta Constituição: (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 109, de 2021)
I – são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em
que vigore a calamidade pública, os limites, as condições e demais restrições
aplicáveis à União para a contratação de operações de crédito, bem como sua
verificação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – o superávit financeiro apurado em 31 de dezembro do ano imediata-
mente anterior ao reconhecimento pode ser destinado à cobertura de despe-
sas oriundas das medidas de combate à calamidade pública de âmbito nacio-

945
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nal e ao pagamento da dívida pública. (Incluído pela Emenda Constitucional


n. 109, de 2021)
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afas-
tamentos aplicáveis durante a vigência do estado de calamidade pública de
âmbito nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes
de recursos: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
I – decorrentes de repartição de receitas a Estados, ao Distrito Federal e a
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
II – decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201,
212, 212-A e 239 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 109, de 2021)
III – destinadas ao registro de receitas oriundas da arrecadação de do-
ações ou de empréstimos compulsórios, de transferências recebidas para o
atendimento de finalidades determinadas ou das receitas de capital produto
de operações de financiamento celebradas com finalidades contratualmente
determinadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União,
até o término da calamidade pública, as vedações previstas no art. 167-A
desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vi-
gência e efeitos não ultrapassem a sua duração, não se aplicam as vedações
referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput do art. 167-A desta Constitui-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea “c” do in-
ciso I do caput do art. 159 desta Constituição, devendo a transferência a que
se refere aquele dispositivo ser efetuada nos mesmos montantes transferi-
dos no exercício anterior à decretação da calamidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 109, de 2021)

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§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplica-


ção das vedações referidas no caput, nos termos deste artigo, e, até que as
tenham adotado na integralidade, estarão submetidos às restrições do § 6º
do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos para a
União. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, com-
preendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma
da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 1º É vedada a transferência a fundos de recursos financeiros oriundos de
repasses duodecimais. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do
caput deste artigo deve ser restituído ao caixa único do Tesouro do ente fe-
derativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parcelas duodecimais do
exercício seguinte. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 109, de 2021)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não pode exceder os limites
estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 109, de 2021)
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a
criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carrei-
ras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renume-
rado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) (Vide
Emenda constitucional n. 106, de 2020)

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I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às pro-


jeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste
artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente
suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo,
durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Es-
tados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
I – redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)
II – exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei comple-
mentar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde
que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus
a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

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§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será


considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atri-
buições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na
efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19,
de 1998)

TÍTULO VIII
DA ORDEM SOCIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
Parágrafo único. O Estado exercerá a função de planejamento das políticas
sociais, assegurada, na forma da lei, a participação da sociedade nos pro-
cessos de formulação, de monitoramento, de controle e de avaliação dessas
políticas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações


de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

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Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a


seguridade social, com base nos seguintes objetivos:
I – universalidade da cobertura e do atendimento;
II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais;
III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
V – equidade na forma de participação no custeio;
VI – diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas
contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a
ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contri-
butivo da previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de for-
ma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma
da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de
1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi-
tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20,
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

950
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II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, poden-


do ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de
contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão conce-
didas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
III – sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destina-
das à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integran-
do o orçamento da União.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de for-
ma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e as-
sistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de
diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide Medida Provisória
n. 526, de 2011) (Vide Lei n. 12.453, de 2011) (Vide Emenda constitucional
n. 106, de 2020)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten-
ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigi-
das após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas
em lei.

951
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§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador


artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão
para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resul-
tado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo
poderão ter alíquotas diferenciadas em razão da atividade econômica, da uti-
lização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estru-
tural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases
de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 10 A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o siste-
ma único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada
a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 20, de 1998)
§ 11 São vedados a moratória e o parcelamento em prazo superior a 60
(sessenta) meses e, na forma de lei complementar, a remissão e a anistia das
contribuições sociais de que tratam a alínea “a” do inciso I e o inciso II do
caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 12 A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não
cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
§ 13 (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)
§ 14 O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição
ao Regime Geral de Previdência Social a competência cuja contribuição seja
igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria,

952
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assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Consti-


tucional n. 103, de 2019)

Seção II
DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido median-


te políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, caben-
do ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fis-
calização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes: (Vide ADPF 672)
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único re-
numerado para § 1º pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anu-
almente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 29, de 2000)

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I – no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício fi-


nanceiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecada-
ção dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os
arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 29, de 2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000) Regula-
mento
I – os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde desti-
nados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados desti-
nados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 29, de 2000)
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saú-
de nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 29, de 2000)
IV – (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 86, de
2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agen-
tes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas

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atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda


Constitucional n. 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional
nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das ati-
vidades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias,
competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira comple-
mentar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento
do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 63, de
2010) Regulamento
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169
da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de
agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá
perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixa-
dos em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 51,
de 2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar
do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subven-
ções às instituições privadas com fins lucrativos.
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a re-
moção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:

955
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I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interes-


se para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
as de saúde do trabalhador;
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da política e da execução das ações de sa-
neamento básico;
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85,
de 2015)
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.
Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime


Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
derá, na forma da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
I – cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente
para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional
n. 103, de 2019)
II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;


(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados
de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para con-
cessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibi-
lidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral
para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
I – com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 103, de 2019)
II – cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes quí-
micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agen-
tes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendi-
mento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de be-
nefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Re-
dação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na quali-
dade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de
previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

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§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base


o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social,
nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois)
anos de idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
II – 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e cinco)
anos de idade, se mulher, para os trabalhadores rurais e para os que exerçam
suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produ-
tor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido
em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio fixado em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada a contagem recíproca do
tempo de contribuição entre o Regime Geral de Previdência Social e os regi-
mes próprios de previdência social, e destes entre si, observada a compen-
sação financeira, de acordo com os critérios estabelecidos em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 9º-A. O tempo de serviço militar exercido nas atividades de que tra-
tam os arts. 42, 142 e 143 e o tempo de contribuição ao Regime Geral de
Previdência Social ou a regime próprio de previdência social terão contagem
recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria, e a compensação
financeira será devida entre as receitas de contribuição referentes aos milita-
res e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

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§ 10 Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não


programados, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser aten-
dida concorrentemente pelo Regime Geral de Previdência Social e pelo setor
privado. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 11 Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incor-
porados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente
repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (Incluído dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquo-
tas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os
que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria
que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que trata o § 12 terá valor
de 1 (um) salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103,
de 2019)
§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito de
concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca. (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
§ 15 Lei complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a
acumulação de benefícios previdenciários. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 103, de 2019)
§ 16 Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das
sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribui-
ção, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na
forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de
2019)

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Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e


organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência
social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o
benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 1º A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participan-
te de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso
às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 2º As contribuições do empregador, os benefícios e as condições con-
tratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das
entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos
participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não inte-
gram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públi-
cas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese algu-
ma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 20, de 1998)
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Dis-
trito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades
de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquan-
to patrocinadores de planos de benefícios previdenciários, e as entidades de
previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
103, de 2019)
§ 5º A lei complementar de que trata o § 4º aplicar-se-á, no que couber,
às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de
serviços públicos, quando patrocinadoras de planos de benefícios em entida-

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des de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucio-


nal n. 103, de 2019)
§ 6º Lei complementar estabelecerá os requisitos para a designação dos
membros das diretorias das entidades fechadas de previdência complementar
instituídas pelos patrocinadores de que trata o § 4º e disciplinará a inserção
dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus inte-
resses sejam objeto de discussão e deliberação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 103, de 2019)

Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, inde-
pendentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portado-
ra de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à pró-
pria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art.
195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I – descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficen-
tes e de assistência social;
II – participação da população, por meio de organizações representativas,
na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

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Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a


programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento
de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no paga-
mento de: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO

Seção I
Da Educação

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,


será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na for-
ma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pú-

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blico de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade.
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação
escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 53, de 2006)
IX – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores con-
siderados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a
elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 53, de 2006)
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, admi-
nistrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas es-
trangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica
e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 11, de 1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezes-
sete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os
que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional n. 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)

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III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco)
anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica,
por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transpor-
te, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional n. 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino funda-
mental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes con-
dições:
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental,
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores cultu-
rais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas
maternas e processos próprios de aprendizagem.

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Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organi-


zarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios,
financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equaliza-
ção de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na
educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino
fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios definirão formas de colaboração, de forma a
assegurar a universalização, a qualidade e a equidade do ensino obrigatório.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regu-
lar. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
§ 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão ação
redistributiva em relação a suas escolas. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)
§ 7º O padrão mínimo de qualidade de que trata o § 1º deste artigo consi-
derará as condições adequadas de oferta e terá como referência o Custo Alu-
no Qualidade (CAQ), pactuados em regime de colaboração na forma disposta
em lei complementar, conforme o parágrafo único do art. 23 desta Constitui-
ção. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo,
da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transfe-
rências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

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§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Es-


tados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo,
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recur-
sos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao aten-
dimento das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a univer-
salização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 59, de
2009)
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento
a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma
da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006) (Vide De-
creto n. 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição so-
cial do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de
ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 53, de 2006)
§ 7º É vedado o uso dos recursos referidos no caput e nos §§ 5º e 6º deste
artigo para pagamento de aposentadorias e de pensões. (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 108, de 2020)
§ 8º Na hipótese de extinção ou de substituição de impostos, serão rede-
finidos os percentuais referidos no caput deste artigo e no inciso II do caput
do art. 212-A, de modo que resultem recursos vinculados à manutenção e ao
desenvolvimento do ensino, bem como os recursos subvinculados aos fundos

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de que trata o art. 212-A desta Constituição, em aplicações equivalentes às


anteriormente praticadas. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)
§ 9º A lei disporá sobre normas de fiscalização, de avaliação e de controle
das despesas com educação nas esferas estadual, distrital e municipal. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
Art. 212-A. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão
parte dos recursos a que se refere o caput do art. 212 desta Constituição à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino na educação básica e à remu-
neração condigna de seus profissionais, respeitadas as seguintes disposições:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020) Regulamento
I – a distribuição dos recursos e de responsabilidades entre o Distrito Fe-
deral, os Estados e seus Municípios é assegurada mediante a instituição, no
âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb), de natureza contábil; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)
II – os fundos referidos no inciso I do caput deste artigo serão constituídos
por 20% (vinte por cento) dos recursos a que se referem os incisos I, II e III
do caput do art. 155, o inciso II do caput do art. 157, os incisos II, III e IV
do caput do art. 158 e as alíneas “a” e “b” do inciso I e o inciso II do caput
do art. 159 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108,
de 2020)
III – os recursos referidos no inciso II do caput deste artigo serão distri-
buídos entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número
de alunos das diversas etapas e modalidades da educação básica presencial
matriculados nas respectivas redes, nos âmbitos de atuação prioritária, con-
forme estabelecido nos §§ 2º e 3º do art. 211 desta Constituição, observadas
as ponderações referidas na alínea “a” do inciso X do caput e no § 2º deste
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)

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IV – a União complementará os recursos dos fundos a que se refere o in-


ciso II do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)
V – a complementação da União será equivalente a, no mínimo, 23% (vin-
te e três por cento) do total de recursos a que se refere o inciso II do caput
deste artigo, distribuída da seguinte forma: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 108, de 2020)
a) 10 (dez) pontos percentuais no âmbito de cada Estado e do Distrito Fe-
deral, sempre que o valor anual por aluno (VAAF), nos termos do inciso III do
caput deste artigo, não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
b) no mínimo, 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pontos percentuais em
cada rede pública de ensino municipal, estadual ou distrital, sempre que o
valor anual total por aluno (VAAT), referido no inciso VI do caput deste artigo,
não alcançar o mínimo definido nacionalmente; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 108, de 2020)
c) 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pontos percentuais nas redes pú-
blicas que, cumpridas condicionalidades de melhoria de gestão previstas em
lei, alcançarem evolução de indicadores a serem definidos, de atendimento
e melhoria da aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do
sistema nacional de avaliação da educação básica; (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 108, de 2020)
VI – o VAAT será calculado, na forma da lei de que trata o inciso X do caput
deste artigo, com base nos recursos a que se refere o inciso II do caput deste
artigo, acrescidos de outras receitas e de transferências vinculadas à educa-
ção, observado o disposto no § 1º e consideradas as matrículas nos termos
do inciso III do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
108, de 2020)
VII – os recursos de que tratam os incisos II e IV do caput deste artigo
serão aplicados pelos Estados e pelos Municípios exclusivamente nos respec-

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tivos âmbitos de atuação prioritária, conforme estabelecido nos §§ 2º e 3º do


art. 211 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de
2020)
VIII – a vinculação de recursos à manutenção e ao desenvolvimento do
ensino estabelecida no art. 212 desta Constituição suportará, no máximo,
30% (trinta por cento) da complementação da União, considerados para os
fins deste inciso os valores previstos no inciso V do caput deste artigo; (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
IX – o disposto no caput do art. 160 desta Constituição aplica-se aos re-
cursos referidos nos incisos II e IV do caput deste artigo, e seu descumpri-
mento pela autoridade competente importará em crime de responsabilidade;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
X – a lei disporá, observadas as garantias estabelecidas nos incisos I, II,
III e IV do caput e no § 1º do art. 208 e as metas pertinentes do plano nacio-
nal de educação, nos termos previstos no art. 214 desta Constituição, sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
a) a organização dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo e
a distribuição proporcional de seus recursos, as diferenças e as ponderações
quanto ao valor anual por aluno entre etapas, modalidades, duração da jorna-
da e tipos de estabelecimento de ensino, observados as respectivas especifi-
cidades e os insumos necessários para a garantia de sua qualidade; (Incluído
pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
b) a forma de cálculo do VAAF decorrente do inciso III do caput deste
artigo e do VAAT referido no inciso VI do caput deste artigo; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
c) a forma de cálculo para distribuição prevista na alínea “c” do inciso V
do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
d) a transparência, o monitoramento, a fiscalização e o controle interno,
externo e social dos fundos referidos no inciso I do caput deste artigo, asse-
gurada a criação, a autonomia, a manutenção e a consolidação de conselhos

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de acompanhamento e controle social, admitida sua integração aos conselhos


de educação; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
e) o conteúdo e a periodicidade da avaliação, por parte do órgão respon-
sável, dos efeitos redistributivos, da melhoria dos indicadores educacionais e
da ampliação do atendimento; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 108,
de 2020)
XI – proporção não inferior a 70% (setenta por cento) de cada fundo re-
ferido no inciso I do caput deste artigo, excluídos os recursos de que trata
a alínea “c” do inciso V do caput deste artigo, será destinada ao pagamento
dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, observado, em re-
lação aos recursos previstos na alínea “b” do inciso V do caput deste artigo,
o percentual mínimo de 15% (quinze por cento) para despesas de capital;
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
XII – lei específica disporá sobre o piso salarial profissional nacional para
os profissionais do magistério da educação básica pública; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
XIII – a utilização dos recursos a que se refere o § 5º do art. 212 desta
Constituição para a complementação da União ao Fundeb, referida no inciso
V do caput deste artigo, é vedada. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
108, de 2020)
§ 1º O cálculo do VAAT, referido no inciso VI do caput deste artigo, deve-
rá considerar, além dos recursos previstos no inciso II do caput deste artigo,
pelo menos, as seguintes disponibilidades: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 108, de 2020)
I – receitas de Estados, do Distrito Federal e de Municípios vinculadas à
manutenção e ao desenvolvimento do ensino não integrantes dos fundos re-
feridos no inciso I do caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal n. 108, de 2020)

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II – cotas estaduais e municipais da arrecadação do salário-educação de


que trata o § 6º do art. 212 desta Constituição; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 108, de 2020)
III – complementação da União transferida a Estados, ao Distrito Federal
e a Municípios nos termos da alínea “a” do inciso V do caput deste artigo. (In-
cluído pela Emenda Constitucional n. 108, de 2020)
§ 2º Além das ponderações previstas na alínea “a” do inciso X do caput
deste artigo, a lei definirá outras relativas ao nível socioeconômico dos edu-
candos e aos indicadores de disponibilidade de recursos vinculados à edu-
cação e de potencial de arrecadação tributária de cada ente federado, bem
como seus prazos de implementação. (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 108, de 2020)
§ 3º Será destinada à educação infantil a proporção de 50% (cinquenta
por cento) dos recursos globais a que se refere a alínea “b” do inciso V do
caput deste artigo, nos termos da lei.” (Incluído pela Emenda Constitucional
n. 108, de 2020)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, po-
dendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas,
definidas em lei, que:
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes finan-
ceiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária,
filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de
suas atividades.
§ 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bol-
sas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas
e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando,
ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de
sua rede na localidade.

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§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento


à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições de educação
profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração
decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regi-
me de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de im-
plementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em
seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos
poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional n. 59, de 2009)
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade do ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em edu-
cação como proporção do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 59, de 2009)

Seção II
DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos cultu-
rais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valoriza-
ção e a difusão das manifestações culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indí-
genas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional.
2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significa-
ção para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual,


visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do po-
der público que conduzem à: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48, de
2005)
I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
II – produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas
múltiplas dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 48, de 2005)
IV – democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 48, de 2005)
V – valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 48, de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de
referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores
da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I – as formas de expressão;
II – os modos de criar, fazer e viver;
III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços desti-
nados às manifestações artístico-culturais;
V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e
protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautela-
mento e preservação.

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§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da docu-


mentação governamental e as providências para franquear sua consulta a
quantos dela necessitem. (Vide Lei n. 12.527, de 2011)
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de
bens e valores culturais.
§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma
da lei.
§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de remi-
niscências históricas dos antigos quilombos.
§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadu-
al de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária
líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 42, de 19.12.2003)
I – despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 42, de 19.12.2003)
II – serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de
19.12.2003)
III – qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos in-
vestimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42,
de 19.12.2003)
Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de co-
laboração, de forma descentralizada e participativa, institui um processo de
gestão e promoção conjunta de políticas públicas de cultura, democráticas e
permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a sociedade, tendo
por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com
pleno exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012)
§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional
de cultura e nas suas diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura,

974
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e rege-se pelos seguintes princípios: Incluído pela Emenda Constitucional n.


71, de 2012
I – diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 71, de 2012
II – universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012
III – fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens
culturais; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
IV – cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados
atuantes na área cultural; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
V – integração e interação na execução das políticas, programas, projetos
e ações desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
VI – complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012
VII – transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Cons-
titucional n. 71, de 2012
VIII – autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil;
Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
IX – transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela
Emenda Constitucional n. 71, de 2012
X – democratização dos processos decisórios com participação e controle
social; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
XI – descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das
ações; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
XII – ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públi-
cos para a cultura. Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas
esferas da Federação: Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
I – órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71,
de 2012

975
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II – conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional n.


71, de 2012
III – conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71,
de 2012
IV – comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71,
de 2012
V – planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de 2012
VI – sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 71, de 2012
VII – sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emen-
da Constitucional n. 71, de 2012
VIII – programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda
Constitucional n. 71, de 2012
IX – sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional n.
71, de 2012
§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de
Cultura, bem como de sua articulação com os demais sistemas nacionais ou
políticas setoriais de governo. Incluído pela Emenda Constitucional n. 71, de
2012
§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus res-
pectivos sistemas de cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda Consti-
tucional n. 71, de 2012

Seção III
DO DESPORTO

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não


formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quan-
to a sua organização e funcionamento;

976
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do des-


porto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendi-
mento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não pro-
fissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação na-
cional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às com-
petições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados
da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)


Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico,
a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento priori-
tário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência, tecno-
logia e inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solu-
ção dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo
nacional e regional.
§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ci-
ência, pesquisa, tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às ativi-
dades de extensão tecnológica, e concederá aos que delas se ocupem meios

977
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional


n. 85, de 2015)
§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa,
criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus
recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem
ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos
resultantes da produtividade de seu trabalho.
§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua
receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa
científica e tecnológica.
§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput, estimulará
a articulação entre entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esfe-
ras de governo. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições
públicas de ciência, tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades
previstas no caput. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incen-
tivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o
bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei
federal.
Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da
inovação nas empresas, bem como nos demais entes, públicos ou privados,
a constituição e a manutenção de parques e polos tecnológicos e de demais
ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores independentes
e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão firmar instrumentos de cooperação com órgãos e entidades públicos e
com entidades privadas, inclusive para o compartilhamento de recursos hu-
manos especializados e capacidade instalada, para a execução de projetos de

978
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, median-


te contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário,
na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNC-
TI) será organizado em regime de colaboração entre entes, tanto públicos
quanto privados, com vistas a promover o desenvolvimento científico e tec-
nológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 85, de 2015)
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorren-
temente sobre suas peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
85, de 2015)

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a in-


formação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer
restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à ple-
na liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e
artística.
§ 3º Compete à lei federal:
I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;
II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e

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televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda


de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio
ambiente.
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos,
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do in-
ciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência
sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente,
ser objeto de monopólio ou oligopólio.
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licen-
ça de autoridade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão
atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informati-
vas;
II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção inde-
pendente que objetive sua divulgação;
III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme
percentuais estabelecidos em lei;
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora
e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais
de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que
tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 36, de
2002)
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão

980
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação dada


pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da
programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há
mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada
pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da
tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princí-
pios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá
a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de
que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 36, de 2002)
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º
serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional n. 36, de 2002)
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão,
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado,
público e estatal.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e §
4º, a contar do recebimento da mensagem.
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação
de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após
deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o pra-
zo, depende de decisão judicial.
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emis-
soras de rádio e de quinze para as de televisão.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacio-


nal instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na
forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibra-


do, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento)
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material ge-
nético; (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)
III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Re-
gulamento)
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade poten-
cialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo
prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé-
todos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
o meio ambiente; (Regulamento)
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que


coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente su-
jeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admi-
nistrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos natu-
rais. (Regulamento) (Regulamento)
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,
por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo,
não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde
que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Cons-
tituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do
patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica
que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda
Constitucional n. 96, de 2017)

CAPÍTULO VII
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO

(Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.


§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável en-
tre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua
conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada
por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada
Pela Emenda Constitucional n. 66, de 2010)
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da pater-
nidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, compe-
tindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício
desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições ofi-
ciais ou privadas. Regulamento
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um
dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de
suas relações.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à crian-
ça, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura,
à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, ex-
ploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Cons-
titucional n. 65, de 2010)
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não

984
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes


preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
I – aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na
assistência materno-infantil;
II – criação de programas de prevenção e atendimento especializado para
as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, median-
te o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos
bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de
todas as formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional
n. 65, de 2010)
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edi-
fícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência.
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:
I – idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado
o disposto no art. 7º, XXXIII;
II – garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III – garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Re-
dação dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
IV – garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infra-
cional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional ha-
bilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V – obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito
à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
qualquer medida privativa da liberdade;
VI – estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda,
de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

985
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VII – programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao


adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Reda-
ção dada Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual
da criança e do adolescente.
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que esta-
belecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação.
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á
em consideração o disposto no art. 204.
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de
2010)
I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;
(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
II – o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articula-
ção das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.
(Incluído Pela Emenda Constitucional n. 65, de 2010)
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às normas da legislação especial.
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos meno-
res, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade.
Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencial-
mente em seus lares.
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos
transportes coletivos urbanos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999

Dispõe sobre o processo e julgamento da ação


direta de inconstitucionalidade e da ação decla-
Mensagem de Veto
ratória de constitucionalidade perante o Supre-
mo Tribunal Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de


inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal.

CAPÍTULO II
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

Seção I
Da Admissibilidade e do Procedimento da
Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 2º Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: (Vide artigo


103 da Constituição Federal)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do
Distrito Federal;

987
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Delegado de Polícia Civil

V – o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal;


VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 3º A petição indicará:
I – o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
II – o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procu-
ração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, de-
vendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos
necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias
contado do recebimento do pedido.
Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 1º (VETADO)
§ 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade
dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo
fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamen-


te, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deve-
rão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.
Art. 9º Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstân-
cia de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos,
poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comis-
são de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para,
em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e auto-
ridade na matéria.
§ 2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superio-
res, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da
norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.
§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágra-
fos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicita-
ção do relator.

Seção II
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade

Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta


será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal,
observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades
dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronun-
ciar-se no prazo de cinco dias.
§ 1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União
e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
§ 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sus-
tentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades
ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no
Regimento do Tribunal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida


cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a
lei ou o ato normativo impugnado.
Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da
União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar
as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no
que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.
§ 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida
com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe efi-
cácia retroativa.
§ 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior
acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário.
Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da rele-
vância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a se-
gurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez
dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da
República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo di-
retamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
(Vide ADO N. 26)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Capítulo II-A
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009)
DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

Seção I
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009)
Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação
Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão


os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
I – a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de
dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole
administrativa; (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
II – o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei n. 12.063,
de 2009).
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de pro-
curação, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter
cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão.
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamen-
te improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. (Incluído pela
Lei n. 12.063, de 2009).
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão,
não se admitirá desistência. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

991
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstituciona-


lidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da Seção I do
Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifes-
tar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos
reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem
como apresentar memoriais. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 2º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União,
que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei
n. 12.063, de 2009).
§ 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor,
terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para
informações. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

Seção II
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão

Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tri-


bunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto
no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronun-
ciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei
ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou
ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído pela Lei n.
12.063, de 2009).
§ 2º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da Repú-
blica, no prazo de 3 (três) dias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

992
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada susten-


tação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou
órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no
Regimento do Tribunal. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará
publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça
da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo
solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão
inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido
na Seção I do Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

Seção III
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com obser-


vância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a
adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 1º Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providên-
cias deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável
a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circuns-
tâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. (Incluído pela Lei
n. 12.063, de 2009).
§ 2º Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omis-
são, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. (Incluído pela Lei n.
12.063, de 2009).

993
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III
DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Seção I
Da Admissibilidade e do Procedimento da
Ação Declaratória de Constitucionalidade

Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou


ato normativo federal: (Vide artigo 103 da Constituição Federal)
I – o Presidente da República;
II – a Mesa da Câmara dos Deputados;
III – a Mesa do Senado Federal;
IV – o Procurador-Geral da República.
Art. 14. A petição inicial indicará:
I – o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos
jurídicos do pedido;
II – o pedido, com suas especificações;
III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da
disposição objeto da ação declaratória.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de pro-
curação, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos ne-
cessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de consti-
tucionalidade.
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.
Art. 17. (VETADO)

994
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação


declaratória de constitucionalidade.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procu-
rador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias.
Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstân-
cia de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos,
poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comis-
são de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autorida-
de na matéria.
§ 2º O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superio-
res, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da
norma questionada no âmbito de sua jurisdição.
§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágra-
fos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicita-
ção do relator.

Seção II
Da Medida Cautelar em Ação Declaratória
de Constitucionalidade

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de


seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declarató-
ria de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os
Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação
da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

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Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal


fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva
da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento
da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.

CAPÍTULO IV
DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade


da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo
menos oito Ministros.
Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade
ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num
ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer
se trate de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de
constitucionalidade.
Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração
de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Minis-
tros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de
aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o
número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido.
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a
ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a in-
constitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente
eventual ação declaratória.
Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão
responsável pela expedição do ato.
Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstituciona-
lidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é
irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não poden-
do, igualmente, ser objeto de ação rescisória.

996
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e


tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse
social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de
seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela
só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento
que venha a ser fixado.
Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da deci-
são, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão.
Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucio-
nalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração
parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra
todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Admi-
nistração Pública federal, estadual e municipal.

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 29. O art. 482 do Código de Processo Civil fica acrescido dos seguin-
tes parágrafos:
“Art. 482............................................................................
§ 1º O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público res-
ponsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão
manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e
condições fixados no Regimento Interno do Tribunal.
§ 2º Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Cons-
tituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional
objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo
fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memo-
riais ou de pedir a juntada de documentos.

997
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º O relator, considerando a relevância da matéria e a representativida-


de dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação
de outros órgãos ou entidades.”
Art. 30. O art. 8º da Lei no 8.185, de 14 de maio de 1991, passa a vigorar
acrescido dos seguintes dispositivos:
“Art.8º .............................................................................
I – n) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do
Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica;
.......................................................................................
§ 3º São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade:
I – o Governador do Distrito Federal;
II – a Mesa da Câmara Legislativa;
III – o Procurador-Geral de Justiça;
IV – a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Distrito Federal;
V – as entidades sindicais ou de classe, de atuação no Distrito Federal, de-
monstrando que a pretensão por elas deduzida guarda relação de pertinência
direta com os seus objetivos institucionais;
VI – os partidos políticos com representação na Câmara Legislativa.
§ 4º Aplicam-se ao processo e julgamento da ação direta de Inconstitu-
cionalidade perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios as
seguintes disposições:
I – o Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de
constitucionalidade ou de inconstitucionalidade;
II – declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar
efetiva norma da Lei Orgânica do Distrito Federal, a decisão será comunicada
ao Poder competente para adoção das providências necessárias, e, tratando-se
de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias;
III – somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu
órgão especial, poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade
de lei ou de ato normativo do Distrito Federal ou suspender a sua vigência em
decisão de medida cautelar.

998
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º Aplicam-se, no que couber, ao processo de julgamento da ação direta


de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face
da sua Lei Orgânica as normas sobre o processo e o julgamento da ação dire-
ta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal.”
Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 10 de novembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Carlos Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 11.11.1999*

999
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999

Dispõe sobre o processo e julgamento da arguição


Mensagem de Veto de descumprimento de preceito fundamental, nos
termos do § 1º do art. 102 da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal
será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar
ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição de descumprimento de preceito
fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional so-
bre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterio-
res à Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
II – (VETADO)
Art. 2º Podem propor arguição de descumprimento de preceito funda-
mental:
I – os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;
II – (VETADO)
§ 1º Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante repre-
sentação, solicitar a propositura de arguição de descumprimento de preceito
fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os funda-
mentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo.
§ 2º (VETADO)
Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II – a indicação do ato questionado;
III – a prova da violação do preceito fundamental;

1000
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – o pedido, com suas especificações;


V – se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial re-
levante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de man-
dato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do
ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando
não for o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, fal-
tar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 1º Não será admitida arguição de descumprimento de preceito funda-
mental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
§ 2º Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no pra-
zo de cinco dias.
Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental.
§ 1º Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em
período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do
Tribunal Pleno.
§ 2º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Ge-
ral da República, no prazo comum de cinco dias.
§ 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou
de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da ar-
guição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da
coisa julgada. (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)
§ 4º (VETADO)
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às
autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias.

1001
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos proces-


sos que ensejaram a arguição, requisitar informações adicionais, designar
perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou
ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com ex-
periência e autoridade na matéria.
§ 2º Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e jun-
tada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.
Art. 7º Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório,
com cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julgamento.
Parágrafo único. O Ministério Público, nas arguições que não houver for-
mulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para
informações.
Art. 8º A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito funda-
mental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços
dos Ministros.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
Art. 9º (VETADO)
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos
responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o
modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.
§ 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da
decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.
§ 2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado
da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário
da Justiça e do Diário Oficial da União.
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente
aos demais órgãos do Poder Público.

1002
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no


processo de arguição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, po-
derá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em
arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não po-
dendo ser objeto de ação rescisória.
Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de dezembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
José Carlos Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.12.1999*

1003
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 12.562, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011

Regulamenta o inciso III do art. 36 da Constituição Federal, para


dispor sobre o processo e julgamento da representação interventiva
perante o Supremo Tribunal Federal.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da representação
interventiva prevista no inciso III do art. 36 da Constituição Federal.
Art. 2º A representação será proposta pelo Procurador-Geral da Repúbli-
ca, em caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da
Constituição Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução
de lei federal.
Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se
for o caso de recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas;
II – a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto
ou da omissão questionados;
III – a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de exe-
cução de lei federal;
IV – o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, de-
vendo conter, se for o caso, cópia do ato questionado e dos documentos ne-
cessários para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando
não for o caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos es-
tabelecidos nesta Lei ou for inepta.
Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá
agravo, no prazo de 5 (cinco) dias.

1004
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de


seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na representação
interventiva.
§ 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Ge-
ral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
§ 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o
andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
representação interventiva.
Art. 6º Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição
inicial, se não houver pedido de liminar, o relator solicitará as informações às
autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que as prestarão
em até 10 (dez) dias.
§ 1º Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos, su-
cessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República,
que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá
causa ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do
regimento interno.
Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações
adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo
sobre a questão ou, ainda, fixar data para declarações, em audiência pública,
de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a manifes-
tação e a juntada de documentos por parte de interessados no processo.
Art. 8º Vencidos os prazos previstos no art. 6º ou, se for o caso, reali-
zadas as diligências de que trata o art. 7º, o relator lançará o relatório, com
cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.

1005
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva somente será toma-


da se presentes na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.
Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a procedência ou im-
procedência do pedido formulado na representação interventiva se num ou
noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6 (seis) Ministros.
Parágrafo único. Estando ausentes Ministros em número que possa influir
na decisão sobre a representação interventiva, o julgamento será suspenso,
a fim de se aguardar o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se
atinja o número necessário para a prolação da decisão.
Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos
órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final
for pela procedência do pedido formulado na representação interventiva, o
Presidente do Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao
conhecimento do Presidente da República para, no prazo improrrogável
de até 15 (quinze) dias, dar cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da
Constituição Federal.
Parágrafo único. Dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do
trânsito em julgado da decisão, a parte dispositiva será publicada em seção
especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União.
Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da
representação interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação
por ação rescisória.
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação .

Brasília, 23 de dezembro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

1006
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 9.507, DE 12 DE NOVEMBRO DE 1997

Regula o direito de acesso a informações e


Mensagem de veto
disciplina o rito processual do habeas data.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º (VETADO)
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco
de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a
terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora
ou depositária das informações.
Art. 2º O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositá-
ria do registro ou banco de dados e será deferido ou indeferido no prazo de
quarenta e oito horas.
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e
quatro horas.
Art. 3º Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados
marcará dia e hora para que o requerente tome conhecimento das informações.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 4º Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o inte-
ressado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios, poderá
requerer sua retificação.
§ 1º Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do reque-
rimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou da informação dará
ciência ao interessado.
§ 2º Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado
apresentar explicação ou contestação sobre o mesmo, justificando possível
pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no cadas-
tro do interessado.

1007
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 5º (VETADO)
Art. 6º (VETADO)
Art. 7º Conceder-se-á habeas data:
I – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governa-
mentais ou de caráter público;
II – para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por proces-
so sigiloso, judicial ou administrativo;
III – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação
ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pen-
dência judicial ou amigável.
Art. 8º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282
a 285 do Código de Processo Civil, será apresentada em duas vias, e os docu-
mentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na segunda.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias
sem decisão;
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze
dias, sem decisão; ou
III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º
ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Art. 9º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator
do conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via apresentada pelo im-
petrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias,
preste as informações que julgar necessárias.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de
habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos previstos nesta Lei.
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso previsto
no art. 15.

1008
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito,


juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao coator, bem como a
prova da sua entrega a este ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de dar recibo.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9º, e ouvido o representante
do Ministério Público dentro de cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz
para decisão a ser proferida em cinco dias.
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e
horário para que o coator:
I – apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de
registros ou bancos de dadas; ou
II – apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos
assentamentos do impetrante.
Art. 14. A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de
recebimento, ou por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o re-
querer o impetrante.
Parágrafo único. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radio-
fônica ou telefônica deverão ser apresentados à agência expedidora, com a
firma do juiz devidamente reconhecida.
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso
terá efeito meramente devolutivo.
Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao
qual competir o conhecimento do recurso ordenar ao juiz a suspensão da exe-
cução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que presida.
Art. 17. Nos casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
demais Tribunais caberá ao relator a instrução do processo.
Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão dene-
gatória não lhe houver apreciado o mérito.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os


atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância
superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir
à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator.
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e
quatro horas, a contar da distribuição.
Art. 20. O julgamento do habeas data compete:
I – originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República,
das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do
próprio Tribunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de
juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II – em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for profe-
rida em única instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em úni-
ca instância pelos Tribunais Regionais Federais;
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz
federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme
dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Dis-
trito Federal;

1010
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos


casos previstos na Constituição.
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a infor-
mações e retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a
ação de habeas data.
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 12 de novembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Iris Rezende

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.11.1997

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009

Mensagem de veto
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui-
do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os repre-
sentantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas na-
turais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser
respeito a essas atribuições.
§ 2º Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de eco-
nomia mista e de concessionárias de serviço público.
§ 3º Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qual-
quer delas poderá requerer o mandado de segurança.
Art. 2º Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências
de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.
Art. 3º O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em con-
dições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor
do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias,
quando notificado judicialmente.

1012
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo sub-


mete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Art. 4º Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais,
impetrar mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro
meio eletrônico de autenticidade comprovada.
§ 1º Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegra-
ma, radiograma ou outro meio que assegure a autenticidade do documento e
a imediata ciência pela autoridade.
§ 2º O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias
úteis seguintes.
§ 3º Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico,
serão observadas as regras da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil.
Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, in-
dependentemente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 6º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos
pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos
que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da auto-
ridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada
ou da qual exerce atribuições.
§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache
em repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se
recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminar-
mente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autên-
tica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O es-
crivão extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição.

1013
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coa-


tora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
§ 3º Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato
impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267
da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 6º O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do
prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mé-
rito.
Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe
a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pes-
soa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para
que, querendo, ingresse no feito;
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fun-
damento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução,
fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a limi-
nar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compen-
sação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes
do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a con-
cessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer
natureza.

1014
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persisti-


rão até a prolação da sentença.
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamen-
to.
§ 5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas nes-
te artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461
da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 8º Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex
officio ou a requerimento do Ministério Público quando, concedida a medida,
o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de
promover, por mais de 3 (três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe
cumprirem.
Art. 9º As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas da notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a
que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver
a representação judicial da União, do Estado, do Município ou da entidade
apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim
como indicações e elementos outros necessários às providências a serem to-
madas para a eventual suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder.
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quan-
do não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.
§ 1º Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação
e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança cou-
ber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para
o órgão competente do tribunal que integre.
§ 2º O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho
da petição inicial.

1015
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o


feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a
prova da entrega a estes ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no
caso do art. 4ºdesta Lei, a comprovação da remessa.
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7º desta
Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos
serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser necessariamente
proferida em 30 (trinta) dias.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermé-
dio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso
de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa
jurídica interessada.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto
no art. 4º desta Lei.
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe ape-
lação.
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente
ao duplo grau de jurisdição.
§ 2º Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer.
§ 3º A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser execu-
tada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da
medida liminar.
§ 4º O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados
em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da ad-
ministração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será
efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do
ajuizamento da inicial.

1016
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público in-


teressada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde,
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na ses-
são seguinte à sua interposição.
§ 1º Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refe-
re o caput deste artigo, caberá novo pedido de suspensão ao presidente do
tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraor-
dinário.
§ 2º É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1º deste
artigo, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra
a liminar a que se refere este artigo.
§ 3º A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida
nas ações movidas contra o poder público e seus agentes não prejudica nem
condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
§ 4º O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo
liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a
urgência na concessão da medida.
§ 5º As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma
única decisão, podendo o presidente do tribunal estender os efeitos da sus-
pensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original.
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao re-
lator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do
julgamento do mérito ou do pedido liminar. (Redação dada pela Lei n. 13.676,
de 2018)
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida
liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre.

1017
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respec-


tivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas
taquigráficas, independentemente de revisão.
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança,
sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por ação própria, plei-
teie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais.
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos
terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
§ 1º Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira
sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao relator.
§ 2º O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco)
dias.
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido
político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus inte-
resses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líqui-
dos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na
forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispen-
sada, para tanto, autorização especial.
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança cole-
tivo podem ser:
I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas li-
gadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;

1018
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os


decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da tota-
lidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as
ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impe-
trante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da
impetração da segurança coletiva.
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida
após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito públi-
co, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á de-
corridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado.
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposi-
ção de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários
advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de
má-fé.
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não cumprimento das
decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções ad-
ministrativas e da aplicação da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando
cabíveis.
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organi-
zação judiciária deverão ser adaptados às disposições desta Lei no prazo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação.

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Delegado de Polícia Civil

Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166,
de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 1964, 5.021, de 9 de
junho de 1966; o art. 3º da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art.
1º da Lei no 6.071, de 3 de julho de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de
janeiro de 1982, e o art. 2º da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996.

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LEI N. 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965.


Regula a ação popular.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou
a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito
Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de socieda-
des de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas
de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas
públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para
cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.
§ 1º Consideram-se patrimônio público, para os fins referidos neste artigo,
os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético ou histórico.
§ 1º - Consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste ar-
tigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico. (Redação dada pela Lei n. 6.513, de 1977)
§ 2º Em se tratando de instituições ou fundações, para cuja criação ou
custeio o tesouro público concorra com menos de cinquenta por cento do
patrimônio ou da receita ânua, bem como de pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas, as consequências patrimoniais da invalidez dos atos lesivos
terão por limite a repercussão deles sobre a contribuição dos cofres públicos.
§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título
eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.

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Delegado de Polícia Civil

§ 4º Para instruir a inicial, o cidadão poderá requerer às entidades, a que


se refere este artigo, as certidões e informações que julgar necessárias, bas-
tando para isso indicar a finalidade das mesmas.
§ 5º As certidões e informações, a que se refere o parágrafo anterior, de-
verão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos
respectivos requerimentos, e só poderão ser utilizadas para a instrução de
ação popular.
§ 6º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justifi-
cado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação.
§ 7º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser pro-
posta desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao
juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, e salvo em se tratando de
razão de segurança nacional, requisitar umas e outras; feita a requisição, o
processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o trânsito em jul-
gado de sentença condenatória.
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades menciona-
das no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-
-ão as seguintes normas:
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atri-
buições legais do agente que o praticou;
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou
irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em
violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;

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d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de


direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridi-
camente inadequada ao resultado obtido;
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando
a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de com-
petência.
Art. 3º Os atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público ou
privado, ou das entidades mencionadas no art. 1º, cujos vícios não se com-
preendam nas especificações do artigo anterior, serão anuláveis, segundo as
prescrições legais, enquanto compatíveis com a natureza deles.
Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou contratos, praticados ou
celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.
I – A admissão ao serviço público remunerado, com desobediência, quanto
às condições de habilitação, das normas legais, regulamentares ou constan-
tes de instruções gerais.
II – A operação bancária ou de crédito real, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, es-
tatutárias, regimentais ou internas;
b) o valor real do bem dado em hipoteca ou penhor for inferior ao cons-
tante de escritura, contrato ou avaliação.
III – A empreitada, a tarefa e a concessão do serviço público, quando:
a) o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência
pública ou administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei,
regulamento ou norma geral;
b) no edital de concorrência forem incluídas cláusulas ou condições, que
comprometam o seu caráter competitivo;
c) a concorrência administrativa for processada em condições que impli-
quem na limitação das possibilidades normais de competição.
IV – As modificações ou vantagens, inclusive prorrogações que forem ad-
mitidas, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos de em-

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preitada, tarefa e concessão de serviço público, sem que estejam previstas


em lei ou nos respectivos instrumentos.,
V – A compra e venda de bens móveis ou imóveis, nos casos em que não
cabível concorrência pública ou administrativa, quando:
a) for realizada com desobediência a normas legais, regulamentares, ou
constantes de instruções gerais;
b) o preço de compra dos bens for superior ao corrente no mercado, na
época da operação;
c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente no mercado, na épo-
ca da operação.
VI – A concessão de licença de exportação ou importação, qualquer que
seja a sua modalidade, quando:
a) houver sido praticada com violação das normas legais e regulamentares
ou de instruções e ordens de serviço;
b) resultar em exceção ou privilégio, em favor de exportador ou importador.
VII – A operação de redesconto quando sob qualquer aspecto, inclusive o
limite de valor, desobedecer a normas legais, regulamentares ou constantes
de instruções gerais.
VIII – O empréstimo concedido pelo Banco Central da República, quando:
a) concedido com desobediência de quaisquer normas legais, regulamen-
tares,, regimentais ou constantes de instruções gerias:
b) o valor dos bens dados em garantia, na época da operação, for inferior
ao da avaliação.
IX – A emissão, quando efetuada sem observância das normas constitu-
cionais, legais e regulamentadoras que regem a espécie.

DA COMPETÊNCIA

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhe-


cer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização

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judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao


Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito
Federal, do Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas
por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das socie-
dades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas
subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer
outra pessoas ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se
houver; quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município, será
competente o juiz das causas do Estado, se houver.
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob
os mesmos fundamentos.
§ 4º Na defesa do patrimônio público caberá a suspensão liminar do ato
lesivo impugnado. (Incluído pela Lei n. 6.513, de 1977)

DOS SUJEITOS PASSIVOS DA AÇÃO E DOS ASSISTENTES

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e


as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou ad-
ministradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o
ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e
contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indetermi-
nado ou desconhecido, a ação será proposta somente contra as outras pesso-
as indicadas neste artigo.
§ 2º No caso de que trata o inciso II, item “b”, do art. 4º, quando o valor
real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além das pes-
soas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º, apenas os respon-
sáveis pela avaliação inexata e os beneficiários da mesma.

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§ 3º A pessoas jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato


seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou pode-
rá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao interesse público,
a juízo do respectivo representante legal ou dirigente.
§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a
produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que
nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do
ato impugnado ou dos seus autores.
§ 5º É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou as-
sistente do autor da ação popular.

DO PROCESSO

Art. 7º A ação obedecerá ao procedimento ordinário, previsto no Código


de Processo Civil, observadas as seguintes normas modificativas:
I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
a) além da citação dos réus, a intimação do representante do Ministério
Público;
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos
que tiverem sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros
que se lhe afigurem necessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos
de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as re-
quisições, a que se refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos prazos
fixados pelo juiz.
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos
prazos assinalados, o juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por
prazo razoável.
II – Quando o autor o preferir, a citação dos beneficiários far-se-á por edi-
tal com o prazo de 30 (trinta) dias, afixado na sede do juízo e publicado três
vezes no jornal oficial do Distrito Federal, ou da Capital do Estado ou Território

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em que seja ajuizada a ação. A publicação será gratuita e deverá iniciar-se no


máximo 3 (três) dias após a entrega, na repartição competente, sob protoco-
lo, de uma via autenticada do mandado.
III  – Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado,
cuja existência ou identidade se torne conhecida no curso do processo e antes
de proferida a sentença final de primeira instância, deverá ser citada para a
integração do contraditório, sendo-lhe restituído o prazo para contestação e
produção de provas, Salvo, quanto a beneficiário, se a citação se houver feito
na forma do inciso anterior.
IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20
(vinte), a requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção
de prova documental, e será comum a todos os interessados, correndo da
entrega em cartório do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso
do prazo assinado em edital.
V – Caso não requerida, até o despacho saneador, a produção de prova
testemunhal ou pericial, o juiz ordenará vista às partes por 10 (dez) dias,
para alegações, sendo-lhe os autos conclusos, para sentença, 48 (quarenta e
oito) horas após a expiração desse prazo; havendo requerimento de prova, o
processo tomará o rito ordinário.
VI – A sentença, quando não prolatada em audiência de instrução e julga-
mento, deverá ser proferida dentro de 15 (quinze) dias do recebimento dos
autos pelo juiz.
Parágrafo único. O proferimento da sentença além do prazo estabelecido
privará o juiz da inclusão em lista de merecimento para promoção, durante 2
(dois) anos, e acarretará a perda, para efeito de promoção por antiguidade,
de tantos dias quantos forem os do retardamento, salvo motivo justo, decli-
nado nos autos e comprovado perante o órgão disciplinar competente.
Art. 8º Ficará sujeita à pena de desobediência, salvo motivo justo devida-
mente comprovado, a autoridade, o administrador ou o dirigente, que deixar
de fornecer, no prazo fixado no art. 1º, § 5º, ou naquele que tiver sido esti-

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pulado pelo juiz (art. 7º, n. I, letra “b”), informações e certidão ou fotocópia
de documento necessários à instrução da causa.
Parágrafo único. O prazo contar-se-á do dia em que entregue, sob recibo,
o requerimento do interessado ou o ofício de requisição (art. 1º, § 5º, e art.
7º, n. I, letra “b”).
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instân-
cia, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inci-
so II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do
Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação
feita, promover o prosseguimento da ação.
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a
invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os
responsáveis pela sua prática e os beneficiários dele, ressalvada a ação regres-
siva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamen-
to, ao autor, das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, direta-
mente relacionadas com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários
de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido,
julgar a lide manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do
décuplo das custas.
Art. 14. Se o valor da lesão ficar provado no curso da causa, será indicado
na sentença; se depender de avaliação ou perícia, será apurado na execução.
§ 1º Quando a lesão resultar da falta ou isenção de qualquer pagamento,
a condenação imporá o pagamento devido, com acréscimo de juros de mora
e multa legal ou contratual, se houver.
§ 2º Quando a lesão resultar da execução fraudulenta, simulada ou irreal
de contratos, a condenação versará sobre a reposição do débito, com juros
de mora.

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§ 3º Quando o réu condenado perceber dos cofres públicos, a execução


far-se-á por desconto em folha até o integral ressarcimento do dano causado,
se assim mais convier ao interesse público.
§ 4º A parte condenada a restituir bens ou valores ficará sujeita a seques-
tro e penhora, desde a prolação da sentença condenatória.
Art. 15. Se, no curso da ação, ficar provada a infringência da lei penal ou
a prática de falta disciplinar a que a lei comine a pena de demissão ou a de
rescisão de contrato de trabalho, o juiz, ex-officio, determinará a remessa de
cópia autenticada das peças necessárias às autoridades ou aos administrado-
res a quem competir aplicar a sanção.
Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença
condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a
respectiva execução. o representante do Ministério Público a promoverá nos
30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Art. 17. É sempre permitida às pessoas ou entidades referidas no art. 1º,
ainda que hajam contestado a ação, promover, em qualquer tempo, e no que
as beneficiar a execução da sentença contra os demais réus.
Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível “erga omnes”,
exceto no caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de
prova; neste caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 19. Da sentença que concluir pela improcedência ou pela carência da
ação, recorrerá o juiz, ex officio, mediante simples declaração no seu texto,
da sentença que julgar procedente o pedido caberá apelação voluntária, com
efeito suspensivo.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da
ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)

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§ 1º Das decisões interlocutórias poderão ser interpostos os recursos pre-


vistos no Código de Processo Civil.
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. (Redação
dada pela Lei n. 6.014, de 1973)
§ 2º Das decisões proferidas contra o autor popular e suscetíveis de recur-
so, poderão recorrer qualquer cidadão e o representante do Ministério Público.
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e sus-
cetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério
Público. (Redação dada pela Lei n. 6.014, de 1973)

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 20. Para os fins desta lei, consideram-se entidades autárquicas:


a) o serviço estatal descentralizado com personalidade jurídica, custeado
mediante orçamento próprio, independente do orçamento geral;
b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para a execução
de serviços de interesse público ou social, custeados por tributos de qualquer
natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro Público;
c) as entidades de direito público ou privado a que a lei tiver atribuído
competência para receber e aplicar contribuições parafiscais.
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.
Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de Processo Civil,
naquilo em que não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza es-
pecífica da ação.

Brasília, 29 de junho de 1965; 144º da Independência e 77º da


República.
H. Castello Branco
Milton Soares Campos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.7.1965 e repu-
blicado em 8.4.1974

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LEI N. 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016


Disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e
coletivo e dá outras providências.

O VICE - PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de


PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados
de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º da
Constituição Federal.
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou
parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insu-
ficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente.
Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes,
as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das li-
berdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder,
o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.
Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela
lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele
integra ou aquela a que está vinculado.
§ 1º Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e
os documentos que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos
forem os impetrados.
§ 2º Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se
em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de
terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia

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autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento


no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda
via da petição.
§ 3º Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será
feita no próprio instrumento da notificação.
Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada:
I – a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, deven-
do-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documen-
tos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações;
II – a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial
da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição ini-
cial, para que, querendo, ingresse no feito.
Art. 6º A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração
for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, ca-
berá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o
julgamento da impetração.
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o
Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem
parecer, os autos serão conclusos para decisão.
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção
para:
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
norma regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das
liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições
em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los,
caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

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Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso


I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em man-
dado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá
efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade
ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos
aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a
renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes
modificações das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedi-
mento estabelecido nesta Lei.
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos
ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado,
salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamen-
tadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem
resolução de mérito.
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:
I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos in-
teresses sociais ou individuais indisponíveis;
II – por partido político com representação no Congresso Nacional, para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integran-
tes ou relacionados com a finalidade partidária;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente


constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de
parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que
pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos indi-
viduais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da
Constituição Federal .
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos
por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a
uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe
ou categoria.
Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou
da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§
1º e 2º do art. 9º.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência
em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão
o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo
de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.
Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas
do mandado de segurança, disciplinado pela Lei n. 12.016, de 7 de agosto de
2009 , e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei n. 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 , e pela Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 , observado
o disposto em seus arts. 1.045 e 1.046 .
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Brasília, 23 de junho de 2016; 195º da Independência e 128º da República.


MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes
Fábio Medina Osório

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.6.2016


*

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS


(1969)*
(PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA)
PREÂMBULO

Os Estados Americanos signatários da presente Convenção,


Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do qua-
dro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de justi-
ça social, fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam
do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter
como fundamento os atributos da pessoa humana, razão por que justificam
uma proteção internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou com-
plementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos;
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Or-
ganização dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem, e que
foram reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais,
tanto de âmbito mundial como regional;
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Huma-
nos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da
miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos
seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis
e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária
(Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria Carta da Organização
de normas mais amplas sobre os direitos econômicos, sociais e educacionais
e resolveu que uma Convenção Interamericana sobre Direitos Humanos de-
terminasse a estrutura, competência e processo dos órgãos encarregados
dessa matéria;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Convieram no seguinte:

PARTE I - DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS

CAPÍTULO I - ENUMERAÇÃO DOS DEVERES

Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos


1. Os Estados-partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os
direitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício
a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação algu-
ma, por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de
qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nas-
cimento ou qualquer outra condição social.
2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.
Artigo 2º - Dever de adotar disposições de direito interno
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não
estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os Esta-
dos-partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas cons-
titucionais e com as disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou
de outra natureza que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e
liberdades.

CAPÍTULO II - DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica


Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.
Artigo 4º - Direito à vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve
ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém
pode ser privado da vida arbitrariamente.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá
ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de
tribunal competente e em conformidade com a lei que estabeleça tal pena,
promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá
sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam
abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos,
nem a delitos comuns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da
perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem
aplicá-la a mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto
ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos.
Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente
de decisão ante a autoridade competente.
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíqui-
ca e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis,
desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser trata-
da com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em cir-
cunstâncias excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento adequado à
sua condição de pessoas não condenadas.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados
dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possí-
vel, para seu tratamento.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a


reforma e a readaptação social dos condenados.
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e tanto estas
como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as
suas formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obriga-
tório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de
liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser
interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta por
um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a digni-
dade, nem a capacidade física e intelectual do recluso.
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste
artigo:
a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em
cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade ju-
diciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados sob a
vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos que os exe-
cutarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou
pessoas jurídicas de caráter privado;
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de
consciência, qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a
existência ou o bem-estar da comunidade;
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e
nas condições previamente fixadas pelas Constituições políticas dos Estados-
-partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrá-


rios.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da deten-
ção e notificada, sem demora, da acusação ou das acusações formuladas
contra ela.
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à
presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções
judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em
liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser
condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou
tribunal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalida-
de de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção
forem ilegais. Nos Estados-partes cujas leis preveem que toda pessoa que se
vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um juiz
ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre a legalidade de tal
ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser
interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os man-
dados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadim-
plemento de obrigação alimentar.
Artigo 8º - Garantias judiciais
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias
e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou Tribunal competente, inde-
pendente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de
qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus
direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
natureza.
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua
inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garan-


tias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou
intérprete, caso não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formu-
lada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação
de sua defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por
um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular,
com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado
pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado
não se defender ele próprio, nem nomear defensor dentro do prazo estabe-
lecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de
obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas
que possam lançar luz sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-
-se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma
natureza.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser
submetido a novo processo pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para
preservar os interesses da justiça.
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que, no momen-
to em que foram cometidos, não constituam delito, de acordo com o direito

1041
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

aplicável. Tampouco poder-se-á impor pena mais grave do que a aplicável no


momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a lei es-
tipular a imposição de pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se.
Artigo 10 - Direito à indenização
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de ha-
ver sido condenada em sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento
de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua
vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência,
nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais
ofensas.
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse
direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de
mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e di-
vulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em
público como em privado.
2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que possam limitar
sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de re-
ligião ou de crenças.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está
sujeita apenas às limitações previstas em lei e que se façam necessárias para
proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e
as liberdades das demais pessoas.
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e
pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas
próprias convicções.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão


1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão.
Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir informações e
ideias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente
ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer meio de
sua escolha.
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar
sujeito à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser
expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para assegurar:
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou
da moral públicas.
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias e meios indiretos,
tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa,
de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na di-
fusão de informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a
comunicação e a circulação de ideias e opiniões.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o
objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância
e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda
apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à dis-
criminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas
em seu prejuízo por meios de difusão legalmente regulamentados e que se
dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de difusão,
sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras res-
ponsabilidades legais em que se houver incorrido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou


empresa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
pessoa responsável, que não seja protegida por imunidades, nem goze de
foro especial.
Artigo 15 - Direito de reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício des-
se direito só pode estar sujeito às restrições previstas em lei e que se façam
necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse da segurança na-
cional, da segurança ou ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
Artigo 16 - Liberdade de associação
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideo-
lógicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, des-
portivos ou de qualquer outra natureza.
2. O exercício desse direito só pode estar sujeito às restrições previstas em
lei e que se façam necessárias, em uma sociedade democrática, ao interesse
da segurança nacional, da segurança e da ordem públicas, ou para proteger a
saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
3. O presente artigo não impede a imposição de restrições legais, e mes-
mo a privação do exercício do direito de associação, aos membros das forças
armadas e da polícia.
Artigo 17 - Proteção da família
1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e deve ser pro-
tegida pela sociedade e pelo Estado.
2. É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem casamen-
to e de constituírem uma família, se tiverem a idade e as condições para isso
exigidas pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o princípio
da não discriminação estabelecido nesta Convenção.
3. O casamento não pode ser celebrado sem o consentimento livre e pleno
dos contraentes.

1044
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

4. Os Estados-partes devem adotar as medidas apropriadas para assegu-


rar a igualdade de direitos e a adequada equivalência de responsabilidades
dos cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e por ocasião de sua
dissolução. Em caso de dissolução, serão adotadas as disposições que asse-
gurem a proteção necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e
conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do
casamento, como aos nascidos dentro do casamento.
Artigo 18 - Direito ao nome
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao
de um destes. A lei deve regular a forma de assegurar a todos esse direito,
mediante nomes fictícios, se for necessário.
Artigo 19 - Direitos da criança
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição de
menor requer, por parte da sua família, da sociedade e do Estado.
Artigo 20 - Direito à nacionalidade
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território
houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem
do direito de mudá-la.
Artigo 21 - Direito à propriedade privada
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode subor-
dinar esse uso e gozo ao interesse social.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o pa-
gamento de indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de interesse
social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração do homem
pelo homem, devem ser reprimidas pela lei.
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território de um Estado tem


o direito de nele livremente circular e de nele residir, em conformidade com
as disposições legais.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive
de seu próprio país.
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser restringido, senão
em virtude de lei, na medida indispensável, em uma sociedade democrática,
para prevenir infrações penais ou para proteger a segurança nacional, a se-
gurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os direitos e
liberdades das demais pessoas.
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser res-
tringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de interesse público.
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional
e nem ser privado do direito de nele entrar.
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado-
-parte na presente Convenção só poderá dele ser expulso em decorrência de
decisão adotada em conformidade com a lei.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território es-
trangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos
com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e com as
Convenções internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro
país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou à liberdade pessoal
esteja em risco de violação em virtude de sua raça, nacionalidade, religião,
condição social ou de suas opiniões políticas.
9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
Artigo 23 - Direitos políticos
1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades:
a) de participar da condução dos assuntos públicos, diretamente ou por
meio de representantes livremente eleitos;

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b) de votar e ser eleito em eleições periódicas, autênticas, realizadas por


sufrágio universal e igualitário e por voto secreto, que garantam a livre ex-
pressão da vontade dos eleitores; e
c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas
de seu país.
2. A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades, a que se
refere o inciso anterior, exclusivamente por motivo de idade, nacionalidade,
residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação, por
juiz competente, em processo penal.
Artigo 24 - Igualdade perante a lei
Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito,
sem discriminação alguma, à igual proteção da lei.
Artigo 25 - Proteção judicial
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer
outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a pro-
teja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos pela
Constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal vio-
lação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de suas
funções oficiais.
2. Os Estados-partes comprometem-se:
a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal
do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda
decisão em que se tenha considerado procedente o recurso.

CAPÍTULO III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS

Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo


Os Estados-partes comprometem-se a adotar as providências, tanto no
âmbito interno, como mediante cooperação internacional, especialmente eco-

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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nômica e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade


dos direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre educação,
ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados America-
nos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos dis-
poníveis, por via legislativa ou por outros meios apropriados.

CAPÍTULO IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E


APLICAÇÃO

Artigo 27 - Suspensão de garantias


1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que
ameace a independência ou segurança do Estado-parte, este poderá adotar
as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exi-
gências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude desta
Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com as de-
mais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discri-
minação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou
origem social.
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determi-
nados nos seguintes artigos: 3 (direito ao reconhecimento da personalidade
jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da
escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da retroatividade), 12
(liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito ao
nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 (direitos
políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos.
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do direito de suspen-
são deverá comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na presente
Convenção, por intermédio do Secretário Geral da Organização dos Estados
Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os motivos de-
terminantes da suspensão e a data em que haja dado por terminada tal sus-
pensão.

1048
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Artigo 28 - Cláusula federal


1. Quando se tratar de um Estado-parte constituído como Estado federal,
o governo nacional do aludido Estado-parte cumprirá todas as disposições
da presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce
competência legislativa e judicial.
2. No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à
competência das entidades componentes da federação, o governo nacional
deve tomar imediatamente as medidas pertinentes, em conformidade com
sua Constituição e com suas leis, a fim de que as autoridades competentes
das referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o cumpri-
mento desta Convenção.
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles
uma federação ou outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que
o pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para que
continuem sendo efetivas no novo Estado, assim organizado, as normas da
presente Convenção.
Artigo 29 - Normas de interpretação
Nenhuma disposição da presente Convenção pode ser interpretada no
sentido de:
a) permitir a qualquer dos Estados-partes, grupo ou indivíduo, suprimir
o gozo e o exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção ou
limitá-los em maior medida do que a nela prevista;
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam
ser reconhecidos em virtude de leis de qualquer dos Estados-partes ou em
virtude de Convenções em que seja parte um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou
que decorrem da forma democrática representativa de governo;
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração America-
na dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma
natureza.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Artigo 30 - Alcance das restrições


As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e exer-
cício dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas
senão de acordo com leis que forem promulgadas por motivo de interesse
geral e com o propósito para o qual houverem sido estabelecidas.
Artigo 31 - Reconhecimento de outros direitos
Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Convenção, outros
direitos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com os processos
estabelecidos nos artigo 69 e 70.

CAPÍTULO V - DEVERES DAS PESSOAS

Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos


1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a huma-
nidade.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela
segurança de todos e pelas justas exigências do bem comum, em uma socie-
dade democrática.

PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO VI - ÓRGÃOS COMPETENTES

Artigo 33 - São competentes para conhecer de assuntos relacionados com


o cumprimento dos compromissos assumidos pelos Estados-partes nesta
Convenção:
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante denomina-
da a Comissão; e

1050
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a


Corte.

CAPÍTULO VII - COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HU-


MANOS

Seção 1 - Organização

Artigo 34 - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á


de sete membros, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de re-
conhecido saber em matéria de direitos humanos.
Artigo 35 - A Comissão representa todos os Membros da Organização dos
Estados Americanos.
Artigo 36 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela
Assembleia Geral da Organização, a partir de uma lista de candidatos propos-
tos pelos governos dos Estados-membros.
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, na-
cionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-membro da
Organização dos Estados Americanos. Quando for proposta uma lista de três
candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado diferente do
proponente.
Artigo 37 - 1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos
e só poderão ser reeleitos um vez, porém o mandato de três dos membros
designados na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois
da referida eleição, serão determinados por sorteio, na Assembleia Geral, os
nomes desses três membros.
2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um mesmo
país.

1051
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à


expiração normal do mandato, serão preenchidas pelo Conselho Permanente
da Organização, de acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão.
Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação
da Assembleia Geral e expedirá seu próprio Regulamento.
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão devem ser desempe-
nhados pela unidade funcional especializada que faz parte da Secretaria Geral
da Organização e deve dispor dos recursos necessários para cumprir as tare-
fas que lhe forem confiadas pela Comissão.

Seção 2 - Funções

Artigo 41 - A Comissão tem a função principal de promover a observância


e a defesa dos direitos humanos e, no exercício de seu mandato, tem as se-
guintes funções e atribuições:
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América;
b) formular recomendações aos governos dos Estados-membros, quando
considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas em
prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus preceitos
constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o devido
respeito a esses direitos;
c) preparar estudos ou relatórios que considerar convenientes para o de-
sempenho de suas funções;
d) solicitar aos governos dos Estados-membros que lhe proporcionem in-
formações sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral da Organização
dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados-membros sobre ques-
tões relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas possibilidades,
prestar-lhes o assessoramento que lhes solicitarem;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de


sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta
Convenção; e
g) apresentar um relatório anual à Assembleia Geral da Organização dos
Estados Americanos.
Artigo 42 - Os Estados-partes devem submeter à Comissão cópia dos rela-
tórios e estudos que, em seus respectivos campos, submetem anualmente às
Comissões Executivas do Conselho Interamericano Econômico e Social e do
Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela
zele para que se promovam os direitos decorrentes das normas econômicas,
sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organiza-
ção dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
Artigo 43 - Os Estados-partes obrigam-se a proporcionar à Comissão as
informações que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual seu direito in-
terno assegura a aplicação efetiva de quaisquer disposições desta Convenção.

Seção 3 - Competência

Artigo 44 - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não go-


vernamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros da
Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias
ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-parte.
Artigo 45 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do seu
instrumento de ratificação desta Convenção, ou de adesão a ela, ou em qual-
quer momento posterior, declarar que reconhece a competência da Comissão
para receber e examinar as comunicações em que um Estado-parte alegue
haver outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos humanos esta-
belecidos nesta Convenção.
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem ser admiti-
das e examinadas se forem apresentadas por um Estado-parte que haja feito
uma declaração pela qual reconheça a referida competência da Comissão. A

1053
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Comissão não admitirá nenhuma comunicação contra um Estado-parte que


não haja feito tal declaração.
3. As declarações sobre reconhecimento de competência podem ser feitas
para que esta vigore por tempo indefinido, por período determinado ou para
casos específicos.
4. As declarações serão depositadas na Secretaria Geral da Organização
dos Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das mesmas aos Estados-
-membros da referida Organização.
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo
com os artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição in-
terna, de acordo com os princípios de Direito Internacional geralmente reco-
nhecidos;
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data
em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da
decisão definitiva;
c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro
processo de solução internacional; e
d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade,
a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do represen-
tante legal da entidade que submeter a petição.
2. As disposições das alíneas “a” e “b” do inciso 1 deste artigo não se apli-
carão quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido
processo legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham
sido violados;
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos
o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de
esgotá-los; e
c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunica-


ção apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por
esta Convenção;
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for manifestamen-
te infundada a petição ou comunicação ou for evidente sua total improcedên-
cia; ou
d) for substancialmente reprodução de petição ou comunicação anterior,
já examinada pela Comissão ou por outro organismo internacional.

Seção 4 - Processo

Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na


qual se alegue a violação de qualquer dos direitos consagrados nesta Conven-
ção, procederá da seguinte maneira:
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, solicitará
informações ao Governo do Estado ao qual pertença a autoridade apontada
como responsável pela violação alegada e transcreverá as partes pertinentes
da petição ou comunicação. As referidas informações devem ser enviadas
dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as circuns-
tâncias de cada caso;
b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo fixado sem que se-
jam elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os motivos da petição
ou comunicação. No caso de não existirem ou não subsistirem, mandará ar-
quivar o expediente;
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improcedência da
petição ou comunicação, com base em informação ou prova supervenientes;
d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de comprovar
os fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das partes, a um exame
do assunto exposto na petição ou comunicação. Se for necessário e conve-

1055
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

niente, a Comissão procederá a uma investigação para cuja eficaz realização


solicitará, e os Estados interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades
necessárias;
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação pertinente
e receberá, se isso for solicitado, as exposições verbais ou escritas que apre-
sentarem os interessados; e
f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar a uma
solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direitos reconhecidos
nesta Convenção.
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada uma in-
vestigação, mediante prévio consentimento do Estado em cujo território se
alegue houver sido cometida a violação, tão somente com a apresentação de
uma petição ou comunicação que reúna todos os requisitos formais de admis-
sibilidade.
Artigo 49 - Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com
as disposições do inciso 1, “f”, do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório
que será encaminhado ao peticionário e aos Estados-partes nesta Convenção
e posteriormente transmitido, para sua publicação, ao Secretário Geral da
Organização dos Estados Americanos. O referido relatório conterá uma breve
exposição dos fatos e da solução alcançada. Se qualquer das partes no caso o
solicitar, ser-lhe-á proporcionada a mais ampla informação possível.
Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for
fixado pelo Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá
os fatos e suas conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou em
parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá
agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também se agregarão
ao relatório as exposições verbais ou escritas que houverem sido feitas pelos
interessados em virtude do inciso 1, “e”, do artigo 48.
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos quais não
será facultado publicá-lo.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as proposições e


recomendações que julgar adequadas.
Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados
interessados do relatório da Comissão, o assunto não houver sido solucionado
ou submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado,
aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto da maioria
absoluta dos seus membros, sua opinião e conclusões sobre a questão sub-
metida à sua consideração.
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um prazo den-
tro do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe competir para remediar
a situação examinada.
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto da maioria
absoluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não as medidas adequa-
das e se publica ou não seu relatório.

CAPÍTULO VIII - CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Seção 1 - Organização

Artigo 52 - 1. A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados-


-membros da Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas da mais alta
autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de direitos huma-
nos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas
funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais, ou
do Estado que os propuser como candidatos.
2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo
voto da maioria absoluta dos Estados-partes na Convenção, na Assembleia
Geral da Organização, a partir de uma lista de candidatos propostos pelos
mesmos Estados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

2. Cada um dos Estados-partes pode propor até três candidatos, nacio-


nais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado-membro da
Organização dos Estados Americanos. Quando se propuser um lista de três
candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional do Estado diferente do
proponente.
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos
e só poderão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes designados
na primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Imediatamente depois da
referida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembleia Geral, os no-
mes desse três juízes.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não haja expirado,
completará o período deste.
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos seus man-
datos. Entretanto, continuarão funcionando nos casos de que já houverem
tomado conhecimento e que se encontrem em fase de sentença e, para tais
efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos.
Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos Estados-partes em
caso submetido à Corte, conservará o seu direito de conhecer do mesmo.
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de nacionalidade
de um dos Estados-partes, outro Estado-parte no caso poderá designar uma
pessoa de sua escolha para integrar a Corte, na qualidade de juiz ad hoc.
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum for da na-
cionalidade dos Estados-partes, cada um destes poderá designar um juiz ad
hoc.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52.
5. Se vários Estados-partes na Convenção tiverem o mesmo interesse no
caso, serão considerados como uma só parte, para os fins das disposições
anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá.
Artigo 56 - O quorum para as deliberações da Corte é constituído por cinco
juízes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Artigo 57 - A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte.


Artigo 58 - 1. A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na
Assembleia Geral da Organização, pelos Estados-partes na Convenção, mas
poderá realizar reuniões no território de qualquer Estado-membro da Organi-
zação dos Estados Americanos em que considerar conveniente, pela maioria
dos seus membros e mediante prévia aquiescência do Estado respectivo. Os
Estados-partes na Convenção podem, na Assembleia Geral, por dois terços
dos seus votos, mudar a sede da Corte.
2. A Corte designará seu Secretário.
3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às reuniões que
ela realizar fora da mesma.
Artigo 59 - A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e funcionará
sob a direção do Secretário Geral da Organização em tudo o que não for in-
compatível com a independência da Corte. Seus funcionários serão nomeados
pelo Secretário Geral da Organização, em consulta com o Secretário da Corte.
Artigo 60 - A Corte elaborará seu Estatuto e submetê-lo-á à aprovação da
Assembleia Geral e expedirá seu Regimento.

Seção 2 - Competência e funções

Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito de


submeter um caso à decisão da Corte.
2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que
sejam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a 50.
Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do seu
instrumento de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qual-
quer momento posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de pleno
direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os casos
relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção.
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de
reciprocidade, por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá ser

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

apresentada ao Secretário Geral da Organização, que encaminhará cópias da


mesma a outros Estados-membros da Organização e ao Secretário da Corte.
3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso, relativo à
interpretação e aplicação das disposições desta Convenção, que lhe seja sub-
metido, desde que os Estados-partes no caso tenham reconhecido ou reco-
nheçam a referida competência, seja por declaração especial, como preveem
os incisos anteriores, seja por convenção especial.
Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liberda-
de protegidos nesta Convenção, a Corte determinará que se assegure ao pre-
judicado o gozo do seu direito ou liberdade violados. Determinará também,
se isso for procedente, que sejam reparadas as consequências da medida ou
situação que haja configurado a violação desses direitos, bem como o paga-
mento de indenização justa à parte lesada.
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessá-
rio evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver
conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que considerar pertinen-
tes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao seu
conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Artigo 64 - 1. Os Estados-membros da Organização poderão consultar a
Corte sobre a interpretação desta Convenção ou de outros tratados concer-
nentes à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos. Também
poderão consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no capítulo
X da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo
de Buenos Aires.
2. A Corte, a pedido de um Estado-membro da Organização, poderá emitir
pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os
mencionados instrumentos internacionais.
Artigo 65 - A Corte submeterá à consideração da Assembleia Geral da Or-
ganização, em cada período ordinário de sessões, um relatório sobre as suas
atividades no ano anterior. De maneira especial, e com as recomendações

1060
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

pertinentes, indicará os casos em que um Estado não tenha dado cumprimen-


to a suas sentenças.
Seção 3 - Processo

Artigo 66 - 1. A sentença da Corte deve ser fundamentada.


2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião unânime
dos juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à sentença o seu voto
dissidente ou individual.
Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de
divergência sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á,
a pedido de qualquer das partes, desde que o pedido seja apresentado dentro
de noventa dias a partir da data da notificação da sentença.
Artigo 68 - 1. Os Estados-partes na Convenção comprometem-se a cum-
prir a decisão da Corte em todo caso em que forem partes.
2. A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá
ser executada no país respectivo pelo processo interno vigente para a execu-
ção de sentenças contra o Estado.
Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e
transmitida aos Estados-partes na Convenção.

CAPÍTULO IX - DISPOSIÇÕES COMUNS

Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, des-


de o momento da eleição e enquanto durar o seu mandato, das imunidades
reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante
o exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos privilégios diplomáticos
necessários para o desempenho de suas funções.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos juízes da
Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opiniões emitidos no
exercício de suas funções.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são


incompatíveis com outras atividades que possam afetar sua independência ou
imparcialidade, conforme o que for determinado nos respectivos Estatutos.
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão ho-
norários e despesas de viagem na forma e nas condições que determinarem
os seus Estatutos, levando em conta a importância e independência de suas
funções. Tais honorários e despesas de viagem serão fixados no orçamento-
-programa da Organização dos Estados Americanos, no qual devem ser inclu-
ídas, além disso, as despesas da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos,
a Corte elaborará o seu próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á à apro-
vação da Assembleia Geral, por intermédio da Secretaria Geral. Esta última
não poderá nele introduzir modificações.
Artigo 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme o
caso, cabe à Assembleia Geral da Organização resolver sobre as sanções apli-
cáveis aos membros da Comissão ou aos juízes da Corte que incorrerem nos
casos previstos nos respectivos Estatutos. Para expedir uma resolução, será
necessária maioria de dois terços dos votos dos Estados-membros da Organi-
zação, no caso dos membros da Comissão; e, além disso, de dois terços dos
votos dos Estados-partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.

PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,


PROTOCOLO E DENÚNCIA

Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à assinatura e à ratificação de


todos os Estados-membros da Organização dos Estados Americanos.
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á mediante
depósito de um instrumento de ratificação ou adesão na Secretaria Geral da
Organização dos Estados Americanos. Esta Convenção entrará em vigor logo
que onze Estados houverem depositado os seus respectivos instrumentos de

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer outro Estado que a ratifi-


car ou que a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data
do depósito do seu instrumento de ratificação ou adesão.
3. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-membros da Organiza-
ção sobre a entrada em vigor da Convenção.
Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformi-
dade com as disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,
assinada em 23 de maio de 1969.
Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte, diretamente, e a Comissão e a Cor-
te, por intermédio do Secretário Geral, podem submeter à Assembleia Geral,
para o que julgarem conveniente, proposta de emendas a esta Convenção.
2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que as ratificarem, na
data em que houver sido depositado o respectivo instrumento de ratificação,
por dois terços dos Estados-partes nesta Convenção. Quanto aos outros Es-
tados-partes, entrarão em vigor na data em que eles depositarem os seus
respectivos instrumentos de ratificação.
Artigo 77 - 1. De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qual-
quer Estado-parte e a Comissão podem submeter à consideração dos Esta-
dos-partes reunidos por ocasião da Assembleia Geral projetos de Protocolos
adicionais a esta Convenção, com a finalidade de incluir progressivamente, no
regime de proteção da mesma, outros direitos e liberdades.
2. Cada Protocolo deve estabelecer as modalidades de sua entrada em
vigor e será aplicado somente entre os Estados-partes no mesmo.
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar esta Convenção de-
pois de expirado o prazo de cinco anos, a partir da data em vigor da mesma
e mediante aviso prévio de um ano, notificando o Secretário Geral da Organi-
zação, o qual deve informar as outras partes.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

2. Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-parte interessado


das obrigações contidas nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer ato
que, podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido cometido por
ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito.
CAPÍTULO XI -
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário Geral pedirá


por escrito a cada Estado-membro da Organização que apresente, dentro de
um prazo de noventa dias, seus candidatos a membro da Comissão Intera-
mericana de Direitos Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista por
ordem alfabética dos candidatos apresentados e a encaminhará aos Estados-
-membros da Organização, pelo menos trinta dias antes da Assembleia Geral
seguinte.
Artigo 80 - A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os can-
didatos que figurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação secreta
da Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que obtiverem
maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes
dos Estados-membros. Se, para eleger todos os membros da Comissão, for
necessário realizar várias votações, serão eliminados sucessivamente, na for-
ma que for determinada pela Assembleia Geral, os candidatos que receberem
maior número de votos.

Seção 2 - Corte Interamericana de Direitos Humanos

Artigo 81 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário Geral pedirá a


cada Estado-parte que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário
Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresentados

1064
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

e a encaminhará aos Estados-partes pelo menos trinta dias antes da Assem-


bleia Geral seguinte.
Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candidatos
que figurem na lista a que se refere o artigo 81, por votação secreta dos Es-
tados-partes, na Assembleia Geral, e serão declarados eleitos os candidatos
que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos
representantes dos Estados-partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte,
for necessário realizar várias votações, serão eliminados sucessivamente, na
forma que for determinada pelos Estados-partes, os candidatos que recebe-
rem menor número de votos.
____________
Adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interameri-
cana sobre Direitos Humanos, em San José de Costa Rica, em 22.11.1969 -
ratificada pelo Brasil em 25.09.1992

1065
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

DECRETO-LEI N. 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940


Vigência
(Vide Lei n. 1.521, de 1951)
(Vide Lei n. 5.741, de 1971)
(Vide Lei n. 5.988, de 1973)
(Vide Lei n. 6.015, de 1973)
(Vide Lei n. 6.404, de 1976)
(Vide Lei n. 6.515, de 1977)
(Vide Lei n. 6.538, de 1978)
(Vide Lei n. 6.710, de 1979)
(Vide Lei n. 7.492, de 1986)
(Vide Lei n. 8.176, de 1991)
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei

Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem pré-
via cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Lei penal no tempo
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de con-
siderar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1066
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,


aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua


duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato
praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Tempo do crime

Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-


são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 1984)

Territorialidade

Art. 5º. Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e


regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)

1067
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria pro-
duzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-


ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-
tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ain-
da que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

1068
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-


curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
1984)

Pena – cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil


pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

1069
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira pro-


duz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros
efeitos civis; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessa-
da; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Contagem de prazo (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 11. Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restriti-


vas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1070
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 12. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 13. O resultado, de que depende a existência do crime, somente é


imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a impu-


tação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1071
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-


tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 14. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-


ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-


cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com


a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela

Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-


ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da

1072
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 18. Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-


zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,


negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 19. Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o


agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

1073
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circuns-


tâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima.
Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como
crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta


de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 21. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude


do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite
sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circuns-

1074
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

tâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)

Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei

n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-


diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, res-


ponderá pelo excesso doloso ou culposo. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Estado de necessidade

Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para


salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-
tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1075
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de


enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente


dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste arti-
go, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública
que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a
prática de crimes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26. É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvol-
vimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omis-
são, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Redução de pena

Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o


agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o

1076
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Emoção e paixão

Art. 28. Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez

II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de


efeitos análogos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por em-
briaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1077
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas
a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de cará-


ter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-


sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO V
DAS PENAS

CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 32. As penas são: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1078
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – privativas de liberdade;


II – restritivas de direitos;
III – de multa.

Seção I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção

Art. 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, se-
miaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Considera-se: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial
ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabele-
cimento adequado.
§ 2º As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes crité-
rios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-
-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos
e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime se-
miaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (qua-
tro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

1079
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á


com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a pro-
gressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado

Art. 34. O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a


exame criminológico de classificação para individualização da execução. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento
durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformi-
dade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatí-
veis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou
obras públicas. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semiaberto

Art. 35. Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado


que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período
diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1080
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos


supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto

Art. 36. O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsa-


bilidade do condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, tra-
balhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecen-
do recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato defi-
nido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não
pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Regime especial

Art. 37. As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, obser-


vando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como,
no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Direitos do preso

Art. 38. O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1081
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Trabalho do preso

Art. 39. O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garan-


tidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Legislação especial

Art. 40. A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39


deste Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os crité-
rios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações
disciplinares e correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Superveniência de doença mental

Art. 41. O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhi-
do a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro esta-
belecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Detração

Art. 42. Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de


segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Seção II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei n.


9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
III – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído
pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei n. 9.714, de
25.11.1998)
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser
feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano,
a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de

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direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei n. 9.714,
de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição,
desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente re-
comendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cál-
culo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cum-
prido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro cri-
me, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva ante-
rior. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proce-


der-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei n.
9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima,
a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social,
de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a
prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluí-
do pela Lei n. 9.714, de 1998)

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§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,


ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e
seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado
ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prá-
tica do crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas


é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberda-
de. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas con-
siste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assis-
tenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres,
em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as apti-
dões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa
por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade
da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como


de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei n.
9.714, de 1998)
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
(Incluído pela Lei n. 12.550, de 2011)
Limitação de fim de semana
Art. 48. A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permane-
cer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de alber-
gado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao con-
denado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Seção III
DA PENA DE MULTA

Multa

Art. 49. A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário


da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo,
de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a
um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem

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superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
§ 2º O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa

Art. 50. A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de tran-
sitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas
mensais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no ven-
cimento ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
§ 2º O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sus-
tento do condenado e de sua família. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei n. 7.209, de

11.7.1984)

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será


executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de va-
lor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

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§ 2º (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52. É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao conde-


nado doença mental. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade

Art. 53. As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos


na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Penas restritivas de direitos

Art. 54. As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independente-


mente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de
liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culpo-
sos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI
do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída,
ressalvado o disposto no § 4º do art. 46. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de
1998)
Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 des-
te Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão,
atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres
que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Có-
digo, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Pena – de multa

Art. 58. A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites
fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º
do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte
especial. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena

Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta


social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
quências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra es-
pécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Critérios especiais da pena de multa

Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente,


à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em
virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máxi-
mo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva

§ 2º A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses,


pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III
do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias agravantes

Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não cons-
tituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a reincidência; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidio-
so ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)

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g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-


nistério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávi-
da; (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62. A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação


dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos
demais agentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-
dade ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Reincidência

Art. 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro,
o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 64. Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

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I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento


ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
II – não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes

Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
II – o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
III – ter o agente:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
Art. 66. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância re-
levante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-


mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Cálculo da pena

Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste


Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agra-
vantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma
só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso material

Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pra-
tica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aque-
la. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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§ 2º Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado


cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessiva-
mente as demais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabí-
veis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso,
de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente,
se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, prati-
ca dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havi-
dos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes,
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de
um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a cul-
pabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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Multas no concurso de crimes

Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta


e integralmente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro na execução

Art. 73. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atenden-
do-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também
atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Resultado diverso do pretendido

Art. 74. Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na
execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente res-
ponde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também
o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não


pode ser superior a 40 (quarenta) anos. (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)
§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja
soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de
2019)

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§ 2º Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento


da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período
de pena já cumprido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações

Art. 76. No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena


mais grave. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77. A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2


(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado
seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a sus-
pensão. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)

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Art. 78. Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à ob-


servação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48). (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei n.
9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 79. A sentença poderá especificar outras condições a que fica subor-
dinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80. A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem
à multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória

Art. 81. A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efe-


tua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

§ 1º A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qual-


quer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime
culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prorrogação do período de prova

§ 2º Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contra-


venção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento de-
finitivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,
prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Cumprimento das condições

Art. 82. Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1098
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83. O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a


pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – comprovado: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano cau-
sado pela infração; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente es-
pecífico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará tam-

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Delegado de Polícia Civil

bém subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir


que o liberado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Soma de penas

Art. 84. As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-


-se para efeito do livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Especificações das condições

Art. 85. A sentença especificará as condições a que fica subordinado o


livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação do livramento

Art. 86. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a


pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I – por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

Art. 87. O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado dei-


xar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irre-
corrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1100
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Efeitos da revogação

Art. 88. Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido,


e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Extinção

Art. 89. O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não pas-
sar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por cri-
me cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 90. Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91. São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
ceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-
to auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

1101
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao pro-


duto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legisla-
ção processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado
ou acusado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine
pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a
perda, como produto ou proveito do crime, dos bens correspondentes à dife-
rença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível
com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por
patrimônio do condenado todos os bens: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o
benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posterior-
mente; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação
irrisória, a partir do início da atividade criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade
ou a procedência lícita do patrimônio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente
pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indica-
ção da diferença apurada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença
apurada e especificar os bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas e milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou

1102
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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do Estado, dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não
ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública,
nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos cri-
mes. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 92. São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a
4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela
nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igual-
mente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou
contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei n. 13.715, de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO

Reabilitação

Art. 93. A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença


definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu pro-
cesso e condenação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1103
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da con-


denação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação
anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 94. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do
dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicio-
nal, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante
de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
III – tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a abso-
luta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer
tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos compro-
batórios dos requisitos necessários. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 95. A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Mi-
nistério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão
definitiva, a pena que não seja de multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1104
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Espécies de medidas de segurança

Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei n. 7.209,


de 11.7.1984)
I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de seguran-
ça nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97. Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação


(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção,
poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Prazo

§ 1º A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indetermi-


nado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a
cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três)
anos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1105
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Perícia médica

§ 2º A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e


deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execução. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desinternação ou liberação condicional

§ 3º A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo


ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um)
ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz deter-
minar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins
curativos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável

Art. 98. Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e ne-


cessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial,
pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e
respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do internado

Art. 99. O internado será recolhido a estabelecimento dotado de caracte-


rísticas hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

1106
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a


declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo,
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Minis-
tro da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofen-
dido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

A ação penal no crime complexo

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do


tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública
em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proce-
der por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1107
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denún-


cia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do


direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6
(seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime,
ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o
prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado


expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de
ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede


mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1108
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos ou-
tros; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como crimi-
noso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108. A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemen-
to constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos
crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto

1109
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela


Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação
dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não
excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não ex-
cede a quatro;
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos


prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110. A prescrição depois de transitar em julgado a sentença conde-


natória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo

1110
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anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.


(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julga-
do para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data an-
terior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sen-

tença final

Art. 111. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,


começa a correr: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta
a ação penal. (Redação dada pela Lei n. 12.650, de 2012)

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112. No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a cor-
rer: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

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I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a


acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do

livramento condicional

Art. 113. No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramen-


to condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição da multa

Art. 114. A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei


n. 9.268, de 1º.4.1996)
I – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplica-
da; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115. São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o cri-


minoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Causas impeditivas da prescrição

1112
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Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não


corre: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais
Superiores, quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecu-
ção penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória,
a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por
outro motivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei n.


7.209, de 11.7.1984)
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – pela pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorrí-
veis; (Redação dada pela Lei n. 11.596, de 2007).
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
VI – pela reincidência. (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 1º Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos cri-

1113
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mes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais
a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo,
todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118. As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 119. No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade in-
cidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei n.
7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial

Art. 120. A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

PARTE ESPECIAL
(VIDE LEI N. 7.209, DE 1984)

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

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§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social


ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo futil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído


pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
VIII – com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)

1115
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II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei


n. 13.104, de 2015)

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-
minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem

1116
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condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela


Lei n. 13.771, de 2018)
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

(Redação dada pela Lei n. 13.968, de 2019)

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automuti-


lação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Redação dada pela Lei
n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação dada pela
Lei n. 13.968, de 2019)
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal
de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (In-
cluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei n. 13.968,
de 2019)
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

1117
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§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da


rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído
pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal
de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do
art. 129 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor
de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer
resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art.
121 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.968, de 2019)

Infanticídio

Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, du-
rante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho pro-
voque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

1118
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Pena – reclusão, de três a dez anos.


Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-
das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-


mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

1119
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§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incuravel;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não


quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor so-


cial ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de


detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

1120
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Lesão corporal culposa

§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-


póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.720, de 2012)
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-


juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts.
142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até

1121
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terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois


terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
§ 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do
sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: (Incluído pela
Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). (Incluído pela Lei nº 14.188,
de 2021)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:


Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.

1122
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Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-


ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Abandono de incapaz

Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos re-
sultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena

§ 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:


I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei n.
10.741, de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º Se resulta a morte:

1123
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Pena – detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-

cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-


tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos

Art. 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade,
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia,
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção
ou disciplina:

1124
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Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.


§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa

Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:


Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como


crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala
ou divulga.
§ 2º É punível a calúnia contra os mortos.

Exceção da verdade

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§ 3º Admite-se a prova da verdade, salvo:


I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

Difamação

Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)

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Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459, de


1997)

Disposições comuns

Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,


se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-
geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 1º Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Exclusão do crime

Art. 142. Não constituem injúria ou difamação punível:


I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções, ou contra os
Presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo
Tribunal Federal; (Redação dada pela Lei nº 14.197, de 2021)
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-
ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.
Retratação

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Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da


calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia
ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-
-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou


depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de re-
sistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Aumento de pena

§ 1º As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a


execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de ar-
mas.
§ 2º Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça

Art. 147. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Perseguição

Art. 147-A. Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ame-


açando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade
de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de
liberdade ou privacidade. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.132, de 2021)
§ 1º A pena é aumentada de metade se o crime é cometido: (Incluído pela
Lei nº 14.132, de 2021)
I – contra criança, adolescente ou idoso; (Incluído pela Lei nº 14.132, de
2021)
II – contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos termos
do § 2º-A do art. 121 deste Código; (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)

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III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o emprego


de arma. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência. (Incluído pela Lei nº 14.132, de 2021)
§ 3º Somente se procede mediante representação. (Incluído pela Lei nº
14.132, de 2021)

Violência psicológica contra a mulher

Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe


seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde
psicológica e autodeterminação: (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 14.188, de 2021)

Sequestro e cárcere privado

Art. 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere


privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

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IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído


pela Lei n. 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da de-
tenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-


metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-
te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)

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Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-


jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas fun-
ções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vi-
gência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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Seção II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-


tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o
emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em
suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º Não se compreendem na expressão “casa”:
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

1133
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Seção III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-


da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º Na mesma pena incorre:


I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-


mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal,
telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §
1º, IV, e do § 3º.

