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APRESENTAÇÃO
Meus amigos, é com enorme satisfação que apresentamos esse material! Trata-se de um resumo COM-
PLETO com uma abordagem objetiva e sucinta, especialmente idealizado para o concurso de Agente
de Polícia Federal 2021.

Nosso objetivo é fornecer aos alunos um material que possa ser essencialmente um RESUMO com os
pontos mais importantes para a sua prova! Buscamos elaborar de forma esquematizada e objetiva todo
o conteúdo, para que você, aluno, guie-se da maneira mais efetiva possível!

Este material possui, além da parte teórica, mais de 520 questões comentadas, separadas por discipli-
na. Pretendemos que você perceba os pontos mais cobrados nas últimas provas, focando sobretudo na
abordagem da banca que irá realizar a sua prova: CEBRASPE/CESPE.

Nunca é demais recordar que a sua aprovação depende fundamentalmente da sua organização e da sua
dedicação! Nesse sentido, o material foi feito pensando em manter a organização conosco. Conforme
o seu estudo for avançando, comentários e informações podem surgir. Sugerimos que insiram notas
inteligentes ou comentários ao longo do material. Você pode se perguntar: “por quê?”. Como dito, preze
pela organização! Ao manter seu material e suas informações em um único material, você estará
ganhando TEMPO, seu maior bem ao longo da sua preparação!

Somos uma equipe de professores capacitados nas disciplinas exigidas. Mais do que isso, já fomos
alunos e sabemos como é a vida do concurseiro! A propósito, para demonstrar que estamos compro-
metidos com a sua aprovação, devemos ressaltar que colecionamos algumas aprovações, por exemplo:
Agente de Polícia do Distrito Federal, Oficial da Polícia Militar do Distrito Federal, Agente da Polícia
Federal, Escrivão de Polícia Civil de Minas Gerais, Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Ministério
Público da União, dentre outros.

Esperamos que você tire o máximo de proveito deste material, estude com afinco e, na hora decisiva,
tenha a certeza de que fez uma EXCELENTE preparação, evidenciada especialmente pela CONFIANÇA
ao responder as questões!

O que os dias não veem, os anos nos mostram!

Vamos juntos!
Equipe Resumo dos Aprovados

Em caso de dúvidas, sugestões ou críticas, não hesite em nos contactar:


contato@resumodosaprovados.com.br

A sua participação é apoiada e incentivada! Este é um processo coletivo, sendo certo que seus resulta-
dos são potencializados à medida que você participa! Conte com a gente!

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MATERIAL INDIVIDUAL – INTRANSFERÍVEL – PROIBIDO O RATEIO, BEM COMO A VENDA


DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA
REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO.
ÍNDICE
LÍNGUA PORTUGUESA Página 01

DIREITO ADMINISTRATIVO Página 23

DIREITO CONSTITUCIONAL Página 49

DIREITO PENAL - PARTE GERAL Página 75

PENAL - CRIMES CONTRA A PESSOA Página 98

PENAL - CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO Página 111

PENAL - CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA Página 127

DIREITO PROCESSUAL PENAL Página 152

LEGISLAÇÃO Página 186

ESTATÍSTICA Página 254

RACIOCÍNIO LÓGICO Página 262

INFORMÁTICA Página 269

CONTABILIDADE Página 309


LÍNGUA PORTUGUESA
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

COMPREENSÃO TEXTUAL INTERPRETAÇÃO TEXTUAL PRESSUPOSTOS


De acordo com o Infere-se que... Os pressupostos são informações
primeiro parágrafo do texto... implícitas adicionais, facilmente
Deduz-se do texto... compreendidas devido a palavras
De acordo com o texto... ou expressões presentes na frase
Depreende-se... que permitem ao leitor
Conforme as ideias compreender essa informação
apresentadas no texto... Ao ler o texto, conclui-se... implícita.

Com relação às ideias do texto...


SUBENTENDIDOS
Segundo o autor...
Os subentendidos
Segundo o texto... são insinuações, informações
escondidas, dependentes da
interpretação do leitor.

TIPOS TEXTUAIS

Narração de uma história a partir de cinco elementos:


NARRATIVO ação, espaço, tempo, personagem e narrador.

Descrição detalhada de ambientes, pessoas, animais, objetos.


DESCRITIVO Produz uma ideia de fotografia.

EXPOSITIVO Apresentação de uma determinada ideia, sem ter a intenção de argumentar.


INFORMATIVO Apenas informar/cientificar.

Defesa de uma opinião fundamentada em argumentos objetivos e em fatos/dados


ARGUMENTATIVO concretos. Ideia persuasiva, busca o convencimento.

Também conhecido como texto instrucional, o texto injuntivo apresenta comando de


INJUNTIVO instruções e ordens.

ACENTUAÇÃO

OXÍTONA PAROXÍTONA PROPAROXÍTONA


ÚLTIMA sílaba tônica PENÚLTIMA sílaba tônica ANTEPENÚLTIMA sílaba tônica

Terminadas em
Terminadas em TODAS as proparoxítonas
L, N, R, X, I(S), U(S), PS, Ã(S),
A(S), E(S), são acentuadas.
ÃO(S), UM(UNS)
O(S), EM/ENS.
e terminadas em DITONGOS
Exemplos: (seguidos ou não de s). Exemplos:
me-trô; mo-co-tó tó - xi - co; gê - ne - ro
Exemplos:
ór - fão; a - má - vel

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REGRA DO HIATO NÃO OCORRERÁ ACENTO
Acentuam-se o “i” e “u” tônico Nos hiatos com vogais repetidas: creem, leem, saara, xiita, voo, enjoo
sozinho na sílaba (ou com s):
reúnem, saúde, egoísmo, baú, No “i” seguido de NH: rainha, bainha, tainha,
juízes, balaústre, país.
Do contrário, não ocorre o acento: No “i” ou “u” antecedido de ditongo, se a palavra não for oxítona:
ruim, cair, juiz, raiz. feiura, bocaiuva, Sauipe. Sendo oxítona ocorrerá o acento: Piauí, tuiuiú.

MONOSSÍLABO TÔNICO
Acentuam-se as monossílabas tônicas terminados em: a(s), e(s), o(s). Exemplos: três, pós, trás, nós.
Terminadas em ditongo aberto: ói, éu, éi. Exemplos: dói, céu, réis.
Acentos diferenciais foram abolidos em sua maioria. Alguns outros foram mantidos (vêm/têm para indicar a 3° pessoa
do plural; pôde para indicar pretérito; pôr para diferenciar o verbo “pôr” da preposição “por”).

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2015 – DEPEN – Nível Médio As palavras CESPE - 2019 - Prefeitura de São Cristóvão - SE -
“indivíduos” e “precárias” recebem acento gráfico Professor de Educação Básica - Português A pala-
com base em justificativas gramaticais diferentes. vra “domínio” recebe acento gráfico por ser paroxíto-
R: Errado. “Indivíduos” é paroxítona terminada em na terminada em ditongo oral.
ditongo oral (“uo”), já “precárias” também é paroxíto- R: Certo. As paroxítonas terminadas em ditongo são
na terminada em ditongo oral (“ia”), seguido de “s”. acentuadas, independentemente de ser ditongo
Portanto, não são regras diferentes, mas iguais. nasal ou oral, crescente ou descente. O CESPE
considera que as paroxítonas terminadas em ditongo
CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Judiciário de crescente também podem ser acentuadas pela regra
Procuradoria O emprego de acento agudo nas pala- das proparoxítonas, como ocorre, por exemplo, com
vras “juízo”, “extraídos” e “período” justifica-se pela a palavra memória. Veja a questão abaixo:
mesma regra de acentuação gráfica.
R: Errado. “Período” é uma proparoxítona CESPE - 2017 – TRF1ª – Analista Taquigrafia O
(pe-rí-o-do). “Juízo” é paroxítona formada por hiato emprego de acento na palavra “memória” pode ser
(ju-í-zo) com “í” tônico. “Extraídos” também é paroxíto- justificado por duas regras de acentuação distintas.
na formada por hiato com “í” tônico. R: Certo. Como visto na questão acima, algumas
palavras são acentuadas por duas regras. Isso só
CESPE - 2018 - BNB - Analista Bancário Os vocábu- acontece com as paroxítonas terminadas em ditongo
los “trás”, “é” e “nós” recebem acento gráfico em crescente. No entanto, quando for paroxítona termi-
obediência à mesma regra de acentuação. nada em ditongo decrescente, valerá apenas a regra
R: Certo. Os três vocábulos são monossílabos tônicos. das paroxítonas: lei-te (vogal + semivogal).
Acentua-se “trás” por ser terminada em “a(s)” e “nós”
por ser terminada em “o(s)”.

CLASSES GRAMATICAIS
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS PREPOSIÇÕES
Artigos Advérbios Estabelecem uma relação entre duas palavras.
Pronomes Conjunções
CONECTIVOS Com
Numerais Preposições A Contra Para Sem
Antes De Per Sob
Adjetivos Interjeições
Após Desde Perante Sobre
Substantivos Até Em Por Trás
Verbos Entre

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PRONOMES RELATIVOS Introduzem orações subordinadas adjetivas (que, o qual, quem, onde, quando, cujo).
CONJUNÇÕES INTEGRANTES Introduzem orações subordinadas substantivas (que e se).

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS - ORAÇÕES COORDENADAS


INTRODUZEM ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
E, nem, nem... nem, não só... mas (também/ainda), não somente... mas (também/ainda),
não apenas... mas (também/ ainda), não só... como (também/ ainda), não somente...
ADITIVAS como (também/ainda), não apenas... como (também/ ainda), não só... senão
(também/ainda), não somente... senão (também/ainda), não apenas... senão (também/
ainda), tanto... como, tanto... quanto, bem como.
Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante (com indicativo),
ADVERSATIVAS só que, senão, ainda assim, e.

ALTERNATIVAS Ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja.

Logo, portanto, por isso, então, destarte/dessarte, por conseguinte, desse modo, dessa
CONCLUSIVAS forma, assim, em vista disso, sendo assim, assim sendo, pois (deslocado), e.

EXPLICATIVAS Porque, pois, porquanto, que.

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


INTRODUZEM ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Pois, porque, porquanto, já que, visto que, dado que, uma vez que, na medida em que,
CAUSAIS haja vista que, como, que, se.

Tal qual, tal como, como se, tão... como, tão... quanto, tanto... quanto, como, assim
COMPARATIVAS como, mais/menos/pior/melhor... (do) que.

Embora, conquanto, malgrado, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar
CONCESSIVAS de que, apesar de, a despeito de, nem que, em que pese, não obstante (com subjuntivo),
por (mais, menos, pior) que.

Se, caso, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que, exceto se, sem que,
CONDICIONAIS salvo se, (a + verbo no infinitivo).

CONFORMATIVAS Conforme, consoante, segundo, como.

De maneira que, de modo que, de sorte que, de forma que, tão/tanto/tamanho/tal/a


CONSECUTIVAS tal ponto/de tal modo... que.

FINAIS Para, para que, a fim de, a fim de que, porque.

À proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto
PROPORCIONAIS maior.

Quando, enquanto, mal, apenas, assim que, desde que, depois que, antes que, logo que,
TEMPORAIS todas as vezes que, cada vez que, sempre que, (ao + verbo no infinitivo).

Na maioria dos casos, as conjunções irão representar exatamente o sentido que possuem (con-
cessivas, causais, etc). No entanto, diante do contexto apresentado, a conjunção poderá ter um
outro valor que não o seu originalmente destinado. Tudo dependerá do contexto em que a
conjunção esteja inserida. Portanto, é de suma importância compreender o sentido que o texto
impõe ao trecho no qual a conjunção está inserida.
DICA
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2015 – TCE/RN – Analista Considerando as Fragmento do texto: Examinando-se a situação financeira
estruturas linguísticas e os sentidos do texto Uma dos estados que preparam sua versão da Lei de Responsabili-
breve história do controle, julgue o próximo item. dade Fiscal, fica difícil aceitar a argumentação. Desde maio
de 2000, quando entrou em vigor a LRF, esses estados, como
Fragmento de texto: Os primeiros vestígios de ativi- os demais, estão sujeitos a regras precisas para a gestão do
dade contábil foram encontrados na Mesopotâmia, por dinheiro público, para a criação de despesas e, em particu-
volta de 4.000 a.C. Inicialmente, eram utilizadas fichas lar, para os gastos com pessoal. Por que, tendo descumprido
algumas dessas regras, estariam interessados em torná-las
de barro para representar a circulação de bens, logo
ainda mais rigorosas?
substituídas por tábuas gravadas com a escrita cunei-
Não foi a lei que não funcionou, mas os responsáveis pelo
forme. Portanto, os registros contábeis não só antecede-
dinheiro público que, por alguma razão, não a cumpriram.
ram o aparecimento da escrita como subsidiaram seu De que adiantaria, então, tornar a lei mais rigorosa, se nem
surgimento e sua evolução. Embora a fiscalização de nas condições atuais esses responsáveis estão sendo capa-
contas conste de registros mais antigos, prática já zes de cumpri-la? O problema não está na lei.
exercida por escribas egípcios durante o reinado do faraó A conjunção “se” introduz uma oração interpretada
Menés I, foi na Grécia que se configurou o primeiro como a condição para tornar a LRF mais rigorosa.
esboço de um tribunal de contas, formado por dez R: Errado. Embora o “se” seja uma conjunção que, em
tesoureiros, guardiões da administração pública. Contu- regra, possua valor condicional, note que no contexto
do, somente em Roma, a contabilidade atingiu sua mais apresentado não há valor de condição, mas de causa,
alta expressão com a sistematização de mecanismos de haja vista que permite a substituição por “já que”. Veja
controle que, por gozarem de estatuto jurídico preemi- que não se trata de uma condição para tornar a LRF mais
nente, influenciaram todo o Ocidente e as civilizações rigorosa, mas sim uma causa (“De que adiantaria, então,
modernas. tornar a lei mais rigorosa, já que nem nas condições
O emprego do modo subjuntivo na forma verbal atuais esses responsáveis estão sendo capazes de cum-
“conste” depende sintaticamente da presença da pri-la?”).
conjunção “Embora”.
CESPE - 2020 – MPE/CE – Técnico Com relação às
R: Certo. A conjunção adverbial concessiva “Embora”
ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto
obriga a flexão do verbo para o modo subjuntivo. O
anterior, julgue o item a seguir.
período encontra-se no presente, logo o verbo Fragmento do texto: Por exemplo, um discurso pode
“conste” se encontra no presente do subjuntivo. receber esse comentário se for considerado superficial em
Assim, só cabe o presente do subjuntivo “conste” em relação à expectativa de um importante comunicado.
razão do emprego da conjunção “Embora”. Ritual, nesse caso, é a dimensão menos importante de um
evento, sinal de uma forma vazia, algo pouco sério — e,
CESPE - 2014 – Caixa Econômica – Médico do portanto, “apenas um ritual”. Agimos como se desconhecês-
Trabalho Acerca dos sentidos e das estruturas semos que forma e conteúdo estão sempre combinados e
linguísticas do texto acima, julgue o seguinte item. associamos o ritual apenas à forma, isto é, à convencionali-
Fragmento do texto: Campos continuou a dizer todo o dade, à rigidez, ao tradicionalismo. Tudo se passa como se
bem que achava no trem de ferro, como prazer e como nós, modernos, guiados pela livre vontade, estivéssemos
vantagem. Só o tempo que a gente poupa! Eu, se liberados desse fenômeno do passado. Em suma, usamos o
retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde, termo ritual no dia a dia com uma conotação de fenômeno
iniciaria uma espécie de debate que faria a viagem ainda formal e arcaico.
mais sufocada e curta. No trecho “Eu, se retorquisse A substituição do trecho “se for considerado” por
dizendo-lhe bem do tempo que se perde”, a partícula “quando considerado” preservaria a coerência e a
correção gramatical do texto.
“se” recebe classificação distinta em cada ocorrência.
R: Certo. Perceba que a conjunção “se” possui, original-
R: Certo. A primeira ocorrência do “se” é uma
mente, o sentido condicional, enquanto a conjunção
conjunção subordinativa adverbial condicional. “quando” o sentido temporal. Nessa reescrita proposta
Perceba que é possível a troca por outra conjunção pela questão, a oração passa a exercer a função de
condicional (caso). Na segunda ocorrência, o “se” é adjunto adverbial de tempo. Assim, haverá uma
um pronome apassivador, ou seja, é possível trans- mudança de sentido, porém isso não prejudica a coerên-
formar para a voz passiva analítica (Eu, caso cia do texto. A reescrita traz uma frase gramaticalmente
retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que é perdi- correta e coerente. No entanto - ATENÇÃO! -, muda o
do). Prova disso é o verbo “perde” ser VTD. sentido original do texto.

CESPE - 2016 – TCE/PA – Superior Com relação aos


aspectos linguísticos do texto CB1A1BBB, julgue o
seguinte item.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

PRÓCLISE MESÓCLISE ÊNCLISE


ANTES do verbo MEIO do verbo DEPOIS do verbo
Palavras de sentido negativo: não, nada, ninguém, nunca...
Advérbios em geral: agora, já, talvez...
Pronomes relativos: que, o qual, cujo...
Pronomes indefinidos ou interrogativos: ninguém, quem, alguma...
PRÓCLISE
Conjunções de oração subordinada: embora, se, como
Orações interrogativas ou exclamativas: Deus te abençoe!; quem te mostrou?
Gerúndio precedido de "em": Em se tratando de estudos, esta é a opção.
Com proparoxítonas: Nós te explicaríamos da melhor forma.

Colocação pronominal em que o verbo deverá estar no futuro (do presente ou do pretérito)
MESÓCLISE Ex: “Realizar-se-á, no próximo mês, um grande encontro de sábios" ou "Eu limpar-lhe-ia a
casa se me tivesse pedido".

Utiliza-se quando o verbo estiver no:


- Início da oração. Ex.: Fez-me um favor. Só isso!
ÊNCLISE - Imperativo afirmativo. Ex.: Quando eu avisar, retirem-lhe da sala.
- Infinitivo não flexionado. Ex.: Prometo amar-te.
- Gerúndio. Ex.: Vive castigando-lhe sem motivos aparentes.

OBSERVAÇÕES
Não havendo fator de atração para uso da mesóclise ou da próclise, o recomendado é usar a ênclise (regra pronomi-
nal básica). Existindo fator de atração que justifique (ex.: palavras com sentido negativo), usa-se a próclise. Ocorren-
do uma situação de futuro (do presente e do pretérito), desde que não caiba próclise, opta-se pela mesóclise. A mesó-
clise é a colocação pronominal menos utilizada, pois é empregada apenas na língua literária e culta.

PROIBIÇÕES GERAIS
1) Iniciar oração com pronome oblíquo átono 2) Inseri-lo após futuros (do presente e do pretérito) e particípio

O que não for proibido, será aceito, simples assim. Veja abaixo construções inadequadas e adequadas:
INADEQUADA ADEQUADA
Te amo Amo-te
Darei-lhe uma refeição Dar-lhe-ei uma refeição
Tinha emprestado-lhe meu livro Tinha-lhe emprestado meu livro

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial Con-
siderando as ideias, os sentidos e os aspectos Professor de Educação Básica - Português Com
linguísticos do texto precedente, julgue o item que se relação às propriedades gramaticais e à coerência do
segue. texto 9A2-I, julgue o item a seguir.
No trecho “É verdade que não se poderia contar com No trecho “antes de se tornarem adultas”, ocorre
ela para nada”, o uso da próclise justifica-se pela próclise pronominal, mas, nesse contexto, também
presença da palavra negativa “não”. seria correta a ênclise: antes de tornarem-se adultas.
R: Certo. Palavras em sentido negativo (nem, não) são R: Certo. O verbo da oração está no infinitivo e precedi-
fator de atração do pronome. Portanto, em razão do do de preposição e, por isso, aceita tanto a próclise
fator de atração, usa-se próclise. quanto a mesóclise. A preposição por si só não é fator
de atração. Quando ocorre infinitivo preposicionado, o
pronome átono pode vir anteposto ou posposto ao
CESPE - 2019 - Prefeitura de São Cristóvão - SE -
verbo.

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FUNÇÕES DO SUJEITO
Lembrando! O sujeito é o termo sobre o qual o verbo faz uma declaração e com o qual, em tese, ele concordará.
Obs: O sujeito nem sempre possuirá uma posição específica (antes ou depois do verbo). Sendo assim, a melhor
forma de identificá-lo é perguntando ao verbo.
Exemplo:
Perguntando ao verbo “o que existem?”,
identificará que o sujeiro é “duas mulheres”. ORDEM DIRETA
Sujeito vem antes do verbo: Chamado sujeito anteposto.
EXISTEM DUAS MULHERES AQUI.
ORDEM INVERSA
Sujeito depois do verbo: Chamado de sujeito posposto.
Verbo Sujeito

REGRAS DE CONCORDÂNCIA O verbo concorda com o núcleo do sujeito.


Atenção para os TIPOS DE SUJEITOS:

SUJEITO SIMPLES é quando o sujeito possui apenas UM núcleo.

SUJEITO ELÍPTICO / DESINENCIAL / OCULTO é quando o sujeito existe, mas não está na oração.

é quando o sujeito possui MAIS DE UM núcleo. Nesse caso, o verbo concorda com a
SUJEITO COMPOSTO soma deles, logo, o verbo fica no plural.

Casos especiais de concordância com sujeito composto:


Conversaram a mãe e o filho por horas. (REGRA)
Inversão da ordem – sujeito composto após o verbo:
Conversou a mãe e o filho por horas. (CASO ESPECIAL)
Atenção! Quando o sujeito composto está após o verbo, pode ocorrer concordância atrativa com o núcleo
mais próximo, desse modo, ambas as frases estão corretas e possuem o mesmo sentido.

Casos especiais de concordância com sujeito simples:


Expressões partitivas – parte de um todo – e coletivas: a maioria, a minoria, grande parte, boa parte, porcentagens,
frações.
A maioria dos músicos falou sobre isso. (REGRA: concorda com o núcleo)

A maioria dos músicos falaram sobre isso. (CASO ESPECIAL: concorda com o especificador)

Casos de oração SEM SUJEITO

1. Haver no sentido de existir, acontecer ou ocorrer (VTD);


2. Haver e fazer indicando tempo decorrido;
VERBOS IMPESSOAIS 3. Ser, estar, ficar, fazer, continuar indicando tempo ou clima;
4. Fenômenos da natureza – em sentido denotativo.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2019 - Prefeitura de São Cristóvão - SE -
Professor de Educação Básica - Matemática A R: Certo. Uma forma simples de perceber o sujeito da
respeito das ideias, dos sentidos e das propriedades oração é coloca-la na ordem direta: “Quem lambe o
linguísticas do texto precedente, julgue o item que se pão pintado não sacia a fome.” Note que o trecho
segue. “quem lambe pão pintado” exerce papel de sujeito da
Fragmento do texto: “O pensador do século V, Agostinho oração.
– muitos o chamam de Santo Agostinho, um dos maiores
filósofos e teólogos da história -, proferiu a seguinte frase: CESPE - 2016 – Instituto Rio Branco - Diplo-
‘Não sacia a fome quem lambe pão pintado’. Para se mata Acerca das relações semântico-sintáticas e do
matar a fome, não basta lamber a figura de um pão, é vocabulário do texto II, julgue (C ou E) o item seguinte.
preciso ir até ele.” O sujeito da forma verbal “sacia” é a
oração “quem lambe pão pintado”.
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Fragmento do texto: “Torna a trazer o assunto à baila do sujeito mais próximo (a ideia da conjunção “ou”
o aparecimento e grande vendagem de Maíra, romance será de exclusão ou retificação); ou o verbo flexiona
de Darcy Ribeiro.” O verbo concorda com o primeiro para o plural (a ideia da conjunção “ou” será de soma,
núcleo do sujeito posposto, concordância verbal inclusão). No fragmento do texto “A solicitação de
abonada pela gramática normativa. portabilidade ou a demonstração da intenção...”, não
R: Certo. Aqui temos a regra da concordância verbal há sentido de exclusão, mas de soma. O sentido é:
com sujeito posposto ao verbo. O sujeito é o termo solicitação e demonstração têm-se mostrado boas
composto “o assunto à baila o aparecimento e grande estratégias.
vendagem de Maíra”. Podemos concordar tanto com
o primeiro núcleo (“o aparecimento”) como também CESPE – 2015 - TJDFT – Nível Superior Com
ficar no plural, concordando com ambos (”Tornam a referência às ideias apresentadas no texto preceden-
trazer o assunto à baila o aparecimento e grande te e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a
vendagem de Maíra”). seguir.
Fragmento do texto: O direito não é mero pensamen-
CESPE - 2014 – Anatel - Analista Considerando as to, mas sim força viva. Por isso, a justiça segura, em uma
ideias e estruturas do texto, julgue o item seguinte. das mãos, a balança, com a qual pesa o direito, e, na
Fragmento do texto: A solicitação de portabilidade ou outra, a espada, com a qual o defende. A forma verbal
a demonstração da intenção de trocar os serviços pelos “defende" está flexionada na terceira pessoa do
oferecidos por uma concorrente que ofereça condições singular por concordar com seu sujeito, cujo refer-
melhores têm-se mostrado boas estratégias, visto que as ente é “a justiça".
empresas comumente dispõem de vantagens para não R: Certo. Trata-se do sujeito elíptico “a justiça” da
perder seus consumidores. O emprego da forma verbal forma verbal “defende”. Note que o sujeito ficou
“têm”, na 3ª pessoa do plural, justifica-se pela distante do verbo (e ficou intermediado por outros
concordância com sujeito composto unido pela substantivos e pronomes relativos), dificultando sua
conjunção “ou”, de valor inclusivo. identificação. Para facilitar a visualização: “...a justiça
R: Certo. Na ocorrência de sujeito composto com segura, em uma das mãos, a balança, com a qual [a
núcleos ligados pela conjunção “ou”, surgem duas justiça] pesa o direito, e, na outra, a espada, com a
possibilidades: o verbo deve concordar com o núcleo qual [a justiça] o defende. ”

TRANSITIVIDADE VERBAL - REGÊNCIA VERBAL

O SUJEITO e o VERBO formam uma relação sintática que denominamos como CONCORDÂNCIA.
Já a relação dos VERBOS com os COMPLEMENTOS é chamada de REGÊNCIA, que tudo tem a ver com transitivi-
dade.
Sistema SVC – Sujeito, Verbo e Complemento
TRANSITIVIDADE
PERGUNTE AO VERBO!
“Ela comprou a nova bolsa.”
(OD) – Objeto Direto: “O QUE?”
Sujeito Verbo (OI) – Objeto Indireto: “QUEM?”

O verbo “comprou” remete a uma ação, que possui dois lados:


• O lado de quem pratica – quem faz a ação acontecer.
• O lado de quem sofre a ação.

VTD – Verbo Transitivo Direto VTI – Verbo Transitivo Indireto


Possui um complemento (objeto) e entre ele e o Possui um complemento (objeto) e entre ele e o
verbo não há preposição. verbo existe preposição.
O VTD não rege (precisa de) preposição. “Ela gostou da nova bolsa.”
“Ela comprou a nova bolsa.”
DE + A
complemento
ATENÇÃO!
A ação do verbo, na frase acima, transita. Logo, é um Não pode haver dois objetos indiretos na mesma
verbo transitivo. Nota-se que, entre verbo e comple- frase.
mento, não há preposição. Ex: Ele avisou aos alpinistas do perigo.
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VTDI – Verbo Transitivo Direto e Indireto
Possui dois complementos (objetos): um complemento direto e um complemento indireto.

“Ela ofereceu ajuda ao idoso.”

VTDI OD OI
O verbo intransitivo não apresenta complemento. Ele pode encerrar uma frase, ter um adjunto adverbial e, em
situações bastante excepcionais, ter um predicativo.
Ex: “Eu acordei.” (V.I.) “Eu acordei tarde.” (V.I.) “Não existiam mais dúvidas.” (V.I.)
VL – Verbo de Ligação
Não expressam ação! Apresentam predicativo – atributo, característica ou qualidade relativa ao sujeito que o
verbo de ligação expressa.

Exemplos: ser, estar, permanecer, ficar, continuar, virar, andar, tornar-se.


Os vizinhos são o problema. Os vizinhos estão fora de casa.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2015 – MPU - Analista Julgue o item subse- A forma verbal “havia", em “não havia mais dúvidas",
quente, relativo à estrutura linguística do texto I. poderia ser corretamente substituída por existia.
Fragmento do texto: “Até Montesquieu, não eram R: Errado. Pela remissão textual, percebe-se que o
identificadas com clareza as esferas de abrangência dos verbo haver está empregado com sentido de existir
poderes políticos: só se concebia sua união nas mãos de (VTD) e o termo posterior (“mais dúvidas”) é o OD.
um só ou, então, sua separação; ninguém se arriscava a Quando substituímos pela forma verbal “existia”,
apresentar, sob a forma de sistema coerente, as conse- passamos a ter um VI, obrigando a sua flexão para o
quências de conceitos diversos”. A flexão plural em plural (“existiam”).
“eram identificadas” decorre da concordância com o
sujeito dessa forma verbal: “as esferas de abrangên- CESPE – 2016 – TCE/PA – Superior Julgue o item
cia dos poderes políticos”. que se segue, a respeito das ideias e dos aspectos
R: Certo. Para facilitar a visualização devemos colo- linguísticos do texto CB5A1AAA.
car na ordem direta: “As esferas de abrangência dos Fragmento do texto: A Constituição Federal prevê que
poderes políticos não eram identificadas com cabe ao presidente prestar contas anualmente ao Poder
clareza”. O núcleo do sujeito é “esferas”, que está no Legislativo. Por simetria, tal obrigação estende-se ao
plural. Por isso, o verbo de ligação “ser” e o predicati- governador do estado e aos prefeitos municipais.
vo do sujeito “identificadas” estão flexionados de O termo “ao Poder Legislativo” exerce a função de
forma a manter a concordância (verbal e nominal) complemento da forma verbal “prevê”.
com o sujeito a que se referem. R: Errado. Necessário perceber que a expressão “ao
Poder Legislativo” se encontra na oração do verbo
CESPE – 2016 – FUNPRESP - SuperiorJulgue o item “prestar”. De acordo com a regência, o verbo “prestar”
seguinte, referente aos aspectos linguísticos e às é VTDI, sendo que o OD é “contas” e o OI é “ao Poder
ideias do texto “O homem que só tinha certezas”. Legislativo”. Com isso, “ao Poder Legislativo” exerce
Fragmento do texto: Mas ele nunca errava, e já nem função de OI da forma verbal “prestar”, mas não da
havia mais o que errar, uma vez que não havia mais dúvidas. forma “prevê”.

CONCORDÂNCIA - REGÊNCIA NOMINAL

Relação sintática que existe entre o NÚCLEO e os seus determinantes.


REGRA Os determinantes concordam com o núcleo em gênero e número.

EXCEÇÕES 1. Adjetivo APÓS o núcleo, ligado a mais de um substantivo.


Mesmo gênero: O pai e o aluno convocados faltaram à reunião. (Concordância gramatical)
O pai e o aluno convocado faltaram à reunião. (Concordância atrativa)
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Mistura nos gêneros: O aluno e a aluna estudiosos recitarão o poema. (Concordância gramatical)
O aluno e a aluna estudiosa recitarão o poema. (Concordância atrativa)

EXCEÇÕES 2. Adjetivo ANTES do Núcleo, ligado a mais de um substantivo (concordância somente


atrativa).
Avistamos, ao longe, altos prédios e casas.
Avistamos, ao longe, altas edificações e prédios.
OBS: Quando há um predicativo (do sujeito ou do objeto) não acontece atrativo. Ele concorda com os dois!
Consideramos lindos o leão e o tigre.

EXCEÇÕES 3. A expressão “tal qual”


O “tal” concorda com o substantivo que fica antes e o “qual”, com o substantivo que fica depois, ainda que soe
de forma estranha, uma frase ou outra.
Exemplos:
O ALUNO era TAL QUAL o MESTRE.

Os ALUNOS eram TAIS QUAL o MESTRE.

O FILHO é TAL QUAIS os PAIS.

Os FILHOS são TAIS QUAIS os PAIS.

EXCEÇÕES 4. Bastante. O “bastante” será plural em duas situações: quando for pronome indefinido
(muitos/muitas), referindo-se a substantivo, ou quando for adjetivo (suficiente).
Quando o “bastante” for advérbio, referindo-se a verbo, advérbio ou adjetivo, não há
flexão.
Recebeu bastantes prêmios. (Bastantes: pronome adjetivo indefinido)
Recebeu prêmios bastantes. (Bastantes: adjetivo)
Estavam bastante cansados. (Bastante: advérbio, pois modifica um adjetivo)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2013 – CNJ – Técnico Judiciário Com base Fragmento do texto: O relato, como o filme, dá conta
nas ideias e estruturas linguísticas do texto acima, do trágico percurso de Uirá, da tribo Urubu-Kaapor, no
julgue os itens seguintes. Maranhão deste século, o qual um dia fica iñaron
Fragmento do texto: Os acessos às páginas que quando, após muitas desgraças comuns ao destino dos
integram o portal do CNJ na Internet (www.cnj.jus.br) índios brasileiros, como fome, espoliação, epidemias,
alcançaram, em novembro de 2012, a marca de mais de perseguições, perde também um dos filhos.
16 milhões. Os termos “trágico” (linha 1), “de Uirá” e “deste
A forma verbal “alcançaram” está flexionada na 3.ª século” exercem a mesma função sintática, na oração
pessoa do plural porque concorda com “páginas”. em que ocorrem.
R: Errado. Note que o verbo “alcançaram” encon- R: Certo. Note que os três termos são adjuntos
tra-se flexionado no plural para concordar com o adnominais, isto é, são termos caracterizadores de
núcleo do sujeito “acessos”. O termo “às páginas” é seus respectivos núcleos ("dá": VTD; "conta": OD;
apenas o CN e não interfere na concordância. "do trágico percurso de Uirá": CN; “no Maranhão
deste século”: adjunto adverbial de lugar, sendo "Ma-
CESPE – 2016 – Instituto Rio Branco - Diplomata ranhão" núcleo; "o" e "deste século", adjuntos adnominais).
Acerca das relações semântico-sintáticas e do
vocabulário do texto II, julgue (C ou E) o item seguin-
te.

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VOZES VERBAIS
ATIVA
PASSIVA Sujeito pratica a ação. REFLEXIVA
Sujeito paciente: Ex: Maria pintou o quadro. Agente e paciente:
sofre a ação. pratica e sofre a ação
ao mesmo tempo.

Analítica Sintética Simples Recíproca


(ser + particípio) (VTD ou VTDI + SE) Ex: Mário pintou-se. Eles se pintaram.
Ex: O vidro foi Ex: Derrotou-se o (Pintou a si mesmo.) (Pintaram um ao
quebrado. leão. outro.)

TRANSFORMAÇÃO: É importante aprender a transformar uma voz em outra. Para isso, existe um passo a passo:
Voz ativa Voz passiva analítica
1. Objeto direto vai virar sujeito paciente 2. Verbo ser + particípio (tempo) 3. Sujeito vira agente da passiva
Ela leu o contrato VOZ ATIVA
O contrato foi lido por ela VOZ PASSIVA
Apenas Verbo Transitivo Direto (VTD) e Verbo Transitivo Direto e Indireto (VTDI)
admitem a transformação para a voz passiva.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2013 – ANS – Analista Administrativo A supressão da partícula “se”, em “espalhou-se”, preju-
Julgue os itens a seguir, relativos às estruturas dicaria a correção gramatical do texto e seu sentido
linguísticas e informações do texto acima. original.
Fragmento do texto: A avaliação das operadoras de R: Certo. Note que o verbo “espalho” é VTD e o
planos de saúde em relação às garantias de atendimento, pronome “se” age como P.A. Excluindo o pronome, o
previstas na RN 259, é realizada de acordo com dois sujeito passa a ser agente e o verbo deixa de ter seu
critérios: comparativo, cotejando-as entre si, dentro do complemento verbal, o que torna a estrutura incoerente.
mesmo segmento e porte; e avaliatório, considerando A ideia é: a notícia foi espalhada (voz passiva).
evolutivamente seus próprios resultados.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se CESPE – 2010 – FUB – Superior Julgue os próximos
substituir “é realizada” por “realiza-se”. itens, relativos à estrutura linguística do texto.
R: Errado. Note que a substituição está correta, visto Fragmento de texto: Essas conexões seriam os nossos
que não há prejuízo em trocar da voz passiva analíti- hiperlinks cerebrais, e a Internet seria uma das formas de
ca para a voz passiva sintética. comunicação que mais se assemelha a nós próprios.
Criador e criatura se influenciam de forma parecida.
CESPE – 2016 – FUNPRESP – Nível Superior Julgue O vocábulo “se” é empregado com a mesma função
o item seguinte, referente aos aspectos linguísticos e nas duas ocorrências: a de marcar reciprocidade de
às ideias do texto “O homem que só tinha certezas”. ação.
Fragmento do texto: Parece que foi de nascença. Ele já R: Errado. Note que, para haver reciprocidade, é
teria vindo ao mundo assim, com todas as certezas junto, preciso uma ação provocada por um indivíduo +
pulou a fase dos porquês e nunca soube o que era curiosi- resposta dessa ação por outro indivíduo. Exige-se, no
dade na vida. Cresceu achando natural viver derraman- mínimo, dois agentes. No item, o primeiro “se” é
do afirmações pela boca. A notícia espalhou-se rapida- reflexivo (pode assemelhar “ele mesmo” a algo). Na
mente. Não demorou muito para se tornar capa de todas segunda ocorrência o “se” é, de fato, recíproco
as revistas e personagem assíduo dos programas de TV. (criador influencia a criatura e vice-versa).

FUNÇÕES DO “SE”
Como já visto, a voz passiva analítica é constituída pelo verbo ser + particípio e apenas VTD e VTDI admitem a
voz passiva.
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A voz passiva sintética tem como marca a partícula “SE” apassivadora. Além dessa função, o “SE” poderá apare-
cer de outras formas, são elas:
Partícula expletiva (ou de realce);
Partícula apassivadora (PA);
Índice de indeterminação do sujeito (IIS);
Pronome reflexivo (também pode ser recíproco) (PR);
Parte integrante do verbo (PIV).
Partícula expletiva ou de realce
Irá acontecer com os seguintes verbos: ir/partir, sorrir, rir, sentar. Recebe esse nome por haver a possibilidade
de retirá-la da frase sem prejuízo.
Ele se sentou à direita do pai.
Ele sentou à direita do pai.
ATENÇÃO
Quando em uma oração não há nenhum dos verbos citados, você poderá seguir o seguinte caminho para verificar
qual função o “SE” está desempenhando:
- Procurar o agente (quem pratica a ação)
• Se o agente for INDETERMINADO: será partícula apassivadora (PA) ou índice de indeterminação do sujeito (IIS).
• Se o agente for DETERMINADO: será pronome relativo (PR) ou parte integrante do verbo (PIV).

AGENTE INDETERMINADO

SE (PA) SE (IIS)

VTD / VTDI VTI / VI / VL

Tem sujeito Sujeito indeterminado


Aluga-se esta sala. Acredita-se na sua inocência.
PA ou IIS? PA ou IIS?
Quem aluga, aluga algo = VTD. Então, o “SE” é apassivador.
Quem acredita, acredita em algo/alguém = VTI. Então o “SE” é índice de indeterminação do sujeito.

AGENTE DETERMINADO Quando a partícula SE é


índice de indeterminação
SE (PR) SE (PIV) do sujeito é porque não será
possível atribuir um sujeito
VTD / VTDI VTI / VI / VL para a frase.

É importante reconhecer que o pronome reflexivo (PR), além de possuir verbo com agente determinado, esse
sujeito irá praticar a ação ao mesmo tempo que sofre, ou seja, pratica a ação nele mesmo, de forma recíproca,
sendo o objeto direto na oração.
Logo, a partícula “SE” será parte integrante do verbo (PIV) quando houver agente determinado e o sujeito
praticar a ação e não a sofrer. Os verbos são: VTI, VI e VL.

Ela SE queixou de fortes dores de coluna. Analise sempre se existe a ideia de “a si mesmo” ou de reciprocidade
Suj PIV VTI OI (ação correspondida). Quando existir, será PR.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2015 – FUB – Médico do Trabalho De
acordo com o texto acima, julgue o seguinte item. Trata-se de normas indumentárias que pressupõem um
Fragmento do texto: A língua é como a roupa que uso “normal”. Não é proibido ir à praia de terno, mas não
vestimos: há um traje para cada ocasião. Há situações é normal, pois causa estranheza.
em que se deve usar traje social, outras em que o mais Mantêm-se a correção gramatical e as informações
adequado é o casual, sem falar nas situações em que se originais do texto ao se substituir “Trata-se de” por
usa maiô ou mesmo nada, quando se toma banho. “Situações como essas se tratam de”.

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R: Errado. Note que o verbo "trata" é TI e o pronome Fragmento do texto: Só no Império, em 1832, com o
“se” é IIS, logo “de normas indumentárias” é o OI. A Código de Processo Penal do Império, iniciou-se a sistema-
reescrita proposta (Situações como essas se tratam de) tização das ações do Ministério Público.
apresenta sujeito determinado, não podendo flexionar Caso se substituísse “iniciou-se” por “foi iniciada”, a
o verbo para o plural. As formas corretas seriam: “Tra- correção gramatical do período seria prejudicada.
ta-se de normas indumentárias” ou “Situações como R: Errado. Note que o verbo “iniciou” é VTD, o
essas tratam de”. pronome “se” é PA e o núcleo do sujeito paciente é
“sistematização”. Ao realizar a transformação para a
CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Consul- voz passiva analítica, devemos ter a concordância no
tor Legislativo Em relação ao texto acima, julgue o feminino e no singular: “foi iniciada”. Portanto, não há
item a seguir. prejuízo gramatical.
Fragmento do texto: Assim, as frentes frias, antes
fortemente presas naquela região, dissipam-se para CESPE – 2016 – TCE-SC - Superior Ainda com
latitudes mais baixas, o que faz com que o frio polar relação a aspectos linguísticos do texto CB2A2BBB,
chegue aos Estados Unidos da América, por exemplo. julgue o item subsequente.
No trecho “dissipam-se para latitudes mais baixas”, a Fragmento do texto: Entende-se que a integridade
partícula “se” tem função apassivadora. pública representa o estado ou condição de um órgão ou
R: Certo. Note que o verbo “dissipam” é VTD, o entidade pública que está “completa, inteira, perfeita,
pronome “se” é PA e “as frentes frias” é sujeito sã”, no sentido de uma atuação que seja imaculada ou
paciente. Transformando em voz passiva analítica sem desvios, conforme as normas e valores públicos.
obtemos a confirmação: “as frentes frias são dissipa- O sujeito da oração iniciada por “Entende-se” (linha
das para latitudes mais baixas”. 1) é indeterminado.
R: Errado. Note que o verbo “entender” é VTD e o
CESPE – 2015 – MPU - Técnico Com relação às pronome “se” é PA, logo temos um verbo na voz
ideias e às estruturas linguísticas do texto I, julgue o passiva.
item que se segue.

FUNÇÕES DO “QUE”
O “QUE” poderá pertencer às seguintes classes gramaticais:
PREPOSIÇÃO Ex: Eu tenho que estudar hoje. Mesmo papel da preposição “de”.

ADVÉRBIO Ex: Que bonito seus olhos. Intensificando um adjetivo = “que” é um advérbio.

PRONOME INTERROGATIVO Ex: Que você quer?


Partícula expletiva = poderá retirar o verbo
PARTÍCULA EXPLETIVA Ex: É nesse prédio que eu trabalho.
ser + que.

CLASSES MAIS COBRADAS

Pronome Relativo (PR) Conjunção Integrante (CI)


Substituível por “o qual” e similares. Oração + “que” trocar por ISSO.

FUNÇÕES SINTÁTICAS DO “QUE”

“QUE” com função de SUJEITO


PR - o qual
Os agentes capturaram o leão|que havia fugido da jaula ontem.
Suj VTD OD Suj
O “QUE” é PR e retoma “o leão” ao tempo que inicia uma nova oração na qual exerce função de sujeito.

“QUE” como OBJETO DIRETO

Os agentes capturaram o leão|que as crianças amavam.


Suj VTD OD OD Suj VTD
O “QUE” é PR e nessa oração exercerá função de objeto direto frente à existência de um sujeito na frase.
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Analista Entretanto, o seu sentido e a forma como é realizada têm
Legislativo Julgue o próximo item, relativo aos sentidos variado ao longo do tempo. A ideia de polícia que temos
e aspectos gramaticais do texto . hoje é produto de fatores estruturais e organizacionais
Fragmento do texto: O calor intenso derreteu a neve nas que moldaram seu processo histórico de transformação.
pistas, forçou o cancelamento de treinos e prejudicou O pronome relativo “que” exerce, nas duas primeiras
competições. Por trás dessa surpresa, um velho conhecido: o ocorrências, a função de complemento verbal e, na
aquecimento global, fenômeno responsável por mudanças terceira, a de sujeito da oração em que se insere.
climáticas intensas que têm afetado o planeta no último R: Certo. Note que complemento verbal pode ser
século e que pôde ser notado em anomalias frequentes tanto OD como OI. Na primeira ocorrência “que
nessa última temporada de inverno no Hemisfério Norte e conhecemos”, “conhecemos” é VTD, o sujeito é oculto
de verão, no Sul. (nós) e PR é “que” é OD (nós conhecemos organizações
As orações “que têm afetado” e “que pôde ser políticas). Na segunda ocorrência “que temos”,
notado” referem-se a “aquecimento global”. “temos” é VTD, o sujeito é oculto (“nós”) e o PR “que” é
R: Errado. Note que na oração “que têm afetado”, o OD (nós temos ideia de polícia). Na terceira ocorrên-
pronome relativo “que” retoma “mudanças climáti- cia “que moldaram seu processo histórico de trans-
cas”. Na oração “que pôde ser notado”, o PR “que” formação”, “moldaram” é VTD, o OD é o termo “seu
retoma “aquecimento global”. Portanto, possuem processo histórico de transformação”, e o sujeito é o
referentes distintos. PR “que” (fatores estruturais e organizacionais
moldaram seu processo histórico de transformação).
CESPE – 2016 – TCE-SC - Superior Ainda com
relação a aspectos linguísticos do texto CB2A2BBB, CESPE – 2013 – Polícia Federal – Escrivão Com
julgue o item subsequente. base no texto acima, julgue o item.
Fragmento do texto: De acordo com a Organização Fragmento do texto: O que tanta gente foi fazer do
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico lado de fora do tribunal onde foi julgado um dos mais
(OCDE), a integridade é mais do que a ausência de famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer
corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em pela justiça, sim: as evidências permitiam uma forte
última análise, influenciam os resultados da adminis- convicção sobre os culpados, muito antes do encerra-
tração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE mento das investigações. Contudo, para torcer pela
compreende um sistema de integridade como um justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal,
conjunto de arranjos institucionais, de gerenciamento, de onde ninguém podia pressionar os jurados.
de controle e de regulamentações que visem à promoção O emprego dos elementos “onde” e “de onde”, no
da integridade e da transparência e à redução do risco de texto, é próprio da linguagem oral informal, razão por
atitudes que violem os princípios éticos. que devem ser substituídos, respectivamente, por
A coesão e a correção gramatical do trecho “e à “no qual” e “da qual”, em textos que requerem o
redução do risco de atitudes que violem os princípios emprego da norma padrão escrita.
éticos” seriam mantidas caso a forma verbal “violem” R: Errado. O uso do pronome “onde” é correto nas
fosse flexionada no singular, passando, então, a duas ocorrências, visto que retoma lugar. O pronome
concordância a restringir-se ao termo “risco”. onde só pode ser retomado quando identificar a ideia
R: Errado. Note que a função sintática do PR “que”, de lugar. “Onde” pode ser substituído por “em que”.
visto que exercendo a função de sujeito e o verbo Além disso, o pronome “onde” não é próprio da
estando no plural, o PR deve retomar a palavra linguagem informal. Na primeira ocorrência, “onde”
plural: “atitudes” (“atitudes violam os princípios retoma o substantivo masculino “tribunal”. Já na
éticos”). Perceba que, ao mudar o referente para segunda ocorrência, “onde” retoma o substantivo
“risco”, não há a manutenção da coesão: “violar feminino “porta”. Aqui, não cabe a preposição “em”,
princípios éticos”. em virtude da preposição “de” do termo “de que”. A
substituição proposta pela questão poderia ser
CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Policial realizada sim, mas a substituição é facultativa, e não
Legislativo Considerando os sentidos e aspectos obrigatória.
linguísticos do texto acima, julgue os itens a seguir.
Fragmento do texto: A atividade policial pode ser
verificada em quase todas as organizações políticas que
conhecemos, desde as cidades-estado gregas até os Esta-
dos atuais.

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PERÍODO COMPOSTO
ASSINDÉTICAS:
São orações que estão juntas e são ligadas por pontuação.

COORDENADAS 1. ADITIVA
2. ADVERSATIVA
SINDÉTICAS:
3. ALTERNATIVA
Ligadas por conjunção
4. CONCLUSIVA
5. EXPLICATIVA

1. SUBJETIVA
2. OBJETIVA DIRETA
3. OBJETIVA INDIRETA
SUBSTANTIVA
4. COMPLETIVA NOMINAL
5. PREDICATIVA
6. APOSITIVA

RESTRITIVAS: refere-se a uma parte.


NÃO POSSUI VÍRGULA (presume a existência de dois).
SUBORDINADAS ADJETIVA
EXPLICATIVAS: refere-se ao TODO.
POSSUI VÍRGULA! Presume a existência de apenas um.

1. CONDICIONAL
2. TEMPORAL
3. CAUSAL
4. FINAL
ADVERBIAL 5. CONCESSIVA
6. PROPORCIONAL
7. COMPARATIVA
8. CONFORMATIVA
9. CONSECUTIVA

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2015 – TJDFT – Analista Acerca dos aspectos


linguísticos do texto apresentado, julgue o item seguin- Fragmento do texto: Brasília tinha apenas dois anos
te. quando ganhou sua universidade federal. A Universi-
Fragmento do texto: Os juízes que se deparam com o dade de Brasília (UnB) foi fundada com a promessa de
tema dos conflitos familiares e da violência doméstica reinventar a educação superior, entrelaçar as diversas
assistem a situações de violência extrema, marcadas formas de saber e formar profissionais engajados na
pelo abuso das relações de afeto e parentesco, pela transformação do país.
deslealdade nas relações íntimas de afeto e confiança. A correção gramatical e o sentido original do texto
Na linha 1, o “que" é um elemento expletivo, empre- seriam preservados se o trecho “promessa de rein-
gado apenas para dar realce a “Os juízes". ventar a educação superior” fosse substituído por
R: Errado. Note que podemos trocar “que” por “os “promessa de reinvenção da educação superior”.
quais”. Assim sendo, “que” é PR, e não palavra expleti- R: Errado. Note que há mais de uma oração, perfa-
va. zendo um período composto de orações coordena-
das aditivas. Portanto, para haver tal transformação,
CESPE – 2016 – FUNPRESP – Superior Julgue o todas as demais orações deveriam ser substituídas
item que se segue, pertinentes a aspectos linguísti- com intuito de manter o paralelismo.
cos do texto CB4A1AAA.

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CESPE – 2016 – TCE/PA – Superior No que se refere R: Certo. Sempre que temos a alteração de oração
à tipologia e aos sentidos do texto CB8A1AAA, adjetiva restritiva para explicativa, temos a alteração
julgue o item que se segue. no sentido, e vice-versa. No caso da questão, deixamos
Fragmento do texto: As audiências públicas integram de ter um valor explicativo para ter um valor restritivo.
o perfil dos Estados democráticos de direito, modelados Ocorre também no nome da oração, que passa a ser
pelo constitucionalismo europeu do pós-guerra, segundo oração adjetiva restritiva, por isso também há
o qual o poder político não apenas emana do povo, sendo mudança sintática. Com a vírgula, entende-se que
em nome dele exercido, mas comporta a participação toda e qualquer felicidade é direito inalienável de
direta do povo. É por meio dessas audiências que o acordo com a Constituição. Com a retirada da vírgu-
responsável pela decisão tem acesso às diversas opiniões la, nem toda felicidade passa a ser direito inalienável
sobre a matéria debatida e abre a oportunidade para as prevista na Constituição. Com efeito, o contexto não
pessoas que irão sofrer os reflexos da deliberação se permite interpretar que poderia haver uma felici-
manifestarem antes de seu desfecho. dade permitida e outra não.
A oração “que irão sofrer os reflexos da deliberação”
é indispensável ao sentido do período, pois delimita a CESPE – 2015 – TJDFT – Técnico Acerca dos aspec-
referência de “pessoas”. tos linguísticos do texto apresentado, julgue o item
R: Certo. Note que a oração “que irão sofrer os seguinte.
reflexos da deliberação” é subordinada adjetiva e se Fragmento do texto: Importa destacar que a violência
refere ao substantivo “pessoas”. A oração adjetiva intrafamiliar pode se dar tanto de forma omissiva, pela
traduz um valor de restrição a “pessoas”. Por não ausência de cuidados necessários ao desenvolvimento
haver vírgulas, temos uma oração subordinada adje- do indivíduo, de alimentação regular e abrigo, quanto
tiva restritiva. comissiva, pela prática de atos que violam a liberdade e a
integridade física e psíquica da vítima, agressões físicas
CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Policial ou verbais.
Legislativo Julgue os itens subsequentes, relativos ao Em “Importa destacar”, a oração “destacar” exerce
diálogo entre os personagens Calvin e sua professora, função de sujeito.
Dona Doroteia, apresentado na tirinha abaixo. R: Certo. Note que há três orações. O verbo “impor-
ta” é intransitivo e a oração “destacar” é subordinada
substantiva subjetiva, a qual se encontra reduzida de
infinitivo (isso importa). A terceira oração (“que a
violência intrafamiliar pode se dar tanto de forma
omissiva”) é subordinada substantiva objetiva direta,
pois o verbo “destacar” é transitivo direto (destacar
isso). Portanto, a oração “destacar” exerce função de
sujeito do verbo “importa”.

CESPE – 2020 – MPE/CE – Analista Acerca das


ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do
texto precedente, julgue o item seguinte.
Fragmento do texto: “Desprezo o que dizes, mas
defenderei até a morte o teu direito a dizê-lo. ”
É facultativo o emprego da vírgula presente na
afirmação atribuída a Voltaire, no primeiro período
do texto.
R: Errado. Note que há uma oração coordenada
sindética adversativa introduzida pela conjunção
adversativa "mas". A vírgula antes do "mas" adversa-
tivo é obrigatória, e não opcional. Ainda, em regra, a
vírgula depois do “mas” é sempre proibida. Só será
admitida quando houver uma intercalação logo após
No segundo quadrinho, a retirada da vírgula logo após o “mas” com sentido adversativo. Nesse caso, poderá
“felicidade” modificaria a relação semântica e sintática ser empregada em razão da intercalação.
entre essa palavra e o trecho “a qual é meu direito
inalienável” e afetaria a coerência da argumentação.

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TEMPOS VERBAIS
INDICATIVO CERTEZAS

TEMPOS VERBAIS SUBJUNTIVO POSSIBILIDADES

IMPERATIVO ORDENS

INDICATIVO
PRESENTE: Eu estudo todos os dias.
PRETÉRITO PERFEITO: João estudou para a prova (um único ato, uma única vez).
PRETÉRITO IMPERFEITO: Nós estudávamos juntos (ação habitual; acontecimento com frequência).
PRETÉRITO MAIS QUE PERFEITO: Quando ela chegou, eu já estudara o suficiente (= tinha estudado; composto por
dois verbos).
FUTURO DO PRESENTE: Estudaremos em uma boa universidade.
FUTURO DO PRETÉRITO: Eu estudaria agora se não estivesse com sono.

SUBJUNTIVO
PRESENTE: É fundamental que vocês estudem mais.
PRETÉRITO PERFEITO: Se nós estudássemos mais, teríamos melhores resultados.
FUTURO: Quando eles estudarem mais, terão melhores notas.

IMPERATIVO
AFIRMATIVO: Estude mais.
NEGATIVO: Não estude escutando música.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2011 – TCU – Auditor Federal de Controle


Externo CESPE – 2015 – TJDFT – Analista No que se refere
Fragmento do texto: Para o filósofo Bentham, a felici- aos aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo
dade era uma proposição matemática, e ele passou anos item.
realizando pequenos ajustes em seu “cálculo da felici- Fragmento de texto: No cenário de exclusão e violên-
dade”, um termo maravilhosamente atraente. Eu, por cia, é preciso radicalizar a política de ampliação do acesso
exemplo, nunca associei cálculo à felicidade. No entanto, à justiça. Para tanto, não basta a inclusão no sistema da
trata-se de matemática simples. Some os aspectos maioria excluída. Há consenso de que o acesso à justiça
prazerosos de sua vida, depois subtraia os não se limita ao direito de acessar o Judiciário. Para que a
desagradáveis. O resultado é a sua felicidade total. Os promoção da justiça seja tarefa de todos, é necessário
mesmos cálculos, acreditava Bentham, podiam ser romper os limites das liturgias forenses e levar a justiça
aplicados a uma nação inteira. Cada medida tomada por onde o conflito está, ou seja, na vida, na casa e na rua.
um governo, cada lei aprovada, deveria ser vista sob o Nesse sentido, a política de universalização do acesso à
prisma da “maior felicidade possível”. Bentham ponderou justiça deve contemplar dois eixos de atuação: o de
que dar dez dólares a um homem pobre contava mais do proteção dos direitos violados (inclusive quando o órgão
que dar dez dólares a um homem rico, já que o pobre tirava violador é o próprio Estado) e o de prevenção da violência,
mais prazer desse dinheiro. por meio do envolvimento da sociedade na formulação de
O autor constrói seu texto de forma a se aproximar uma política que assegure direitos e promova a paz.
do leitor, o que explica, por exemplo, o emprego da O uso do modo subjuntivo em “que assegure direitos
primeira pessoa do singular no segundo período e o e promova a paz" indica que a ideia expressa nessas
do imperativo no quarto. orações é uma possibilidade.
R: Certo. Note que, com a apresentação do autor, R: Certo. De fato, o presente do subjuntivo transmite
ocorre uma maior interação, traduzida com a identi- possibilidade, dúvida. O termo “assegure” empre-
ficação (aspectos subjetivos). O tempo verbal em ga-se com esse objetivo (tal política pode assegurar
“Some... depois subtraia os desagradáveis” permite a direitos e promover paz).
confirmação das ideias de aproximação com o leitor,
como se estivesse em uma conversa.

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CESPE – 2016 – DPU – Superior Julgue o item subse- primeira pessoa do singular e o verbo “sabem” encon-
quente, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos tra-se na terceira pessoa do plural, invalidando o
da tirinha apresentada, da personagem Mafalda. afirmado pela questão.

CESPE – 2014 – CADE – Agente Administrativo


Julgue o item a seguir, relativo às estruturas linguísti-
cas e às ideias do texto acima.
Fragmento do texto: Tínhamos, além disso, algumas
doenças comuns a todo o grupo, ou quase todo: a biblio-
mania mais crônica que se possa imaginar, uma paixão
neurótico-deliquencial por textos antigos, que nos levava
frequentemente a visitas subservientes a párocos,
conventos, igrejas e colégios. Procurávamos criar
relacionamentos que facilitassem o acesso a qualquer
velharia escrita. Que poderia estar esperando por nós,
por que não?, desde séculos, ou décadas. Conhecíamos
armários, sótãos, porões e cofres de sacristias, bibliote-
cas, batistérios ou cenáculos, bem melhor do que seus
proprietários ou curadores. Tínhamos achado preciosi-
dades que muitos colecionadores cobiçariam.
O emprego de formas verbais no pretérito imperfei-
As formas verbais empregadas na tirinha, embora to, como “Procurávamos” e “Conhecíamos”, está
flexionadas na terceira pessoa do singular, indicam associado à ideia de habitualidade, continuidade ou
ações praticadas por Mafalda e por ela relatadas no duração.
momento de sua realização, o que justifica o empre- R: Certo. Os verbos "Procurávamos" e "Conhecíamos"
go do presente do indicativo. são conjugados no indicativo, mais precisamente no
R: Errado. Realmente, as formas verbais empregadas pretérito perfeito do indicativo. O indicativo trans-
em todos os quadrinhos indicam ações (certezas) mite a ideia de certeza. O pretérito imperfeito do
praticadas por Mafalda e por ela pensadas no indicativo geralmente indica a continuidade de um
momento de sua realização, o que, de fato, justifica o acontecimento que ocorria com frequência no passa-
emprego do presente do indicativo. No entanto, no do (continuidade, ação, hábito).
quarto quadrinho, o verbo “torno” encontra-se na

SINAIS DE PONTUAÇÃO

USO DA VÍRGULA
As frases dispensam o uso da vírgula quando se encontram na ordem direta, no entanto, é totalmente possível
haver um deslocamento tornando a ordem indireta. Quando há inversão na ordem, é preciso um instrumento de
preservação da ordem direta, que é a vírgula, que isola justamente o elemento deslocado.
S V C Adj. Adv Por conseguinte, não separar por vírgulas:
Eu tomei o remédio hoje.
S V C AA Sujeito e seu verbo.
Verbo e seu complemento.
Ordem DIRETA Complemento e seu adjunto.
Hoje, eu tomei o remédio. Nome de seu complemento ou adjunto adnominal.
Predicativo de seu sujeito ou objeto.
Ordem INDIRETA Conjunção subordinativa do restante da oração que ela inicia.

ATENÇÃO: Dois termos: curto. Sempre facultativo.


Adjunto adverbial curto VÍRGULA FACULTATIVA Três termos: sem consenso. Na dúvida, coloque vírgula.
Adjunto adverbial longo VÍRGULA OBRIGATÓRIA Mais de três: longo. Vírgula obrigatória.

Elementos coordenados/enumeração de termos/elementos que exercem a mesma função:


Não causa o isolamento. A vírgula será inserida em razão da necessidade de separar os termos. É possível usar
vírgula antes do “e” quando as orações coordenadas unidas tiverem sujeitos diferentes ou o “e” tiver valor de
oposição.
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A vírgula deve ser evitada antes da conjunção aditiva “e”.
EXCEÇÕES:
− Valor adversativo: Já são dez horas, e (=mas) a reunião ainda não terminou.
− Sujeitos diferentes: Os funcionários reclamavam, e a direção atendeu.
− Valor consecutivo ou enfático: Os trabalhadores se reuniram, discutiram e decidiram como agir.
− Antes de polissíndeto – repetição de síndeto: Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente.
APOSTO EXPLICATIVO: Esclarecimento “posto” acerca de um antecedente. Isola uma expressão explicativa, um
acréscimo de informação, um substantivo explicando um substantivo antecedente em outras palavras.
Ex.: Maria, a melhor cozinheira do bairro, obteve o prêmio de Masterchef.
VOCATIVO: Expressão de núcleo substantivo que serve como chamamento. SEMPRE SEPARADO POR VÍRGULA
OBRIGATÓRIA.
Ex.: João, quero falar com você.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2015 – TELEBRAS – Analista No que se
refere às estruturas linguísticas e às ideias do texto adoece e 420 mil morrem depois de ingerir alimentos
“A reestruturação do setor de telecomunicações no contaminados por bactérias, vírus, parasitas ou substân-
Brasil”, julgue o item seguinte. cias químicas.
Fragmento do texto: A reestruturação do setor de No trecho “quase uma em cada dez pessoas no
telecomunicações no Brasil veio acompanhada da mundo”, a inserção de uma vírgula logo após “pessoas”
privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela prejudicaria a correção gramatical do texto.
Telecomunicações Brasileiras S.A. (TELEBRAS) —, R: Certo. Importante perceber que o trecho “quase
monopólio estatal verticalmente integrado e organizado uma em cada dez pessoas no mundo” exerce função
em diversas subsidiárias, que prestava serviços por meio de sujeito do verbo “adoece”. Assim, inserir a vírgula
de uma rede de telecomunicações interligada, em todo o ocasionaria a separação do sujeito e do verbo, o que
território nacional. é proibido.
A correção gramatical e os sentidos originais do
texto seriam preservados se, no primeiro parágrafo, CESPE – 2019 – Pref. São Cristóvão – Professor A
todas as vírgulas fossem eliminadas e a forma verbal respeito das propriedades linguísticas do texto
“prestava” fosse substituída por “prestavam”. 9A2-I, julgue o item subsecutivo.
R: Errado. Note que, com a exclusão de todas as Fragmento de texto: A única coisa que unia todas
vírgulas, haveria alteração do sentido, uma vez que o essas práticas médicas era que, em toda parte, no
aposto explicativo “...monopólio estatal vertical- mínimo um terço das crianças morriam antes de se
mente integrado e organizado em diversas tornarem adultas, e a expectativa de vida média era bem
subsidiárias...” mudaria de referente, passando a abaixo de cinquenta anos de idade. Hoje, se você
referir-se a “TELEBRAS”. Haveria também a alteração adoecer, faz muito menos diferença o lugar onde vive.
de oração substantiva adjetiva explicativa para A vírgula empregada após o termo “adultas” separa
restritiva. No que tange à forma verbal “prestava”, orações coordenadas cujos sujeitos são distintos.
teríamos a alteração de referente. O PR “que” retoma R: Certo. Importante perceber que há duas orações
“monopólio estatal”. Com a flexão para o plural, separadas por vírgulas. Primeira oração: Um terço
certamente o referente desse PR deverá ser um das crianças morriam antes de se tornarem adultas
termo plural citado anteriormente (“diversas (sujeito = um terço das crianças); segunda oração: A
subsidiárias”). expectativa de vida média era bem abaixo de
cinquenta anos de idade (sujeito = a expectativa de
CESPE – 2020 – MPE/CE – Analista Acerca das vida média). Havendo duas orações coordenadas
ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do com sujeitos diferentes, vírgula obrigatória.
texto precedente, julgue o item seguinte.
Fragmento de texto: A cada ano, quase uma em cada
dez pessoas no mundo (cerca de 600 milhões de pessoas)

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CRASE
Locuções femininas Antes de palavras masculinas,
(à toa; à deriva; à espera) verbos, "uma" e pronome de tratamento

CRASE CRASE
Preposição a+a OBRIGATÓRIA PROIBIDA
Entre palavras
de aquele; repetidas após Palavra em
a qual; a que Preposição a+a
preposição sentido genérico,
do artigo feminino
indefinido
Antes de nome próprio

CRASE
FACULTATIVA
Antes de pronomes
possessivos "Até a"

PRINCIPAIS FUNÇÕES FEMININAS


à medida que, à proporção que, à toa, à noite, à tarde, às vezes, às pressas, à vista, à primeira vista, àquela hora, à direi-
ta, à vontade, às avessas, às escuras, às escondidas, à míngua, à venda, à mão armada, à beça, à tinta, à máquina, à
caneta, à foice, à chave, à revelia, à deriva, à uma hora, à altura de, à custa de, à espera de, à beira de, à espreita de, à
base de, à moda de, à procura de, à roda de, à mercê de, à semelhança de... (obs: “a máquina” já foi dado como certo).

