Programa EAD-EJEF
Sumário
Como utilizar este material........................................................................................................ 4
1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4
1.1. Nosso objetivo ................................................................................................................. 4
2 – ATOS DE COMUNICAÇÃO ............................................................................................... 5
2.1. Conceito ........................................................................................................................... 5
2.2. Tipos de atos de comunicação ..................................................................................... 6
2.3 Elementos formadores dos atos de comunicação ...................................................... 7
3. 1ª PARTE: ASPECTOS GERAIS SOBRE OS ATOS DE COMUNICAÇÃO ................ 9
3.1. Dia e horário para a realização dos atos processuais .............................................. 9
3.2. Lugar para a realização dos atos processuais ........................................................ 17
3.3. Capacidade para a prática dos atos processuais.................................................... 23
3.4. Assinaturas .................................................................................................................... 33
3.5. Prazos para a realização dos atos processuais ...................................................... 36
4. 2ª PARTE: ASPECTOS ESPECÍFICOS SOBRE OS ATOS DE COMUNICAÇÃO .. 40
4.1. Citação ........................................................................................................................... 40
4.2. Intimação........................................................................................................................ 54
4.3. Notificação (arts. 867/873 da Seção X, do Capítulo II (Dos Procedimentos
Cautelares Específicos), do Código de Processo Civil. ................................................. 60
4.4. Cientificação .................................................................................................................. 62
4.5. Ofício............................................................................................................................... 63
5. 3ª PARTE: CUMPRIMENTO DO MANDADO PELO OFICIAL DE JUSTIÇA............. 68
5.1. Mandado ........................................................................................................................ 68
5.2. Requisitos legais ........................................................................................................... 77
5.3. Momento da diligência ................................................................................................. 80
5.4. Medidas complementares ........................................................................................... 82
5.5. Número de diligências a serem realizadas para cumprimento de cada mandado
................................................................................................................................................. 86
5.6. Presença de testemunhas no ato da diligência ....................................................... 88
5.7. Incidentes inerentes ao cumprimento de mandados .............................................. 89
5.8. Conteúdo da certidão exarada pelo Oficial de Justiça ........................................... 95
5.9. Cumprimento dos atos de comunicação com data aprazada ............................... 98
2
6. SITUAÇÕES RELEVANTES ENVOLVENDO OS ATOS DE COMUNICAÇÃO ........ 99
6.1. Pessoa física ................................................................................................................. 99
6.2. Pessoa jurídica .............................................................................................................. 99
6.3. Representante legal de empresa ............................................................................. 101
6.4. Pessoa jurídica de direito público ............................................................................ 101
6.5. Falecimento da pessoa indicada para a diligência ................................................ 102
6. 6. Interditando ................................................................................................................. 103
6. 7. Funcionário público em local de trabalho .............................................................. 104
6. 8. Militar em serviço ....................................................................................................... 105
6.9. Réu / Réu preso .......................................................................................................... 106
6.10. Procedimento sumário ............................................................................................. 106
6.11. Citação em medida cautelar ou liminar ................................................................. 107
6.12 . Citação no Processo de Execução Fiscal ........................................................... 108
6.13. Cumprimento de mandados com adolescente e menor infrator ....................... 109
6.14. Cumprimento de atos de comunicação envolvendo Juizados Especiais ........ 113
7. PESSOAS LEGALMENTE APONTADAS PARA RECEBER E ASSINAR OS
MANDADOS ............................................................................................................................ 114
8. MATERIAIS DE APOIO .................................................................................................... 119
Legislação pertinente aos Oficiais de Justiça Avaliadores .............................. 122
3
Como utilizar este material
A utilização e impressão dos materiais do curso somente serão permitidas para uso pessoal do
aluno, visando facilitar o aprendizado dos temas tratados, sendo proibida sua reprodução e
distribuição sem prévia autorização da EJEF e de seus autores, Izabel Alves de Macedo
Girardelli e Juarez Antônio da Silva, orientadores no Serviço de Apoio aos Oficiais de Justiça.
1 – INTRODUÇÃO
Os atos deverão ser praticados sempre com pessoas com capacidade civil,
razão pela qual faremos o estudo relacionado à integração da capacidade no
caso dos menores, que são representados ou assistidos, bem como dos
curatelados e tutorados.
4
Como o trabalho do Oficial de Justiça relaciona-se diretamente com solução de
conflitos, a possibilidade de resistência, em razão do ato processual a ser
praticado, é visível, o que ensejou observação sobre o tema.
2 – ATOS DE COMUNICAÇÃO
2.1. Conceito
São atos que têm por objeto a transmissão de uma mensagem, vinculada a um
ato passado ou futuro necessário à movimentação de um processo. Essa
vinculação ocorre devido à publicidade interna ou externa necessária aos atos
do processo.
[1]
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 4ª edição, Belo Horizonte: Ed. Del Rey, p. 459.
5
2.2. Tipos de atos de comunicação
[2]
Código de Processo Penal
6
2.3 Elementos formadores dos atos de comunicação
ELEMENTOS A) B) RECEPTOR C) D)
EMISSOR INFORMAÇÃO INSTRUMENTO
TIPO DE ATO
(conteúdo
(Resposta ao expresso no
Juiz) meio de (meio utilizado
comunicação) para
comunicação)
CITAÇÃO Estado-Juiz Réu ou qualquer Alegações feitas Mandado de
outra pessoa que pelo autor, de Citação
fato ou ato
interesse ao passado e atos a
(citei) processo serem realizados
no processo,
pelo destinatário.
INTIMAÇÃO Estado-Juiz Réu, autor, perito Dar Mandado de
testemunha, conhecimento de Intimação
intérprete, fato ou ato
advogado, passado e/ou
(intimei) defensor público atos a serem
ou outra pessoa realizados
que interesse ao dentro, ou fora,
processo. do processo,
pelo destinatário.
NOTIFICAÇÃO Estado-Juiz Somente a parte Dar Mandado de
ocupante do polo conhecimento de Notificação
passivo no fato ou ato
processo passado e/ou
(notifiquei) atos a serem
realizados
dentro, ou fora,
do processo,
pelo destinatário.
CIENTIFICAÇÃO Estado-Juiz Pessoa estranha Dar Mandado de
ao processo que conhecimento de Cientificação
(cientifiquei) poderá ou não fato ou ato
tomar passado e/ou
providências em atos a serem
razão de atos realizados dentro
realizados dentro do processo,
ou fora do pelo destinatário,
processo. mas, a não
realização, não
enseja
penalidade ou
perda de direitos
diretamente ao
cientificado.
7
OFÍCIO Estado-Juiz Autoridade Dar Ofício de
coatora em conhecimento de Mandado de
mandado de fato ou ato Segurança,
segurança, o passado e/ou Ofício
(oficiei) responsável por atos a serem requisitório de
estabelecimento realizados em réus presos,
penitenciário, o função do Ofício para
responsável por processo. realização de
instituição para exames, dentre
internação de outros.
menores, dentre
outros.
[3]
Código de Processo Civil.
8
3. 1ª PARTE: ASPECTOS GERAIS SOBRE OS ATOS DE
COMUNICAÇÃO
3.1. Dia e horário para a realização dos atos processuais
Conforme art. 313 da nossa Lei de Organização e Divisão Judiciárias, são dias
úteis somente aqueles em que há expediente forense, de segunda a sexta-
feira.
"Art. 313. Haverá expediente nos tribunais e nos órgãos de primeira instância nos
dias úteis, de segunda a sexta-feira, conforme horário fixado pelos respectivos
órgãos diretivos. “Caput” com a redação dada pelo art. 2º da L.C. nº. 85, de 2005
§ 1º Nos dias não úteis, haverá, no Tribunal e nos órgãos de primeira instância,
Juiz e servidor designados para apreciar e processar as medidas de natureza
urgente, conforme dispuser o Regimento Interno e resolução da Corte Superior,
com direito a compensação ou indenização. Parágrafo com a redação dada pelo
art. 46 da L.C. nº. 105, de 2008.
9
IV – os dias de segunda e terça-feira de carnaval e quarta-feira de cinzas.
Parágrafo com a redação dada pelo art. 2º da L.C. nº. 85, de 2005, renumerado
pelo art. 46 da L.C. nº. 105, de 2008.
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados
por lei.
§ 1º Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. (Redação dada
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 3º Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de
10
petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de
expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. (Incluído pela Lei nº
2
8.952, de 13.12.1994)
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para
domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em
período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados
5
em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou domingo.
"ATO POR PETIÇÃO. Pelo novo sistema, o horário do protocolo pode ser fixado
por norma de organização judiciária. Se o ato processual tiver de ser praticado por
petição (interposição de recurso, contestação etc.) deve sê-lo até o último dia do
prazo, dentro do expediente do protocolo fixado por norma local de organização
6
judiciária".
11
Na parte final do artigo 172, menciona que para o cumprimento de mandados
fora dos prazos nele estabelecido, deve-se observar o artigo 5º, inciso XI, da
Constituição Federal, sob pena de caracterizar a inviolabilidade do domicílio,
conforme depreende do mesmo.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
“Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
12
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas
dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou
outra diligência;
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
10
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
13
no sentido astronômico, costumam defini-lo como o período de 24 horas, que leva
11
a terra a dar a volta em torno de seu eixo."
Conforme Júlio Fabbrini Mirabete, dia "em processo penal é o período que vai
das 6 às 18 horas". 12
Guilherme de Souza Nucci, também define noite, afirmando que "é o período
que vai do anoitecer ao alvorecer, pouco importando o horário, bastando que o
sol se ponha e depois se levante no horizonte" 16
Mas como se verifica deste inciso XI, há também previsão com relação à
exceção à inviolabilidade, como nos casos de flagrante delito, desastre, prestar
socorro, nestes casos a qualquer horário e como mencionado, na parte final,
durante o dia, por determinação judicial.
14
Os casos mencionados no artigo 174 do Código de Processo Civil, processam-
se normalmente durante as férias forenses, não havendo suspensão de prazos.
No entanto, se algum outro mandado for cumprido em dia que não houve
expediente forense, reputar-se-ão praticados no primeiro dia útil seguinte ao
seu cumprimento. Os mandados cujo cumprimento iniciou antes das 20 (vinte)
horas, poderão ser concluídos após este horário, do mesmo dia a fim de
resguardar o direito do autor.
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para
domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em
período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos
iniciados em dia útil não se interromperão pela superveniência de feriado ou
domingo. 18
Portanto, sábado não é considerado feriado forense, razão pela qual poderá
praticar todos atos processuais externos. No entanto é considerado dia não útil
para efeito de contagem de prazo, uma vez que nele, normalmente, não há
expediente forense. O mesmo ocorre no caso da suspensão do expediente
forense numa segunda-feira, em razão de feriado na terça-feira, considera-se
dia útil para cumprimento de mandado, aplicando analogicamente o que ocorre
no dia de sábado.
15
Como se percebe, os atos de ofício criminais, com exceção das sessões de
julgamento no Tribunal do Júri, podem ser cumpridos em qualquer dia, nos
termos do art. 797 do CPP ou no horário legalmente previsto no art. 172, § 2º
do CPC, este, mediante despacho judicial. O mesmo procedimento pode ser
adotado em razão da previsão contida art. 14, parágrafo único, da Lei
11.340/2006, (Lei Maria da Penha) e nos arts. 12 e 64 da Lei 9.099/95, (Lei dos
Juizados Especiais), onde traduzem que os atos processuais poderão ser
praticados no período noturno, conforme dispuser a Lei de Organização e
Divisão Judiciárias local. Não obstante as previsões para cumprimento de
mandados em horário noturno, deve-se observar as regras acerca da
inviolabilidade do domicílio.
