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2022.1, 27.01.2022
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ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES
Utilize este material como seu caderno de estudos. Os espaços foram
pensados para que você tenha uma leitura mais ativa, adicionando o que
considera importante e organizando todas as anotações em um só lugar.
COMENTÁRIOS E TABELAS
Para facilitar seus estudos, já incluímos anotações e tabelas com
apontamentos doutrinários e jurisprudenciais.
REDAÇÃO SIMPLIFICADA
Além da diagramação desenhada para tornar a leitura mais fluente,
tornamos a redação mais objetiva, especialmente nos números.
Uma ferramenta a mais para você que gosta de ler pelo tablet ou notebook.
Todos os nossos materiais foram desenhados para você ler de forma muito
confortável quando impressos, mas se você também gosta de ler em telas,
conheça esta ferramenta que aplicamos em todos os conteúdos, os recursos de
interatividade com a navegação por marcadores – a estrutura de tópicos do
leitor de PDF, que também pode ter outro nome a depender do programa.
Os títulos, capítulos, seções e artigos das legislações, bem como as súmulas e
outros enunciados dos materiais de jurisprudências, estão listados na barra de
marcadores do seu leitor de PDF, permitindo que a localização de cada
dispositivo seja feita de maneira ainda mais fluente.
Além disso, com a opção VOLTAR, conforme o leitor de PDF que esteja
utilizando, você também pode retornar para o local da leitura onde estava, sem
precisar ficar rolando páginas.
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GUIA DE ESTUDOS MATERIAL GRATUITO
Se você está iniciando o estudo para concursos ou sente a necessidade de uma organização e planejamento melhor, este
conteúdo deve contribuir bastante com a sua preparação. Liberamos gratuitamente no site.
INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
PLANNER SEMANAL
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SUMÁRIO GERAL
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ÍNDICE DAS TABELAS
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Profissionalização e proteção no trabalho ..................................................................................... 44
Atores mirins ........................................................................................................................................... 44
Aprendizagem ......................................................................................................................................... 45
Competência para regular a faixa etária de diversões e espetáculos públicos ................... 48
Horário de verão..................................................................................................................................... 48
Transportadoras e distribuidoras de revistas pornográficas também devem cumprir as
exigências do art. 78 do ECA .............................................................................................................. 49
É abusiva a publicidade de alimentos direcionada, de forma explicita ou implícita, a
crianças...................................................................................................................................................... 49
Venda de bebidas alcoólicas para menores de idade .................................................................. 50
Autorização para viajar ........................................................................................................................ 50
Política de Atendimento ...................................................................................................................... 51
Acolhimento familiar ou institucional .............................................................................................. 54
Audiências concentradas ..................................................................................................................... 55
Fiscalização das entidades .................................................................................................................. 55
Entidade governamental x Entidade não-governamental......................................................... 56
Medidas de proteção * .......................................................................................................................... 57
Medidas específicas de proteção ...................................................................................................... 58
Tempo e lugar do ato infracional ....................................................................................................... 59
Ato Infracional......................................................................................................................................... 61
Normas aplicáveis aos casos de apuração de ato infracional ................................................... 62
Procedimento no caso de criança que pratica ato infracional ................................................. 62
Procedimento no caso de adolescente que pratica ato infracional ........................................ 62
Flagrante (art. 302 do CPP)................................................................................................................. 63
Internação antes da sentença............................................................................................................. 63
Devido processo legal ........................................................................................................................... 63
Medidas Socioeducativas .................................................................................................................... 64
Plano individual de atendimento conforme a Lei do sinase ...................................................... 65
Tipos de medidas socioeducativas * ................................................................................................. 66
Prova suficiente de autoria x Indícios suficientes de autoria ................................................... 67
Regime de semiliberdade..................................................................................................................... 68
Internação ................................................................................................................................................ 70
Julgados importantes sobre Internação ......................................................................................... 71
Jurisprudência relevante sobre medidas socioeducativas ....................................................... 73
Remissão ................................................................................................................................................... 74
Participação popular na elaboração de políticas públicas ......................................................... 77
Conselho tutelar ..................................................................................................................................... 78
Conselheiro tutelar................................................................................................................................ 80
Acesso à Justiça ...................................................................................................................................... 81
Alteração do art. 142 para atender ao disposto no CC/02 ....................................................... 81
Curadoria especial ................................................................................................................................. 81
Justiça da infância e da juventude..................................................................................................... 82