COMO A CRASE OCORRE


a (preposição) + a (artigo) = à (com acento grave)
a (preposição) + as (artigo) = às
a (preposição) + a qual/as quais = à qual/às quais
a (preposição) + aquele/aquilo/aquela = àquele/àquilo/àquela
a (preposição) + a (pronome demonstrativo) = à

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2016 – DPU – Superior Com referência às


ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresenta- Fragmento de texto: A mais recente visita de partici-
do, julgue o seguinte item. pantes de outro projeto, o “Atenção à População de Rua
Fragmento de texto: Anteriormente à primeira Consti- do Assentamento Noroeste”, levou respostas às deman-
tuição pátria, a de 1824, vigoraram as Ordenações Afon- das solicitadas pelos moradores.
sinas, as Manuelinas e as Filipinas. No trecho “respostas às demandas”, o emprego do
No trecho “Anteriormente à primeira Constituição sinal indicativo de crase justifica-se pela regência do
pátria”, o emprego do acento indicativo de crase é substantivo “respostas”, que exige complemento
facultativo. antecedido da preposição “a”, e pela presença de
R: Errado. Perceba que a crase é obrigatória em artigo feminino plural que determina “demandas”.
razão da preposição “a”, que se refere ao advérbio R: Certo. A preposição é exigida pelo termo "respos-
“Anteriormente”, e à preposição “a”, antecedente ao tas" (OD). O artigo definido “as” acompanha "deman-
substantivo “Constituição”. das". Para facilitar a visualização: respostas a + as
demandas = respostas às demandas. Ressalte-se que
CESPE – 2016 – DPU – Técnico Acerca dos aspectos “às demandas” é o complemento nominal e não
linguísticos e das ideias do texto acima, julgue o item objeto indireto, tendo em vista que o substantivo
seguinte. “respostas” é objeto direto abstrato e exigiu comple-
mento.

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CESPE – 2020 – MPE/CE – Técnico Com relação aos emprego do sinal indicativo de crase no vocábulo “a”
aspectos linguísticos e aos sentidos do texto prece- em “tendem a ser menos efetivas”.
dente, julgue o item a seguir. R: Errado. Como não se usa crase antes de verbo
Fragmento de texto: Afinal, o aparecimento da rede (crase proibida), o sinal de crase não é facultativo,
mundial de computadores pôs fim — no que diz respeito mas sim proibido. Não ocorre artigo antes de verbos,
à informação — à própria noção de “viagem” (e de portanto não ocorre a contração da preposição "a"
“distância” a ser percorrida), o que tornou a informação com o artigo "a". No trecho "tendem a ser menos
instantaneamente disponível em todo o planeta, tanto efetivas", o "a" é apenas a preposição exigida pelo
na teoria como na prática. verbo "tender".
A supressão do acento indicativo de crase em “à
própria noção de ‘viagem’” manteria os sentidos e a CESPE – 2016 – CP RM - Técnico em Geociências
correção gramatical do texto. (com alterações) Considerando a tipologia e os
R: Errado. A expressão “pôr fim” exige a preposição “a” aspectos linguísticos do texto CB1A01AAA, assinale
(pôr fim a alguma coisa). A contração dessa preposição a opção correta.
com o artigo "a" (a própria noção de "viagem") exige Fragmento de texto: A conclusão, praticamente unâni-
que seja inserido o sinal indicativo de crase. Para me, é de que políticas que visem à conservação do meio
visualizar: pôs fim a + a própria noção de "viagem" = ambiente e à sustentabilidade de projetos econômicos
pôs fim à própria noção de "viagem”. devem ser metas para todos os governantes.
O emprego do acento indicativo da crase em “à
CESPE – 2019 – SEFAZ/DF Auditor Fiscal Consideran- sustentabilidade” é facultativo.
do os aspectos linguísticos do texto CG1A1-I, julgue o R: Errado. Quando empregamos o verbo “visar” com
item a seguir. sentido de “ter como objetivo”, teremos um VTI,
Fragmento de texto: Os pesquisadores alertam que exigindo a preposição “a”. Por sua vez, o substantivo
companhias que trabalham em boas causas sem relação “sustentabilidade” está precedido do artigo “a”. Com
com seus negócios centrais tendem a ser menos efetivas. isso, a crase será obrigatória.
Dada a regência do verbo tender, é facultativo o

REDAÇÃO OFICIAL

ATRIBUTOS DA REDAÇÃO OFICIAL

CLAREZA E O texto precisa ser claro, ou seja, precisa viabilizar a imediata OBSERVAÇÕES
PRECISÃO compreensão pelo leitor.
Pode-se dizer que não
Evitar informações que possam ser dispensáveis e focar na ideia
OBJETIVIDADE há propriamente um
central.
padrão oficial de
Excluir termos inúteis, redundâncias e excessos, ou seja, refere-se à linguagem, mas deve-
CONCISÃO capacidade de transmitir o máximo de informações com o mínimo se atender ao uso do
de palavras. padrão culto nos atos
e comunicações oficiais.
COESÃO
Busca pela harmonia entre os elementos do texto.
E COERÊNCIA Jargões técnicos e
regionalismos devem
IMPESSOALIDADE Não constar impressões pessoais. Ex: “Tenho a honra de...”
ser evitados.

FORMALIDADE E Deve-se atender as formalidades e os padrões estipulados, pois as


PADRONIZAÇÃO comunicações oficiais exigem que sejam formais.

SOBRE AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS: EMPREGO DOS PRONOMES DE TRATAMENTO


QUAIS AUTORIDADES RECEBEM O TRATAMENTO DE VOSSA EXCELÊNCIA?
• Presidente e Vice-Presidente da República; • Embaixador;
• Presidente do Congresso Nacional; • Oficial-General das Forças Armadas;
• Presidente do Supremo Tribunal Federal; • Senador e Deputado Federal;
• Ministro de Estado; • Ministros dos Tribunais Superiores;
• Secretário-Executivo de Ministério e cargos • Ministros do Tribunal de Contas da União.
de natureza especial;

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VOCATIVO EXEMPLO PRÁTICO

Autoridade: MINISTRO DE ESTADO


“EXCELENTÍSSIMO Aplica-se aos Chefes
SENHOR”: dos três poderes. ENDEREÇAMENTO A sua Excelência o Senhor

Aplica-se às demais VOCATIVO Senhor Ministro


“SENHOR”: autoridades. TRATAMENTO Vossa Excelência

SUA EXCELÊNCIA (fala-se da autoridade); NÃO SE DEVE USAR


ATENÇÃO
VOSSA EXCELÊNCIA (fala-se com a autoridade) Ilustríssimo e Digníssimo
• RESPEITOSAMENTE: Usa-se • (Espaço para assinatura)
FECHOS PARA quando direcionar a autoridades IDENTIFICAÇÃO Nome
COMUNICAÇÕES superiores. DO SIGNATÁRIO: Cargo
• ATENCIOSAMENTE: Usa-se
quando direcionar a autoridades de • REGRA: todas as comunicações oficiais
mesma hierarquia ou inferiores. devem informar o signatário segundo o
padrão mostrado.
Obs.: Quando direcionado a • EXCEÇÃO: as comunicações assinadas
autoridades estrangeiras, deve-se pelo Presidente da República não
atender aos ritos e tradições próprios. precisam atender a essa regra.

PADRÃO OFÍCIO:
Atualmente não mais se diferencia Aviso, Ofício e Memorando, pois houve uma uniformização e, com isso,
deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas (chamada de padrão ofício).

EXPOSIÇÃO DE MOTIVO: MENSAGEM: E-MAIL:

Trata-se de expediente enviado ao Trata-se do meio de Ainda que se trata de uma


presidente da republica pelo comunicação oficial utilizado forma flexível, é necessário que
Ministro de Estado com a entre os chefes dos poderes esteja de acordo com a redação
finalidade de: públicos, notadamente as oficial.
mensagens enviadas pelo Chefe
I. propor alguma medida; do Poder Executivo ao Poder
Legislativo.
II. submeter projeto de ato
normativo à sua consideração; Ex. Encaminhamento de
proposta de emenda
III. informá-lo de determinado constitucional.
assunto.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - b) ofício: era expedido para e pelas demais autori-
Administração. dades; e
O expediente denominado ofício é apropriado c) memorando: era expedido entre unidades admi-
como forma de comunicação entre unidades admi- nistrativas de um mesmo órgão.
nistrativas de um mesmo órgão.
R. Certo. Veja o que diz o Manual de Redação da Atenção: Nesta nova edição ficou abolida aquela
Presidência da República: distinção e passou-se a utilizar o termo ofício nas
A distinção básica anterior entre os três era: três hipóteses. (BRASIL, 2018, p.27)
a) aviso: era expedido exclusivamente por Minis- Portanto, em se tratando de comunicação entre
tros de Estado, para autoridades de mesma hierar- unidades administrativas de um mesmo órgão, o
quia; expediente denominado ofício será apropriado.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial. Considerando que o texto apresentado constitua
O MRPR prevê somente dois fechos diferentes um expediente hipotético, julgue os itens a
para as modalidades de comunicação oficial entre seguir, acerca de aspectos da redação oficial.
autoridades da administração pública: Respeitosa-
mente, caso o destinatário seja autoridade de
hierarquia superior à do remetente; e Atenciosa- CESPE - 2018 - STJ - Cargo 1
mente, caso o destinatário seja autoridade de
mesma hierarquia ou de hierarquia inferior à do
remetente. Ficam excluídas dessa norma as comu-
nicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que
atendem a rito e tradição próprios.
R. Certo. Há dois tipos de fechos:

• RESPEITOSAMENTE: Direcionado a autorida-


des superiores.
• ATENCIOSAMENTE: Direcionado a autoridades
de mesma hierarquia ou inferiores.
Obs. Quando direcionado a autoridades estrangei-
ras, deve-se atender aos ritos e tradições próprios.

CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial.


Entre os documentos oficiais, o email é o que apre-
senta maior flexibilidade formal, uma vez que, De acordo com as recomendações pertinentes ao
nesse tipo de comunicação, se admite o uso de emprego de vocativos em correspondências
abreviações como vc e pq. oficiais, o vocativo Excelentíssimo Presidente está
R. Errado. Ainda que se trata de uma forma flexível incorreto, razão por que deveria ser substituído
de comunicação oficial, é necessário que esteja de por Excelentíssimo Senhor Presidente.
acordo com a redação oficial.
R. Errado. Uma vez que o vocativo “Excelentíssimo
CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial - Senhor” é empregado nas comunicações direcio-
Administração. nadas aos Chefes de Poder (Presidente do Repúbli-
Em uma correspondência oficial destinada a um ca, Presidente do Congresso Nacional e Presidente
procurador-geral de estado, o vocativo a ser do STF), torna-se incorreto o uso desse vocativo
empregado é Excelentíssimo Senhor Procurador- em comunicações dirigidas ao Presidente do Tribu-
-Geral. nal de Justiça.
R. Errado. O vocativo “Excelentíssimo Senhor” é
empregado apenas nas comunicações dirigidas aos CESPE - 2018 - STJ - Cargo 1.
Chefes de Poder. Além disso, às demais autorida- O fecho empregado na comunicação em apreço
des se deve usar o vocativo “Senhor”. está correto, uma vez que, no caso, os interlocuto-
res são ocupantes de cargos de igual hierarquia.
CESPE - 2018 - POLÍCIA FEDERAL - Agente de R. Errado. O Correto seria usar o termo
Polícia Federal. “Atenciosamente”, pois trata-se de uma
A concisão é uma qualidade da redação oficial que comunicação feita pelo Ministro do STJ para o
atende ao princípio da economia linguística, Desembargador do TJDFT, ou seja, o destinatário
segundo o qual se deve reduzir ao mínimo de pala- não é autoridade superior do remetente.
vras possível o conteúdo a ser comunicado, evitan-
do-se redundâncias ou trechos inúteis. CESPE - 2018 - STJ - Cargo 1.
R. Certo. De acordo com concisão, deve-se excluir O emprego de Vossa Excelência no campo de
termos inúteis, redundâncias e excessos, ou seja, indicação do destinatário é considerado
refere-se à capacidade de transmitir o máximo de inadequado.
informações com o mínimo de palavras. R. Certo. Note-se que o correto seria “A Sua
Excelência o Senhor.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito Administrativo é um conjunto de regras e princípios harmônicos entre si que vão ser utilizados para
disciplinar o funcionamento de órgãos públicos, entidades e seus respectivos agentes.
• Os órgãos públicos, entidades e seus respectivos agentes são chamados de administração pública no sentido
formal, orgânico ou subjetivo.
• As atividades exercidas por eles – serviços públicos, fomento, poder de polícia e intervenção econômica – são
conceituadas como administração pública no sentido material, funcional ou objetivo.

Supremacia do interesse Nem sempre o Estado atuará


público sobre o privado com supremacia. Quando o
Principais princípios que norteiam o Estado explora a atividade
regime jurídico-administrativo: econômica e pratica atos de
Indisponibilidade do gestão de direito privado, atua
interesse público em regime de igualdade.
O art. 37 da CF prevê que:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios
obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” L I M P E
Existem, também, outros princípios, como segurança jurídica, razoabilidade, continuidade do serviço público,
motivação, etc.
• Qualquer outro princípio que não se inclua no rol descrito no art. 37 da CF será implícito;
• Não existe hierarquia entre princípios. Todos devem ser observados de maneira harmônica;
• O conflito entre princípios deve ser resolvido mediante a ponderação de valores;
• O princípio da eficiência somente foi acrescentado ao texto constitucional depois, com o advento da Emenda
Constitucional nº 19/1998.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


• Lei: principal fonte do Direito Administrativo, tendo em vista o princípio da legalidade;
• Jurisprudência: é o conjunto de decisões judiciais ou administrativas reiteradas em um mesmo sentido;
• Doutrina: é o conjunto de teses e pensamentos dos estudiosos do ramo;
• Costumes: condutas reiteradas em um mesmo sentido.
Fonte PRIMÁRIA, direta ou formal do Direito Administrativo: LEIS em sentido amplo. Engloba:
• Constituição
• Leis
• Regulamentos da administração pública (regimentos, decretos, instruções normativas)
Fontes SECUNDÁRIAS, indiretas ou materiais do Direito Administrativo:
• Jurisprudência
• Doutrina
• Costumes

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Sentido formal, subjetivo ou orgânico FO S OR Sentido funcional, material ou objetivo FU M OB
Estrutura, composição, organização Tarefas, o que está sendo desempenhado
QUEM faz O QUE é feito
Conjunto de órgãos, entidades e seus respectivos agentes, Serviços públicos / Fomento / Poder de polícia /
que estão desempenhando a função administrativa Intervenções econômicas
A administração pública realiza suas funções públicas sob dois aspectos:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
União Fundações Públicas
Estados Autarquias
DF Sociedade de Economia Mista
Munícipios Empresas Públicas
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
São aquelas previstas diretamente na Constituição, São instituídas pelos entes políticos para o desempenho
exercendo suas atividades com autonomia; de atividades administrativas
Possuem personalidade jurídica de direito público; Possuem personalidade jurídica própria;
Podem legislar; Não legislam;
Podem administrar por meio de seus órgãos. Apenas administram.
Observação: Quando a atividade for desempenhada Observação: Quando a Entidade Administrativa
por uma entidade política por meios de seus Órgãos, exerce atividades administrativas, teremos a chamada
teremos a chamada ADMINISTRAÇÃO DIRETA. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.

Entre ÓRGÃOS há SUBORDINAÇÃO. Entre ENTIDADES há VINCULAÇÃO.

Personalidade Responsabilidade Imunidade Regime de


Criação Finalidades
jurídica civil tributária pessoal
Típicas
Autarquia Público Lei
do Estado
Objetiva Sim Estatuto
Direito
Fundação Público Sem fins lucrativos
Público:
pública e Privado (LC dispões atuação)
Criada por lei
Sociedade de Prestadora de Serviço público Serviço público
serviço público ou (objetiva) (Sim)
economia mista Autorizada
Privado exploradora de Atividade CLT
por lei
Empresa atividade Atividade econômica econômica
pública econômica (subjetiva) (Não)

Capital Social Forma Societária


Sociedade de + 50%: Público
Empresas Somente S/A (sociedade anônima)
economia mista - 50%: Privado
estatais
Empresa pública 100% pública Qualquer forma jurídica

Para que a administração pública realize sua função administrativa é necessário que haja uma divisão de tarefas.
Essa divisão vai ser realizada a partir da DESCONCENTRAÇÃO ou da DESCENTRALIZAÇÃO.
Órgão
DESCONCENTRAÇÃO CONCENTRAÇÃO
Criação de órgãos ou ministérios; Extinção de órgãos; ou
Há divisão interna de competências dentro do Simplesmente quando não há criação de órgãos
mesmo órgão ou entidade administrativa, dentro da públicos;
mesma pessoa jurídica. Pode ocorrer na:
Há subordinação; Administração direta: entes políticos sem órgãos
Pode ocorrer na: ou extinguindo órgãos.
Administração direta: municípios criando secre- Administração indireta: FASE sem órgãos.
tarias. Administração indireta: autarquia criando
órgão de setor de pessoal.
Entidade
DESCENTRALIZAÇÃO CENTRALIZAÇÃO
Administração direta cria os entes administrativos Execução de atividades diretamente pela adminis-
(FASE) pertencentes à administração indireta; tração;
Execução de atividades por meio da criação de A centralização consiste na execução de tarefas
pessoas jurídicas externas e sem relação de hierar- administrativas pelo próprio Estado, por meio de
quia; órgãos internos e integrantes da administração
Sem subordinação, mas com controle finalístico/ pública direta;
supervisão ministerial; Quando a administração direta extingue, necessaria-
A descentralização pressupõe duas pessoas distintas: mente por lei, uma entidade da administração indire-
o Estado e a pessoa que executará o serviço; ta também ocorre a centralização.
Detêm capacidade de autoadministração.

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Controle finalístico

VINCULAÇÃO Tutela

Supervisão ministerial

FORMAS DE DESCENTRALIZAÇÃO
Outorga ou por Serviços Delegação ou Colaboração
Lei Ato ou Contrato
Entidade Política transfere Entidade Administrativa Entidade Política transfere Particular
Direta Indireta Concessinárias
Pemissionárias
Titularidade e execução por prazo INDETERMINADO Apenas execução por prazo DETERMINADO
Órgãos públicos: são criados por lei (e da mesma forma são extintos, por lei), não possuem personalidade jurídica
e tampouco patrimônio próprio, são subordinadas ao ente político que o criou e influenciados pela normativi-
dade do princípio da hierarquia.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Observações:
Os particulares que atuam por delegação podem praticar atos administrativos;
O ato administrativo, por produzir efeitos jurídicos, é considerado um ato jurídico;
O silêncio administrativo não é considerado um ato administrativo, salvo se a lei expressamente determinar;
Ato administrativo ≠ fato administrativo. O ato é a manifestação de vontade e o fato é o acontecimento.

Constituir

Manifestação Extinguir
UNILATERAL do
ESTADO Modificar

ATOS Estado atua em Resguardar


ADMINISTRATIVOS supremacia
Declarar direitos
Finalidade
Impor obrigações
aos particulares
ELEMENTOS DOS ATOS
Conferem validade ao ato.
Competência;
São sempre VINCULADOS
Finalidade;
Forma; CO + FI + FO + M + OB
Motivo; e
VINCULADOS ou DESCRICIONÁRIOS
Objeto.
Competência: para que o ato seja válido, tem que ser feito por alguém competente. (Vício SANÁVEL)
Finalidade: significa que todo ato deve ser praticado buscando o interesse público. (Vício INSANÁVEL)
Forma: Os atos administrativos são formais, ou seja, devem ser praticados de acordo com a lei. (Vício SANÁVEL –
desde que não seja essencial à validade do ato)
Motivo: são pressupostos de fato e de direito que fundamentam a prática de um ato administrativo. (Vício
INSANÁVEL)
MOTIVO MOTIVAÇÃO

Requisito de validade do ato administrativo = Princípio positivado na Lei 9.784/99 (Declaração


expressa dos pressupostos de fato e de direito)

Todo ato administrativo tem motivo, porém nem todo ato necessita de motivação.
Objeto: conteúdo adequado à finalidade pretendida. (Vício INSANÁVEL)

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Convalidação: dar validade a ato com defeito sanável (COMPETÊNCIA e FORMA)
Defeito sanável;
Não pode causar prejuízos a terceiros;
Não pode causar lesão ao interesse público;
Ato discricionário;
Produz efeitos “ex tunc” (retroage).
ATOS NULOS ATOS ANULÁVEIS
Defeitos insanáveis;
Não podem ser convalidados. = Defeitos sanáveis;
Podem ser convalidados.

Atributos dos atos administrativos:


Presunção de legitimidade (de acordo com a lei/fatos verdadeiros – presunção relativa);
Autoexecutoriedade (meio de coerção direta – independe do poder judiciário);
Tipicidade (previsão em lei);
Imperatividade (impõe obrigação independente da anuência do particular).

AUTOEXECUTORIEDADE

EXECUTORIEDADE EXIGIBILIDADE

Meio de coerção DIRETA Coerção INDIRETA


Ele desfaz a irregularidade Mecanismo para a lei não ser
(Recolher produtos vencidos em comércio) descumprida (aplicação de multa)
Espécies de atos administrativos:
Normativos: decretos, resoluções, deliberações, regimentos, instruções e normativos
Ordinatórios: circular, ofício, portaria, instrução, aviso, despacho e ordem
Punitivos: interno – poder disciplinar / externo – poder de polícia
Enunciativos: certidão, atestado, parecer e apostilamento
Negociais: licença, permissão e autorização

LICENÇA PERMISSÃO AUTORIZAÇÃO


Ato vinculado; Ato discricionário e precário Ato discricionário e precário
Faculta o desempenho
Atividade de interesse público Atividade de interesse particular
de uma atividade
Ex.: transporte escolar Ex.: porte de arma
Ex.: CNH

Classificação dos atos administrativos:


Atos gerais e individuais: atos gerais são aqueles que produzem efeitos a pessoas indeterminadas. Ex.: edital de
concurso. Já os atos individuais, são aqueles que produzem efeitos a pessoa determinada. Ex.: nomeação em
concurso.
Atos externos e internos: atos externos são aqueles aplicados às pessoas que estão fora da administração pública.
Ex.: decreto. Já os atos internos são aqueles aplicados no âmbito da própria administração. Ex.: circular.
Atos vinculados e discricionários: atos vinculados são aqueles que a administração não possui liberdade de
atuação. Já o ato discricionário é aquele que a administração possui uma razoável liberdade de atuação.
Atos nulos e anuláveis: ato nulo é aquele que possui um defeito insanável e, por isso, não pode ser convalidado. Já
o ato anulável é aquele que possui defeitos sanáveis (competência e forma), podendo ser convalidado, sanados
os vícios.
Atos constitutivos e extintivos: os atos constitutivos são aqueles que constituem, criam uma relação jurídica para
o seu beneficiário. Ex.: licença para dirigir. Já o extintivo é aquele ato que põe fim a uma relação jurídica já
existente. Ex.: cassação da CNH.
Atos de império, gestão e expediente: atos de império são aqueles em que o Estado utiliza de sua supremacia. Ato
de gestão é aquele em que o Estado atua em igualdade. Já o ato de expediente é aquele ato interno, utilizado na
rotina do órgão.
Ato válido, perfeito e eficaz: O ato válido é aquele que está de acordo com a lei. O ato perfeito é aquele que já
completou todas as etapas de formação. Já o ato eficaz é aquele que está apto a produzir todos os seus efeitos.

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Ato simples, complexo e composto (formação do ato): ato simples é aquele formado pela manifestação de um
órgão ou entidade. O ato complexo é aquele que necessita da manifestação de dois ou mais órgãos para sua
formação. O ato composto é aquele que uma manifestação forma um ato principal, porém necessita de mais uma
manifestação para formar um ato acessório para dar exequibilidade ao ato principal.
ATO SIMPLES ATO COMPLEXO ATO COMPOSTO
1 Manifestação Manifestação 1 + Manifestação 2 Manifestação 1 Manifestação 2

1 Ato 1 Ato Exequibilidade


Ato Principal Ato Acessório
Ato complexo: dois órgãos se Ato composto: duas manifestações para a
fundem para formar um só ato. formação de dois atos, sendo um principal
e outro acessório.
Classificação dos atos administrativos:
Extinção natural: ocorre quando o ato cumpre seus efeitos.
Extinção por renúncia: ocorre quando o beneficiário do ato renuncia aos seus direitos.
Cassação: ocorre quando o beneficiário do ato deixa de cumprir os requisitos de validade para a manutenção do ato.
Caducidade: ocorre quando lei posterior torna o ato ilegal.
Contraposição: existe a edição de um novo ato administrativo que é oposto ao anterior, ensejando a sua retirada
do mundo jurídico.
Anulação: o ato tem vício, defeito e ilegalidade. É a extinção de ato inválido, que pode ser realizada pela adminis-
tração ou pelo Poder Judiciário, com eficácia “ex tunc”.
Revogação: o ato é legal, mas, de forma posterior, ele deixou de ser conveniente e oportuno para a administração
pública.

Atos que NÃO podem ser REVOGADOS Atos que NÃO podem ser DELEGADOS
Vinculado;
Consumado; Competência Exclusiva;
PrOcedimento administrativo; NOrmativos;
DEclaratórios; Decisão de Recursos Administrativos.
Direito Adquirido.
Mnemônico: “VC PODE DA” Mnemônico: “CE NO RA”
Agentes públicos:
Toda e qualquer pessoa com ou sem vínculo, com ou sem remuneração, transitoriamente ou não, que exerce uma
atividade do Estado.
AGENTES PÚBLICOS

PARTICULARES EM
AGENTES POLÍTICOS AGENTES ADMINISTRATIVOS
COLABORAÇÃO

Possuem vínculo funcional


Honoríficos ou
Possuem normas próprias e com o Estado e se subdividem
designados (honra);
exercem funções de alto escalão. em 3 categorias:
delegatários;
(Detentores de mandato eletivo) cargo público
credenciados;
emprego público
voluntários;
função transitória

CARGO PÚBLICO EMPREGO PÚBLICO FUNÇÃO TRANSITÓRIA

Cargos públicos existem dentro de Empregos públicos existem dentro Não se submetem a concurso público.
Há, na verdade, processo seletivo
pessoas jurídicas de direito público. de pessoas jurídicas de direito privado.
simplificado.
União, Estados, DF e Municípios, Empresas públicas, sociedades de
O temporário pode atuar em qualquer
em qualquer um dos seus poderes economia mista e fundações públicas
pessoa jurídica, desde que não exerça
e órgãos; autarquias e fundações de direito privado.
função típica de Estado.
públicas de direito público.

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CARGO PÚBLICO EMPREGO PÚBLICO FUNÇÃO TRANSITÓRIA
Conhecido como temporário.
Conhecido como servidor público; Conhecido como empregado público;
Para o STF: estatutários em regime
regime estatutário. regime celetista.
especial.
Todos acima são agentes públicos, todos estão desempenhando funções públicas em nome do Estado.
O ingresso ao serviço público não deve estabelecer limitações desnecessárias, mas é possível que a lei estabe-
leça pressupostos necessários à assunção dos cargos, empregos ou funções do Estado.
O concurso público pode ser de provas ou provas e títulos.

PROVAS TÍTULOS
Caráter eliminatório e classificatório Caráter apenas classificatório
O edital que define as regras do concurso público cumpre o que está previsto na lei. Logo, não basta que as
exigências para o cargo estejam previstas somente no edital.
Os cargos e empregos públicos são acessíveis aos brasileiros (natos e naturalizados). Entretanto, os estrangeiros,
na forma da lei, também poderão prover os cargos públicos de:
Professor;
Natureza técnica ou científica nas universidades e instituições de pesquisa federais.
Cargos privativos Ministros do STF Mnemônico:
de brasileiros NATOS: Presidente da República M
Presidente da Câmara dos Deputados P
3
Presidente do Senado Federal
.
Carreira Diplomática C
Oficiais das Forças Armadas O
Ministro do Estado e Defesa M

DIFERENÇA ENTRE CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO DE CONFIANÇA


CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO DE CONFIANÇA

VÍNCULO EFETIVO Não Sim

NECESSITA SER EFETIVO? Sim Não


Pelo menos 50% de servidores 100% de servidores
COMPOSIÇÃO
ocupantes de cargos efetivos ocupantes de cargos efetivos
FORMA DE NOMEAÇÃO Nomeação Designação
FORMA DE Exoneração Dispensa
DESPROVIMENTO
O cargo em comissão é de livre nomeação e livre exoneração.
A função de confiança é designada a uma pessoa que já ocupa um cargo público.
Servidor efetivo é aquele que ocupa um cargo após aprovação em concurso público.
A estabilidade é uma garantia dada a quem ocupa um cargo efetivo e foi aprovado no estágio probatório.
O estágio probatório tem duração de 3 três anos e o servidor será avaliado da seguinte forma: “R A P I D”
Responsabilidade
Assiduidade
Produtividade
Capacidade de Iniciativa
Disciplina
A exoneração, assim como a dispensa, não tem caráter punitivo.
A demissão possui caráter punitivo.
O cargo em comissão e a função de confiança devem ser criados por lei e servem para exercer três atribuições:
• Direção
• Chefia
• Assessoramento

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Sistema remuneratório

Remuneração
Proventos Salário Subsídio
ou vencimentos
É composto por parcela
Vencimento (parcela base) É a retribuição pecuniária É o pagamento do única (cargos eletivos,
+ vantagens do aposentado (inativo) empregado público (CLT) carreiras de Estado da
pecuniárias permanentes Segurança Pública)
A PMDF recebe remuneração, porém essa determinação foi dada por um decreto-lei – é uma exceção.
A PCDF e a PF recebem subsídio.

Teto remuneratório Subtetos estaduais e do DF Subtetos municipais


Executivo: subsídio do governador;
Subsídio do ministro do Subsídio do prefeito
Legislativo: subsídio dos deputados
Supremo Tribunal Federal. do município.
estaduais e distritais;
Judiciário: subsídio dos
desembargadores do Tribunal de
Justiça, que deve corresponder
a 90,25% dos subsídios do ministro
do STF.

Acumulação de cargos e deveres públicos


É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
exceto quando houver compatibilidade de horários. Exceto: TÉCNICO: nível médio de escolaridade com
• 2 cargos de professor; natureza profissionalizante.
• 1 cargo de professor + 1 cargo técnico ou científico; CIENTÍFICO: nível superior de escolaridade.
• 2 cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde,
com profissões regulamentadas.
Poderes e deveres da administração pública
São prerrogativas conferidas pela lei aos agentes públicos para o desempenho de suas atividades.
A palavra “poder” no Direito Administrativo tem o sentido de “dever”.
Os poderes são exercidos pelos agentes públicos, que atuam em nome do Estado e têm o dever de preservar o
interesse coletivo.
A administração possui 4 (quatro) deveres: “PEPA”
Prestar Contas
Eficiência
Probidade
Agir
A prestação de contas é uma obrigação, é um dever da administração pública, pois seus atos são públicos.
Quando há a publicidade dos atos, consequentemente há transparência, o que se traduz em prestação de contas.
Ser eficiente é um dever, ou seja, o agente público deve buscar atingir os melhores resultados com os menores
gastos possíveis.
O agente tem a obrigação de exercer suas funções com ética, honestidade e probidade. Se praticar ato de
improbidade, estará sujeito às sanções.
O agente público deve agir, não é uma escolha. As competências devem ser exercidas e a omissão caracteriza
abuso de poder.

Abuso de poder
Excesso de poder Desvio de poder
Extrapola, exorbita, vai Atua dentro da competência,
além dos limites da porém busca finalidade diversa
sua competência da prevista em lei

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ESPÉCIES DE PODERES

Vinculado Discricionário Regulamentar Hierárquico Disciplinar Polícia

Vinculado
O agente público é um simples executor da vontade legal, pois não tem liberdade de atuação.
Obs. 1: ato vinculado com vício pode ser anulado pela própria administração (autotutela) ou pelo Judiciário, se
provocado.
Obs. 2: ato vinculado NÃO pode ser revogado (somente há revogação nos atos em que se tem liberdade de
atuação).
Discricionário
O agente possui uma razoável liberdade de atuação dentro dos limites fixados pela lei. Deve agir dentro dos
limites legais e respeitar a razoabilidade e a proporcionalidade. Faz-se uma análise de mérito.
Obs. 1: ato discricionário com vício pode ser anulado.
Obs. 2: em regra, ato discricionário pode ser revogado.
Regulamentar / Normativo
Possibilita ao administrador regulamentar, normatizar, disciplinar matéria prevista em lei, viabilizando sua com-
plementação e garantindo sua correta execução e aplicação. É a prerrogativa conferida ao Chefe do Executivo
para a edição de decretos.
Decreto regulamentar ou de execução Decreto autônomo
Art. 84, IV, da CF/88; Art. 84, VI, da CF/88;
Apenas complementa/regulamenta uma lei, Independe de lei. Apenas pode ser usado em
não inovando a ordem jurídica. duas hipóteses, previstas na CF/88;
Pode ser delegado: PGR, AGU e Min. de Estado.

Hierárquico
É a prerrogativa conferida ao superior para ordenar, coordenar, controlar, corrigir e fiscalizar a atuação de seus
subordinados (pressupõe uma relação de subordinação).
É uma prerrogativa que a administração possui para distribuir e escalonar funções de seus órgãos;
É um poder interno;
Toda ordem de superior hierárquico deve ser cumprida, salvo aquelas manifestamente ilegais.
O Poder Hierárquico é “F O D A”
FISCALIZA Não podem ser objeto de delegação:
ORDENA - Matéria de Competência Exclusiva;
CE NO RA
DELEGA - Edição de atos NO rmativos;
AVOCA - A decisão de Recursos Administrativos.

Delegação Avocação
- Atribuições de um órgão a outro órgão da mesma - Atribuições em que a autoridade superior “puxa”
hierarquia ou de hierarquia inferior, desde que para si;
não seja exclusiva; - Ocorre apenas entre superior e subordinado;
- Apenas parte da competência, não pode ser - Não cabe avocação entre pessoas de mesma
integral; hierarquia;
- O ato de delegação e sua revogação deverão ser - A legislação autoriza a avocação de competência
publicadas no meio oficial; a órgão hierarquicamente inferior, desde que tal
- O ato de delegação especificará as matérias e avocação seja excepcional, temporária e esteja
poderes transferidos, os limites da atuação do fundada em motivos relevantes devidamente
delegado, a duração e os objetivos da delegação; justificados.
- É revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.

Disciplinar
É a prerrogativa conferida à administração para apurar infrações e aplicar punições aos seus próprios servidores
ou aos particulares vinculados ao Estado por um ato ou um contrato.
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PAD ou sindicância

Apurar infrações Ato vinculado


Poder Disciplinar
Aplicar punições Ato discricionário, desde que previsto em LEI
Incide sobre:
Próprios servidores Particulares vinculados ao estado por ato ou contrato
Aplicando: Estado punindo particular:
Particulares com vínculo
Particulares em geral
administrativo (ato ou
Advertência Suspensão Demissão (sem vínculo)
contrato)
Poder de Polícia Poder Disciplinar

Poder de Polícia
É a prerrogativa conferida ao Estado para limitar o exercício de direitos individuais em benefício da coletividade.

Preventivo ou repressivo Poder de Polícia Gerais ou individuais


Atributos do Poder de Polícia
D Discricionariedade – liberdade de atuação (exceção com as licenças);
C Coercibilidade – permite o uso moderado da força pública;
A Autoexecutoriedade – em regra, não precisa de autorização de outro poder.

ATENÇÃO

PODER DE POLÍCIA PODER DA POLÍCIA


- Restringe direitos individuais
- Polícia Administrativa
- Incide sobre bens, direitos e atividades
= - Busca a paz pública
- Polícia Judiciária
- Incide sobre pessoas
- Esgota-se na função administrativa - Preparatório para a função penal do Estado
EX.: IBAMA e DETRAN EX.: PC e PF

Controle da administração pública


É um mecanimo de VIGILÂNCIA, FISCALIZAÇÃO e REVISÃO dos atos praticados pela administração pública.
Adota-se o Sistema Inglês como mecanismo de controle dos atos da administração pública.

SISTEMA INGLÊS: a qualquer momento pode se acionar o Judiciário


Legalidade: sendo o ato ilegal, deve-se anulá-lo. Pode ser feito tanto pela Prazo decadencial de
Aspectos administração pública quanto pelo Poder Judiciário, quando provocado. 05 anos para a
Mérito: apesar de ser válido, o ato deixa de ser eficaz para a administração. administração rever
controlados os seus atos.
Logo, realiza-se a revogação pela administração pública.

Controle prévio: controle anterior à prática do ato. Ex.: HC preventivo. A revogação possui
Controle concomitante: realizado no momento da execução do ato. efeito ex nunc e
Momento alcança os atos
Ex.: fiscalização de obra.
Controle posterior: controle posterior à prática do ato. discricionários.

Controle interno: realizado dentro do mesmo poder.


Origem Controle externo: realizado por um poder sobre o outro.
Controle popular: realizado pela sociedade.
Controle vertical hierárquico: relação superior e subordinado.
Lembre-se, o chefe é F O D A: fiscaliza, ordena, delega e avoca.
Amplitude
Controle Horizontal - Finalístico: realizado pela administração direta sobre os atos da adminis-
tração indireta. Há vinculação e não hierarquia.
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Controle Administrativo: controle interno dentro de cada um dos poderes, desde que estejam no
exercício de sua função administrativa desempenhada de forma típica pelo Poder Executivo e atípi-
Órgão ca pelos Poderes Legislativo e Judiciário.
controlador Controle Legislativo ou Controle Parlamentar : é um controle externo e limitado em que o Poder
Legislativo controla os atos dos outros Poderes.
Controle judicial: controle externo exercido pelo PoderJudiciário no momento em que controla os
atos administrativos de outros Poderes.
ATENÇÃO
O Poder Judiciário poderá revogar atos, desde que sejam os seus próprios atos administrativos. Não pode, no entanto, no
exercício de um controle externo, revogar atos de outros poderes.
Entretanto...
É errado afirmar que o Poder Judiciário, em nenhuma hipótese, poderá analisar o mérito administrativo, pois, dentro do
mérito, se ficar comprovado que houve alguma ilegalidade, a questão poderá, sim, ser objeto de análise judicial.

AÇÕES JUDICIAIS CABÍVEIS PARA ANULAÇÃO DE ATO ADMINISTRATIVO

Mandado Mandado Ação Ação Civil


Habeas Corpus Habeas Datas
de segurança de Injunção Popular Pública
Responsabilidade Civil ou Extracontratual do Estado
Obrigação de reparar danos causados a Comissivos ou Omissivos
terceiros em decorrência de comportamentos Materiais ou Jurídicos
imputáveis aos agentes públicos Lícitos ou Ilícitos
Art. 37, § 6º, CF.
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.
Teoria da dupla garantia: ao Estado, na figura da pessoa jurídica de direito público ou direito privado prestadora de serviço
público, será assegurada a possibilidade de entrar com a ação regressiva contra o indivíduo que trouxe dano ao Estado. Só
será legitimada essa ação se ficar demonstrado que o indivíduo agiu com dolo ou culpa.
O Estado pode reconhecer a sua culpa independentemente de provocação do administrado, com base na autotutela, mas
o administrado pode provocar a indenização tanto na via administrativa quanto judicial.

RESPONSABILIDADE SUBJETIVA RESPONSABILIDADE OBJETIVA


(1873 - 1946) (1946 - HOJE)
Exige a comprovação, pelo particular, de:
É baseada na ideia de erro, INFRAÇÃO, falha, CULPA.
ATO
Exige da vítima a comprovação:
DANO
ATO
NEXO CAUSAL
DANO
A vítima deve comprovar "fato do serviço", já que a culpa
NEXO CAUSAL
ou dolo será discutida na ação regressiva (Estado x
CULPA ou DOLO
agente).

AÇÃO DANO NEXO CASUAL DOLO OU CULPA

Responsabilidade Civil Objetiva

Responsabilidade Civil Subjetiva


Como já visto, a responsabilização do Estado é objetiva, ou seja, é dispensável a comprovação do dolo ou culpa do agente
público, não sendo necessário, também, comprovar a falha do serviço.
Entretanto, ainda que a responsabilidade civil do Estado seja objetiva, a responsabilidade civil do agente público sempre
dependerá de comprovação de dolo ou culpa.
Como saber quando é Responsabilidade Subjetiva ou Responsabilidade Objetiva?

Ação Estatal Atos Comissivos Responsabilidade Objetiva

Omissão Estatal Atos Omissivos Responsabilidade Subjetiva (Regra)


Teoria da Culpa
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A responsabilidade objetiva divide-se em:
Teoria de Risco Administrativo (adotada pelo ordenamento jurídico)
•Há a possibilidade de o Estado excluir ou atenuar a sua responsabilidade.
Teoria de Risco Integral
•Não se admite excludentes de responsabilidades nem atenuantes;
•O Estado deverá ser responsabilizado independente de quem deu causa.

ATENÇÃO
Apesar das divergências, entende-se que o Risco Integral é adotado no Brasil nos seguintes casos:
•Dano nuclear (Art. 21, XXIII, da CF);
• Dano ao meio ambiente (Art. 225, §3º, da CF);
• Atentado terrorista/atos de guerra contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de
transporte aéreo público, excluída as empresas de táxi aéreo particular. (Lei nº 10.744/2003).

Excludentes de Responsabilidade (nexo causal rompido)


• Culpa EXCLUSIVA da vítima; Ex.: acidente de trânsito.
• Evento EXCLUSIVO de terceiros; Ex.: multidões.
• Caso FORTUITO ou FORÇA MAIOR; Ex.: tempestades (são fatos imprevisíveis e incontroláveis não imputáveis
à administração).
Todas as pessoas União, Estados, DF,
jurídicas de direito público Municípios, autarquias
Respondem de Forma Objetiva e fundações públicas
de direito público
Pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de
serviços públicos
Quando há, dentro dessas empresas particulares de serviço público, um dano causado a um terceiro por um de seus
agentes, temos:
Responsabilidade Solidária: a empresa e o Estado respondem juntos.
Responsabilidade Subsidiária: primeiro cobra-se a empresa e, caso ela não consiga responder pelo seu agente que
causou danos a um terceiro, cobra-se o Estado.
Responsabilidade por pessoas sob a custódia do Estado (vínculo específico):
O Estado responde objetivamente ainda que o dano seja causado por alguém que não seja agente público. Exemplos:
Um atirador invade uma escola e mata alunos em escola pública (em razão do dever jurídico de garantir a integridade
das pessoas ou coisas que estejam sob sua proteção direta).
Presidiários:
• Um preso mata outro;
• Suicídio de preso (com ressalvas);
• Superpopulação carcerária (estado degradante, nos termos do STF): Estado tem o DEVER de indenizar por danos
morais.
Prazos prescricionais:
PRESCRIÇÃO
Ação de Repartição Ação Regressiva Ação de Reparação
Particular x Estado Estado x agente público à Fazenda

05 anos 05 anos, salvo nos casos


Imprescritível
de improbidade (imprescritíveis)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2017 - Prefeitura de Fortaleza – CE Con-
forme a doutrina, diferentemente do que ocorre no a administração pública deve obediência estrita ao
âmbito do direito privado, os costumes não princípio da legalidade.
constituem fonte do Direito Administrativo, visto que R: Errado. O Direito Administrativo possui como
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fonte a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes. função da administração diz respeito à própria ativi-
A lei é a fonte primária, isto é, a vontade estatal dade da administração ou neutra (executória, de
encontra-se corporificada na lei. A aplicação de uma caráter técnico).
fonte não afasta as demais, isto é, no caso dos
costumes, por exemplo, aplica-se quando houver CESPE – 2019 – TJ/AM A relação entre a adminis-
deficiência na legislação. Cumpre ressaltar que a tração pública e seus administrados é caracterizada
aplicação dos costumes deve compatibilizar-se com pela verticalidade.
o princípio da legalidade, de modo que o uso dos R: Certo. Com base no princípio da supremacia do
costumes não pode contrariar a lei. interesse público, pode-se afirmar que a adminis-
tração pública possui a prerrogativa de sobrepor
CESPE – 2015 – STJ Conceitualmente, é correto seus interesses sobre os administrados. Nesse senti-
considerar que o Direito Administrativo abarca um do, verifica-se uma relação de verticalidade. É bom
conjunto de normas jurídicas de direito público que frisar que a relação não será sempre de verticalidade.
disciplina as atividades administrativas necessárias à
realização dos direitos fundamentais da coletivi- CESPE – 2017 – TRF1° A administração pública, em
dade. seu sentido material, compreende as pessoas jurídi-
R: Certo. O Direito Administrativo possui prerrogati- cas, os órgãos e os agentes que exercem função
vas (direitos) e sujeições (limites). Lembre-se que o administrativa. Por outro lado, em seu sentido
Direito Administrativo é o ramo do Direito Público formal, designa a natureza da atividade exercida por
que, de acordo com a Maria Sylvia Di Pietro, tem por esses entes.
objeto: “os órgãos, agentes e pessoas jurídicas R: Errado. A questão inverteu os conceitos, visto que
administrativas que integram a administração públi- em sentido material (FUMOB) designa a natureza da
ca, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e atividade exercida pelos referidos entes: a adminis-
os bens de que se utiliza para a consecução de seus tração, nesse sentido, é a própria função administra-
fins, de natureza pública”. tiva que incumbe, predominantemente, ao Poder
Executivo. Em sentido formal (FOSOR), temos os
CESPE – 2017 – TCE/PE Significativa distinção entre entes que exercem a atividade administrativa: com-
a descentralização e a desconcentração está no fato preende as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públi-
de que a primeira pressupõe a transferência de cos incumbidos de exercer uma das funções em que
atribuições entre pessoas jurídicas distintas, ao se triparte a atividade estatal: a função administrati-
passo que a segunda se refere a uma única pessoa va.
jurídica.
R: Certo. É exatamente essa a distinção. Descentra- CESPE – 2017 - Prefeitura de Fortaleza – CE
lização é um ato externa corporis, isto é, pressupõe a Removido de ofício por interesse da administração,
existência de duas pessoas jurídicas distintas. Na sob a justificativa de carência de servidores em outro
desconcentração, ocorre a distribuição interna de setor, determinado servidor constatou que, em
competência, considerando órgãos da própria verdade, existia excesso de servidores na sua nova
pessoa jurídica. unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora
seja discricionário, poderá ser invalidado.
CESPE – 2013 – TCE/RO O Estado é um ente perso- R: Certo. A questão trata da teoria dos motivos
nalizado, apresentando-se não apenas exterior- determinantes. No caso, temos um típico exemplo de
mente, nas relações internacionais, mas também um ato discricionário cujo motivo e objeto são discri-
internamente, como pessoa jurídica de direito públi- cionários. Quando a administração realiza a moti-
co capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na vação do ato (mesmo no caso de a motivação não ser
ordem jurídica. obrigatória), ele só será válido se os motivos forem
R: Certo. O Estado brasileiro apresenta-se como verdadeiros. Caso seja comprovada a não ocorrência
pessoa jurídica de direito público externo – repre- da situação declarada (pressuposto de fato), ou a
sentado pela República Federativa do Brasil – e como inadequação entre a situação ocorrida e o motivo
pessoa jurídica de direito público interno – repre- descrito na lei (pressuposto de direito), o ato deve
sentado pela União. Em ambos os casos, tratando-se ser objeto de anulação.
de pessoa jurídica, é possível que contraia direitos e
obrigações. CESPE – 2017 – TCE/PE Ainda que a lei ofereça ao
agente público mais de uma alternativa para o
CESPE – 2013 – Ministério da Integração Os exercício do poder de polícia, a autoridade terá
conceitos de governo e administração não se limitações quanto ao meio de ação.
equiparam: o primeiro refere-se a uma atividade R: Certo. O poder de polícia possui três atributos:
essencialmente política, ao passo que o segundo, a coercibilidade, autoexecutoriedade e discricionarie-
uma atividade eminentemente técnica. dade. No que tange à discricionariedade, a adminis-
R: Certo. De fato, são conceitos distintos. O conceito tração possui a prerrogativa de determinar quando e
de governo refere-se à atividade política, enquanto a onde irá exercer o poder de polícia. No entanto, essa
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discricionariedade não incide ilimitadamente sobre (...) § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de
os meios de ação, eis que deve existir estreita cor- direito privado prestadoras de serviços públicos
respondência com os meios previstos em lei. Significa responderão pelos danos que seus agentes, nessa
dizer que, se no exercício de seu poder de polícia, a lei qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direi-
indicar expressamente que para tal conduta de trân- to de regresso contra o responsável nos casos de
sito (p.ex. transitar acima da velocidade da via) dolo ou culpa”. O dolo e/ou culpa são indiferentes
deve-se aplicar multa, não restará outra ação para a para configurar a responsabilidade civil do Estado.
agente público, devendo aplicar a referida multa. Por isso, dá-se o nome de responsabilidade objetiva.
Frise-se que a culpa não é totalmente irrelevante,
CESPE – 2020 – MPE/CE O Corpo de Bombeiros de uma vez que se o Estado provar que houve culpa
determinada cidade, em busca da garantia de exclusiva do administrado, a responsabilidade
máximo benefício da coletividade, interditou uma estatal restará excluída.
escola privada, por falta de condições adequadas
para a evacuação em caso de incêndio. Nesse caso, a CESPE – 2019 – TJ/AM O Estado não é civilmente
atuação do Corpo de Bombeiros decorre imediata- responsável por danos causados por seus agentes se
mente do poder disciplinar, ainda que o proprietário existente causa excludente de ilicitude penal.
da escola tenha direito ao prédio e a exercer o seu R: Errado. Relativamente à responsabilidade civil do
trabalho. Estado, o STJ possui o seguinte entendimento: "A
R: Errado. Clássica questão que aborda a diferen- administração pública pode responder civilmente
ciação entre poder disciplinar quan poder de polícia. pelos danos causados por seus agentes, ainda que
Em suma, tanto o poder disciplinar quanto o poder de estes estejam aparados por causa excludente de
polícia atuam restringindo e limitando direitos. A ilicitude penal”.
diferenciação reside no fato de que o poder disciplinar
exige um vínculo especial (p. ex.: vínculo funcional ou CESPE - 2017 - TJ PR - Adaptada Em recente
vínculo contratual). Um exemplo do poder disciplinar decisão, o STF entendeu que, quando o poder público
ocorre no âmbito de uma escola pública, quando a comprovar causa impeditiva da sua atuação proteti-
professora aplica determinada advertência ao aluno. va e não for possível ao Estado agir para evitar a
Já a interdição, por decorrer de um vínculo geral entre morte de detento (que ocorreria mesmo que o preso
os indivíduos e a administração pública, refere-se ao estivesse em liberdade), não haverá responsabili-
poder de polícia. dade civil do Estado, pois o nexo causal da sua
omissão com o resultado danoso terá sido rompido.
CESPE – 2019 – PRF O abuso de poder, que inclui o R: Certo. É importante frisar que, em razão da
excesso de poder e o desvio de finalidade, não responsabilidade do Estado assumida pela custódia
decorre de conduta omissiva de agente público. de detento (omissão específica), em regra, a
R: Errado. O abuso de poder de fato inclui o excesso responsabilidade civil do Estado será objetiva. No
de poder e o desvio de finalidade. Ocorre, entretan- entanto, o caso apresentado pela questão excepcio-
to, que o abuso de poder pode sim decorrer de na a regra, já que se a morte de detento ocorreria
conduta omissiva do agente público. Portanto, o mesmo com a atuação do Estado, não há de se falar
abuso de poder pode advir de uma ação (forma em responsabilidade civil do Estado, justamente pelo
comissiva) quanto de uma inação (conduta omissiva). rompimento do nexo causal. Esse é o mesmo raciocí-
nio a ser aplicado por eventual suicído cometido no
CESPE – 2018 – PF - Papiloscopista O excesso de interior do presidio. O STF possui o entendimento de
poder é a modalidade de abuso de poder nas que se for possível demonstrar a previsibilidade no
situações em que o agente busca alcançar fim diverso suicído, incidirá a responsabilidade civil do Estado,
daquele que a lei lhe permitiu. ante a necessidade do Estado em evitar o resultado
R: Errado. Na verdade, a modalidade de abuso de (morte). Entretanto, caso não haja previsibilidade
poder que o agente busca alcançar fim diverso (ato repentino e imprevisível), o Estado não poderá
daquele que a lei lhe permitiu é o desvio de finali- ser responsabilizado.
dade. Quando o agente busca alcançar qualquer
outro fim que não interesse público, diz-se que ocor- CESPE - 2019 - PRF A responsabilidade civil do
reu abuso de poder na modalidade desvio de finali- Estado por ato comissivo é subjetiva e baseada na
dade. Teoria do Risco Administrativo, devendo o particular,
que foi a vítima, comprovar a culpa ou o dolo do
CESPE – 2020 – MPE/CE A responsabilidade civil da agente público.
pessoa jurídica de direito público pelos atos causa- R: Errado. Quando se trata de ato comissivo (ação), a
dos por seus agentes é objetiva, enquanto a responsabilidade civil do Estado é objetiva (Teoria do
responsabilidade civil dos agentes públicos é subjeti- Risco Administrativo). Além disso, nesse caso, o
va. particular não precisa demonstrar culpa ou dolo do
R: Certo. A questão retrata o disposto no §6 do art. agente público para configurar a responsabilidade do
37 da CF/88 cujo teor encontra-se a seguir: "Art. 37 Estado. Ressalte-se que a comprovação de dolo ou
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culpa será necessária para que o Estado responsabi- Em suma, isso ocorre pelo princípio constitucional da
lize o agente público causador do dano, se esse for o separação dos poderes. No entanto, é preciso ter
caso, em ação de regresso. Para os atos omissivos, no cuidado, já que em alguns casos o mérito também
caso de omissão genérica estatal, a responsabilidade infringe a legalidade, permitindo sim, nesse caso, que
do Estado é regida pela Teoria da Culpa Administrati- o Poder Judiciário analise o ato administrativo.
va. Isso porque no caso de omissão urge demonstrar,
além do nexo de causalidade entre a omissão e o CESPE – 2017 - TCE/PE O controle externo é exerci-
resultado (dano), também a culpa da administração do pelo Poder Legislativo com auxílio dos tribunais
(entende-se culpa latu sensu: negligência, imprudên- de contas.
cia e inerência, além dos casos dolosos). Em outras R: Certo. Um exemplo do controle externo segundo a
palavras, nos casos omissivos, haverá responsabili- conceituação doutrinária, de fato, é o controle exer-
dade do Estado quando se omitir diante do dever cido pelo Poder Legislativo com o auxílio dos tribu-
legal de impedir o dano. nais de contas, apesar de não ser o único caso na
legislação pátria. Ademais, o item encontra-se em
CESPE – 2018 – PF O Poder Judiciário tem com- consonância com o que dispõe a CF/88: “Art. 44. O
petência para apreciar o mérito dos atos discri- Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,
cionários exarados pela administração pública, que se compõe da Câmara dos Deputados e do
devendo, no entanto, restringir-se à análise da legali- Senado Federal”. C/C “Art. 71. O controle externo, a
dade desses atos. cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
R: Errado. Quando falamos em mérito do ato adminis- auxílio do Tribunal de Contas da União “ao qual com-
trativo, devemos nos reportar aos aspectos de pete”. Outro exemplo de controle externo é aquele
conveniência e oportunidade. Nesse quesito, de fato, realizado pelo Poder Judiciário sobre os demais
o Poder Judiciário não poderá adentrar ao mérito. poderes.

LEI Nº 8.666/93 – LICITAÇÕES


CASO
Base constitucional: Art. 37, XXI
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante PROCESSO DE LICITAÇÃO PÚBLICA que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações”.
Dever de licitar: Compras Procedimento obrigatório
Alienações
Serviços Para todos os entes governamentais
LICITAÇÃO

Obras
Deve selecionar a proposta mais
vantajosa para a administração

Procedimento licitatório é o conjunto de atos Atentando-se sempre ao princípio da


previstos na Lei 8.666, que segue o seguinte rito: igualdade entre os participantes

Seleção da Homologação
Habilitação Atribui o
Torna pública proposta Aprovação do objeto ao
Documentos vencedora certame e do vencedor
Edital e requisitos
Classificação/ seu vencedor
Julgamento Adjudicação

FASE INTERNA: Vai até a elaboração do edital ou carta-convite.


FASE EXTERNA: Inicia-se com a PUBLICAÇÃO do edital ou expedição da carta e termina com a adjudicação.
APLICA-SE A LEI 8.666/93

ADMINISTRAÇÃO AUTARQUIAS FUNDAÇÕES E.P / S.E.M FUNDOS ENTIDADES


DIRETA PÚBLICAS ESPECIAIS CONTROLADAS
De forma subsidiária
(Lei 13,303/16)
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QUEM DEVE LICITAR QUEM NÃO DEVE
- Administração direta da União, Estados, DF e - Entidades paraestatais (são entidades privadas que
Municípios. atuam em atividades de utilidade pública), mas devem
observar os princípios da administração pública e os
- Administração indireta (atenção: as empresas públicas princípios da licitação.
e as sociedades de economia mista e suas subsidiárias
devem licitar, mas observando as normas de licitações - OAB não tem o dever de licitar (ADI 3.026-4 STF).
e contratos da Lei 13.303/2016).

- Entidades controladas direta ou indiretamente pelos


entes políticos.

- Fundos especiais.

Princípios expressos na Lei 8.666: Finalidades / objetivos (Art. 3º da Lei 8.666):


1) Legalidade 1) Princípio da isonomia;
2) Impessoalidade 2) Selecionar a proposta mais VANTAJOSA;
3) Moralidade 3) Promover o desenvolvimento nacional sustentável.
4) Publicidade
5) Probidade administrativa
6) Igualdade ou isonomia
7) Vinculação ao instrumento convocatório
8) Julgamento objetivo

Princípios implícitos: Modalidades:


1) Competitividade Lei 8.666: Lei 10.520:
2) Devido procedimento administrativo Convite Pregão
3) Sigilo das propostas (até a abertura) Tomada de Preço
4) Adjudicação compulsória Concorrência
Concurso
Leilão
3. Sigilo das propostas: os atos licitatórios são públicos, salvo o conteúdo das propostas até o momento da aber-
tura.
4. Adjudicação compulsória ou obrigatória: a administração pública não é obrigada a celebrar o contrato. Porém,
se ela for contratar, deverá fazê-la com o vencedor.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – Ministério da Justiça - 2013 Cabe ao órgão licitante garantir a igualdade entre os competidores
durante todo o certame, a fim de assegurar a isonomia, que é um princípio basilar do processo licitatório.
R: Certo. A isonomia é um princípio basilar e veda a discriminação, favorecimento de licitantes ou a diferen-
ciação, em razão de circunstâncias irrelevantes para o cumprimento do objeto licitado. Cumpre destacar que
decorre desse princípio a necessidade de dar oportunidade de participação nas licitações a quaisquer interessa-
dos.
Apesar do princípio da isonomia ser a regra, a própria legislação apresenta casos de exceção. Vamos a eles:

Critérios sucessivos a fim de desempatar:


1) Produzidos no país
2) Produzidos/prestados por empresas brasileiras
Exceções ao Empate em 3) Produzidos/prestados por empresas que invistam em
Princípio da igualdade de pesquisa/desenvolvimento de tecnologia no país
Isonomia condições 4) Produzidos/prestados por empresas que reservem vagas a pessoa
com deficiência ou para reabilitados da Previdência Social
5) Persisitindo empate, será resolvido por sorteio

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Será dada preferência aos bens e serviços de INFORMÁTICA E
AUTOMAÇÃO quando utilizarem tecnologia desenvolvida no país.
A Lei 8.666 autoriza que seja concedida margem de preferência definida
por decreto do Poder Executivo para cada produto ou serviço.

Exceções ao Desenvolvimento A margem não poderá exceder 25%. Para produtos/serviços nacionais
Princípio da Nacional resultantes de desenvolvimento/inovação tecnológica realizados no país,
Isonomia Sustentável poderá ser estabelecido margem adicional, mas nunca superior a 25%.

Pode ser estendida para países do Mercosul.


Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoa-
mento dos sistemas de informação e comunicação, considerados
estratégicos, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnolo-
gia desenvolvida no país.

Tratamento diferenciado a microempresas e empresas de


pequeno porte regulamentado pela LC 123/2006

Tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as ME e as PE agricultor familiar,


produtor rural pessoa física, microempreendedor individual MEI e sociedades cooperativas
de consumo, nos termos do Decreto n° 8.538/2015

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – Polícia Federal - 2014 Não há previsão legal para o estabelecimento, nos processos licitatórios, de
margem de preferência para bens e serviços com tecnologia no Brasil.
R: Errado. A própria Lei 8.666 no art. 3° §5° autoriza o estabelecimento de margem de preferência para produtos
nacionais. Adicionalmente, conforme se extrai do art. 3° § 7°, há a previsão para estabelecer margem aos produ-
tos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no
país, em complemento ao §5°.

TIPOS DE LICITAÇÃO (CRITÉRIOS) MODALIDADES (RITO / PROCEDIMENTO)

=
Concorrência;
Exclusivamente Melhor / Menor preço;
serviços de Tomada de Preço;
Melhor Técnica;
natureza Convite;
predominantemente
Técnica + Preço;
Concurso;
intelectual Maior Lance / Oferta.
Leilão.
- Técnica + Preço; - Vedada a criação de nova modalidade ou
(Bens e serviços de informática). combinar as já existentes.
- Maior lance/oferta (alienação/concessão de
direito real de uso).

CONVITE TOMADA DE PREÇO CONCORRÊNCIA


OBRAS E SERVIÇOS Até R$ 330.000 Até R$ 3.300.000 + R$ 3.300.000
DE ENGENHARIA
COMPRAS (Móveis)
Até R$ 176.000 Até R$ 1.430.000 + R$ 1.430.000
E OUTROS SERVIÇOS
- Alienação móveis > 650.000
- Alienação imóveis (REGRA)
Licitações Licitações - AQUISIÇÃO de imóveis
OUTROS OBJETOS internacionais internacionais - Direito real de USO
- CONCESSÃO de serviço
- Registro de preços
- Licitações internacionais

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CONVITE TOMADA DE PREÇO CONCORRÊNCIA
Prévia - antes do Prévia - antes do Fase inicial do processo
HABILITAÇÃO licitatório, logo após abertura
processo licitatório processo licitatório
45 dias
30 dias
- Empreitada integral (TK)
PRAZO MÍNIMO 5 dias úteis, do - Melhor TÉCNICA
- Melhor TÉCNICA
PARA PUBLICAÇÃO recebimento da carta - TÉCNICA e preço
- TÉCNICA e preço
DO EDITAL ou afixação na
repartição 15 dias (REGRA)
30 dias (REGRA)
Demais casos
Demais casos
MÍN. 3 convidados,
cadastrados ou não. PREVIAMENTE
Se < 3 se manifestam, por CADASTRADOS UNIVERSALIDADE
limitação de mercado ou OU QUALQUER interessado,
QUEM PARTICIPA
desinteresse, segue o jogo. Atenda condições em independente de cadastro.
OU ATÉ 3
Cadastrado que manifeste dias antes
interesse até 24h antes.

CONCURSO
• Escolha de trabalho técnico, científico ou artístico;
• NÃO há contraprestação, mas sim remuneração ou prêmios;
• Qualquer interessado;
• Publicidade do edital: mínimo 45 dias antes;
• COMISSÃO: pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, servidores ou não.

LEILÃO

MÓVEIS inservíveis, apreendidos, abandonados IMÓVEIS, derivados de procedimentos


ou penhorados (ATÉ R$ 650 mil) - REGRA judiciais ou dação em pagamento.
•Qualquer interessado;
•Publicidade do edital mínimo 15 dias antes. Deve ser amplamente divulgado;
•Prévia avaliação dos bens;
•Pagamento: à vista ou estabelecido em edital (não inferior a 5 vezes o valor do bem);
• COMISSÃO: NÃO há, sendo realizado por leiloeiro oficial ou servidor.

- Não haverá licitação;


- Alienação.
DISPENSADA - ART. 17
DISPENSA
CONTRATAÇÃO DIRETA DISPENSÁVEL - ART. 24
INEXIGIBILIDADE - ART. 25 - A licitação é possível;
- Poder Discricionário, ou
Inviabilidade de competição; seja, faz se quiser.

DICA: Como a inexigibilidade só apresenta três situações, então é preferível que se decore esses três casos para a
prova. O que não for caso de inexigibilidade será caso de dispensa.

INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – ART. 25


Situações em que a COMPETIÇÃO entre os licitantes é INVIÁVEL. Trata-se de rol EXEMPLIFICATIVO:
1. Fornecedores ou representantes comerciais EXCLUSIVOS, VEDADA preferência de marca.
• Exclusividade deve ser comprovada via atestado de sindicato, federação, confederação, etc.
• Indicação de marca só é admissível para fins de padronização, quando tecnicamente justificável
2. Profissional de notória especialização (serviços técnicos especializados e natureza singular), VEDADOS
serviços de PUBLICIDADE.