___________________________________________________________
3 - Lei nº 9.099/95
4 - Lei nº 11.340/2006
6 - NERY JÚNIOR, Nelson, NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil Comentado, 7 ed.,
Revista dos Tribunais, p. 568.
8 - MORAES, Alexandre, Direito Constitucional - l3ª ed. - São Paulo: Atlas - 2003. P. 81
9 - Código Civil
10 - Código Penal
11 - SILVA, De Plácido e, Vocabulário Jurídico / atualizadores Nagib Slaibi Filho e Gláucia Carvalho. Rio
de Janeiro: Editora Forense, 2004, 24ª edição, p. 456.
12 - MIRABETE, Júlio Fabbrini, Processo Penal, São Paulo: Atlas, 1997, 7ª edição, p.359.
13 - NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2003, 2ª edição, p. 283.
14 - MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2003. 13ª edição, p. 82.
15 - Idem
16
16 - Idem
17 - Idem
O lugar para a realização dos atos processuais deve ser aquele da jurisdição
de cada Juiz, a qual está limitada ao território de sua circunscrição,
observando-se ainda os casos envolvendo as comarcas contíguas, exceto nos
casos legalmente permitidos. Nos demais casos, os atos a serem realizados
fora da jurisdição serão feitos por carta precatória. Cabe ressaltar que nos
casos de atos cumpridos por via postal, não prevalecem os limites territoriais
do juízo.
Art. 221. A citação far se á:
I pelo correio;
II por oficial de justiça;
III por edital.
IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria. (Incluído pela Lei
nº.11.419, de 2006).
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
a) nas ações de estado; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
b) quando for ré pessoa incapaz; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
c) quando for ré pessoa de direito público; (Incluído pela Lei nº 8.710, de
24.09.1993)
d) nos processos de execução; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência; (Incluído pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
f) quando o autor a requerer de outra forma. (Incluído pela Lei nº 8.710, de
1
24.9.1993)
Para definir o lugar para a realização dos atos processuais, precisamos primeiro falar
sobre o que é Jurisdição, Circunscrição e Comarca contígua.
_______________________________________________________
3.2.1. Jurisdição
Jurisdição é o poder de aplicar o direito conferido aos Magistrados. Somente estes
possuem tal poder e, por isso, a jurisdição não se confunde com a circunscrição,
peculiar a certos órgãos, como as autoridades policiais. A jurisdição contenciosa ou
inter nolentes, cuja finalidade é dirimir litígios, não se confunde com a jurisdição
17
graciosa ou voluntária, também denominada inter volentes, a qual, como a própria
denominação faz ver, refere se à homologação de pedidos que não impliquem litígio.[1]
[1]
http://www.dji.com.br/processo_civil/jurisdicao.htm
3.2.2. Circunscrição
O art.6º da Lei Complementar nº. 105, de 2008 deu nova redação ao art. 8º da
Lei Complementar nº. 59, de 18 de janeiro de 2001, acerca da terminologia
circunscrição:
18
I – de entrância especial as que têm cinco ou mais varas instaladas, nelas
compreendidas as dos Juizados Especiais, e população igual ou superior a cento
e trinta mil habitantes;
II – de primeira entrância as que têm apenas uma vara instalada; e
III – de segunda entrância as que não se enquadram nos incisos I e II deste artigo.
Parágrafo único. Para fins de classificação da comarca, nos termos do inciso I do
“caput”, a comprovação do número de habitantes se dará por estimativa anual,
publicada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, nos
[2]
termos do art. 102 da Lei Federal nº. 8.443, de 16 de julho de 1992.
[1]
Lei Complementar nº 59, de 18 de janeiro de 2001.
[2]
Lei Complementar nº. 59, de 18 de janeiro de 2001, alterado pela L.C. nº. 105, de 2008
Comarca contígua é aquela que faz confrontações, que limita com a comarca
em questão. As comarcas contíguas a Belo Horizonte são: Vespasiano, Nova
Lima, Ibirité, Ribeirão das Neves, Sabará e Contagem.
Ficou claro que penhoras, buscas e apreensões ou qualquer ato que não seja
citação e intimação não poderão ser realizados. Nas comarcas contíguas,
19
mesmo a intimação da penhora, ainda não se formou posição segura entre os
Tribunais se poderá, ou não, ser realizada, por tratar-se de parte de ato de
execução.
Cabe ressaltar que, nos termos do art. 222, caput, do CPP, as intimações de
testemunhas em comarcas contíguas serão efetivadas por meio de cartas
precatórias, não utilizando, portanto, o previsto no art. 230 do CPC, o mesmo
ocorrendo com citação e prisão no processo penal, conforme expresso nos
arts. 289 e 353, do CPP, e, as intimações de modo geral, conforme estabelece
o art. 370 do CPP, que menciona que “será observado, no que for aplicável, o
disposto no Capítulo anterior”, qual seja, Capítulo sobre a citação.
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do Juiz será inquirida pelo
Juiz do lugar de sua residência, expedindo se, para esse fim, carta precatória, com
prazo razoável, intimadas as partes.
(...)
Art. 289. Quando o réu estiver no território nacional, em lugar estranho ao da
jurisdição, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro
teor do mandado.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do Juiz processante,
[1]
será citado mediante precatória.
Art. 411. São inquiridos em sua residência, ou onde exercem a sua função:
I o Presidente e o Vice Presidente da República;
II o presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados;
III os ministros de Estado;
IV - os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do
Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do
Trabalho e do Tribunal de Contas da União; (Redação dada pela Lei nº. 11.382, de
2006).
V o procurador geral da República;
Vl os senadores e deputados federais;
Vll os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal;
Vlll os deputados estaduais;
IX os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos Tribunais de
Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais
Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal;
X o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao
agente diplomático do Brasil.
20
Parágrafo único. O Juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim
de ser inquirida, remetendo lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela
parte, que arrolou como testemunha.
O art. 411, IX, ainda inclui os Tribunais de Alçada, no entanto foi extinto pela EC-45/04
da CF.
Art. 336. Salvo disposição especial em contrário, as provas devem ser produzidas
em audiência.
Parágrafo único. Quando a parte, ou a testemunha, por enfermidade, ou por outro
motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer à audiência, mas não de
prestar depoimento, o Juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e
[4]
lugar para inquiri-la.
Nos demais casos de atos a serem realizados fora da jurisdição, serão feitos por carta
precatória, para que o ato se realize sob a jurisdição do local adequado.
21
Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados
por carta, conforme hajam de realizar se dentro ou fora dos limites territoriais da
[5]
comarca.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do Juiz processante,
[6]
será citado mediante precatória.
No caso de atos cumpridos por via postal, não prevalecem os limites territoriais do
juízo, independente da comarca (art. 222, CPC).
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
a) nas ações de estado;
b) quando for ré pessoa incapaz;
c) quando for ré pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência;
[7]
f) quando o autor a requerer de outra forma.
[1]
Código de Processo Penal.
[2]
Código de Processo Civil.
[3]
Código de Processo Penal.
[4]
Código de Processo Civil.
[5]
Código de Processo Civil.
[6]
Código de Processo Penal.
[7]
Código de Processo Civil.
22
3.3. Capacidade para a prática dos atos processuais
Art. 7º Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem capacidade
para estar em juízo.
Art. 8º Os incapazes serão representados ou assistidos por seus pais, tutores ou
[1]
curadores, na forma da lei civil.
[1]
Código de Processo Civil.
23
Nas Disposições Preliminares constantes do Estatuto da Criança e do
Adolescente podemos observar norma diversa:
Vale lembrar que o Oficial de Justiça deverá observar o tipo de mandado que
está em suas mãos para saber o limite de idade com o qual irá trabalhar, ou
seja, se com a maioridade de 18 (dezoito) anos para os mandados das Varas
cíveis e criminais, ou 21 (vinte e um) anos para os mandados das Varas da
Infância e Juventude.
24
Cabe esclarecer que a integração da capacidade não se aplica aos
procedimentos realizados nas Varas da Infância e Juventude, relacionados à
apuração de ato infracional praticado pelo adolescente, pessoa entre doze e
dezoito anos de idade, que deverão receber e assinar pessoalmente os
mandados, além de seus pais ou responsáveis, art. 184 do Estatuto da Criança
e do Adolescente.
[1]
Código Civil.
[2]
Ob. Cit.
[3]
Lei nº 8.069, de 13 de Julho de 1990.
[4]
Código Penal.
25
estabelecida para os atos da vida civil. Na área específica da infância e
juventude, tem alcance especial de proteção da criança e do adolescente,
inclusive quando tratar-se de atos infracionais, ao passo que, na área civil, está
vinculada ao fato do adolescente estar apto a adquirir direitos, contrair
obrigações, celebrar contratos, dentre outros atos.
[1]
http://www.dji.com.br/processo_civil/assistencia.htm
O encargo de tutor não pode ser delegado e seu poder cessa somente quando
expirar o termo, ou por justificativa legítima, ou se for removido, ou permitir que
o tutorado trabalhe em local insalubre, ou se o maltratar. Nesses casos a ação
poderá ser proposta pelo Ministério Público ou por quem tiver interesse.
26
em razão de enfermidade ou doença mental. Curatela é um encargo público
que a Lei comete a alguém para reger a vida de uma pessoa e administrar-lhe
os bens. Essa incapacidade advém:
Art. 218.Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou
está impossibilitado de recebê-la.
27
§ 1º O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a
ocorrência. O juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será
apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2º Reconhecida a impossibilidade, o juiz dará ao citando um curador,
observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A
nomeação é restrita à causa.
§ 3º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil:
I - os menores de dezesseis anos;
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário
discernimento para a prática desses atos;
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.(Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 1973)
§ 1º São incapazes (Redação dada pela Lei nº. 5.925, de 1973)
....................
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes
faltam. (Incluído pela Lei nº. 5.925, de 1973)
Art. 151. O juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário para:
....................
III - traduzir a linguagem mímica dos surdos-mudos, que não puderem transmitir a
sua vontade por escrito.
Art. 153. O intérprete, oficial ou não, é obrigado a prestar o seu ofício, aplicando-
se-lhe o disposto nos arts. 146 e 147.
Art. 1.184. A sentença de interdição produz efeito desde logo, embora sujeita a
apelação. Será inscrita no Registro de Pessoas Naturais e publicada pela
imprensa local e pelo órgão oficial por três vezes, com intervalo de 10 (dez) dias,
constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da interdição e os
limites da curatela.
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Art. 1.185. Obedecerá às disposições dos artigos antecedentes, no que for
aplicável, a interdição do pródigo, a do surdo-mudo sem educação que o habilite a
enunciar precisamente a sua vontade e a dos viciados pelo uso de substâncias
entorpecentes quando acometidos de perturbações mentais.
Art. 1.866. O indivíduo inteiramente surdo, sabendo ler, lerá o seu testamento, e,
se não o souber, designará quem o leia em seu lugar, presentes as testemunhas.
Art. 1.867. Ao cego só se permite o testamento público, que lhe será lido, em voz
alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma
das testemunhas, designada pelo testador, fazendo-se de tudo circunstanciada
menção no testamento.
Art. 1.873. Pode fazer testamento cerrado o surdo-mudo, contanto que o escreva
todo, e o assine de sua mão, e que, ao entregá-lo ao oficial público, ante as duas
testemunhas, escreva, na face externa do papel ou do envoltório, que aquele é o
seu testamento, cuja aprovação lhe pede.
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado
intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na
conformidade do art. 192.