Competência............................................................................................................................................ 83
Necessidade de alvará para participação de criança em espetáculo ou programa de tv . 84
Prazos ........................................................................................................................................................ 86
Procedimento para a perda ou suspensão do poder familiar ................................................... 87
Colocação em família substituta........................................................................................................ 89
Oitiva informal ........................................................................................................................................ 92
7
Alternativas para o Ministério Público............................................................................................ 92
Ação socioeducativa.............................................................................................................................. 93
Mandado de busca e apreensão x Condução coercitiva ............................................................ 95
Lei 13.441/17 .......................................................................................................................................... 95
Apuração de irregularidades em Entidade de atendimento ..................................................... 97
Recursos ................................................................................................................................................. 100
Intimação pessoal do Ministério Público ..................................................................................... 103
Falta de intervenção do Ministério Público ................................................................................ 103
Assistente de acusação nas ações socioeducativas .................................................................. 104
Tutela dos direitos previstos no eca .............................................................................................. 104
Ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos ..................................................... 105
Tutela penal infanto-juvenil ............................................................................................................. 108
Prescrição .............................................................................................................................................. 108
Classificação do delito do art. 228 ................................................................................................. 109
Classificação do delito do art. 229 ................................................................................................. 109
Classificação do delito do art. 230 ................................................................................................. 109
Classificação do delito do art. 231 ................................................................................................. 110
Classificação do delito do art. 232 ................................................................................................. 110
Classificação do delito do art. 234 ................................................................................................. 110
Classificação do delito do art. 235 ................................................................................................. 111
Classificação do delito do art. 236 ................................................................................................. 111
Classificação do delito do art. 237 ................................................................................................. 111
Classificação do delito do art. 238 ................................................................................................. 111
Classificação do delito do art. 239 ................................................................................................. 112
Classificação do delito do art. 240 ................................................................................................. 113
Infiltração de agentes ........................................................................................................................ 113
Classificação do delito do art. 241 ................................................................................................. 114
Classificação do delito do art. 241-A ............................................................................................ 115
Classificação do delito do art. 241-B............................................................................................. 116
Classificação do delito do art. 241-C ............................................................................................ 117
Classificação do delito do art. 241-D ............................................................................................ 117
Classificação do delito do art. 241-E ............................................................................................. 118
Quem é punido em cada tipo penal do art. 240 ao 241-D ...................................................... 118
Classificação do delito do art. 242 ................................................................................................. 118
Classificação do delito do art. 243 ................................................................................................. 119
Classificação do delito do art. 244 ................................................................................................. 119
Classificação do delito do art. 244-A ............................................................................................ 119
Classificação do delito do art. 244-B............................................................................................. 120
Corrupção de menores * ................................................................................................................... 120
Das infrações administrativas ......................................................................................................... 121
Descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar ................................................... 122
Transmissão de espetáculo em horário diverso do recomendado ...................................... 122
8
Lei 8.069/90
-
Estatuto da
Criança e do
Adolescente
(ECA)
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA
BRASIL COLÔNIA
› Fase da absoluta indiferença, não haviam normas jurídicas destinadas a tratar dos
direitos e deveres de crianças e adolescentes, que não eram objeto de preocupação ou
tutela pelo Estado ou pela sociedade;
› Cabia ao pai, como autoridade máxima, reger de forma absoluta a vida dos filhos, sem
proteção às crianças e adolescentes;
› Modelo educacional era castigos, surras severas, entre outros;
› Os Jesuítas prestavam assistência aos abandonados.
FASE IMPERIAL
Legislação Código de
Código Mello
Menores Código Penal (1940)
em vigor Mattos (1927)
(1926)
Imputabilidade
14 anos 14 e 18 anos 18 anos
Penal
› Lançou as bases da Doutrina da situação Irregular: abordagem
autônoma, desvinculada de garantias de direito penal
(contraditório e ampla defesa);
› Construção da categoria “menor” (termo historicamente
pejorativo): os destinatários da lei “menorista” eram apenas os
delinquentes, abandonados e indigentes;
Características
› Quebra de vínculos familiares, com substituição por vínculos
institucionais;
› Preocupação Correcional, os menores sofriam medidas punitivas
com finalidade educacional e admitia-se intervenções sem tempo
determinado;
› Juiz exercendo autoridade centralizadora.