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Exemplos de serviços técnicos especializados (Art. 13):
I. Estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou executivos; pareceres, perícias e avaliações;
II. Assessorias, consultorias técnicas, auditorias financeiras ou tributárias;
III. FISCALIZAÇÃO, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
IV. Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas (inclui serviços de advocacia);
V. Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VI. Restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
3. Contratação de profissional de SETOR ARTÍSTICO, desde que consagrado pela crítica ou opinião pública.
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – Art. 24
(Atenção! Listados abaixo apenas os considerados de maior relevância.)
Ato discricionário: ocorre a licitação se quiser. Lembrando que se trata de um rol EXAUSTIVO.
Em quase todas há PREVISÃO de dispensa + CONDIÇÃO ou FINALIDADE para ocorrer a dispensa (desde
que..., se..., para...)
EM RAZÃO DO VALOR
• Obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite “Engenharia-Convite” – ATÉ R$ 33.000
• Outros serviços, compras e alienações de valor até 10% do limite “Compras-Convite” – ATÉ R$ 17.600
Ambos os casos, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra, compra, alienação ou serviço que possam
ser realizadas de uma só vez;
Limites dobrados para SEM / EP / Agência Executiva (R$ 66.000 e R$ 35.200)
EM RAZÃO DA SITUAÇÃO
• Guerra ou grave perturbação da ordem;
• Emergência ou calamidade pública.
NÃO pode ter sido resultado da falta de planejamento (imputável à pessoa do administrador);
Urgência do atendimento e risco de sérios danos a pessoas ou bens;
Bens a serem adquiridos devem ser os necessários ao atendimento da situação;
Obras devem estar concluídas no máximo em 180 dias consecutivos, VEDADA prorrogação.
• Licitação deserta: não acudirem interessados e a licitação não puder ser repetida sem prejuízo para a administração;
• Licitação fracassada:
TODOS os licitantes são inabilitados
TODAS as propostas desclassificadas
• União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
• Contratação de REMANESCENTE de obra, serviço ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde
que atendida a ORDEM de classificação e as MESMAS condições da licitação;
• Possibilidade de comprometimento da segurança nacional;
• Aquisição de componentes ou peças, brasileiros ou estrangeiros, durante o período de garantia técnica, junto ao
fornecedor original, quando indispensável para a vigência da garantia.
EM RAZÃO DO OBJETO
• Aquisição ou contratação de produto para P&D (sem limite), limitada, no caso de obras e serviços de engenharia
(procedimento especial), a 20% “Engenharia-TP” – R$ 300.000.
• Contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o SUS;
• Fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no país, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
dade tecnológica e defesa nacional.
• Compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros PERECÍVEIS;
• Para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia.
EM RAZÃO DA PESSOA
• Contratação realizada por EP ou SEM com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens,
prestação de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;
• Contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias
sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa
renda atingidas pela seca ou falta regular de água;
• Instituição brasileira incumbida da pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, sem fins lucrativos;
• Instituição dedicada à recuperação social do preso, sem fins lucrativos.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 40
COMO VIRÁ NA SUA PROVA
CESPE – 2020 – SEFAZ/AL A existência de fornece-
dor exclusivo de determinado produto é hipótese de dispensada, na qual há viabilidade de competição,
inexigibilidade de licitação. mas o legislador optou por não licitar (ato vinculado
R: Certo. Trata-se de um dos casos de ilegibilidade de – a lei determina). No caso de licitação dispensável
licitação, em consonância com o art. 25, I. (art. 24), também há viabilidade de competição,
todavia o legislador atribuiu ao administrador a
CESPE – 2020 – MPE/CE A alienação de imóveis da faculdade de licitar (ato discricionário). Por fim, para
administração pública direta, mediante dação em os casos de inexigibilidade de licitação, há a inviabili-
pagamento, depende de autorização legislativa e de dade de licitação (art. 25 - apresenta um rol exempli-
avaliação prévia, sendo dispensada a licitação. ficativo).
R: Certo. Para alienação de bens imóveis, exige-se:
interesse público (devidamente justificado), avaliação CESPE – 2016 - FUNPRESP-EXE O órgão promotor
prévia, e autorização legislativa para bens imóveis da da licitação poderá fixar prazo para a apresentação
administração direta, autárquica e fundacional. Em de nova documentação ou de outras propostas, devi-
regra, necessita-se de licitação pública, porém damente escoimadas, se todos os licitantes que
poderá ser dispensada no caso de dação em paga- participem do certame forem inabilitados ou todas
mento (art. 17, I, “a”). as propostas, desclassificadas.
R: Certo. Está em consonância com o que dispõe o art.
CESPE – 2020 – MPE/CE Comprovado superfatura- 48, §3°: “Quando todos os licitantes forem inabilita-
mento em um processo de contratação direta, a dos OU todas as propostas forem desclassificadas, a
responsabilidade do fornecedor e do agente público administração PODERÁ fixar aos licitantes o prazo de
que originaram o dano causado à Fazenda Pública é oito dias úteis para a apresentação de nova documen-
solidária. tação ou de outras propostas escoimadas das causas
R: Certo. Tanto a inexigibilidade quanto a dispensa referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a
possuem a mesma finalidade: contratação direta. redução deste prazo para três dias úteis”. Cumpre
Assim, nos termos do art. 25, que trata da inexigibili- ressaltar que se as propostas forem consideradas
dade de licitação, no §2°, temos: “Na hipótese deste escoimadas, a administração poderá (faculdade da
artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se com- administração) fixar prazo para nova apresentação.
provado superfaturamento, respondem solidaria- Se houver a fixação de novo prazo e os preços
mente pelo dano causado à Fazenda Pública o permanecerem manifestamente superiores aos prati-
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente cados no mercado nacional, ou forem incompatíveis
público responsável, sem prejuízo de outras sanções com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, a
legais cabíveis”. administração poderá contratar diretamente
(licitação dispensável, nos termos do art. 24, VII).
CESPE – 2015 – TCU São consideradas compras
todas as aquisições remuneradas de bens, seja para CESPE – 2018 – FUB Considerando que o objetivo
fornecimento de uma só vez, seja para fornecimento do setor de compras de uma universidade seja
parcelado. melhorar a administração de recursos materiais na
R: Certo. Questão que cobra a literalidade do inciso instituição, desde a sua aquisição até a sua efetiva
III, art. 6°, que conceitua compra para fins da Lei n° utilização, julgue o próximo item, relativo a compras
8.666/93: “III - Compra - toda aquisição remunerada e contratações públicas, coleta de preços, gestão e
de bens para fornecimento de uma só vez ou parce- controle de estoques.
ladamente”. Configura hipótese de inexigibilidade da licitação a
contratação de serviço de restauração de obra, devi-
CESPE – 2013 – ANP De acordo com a Lei nº damente certificada, sob os cuidados da biblioteca da
8.666/1993, caso ocorra igualdade de condições em referida universidade.
uma concorrência pública, um dos critérios para R: Errado. O caso apresentado pode até ser enquadra-
desempate são os bens e serviços produzidos no país. do como licitação dispensável, nos termos do art. 24,
R: Certo. De acordo com art. 3°, §2°, inciso II, temos XV: “XV - Para a AQUISIÇÃO ou RESTAURAÇÃO de
como primeiro critério de desempate “os bens e obras de arte e objetos históricos, DE AUTENTICI-
serviços produzidos no País”. DADE CERTIFICADA, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade”. Em
CESPE – 2020 – MPE/CE No processo licitatório, as última análise, seria possível concluir pelo enquadra-
hipóteses de dispensa possibilitam a competição, o mento dos seguintes requisitos: i) restauração de
que não ocorre com as hipóteses de inexigibilidade, obra (de arte); ii) autenticidade devidamente certifi-
que inviabilizam a competição. cada; e iii) compatível/inerente às finalidades do
R: Certo. As hipóteses do art. 17 tratam da licitação órgão ou entidade; o que nos remete, supostamente,
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para uma das hipóteses de licitação dispensável. É casos de inexigibilidade, visto que para tanto exigiria
bem verdade que o item fala tão somente em “obra”, o “natureza singular” ou “notória especialização”, em
que, em tese, poderia ser enquadrada como “obra de consonância com art. 25, II.
arte”. De todo modo, o fato é que não se refere aos

LEI 8.112/90
Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime
especial, e das fundações públicas federais.
SERVIDOR PÚBLICO CARGO PÚBLICO
Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa Conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
legalmente investida em cargo público. organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

CARGO EFETIVO CARGO EM COMISSÃO


•Somente mediante concurso •Não tem concurso – livre nomeação/ exoneração
•Estágio probatório de 3 anos •Não tem estágio probatório
•Possui estabilidade •Não possui estabilidade
•Regime Próprio de Previdência Social •Regime Geral de Previdência Social
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e venci-
mento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição:

Provimento: OCUPAR
Vacância: DESOCUPAR
Remoção e redistribuição: DESLOCAMENTO
Atenção! Obrigatoriamente, haverá concurso de provas ou provas e títulos.
• O prazo de validade do concurso será de até 2 anos, podendo ser prorrogado por igual período (a prorrogação
é uma discricionariedade da administração).
• A posse é o momento da investidura e é nesse momento que o aprovado terá que comprovar o preenchimento
dos requisitos básicos estabelecidos no edital.
• Após tomar posse, tem de entrar em exercício, passando a desempenhar as respectivas funções. Com a entra-
da em exercício, começa a contar o prazo de 3 anos do estágio probatório.
• A nomeação é uma das formas de provimento.
• A vacância pode ocorrer com a morte, aposentadoria, demissão ou com a exoneração, pois há a saída do
serviço público.
• A remoção ocorre com o deslocamento do servidor. Da mesma forma, o cargo também pode ser redistribuí-
do.
• Já a substituição pode ocorrer quando o cargo está vago.

30 dias 15 dias
NOMEAÇÃO POSSE EXERCÍCIO
INVESTIDURA
•A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por
qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
• Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. A posse poderá dar-se mediante procuração
específica.
• No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e
declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
A regra é a vedação da acumulação de cargos, mas há exceção que ocorre se houver a compatibilidade de horários e
os cargos forem:
02 (dois) de professores ou
01(um) de professor e outro de técnico ou científico.
02 (dois) cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

REQUISITOS BÁSICOS PARA INVESTIDURA

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 42
A investidura ocorre com a posse.
As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.

REQUISITOS BÁSICOS PARA INVESTUDURA

IV
III V
I II Nível de VI
Quitação com Idade
Nacionalidade Gozo dos escolaridade Aptidão
as obrigações mínima de
brasileira; direitos exigido para o física e
militares e dezoito
políticos; exercício do mental.
eleitorais; anos;
cargo;
Os requisitos básicos devem ser cumpridos no momento da posse.
O edital pode estabelecer outros requisitos a serem cumpridos.
Somente por lei pode ser estabelecido o exame psicotécnico e este jamais poderá ser subjetivo.
Caso o candidato seja considerado inapto, deverá ser garantido a ele o direito de contraditório e ampla defesa.

•O Decreto nº 3.298/1999 define o percentual mínimo de vagas destinadas aos deficientes em todos os
concursos públicos federais, para tais pessoas, serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas ofereci-
das no concurso.
Percentual máximo : até 20%
Percentual mínimo : 5%
•Quanto aos cargos para estrangeiros, as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as
normas e os procedimentos da lei.

FORMAS DE PROVIMENTO
Nomeação: é a única forma de provimento ORIGINÁRIO.
Aproveitamento: servidor em disponibilidade.
Promoção: dentro da carreira por merecimento ou antiguidade.
Reversão: retorno do aposentado.
Recondução: servidor ESTÁVEL que desiste ou foi reprovado em estágio probatório.
Readaptação: servidor com limitação física ou mental.
Reintegração: retorno do servidor ILEGALMENTE demitido.
ESTÁGIO PROBATÓRIO
O estágio probatório é para cada cargo efetivo.
Período de 03 anos, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do
cargo, observados os seguintes fatores:
I – Assiduidade; Mnemônico:
Não pode no estágio probatório:
II – Disciplina; Responsabilidade
MA TRA CA
III – Capacidade de iniciativa; Assiduidade
MA: MAndato classista
IV – Produtividade; Produtividade
TRA: TRAtar de assuntos particulares
V – Responsabilidade. Iniciativa
CA: CApacitação
Disciplina

SUSPENDE O ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO SUSPENDE O ESTÁGIO PROBATÓRIO


• Licença por motivo de doença em pessoa da família; • Licença para o serviço militar;
• Motivo de afastamento do cônjuge; • Afastamento para o exercício do mandato eletivo;
• Licença para atividade partidária; • Afastamento para estudo ou missão no exterior, desde
• Afastamento do servidor para servir organismo que autorizado.
internacional de que o Brasil participe ou com o qual
coopere.

FORMAS DE VACÂNCIA
Exoneração: saída SEM caráter punitivo (ofício ou a pedido);
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Demissão: saída COM caráter punitivo;
Promoção: forma de provimento e vacância;
Readaptação: forma de provimento e vacância;
Aposentadoria: forma de vacância;
Posse em outro cargo inacumulável: a regra é a vedação da acumulação de cargos, mas há exceções que já
foram estudadas anteriormente;
Falecimento: forma de vacância.
O pedido de vacância por exoneração garante ao servidor estável a sua recondução. Lembre-se da diferença:
CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO DE CONFIANÇA
Nomeação Designação
Exoneração Dispensa

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
•É o deslocamento do servidor;
• A pedido - decisão discricionária da administração;
REMOÇÃO • Ofício - no interesse da administração pública;
• A pedido - independente do interesse da administração - decisão vinculada.

• É o deslocamento do cargo dentro do quadro do órgão. Só quem pode fazer


REDISTRIBUIÇÃO é a administração pública.
Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da administração;
Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do
seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial;
Em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao
número de vagas.
LICENÇAS E AFASTAMENTOS
Entre licenças e afastamentos não há diferença, senão a de nomes.
LICENÇA REMUNERAÇÃO ESTÁVEL PERÍODO
Doença em familiar
(cônjuge/companheiro, Sim (60 dias) a cada 12 meses Até 150 dias
Não (60 + 90)
pais/padrasto/madrasta, Não (90 dias) a cada 12 meses
filhos/enteados/dependentes)
Afastamento do cônjuge Não Não Indeterminado
Serviço militar Não há previsão Não Serviço + 30 dias
Sim (Registro 10º dia - 3 meses) Escolha até o 10º
Atividade política Não
Não (Convenção - registro) dia até o pleito
Capacitação Sim Sim Até 3 meses
Interesses particulares Não Não no probatório Até 3 anos
Mandato classista Não Não no probatório Igual ao mandato
Tratamento de saúde Sim Não 24 meses
Gestante Sim Não 120 + 60 dias
Adoção Sim Não 120 + 60 dias (STF)
Paternidade Sim Não 5 + 15
Acidente de serviço Sim Não -

AFASTAMENTOS CONSIDERADOS COMO EFETIVO EXERCÍCIO


- Afastamento para servir outro órgão ou entidade (obs. 1);
- Afastamento para exercício de mandato eletivo (obs. 2);
- Afastamento para estudo ou missão no exterior (obs. 3);
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- Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país (obs. 4).
Obs. 1:
I. Para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II. Em casos previstos em leis específicas.
Obs. 2:
•O período em que o servidor está no mandato eletivo conta inclusive para o estágio probatório.
Obs. 3:
•A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período,
será permitida nova ausência;
•Esse afastamento poderá ser concedido inclusive durante o estágio probatório.
Obs. 4:
• Cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado;
• Concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3
(três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado.

CONCESSÕES CONSIDERADAS COMO EFETIVO EXERCÍCIO


- Por 1 (um) dia, para doação de sangue;
- Alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;
- Por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:
a) Casamento;
b) Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou
tutela e irmãos.
SISTEMA REMUNERATÓRIO
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. O servidor
poderá receber por:
- REMUNERAÇÃO - somatório de todos os valores recebidos, pecuniários ou não;
- SALÁRIO - remuneração de empregado público ou privado;
- VENCIMENTO (ou vencimento-base) - remuneração básica de agente público sem benefícios extras;
- VENCIMENTOS - vencimento + vantagens;
- SUBSÍDIO - remuneração de parlamentares; magistrados; e membros do MP, AGU, defensorias e procuradori-
as. Em tese deveria ser em parcela única (CF, art. 39, § 4º).
REGIME DISCIPLINAR
O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
•A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
erário ou a terceiros.
• Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressi-
va.
• A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da
herança recebida.
• A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
• A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do
cargo ou função.
• As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
• A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a
existência do fato ou sua autoria.
• Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade
superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de
informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decor-
rência do exercício de cargo, emprego ou função pública.
Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou sindicância, é permiti-
da a instauração de processo administrativo disciplinar com base em denúncia anônima, em face do
poder-dever de autotutela imposto à administração.

PENALIDADES

Advertência Cassação de aposentadoria Destituição de cargo Destituição de função


Suspensão Demissão
(por escrito) ou disponibilidade em comissão comissionada
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ADVERTÊNCIA
- A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII
e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justi-
fique imposição de penalidade mais grave.
DESCUMPRIR UM DEVER FUNCIONAL PROMOVER MANIFESTAÇÃO DE APREÇO OU DESAPREÇO
Ausentar-se do serviço durante o expediente, SEM Cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos em lei, o
PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO CHEFE; desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade
ou de subordinado;
Retirar, sem prévia anuência, QUALQUER documen- Coagir ou aliciar subordinado no sentido de se filiarem a sindi-
to ou objeto da repartição; cato ou partido político;
Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confi-
Recusar fé a documento público;
ança, PARENTE ATÉ 2º GRAU;
Opor resistência injustificada ao andamento de
Recusar-se a atualizar os dados cadastrais.
documentos ou processos.

SUSPENSÃO
- Reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem
infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 dias.
- Será punido com suspensão de até 15 dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a
inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumpri-
da a determinação.
- Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Reincidência de falta punida com advertência.
Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
transitórias.
Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo e com o horário de trabalho.
Recusa injustificada a se submeter à inspeção médica (até 15 dias de suspensão) cessando os efeitos da
penalidade uma vez cumprida a determinação.

DEMISSÃO
É a mais grave das penalidades administrativas que podem ser aplicadas a um servidor ativo e titular de cargo
efetivo. Consiste na perda do cargo, com caráter PUNITIVO.
- Abandono de cargo - Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou
- Inassiduidade habitual de outrem
- Ofensa física, em serviço, salvo em legítima - Atuar como procurador ou intermediário junto a
defesa repartição pública, salvo para tratar de benefícios
- Prática de usura Previdenciários de parentes até 2º grau
- Aceitação de comissão, emprego de estado - Crime contra a administração pública
estrangeiro - Improbidade administrativa
- Desídia - Aplicação irregular de dinheiro público
- Insubordinação grave em serviço - Lesão aos cofres públicos e dilapidação do
- Revelação de segredo do qual se apropriou patrimônio público
em razão do cargo - Corrupção
CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE
Será aplicado quando o servidor inativo houver praticado na atividade falta punível com a demissão ou o servidor
for aproveitado em outro cargo e não o assumir no prazo legal, salvo doença comprovada.
DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO DE CONFIANÇA
É o desligamento do servidor ocupante de cargo em comissão (não ocupante de cargo efetivo) pela falta punível
com pena de suspensão ou demissão.
Prescrição: 5 anos, a contar do conhecimento do fato pela autoridade competente.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imedia-
ta, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
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Ocorre com a
publicação do ato
que constituir a
comissão
INSTAURAÇÃO
Se divide em - Ampla defesa e contraditório
FASES DO PAD INQUÉRITO instrução, defesa - Participação FACULTATIVA do
e relatório advogado
JULGAMENTO
Prazo de 20 dias
para o julgamento

SINDICÂNCIA
Modalidade mais simples e rápida de PAD. Aplicada em situações de penalidades mais leves.
Poderá resultar:
- Arquivamento do processo;
- Advertência ou suspensão até 30 dias;
- Instauração de PAD.
Prazo: Não excederá 30 dias podendo ser prorrogado por igual período (+20 julgamento).
PAD - PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Pode ser usado para QUALQUER PENALIDADE. Porém, SERÁ OBRIGATÓRIO nos casos de:
SUSPENSÃO + 30 DIAS, DEMISSÃO, CASSAÇÃO e DESTITUIÇÃO, ou seja, em penalidades mais graves.
Comissão: composta por três servidores estáveis.
Prazo: não excederá 60 dias podendo ser prorrogado por igual período (+20 julgamento).
Julgamento: não precisa acatar o relatório.
Atenção! Sempre em: suspensão por mais de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade
ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
RITO SUMÁRIO
Acumulação ilegal, abandono de cargo ou inassiduidade habitual.
Comissão: dois servidores estáveis.
Prazo: não excederá 30 dias podendo ser prorrogado por mais 15 (+5 julgamento).
AFASTAMENTO PREVENTIVO:
Prazo: 60 + 60
Não é sanção: sem prejuízo da remuneração.
REVISÃO:
A qualquer tempo!
Fatos novos ---> inocência ou inadequação da sanção.
Não pode agravar a pena!

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2020 – MPE/CE A readaptação é, simultane-
amente, forma de provimento e de vacância de cargo Sylvia Zanella Di Pietro, a definição de servidor
público. público em sentido amplo abrange: servidores
R: Certo. O art. 8, V indica que a readaptação é forma estatutários (regidos pelo Regime Jurídico Único,
de provimento de cargo público. No mesmo sentido, que, no caso da União é a Lei n° 8.112); empregados
o art. 33, VI dispõe que a readaptação é forma de públicos (também chamados de celetistas); e os
vacância. Assim, o item está correto já que o instituto agentes temporários (contratados para os casos de
da readaptação é ao mesmo tempo provimento e necessidade excepcional e temporária, pelo que
vacância de cargo público. temos o art. 37, IX, da CF/88).

CESPE – 2016 – TCE/PA A definição de servidor CESPE – 2016 – TCE/PA Por manter com o Estado
público, em sentido amplo, engloba os empregados vínculo de natureza diferenciada, os militares não
públicos e servidores temporários. integram a categoria de agentes públicos.
R: Certo. Segundo a doutrina apontada por Maria R: Errado. Os militares são agentes públicos, porém,
de acordo com a doutrina predominante, não são
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servidores públicos. De acordo com a CF/88 (art. 42), julgue o item que segue.
os militares possuem regramento especifico. Pedro é considerado agente putativo e, ainda que
não tenha sido investido legalmente, deverá receber
CESPE – 2016 – FUB O servidor público, fora do remuneração pelo serviço prestado no órgão públi-
serviço, poderá emprestar dinheiro a outrem e co.
cobrar-lhe juros superiores a 15% ao ano. R: Certo. Os agentes que se investem na função
R: Errado. O item nos remete aos casos de vedação, pública de forma emergencial ou irregular são
apresentados pelo art. 117. A usura é uma prática considerados, pela doutrina, como agentes de fato.
não permitida, de acordo com o inciso XIV. A propósi- Os agentes de fatos são classificados como agentes
to, tal prática enseja a demissão, segundo o que necessários e putativos. Para estes, há apenas a
dispõe o art. 132, XIII. aparência de agente público, sem possuir direito
para tanto (investido na função pública com violação
CESPE – 2018 - EBSERH A demissão será a penali- das normas). A doutrina costuma citar o caso, por
dade disciplinar cabível para o servidor que se exemplo, do servidor aposentado compulsoriamente
recusar a ser submetido a inspeção médica determi- que permaneça exercendo suas atribuições. Como o
nada pela autoridade competente. agente de fato desempenhou as funções na condição
R: Errado. O servidor que, injustificadamente, de servidor público, não deverá devolver os valores
recusar-se a ser submetido a inspeção médica deter- recebidos, sendo esse inclusive o entendimento do
minada pela autoridade competente será punido com STF.
suspensão. Curioso acrescentar que é um caso em que
a duração da penalidade de suspensão já vem previa- CESPE – 2018 – STJ Além de ser uma violação ética,
mente determinada: 15 dias. Ainda, se o servidor cum- a inassiduidade habitual é uma conduta passível de
prir a determinação de se sujeitar à avaliação médica, suspensão por até noventa dias, conforme a Lei n.º
cessará os efeitos da penalidade (art. 130, §1°). 8.112/1990.
R: Errado. A inassiduidade habitual enseja a
CESPE – 2018 – STJ O servidor em estágio demissão, nos termos do art. 132, III.
probatório não poderá afastar-se para servir em
organismo internacional de que o Brasil participe ou CESPE – 2014 – PF – Administrador No processo
com o qual coopere, ainda que com a perda total da administrativo disciplinar, a não intimação dos
remuneração. indiciados para que possam rebater os relatórios
R: Errado. O art. 20, §5° apresenta as hipóteses de finais das comissões processantes não constitui
licenças e afastamentos que serão permitidos violação ao contraditório.
durante o estágio probatório, sendo certo que, R: Certo. Trata-se de uma questão de jurisprudência.
nesses casos, suspende-se o estágio probatório. O O STF possui o seguinte entendimento: a não
afastamento de servidor para servir em organismo intimação dos indicados para que possam rebater os
internacional é um dos casos permitidos. Vale relatórios finais não constitui violação ao contra-
lembrar que o entendimento da jurisprudência é que ditório, no caso em que os servidores se defenderam
os caso apresentados pelo art. 20, §5° são hipóteses ao longo de todo o processo administrativo.
taxativas, isto é, somente as hipóteses expressa-
mente previstas por esse dispositivo têm o condão CESPE – 2018 – IPHAN A ação disciplinar contra
de suspender o estágio probatório. Por fim, o afasta- servidor que cometa ato ilícito punível com
mento de servidor para servir em organismo inter- suspensão prescreverá em dois anos contados da
nacional acarreta a perda total da remuneração, data em que o fato se tornou conhecido; todavia, se
segundo o art. 96. tal ato ilícito também configurar crime, então se
aplicará o prazo prescricional da lei penal para ação
CESPE – 2019 – PF – Papiloscopista Pedro, após ter disciplinar.
sido investido em cargo público de determinado R: Certo. Em regra, as penalidades que ensejam
órgão sem a necessária aprovação em concurso suspensão, prescrevem em dois anos (art. 142, II).
público, praticou inúmeros atos administrativos Todavia, se o ato configurar também crime, sujeita-se
internos e externos. ao prazo prescricional previsto na lei penal (Art. 142,
Tendo como referência essa situação hipotética, §2°).

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 48
DIREITO CONSTITUCIONAL
Forma de Estado: Federação
Formada pela união Forma de governo: República
indissolúvel dos Estados, Sistema de governo: Presidencialismo
Municípios e do DF Regime: Democrático
REPÚBLICA
Constitui-se em Estado Mnemônico:
FEDERATIVA
Democrático de Direito O Estado FEDE
DO BRASIL
E tem como fundamentos: A República é FOGO
SO CI DI VA PLU O Presidente é SISTEMÁTICO
O Regime é DEMO
Obs: Ordem alterada dos incisos para facilitar o entendimento do mnemônico.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRINCÍPIO DAS RELAÇÕES
FUNDAMENTOS OBJETIVOS
INTERNACIONAIS
I- Soberania I- Construir uma sociedade livre, justa e II- Prevalência dos direitos humanos
II- Cidadania solidária III- Autodeterminação dos povos
III- Dignidade da pessoa II- Garantir o desenvolvimento nacional IV- Não-intervenção
humana IV- Promover o bem de todos, sem I- Independência nacional
IV- Valores sociais do preconceitos de origem, raça, sexo, cor, V- Igualdade entre os Estados
trabalho e da livre iniciativa idade e quaisquer outras formas de IX- Cooperação entre os povos para o
V- Pluralismo político discriminação progresso da humanidade
III- Erradicar a pobreza e a margi- VII- Solução pacífica dos conflitos
nalização e Reduzir as desigualdades X- Concessão de asilo político
sociais e regionais VIII- Repúdio ao terrorismo e ao racis-
mo
VI- Defesa da paz;

§ único: A República Federativa do


Brasil buscará a integração econômica,
política, social, e cultural dos povos da
América Latina, visando à formação
de uma comunidade latino-americana
de nações.
SO CI DI VA PLU CON GA PRO ERRE PANIICO SOCO REDE
Obs: Ordem alterada dos incisos para facilitar o entendimento do mnemônico.
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direitos e Deveres Direitos Direitos de Direitos Direitos dos


Individuais e Coletivos Sociais Nacionalidade Políticos Partidos Políticos
Obs: Os direitos e garantias individuais NÃO se resumem ao Título II. Eles são encontrados em 5 capítulos.
Características dos direitos e garantias individuais:

+ -
Irrenunciabilidade;
Imprescritibilidade;
Inalienabilidade; DIREITOS GARANTIAS
Historicidade (Evolução);
Instrumentos
Relatividade; Prestações positivas assecuratórios da adequada
Universalidade; consagradas pela prestação de direitos ou da
Aplicação imediata. Constituição. reparação de eventual lesivi-
dade a eles causada.
“IIIH..RUA”
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 49
EVOLUÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS
3ª DIMENSÃO:
1ª DIMENSÃO: 2ª DIMENSÃO: FRATERNIDADE Direitos
LIBERDADE Direitos civis e políticos IGUALDADE Direitos sociais, coletivos e difusos (desen-
(primeira dimensão); econômicos e culturais (SEC) volvimento, meio ambiente
delimitação do individual e do equilibrado, acesso à
público comunicação etc.)

4ª DIMENSÃO: 5ª DIMENSÃO:
Democracia direta, pluralismo e Paz (universal), direitos virtuais,
acesso à informação transconstitucionalismo
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
• Vida • Liberdade • Igualdade • Segurança • Propriedade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos:
• ISONOMIA
I. homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

• LEGALIDADE
II. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

• DIGNIDADE E INTEGRIDADE
III. ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

• DIREITO DE OPINIÃO E MANIFESTAÇÃO


IV. é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;

• DIREITO DE RESPOSTA E INDENIZAÇÃO


V. é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;

• INVIOLABILIDADE DE CRENÇA
VI. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de inter-
nação coletiva;
VIII. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;

• DIREITO À PRIVACIDADE E À INTIMIDADE


X. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI. a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou durante o dia, por determinação judicial;
XII. é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;

• LIBERDADE DE PROFISSÃO
XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
estabelecer;

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• DIREITO À INFORMAÇÃO
XIV. é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
profissional;
XXXIII. têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coleti-
vo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

• LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO
XV. é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

• LIBERDADE DE REUNIÃO E DE ASSOCIAÇÃO


XVI. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII. é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII. a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento;
XIX. as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX. ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI. as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;

• DIREITOS DE PROPRIEDADE E DE HERANÇA


XXII. é garantido o direito de propriedade;
XXIII. a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV. a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse
social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV. no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, asse-
gurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI. a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de
penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII. aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, trans-
missível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII. são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive
nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX. a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX. é garantido o direito de herança;
XXXI. a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

• DIREITO DO CONSUMIDOR
XXXII. o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

• DIREITO DE PETIÇÃO
XXXIV. são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;

• RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO


LXXVIII. a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios
que garantam a celeridade de sua tramitação;
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• INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO
XXXV. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Exceções:
Ações relativas à disciplina e às
competições desportivas

REQUEREM ESGOTAMENTO Reclamação de ato administrativo, ou de omissão da


PRÉVIO DA VIA ADMINISTRATIVA administração pública, que contraria Súmula Vinculante
Habeas data (exige prova de indeferimento prévio do
pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão
em atendê-lo)
• SEGURANÇA JURÍDICA
XXXVI. a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

• PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS


XXXVII. não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII. é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX. a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
LIV. ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contra-
ditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII. o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
LVIII. será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

• TIPICIDADE
XXXIX. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

• IRRETROATIVIDADE
XL. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

• VEDAÇÃO À FIANÇA, PRESCRIÇÃO, GRAÇA OU ANISTIA


XLII. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da
lei;
XLIII. a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV. constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático;

HEDIONDOS E SEUS EQUIPARADOS


RACISMO (3T + H) (TERRORISMO, TORTURA E AÇÕES DE GRUPOS ARMADOS
TRÁFICO)
Imprescritível Insuscetíveis de graça e anistia Imprescritível
Inafiançável Inafiançável Inafiançável

• PESSOALIDADE OU INTRANSCENDÊNCIA DA PENA


XLV. nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;

• RELACIONADOS ÀS PENAS
XLVI. a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

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- De morte, salvo em caso de guerra

VEDADAS
PROIBIDAS /
- Privação ou restrição da liberdade;
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
PERMITIDAS
- Perda de bens;
- Multa; - De caráter perpétuo
- Prestação social alternativa; - De trabalhosforçados;
- Suspensão ou interdição de direitos. - De banimento;
- Cruéis.
XLVIII. a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo
do apenado;
XLIX. é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L. às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação;
LXI. ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII. a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz compe-
tente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII. o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
LXIV. o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV. a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI. ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
LXVII. não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

Segundo o STF, na internalização de tratados e convenções que versam sobre direitos humanos a norma pode
adquirir diferentes status:
Tratado e convenção que versa sobre
Tratado e convenção que versa sobre direitos direitos humanos aprovado em rito
humanos aprovado segundo o rito do artigo ordinário de internalização. Status
5 º, §3 º. status constitucional supralegal, abaixo da Constituição, porém
(Equivale às emendas constitucionais) acima da legislação infraconstitucional
Desde 1992 o Brasil é signatário do Pacto de San José da Costa (Convenção Americana sobre Direitos
Humanos), que inadmite a prisão civil do depositário infiel e esvaziou toda a legislação infraconstitucional que
regulava a matéria.
LXXV. o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado
na sentença;

• CRIMES INTERNACIONAIS E EXTRADIÇÃO


LI. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da natu-
ralização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII. não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

• JUIZ NATURAL
LIII. ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

• PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
LVII. ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Para o STF (HC 126.292/SP e outros), não impede a execução da pena, inclusive a prisão, já após o julgamento de
segundo grau;

• DIREITOS DOS HIPOSSUFICIENTES


LXXIV. o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXVI. são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
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HABEAS CORPUS
• Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
• É uma ação gratuita e pode ser impetrado por QUALQUER PESSOA.

HABEAS DATA
• Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
•Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou adminis-
trativo;
• Necessita de advogado para ser impetrada.
MANDADO DE SEGURANÇA
•Para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do poder público;
• O prazo de mandado de segurança é decadencial de 120 dias.
MANDADO DE INJUNÇÃO
• É impetrado toda vez que há a falta de uma norma regulamentadora que tornar inviável o exercício
de uma liberdade prevista na constituição;
• É uma ação não gratuita e precisa de advogado.
AÇÃO POPULAR
• A ação popular visa anular ato lesivo ao meio ambiente, ao patrimônio público, ao patrimônio
histórico e cultural e à moralidade administrativa;
• Poderá ser proposta por QUALQUER CIDADÃO, é gratuita, salvo comprovada má-fé e necessita
de advogado;
• Possui prazo prescricional de 05 anos.
Ação Popular Prescreve
Mandado de segurança Decadência dias
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
• Partido político com representação nacional
• Organização sindical
• Entidade de classe
Ação NÃO GRATUITA e necessita de advogado
• Associação com mais de 1 ano de criação

DIREITOS SOCIAIS
Mnemônico: Educação
EDUcação
MORAdia Saúde
LAzer
Alimentação
SAÚde
TRABALHA Trabalho
ALImentação
no Transporte
TRANSPORTE
Moradia
ASSIStência
aos Lazer
desamparados
Segurança
PROteção à
maternidade Previdência Social

SEGurança Proteção à maternidade e à infância

Assistência aos desamparados


PREvidência SOcial
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• São direitos de segunda geração;
• Vedação ao retrocesso;
• Princípios aplicáveis:
PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL
Os direitos sociais assegurados na Constituição

X
Impõe o dever do poder público de garantir Federal devem ser efetivados pelo poder público,
o mínimo necessário para a existência digna porém, na medida em que isso seja possível (viável,
da população. em especial, financeiramente).
Rol exemplificativo de direitos dos trabalhadores urbanos e rurais:
(Obs.: nem todos são aplicáveis aos servidores públicos.)
Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
Art. 7º, I termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos.
Art. 7º, II Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
Art. 7º, III Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
Art. 7º, IV Salário mínimo.

Art. 7º, VII Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável.

Art. 7º, VIII Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria.
Art. 7º, IX Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno.

Art. 7º, XII Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda
nos termos da lei.
Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
Art. 7º, XIII semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho.
Art. 7º, XV Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
Art. 7º, XVI
cento à do normal.
Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
Art. 7º, XVII
salário normal.
Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
Art. 7º, XVIII
vinte dias.
Art. 7º, XIX Licença-paternidade.
Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
Art. 7º, XX
termos da lei.
Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
Art. 7º, XXII
e segurança.
Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
Art. 7º, XXIII
na forma da lei.
Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
Art. 7º, XXX
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
Art. 7º, XXXIII qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos.
DIREITOS COLETIVOS DOS TRABALHADORES
A lei não pode exigir autorização (pode exigir apenas registro) do Estado para fundação de sindicato, vedadas ao
poder público a interferência e a intervenção.
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Não pode haver mais de um sindicato da mesma categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial
(que não pode ser inferior a um município);

Ninguém pode ser obrigado a se filiar ou a manter-se filiado a sindicato;

O aposentado filiado pode votar e ser votado;

É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou repre-
sentação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei;

É assegurado o direito de greve.


Lei pode:
Definir os serviços ou atividades essenciais
Dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade
Sujeitar os responsáveis por eventuais abusos a penas
No âmbito da administração pública não podem exercer greve:
Os militares (art.142, §3º) + servidores públicos que atuam diretamente na segu-
rança pública (ARE 654.432)

NACIONALIDADE
A nacionalidade é o vínculo civil com a nação. No Brasil, de acordo com o STF, temos duas correntes que delimitam
a aquisição da nacionalidade brasileira, sendo a jus solis ou jus sanguinis.
PRIMÁRIA OU ORIGINÁRIA

São brasileiros NATOS, ainda


Jus soli que de pais estrangeiros, desde que
NACIONALIDADE

- REGRA - estes não estejam a serviço do seu país

Mãe OU pai brasileiro


+ Serviço para o Brasil
Jus sanguinis Mãe OU pai brasileiro +
São brasileiros NATOS
registro órgão competente

Mãe OU pai brasileiro + vontade


potestiva = fixar residência depois da
maioridade e realizar registro

Lei;
Positivo ORDINÁRIO
Língua Portuguesa: 1 ano
NACIONALIDADE

- Polipartidária - DISCRICIONÁRIO
ininterrupto + idoneidade moral
SECUNDÁRIA

Negativo 15 anos ininterruptos EXTRAORDINÁRIO


- Apartidária - sem condenação penal VINCULADO

A Lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiro NATOS e NATURALIZADOS, salvo nos casos previstos
na Constituição.
CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO MP3.COM

Presidente e Presidente da Ministro do Ministro de


Presidente do Carreira Oficial das
vice-presidente Câmara dos Supremo Estado da
Senado Federal diplomática Forças Armadas
da República Deputados Federal Defesa
Já a perda da nacionalidade do brasileiro pode ocorrer:
• Se o brasileiro naturalizado tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional;
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• Se o brasileiro nato ou naturalizado adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
DIREITOS POLÍTICOS
• Conjunto de normas constitucionais e infraconstitucionais que regulam a participação do povo no processo
político, votando, sendo votado e apresentando projetos de leis de iniciativa popular;
• São direitos de primeira dimensão;
• Normalmente, são classificados em POSITIVOS ou NEGATIVOS:
Ativa (alistabilidade art. 14, §§ 1º)
(Absoluta ou relativa art.
Capacidade eleitoral passiva

NEGATIVOS
POSITIVOS

14, §§ 4º, 7º, 8º e 9º)


(elegibilidade art. 14, § 3º)
Suspensão (art. 15, II, III e V)
Direito ao sufrágio (art. 14, I, II e III)
Perda (art. 15, I e IV)
Outros (vide art. 17 criação de
partidos políticos)
Popularmente nós dizemos que todos são cidadãos, mas temos que observar e ligar o termo cidadania ao viés
político e jurídico da palavra.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto Título de
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: eleitor
I - Plebiscito; Comprovação
II - Referendo; da cidadania Documento
III - Iniciativa popular. equiparado

PLEBISCITO LEI REFERENDO

PLEBISCITO REFERENDO INICIATIVA POPULAR


• Forma de consulta ao povo que se • Forma de consulta ao povo que • Apresentação à Câmara dos
dá PREVIAMENTE à edição do ato ocorre POSTERIORMENTE à edição Deputados de projeto de lei subscri-
legislativo ou administrativo. do ato legislativo. to por, no mínimo 1% do eleitorado
nacional, distribuído pelo menos
por 5 Estados, com não menos 0,3%
dos eleitores de cada um deles.
ALISTAMENTO ELEITORAL E VOTO
Maiores de 18 e menores de 70 anos OBRIGATÓRIO Capacidade eleitoral ativa:
Direito de votar (adquire-se com o alista-
• Maiores de 16 e menores de 18 anos mento eleitoral).
• Maiores de 70 anos FACULTATIVO
• Analfabetos Capacidade eleitoral passiva:
• Estrangeiros, salvo o português equiparado Direito de ser votado (adquire se com a
INALISTÁVEL elegibilidade).
• Conscritos
CONDIÇÕES PARA ELEGIBILIDADE
• Nacionalidade brasileira; exceção aos portugueses equiparados;
• Pleno exercício dos direitos políticos – não incidência do Art. 15;
• Alistamento eleitoral;
• Domicílio eleitoral na circunscrição;
• Filiação partidária;
• Idade mínima a ser exigida na data da POSSE: (Exceto vereador - data na inscrição)
a. 35 anos – Presidente, vice-presidente da República e senador;
b. 30 anos – Governador e vice-governador de Estado e do DF;
c. 21 anos – Deputado federal, estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito e juiz de paz;
d. 18 anos – Vereador.
INELEGIBILIDADES
Conjunto de normas que tiram sua capacidade eleitoral passiva. Podem ser ABSOLUTAS (todos os pleitos) e
RELATIVAS (determinados pleitos).
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INELEGIBILIDADE ABSOLUTA INELEGIBILIDADE RELATIVA

Inalistáveis (estrangeiros Art. 14. § 5º Vedação ao 3º mandato sucessivo


Analfabetos
e conscritos) para os chefes do Poder Executivo.
INELEGIBILIDADE REFLEXA

Presidente: nenhum cargo Governadores: nenhum Prefeitos: nenhum cargo


eletivo no país cargo eletivo no mesmo Estado eletivo no mesmo Município
Obs. 1: ocupantes de mandatos no Poder Legislativo podem ser reeleitos indefinidamente.
Obs. 2: prefeito itinerante ou prefeito profissional.
• O plenário do STF manteve entendimento do TSE no sentido de que se torna inelegível para o cargo de prefeito
cidadão de que já exerceu dois mandatos consecutivos na chefia de executivo municipal, mesmo que pleiteie
candidatura em município diferente.
• A CF/88 veda a perpetuação no cargo, não sendo possível o exercício de um terceiro mandato subsequente,
ainda que em município diverso.
Salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Atenção! Súmula Vinculantes 18:
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no
§7º do Art. 14 da CF.
Art. 14, §6º DESINCOMPATIBILIZAÇÃO: Título de
• Renúncia 6 meses antes do pleito para concorrer a outros cargos; Eleitor
• Aplicada apenas aos chefes do Poder Executivo (presidente, governador e prefeito).
Obs: ocupantes de mandatos no Poder Legislativo não precisam renunciar! Documento
Equiparado
Por fim, sobre a privação dos direitos políticos, temos que:
Cancelamento da naturalização Incapacidade civil absoluta
Perda por sentença transitada em julgado Suspensão
dos Direitos dos Direitos Condenação criminal transitada em
Políticos Recusa de cumprir obrigação a todos julgado , enquanto durarem seus efeitos
Políticos
imposta ou prestação alternativa Improbidade administrativa
Restabelecimento:
• Perda: por requerimento. • Suspensão: automaticamente.
Princípio da anterioridade eleitoral ou anualidade eleitoral – Art. 16:
- A Lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
ocorra até 1 ano da data de sua vigência.
- É VEDADA A CASSAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS.
PARTIDOS POLÍTICOS
Criação Soberania nacional
Fusão Regime democrático
Liberdade para Desde que resguarde
Incorporação Pluripartidarismo
Extinção Direitos fundamentais
Art. 17, §1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade
de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos
estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
• Registro do Estatuto junto ao TSE.
• É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
• Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
força da lei.
Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da Lei, os partidos
políticos que alternativamente:
I. obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em
pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
II. tiverem elegido pelo menos quinze deputados federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
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SEGURANÇA PÚBLICA
A atividade de segurança pública é aquela que visa garantir a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
Conforme a CF/88, a segurança pública é um direito de todos. Ou seja, é um direito social, prestacional, direi-
to de 2ª geração.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
• Polícia Federal;
• Polícia Rodoviária Federal;
• Polícia Ferroviária Federal;
• Polícias civis;
• Polícias militares e corpos de bombeiros militares;
• Polícias penais federal, estaduais e distrital. (E.C. nº 104/2019)
POLÍCIA FEDERAL
É instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em
carreira. Destina-se a:
• Apura infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei;
• Previne e reprime o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
• Exerce as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
• Exerce, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

Órgão permanente, organizado e mantido pela União estruturado em carreira. Destina-se, na


forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL

Órgão permanente, organizado e mantido pela União estruturado em carreira. Destina-se, na


forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.

POLÍCIAS CIVIS

São dirigidas por delegados de polícia de carreira. São incumbidas, ressalvada a competência da
União, das funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto das infrações
militares.

POLÍCIAS MILITARES E CORPO DE BOMBEIROS MILITARES


Polícias militares
• Sua atribuição é de polícia ostensiva, para preservação da ordem pública.
Corpos de bombeiros militares
• Além das atribuições definidas em lei, são incumbidos da execução de atividades de defesa civil.

POLÍCIAS PENAIS

Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a


que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais.

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• As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se,
juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.
• A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira
a garantir a eficiência de suas atividades.
• Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e insta-
lações, conforme dispuser a lei.
A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimô-
nio nas vias públicas:
I – Compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
II – Compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em carreira, na forma da lei.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2019 – PGE/PE É garantido ao defensor de
investigado o pleno acesso aos documentos já anexa- antes ou depois da naturalização.
dos ao procedimento investigatório, mesmo que o
inquérito policial esteja classificado como sigiloso. CESPE – 2020 – MPE/CE Direitos individuais
R: Certo. O enunciado da questão está de acordo com implícitos estão subentendidos nas regras de garan-
o teor da Súmula Vinculante n°14, cuja transcrição se tias fundamentais, sendo exemplos os desdobramen-
faz presente: “É direito do defensor, no interesse do tos do direito à vida.
representado, ter acesso amplo aos elementos de R: Certo. Inicialmente é preciso diferenciar os direi-
prova que, já documentados em procedimento inves- tos individuais explícitos, que são aqueles expressa-
tigatório realizado por órgão com competência de mente determinados pela Constituição, dos direitos
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direi- individuais implícitos. Os direitos individuais implíci-
to de defesa”. Perceba, assim, que o sigilo é uma das tos não estão explicitamente descritos na Constitu-
características do inquérito policial, entretanto o ição, embora decorram destes, isto é, há uma ideia
defensor tem direito ao acesso dos documentos já derivação. A título de exemplo, cite-se o direito à vida
colimados ao inquérito policial. do nascituro. Acrescente-se que os direitos individu-
ais expressos não estão adstritos ao rol do art. 5°,
CESPE – 2019 - PRF São constitucionalmente asse- sendo certo que há outros dispositivos constitucionais
gurados ao preso o direito à identificação dos agen- contendo direitos individuais expressos (art. 150,
tes estatais responsáveis pela sua prisão e o direito CF/88).
de permanecer em silêncio.
R: Certo. De acordo o art. 5º, incisos LXIV e LXIII da CESPE – 2020 – SEFAZ/AL De acordo com a Consti-
CF/88, a questão encontra-se fundamentada correta- tuição Federal de 1988, são reconhecidos como
válidos somente os direitos e as garantias previstas
mente. Também é assegurado ao preso o direito à
no texto constitucional ou os a ele incorporados
assistência da família e de advogado.
formalmente.
R: Errado. Conforme dispõe o art. 5, § 2º da Constitu-
CESPE – 2018 - Instituto Rio Branco A Constituição
ição, “os direitos e garantias expressos nesta Consti-
Federal veda a extradição de estrangeiro em razão de
tuição não excluem outros decorrentes do regime e
crime político ou de opinião.
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
R: Certo. Esse é teor do art. 5° inciso LII. No caso de
internacionais em que a República Federativa do
crime político ou de opinião assim definidos pela
Brasil seja parte”. Isso indica que o rol de Direitos
legislação, a extradição de estrangeiro não é permiti-
Fundamentais trazidos pela CF/88 é meramente
da. Cumpre acrescentar que o STF decidiu, no caso
exemplificativo fundamentada precipuamente nessa
Cesare Battisti (Ext. 1085), que os atos praticados cláusula de abertura.
por Cesare não tiveram conotação política, o que
autorizou a sua extradição. Caso contrário, a sua CESPE – 2020 – MPE/CE Os analfabetos não podem
extradição não poderia ser concedida, notadamente registrar-se como eleitores.
com base nesse dispositivo constitucional. O R: Errado. Aos analfabetos o alistamento eleitoral e o
estrangeiro não se confunde com o brasileiro natu- voto são facultativos, nos termos do art. 14 §1°, II,
ralizado, que, em regra, não pode ser extraditado, alínea “a”. A questão tenta induzir ao erro o candidato
salvo nos casos de crime comum cometido antes da que não diferenciou o alistamento e o voto da elegibili-
naturalização ou nos casos de tráfico de entor- dade. Os analfabetos são inelegíveis, isto é, não podem
pecentes e drogas afins, na forma da lei, praticados ser eleitos, nos termos do art. 14, §4°.
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CESPE – 2019 – PRF Policial rodoviário federal com Constituição Federal de 1988 (CF). Portanto, a regra
mais de dez anos de serviço pode candidatar-se ao é a liberdade. A CF não dispõe sobre a necessidade
cargo de deputado federal, devendo, no caso de ser de inscrição em conselho de fiscalização da respecti-
eleito, passar para inatividade a partir do ato de sua va profissão”.
diplomação.
R: Errado. O caso apresentado pela questão se amolda CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados Se um casal
na hipótese do militar, mas não para os servidores formado por um cidadão argentino e uma cidadã
públicos civis, hipótese do policial rodoviário federal. canadense for contratado pela República do Uruguai
Nos termos do art. 14, § 8º. “o militar alistável é para prestar serviços em representação consular
elegível, atendidas as seguintes condições: I - se desse país no Brasil e, durante a prestação desses
contar menos de dez anos de serviço, deverá afas- serviços, tiver um filho em território brasileiro, tal
tar-se da atividade; II - se contar mais de dez anos de filho, conforme o disposto na CF, será brasileiro nato.
serviço, será agregado pela autoridade superior e, se R: Certo. O critério para considerá-lo como brasilei-
eleito, passará automaticamente, no ato da diplo- ro nato é o jus soli, em virtude do nascimento em solo
mação, para a inatividade”. Acrescente-se que aos brasileiro. Note que nos termos do art. 12, I, alínea
servidores públicos federais aplica-se o regime jurídi- “a” da CF/88, serão brasileiros natos os nascidos na
co contido na Lei n° 8.112, a qual prevê o afastamento República Federativa do Brasil, ainda que de pais
para exercício de mandado eletivo no artigo 94. É estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
certo que o servidor público federal poderá se afas- de seu país. No caso apresentado pela questão,
tar para exercício de mandado eletivo, mesmo que nenhum dos cidadãos estão a serviço de seu próprio
esteja durante o período do estágio probatório, em país, o que permite que o filho do casal seja brasileiro
virtude do que dispõe o art. 20, §4°. nato.

CESPE – 2020 – MPE/CE Brasileiro naturalizado CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados Considere
pode ocupar o cargo de presidente da Câmara dos que determinado governador de Estado esteja em
Deputados. seu primeiro mandato eletivo (2011-2014) e preten-
R: Errado. O rol contido no art. 12, §3° apresenta da candidatar-se à reeleição para o mandato
quais cargos são privativos de brasileiro nato e o 2015-2018. Considere, ainda, que, em 2012, ele e
presidente da Câmara dos Deputados encontra-se sua esposa tenham rompido o vínculo conjugal.
no inciso II desse dispositivo. Lembre-se de que o Nessa situação hipotética, caso seja confirmada a
presidente da Câmara dos Deputados é o terceiro na candidatura à reeleição, a ex-esposa não poderá
linha sucessória da Constituição. Ainda, qualquer candidatar-se, no ano de 2014, ao cargo de deputada
cargo que possa ser alçado, mesmo que temporaria- estadual no estado em que seu ex-esposo é governa-
mente, a Presidência da República, deve ser ocupado dor.
por brasileiro nato. R: Certo. É preciso ter o conhecimento do §7, artigo
14, CF/88 para resolvermos a questão. “Art. 14 (...) §
CESPE – 2019 – Delegado de Polícia – PC/SE Con- 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
forme texto constitucional vigente, a prisão de titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
qualquer pessoa e o local onde se encontra terão de afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presiden-
ser comunicados em até vinte e quatro horas ao juiz te da República, de governador de Estado ou Terri-
competente e à família do preso ou a pessoa por ele tório, do Distrito Federal, de prefeito ou de quem os
indicada. haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
R: Errado. A questão exige o conhecimento em pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candi-
conformidade com a Constituição. Portanto, deve- dato à reeleição”. Com efeito, resta inelegível o
mos nos remeter à CF/88, que dispõe no art. 5º, LXII: cônjuge do chefe do Executivo dentro dos seis meses
“a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encon- anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
tre serão comunicados IMEDIATAMENTE ao juiz eletivo e candidato à reeleição. No entanto, a
competente e à família do preso ou à pessoa por ele questão relata um caso de dissolução ou rompimento
indicada”. conjugal. E nesse caso? Poderia se eleger? A Súmula
Vinculante 18 determina que não, senão vejamos: “a
CESPE – 2020 – SEFAZ/DF A Constituição Federal dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no
de 1988 prevê expressamente a exigência de curso do mandato, não afasta a inelegibilidade
inscrição em conselho de fiscalização para o prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal”.
exercício de qualquer atividade profissional. Portanto, como a dissolução conjugal ocorreu em
R: Errado. De acordo com a justificativa pela própria 2012, no curso do mandato, a inelegibilidade pree-
banca, temos: “o item está incorreto, pois é livre o xistente do cônjuge se mantém com a dissolução
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, matrimonial, em razão da eventual influência que o
atendidas as qualificações profissionais que a lei cônjuge possui ou possa possuir.
estabelecer, nos termos do inciso XIII do art. 5.º da

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CESPE – 2019 – Procurador Campo Grande/MS CESPE – 2019 – Delegado de Polícia – PC/SE
Situação hipotética: Carlos requereu o registro de Incumbem às polícias civis a função de polícia
sua candidatura para concorrer ao cargo de prefeito judiciária e a apuração de infrações penais contra a
de município criado por desmembramento territorial ordem política e social, excetuadas as infrações de
de município cujo Poder Executivo é chefiado pelo natureza militar.
seu irmão. Assertiva: nesse caso, Carlos, por ser R: Errado. Não compete à Polícia Civil a apuração de
irmão do prefeito do município-mãe, é inelegível. infrações penais contra a ordem política e social, mas
R: Certo. Trata-se da inelegibilidade reflexa. De sim exercer as funções de polícia judiciária e a
acordo com o STF, “é inelegível para o cargo de apuração de infrações penais, exceto as militares. A
prefeito de Município resultante de desmembramen- apuração de infrações penais contra a ordem política
to territorial o irmão do atual chefe do Poder Execu- e social compete à polícia federal nos termos do art.
tivo do município-mãe (RE 158.314) ”. 144, §1°, I.

CESPE – 2019 – Delegado de Polícia – PC/SE Em CESPE – 2019 – Delegado de Polícia – PC/SE As
caso de perigo à integridade física do preso, polícias militares, os corpos de bombeiros militares e
admite-se o uso de algemas, desde que essa medida, as polícias civis subordinam-se aos governadores dos
de caráter excepcional, seja justificada por escrito. Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
R: Certo. Perceba que a questão apresenta uma das R: Certo. A questão exige o conhecimento contido no
hipóteses contidas na Súmula Vinculante 11: ''só é art. 144, §6°, senão vejamos: “§ 6º. As polícias
lícito o uso de algemas em casos de resistência e de militares e corpos de bombeiros militares, forças
fundado receio de fuga ou de perigo à integridade auxiliares e reserva do Exército subordinam-se,
física própria ou alheia, por parte do preso ou de juntamente com as polícias civis, aos governadores
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”;
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal Perceba, portanto, que as policias militares, corpo de
do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão bombeiros militares e as policiais civis estão hierar-
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da quicamente subordinadas aos respectivos governa-
responsabilidade civil do Estado''. dores dos Estados.

CESPE – 2019 – PRF A segurança viária compreende CESPE – 2018 – Agente de Polícia Federal Compete
a educação, a engenharia e a fiscalização de trânsito, à Polícia Federal exercer, com exclusividade, as
vetores que asseguram ao cidadão o direito à mobili- funções de polícia judiciária da União.
dade urbana eficiente. R: Certo. A polícia judiciária destina-se a reprimir as
R: Certo. De acordo com o capítulo de Segurança infrações penais, excetuando-se os crimes militares.
Pública da Constituição Federal, art. 144, § 10: “a Aliás, precipuamente, a polícia judiciária é uma
segurança viária, exercida para a preservação da polícia eminentemente repressiva, isto é, tem o papel
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do fundamental na investigação dos delitos não evita-
seu patrimônio nas vias públicas: I - compreende a dos pela polícia preventiva ou administrativa (em
educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além regra, a polícia militar). A questão apresenta o exato
de outras atividades previstas em lei, que assegurem teor do Art. 144, §1°, IV da CF/88.
ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente”.

PODER EXECUTIVO

EXERCÍCIO DE CADA ENTE NO ÂMBITO DA FEDERAÇÃO


FUNÇÕES
Exercício Presidente da República,
Exercício na Federação

na União Vice-Presidente da República e


Ministros de Estado (arts. 76 e 79).

Governadores, Vice-Governadores
Estados/DF
e Secretários Estaduais.
Legislar e Julgar

Municípios Prefeitos, Vice-Prefeitos e


Secretários Municipais.

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ELEIÇÕES DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE

Simultaneamente, no 1º domingo de outubro (1º turno) e no último domingo de outubro (2º turno,
se houver), 1 (um) ano antes ao término do mandato;
Art. 77. A eleição do Presidente da República

Será eleito Presidente, o candidato que obtiver maioria absoluta dos votos válidos (não computados
os em branco e os nulos);

Caso nenhum candidato alcance a maioria absoluta em 1º turno, haverá 2º turno, concorrendo os
e do Vice-Presidente realizar-se-á

dois mais votados;

Em 2º turno, será eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos;

Se, antes do 2º turno algum candidato não puder participar, convoca-se o próximo mais votado;

Em caso de empate, qualificar-se-á o mais idoso;

Aplica-se para governadores (art. 32, § 2º) e prefeitos de municípios com mais de 200 mil eleitores
(art. 29, II).

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de MAIOR VOTAÇÃO.

POSSE

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão POSSE em sessão do Congresso Nacional, pres-
tando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do
povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Sessão conjunta (art. 57, § 3º, III) do Congresso Nacional, prestando o compromisso.

Se decorridos 10 dias da data da posse o Presidente ou o Vice Presidente não assumir o cargo,
Posse

este será declarado vago (salvo motivo de força maior).

Data da posse: 1º de janeiro.

Mandato: 4 anos.

SUBSTITUIÇÃO DO PRESIDENTE E SUCESSÃO DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Arts 79 e 80: Substituição e Sucessão

Substituição Sucessão Vice-Presidente Duplo Afastamento

Sucessivamente:
Substitui e sucede o Presidente da Câmara,
Afastamento temporário Afastamento definitivo
Presidente Pres. do Senado e
Pres. do STF

Quando assume como Em caso de sucessão:


Impedimento Vacância sucessor: cumpre o assume e convoca
restante do mandato eleições

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Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição 90 dias depois de
aberta a última vaga.
Assume o próximo na linha sucessória

2 primeiros anos
Convoca eleições DIRETAS em 90 dias
Dupla Vacância
Assume o próximo na linha sucessória
2 últimos anos

Convoca eleições INIRETAS em 30 dias

AUSÊNCIA DO PAÍS

O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional:


− AUSENTAR-SE DO PAÍS por período SUPERIOR a 15 DIAS, sob pena de perda do cargo.

ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Delegável
Art. 84. Compete PRIVATIVAMENTE ao Presidente da República:

I - NOMEAR e EXONERAR os Ministros de Estado;

II - EXERCER, com o auxílio dos Ministros de Estado, a DIREÇÃO SUPERIOR da administração


federal;

III - INICIAR O PROCESSO LEGISLATIVO, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - SANCIONAR, PROMULGAR e FAZER PUBLICAR as LEIS, bem como EXPEDIR DECRETOS e


REGULAMENTOS para sua fiel execução;

V - VETAR projetos de lei, total ou parcialmente;


Decreto autônomo
VI – DISPOR, mediante DECRETO, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

VII - MANTER RELAÇÕES com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;

VIII - CELEBRAR TRATADOS, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional;

IX - DECRETAR o ESTADO DE DEFESA e o ESTADO DE SÍTIO;

X - DECRETAR e executar a intervenção federal;

XI - REMETER mensagem e plano de governo ao CONGRESSO NACIONAL por ocasião da abertura da


sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;

XII - CONCEDER INDULTO e COMUTAR PENAS, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;

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XIII - EXERCER o COMANDO SUPREMO das FORÇAS ARMADAS, nomear os Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos;

XIV - NOMEAR, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;

XV - NOMEAR, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

XVI - NOMEAR os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;

XVII - NOMEAR membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - CONVOCAR E PRESIDIR o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XIX - DECLARAR GUERRA, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

XX - CELEBRAR A PAZ, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - CONFERIR condecorações e distinções honoríficas;

XXII - PERMITIR, nos casos previstos em LEI COMPLEMENTAR, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - ENVIAR ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - PRESTAR, ANUALMENTE, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão
legislativa, as CONTAS referentes ao exercício anterior;

XXV - PROVER e EXTINGUIR os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - EDITAR MEDIDAS PROVISÓRIAS com FORÇA DE LEI, nos termos do art. 62;

Parágrafo único. O Presidente da República:


poderá DELEGAR as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos

− Ministros de Estado, ao
− Procurador-Geral da República ou ao
− Advogado-Geral da União,
que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

CHEFE DE ESTADO CHEFE DE GOVERNO

Representa o Brasil em suas Pratica atos de administração e


relações internacionais. de natureza política.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - É viável a extinção de procurador-geral da República ou ao


órgãos públicos por meio de decreto do presidente advogado-geral da União a atribuição de prover
da República na hipótese de redução de despesa cargos públicos federais, na forma da lei.
para a União.
R: Certo. O § único do art. 84 prevê que o
R: Errado. De acordo com o art. 84, VI da CF, o Presidente poderá delegar as atribuições previstas
Presidente da República pode dispor, mediante nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos
decreto, sobre a organização e funcionamento da Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
administração federal, quando não implicar República ou ao Advogado-Geral da União.
aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos. Estas competências são a de:
− “VI – Dispor, mediante decreto, sobre:
CESPE - 2019 - TJ-BA – Conciliador (ADAPTADA) a) organização e funcionamento da
- É competência privativa do presidente da administração federal, quando não
República iniciar o processo legislativo. implicar aumento de despesa nem criação
ou extinção de órgãos públicos; e
R: Certo. Como vimos acima, é exatamente o que b) extinção de funções ou cargos públicos,
traz o inciso III do art. 84 (rol das competências quando vagos;
privativas do Presidente da República). − XII - Conceder indulto e comutar penas,
com audiência, se necessário, dos órgãos
CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia instituídos em lei;
(ADAPTADA) - O presidente da República poderá − XXV - Prover e extinguir os cargos
delegar aos ministros de Estado, ao públicos federais, na forma da lei".

Apenas imunidade formal;

Somente é preso por sentença judicial transitada em julgado ( § 3º);


Imunidades do PR
Art.86 Não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, na
vigência do mandato ( § 4º);

Essas imunidades são exclusivas ao Presidente da República como Chefe de Estado,


não são extensíveis aos Governadores e Prefeitos, de acordo com o STF.

RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que


atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

• I a existência da União;
• II o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
• III o exercício dos direitos POLÍTICOS, INDIVIDUAIS e SOCIAIS;
• IV a segurança interna do País;
• V a PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO;
• VI a lei orçamentária;
• VII o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

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- Crimes de responsabilidade serão definidos em LEI ESPECIAL, não em lei complementar.
Súmula Vinculante 46 - A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas
de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União.
Art. 86. ADMITIDA a ACUSAÇÃO contra o Presidente da República, por 2/3 (dois terços) da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Fe deral, nas infrações penais comuns,
ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

Autorização da Câmara dos Deputados por 2/3 Presidido pelo


Presidente do STF
Julgamento pelo Senado Federal (art. 52, § único)
Condenação por
Crime de 2/3
Suspenso das atribuições após a NSTAURAÇÃO
Responsabilidade DO PROCESSO NO SENADO FEDERAL (decisão
Responsabilidades do

Pena: perda do
discricionária) cargo com
Presidente

inabilitação para
Cessa a suspensão após 180 dias, sem prezuízo do o exercício de
andamento do processo função pública
pelo prazo de 8
Autorização da Câmara dos Deputados por 2/3 anos.
Infração Penal
Comum
Julgamento pelo STF

Suspenso das atribuições após o RECEBIMENTO


DA DENÚNCIA OU QUEIXA CRIME PELO STF
Cessa a suspensão após 180 dias, sem prejuízo do
andamento do processo

§ 2º Se, decorrido o prazo de 180 DIAS, o julgamento não estiver concluído, CESSARÁ O AFASTAMENTO DO
PRESIDENTE, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará
sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.

De acordo com o STF:


- A garantia de imunidade presidencial não pode ser estendida a governadores; e
- O afastamento do cargo não é automático, devendo ser decidido pelo STJ a
aplicação desta medida cautelar.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Tanto em caso de República, a Constituição estabeleceu a


infrações penais comuns quanto de crimes de necessidade de licença prévia para a instauração
responsabilidade, compete à Câmara dos do processo, a ser concedida pela Câmara dos
Deputados o juízo de admissibilidade da acusação Deputados, com um quórum de 2/3.
apresentada contra o presidente da República.
CESPE - 2019 - TJ-DFT - De acordo com a
R: Certo. Tanto nos crimes de responsabilidade Constituição Federal de 1988 (CF), constitui crime
quanto nas infrações penais comuns de responsabilidade ato do presidente da
supostamente cometidos pelo Presidente da República que atente contra a CF e contra o livre

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exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
do Ministério Público e dos poderes CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de
constitucionais das unidades da Federação. Notas e de Registros (ADAPTADA) - A denúncia
contra o presidente da República por crime de
R: Certo. O art. 85 da CF/88 prevê os crimes de responsabilidade, uma vez admitida, será julgada
responsabilidade que podem ser cometidos no pelo Senado Federal.
desempenho de determinadas funções, lembrando
que tais crimes de responsabilidade são infrações R: Certo. “Admitida a acusação contra o Presidente
de caráter político-administrativo, e não criminal. A da República, por dois terços da Câmara dos
questão trouxe exatamente o inciso II do referido Deputados, será ele submetido a julgamento
artigo, vejamos: “Art. 85. São crimes de perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
responsabilidade os atos do Presidente da penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
República que atentem contra a Constituição crimes de responsabilidade”, é o que dispõe o art.
Federal e, especialmente, contra: II - O livre 86 da CF/88.
exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação.”

DOS MINISTROS DE ESTADO Compete ao Ministro de Estado, além de outras


atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
Brasileiros natos ou I - Exercer a orientação, coordenação e supervisão
naturalizados. Exceto: dos órgãos e entidades da administração federal na
Ministro de Estado da área de sua competência e referendar os atos e
Defesa (nato)
decretos assinados pelo Presidente da República;
II - Expedir instruções para a execução das leis,
Ministros de Estado
Maiores de 21 anos decretos e regulamentos;
Art.87
III - Apresentar ao Presidente da República relatório
No exercício dos anual de sua gestão no Ministério;
direitos políticos IV - Praticar os atos pertinentes às atribuições que
lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de da República.
Ministérios e órgãos da administração pública.

DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

Conselho da República (Arts. 89 e 90) Conselho de Defesa Nacional (Art. 91)

Órgão Superior de consulta do Presidente da


Órgão Superior de consulta do República nos assuntos relacionados com a soberania
Presidente da República. nacional e a defesa do Estado democrático.
• Vice-Presidente da República; • Vice-Presidente da República
• Presidente da Câmara dos Deputados;
• Presidente do Senado Federal; • Presidente da Câmara dos Deputados
• Líderes da maioria e da minoria na Câmara dos • Presidente do Senado Federal
Composição

Deputados;
• Líderes da maioria e da minoria no Senado • Ministro da Justiça
Federal;
• Ministro da Justiça; • Ministro das Relações Exteriores
• 6 cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 • Ministro do Planejamento
anos, sendo: 2 nomeados pelo Presidente da
República, 2 eleitos pelo Senado Federal e 2 • Comandantes da Marinha, do Exército e da
eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com
mandato de 3 anos, vedada a recondução. Aeronáutica.

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Conselho da República (Arts. 89 e 90) Conselho de Defesa Nacional (Art. 91)

Órgão Superior de consulta do Presidente da


Órgão Superior de consulta do República nos assuntos relacionados com a soberania
Presidente da República. nacional e a defesa do Estado democrático.
• Pronunciar-se sobre intervenção federal, • Opinar nas hipóteses de declaração de guerra
estado de defesa e estado de sítio; e e celebração de paz;
Competência

• Pronunciar-se sobre questões relevantes para a • Opinar sobre a decretação do estado de


estabilidade das instituições democráticas. defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;
• Propor os critérios e condições de utilização
de áreas indispensáveis à segurança nacional; e
• Estudar, propor e encaminhar iniciativas para
garantir a independência nacional e a defesa do
Estado democrático.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Judiciário de Procuradoria - Compete ao Conselho da República se


pronunciar acerca de questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, assim como
acerca de estado de defesa, de estado de sítio e de intervenção federal.

R: Certo. Muito cuidado para não confundir o conselho da república com o conselho de defesa nacional. O
conselho da República apenas se pRonuncia acerca das questões trazidas, já o conselho de defesa nacional
opina.

ORDEM SOCIAL
Art. 193. A ordem social tem como BASE o PRIMADO DO TRABALHO, e como OBJETIVO o BEM-ESTAR e a
JUSTIÇA SOCIAIS.
Meio Ambiente Seguridade Social
Família, Criança, Adolescente, Ordem Comunicação Social
jovem e idoso Social Ciência, tecnologia e inovação
Índios Educação, cultura e desporto

SEGURIDADE SOCIAL

Conceito: Rede de proteção social formada pelo Estado e pela sociedade para assegurar os direitos à saúde,
à previdência (único que possui caráter contributivo) e à assistência.