Como se observa, o Juiz nomeará intérprete toda vez que o repute necessário
para a execução dos atos processuais, quando estas pessoas não puderem
transmitir a sua vontade por escrito, por mímica ou oralmente. Este intérprete
poderá ser oficial ou não, no entanto, não poderá ser intérprete a pessoa
arrolada como testemunha dentro do processo de origem do mandado. Quando
houver necessidade de um intérprete, ou seja, de uma pessoa para ler o
mandado ao destinatário, no ato do cumprimento do mandado, o Oficial de
Justiça deverá questionar desta pessoa se é testemunha, ou não, no mesmo
29
processo.
Curador especial é aquele que, na ação penal, zela pelo direito do ofendido
incapaz, de quem seus direitos colidirem com os de seu representante legal.
[1]
Código de Processo Civil.
30
3.3.1. 6. Pessoa ausente
Presume-se que toda pessoa tem sua residência civil, significando que ela
pode ser encontrada habitualmente em certo local.
Esta ausência poderá ser simplesmente por estar desaparecida sem qualquer
explicação da família ou em virtude de a pessoa estar "jurada de morte" no
local onde tem residência própria, situação esta cada vez mais freqüente em
locais onde a violência é latente. Nesse caso, a pessoa não poderá ali retornar
nem deixar meios para contatos, mas apenas fazer contato. Nessas situações
ocorre uma prática incomum, qual seja o Oficial de Justiça realizar a citação em
local público, diverso daquele contido no mandado, a pedido da família do réu,
visando sua segurança, fato que deverá ser mencionado na certidão.
É aquele que age por força de dispositivo legal, seja em função da capacidade
para os atos da vida civil, seja em função de relações comerciais ou de atos
administrativos exercidos frente aos entes da federação.
Exemplo: O advogado do réu, nas ações cíveis, não pode receber citação em
seu nome se não dispuser de procuração com especificação da cláusula
especial para recebê-la. A procuração geral que o habilita a praticar todos os
atos no processo não é suficiente.
31
Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação,
receber, dar quitação e firmar compromisso. (Redação dada pela Lei nº. 8.952, de
1994)
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em
certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei
[1]
específica. (Incluído pela Lei nº. 11.419, de 2006)
32
§ 3º O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica
estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de
[2]
execução, cautelar e especial.
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Civil.
3.4. Assinaturas
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma
participam do processo. (Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
(...)
V cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à
efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. (Inciso
incluído pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
Art. 173. As certidões citatória ou de intimação devem ser firmadas da forma mais
completa possível, observados os requisitos legais e os atos administrativos
pertinentes.
§ 1º Na certidão positiva, o Oficial de Justiça deverá:
( . . .)
VI - mencionar a obtenção da nota de ciência e, se analfabeto o réu, demonstrar
que o ato foi assistido por uma ou mais testemunhas e que a assinatura no
mandado foi lançada a seu rogo, com resumo do ocorrido;
Sendo analfabeto, pessoa que não sabe ler nem escrever, deve o Oficial de Justiça
colher assinatura de forma especial, conforme mencionado neste trabalho, ou seja, a
rogo ou por digital.
33
Para o impossibilitado de assinar, e sendo pessoa incapaz apenas fisicamente,
em razão de um acidente, por exemplo, procede-se na modalidade a rogo,
sendo desnecessárias as duas testemunhas, quando se tratar de pessoa
alfabetizada.
3.4.1.Tipos de assinaturas
Cabe observar que a pessoa que está assinando a rogo deverá apor no
documento a sua assinatura e não o nome de quem solicitou o ato.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo
Juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê lo,
pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença de ambos. [1]
34
Sobre assinaturas à rogo, encontramos ainda observações nos arts. 578, § 1º,
654, § 1º, “c”, 723, § 1º do CPP e art.1120 do CPC, para os casos em que
forem realizados pelo Oficial de Justiça.
[1]
Código de Processo Penal.
Não existindo qualquer pessoa para assinar à rogo pelo analfabeto, o Oficial
colherá a impressão digital da pessoa utilizando seu polegar direito, apondo ao
lado sua rubrica e número de matrícula, descrevendo de forma clara o
conteúdo em Certidão. Para facilitar a coleta da impressão digital, deverá o
Oficial de Justiça portar almofada, destinada para o ato ou pincel atômico de
cor azul ou roxo, e ainda, não portando tais objetos na oportunidade, faz-se
com a tinta da caneta.
___________________________________
1- Artigo escrito pelo MM. Juiz de Direito da 26ª Vara Cível de Salvador, Dr. Phídias Martins Júnior.
Os prazos para a realização dos atos processuais estão prescritos em lei, mas,
em sua falta, o Juiz determinará o prazo, levando em conta as partes e o
pedido em questão. Os prazos a serem praticados por todos os envolvidos no
processo, independentemente de serem prazos legais, judiciais ou
convencionais, devem ser fielmente observados, sob pena da perda do direito
de praticar o ato.
36
Justiça deverá comunicar tal circunstância à Central de Mandados, a fim de que o
processamento do mandado e a sua entrega à respectiva Secretaria de Juízo
ocorra em caráter de urgência. (Redação dada pelo Provimento nº 165/CGJ/2007)
§ 2º Nos casos de feitos de procedimento sumário, os mandados deverão ser
cumpridos e devolvidos à Central de Mandados até 15 (quinze) dias antes da
[1]
audiência. (Redação dada pelo Provimento nº 165/CGJ/2007)
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda
Pública e para o Ministério Público contar se ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram se realizadas no primeiro dia útil
seguinte, se tiverem ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
(Incluído pela Lei nº 8.079, de 13.09.1990)
Art. 241. Começa a correr o prazo: (Redação dada pela Lei nº 8.710, de
24.09.1993)
I quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do
aviso de recebimento; (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
II quando a citação ou intimação for por Oficial de Justiça, da data de juntada aos
autos do mandado cumprido; (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
III quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de
recebimento ou mandado citatório cumprido; (Redação dada pela Lei nº 8.710, de
24.09.1993)
IV quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou
rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida; (Redação
dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
V quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo Juiz. (Redação
dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
37
Art. 172. Os atos processuais realizar se ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20
(vinte) horas. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 1º Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano. (Redação dada
pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
§ 2º A citação e a penhora poderão, em casos excepcionais, e mediante
autorização expressa do Juiz, realizar se em domingos e feriados, ou nos dias
úteis, fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º,
inciso Xl, da Constituição Federal. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
§ 3º Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de
petição, esta deverá ser apresentada no protocolo, dentro do horário de
expediente, nos termos da lei de organização judiciária local. (Incluído pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)
Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais.
Excetuam se:
I a produção antecipada de provas (art. 846);
II a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o
seqüestro, a penhora, a arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a
separação de corpos, a abertura de testamento, os embargos de terceiro, a
nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro
dia útil seguinte ao feriado ou às férias.
Art. 174. Processam se durante as férias e não se suspendem pela
superveniência delas:
I os atos de jurisdição voluntária bem como os necessários à conservação de
direitos, quando possam ser prejudicados pelo adiamento;
II as causas de alimentos provisionais, de dação ou remoção de tutores e
curadores, bem como as mencionadas no art. 275;
III todas as causas que a lei federal determinar.
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por
lei.
Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo Juiz, é contínuo, não se
interrompendo nos feriados.
Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe
sobejar recomeçará a correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo Juiz, será de 5 (cinco)
dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
38
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar se á prorrogado
até o dia útil imediato.
§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do Juiz, força maior, ou
obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver
presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou
[4]
despacho.
[1]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
[2]
Lei nº 6830/80.
[3]
Código de Processo Civil.
[4]
Código de Processo Penal.
39
4. 2ª PARTE: ASPECTOS ESPECÍFICOS SOBRE OS ATOS DE
COMUNICAÇÃO
Apresentação
Art. 38. A procuração geral para o foro, conferida por instrumento público, ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do
processo, salvo para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação,
receber, dar quitação e firmar compromisso. (Redação dada pela Lei nº. 8.952, de
1994)
Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em
certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei
[1]
específica. (Incluído pela Lei nº. 11.419, de 2006)
[1]
Código de Processo Civil.
4.1. Citação
Para que o processo alcance seu fim, terá que se desenvolver por via de
procedimentos em que se praticam os denominados atos de comunicação
processual, de suma importância para o processo. O primeiro e mais
importante é o ato de citação, quando se dá conhecimento à pessoa do
processo para que a mesma promova sua defesa, nos termos do art. 213 do
CPC.
40
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se
defender. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
Não obstante o art. 213 do CPC definir o ato de citação como uma
comunicação ao destinatário para apresentar defesa, outras obrigações
também podem ser determinadas nos mandados, tais como a citação do
destinatário apenas para exercer opção de escolha, para efetuar um
pagamento, para comparecer a uma audiência ou contestação uma ação, as
quais destacamos a seguir.
O art. 652 do CPC traz de forma expressa que o executado será citado para,
no prazo de 3 (três) dias, efetuar o pagamento da dívida sob penhora em seus
bens.
Já o art. 928, também do CPC, diz que não havendo justificativa para
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o Juiz
determinará, após a justificação prévia do autor, a citação o réu simplesmente
para comparecer à audiência que for designada.
Por fim, o art. 930 do CPC prevê que, concedido ou não o mandado liminar de
manutenção ou de reintegração, o autor deverá promover, dentro dos 5 (cinco)
dias subseqüentes, a citação do réu para contestar a ação, contados da
intimação do despacho que deferir ou não a medida liminar.
Seria simples trabalhar diretamente com o citando, caso ele quisesse receber a
contrafé, lendo e assinando o mandado e não se furtasse com tanta freqüência
quando do seu cumprimento pelo Oficial de Justiça, razão pela qual vamos
desenvolver nosso trabalho demonstrando os caminhos que precisamos
percorrer para realizar a citação válida.
[1]
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 26ª ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2004,
Vol. 3. p. 168.
41
4.1.1. Princípio da pessoalidade
Referida lei foi publicada no DOU de 23.6.2008, com entrada em vigor após 60
(sessenta) dias da publicação, ou seja, dia 22 de agosto de 2008. Portanto,
estando presentes os requisitos subjetivos e objetivos, na forma estabelecida
nos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil, os Oficiais de Justiça poderão
executar os atos de citação com hora certa.
42
Parágrafo único. Nas comarcas onde houver representante judicial de incapazes
ou de ausentes, a este competirá a função de curador especial.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
( . . .)
IV aos doentes, enquanto grave o seu estado. (Inciso V renumerado pela Lei nº
8.952, de 13.12.1994)
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou
está impossibilitado de recebê la.
§ 1º O oficial de justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a
ocorrência. O Juiz nomeará um médico, a fim de examinar o citando. O laudo será
apresentado em 5 (cinco) dias.
§ 2º Reconhecida a impossibilidade, o Juiz dará ao citando um curador,
observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida na lei civil. A
nomeação é restrita à causa.
§ 3º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa do réu.
43
4.1.2. Classificação
A citação pode ser real ou ficta. A real, também denominada pessoal, quando é
realizada na pessoa do próprio acusado, réu, autor do fato, requerido,
executado ou confinante, ou, ainda, na pessoa de seu representante legal,
quando permitido. A citação ficta ou presumida é aquela realizada por meio de
edital ou com hora certa, dentro dos casos legalmente permitidos.
A citação, via de regra, será realizada pelo correio, podendo ser feita para
qualquer comarca do País, ou seja, não se observam os limites territoriais
nesta modalidade de citação. Sua execução será feita nos moldes do art. 223
do CPC e seu parágrafo único, com as exceções previstas nos incisos do art.
222.