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Correspondência comercial

Art. 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento


comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Seção IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento par-
ticular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor,
e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a
dois contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

1135
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Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de

2012) Vigência

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à


rede de computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou infor-
mações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
2021)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difun-
de dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da
conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da inva-
são resulta prejuízo econômico. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver di-
vulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados
ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

1136
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado


contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-
bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadu-
al, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012)
Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-
diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-
cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto

Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.

1137
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz


pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado

§ 4º A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-


metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-
ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 4º-B A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o
furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrônico ou infor-
mático, conectado ou não à rede de computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de programa malicioso, ou por qual-
quer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do
resultado gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é pra-
ticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território nacional;
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra
idoso ou vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

1138
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo


automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum

Art. 156. Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para ou-


trem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 2º Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

1139
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, em-


prega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impuni-
dade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
VII – se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n.
13.654, de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de
arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)

1140
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I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)


anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

Extorsão

Art. 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e


com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica,
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e
essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro

Art. 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime

1141
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é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação


dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela
Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

Extorsão indireta

Art. 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situa-


ção de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal con-
tra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal


indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-


so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.
§ 2º Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta comi-
nada.
§ 3º Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somen-
te se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,


marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:


Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único. Se o crime é cometido:

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I – com violência à pessoa ou grave ameaça;


II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-


sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade


competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de


local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal

Art. 167. Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art.
164, somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a


detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:


I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-


colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada
à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

1145
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II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-


grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta
as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regu-
lamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

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Apropriação de tesouro

I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-


te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170. Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art.
155, § 2º.

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa


alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

1147
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II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-


tregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-


prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-


do, ou lhe frustra o pagamento.

Fraude eletrônica

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a


fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou
por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou
envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudu-
lento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)

1148
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§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância


do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o
crime é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do território
nacional. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 3º-A. pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detri-
mento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.
§ 3º A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimen-
to de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assis-
tência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso ou vulnerável (Redação dada pela Lei nº

14.155, de 2021)

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometi-


do contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso.
(Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019)
II – criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019)
IV – maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

Duplicata simulada

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Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes

Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão


ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da


simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio

Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou


consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:

1150
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Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.


§ 1º Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se


de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em pros-


pecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a eco-
nomia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,
faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;

1151
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III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em


proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-
cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,
o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”

Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com


disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-


cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

1152
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CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito


próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que
terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

§ 1º Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, des-


montar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma uti-
lizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 2º Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 3º Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção
entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-
-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

1153
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§ 5º Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo


em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-


sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.330, de 2016)

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos
neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182. Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;

1154
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III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.


Art. 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação


dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação
dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de
lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de
quem os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto
ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire,
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete

1155
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ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga ori-


ginal ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização
dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo,
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lu-
cro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem
os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exce-
ção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformi-
dade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia
de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)

Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

Art. 185. (Revogado pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)


Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e
2º do art. 184; (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfa-
vor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de

1156
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previs-
tos no § 3º do art. 184. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção

Art. 187. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa atribuição de privilégio
Art. 188. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado

Art. 189. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho
Art. 190. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Art. 191. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca

Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

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Marca com falsa indicação de procedência

Art. 194. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)


Art. 195. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal

Art. 196. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:


I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a tra-
balhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência;
II – a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de
parede ou paralisação de atividade econômica:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem

violenta

1158
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Art. 198. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de
outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação
profissional:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da

ordem

Art. 200. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pra-


ticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201. Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pro-


vocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sa-

botagem

1159
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Art. 202. Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrí-


cola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou
com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou
delas dispor:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203. Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela


legislação do trabalho:
Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência. (Redação dada pela Lei n. 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
I – obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabele-
cimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
(Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
II – impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, me-
diante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou con-
tratuais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 204. Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa


à nacionalização do trabalho:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa

1160
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Art. 205. Exercer atividade, de que estáimpedido por decisão administra-


tiva:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração

Art. 206. Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los


para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei n. 8.683, de 1993)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.683, de 1993)

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território

nacional

Art. 207. Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra
localidade do território nacional:
Pena – detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localida-
de de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou
cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condi-
ções do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

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TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou


função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:


Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Violação de sepultura

Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:


Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

1162
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Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:


Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Vilipêndio a cadáver

Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:


Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter


conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

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Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n.


12.015, de 2009)
Art. 214. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso


com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-


vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)

1164
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§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-


zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, con-


teúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado
sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em
fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir
pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo.
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Sedução

Art. 217. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)

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§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com


alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído
pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo apli-
cam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela
ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-


via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-

te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,


ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de

1166
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satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de


2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração

sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela

Lei n. 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de


exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-
de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática
do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se ve-
rifiquem as práticas referidas no  caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.015, de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da con-
denação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabe-
lecimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerá-

vel, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718, de

1167
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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2018)

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à


venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime


é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto
com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei n.
13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas


no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

1168
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CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-


-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

1169
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de


2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)

Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei n.


13.718, de 2018)

Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído


pela Lei n. 13.718, de 2018)

1170
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CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:


Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexu-

al (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de ex-


ploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-
juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou

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se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-


lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em


que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo

Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de


seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

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§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou


outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)


Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem


econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o
fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território na-
cional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n.
13.445, de 2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

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§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao


público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-
ção ou recitação de caráter obsceno.

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CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-


cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei n.
13.718, de 2018)
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título
correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia

Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

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§ 1º Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casa-
da, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
§ 2º Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por
motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro con-


traente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado
e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento


que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento

Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:


Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.

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Adultério

Art. 240. (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente

Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:


Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao esta-

do civil de recém-nascido

Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de ou-
trem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito
inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobre-
za: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a
pena. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Sonegação de estado de filiação
Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência
filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o
fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,


ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o
maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei n. 5.478, de 1968)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra
ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego
ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada. (Incluído pela Lei n. 5.478, de 1968)

Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245. Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja


companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em
perigo: (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei n.
7.251, de 1984)
§ 1º A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica
delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído pela
Lei n. 7.251, de 1984)
§ 2º Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora ex-
cluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao

1178
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envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela Lei
n. 7.251, de 1984)

Abandono intelectual

Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho
em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247. Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder
ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa vicio-
sa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248. Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em


que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em vir-
tude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor
ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa
causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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Subtração de incapazes

Art. 249. Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem


o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui ele-
mento de outro crime.
§ 1º O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito
não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu
maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º As penas aumentam-se de um terço:


I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;

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b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência


social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

§ 2º Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão

Art. 251. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos aná-
logos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóte-


ses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer
das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

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Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efei-


tos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais
casos, é de detenção, de três meses a um ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de


outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosi-

vos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença


da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física


ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou deten-
ção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.

1182
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Perigo de inundação

Art. 255. Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio,


expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obs-
táculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256. Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a


vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-


dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-
vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de


natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se
resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão
corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

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Difusão de doença ou praga

Art. 259. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,
plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis


meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:


I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha
férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II – colocando obstáculo na linha;
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radio-
telegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º Se do fato resulta desastre:


Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.

1184
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§ 2º No caso de culpa, ocorrendo desastre:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer
via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos
ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou


praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,
fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação


ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com


intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:


Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262. Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou


dificultar-lhe o funcionamento:

1185
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Pena – detenção, de um a dois anos.


§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no
caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o dis-
posto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264. Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao


transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de


água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade,
se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funciona-
mento dos serviços. (Incluído pela Lei n. 5.346, de 3.11.1967)

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Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, in-

formático, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação

dada pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico


ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de
informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267. Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogêni-


cos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268. Infringir determinação do poder público, destinada a impedir


introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

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Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcioná-


rio da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista
ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269. Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja


notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou

medicinal

Art. 270. Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou subs-


tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271. Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular,


tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

1188
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Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou

produtos alimentícios (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Art. 272. Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto


alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-
-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à ven-
da, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrom-
pido ou adulterado. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste
artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)


Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-


tinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei n. 9.677,
de 2.7.1998)

1189
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Delegado de Polícia Civil

Art. 273. Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a


fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os me-
dicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos,
os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei n. 9.677, de
2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previs-
tas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (In-
cluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária
competente. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

2º Se o crime é culposo:

1190
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Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274. Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, reves-


timento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-
-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275. Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,


terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra
em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a menciona-
da: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276. Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Substância destinada à falsificação

Art. 277. Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância


destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

1191
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Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Outras substâncias nocivas à saúde pública

Art. 278. Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender
ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saú-
de, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279. (Revogado pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280. Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:


Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Comércio, Posse ou Uso de Entorpecente ou Substância que Deter-

mine Dependência Física ou Psíquica. (Redação dada pela Lei n. 5.726,

de 1971) (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

1192
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Art. 281. (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282. Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, den-
tista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Charlatanismo

Art. 283. Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:


Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curandeirismo

Art. 284. Exercer o curandeirismo:


I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;
II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente
fica também sujeito à multa.

Forma qualificada

Art. 285. Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Ca-
pítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

1193
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TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286. Incitar, publicamente, a prática de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, ani-
mosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucio-
nais, as instituições civis ou a sociedade. (Incluído pela Lei nº 14.197, de
2021)

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287. Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:


Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes: (Redação dada pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei n.
12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é ar-
mada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)

Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei n. 12.720, de 2012)

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização


paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de pra-
ticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei n.
12.720, de 2012)

1194
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Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei n.


12.720, de 2012)

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289. Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou pa-


pel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, impor-
ta ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa.
§ 2º Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite
ou autoriza a fabricação ou emissão:
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja
circulação não estava ainda autorizada.

Crimes assimilados ao de moeda falsa

1195
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Art. 290. Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com


fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cé-
dula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indica-
tivo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se
o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Petrechos para falsificação de moeda


Art. 291. Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir
ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial-
mente destinado à falsificação de moeda:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal

Art. 292. Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos do-
cumentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias
a três meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

1196
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Art. 293. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de
emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei n.
11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de
outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a
arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder pú-
blico seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte adminis-
trada pela União, por Estado ou por Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 11.035, de 2004)
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se
refere este artigo; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributá-
rio; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em de-
pósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário,
falsificado; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a
obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de
torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:

1197
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Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.


§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos
papéis a que se refere o parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer
dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu §
2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção,
de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela
Lei n. 11.035, de 2004)

Petrechos de falsificação

Art. 294. Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente


destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecen-
do-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296. Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:


I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou
de Município;
II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a auto-
ridade, ou sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

1198
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§ 1º Incorre nas mesmas penas:


I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas
ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou enti-
dades da Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)

1199
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado


com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencio-
nados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a
vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)

Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei n.

12.737, de 2012) Vigência

Art. 298. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento par-


ticular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

Falsidade ideológica

Art. 299. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele


devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alte-
rar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos
de réis, se o documento é particular. (Vide Lei n. 7.209, de 1984)
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
valecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

1200
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Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300. Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,


firma ou letra que o não seja:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;
e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública,


fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor


de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância
que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302. Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:


Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

1201
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Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303. Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para
coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada
na face ou no verso do selo ou peça:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz
uso do selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304. Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a


que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 305. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-


trem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de
que não podia dispor:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou

na fiscalização alfandegária, ou para outros fins

Art. 306. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empre-


gado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:

1202
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.


Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade
pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307. Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter van-
tagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não consti-
tui elemento de crime mais grave.
Art. 308. Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de
reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309. Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território na-


cional, nome que não é o seu:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe
a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação,
título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é veda-
da por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)

1203
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.426, de 1996)

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor (Redação

dada pela Lei n. 9.426, de 1996)

Art. 311. Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal iden-


tificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:(Redação
dada pela Lei n. 9.426, de 1996))
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.426, de 1996)
§ 1º Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão
dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 2º Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevi-
damente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

CAPÍTULO V
(INCLUÍDO PELA LEI 12.550. DE 2011)

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO


(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Fraudes em certames de interesse público

(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar


a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I – concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II – avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

1204
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou


(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer
meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas
no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por fun-
cionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312. Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-


quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-


do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício


do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela

Lei n. 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-

ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

1206
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Delegado de Polícia Civil

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a


guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315. Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-


lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda


que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
devida:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Excesso de exação

§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou


deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-


mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318. Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-


bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

1208
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Prevaricação

Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,


ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-


bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322. Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exer-


cê-la:

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Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente


à violência.

Abandono de função

Art. 323. Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324. Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)

1210
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei n.


9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326. Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-


porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,


embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de fun-
ção de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, socie-
dade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

1211
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328. Usurpar o exercício de função pública:


Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a


funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à violência.

Desobediência

Art. 330. Desobedecer a ordem legal de funcionário público:


Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

Desacato

Art. 331. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em ra-


zão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)

1212
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 332. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, van-
tagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei n. 9.127,
de 1995)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa

Art. 333. Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,


para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei n.
13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

1213
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada


pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-
mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-
trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-
geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei


n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

1214
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-


gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º Equipara-se às atividades co-
merciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335. Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda


em hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou muni-
cipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente
ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de
vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.

1215
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Inutilização de edital ou de sinal


Art. 336. Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal
empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337. Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, proces-


so ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou
de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,

de 2000)

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-


quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

1216
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei


n. 9.983, de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual
ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-
ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 10.467, de 11.6.2002)

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-


NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

1217
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem


indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei n.
10467, de 11.6.2002)

Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-

do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de
suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela
Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de

11.6.2002)

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos


penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-

1218
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações


diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO II-B
DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Contratação direta ilegal (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das
hipóteses previstas em lei: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Incluído pela Lei
nº 14.133, de 2021)

Frustração do caráter competitivo de licitação (Incluído pela Lei nº

14.133, de 2021)

Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para


outrem vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter
competitivo do processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Patrocínio de contratação indevida (Incluído pela Lei nº 14.133, de

2021)

1219
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 337-G. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante


a Administração Pública, dando causa à instauração de licitação ou à celebra-
ção de contrato cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo

(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou


vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do contratado, durante
a execução dos contratos celebrados com a Administração Pública, sem au-
torização em lei, no edital da licitação ou nos respectivos instrumentos con-
tratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua
exigibilidade: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Perturbação de processo licitatório (Incluído pela Lei nº 14.133, de

2021)

Art. 337-I. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de


processo licitatório: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Violação de sigilo em licitação (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licita-


tório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: (Incluído pela Lei nº
14.133, de 2021)

1220
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena - detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela


Lei nº 14.133, de 2021)

Afastamento de licitante (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, gra-
ve ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo: (Incluído
pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de li-
citar em razão de vantagem oferecida. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Fraude em licitação ou contrato (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou


contrato dela decorrente, mediante: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em
quantidade diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsifica-
da, deteriorada, inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
III - entrega de uma mercadoria por outra; (Incluído pela Lei nº 14.133,
de 2021)
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade da mercadoria ou
do serviço fornecido; (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para
a Administração Pública a proposta ou a execução do contrato: (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

1221
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena - reclusão, de 4 (quatro) anos a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela


Lei nº 14.133, de 2021)

Contratação inidônea (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidô-


neo: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
(Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado


inidôneo, venha a participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste ar-
tigo, aquele que, declarado inidôneo, venha a contratar com a Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Impedimento indevido (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qual-


quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alte-
ração, a suspensão ou o cancelamento de registro do inscrito: (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)

Omissão grave de dado ou de informação por projetista (Incluído

pela Lei nº 14.133, de 2021)

1222
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 337-O. Omitir, modificar ou entregar à Administração Pública levan-


tamento cadastral ou condição de contorno em relevante dissonância com
a realidade, em frustração ao caráter competitivo da licitação ou em detri-
mento da seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública,
em contratação para a elaboração de projeto básico, projeto executivo ou
anteprojeto, em diálogo competitivo ou em procedimento de manifestação de
interesse: (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 14.133, de 2021)
§ 1º Consideram-se condição de contorno as informações e os levanta-
mentos suficientes e necessários para a definição da solução de projeto e dos
respectivos preços pelo licitante, incluídos sondagens, topografia, estudos de
demanda, condições ambientais e demais elementos ambientais impactan-
tes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas que
orientam a elaboração de projetos. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
§ 2º Se o crime é praticado com o fim de obter benefício, direto ou indire-
to, próprio ou de outrem, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capí-
tulo seguirá a metodologia de cálculo prevista neste Código e não poderá ser
inferior a 2% (dois por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com
contratação direta. (Incluído pela Lei nº 14.133, de 2021)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338. Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi ex-
pulso:

1223
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão


após o cumprimento da pena.

Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo


judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anoni-
mato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340. Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência


de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341. Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou prati-


cado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-


temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)

1224
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada


pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada
a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte
entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei n.
10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo

Art. 344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

1225
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até a metade se


o processo envolver crime contra a dignidade sexual. (Incluído pela Lei nº
14.245, de 2021)

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.
Art. 346. Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha
em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347. Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-


ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal

Art. 348. Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de cri-


me a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

1226
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou ir-


mão do criminoso, fica isento de pena.

Favorecimento real
Art. 349. Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recepta-
ção, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a en-
trada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem
autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012,
de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei n.
12.012, de 2009).

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350. (Revogado pela Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou sub-


metida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena
correspondente à violência.
§ 3º A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por
pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

1227
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352. Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido


a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353. Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-


nha sob custódia ou guarda:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

Motim de presos

Art. 354. Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da


prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355. Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-


sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador


judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

1228
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,


documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio

Art. 357. Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-


texto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358. Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou


procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359. Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que


foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

1229
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou ex-


terno, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza
operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei
ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa-

gar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-


pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-

ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-


timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a

1230
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art.359-D. Ordenar despesa não autorizada por


lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido


constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar oude promover o cancela-


mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato

ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

1231
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento


de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Oferta pública ou colocação de títulos no merca-

do (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-


ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360. Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego
da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-
sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independência e 52º da
República.

GETÚLIO VARGAS
Francisco Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940

1232
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989


Conversão da Medida Provisória n. 111, de 1989
(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956),
em qualquer de sua formas típicas;

1233
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);


o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de 2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e
do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informa-
ções e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo
de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-
ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.

1234
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-


ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da autori-
dade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão
preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo
do prazo de prisão temporária. (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acres-
cido da alínea i, com a seguinte redação:
“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-
manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 21 de dezembro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
J. Saulo Ramos

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.12.1989

1235
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL: DECRETO-LEI N. 3.689,


DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Vigência
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Código de Processo Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere


o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por


este Código, ressalvados:
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos mi-
nistros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e
dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III – os processos da competência da Justiça Militar;
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art.
122, no 17);
V – os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF n. 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos refe-
ridos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem
de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

1236
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação


analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciati-
va do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade
da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja fran-
quia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competin-
do-lhe especialmente: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inci-
so LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade
da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que
este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VI – prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do con-
traditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou
em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas con-
sideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla
defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1237
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VIII – prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado


preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado
o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
X – requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia
sobre o andamento da investigação; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XI – decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de in-
formática e telemática ou de outras formas de comunicação; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamen-
tais do investigado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XII – julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denún-
cia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIII – determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XIV – decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do
art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XV – assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outor-
gado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos in-
formativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no
que concerne, estritamente, às diligências em andamento; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

1238
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

XVI – deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar


a produção da perícia; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVII – decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal
ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
XVIII – outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que,
se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decidi-
das pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz
da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa,
deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo
máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das ga-
rantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministé-
rio Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo envia-
dos ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos
às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de
provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

1239
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na


secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato in-
cluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de
funcionar no processo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tri-
bunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às
disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de or-
ganização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando
critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribu-
nal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das re-
gras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa sub-
metida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disci-
plinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre
a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e
respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmi-
tidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à
informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no ter-


ritório de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)

1240
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c)  a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-
toridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e


suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
sinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n.
13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capí-
tulo II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-
duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

1242
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a
autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores di-
ligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades
judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e
quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)

1243
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de


2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n.
13.344, de 2016) (Vigência)
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-
za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluí-
do pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do regis-
tro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a


autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dis-
postas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como investigados em
inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos ex-
trajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da
força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tenta-
da, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá
ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento
da citação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela in-
vestigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado
à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores mi-


litares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Fede-
ral, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia
da Lei e da Ordem. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei n.
12.681, de 2012)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-
cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese,

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o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do


Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010,
de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a
autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de
27.8.1993)
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio
ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

1247
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer
elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público
comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará
os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na
forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arqui-
vamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebi-
mento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competen-
te do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da
União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial
poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representa-
ção judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confes-
sado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência
ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessá-
rio e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguin-
tes condições ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade
de fazê-lo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério


Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período
correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois
terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a enti-
dade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução,
que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou
semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministé-
rio Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal impu-
tada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere
o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição
aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóte-
ses: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais
Criminais, nos termos da lei; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probató-
rios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, ex-
ceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1249
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao come-
timento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou
suspensão condicional do processo; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar,
ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será
firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defen-
sor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realiza-
da audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da
oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condi-
ções dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Mi-
nistério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concor-
dância do investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz
devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante
o juízo de execução penal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o §
5º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Pú-
blico para a análise da necessidade de complementação das investigações ou
o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução
penal e de seu descumprimento. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de
não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para

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fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. (Incluído pela Lei


n. 13.964, de 2019)
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo inves-
tigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa
para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal
não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins pre-
vistos no inciso III do § 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o ju-
ízo competente decretará a extinção de punibilidade. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o
acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

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§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas


do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento
ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de
enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros-
seguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-
pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo
único, e 31.

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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou


por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-
presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento
da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-

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ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-


ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,
poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art.
16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber
novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-
vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

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Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver


completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto
no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os
meios de prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração
assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;

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II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não


comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;
III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a
qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o
pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certi-
dão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a pu-
nibilidade.

TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

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CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições,
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tenta-
da nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito,
mediante emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do
sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores,
a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de
pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção. (Incluído
pela Lei nº 14.155, de 2021)
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela
prevenção.

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CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-


-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

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CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quan-


do, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente
competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em con-
curso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra
as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)

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I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-


dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei n.
263, de 23.2.1948)
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação
dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver
corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.

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Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,


ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados
processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às

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pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.
Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-
sar e julgar:
I – os seus ministros, nos crimes comuns;
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça

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do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,


quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas
estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.
(Redação dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VI
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES

CAPÍTULO I
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução


de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das
pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a
controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entre-
tanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quan-
do necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido inicia-
da, com a citação dos interessados.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender
de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da compe-
tência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la,
o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não
verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo,

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após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de nature-


za urgente.
§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente
prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem
que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o pro-
cesso, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a
matéria da acusação ou da defesa.
§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.
§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incum-
birá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de
promover-lhe o rápido andamento.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos ante-
riores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.

CAPÍTULO II
DAS EXCEÇÕES

Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:


I – suspeição;
II – incompetência de juízo;
III – litispendência;
IV – ilegitimidade de parte;
V – coisa julgada.
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quan-
do fundada em motivo superveniente.
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo
por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo
ao seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá
fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes

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especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou


do rol de testemunhas.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo,
mandará juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a
instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos
autos ao substituto.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado
a petição, dará sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e ofe-
recer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção
remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem
competir o julgamento.
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, o juiz ou tri-
bunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das teste-
munhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.
§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a
rejeitará liminarmente.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do pro-
cesso principal, pagando o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejei-
tada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de
duzentos mil-réis a dois contos de réis.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da arguição,
poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se jul-
gue o incidente da suspeição.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz
que se julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o
feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar
os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por sus-
peito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se
na ata a declaração.

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§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu


substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
§ 3º Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte, o disposto
nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer,
o que estabelece este artigo.
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno,
funcionando como relator o presidente.
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-
-presidente.
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz,
depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção
de provas no prazo de três dias.
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os peritos, os
intérpretes e os serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de
plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidin-
do de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo
recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos
do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer mo-
tivo legal.
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbal-
mente ou por escrito, no prazo de defesa.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será
remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o proces-
so prosseguirá.
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar
por termo a declinatória, se formulada verbalmente.

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Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que


o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa
julgada, será observado, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção
de incompetência do juízo.
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fa-
zê-lo numa só petição ou articulado.
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao
fato principal, que tiver sido objeto da sentença.
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não sus-
penderão, em regra, o andamento da ação penal.

CAPÍTULO III
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcio-


nários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no proces-
so, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão
nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento
poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
exceção de suspeição.

CAPÍTULO IV
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO

Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só


pela exceção própria, como também pelo conflito positivo ou negativo de
jurisdição.
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:

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I – quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem compe-


tentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso;
II – quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção
ou separação de processos.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
I – pela parte interessada;
II – pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos
em dissídio;
III – por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte
interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do
conflito, perante o tribunal competente, expondo os fundamentos e juntando
os documentos comprobatórios.
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo
nos próprios autos do processo.
§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determi-
nar imediatamente que se suspenda o andamento do processo.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará infor-
mações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento
ou representação.
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.
§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o procurador-geral, o
conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depen-
der de diligência.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a
sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito
ou que o houverem suscitado.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelece-
rá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais
inferiores.

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CAPÍTULO V
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apre-


endidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Pe-
nal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sen-
tença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autori-
dade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida
quanto ao direito do reclamante.
§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em
apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova.
Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o incidente.
§ 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade ju-
dicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de
boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo igual e
sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para arrazoar.
§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz reme-
terá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos
de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e le-
vadas a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao
terceiro que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de respon-
sabilidade.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da
infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas
serão alienadas nos termos do disposto no art. 133 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)


Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no
prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar em julgado a sentença
final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem recla-
mados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se
o saldo à disposição do juízo de ausentes.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for
decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do
Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver
interesse na sua conservação.
Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte
ou de outros bens de relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver
vítima determinada, poderá haver destinação dos bens a museus públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indi-


ciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos
a terceiro.
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do
ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar
o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a de-
núncia ou queixa.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Regis-
tro de Imóveis.
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos
de terceiro.

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Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:


I – pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos
com os proventos da infração;
II – pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título one-
roso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos
antes de passar em julgado a sentença condenatória.
Art. 131. O sequestro será levantado:
I – se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado
da data em que ficar concluída a diligência;
II – se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar cau-
ção que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do
Código Penal;
III – se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença
transitada em julgado.
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as
condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítu-
lo Xl do Título Vll deste Livro.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofí-
cio ou a requerimento do interessado ou do Ministério Público, determinará
a avaliação e a venda dos bens em leilão público cujo perdimento tenha sido
decretado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não cou-
ber ao lesado ou a terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacio-
nal, exceto se houver previsão diversa em lei especial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a
utilização de bem sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida as-
securatória pelos órgãos de segurança pública previstos no art. 144 da Cons-

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tituição Federal, do sistema prisional, do sistema socioeducativo, da Força


Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia, para o desem-
penho de suas atividades. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação
ou repressão da infração penal que ensejou a constrição do bem terá priori-
dade na sua utilização. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz
poderá autorizar o uso do bem pelos demais órgãos públicos. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embar-
cação ou aeronave, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de
registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licen-
ciamento em favor do órgão público beneficiário, o qual estará isento do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização do bem
para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decre-
tação de perdimento dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de
boa-fé, o juiz poderá determinar a transferência definitiva da propriedade ao
órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o bem. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser reque-
rida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte
estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou
imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo
proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imó-
vel ou imóveis.

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§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em


que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis
que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimen-
to, e com os documentos comprobatórios do domínio.
§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis
designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avalia-
dor judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo.
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em car-
tório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe pa-
recer excessivo ou deficiente.
§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imó-
veis necessários à garantia da responsabilidade.
§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a
condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das par-
tes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de
dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de
mandar proceder à inscrição da hipoteca legal.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-
-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de
inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006)
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de va-
lor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora,
nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, pro-
ceder-se-á na forma do § 5º do art. 120.
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitra-
dos pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.

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Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão


em auto apartado. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujei-
tos ao regime do processo civil. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as
despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas
a reparação do dano ao ofendido.
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sen-
tença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabele-
cidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o
ofendido for pobre e o requerer.
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos
de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público
poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previs-
tas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterio-
ração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. (Incluído pela
Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial
ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração ju-
dicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realiza-
ção do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80%

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(oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. (Incluído pela Lei n.


12.694, de 2012)
§ 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao
juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em
renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou,
no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em
moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e con-
trole a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do ar-
rematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e
dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia,
provada por certidão ou publicação no órgão oficial. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)

CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE

Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos


autos, o juiz observará o seguinte processo:
I – mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a
parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta;

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II – assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes,
para prova de suas alegações;
III – conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender
necessárias;
IV – se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desen-
tranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao
Ministério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes
especiais.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo
de ulterior processo penal ou civil.

CAPÍTULO VIII
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado,


o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defen-
sor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado,
seja este submetido a exame médico-legal.
§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente.
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame,
ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às di-
ligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será inter-
nado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requere-
rem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar.
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peri-
tos demonstrarem a necessidade de maior prazo.

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§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá au-
torizar sejam os autos entregues aos peritos, para facilitar o exame.
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infra-
ção, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosse-
guirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o
processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado
o § 2º do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em ma-
nicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acu-
sado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que
houverem prestado depoimento sem a sua presença.
Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apar-
tado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao processo
principal.
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execução da
pena, observar-se-á o disposto no art. 682.

TÍTULO VII
DA PROVA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)

1277
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas


as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, ade-
quação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucio-
nais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução crimi-
nal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não
poderá proferir a sentença ou acórdão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1278
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL

(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)


Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa-
me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão
do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de
delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei n.
13.721, de 2018)
I – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os pro-
cedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse
e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a
existência de vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preser-
vação. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, cons-
tatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio
nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1279
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I – reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial inte-


resse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo
isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e
local de crime; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III  – fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no
local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, po-
dendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável
a sua descrição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo aten-
dimento; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise
pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio cole-
tado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
VI – transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, uti-
lizando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VII – recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que
deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número
de procedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do
exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o rece-
beu; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VIII – processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de
acordo com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas

1280
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e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formali-


zado em laudo produzido por perito; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IX – armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização de con-
traperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
X – descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando
a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente
por perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de
custódia, mesmo quando for necessária a realização de exames complemen-
tares. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito
responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determi-
nado pela natureza do material. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas caracte-
rísticas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequa-
do e espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1281
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§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à


análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de
acompanhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o
local, a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utiliza-
do. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo reci-
piente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central
de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve
ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza cri-
minal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com
local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo ser
um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram nas
características do vestígio. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser
protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito
que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado de-
verão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações
deverão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1282
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Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devol-


vido à central de custódia, devendo nela permanecer. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou con-
dições de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central de perícia oficial
de natureza criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

1283
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II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em


prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-
nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame
externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quan-
do as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.

1284
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Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade


providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o
que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-
rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de
28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-
ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

1285
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§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129,


§ 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se al-
tere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n.
5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-
ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.

1286
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Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação


de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-
cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na
precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autorida-
de ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pe-
los peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que
será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

1287
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Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que po-


derá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos
os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-
sões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei n.
8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o
disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária,


no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a

1288
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem


como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou
a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso
por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmis-
são de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária
para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n.
11.900, de 2009)
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermi-
dade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,
desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,
nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompa-
nhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audi-
ência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-

1289
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vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-


do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses
em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º des-
te artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 9º Na hipótese do § 8º  deste artigo, fica garantido o acompanha-
mento do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n.
11.900, de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interro-
gatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não pode-
rá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)

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Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa


do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e
desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)

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Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes


se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas corres-
pondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte,
poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 1º.12.2003)
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-
cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-
mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por
escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser
assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)

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Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de


ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-
-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada
por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.690, DE 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à

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sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído


pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-
tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-
minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-
formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.

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Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-


sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos do-
entes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-
nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma


testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o
tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-
mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de
parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e
a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presen-
ça de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-

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rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do


réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista
no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e
condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei n.
6.416, de 24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)

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§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação


dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, deven-
do, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
(Incluído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-
viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e
2º do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.

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Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-


midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-
vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;
IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito
pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

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CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-
vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-
temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha
presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.

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Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo


destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independente-
mente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos,
se possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-
tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-
ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-


zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a rea-
lizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição
de mandado.
Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso
de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fi-
zer expedir.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do manda-


do de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o mo-
rador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represen-
te, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-
lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os mo-
radores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.
§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente
apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assi-
nando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.

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Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos


da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território
de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apre-
ensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a ur-
gência desta.
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento
da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

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TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter


a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
força pública.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em
linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou ad-
vogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça
ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em li-
nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os
juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recu-
sado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

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III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o tercei-


ro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por qualquer das partes;
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada
no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afi-
nidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo
sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem des-
cendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n.


11.719, de 2008).
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida
neste Código; e (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos
em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles
se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e
aos impedimentos dos juízes.

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CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa
a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a reti-
ficação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza-
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)
(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os re-
quisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será proces-
sado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público
ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo
imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a

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100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor
não puder comparecer. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audi-
ência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do
processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente
ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de man-
dato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os
parentes do juiz.

CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como as-


sistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a
sentença e receberá a causa no estado em que se achar.
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assis-
tente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do de-
bate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das
provas propostas pelo assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos

1308
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da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente


comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá re-
curso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos ser-


ventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina


judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o en-
cargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa,
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos
prazos estabelecidos.
Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa, a
autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:

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I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns.


I e IV do art. 69 do Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sobre o objeto da perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto
sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.403, DE 2011)

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-


das observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do
fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da
autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medi-


da, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da
parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada
de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos
em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados e fun-
damentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justi-
fiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do
querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em
último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do
art. 312 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida
cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista,
bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabí-
vel a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste
Código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá
ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso con-
creto, de forma individualizada. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada
em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-


peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respecti-
vo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará a prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresenta-
do ao juiz que tiver expedido o mandado, para a realização de audiência de
custódia. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assi-
nada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade compe-
tente, devendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de
dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.

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Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição


do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da preca-
tória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-
dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que
fora da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de

1313
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n.


12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pes-
soa do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no §
2º do art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do man-
dado de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro mu-
nicípio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde
o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois
de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remo-
ção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que
apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que
o executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.

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Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-


rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entre-
gá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o
executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intima-
ção ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetua-
rá a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefei-
to do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de
11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)

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VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)
§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei
n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judi-
ciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários
às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do manda-
do original.

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Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).


Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos
procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o
condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do
termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a

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imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-
sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a
autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou
de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei n.
11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de


culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a
prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo
de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá
promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado
constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Pú-
blico, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade

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provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos


processuais, sob pena de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organiza-
ção criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito,
deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização
da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo res-
ponderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo es-
tabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia
sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser rela-
xada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério
Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade
policial. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da or-
dem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do
crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liber-
dade do imputado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de des-


cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medi-
das cautelares (art. 282, § 4º). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fun-
damentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou con-
temporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir
a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a ma-
nutenção da medida. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade
de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1321
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Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz


verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão pre-
ventiva será sempre motivada e fundamentada. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer ou-
tra cautelar, o juiz deverá indicar concretamente a existência de fatos novos
ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela in-
terlocutória, sentença ou acórdão, que: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra deci-
são; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
V – limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-
car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou prece-
dente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no

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caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído pela Lei n.


13.964, de 2019)
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão
preventiva se, no correr da investigação ou do processo, verificar a falta de
motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevie-
rem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor
da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa)
dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)

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Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for
mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela


Lei n. 12.403, de 2011).
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas
pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja


conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando
o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII  – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compa-
recimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou
em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados
os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz,
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormen-
te concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a

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que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-


deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a
fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que cons-
tará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será
feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o
valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

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Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição


arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder
a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o
valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o dis-

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posto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
12.403, de 2011).
Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-
cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-
so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei n.
12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-
brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-


denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas
e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de
hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-
rio Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o
juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer
das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art.
282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

CAPÍTULO I
DAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no


território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I – o nome do juiz;
II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;
IV – a residência do réu, se for conhecida;
V – o fim para que é feita a citação;
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz pro-
cessante, será citado mediante precatória.
Art. 354. A precatória indicará:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independente-
mente de traslado, depois de lançado o “cumpra-se” e de feita a citação por
mandado do juiz deprecado.
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de
outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da dili-
gência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.
§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser cita-
do, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

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Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os re-


quisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, de-
pois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na
qual se mencionarão dia e hora da citação;
II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua acei-
tação ou recusa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respec-
tivo serviço.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo,
como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a
citação do acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).


§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o
processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz
entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no
caso de no II, o prazo será de trinta dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I – o nome do juiz que a determinar;
II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característi-
cos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
III – o fim para que é feita a citação;
IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa,
se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar
o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a
data da publicação.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou
intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo

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justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo en-


dereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até
o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estran-
geiras serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)

CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pes-


soas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no
que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei n.
9.271, de 17.4.1996)
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e
do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusa-
do. (Incluído Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca,
a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que
alude o § 1º. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pesso-
al. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for
requerida, observado o disposto no art. 357.

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Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz mar-


cará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

TÍTULO XI
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos poderá ser de-


terminada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante, do assistente, do ofendido, ou de seu representante legal, ainda
que este não se tenha constituído como assistente:
I – durante a instrução criminal após a apresentação da defesa ou do pra-
zo concedido para esse fim;
II – na sentença de pronúncia;
III – na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em grau de recur-
so, pronunciar o réu;
IV – na sentença condenatória recorrível.
§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da medida, o réu
ou seu defensor será ouvido no prazo de 2 (dois) dias.
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as comunicações necessárias para
a sua execução, na forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro IV.
Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença que
decretar ou denegar a aplicação provisória de interdições de direitos, mas
estas poderão ser substituídas ou revogadas:
I – se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta ou pelas sen-
tenças a que se referem os ns. II, III e IV do artigo anterior;
II – se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que, em grau de re-
curso, a confirmar, total ou parcialmente, ou pela sentença condenatória recorrível;
III – se aplicadas na decisão a que se refere o no III do artigo anterior,
pela sentença condenatória recorrível.

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Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ou revogar


interdição de direito, será fundamentado.
Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará cessar a apli-
cação provisória da interdição anteriormente determinada.
Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória, serão execu-
tadas somente as interdições nela aplicadas ou que derivarem da imposição
da pena principal.
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança obedecerá ao
disposto nos artigos anteriores, com as modificações seguintes:
I – o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segurança, de ofí-
cio, ou a requerimento do Ministério Público;
II – a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do inquérito, me-
diante representação da autoridade policial;
III – a aplicação provisória de medida de segurança, a substituição ou a
revogação da anteriormente aplicada poderão ser determinadas, também, na
sentença absolutória;
IV – decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título V do Livro IV,
no que for aplicável.
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, quanto à
execução das medidas de segurança definitivamente aplicadas, o disposto
no Título V do Livro IV.
Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança obstará a con-
cessão de fiança, e tornará sem efeito a anteriormente concedida.

TÍTULO XII
DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:


I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessá-
rias para identificá-las;
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;

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III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;


IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
V – o dispositivo;
VI – a data e a assinatura do juiz.
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao
juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigui-
dade, contradição ou omissão.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denún-
cia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em
consequência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibili-
dade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de
acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova de-
finição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de
elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Mi-
nistério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-
-se o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido
o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia
e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo
interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste


artigo. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) teste-
munhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
termos do aditamento. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença con-
denatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem
como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte disposi-
tiva, desde que reconheça:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de
pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei n.
11.690, de 2008)
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente apli-
cadas; (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
III – aplicará medida de segurança, se cabível.

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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei n.


11.719, de 2008)
I  – mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas
no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
II – mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva
ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts.
59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
V – atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e
medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI – determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em
resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1º, do
Código Penal).
§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for
o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído
pela Lei n. 12.736, de 2012)
§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de inter-
nação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determi-
nação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n.
12.736, de 2012)
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubri-
cará em todas as folhas.

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Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos


autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado
a esse fim.
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena
de suspensão de cinco dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Mi-
nistério Público.
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pesso-
almente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no
lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de
10 dias, afixado no lugar de costume.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se
livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a in-
fração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o
certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver
constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena priva-
tiva de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos
outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital,
salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas
estabelecidas neste artigo.
Art. 393. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

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LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

TÍTULO I
DO PROCESSO COMUM

CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela


Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo dis-
posições em contrário deste Código ou de lei especial. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento
observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos
os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e


sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo te-
rão prioridade de tramitação em todas as instâncias. (Incluído pela Lei n.
13.285, de 2016).
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal; ou (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a cita-
ção do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa co-
meçará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especi-
ficar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requeren-
do sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a
112 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado,
não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-
-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos,


deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verifi-
car: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agen-
te, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 398. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministé-
rio Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório,
devendo o poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no pra-
zo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defe-
sa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pes-
soas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz inde-
ferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento


das partes. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 400-A. Na audiência de instrução e julgamento, e, em especial, nas
que apurem crimes contra a dignidade sexual, todas as partes e demais sujei-
tos processuais presentes no ato deverão zelar pela integridade física e psico-
lógica da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e administrativa,
cabendo ao juiz garantir o cumprimento do disposto neste artigo, vedadas:
(Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos
objeto de apuração nos autos; (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a
dignidade da vítima ou de testemunhas. (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas
arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromis-
so e as referidas. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas
arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público,
o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligên-
cias cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na ins-
trução. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido,
serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectiva-
mente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), profe-
rindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

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§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão


concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de
acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para
a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
proferir a sentença. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as par-
tes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais,
por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio,
assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes
nela ocorridos. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gra-
vação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisu-
al, destinada a obter maior fidelidade das informações. (Incluído pela Lei n.
11.719, de 2008).
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às par-
tes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).

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CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊN-


CIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

Seção I
Da Acusação e da Instrução Preliminar

Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do


acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efe-
tivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado
ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito),
na denúncia ou na queixa.
§ 3º Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que
interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualifi-
cando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos
dos arts. 95 a 112 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará de-
fensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o
querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realiza-


ção das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de decla-
rações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogan-
do-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e
de deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz in-
deferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o dis-
posto no art. 384 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente,
à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por
mais 10 (dez). (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acu-
sação e a defesa de cada um deles será individual. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova fal-
tante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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§ 8º A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da


suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10
(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noven-
ta) dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção II
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se conven-


cido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria
ou de participação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materia-
lidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de parti-
cipação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o
acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento
de pena. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para
a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação
ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente de-
cretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação
da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do
Livro I deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

1349
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Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência


de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentada-
mente, impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá
ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado,
quando: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste ar-
tigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a
única tese defensiva. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária
caberá apelação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pes-
soas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acu-
sado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze)
dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante
da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação,


da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e
não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição
deste ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Públi-
co; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério
Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for en-
contrado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao
juiz presidente do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância
superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção III
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.689, DE 2008)

Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determi-


nará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de
queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de
testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), opor-

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tunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Redação


dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produ-
zidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o
juiz presidente: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou
esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pau-
ta da reunião do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao
presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competente
remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes do
sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos prepara-
dos até o encerramento da reunião, para a realização de julgamento. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção IV
Do Alistamento dos Jurados
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri


de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas
de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80
(oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número
de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em

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urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3º do art. 426
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de
classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino
em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos co-
munitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a
função de jurado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas pro-
fissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e
divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de
qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua
publicação definitiva. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste
Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem
verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Se-
ção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas
Defensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fecha-
da a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze)
meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, comple-
tada. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Seção V
Do Desaforamento
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida


sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribu-
nal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do
acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar
o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde
não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá
preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar,
fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele
solicitada. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando
efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo,
nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de
julgamento anulado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão
do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte con-
trária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses,
contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o
tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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§ 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguar-


dando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de aprecia-
ção pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício, o
acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização do
julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VI
Da Organização da Pauta
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos


julgamentos, terão preferência: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – os acusados presos; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na
prisão; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião perió-
dica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos
a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a
inclusão de processo que tiver o julgamento adiado. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua ha-
bilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará in-
timar as partes, o ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos,
quando houver requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, ob-

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servando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código. (Redação dada


pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VII
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determi-


nará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e
da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sor-
teio dos jurados que atuarão na reunião periódica. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, ca-
bendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco)
jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15º (décimo quinto) e o 10º (dé-
cimo) dia útil antecedente à instalação da reunião. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das
partes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído
para as reuniões futuras. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por
qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a
reunião, sob as penas da lei. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos
os arts. 436 a 446 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação
dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das par-

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tes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento. (Reda-


ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VIII
Da Função do Jurado
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os


cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar
de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, clas-
se social ou econômica, origem ou grau de instrução. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1
(um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e
das Câmaras Distrital e Municipais; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Públi-
ca; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defenso-
ria Pública; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;


(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispen-
sa; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filo-
sófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena
de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de ca-
ráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder
Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conve-
niada para esses fins. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da propor-
cionalidade e da razoabilidade. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço pú-
blico relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439
deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas
e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como
nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do ju-
rado sorteado que comparecer à sessão do júri. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no
dia marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presi-

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dente será aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério


do juiz, de acordo com a sua condição econômica. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante de-
vidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força
maior, até o momento da chamada dos jurados. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do
juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la,
será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes
togados. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os disposi-
tivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsa-
bilidade penal prevista no art. 445 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)

Seção IX
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de
Sentença
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu pre-
sidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alista-
dos, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão
de julgamento. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)


IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mante-
nham união estável reconhecida como entidade familiar. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a sus-
peição e as incompatibilidades dos juízes togados. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 449. Não poderá servir o jurado que: (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, indepen-
dentemente da causa determinante do julgamento posterior; (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de
Sentença que julgou o outro acusado; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acu-
sado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivên-
cia, servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompati-
bilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para
a realização da sessão. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de
um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus
integrantes deverão prestar novo compromisso. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)

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Seção X
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e


julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização
judiciária. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz
presidente decidirá os casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de
adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará
o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientifica-
das as partes e as testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediata-
mente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para
a nova sessão. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e
se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunicado
ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data
designada para a nova sessão. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente
uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pú-
blica para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desim-
pedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do
acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido
regularmente intimado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

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§ 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento


deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente submeti-
dos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para
o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de
dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz
presidente, sem prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a
multa prevista no § 2º do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o dis-
posto no art. 441 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas
serão recolhidas a lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das
outras. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de com-
parecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por man-
dado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não
prescindir do depoimento e indicando a sua localização. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente sus-
penderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o
primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha
não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de
justiça. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste


Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vin-
te e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada
deles. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz pre-
sidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será
submetido a julgamento. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computa-
dos para a constituição do número legal. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proce-
der-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á
nova data para a sessão do júri. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-
-se o expediente de convocação, com observância do disposto nos arts. 434
e 435 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz
presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibi-
lidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez
sorteados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifes-
tar sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e mul-
ta, na forma do § 2º do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos


jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a for-
mação do Conselho de Sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz
presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão
recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das par-
tes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se
o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados rema-
nescentes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser
feitas por um só defensor. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das
recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o
Conselho de Sentença. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro
lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de coau-
toria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de suspeição ou de in-
compatibilidade contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministé-
rio Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento não será suspenso,
devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a decisão. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 471. Se, em consequência do impedimento, suspeição, incompatibili-
dade, dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho,
o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os
suplentes, com observância do disposto no art. 464 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se,


e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade
e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames
da justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou,
se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e
do relatório do processo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XI
Da Instrução em Plenário
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução


plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o que-
relante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as decla-
rações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela
acusação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor
do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assis-
tente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemu-
nhas, por intermédio do juiz presidente. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento
de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de pe-
ças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória

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e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. (Incluído pela Lei n.


11.689, de 2008)
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente,
na forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Códi-
go, com as alterações introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nes-
sa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presiden-
te. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período
em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à
ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integri-
dade física dos presentes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 474-A. Durante a instrução em plenário, todas as partes e demais
sujeitos processuais presentes no ato deverão respeitar a dignidade da víti-
ma, sob pena de responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo ao
juiz presidente garantir o cumprimento do disposto neste artigo, vedadas:
(Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos
objeto de apuração nos autos; (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a
dignidade da vítima ou de testemunhas. (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica
similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, cons-
tará dos autos. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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Seção XII
Dos Debates
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério


Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões poste-
riores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a exis-
tência de circunstância agravante. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O assistente falará depois do Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 2º Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro
lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver
retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a defesa. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida
a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e
meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão
entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo
juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a
defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e
da tréplica, observado o disposto no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)

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Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulida-


de, fazer referências: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admis-
sível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de
autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de
requerimento, em seu prejuízo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de docu-
mento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de
jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações,
fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado,
cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julga-
mento dos jurados. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momen-
to e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos
autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda,
aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele
alegado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão
habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará escla-
recimentos à vista dos autos. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos
instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)

1368
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial


para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz
presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências en-
tendidas necessárias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o
juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando
às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5
(cinco) dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XIII
Do Questionário e sua Votação
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato


e se o acusado deve ser absolvido. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas,
simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com su-
ficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará
em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando
sobre: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena re-
conhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível
a acusação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

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§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos


quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e
implica a absolvição do acusado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesi-
tos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito
com a seguinte redação: (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
O jurado absolve o acusado?
§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, de-
vendo ser formulados quesitos sobre: (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconheci-
das na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acu-
sação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência
do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após
o 2º (segundo) ou 3º (terceiro) quesito, conforme o caso. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 5º Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência
do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser
respondido após o segundo quesito. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão
formulados em séries distintas. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se
têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como
a decisão, constar da ata. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados
o significado de cada quesito. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

1370
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Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os ju-


rados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado,
o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser pro-
cedida a votação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público
se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput  deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qual-
quer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e
fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. (Incluído pela Lei n.
11.689, de 2008)
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presi-
dente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco
e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a pa-
lavra não. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em
urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utiliza-
das, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de
cada quesito, bem como o resultado do julgamento. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas
não utilizadas. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de
votos. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição
com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que
consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se
referirem tais respostas. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

1371
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Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente


verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por
finda a votação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488
deste Código assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XIV
Da sentença
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: (Redação


dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – no caso de condenação: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos
debates; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas
admitidas pelo júri; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que
se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão,
determinará a execução provisória das penas, com expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem
a ser interpostos; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – no caso de absolvição: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

1372
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a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não esti-


ver preso; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência
do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença
em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for
considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o dis-
posto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso con-
tra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se,
no que couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a exe-
cução provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste
artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual
competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito
suspensivo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à ape-
lação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado cumulativamente
que o recurso: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não tem propósito meramente protelatório; e (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

1373
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anula-


ção da sentença, novo julgamento ou redução da pena para patamar inferior
a 15 (quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito inci-
dentemente na apelação ou por meio de petição em separado dirigida di-
retamente ao relator, instruída com cópias da sentença condenatória, das
razões da apelação e de prova da tempestividade, das contrarrazões e das
demais peças necessárias à compreensão da controvérsia. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de
encerrada a sessão de instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)

Seção XV
Da Ata dos Trabalhos
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada


pelo presidente e pelas partes. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando
obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – a data e a hora da instalação dos trabalhos; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e
as sanções aplicadas; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa; (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
V – o sorteio dos jurados suplentes; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)

1374
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VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do mo-


tivo; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do quere-
lante e do assistente, se houver, e a do defensor do acusado; (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento; (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
IX – as testemunhas dispensadas de depor; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem
ouvir o depoimento das outras; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos
jurados sorteados e recusas; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo;
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamen-
tos; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XVI – o julgamento da causa; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da
sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa
e penal. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

1375
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Seção XVI
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além


de outras expressamente referidas neste Código: (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva au-
toridade; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de lingua-
gem ou mediante requerimento de uma das partes; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamen-
to do júri; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo,
neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com
a nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do jul-
gamento, o qual prosseguirá sem a sua presença; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)
VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das dili-
gências requeridas ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade
dos jurados; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sen-
tença e para repouso ou refeição dos jurados; (Redação dada pela Lei n.
11.689, de 2008)

1376
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a reque-


rimento de qualquer destes, a arguição de extinção de punibilidade; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer ju-
rado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudi-
que o esclarecimento da verdade; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes,
quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minu-
tos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo


processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a de-
núncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a
existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devi-
da forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.

1377
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido


para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser exa-
minados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e jus-
tificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamen-
tado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexis-
tência do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na for-
ma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, obser-
var-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL

TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL

CAPÍTULO X
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

1378
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a
lei a autoriza;
VI – quando o processo for manifestamente nulo;
VII – quando extinta a punibilidade.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará
passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimen-
to, seja qual for a autoridade coatora.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de ha-
beas corpus:
I – ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da
Constituição;
II – aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação
forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territó-
rios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes
de Polícia.
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação pro-
vier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou
iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pú-
blica, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais,
salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do
alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá ter-
mo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamen-
tos daquela.
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do
processo, este será renovado.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus,
será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de
poder, tiver determinado a coação.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das
peças necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade.
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,
em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou
coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples
ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não sou-
ber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício or-
dem de habeas  corpus, quando no curso de processo verificarem que al-
guém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de jus-
tiça ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a
expedição de ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da pri-
são, a condução e apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado
na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas
em que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar
o habeas corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em
que caberá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor
as multas.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar neces-
sário, e estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente
apresentado em dia e hora que designar.
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de
prisão contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz pro-
videnciará para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo.

1380
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Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua


apresentação, salvo:
I – grave enfermidade do paciente;
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III – se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou
pelo tribunal.
Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar,
se este não puder ser apresentado por motivo de doença.
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou co-
ação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidi-
rá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade,
salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilega-
lidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento.
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a
prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante
ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem
anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça
de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado
pelo juiz.
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver or-
denado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos
autos do processo.
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede
do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será ex-

1381
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

pedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas


no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação,
a petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da tur-
ma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presiden-
te, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informa-
ções por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente
mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição.
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o
presidente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine.
Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere
a respeito.
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas cor-
pus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julga-
mento para a sessão seguinte.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Haven-
do empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá
voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável
ao paciente.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo pre-
sidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama,
ao detentor, ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o
constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao dispos-
to no art. 289, parágrafo único, in fine.
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-
mas complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas
corpus de sua competência originária.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência


originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das deci-
sões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus, obser-
var-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo
o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

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LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas


Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso inde-
Mensagem de veto vido, atenção e reinserção social de usuá-
Regulamento rios e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;
define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, aten-
ção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece
normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as subs-
tâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados
em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Exe-
cutivo da União.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem
como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos
dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese
de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Conven-
ção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971,
a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita


dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medi-
cinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,
respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coor-


denar as atividades relacionadas com:
I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuá-
rios e dependentes de drogas;
II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras,
critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as políticas, planos,
programas, ações e projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os
Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS,
e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISTEMA NACIONAL DE
POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:


I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmen-
te quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

1385
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo bra-


sileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de
drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social,
para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Socieda-
de, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados
com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu
tráfico ilícito;
VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Le-
gislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interde-
pendência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas,
repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a
garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacio-
nal Antidrogas - Conad.
Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos
vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,
seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre
drogas no país;

1386
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso in-


devido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e
de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas
públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,
Estados e Municípios;
IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articu-
lação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO I I

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL

DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGA S

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)
Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a exe-
cução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas
federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no re-
gulamento desta Lei.
Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º (VETADO)

1387
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)


I – formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria
com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
III – coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad
e suas normas de referência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores
e definir formas de financiamento e gestão das políticas sobre drogas; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das
políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e
Municípios para a execução das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de re-
cursos para financiamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

1388
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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XII – sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção,


tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfi-
co ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIII – adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XIV – estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando
a coibir o ingresso de drogas no País. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas


Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, den-
tre outros: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações,
atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de
saúde, educação, trabalho, assistência social, previdência social, habitação,
cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de drogas, atenção e
reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
II – viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação
e avaliação das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os
estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com a família para a preven-
ção do uso de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1389
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário


ou dependente de drogas, promovendo programas que priorizem a melho-
ria de sua escolarização e a qualificação profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
V – promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os
serviços públicos; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações
e projetos das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orien-
tações e informações para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VIII – articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, ren-
da e capacitação para o trabalho, com objetivo de promover a inserção pro-
fissional da pessoa que haja cumprido o plano individual de atendimento nas
fases de tratamento ou acolhimento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de
economia solidária e o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao
usuário ou dependente de drogas egresso de tratamento ou acolhimento, ob-
servando-se as especificidades regionais; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetiva-
ção das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
XI – articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no
enfrentamento ao abuso de drogas; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
XII – promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre dro-
gas. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar
de sua aprovação.
§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do
Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

1390
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Esta-


dos, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes objetivos: (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
II – colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na exe-
cução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elabo-
ração de programas, ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tra-
tamento, acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico
ilícito de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o pla-
nejamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – propor políticas públicas que permitam a integração e a participação
do usuário ou dependente de drogas no processo social, econômico, político e
cultural no respectivo ente federado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas
em consonância com o Sisnad e com os respectivos planos. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1391
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III

(VETADO)
Art. 9º (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. (VETADO)
Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS

CAPÍTULO IV
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)


Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da
assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem
comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os
casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,
conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de
drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

1392
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de dro-


gas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores
de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores
de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem
observar os seguintes princípios e diretrizes:
I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferên-
cia na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à
qual pertence;
II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica
como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e pri-
vados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços
que as atendam;
III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em
relação ao uso indevido de drogas;
IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com
as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluin-
do usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do
estabelecimento de parcerias;

1393
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às


especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das dife-
rentes drogas utilizadas;
VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redu-
ção de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preven-
tiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da popu-
lação, levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em ativi-
dades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários
e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, pro-
fissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qua-
lidade de vida;
X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3
(três) níveis de ensino;
XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido
de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretri-
zes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Ado-
lescente - Conanda.

1394
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas,


comemorada anualmente, na quarta semana de junho. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de dro-
gas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e
reinserção social e econômica de usuários de drogas; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
IV – divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso
indevido de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – mobilização da comunidade para a participação nas ações de preven-
ção e enfrentamento às drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei n. 9.394, de 20
de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
realização de atividades de prevenção ao uso de drogas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)

1395
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL DE
USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E
DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPEN-
DENTES DE DROGAS

Seção I
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de


drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à
melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados
ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do de-
pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes
princípios e diretrizes:
I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de
quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa huma-
na, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional
de Assistência Social;
II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social
do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que conside-
rem as suas peculiaridades socioculturais;

1396
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a in-


clusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos fa-
miliares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes mul-
tiprofissionais;
V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas
setoriais específicas.
VII – estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
VIII – efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação con-
tinuada e ao trabalho; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IX – observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
X – orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às
consequências lesivas do uso de drogas, ainda que ocasional. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão


atendimento nos programas de educação profissional e tecnológica, educação
de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1397
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção III
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do


Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao
usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério
da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a
previsão orçamentária adequada.
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser
ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prioridade para as moda-
lidades de tratamento ambulatorial, incluindo excepcionalmente formas de
internação em unidades de saúde e hospitais gerais nos termos de normas
dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social e em
etapas que permitam: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a popula-
ção; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidên-
cias científicas, oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou depen-
dente de drogas com abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambu-
latorial; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habili-
dades e projetos individuais por meio de programas que articulem educação,
capacitação para o trabalho, esporte, cultura e acompanhamento individuali-
zado; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1398
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articu-


lada. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento,
em âmbito nacional. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em
unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares
e deverá ser obrigatoriamente autorizada por médico devidamente registrado
no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabe-
lecimento no qual se dará a internação. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do de-
pendente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do
dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta fal-
ta deste, de servidor público da área de saúde, da assistência social ou dos
órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de servidores da área de
segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem a
medida. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que
optou por este regime de tratamento; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por
solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o tratamento. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – deve ser realizada após a formalização da decisão por médico respon-
sável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1399
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o


padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de
outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico
responsável; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer
ao médico a interrupção do tratamento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada
quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser infor-
madas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público,
à Defensoria Pública e a outros órgãos de fiscalização, por meio de sistema
informatizado único, na forma do regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido
no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhe-
cê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas co-
munidades terapêuticas acolhedoras. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual
deverão observar, no que couber, o previsto na Lei n. 10.216, de 6 de abril
de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portado-
ras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

1400
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção V
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B. O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de


atenção à saúde dependerá de: (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e exe-
cução do projeto terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
I – o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
II – o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas
ou das pessoas com as quais convive. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsá-
veis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso
de crianças e adolescentes, passíveis de responsabilização civil, administrati-
va e criminal, nos termos da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto
da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o usuário ou dependen-
te de drogas e será atualizado ao longo das diversas fases do atendimento.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei n. 13.840,


de 2019)
III – a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação
profissional; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei n. 13.840,
de 2019)
V – formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano
individual; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimen-
to do previsto no plano; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VII – as medidas específicas de atenção à saúde do atendido. (Incluído
pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do in-
gresso no atendimento. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano
individual de atendimento são consideradas sigilosas. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas
de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas
encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atua-
ção nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuá-
rios ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicio-
nados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de
infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou subme-
tidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua
saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção VI
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na


comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
I – oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas
que visam à abstinência; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
II – adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida
como uma etapa transitória para a reinserção social e econômica do usuário
ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
III – ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivên-
cia entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a promoção do de-
senvolvimento pessoal, vocacionada para acolhimento ao usuário ou dependen-
te de drogas em vulnerabilidade social; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
IV – avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
V – elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B
desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
VI – vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometi-
mentos biológicos e psicológicos de natureza grave que mereçam atenção
médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso em que deverão ser en-
caminhadas à rede de saúde. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada
ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o
Ministério Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I – advertência sobre os efeitos das drogas;
II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,
semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quanti-
dade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz
atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às
condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pesso-
ais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão
aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do
caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas
comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabeleci-
mentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refe-
re o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

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Delegado de Polícia Civil

I – admoestação verbal;
II – multa.
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do in-
frator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambula-
torial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II
do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o
número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem
superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade
econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do
maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se
refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das pe-
nas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107
e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO
ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para


produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-pri-
ma destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

1405
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas au-


toridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para
exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições en-
contradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova.
§ 1º A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de
30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.
§ 2º A incineração prevista no § 1º deste artigo será precedida de auto-
rização judicial, ouvido o Ministério Público, e executada pela autoridade de
polícia judiciária competente, na presença de representante do Ministério Pú-
blico e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e
após a perícia realizada no local da incineração.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo dele-
gado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente
para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias
para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-
-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no
Decreto n. 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autoriza-
ção prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, con-
forme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legis-
lação em vigor.

1406
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,


vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação le-
gal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (qui-
nhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guar-
da, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com deter-
minação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas;
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em
matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se
utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com de-
terminação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide
ADI n. 4.274)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de
seu relacionamento, para juntos a consumirem:

1407
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas pode-
rão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas
restritivas de direitos , desde que o agente seja primário, de bons anteceden-
tes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-
nosa. (Vide Resolução n. 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuita-
mente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fa-
bricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil
e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, rei-
teradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §
1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (sete-
centos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos
nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil
e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associa-
ção destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezen-
tos) a 700 (setecentos) dias-multa.

1408
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas


necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da
categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão
do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo
mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200
(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente
com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)
a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for
de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se:
I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no
desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entida-
des estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes,
de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes
de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;

1409
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de


arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o
Distrito Federal;
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a
quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
entendimento e determinação;
VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coau-
tores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do
crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância
sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da
substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei,
o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número
de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos
acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes
o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão im-
postas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,
ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei
são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada
sua concessão ao reincidente específico.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob


o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força peri-
cial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições
referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu
encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que
ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, reali-
zada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei,
determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste
Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,
as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,
salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,
será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá


prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminha-
do ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele
comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requi-
sições dos exames e perícias necessários.
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º
deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em
que se encontrar, vedada a detenção do agente.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o
agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a
autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n. 9.099, de 1995, que
dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá
propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser es-
pecificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e
34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, em-
pregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previs-
tos na Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I
Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária


fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia
do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em
24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabele-
cimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da
natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste,
por pessoa idônea.

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§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo


não ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10
(dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e deter-
minará a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra neces-
sária à realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia
competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e
da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das
drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei n.
12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão
em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias
contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização
do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a
5º do art. 50. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de pri-
são em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contados da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à re-
alização do laudo definitivo. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se
o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser dupli-
cados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da
autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade
de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

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I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões


que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza
da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se
desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qua-
lificação e os antecedentes do agente; ou
II – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que
seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedi-
mentos investigatórios:
I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, cons-
tituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo
da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação
dos agentes do delito ou de colaboradores.

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Seção II
Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Par-


lamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Pú-
blico para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I – requerer o arquivamento;
II – requisitar as diligências que entender necessárias;
III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as
demais provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado
para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado
poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer do-
cumentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até
o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a
113 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defen-
sor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no
ato de nomeação.
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez)
dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências,
exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos
arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, po-
derá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se
for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

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§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro

dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determi-

nada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando

se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório

do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessiva-

mente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para

sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável

por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das par-

tes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas cor-

respondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o

fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso

do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto,

ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na

forma do art. 32, § 1º, desta Lei, preservando-se, para eventual contraprova,

a fração que fixar. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ou-

vido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do

produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do

laudo toxicológico. (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta

Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e

de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

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CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou me-


diante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério
Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito
ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas
aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes
previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática,
procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz fa-
cultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a
produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto
da decisão.
§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela
sua liberação.
§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários
à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata possa comprometer as investigações.
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de
acusação, ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, po-
derá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras
medidas assecuratórias nos casos em que haja suspeita de que os bens, di-
reitos ou valores sejam produto do crime ou constituam proveito dos crimes
previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do
Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)

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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)


§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, o juiz poderá determinar a prática de atos
necessários à conservação dos bens, direitos ou valores. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores po-
derá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execu-
ção imediata puder comprometer as investigações. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 60-A. Quando as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 re-
caírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emi-
tidos como ordem de pagamento, será determinada, imediatamente, a con-
versão em moeda nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie será encaminhada a ins-
tituição financeira ou equiparada para alienação na forma prevista pelo Con-
selho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Em caso de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º, a mo-
eda estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o
seu destino. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira, caso seja
verificada a inexistência de valor de mercado, a moeda poderá ser doada à
representação diplomática do seu país de origem ou destruída. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada
em vigor da Medida Provisória n. 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam
custodiados nas dependências do Banco Central do Brasil serão transferidos,
no prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa Econômica Federal para que se
proceda à alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e com-
provado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta
Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e
cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos
ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à pro-
dução não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no inte-
resse dessas atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão
de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licen-
ciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer
outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e
objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos
nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judici-
ária responsável pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que
trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as
armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica. (Incluído pela
Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará
a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens
apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre
quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. (Incluído pela Lei
n. 13.840, de 2019)

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§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será rea-


lizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação,
ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador no-
meado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministé-
rio Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias
e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Os valores arrecadados, descontadas as despesas do leilão, serão de-
positados em conta judicial remunerada e, após sentença condenatória tran-
sitada em julgado, serão revertidos ao Funad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de
2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de cer-
tificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este
livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo
da cobrança de débitos fiscais, os quais permanecem sob responsabilidade
do antigo proprietário. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019) (Revogado pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 8º Nos casos em que a apreensão tiver recaído sobre dinheiro, inclusive
moeda estrangeira, ou cheques emitidos como ordem de pagamento para fins
ilícitos, o juiz determinará sua conversão em moeda nacional corrente, que
será depositada em conta judicial remunerada, e, após sentença condena-
tória com trânsito em julgado, será revertida ao Funad. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019) (Revogado pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios
de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer
natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua
regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

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Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos


bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodovi-
ária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de
sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e
garantida a prévia avaliação dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens
mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fa-
zer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, me-
diante autorização judicial, ouvido o Ministério Público. (Revogado pela Medi-
da Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído
sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade
de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao
juízo competente a intimação do Ministério Público.
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do
bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter
cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for
o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito,
com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das corresponden-
tes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz pe-
riodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações
sobre seu estado de conservação. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público,
mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter
cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que
a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e

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custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou mi-


litares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e ope-
rações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou
aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do
órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do paga-
mento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do
bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em
favor da União. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4º
deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles,
e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.
§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens uti-
lizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada
em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer
nova avaliação judicial. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada
em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação
penal principal.
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a
entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.
(Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao
juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e
os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico
pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cien-
tificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este,
se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

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§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)


§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão.
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quan-
tia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao
Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3º deste artigo.
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste artigo, recaindo a
autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à au-
toridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição
de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de
polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres
do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em jul-
gado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
§ 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 12. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de
trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos bens
no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pagamento
de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em
relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12, a autoridade de trânsito ou o órgão
de registro equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto


da alienação ou relacionados a numerários apreendidos ou que tenham sido
convertidos, serão efetuados na Caixa Econômica Federal, por meio de do-
cumento de arrecadação destinado a essa finalidade. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º Os depósitos a que se refere o caput serão repassados pela Caixa Eco-
nômica Federal para a Conta Única do Tesouro Nacional, independentemente de
qualquer formalidade, no prazo de vinte e quatro horas, contado do momento
da realização do depósito. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do
depósito será devolvido ao acusado pela Caixa Econômica Federal no prazo
de até três dias úteis, acrescido de juros, na forma estabelecida pelo § 4º do
art. 39 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o
valor do depósito será transformado em pagamento definitivo, respeitados os
direitos de eventuais lesados e de terceiros de boa-fé. (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judi-
cial, serão efetuados como anulação de receita do Fundo Nacional Antidrogas
no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Medida Provisória n.
885, de 2019)
§ 5º A Caixa Econômica Federal manterá o controle dos valores deposita-
dos ou devolvidos. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento
do produto, bem ou valor apreendido, sequestrado ou declarado indisponível.
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação dada pela
Lei n. 13.840, de 2019)
I – o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto
de medidas assecuratórias; e (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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II – o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a


liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta
Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdi-
mento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu
perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em
caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos
e valores declarados perdidos, indicando o local em que se encontram e a
entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação
nos termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imedia-
to cumprimento ao estabelecido no § 2º deste artigo. (Revogado pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo,
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação
dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando,
quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo
poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput, decorridos 360 (trezentos e sessenta)
dias do trânsito em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado,
os bens apreendidos, os que tenham sido objeto de medidas assecuratórias
ou os valores depositados que não forem reclamados serão revertidos ao Fu-
nad. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

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Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o compa-


recimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores. (Incluído pela Lei n.
13.840, de 2019)
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e
objeto de medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes
à reparação dos danos e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e
custas decorrentes da infração penal. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 63-C. Compete à Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça e Segurança Pública proceder à destinação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decre-
tado em favor da União, por meio das seguintes modalidades: (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)
I – alienação, mediante: (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos que contribuam
para o alcance das finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; ou (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993; (Incluído pela Medida Provisória n. 885,
de 2019)
II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, ob-
servadas as finalidades do Fundo Nacional Antidrogas; (Incluído pela Medida
Provisória n. 885, de 2019)
III – destruição; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
IV – inutilização. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 1º A alienação por meio de licitação será na modalidade leilão, para bens
móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou glo-
bal, de bem ou de lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço que
não seja inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação. (Incluído pela
Medida Provisória n. 885, de 2019)

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§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º será amplamente divulgado


em jornais de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmen-
te no Município em que será realizado, dispensada a publicação em diário
oficial. (Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da adminis-
tração pública, a publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em
diário oficial e em jornais de grande circulação. (Incluído pela Medida Provi-
sória n. 885, de 2019)
§ 4º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade
de trânsito ou o órgão de registro equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o arrematante ficará livre do pa-
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execu-
ção fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Medida Provisória
n. 885, de 2019)
§ 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade de trânsito ou o órgão de registro
equivalente poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Me-
dida Provisória n. 885, de 2019)
§ 6º A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justi-
ça e Segurança Pública poderá celebrar convênios ou instrumentos congêne-
res com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
§ 7º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica auto-
rizada a contratação da iniciativa privada para a execução das ações de ava-
liação, administração e alienação dos bens a que se refere esta Lei. (Incluído
pela Medida Provisória n. 885, de 2019)
Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regula-
mentar os procedimentos relativos à administração, à preservação e à des-
tinação dos recursos provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os
valores abaixo dos quais se deve proceder à sua destruição ou inutilização.
(Incluído pela Medida Provisória n. 885, de 2019)

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Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os
Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a preven-
ção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou
dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por
ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados
à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em as-


suntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial
dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colabora-
ção, nas áreas de:
I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de aten-
ção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II – intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas
e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
traficantes de drogas e seus precursores químicos.

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TÍTULO V-A
(Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 65-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até
que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denomi-
nam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras
sob controle especial, da Portaria SVS/MS n. 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei n. 7.560, de 19 de de-
zembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua
adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do
fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art.
17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para
execução das políticas sobre drogas deverão garantir o acesso às suas insta-
lações, à documentação e a todos os elementos necessários à efetiva fiscali-
zação pelos órgãos competentes. (Incluído pela Lei n. 13.840, de 2019)
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que
colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção so-
cial de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e
do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim
como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumi-
rem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam
essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

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I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam


lacradas suas instalações;
II – ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas
necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III – dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscri-
tos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas
jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica
que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitá-
ria, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farma-
cêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob
a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a
37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da
Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam
sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da cir-
cunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, median-
te representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do
Ministério Público, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição
e na forma prevista no § 1º do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em
processos já encerrados.
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o
juiz, de ofício, mediante representação do delegado de polícia ou a requeri-
mento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guarda-
das para contraprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei n.
12.961, de 2014)

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Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o


juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou
a requerimento do Ministério Público, determinará a destruição das amostras
guardadas para contraprova, certificando nos autos. (Redação dada pela Lei
n. 13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá celebrar convênios com os Estados visando à pre-
venção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com
o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso
indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso
indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei n. 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua
publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei n.
10.409, de 11 de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix

Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006*

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LEI N. 7.492, DE 16 DE JUNHO DE 1986

Mensagem de veto

Define os crimes contra o sistema financeiro nacional,


e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa
jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou
acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação
de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estran-
geira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou ad-
ministração de valores mobiliários.
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
I – a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio,
capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;
II – a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste
artigo, ainda que de forma eventual.

DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr em cir-


culação, sem autorização escrita da sociedade emissora, certificado, cautela
ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, fabrica, divulga,
distribui ou faz distribuir prospecto ou material de propaganda relativo aos
papéis referidos neste artigo.

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Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre


instituição financeira:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira:
Pena – Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. Se a gestão é temerária:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 des-
ta lei, de dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a
posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencio-
nadas no art. 25 desta lei, que negociar direito, título ou qualquer outro bem
móvel ou imóvel de que tem a posse, sem autorização de quem de direito.
Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública
competente, relativamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe
informação ou prestando-a falsamente:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores
mobiliários:
I – falsos ou falsificados;
II – sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, em con-
dições divergentes das constantes do registro ou irregularmente registrados;
III – sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação;
IV – sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmen-
te exigida:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (Vetado), juro, comissão ou
qualquer tipo de remuneração sobre operação de crédito ou de seguro, admi-
nistração de fundo mútuo ou fiscal ou de consórcio, serviço de corretagem ou
distribuição de títulos ou valores mobiliários:

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Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir,
em documento comprobatório de investimento em títulos ou valores mobiliá-
rios, declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela le-
gislação, em demonstrativos contábeis de instituição financeira, seguradora
ou instituição integrante do sistema de distribuição de títulos de valores mo-
biliários:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabi-
lidade exigida pela legislação:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição financeira, de apresen-
tar, ao interventor, liquidante, ou síndico, nos prazos e condições estabelecidas
em lei as informações, declarações ou documentos de sua responsabilidade:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado pela indisponibilidade legal
resultante de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de institui-
ção financeira.
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorra o interventor, o liquidante ou o
síndico que se apropriar de bem abrangido pelo caput deste artigo, ou desvi-
á-lo em proveito próprio ou alheio.
Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de insti-
tuição financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas
título falso ou simulado:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex-administrador ou falido que
reconhecer, como verdadeiro, crédito que não o seja.

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Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o liquidante ou o síndico,


(Vetado) à respeito de assunto relativo a intervenção, liquidação extrajudicial
ou falência de instituição financeira:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com autorização ob-
tida mediante declaração (Vetado) falsa, instituição financeira, inclusive de
distribuição de valores mobiliários ou de câmbio:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pessoas mencionadas no art.
25 desta lei, direta ou indiretamente, empréstimo ou adiantamento, ou
deferi-lo a controlador, a administrador, a membro de conselho estatutá-
rio, aos respectivos cônjuges, aos ascendentes ou descendentes, a paren-
tes na linha colateral até o 2º grau, consanguíneos ou afins, ou a socie-
dade cujo controle seja por ela exercido, direta ou indiretamente, ou por
qualquer dessas pessoas:
Art. 17. Tomar ou receber crédito, na qualidade de qualquer das pessoas
mencionadas no art. 25, ou deferir operações de crédito vedadas, observado
o disposto no art. 34 da Lei no 4.595, de 31 de dezembro de 1964: (Redação dada pela Lei n.
13.506, de 2017)
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – em nome próprio, como controlador ou na condição de administra-
dor da sociedade, conceder ou receber adiantamento de honorários, re-
muneração, salário ou qualquer outro pagamento, nas condições referidas
neste artigo;
II – de forma disfarçada, promover a distribuição ou receber lucros de
instituição financeira.
Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado por instituição
financeira ou integrante do sistema de distribuição de títulos mobiliários de
que tenha conhecimento, em razão de ofício:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1435
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Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira:


Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é co-
metido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela credenciada
para o repasse de financiamento.
Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato,
recursos provenientes de financiamento concedido por instituição financeira
oficial ou por instituição credenciada para repassá-lo:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade, para realiza-
ção de operação de câmbio:
Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sone-
ga informação que devia prestar ou presta informação falsa.
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promo-
ver evasão de divisas do País:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promo-
ve, sem autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele
mantiver depósitos não declarados à repartição federal competente.
Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário público, contra dispo-
sição expressa de lei, ato de ofício necessário ao regular funcionamento do
sistema financeiro nacional, bem como a preservação dos interesses e valores
da ordem econômico-financeira:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 24. (VETADO).

DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMINAL

Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o contro-


lador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os
diretores, gerentes (Vetado).

1436
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado)


o interventor, o liquidante ou o síndico.
§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria,
o coautor ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autori-
dade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de
um a dois terços. (Incluído pela Lei n. 9.080, de 19.7.1995)
Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta lei, será promovida pelo
Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 do Código de Proces-
so Penal, aprovado pelo Decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941, será admitida
a assistência da Comissão de Valores Mobiliários - CVM, quando o crime tiver
sido praticado no âmbito de atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa
Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora daquela hipótese, houver
sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização.
Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo legal, o ofendido
poderá representar ao Procurador-Geral da República, para que este a ofere-
ça, designe outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou determine o
arquivamento das peças de informação recebidas.
Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições legais, o Banco Central
do Brasil ou a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, verificar a ocorrência de
crime previsto nesta lei, disso deverá informar ao Ministério Público Federal,
enviando-lhe os documentos necessários à comprovação do fato.
Parágrafo único. A conduta de que trata este artigo será observada pelo
interventor, liquidante ou síndico que, no curso de intervenção, liquidação
extrajudicial ou falência, verificar a ocorrência de crime de que trata esta lei.
Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre que julgar neces-
sário, poderá requisitar, a qualquer autoridade, informação, documento ou
diligência, relativa à prova dos crimes previstos nesta lei.
Parágrafo único. O sigilo dos serviços e operações financeiras não pode
ser invocado como óbice ao atendimento da requisição prevista no caput
deste artigo.

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Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Pe-


nal, aprovado pelo Decreto-lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva
do acusado da prática de crime previsto nesta lei poderá ser decretada em
razão da magnitude da lesão causada (Vetado).
Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão,
o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão,
ainda que primário e de bons antecedentes, se estiver configurada situação
que autoriza a prisão preventiva.
Art. 32. (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º (VETADO).
§ 3º (VETADO).
Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes previstos nesta
lei, o limite a que se refere o § 1º do art. 49 do Código Penal, aprovado pelo Decreto-lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de.1940, pode ser estendido até o décuplo, se verificada
a situação nele cogitada.
Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 16 de junho de 1986; 165º da Independência 98º da República.


JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard
Este texto não substitui o publicado no DOU de 18.6.1986
*

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Delegado de Polícia Civil

LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal,


os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o proce-
dimento criminal; altera o Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995; e
dá outras providências.

• Vigência

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investiga-


ção criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o
procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou
mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de ta-
refas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indireta-
mente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações
penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também:
I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorri-
do no estrangeiro, ou reciprocamente;
II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as
normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos
atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de exe-
cução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

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II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a


prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei
n. 13.260, de 2016)
Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por
interposta pessoa, organização criminosa:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das
penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, em-
baraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização
criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou
coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente
atos de execução.
§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
I – se há participação de criança ou adolescente;
II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização cri-
minosa dessa condição para a prática de infração penal;
III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou
em parte, ao exterior;
IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organiza-
ções criminosas independentes;
V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da
organização.
§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra
organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário pú-
blico a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição
para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos sub-
sequentes ao cumprimento da pena.

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§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata


esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará
ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a
sua conclusão.
§ 8º As lideranças de organizações criminosas armadas ou que tenham
armas à disposição deverão iniciar o cumprimento da pena em estabeleci-
mentos penais de segurança máxima. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º O condenado expressamente em sentença por integrar organização cri-
minosa ou por crime praticado por meio de organização criminosa não poderá
progredir de regime de cumprimento de pena ou obter livramento condicional
ou outros benefícios prisionais se houver elementos probatórios que indiquem
a manutenção do vínculo associativo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I – colaboração premiada;
II – captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III – ação controlada;
IV – acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados ca-
dastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações
eleitorais ou comerciais;
V – interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos
da legislação específica;
VI – afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da
legislação específica;
VII – infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do
art. 11;

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VIII – cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais


e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação
ou da instrução criminal.
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade
investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços
técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à
polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos in-
cisos II e V. (Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)
§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de que trata o parágra-
fo único do art. 61 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser co-
municado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído
pela Lei n. 13.097, de 2015)

Seção I

Da Colaboração Premiada

Seção I
Da Colaboração Premiada
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processu-


al e meio de obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para formalização de acordo de
colaboração demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as for-
malize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)

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§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada poderá ser sumaria-


mente indeferida, com a devida justificativa, cientificando-se o interessado.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Ter-
mo de Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará
os órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de
Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação, ressal-
vado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais penais
cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis admitidas
pela legislação processual civil em vigor. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser precedido de instrução,
quando houver necessidade de identificação ou complementação de seu obje-
to, dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância, utilidade e interesse
público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confiden-
cialidade serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colabo-
rador e pelo advogado ou defensor público com poderes específicos. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebran-
te, esse não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresen-
tadas pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve estar instruída com
procuração do interessado com poderes específicos para iniciar o procedi-
mento de colaboração e suas tratativas, ou firmada pessoalmente pela parte
que pretende a colaboração e seu advogado ou defensor público. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada deve ser realizada


sem a presença de advogado constituído ou defensor público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou de colaborador hipos-
suficiente, o celebrante deverá solicitar a presença de outro advogado ou a
participação de defensor público. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos
os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os
fatos investigados. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de colaboração e os anexos
com os fatos adequadamente descritos, com todas as suas circunstâncias,
indicando as provas e os elementos de corroboração. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão
judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e
voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que
dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização crimi-
nosa e das infrações penais por eles praticadas;
II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da orga-
nização criminosa;
III – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da orga-
nização criminosa;
IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações
penais praticadas pela organização criminosa;
V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a
personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a
repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.

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§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Pú-


blico, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito poli-
cial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou represen-
tar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse
benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que
couber, o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código
de Processo Penal).
§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao
colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por
igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspen-
dendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput , o Ministério Público poderá deixar
de oferecer denúncia se o colaborador:
§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput deste artigo, o Ministério Público
poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o
colaborador: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – não for o líder da organização criminosa;
II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 4º-A. Considera-se existente o conhecimento prévio da infração quando
o Ministério Público ou a autoridade policial competente tenha instaurado in-
quérito ou procedimento investigatório para apuração dos fatos apresentados
pelo colaborador. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida
até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para
a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de
polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,
ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e
seu defensor.

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§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompa-


nhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será re-
metido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade,
legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o
colaborador, na presença de seu defensor.
§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º deste artigo, serão remetidos ao
juiz, para análise, o respectivo termo, as declarações do colaborador e cópia
da investigação, devendo o juiz ouvir sigilosamente o colaborador, acompa-
nhado de seu defensor, oportunidade em que analisará os seguintes aspectos
na homologação: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – regularidade e legalidade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – adequação dos benefícios pactuados àqueles previstos no caput e nos
§§ 4º e 5º deste artigo, sendo nulas as cláusulas que violem o critério de de-
finição do regime inicial de cumprimento de pena do art. 33 do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), as regras de cada um dos
regimes previstos no Código Penal e na Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984
(Lei de Execução Penal) e os requisitos de progressão de regime não abrangi-
dos pelo § 5º deste artigo; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – adequação dos resultados da colaboração aos resultados mínimos
exigidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput deste artigo; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
IV – voluntariedade da manifestação de vontade, especialmente nos casos
em que o colaborador está ou esteve sob efeito de medidas cautelares. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º-A O juiz ou o tribunal deve proceder à análise fundamentada do mé-
rito da denúncia, do perdão judicial e das primeiras etapas de aplicação da
pena, nos termos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal) e do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
so Penal), antes de conceder os benefícios pactuados, exceto quando o acordo
prever o não oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A deste artigo
ou já tiver sido proferida sentença. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de renúncia ao direito de


impugnar a decisão homologatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos
requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender
aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessá-
rias. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre acom-
panhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas
autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas
exclusivamente em seu desfavor.
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se garantir ao réu delatado a
oportunidade de manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao réu que
o delatou. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o co-
laborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por ini-
ciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será fei-
to pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade
das informações.
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de colaboração deverá ser feito
pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técni-
ca similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das infor-
mações, garantindo-se a disponibilização de cópia do material ao colaborador.
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença


de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colabo-
ração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento
apenas nas declarações de agente colaborador.
§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com
fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
III – sentença condenatória. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 17. O acordo homologado poderá ser rescindido em caso de omissão dolo-
sa sobre os fatos objeto da colaboração. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe que o colaborador ces-
se o envolvimento em conduta ilícita relacionada ao objeto da colaboração,
sob pena de rescisão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 5º São direitos do colaborador:
I – usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II – ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais
preservados;
III – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e
partícipes;
IV – participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V – não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser
fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI – cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus
ou condenados.

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VI – cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos


demais corréus ou condenados. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por
escrito e conter:
I – o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II – as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III – a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV – as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado
de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V – a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua famí-
lia, quando necessário.
Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribu-
ído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador
e o seu objeto.
§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas di-
retamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48
(quarenta e oito) horas.
§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, as-
segurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos
elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,
devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às
diligências em andamento.
§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que
recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º.
§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador
serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime,
sendo vedado ao magistrado decidir por sua publicidade em qualquer hipóte-
se. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Seção II
Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou


administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela
vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que
a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e
obtenção de informações.
§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será pre-
viamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os
seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter
informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao
juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o
êxito das investigações.
§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca
da ação controlada.
Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o retar-
damento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer
com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável
itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e
extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III
Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,


representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,
após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso
de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa
autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

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§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz compe-


tente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal
de que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros
meios disponíveis.
§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será apresen-
tado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer
tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 10-A. Será admitida a ação de agentes de polícia infiltrados virtu-
ais, obedecidos os requisitos do caput do art. 10, na internet, com o fim de
investigar os crimes previstos nesta Lei e a eles conexos, praticados por or-
ganizações criminosas, desde que demonstrada sua necessidade e indicados
o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas inves-
tigadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam
a identificação dessas pessoas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Para efeitos do disposto nesta Lei, consideram-se: (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz com-


petente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de que
trata o art. 1º desta Lei e se as provas não puderem ser produzidas por outros
meios disponíveis. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem
prejuízo de eventuais renovações, mediante ordem judicial fundamentada e
desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja compro-
vada sua necessidade. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o relatório circunstancia-
do, juntamente com todos os atos eletrônicos praticados durante a operação,
deverão ser registrados, gravados, armazenados e apresentados ao juiz com-
petente, que imediatamente cientificará o Ministério Público. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá deter-
minar aos seus agentes, e o Ministério Público e o juiz competente poderão
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do disposto neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas
diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará por
seu sigilo. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

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Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,

por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes

previstos no art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estri-

ta finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Incluído

pela Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados

durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e enca-

minhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circuns-

tanciado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste

artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal

juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-

dade do agente policial infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do dele-

gado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da ne-

cessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,

os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir

nos bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição

da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade

fictícia criada, nos casos de infiltração de agentes na internet. (Incluído pela

Lei n. 13.964, de 2019)

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma

a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou

identificar o agente que será infiltrado.

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§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração se-

rão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24


(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese
de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas ne-
cessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração acom-
panharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à
defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco imi-
nente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou
pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à
autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporciona-
lidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime
pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II – ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto
no art. 9º da Lei n. 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das
medidas de proteção a testemunhas;
III – ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais infor-
mações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal,
salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV – não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pe-
los meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

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Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, inde-


pendentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do in-
vestigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o
endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições
financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)
anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delega-
do de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo pra-
zo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15,
registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino
das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua


prévia autorização por escrito:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,
a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar infor-
mações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envol-
vam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e in-


formações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no
curso de investigação ou do processo:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apos-
sa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão
apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei n. 3.689,
de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto
no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo ra-
zoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,
devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastina-
tório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade
judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências
investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,
amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do di-
reito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados
os referentes às diligências em andamento.
Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor
terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigi-
losos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo ser
ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Associação Criminosa

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Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico


de cometer crimes:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é arma-
da ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342....................................................................................
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)
dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência e 125º da República.

DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 - Edição extra*

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LEI N. 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998


Vide Decreto n. 2.799, de 1998
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores;
a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta
Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS
E VALORES

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, mo-


vimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VII – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VIII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;

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II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,


tem em depósito, movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos ver-
dadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do
Código Penal.
§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organiza-
ção criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifica-
ção dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a uti-
lização da ação controlada e da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão, da competência do juiz singular;

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II – independem do processo e julgamento das infrações penais antece-


dentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para
os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julga-
mento; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-fi-
nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Fe-
deral. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto
no  art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir ad-
vogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a
nomeação de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou median-
te representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam ins-
trumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou de-
preciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 2º O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e va-


lores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1º. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos
ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e
custas. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob
constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma,
que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado
em relação ao processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informa-
ções sobre quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e inti-
mará o Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta ju-


dicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Dis-
trito Federal: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em insti-
tuição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por
outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição
financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em
subconta de restituição; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em
lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em insti-
tuição financeira pública da União; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na
forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o
trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Jus-
tiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patri-
mônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorporado
ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado
à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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§ 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos valores de-


positados ou devolvidos. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e
multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no
âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a desonerar bens
sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 8º Feito o depósito a que se refere o § 4º deste artigo, os autos da
alienação serão apensados aos do processo principal. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o
juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I  – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos
quais não foi dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesa-
do ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo
serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única
do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita docu-
mento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso
e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e
valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto

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de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos


à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de
bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
ções. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Minis-
tério Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administra-
ção dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6º A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com
o produto dos bens objeto da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situa-
ção dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos
sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a me-
didas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que
requererá o que entender cabível. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta
ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer na-
tureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência

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das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena pri-
vativa de liberdade aplicada.
§ 1º A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamen-
tarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver
sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2º Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor
da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. (In-
cluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO IV
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES PRATI-
CADOS NO ESTRANGEIRO

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou con-


venção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente,
medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1º praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou
convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante
prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores priva-
dos sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade estrangeira
competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos en-
tre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito
do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

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CAPÍTULO V
(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE


(Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas


físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como ati-
vidade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermedia-
ção ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas
de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdên-
cia complementar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito,
bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qual-
quer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a trans-
ferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de
fomento comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Re-
dação dada pela Lei Complementar n. 167, de 2019)

1466
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VI – as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, explora-


ção de loterias, inclusive de apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de
captação de apostas com pagamento de prêmios, realizem distribuição de di-
nheiro, de bens móveis, de bens imóveis e de outras mercadorias ou serviços,
bem como concedam descontos na sua aquisição ou contratação; (Redação
dada pela Lei nº 14.183, de 2021)
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Bra-
sil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de
órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem
no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qual-
quer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer
das atividades referidas neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobi-
liária ou compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e me-
tais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou
de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que
envolvam grande volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventual-
mente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselha-
mento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)

1467
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou indus-


triais ou participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída
pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento
ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza,
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a ati-
vidades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor
de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste
artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO VI
DA IDENTIFICAÇÃO DOS CLIENTES E MANUTENÇÃO DE REGISTROS

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:


I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos
de instruções emanadas das autoridades competentes;
II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangei-
ra, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo
passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela au-
toridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compa-
tíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao
disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos compe-
tentes; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão re-
gulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Ativida-
des Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade,
forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da
lei, o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identi-
ficação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo de-
verão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do
encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também
quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglome-

1469
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rado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori-
dade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o ca-
dastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como
de seus procuradores. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)

CAPÍTULO VII
DA COMUNICAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a
qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas
da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua ativi-
dade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações pas-
síveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I
deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características,
no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-

1470
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mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam


configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não
acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso
II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscaliza-
ção das pessoas a que se refere o art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deve-
rão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limi-
tes, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VIII
DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores


das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício
do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;

1471
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IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade,


operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumpri-
mento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por
culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo
assinalado pela autoridade competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada
nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que
se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas in-
frações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei
ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência
específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 13. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO IX
DO CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Economia, o Conselho


de Controle de Atividades Financeiras - Coaf, com a finalidade de disciplinar,
aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências
suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo das compe-

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tências de outros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida Provisória


n. 886, de 2019)
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas
no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador,
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de coopera-
ção e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as in-
formações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em ativi-
dades suspeitas. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração
dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)
Art. 17. (Revogado pela Lei n. 13.974, de 2020)

CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei


n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no que não
forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, ex-
clusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualifica-
ção pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições

1473
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financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão


de crédito. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias
em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão
ser, sempre que determinado, em meio informático, e apresentados em ar-
quivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo
sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afasta-
do, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que
o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados
fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir
do início do exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao do
pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Iris Rezende
Luiz Felipe Lampreia
Pedro Malan
Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.3.1998

1474
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LEI N. 8.176, DE 8 DE FEVEREIRO DE 1991


Mensagem de veto
(Vide Decreto n. 238, de 1991)
Define crimes contra a ordem econômica e cria o Sistema de Estoques de Com-
bustíveis.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem econômica:
I – adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas
frações recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais combus-
tíveis líquidos carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na
forma da lei;
II – usar gás liquefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, sau-
nas, caldeiras e aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, em desa-
cordo com as normas estabelecidas na forma da lei.
Pena – detenção de um a cinco anos.
Art. 2º Constitui crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpacão,
produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização
legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo.
Pena – detenção, de um a cinco anos e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena aquele que, sem autorização legal, adquirir,
transportar, industrializar, tiver consigo, consumir ou comercializar produtos
ou matéria-prima, obtidos na forma prevista no caput deste artigo.
§ 2º No crime definido neste artigo, a pena de multa será fixada entre dez
e trezentos e sessenta dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para
a reprovação e a prevenção do crime.
§ 3º O dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a quatorze
nem superior a duzentos Bônus do Tesouro Nacional (BTN).
Art. 3º (Vetado).
Art. 4º Fica instituído o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional, dentro de


cada exercício financeiro, o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Com-
bustíveis para o exercício seguinte, do qual constarão as fontes de recursos
financeiros necessários a sua manutenção.
§ 2º O Poder Executivo estabelecerá, no prazo de sessenta dias as normas
que regulamentarão o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e o
Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis.
Art. 5º Esta lei entra em vigor cinco dias após a sua publicação.
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário, em especial o art. 18
da Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, restaurando-se a numeração
dos artigos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal
Brasileiro, alterado por aquele dispositivo.

Brasília, 8 de fevereiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
Zélia M. Cardoso de Mello
Ozires Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.2.1991

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos,


Mensagem de veto nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) da Constituição Federal, e determina
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipifi-
cados no Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide
Lei n. 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – roubo: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,
inciso V); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso
I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, §
2º-B); (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
III – extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrên-
cia de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Re-
dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei n. 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
IX – furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consu-
mados: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de
1º de outubro de 1956; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido,
previsto no art. 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)

1478
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei


n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou muni-
ção, previsto no art. 18 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de
crime hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente
se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n. 7.960, de 21 de de-
zembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada neces-
sidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83...............................................................
........................................................................

1479
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V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por


crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.”
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 157..............................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de
cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º.................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º.................................................................
Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º.................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................

1480
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 267................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
Art. 270................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
.......................................................................”
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
“Art. 159...............................................................
........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-
nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade
o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a víti-
ma em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35.................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”

1481
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Delegado de Polícia Civil

Art. 11. (Vetado).


Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990*

1482
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LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989

Mensagem de veto
Vide Lei n. 12.735, de 2012
(Vide ADO N. 26)
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-


criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)

1483
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de


trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-
munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:

1484
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Pena – reclusão de um a três anos.


Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,
navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

1485
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em


9.1.1989

1486
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LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997


Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena
é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
III – se o crime é cometido mediante seqüestro.

1487
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego pú-


blico e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontran-
do-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 -
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997

1488
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LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades
lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes

previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e

de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa

jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a

sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e

penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu

órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das

pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua

personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à

qualidade do meio ambiente.

Art. 5º (VETADO)

1489
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente

observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de

interesse ambiental;

III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as

privativas de liberdade quando:

I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade

inferior a quatro anos;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem

que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção

do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo

terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I – prestação de serviços à comunidade;

II – interdição temporária de direitos;

III – suspensão parcial ou total de atividades;

IV – prestação pecuniária;

V – recolhimento domiciliar.

1490
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao

condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades

de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,

na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de

o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais

ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo

prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de

crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância,

fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos

e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso

de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a

sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação

ambiental;

1491
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle

ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem

ou qualificam o crime:

I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II – ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o

meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato

do Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por

verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

1492
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena

pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não

superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do

Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as

condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção

ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se

revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada

até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,

fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e

cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível

poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o

valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando

os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução

poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do  caput, sem prejuízo da

liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às

pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – multa;

II – restritivas de direitos;

III – prestação de serviços à comunidade.

1493
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I – suspensão parcial ou total de atividades;

II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem

obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do

meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou

atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo

com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,

subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica

consistirá em:

I – custeio de programas e de projetos ambientais;

II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III – manutenção de espaços públicos;

IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente,

com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta

Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado

instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário

Nacional.

1494
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e

instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues

a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e

cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada pela

Lei n. 13.052, de 2014)

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no

§ 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu

bem-estar físico. (Redação dada pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados

e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins

beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos

ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando

do §3º para §4º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,

garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do

§4º para §5º pela Lei n. 13.052, de 2014)

1495
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública

incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76

da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada

desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata

o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de

1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei,

com as seguintes modificações:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do

artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação

do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º

do mesmo artigo;

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa

a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos

II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no caput;

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo

de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu

1496
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resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de

punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado

tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos

dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida

permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada

ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de

aplicar a pena.

1497
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Delegado de Polícia Civil

§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às

espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do

território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que

somente no local da infração;

II – em período proibido à caça;

III – durante a noite;

IV – com abuso de licença;

V – em unidade de conservação;

VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar

destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de

caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

1498
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas

no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e

proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº 14.064, de 2020)

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,

o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura

de domínio público;

II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,

sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza

sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta

náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares

interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos

1499
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

inferiores aos permitidos;


II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização
de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
III  – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

1500
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das

normas de proteção:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em

estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou

utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei n.

11.428, de 2006).

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

(Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às

áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as

Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os

1501
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Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei

n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei n.

9.985, de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as

Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna,

as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do

Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei n. 9.985,

de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela

Lei n. 9.985, de 2000)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses

a um ano, e multa.

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar

incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou

qualquer tipo de assentamento humano:

Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

1502
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cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou

qualquer espécie de minerais:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou

para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as

determinações legais:

Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,

lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de

licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem

ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais

formas de vegetação:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia:

1503
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Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação

fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei

n. 11.284, de 2006)

§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena

será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais

formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias

ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou

subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um

sexto a um terço se:

I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a

1504
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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modificação do regime climático;

II – o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça

ocorra somente no local da infração;

d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos

à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;

1505
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a

competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo

com a obtida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto

ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 12.305,

de 2010)

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza

em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei

n. 12.305, de 2010)

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla

ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

1506
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em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão

aumentadas:

I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio

ambiente em geral;

II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave

em outrem;

III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão

aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

1507
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão

judicial;

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica

ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu

valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu

entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou

monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a concedida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento

urbano: (Redação dada pela Lei n. 12.408, de 2011)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada

pela Lei n. 12.408, de 2011)

1508
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude

do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses

a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei

n. 12.408, de 2011)

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de

valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde

que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário

do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão

competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas

pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei n. 12.408, de 2011)

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a

verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos

de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão

em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou

serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de

cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

1509
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano,

sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato

de questões ambientais:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão

florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou

relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por

omissão: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano

significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa,

incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou

omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e

recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental

e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais

1510
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados

para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos

Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir

representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito

do exercício do seu poder de polícia.

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental

é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo

administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo

próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas

as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental

deve observar os seguintes prazos máximos:

I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto

de infração, contados da data da ciência da autuação;

II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,

contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância

superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de

Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento

da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções, observado o disposto no art. 6º:

I – advertência;

1511
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – multa simples;

III – multa diária;

IV  – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,

instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza

utilizados na infração;

V – destruição ou inutilização do produto;

VI – suspensão de venda e fabricação do produto;

VII – embargo de obra ou atividade;

VIII – demolição de obra;

IX – suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI – restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-

lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta

Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo

das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência

ou dolo:

I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de

saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela

Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania

dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,

melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

1512
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração

se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão

ao disposto no art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão aplicadas

quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem

obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I – suspensão de registro, licença ou autorização;

II – cancelamento de registro, licença ou autorização;

III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em

estabelecimentos oficiais de crédito;

V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de

até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração

ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado

pela Lei n. 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto

n. 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma

ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no

regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices

estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,

1513
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de

incidência.

CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons

costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a

necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I – produção de prova;

II – exame de objetos e lugares;

III – informações sobre pessoas e coisas;

IV – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham

relevância para a decisão de uma causa;

V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou

pelos tratados de que o Brasil seja parte.

§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da

Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente

para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I – o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II – o objeto e o motivo de sua formulação;

III – a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV – a especificação da assistência solicitada;

V – a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o

caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente

para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema

1514
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações

com órgãos de outros países.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código

Penal e do Código de Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais

integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos

e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis

de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com

força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas

físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Redação

dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,

exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas

no  caput possam promover as necessárias correções de suas atividades,

para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos

respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória n.

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2.163-41, de 2001)

II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade

das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e

o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto

e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços

exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica

compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior

ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março

de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento

de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,

considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo

de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento

escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo

ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela

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Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e

enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso,

ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do

instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física

ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não

impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do

requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,

quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito

ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,

contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá

conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e

jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser

publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa

dias a contar de sua publicação.


Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

1517
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DECRETO-LEI N. 201 DE 27 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sobre a responsabilidade dos Prefeitos e Vereadores, e dá


outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


parágrafo 2º, do artigo 9º, do Ato Institucional n. 4, de 7 de dezembro de 1966,
DECRETA:
Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal, sujeitos
ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento
da Câmara dos Vereadores:
I – apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito
próprio ou alheio;
II - utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens,
rendas ou serviços públicos;
III - desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas;
IV – empregar subvenções, auxílios, empréstimos ou recursos de qualquer
natureza, em desacordo com os planos ou programas a que se destinam;
V – ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, ou realizá-Ias em
desacordo com as normas financeiras pertinentes;
VI – deixar de prestar contas anuais da administração financeira do Mu-
nicípio a Câmara de Vereadores, ou ao órgão que a Constituição do Estado
indicar, nos prazos e condições estabelecidos;
VII – Deixar de prestar contas, no devido tempo, ao órgão competente,
da aplicação de recursos, empréstimos subvenções ou auxílios internos ou
externos, recebidos a qualquer titulo;
VIII – Contrair empréstimo, emitir apólices, ou obrigar o Município por
títulos de crédito, sem autorização da Câmara, ou em desacordo com a lei;
IX – Conceder empréstimo, auxílios ou subvenções sem autorização da
Câmara, ou em desacordo com a lei;

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X – Alienar ou onerar bens imóveis, ou rendas municipais, sem autoriza-


ção da Câmara, ou em desacordo com a lei;
XI – Adquirir bens, ou realizar serviços e obras, sem concorrência ou co-
leta de preços, nos casos exigidos em lei;
XII – Antecipar ou inverter a ordem de pagamento a credores do Municí-
pio, sem vantagem para o erário;
XIII – Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição
de lei;
XIV – Negar execução a lei federal, estadual ou municipal, ou deixar de
cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da recusa ou da impossibilidade,
por escrito, à autoridade competente;
XV – Deixar de fornecer certidões de atos ou contratos municipais, dentro
do prazo estabelecido em lei.
XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos
prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultan-
te da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal; (Incluído pela
Lei 10.028, de 2000)
XVII – ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamen-
tária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal;
(Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamen-
to, a amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de ope-
ração de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante
estabelecido em lei; (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação
de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos
juros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro; (Inclu-
ído pela Lei 10.028, de 2000)

1519
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XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de ope-


ração de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive
suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação,
refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente; (Incluído
pela Lei 10.028, de 2000)
XXI – captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido; (Incluído pela Lei
10.028, de 2000)
XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da
emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou;
(Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com
limite ou condição estabelecida em lei. (Incluído pela Lei 10.028, de 2000)
§1º Os crimes definidos nêste artigo são de ação pública, punidos os dos
itens I e II, com a pena de reclusão, de dois a doze anos, e os demais, com a
pena de detenção, de três meses a três anos.
§ 2º A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste arti-
go, acarreta a perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para
o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo
da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular.
Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum
do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as se-
guintes modificações:
I – Antes de receber a denúncia, o Juiz ordenará a notificação do acusado
para apresentar defesa prévia, no prazo de cinco dias. Se o acusado não for
encontrado para a notificação, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a defesa, dentro no mesmo prazo.
II – Ao receber a denúncia, o Juiz manifestar-se-á, obrigatória e motiva-
damente, sobre a prisão preventiva do acusado, nos casos dos itens I e II do
artigo anterior, e sobre o seu afastamento do exercício do cargo durante a
instrução criminal, em todos os casos.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de


afastamento do cargo do acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o
Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados. O recurso
do despacho que decreta a prisão preventiva ou o afastamento do cargo terá
efeito suspensivo.
§ 1º Os órgãos federais, estaduais ou municipais, interessados na apura-
ção da responsabilidade do Prefeito, podem requerer a abertura do inquérito
policial ou a instauração da ação penal pelo Ministério Público, bem como in-
tervir, em qualquer fase do processo, como assistente da acusação.
§ 2º Se as previdências para a abertura do inquérito policial ou instauração
da ação penal não forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério
Público estadual, poderão ser requeridas ao Procurador-Geral da República.
Art. 3º O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o Prefeito, fica sujeito
ao mesmo processo do substituído, ainda que tenha cessado a substituição.
Art. 4º São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais su-
jeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cas-
sação do mandato:
I – Impedir o funcionamento regular da Câmara;
II – Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documen-
tos que devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação
de obras e serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou
auditoria, regularmente instituída;
III – Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de in-
formações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV – Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a
essa formalidade;
V – Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular,
a proposta orçamentária;
VI – Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro,

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VII – Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência


ou omitir-se na sua prática;
VIII – Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município sujeito à administração da Prefeitura;
IX – Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura, sem autorização da Câmara dos Vereadores;
X – Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
Art. 5º O processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por
infrações definidas no artigo anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro
não for estabelecido pela legislação do Estado respectivo:
I – A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor,
com a exposição dos fatos e a indicação das provas. Se o denunciante for
Vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia e de integrar a Comis-
são processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o
denunciante for o Presidente da Câmara, passará a Presidência ao substituto
legal, para os atos do processo, e só votará se necessário para completar o
quorum de julgamento. Será convocado o suplente do Vereador impedido de
votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.
II – De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão,
determinará sua leitura e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. De-
cidido o recebimento, pelo voto da maioria dos presentes, na mesma sessão
será constituída a Comissão processante, com três Vereadores sorteados en-
tre os desimpedidos, os quais elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
III – Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os traba-
lhos, dentro em cinco dias, notificando o denunciado, com a remessa de có-
pia da denúncia e documentos que a instruírem, para que, no prazo de dez
dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que pretender
produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez. Se estiver ausente do
Município, a notificação far-se-á por edital, publicado duas vezes, no órgão
oficial, com intervalo de três dias, pelo menos, contado o prazo da primeira

1522
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publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão processante emitirá pa-


recer dentro em cinco dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento
da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão
opinar pelo prosseguimento, o Presidente designará desde logo, o início da
instrução, e determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem ne-
cessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.
IV – O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo, pes-
soalmente, ou na pessoa de seu procurador, com a antecedência, pelo menos,
de vinte e quatro horas, sendo lhe permitido assistir as diligências e audiên-
cias, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e requerer
o que for de interesse da defesa.
V – concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado,
para razões escritas, no prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a Comissão proces-
sante emitirá parecer final, pela procedência ou improcedência da acusação,
e solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de sessão para julgamen-
to. Na sessão de julgamento, serão lidas as peças requeridas por qualquer
dos Vereadores e pelos denunciados, e, a seguir, os que desejarem pode-
rão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de 15 (quinze) minutos
cada um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo
de 2 (duas) horas para produzir sua defesa oral; (Redação dada pela Lei n.
11.966, de 2009).
VI – Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais, quan-
tas forem as infrações articuladas na denúncia. Considerar-se-á afastado,
definitivamente, do cargo, o denunciado que for declarado pelo voto de dois
terços, pelo menos, dos membros da Câmara, em curso de qualquer das in-
frações especificadas na denúncia. Concluído o julgamento, o Presidente da
Câmara proclamará imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne
a votação nominal sobre cada infração, e, se houver condenação, expedirá o
competente decreto legislativo de cassação do mandato de Prefeito. Se o re-
sultado da votação for absolutório, o Presidente determinará o arquivamento

1523
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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do processo. Em qualquer dos casos, o Presidente da Câmara comunicará à


Justiça Eleitoral o resultado.
VII – O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído den-
tro em noventa dias, contados da data em que se efetivar a notificação do
acusado. Transcorrido o prazo sem o julgamento, o processo será arquivado,
sem prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos.
Art. 6º Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado
pelo Presidente da Câmara de Vereadores, quando:
I – Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políti-
cos, ou condenação por crime funcional ou eleitoral.
II – Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro
do prazo estabelecido em lei.
III – Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em
lei, e não se desincompatibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes, no
prazo que a lei ou a Câmara fixar.
Parágrafo único. A extinção do mandato independe de deliberação do ple-
nário e se tornará efetiva desde a declaração do fato ou ato extintivo pelo
Presidente e sua inserção em ata.
Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando:
I – Utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de im-
probidade administrativa;
II – Fixar residência fora do Município;
III – Proceder de modo incompatível com a dignidade, da Câmara ou faltar
com o decoro na sua conduta pública.
§ 1º O processo de cassação de mandato de Vereador é, no que couber, o
estabelecido no art. 5º deste decreto-lei.
§ 2º O Presidente da Câmara poderá afastar de suas funções o Vereador
acusado, desde que a denúncia seja recebida pela maioria absoluta dos mem-
bros da Câmara, convocando o respectivo suplente, até o julgamento final. O
suplente convocado não intervirá nem votará nos atos do processo do subs-
tituído. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 1997).

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Art. 8º Extingue-se o mandato do Vereador e assim será declarado pelo


Presidente da Câmara, quando:
I – Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políti-
cos ou condenação por crime funcional ou eleitoral;
II – Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro
do prazo estabelecido em lei;
III – deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual, à terça par-
te das sessões ordinárias da Câmara Municipal, salvo por motivo de doença
comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade; ou, ainda, deixar
de comparecer a cinco sessões extraordinárias convocadas pelo prefeito, por
escrito e mediante recibo de recebimento, para apreciação de matéria urgen-
te, assegurada ampla defesa, em ambos os casos. (Redação dada pela Lei n.
6.793, de 13.06.1980)
IV – Incidir nos impedimentos para o exercício do mandato, estabelecidos
em lei e não se desincompatibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes,
no prazo fixado em lei ou pela Câmara.
§ 1º Ocorrido e comprovado o ato ou fato extintivo, o Presidente da Câma-
ra, na primeira sessão, comunicará ao plenário e fará constar da ata a declara-
ção da extinção do mandato e convocará imediatamente o respectivo suplente.
§ 2º Se o Presidente da Câmara omitir-se nas providências no parágrafo
anterior, o suplente do Vereador ou o Prefeito Municipal poderá requerer a
declaração de extinção do mandato, por via judicial, e se procedente, o juiz
condenará o Presidente omisso nas custas do processo e honorários de ad-
vogado que fixará de plano, importando a decisão judicial na destituição au-
tomática do cargo da Mesa e no impedimento para nova investidura durante
toda a legislatura.
§ 3º O disposto no item III não se aplicará às sessões extraordinárias que
forem convocadas pelo Prefeito, durante os períodos de recesso das Câmaras
Municipais. (Incluído pela Lei n. 5.659, de 8.6.1971)

1525
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 9º O presente decreto-lei entrará em vigor na data de sua publica-


ção, revogadas as Leis números 211, de 7 de janeiro de 1948, e 3.528, de 3
de janeiro de 1959, e demais disposições em contrário.

Brasília, 24 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.


H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.2.1967 e retificado em


14.3.1967*

1526
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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LEI N. 1.079, DE 10 DE ABRIL DE 1950.


Define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de julga-
mento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE PRIMEIRA

Do Presidente da República e Ministros de Estado


Art. 1º São crimes de responsabilidade os que esta lei especifica.
Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente ten-
tados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco
anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Fe-
deral nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado,
contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral
da República.
Art. 3º A imposição da pena referida no artigo anterior não exclui o pro-
cesso e julgamento do acusado por crime comum, na justiça ordinária, nos
termos das leis de processo penal.
Art. 4º São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repú-
blica que atentarem contra a Constituição Federal, e, especialmente, contra:
I – A existência da União:
II – O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos pode-
res constitucionais dos Estados;
III – O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais:
IV – A segurança interna do país:
V – A probidade na administração;
VI – A lei orçamentária;
VII – A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;
VIII – O cumprimento das decisões judiciárias (Constituição, artigo 89).

1527
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO I

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A EXISTÊNCIA DA UNIÃO

Art. 5º São crimes de responsabilidade contra a existência política da União:


1 - entreter, direta ou indiretamente, inteligência com governo estrangei-
ro, provocando-o a fazer guerra ou cometer hostilidade contra a República,
prometer-lhe assistência ou favor, ou dar-lhe qualquer auxílio nos preparati-
vos ou planos de guerra contra a República;
2 - tentar, diretamente e por fatos, submeter a União ou algum dos Esta-
dos ou Territórios a domínio estrangeiro, ou dela separar qualquer Estado ou
porção do território nacional;
3 - cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a Repú-
blica ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade;
4 - revelar negócios políticos ou militares, que devam ser mantidos secre-
tos a bem da defesa da segurança externa ou dos interesses da Nação;
5 - auxiliar, por qualquer modo, nação inimiga a fazer a guerra ou a come-
ter hostilidade contra a República;
6 - celebrar tratados, convenções ou ajustes que comprometam a digni-
dade da Nação;
7 - violar a imunidade dos embaixadores ou ministros estrangeiros acre-
ditados no país;
8 - declarar a guerra, salvo os casos de invasão ou agressão estrangeira,
ou fazer a paz, sem autorização do Congresso Nacional.
9 - não empregar contra o inimigo os meios de defesa de que pode-
ria dispor;
10 - permitir o Presidente da República, durante as sessões legislativas e
sem autorização do Congresso Nacional, que forças estrangeiras transitem pelo
território do país, ou, por motivo de guerra, nele permaneçam temporariamente;
11 - violar tratados legitimamente feitos com nações estrangeiras.

1528
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O LIVRE EXERCÍCIO DOS PODERES CONSTITUCIONAIS

Art. 6º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos pode-


res legislativo e judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados:
1 - tentar dissolver o Congresso Nacional, impedir a reunião ou tentar
impedir por qualquer modo o funcionamento de qualquer de suas Câmaras;
2 - usar de violência ou ameaça contra algum representante da Nação
para afastá-lo da Câmara a que pertença ou para coagí-lo no modo de exercer
o seu mandato bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo
mediante suborno ou outras formas de corrupção;
3 - violar as imunidades asseguradas aos membros do Congresso Nacio-
nal, das Assembleias Legislativas dos Estados, da Câmara dos Vereadores do
Distrito Federal e das Câmaras Municipais;
4 - permitir que força estrangeira transite pelo território do país ou nele
permaneça quando a isso se oponha o Congresso Nacional;
5 - opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou
obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças;
6 - usar de violência ou ameaça, para constranger juiz, ou jurado, a pro-
ferir ou deixar de proferir despacho, sentença ou voto, ou a fazer ou deixar
de fazer ato do seu ofício;
7 - praticar contra os poderes estaduais ou municipais ato definido como
crime neste artigo;
8 - intervir em negócios peculiares aos Estados ou aos Municípios com
desobediência às normas constitucionais.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS,
INDIVIDUAIS E SOCIAIS

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 7º São crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direi-


tos políticos, individuais e sociais:
1- impedir por violência, ameaça ou corrupção, o livre exercício do voto;
2 - obstar ao livre exercício das funções dos mesários eleitorais;
3 - violar o escrutínio de seção eleitoral ou inquinar de nulidade o seu re-
sultado pela subtração, desvio ou inutilização do respectivo material;
4 - utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral;
5 - servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para prati-
car abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem re-
pressão sua;
6 - subverter ou tentar subverter por meios violentos a ordem políti-
ca e social;
7 - incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina;
8 - provocar animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou de-
las contra as instituições civis;
9 - violar patentemente qualquer direito ou garantia individual constan-
te do art. 141 e bem assim os direitos sociais assegurados no artigo 157 da
Constituição;
10 - tomar ou autorizar durante o estado de sítio, medidas de repressão
que excedam os limites estabelecidos na Constituição.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS

Art. 8º São crimes contra a segurança interna do país:


1 - tentar mudar por violência a forma de governo da República;
2 - tentar mudar por violência a Constituição Federal ou de algum dos Es-
tados, ou lei da União, de Estado ou Município;
3 - decretar o estado de sítio, estando reunido o Congresso Nacional, ou
no recesso deste, não havendo comoção interna grave nem fatos que eviden-
ciem estar a mesma a irromper ou não ocorrendo guerra externa;

1530
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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4 - praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes contra


a segurança interna, definidos na legislação penal;
5 - não dar as providências de sua competência para impedir ou frustrar a
execução desses crimes;
6 - ausentar-se do país sem autorização do Congresso Nacional;
7 - permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de or-
dem pública;
8 - deixar de tomar, nos prazos fixados, as providências determinadas por
lei ou tratado federal e necessário a sua execução e cumprimento.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO

Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração:


1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do
Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo;
2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior;
3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando
manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição;
4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições
expressas da Constituição;
5 - infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais;
6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagí-lo a
proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra
forma de corrupção para o mesmo fim;
7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o de-
côro do cargo.

1531
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LEI ORÇAMENTÁRIA

Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:


1- Não apresentar ao Congresso Nacional a proposta do orçamento da Re-
pública dentro dos primeiros dois meses de cada sessão legislativa;
2 - Exceder ou transportar, sem autorização legal, as verbas do orçamento;
3 - Realizar o estorno de verbas;
4 - Infringir, patentemente, e de qualquer modo, dispositivo da lei orçamentária.
5) deixar de ordenar a redução do montante da dívida consolidada, nos
prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultan-
te da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal; (Incluído pela
Lei n. 10.028, de 2000)
6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites
estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou
na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal; (Incluído
pela Lei n. 10.028, de 2000)
7) deixar de promover ou de ordenar na forma da lei, o cancelamento, a
amortização ou a constituição de reserva para anular os efeitos de operação
de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante esta-
belecido em lei; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
8) deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de
crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos ju-
ros e demais encargos, até o encerramento do exercício financeiro; (Incluído
pela Lei n. 10.028, de 2000)
9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação
de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas
entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação, refinan-
ciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente; ((Incluído pela
Lei n. 10.028, de 2000)

1532
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

10) captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou con-


tribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido; (Incluído pela Lei n.
10.028, de 2000)
11) ordenar ou autorizar a destinação de recursos provenientes da emis-
são de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; (In-
cluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
12) realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite
ou condição estabelecida em lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A GUARDA E LEGAL EMPREGO DOS DINHEI-
ROS PÚBLICOS:

Art. 11. São crimes contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos:
1 - ordenar despesas não autorizadas por lei ou sem observânciadas pres-
crições legais relativas às mesmas;
2 - Abrir crédito sem fundamento em lei ou sem as formalidades legais;
3 - Contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar
operação de crédito sem autorização legal;
4 - alienar imóveis nacionais ou empenhar rendas públicas sem autori-
zação legal;
5 - negligenciar a arrecadação das rendas impostos e taxas, bem como a
conservação do patrimônio nacional.

CAPÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA O CUMPRIMENTO DAS DECISÕES JUDICIÁ-
RIAS;

Art. 12. São crimes contra o cumprimento das decisões judiciárias:


1 - impedir, por qualquer meio, o efeito dos atos, mandados ou decisões
do Poder Judiciário;

1533
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

2 - Recusar o cumprimento das decisões do Poder Judiciário no que depen-


der do exercício das funções do Poder Executivo;
3 - deixar de atender a requisição de intervenção federal do Supremo Tri-
bunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
4 - Impedir ou frustrar pagamento determinado por sentença judiciária.

TÍTULO II
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 13. São crimes de responsabilidade dos Ministros de Estado;


1 - os atos definidos nesta lei, quando por eles praticados ou ordenados;
2 - os atos previstos nesta lei que os Ministros assinarem com o Presidente
da República ou por ordem deste praticarem;
3 - A falta de comparecimento sem justificação, perante a Câmara dos
Deputados ou o Senado Federal, ou qualquer das suas comissões, quando
uma ou outra casa do Congresso os convocar para pessoalmente, prestarem
informações acerca de assunto previamente determinado;
4 - Não prestarem dentro em trinta dias e sem motivo justo, a qualquer
das Câmaras do Congresso Nacional, as informações que ela lhes solicitar por
escrito, ou prestarem-nas com falsidade.

PARTE SEGUNDA
PROCESSO E JULGAMENTO

TÍTULO ÚNICO
DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E MINISTROS DE ESTADO

CAPÍTULO I
DA DENÚNCIA

1534
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 14. É permitido a qualquer cidadão denunciar o Presidente da Repú-


blica ou Ministro de Estado, por crime de responsabilidade, perante a Câmara
dos Deputados.
Art. 15. A denúncia só poderá ser recebida enquanto o denunciado não
tiver, por qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo.
Art. 16. A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida,
deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da declaração
de impossibilidade de apresentá-los, com a indicação do local onde possam
ser encontrados, nos crimes de que haja prova testemunhal, a denúncia de-
verá conter o rol das testemunhas, em número de cinco no mínimo.
Art. 17. No processo de crime de responsabilidade, servirá de escrivão
um funcionário da Secretaria da Câmara dos Deputados, ou do Senado, con-
forme se achar o mesmo em uma ou outra casa do Congresso Nacional.
Art. 18. As testemunhas arroladas no processo deverão comparecer para
prestar o seu depoimento, e a Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado por
ordem de quem serão notificadas, tomará as providências legais que se tornarem
necessárias legais que se tornarem necessárias para compelí-las a obediência.

CAPÍTULO II
DA ACUSAÇÃO

Art. 19. Recebida a denúncia, será lida no expediente da sessão seguinte


e despachada a uma comissão especial eleita, da qual participem, observada
a respectiva proporção, representantes de todos os partidos para opinar so-
bre a mesma.
Art. 20. A comissão a que alude o artigo anterior se reunirá dentro de
48 horas e, depois de eleger seu Presidente e relator, emitirá parecer, dentro
do prazo de dez dias, sôbre se a denúncia deve ser ou não julgada objeto de
deliberação. Dentro desse período poderá a comissão proceder às diligências
que julgar necessárias ao esclarecimento da denúncia.

1535
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O parecer da comissão especial será lido no expediente da sessão


da Câmara dos Deputados e publicado integralmente no Diário do Congresso
Nacional e em avulsos, juntamente com a denúncia, devendo as publicações
ser distribuídas a todos os deputados.
§ 2º Quarenta e oito horas após a publicação oficial do parecer da Comis-
são especial, será o mesmo incluído, em primeiro lugar, na ordem do dia da
Câmara dos Deputados, para uma discussão única.
Art. 21. Cinco representantes de cada partido poderão falar, durante uma
hora, sobre o parecer, ressalvado ao relator da comissão especial o direito de
responder a cada um.
Art. 22. Encerrada a discussão do parecer, e submetido o mesmo a vo-
tação nominal, será a denúncia, com os documentos que a instruam, arqui-
vada, se não fôr considerada objeto de deliberação. No caso contrário, será
remetida por cópia autêntica ao denunciado, que terá o prazo de vinte dias
para contestá-la e indicar os meios de prova com que pretenda demonstrar a
verdade do alegado.
§ 1º Findo esse prazo e com ou sem a contestação, a comissão especial
determinará as diligências requeridas, ou que julgar convenientes, e realizará
as sessões necessárias para a tomada do depoimento das testemunhas de
ambas as partes, podendo ouvir o denunciante e o denunciado, que poderá
assistir pessoalmente, ou por seu procurador, a tôdas as audiências e diligên-
cias realizadas pela comissão, interrogando e contestando as testemunhas e
requerendo a reinquirição ou acareação das mesmas.
§ 2º Findas essas diligências, a comissão especial proferirá, no prazo de
dez dias, parecer sobre a procedência ou improcedência da denúncia.
§ 3º Publicado e distribuído esse parecer na forma do § 1º do art. 20, será
o mesmo, incluído na ordem do dia da sessão imediata para ser submetido a
duas discussões, com o interregno de 48 horas entre uma e outra.
§ 4º Nas discussões do parecer sôbre a procedência ou improcedência da
denúncia, cada representante de partido poderá falar uma só vez e durante

1536
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

uma hora, ficando as questões de ordem subordinadas ao disposto no § 2º


do art. 20.
Art. 23. Encerrada a discussão do parecer, será o mesmo submetido a
votação nominal, não sendo permitidas, então, questões de ordem, nem en-
caminhamento de votação.
§ 1º Se da aprovação do parecer resultar a procedência da denúncia, con-
siderar-se-á decretada a acusação pela Câmara dos Deputados.
§ 2º Decretada a acusação, será o denunciado intimado imediatamente
pela Mesa da Câmara dos Deputados, por intermédio do 1º Secretário.
§ 3º Se o denunciado estiver ausente do Distrito Federal, a sua intimação
será solicitada pela Mesa da Câmara dos Deputados, ao Presidente do Tribu-
nal de Justiça do Estado em que êle se encontrar.
§ 4º A Câmara dos Deputados elegerá uma comissão de três membros
para acompanhar o julgamento do acusado.
§ 5º São efeitos imediatos ao decreto da acusação do Presidente da Re-
pública, ou de Ministro de Estado, a suspensão do exercício das funções do
acusado e da metade do subsídio ou do vencimento, até sentença final.
§ 6º Conforme se trate da acusação de crime comum ou de responsabi-
lidade, o processo será enviado ao Supremo Tribunal Federal ou ao Sena-
do Federal.

CAPÍTULO III
DO JULGAMENTO

Art. 24. Recebido no Senado o decreto de acusação com o processo en-


viado pela Câmara dos Deputados e apresentado o libelo pela comissão acu-
sadora, remeterá o Presidente cópia de tudo ao acusado, que, na mesma
ocasião e nos termos dos parágrafos 2º e 3º do art. 23, será notificado para
comparecer em dia prefixado perante o Senado.
Parágrafo único. Ao Presidente do Supremo Tribunal Federal enviar-se-á o
processo em original, com a comunicação do dia designado para o julgamento.

1537
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 25. O acusado comparecerá, por si ou pêlos seus advogados, poden-


do, ainda, oferecer novos meios de prova.
Art. 26. No caso de revelia, marcará o Presidente novo dia para o julga-
mento e nomeará para a defesa do acusado um advogado, a quem se facul-
tará o exame de todas as peças de acusação.
Art. 27. No dia aprazado para o julgamento, presentes o acusado, seus ad-
vogados, ou o defensor nomeado a sua revelia, e a comissão acusadora, o Pre-
sidente do Supremo Tribunal Federal, abrindo a sessão, mandará ler o processo
preparatório o libelo e os artigos de defesa; em seguida inquirirá as testemu-
nhas, que deverão depor publicamente e fora da presença umas das outras.
Art. 28. Qualquer membro da Comissão acusadora ou do Senado, e bem
assim o acusado ou seus advogados, poderão requerer que se façam às tes-
temunhas perguntas que julgarem necessárias.
Parágrafo único. A Comissão acusadora, ou o acusado ou seus advogados,
poderão contestar ou arguir as testemunhas sem contudo interrompê-las e
requerer a acareação.
Art. 29. Realizar-se-á a seguir o debate verbal entre a comissão acusado-
ra e o acusado ou os seus advogados pelo prazo que o Presidente fixar e que
não poderá exceder de duas horas.
Art. 30. Findos os debates orais e retiradas as partes, abrir-se-á discus-
são sobre o objeto da acusação.
Art. 31. Encerrada a discussão o Presidente do Supremo Tribunal Federal
fará relatório resumido da denúncia e das provas da acusação e da defesa e
submeterá a votação nominal dos senadores o julgamento.
Art. 32. Se o julgamento for absolutório produzirá desde logo, todos os
efeitos a favor do acusado.
Art. 33. No caso de condenação, o Senado por iniciativa do presidente fi-
xará o prazo de inabilitação do condenado para o exercício de qualquer função
pública; e no caso de haver crime comum deliberará ainda sobre se o Presi-

1538
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

dente o deverá submeter à justiça ordinária, independentemente da ação de


qualquer interessado.
Art. 34. Proferida a sentença condenatória, o acusado estará, ipso facto
destituído do cargo.
Art. 35. A resolução do Senado constará de sentença que será lavrada,
nos autos do processo, pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, assina-
da pêlos senadores que funcionarem como juizes, transcrita na ata da sessão
e, dentro desta, publicada no Diário Oficial e no Diário do Congresso Nacional.
Art. 36. Não pode interferir, em nenhuma fase do processo de responsa-
bilidade do Presidente da República ou dos Ministros de Estado, o deputado
ou senador;
a) que tiver parentesco consanguíneo ou afim, com o acusado, em linha
reta; em linha colateral, os irmãos cunhados, enquanto durar o cunhado, e os
primos coirmãos;
b) que, como testemunha do processo tiver deposto de ciência própria.
Art. 37. O congresso Nacional deverá ser convocado, extraordinariamen-
te, pelo terço de uma de suas câmaras, caso a sessão legislativa se encerre
sem que se tenha ultimado o julgamento do Presidente da República ou de
Ministro de Estado, bem como no caso de ser necessário o início imediato
do processo.
Art. 38. No processo e julgamento do Presidente da República e dos Mi-
nistros de Estado, serão subsidiários desta lei, naquilo em que lhes forem
aplicáveis, assim os regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Se-
nado Federal, como o Código de Processo Penal.

PARTE TERCEIRA
TÍTULO I

CAPÍTULO I
DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

1539
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribu-


nal Federal:
1- altera, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto
já proferido em sessão do Tribunal;
2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;
3 - exercer atividade político-partidária;
4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
5 - proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decôro de
suas funções.
Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presi-
dente do Supremo Tribunal Federal ou de seu substituto quando no exercício
da Presidência, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quando por eles
ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei n. 10.028, de.2000)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e res-
pectivos substitutos quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Supe-
riores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho
e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do Distrito Fe-
deral, e aos Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau
de jurisdição. (Incluído pela Lei n. 10.028, de.2000)

CAPÍTULO II
DO PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

Art. 40. São crimes de responsabilidade do Procurador Geral da República:


1 - emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2 - recusar-se a prática de ato que lhe incumba;
3 - ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;
4 - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decôro do cargo.
Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procura-
dor-Geral da República, ou de seu substituto quando no exercício da chefia do

1540
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Ministério Público da União, as condutas previstas no art. 10 desta Lei, quan-


do por eles ordenadas ou praticadas. (Incluído pela Lei n. 10.028, de.2000)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se: (Incluído pela Lei n.
10.028, de.2000)
I – ao Advogado-Geral da União; (Incluído pela Lei n. 10.028, de.2000)
II – aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procura-
dores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-
-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos membros do Ministério Públi-
co da União e dos Estados, da Advocacia-Geral da União, das Procuradorias
dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de chefia das
unidades regionais ou locais das respectivas instituições. (Incluído pela Lei n.
10.028, de.2000)

TÍTULO II
DO PROCESSO E JULGAMENTO

CAPÍTULO I
DA DENÚNCIA

Art. 41. É permitido a todo cidadão denunciar perante o Senado Federal,


os Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador Geral da República,
pêlos crimes de responsabilidade que cometerem (artigos 39 e 40).
Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a
que se referem o parágrafo único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo único
do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas pela prática dos crimes de
responsabilidade previstos no art. 10 desta Lei serão processadas e julgadas
de acordo com o rito instituído pela Lei no 8.038, de 28 de maio de 1990,
permitido, a todo cidadão, o oferecimento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
10.028, de.2000)
Art. 42. A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado não tiver, por
qualquer motivo, deixado definitivamente o cargo.

1541
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 43. A denúncia, assinada pelo denunciante com a firma reconhecida


deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem ou da declaração
de impossibilidade de apresentá-los, com a indicação do local onde possam
ser encontrados. Nos crimes de que haja prova testemunhal, a denúncia de-
verá conter o rol das testemunhas, em número de cinco, no mínimo.
Art. 44. Recebida a denúncia pela Mesa do Senado, será lida no expe-
diente da sessão seguinte e despachada a uma comissão especial, eleita para
opinar sobre a mesma.
Art. 45. A comissão a que alude o artigo anterior, reunir-se-á dentro de
48 horas e, depois de eleger o seu presidente e relator, emitirá parecer no
prazo de 10 dias sobre se a denúncia deve ser, ou não julgada objeto de deli-
beração. Dentro desse período poderá a comissão proceder às diligências que
julgar necessárias.
Art. 46. O parecer da comissão, com a denúncia e os documentos que a
instruírem, será lido no expediente de sessão do Senado, publicado no Diário
do Congresso Nacional e em avulsos, que deverão ser distribuídos entre os
senadores, e dado para ordem do dia da sessão seguinte.
Art. 47. O parecer será submetido a uma só discussão, e a votação nomi-
nal considerando-se aprovado se reunir a maioria simples de votos.
Art. 48. Se o Senado resolver que a denúncia não deve constituir objeto
de deliberação, serão os papeis arquivados.
Art. 49. Se a denúncia for considerada objeto de deliberação, a Mesa
remeterá cópia de tudo ao denunciado, para responder à acusação no prazo
de 10 dias.
Art. 50. Se o denunciado estiver fora do Distrito Federal, a cópia lhe será
entregue pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado em que se achar.
Caso se ache fora do país ou em lugar incerto e não sabido, o que será verifi-
cado pelo 1º Secretário do Senado, a intimação farse-á por edital, publicado
no Diário do Congresso Nacional, com a antecedência de 60 dias, aos quais
se acrescerá, em comparecendo o denunciado, o prazo do art. 49.

1542
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 51. Findo o prazo para a resposta do denunciado, seja esta recebida,


ou não, a comissão dará parecer, dentro de dez dias, sobre a procedência ou
improcedência da acusação.
Art. 52. Perante a comissão, o denunciante e o denunciado poderão com-
parecer pessoalmente ou por procurador, assistir a todos os atos e diligências
por ela praticados, inquirir, reinquirir, contestar testemunhas e requerer a sua
acareação. Para esse efeito, a comissão dará aos interessados conhecimento
das suas reuniões e das diligências a que deva proceder, com a indicação de
lugar, dia e hora.
Art. 53. Findas as diligências, a comissão emitirá sobre o seu parecer, que
será publicado e distribuído, com todas as peças que o instruírem e dado para
ordem do dia 48 horas, no mínimo, depois da distribuição.
Art. 54. Esse parecer terá uma só discussão e considerar-se-á aprovado
se, em votação nominal, reunir a maioria simples dos votos.
Art. 55. Se o Senado entender que não procede a acusação, serão os pa-
peis arquivados. Caso decida o contrário, a Mesa dará imediato conhecimento
dessa decisão ao Supremo Tribunal Federal, ao Presidente da República, ao
denunciante e ao denunciado.
Art. 56. Se o denunciado não estiver no Distrito Federal, a decisão ser-
-lhe-á comunicada a requisição da Mesa, pelo Presidente do Tribunal de Jus-
tiça do Estado onde se achar. Se estiver fora do país ou em lugar incerto e
não sabido, o que será verificado pelo 1º Secretário do Senado, far-se-á a
intimação mediante edital pelo Diário do Congresso Nacional , com a antece-
dência de 60 dias.
Art. 57. A decisão produzirá desde a data da sua intimação os seguintes
efeitos, contra o denunciado:
a) ficar suspenso do exercício das suas funções até sentença final;
b) ficar sujeito a acusação criminal;
c) perder, até sentença final, um terço dos vencimentos, que lhe será pago
no caso de absolvição.

1543
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DA ACUSAÇÃO E DA DEFESA

Art. 58. Intimado o denunciante ou o seu procurador da decisão a que alu-


dem os três últimos artigos, ser-lhe-á dada vista do processo, na Secretaria
do Senado, para, dentro de 48 horas, oferecer o libelo acusatório e o rol das
testemunhas. Em seguida abrir-se-á vista ao denunciado ou ao seu defensor,
pelo mesmo prazo para oferecer a contrariedade e o rol das testemunhas.
Art. 59. Decorridos esses prazos, com o libelo e a contrariedade ou sem
eles, serão os autos remetidos, em original, ao Presidente do Supremo Tri-
bunal Federal, ou ao seu substituto legal, quando seja ele o denunciado,
comunicando-se-lhe o dia designado para o julgamento e convidando-o para
presidir a sessão.
Art. 60. O denunciante e o acusado serão notificados pela forma estabele-
cida no art. 56. para assistirem ao julgamento, devendo as testemunhas ser,
por um magistrado, intimadas a comparecer a requisição da Mesa.
Parágrafo único. Entre a notificação e o julgamento deverá mediar o prazo
mínimo de 10 dias.
Art. 61. No dia e hora marcados para o julgamento, o Senado reunir-se-á,
sob a presidência do Presidente do Supremo Tribunal Federal ou do seu subs-
tituto legal. Verificada a presença de número legal de senadores, será aberta
a sessão e feita a chamada das partes, acusador e acusado, que poderão
comparecer pessoalmente ou pêlos seus procuradores.
Art. 62. A revelia do acusador não importará transferência do julgamento,
nem perempção da acusação.
§ 1º A revelia do acusado determinará o adiamento de julgamento, para
o qual o Presidente designará novo dia, nomeando um advogado para defen-
der o revel.
§ 2º Ao defensor nomeado será, facultado o exame de tôdas as peças
do processo.

1544
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 63. No dia definitivamente aprazado para o julgamento, verificado


o número legal de senadores será aberta a sessão e facultado o ingresso às
partes ou aos seus procuradores. Serão juizes todos os senadores presentes,
com exceção dos impedidos nos termos do art. 36.
Parágrafo único. O impedimento poderá ser oposto pelo acusador ou pelo
acusado e invocado por qualquer senador.
Art. 64. Constituído o Senado em Tribunal de julgamento, o Presidente
mandará ler o processo e, em seguida, inquirirá publicamente as testemu-
nhas, fora da presença umas das outras.
Art. 65. O acusador e o acusado, ou os seus procuradores, poderão rein-
quirir as testemunhas, contestá-las sem interrompê-las e requerer a sua aca-
reação sejam feitas as perguntas que julgar necessárias.
Art. 66. Finda a inquirição, haverá debate oral, facultadas a réplica e a
tréplica entre o acusador e o acusado, pelo prazo que o Presidente determinar,
Parágrafo único. Ultimado o debate, retirar-se-ão partes do recinto da
sessão e abrir-se-á uma discussão única entre os senadores sobre o objeto
da acusação.
Art. 67. Encerrada a discussão, fará o Presidente um relatório resumido
dos fundamentos da acusação e da defesa, bem como das respectivas provas,
submetendo em seguida o caso a julgamento.

CAPÍTULO III
DA SENTENÇA

Art. 68. O julgamento será feito, em votação nominal pêlos senadores


desimpedidos que responderão “sim” ou “não” à seguinte pergunta enunciada
pelo Presidente: “Cometeu o acusado F. o crime que lhe é imputado e deve
ser condenado à perda do seu cargo?”
Parágrafo único. Se a resposta afirmativa obtiver, pelo menos, dois terços
dos votos dos senadores presentes, o Presidente fará nova consulta ao plená-

1545
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

rio sobre o tempo não excedente de cinco anos, durante o qual o condenado
deverá ficar inabilitado para o exercício de qualquer função pública.
Art. 69. De acordo com a decisão do Senado, o Presidente lavrará nos
autos, a sentença que será assinada por ele e pêlos senadores, que tiverem
tomado parte no julgamento, e transcrita na ata.
Art. 70. No caso de condenação, fica o acusado desde logo destituído do
seu cargo. Se a sentença for absolutória, produzirá a imediata reabilitação do
acusado, que voltará ao exercício do cargo, com direito à parte dos vencimen-
tos de que tenha sido privado.
Art. 71. Da sentença, dar-se-á imediato conhecimento ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal e ao acusado.
Art. 72. Se no dia do encerramento do Congresso Nacional não estiver
concluído o processo ou julgamento de Ministro do Supremo Tribunal Federal
ou do Procurador Geral da República, deverá ele ser convocado extraordina-
riamente pelo terço do Senado Federal.
Art. 73 No processo e julgamento de Ministro do Supremo Tribunal, ou do
Procurador Geral da República serão subsidiários desta lei, naquilo em que
lhes forem aplicáveis, o Regimento Interno do Senado Federal e o Código de
Processo Penal.

PARTE QUARTA
TÍTULO ÚNICO

CAPÍTULO I
DOS GOVERNADORES E SECRETÁRIOS DOS ESTADOS

Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Es-


tados ou dos seus Secretários, quando por eles praticados, os atos definidos
como crimes nesta lei.

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CAPÍTULO II
DA DENÚNCIA, ACUSAÇÃO E JULGAMENTO

Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o Governador perante a


Assembleia Legislativa, por crime de responsabilidade.
Art. 76.A denúncia assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida,
deve ser acompanhada dos documentos que a comprovem, ou da declaração
de impossibilidade de apresentá-los com a indicação do local em que possam
ser encontrados. Nos crimes de que houver prova testemunhal, conterão rol
das testemunhas, em número de cinco pelo menos.
Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o Governador,
por qualquer motivo, houver deixado definitivamente o cargo.
Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a
Assembleia Legislativa por maioria absoluta, decretar a procedência da acu-
sação, será o Governador imediatamente suspenso de suas funções.
Art. 78. O Governador será julgado nos crimes de responsabilidade, pela
forma que determinar a Constituição do Estado e não poderá ser condenado,
senão à perda do cargo, com inabilitação até cinco anos, para o exercício de
qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça comum.
§ 1º Quando o tribunal de julgamento fôr de jurisdição mista, serão iguais,
pelo número, os representantes dos órgãos que o integrarem, excluído o Pre-
sidente, que será o Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2º Em qualquer hipótese, só poderá ser decretada a condenação pelo
voto de dois têrços dos membros de que se compuser o tribunal de julgamento.
§ 3º Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos
crimes de responsabilidade dos Governadores, aplicar-se-á o disposto nesta
lei, devendo, porém, o julgamento ser proferido por um tribunal composto de
cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores, sob a presidência
do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de
empate. A escolha desse Tribunal será feita - a dos membros do legislativo,
mediante eleição pela Assembleia: a dos desembargadores, mediante sorteio.

1547
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§ 4º Êsses atos deverão ser executados dentro em cinco dias contados


da data em que a Assembleia enviar ao Presidente do Tribunal de Justiça os
autos do processo, depois de decretada a procedência da acusação.
Art. 79. No processo e julgamento do Governador serão subsidiários desta
lei naquilo em que lhe forem aplicáveis, assim o regimento interno da Assem-
bleia Legislativa e do Tribunal de Justiça, como o Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Os Secretários de Estado, nos crimes conexos com os dos
governadores, serão sujeitos ao mesmo processo e julgamento.

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 80. Nos crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos


Ministros de Estado, a Câmara dos Deputados é tribunal de pronuncia e o
Senado Federal, tribunal de julgamento; nos crimes de responsabilidade dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal e do Procurador Geral da República, o
Senado Federal é, simultaneamente, tribunal de pronuncia e julgamento.
Parágrafo único. O Senado Federal, na apuração e julgamento dos crimes
de responsabilidade funciona sob a presidência do Presidente do Supremo
Tribunal, e só proferirá sentença condenatória pelo voto de dois terços dos
seus membros.
Art. 81 A declaração de procedência da acusação nos crimes de respon-
sabilidade só poderá ser decretada pela maioria absoluta da Câmara que
a preferir.
Art. 82. Não poderá exceder de cento e vinte dias, contados da data da
declaração da procedência da acusação, o prazo para o processo e julgamen-
to dos crimes definidos nesta lei.

Rio de Janeiro, 10 de abril de 1950; 129º da Independência e 62º da República.

EURICO GASPAR DUTRA


Honório Monteiro

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Sylvic de Noronha
Canrobert P. da Costa
Raul Fernandes
Guilherme da Silveira
João Valdetaro de Amorim e Mello
Daniel de Carvalho
Clemente Mariani
Armando Trompowsky
Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.4.1950
*

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LEI N. 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005

Regula a recuperação judicial, a extra-


Mensagem de veto
judicial e a falência do empresário e da
Vigência
sociedade empresária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudi-


cial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referi-
dos simplesmente como devedor.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, con-
sórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano
de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e
outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudi-
cial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do
principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede
fora do Brasil.
Art. 4º (VETADO)

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CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:


I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação
judicial ou na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o
devedor.
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e
execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do
sócio solidário.
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da
recuperação judicial implica: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
I – suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas
ao regime desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive da-
quelas dos credores particulares do sócio solidário, relativas a créditos ou
obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
III – proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, seques-
tro, busca e apreensão e constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do
devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou
obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação
que demandar quantia ilíquida.

1551
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§ 2º É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação,


exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas
as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere
o art. 8º desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores
pelo valor determinado em sentença.
§ 3º O juiz competente para as ações referidas nos §§ 1º e 2º deste artigo
poderá determinar a reserva da importância que estimar devida na recupe-
ração judicial ou na falência, e, uma vez reconhecido líquido o direito, será o
crédito incluído na classe própria.
§ 4º Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo
em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta)
dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecen-
do-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar
suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
§ 4º Na recuperação judicial, as suspensões e a proibição de que tratam
os incisos I, II e III do caput deste artigo perdurarão pelo prazo de 180 (cento
e oitenta) dias, contado do deferimento do processamento da recuperação,
prorrogável por igual período, uma única vez, em caráter excepcional, desde
que o devedor não haja concorrido com a superação do lapso temporal. (Re-
dação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º-A. O decurso do prazo previsto no § 4º deste artigo sem a delibera-
ção a respeito do plano de recuperação judicial proposto pelo devedor faculta
aos credores a propositura de plano alternativo, na forma dos §§ 4º, 5º, 6º
e 7º do art. 56 desta Lei, observado o seguinte: (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
I – as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo não serão aplicáveis caso os credores não apresentem plano al-
ternativo no prazo de 30 (trinta) dias, contado do final do prazo referido no §
4º deste artigo ou no § 4º do art. 56 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

1552
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II – as suspensões e a proibição de que tratam os incisos I, II e III do


caput deste artigo perdurarão por 180 (cento e oitenta) dias contados do final
do prazo referido no § 4º deste artigo, ou da realização da assembleia-geral
de credores referida no § 4º do art. 56 desta Lei, caso os credores apresen-
tem plano alternativo no prazo referido no inciso I deste parágrafo ou no
prazo referido no § 4º do art. 56 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 5º Aplica-se o disposto no § 2º deste artigo à recuperação judicial du-
rante o período de suspensão de que trata o § 4º deste artigo, mas, após o
fim da suspensão, as execuções trabalhistas poderão ser normalmente con-
cluídas, ainda que o crédito já esteja inscrito no quadro-geral de credores.
§ 5º O disposto no § 2º deste artigo aplica-se à recuperação judicial du-
rante o período de suspensão de que trata o § 4º deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 6º Independentemente da verificação periódica perante os cartórios de
distribuição, as ações que venham a ser propostas contra o devedor deverão
ser comunicadas ao juízo da falência ou da recuperação judicial:
I – pelo juiz competente, quando do recebimento da petição inicial;
II – pelo devedor, imediatamente após a citação.
§ 7º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento
da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos
do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. (Revogado
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º-A. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se aplica
aos créditos referidos nos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, admitida, todavia,
a competência do juízo da recuperação judicial para determinar a suspensão
dos atos de constrição que recaiam sobre bens de capital essenciais à ma-
nutenção da atividade empresarial durante o prazo de suspensão a que se
refere o § 4º deste artigo, a qual será implementada mediante a cooperação

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jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015


(Código de Processo Civil), observado o disposto no art. 805 do referido Có-
digo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º-B. O disposto nos incisos I, II e III do caput deste artigo não se
aplica às execuções fiscais, admitida, todavia, a competência do juízo da re-
cuperação judicial para determinar a substituição dos atos de constrição que
recaiam sobre bens de capital essenciais à manutenção da atividade empre-
sarial até o encerramento da recuperação judicial, a qual será implementada
mediante a cooperação jurisdicional, na forma do art. 69 da Lei n. 13.105,
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), observado o disposto no
art. 805 do referido Código. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial pre-
vine a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de
falência, relativo ao mesmo devedor.
§ 8º A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial ou a
homologação de recuperação extrajudicial previne a jurisdição para qualquer
outro pedido de falência, de recuperação judicial ou de homologação de recu-
peração extrajudicial relativo ao mesmo devedor. (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência
não autoriza o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de
arbitragem, não impedindo ou suspendendo a instauração de procedimento
arbitral. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 10 (VETADO). (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 11 O disposto no § 7º-B deste artigo aplica-se, no que couber, às exe-
cuções fiscais e às execuções de ofício que se enquadrem respectivamente
nos incisos VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal, vedados a
expedição de certidão de crédito e o arquivamento das execuções para efei-
to de habilitação na recuperação judicial ou na falência. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 12 Observado o disposto no art. 300 da Lei n. 13.105, de 16 de março


de 2015 (Código de Processo Civil), o juiz poderá antecipar total ou parcial-
mente os efeitos do deferimento do processamento da recuperação judicial.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 13 Não se sujeitam aos efeitos da recuperação judicial os contratos e
obrigações decorrentes dos atos cooperativos praticados pelas sociedades
cooperativas com seus cooperados, na forma do art. 79 da Lei n. 5.764, de
16 de dezembro de 1971, consequentemente, não se aplicando a vedação
contida no inciso II do art. 2º quando a sociedade operadora de plano de
assistência à saúde for cooperativa médica. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
Art. 6º-A. É vedado ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação
judicial, distribuir lucros ou dividendos a sócios e acionistas, sujeitando-se
o infrator ao disposto no art. 168 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020)
Art. 6º-B. Não se aplica o limite percentual de que tratam os arts. 15 e
16 da Lei n. 9.065, de 20 de junho de 1995, à apuração do imposto sobre a
renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre a parcela
do lucro líquido decorrente de ganho de capital resultante da alienação judi-
cial de bens ou direitos, de que tratam os arts. 60, 66 e 141 desta Lei, pela
pessoa jurídica em recuperação judicial ou com falência decretada.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipóte-
se em que o ganho de capital decorra de transação efetuada com:
I – pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interli-
gada; ou
II – pessoa física que seja acionista controlador, sócio, titular ou adminis-
trador da pessoa jurídica devedora.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 6º-C. É vedada atribuição de responsabilidade a terceiros em decor-
rência do mero inadimplemento de obrigações do devedor falido ou em re-

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cuperação judicial, ressalvadas as garantias reais e fidejussórias, bem como


as demais hipóteses reguladas por esta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

Seção II
Da Verificação e da Habilitação de Créditos

Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo administrador ju-


dicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do
devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, po-
dendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas.
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1º, ou no parágrafo único do
art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresen-
tar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto
aos créditos relacionados.
§ 2º O administrador judicial, com base nas informações e documentos
colhidos na forma do caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital conten-
do a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do
fim do prazo do § 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo
comum em que as pessoas indicadas no art. 8º desta Lei terão acesso aos
documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.
Art. 7º-A. Na falência, após realizadas as intimações e publicado o edital,
conforme previsto, respectivamente, no inciso XIII do caput e no § 1º do art.
99 desta Lei, o juiz instaurará, de ofício, para cada Fazenda Pública credora,
incidente de classificação de crédito público e determinará a sua intimação
eletrônica para que, no prazo de 30 (trinta) dias, apresente diretamente ao
administrador judicial ou em juízo, a depender do momento processual, a re-
lação completa de seus créditos inscritos em dívida ativa, acompanhada dos
cálculos, da classificação e das informações sobre a situação atual. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo, considera-se Fazenda


Pública credora aquela que conste da relação do edital previsto no § 1º do art.
99 desta Lei, ou que, após a intimação prevista no inciso XIII do caput do art.
99 desta Lei, alegue nos autos, no prazo de 15 (quinze) dias, possuir crédito
contra o falido. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Os créditos não definitivamente constituídos, não inscritos em dívida
ativa ou com exigibilidade suspensa poderão ser informados em momento
posterior. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Encerrado o prazo de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – o falido, os demais credores e o administrador judicial disporão do
prazo de 15 (quinze) dias para manifestar objeções, limitadamente, sobre os
cálculos e a classificação para os fins desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
II – a Fazenda Pública, ultrapassado o prazo de que trata o inciso I deste
parágrafo, será intimada para prestar, no prazo de 10 (dez) dias, eventuais
esclarecimentos a respeito das manifestações previstas no referido inciso;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – os créditos serão objeto de reserva integral até o julgamento defini-
tivo quando rejeitados os argumentos apresentados de acordo com o inciso II
deste parágrafo; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – os créditos incontroversos, desde que exigíveis, serão imediatamente
incluídos no quadro-geral de credores, observada a sua classificação; (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – o juiz, anteriormente à homologação do quadro-geral de credores,
concederá prazo comum de 10 (dez) dias para que o administrador judicial e
a Fazenda Pública titular de crédito objeto de reserva manifestem-se sobre a
situação atual desses créditos e, ao final do referido prazo, decidirá acerca da
necessidade de mantê-la. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 4º Com relação à aplicação do disposto neste artigo, serão observadas


as seguintes disposições: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a decisão sobre os cálculos e a classificação dos créditos para os fins
do disposto nesta Lei, bem como sobre a arrecadação dos bens, a realização
do ativo e o pagamento aos credores, competirá ao juízo falimentar; (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – a decisão sobre a existência, a exigibilidade e o valor do crédito, ob-
servado o disposto no inciso II do caput do art. 9º desta Lei e as demais re-
gras do processo de falência, bem como sobre o eventual prosseguimento da
cobrança contra os corresponsáveis, competirá ao juízo da execução fiscal;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – a ressalva prevista no art. 76 desta Lei, ainda que o crédito reconhe-
cido não esteja em cobrança judicial mediante execução fiscal, aplicar-se-á,
no que couber, ao disposto no inciso II deste parágrafo; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
IV – o administrador judicial e o juízo falimentar deverão respeitar a pre-
sunção de certeza e liquidez de que trata o art. 3º da Lei n. 6.830, de 22 de
setembro de 1980, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III deste pará-
grafo; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – as execuções fiscais permanecerão suspensas até o encerramento da
falência, sem prejuízo da possibilidade de prosseguimento contra os corres-
ponsáveis; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – a restituição em dinheiro e a compensação serão preservadas, nos
termos dos arts. 86 e 122 desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
VII – o disposto no art. 10 desta Lei será aplicado, no que couber, aos cré-
ditos retardatários. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º Na hipótese de não apresentação da relação referida no caput deste
artigo no prazo nele estipulado, o incidente será arquivado e a Fazenda Públi-
ca credora poderá requerer o desarquivamento, observado, no que couber, o
disposto no art. 10 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 6º As disposições deste artigo aplicam-se, no que couber, às execuções


fiscais e às execuções de ofício que se enquadrem no disposto nos incisos
VII e VIII do caput do art. 114 da Constituição Federal. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos créditos do Fun-
do de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 8º Não haverá condenação em honorários de sucumbência no incidente
de que trata este artigo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida
no art. 7º, § 2º, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios
ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação
de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se
contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
Parágrafo único. Autuada em separado, a impugnação será processada
nos termos dos arts. 13 a 15 desta Lei.
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art.
7º, § 1º, desta Lei deverá conter:
I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que receberá comuni-
cação de qualquer ato do processo;
II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da falência ou
do pedido de recuperação judicial, sua origem e classificação;
III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação das demais
provas a serem produzidas;
IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, e o respec-
tivo instrumento;
V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse do credor.
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os créditos deve-
rão ser exibidos no original ou por cópias autenticadas se estiverem juntados
em outro processo.

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Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7º, § 1º, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
§ 1º Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, exce-
tuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão
direito a voto nas deliberações da assembleia-geral de credores.
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo ao processo de falência, sal-
vo se, na data da realização da assembleia-geral, já houver sido homologado
o quadro-geral de credores contendo o crédito retardatário.
§ 3º Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a rateios
eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se
computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data
do pedido de habilitação.
§ 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o credor poderá requerer
a reserva de valor para satisfação de seu crédito.
§ 5º As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas antes da ho-
mologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e
processadas na forma dos arts. 13 a 15 desta Lei.
§ 6º Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não
habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência
ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do res-
pectivo crédito.
§ 7º O quadro-geral de credores será formado com o julgamento das im-
pugnações tempestivas e com as habilitações e as impugnações retardatárias
decididas até o momento da sua formação. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 8º As habilitações e as impugnações retardatárias acarretarão a reserva
do valor para a satisfação do crédito discutido. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

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§ 9º A recuperação judicial poderá ser encerrada ainda que não tenha


havido a consolidação definitiva do quadro-geral de credores, hipótese em
que as ações incidentais de habilitação e de impugnação retardatárias serão
redistribuídas ao juízo da recuperação judicial como ações autônomas e ob-
servarão o rito comum. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 10 O credor deverá apresentar pedido de habilitação ou de reserva de
crédito em, no máximo, 3 (três) anos, contados da data de publicação da
sentença que decretar a falência, sob pena de decadência. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados
para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os docu-
mentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias.
Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê,
se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo
comum de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o
administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo
de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo
profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações
existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do cré-
dito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída
com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas consi-
deradas necessárias.
Parágrafo único. Cada impugnação será autuada em separado, com os
documentos a ela relativos, mas terão uma só autuação as diversas impug-
nações versando sobre o mesmo crédito.
Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-ge-
ral de credores, a relação dos credores constante do edital de que trata o art.
7º, § 2º, desta Lei, dispensada a publicação de que trata o art. 18 desta Lei.

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Art. 14. Caso não haja impugnações, o juiz homologará, como quadro-
-geral de credores, a relação dos credores de que trata o § 2º do art. 7º, res-
salvado o disposto no art. 7º-A desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 15. Transcorridos os prazos previstos nos arts. 11 e 12 desta Lei, os
autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que:
I – determinará a inclusão no quadro-geral de credores das habilitações
de créditos não impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2º
do art. 7º desta Lei;
II – julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas
pelas alegações e provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada
crédito, o valor e a classificação;
III – fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos contro-
vertidos e decidirá as questões processuais pendentes;
IV – determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de
instrução e julgamento, se necessário.
Art. 16. O juiz determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para
satisfação do crédito impugnado.
Parágrafo único. Sendo parcial, a impugnação não impedirá o pagamento
da parte incontroversa.
Art. 16. Para fins de rateio na falência, deverá ser formado quadro-geral
de credores, composto pelos créditos não impugnados constantes do edital
de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei, pelo julgamento de todas as impug-
nações apresentadas no prazo previsto no art. 8º desta Lei e pelo julgamento
realizado até então das habilitações de crédito recebidas como retardatárias.
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º As habilitações retardatárias não julgadas acarretarão a reserva do
valor controvertido, mas não impedirão o pagamento da parte incontroversa.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 2º Ainda que o quadro-geral de credores não esteja formado, o rateio de


pagamentos na falência poderá ser realizado desde que a classe de credores
a ser satisfeita já tenha tido todas as impugnações judiciais apresentadas no
prazo previsto no art. 8º desta Lei, ressalvada a reserva dos créditos contro-
vertidos em função das habilitações retardatárias de créditos distribuídas até
então e ainda não julgadas. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo.
Parágrafo único. Recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito sus-
pensivo à decisão que reconhece o crédito ou determinar a inscrição ou mo-
dificação do seu valor ou classificação no quadro-geral de credores, para fins
de exercício de direito de voto em assembleia-geral.
Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do
quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação
dos credores a que se refere o art. 7º, § 2º, desta Lei e nas decisões proferi-
das nas impugnações oferecidas.
Parágrafo único. O quadro-geral, assinado pelo juiz e pelo administrador
judicial, mencionará a importância e a classificação de cada crédito na data
do requerimento da recuperação judicial ou da decretação da falência, será
juntado aos autos e publicado no órgão oficial, no prazo de 5 (cinco) dias,
contado da data da sentença que houver julgado as impugnações.
Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o repre-
sentante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação
judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário
previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou
a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo,
simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época
do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores.
§ 1º A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante
o juízo da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no
art. 6º, §§ 1º e 2º, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente re-
conhecido o crédito.

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§ 2º Proposta a ação de que trata este artigo, o pagamento ao titular do


crédito por ela atingido somente poderá ser realizado mediante a prestação
de caução no mesmo valor do crédito questionado.
Art. 20. As habilitações dos credores particulares do sócio ilimitadamente
responsável processar-se-ão de acordo com as disposições desta Seção.

Seção II-A
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Das Conciliações e das Mediações Antecedentes ou Incidentais aos
Processos de Recuperação Judicial’

Art. 20-A. A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qual-


quer grau de jurisdição, inclusive no âmbito de recursos em segundo grau de
jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos pra-
zos previstos nesta Lei, salvo se houver consenso entre as partes em sentido
contrário ou determinação judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou in-
cidentais aos processos de recuperação judicial, notadamente: (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e
acionistas de sociedade em dificuldade ou em recuperação judicial, bem como
nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos
termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais; (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de
serviços públicos em recuperação judicial e órgãos reguladores ou entes públi-
cos municipais, distritais, estaduais ou federais; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

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III – na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em


recuperação judicial durante período de vigência de estado de calamidade
pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – na hipótese de negociação de dívidas e respectivas formas de paga-
mento entre a empresa em dificuldade e seus credores, em caráter antece-
dente ao ajuizamento de pedido de recuperação judicial. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Na hipótese prevista no inciso IV do caput deste artigo, será facultado
às empresas em dificuldade que preencham os requisitos legais para requerer
recuperação judicial obter tutela de urgência cautelar, nos termos do art. 305
e seguintes da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), a fim de que sejam suspensas as execuções contra elas propostas pelo
prazo de até 60 (sessenta) dias, para tentativa de composição com seus cre-
dores, em procedimento de mediação ou conciliação já instaurado perante
o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do tribu-
nal competente ou da câmara especializada, observados, no que couber, os
arts. 16 e 17 da Lei n. 13.140, de 26 de junho de 2015. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e
a classificação de créditos, bem como sobre critérios de votação em assem-
bleia-geral de credores. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Se houver pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, observados
os critérios desta Lei, o período de suspensão previsto no § 1º deste artigo
será deduzido do período de suspensão previsto no art. 6º desta Lei. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 20-C. O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação com
fundamento nesta Seção deverá ser homologado pelo juiz competente con-
forme o disposto no art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)

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Parágrafo único. Requerida a recuperação judicial ou extrajudicial em até


360 (trezentos e sessenta) dias contados do acordo firmado durante o perío-
do da conciliação ou de mediação pré-processual, o credor terá reconstituídos
seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos
os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente pratica-
dos no âmbito dos procedimentos previstos nesta Seção. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 20-D. As sessões de conciliação e de mediação de que trata esta Se-
ção poderão ser realizadas por meio virtual, desde que o Cejusc do tribunal
competente ou a câmara especializada responsável disponham de meios para
a sua realização. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção III
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencial-


mente advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou
pessoa jurídica especializada.
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica,
declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profis-
sional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação
judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do
Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
I – na recuperação judicial e na falência:
a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata
o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II
do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recupera-
ção judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação
dada ao crédito;

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b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores


interessados;
c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de
servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos;
d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer in-
formações;
e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei;
f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei;
g) requerer ao juiz convocação da assembleia-geral de credores nos casos
previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada
de decisões;
h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas es-
pecializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções;
i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei;
j) estimular, sempre que possível, a conciliação, a mediação e outros mé-
todos alternativos de solução de conflitos relacionados à recuperação judicial
e à falência, respeitados os direitos de terceiros, na forma do § 3º do art. 3º
da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
k) manter endereço eletrônico na internet, com informações atualizadas
sobre os processos de falência e de recuperação judicial, com a opção de
consulta às peças principais do processo, salvo decisão judicial em sentido
contrário; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
l) manter endereço eletrônico específico para o recebimento de pedidos de
habilitação ou a apresentação de divergências, ambos em âmbito administra-
tivo, com modelos que poderão ser utilizados pelos credores, salvo decisão
judicial em sentido contrário; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
m) providenciar, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, as respostas aos
ofícios e às solicitações enviadas por outros juízos e órgãos públicos, sem
necessidade de prévia deliberação do juízo; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

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II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recu-
peração judicial;
b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida
no plano de recuperação;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das ativi-
dades do devedor;
c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das ativi-
dades do devedor, fiscalizando a veracidade e a conformidade das informa-
ções prestadas pelo devedor; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de
que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei;
e) fiscalizar o decurso das tratativas e a regularidade das negociações
entre devedor e credores; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
f) assegurar que devedor e credores não adotem expedientes dilatórios,
inúteis ou, em geral, prejudiciais ao regular andamento das negociações; (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
g) assegurar que as negociações realizadas entre devedor e credores se-
jam regidas pelos termos convencionados entre os interessados ou, na falta
de acordo, pelas regras propostas pelo administrador judicial e homologadas
pelo juiz, observado o princípio da boa-fé para solução construtiva de con-
sensos, que acarretem maior efetividade econômico-financeira e proveito so-
cial para os agentes econômicos envolvidos; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
h) apresentar, para juntada aos autos, e publicar no endereço eletrônico es-
pecífico relatório mensal das atividades do devedor e relatório sobre o plano de
recuperação judicial, no prazo de até 15 (quinze) dias contado da apresentação
do plano, fiscalizando a veracidade e a conformidade das informações presta-
das pelo devedor, além de informar eventual ocorrência das condutas previstas
no art. 64 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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III – na falência:
a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credo-
res terão à sua disposição os livros e documentos do falido;
b) examinar a escrituração do devedor;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa
falida;
c) relacionar os processos e assumir a representação judicial e extrajudi-
cial, incluídos os processos arbitrais, da massa falida; (Redação dada pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele
o que não for assunto de interesse da massa;
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do
termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as cau-
sas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará
a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art.
186 desta Lei;
f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arre-
cadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei;
g) avaliar os bens arrecadados;
h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização ju-
dicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para
a tarefa;
i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos
credores;
j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis
ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dis-
pendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei;
j) proceder à venda de todos os bens da massa falida no prazo máximo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da data da juntada do auto de arrecadação,
sob pena de destituição, salvo por impossibilidade fundamentada, reconhecida
por decisão judicial; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a


cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação;
m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens
apenhados, penhorados ou legalmente retidos;
n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advo-
gado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê
de Credores;
o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o
cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração;
p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10º (décimo) dia do
mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especi-
fique com clareza a receita e a despesa;
q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em
seu poder, sob pena de responsabilidade;
r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído
ou renunciar ao cargo.
s) arrecadar os valores dos depósitos realizados em processos administra-
tivos ou judiciais nos quais o falido figure como parte, oriundos de penhoras,
de bloqueios, de apreensões, de leilões, de alienação judicial e de outras hi-
póteses de constrição judicial, ressalvado o disposto nas Leis nos 9.703, de
17 de novembro de 1998, e 12.099, de 27 de novembro de 2009, e na Lei
Complementar n. 151, de 5 de agosto de 2015. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 1º As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixa-
das pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem execu-
tados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades
semelhantes.
§ 2º Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver
recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas
pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência,
oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial,
tomando seus depoimentos por escrito.

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§ 3º Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização ju-


dicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias,
transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento
de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento.
§ 4º Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste ar-
tigo apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério
Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor.
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabeleci-
do, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado
pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediên-
cia.
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o juiz destituirá
o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou or-
ganizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do
administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o
grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o
desempenho de atividades semelhantes.
§ 1º Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não
excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à
recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
§ 2º Será reservado 40% (quarenta por cento) do montante devido ao ad-
ministrador judicial para pagamento após atendimento do previsto nos arts.
154 e 155 desta Lei.
§ 3º O administrador judicial substituído será remunerado proporcional-
mente ao trabalho realizado, salvo se renunciar sem relevante razão ou for
destituído de suas funções por desídia, culpa, dolo ou descumprimento das
obrigações fixadas nesta Lei, hipóteses em que não terá direito à remuneração.
§ 4º Também não terá direito a remuneração o administrador que tiver
suas contas desaprovadas.

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§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de


2% (dois por cento), no caso de microempresas e empresas de pequeno por-
te. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 5º A remuneração do administrador judicial fica reduzida ao limite de
2% (dois por cento), no caso de microempresas e de empresas de pequeno
porte, bem como na hipótese de que trata o art. 70-A desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 25. Caberá ao devedor ou à massa falida arcar com as despesas re-
lativas à remuneração do administrador judicial e das pessoas eventualmente
contratadas para auxiliá-lo.
Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer
das classes de credores na assembleia-geral e terá a seguinte composição:
I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas,
com 2 (dois) suplentes;
II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos
reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;
III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários
e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
IV – 1 (um) representante indicado pela classe de credores representan-
tes de microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.
(Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 1º A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não
prejudicará a constituição do Comitê, que poderá funcionar com número infe-
rior ao previsto no caput deste artigo.
§ 2º O juiz determinará, mediante requerimento subscrito por credores
que representem a maioria dos créditos de uma classe, independentemente
da realização de assembleia:
I – a nomeação do representante e dos suplentes da respectiva classe
ainda não representada no Comitê; ou
II – a substituição do representante ou dos suplentes da respectiva classe.

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§ 3º Caberá aos próprios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá
presidi-lo.
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de ou-
tras previstas nesta Lei:
I – na recuperação judicial e na falência:
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos
interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembleia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a
cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação;
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do de-
vedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do ativo per-
manente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de
endividamento necessários à continuação da atividade empresarial durante o
período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
§ 1º As decisões do Comitê, tomadas por maioria, serão consignadas em
livro de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposição do administrador
judicial, dos credores e do devedor.
§ 2º Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Co-
mitê, o impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompati-
bilidade deste, pelo juiz.
Art. 28. Não havendo Comitê de Credores, caberá ao administrador judi-
cial ou, na incompatibilidade deste, ao juiz exercer suas atribuições.

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Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo
devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas para a realização
de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização
do juiz, serão ressarcidas atendendo às disponibilidades de caixa.
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de admi-
nistrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de
administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação
judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos
legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
§ 1º Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função
de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até
o 3º (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou
representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.
§ 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer
ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê
nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei.
§ 3º O juiz decidirá, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sobre o reque-
rimento do § 2º deste artigo.
Art. 31. O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer
interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial ou de
quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando verificar desobediên-
cia aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligên-
cia ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros.
§ 1º No ato de destituição, o juiz nomeará novo administrador judicial ou
convocará os suplentes para recompor o Comitê.
§ 2º Na falência, o administrador judicial substituído prestará contas no
prazo de 10 (dez) dias, nos termos dos §§ 1º a 6º do art. 154 desta Lei.
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão
pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo
ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua dis-
cordância em ata para eximir-se da responsabilidade.

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Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores,


logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 (quarenta
e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e
fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele
inerentes.
Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art.
33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial.

Seção IV
Da Assembleia-Geral de Credores

Art. 35. A assembleia-geral de credores terá por atribuições deliberar


sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial
apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e
sua substituição;
c) (VETADO)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4º do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
g) alienação de bens ou direitos do ativo não circulante do devedor, não
prevista no plano de recuperação judicial; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
II – na falência:
a) (VETADO)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e
sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art.
145 desta Lei;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.


Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por
edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas locali-
dades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual
conterá:
Art. 36. A assembleia-geral de credores será convocada pelo juiz por
meio de edital publicado no diário oficial eletrônico e disponibilizado no sítio
eletrônico do administrador judicial, com antecedência mínima de 15 (quinze)
dias, o qual conterá: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – local, data e hora da assembleia em 1ª (primeira) e em 2ª (segunda)
convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois
da 1ª (primeira);
II – a ordem do dia;
III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de
recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia.
§ 1º Cópia do aviso de convocação da assembleia deverá ser afixada de
forma ostensiva na sede e filiais do devedor.
§ 2º Além dos casos expressamente previstos nesta Lei, credores que
representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos cré-
ditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de
assembleia-geral.
§ 3º As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral
correm por conta do devedor ou da massa falida, salvo se convocada em vir-
tude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2º deste
artigo.
Art. 37. A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que de-
signará 1 (um) secretário dentre os credores presentes.
§ 1º Nas deliberações sobre o afastamento do administrador judicial ou
em outras em que haja incompatibilidade deste, a assembleia será presidida
pelo credor presente que seja titular do maior crédito.

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Delegado de Polícia Civil

§ 2º A assembleia instalar-se-á, em 1ª (primeira) convocação, com a pre-


sença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe,
computados pelo valor, e, em 2ª (segunda) convocação, com qualquer número.
§ 3º Para participar da assembleia, cada credor deverá assinar a lista de
presença, que será encerrada no momento da instalação.
§ 4º O credor poderá ser representado na assembleia-geral por manda-
tário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial,
até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação,
documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos
autos do processo em que se encontre o documento.
§ 5º Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados
titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de
acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procura-
dor, à assembleia.
§ 6º Para exercer a prerrogativa prevista no § 5º deste artigo, o sindicato
deverá:
I – apresentar ao administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da as-
sembleia, a relação dos associados que pretende representar, e o trabalhador
que conste da relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, até 24 (vin-
te e quatro) horas antes da assembleia, qual sindicato o representa, sob pena
de não ser representado em assembleia por nenhum deles; e
II – (VETADO)
§ 7º Do ocorrido na assembleia, lavrar-se-á ata que conterá o nome dos
presentes e as assinaturas do presidente, do devedor e de 2 (dois) membros
de cada uma das classes votantes, e que será entregue ao juiz, juntamente
com a lista de presença, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, res-
salvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no
§ 2º do art. 45 desta Lei.

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Parágrafo único. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação


em assembleia-geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para
moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia.
Art. 39. Terão direito a voto na assembleia-geral as pessoas arroladas no
quadro-geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresenta-
da pelo administrador judicial na forma do art. 7º, § 2º, desta Lei, ou, ainda,
na falta desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos
arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do
caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas
na data da realização da assembleia ou que tenham créditos admitidos ou
alterados por decisão judicial, inclusive as que tenham obtido reserva de im-
portâncias, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 10 desta Lei.
§ 1º Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de ve-
rificação do quorum de instalação e de deliberação os titulares de créditos
excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei.
§ 2º As deliberações da assembleia-geral não serão invalidadas em razão
de posterior decisão judicial acerca da existência, quantificação ou classifica-
ção de créditos.
§ 3º No caso de posterior invalidação de deliberação da assembleia, ficam res-
guardados os direitos de terceiros de boa-fé, respondendo os credores que apro-
varem a deliberação pelos prejuízos comprovados causados por dolo ou culpa.
§ 4º Qualquer deliberação prevista nesta Lei a ser realizada por meio de
assembleia-geral de credores poderá ser substituída, com idênticos efeitos,
por: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – termo de adesão firmado por tantos credores quantos satisfaçam o
quórum de aprovação específico, nos termos estabelecidos no art. 45-A desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – votação realizada por meio de sistema eletrônico que reproduza as
condições de tomada de voto da assembleia-geral de credores; ou (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1578
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III – outro mecanismo reputado suficientemente seguro pelo juiz. (Inclu-


ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º As deliberações nos formatos previstos no § 4º deste artigo serão
fiscalizadas pelo administrador judicial, que emitirá parecer sobre sua regu-
laridade, previamente à sua homologação judicial, independentemente da
concessão ou não da recuperação judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 6º O voto será exercido pelo credor no seu interesse e de acordo com
o seu juízo de conveniência e poderá ser declarado nulo por abusividade so-
mente quando manifestamente exercido para obter vantagem ilícita para si
ou para outrem. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º A cessão ou a promessa de cessão do crédito habilitado deverá ser
imediatamente comunicada ao juízo da recuperação judicial. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 40. Não será deferido provimento liminar, de caráter cautelar ou
antecipatório dos efeitos da tutela, para a suspensão ou adiamento da as-
sembleia-geral de credores em razão de pendência de discussão acerca da
existência, da quantificação ou da classificação de créditos.
Art. 41. A assembleia-geral será composta pelas seguintes classes de
credores:
I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes
de acidentes de trabalho;
II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com pri-
vilégio geral ou subordinados.
IV – titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de
pequeno porte. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
§ 1º Os titulares de créditos derivados da legislação do trabalho votam
com a classe prevista no inciso I do caput deste artigo com o total de seu
crédito, independentemente do valor.

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§ 2º Os titulares de créditos com garantia real votam com a classe pre-


vista no inciso II do caput deste artigo até o limite do valor do bem gravado
e com a classe prevista no inciso III do caput deste artigo pelo restante do
valor de seu crédito.
Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favorá-
veis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos
presentes à assembleia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de recu-
peração judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35 desta
Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de realização
do ativo nos termos do art. 145 desta Lei.
Art. 43. Os sócios do devedor, bem como as sociedades coligadas, con-
troladoras, controladas ou as que tenham sócio ou acionista com participação
superior a 10% (dez por cento) do capital social do devedor ou em que o de-
vedor ou algum de seus sócios detenham participação superior a 10% (dez
por cento) do capital social, poderão participar da assembleia-geral de credo-
res, sem ter direito a voto e não serão considerados para fins de verificação
do quorum de instalação e de deliberação.
Parágrafo único. O disposto neste artigo também se aplica ao cônjuge ou
parente, consanguíneo ou afim, colateral até o 2º (segundo) grau, ascen-
dente ou descendente do devedor, de administrador, do sócio controlador, de
membro dos conselhos consultivo, fiscal ou semelhantes da sociedade deve-
dora e à sociedade em que quaisquer dessas pessoas exerçam essas funções.
Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Cre-
dores, somente os respectivos membros poderão votar.
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as
classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
§ 1º Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta
Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da
metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamen-
te, pela maioria simples dos credores presentes.

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§ 2º Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá


ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independente-
mente do valor de seu crédito.
§ 2º Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a pro-
posta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, in-
dependentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar n. 147, de 2014)
§ 3º O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de
verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não
alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.
Art. 45-A. As deliberações da assembleia-geral de credores previstas
nesta Lei poderão ser substituídas pela comprovação da adesão de credores
que representem mais da metade do valor dos créditos sujeitos à recupera-
ção judicial, observadas as exceções previstas nesta Lei. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Nos termos do art. 56-A desta Lei, as deliberações sobre o plano de
recuperação judicial poderão ser substituídas por documento que comprove
o cumprimento do disposto no art. 45 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 2º As deliberações sobre a constituição do Comitê de Credores poderão
ser substituídas por documento que comprove a adesão da maioria dos crédi-
tos de cada conjunto de credores previsto no art. 26 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º As deliberações sobre forma alternativa de realização do ativo na
falência, nos termos do art. 145 desta Lei, poderão ser substituídas por docu-
mento que comprove a adesão de credores que representem 2/3 (dois terços)
dos créditos. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º As deliberações no formato previsto neste artigo serão fiscalizadas
pelo administrador judicial, que emitirá parecer sobre sua regularidade, com
oitiva do Ministério Público, previamente à sua homologação judicial, inde-
pendentemente da concessão ou não da recuperação judicial. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falên-


cia, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de credores
que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembleia.

CAPÍTULO III
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Seção I
Disposições Gerais

Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da


situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a ma-
nutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses
dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica.
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento
do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e
que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação
judicial;
III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
III – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recupera-
ção judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
(Redação dada pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio con-
trolador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

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§ 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge


sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
(Renumerado pela Lei n. 12.873, de 2013)
§ 2º Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admi-
te-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da
Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que
tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei n. 12.873, de 2013)
§ 2º No caso de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se
a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Es-
crituração Contábil Fiscal (ECF), ou por meio de obrigação legal de registros
contábeis que venha a substituir a ECF, entregue tempestivamente. (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Para a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo,
o cálculo do período de exercício de atividade rural por pessoa física é feito
com base no Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR), ou por meio de
obrigação legal de registros contábeis que venha a substituir o LCDPR, e pela
Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF) e balanço
patrimonial, todos entregues tempestivamente. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 4º Para efeito do disposto no § 3º deste artigo, no que diz respeito ao
período em que não for exigível a entrega do LCDPR, admitir-se-á a entre-
ga do livro-caixa utilizado para a elaboração da DIRPF. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º Para os fins de atendimento ao disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo,
as informações contábeis relativas a receitas, a bens, a despesas, a custos e a
dívidas deverão estar organizadas de acordo com a legislação e com o padrão
contábil da legislação correlata vigente, bem como guardar obediência ao
regime de competência e de elaboração de balanço patrimonial por contador
habilitado. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1583
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Art. 48-A. Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigató-


rios a formação e o funcionamento do conselho fiscal, nos termos da Lei n.
6.404, de 15 de dezembro de 1976, enquanto durar a fase da recuperação
judicial, incluído o período de cumprimento das obrigações assumidas pelo
plano de recuperação. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes
na data do pedido, ainda que não vencidos.
§ 1º Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus di-
reitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
§ 2º As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as con-
dições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz
respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano
de recuperação judicial.
§ 3º Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de
bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promi-
tente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias,
ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito
não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos
de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação
respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se
refere o § 4º do art. 6º desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do
devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.
§ 4º Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a
que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei.
§ 5º Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito,
direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser
substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recu-
peração judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventual-
mente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada
durante o período de suspensão de que trata o § 4º do art. 6º desta Lei.

1584
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§ 6º Nas hipóteses de que tratam os §§ 2º e 3º do art. 48 desta Lei, so-


mente estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos que decorram exclu-
sivamente da atividade rural e estejam discriminados nos documentos a que
se referem os citados parágrafos, ainda que não vencidos. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º Não se sujeitarão aos efeitos da recuperação judicial os recursos con-
trolados e abrangidos nos termos dos arts. 14 e 21 da Lei n. 4.829, de 5 de
novembro de 1965. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 8º Estarão sujeitos à recuperação judicial os recursos de que trata o §
7º deste artigo que não tenham sido objeto de renegociação entre o devedor
e a instituição financeira antes do pedido de recuperação judicial, na forma
de ato do Poder Executivo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 9º Não se enquadrará nos créditos referidos no caput deste artigo aquele
relativo à dívida constituída nos 3 (três) últimos anos anteriores ao pedido de
recuperação judicial, que tenha sido contraída com a finalidade de aquisição
de propriedades rurais, bem como as respectivas garantias. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação
pertinente a cada caso, dentre outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obri-
gações vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constitui-
ção de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direi-
tos dos sócios, nos termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou mo-
dificação de seus órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de adminis-
tradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar;
VI – aumento de capital social;

1585
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VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à socieda-


de constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem
constituição de garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer
natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de re-
cuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem
prejuízo do disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em
pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
XVII – conversão de dívida em capital social; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
XVIII – venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores
não submetidos ou não aderentes condições, no mínimo, equivalentes àquelas
que teriam na falência, hipótese em que será, para todos os fins, considerada
unidade produtiva isolada. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia
ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa
do credor titular da respectiva garantia.
§ 2º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conser-
vada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá
ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente
previsão diversa no plano de recuperação judicial.