Universalidade da cobertura (de situações de risco, Uniformidade e equivalência dos benefícios e


doenças, invalidez, velhice) e do atendimento (todos serviços às populações urbanas e rurais
que necessitam do sistema)
Objetivos

Seletividade (prioridade) e distributividade da


Irredutibilidade do valor dos benefícios
prestação dos benefícios e serviços

Equidade na forma de participação no custeio (quem


Diversidade da base de financiamento
ganha mais, paga mais)

Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão QUADRIPARTIDE, com participação


dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados

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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a SOCIEDADE, de FORMA DIRETA e INDIRETA, nos
termos da lei, MEDIANTE RECURSOS provenientes dos orçamentos DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO
FEDERAL e DOS MUNICÍPIOS, e das seguintes contribuições sociais:

- Do empregador, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;


- Dos trabalhadores e demais segurados da previdência social;
- Da receita de concurso de prognósticos;
- Do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

Logo, a forma direta se dá ao financiamento proveniente das contribuições sociais realizadas pelos usuários,
loterias, empregadores e importadores. Já a sua forma indireta, é oriunda dos orçamentos de todos os entes da
Federação destinados ao financiamento da seguridade social.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário -


Serviço Social - São considerados princípios da CESPE - 2018 - Prefeitura de Manaus - AM -
seguridade social a cobertura universal, a Procurador do Município - Constitui fonte de
uniformidade e a irredutibilidade do valor dos financiamento da seguridade social a arrecadação
benefícios às populações rurais e urbanas. de contribuições sociais do importador de bens ou
serviços do exterior.
R: Certo. Cuidado, na CF tais princípios, elencados
na lei 8.212/91 (Seguridade Social), são R: Certo. Mais uma questão que traz o art. 195. A
considerados como objetivos. arrecadação de contribuições sociais do
importador de bens ou serviços do exterior é uma
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - fonte direta de financiamento da seguridade
Serviço Social - A seguridade social é financiada social.
por toda a sociedade mediante, entre outros
recursos, as contribuições sociais de CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista
empregadores e empregados e as receitas de Policial Federal - Um dos fundamentos da
concursos de prognósticos. seguridade social é a igualdade na forma de
participação de todos que a financiam no seu
R: Certo. É exatamente o que traz o art. 195. custeio.
(CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS = todos e
quaisquer concursos de sorteios de números, R: Errado. Cuidado, igualdade é diferente de
loterias, apostas, inclusive as realizadas em equidade. Nesse caso, a equidade prevalece, ou
reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do seja, a contribuição será proporcional.
Distrito Federal e municipal).

Direito de todos
(independentemente de Descentralização, com
contribuição) e dever do direção única em cada esfera de governo
Estado (art. 96)
Saúde
Art. 196
Integram uma rede Atendimento integral, com prioridade para as
regionalizada e atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
hierarquizada por meio assistenciais
de um sistema único,
de acordo com as
seguintes diretrizes: Participação da comunidade

Importante! Segundo a CF/88, a exploração de serviços de saúde pela iniciativa privada somente possui caráter
complementar, tendo prioridade as entidades filantrópicas ou as entidades sem fins lucrativos.

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Previdência Social Organizada sob a Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada
forma de regime
Art. 201
geral, de caráter Proteção à maternidade, especialmente à gestante
contributivo e de Proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário
filiação obrigatória Salário família e auxílio reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda
Atenderá a Pensão por morte do segurado ao cônjuge ou companheiro e dependentes

Proteção à família, à maternidade, à


Prestada a quem dela necessitar, infância, à adolescência e à velhice
independentemente de contribuição
Amparo às crianças e adolescentes
Assistência Social carentes
Art. 203 Promoção da integração ao mercado de
Objetivos trabalho
Habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária
De acordo com o STF, estrangeiros com residência no País
Garantia de 1 salário mínimo à portadora de
fazem jus a este benefício mensal, atendidos os requisitos
deficiência e ao idoso que comprovem não
constitucionais legais.
possui meios de prover a própria manutenção
ou de tê-la provida por sua família

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial Federal - A assistência social, ao contrário da
previdência social, é prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social.

R: Certo. A assistência social, diferente da previdência social, será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, é o que traz o art. 203 da CF/88.

EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
SV 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades
Princípios públicas viola o princípio da gratuidade do ensino público.

Igualdade de condições para acesso e permanência Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
na escola pensamento, a arte e o saber

Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e


coexistência de instituições públicas e privadas de Gratuidade do ensino público
ensino

Valorização dos profissionais da educação escolar,


com ingresso por concurso público de provas e títulos Gestão democrática do ensino público
aos das redes públicas

Piso salarial profissional nacional para os


Garantia de padrão de qualidade
profissionais da educação pública

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Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e
patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei.


§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.

CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional,
e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

Cultura

Constitui patrimônio cultural (Art. 216)

Bens de natureza material e imaterial

As obras, objetos, Os conjuntos urbanos


documentos, e sítios de valor
As criações científicas,
As formas de Os modos de criar, edificações e demais histórico, paisagístico,
astísticas e
expressão fazer e viver espaços destinados às artístico, arqueológico,
tecnológicas
manifestações palenontológico,
artísticos-culturais ecológico e científico

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - IPHAN - A Constituição Federal de 1988 prevê garantias de proteção às manifestações
culturais populares, afro-brasileiras e indígenas, atribuindo ao Estado o dever de garantir o pleno exercício
dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional.

R: Certo. De acordo com o art. 215, o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de


outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

DESPORTO
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um.

Observados:

Tratamento diferenciado para o desporto profissional


Autonomia das entidades desportivas
e não profissional

Destinação de recursos públicos para promoção


Proteção e incentivo às manifestações desportivas de
prioritária do desporto educacional e, em casos
criação nacional
específicos, para o desporto de alto rendimento

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CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e
tecnológica e a inovação.

Ciência, tecnologia e inovação

A pesquisa básica e O Estado estimulará a


O Estado apoiará a o Estado promoverá e
tecnológica recebrá articulação entre
formação de recursos incentivará a atuação
tratamento prioritário entes públicos e
humanos no exterior
do Estado privados

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo
ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
Não é um direito absoluto, visto que existem limites na proteção da imagem das pessoas, da honra e da intimidade.
§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação
jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

MEIO AMBIENTE
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Meio Ambiente

As condutas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os


infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais, Patrimônio Nacional (§ 4º)
administrativas e civis. ( § 3º)

Pantanal
Floresta Amazônica Mata Atlântica Serra do Mar Zona Costeira
Mato-Grossense

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2013 - Polícia Federal – Delegado - A floresta amazônica brasileira, assim como a
mata atlântica, é considerada bem da União, devendo sua utilização ocorrer na forma da lei, em condições
que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive no que concerne ao uso dos recursos naturais.

R: Errado. De acordo com o §4º do art. 225, a floresta amazônica, assim como a mata atlântica, é considerada
Patrimônio Nacional.

FAMÍLIA, CRIANÇA, ADOLESCENTE, JOVEM E IDOSO


Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

Para a proteção do Estado, a CF/88 reconhece como família a união entre o homem e a mulher e a sociedade
monoparental, que é aquela formada somente por um dos pais e seus filhos.

Atenção: O Supremo Tribunal Federal (STF) também reconheceu como família a reunião de pessoas do
mesmo sexo.
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ÍNDIOS
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer
respeitar todos os seus bens.
Terras tradicionalmente ocupadas

Permanente, as utilizadas para


suas atividades produtivas, as
Destinam se a sua posse
imprescindíveis à preservação dos
permanente, cabendo-lhes o São inalienáveis e indisponíveis,
recursos ambientais necessários a
usufruto exclusivo das riquezas do e os direitos sobre elas,
seu bem estar e as necessárias a
solo, dos rios e dos lagos nelas imprescritíveis.
sua reprodução física e cultural,
existentes.
segundo seus usos, costumes e
tradições.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em
caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após
deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2015 - PRF - Policial CESPE / CEBRASPE - 2014 - PRF - Policial
Rodoviário Federal - Conforme disposição Rodoviário Federal - Os índios possuem direito às
expressa da Constituição Federal de 1988, os terras que tradicionalmente ocupam e a entidade
índios têm direito às terras que ocupam, por serem estatal responsável pela defesa dos índios é o
de natureza derivada, e podem ser vítimas, mas IBAMA, para onde devem ser encaminhados os
não agentes de prática de crime, cabendo ao indígenas em situação de risco.
policial rodoviário federal assegurar os seus R: Errado. A entidade estatal responsável pela
direitos. defesa dos índios é a FUNAI e não o IBAMA.

R: Errado. O erro se dá ao afirmar que o Índio não CESPE / CEBRASPE - 2013 - Polícia Federal –
pode ser autor de crime, visto que o próprio Delegado - As terras tradicionalmente ocupadas
Estatuto do índio traz em seu art. 56 o seguinte pelos índios, incluídas no domínio constitucional
texto: “No caso de condenação do índio por da União Federal, são inalienáveis, indisponíveis e
infração penal, a pena deverá ser atenuada e na insuscetíveis de prescrição aquisitiva.
sua aplicação o juiz atenderá também ao grau de
integração do silvícola.” R: Certo. As terras tradicionalmente ocupadas
pelos índios são inalienáveis e indisponíveis, e os
direitos sobre elas, imprescritíveis.

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DIREITO PENAL - PARTE GERAL

CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, FUNÇÕES E FONTES DO DIREITO PENAL


O conceito de direito penal pode ser estabelecido sob três enfoques diferentes:
FORMAL, MATERIAL ou SOCIOLÓGICO.
É o conjunto de normas que define os comportamentos humanos que serão considerados
FORMAL INFRAÇÕES PENAIS. Define os seus agentes e fixa as sanções correspondentes. (LEIS ESCRI-
TAS)

É o ramo do Direito que se refere a comportamentos considerados reprováveis e danosos à boa


MATERIAL convivência social, que afetam os bens jurídicos indispensáveis à sua própria conservação e
progresso. (O COMPORTAMENTO FORMA A NORMA)

É um instrumento de controle social dos comportamentos desviados, visando assegurar a


SOCIOLÓGICO
necessária disciplina social.

CLASSIFICAÇÕES DO DIREITO PENAL


Direito penal objetivo Direito penal subjetivo
Já o direito penal subjetivo refere-se ao direito de
Direito penal objetivo é o conjunto
de leis penais em vigor no país. X punir do Estado, ou seja, à capacidade que o Estado
tem de produzir e fazer cumprir as suas normas.

O jus puniendi (direito penal subjetivo) é monopólio do Estado, ou seja, quem detém o direito de punir os comporta-
mentos desviados praticados pela sociedade é o Estado.
Exceção: o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/1973) tolera, em seu art. 57, que:
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais ou disci-
plinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena
de morte.
Direito penal primário x direito penal secundário

O direito penal secundário é aquele que se encontra


X
O direito penal primário é aquele
espalhado em outras normas penais, denominadas
que está contido no Código Penal.
Legislação Penal Especial ou Legislação Extravagante.

FUNÇÕES DO DIREITO PENAL


Existe, na doutrina penal, um movimento conhecido como funcionalismo, que visa definir qual seria a função do
direito penal. As duas correntes mais importantes desse movimento são: o funcionalismo teleológico e o funcionalis-
mo sistêmico.
• Funcionalismo teleológico (moderado): para essa corrente, a finalidade do direito penal é assegurar os bens jurídi-
cos dos cidadãos. A finalidade do direito penal é proteger bens jurídicos como a vida, patrimônio, dignidade sexual,
paz pública, fé pública. Este é o entendimento adotado no Brasil.
• Funcionalismo sistêmico (radical): essa corrente defende que a finalidade do direito penal é garantir o império da
norma, resguardando o sistema legal, mostrando que o direito existe e não pode ser violado.

FONTES DO DIREITO PENAL


As fontes do direito penal indicam a sua origem e a forma como ele se revela para a sociedade, dividindo-se em:
FONTE MATERIAL e FONTES FORMAIS.
• Fonte material: representa o órgão encarregado pela criação do direito penal, no caso a União, de forma privativa.
OBS: Os Estados podem legislar? Sim, em questões específicas, DESDE que haja lei complementar da União que
permita (trata-se da competência privativa da União, à qual compete legislar, dentre outros, sobre direito penal).
• Fontes formais: são os instrumentos de exteriorização, de apresentação, do direito penal. São os meios pelos
quais o direito penal se apresenta para a sociedade. As fontes formais podem ser: imediatas ou mediatas.

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IMEDIATAS
Lei em sentido estrito, Lei Ordinária LEMBRE-SE
ou Lei Complementar.
Art. 1º, CP.Não há crime
MEDIATAS - Sem lei anterior que o defina.
Costumes, analogia, princípios gerais do direito, jurisprudência, Não há pena
atos administrativos, CF/88 e tratados internacionais. - Sem prévia cominação legal.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2015 -TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRI-
O/2015 - Adaptada Segundo a doutrina majoritária, R: Errado. A jurisprudência é considerada como
os costumes e os princípios gerais do direito são fonte INDIRETA ou MEDIATA do direito penal.
fontes formais imediatas do direito penal.
R: Errado. Os costumes e princípios gerais são fontes CESPE – 2011 - DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO-
mediatas ou indiretas. Ressalte-se que as fontes Adaptada As fontes de cognição classificam-se em
formais mediatas ou indiretas não geram por si só imediatas — representadas pelas leis — e mediatas —
normas jurídicas. A bem da verdade, elas integram o representadas pelos costumes e princípios gerais do
ordenamento jurídico, auxiliando o intérprete ou o Direito.
aplicador do direito. R: Certo. A questão apresenta a classificação de
modo correto: as leis são fontes imediatas (ou
CESPE - 2014 - NOTÁRIOS/TJDFT- Adaptada Os primárias); e os costumes e os princípios gerais do
costumes não são considerados pela doutrina como Direito fontes mediatas (secundárias).
fonte formal do direto penal.
R: Errado. Como visto anteriormente, os costumes CESPE – 2011 - DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO -
integram o rol das fontes formais mediatas do direito Adaptada As fontes materiais revelam o Direito; as
penal. formais são as de onde emanam as normas, que, no
ordenamento jurídico brasileiro, referem-se ao
CESPE – 2013 - DPE-RR/DEFENSOR PÚBLICO - Estado.
Adaptada A moderna doutrina penal considera a R: Errado. As fontes formais são produzidas sim pelo
jurisprudência como fonte criadora do Direito, simi- Estado-legislador. Porém referem-se às leis. Pode-se
lar à lei, em razão do fator de produção normativa dizer que a doutrina e a jurisprudência também
decorrente da obrigatoriedade que possuem as instrumentalizam o direito penal ao servirem de
decisões dos tribunais superiores e do caráter vincu- fonte formal mediata.
lante das súmulas.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL


PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
NÃO HÁ CRIME:
• Sem lei (somente lei em sentido estrito – Lei Ordinária ou Lei Complementar);
• Anterior (proíbe que a lei penal retroaja para prejudicar. Somente para beneficiar);
• Escrita (proíbe que o costume crie crime ou comine pena/sanção);
• Estrita (proíbe que a analogia crie crime ou comine pena);
• Certa (Princípio da Taxatividade: veda-se o tipo penal indeterminado – vago).

No direito penal, o princípio da legalidade coincide com o princípio da reserva


legal e encontram-se no texto constitucional (Art. 5°, XXXIX)
Informações importantes:
1 - Ao ler crime, leia-se também contravenção penal. Ao ler pena, leia-se também medida de segurança.
2 - É permitido o costume e a analogia in bonam partem (somente para favorecer o réu).
3 - A norma penal em branco não fere o princípio da taxatividade.

IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


Tal princípio oferece dupla garantia ao cidadão:
• Irretroatividade da lei penal maléfica;
• Retroatividade da lei penal benéfica.
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MANDADOS CONSTITUCIONAIS DE CRIMINALIZAÇÃO
Patamares mínimos de tratamento penal que a CF estabelece para determinadas situações e aos quais
fica atrelado o legislador penal, devendo respeitá-los. Ex: vedação à práticas discriminatórias.
HEDIONDOS E SEUS EQUIPARADOS
RACISMO (3T + H) (TERRORISMO, TORTURA E AÇÕES DE GRUPOS ARMADOS
TRÁFICO)
Imprescritível Insuscetíveis de graça e anistia Imprescritível
Inafiançável Inafiançável Inafiançável

PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA DA PENA


Nenhuma pena passará da pessoa do condenado! Podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da LEMBRE-SE
lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido. RAÇÃO (Racismo e AÇÃO de
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Grupos Armados) é imprescritível
e os demais serão insuscetíveis
Cada indivíduo deve ser proporcionalmente punido em relação às de graça e anistia.
circunstâncias objetivas e subjetivas do crime cometido.

PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ATENÇÃO


A ninguém poderá ser imposta uma pena ofensiva à dignidade humana.
NÃO CONFUNDA a reparação do
dano com as PENAS de multa ou
PENAS PROIBIDAS
de prestação pecuniária.
Morte, SALVO nos casos de guerra declarada Banimento
Trabalhos forçados Caráter perpétuo Cruéis

Princípio da Lesividade ou Ofensividade: somente podem ser punidos os comportamentos que causem lesão ou
perigo de lesão aos bens jurídicos tutelados.
Princípio da Exteriorização ou Materialização do Fato: o direito penal somente pode punir comportamentos
humanos voluntários, jamais condições internas, modo de ser ou de pensar de alguém.
Princípio da Alteridade ou da Transcendentalidade: esse princípio impede a punição de comportamentos que não
atinjam bens jurídicos de terceiros. Todavia, o bem jurídico atingido pertence ao próprio autor da conduta, ou seja, a
ação não transcende o próprio agente.
- Decorre deste princípio o direito penal não punir a autolesão.
Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos: o direito penal tem uma única e exclusiva finalidade: resguardar
os bens jurídicos de terceiros.
Princípio da Intervenção Mínima - Ultima Ratio: o direito penal só deve atuar quando os demais ramos do direito
não forem suficientes para garantir proteção ao bem jurídico (subsidiariedade) e somente se a lesão sofrida for
relevante e intolerável (fragmentariedade).
Princípio da Subsidiariedade: tem relação com os fatos de que os outros ramos do Direito foram insuficientes para
proteger o bem jurídico (insuficiência dos demais ramos do Direito para proteger o bem jurídico). Define quais bens
merecem a proteção do direito penal.
Princípio da Fragmentariedade: estabelece que nem todos os fatos considerados ilícitos pelo direito devam ser
considerados como infração penal, mas somente aqueles que atentem contra bens jurídicos extremamente
relevantes (íntima relação com o princípio da insignificância).
Princípio da Proporcionalidade: funciona como uma forte barreira impositiva de limites ao legislador e busca atingir
dois importantes objetivos, quais sejam:
a) Vedação à proteção deficiente;
b) Vedação ao excesso.
Princípio da Responsabilidade Subjetiva (Culpabilidade): para que um agente seja penalmente punido, não basta
que ele tenha causado o resultado lesivo a um dos bens jurídicos tutelados pelo direito penal. É necessário analisar a
existência de voluntariedade (existência do dolo ou culpa).

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Princípio da Adequação Social: Segundo o Princípio da Adequação Social, não se deve punir aquelas condutas que
são socialmente aceitas mesmo quando constituam ilícitos penais previstos em Lei. Ou seja, para o referido princípio,
somente podem ser punidos os comportamentos que ao mesmo tempo contrariem a lei e o sentimento social de
justiça.
CUIDADO! No nosso ordenamento jurídico, a tipicidade penal não pode ser afastada com fundamento no princípio da
adequação social, tendo em vista que somente a Lei pode revogar outra Lei.
Princípio da Confiança: a confiança é um requisito para existência do fato típico, ou seja, aquele que atua impelido
pela natural e esperada confiança no comportamento de quem o cerca e acaba, sem intenção, contribuindo para a
produção de um resultado lesivo não deve por ele ser responsabilizado. Exemplo: médico que confia na enfermeira.
Princípio do Ne Bis In Idem: este princípio não está expressamente previsto na CF/88, mas tem previsão expressa em
um tratado internacional de que o Brasil é signatário, o Estatuto de Roma. O princípio do ne bis in idem veda a dupla
punição pelo mesmo fato ou que a mesma circunstância seja negativamente valorada mais de uma vez contra o
mesmo sujeito.
Obs.: segundo o STF, agravante genérica da reincidência não ofende o referido princípio, pelo contrário, apenas atende
ao mandamento constitucional da individualização da pena.
Obs.: o princípio do ne bis in idem não impede que o agente seja responsabilizado pelo mesmo fato em instâncias distin-
tas, ou seja, nada impede que o agente seja responsabilizado penal, civil e administrativamente pelo mesmo fato.
Princípio da Insignificância (Bagatela Própria): trata-se de um princípio que decorre diretamente do caráter
fragmentário do direito penal. Segundo este princípio, o direito penal somente deve atuar nos casos em que o compor-
tamento humano cause grave e intolerável lesão ou perigo de lesão a bens jurídicos tutelados. MI
Requisitos OBJETIVOS para a aplicação do princípio:
NE
• Mínima ofensividade da conduta
• Nenhuma periculosidade social da ação RE
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
• Inexpressividade da lesão jurídica I
STJ entende que, além destes, existem requisitos de ordem SUBJETIVA que podem ser levados em consideração,
como:
• Habitualidade delitiva;
• Reincidência;
• Condição da vítima;
• Valor sentimental do bem;
OBS: é vedada a aplicação do princípio da insignificância nos crimes cometidos por militares em razão da elevada
reprovabilidade do comportamento, que desprestigia o próprio Estado.

Súmula 606 STJ:


Súmula 589 STJ:
Não se aplica o princípio da
É inaplicável o princípio da Súmula 599 STJ:
insignificância a casos de
insignificância nos crimes O princípio da insignificân-
transmissão clandestina de
ou contravenções penais cia é inaplicável aos crimes
sinal de internet via radio-
praticados contra a mulher contra a administração
frequência, que caracteriza o
no âmbito das relações pública.
fato típico previsto no art.
domésticas.
183 da Lei n. 9.472/1997.

BAGATELA PRÓPRIA X BAGATELA IMPRÓPRIA PERDÃO JUDICIAL X BAGATELA IMPRÓPRIA


A aplicação do princípio da insignificância gera o denomi-
nado “crime de bagatela própria”. Pode-se afirmar que o perdão judicial é um exemplo de
A bagatela imprópria, diferentemente, incide nos casos aplicabilidade da bagatela imprópria previsto expressa-
em que o delito está configurado, portanto, tem-se fato mente na lei, já que o art. 107, III, do CP, aduz que:
típico, ilícito e culpável, todavia, constata-se – no caso Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
concreto – a desnecessidade de aplicação de sanção IX - Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
penal ao autor dos fatos. O perdão judicial, portanto, é uma causa de extinção da
A denominada bagatela imprópria, portanto, funciona punibilidade prevista em lei que representa exatamente
como causa supralegal de extinção da punibilidade, cuja as mesmas consequências práticas da aplicação do
aplicabilidade deve sempre ser analisada no caso concre- princípio da bagatela imprópria.
to e nunca em abstrato.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA
CESPE - 2013 - ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE-MS
O Princípio da Legalidade ou Princípio da Reserva da Intranscendência da Pena, o condenado não pode
Legal não se estende às consequências jurídicas da permanecer mais tempo preso do que aquele estipu-
infração penal, em especial aos efeitos da conde- lado pela sentença transitada em julgado.
nação, nem abarca as medidas de segurança. R: Errado. O Princípio da Intrascendência da Pena não
R: Errado. O Princípio da Legalidade ou da Reserva diz respeito à vedação do condenado de permanecer
Legal se estende sim às consequências jurídicas da mais tempo preso do que consta em sua condenação.
infração penal. Ora, se não se estendesse, teríamos a
pena propriamente dita sendo regulamentada por (CESPE – 2014 - ANALISTA LEGISLATIVO – CÂMARA
outras normas que não leis. Lembre-se que os efeitos DOS DEPUTADOS) Um dos princípios basilares do
da condenação são limitadoras ou privativas de direi- direito penal diz respeito à não transcendência da
tos, exigindo que a sua regulamentação se dê por lei pena, que significa que a pena deve estar expressa-
em sentido estrito. mente prevista no tipo penal, não havendo possibili-
dade de aplicar pena cominada a outro crime.
CESPE – 2016 - ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT 8ª R: Errado. A conceituação trazida pela questão
REGIÃO Por ser uma pena pecuniária, a multa pode refere-se ao Princípio da Legalidade Penal. Isto é, o
ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e início da questão está correto. No entanto, ocorre
contra eles executada, até o limite do valor do em equívoco ao apresentar o conceito do princípio
patrimônio transferido. da não transcendência da pena.
R: Errado. As penas não admitem a transcendência.
Trata-se do Princípio da Intranscendência da Pena, CESPE – 2014 - ANALISTA LEGISLATIVO –
consagrado na CF/88 no art. 5°, XLV. Frise-se que a CÂMARA DOS DEPUTADOS O princípio da reserva
pena tem caráter personalíssimo, o que impede sua legal aplica-se, de forma absoluta, às normas penais
transferência. Outrossim, a obrigação de reparar o incriminadoras, excluindo-se de sua incidência as
dano e a decretação de perdimento de bens poderão normas penais não incriminadoras.
ser estendidos, até o limite do valor transferido. R: Certo. As leis em sentido estrito e as demais
normas podem tratar de normas penais não incrimi-
CESPE - 2015 - JUIZ SUBSTITUTO – TJPB As medi- nadoras. É dizer: as normas penais que não instituem
das provisórias podem regular matéria penal nas crimes não exigem leis em sentido estrito. Lembre-se
hipóteses de leis temporárias ou excepcionais. do que dispõe a CF/88 no art. 5°, XXXIX: “não há
R: Errado. Trata-se do Princípio da Legalidade, que no crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem
campo do direito penal admite apenas lei formal para prévia cominação legal”. Desse modo, não há exceção
sua regulamentação, sobretudo quando referir-se às para a incidência do princípio da reserva legal,
leis temporárias ou excepcionais. aplicando-se de forma absoluta às normas penais
incriminadoras.
CESPE - 2016 - AUDITOR – TCE/PR Dado o Princípio

LEI PENAL NO TEMPO


TEMPO DO CRIME: O Código Penal adotou a TEORIA DA ATIVIDADE, considerando o crime praticado ao tempo
da ação ou da omissão.
OBS: São duas as principais aplicações práticas do tempo do crime no direito penal: o princípio da coincidência,
que determina que os elementos do crime devem estar todos presentes à época da prática da infração penal e a
definição da lei vigente à época em que ele é praticado.
Art 4º: considera-se praticado o crime no momento da conduta ainda que outro seja o momento do resultado.
ATIVIDADE DA LEI PENAL EXTRA ATIVIDADE DA LEI PENAL
É a aplicação da lei penal vigente no momento do É a EXCEÇÃO à regra da atividade da lei penal. Ocorre
crime e que continua vigente no momento do julga- quando há sucessão de Leis Penais no Tempo.
mento.

Vigente na conduta Vigente no julgamento Retroatividade Ultra-atividade

CRITÉRIO: a mais benéfica para o réu!

Logo, vige no direito penal o princípio da irretroatividade das leis penais, salvo para beneficiar o réu.
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RETROATIVIDADE ULTRA-ATIVIDADE
ATIVIDADE
(EXTRA-ATIVIDADE) (EXTRA-ATIVIDADE)
OBS: É possível que entre a data da prática do delito e a data do julgamento, três leis se sucedam no tempo, uma
revogando a outra, regulando o mesmo assunto. Nesta situação, também é possível que a segunda lei (a lei inter-
mediária) seja a mais benéfica das três. Logo, a LEI INTERMEDIÁRIA possuirá, simultaneamente, as dua espécies
de extra-atividade da lei penal, sendo ultra-ativa e retroativa.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
• Abolitio Criminis: a lei que deixa de prever determinada conduta como infração penal possui efeitos imediatos
sobre os réus que estão sendo processados e aqueles já condenados, inclusive com trânsito em julgado (causa
extintiva de punibilidade).

• Novatio legis in mellius: qualquer lei nova que beneficie o agente lhe deve ser aplicada, mesmo que já condenado
definitivamente.

• SÚMULA 711 DO STF: A lei penal mais grave aplica se ao CRIME CONTINUADO OU AO CRIME PERMANENTE, se a
sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

• Os tribunais superiores vedam a combinação de Leis Penais do Tempo, ainda que seja para beneficiar o réu.

• Art. 2º Ninguém pode ser punido: por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior,


• que de qualquer modo favorecer o agente,
• aplica-se aos fatos anteriores,
• ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

• Súmula 611 - STF: transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei
mais benigna.

LEIS DE VIGÊNCIA TEMPORÁRIA


São leis com prazo de vigência previamente delimitado. Tanto as Leis Temporárias quanto as Leis Excepcionais
possuem duas características próprias: AUTORREVOGABILIDADE e ULTRA-ATIVIDADE.
LEI EXCEPCIONAL: é aquela produzida para durar durante determinada situação, enquanto existir o estado de
emergência de determinado evento anormal, transitório (Ex: guerra, crise).
LEI TEMPORÁRIA EM SENTIDO ESTRITO: é aquela produzida para durar por um determinado período de tempo,
previsto em si mesma. Tem uma data de início e fim (Ex: Lei Geral da Copa).

Autorrevogabilidade: Ultra-atividade:
Significa que ambas estarão revogadas Significa que os fatos praticados durante a
assim que encerrado o prazo fixado pela sua vigência serão alcançados por ela
própria Lei (no caso de Lei Temporária) ou ainda que tenha se esgotado o prazo de
assim que cessada a situação de anormali- sua duração (Temporária) ou cessada a
dade (no caso de Lei Excepcional). situação de anormalidade (Excepcional).

LEI PENAL NO ESPAÇO


O território brasileiro é a SOMA entre o ESPAÇO FÍSICO (geográfico) e o ESPAÇO JURÍDICO (físico por
equiparação, por ficção, por extensão ou território flutuante).
TERRITÓRIO BRASILEIRO CORRESPONDE
ESPAÇO

Espaço Terrestre Espaço Marítimo (Faixa de 12 milhas Espaço Aéreo


FÍSICO

(Solo, subsolo, rios lagos e marítimas que corre ao longo de toda (Espaço aéreo sobre os espaços
ilhas) a costa brasileira) Terrestre e Marítimo)
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Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente,
no espaço aéreo correspondente ou em alto mar.
TERRITÓRIO BRASILEIRO POR EXTENSÃO
EMBARCAÇÕES E EMBARCAÇÕES E
AERONAVES BRASILEIRAS AERONAVES ESTRANGEIRAS
PÚBLICAS OU A PÚBLICAS OU A SER-
PRIVADAS VIÇO DO PAÍS DE ORIGEM PRIVADAS
SERVIÇO DO BRASIL
Somente serão consideradas
ESPAÇO JURÍDICO

Serão consideradas Só serão território território brasileiro se


território brasileiro brasileiro se estiverem NUNCA estiverem em voo ou pouso
onde quer que se em alto-mar ou no serão território em território nacional
encontrem brasileiro. espaço aéreo correspon- brasileiro. (aeronaves), ou navegando
dente. ou atracadas (embarcações)
em mar territorial brasileiro.

DIREITO DE PASSAGEM INOCENTE: de acordo com o direito de passagem inocente, sempre que um navio estiver
apenas de passagem por território brasileiro, sem nenhuma intenção de aí atracar, não deve ser aplicada a lei penal
brasileira aos crimes praticados a bordo desse navio.
Como regra, aplicamos a lei penal brasileira aos crimes cometidos em território nacional!
Entretanto, tal regra PODE SER EXCEPCIONADA EVENTUALMENTE, em respeito a regras, convenções e
tratados de direito internacional. Logo, EVENTUALMENTE, aos crimes praticados em território nacional não será
aplicada a lei penal brasileira. É o que se denomina INTRATERRITORIALIDADE. (Ex: casos de imunidade
diplomática).
Art. 5º: aplica-se a lei penal brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, aos
crimes cometidos no Território Nacional.
REGRA: Princípio da territorialidade (crime praticado no território brasileiro).
EXCEÇÃO 1: Princípio da Intraterritorialidade (crime praticado no território brasileiro, mas não sujeito às leis
brasileiras. Exemplo: imunidade diplomática).
EXCEÇÃO 2: Princípio da Extraterritorialidade (crime praticado fora do território brasileiro, mas sujeito às leis
brasileiras).

LUGAR DO CRIME
O Código Penal adotou a TEORIA DA UBIQUIDADE para se definir o lugar do crime. Assim, considera-se pratica-
do o crime tanto no lugar da conduta (ação ou omissão) quanto no lugar do resultado.

Somente se considera praticado o fato no


território brasileiro se, no nosso terri- A não ser que o próprio planejamento
tório, ocorreu o resultado ou a conduta. constitua um crime autônomo (exemplo:
O mero planejamento ou preparação do associação criminosa).
delito em território nacional.
OBS: A Teoria da Ubiquidade para definição do lugar do crime se aplica aos crimes a distância, também chamados
de crimes de espaço máximos. São as infrações penais cujo iter criminis (caminho do crime, com suas fases de
cogitação, preparação, execução, consumação e, ao final, pode haver o exaurimento) abrange mais de um país.
GRAVE A DIFERENÇA!
Tempo do Crime (Teoria da Atividade) e Local do Crime (teoria da Ubiquidade).
LUTA: LUGAR - UBIQUIDADE / TEMPO - ATIVIDADE

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2016 – TCE/SC - AUDITOR FISCAL DE
CONTROLE EXTERNO – DIREITO No Código Penal a qual o lugar do crime é o da ação ou da omissão,
brasileiro, adota-se a Teoria da Ubiquidade, conforme bem como o lugar onde se produziu ou deveria

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produzir-se o resultado. ADMINISTRATIVA Ainda que se trate de tentativa
R: Certo. No que tange ao lugar do crime, o Código delituosa, considera-se lugar do crime não só aquele
Penal Brasileiro adotou a Teoria da Ubiquidade ou onde o agente tiver praticado atos executórios, mas
Mista, positivada em seu Art. 6°: “Considera-se prati- também aquele onde deveria produzir-se o resulta-
cado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou do.
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se R: Certo. A Teoria da Ubiquidade ou Mista abrange
produziu ou deveria produzir-se o resultado”. também o crime tentado (“...ou deveria produzir-se o
resultado”).
CESPE – 2015 - TJ-DFT - TÉCNICO JUDICIÁRIO –

ATENÇÃO:
A Teoria da Ubiquidade será aplicada nos casos de crime a distância, em que ocorre um conflito internacional de
jurisdição.
Nos crimes plurilocais, em que ocorre mero conflito interno de competência jurisdicional deve ser adotada a Teoria do
Resultado, sendo competente para julgamento a autoridade judicial do lugar em que o resultado tiver ocorrido,
ressalvadas algumas exceções: crimes contra a vida (permitem a adoção da Teoria da Atividade, tendo em vista a
maior facilidade de conseguir provas dos crimes na jurisdição do local), crimes de menor potencial ofensivo (será do
lugar em que foi praticada a infração penal, adotando-se assim a teoria da atividade); (atos infracionais (deve ser
aplicado o ECA, ou seja, local da ação ou omissão, adotando-se, assim, a Teoria da Atividade); e crimes falimentares.

PRINCÍPIOS APLICÁVEIS À TERRITORIALIDADE


A Territorialidade indica que a lei penal brasileira será aplicada para os crimes ocorridos em território nacional,
ainda que seja considerado um território ficto (aeronaves públicas). Já a Extraterritorialidade dispõe que a lei
penal brasileira poderá ser aplicada, excepcionalmente, quando o crime ocorreu fora do território nacional.
Assim, se a Infração Penal for praticada FORA do território nacional brasileiro, existe a possibilidade de ser
aplicada a lei brasileira. São os casos de Extraterritorialidade da lei penal brasileira, vejamos:
Quando o bem jurídico lesado (ou colocado em perigo) for
Princípio da Defesa
brasileiro, não importando o local da infração penal ou a
ou Real ou Proteção
nacionalidade do sujeito ativo.
DA EXTRATERRITORIALIDADE
PRINCÍPIOS JUSTIFICADORES

Quando o sujeito ativo for brasileiro, pouco importando o


Princípio da Personalidade ou
local do crime, a nacionalidade da vítima ou do
Nacionalidade Ativa
bem jurídico lesionado.

Princípio da Personalidade ou Quando o sujeito passivo for brasileiro, pouco importando o


Nacionalidade Passiva local do crime ou a nacionalidade do autor.

Princípio da Representação Crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas


(do Pavilhão, da Bandeira, da brasileiras, quando praticados no estrangeiro e
Substituição) aí não sejam julgados.
Quando o autor do delito for encontrado em território
brasileiro, não importando a sua nacionalidade, a nacionali-
Princípio da Justiça Universal dade do bem jurídico lesado ou a nacionalidade do local do
(Justiça Cosmopolita) crime. Fundamenta-se no dever solidário que vários países
assumem de reprimir determinados delitos por
meio de tratados internacionais.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE A aplicação da lei penal brasileira a cidadão brasileiro que cometa
crime no exterior é possível, de acordo com o princípio da defesa.
R: Errado. O que justifica a aplicação da lei penal brasileira ao cidadão brasileiro que cometa crime no exterior é
o princípio da nacionalidade ativa.

EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
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I - os CRIMES: Contra o PR é só vida ou liberdade,
a) Contra a VIDA ou a LIBERDADE do Presidente da República; não engloba patrimônio.
b) Contra o PATRIMÔNIO ou a FÉ PÚBLICA;
Extraterritorialidade
INCONDICIONADA
Da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de
economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;
- Por quem está a seu serviço;
d) de GENOCÍDIO;
- Quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Obs.: Quando se tratar de genocídio praticado por brasileiro ou domiciliado no Brasil, há certa divergência
doutrinária acerca do princípio aplicado (justiça universal; defesa; nacionalidade ativa).
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no
estrangeiro.
II - os CRIMES:
a) que, por TRATADO ou CONVENÇÃO, o Brasil se obrigou a reprimir;
Extraterritorialidade

b) PRATICADOS POR BRASILEIRO;


CONDICIONADA

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando


em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes CONDIÇÕES:
a) Entrar o agente no território nacional;
b) Ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
segundo a lei mais favorável.
HIPERCONDICIONADA
Extraterritorialidade

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também


- Ao crime cometido por estrangeiro;
- Contra brasileiro fora do Brasil;
- Se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2019 - TJ-DFT/TITULAR DE SERVIÇOS DE
NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO Crime prati- que esteja a serviço do governo braileiro será consi-
cado em aeronave brasileira de propriedade privada derado extensão do território nacional, independen-
em território estrangeiro não se sujeita à lei penal temente de onde se encontrar. Significa dizer que a
brasileira, mesmo que não seja julgado no exterior. aludida embarcação é considerada extensão territo-
R: Errado. No caso de não ser julgado no exterior, rial para fins penais. O mesmo se aplica para
será o caso da extraterritorialidade condicionada, aeronaves que estejam a serviço do governo brasilei-
aplicando-se a lei penal brasileira, no que segue o art. ro, bem como para navio e aeronaves brasileiras, de
7°, II, c do CPB. natureza pública, de acordo com o que dispõe o art.
5°, §1° do CPB.
CESPE -2018 – EMAP - ANALISTA PORTUÁRIO -
ÁREA JURÍDICA Aplica-se a lei penal brasileira a CESPE – 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE De
crimes cometidos dentro de navio que esteja a acordo com o princípio da representação, a lei penal
serviço do governo brasileiro, ainda que a embar- brasileira poderá ser aplicada a delitos cometidos em
cação esteja ancorada em território estrangeiro. aeronaves ou embarcações brasileiras privadas,
R: Certo. Pelo principio da territorialidade, um navio quando estes delitos ocorrerem no estrangeiro e aí

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não forem julgados. ocorrer fora do território nacional. A questão traz
R: Certo.Trata-se do principio da Representação (do um caso de extraterritorialidade condicionada,
Pavilhão, da Bandeira, da Substituição), que sustenta aplicando-se a lei penal brasileira, conforme o art. 7°,
a aplicação da Lei Penal Brasileira quando o crime II, c do CPB.

PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO E EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA


Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
nela é computada, quando idênticas.

Crimes DIFERENTES cuja pena Quando a pena ATENUA


seja cumprida no estrangeiro aplicada no Brasil a pena aqui imposta

Crimes IDÊNTICOS cuja pena Quando a pena COMPUTA (subtrai)


cumprida no estrangeiro aplicada no Brasil a pena aqui imposta

REQUISITOS ESPECÍFICOS

Para obrigar a reparação do


A sentença estrangeira, Para obrigar o condenado a reparar o
dano, restituições e outros
em regra, não produz dano, a restrições e outros efeitos civis
efeitos civis; e sujeitar
nenhum efeito. Porém, Exige: pedido da parte interessada.
o agente ao cumprimento
há exceções: Art. 9°, I c/c parágrafo único, “a” do CPB
de medida de segurança.

Para outros efeitos (medida de segurança)


Requisitos genéricos Exige: existência de tratado de
para homologação : prova do extradição com o país cuja autoridade
trânsito em julgado no judiciária emanou a sentença. (Na falta
estrangeiro; e homologação de tratado, requisição do MJ).
feita pelo STJ. Art. 9°, II c/c parágrafo único, “b” do CPB

Súmula 420 do STF: não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2013 - DEPEN A homologação de sentença
estrangeira no Brasil, nos casos em que a aplicação da quando for o caso de obrigar o condenado à repa-
lei brasileira produza na espécie as mesmas conse- ração do dano, a restituições e a outros efeitos civis
quências, independe de pedido da parte interessada, (art. 9°, I do CPB). No entanto, para o reconhecimen-
a fim de obrigar o condenado a reparar o dano. to da reincidência, independe de homologação, de
R: Errado. Nesse caso, dependerá de pedido da parte acordo com o que dispõe a doutrina e o art. 63 do
interessada. Trata-se da inteligência do art. 9°, I c/c CPB.
parágrafo único, “a” do CPB. CESPE – 2013 – MPU - ANALISTA A homologação
de sentença estrangeira para obrigar condenado à
CESPE – 2012 - AUDITOR DE CONTROLE EXTER- reparação de dano requer a existência de tratado de
NO – TCE/ES A eficácia da sentença penal conde- extradição com o país de cuja autoridade judiciária
natória proferida no estrangeiro depende de emanou a sentença.
homologação tanto para obrigar o condenado à repa- R: Errado. A homologação de sentença estrangeira
ração do dano, a restituições e a outros efeitos civis para obrigar condenado à reparação de dano
quanto para o reconhecimento da reincidência. dependerá de pedido da parte interessada. Para obri-
R: Errado. A primeira parte da questão encontra-se gar o condenado a reparar o dano, não depende da
correta, visto que a sentença estrangeira, para ser existência de tratado de extradição com o país de
homologada no Brasil, “depende de homologação” cuja autoridade judiciária emanou a setença.

CONTAGEM DE PRAZO
Art. 10. O dia do começo INCLUI-SE no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário
comum.

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CONTAGEM DE PRAZO
PENAL PROCESSUAL PENAL
INCLUI o dia do começo, exclui o dia do vencimento NÃO inclui o dia do começo, mas sim o do vencimento
(Art. 798, §1º, CPP)

Prazos IMPRORROGÁVEIS Se terminar em domingo ou feriado, prorroga-se o


prazo para o próximo dia útil.
PODE SER SUSPENSO OU INTERROMPIDO

FATO TÍPICO E SEUS ELEMENTOS


É o comportamento que a lei tipifica penalmente, seja
Formal
crime ou contravenção penal

Trata-se de um conceito pré jurídico, ou seja, é aquele


comportamento humano voluntário causador de
Conceito de Crime Material
intolerável e relevante lesão ou perigo de lesão aos bens
jurídicos tutelados.

Analítico É o fato típico, ilícito e culpável (ELEMENTOS DO CRIME)

O Direito Penal brasileiro adotou o sistema dualista ou binário, subdividindo a infração penal (gênero) em duas
espécies: crime e contravenção penal.

Infração Penal

Contravenção Penal (- grave) Crime (+ grave)


Note, ambos são condutas humanas voluntárias que causam lesões a terceiros e são passíveis de sanção penal.
Resumindo, os comportamentos considerados mais gravosos serão definidos como crimes e os menos gravosos,
como contravenção.
Espécie de pena privativa de liberdade: De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal, aos crimes
serão aplicadas penas de reclusão e detenção, enquanto às contravenções penais, somente a prisão simples.

Reclusão Detenção Prisão Simples


Crime Crime Contravenção Penal
Regime inicial de cumprimento da Regime inicial de cumprimento Regime inicial de cumprimento
pena: da pena: da pena:
− Fechado; − Semiaberto; e − Semiaberto; e
− Semiaberto; e − Aberto. − Aberto.
− Aberto Obs.: Admite-se o regime Obs.: Não se admite o regime
fechado por meio de regressão. fechado em nenhuma hipótese
(sem rigor penitenciário).

SUBSTRATOS DO CRIME
São os elementos que compõem a infração penal conforme o conceito analítico de infração penal: FATO TÍPICO,
ILÍCITO e CULPÁVEL (teoria tripartida). Essa é a teoria predominante no Brasil, apesar de alguns doutrinadores
não concordarem.
Elementos do Crime

Fato Típico Ilícito (Antijurídico) Culpável

Para que se possa falar em crime é necessário que exista cada um desses elementos ou três substratos, ou seja,
só há crime quando se está diante de um fato típico, ilícito e culpável.
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Fato Típico Ilícito Culpável
É o comportamento humano É o fato típico não justificado. A É o juízo de reprovação social que
voluntário causador de um ilicitude espelha a contrariedade recai sobre o agente que podendo
resultado que se amolda entre o fato típico e o ordenamento agir em conformidade com o
perfeitamente a um tipo penal jurídico. direito, optou livremente por agir
incriminador. em desconformidade.
Causas excludentes da ilicitude
Composto por quatro elementos: (justificantes ou discriminantes): Elementos da culpabilidade:
- Conduta; - Estado de necessidade; - Imputabilidade;
- Resultado; - Legítima defesa; - Potencial consciência da
- Nexo causal; - Estrito cumprimento de dever ilicitude;
- Tipicidade. legal; - Exigibilidade de conduta
- Exercício regular de direito; diversa.
- Consentimento do ofendido
(supralegal).
FATO TÍPICO
Iniciaremos o estudo dos elementos do crime pelo primeiro substrato que o compõe, o fato típico. Para entender
o fato típico, é necessário estudar os elementos que o integram: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade.

Comportamento Comissiva ou omissiva Dolosa ou culposa


humano voluntário
psiquicamente
Caso fortuito ou de Coação física
dirigido a um fim
Conduta força maior irresistível
(consciência)
Atos involuntários Erro de tipo essencial
(Estado de inevitável
Causas de exclusão inconsciência completa Erro de tipo essencial
da conduta: e movimentos reflexos) evitável

ESPÉCIES DE CONDUTA
As condutas podem ser classificadas quanto à forma de exteriorização da vontade (comissiva ou omissiva) e
quanto à voluntariedade (dolosa ou culposa).
Crime Comissivo Crime Doloso
Ação que viola um tipo proibitivo. É a vontade consciente dirigida a realizar (ou aceitar
realizar) a conduta descrita no tipo penal.
Crime Omissivo Crime Culposo
Deixar de realizar uma ação/conduta a qual o agente O agente não pretende produzir o resultado criminoso.
era obrigado a realizar (viola um dever Seu comportamento se dirige a um fim lícito, mas, por
mandamental). acidente, acaba produzindo um resultado ilícito.
- A OMISSÃO é PENALMENTE RELEVANTE quando o agente devia e podia agir para evitar o resultado.
- O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. Ex.: bombeiros, policiais, pais em relação aos filhos
menores;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Ex.: salva-vidas, segurança, guia-turístico;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Ex.: incêndio ocorrido na boate Kiss,
na cidade de Santa Maria.
OMISSIVOS PRÓPRIOS OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (comissivo por omissão)
- Conduta omissiva descrita em tipo penal específico. - Qualquer omissão que cause resultado lesivo;
Ex.: omissão de socorro (art. 135) e omissão de - Somente determinadas pessoas possuem o dever de
notificação de doença (art. 269). agir (art. 13, §2º do CP), são os famosos “garantes”;
- O tipo penal é dirigido a todas as pessoas; - Violação de um tipo proibitivo (por omissão);
- Violação de um tipo mandamental; - Determinadas pessoas devem agir para evitar qual-
- Qualquer pessoa deve agir para evitar determinados quer resultado lesivo. Ex.: bombeiro, que possui o dever
resultados. de agir, deixa de prestar socorro de forma proposital.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal - Uma pessoa que tenha condições e o dever
de agir em determinada situação, mas não o faz, comete crime omissivo impróprio, passando a responder
pelo resultado da omissão.

R: Certo. Nesse caso, como o omitente tinha o dever/obrigação de agir, responderá pelo resultado como se
o tivesse provocado, configurando, assim, um crime comissivo por omissão ou omissão imprópria.

CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA


Caso fortuito ou de força maior: São fatos imprevisíveis e/ou inevitáveis, não dominados pela vontade do homem
(e por essa razão não caracterizam conduta criminosa).

Atos involuntários: É a incapacidade de o agente dirigir sua conduta para uma finalidade predeterminada.
- Estado de inconsciência completa: ex.: sonambulismo e hipnose.
- Movimentos reflexos: reação incontrolável a estímulos externos. Ex.: espasmo muscular.

Coação física irresistível: É o caso em que o agente não consegue determinar seus movimentos de acordo com
sua vontade, por razões de forças externas. Ou seja, um terceiro age diretamente sobre o corpo da vítima
obrigando-a a realizar ou deixar de realizar um ato contra sua vontade. Ex.: Uma pessoa de grande porte físico
pressiona o dedo da pessoa coagida contra o gatilho do revólver, fazendo com que ocorra um disparo contra um
terceiro.

Ou, o caso do bombeiro, impedido de cumprir seu dever legal e salvar uma criança, por ter sido segurado pelos
amigos, os quais não queriam vê-lo exposto a uma situação de perigo. Fonte: Capez, Fernando. Curso de Direito
Penal: Parte Geral (artigos 1º ao 120) - 23ª edição, SARAIVA, 2019.

ATENÇÃO

COAÇÃO FÍSICA -> Exclui o FATO TÍPICO COAÇÃO MORAL -> Exclui a CULPABILIDADE

CONDUTAS DOLOSA E CULPOSA

Doloso Culposo
Quando o agente: Quando o agente:
- quis o resultado ou - deu causa ao resultado por
- assumiu o risco de produzi-lo. imprudência, negligência ou imperícia.

TEORIAS DO DOLO ELEMENTOS DA CULPA

Teoria da vontade: para a teoria da − Comportamento humano voluntário;


vontade, o dolo existe quando o agente − Resultado delituoso involuntário;
possui a vontade consciente de praticar − Nexo de causalidade;
a infração penal. − Violação de um dever de cuidado
Teoria do consentimento/assentimen- objetivo;
to: para essa teoria, existirá o dolo − Previsibilidade do resultado lesivo
sempre que o agente tiver a previsão do involuntário;
resultado como possível, mas, ainda − Tipicidade da figura culposa.
assim, decide continuar com a conduta,
assumindo o risco. É o que conhecemos
por dolo eventual.

§Art. 18, § único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão
quando o pratica dolosamente.

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Dolo Culpa
O agente prevê um resultado específico e dirige O agente prevê o resultado, mas acredita poder
sua conduta para a realização desse resultado. evitá-lo com suas habilidades.
Subdivide-se em:
Dolo de 1º Grau: Recai sobre o resultado
almejado sobre o agente.

Consciente
Direto

Dolo de 2º Grau: Recai sobre os meios


escolhidos para atingir o resultado pretendido.
Ex.: O agente deseja matar um desafeto e
coloca uma bomba no avião (meio de execução)
em que ele viajará. É certo que ele matará seu
desafeto (dolo de 1º grau), porém todos os
outros passageiros também morrerão (dolo de
2º grau).

O agente, com a sua conduta, prevê pluralidade O agente não prevê o resultado que lhe era

Inconsciente
Indireto

de resultados e, no mínimo, aceita produzir previsível.


mais de um deles. Subdivide-se em: dolo
eventual e dolo alternativo.

O agente prevê pluralidade de resultados, O agente não quer e não assume o risco de
Eventual

dirigindo sua conduta para realizar um deles, produzir o resultado, mas acaba lhe dando
Própria

não se importando se o resultado for o mais causa por negligência, imprudência ou


grave. imperícia.
Alternativo

O agente prevê uma pluralidade de resultados, O sujeito prevê o resultado, deseja sua
Imprópria

dirigindo sua conduta para realizar qualquer produção, realiza a conduta, no entanto, incide
deles. Ex.: Pouco importa se vai lesionar ou em erro inescusável quanto à ilicitude do fato.
matar, o que deseja é atingir. Descriminante putativa (art. 20, § 1 °, do CP).

Modalidades de Culpa

Imprudência Negligência Imperícia


é uma ação precipitada, sem É uma omissão, ou melhor, é a falta de aptidão técnica
cuidado! Considerada uma uma falta de precaução/zelo. para o exercício de arte, ofício
forma positiva de culpa. Considerada uma forma ou profissão.
negativa de culpa.

Muita atenção! NÃO CONFUNDA DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE. Em ambos, o agente prevê a
ocorrência do resultado lesivo, entretanto, na culpa consciente, o agente acredita poder evitar o resultado lesivo,
enquanto no dolo eventual, ele realmente assume o risco de produzir.

PRETERDOLO

Quando se tem um crime DOLOSO intencional, e este é agravado de maneira CULPOSA, estamos diante de um
crime preterdoloso. (DOLO no antecedente e CULPA no consequente)
Ex.: Lesão corporal seguida de morte.
• É uma das espécies de crimes qualificados pelo resultado.
Art. 19 do CP: Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só
responde o agente que o houver causado ao menos culposamente.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial R: Errado. Trata-se de culpa consciente. Segundo
Rodoviário Federal - A negligência, como Fernando Capez, em seu Direito Penal, Parte
modalidade de conduta, é caracterizada quando o Geral, "a culpa consciente difere do dolo eventual
agente do delito demonstra inaptidão técnica em porque neste o agente prevê o resultado, mas não
profissão ou atividade. se importa que ele ocorra, ao passo que na culpa
consciente, embora prevendo o que possa vir a
R: Errado. O conceito trazido na questão refere-se acontecer, o agente repudia essa possibilidade.”
à imperícia e não à negligência, visto que esta é
uma forma negativa de culpa, ou seja, quando o CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial
agente age de forma omissa, sem cuidado. Rodoviário Federal - O condutor de um veículo
que tinha a intenção de atropelar o pedestre A,
CESPE / CEBRASPE - 2019 - PRF - Policial mas acaba atropelando o pedestre B, deverá
Rodoviário Federal - Cleiton, policial rodoviário responder pelo delito, estando caracterizado,
federal e professor de curso de direção defensiva e nesse caso, o dolo alternativo.
ofensiva, viajava de carro com sua namorada,
Gisele. Durante a viagem, Gisele reclamou da alta R: Certo. Cuidado, pois essa questão exigia um
velocidade empreendida pelo namorado e o aprofundamento do dolo alternativo, vejamos o
alertou da possibilidade de causar um acidente, entendimento de Rogério Greco em seu Curso de
tendo em vista o tempo chuvoso. Cleiton, por sua Direito Penal, Volume 1, Parte Geral: ”O dolo
vez, respondeu que nada aconteceria, porque ele indireto, a seu turno, pode ser dividido em
era um profissional competente, de excelência, alternativo e eventual. O dolo indireto alternativo,
que ensinava outros policiais rodoviários federais a nas lições de Fernando Galvão, 'apresenta-se
pilotarem viaturas. Entretanto, durante uma curva, quando o aspecto volitivo do agente se encontra
o veículo derrapou na pista molhada, o carro ficou direcionado, de maneira alternativa, seja em
desgovernado, capotou e Gisele faleceu relação a resultado ou em relação à pessoa contra
instantaneamente. Cleiton sofreu pequenas a qual o crime é cometido.' Quando a
escoriações. A perícia feita no local constatou alternatividade do dolo disser respeito ao
excesso de velocidade. A partir dessa situação resultado, fala-se em alternatividade objetiva;
hipotética, julgue o item seguinte. Cleiton agiu quando a alternatividade se referir à pessoa contra
com dolo eventual, devendo responder pela a qual o agente dirige sua conduta, a
prática de homicídio doloso. alternatividade será subjetiva".

RESULTADO

naturalístico É aquele que modifica o mundo exterior de forma perceptível. Ex.: Homicídio
Da conduta (material) Não são todos os crimes que geram essa alteração no mundo exterior.
surgem dois
resultados: normativo É a lesão ou perigo de lesão aos bens jurídicos tutelados pelo direito penal.
(jurídico) Todo crime possui um resultado jurídico.
Portanto, todo crime produz um resultado normativo, mas nem todo crime produz resultado naturalístico.

NEXO DE CAUSALIDADE
O nexo de causalidade é o elemento do fato típico que faz uma ligação entre a conduta praticada pelo agente e o
resultado dela proveniente.
Art. 13, CP:
O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
− Causa é todo fato sem o qual o resultado não teria ocorrido – regresso ao infinito (TEORIA DA EQUIVALÊNCIA
DOS ANTECEDENTES - conditio sine qua non).
− Concausas: É a convergência de uma causa externa com a vontade do autor e que influencia, de forma direta,
na produção do resultado por ele pretendido.

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são causas externas que produzem o resultado
desejado, sem nenhuma relação com a
conduta praticada pelo agente.
absolutamente
independentes impedem a responsabilização do agente.

podem ser: preexistentes, concomitantes ou


supervenientes.
CONCAUSAS
são as causas externas que se originam da
conduta praticada pelo agente, ou seja, a
conduta do agente é essencial/indispensável
para a produção do resultado.
relativamente
independentes Não impedem a responsabilização do agente.

podem ser: preexistente, concomitantes ou


supervenientes.

“A” efetua disparos em “B”, que havia Responderá apenas por TENTATIVA de
Independentes
Absolutamente

Preexistente ingerido veneno minutos antes e veio a homicídio.


morrer envenenado.
“A” efetua disparos em “B” no mesmo Responderá apenas por TENTATIVA de
Concomitante momento em que um guincho cai sobre homicídio.
ele.

“A” envenena “B”, porém antes do veneno Responderá apenas por TENTATIVA de
Superveniente
fazer efeito, “B” é atropelado por “C”. homicídio.
Relativamente
Independentes

“A” efetua um golpe de faca de raspão em


Responderá por homicídio
“B”, que é hemofílico. Em regra, esse
CONSUMADO, visto que seu
Preexistente ferimento não seria capaz de causar a
comportamento foi essencial para a
morte, entretanto, por se tratar de uma
produção do resultado.
vítima hemofílica, a lesão ocasionou a
morte.
Responderá por homicídio
“A” erra o tiro em “B” tentando matá-lo.
CONSUMADO, visto que seu
Concomitante Porém, com o susto do disparo sofre um
comportamento foi essencial para a
infarto fulminante.
produção do resultado.
“A” atira em “B”, que é socorrido a tempo Responderá por homicídio
Superveniente e levado ao hospital. Após passar por CONSUMADO, visto que seu
(que NÃO produz por cirurgia e estar fora de perigo, contrai comportamento foi essencial para a
si só o resultado) uma infecção hospitalar e falece em razão produção do resultado.
disso.
“A” atira em “B”, que é socorrido e levado O agente responderá apenas por
ao hospital. Enquanto se recuperava com TENTATIVA de homicídio, já que o
êxito, o teto do hospital desaba sobre sua resultado morte não lhe pode ser
cabeça, ocasionando sua morte. Note imputado, tendo em vista que sua
que não é comum que uma vítima de conduta não foi causa adequada para a
Superveniente disparo de arma de fogo morra em razão
(que produz por produção do resultado morte da forma
si só o resultado) do desabamento do teto do hospital onde como ocorrido.
recebia tratamento (não há causalidade
Teoria da adequada). A queda do teto produziu por
causalidade si só o resultado, pois sai da linha de
adequada desdobramento normal da conduta do
agente.
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TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: Não basta que o agente tenha praticado uma conduta que concorra de
qualquer modo para o resultado, é necessário que ela tenha sido adequada (idônea) para a produção do resultado.

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: É criada com a finalidade de limitar a responsabilidade penal do agente,
sem ter que analisar o elemento subjetivo do autor.

Para que se possa considerar um comportamento como causa objetiva de um resultado, não basta existir nexo
físico entre eles. É necessário que o agente tenha criado ou aumentado um risco proibido e que esse risco criado
seja realizado no resultado.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público - A omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
superveniência de causa relativamente O dever de agir incumbe a quem:
independente da conduta do agente excluirá a a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
imputação do resultado nos casos em que, por si vigilância;
só, ela tiver produzido o resultado. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de
impedir o resultado;
R: Certo. É o que traz a teoria da causalidade c) com seu comportamento anterior, criou o risco
adequada: não basta que o agente tenha praticado da ocorrência do resultado.
uma conduta que concorra de qualquer modo para
o resultado, é necessário que ela tenha sido CESPE - 2016 - TCE-PR - Analista de Controle –
adequada para a produção do resultado. Nesse ADAPTADA - As causas concomitantes
caso, o agente responde apenas por tentativa. absolutamente independentes não possuem
relação de causalidade com a conduta do sujeito e
CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Técnico excluem o nexo causal.
Judiciário - Antônio, renomado cientista, ao
desenvolver uma R: Certo. As concausas absolutamente
atividade habitual, em razão da pressa para independentes não se ligam à conduta do agente
entregar determinado produto, foi omisso ao não para produzir o resultado, ou seja, elas produzem o
tomar todas as precauções no preparo de uma fase resultado por si só, excluindo o nexo causal.
do procedimento laboratorial, o que acabou
ocasionando dano à integridade física de uma CESPE - 2015 - AGU - Advogado da União - Como
pessoa. Acerca dessa situação hipotética, julgue o a relação de causalidade constitui elemento do
item a seguir. tipo penal no direito brasileiro, foi adotada como
regra, no CP, a teoria da causalidade adequada,
A omissão de Antônio é penalmente relevante também conhecida como teoria da equivalência
porque foi esse comportamento que criou o risco dos antecedentes causais.
de ocorrência do resultado danoso à integridade
física. R: Errado. Muito cuidado, a teoria da causalidade
não é sinônimo de teoria da equivalência dos
R: Certo. Diante da omissão de Antônio nos antecedentes. Lembre-se, a teoria da equivalência
procedimentos que foi criado o risco. Vejamos: dos antecedentes ou teoria da condição simples é
Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, a regra, já a teoria da causalidade adequada é a
de 11.7.1984) exceção.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o

TIPICIDADE

Tipicidade Penal
= Tipicidade Formal
É a conformidade do fato ao
+ Tipicidade Material

Relevância da lesão ou
tipo penal. Ou seja, é a perigo de lesão ao bem
adequação do ato praticado jurídico tutelado.
pelo agente com aquilo que
está previsto na norma.
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Atenção!
1) A tipicidade penal é a soma da tipicidade formal com a tipicidade material (TEORIA CLÁSSICA);
2) Sempre que existir uma conduta sem relevante lesão ao bem jurídico, estaremos diante da aplicação do
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. Logo, a tipicidade material será afastada.

CRIME CONSUMADO E TENTADO

ITER CRIMINIS: É o caminho percorrido pelo crime. Divide-se em quatro fases:

1) Cogitação: É somente a ideia do crime na mente do autor (fase interna). É impunível.


2) Preparação: São todos os atos que antecedem à execução. Em regra, a preparação também será impunível (há
exceções).
3) Execução: Inicia-se com a prática do primeiro ato idôneo e inequívoco tendente à consumação do crime.
(Momento em que torna possível a tentativa).
4) Consumação: É a conclusão do crime. Fase que encerra o iter criminis.

Iter Criminis Exaurimento

Cogitação Preparação Execução Consumação

Tentativa Arrependimento Eficaz


Entre a execução e a consumação, podem
aparecer quatro institutos do Direito Penal:
Desistência Voluntária Crime Impossível

Obs.: O exaurimento é um momento posterior à consumação do delito, não é uma fase do iter criminis.

O exaurimento pode ser:

Circunstância
judicial desfavorável Qualificadora Aumento de Pena Delito Autônomo

ELEMENTOS DA TENTATIVA
− Início da execução;
− Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente;
− Dolo de consumação;
− Resultado possível.

Art. 14.
Diz-se o crime: (...)
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

ELEMENTOS DA TENTATIVA
Teoria objetiva (REGRA): Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a mesma pena do crime
consumado reduzida de 1/3 a 2/3. (CAUSA OBRIGATÓRIA DE DIMINUIÇÃO DE PENA).
- Existem crimes em que legislador optou por punir a tentativa e a consumação com a mesma intensidade
(adotando, portanto, a teoria subjetiva).

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CRIMES QUE NÂO ADMITEM TENTATIVA

C ulposos próprios (aqueles crimes que não possuem dolo na sua consumação);
C ontravenções penais (são aquelas infrações menos graves quando comparadas aos crimes, sem rigor penitenciário);
H abituais (atos reiterados que caracterizam um estilo de vida do agente);
O missivos próprios (são aqueles em que o próprio tipo penal descreve as condutas omissivas);
U nissubsistentes (infrações que se consumam com um único ato);
P reterdolosos (crimes em que o agente tem dolo no antecedente e culpa no consequente);
A tentado/Empreendimento (são aqueles que preveem expressamente a conduta de tentar o resultado).

ESPÉCIES DE TENTATIVA

O agente inicia a execução, porém não consegue usar todos os meios que
Tentativa imperfeita/inacabada
havia planejado. Por razões alheias à sua vontade, o crime não se consuma.
Tentativa O agente inicia a execução e utiliza todos os meios que havia planejado,
perfeita/acabada/crime falho porém o crime não se consuma por razões alheias à sua vontade.

Tentativa vermelha/cruenta O objeto material do delito é atingido pela conduta do agente.

O objeto material do delito não chega a ser atingido pela


Tentativa branca/incruenta
conduta do agente.
O resultado é possível de ser alcançado, porém não ocorre por razões
Tentativa idônea
alheias à sua vontade.
Tentativa inidônea O resultado é impossível de ser alcançado (absoluta ineficácia do meio ou
= crime impossível absoluta impropriedade do objeto material).

DESISTÊNCIA ARREPENDIMENTO ARREPENDIMENTO


TENTATIVA (Art. 14, II)
VOLUNTÁRIA (Art. 15) EFICAZ (Art. 15) POSTERIOR (Art. 16)

O agente não alcança O agente desiste de Conduta voluntária do Ocorre após a


o resultado por prosseguir por agente, que impede a consumação do crime.
circunstâncias alheias vontade própria, ou produção do - Crimes cometidos
a sua vontade. Ele seja, ele poderia resultado, após ter sem violência ou grave
queria prosseguir, mas prosseguir, mas não praticado todos os ameaça à pessoa;
não pôde. quis. atos executórios. - Reparado o dano ou
restituída a coisa até o
recebimento da
Só responde pelos Só responde pelos denúncia ou queixa;
atos já praticados. atos já praticados. - Por ato voluntário do
Diminuição de 1/3 a agente.
2/3 da pena. (Causa Doutrina majoritária: entende ser causa de
obrigatória de extinção da tipicidade (nesse caso se comunica aos
Diminuição de 1/3 a
redução). coautores).
2/3 da pena. (Causa
Doutrina minoritária: entende ser causa de
obrigatória de
extinção da punibilidade (nesse caso não
redução).
se comunica aos coautores).