Art.222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
(Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
a) nas ações de estado;
b) quando for ré pessoa incapaz;
c) quando for ré pessoa de direito público;
d) nos processos de execução;
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência;
f) quando o autor a requerer de outra forma.
44
Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria
remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do Juiz,
expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que se refere o art.
285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e
cartório, com o respectivo endereço. (Redação dada pela Lei nº 8.710, de
24.09.1993)
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo lhe o
carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será
válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
Como se observa do parágrafo único do art. 223, a carta de citação será registrada e
entregue em mão própria do citando, mas, sendo pessoa jurídica, será válida a
entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração, não é
necessária a entrega na pessoa do representante legal da empresa.
Se a realização da citação pelo correiro foi frustrada, será feita por mandado pelo
Oficial de Justiça, que realizará também aquelas mencionadas no art. 222 do CPC.
O art. 225 do Código de Processo Civil menciona que o mandado que o Oficial de
Justiça tiver de cumprir deverá conter:
45
IV a residência do réu, se for conhecida;
V o fim para que é feita a citação;
VI o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII a subscrição do escrivão e a rubrica do Juiz.
[1]
Código de Processo Civil.
46
4.1.3.2.1. Citação com hora certa
A citação com hora certa é permitida quando o Oficial de Justiça por três vezes
procurar o réu em seu domicílio ou residência e suspeitar de que o mesmo está
se ocultando para evitar receber a citação. Essa modalidade de citação decorre
única e exclusivamente da iniciativa do Oficial de Justiça, que tem no momento
das diligências a faculdade de aferir o comportamento da pessoa procurada,
que vai caracterizar a suspeita de ocultação, não havendo necessidade da
certeza.
O mesmo não ocorre quando as informações são de que o réu está viajando
sem data marcada para retorno, porque sua profissão é representante
comercial e tanto os vizinhos, quanto os porteiros, confirmam o fato.
Ocorrem ainda casos mais claros de ocultação. São aqueles em que a pessoa
determinada para a diligência já foi citada pelo próprio Oficial de Justiça em
47
outros processos e, ao ser abordada, diz simplesmente que não é o réu,
evadindo-se do local.
Há casos em que a lei não admite citação com hora certa, a saber:
- Varas de Família - artigo 155, II, CPC - Estes processos correm em segredo
de justiça, e nesta modalidade de citação, ao entregar o mandado,
acompanhado da inicial, terceiro tomará conhecimento do conteúdo da ação
que, normalmente, traduz problemas íntimos havidos na constância do
casamento.
- Ações de execução - artigo 653 CPC - A lei prevê que não encontrando o
devedor o Oficial de Justiça arrestar-lhe-a tantos quantos bastem para garantir
a execução.
48
É bom lembrar que não há necessidade de ter certeza da ocultação, mas
suspeita baseada em indícios, como nos exemplos acima. O Oficial de Justiça
deve usar de sua habilidade, verificando junto a vizinhos ou porteiros, no intuito
de colher dados para melhor se convencer da suspeita de ocultação.
Art. 227. Quando, por três vezes, o Oficial de Justiça houver procurado o réu em
seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de
ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer
vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que
designar.
Art. 228. No dia e hora designados, o Oficial de Justiça, independentemente de
novo despacho, comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de
realizar a diligência.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o Oficial de Justiça procurará informar se
das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha
ocultado em outra comarca.
§ 2º Da certidão da ocorrência, o Oficial de Justiça deixará contrafé com pessoa
da família ou com qualquer vizinho, conforme o caso, declarando lhe o nome.
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama
[1]
ou radiograma, dando lhe de tudo ciência.
Como se verifica, nas três tentativas em que o Oficial procurar o réu, não o
encontrando e havendo suspeita de ocultação fará a citação com hora certa
nos termos do art. 227 do CPC, ou seja, intimará a qualquer pessoa da família,
ou, em sua falta, a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de
efetuar a citação, na hora que designar, sendo que, independentemente de
novo despacho, retornará no dia marcado; não estando presente o citando,
procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda
que o citando se tenha ocultado em outra comarca. Caso não seja encontrada
a pessoa com quem marcou a hora certa, poderá ser substituída por outra,
para a concretização do ato.
Todavia poderá ocorrer de, no dia marcado, o Oficial de Justiça não encontrar
qualquer pessoa na residência ou vizinhança, conforme o caso. Esta situação
tornará prejudicado o ato, pois a finalidade é que a pessoa intimada do ato
tenha comunicado ao citando da marcação do ato com hora certa e da
presença do Oficial de Justiça no local, dia e hora marcados.
[1]
Código de Processo Civil.
49
4.1.3. 3. Citação por edital
Contrário ao procedimento aceito pelo CPC, a citação por edital era a única
modalidade presumida aceita no processo penal. Todavia, desde o dia 22 de
agosto de 2008, a citação com hora certa poderá ser realizada, também, no
processo penal. É o último meio que deve lançar mão o Juiz para que se efetue
a citação. Previamente são realizadas buscas no endereço fornecido pelo réu
ou verificações nos cadastros junto à Justiça Eleitoral, dentre outros.
A citação por edital é terceira modalidade e vem prevista no art. 231 do Código
Processo Civil e ocorrerá quando desconhecido ou incerto o réu (inciso I);
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar (inciso II);
nos casos expressos em lei (inciso III).
No Processo Civil, o art. 232, I, do CPC, informa que são requisitos da citação
por edital a afirmação do autor, ou a certidão do Oficial, quanto às
circunstâncias previstas nos incisos I e II do artigo antecedente, ou seja, de
estar o citando em local incerto e não sabido, que é uma condição imputada a
uma pessoa, feita pelo Oficial de Justiça, que não é encontrada em sua
residência ou local de trabalho, de quem familiares, vizinhos ou amigos não
têm notícias ou informações, que não responde à Justiça quando a chamam
por edital nem está representada por advogado. Essa condição também poderá
ser afirmada pelo autor nos termos do art. 232, I, do CPC. Realizada a citação
por edital e passado o período do prazo fixado no mesmo, a citação será
considerada efetiva, havendo então o julgamento do processo cível, com
nomeação de curador especial quando for o caso.
50
II quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar;
III nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o
cumprimento de carta rogatória.
§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua
citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de
radiodifusão.
Art. 232. São requisitos da citação por edital: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
I a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas
s
nos nº I e II do artigo antecedente; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
II a afixação do edital, na sede do juízo, certificada pelo escrivão; (Redação dada
pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
III a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão
oficial e pelo menos duas vezes em jornal local, onde houver; (Redação dada pela
Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
IV a determinação, pelo Juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta)
dias, correndo da data da primeira publicação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
V a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre
direitos disponíveis. (Inciso acrescentado pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
§ 1º Juntar se á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio,
de que trata o nº II deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973 e
parágrafo único renumerado pela Lei nº 7.359, de 10.09.1985)
§ 2º A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for
beneficiária da Assistência Judiciária. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 7.359, de
10.09.1985)
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os
requisitos do art. 231, I e II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo
vigente na sede do juízo.
[1]
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do
acusado. (Redação dada pela Lei nº. 11.719, de 2008).
...............
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. (Incluído
pela Lei nº. 11.719, de 2008).
...............
§ 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo
observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (Incluído pela Lei nº.
11.719, de 2008).
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado,
ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o
caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação
[2]
dada pela Lei nº. 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº. 11.719, de 2008)
51
Ver "Jurisprudência selecionada", "Atos de Comunicação e o Oficial de Justiça
Avaliador", "Citação por edital".
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Penal.
Realizada a citação por carta precatória, nos termos do art. 241, IV, o prazo
para resposta começa a correr da data da juntada aos autos da carta precatória
cumprida. Para o caso de citações, envolvendo execuções por carta precatória,
conta-se o prazo para embargos à execução, a partir da juntada aos autos da
comunicação feita ao Juiz deprecante pelo Juiz deprecado, do cumprimento do
mandado, nos termos do § 2º do art. 738 do CPC, incluído pela Lei nº. 11.382,
de 2006.
52
§ 2º Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será
imediatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por
meios eletrônicos, contando se o prazo para embargos a partir da juntada aos
autos de tal comunicação. (Incluído pela Lei nº. 11.382, de 2006).
§ 3º Aos embargos do executado não se aplica o disposto no art. 191 desta Lei.
[1]
(Incluído pela Lei nº. 11.382, de 2006).
[1]
Código de Processo Civil
É um pedido feito por autoridade judicial estrangeira para que seja cumprida
uma diligência no Brasil, como citação, interrogatório de testemunhas,
prestação de informações, entre outras. As cartas rogatórias, em sua maioria,
53
chegam ao STJ por via diplomática, encaminhadas pelo Ministério da Justiça
ou pelo Ministério das Relações Exteriores. Contudo, elas também podem ser
diretamente requeridas pela parte interessada que tenha um processo no
tribunal estrangeiro. Podem da mesma forma ser solicitadas por Juiz brasileiro,
por via diplomática, a uma autoridade judiciária estrangeira, quando o réu ou
interessado esteja no exterior. Dá se o mesmo nome para os pedidos de juízes
estrangeiros ou de juízes brasileiros.
Ato pelo qual uma autoridade judiciária determina a outra, de hierarquia inferior,
a prática de um ato processual, contanto que seja da mesma Justiça e do
mesmo Estado. Normalmente, são ordens expedidas pelo STF, STJ, TSE,
TREs, TRFs ou Tribunais de Justiça Estaduais, pelos processos onde suas
competências são originárias.
4.2. Intimação
54
As intimações também podem ser realizadas pelo Escrivão ou chefe de
secretaria, mas, fora das Secretarias, são realizadas somente pelo Oficial de
Justiça Avaliador.
[1]
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal, 4ª ed., Ed. Del Rey, p. 459.
Os arts. 184, 240 e 241 do CPC dizem que o prazo das intimações começa a
contar da data da intimação, e a correr da juntada do mandado cumprido aos
autos. Vale lembrar que, pelo art. 240, o prazo para as partes, para a Fazenda
Pública e para o Ministério Público começa a contar da intimação, e, da mesma
forma, para opor embargos à penhora na execução fiscal, intimação de tutores
e curadores, dentre outros, observando sempre, quando se tratar de norma
expressa. Devemos observar que a lei faz distinção entre contar e correr
prazos. Pela análise dos três artigos mencionados, primeiro começa a correr o
prazo para depois se contar ou se computar o prazo.
55
Art. 1.192. O tutor ou curador poderá eximir se do encargo, apresentando escusa
ao Juiz no prazo de 5 (cinco) dias. Contar se á o prazo:
(...)
[2]
I antes de aceitar o encargo, da intimação para prestar compromisso;
[1]
Lei nº 6.830/80.
[2]
Código de Processo Civil.
Súmula: 121 do STJ: "Na execução fiscal o devedor deverá ser intimado,
pessoalmente, do dia e hora da realização do leilão".
56
[1]
Código de Processo Civil.
São poucos os casos nos quais a testemunha realmente não quis depor. Na
maioria das vezes o não-comparecimento ocorre por esquecimento ou por
entenderem que não se tratava de ato tão importante, fato este que torna
57
pacífica a condução pelo Oficial de Justiça. A linguagem utilizada pelo Oficial
de Justiça ao comunicar um ato à pessoa é que determina o sucesso no
cumprimento do mandado, mesmo que seja apenas uma intimação de
testemunha. Nesse caso, deve esclarecê-la da sua importância no processo, e
que, não comparecendo injustificadamente, será conduzida.