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§ 3º Não haverá sucessão ou responsabilidade por dívidas de qualquer


natureza a terceiro credor, investidor ou novo administrador em decorrência,
respectivamente, da mera conversão de dívida em capital, de aporte de novos
recursos na devedora ou de substituição dos administradores desta. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º O imposto sobre a renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) incidentes sobre o ganho de capital resultante da alienação de bens ou
direitos pela pessoa jurídica em recuperação judicial poderão ser parcelados,
com atualização monetária das parcelas, observado o seguinte: (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – o disposto na Lei n. 10.522, de 19 de julho de 2002; e (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – a utilização, como limite, da mediana de alongamento no plano de
recuperação judicial em relação aos créditos a ele sujeitos. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º O limite de alongamento de prazo a que se refere o inciso II do § 4º
deste artigo será readequado na hipótese de alteração superveniente do pla-
no de recuperação judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 50-A. Nas hipóteses de renegociação de dívidas de pessoa jurídica
no âmbito de processo de recuperação judicial, estejam as dívidas sujeitas
ou não a esta, e do reconhecimento de seus efeitos nas demonstrações fi-
nanceiras das sociedades, deverão ser observadas as seguintes disposições:
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a receita obtida pelo devedor não será computada na apuração da base
de cálculo da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e para
o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e da Con-
tribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1587
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II – o ganho obtido pelo devedor com a redução da dívida não se sujeitará


ao limite percentual de que tratam os arts. 42 e 58 da Lei n. 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, na apuração do imposto sobre a renda e da CSLL; e (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – as despesas correspondentes às obrigações assumidas no plano de
recuperação judicial serão consideradas dedutíveis na determinação do lucro
real e da base de cálculo da CSLL, desde que não tenham sido objeto de de-
dução anterior. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica à hipótese
de dívida com: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – pessoa jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interli-
gada; ou (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – pessoa física que seja acionista controladora, sócia, titular ou admi-
nistradora da pessoa jurídica devedora. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)

Seção II
Do Pedido e do Processamento da Recuperação Judicial

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:


I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor
e das razões da crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios
sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas
com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obri-
gatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;

1588
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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e) descrição das sociedades de grupo societário, de fato ou de direito;


(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obri-
gação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a nature-
za, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem,
o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis
de cada transação pendente;
III – a relação nominal completa dos credores, sujeitos ou não à recu-
peração judicial, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a
indicação do endereço físico e eletrônico de cada um, a natureza, conforme
estabelecido nos arts. 83 e 84 desta Lei, e o valor atualizado do crédito, com
a discriminação de sua origem, e o regime dos vencimentos; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas
funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o
correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores penden-
tes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o
ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos admi-
nistradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas
eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos
de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas institui-
ções financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domi-
cílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que
este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa
dos respectivos valores demandados.

1589
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais e pro-


cedimentos arbitrais em que este figure como parte, inclusive as de natureza
trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados; (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
X – o relatório detalhado do passivo fiscal; e (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
XI – a relação de bens e direitos integrantes do ativo não circulante, inclu-
ídos aqueles não sujeitos à recuperação judicial, acompanhada dos negócios
jurídicos celebrados com os credores de que trata o § 3º do art. 49 desta Lei.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares,
na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do
administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado.
§ 2º Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo,
as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e
escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica.
§ 3º O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a
que se referem os §§ 1º e 2º deste artigo ou de cópia destes.
§ 4º Na hipótese de o ajuizamento da recuperação judicial ocorrer antes
da data final de entrega do balanço correspondente ao exercício anterior, o
devedor apresentará balanço prévio e juntará o balanço definitivo no prazo
da lei societária aplicável. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º O valor da causa corresponderá ao montante total dos créditos sujei-
tos à recuperação judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 6º Em relação ao período de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei: (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a exposição referida no inciso I do caput deste artigo deverá comprovar
a crise de insolvência, caracterizada pela insuficiência de recursos financeiros
ou patrimoniais com liquidez suficiente para saldar suas dívidas; (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1590
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II – os requisitos do inciso II do caput deste artigo serão substituídos pelos


documentos mencionados no § 3º do art. 48 desta Lei relativos aos últimos 2
(dois) anos. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 51-A. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, poderá
o juiz, quando reputar necessário, nomear profissional de sua confiança, com
capacidade técnica e idoneidade, para promover a constatação exclusivamen-
te das reais condições de funcionamento da requerente e da regularidade e
da completude da documentação apresentada com a petição inicial. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º A remuneração do profissional de que trata o caput deste artigo deve-
rá ser arbitrada posteriormente à apresentação do laudo e deverá considerar
a complexidade do trabalho desenvolvido. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 2º O juiz deverá conceder o prazo máximo de 5 (cinco) dias para que o
profissional nomeado apresente laudo de constatação das reais condições de
funcionamento do devedor e da regularidade documental. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º A constatação prévia será determinada sem que seja ouvida a outra
parte e sem apresentação de quesitos por qualquer das partes, com a possi-
bilidade de o juiz determinar a realização da diligência sem a prévia ciência
do devedor, quando entender que esta poderá frustrar os seus objetivos. (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º O devedor será intimado do resultado da constatação prévia conco-
mitantemente à sua intimação da decisão que deferir ou indeferir o processa-
mento da recuperação judicial, ou que determinar a emenda da petição ini-
cial, e poderá impugná-la mediante interposição do recurso cabível. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º A constatação prévia consistirá, objetivamente, na verificação das
reais condições de funcionamento da empresa e da regularidade documental,
vedado o indeferimento do processamento da recuperação judicial baseado
na análise de viabilidade econômica do devedor. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

1591
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§ 6º Caso a constatação prévia detecte indícios contundentes de utilização


fraudulenta da ação de recuperação judicial, o juiz poderá indeferir a petição
inicial, sem prejuízo de oficiar ao Ministério Público para tomada das provi-
dências criminais eventualmente cabíveis. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 7º Caso a constatação prévia demonstre que o principal estabelecimento
do devedor não se situa na área de competência do juízo, o juiz deverá de-
terminar a remessa dos autos, com urgência, ao juízo competente. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei,
o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 des-
ta Lei;
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para
que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder
Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
observando o disposto no art. 69 desta Lei;
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para
que o devedor exerça suas atividades, observado o disposto no § 3º do art.
195 da Constituição Federal e no art. 69 desta Lei; (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o de-
vedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no
juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º, 2º e 7º
do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º
e 4º do art. 49 desta Lei;
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas
mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição
de seus administradores;

1592
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V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta


às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o
devedor tiver estabelecimento.
V – ordenará a intimação eletrônica do Ministério Público e das Fazen-
das Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em
que o devedor tiver estabelecimento, a fim de que tomem conhecimento da
recuperação judicial e informem eventuais créditos perante o devedor, para
divulgação aos demais interessados. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 1º O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão ofi-
cial, que conterá:
I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processa-
mento da recuperação judicial;
II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualiza-
do e a classificação de cada crédito;
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na
forma do art. 7º, § 1º, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção
ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art.
55 desta Lei.
§ 2º Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores po-
derão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembleia-geral para a
constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, obser-
vado o disposto no § 2º do art. 36 desta Lei.
§ 3º No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comu-
nicar a suspensão aos juízos competentes.
§ 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após
o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistên-
cia na assembleia-geral de credores.

1593
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Seção III
Do Plano de Recuperação Judicial

Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo


no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que
deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em
falência, e deverá conter:
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empre-
gados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do deve-
dor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos
credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para
a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior
a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do traba-
lho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de
recuperação judicial.
Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30
(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por
trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3
(três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial.
§ 1º O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias
para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalha-
dor, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) me-
ses anteriores ao pedido de recuperação judicial. (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O prazo estabelecido no caput deste artigo poderá ser estendido em
até 2 (dois) anos, se o plano de recuperação judicial atender aos seguintes
requisitos, cumulativamente: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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I – apresentação de garantias julgadas suficientes pelo juiz; (Incluído pela


Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – aprovação pelos credores titulares de créditos derivados da legislação
trabalhista ou decorrentes de acidentes de trabalho, na forma do § 2º do art.
45 desta Lei; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – garantia da integralidade do pagamento dos créditos trabalhistas.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção IV
Do Procedimento de Recuperação Judicial

Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano
de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da
relação de credores de que trata o § 2º do art. 7º desta Lei.
Parágrafo único. Caso, na data da publicação da relação de que trata o
caput deste artigo, não tenha sido publicado o aviso previsto no art. 53,
parágrafo único, desta Lei, contar-se-á da publicação deste o prazo para as
objeções.
Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação
judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre
o plano de recuperação.
§ 1º A data designada para a realização da assembleia-geral não excederá
150 (cento e cinquenta) dias contados do deferimento do processamento da
recuperação judicial.
§ 2º A assembleia-geral que aprovar o plano de recuperação judicial pode-
rá indicar os membros do Comitê de Credores, na forma do art. 26 desta Lei,
se já não estiver constituído.
§ 3º O plano de recuperação judicial poderá sofrer alterações na assembleia-
-geral, desde que haja expressa concordância do devedor e em termos que não
impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos credores ausentes.

1595
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§ 4º Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores,


o juiz decretará a falência do devedor.
§ 4º Rejeitado o plano de recuperação judicial, o administrador judicial
submeterá, no ato, à votação da assembleia-geral de credores a concessão
de prazo de 30 (trinta) dias para que seja apresentado plano de recuperação
judicial pelos credores. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º A concessão do prazo a que se refere o § 4º deste artigo deverá ser
aprovada por credores que representem mais da metade dos créditos pre-
sentes à assembleia-geral de credores. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 6º O plano de recuperação judicial proposto pelos credores somente
será posto em votação caso satisfeitas, cumulativamente, as seguintes con-
dições: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – não preenchimento dos requisitos previstos no § 1º do art. 58 desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – preenchimento dos requisitos previstos nos incisos I, II e III do caput
do art. 53 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – apoio por escrito de credores que representem, alternativamente:
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
a) mais de 25% (vinte e cinco por cento) dos créditos totais sujeitos à re-
cuperação judicial; ou (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
b) mais de 35% (trinta e cinco por cento) dos créditos dos credores pre-
sentes à assembleia-geral a que se refere o § 4º deste artigo; (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – não imputação de obrigações novas, não previstas em lei ou em con-
tratos anteriormente celebrados, aos sócios do devedor; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
V – previsão de isenção das garantias pessoais prestadas por pessoas
naturais em relação aos créditos a serem novados e que sejam de titularida-
de dos credores mencionados no inciso III deste parágrafo ou daqueles que

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votarem favoravelmente ao plano de recuperação judicial apresentado pelos


credores, não permitidas ressalvas de voto; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
VI – não imposição ao devedor ou aos seus sócios de sacrifício maior do
que aquele que decorreria da liquidação na falência. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º O plano de recuperação judicial apresentado pelos credores poderá
prever a capitalização dos créditos, inclusive com a consequente alteração do
controle da sociedade devedora, permitido o exercício do direito de retirada
pelo sócio do devedor. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 8º Não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º deste artigo, ou rejeitado o
plano de recuperação judicial proposto pelos credores, o juiz convolará a recu-
peração judicial em falência. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 9º Na hipótese de suspensão da assembleia-geral de credores convoca-
da para fins de votação do plano de recuperação judicial, a assembleia deve-
rá ser encerrada no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da data de sua
instalação. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 56-A. Até 5 (cinco) dias antes da data de realização da assembleia-
-geral de credores convocada para deliberar sobre o plano, o devedor poderá
comprovar a aprovação dos credores por meio de termo de adesão, obser-
vado o quórum previsto no art. 45 desta Lei, e requerer a sua homologação
judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º No caso previsto no caput deste artigo, a assembleia-geral será ime-
diatamente dispensada, e o juiz intimará os credores para apresentarem
eventuais oposições, no prazo de 10 (dez) dias, o qual substituirá o prazo ini-
cialmente estipulado nos termos do caput do art. 55 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Oferecida oposição prevista no § 1º deste artigo, terá o devedor o
prazo de 10 (dez) dias para manifestar-se a respeito, ouvido a seguir o admi-
nistrador judicial, no prazo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

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§ 3º No caso de dispensa da assembleia-geral ou de aprovação do plano


de recuperação judicial em assembleia-geral, as oposições apenas poderão
versar sobre: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – não preenchimento do quórum legal de aprovação; (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – descumprimento do procedimento disciplinado nesta Lei; (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – irregularidades do termo de adesão ao plano de recuperação; ou (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – irregularidades e ilegalidades do plano de recuperação. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembleia-ge-
ral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção
de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários
nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966
- Código Tributário Nacional.
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recupera-
ção judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos
termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de
credores na forma do art. 45 desta Lei.
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recupera-
ção judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos
termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de
credores na forma dos arts. 45 ou 56-A desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que
não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma
assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor
de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes;

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II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art.


45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes,
a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
II – a aprovação de 3 (três) das classes de credores ou, caso haja somente
3 (três) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 2 (duas)
das classes ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas, sempre nos termos do art. 45 desta
Lei; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei.
§ 2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no §
1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os cre-
dores da classe que o houver rejeitado.
§ 3º Da decisão que conceder a recuperação judicial serão intimados ele-
tronicamente o Ministério Público e as Fazendas Públicas federal e de todos os
Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimen-
to. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 58-A. Rejeitado o plano de recuperação proposto pelo devedor ou
pelos credores e não preenchidos os requisitos estabelecidos no § 1º do art.
58 desta Lei, o juiz convolará a recuperação judicial em falência. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. Da sentença prevista no caput deste artigo caberá agravo
de instrumento. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos an-
teriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem
prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1º do art. 50 desta Lei.
§ 1º A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá tí-
tulo executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

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§ 2º Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo,


que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público.
§ 3º Da decisão que conceder a recuperação judicial serão intimadas ele-
tronicamente as Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito
Federal e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação
judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz orde-
nará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.
Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não
haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de
natureza tributária, observado o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei.
Parágrafo-único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não
haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor de qualquer na-
tureza, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regula-
tória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista, observado
o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 60-A. A unidade produtiva isolada de que trata o art. 60 desta Lei
poderá abranger bens, direitos ou ativos de qualquer natureza, tangíveis ou
intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas participações dos sócios. (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não afasta a incidên-
cia do inciso VI do caput e do § 2º do art. 73 desta Lei. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor per-
manecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações
previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da
recuperação judicial.

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Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o juiz poderá
determinar a manutenção do devedor em recuperação judicial até que sejam
cumpridas todas as obrigações previstas no plano que vencerem até, no má-
ximo, 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial, independen-
temente do eventual período de carência. (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 1º Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumpri-
mento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da
recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei.
§ 2º Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos
e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores
eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito
da recuperação judicial.
Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descum-
primento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial,
qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com
base no art. 94 desta Lei.
Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do
art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da recupera-
ção judicial e determinará:
I – o pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somen-
te podendo efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de con-
tas, no prazo de 30 (trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso
III do caput deste artigo;
II – a apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas;
III – a apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial,
no prazo máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de
recuperação pelo devedor;
IV – a dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador
judicial;

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V – a comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências


cabíveis.
V – a comunicação ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Espe-
cial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia para as providên-
cias cabíveis. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O encerramento da recuperação judicial não dependerá
da consolidação do quadro-geral de credores. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou
seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial,
sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se
qualquer deles:
I – houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por
crime cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime
contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica previstos na
legislação vigente;
II – houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei;
III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de
seus credores;
IV – houver praticado qualquer das seguintes condutas:
a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua
situação patrimonial;
b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação
ao capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras cir-
cunstâncias análogas;
c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações pre-
judiciais ao seu funcionamento regular;
d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso
III do caput do art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo
de decisão judicial;

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V – negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial


ou pelos demais membros do Comitê;
VI – tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial.
Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste artigo,
o juiz destituirá o administrador, que será substituído na forma prevista nos
atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação judicial.
Art. 65. Quando do afastamento do devedor, nas hipóteses previstas no
art. 64 desta Lei, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deli-
berar sobre o nome do gestor judicial que assumirá a administração das ati-
vidades do devedor, aplicando-se-lhe, no que couber, todas as normas sobre
deveres, impedimentos e remuneração do administrador judicial.
§ 1º O administrador judicial exercerá as funções de gestor enquanto a
assembleia-geral não deliberar sobre a escolha deste.
§ 2º Na hipótese de o gestor indicado pela assembleia-geral de credores
recusar ou estar impedido de aceitar o encargo para gerir os negócios do de-
vedor, o juiz convocará, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, contado da
recusa ou da declaração do impedimento nos autos, nova assembleia-geral,
aplicado o disposto no § 1º deste artigo.
Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor
não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, sal-
vo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com
exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial.
Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor
não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo não circulante, in-
clusive para os fins previstos no art. 67 desta Lei, salvo mediante autorização
do juiz, depois de ouvido o Comitê de Credores, se houver, com exceção da-
queles previamente autorizados no plano de recuperação judicial. (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Autorizada a alienação de que trata o caput deste artigo pelo juiz,
observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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I – nos 5 (cinco) dias subsequentes à data da publicação da decisão, cre-


dores que corresponderem a mais de 15% (quinze por cento) do valor total de
créditos sujeitos à recuperação judicial, comprovada a prestação da caução
equivalente ao valor total da alienação, poderão manifestar ao administrador
judicial, fundamentadamente, o interesse na realização da assembleia-geral
de credores para deliberar sobre a realização da venda; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
II – nas 48 (quarenta e oito) horas posteriores ao final do prazo previs-
to no inciso I deste parágrafo, o administrador judicial apresentará ao juiz
relatório das manifestações recebidas e, somente na hipótese de cumpridos
os requisitos estabelecidos, requererá a convocação de assembleia-geral de
credores, que será realizada da forma mais célere, eficiente e menos onerosa,
preferencialmente por intermédio dos instrumentos referidos no § 4º do art.
39 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º As despesas com a convocação e a realização da assembleia-geral
correrão por conta dos credores referidos no inciso I do § 1º deste artigo, pro-
porcionalmente ao valor total de seus créditos. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 3º Desde que a alienação seja realizada com observância do disposto
no § 1º do art. 141 e no art. 142 desta Lei, o objeto da alienação estará livre
de qualquer ônus e não haverá sucessão do adquirente nas obrigações do
devedor, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regu-
latória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º O disposto no caput deste artigo não afasta a incidência do inciso VI
do caput e do § 2º do art. 73 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 66-A. A alienação de bens ou a garantia outorgada pelo devedor a
adquirente ou a financiador de boa-fé, desde que realizada mediante autori-
zação judicial expressa ou prevista em plano de recuperação judicial ou extra-

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judicial aprovado, não poderá ser anulada ou tornada ineficaz após a consu-
mação do negócio jurídico com o recebimento dos recursos correspondentes
pelo devedor. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor
durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com
fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados
extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que cou-
ber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial
pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-
-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral
de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos
bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.
Parágrafo único. O plano de recuperação judicial poderá prever tratamen-
to diferenciado aos créditos sujeitos à recuperação judicial pertencentes a
fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente
após o pedido de recuperação judicial, desde que tais bens ou serviços sejam
necessários para a manutenção das atividades e que o tratamento diferen-
ciado seja adequado e razoável no que concerne à relação comercial futura.
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social –
INSS poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de
seus créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros
estabelecidos na Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário
Nacional.
Parágrafo único. As microempresas e empresas de pequeno porte farão
jus a prazos 20% (vinte por cento) superiores àqueles regularmente concedi-
dos às demais empresas. (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

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Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor


sujeito ao procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o
nome empresarial, a expressão “em Recuperação Judicial”.
Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a
anotação da recuperação judicial no registro correspondente.
Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas e à
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil a anotação da recuperação
judicial nos registros correspondentes. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

Seção IV-A
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Do Financiamento do Devedor e do Grupo
Devedor durante a Recuperação Judicial’

Art. 69-A. Durante a recuperação judicial, nos termos dos arts. 66 e 67


desta Lei, o juiz poderá, depois de ouvido o Comitê de Credores, autorizar
a celebração de contratos de financiamento com o devedor, garantidos pela
oneração ou pela alienação fiduciária de bens e direitos, seus ou de terceiros,
pertencentes ao ativo não circulante, para financiar as suas atividades e as
despesas de reestruturação ou de preservação do valor de ativos. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-B. A modificação em grau de recurso da decisão autorizativa da
contratação do financiamento não pode alterar sua natureza extraconcursal,
nos termos do art. 84 desta Lei, nem as garantias outorgadas pelo devedor
em favor do financiador de boa-fé, caso o desembolso dos recursos já tenha
sido efetivado. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-C. O juiz poderá autorizar a constituição de garantia subordinada
sobre um ou mais ativos do devedor em favor do financiador de devedor em
recuperação judicial, dispensando a anuência do detentor da garantia origi-
nal. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 1º A garantia subordinada, em qualquer hipótese, ficará limitada ao


eventual excesso resultante da alienação do ativo objeto da garantia original.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica a qualquer modalidade
de alienação fiduciária ou de cessão fiduciária. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 69-D. Caso a recuperação judicial seja convolada em falência antes
da liberação integral dos valores de que trata esta Seção, o contrato de finan-
ciamento será considerado automaticamente rescindido. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. As garantias constituídas e as preferências serão conser-
vadas até o limite dos valores efetivamente entregues ao devedor antes da
data da sentença que convolar a recuperação judicial em falência. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-E. O financiamento de que trata esta Seção poderá ser realizado
por qualquer pessoa, inclusive credores, sujeitos ou não à recuperação judi-
cial, familiares, sócios e integrantes do grupo do devedor. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-F. Qualquer pessoa ou entidade pode garantir o financiamento de
que trata esta Seção mediante a oneração ou a alienação fiduciária de bens
e direitos, inclusive o próprio devedor e os demais integrantes do seu gru-
po, estejam ou não em recuperação judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

Seção IV-B
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Da Consolidação Processual e da Consolidação Substancial’

Art. 69-G. Os devedores que atendam aos requisitos previstos nesta Lei
e que integrem grupo sob controle societário comum poderão requerer recu-
peração judicial sob consolidação processual. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

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§ 1º Cada devedor apresentará individualmente a documentação exigida


no art. 51 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O juízo do local do principal estabelecimento entre os dos devedores
é competente para deferir a recuperação judicial sob consolidação processual,
em observância ao disposto no art. 3º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 3º Exceto quando disciplinado de forma diversa, as demais disposições
desta Lei aplicam-se aos casos de que trata esta Seção. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-H. Na hipótese de a documentação de cada devedor ser conside-
rada adequada, apenas um administrador judicial será nomeado, observado
o disposto na Seção III do Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 69-I. A consolidação processual, prevista no art. 69-G desta Lei,
acarreta a coordenação de atos processuais, garantida a independência dos
devedores, dos seus ativos e dos seus passivos. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 1º Os devedores proporão meios de recuperação independentes e espe-
cíficos para a composição de seus passivos, admitida a sua apresentação em
plano único. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
§ 2º Os credores de cada devedor deliberarão em assembleias-gerais de
credores independentes. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Os quóruns de instalação e de deliberação das assembleias-gerais de
que trata o § 2º deste artigo serão verificados, exclusivamente, em referên-
cia aos credores de cada devedor, e serão elaboradas atas para cada um dos
devedores. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º A consolidação processual não impede que alguns devedores obte-
nham a concessão da recuperação judicial e outros tenham a falência decre-
tada. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 5º Na hipótese prevista no § 4º deste artigo, o processo será desmem-


brado em tantos processos quantos forem necessários. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-J. O juiz poderá, de forma excepcional, independentemente da
realização de assembleia-geral, autorizar a consolidação substancial de ati-
vos e passivos dos devedores integrantes do mesmo grupo econômico que
estejam em recuperação judicial sob consolidação processual, apenas quando
constatar a interconexão e a confusão entre ativos ou passivos dos devedo-
res, de modo que não seja possível identificar a sua titularidade sem excessi-
vo dispêndio de tempo ou de recursos, cumulativamente com a ocorrência de,
no mínimo, 2 (duas) das seguintes hipóteses: (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
I – existência de garantias cruzadas; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
II – relação de controle ou de dependência; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
III – identidade total ou parcial do quadro societário; e (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – atuação conjunta no mercado entre os postulantes. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 69-K. Em decorrência da consolidação substancial, ativos e passivos
de devedores serão tratados como se pertencessem a um único devedor. (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º A consolidação substancial acarretará a extinção imediata de garan-
tias fidejussórias e de créditos detidos por um devedor em face de outro.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A consolidação substancial não impactará a garantia real de nenhum
credor, exceto mediante aprovação expressa do titular. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)

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Art. 69-L. Admitida a consolidação substancial, os devedores apresenta-


rão plano unitário, que discriminará os meios de recuperação a serem em-
pregados e será submetido a uma assembleia-geral de credores para a qual
serão convocados os credores dos devedores. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 1º As regras sobre deliberação e homologação previstas nesta Lei serão
aplicadas à assembleia-geral de credores a que se refere o caput deste artigo.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A rejeição do plano unitário de que trata o caput deste artigo im-
plicará a convolação da recuperação judicial em falência dos devedores sob
consolidação substancial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção V
Do Plano de Recuperação Judicial para
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1º desta Lei e que se incluam nos
conceitos de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da le-
gislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo.
§ 1º As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme defini-
das em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde
que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51
desta Lei.
§ 2º Os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos
habilitados na recuperação judicial.
Art. 70-A. O produtor rural de que trata o § 3º do art. 48 desta Lei poderá
apresentar plano especial de recuperação judicial, nos termos desta Seção,
desde que o valor da causa não exceda a R$ 4.800.000,00 (quatro milhões e
oitocentos mil reais). (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 71. O plano especial de recuperação judicial será apresentado no pra-
zo previsto no art. 53 desta Lei e limitar-se á às seguintes condições:

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I – abrangerá exclusivamente os créditos quirografários, excetuados os


decorrentes de repasse de recursos oficiais e os previstos nos §§ 3º e 4º do
art. 49 desta Lei;
I – abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que
não vencidos, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os
fiscais e os previstos nos §§ 3º e 4º do art. 49; (Redação dada pela Lei Com-
plementar n. 147, de 2014)
II – preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais,
iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12%
a.a. (doze por cento ao ano);
II – preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais,
iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia - SELIC, podendo conter ainda a proposta de
abatimento do valor das dívidas; (Redação dada pela Lei Complementar n.
147, de 2014)
III – preverá o pagamento da 1ª (primeira) parcela no prazo máximo de
180 (cento e oitenta) dias, contado da distribuição do pedido de recuperação
judicial;
IV – estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o
administrador judicial e o Comitê de Credores, para o devedor aumentar des-
pesas ou contratar empregados.
Parágrafo único. O pedido de recuperação judicial com base em plano
especial não acarreta a suspensão do curso da prescrição nem das ações e
execuções por créditos não abrangidos pelo plano.
Art. 72. Caso o devedor de que trata o art. 70 desta Lei opte pelo pedido
de recuperação judicial com base no plano especial disciplinado nesta Seção,
não será convocada assembleia-geral de credores para deliberar sobre o pla-
no, e o juiz concederá a recuperação judicial se atendidas as demais exigên-
cias desta Lei.

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Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente o pedido de recu-


peração judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos
termos do art. 55 desta Lei, de credores titulares de mais da metade dos cré-
ditos descritos no inciso I do caput do art. 71 desta Lei.
Parágrafo único. O juiz também julgará improcedente o pedido de recu-
peração judicial e decretará a falência do devedor se houver objeções, nos
termos do art. 55, de credores titulares de mais da metade de qualquer uma
das classes de créditos previstos no art. 83, computados na forma do art. 45,
todos desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar n. 147, de 2014)

CAPÍTULO IV
DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA

Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação


judicial:
I – por deliberação da assembleia-geral de credores, na forma do art. 42
desta Lei;
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no pra-
zo do art. 53 desta Lei;
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do
§ 4º do art. 56 desta Lei;
III – quando não aplicado o disposto nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 56 desta
Lei, ou rejeitado o plano de recuperação judicial proposto pelos credores, nos
termos do § 7º do art. 56 e do art. 58-A desta Lei; (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de
recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei.
V – por descumprimento dos parcelamentos referidos no art. 68 desta Lei
ou da transação prevista no art. 10-C da Lei n. 10.522, de 19 de julho de
2002; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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VI – quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que


implique liquidação substancial da empresa, em prejuízo de credores não su-
jeitos à recuperação judicial, inclusive as Fazendas Públicas. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da fa-
lência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial,
nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de
ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei.
§ 1º O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por ina-
dimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos
incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no
inciso III do caput do art. 94 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 2º A hipótese prevista no inciso VI do caput deste artigo não implicará a
invalidade ou a ineficácia dos atos, e o juiz determinará o bloqueio do produto
de eventuais alienações e a devolução ao devedor dos valores já distribuídos,
os quais ficarão à disposição do juízo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 3º Considera-se substancial a liquidação quando não forem reservados
bens, direitos ou projeção de fluxo de caixa futuro suficientes à manutenção
da atividade econômica para fins de cumprimento de suas obrigações, facul-
tada a realização de perícia específica para essa finalidade. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de adminis-
tração, endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recupera-
ção judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei.

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CAPÍTULO V
DA FALÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas ati-


vidades, visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e
recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeri-
dade e da economia processual.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas ativi-
dades, visa a: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, dos ativos e dos
recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa; (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à re-
alocação eficiente de recursos na economia; e (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
III – fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do
retorno célere do empreendedor falido à atividade econômica. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da
economia processual, sem prejuízo do contraditório, da ampla defesa e dos
demais princípios previstos na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e
sociais decorrentes da atividade empresarial, por meio da liquidação imediata
do devedor e da rápida realocação útil de ativos na economia. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas


as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas
trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar
como autor ou litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste
artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser
intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das
dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com
o abatimento proporcional dos juros, e converte todos os créditos em moeda
estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial, para
todos os efeitos desta Lei.
Art. 78. Os pedidos de falência estão sujeitos a distribuição obrigatória,
respeitada a ordem de apresentação.
Parágrafo único. As ações que devam ser propostas no juízo da falência
estão sujeitas a distribuição por dependência.
Art. 79. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos
os outros na ordem dos feitos, em qualquer instância.
Art. 80. Considerar-se-ão habilitados os créditos remanescentes da recu-
peração judicial, quando definitivamente incluídos no quadro-geral de credo-
res, tendo prosseguimento as habilitações que estejam em curso.
Art. 81. A decisão que decreta a falência da sociedade com sócios ilimita-
damente responsáveis também acarreta a falência destes, que ficam sujeitos
aos mesmos efeitos jurídicos produzidos em relação à sociedade falida e, por
isso, deverão ser citados para apresentar contestação, se assim o desejarem.
§ 1º O disposto no caput deste artigo aplica-se ao sócio que tenha se re-
tirado voluntariamente ou que tenha sido excluído da sociedade, há menos
de 2 (dois) anos, quanto às dívidas existentes na data do arquivamento da
alteração do contrato, no caso de não terem sido solvidas até a data da de-
cretação da falência.

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§ 2º As sociedades falidas serão representadas na falência por seus admi-


nistradores ou liquidantes, os quais terão os mesmos direitos e, sob as mes-
mas penas, ficarão sujeitos às obrigações que cabem ao falido.
Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limita-
da, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida
nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independente-
mente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o pas-
sivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.
§ 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da
sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista
no caput deste artigo.
§ 2º O juiz poderá, de ofício ou mediante requerimento das partes in-
teressadas, ordenar a indisponibilidade de bens particulares dos réus, em
quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de
responsabilização.
Art. 82-A. A extensão dos efeitos da falência somente será admitida
quando estiverem presentes os requisitos da desconsideração da personali-
dade jurídica de que trata o art. 50 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
- Código Civil. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Art. 82-A. É vedada a extensão da falência ou de seus efeitos, no todo ou
em parte, aos sócios de responsabilidade limitada, aos controladores e aos
administradores da sociedade falida, admitida, contudo, a desconsideração
da personalidade jurídica. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. A desconsideração da personalidade jurídica da sociedade
falida, para fins de responsabilização de terceiros, grupo, sócio ou adminis-
trador por obrigação desta, somente pode ser decretada pelo juízo falimentar
com a observância do art. 50 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Có-
digo Civil) e dos arts. 133, 134, 135, 136 e 137 da Lei n. 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil), não aplicada a suspensão de que
trata o § 3º do art. 134 da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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Seção II
Da Classificação dos Créditos

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:


I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento
e cinquenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de
trabalho;
I – os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento
e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes
de trabalho; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
II – os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor
do bem gravado; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de
constituição, excetuadas as multas tributárias;
III – os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do
tempo de constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tribu-
tárias; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – créditos com privilégio especial, a saber: (Revogado pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
a) os previstos no art. 964 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
(Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição
contrária desta Lei; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa
dada em garantia; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das micro-
empresas e empresas de pequeno porte de que trata a Lei Complementar n.
123, de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar n. 147, de
2014) (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)


b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
c) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
d) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição
contrária desta Lei;
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
c) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – créditos quirografários, a saber:
VI – os créditos quirografários, a saber: (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excede-
rem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens
vinculados ao seu pagamento; e (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
c) os saldos dos créditos derivados da legislação trabalhista que excede-
rem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis
penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias;

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VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis pe-
nais ou administrativas, incluídas as multas tributárias; (Redação dada pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
VIII – os créditos subordinados, a saber: (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
a) os previstos em lei ou em contrato; e (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício
cuja contratação não tenha observado as condições estritamente comutati-
vas e as práticas de mercado; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
IX – os juros vencidos após a decretação da falência, conforme previsto no
art. 124 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como
valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada
com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do
bem individualmente considerado.
§ 2º Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio
ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3º As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se
as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4º Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quiro-
grafários. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos cedidos a qualquer tí-
tulo manterão sua natureza e classificação. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

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§ 6º § 6º Para os fins do disposto nesta Lei, os créditos que disponham de


privilégio especial ou geral em outras normas integrarão a classe dos créditos
quirografários. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir,
os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e
créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de
trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; (Revo-
gado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e dis-
tribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida
tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a
recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação
da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação
da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com
precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir,
aqueles relativos: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – A - às quantias referidas nos arts. 150 e 151 desta Lei; (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – B - ao valor efetivamente entregue ao devedor em recuperação judicial
pelo financiador, em conformidade com o disposto na Seção IV-A do Capítulo
III desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – C - aos créditos em dinheiro objeto de restituição, conforme previsto
no art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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I – D - às remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus au-


xiliares, aos reembolsos devidos a membros do Comitê de Credores, e aos
créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes de
trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – E - às obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados du-
rante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a de-
cretação da falência; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – às quantias fornecidas à massa falida pelos credores; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – às despesas com arrecadação, administração, realização do ativo,
distribuição do seu produto e custas do processo de falência; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – às custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa
falida tenha sido vencida; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vi-
gência)
V – aos tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da
falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º As despesas referidas no inciso I-A do caput deste artigo serão pagas
pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O disposto neste artigo não afasta a hipótese prevista no art. 122
desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção III
Do Pedido de Restituição

Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que


se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá
pedir sua restituição.

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Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a


crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimen-
to de sua falência, se ainda não alienada.
Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese
em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter
ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado;
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional,
decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma
do art. 75, §§ 3º e 4º, da Lei n. 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o
prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o pre-
visto nas normas específicas da autoridade competente;
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hi-
pótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136
desta Lei.
IV – às Fazendas Públicas, relativamente a tributos passíveis de retenção
na fonte, de descontos de terceiros ou de sub-rogação e a valores recebidos
pelos agentes arrecadadores e não recolhidos aos cofres públicos. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. As restituições de que trata este artigo somente serão
efetuadas após o pagamento previsto no art. 151 desta Lei. (Revogado pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 87. O pedido de restituição deverá ser fundamentado e descreverá a
coisa reclamada.
§ 1º O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os docu-
mentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos
credores e do administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco)
dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à
restituição.

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§ 2º Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o


juiz designará audiência de instrução e julgamento, se necessária.
§ 3º Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sen-
tença.
Art. 88. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará
a entrega da coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
Parágrafo único. Caso não haja contestação, a massa não será condenada
ao pagamento de honorários advocatícios.
Art. 89. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o
requerente no quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber, na
forma desta Lei.
Art. 90. Da sentença que julgar o pedido de restituição caberá apelação
sem efeito suspensivo.
Parágrafo único. O autor do pedido de restituição que pretender receber o
bem ou a quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença pres-
tará caução.
Art. 91. O pedido de restituição suspende a disponibilidade da coisa até o
trânsito em julgado.
Parágrafo único. Quando diversos requerentes houverem de ser satisfeitos
em dinheiro e não existir saldo suficiente para o pagamento integral, far-se-á
rateio proporcional entre eles.
Art. 92. O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido ressarcirá a
massa falida ou a quem tiver suportado as despesas de conservação da coisa
reclamada.
Art. 93. Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguar-
dado o direito dos credores de propor embargos de terceiros, observada a
legislação processual civil.

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Seção IV
Do Procedimento para a Decretação da Falência

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:


I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação
líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma
ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido
de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano
de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio
ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retar-
dar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte
ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consenti-
mento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu
passivo;
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo
de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem
ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficien-
tes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de
seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano
de recuperação judicial.
§ 1º Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite
mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo.

1624
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§ 2º Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos


que nela não se possam reclamar.
§ 3º Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência
será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art.
9º desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos
de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica.
§ 4º Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será
instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução.
§ 5º Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência
descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e
especificando-se as que serão produzidas.
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua
recuperação judicial.
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta
Lei, não será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – pagamento da dívida;
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legiti-
me a cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contes-
tação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes
do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público
de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao
ato registrado.
§ 1º Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado
e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.

1625
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obs-


tam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas
pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo.
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventa-
riante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato consti-
tutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Em-
presas que comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução re-
lativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta
Lei.
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10
(dez) dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art.
94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros
e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e,
caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento
do valor pelo autor.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras de-
terminações:
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos
que forem a esse tempo seus administradores;
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de
90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação
judicial ou do 1º (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se,
para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

1626
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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III – ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias,


relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e
classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos,
sob pena de desobediência;
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o dis-
posto no § 1º do art. 7º desta Lei;
V – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido,
ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;
VI – proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens
do falido, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê,
se houver, ressalvados os bens cuja venda faça parte das atividades normais
do devedor se autorizada a continuação provisória nos termos do inciso XI do
caput deste artigo;
VII – determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interes-
ses das partes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou
de seus administradores quando requerida com fundamento em provas da
prática de crime definido nesta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da
falência no registro do devedor, para que conste a expressão “Falido”, a data da
decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
VIII – ordenará ao Registro Público de Empresas e à Secretaria Especial
da Receita Federal do Brasil que procedam à anotação da falência no registro
do devedor, para que dele constem a expressão “falido”, a data da decretação
da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei; (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IX – nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções
na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto
na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei;
X – determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e
outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;

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XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades


do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos,
observado o disposto no art. 109 desta Lei;
XII – determinará, quando entender conveniente, a convocação da assem-
bleia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo
ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento
na recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por
carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que
o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência.
XIII – ordenará a intimação eletrônica, nos termos da legislação vigente
e respeitadas as prerrogativas funcionais, respectivamente, do Ministério Pú-
blico e das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, Distrito Federal e
Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhe-
cimento da falência. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra
da decisão que decreta a falência e a relação de credores.
§ 1º O juiz ordenará a publicação de edital eletrônico com a íntegra da de-
cisão que decreta a falência e a relação de credores apresentada pelo falido.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A intimação eletrônica das pessoas jurídicas de direito público in-
tegrantes da administração pública indireta dos entes federativos referidos
no inciso XIII do caput deste artigo será direcionada: (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
I – no âmbito federal, à Procuradoria-Geral Federal e à Procuradoria-Geral
do Banco Central do Brasil; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, à respectiva Procurado-
ria-Geral, à qual competirá dar ciência a eventual órgão de representação
judicial específico das entidades interessadas; e (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

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III – no âmbito dos Municípios, à respectiva Procuradoria-Geral ou, se


inexistir, ao gabinete do Prefeito, à qual competirá dar ciência a eventual ór-
gão de representação judicial específico das entidades interessadas. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Após decretada a quebra ou convolada a recuperação judicial em fa-
lência, o administrador deverá, no prazo de até 60 (sessenta) dias, contado
do termo de nomeação, apresentar, para apreciação do juiz, plano detalhado
de realização dos ativos, inclusive com a estimativa de tempo não superior a
180 (cento e oitenta) dias a partir da juntada de cada auto de arrecadação, na
forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença
que julga a improcedência do pedido cabe apelação.
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado,
na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apu-
rando-se as perdas e danos em liquidação de sentença.
§ 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidaria-
mente responsáveis aqueles que se conduziram na forma prevista no caput
deste artigo.
§ 2º Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar inde-
nização dos responsáveis.

Seção V
Da Inabilitação Empresarial, dos Direitos e Deveres do Falido

Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empre-
sarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas
obrigações, respeitado o disposto no § 1º do art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer
ao juiz da falência que proceda à respectiva anotação em seu registro.

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Art. 103. Desde a decretação da falência ou do sequestro, o devedor per-


de o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
Parágrafo único. O falido poderá, contudo, fiscalizar a administração da
falência, requerer as providências necessárias para a conservação de seus
direitos ou dos bens arrecadados e intervir nos processos em que a massa
falida seja parte ou interessada, requerendo o que for de direito e interpondo
os recursos cabíveis.
Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres:
Art. 104. A decretação da falência impõe aos representantes legais do falido
os seguintes deveres: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de compa-
recimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço
completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo:
I – assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de compa-
recimento, com a indicação do nome, da nacionalidade, do estado civil e do
endereço completo do domicílio, e declarar, para constar do referido termo,
diretamente ao administrador judicial, em dia, local e hora por ele designa-
dos, por prazo não superior a 15 (quinze) dias após a decretação da falência,
o seguinte: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos cre-
dores;
b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios,
acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o con-
trato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas al-
terações;
c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto,
nome e endereço do mandatário;
e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabeleci-
mento;

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f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;


g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em
andamento em que for autor ou réu;
II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de compareci-
mento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administra-
dor judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
II – entregar ao administrador judicial os seus livros obrigatórios e os de-
mais instrumentos de escrituração pertinentes, que os encerrará por termo;
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo
justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob
as penas cominadas na lei;
IV – comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado
por procurador, quando não for indispensável sua presença;
V – entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao
administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que
porventura tenha em poder de terceiros;
V – entregar ao administrador judicial, para arrecadação, todos os bens,
papéis, documentos e senhas de acesso a sistemas contábeis, financeiros e
bancários, bem como indicar aqueles que porventura estejam em poder de
terceiros; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial,
credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à
falência;
VII – auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
VIII – examinar as habilitações de crédito apresentadas;
IX – assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos
livros;
X – manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
XI – apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores;

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XI – apresentar ao administrador judicial a relação de seus credores, em


arquivo eletrônico, no dia em que prestar as declarações referidas no inciso I
do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
XII – examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que
esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por
crime de desobediência.

Seção VI
Da Falência Requerida pelo Próprio Devedor

Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não aten-


der aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao
juízo sua falência, expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento
da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios
sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas
com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obri-
gatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natu-
reza e classificação dos respectivos créditos;
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva
estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade;
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em
vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a
relação de seus bens pessoais;

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V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos


por lei;
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os
respectivos endereços, suas funções e participação societária.
Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determina-
rá que seja emendado.
Art. 107. A sentença que decretar a falência do devedor observará a for-
ma do art. 99 desta Lei.
Parágrafo único. Decretada a falência, aplicam-se integralmente os dispo-
sitivos relativos à falência requerida pelas pessoas referidas nos incisos II a
IV do caput do art. 97 desta Lei.

Seção VII
Da Arrecadação e da Custódia dos Bens

Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o adminis-


trador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação
dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, reque-
rendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias.
§ 1º Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial
ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o fa-
lido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens.
§ 2º O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação.
§ 3º O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos en-
trará para a massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do adminis-
trador judicial, às autoridades competentes, determinando sua entrega.
§ 4º Não serão arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis.
§ 5º Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real
será também avaliado separadamente, para os fins do § 1º do art. 83 desta
Lei.

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Art. 109. O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a
execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa
falida ou dos interesses dos credores.
Art. 110. O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo respec-
tivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial,
pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou
presenciarem o ato.
§ 1º Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da arrecadação, o ad-
ministrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para apresentação
do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 (trinta) dias, contados da
apresentação do auto de arrecadação.
§ 2º Serão referidos no inventário:
I – os livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos do devedor, desig-
nando-se o estado em que se acham, número e denominação de cada um,
páginas escrituradas, data do início da escrituração e do último lançamento,
e se os livros obrigatórios estão revestidos das formalidades legais;
II – dinheiro, papéis, títulos de crédito, documentos e outros bens da mas-
sa falida;
III – os bens da massa falida em poder de terceiro, a título de guarda,
depósito, penhor ou retenção;
IV – os bens indicados como propriedade de terceiros ou reclamados por
estes, mencionando-se essa circunstância.
§ 3º Quando possível, os bens referidos no § 2º deste artigo serão indivi-
dualizados.
§ 4º Em relação aos bens imóveis, o administrador judicial, no prazo de
15 (quinze) dias após a sua arrecadação, exibirá as certidões de registro, ex-
traídas posteriormente à decretação da falência, com todas as indicações que
nele constarem.

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Art. 111. O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou co-


letiva, em razão dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou ad-
judicar, de imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a
regra de classificação e preferência entre eles, ouvido o Comitê.
Art. 112. Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja
necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permane-
cerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, mediante
compromisso.
Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável des-
valorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão
ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante
autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas.
Art. 114. O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outrocontra-
to referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para
a massa falida, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contrato disposto no caput deste artigo não gera direito de prefe-
rência na compra e não pode importar disposição total ou parcial dos bens.
§ 2º O bem objeto da contratação poderá ser alienado a qualquer tempo,
independentemente do prazo contratado, rescindindo-se, sem direito a mul-
ta, o contrato realizado, salvo se houver anuência do adquirente.
Art. 114-A. Se não forem encontrados bens para serem arrecadados, ou
se os arrecadados forem insuficientes para as despesas do processo, o ad-
ministrador judicial informará imediatamente esse fato ao juiz, que, ouvido o
representante do Ministério Público, fixará, por meio de edital, o prazo de 10
(dez) dias para os interessados se manifestarem. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 1º Um ou mais credores poderão requerer o prosseguimento da falência,
desde que paguem a quantia necessária às despesas e aos honorários do ad-
ministrador judicial, que serão considerados despesas essenciais nos termos
estabelecidos no inciso I-A do caput do art. 84 desta Lei. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 2º Decorrido o prazo previsto no caput sem manifestação dos interes-


sados, o administrador judicial promoverá a venda dos bens arrecadados no
prazo máximo de 30 (trinta) dias, para bens móveis, e de 60 (sessenta) dias,
para bens imóveis, e apresentará o seu relatório, nos termos e para os efeitos
dispostos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Proferida a decisão, a falência será encerrada pelo juiz nos autos.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção VIII
Dos Efeitos da Decretação da Falência sobre as Obrigações do Devedor

Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente


poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitada-
mente responsável na forma que esta Lei prescrever.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação,
os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas
quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem
ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar
o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e pre-
servação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de
até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação,
para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato.
§ 2º A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere
ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordi-
nário, constituirá crédito quirografário.

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Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá


dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento
do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de
seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as
seguintes regras:
I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor
e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as
tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transpor-
te, entregues ou remetidos pelo vendedor;
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial re-
solver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à dis-
posição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos;
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que
vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe
própria;
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel
comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não
continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do con-
trato, dos valores pagos;
V – tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa
ou mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e
pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do con-
trato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado;
VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação
respectiva;
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência
do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o
contrato;

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VIII – caso haja acordo para compensação e liquidação de obrigações no


âmbito do sistema financeiro nacional, nos termos da legislação vigente, a
parte não falida poderá considerar o contrato vencido antecipadamente, hipó-
tese em que será liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitin-
do-se a compensação de eventual crédito que venha a ser apurado em favor
do falido com créditos detidos pelo contratante;
IX – os patrimônios de afetação, constituídos para cumprimento de desti-
nação específica, obedecerão ao disposto na legislação respectiva, permane-
cendo seus bens, direitos e obrigações separados dos do falido até o advento
do respectivo termo ou até o cumprimento de sua finalidade, ocasião em que
o administrador judicial arrecadará o saldo a favor da massa falida ou inscre-
verá na classe própria o crédito que contra ela remanescer.
Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a
realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência,
cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão.
§ 1º O mandato conferido para representação judicial do devedor continua
em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.
§ 2º Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido
antes da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade
empresarial.
Art. 121. As contas correntes com o devedor consideram-se encerradas
no momento de decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo.
Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credo-
res, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação da falência, pro-
venha o vencimento da sentença de falência ou não, obedecidos os requisitos
da legislação civil.
Parágrafo único. Não se compensam:
I – os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso
de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; ou

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II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já


conhecido o estado de crise econômico-financeira do devedor ou cuja trans-
ferência se operou com fraude ou dolo.
Art. 123. Se o falido fizer parte de alguma sociedade como sócio coman-
ditário ou cotista, para a massa falida entrarão somente os haveres que na
sociedade ele possuir e forem apurados na forma estabelecida no contrato ou
estatuto social.
§ 1º Se o contrato ou o estatuto social nada disciplinar a respeito, a apu-
ração far-se-á judicialmente, salvo se, por lei, pelo contrato ou estatuto, a so-
ciedade tiver de liquidar-se, caso em que os haveres do falido, somente após
o pagamento de todo o passivo da sociedade, entrarão para a massa falida.
§ 2º Nos casos de condomínio indivisível de que participe o falido, o bem
será vendido e deduzir-se-á do valor arrecadado o que for devido aos demais
condôminos, facultada a estes a compra da quota-parte do falido nos termos
da melhor proposta obtida.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a
decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado
não bastar para o pagamento dos credores subordinados.
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures
e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o
produto dos bens que constituem a garantia.
Art. 125. Na falência do espólio, ficará suspenso o processo de inventário,
cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação
aos direitos e obrigações da massa falida.
Art. 126. Nas relações patrimoniais não reguladas expressamente nesta
Lei, o juiz decidirá o caso atendendo à unidade, à universalidade do concurso
e à igualdade de tratamento dos credores, observado o disposto no art. 75
desta Lei.

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Art. 127. O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decre-


tadas tem o direito de concorrer, em cada uma delas, pela totalidade do seu
crédito, até recebê-lo por inteiro, quando então comunicará ao juízo.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica ao falido cujas obriga-
ções tenham sido extintas por sentença, na forma do art. 159 desta Lei.
§ 2º Se o credor ficar integralmente pago por uma ou por diversas massas
coobrigadas, as que pagaram terão direito regressivo contra as demais, em
proporção à parte que pagaram e àquela que cada uma tinha a seu cargo.
§ 3º Se a soma dos valores pagos ao credor em todas as massas coobriga-
das exceder o total do crédito, o valor será devolvido às massas na proporção
estabelecida no § 2º deste artigo.
§ 4º Se os coobrigados eram garantes uns dos outros, o excesso de que
trata o § 3º deste artigo pertencerá, conforme a ordem das obrigações, às
massas dos coobrigados que tiverem o direito de ser garantidas.
Art. 128. Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos só-
cios ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às
quantias pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo legal.

Seção IX
Da Ineficácia e da Revogação de Atos Praticados antes da Falência

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o con-
tratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor,
seja ou não intenção deste fraudar credores:
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do
termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo
desconto do próprio título;
II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do ter-
mo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;

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III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro


do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens da-
dos em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá
a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da de-
cretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decreta-
ção da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consenti-
mento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existen-
tes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo,
salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após
serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de
títulos e documentos;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade en-
tre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis
realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação
anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, ale-
gada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no
curso do processo.
Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar
credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que
com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.
Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I a III e VI do art. 129
desta Lei que tenham sido previstos e realizados na forma definida no plano
de recuperação judicial será declarado ineficaz ou revogado.
Art. 131. Nenhum dos atos referidos nos incisos I, II, III e VI do caput do
art. 129 desta Lei que tenham sido previstos e realizados na forma definida
no plano de recuperação judicial ou extrajudicial será declarado ineficaz ou
revogado. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser
proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério
Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência.
Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida:
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pa-
gos, garantidos ou beneficiados;
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar
o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores;
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I
e II do caput deste artigo.
Art. 134. A ação revocatória correrá perante o juízo da falência e obede-
cerá ao procedimento ordinário previsto na Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil.
Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determi-
nará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios,
ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos.
Parágrafo único. Da sentença cabe apelação.
Art. 136. Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revoca-
tória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá
direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.
§ 1º Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será decla-
rada a ineficácia ou revogado o ato de cessão em prejuízo dos direitos dos
portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador.
§ 2º É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por
perdas e danos contra o devedor ou seus garantes.
Art. 137. O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, orde-
nar, como medida preventiva, na forma da lei processual civil, o sequestro dos
bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros.
Art. 138. O ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que prati-
cado com base em decisão judicial, observado o disposto no art. 131 desta Lei.

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Parágrafo único. Revogado o ato ou declarada sua ineficácia, ficará rescin-


dida a sentença que o motivou.

Seção X
Da Realização do Ativo

Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo
auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo.
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes for-
mas, observada a seguinte ordem de preferência:
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produ-
tivas isoladamente;
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabeleci-
mentos do devedor;
IV – alienação dos bens individualmente considerados.
§ 1º Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, po-
dem ser adotadas mais de uma forma de alienação.
§ 2º A realização do ativo terá início independentemente da formação do
quadro-geral de credores.
§ 3º A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados
bens necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá
compreender a transferência de contratos específicos.
§ 4º Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que de-
pendam de registro público, a este servirá como título aquisitivo suficiente o
mandado judicial respectivo.
Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da em-
presa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que
trata este artigo:

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Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da em-


presa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que tra-
ta o art. 142: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art.
83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo;
II – o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá su-
cessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza
tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de aciden-
tes de trabalho.
§ 1º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o
arrematante for:
I – sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4º (quarto) grau, consanguí-
neo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou
III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a su-
cessão.
§ 2º Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admiti-
dos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por
obrigações decorrentes do contrato anterior.
§ 3º A alienação nas modalidades de que trata o art. 142 desta Lei poderá
ser realizada com compartilhamento de custos operacionais por 2 (duas) ou
mais empresas em situação falimentar. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação
do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma
das seguintes modalidades:
I – leilão, por lances orais;
II – propostas fechadas; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – pregão. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 1º A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que tra-


ta este artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla
circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens
móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis,
facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhe-
cimento da venda. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja infe-
rior ao valor de avaliação. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei
n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 4º A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em
cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no
dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo,
assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência. (Re-
vogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, com-
portando 2 (duas) fases: (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – recebimento de propostas, na forma do § 3º deste artigo; (Revogado
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apre-
sentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior pro-
posta ofertada, na forma do § 2º deste artigo. (Revogado pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 6º A venda por pregão respeitará as seguintes regras: (Revogado pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – recebidas e abertas as propostas na forma do § 5º deste artigo, o juiz
ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de
seu inciso II, para comparecer ao leilão; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020)

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II – o valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior


ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica
obrigado; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não
seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a
prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo títu-
lo executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial. (Revo-
gado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será inti-
mado pessoalmente, sob pena de nulidade.
Art. 142. A alienação de bens dar-se-á por uma das seguintes modalida-
des: (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – leilão eletrônico, presencial ou híbrido; (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – processo competitivo organizado promovido por agente especializado
e de reputação ilibada, cujo procedimento deverá ser detalhado em relatório
anexo ao plano de realização do ativo ou ao plano de recuperação judicial,
conforme o caso; (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos desta Lei.
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º-A. A alienação de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
I – dar-se-á independentemente de a conjuntura do mercado no momen-
to da venda ser favorável ou desfavorável, dado o caráter forçado da venda;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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II – independerá da consolidação do quadro-geral de credores; (Incluído


pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – poderá contar com serviços de terceiros como consultores, corretores
e leiloeiros; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – deverá ocorrer no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, conta-
do da data da lavratura do auto de arrecadação, no caso de falência; (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – não estará sujeita à aplicação do conceito de preço vil. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Ao leilão eletrônico, presencial ou híbrido aplicam-se, no que couber,
as regras da Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Ci-
vil). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º-A. A alienação por leilão eletrônico, presencial ou híbrido dar-se-á:
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – em primeira chamada, no mínimo pelo valor de avaliação do bem; (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – em segunda chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da pri-
meira chamada, por no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor de ava-
liação; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – em terceira chamada, dentro de 15 (quinze) dias, contados da se-
gunda chamada, por qualquer preço. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 3º-B. A alienação prevista nos incisos IV e V do caput deste artigo, con-
forme disposições específicas desta Lei, observará o seguinte: (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – será aprovada pela assembleia-geral de credores; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
II – decorrerá de disposição de plano de recuperação judicial aprovado; ou
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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III – deverá ser aprovada pelo juiz, considerada a manifestação do admi-


nistrador judicial e do Comitê de Credores, se existente. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 7º Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público e as Fa-
zendas Públicas serão intimados por meio eletrônico, nos termos da legisla-
ção vigente e respeitadas as respectivas prerrogativas funcionais, sob pena
de nulidade. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 8º Todas as formas de alienação de bens realizadas de acordo com esta
Lei serão consideradas, para todos os fins e efeitos, alienações judiciais. (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 143. Em qualquer das modalidades de alienação referidas no art. 142
desta Lei, poderão ser apresentadas impugnações por quaisquer credores,
pelo devedor ou pelo Ministério Público, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras da arrematação, hipótese em que os autos serão conclusos ao juiz, que,
no prazo de 5 (cinco) dias, decidirá sobre as impugnações e, julgando-as
improcedentes, ordenará a entrega dos bens ao arrematante, respeitadas as
condições estabelecidas no edital.
§ 1º Impugnações baseadas no valor de venda do bem somente serão re-
cebidas se acompanhadas de oferta firme do impugnante ou de terceiro para
a aquisição do bem, respeitados os termos do edital, por valor presente supe-
rior ao valor de venda, e de depósito caucionário equivalente a 10% (dez por
cento) do valor oferecido. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A oferta de que trata o § 1º deste artigo vincula o impugnante e o
terceiro ofertante como se arrematantes fossem. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

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§ 3º Se houver mais de uma impugnação baseada no valor de venda do


bem, somente terá seguimento aquela que tiver o maior valor presente entre
elas. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º A suscitação infundada de vício na alienação pelo impugnante será
considerada ato atentatório à dignidade da justiça e sujeitará o suscitante à
reparação dos prejuízos causados e às penas previstas na Lei n. 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), para comportamentos aná-
logos. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 144. Havendo motivos justificados, o juiz poderá autorizar, mediante
requerimento fundamentado do administrador judicial ou do Comitê, modali-
dades de alienação judicial diversas das previstas no art. 142 desta Lei.
Art. 144-A. Frustrada a tentativa de venda dos bens da massa falida e
não havendo proposta concreta dos credores para assumi-los, os bens pode-
rão ser considerados sem valor de mercado e destinados à doação. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. Se não houver interessados na doação referida no caput
deste artigo, os bens serão devolvidos ao falido. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do
ativo, desde que aprovada pela assembleia-geral de credores, inclusive com
a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio deve-
dor, com a participação, se necessária, dos atuais sócios ou de terceiros.
§ 1º Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141
desta Lei.
§ 2º No caso de constituição de sociedade formada por empregados do
próprio devedor, estes poderão utilizar créditos derivados da legislação do
trabalho para a aquisição ou arrendamento da empresa. (Revogado pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 3º Não sendo aprovada pela assembleia-geral a proposta alternativa


para a realização do ativo, caberá ao juiz decidir a forma que será adotada,
levando em conta a manifestação do administrador judicial e do Comitê. (Re-
vogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 145. Por deliberação tomada nos termos do art. 42 desta Lei, os cre-
dores poderão adjudicar os bens alienados na falência ou adquiri-los por meio
de constituição de sociedade, de fundo ou de outro veículo de investimento,
com a participação, se necessária, dos atuais sócios do devedor ou de tercei-
ros, ou mediante conversão de dívida em capital. (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Aplica-se irrestritamente o disposto no art. 141 desta Lei à transfe-
rência dos bens à sociedade, ao fundo ou ao veículo de investimento men-
cionados no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º Será considerada não escrita qualquer restrição convencional à venda
ou à circulação das participações na sociedade, no fundo de investimento ou
no veículo de investimento a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 146. Em qualquer modalidade de realização do ativo adotada, fica a
massa falida dispensada da apresentação de certidões negativas.
Art. 147. As quantias recebidas a qualquer título serão imediatamente
depositadas em conta remunerada de instituição financeira, atendidos os re-
quisitos da lei ou das normas de organização judiciária.
Art. 148. O administrador judicial fará constar do relatório de que trata a
alínea p do inciso III do art. 22 os valores eventualmente recebidos no mês
vencido, explicitando a forma de distribuição dos recursos entre os credores,
observado o disposto no art. 149 desta Lei.

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Seção XI
Do Pagamento aos Credores

Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais,


na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as
importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao paga-
mento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei,
respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que deter-
minam reserva de importâncias.
§ 1º Havendo reserva de importâncias, os valores a ela relativos ficarão
depositados até o julgamento definitivo do crédito e, no caso de não ser este
finalmente reconhecido, no todo ou em parte, os recursos depositados serão
objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes.
§ 2º Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao levan-
tamento dos valores que lhes couberam em rateio serão intimados a fazê-lo
no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão objeto de rateio
suplementar entre os credores remanescentes.
Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à
administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das
atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas
pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa.
Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial ven-
cidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de
5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja dispo-
nibilidade em caixa.
Art. 152. Os credores restituirão em dobro as quantias recebidas, acres-
cidas dos juros legais, se ficar evidenciado dolo ou má-fé na constituição do
crédito ou da garantia.
Art. 153. Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao
falido.

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Seção XII
Do Encerramento da Falência e da Extinção das Obrigações do Falido

Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto


entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no
prazo de 30 (trinta) dias.
§ 1º As contas, acompanhadas dos documentos comprobatórios, serão
prestadas em autos apartados que, ao final, serão apensados aos autos da
falência.
§ 2º O juiz ordenará a publicação de aviso de que as contas foram entre-
gues e se encontram à disposição dos interessados, que poderão impugná-las
no prazo de 10 (dez) dias.
§ 3º Decorrido o prazo do aviso e realizadas as diligências necessárias à
apuração dos fatos, o juiz intimará o Ministério Público para manifestar-se no
prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual o administrador judicial será ouvido se
houver impugnação ou parecer contrário do Ministério Público.
§ 4º Cumpridas as providências previstas nos §§ 2º e 3º deste artigo, o
juiz julgará as contas por sentença.
§ 5º A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará
suas responsabilidades, poderá determinar a indisponibilidade ou o sequestro
de bens e servirá como título executivo para indenização da massa.
§ 6º Da sentença cabe apelação.
Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o
relatório final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ati-
vo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos
feitos aos credores, e especificará justificadamente as responsabilidades com
que continuará o falido.
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por
sentença.

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Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por


sentença e ordenará a intimação eletrônica às Fazendas Públicas federal e de
todos os Estados, Distrito Federal e Municípios em que o devedor tiver esta-
belecimento e determinará a baixa da falida no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ), expedido pela Secretaria Especial da Receita Federal do Bra-
sil. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e
dela caberá apelação.
Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça
a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerra-
mento da falência. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 158. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cin-
quenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o
depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto
não bastou a integral liquidação do ativo;
II – o pagamento, após realizado todo o ativo, de mais de 25% (vinte e
cinco por cento) dos créditos quirografários, facultado ao falido o depósito
da quantia necessária para atingir a referida porcentagem se para isso não
tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo; (Redação dada pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto
nesta Lei; (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta
Lei. (Revogado pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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V – o decurso do prazo de 3 (três) anos, contado da decretação da falên-


cia, ressalvada a utilização dos bens arrecadados anteriormente, que serão
destinados à liquidação para a satisfação dos credores habilitados ou com
pedido de reserva realizado; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – o encerramento da falência nos termos dos arts. 114-A ou 156 desta
Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o fali-
do poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas
extintas por sentença.
§ 1º O requerimento será autuado em apartado com os respectivos docu-
mentos e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação.
§ 2º No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer
credor pode opor-se ao pedido do falido. (Revogado pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o
requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as
obrigações na sentença de encerramento.
§ 1º A secretaria do juízo fará publicar imediatamente informação sobre
a apresentação do requerimento a que se refere este artigo, e, no prazo co-
mum de 5 (cinco) dias, qualquer credor, o administrador judicial e o Ministério
Público poderão manifestar-se exclusivamente para apontar inconsistências
formais e objetivas. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Findo o prazo, o juiz, em 15 (quinze) dias, proferirá sentença que
declare extintas todas as obrigações do falido, inclusive as de natureza traba-
lhista. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º A sentença que declarar extintas as obrigações será comunicada a
todas as pessoas e entidades informadas da decretação da falência.
§ 5º Da sentença cabe apelação.
§ 6º Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência.

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Art. 159-A. A sentença que declarar extintas as obrigações do falido, nos


termos do art. 159 desta Lei, somente poderá ser rescindida por ação resci-
sória, na forma prevista na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), a pedido de qualquer credor, caso se verifique que o falido
tenha sonegado bens, direitos ou rendimentos de qualquer espécie anteriores
à data do requerimento a que se refere o art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O direito à rescisão de que trata o caput deste artigo ex-
tinguir-se-á no prazo de 2 (dois) anos, contado da data do trânsito em julga-
do da sentença de que trata o art. 159 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 160. Verificada a prescrição ou extintas as obrigações nos termos
desta Lei, o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que
seja declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência.

CAPÍTULO VI
DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei po-
derá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de
natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de
acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3º, e 86,
inciso II do caput, desta Lei.
§ 1º Estão sujeitos à recuperação extrajudicial todos os créditos existen-
tes na data do pedido, exceto os créditos de natureza tributária e aqueles
previstos no § 3º do art. 49 e no inciso II do caput do art. 86 desta Lei, e a
sujeição dos créditos de natureza trabalhista e por acidentes de trabalho exi-
ge negociação coletiva com o sindicato da respectiva categoria profissional.
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 2º O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas


nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos.
§ 3º O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudi-
cial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido
recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extraju-
dicial há menos de 2 (dois) anos.
§ 4º O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não
acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade
do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de
recuperação extrajudicial.
§ 5º Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não po-
derão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais
signatários.
§ 6º A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial
constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput,
da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano
de recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que
contenha seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a
ele aderiram.
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano
de recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abran-
gidos, desde que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três
quintos) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos.
Art. 163. O devedor poderá também requerer a homologação de plano
de recuperação extrajudicial que obriga todos os credores por ele abrangi-
dos, desde que assinado por credores que representem mais da metade dos
créditos de cada espécie abrangidos pelo plano de recuperação extrajudicial.
(Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 1º O plano poderá abranger a totalidade de uma ou mais espécies de


créditos previstos no art. 83, incisos II, IV, V, VI e VIII do caput, desta Lei, ou
grupo de credores de mesma natureza e sujeito a semelhantes condições de
pagamento, e, uma vez homologado, obriga a todos os credores das espécies
por ele abrangidas, exclusivamente em relação aos créditos constituídos até
a data do pedido de homologação.
§ 2º Não serão considerados para fins de apuração do percentual previs-
to no caput deste artigo os créditos não incluídos no plano de recuperação
extrajudicial, os quais não poderão ter seu valor ou condições originais de
pagamento alteradas.
§ 3º Para fins exclusivos de apuração do percentual previsto no caput des-
te artigo:
I – o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional
pelo câmbio da véspera da data de assinatura do plano; e
II – não serão computados os créditos detidos pelas pessoas relacionadas
no art. 43 deste artigo.
§ 4º Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia
ou sua substituição somente serão admitidas mediante a aprovação expressa
do credor titular da respectiva garantia.
§ 5º Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial só poderá
ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente
previsão diversa no plano de recuperação extrajudicial.
§ 6º Para a homologação do plano de que trata este artigo, além dos do-
cumentos previstos no caput do art. 162 desta Lei, o devedor deverá juntar:
I – exposição da situação patrimonial do devedor;
II – as demonstrações contábeis relativas ao último exercício social e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, na forma do inciso II do
caput do art. 51 desta Lei; e

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III – os documentos que comprovem os poderes dos subscritores para


novar ou transigir, relação nominal completa dos credores, com a indicação
do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do
crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a
indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.
§ 7º O pedido previsto no caput deste artigo poderá ser apresentado com
comprovação da anuência de credores que representem pelo menos 1/3 (um
terço) de todos os créditos de cada espécie por ele abrangidos e com o com-
promisso de, no prazo improrrogável de 90 (noventa) dias, contado da data
do pedido, atingir o quórum previsto no caput deste artigo, por meio de ade-
são expressa, facultada a conversão do procedimento em recuperação judicial
a pedido do devedor. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 8º Aplica-se à recuperação extrajudicial, desde o respectivo pedido, a
suspensão de que trata o art. 6º desta Lei, exclusivamente em relação às
espécies de crédito por ele abrangidas, e somente deverá ser ratificada pelo
juiz se comprovado o quórum inicial exigido pelo § 7º deste artigo. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação
extrajudicial previsto nos arts. 162 e 163 desta Lei, o juiz ordenará a publi-
cação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou
das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores
do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação
extrajudicial, observado o § 3º deste artigo.
Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação
extrajudicial previsto nos arts. 162 e 163 desta Lei, o juiz ordenará a publi-
cação de edital eletrônico com vistas a convocar os credores do devedor para
apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial,
observado o disposto no § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

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§ 1º No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a to-


dos os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informan-
do a distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação.
§ 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do
edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito.
§ 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os cre-
dores somente poderão alegar:
I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163
desta Lei;
II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do
art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei;
III – descumprimento de qualquer outra exigência legal.
§ 4º Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias
para que o devedor sobre ela se manifeste.
§ 5º Decorrido o prazo do § 4º deste artigo, os autos serão conclusos ime-
diatamente ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no
prazo de 5 (cinco) dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, homo-
logando-o por sentença se entender que não implica prática de atos previstos
no art. 130 desta Lei e que não há outras irregularidades que recomendem
sua rejeição.
§ 6º Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação
dos credores que subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida.
§ 7º Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo.
§ 8º Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cum-
pridas as formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de
recuperação extrajudicial.
Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua
homologação judicial.
§ 1º É lícito, contudo, que o plano estabeleça a produção de efeitos ante-
riores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação
do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários.

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§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, caso o plano seja posteriormente


rejeitado pelo juiz, devolve-se aos credores signatários o direito de exigir seus
créditos nas condições originais, deduzidos os valores efetivamente pagos.
Art. 166. Se o plano de recuperação extrajudicial homologado envolver
alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o
juiz ordenará a sua realização, observado, no que couber, o disposto no art.
142 desta Lei.
Art. 167. O disposto neste Capítulo não implica impossibilidade de realiza-
ção de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores.

CAPÍTULO VI-A
(INCLUÍDO PELA LEI N. 14.112, DE 2020) (VIGÊNCIA)
DA INSOLVÊNCIA TRANSNACIONAL

Seção I
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Disposições Gerais

Art. 167-A. Este Capítulo disciplina a insolvência transnacional, com o


objetivo de proporcionar mecanismos efetivos para: (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
I – a cooperação entre juízes e outras autoridades competentes do Brasil
e de outros países em casos de insolvência transnacional; (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – o aumento da segurança jurídica para a atividade econômica e para o
investimento; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – a administração justa e eficiente de processos de insolvência trans-
nacional, de modo a proteger os interesses de todos os credores e dos demais
interessados, inclusive do devedor; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)

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IV – a proteção e a maximização do valor dos ativos do devedor; (Incluído


pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – a promoção da recuperação de empresas em crise econômico-finan-
ceira, com a proteção de investimentos e a preservação de empregos; e (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
VI – a promoção da liquidação dos ativos da empresa em crise econômi-
co-financeira, com a preservação e a otimização da utilização produtiva dos
bens, dos ativos e dos recursos produtivos da empresa, inclusive os intangí-
veis. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Na interpretação das disposições deste Capítulo, deverão ser consi-
derados o seu objetivo de cooperação internacional, a necessidade de uni-
formidade de sua aplicação e a observância da boa-fé. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º As medidas de assistência aos processos estrangeiros menciona-
das neste Capítulo formam um rol meramente exemplificativo, de modo que
outras medidas, ainda que previstas em leis distintas, solicitadas pelo re-
presentante estrangeiro, pela autoridade estrangeira ou pelo juízo brasileiro
poderão ser deferidas pelo juiz competente ou promovidas diretamente pelo
administrador judicial, com imediata comunicação nos autos. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Em caso de conflito, as obrigações assumidas em tratados ou con-
venções internacionais em vigor no Brasil prevalecerão sobre as disposições
deste Capítulo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º O juiz somente poderá deixar de aplicar as disposições deste Capítulo
se, no caso concreto, a sua aplicação configurar manifesta ofensa à ordem
pública. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º O Ministério Público intervirá nos processos de que trata este Capítu-
lo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 6º Na aplicação das disposições deste Capítulo, será observada a com-


petência do Superior Tribunal de Justiça prevista na alínea “i” do inciso I do
caput do art. 105 da Constituição Federal, quando cabível. (Incluído pela Lei
n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-B. Para os fins deste Capítulo, considera-se: (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
I – processo estrangeiro: qualquer processo judicial ou administrativo, de
cunho coletivo, inclusive de natureza cautelar, aberto em outro país de acor-
do com disposições relativas à insolvência nele vigentes, em que os bens e
as atividades de um devedor estejam sujeitos a uma autoridade estrangeira,
para fins de reorganização ou liquidação; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
II – processo estrangeiro principal: qualquer processo estrangeiro aberto
no país em que o devedor tenha o centro de seus interesses principais; (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – processo estrangeiro não principal: qualquer processo estrangeiro
que não seja um processo estrangeiro principal, aberto em um país em que
o devedor tenha estabelecimento ou bens; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
IV – representante estrangeiro: pessoa ou órgão, inclusive o nomeado em
caráter transitório, que esteja autorizado, no processo estrangeiro, a admi-
nistrar os bens ou as atividades do devedor, ou a atuar como representante
do processo estrangeiro; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – autoridade estrangeira: juiz ou autoridade administrativa que dirija
ou supervisione um processo estrangeiro; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
VI – estabelecimento: qualquer local de operações em que o devedor de-
senvolva uma atividade econômica não transitória com o emprego de recur-
sos humanos e de bens ou serviços. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)

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Art. 167-C. As disposições deste Capítulo aplicam-se aos casos em que:


(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – autoridade estrangeira ou representante estrangeiro solicita assistên-
cia no Brasil para um processo estrangeiro; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
II – assistência relacionada a um processo disciplinado por esta Lei é pleite-
ada em um país estrangeiro; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – processo estrangeiro e processo disciplinado por esta Lei relativos ao
mesmo devedor estão em curso simultaneamente; ou (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
IV – credores ou outras partes interessadas, de outro país, têm interesse
em requerer a abertura de um processo disciplinado por esta Lei, ou dele par-
ticipar. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-D. O juízo do local do principal estabelecimento do devedor no
Brasil é o competente para o reconhecimento de processo estrangeiro e para
a cooperação com a autoridade estrangeira nos termos deste Capítulo. (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º A distribuição do pedido de reconhecimento do processo estrangeiro
previne a jurisdição para qualquer pedido de recuperação judicial, de recupe-
ração extrajudicial ou de falência relativo ao devedor.
§ 2º A distribuição do pedido de recuperação judicial, de recuperação ex-
trajudicial ou de falência previne a jurisdição para qualquer pedido de reco-
nhecimento de processo estrangeiro relativo ao devedor.’
Art. 167-E. São autorizados a atuar em outros países, independentemen-
te de decisão judicial, na qualidade de representante do processo brasileiro,
desde que essa providência seja permitida pela lei do país em que tramitem
os processos estrangeiros: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – o devedor, na recuperação judicial e na recuperação extrajudicial; (In-
cluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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II – o administrador judicial, na falência. (Incluído pela Lei n. 14.112, de


2020) (Vigência)
§ 1º Na hipótese de que trata o inciso II do caput deste artigo, poderá o
juiz, em caso de omissão do administrador judicial, autorizar terceiro para a
atuação prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 2º A pedido de qualquer dos autorizados, o juízo mandará certificar a
condição de representante do processo brasileiro. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)

Seção II
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Do Acesso à Jurisdição Brasileira

Art. 167-F. O representante estrangeiro está legitimado a postular dire-


tamente ao juiz brasileiro, nos termos deste Capítulo. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º O pedido feito ao juiz brasileiro não sujeita o representante estran-
geiro nem o devedor, seus bens e suas atividades à jurisdição brasileira, ex-
ceto no que diz respeito aos estritos limites do pedido. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Reconhecido o processo estrangeiro, o representante estrangeiro está
autorizado a: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – ajuizar pedido de falência do devedor, desde que presentes os requisi-
tos para isso, de acordo com esta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
II – participar do processo de recuperação judicial, de recuperação extra-
judicial ou de falência do mesmo devedor, em curso no Brasil; (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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III – intervir em qualquer processo em que o devedor seja parte, atendi-


das as exigências do direito brasileiro. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 167-G. Os credores estrangeiros têm os mesmos direitos conferidos
aos credores nacionais nos processos de recuperação judicial, de recuperação
extrajudicial ou de falência. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Os credores estrangeiros receberão o mesmo tratamento dos cre-
dores nacionais, respeitada a ordem de classificação dos créditos prevista
nesta Lei, e não serão discriminados em razão de sua nacionalidade ou da
localização de sua sede, estabelecimento, residência ou domicílio, respeitado
o seguinte: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – os créditos estrangeiros de natureza tributária e previdenciária, bem
como as penas pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas,
inclusive as multas tributárias devidas a Estados estrangeiros, não serão con-
siderados nos processos de recuperação judicial e serão classificados como
créditos subordinados nos processos de falência, independentemente de
sua classificação nos países em que foram constituídos; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
II – o crédito do representante estrangeiro será equiparado ao do admi-
nistrador judicial nos casos em que fizer jus a remuneração, exceto quando
for o próprio devedor ou seu representante; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
III – os créditos que não tiverem correspondência com a classificação pre-
vista nesta Lei serão classificados como quirografários, independentemente
da classificação atribuída pela lei do país em que foram constituídos. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O juiz deve determinar as medidas apropriadas, no caso concreto,
para que os credores que não tiverem domicílio ou estabelecimento no Brasil
tenham acesso às notificações e às informações dos processos de recupera-
ção judicial, de recuperação extrajudicial ou de falência. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)

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§ 3º As notificações e as informações aos credores que não tiverem do-


micílio ou estabelecimento no Brasil serão realizadas por qualquer meio con-
siderado adequado pelo juiz, dispensada a expedição de carta rogatória para
essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º A comunicação do início de um processo de recuperação judicial ou
de falência para credores estrangeiros deverá conter as informações sobre
providências necessárias para que o credor possa fazer valer seu direito, in-
clusive quanto ao prazo para apresentação de habilitação ou de divergência e
à necessidade de os credores garantidos habilitarem seus créditos. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 5º O juiz brasileiro deverá expedir os ofícios e os mandados necessá-
rios ao Banco Central do Brasil para permitir a remessa ao exterior dos valo-
res recebidos por credores domiciliados no estrangeiro. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)

Seção III
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Do Reconhecimento de Processos Estrangeiros

Art. 167-H. O representante estrangeiro pode ajuizar, perante o juiz, pe-


dido de reconhecimento do processo estrangeiro em que atua. (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º O pedido de reconhecimento do processo estrangeiro deve ser acom-
panhado dos seguintes documentos: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
I – cópia apostilada da decisão que determine a abertura do processo es-
trangeiro e nomeie o representante estrangeiro; (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
II – certidão apostilada expedida pela autoridade estrangeira que ateste a
existência do processo estrangeiro e a nomeação do representante estrangei-
ro; ou (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

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III – qualquer outro documento emitido por autoridade estrangeira que


permita ao juiz atingir plena convicção da existência do processo estrangeiro
e da identificação do representante estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 2º O pedido de reconhecimento do processo estrangeiro deve ser acom-
panhado por uma relação de todos os processos estrangeiros relativos ao
devedor que sejam de conhecimento do representante estrangeiro. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Os documentos redigidos em língua estrangeira devem estar acom-
panhados de tradução oficial para a língua portuguesa, salvo quando, sem
prejuízo aos credores, for expressamente dispensada pelo juiz e substituída
por tradução simples para a língua portuguesa, declarada fiel e autêntica pelo
próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-I. Independentemente de outras medidas, o juiz poderá reco-
nhecer: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a existência do processo estrangeiro e a identificação do representante
estrangeiro, a partir da decisão ou da certidão referidas no § 1º do art. 167-H
desta Lei que os indicarem como tal; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
II – a autenticidade de todos ou de alguns documentos juntados com o
pedido de reconhecimento do processo estrangeiro, mesmo que não tenham
sido apostilados; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – o país onde se localiza o domicílio do devedor, no caso dos empresá-
rios individuais, ou o país da sede estatutária do devedor, no caso das socie-
dades, como seu centro de interesses principais, salvo prova em contrário.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-J. Ressalvado o disposto no § 4º do art. 167-A desta Lei, o juiz
reconhecerá o processo estrangeiro quando: (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

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I – o processo enquadrar-se na definição constante do inciso I do caput do


art. 167-B desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – o representante que tiver requerido o reconhecimento do processo
enquadrar-se na definição de representante estrangeiro constante do inciso
IV do caput do art. 167-B desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
III – o pedido cumprir os requisitos estabelecidos no art. 167-H desta Lei;
e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – o pedido tiver sido endereçado ao juiz, conforme o disposto no art.
167-D desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Satisfeitos os requisitos previstos no caput deste artigo, o proces-
so estrangeiro deve ser reconhecido como: (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
I – processo estrangeiro principal, caso tenha sido aberto no local em que
o devedor tenha o seu centro de interesses principais; ou (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
II – processo estrangeiro não principal, caso tenha sido aberto em local
em que o devedor tenha bens ou estabelecimento, na forma definida no inciso
VI do caput do art. 167-B desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
§ 2º Não obstante o previsto nos incisos I e II do § 1º deste artigo, o
processo estrangeiro será reconhecido como processo estrangeiro não prin-
cipal se o centro de interesses principais do devedor tiver sido transferido ou
de outra forma manipulado com o objetivo de transferir para outro Estado
a competência jurisdicional para abertura do processo. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º A decisão de reconhecimento do processo estrangeiro poderá ser
modificada ou revogada, a qualquer momento, a pedido de qualquer parte
interessada, se houver elementos que comprovem que os requisitos para o
reconhecimento foram descumpridos, total ou parcialmente, ou deixaram de
existir. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1668
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Da decisão que acolher o pedido de reconhecimento caberá agravo, e


da sentença que o julgar improcedente caberá apelação. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-K. Após o pedido de reconhecimento do processo estrangeiro, o
representante estrangeiro deverá imediatamente informar ao juiz: (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – qualquer modificação significativa no estado do processo estrangeiro
reconhecido ou no estado de sua nomeação como representante estrangeiro;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – qualquer outro processo estrangeiro relativo ao mesmo devedor de que
venha a ter conhecimento. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-L. Após o ajuizamento do pedido de reconhecimento do processo
estrangeiro, e antes de sua decisão, o juiz poderá conceder liminarmente as
medidas de tutela provisória, fundadas em urgência ou evidência, necessá-
rias para o cumprimento desta Lei, para a proteção da massa falida ou para a
eficiência da administração. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Salvo no caso do disposto no inciso IV do caput do art. 167-N desta
Lei, as medidas de natureza provisória encerram-se com a decisão sobre o
pedido de reconhecimento. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º O juiz poderá recusar-se a conceder as medidas de assistência provi-
sória que possam interferir na administração do processo estrangeiro princi-
pal. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-M. Com o reconhecimento de processo estrangeiro principal,
decorrem automaticamente: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a suspensão do curso de quaisquer processos de execução ou de quais-
quer outras medidas individualmente tomadas por credores relativas ao pa-
trimônio do devedor, respeitadas as demais disposições desta Lei; (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1669
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – a suspensão do curso da prescrição de quaisquer execuções judiciais


contra o devedor, respeitadas as demais disposições desta Lei; (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – a ineficácia de transferência, de oneração ou de qualquer forma de
disposição de bens do ativo não circulante do devedor realizadas sem prévia
autorização judicial. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º A extensão, a modificação ou a cessação dos efeitos previstos nos
incisos I, II e III do caput deste artigo subordinam-se ao disposto nesta Lei.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
§ 2º Os credores conservam o direito de ajuizar quaisquer processos ju-
diciais e arbitrais, e de neles prosseguir, que visem à condenação do devedor
ou ao reconhecimento ou à liquidação de seus créditos, e, em qualquer caso,
as medidas executórias deverão permanecer suspensas. (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º As medidas previstas neste artigo não afetam os credores que não
estejam sujeitos aos processos de recuperação judicial, de recuperação ex-
trajudicial ou de falência, salvo nos limites permitidos por esta Lei. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-N. Com a decisão de reconhecimento do processo estrangeiro,
tanto principal como não principal, o juiz poderá determinar, a pedido do re-
presentante estrangeiro e desde que necessárias para a proteção dos bens
do devedor e no interesse dos credores, entre outras, as seguintes medidas:
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – a ineficácia de transferência, de oneração ou de qualquer forma de
disposição de bens do ativo não circulante do devedor realizadas sem prévia
autorização judicial, caso não tenham decorrido automaticamente do reco-
nhecimento previsto no art. 167-M desta Lei; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)

1670
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – a oitiva de testemunhas, a colheita de provas ou o fornecimento de


informações relativas a bens, a direitos, a obrigações, à responsabilidade e à
atividade do devedor; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – a autorização do representante estrangeiro ou de outra pessoa para
administrar e/ou realizar o ativo do devedor, no todo ou em parte, localizado
no Brasil; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – a conversão, em definitiva, de qualquer medida de assistência pro-
visória concedida anteriormente; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vi-
gência)
V – a concessão de qualquer outra medida que seja necessária. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Com o reconhecimento do processo estrangeiro, tanto principal como
não principal, o juiz poderá, a requerimento do representante estrangeiro,
autorizá-lo, ou outra pessoa nomeada por aquele, a promover a destinação
do ativo do devedor, no todo ou em parte, localizado no Brasil, desde que os
interesses dos credores domiciliados ou estabelecidos no Brasil estejam ade-
quadamente protegidos. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Ao conceder medida de assistência prevista neste artigo requerida
pelo representante estrangeiro de um processo estrangeiro não principal, o
juiz deverá certificar-se de que as medidas para efetivá-la se referem a bens
que, de acordo com o direito brasileiro, devam ser submetidos à disciplina
aplicável ao processo estrangeiro não principal, ou certificar-se de que elas
digam respeito a informações nele exigidas. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
Art. 167-O. Ao conceder ou denegar uma das medidas previstas nos arts.
167-L e 167-N desta Lei, bem como ao modificá-las ou revogá-las nos termos
do § 2º deste artigo, o juiz deverá certificar-se de que o interesse dos credo-
res, do devedor e de terceiros interessados será adequadamente protegido.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1671
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O juiz poderá condicionar a concessão das medidas previstas nos


arts. 167-L e 167-N desta Lei ao atendimento de condições que considerar
apropriadas. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A pedido de qualquer interessado, do representante estrangeiro ou
de ofício, o juiz poderá modificar ou revogar, a qualquer momento, medidas
concedidas com fundamento nos arts. 167-L e 167-N desta Lei.(Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 3º Com o reconhecimento do processo estrangeiro, tanto principal quan-
to não principal, o representante estrangeiro poderá ajuizar medidas com o
objetivo de tornar ineficazes quaisquer atos realizados, nos termos dos arts.
129 e 130, observado ainda o disposto no art. 131, todos desta Lei. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 4º No caso de processo estrangeiro não principal, a ineficácia referida no
§ 3º deste artigo dependerá da verificação, pelo juiz, de que, de acordo com a
lei brasileira, os bens devam ser submetidos à disciplina aplicável ao processo
estrangeiro não principal. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção IV
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Da Cooperação com Autoridades e Representantes Estrangeiros

Art. 167-P. O juiz deverá cooperar diretamente ou por meio do adminis-


trador judicial, na máxima extensão possível, com a autoridade estrangeira
ou com representantes estrangeiros, na persecução dos objetivos estabeleci-
dos no art. 167-A desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º O juiz poderá comunicar-se diretamente com autoridades estran-
geiras ou com representantes estrangeiros, ou deles solicitar informação e
assistência, sem a necessidade de expedição de cartas rogatórias, de proce-
dimento de auxílio direto ou de outras formalidades semelhantes. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1672
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O administrador judicial, no exercício de suas funções e sob a su-


pervisão do juiz, deverá cooperar, na máxima extensão possível, com a au-
toridade estrangeira ou com representantes estrangeiros, na persecução dos
objetivos estabelecidos no art. 167-A desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
§ 3º O administrador judicial, no exercício de suas funções, poderá comu-
nicar-se com as autoridades estrangeiras ou com os representantes estran-
geiros. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-Q. A cooperação a que se refere o art. 167-P desta Lei poderá
ser implementada por quaisquer meios, inclusive pela: (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
I – nomeação de uma pessoa, natural ou jurídica, para agir sob a supervi-
são do juiz; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – comunicação de informações por quaisquer meios considerados apro-
priados pelo juiz; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – coordenação da administração e da supervisão dos bens e das ativi-
dades do devedor; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – aprovação ou implementação, pelo juiz, de acordos ou de protocolos
de cooperação para a coordenação dos processos judiciais; e (Incluído pela
Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – coordenação de processos concorrentes relativos ao mesmo devedor.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Seção V
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Dos Processos Concorrentes

Art. 167-R. Após o reconhecimento de um processo estrangeiro principal,


somente se iniciará no Brasil um processo de recuperação judicial, de recu-
peração extrajudicial ou de falência se o devedor possuir bens ou estabeleci-
mento no País. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1673
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Os efeitos do processo ajuizado no Brasil devem res-


tringir-se aos bens e ao estabelecimento do devedor localizados no Brasil e
podem estender-se a outros, desde que esta medida seja necessária para a
cooperação e a coordenação com o processo estrangeiro principal. (Incluído
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-S. Sempre que um processo estrangeiro e um processo de re-
cuperação judicial, de recuperação extrajudicial ou de falência relativos ao
mesmo devedor estiverem em curso simultaneamente, o juiz deverá buscar a
cooperação e a coordenação entre eles, respeitadas as seguintes disposições:
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – se o processo no Brasil já estiver em curso quando o pedido de reco-
nhecimento do processo estrangeiro tiver sido ajuizado, qualquer medida de
assistência determinada pelo juiz nos termos dos arts. 167-L ou 167-N desta
Lei deve ser compatível com o processo brasileiro, e o previsto no art. 167-M
desta Lei não será aplicável se o processo estrangeiro for reconhecido como
principal; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – se o processo no Brasil for ajuizado após o reconhecimento do pro-
cesso estrangeiro ou após o ajuizamento do pedido de seu reconhecimento,
todas as medidas de assistência concedidas nos termos dos arts. 167-L ou
167-N desta Lei deverão ser revistas pelo juiz e modificadas ou revogadas se
forem incompatíveis com o processo no Brasil e, quando o processo estran-
geiro for reconhecido como principal, os efeitos referidos nos incisos I, II e III
do caput do art. 167-M serão modificados ou cessados, nos termos do § 1º do
art. 167-M desta Lei, se incompatíveis com os demais dispositivos desta Lei;
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
III – qualquer medida de assistência a um processo estrangeiro não prin-
cipal deverá restringir-se a bens e a estabelecimento que, de acordo com o
ordenamento jurídico brasileiro, devam ser submetidos à disciplina aplicável
ao processo estrangeiro não principal, ou a informações nele exigidas. (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1674
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 167-T. Na hipótese de haver mais de um processo estrangeiro rela-


tivo ao mesmo devedor, o juiz deverá buscar a cooperação e a coordenação
de acordo com as disposições dos arts. 167-P e 167-Q desta Lei, bem como
observar o seguinte: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
I – qualquer medida concedida ao representante de um processo estran-
geiro não principal após o reconhecimento de um processo estrangeiro prin-
cipal deve ser compatível com este último; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
II – se um processo estrangeiro principal for reconhecido após o reconhe-
cimento ou o pedido de reconhecimento de um processo estrangeiro não prin-
cipal, qualquer medida concedida nos termos dos arts. 167-L ou 167-N desta
Lei deverá ser revista pelo juiz, que a modificará ou a revogará se for incom-
patível com o processo estrangeiro principal; (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
III – se, após o reconhecimento de um processo estrangeiro não principal,
outro processo estrangeiro não principal for reconhecido, o juiz poderá, com
a finalidade de facilitar a coordenação dos processos, conceder, modificar ou
revogar qualquer medida antes concedida. (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
Art. 167-U. Na ausência de prova em contrário, presume-se a insolvên-
cia do devedor cujo processo estrangeiro principal tenha sido reconhecido no
Brasil. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. O representante estrangeiro, o devedor ou os credores
podem requerer a falência do devedor cujo processo estrangeiro principal
tenha sido reconhecido no Brasil, atendidos os pressupostos previstos nesta
Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-V. O juízo falimentar responsável por processo estrangeiro não
principal deve prestar ao juízo principal as seguintes informações, entre ou-
tras: (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1675
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – valor dos bens arrecadados e do passivo; (Incluído pela Lei n. 14.112,


de 2020) (Vigência)
II – valor dos créditos admitidos e sua classificação; (Incluído pela Lei n.
14.112, de 2020) (Vigência)
III – classificação, segundo a lei nacional, dos credores não domiciliados
ou sediados nos países titulares de créditos sujeitos à lei estrangeira; (Inclu-
ído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – relação de ações judiciais em curso de que seja parte o falido, como
autor, réu ou interessado; (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
V – ocorrência do término da liquidação e o saldo, credor ou devedor, bem
como eventual ativo remanescente. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 167-W. No processo falimentar transnacional, principal ou não princi-
pal, nenhum ativo, bem ou recurso remanescente da liquidação será entregue
ao falido se ainda houver passivo não satisfeito em qualquer outro processo
falimentar transnacional. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-X. O processo de falência transnacional principal somente pode-
rá ser finalizado após o encerramento dos processos não principais ou após
a constatação de que, nesses últimos, não haja ativo líquido remanescente.
(Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Art. 167-Y. Sem prejuízo dos direitos sobre bens ou decorrentes de ga-
rantias reais, o credor que tiver recebido pagamento parcial de seu crédito em
processo de insolvência no exterior não poderá ser pago pelo mesmo crédito
em processo no Brasil referente ao mesmo devedor enquanto os pagamentos
aos credores da mesma classe forem proporcionalmente inferiores ao valor já
recebido no exterior. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1676
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES PENAIS

Seção I
Dos Crimes em Espécie
Fraude a Credores

Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência,


conceder a recuperação judicial ou homologar a recuperação extrajudicial,
ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o
fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Aumento da pena
§ 1º A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente:
I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;
II – omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles
deveria constar, ou altera escrituração ou balanço verdadeiros;
III – destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazena-
dos em computador ou sistema informatizado;
IV – simula a composição do capital social;
V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de
escrituração contábil obrigatórios.
Contabilidade paralela
Contabilidade paralela e distribuição de lucros ou dividendos a sócios e
acionistas até a aprovação do plano de recuperação judicial (Redação dada
pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor
manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade
exigida pela legislação.