CRIME IMPOSSÍVEL
Meio utilizado para realizar a conduta.
Art. 17. Não se pune a tentativa quando: Ex.: arma de brinquedo.
- por ineficácia absoluta do MEIO ou
- por absoluta impropriedade do OBJETO,
- é impossível CONSUMAR-SE o crime. Material/objeto do crime. Ex.: Tentar matar cadáver
ou praticar aborto em mulher que não está grávida.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2019 - PRF - Policial disciplinado na primeira parte do artigo 15 do


Rodoviário Federal – Vitor, namorado de Ana, Código Penal, que traz a seguinte redação: "o
motivado por ciúmes, resolveu matar o agente que, voluntariamente, desiste de
ex-namorado dela, Bruno. Adquiriu, ilegalmente, prosseguir na execução ou impede que o resultado
uma arma de fogo para executar o crime e a se produza, só responde pelos atos já praticados".
guardou dentro de um armário em seu quarto.
Vitor, então, mandou uma mensagem para Bruno CESPE - 2018 - SEFAZ-RS – ADAPTADA - Os
pelo celular de Ana, fingindo ser ela e combinou de únicos tipos de crimes que admitem tentativa são
se encontrarem no dia seguinte. Bruno, pensando os culposos, preterdolos e permanentes.
estar conversando com Ana, aceitou o convite. R: Errado. Os crimes culposos e os preterdolosos
Durante a noite, Vitor desistiu de executar o crime. não admitem tentativa, apenas os crimes
No dia seguinte, foi ao shopping e lá foi preso, pois permanentes.
Bruno havia descoberto o plano e avisado à
polícia. Acerca dessa situação hipotética, julgue o CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de
seguinte item. Notas e de Registros - ADAPTADA - Não se
admite o arrependimento eficaz após a
A polícia agiu de forma correta ao prender Vitor, consumação do delito, de modo que o agente não
que responderá por tentativa de homicídio. será beneficiado com a causa de exclusão de
tipicidade.
R: Errado. Vitor praticou atos preparatórios com o
intuito de consumar o delito. Entretanto, antes de R: Certo. Para que o agente obtenha o benefício
dar início os atos executórios imprescindíveis para do arrependimento eficaz, o delito não pode ter se
a consumação do crime, o agente desistiu de consumado. Ou seja, após ter praticado todos os
prosseguir com a sua execução. Trata-se, portanto, atos executórios, o agente age de modo a impedir
de desistência voluntária, fenômeno jurídico a produção do resultado.

ILICITUDE E CAUSAS DE EXCLUSÃO


Fala-se em ilicitude ou antijuridicidade quando há uma contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico.

Art. 23. Não há crime quando o


agente pratica o fato:

I - em estado de III - em estrito


IV - no exercício
necessidade II - em legítima defesa cumprimento do
regular de direito
dever legal

- Se há tipicidade da conduta, presume-se que há ilicitude.


- Porém, essa ilicitude pode estar amparada por alguma excludente.

ESTADO DE NECESSIDADE
Art. 24. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, DIREITO próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§1º - NÃO PODE ALEGAR estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
− O Direito Penal adota a teoria unitária;
− São dois ou mais bens jurídicos em perigo;
− É possível estado de necessidade recíproco;
− O perigo deve ser atual;
− O furto famélico pode ser reconhecido como estado de necessidade.
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para proteger, o agente atinge bem
Defensivo Não é necessário reperar os danos.
Estado de jurídico do próprio causador do perigo
Necessidade
para proteger, o agente atinge Deverá reparar os danos ao terceiro,
Agressivo
bem jurídico de terceiro inocente. sendo cabível ação regressiva.

TEORIA UNITÁRIA

Estado de Necessidade Justificante Estado de Necessidade Exculpante


Não há que se falar em estado de necessidade
Bem jurídico sacrificado deve ter exculpante na teoria unitária. Se o bem jurídico
valor igual ou inferior ao bem sacrificado tiver valor superior ao bem jurídico
jurídico protegido protegido não exclui a ilicitude, mas a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.

LEGÍTIMA DEFESA

Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

§ único: Considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de
agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
− A agressão deve ser: INJUSTA e ATUAL ou IMINENTE.
− É possível a legítima defesa sucessiva. Ocorre quando a vítima excede nos meios usados em sua defesa;
− Uso moderado dos meios necessários;
− Não há legítima defesa recíproca;
− É possível legítima defesa de pessoas jurídicas, particulares ou públicas;
− É possível legítima defesa do feto;
− Erro na execução da legítima defesa: art. 73: Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o
agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa. Responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
− Legítima defesa PUTATIVA: É a legítima defesa imaginária. O indivíduo age por acreditar estar sofrendo alguma
lesão ou perigo de lesão, ou seja, imagina estar agindo em legítima defesa.

para proteger o bem jurídico, a reação do agente configura


Agressiva ou Ativa
Legítima uma infração penal.
Defesa
para proteger o bem jurídico, o agente reage apenas para
Defensiva ou Passiva
impedir a agressão, sem praticar um fato típico.

Estrito Cumprimento do Dever Legal

São condutas praticadas por AGENTES PÚBLICOS que no desempenho de suas funções violam bem jurídico
tutelado pela norma penal.
− Considerações importantes sobre o estrito cumprimento do dever legal:
Atuação de acordo com os parâmetros legais;
Obrigações resultantes de lei;
Se o agente pratica determinado fato em desacordo com a lei, pode ocorrer excesso e não mais estará
acobertado pela excludente do estrito cumprimento do dever legal.

Exercício Regular de Direito

São condutas praticadas por CIDADÃO COMUM permitidas por lei e condicionadas à regularidade do
exercício desse direito.
− Exemplos:
− Prisão em flagrante por qualquer do povo;
− Pais que castigam o filho (moderadamente) com o propósito de educar.
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Legítima Defesa do “Sniper”
Alteração legislativa trazida pela Lei nº 13.964/19

Entende-se em legítima defesa o agente de segurança pública que, usando moderadamente dos meios
necessários, repele agressão ou risco de agressão à vítima mantida refém durante a prática de crimes.
Atenção: Em se tratando de vítima mantida refém, o agente público tem excluído a ilicitude por legítima
defesa de terceiro, não por estrito cumprimento do dever legal.

EXCESSO PUNÍVEL

Inicialmente, o indivíduo age amparado por uma excludente de ilicitude. Todavia, sua conduta passa a ser ilícita
por exceder/extrapolar os limites permitidos.
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I – em estado de necessidade;
II – em legítima defesa;
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

§ único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo EXCESSO doloso ou culposo.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal – (CRLV). Pamela entregou os documentos, mas
Age em legítima defesa o policial rodoviário estava muito nervosa, o que gerou desconfiança
federal que, aplicando técnicas de defesa policial, no policial, que, ao consultar o sistema, verificou
causa escoriações em um infrator que resiste à que o veículo era clonado. Pamela alegou que
prisão. tinha comprado o veículo de um amigo pelo preço
de mercado e que não sabia que o carro era
R: Errado. A atuação do policial no sentido de clonado. O policial, por sua vez, solicitou que
efetuar a prisão de um infrator está albergada pela Pamela saísse do veículo, mas ela se negou, então,
excludente de ilicitude do estrito cumprimento do o policial usou de força necessária para fazê-la
dever legal, prevista no inciso III do artigo 23 do cumprir a ordem. Em razão da conduta de Pamela,
Código Penal, e não pela legítima defesa. o policial realizou uma busca pessoal nela, fazendo
comentários sobre o corpo dela. Após a revista
CESPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal - pessoal, ele fez uma vistoria no veículo e revistou a
A conduta de um policial rodoviário federal de, no mochila dela. Pamela ficou constrangida com a
exercício da função, atirar e causar lesão corporal atitude do policial. Em seguida, ela foi presa em
em alguém poderá não ser considerada crime se flagrante. A respeito dessa situação hipotética,
ele comprovar alguma causa de exclusão de julgue o item subsequente. O policial rodoviário
antijuridicidade. agiu sem excesso ao utilizar força para retirar
Pamela, pois ele está amparado pela excludente de
R: Certo. Existem situações que legitimam o uso da ilicitude — estrito cumprimento do dever legal.
força por policiais, devendo, este, sempre respeitar
a necessidade, a conveniência e a R: Certo. Note que o policial fez uso de força
proporcionalidade. Com isso, é totalmente necessária para fazê-la cumprir a ordem, estando,
possível que um policial necessite agir em legítima assim, amparado pela excludente de ilicitude do
defesa, estando, neste caso, sua conduta estrito cumprimento do dever legal. Cuidado,
acobertada pela excludente de ilicitude. atente-se somente ao enunciado da pergunta e
esqueça os detalhes dispensáveis contados pela
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal - banca.
Durante operação em rodovia federal, uma equipe
da PRF abordou Pamela e solicitou a apresentação CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal -
de sua carteira nacional de habilitação (CNH) e do Em decorrência de um homicídio doloso praticado
certificado de registro e licenciamento de veículo com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários

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federais foram comunicados de que o autor do no estrito cumprimento de um dever legal, posto
delito se evadira por rodovia federal em um veículo que a atividade lhe é imposta pela lei.
cuja placa e características foram informadas. O
veículo foi abordado por policiais rodoviários CESPE - 2018 - PC-MA - Investigador de Polícia –
federais em um ponto de bloqueio montado cerca ADAPTADA - Durante o cumprimento de um
de 200 km do local do delito e que os policiais mandado de prisão a determinado indivíduo, este
acreditavam estar na rota de fuga do homicida. atirou em um investigador policial, o qual,
Dada voz de prisão ao condutor do veículo, foi revidando, atingiu fatalmente o agressor. Nessa
apreendida arma de fogo que estava em sua posse situação hipotética, a conduta do investigador
e que, supostamente, tinha sido utilizada no crime. configura estrito cumprimento do dever legal.
Considerando essa situação hipotética, julgue o
seguinte item. Quanto ao sujeito ativo da prisão, o R: Errado. Neste caso, a conduta do investigador
flagrante narrado é classificado como obrigatório, foi amparada pela legítima defesa própria, pois a
hipótese em que a ação de prender e as eventuais conduta de disparar contra o indivíduo só é
consequências físicas dela advindas em razão do permitida quando necessária para a proteção da
uso da força se encontram abrigadas pela vida ou integridade física própria ou de terceiros.
excludente de ilicitude denominada exercício Não há que se falar em estrito cumprimento de
regular de direito. dever legal, pois o policial não possui o dever legal
de matar ninguém.
R: Errado. Os policiais rodoviários federais não
agiram em exercício regular de um direito, mas sim

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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL

TÍTULO I – CRIMES CONTRA A PESSOA


CAPÍTULO I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA
HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES
Art. 121. Matar alguém: Pena: Reclusão, de 06 a 20 anos
Em regra, não será crime hediondo. Entretanto, quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio (homicídio condicional), ainda que por um só agente, será considerado hedion-
do (Art. 1º, I, da Lei 8.072/90).
Sujeito ativo: crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: crime comum, qualquer pessoa pode ser vítima.
Bem jurídico tutelado: vida extrauterina.
VIDA
INTRAUTERINA EXTRAUTERINA
Aborto Homicídio ou infanticídio
O que separa a vida intrauterina da extrauterina é o TRABALHO DE PARTO!
Ou seja, a vida extrauterina surge com o início do trabalho de parto MESMO QUE O NASCITURO AINDA NÃO
TENHA RESPIRADO.
Tipo subjetivo: dolo (direto ou eventual).
Consumação: consuma-se com a morte da vítima (delito material). Cessação da atividade encefálica.

1º Se o agente comete o crime IMPELIDO por:


− Motivo de relevante valor social; ou É sob o DOMÍNIO e não sob
− Motivo de relevante valor moral. INFLUÊNCIA. A influência é
OU sob o DOMÍNIO de: apenas atenuante genérica!
− Violenta emoção;
− Logo em seguida à injusta provocação da vítima, o juiz PODE (DEVE, pois é
direito subjetivo do réu) reduzir a pena de 1/6 a 1/3.
CASO DE
DIMINUIÇÃO
• As hipóteses legais de privilégio apresentam caráter subjetivo. Portanto, REDUÇÃO
DE PENA -
não se comunicam a eventuais coautores ou partícipes do crime. 1/6 A 1/3
HOMICÍDIO
• É possível o reconhecimento de homicídio privilegiado-qualificado ou
PRIVILEGIADO
homicídio híbrido, desde que as qualificadoras sejam de ordem objetiva.

Resumindo: Somente será possível o homicídio qualificado-privilegiado


quando a qualificadora for uma dentre as três abaixo:
• Meio cruel ou insidioso;
• Meio que dificulta ou impede a defesa;
• Feminicídio.

Atenção! O homicídio qualificado será SEMPRE hediondo (Lei 8.072/90, art.


1º, I).
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - Mediante: RECLUSÃO
HOMICÍDIO − PAGA ou PROMESSA de RECOMPENSA; 12 A 30
QUALIFICADO − ou por outro motivo TORPE; ANOS
II - por:
− motivo FÚTIL; Motivo torpe - vil, ignóbil, repugnante
Motivo fútil - desproporcional, insignificante

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III - com emprego de Homicídio qualificado pelo veneno: a vítima
− veneno; desconhece que está sendo envenenada.
− fogo;
− explosivo;
− asfixia;
− tortura; Insidioso: dissimulado, cilada.
− ou outro meio insidioso ou cruel;
− ou de que possa resultar perigo comum;
IV - cometido:
− à traição;
− de emboscada;
− ou mediante dissimulação ou outro recurso que o dificulte ou o torne RECLUSÃO
HOMICÍDIO impossível a defesa do ofendido; 12 A 30
QUALIFICADO V - para assegurar a: ANOS
− execução;
− ocultação;
− impunidade; ou
− vantagem de outro crime;
VI - Feminicídio contra:
− a mulher;
− por razões da condição de sexo feminino;
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF:
− integrantes do sistema prisional; e
− da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente − consan-
guíneo até 3º grau, em razão dessa condição.

§ 3º Se o homicídio é culposo: DETENÇÃO


HOMICÍDIO − IMPRUDÊNCIA: precipitação, afoiteza (há ação). DE 1 A 3
CULPOSO − NEGLIGÊNCIA: ausência de precaução (há omissão). ANOS
− IMPERÍCIA: falta de aptidão técnica para o exercício de arte ou profissão.

§ 4º No homicídio CULPOSO,
AUMENTO − A pena é aumentada de 1/3, se o crime resulta de:
DE PENA: − Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício; ou AUMENTO
HOMICÍDIO − O agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; DE 1/3
CULPOSO − Não procura diminuir as consequências do seu ato; ou
− Foge para evitar prisão em flagrante.

AUMENTO 4º Sendo DOLOSO o homicídio,


DE PENA: − a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa: AUMENTO
HOMICÍDIO − MENOR de 14 anos; DE 1/3
DOLOSO − MAIOR de 60 anos.

AUMENTO
DE PENA: 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for pratica- AUMENTO
MILÍCIA do por: DE 1/3
PRIVADA OU − MILÍCIA PRIVADA, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança; ou ATÉ A
GRUPO DE − GRUPO DE EXTERMÍNIO. METADE
EXTERMÍNIO

§ 7º A pena do FEMINICÍDIO é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se


o crime for praticado:
AUMENTO
AUMENTO I-
DE 1/3
DE PENA NO − Durante a GESTAÇÃO; ou
ATÉ A
FEMINICÍDIO − Nos 3 (três) meses posteriores ao PARTO;
METADE
II - contra pessoa:
− Menor de 14 anos;

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− Maior de 60 anos;
− Com deficiência; ou
− Portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou
de vulnerabilidade física ou mental (2018); AUMENTO
AUMENTO
III - na presença: DE 1/3
DE PENA NO
− FÍSICA; ou ATÉ A
FEMINICÍDIO
− VIRTUAL; de METADE
− descendente ou de ascendente da vítima (2018);
IV - Em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos
incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340/06 (2018).

PERDÃO § 5º - Na hipótese de:


HOMICÍDIO CULPOSO (apenas) o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as DEIXA DE
JUDICIAL=
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que APLICAR
BAGATELA
a sanção penal se torne desnecessária. A PENA
IMPRÓPRIA

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial Mário,
após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu circunstâncias que, ao mesmo tempo, atenuam e
um casal de namorados, o que resultou na morte do agravam a pena.
rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu R: Certo. É possível a existência do homicídio qualifi-
lesões leves. A partir dessa situação hipotética, cado-privilegiado, ou seja, a coexistência de uma
julgue o item a seguir. Se, após a apuração dos fatos, a qualificadora e do privilégio, desde que a qualificado-
morte do rapaz caracterizar homicídio simples ra seja de ordem objetiva, como é o caso (relativa ao
doloso, a conduta de Mário não será classificada modo de execução do delito).
como crime hediondo.
R: Certo. Se a conduta de Mário for tipificada como CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia Em um
homicídio doloso simples, não há que se falar em clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou
crime hediondo. Lembre-se, só será crime hediondo injustamente Carlos, também maior e capaz, na frente
quando estivermos diante de homicídio praticado em de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos
atividade típica de grupo de extermínio (homicídio foi à sua residência e, sem o consentimento de seu
condicional), ainda que por um só agente. pai, pegou um revólver pertencente à corporação
policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Com depois de quarenta minutos, armado com o revólver,
relação aos delitos tipificados na parte especial do sob a influência de emoção extrema e na frente dos
Código Penal, julgue o item subsecutivo. amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça
A circunstância do descumprimento de medida prote- de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser
tiva de urgência imposta ao agressor, consistente na socorrida.
proibição de aproximação da vítima, constitui causa Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo
de aumento de pena no delito de feminicídio. item.
R: Certo. De acordo com o Art. 121. §7º, IV, a pena do Por ter agido influenciado por emoção extrema,
feminicídio será aumentada de 1/3 até a metade se o Carlos poderá ser beneficiado pela incidência de
crime for praticado em descumprimento das medi- causa de diminuição de pena.
das protetivas de urgência. R: Errado. Note que Carlos estava sob a influência e
não sob o domínio de violenta emoção. Neste caso,
CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU - Direito não caberá diminuição, mas sim atenuação da pena.
Com relação aos crimes em espécie, julgue o item
que se segue, considerando o entendimento firmado CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia Em um
pelos tribunais superiores e a doutrina majoritária. clube social, Paula, maior e capaz, provocou e humilhou
Situação hipotética: João, penalmente imputável, injustamente Carlos, também maior e capaz, na frente
dominado por violenta emoção após injusta provo- de amigos. Envergonhado e com muita raiva, Carlos
cação de José, ateou fogo nas vestes do provocador, foi à sua residência e, sem o consentimento de seu
que veio a falecer em decorrência das graves quei- pai, pegou um revólver pertencente à corporação
maduras sofridas. Assertiva: Nessa situação, João policial de que seu pai faz parte. Voltando ao clube
responderá por homicídio na forma privilegia- depois de quarenta minutos, armado com o revólver,
da-qualificada, sendo possível a concorrência de sob a influência de emoção extrema e na frente dos

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amigos, Carlos fez disparos da arma contra a cabeça rotina de Paulo, Francisco aguarda pelo momento
de Paula, que faleceu no local antes mesmo de ser oportuno para efetivar seu plano.
socorrida. A partir dessa situação hipotética e de assuntos a ela
Acerca dessa situação hipotética, julgue o próximo correlatos, julgue o item seguinte.
item. Se Francisco atacar Paulo utilizando-se de uma
Carlos agiu sob o pálio da legítima defesa putativa. emboscada, isto é, se ocultar e aguardar a vítima
R: Errado. Lembre-se, a defesa putativa trata-se de desprevenida para atacá-la, a ação de Francisco, nessa
uma defesa imaginária, que somente se passa na hipótese, caracterizará uma forma de premeditação.
cabeça da vítima. Neste caso, o agente não agiu em R: Certo. O agente, quando pratica um homicídio
legítima defesa, mas sim sob influência de violenta mediante "emboscada", age de modo a evitar a
emoção, provocado por ato injusto da vítima. reação oportuna e eficaz da vítima, surpreendendo-a
desprevenida ou enganada pela situação. A embos-
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia Francisco, cada é sinônimo de tocaia, pois o sujeito passivo não
maior e capaz, em razão de desavenças decorrentes de percebe o ataque do ofensor, que se encontra escon-
disputa de terras, planeja matar seu desafeto Paulo, dido. Portanto, emboscada obviamente pressupõe
também maior e capaz. Após analisar detidamente a premeditação.

INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO


Art. 122. Induzir ou instigar alguém a
suicidar-se ou a praticar automutilação Pena: Reclusão, de 06 meses a 02 anos.
ou prestar-lhe material para que o faça.
A participação em suicídio pode ser praticada por intermédio de três comportamentos
diferentes:
• Induzir: criar uma ideia até então não existente;
• Instigar: reforçar uma ideia preexistente;
• Prestar auxílio: prestar assistência material.
Obs.: o agente não pode intervir em atos executórios de matar alguém, respondendo por
homicídio caso o faça.

Sujeito ativo: tanto em relação à participação em suicídio quanto à participação em automutilação, trata-se de
crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Sujeito passivo: tanto em relação à participação em suicídio quanto à participação em automutilação, trata-se de
crime comum, qualquer pessoa pode ser vítima.
Obs.: o sujeito passivo deve ser determinado, ainda que seja uma pluralidade de pessoas (a conduta deve atingir
pessoas certas e determinadas).

BEM JURÍDICO TUTELADO


Participação de suicídio Vida extrauterina
Participação em automutilação Integridade física da vítima

Atenção! Para a doutrina majoritária, embora conste no capítulo dos crimes contra a vida, a participação em AUTO-
MUTILAÇÃO não é delito que atinge o bem jurídico vida, não sendo, portanto, de competência do Tribunal do Júri,
mas sim de Juiz Singular Criminal.
Já a participação em SUICÍDIO, como autêntico crime contra a vida, será julgada pelo Tribunal de Júri.
Tipo subjetivo: tanto a participação em suicídio quanto a participação em automutilação somente pode ser pratica-
da de forma dolosa. Não se admite a modalidade culposa.
Consumação e tentativa: com a nova redação dada pela Lei nº 13.968/2019, o delito de participação em suicídio ou
automutilação passou a ser um CRIME FORMAL, ou seja, crime que não exige a produção de nenhum resultado
naturalístico para sua consumação (antes era crime material).
Dessa forma, atualmente, o delito de participação em suicídio ou automutilação se consuma com a simples conduta
de induzir, instigar ou auxiliar a prática da automutilação ou do suicídio, ainda que a vítima sequer chegue a tentar se
matar ou autolesionar.

Entende-se que a TENTATIVA É CABÍVEL.

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§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de RECLUSÃO
natureza GRAVE ou GRAVÍSSIMA, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste DE 1 A 3
Código. ANOS
FORMAS
QUALIFICADAS
RECLUSÃO
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta MORTE. DE 2 A 6
ANOS

§ 3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado:
− por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima: DUPLICADA
− é menor; ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
- Prevalece que o menor descrito no tipo penal é o maior de 14 e menor de 18 anos.
- Se a vítima é totalmente incapaz (sem capacidade de resistência) será homicídio.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da ATÉ O


REDE DE COMPUTADORES, de rede social ou transmitida em tempo real. DOBRO

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de EM


grupo ou de rede virtual. METADE
CAUSAS DE
AUMENTO
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta:
− em lesão corporal de natureza gravíssima;
− e é cometido contra menor de 14 anos;
− ou contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o LESÃO
necessário discernimento para a prática do ato; CORPORAL
− ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência; GRAVÍSSIMA
− responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código
(lesão corporal gravíssima).

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido:


− contra menor de 14 (quatorze) anos; ou
− contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato; ou
HOMICÍDIO
− que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência;
− responde o agente pelo crime de HOMICÍDIO, nos termos do art. 121
deste Código.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2015 - STJ - Analista Judiciário - Adminis-
trativa (Segurança) A respeito dos crimes contra a suicídio ou a automutilação (art. 122/CP). De acordo
pessoa e o patrimônio, julgue o item que se segue. com o artigo, existem duas causas que levam ao autor
Situação hipotética: Telma, sabendo que sua genito- responder pelo tipo de lesão corporal ou homicídio,
ra, Júlia, apresentava sérios problemas mentais, que são eles: vítima menor de 14 anos e vítima sem
retiravam dela a capacidade de discernimento, e com capacidade de resistência. No caso trazido pela
o intuito de receber a herança decorrente de sua questão, a vítima não possui discernimento, portan-
morte, induziu-a a cometer suicídio. Em decorrência to, sem capacidade de resistência. Desta forma, a
da conduta de sua filha, Júlia cortou os próprios autora do crime deverá responder não pelo artigo
pulsos, mas, apesar das lesões corporais graves sofri- 122, mas pelo artigo 129 (lesão corporal gravíssima).
das, ela não faleceu. Assertiva: nessa situação, Telma
cometeu o crime de induzimento, instigação ou CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista
auxílio a suicídio, na forma consumada. Legislativo - Consultor Legislativo Área XXII Se um
R: Errado. Atenção, o crime que atualmente tipifica a fanático religioso conclamar, em TV aberta, que
conduta é induzimento, instigação ou auxílio a todos os espectadores cometam suicídio para

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 102
salvar-se do juízo final, e se, estimuladas pelo entusi- conduta deve ser voltada a vítimas determinadas.
asmo do orador, várias pessoas cometerem suicídio, Porém, cuidado com a mudança trazida pelo PAC: o
ter-se-á, nessa hipótese, a tipificação da prática, pelo §4º do artigo 122 traz o seguinte aumento de pena:
fanático orador, do crime de induzimento ou insti- “A pena é aumentada até o dobro se a conduta é
gação ao suicídio. realizada por meio da rede de computadores, de rede
R: Errado. Para a configuração do induzimento, a social ou transmitida em tempo real”.

INFANTICÍDIO
Art. 123. Matar, sob a influência do
estado puerperal, o PRÓPRIO filho, Pena: Detenção, de 02 a 06 anos.
durante o parto ou logo após.
Trata-se de um delito de homicídio com 03 elementos específicos:
• Matar o próprio filho (neonato ou nascente):
trata-se de crime bipróprio, ou seja, possui sujeito ativo e passivo específicos;
• Estar sob a influência do estado puerperal (dispensada perícia);
• Durante ou logo após o parto (elementar temporal indispensável para a caracterização
do delito).

Sujeito ativo: crime próprio, ou seja, somente pode ser praticado pela mãe (obs.: admite coautoria e partici-
pação).
Sujeito passivo: também crime próprio, somente o neonato pode ser vítima do crime.
Atenção! Se a mãe, sob a influência do estado puerperal, durante ou logo após o parto, pensando estar matando
seu próprio filho, mata desconhecido, ainda sim deverá responder por infanticídio, tendo em vista que o erro
sobre a pessoa faz com que o agente responda pelo delito considerando-se as características da vítima que se
pretendia atingir.
Bem jurídico tutelado: vida extrauterina (surge com o início do trabalho de parto).
Tipo subjetivo: dolo. Não aceita a modalidade CULPOSA.
ADMITE-SE A TENTATIVA!

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal
Federal - Área 12 Uma mulher de vinte e oito anos tendo-o logo após o nascimento. O infanticídio será
de idade foi presa acusada do crime de infanticídio, configurado se ocorrer durante ou logo após o parto
após ter jogado em uma centrífuga o bebê que ela (Art. 123).
havia dado à luz. Segundo a ocorrência policial, um
familiar da suspeita disse que ela havia escondido a CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil -
gravidez e que negava que houvesse praticado ADAPTADA Em relação aos crimes contra a pessoa e
aborto. A partir dessa situação hipotética, julgue o à imputabilidade penal, assinale a opção correta.
item a seguir. A configuração do crime de infanticídio Comete o crime de infanticídio a gestante que, não
independe da existência de estado puerperal, estando sob influência do estado puerperal, mata o
bastando para tal que o sujeito passivo seja uma nascituro.
criança. R: Errado. O infanticídio se configura quando a mãe
R: Errado. No tipo penal do infanticídio o estado mata o próprio filho sob a influência do estado puer-
puerperal é descrito como condição necessária para peral. A gestante que, não estando sob influência do
a configuração do delito. estado puerperal, mata o nascituro, pratica o crime
de homicídio.
CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Conheci-
mentos Gerais (Perito Criminal e Médico - CESPE - 2013 - SEGESP-AL - Papiloscopista Consi-
ADAPTADA) Em relação aos crimes contra a pessoa, dere que uma mulher, logo após o parto, sob a
julgue o item subsequente. O infanticídio configura-se influência do estado puerperal, estrangule seu
na situação em que a mãe mata o próprio filho, próprio filho e acredite tê-lo matado. Entretanto, o
durante o parto, sob a influência do estado puerperal, laudo pericial constatou que, antes da ação da mãe, a
o que exclui a ocorrência do fato logo após o nasci- criança já estava morta em decorrência de parada
mento, que caracterizaria o tipo penal de homicídio cardíaca. Nessa situação, a mãe responderá pelo
doloso. crime de homicídio, com a atenuante de ter agido
R: Errado. Não se exclui a ocorrência do fato come- sob a influência do estado puerperal.
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R: Errado. Nesse caso, a mãe não cometeu o crime. impropriedade do objeto.
Tra t a -se de C rime Impo ssível pela absol u ta

ABORTO
Conceito: é a interrupção da vida
intrauterina, com a destruição do
produto da concepção. Penas:
Art. 124: Autoaborto. Detenção, de 01 a 03 anos.
Art. 125: Aborto praticado por terceiro Reclusão de 03 a 10 anos.
sem o consentimento da gestante. Reclusão de 01 a 04 anos.
Art. 126: Aborto praticado por terceiro
com o consentimento da gestante.

Art. 124 - Provocar aborto


− em si mesma; ou
− consentir que outrem lhe provoque:
ABORTO Em si mesma = autoaborto
PROVOCADO Consentir = aborto praticado com o consentimento da gestante
PELA PRÓPRIA DETENÇÃO
GESTANTE Apesar das divergências doutrinárias, adotaremos ser crime próprio, DE 1 A 3
OU COM SEU portanto, admite participação e coautoria. ANOS
CONSENTI- • Participação - Ex: namorado que paga o aborto.
MENTO • Coautoria - Ex: namorado que realiza manobras abortivas junto com a
mulher.
Obs.: é crime próprio, mas a punição é especial.
Mãe responde pelo Art. 124 e o coautor pelo Art. 126.

ABORTO Art. 125 - Provocar aborto, SEM o consentimento da gestante (somente


PROVOCADO modalidade DOLOSA). RECLUSÃO
POR TERCEIRO • O delito pode ser praticado de forma OMISSIVA. Ex: médico ou enfermei- 3 A 10
SEM CONSENTI- ra que, intencionalmente, deixa de ministrar na gestante, SEM a anuência ou ANOS
MENTO DA conhecimento dela, determinado remédio para preservação da gestação.
GESTANTE

ABORTO Art. 126 - Provocar aborto COM o consentimento da gestante.


PROVOCADO • Exceção à Teoria Monista. Nesse caso, a gestante responde pelo Art. 124
e o terceiro pelo Art. 126. RECLUSÃO
POR TERCEIRO
• O delito pode ser praticado de forma OMISSIVA. Ex: médico ou enfermei- 1A4
COM CONSENTI-
ra que, intencionalmente, deixa de ministrar na gestante, COM a anuência ANOS
MENTO DA
GESTANTE ou conhecimento dela, determinado remédio para preservação da gestação.

ABORTO § único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante:


PROVOCADO − não é maior de 14 anos; ou RECLUSÃO
POR TERCEIRO − é alienada ou débil mental; ou 3 A 10
COM CONSENTI- − se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. ANOS
MENTO INVÁ- Não se pune a modalidade CULPOSA!
LIDO

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são AUMEN- +1/3 LESÃO
HIPÓTESES TADAS DE 1/3 se, em consequência do aborto ou dos meios empregados GRAVE
DE MAJORAÇÃO para provocá-lo, a gestante sofre LESÃO CORPORAL DE NATUREZA
DO CRIME DE GRAVE, e são DUPLICADAS se, por qualquer dessas causas, lhe DUPLICA
ABORTO sobrevém a morte. (MORTE)

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES
• Art. 128. Não se PUNE o aborto praticado por MÉDICO.
• Aborto necessário:
I. Se não há outro meio de salvar a vida da gestante (aborto necessário ou terapêutico):
Quando se trata de aborto terapêutico, ainda que não praticado por médico, desde que o perigo de vida
seja atual para a gestante, admite-se a hipótese de ser praticado por terceira pessoa, que estará amparada
pelo Estado de Necessidade.

II. Se a gravidez:
• Resulta de estupro;
• E o aborto é precedido de consentimento da gestante;
• Ou, quando incapaz, de seu representante legal. Aborto Sentimental ou Humanitário - somente o médico
pode realizar o aborto.
• Em regra, não se admite o aborto eugênico (fetos defeituosos), entretanto, o STF passou a admitir uma terceira
modalidade, o aborto de anencéfalo (formação cerebral insuficiente à vida), umas das espécies de aborto eugêni-
co (ADPF 54 - STF 12 de abril de 2012). Mas, legalmente, só são 2 hipóteses.
• A 1ª Turma do STF tem posicionamento no sentido de que a interrupção da gravidez no PRIMEIRO TRIMESTRE
da gestação provocado pela própria gestante (Art. 124) ou com o seu consentimento (Art. 126) não seria crime.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2016 - PC-PE - Agente de Polícia (ADAPTA-
DA) O aborto provocado será permitido quando for que seu bebê sofria de anencefalia, diagnóstico
praticado para salvar a vida da gestante ou quando se confirmado por laudos médicos. Após ter certeza da
tratar de gravidez decorrente de estupro. irreversibilidade da situação, Dalva, mesmo sem
R: Certo. Há previsão específica de causa de exclusão estar correndo risco de morte, pediu aos médicos
da ilicitude no caso de aborto necessário, nos termos que interrompessem sua gravidez, o que foi feito
do artigo 128, inciso I, do Código Penal. Já no inciso II logo em seguida. Nessa situação hipotética, de
do mesmo dispositivo, há previsão de exclusão de acordo com a jurisprudência do STF, a interrupção da
culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa) no gravidez deve ser interpretada como conduta atípica
aborto provocado em que a gravidez for decorrente e, portanto, não criminosa.
de estupro. R: Certo. O Supremo Tribunal Federal decidiu que “a
interrupção da gestação de feto anencefálico não
CESPE - 2015 - DPE-RN - Defensor Público Substi- configura crime contra a vida – revela-se conduta
tuto Dalva, em período gestacional, foi informada de atípica” (ADPF 54).

LESÕES CORPORAIS
Art. 129. Ofender a
- Integridade corporal; Pena: Detenção, de 03 meses a 01 ano.
- Ou a saúde de outrem.

LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVÍSIMA


1º Se resulta: 2° Se resulta:
Ocupações habituais,
I - INCAPACIDADE I - INCAPACIDADE
não necessariamente
− para as ocupações habituais; − permanente;
trabalho.
− por mais de 30 dias; − para o trabalho;
II - PERIGO DE VIDA II - ENFERMIDADE incurável Necessariamente
III - DEBILIDADE III - PERDA ou INUTILIZAÇÃO trabalho.
− permanente de membro, sentido ou função; do membro, sentido ou função;
IV - Aceleração de parto. IV - DEFORMIDADE permanente
V - ABORTO
RECLUSÃO 01 A 05 ANOS RECLUSÃO 02 A 08 ANOS

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LESÃO § 3°. Se resulta MORTE e as circunstâncias evidenciam que o agente não RECLUSÃO
CORPORAL quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 4 A 12
SEGUIDA DE
ANOS
MORTE

DIMINUIÇÃO § 4°. Se o agente comete o crime IMPELIDO por:


DE PENA − motivo de relevante valor social; ou REDUÇÃO
LESÃO − motivo de relevante valor moral; ou 1/6 A 1/3
CORPORAL − DOMÍNIO de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da
PRIVILEGIADA vítima, o juiz PODE (leia-se DEVE) reduzir a pena de um sexto a um terço.

§ 5°. O juiz, não sendo graves as lesões, PODE ainda substituir a pena de SUBSTITUI-
SUBSTITUIÇÃO detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: ÇÃO POR
DA PENA I. se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; MULTA
II. se as lesões são recíprocas.

LESÃO § 6°. Se a LESÃO é CULPOSA: DETENÇÃO


CORPORAL É cabível a aplicação do Princípio da Insignificância à lesão corporal culposa, 2 MESES A
CULPOSA desde que a lesão produzida na vítima seja ínfima. 1 ANO

§ 7º. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóte-
ses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código.
LESÃO CULPOSA LESÃO DOLOSA LESÃO PRATICADA
- Inobservância de regra CONTRA POR
técnica de profissão, arte - Pessoa menor de Milícia privada, sob o
MAJORANTES ou ofício; 14 anos; pretexto de
AUMENTO DE - Agente deixa de prestar - Pessoa maior de prestação de serviço AUMENTA
PENA imediato socorro à vítima; 60 anos. de segurança grupo 1/3
- Agente não procura de extermínio.
diminuir as consequências No Art. 121, aumenta
do seu ato; de 1/3 a 1/2, aqui
- Agente foge para evitar aumenta só 1/3.
prisão em flagrante.

§ 8º. Aplica-se à LESÃO CULPOSA o disposto no § 5º do art. 121. DEIXA DE


PERDÃO - Na hipótese de LESÃO CULPOSA, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se APLICAR
JUDICIAL as consequências de a infração atingirem o próprio agente de forma tão A PENA
grave que a sanção penal se torne desnecessária.

§ 9º. Se a lesão for praticada contra


− Ascendente;
− Descendente; DETENÇÃO
− Irmão; 3 MESES A
− Cônjuge ou companheiro; 3 ANOS
− Ou com quem conviva ou tenha convivido;
− Ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas de
LESÕES
coabitação ou de hospitalidade.
CORPORAIS
NO ÂMBITO
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo (lesões graves,
DA VIOLÊNCIA
gravíssimas ou que resulte em morte).
DOMÉSTICA AUMENTA
Se as circunstâncias são as indicadas no § 9º deste artigo,
1/3
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um AUMENTA


terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. 1/3

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§ 12. Se a lesão for praticada contra:
− autoridade ou agente descrito nos Arts. 142 e 144 da Constituição
LESÃO Federal;
CORPORAL − integrantes do sistema prisional;
CONTRA − integrantes da Força Nacional de Segurança Pública; AUMENTO
AUTORIDADE − no exercício da função ou em decorrência dela; DE 1/3 A
OU AGENTE DE − ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º 2/3
SEGURANÇA grau, em razão dessa condição.
PÚBLICA A pena é aumentada de um a dois terços.
• Homicídio (segurança pública): QUALIFICA.
• Lesão corporal (segurança pública): MAJORA 1/3 a 2/3.

LESÕES QUE SÃO CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90)


• Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º)
• Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º).
• Quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, inte-
grantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrên-
cia dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição.

TRATAMENTO
Insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança (mas pode responder em liberdade, mesmo sem fiança).
− Livramento condicional + 2/3, deve ser primário ou reincidente não específico
− Prisão temporária 30 dias, prorrogável uma vez por igual período
− Progressão de regime

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2020 - MPE-CE - Técnico Ministerial Mário,
após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu dentária.
um casal de namorados, o que resultou na morte do R: Certo. Lembre-se: Debilidade permanente são
rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu lesões de natureza grave, já a deformidade perma-
lesões leves. A partir dessa situação hipotética, nente são lesões de natureza gravíssima.
julgue o item a seguir.
Mário praticou lesão corporal leve contra a moça, CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Perito
sendo, nesse caso, admitida a renúncia à repre- Criminal - Odontologia (ADAPTADA) De acordo
sentação apenas perante o juiz, conforme prevê a Lei com o Código Penal (CP), a lesão corporal será classi-
Maria da Penha. ficada como gravíssima caso a vítima fique perma-
R: Errado. Não há que se falar em Lei Maria da Penha, nentemente incapacitada para o trabalho.
visto que não existia entre eles uma relação de R: Certo. O resultado incapacidade permanente para
parentesco ou de afinidade. Logo, será possível a o trabalho encontra-se inserido no rol do § 2º do
retratação (renúncia) à representação até o momen- artigo 129 do Código Penal, tratando-se efetiva-
to do oferecimento da denúncia (Art. 102, CP c/c Art. mente de hipótese de lesão corporal gravíssima.
25, CPP).
CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Conheci-
CESPE - 2018 - PC-MA - Médico Legista (ADAPTA- mentos Gerais (Perito Criminal e Médico –
DA) Mário, ao envolver-se em uma briga, lesionou ADAPTADA) Em relação aos crimes contra a pessoa,
Júlio. o crime de lesão corporal de natureza grave é carac-
Nessa situação hipotética, Mário responderá por terizado se da conduta do agente resulta incapacidade
lesão corporal de natureza grave se tiver provocado da vítima para as ocupações habituais por mais de
em Júlio debilidade permanente de função como a trinta dias; perigo de vida; debilidade permanente de
redução da capacidade mastigatória pela perda membro, sentido ou função; ou aceleração de parto.

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R: Certo. Exatamente o que traz o Art. 129. §1º. A incapacidade para ocupações habituais por mais de
trinta dias, a deformidade permanente e a aceleração
CESPE - 2013 - Polícia Federal - Perito Criminal de parto caracterizam lesões corporais de natureza
Federal - Cargo 10 Tendo em vista que o médico-legis- grave.
ta deve descrever, em seu laudo, as lesões que even- R: Errado. A incapacidade para ocupações habituais
tualmente encontrar, e cuja natureza jurídica pode por mais de trinta dias e a aceleração de parto são
ser leve, grave e gravíssima, ou, ainda, lesão corporal lesões corporais de natureza grave, porém a deformi-
seguida de morte, em conformidade com o art. 129 dade permanente caracteriza uma lesão corporal de
do Código Penal, julgue o item que se segue. natureza gravíssima.

CRIMES CONTRA A HONRA


CALÚNIA Art. 138 DIFAMAÇÃO Art. 139 INJÚRIA Art. 140

Imputa falsamente FATO Imputa (falso ou verdadeiro) Imputa (falso ou verdadeiro)


definido como crime FATO ofensivo à sua reputação QUALIDADE ofensiva a dignidade
ou o decoro
HONRA OBJETIVA HONRA OBJETIVA HONRA SUBJETIVA
(imagem perante a sociedade) (imagem perante a sociedade) (juízo que cada um faz de si
mesmo - autoestima)
Detenção 6m - 2a + M Detenção 3m - 1a + M Detenção 1m - 6m ou M

Punível contra os mortos Não punível contra os mortos Não punível contra os mortos
Cabe inferência e Cabe inferência e Cabe inferência e
pedido de explicação pedido de explicação pedido de explicação
Em regra, admite-se a Exceção da verdade só cabe se for
exceção da verdade. Só não funcionário público e a ofensa é Não cabe exceção da verdade
admite em 3 situações relativa ao exercício de suas funções
Em regra, não cabe contra
Cabe contra pessoa jurídica Não cabe contra pessoa jurídica,
pessoa jurídica, exceto
pois essa não tem honra subjetiva
se crime ambiental
Não constitui: Não constitui:
• ofensa irrogada • ofensa irrogada
• opinião desfavorável • opinião desfavorável
• conceito desfavorável emitido • conceito desfavorável emitido
por funcionário público por funcionário público
O querelado que, ANTES da O querelado que, ANTES da
sentença, se retrata cabalmente sentença, se retrata cabalmente
da calúnia ou da difamação, fica da calúnia ou da difamação, fica
isento de pena. isento de pena.

AUMENTAM-SE DE UM TERÇO:
• Presidente da República
• Chefe de governo estrangeiro
• Funcionário público, em razão de suas funções
• Presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria
• Maior de 60 anos, exceto na injúria, nesse caso qualifica a injúria
• Portadora de deficiência, exceto no caso de injúria, nesse caso qualifica a injúria

APLICA-SE A PENA EM DOBRO:


• Paga ou promessa de recompensa

Súmula 714 - STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condi-
cionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão
do exercício de suas funções.

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Obs: EXCEÇÃO DA VERDADE:
• Prova que o fato é VERDADEIRO
• Cabível na CAMA (CAlúnia e DifaMAção)

JURISPRUDÊNCIAS – STJ CRIMES CONTRA A HONRA


1. Para a configuração dos crimes contra a honra, exige-se a demonstração mínima do intento positivo e delibera-
do de ofender a honra alheia (dolo específico), o denominado animus caluniandi, diffamandi vel injuriandi.

2. Nos casos em que a inexistência da intenção específica de ofender a honra alheia é flagrante, admite-se, excep-
cionalmente, em sede de habeas corpus, a análise da presença do dolo específico exigido para a caracterização
dos crimes contra a honra.

3. Para a caracterização do crime de calúnia, é indispensável que o agente que atribui a alguém fato definido
como crime tenha conhecimento da falsidade da imputação.

4. O crime de calúnia não se contenta com afirmações genéricas e de cunho abstrato, devendo a inicial acusatória
conter a descrição de fato específico, marcado no tempo, que teria sido falsamente praticado pela pretensa
vítima.

5. Não se admite a exceção da verdade quando o excipiente não consegue demonstrar a veracidade da prática de
conduta criminosa.

6. Os deputados federais e os senadores gozam de imunidade parlamentar material, o que afasta a tipicidade de
eventuais condutas, em tese, ofensivas à honra praticadas no âmbito de suas atuações político-legislativas.

7. A imunidade em favor do advogado, no exercício da sua atividade profissional, insculpida no art. 7º, § 2º, do
Estatuto da OAB (Lei n. 8.906/1994), não abrange o crime de calúnia, restringindo-se aos delitos de injúria e
difamação.

8. A parte não responde por crime contra a honra decorrente de peças caluniosas, difamatórias ou injuriosas
apresentadas em juízo por advogado credenciado.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto
(ADAPTADA) A configuração do crime de difamação exercício de suas funções”.
pressupõe a existência de fato não tipificado.
R: Certo. Pressupõe um fato atípico, caso contrário, CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial de
estaríamos diante de um crime de calúnia. Justiça Avaliador Federal Considerando a doutrina
e a jurisprudência dos tribunais superiores acerca
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Con- dos crimes em espécie, julgue o seguinte item. Situ-
forme entendimento do STF, a persecução penal por ação hipotética: Um servidor público, no exercício de
crime contra a honra de servidor público no exercício suas funções, foi vítima de injúria e difamação. Asser-
de suas funções é de ação pública condicionada à tiva: Nessa situação, será concorrente a legitimidade
representação do ofendido. do servidor ofendido, mediante queixa, e do
R: Errado. O STF estabeleceu a legitimidade concor- Ministério Público, condicionada à representação do
rente para a propositura da ação por crime contra a ofendido, para a ação penal correspondente.
honra de servidor público em razão do exercício de R: Certo. Mais uma vez o teor da Súmula 714 do STF é
suas funções. cobrado, assim, vejamos: "É concorrente a legitimi-
dade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério
CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto (ADAPTA- Público, condicionada à representação do ofendido,
DA) Com relação a crimes contra a honra, a exceção para a ação penal por crime contra a honra de servidor
da verdade é admitida em caso de delito de público em razão do exercício de suas funções".
difamação contra funcionário público no exercício de
suas funções. CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista
R: Certo. É o que traz o § único do Art. 139: “A Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal
exceção da verdade somente se admite se o ofendido Crime de injúria racial cometido contra oficial de
é funcionário público e a ofensa é relativa ao justiça no exercício de suas funções ou em razão

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 109
delas é absorvido pelo crime de desacato, em razão ou executória para a prática de um delito de alcance
do princípio da consunção. mais abrangente (mais grave), e não o contrário. A
R: Errado. A consunção ocorre quando um delito de questão se torna errada em afirmar que o crime mais
alcance menos abrangente (menos grave) praticado grave (injúria) será absorvido pelo crime menos
pelo agente for meio necessário ou fase preparatória grave (desacato).

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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL

TÍTULO II – CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


CAPÍTULO I - DO FURTO
Art. 155 SUBTRAIR, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.

• Bem jurídico tutelado: o patrimônio (posse ou propriedade de coisa alheia móvel);


• Elemento subjetivo: “dolo específico”;
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa pode praticá-lo).
ATENÇÃO!
FUNCIONÁRIO PÚBLICO: o agente que se aproveita da sua qualidade de FUNCIONÁRIO PÚBLICO para
subtrair o bem pratica o crime de peculato furto . Todavia, se o funcionário não se aproveitar dessa qualidade
cometerá o crime de furto (Art. 312, §1º do CP).
CONDÔMINO / COERDEIRO / SÓCIO: o condômino, coerdeiro ou sócio que subtrai a coisa de quem detém
legitimamente responde pelo crime de furto de coisa comum. É um crime de menor potencial ofensivo e de
ação penal pública condicionada a representação (Art. 156 do CP).
• Sujeito passivo: o proprietário ou o possuidor do objeto subtraído;
• Consumação: teoria da Amotio ou Apprehensio (consuma-se com a inversão da posse da coisa pelo agente);
• Tentativa: é possível a tentativa quando, iniciada a execução, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente;
• Furto de uso não é crime;
• Furto famélico: furto de alimentos. A pessoa furta quando a sua prática for inevitável para saciar a fome e
preservar a vida ou a saúde própria ou alheia. Para a doutrina e jurisprudência majoritária, pode excluir a ilicitude
por estado de necessidade.
Não haverá crime de furto se a subtração for de:
• Coisa própria: ainda que o objeto esteja sob a detenção de terceiros, poderá responder pelo crime de
Exercício Arbitrário das Próprias Razões (Art. 345 do CP);
• Coisa sem dono (res nullius): são as coisas que nunca tiveram um dono;
• Coisa abandonada (res derelictae);
• Coisa perdida (res desperdictae): haverá o crime de apropriação de coisa achada se não restituir ao dono no
prazo de 15 (quinze) dias (art. 169, § único, II, do CP).

§ 1º - A pena
• Aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno
• Cabe furto qualificado e majorado pelo repouso noturno.
MAJORANTE +1/3
• Cabe furto privilegiado e majorado pelo repouso noturno.
• Não se aplica, em regra, o princípio da insignificância se for no período
noturno, uma vez que fica caracterizado maior reprovabilidade da conduta.

§ 2º - Se o criminoso é:
• Primário; e
• Pequeno valor a coisa furtada;
O juiz pode:
• Substituir a pena de reclusão pela de detenção; RECLUSÃO
• Diminuí-la de um a dois terços; POR
• Ou aplicar somente a pena de multa. DETENÇÃO
PRIVILÉGIO
OU -1/3 A
• Cabe furto privilegiado e majorado pelo repouso noturno. 2/3 OU
• É possível o reconhecimento do furto privilegiado e qualificado ao mesmo MULTA
tempo.
• Súmula 511 do STJ: é possível o reconhecimento do privilégio previsto no §
2º do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes:

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• a primariedade do agente;
• o pequeno valor da coisa; e
• a qualificadora for de ordem objetiva.
FURTO PRIVILEGIADO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
A coisa furtada é de pequeno A coisa furtada é de valor insignifi-
valor, porém há relevante lesão ao cante e não há relevante lesão ao RECLUSÃO
patrimônio da vítima, mesmo a patrimônio da vítima. Afasta-se a POR
coisa furtada sendo de pequeno tipicidade material do fato, tornando DETENÇÃO
PRIVILÉGIO
valor. Apesar de não afastar a o atípico. OU -1/3 A
tipicidade do fato, gera benefícios 2/3 OU
da aplicação da pena. MULTA

• STF: a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a
insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto.
• STF: habitualidade delitiva específica impede a aplicação do princípio da
insignificância.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel:


• A energia elétrica; ou
• Qualquer outra que tenha valor econômico.
• Ligação clandestina: procedimento comumente denominado de “gato”,
que consiste em “puxar” energia de casa vizinha. Configura crime de furto.
• Adulteração no medidor de energia elétrica: na doutrina prevalece o
entendimento de que, se a fraude ocorre no medidor de energia, o crime
praticado é o de estelionato. No mesmo sentido, decidiu o STJ recente-
FURTO DE mente, também, entendendo se tratar de estelionato (AREsp +1/3
ENERGIA 1.418.119/DF, DJe 13/05/2019).
• O pagamento dos referidos débitos, ainda que antes de recebida a denún-
cia, não gera a extinção da punibilidade (HC 412.208/SP, DJe 23/03/2018).
ATENÇÃO!
FURTO DE SINAL DE TV A CABO É CRIME DE FURTO?
Há divergência nos tribunais superiores. Para o STJ, a questão da subtração
de sinal de TV a cabo está controvertida atualmente (a 5ª turma considera
conduta típica; e a 6ª turma, atípica). Para o STF, não caracteriza crime (con-
duta atípica), evitando-se a analogia in malam partem.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE/2014/TJ-DF/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMOÇÃO Segundo o entendi-
mento do STJ e do STF, a captação irregular de sinal de TV a cabo não configura delito de furto de energia de
valor econômico.
R: Errado.

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:


I - Com
• Abuso de confiança é circunstância subjeti-
• Destruição; ou
va, incomunicável no concurso de pessoas.
• Rompimento de obstáculo.
• Fraude: é empregada para que a vítima
diminua sua vigilância sobre o bem. RECLUSÃO
II - À subtração da coisa com:
• Destreza: especial habilidade física ou DE 2 A 8
QUALIFICADORA • Abuso de confiança; ou
manual que permite ao agente retirar bens em ANOS +
• Fraude;
poder direito da vítima sem que ela perceba. MULTA
• Escalada; ou
• Destreza. Considera-se chave falsa todo instrumento,
com ou sem forma de chave, utilizado para
III - Com emprego de chave abrir fechadura ou dispositivo análogo, que
falsa; possibilite a execução do crime.

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RECLUSÃO
IV - Mediante concurso de CONCURSO DE PESSOAS DE 2 A 8
duas ou mais pessoas. • Furto: qualifica • Roubo: majora ANOS +
MULTA
QUALIFICADORA
RECLUSÃO
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa, se houver emprego de DE 4 A 10
EXPLOSIVO ou de ARTEFATO ANÁLOGO que cause perigo comum. (2018) ANOS +
MULTA

FURTO DE § 5º A pena é de reclusão de 3 a 8 anos se a subtração for de: RECLUSÃO


VEÍCULO • Veículo automotor; DE 3 A 8
AUTOMOTOR • Que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. ANOS

FURTO DE § 6º A pena é de reclusão de 2 a 5 anos se a subtração for de:


RECLUSÃO
SEMOVENTE • Semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
DE 2 A 5
DOMESTICÁVEL partes no local da subtração - conhecido como ABIGEATO.
ANOS
DE PRODUÇÃO • Deve ser animal domesticável de produção, como: gado, porco, galinha, etc.

FURTO DE § 7º A pena é de reclusão de 4 a 10 anos e multa: RECLUSÃO


EXPLOSIVOS - • Se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta DE 4 A 10
QUALIFICADO ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. ANOS +
(2018) MULTA

STJ JURISPRUDÊNCIAS EM TESES (FURTO)


1. Consuma-se o crime de furto:
• Com a posse de fato da res furtiva;
• Ainda que por breve espaço de tempo e seguida de perseguição ao agente;
• Sendo prescindível (dispensável) a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
(Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 - TEMA 934).
2. O rompimento ou destruição do vidro do automóvel com a finalidade de subtrair objetos localizados em seu
interior qualifica o furto (se for para furtar o próprio automóvel, não qualifica).
3. Todos os instrumentos utilizados como dispositivo para abrir fechadura são abrangidos pelo conceito de
chave falsa, incluindo as mixas.
4. A prática do delito de furto qualificado por escalada, destreza, rompimento de obstáculo ou concurso de agen-
tes indica a reprovabilidade do comportamento do réu, sendo inaplicável o princípio da insignificância.
5. Para a caracterização do furto privilegiado, além da primariedade do réu, o valor do bem subtraído não deve
exceder à importância correspondente ao salário mínimo vigente à época dos fatos.
6. A lesão jurídica resultante do crime de furto não pode ser considerada insignificante quando o valor dos bens
subtraídos perfaz mais de 10% do salário mínimo vigente à época dos fatos.
7. O reconhecimento das qualificadoras da escalada e rompimento de obstáculo previstas no art. 155, § 4º, I e II,
do CP exige a realização do exame pericial, salvo nas hipóteses de inexistência ou desaparecimento de vestígios,
ou ainda se as circunstâncias do crime não permitirem a confecção do laudo.
8. Nos casos de continuidade delitiva o valor a ser considerado para fins de concessão do privilégio (artigo 155,
§ 2º, do CP) ou do reconhecimento da insignificância é a soma dos bens subtraídos.
CAPÍTULO II - DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Art. 157 - SUBTRAIR:
• coisa móvel alheia,
• para si ou para outrem,
• mediante grave ameaça ou violência a pessoa,
• ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de RECLUSÃO
ROUBO resistência. DE 4 A 10
PRÓPRIO • Violência própria: grave ameaça ou violência a pessoa. ANOS +
• Violência imprópria: reduzido à impossibilidade de resistência (emprego de MULTA
drogas, soníferos, hipnose, etc.).
• Roubo não admite privilégio e não admite a aplicação do princípio da insig-
nificância.
• Roubo de uso é crime.
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• A quantidade de roubos é analisada pela perspectiva da esfera patrimonial
atingida.
Exemplo: se praticado dentro de ônibus e rouba do cobrador e de três vítimas, RECLUSÃO
ROUBO responde por 4 roubos em concurso formal (esferas patrimoniais diferentes). DE 4 A 10
PRÓPRIO - Mesmo contexto fático, viola o patrimônio de pessoas diversas: roubo em ANOS +
concurso formal. MULTA
- Se, no mesmo contexto fático, viola o patrimônio de pessoas distintas, mas
na posse de uma única pessoa: crime único.

§1º Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
• Bem jurídico tutelado: patrimônio e a pessoa (crime pluriofensivo);
• Elemento subjetivo: “dolo específico”;
• Sujeito ativo: crime comum;
• Sujeito passivo: crime comum (proprietário do objeto subtraído);
• Consumação e tentativa do roubo próprio: Teoria da Amotio ou Apprehensio
(consuma-se com a inversão da posse da coisa pelo agente). Admite-se tentativa;
• Consumação e tentativa no roubo impróprio: consuma-se com o emprego de
violência ou grave ameaça após a subtração da coisa. O roubo Impróprio não
admite tentativa.
• O roubo é um crime complexo, pois consiste na junção de mais de uma figura RECLUSÃO
ROUBO típica (furto + lesão corporal ou ameaça ou constrangimento ilegal). DE 4 A 10
IMPRÓPRIO • O crime de roubo só é hediondo na hipótese do roubo com resultado de morte ANOS +
(latrocínio Art. 157, §3º). Em nenhuma outra hipótese o roubo será considerado MULTA
crime hediondo.
• Em regra, não cabe arrependimento posterior no crime de roubo. Salvo quando
da utilização de violência imprópria.
ROUBO PRÓPRIO ROUBO IMPRÓPRIO
1º - Pratica violência, grave ameaça ou 1º - Subtrai a coisa.
redução da capacidade de resistência 2º - Violência ou grave ameaça (depois
(antes ou durante a subtração); da subtração).
2º - Subtrai a coisa. ROUBO IMPRÓPRIO NÃO ADMITE
Admite violência própria e violência VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA.
imprópria.
Se o agente depois de subtrair, reduz a
capacidade de resistência da vítima
(violência imprópria), em regra, responde
por furto e poderá responder pelo crime de
lesão, ameaça ou constrangimento ilegal,
a depender do caso.

§ 2º - A pena aumenta-se de um 1/3 até 1/2: (2018)


I - REVOGADO - (2018) CONCURSO DE PESSOAS
II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas; • Furto: qualifica • Roubo: majora
III - Se a vítima:
• está em serviço de transporte de valores; e VEÍCULO
• o agente conhece tal circunstância. • Furto: qualifica • Roubo: majora

ROUBO IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser +1/3 A


MAJORADO transportado para outro Estado ou para o exterior; +1/2
V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – Se a subtração
• for de substâncias explosivas; ou
• de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação,
montagem ou emprego. (2018)
VII - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca.
(2019 – Lei Anticrime)

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ARMA BRANCA COMO CAUSA DE AUMENTO PARA O CRIME DE ROUBO
Antes da Lei Anticrime Com a Lei Anticrime
(13.964/2019) (13.964/2019)
A causa de aumento de arma Aumento de 1/3 até 1/2;
branca havia sido revogada. VII - se a violência ou grave ameaça é exerci-
da com emprego de arma branca.
A causa de aumento de arma
de fogo foi aumentada para A causa de aumento de arma de fogo foi
2/3. aumentada em dobro se a arma de fogo for
de uso restrito ou proibido.
A causa de aumento de arma de fogo foi +1/3 A
mantida em 2/3 no caso das demais arma de +1/2
fogo.

Atente-se que a revogação da arma branca como causa de aumento de pena é


norma mais benéfica ao réu, portanto, retroagiu para alcançar todos os crimes
anteriores a sua vigência. Conclui-se, portanto, que a arma branca só vai ser
ROUBO
causa de aumento para os crimes cometidos a partir de 23/01/2020.
MAJORADO
Logo:
CAUSAS DE AUMENTO COM ARMA - ROUBO
Arma de fogo de uso Demais armas
Arma branca
restrito ou proibido de fogo
+ 1/3 até 1/2 Dobro + 2/3

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (2018)


I – Se a violência ou ameaça:
• é exercida com emprego de arma de fogo; (2018)
+2/3
II – Se há destruição ou rompimento de obstáculo:
• mediante o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo
comum. (2018)

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça:


• É exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido,
• Aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. DOBRO
(Incluído pela Lei Anticrime)

§ 3º Se da VIOLÊNCIA resulta: (2018)


I – LESÃO CORPORAL GRAVE, a pena é de reclusão de 7 a 18 anos, e multa; RECLUSÃO
ROUBO (2018) 7 A 18
QUALIFICADO
ANOS +
(LESÃO GRAVE) ATENÇÃO! STF: O roubo qualificado pelo resultado morte (latrocínio) ou lesões MULTA
corporais permanece único quando, apesar de resultarem lesões corporais em
várias pessoas, apenas um patrimônio seja ofendido.

II – MORTE, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, e multa. (2018)


• STF: Agente que participou do roubo pode responder por latrocínio ainda que o
disparo que matou a vítima tenha sido efetuado pelo corréu. Ou seja, trata-se de
concurso de pessoas, a regra é que todos respondem pelo mesmo crime, conforme
Teoria Monista e Teoria do Domínio do Fato. RECLUSÃO
ROUBO
20 A 30
QUALIFICADO • SUM 610 – STF: Há crime de latrocínio quando o homicídio se consuma, ainda ANOS +
(MORTE) que não realize o agente a subtração de bens da vítima. MULTA
subtração consumada + morte consumada = latrocínio consumado
subtração tentada + morte tentada = latrocínio tentado
subtração tentada + morte consumada = latrocínio consumado
subtração consumada + morte tentada = latrocínio tentado
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STJ JURISPRUDÊNCIAS EM TESES (ROUBO)
1. O roubo praticado em um mesmo contexto fático, mediante uma só ação, contra vítimas diferentes, enseja o
reconhecimento do concurso formal de crimes, e não a ocorrência de crime único.
2. É prescindível (dispensável) a apreensão e perícia da arma de fogo para a caracterização de causa de aumento
de pena prevista no art. 157, § 2º, I, do CP, quando evidenciado o seu emprego por outros meios de prova.
3. Cabe à defesa o ônus da prova de demonstrar que a arma empregada para intimidar a vítima é desprovida de
potencial lesivo.
4. A utilização de arma sem potencialidade lesiva, atestada por perícia, como forma de intimidar a vítima no
delito de roubo, caracteriza a elementar grave ameaça, porém, não permite o reconhecimento da majorante de
pena. A gravidade do delito de roubo circunstanciado pelo concurso de pessoas e/ou emprego de arma de fogo
não constitui motivação suficiente, por si só, para justificar a imposição de regime prisional mais gravoso, na
medida em que constituem circunstâncias comuns à espécie.
5. Há tentativa de latrocínio quando a morte da vítima não se consuma por razões alheias à vontade do agente.
6. Há crime de latrocínio quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da
vítima. (Súmula n. 610/STF)
7. Há concurso formal impróprio no crime de latrocínio nas hipóteses em que o agente, mediante uma única
subtração patrimonial provoca, com desígnios autônomos, dois ou mais resultados morte.
8. Nos crimes de roubo praticados em detrimento da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a fixação da
competência é verificada de acordo com a natureza econômica do serviço prestado na forma de agência própria,
cuja competência é da Justiça Federal; ou na forma de franquia, explorada por particulares, hipótese em que a
Justiça Estadual terá competência para julgamento dos processos.

Outro entendimento: A simulação do uso de arma de fogo durante a subtração configura grave ameaça carac-
terizadora do crime de roubo, pois tal conduta é suficiente para causar a intimidação da vítima (exemplo: segu-
rar na cintura simulando que está armado). Mas atenção: nesse caso, configura apenas o roubo, sem a respectiva
causa de aumento, caso, realmente, não exista arma de fogo.

EXTORSÃO
Art. 158 CONSTRANGER alguém, MEDIANTE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA, e com o intuito de obter,
para si ou para outrem, indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa.
Pena reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
• Bem jurídico tutelado: protege o patrimônio e a pessoa (crime pluriofensivo);
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa);
• Sujeito passivo: crime comum (qualquer Pessoa);
• Consumação: consuma-se quando a vítima, em razão do constrangimento sofrido, realiza o comportamento
pretendido pelo agente;
• Tentativa: é cabível a tentativa.

• Em regra, não é crime hediondo. Apenas será hediondo a EXTORSÃO QUALIFICADA PELA MORTE.
• Constranger significa coagir alguém a fazer algo ou deixar de fazer alguma coisa.
• O que caracteriza a extorsão é a indispensabilidade da colaboração da vítima. Caso contrário, configura crime
de roubo.
• Trata-se de um crime formal, que não exige resultado naturalístico para sua consumação. Logo, a consumação
não depende do recebimento da vantagem econômica indevida.
• O crime de extorsão será julgado pela justiça do local onde a vítima recebe o constrangimento.
• Importante destacar a diferença entre EXTORSÃO e ESTELIONATO:
EXTORSÃO ESTELIONATO
• A colaboração da vítima é indispensável para que o • A colaboração da vítima é indispensável para que o
agente obtenha a vantagem indevida.
• O agente obtém a colaboração da vítima mediante X agente obtenha a vantagem indevida.
• O agente obtém a colaboração da vítima mediante
violência ou grave ameaça. artifício, ardil ou outro meio fraudulento.
• Súmula n° 96 do STJ: O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida.
§ 1º - Se o crime é cometido por:
Na extorsão é qualquer
CAUSAS DE • Duas ou mais pessoas, -1/3 A
arma (de fogo ou branca).
AUMENTO • Ou com emprego de arma, 1/2
• Aumenta-se a pena de um terço até metade.

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QUALIFICAÇÃO § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
PELO Lesão corporal grave: reclusão de 07 a 18 anos + multa.
RESULTADO Morte: reclusão 24 a 30 anos + multa.

§ 3º Se o crime é cometido:
• Mediante a RESTRIÇÃO DA LIBER-
EXTORSÃO
DADE DA VÍTIMA, RECLUSÃO
QUALIFICADA
• E essa condição é necessária para a 6 A 12
(FAMOSO
obtenção da vantagem econômica, Lesão corporal grave: reclusão de ANOS +
SEQUESTRO
• A pena é de reclusão, de 6 a 12 anos, 16 a 24 anos + Multa. MULTA
RELÂMPAGO)
além da multa. Morte: reclusão 24 a 30 anos
• Se resulta lesão corporal ou morte: + Multa.

Art. 159 - SEQUESTRAR pessoa Crime permanente


EXTORSÃO • Com o fim de obter, RECLUSÃO
MEDIANTE • Para si ou para outrem, 8 A 15
SEQUESTRO • Qualquer vantagem, ANOS
• Como CONDIÇÃO ou PREÇO do resgate.