58
preso ou solto, tem a possibilidade de recorrer ou não. A pessoa indicada no
mandado será intimada da sentença pessoalmente se estiver presa;
pessoalmente ou na pessoa do seu defensor, se estiver solta; ou na pessoa de
seu defensor se estiver desaparecida e o Oficial assim certificar. O prazo para
recurso é de cinco dias. Com a publicação da Resolução Conjunta nº 6.715, de
11 de novembro de 2003, da Corregedoria Geral de Justiça do Estado de
Minas Gerais, na Comarca de Belo Horizonte, as intimações de sentença
passaram a ser cumpridas pelos Oficiais de Justiça nos estabelecimentos
prisionais e deverão ser respondidos em certidões especiais para esse fim,
anexo ao mandado, quando da sua expedição. Após intimação da sentença o
Oficial de Justiça colherá do preso a resposta, se deseja ou não recorrer.
O art. 429, § 2º do CPP trazia uma forma especial para intimação do jurado.
“Art. 429. Concluído o sorteio, o juiz mandará expedir, desde logo, o edital a que se
refere o art. 427, dele constando o dia em que o júri se reunirá e o convite nominal aos
jurados sorteados para comparecerem, sob as penas da lei, e determinará também as
diligências necessárias para intimação dos jurados, dos réus e das testemunhas.
§ 1º O edital será afixado à porta do edifício do tribunal e publicado pela imprensa,
onde houver.
§ 2º Entender-se-á feita a intimação quando o oficial de justiça deixar cópia do
mandado na residência do jurado não encontrado, salvo se este se achar fora do
município.”
A Lei nº 11.689, de 2008, que deu nova redação ao art. 429 do CPP, revogou
o texto anterior, nada mencionando acerca da intimação de jurado pelo Oficial
de Justiça, mas apenas a convocação pelo correio.
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer
outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as
penas da lei. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts.
436 a 446 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
59
4.3. Notificação (arts. 867/873 da Seção X, do Capítulo II (Dos
Procedimentos Cautelares Específicos), do Código de Processo Civil.
O objetivo é que o notificado tome ciência formal dos direitos sobre os quais o
Notificante julga se prejudicado, deixando clara sua intenção de intentar ação
futura e que de imediato a parte contrária seja constituída em mora.
60
contratos firmados por prazo indeterminado, ou então por denúncia vazia,
dentre outras.
[1]
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
[2]
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
61
É uma forma incontestável de provar que o conteúdo ou teor de qualquer
documento, registrado perante o Cartório de Títulos e Documentos, foi
entregue a qualquer das partes ou a terceiros por intermédio do oficial do
registro, detentor de fé pública.
4.4. Cientificação
62
Ver “Jurisprudência selecionada”, “Atos de Comunicação e o Oficial de Justiça
Avaliador”, “Cientificação”.
[1]
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
[2]
Código de Processo Civil.
4.5. Ofício
Por meio de oficio, contendo o inteiro teor da sentença, o juiz transmitirá, por
intermédio do oficial do juízo, a concessão do mandado de segurança à
autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada (art. 13).
o
Art. 7 Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda
via apresentada com as cópias dos documentos, afim de que, no prazo de 10
(dez) dias, preste as informações;
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito;
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou
depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. [...]
o
Art. 6 A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei
processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem
a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a
pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce
atribuições.
o
§ 1 No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em
repartição ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a
fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício,
a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o
cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do
documento para juntá-las à segunda via da petição.
o
§ 2 Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a
ordem far-se-á no próprio instrumento da notificação.
o
§ 3 Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado
ou da qual emane a ordem para a sua prática.
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do
oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso de
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica
interessada.
o
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá ojuiz observar o disposto no art. 4
desta Lei.
64
o
Art. 4 Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar
mandado de segurança por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico
de autenticidade comprovada.
O art. 11 trata de forma geral que será endereçado ao coator ofícios, ao que
indica implica o título destes virem sob denominação de Ofício de Mandado de
Segurança, mesmo tratando-se da notificação em algumas situações.
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará
aos autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de
representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da
o
entrega a estes ouda sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4
desta Lei, a comprovação da remessa.
[1]
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990.
65
4.5. 3. Ofício Requisitório de réu preso
Todos os mandados a serem cumpridos com réus presos têm, para cada um
deles, uma certidão ou auto, criado de acordo com a necessidade e
especialidade que o ato requer. Da mesma forma, existem certidões negativas
específicas e uma geral e outra positiva geral para qualquer eventualidade,
estas a serem fornecidas pela Central de Mandados.
66
4.5.4. Ofício Requisitório de testemunhas
O ato de testemunhar é uma função pública, bem como a função que o servidor
exerce nos órgãos públicos, daí a necessidade de requisição desse servidor e
a preparação para que outro assuma seu lugar enquanto estiver ausente.
[1]
Código de Processo Penal.
[2]
Código de Processo Civil.
67
5. 3ª PARTE: CUMPRIMENTO DO MANDADO PELO OFICIAL DE
JUSTIÇA
5.1. Mandado
Cabe ressaltar que não existe norma especificando que atos poderão ser
realizados, nesta modalidade, pelos Oficiais de Justiça, nem são utilizadas
frequentemente, motivo pelo qual, além das formas gerais de cumprimento de
atos na forma verbal, transcrevemos alguns exemplos concretos trabalhados
pelo Serviço de Apoio aos Oficiais de Justiça no Estado de Minas Gerais.
68
Belo Horizonte, sendo mais freqüente em comarcas do interior, onde as
distâncias são menores, permitindo ao Juiz, suspender o julgamento ou
audiência, mandar buscar a testemunha, sem mandado, e aguardar a
condução da testemunha pelo Oficial de Justiça.
Como exemplo concreto de ordem verbal na área cível ocorreu quando o MM.
Juiz, durante uma audiência em uma vara de família, determinou que o Oficial
de Justiça realizasse uma diligência no endereço do requerido a fim de
verificar, aparentemente, se tinha ou não capacidade para compreender e
receber um mandado de citação, elaborando, ao final, um relatório sobre o
ocorrido. Isso, em razão de informações contraditórias sobre referida
capacidade nos autos.
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em
seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de
ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer
vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que
designar.
Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes,
aos seus representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em
cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.(Redação dada pela Lei
nº. 8.710, de 24.9.1993)
69
Nos Juizados Especiais, quando o jurisdicionado chega na recepção, com ou
sem a presença do advogado, narra seu problema e solicita do Estado uma
providência, esta situação é atermada. Dessa atermação, não havendo solução
imediata, os envolvidos poderão sair dali com uma audiência agendada. A
intimação ou citação para esta audiência, que é um ato de comunicação, é feita
de forma verbal e reduzida a termo. O serventuário/ atendente, nos Juizados
Especiais, que não é um Oficial de Justiça, tem a responsabilidade por explicar
o ato de intimação, dando por intimados ou citados as pessoas presentes,
conforme o caso. Toda esta situação deverá ser registrada, reduzida a termo,
no processo. Veja abaixo, alguns exemplos de situações gerais, envolvendo os
Juizados Especiais, em que são utilizadas a comunicação verbal.
“Art. 19.. . . . . . . . . . . . .
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes as
partes.
. . . . . . . . . . . . .”
“Art. 52. . . . . . . . . . . . . .
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência
em que for proferida. . . . . . . . . . . . . .;”
“Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que
possível, ou por mandado.
. . . . . . . . . . . . .”
“Art. 67. A intimação far-se-á . . . . . . ., ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória,..........
70
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo
cientes as partes, os interessados e defensores.”
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua
confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a
requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar
que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente o verificado.
Algumas expressões, tais como: Contrafé, "Confere com o original. Dou fé" e
"O referido é verdade. Dou fé", fazem parte do cumprimento de qualquer
mandado pelo Oficial de Justiça, traduzindo a verdade que deve estar presente
em todos os atos por ele executados. É a denominada fé pública atribuída ao
Oficial de Justiça.
71
5.1.1. Contrafé
Os Códigos Processo Penal (CPP) e Processo Civil (CPC), trazem regras com
relação à contrafé. O art. 357 do CPP, que trata dos requisitos do ato de
citação prevê em seus incisos I e II:
72
No que diz respeito a intimação o art. 370 do CPP, prescreve:
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que
devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável,
o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
I - lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II - portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Com relação à intimação, o CPC tem regra para a contrafé no parágrafo único
do art. 239, II, onde também não faz menção em ter que indicar dia e horário:
Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a
realização pelo correio. (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 1993)
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter: (Redação dada pela Lei nº
8.710, de 1993)
I - a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando
possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II - a declaração de entrega da contrafé;
III - a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)
Art. 173. As certidões citatórias ou de intimação devem ser firmadas da forma mais
completa possível, observados os requisitos legais e os atos administrativos
pertinentes.
[...]
[...]
73
Como se verifica, estamos tratando a contrafé somente como a cópia do
mandado onde o Oficial de Justiça autentica e porta a fé, nos termos:
"CONTRAFÉ. Confere com o original. Dou fé", datando, assinando e se
identificando. Mas a contrafé compõe-se de todas as cópias dos documentos
que são juntados ao mandado que instrumentalizam o ato a ser praticado.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
I - os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou
residências;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial,
bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio
versar sobre direitos disponíveis;(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
III - a cominação, se houver; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
IV - o dia, hora e lugar do comparecimento; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1973)
V - a cópia do despacho; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
VI - o prazo para defesa; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
VII - a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do
juiz. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor
entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os
réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte
integrante do mandado. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)
74
No processo penal, o mandado de citação, deverá vir acompanhado pela cópia
da denúncia ou queixa-crime, esta, quando ação penal privada (art. 406). No
mandado de intimação, deverá ser juntado cópias indicadas no despacho
judicial.
Desta forma, sendo a ordem praticada pelo Oficial de Justiça, somente a ele
cabe autenticar a cópia do mandado e portar a fé pública, que se afirma na
verdade do ato praticado.
O CPC no art. 247 prescreve que "As citações e as intimações serão nulas,
quando feitas sem observância das prescrições legais."
Esta expressão deverá ser aposta pelo Oficial de Justiça Avaliador na cópia do
mandado que deverá ser datada e assinada. Após este ato se transforma na
75
contrafé, que será entregue à pessoa com a qual será cumprida a diligência,
após conferir o mandado e cumprir a ordem judicial. Esse procedimento do
Oficial de Justiça tem como objetivo confirmar que a cópia, agora contrafé, é
exatamente igual ao original do mandado.
5.1.4. Fé pública
O funcionário, cujos documentos fazem fé, assevera o que ocorreu ante ele,
representa o no documento e essa representação é tida por certa dentro dos
limites que determina o direito positivo. Dessa forma, a certeza prevalece até
prova em contrário. Por conseqüência, fé pública é a qualidade e autoridade de
uma atestação.
76
5.2. Requisitos legais
Art. 225. O mandado, que o Oficial de Justiça tiver de cumprir, deverá conter:
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
I os nomes do autor e do réu, bem como os respectivos domicílios ou
residências;
II o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial,
bem como a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio
versar sobre direitos disponíveis;
III a cominação, se houver;
IV o dia, hora e lugar do comparecimento;
V a cópia do despacho;
VI o prazo para defesa;
VII a assinatura do escrivão e a declaração de que o subscreve por ordem do
Juiz.
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor
entregar em cartório, com a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os
réus; caso em que as cópias, depois de conferidas com o original, farão parte
[1]
integrante do mandado.
77
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais
característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar lhe execução.
Art. 265. O Escrivão assinará, sempre mencionando que o faz por ordem do Juiz
de Direito, os seguintes expedientes:
[3]
I - os mandados, exceto os de prisão;
78
Já o CPC, em seu art. 202, dispõe sobre os requisitos essenciais da carta de
ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
Art. 141. Os mandados, como regra geral, serão expedidos em 2 (duas) vias,
salvo nos casos de prisão e alvarás de soltura, que serão expedidos em 3 (três)
vias.