1677
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até metade se o devedor


manteve ou movimentou recursos ou valores paralelamente à contabilidade
exigida pela legislação, inclusive na hipótese de violação do disposto no art.
6º-A desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

Concurso de pessoas

§ 3º Nas mesmas penas incidem os contadores, técnicos contábeis, au-


ditores e outros profissionais que, de qualquer modo, concorrerem para as
condutas criminosas descritas neste artigo, na medida de sua culpabilidade.

Redução ou substituição da pena

§ 4º Tratando-se de falência de microempresa ou de empresa de pequeno


porte, e não se constatando prática habitual de condutas fraudulentas por
parte do falido, poderá o juiz reduzir a pena de reclusão de 1/3 (um terço) a
2/3 (dois terços) ou substituí-la pelas penas restritivas de direitos, pelas de
perda de bens e valores ou pelas de prestação de serviços à comunidade ou
a entidades públicas.

Violação de sigilo empresarial

Art. 169. Violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial
ou dados confidenciais sobre operações ou serviços, contribuindo para a con-
dução do devedor a estado de inviabilidade econômica ou financeira:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Divulgação de informações falsas

Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre
devedor em recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

1678
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Indução a erro

Art. 171. Sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no


processo de falência, de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial,
com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério Público, os credores, a assem-
bleia-geral de credores, o Comitê ou o administrador judicial:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Favorecimento de credores

Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência,


conceder a recuperação judicial ou homologar plano de recuperação extra-
judicial, ato de disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação,
destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o credor que, em conluio,


possa beneficiar-se de ato previsto no caput deste artigo.

Desvio, ocultação ou apropriação de bens

Art. 173. Apropriar-se, desviar ou ocultar bens pertencentes ao devedor


sob recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da aquisição
por interposta pessoa:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens

Art. 174. Adquirir, receber, usar, ilicitamente, bem que sabe pertencer à
massa falida ou influir para que terceiro, de boa-fé, o adquira, receba ou use:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

1679
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Habilitação ilegal de crédito

Art. 175. Apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação


extrajudicial, relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação fal-
sas, ou juntar a elas título falso ou simulado:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Exercício ilegal de atividade

Art. 176. Exercer atividade para a qual foi inabilitado ou incapacitado por
decisão judicial, nos termos desta Lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Violação de impedimento

Art. 177. Adquirir o juiz, o representante do Ministério Público, o adminis-


trador judicial, o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de
justiça ou o leiloeiro, por si ou por interposta pessoa, bens de massa falida ou
de devedor em recuperação judicial, ou, em relação a estes, entrar em algu-
ma especulação de lucro, quando tenham atuado nos respectivos processos:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Omissão dos documentos contábeis obrigatórios

Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da


sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homo-
logar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração
contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.

1680
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção II
Disposições Comuns

Art. 179. Na falência, na recuperação judicial e na recuperação extraju-


dicial de sociedades, os seus sócios, diretores, gerentes, administradores e
conselheiros, de fato ou de direito, bem como o administrador judicial, equi-
param-se ao devedor ou falido para todos os efeitos penais decorrentes desta
Lei, na medida de sua culpabilidade.
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judi-
cial ou concede a recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei
é condição objetiva de punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de
administração, diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de
negócio.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a
extinção da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
§ 2º Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado
o Registro Público de Empresas para que tome as medidas necessárias para
impedir novo registro em nome dos inabilitados.
Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas dis-
posições do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recu-
peração judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial.
Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a pres-
crição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial
ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial.

1681
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção III
Do Procedimento Penal

Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decre-
tada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de
recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nes-
ta Lei.
Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incon-
dicionada.
Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1º, sem
que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor
habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada sub-
sidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.
Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto
nos arts. 531 a 540 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Có-
digo de Processo Penal.
Art. 186. No relatório previsto na alínea e do inciso III do caput do art.
22 desta Lei, o administrador judicial apresentará ao juiz da falência expo-
sição circunstanciada, considerando as causas da falência, o procedimento
do devedor, antes e depois da sentença, e outras informações detalhadas a
respeito da conduta do devedor e de outros responsáveis, se houver, por atos
que possam constituir crime relacionado com a recuperação judicial ou com a
falência, ou outro delito conexo a estes.
Parágrafo único. A exposição circunstanciada será instruída com laudo do
contador encarregado do exame da escrituração do devedor.
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a re-
cuperação judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer
crime previsto nesta Lei, promoverá imediatamente a competente ação penal
ou, se entender necessário, requisitará a abertura de inquérito policial.

1682
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O prazo para oferecimento da denúncia regula-se pelo art. 46 do De-


creto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, salvo
se o Ministério Público, estando o réu solto ou afiançado, decidir aguardar a
apresentação da exposição circunstanciada de que trata o art. 186 desta Lei,
devendo, em seguida, oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.
§ 2º Em qualquer fase processual, surgindo indícios da prática dos crimes
previstos nesta Lei, o juiz da falência ou da recuperação judicial ou da recu-
peração extrajudicial cientificará o Ministério Público.
Art. 188. Aplicam-se subsidiariamente as disposições do Código de Pro-
cesso Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 189. Aplica-se a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de


Processo Civil, no que couber, aos procedimentos previstos nesta Lei.
Art. 189. Aplica-se, no que couber, aos procedimentos previstos nesta
Lei, o disposto na Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil), desde que não seja incompatível com os princípios desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 1º Para os fins do disposto nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 14.112, de
2020) (Vigência)
I – todos os prazos nela previstos ou que dela decorram serão contados
em dias corridos; e (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
II – as decisões proferidas nos processos a que se refere esta Lei serão
passíveis de agravo de instrumento, exceto nas hipóteses em que esta Lei
previr de forma diversa. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Para os fins do disposto no art. 190 da Lei n. 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil), a manifestação de vontade do devedor
será expressa e a dos credores será obtida por maioria, na forma prevista no
art. 42 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1683
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 189-A. Os processos disciplinados nesta Lei e os respectivos recur-


sos, bem como os processos, os procedimentos e a execução dos atos e das
diligências judiciais em que figure como parte empresário individual ou so-
ciedade empresária em regime de recuperação judicial ou extrajudicial ou de
falência terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo o habeas corpus
e as prioridades estabelecidas em leis especiais. (Incluído pela Lei n. 14.112,
de 2020) (Vigência)
Art. 190. Todas as vezes que esta Lei se referir a devedor ou falido, com-
preender-se-á que a disposição também se aplica aos sócios ilimitadamente
responsáveis.
Art. 191. Ressalvadas as disposições específicas desta Lei, as publicações
ordenadas serão feitas preferencialmente na imprensa oficial e, se o devedor
ou a massa falida comportar, em jornal ou revista de circulação regional ou na-
cional, bem como em quaisquer outros periódicos que circulem em todo o país.
Art. 191. Ressalvadas as disposições específicas desta Lei, as publica-
ções ordenadas serão feitas em sítio eletrônico próprio, na internet, dedica-
do à recuperação judicial e à falência, e as intimações serão realizadas por
notificação direta por meio de dispositivos móveis previamente cadastrados
e autorizados pelo interessado. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Parágrafo único. As publicações ordenadas nesta Lei conterão a epígrafe
“recuperação judicial de”, “recuperação extrajudicial de” ou “falência de”.
Art. 192. Esta Lei não se aplica aos processos de falência ou de concor-
data ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos
nos termos do Decreto-Lei n. 7.661, de 21 de junho de 1945.
§ 1º Fica vedada a concessão de concordata suspensiva nos processos de
falência em curso, podendo ser promovida a alienação dos bens da massa
falida assim que concluída sua arrecadação, independentemente da formação
do quadro-geral de credores e da conclusão do inquérito judicial.

1684
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§ 2º A existência de pedido de concordata anterior à vigência desta Lei


não obsta o pedido de recuperação judicial pelo devedor que não houver
descumprido obrigação no âmbito da concordata, vedado, contudo, o pedido
baseado no plano especial de recuperação judicial para microempresas e em-
presas de pequeno porte a que se refere a Seção V do Capítulo III desta Lei.
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, se deferido o processamento da recupe-
ração judicial, o processo de concordata será extinto e os créditos submetidos
à concordata serão inscritos por seu valor original na recuperação judicial,
deduzidas as parcelas pagas pelo concordatário.
§ 4º Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua vigência resultantes
de convolação de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais
se aplica, até a decretação, o Decreto-Lei n. 7.661, de 21 de junho de 1945,
observado, na decisão que decretar a falência, o disposto no art. 99 desta Lei.
§ 5º O juiz poderá autorizar a locação ou arrendamento de bens imóveis
ou móveis a fim de evitar a sua deterioração, cujos resultados reverterão em
favor da massa. (incluído pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 193. O disposto nesta Lei não afeta as obrigações assumidas no âm-
bito das câmaras ou prestadoras de serviços de compensação e de liquidação
financeira, que serão ultimadas e liquidadas pela câmara ou prestador de
serviços, na forma de seus regulamentos.
Art. 193-A. O pedido de recuperação judicial, o deferimento de seu pro-
cessamento ou a homologação do plano de recuperação judicial não afetarão
ou suspenderão, nos termos da legislação aplicável, o exercício dos direitos
de vencimento antecipado e de compensação no âmbito de operações com-
promissadas e de derivativos, de modo que essas operações poderão ser
vencidas antecipadamente, desde que assim previsto nos contratos celebra-
dos entre as partes ou em regulamento, proibidas, no entanto, medidas que
impliquem a redução, sob qualquer forma, das garantias ou de sua condição
de excussão, a restrição do exercício de direitos, inclusive de vencimento an-
tecipado por inexecução, e a compensação previstas contratualmente ou em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)

1685
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§ 1º Em decorrência do vencimento antecipado das operações compromis-


sadas e de derivativos conforme previsto no caput deste artigo, os créditos
e débitos delas decorrentes serão compensados e extinguirão as obrigações
até onde se compensarem. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
§ 2º Se houver saldo remanescente contra o devedor, será este considera-
do crédito sujeito à recuperação judicial, ressalvada a existência de garantia
de alienação ou de cessão fiduciária. (Incluído pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)
Art. 194. O produto da realização das garantias prestadas pelo partici-
pante das câmaras ou prestadores de serviços de compensação e de liqui-
dação financeira submetidos aos regimes de que trata esta Lei, assim como
os títulos, valores mobiliários e quaisquer outros de seus ativos objetos de
compensação ou liquidação serão destinados à liquidação das obrigações as-
sumidas no âmbito das câmaras ou prestadoras de serviços.
Art. 195. A decretação da falência das concessionárias de serviços públi-
cos implica extinção da concessão, na forma da lei.
Art. 196. Os Registros Públicos de Empresas manterão banco de dados
público e gratuito, disponível na rede mundial de computadores, contendo a
relação de todos os devedores falidos ou em recuperação judicial.
Parágrafo único. Os Registros Públicos de Empresas deverão promover a
integração de seus bancos de dados em âmbito nacional.
Art. 196. Os Registros Públicos de Empresas, em cooperação com os
Tribunais de Justiça, manterão banco de dados público e gratuito, disponível
na internet, com a relação de todos os devedores falidos ou em recuperação
judicial. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020) (Vigência)
Parágrafo único. Os Registros Públicos de Empresas, em cooperação com o
Conselho Nacional de Justiça, deverão promover a integração de seus bancos
de dados em âmbito nacional. (Redação dada pela Lei n. 14.112, de 2020)
(Vigência)

1686
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Art. 197. Enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas,


esta Lei aplica-se subsidiariamente, no que couber, aos regimes previstos no
Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro de 1966, na Lei n. 6.024, de 13 de
março de 1974, no Decreto-Lei n. 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, e na Lei
n. 9.514, de 20 de novembro de 1997.
Art. 198. Os devedores proibidos de requerer concordata nos termos da
legislação específica em vigor na data da publicação desta Lei ficam proibidos
de requerer recuperação judicial ou extrajudicial nos termos desta Lei.
Art. 199. Não se aplica o disposto no art. 198 desta Lei às sociedades a
que se refere o art. 187 da Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986.
Parágrafo único. Na recuperação judicial e na falência das sociedades de
que trata o caput deste artigo, em nenhuma hipótese ficará suspenso o exer-
cício de direitos derivados de contratos de arrendamento mercantil de aero-
naves ou de suas partes.
§ 1º Na recuperação judicial e na falência das sociedades de que trata
o caput deste artigo, em nenhuma hipótese ficará suspenso o exercício de
direitos derivados de contratos de locação, arrendamento mercantil ou de
qualquer outra modalidade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes.
(Renumerado do parágrafo único com nova redação pela Lei n. 11.196, de
2005)
§ 2º Os créditos decorrentes dos contratos mencionados no § 1º deste
artigo não se submeterão aos efeitos da recuperação judicial ou extrajudicial,
prevalecendo os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contra-
tuais, não se lhes aplicando a ressalva contida na parte final do § 3º do art.
49 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
§ 3º Na hipótese de falência das sociedades de que trata o caput deste
artigo, prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa relativos a con-
tratos de locação, de arrendamento mercantil ou de qualquer outra modali-
dade de arrendamento de aeronaves ou de suas partes. (Incluído pela Lei n.
11.196, de 2005)

1687
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Delegado de Polícia Civil

Art. 200. Ressalvado o disposto no art. 192 desta Lei, ficam revogados o
Decreto-Lei n. 7.661, de 21 de junho de 1945, e os arts. 503 a 512 do Decre-
to-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
Art. 201. Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua pu-
blicação.

Brasília, 9 de fevereiro de 2005; 184º da Independência e 117º da Repú-


blica.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palloci Filho
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Luiz Fernando Furlan

Este texto não substitui o publicado no DOU de 9.2.2005 - Edição extra


*

1688
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LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade;


altera a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
Mensagem de veto a Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n.
Vigência 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de
Promulgação partes vetadas 4 de julho de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de
dezembro de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por


agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pre-
texto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autori-
dade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar
outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho
ou satisfação pessoal.
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e pro-
vas não configura abuso de autoridade.

CAPÍTULO II
DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente


público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

1689
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I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;


II – membros do Poder Legislativo;
III – membros do Poder Executivo;
IV – membros do Poder Judiciário;
V – membros do Ministério Público;
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por elei-
ção, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investi-
dura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade
abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no
prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e ofere-
cer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência
do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

1690
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Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO IV
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:


I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, de-
vendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
por ele sofridos;
II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública,
pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste
artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de
autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente
na sentença.

Seção II
Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de li-


berdade previstas nesta Lei são:
I – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II – suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo
de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
III – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas au-
tônoma ou cumulativamente.

1691
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CAPÍTULO V
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente


das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreve-
rem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas
à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da
criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do
fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administra-
tivo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em
estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever
legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-
tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado ma-
nifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1692
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 11. (VETADO).


Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à
autoridade judiciária no prazo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária
ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o
local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III – deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes
do condutor e das testemunhas;
IV – prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão tem-
porária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação,
deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de sol-
tura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando
esgotado o prazo judicial ou legal.
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I – exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autoriza-
do em lei;
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da
pena cominada à violência.
Art. 14. (VETADO).
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1693
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-


gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por
interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal,
deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo
ou função.
Art. 17. (VETADO).
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de
repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devida-
mente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de pre-
so à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do im-
pedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-
-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o
pedido à autoridade judiciária que o seja.
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do
preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

1694
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advoga-
do ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se
ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de
interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de
confinamento:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,
criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente
inadequado, observado o disposto na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia
da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele per-
manecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das con-
dições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO);
III – cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte
e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando
houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
de situação de flagrante delito ou de desastre.
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação
ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de exi-
mir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou
agravar-lhe a responsabilidade:

1695
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o
intuito de:
I – eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso pra-
ticado no curso de diligência;
II – omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incom-
pletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou em-
pregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento
de crime, prejudicando sua apuração:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação
ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em des-
favor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
Art. 26. (VETADO).
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de
infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer
indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investi-
gação preliminar sumária, devidamente justificada.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1696
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fis-
cal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em
prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, pro-
crastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o de-
ver de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou fun-
ção pública ou invoca a condição de agente público para se eximir de obriga-
ção legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
Art. 34. (VETADO).
Art. 35. (VETADO).

1697
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos fi-


nanceiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para
a satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, pela parte, da exces-
sividade da medida, deixar de corrigi-la:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo
de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrasti-
nar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII
DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos


nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de
outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei n. 9.099, de 26 de se-
tembro de 1995.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art.2º............................................................................................
.....................................................................................................
...................

1698
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de dura-


ção da prisão temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia
em que o preso deverá ser libertado.
.....................................................................................................
....................
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade res-
ponsável pela custódia deverá, independentemente de nova ordem da au-
toridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver
sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva.
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do
prazo de prisão temporária.” (NR)
Art. 41. O art. 10 da Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefô-
nicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar
segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autoriza-
dos em lei:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei.” (NR)
Art. 42. A Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:
“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art.
92 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para
os crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso
de autoridade, são condicionados à ocorrência de reincidência.
Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,
independerá da pena aplicada na reincidência.”

1699
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida


do seguinte art. 7º-B:
‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-
vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
Art. 44. Revogam-se a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º
do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal).
Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias
de sua publicação oficial.

Brasília, 5 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro
Wagner de Campos Rosário
Jorge Antonio de Oliveira Francisco
André Luiz de Almeida Mendonça

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.9.2019 - Edição extra-A


e retificado em 18.9.2019*

1700
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; alte-


ra a Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei
n. 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei n. 8.069, de
13 de julho de 1990, e a Lei n. 8.906, de 4 de julho
de 1994; e revoga a Lei n. 4.898, de 9 de dezembro
de 1965, e dispositivos do Decreto-Lei n. 2.848, de 7
de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Fe-
deral, as seguintes partes vetadas da Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intenta-
da no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la
e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses,
contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI
DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta descon-


formidade com as hipóteses legais:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

1701
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, den-


tro de prazo razoável, deixar de:
I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II – substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de con-
ceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamen-
te cabível.’
‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
.....................................................................................................
....................
III – produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
.....................................................................................................
...................’
‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em ra-
zão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou res-
guardar sigilo:
.....................................................................................................
....................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interro-
gatório:
I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defen-
sor público, sem a presença de seu patrono.’
‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por inter-
rogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

1702
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do


preso com seu advogado:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto
ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advo-
gado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-
-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso
de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência.’
‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa
sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’
‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos au-
tos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a
qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou admi-
nistrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a
peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de dili-
gências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’
‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de co-
municação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES FINAIS

.....................................................................................................
..................
Art. 43. A Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida
do seguinte art. 7º-B:

1703
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado pre-


vistos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Brasília, 27 de setembro de 2019; 198º da Independência e 131º da República.


JAIR MESSIAS BOLSONARO
Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.2019 - Edição extra - A*

1704
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Regulamento
Regulamento Dispõe sobre registro, posse e comer-
Regulamento cialização de armas de fogo e muni-
Regulamento ção, sobre o Sistema Nacional de
Regulamento Armas – Sinarm, define crimes e dá
Regulamento outras providências.
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Jus-


tiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2º Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo
e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as
decorrentes de fechamento de empresas de segurança privada e de trans-
porte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

1705
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, ex-
portadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá,
além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

1706
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o ma-


nuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

1707
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computadores
- internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a seguir:
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

1708
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput des-


te artigo, considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo
imóvel rural. (Incluído pela Lei n. 13.870, de 2019)

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art.
52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

1709
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
(Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas cons-
tantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei n.
12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das insti-
tuições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-
nada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do art.
4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação
dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

1710
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais


está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do
Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exer-
cerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento do disposto
nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

1711
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de


segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo
independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança

1712
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de segurança.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este arti-
go deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n.
12.694, de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para
colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em
competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.

1713
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia


temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo,
perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou
abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas
ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pesso-
as e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6º
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da ap-
tidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo.
(Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-


go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-
nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem

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de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,


roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois
de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-
portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 13.964,
de 2019)

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Delegado de Polícia Civil

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-


ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

Comércio Ilegal de Arma de Fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste arti-
go, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em residência. (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

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§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, aces-


sório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a determinação le-
gal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elemen-
tos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)

Tráfico Internacional de Arma de Fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem autorização da
autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes ele-
mentos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da me-
tade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

1718
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CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-
to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-
nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-


ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos ór-
gãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 13.886, de 2019)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-
berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-
dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,
serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do trá-
fico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas
de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham
sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso,
perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército,
devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas
com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenci-
ário da unidade da federação responsável pela apreensão. (Incluído pela Lei
n. 13.886, de 2019)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao


Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-
-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma

1721
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de


taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão inde-
nizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual
posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$
300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as
providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas, ressal-
vados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição Federal.

1722
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de


transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão
armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar
armas de fogo e armazenar características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por arma de fogo. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros
de elementos de munição deflagrados por armas de fogo relacionados a cri-
mes, para subsidiar ações destinadas às apurações criminais federais, esta-
duais e distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial
de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão
caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial responderá civil, penal
e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísti-
cos serão regulamentados em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1723
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da Independência e 115º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003

1724
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968.

Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de identificação


pessoal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica,


de direito público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de
identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia autenticada ou pú-
blica-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de
eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de ca-
samento, comprovante de naturalização e carteira de identidade de estrangeiro.
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apre-
sentação de documento de identificação, a pessoa que fizer a exigência fará
extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que interessarem devolvendo
em seguida o documento ao seu exibidor.
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial
poderá ser retido qualquer documento de identificação pessoal. (Renumerado
pela Lei n. 9.453, de 20/03/97)
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada
de pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no
ato e devolvido o documento imediatamente ao interessado. (Incluído pela
Lei n. 9.453, de 20/03/97)
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples
de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a
NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos), a retenção de qualquer documento a que
se refere esta Lei.
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente
de pessoa jurídica, considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato

1725
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

que ensejou a retenção, a menos que haja, pelo executante, desobediência


ou inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será
este o infrator.
Art. 4º O Poder Executivo regulamentará a presente Lei dentro do prazo
de 60 (sessenta) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 6 de dezembro de 1968; 147º da Independência e 80º da República.

A. COSTA E SILVA
Luís Antônio da Gama e Silva
Augusto Hamann Rademaker Grunewald
Aurélio de Lyra Tavares
José de Magalhães Pinto
Antônio Delfim Netto
Mário David Andreazza
Raymundo Bruno Marussig
Tarso Dutra
Jarbas G. Passarinho
Marcio de Souza e Mello
Leonel Miranda
José Costa Cavalcanti
Edmundo de Macedo Soares
Hélio Beltrão
Afonso A. Lima
Carlos F. de Simas

Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.12.1968 e retificado em


23.12.1968

1726
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973


Dispõe sobre o Estatuto do Índio.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DEFINIÇÕES

Art. 1º Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das
comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-
-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional.
Parágrafo único. Aos índios e às comunidades indígenas se estende a pro-
teção das leis do País, nos mesmos termos em que se aplicam aos demais
brasileiros, resguardados os usos, costumes e tradições indígenas, bem como
as condições peculiares reconhecidas nesta Lei.
Art. 2º Cumpre à União, aos Estados e aos Municípios, bem como aos
órgãos das respectivas administrações indiretas, nos limites de sua compe-
tência, para a proteção das comunidades indígenas e a preservação dos seus
direitos:
I – estender aos índios os benefícios da legislação comum, sempre que
possível a sua aplicação;
II – prestar assistência aos índios e às comunidades indígenas ainda não
integrados à comunhão nacional;
III – respeitar, ao proporcionar aos índios meios para o seu desenvolvi-
mento, as peculiaridades inerentes à sua condição;
IV – assegurar aos índios a possibilidade de livre escolha dos seus meios
de vida e subsistência;
V – garantir aos índios a permanência voluntária no seu habitat, propor-
cionando-lhes ali recursos para seu desenvolvimento e progresso;

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VI – respeitar, no processo de integração do índio à comunhão nacional, a


coesão das comunidades indígenas, os seus valores culturais, tradições, usos
e costumes;
VII – executar, sempre que possível mediante a colaboração dos índios, os
programas e projetos tendentes a beneficiar as comunidades indígenas;
VIII – utilizar a cooperação, o espírito de iniciativa e as qualidades pes-
soais do índio, tendo em vista a melhoria de suas condições de vida e a sua
integração no processo de desenvolvimento;
IX – garantir aos índios e comunidades indígenas, nos termos da Cons-
tituição, a posse permanente das terras que habitam, reconhecendo-lhes o
direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades
naquelas terras existentes;
X – garantir aos índios o pleno exercício dos direitos civis e políticos que
em face da legislação lhes couberem.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir
discriminadas:
I – Índio ou Silvícola - É todo indivíduo de origem e ascendência pré-co-
lombiana que se identifica e é identificado como pertencente a um grupo ét-
nico cujas características culturais o distinguem da sociedade nacional;
II – Comunidade Indígena ou Grupo Tribal - É um conjunto de famílias
ou comunidades índias, quer vivendo em estado de completo isolamento em
relação aos outros setores da comunhão nacional, quer em contatos intermi-
tentes ou permanentes, sem contudo estarem neles integrados.
Art. 4º Os índios são considerados:
I – Isolados - Quando vivem em grupos desconhecidos ou de que se pos-
suem poucos e vagos informes através de contatos eventuais com elementos
da comunhão nacional;
II – Em vias de integração - Quando, em contato intermitente ou perma-
nente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições

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de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência co-
muns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando
cada vez mais para o próprio sustento;
III – Integrados - Quando incorporados à comunhão nacional e reconheci-
dos no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes
e tradições característicos da sua cultura.

TÍTULO II
DOS DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS

Art. 5º Aplicam-se aos índios ou silvícolas as normas dos artigos 145 e


146, da Constituição Federal, relativas à nacionalidade e à cidadania.
Parágrafo único. O exercício dos direitos civis e políticos pelo índio depen-
de da verificação das condições especiais estabelecidas nesta Lei e na legis-
lação pertinente.
Art. 6º Serão respeitados os usos, costumes e tradições das comunidades
indígenas e seus efeitos, nas relações de família, na ordem de sucessão, no
regime de propriedade e nos atos ou negócios realizados entre índios, salvo
se optarem pela aplicação do direito comum.
Parágrafo único. Aplicam-se as normas de direito comum às relações entre
índios não integrados e pessoas estranhas à comunidade indígena, excetua-
dos os que forem menos favoráveis a eles e ressalvado o disposto nesta Lei.

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA OU TUTELA

Art. 7º Os índios e as comunidades indígenas ainda não integrados à co-


munhão nacional ficam sujeito ao regime tutelar estabelecido nesta Lei.

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§ 1º Ao regime tutelar estabelecido nesta Lei aplicam-se no que couber,


os princípios e normas da tutela de direito comum, independendo, todavia, o
exercício da tutela da especialização de bens imóveis em hipoteca legal, bem
como da prestação de caução real ou fidejussória.
§ 2º Incumbe a tutela à União, que a exercerá através do competente ór-
gão federal de assistência aos silvícolas.
Art. 8º São nulos os atos praticados entre o índio não integrado e qual-
quer pessoa estranha à comunidade indígena quando não tenha havido assis-
tência do órgão tutelar competente.
Parágrafo único. Não se aplica a regra deste artigo no caso em que o índio
revele consciência e conhecimento do ato praticado, desde que não lhe seja
prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua libera-
ção do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capa-
cidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:
I – idade mínima de 21 anos;
II – conhecimento da língua portuguesa;
III – habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
IV – razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão
de assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva
no registro civil.
Art. 10. Satisfeitos os requisitos do artigo anterior e a pedido escrito do
interessado, o órgão de assistência poderá reconhecer ao índio, mediante de-
claração formal, a condição de integrado, cessando toda restrição à capacida-
de, desde que, homologado judicialmente o ato, seja inscrito no registro civil.
Art. 11. Mediante decreto do Presidente da República, poderá ser decla-
rada a emancipação da comunidade indígena e de seus membros, quanto
ao regime tutelar estabelecido em lei, desde que requerida pela maioria dos

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membros do grupo e comprovada, em inquérito realizado pelo órgão federal


competente, a sua plena integração na comunhão nacional.
Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, exigir-se-á o
preenchimento, pelos requerentes, dos requisitos estabelecidos no artigo 9º.

CAPÍTULO III
DO REGISTRO CIVIL

Art. 12. Os nascimentos e óbitos, e os casamentos civis dos índios não


integrados, serão registrados de acordo com a legislação comum, atendidas
as peculiaridades de sua condição quanto à qualificação do nome, prenome
e filiação.
Parágrafo único. O registro civil será feito a pedido do interessado ou da
autoridade administrativa competente.
Art. 13. Haverá livros próprios, no órgão competente de assistência, para
o registro administrativo de nascimentos e óbitos dos índios, da cessação de
sua incapacidade e dos casamentos contraídos segundo os costumes tribais.
Parágrafo único. O registro administrativo constituirá, quando couber do-
cumento hábil para proceder ao registro civil do ato correspondente, admiti-
do, na falta deste, como meio subsidiário de prova.

CAPÍTULO IV
DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Art. 14. Não haverá discriminação entre trabalhadores indígenas e os de-


mais trabalhadores, aplicando-se-lhes todos os direitos e garantias das leis
trabalhistas e de previdência social.
Parágrafo único. É permitida a adaptação de condições de trabalho aos
usos e costumes da comunidade a que pertencer o índio.
Art. 15. Será nulo o contrato de trabalho ou de locação de serviços reali-
zado com os índios de que trata o artigo 4º, I.

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Art. 16. Os contratos de trabalho ou de locação de serviços realizados


com indígenas em processo de integração ou habitantes de parques ou colô-
nias agrícolas dependerão de prévia aprovação do órgão de proteção ao índio,
obedecendo, quando necessário, a normas próprias.
§ 1º Será estimulada a realização de contratos por equipe, ou a domicílio,
sob a orientação do órgão competente, de modo a favorecer a continuidade
da via comunitária.
§ 2º Em qualquer caso de prestação de serviços por indígenas não inte-
grados, o órgão de proteção ao índio exercerá permanente fiscalização das
condições de trabalho, denunciando os abusos e providenciando a aplicação
das sanções cabíveis.
§ 3º O órgão de assistência ao indígena propiciará o acesso, aos seus
quadros, de índios integrados, estimulando a sua especialização indigenista.

TÍTULO III
DAS TERRAS DOS ÍNDIOS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 17. Reputam-se terras indígenas:


I – as terras ocupadas ou habitadas pelos silvícolas, a que se referem
os artigos 4º, IV, e 198, da Constituição; (Regulamento) (Vide Decreto n. 22,
de 1991) (Vide Decreto n. 1.775, de 1996)
II – as áreas reservadas de que trata o Capítulo III deste Título;
III – as terras de domínio das comunidades indígenas ou de silvícolas.
Art. 18. As terras indígenas não poderão ser objeto de arrendamento ou
de qualquer ato ou negócio jurídico que restrinja o pleno exercício da posse
direta pela comunidade indígena ou pelos silvícolas.

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§ 1º Nessas áreas, é vedada a qualquer pessoa estranha aos grupos tri-


bais ou comunidades indígenas a prática da caça, pesca ou coleta de frutos,
assim como de atividade agropecuária ou extrativa.
§ 2º (Vetado).
Art. 19. As terras indígenas, por iniciativa e sob orientação do órgão fede-
ral de assistência ao índio, serão administrativamente demarcadas, de acordo
com o processo estabelecido em decreto do Poder Executivo.
§ 1º A demarcação promovida nos termos deste artigo, homologada pelo
Presidente da República, será registrada em livro próprio do Serviço do Patrimô-
nio da União (SPU) e do registro imobiliário da comarca da situação das terras.
§ 2º Contra a demarcação processada nos termos deste artigo não caberá
a concessão de interdito possessório, facultado aos interessados contra ela
recorrer à ação petitória ou à demarcatória.
Art. 20. Em caráter excepcional e por qualquer dos motivos adiante enu-
merados, poderá a União intervir, se não houver solução alternativa, em área
indígena, determinada a providência por decreto do Presidente da República.
1º A intervenção poderá ser decretada:
a) para pôr termo à luta entre grupos tribais;
b) para combater graves surtos epidêmicos, que possam acarretar o ex-
termínio da comunidade indígena, ou qualquer mal que ponha em risco a
integridade do silvícola ou do grupo tribal;
c) por imposição da segurança nacional;
d) para a realização de obras públicas que interessem ao desenvolvimento
nacional;
e) para reprimir a turbação ou esbulho em larga escala;
f) para a exploração de riquezas do subsolo de relevante interesse para a
segurança e o desenvolvimento nacional.
2º A intervenção executar-se-á nas condições estipuladas no decreto e
sempre por meios suasórios, dela podendo resultar, segundo a gravidade do
fato, uma ou algumas das medidas seguintes:

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a) contenção de hostilidades, evitando-se o emprego de força contra os


índios;
b) deslocamento temporário de grupos tribais de uma para outra área;
c) remoção de grupos tribais de uma para outra área.
3º Somente caberá a remoção de grupo tribal quando de todo impossível
ou desaconselhável a sua permanência na área sob intervenção, destinan-
do-se à comunidade indígena removida área equivalente à anterior, inclusive
quanto às condições ecológicas.
4º A comunidade indígena removida será integralmente ressarcida dos
prejuízos decorrentes da remoção.
5º O ato de intervenção terá a assistência direta do órgão federal que
exercita a tutela do índio.
Art. 21. As terras espontânea e definitivamente abandonadas por comu-
nidade indígena ou grupo tribal reverterão, por proposta do órgão federal de
assistência ao índio e mediante ato declaratório do Poder Executivo, à posse
e ao domínio pleno da União.

CAPÍTULO II
DAS TERRAS OCUPADAS

Art. 22. Cabe aos índios ou silvícolas a posse permanente das terras que
habitam e o direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as
utilidades naquelas terras existentes.
Parágrafo único. As terras ocupadas pelos índios, nos termos deste artigo,
serão bens inalienáveis da União (artigo 4º, IV, e 198, da Constituição Federal).
Art. 23. Considera-se posse do índio ou silvícola a ocupação efetiva da
terra que, de acordo com os usos, costumes e tradições tribais, detém e onde
habita ou exerce atividade indispensável à sua subsistência ou economica-
mente útil.
Art. 24. O usufruto assegurado aos índios ou silvícolas compreende o di-
reito à posse, uso e percepção das riquezas naturais e de todas as utilidades

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existentes nas terras ocupadas, bem assim ao produto da exploração econô-


mica de tais riquezas naturais e utilidades.
§ 1º Incluem-se, no usufruto, que se estende aos acessórios e seus acres-
cidos, o uso dos mananciais e das águas dos trechos das vias fluviais compre-
endidos nas terras ocupadas.
§ 2º É garantido ao índio o exclusivo exercício da caça e pesca nas áreas
por ele ocupadas, devendo ser executadas por forma suasória as medidas de
polícia que em relação a ele eventualmente tiverem de ser aplicadas.
Art. 25. O reconhecimento do direito dos índios e grupos tribais à pos-
se permanente das terras por eles habitadas, nos termos do artigo 198, da
Constituição Federal, independerá de sua demarcação, e será assegurado
pelo órgão federal de assistência aos silvícolas, atendendo à situação atual
e ao consenso histórico sobre a antiguidade da ocupação, sem prejuízo das
medidas cabíveis que, na omissão ou erro do referido órgão, tomar qualquer
dos Poderes da República.

CAPÍTULO III
DAS ÁREAS RESERVADAS

Art. 26. A União poderá estabelecer, em qualquer parte do território na-


cional, áreas destinadas à posse e ocupação pelos índios, onde possam viver
e obter meios de subsistência, com direito ao usufruto e utilização das rique-
zas naturais e dos bens nelas existentes, respeitadas as restrições legais.
Parágrafo único. As áreas reservadas na forma deste artigo não se confun-
dem com as de posse imemorial das tribos indígenas, podendo organizar-se
sob uma das seguintes modalidades:
a) reserva indígena;
b) parque indígena;
c) colônia agrícola indígena.
Art. 27. Reserva indígena é uma área destinada a servidor de habitat a
grupo indígena, com os meios suficientes à sua subsistência.

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Art. 28. Parque indígena é a área contida em terra na posse de índios,


cujo grau de integração permita assistência econômica, educacional e sanitá-
ria dos órgãos da União, em que se preservem as reservas de flora e fauna e
as belezas naturais da região.
§ 1º Na administração dos parques serão respeitados a liberdade, usos,
costumes e tradições dos índios.
§ 2º As medidas de polícia, necessárias à ordem interna e à preservação
das riquezas existentes na área do parque, deverão ser tomadas por meios
suasórios e de acordo com o interesse dos índios que nela habitem.
§ 3º O loteamento das terras dos parques indígenas obedecerá ao regime
de propriedade, usos e costumes tribais, bem como às normas administrati-
vas nacionais, que deverão ajustar-se aos interesses das comunidades indí-
genas.
Art. 29. Colônia agrícola indígena é a área destinada à exploração agrope-
cuária, administrada pelo órgão de assistência ao índio, onde convivam tribos
aculturadas e membros da comunidade nacional.
Art. 30. Território federal indígena é a unidade administrativa subordina-
da à União, instituída em região na qual pelo menos um terço da população
seja formado por índios.
Art. 31. As disposições deste Capítulo serão aplicadas, no que couber, às áre-
as em que a posse decorra da aplicação do artigo 198, da Constituição Federal.

CAPÍTULO IV
DAS TERRAS DE DOMÍNIO INDÍGENA

Art. 32. São de propriedade plena do índio ou da comunidade indígena,


conforme o caso, as terras havidas por qualquer das formas de aquisição do
domínio, nos termos da legislação civil.
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos
consecutivos, trecho de terra inferior a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a
propriedade plena.

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Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às terras do domínio


da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que trata esta
Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal.

CAPÍTULO V
DA DEFESA DAS TERRAS INDÍGENAS

Art. 34. O órgão federal de assistência ao índio poderá solicitar a colabo-


ração das Forças Armadas e Auxiliares e da Polícia Federal, para assegurar
a proteção das terras ocupadas pelos índios e pelas comunidades indígenas.
Art. 35. Cabe ao órgão federal de assistência ao índio a defesa judicial ou
extrajudicial dos direitos dos silvícolas e das comunidades indígenas.
Art. 36. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, compete à União
adotar as medidas administrativas ou propor, por intermédio do Ministério
Público Federal, as medidas judiciais adequadas à proteção da posse dos sil-
vícolas sobre as terras que habitem.
Parágrafo único. Quando as medidas judiciais previstas neste artigo forem
propostas pelo órgão federal de assistência, ou contra ele, a União será litis-
consorte ativa ou passiva.
Art. 37. Os grupos tribais ou comunidades indígenas são partes legítimas
para a defesa dos seus direitos em juízo, cabendo-lhes, no caso, a assistência
do Ministério Público Federal ou do órgão de proteção ao índio.
Art. 38. As terras indígenas são inusucapíveis e sobre elas não poderá
recair desapropriação, salvo o previsto no artigo 20.

TÍTULO IV
DOS BENS E RENDA DO PATRIMÔNIO INDÍGENA

Art. 39. Constituem bens do Patrimônio Indígena:


I – as terras pertencentes ao domínio dos grupos tribais ou comunidades
indígenas;

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II – o usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades


existentes nas terras ocupadas por grupos tribais ou comunidades indígenas
e nas áreas a eles reservadas;
III – os bens móveis ou imóveis, adquiridos a qualquer título.
Art. 40. São titulares do Patrimônio Indígena:
I – a população indígena do País, no tocante a bens ou rendas perten-
centes ou destinadas aos silvícolas, sem discriminação de pessoas ou grupos
tribais;
II – o grupo tribal ou comunidade indígena determinada, quanto à posse
e usufruto das terras por ele exclusivamente ocupadas, ou a ele reservadas;
III – a comunidade indígena ou grupo tribal nomeado no título aquisitivo
da propriedade, em relação aos respectivos imóveis ou móveis.
Art. 41. Não integram o Patrimônio Indígena:
I – as terras de exclusiva posse ou domínio do índio ou silvícola, individual-
mente considerado, e o usufruto das respectivas riquezas naturais e utilidades;
II – a habitação, os móveis e utensílios domésticos, os objetos de uso
pessoal, os instrumentos de trabalho e os produtos da lavoura, caça, pesca e
coleta ou do trabalho em geral dos silvícolas.
Art. 42. Cabe ao órgão de assistência a gestão do Patrimônio Indígena,
propiciando-se, porém, a participação dos silvícolas e dos grupos tribais na
administração dos próprios bens, sendo-lhes totalmente confiado o encargo,
quando demonstrem capacidade efetiva para o seu exercício.
Parágrafo único. O arrolamento dos bens do Patrimônio Indígena será per-
manentemente atualizado, procedendo-se à fiscalização rigorosa de sua ges-
tão, mediante controle interno e externo, a fim de tornar efetiva a responsa-
bilidade dos seus administradores.
Art. 43. A renda indígena é a resultante da aplicação de bens e utilidades
integrantes do Patrimônio Indígena, sob a responsabilidade do órgão de as-
sistência ao índio.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º A renda indígena será preferencialmente reaplicada em atividades


rentáveis ou utilizada em programas de assistência ao índio.
§ 2º A reaplicação prevista no parágrafo anterior reverterá principalmente
em benefício da comunidade que produziu os primeiros resultados econômicos.
Art. 44. As riquezas do solo, nas áreas indígenas, somente pelos silvícolas
podem ser exploradas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garim-
pagem, faiscação e cata das áreas referidas. (Regulamento)
Art. 45. A exploração das riquezas do subsolo nas áreas pertencentes aos
índios, ou do domínio da União, mas na posse de comunidades indígenas,
far-se-á nos termos da legislação vigente, observado o disposto nesta Lei.
(Regulamento)
§ 1º O Ministério do Interior, através do órgão competente de assistência
aos índios, representará os interesses da União, como proprietária do solo,
mas a participação no resultado da exploração, as indenizações e a renda
devida pela ocupação do terreno, reverterão em benefício dos índios e cons-
tituirão fontes de renda indígena.
§ 2º Na salvaguarda dos interesses do Patrimônio Indígena e do bem-es-
tar dos silvícolas, a autorização de pesquisa ou lavra, a terceiros, nas posses
tribais, estará condicionada a prévio entendimento com o órgão de assistên-
cia ao índio.
Art. 46. O corte de madeira nas florestas indígenas, consideradas em re-
gime de preservação permanente, de acordo com a letra g e § 2º, do artigo
3º, do Código Florestal, está condicionado à existência de programas ou pro-
jetos para o aproveitamento das terras respectivas na exploração agropecu-
ária, na indústria ou no reflorestamento.

TÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA E SAÚDE

Art. 47. É assegurado o respeito ao patrimônio cultural das comunidades


indígenas, seus valores artísticos e meios de expressão.

1739
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 48. Estende-se à população indígena, com as necessárias adapta-


ções, o sistema de ensino em vigor no País.
Art. 49. A alfabetização dos índios far-se-á na língua do grupo a que per-
tençam, e em português, salvaguardado o uso da primeira.
Art. 50. A educação do índio será orientada para a integração na comu-
nhão nacional mediante processo de gradativa compreensão dos problemas
gerais e valores da sociedade nacional, bem como do aproveitamento das
suas aptidões individuais.
Art. 51. A assistência aos menores, para fins educacionais, será prestada,
quanto possível, sem afastá-los do convívio familiar ou tribal.
Art. 52. Será proporcionada ao índio a formação profissional adequada,
de acordo com o seu grau de aculturação.
Art. 53. O artesanato e as indústrias rurais serão estimulados, no sentido
de elevar o padrão de vida do índio com a conveniente adaptação às condi-
ções técnicas modernas.
Art. 54. Os índios têm direito aos meios de proteção à saúde facultados à
comunhão nacional.
Parágrafo único. Na infância, na maternidade, na doença e na velhice,
deve ser assegurada ao silvícola, especial assistência dos poderes públicos,
em estabelecimentos a esse fim destinados.
Art. 55. O regime geral da previdência social será extensivo aos índios,
atendidas as condições sociais, econômicas e culturais das comunidades be-
neficiadas.

TÍTULO VI
DAS NORMAS PENAIS

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS

1740
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 56. No caso de condenação de índio por infração penal, a pena de-


verá ser atenuada e na sua aplicação o Juiz atenderá também ao grau de
integração do silvícola.
Parágrafo único. As penas de reclusão e de detenção serão cumpridas, se
possível, em regime especial de semiliberdade, no local de funcionamento do ór-
gão federal de assistência aos índios mais próximos da habitação do condenado.
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com
as instituições próprias, de sanções penais ou disciplinares contra os seus
membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em
qualquer caso a pena de morte.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA OS ÍNDIOS

Art. 58. Constituem crimes contra os índios e a cultura indígena:


I – escarnecer de cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais in-
dígenas, vilipendiá-los ou perturbar, de qualquer modo, a sua prática. Pena
- detenção de um a três meses;
II – utilizar o índio ou comunidade indígena como objeto de propaganda tu-
rística ou de exibição para fins lucrativos. Pena - detenção de dois a seis meses;
III – propiciar, por qualquer meio, a aquisição, o uso e a disseminação de
bebidas alcoólicas, nos grupos tribais ou entre índios não integrados. Pena -
detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. As penas estatuídas neste artigo são agravadas de um
terço, quando o crime for praticado por funcionário ou empregado do órgão
de assistência ao índio.
Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes,
em que o ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena
será agravada de um terço.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 60. Os bens e rendas do Patrimônio Indígena gozam de plena isenção


tributária.
Art. 61. São extensivos aos interesses do Patrimônio Indígena os privilé-
gios da Fazenda Pública, quanto à impenhorabilidade de bens, rendas e ser-
viços, ações especiais, prazos processuais, juros e custas.
Art. 62. Ficam declaradas a nulidade e a extinção dos efeitos jurídicos dos
atos de qualquer natureza que tenham por objeto o domínio, a posse ou a
ocupação das terras habitadas pelos índios ou comunidades indígenas.
§ 1º Aplica-se o disposto deste artigo às terras que tenham sido desocu-
padas pelos índios ou comunidades indígenas em virtude de ato ilegítimo de
autoridade e particular.
§ 2º Ninguém terá direito a ação ou indenização contra a União, o órgão
de assistência ao índio ou os silvícolas em virtude da nulidade e extinção de
que trata este artigo, ou de suas consequências econômicas.
§ 3º Em caráter excepcional e a juízo exclusivo do dirigente do órgão de
assistência ao índio, será permitida a continuação, por prazo razoável dos
efeitos dos contratos de arrendamento em vigor na data desta Lei, desde que
a sua extinção acarrete graves consequências sociais.
Art. 63. Nenhuma medida judicial será concedida liminarmente em cau-
sas que envolvam interesse de silvícolas ou do Patrimônio Indígena, sem pré-
via audiência da União e do órgão de proteção ao índio.
Art. 64 (Vetado).
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 65. O Poder Executivo fará, no prazo de cinco anos, a demarcação
das terras indígenas, ainda não demarcadas.
Art. 66. O órgão de proteção ao silvícola fará divulgar e respeitar as normas
da Convenção 107, promulgada pelo Decreto n. 58.824, de 14 julho de 1966.
Art. 67. É mantida a Lei n. 5.371, de 5 de dezembro de 1967.

1742
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 68. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas


as disposições em contrário.

EMÍLIO G. MEDICI
Alfredo Buzaid
Antônio Delfim Netto
José Costa Cavalcanti
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.12.197
*

1743
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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LEI N. 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996

(Vide Lei n. 13.869, de 2019) (Vigência) Regulamenta o inciso XII, parte final,
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) do art. 5º da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natu-
reza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,
observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da
ação principal, sob segredo de justiça.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de
comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I – não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II – a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III – o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com
pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a
situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos
investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3º A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determi-
nada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I – da autoridade policial, na investigação criminal;
II – do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal.
Art. 4º O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a
demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração
penal, com indicação dos meios a serem empregados.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado


verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a in-
terceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2º O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.
Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo
de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispen-
sabilidade do meio de prova.
Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimen-
tos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acom-
panhar a sua realização.
§ 1º No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação inter-
ceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2º Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado
da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá
conter o resumo das operações realizadas.
§ 3º Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8º,
ciente o Ministério Público.
Art. 7º Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei,
a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às
concessionárias de serviço público.
Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do
processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e trans-
crições respectivas.
Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamen-
te antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial
(Código de Processo Penal, art.10, § 1º) ou na conclusão do processo ao juiz
para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código
de Processo Penal.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada


pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a
captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente
eficazes; e (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em
infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos
ou em infrações penais conexas. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a
forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze)
dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previs-
tas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 9º A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude
de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério
Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-
cas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem auto-
rização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefôni-


cas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar se-
gredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei: (Redação dada pela Lei n. 13.869. de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 13.869. de 2019)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que deter-
mina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não
autorizado em lei. (Incluído pela Lei n. 13.869. de 2019)
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, óp-
ticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização
judicial, quando esta for exigida: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir
determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental
ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996*

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LEI N. 12.037, DE 1 DE OUTUBRO DE 2009

Dispõe sobre a identificação criminal


Constituição Federal, art. 5º, inciso LVIII do civilmente identificado, regulamen-
(Vide Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência) tando o art. 5º, inciso LVIII, da Cons-
tituição Federal.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRE-


SIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-
nal, salvo nos casos previstos nesta Lei.
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes do-
cumentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho; (Revogado pela Medida Provisória n. 905, de 2019)
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos docu-
mentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer
identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente
o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informa-
ções conflitantes entre si;

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IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo


despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou me-
diante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da
expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação
dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser jun-
tadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que con-
sideradas insuficientes para identificar o indiciado.
Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autorida-
de encarregada tomará as providências necessárias para evitar o constrangi-
mento do identificado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o foto-
gráfico, que serão juntados aos autos da comunicação da prisão em flagrante,
ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3º, a identificação cri-
minal poderá incluir a coleta de material biológico para a obtenção do perfil
genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 5º-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser
armazenados em banco de dados de perfis genéticos, gerenciado por unidade
oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis
genéticos não poderão revelar traços somáticos ou comportamentais das pes-
soas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas consti-
tucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados
genéticos. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão


caráter sigiloso, respondendo civil, penal e administrativamente aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei
ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos
deverão ser consignadas em laudo pericial firmado por perito oficial devida-
mente habilitado. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em ates-
tados de antecedentes ou em informações não destinadas ao juízo criminal,
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.
Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou
absolvição, é facultado ao indiciado ou ao réu, após o arquivamento definitivo
do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a retirada da iden-
tificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de
sua identificação civil.
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá
no término do prazo estabelecido em lei para a prescrição do delito. (Incluído
pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá:
(Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – no caso de absolvição do acusado; ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – no caso de condenação do acusado, mediante requerimento, após
decorridos 20 (vinte) anos do cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 7º-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco
de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executi-
vo. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, no Ministério da Justiça e Segurança
Pública, do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluí-
do pela Lei n. 13.964, de 2019)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional Multibiométrico


e de Impressões Digitais serão regulamentados em ato do Poder Executivo
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais tem como
objetivo armazenar dados de registros biométricos, de impressões digitais
e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais
federais, estaduais ou distritais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será inte-
grado pelos registros biométricos, de impressões digitais, de íris, face e voz
colhidos em investigações criminais ou por ocasião da identificação criminal.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Poderão ser colhidos os registros biométricos, de impressões digi-
tais, de íris, face e voz dos presos provisórios ou definitivos quando não tive-
rem sido extraídos por ocasião da identificação criminal. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 5º Poderão integrar o Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões
Digitais, ou com ele interoperar, os dados de registros constantes em quais-
quer bancos de dados geridos por órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário das esferas federal, estadual e distrital, inclusive pelo Tribunal
Superior Eleitoral e pelos Institutos de Identificação Civil. (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019)
§ 6º No caso de bancos de dados de identificação de natureza civil, ad-
ministrativa ou eleitoral, a integração ou o compartilhamento dos registros
do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais será limitado às
impressões digitais e às informações necessárias para identificação do seu
titular. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 7º A integração ou a interoperação dos dados de registros multibiométri-
cos constantes de outros bancos de dados com o Banco Nacional Multibiomé-
trico e de Impressões Digitais ocorrerá por meio de acordo ou convênio com
a unidade gestora. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1751
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 8º Os dados constantes do Banco Nacional Multibiométrico e de Impres-


sões Digitais terão caráter sigiloso, e aquele que permitir ou promover sua uti-
lização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão judicial respon-
derá civil, penal e administrativamente. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 9º As informações obtidas a partir da coincidência de registros biométri-
cos relacionados a crimes deverão ser consignadas em laudo pericial firmado
por perito oficial habilitado. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 10. É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
§ 11. A autoridade policial e o Ministério Público poderão requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito ou ação penal instaurados, o acesso ao
Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais. (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º Revoga-se a Lei n. 10.054, de 7 de dezembro de 2000.

Brasília, 1º de outubro de 2009; 188º da Independência e 121º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA


Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Este texto não substitui o publicado no DOU de 2.10.2009

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LEI N. 4.737, DE 15 DE JULHO DE 1965

Vigência Institui o Código Eleitoral.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que sanciono a seguinte


Lei, aprovada pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 4º, caput, do Ato
Institucional, de 9 de abril de 1964.

PARTE PRIMEIRA
INTRODUÇÃO

Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização


e o exercício de direitos políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua
fiel execução.
Art. 2º Todo poder emana do povo e será exercido em seu nome, por
mandatários escolhidos, direta e secretamente, dentre candidatos indicados
por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta nos casos pre-
vistos na Constituição e leis específicas.
Art. 3º Qualquer cidadão pode pretender investidura em cargo eletivo,
respeitadas as condições constitucionais e legais de elegibilidade e incompa-
tibilidade.
Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem
na forma da lei.(Vide art 14 da Constituição Federal)
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores:
I – os analfabetos; (Vide art. 14, § 1º, II, “a”, da Constituição/88)
II – os que não saibam exprimir-se na língua nacional;
III – os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos
políticos.

1753
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Os militares são alistáveis, desde que oficiais, aspirantes


a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos ou alunos
das escolas militares de ensino superior para formação de oficiais.
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios para os brasileiros de um
e outro sexo, salvo:
I – quanto ao alistamento:
a) os inválidos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os que se encontrem fora do país.
II – quanto ao voto:
a) os enfermos;
b) os que se encontrem fora do seu domicílio;
c) os funcionários civis e os militares, em serviço que os impossibilite de votar.
Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz elei-
toral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de
3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo
juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 1966)
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva mul-
ta ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, in-
vestir-se ou empossar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou
emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governa-
mentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas
ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado,
correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos
Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respec-
tivas autarquias;

1754
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista,


caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdên-
cia social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo
governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades cele-
brar contratos; (Vide Medida Provisória n. 958, de 2020) (Vide Lei n. 13.999,
de 2020) (Vide Medida Provisória n. 975, de 2020). (Vide Medida Provisória
n. 1.028, de 2021). (Vide Lei n. 14.179, de 2021)
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado
pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar
ou imposto de renda.
§ 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os
excetuados nos arts. 5º e 6º, n. 1, sem prova de estarem alistados não po-
derão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior.
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados,
será cancelada a inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) eleições con-
secutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses,
a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido. (Incluído
pela Lei n. 7.663, de 1988)
§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não se aplica ao eleitor no exterior que
requeira novo passaporte para identificação e retorno ao Brasil. (Incluído pela
Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o natu-
ralizado que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade
brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor
do salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição
eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio requerimento. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966) (Vide Lei n. 5.337,1967) (Vide Lei n. 5.780,
de 1972) (Vide Lei n. 6.018, de 1974) (Vide Lei n. 6.319, de 1976) (Vide Lei
n. 7.373, de 1985)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua
inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia anterior à eleição subsequen-
te à data em que completar dezenove anos. (Incluído pela Lei n. 9.041, de
1995)
Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º
incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos vigentes na zona
eleitoral ou de suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias.
Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justifi-
cado e aos não alistados nos termos dos artigos 5º e 6º, n. 1, documento que
os isente das sanções legais.
Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora
de sua zona e necessitar documento de quitação com a Justiça Eleitoral, po-
derá efetuar o pagamento perante o Juízo da zona em que estiver.
§ 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser
aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informações sobre
o arbitramento ao Juízo da inscrição.
§. 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento través de selos
federais inutilizados no próprio requerimento, o juiz que recolheu a multa
comunicará o fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente compro-
vante do pagamento.

PARTE SEGUNDA
DOS ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL

Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral:


I – O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e ju-
risdição em todo o País;
II – um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e,
mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de Território;
III – juntas eleitorais;
IV – juizes eleitorais.

1756
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 13. O número de juizes dos Tribunais Regionais não será reduzido,
mas poderá ser elevado até nove, mediante proposta do Tribunal Superior, e
na forma por ele sugerida.
Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servi-
rão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios conse-
cutivos.
§ 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de
qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença
especial, salvo no caso do § 3º. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e licença especial,
de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da
Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente exceto quando com períodos de
férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento
de alistamento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a diploma-
ção e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como
juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente
consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo re-
gistrado na circunscrição. (Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar-se-ão as
mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais se-
rão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual
para cada categoria.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO I
DO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 16. Compõe-se o Tribunal Superior Eleitoral: (Redação dada pela Lei
n. 7.191, de 1984)
I – mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação dada pela Lei n. 7.191,
de 1984)
a) de três juizes, dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; e (Re-
dação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
b) de dois juizes, dentre os membros do Tribunal Federal de Recursos;
(Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
II – por nomeação do Presidente da República, de dois entre seis advo-
gados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo
Tribunal Federal. (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
§ 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que
tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o quarto grau, seja
o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido esco-
lhido por último. (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
§ 2º A nomeação de que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em
cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja
diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privi-
legio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública;
ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal.
(Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
Art. 17. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá para seu presidente um dos
ministros do Supremo Tribunal Federal, cabendo ao outro a vice-presidência,
e para Corregedor Geral da Justiça Eleitoral um dos seus membros.
§ 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se locomove-
rá para os Estados e Territórios nos seguintes casos:

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I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral;


II – a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais;
III – a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral;
IV – sempre que entender necessário.
§ 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os Corre-
gedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento.
Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Supe-
rior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e
impedimentos, seu substituto legal.
Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do
Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo
das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral,
onde não poderão ter assento.
Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pú-
blica, com a presença da maioria de seus membros.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação
do Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de parti-
dos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de
eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de
todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será convo-
cado o substituto ou o respectivo suplente.
Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá arguir
a suspeição ou impedimento dos seus membros, do Procurador Geral ou de
funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou
penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto
em regimento.
Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provo-
car ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do
arguido.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 21. Os Tribunais e juizes inferiores devem dar imediato cumprimento


às decisões, mandados, instruções e outros atos emanados do Tribunal Su-
perior Eleitoral.
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:
I – Processar e julgar originariamente:
a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus diretó-
rios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidência da República;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitorais de
Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral e
aos funcionários da sua Secretaria;
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos
pelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relati-
vos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais
Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar
a violência antes que o juiz competente possa prover sobre a impetração;
(Vide suspensão de execução pela RSF n. 132, de 1984)
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos po-
líticos, quanto à sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) as impugnações á apuração do resultado geral, proclamação dos eleitos
e expedição de diploma na eleição de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
blica;
h) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos nos Tribunais Re-
gionais dentro de trinta dias da conclusão ao relator, formulados por partido,
candidato, Ministério Público ou parte legitimamente interessada. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
i) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de trinta
dias a contar da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuí-
dos. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada


dentro de cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exer-
cício do mandato eletivo até o seu trânsito em julgado. (Incluído pela LCP n.
86, de 1996) (Produção de efeito)
II – julgar os recursos interpostos das decisões dos Tribunais Regionais
nos termos do Art. 276 inclusive os que versarem matéria administrativa.
Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior são irrecorrível, salvo
nos casos do Art. 281.
Art. 23. Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior,
I – elaborar o seu regimento interno;
II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao Con-
gresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a fixação
dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;
III – conceder aos seus membros licença e férias assim como afastamento
do exercício dos cargos efetivos;
IV – aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes dos
Tribunais Regionais Eleitorais;
V – propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos Territórios;
VI – propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de qualquer
Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento;
VII – fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da Repú-
blica, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei:
VIII – aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de no-
vas zonas;
IX – expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
X – fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e auxi-
liares em diligência fora da sede;
XI – enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos Tri-
bunais de Justiça nos termos do ar. 25;

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Delegado de Polícia Civil

XII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas
em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido
político;
XIII – autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados
em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
XIV – requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas
próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e
para garantir a votação e a apuração; (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
XV – organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
XVI – requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir
o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;
XVII – publicar um boletim eleitoral;
XVIII – tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à
execução da legislação eleitoral.
Art. 23-A. A competência normativa regulamentar prevista no parágrafo
único do art. 1º e no inciso IX do caput do art. 23 deste Código restringe-se
a matérias especificamente autorizadas em lei, sendo vedado ao Tribunal Su-
perior Eleitoral tratar de matéria relativa à organização dos partidos políticos.
(Incluído pela Lei n. 14.211, de 2021)
Art. 24. Compete ao Procurador Geral, como Chefe do Ministério Público
Eleitoral;
I – assistir às sessões do Tribunal Superior e tomar parte nas discussões;
II – exercer a ação pública e promovê-la até final, em todos os feitos de
competência originária do Tribunal;
III – oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;
IV – manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos sub-
metidos à deliberação do Tribunal, quando solicitada sua audiência por qual-
quer dos juizes, ou por iniciativa sua, se entender necessário;
V – defender a jurisdição do Tribunal;

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VI – representar ao Tribunal sobre a fiel observância das leis eleitorais,


especialmente quanto à sua aplicação uniforme em todo o País;
VII – requisitar diligências, certidões e esclarecimentos necessários ao
desempenho de suas atribuições;
VIII – expedir instruções aos órgãos do Ministério Público junto aos Tribu-
nais Regionais;
IX – acompanhar, quando solicitado, o Corregedor Geral, pessoalmente ou
por intermédio de Procurador que designe, nas diligências a serem realizadas.

TÍTULO II
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 25. Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: (Redação dada


pela Lei n. 7.191, de 1984)
I – mediante eleição, pelo voto secreto: (Redação dada pela Lei n. 7.191,
de 1984)
a) de dois juizes, dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
b) de dois juizes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; (Redação
dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
II – do juiz federal e, havendo mais de um, do que for escolhido pelo Tri-
bunal Federal de Recursos; e (Redação dada pela Lei n. 7.191, de 1984)
III – por nomeação do Presidente da República de dois dentre seis cida-
dãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de
Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.191, de 1984)
Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão elei-
tos por este dentre os três desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro
desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral.
§ 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal
Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Re-
gional Eleitoral perante o qual servir.

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§ 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Regional se loco-


moverá para as zonas eleitorais nos seguintes casos:
I – por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional
Eleitoral;
II – a pedido dos juizes eleitorais;
III – a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal Regional;
IV – sempre que entender necessário.
Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada Tribunal Regional
Eleitoral o Procurador da República no respectivo Estado e, onde houver mais
de um, aquele que for designado pelo Procurador Geral da República.
§ 1º No Distrito Federal, serão as funções de Procurador Regional Eleitoral
exercidas pelo Procurador Geral da Justiça do Distrito Federal.
§ 2º Substituirá o Procurador Regional, em suas faltas ou impedimentos,
o seu substituto legal.
§ 3º Compete aos Procuradores Regionais exercer, perante os Tribunais
junto aos quais servirem, as atribuições do Procurador Geral.
§ 4º Mediante prévia autorização do Procurador Geral, podendo os Pro-
curadores Regionais requisitar, para auxiliá-los nas suas funções, membros
do Ministério Público local, não tendo estes, porém, assento nas sessões do
Tribunal.
Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em ses-
são pública, com a presença da maioria de seus membros.
§ 1º No caso de impedimento e não existindo quorum, será o membro do
Tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma pre-
vista na Constituição.
§ 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para o Tribunal
Superior qualquer interessado poderá arguir a suspeição dos seus membros,
do Procurador Regional, ou de funcionários da sua Secretaria, assim como dos
juizes e escrivães eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por
motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento.

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§ 3º No caso previsto no parágrafo anterior será observado o disposto no


parágrafo único do art. 20. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 4º As decisões dos Tribunais Regionais sobre quaisquer ações que im-
portem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas
somente poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros.
(Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 5º No caso do § 4º, se ocorrer impedimento de algum juiz, será convo-
cado o suplente da mesma classe. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 29. Compete aos Tribunais Regionais:
I – processar e julgar originariamente:
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e muni-
cipais de partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Go-
vernadores, e membro do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas;
b) os conflitos de jurisdição entre juizes eleitorais do respectivo Estado;
c) a suspeição ou impedimentos aos seus membros ao Procurador Regio-
nal e aos funcionários da sua Secretaria assim como aos juizes e escrivães
eleitorais;
d) os crimes eleitorais cometidos pelos juizes eleitorais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral,
contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justiça
por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou con-
cedidos pelos juizes eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver
perigo de se consumar a violência antes que o juiz competente possa prover
sobre a impetração;
f) as reclamações relativas a obrigações impostas por lei aos partidos po-
líticos, quanto a sua contabilidade e à apuração da origem dos seus recursos;
g) os pedidos de desaforamento dos feitos não decididos pelos juizes elei-
torais em trinta dias da sua conclusão para julgamento, formulados por parti-
do candidato Ministério Público ou parte legitimamente interessada sem pre-
juízo das sanções decorrentes do excesso de prazo. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 1966)

1765
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – julgar os recursos interpostos:


a) dos atos e das decisões proferidas pelos juizes e juntas eleitorais.
b) das decisões dos juizes eleitorais que concederem ou denegarem habe-
as corpus ou mandado de segurança.
Parágrafo único. As decisões dos Tribunais Regionais são irrecorríveis, sal-
vo nos casos do Art. 276.
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
I – elaborar o seu regimento interno;
II – organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Regional provendo-lhes
os cargos na forma da lei, e propor ao Congresso Nacional, por intermédio do
Tribunal Superior a criação ou supressão de cargos e a fixação dos respecti-
vos vencimentos;
III – conceder aos seus membros e aos juizes eleitorais licença e férias,
assim como afastamento do exercício dos cargos efetivos submetendo, quan-
to aqueles, a decisão à aprovação do Tribunal Superior Eleitoral;
IV – fixar a data das eleições de Governador e Vice-Governador, deputa-
dos estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e juizes de paz, quando
não determinada por disposição constitucional ou legal;
V – constituir as juntas eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdição;
VI – indicar ao tribunal Superior as zonas eleitorais ou seções em que a
contagem dos votos deva ser feita pela mesa receptora;
VII – apurar com os resultados parciais enviados pelas juntas eleitorais, os
resultados finais das eleições de Governador e Vice-Governador de membros
do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro
do prazo de 10 (dez) dias após a diplomação, ao Tribunal Superior, cópia das
atas de seus trabalhos;
VIII – responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem fei-
tas, em tese, por autoridade pública ou partido político;

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IX – dividir a respectiva circunscrição em zonas eleitorais, submetendo


essa divisão, assim como a criação de novas zonas, à aprovação do Tribunal
Superior;
X – aprovar a designação do Ofício de Justiça que deva responder pela
escrivania eleitoral durante o biênio;
XI – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
XII – requisitar a força necessária ao cumprimento de suas decisões soli-
citar ao Tribunal Superior a requisição de força federal;
XIII – autorizar, no Distrito Federal e nas capitais dos Estados, ao seu pre-
sidente e, no interior, aos juizes eleitorais, a requisição de funcionários fede-
rais, estaduais ou municipais para auxiliarem os escrivães eleitorais, quando
o exigir o acúmulo ocasional do serviço;
XIV – requisitar funcionários da União e, ainda, no Distrito Federal e em
cada Estado ou Território, funcionários dos respectivos quadros administrati-
vos, no caso de acúmulo ocasional de serviço de suas Secretarias;
XV – aplicar as penas disciplinares de advertência e de suspensão até 30
(trinta) dias aos juizes eleitorais;
XVI – cumprir e fazer cumprir as decisões e instruções do Tribunal Superior;
XVII – determinar, em caso de urgência, providências para a execução da
lei na respectiva circunscrição;
XVIII – organizar o fichário dos eleitores do Estado.
XIX – suprimir os mapas parciais de apuração mandando utilizar apenas
os boletins e os mapas totalizadores, desde que o menor número de candida-
tos às eleições proporcionais justifique a supressão, observadas as seguintes
normas: (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
a) qualquer candidato ou partido poderá requerer ao Tribunal Regional
que suprima a exigência dos mapas parciais de apuração; (Incluído pela Lei
n. 4.961, de 1966)
b) da decisão do Tribunal Regional qualquer candidato ou partido poderá,
no prazo de três dias, recorrer para o Tribunal Superior, que decidirá em cinco
dias; (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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c) a supressão dos mapas parciais de apuração só será admitida até seis


meses antes da data da eleição; (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
d) os boletins e mapas de apuração serão impressos pelos Tribunais Re-
gionais, depois de aprovados pelo Tribunal Superior; (Incluído pela Lei n.
4.961, de 1966)
e) o Tribunal Regional ouvira os partidos na elaboração dos modelos dos
boletins e mapas de apuração a fim de que estes atendam às peculiaridade
locais, encaminhando os modelos que aprovar, acompanhados das sugestões
ou impugnações formuladas pelos partidos, à decisão do Tribunal Superior.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 31. Faltando num Território o Tribunal Regional, ficará a respectiva
circunscrição eleitoral sob a jurisdição do Tribunal Regional que o Tribunal
Superior designar.

TÍTULO III
DOS JUIZES ELEITORAIS

Art. 32. Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de
direito em efetivo exercício e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze
das prerrogativas do Art. 95 da Constituição.
Parágrafo único. Onde houver mais de uma vara o Tribunal Regional desig-
nara aquela ou aquelas, a que incumbe o serviço eleitoral.
Art. 33. Nas zonas eleitorais onde houver mais de uma serventia de jus-
tiça, o juiz indicará ao Tribunal Regional a que deve ter o anexo da escrivania
eleitoral pelo prazo de dois anos.
§ 1º Não poderá servir como escrivão eleitoral, sob pena de demissão, o
membro de diretório de partido político, nem o candidato a cargo eletivo, seu
cônjuge e parente consanguíneo ou afim até o segundo grau.
§ 2º O escrivão eleitoral, em suas faltas e impedimentos, será substituído
na forma prevista pela lei de organização judiciária local.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 34. Os juizes despacharão todos os dias na sede da sua zona eleitoral.
Art. 35. Compete aos juizes:
I – cumprir e fazer cumprir as decisões e determinações do Tribunal Su-
perior e do Regional;
II – processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem
conexos, ressalvada a competência originária do Tribunal Superior e dos Tri-
bunais Regionais;
III – decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral,
desde que essa competência não esteja atribuída privativamente a instância
superior.
IV – fazer as diligências que julgar necessárias a ordem e presteza do
serviço eleitoral;
V – tomar conhecimento das reclamações que lhe forem feitas verbalmen-
te ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providências que
cada caso exigir;
VI – indicar, para aprovação do Tribunal Regional, a serventia de justiça
que deve ter o anexo da escrivania eleitoral;
VII – (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
VIII – dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrição e a exclusão
de eleitores;
IX – expedir títulos eleitorais e conceder transferência de eleitor;
X – dividir a zona em seções eleitorais;
XI – mandar organizar, em ordem alfabética, relação dos eleitores de cada
seção, para remessa a mesa receptora, juntamente com a pasta das folhas
individuais de votação;
XII – ordenar o registro e cassação do registro dos candidatos aos cargos
eletivos municiais e comunicá-los ao Tribunal Regional;
XIII – designar, até 60 (sessenta) dias antes das eleições os locais das
seções;

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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XIV – nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleição, em audiência pública


anunciada com pelo menos 5 (cinco) dias de antecedência, os membros das
mesas receptoras;
XV – instruir os membros das mesas receptoras sobre as suas funções;
XVI – providenciar para a solução das ocorrências que se verificarem nas
mesas receptoras;
XVII – tomar todas as providências ao seu alcance para evitar os atos vi-
ciosos das eleições;
XVIII – fornecer aos que não votaram por motivo justificado e aos não
alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das
sanções legais;
XIX – comunicar, até às 12 horas do dia seguinte a realização da eleição,
ao Tribunal Regional e aos delegados de partidos credenciados, o número de
eleitores que votarem em cada uma das seções da zona sob sua jurisdição,
bem como o total de votantes da zona.

TÍTULO IV
DAS JUNTAS ELEITORAIS

Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será


o presidente, e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.
§ 1º Os membros das juntas eleitorais serão nomeados 60 (sessenta) dia
antes da eleição, depois de aprovação do Tribunal Regional, pelo presidente
deste, a quem cumpre também designar-lhes a sede.
§ 2º Até 10 (dez) dias antes da nomeação os nomes das pessoas indicadas
para compor as juntas serão publicados no órgão oficial do Estado, podendo
qualquer partido, no prazo de 3 (três) dias, em petição fundamentada, im-
pugnar as indicações.
§ 3º Não podem ser nomeados membros das Juntas, escrutinadores ou
auxiliares:

1770
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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I – os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo


grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registra-
dos e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no de-
sempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.
Art. 37. Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir o núme-
ro de juizes de direito que gozem das garantias do Art. 95 da Constituição,
mesmo que não sejam juizes eleitorais.
Parágrafo único. Nas zonas em que houver de ser organizada mais de uma
Junta, ou quando estiver vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido,
o presidente do Tribunal Regional, com a aprovação deste, designará juizes de
direito da mesma ou de outras comarcas, para presidirem as juntas eleitorais.
Art. 38. Ao presidente da Junta é facultado nomear, dentre cidadãos de
notória idoneidade, escrutinadores e auxiliares em número capaz de atender
a boa marcha dos trabalhos.
§ 1º É obrigatória essa nomeação sempre que houver mais de dez urnas
a apurar.
§ 2º Na hipótese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo pre-
sidente nomeará um escrutinador para servir como secretário em cada turma.
§ 3º Além dos secretários a que se refere o parágrafo anterior, será desig-
nado pelo presidente da Junta um escrutinador para secretário-geral compe-
tindo-lhe;
I – lavrar as atas;
II – tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como
escrivão;
III – totalizar os votos apurados.

1771
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 39. Até 30 (trinta) dias antes da eleição o presidente da Junta co-
municará ao Presidente do Tribunal Regional as nomeações que houver feito
e divulgará a composição do órgão por edital publicado ou afixado, podendo
qualquer partido oferecer impugnação motivada no prazo de 3 (três) dias.
Art. 40. Compete à Junta Eleitoral;
I – apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas
eleitorais sob a sua jurisdição.
II – resolver as impugnações e demais incidentes verificados durante os
trabalhos da contagem e da apuração;
III – expedir os boletins de apuração mencionados no Art. 178;
IV – expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.
Parágrafo único. Nos municípios onde houver mais de uma junta eleitoral
a expedição dos diplomas será feita pelo que for presidida pelo juiz eleitoral
mais antigo, à qual as demais enviarão os documentos da eleição.
Art. 41. Nas zonas eleitorais em que for autorizada a contagem prévia dos
votos pelas mesas receptoras, compete à Junta Eleitoral tomar as providên-
cias mencionadas no Art. 195.

PARTE TERCEIRA
DO ALISTAMENTO

TÍTULO I
DA QUALIFICAÇÃO E INSCRIÇÃO

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.


Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de
residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de
uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Art. 43. O alistando apresentará em cartório ou local previamente de-
signado, requerimento em fórmula que obedecerá ao modelo aprovado pelo
Tribunal Superior.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 44. O requerimento, acompanhado de 3 (três) retratos, será instru-


ído com um dos seguintes documentos, que não poderão ser supridos me-
diante justificação:
I – carteira de identidade expedida pelo órgão competente do Distrito Fe-
deral ou dos Estados;
II – certificado de quitação do serviço militar;
III – certidão de idade extraída do Registro Civil;
IV – instrumento público do qual se infirá, por direito ter o requerente ida-
de superior a dezoito anos e do qual conste, também, os demais elementos
necessários à sua qualificação;
V – documento do qual se infira a nacionalidade brasileira, originária ou
adquirida, do requerente.
Parágrafo único. Será devolvido o requerimento que não contenta os dados
constantes do modelo oficial, na mesma ordem, e em caracteres inequívocos.
Art. 45. O escrivão, o funcionário ou o preparador recebendo a fórmula e
documentos determinará que o alistando date e assine a petição e em ato con-
tínuo atestará terem sido a data e a assinatura lançados na sua presença; em
seguida, tomará a assinatura do requerente na folha individual de votação” e
nas duas vias do título eleitoral, dando recibo da petição e do documento.
§ 1º O requerimento será submetido ao despacho do juiz nas 48 (quarenta
e oito), horas seguintes.
§ 2º Poderá o juiz se tiver dúvida quanto a identidade do requerente ou
sobre qualquer outro requisito para o alistamento, converter o julgamento
em diligência para que o alistando esclareça ou complete a prova ou, se for
necessário, compareça pessoalmente à sua presença.
§ 3º Se se tratar de qualquer omissão ou irregularidade que possa ser
sanada, fixará o juiz para isso prazo razoável.
§ 4º Deferido o pedido, no prazo de cinco dias, o título e o documento que
instruiu o pedido serão entregues pelo juiz, escrivão, funcionário ou prepara-
dor. A entrega far-se-á ao próprio eleitor, mediante recibo, ou a quem o elei-

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tor autorizar por escrito o recebimento, cancelando-se o título cuja assinatura


não for idêntica à do requerimento de inscrição e à do recibo. (Redação dada
pela Lei n. 4.961, de 1966)
O recibo será obrigatoriamente anexado ao processo eleitoral, incorrendo
o juiz que não o fizer na multa de um a cinco salários-mínimos regionais na
qual incorrerão ainda o escrivão, funcionário ou preparador, se responsáveis
bem como qualquer deles, se entregarem ao eleitor o título cuja assinatura
não for idêntica à do requerimento de inscrição e do recibo ou o fizerem a
pessoa não autorizada por escrito. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 5º A restituição de qualquer documento não poderá ser feita antes de
despachado o pedido de alistamento pelo juiz eleitoral.
§ 6º Quinzenalmente o juiz eleitoral fará publicar pela imprensa, onde
houver ou por editais, a lista dos pedidos de inscrição, mencionando os defe-
ridos, os indeferidos e os convertidos em diligência, contando-se dessa publi-
cação o prazo para os recursos a que se refere o parágrafo seguinte.
§ 7º Do despacho que indeferir o requerimento de inscrição caberá re-
curso interposto pelo alistando, e do que o deferir poderá recorrer qualquer
delegado de partido.
§ 8º Os recursos referidos no parágrafo anterior serão julgados pelo Tribu-
nal Regional Eleitoral dentro de 5 (cinco) dias.
§ 9º Findo esse prazo, sem que o alistando se manifeste, ou logo que seja
desprovido o recurso em instância superior, o juiz inutilizará a folha individual
de votação assinada pelo requerente, a qual ficará fazendo parte integrante
do processo e não poderá, em qualquer tempo, se substituída, nem dele reti-
rada, sob pena de incorrer o responsável nas sanções previstas no Art. 293.
§ 10 No caso de indeferimento do pedido, o Cartório devolverá ao reque-
rente, mediante recibo, as fotografias e o documento com que houver instru-
ído o seu requerimento.
§ 11 O título eleitoral e a fôlha individual de votação sòmente serão assina-
dos pelo juiz eleitoral depois de preenchidos pelo cartório e de deferido o pedi-
do, sob as penas do artigo 293. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)

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§ 12 É obrigatória a remessa ao Tribunal Regional da ficha do eleitor, após


a expedição do seu título. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 46. As folhas individuais de votação e os títulos serão confeccionados
de acordo com o modelo aprovado pelo Tribunal, Superior Eleitoral.
§ 1º Da folha individual de votação e do título eleitoral constará a indica-
ção da seção em que o eleitor tiver sido inscrito a qual será localizada dentro
do distrito judiciário ou administrativo de sua residência e o mais próximo
dela, considerados a distância e os meios de transporte.
§ 2º As folhas individuais de votação serão conservadas em pastas, uma
para cada seção eleitoral; às mesas receptoras serão por estas encaminha-
das com a urna e os demais documentos da eleição às juntas eleitorais, que
as devolverão, findos os trabalhos da apuração, ao respectivo cartório, onde
ficarão guardadas.
§ 3º O eleitor ficará vinculado permanentemente à seção eleitoral indicada
no seu título, salvo:
I – se se transferir de zona ou Município hipótese em que deverá requerer
transferência.
II – se, até 100 (cem) dias antes da eleição, provar, perante o Juiz Eleitoral,
que mudou de residência dentro do mesmo Município, de um distrito para outro
ou para lugar muito distante da seção em que se acha inscrito, caso em que se-
rão feitas na folha de votação e no título eleitoral, para esse fim exibido as alte-
rações correspondentes, devidamente autenticadas pela autoridade judiciária.
§ 4º O eleitor poderá, a qualquer tempo requerer ao juiz eleitoral a reti-
ficação de seu título eleitoral ou de sua folha individual de votação, quando
neles constar erro evidente, ou indicação de seção diferente daquela a que
devesse corresponder a residência indicada no pedido de inscrição ou trans-
ferência. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 5º O título eleitoral servirá de prova de que o eleitor está inscrito na
seção em que deve votar. E, uma vez datado e assinado pelo presidente da
mesa receptora, servirá também de prova de haver o eleitor votado. (Renu-
merado do § 4º pela Lei n. 4.961, de 1966)

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Art. 47. As certidões de nascimento ou casamento, quando destinadas ao


alistamento eleitoral, serão fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos
pedidos apresentados em cartório pelos alistandos ou delegados de partido.
§1º Os cartórios de Registro Civil farão, ainda, gratuitamente, o registro
de nascimento visando ao fornecimento de certidão aos alistandos, desde que
provem carência de recursos, ou aos Delegados de Partido, para fins eleito-
rais. (Incluído pela Lei n. 6.018, de 1974)
§ 2º Em cada Cartório de Registro Civil haverá um livro especial aberto e
rubricado pelo Juiz Eleitoral, onde o cidadão ou o delegado de partido deixará
expresso o pedido de certidão para fins eleitorais, datando-o. (Incluído como §
1º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do § 1º pela Lei n. 6.018, de 1974)
§ 3º O escrivão, dentro de quinze dias da data do pedido, concederá a
certidão, ou justificará, perante o Juiz Eleitoral por que deixa de fazê-lo. (In-
cluído como § 2º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do § 2º pela Lei n.
6.018, de 1974)
§ 4º A infração ao disposto neste artigo sujeitará o escrivão às penas do
Art. 293. (Incluído como § 3º pela Lei n. 4.961, de 1966 e renumerado do §
3º pela Lei n. 6.018, de 1974)
Art. 48. O empregado mediante comunicação com 48 (quarenta e oito)
horas de antecedência, poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo
do salário e por tempo não excedente a 2 (dois) dias, para o fim de se alistar
eleitor ou requerer transferência.
Art. 49. Os cegos alfabetizados pelo sistema “Braille”, que reunirem as de-
mais condições de alistamento, podem qualificar-se mediante o preenchimento
da fórmula impressa e a aposição do nome com as letras do referido alfabeto.
§ 1º De forma idêntica serão assinadas a folha individual de votação e as
vias do título.
§ 2º Esses atos serão feitos na presença também de funcionários de es-
tabelecimento especializado de amparo e proteção de cegos, conhecedor do
sistema “Braille”, que subscreverá, com o Escrivão ou funcionário designado,

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o seguinte declaração a ser lançada no modelo de requerimento; “Atestamos


que a presente fórmula bem como a folha individual de votação e vias do tí-
tulo foram subscritas pelo próprio, em nossa presença”.
Art. 50. O juiz eleitoral providenciará para que se proceda ao alistamento
nas próprias sedes dos estabelecimentos de proteção aos cegos, marcando
previamente, dia e hora para tal fim, podendo se inscrever na zona eleitoral
correspondente todos os cegos do município.
§ 1º Os eleitores inscritos em tais condições deverão ser localizados em
uma mesma seção da respectiva zona.
§ 2º Se no alistamento realizado pela forma prevista nos artigos anterio-
res, o número de eleitores não alcançar o mínimo exigido, este se completará
com a inclusão de outros ainda que não sejam cegos.
Art. 51. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 1989)

CAPÍTULO I
DA SEGUNDA VIA

Art. 52. No caso de perda ou extravio de seu título, requererá o eleitor


ao juiz do seu domicílio eleitoral, até 10 (dez) dias antes da eleição, que lhe
expeça segunda via.
§ 1º O pedido de segunda via será apresentado em cartório, pessoalmen-
te, pelo eleitor, instruído o requerimento, no caso de inutilização ou dilacera-
ção, com a primeira via do título.
§ 2º No caso de perda ou extravio do título, o juiz, após receber o re-
querimento de segunda via, fará publicar, pelo prazo de 5 (cinco) dias, pela
imprensa, onde houver, ou por editais, a notícia do extravio ou perda e do
requerimento de segunda via, deferindo o pedido, findo este prazo, se não
houver impugnação.
Art. 53. Se o eleitor estiver fora do seu domicílio eleitoral poderá requerer
a segunda via ao juiz da zona em que se encontrar, esclarecendo se vai rece-
bê-la na sua zona ou na em que requereu.

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§ 1º O requerimento, acompanhado de um novo título assinado pelo elei-


tor na presença do escrivão ou de funcionário designado e de uma fotografia,
será encaminhado ao juiz da zona do eleitor.
§ 2º Antes de processar o pedido, na forma prevista no artigo anterior, o
juiz determinará que se confira a assinatura constante do novo título com a
da folha individual de votação ou do requerimento de inscrição.
§ 3º Deferido o pedido, o título será enviado ao juiz da Zona que remeteu
o requerimento, caso o eleitor haja solicitado essa providência, ou ficará em
cartório aguardando que o interessado o procure.
§ 4º O pedido de segunda-via formulado nos termos deste artigo só pode-
rá ser recebido até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
Art. 54. O requerimento de segunda-via, em qualquer das hipóteses, de-
verá ser assinado sobre selos federais, correspondentes a 2% (dois por cen-
to) do salário-mínimo da zona eleitoral de inscrição.
Parágrafo único. Somente será expedida segunda-via a eleitor que estiver qui-
te com a Justiça Eleitoral, exigindo-se, para o que foi multado e ainda não liqui-
dou a dívida, o prévio pagamento, através de sêlo federal inutilizado nos autos.

CAPÍTULO II
DA TRANSFERÊNCIA

Art. 55. Em caso de mudança de domicílio, cabe ao eleitor requerer ao


juiz do novo domicílio sua transferência, juntando o título anterior.
§ 1º A transferência só será admitida satisfeitas as seguintes exigências:
I – entrada do requerimento no cartório eleitoral do novo domicílio até 100
(cem) dias antes da data da eleição.
II – transcorrência de pelo menos 1 (um) ano da inscrição primitiva;
III – residência mínima de 3 (três) meses no novo domicílio, atestada pela
autoridade policial ou provada por outros meios convincentes.

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§ 2º O disposto nos n.s II e III, do parágrafo anterior, não se aplica quan-


do se tratar de transferência de título eleitoral de servidor público civil, militar,
autárquico, ou de membro de sua família, por motivo de remoção ou transfe-
rência. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
Art. 56. No caso de perda ou extravio do título anterior declarado esse
fato na petição de transferência, o juiz do novo domicílio, como ato prelimi-
nar, requisitará, por telegrama, a confirmação do alegado à Zona Eleitoral
onde o requerente se achava inscrito.
§ 1º O Juiz do antigo domicílio, no prazo de 5 (cinco) dias, responderá por
ofício ou telegrama, esclarecendo se o interessado é realmente eleitor, se a ins-
crição está em vigor, e, ainda, qual o número e a data da inscrição respectiva.
§ 2º A informação mencionada no parágrafo anterior, suprirá a falta do
título extraviado, ou perdido, para o efeito da transferência, devendo fazer
parte integrante do processo.
Art. 57. O requerimento de transferência de domicílio eleitoral será ime-
diatamente publicado na imprensa oficial na Capital, e em cartório nas de-
mais localidades, podendo os interessados impugná-lo no prazo de dez dias.
(Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 1º Certificado o cumprimento do disposto neste artigo o pedido deverá
ser desde logo decidido, devendo o despacho do juiz ser publicado pela mes-
ma forma. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 2º Poderá recorrer para o Tribunal Regional Eleitoral, no prazo de 3
(três) dias, o eleitor que pediu a transferência, sendo-lhe a mesma negada,
ou qualquer delegado de partido, quando o pedido for deferido.
§ 3º Dentro de 5 (cinco) dias, o Tribunal Regional Eleitoral decidirá do re-
curso interposto nos têrmos do parágrafo anterior.
§ 4º Só será expedido o nôvo título decorridos os prazos previstos neste
artigo e respectivos parágrafos.