› Até o Código Mello Mattos (1927) continua a fase da mera
imputação criminal;
› Estado do bem-estar social ou “Estado Protetor” com abordagem
Doutrina/ paternalista para as crianças e adolescentes;
Política › Repressão policial nos casos de cometimento de crimes e
em vigor filantropia nos casos de abusos e maus tratos;
› Surgem as casas de recolhimento para menores abandonados,
indigentes e delinquentes;
› Exploração do trabalho infantil.
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Influência de movimentos pós-segunda guerra em prol de direitos
QUEBRA
humanos. Elaboração, pela ONU, da Declaração Universal dos
HISTÓRICA NO
Direitos do Homem (1948) e publicação da Declaração dos Direitos
PANORAMA
da Criança que originou a chamada DOUTRINA DA PROTEÇÃO
INTERNACIONAL
INTEGRAL, mas que ainda era pouco utilizada no Brasil.
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DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO PANORAMA INTERNACIONAL
(SEC. XX “ERA DOS DIREITOS”)
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DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL
Art. 1º
Esta Lei dispõe sobre a PROTEÇÃO INTEGRAL à criança e ao adolescente.
Art. 2º
Considera-se CRIANÇA, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 anos de idade
incompletos, e ADOLESCENTE aquela entre 12 e 18 anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este
Estatuto às pessoas entre 18 e 21 anos de idade.
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CRITÉRIO ETÁRIO
Art. 3º
A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou
cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (Lei 13.257/16)
Art. 4º
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
GARANTIA DE PRIORIDADE
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Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a. primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b. precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c. preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d. destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude.
Art. 5º
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, POR AÇÃO OU OMISSÃO, aos seus direitos fundamentais.
Art. 6º
Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências
do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
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TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Art. 7º
A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e
harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º
É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher
e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral
no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Lei 13.257/16)
§ 1º. O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Lei
13.257/16)
Art. 8º-A
Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada
anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar
informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da
incidência da gravidez na adolescência. (Lei 13.798/19)
Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo
ficarão a cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão
dirigidas prioritariamente ao público adolescente. (Lei 13.798/19)
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Art. 9º
O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de
liberdade.
§ 1º. Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações
sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à
avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
complementar saudável, de forma contínua. (Lei 13.257/16)
§ 2º. Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de
leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Lei 13.257/16)
Art. 10
Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e
particulares, são obrigados a:
I. manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais,
pelo prazo de 18 anos;
II. identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital
e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
autoridade administrativa competente;
III. proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no
metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV. fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V. manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
VI. acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à
técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o
corpo técnico já existente. (Lei 13.436/17)
Art. 11
É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade
no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Lei 13.257/16)
§ 1º. A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou
segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
(Lei 13.257/16)
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Art. 12
Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia
intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Lei 13.257/16)
Art. 13
Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante
e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao
Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Lei
13.010/14)
§ 1º. As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para
adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da
Infância e da Juventude. (Lei 13.257/16)
§ 2º. Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência
social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária
da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,
formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
acompanhamento domiciliar. (Lei 13.257/16)
Art. 14
O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação
sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1º. É OBRIGATÓRIA A VACINAÇÃO das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Renumerado pela Lei 13.257/16)
§ 2º. O SUS promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher
e à criança. (Lei 13.257/16)
§ 3º. A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,
inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
posteriormente, no 6º e no 12º anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Lei 13.257/16)
§ 4º. A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo
Sistema Único de Saúde. (Lei 13.257/16)
§ 5º. É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros 18 meses de vida,
de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em
consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento
psíquico. (Lei 13.438/17)
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Qualidade intrínseca e distintiva, possuída por cada ser humano que o
Dignidade faz merecedor de consideração e respeito, por parte do Estado e da
sociedade.