Art. 142. Como requisito específico, deverá constar do mandado, de forma
expressa ou equivalente, quando for o caso:
I - o valor da execução ou do débito;
II - o conteúdo do despacho judicial transcrito no mandado, em anexo ou feito por
remissão à petição inicial;
III - a menção ao representante legal, nas ações envolvendo pessoas jurídicas; e
IV - a assinatura do Escrivão e a menção de que o faz por ordem do Juiz de
Direito, exceto os mandados de prisão.
Art. 143. As cópias necessárias ao cumprimento dos mandados deverão ser
anexadas, tantas quantas forem os interessados, especialmente:
I - a cópia da petição inicial aos mandados de citação cível;
II - a cópia da denúncia aos mandados de citação criminal;
III - a cópia da Certidão de Dívida Ativa - CDA, nos mandados expedidos pela
Varas de Execução Fiscal, nos termos do § 1º, art. 6º da Lei Federal nº. 6.830, de
22 de setembro de 1980, que dispõe sobre a cobrança judicial da dívida ativa da
Fazenda Pública;
IV - a cópia da carta precatória no caso das Varas de Precatórias, bem como a
documentação completa em relação ao solicitado pelo deprecante, caso contrário,
devolvê-las para que sejam complementadas; e
V - a cópia dos autos de penhora ou arresto realizados, quando for o caso de
substituição, reforço, ampliação ou modificação dos atos de constrição.
79
O Ofício-Circular nº 009/CGJ/2007, determina que nos termos da Lei nº
11.382/2006, envolvendo execução de título extrajudicial, os Mandados de
“Citação , penhora e avaliação” deverão ser expedidos em 4 (quatro) vias, para
que se cumpra o determinado no art. 652 do CPC.
Art. 157. Caberá ao Oficial de Justiça verificar, dentro de 24 (vinte e quatro) horas
do recebimento do mandado:
I - se está dentro dos limites de sua região de atuação;
II - se contém os documentos que devam acompanhá-lo;
III - se expedido em conformidade com o art. 165 deste Provimento;
IV - se contém os requisitos apresentados nos incisos I a IV do art. 142 deste
Provimento; e
V - se consta o prazo para defesa e se foi expedido nos termos do art. 225 e do
art. 285 do Código de Processo Civil.
Parágrafo único. Na ocorrência de desconformidade aos incisos I a V do caput
deste artigo, o Oficial de Justiça devolverá o mandado à Central, mencionando o
ocorrido, dentro do mesmo prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de ser
[5]
responsabilizado disciplinarmente.
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Penal.
[3]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
[4]
Código de Processo Civil.
[5]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
Art. 168. O servidor responsável pela solicitação dos mandados deverá proceder
com a devida atenção, verificando a existência de identificação das partes
80
devidamente cadastradas no SISCOM, evitando-se, ainda, a indicação errônea
dos endereços.
§ 1º Em caso de inexistência de dados de identificação da parte, o mandado será
expedido contendo a determinação de que os Oficiais de Justiça, no momento de
se proceder à citação da parte ou cumprir a diligência correspondente, deverá
fazer constar de sua certidão os dados relativos à qualificação de tais pessoas,
mencionando-se o número do registro do CPF, o número da Carteira de
Identidade ou qualquer outro documento válido como prova de identidade no
[1]
território nacional.
Em seguida, lerá o mandado à pessoa, entregando lhe para ser lido, colhendo
sua assinatura e oferecendo lhe a contrafé. Deverá, ainda, explicar à pessoa o
que for necessário em relação à resposta à ordem judicial.
Art. 226. Incumbe ao Oficial de Justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá lo:
I lendo lhe o mandado e entregando lhe a contrafé;
II portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
[2]
III obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
O Oficial de Justiça deve ter sempre em mente que cada pessoa tem um nível
de entendimento, uns mais outros menos desenvolvidos. Portanto, usar um
meio de comunicação diferente e conveniente, levando sempre em conta a
pessoa com quem está sendo cumprida a diligência, é o recomendável.
[1]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
[2]
Código de Processo Civil.
81
5.4. Medidas complementares
Ver sobre dia para cumprimento de mandados, no item 3.1 deste curso.
82
Art. 660. Se o devedor fechar as portas da casa, a fim de obstar a penhora dos
bens, o Oficial de Justiça comunicará o fato ao Juiz, solicitando lhe ordem de
arrombamento.
Art. 661. Deferido o pedido mencionado no artigo antecedente, dois oficiais de
justiça cumprirão o mandado, arrombando portas, móveis e gavetas, onde
presumirem que se achem os bens, e lavrando de tudo auto circunstanciado, que
será assinado por duas testemunhas, presentes à diligência.
Art. 662. Sempre que necessário, o Juiz requisitará força policial, a fim de auxiliar
os oficiais de justiça na penhora dos bens e na prisão de quem resistir à ordem.
Art. 663. Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto de resistência,
entregando uma via ao escrivão do processo para ser junta aos autos e a outra à
autoridade policial, a quem entregarão o preso.
Parágrafo único. Do auto de resistência constará o rol de testemunhas, com a sua
qualificação.
Art. 842. O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o
lerá ao morador, intimando-o a abrir as portas.
§ 1º Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem
como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa
ou a coisa procurada.
§ 2º Os oficiais de justiça far-se-ão acompanhar de duas testemunhas.
§ 3º Tratando-se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou
executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o Juiz
designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais
incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão.
Art. 843. Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado,
1
assinando-o com as testemunhas.
83
Art. 247.Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da
diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248.Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os
moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 293.Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou
se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da
ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas
testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se
preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo
2
que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.
84
Art. 142. Como requisito específico, deverá constar do mandado, de forma
expressa ou equivalente, quando for o caso:
...............
II - o conteúdo do despacho judicial transcrito no mandado, em anexo ou feito por
5
remissão à petição inicial;
...............
Deverá ser esclarecido, no próprio auto, em que condições foi deixado o bem onde
houve o arrombamento, quando saíram do local, e, ainda, se foi mudado o segredo da
fechadura, quem ficou com as chaves, se ficou vazio ou habitado, ou então, cumprir o
que o Juiz determinar.
3 - Código Penal
5 - Provimento nº 161/CGJ/2006
6 - Idem.
5.4.3. Requisição de força policial (arts. 662 e 825 do CPC, art. 329 do CP e
art.172, § 2º do Provimento nº 161/CGJ/2006 )
Sempre que houver resistência da parte em permitir que se cumpra a ordem judicial,
seja qual for a natureza, o Oficial de Justiça comunicará o fato ao Juiz solicitando o
auxílio da força policial, quando a lei assim determinar. Autorizada a requisição de
força policial, por meio de Ofício, o Oficial de Justiça retornará ao local acompanhado
dos policiais e cumprirá o mandado.
Quando o mandado for cumprido com auxílio da força policial e resultar em prisão da
parte resistente, o Oficial de Justiça lavrará, em duplicata, o auto de resistência,
prisão, condução e entrega, anexando uma via do auto ao mandado e entregando
outra à autoridade policial a quem for entregue o preso. Esse auto deverá conter os
requisitos indispensáveis à validade do ato.
85
A autorização para solicitação de acompanhamento ou auxílio de força policial poderá
ser dada pelo Juiz, em despacho judicial. Todavia, o Oficial de Justiça também poderá
solicitá-la independentemente de autorização do Juiz, principalmente se for para
resguardar sua integridade física durante o cumprimento do ato, mas deverá ser
precedida de certidão que justifique a medida, nos termos do Provimento nº
161/CGJ/2006, em que constam as normas sobre o Oficial de Justiça e cumprimento
de mandados.
Art. 172. É dever do Oficial de Justiça envidar o máximo de empenho para efetuar
a diligência e firmar a certidão correspondente da forma mais completa e
esclarecedora.
(...)
§ 2º O Oficial de Justiça poderá, quando necessário, requisitar força policial para
[1]
cumprimento dos mandados.
[1]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
Cabe ressaltar que poderá ocorrer de o Oficial de Justiça realizar apenas uma
diligência e obter as informações necessárias à lavratura de uma certidão
86
negativa, ou necessitar realmente das três diligências, a exemplo das situações
abaixo:
Não podemos confundir 3 (três) diligências com 3 (três) informações, que são
procedimentos totalmente diferentes, mas objeto de constante consulta pelos
Oficiais de Justiça. Quanto às 3 (três) informações, o Oficial de Justiça pode
obtê-las em um única diligência, mas 3 (três) diligências, têm que ser
realizadas dentro de 20 (vinte) dias, que é o prazo previsto para o Oficial
diligenciar e cumprir um mandado.
87
Ver item ”Local incerto e não sabido” neste curso.
[1]
Apelação Criminal nº 1.0024.03.893631 6/001 Comarca de Belo Horizonte 1ª Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Relatora: Exmª. Srª. Desª. Márcia Milanez.
Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de Oficial de Justiça quando frustrada a
realização pelo correio. (Redação dada pela Lei nº 8.710, de 24.09.1993)
Parágrafo único. A certidão de intimação deve conter: (Redação dada pela Lei nº
8.710, de 24.09.1993)
I a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando
possível, o número de sua carteira de identidade e o órgão que a expediu;
II a declaração de entrega da contrafé;
88
III a nota de ciente ou certidão de que o interessado não a apôs no mandado.
(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Art. 842. O mandado será cumprido por dois oficiais de justiça, um dos quais o
lerá ao morador, intimando o a abrir as portas.
§ 1º Não atendidos, os oficiais de justiça arrombarão as portas externas, bem
como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja oculta a pessoa
ou a coisa procurada.
§ 2º Os oficiais de justiça far se ão acompanhar de duas testemunhas.
§ 3º Tratando se de direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou
executante, produtores de fonogramas e organismos de radiodifusão, o Juiz
designará, para acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais
incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão.
Art. 843. Finda a diligência, lavrarão os oficiais de justiça auto circunstanciado,
assinando o com as testemunhas.
5.7. 2. Resistência
89
A recusa poderá se dar, inclusive, da parte em não querer nem receber o
Oficial de Justiça, o que não permite, sequer, a leitura do mandado.
Todavia, existe uma exceção quando se tratar de citação com hora certa, em
que a recusa em receber o mandado impedirá, sim, o cumprimento da ordem,
visto que nesta modalidade de citação necessitamos de um intermediário para
entregar o mandado ao citando.
5.7.2. Resistência
A situação de resistência poderá ser caracterizada tanto por ação como por
omissão da pessoa indicada no mandado ou de terceiros, porém, em qualquer
caso, deverá restar prejudicado o cumprimento do mandado no momento da
diligência.
90
mandado de origem, que sucederá ao arrombamento. O outro mandado poderá
ser uma intimação, busca e apreensão, penhora, reintegração de posse,
despejo, etc.
5.7.3. Local incerto e não sabido (arts. 72, 231, 232 e 408, lll do CPC, arts.
247, 361/ 363, §1º, 391, 392, 411, §7º, 420, parágrafo único, 461 e 543, I do
CPP e art. 173, § 2º, I, do Provimento nº. 161/CGJ/2006.
Art. 232. São requisitos da citação por edital: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
1º.10.1973)
I a afirmação do autor, ou a certidão do oficial, quanto às circunstâncias previstas
os
nos n I e II do artigo antecedente; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de
[1]
1º.10.1973)
Art. 408. Depois de apresentado o rol, de que trata o artigo antecedente, a parte
só pode substituir a testemunha:
..............