1779
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 58. Expedido o nôvo título o juiz comunicará a transferência ao Tri-


bunal Regional competente, no prazo de 10 (dez) dias, enviando-lhe o título
eleitoral, se houver, ou documento a que se refere o § 1º do artigo 56.
§ 1º Na mesma data comunicará ao juiz da zona de origem a concessão
da transferência e requisitará a “fôlha individual de votação”.
§ 2º Na nova folha individual de votação ficará consignado, na coluna des-
tinada a “anotações”, que a inscrição foi obtida por transferência, e, de acôrdo
com os elementos constantes do título primitivo, qual o ultimo pleito em que
o eleitor transferido votou. Essa anotação constará também, de seu título.
§ 3º O processo de transferência só será arquivado após o recebimento
da fôlha individual de votação da Zona de origem, que dêle ficará constando,
devidamente inutilizada, mediante aposição de carimbo a tinta vermelha.
§ 4º No caso de transferência de município ou distrito dentro da mesma
zona, deferido o pedido, o juiz determinará a transposição da fôlha individual
de votação para a pasta correspondente ao novo domicílio, a anotação de mu-
dança no título eleitoral e comunicará ao Tribunal Regional para a necessária
averbação na ficha do eleitor.
Art. 59. Na Zona de origem, recebida do juiz do nôvo domicílio a comuni-
cação de transferência, o juiz tomará as seguintes providencias:
I – determinará o cancelamento da inscrição do transferido e a remessa
dentro de três dias, da fôlha individual de votação ao juiz requisitante;
II – ordenará a retirada do fichário da segunda parte do título;
III – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional a que estiver subor-
dinado, que fará a devida anotação na ficha de seus arquivos;
IV – se o eleitor havia assinado ficha de registro de partido, comunicará
ao juiz do novo domicílio e, ainda, ao Tribunal Regional, se a transferência foi
concedida para outro Estado.
Art. 60. O eleitor transferido não poderá votar no nôvo domicílio eleitoral
em eleição suplementar à que tiver sido realizada antes de sua transferência.

1780
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 61. Somente será concedida transferência ao eleitor que estiver quite
com a Justiça Eleitoral.
§ 1º Se o requerente não instruir o pedido de transferência com o título
anterior, o juiz do nôvo domicílio, ao solicitar informação ao da zona de ori-
gem, indagará se o eleitor está quite com a Justiça Eleitoral, ou não o estan-
do, qual a importância da multa imposta e não paga.
§ 2º Instruído o pedido com o título, e verificado que o eleitor não votou
em eleição anterior, o juiz do nôvo domicílio solicitará informações sôbre o
valor da multa arbitrada na zona de origem, salvo se o eleitor não quiser
aguardar a resposta, hipótese em que pagará o máximo previsto.
§ 3º O pagamento da multa, em qualquer das hipóteses dos parágrafos
anteriores, será comunicado ao juízo de origem para as necessárias anotações.

CAPÍTULO III
DOS PREPARADORES

Art. 62. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)


Art. 63. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
Art. 64. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)
Art. 65. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 1994)

CAPÍTULO IV
DOS DELEGADOS DE PARTIDO PERANTE O ALISTAMENTO

Art. 66. É licito aos partidos políticos, por seus delegados:


I – acompanhar os processos de inscrição;
II – promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assu-
mir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida;
III – examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos servidores
designados, os documentos relativos ao alistamento eleitoral, podendo dêles
tirar cópias ou fotocópias.

1781
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º Perante o juízo eleitoral, cada partido poderá nomear 3 (três) dele-


gados.
§ 2º Perante os preparadores, cada partido poderá nomear até 2 (dois)
delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos.
§ 3º Os delegados a que se refere êste artigo serão registrados perante os
juizes eleitorais, a requerimento do presidente do Diretório Municipal.
§ 4º O delegado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral poderá
representar o partido junto a qualquer juízo ou preparador do Estado, assim
como o delegado credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá re-
presentar o partido perante qualquer Tribunal Regional, juízo ou preparador.

CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DO ALISTAMENTO

Art. 67. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência


será recebido dentro dos 100 (cem) dias anteriores à data da eleição.
Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do
69 (sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o juiz eleitoral declarará encer-
rada a inscrição de eleitores na respectiva zona e proclamará o número dos
inscritos até as 18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará inconti-
nente ao Tribunal Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital,
imediatamente afixado no lugar próprio do juízo e divulgado pela imprensa,
onde houver, declarando nele o nome do último eleitor inscrito e o número
do respectivo título, fornecendo aos diretórios municipais dos partidos cópia
autêntica desse edital.
§ 1º Na mesma data será encerrada a transferência de eleitores, devendo
constar do telegrama do juiz eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital
e da cópia dêste fornecida aos diretórios municipais dos partidos e da publica-
ção da imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos de
transferência estejam definitivamente ultimados e o número dos respectivos
títulos eleitorais.

1782
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, pro-


ferido após esgotado o prazo legal, sujeita o juiz eleitoral às penas do Art. 291.
Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscrição ou de
transferência serão entregues até 30 (trinta) dias antes da eleição.
Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a vés-
pera do pleito.
Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada zona, logo que estejam con-
cluídos os trabalhos da sua junta eleitoral.

TÍTULO II
DO CANCELAMENTO E DA EXCLUSÃO

Art. 71. São causas de cancelamento:


I – a infração dos artigos. 5º e 42;
II – a suspensão ou perda dos direitos políticos;
III – a pluralidade de inscrição;
IV – o falecimento do eleitor;
V – deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. (Redação dada pela
Lei n. 7.663, de 27.5.1988)
§ 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acar-
retará a exclusão do eleitor, que poderá ser promovida ex officio , a requeri-
mento de delegado de partido ou de qualquer eleitor.
§ 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos privado
temporária ou definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impu-
ser essa pena providenciará para que o fato seja comunicado ao juiz eleitoral
ou ao Tribunal Regional da circunscrição em que residir o réu.
§ 3º Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do Art. 293, enviarão, até o
dia 15 (quinze) de cada mês, ao juiz eleitoral da zona em que oficiarem, co-
municação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para
cancelamento das inscrições.

1783
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de


uma zona ou município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização
de correição e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a
revisão do eleitorado obedecidas as Instruções do Tribunal Superior e as reco-
mendações que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das
inscrições correspondentes aos títulos que não forem apresentados à revisão.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar valida-
mente.
Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido in-
terpostos recursos das decisões que as deferiram, desde que tais recursos ve-
nham a ser providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos
os votos se o seu número fôr suficiente para alterar qualquer representação
partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio maioritário.
Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por
outro eleitor ou por delegado de partido.
Art. 74. A exclusão será mandada processar ex officio pelo juiz eleitoral,
sempre que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento.
Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através de seu fichá-
rio, da inscrição do mesmo eleitor em mais de uma zona sob sua jurisdição,
comunicará o fato ao juiz competente para o cancelamento, que de preferên-
cia deverá recair:
I – na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral;
II – naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor;
III – naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na
última eleição;
IV – na mais antiga.
Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de exclusão será comuni-
cada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado ao juiz eleitoral, que
observará o processo estabelecido no artigo seguinte.

1784
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 77. O juiz eleitoral processará a exclusão pela forma seguinte:


I – mandará autuar a petição ou representação com os documentos que
a instruírem:
II – fará publicar edital com prazo de 10 (dez) dias para ciência dos inte-
ressados, que poderão contestar dentro de 5 (cinco) dias;
III – concederá dilação probatória de 5 (cinco) a 10 (dez) dias, se requerida;
IV – decidirá no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o cartório tomará
as seguintes providências:
I – retirará, da respectiva pasta, a fôlha de votação, registrará a ocorrência
no local próprio para “Anotações”e juntá-la-á ao processo de cancelamento;
II – registrará a ocorrência na coluna de “observações” do livro de inscrição;
III – excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionando-as à parte;
IV – anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta de votação
para o oportuno preenchimento dos mesmos;
V – comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para anotação no seu
fichário.
Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de caso notó-
rio, serão dispensadas as formalidades previstas nos n.s. II e III do artigo 77.
Art. 80. Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso no prazo de 3 (três)
dias, para o Tribunal Regional, interposto pelo excluendo ou por delegado de
partido.
Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer
novamente a sua qualificação e inscrição.

1785
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

PARTE QUARTA
DAS ELEIÇÕES

TÍTULO I
DO SISTEMA ELEITORAL

Art. 82. O sufrágio e universal e direto; o voto, obrigatório e secreto.


Art. 83. Na eleição direta para o Senado Federal, para Prefeito e Vice-Pre-
feito, adotar-se-á o princípio majoritário. (Redação dada pela Lei n. 6.534, de
26.5.1978)
Art. 84. A eleição para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas
e Câmaras Municipais, obedecerá ao princípio da representação proporcional
na forma desta lei.
Art. 85. A eleição para deputados federais, senadores e suplentes, pre-
sidente e vice-presidente da República, governadores, vice-governadores e
deputados estaduais far-se-á, simultâneamente, em todo o País.
Art. 86. Nas eleições presidenciais, a circunscrição serão País; nas elei-
ções federais e estaduais, o Estado; e nas municipais, o respectivo município.

CAPÍTULO I
DO REGISTRO DOS CANDIDATOS

Art. 87. Somente podem concorrer às eleições candidatos registrados por


partidos.
Parágrafo único. Nenhum registro será admitido fora do período de 6 (seis)
meses antes da eleição.
Art. 88. Não é permitido registro de candidato embora para cargos dife-
rentes, por mais de uma circunscrição ou para mais de um cargo na mesma
circunscrição.

1786
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional o can-


didato deverá ser filiado ao partido, na circunscrição em que concorrer, pelo
tempo que fôr fixado nos respectivos estatutos.
Art. 89. Serão registrados:
I – no Tribunal Superior Eleitoral os candidatos a presidente e vice-presi-
dente da República;
II – nos Tribunais Regionais Eleitorais os candidatos a senador, deputado
federal, governador e vice-governador e deputado estadual;
III – nos Juízos Eleitorais os candidatos a vereador, prefeito e vice-prefeito
e juiz de paz.
Art. 90. Somente poderão inscrever candidatos os partidos que possuam
diretório devidamente registrado na circunscrição em que se realizar a eleição.
Art. 91. O registro de candidatos a presidente e vice-presidente, governa-
dor e vice-governador, ou prefeito e vice-prefeito, far-se-á sempre em chapa
única e indivisível, ainda que resulte a indicação de aliança de partidos.
§ 1º O registro de candidatos a senador far-se-á com o do suplente par-
tidário.
§ 2º Nos Territórios far-se-á o registro do candidato a deputado com o do
suplente.
§ 3º É facultado aos partidos políticos celebrar coligações no registro de
candidatos às eleições majoritárias. (Incluído pela Lei n. 14.211, de 2021)
Art. 92. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 93. O prazo de entrada em cartório ou na Secretaria do Tribunal, con-
forme o caso, de requerimento de registro de candidato a cargo eletivo ter-
minará, improrrogavelmente, às dezenove horas do dia 15 de agosto do ano
em que se realizarem as eleições. (Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 1º Até vinte dias antes da data das eleições, todos os requerimentos,
inclusive os que tiverem sido impugnados, devem estar julgados pelas instân-
cias ordinárias, e publicadas as decisões a eles relativas. (Redação dada pela
Lei n. 13.165, de 2015)

1787
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º As convenções partidárias para a escolha dos candidatos serão reali-


zadas, no máximo, até 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.
(Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º Nesse caso, se se tratar de eleição municipal, o juiz eleitoral deverá
apresentar a sentença no prazo de 2 (dois) dias, podendo o recorrente, nos
2 (dois) dias seguintes, aditar as razões do recurso; no caso de registro feito
perante o Tribunal, se o relator não apresentar o acórdão no prazo de 2 (dois)
dias, será designado outro relator, na ordem da votação, o qual deverá lavrar
o acórdão do prazo de 3 (três) dias, podendo o recorrente, nesse mesmo pra-
zo, aditar as suas razões.
Art. 94.O registro pode ser promovido por delegado de partido, autori-
zado em documento autêntico, inclusive telegrama de quem responda pela
direção partidária e sempre com assinatura reconhecida por tabelião.
§ 1º O requerimento de registro deverá ser instruído:
I – com a cópia autêntica da ata da convenção que houver feito a escolha
do candidato, a qual deverá ser conferida com o original na Secretaria do Tri-
bunal ou no cartório eleitoral;
II – com autorização do candidato, em documento com a assinatura reco-
nhecida por tabelião;
III – com certidão fornecida pelo cartório eleitoral da zona de inscrição,
em que conste que o registrando é eleitor;
IV – com prova de filiação partidária, salvo para os candidatos a presiden-
te e vice-presidente, senador e respectivo suplente, governador e vice-gover-
nador, prefeito e vice-prefeito;
V – com fôlha-corrida fornecida pelos cartórios competentes, para que se
verifique se o candidato está no gozo dos direitos políticos (Art. 132, III, e
135 da Constituição Federal); (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
VI – com declaração de bens, de que constem a origem e as mutações
patrimoniais.

1788
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º A autorização do candidato pode ser dirigida diretamente ao órgão ou


juiz competente para o registro.
Art. 95. O candidato poderá ser registrado sem o prenome, ou com o
nome abreviado, desde que a supressão não estabeleça dúvida quanto à sua
identidade.
Art. 96. Será negado o registro a candidato que, pública ou ostensiva-
mente faça parte, ou seja adepto de partido político cujo registro tenha sido
cassado com fundamento no artigo 141, § 13, da Constituição Federal.
Art. 97. Protocolado o requerimento de registro, o presidente do Tribunal
ou o juiz eleitoral, no caso de eleição municipal ou distrital, fará publicar ime-
diatamente edital para ciência dos interessados.
§ 1º O edital será publicado na Imprensa Oficial, nas capitais, e afixado
em cartório, no local de costume, nas demais zonas.
§ 2º Do pedido de registro caberá, no prazo de 2 (dois) dias, a contar da
publicação ou afixação do edital, impugnação articulada por parte de candi-
dato ou de partido político.
§ 3º Poderá, também, qualquer eleitor, com fundamento em inelegibilidade
ou incompatibilidade do candidato ou na incidência dêste no artigo 96 impugnar
o pedido de registro, dentro do mesmo prazo, oferecendo prova do alegado.
§ 4º Havendo impugnação, o partido requerente do registro terá vista dos
autos, por 2 (dois) dias, para falar sôbre a mesma, feita a respectiva intima-
ção na forma do § 1º.
Art. 98. Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes con-
dições:
I – o militar que tiver menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se can-
didatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo;
II – o militar em atividade com 5 (cinco) ou mais anos de serviço ao se
candidatar a cargo eletivo, será afastado, temporariamente, do serviço ativo,
como agregado, para tratar de interesse particular; (Vide Constituição art.
14, § 8º, I)

1789
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – o militar não excluído e que vier a ser eleito será, no ato da diploma-
ção, transferido para a reserva ou reformado. (Vide Lei n. 6.880, de 9.12.80)
Parágrafo único. O Juízo ou Tribunal que deferir o registro de militar candi-
dato a cargo eletivo comunicará imediatamente a decisão à autoridade a que
o mesmo estiver subordinado, cabendo igual obrigação ao partido, quando
lançar a candidatura.
Art. 99. Nas eleições majoritárias poderá qualquer partido registrar na
mesma circunscrição candidato já por outro registrado, desde que o outro
partido e o candidato o consintam por escrito até 10 (dez) dias antes da elei-
ção, observadas as formalidades do Art. 94.
Parágrafo único. A falta de consentimento expresso acarretará a anulação
do registro promovido, podendo o partido prejudicado requerê-la ou recorrer
da resolução que ordenar o registro.
Art. 100. Nas eleições realizadas pelo sistema proporcional, o Tribunal
Superior Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, reservará para cada
Partido, por sorteio, em sessão realizada com a presença dos Delegados de
Partido, uma série de números a partir de 100 (cem). (Redação dada pela Lei
n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 1º A sessão a que se refere o caput deste artigo será anunciada aos
Partidos com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei
n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 2º As convenções partidárias para escolha dos candidatos sortearão, por
sua vez, em cada Estado e município, os números que devam corresponder a
cada candidato. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 3º Nas eleições para Deputado Federal, se o número de Partidos não for
superior a 9 (nove), a cada um corresponderá obrigatoriamente uma cente-
na, devendo a numeração dos candidatos ser sorteada a partir da unidade,
para que ao primeiro candidato do primeiro Partido corresponda o número
101 (cento e um), ao do segundo Partido 201 (duzentos e um), e assim su-
cessivamente. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)

1790
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Concorrendo 10 (dez) ou mais Partidos, a cada um corresponderá


uma centena a partir de 1.101 (um mil cento e um), de maneira que a todos
os candidatos sejam atribuídos sempre 4 (quatro) algarismos, suprimindo-se
a numeração correspondente à série 2.001 (dois mil e um) a 2.100 (dois mil
e cem), para reiniciá-la em 2.101 (dois mil cento e um), a partir do décimo
Partido. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
§ 5º Na mesma sessão, o Tribunal Superior Eleitoral sorteará as séries
correspondentes aos Deputados Estaduais e Vereadores, observando, no que
couber, as normas constantes dos parágrafos anteriores, e de maneira que a
todos os candidatos sejam atribuídos sempre número de 4 (quatro) algaris-
mos. (Redação dada pela Lei n. 7.015, de 16.7.1982)
Art. 101. Pode qualquer candidato requerer, em petição com firma reco-
nhecida, o cancelamento do registro do seu nome. (Redação dada pela Lei n.
6.553, de 19.8.1978)
§ 1º Desse fato, o presidente do Tribunal ou o juiz, conforme o caso, dará
ciência imediata ao partido que tenha feito a inscrição, ao qual ficará ressal-
vado o direito de substituir por outro o nome cancelado, observadas tôdas as
formalidades exigidas para o registro e desde que o nôvo pedido seja apre-
sentado até 60 (sessenta) dias antes do pleito.
§ 2º Nas eleições majoritárias, se o candidato vier a falecer ou renunciar
dentro do período de 60 (sessenta) dias mencionados no parágrafo anterior,
o partido poderá substitui-lo; se o registro do nôvo candidato estiver deferido
até 30 (trinta) dias antes do pleito serão utilizadas as já impressas, compu-
tando-se para o nôvo candidato os votos dados ao anteriormente registrado.
§3º Considerar-se-á nulo o voto dado ao candidato que haja pedido o can-
celamento de sua inscrição salvo na hipótese prevista no parágrafo anterior,
in fine.
§ 4º Nas eleições proporcionais, ocorrendo a hipótese prevista neste ar-
tigo, ao substituto será atribuído o número anteriormente dado ao candidato
cujo registro foi cancelado.

1791
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º Em caso de morte, renúncia, inelegibilidade e preenchimento de va-


gas existentes nas respectivas chapas, tanto em eleições proporcionais quan-
to majoritárias, as substituições e indicações se processarão pelas Comissões
Executivas. (Incluído pela Lei n. 6.553, de 19.8.1978)
Art. 102. Os registros efetuados pelo Tribunal Superior serão imediata-
mente comunicados aos Tribunais Regionais e por estes aos juizes eleitorais.

CAPÍTULO II
DO VOTO SECRETO

Art. 103. O sigilo do voto é assegurado mediante as seguintes providên-


cias:
I – uso de cédulas oficiais em todas as eleições, de acôrdo com modêlo
aprovado pelo Tribunal Superior;
II – isolamento do eleitor em cabine indevassável para o só efeito de assi-
nalar na cédula o candidato de sua escolha e, em seguida, fechá-la;
III – verificação da autenticidade da cédula oficial à vista das rubricas;
IV – emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrágio e seja
suficientemente ampla para que não se acumulem as cédulas na ordem que
forem introduzidas.

CAPÍTULO III
DA CÉDULA OFICIAL

Art. 104. As cédulas oficiais serão confeccionadas e distribuídas exclusi-


vamente pela Justiça Eleitoral, devendo ser impressas em papel branco, opa-
co e pouco absorvente. A impressão será em tinta preta, com tipos uniformes
de letra.
§ 1º Os nomes dos candidatos para as eleições majoritárias devem figurar
na ordem determinada por sorteio.

1792
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O sorteio será realizado após o deferimento do último pedido de re-


gistro, em audiência presidida pelo juiz ou presidente do Tribunal, na presen-
ça dos candidatos e delegados de partido.
§ 3º A realização da audiência será anunciada com 3 (três) dias de an-
tecedência, no mesmo dia em que fôr deferido o último pedido de registro,
devendo os delegados de partido ser intimados por ofício sob protocolo.
§ 4º Havendo substituição de candidatos após o sorteio, o nome do novo
candidato deverá figurar na cédula na seguinte ordem:
I – se forem apenas 2 (dois), em último lugar;
II – se forem 3 (três), em segundo lugar;
III – se forem mais de 3 (três), em penúltimo lugar;
IV – se permanecer apenas 1 (um) candidato e forem substituídos 2 (dois)
ou mais, aquele ficará em primeiro lugar, sendo realizado nôvo sorteio em
relação aos demais.
§ 5º Para as eleições realizadas pelo sistema proporcional a cédula conterá
espaço para que o eleitor escreva o nome ou o número do candidato de sua
preferência e indique a sigla do partido. (Vide Ato Complementar n. 20, de
1966)
§ 6º As cédulas oficiais serão confeccionadas de maneira tal que, dobra-
das, resguardem o sigilo do voto, sem que seja necessário o emprego de cola
para fechá-las.

CAPÍTULO IV
DA REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL

Art. 105. (Revogado pela Lei n. 14.211, de 2021)


Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de
votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição
eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um,
se superior.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)

1793
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 107. Determina-se para cada partido o quociente partidário dividin-


do-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma
legenda, desprezada a fração. (Redação dada pela Lei n. 14.211, de 2021)
Art. 108. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por um partido
que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cen-
to) do quociente eleitoral, tantos quantos o respectivo quociente partidário
indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido. (Redação
dada pela Lei n. 14.211, de 2021)
Parágrafo único. Os lugares não preenchidos em razão da exigência de
votação nominal mínima a que se refere o caput serão distribuídos de acordo
com as regras do art. 109. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 109. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes
partidários e em razão da exigência de votação nominal mínima a que se refe-
re o art. 108 serão distribuídos de acordo com as seguintes regras: (Redação
dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
I – dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada partido pelo
número de lugares por ele obtido mais 1 (um), cabendo ao partido que apre-
sentar a maior média um dos lugares a preencher, desde que tenha candidato
que atenda à exigência de votação nominal mínima; (Redação dada pela Lei
n. 14.211, de 2021)
II – repetir-se-á a operação para cada um dos lugares a preencher; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
III – quando não houver mais partidos com candidatos que atendam às
duas exigências do inciso I deste caput, as cadeiras serão distribuídas aos
partidos que apresentarem as maiores médias. (Redação dada pela Lei n.
14.211, de 2021)
§ 1º O preenchimento dos lugares com que cada partido for contemplado
far-se-á segundo a ordem de votação recebida por seus candidatos. (Redação
dada pela Lei n. 14.211, de 2021)

1794
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Poderão concorrer à distribuição dos lugares todos os partidos que


participaram do pleito, desde que tenham obtido pelo menos 80% (oitenta
por cento) do quociente eleitoral, e os candidatos que tenham obtido votos
em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) desse quociente. (Re-
dação dada pela Lei n. 14.211, de 2021)
Art. 110. Em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais
idoso.
Art. 111. Se nenhum partido alcançar o quociente eleitoral, considerar-
-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais
votados. (Redação dada pela Lei n. 14.211, de 2021)
Art. 112. Considerar-se-ão suplentes da representação partidária:
I – os mais votados sob a mesma legenda e não eleitos efetivos das listas
dos respectivos partidos;
II – em caso de empate na votação, na ordem decrescente da idade.
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representação partidária,
não há exigência de votação nominal mínima prevista pelo art. 108. (Incluído
pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 113. Na ocorrência de vaga, não havendo suplente para preenchê-la,
far-se-á eleição, salvo se faltarem menos de nove meses para findar o perío-
do de mandato.

TÍTULO II
DOS ATOS PREPARATÓRIOS DA VOTAÇÃO

Art. 114. Até 70 (setenta) dias antes da data marcada para a eleição,
todos os que requererem inscrição como eleitor, ou transferência, já devem
estar devidamente qualificados e os respectivos títulos prontos para a entre-
ga, se deferidos pelo juiz eleitoral.
Parágrafo único. Será punido nos têrmos do art. 293 o juiz eleitoral, o es-
crivão eleitoral, o preparador ou o funcionário responsável pela transgressão
do preceituado neste artigo ou pela não entrega do título pronto ao eleitor
que o procurar.

1795
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 115. O s juizes eleitorais, sob pena de responsabilidade comunicarão


ao Tribunal Regional, até 30 (trinta) dias antes de cada eleição, o número de
eleitores alistados.
Art. 116. A Justiça Eleitoral fará ampla divulgação através dos comuni-
cados transmitidos em obediência ao disposto no Art. 250 § 5º pelo rádio e
televisão, bem assim por meio de cartazes afixados em lugares públicos, dos
nomes dos candidatos registrados, com indicação do partido a que perten-
çam, bem como do número sob que foram inscritos, no caso dos candidatos
a deputado e a vereador.

CAPÍTULO I
DAS SEÇÕES ELEITORAIS

Art. 117. As seções eleitorais, organizadas à medida em que forem sendo


deferidos os pedidos de inscrição, não terão mais de 400 (quatrocentos) elei-
tores nas capitais e de 300 (trezentos) nas demais localidades, nem menos
de 50 (cinquenta) eleitores.
§ 1º Em casos excepcionais, devidamente justificados, o Tribunal Regional
poderá autorizar que sejam ultrapassados os índices previstos neste artigo
desde que essa providência venha facilitar o exercício do voto, aproximando
o eleitor do local designado para a votação.
§ 2º Se em seção destinada aos cegos, o número de eleitores não alcançar
o mínimo exigido êste se completará com outros, ainda que não sejam cegos.
Art. 118. Os juizes eleitorais organizarão relação de eleitores de cada
seção a qual será remetida aos presidentes das mesas receptoras para facili-
tação do processo de votação.

1796
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DAS MESAS RECEPTORAS

Art. 119. A cada seção eleitoral corresponde uma mesa receptora de votos.
Art. 120. Constituem a mesa receptora um presidente, um primeiro e
um segundo mesários, dois secretários e um suplente, nomeados pelo juiz
eleitoral sessenta dias antes da eleição, em audiência pública, anunciado pelo
menos com cinco dias de antecedência. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 1º Não podem ser nomeados presidentes e mesários:
I – os candidatos e seus parentes ainda que por afinidade, até o segundo
grau, inclusive, e bem assim o cônjuge;
II – os membros de diretórios de partidos desde que exerça função exe-
cutiva;
III – as autoridades e agentes policiais, bem como os funcionários no de-
sempenho de cargos de confiança do Executivo;
IV – os que pertencerem ao serviço eleitoral.
§ 2º Os mesários serão nomeados, de preferência entre os eleitores da
própria seção, e, dentre estes, os diplomados em escola superior, os profes-
sores e os serventuários da Justiça.
§ 3º O juiz eleitoral mandará publicar no jornal oficial, onde houver, e, não
havendo, em cartório, as nomeações que tiver feito, e intimará os mesários
através dessa publicação, para constituírem as mesas no dia e lugares desig-
nados, às 7 horas.
§ 4º Os motivos justos que tiverem os nomeados para recusar a nome-
ação, e que ficarão a livre apreciação do juiz eleitoral, somente poderão ser
alegados até 5 (cinco) dias a contar da nomeação, salvo se sobrevindos de-
pois desse prazo.
§ 5º Os nomeados que não declararem a existência de qualquer dos im-
pedimentos referidos no § 1º incorrem na pena estabelecida pelo Art. 310.

1797
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 121. Da nomeação da mesa receptora qualquer partido poderá recla-


mar ao juiz eleitoral, no prazo de 2 (dois) dias, a contar da audiência, deven-
do a decisão ser proferida em igual prazo.
§ 1º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional, in-
terposto dentro de 3 (três) dias, devendo, dentro de igual prazo, ser resolvido.
§ 2º Se o vício da constituição da mesa resultar da incompatibilidade pre-
vista no n. I, do § 1º, do Art. 120, e o registro do candidato fôr posterior à
nomeação do mesário, o prazo para reclamação será contado da publicação
dos nomes dos candidatos registrados. Se resultar de qualquer das proibições
dos n.s II, III e IV, e em virtude de fato superveniente, o prazo se contará do
ato da nomeação ou eleição.
§ 3º O partido que não houver reclamado contra a composição da mesa
não poderá arguir sob esse fundamento, a nulidade da seção respectiva.
Art. 122. Os juizes deverão instruir os mesários sôbre o processo da elei-
ção, em reuniões para esse fim convocadas com a necessária antecedência.
Art. 123. Os mesários substituirão o presidente, de modo que haja sem-
pre quem responda pessoalmente pela ordem e regularidade do processo
eleitoral, e assinarão a ata da eleição.
§ 1º O presidente deve estar presente ao ato de abertura e de encerra-
mento da eleição, salvo força maior, comunicando o impedimento aos mesá-
rios e secretários pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes da abertura dos
trabalhos, ou imediatamente, se o impedimento se der dentro desse prazo ou
no curso da eleição.
§ 2º Não comparecendo o presidente até as sete horas e trinta minutos,
assumirá a presidência o primeiro mesário e, na sua falta ou impedimento, o
segundo mesário, um dos secretários ou o suplente.
§ 3º Poderá o presidente, ou membro da mesa que assumir a presidência,
nomear ad hoc, dentre os eleitores presentes e obedecidas as prescrições do
§ 1º, do Art. 120, os que forem necessários para completar a mesa.

1798
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 124. O membro da mesa receptora que não comparecer no local, em


dia e hora determinados para a realização de eleição, sem justa causa apre-
sentada ao juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após, incorrerá na multa de 50%
(cinquenta por cento) a 1 (um) salário-mínimo vigente na zona eleitoral co-
brada mediante sêlo federal inutilizado no requerimento em que fôr solicitado
o arbitramento ou através de executivo fiscal.
§ 1º Se o arbitramento e pagamento da multa não fôr requerido pelo me-
sário faltoso, a multa será arbitrada e cobrada na forma prevista no artigo 367.
§ 2º Se o faltoso fôr servidor público ou autárquico, a pena será de sus-
pensão até 15 (quinze) dias.
§ 3º As penas previstas neste artigo serão aplicadas em dôbro se a mesa
receptora deixar de funcionar por culpa dos faltosos.
§ 4º Será também aplicada em dôbro observado o disposto nos §§ 1º e 2º,
a pena ao membro da mesa que abandonar os trabalhos no decurso da votação
sem justa causa apresentada ao juiz até 3 (três) dias após a ocorrência.
Art. 125. Não se reunindo, por qualquer motivo, a mesa receptora, po-
derão os eleitores pertencentes à respectiva seção votar na seção mais pró-
xima, sob a jurisdição do mesmo juiz, recolhendo-se os seus votos à urna da
seção em que deveriam votar, a qual será transportada para aquela em que
tiverem de votar.
§ 1º As assinaturas dos eleitores serão recolhidas nas fôlhas de votação
da seção a que pertencerem, as quais, juntamente com as cédulas oficiais e
o material restante, acompanharão a urna.
§ 2º O transporte da urna e dos documentos da seção será providencia-
do pelo presidente da mesa, mesário ou secretário que comparecer, ou pelo
próprio juiz, ou pessoa que êle designar para esse fim, acompanhando-a os
fiscais que o desejarem.

1799
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 126. Se no dia designado para o pleito deixarem de se reunir tôdas


as mesas de um município, o presidente do Tribunal Regional determinará
dia para se realizar o mesmo, instaurando-se inquérito para a apuração das
causas da irregularidade e punição dos responsáveis.
Parágrafo único. Essa eleição deverá ser marcada dentro de 15 (quinze)
dias, pelo menos, para se realizar no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Art. 127. Compete ao presidente da mesa receptora, e, em sua falta, a
quem o substituir:
I – receber os votos dos eleitores;
II – decidir imediatamente tôdas as dificuldades ou dúvidas que ocorrerem;
III – manter a ordem, para o que disporá de força pública necessária;
IV – comunicar ao juiz eleitoral, que providenciará imediatamente as ocor-
rências cuja solução deste dependerem;
V – remeter à Junta Eleitoral todos os papéis que tiverem sido utilizados
durante a recepção dos votos;
VI – autenticar, com a sua rubrica, as cédulas oficiais e numerá-las nos
têrmos das Instruções do Tribunal Superior Eleitoral;
VII – assinar as fórmulas de observações dos fiscais ou delegados de par-
tido, sôbre as votações;
VIII – fiscalizar a distribuição das senhas e, verificando que não estão
sendo distribuídas segundo a sua ordem numérica, recolher as de numeração
intercalada, acaso retidas, as quais não se poderão mais distribuir.
IX – anotar o não comparecimento do eleitor no verso da fôlha individual
de votação. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 128. Compete aos secretários:
I – distribuir aos eleitores as senhas de entrada previamente rubricadas
ou carimbadas segundo a respectiva ordem numérica;
II – lavrar a ata da eleição;
III – cumprir as demais obrigações que lhes forem atribuídas em instruções.

1800
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. As atribuições mencionadas no n. 1 serão exercidas por


um dos secretários e os constantes dos n.s. II e III pelo outro.
Art. 129. Nas eleições proporcionais os presidentes das mesas receptoras
deverão zelar pela preservação das listas de candidatos afixadas dentro das
cabinas indevassáveis tomando imediatas providências para a colocação de
nova lista no caso de inutilização total ou parcial.
Parágrafo único. O eleitor que inutilizar ou arrebatar as listas afixadas nas
cabinas indevassáveis ou nos edifícios onde funcionarem mesas receptoras,
incorrerá nas penas do artigo 297.
Art. 130. Nos estabelecimentos de internação coletiva de hansenianos
os membros das mesas receptoras serão escolhidos de preferência entre os
médicos e funcionários sadios do próprio estabelecimento.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO PERANTE AS MESAS RECEPTORAS

Art. 131. Cada partido poderá nomear 2 (dois) delegados em cada municí-
pio e 2 (dois) fiscais junto a cada mesa receptora, funcionando um de cada vez.
§ 1º Quando o município abranger mais de uma zona eleitoral cada partido
poderá nomear 2 (dois) delegados junto a cada uma delas.
§ 2º A escolha de fiscal e delegado de partido não poderá recair em quem,
por nomeação do juiz eleitoral, já faça parte da mesa receptora.
§ 3º As credenciais expedidas pelos partidos, para os fiscais, deverão ser
visadas pelo juiz eleitoral.
§ 4º Para esse fim, o delegado do partido encaminhará as credenciais ao
Cartório, juntamente com os títulos eleitorais dos fiscais credenciados, para
que, verificado pelo escrivão que as inscrições correspondentes as títulos es-
tão em vigor e se referem aos nomeados, carimbe as credenciais e as apre-
sente ao juiz para o visto.

1801
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º As credenciais que não forem encaminhadas ao Cartório pelos dele-


gados de partido, para os fins do parágrafo anterior, poderão ser apresenta-
das pelos próprios fiscais para a obtenção do visto do juiz eleitoral.
§ 6º Se a credencial apresentada ao presidente da mesa receptora não es-
tiver autenticada na forma do § 4º, o fiscal poderá funcionar perante a mesa,
mas o seu voto não será admitido, a não ser na seção em que o seu nome
estiver incluído.
§ 7º O fiscal de cada partido poderá ser substituído por outro no curso dos
trabalhos eleitorais.
Art. 132. Pelas mesas receptoras serão admitidos a fiscalizar a votação,
formular protestos e fazer impugnações, inclusive sôbre a identidade do elei-
tor, os candidatos registrados, os delegados e os fiscais dos partidos.

TÍTULO III
DO MATERIAL PARA A VOTAÇÃO

Art. 133. Os juizes eleitorais enviarão ao presidente de cada mesa re-


ceptora, pelo menos 72 (setenta e duas) horas antes da eleição, o seguinte
material.
I – relação dos eleitores da seção que poderá ser dispensada, no todo ou
em parte, pelo respectivo Tribunal Regional Eleitoral em decisão fundamen-
tada e aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. (Redação dada pela Lei n.
6.055, de 17.6.1974)
II – relações dos partidos e dos candidatos registrados, as quais deverão
ser afixadas no recinto das seções eleitorais em lugar visível, e dentro das
cabinas indevassáveis as relações de candidatos a eleições proporcionais;
III – as fôlhas individuais de votação dos eleitores da seção, devidamente
acondicionadas;
IV – uma fôlha de votação para os eleitores de outras seções, devidamen-
te rubricada;
V – uma urna vazia, vedada pelo juiz eleitoral, com tiras de papel ou pano forte;

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VI – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)


VI – sobrecartas maiores para os votos impugnados ou sôbre os quais
haja dúvida; (Renumerado do Inciso VII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
VII – cédulas oficiais; (Renumerado do Inciso VIII pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
VIII – sobrecartas especiais para remessa à Junta Eleitoral dos documentos
relativos à eleição; (Renumerado do Inciso IX pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IX – senhas para serem distribuídas aos eleitores; (Renumerado do Inciso
X pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
X – tinta, canetas, penas, lápis e papel, necessários aos trabalhos; (Renu-
merado do Inciso XI pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XI – fôlhas apropriadas para impugnação e fôlhas para observação de fis-
cais de partidos; (Renumerado do Inciso XII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XII – modêlo da ata a ser lavrada pela mesa receptora; (Renumerado do
Inciso XIII pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XIII – material necessário para vedar, após a votação, a fenda da urna;
(Renumerado do Inciso XIV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XIV – um exemplar das Instruções do Tribunal Superior Eleitoral; (Renu-
merado do Inciso XV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XV – material necessário à contagem dos votos quando autorizada; (Re-
numerado do Inciso XVI pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
XVI – outro qualquer material que o Tribunal Regional julgue necessário
ao regular funcionamento da mesa. (Renumerado do Inciso XVII pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 1º O material de que trata êste artigo deverá ser remetido por protocolo
ou pelo correio acompanhado de uma relação ao pé da qual o destinatário
declarará o que recebeu e como o recebeu, e aporá sua assinatura.
§ 2º Os presidentes da mesa que não tiverem recebido até 48 (quarenta e
oito) horas antes do pleito o referido material deverão diligenciar para o seu
recebimento.

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§ 3º O juiz eleitoral, em dia e hora previamente designados em presen-


ça dos fiscais e delegados dos partidos, verificará, antes de fechar e lacrar
as urnas, se estas estão completamente vazias; fechadas, enviará uma das
chaves, se houver, ao presidente da Junta Eleitoral e a da fenda, também se
houver, ao presidente da mesa receptora, juntamente com a urna.
Art. 134. Nos estabelecimentos de internação coletiva para hansenianos
serão sempre utilizadas urnas de lona.

TÍTULO IV
DA VOTAÇÃO

CAPÍTULO I
DOS LUGARES DA VOTAÇÃO

Art. 135. Funcionarão as mesas receptoras nos lugares designados pelos


juizes eleitorais 60 (sessenta) dias antes da eleição, publicando-se a designação.
§ 1º A publicação deverá conter a seção com a numeração ordinal e local
em que deverá funcionar com a indicação da rua, número e qualquer outro
elemento que facilite a localização pelo eleitor.
§ 2º Dar-se-á preferência aos edifícios públicos, recorrendo-se aos parti-
culares se faltarem aqueles em número e condições adequadas.
§ 3º A propriedade particular será obrigatória e gratuitamente cedida para
esse fim.
§ 4º É expressamente vedado uso de propriedade pertencente a candida-
to, membro do diretório de partido, delegado de partido ou autoridade poli-
cial, bem como dos respectivos cônjuges e parentes, consanguíneos ou afins,
até o 2º grau, inclusive.
§ 5º Não poderão ser localizadas seções eleitorais em fazenda sítio ou
qualquer propriedade rural privada, mesmo existindo no local prédio público,
incorrendo o juiz nas penas do Art. 312, em caso de infringência. (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1804
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§ 6º Os Tribunais Regionais, nas capitais, e os juizes eleitorais, nas demais


zonas, farão ampla divulgação da localização das seções.
§ 6º-A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir
instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de vota-
ção, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou com
mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de transporte
que lhe dão acesso. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 6ºB (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.226, de 15 de maio de 2001)
§ 7º Da designação dos lugares de votação poderá qualquer partido re-
clamar ao juiz eleitoral, dentro de três dias a contar da publicação, devendo
a decisão ser proferida dentro de quarenta e oito horas. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 8º Da decisão do juiz eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional,
interposto dentro de três dias, devendo no mesmo prazo, ser resolvido. (In-
cluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 9º Esgotados os prazos referidos nos §§ 7º e 8º deste artigo, não mais
poderá ser alegada, no processo eleitoral, a proibição contida em seu § 5º.
(Incluído pela Lei n. 6.336, de 1º.6.1976)
Art. 136. Deverão ser instaladas seções nas vilas e povoados, assim como
nos estabelecimentos de internação coletiva, inclusive para cegos e nos le-
prosários onde haja, pelo menos, 50 (cinquenta) eleitores.
Parágrafo único. A mesa receptora designada para qualquer dos estabe-
lecimentos de internação coletiva deverá funcionar em local indicado pelo
respectivo diretório mesmo critério será adotado para os estabelecimentos
especializados para proteção dos cegos.
Art. 137. Até 10 (dez) dias antes da eleição, pelo menos, comunicarão
os juizes eleitorais aos chefes das repartições públicas e aos proprietários,
arrendatários ou administradores das propriedades particulares a resolução
de que serão os respectivos edifícios, ou parte dêles, utilizados para pronun-
ciamento das mesas receptoras.

1805
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Art. 138. No local destinado a votação, a mesa ficará em recinto sepa-


rado do público; ao lado haverá uma cabina indevassável onde os eleitores,
à medida que comparecerem, possam assinalar a sua preferência na cédula.
Parágrafo único. O juiz eleitoral providenciará para que nós edifícios esco-
lhidos sejam feitas as necessárias adaptações.

CAPÍTULO II
DA POLÍCIA DOS TRABALHOS ELEITORAIS

Art. 139. Ao presidente da mesa receptora e ao juiz eleitoral cabe a polí-


cia dos trabalhos eleitorais.
Art. 140. Somente podem permanecer no recinto da mesa receptora os
seus membros, os candidatos, um fiscal, um delegado de cada partido e, du-
rante o tempo necessário à votação, o eleitor.
§ 1º O presidente da mesa, que é, durante os trabalhos, a autoridade
superior, fará retirar do recinto ou do edifício quem não guardar a ordem e
compostura devidas e estiver praticando qualquer ato atentatório da liberda-
de eleitoral.
§ 2º Nenhuma autoridade estranha a mesa poderá intervir, sob pretexto
algum, em seu funcionamento, salvo o juiz eleitoral.
Art. 141. A força armada conservar-se-á a cem metros da seção eleitoral
e não poderá aproximar-se do lugar da votação, ou dêle penetrar, sem ordem
do presidente da mesa.

CAPÍTULO III
DO INÍCIO DA VOTAÇÃO

Art. 142. No dia marcado para a eleição, às 7 (sete) horas, o presidente


da mesa receptora os mesários e os secretários verificarão se no lugar de-
signado estão em orem o material remetido pelo juiz e a urna destinada a
recolher os votos, bem como se estão presentes os fiscais de partido.

1806
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Art. 143. As 8 (oito) horas, supridas as deficiências declarará o presiden-


te iniciados os trabalhos, procedendo-se em seguida à votação, que começará
pelos candidatos e eleitores presentes.
§ 1º Os membros da mesa e os fiscais de partido deverão votar no correr
da votação, depois que tiverem votado os eleitores que já se encontravam
presentes no momento da abertura dos trabalhos, ou no encerramento da
votação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Observada a prioridade assegurada aos candidatos, têm preferência
para votar o juiz eleitoral da zona, seus auxiliares de serviço, os eleitores de
idade avançada os enfermos e as mulheres grávidas. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
Art. 144. O recebimento dos votos começará às 8 (oito)e terminará, salvo
o disposto no Art. 153, às 17 (dezessete) horas.
Art. 145. O presidente, mesários, secretários, suplentes e os delegados e
fiscais de partido votarão, perante as mesas em que servirem, sendo que os
delegados e fiscais, desde que a credencial esteja visada na forma do artigo
131, § 3º; quando eleitores de outras seções, seus votos serão tomados em
separado. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332,
de 1º.7.1985)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332, de
1º.7.1985)
§ 2º (Renumerado para parágrafo único (abaixo) pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 3º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei n. 7.332, de
1º.7.1985)
Parágrafo único. Com as cautelas constantes do ar. 147, § 2º, poderão
ainda votar fora da respectiva seção: (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966 (Vide Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
I – o juiz eleitoral, em qualquer seção da zona sob sua jurisdição, salvo
em eleições municipais, nas quais poderá votar em qualquer seção do muni-
cípio em que fôr eleitor; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966

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II – o Presidente da República, o qual poderá votar em qualquer seção,


eleitoral do país, nas eleições presidenciais; em qualquer seção do Estado
em que fôr eleitor nas eleições para governador, vice-governador, senador,
deputado federal e estadual; em qualquer seção do município em que estiver
inscrito, nas eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador; (Renumerado do
parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
III – os candidatos à Presidência da República, em qualquer seção eleitoral
do país, nas eleições presidenciais, e, em qualquer seção do Estado em que
forem eleitores, nas eleições de âmbito estadual; (Renumerado do parágrafo
2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
IV – os governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais
e estaduais, em qualquer seção do Estado, nas eleições de âmbito nacional e
estadual; em qualquer seção do município de que sejam eleitores, nas elei-
ções municipais; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
V – os candidatos a governador, vice-governador, senador, deputado fe-
deral e estadual, em qualquer seção do Estado de que sejam eleitores, nas
eleições de âmbito nacional e estadual; (Renumerado do parágrafo 2º pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VI – os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, em qualquer seção de mu-
nicípio que representarem, desde que eleitores do Estado, sendo que, no caso
de eleições municipais, nelas somente poderão votar se inscritos no municí-
pio; (Renumerado do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VII – os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, em qualquer seção
de município, desde que dêle sejam eleitores; (Renumerado do parágrafo 2º
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
VIII – os militares, removidos ou transferidos dentro do período de 6 (seis)
meses antes do pleito, poderão votar nas eleições para presidente e vice-pre-
sidente da República na localidade em que estiverem servindo. (Renumerado
do parágrafo 2º pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966
IX – os policiais militares em serviço. (Incluído pela Lei n. 9.504, de
9.5.1995)

1808
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CAPÍTULO IV
DO ATO DE VOTAR

Art. 146. Observar-se-á na votação o seguinte:


I – o eleitor receberá, ao apresentar-se na seção, e antes de penetrar
no recinto da mesa, uma senha numerada, que o secretário rubricará, no
momento, depois de verificar pela relação dos eleitores da seção, que o seu
nome constada respectiva pasta;
II – no verso da senha o secretário anotará o número de ordem da fôlha
individual da pasta, número esse que constará da relação enviada pelo cartó-
rio à mesa receptora;
III – admitido a penetrar no recinto da mesa, segundo a ordem numérica das
senhas, o eleitor apresentará ao presidente seu título, o qual poderá ser exa-
minado por fiscal ou delegado de partido, entregando, no mesmo ato, a senha;
IV – pelo número anotado no verso da senha, o presidente, ou mesário,
localizará a fôlha individual de votação, que será confrontada com o título e
poderá também ser examinada por fiscal ou delegado de partido;
V – achando-se em ordem o título e a fôlha individual e não havendo dú-
vida sôbre a identidade do eleitor, o presidente da mesa o convidará a lançar
sua assinatura no verso da fôlha individual de votação; em seguida entregar-
-lhe-á a cédula única rubricada no ato pelo presidente e mesários e numerada
de acôrdo com as Instruções do Tribunal Superior instruindo-o sôbre a forma
de dobrá-la, fazendo-o passar a cabina indevassável, cuja porta ou cortina
será encerrada em seguida;
VI – o eleitor será admitido a votar, ainda que deixe de exibir no ato da
votação o seu título, desde que seja inscrito na seção e conste da respectiva
pasta a sua fôlha individual de votação; nesse caso, a prova de ter votado
será feita mediante certidão que obterá posteriormente, no juízo competente;
VII – no caso da omissão da fôlha individual na respectiva pasta verificada
no ato da votação, será o eleitor, ainda, admitido a votar, desde que exiba o
seu título eleitoral e dêle conste que o portador é inscrito na seção, sendo o

1809
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seu voto, nesta hipótese, tomando em separado e colhida sua assinatura na


fôlha de votação modêlo 2 (dois). Como ato preliminar da apuração do voto,
averiguar-se-á se se trata de eleitor em condições de votar, inclusive se real-
mente pertence à seção;
VIII – verificada a ocorrência de que trata o número anterior, a Junta Elei-
toral, antes de encerrar os seus trabalhos, apurará a causa da omissão. Se
tiver havido culpa ou dolo, será aplicada ao responsável, na primeira hipóte-
se, a multa de até 2 (dois) salários-mínimos, e, na segunda, a de suspensão
até 30 (trinta) dias;
IX – na cabina indevassável, onde não poderá permanecer mais de um
minuto, o eleitor indicará os candidatos de sua preferência e dobrará a cédula
oficial, observadas as seguintes normas:
a) assinalando com uma cruz, ou de modo que torne expressa a sua in-
tenção, o quadrilátero correspondente ao candidato majoritário de sua pre-
ferência;
b) escrevendo o nome, o prenome, ou o número do candidato de sua
preferência nas eleições proporcionais. (Redação dada pela Lei n. 7.434, de
19.12.1985)
c) escrevendo apenas a sigla do partido de sua preferência, se pretender
votar só na legenda; (Revogado pela Lei n. 6.989, de 5.5.1982) (Vide resta-
belecimento Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
X – ao sair da cabina o eleitor depositará na urna a cédula;
XI – ao depositar a cédula na urna o eleitor deverá fazê-lo de maneira a
mostrar a parte rubricada à mesa e aos fiscais de partido, para que verifi-
quem sem nela tocar, se não foi substituída;
XII – se a cédula oficial não fôr a mesmo, será o eleitor convidado a voltar
à cabina indevessável e a trazer seu voto na cédula que recebeu; senão qui-
ser tornar à cabina ser-lhe-á recusado a ocorrência na ata e ficando o eleitor
retido pela mesa, e à sua disposição, até o término da votação ou a devolução
da cédula oficial já rubricada e numerada;

1810
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XIII – se o eleitor, ao receber a cédula ou ao recolher-se à cabia de vota-


ção, verificar que a cédula se acha estragada ou, de qualquer modo, viciada
ou assinalada ou se êle próprio, por imprudência, imprevidência ou ignorân-
cia, a inutilizar, estragar ou assinalar erradamente, poderá pedir uma outra
ao presidente da seção eleitoral, restituíndo, porém, a primeira, a qual será
imediatamente inutilizada à vista dos presentes e sem quebra do sigilo do que
o eleitor haja nela assinalado;
XIV – introduzida a sobrecarta na urna, o presidente da mesa devolverá o
título ao eleitor, depois de datá-lo e assiná-lo; em seguida rubricará, no local
próprio, a fôlha individual de votação.
Art. 147. O presidente da mesa dispensará especial atenção à identidade
de cada eleitor admitido a votar Existindo dúvida a respeito, deverá exigir-
-lhe a exibição da respectiva carteira, e, na falta desta, interrogá-lo sôbre os
dados constantes do título, ou da fôlha individual de votação, confrontando a
assinatura do mesmo com a feita na sua presença pelo eleitor, e mencionando
na ata a dúvida suscitada.
§ 1º A impugnação à identidade do eleitor, formulada pelos membros da
mesa, fiscais, delegados, candidatos ou qualquer eleitor, será apresentada
verbalmente ou por escrito, antes de ser o mesmo admitido a votar.
§ 2º Se persistir a dúvida ou fôr mantida a impugnação, tomará o presi-
dente da mesa as seguintes providências:
I – escreverá numa sobrecarta branca o seguinte: “Impugnado por “F”;
II – entregará ao eleitor a sobrecarta branca, para que êle, na presença da
mesa e dos fiscais, nela coloque a cédula oficial que assinalou, assim como o
seu título, a fôlha de impugnação e qualquer outro documento oferecido pelo
impugnante;
III – determinará ao eleitor que feche a sobrecarta branca e a deposite na urna;
IV – anotará a impugnação na ata.
§3º O voto em separado, por qualquer motivo, será sempre tomado na
forma prevista no parágrafo anterior.

1811
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Art. 148. O eleitor somente poderá votar na seção eleitoral em que esti-
ver incluído o seu nome.
§ 1º Essa exigência somente poderá ser dispensada nos casos previstos
no Art. 145 e seus parágrafos.
§ 2º Aos eleitores mencionados no Art. 145 não será permitido votar sem
a exibição do título, e nas fôlhas de votação modêlo 2 (dois), nas quais lan-
çarão suas assinaturas, serão sempre anotadas na coluna própria as seções
mecionadas nos título retidos.
§ 3º Quando se tratar de candidato, o presidente da mesa receptora veri-
ficará, previamente, se o nome figura na relação enviada à seção, e quando
se tratar de fiscal de partido, se a credencial está devidamente visada pelo
juiz eleitoral.
§ 4º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 5º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 149. Não será admitido recurso contra a votação, se não tiver havido
impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra as nulida-
des arguidas.
Art. 150. O eleitor cego poderá:
I – assinar a fôlha individual de votação em letras do alfabeto comum ou
do sistema Braille;
II – assinalar a cédula oficial, utilizando também qualquer sistema;
III – usar qualquer elemento mecânico que trouxer consigo, ou lhe fôr
fornecido pela mesa, e que lhe possibilite exercer o direito de voto
Art. 151. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7.12.1989)
Art. 152. Poderão ser utilizadas máquinas de votar, a critério e mediante
regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral.

1812
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CAPÍTULO V
DO ENCERRAMENTO DA VOTAÇÃO

Art. 153. Às 17 (dezessete) horas, o presidente fará entregar as senhas


a todos os eleitores presentes e, em seguida, os convidará, em voz alta, a
entregar à mesa seus títulos, para que sejam admitidos a votar.
Parágrafo único. A votação continuará na ordem numérica das senhas e o
título será devolvido ao eleitor, logo que tenha votado.
Art. 154. Terminada a votação e declarado o seu encerramento elo presi-
dente, tomará estes as seguintes providências:
I – vedará a fenda de introdução da cédula na urna, de modo a cobri-la
inteiramente com tiras de papel ou pano forte, rubricadas pelo presidente
e mesários e, facultativamente, pelos fiscais presentes, separará todas as
folhas de votação correspondentes aos eleitores faltosos e fará constar, no
verso de cada uma delas na parte destinada à assinatura do eleitor, a falta
verificada, por meio de breve registro, que autenticará com a sua assinatura.
(Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
II – encerrará, com a sua assinatura, a fôlha de votação modêlo 2 (dois),
que poderá ser também assinada pelos fiscais;
III – mandará lavra, por um dos secretários, a ata da eleição, preenchen-
do o modêlo fornecido pela Justiça Eleitoral, para que conste:
a) os nomes dos membros da mesa que hajam comparecido, inclusive o
suplente;
b) as substituições e nomeações feitas;
c) os nomes dos fiscais que hajam comparecido e dos que se retiraram
durante a votação;
d) a causa, se houver, do retardamento para o começo da votação;
e) o número, por extenso, dos eleitores da seção que compareceram e
votaram e o número dos que deixaram de comparecer;
f) o número, por extenso, de eleitores de outras seções que hajam votado
e cujos votos hajam sido recolhidos ao invólucro especial;

1813
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g) o motivo de não haverem votado alguns dos eleitores que compareceram;


h) os protestos e as impugnações apresentados pelos fiscais, assim como
as decisões sôbre eles proferidas, tudo em seu inteiro teor;
i) a razão de interrupção da votação, se tiver havido, e o tempo de inter-
rupção;
j) a ressalva das rasuras, emendas e entrelinhas porventura existentes
nas folhas de votação e na ata, ou a declaração de não existirem;
IV – mandará, em caso de insuficiência de espaço no modêlo destinado ao
preenchimento, prosseguir a ata em outra fôlha devidamente rubricada por
êle, mesários e fiscais que o desejarem, mencionado esse fato na própria ata;
V – assinará a ata com os demais membros da mesa, secretários e fiscais
que quiserem;
VI – entregará a urna e os documentos do ato eleitoral ao presidente da
Junta ou à agência do Correio mais próxima, ou a outra vizinha que ofereça
melhores condições de segurança e expedição, sob recibo em triplicata com
a indicação de hora, devendo aqueles documentos ser encerrados em sobre-
cartas rubricadas por êle e pelos fiscais que o quiserem;
VII – comunicará em ofício, ou impresso próprio, ao juiz eleitoral da zona
a realização da eleição, o número de eleitores que votaram e a remessa da
urna e dos documentos à Junta Eleitoral;
VIII – enviará em sobrecarta fechada uma das vias do recibo do Correio à
Junta Eleitoral e a outra ao Tribunal Regional.
§ 1º Os Tribunais Regionais poderão prescrever outros meios de vedação
das urnas.
§ 2º No Distrito Federal e nas capitais dos Estados poderão os Tribunais
Regionais determinar normas diversas para a entrega de urnas e papéis elei-
torais, com as cautelas destinadas a evitar violação ou extravio.
Art. 155. O presidente da Junta Eleitoral e as agências do Correio toma-
rão as providências necessárias para o recebimento da urna e dos documen-
tos referidos no artigo anterior.

1814
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§1º Os fiscais e delegados de partidos têm direito de vigiar e acompanhar


a urna desde o momento da eleição, durante a permanência nas agências do
Correio e até a entrega à Junta Eleitoral.
§ 2º A urna ficará permanentemente à vista dos interessados e sob a
guarda de pessoa designada pelo presidente da Junta Eleitoral.
Art. 156. Até as 12 (doze) horas do dia seguinte à realização da eleição,
o juiz eleitoral é obrigado, sob pena de responsabilidade e multa de 1 (um) a
2 (dois) salários-mínimos, a comunicar ao Tribunal Regional, e aos delegados
de partido perante êle credenciados, o número de eleitores que votaram em
cada uma das seções da zona sob sua jurisdição, bem como o total de votan-
tes da zona.
§ 1º Se houver retardamento nas medidas referidas no Art. 154, o juiz
eleitoral, assim que receba o ofício constante desse dispositivo, n. VII, fará a
comunicação constante dêste artigo.
§ 2º Essa comunicação será feita por via postal, em ofícios registrados
de que o juiz eleitoral guardará cópia no arquivo da zona, acompanhada do
recibo do Correio.
§ 3º Qualquer candidato, delegado ou fiscal de partido poderá obter, por
certidão, o teor da comunicação a que se refere êste artigo, sendo defeso ao
juiz eleitoral recusá-la ou procrastinar a sua entrega ao requerente.
Art. 157. (Revogado pela Lei n. 7.914, de 7.12.1989)

1815
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO V
DA APURAÇÃO

CAPÍTULO I
DOS ÓRGÃOS APURADORES

Art. 158. A apuração compete:


I – às Juntas Eleitorais quanto às eleições realizadas na zona sob sua ju-
risdição;
II – aos Tribunais Regionais a referente às eleições para governador, vice-
-governador, senador, deputado federal e estadual, de acôrdo com os resulta-
dos parciais enviados pelas Junta Eleitorais;
III – ao Tribunal Superior Eleitoral nas eleições para presidente e vice-
-presidente da República, pelos resultados parciais remetidos pelos Tribunais
Regionais.

CAPÍTULO II
DA APURAÇÃO NAS JUNTAS

Seção I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 159. A apuração começará no dia seguinte ao das eleições e, salvo


motivo justificado, deverá terminar dentro de 10 (dez) dias.
§ 1º Iniciada a apuração, os trabalhos não serão interrompidos aos sába-
dos, domingos e dias feriados, devendo a Junta funcionar das 8 (oito) às 18
(dezoito) horas, pelo menos.
§ 2º Em caso de impossibilidade de observância do prazo previsto neste
artigo, o fato deverá ser imediatamente justificado perante o Tribunal Regio-
nal, mencionando-se as horas ou dias necessários para o adiamento que não
poderá exceder a cinco dias. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

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§ 3º Esgotado o prazo e a prorrogação estipulada neste artigo ou não


tendo havido em tempo hábil o pedido de prorrogação, a respectiva Junta
Eleitoral perde a competência para prosseguir na apuração devendo o seu
presidente remeter, imediatamente ao Tribunal Regional, todo o material re-
lativo à votação. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, competirá ao
Tribunal Regional fazer a apuração. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 5º Os membros da Junta Eleitoral responsáveis pela inobservância in-
justificada dos prazos fixados neste artigo estarão sujeitos à multa de dois
a dez salários-mínimos, aplicada pelo Tribunal Regional. (Incluído pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
Art. 160. Havendo conveniência, em razão do número de urnas a apurar,
a Junta poderá subdividir-se em turmas, até o limite de 5 (cinco), todas pre-
sididas por algum dos seus componentes.
Parágrafo único. As dúvidas que forem levantadas em cada turma serão
decididas por maioria de votos dos membros da Junta.
Art. 161. Cada partido poderá credenciar perante as Juntas até 3 (três)
fiscais, que se revezem na fiscalização dos trabalhos.
§ 1º Em caso de divisão da Junta em turmas, cada partido poderá creden-
ciar até 3 (três) fiscais para cada turma.
§ 2º Não será permitida, na Junta ou turma, a atuação de mais de 1 (um)
fiscal de cada partido.
Art. 162. Cada partido poderá credenciar mais de 1 (um) delegado peran-
te a Junta, mas no decorrer da apuração só funcionará 1 (um) de cada vez.
Art. 163. Iniciada a apuração da urna, não será a mesma interrompida,
devendo ser concluída.
Parágrafo único. Em caso de interrupção por motivo de força maior, as
cédulas e as folhas de apuração serão recolhidas à urna e esta fechada e la-
crada, o que constará da ata.

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Art. 164. É vedado às Juntas Eleitorais a divulgação, por qualquer meio,


de expressões, frases ou desenhos estranhos ao pleito, apostos ou contidos
nas cédulas.
§ 1º Aos membros, escrutinadores e auxiliares das Juntas que infringirem
o disposto neste artigo será aplicada a multa de 1 (um) a 2 (dois) salários-
-mínimos vigentes na Zona Eleitoral, cobrados através de executivo fiscal ou
da inutilização de sêlos federais no processo em que fôr arbitrada a multa.
§ 2º Será considerada dívida líquida e certa, para efeito de cobrança, a
que fôr arbitrada pelo Tribunal Regional e inscrita em livro próprio na Secre-
taria desse órgão.

Seção II
DA ABERTURA DA URNA

Art. 165. Antes de abrir cada urna a Junta verificará:


I – se há indício de violação da urna;
II – se a mesa receptora se constituiu legalmente;
III – se as folhas individuais de votação e as folhas modêlo 2 (dois) são
autênticas;
IV – se a eleição se realizou no dia, hora e local designados e se a votação
não foi encerrada antes das 17 (dezessete) horas;
V – se foram infringidas as condições que resguardam o sigilo do voto;
VI – se a seção eleitoral foi localizada com infração ao disposto nos §§ 4º
e 5º do Art. 135;
VII – se foi recusada, sem fundamento legal, a fiscalização de partidos aos
atos eleitorais;
VIII – se votou eleitor excluído do alistamento, sem ser o seu voto tomado
em separado;
IX – se votou eleitor de outra seção, a não ser nos casos expressamente
admitidos;

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X – se houve demora na entrega da urna e dos documentos conforme de-


termina o n. VI, do Art. 154.
XI – se consta nas folhas individuais de votação dos eleitores faltosos o
devido registro de sua falta. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Se houver indício de violação da urna, proceder-se-á da seguinte
forma:
I – antes da apuração, o presidente da Junta indicará pessoa idônea para
servir como perito e examinar a urna com assistência do representante do
Ministério Público;
II – se o perito concluir pela existência de violação e o seu parecer fôr
aceito pela Junta, o presidente desta comunicará a ocorrência ao Tribunal
Regional, para as providências de lei;
III – se o perito e o representante do Ministério Público concluírem pela
inexistência de violação, far-se-á a apuração;
IV – se apenas o representante do Ministério Público entender que a urna
foi violada, a Junta decidirá, podendo aquêle, se a decisão não fôr unânime,
recorrer imediatamente para o Tribunal Regional;
V – não poderão servir de peritos os referidos no Art. 36, § 3º, n.s. I a IV.
§ 2º s impugnações fundadas em violação da urna somente poderão ser
apresentadas até a abertura desta.
§ 3º Verificado qualquer dos casos dos n.s. II, III, IV e V do artigo, a Jun-
ta anulará a votação, fará a apuração dos votos em separado e recorrerá de
ofício para o Tribunal Regional.
§ 4º Nos casos dos números VI, VII, VIII, IX e X, a Junta decidirá se a
votação é válida, procedendo à apuração definitiva em caso afirmativo, ou na
forma do parágrafo anterior, se resolver pela nulidade da votação.
§ 5º A junta deixará de apurar os votos de urna que não estiver acompa-
nhada dos documentos legais e lavrará têrmo relativo ao fato, remetendo-a,
com cópia da sua decisão, ao Tribunal Regional.

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Art. 166. Aberta a urna, a Junta verificará se o número de cédulas oficiais


corresponde ao de votantes. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º A incoincidência entre o número de votantes e o de cédulas oficiais
encontradas na urna não constituirá motivo de nulidade da votação, desde
que não resulte de fraude comprovada. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
§ 2º Se a Junta entender que a incoincidência resulta de fraude, anulará
a votação, fará a apuração em separado e recorrerá de ofício para o Tribunal
Regional.
Art. 167. Resolvida a apuração da urna, deverá a Junta inicialmente:
I – examinar as sobrecartas brancas contidas na urna, anulando os votos
referentes aos eleitores que não podiam votar; (Redação dada pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
II – misturar as cédulas oficiais dos que podiam votar com as demais exis-
tentes na urna. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IV – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 168. As questões relativas à existência de rasuras, emendas e entre-
linhas nas folhas de votação e na ata da eleição, somente poderão ser susci-
tadas na fase correspondente à abertura das urnas.

Seção III
DAS IMPUGNAÇÕES E DOS RECURSOS

Art. 169. À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fis-
cais e delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugna-
ções que serão decididas de plano pela Junta.
§ 1º As Juntas decidirão por maioria de votos as impugnações.
§ 2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou
por escrito, que deverá ser fundamentado no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas para que tenha seguimento.

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§ 3º O recurso, quando ocorrerem eleições simultâneas, indicará expres-


samente eleição a que se refere.
§ 4º Os recursos serão instruídos de ofício, com certidão da decisão re-
corrida; se interpostos verbalmente, constará também da certidão o trecho
correspondente do boletim. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 170. As impugnações quanto à identidade do eleitor, apresentadas no
ato da votação, serão resolvidas pelo confronto da assinatura tomada no verso
da folha individual de votação com a existente no anverso; se o eleitor votou em
separado, no caso de omissão da folha individual na respectiva pasta, confron-
tando-se a assinatura da folha modêlo 2 (dois) com a do título eleitoral.
Art. 171. Não será admitido recurso contra a apuração, se não tiver ha-
vido impugnação perante a Junta, no ato apuração, contra as nulidades ar-
guidas.
Art. 172. Sempre que houver recurso fundado em contagem errônea de
votos, vícios de cédulas ou de sobrecartas para votos em separado, deverão
as cédulas ser conservadas em invólucro lacrado, que acompanhará o recurso
e deverá ser rubricado pelo juiz eleitoral, pelo recorrente e pelos delegados
de partido que o desejarem. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

Seção IV
DA CONTAGEM DOS VOTOS

Art. 173. Resolvidas as impugnações a Junta passará a apurar os votos.


Parágrafo único. Na apuração, poderá ser utilizado sistema eletrônico, a
critério do Tribunal Superior Eleitoral e na forma por ele estabelecida. (Inclu-
ído pela Lei n. 6.978, de 19.1.1982)
Art. 174. As cédulas oficiais, à medida em que forem sendo abertas, se-
rão examinadas e lidas em voz alta por um dos componentes da Junta.
§ 1º Após fazer a declaração dos votos em branco e antes de ser anuncia-
do o seguinte, será aposto na cédula, no lugar correspondente à indicação do
voto, um carimbo com a expressão “em branco”, além da rubrica do presiden-
te da turma. (Redação dada pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)

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§ 2º O mesmo processo será adaptado para o voto nulo. (Incluído pela Lei
n. 6.055, de 17.6.1974)
§ 3º Não poderá ser iniciada a apuração dos votos da urna subsequente
sob as penas do Art. 345, sem que os votos em branco da anterior estejam
todos registrados pela forma referida no § 1º. (Incluído pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966 e renumerado do § 2º pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
§ 4º As questões relativas às cédulas somente poderão ser suscitadas
nessa oportunidade. (Renumerado do parágrafo único para § 3º pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966) e renumerado do § 3º pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
Art. 175. Serão nulas as cédulas: I - que não corresponderem ao modelo
oficial; (Vide Lei n. 7.332, de 1º.7.1985)
II – que não estiverem devidamente autenticadas;
III – que contiverem expressões, frases ou sinais que possam identificar
o voto.
§ 1º Serão nulos os votos, em cada eleição majoritária:
I – quando forem assinalados os nomes de dois ou mais candidatos para
o mesmo cargo;
II – quando a assinalação estiver colocada fora do quadrilátero próprio,
desde que torne duvidosa a manifestação da vontade do eleitor.
§ 2º Serão nulos os votos, em cada eleição pelo sistema proporcional:
(Renumerado do § 3º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
I – quando o candidato não fôr indicado, através do nome ou do número,
com clareza suficiente para distinguí-lo de outro candidato ao mesmo cargo,
mas de outro partido, e o eleitor não indicar a legenda; (Renumerado do § 3º
pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
II – se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato ao mesmo
cargo, pertencentes a partidos diversos, ou, indicando apenas os números,
o fizer também de candidatos de partidos diferentes; (Renumerado do § 3º
pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)

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III – se o eleitor, não manifestando preferência por candidato, ou o fazen-


do de modo que não se possa identificar o de sua preferência, escrever duas
ou mais legendas diferentes no espaço relativo à mesma eleição. (Renumera-
do do § 3º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
IV – (Incluído pela Lei n. 6.989, de 5.5.1982 e restabelecido pela Lei n.
7.332, de 1º.7.1985)
§ 3º Serão nulos, para todos os efeitos, os votos dados a candidatos inele-
gíveis ou não registrados.: (Renumerado do § 4º pela Lei n. 4.961, de 4 5.66)
§ 4º O disposto no parágrafo anterior não se aplica quando a decisão de
inelegibilidade ou de cancelamento de registro for proferida após a realização
da eleição a que concorreu o candidato alcançado pela sentença, caso em que
os votos serão contados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu regis-
tro. (Incluído pela Lei n. 7.179, de 19.12.1983)
Art. 176. Contar-se-á o voto apenas para a legenda, nas eleições pelo
sistema proporcional: (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
I – se o eleitor escrever apenas a sigla partidária, não indicando o candi-
dato de sua preferência; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
II – se o eleitor escrever o nome de mais de um candidato do mesmo Par-
tido; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
III – se o eleitor, escrevendo apenas os números, indicar mais de um can-
didato do mesmo Partido; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
IV – se o eleitor não indicar o candidato através do nome ou do número
com clareza suficiente para distingui-lo de outro candidato do mesmo Partido.
(Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
Art. 177. Na contagem dos votos para as eleições realizadas pelo siste-
ma proporcional observar-se-ão, ainda, as seguintes normas: (Redação dada
pela Lei n. 8.037, de 1990)
I – a inversão, omissão ou erro de grafia do nome ou prenome não inva-
lidará o voto, desde que seja possível a identificação do candidato; (Redação
dada pela Lei n. 8.037, de 1990)

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II – se o eleitor escrever o nome de um candidato e o número correspon-


dente a outro da mesma legenda ou não, contar-se-á o voto para o candidato
cujo nome foi escrito, bem como para a legenda a que pertence; (Redação
dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
III – se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato e a le-
genda de outro Partido, contar-se-á o voto para o candidato cujo nome ou
número foi escrito; (Redação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
IV – se o eleitor escrever o nome ou o número de um candidato a Depu-
tado Federal na parte da cédula referente a Deputado Estadual ou vice-versa,
o voto será contado para o candidato cujo nome ou número foi escrito; (Re-
dação dada pela Lei n. 8.037, de 1990)
V – se o eleitor escrever o nome ou o número de candidatos em espaço
da cédula que não seja o correspondente ao cargo para o qual o candidato
foi registrado, será o voto computado para o candidato e respectiva legenda,
conforme o registro. (Incluído pela Lei n. 8.037, de 1990)
Art. 178. O voto dado ao candidato a Presidente da República entender-
-se-á dado também ao candidato a vice-presidente, assim como o dado aos
candidatos a governador, senador, deputado federal nos territórios, prefeito e
juiz de paz entender-se-á dado ao respectivo vice ou suplente.
Art. 179. Concluída a contagem dos votos a Junta ou turma deverá:
I – transcrever nos mapas referentes à urna a votação apurada;
II – expedir boletim contendo o resultado da respectiva seção, no qual
serão consignados o número de votantes, a votação individual de cada can-
didato, os votos de cada legenda partidária, os votos nulos e os em branco,
bem como recursos, se houver.
§ 1º Os mapas, em todas as suas folhas, e os boletins de apuração, serão
assinados pelo presidente e membros da Junta e pelos fiscais de partido que
o desejarem.
§ 2º O boletim a que se refere e êste artigo obedecerá a modêlo aprovado
pelo Tribunal Superior Eleitoral, podendo porém, na sua falta, ser substituído por
qualquer outro expedido por Tribunal Regional ou pela própria Junta Eleitoral.

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§ 3º Um dos exemplares do boletim de apuração será imediatamente afi-


xado na sede da Junta, em local que possa ser copiado por qualquer pessoa.
§ 4º Cópia autenticada do boletim de apuração será entregue a cada par-
tido, por intermédio do delegado ou fiscal presente, mediante recibo.
§ 5º O boletim de apuração ou sua cópia autenticada com a assinatura do
juiz e pelo menos de um dos membros da Junta, podendo ser apresentado ao
Tribunal Regional, nas eleições federais e estaduais, sempre que o número de
votos constantes dos mapas recebidos pela Comissão Apuradora não coincidir
com os nele consignados.
§ 6º O partido ou candidato poderá apresentar o boletim na oportunidade
concedida pelo Art. 200, quando terá vista do relatório da Comissão Apura-
dora, ou antes, se durante os trabalhos da Comissão tiver conhecimento da
incoincidência de qualquer resultado.
§ 7º Apresentado o boletim, será aberta vista aos demais partidos, pelo
prazo de 2 (dois) dias, os quais somente poderão contestar o erro indicado
com a apresentação de boletim da mesma urna, revestido das mesmas for-
malidades.
§ 8º Se o boletim apresentado na contestação consignar outro resultado,
coincidente ou não com o que figurar no mapa enviado pela Junta, a urna será
requisitada e recontada pelo próprio Tribunal Regional, em sessão.
§ 9º A não expedição do boletim imediatamente após a apuração de cada
urna e antes de se passa à subsequente, sob qualquer pretexto, constitui o
crime previsto no Art. 313.
Art. 180. O disposto no artigo anterior e em todos os seus parágrafos apli-
ca-se às eleições municipais, observadas somente as seguintes alterações:
I – o boletim de apuração poderá ser apresentado à Junta até 3 (três) dia
depois de totalizados os resultados, devendo os partidos ser cientificados,
através de seus delegados, da data em que começará a correr êsse prazo;
II – apresentado o boletim será observado o disposto nos §§ 7º e 8º do
artigo anterior, devendo a recontagem ser procedida pela própria Junta.

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Art. 181. Salvo nos casos mencionados nos artigos anteriores, a recon-
tagem de votos só poderá ser deferida pelos Tribunais Regionais, em recurso
interposto imediatamente após a apuração de cada urna.
Parágrafo único. Em nenhuma outra hipótese poderá a Junta determinar a
reabertura de urnas já apuradas para recontagem de votos.
Art. 182. Os títulos dos eleitores estranhos à seção serão separados,
para remessa, depois de terminados os trabalhos da Junta, ao juiz eleitoral
da zona nêles mencionadas, a fim de que seja anotado na fôlha individual de
votação o voto dado em outra seção.
Parágrafo único. Se, ao ser feita a anotação, no confronto do título com a
fôlha individual, se verificar incoincidência ou outro indício de fraude, serão
autuados tais documentos e o juiz determinará as providências necessárias
para apuração do fato e consequentes medidas legais.
Art. 183. Concluída a apuração, e antes de se passar à subsequente, as
cédulas serão recolhidas à urna, sendo esta fechada e lacrada, não podendo
ser reaberta senão depois de transitada em julgado a diplomação, salvo nos
casos de recontagem de votos.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no presente artigo, sob
qualquer pretexto, constitui o crime eleitoral previsto no Art. 314.
Art. 184. Terminada a apuração, a Junta remeterá ao Tribunal Regional
no prazo de vinte e quatro horas, todos os papéis eleitorais referentes às
eleições estaduais ou federais, acompanhados dos documentos referentes à
apuração, juntamente com a ata geral dos seus trabalhos, na qual serão con-
signadas as votações apuradas para cada legenda e candidato e os votos não
apurados com a declaração dos motivos porque o não foram. (Redação dada
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Essa remessa será feita em invólucros fechado, lacrado e rubricado
pelos membros da Junta, delegados e fiscais de Partido, por via postal ou sob
protocolo, conforme fôr mais rápida e segura a chegada ao destino. (Renu-
merado do parágrafo único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1826
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 2º Se a remessa dos papéis eleitorais de que trata êste artigo não se


verificar no prazo nele estabelecido os membros da Junta estarão sujeitos à
multa correspondente à metade do salário-mínimo regional por dia de retar-
damento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º Decorridos quinze dias sem que o Tribunal Regional tenha recebido os
papéis referidos neste artigo ou comunicação de sua expedição, determinará
ao Corregedor Regional ou Juiz Eleitoral mais próximo que os faça apreender
e enviar imediatamente, transferindo-se para o Tribunal Regional a compe-
tência para decidir sôbre os mesmos. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 185. Sessenta dias após o trânsito em julgado da diplomação de to-
dos os candidatos, eleitos nos pleitos eleitorais realizados simultaneamente
e prévia publicação de edital de convocação, as cédulas serão retiradas das
urnas e imediatamente incineradas, na presença do Juiz Eleitoral e em ato
público, vedado a qualquer pessoa inclusive ao Juiz, o seu exame na ocasião
da incineração. (Redação dada pela Lei n. 6.055, de 17.6.1974)
Parágrafo único. Poderá ainda a Justiça Eleitoral, tomadas as medidas ne-
cessárias à garantia do sigilo, autorizar a reciclagem industrial das cédulas,
em proveito do ensino público de primeiro grau ou de instituições beneficen-
tes. (Incluído pela Lei n. 7.977, de 27.12.1989)
Art. 186. Com relação às eleições municipais e distritais, uma vez ter-
minada a apuração de todas as urnas, a Junta resolverá as dúvidas não de-
cididas, verificará o total dos votos apurados, inclusive os votos em branco,
determinará o quociente eleitoral e os quocientes partidários e proclamará os
candidatos eleitos.
§ 1º O presidente da Junta fará lavrar, por um dos secretários, a ata geral
concernente às eleições referidas neste artigo, da qual constará o seguinte:
I – as seções apuradas e o número de votos apurados em cada urna;
II – as seções anuladas, os motivos por que foram e o número de votos
não apurados;
III – as seções onde não houve eleição e os motivos;

1827
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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IV – as impugnações feitas, a solução que lhes foi dada e os recursos in-


terpostos;
V – a votação de cada legenda na eleição para vereador;
VI – o quociente eleitoral e os quocientes partidários;
VII – a votação dos candidatos a vereador, incluídos em cada lista regis-
trada, na ordem da votação recebida;
VIII – a votação dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e a juiz de paz, na
ordem da votação recebida.
§ 2º Cópia da ata geral da eleição municipal, devidamente autenticada
pelo juiz, será enviada ao Tribunal Regional e ao Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 187. Verificando a Junta Apuradora que os votos das seções anula-
das e daquelas cujos eleitores foram impedidos de votar, poderão alterar a
representação de qualquer partido ou classificação de candidato eleito pelo
princípio majoritário, nas eleições municipais, fará imediata comunicação do
fato ao Tribunal Regional, que marcará, se fôr o caso, dia para a renovação
da votação naquelas seções.
§ 1º Nas eleições suplementares municipais observar-se-á, no que couber,
o disposto no Art. 201.
§ 2º Essas eleições serão realizadas perante novas mesas receptoras, no-
meadas pelo juiz eleitoral, e apuradas pela própria Junta que, considerando
os anteriores e os novos resultados, confirmará ou invalidará os diplomas que
houver expedido.
§ 3º Havendo renovação de eleições para os cargos de prefeito e vice-pre-
feito, os diplomas somente serão expedidos depois de apuradas as eleições
suplementares.
§ 4º Nas eleições suplementares, quando ser referirem a mandatos de
representação proporcional, a votação e a apuração far-se-ão exclusivamente
para as legendas registradas.

1828
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Seção V
Da Contagem Dos Votos Pela Mesa Receptora

Art. 188. O Tribunal Superior Eleitoral poderá autorizar a contagem de


votos pelas mesas receptoras, nos Estados em que o Tribunal Regional indicar
as zonas ou seções em que esse sistema deva ser adotado.
Art. 189. Os mesários das seções em que fôr efetuada a contagem dos
votos serão nomeados escrutinadores da junta.
Art. 190. Não será efetuada a contagem dos votos pela mesa se esta não
se julgar suficientemente garantida, ou se qualquer eleitor houver votado sob
impugnação, devendo a mesa, em um ou outro caso, proceder na forma de-
terminada para as demais, das zonas em que a contagem não foi autorizada.
Art. 191. Terminada a votação, o presidente da mesa tomará as provi-
dências mencionadas nas alíneas II, III, IV e V do Art. 154.
Art. 192. Lavrada e assinada ata, o presidente da mesa, na presença dos
demais membros, fiscais e delegados do partido, abrirá a urna e o invólucro e
verificará se o número de cédulas oficiais coincide com o de votantes.
§ 1º Se não houver coincidência entre o número de votantes e o de cédu-
las oficiais encontradas na urna e no invólucro a mesa receptora não fará a
contagem dos votos.
§ 2º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior, o presidente da
mesa determinará que as cédulas e as sobrecartas sejam novamente reco-
lhidas a urna e ao invólucro, os quais serão fechados e lacrados, procedendo,
em seguida, na forma recomendada pelas alíneas VI, VII e VIII e do Art. 54.
Art. 193. Havendo coincidência entre o número de cédulas e o de votan-
tes deverá a mesa, inicialmente, misturar as cédulas contidas nas sobrecartas
brancas, da urna e do invólucro, com as demais.
§ 1º Em seguida proceder-se-á à abertura das cédulas e contagem dos
votos, observando-se o disposto nos artigos. 169 e seguintes, no que couber.

1829
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§ 2º Terminada a contagem dos votos será lavrada ata resumida, de acôr-


do com modelo aprovado pelo Tribunal Superior e da qual constarão apenas
as impugnações acaso apresentadas, figurando os resultados no boletim que
se incorporará à ata, e do qual se dará cópia aos fiscais dos partidos.
Art. 194. Após a lavratura da ata, que deverá ser assinada pelos mem-
bros da mesa e fiscais e delegados de partido, as cédulas e as sobrecartas se-
rão recolhidas à urna, sendo esta fechada, lacrada e entregue ao juiz eleitoral
pelo presidente da mesa ou por um dos mesários, mediante recibo.
§ 1º O juiz eleitoral poderá, havendo possibilidade, designar funcionários
para recolher as urnas e demais documentos nos próprios locais da votação
ou instalar postos e locais diversos para o seu recebimento.
§ 2º Os fiscais e delegados de partido podem vigiar e acompanhar a urna
desde o momento da eleição, durante a permanência nos postos arrecadado-
res e até a entrega à Junta.
Art. 195. Recebida a urna e documentos, a Junta deverá:
I – examinar a sua regularidade, inclusive quanto ao funcionamento nor-
mal da seção;
II – rever o boletim de contagem de votos da mesa receptora, a fim de
verificar se está aritmeticamente certo, fazendo dêle constar que, conferido,
nenhum erro foi encontrado;
III – abrir a urna e conferir os votos sempre que a contagem da mesa re-
ceptora não permitir o fechamento dos resultados;
IV – proceder à apuração se da ata da eleição constar impugnação de fis-
cal, delegado, candidato ou membro da própria mesa em relação ao resultado
de contagem dos votos;
V – resolver todas as impugnações constantes da ata da eleição;
VI – praticar todos os atos previstos na competência das Juntas Eleitorais.
Art. 196. De acôrdo com as instruções recebidas a Junta Apuradora pode-
rá reunir os membros das mesas receptoras e demais componentes da Junta
em local amplo e adequado no dia seguinte ao da eleição, em horário previa-
mente fixado, e a proceder à apuração na forma estabelecida nos artigos. 159
e seguintes, de uma só vez ou em duas ou mais etapas.

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Parágrafo único. Nesse caso cada partido poderá credenciar um fiscal para
acompanhar a apuração de cada urna, realizando-se esta sob a supervisão do
juiz e dos demais membros da Junta, aos quais caberá decidir, em cada caso,
as impugnações e demais incidentes verificados durante os trabalhos.

CAPÍTULO III
DA APURAÇÃO NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 197. Na apuração, compete ao Tribunal Regional.


I – resolver as dúvidas não decididas e os recursos interpostos sôbre as
eleições federais e estaduais e apurar as votações que haja validado em grau
de recurso;
II – verificar o total dos votos apurados entre os quais se incluem os em
branco;
III – Determinar os quocientes, eleitoral e partidário, bem como a distri-
buição das sobras;
IV – proclamar os eleitos e expedir os respectivos diplomas;
V – fazer a apuração parcial das eleições para Presidente e Vice-presidente
da República.
Art. 198. A apuração pelo Tribunal Regional começará no dia seguinte
ao em que receber os primeiros resultados parciais das Juntas e prosseguirá
sem interrupção, inclusive nos sábados, domingos e feriados, de acôrdo com
o horário previamente publicado, devendo terminar 30 (trinta) dias depois da
eleição.
§ 1º Ocorrendo motivos relevantes, expostos com a necessária antece-
dência, o Tribunal Superior poderá conceder prorrogação desse prazo, uma
só vez e por quinze dias. (Renumerado do parágrafo único e alterado pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Se o Tribunal Regional não terminar a apuração no prazo legal, seus
membros estarão sujeitos à multa correspondente à metade do salário-míni-
mo regional por dia de retardamento. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1831
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Art. 199. Antes de iniciar a apuração o Tribunal Regional constituirá com 3


(três) de seus membros, presidida por um destes, uma Comissão Apuradora.
§ 1º O Presidente da Comissão designará um funcionário do Tribunal para
servir de secretário e para auxiliarem os seus trabalhos, tantos outros quan-
tos julgar necessários.
§ 2º De cada sessão da Comissão Apuradora será lavrada ata resumida.
§ 3º A Comissão Apuradora fará publicar no órgão oficial, diariamente,
um boletim com a indicação dos trabalhos realizados e do número de votos
atribuídos a cada candidato.
§ 4º Os trabalhos da Comissão Apuradora poderão ser acompanhados por
delegados dos partidos interessados, sem que, entretanto, neles intervenha
com protestos, impugnações ou recursos.
§ 5º Ao final dos trabalhos, a Comissão Apuradora apresentará ao Tribunal
Regional os mapas gerais da apuração e um relatório, que mencione:
I – o número de votos válidos e anulados em cada Junta Eleitoral, relativos
a cada eleição;
II – as seções apuradas e os votos nulos e anulados de cada uma;
III – as seções anuladas, os motivos por que o foram e o número de votos
anulados ou não apurados;
IV – as seções onde não houve eleição e os motivos;
V – as impugnações apresentadas às Juntas e como foram resolvidas por
elas, assim como os recursos que tenham sido interposto:
VI – a votação de cada partido;
VII – a votação de cada candidato;
VIII – o quociente eleitoral;
IX – os quocientes partidários;
X – a distribuição das sobras.
Art. 200. O relatório a que se refere o artigo anterior ficará na Secretaria do
Tribunal, pelo prazo de 3 (três) dias, para exame dos partidos e candidatos inte-
ressados, que poderão examinar também os documentos em que êle se baseou.

1832
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§ 1º Terminado o prazo supra, os partidos poderão apresentar as suas


reclamações, dentro de 2 (dois) dias, sendo estas submetidas a parecer da
Comissão Apuradora que, no prazo de 3 (três) dias, apresentará aditamento
ao relatório com a proposta das modificações que julgar procedentes, ou com
a justificação da improcedência das arguições. (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º O Tribunal Regional, antes de aprovar o relatório da Comissão Apu-
radora e, em três dias improrrogáveis, julgará as impugnações e as reclama-
ções não providas pela Comissão Apuradora, e, se as deferir, voltará o rela-
tório à Comissão para que sejam feitas as alterações resultantes da decisão.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 201. De posse do relatório referido no artigo anterior, reunir-se-á o
Tribunal, no dia seguinte, para o conhecimento do total dos votos apurados,
e, em seguida, se verificar que os votos das seções anuladas e daquelas cujos
eleitores foram impedidos de votar, poderão alterar a representação de candi-
dato eleito pelo princípio majoritário, ordenará a realização de novas eleições.
Parágrafo único. As novas eleições obedecerão às seguintes normas:
I – o Presidente do Tribunal fixará, imediatamente, a data, para que se
realizem dentro de 15 (quinze) dias, no mínimo, e de 30 (trinta) dias no má-
ximo, a contar do despacho que a fixar, desde que não tenha havido recurso
contra a anulação das seções;
II – somente serão admitidos a votar os eleitores da seção, que hajam com-
parecido a eleição anulada, e os de outras seções que ali houverem votado;
III – nos casos de coação que haja impedido o comparecimento dos elei-
tores às urnas, no de encerramento da votação antes da hora legal, e quando
a votação tiver sido realizada em dia, hora e lugar diferentes dos designados,
poderão votar todos os eleitores da seção e somente estes;
IV – nas zonas onde apenas uma seção fôr anulada, o juiz eleitoral res-
pectivo presidirá a mesa receptora; se houver mais de uma seção anulada, o
presidente do Tribunal Regional designará os juizes presidentes das respecti-
vas mesas receptoras.

1833
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V – as eleições realizar-se-ão nos mesmos locais anteriormente designa-


dos, servindo os mesários e secretários que pelo juiz forem nomeados, com
a antecedência de, pelo menos, cinco dias, salvo se a anulação fôr decretada
por infração dos §§ 4º e 5º do Art. 135;
VI – as eleições assim realizadas serãoapuradas pelo Tribunal Regional.
Art. 202. Da reunião do Tribunal Regional será lavrada ata geral, assinada
pelos seus membros e da qual constarão:
I – as seções apuradas e o número de votos apurados em cada uma;
II – as seções anuladas, as razões por que o foram e o número de votos
não apurados;
III – as seções onde não tenha havido eleição e os motivos;
IV – as impugnações apresentadas às juntas eleitorais e como foram re-
solvidas;
V – as seções em que se vai realizar ou renovar a eleição;
VI – a votação obtida pelos partidos;
VII – o quociente eleitoral e o partidário;
VIII – os nomes dos votados na ordem decrescente dos votos;
IX – os nomes dos eleitos;
X – os nomes dos suplentes, na ordem em que devem substituir ou suceder.
§ 1º Na mesma sessão o Tribunal Regional proclamará os eleitos e os res-
pectivos suplentes e marcará a data para a expedição solene dos diplomas
em sessão pública, salvo quanto a governador e vice-governador, se ocorrer
a hipótese prevista na Emenda Constitucional n. 13.
§ 2º O vice-governador e o suplente de senador, considerar-se-ão eleitos em
virtude da eleição do governador e do senador com os quais se candidatarem.
§ 3º Os candidatos a governador e vice-governador somente serão diploma-
dos depois de realizadas as eleições suplementares referentes a esses cargos.
§ 4º Um traslado da ata da sessão, autenticado com a assinatura de todos
os membros do Tribunal que assinaram a ata original, será remetida ao Pre-
sidente do Tribunal Superior.

1834
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§ 5º O Tribunal Regional comunicará o resultado da eleição ao Senado Fe-


deral, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.
Art. 203. Sempre que forem realizadas eleições de âmbito estadual jun-
tamente com eleições para presidente e vice-presidente da República, o Tri-
bunal Regional desdobrará os seus trabalhos de apuração, fazendo tanto para
aquelas como para esta, uma ata geral.
§ 1º A Comissão Apuradora deverá, também, apresentar relatórios distin-
tos, um dos quais referente apenas às eleições presidenciais.
§ 2º Concluídos os trabalhos da apuração o Tribunal Regional remeterá ao
Tribunal Superior os resultados parciais das eleições para presidente e vice-pre-
sidente da República, acompanhados de todos os papéis que lhe digam respeito.
Art. 204. O Tribunal Regional julgando conveniente, poderá determinar que
a totalização dos resultados de cada urna seja realizada pela própria Comissão
Apuradora.
Parágrafo único. Ocorrendo essa hipótese serão observadas as seguintes regras:
I – a decisão do Tribunal será comunicada, até 30 (trinta) dias antes da elei-
ção aos juizes eleitorais, aos diretórios dos partidos e ao Tribunal Superior;
II – iniciada a apuração os juizes eleitorais remeterão ao Tribunal Regio-
nal, diariamente, sob registro postal ou por portador, os mapas de todas as
urnas apuradas no dia;
III – os mapas serão acompanhados de ofício sucinto, que esclareça ape-
nas a que seções correspondem e quantas ainda faltam para completar a
apuração da zona;
IV – havendo sido interposto recurso em relação a urna correspondente
aos mapas enviados, o juiz fará constar do ofício, em seguida à indicação da
seção, entre parênteses, apenas esse esclarecimento - “houve recurso”;
V – a ata final da junta não mencionará, no seu texto, a votação obtida
pelos partidos e candidatos, a qual ficará constando dos boletins de apuração
do Juízo, que dela ficarão fazendo parte integrante;

1835
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VI – cópia autenticada da ata, assinada por todos os que assinaram o ori-


ginal, será enviada ao Tribunal Regional na forma prevista no art. 184;
VII – a Comissão Apuradora, à medida em que fôr recebendo os mapas,
passará a totalizar os votos, aguardando, porém, a chegada da cópia autên-
tica da ata para encerrar a totalização referente a cada zona;
VIII – no caso de extravio de mapa o juiz eleitoral providenciará a remessa
de 2a.via, preenchida à vista dos delegados de partido especialmente con-
vocados para esse fim e pelos resultados constantes do boletim de apuração
que deverá ficar arquivado no Juízo.