Art. 15
A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e
sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16
O DIREITO À LIBERDADE compreende os seguintes aspectos:
I. ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;
II. opinião e expressão;
III. crença e culto religioso;
IV. brincar, praticar esportes e divertir-se;
V. participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI. participar da vida política, na forma da lei;
VII. buscar refúgio, auxílio e orientação.
DIREITO DE LIBERDADE *
Rol exemplificativo.
› O juiz pode disciplinar a entrada e permanência de crianças e
adolescentes em diversos espaços, desde que não o faça de modo
geral e abstrato, conforme previsão no art. 149.
Ir e vir
› O ECA e o STJ não admitem as portarias que criem “toque de
recolher”, vedando genericamente a permanência de crianças
nas ruas no período noturno desacompanhada dos responsáveis.
Opinião Compreende tanto o pensamento quanto a manifestação dele
Abrange a atividade intelectual, artística e de comunicação.
Para a participação de menores de idade em espetáculos públicos e
Expressão concursos de beleza, como forma de exercício da liberdade de
opinião e expressão, é necessário obter alvará judicial autorizando,
(art. 179, II, do ECA)
Compreende o direito de escolha da própria religião, bem como não
ter nenhuma fé ou crença.
A orientação religiosa dos filhos cabe aos pais ou responsáveis,
dentro da própria educação, e decorre do poder familiar, previsto nos
art. 1.630 e 1.638 do CC/02.
Em que pese os Testemunhas de Jeová possuírem
autodeterminação para se negarem a se submeter a
tratamento médico realizado com transfusão de
Crença e culto sangue, em razão de sua consciência religiosa, e,
religioso Transfusão ainda, que o poder familiar confira aos pais o direito
de sangue e de educar seus filhos na religião elegida, tal direito
filhos de não pode se sobrepor aos direitos fundamentais dos
Testemunhas filhos à vida e à saúde. Portanto, não se pode admitir
de Jeová que a religião dos pais afete a própria existência dos
filhos. Nesse caso, os pais não podem dispor da vida
de seus filhos em nome de sua crença religiosa, há de
prevalecer a vida do infante, o qual goza de especial
proteção do Estado.
Formalmente depende de o adolescente completar 16 anos, idade a
Participação na
partir da qual a capacidade eleitoral ativa é adquirida. Lembrando
vida política
que, entre os 16 e 18 anos o direito de sufrágio é facultativo.
19
Art. 17
O DIREITO AO RESPEITO consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18
É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
TRATAMENTOS VEDADOS
* STJ. 3ª Turma. REsp 509968-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/12/2012.
Art. 18-A
A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo
físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação
ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Lei 13.010/14)
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b. lesão; (Lei 13.010/14)
II. TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE: conduta ou forma cruel de tratamento em
relação à criança ou ao adolescente que: (Lei 13.010/14)
a. humilhe; ou (Lei 13.010/14)
b. ameace gravemente; ou (Lei 13.010/14)
c. ridicularize. (Lei 13.010/14)
Art. 18-B
Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores
de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de
adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes
medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Lei 13.010/14)
I. encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Lei
13.010/14)
Art. 19
É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária,
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Lei 13.257/16)
Convenção dos Trata-se de uma ampliação do que está previsto na Convenção dos
Direitos da Direitos da Criança (1989), que dispõe que a criança não pode ser
Criança (1989) separada dos pais contra sua vontade.
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Entidade Familiar goza de proteção constitucional (art. 226 da
Proteção CF/88), incluindo-se no conceito de entidade familiar tanto as
Constitucional da uniões estáveis homoafetivas, segundo decisão do STF na ADI
Entidade Familiar 4277/DF, quanto a comunidade formada por qualquer de seus pais
e seus descendentes.
ACOLHIMENTO
22
de situações de maus tratos, desamparo ou qualquer
outra forma de violência (física ou moral) que estava
sofrendo.
O dirigente de entidade que desenvolve programa de
acolhimento institucional é equiparado ao guardião
para todos os efeitos de direito.
APADRINHAMENTO
Art. 19-A
A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou
logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude. (Lei 13.509/17)
§ 1º. A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e
da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os
eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal. (Lei 13.509/17)
§ 2º. De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento
da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e
assistência social para atendimento especializado. (Lei 13.509/17)
§ 3º. A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art.