[1]
III - que, tendo mudado de residência, não for encontrada pelo oficial de justiça.
No caso das ações penais, determinada sua citação por edital, se ele não
comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso
do prazo prescricional. Se o Juiz entender necessário, poderá requerer a
91
produção antecipada de provas e, sendo o caso, decretar a prisão preventiva.
Nos demais casos, sendo requerente a pessoa em questão, o Juiz poderá
extinguir o processo pela falta de movimentação e interesse.
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15
(quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça
certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não
comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei nº. 11.719, de
2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação
do acusado. (Redação dada pela Lei nº. 11.719, de 2008).
................
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
(Incluído pela Lei nº. 11.719, de 2008).
92
II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar
solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração,
expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o
oficial de justiça;
IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver
constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado,
e assim o certificar o oficial de justiça.
§ 1o O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2o O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se,
no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas
neste artigo.
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (Redação dada pela Lei
nº. 11.689, de 2008)
................
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.’
(NR) (Incluído pela Lei nº. 11.689, de 2008)
93
I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as
testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem
[2]
em lugar não sabido;.
................
Art. 173. As certidões citatórias ou de intimação devem ser firmadas da forma mais
completa possível, observados os requisitos legais e os atos administrativos
pertinentes.
§ 2º Na certidão negativa, o Oficial de Justiça deverá constar, além dos requisitos
alinhados nos incisos I, VII, e IX do § 1º desde artigo:
[3]
I - não ter sido o réu localizado;
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Penal.
[3]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
94
5.7.4. Suspeita de ocultação (arts. 227/229 do CPC, arts. 355, § 2º e 362 do
CPP).
95
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada
senão quando a lei expressamente a exigir, reputando se válidos os que,
realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade essencial.
Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão
disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios e
letrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e
interoperabilidade da Infra Estrutura de Chaves Públicas Brasileira ICP Brasil.
(Incluído pela Lei nº 11.280, de 2006)
Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta
escura e indelével, assinando os as pessoas que neles intervieram. Quando estas
não puderem ou não quiserem firmá los, o escrivão certificará, nos autos, a
ocorrência.
Parágrafo único. É vedado usar abreviaturas.
Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como
entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas
[1]
expressamente ressalvadas.
A redação deve ser estritamente dentro dos limites legais, de forma a transmitir
a realidade e inteireza dos acontecimentos ao Juiz. O Oficial de Justiça não
deve certificar além do que é sua função, mas apenas relatar minuciosamente
os fatos ocorridos nas diligências.
96
autos quanto as certidões deverão conter os requisitos legais, sob pena de
nulidade.
Art. 226. Incumbe ao Oficial de Justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá lo:
I lendo lhe o mandado e entregando lhe a contrafé;
II portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
[2]
III obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Art. 173. As certidões citatórias ou de intimação devem ser firmadas da forma mais
completa possível, observados os requisitos legais e os atos administrativos
pertinentes.
§ 1º Na certidão positiva, o Oficial de Justiça deverá:
I - mencionar o endereço, o horário e a data da realização da diligência;
II - qualificar o citado ou intimado, nominando-o, e, se for pessoa jurídica,
mencionando a sua razão social e nominando o seu representante legal;
III - fazer constar das suas certidões os dados relativos à qualificação das pessoas
que figurem no pólo passivo, cujas identificações não constam registradas nos
autos do processo, mencionando número do registro do CPF, o número da
Carteira de Identidade ou qualquer outro documento válido como prova de
identidade no território nacional;
IV - fazer referência da leitura do mandado e da documentação que o integra;
V - comprovar a entrega da contrafé, com sua aceitação ou recusa;
VI - mencionar a obtenção da nota de ciência e, se analfabeto o réu, demonstrar
que o ato foi assistido por uma ou mais testemunhas e que a assinatura no
mandado foi lançada a seu rogo, com resumo do ocorrido;
VII - evitar entrelinhas, emendas, espaços em branco e rasuras, sem a devida
ressalva;
VIII - juntar, nos atos praticados através de procurador, cópia da procuração ou
menção dos dados identificadores se passada por instrumento público, exceto no
processo penal, onde os atos são personalíssimos; e
IX - assinar a certidão, fazendo constar em letra de forma, à máquina ou por
carimbo, o nome e a função do signatário.
§ 2º Na certidão negativa, o Oficial de Justiça deverá constar, além dos requisitos
alinhados nos incisos I, VII, e IX do § 1º deste artigo:
I - não ter sido o réu localizado;
II - os meios empregados para a localização do réu; e
III - o número de diligências negativas realizadas, com suas datas e horários, bem
como o nome e a qualificação de pessoa que possa confirmar as circunstâncias
do fato que impossibilitou o cumprimento do mandado, inclusive o local onde o réu
[3]
possa ser encontrado, se for o caso.
97
Ver em “Jurisprudência selecionada”, “Atos de Comunicação e o Oficial de
Justiça Avaliador”,“Falta de ciente no mandado”, “Fé pública do Oficial de
Justiça”, “Local incerto e não sabido” e “Conteúdo da certidão do Oficial de
Justiça Avaliador”.
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Civil.
[3]
Provimento nº 161/CGJ/2006.
98
6. SITUAÇÕES RELEVANTES ENVOLVENDO OS ATOS DE
COMUNICAÇÃO
99
§ 1º Quando o inventariante for dativo, todos os herdeiros e sucessores do
falecido serão autores ou réus nas ações em que o espólio for parte.
§ 2º - As sociedades sem personalidade jurídica, quando demandadas, não
poderão opor a irregularidade de sua constituição.
§ 3º O gerente da filial ou agência presume-se autorizado, pela pessoa jurídica
estrangeira, a receber citação inicial para o processo de conhecimento, de
[1]
execução, cautelar e especial.
100
Ver “Jurisprudência selecionada”, “Atos de Comunicação e o Oficial de Justiça
Avaliador”, “Citação de pessoa jurídica”.
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Lei nº. 9.099 de 1995
Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de
autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa:
I - do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do
Supremo Tribunal Federal;
II - do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais
superiores;
III - do Procurador-Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais
tribunais;
IV - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de
competência dos juízos de primeiro grau.
Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na pessoa:
I - (Vetado);
II - do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de competência
dos demais tribunais;
III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda Nacional nas
hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.
Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 36, a
citação se dará na pessoa do substituto eventual.
101
Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas do Advogado da
[1]
União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos respectivos autos.
[1]
Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União.
[2]
Código Civil.
Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume se esta,
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão
[1]
definitiva.
Art. 43. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar se á a substituição pelo
seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 265.
102
Assim, em ambos os casos, diante da notícia de falecimento da pessoa com a
qual seria cumprido o mandado, o Oficial de Justiça deverá solicitar cópia da
certidão de óbito ou colher dados desta e informar ao Juiz, para que as devidas
providências sejam tomadas em função do espólio ou dos herdeiros. Os dados
são: o nome do Cartório em que foi realizado o registro, números da certidão,
do livro, da folha, a data e a hora do falecimento, e, ainda, solicitar o número do
processo de inventário e o nome do inventariante, se houver.
Art. 597. O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita a partilha, cada
[3]
herdeiro responde por elas na proporção da parte que na herança lhe coube.
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita
a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na
[4]
herança lhe coube.
[1]
Código Civil.
[2]
Código de Processo Civil.
[3]
Código de Processo Civil.
[4]
Código Civil.
[5]
Código de Processo Civil.
6. 6. Interditando
103
O art. 218 do CPC é bastante claro quando diz que “não se fará citação,
quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado de recebê la”.
“Demente” é caso de interdição e versa sobre estado da pessoa procurada, e,
“ou está impossibilitado de receber”, mencionado no caput deste artigo pode
ser qualquer causa que impossibilite a compreensão do ato ou que inviabilize o
citando de providenciar sua defesa, motivos pelos quais a lei ordena, no § 1º,
que “o Oficial de Justiça passará certidão, descrevendo minuciosamente a
ocorrência”.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I - (Revogado pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
Texto original: ao funcionário público, na repartição em que trabalhar;
104
A notificação ao chefe da repartição acerca da citação e seu comparecimento
perante o juízo objetiva preservar o andamento do serviço público,
possibilitando ao chefe da repartição tomar as medidas necessárias quanto à
ausência de um serventuário, visando a continuidade do serviço público.
6. 8. Militar em serviço
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Código de Processo Penal.
105
6.9. Réu / Réu preso
O art. 360 do CPP, previa que o réu preso era requisitado para ser apresentado
em juízo, sem previsão da sua citação, mas a Lei nº 10.792/2003 alterou essa
previsão, determinando sua citação pessoal antes da requisição para
interrogatório.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será requisitada a sua apresentação em juízo, no
dia e hora designados. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação dada pela
[1]
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 56. Recebida a denúncia, o Juiz designará dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do
Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1º Tratando se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33,
caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o Juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o
afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público,
comunicando ao órgão respectivo.
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30
(trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a
realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará
[2]
em 90 (noventa) dias.
[1]
Código de Processo Penal.
[2]
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
106
Art. 275. Observar se á o procedimento sumário: (Redação dada pela Lei nº 9.245,
de 26.12.1995)
I nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário
mínimo; (Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
II nas causas, qualquer que seja o valor (Retificado) (Redação dada pela Lei nº
9.245, de 26.12.1995)
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola;
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de
veículo, ressalvados os casos de processo de execução;
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em
legislação especial;
g) nos demais casos previstos em lei.
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao
estado e à capacidade das pessoas. (Redação dada pela Lei nº 9.245, de
[1]
26.12.1995)
[1]
Código de Processo Civil.
[2]
Provimento nº 165/CGJ/2007.
107
Tanto na cautelar quanto na liminar, o requerido será citado para contestar o
pedido após o cumprimento da medida, sendo no prazo de 05 dias nos termos
do art. 802 do CPC e 15 dias de acordo com o art. 8º da Lei 8397 de 06/01/92,
medida cautelar fiscal referente a credito tributário.
Exemplo:
1 - Mandado de busca e apreensão e citação
2 - Mandado de arrolamento de bens e citação
3 - Mandado de seqüestro e citação
Quanto à citação com hora certa, envolvendo intimação para audiência, poderá
ser realizada nas cautelares, por tratar-se de 2 (dois) atos no mesmo mandado,
desde que haja possibilidade de aproveitar a audiência aprazada. Todavia
deverá ser observado que o Escrivão tem 3 (três) dias para confirmar a citação
realizada com hora certa e o prazo para defesa nas cautelares comuns é de 5
dias, conforme determina o art. 802 do CPC.
Art. 802. O requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para,
no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende
produzir.
Cabe ressaltar que o mandado, após realizada a citação, permanece nas mãos
do Oficial de Justiça durante os 5 (cinco) dias destinados ao pagamento pelo
executado, para, ao final, verificar em cartório e efetivar a penhora, se for o
caso.
Art. 7º O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:
108
I citação, pelas sucessivas modalidades previstas no artigo 8º;
II penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de
depósito ou fiança;
III arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;
IV registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de
custas ou outras despesas, observado o disposto no artigo 14; e
V avaliação dos bens penhorados ou arrestados .