§ 1º Se o sequestro:
• Dura mais de 24 horas,
Se o sequestrado é RECLUSÃO
• menor de 18 ou 12 A 20
• maior de 60 anos, ANOS
EXTORSÃO
MEDIANTE Ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
SEQUESTRO
§ 2º - Se do fato resulta lesão RECLUSÃO
QUALIFICADO
corporal de natureza grave: 16 A 24
O resultado agravador é contra a pessoa
ANOS
sequestrada, se for contra terceiro ou
pessoa que vai pagar o resgate, será RECLUSÃO
§ 3º - Se resulta a morte: concurso de crimes. 16 A 30
ANOS

Art. 160 - EXIGIR ou RECEBER,


• Como garantia de dívida, RECLUSÃO
• Abusando da situação de alguém, Na extorsão indireta não há
EXTORSÃO 1A3
• Documento que pode dar causa a violência ou grave ameaça.
INDIRETA ANOS +
• Procedimento CRIMINAL MULTA
• Contra a vítima ou contra terceiro.

§ 4º - Se o crime é cometido em CONCURSO:


DELAÇÃO • o concorrente que o denunciar à autoridade, -1/3 A
PREMIADA • FACILITANDO a libertação do sequestrado, -2/3
• TERÁ sua pena reduzida de um a dois terços.

CAPÍTULO IV - DO DANO
Art. 163 DESTRUIR , INUTILIZAR ou DETERIORAR coisa alheia: Pena detenção, de um a seis meses, ou multa.

• Bem jurídico tutelado: patrimônio;


• Elemento subjetivo: dolo;
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa);
• Sujeito passivo: crime comum (qualquer pessoa);
• Consumação: ocorre com a deterioração, destruição ou inutilização da coisa alheia.
• Tentativa: admite-se a tentativa.
Não há crime de dano culposo!
• Pichação não é crime de dano, mas sim contra o meio ambiente.
• Não há crime contra condômino que destrói somente a sua parte.
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§ único - Se o crime é cometido:
I - Com
• violência à pessoa ou grave ameaça;
II - Com emprego de DETENÇÃO
• substância inflamável ou explosiva, 6 MESES A
DANO • se o fato não constitui crime mais grave; 3 ANOS +
QUALIFICADO III - Contra o PATRIMÔNIO da MULTA
• União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, (Além de pena
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa correspondente
concessionária de serviços públicos; à violência)
IV - Por
• motivo egoístico ou
• com prejuízo considerável para a vítima.

AÇÃO PENAL NO CRIME DE DANO


AÇÃO PENAL PRIVADA AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
• Dano simples (caput); • Dano qualificado dos incisos I, II e III do § único;
• Dano qualificado por motivo egoístico
(§ único, IV).

CAPÍTULO V - DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA


Art. 168 APROPRIAR-SE de coisa alheia móvel, de que TEM A POSSE ou a DETENÇÃO:
Pena reclusão, de um a quatro anos, e multa.
•Bem jurídico tutelado: patrimônio;
• Elemento subjetivo: dolo POSTERIOR ao recebimento do bem;
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa);
• Sujeito passivo: crime comum (qualquer pessoa);
Apropriar-se é apoderar-se, tomar como própria, praticar ato de disposição como se a coisa lhe pertencesse, mas
na verdade pertence a outra pessoa. Pressupõe quebra de confiança!
Requisitos:
• Entrega voluntária do bem pela vítima;
• Posse ou detenção desvigiada;
• Boa-fé do agente ao tempo do recebimento do bem;
• Modificação posterior no comportamento do agente (negativa de restituição).
• Cabe o Princípio da Insignificância.
• Apropriação de Uso é figura atípica.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço quando o agente recebeu a coisa:
AUMENTO I - em depósito necessário; +1/3
DE PENA II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
menteiro ou depositário judicial;

Art. 168-A. DEIXAR DE REPASSAR


• À previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no
prazo e forma legal ou convencional.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem DEIXAR DE:


APROPRIAÇÃO I – Recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à RECLUSÃO
INDÉBITA previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a 2A5
PREVIDEN- segurados, a terceiros ou arrecadada do público; ANOS +
CIÁRIA II – Recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integra- MULTA
do despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à
prestação de serviços;
III - Pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 118
• espontaneamente
• São 4 ações : Declara + Confessa
§2º É EXTINTA • declara, confessa e efetua o pagamento
+ Paga + Presta informações;
• das contribuições, importâncias ou valores
a punibilidade • Antes do INÍCIO DA AÇÃO
• e presta as informações devidas à previdência social,
se o agente FISCAL, NÃO é oferecimento ou
• na forma definida em lei ou regulamento,
recebimento da denúncia.
• antes do início da ação fiscal.

§3º Deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de
bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido,
• após o início da ação fiscal
• e antes de oferecida a denúncia,
É FACULTADO • o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
ao juiz II – o valor das contribuições devidas,
• inclusive acessórios, R$ 20.000,00 (vinte mil reais)
• seja igual ou inferior (STF, STJ e Portaria MF 75/2012)
• àquele estabelecido pela previdência social,
• administrativamente,
• como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 4º A faculdade prevista no § 3ºdeste artigo:


• não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições
• cujo valor, inclusive dos acessórios,
• seja superior àquele estabelecido,
• administrativamente,
• como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 2018

ATENÇÃO!
ANTES do início da ação fiscal = DEPOIS do início da ação fiscal =
Extinção da punibilidade Deixa de aplicar a pena ou aplica só a Multa

APROPRIAÇÃO Art. 169 - APROPRIAR-SE alguém:


• de coisa alheia vinda ao seu poder por: DETENÇÃO
POR ERRO,
• erro, 1 MÊS A
CASO FORTUITO
Exemplo: Entrega de mercadoria em local 1 ANO OU
OU FORÇA DA • caso fortuito ou
errado e a pessoa recebe como se fosse a dona. MULTA
NATUREZA • força da natureza.

I - Quem acha:
• tesouro DETENÇÃO
APROPRIAÇÃO 1 MÊS A
• em prédio alheio e se apropria,
DE TESOURO 1 ANO OU
• no todo ou em parte,
• da quota a que tem direito o proprietário do prédio; MULTA

II - Quem acha:
• coisa alheia perdida DETENÇÃO
APROPRIAÇÃO 1 MÊS A
• e dela se apropria, total ou parcialmente,
DE COISA 1 ANO OU
• deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor
ACHADA MULTA
• ou de entregá-la à autoridade competente,
• dentro no prazo de 15 dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.
155, § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO
Art. 171 OBTER, para si ou para outrem, VANTAGEM ILÍCITA, em prejuízo alheio, INDUZINDO ou
MANTENDO ALGUÉM EM ERRO, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena reclusão, de um a cinco anos, e multa.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 119
• Bem jurídico tutelado: patrimônio;
• Elemento subjetivo: dolo específico (não é punido na modalidade culposa);
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa);
• Sujeito passivo: crime comum (qualquer pessoa);
• Consumação: trata-se de crime de DUPLO RESULTADO! Consuma-se quando o agente aufere a indevida
vantagem e a vítima suporta o prejuízo correspondente a tal vantagem (são necessários os dois resultados).
• A vantagem ilícita deve ser de natureza econômica (prejuízo alheio tem cunho patrimonial).
• Súmula 17 STJ: quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Ou seja, se o uso do falso (falsidade material, por exemplo) é usado como meio para a realização do estelionato,
aplica-se o princípio da consunção, portanto, o falso não será punido.
• No furto qualificado pela fraude: a fraude é utilizada com o fim de burlar a vigilância da vítima que, desatenta,
tem seu bem subtraído, sem que se aperceba.
• No estelionato: a fraude é usada como meio de obter o consentimento da vítima que, iludida, entrega voluntari-
amente o bem ao agente.
• Torpeza bilateral não descaracteriza o estelionato: duas pessoas tentando empregar fraude uma contra a outra.
• Induzir: persuadir, no sentido de criar para a vítima uma situação falsa. Aqui ele cria a situação.
• Manter: fazer permanecer ou conservar o ofendido na posição de equívoco em que já se encontrava. Aqui ele
se aproveita da situação de erro em que o agente já se encontra.
• Erro é a falsa percepção da realidade.
• Artifício é a fraude material (utiliza algum instrumento ou objeto para enganar).
• Ardil é a fraude moral (conversa enganosa).
• Qualquer outro meio fraudulento: é interpretação analógica.

§ 1º - Se o criminoso RECLUSÃO
ESTELIONATO • É primário, e POR DETENÇÃO
PRIVELIGIADO • é de pequeno valor o prejuízo, OU -1/3 A 2/3
• o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. OU MULTA
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
DISPOSIÇÃO
DE COISA I - Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia
ALHEIA COMO • Coisa alheia como própria;
PRÓPRIA

ALIENAÇÃO OU II - Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia


ONERAÇÃO • coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa,
FRAUDULENTA • ou imóvel que prometeu vender a terceiro,
DE COISA • mediante pagamento em prestações,
PRÓPRIA • silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias.

III - DEFRAUDA,
DEFRAUDAÇÃO
• Mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo,
DE PENHOR RECLUSÃO
• A garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado.
1A5
IV - DEFRAUDA, ANOS +
FRAUDE NA
• Substância, qualidade ou quantidade de coisa MULTA
EMNTREGA
DE COISA • que deve entregar a alguém.

V - DESTRÓI,
• total ou parcialmente,
FRAUDE PARA • ou oculta coisa própria,
RECEBIMENTO • ou lesa o próprio corpo ou a saúde,
DE • ou agrava as consequências da lesão ou doença,
INDENIZAÇÃO • com o intuito de haver indenização ou valor de seguro.
OU VALOR • O estelionato na modalidade fraude para recebimento de indenização do
DE SEGURO seguro, crime formal, prescinde (dispensa), para a consumação, da obtenção
da vantagem ilícita em prejuízo alheio.
• Sujeito ativo: quem lesiona ou agrava.
• Sujeito passivo: seguradora.
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VI – EMITE cheque,
• Sem suficiente provisão de fundos,
• em poder do sacado,
• ou lhe frustra o pagamento.
• Súmula 554 - STF: o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos,
APÓS O RECEBIMENTO da denúncia, NÃO OBSTA ao prosseguimento da
ação penal.
FRAUDE DE • Ou seja, o pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, ANTES RECLUSÃO
PAGAMENTO DO RECEBIMENTO da denúncia, OBSTA ao prosseguimento da ação penal. 1A5
POR MEIO • Súmula 48 - STJ: compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita ANOS +
DE CHEQUE processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de MULTA
cheque.
• Súmula 244 - STJ: compete ao foro do local da recusa processar e julgar o
crime de estelionato mediante cheque sem provisão de fundos.
ESTELIONATO - ESTELIONATO - CHEQUE
FALSIFICAÇÃO DE CHEQUE SEM PROVISÃO DE FUNDOS
Local da obstenção da vantagem ilícita Local da recUsa

§ 3º - A pena:
• aumenta-se de um terço,
ESTELIONATO • se o crime é cometido em detrimento de
PREVIDEN- • entidade de direito público ou de +1/3
CIÁRIO • instituto de economia popular,
• assistência social ou
• beneficência.

ESTELIONATO § 4º Aplica-se a pena em DOBRO se o crime for cometido contra IDOSO.


DOBRO
CONTRA IDOSO

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:


AÇÃO PÚBLICA I - A administração pública, direta ou indireta;
CONDICIONADA II – Criança ou adolescente;
(2019 - PAC) III - Pessoa com deficiência mental; ou
IV - Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

ATENÇÃO!
Todos os crimes de estelionato (caput e parágrafos) serão processados por ação penal pública
condicionada a representação, exceto nos casos elencados no § 5º.

STJ JURISPRUDÊNCIAS EM TESES (ESTELIONATO)


1. O princípio da insignificância é inaplicável ao crime de estelionato quando cometido contra a administração
pública, uma vez que a conduta ofende o patrimônio público, a moral administrativa e a fé pública, possuindo
elevado grau de reprovabilidade.
2. Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação
das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
(Súmula n. 107/STJ)
3. O delito de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º do CP), praticado pelo próprio beneficiário, tem natureza
de crime permanente uma vez que a ofensa ao bem jurídico tutelado é reiterada, iniciando-se a contagem do
prazo prescricional com o último recebimento indevido da remuneração.
4. O delito de estelionato previdenciário, praticado para que terceira pessoa se beneficie indevidamente, é crime
instantâneo com efeitos permanentes, iniciando-se a contagem do prazo prescricional a partir da primeira parcela
do pagamento relativo ao benefício indevido.
5. Aplica-se a regra da continuidade delitiva (art. 71 do CP) ao crime de estelionato previdenciário praticado por
terceiro, que após a morte do beneficiário segue recebendo o benefício regularmente concedido ao segurado,
como se este fosse, sacando a prestação previdenciária por meio de cartão magnético todos os meses.
6. A devolução à previdência social da vantagem percebida ilicitamente,
• antes do recebimento da denúncia,
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• não extingue a punibilidade do crime de estelionato previdenciário,
• podendo, eventualmente,
• caracterizar arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP.
7. O delito de estelionato é consumado no local em que se verifica o prejuízo à vítima.
8. Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão
de fundos. (Súmula n. 244/STJ)
9. A emissão de cheques pré-datados,
• como garantia de dívida e não como ordem de pagamento à vista,
• não constitui crime de estelionato previsto no art. 171, § 2°, VI, do CP,
• uma vez que a matéria deixa de ter interesse penal quando não há fraude, conforme a Súmula n. 246/STF.
10. O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao
prosseguimento da ação penal. (Súmula n. 554/STF)
11. A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da com-
petência da Justiça Estadual. (Súmula n. 73/STJ)

CAPÍTULO VII - DA RECEPTAÇÃO


Art. 180 ADQUIRIR, RECEBER, TRANSPORTAR, CONDUZIR ou OCULTAR em proveito próprio ou alheio,
coisa que SABE ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.
Pena reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Divide-se em duas espécies:
PRÓPRIA IMPRÓPRIA
Adquirir Influir para que 3º de boa-fé:
Receber Adquira
Ocultar Receba
Conduzir Oculte
Transportar
COISA QUE SABE SER PRODUTO DE CRIME
• Bem jurídico tutelado: patrimônio;
• Objeto material do crime: coisa que seja produto de crime (a coisa deve ser produto de crime anterior e não
mero instrumento da prática dele);
• Elemento subjetivo: dolo direto (cuidado! Dolo eventual responderá por receptação culposa).
• Sujeito ativo: crime comum (qualquer pessoa);
• Sujeito passivo: crime comum (qualquer pessoa);
• Consumação da receptação própria: crime material;
• Consumação da receptação imprópria: crime formal (a consumação ocorre quando o agente influencia o 3º de
boa-fé, ainda que este não adquira, receba ou oculte o bem);
• Se o agente participa do crime anterior e depois adquire, recebe, transporta, conduz ou oculta a coisa, não
responde por receptação, será coautor ou partícipe.
• Se é produto de contravenção penal, não há receptação.
• Se é produto de ato infracional, há receptação.
• É possível receptação de receptação.
• Não confundir com favorecimento real Art. 349: prestar a criminoso, fora dos casos de
coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime.
Quem adquire de boa-fé Não responde por crime
Quem adquire de má-fé Responde por receptação própria
ATENÇÃO!
Quem influencia alguém de boa-fé Responde por receptação imprópria
Quem influencia alguém de má-fé Responde como partícipe na receptação

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,


desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma RECLUSÃO
RECEPTAÇÃO utilizar, 3A8
QUALIFICADA • em proveito próprio ou alheio, ANOS +
• no exercício de atividade comercial ou industrial, MULTA
• coisa que DEVE saber ser produto de crime.
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§ 2º - Equipara-se à atividade comercial;
RECLUSÃO
RECEPTAÇÃO • para efeito do parágrafo anterior,
3 A 8 ANOS
QUALIFICADA • qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
+ MULTA
• inclusive o exercício em residência.

§ 3º - ADQUIRIR ou RECEBER:
DETENÇÃO
• coisa que,
1 MÊS A
RECEPTAÇÃO • por sua natureza,
1 ANO OU
CULPOSA • ou pela desproporção entre o valor e o preço,
MULTA OU
• ou pela condição de quem a oferece,
AMBAS AS
• deve PRESUMIR-SE obtida por meio criminoso
PENAS
• A receptação qualificada não admite a modalidade culposa!

§ 4º - A receptação é punível,
• ainda que desconhecido
• ou isento de pena
• o autor do crime de que proveio a coisa.
Exemplo: Se o crime (ou ato infracional) anterior foi cometido por agente inimputável (menor de 18 anos, doente
mental...) ou se extinta a punibilidade do crime anterior, mesmo assim, o agente que pratica a receptação
responderá pelo crime.

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de
aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.

RECEPTAÇÃO CULPOSA RECEPTAÇÃO DOLOSA


• Primário; • Primário + pequeno valor;
• Cabe perdão judicial • Reclusão por detenção;
(deixa de aplicar a pena). • -1/3 a -2/3;
• Só multa.

§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio


• da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município
• ou de autarquia, fundação pública,
• empresa pública, sociedade de economia mista DOBRO
• ou empresa concessionária de serviços públicos,
• aplica-se em DOBRO a pena prevista no caput deste artigo.

RECEPTAÇÃO Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito
RECLUSÃO
DE SEMOVENTE ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semovente
2 A 5 ANOS
DOMESTICÁVEL domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes, que
+ MULTA
DE PRODUÇÃO DEVE saber ser produto de crime:

RECEPTAÇÃO SIMPLES RECEPTAÇÃO QUALIFICADA RECEPTAÇÃO CULPOSA


Reclusão (01 a 04 anos + multa) Reclusão (03 a 08 anos + multa) Detenção (01 mês a 01 ano e/ou multa)
O agente sabe ser produto de crime O agente deve saber ser O agente deve presumir ser
produto de crime produto de crime

RECEPTAÇÃO FAVORECIMENTO REAL


• Crime contra o patrimônio • Crime contra a administração pública

X
• A pessoa passa a ter a coisa em proveito • Auxílio destinado a tornar seguro o
próprio ou alheio proveito do crime
• Proveito econômico próprio ou de terceiro • Em favor do autor do crime antecedente
• Há intenção de lucro • Não há intenção de lucro
• Crime principal • Crime subsidiário

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CAPÍTULO VIII - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É ISENTO DE PENA quem comete qualquer dos


crimes previstos neste título, em prejuízo:
I - do CÔNJUGE, Todos os crimes do Título II
ESCUSAS
(crimes contra o patrimônio),
ABSOLUTÓRIAS • na constância da sociedade conjugal;
II - de ASCENDENTE ou DESCENDENTE, exceto os casos do 183.
• seja o parentesco legítimo ou ilegítimo,
• seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é
cometido em prejuízo:
I - do CÔNJUGE
ESCUSAS • desquitado ou
RELATIVAS • judicialmente separado;
II - de IRMÃO,
• legítimo ou ilegítimo; Não é qualquer tio ou sobrinho, exige coabitação!
III - de TIO ou SOBRINHO,
• com quem o agente coabita.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:


I - se o crime é de
• roubo ou de
• extorsão,
• ou, em geral, quando haja emprego de
NÃO SE APLICA
• grave ameaça ou
• violência à pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado
• contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2020 – MPE/CE – Promotor - Adaptada-
Joaquim, com o intuito de fornecer energia elétrica a da punibilidade". Portanto, temos que a questão
seu pequeno ponto comercial situado em via pública, apresenta uma conclusão correta acerca do caso: i)
efetuou uma ligação clandestina no poste de energia trata-se do crime do art. 155, §4°, II; ii) a punibilidade
elétrica próximo a seu estabelecimento. Durante não foi extinta com o pagamento do débito; iii)
dois anos, ele utilizou a energia elétrica dessa fonte, poderá caracterizar arrependimento posterior,
sem qualquer registro ou pagamento do real consu- preenchidos os requisistos, nos termos do art. 16 do
mo. Em fiscalização, foi constatada a prática de CPB.
crime, e, antes do recebimento da denúncia, Joaquim
quitou o valor da dívida apurado pela companhia de CESPE – 2020 – MPE/CE – Analista Situação
energia elétrica. Consoante a jurisprudência do STJ, hipotética: Maria, de sessenta e oito anos de idade, e
nessa situação hipotética, Joaquim praticou o crime Teresa, de cinquenta e quatro anos de idade, são
de furto mediante fraude, cuja punibilidade não foi irmãs e residem no mesmo endereço. Na ocasião de
extinta com o pagamento do débito, apesar de essa uma festividade familiar, Teresa se aproveitou de um
circunstância poder caracterizar arrependimento descuido de Maria e acabou por subtrair-lhe a bolsa.
posterior. Assertiva: nos termos do Código Penal, o processa-
R: Certo. De acordo com o entendimento jurispru- mento do crime de furto praticado por Teresa
dencial do STJ, o agente que “desvia a corrente elétri- dependerá de representação de Maria.
ca antes que ela passe pelo registro comete o delito R: Errado. O art. 183 dispõe que as escusas relativas
de furto”. A fraude foi cometida para desviar a ener- (art. 182) e as escusas absolutórias (art. 181) não
gia elétrica (vulgarmente denominada de “gato”), serão aplicadas no caso dos crimes (contra o
incorrendo no tipo penal do art. 155, §4°, II do CPB. patrimônio) praticados contra pessoa com idade
Ainda, o informativo 645 dispõe que “o pagamento igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Isto posto, o
do débito oriundo de furto de energia elétrica antes crime cometido por Maria será de ação penal pública
do recebimento da denúncia não é causa de extinção incondicionada.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 124
CESPE – 2019 – DPDF - Defensor Situação hipotéti- elétrica, tampouco é energia elétrica, para fins
ca: Pedro, réu primário, valendo-se da confiança que penais. Cumpre frisar que o entendimento do STJ é
lhe depositava o seu empregador, subtraiu para si em outro sentido, entendendo que a conduta é sim
mercadoria de pequeno valor do estabelecimento típica, incorrendo em crime de furto, já que o sinal de
comercial em que trabalhava. Assertiva: Nessa TV a cabo pode ser equiparado à energia elétrica
situação, apesar de configurar a prática de furto para fins de incidência do artigo 155, § 3º, do CPB.
qualificado pelo abuso de confiança, o juiz poderá
reconhecer o privilégio. CESPE – 2017 – SJDH/PE – Agente de Segurança
R: Errado. De acordo com a jurisprudência do STJ, o Penitenciária – Adaptada) Maria, que trabalhava
privilégio do furto (art. 155, §2° do CPB) só se com- havia anos em serviço terceirizado de limpeza,
patibiliza com as qualificadoras de ordem objetiva. aproveitando-se de que o delegado-chefe da delega-
Assim, o abuso de confiança é de natureza subjetiva, cia de polícia de Recife, onde trabalhava à época,
o que impede a compatibilidade sugerida pela estava ausente, entrou em sua sala e subtraiu para si
questão. Cumpre acrescentar o teor da Súmula 511 um telefone celular que estava sobre a mesa. O dele-
do STJ no mesmo sentido: “É possível o reconheci- gado tinha total confiança em Maria, tanto que
mento do privilégio previsto no § 2.º do art. 155 do muitas vezes deixava bens públicos e privados sob
CP nos casos de crime de furto qualificado, se seus cuidados. O bem subtraído foi avaliado em R$
estiverem presentes a primariedade do agente, o 3.000. Nessa situação hipotética, Maria responderá
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem por furto qualificado por abuso de confiança.
objetiva”. R: Certo. Trata-se do delito de furto qualificado por
abuso de confiança (art. 155, §4°, II do CP). Note que
CESPE – 2018 – PCMA – Delegado No interior de para incorrer em furto qualificado por abuso de
um estabelecimento comercial, João colocou em sua confiança é imprescindível o especial vínculo de
mochila diversos equipamentos eletrônicos, com a confiança, lealdade ou fidelidade entre o autor e a
intenção de subtraí-los para si. Após conseguir sair vítima. No caso em tela, o delegado de polícia tinha
do estabelecimento sem pagar pelos produtos, João “total confiança” em Maria, o que justifica a qualifica-
foi detido, ainda nas proximidades do local, por agen- dora.
tes de segurança que visualizaram trechos de sua
ação pelo sistema de câmeras de vigilância. Os CESPE – 2014 – PMCE – Primeiro Tenente José,
produtos em poder de João foram recuperados e com dezoito anos de idade, e Lauro, com quinze anos
avaliados em R$ 1.200. Nessa situação hipotética, de idade, recém-egressos de casa de internação onde
caracterizou-se a prática de crime de furto. cumpriram medida socioeducativa após a prática de
R: Certo. O delito narrado em tela amolda-se ao ato infracional, mediante ajuste prévio, passaram
crime de furto (art. 155 do CPB), já que subtraiu para conjuntamente a subtrair objetos de transeuntes na
si coisa alheia móvel. Soma-se a isso o fato de que o rua, sem violência ou ameaça. Nessa situação
sistema de câmeras de vigilância não possui, por si só, hipotética, José responderá por crime de furto quali-
o condão de impedir a configuração do crime de ficado.
furto, de acordo com a súmula 567 do STJ (Súmula R: Certo. A qualificadora do crime de furto a que se
567 - sistema de vigilância realizado por monitora- refere está disposta no art. 155, §4°, IV: “mediante
mento eletrônico ou por existência de segurança no concurso de duas ou mais pessoas”. O fato de Lauro
interior de estabelecimento comercial, por si só, não ser inimputável não afasta a qualificadora do concur-
torna impossível a configuração do crime de furto). so de agentes, sendo dispensável, para esse fim, que o
outro agente seja imputável.
CESPE – 2018 – MPU – Analista Um indivíduo,
penalmente imputável, em continuidade delitiva, foi CESPE – 2018 – PF – Delegado Depois de adquirir um
flagrado por autoridade policial no decorrer da práti- revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime,
ca criminosa de furtar sinal de TV a cabo. Nessa José passou a portá-lo municiado, sem autorização e
situação, de acordo com o atual entendimento do em desacordo com determinação legal. O comporta-
Supremo Tribunal Federal, aplica-se a analogia ao mento suspeito de José levou-o a ser abordado em
caso concreto, no sentido de imputar ao agente a operação policial de rotina. Sem a autorização de
conduta típica do crime de furto de energia elétrica. porte de arma de fogo, José foi conduzido à delegacia,
R: Errado. O atual entendimento do STF (Informativo onde foi instaurado inquérito policial. A receptação
n° 623 nos autos do HC 97621) é no sentido de que a praticada por José consumou-se a partir do momento
conduta narrada é atípica, ante a impossibilidade do em que ele adquiriu o armamento.
emprego de analogia in malam partem no âmbito do R: Certo. O delito descrito no art. 180 possui alguns
direito penal. O teor do §3° do art. 155 do CPB núcleos do tipo, sendo certo que adquirir coisa que
equipara coisa móvel a energia elétrica ou qualquer sabe ser produto de crime é um deles. O momento de
outra com valor econômico. No entanto, o sinal clan- consumação do delito por José ocorre justamente no
destino de TV não pode ser equiparado a energia momento em que se adquire o produto que sabe ser

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 125
de crime (revólver calibre 38), visto que nenhum dos R: Certo. Trata-se da modalidade de dano descrita no
outros núcleos do tipo ocorre em momento anterior art. 163, parágrafo único, III. Assim, atualmente (Lei
(receber, transportar, conduzir ou ocultar), o que nº 13.531, de 2017), o dano cometido contra o
poderia justificar outro momento de consumação. patrimônio do Distrito Federal também será qualifi-
cado. No caso da questão, temos um dano ao patrimô-
CESPE – 2018 – PF – Delegado Severino, maior e nio da União, o que à época da questão já configurava
capaz, subtraiu, mediante o emprego de arma de como qualificador. Para acrescentar, se o crime de
fogo, elevada quantia de dinheiro de uma senhora, dano foi cometido contra patrimônio de qualquer dos
quando ela saía de uma agência bancária. Um policial entes federados, mesmo que da administração indire-
que presenciou o ocorrido deu voz de prisão a Severi- ta, incidirá a qualificadora.
no, que, embora tenha tentado fugir, foi preso pelo
policial após breve perseguição. Nessa situação, CESPE – 2012 – DPE/ES - Defensor Para a configu-
Severino responderá por tentativa de roubo, pois ração do denominado crime de sequestro-relâmpago,
não teve a posse mansa e pacífica do valor roubado. a restrição da liberdade da vítima é condição
R: Errado. Ocorrerá o crime de roubo na forma necessária para a obtenção da vantagem econômica,
consumada, eis que para o STJ basta a inversão da independentemente da ocorrência desta
posse, sendo desnecessária a posse mansa e pacífica R: Certo. O crime descrito é o art. 158, §3°. Haverá a
do bem subtraído. Nesse sentido, segue a Súmula nº sua consumação quando da restrição, visto se tratar
582 do STJ, cujo enunciado diz que: "Consuma o de crime formal, o qual se consuma com o dolo de
crime de roubo com a inversão da posse do bem restrição da liberdade da vítima, sem a necessidade
mediante emprego de violência ou grave ameaça, de se obter efetivamente qualquer vantagem
ainda que por breve tempo e em seguida à econômica (mero exaurimento do delito). No entanto,
perseguição imediata ao agente e recuperação da é importante frisar que a restrição da liberdade é
coisa roubada, sendo PRESCINDÍVEL a posse mansa uma condição para a obtenção da vantagem
e pacífica ou desvigiada". O STF possui o mesmo econômica. Ao comprovar que o agente possuía a
entendimento. intenção de sequestrar a vítima, consuma-se o delito.
Nesse mesmo sentido, o crime de extorsão (art. 158
CESPE – 2018 – PF – Delegado Cristiano, maior e caput) também se consuma com a extorsão, senão
capaz, roubou, mediante emprego de arma de fogo, a vejamos na Súmula 96 do STJ: “o crime de extorsão
bicicleta de um adolescente, tendo-o ameaçado consuma-se independentemente da obtenção da
gravemente. Perseguido, Cristiano foi preso, confes- vantagem indevida”.
sou o crime e voluntariamente restituiu a coisa
roubada. Nessa situação, a restituição do bem não
assegura a Cristiano a redução de um a dois terços da
pena, pois o crime foi cometido com grave ameaça à
pessoa.
R: Certo. O arrependimento posterior que acarreta
na redução da pena de um a dois terços só aplica aos
crimes cometidos SEM violência ou grave ameaça à
pessoa, desde que reparado o dano ou restituída a
coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa
(art. 16 do CPB). Portanto, fica evidente que Cris-
tiano valeu-se de violência ou grave ameaça, o que
impede a redução da pena ora apontada.

CESPE – 2014 - Câmara dos Deputados – Agente de


Polícia Legislativa Durante uma passeata na Espla-
nada dos Ministérios, um manifestante, logo após ter
sido alertado por um agente da Polícia Legislativa de
que deveria se afastar do local, arremessou pedras
em direção ao Congresso Nacional, o que resultou na
quebra de vidraças da Câmara dos Deputados. O
manifestante foi preso em flagrante e, na delegacia,
confessou a prática do delito. Por ter acarretado a
quebra das vidraças, o manifestante deve responder
pela prática do crime de dano qualificado, uma vez
que o crime foi praticado contra o patrimônio da
União, sendo a ação penal, nesse caso, pública
incondicionada.

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DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL

TÍTULO XI – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


CAPÍTULO I - DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 327 – Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º – Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da administração pública.

PECULATO
Art. 312 – APROPRIAR-SE o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou DESVIÁ-LO, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
• PECULATO PRÓPRIO: Funcionário público possui a posse ou detenção do bem.
• PECULATO IMPRÓPRIO: Funcionário público não possui a posse ou detenção do bem.
• PECULATO-APROPRIAÇÃO: Apropriação, por parte de um funcionário público, de um bem a que ele tenha
acesso por causa do cargo que ocupa.
• PECULATO-DESVIO: Acontece por conta do desvio de um bem, seja em benefício próprio ou de outras
pessoas.

• Peculato é CRIME PRÓPRIO, só pode ser praticado por funcionário público.


• Se comunica se o agente (coautor ou partícipe) sabe dessa condição (ser funcionário público). Se não souber, o
terceiro poderá responder por furto e o funcionário público por peculato.
• O proveito auferido pode ser material ou moral.
• Peculato de uso de bem infungível e inconsumível não é crime (atípico), mas pode configurar improbidade e/ou
ilícito administrativo.
• Peculato de uso de bem fungível e consumível é crime, além de improbidade e/ou ilícito administrativo.
Súmula 599 - STJ: O princípio da insignificância é INAPLICÁVEL aos crimes contra a administração pública.

O DESCAMINHO pertence ao capítulo dos crimes praticados por particular contra a administração em geral e a ele
aplica-se o princípio da insignificância quando o débito tributário não for superior a R$20 mil reais, de acordo com o
entendimento do STF e do STJ. Entretanto, se houve reiteração delitiva (habitualidade na conduta), o princípio da insig-
nificância será INAPLICADO, ainda que o débito tributário seja inferior ao estabelecido pela jurisprudência.

PECULATO - CULPOSO
Requisitos exigidos para configurar peculato culposo:
§ 2º – Se o funcionário concorre CULPOSAMENTE para o crime de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
Conduta negligente, imprudente ou de
desídia do funcionário público
Requisitos para que haja peculato-culposo
Atuação de terceira pessoa

Lembre-se!
Crimes culposos não admitem tentativa. Esse tipo de delito irá se consumar quando o terceiro, dolosamente,
consegue furtar o bem da administração pública. Caso contrário, não há que se falar em peculato culposo.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano:
• se PRECEDE à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade;
• se lhe é POSTERIOR, reduz de metade a pena imposta.

antes TRÂNSITO EM JULGADO após


EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE CAUSA ESPECIAL DE REDUÇÃO DE PENA
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PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM OU PECULATO ESTELIONATO
Art. 313 – APROPRIAR-SE de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
• Somente mediante DOLO!
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES/ PECULATO ELETRÔNICO
Art. 313-A. INSERIR ou FACILITAR, o funcionário autorizado, a INSERÇÃO DE DADOS FALSOS, ALTERAR ou EXCLUIR
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da administração pública com o
fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
• Sujeito ativo: FUNCIONÁRIO AUTORIZADO.
• Elemento subjetivo: DOLO (obter vantagem indevida/ causar dano).
• Consumação: FORMAL. Ou seja, não se faz necessária a consumação do delito.
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES / PECULATO ELETRÔNICO
Art. 313-B. MODIFICAR ou ALTERAR, o funcionário, SISTEMA DE INFORMAÇÕES ou PROGRAMA DE INFORMÁTICA
sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a
administração pública ou para o administrado.
• Sujeito ativo: FUNCIONÁRIO PÚBLICO (não precisa ser autorizado).
• Elemento subjetivo: DOLO
• Consumação: FORMAL. Ou seja, não se faz necessária a consumação do delito.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
Art. 314 – EXTRAVIAR livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; SONEGÁ-LO ou
INUTILIZÁ-LO, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
Art. 315 – DAR às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
• Sujeito ativo: FUNCIONÁRIO PÚBLICO.
• Consumação: MATERIAL (é necessária a efetiva aplicação do dinheiro).
• Verbas públicas: valores com especificação definida na lei orçamentária para determinado serviço de interesse
público.
• Rendas públicas: valores que pertencem à fazenda pública.
CONCUSSÃO CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 316 – EXIGIR, para si ou para outrem, direta ou Art. 317 – SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
assumí-la, mas em razão dela, vantagem indevida: função ou antes de assumí-la, mas em razão dela,
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
• É impossível o cometi-
mento desses dois delitos Própria O funcionário público negocia um ATO ILÍCITO
em um mesmo contexto CORRUPÇÃO
fático. PASSIVA Imprópria O funcionário público negocia um ATO LÍCITO
• Consumação: FORMAL.
• Corrupção Passiva Exaurida: § 1º – A pena é aumentada de um terço se, em consequência da vantagem ou promes-
sa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o prática infringindo dever funcional.
• Corrupção Passiva Privilegiada: § 2º – Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
EXCESSO DE EXAÇÃO
§ 1º – Se o funcionário EXIGE TRIBUTO ou CONTRIBUIÇÃO SOCIAL que sabe ou deveria saber indevido ou, quando
devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
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Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
• Tributo: prestação pecuniária compulsória.
• Contribuição social: saúde, previdência etc.
• Pune-se o EXCESSO e não a exação (cobrança pontual).
Segundo entendimento do STJ, até mesmo verba relacionada a serviço notarial, ou seja, serviço de cartório, pode ser
objeto do crime de excesso de exação.
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
Art. 318 – FACILITAR, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
• Comissiva – retirada de obstáculos;
• Omissiva – “deixar passar”/”fazer vista grossa”;
• Crime formal;
• Exceção da Teoria Monista para o concurso de pessoas (o funcionário público responde pelo 318 e o particular
pelo 334 ou 334-A);
• Justiça competente: Justiça Federal.

PREVARICAÇÃO PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA


Art. 319 – RETARDAR ou DEIXAR DE PRATICAR, Art. 319-A. DEIXAR o DIRETOR de penitenciária e/ou
indevidamente, ato de ofício, ou PRATICÁ-LO AGENTE público DE CUMPRIR SEU DEVER DE VEDAR
CONTRA disposição expressa de lei, para satisfazer ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
interesse ou sentimento pessoal: similar, que permita a comunicação com outros presos
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. ou com o ambiente externo:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
• Elemento subjetivo: interesse pessoal/ sentimento
pessoal. • Sujeito ativo: diretor da penitenciária ou agente
• Crime formal. público.
• Crime formal.

CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
Art. 320 – DEIXAR o funcionário, POR INDULGÊNCIA, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade compe-
tente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
• Indulgência: perdão, demência, tolerância.
• A obrigação de responsabilizar o subordinado é IMEDIATA!
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
Art. 321 – PATROCINAR, DIRETA ou INDIRETAMENTE, INTERESSE PRIVADO perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. (ADVOCACIA IMPRÓPRIA)
Parágrafo único – Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa. (ADVOCACIA PRÓPRIA)
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
Art. 322 – PRATICAR VIOLÊNCIA, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
• Não há de se falar em violência moral, apenas física.
ABANDONO DE FUNÇÃO
Art. 323 – ABANDONAR CARGO público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º – Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º – Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO
Art. 324 – ENTRAR NO EXERCÍCIO de função pública ANTES de satisfeitas as EXIGÊNCIAS LEGAIS, ou CONTINUAR A
EXERCÊ-LA, SEM AUTORIZAÇÃO, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
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Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
• Não é necessária a habitualidade, basta uma consumação instantânea.
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL
Art. 325 – REVELAR FATO de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou FACILI-
TAR-LHE A REVELAÇÃO:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA
Art. 326 – DEVASSAR O SIGILO de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de
devassá-lo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA


Art. 328 – USURPAR o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
• Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive funcionário público (quando este estiver fora da sua função pública).
• Consumação: Praticar algum ato inerente à função e, não se faz necessário que haja qualquer prejuízo à adminis-
tração pública.
• MODALIDADE QUALIFICADA
Parágrafo único – Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
DESOBEDIÊNCIA (RESISTÊNCIA PASSIVA)
Art. 330 – DESOBEDECER a ORDEM legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
• Comissiva: quando o sujeito ativo do crime, ou seja, o particular, realiza um ato contrário àquele que foi emana-
do.
• Omissiva: deixar de agir.
• Crime: formal.
RESISTÊNCIA (RESISTÊNCIA ATIVA ou DESOBEDIÊNCIA ATIVA)
Art. 329 – OPOR-SE À EXECUÇÃO de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
Meios:
• Ameaça (real ou verbal);
• Violência.
MODALIDADE QUALIFICADA
§ 1º – Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º – As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
DESACATO
Art. 331 – DESACATAR funcionário público no EXERCÍCIO DA FUNÇÃO OU EM RAZÃO dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
• Deve ocorrer na presença do funcionário público.
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Art. 332 – SOLICITAR, EXIGIR, COBRAR ou OBTER, para si ou para outrem, VANTAGEM ou PROMESSA DE VAN-
TAGEM, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destina-
da ao funcionário.
CORRUPÇÃO ATIVA
Art. 333 – OFERECER ou PROMETER VANTAGEM INDEVIDA a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício:
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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
• Exceção da Teoria Monista: quando há concurso de pessoas dentro de um mesmo contexto fático, todos
respondem pelo mesmo delito.
• Consumação: ocorre quando promete ou oferece a vantagem.
DESCAMINHO
Art. 334. ILUDIR, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo
consumo de mercadoria
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
No descaminho, o agente age fraudulentamente, com o intuito de não pagar direito ou impostos inerentes à
circulação da mercadoria. Iludir: frustar, deixar de cumprir.
• Consumação: ocorre com a liberação pela alfândega, sem o pagamento dos impostos inerentes.
• O princípio da insignificância é aplicável ao descaminho, tendo em vista que possui natureza tributária. STF e
STJ aplicam o valor de R$ 20.000,00 para caracterização do valor insignificante.
• Responsável por julgar o delito: competência da Justiça Federal.
CONTRABANDO
Art. 334-A. IMPORTAR ou EXPORTAR MERCADORIA PROIBIDA:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
• Consumação: a exportação ocorre quando a mercadoria proibida deixa o Brasil. A importação, por sua vez,
estará consumada quando a mercadoria entra no Brasil.
• Responsável por julgar o delito: Justiça Federal.
• Entendimento (STF e STJ): inaplicável o crime de bagatela/princípio da insignificância.

DESCAMINHO CONTRABANDO
Produtos cuja entrada é permitida, Produtos proibidos, que dependem de
com o devido pagamento dos tributos. uma autorização especial.

IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE DE CONCORRÊNCIA


Art. 335 – IMPEDIR, PERTURBAR ou FRAUDAR CONCORRÊNCIA PÚBLICA ou VENDA EM HASTA PÚBLICA,
promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único – Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem ofereci-
da.
INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL
Art. 336 – RASGAR ou, de qualquer forma, INUTILIZAR ou CONSPURCAR edital afixado por ordem de funcionário
público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário públi-
co, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
(Conspurcar = sujar/macular).
SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
Art. 337 – SUBTRAIR, ou INUTILIZAR total ou parcialmente, LIVRO OFICIAL, processo ou documento confiado à
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Art. 337-A. SUPRIMIR ou REDUZIR CONTRIBUIÇÃO social PREVIDENCIÁRIA e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:
I – Omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previ-
denciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado
que lhe prestem serviços;
II – Deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;
III – Omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

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• Bem jurídico tutelado: administração pública – seguridade social;
• Causa de Extinção da Punibilidade: o agente, de maneira espontânea, irá declarar ou confessar as contribuições
e valores devidos, ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL.
• O JUIZ PODERÁ optar por não aplicar a pena ou por APLICAR SOMENTE A MULTA se o agente for primário e
possuir bons antecedentes e se os valores das contribuições devidas forem iguais ou inferiores às estabelecidas
pelo INSS, como sendo o mínimo para ajuizamento de suas execuções fiscais.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2013 – Polícia Federal/Delegado de Polí-
cia Os delitos de inserção de dados falsos e de modi- tipo penal de resistência (art. 329 do CPB), já que
ficação ou alteração de dados não autorizada em esse crime exige a prática de violência ou de ameaça
sistema de informações só se configuram se pratica- a funcionário competente para executá-lo ou a quem
dos por funcionário público autorizado, com o fim lhe esteja prestando auxílio, o que não ocorreu. Da
específico de obter vantagem indevida para si ou mesma forma, o crime de calúnia (art. 138 do CPB)
para outrem, ou para causar dano, sendo as penas não ocorreu, ante a inexistência de imputação falsa
aumentadas de um terço até a metade se da modifi- de fato definido como crime.
cação ou alteração resultar dano para a adminis-
tração pública ou para o administrado. CESPE - 2019 – TJSC/Juiz Joaquim, fiscal de vigilân-
R: Errado. A questão traz dois tipos penais: inserção cia sanitária de determinado município brasileiro,
de dados falsos em sistemas de informações (art. estava licenciado do seu cargo público quando exigiu
313-A) e modificação ou alteração não autorizada de de Paulo determinada vantagem econômica indevida
sistema de informações (art. 313-B). Dentre eles, para si, em função do seu cargo público, a fim de
apenas a inserção de dados falsos em sistemas de evitar a ação da fiscalização no estabelecimento
informações exige que o sujeito ativo seja funcionário comercial de Paulo. Nessa situação hipotética,
público autorizado. Já a conduta de modificar ou Joaquim praticou o delito de concussão.
alterar dados não autorizada em sistemas de infor- R: Certo. A conduta praticada por Joaquim revela-se
mações exige que a conduta seja praticada por compatível com o crime de concussão (art. 316 do
funcionário SEM autorização ou solicitação de autori- CPB), em razão da exigência praticada. Veja que o
dade competente. fato de Joaquim estar licenciado é indiferente, visto
que exigiu para si vantagem indevida em razão de sua
CESPE – 2018 – PGE/PE - Adaptada De acordo com função (fiscal de vigilância sanitária).
o entendimento do STJ, é aplicável o princípio da
insignificância na hipótese de crime de peculato, CESPE - 2016 - TCE-PA/AUDITOR DE CON-
quando o bem jurídico tutelado for suscetível de TROLE EXTERNO Será reduzida pela metade a pena
valoração econômica. de indivíduo condenado por crime de peculato culpo-
R: Errado. De acordo com a súmula 599 STJ, atual- so que reparar o dano após o trânsito em julgado do
mente o princípio da insignificância é inaplicável aos acórdão.
crimes contra a administração pública. R: Certo. Haverá redução da exata metade da pena
no caso de peculato culposos e o autor reparar o
CESPE – 2019 - TJPA/Juiz Substituto – Adaptada dano após o trânsito em julgado do acórdão (art. 312,
Valter, imputável, ao ter sido abordado em fiscalização §3° do CPB).
de trânsito, agrediu verbalmente os policiais, chaman-
do-os de palhaços, motivo pelo qual lhe foi dada voz de CESPE - 2016 - TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE
prisão. Exaltado, Valter agarrou-se a um poste de EXTERNO O agente público que ordena despesa
iluminação pública, negando-se a entrar na para utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e
viatura policial. Os policiais conseguiram imobilizá-lo diárias pagas pelos cofres públicos comete o crime
e o conduziram até a autoridade policial. Em nenhum de prevaricação.
momento Valter ameaçou os policiais ou utilizou R: Errado. O tipo penal descrito na conduta não se
violência física contra eles. Nessa situação hipotética, amolda na prevaricação (art. 319 do CPB). A conduta
segundo o Código Penal e a jurisprudência do STJ, descrita mostra-se compatível com o deleito de
Valter praticou o crime de desacato, mas não praticou peculato desvio, em razão do agente público ter
o crime de resistência nem o de calúnia. desviado passagens aéreas e diárias (valores) em
R: Certo. Entende-se que que houve a configuração proveito próprio (poderia também ser em proveito
do crime de desacato (art. 331 do CPB) quando alheio).
houve agressão verbal aos policiais (humilhando a
dignidade e o prestígio da atividade administrativa), CESPE - 2016 - TCE-PA)/AUDITOR DE CONTROLE
no exercício de sua função. Não há a ocorrência do EXTERNO No item a seguir apresenta uma situação

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hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de uso” não configura peculato por não se adequar com
acordo com o Código Penal, com a legislação penal os núcleos penais do tipo existentes no peculato (art.
extravagante e com a jurisprudência do STJ. João, 312). Nada impede que haja a configuração de impro-
policial civil, exigiu vantagem indevida de particular bidade administrativa, mas aí não será crime, tam-
para não prendê-lo em flagrante. A vítima não pouco punível com detenção. Ainda, o peculato é
realizou o pagamento e prontamente comunicou o punível com reclusão, mas não com detenção.
fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de
concussão é formal, o crime consumou-se com a CESPE - 2014 – Câmara dos Deputados/Consultor
exigência da vantagem indevida, devendo João por Para que se caracterize o crime de violação de sigilo
ele responder. funcional, não é necessário que a conduta do agente
R: Certo. O delito praticado é o de concussão (art. resulte em dano à administração pública ou a
316), ante o núcleo do tipo exposto: “exigiu”. João outrem.
exigiu a vantagem indevida, em razão da sua função R: Certo. No caso do crime de violação de sigilo
pública (policial civil), o que preenche o requisito do funcional (art. 325), o dano à azdministração pública
agente agir em razão dela. O delito em tela é formal, é uma qualificadora (§2°). Portanto, para a ocorrên-
sendo prescindível o resultado naturalístico (recebi- cia do delito, dispensa-se a ocorrência do dano, visto
mento da vantagem indevida). que o simples fato de facilitar a revelação de segredo
que deva permanecer em segredo que obteve ciência
CESPE - 2019 – DPDF/Defensor Público Segundo o em razão do cargo já é suficiente.
STJ, a previsão legal do crime de desacato a
funcionário público no exercício da função não viola CESPE - 2013 – PC-BA/Escrivão de Polícia A consu-
o direito à liberdade de expressão e de pensamento mação do crime de corrupção passiva ocorre quando
previstos no Pacto de São José da Costa Rica. o agente deixa efetivamente de praticar ou retarda
R: Certo. Esse é o entendimento exarado na decisão ato de ofício, com infração de dever funcional, ceden-
do STJ no HC 379.269/MS, o qual indicou que atual- do a pedido ou influência de outrem, em troca de
mente o crime de desacato é válido e aplicável. vantagem indevida anteriormente percebida.
R: Errado. O crime de corrupção passiva ocorre com
CESPE - 2015 – AGU/Advogado da União João, a simples solicitação ou recebimento de vantagem
empregado de uma empresa terceirizada que presta indevida (art. 317 do CPB), sendo assim crime
serviço de vigilância a órgão da administração públi- formal. Na modalidade de corrupção passiva privile-
ca direta, subtraiu aparelho celular de propriedade giada (§2), dispensa-se o recebimento da vantagem
de José, servidor público que trabalha nesse órgão. indevida, sendo, no entanto, necessário que ocorra a
O ato praticado por João configura crime de pecula- efetiva prática ou retardamento de ato de ofício,
to-furto, em que o sujeito passivo imediato é José e o infringindo dever funcional, ao ceder a pedido ou
sujeito passivo mediato é a administração pública. influência de outrem.
R: Errado. O erro da questão merece atenção. Perce-
ba que João é empregado de uma empresa tercei- CESPE - 2015 – STF/Analista Cometerá crime de
rizada que presta serviço de vigilância. Para incorrer prevaricação o servidor público que deixar de
em peculato é fundamental ser, para fins penais, responsabilizar, por clemência, o seu subordinado
funcionário público ou a ele se equiparar. Ocorre que que tenha cometido infração no exercício do cargo.
o §1° do art. 327 dispõe: “Equipara-se a funcionário R: Errado. O caso narrado pela questão amolda-se ao
público quem exerce cargo, emprego ou função em delito de condescendência criminosa (art. 320 do
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa CPB). Quando o servidor público deixa de responsa-
prestadora de serviço contratada ou conveniada bilizar, por indulgência (pena, condescendência,
PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADE TÍPICA DA tolerância), subordinado que cometa infração no
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA”. Note que a função exercício do cargo, temos configurado o crime do art.
exercida por João não é atividade típica da adminis- 320 do CPB.
tração pública, mas sim atividade-meio, motivo pelo
qual não preenche a condição de funcionário público
para fins penais.

CESPE - 2015 – STF/Analista Cometerá crime punível


com detenção o servidor público que ordenar seu
subordinado no serviço público a realizar obra de
reforma em sua residência particular mediante o uso
de recursos estatais.
R: Errado. O desvio de mão-de-obra pública pode ser
conceituado como peculato de serviço, que é
impunível, de acordo com a doutrina. O “peculato de

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TÍTULO X – CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
DA MOEDA FALSA

Art. 289. FALSIFICAR, FABRICANDO-A ou ALTERANDO-A, moeda Reclusão


metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: 03 a 12 anos
MOEDA FALSA §1º. Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, +
IMPORTA ou EXPORTA, ADQUIRE, VENDE, TROCA, CEDE, multa
EMPRESTA. GUARDA ou INTRODUZ na circulação moeda falsa.

ATENÇÃO

- Trata-se de um crime formal, ou seja, não é necessário que a moeda falsificada seja colocada em circulação.
O crime se consuma quando a moeda falsa fica pronta.
- Sujeito passivo primário: Estado;
- Sujeito passivo secundário: pessoa física ou jurídica que sofreu o prejuízo.
- O crime de moeda falsa é de alto potencial ofensivo.
- É um crime de ação penal pública incondicionada.
- Competência para apurar o crime: Justiça Federal.
- É cabível a tentativa.
- É um crime que deixa vestígios (não transeunte). Logo, é necessário o exame de corpo de delito. Caso não seja
possível o exame de corpo de delito, este poderá ser suprido pela prova testemunhal e por outras provas.
- Não cabe arrependimento posterior.
- NÃO cabe o princípio da insignificância.
- Guardar moeda falsa é crime permanente.
- Não configuram crime de moeda falsa:
- Desenhos e rabiscos com ausência de dolo;
- Falsificação grosseira; e
- Supressão da numeração para evitar rastreamento.
Obs.: Quando a falsificação for grosseira, o crime será impossível. Porém, quando a falsificação grosseira tiver
potencialidade lesiva, poderá ser considerada estelionato, passando a competência para a Justiça Estadual.

Detenção
§2º. Quem, tendo recebido de BOA-FÉ, como verdadeira, moeda falsa
MOEDA FALSA 6 meses a
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é
PRIVILEGIADA 2 anos + Multa
punido com:

§3º. É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o


Reclusão
funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de
QUALIFICADORAS: 03 a 15 anos
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
CRIME FUNCIONAL + multa
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

Reclusão
DESVIO E
§4º. Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, 03 a 15 anos
CIRCULAÇÃO
cuja circulação não estava ainda autorizada. + multa
ANTECIPADA

Obs.: Nos casos dos §3º e §4º, a moeda não é falsa, ela só foi colocada em circulação de
maneira indevida, afetando a economia do país.

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Art. 290. FORMAR cédula, nota ou bilhete representativo de moeda
com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros;
SUPRIMIR, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de
CRIMES restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização;
RESTITUIR à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou Reclusão
ASSIMILADOS
já recolhidos para o fim de inutilização: 02 a 08 anos
AO DE MOEDA
§ único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o + multa
FALSA
crime for cometido por funcionário que trabalha na repartição onde
o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão
do cargo.

PETRECHOS Art. 291. FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, a título oneroso ou


Reclusão
PARA gratuito, POSSUIR ou GUARDAR maquinismo, aparelho,
02 a 06 anos
FALSIFICAÇÃO instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à
+ multa
DE MOEDA falsificação de moeda:

Obs.: Em regra, atos preparatórios não são punidos. Entretanto, os crimes que são considerados como
crime-obstáculos são punidos, sendo a falsificação de moeda um deles.

Art. 292. EMITIR, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou
Detenção
título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao
EMISSÃO DE 01 a 06 anos
portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva
TÍTULO AO ou multa
ser pago:
PORTADOR SEM
PERMISSÃO
LEGAL Detenção
§ único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos
15 dias a 03 meses
documentos referidos neste artigo incorre na pena de:
ou multa

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 – TCE/RO - Procurador do R: Certo. Súmula 73 STJ: A utilização de papel


Ministério Público de Contas – ADAPTADA moeda grosseiramente falsificado configura, em
Utilização de papel-moeda grosseiramente tese, o crime de estelionato, da competência da
falsificado configura crime de moeda falsa; Justiça Estadual.
admite-se, no entanto, a aplicação do princípio da
insignificância caso sejam grosseiramente CESPE - 2015 – TJ/PB – Juiz de Direito –
falsificadas cédulas de pequeno valor. ADAPTADA Gustavo, funcionário público
estadual, com o objetivo de obter vantagem
R: Errado. Conforme entendimento firmado no STJ patrimonial ilícita para si, utilizou papel-moeda
pela Súmula nº 73, "A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado para efetuar pagamento
grosseiramente falsificado configura, em tese, o de compras de alto valor em um supermercado. Em
crime de estelionato, da competência da Justiça face dessa situação hipotética, Gustavo praticou a
Estadual". E mais, tanto o STF quanto o STJ vêm figura típica do estelionato.
entendendo ser inaplicável o princípio da
insignificância em relação ao crime de moeda falsa. R: Certo. Para a configuração do crime de moeda
falsa, é imprescindível que a falsificação seja capaz
CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência A de enganar, ou seja, de fazer a moeda falsa se
configuração do crime de moeda falsa exige que a passar por verdadeira. Súmula 73 STJ: A utilização
falsificação não seja grosseira. de papel moeda grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime de estelionato, da
competência da Justiça Estadual.
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CESPE – 2018 – TCE/MG - Analista – ADAPTADA
CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA/PE – Por estar em dificuldades financeiras, José passou
ADAPTADA A conduta do agente que fabrica a realizar falsificações em cédulas de dinheiro
notas de real, por meio da falsificação de verdadeiras, alterando-as para que parecessem ser
papel-moeda, é apenada com mais gravidade que a de um valor mais alto. Dessa forma, enganou o
conduta do agente que introduz a moeda falsa em feirante Pedro, tendo-lhe entregado notas
circulação. falsificadas. Ao perceber o prejuízo, Pedro tentou
repassar a nota a João, que, por trabalhar na casa
R: Errado. As condutas trazidas na questão estão da moeda, descobriu a falsificação. João
sujeitas às mesmas penas, ambos do art. 289, comunicou o fato à polícia, que, após diligências,
caput e §1º, respectivamente, sendo reclusão de identificou José como o autor da falsificação.
três a doze anos, e multa. Nessa situação hipotética, José será processado
CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA/PE – pela justiça estadual caso se identifique que a
ADAPTADA A falsificação de cartão de crédito ou falsificação das cédulas tenha sido grosseira.
de débito é equiparada, para fins penais, ao crime
de moeda falsa. R: Certo. O crime de moeda falsa possui
competência na Justiça Federal. No entanto,
R: Errado. A falsificação de cartão de crédito ou de quando a falsificação for grosseira e tiver
débito é equiparada, para fins penais, ao crime de potencialidade lesiva, poderá ser considerada
falsificação de documento particular, artigo 298 estelionato, passando a competência para a Justiça
do Código Penal, por determinação do § único do Estadual, nos termos da Súmula 73 do STJ.
referido dispositivo legal.

DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Art. 293. FALSIFICAR, FABRICANDO-OS ou ALTERANDO-OS:


I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer
papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
(falsificação de títulos da dívida pública)
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica
ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo
à arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o
poder público seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
FALSIFICAÇÃO administrada pela União, por Estado ou por Município: Reclusão
DE PAPÉIS 02 a 08 anos
PÚBLICOS §1º. Incorre na mesma pena quem: + multa
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a
que se refere este artigo;
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle
tributário;
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em
depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
tributário, falsificado;
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina
a obrigatoriedade de sua aplicação.

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§2° SUPRIMIR
CARIMBO ou SINAL indicativo de sua INUTILIZAÇÃO EM
QUALQUER desses papéis (QUANDO LEGÍTIMOS) COM O FIM de
torná-los NOVAMENTE UTILIZÁVEIS Reclusão
01 a 04 anos
§3° USO (pune quem faz o uso dos papéis descritos no §2°, depois de + multa
conhecer a falsidade ou alteração. Se não souber incide no §4°)
FALSIFICAÇÃO § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer
DE PAPÉIS dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
PÚBLICOS
§4° USO (de boa-fé) Forma privilegiada: Quem recebe de boa-fé,
qualquer dos papéis falsificados/adulterados, e depois usa ou restitui
Detenção
à circulação.
6 meses a
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé,
2 anos + Multa
qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este
artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração.

ATENÇÃO

- Trata-se de um crime formal, ou seja, não exige resultado naturalístico.


- Núcleo do tipo: FALSIFICAR (fabricando ou adulterando) adulterar, passar por verdadeiro, fraudar
- Para configurar o delito exige a presença do objeto material descrito nos incisos (I a VI)
- No caso específico do inciso III (vale postal) houve derrogação (revogação tácita) pelo artigo 36 da Lei
6.538/78, que passa a ser aplicado nesse caso.
- É um crime de ação penal pública incondicionada.
- É cabível a tentativa.

PETRECHOS DE
Art. 294 - FABRICAR, ADQUIRIR, FORNECER, POSSUIR ou Reclusão
FALSIFICAÇÃO
GUARDAR objeto especialmente destinado à falsificação de 01 a 03 anos
DE PAPÉIS
qualquer dos papéis referidos no artigo anterior. + multa
PÚBLICOS

É um caso em que a mera fase preparatória do delito é punível, isto é, a intenção do agente é falsificar papel
público e para tanto possui petrechos próprios para o ato. Nesse caso, será punível na forma do artigo 294.
Se não houvesse a previsão do art. 294, seria irrelevante penal (guarda semelhança com o crime do art.
291). O objeto material é papel público, cujo rol consta no art. 293. O fato de o agente possuir um objeto
que possa ser utilizado para a falsificação, mas também tenha outros fins, não configura o delito, ainda que
ele cogitasse a prática do delito de falsificação. É crime FORMAL e PERMANENTE (POSSUIR e
GUARDAR).

CAUSA DE Art. 295 - SE O AGENTE É FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o


+1/6 da pena
AUMENTO crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Causa de aumento que se aplica aos crimes dos artigos 293 e 294 (Capítulo II do Título X - Da Falsidade de
Títulos e Outros Papéis Públicos). O agente deve praticar o crime prevalecendo-se do seu cargo, isto é,
valendo-se dele para a execução da conduta.

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FALSIDADE DOCUMENTAL

Art. 296 - FALSIFICAR, fabricando-os ou alterando-os:


I - SELO PÚBLICO destinado a autenticar atos oficiais da União, de
Estado ou de Município;
II - SELO OU SINAL atribuído por lei a entidade de direito público, ou
a autoridade, ou sinal público de tabelião:
FALSIFICAÇÃO Reclusão
DO SELO OU §1º. Incorre nas mesmas penas quem: 02 a 06 anos
SINAL PÚBLICO I - quem FAZ USO do selo ou sinal falsificado; + multa
II - quem UTILIZA INDEVIDAMENTE o selo ou sinal verdadeiro em
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem ALTERA, FALSIFICA OU FAZ USO INDEVIDO de marcas,
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou
identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.

CAUSA DE § 2º - Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime


+1/6 da pena
AUMENTO prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

O núcleo do tipo é FALSIFICAR; adulterar, passar por verdadeiro, fraudar. Os objetos materiais estão descritos
nos incisos I e II do caput. Já a conduta equiparada (§1°) descreve outras modalidades, como quem faz USO (I),
UTILIZAÇÃO INDEVIDA (II) e ALTERA, FALSIFICA OU FAZ USO (III), descrevendo um objeto material para cada
um dos casos. Veja, por exemplo, que o mero uso indevido de símbolo identificador de órgãos da Administração
Pública acarreta no tipo penal descrito no §1°, III. É crime doloso e admite tentativa. O §2° descreve a
modalidade majorada. Atenção: se for selo tributário, a conduta será a tipificada no art. 293, §1°.

Art. 297 FALSIFICAR ou ALTERAR: DOCUMENTO PÚBLICO


Obs.: no todo ou em parte
FALSIFICAÇÃO
Reclusão
DE
§ 2º - Para os efeitos penais, EQUIPARAM-SE A DOCUMENTO 02 a 06 anos
DOCUMENTO
PÚBLICO o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou + multa
PÚBLICO
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.

L.A.T.T.E. - EQUIPARA-SE A DOCUMENTO PÚBLICO

Livros Mercantis
Ações de sociedade comercial
Título ao portador ou Transmissível por endosso
Testamento Particular
FALSIFICAÇÃO Emanado de entidade paraestatal Reclusão
DE
02 a 06 anos
DOCUMENTO
§ 3° Nas mesmas penas incorre quem INSERE ou FAZ INSERIR: + multa
PÚBLICO
I – Na folha de pagamento ou em documento de informações que
seja destinado a fazer prova perante a PREVIDÊNCIA SOCIAL, pessoa
que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II – Na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do
empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a
PREVIDÊNCIA SOCIAL, declaração falsa ou diversa da que deveria
ter sido escrita;
III – Em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a PREVIDÊNCIA
SOCIAL, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

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§ 4° Nas mesmas penas incorre
quem OMITE, nos documentos O §4º: (i) Não admite
FALSIFICAÇÃO
mencionados no § 3°, nome do tentativa. (ii) Admite o Reclusão
DE
segurado e seus dados pessoais, a princípio da insignificância 02 a 06 anos
DOCUMENTO
remuneração, a vigência do (HC 107.572/SP, info 390 + multa
PÚBLICO
contrato de trabalho ou de STJ).
prestação de serviços.

Não será considerado documento público fotocópia de documento particular autenticada por tabelião,
fotocópia de documento público não autenticada e telegrama. A rigor, todo documento que não é
público, será particular (residual). O crime do artigo 297 é formal e admite tentativa. Consuma-se no
momento da falsificação, sendo irrelevante o local da falsificação. É doloso, não havendo previsão de
elemento subjetivo especial do tipo, nem de modalidade culposa.

O delito descrito no artigo 297 é aquele em que o documento em seu aspecto material é falso, mesmo
se o seu conteúdo for verdadeiro ou falso. Portanto, faz-se indispensável a perícia.

INFO: Prefeito que, ao sancionar lei aprovada pela Câmara dos Vereadores, inclui artigo que não
constava originalmente no projeto votado pratica o crime de falsificação de documento público (art.
297, § 1º do CP). STF. 1ª Turma. AP 971/RJ, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 28/6/2016 (Info 832).

A adulteração ou remarcação de número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor,


de seu componente ou equipamento configura crime do art. 311 (Adulteração de sinal identificador de
veículo automotor). Contudo, caso a alteração ocorra no documento do veículo, referente, por exemplo,
às placas ou aos números do chassi, configura-se o crime do art. 297.

Atenção com as figuras do §§ 3° e 4°: A descrição contida assemelha-se à descrição da falsidade


ideológica, alterando, entretanto, o objeto material (documento). Assim, se a descrição do núcleo do
tipo for compatível com a falsidade ideológica, mas o objeto for algum dos objetos descritos no §3°
(exemplo: CTPS), será o delito falsidade ideológica previdenciária e trabalhista (§§ 3° e 4°).

Art. 298 FALSIFICAR ou ALTERAR:


DOCUMENTO PARTICULAR
FALSIFICAÇÃO Reclusão
Obs.: no todo ou em parte
DE DOCUMENTO 01 a 05 anos
PARTICULAR + multa
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, EQUIPARA-SE A
DOCUMENTO PARTICULAR o cartão de crédito ou débito.

Todo documento que não é público (art. 297), será particular (residual). A grande diferença do delito do art.
297 para o do art. 298 é que neste o documento é particular. É formal, consumando-se
independentemente da ocorrência de resultado naturalístico. É doloso, sem exigência de qualquer
elemento subjetivo especial. O parágrafo único foi acrescido pela Lei 12.737 de 2012. O cartão de crédito
ou débito, embora não seja um documento, é considerado documento particular (falsificação de cartão).

INFO: O contrato social de uma sociedade empresária é documento particular. Assim, caso seja falsificado,
haverá o crime de falsificação de documento particular (e não de documento público). Não se pode condenar o
réu pelo crime de uso de documento falso quando ele próprio foi quem fez a falsificação do documento. A
pessoa deverá ser condenada apenas pela falsidade, e o uso do documento falso configura mero exaurimento
do crime de falso. STF. 1ª Turma. AP 530/MS, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 9/9/2014 (Info 758).

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 139
Todo documento que não é público (art. 297), será particular (residual). A grande diferença do delito do art.
297 para o do art. 298 é que neste o documento é particular. É formal, consumando-se
independentemente da ocorrência de resultado naturalístico. É doloso, sem exigência de qualquer
elemento subjetivo especial. O parágrafo único foi acrescido pela Lei 12.737 de 2012. O cartão de crédito
ou débito, embora não seja um documento, é considerado documento particular (falsificação de cartão).