CAPÍTULO IV
DA APURAÇÃO NO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 205. O Tribunal Superior fará a apuração geral das eleições para
presidente e vice-presidente da República pelos resultados verificados pelos
Tribunais Regionais em cada Estado.
Art. 206. Antes da realização da eleição o Presidente do Tribunal sorteará,
dentre os juizes, o relator de cada grupo de Estados, ao qual serão distribuídos
todos os recursos e documentos da eleição referentes ao respectivo grupo.
Art. 207. Recebidos os resultados de cada Estado, e julgados os recursos
interpostos das decisões dos Tribunais Regionais, o relator terá o prazo de 5
(cinco) dias para apresentar seu relatório, com as conclusões seguintes:
I – os totais dos votos válidos e nulos do Estado;
II – os votos apurados pelo Tribunal Regional que devem ser anulados;
III – os votos anulados pelo Tribunal Regional que devem ser computados
como válidos;
IV – a votação de cada candidato;
V – o resumo das decisões do Tribunal Regional sobre as dúvidas e impug-
nações, bem como dos recursos que hajam sido interpostos para o Tribunal
Superior, com as respectivas decisões e indicação das implicações sôbre os
resultados.

1836
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Art. 208. O relatório referente a cada Estado ficará na Secretaria do Tribu-


nal, pelo prazo de dois dias, para exame dos partidos e candidatos interessados,
que poderão examinar também os documentos em que êle se baseou e apresen-
tar alegações ou documentos sôbre o relatório, no prazo de 2 (dois) dias.
Parágrafo único. Findo esse prazo serão os autos conclusos ao relator, que,
dentro em 2 (dois) dias, os apresentará a julgamento, que será previamente
anunciado.
Art. 209. Na sessão designada será o feito chamado a julgamento de pre-
ferência a qualquer outro processo.
§ 1º Se o relatório tiver sido impugnado, os partidos interessados poderão,
no prazo de 15 (quinze) minutos, sustentar oralmente as suas conclusões.
§ 2º Se do julgamento resultarem alterações na apuração efetuada pelo
Tribunal Regional, o acórdão determinará que a Secretaria, dentro em 5 (cin-
co) dias, levante as fôlhas de apuração parcial das seções cujos resultados
tiverem sido alterados, bem como o mapa geral da respectiva circunscrição,
de acôrdo com as alterações decorrentes do julgado, devendo o mapa, após
o visto do relator, ser publicado na Secretaria.
§ 3º A esse mapa admitir-se-á, dentro em 48 (quarenta e oito) horas de
sua publicação, impugnação fundada em erro de conta ou de cálculo, decor-
rente da própria sentença.
Art. 210. Os mapas gerais de todas as circunscrições com as impugna-
ções, se houver, e a folha de apuração final levantada pela secretaria, serão
autuados e distribuídos a um relator geral, designado pelo Presidente.
Parágrafo único. Recebidos os autos, após a audiência do Procurador Ge-
ral, o relator, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, resolverá as impugnações
relativas aos erros de conta ou de cálculo, mandando fazer as correções, se
fôr o caso, e apresentará, a seguir, o relatório final com os nomes dos can-
didatos que deverão ser proclamados eleitos e os dos demais candidatos, na
ordem decrescente das votações.

1837
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Art. 211. Aprovada em sessão especial a apuração geral, o Presidente


anunciará a votação dos candidatos, proclamando a seguir eleito presidente
da República o candidato, mais votado que tiver obtido maioria absoluta de
votos, excluídos, para a apuração desta, os em branco e os nulos.
Art. 212. Verificando que os votos das seções anuladas e daquelas cujos
eleitores foram impedidos de votar, em todo o país, poderão alterar a classifica-
ção de candidato, ordenará o Tribunal Superior a realização de novas eleições.
§ 1º Essas eleições serão marcadas desde logo pelo Presidente do Tribunal
Superior e terão lugar no primeiro domingo ou feriado que ocorrer após o 15º
(décimo quinto) dia a contar da data do despacho, devendo ser observado o
disposto nos números II a VI do parágrafo único do Art. 201.
§ 2º Os candidatos a presidente e vice-presidente da República somente
serão diplomados depois de realizadas as eleições suplementares referentes
a esses cargos.
Art. 213. Não se verificando a maioria absoluta, o Congresso Nacional,
dentro de quinze dias após haver recebido a respectiva comunicação do Pre-
sidente do Tribunal Superior Eleitoral, reunir-se-á em sessão pública para se
manifestar sôbre o candidato mais votado, que será considerado eleito se,
em escrutínio secreto, obtiver metade mais um dos votos dos seus membros.
§ 1º Se não ocorrer a maioria absoluta referida no caput dêste artigo,
renovar-se-á, até 30 (trinta) dias depois, a eleição em todo país, à qual con-
correrão os dois candidatos mais votados, cujos registros estarão automati-
camente revalidados.
§ 2º No caso de renúncia ou morte, concorrerá à eleição prevista no pa-
rágrafo anterior o substituto registrado pelo mesmo partido político ou coli-
gação partidária.
Art. 214. O presidente e o vice-presidente da República tomarão posse a
15 (quinze) de março, em sessão do Congresso Nacional.
Parágrafo único. No caso do § 1º do artigo anterior, a posse realizar-se-á
dentro de 15 (quinze) dias a contar da proclamação do resultado da segunda
eleição, expirando, porém, o mandato a 15 (quinze) de março do quarto ano.

1838
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CAPÍTULO V
DOS DIPLOMAS

Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os suplentes, receberão di-


ploma assinado pelo Presidente do Tribunal Regional ou da Junta Eleitoral,
conforme o caso.
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do candidato, a indi-
cação da legenda sob a qual concorreu, o cargo para o qual foi eleito ou a sua
classificação como suplente, e, facultativamente, outros dados a critério do
juiz ou do Tribunal.
Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto
contra a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em
toda a sua plenitude.
Art. 217. Apuradas as eleições suplementares o juiz ou o Tribunal reverá
a apuração anterior, confirmando ou invalidando os diplomas que houver ex-
pedido.
Parágrafo único. No caso de provimento, após a diplomação, de recurso
contra o registro de candidato ou de recurso parcial, será também revista a
apuração anterior, para confirmação ou invalidação de diplomas, observado o
disposto no § 3º do Art. 261.
Art. 218. O presidente de Junta ou de Tribunal que diplomar militar can-
didato a cargo eletivo, comunicará imediatamente a diplomação à autoridade
a que o mesmo estiver subordinado, para os fins do Art. 98.

CAPÍTULO VI
DAS NULIDADES DA VOTAÇÃO

Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e
resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem de-
monstração de prejuízo.

1839
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Parágrafo único. A declaração de nulidade não poderá ser requerida pela


parte que lhe deu causa nem a ela aproveitar.
Art. 220. É nula a votação:
I – quando feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, ou consti-
tuída com ofensa à letra da lei;
II – quando efetuada em folhas de votação falsas;
III – quando realizada em dia, hora, ou local diferentes do designado ou
encerrada antes das 17 horas;
IV – quando preterida formalidade essencial do sigilo dos sufrágios.
V – quando a seção eleitoral tiver sido localizada com infração do disposto
nos §§ 4º e 5º do art. 135. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Parágrafo único. A nulidade será pronunciada quando o órgão apurador
conhecer do ato ou dos seus efeitos e o encontrar provada, não lhe sendo
lícito supri-la, ainda que haja consenso das partes.
Art. 221. É anulável a votação:
I – quando houver extravio de documento reputado essencial; (Renume-
rado do inciso II pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
II – quando fôr negado ou sofrer restrição o direito de fiscalizar, e o fato
constar da ata ou de protesto interposto, por escrito, no momento: (Renume-
rado do inciso III pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – quando votar, sem as cautelas do Art. 147, § 2º. (Renumerado do
inciso IV pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
a) eleitor excluído por sentença não cumprida por ocasião da remessa das
folhas individuais de votação à mesa, desde que haja oportuna reclamação
de partido;
b) eleitor de outra seção, salvo a hipótese do Art. 145;
c) alguém com falsa identidade em lugar do eleitor chamado.
Art. 222. É também anulável a votação, quando viciada de falsidade,
fraude, coação, uso de meios de que trata o Art. 237, ou emprego de proces-
so de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.

1840
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§ 1º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)


I – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
II – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
III – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
IV – (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta,
só poderá ser arguida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada,
salvo se a arguição se basear em motivo superveniente ou de ordem consti-
tucional.
§ 1º Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser alegada no ato,
poderá ser arguida na primeira oportunidade que para tanto se apresente.
§ 2º Se se basear em motivo superveniente deverá ser alegada imedia-
tamente, assim que se tornar conhecida, podendo as razões do recurso ser
aditadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 3º A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de ordem constitu-
cional, não poderá ser conhecida em recurso interposto fora do prazo. Perdido
o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser argui-
da. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas
eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do mu-
nicípio nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações
e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40
(quarenta) dias.
§ 1º Se o Tribunal Regional na área de sua competência, deixar de cumprir
o disposto neste artigo, o Procurador Regional levará o fato ao conhecimento
do Procurador Geral, que providenciará junto ao Tribunal Superior para que
seja marcada imediatamente nova eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério
Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados.

1841
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§ 3º A decisão da Justiça Eleitoral que importe o indeferimento do registro,


a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito em pleito
majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas elei-
ções, independentemente do número de votos anulados. (Incluído pela Lei n.
13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
§ 4º A eleição a que se refere o § 3º correrá a expensas da Justiça Eleitoral
e será: (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
I – indireta, se a vacância do cargo ocorrer a menos de seis meses do final
do mandato; (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide ADIN N. 5.525)
II – direta, nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015) (Vide
ADIN N. 5.525)

CAPÍTULO VII
DO VOTO NO EXTERIOR

Art. 225. Nas eleições para presidente e vice-presidente da República po-


derá votar o eleitor que se encontrar no exterior.
§ 1º Para esse fim serão organizadas seções eleitorais, nas sedes das Em-
baixadas e Consulados Gerais.
§ 2º Sendo necessário instalar duas ou mais seções poderá ser utilizado
local em que funcione serviço do governo brasileiro.
Art. 226. Para que se organize uma seção eleitoral no exterior é necessá-
rio que na circunscrição sob a jurisdição da Missão Diplomática ou do Consu-
lado Geral haja um mínimo de 30 (trinta) eleitores inscritos.
Parágrafo único. Quando o número de eleitores não atingir o mínimo pre-
visto no parágrafo anterior, os eleitores poderão votar na mesa receptora
mais próxima, desde que localizada no mesmo país, de acôrdo com a comu-
nicação que lhes fôr feita.
Art. 227. As mesas receptoras serão organizadas pelo Tribunal Regional do
Distrito Federal mediante proposta dos chefes de Missão e cônsules gerais, que fi-
carão investidos, no que fôr aplicável, da funções administrativas de juiz eleitoral.

1842
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Parágrafo único. Será aplicável às mesas receptoras o processo de com-


posição e fiscalização partidária vigente para as que funcionam no territó-
rio nacional.
Art. 228. Até 30 (trinta) dias antes da realização da eleição todos os bra-
sileiros eleitores, residentes no estrangeiro, comunicarão à sede da Missão
diplomática ou ao consulado geral, em carta, telegrama ou qualquer outra
via, a sua condição de eleitor e sua residência.
§ 1º Com a relação dessas comunicações e com os dados do registro con-
sular, serão organizadas as folhas de votação, e notificados os eleitores da
hora e local da votação.
§ 2º No dia da eleição só serão admitidos a votar os que constem da fo-
lha de votação e os passageiros e tripulantes de navios e aviões de guerra e
mercantes que, no dia, estejam na sede das sessões eleitorais.
Art. 229. Encerrada a votação, as urnas serão enviadas pelos cônsules
gerais às sedes das Missões Diplomáticas. Estas as remeterão, pela mala di-
plomática, ao Ministério das Relações Exteriores, que delas fará entrega ao
Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, a quem competirá a apuração
dos votos e julgamento das dúvidas e recursos que hajam sido interpostos.
Parágrafo único. Todo o serviço de transporte do material eleitoral será
feito por via aérea.
Art. 230. Todos os eleitores que votarem no exterior terão os seus títulos
apreendidos pela mesa receptora.
Parágrafo único. A todo eleitor que votar no exterior será concedido com-
provante para a comunicação legal ao juiz eleitoral de sua zona.
Art. 231. Todo aquele que, estando obrigado a votar, não o fizer, fica su-
jeito, além das penalidades previstas para o eleitor que não vota no território
nacional, à proibição de requerer qualquer documento perante a repartição
diplomática a que estiver subordinado, enquanto não se justificar.
Art. 232. Todo o processo eleitoral realizado no estrangeiro fica direta-
mente subordinado ao Tribunal Regional do Distrito Federal.

1843
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 233. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério das Relações Exte-


riores baixarão as instruções necessárias e adotarão as medidas adequadas
para o voto no exterior.
Art. 233-A. Aos eleitores em trânsito no território nacional é assegurado
o direito de votar para Presidente da República, Governador, Senador, Depu-
tado Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital em urnas especialmen-
te instaladas nas capitais e nos Municípios com mais de cem mil eleitores.
(Redação dada pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 1º O exercício do direito previsto neste artigo sujeita-se à observância
das regras seguintes: (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
I – para votar em trânsito, o eleitor deverá habilitar-se perante a Justiça
Eleitoral no período de até quarenta e cinco dias da data marcada para a elei-
ção, indicando o local em que pretende votar; (Incluído pela Lei n. 13.165,
de 2015)
II – aos eleitores que se encontrarem fora da unidade da Federação de
seu domicílio eleitoral somente é assegurado o direito à habilitação para votar
em trânsito nas eleições para Presidente da República; (Incluído pela Lei n.
13.165, de 2015)
III – os eleitores que se encontrarem em trânsito dentro da unidade da Fe-
deração de seu domicílio eleitoral poderão votar nas eleições para Presidente
da República, Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e
Deputado Distrital. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 2º Os membros das Forças Armadas, os integrantes dos órgãos de segu-
rança pública a que se refere o art. 144 da Constituição Federal, bem como os
integrantes das guardas municipais mencionados no § 8º do mesmo art. 144,
poderão votar em trânsito se estiverem em serviço por ocasião das eleições.
(Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem subordinados os
eleitores mencionados no § 2º enviarão obrigatoriamente à Justiça Eleitoral,
em até quarenta e cinco dias da data das eleições, a listagem dos que estarão
em serviço no dia da eleição com indicação das seções eleitorais de origem e
destino. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Os eleitores mencionados no § 2º, uma vez habilitados na forma do §


3º, serão cadastrados e votarão nas seções eleitorais indicadas nas listagens
mencionadas no § 3º independentemente do número de eleitores do Municí-
pio. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)

PARTE QUINTA
DISPOSIÇÕES VÁRIAS

TÍTULO I
DAS GARANTIAS ELEITORAIS

Art. 234. Ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio.


Art. 235. O juiz eleitoral, ou o presidente da mesa receptora, pode expe-
dir salvo-conduto com a cominação de prisão por desobediência até 5 (cinco)
dias, em favor do eleitor que sofrer violência, moral ou física, na sua liberdade
de votar, ou pelo fato de haver votado.
Parágrafo único. A medida será válida para o período compreendido entre
72 (setenta e duas) horas antes até 48 (quarenta e oito) horas depois do pleito.
Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até
48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou
deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença
criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a
salvo-conduto.
§ 1º Os membros das mesas receptoras e os fiscais de partido, durante o
exercício de suas funções, não poderão ser detidos ou presos, salvo o caso de
flagrante delito; da mesma garantia gozarão os candidatos desde 15 (quinze)
dias antes da eleição.
§ 2º Ocorrendo qualquer prisão o preso será imediatamente conduzido
à presença do juiz competente que, se verificar a ilegalidade da detenção, a
relaxará e promoverá a responsabilidade do coator.

1845
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 237. A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder


de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos.
§ 1º O eleitor é parte legítima para denunciar os culpados e promover-lhes
a responsabilidade, e a nenhum servidor público. Inclusive de autarquia, de
entidade paraestatal e de sociedade de economia mista, será lícito negar ou
retardar ato de ofício tendente a esse fim.
§ 2º Qualquer eleitor ou partido político poderá se dirigir ao Corregedor
Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, e pedir abertura de in-
vestigação para apurar uso indevido do poder econômico, desvio ou abuso do
poder de autoridade, em benefício de candidato ou de partido político.
§ 3º O Corregedor, verificada a seriedade da denúncia procederá ou man-
dará proceder a investigações, regendo-se estas, no que lhes fôr aplicável,
pela Lei n. 1.579 de 18 de março de 1952.
Art. 238. É proibida, durante o ato eleitoral, a presença de força pública
no edifício em que funcionar mesa receptora, ou nas imediações, observado
o disposto no Art. 141.
Art. 239. Aos partidos políticos é assegurada a prioridade postal durante
os 60 (sessenta) dias anteriores à realização das eleições, para remessa de
material de propaganda de seus candidatos registrados.

TÍTULO II
DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA

Art. 240. A propaganda de candidatos a cargos eletivos somente é per-


mitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. (Redação dada pela Lei n.
13.165, de 2015)
Parágrafo único. É vedada, desde quarenta e oito horas antes até vinte e
quatro horas depois da eleição, qualquer propaganda política mediante radio-
difusão, televisão, comícios ou reuniões públicas.

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Art. 241. Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilida-


de dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos
praticados pelos seus candidatos e adeptos.
Parágrafo único. A solidariedade prevista neste artigo é restrita aos can-
didatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo
quando integrantes de uma mesma coligação. (Incluído pela Lei n. 12.891,
de 2013)
Art. 242. A propaganda, qualquer que seja a sua forma ou modalidade,
mencionará sempre a legenda partidária e só poderá ser feita em língua na-
cional, não devendo empregar meios publicitários destinados a criar, artifi-
cialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais.
(Redação dada pela Lei n. 7.476, de 15.5.1986)
Parágrafo único. Sem prejuízo do processo e das penas cominadas, a Jus-
tiça Eleitoral adotará medidas para fazer impedir ou cessar imediatamente a
propaganda realizada com infração do disposto neste artigo.
Art. 243. Não será tolerada propaganda:
I – de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem
política e social ou de preconceitos de raça ou de classes;
II – que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou
delas contra as classes e instituições civis;
III – de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
IV – de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de or-
dem pública;
V – que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro,
dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;
VI – que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instru-
mentos sonoros ou sinais acústicos;
VII – por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rús-
tica possa confundir com moeda;

1847
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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VIII – que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha a pos-


turas municiais ou a outra qualquer restrição de direito;
IX – que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como ór-
gãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
X – que deprecie a condição de mulher ou estimule sua discriminação em
razão do sexo feminino, ou em relação à sua cor, raça ou etnia. (Incluído pela
Lei n. 14.192, de 2021)
§ 1º O ofendido por calúnia, difamação ou injúria, sem prejuízo e inde-
pendentemente da ação penal competente, poderá demandar, no Juízo Civil a
reparação do dano moral respondendo por êste o ofensor e, solidariamente,
o partido político dêste, quando responsável por ação ou omissão a quem que
favorecido pelo crime, haja de qualquer modo contribuído para êle. (Incluído
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º No que couber aplicar-se-ão na reparação do dano moral, referido no
parágrafo anterior, os artigos. 81 a 88 da Lei n. 4.117, de 27 de agôsto de
1962. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º É assegurado o direito de resposta a quem fôr, injuriado difamado ou
caluniado através da imprensa rádio, televisão, ou alto-falante, aplicando-se,
no que couber, os artigos. 90 e 96 da Lei n. 4.117, de 27 de agôsto de 1962.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados o direito de, in-
dependentemente de licença da autoridade pública e do pagamento de qual-
quer contribuição:
I – fazer inscrever, na fachada de suas sedes e dependências, o nome que
os designe, pela forma que melhor lhes parecer;
II – instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze às vinte e duas
horas, nos três meses que antecederem as eleições, alto-falantes, ou ampli-
ficadores de voz, nos locais referidos, assim como em veículos seus, ou à sua
disposição, em território nacional, com observância da legislação comum.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o n. II dêste


artigo não serão permitidos, a menos de 500 metros:
I – das sedes do Executivo Federal, dos Estados, Territórios e respectivas
Prefeituras Municipais;
II – das Câmaras Legislativas Federais, Estaduais e Municipais;
III – dos Tribunais Judiciais;
IV – dos hospitais e casas de saúde;
V – das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcio-
namento;
VI – dos quartéis e outros estabelecimentos militares.
Art. 245. A realização de qualquer ato de propaganda partidária ou elei-
toral, em recinto aberto, não depende de licença da polícia.
§ 1º Quando o ato de propaganda tiver de realizar-se em lugar designado
para a celebração de comício, na forma do disposto no art. 3º da Lei n. 1.207,
de 25 de outubro de 1950, deverá ser feita comunicação à autoridade policial,
pelo menos 24 (vinte e quatro) horas antes de sua realização.
§ 2º Não havendo local anteriormente fixado para a celebração de comí-
cio, ou sendo impossível ou difícil nele realizar-se o ato de propaganda eleito-
ral, ou havendo pedido para designação de outro local, a comunicação a que
se refere o parágrafo anterior será feita, no mínimo, com antecedência, de
72 (setenta e duas) horas, devendo a autoridade policial, em qualquer desses
casos, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, designar local amplo e de fácil
acesso, de modo que não impossibilite ou frustre a reunião.
§ 3º Aos órgãos da Justiça Eleitoral compete julgar das reclamações sôbre
a localização dos comícios e providências sôbre a distribuição equitativa dos
locais aos partidos.
Art. 246. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 247. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
At. 248. Ninguém poderá impedir a propaganda eleitoral, nem inutilizar,
alterar ou perturbar os meios lícitos nela empregados.

1849
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 249. O direito de propaganda não importa restrição ao poder de po-


lícia quando êste deva ser exercído em benefício da ordem pública.
Art. 250. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 251. No período destinado à propaganda eleitoral gratuita não preva-
lecerão quaisquer contratos ou ajustes firmados pelas empresas que possam
burlar ou tornar inexequível qualquer dispositivo dêste Código ou das instru-
ções baixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 252. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 253. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 254. (Revogado pelo Decreto-Lei n. 1.538, de 14.4.1977)
Art. 255. Nos 15 (quinze) dias anteriores ao pleito é proibida a divulga-
ção, por qualquer forma, de resultados de prévias ou testes pré-eleitorais.
Art. 256. As autoridades administrativas federais, estaduais e municipais
proporcionarão aos partidos, em igualdade de condições, as facilidades per-
mitidas para a respectiva propaganda.
§ 1º No período da campanha eleitoral, independentemente do critério de
prioridade, os serviços telefônicos, oficiais ou concedidos, farão instalar, na
sede dos diretórios devidamente registrados, telefones necessários, mediante
requerimento do respectivo presidente e pagamento das taxas devidas. (In-
cluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções necessárias ao
cumprimento do disposto no parágrafo anterior fixado as condições a serem
observadas. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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TÍTULO III
DOS RECURSOS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 257. Os recursos eleitorais não terão efeito suspensivo.


§ 1º A execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através
de comunicação por ofício, telegrama, ou, em casos especiais, a critério do
presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. (Redação dada pela Lei
n. 13.165, de 2015)
§ 2º O recurso ordinário interposto contra decisão proferida por juiz elei-
toral ou por Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de registro,
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo será recebido pelo Tribu-
nal competente com efeito suspensivo. (Incluído pela Lei n. 13.165, de 2015)
§ 3º O Tribunal dará preferência ao recurso sobre quaisquer outros pro-
cessos, ressalvados os de habeas corpus e de mandado de segurança. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 258. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser
interposto em três dias da publicação do ato, resolução ou despacho.
Art. 259. São preclusivos os prazos para interposição de recurso, salvo
quando neste se discutir matéria constitucional.
Parágrafo único. O recurso em que se discutir matéria constitucional não
poderá ser interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em
outra que se apresentar poderá ser interposto.
Art. 260. A distribuição do primeiro recurso que chegar ao Tribunal Re-
gional ou Tribunal Superior, previnirá a competência do relator para todos os
demais casos do mesmo município ou Estado.

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 261. Os recursos parciais, entre os quais não se incluem os que ver-
sarem matéria referente ao registro de candidatos, interpostos para os Tribu-
nais Regionais no caso de eleições municipais, e para o Tribunal Superior no
caso de eleições estaduais ou federais, serão julgados à medida que derem
entrada nas respectivas Secretarias.
§ 1º Havendo dois ou mais recursos parciais de um mesmo município ou
Estado, ou se todos, inclusive os de diplomação já estiverem no Tribunal Re-
gional ou no Tribunal Superior, serão eles julgados seguidamente, em uma ou
mais sessões.
§ 2º As decisões com os esclarecimentos necessários ao cumprimento, se-
rão comunicadas de uma só vez ao juiz eleitoral ou ao presidente do Tribunal
Regional.
§ 3º Se os recursos de um mesmo município ou Estado deram entrada
em datas diversas, sendo julgados separadamente, o juiz eleitoral ou o pre-
sidente do Tribunal Regional, aguardará a comunicação de todas as decisões
para cumpri-las, salvo se o julgamento dos demais importar em alteração do
resultado do pleito que não tenha relação com o recurso já julgado.
§ 4º Em todos os recursos, no despacho que determinar a remessa dos
autos à instância superior, o juízo “a quo” esclarecerá quais os ainda em fase
de processamento e, no último, quais os anteriormente remetidos.
§ 5º Ao se realizar a diplomação, se ainda houver recurso pendente de
decisão em outra instância, será consignado que os resultados poderão sofrer
alterações decorrentes desse julgamento.
§ 6º Realizada a diplomação, e decorrido o prazo para recurso, o juiz ou
presidente do Tribunal Regional comunicará à instância superior se foi ou não
interposto recurso.
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos ca-
sos de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta
de condição de elegibilidade. (Redação dada pela Lei n. 12.891, de 2013)

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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§ 1º A inelegibilidade superveniente que atrai restrição à candidatura, se


formulada no âmbito do processo de registro, não poderá ser deduzida no
recurso contra expedição de diploma. (Incluído pela Lei n. 13.877, de 2019)
§ 2º A inelegibilidade superveniente apta a viabilizar o recurso contra a
expedição de diploma, decorrente de alterações fáticas ou jurídicas, deverá
ocorrer até a data fixada para que os partidos políticos e as coligações apre-
sentem os seus requerimentos de registros de candidatos. (Incluído pela Lei
n. 13.877, de 2019)
§ 3º O recurso de que trata este artigo deverá ser interposto no prazo de
3 (três) dias após o último dia limite fixado para a diplomação e será suspen-
so no período compreendido entre os dias 20 de dezembro e 20 de janeiro, a
partir do qual retomará seu cômputo. (Incluído pela Lei n. 13.877, de 2019)
Art. 263. No julgamento de um mesmo pleito eleitoral, as decisões an-
teriores sôbre questões de direito constituem prejulgados para os demais
casos, salvo se contra a tese votarem dois terços dos membros do Tribunal.
Art. 264. Para os Tribunais Regionais e para o Tribunal Superior caberá,
dentro de 3 (três) dias, recurso dos atos, resoluções ou despachos dos res-
pectivos presidentes.

CAPÍTULO II
DOS RECURSOS PERANTE AS JUNTAS E JUÍZOS ELEITORAIS

Art. 265. Dos atos, resoluções ou despachos dos juizes ou juntas eleito-
rais caberá recurso para o Tribunal Regional.
Parágrafo único. Os recursos das decisões das Juntas serão processados
na forma estabelecida pelos artigos. 169 e seguintes.
Art. 266. O recurso independerá de têrmo e será interposto por petição
devidamente fundamentada, dirigida ao juiz eleitoral e acompanhada, se o
entender o recorrente, de novos documentos.
Parágrafo único. Se o recorrente se reportar a coação, fraude, uso de
meios de que trata o art. 237 ou emprego de processo de propaganda ou cap-

1853
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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tação de sufrágios vedado por lei, dependentes de prova a ser determinada


pelo Tribunal, bastar-lhe-á indicar os meios a elas conducentes. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 267. Recebida a petição, mandará o juiz intimar o recorrido para ci-
ência do recurso, abrindo-se-lhe vista dos autos a fim de, em prazo igual ao
estabelecido para a sua interposição, oferecer razões, acompanhadas ou não
de novos documentos.
§ 1º A intimação se fará pela publicação da notícia da vista no jornal que
publicar o expediente da Justiça Eleitoral, onde houver, e nos demais lugares,
pessoalmente pelo escrivão, independente de iniciativa do recorrente.
§ 2º Onde houver jornal oficial, se a publicação não ocorrer no prazo de 3
(três) dias, a intimação se fará pessoalmente ou na forma prevista no pará-
grafo seguinte.
§ 3º Nas zonas em que se fizer intimação pessoal, se não fôr encontrado o
recorrido dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a intimação se fará por edital
afixado no fórum, no local de costume.
§ 4º Todas as citações e intimações serão feitas na forma estabelecida
neste artigo.
§ 5º Se o recorrido juntar novos documentos, terá o recorrente vista dos
autos por 48 (quarenta e oito) horas para falar sôbre os mesmos, contado o
prazo na forma dêste artigo.
§ 6º Findos os prazos a que se referem os parágrafos anteriores, o juiz
eleitoral fará, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, subir os autos ao Tribunal
Regional com a sua resposta e os documentos em que se fundar, sujeito à
multa de dez por cento do salário-mínimo regional por dia de retardamen-
to, salvo se entender de reformar a sua decisão. (Redação dada pela Lei n.
4.961, de 4.5.1966)
§ 7º Se o juiz reformar a decisão recorrida, poderá o recorrido, dentro de
3 (três) dias, requerer suba o recurso como se por êle interposto.

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CAPÍTULO III
DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS REGIONAIS

Art. 268. No Tribunal Regional nenhuma alegação escrita ou nenhum do-


cumento poderá ser oferecido por qualquer das partes, salvo o disposto no
art. 270. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 269. Os recursos serão distribuídos a um relator em 24 (vinte e qua-
tro) horas e na ordem rigorosa da antiguidade dos respectivos membros, esta
última exigência sob pena de nulidade de qualquer ato ou decisão do relator
ou do Tribunal.
§ 1º Feita a distribuição, a Secretaria do Tribunal abrirá vista dos autos à
Procuradoria Regional, que deverá emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º Se a Procuradoria não emitir parecer no prazo fixado, poderá a parte
interessada requerer a inclusão do processo na pauta, devendo o Procurador,
nesse caso, proferir parecer oral na assentada do julgamento.
Art. 270. Se o recurso versar sôbre coação, fraude, uso de meios de que
trata o Art. 237, ou emprego de processo de propaganda ou captação de
sufrágios vedado por lei dependente de prova indicada pelas partes ao inter-
pô-lo ou ao impugná-lo, o relator no Tribunal Regional deferi-la-á em vinte e
quatro horas da conclusão, realizado-se ela no prazo improrrogável de cinco
dias. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 1º Admitir-se-ão como meios de prova para apreciação pelo Tribunal as
justificações e as perícias processadas perante o juiz eleitoral da zona, com
citação dos partidos que concorreram ao pleito e do representante do Minis-
tério Público. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 2º Indeferindo o relator a prova, serão os autos, a requerimento do in-
teressado, nas vinte e quatro horas seguintes, presentes à primeira sessão do
Tribunal, que deliberará a respeito. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º Protocoladas as diligências probatórias, ou com a juntada das justifi-
cações ou diligências, a Secretaria do Tribunal abrirá, sem demora, vista dos

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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autos, por vinte e quatro horas, seguidamente, ao recorrente e ao recorrido


para dizerem a respeito. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 4º Findo o prazo acima, serão os autos conclusos ao relator. (Incluído
pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 271. O relator devolverá os autos à Secretaria no prazo improrrogá-
vel de 8 (oito) dias para, nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, ser o caso
incluído na pauta de julgamento do Tribunal.
§ 1º Tratando-se de recurso contra a expedição de diploma, os autos, uma
vez devolvidos pelo relator, serão conclusos ao juiz imediato em antiguidade
como revisor, o qual deverá devolvê-los em 4 (quatro) dias.
§ 2º As pautas serão organizadas com um número de processos que pos-
sam ser realmente julgados, obedecendo-se rigorosamente a ordem da devo-
lução dos mesmos à Secretaria pelo Relator, ou Revisor, nos recursos contra
a expedição de diploma, ressalvadas as preferências determinadas pelo regi-
mento do Tribunal.
Art. 272. Na sessão do julgamento, uma vez feito o relatório pelo relator,
cada uma das partes poderá, no prazo improrrogável de dez minutos, susten-
tar oralmente as suas conclusões.
Parágrafo único. Quando se tratar de julgamento de recursos contra a
expedição de diploma, cada parte terá vinte minutos para sustentação oral.
Art. 273. Realizado o julgamento, o relator, se vitorioso, ou o relator de-
signado para redigir o acórdão, apresentará a redação dêste, o mais tardar,
dentro em 5 (cinco) dias.
§ 1º O acórdão conterá uma síntese das questões debatidas e decididas.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, se o Tribunal dispuser
de serviço taquigráfico, serão juntas ao processo as notas respectivas.
Art. 274. O acórdão, devidamente assinado, será publicado, valendo como
tal a inserção da sua conclusão no órgão oficial.
§1º Se o órgão oficial não publicar o acórdão no prazo de 3 (três) dias, as
partes serão intimadas pessoalmente e, se não forem encontradas no prazo

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GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

de 48 (quarenta e oito) horas, a intimação se fará por edital afixado no Tribu-


nal, no local de costume.
§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplicar-se-á a todos os casos de ci-
tação ou intimação.
Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previs-
tas no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos no prazo de 3 (três) dias,
contado da data de publicação da decisão embargada, em petição dirigida ao
juiz ou relator, com a indicação do ponto que lhes deu causa. (Redação dada
pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo. (Redação
dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei
n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 4º Nos tribunais: (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente,
proferindo voto; (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
II – não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso
incluído em pauta; (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
III – vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o
juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pa-
gar ao embargado multa não excedente a 2 (dois) salários-mínimos. (Incluído
pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

1857
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Delegado de Polícia Civil

§ 7º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelató-


rios, a multa será elevada a até 10 (dez) salários-mínimos. (Incluído pela Lei
n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas, salvo os
casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal Superior:
I – especial:
a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei;
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
tribunais eleitorais.
II – ordinário:
a) quando versarem sôbre expedição de diplomas nas eleições federais e
estaduais;
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança.
§ 1º É de 3 (três) dias o prazo para a interposição do recurso, contado da
publicação da decisão nos casos dos n. I, letras a e b e II, letra b e da sessão
da diplomação no caso do n. II, letra a.
§ 2º Sempre que o Tribunal Regional determinar a realização de novas
eleições, o prazo para a interposição dos recursos, no caso do n. II, a, contar-
-se-á da sessão em que, feita a apuração das sessões renovadas, fôr procla-
mado o resultado das eleições suplementares.
Art. 277. Interposto recurso ordinário contra decisão do Tribunal Regio-
nal, o presidente poderá, na própria petição, mandar abrir vista ao recorrido
para que, no mesmo prazo, ofereça as suas razões.
Parágrafo único. Juntadas as razões do recorrido, serão os autos remeti-
dos ao Tribunal Superior.
Art. 278. Interposto recurso especial contra decisão do Tribunal Regional,
a petição será juntada nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes e os autos
conclusos ao presidente dentro de 24 (vinte e quatro) horas.

1858
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Delegado de Polícia Civil

§ 1º O presidente, dentro em 48 (quarenta e oito) horas do recebimento


dos autos conclusos, proferirá despacho fundamentado, admitindo ou não o
recurso.
§ 2º Admitido o recurso, será aberta vista dos autos ao recorrido para que,
no mesmo prazo, apresente as suas razões.
§ 3º Em seguida serão os autos conclusos ao presidente, que mandará
remetê-los ao Tribunal Superior.
Art. 279. Denegado o recurso especial, o recorrente poderá interpor, den-
tro em 3 (três) dias, agravo de instrumento.
§ 1º O agravo de instrumento será interposto por petiçao que conterá:
I – a exposição do fato e do direito;
II – as razões do pedido de reforma da decisão;
III – a indicação das peças do processo que devem ser trasladadas.
§ 2º Serão obrigatoriamente trasladadas a decisão recorrida e a certidão
da intimação.
§ 3º Deferida a formação do agravo, será intimado o recorrido para, no
prazo de 3 (três) dias, apresentar as suas razões e indicar as peças dos autos
que serão também trasladadas.
§ 4º Concluída a formação do instrumento o presidente do Tribunal deter-
minará a remessa dos autos ao Tribunal Superior, podendo, ainda, ordenar a
extração e a juntada de peças não indicadas pelas partes.
§ 5º O presidente do Tribunal não poderá negar seguimento ao agravo,
ainda que interposto fora do prazo legal.
§ 6º Se o agravo de instrumento não fôr conhecido, porque interposto fora
do prazo legal, o Tribunal Superior imporá ao recorrente multa correspon-
dente a valor do maior salário-mínimo vigente no país, multa essa que será
inscrita e cobrada na forma prevista no art. 367.
§ 7º Se o Tribunal Regional dispuser de aparelhamento próprio, o instrumen-
to deverá ser formado com fotocópias ou processos semelhantes, pagas as des-
pesas, pelo preço do custo, pelas partes, em relação às peças que indicarem.

1859
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CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS NO TRIBUNAL SUPERIOR

Art. 280. Aplicam-se ao Tribunal Superior as disposições dos artigos. 268,


269, 270, 271 (caput), 272, 273, 274 e 275.
Art. 281. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior, salvo as que
declararem a invalidade de lei ou ato contrário à Constituição Federal e as
denegatórias de habeas corpusou mandado de segurança, das quais caberá
recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, interposto no prazo de 3
(três) dias.
§ 1º Juntada a petição nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes, os autos
serão conclusos ao presidente do Tribunal, que, no mesmo prazo, proferirá
despacho fundamentado, admitindo ou não o recurso.
§ 2º Admitido o recurso será aberta vista dos autos ao recorrido para que,
dentro de 3 (três) dias, apresente as suas razões.
§ 3º Findo esse prazo os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal.
Art. 282. Denegado recurso, o recorrente poderá interpor, dentro de 3 (três)
dias, agravo de instrumento, observado o disposto no Art. 279 e seus parágra-
fos, aplicada a multa a que se refere o § 6º pelo Supremo Tribunal Federal.

TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários


da Justiça Eleitoral:
I – os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam
presidindo Juntas Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função
por designação de Tribunal Eleitoral;

1860
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II – Os cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;


III – Os cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou
Juntas Apuradoras;
IV – Os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1º Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos
indicados no presente artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remu-
neração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 2º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal ou em sociedade de economia mista.
Art. 284. Sempre que êste Código não indicar o grau mínimo, entende-se que
será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano para a de reclusão.
Art. 285. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem
mencionar o “quantum”, deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um terço, guar-
dados os limites da pena cominada ao crime.
Art. 286. A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional,
de uma soma de dinheiro, que é fixada em dias-multa. Seu montante é, no
mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos) dias-multa.
§ 1º O montante do dia-multa é fixado segundo o prudente arbítrio do
juiz, devendo êste ter em conta as condições pessoais e econômicas do con-
denado, mas não pode ser inferior ao salário-mínimo diário da região, nem
superior ao valor de um salário-mínimo mensal.
§ 2º A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder
o máximo genérico caput, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda que no máximo, ao
crime de que se trate.
Art. 287. Aplicam-se aos fatos incriminados nesta lei as regras gerais do
Código Penal.
Art. 288. Nos crimes eleitorais cometidos por meio da imprensa, do rádio
ou da televisão, aplicam-se exclusivamente as normas dêste Código e as re-
missões a outra lei nele contempladas.

1861
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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CAPÍTULO II
DOS CRIMES ELEITORAIS

Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:


Pena – Reclusão até cinco anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer
dispositivo dêste Código.
Pena – Reclusão até 2 anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando.
Pena – Reclusão até 5 anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento le-
gal, a inscrição requerida:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena – Detenção de 15 dias a seis meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 294. (Revogado pela Lei n. 8.868, de 14.4.1994)
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena – Detenção até dois meses ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais;
Pena – Detenção até dois meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena – Detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, de-
legado de partido ou candidato, com violação do disposto no Art. 236:
Pena – Reclusão até quatro anos.
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para ou-
trem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto
e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir al-
guém a votar ou não votar em determinado candidato ou partido:

1862
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Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 100 dias-multa.


Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar,
ou não votar, em determinado candidato ou partido, ainda que os fins visados
não sejam conseguidos:
Pena – reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a quinze dias-multa.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar
ou fraudar o exercício do voto a concentração de eleitores, sob qualquer for-
ma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e transporte coletivo: (Re-
dação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Pena – reclusão de quatro (4) a seis (6) anos e pagamento de 200 a 300
dias-multa. ((Redação dada pelo Decreto-Lei n. 1.064, de 24.10.1969)
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários à realiza-
ção de eleições, tais como transporte e alimentação de eleitores, impressão,
publicidade e divulgação de matéria eleitoral.
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 304. Ocultar, sonegar açambarcar ou recusar no dia da eleição o
fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de
transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou
candidato:
Pena – pagamento de 250 a 300 dias-multa.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz elei-
toral, no seu funcionamento sob qualquer pretexto:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena – pagamento de 15 a 30 dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer
forma marcada:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

1863
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Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que


não a de entrega da mesma ao eleitor.
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Art. 310. Praticar, ou permitir membro da mesa receptora que seja prati-
cada, qualquer irregularidade que determine a anulação de votação, salvo no
caso do Art. 311:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos
casos expressamente previstos, e permitir, o presidente da mesa receptora,
que o voto seja admitido:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 5 a 15 dias-multa para o
eleitor e de 20 a 30 dias-multa para o presidente da mesa.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena – detenção até dois anos.
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de
apuração imediatamente após a apuração de cada urna e antes de passar à
subsequente, sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a expedição pe-
los fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena – pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem fôr procedida
pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários
que não expedirem imediatamente o respectivo boletim.
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas
apuradas na respectiva urna, fechá-la e lacrá-la, assim que terminar a apu-
ração de cada seção e antes de passar à subsequente, sob qualquer pretexto
e ainda que dispensada a providencia pelos fiscais, delegados ou candidatos
presentes:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.

1864
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos fôr
procedida pela mesa receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os
mesários que não fecharem e lacrarem a urna após a contagem.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida
por qualquer candidato ou lançar nesses documentos votação que não corres-
ponda às cédulas apuradas:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 316. Não receber ou não mencionar nas atas da eleição ou da apura-
ção os protestos devidamente formulados ou deixar de remetê-los à instância
superior:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando
qualquer eleitor houver votado sob impugnação (art. 190):
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou
mais partidos:
Pena – detenção até 1 mês ou pagamento de 10 a 30 dias-multa.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:
Pena – pagamento de 10 a 20 dias-multa.
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro
de partido:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 20 a 40 dias-multa.
Art. 322. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campa-
nha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos
e capazes de exercer influência perante o eleitorado: (Redação dada pela Lei
n. 14.192, de 2021)

1865
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Pena – detenção de dois meses a um ano, ou pagamento de 120 a 150


dias-multa.
Parágrafo único. Revogado. (Redação dada pela Lei n. 14.192, de 2021)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo
com conteúdo inverídico acerca de partidos ou candidatos. (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até metade se o crime: (Inclu-
ído pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – é cometido por meio da imprensa, rádio ou televisão, ou por meio da
internet ou de rede social, ou é transmitido em tempo real; (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)
II – envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua
cor, raça ou etnia. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando fins de
propaganda, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e pagamento de 10 a 40 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a pro-
pala ou divulga.
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é ad-
mitida:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido,
não foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo
estrangeiro;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção de três meses a um ano, e pagamento de 5 a 30 dias-multa.

1866
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se ofendido é


funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de
propaganda, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro:
Pena – detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
§ 1º O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natu-
reza ou meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 5 a 20 dias-
-multa, além das penas correspondentes à violência prevista no Código Penal.
Art. 326-A. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, de investigação administrativa, de inquérito civil ou ação de improbi-
dade administrativa, atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional
de que o sabe inocente, com finalidade eleitoral: (Incluído pela Lei n. 13.834,
de 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.
13.834, de 2019)
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve do anoni-
mato ou de nome suposto. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
§ 3º Incorrerá nas mesmas penas deste artigo quem, comprovadamente
ciente da inocência do denunciado e com finalidade eleitoral, divulga ou pro-
pala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que lhe foi falsamente atri-
buído. (Incluído pela Lei n. 13.834, de 2019)
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por
qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo,
utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua

1867
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campa-


nha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo. (Incluído pela Lei n.
14.192, de 2021)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 14.192, de 2021)
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é co-
metido contra mulher: (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – gestante; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
II – maior de 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
III – com deficiência. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se
de 1/3 (um terço) até metade, se qualquer dos crimes é cometido: (Redação
dada pela Lei n. 14.192, de 2021)
I – contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da ofensa.
IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor,
raça ou etnia; (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
V – por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo
real. (Incluído pela Lei n. 14.192, de 2021)
Art. 328. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 329. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)
Art. 330. Nos casos dos artigos. 328 e 329 se o agente repara o dano
antes da sentença final, o juiz pode reduzir a pena.
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamen-
te empregado:
Pena – detenção até seis meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

1868
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 333. (Revogado pela Lei n. 9.504, de 30.9.1997)


Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mer-
cadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena – detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o res-
ponsável fôr candidato.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua
estrangeira:
Pena – detenção de três a seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo
importa na apreensão e perda do material utilizado na propaganda.
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos
artigos. 322, 323, 324, 325, 326,328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o
juiz verificar, de acôrdo com o seu livre convencionamento, se diretório local
do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de de-
lito, ou dela se beneficiou conscientemente.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena
de suspensão de sua atividade eleitoral por prazo de 6 a 12 meses, agravada
até o dôbro nas reincidências.
Ar. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gôzo dos
seus direitos políticos, de atividades partidárias inclusive comícios e atos de
propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emisso-
ras de rádio ou televisão que autorizar transmissões de que participem os
mencionados neste artigo, bem como o diretor de jornal que lhes divulgar os
pronunciamentos.
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no Art. 239:
Pena – Pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documen-
tos relativos à eleição:

1869
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.


Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuita-
mente, subtrair ou guardar urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso
exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena – reclusão até três anos e pagamento de 3 a 15 dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer ou-
tro funcionário de órgão oficial federal, estadual, ou municipal, as decisões,
citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena – detenção até um mês ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal,
denúncia ou deixar de promover a execução de sentença condenatória:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3º do Art. 357:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 60 a 90 dias-multa.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena – detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário
dos órgãos da Justiça Eleitoral, nos prazos legais, os deveres impostos por
êste Código, se a infração não estiver sujeita a outra penalidade: (Redação
dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Pena – pagamento de trinta a noventa dias-multa. (Redação dada pela Lei
n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 346. Violar o disposto no Art. 377:
Pena – detenção até seis meses e pagamento de 30 a 60 dias-multa.

1870
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os


servidores que prestarem serviços e os candidatos, membros ou diretores de
partido que derem causa à infração.
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, or-
dens ou instruções da Justiça Eleitoral ou opor embaraços à sua execução:
Pena – detenção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias-
-multa.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão de dois a seis anos e pagamento de 15 a 30 dias-multa.
§ 1º Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, a pena é agravada.
§ 2º Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal inclusive Fundação do Estado.
Ar. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário públi-
co e comete o crime prevalecendo-se do cargo ou se a falsificação ou altera-
ção é de assentamentos de registro civil, a pena é agravada.
Art. 351. Equipara-se a documento (348,349 e 350) para os efeitos pe-
nais, a fotografia, o filme cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de di-
tafone a que se incorpore declaração ou imagem destinada à prova de fato
juridicamente relevante.

1871
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Ar. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, fir-


ma ou letra que o não seja, para fins eleitorais:
Pena – reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa se o
documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-
-multa se o documento é particular.
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados,
a que se referem os artigos. 348 a 352:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou
particular, material ou ideologicamente falso para fins eleitorais:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da cam-
panha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores
destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio: (Incluí-
do pela Lei n. 13.488, de 2017)
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 13.488,
de 2017)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DAS INFRAÇÕES

Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal dêste Códi-
go deverá comunicá-la ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
§ 1º Quando a comunicação fôr verbal, mandará a autoridade judicial redu-
zi-la a têrmo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá
ao órgão do Ministério Público local, que procederá na forma dêste Código.
§ 2º Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e
documentos complementares ou outros elementos de convicção, deverá re-
quisitá-los diretamente de quaisquer autoridades ou funcionários que possam
fornecê-los.

1872
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a de-


núncia dentro do prazo de 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denún-
cia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procu-
rador Regional, e êste oferecerá a denúncia, designará outro Promotor para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.
§ 2º A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
§ 3º Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo le-
gal representará contra êle a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração
da responsabilidade penal.
§ 4º Ocorrendo a hipótese prevista no parágrafo anterior o juiz solicitará
ao Procurador Regional a designação de outro promotor, que, no mesmo pra-
zo, oferecerá a denúncia.
§ 5º Qualquer eleitor poderá provocar a representação contra o órgão do
Ministério Público se o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, não agir de ofício.
Art. 358. A denúncia, será rejeitada quando:
I – o fato narrado evidentemente não constituir crime;
II – já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa;
III – fôr manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela
lei para o exercício da ação penal.
Parágrafo único. Nos casos do número III, a rejeição da denúncia não
obstará ao exercício da ação penal, desde que promovida por parte legítima
ou satisfeita a condição.
Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoi-
mento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Mi-
nistério Público. (Redação dada pela Lei n. 10.732, de 5.9.2003)

1873
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias


para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas. (Incluído pela Lei n.
10.732, de 5.9.2003)
Art. 360. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas
as diligências requeridas pelo Ministério Público e deferidas ou ordenadas pelo
juiz, abrir-se-á o prazo de 5 (cinco) dias a cada uma das partes - acusação e
defesa - para alegações finais.
Art. 361. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos ao juiz dentro de
quarenta e oito horas, terá o mesmo 10 (dez) dias para proferir a sentença.
Art. 362. Das decisões finais de condenação ou absolvição cabe recurso
para o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 363. Se a decisão do Tribunal Regional fôr condenatória, baixarão
imediatamente os autos à instância inferior para a execução da sentença, que
será feita no prazo de 5 (cinco) dias, contados da data da vista ao Ministério
Público.
Parágrafo único. Se o órgão do Ministério Público deixar de promover a
execução da sentença serão aplicadas as normas constantes dos parágrafos
3º, 4º e 5º do Art. 357.
Art. 364. No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns
que lhes forem conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes
digam respeito, aplicar-se-á, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de
Processo Penal.

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 365. O serviço eleitoral prefere a qualquer outro, é obrigatório e não


interrompe o interstício de promoção dos funcionários para êle requisitados.
Art. 366. Os funcionários de qualquer órgão da Justiça Eleitoral não po-
derão pertencer a diretório de partido político ou exercer qualquer atividade
partidária, sob pena de demissão.

1874
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 367. A imposição e a cobrança de qualquer multa, salvo no caso das


condenações criminais, obedecerão às seguintes normas:
I – No arbitramento será levada em conta a condição econômica do eleitor;
II – Arbitrada a multa, de ofício ou a requerimento do eleitor, o pagamento
será feito através de selo federal inutilizado no próprio requerimento ou no
respectivo processo;
III – Se o eleitor não satisfizer o pagamento no prazo de 30 (trinta) dias,
será considerada dívida líquida e certa, para efeito de cobrança mediante exe-
cutivo fiscal, a que fôr inscrita em livro próprio no Cartório Eleitoral;
IV – A cobrança judicial da dívida será feita por ação executiva na forma
prevista para a cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública, correndo a ação
perante os juízos eleitorais;
V – Nas Capitais e nas comarcas onde houver mais de um Promotor de
Justiça, a cobrança da dívida far-se-á por intermédio do que for designado
pelo Procurador Regional Eleitoral;
VI – Os recursos cabíveis, nos processos para cobrança da dívida decorrente
de multa, serão interpostos para a instância superior da Justiça Eleitoral;
VII – Em nenhum caso haverá recurso de ofício;
VIII – As custas, nos Estados, Distrito Federal e Territórios serão cobradas
nos termos dos respectivos Regimentos de Custas;
IX – Os juízes eleitorais comunicarão aos Tribunais Regionais, trimestral-
mente, a importância total das multas impostas, nesse período e quanto foi
arrecadado através de pagamentos feitos na forma dos números II e III;
X – Idêntica comunicação será feita pelos Tribunais Regionais ao Tribunal
Superior.
§ 1º As multas aplicadas pelos Tribunais Eleitorais serão consideradas lí-
quidas e certas, para efeito de cobrança mediante executivo fiscal desde que
inscritas em livro próprio na Secretaria do Tribunal competente. (Incluído pela
Lei n. 4.961, de 4.5.1966)

1875
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º A multa pode ser aumentada até dez vezes, se o juiz, ou Tribunal con-
siderar que, em virtude da situação econômica do infrator, é ineficaz, embora
aplicada no máximo. (Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 3º O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado
de pobreza, ficará isento do pagamento de multa. (Incluído pela Lei n. 4.961,
de 4.5.1966)
§ 4º Fica autorizado o Tesouro Nacional a emitir sêlos, sob a designação
“Selo Eleitoral”, destinados ao pagamento de emolumentos, custas, despesas
e multas, tanto as administrativas como as penais, devidas à Justiça Eleitoral.
(Incluído pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
§ 5º Os pagamentos de multas poderão ser feitos através de guias de
recolhimento, se a Justiça Eleitoral não dispuser de sêlo eleitoral em quanti-
dade suficiente para atender aos interessados. (Incluído pela Lei n. 4.961, de
4.5.1966)
Art. 368. Os atos requeridos ou propostos em tempo oportuno, mesmo
que não sejam apreciados no prazo legal, não prejudicarão aos interessados.
Art. 368-A. A prova testemunhal singular, quando exclusiva, não será
aceita nos processos que possam levar à perda do mandato. (Incluído pela
Lei n. 13.165, de 2015)
Art. 369. O Governo da União fornecerá, para ser distribuído por intermé-
dio dos Tribunais Regionais, todo o material destinado ao alistamento eleitoral
e às eleições.
Art. 370. As transmissões de natureza eleitoral, feitas por autoridades e
repartições competentes, gozam de franquia postal, telegráfica, telefônica,
radiotelegráfica ou radiotelefônica, em linhas oficiais ou nas que sejam obri-
gadas a serviço oficial.
Art. 371. As repartições públicas são obrigadas, no prazo máximo de
10 (dez) dias, a fornecer às autoridades, aos representantes de partidos ou
a qualquer alistando as informações e certidões que solicitarem relativas à
matéria eleitoral, desde que os interessados manifestem especificamente as
razões e os fins do pedido.

1876
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 372. Os tabeliães não poderão deixar de reconhecer nos documentos


necessários à instrução dos requerimentos e recursos eleitorais, as firmas
de pessoas de seu conhecimento, ou das que se apresentarem com 2 (dois)
abonadores conhecidos.
Ar. 373. São isentos de sêlo os requerimentos e todos os papéis destina-
dos a fins eleitorais e é gratuito o reconhecimento de firma pelos tabeliães,
para os mesmos fins.
Parágrafo único. Nos processos -crimes e nos executivos fiscais referente
a cobrança de multas serão pagas custas nos têrmos do Regimento de Custas
de cada Estado, sendo as devidas à União pagas através de sêlos federais
inutilizados nos autos.
Art. 374. Os membros dos tribunais eleitorais, os juizes eleitorais e os
servidores públicos requisitados para os órgãos da Justiça Eleitoral, que, em
virtude de suas funções nos mencionados órgãos não tiverem as férias que
lhes couberem, poderão gozá-las no ano seguinte, acumuladas ou não. (Re-
dação dada pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 4.961, de 4.5.1966)
Art. 375. Nas áreas contestadas, enquanto não forem fixados definiti-
vamente os limites interestaduais, far-se-ão as eleições sob a jurisdição do
Tribunal Regional da circunscrição eleitoral em que, do ponto de vista da ad-
ministração judiciária estadual, estejam elas incluídas.
Art. 376. A proposta orçametária da Justiça Eleitoral será anualmente
elaborada pelo Tribunal Superior, de acôrdo com as propostas parciais que
lhe forem remetidas pelos Tribunais Regionais, e dentro das normas legais
vigentes.
Parágrafo único. Os pedidos de créditos adicionais que se fizerem neces-
sários ao bom andamento dos serviços eleitorais, durante o exercício serão
encaminhados em relação trimestral à Câmara dos Deputados, por intermé-
dio do Tribunal Superior.

1877
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal,


autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade man-
tida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com êste,
inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá ser utilizado
para beneficiar partido ou organização de caráter político.
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer
tempo, pelo órgão competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacio-
nal, regional ou municipal do órgão infrator mediante representação funda-
mentada partidário, ou de qualquer eleitor.
Art. 378. O Tribunal Superior organizará, mediante proposta do Corre-
gedor Geral, os serviços da Corregedoria, designando para desempenhá-los
funcionários efetivos do seu quadro e transformando o cargo de um dêles,
diplomado em direito e de conduta moral irrepreensível, no de Escrivão da
Corregedoria símbolo PJ - 1, a cuja nomeação serão inerentes, assim na Se-
cretaria como nas diligências, as atribuições de titular de ofício de Justiça.
Art. 379. Serão considerados de relevância os serviços prestados pelos
mesários e componentes das Juntas Apuradoras.
§ 1º Tratando-se de servidor público, em caso de promoção a prova de ha-
ver prestado tais serviços será levada em consideração para efeito de desem-
pate, depois de observados os critérios já previstos em leis ou regulamentos.
§ 2º Persistindo o empate de que trata o parágrafo anterior, terá preferência,
para a promoção, o funcionário que tenha servido maior número de vezes.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos membros ou servidores de
Justiça Eleitoral.
Art. 380. Será feriado nacional o dia em que se realizarem eleições de
data fixada pela Constituição Federal; nos demais casos, serão as eleições
marcadas para um domingo ou dia já considerado feriado por lei anterior.
Art. 381. Esta lei não altera a situação das candidaturas a Presidente ou
Vice-Presidente da República e a Governador ou Vice-Governador de Estado,
desde que resultantes de convenções partidárias regulares e já registradas ou
em processo de registro, salvo a ocorrência de outros motivos de ordem legal
ou constitucional que as prejudiquem.

1878
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Se o registro requerido se referir isoladamente a Presi-


dente ou a Vice-Presidente da República e a Governador ou Vice-Governador
de Estado, a validade respectiva dependerá de complementação da chapa
conjunta na firma e nos prazos previstos neste Código (Constituição, art. 81,
com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 9).
Art. 382. Êste Código entrará em vigor 30 dias após a sua publicação.
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 15 de julho de 1965. 144º da Independência e 77º da República

H. CASTELLO BRANCO
Milton Soares Campos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 19.7.1965 e retificado em


30.7.1965*

1879
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.


Texto compilado
(Vide Decreto n. 6.049, de 2007)
(Vide Decreto n. 7.627, de 2011)
Institui a Lei de Execução Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sen-


tença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integra-
ção social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na confor-
midade desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimen-
to sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos
não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social,
religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ativi-
dades de execução da pena e da medida de segurança.

1880
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO II
DO CONDENADO E DO INTERNADO

CAPÍTULO I
DA CLASSIFICAÇÃO

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes


e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das
penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à au-
toridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como
as conversões.
Art. 6º  A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberda-
de adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabe-
lecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da
Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em
regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos
elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individu-
alização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submeti-
do o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime
semiaberto.

1881
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da


personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes pe-
ças ou informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e infor-
mações a respeito do condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violên-
cia de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos
no art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei
n. 12.654, de 2012)
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave
contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual
ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à
identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirri-
bonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no esta-
belecimento prisional. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de da-
dos sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (In-
cluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de pro-
teção de dados genéticos, observando as melhores práticas da genética fo-
rense. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus
dados constantes nos bancos de perfis genéticos, bem como a todos os docu-

1882
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

mentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa ser
contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não
tiver sido submetido à identificação do perfil genético por ocasião do ingresso
no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento durante
o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 5º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
§ 7º (VETADO).
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e
exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, não estando au-
torizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida
nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e imediatamente des-
cartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão
realizadas por perito oficial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao pro-
cedimento de identificação do perfil genético. (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019) (Vigência)

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objeti-


vando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.

1883
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.


Art. 11. A assistência será:
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.

Seção II
Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no for-


necimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que aten-
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à
venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

Seção III
Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo


e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover
a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante
autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente
no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei
n. 11.942, de 2009)

1884
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção IV
Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados


sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica nos estabelecimentos penais.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos esta-
belecimentos penais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal
e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado
ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Es-
pecializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica
integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fa-
miliares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).

Seção V
Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a


formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou
educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obe-

1885
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

diência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei n.


13.163, de 2015)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,
mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluí-
do pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos suple-
tivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em
seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias
de ensino, o atendimento aos presos e às presas. 7.627 (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à
sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabeleci-
mento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provi-
da de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
II – a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de
presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

1886
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III  – a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou


aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
V – outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos
e presas. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

Seção VI
Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o inter-


nado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da
pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdên-
cia Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do inter-
nado e da vítima.

1887
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção VII
Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos


presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organiza-
dos no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de ati-
vidade religiosa.

Seção VIII
Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em esta-
belecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado
uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho
na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.

1888
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III
DO TRABALHO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de digni-


dade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções
relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das
Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,
não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção
do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação pre-
vista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restan-
te para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entre-
gue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade
não serão remuneradas.

1889
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção II
Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao tra-


balho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só
poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habi-
litação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expres-
são econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação ade-
quada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apro-
priadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos pre-
sos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabele-
cimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pú-
blica, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profis-
sional do condenado.
§ 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e su-
pervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se
de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento
de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio
com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

1890
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados,


Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de con-
corrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não
for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas rever-
terão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior
ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

Seção III
Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime


fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Ad-
ministração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)
do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa emprei-
teira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimen-
to expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além
do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso
que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou
tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

1891
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA

Seção I
Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao


seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou
de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas
com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração
do trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto
neste artigo.

Seção II
Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física


e moral dos condenados e dos presos provisórios.

1892
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 41 - Constituem direitos do preso:


I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – Previdência Social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descan-
so e a recreação;
VI  – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e des-
portivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individuali-
zação da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,
da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser sus-
pensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segu-
rança, no que couber, o disposto nesta Seção.

1893
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal


do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.

Seção III
Da Disciplina

SUBSeção I
Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obedi-


ência às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho
do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior
previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e mo-
ral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da
prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será
exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será
exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

1894
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da


execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d,
e 2º desta Lei.

SUBSeção II
Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves.


A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respecti-
vas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a
disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo. (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007)
VIII – recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil ge-
nético. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso
provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

1895
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;


III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39,
desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra-
ve e sujeita o preso, ou condenado, à sanção disciplinar, sem prejuízo da
sanção penal.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave
e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime discipli-
nar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe-
tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um
sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com du-
ração de duas horas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de
sol. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta gra-
ve e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará
o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da
sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes caracterís-
ticas: (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie; (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – recolhimento em cela individual; (Redação dada pela Lei n.
13.964, de 2019)

1896
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

III – visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas


em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado judicialmente,
com duração de 2 (duas) horas; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
IV – direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho
de sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com
presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
V – entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor,
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de ob-
jetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VI  – fiscalização do conteúdo da correspondência; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
VII – participação em audiências judiciais preferencialmente por videocon-
ferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo ambiente do
preso. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos pro-
visórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco
para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos
provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019)
I – que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabeleci-
mento penal ou da sociedade; (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
II – sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou partici-
pação, a qualquer título, em organização criminosa, associação criminosa ou
milícia privada, independentemente da prática de falta grave. (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019)

1897
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso


provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envol-
vimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, qua-
drilha ou bando. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
diferenciado será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional
federal. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferen-
ciado poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
I – continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal de origem ou da sociedade; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019)
II – mantém os vínculos com organização criminosa, associação crimi-
nosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função
desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo,
a superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento
penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar dife-
renciado deverá contar com alta segurança interna e externa, principalmente
no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com membros
de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de
grupos rivais. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada
em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscali-
zada por agente penitenciário. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

1898
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o


preso que não receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
poderá, após prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado,
com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez) minutos.
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)

SUBSeção III
Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:


I – advertência verbal;
II – repreensão;
III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci-
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88
desta Lei.
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei n.
10.792, de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a III do artigo anterior serão aplicadas
pelo diretor do estabelecimento; a do inciso IV, por Conselho Disciplinar, con-
forme dispuser o regulamento.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato mo-
tivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamenta-
do despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar depende-
rá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimen-
to ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será
precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

1899
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe-


cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I – o elogio;
II – a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a na-
tureza e a forma de concessão de regalias.

SUBSeção IV
Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em conta a pessoa do


faltoso, a natureza e as circunstâncias do fato, bem como as suas consequências.
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos inci-
sos III e IV, do artigo 53, desta Lei.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta
a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos in-
cisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a 30 (trinta) dias.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferencia-
do. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

1900
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

SUBSeção V
Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimen-


to para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso, pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da dis-
ciplina e da averiguação do fato.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regi-
me disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento preventivo será computado no
período de cumprimento da sanção disciplinar.
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime
disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da san-
ção disciplinar. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)

TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 61. São órgãos da execução penal:


I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;

1901
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – os Departamentos Penitenciários;


VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E
PENITENCIÁRIA

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com


sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será in-
tegrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da
Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processu-
al Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da
comunidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2
(dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:
I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, admi-
nistração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, su-
gerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua ade-
quação às necessidades do País;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoa-
mento do servidor;
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabeleci-
mentos penais e casas de albergados;

1902
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;


VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim in-
formar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas
ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as me-
didas necessárias ao seu aprimoramento;
IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de viola-
ção das normas referentes à execução penal;
X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em
parte, de estabelecimento penal.

CAPÍTULO III
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de orga-


nização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favore-
cer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:

1903
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar


sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de
liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86,
desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
caso, a apuração de responsabilidade;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos
desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)

CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida


de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

1904
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I  – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de in-


ternamento;
II – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revo-
gação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.

CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da exe-


cução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador
do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profis-
sionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal
e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração
de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

1905
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comuta-


ção de pena;
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Na-
cional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados
no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI
DOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS

Seção I
Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério


da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio admi-
nistrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o
Território Nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e servi-
ços penais;
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos
princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na im-
plantação de estabelecimentos e serviços penais;

1906
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de


formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condena-
do e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o ca-
dastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas
ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime discipli-
nar. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
VII  – acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela
progressão especial de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando
sua integração social e a ocorrência de reincidência, específica ou não, me-
diante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas criminais. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.769, de 2018)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais.
§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão
dos estabelecimentos penais e de internamento federais. (Redação dada pela
Lei n. 13.769, de 2018)
§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações
periódicas previstas no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para,
em função da efetividade da progressão especial para a ressocialização das
mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual desne-
cessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas mulheres
nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça. (Incluído pela
Lei n. 13.769, de 2018)

Seção II
Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou ór-


gão similar, com as atribuições que estabelecer.

1907
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por


finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
da Federação a que pertencer.
Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o
acompanhamento de que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e
encaminharão ao Departamento Penitenciário Nacional os resultados obtidos.
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)

Seção III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satis-


fazer os seguintes requisitos:
I – ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou
Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II – possuir experiência administrativa na área;
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho
da função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas pro-
ximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes
categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação
de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução
técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antece-
dentes pessoais do candidato.
§ 1º O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a
ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, proceden-
do-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.

1908
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de


pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

CAPÍTULO VII
DO PATRONATO

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência


aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I – orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comu-
nidade e de limitação de fim de semana;
III – colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspen-
são e do livramento condicional.

CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO DA COMUNIDADE

Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, compos-


to no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou indus-
trial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Bra-
sil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
Nacional de Assistentes Sociais.
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade com-
posto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou in-
dustrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do
Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um)
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a
critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.

1909
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:


I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existen-
tes na comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho
Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor as-
sistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).


Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e
da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
I – requerer: (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo
favorecer o condenado; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

1910
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como


a substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condi-
cional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído
pela Lei n. 12.313, de 2010).
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou
administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa
para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso
de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o ade-
quado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de respon-
sabilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte,
de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

1911
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO IV
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao sub-


metido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e adequando à
sua condição pessoal.
§ 1º A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhi-
dos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação
dada pela Lei n. 9.460, de 1997)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos
de destinação diversa desde que devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá con-
tar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.
(Renumerado pela Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos. (Incluído pela
Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive ama-
mentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei
n. 11.942, de 2009)
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir,
exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependên-
cias internas. (Incluído pela Lei n. 12.121, de 2009).

1912
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico


e profissionalizante. (Incluído pela Lei n. 12.245, de 2010)
§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades mate-
riais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em esta-
belecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria,
recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de pré-
dios, instalações e equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluído
pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 1º A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do
poder público. (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o forne-
cimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela
Lei n. 13.190, de 2015).
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordena-
ção no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exi-
jam o exercício do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
II – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e
outros locais externos aos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença
transitada em julgado.

1913
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada


para os reincidentes.
§ 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído
pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos
dos apontados nos incisos I e II. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
§ 2º O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da
Justiça Criminal ficará em dependência separada.
§ 3º Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluí-
do pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência
ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
IV – demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções
em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei n.
13.167, de 2015)
§ 4º O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica amea-
çada pela convivência com os demais presos ficará segregado em local pró-
prio. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua
estrutura e finalidade.

1914
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária


determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a
sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma
Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabeleci-
mento local ou da União.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher, mediante decisão judicial, os condenados
à pena superior a 15 (quinze) anos, quando a medida se justifique no interes-
se da segurança pública ou do próprio condenado.
§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-
tante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se jus-
tifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os
liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamen-
to de terras ociosas.
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade adminis-
trativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso pro-
visório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
(Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

CAPÍTULO II
DA PENITENCIÁRIA

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em


regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Terri-
tórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos pre-
sos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao

1915
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormi-
tório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, in-
solação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciária
de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de
creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável
esteja presa.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mu-
lheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para
abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com
a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.
(Redação dada pela Lei n. 11.942, de 2009)
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas
neste artigo: (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes ado-
tadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela
Lei n. 11.942, de 2009)
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança
e à sua responsável. (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do
centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.

1916
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO III
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumpri-


mento da pena em regime semiaberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, ob-
servados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências
coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individuali-
zação da pena.

CAPÍTULO IV
DA CASA DO ALBERGADO

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privati-


va de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos de-
mais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a
qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local ade-
quado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de
fiscalização e orientação dos condenados.

1917
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO V
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o crimino-


lógico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou
em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de
Classificação, na falta do Centro de Observação.

CAPÍTULO VI
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos


inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no pará-
grafo único, do artigo 88, desta Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao trata-
mento são obrigatórios para todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par-
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psi-
quiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO VII
DA CADEIA PÚBLICA

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.


Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de
resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência
do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.

1918
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado


próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências míni-
mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

TÍTULO V
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Seção I
Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de


liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará
em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade admi-
nistrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial
de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
certidão do trânsito em julgado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modifi-
cação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.

1919
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração


da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins
do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de
liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
§ 1º A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da
guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos
seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segun-
do a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do conde-
nado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liber-
dade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

Seção II
Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado


iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto
no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-
-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação
do regime.

1920
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-


gressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena
no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Co-
missão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determina-
da pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no
regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma pro-
gressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: (Redação dada pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
I – 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
II – 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019) (Vigência)
III – 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o
crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído
pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
IV – 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em cri-
me cometido com violência à pessoa ou grave ameaça; (Incluído pela Lei n.
13.964, de 2019) (Vigência)

1921
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

V – 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela
prática de crime hediondo ou equiparado, se for primário; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
VI – 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for: (Incluído pela
Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resulta-
do morte, se for primário, vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei
n. 13.964, de 2019) (Vigência)
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organiza-
ção criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado;
ou (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada; (In-
cluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
VII – 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na
prática de crime hediondo ou equiparado; (Incluído pela Lei n. 13.964, de
2019) (Vigência)
VIII – 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em
crime hediondo ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento
condicional. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime
se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabeleci-
mento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela
Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor,

1922
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

procedimento que também será adotado na concessão de livramento con-


dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crian-
ças ou pessoas com deficiência, os requisitos para progressão de regime são,
cumulativamente: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
I – não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; (In-
cluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
II – não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018)
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento; (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018)
V – não ter integrado organização criminosa. (Incluído pela Lei n.
13.769, de 2018)
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a
revogação do benefício previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei n.
13.769, de 2018)
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo,
o crime de tráfico de drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei n. 11.343, de
23 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa
de liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime
de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem do requisito
objetivo terá como base a pena remanescente. (Incluído pela Lei n. 13.964,
de 2019) (Vigência)
§ 7º (VETADO).

1923
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência


do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a
obtenção do direito. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo ime-
diatamente;
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a
que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina
e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas
no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos
dias de folga;
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV  – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades,
quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do con-
denado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto em residência particular quando se tratar de:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave;
III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV – condenada gestante.

1924
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma


regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante
da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóte-
ses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares
para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo
36, § 1º, do Código Penal).

Seção III
Das Autorizações de Saída

SUBSeção I
Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou se-


miaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do esta-
belecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do es-
tabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração
necessária à finalidade da saída.

1925
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

SUBSeção II
Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto po-


derão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigi-
lância direta, nos seguintes casos:
I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao conví-
vio social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização
de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipa-
mento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar
o juiz da execução. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste
artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com resul-
tado morte. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da exe-
cução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e depen-
derá da satisfação dos seguintes requisitos:
I – comportamento adequado;
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

1926
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante,


de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para
o cumprimento das atividades discentes.
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circuns-
tâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
I – fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instru-
ção de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 12.258, de 2010)
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo en-
tre uma e outra. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o conde-
nado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave,
desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá
da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
da demonstração do merecimento do condenado.

1927
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Seção IV
Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-


berto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-
berto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
da pena. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011).
§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1
(um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Re-
dação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - ati-
vidade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou supe-
rior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias; (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei
n. 12.433, de 2011)
§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, con-
tinuará a beneficiar-se com a remição.
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão
ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a dis-
tância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes
dos cursos frequentados. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministé-
rio Público.
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de tra-
balho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)

1928
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou


nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de
1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou supe-
rior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão com-
petente do sistema de educação. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o
que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da
pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar..
(Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito
ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração
disciplinar.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei n.
12.433, de 2011)
Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramen-
to condicional e indulto.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando e dos dias de trabalho de cada um deles.

1929
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Ju-


ízo da execução, ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro
de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de
cada um deles. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de
frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva uni-
dade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela
Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou ates-
tar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

Seção V
Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da


execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações
seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para
o trabalho;

1930
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;


c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.
§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obri-
gações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade in-
cumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da
execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar
para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se ime-
diatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos bai-
xarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com
a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autorida-
de administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-
mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabe-
lecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados,
pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou,
na falta, pelo Juiz;
II – a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
condições impostas na sentença de livramento;
III – o liberando declarará se aceita as condições.

1931
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem pre-
sidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou
não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue,
além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-condu-
to, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a
ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam
identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consig-
nar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social
penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I – fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença
concessiva do benefício;
II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações
e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da pro-
teção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito
da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revo-
gação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

1932
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-


gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na
pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em
relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Pú-
blico, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo
Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou me-
diante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá
modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato
decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indica-
dos no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II
e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defen-
soria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido
o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo
o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado
o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá or-
denar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,
ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará ex-

1933
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

tinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem


revogação.
SEÇÃO VI
DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA

(Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)


Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração
eletrônica quando: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
II – autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei
n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste arti-
go poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Públi-
co e a defesa: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

1934
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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II – a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei n.


12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da exe-
cução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI
deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver su-
jeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)

CAPÍTULO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva


de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando neces-
sário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente,
alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comu-
nidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais

1935
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do


programa comunitário ou estatal.

Seção II
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:


I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente
credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;
II  – determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade,
dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocor-
ridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudi-
car a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encami-
nhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das ati-
vidades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre
ausência ou falta disciplinar.

Seção III
Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do conde-


nado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro com-
parecimento.

1936
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de


permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei n. 11.340, de 2006)
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a au-
sência ou falta disciplinar do condenado.

Seção IV
Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente


a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código
Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do rece-
bimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juí-
zo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o
exercício do direito interditado.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da exe-
cução o descumprimento da pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por
qualquer prejudicado.

CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro)


anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

1937
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liber-


dade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motiva-
damente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que
fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da au-
diência prevista no artigo 160 desta Lei.
§ 1º As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do con-
denado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comu-
nidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do
Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Minis-
tério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados,
Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço
social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição bene-
ficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciá-
rio, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizado-
ra, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comuni-
cará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão
de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação
do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao
Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primei-
ro deverá apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tri-
bunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício.

1938
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condi-


ções estabelecidas na sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá,
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condi-
ções do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao
condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração
penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vin-
te) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a
suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação
do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos
do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspen-
são em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à
margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informa-
ções requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
processo penal.

CAPÍTULO IV
DA PENA DE MULTA

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em


julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público reque-
rerá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.

1939
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da res-


pectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem
para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que
dispuser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão
remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento
nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier
ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses
do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
I – o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remu-
neração e o mínimo o de um décimo;
II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III – o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente,
até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
mensais, iguais e sucessivas.
§ 1º O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar
a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará
o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica,
o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício
executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se
na execução já iniciada.

1940
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena


privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela
ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver li-
vramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos
termos deste Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for
concedida a suspensão condicional da pena.

TÍTULO VI
DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segu-


rança, será ordenada a expedição de guia para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de
medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída
pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz,
será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I – a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial
de identificação;
II – o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida
de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado;
III – a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do trata-
mento ambulatorial;
IV – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento ou internamento.

1941
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de


sujeição a tratamento.
§ 2º A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao
prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que
couber, o disposto nos artigos 8º e 9º desta Lei.

CAPÍTULO II
DA CESSAÇÃO DA PERICULOSIDADE

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo


mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pes-
soais do agente, observando-se o seguinte:
I – a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo
de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o
habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida;
II – o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III – juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ou-
vidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
de 3 (três) dias para cada um;
IV – o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;
V – o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá
determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima
da medida de segurança;
VI – ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso
anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de du-
ração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requeri-
mento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador
ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosi-
dade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.

1942
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculo-


sidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, §
3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para
a desinternação ou a liberação.

TÍTULO VII
DOS INCIDENTES DE EXECUÇÃO

CAPÍTULO I
DAS CONVERSÕES

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, po-


derá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
I – o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II – tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
III – os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a con-
versão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de li-
berdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quan-
do o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desa-
tender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que
deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja
execução não tenha sido suspensa.

1943
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o con-


denado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento
da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a”, “d” e “e” do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando
o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer
qualquer das hipóteses das letras “a” e “e”, do § 1º, deste artigo.
Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma pre-
vista pelo artigo 51 do Código Penal. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de deten-
ção, cujo tempo de duração não poderá ser superior a 1 (um) ano. (Revogado
pela Lei n. 9.268, de 1996)
§ 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a
multa. (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1996)
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá
determinar a substituição da pena por medida de segurança.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade,
sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício,
a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade
administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de se-
gurança. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação
se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de
1 (um) ano.

1944
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DO EXCESSO OU DESVIO

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for pra-
ticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:
I – o Ministério Público;
II – o Conselho Penitenciário;
III – o sentenciado;
IV – qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO III
DA ANISTIA E DO INDULTO

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interes-


sado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou
do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do con-
denado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a ins-
truírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de pare-
cer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do
prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em
relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condena-
tória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste
depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecen-
do qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o re-
latório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do

1945
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a


certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o
Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto,
no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de
ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa
do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de
acordo com o disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO JUDICIAL

Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei


será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento
do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge,
parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou,
ainda, da autoridade administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias,
o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes
da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano,
em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz
a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem
efeito suspensivo.

1946
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

TÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao ser-


vidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos
estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade,
durante o cumprimento da pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.
(Regulamento)
Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da pri-
são civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Ca-
deia Pública.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida,
atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da
Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir pro-
cesso pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei,
serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias à
eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis.
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em con-
vênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipa-
mento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou
desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado,
por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante
justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção
de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as
Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a

1947
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das penas
e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de refor-
ma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em contrário,
especialmente a Lei n. 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da


República.
JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984

1948
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LEI N. 5.250, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967


Mensagem de veto
Vide ADPF n. 130
Regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIO-


NAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E DA IN-
FORMAÇÃO

Art. 1º É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e


a difusão de informações ou ideias, por qualquer meio, e sem dependência de
censura, respondendo cada um, nos têrmos da lei, pelos abusos que cometer.
§ 1º Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subver-
são da ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a espetáculos e diversões pú-
blicas, que ficarão sujeitos à censura, na forma da lei, nem na vigência do
estado de sítio, quando o Govêrno poderá exercer a censura sôbre os jornais
ou periódicos e emprêsas de radiodifusão e agências noticiosas nas matérias
atinentes aos motivos que o determinaram, como também em relação aos
executores daquela medida.
Art. 2º É livre a publicação e circulação, no território nacional, de livros
e de jornais e outros periódicos, salvo se clandestinos (art. 11) ou quando
atentem contra a moral e os bons costumes.
§ 1º A exploração dos serviços de radiodifusão depende de permissão ou
concessão federal, na forma da lei.
§ 2º É livre a exploração de emprêsas que tenham por objeto o agencia-
mento de notícias, desde que registadas nos têrmos do art. 8º.

1949
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Art. 3º É vedada a propriedade de emprêsas jornalísticas, sejam políticas


ou simplesmente noticiosas, a estrangeiros e a sociedade por ações ao portador.
§ 1º Nem estrangeiros nem pessoas jurídicas, excetuados os partidos po-
líticos nacionais, poderão ser sócios ou particular de sociedades proprietárias
de emprêsas jornalísticas, nem exercer sôbre elas qualquer tipo de contrôle
direto ou indireto.
§ 2º A responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das
emprêsas jornalísticas caberão, exclusivamente, a brasileiros natos, sendo ri-
gorosamente vedada qualquer modalidade de contrato de assistência técnica
com emprêsas ou organizações estrangeiras, que lhes faculte, sob qualquer
pretexto ou maneira, ter participação direta, indireta ou sub-reptícia, por in-
termédio de prepostos ou empregados, na administração e na orientação da
emprêsa jornalística.
§ 3º A sociedade que explorar emprêsas jornalísticas poderá ter forma
civil ou comercial, respeitadas as restrições constitucionais e legais relativas
à sua propriedade e direção.
§ 4º São empresas jornalísticas, para os fins da presente Lei, aquelas que
editarem jornais, revistas ou outros periódicos. Equiparam-se às empresas
jornalísticas, para fins de responsabilidade civil e penal, aquelas que explo-
rarem serviços de radiodifusão e televisão, agenciamento de notícias, e as
empresas cinematográficas. (Redação dada pela Lei n. 7.300, de 27.3.1985)
§ 5º Qualquer pessoa que emprestar seu nome ou servir de instrumento
para violação do disposto nos parágrafos anteriores ou que emprestar seu
nome para se ocultar o verdadeiro proprietário, sócio, responsável ou orienta-
dor intelectual ou administrativo das emprêsas jornalísticas, será punida com
a pena de 1 a três anos de detenção e multa de 10 a 100 salários-mínimos
vigorantes na Capital do País.
§ 6º As mesmas penas serão aplicadas àquele em proveito de quem rever-
ter a simulação ou que a houver determinado ou promovido.

1950
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§ 7º Estão excluídas do disposto nos §§ 1º e 2º dêste artigo as publica-


ções científicas, técnicas, culturais e artísticas.
Art. 4º Caberá exclusivamente a brasileiros natos a responsabilidade e a
orientação intelectual e administrativa dos serviços de notícias, reportagens, co-
mentários, debates e entrevistas, transmitidos pelas emprêsas de radiodifusão.
§ 1º É vedado às emprêsas de radiodifusão manter contratos de assistên-
cia técnica com emprêsas ou organizações estrangeiras, quer a respeito de
administração, quer de orientação, sendo rigorosamente proibido que estas,
por qualquer forma ou modalidade, pretexto ou expediente, mantenham ou
nomeiem servidores ou técnicos que, de forma direta ou indireta, tenham
intervenção ou conhecimento da vida administrativa ou da orientação da em-
prêsa de radiodifusão.
§ 2º A vedação do parágrafo anterior não alcança a parte estritamente
técnica ou artística da programação e do aparelhamento da emprêsa.
Art. 5º As proibições a que se referem o § 2º do art. 3º e o § 1º do artigo
4º não se aplicam aos casos de contrato de assistência técnica, com emprê-
sa ou organização estrangeira, não superior a seis meses e exclusivamente
referente à fase de instalação e início de funcionamento de equipamento,
máquinas e aparelhamento técnicos.
Art. 6º Depende de prévia aprovação do CONTEL qualquer contrato que
uma emprêsa de radiodifusão pretenda fazer com emprêsa ou organização
estrangeira, que possa, de qualquer forma, ferir o espírito das disposições dos
artigos 3º e 4º, sendo também proibidas quaisquer modalidades contratuais
que de maneira direta ou indireta assegurem a emprêsas ou organizações
estrangeiras participação nos lucros brutos ou líquidos das emprêsas jornalís-
ticas ou de radiodifusão.
Art. 7º No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de
informação não é permitido o anonimato. Será, no entanto, assegurado e
respeitado o sigilo quanto às fontes ou origem de informações recebidas ou
recolhidas por jornalistas, radiorrepórteres ou comentaristas.

1951
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§ 1º Todo jornal ou periódico é obrigado a estampar, no seu cabeçalho, o


nome do diretor ou redator-chefe, que deve estar no gôzo dos seus direitos
civis e políticos, bem como indicar a sede da administração e do estabeleci-
mento gráfico onde é impresso, sob pena de multa diária de, no máximo, um
salário-mínimo da região, nos têrmos do art. 10.
§ 2º Ficará sujeito à apreensão pela autoridade policial todo impresso que,
por qualquer meio, circular ou fôr exibido em público sem estampar o nome
do autor e editor, bem como a indicação da oficina onde foi impresso, sede da
mesma e data da impressão.
§ 3º Os programas de noticiário, reportagens, comentários, debates e en-
trevistas, nas emissoras de radiodifusão, deverão enunciar, no princípio e ao
final de cada um, o nome do respectivo diretor ou produtor.
§ 4º O diretor ou principal responsável do jornal, revista, rádio e televisão
manterá em livro próprio, que abrirá e rubricará em tôdas as fôlhas, para exibir
em juízo, quando para isso fôr intimado, o registro dos pseudônimos, seguidos
da assinatura dos seus utilizantes, cujos trabalhos sejam ali divulgados.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 8º Estão sujeitos a registro no cartório competente do Registro Civil


das Pessoas Jurídicas:
I – os jornais e demais publicações periódicas;
II – as oficinas, impressoras de quaisquer naturezas, pertencentes a pes-
soas naturais ou jurídicas;
III – as emprêsas de radiodifusão que matenham serviços de notícias, re-
portagens, comentários, debates e entrevistas;
IV – as emprêsas que tenham por objeto o agenciamento de notícias.
Art. 9º O pedido de registro conterá as informações e será instruído com
os documentos seguintes:
I – no caso de jornais ou outras publicações periódicas:

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a) título do jornal ou periódico, sede da redação, administração e oficinas


impressoras, esclarecendo, quanto a estas, se são próprias ou de terceiros, e
indicando, neste caso, os respectivos proprietários;
b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou reda-
tor-chefe;
c) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do proprietário;
d) se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo estatuto ou
contrato social e nome, idade, residência e prova da nacionalidade dos dire-
tores, gerentes e sócios da pessoa jurídica proprietária;
II – no caso de oficinas impressoras:
a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,
se pessoa natural;
b) sede da administração, lugar, rua e número onde funcionam as oficinas
e denominação destas;
c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes a pessoa ju-
rídica.
III – no caso de emprêsas de radiodifusão:
a) designação da emissora, sede da sua administração e local das instala-
ções do estúdio;
b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou reda-
tor-chefe responsável pelos serviços de notícias, reportagens, comentários,
debates e entrevistas.
IV – no caso de emprêsas noticiosas:
a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,
se pessoa natural;
b) sede da administração;
c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pessoa jurídica.
Parágrafo único. As alterações em qualquer dessas declarações ou docu-
mentos deverão ser averbadas no registro no prazo de 8 (oito) dias.

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Art. 10. A falta de registro das declarações exigidas no artigo anterior, ou


de averbação da alteração, será punida com multa que terá o valor de meio a
dois salários-mínimos da região.
§ 1º A sentença que impuser a multa fixará prazo, não inferior a 20 dias,
para registro ou alteração das declarações.
§ 2º A multa será liminarmente aplicada pela autoridade judiciária cobra-
da por processo executivo, mediante ação do Ministério Público, depois que,
marcado pelo juiz, não fôr cumprido o despacho.
§ 3º Se o registro ou alteração não fôr efetivado no prazo referido no § 1º
dêste artigo, o juiz poderá impor nova multa, agravando-a de 50% (cinquenta
por cento) tôda vez que seja ultrapassada de dez dias o prazo assinalado na
sentença.
Art. 11. Considera-se clandestino o jornal ou outra publicação periódica
não registrado nos têrmos do art. 9º, ou de cujo registro não constem o nome
e qualificação do diretor ou redator e do proprietário.

CAPÍTULO III
DOS ABUSOS NO EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO
DO PENSAMENTO E INFORMAÇÃO

Art. 12. Aquêles que, através dos meios de informação e divulgação, pra-


ticarem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e
informação ficarão sujeitos às penas desta Lei e responderão pelos prejuízos
que causarem.
Parágrafo único. São meios de informação e divulgação, para os efeitos
dêste artigo, os jornais e outras publicações periódicas, os serviços de radio-
difusão e os serviços noticiosos.
Art. 13. Constituem crimes na exploração ou utilização dos meios de in-
formação e divulgação os previstos nos artigos seguintes.
Art. 14. Fazer propaganda de guerra, de processos para subversão da
ordem política e social ou de preconceitos de raça ou classe:

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Pena – de 1 a 4 anos de detenção.