25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 dias, prorrogável por igual período. (Lei
13.509/17)
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§ 8º. Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou
perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança
será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da
Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 dias. (Lei 13.509/17)
§ 9º. É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no
art. 48 desta Lei. (Lei 13.509/17)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não
procuradas por suas famílias no prazo de 30 dias, contado a partir do dia do acolhimento. (Lei
13.509/17)
Art. 19-B
A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão
participar de PROGRAMA DE APADRINHAMENTO. (Lei 13.509/17)
§ 1º. O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao
adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e
colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo,
educacional e financeiro. (Lei 13.509/17)
§ 2º. Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 anos não inscritas nos
cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de
apadrinhamento de que fazem parte. (Lei 13.509/17)
§ 3º. PESSOAS JURÍDICAS PODEM APADRINHAR criança ou adolescente a fim de
colaborar para o seu desenvolvimento. (Lei 13.509/17)
§ 4º. O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de
cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com
remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (Lei 13.509/17)
§ 5º. Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da
Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade
civil. (Lei 13.509/17)
§ 6º. Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e
pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária
competente. (Lei 13.509/17)
Art. 20
Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os MESMOS
DIREITOS E QUALIFICAÇÕES, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.
Art. 21
O pátrio poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na
forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Lei
12.010/09)
PODER FAMILIAR
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Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal,
o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos
filhos:
I. dirigir-lhes a criação e a educação;
II. exercer a guarda unilateral ou compartilhada nos termos do
art. 1.584;
III. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajarem ao
exterior;
Art. 1.634 V. conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para mudarem
sua residência permanente para outro Município
VI. nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico,
se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não
puder exercer o poder familiar;
VII. representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 anos,
nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos
em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
VIII. reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
IX. exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços
próprios de sua idade e condição.
Extingue-se o poder familiar:
I. pela morte dos pais ou do filho;
II. pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único;
Art. 1.635
III. pela maioridade;
IV. pela adoção;
V. por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a
Art. 1.637 eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz,
Atenção: a requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a
suspensão do medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus
poder familiar é haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
penalidade Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder
temporária. familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em
virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I. castigar imoderadamente o filho;
II. deixar o filho em abandono;
III. praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV. incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo
antecedente.
V. entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de
adoção.
Art. 1.638 Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar
aquele que:
Atenção: a perda
I. praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder
ou destituição do
familiar:
poder familiar é
penalidade cível a. homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave
definitiva que não ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
elimina o grau de envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo
parentesco. ou discriminação à condição de mulher;
b. estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à
pena de reclusão;
II. praticar contra filho, filha ou outro descendente:
a. homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave
ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo
ou discriminação à condição de mulher;
b. estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a
dignidade sexual sujeito à pena de reclusão.
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Art. 22
Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes
ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Lei 13.257/16)
Art. 23
A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda
ou a suspensão do pátrio poder familiar. (Lei 12.010/09)
§ 1º. Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança
ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Lei 13.257/16)
§ 2º. A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão
contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro
descendente. (Lei 13.715/18)
Art. 24
A perda e a suspensão do pátrio poder familiar serão decretadas judicialmente, em
procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Lei 12.010/09)
Art. 25
Entende-se por FAMÍLIA NATURAL a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e
seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA aquela que se
estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade
e afetividade. (Lei 12.010/09)
Art. 26
Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou
separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou
outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-
lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27
O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.
Segundo o STJ, também é imprescritível o direito do homem de discutir sua condição de pai
por meio da ação negatória de paternidade (simetria).
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Seção III - Da Família Substituta
Art. 28
A COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA far-se-á mediante GUARDA, TUTELA ou
ADOÇÃO, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
desta Lei.
§ 1º. Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por
equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Lei 12.010/09)
§ 2º. Tratando-se de maior de 12 anos de idade, será necessário seu consentimento,
colhido em audiência. (Lei 12.010/09)
§ 3º. Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
medida. (Lei 12.010/09)
§ 4º. Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma
família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em
qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Lei 12.010/09)
§ 5º. A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua
preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
(Lei 12.010/09)
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