Art. 8º O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida
com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa,
ou garantir a execução, observadas as seguintes normas:
I a citação será feita pelo correio, com aviso de recepção, se a Fazenda Pública
não a requerer por outra forma;
II a citação pelo correio considera se feita na data da entrega da carta no
endereço do executado, ou, se a data for omitida, no aviso de recepção, 10 (dez)
dias após a entrega da carta à agência postal;
III se o aviso de recepção não retornar no prazo de 15 (quinze) dias da entrega
da carta à agência postal, a citação será feita por Oficial de Justiça ou por edital;
IV o edital de citação será afixado na sede do Juízo, publicado uma só vez no
órgão oficial, gratuitamente, como expediente judiciário, com o prazo de 30 (trinta)
dias, e conterá, apenas, a indicação da exeqüente, o nome do devedor e dos
co responsáveis, a quantia devida, a natureza da dívida, a data e o número da
inscrição no Registro da Dívida Ativa, o prazo e o endereço da sede do Juízo.
§ 1º O executado ausente do País será citado por edital, com prazo de 60
(sessenta) dias.
[1]
§ 2º O despacho do Juiz, que ordenar a citação, interrompe a prescrição.
[1]
Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980.
109
O Estatuto da Criança e do Adolescente é lei especial e como tal não foi
revogada, o que se pode comprovar, observando o disposto no art. 2 ° , § 2 ° ,
da Lei de Introdução ao Código Civil: “A lei nova, que estabeleça disposições
gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei
anterior”.
Para que haja revogação é preciso que a disposição nova, geral ou especial,
modifique expressamente ou insitamente a antiga, dispondo sobre a mesma
matéria diversamente. Logo, lei nova geral revoga a geral anterior, se com ela
conflitar. A norma geral não revoga a especial, nem a nova especial revoga a
geral, podendo com ela coexistir (...), exceto se disciplinar de modo diverso a
[1]
matéria normada, ou se a revogar expressamente.
110
Cabe ressaltar que o novo Código Civil não alterou também a maioridade
criminal, que continua com o limite de 18 anos.
111
Resultado no cumprimento do mandado: Certidão positiva de intimação do
menor e notificação de seus pais ou representante legal a comparecerem à
audiência, acompanhados de advogado, ou certidão negativa, informando o
ocorrido nas diligências realizadas.
O adolescente aqui não é propriamente um "réu", tanto é que a lei não visa
puni-lo, mas auxiliá-lo com as medidas de internação que visam a sua
recuperação. Ao menor infrator é dado o direito de produzir todas as espécies
de provas legais e legítimas, e ainda, a defesa técnica que é um direito
112
indisponível do adolescente. Ele deve estar presente na audiência de
apresentação com advogado, e se não puder contratar, deverá ser-lhe
nomeado um defensor dativo ou público.
[1]
DINIZ, Maria Helena. Lei de introdução ao Código Civil Brasileiro interpretada, 4ª ed., Saraiva, 1998,
p.75.
[2]
LIBERATI Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente, 4ª ed., Malheiros
Editores, 1999 p. 96.
113
atos poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será inutilizada
após o trânsito em julgado da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e
demais documentos que o instruem.
Art. 18. A citação far-se-á:
I por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;
II tratando se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao
encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;
III sendo necessário, por Oficial de Justiça, independentemente de mandado ou
carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do
citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar se ão
verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer
outro meio idôneo de comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar se ão desde logo cientes as
partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso
do processo, reputando se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
indicado, na ausência da comunicação.
114
ou certificação de recusa
na apresentação de
documentos, após
afirmar ser o
representante legal.
Menor impúbere - menor Representado por seus O mandado será
de 16 anos pais - art. 8º CPC. Art. 3º assinado pelo pai ou
do CC. mãe, independente da
presença do menor, mas
nos casos das varas da
infância e juventude, o
adolescente também
assina o mandado, bem
como seu pai e sua mãe,
por tratar-se de ato
infracional.
Incapaz Representante legal ou Art. 3º do CC.
curador - art. 8º e 9º, I,
CPC.
Gravemente enfermo Inicialmente, não faz a Sendo impossível, o
citação, mas poderá fazê- Oficial informará ao Juiz,
la se houver procurador por meio de certidão
para o caso - art. 217, IV, minuciosa,
e 218, CPC. Art. 3º do aparentemente, o estado
CC. da pessoa no momento
em que foi realizada a
diligência e devolverá o
mandado. Art. 3º do CC.
Interditando O curador provisório. Se Sendo impossível, o
não houver, o Oficial não Oficial certificará, de
fará a citação.- art. 218, forma minuciosa,
CPC. Art. 3º do CC. aparentemente, o estado
da pessoa no momento
em que foi realizada a
diligência.
Deficientes mentais O curador. Sem o Sendo impossível, o
curador, não fará citação Oficial certificará, de
- art. 218, CPC. Art. 3º do forma minuciosa,
CC. aparentemente, o estado
da pessoa no momento
em que foi realizada a
diligência.
Surdo-mudo O surdo-mudo se tiver Sendo impossível, o
educação especializada Oficial de Justiça não
que permita a fará a citação,
compreensão do ato - art. informando os motivos
218, CPC. da sua não- realização.
115
Analfabeto O próprio analfabeto ou Não havendo
com assinatura a rogo, na testemunhas, realizará o
presença de duas ato, de tudo certificando.
testemunhas ou colhendo
dele a assinatura por
meio de impressão
datiloscópica - art. 3º do
CC.
Cego O cego se tiver educação O Oficial de Justiça não
especializada que fará a citação,
permita a compreensão informando ao Juiz os
do ato. - art. 218, CPC. motivos da sua não-
Art. 3º do CC. realização.
Espólio Inventariante - art. 12, V, No caso de investigação
CPC. de paternidade,
respondem todos os
herdeiros.
Condomínio Síndico ou administrador Síndico eleito em
- art. 12, IX, CPC. assembléia geral,
comprovado pela ata
que o elegeu.
Massa falida Síndico da massa falida - A representação se inicia
art, 12, III, CPC, ou, se com a nomeação feita
for o caso, administrador pelo Juiz e aceitação
pela nova Lei de pelo nomeado.
Falências.
Fazenda Pública Procurador ou prefeito - O chefe do Poder
Municipal art. 12, II, CPC. Executivo ou o
procurador do ente
político, nomeados para
o cargo.
Fazenda Pública Procurador-geral - art. 12, Chefe do Poder
Estadual I, CPC. Executivo ou procurador
do ente político,
nomeados para o cargo.
Funcionário público O próprio funcionário se Será dada ciência ao
acusado, e, no ato, será chefe imediato no caso
dada ciência a seu chefe de ser o funcionário o
de repartição - art. 359 do acusado, quando o
CPP. endereço indicado para
citação tratar-se de uma
repartição pública.
Estrangeiro residente no Não fará a citação, O oficial devolverá o
Brasil, que não sabe falar mesmo que compreenda mandado, mencionando
o idioma do país. o idioma do estrangeiro, em certidão minuciosa o
porque o Oficial de ocorrido na diligência
116
Justiça não é tradutor para futuras
juramentado. providências.
Curatelado O curador - art. 9º, CPC. Nesta situação, já tem a
definição quanto ao
nome do seu curador.
Interditado O curador - art. 9º, CPC. O interditado tem como
representante o curador
e, nesta situação, tem a
definição do seu nome.
Idoso O idoso, se tiver a Suspeitando de
compreensão do ato. - incapacidade, não citará,
art. 218, CPC. mas passará certidão,
descrevendo,
aparentemente, a
situação presenciada na
diligência. Conforme o
entendimento do Juiz da
ação, serão inquiridos
onde se encontrarem -
art. 3º do CC.
Réu preso O réu preso - ver Se o réu não contestar
sistemática adotada pelo ou alegar dificuldades, a
TJMG - Resolução ele será dado curador
Conjunta nº 6.715/2003. especial.
Réu ausente de direito Não se faz a citação de O novo CC prevê para
material pessoa absolutamente esse procedimento a
(absolutamente incapaz) incapaz - art. 8º, CPC. declaração de ausência
Art. 3º do CC. e nomeação de curador
especial, se for o caso.
Réus ausentes de direito Mandatário, feitor, Quando a ação se
processual gerente ou administrador originar de atos por eles
(considerados, assim, - art. 215, § 1º, CPC. praticados.
revéis).
Locador em local incerto Na pessoa do Esta situação ocorre
e não sabido administrador do imóvel quando o locador se
responsável pelo ausenta sem cientificar o
recebimento dos locatário e informar o
aluguéis. nome de seu procurador.
Instituição bancária O representante legal ou A autorização tem que
gerente da filial, com mencionar
poderes especiais. expressamente poderes
especiais para o
representante legal
receber a citação.
Réu revel O revel, normalmente, Nesse caso, o réu já é
não tem procurador. revel em processo
117
Assim, não sendo feita a anterior e será citado por
citação, será nomeado edital nas ações
curador especial - art. 9º criminais ou com hora
do CPC. certa quando tratar-se de
ações cíveis.
Menor relativamente O próprio menor assistido Não se faz a citação
incapaz - com idade entre no momento pelos seus somente na pessoa de
16 e 18 anos - menor- pais ou representante seus pais ou
púbere legal, art. 8º, CPC, e representante legal.
art.171, I, CC. Tanto o menor como o
Art. 4º do CC. assistente têm que
assinar o mandado.
Pode ser o pai, a mãe ou
representante legal.
Policial militar Art. 221, § 2º, e 358 do A citação do militar far-
CPP se-á por intermédio do
Art. 216, CPC. chefe do respectivo
serviço, esclarecendo
que o chefe não
representa o militar, mas
apenas vai informar a
escala de lotação para
que seja aprazada a
diligência.
Ausente O procedimento se dará Normalmente, nesses
conforme o art. 215, § 1º, casos especiais, o Juiz
CPC. determina a quem será
feita a citação .
Adolescente Adolescente Não sendo localizado, a
autoridade judiciária
infrator infrator expedirá mandado de
busca e apreensão para
o adolescente. Não se
aplica aqui o
procedimento da
assistência como ocorre
no processo civil, por
tratar-se de ato
infracional.
118
8. MATERIAIS DE APOIO
Cabe ressaltar que os enunciados não podem ser aplicados de ofício pelos
Oficiais de Justiça, mas tão somente cumprir o mandado utilizando-os se
constarem do mesmo ou for adotado pelo MM. Juiz responsável pelo Juizado
Especial de origem do mandado. Isso, porque a análise é feita pelos Juízes,
que aplicarão ou não, os enunciados, como se depreende da observação
abaixo, disposta no ambiente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais, destinado aos Juizados Especiais Cíveis e criminais.
119
Súmula nº 263
Súmula nº 351
Súmula nº 366
Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não
transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia.
Súmula nº 391
Súmula nº 155
Súmula nº 216
Súmula nº 310
Súmula nº 710
Súmula nº 109
É devida a multa prevista no art. 15, § 6º, da Lei 1.300, de 28/12/1950, ainda
que a desocupação do imóvel tenha resultado da notificação e não haja sido
proposta ação de despejo.
120
Súmula nº 174
[1]
Home page: www.edisonsiqueira.com.br
[2]
www.stf.gov.br
Súmula nº 282
Súmula nº 277
Súmula nº 204
Súmula nº 196
Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será
nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos.
Súmula nº 121
Súmula nº 25
121
Súmula nº 312
Súmula nº 245
Súmula nº 127
Súmula nº 361
[1]
www.sfj.gov.br
122
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - Lei nº 5.869, 11.1.1973
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm
123
PROVIMENTO Nº 161/CGJ/2006, QUE CODIFICA OS ATOS NORMATIVOS
DA CORREGEDORIA- GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
http://www.tjmg.gov.br/info/pdf/index.jsp?uri=/corregedoria/codigo_normas/codif
icacao.pdf
PROVIMENTO-CONJUNTO Nº 7/2007
http://www.tjmg.gov.br/info/pdf/index.jsp?uri=/corregedoria/codigo_normas/provi
mentoscj.pdf
124