Art. 15. Publicar ou divulgar:
a) segrêdo de Estado, notícia ou informação relativa à preparação da de-
fesa interna ou externa do País, desde que o sigilo seja justificado como ne-
cessário, mediante norma ou recomendação prévia determinando segrêdo
confidência ou reserva;
b) notícia ou informação sigilosa, de interêsse da segurança nacional, des-
de que exista, igualmente, norma ou recomendação prévia determinando
segrêdo, confidência ou reserva.
Pena – De 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção.
Art. 16. Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros trunca-
dos ou deturpados, que provoquem:
I – perturbação da ordem pública ou alarma social;
II – desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de instituição
financeira ou de qualquer emprêsa, pessoa física ou jurídica;
III – prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito Federal ou do
Município;
IV – sensível perturbação na cotação das mercadorias e dos títulos imobi-
liários no mercado financeiro.
Pena – De 1 (um) a 6 (seis) meses de detenção, quando se tratar do autor
do escrito ou transmissão incriminada, e multa de 5 (cinco) a 10 (dez) salá-
rios-mínimos da região.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I e II, se o crime é culposo:
Pena – Detenção, de 1 (um) a (três) meses, ou multa de 1 (um) a 10 (dez)
salários-mínimos da região.
Art. 17. Ofender a moral pública e os bons costumes:
Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa de 1 (um) a 20
(vinte) salários-mínimos da região.
Parágrafo único. Divulgar, por qualquer meio e de forma a atingir seus obje-
tivos, anúncio, aviso ou resultado de loteria não autorizada, bem como de jôgo

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proibido, salvo quando a divulgação tiver por objetivo inequívoco comprovar ou


criticar a falta de repressão por parte das autoridades responsáveis:
Pena – Detenção de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa de 1 (um) a 5 (cin-
co) salários-mínimos da região.
Art. 18. Obter ou procurar obter, para si ou para outrem, favor, dinheiro
ou outra vantagem para não fazer ou impedir que se faça publicação, trans-
missão ou distribuição de notícias:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2 (dois) a 30
(trinta) salários-mínimos da região.
§ 1º Se a notícia cuja publicação, transmissão ou distribuição se prome-
teu não fazer ou impedir que se faça, mesmo que expressada por desenho,
figura, programa ou outras formas capazes de produzir resultados, fôr desa-
bonadora da honra e da conduta de alguém:
Pena – Reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, ou multa de 5 (cinco) a
50 (cinquenta) salários-mínimos da região.
§ 2º Fazer ou obter que se faça, mediante paga ou recompensa, publica-
ção ou transmissão que importe em crime previsto na lei:
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de 2 (dois) a 30
(trinta) salários-mínimos da região.
Art. 19. Incitar à prática de qualquer infração às leis penais:
Pena – Um têrço da prevista na lei para a infração provocada, até o máxi-
mo de 1 (um) ano de detenção, ou multa de 1 (um) a 20 (vinte) salários-mí-
nimos da região.
§ 1º Se a incitação fôr seguida da prática do crime, as penas serão as
mesmas cominadas a êste.
§ 2º Fazer apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa de 1 (um) a
20 (vinte) salários-mínimos da região.
Art. 20. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime:

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Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa de 1 (um) a


20 (vinte) salários-mínimos da região.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, reproduz
a publicação ou transmissão caluniosa.
§ 2º Admite-se a prova da verdade, salvo se do crime imputado, embora
de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
§ 3º Não se admite a prova da verdade contra o Presidente da República,
o Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados, os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, Chefes de Estado ou de Govêrno es-
trangeiro, ou seus representantes diplomáticos.
Art. 21. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – Detenção, de 3 (três) a 18 (dezoito) meses, e multa de 2 (dois) a
10 (dez) salários-mínimos da região.
§ 1º A exceção da verdade sòmente se admite:
a) se o crime é cometido contra funcionário público, em razão das funções,
ou contra órgão ou entidade que exerça funções de autoridade pública;
b) se o ofendido permite a prova.
§ 2º Constitui crime de difamação a publicação ou transmissão, salvo se
motivada por interêsse público, de fato delituoso, se o ofendido já tiver cum-
prido pena a que tenha sido condenado em virtude dêle.
Art. 22. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decôro:
Pena – Detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa de 1 (um) a 10
(dez) salários-mínimos da região.
Parágrafo único. O juiz pode deixar de aplicar a pena:
a) quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
b) no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Art. 23. As penas cominadas dos arts. 20 a 22 aumentam-se de um têrço,
se qualquer dos crimes é cometido:

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I – contra o Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente


da Câmara dos Deputados, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Chefe de
Estado ou Govêrno estrangeiro, ou seus representantes diplomáticos;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – contra órgão ou autoridade que exerça função de autoridade pública.
Art. 24. São puníveis, nos têrmos dos arts. 20 a 22, a calúnia, difamação
e injúria contra a memória dos mortos.
Art. 25. Se de referências, alusões ou frases se infere calúnia, difamação
ou injúria, quem se julgar
ofendido poderá notificar judicialmente o responsável, para que, no prazo
de 48 horas, as explique.
§ 1º Se neste prazo o notificado não dá explicação, ou, a critério do juiz,
essas não são satisfatórias, responde pela ofensa.
§ 2º A pedido do notificante, o juiz pode determinar que as explicações
dadas sejam publicadas ou transmitidas, nos têrmos dos arts. 29 e seguintes.
Art. 26. A retratação ou retificação espontânea, expressa e cabal, feita
antes de iniciado o procedimento judicial, excluirá a ação penal contra o res-
ponsável pelos crimes previstos nos arts. 20 e 22.
§ 1º A retratação do ofensor, em juízo, reconhecendo, por têrmo lavrado
nos autos, a falsidade da imputação, o eximirá da pena, desde que pague as
custas do processo e promova, se assim o desejar o ofendido, dentro de 5
dias e por sua conta, a divulgação da notícia da retratação.
§ 2º Nos casos dêste artigo e do § 1º, a retratação deve ser feita ou di-
vulgada:
a) no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os mesmos carac-
teres e sob a mesma epígrafe; ou
b) na mesma estação emissora e no mesmo programa ou horário.
Art. 27. Não constituem abusos no exercício da liberdade de manifestação
do pensamento e de informação:

1958
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I – a opinião desfavorável da crítica, literária, artística, científica ou des-


portiva, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
Il - a reprodução, integral ou resumida, desde que não constitua matéria
reservada ou sigilosa, de relatórios, pareceres, decisões ou atos proferidos
pelos órgãos competentes das Casas legislativas;
III – noticiar ou comentar, resumida ou amplamente, projetos e atos do
Poder Legislativo, bem como debates e críticas a seu respeito;
IV – a reprodução integral, parcial ou abreviada, a notícia, crônica ou re-
senha dos debates escritos ou orais, perante juízes e tribunais, bem como a
divulgação de despachos e sentenças e de tudo quanto fôr ordenado ou co-
municado por autoridades judiciais;
V – a divulgação de articulados, quotas ou alegações produzidas em juízo
pelas partes ou seus procuradores;
VI – a divulgação, a discussão e a crítica de atos e decisões do Poder Exe-
cutivo e seus agentes, desde que não se trate de matéria de natureza reser-
vada ou sigilosa;
VII – a crítica às leis e a demonstração de sua inconveniência ou inopor-
tunidade;
VIII – a crítica inspirada pelo interêsse público;
IX – a exposição de doutrina ou ideia.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II a VI dêste artigo, a reprodução
ou noticiário que contenha injúria, calúnia ou difamação deixará de consti-
tuir abuso no exercício da liberdade de informação, se forem fiéis e feitas de
modo que não demonstrem má-fé.
Art. 28. O escrito publicado em jornais ou periódicos sem indicação de seu
autor considera-se redigido: I - pelo redator da seção em que é publicado, se
o jornal ou periódico mantém seções distintas sob a responsabilidade de cer-
tos e determinados redatores, cujos nomes nelas figuram permanentemente;
II – pelo diretor ou redator-chefe, se publicado na parte editorial;

1959
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III – pelo gerente ou pelo proprietário das oficinas impressoras, se publi-


cado na parte ineditorial.
§ 1º Nas emissões de radiodifusão, se não há indicação do autor das ex-
pressões faladas ou das imagens transmitidas, é tido como seu autor:
a) o editor ou produtor do programa, se declarado na transmissão;
b) o diretor ou redator registrado de acôrdo com o art. 9º, inciso III, letra
b, no caso de programas de notícias, reportagens, comentários, debates ou
entrevistas;
c) o diretor ou proprietário da estação emissora, em relação aos demais
programas.
§ 2º A notícia transmitida por agência noticiosa presume-se enviada pelo
gerente da agência de onde se origine, ou pelo diretor da emprêsa.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO DE RESPOSTA

Art. 29. Tôda pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade pública, que fôr
acusado ou ofendido em publicação feita em jornal ou periódico, ou em trans-
missão de radiodifusão, ou a cujo respeito os meios de informação e divulgação
veicularem fato inverídico ou, errôneo, tem direito a resposta ou retificação.
§ 1º A resposta ou retificação pode ser formulada:
a) pela própria pessoa ou seu representante legal;
b) pelo cônjuge, ascendente, descendente e irmão, se o atingido está au-
sente do País, se a divulgação é contra pessoa morta, ou se a pessoa visada
faleceu depois da ofensa recebida, mas antes de decorrido o prazo de deca-
dência do direito de resposta.
§ 2º A resposta, ou retificação, deve ser formulada por escrito, dentro do
prazo de 60 (sessenta) dias da data da publicação ou transmissão, sob pena
de decadência do direito.

1960
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§ 3º Extingue-se ainda o direito de resposta com o exercício de ação penal


ou civil contra o jornal, periódico, emissora ou agência de notícias, com fun-
damento na publicação ou transmissão incriminada. 
Art. 30. O direito de resposta consiste:
I – na publicação da resposta ou retificação do ofendido, no mesmo jornal
ou periódico, no mesmo lugar, em caracteres tipográficos idênticos ao escrito
que lhe deu causa, e em edição e dia normais;
II – na transmissão da resposta ou retificação escrita do ofendido, na mes-
ma emissora e no mesmo programa e horário em que foi divulgada a trans-
missão que lhe deu causa; ou
III – a transmissão da resposta ou da retificação do ofendido, pela agência
de notícias, a todos os meios de informação e divulgação a que foi transmitida
a notícia que lhe deu causa.
§ 1º A resposta ou pedido de retificação deve:
a) no caso de jornal ou periódico, ter dimensão igual à do escrito incrimi-
nado, garantido o mínimo de 100 (cem) linhas;
b) no caso de transmissão por radiodifusão, ocupar tempo igual ao da
transmissão incriminada, podendo durar no mínimo um minuto, ainda que
aquela tenha sido menor;
c) no caso de agência de notícias, ter dimensão igual à da notícia incriminada.
§ 2º Os limites referidos no parágrafo anterior prevalecerão para cada res-
posta ou retificação em separado, não podendo ser acumulados.
§ 3º No caso de jornal, periódico ou agência de notícias, a resposta ou
retificação será publicada ou transmitida gratuitamente, cabendo o custo da
resposta ao ofensor ou ao ofendido, conforme decisão do Poder Judiciário, se
o responsável não é o diretor ou redator-chefe do jornal, nem com êle tenha
contrato de trabalho ou se não é gerente ou proprietário da agência de notí-
cias nem com ela, igualmente, mantenha relação de emprêgo.
§ 4º Nas transmissões por radiodifusão, se o responsável pela transmissão
incriminada não é o diretor ou proprietário da emprêsa permissionária, nem

1961
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com esta tem contrato de trabalho, de publicidade ou de produção de progra-


ma, o custo da resposta cabe ao ofensor ou ao ofendido, conforme decisão
do Poder Judiciário.
§ 5º Nos casos previstos nos §§ 3º e 4º, as emprêsas têm ação executiva
para haver o custo de publicação ou transmissão da resposta daquele que é
julgado responsável.
§ 6º Ainda que a responsabilidade de ofensa seja de terceiros, a emprêsa
perde o direito de reembôlso, referido no § 5º, se não transmite a resposta
nos prazos fixados no art. 31.
§ 7º Os limites máximos da resposta ou retificação, referidos no § 1º, po-
dem ser ultrapassados, até o dôbro, desde que o ofendido pague o preço da
parte excedente às tarifas normais cobradas pela emprêsa que explora o meio
de informação ou divulgação.
§ 8º A publicação ou transmissão da resposta ou retificação, juntamente
com comentários em caráter de réplica, assegura ao ofendido direito a nova
resposta.
Art. 31. O pedido de resposta ou retificação deve ser atendido:
I – dentro de 24 horas, pelo jornal, emissora de radiodifusão ou agência
de notícias;
Il - no primeiro número impresso, no caso de periódico que não seja diário.
§ 1º No caso de emissora de radiodifusão, se o programa em que foi feita
a transmissão incriminada não é diário, a emissora respeitará a exigência de
publicação no mesmo programa, se constar do pedido resposta de retificação,
e fará a transmissão no primeiro programa após o recebimento do pedido.
§ 2º Se, de acôrdo com o art. 30, §§ 3º e 4º, a emprêsa é a responsável
pelo custo da resposta, pode condicionar a publicação ou transmissão à prova
de que o ofendido a requereu em juízo, contando-se desta prova os prazos
referidos no inciso I e no § 1º.

1962
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Art. 32. Se o pedido de resposta ou retificação não fôr atendido nos pra-


zos referidos no art. 31, o ofendido poderá reclamar judicialmente a sua pu-
blicação ou transmissão.
§ 1º Para êsse fim, apresentará um exemplar do escrito incriminado, se
fôr o caso, ou descreverá a transmissão incriminada, bem como o texto da
resposta ou retificação, em duas vias dactiloqrafadas, requerendo ao Juiz
criminal que ordene ao responsável pelo meio de informação e divulgação a
publicação ou transmissão, nos prazos do art. 31.
§ 2º Tratando-se de emissora de radiodifusão, o ofendido poderá, outros-
sim, reclamar judicialmente o direito de fazer a retificação ou dar a resposta
pessoalmente, dentro de 24 horas, contadas da intimação judicial.
§ 3º Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24
horas, mandará citar o responsável pela emprêsa que explora meio de infor-
mação e divulgação para que, em igual prazo, diga das razões por que não o
publicou ou transmitiu.
§ 4º Nas 24 horas seguintes, o juiz proferirá a sua decisão, tenha o res-
ponsável atendido ou não à intimação.
§ 5º A ordem judicial de publicação ou transmissão será feita sob pena de
multa, que poderá ser aumentada pelo juiz até o dôbro:
a) de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de atraso na publicação, nos
casos de jornal e agências de notícias, e no de emissora de radiodifusão, se
o programa fôr diário;
b) equivalente a Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de intervalo entre
as edições ou programas, no caso de impresso ou programa não diário.
§ 6º Tratando-se de emissora de radiodifusão, a sentença do juiz decidirá
do responsável pelo custo da transmissão e fixará o preço desta.
§ 7º Da decisão proferida pelo juiz caberá apelação sem efeito suspensivo.
§ 8º A recusa ou demora de publicação ou divulgação de resposta, quando
couber, constitui crime autônomo e sujeita o responsável ao dôbro da pena
cominada à infração.

1963
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 9º A resposta cuja divulgação não houver obedecido ao disposto nesta


Lei é considerada inexistente.
Art. 33. Reformada a decisão do juiz em instância superior, a emprêsa
que tiver cumprido a ordem judicial de publicação ou transmissão da resposta
ou retificação terá ação executiva para haver do autor da resposta o custo de
sua publicação, de acôrdo com a tabela de preços para os seus serviços de
divulgação.
Art. 34. Será negada a publicação ou transmissão da resposta ou retifi-
cação:
I – quando não tiver relação com os fatos referidos na publicação ou trans-
missão a que pretende responder;
II – quando contiver expressões caluniosas, difamatórias ou injuriosas
sôbre o jornal, periódico, emissora ou agência de notícias em que houve a
publicação ou transmissão que lhe deu motivos, assim como sôbre os seus
responsáveis, ou terceiros;
III – quando versar sôbre atos ou publicações oficiais, exceto se a retifica-
ção partir de autoridade pública;
IV – quando se referir a terceiros, em condições que criem para êstes igual
direito de resposta;
V – quando tiver por objeto crítica literária, teatral, artística, científica ou
desportiva, salvo se esta contiver calúnia, difamação ou injúria.
Art. 35. A publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação
não prejudicará as ações do ofendido para promover a responsabilidade penal
e civil.
Art. 36. A resposta do acusado ou ofendido será também transcrita ou
divulgada em pelo menos um dos jornais, periódicos ou veículos de radiodifu-
são que houverem divulgado a publicação motivadora, preferentemente o de
maior circulação ou expressão. Nesta hipótese, a despesa correrá por conta
do órgão responsável pela publicação original, cobrável por via executiva.

1964
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO V
DA RESPONSABILIDADE PENAL

Seção I
Dos Responsáveis

Art. 37. São responsáveis pelos crimes cometidos através da imprensa e


das emissoras de radiodifusão, sucessivamente:
I – o autor do escrito ou transmissão incriminada (art. 28 e § 1º), sendo
pessoa idônea e residente no País, salvo tratando-se de reprodução feita sem
o seu consentimento, caso em que responderá como seu autor quem a tiver
reproduzido;
II – quando o autor estiver ausente do País, ou não tiver idoneidade para
responder pelo crime:
a) o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico; ou
b) o diretor ou redator registrado de acôrdo com o art. 9º, inciso III, letra
b, no caso de programa de notícias, reportagens, comentários, debates ou
entrevistas, transmitidos por emissoras de radiodifusão;
III – se o responsável, nos têrmos do inciso anterior, estiver ausente do
País ou não tiver idoneidade para responder pelo crime:
a) o gerente ou proprietário das oficinas impressoras no caso de jornais
ou periódicos; ou
b) o diretor ou o proprietário da estação emissora de serviços de radiodi-
fusão.
IV – os distribuidores ou vendedores da publicação ilícita ou clandestina,
ou da qual não constar a indicação do autor, editor, ou oficina onde tiver sido
feita a impressão.
§ 1º Se o escrito, a transmissão ou a notícia forem divulgados sem a
indicação do seu autor, aquêle que, nos têrmos do art. 28, §§ 1º e 2º, fôr
considerado como tal, poderá nomeá-lo, juntando o respectivo original e a
declaração do autor assumindo a responsabilidade.

1965
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O disposto neste artigo se aplica:


a) nas emprêsas de radiodifusão;
b) nas agências noticiosas.
§ 3º A indicação do autor, nos têrmos do § 1º, não prejudica a responsa-
bilidade do redator de seção, diretor ou redator-chefe, ou do editor, produtor
ou diretor.
§ 4º Sempre que o responsável gozar de imunidade, a parte ofendida po-
derá promover a ação contra o responsável sucessivo, na ordem dos incisos
dêste artigo.
§ 5º Nos casos de responsabilidade por culpa previstos no art. 37, se a
pena máxima privativa da liberdade fôr de 1 (um) ano, o juiz poderá aplicar
sòmente a pena pecuniária.
Art. 38. São responsáveis pelos crimes cometidos no exercício da liber-
dade de manifestação de pensamento e de informação através da agência
noticiosa, sucessivamente:
I – o autor da notícia transmitida (art. 28, § 2º), sendo pessoa idônea e
residente no País;
II – o gerente ou proprietário de agência noticiosa, quando o autor estiver
ausente do País ou não tiver idoneidade para responder pelo crime.
§ 1º O gerente ou proprietário da agência noticiosa poderá nomear o au-
tor da transmissão incriminada, juntando a declaração dêste assumindo a
responsabilidade pela mesma. Neste caso, a ação prosseguirá contra o autor
nomeado, salvo se estiver ausente do País ou fôr declarado inidôneo para
responder pelo crime.
§ 2º Aplica-se a êste artigo o disposto no § 4º do art. 37.
Art. 39. Caberá ao ofendido, caso o deseje, mediante apresentação de
documentos ou testemunhas merecedoras de fé, fazer prova da falta de ido-
neidade, quer moral, quer financeira, dos responsáveis pelos crimes previstos
nesta lei, na ordem e nos casos a que se referem os incisos e parágrafos dos
artigos anteriores.

1966
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Esta prova, que pode ser conduzida perante qualquer juiz criminal,
será feita em processo sumariíssimo, com a intimação dos responsáveis, cuja
idoneidade se pretender negar, para em uma audiência, ou, no máximo, em
três, serem os fatos arguidos, aprovados e contestados.
§ 2º O juiz decidirá na audiência em que a prova houver sido concluída e
de sua decisão cabe sòmente recurso sem efeito suspensivo.
§ 3º Declarado inidôneo o primeiro responsável, pode o ofendido exercer
a ação penal contra o que lhe suceder nessa responsabilidade, na ordem dos
incisos dos artigos anteriores, caso a respeito dêste nôvo responsável não se
haja alegado ou provido falta de idoneidade.
§ 4º Aquêle que, nos têrmos do parágrafo anterior, suceder ao respon-
sável, ficará sujeito a um têrço das penas cominadas para o crime. Ficará,
entretanto, isento de pena se provar que não concorreu para o crime com
negligência, imperícia ou imprudência.

Seção II
Da Ação Penal

Art. 40. Ação penal será promovida:


I – nos crimes de que tratam os arts. 20 a 22:
a) pelo Ministério Público, mediante requisição do Ministro da Justiça, no
caso do n. I, do art. 20, bem como nos casos em que o ofendido fôr Ministro
de Estado;
b) pelo Ministério Público, mediante representação do ofendido, nos casos
dos ns. II e III, do art. 23;
c) por queixa do ofendido, ou de quem tenha qualidade para representá-lo;
d) pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, indistintamente,
quando se tratar de crime contra a memória de alguém ou contra pessoa que
tenha falecido antes da queixa. (Redação dada pela Lei n. 6.640, de 8.5.1979)
II – nos demais crimes por denúncia do Ministério Público.

1967
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Nos casos do inciso I, alínea c, se o Ministério Público não apresentar


denúncia dentro de 10 dias, o ofendido poderá apresentar queixas.
§ 2º Sob pena de nulidade, é obrigatória a intervenção do Ministério Pú-
blico, em todos os processos por abuso de liberdade de imprensa, ainda que
privados.
§ 3º A queixa pode ser aditada pelo Ministério Público, no prazo de 10 dias.
Art. 41. A prescrição da ação penal, nos crimes definidos nesta Lei, ocor-
rerá 2 anos após a data da publicação ou transmissão incriminada, e a con-
denação, no dôbro do prazo em que fôr fixada.
§ 1º O direito de queixa ou de representação prescreverá, se não fôr exer-
cido dentro de 3 meses da data da publicação ou transmissão.
§ 2º O prazo referido no parágrafo anterior será interrompido:
a) pelo requerimento judicial de publicação de resposta ou pedido de reti-
ficação, e até que êste seja indeferido ou efetivamente atendido;
b) pelo pedido judicial de declaração de inidoneidade do responsável, até
o seu julgamento.
§ 3º No caso de periódicos que não indiquem data, o prazo referido neste
artigo começará a correr do último dia do mês ou outro período a que corres-
ponder a publicação.

Seção III
Do Processo Penal

Art. 42. Lugar do delito, para a determinação da competência territorial,


será aquêle em que fôr impresso o jornal ou periódico, e o do local do estúdio
do permissionário ou concessionário do serviço de radiodifusão, bem como o
da administração principal da agência noticiosa.
Parágrafo único. Aplica-se aos crimes de imprensa o disposto no art. 85,
do Código de Processo Penal. 
Art. 43. A denúncia ou queixa será instruída com exemplar do jornal ou
periódico e obedecerá ao disposto no art. 41 do Código de Processo Penal,

1968
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

contendo a indicação das provas que o autor pretendia produzir. Se a infração


penal tiver sido praticada através de radiodifusão, a denúncia ou queixa será
instruída com a notificação de que trata o art. 57.
§ 1º Ao despachar a denúncia ou queixa, o juiz determinará a citação do
réu para que apresente defesa prévia no prazo de cinco dias.
§ 2º Não sendo o réu encontrado, será citado por edital com o prazo de
quinze dias. Decorrido êsse prazo e o quinquídio para a defesa prévia, sem
que o réu haja contestado a denúncia ou queixa, o juiz o declarará revel e
lhe nomeará defensor dativo, a quem se dará vista dos autos para oferecer
defesa prévia.
§ 3º Na defesa prévia, devem ser arguidas as preliminares cabíveis, bem
como a exceção da verdade, apresentando-se, igualmente, a indicação das
provas a serem produzidas.
§ 4º Nos processos por ação penal privada será ouvido a seguir o Minis-
tério Público.
Art. 44. O juiz pode receber ou rejeitar a denúncia ou queixa, após a de-
fesa prévia, e, nos crimes de ação penal privada, em seguida à promoção do
Ministério Público.
§ 1º A denúncia ou queixa será rejeitada quando não houver justa causa
para a ação penal, bem como nos casos previstos no art. 43 do Código de
Processo Penal.
§ 2º Contra a decisão que rejeitar a denúncia ou queixa cabe recurso de
apelação e, contra a que recebê-la, recurso em sentido estrito sem suspensão
do curso do processo.
Art. 45. Recebida a denúncia, o juiz designará data para a apresentação
do réu em juízo e marcará, desde logo, dia e hora para a audiência de instru-
ção e julgamento, observados os seguintes preceitos:
I – se o réu não comparecer para a qualificação, o juiz considerá-lo-á re-
vel e lhe nomeará defenfor dativo. Se o réu comparecer e não tiver advogado

1969
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

constituído nos autos, o juiz poderá nomear-lhe defensor. Em um e outro caso,


bastará a presença do advogado ou defensor do réu, nos autos da instrução;
II – na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação e, em se-
guida, as de defesa, marcando-se novas audiências, se necessário, em prazo
nunca inferior a oito dias;
III – poderá o réu requerer ao juiz que seja interrogado, devendo, nesse
caso, ser êle ouvido antes de inquiridas as testemunhas;
IV – encerrada a instrução, autor e réu terão, sucessivamente, o prazo de
três dias para oferecerem alegações escritas.
Parágrafo único. Se o réu não tiver apresentado defesa prévia, apesar de
citado, o juiz o considerará revel e lhe dará defensor dativo, a quem se abrirá
o prazo de cinco dias para contestar a denúncia ou queixa.
Art. 46. Demonstrada a necessidade de certidões de repartições públicas
ou autárquicas, e a de quaisquer exames, o juiz requisitará aquelas e deter-
minará êstes, mediante fixação de prazos para o cumprimento das respecti-
vas diligências.
§ 1º Se dentro do prazo não fôr atendida, sem motivo justo, a requisição do
juiz, imporá êste a multa de Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000 (cem
mil cruzeiros) ao funcionário responsável e suspenderá a marcha do proces-
so até que em nôvo prazo seja fornecida a certidão ou se efetue a diligência.
Aos responsáveis pela não realização desta última, será aplicada a multa de
Cr$10.000 (dez mil cruzeiros) a Cr$100.000 (cem mil cruzeiros). A aplicação
das multas acima referidas não exclui a responsabilidade por crime funcional.
§ 2º Vetado.
§ 3º A requisição de certidões e determinação de exames ou diligências,
serão feitas no despacho de recebimento da denúncia ou queixa.
Art. 47. Caberá apelação, com efeito suspensivo, contra a sentença que
condenar ou absolver o réu.

1970
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 48. Em tudo o que não é regulado por norma especial desta Lei, o
Código Penal e o Código de Processo Penal se aplicam à responsabilidade pe-
nal, à ação penal e ao processo e julgamento dos crimes de que trata esta Lei.

CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Art. 49. Aquêle que no exercício da liberdade de manifestação de pensa-


mento e de informação, com dolo ou culpa, viola direito, ou causa prejuízo a
outrem, fica obrigado a reparar:
I – os danos morais e materiais, nos casos previstos no art. 16, números
II e IV, no art. 18 e de calúnia, difamação ou injúrias;
II – os danos materiais, nos demais casos.
§ 1º Nos casos de calúnia e difamação, a prova da verdade, desde que
admissível na forma dos arts. 20 e 21, excepcionada no prazo da contestação,
excluirá a responsabilidade civil, salvo se o fato imputado, embora verdadei-
ro, diz respeito à vida privada do ofendido e a divulgação não foi motivada em
razão de interêsse público.
§ 2º Se a violação de direito ou o prejuízo ocorre mediante publicação ou
transmissão em jornal, periódico, ou serviço de radiodifusão, ou de agência
noticiosa, responde pela reparação do dano a pessoa natural ou jurídica que
explora o meio de informação ou divulgação (art. 50).
§ 3º Se a violação ocorre mediante publicação de impresso não periódico,
responde pela reparação do dano:
a) o autor do escrito, se nêle indicado; ou
b) a pessoa natural ou jurídica que explora a oficina impressora, se do
impresso não consta o nome do autor.
Art. 50. A emprêsa que explora o meio de informação ou divulgação terá
ação regressiva para haver do autor do escrito, transmissão ou notícia, ou do
responsável por sua divulgação, a indenização que pagar em virtude da res-
ponsabilidade prevista nesta Lei.

1971
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 51. A responsabilidade civil do jornalista profissional que concorre


para o dano por negligência, imperícia ou imprudência, é limitada, em cada
escrito, transmissão ou notícia:
I – a 2 salários-mínimos da região, no caso de publicação ou transmissão
de notícia falsa, ou divulgação de fato verdadeiro truncado ou deturpado (art.
16, ns. II e IV).
II – a cinco salários-mínimos da região, nos casos de publicação ou trans-
missão que ofenda a dignidade ou decôro de alguém;
III – a 10 salários-mínimos da região, nos casos de imputação de fato
ofensivo à reputação de alguém;
IV – a 20 salários-mínimos da região, nos casos de falsa imputação de
crime a alguém, ou de imputação de crime verdadeiro, nos casos em que a lei
não admite a exceção da verdade (art. 49, § 1º).
Parágrafo único. Consideram-se jornalistas profissionais, para os efeitos
dêste artigo:
a) os jornalistas que mantêm relações de emprêgo com a emprêsa que
explora o meio de informação ou divulgação ou que produz programas de
radiodifusão;
b) os que, embora sem relação de emprêgo, produzem regularmente arti-
gos ou programas publicados ou transmitidos;
c) o redator, o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico, a editor ou
produtor de programa e o diretor referido na letra b, n. III, do artigo 9º, do
permissionário ou concessionário de serviço de radiodifusão; e o gerente e o
diretor da agência noticiosa.
Art. 52. A responsabilidade civil da emprêsa que explora o meio de in-
formação ou divulgação é limitada a dez vêzes as importâncias referidas no
artigo anterior, se resulta de ato culposo de algumas das pessoas referidas
no art. 50.
Art. 53. No arbitramento da indenização em reparação do dano moral, o
juiz terá em conta, notadamente:

1972
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

I – a intensidade do sofrimento do ofendido, a gravidade, a natureza e


repercussão da ofensa e a posição social e política do ofendido;
II – A intensidade do dolo ou o grau da culpa do responsável, sua situação
econômica e sua condenação anterior em ação criminal ou cível fundada em
abuso no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informação;
III – a retratação espontânea e cabal, antes da propositura da ação penal
ou cível, a publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação,
nos prazos previstos na lei e independentemente de intervenção judicial, e a
extensão da reparação por êsse meio obtida pelo ofendido.
Art. 54. A indenização do dano material tem por finalidade restituir o pre-
judicado ao estado anterior.
Art. 55. A parte vencida responde pelos honorários do advogado da parte
vencedora, desde logo fixados na própria sentença, bem como pelas custas
judiciais.
Art. 56. A ação para haver indenização por dano moral poderá ser exer-
cida separadamente da ação para haver reparação do dano material, e sob
pena de decadência deverá ser proposta dentro de 3 meses da data da publi-
cação ou transmissão que lhe der causa.
Parágrafo único. O exercício da ação cível independe da ação penal. Inten-
tada esta, se a defesa se baseia na exceção da verdade e se trata de hipótese
em que ela é admitida como excludente da responsabilidade civil ou em outro
fundamento cuja decisão no juízo criminal faz causa julgada no cível, o juiz
determinará a instrução do processo cível até onde possa prosseguir, inde-
pendentemente da decisão na ação penal.
Art. 57. A petição inicial da ação para haver reparação de dano moral de-
verá ser instruída com o exemplar do jornal ou periódico que tiver publicado
o escrito ou notícia, ou com a notificação feita, nos têrmos do art. 53, § 3º, à
emprêsa de radiodifusão, e deverá desde logo indicar as provas e as diligên-
cias que o autor julgar necessárias, arrolar testemunhas e ser acompanhada
da prova documental em que se fundar o pedido.

1973
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A petição inicial será apresentada em duas vias. Com a primeira e os


documentos que a acompanharem será formado processo, e a citação inicial
será feita mediante a entrega da segunda via.
§ 2º O juiz despachará a petição inicial no prazo de 24 horas, e o oficial
terá igual prazo para certificar o cumprimento do mandato de citação.
§ 3º Na contestação, apresentada no prazo de 5 (cinco) dias, o réu exer-
cerá a exceção da verdade, se fôr o caso, indicará as provas e diligências que
julgar necessárias e arrolará as testemunhas. A contestação será acompa-
nhada da prova documental que pretende produzir.
§ 4 º Não havendo contestação, o Juiz proferirá desde logo a sentença, em
caso contrário, observar-se-á o procedimento ordinário. (Redação dada pela
Lei n. 6.071, de 03.7.1974)
§ 5º Na ação para haver reparação de dano moral sòmente será admitada
reconvenção de igual ação.
§ 6 º Da sentença do Juiz caberá apelação, a qual somente será admi-
tida mediante comprovação do depósito, pela apelante, de quantia igual à
importância total da condenação. Com a petição de interposição do recurso
o apelante pedirá expedição de guia para o depósito, sendo a apelação jul-
gada deserta se, no prazo de sua interposição, não for comprovado o depósi-
to. (Redação dada pela Lei n. 6.071, de 03.7.1974)

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 58. As emprêsas permissionárias ou concessionárias de serviços de


radiodifusão deverão conservar em seus arquivos, pelo prazo de 60 dias, e
devidamente autenticados, os textos dos seus programas, inclusive noticiosos.
§ 1º Os programas de debates, entrevistas ou outros que não correspon-
dam a textos prèviamente escritos, deverão ser gravados e conservados pelo
prazo, a contar da data da transmissão, de 20 dias, no caso de permissionária
ou concessionária de emissora de até 1 kw, e de 30 dias, nos demais casos.

1974
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se às transmissões compul-


sòriamente estatuídas em lei. 
§ 3º Dentro dos prazos referidos neste artigo, o Ministério Público ou qual-
quer interessado poderá notificar a permissionária ou concessionária, judicial
ou extrajudicialmente, para não destruir os textos ou gravações do programa
que especificar. Neste caso, sua destruição dependerá de prévia autorização
do juiz da ação que vier a ser proposta, ou, caso esta não seja proposta nos
prazos de decadência estabelecidos na lei, pelo juiz criminal a que a permis-
sionária ou concessionária pedir autorização.
Art. 59. As permissionárias e concessionárias de serviço de radiodi-
fusão continuam sujeitas às penalidades previstas na legislação especial
sôbre a matéria.
Art. 60. Têm livre entrada no Brasil os jornais, periódicos, livros e outros
quaisquer impressos que se publicarem no estrangeiro.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica aos impressos que contiverem
algumas das infrações previstas nos arts. 15 e 16, os quais poderão ter a sua
entrada proibida no País, por período de até dois anos, mediante portaria do
Juiz de Direito ou do Ministro da Justiça e Negócios Interiores, aplicando-se
neste caso os parágrafos do art. 63.
§ 2º Aquêle que vender, expuser à venda ou distribuir jornais periódicos,
livros ou impressos cuja entrada no País tenha sido proibida na forma do
parágrafo anterior, além da perda dos mesmos, incorrerá em multa de até
Cr$10.000 por exemplar apreendido, a qual será imposta pelo juiz competen-
te, à vista do auto de apreensão. Antes da decisão, ouvirá o juiz o acusado,
no prazo de 48 horas.
§ 3º (Revogado pelo Decreto-Lei n. 207, de 27.02.1967)
Art. 61. Estão sujeitos à apreensão os impressos que:
I – contiverem propaganda de guerra ou de preconceitos de raça ou de
classe, bem como os que promoverem incitamento à subversão da ordem
política e social.

1975
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – ofenderem a moral pública e os bons costumes.


§ 1º A apreensão prevista neste artigo será feita por ordem judicial, a
pedido do Ministério Público, que o fundamentará e o instruirá com a repre-
sentação da autoridade, se houver, e o exemplar do impresso incriminado.
§ 2º O juiz ouvirá, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, o res-
ponsável pela publicação ou distribuição do impresso, remetendo-lhe cópia do
pedido ou representação.
§ 3 º Findo esse prazo, com a resposta ou sem ela, serão os autos con-
clusos e, dentro de vinte e quatro horas, o Juiz proferirá sentença. (Redação
dada pela Lei n. 6.071, de 03.7.1974)
§ 4º No caso de deferimento de pedido, será expedido um mandado e re-
metido à autoridade policial competente, para sua execução.
§ 5 º Da sentença caberá apelação que será recebida somente no efeito
devolutivo. (Redação dada pela Lei n. 6.071, de 03.7.1974)
§ 6º Nos casos de impressos que ofendam a moral e os bons costumes,
poderão os Juízes de Menores, de ofício ou mediante provocação do Ministério
Público, determinar a sua apreensão imediata para impedir sua circulação.
Art. 62. No caso de reincidência da infração prevista no art. 61, inciso
II, praticada pelo mesmo jornal ou periódico, pela mesma emprêsa, ou por
periódicos ou emprêsas diferentes, mas que tenham o mesmo diretor res-
ponsável, o juiz, além da apreensão regulada no art. 61, poderá determinar
a suspensão da impressão, circulação ou distribuição do jornal ou periódico.
§ 1º A ordem de suspensão será submetida ao juiz competente, dentro de
48 (quarenta e oito) horas, com a justificação da medida.
§ 2º Não sendo cumprida pelo responsável a suspensão determinada pelo
juiz, êste adotará as medidas necessárias à observância da ordem, inclusive
mediante a apreensão sucessiva das suas edições posteriores, consideradas,
para efeitos legais, como clandestinas.
§ 3º Se houver recurso e êste fôr provido, será levantada a ordem de sus-
pensão e sustada a aplicação das medidas adotadas para assegurá-la.

1976
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º Transitada em julgado a sentença, serão observadas as seguintes


normas:
a) reconhecendo a sentença final a ocorrência dos fatos que justificam a
suspensão, serão extintos os registros da marca comercial e de denominação
da emprêsa editôra e do jornal ou periódico em questão, bem como os regis-
tros a que se refere o art. 9º desta Lei, mediante mandado de cancelamento
expedido pelo juiz da execução;
b) não reconhecendo a sentença final os fatos que justificam a suspensão,
a medida será levantada, ficando a União ou o Estado obrigado à reparação
das perdas e danos, apurados em ação própria.
Art. 63. Nos casos dos incisos I e II do art. 61, quando a situação recla-
mar urgência, a apreensão poderá ser determinada, independentemente de
mandado judicial, pelo Ministro da Justiça e Negócios Interiores.
§ 1º a § 4º (Revogados pelo Decreto-Lei n. 510, de 20.03/1969)
Art. 64. Poderá a autoridade judicial competente, dependendo da nature-
za do exemplar apreendido, determinar a sua destruição.
Art. 65. As emprêsas estrangeiras autorizadas a funcionar no País não
poderão distribuir notícias nacionais em qualquer parte do território brasilei-
ro, sob pena de cancelamento da autorização por ato do Ministro da Justiça e
Negócios Interiores.
Art. 66. O jornalista profissional não poderá ser detido nem recolhido prê-
so antes de sentença transitada em julgado; em qualquer caso, sòmente em
sala decente, arejada e onde encontre tôdas as comodidades.
Parágrafo único. A pena de prisão de jornalistas será cumprida em esta-
belecimento distinto dos qus são destinados a réus de crime comum e sem
sujeição a qualquer regime penitenciário ou carcerário.
Art. 67. A responsabilidade penal e civil não exclui a estabelecida em ou-
tras leis, assim como a de natureza administrativa, a que estão sujeitas as
emprêsas de radiodifusão, segundo a legislação própria.

1977
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 68. A sentença condenatória nos processos de injúria, calúnia ou


difamação será gratuitamente publicada, se a parte o requerer, na mesma
seção do jornal ou periódico em que apareceu o escrito de que se originou a
ação penal, ou, em se tratando de crime praticado por meio do rádio ou tele-
visão, transmitida, também gratuitamente, no mesmo programa e horário em
que se deu a transmissão impugnada.
§ 1º Se o jornal ou periódico ou a estação transmissora não cumprir a
determinação judicial, incorrerá na pena de multa de um a dois salários-míni-
mos da região, por edição ou programa em que se verificar a omissão.
§ 2º No caso de absolvição, o querelado terá o direito de fazer, à custa
do querelante, a divulgação da sentença, em jornal ou estação difusora que
escolher.
Art. 69. Na interpretação e aplicação desta Lei, o juiz, na fixação do dolo
e da culpa, levará em conta as circunstâncias especiais em que foram obtidas
as informações dadas como infringentes da norma penal.
Art. 70. Os jornais e outros periódicos são obrigados a enviar, no prazo
de cinco dias, exemplares de suas edições à Biblioteca Nacional e à oficial dos
Estados, Territórios e Distrito Federal. As bibliotecas ficam obrigadas a con-
servar os exemplares que receberem.
Art. 71. Nenhum jornalista ou radialista, ou, em geral, as pessoas refe-
ridas no art. 25, poderão ser compelidos ou coagidos a indicar o nome de
seu informante ou a fonte de suas informações, não podendo seu silêncio, a
respeito, sofrer qualquer sanção, direta ou indireta, nem qualquer espécie de
penalidade.
Art. 72. A execução de pena não superior a três anos de detenção pode
ser suspensa por dois a quatro anos, desde que:
I – o sentenciado não haja sofrido, no Brasil, condenação por outro crime
de imprensa;
Il - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os motivos e cir-
cunstâncias do crime autorizem a presunção de que não tornará a delinquir.

1978
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 73. Verifica-se a reincidência quando o agente comete nôvo crime de


abuso no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e informa-
ção, depois de transitar em julgado a sentença que, no País, o tenha conde-
nado por crime da mesma natureza.
Art. 74. Vetado.
Art. 75. A publicação da sentença cível ou criminal, transitada em julga-
do, na íntegra, será decretada pela autoridade competente, a pedido da parte
prejudicada, em jornal, periódico ou através de órgão de radiodifusão de real
circulação, ou expressão, às expensas da parte vencida ou condenada.
Parágrafo único. Aplica-se a disposição contida neste artigo em relação
aos têrmos do ato judicial que tenha homologado a retratação do ofensor,
sem prejuízo do disposto no § 2º, letras a e b, do art. 26.
Art. 76. Em qualquer hipótese de procedimento judicial instaurado por
violação dos preceitos desta Lei, a responsabilidade do pagamento das custas
processuais e honorários de advogado será da emprêsa.
Art. 77. Esta Lei entrará em vigor a 14 de março de 1967, revogada as
disposições em contrário.

Brasília, em 9 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º


da República.
H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.2.1967 e re-
tificada em 10.3.1967

1979
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995

Mensagem de veto Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis


Vigência e Criminais e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por Juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo. (Vide Lei n. 10.259, de
2001)
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou toga-
dos e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução
das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tri-
bunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,
observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos
civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a um ano, excetuados os casos em que a lei
preveja procedimento especial. (Vide Lei n. 10.259, de 2001)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei co-

1980
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
(Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objeti-
vando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a
aplicação de pena não privativa de liberdade.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos crité-
rios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeri-
dade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei n. 13.603, de 2018)

Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi


praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em ho-
rário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas
de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as
finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no
art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solici-
tada por qualquer meio hábil de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por
essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento pode-
rão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.

1981
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz enca-
minhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento
previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebi-
mento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência la-


vrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames pe-
riciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for ime-
diatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele com-
parecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. (Redação
dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))

1982
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a


realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da
qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secre-
taria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na
forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério
Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acom-
panhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de
pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua
orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na
forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os
que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homo-
logada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser
executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de
ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acar-
reta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediata-
mente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação ver-
bal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência pre-
liminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo
previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal
pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público

1983
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,


a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá
reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,
pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente
a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será subme-
tida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infra-
ção, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo
benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referi-
da no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará
de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo
dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação
cabível no juízo cível.

Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação


de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese
prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imedia-
to, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.

1984
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no


termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito
policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade
do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formu-
lação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminha-
mento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa
oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso
determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.
66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entre-
gando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cien-
tificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julga-
mento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o
responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66
e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para in-
timação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão inti-
mados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julga-
mento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de
conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando impres-
cindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.

1985
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para respon-


der à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação
e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se ime-
diatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julga-
mento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, imper-
tinentes ou protelatórias.
§ 1º-A. Durante a audiência, todas as partes e demais sujeitos proces-
suais presentes no ato deverão respeitar a dignidade da vítima, sob pena
de responsabilização civil, penal e administrativa, cabendo ao juiz garantir o
cumprimento do disposto neste artigo, vedadas: (Incluído pela Lei nº 14.245,
de 2021)
I - a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aos fatos
objeto de apuração nos autos; (Incluído pela Lei nº 14.245, de 2021)
II - a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam
a dignidade da vítima ou de testemunhas. (Incluído pela Lei nº 14.245, de
2021)
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de con-
vicção do Juiz.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença ca-
berá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em
exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição es-
crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de
dez dias.

1986
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magné-


tica a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspen-
derão o prazo para o recurso. 
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV
Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-


-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a puni-
bilidade, determinando que a condenação não fique constando dos registros
criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em
pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em
lei.

1987
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de


direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão
competente, nos termos da lei.

Seção V
Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena


restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais
serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI
Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, de-


penderá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corpo-
rais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer
a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido con-
denado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,
este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o
acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II – proibição de frequentar determinados lugares;
III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do Juiz;

1988
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para


informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a
suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier
a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a
reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser proces-
sado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais
cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça
Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a
propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será
intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e
de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis


e Criminais, sua organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências re-
alizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,

1989
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previa-


mente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os
Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação
desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes,
que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas
rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada
pela Lei n. 12.726, de 2012)
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua
publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.
7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da Independência e 107º da


República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.9.1995

1990
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

LEI N. 13.146 DE 6 DE JULHO DE 2015

Mensagem de veto Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Vigência Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I
PARTE GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência


(Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover,
em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades funda-
mentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, ratificados pelo Congresso
Nacional por meio do Decreto Legislativo n. 186, de 9 de julho de 2008, em
conformidade com o procedimento previsto no § 3º do art. 5º da Constituição
da República Federativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico ex-
terno, desde 31 de agosto de 2008, e promulgados pelo Decreto n. 6.949, de
25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano interno.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em
interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

1991
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, re-


alizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará: (Vigência)
I – os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;
II – os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
III – a limitação no desempenho de atividades; e
IV – a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência.
(Vide Lei n. 13.846, de 2019) (Vide Lei nº 14.126, de 2021)
Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi-
ficações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e
serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
ção ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva;
III – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dis-
positivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que obje-
tivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
mia, independência, qualidade de vida e inclusão social;
IV – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento
que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a
fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movi-
mento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreen-
são, à circulação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e
privados abertos ao público ou de uso coletivo;

1992
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;


c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstá-
culo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou
prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas;
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pes-
soa com deficiência às tecnologias;
V – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre ou-
tras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visu-
alização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil,
os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem
simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados
e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação,
incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
VI – adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessá-
rios e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando
requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência
possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as
demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais;
VII – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urba-
nização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo
e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;
VIII – mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos
espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização
ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provo-

1993
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

que alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes


de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga;
IX – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer moti-
vo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percep-
ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
X – residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas em áreas residen-
ciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com
apoio psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida,
destinadas a jovens e adultos com deficiência, em situação de dependência,
que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos fami-
liares fragilizados ou rompidos;
XI – moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: mo-
radia com estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio
coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de
jovens e adultos com deficiência;
XII – atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou
sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa
com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas
ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimen-
tação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as
atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e moda-
lidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou
os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
XIV – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência,
podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.

1994
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO II
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunida-


des com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de dis-
tinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a
recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios
decorrentes de ação afirmativa.
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negli-
gência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e
tratamento desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada no caput deste
artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança, o adolescente,
a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa,
inclusive para:
I – casar-se e constituir união estável;
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III – exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso
a informações adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V – exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como ado-
tante ou adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer
forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.

1995
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais


tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as violações previstas nesta
Lei, devem remeter peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa
com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à sexualidade, à paternidade e à maternidade, à alimentação, à ha-
bitação, à educação, à profissionalização, ao trabalho, à previdência social,
à habilitação e à reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, à cultura, ao
desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos avanços
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência
familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Fa-
cultativo e das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal,
social e econômico.

SEÇÃO ÚNICA
DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendimento prio-


ritário, sobretudo com a finalidade de:
I – proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
II – atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
III – disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que
garantam atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis
de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque
e no desembarque;
V – acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação
acessíveis;
VI – recebimento de restituição de imposto de renda;
VII – tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos
em que for parte ou interessada, em todos os atos e diligências.

1996
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acompanhante


da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao
disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a prioridade conferi-
da por esta Lei é condicionada aos protocolos de atendimento médico.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pessoa com


deficiência ao longo de toda a vida.
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado de calami-
dade pública, a pessoa com deficiência será considerada vulnerável, devendo
o poder público adotar medidas para sua proteção e segurança.
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a se submeter a
intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização forçada.
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência em situação
de curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa com defi-
ciência é indispensável para a realização de tratamento, procedimento, hos-
pitalização e pesquisa científica.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de curatela, deve
ser assegurada sua participação, no maior grau possível, para a obtenção de
consentimento.
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência em situação
de tutela ou de curatela deve ser realizada, em caráter excepcional, apenas
quando houver indícios de benefício direto para sua saúde ou para a saúde de
outras pessoas com deficiência e desde que não haja outra opção de pesquisa
de eficácia comparável com participantes não tutelados ou curatelados.

1997
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem seu con-
sentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de morte e de emer-
gência em saúde, resguardado seu superior interesse e adotadas as salva-
guardas legais cabíveis.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO

Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito da pessoa


com deficiência.
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação tem por ob-
jetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísti-
cas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com deficiência
e de sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com
as demais pessoas.
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se em avalia-
ção multidisciplinar das necessidades, habilidades e potencialidades de cada
pessoa, observadas as seguintes diretrizes:
I – diagnóstico e intervenção precoces;
II – adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, bus-
cando o desenvolvimento de aptidões;
III – atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que
possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência;
IV – oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos
diferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicas
da pessoa com deficiência;
V – prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência,
inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saú-
de (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS).

1998
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilitação para a


pessoa com deficiência, são garantidos:
I – organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para atender às
características de cada pessoa com deficiência;
II – acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
III – tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e equipa-
mentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo com as especifici-
dades de cada pessoa com deficiência;
IV – capacitação continuada de todos os profissionais que participem dos
programas e serviços.
Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações articula-
das para garantir à pessoa com deficiência e sua família a aquisição de infor-
mações, orientações e formas de acesso às políticas públicas disponíveis, com
a finalidade de propiciar sua plena participação social.
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput deste artigo podem for-
necer informações e orientações nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência social, de assistência so-
cial, de habitação, de trabalho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
de promoção, proteção e defesa de direitos e nas demais áreas que possibili-
tem à pessoa com deficiência exercer sua cidadania.

CAPÍTULO III
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência


em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido aces-
so universal e igualitário.
§ 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na elaboração
das políticas de saúde a ela destinadas.

1999
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e técnicas, que


regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e contemplarão aspec-
tos relacionados aos direitos e às especificidades da pessoa com deficiência,
incluindo temas como sua dignidade e autonomia.
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com deficiência,
especialmente em serviços de habilitação e de reabilitação, deve ser garanti-
da capacitação inicial e continuada.
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pessoa com
deficiência devem assegurar:
I – diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe multidisciplinar;
II – serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para
qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição
de saúde e qualidade de vida;
III – atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambulatorial
e internação;
IV – campanhas de vacinação;
V – atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e atenden-
tes pessoais;
VI – respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orientação se-
xual da pessoa com deficiência;
VII – atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida;
VIII – informação adequada e acessível à pessoa com deficiência e a seus
familiares sobre sua condição de saúde;
IX – serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desenvolvimento
de deficiências e agravos adicionais;
X – promoção de estratégias de capacitação permanente das equipes que
atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no atendimento à pessoa com
deficiência, bem como orientação a seus atendentes pessoais;
XI – oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção, medica-
mentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as normas vigentes do
Ministério da Saúde.

2000
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às instituições privadas


que participem de forma complementar do SUS ou que recebam recursos pú-
blicos para sua manutenção.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à prevenção de
deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de:
I – acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com garantia
de parto humanizado e seguro;
II – promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, vigilância
alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral dos agravos relaciona-
dos à alimentação e nutrição da mulher e da criança;
III – aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de tria-
gem neonatal;
IV – identificação e controle da gestante de alto risco.
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obri-
gadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos os serviços e
produtos ofertados aos demais clientes.
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com
deficiência no local de residência, será prestado atendimento fora de domi-
cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, garantidos o transporte e a
acomodação da pessoa com deficiência e de seu acompanhante.
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegu-
rado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a
instituição de saúde proporcionar condições adequadas para sua permanência
em tempo integral.
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante ou do aten-
dente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao profissional de saúde
responsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste artigo, o ór-
gão ou a instituição de saúde deve adotar as providências cabíveis para suprir
a ausência do acompanhante ou do atendente pessoal.

2001
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa


com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores diferenciados por
planos e seguros privados de saúde, em razão de sua condição.
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de
saúde, tanto públicos como privados, e às informações prestadas e recebidas,
por meio de recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comu-
nicação previstas no inciso V do art. 3º desta Lei.
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto priva-
dos, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em conformidade
com a legislação em vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de
projetos arquitetônico, de ambientação de interior e de comunicação que
atendam às especificidades das pessoas com deficiência física, sensorial,
intelectual e mental.
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada
contra a pessoa com deficiência serão objeto de notificação compulsória pe-
los serviços de saúde públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério
Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a
pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em local público
ou privado, que lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegura-


dos sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo
de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de
seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

2002
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar


e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência,
colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, imple-
mentar, incentivar, acompanhar e avaliar:
I – sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem
como o aprendizado ao longo de toda a vida;
II – aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir con-
dições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da
oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras
e promovam a inclusão plena;
III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para
atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu
pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquis-
ta e o exercício de sua autonomia;
IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na
modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e
classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V – adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que
maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com defici-
ência, favorecendo o acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem
em instituições de ensino;
VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e téc-
nicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de
tecnologia assistiva;
VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de aten-
dimento educacional especializado, de organização de recursos e serviços de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de
tecnologia assistiva;

2003
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas


diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;
IX – adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos
aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante
com deficiência;
X – adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de forma-
ção inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para
o atendimento educacional especializado;
XI – formação e disponibilização de professores para o atendimento edu-
cacional especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér-
pretes e de profissionais de apoio;
XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos
de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estu-
dantes, promovendo sua autonomia e participação;
XIII – acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica
em igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas;
XIV – inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa
com deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
XV – acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jo-
gos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI – acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação
e demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e
às atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII – oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII – articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino,
aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X,
XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a
cobrança de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades,
anuidades e matrículas no cumprimento dessas determinações.

2004
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se re-


fere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I – os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica de-
vem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência
na Libras; (Vigência)
II – os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa
de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução
e Interpretação em Libras. (Vigência)
Art. 29. (VETADO).
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos
oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e
tecnológica, públicas e privadas, devem ser adotadas as seguintes medidas:
I – atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências
das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços;
II – disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos
específicos para que o candidato com deficiência informe os recursos de aces-
sibilidade e de tecnologia assistiva necessários para sua participação;
III – disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento
às necessidades específicas do candidato com deficiência;
IV – disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia as-
sistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo candidato
com deficiência;
V – dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com
deficiência, tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades
acadêmicas, mediante prévia solicitação e comprovação da necessidade;
VI – adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou
de redação que considerem a singularidade linguística da pessoa com defici-
ência, no domínio da modalidade escrita da língua portuguesa;
VII – tradução completa do edital e de suas retificações em Libras.

2005
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

CAPÍTULO V
DO DIREITO À MORADIA

Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, no seio da
família natural ou substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom-
panhada, ou em moradia para a vida independente da pessoa com deficiên-
cia, ou, ainda, em residência inclusiva.
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar
a criação e a manutenção de moradia para a vida independente da pessoa
com deficiência.
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusiva será pres-
tada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em situação de dependência
que não disponha de condições de autossustentabilidade, com vínculos fami-
liares fragilizados ou rompidos.
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsável goza de priorida-
de na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
I – reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades habitacionais
para pessoa com deficiência;
II – (VETADO);
III – em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibilidade nas
áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso térreo e de acessi-
bilidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
IV – disponibilização de equipamentos urbanos comunitários acessíveis;
V – elaboração de especificações técnicas no projeto que permitam a ins-
talação de elevadores.
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste artigo, será reconhe-
cido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de financiamen-
to devem ser compatíveis com os rendimentos da pessoa com deficiência
ou de sua família.

2006
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas unidades ha-
bitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do caput deste artigo,
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas às demais pessoas.
Art. 33. Ao poder público compete:
I – adotar as providências necessárias para o cumprimento do disposto
nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
II – divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a política habi-
tacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital e municipais, com
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.

CAPÍTULO VI
DO DIREITO AO TRABALHO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre es-
colha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de opor-
tunidades com as demais pessoas.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natu-
reza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
igual remuneração por trabalho de igual valor.
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamen-
to, seleção, contratação, admissão, exames admissional e periódico, perma-
nência no emprego, ascensão profissional e reabilitação profissional, bem
como exigência de aptidão plena.

2007
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao acesso a


cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções,
bonificações e incentivos profissionais oferecidos pelo empregador, em igual-
dade de oportunidades com os demais empregados.
§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilidade em cur-
sos de formação e de capacitação.
Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de trabalho e em-
prego promover e garantir condições de acesso e de permanência da pessoa
com deficiência no campo de trabalho.
Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedorismo e ao
trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o associativismo, devem
prever a participação da pessoa com deficiência e a disponibilização de linhas
de crédito, quando necessárias.

Seção II
Da Habilitação Profissional e Reabilitação Profissional

Art. 36. O poder público deve implementar serviços e programas comple-


tos de habilitação profissional e de reabilitação profissional para que a pessoa
com deficiência possa ingressar, continuar ou retornar ao campo do trabalho,
respeitados sua livre escolha, sua vocação e seu interesse.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios previstos no §
1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de reabilitação que possi-
bilite à pessoa com deficiência restaurar sua capacidade e habilidade profis-
sional ou adquirir novas capacidades e habilidades de trabalho.
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo destinado a propi-
ciar à pessoa com deficiência aquisição de conhecimentos, habilidades e ap-
tidões para exercício de profissão ou de ocupação, permitindo nível suficiente
de desenvolvimento profissional para ingresso no campo de trabalho.

2008
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional e de


educação profissional devem ser dotados de recursos necessários para atender
a toda pessoa com deficiência, independentemente de sua característica espe-
cífica, a fim de que ela possa ser capacitada para trabalho que lhe seja adequa-
do e ter perspectivas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir.
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação profissional
e de educação profissional deverão ser oferecidos em ambientes acessíveis
e inclusivos.
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional devem ocorrer
articuladas com as redes públicas e privadas, especialmente de saúde, de en-
sino e de assistência social, em todos os níveis e modalidades, em entidades
de formação profissional ou diretamente com o empregador.
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por meio de pré-
via formalização do contrato de emprego da pessoa com deficiência, que será
considerada para o cumprimento da reserva de vagas prevista em lei, desde
que por tempo determinado e concomitante com a inclusão profissional na
empresa, observado o disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional atenderão à
pessoa com deficiência.

Seção III
Da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Trabalho

Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência no traba-


lho a colocação competitiva, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, nos termos da legislação trabalhista e previdenciária, na qual devem
ser atendidas as regras de acessibilidade, o fornecimento de recursos de tec-
nologia assistiva e a adaptação razoável no ambiente de trabalho.
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com deficiência pode
ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas as seguintes diretrizes:
I – prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificul-
dade de inserção no campo de trabalho;

2009
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – provisão de suportes individualizados que atendam a necessidades es-


pecíficas da pessoa com deficiência, inclusive a disponibilização de recursos de
tecnologia assistiva, de agente facilitador e de apoio no ambiente de trabalho;
III – respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com defici-
ência apoiada;
IV – oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, com
vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de barreiras,
inclusive atitudinais;
V – realização de avaliações periódicas;
VI – articulação intersetorial das políticas públicas;
VII – possibilidade de participação de organizações da sociedade civil.
Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo seletivo pú-
blico ou privado para cargo, função ou emprego está obrigada à observância
do disposto nesta Lei e em outras normas de acessibilidade vigentes.

CAPÍTULO VII
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios no âm-


bito da política pública de assistência social à pessoa com deficiência e sua
família têm como objetivo a garantia da segurança de renda, da acolhida,
da habilitação e da reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da con-
vivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da
plena participação social.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos do caput
deste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços do âmbito da
Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial, ofertados pelo Suas,
para a garantia de seguranças fundamentais no enfrentamento de situações
de vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vínculos e ameaça ou vio-
lação de direitos.

2010
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com deficiência em


situação de dependência deverão contar com cuidadores sociais para prestar-lhe
cuidados básicos e instrumentais.
Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios
para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua família o benefício
mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei n. 8.742, de 7 de de-
zembro de 1993 .

CAPÍTULO VIII
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdên-


cia Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos da Lei Complemen-
tar n. 142, de 8 de maio de 2013 .

CAPÍTULO IX
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER

Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao


turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas,
sendo-lhe garantido o acesso:
I – a bens culturais em formato acessível;
II – a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades culturais
e desportivas em formato acessível; e
III – a monumentos e locais de importância cultural e a espaços que ofe-
reçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em formato acessível
à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento, inclusive sob a alegação
de proteção dos direitos de propriedade intelectual.

2011
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à eliminação, à


redução ou à superação de barreiras para a promoção do acesso a todo pa-
trimônio cultural, observadas as normas de acessibilidade, ambientais e de
proteção do patrimônio histórico e artístico nacional.
Art. 43. O poder público deve promover a participação da pessoa com
deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais, esportivas e recre-
ativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
I – incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de recursos ade-
quados, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas;
II – assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços presta-
dos por pessoa ou entidade envolvida na organização das atividades de que
trata este artigo; e
III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e ati-
vidades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no
sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte,
locais de espetáculos e de conferências e similares, serão reservados espaços
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acordo com a capacidade
de lotação da edificação, observado o disposto em regulamento.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem ser distri-
buídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, em todos os se-
tores, próximos aos corredores, devidamente sinalizados, evitando-se áreas
segregadas de público e obstrução das saídas, em conformidade com as
normas de acessibilidade.
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assentos reser-
vados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por pessoas sem
deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, observado o disposto
em regulamento.

2012
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem situar-se em


locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, resguardado o direito de
se acomodar proximamente a grupo familiar e comunitário.
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo, deve haver, obrigatoria-
mente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, conforme padrões
das normas de acessibilidade, a fim de permitir a saída segura da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida, em caso de emergência.
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no caput deste artigo de-
vem atender às normas de acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões, recursos de
acessibilidade para a pessoa com deficiência. (Vigência)
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá ser supe-
rior ao valor cobrado das demais pessoas.
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos observan-
do-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de
acessibilidade, conforme legislação em vigor. (Vigência) (Reglamento)
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, pelo menos,
10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo, 1
(uma) unidade acessível.
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão ser locali-
zados em rotas acessíveis.

CAPÍTULO X
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE

Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência


ou com mobilidade reduzida será assegurado em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos
os obstáculos e barreiras ao seu acesso.

2013
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte coletivo terres-


tre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
grantes desses serviços os veículos, os terminais, as estações, os pontos de
parada, o sistema viário e a prestação do serviço.
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, sempre que
houver interação com a matéria nela regulada, a outorga, a concessão, a per-
missão, a autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e de serviços de
transporte coletivo.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as em-
presas de transporte coletivo de passageiros dependem da certificação de aces-
sibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao público, de uso
público ou privado de uso coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas
vagas próximas aos acessos de circulação de pedestres, devidamente sina-
lizadas, para veículos que transportem pessoa com deficiência com compro-
metimento de mobilidade, desde que devidamente identificados.
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo devem equivaler a 2%
(dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente
sinalizada e com as especificações de desenho e traçado de acordo com as
normas técnicas vigentes de acessibilidade.
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exibir, em
local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a ser confeccionada
e fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão suas características e
condições de uso.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os
infratores às sanções previstas no inciso XVII do art. 181 da Lei n. 9.503, de
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) .
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo sujeita os in-
fratores às sanções previstas no inciso XX do art. 181 da Lei n. 9.503, de 23
de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2014
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é vinculada à pessoa


com deficiência que possui comprometimento de mobilidade e é válida em
todo o território nacional.
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
as instalações, as estações, os portos e os terminais em operação no País de-
vem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput deste artigo devem
dispor de sistema de comunicação acessível que disponibilize informações
sobre todos os pontos do itinerário.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e segurança nos
procedimentos de embarque e de desembarque nos veículos de transporte
coletivo, de acordo com as normas técnicas.
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos veículos, as em-
presas de transporte coletivo de passageiros dependem da certificação de aces-
sibilidade emitida pelo gestor público responsável pela prestação do serviço.
Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo, na reno-
vação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46
e 48 desta Lei. (Vigência)
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos acessíveis e
a sua utilização como táxis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas
as pessoas.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez por
cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência. (Vide Decreto n.
9.762, de 2019) (Vigência)
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores adicionais
pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais com vistas a
possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere o caput deste artigo.

2015
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1 (um) veículo


adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
veículos de sua frota. (Vide Decreto n. 9.762, de 2019) (Vigência)
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo, câmbio au-
tomático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio
e de embreagem.

TÍTULO III
DA ACESSIBILIDADE

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou


com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos
de cidadania e de participação social.
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei e de ou-
tras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver interação com a
matéria nela regulada:
I – a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de comunicação
e informação, a fabricação de veículos de transporte coletivo, a prestação do
respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de obra, quando tenham
destinação pública ou coletiva;
II – a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autorização ou
habilitação de qualquer natureza;
III – a aprovação de financiamento de projeto com utilização de recursos
públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou
instrumento congênere; e
IV – a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo e de fi-
nanciamento internacionais por entes públicos ou privados.

2016
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem do meio físi-


co, de transporte, de informação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
nologias da informação e comunicação, e de outros serviços, equipamentos
e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo,
tanto na zona urbana como na rural, devem atender aos princípios do dese-
nho universal, tendo como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de caráter geral.
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não
possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação razoável.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteúdos temáticos
referentes ao desenho universal nas diretrizes curriculares da educação profis-
sional e tecnológica e do ensino superior e na formação das carreiras de Estado.
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem desenvol-
vidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências
de fomento deverão incluir temas voltados para o desenho universal.
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão considerar
a adoção do desenho universal.
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de uso de
edificações abertas ao público, de uso público ou privadas de uso coletivo de-
verão ser executadas de modo a serem acessíveis.
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de Engenha-
ria, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabilidade técnica de
projetos, devem exigir a responsabilidade profissional declarada de atendi-
mento às regras de acessibilidade previstas em legislação e em normas téc-
nicas pertinentes.
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certificado de
projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instalações e equipamentos
temporários ou permanentes e para o licenciamento ou a emissão de certifi-
cado de conclusão de obra ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às
regras de acessibilidade.

2017
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edificação ou de


serviço, determinará a colocação, em espaços ou em locais de ampla visibili-
dade, do símbolo internacional de acesso, na forma prevista em legislação e
em normas técnicas correlatas.
Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já existentes de-
vem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência em todas as suas depen-
dências e serviços, tendo como referência as normas de acessibilidade vigentes.
Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado multifami-
liar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na forma regulamentar.
(Regulamento)
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo projeto e pela
construção das edificações a que se refere o caput deste artigo devem as-
segurar percentual mínimo de suas unidades internamente acessíveis, na
forma regulamentar.
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição de unida-
des internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste artigo.
Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públicos, o po-
der público e as empresas concessionárias responsáveis pela execução das
obras e dos serviços devem garantir, de forma segura, a fluidez do trânsito e
a livre circulação e acessibilidade das pessoas, durante e após sua execução.
Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibilidade pre-
vistas em legislação e em normas técnicas, observado o disposto na Lei n.
10.098, de 19 de dezembro de 2000, n. 10.257, de 10 de julho de 2001, e n.
12.587, de 3 de janeiro de 2012 :
I – os planos diretores municipais, os planos diretores de transporte e
trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de preservação de sítios
históricos elaborados ou atualizados a partir da publicação desta Lei;
II – os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e ocupação
do solo e as leis do sistema viário;
III – os estudos prévios de impacto de vizinhança;

2018
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

IV – as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e


V – a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento para qual-
quer atividade são condicionadas à observação e à certificação das regras
de acessibilidade.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equivalente e
sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormente às exigências
de acessibilidade, é condicionada à observação e à certificação das regras
de acessibilidade.
Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das ações de
acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
I – eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva de recur-
sos para implementação das ações; e
II – planejamento contínuo e articulado entre os setores envolvidos.
Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solicitação, o
recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos em
formato acessível.

CAPÍTULO II
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO

Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet mantidos por


empresas com sede ou representação comercial no País ou por órgãos de go-
verno, para uso da pessoa com deficiência, garantindo-lhe acesso às informa-
ções disponíveis, conforme as melhores práticas e diretrizes de acessibilidade
adotadas internacionalmente.
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em destaque.
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públicos federais
para seu custeio ou sua instalação e lan houses devem possuir equipamentos
e instalações acessíveis.

2019
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o § 2º deste artigo devem


garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus computadores com recursos
de acessibilidade para pessoa com deficiência visual, sendo assegurado pelo me-
nos 1 (um) equipamento, quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o art. 63 desta
Lei deve ser observada para obtenção do financiamento de que trata o inciso
III do art. 54 desta Lei.
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunicações deve-
rão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, conforme regulamenta-
ção específica.
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de aparelhos de telefo-
nia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre outras tecnologias as-
sistivas, possuam possibilidade de indicação e de ampliação sonoras de todas
as operações e funções disponíveis.
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem permitir o
uso dos seguintes recursos, entre outros:
I – subtitulação por meio de legenda oculta;
II – janela com intérprete da Libras;
III – audiodescrição.
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo à produ-
ção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização de livros em for-
matos acessíveis, inclusive em publicações da administração pública ou finan-
ciadas com recursos públicos, com vistas a garantir à pessoa com deficiência
o direito de acesso à leitura, à informação e à comunicação.
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abastecimento ou
a atualização de acervos de bibliotecas em todos os níveis e modalidades de
educação e de bibliotecas públicas, o poder público deverá adotar cláusulas
de impedimento à participação de editoras que não ofertem sua produção
também em formatos acessíveis.

2020
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam


ser reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecno-
logias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sinte-
tizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes e impressão em Braille.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produção de
artigos científicos em formato acessível, inclusive em Libras.
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de informações
corretas e claras sobre os diferentes produtos e serviços ofertados, por quais-
quer meios de comunicação empregados, inclusive em ambiente virtual, con-
tendo a especificação correta de quantidade, qualidade, características, com-
posição e preço, bem como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança
do consumidor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no
que couber, os arts. 30 a 41 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 .
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publicitários vei-
culados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos demais
veículos de comunicação abertos ou por assinatura devem disponibilizar, con-
forme a compatibilidade do meio, os recursos de acessibilidade de que trata
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem
prejuízo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da Lei n. 8.078, de 11
de setembro de 1990 .
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicitação, exempla-
res de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
gação em formato acessível.
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, oficinas
e demais eventos de natureza científico-cultural devem oferecer à pessoa
com deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia assistiva previstos
no art. 67 desta Lei.
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais eventos de
natureza científico-cultural promovidos ou financiados pelo poder público devem
garantir as condições de acessibilidade e os recursos de tecnologia assistiva.

2021
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a serem de-


senvolvidos com o apoio de agências de financiamento e de órgãos e enti-
dades integrantes da administração pública que atuem no auxílio à pesquisa
devem contemplar temas voltados à tecnologia assistiva.
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria com orga-
nizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpre-
tes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille,
audiodescrição, estenotipia e legendagem.

CAPÍTULO III
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA

Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recur-


sos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assis-
tiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida.
Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de medidas, a ser
renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a finalidade de:
I – facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta de linhas
de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
II – agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação de tecno-
logia assistiva, especialmente as questões atinentes a procedimentos alfan-
degários e sanitários;
III – criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção nacional de
tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de linhas de crédito sub-
sidiado e de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de importação
de tecnologia assistiva;
V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos de tecno-
logia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do SUS e por outros
órgãos governamentais.

2022
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os procedi-


mentos constantes do plano específico de medidas deverão ser avaliados,
pelo menos, a cada 2 (dois) anos.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA

Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência todos os
direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igualdade de condições
com as demais pessoas.
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de votar e de ser
votada, inclusive por meio das seguintes ações:
I – garantia de que os procedimentos, as instalações, os materiais e os
equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas
e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a instalação de seções eleitorais
exclusivas para a pessoa com deficiência;
II – incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a desempenhar
quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, inclusive por meio
do uso de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III – garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral
obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão possuam,
pelo menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
IV – garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tanto, sempre
que necessário e a seu pedido, permissão para que a pessoa com deficiência
seja auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com deficiência,
inclusive quando institucionalizada, na condução das questões públicas, sem
discriminação e em igualdade de oportunidades, observado o seguinte:
I – participação em organizações não governamentais relacionadas à vida
pública e à política do País e em atividades e administração de partidos políticos;

2023
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – formação de organizações para representar a pessoa com deficiência


em todos os níveis;
III – participação da pessoa com deficiência em organizações que a representem.

TÍTULO IV
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento científico, a


pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com deficiência e sua inclusão social.
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de conheci-
mentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento de deficiências e
ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e social.
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem ser fomen-
tadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a formação de recur-
sos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes de áreas do conhecimento.
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de instituições públi-
cas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias assistiva e social que
sejam voltadas para melhoria da funcionalidade e da participação social da
pessoa com deficiência.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas periodica-
mente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoamento.
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimento, a inovação
e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o acesso da pessoa com de-
ficiência às tecnologias da informação e comunicação e às tecnologias sociais.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial:
I – o emprego de tecnologias da informação e comunicação como instru-
mento de superação de limitações funcionais e de barreiras à comunicação, à
informação, à educação e ao entretenimento da pessoa com deficiência;

2024
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

II – a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a ampliar a


acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos sítios da inter-
net, em especial aos serviços de governo eletrônico.

LIVRO II
PARTE ESPECIAL

TÍTULO I
DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa com deficiên-
cia à justiça, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, garan-
tindo, sempre que requeridos, adaptações e recursos de tecnologia assistiva.
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em todo o pro-
cesso judicial, o poder público deve capacitar os membros e os servidores que
atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, na Defensoria Pública, nos
órgãos de segurança pública e no sistema penitenciário quanto aos direitos
da pessoa com deficiência.
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência submetida a me-
dida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a que fazem jus os
apenados sem deficiência, garantida a acessibilidade.
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as medidas ne-
cessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia assistiva
disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garantido o acesso à jus-
tiça, sempre que figure em um dos polos da ação ou atue como testemunha,
partícipe da lide posta em juízo, advogado, defensor público, magistrado ou
membro do Ministério Público.

2025
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Delegado de Polícia Civil

Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o acesso ao conteúdo


de todos os atos processuais de seu interesse, inclusive no exercício da advocacia.
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos por
ocasião da aplicação de sanções penais.
Art. 82. (VETADO).
Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou criar
óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus serviços em razão de
deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua capacidade legal plena,
garantida a acessibilidade.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto no caput deste artigo
constitui discriminação em razão de deficiência.

CAPÍTULO II
DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI

Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício


de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à cura-
tela, conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada
de decisão apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida
protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de
cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua
administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.
Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos
de natureza patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à
sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao traba-
lho e ao voto.

2026
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§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da


sentença as razões e motivações de sua definição, preservados os interes-
ses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao nomear
curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vínculo de natureza
familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida a situação
de curatela da pessoa com deficiência.
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger os inte-
resses da pessoa com deficiência em situação de curatela, será lícito ao juiz,
ouvido o Ministério Público, de oficio ou a requerimento do interessado, no-
mear, desde logo, curador provisório, o qual estará sujeito, no que couber, às
disposições do Código de Processo Civil .

TÍTULO II
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de


sua deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encontrar-se sob
cuidado e responsabilidade do agente.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput deste artigo é cometido
por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qual-
quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, ouvido
o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob
pena de desobediência:
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do material
discriminatório;

2027
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Delegado de Polícia Civil

II – interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação


na internet.
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da condenação, após
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido.
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios,
remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido:
I – por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial; ou
II – por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de profissão.
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde,
entidades de abrigamento ou congêneres:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessida-
des básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou
documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefí-
cios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações finan-
ceiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é co-
metido por tutor ou curador.

TÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiên-


cia (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a finalidade de coletar,
processar, sistematizar e disseminar informações georreferenciadas que per-
mitam a identificação e a caracterização socioeconômica da pessoa com defi-
ciência, bem como das barreiras que impedem a realização de seus direitos.

2028
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executivo fede-


ral e constituído por base de dados, instrumentos, procedimentos e siste-
mas eletrônicos.
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obtidos pela inte-
gração dos sistemas de informação e da base de dados de todas as políticas
públicas relacionadas aos direitos da pessoa com deficiência, bem como por
informações coletadas, inclusive em censos nacionais e nas demais pesquisas
realizadas no País, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Conven-
ção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
§ 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é facultada a ce-
lebração de convênios, acordos, termos de parceria ou contratos com institui-
ções públicas e privadas, observados os requisitos e procedimentos previstos
em legislação específica.
§ 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as liberdades
fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios éticos que regem a
utilização de informações, devem ser observadas as salvaguardas estabele-
cidas em lei.
§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utilizados para
as seguintes finalidades:
I – formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas públicas
para a pessoa com deficiência e para identificar as barreiras que impedem a
realização de seus direitos;
II – realização de estudos e pesquisas.
§ 6º As informações a que se refere este artigo devem ser disseminadas
em formatos acessíveis.
Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos de con-
trole interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legislação re-
lativa à pessoa com deficiência e das normas de acessibilidade vigentes.
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pessoa com
deficiência moderada ou grave que:

2029
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I – receba o benefício de prestação continuada previsto no art. 20 da Lei


n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exercer atividade remu-
nerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS;
II – tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de prestação conti-
nuada previsto no art. 20 da Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que exer-
ça atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório do RGPS.
Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com deficiência pe-
rante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional
e indevido, hipótese na qual serão observados os seguintes procedimentos:
I – quando for de interesse do poder público, o agente promoverá o con-
tato necessário com a pessoa com deficiência em sua residência;
II – quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apresentará
solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar-se por procurador
constituído para essa finalidade.
Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência atendimento do-
miciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, con-
tratado ou conveniado, que integre o SUS e pelas entidades da rede socioa-
ssistencial integrantes do Suas, quando seu deslocamento, em razão de sua
limitação funcional e de condições de acessibilidade, imponha-lhe ônus des-
proporcional e indevido.
Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965
(Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 135..................................................................
........................................................................................
§ 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada eleição, expedir
instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na escolha dos locais de vo-
tação, de maneira a garantir acessibilidade para o eleitor com deficiência ou
com mobilidade reduzida, inclusive em seu entorno e nos sistemas de trans-
porte que lhe dão acesso.
....................................................................................” (NR)

2030
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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Art. 97. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo De-
creto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguin-
tes alterações:
“Art. 428...................................................................
...........................................................................................
§ 6º Para os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação da escola-
ridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades
e competências relacionadas com a profissionalização.
...........................................................................................
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou mais, a va-
lidade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula
e frequência em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de
entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.” (NR)
“Art. 433...................................................................
...........................................................................................
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o apren-
diz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tec-
nologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades;
..................................................................................” (NR)
Art. 98. A Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigorar com
as seguintes alterações:
“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coleti-
vos, difusos, individuais homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa
com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério Público, pela Defenso-
ria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal,
por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por
autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia
mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interes-
ses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
.................................................................................” (NR)

2031
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

“Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
I – recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou
fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua deficiência;
II – obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer
cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência;
III – negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão
de sua deficiência;
IV – recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assis-
tência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;
V – deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial ex-
pedida na ação civil a que alude esta Lei;
VI – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositu-
ra da ação civil pública objeto desta Lei, quando requisitados.
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferi-
mento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de estágio probatório
em concursos públicos não exclui a responsabilidade patrimonial pessoal do
administrador público pelos danos causados.
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de
pessoa com deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive
com cobrança de valores diferenciados.
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência,
a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
Art. 99. O art. 20 da Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso XVIII:
“Art. 20.......................................................................
..............................................................................................
XVIII – quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite ad-
quirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
..................................................................................” (NR)

2032
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

Art. 100. A Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa


do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 6º.......................................................................
............................................................................................
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste
artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento.” (NR)
“Art. 43.......................................................................
............................................................................................
§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser
disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)
Art. 101. A Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 16.......................................................................
I – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de
qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
............................................................................................
III – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte
e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave;
.................................................................................” (NR)
“Art. 77......................................................................
............................................................................................
§ 2º..............................................................................
............................................................................................
II – para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos,
pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de idade, salvo se for
inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
...................................................................................

2033
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§ 4º (VETADO).
...................................................................................” (NR)
“Art. 93. (VETADO):
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – (VETADO);
IV – (VETADO);
V – (VETADO).
§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário reabilitado da
Previdência Social ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90
(noventa) dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeterminado
somente poderão ocorrer após a contratação de outro trabalhador com defi-
ciência ou beneficiário reabilitado da Previdência Social.
§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer a siste-
mática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas sobre o total
de empregados e as vagas preenchidas por pessoas com deficiência e por
beneficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, quando soli-
citados, aos sindicatos, às entidades representativas dos empregados ou aos
cidadãos interessados.
§ 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a contratação
direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que
trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n.
5.452, de 1º de maio de 1943.
§ 4º (VETADO).” (NR)
“Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios operacionalizados pelo
INSS, não será exigida apresentação de termo de curatela de titular ou de
beneficiário com deficiência, observados os procedimentos a serem estabele-
cidos em regulamento.”
Art. 102. O art. 2º da Lei n. 8.313, de 23 de dezembro de 1991, passa a
vigorar acrescido do seguinte § 3º:

2034
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Delegado de Polícia Civil

“Art. 2º.........................................................................
.............................................................................................
§ 3º Os incentivos criados por esta Lei somente serão concedidos a proje-
tos culturais que forem disponibilizados, sempre que tecnicamente possível,
também em formato acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto
em regulamento.” (NR)
Art. 103. O art. 11 da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992, passa a vigo-
rar acrescido do seguinte inciso IX:
“Art. 11......................................................................
............................................................................................
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação.” (NR)
Art. 104. A Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 3º.....................................................................
..........................................................................................
§ 2º...........................................................................
..........................................................................................
V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-
to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para
reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade
previstas na legislação.
...........................................................................................
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de pre-
ferência para:
I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a nor-
mas técnicas brasileiras; e
II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que compro-
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com de-
ficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de
acessibilidade previstas na legislação.
...................................................................................” (NR)

2035
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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“Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do


§ 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução
do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência
ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibili-
dade previstas na legislação.
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos requi-
sitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.”
Art. 105. O art. 20 da Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 20.......................................................................
.............................................................................................
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, con-
sidera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na so-
ciedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
............................................................................................
§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de apren-
dizagem não serão computados para os fins de cálculo da renda familiar per
capita a que se refere o § 3º deste artigo.
.............................................................................................
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão
ser utilizados outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do
grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme regulamento.” (NR)
Art. 106. (VETADO).
Art. 107. A Lei n. 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
“Art. 1º É proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limita-
tiva para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por
motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência,

2036
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hi-


póteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do
art. 7º da Constituição Federal. ” (NR)
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dispositivos
legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia, raça, cor
ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei são passíveis das seguin-
tes cominações:
..................................................................................” (NR)
“Art. 4º........................................................................
I – a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de afas-
tamento, mediante pagamento das remunerações devidas, corrigidas mone-
tariamente e acrescidas de juros legais;
....................................................................................” (NR)
Art. 108. O art. 35 da Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995, passa a
vigorar acrescido do seguinte § 5º:
“Art. 35.......................................................................
.............................................................................................
§ 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX do parágrafo único do art. 3º da
Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, a pessoa com deficiência, ou o con-
tribuinte que tenha dependente nessa condição, tem preferência na restituição
referida no inciso III do art. 4º e na alínea “c” do inciso II do art. 8º.” (NR)
Art. 109. A Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2º...........................................................
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias ter-
restres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo.” (NR)

2037
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
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“Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o


inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas
placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido.”
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessi-
bilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação.
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cur-
sos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser aces-
sível, por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução
simultânea em Libras.
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva reque-
rer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompa-
nhamento em aulas práticas e teóricas.”
“Art. 154. (VETADO).”
“Art. 181....................................................................
..........................................................................................
XVII – Infração - grave;
.................................................................................” (NR)
Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 da Lei n. 9.615, de 24 de março
de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 56.....................................................................
...........................................................................................
VI – 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecadação bruta
dos concursos de prognósticos e loterias federais e similares cuja realização
estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-se esse valor do montante
destinado aos prêmios;
.............................................................................................

2038
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

§ 1º Do total de recursos financeiros resultantes do percentual de que


trata o inciso VI do caput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e noventa e seis
centésimos por cento) serão destinados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro centésimos por cento) ao Comitê
Paralímpico Brasileiro (CPB), devendo ser observado, em ambos os casos, o
conjunto de normas aplicáveis à celebração de convênios pela União.
..................................................................................” (NR)
Art. 111. O art. 1º da Lei n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com idade igual ou superior
a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças de
colo e os obesos terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei.” (NR)
Art. 112. A Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
“Art. 2º.......................................................................
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com
segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi-
ficações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de
uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural,
por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que
limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição
e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de
expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circu-
lação com segurança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e
privados abertos ao público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

2039
GRAN VADE MECUM – Legislação Consolidada para a PC/PB
Delegado de Polícia Civil

d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstá-


culo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de
comunicação e de tecnologia da informação;
III – pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo
de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na so-
ciedade em igualdade de condições com as demais pessoas;
IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer moti-
vo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução
efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percep-
ção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
V – acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, po-
dendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal;
VI – elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urba-
nização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo
e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico;
VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos
espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização
ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provo-
que alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes
de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às teleco-
municações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga;
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dis-
positivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que obje-
tivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
mia, independência, qualidade de vida e inclusão social;

2040
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IX – comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre


outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a
visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunica-
ção tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de
comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
X – desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e
serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação
ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e
dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de
forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas
com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de urbanização e
parte da via pública, normalmente segregado e em nível diferente, destina-se
somente à circulação de pedestres e, quando possível, à implantação de
mobiliário urbano e de vegetação.” (NR)
“Art. 9º........................................................................
Parágrafo único. Os semáforos para pedestres instalados em vias públi-
cas de grande circulação, ou que deem acesso aos serviços de reabilitação,
devem obrigatoriamente estar equipados com mecanismo que emita sinal
sonoro suave para orientação do pedestre.” (NR)
“Art. 10-A. A instalação de qualquer mobiliário urbano em área de circu-
lação comum para pedestre que ofereça risco de acidente à pessoa com de-
ficiência deverá ser indicada mediante sinalização tátil de alerta no piso, de
acordo com as normas técnicas pertinentes.”
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os estabelecimentos congêneres de-
vem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou não, para o atendi-
mento da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”

2041
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Art. 113. A Lei n. 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade),


passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º......................................................................
............................................................................................
III – promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e me-
lhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos
passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público;
IV – instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação,
saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de
acessibilidade aos locais de uso público;
.................................................................................” (NR)
“Art. 41.....................................................................
...........................................................................................
§ 3º As cidades de que trata o caput deste artigo devem elaborar plano
de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no qual está inserido, que
disponha sobre os passeios públicos a serem implantados ou reformados pelo
poder público, com vistas a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência
ou com mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as
que concentrem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e privados de
saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, correios e telégrafos,
bancos, entre outros, sempre que possível de maneira integrada com os sis-
temas de transporte coletivo de passageiros.” (NR)
Art. 114. A Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa
a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da
vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
I – (Revogado);
II – (Revogado);
III – (Revogado).” (NR)

2042
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“Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


.....................................................................................
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade;
.............................................................................................
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial.” (NR)
“Art. 228......................................................................
.............................................................................................
II – (Revogado);
III – (Revogado);
.............................................................................................
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de con-
dições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de
tecnologia assistiva.” (NR)
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores re-
vogar a autorização.” (NR)
“Art. 1.548....................................................................
I – (Revogado);
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.550...................................................................
.............................................................................................
§ 1º ..............................................................................
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia pode-
rá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de
seu responsável ou curador.” (NR)
“Art. 1.557.................................................................
............................................................................................

2043
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III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável


que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por con-
tágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de
sua descendência;
IV – (Revogado).” (NR)
“Art. 1.767...................................................................
I – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem expri-
mir sua vontade;
II – (Revogado);
III – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
IV – (Revogado);
....................................................................................” (NR)
“Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido:
.............................................................................................
IV – pela própria pessoa.” (NR)
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente promoverá o processo que de-
fine os termos da curatela:
I – nos casos de deficiência mental ou intelectual;
............................................................................................
III – se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas mencionadas
no inciso II.” (NR)
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da curatela, o juiz,
que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmen-
te o interditando.” (NR)
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da pessoa,
os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e
indicará curador.
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a von-
tade e as preferências do interditando, a ausência de conflito de interesses e
de influência indevida, a proporcionalidade e a adequação às circunstâncias
da pessoa.” (NR)

2044
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“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o


juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.”
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o
apoio necessário para ter preservado o direito à convivência familiar e comu-
nitária, sendo evitado o seu recolhimento em estabelecimento que os afaste
desse convívio.” (NR)
Art. 115. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei n. 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com a seguinte redação:

“TÍTULO IV
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA”

Art. 116. O Título IV do Livro IV da Parte Especial da Lei n. 10.406, de


10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar acrescido do seguinte
Capítulo III:

“CAPÍTULO III
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA

Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pes-


soa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais
mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na
tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os li-
mites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos inte-
resses da pessoa que devem apoiar.
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a
ser apoiada, com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio
previsto no caput deste artigo.

2045
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§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada,


o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva do Ministério Público,
ouvirá pessoalmente o requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre ter-
ceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado.
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especifican-
do, por escrito, sua função em relação ao apoiado.
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo re-
levante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos
apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público, decidir sobre a questão.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão indevida ou não
adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer pes-
soa apresentar denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará,
ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra pessoa para presta-
ção de apoio.
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o término de
acordo firmado em processo de tomada de decisão apoiada.
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua participação do
processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu desligamento condiciona-
do à manifestação do juiz sobre a matéria.
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposi-
ções referentes à prestação de contas na curatela.”
Art. 117. O art. 1º da Lei n. 11.126, de 27 de junho de 2005, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de
cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos
os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso
público e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições im-
postas por esta Lei.
.............................................................................................

2046
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§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as modalidades


e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passageiros, inclusive em
esfera internacional com origem no território brasileiro.” (NR)
Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei n. 11.904, de 14 de janeiro de
2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
“Art. 46.......................................................................
...........................................................................................
IV – k) de acessibilidade a todas as pessoas.
.................................................................................” (NR)
Art. 119. A Lei n. 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigorar acres-
cida do seguinte art. 12-B:
“Art. 12-B. Na outorga de exploração de serviço de táxi, reservar-se-ão
10% (dez por cento) das vagas para condutores com deficiência.
§ 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma do caput deste artigo,
o condutor com deficiência deverá observar os seguintes requisitos quanto ao
veículo utilizado:
I – ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
II – estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legislação vigente.
§ 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma estabelecida no
caput deste artigo, as remanescentes devem ser disponibilizadas para os de-
mais concorrentes.”
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a ela-
boração de relatórios circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos esta-
belecidos por força das Leis n. 10.048, de 8 de novembro de 2000, e n. 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao Ministério
Público e aos órgãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão ser
apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da entrada em vigor desta Lei.

2047
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Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta Lei não


excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive em pactos, trata-
dos, convenções e declarações internacionais aprovados e promulgados pelo
Congresso Nacional, e devem ser aplicados em conformidade com as demais
normas internas e acordos internacionais vinculantes sobre a matéria.
Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa com deficiência.
Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto nesta Lei
ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a ser dispensado às mi-
croempresas e às empresas de pequeno porte, previsto no § 3º do art. 1º da
Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 .
Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos: (Vigência)
I – o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei n. 9.008, de 21 de março de 1995 ;
II – os incisos I, II e III do art. 3º da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
III – os incisos II e III do art. 228 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
IV – o inciso I do art. 1.548 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil);
V – o inciso IV do art. 1.557 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil);
VI – os incisos II e IV do art. 1.767 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil);
VII – os arts. 1.776 e 1.780 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil).
Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei deverá entrar em vigor em até 2
(dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei.
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discriminados, a partir
da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos seguintes dispositivos:
I – incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito) meses;

2048
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II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses; (Redação dada pela Lei


nº 14.159, de 2021)
III – art. 45, 24 (vinte e quatro) meses;
IV – art. 49, 48 (quarenta e oito) meses.
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência da Lei n.
8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta)
dias de sua publicação oficial .

Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da República.

DILMA ROUSSEF
Marivaldo de Castro Pereira
Joaquim Vieira Ferreira Levy
Renato Janine Ribeiro
Armando Monteiro
Nelson Barbosa
Gilberto Kassab
Luis Inácio Lucena Adams
Gilberto José Spier Vargas
Guilherme Afif Domingos

Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015*

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