INFO: O contrato social de uma sociedade empresária é documento particular. Assim, caso seja falsificado,
haverá o crime de falsificação de documento particular (e não de documento público). Não se pode condenar o
réu pelo crime de uso de documento falso quando ele próprio foi quem fez a falsificação do documento. A
pessoa deverá ser condenada apenas pela falsidade, e o uso do documento falso configura mero exaurimento
do crime de falso. STF. 1ª Turma. AP 530/MS, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o acórdão Min. Roberto
Barroso, julgado em 9/9/2014 (Info 758).

Se documento
PÚBLICO:
Reclusão
Art. 299 - OMITIR, em DOCUMENTO PÚBLICO ou PARTICULAR,
01 a 05 anos
declaração que dele devia constar, ou NELE INSERIR ou FAZER
FALSIDADE + multa
INSERIR declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, COM O
IDEOLÓGICA
FIM DE prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre Se documento
fato juridicamente relevante. PARTICULAR:
Reclusão
01 a 03 anos
+ multa

§ 2º - Se o agente é FUNCIONÁRIO PÚBLICO, e comete o crime


CAUSA DE prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de
+1/6 da pena
AUMENTO ASSENTAMENTO DE REGISTRO CIVIL, aumenta-se a pena de sexta
parte.
Importante notar que na falsidade ideológica o documento em si, em seu aspecto formal, é perfeito, mas
a informação nele lançada é falsa. O documento é verdadeiro, o conteúdo é falso. O crime de falsidade
ideológica só pode ser praticado mediante dolo com especial fim de agir (prejudicar direito, criar obrigação
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante). Basta que o agente possua tal intenção, não
sendo necessário que a alcance, com a produção do resultado naturalístico, para a consumação do delito.
É também chamado de: falso moral, falso ideal e falso intelectual. É omissivo próprio (OMITIR) e formal
(INSERIR ou FAZER INSEIR). NÃO admite a tentativa na modalidade omissiva. A competência é da Justiça
Estadual. STJ: é DESNECESSÁRIA a realização de perícia (AgRg no REsp 1669729/SP, Rel. Min. Félix
Fischer, Quinta Turma, DJe 29/06/2018).

INSERE ou FAZER INSERIR declaração


Agente obtém de forma diversa da que deveria ser escrita, com o FALSIDADE
LEGÍTIMA papel em fim de prejudicar direito, criar obrigação IDEOLÓGICA
branco (parcial ou total) ou alterar a verdade sobre fato (art. 299)
juridicamente relevante.
PAPEL
ASSINADO EM FALSIFICAÇÃO
BRANCO Agente obtém de forma MATERIAL
ILEGÍTIMA (meio (DOCUMENTAL)
INSERE ou FAZER INSERIR declaração Se público: art.
delituoso ou porque era
diversa da que deveria ser escrita. 297; Se
incompetente) papel em
branco (parcial ou total) particular: art.
298

Jurisprudência:
→ Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade. Isso não
configura falsidade ideológica (art. 299 do CP). STJ. 6ª Turma. RHC 81.451-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 22/8/2017 (Info 610).
→ É atípica a mera declaração falsa de estado de pobreza realizada com o intuito de obter os benefícios
da justiça gratuita. STJ, AgRg no RHC 43279/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, DJe
19/12/2016.
→ Declaração passível de averiguação ulterior não constitui documento para fins penais. STJ, HC
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 140
261.074, julgado em 5/8/2014 (Info 546).
→ Somente se configura o crime de falsidade ideológica se a declaração prestada não estiver sujeita a
confirmação pela parte interessada, gozando, portanto, de presunção absoluta de veracidade. STJ, RHC
46.569/SP, DJe 06/05/2015.

ATENÇÃO: A depender do especial fim de agir, o crime a ser configurado pode não ser falsidade ideológica

Com fins eleitorais Será delito próprio da Lei 4.767/1965 (art. 35)

Com fins de suprimir ou reduzir tributo Será delito próprio da Lei 8.137/1990 (art. 1°, I e II)

Durante processo de falência ou recuperação judicial Será delito próprio da Lei 11.101/2005 (art. 170)

Com fim de dar parto alheio como próprio Será o delito do art. 242 do CP

Promover em registro civil a inscrição de nascimento


Será o delito do art. 241 do CP
inexistente

Se documento
PÚBLICO:
Reclusão
01 a 05 anos
FALSO
+ multa
RECONHECIMENTO Art. 300 - RECONHECER, como verdadeira, no exercício de função
DE FIRMA OU pública, firma ou letra que o não seja Se documento
LETRA PARTICULAR:
Reclusão
01 a 03 anos
+ multa

É crime próprio (só pode ser praticado por quem está no exercício de função pública. A função pública deve
ser emanar poderes ao agente para o reconhecimento da autenticidade ou da veracidade de firma ou letra,
como o tabelião, o oficial de registro, os cônsules, dentre outros) e formal. Admite tentativa. O núcleo do tipo
é reconhecer (atestar, admitir) como verdadeira firma ou letra que não o seja.

CERTIDÃO OU Art. 301 - ATESTAR ou CERTIFICAR FALSAMENTE, em razão de Detenção


ATESTADO função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter 02 meses
IDEOLOGICAMENTE cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou a 01 ano
FALSO QUALQUER OUTRA VANTAGEM.

Crime PRÓPRIO, já somente o funcionário público poderá praticar. Somente admite a forma dolosa. Em razão
da pena, é de menor potencial ofensivo. É uma forma específica de falsidade ideológica, com a inserção de
conteúdo falso em atestado ou certidão.

para prova de fato ou


§ 1º - FALSIFICAR, no todo ou
FALSIDADE circunstância que habilite alguém Detenção
em parte, atestado ou certidão,
MATERIAL DE a obter cargo público, isenção de 03 meses
OU
ATESTADO OU ônus ou de serviço de caráter a 02 anos
ALTERAR o teor de certidão ou
CERTIDÃO público, ou QUALQUER OUTRA
de atestado verdadeiro
VANTAGEM

§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Os crimes do art. 301 tratam da falsidade material. O crime do §1° é comum. Indispensável o dolo específico
de provar fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de
caráter público, ou QUALQUER OUTRA VANTAGEM.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 141
Art. 302. Dar O MÉDICO, no exercício da sua profissão, atestado falso. Detenção
FALSIDADE DE
ATESTADO 03 meses
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena a 01 ano
MÉDICO
privativa de liberdade, a de multa.

É crime próprio já que exige a figura do médico como sujeito ativo. Se for qualquer outra profissão que não o
médico, como enfermeiro, dentista, fisioterapeuta, a conduta poderá ser a falsidade ideológica (art. 299).
Trata-se de uma forma específica de falsidade ideológica. É doloso, não exigindo especial fim de agir, que, caso
seja de lucro, acarretará a cominação cumulativa da pena de multa. É crime formal, independendo de resulta-
do naturalístico para sua consumação. Importante mencionar que se o particular usar o atestado falso descri-
to nesse artigo, com o fim específico de faltar no trabalho, incidirá no delito descrito no art. 304 (uso de docu-
mento falso).

REPRODUÇÃO OU
ADULTERAÇÃO DE
O art. 303 foi tacitamente revogado (ab-rogado) pelo art. 39 da Lei 6.538/1978.
SELO OU PEÇA
FILATÉLICA

USO DE A cominada à
Art. 304 - FAZER USO de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, falsificação ou à
DOCUMENTO
a que se referem os arts. 297 a 302. alteração
FALSO

Trata-se também de um crime acessório, de fusão ou parasitário, já que existirá apenas se houver um crime
antecedente, no caso os crimes dos arts. 297 a 302. É crime formal e se consuma com a utilização ou apre-
sentação do documento falso, não se exigindo a demonstração de efetivo prejuízo à fé pública nem a tercei-
ros (STJ). Será atípico quando: a) fotocópia sem autenticação, b) falsificação grosseira, c) papéis impressos
sem assinatura.
Regra: exige-se o efetivo uso do documento falso para caracterização do delito. O encontro casual do docu-
mento falso em poder de alguém (como ocorre por ocasião de uma revista policial) não é suficiente para
configurar o tipo penal, pois o núcleo é claro: “fazer uso”. O mero porte do documento falso não configura o
delito do art. 304, mas poderá ensejar a abertura de inquérito policial com vistas a elucidar a origem do
documento falso na posse do sujeito.

- Não se exige necessariamente a prova pericial (STJ e STF).

- No caso de o falsificador (falsificar ou adulterar) também usar o documento, o crime do art. 304 do CP é
absorvido (pós fato impunível), respondendo somente pela falsificação. A utilização do documento falso
constitui-se em consectário lógico do crime antecedente, pois é evidente que os documentos são falsifica-
dos para uso posterior. Destarte, inexiste nova afronta ao bem jurídico protegido, qual seja, a fé pública.
A apresentação do documento pode se dar para qualquer pessoa, isto é, não se exige que a apresentação
seja para funcionário público. É necessário que a finalidade seja de fazer prova sobre fato relevante. Se a
exibição de documento falso ocorre, o crime estará configurado, ainda que essa exibição não seja espontâ-
nea e sim por determinação de um agente público. (STJ, CC 148.592/RJ, julgado em 08/02/2017)
Nesse sentido, o STJ: “...irrelevante, para a caracterização do crime de uso de documento falso, que o agente
use o documento por exigência da autoridade policial. ” (HC 144733/SP, julgado em 19/11/2009)

- Súmula STJ 546: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do
órgão expedidor.
Exemplo: se o uso ocorrer perante a Justiça do Trabalho, a Justiça Federal será a competente para processar
e julgar. Se o uso se der perante a Polícia Rodoviária Federal, é crime de competência federal, pois praticado
em detrimento da fiscalização de rodovias, serviço da União (CC 128.039/SP).

- Súmula STJ 200: O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passapor-
te falso é o do lugar onde o delito se consumou.
Obs.: uso de passaporte falso visa ludibriar a Polícia Federal e o controle de imigração, órgãos ligados à Justi-
ça Federal.

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- Súmula STJ 104: Compete a Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de docu-
mento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.

- Súmula Vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de
falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição e Registro
(CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil.

- STF: “O fato de o paciente ter apresentado à polícia identidade com sua foto e assinatura, porém com impressão
digital de outrem, configura o crime do art. 304, CP. (…) não cabe cogitar de que a atribuição de identidade falsa
para esconder antecedentes criminais consubstancia autodefesa." (HC 103.314/MS, julgado em 24/05/2011,
Informativo 628, STF).

- STJ: “1. É típica a conduta de uso de documento falso, consistente em passaporte expedido pela República do
Uruguai, apresentado à Polícia Federal por ocasião de abordagem realizada em aeroporto, mediante tentativa de
saída irregular do país e burla ao controle aeroportuário de fronteiras. 2. O art. 297 do Código Penal não distingue
procedência do documento, se emitido por autoridade nacional ou estrangeira.” (REsp 1568954/SP, Rel. Ministro
NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 07/11/2016).

- STJ: O crime de uso de documento falso pode ser absorvido pelo crime de descaminho. A orientação adotada
segue o raciocínio de que o delito de uso de documento falso, cuja pena em abstrato é mais grave, pode ser absor-
vido quando não constituir conduta autônoma, mas mera etapa preparatória ou executória do descaminho, crime
de menor gravidade, no qual o falso exaure a sua potencialidade lesiva.
“Admite-se que uma infração penal de maior gravidade, quando utilizado como simples instrumento para a prática
de delito menos grave, assim entendido em razão da pena abstratamente cominada, seja por este absorvido. ”
(AgRg no REsp 1274707/PR, julgado em 01/10/2015).

Se documento
PÚBLICO:
Reclusão
02 a 06 anos
Art. 305. DESTRUIR, SUPRIMIR ou OCULTAR, em benefício próprio ou + multa
SUPRESSÃO DE
de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
DOCUMENTO Se documento
verdadeiro, de que não podia dispor.
PARTICULAR:
Reclusão
01 a 05 anos
+ multa

Note que não há falsificação no tipo em epígrafe. Exige dolo, bem como o especial fim de agir em benefício
próprio ou de outrem ou em prejuízo alheio. É crime comum. É formal e admite tentativa.

Algumas diferenças entre a falsificação documental e a falsidade ideológica

FALSIFICAÇÃO DOCUMENTAL (Art. 297 e 298) FALSIDADE IDEOLÓGICA (ART. 299)

Documento é materialmente falso Documento é verdadeiro, mas o conteúdo falso

Altera-se os aspectos extrínsecos Altera-se os aspectos intrínsecos

Incide sobre a coisa/objeto Incide sobre o conteúdo/ideia

Perícia é imprescindível Perícia é prescindível

Atenção especial para as condutas do §2° e §3° do art. 297. Nesses casos, ter-se-á uma conduta compatível com
a falsidade ideológica relacionados, em suma, à CTPS.

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COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR

FALSIFICAÇÃO do documento USO do documento falso

Definida em razão do órgão expedidor Definida em razão do órgão a quem é aprese

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2017 – TCE/PE – Auditor de Controle (FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO).


Externo - Será considerada atípica por inexistência Nesse caso, há a omissão na própria CTPS do
de ofensa à fé pública nacional, a conduta do nome do segurado e de seus dados pessoais, da
estrangeiro que, para tentar sair irregularmente do remuneração, da vigência do contrato de trabalho
Brasil, apresentar à Polícia Federal passaporte ou de prestação de serviços.
falso expedido por outro país.
CESPE – 2018 – TCE/PB - Adaptada - A clonagem
R: Errado. A conduta descrita é típica, já que o art. de cartão de crédito constitui o delito denominado
304 não distingue a procedência do documento, falsidade de documento particular.
se emitido por autoridade nacional ou estrangeira,
nos termos da jurisprudência do STJ (REsp R: Certo. Trata-se do teor do art. 298 do CP. Cartão
1568954/SP). de crédito ou débito é equiparado a documento
particular.
CESPE – 2008 – OAB - Adaptada Aquele que
omitir, em documento público ou particular, CESPE – 2018 – TCE/PB - Adaptada Lúcio, ao
declaração que dele devesse constar, ou nele acompanhar sua esposa a um posto de saúde,
inserir ou fizer inserir declaração falsa ou diversa apropriou-se de um receituário médico em branco,
da que devesse ser escrita, com o fim de prejudicar mas com o carimbo do médico que havia atendido
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre sua esposa. Com o intuito de faltar ao trabalho, ele
fato juridicamente relevante praticará o crime de preencheu o formulário, atestando que deveria
falsidade ideológica. ficar cinco dias em repouso. Nessa situação
hipotética, Lúcio praticou o crime de falsificação
R: Certo. Trata-se do teor do art. 299 do CP. material de documento público.

CESPE – 2017 – TRE/PE - Adaptada - Caracteriza R: Certo. Considerando o entendimento


crime de falsidade ideológica a conduta doutrinário, se o agente obtém do documento
consistente em utilizar o título de eleitor do irmão ilicitamente e preenche de forma abusiva,
que se encontre em viagem para votar em seu cometerá falsidade material (arts. 297 ou 298, a
lugar. depender da natureza do documento). Isso porque
o documento é materialmente falso, isto é, o
R: Errado. A conduta descrita não se amolda no documento sequer deveria existir (foi obtido
crime de falsidade ideológica, mas sim no delito ilicitamente), sendo, portanto, materialmente
próprio contido no código eleitoral, art. 309: falso.
"Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em
lugar de outrem”. Se a conduta fosse utilizar o CESPE – 2020 – PRF/CFP - Para que o crime de
título de eleitor, restaria caracterizado o crime do falsidade ideológica se configure, é necessário que
art. 308. Por se tratar de uma questão de múltipla o objeto da conduta seja a inserção de declarações
escolha, a resposta correta foi “omitir que está falsas em documentos públicos, não se
empregado ao preencher cadastro público para configurando esse tipo penal no caso de
obtenção de benefício social”. Portanto, documentos particulares.
caracteriza falsidade ideológica (art. 299) a
conduta do agente que omite estar empregado R: Errado. O crime de falsidade ideológica não
com o fim prejudicar direito, criar obrigação diferencia, para fins de caracterização do delito se
(benefício social) ou alterar a verdade sobre fato o documento é público ou particular. Porém,
juridicamente relevante. Atente-se para não atenção, diferencia para fins de pena em abstrato,
confundir com o delito do art. 297, §4° sendo que a pena para documento público é maior.

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Já a falsidade material (arts. 297 e 298) altera-se encontrar uma CNH falsa. Nessa situação
de acordo com a natureza do objeto (art. 297: hipotética, a conduta de Antônio foi atípica, não
documento público; art. 298: documento devendo ser instaurado inquérito policial.
particular).
R: Certo. Apesar de esse ter sido o gabarito correto
CESPE – 2020 – TJ/PA – Adaptada - A conduta de à época da aplicação da prova, essa alternativa
quem faz declaração falsa de estado de pobreza (questão múltipla escolha) é relativamente
para fins de obtenção dos benefícios da justiça contestável. Explico: para a caracterização do
gratuita em ação judicial é considerada atípica. delito do art. 304, necessário é reconhecer na
conduta, a priori, o elemento de vontade (de fazer
R: Certo. Esse é o entendimento do STJ: “É atípica uso de documento falso), bem como o efetivo uso
a mera declaração falsa de estado de pobreza e não a mera posse ou porte do documento.
realizada com o intuito de obter os benefícios da Ocorre que parte da doutrina (Rogerio Sanches
justiça gratuita. ” (HC 218.570/SP) Cunha e Cleber Masson) defende que, no caso
específico da CNH, o delito se verifica com o
CESPE – 2019 – TCE/RO – Procurador - Adaptada simples porte. Exigindo o Código Nacional de
Compete à justiça federal comum processar e Trânsito que o motorista ‘porte’ a carteira de
julgar civil denunciado pelo crime de uso de habilitação e a exiba quando solicitado, portar a
documento falso quando se tratar de falsificação carteira para dirigir é uma das modalidades de uso
da caderneta de inscrição e registro expedida pela do documento (STJ – Resp. 606 SP – Rel. Min Assis
Marinha do Brasil. Toledo – 5ª T. – j. 6.11.89). Nesse mesmo sentido:
“O bem jurídico protegido pelo crime de uso de
R: Certo. A questão replica o teor da súmula documento falso é a fé pública, a confiança das
vinculante 36: Compete à Justiça Federal comum pessoas nos documentos públicos e particulares.
processar e julgar civil denunciado pelos crimes de Portar a Carteira Nacional de Habilitação falsa
falsificação e de uso de documento falso quando quando na condução de veículo automotor já
se tratar de falsificação da Caderneta de Inscrição importa em uso, pois sem ela não pode o agente
e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de dirigir o veículo (...). TRF 4ª Região – j. 19.05.2015”.
Amador (CHA), ainda que expedidas pela Marinha “O simples porte de carteira nacional de
do Brasil. habilitação falsa durante a condução de veículo
automotor configura, em tese, o delito previsto no
CESPE – 2018 – SEFAZ/RS - Situação hipotética: artigo 304, do Código Penal, uma vez que a
Caio, durante abordagem em blitz policial, carteira de habilitação é documento obrigatório
apresentou documento de identidade falso, para a direção de veículos, conforme dicção do
estando ciente da falsidade do documento. Código de Trânsito Brasileiro. TJDFT – j.
19.11.2015”. Entretanto, em julgado recente, o STJ
R: Certo. O uso de documento de identidade adotou entendimento em sentido diverso. Decidiu
incidirá do crime do art. 304: FAZER USO de que a configuração do delito previsto no art. 304
qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a pressupõe tanto a efetiva utilização do
que se referem os arts. 297 a 302. Caio praticou o documento, quanto que o documento falso seja
crime de uso de documento falso. apresentado como autêntico. Nesse diapasão: "o
encontro casual do documento falso em poder de
CESPE – 2018 – ABIN - Agente de Inteligência - O alguém (como ocorre por ocasião de uma revista
crime de falsidade ideológica é considerado crime policial) não é suficiente para configurar o tipo
próprio, admitindo-se a modalidade tentada por penal, pois o núcleo é claro: 'fazer uso'".
ação e por omissão Doutrinadores como Guilherme de Souza Nucci e
outros precedentes (CC 128.923/SE, Rel. Ministro
R: Errado. O crime de falsidade ideológica (art. NEWTON TRISOTTO julgado em 25/02/2015,
299) é crime comum, não admite por omissão (não DJe 03/03/2015) corroboram nesse sentido.
é possível tentar se omitir).
CESPE – 2017 – PC/GO - Delegado – Adaptada
CESPE – 2018 – TCE/PB - Adaptada - Antônio foi Durante a instrução de determinado processo
parado em operação de fiscalização de trânsito e judicial, foi comprovada falsificação da
entregou sua carteira de identidade ao policial, escrituração em um dos livros comerciais de uma
que, na verdade, havia lhe solicitado sua CNH. Tal sociedade limitada, em decorrência da criação do
fato gerou suspeita no policial, que decidiu chamado “caixa dois”. A sentença proferida
vistoriar o veículo de Antônio e acabou por condenou pelo crime apenas o sócio com poderes

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de gerência. Na situação, configura-se crime de utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
falsificação de documento público. de atividade comercial ou industrial, produto ou
mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que
R: Certo. O livro mercantil (livro comercial) é se destine a controle tributário, falsificado.
considerado documento público por equiparação,
conforme a previsão do §2° do art. 297. CESPE – 2020 – SEFAZ/DF - Auditor - O agente
que faz uso de selo falsificado destinado a controle
CESPE – 2015 – DPU - Defensor - Praticará o tributário, sabendo de sua falsificação, comete
crime de falsidade ideológica aquele que, quando crime contra a fé pública.
do preenchimento de cadastro público, nele inserir
declaração diversa da que deveria, ainda que não R: Certo. A situação em questão justifica-se em
tenha o fim de prejudicar direito, criar obrigação razão do teor contido no art. 293, §1°, I, senão
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente vejamos: § 1° Incorre na mesma pena quem: I -
relevante. usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
falsificados a que se refere este artigo. Qual dos
R: Errado. O crime de falsidade ideológica exige papéis? Os incisos do art. 293 esclarecem. O inciso
dolo com especial fim de agir (prejudicar direito, I refere-se ao selo destinado a controle tributário: I
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato – selo destinado a controle tributário, papel selado
juridicamente relevante). Se o agente que não ou qualquer papel de emissão legal destinado à
tinha o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou arrecadação de tributo.
alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante, não houve configuração do crime de CESPE – 2018 – MPU - Analista - Nos crimes de
falsidade ideológica. falsidade documental, considera-se documento
particular todo aquele não compreendido como
CESPE – 2020 – SEFAZ/AL - Auditor - Caracteriza público, ou a este equiparado, e que, em razão de
crime contra a fé pública a venda, no exercício de sua natureza ou relevância, seja objeto da tutela
atividade comercial, de mercadoria em que tenha penal — como cartão de crédito, por exemplo.
sido aplicado selo falsificado que se destina a
controle tributário. R: Certo. O conceito de documento particular se
dá por exclusão, isto é, todo documento que não é
R: Certo. A situação em questão amolda-se à público, será particular, como o cartão de crédito
conduta prevista no art. 293, §1°, III, senão ou débito, nos termos do parágrafo único do art.
vejamos: § 1° Incorre na mesma pena quem: III - 298.
importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda,
mantém em depósito, guarda, troca, cede,
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,

DE OUTRAS FALSIDADES

FALSIFICAÇÃO Art. 306 - FALSIFICAR, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal


DO SINAL Reclusão
empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na
EMPREGADO 02 a 06 anos
fiscalização alfandegária, ou USAR MARCA OU SINAL DESSA
NO + multa
NATUREZA, FALSIFICADO POR OUTREM.
CONTRASTE
DE METAL
PRECIOSO OU
NA
FISCALIZAÇÃO Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a Reclusão ou
ALFANDEGÁRI autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para Detenção
A, OU PARA autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o 01 a 03 anos
OUTROS FINS cumprimento de formalidade legal. + multa

É formal, admite a tentativa, comum e só pode ser praticado mediante dolo. O parágrafo único prevê a
forma privilegiada

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Detenção
3 meses a 1 ano
Art. 307 - ATRIBUIR-SE ou ATRIBUIR A TERCEIRO falsa identidade ou Multa, se o
FALSA
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar fato não consti-
IDENTIDADE
dano a outrem. tui elemento de
crime mais
grave.

É crime praticado por ação (comissivo) e formal. Exige o dolo, acrescido do especial fim de agir (obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem). Pode ser praticado de forma escrita
ou oralmente (crime de forma livre). O proveito pode ser econômico ou não. Caracteriza-se por ser subsidiário,
ou seja, exige análise quanto ao fato não constituir elemento de crime mais grave, como o estelionato e outras
fraudes, por exemplo (Súmula 17 STJ). O sujeito que atribui falsa identidade a terceiro também cometerá o
crime em comento. Tanto podem ser os dados de outra pessoa existente, como uma identidade fictícia.

A diferença da conduta do art. 307 para o uso de documento falso (art. 304) é que neste ocorre a apresentação
do documento falso. No caso do art. 307 (falsa identidade) a atribuição da falsa identidade se dá sem a
utilização ou apresentação de documento falso. Se o documento for verdadeiro e de outrem, configurará o
crime do art. 308.

Súmula STJ 522: A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é TÍPICA, ainda que em
situação de alegada autodefesa.

STF: O princípio constitucional da autodefesa não alcança aquele que atribui falsa identidade perante
autoridade policial com o intento de ocultar maus antecedentes ou evitar a sua prisão, sendo, portanto TÍPICA
a conduta praticada pelo agente nos termos do art. 307 do CP (HC 112846/MG, Dje 01/10/2014).

Detenção
4 meses a 2 anos
USO DE Art. 308 - USAR, COMO PRÓPRIO, passaporte, título de eleitor,
+ Multa, se o
DOCUMENTO DE caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia
fato não consti-
IDENTIDADE ou CEDER A OUTREM, para que dele se utilize, documento dessa
tui elemento de
ALHEIO natureza, próprio ou de terceiro.
crime mais
grave.

É formal e admite tentativa. O grande detalhe: não há documento falso, mas documento verdadeiro de outra
pessoa para obter vantagem ou prejudicar outrem. O agente que cede também incorre na mesma conduta.
Caracteriza-se por ser subsidiário, ou seja, exige análise quanto ao fato não constituir elemento de crime
mais grave, como o estelionato e outras fraudes, por exemplo (Súmula 17 STJ).

Detenção
Art. 309 - USAR o estrangeiro, para entrar ou permanecer no
1 a 3 anos
território nacional, nome que não é o seu.
FRAUDE DE LEI + Multa
SOBRE
ESTRANGEIRO Detenção
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro FALSA QUALIDADE para
1 a 4 anos
promover-lhe a entrada em território nacional.
+ Multa

É formal, eis que não exige a efetiva entrada ou permanência no território nacional. No caput temos um crime
próprio (somente o estrangeiro). O estrangeiro usará nome que não é seu. Já no parágrafo único há delito
comum e não se restringe ao nome – como no caput -, podendo ser uma falsa profissão, por exemplo.

Exige-se o dolo, acompanhado de especial fim de agir, consistente no intuito de entrar ou permanecer no


território nacional.

Se houver apresentação de documento falso, o crime em comento resta absorvido pelo art. 304.
A competência é da Justiça Federal, de acordo com o art. 109, inciso X, da CF.

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FALSIDADE EM
Art. 310. Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de Detenção
PREJUÍZO DA
ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a 6 meses a 3 anos
NACIONALIZAÇÃO
este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens. + Multa
DE SOCIEDADE

Trata-se de norma penal em branco, já que exige complementação para a sua tipificação. O crime é formal
e não se exige finalidade específica. Admite a tentativa. Esse crime tem como objetivo punir o cidadão
brasileiro que vier a utilizar o seu nome para, por exemplo, figurar como proprietário de empresa
pertencente a alguns setores de bens e serviços não autorizados ao capital estrangeiro (empresa
jornalística e radiodifusão sonora e de sons e imagens, nos termos do art. 222 da CF; e exploração de
jazidas e demais recursos minerais, de acordo com o art. 176, §1° da CF). Assim, o verdadeiro proprietário
é o estrangeiro, mas o brasileiro figura como “testa de ferro” ou “laranja”.
A competência é da Justiça Federal, de acordo com o art. 109, inciso IV, da CF.

Art. 311 - ADULTERAR ou REMARCAR número de chassi ou


QUALQUER SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR,
de seu componente ou equipamento. Detenção
ADULTERAÇÃO DE 3 anos a 6 anos
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que + Multa
SINAL
CONTRIBUI para o licenciamento ou registro do veículo
IDENTIFICADOR
REMARCADO ou ADULTERADO, fornecendo indevidamente
DE VEÍCULO
material ou informação oficial.
AUTOMOTOR

§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou


+1/3 da pena
em razão dela, a pena é AUMENTADA de um terço.

Esse crime visa tutelar a autenticidade dos sinais identificadores de veículo automotor. É crime formal e
instantâneo de efeitos permanentes. Exige-se o dolo, mas independe do especial fim de agir. A adulteração
pode ser no chassi ou em qualquer outro sinal identificador de veículo automotor (placas, motor, etc). Para
caracterizar veículo automotor, deve-se consultar o CTB. Veículos sobre trilhos não estão incluídos nesse
conceito. Importante ressaltar que o núcleo do tipo é ADULTERAR ou REMARCAR. Assim, não há a
previsão de suprimir. Entende-se ser imprescindível a perícia, já que se trata de crime não transeunte. Obs.:
o agente que usa ou adquire veículo automotor adulterado não incide no crime do art. 311, pois não há
previsão de criminalização nesse sentido.

Divergência: Pela doutrina, a conduta do sujeito que suprime o número do chassi não está abrangida pela
conduta ora em comento, por falta de previsão do núcleo do tipo “suprimir”. Entretanto, segundo
entendimento do STJ, esse ato constitui violação ao art. 311 (AgRg no REsp 1509382/SC, 17/02/2017).

A conduta do §2° (crime próprio) tem como objetivo punir o funcionário público que contribui, ao fornecer
indevidamente o licenciamento ou registro remarcado ou adulterado. Ocorre a participação material do
servidor público, que é o sujeito capaz de propiciar meios para registrar o veículo que está com seus sinais
nitidamente adulterados. Neste caso, o crime é próprio, pois só pode ser praticado pelo servidor público
que contribui para o licenciamento ou registro do veículo por trabalhar em órgão competente para esse fim
(exemplo: funcionário público do Detran licencia veículos adulterados).

O §1° prevê uma causa de aumento de pena se o agente pratica o crime no exercício da função pública ou
em razão dela.

Jurisprudência:
→ Não é típica a conduta adulterar placa de veículo reboque ou semirreboque. O reboque e o
semirreboque são veículos, mas não são veículos automotores (Art. 96, I, CTB). O veículo automotor é
aquele que pode circular por seus próprios meios. Não são considerados veículos automotores (atipicidade
formal). O reboque e o semirreboque não conseguem circular de forma independente. STJ. 6ª Turma. RHC
98.058/MG, 24/09/2019 (Info 657).
→ Não é típica a conduta OCULTAR a placa, a fim de evitar o pagamento do pedágio (STJ, HC 139.199/SP,
03/05/2010 (Info 424).
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→ É TÍPICA a conduta consistente na colocação de fita adesiva ou isolante para
alterar o número ou letras da placa do veículo e, assim, evitar multas ou burlar o
pedágio ou rodízio de veículos. STJ, AgRG no AResp 860.012/MG, 16/02/2017 e
STF, RHC 116.371/DF, 22/08/2013).

→ É TÍPICA a substituição de placas de um veículo pelas de outro. No caso, ocorreu a mera substituição de
uma placa pela outra, sem a substancial adulteração do conteúdo. Embora não tenha efetivamente ocorrido
a adulteração, o STJ entendeu pela incidência do tipo penal previsto no art. 311 (AgRg no Resp
1.578.618/MG, 05/06/2016).

→ O STJ entende pela impossibilidade de consunção entre os crimes de receptação e adulteração de sinal
identificador de veículo automotor, tratando-se de crimes autônomos.
Nesse sentido: “Recurso Especial nº 0015804-76.2015.8.26.0068: RECEPTAÇÃO DOLOSA –
ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO – CRIMES AUTÔNOMOS. Os crimes de
receptação dolosa e adulteração de chassi são autônomos, não admitindo, pois, a aplicação do princípio
da consunção para a absorção do segundo pelo primeiro delito. (...)”

Art. 311-A. UTILIZAR ou DIVULGAR, indevidamente, com o fim de


beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
certame, CONTEÚDO SIGILOSO de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos; Detenção
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou 1 a 4 anos
IV - exame ou processo seletivo PREVISTOS EM LEI. + Multa
FRAUDES EM
CERTAMES DE § 1° Nas mesmas penas incorre quem PERMITE ou FACILITA, por
INTERESSE qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações
PÚBLICO mencionadas no caput.

Reclusão
§ 2° Se da ação ou omissão resulta DANO à administração pública. 2 anos a 6 anos
+ Multa

§ 3° Aumenta-se a pena de 1/3 se o fato é cometido por funcionário


+1/3 da pena
público.

É crime comum, formal (independe de dano, mas se houver será a qualificadora do §2°) e não requer a
efetiva obtenção do benefício para ser consumado. Incide em todo e qualquer certame ou concurso de
interesse público, mas não necessariamente de natureza pública (vide incisos III e IV). Admite-se apenas a
forma dolosa, com o acréscimo do especial fim de agir, descrito nas expressões “com o fim de beneficiar a
si ou a outrem” ou “com o fim de comprometer a credibilidade do certame”.

Observe que poderá haver o concurso de pessoas, quando um agente DIVULGA e outro UTILIZA indevi-
damente informações sigilosas, com fim de beneficiar a si ou outrem, ou, ainda, comprometer a credibili-
dade do certame (esse é o caso da “cola eletrônica” em concursos públicos). Importante frisar que esse
dispositivo foi acrescido pela Lei 12.550/2011. Antes dela, a conduta da “cola eletrônica” era formalmente
atípica (STF, HC 88697/AC, 06/02/2007).

Se o agente permite ou facilita o acesso de pessoas não autorizadas a conteúdo sigiloso das hipóteses dos
incisos I a IV, incidirá no §1°.

Entende-se que o DANO previsto no §2° não necessita ser patrimonial, isto é, havendo DANO MORAL,
incorrerá na qualificadora.

A competência é da Justiça Estadual. Quando afetar direitos e interesses da União, a competência será da
Justiça Federal.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2019 – TCE/RO – Procurador - Adaptada CESPE – 2013 – Polícia Federal - Delegado A falsa
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante atribuição de identidade só é caracterizada como
autoridade policial em situação de autodefesa não delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
é considerada criminosa. poder de ludibriar; quando formulada por escrito,
constitui crime de falsificação de documento
R: Errado. Súmula STJ 522: A conduta de público.
atribuir-se falsa identidade perante autoridade
policial é típica, ainda que em situação de alegada R: Errado. O tipo penal do art. 307 (falsa
autodefesa. identidade) não faz distinção da atribuição ocorrer
verbalmente ou por escrito.
CESPE – 2019 – TJPA – Juiz Substituto - Adaptada
Fernando, imputável, cumpria pena de sete anos CESPE – 2018 – Polícia Federal - Delegado A falsa
de reclusão em regime semiaberto. Em atribuição de identidade só é caracterizada como
15/02/2019, foi autorizado a realizar trabalho delito de falsa identidade se feita oralmente, com o
externo. Em 16/02/2019, ele saiu do poder de ludibriar; quando formulada por escrito,
estabelecimento penitenciário para o trabalho constitui crime de falsificação de documento
externo, mas não mais retornou. Por essa razão, foi público.
expedido mandado de prisão contra ele. Abordado
por policiais em um bar, Fernando identificou-se R: Errado. Pelo mesmo motivo da questão acima, o
como Domingos. Ele foi encaminhado à delegacia crime de falsa identidade (art. 307) pode ser
e lá novamente se identificou como Domingos. A praticado de forma escrita ou oralmente (crime de
verdadeira identidade de Fernando foi descoberta forma livre).
somente dois dias depois. Ouvido como
investigado, Fernando disse que tinha adotado o CESPE – 2019 – PGM/Boa Vista – Procurador
nome Domingos porque sabia que contra ele havia Juan González, estrangeiro, enfermeiro, residente
mandado de prisão expedido. De acordo com a havia dois anos em Boa Vista – RR, apresentava-se
jurisprudência do STJ, quando se identificou como como médico no Brasil e atendia pacientes
Domingos, Fernando praticou o crime de falsa gratuitamente em um posto de saúde da rede
identidade, embora tenha alegado situação de pública municipal, embora não fosse funcionário
autodefesa. público. Seu verdadeiro objetivo com essa prática
era retirar medicamentos do local e revendê-los
R: Certo. A situação hipotética assemelha-se ao para obter lucro.
conteúdo da questão acima. O exercício de
autodefesa não permite que o Em razão de denúncia anônima a respeito do
procurado/indiciado se identifique falsamente. desvio de medicamentos, Juan, portando caixas de
Súmula STJ 522: A conduta de atribuir-se falsa remédios retiradas do local, foi abordado em seu
identidade perante autoridade policial é típica, automóvel por policiais logo após ter saído do
ainda que em situação de alegada autodefesa. posto e foi, então, conduzido à delegacia. Para que
seu verdadeiro nome não fosse descoberto, Juan
CESPE – 2018 – SEFAZ/RS Situação hipotética: identificou-se à autoridade policial como Pedro
João, durante abordagem por um policial militar, Rodríguez, buscando, assim, evitar o cumprimento
atribuiu a si nome diverso, a fim de se esquivar de de mandado de prisão expedido por ter sido
mandado de prisão pendente de cumprimento. condenado pelo crime de moeda falsa no Brasil.
João praticou o crime de falsa identidade.
Questionado sobre a propriedade do veículo no
R: Certo. Segundo o STF, o princípio constitucional qual se encontrava no momento da abordagem,
da autodefesa não alcança aquele que atribui falsa Juan informou tê-lo comprado de uma pessoa
identidade perante autoridade policial com o desconhecida, em Boa Vista. Durante a
intento de ocultar maus antecedentes ou evitar a investigação policial, verificou-se que o veículo
sua prisão, sendo, portanto TÍPICA a conduta havia sido furtado por outra pessoa no Brasil e que
praticada pelo agente nos termos do art. 307 do a placa estava adulterada. Verificou-se, ainda, que
CP (HC 112846/MG, Dje 01/10/2014). a placa identificava um veículo registrado no país
de origem de Juan e em seu nome, embora Juan

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tivesse alegado ter adquirido o veículo já com a apresentado como Pedro Rodríguez perante
referida placa. Considerando essa situação autoridade policial, uma vez que a tentativa de
hipotética, julgue o item que se segue. evitar a prisão em razão do mandado expedido não
Juan não deverá responder pelo crime de é considerada exercício de autodefesa que exclua
adulteração de sinal identificador de veículo o referido crime.
automotor, visto que deverá responder pelo crime
de receptação, que, por ser preexistente, absorve o R: Certo. O exercício de autodefesa não permite
referido delito. que o procurado/indiciado se identifique
falsamente. Súmula STJ 522: A conduta de
R: Errado. Ante as informações trazidas, não é atribuir-se falsa identidade perante autoridade
possível concluir que Juan responderá por policial é típica, ainda que em situação de alegada
receptação, já que faltam elementos para concluir autodefesa.
nesse sentido. O simples fato de ter adquirido
veículo produto de furto não tem o condão de CESPE – 2019 – PGM/Boa Vista – Procurador
atrair, por si só, o delito do art. 180 do CP, nem (Considere o texto acima associado para o
mesmo na sua forma culposa (§3°). A forma dolosa julgamento da questão a seguir) Por ter declarado
da receptação exige que o agente saiba que chamar-se Pedro Rodríguez, Juan deverá
adquire produto fruto de crime. A forma culposa responder pelo crime de uso de documento falso,
exige que o agente presuma que a coisa adquirida cuja tipificação objetiva a tutela da fé pública.
ou recebida, em razão da natureza ou pela
desproporção entre o valor e o preço, ou pela R: Errado. Juan não fez uso de documento falso,
condição de quem a oferece, seja oriunda de meio mas atribuiu a si mesmo identidade inverídica,
criminoso. No texto não há qualquer menção a incorrendo, em tese, no crime de falsa identidade
situação dessa natureza. Poder-se-ia questionar o (art. 307). A propósito, essa é uma diferença crucial
fato de Juan usar a mesma placa de um veículo em entre o crime de uso de documento falso (art. 304)
seu país de origem, indicando ser o agente de uma cujo núcleo do tipo é “Fazer uso” e o crime de falsa
possível adulteração do sinal identificador de identidade cujo núcleo do tipo é “Atribuir” a si ou a
veículo automotor (art. 311). Nesse sentido, o STJ terceiro. Perceba que no primeiro caso há o
possui o entendimento pela impossibilidade de documento e o seu uso. Já no segundo caso não
consunção entre os crimes de receptação (ainda há, a priori, o documento.
que restasse configurado pelos exíguos elementos
apresentados) e o crime do art. 311 do CP.

CESPE – 2019 – PGM/Boa Vista – Procurador


(Considere o texto acima associado para o
julgamento da questão a seguir) Juan deverá
responder pelo crime de falsa identidade por ter se

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

CONCEITO, APLICABILIDADE, CARACTERÍSTICAS, FINALIDADES E FONTES

Art. 1º. O PROCESSO PENAL reger-se-á, em todo o terri-


tório brasileiro, por este Código, RESSALVADOS: *O tribunal especial, conhecido como
I - Os tratados, as convenções e regras de direito inter- Tribunal de Segurança Nacional, não
nacional; existe mais no ordenamento. Atual-
II - As prerrogativas constitucionais mente os crimes contra a segurança
• Do Presidente da República; nacional são, em regra, julgados pela
• Dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Justiça Federal (art. 109, IV, da Consti-
Presidente da República; e tuição Federal), já que são considera-
• Dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes dos delitos políticos.
de responsabilidade.
III - Os processos da competência da Justiça Militar;
IV - Os processos da competência do Tribunal Especial;
V - Os processos por crimes de imprensa. *O STF, no julgamento da ADPF nº 130, decidiu pela
§ único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos proces- não recepção da Lei de Imprensa. Para esses casos,
sos referidos nos no s. IV e V, quando as leis especiais que aplica-se diretamente o procedimento previsto no
os regulam não dispuserem de modo diverso. CPP.

CRIMES PRATICADOS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO


REGRA EXCEÇÃO
• Tratados, convenções e regras de
direito internacional;
APLICAÇÃO DO CÓDIGO • Foro por prerrogativa de função;
DE PROCESSO PENAL • Justiça Militar;
• Tribunal Especial*;
• Crimes de imprensa*;
Lembrando que o Código Penal considera praticado o crime no local em que ocorreu
a ação ou omissão ou no lugar em que ocorreu o resultado (Teoria da Ubiquidade).

Art. 2º . A lei
processual penal

APLICAR-SE-Á DESDE LOGO Sem prejuízo da validade dos atos realizados


sob a vigência da lei anterior
• Não há retroatividade em se tratando de normas com conteúdo exclusivamente processual penal, mesmo se
for prejudicial ao réu.
• ATENÇÃO: no direito processual penal, a lei nova aplica-se de imediato, mesmo que, de certa forma, prejudique
o réu. Diferente do direito penal, no qual a lei nova retroage para favorecer o réu.
• Se a norma tiver natureza penal e processual penal (lei híbrida), deve-se seguir a regra da irretroatividade da
lei penal mais gravosa (exemplo art. 366 do CPP).
• Portanto, quanto ao tempo da aplicação da lei processual penal prevalece o princípio do tempus regit actum
(princípio da imediatidade ou da aplicação imediata das normas processuais).
Art. 3º. A lei processual
penal admitirá:

Interpretação extensiva Aplicação Analógica Bem como o suplemento dos


Princípios Gerais do Direito

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INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA ANALOGIA
Forma de interpretação; Forma de interpretação; Forma de integração;
Existe norma para Existe norma para Existe norma para
o caso concreto; o caso concreto; o caso concreto;
São elementos fornecidos pela Aplica-se norma que regula
Amplia-se o alcance
própria lei, através de aplicações fato semelhantes (somente in
das palavras;
semelhantes; bonam partem)
Exemplo: crimes contra o
Exemplo: roubo majorado pelo
Exemplo: § 2° Se o homicídio é patrimônio cometido contra
emprego de arma. No entanto,
cometido: I - mediante paga ou companheiros em união estável,
antes não existia uma
promessa de recompensa, ou por aplica-se analogicamente o art.
definição legal do que seria
outro motivo torpe. 181, I, do CP, que regula o caso
arma, aplicando-se, assim, a
semelhante (crimes contra
interpretação extensiva.
cônjuges).

CARACTERÍSTICAS
Autonomia (possui regras próprias):
Instrumentalidade; (é o meio legal para se concretizar o direito penal);
Normatividade (é uma disciplina normativa).

FINALIDADES
Finalidade imediata: viabilizar a aplicação do direito penal ao caso concreto.
Finalidade mediata: promover a paz por meio da solução de conflitos.

FONTES
Material: é aquela que elabora anorma (União).
É possível que, por meio de lei complementar, seja atribuída aos Estados-membros a competência
para legislarem sobre processo penal, em questões específicas de interesse regional.
Formal: é a fonte que revela a norma. Podem ser imediatas ou mediatas.
• Lei;
• Constituição; • Costumes;
• Tratados Internacionais de Direitos Humanos. • Princípios Gerais do Direito.

SISTEMAS PROCESSUAIS

SISTEMA INQUISITIVO
• Concentrava as funções de investigar, acusar, defender e julgar em uma única figura: o juiz;
• A gestão de prova cabia ao juiz, que tinha ampla liberdade para a produção de provas;
• Procedimento, via de regra, escrito e sigiloso;
• Não havia contraditório e amplia defesa.
• Era adotado o sistema da verdade legal (sistema tarifado de provas);
• A confissão era a "rainha das provas", incentivando, assim, a tortura para a obtenção da verdade necessária;
• O acusado é apenas um objeto no processo.
SISTEMA ACUSATÓRIO - ADOTADO NO BRASIL!
• Separação das funções de acusar, defender e julgar (IMPARCIALIDADE);
• O juiz não pode atuar de ofício na fase preliminar;
• A gestão de provas é papel das partes e não do juiz;
• Adota-se a publicidade dos atos processuais e pela oralidade;
• O contraditório e ampla defesa regem todo o processo judicial, sob pena de nulidade;
• Aplica-se o príncípio da busca da verdade;
• O Sistema de apreciação de provas adotado é o do livre convencimento motivado;
• O acusado é sujeito de direito.
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SISTEMA MISTO / ACUSATÓRIO FORMAL / FRANCÊS
Existem duas fases no processo: uma instrução preliminar, que é secreta e escrita e que fica a cargo do juiz para produzir
as provas; e uma fase contraditória, que também se dá em julgamento, admitindo-se a ampla defesa e o contraditório.
ATENÇÃO! O entendimento da doutrina e da jurisprudência dos Tribunais Superiores já era pacífico quanto à
adoção do Sistema Acusatório no Processo Penal, contudo, após a edição da Lei nº 13.964/19 (PAC), essa
adoção passou a ser expressa no ordenamento jurídico.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

AMPLA DEFESA: abrange a defesa técnica e a autodefesa aos litigantes.


CONTRADITÓRIO: ciência e participação das partes;
IMPARCIALIDADE DO JUIZ: o juiz não pode ter vínculos subjetivos com o processo;

MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES: o juiz é livre para decidir de acordo com a sua convicção, desde que
o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável.
IMPULSO OFICIAL: iniciado o processo, o magistrado deve providenciar que este chegue ao seu
final, determinando prazos, intimações e audiências;
IGUALDADE PROCESSUAL/PARIDADE DAS ARMAS: as partes devem ser tratadas de forma
isonômica no processo;
DEVIDO PROCESSO LEGAL: ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;
PROMOTOR NATURAL: exigência de critérios legais prévios para a escolha do promotor, evitando
designações arbitrárias;
PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos proces-
suais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

ECONOMIA PROCESSUAL: o Estado deve buscar maior efetividade do processo, com a prática da
menor quantidade de atos possível;
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO: busca-se evitar dois extremos: a morosidade e a pressa.
INÉRCIA: o juiz não pode agir de ofício para iniciar a ação penal.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligên-
cia O Código de Processo Penal, a jurisprudência e os penal terá aplicação imediata somente aos fatos
Princípios Gerais do Direito são considerados fontes criminosos ocorridos após o início de sua vigência.
formais diretas do direito processual penal. R: Errado. Vimos que terá aplicação também aos
R: Errado. A jurisprudência e os Princípios Gerais do fatos que já estão em andamento, sem prejuízo dos
Direito não são considerados como fontes formais atos realizados sob vigência da lei anterior (Art. 2º).
diretas/imediatas, mas sim fontes indiretas/media-
tas. CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligên-
cia A lei processual penal vigente à época em que a
CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligên- ação penal estiver em curso será aplicada em detri-
cia A publicidade, a imparcialidade, o contraditório e mento da lei em vigor durante a ocorrência do fato
a ampla defesa são características marcantes do que tiver dado origem à ação penal.
sistema processual acusatório. R: Certo. A lei processual nova não irá retroagir, mas
R: Certo. Todos esses princípios regem o Sistema será aplicada aos processos em curso, respeitados os
Processual Acusatório, que é o sistema adotado no atos processuais já praticados e as situações jurídi-
Brasil. cas já consolidadas sob a vigência da lei anterior.
Portanto, aplicar-se-á lei que estiver vigente no
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Oficial  de  curso da ação penal e não a lei que estava vigente à
Justiça Avaliador Federal Uma nova norma processual época da conduta.
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CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área como fiscal da lei e possui toda uma estrutura do
Judiciária A lei não poderá restringir a divulgação de Estado, ou seja, a desigualdade de forças é nítida.
nenhum ato processual penal, sob pena de ferir o Logo, o Princípio da Paridade das Armas fica, no caso
princípio da publicidade. concreto, mitigado pelo Princípio da Oficialidade.
R: Errado. A CF/88 admite que a lei restrinja a publi-
cidade dos atos processuais quando a defesa da CESPE – 2016 - TRF 4ª Região Juiz Federal Em
intimidade ou o interesse social o exigirem. nosso sistema processual penal, que segue o sistema
acusatório puro, não pode o juiz determinar de ofício
CESPE - 2018 - STM - Analista Judiciário - Área a produção de quaisquer provas.
Judiciária Ninguém será processado nem sentencia- R: Errado. O sistema processual pátrio não adota o
do, senão pela autoridade competente, em respeito Sistema Acusatório Puro, visto que neste o juiz não
ao princípio constitucional do juiz natural. pode produzir de ofício, seja na fase investigatória ou
R: Certo. O princípio do juiz natural garante ao na fase processual. Portanto, vamos relembrar o que
acusado que ele seja julgado por um juiz imparcial e trata o Art. 156: A prova da alegação incumbirá a
definido anteriormente à ocorrência do crime. quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de
ofício:
CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia Na ação I – Ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a
penal pública, o princípio da igualdade das armas é produção antecipada de provas consideradas urgen-
mitigado pelo princípio da oficialidade. tes e relevantes, observando a necessidade,
R: Certo. O Princípio da Paridade (Igualdade) das adequação e proporcionalidade da medida; 
Armas traz que ao litigante deve ser igualmente II  –  Determinar, no curso da instrução, ou antes de
garantido o acesso aos meios processuais. No caso da proferir sentença, a realização de diligências para
Ação Penal Pública, o acusado está litigando com o dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Ministério Público que, além de parte, também atua

JUIZ DAS GARANTIAS


O juiz das garantias é competente para as decisões judiciais a serem tomadas na fase pré-processual da perse-
cução penal (inquérito policial + ação penal).
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguar-
da dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário.
ATENÇÃO! O juiz das garantias atua somente na fase pré-processual, ou seja, na investigação preliminar.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Alguns pontos da Lei 13.964/19 foram suspensos pelo STF. A maioria dessa suspensão, decidida pelo ministro
Luiz Fux, refere-se ao instituto do juiz das garantias.
As maiores críticas do juiz das garantias não se referem ao órgão em si, mas na incompatibilidade de instituir
mais um órgão, o que poderia impactar na duração razoável do processo e, ainda, ocasionar a impunidade.
Porém, apesar de suspensa a criação deste instituto, pode ser que venha a ser objeto de prova. Portanto, não
podemos deixar de estudar cada detalhe.
Antes da Lei 13.964/19, o controle da legalidade da investigação criminal era do juiz da instrução e julgamen-
to. Após a Lei, a competência do controle dos atos de investigação - primeira fase – passou a ser do juiz das
garantias. O juiz da instrução e julgamento continua exercendo o controle da segunda fase, ou seja, após o início
da ação penal.
1ª Fase - Inquérito Policial 2ª Fase - Ação Penal

JUIZ DAS GARANTIAS JUIZ DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO


• O juiz das garantias fica impedido de atuar na ação penal em que atuou na fase de investigação. (Art. 3º - D).
• § único: Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistra-
dos, a fim de atender às disposições deste Capítulo.
Teoria da Aparência: não basta
Princípio da Imparcialidade
ser imparcial, precisa se mostrar ser.
Fundamentos do Princípio do Contraditório
juiz das garantias e Ampla Defesa O Juiz das Garantias visa assegurar um julgamento
imparcial, livre de ingerências das próprias
Teoria da Dissonância convicções do Julgador. Logo, não pode o mesmo juiz
Cognitiva que atuou na fase preliminar, atuar no processo, visto
que já tem sua opinião formada.
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Compete especialmente ao juiz das garantias:
I - Receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição
Federal;
II - Receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art.
310 deste Código;
III - Zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a
qualquer tempo;
IV - Ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V - Decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º
deste artigo;
VI - Prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar,
• bem como substituí-las ou revogá-las,
• assegurado, no primeiro caso, Somente no caso de prorrogação será
• o exercício do contraditório em audiência pública e oral, necessária a audiência pública e oral.
• na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;
VII - Decidir sobre o requerimento de
• Produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis,
• Assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral.

JUIZ DAS GARANTIAS JUIZ DA INSTRUÇÃO


Art. 3º - B, VII - decidir sobre o requerimento de produção Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apre-
antecipada de provas consideradas urgentes e não ciação da prova produzida em contraditório judicial, não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos
em audiência pública e oral. elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipa-
das.

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer,


sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar,
mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção anteci-
pada de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionali-
dade da medida.
VIII - PRORROGAR o prazo de duração do inquérito,
• estando o investigado preso,
• em vista das razões apresentadas pela autoridade policial;
• e observado o disposto no § 2º deste artigo;
IX - DETERMINAR o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instau-
ração ou prosseguimento;
X - REQUISITAR documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação;
XI - DECIDIR sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras
formas de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar; Atos com reserva de jurisdição.
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;
XII - Julgar o habeas corpus impetrado ANTES do oferecimento da denúncia;

Antes do oferecimento Juiz das garantias


(não é recebimento)
Habeas Corpus

Depois do oferecimento
Juiz da Instrução e Julgamento
(inclui a fase de recebimento)

XIII - Determinar a instauração de incidente de insanidade mental;


XIV - Decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 156
XV - Assegurar prontamente, quando se fizer necessário,
• o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas
produzidos no âmbito da investigação criminal,
• salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;
XVI - Deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;
XVII - Decidir sobre a homologação de:
• acordo de não persecução penal ou
• os de colaboração premiada,
• quando formalizados durante a investigação;
XVIII - Outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.

§ 2º SE O INVESTIGADO ESTIVER PRESO, o JUIZ DAS GARANTIAS poderá, mediante representação da autoridade
policial e ouvido o Ministério Público,
• prorrogar,
• uma única vez,
• a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias,
• após o que, se ainda assim a investigação não for concluída,
• a prisão será imediatamente relaxada.

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias


• abrange todas as infrações penais,
• exceto as de menor potencial ofensivo,
• e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código.
• Competência de todas as infrações penais, em regra.
• Não abrange as infrações de menor potencial ofensivo - IMPO (todas as contravenções penais e os
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com multa).
• Para Fernando Capez, os crimes a que a lei comine exclusivamente pena de multa, qualquer que seja
o procedimento previsto, também se enquadra como conceito de IMPO.
• A competência do juiz das garantias CESSA com o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa.
Cessa com recebimento. Não é oferecimento!

AS DECISÕES PROFERIDAS PELO JUIZ DAS GARANTIAS

Não vinculam o juiz da que, após o recebimento deverá reexaminar a necessidade no prazo máximo
instrução e julgamento, da denúncia ou queixa, das medidas cautelares em curso, de 10 dias.

INQUÉRITO POLICIAL
De acordo com Renato Brasileiro:
“O inquérito policial consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a
identificação das fontes de prova a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da
infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.
• Procedimento preparatório; e
• Procedimento administrativo.
O inquérito policial é um PROCEDIMENTO PERSECUTÓRIO.

PERSECUÇÃO CRIMINAL: Poder/Dever do Estado


• 1ª Fase: Investigação preliminar (fase pré-processual)
de investigar um delito e processar o seu autor com o
• 2ª Fase: Fase processual (aplicação da sanção)
intuito de puní-lo: "jus puniendi”

NATUREZA FUNÇÃO FINALIDADE TITULARIDADE


• Procedimento • Preservadora inibe a instauração • Dar o embasamento • Autoridade policial
administrativo. de um processo penal infundado; probatório suficiente para (Delegados de Polícia
• Preparatória fornece elementos e colhe que a ação penal tenha de carreira).
provas para serem usados em juízo. justa causa.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 157
DESTINATÁRIO VALOR PROBATÓRIO
• Imediato: Titulares da ação penal (Ministério • Até o presente momento, o valor continua
Público na ação penal pública e o ofendido na sendo relativo pois a eficácia do Art 3 º C, § 3 º,
ação penal privada) do CPP está suspensa
• Mediato: juiz

FORMAS DE INSTAURAÇÃO PEÇAS INAUGURAIS


• Por portaria da autoridade policial, pela lavratura de • Portaria;
flagrante, mediante representação do ofendido ou • Auto de prisão em flagrante;
requisição do juiz ou do Ministério Público, devendo • Requerimento do ofendido ou de seu representante;
todas as peças do inquérito serem, num só processado, • Requisição do Ministério Público ou da autoridade
reduzidas a escrito ou datilografadas. judiciária;
• Representação do ofendido ou de seu representante
legal;

Art. 155, CPP: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial,
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Logo, no inquérito policial, em regra, não há colheita de provas, somente elementos de informação.

Provas cautelares
São informações sobre o crime
Exceções Provas não repetíveis produzidas na fase investigatória, mas
que possuem natureza jurídica de “PROVA”.
Provas antecipadas
ATENÇÃO! Em regra, os eventuais vícios ocorridos no inquérito policial não contaminam a ação penal.
Violações de garantias constitucionais e legais expressas;
Há duas exceções Se não for assegurada ao investigado em seu interrogatório à assistência
de advogado quando ele assim desejar (nulidade absoluta do interrogatório).
Obs.: o inquérito policial não é um procedimento exclusivamente escrito, pois é possível o registro de suas diligências
também por meio de recursos audiovisuais.
O Inquérito é ESCRITO: Art. 9º, CPP: todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
IDOSO escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
INQUISITIVO: Não há necessidade de contraditório e ampla defesa no inquérito policial e não é
E
obrigatório o seu acompanhamento por advogado.
I INDISPONÍVEL: Depois de instaurado, a autoridade policial não pode mandar arquivar.
I DISPENSÁVEL: Não é obrigatório para o oferecimento da denúncia.
D DISCRICIONÁRIO: A autoridade policial tem liberdade para conduzir o IP.
OFICIOSO: Regra: a instauração do inquérito policial pela autoridade policial é obrigatória
D diante da presença de justa causa fundamentada que aponte para a existência de uma infração
O penal.
S SIGILOSO: Súmula Vinculante nº 14, STF: É direito do defensor ter amplo acesso aos elementos
de provas já documentados e que digam respeito ao exercício do direito de defesa.
O
OFICIAL: Apenas órgãos oficiais podem conduzir o IP, ou seja, a polícia judiciária.

FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


• Diante da notitia criminis, o início dar-se-á com a instauração do IP
NOTITIA CRIMINIS
Direta, espontânea ou Indireta, Provocada ou
Coercitiva Anônima
de cognição imediata de Cognição Mediata

Conhecimento de forma Inicitaiva de terceiros, Prisão em flagrante. É válida para iniciar as


direta e espontânea, seja por meio de requerimen- investigações. Só instau-
por atividades rotineiras, to do ofendido ou requi- ra-se o inquérito se for
investigações ou impren- sições das autoridades. confirmada.
sa.

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• Em sendo a comunicação adstrita a um crime de ação penal pública incondicionada, o IP será instaurado
conforme o art. 5º, caput e §1º, CPP.
Crimes de ação penal Crimes de ação penal
Crimes de ação penal privada
pública incondicionada pública condicionada
De ofício, pela autoridade
Não pode de ofício Não pode de ofício
policial (portaria)
Requerimento do ofendido ou Representação da vítima ou de Requerimento da vítima ou de quem
de quem possa representá-lo quem legalmente a represente a represente legalmente
Requisição do juiz ou do MP (deve Requisição do juiz ou do MP (deve
Requisição do juiz ou do MP vir acompanhada de representação vir acompanhada de representação
ou de requisição) ou de requisição)
Auto de prisão em flagrante (deve Auto de prisão em flagrante (deve
Auto de prisão em flagrante vir acompanhada de representação vir acompanhada de representação
ou de requisição) ou de requisição)
• Juiz e Ministério Público (REQUISIÇÃO)
• Na ação penal pública condicionada – vítima (REPRESENTAÇÃO)
• Na ação penal privada – vítima (REQUERIMENTO)
ATENÇÃO! Autoridade policial, em regra, não pode indeferir requisição do MP ou de juiz para instauração de IP.
Art. 5º, §2º. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de polícia.
§3º. Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública
poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - DIRIGIR-SE ao local,
• providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
• até a chegada dos peritos criminais;
II - APREENDER
• os objetos que tiverem relação com o fato,
• após liberados pelos peritos criminais;
III - COLHER
• todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - OUVIR o ofendido;
V - OUVIR o indiciado,
• com observância, no que for aplicável,
• do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro,
• devendo o respectivo termo ser assinado por 2 testemunhas
• que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - PROCEDER a reconhecimento
• de pessoas e coisas e
• a acareações;
VII - DETERMINAR,
• se for caso,
• que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ORDENAR
• a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível,
• e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - AVERIGUAR
• a vida pregressa do indiciado,
• sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois
do crime e durante ele,
• e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter;
X - COLHER informações
• sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência
• e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
• indicado pela pessoa presa.
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Art. 7º. Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial
poderá proceder à
• REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS,
• desde que esta não contrarie
• a moralidade
• ou a ordem pública.

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Art . 5º, LVIII, CF: “O civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei”
a. Documento com rasuras ou indícios de fraude;
b. Documento que não comprove cabalmente a identidade da pessoa;
c. Documentos distintos com informações conflitantes;
d. Se a identificação for indispensável às investigações (necessário despacho do juiz);
e. Constar nos registros policiais que a pessoa já apresentou outros nomes;
f. O estado de conservação, data de expedição ou o local impossibilitem a identificação.
PRAZO DE CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
O Código de Processo Penal determina que o inquérito policial deve terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nessa hipótese, a partir do dia
em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Porém, o Pacote Anticrime trouxe uma possibilidade de prorrogação do prazo quando o indiciado estiver preso,
vejamos:
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO IP ANTES PRORROGAÇÃO DO PRAZO DO IP DEPOIS
DA LEI Nº 13.964/19 DA LEI Nº 13.964/19
Indiciado SOLTO Indiciado PRESO Indiciado SOLTO Indiciado PRESO
O prazo inicial do IP podia Não havia previsão Não houve alteração! O O art. 3º-B trouxe o seguin-

X
ser prorrogado, por prazo legal para prorrogação prazo inicial do IP te: “Se o investigado estiver
assinalado pelo juiz, nos do inquérito policial continua podendo ser preso, o juiz das garantias
casos em que a complexi- em caso de investiga- prorrogado, por prazo poderá, mediante repre-
dade da investigação ou o do preso. assinalado pelo juiz, nos sentação da autoridade
número de investigados casos em que a complexi- policial e ouvido o Ministério
exigirem. dade da investigação ou Público, prorrogar, uma
o número de investiga- única vez, a duração do
dos exigirem. inquérito por até 15 (quin-
ATENÇÃO! O Art. 3º - B do CPP está com sua eficá- ze) dias, após o que, se
cia suspensa, portanto, o candidato deve levar para ainda assim a investigação
a prova o entendimento anterior à publicação da Lei. não for concluída, a prisão
será imediatamente
relaxada”.

PRAZO DE CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


PRESO SOLTO
REGRA Art. 10 do CPP 10 dias (+15) 30 dias, prorrogável
JUSTIÇA FEDERAL 15 dias, prorrogáveis por igual período 30 dias, prorrogável
LEI DE DROGAS 30 dias, duplicável, ouvido o MP 90 dias, duplicável, ouvido o MP
JUSTIÇA MILITAR 20 dias, improrrogável 40 dias, prorrogável por mais 20
ECONOMIA POPULAR 10 dias, improrrogável 10 dias, improrrogável
PRISÃO TEMPORÁRIA - 30 + 30 dias Não se aplica!
CRIMES HEDIONDOS

CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL


O Inquérito Policial será concluído com o relatório da autoridade policial.
Lembre-se: O relatório é dispensável
Art. 10, § 1°, do CPP: A autoridade fará minucioso relatório do
para o oferecimento da denúncia.
que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
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• Procedimento de conclusão do inquérito policial em crimes de ação penal privada:
COUBER AÇÃO PÚBLICA • O prazo para o oferecimento da queixa crime é de 6 (seis) meses,
os autos do inquérito serão reme-
Nos crimes que NÃO

tidos ao juízo competente contados da ciência da autoria, sob pena de decadência.

onde aguardarão a iniciativa do • A instauração do inquérito policial nos crimes de ação penal
ofendido ou de seu representante privada não suspende nem interrompe o prazo decadencial.
legal,
ou serão entregues ao requerente, • O Código de Processo Penal não prevê a possibilidade de o ofendi-
se o pedir, mediante translado. do requerer o arquivamento do inquérito em crimes de ação penal de
iniciativa privada.

• Procedimento de conclusão do inquérito policial em crimes de ação penal pública:


• O prazo para oferecimento da denúncia, estando
abrirá vista ao Ministério Público

Oferecer denúncia; o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que


o órgão do Ministério Público receber os autos do
Remetido o IP ao juiz, este

Requisitar diligências impres- inquérito policial; e de 15 dias, se o réu estiver solto


cindíveis ao oferecimento da ou afiançado.
denúncia à autoridade policial;
Aberta vista
dos autos ao Promover o arquivamento do • O Ministério Público não poderá requerer a
MP, este poderá: inquérito policial; devolução do inquérito à autoridade policial, senão
para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci-
Requerer a declinação de mento da denúncia.
competência;
Suscitar conflito de • O IP deve ser arquivado nas hipóteses de rejeição
competência. da peça acusatória (art. 395 do CPP) e de
absolvição sumária (art. 397 do CPP).
• Quando o juízo que estiver atuando for incompetente para o julgamento da causa, deve o MP requerer que
remeta a causa para o juiz competente.
• Porém, se o órgão ministerial que receber os autos entender que o juízo competente é aquele que declinou a
competência, não deverá devolvê-los, mas sim suscitar conflito de competência.
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
• Antes do PAC: “Princípio da Devolução”.
Ministério Público Se o juiz concordasse Se o juiz NÃO concordasse
Apresenta a promoção de Inquérito arquivado! Remeteria ao PGJ para
arquivamento ao juiz compe- que este:
tente. 1) Oferecesse a denúncia;
2) Designasse outro órgão do
MP para oferecê-la; ou
3) Insistisse no arquivamento,
forçando o juiz a arquivá-lo.
• Depois do PAC:
Ministério Público Após arquivar o IP, o Se o juiz NÃO concordasse
O arquivamento do inquérito membro do MP deverá Submeter a matéria à revisão
policial passa a ser resultado • Comunicar o fato à vítima, da instância competente do
unicamente de uma decisão ao investigado e à autori- órgão ministerial, no prazo de
administrativa do membro do dade policial. 30 dias do recebimento da
MP. • E, após, encaminhar os comunicação.
autos para a instância de
revisão ministerial para a
homologação.
ATENÇÃO! Registra-se que a eficácia da alteração referida acima está suspensa por decisão liminar do ministro Fux,
essa suspensão se deu pelo fato de ainda não existir a instância de revisão ministerial. Portanto, até nova hipótese de
revogação da liminar, leve para a prova o entendimento anterior à Lei 13.964/19 (PAC).
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Ocorre quando, havendo mais de um crime, o MP deixa de requerer
Objetivo o arquivamento em relação a um ou a outro.
Arquivamento
implícito
Subjetivo Ocorre quando, havendo mais de um investigado, o MP deixa de
incluir um ou outro na denúncia.
• A doutrina e a jurisprudência são pacíficas em não admitir o arquivamento implícito.

Arquivamento Ocorre quando o juiz não concorda Nesse caso, o juiz deve remeter o
indireto com o pedido de declinação de fato à análise do órgão de revisão do
competência formulado pelo MP. Ministério Público.

COISA JULGADA NA DECISÃO DE ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


COISA JULGADA
FORMAL MATERIAL • As decisões do Ministério Público não
formam coisa julgada. Isso porque não cabe ao
Torna imutável a decisão Torna imutável a decisão parquet o exercício da jurisdição. Logo, com a
somente no mesmo processo dentro e fora do processo em nova redação trazida pelo PAC, afasta-se a
em que foi proferida, sendo que foi proferida. Ou seja, possibilidade de formação de coisa julgada na
possível nova decisão sobre os impede que sejam realizadas decisão de arquivamento do IP.
mesmos fatos diante de novas novas diligências, ainda que
provas. surjam provas novas.
• Todavia, como a referida alteração está com sua eficácia precariamente suspensa, ainda permanece vigente o
entendimento de que o arquivamento do inquérito policial determinado pelo juiz competente gera, ao menos,
coisa julgada formal (e, em alguns casos, gera também coisa julgada material).

Lembre-se: A própria autoridade policial pode reiniciar, de ofício, as investigações diante de notícia de novas provas, pois
o art. 18 do CPP dispõe que: “A autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas tiver notícia”.

TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


Medida excepcional a ser determinada pelo Poder Judiciário que acarreta a paralisação imediata de uma investi-
gação criminal ainda não finalizada.
Atipicidade da conduta investigada;
Causa extintiva de punibilidade;
Crimes de ação penal pública condicionada ou de ação penal privada que estejam sem a representação ou requerimen-
to.
O instrumento jurídico adequado para se pleitear ao Poder Judiciário o trancamento de um inquérito policial, via
de regra, é o habeas corpus , tendo em vista o potencial constrangimento ilegal à liberdade de locomoção do inves-
tigado. Entretanto, excepcionalmente, tem se admitido o trancamento por mandado de segurança nas hipóteses
em que não houver risco à liberdade de locomoção.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário - Oficial
de Justiça Avaliador Lúcio é investigado pela prática inquérito policial é dispensável para a promoção da
de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a ação penal desde que a denúncia esteja minima-
participação de Carlos no crime, tendo sido decreta- mente consubstanciada nos elementos exigidos em
da de ofício a sua prisão temporária. A partir dessa lei.
situação hipotética e do que dispõe a legislação, R: Certo. Questão polêmica! O inquérito policial
julgue o item seguinte. poderá ser dispensável se a denúncia for proposta
Como Lúcio está solto, o inquérito policial não terá com base em elementos colhidos em outro procedi-
prazo para ser concluído. mento e se estiverem presentes as condições da
R: Errado. O Inquérito Policial terá prazo de 30 dias ação, como legitimidade, interesse de agir, possibili-
para ser concluído, pois o investigado encontra-se dade jurídica do pedido e justa causa.
solto.
CESPE - 2019 - PGE-PE - Assistente de Procurado-
CESPE - 2019 - TJ-AM - Assistente Judiciário O ria É garantido ao defensor de investigado o pleno
acesso aos documentos já anexados ao procedimento
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investigatório, mesmo que o inquérito policial esteja dispensa-se o contraditório e a ampla-defesa.
classificado como sigiloso.
R: Certo. Súmula Vinculante 14: É direito do defen- CESPE - 2018 - STJ - Técnico Judiciário – Adminis-
sor, no interesse do representado, ter acesso amplo trativa Notitia Criminis é o meio pelo qual a vítima
aos elementos de prova que, já documentados em de delito ou o seu representante legal manifesta sua
procedimento investigatório realizado por órgão vontade a respeito da instauração do inquérito
com competência de polícia judiciária, digam respei- policial e do posterior oferecimento de denúncia, nas
to ao exercício do direito de defesa. hipóteses de ação penal pública condicionada.
R: Errado. Muita atenção, pois a Notitia Criminis é o
CESPE - 2018 - MPU - Analista do MPU – Direito meio pelo qual a Autoridade Policial toma conheci-
Denúncia anônima sobre fato grave de necessária mento do fato. Já para a vítima, sua vontade é mani-
repressão imediata é suficiente para embasar, por si festada através da Delatio Criminis.
só, a instauração de inquérito policial para rápida
formulação de pedido de quebra de sigilo e de inter- CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário – Judiciária
ceptação telefônica. Em se tratando de crimes que se processam medi-
R: Errado. Por mais que seja considerado um fato ante ação penal pública incondicionada, o inquérito
grave de necessária repressão, a Autoridade Policial policial poderá ser instaurado de ofício pela autori-
deverá verificar a veracidade da denúncia. Portanto, dade policial.
instaura-se uma VPI (Verificação de Procedência de R: Certo. Leia-se “poderá” como “deverá”. Será
Informações). instaurado de ofício pela Autoridade Policial por
meio de Portaria.
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia No
âmbito do inquérito policial, cuja natureza é inquisi- CESPE - 2018 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligên-
tiva, não se faz necessária a aplicação plena do cia Área 2 - Nos crimes contra o Sistema Financeiro
princípio do contraditório, conforme a jurisprudên- Nacional, a autoridade policial poderá, em decisão
cia dominante. fundamentada, decretar a quebra do sigilo bancário
R: Certo. O Inquérito Policial é uma investigação dos investigados.
preliminar, não possuindo, assim, natureza R: Errado. Cuidado, a Autoridade Policial não decre-
acusatória. Portanto, por ser de natureza inquisitiva, ta, mas sim requisita Autorização Judicial.

DAS MEDIDAS CAUTELARES EM ESPÉCIE


Diante da urgência de um caso concreto, o juiz poderá antecipar alguma medida de proteção, em caráter preven-
tivo, como forma de resguardar alguns direitos e garantir a eficácia e efetividade do processo.

Fumus comissi delicti "Fumaça do comentimento de um delito"


Pressupostos
genéricos
Periculum libertais Risco de possível dano com a liberdade do imputado
• Portanto, de acordo com o Art. 282 do CPP, temos:
Periculum libertais
• Necessidade para a aplicação
• Prova da materialidade; e da Lei Penal; • Gravidade da
• Indícios de autoria; • Necessidade para a investi- conduta/crime;
gação ou instrução criminal; ou • Circunstâncias do fato;
Fumus comissi delicti
• Para evitar a prática de • Condições pessoais.
infrações penais. Adequação

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.


§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da inves-
tigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.
(Redação dada pela Lei nº 13.964/19)

ATENÇÃO! Com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19 (PAC), as medidas cautelares, atualmente, NÃO
podem ser decretadas de ofício pelo juiz, nem mesmo durante o curso do processo criminal.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de


medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, acom-
panhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo, e os casos de
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urgência ou de perigo deverão ser justificados e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso
concreto que justifiquem essa medida excepcional. (Redação dada pela Lei nº 13.964/19)
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante requerimento do
Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação,
ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos termos do parágrafo único do art. 312 deste Código.
(Redação dada pela Lei nº 13.964/19)

Atente-se, foi retirado do juiz a possibilidade de adotar tais providências do §4º de ofício.

§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar
a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
(Redação dada pela Lei nº 13.964/19)
Assim, o Juiz poderá, de acordo com as circunstâncias:
• Substituir a medida - Caso se mostre insuficiente ou inadequada
• Revogar a medida - Caso se mostre desnecessária
• Voltar a decretá-la - Caso volte a se mostrar necessária
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra medida caute-
lar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individu-
alizada. (Redação dada pela Lei 13.964/19)

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:


I. Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar ativi-
dades;
II. Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato,
deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações;
III. Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o
indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV. Proibição de ausentar-se da comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investi-
gação ou instrução;
V. Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residên-
cia e trabalho fixos;
VI. Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII. Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando
os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII. Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a
obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX. Monitoração eletrônica.
DAS PRISÕES
A prisão é medida excepcional, pois restringe a liberdade de um indivíduo. “Ultima ratio”
Consequência de condenação criminal transitada em julgado
Prisão
Medida cautelar pessoal (prisão cautelar)
Extrapenal Penal Processual / Cautelar / Provisória
Existem três Civil Medida cautelar
espécies de prisão: Para cumprir sanção
Militar Objeto do processo penal

• No Brasil, a regra é a liberdade e a exceção é a prisão.


CF, Art. 5º
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXVI - Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
CPP. Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da
autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso
da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 164
Condenação

Com ordem (juiz) Preventiva


Prisão
Sem ordem Temporária
Flagrante
São garantidos ao preso todos os direitos e garantias constitucionais que tinha quando em liberdade, exceto
os incompatíveis com a condição de custódia, a exemplo, a liberdade de locomoção, o exercício dos direitos
políticos e o livre exercício de profissão.
STF - É dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada,
garantindo-se os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral.
Para a efetivação da prisão é possível a utilização da força, quando ESTRITAMENTE NECESSÁRIO, e nos
LIMITES NECESSÁRIOS. Poderá a prisão, ainda, ser efetuada a qualquer dia e hora, respeitando-se a inviolabili-
dade do domicílio, nos termos do §1° do art. 283, art. 284 e 292 do CPP.
Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão
ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Art. 473, § 3º, CPP. Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no
plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à
garantia da integridade física dos presentes.
Art. 292, CPP. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se
ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
§ único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato.

DIREITOS DO PRESO
Art. 306, CPP. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados IMEDIATAMENTE ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

Comunicação da prisão (imediata) Encaminhamento do auto (24h) Audiência de custódia (24h)


• Segundo o STJ: “O atraso, desde que não seja demasiado, na comunicação da prisão ao juiz competente, por si
só, não gera a mácula do flagrante, se observados os demais requisitos legais”.
• O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado;
• Art. 186, CPP. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder
perguntas que lhe forem formuladas.
• § único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
• A Defensoria Pública deve receber cópia integral do auto de prisão em flagrante, caso o preso não informe sobre
advogado.
• O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
• Art. 306, § 2º, CPP. No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
• STJ: “O atraso na entrega da nota de culpa ao investigado preso em flagrante, embora constitua irregularidade,
não determina a nulidade do ato processual regularmente válido”.
• A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária.
ESPÉCIES • Art. 301, CPP. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-
Prisão em tes deverão prender quem quer que seja encontrado em FLAGRANTE DELITO.
Flagrante • Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,
caberá a PRISÃO PREVENTIVA decretada pelo juiz, a requerimento do
Prisão Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da
Preventiva autoridade policial. (Redação dada pela Lei 13.964/19)
• A PRISÃO TEMPORÁRIA possui prazo certo e só pode ser determinada
Prisão durante a investigação criminal. Assim, após o recebimento da denúncia ou
Temporária
queixa, não poderá ser decretada NEM MANTIDA a prisão temporária.
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PRISÃO EM FLAGRANTE
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
Art. 302, CPP.
Considera-se em IIII - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por
flagrante delito quem: qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou
papéis que façam presumir ser ele autor da infração.

Flagrante prório/real
• Quando o agente está COMETENDO ou acaba de cometer o delito e ainda se encontra no local do crime.
Flagrante impróprio/ irreal/ imperfeito
• Quando há perseguição do indivíduo LOGO APÓS a prática do crime e o indivíduo acaba preso.
Flagrante presumido/ ficto
• O agente é encontrado logo após a prática do ato, por acaso, com objetos, armas ou papéis que façam presumir
que praticou a infração.
A Prisão em flagrante possui 04 etapas:
1. Captura;
2. Condução coercitiva;
3. Lavratura do APF;
4. Recolhimento ao cárcere.
Após ser apresentado o preso em flagrante delito à autoridade policial, esta deverá adotar o seguinte procedi-
mento:
1. Ouvir o condutor;
2. Ouvir as testemunhas;
3. Ouvir a vítima, se for possível;
4. Ouvir o preso (interrogatório).

Art. 304, CPP. Apresentado o preso à autoridade competente, esta ouvirá o condutor e colherá, desde logo, sua
assinatura, entregando, a este, cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo,
após cada oitiva, suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.
§ 1º. Resultando das respostas e fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à
prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se
para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
CUIDADO! A apresentação espontânea do acusado, embora impeça a prisão em flagrante, NÃO IMPEDE A DECRE-
TAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.

MODALIDADES ESPECIAIS DE FLAGRANTE

FLAGRANTE ESPERADO
A autoridade policial toma conhecimento de que será praticada uma infração penal e se desloca para o local onde
o crime acontecerá. Iniciados os atos executórios, ou até mesmo havendo a consumação, a autoridade procede à
prisão em flagrante. TRATA SE DE MODALIDADE VÁLIDA DE PRISÃO EM FLAGRANTE.

FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO


A autoridade instiga o infrator a cometer o crime, valendo-se de um agente provocador, criando a situação para
que ele cometa o delito e seja preso em flagrante. NÃO É VÁLIDA.
FLAGRANTE FORJADO
Aqui o fato típico não ocorreu, sendo simulado para incriminar falsamente alguém. É ILEGAL.
ATENÇÃO! Não confunda estas hipóteses de flagrante com o chamado FLAGRANTE DIFERIDO (OU RETARDADO).
Nessa modalidade a autoridade policial retarda a realização da prisão em flagrante com o propósito de obter mais infor-
mações e elementos de provas, realizando a prisão em momento posterior.

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FACULDADES DO JUIZ AO RECEBER O APF
Audiência de custódia
• Relaxar a prisão ilegal;
• Converter a prisão em preventiva, desde que presentes os requisitos Verifica eventual
para tal, bem como se mostrarem inadequadas ou insuficientes as Verifica a
ocorrência de
outras medidas cautelares; legalidade da
excessos (maus
• Conceder a liberdade provisória, com ou sem fiança, a depender do caso. prisão; e
tratos e tortura)
Informações trazidas pela Lei nº 13.964/19
Art. 310 (...) § 1º. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Código Penal, poderá, fundamentada-
mente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os
atos processuais, sob pena de revogação.
§ 2º. Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que
porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
§ 3º. A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo esta-
belecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
• Assim, a não realização da audiência de custódia no prazo de 24h, além de ensejar a ilegalidade da prisão
em flagrante, ensejará a responsabilidade da autoridade que deu causa ao descumprimento do mandamento
legal.
§ 4º. Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não
realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxa-
da pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
ATENÇÃO! O STF, em decisão liminar, suspendeu a eficácia do §4º do art. 310 do CPP.
PRISÃO PREVENTIVA
É considerada como prisão cautelar por excelência, pois pode ser decretada pelo juiz tanto na investigação
policial quanto no curso da ação penal, como mecanismo de garantir a instrução criminal e aplicabilidade da lei.
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por repre-
sentação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei 13.964/19)
Atenção para a mudança legislativa trazida pela Lei 13.964/19 (PAC):
ANTES DO PAC DEPOIS DO PAC
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou
do processo penal, caberá a prisão preventiva decre- do processo penal, caberá a prisão preventiva decre-
tada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a tada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público,
requerimento do Ministério Público, do querelante do querelante ou do assistente, ou por representação
ou do assistente, ou por representação da autoridade da autoridade policial.
policial.

(Redação dada pela Lei nº 12.403/11) (Redação dada pela Lei 13.964/19)
• Perceba que o juiz, após a alteração promovida pela Lei 13.964/19 (PAC), não poderá mais decretar a prisão
preventiva de ofício em nenhuma situação, visto que antes era permitido apenas no curso da ação penal. Agora,
a prisão somente será decretada mediante requerimento:
I. Do Ministério Público;
II. Do querelante ou do assistente; ou
III. Por representação da autoridade policial.
Indícios de autoria e prova Fumus comissi delicti
Requisitos para da materialidade
a Decretação da
Preventiva: Perigo gerado pelo estado
Periculum libertatis
de liberdade do imputado

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômi-
ca, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver
prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade
do imputado. (Redação dada pela Lei 13.964/19)
Ao Art. 312 foi acrescentado um §1º, que estabelece outra hipótese de decretação da prisão preventiva, que é o
descumprimento de alguma das obrigações impostas pelo juiz como medida cautelar diversa da prisão:
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Art. 312, §1º. Art. 312 (...) §1º. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento
de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares.
Lembre-se, a prisão preventiva possui caráter CAUTELAR, ou seja, não serve como antecipação da pena. Vejamos
o texto do §2º do Art. 313, incluído pelo PAC:
Art. 313, § 2º. Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cum-
primento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento
de denúncia. (Redação dada pela Lei 13.964/19)
Art. 313. Será admitida a decretação da prisão preventiva:
I. Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos;
II. Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto
no inciso I do caput do art. 64, do CP;
III. Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
§1º. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Art. 314. Não será admitida a decretação da prisão preventiva:
Se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato acobertado por alguma exclu-
dente de ilícitude
I. Estado de necessidade;
II. Legítima defesa; e
III. Estrito cumprimento do dever legal.
ATENÇÃO! A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e fundamentada.
(Redação dada pela Lei 13.694/19).
Art. 315, § 1º. Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz
deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a
aplicação da medida adotada.
Diferente do que ocorre com a decretação da prisão preventiva, a sua revogação poderá ser realizada DE OFÍCIO
pelo juiz.
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei 13.694/19)
Atenção para a novidade importante trazida pela Lei 13.694/19: NECESSIDADE DA PRISÃO SER REVISADA a
cada 90 dias.
− Art. 316, § único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade
de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a
prisão ilegal.
• Esta revisão deve ser realizada de ofício pelo juiz, ainda que não seja requerida por qualquer das partes.
PRISÃO TEMPORÁRIA
A prisão temporária possui prazo certo e só pode ser decretada DURANTE A INVESTIGAÇÃO CRIMINAL.
• Após o recebimento da denúncia ou queixa, esta não poderá ser decretada NEM MANTIDA.
a) Homicídio doloso;
ART. 1º. CABERÁ PRISÃO TEMPORÁRIA

b) Sequestro ou cárcere privado;


I - Quando imprescindível para as c) Roubo;
investigações do inquérito policial; d) Extorsão;
e) Extorsão mediante sequestro;
II - Quando o indiciado não tiver f) Estupro;
residência fixa ou não fornecer g) Atentado violento ao pudor;
elementos necessários ao h) Rapto violento;
esclarecimento de sua identidade; i) Epidemia com resultado de morte;
j) Envenenamento de água potável ou substância
III- Quando houver fundadas razões, alimentícia ou medicinal qualificado pela morte;
de acordo com qualquer prova l) Quadrilha ou bando;
admitida na legislação penal, de m) Genocídio em qualquer de suas formas típicas;
autoria ou participação do indiciado n) Tráfico de drogas;
nos seguintes crimes: o) Crimes contra o sistema financeiro;
p) Crimes previstos na lei de terrorismo.
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A prisão temporária NÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO pelo juiz, devendo ser requerida pelo MP ou ser
objeto de representação da autoridade policial. Neste último caso, o juiz deve ouvir o MP antes de decidir.
Vejamos:
Art. 2°. A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.
§ 1°. Na hipótese de representação da autoridade policial, o juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
PRAZOS DA PRISÃO TEMPORÁRIA
REGRA CRIMES HEDIONDOS, TORTURA, TRÁFICO E TERRORISMO
05 + 05 (dias) 30 + 30 (dias)

Regra 05 + 05 dias
PRISÃO TEMPORÁRIA

Prazo
Hediondos 30 + 30 dias

Deve ser imprescindível para


Deve ser um dos crimes do
as investigações do IP;
Art. 1º, III, da Lei 7.960/89 ou
crimes hediondo
Cabimento O indiciado não tem residência
Deve estar presente uma das
fixa ou não fornece elementos
seguintes situações:
necessários ao esclarecimento de
sua identidade.
PRISÃO DOMICILIAR
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do investigado em sua residência, podendo ausentar-se somente
com autorização judicial (art. 317 do CPP).
• Exige-se a comprovação dos requisitos para substituição da preventiva pela prisão domiciliar;
• Possui natureza cautelar;
• Não são critérios OBJETIVOS.
PRISÃO DOMICIIAR

III. Imprescindível VI. Homem, caso


II. Extrema- aos Cuidados V. Mulher com seja o ÚNICO
mente Debili- Especiais Filho de Até 12 responsável pelos
I. Maior de IV. Gestante;
tado por de Pessoa Menor de anos de idade cuidados do Filho de
80 anos;
Motivo de 6 anos de idade ou incompletos; até 12 anos de idade
Doença Grave; com Deficiência; incompletos.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário – Direi-
to Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua
Durante a investigação, apurou-se a participação de prisão temporária. A partir dessa situação hipotética
Carlos no crime, tendo sido decretada de ofício a sua e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte.
prisão temporária. A partir dessa situação hipotética É ilegal a prisão temporária de Carlos, porque, apesar
e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte. de o crime de latrocínio admiti-la, não poderia ter
Recebida a denúncia, não será mais cabível prisão sido decretada de ofício pelo juiz.
temporária para Lúcio e Carlos. R: Certo. A Prisão Temporária NÃO pode ser decre-
R: Certo. Uma vez oferecida a denúncia não mais tada de ofício pelo Juiz, devendo ser requerida pelo
subsiste a necessidade da prisão temporária, visto MP ou por representação da autoridade policial.
que esta visa resguardar, tão somente, a integridade Neste último caso, o Juiz deve ouvir o MP antes de
das investigações. decidir.

CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário – Direi- CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público Valter,
to Lúcio é investigado pela prática de latrocínio. preso em flagrante por suposta prática de furto
Durante a investigação, apurou-se a participação de simples, não pagou a fiança arbitrada pela autoridade
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policial, tendo permanecido preso até a audiência de não restringiu a modalidade cabível, de modo que
custódia, realizada na manhã do dia seguinte a sua deverão ser todas consideradas.
prisão. A partir dessa situação hipotética, julgue o
seguinte item. CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal
Na audiência de custódia, ao entrevistar Valter, o juiz Em decorrência de um homicídio doloso praticado
deverá abster-se de formular perguntas com a finali- com o uso de arma de fogo, policiais rodoviários
dade de produzir provas sobre os fatos objeto do federais foram comunicados de que o autor do delito
auto da prisão em flagrante, mas deverá indagar se evadira por rodovia federal em um veículo cuja
acerca do tratamento recebido nos locais por onde o placa e características foram informadas. O veículo
autuado passou antes da apresentação à audiência, foi abordado por policiais rodoviários federais em
questionando sobre a ocorrência de tortura e maus um ponto de bloqueio montado cerca de 200 km do
tratos. local do delito e que os policiais acreditavam estar na
R: Certo. A Audiência de Custódia verifica apenas a rota de fuga do homicida. Dada voz de prisão ao
legalidade da prisão e o tratamento dado ao preso, condutor do veículo, foi apreendida arma de fogo
não adentrando no mérito da prisão. que estava em sua posse e que, supostamente, tinha
sido utilizada no crime. Considerando essa situação
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal A hipotética, julgue o seguinte item.
entrada forçada em determinado domicílio é lícita, De acordo com a classificação doutrinária domi-
mesmo sem mandado judicial e ainda que durante a nante, a situação configura hipótese de flagrante
noite, caso esteja ocorrendo, dentro da casa, presumido ou ficto.
situação de flagrante delito nas modalidades próprio, R: Certo. O Flagrante Presumido dar-se-á quando o
impróprio ou ficto. agente for encontrado logo após a prática do delito,
R: Certo. Renato Brasileiro defende que será possível por acaso, com objetos, armas ou papéis que façam
em todas as modalidades de flagrante (PRÓPRIO, presumir ter sido o autor da infração.
IMPRÓPRIO E PRESUMIDO), pois a Constituição

JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS Lei nº 9.099/95


A Lei 9.099/95 estabelece um Rito Próprio (SUMARÍSSIMO) para o processo e julgamento das Infrações de
Menor Potencial Ofensivo:
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência
para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeita-
das as regras de conexão e continência.
INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO (IMPO)
CONTRAVENÇÕES PENAIS CRIMES
Todas Aquelas cuja pena máxima não seja superior a 02 anos

Oralidade
Reparação dos danos
PRINCÍPIOS

sofridos pela vítima;


OBJETIVOS

Simplicidade

Informalidade
Aplicação de pena
Economia Processual não privativa de
liberdade.
Celeridade Processual
A competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal (Teoria da Atividade).
• As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
• Em se tratando de violência doméstica e familiar contra a mulher, o STF e o STJ entendem que também não se
aplica o rito dos Juizados Especiais Criminais.
• A citação será NECESSARIAMENTE PESSOAL.
• Da intimação do autor do fato ou citação do acusado, deverão constar a necessidade de acompanhamento por
advogado e, caso ele não constitua um, os autos serão remetidos à Defensoria Pública.
DA FASE PRELIMINAR
Tomando ciência da ocorrência de uma IMPO, a autoridade policial NÃO INSTAURARÁ INQUÉRITO POLICIAL,
mas sim um TERMO CIRCUNSTANCIADO.
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.
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• De acordo com o § único do Art. 69, se o autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo,
NÃO PODERÁ SER PRESO EM FLAGRANTE.
AUDIÊNCIA PRELIMINAR E COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS
Na audiência preliminar, o juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da
proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
• Importante lembrar que essa audiência de conciliação pode ser presidida pelo juiz ou pelo conciliador, que é um
auxiliar da justiça, sob orientação do juiz.
• Obtida a composição civil dos danos causados, o Juiz a homologará por sentença, que será IRRECORRÍVEL.
• Se o crime for de ação penal pública CONDICIONADA ou de ação penal privada, a composição civil dos danos
acarreta a RENÚNCIA DO DIREITO DE OFERECER REPRESENTAÇÃO OU QUEIXA.
− Caso não seja obtida a composição civil dos danos, e sendo caso de ação penal privada ou pública condi-
cionada à representação, o juiz dará oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representação ou
ofereça a queixa.
− Caso o ofendido não a exerça no momento, poderá exercer esse direito posteriormente (oferecimento
de queixa ou representação), desde que dentro do período legal.
− Caso o ofendido ofereça a representação (crimes de ação penal pública condicionada) ou sendo crime
de ação penal pública incondicionada, o juiz dará vista ao MP para que proponha, se for cabível, a TRANSAÇÃO PENAL.
TRANSAÇÃO PENAL
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso
de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,
a ser especificada na proposta.

Aceita a proposta pelo Acolhendo a proposta, o juiz aplicará a pena


autor da infração e seu restritiva de direitos ou multa, que não Da sentença caberá
defensor, será submetida importará em reincidência, sendo a apelação.
à apreciação do juiz. registrada apenas para impedir novamente o
mesmo benefício no prazo de 05 anos.

CUIDADO!
• A Lei não prevê possibilidade de TRANSAÇÃO PENAL nos crimes de ação penal privada. Entretanto, a jurisprudência
vem admitindo esta possibilidade, cabendo ao próprio ofendido o seu oferecimento.
• Se a causa for complexa, os autos poderão ser remetidos ao juízo comum, para que seja processado pelo rito sumário.
Se o autor do fato tiver sido condenado, pela prática de crime, à pena
privativa de liberdade, por sentença definitiva;

Inadmissibilidade de Se o autor do fato tiver sido beneficiado anteriormente, no prazo de


transação penal cinco anos, com a transação penal;

Os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem


como os motivos e as circunstâncias não indicarem ser necessária e
suficiente a adoção da medida.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO


Não são todas as Infrações de Menor Potencial Ofensivo que poderão ensejar a suspensão condicional do
processo, mas somente aquelas cuja pena mínima não seja superior a um ano.
CUIDADO!
Súmula 723 do STF: “Não se admite a suspensão condicional do processo por crime continuado se a soma da pena
mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.”
Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender
o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I. Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II. Proibição de frequentar determinados lugares;
III. Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
IV. Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

• A jurisprudência entende que uma vez oferecida a proposta e aceita pelo acusado e seu defensor, o juiz não tem
margem para atuação, ele DEVE suspender o processo.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 171
REVOGAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO
OBRIGATÓRIA FACULTATIVA
− Ausência de reparação do dano (sem justo motivo); − Descumprimento de qualquer outra condição;
− Acusado vier a ser processado por novo CRIME − Acusado vier a ser processado por contravenção (ainda
(ainda que tenha sido praticado antes da suspensão). que tenha sido praticada antes).
• Durante o prazo da suspensão condicional do processo NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO.
• Finalizado o prazo sem revogação, estará EXTINTA A PUNIBILIDADE.
• A extinção da punibilidade deve ser declarada pelo juiz.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista
Ministerial – Direito Consoante entendimento do apreço, o Ministério Público percebeu que houve
STJ, a existência de inquérito policial em curso não equívoco na não proposição da suspensão somente
basta para impedir a proposição de suspensão condi- após a prolação da sentença condenatória, não
cional do processo. restando assim a possibilidade de propor a
R: Certo. De acordo com o entendimento do STJ a suspensão condicional do processo.
existência de inquérito policial em curso não é
circunstância idônea a obstar o oferecimento de CESPE - 2017 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista
proposta de suspensão condicional do processo. Judiciário - Área Judiciária Diferentemente da
suspensão condicional do processo, a homologação
CESPE / CEBRASPE - 2020 - MPE-CE - Analista da transação penal no âmbito dos juizados especiais
Ministerial – Direito Situação hipotética: Patrício criminais faz coisa julgada material, de forma que o
foi denunciado pelo Ministério Público pela prática descumprimento das cláusulas do acordo não
do crime de receptação. O acusado preenchia os permite a continuidade da persecução penal.
requisitos objetivos e subjetivos para proposição de R: Errado: A súmula 35 do STF traz a seguinte
suspensão condicional do processo, mas não houve redação: “A homologação da transação penal previs-
proposta pelo Ministério Público nem requerimento ta no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julga-
da defesa. Após a prolação da sentença conde- da material e, descumpridas suas cláusulas, reto-
natória, foi feita a intimação do membro do ma-se a situação anterior, possibilitando-se ao
Ministério Público, que, na oportunidade, certifi- Ministério Público a continuidade da persecução
cou-se de que houvera equívoco na ausência de penal mediante oferecimento de denúncia ou requi-
proposição de suspensão condicional do processo. sição de inquérito policial”.
Assertiva: Nesse caso, conforme orientação do STJ,
não há preclusão, possibilitando-se proposta de CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área
suspensão condicional do processo pelo Ministério Judiciária O STF declarou a constitucionalidade da
Público. Lei Maria da Penha quanto à não aplicação dos insti-
R: Errado. O STJ já trouxe o entendimento, no HC tutos despenalizadores previstos na Lei n.º
175572 SP, de que constitui nulidade relativa o não 9.099/1995 para os crimes praticados com violência
oferecimento da suspensão condicional do processo doméstica e familiar contra a mulher.
pelo Ministério Público, porém esta deve ser suscita- R: Certo. Súmula nº 536 do STJ: “A suspensão condi-
da até a prolação da sentença, sob pena de preclusão, cional do processo e a transação penal NÃO se
vez que com a prolação da sentença ficaria compro- aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei
metida a própria finalidade do sursis, que é a de Maria da Penha”.
evitar a imposição de uma pena. Logo, na questão em

PROVAS – Art. 155/CP

Art. 155 - O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

O sistema de apreciação da prova (ADOTADO NO DIREITO PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO) determina


como se dá a relação entre o juiz e as provas no processo penal, ou seja, determina a forma como o juiz vai
avaliar o conjunto de provas que lhe será apresentado na instrução criminal.

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Sistema da
persuasão racional

1. O juiz não possui 2. O juiz pode formar 4. O juiz deverá


3. Nenhuma prova
liberdade ilimitada na sua convicção através fundamentar todas as
possui valor absoluto
valoração das provas das provas do processo suas decisões

O LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO É ADOTADO NO SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO!

Art. 156 - A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo ANTES DE INICIADA A AÇÃO PENAL, a produção antecipada de provas consideradas
urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, NO CURSO DA INSTRUÇÃO, OU ANTES DE PROFERIR SENTENÇA, a realização de diligên-
cias para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBR20 - PC-SE - Delegado de Polícia - deferimento de medida cautelar pelo STF. Ainda
O juiz detém discricionariedade quanto à valora- assim, discute-se acerca da revogação tática que
ção dos elementos probatórios, porém é limitado à possa ter feito no inciso II, art. 156. Com relação à
obrigatoriedade de motivação de sua decisão, com fase processual, veda a SUBSTITUIÇÃO da
base em dados e critérios objetivos. acusação. Diante da interpretação sistêmica dos
dispositivos, entende-se que o juiz ainda pode
R: Certo. Art. 155, CP: O juiz formará sua convic- ordenar a produção de provas e diligências,
ção pela livre apreciação da prova produzida em especialmente se elas forem de interesse da
contraditório judicial, não podendo fundamentar defesa. Parte da doutrina justifica que tal
sua decisão exclusivamente nos elementos infor- dispositivo é incompatível com o sistema
mativos colhidos na investigação, ressalvadas as acusatório. No entanto, o referido dispositivo
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. permanece, até então, em vigor. Sugere-se
considerar, se nada mais for solicitado, o
CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de entendimento no sentido de que o juiz pode sim
Polícia - No curso da instrução criminal, é vedado determinar provas de ofício na fase judicial, desde
ao juiz determinar, de ofício, a realização de observados os requisitos da supletividade (ou
diligências para dirimir dúvida sobre ponto subsidiariedade), relevância e proporcionalidade
relevante, devendo-se limitar às provas apresenta- .
das pelas partes. CESPE – TJDFT – JUIZ – 2016 - Tendo formado
sua convicção pela livre apreciação da prova
R: Errado. De acordo com o art. 156, é facultado produzida em contraditório judicial, o juiz poderá
ao juiz de ofício determinar, no curso da instrução, proferir decisão baseada exclusivamente nas
ou antes de proferir sentença, a realização de provas não repetíveis, mas não poderá fazê-lo em
diligências para dirimir dúvida sobre ponto caso de provas antecipadas ou cautelares.
relevante. No que tange ao art. 156, II, a doutrina
diverge se houve revogação tácita pela Lei n° R: Errado. Acolhemos como regra, o sistema de
13.964/19 (Pacote Anticrime). Isso porque o art. livre convicção ou de persuasão racional,
3°-A do CPP dispõe: "o processo penal terá atualmente consagrado no art. 155/CP, em que o
estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na magistrado decidirá com base em seu livre
fase de investigação e a substituição da atuação convencimento, devendo sempre fundamentar sua
probatória do órgão de acusação”. O novo decisão.
dispositivo encontra-se suspenso em razão de

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PROVAS E ELEMENTOS INFORMATIVOS

PROVAS ELEMENTOS INFORMATIVOS

É todo e qualquer meio de percepção É toda informação colhida na fase


empregado pelas partes ou por investigatória com a finalidade de
Conceito terceiros, em regra, na fase judicial com subsidiar a ação penal futura.
a finalidade de comprovar a verdade de
uma alegação.

Participação das Há participação dialética das partes. Não há participação dialética das
partes partes.

Em regra, as provas devem ser Em regra, o juiz não intervém na


produzidas na presença do magistrado, fase inquisitorial, salvo em
Intervenção do em obediência ao princípio da hipóteses previstas
judiciário identidade física do juiz, previsto no art. constitucionalmente. A exemplo,
399, §2º, do CPP: “O juiz que presidiu a temos a autorização judicial para
instrução deverá proferir a sentença”. interceptação telefônica.

Comprovar a veracidade de Fundamentar medidas cautelares


Finalidades determinada alegação, (prisão preventiva) e auxiliar na
formação da opinio delicti.

É obrigatório o acesso ao contraditório Independe de contraditório e


Contraditório e
e ampla defesa pelo acusado. ampla defesa.
ampla defesa

Atenção! Apesar de o Sistema Tarifado de Provas não ser a regra, é adotado excepcionalmente no Direito
Processual Penal Brasileiro em relação aos crimes não transeuntes (que deixam vestígios) e em relação ao estado
das pessoas (art. 158/CPP).

Definição Exemplos

São aquelas em que há um risco de desaparecimento do


objeto da prova em virtude do decurso do tempo. Podem ser
produzidas na fase investigatória e na fase judicial. Interceptações
Provas
DEPENDEM DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL e submetem-se telefônicas
Cautelares
ao contraditório diferido (após a colheita da prova, no
processo judicial)

São aquelas cuja realização não pode ser reproduzida no


curso do processo. Podem ser produzidas na fase Exame de corpo de
Provas não investigatória ou na fase judicial e NÃO DEPENDEM DE delito, nas infrações
Repetíveis AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. O contraditório também será que deixam vestígios
diferido.

São aquelas produzidas em momento processual distinto do


legalmente previsto, podendo ser produzidas até mesmo
antes do início da ação penal, em razão da urgência e Depoimento ad
Provas relevância da prova, observada a necessidade, adequação e perpetuam rei
Antecipadas proporcionalidade da medida. As provas antecipadas são memorium, previsto no
produzidas na presença do juiz, ou seja, sempre com a art. 225, do CPP
observância do contraditório perante a autoridade judiciária
(contraditório real)
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto - De acordo com o Código de Processo Penal, na audiência de
instrução para a colheita de depoimento de testemunha, o juiz poderá colher, de ofício ou a pedido das
partes, o depoimento antecipado de testemunha que, por velhice ou doença, possa vir a falecer antes de
realizada a instrução criminal.

R: Certo. Esse é o entendimento do art. 225, vejamos: “Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou,
por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz
poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento”.

PRINCÍPIOS QUE ORIENTAM A ATIVIDADE PROBATÓRIA

Princípio da presunção de inocência

Consiste no direito de não ser considerado culpado, senão após o trânsito em


julgado da sentença penal condenatória

Princípio da não autoincrimação (nemo se tenetur se detegere)

Ninguém pode ser obrigado a gerar provas contra si mesmo.

Fundamentos legais

CF/ 88 . Art. 5 º, LXIII o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo lhe assegurada a assistência da família e de advogado

Pacto de San José da Costa Rica: O princípio da não autoincriminação é previsto também no art. 8
letra g ’’, do Pacto de San José da Costa Rica.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

- O direito a não autoincriminação não é direito exclusivo do preso, mas, sim, de qualquer pessoa a quem seja feito
um questionamento do qual possa resultar uma autoincriminação, em regra, o investigado ou o acusado Todavia,
deve-se frisar que o nemo tenetur se detegere não é direito exclusivo do acusado: pode ser alegado por qualquer
pessoa que seja intimada a depor em processos judiciais e não judiciais sobre fatos que possam gerar uma
autoincriminação, inclusive pessoas intimadas na condição de testemunhas (STF, 2ª HC 106.876/RN e STF, RHC
122.279/RJ).

- O art. 198 do CPP diz que: “O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para
a formação do convencimento do juiz”.

- O “nemo tenetur se detegere” não abrange o direito de não praticar um comportamento passivo. Exemplo:
Reconhecimento de pessoas. O acusado/investigado é colocado ao lado de pessoas para que a vítima ou uma
testemunha aponte qual, dentre aquelas, foi a autora do delito.

DAS PROVAS ILÍCITAS

Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio de violação às normas constitucionais.

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Fundamentos legais

Art. 157 /CPP São inadmissíveis,


devendo ser desentranhadas do EXCEÇÃO: Provas que são
Art. 5 º, LVI CF/ 88 São processo, as provas ilícitas, de outros processos e que
inadmissíveis, no processo, as assim entendidas as obtidas em pertencerem licitamente a
provas obtidas por meios ilícitos violação a normas alguém.
constitucionais ou legais.

As provas derivadas das ilícitas também são inadmissíveis! Trata-se da TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE
ENVENENADA ou TEORIA DA MÁCULA, prevista no art. 157, §1º, do CPP, segundo a qual as provas que
derivaram da prova ilícita são inadmissíveis, ainda que obtidas licitamente! Por essa teoria, demonstrado o
nexo de causalidade entre a prova ilícita e qualquer outra prova, esta também deverá ser declarada
inadmissível. IMPORTANTE: A existência de uma prova ilícita não contamina todo o processo, mas apenas as
provas que guardarem relação de causalidade com ela.

Exceções
- Quando não for demonstrado o nexo de causalidade entre as duas provas
(TEORIA DA FONTE INDEPENDENTE); e

- Quando as provas puderem ser obtidas por fonte independente da prova


ilícita (TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL).

PROVAS INOMINADAS

Provas inominadas são aquelas não previstas em lei, como o reconhecimento fotográfico de pessoas, por
exemplo. Por não serem regulamentadas em lei, podemos concluir que não são vedadas pelo ordenamento
jurídico, logo são provas lícitas e PERFEITAMENTE ADMISSÍVEIS no processo.

PROVAS ILÍCITAS – NATUREZA MATERIAL


PROVAS ILEGÍTIMAS – NATUREZA PROCESSUAL

PROVAS ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO

São provas produzidas sem nenhuma violação a normas constitucionais ou legais, mas que tiveram como causa
de sua produção uma prova ilícita.

TEORIA DA SERENDIPIDADE

A teoria do encontro fortuito de provas é utilizada quando, no cumprimento de uma diligência relativa a um
delito ou a um investigado, casualmente a autoridade encontra provas pertinentes à outra infração ou a outros
investigados, que não estavam na linha de desdobramento natural da investigação.

SERENDIPIDADE DE 1º GRAU SERENDIPIDADE DE 2º GRAU

É o encontro fortuito de provas de um É o encontro fortuito de provas de um


crime conexo. crime não conexo.

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PROVA EMPRESTADA:
É PERFEITAMENTE POSSÍVEL a utilização em um processo de prova produzida em outro. Denomina-se prova
emprestada. Assim, uma prova testemunhal emprestada para outro processo, por exemplo, deverá,
necessariamente, ser transportada através da transcrição escrita do depoimento da testemunha, mas terá, no
processo destino, o mesmo valor de prova testemunhal que possuía no processo de origem.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2019 – TJ-AM - Provas obtidas por R: Errado. De acordo com o art. 157, são
meios ilícitos podem excepcionalmente ser inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
admitidas se beneficiarem o réu. processo, as provas ilícitas, assim entendidas as
obtidas em violação a normas constitucionais ou
R: Certo. Trata-se da proporcionalidade pro reo, legais.
em que a ponderação entre o direito de liberdade
de um inocente prevalece sobre um eventual CESPE – 2011 - TRE-ES – ANALISTA
direito sacrificado na obtenção da prova. JUDICIÁRIO - São inadmissíveis no processo
Lembre-se, é algo excepcional e só ocorre se for provas derivadas de provas ilícitas, ainda que não
para o benefício do réu. evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
outras.
CESPE – 2013 - PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO
FEDERAL – A prova declarada inadmissível pela R: Errado. São também inadmissíveis as provas
autoridade judicial por ter sido obtida por meios derivadas das ilícitas, salvo quando não
ilícitos deve ser juntada em autos apartados dos evidenciado o nexo de causalidade entre umas e
principais, não podendo servir de fundamento à outras, ou quando as derivadas puderem ser
condenação do réu. obtidas por uma fonte independente das primeiras
(Art. 157, §1º).

CORPO DE DELITO
É o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. São os elementos sensíveis, perceptíveis aos
sentidos humanos, que resultam da ação criminosa, ou seja, é a materialidade do delito.

ATENÇÃO O corpo de delito não necessariamente é um corpo humano

CORPO DE DELITO X EXAME DE CORPO DE DELITO

Enquanto o corpo de delito é o conjunto de vestígios deixados pela infração penal, o exame de corpo de
delito é a perícia que tem por objeto os vestígios deixados pelo crime. Respeitada a inviolabilidade do
domicílio, o exame de corpo de delito pode ser feito em qualquer dia e a qualquer hora (art. 161, CPP).

São aqueles que NÃO deixam


CRIMES TRANSEUNTES vestígios. Exemplo: Injúria verbal

São aqueles que deixam vestígios.


CRIMES NÃO TRANSEUNTES Exemplo: Homicídio.

O exame de corpo de delito é INDISPENSÁVEL quando se tratar de um


ATENÇÃO
crime não transeunte.

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- É aquele em que o exame é feito pelos peritos diretamente
sobre os vestígios deixados pela infração penal, pois tais
Corpo de delito DIRETO elementos estão disponíveis;
- Não pode ser suprido pela confissão do acusado.
- Indispensável quando a infração deixa vestígios.

É aquele em que os peritos não dispõem dos vestígios da


infração, por terem desaparecido. Nesse caso, a perícia pode
Corpo de delito INDIRETO ser substituída por outros meios de provas admitidos,
especialmente pela prova testemunhal.

NÃO ESQUEÇA!

Art. 158. Quando a infração deixar Art. 167. Não sendo possível o Art. 167. §3º. A falta de exame
vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, por complementar poderá ser suprida
exame de corpo de delito, direto haverem desaparecido os pela prova testemunhal.
ou indireto, não podendo supri-lo vestígios, a prova testemunhal
a confissão do acusado. poderá suprir-lhe a falta.

§ único. Dar-se-á PRIORIDADE à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva:
I – VIOLÊNCIA doméstica e familiar contra mulher;
II – VIOLÊNCIA contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório,
as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.

CADEIA DE CUSTÓDIA (Inovação trazida pela Lei nº 13.964/19 – PAC)


O PAC regulamentou a cadeia de custódia nos artigos 158-A até o 158-F. Devemos ter atenção nesses artigos por
não haver ainda questões desse sentido, podendo vir a letra de lei pura e simples.

Esses artigos não foram suspensos pela liminar do Ministro Luiz Fux, portanto estão válidos e eficazes e devem ser
observados na persecução criminal, seja na fase de investigação preliminar, seja na fase judicial.

Art. 158 A - Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua
posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

§ 1º. O início da cadeia de custódia


- dá-se com a preservação do local de crime
- ou com procedimentos policiais ou periciais
- nos quais seja detectada a existência de vestígio.

§ 2º. O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a produção da prova pericial
fica responsável por sua preservação.

§ 3º. VESTÍGIO é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
infração penal.

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes ETAPAS:

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I II III IV
RECONHECIMENTO ISOLAMENTO FIXAÇÃO COLETA

Momento de distinguir um Ato de evitar que se altere Descrição detalhada no Ato de recolher o vestígio
elemento de potencial o estado das coisas, vestígio conforme se que será submetido à
interesse para a produção devendo isolar e preservar encontra no local do crime análise pericial,
da prova pericial. o ambiente. ou no corpo de delito. respeitando suas
características e natureza.

V VI VII
ACONDICIONAMENTO TRANSPORTE RECEBIMENTO

Ato de transferir o vestígio de um local para o outro, Ato de transferir o Ato formal de
utilizando as Procedimento por meio do qual cada vestígio de um local para o transferência da posse do
vestígio coletado é embalado de forma individualizada, outro, utilizando as vestígio, devendo ser
de acordo com suas características e com anotações de condições adequadas de documentado com o seu
data, hora e nome de quem realizou a coleta. embalagem, temperatura, local de origem, código de
veículo, entre outras. rastreamento, natureza do
exame, tipo de vestígio,
entre outros.

VIII IX X
PROCESSAMENTO ARMAZENAMENTO DESCARTE

Exame pericial em si com a Procedimento referente à Procedimento referente à


manipulação do vestígio guarda, em condições liberação do vestígio,
de acordo com o método adequadas do material a respeitando a legislação
mais adequado. ser processado. vigente e, quando
necessário, mediante
autorização judicial.

Art. 158 – C. §2º. É proibida a entrada


- em locais isolados
- bem como a remoção de quaisquer vestígios de locais de crime
- antes da liberação por parte do PERITO RESPONSÁVEL,
- sendo tipificada como fraude processual a sua realização.

PERÍCIAS

A perícia, também denominada prova crítica, é o exame realizado para prestar esclarecimento ao juiz acerca de um
fato por pessoa que detenha habilitação técnica sobre determinada área do conhecimento.

REGRA: A Autoridade Policial, o Juiz e o Ministério Público podem determinar um exame pericial.
EXCEÇÃO: exame de sanidade mental, pois apenas pode ser determinado pelo juiz (art. 149, CPP).

Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um
terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame , com outros
peritos.

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PERÍCIA POR PERITO OFICIAL PERÍCIA POR PERITO NÃO OFICIAL

Basta 01 perito oficial, salvo a perícia


QUANTIDADE Deve ser realizada por
complexa em que podem ser nomeados
DE PERITOS 02 peritos não oficiais.
mais de um.

A lei exige que os peritos não oficiais


DIPLOMA DE A lei exige que os peritos oficiais sejam sejam portadores de diploma superior
CURSO portadores de diploma superior. PREFERENCIALMENTE na área
SUPERIOR específica.

NECESSIDADE A lei EXIGE a prestação de


A lei NÃO exige prestação de
DE PRESTAR compromisso pelos PERITOS NÃO
compromisso pelos PERITOS OFICIAIS.
COMPROMISSO OFICIAIS.

Atuação dos peritos NÃO


oficiais é SUBSIDIÁRIA

INFO 532 – STJ: Verificada a falta de peritos oficiais na comarca,


é válido o laudo pericial que reconheça a qualificadora do furto
referente ao rompimento de obstáculo (art. 155, § 4º, I, do CP)
elaborado por duas pessoas idôneas e portadoras de diploma de
curso superior, ainda que sejam policiais.

Art. 159, §3º. Serão facultadas


- ao Ministério Público
- ao assistente de acusação
- ao ofendido
- ao querelante
- e ao acusado
a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

§ 4º. O assistente técnico


- atuará a partir de sua admissão pelo juiz
- e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo OBSERVAÇÃO
- pelos peritos oficiais,
- sendo as partes intimadas desta decisão. admitido às partes contratar um assistente
para acompanhar o trabalho do perito.
§ 7º. Tratando-se de PERÍCIA COMPLEXA
- que abranja mais de uma área de conhecimento especializado,
- poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial,
- e a parte indicar mais de um assistente técnico.

Art. 60, § único. O LAUDO PERICIAL será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser
prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de etílico, e, em seguida, foi arrastada para um
Polícia - Maria, de vinte e seis anos de idade, saiu matagal ermo. A vítima tentou se libertar,
da faculdade onde estudava por volta das 23 h e, arranhando os braços do autor. Ao chegar ao
sozinha, dirigiu-se a pé rumo a sua residência. No matagal, ainda se mantendo por trás da vítima, o
trajeto, foi abordada por trás, tomou um golpe autor mandou que ela cobrisse o rosto com o
“mata leão” de seu algoz, que exalava forte hálito próprio vestido. Ele abaixou a calcinha dela e

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 180
manteve, com violência, coito anal e vaginal, até Caso Felipe confessasse o arrombamento, tal
ejacular. Após a violência, o criminoso determinou confissão já seria prova suficiente da ocorrência da
que a vítima se mantivesse deitada, com o rosto qualificadora.
voltado para o chão, e que contasse até cem,
quando, então, poderia sair correndo. A vítima R: Errado. Como já visto acima, quando a infração
cumpriu a ordem e, após a contagem, levantou-se. deixar vestígios, será indispensável o exame de
Verificou a presença de uma garrafa de cachaça corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
quase vazia no local e percebeu que sangrava e supri-lo a confissão do acusado (art. 158).
que sua região genital, coxas e calcinha estavam
molhadas de esperma. Ela avistou de longe uma O fato de as vítimas terem confirmado o
casa e correu até lá, pedindo ajuda. Na residência, arrombamento supre a falta de exame pericial.
a moradora prestou-lhe socorro, permitindo que
Maria tomasse banho, e lhe emprestou roupas R: Errado. De acordo com o art. 167, a prova
limpas para vestir. Em seguida, Maria dirigiu-se à testemunhal suprirá a falta de exame somente
delegacia de polícia, levando consigo, em um saco quando não for possível realizar o exame de corpo
plástico, a garrafa de cachaça encontrada no local de delito, por haverem desaparecido os vestígios.
e as suas vestes sujas. A partir dessa situação Nesse caso, o exame pericial poderia ter sido
hipotética, julgue os itens a seguir. realizado, porém não foi feito sem nenhuma
A análise da garrafa de cachaça e de seu conteúdo justificativa.
é irrelevante, porque não proporcionará subsídio
para as investigações, uma vez que a vítima, ao CESPE – 2013 - MPU – ANALISTA JUDICIÁRIO –
tê-la levado para a delegacia, não preservou o local Na falta de perito oficial como, por exemplo, o
do crime. médico legista, o exame de corpo de delito será
realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de
R: Errado. De acordo com o entendimento do §3º diploma de curso superior preferencialmente em
do art. 158-A, vestígio é todo objeto ou material área específica e relacionada com a natureza do
bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, exame.
que se relaciona à infração penal. E mais, o
parágrafo único do art. 169 traz a seguinte R: Certo. É exatamente o que traz o art. 159, §1°
redação: Os peritos registrarão, no laudo, as do CPP: “Na falta de perito oficial, o exame será
alterações do estado das coisas e discutirão, no realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras
relatório, as consequências dessas alterações na de diploma de curso superior preferencialmente
dinâmica dos fatos. na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do
As roupas que a vítima usava no momento do exame”.
crime devem ser descartadas, porque não servirão
mais à pesquisa de material genético devido ao CESPE – 2008 - PCTO – DELEGADO DE POLÍCIA
fato de Maria tê-las tirado e colocado em um saco – Não se faz distinção entre corpo de delito e
plástico, o que compromete a exatidão dos exame de corpo de delito, pois ambos
exames periciais. representam o próprio crime em sua
materialidade.
R: Errado. De acordo com o art. 158, quando a
infração deixar vestígios será indispensável o R: Errado. Exame de Corpo de delito consiste no
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não exame realizado no local dos fatos, nos
podendo supri-lo a confissão do acusado. instrumentos e nas pessoas envolvidas. Já o Corpo
de delito são os vestígios deixados no local dos
CESPE - 2020 - MPE-CE - Promotor de Justiça de fatos. Conjunto de elementos materialmente
Entrância Inicial – ADAPTADA - Felipe foi sensíveis de uma conduta delitiva
denunciado por furto qualificado pelo rompimento
de obstáculo. Durante a instrução processual,
verificou-se que, sem nenhuma justificativa,
embora fosse possível, o laudo pericial não havia
sido realizado; entretanto, a vítima e uma
testemunha local confirmaram que uma porta
havia sido arrombada no local quando do
momento do furto. Considerando essa situação
hipotética, julgue os itens a seguir.

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DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha

O dispositivo se refere à pessoa humana, já que não é possível que pessoa jurídica seja testemunha. Assim, em
regra geral, qualquer pessoa pode ser chamada a depor. Além disso, a pessoa chamada ao processo para teste-
munhar é obrigada a fazê-lo (art. 206, CPP). TRATA-SE, PORTANTO, DE UM DEVER LEGAL.

Art. 203. A TESTEMUNHA fará,


- sob palavra de honra,
- a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado,
- devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar
o que souber,
- explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.

Art. 204.
O depoimento será prestado oralmente , não sendo permitido à testemunha trazê lo por escrito.

EXCEÇÃO DE DEPOR

A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar se a fazê lo:

o ascendente ou o afim em o cônjuge, ainda o irmão, o pai ou o filho adotivo


descendente; linha reta; que desquitado; e a mãe; do acusado;

salvo, quando não for possível. por outro modo, obter se ou integrar-se a Prova do fato e de suas circunstâncias.

PROIBIÇÕES LEGAIS DE DEPOR

São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam
guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

RECUSA DO TESTEMUNHO

Se a testemunha regularmente intimada injustificadamente não comparecer. É POSSÍVEL QUE SEJA


DETERMINADA SUA CONDUÇÃO COERCITIVA PELO JUIZ, além de multa, condenação ao pagamento
das custas da diligência e responsabilização pelo crime de desobediência (art. 330 do CP)

Os deputados e senadores não estão obrigados a testemunhar sobre informações que receberam ou prestaram
em razão do exercício do mandato , nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações

- Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores
de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

- Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, serão
inquiridas onde estiverem.

- Art. 221 - O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os ministros de


Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos
Municípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e
juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo
serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

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DA BUSCA E APREENSÃO

Possui natureza jurídica de medida cautelar

É a diligência de procura que tem como finalidade encontrar pessoa ou


BUSCA
coisa.

APREENSÃO É a diligência de apossamento e guarda de uma pessoa ou coisa.

Pode ocorrer busca sem apreensão, quando a coisa ou pessoa procurada não é
ATENÇÃO encontrada, por exemplo. Também pode ocorrer apreensão sem busca, quando a coisa é
entregue à autoridade, por exemplo.

BUSCA DOMICILIAR - Art. 240, §1º, CPP

É a diligência de procura efetuada em alguma residência com finalidade de encontrar pessoa ou coisa.

§ 1º. Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:

a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.

Art. 245. As BUSCAS DOMICILIARES serão executadas de dia,


- SALVO se o morador consentir que se realizem à noite,
- e, antes de penetrarem na casa,
- os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
- intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

§2º. Em caso de DESOBEDIÊNCIA,


- será arrombada a porta
- e forçada a entrada.

§3º. Recalcitrando o morador,


- será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa,
- para o descobrimento do que se procura.

Em regra, a busca domiciliar DEPENDE de mandado judicial:

EXCEÇÃO: O mandado somente será dispensável para a busca domiciliar


quando a própria autoridade judiciária a realizar pessoalmente.

BUSCA PESSOAL §2º

É a diligência de procura efetuada em alguma pessoa (incluindo suas bolsas, bolsos, mochilas) ou em
veículos que estejam em sua posse (automóvel, bicicleta...) com finalidade de encontrar objeto.

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2º. Proceder-se-á à busca pessoal quando
- houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e
letra h do parágrafo anterior.

Art. 244. A BUSCA PESSOAL INDEPENDERÁ DE MANDADO,


- no caso de prisão
- ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
- arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito,
- ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.

BUSCA PESSOAL REALIZADA EM MULHER

Excepcionalmente, admite se a realização de um a busca em mulher feita por homem, no caso de a realização
por mulher importar em retardamento ou em prejuízo da diligência. Assim, caso não haja agentes policiais
mulheres para realizar a diligência, um homem poderá efetuar o procedimento.

Art. 249. A busca em MULHER


- SERÁ feita por outra mulher,
- SE NÃO importar retardamento ou prejuízo da diligência.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2020 - PC-SE - Delegado de CESPE – 2015 - STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO –
Polícia - Documento público que comprove A fim de evitar constrangimentos e garantir os
determinado fato delituoso sob investigação e que direitos da mulher, a legislação pertinente veta a
seja apreendido no cumprimento de mandado de realização de busca pessoal em mulher por
prisão funcionará como meio de prova, enquanto profissional do sexo masculino.
o mandado de busca será caracterizado como
meio de obtenção de fontes materiais de prova. R: Errado. A preferência é que a busca seja
realizada por policial feminina, porém há uma
R: Certo. De acordo com o Renato Brasileiro, exceção quando puder acarretar retardamento ou
fontes de prova são todos os elementos que se prejuízo da diligência.
ligam diretamente ao fato criminoso capazes de
influir na decisão do magistrado (ex.: arma do
crime, testemunha. Meio de prova seria a forma
como as fontes de prova são introduzidas no
processo (ex.: perícia, depoimento etc.). Já os
meios de obtenção de prova são as técnicas
utilizadas a fim de se descobrir e obter as fontes de
prova (ex.: busca e apreensão e a técnica especial
da infiltração de agentes).

JURISPRUDÊNCIAS E SÚMULAS IMPORTANTES

Súmula 455/STJ - A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP
deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.

Súmula 522/STJ - “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que
em situação de alegada autodefesa. ”

HC 83.515/STF - A prova encontrada fortuitamente autoriza o oferecimento da denúncia em relação ao


fato se for de um delito conexo ao da investigação em curso.

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Súmula 361/STJ - Também se considera impedido o perito que tiver funcionado, anteriormente, na
diligência de apreensão.

Súmula 523/STF - No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas sua deficiência só
o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

Súmula 155/ STF: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de
precatória para inquirição de testemunha.

HC 106.566/STF - Estabelecimentos empresariais estão sujeitos à proteção contra o ingresso não


consentido. Se o mandado judicial delimita os endereços das buscas, é ilícita a entrada em endereço diverso
sem nova autorização judicial.

Informativo 557/STJ - é lícita a apreensão, em escritório de advocacia, de drogas e de arma de fogo, em


tese pertencentes a advogado, na hipótese em que outro advogado tenha presenciado o cumprimento da
diligência por solicitação dos policiais, ainda que o mandado de busca e apreensão tenha sido expedido para
apreender arma de fogo supostamente pertencente a estagiário do escritório – e não ao advogado – e
mesmo que no referido mandado não haja expressa indicação de representante da OAB local para o
acompanhamento da diligência.

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LEGISLAÇÃO
LEI Nº 7.102/1983

Dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para a constituição e
funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores e
dá outras providências.

GUARDA DE VALORES OU
Funcionamento de qualquer MOVIMENTAÇÃO DE NUMERÁRIO,
É VEDADO estabelecimento financeiro que não possua sistema de segurança
onde haja com parecer favorável à sua aprovação,
elaborado pelo Ministério da Justiça

§1º Os estabelecimentos financeiros referidos neste artigo compreendem: bancos oficiais ou privados,
caixas econômicas, sociedades de crédito, associações de poupança, suas agências, postos de
atendimento, subagências e seções, assim como as cooperativas singulares de crédito e suas respectivas
dependências.

Art. 2º. O sistema de segurança

alarme capaz de permitir,


inclui pessoas com segurança, comunicação empresa de vigilância ou
adequadamente entre o estabelecimento órgão policial mais próximo
preparadas, chamadas de financeiro e outro da mesma e, pelo menos, mais um dos
vigilantes; instituição; seguintes dispositivos:

cabina blindada com


Equipamentos elétricos, permanência ininterrupta de
artefatos que retardem a
eletrônicos e de filmagens vigilante durante o expediente
ação dos criminosos,
que possibilitem a para o público e enquanto
permitindo sua perseguição,
identificação dos assaltantes; houver movimentação de
identificação ou captura; e
numerário no interior do
estabelecimento.

Art. 2º-A - As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Brasil, que colocarem à disposição do público caixas eletrônicos, são obrigadas a instalar equipamentos
que inutilizem as cédulas de moeda corrente depositadas no interior das máquinas em caso de
arrombamento, movimento brusco ou alta temperatura.

PRAZO PARA INSTALAÇÃO

Até 50.000 habitantes 50% em 9 MESES e 50% em 18 MESES

Entre 50.001 e 500.000 habitantes 24 MESES

+ de 500.000 habitantes 36 MESES


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Art. 3º. A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados:
I - por empresa especializada contratada; ou
II - pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado para tal fim, com pessoal
próprio, aprovado em curso de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema
de segurança tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça.

§ único. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva poderá ser
desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação.

É oportuno registrar que os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser executados por uma
mesma empresa. O transporte de numerário deverá, ainda, seguir estas diretrizes:

Quantidade de numerário
transportado Tipo de transporte
CARRO
OBRIGATORIAMENTE efetuado FORTE
>20 mil UFIRS
em veículo especial (carro-forte)

PODERÁ ser efetuado em veículo


7 mil a 20 mil UFIRS
comum, se presentes 2 Vigilantes. ESCOLTA
ARMADA
UFIR - Unidade de Referência Fiscal

REQUISITOS PARA CONSTRUÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS

A propriedade e a administração das empresas SÃO VEDADAS A ESTRANGEIROS e os diretores e demais


empregados não poderão ter antecedentes criminais registrados. (LER o RE 593818/STF).

PENALIDADES

ENTIDADE PENALIDADE COMPETÊNCIA


- Advertência;
Estabelecimentos Financeiros - Multa de 1.000 a 20.000 UFIRS; -
Interdição de estabelecimentos

Ministério da Justiça,
- Advertência;
diretamente, ou por meio
- Multa de 500 a 5.000 UFIRS;
de convênios com a
- Proibição temporária de funcionamento;
Secretaria de Segurança
- Cancelamento do registro de
Empresas especializadas em Pública.
funcionamento;
vigilância e transporte de valores
- Nas mesmas penas incorrem as
empresas e os estabelecimentos
financeiros responsáveis pelo extravio
de armas e munições.

APÓLICE DE SEGUROS

Além da previsão de penalidades administrativas às instituições financeiras por descumprimento das


disposições legais, o legislador criou outro mecanismo de coerção. Fica estabelecido que a emissão de
apólice de seguros que INCLUA COBERTURA DE ROUBO E FURTO QUALIFICADO DE NUMERÁRIO e
outros valores para os estabelecimentos financeiros não poderá ser realizada sem a comprovação do
cumprimento das medidas de segurança previstas na Lei nº 7.102/1983.

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Art. 20º. Cabe ao Ministério da Justiça por intermédio do seu órgão competente ou mediante convênio
com as Secretarias de Segurança Pública dos Estados e Distrito Federal:

I - conceder autorização para o funcionamento:


a) das empresas especializadas em serviços de vigilância;
b) das empresas especializadas em transporte de valores; e
c) dos cursos de formação de vigilantes;

II - fiscalizar as empresas e os cursos mencionados no inciso anterior;

III - aplicar às empresas e aos cursos a que se refere o inciso I deste artigo as penalidades previstas no art.
23 desta Lei;

IV - aprovar uniforme;

V - fixar o currículo dos cursos de formação de vigilantes;

VI - fixar o número de vigilantes das empresas especializadas em cada unidade da Federação;

VII - fixar a natureza e a quantidade de armas de propriedade das empresas especializadas e dos
estabelecimentos financeiros;

VIII - autorizar a aquisição e a posse de armas e munições;

IX - fiscalizar e controlar o armamento e a munição utilizados; e

X - rever anualmente a autorização de funcionamento das empresas elencadas no inciso I deste artigo.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2013 – PF - ESCRIVÃO DA POLÍCIA manutenção do estabelecimento.


FEDERAL – No que tange à segurança de
estabelecimentos financeiros, julgue o item R: Errado. O art. 1º,§2º, III da Lei 7.102/83, traz a
abaixo, com base na Lei n.º 7.102/1983. Em possibilidade de dispensa de contratação de
estabelecimentos financeiros estaduais, a polícia vigilantes, caso isso inviabilize economicamente a
militar poderá exercer o serviço de vigilância existência do estabelecimento.
ostensiva, desde que autorizada pelo governador
estadual. CESPE – 2013 – BACEN - SEGURANÇA
INSTITUCIONAL – As penas previstas para
R: Certo. Esse é o entendimento do parágrafo estabelecimentos financeiros que descumprirem
único do art. 3º da presente Lei, vejamos: “Nos as normas do sistema de segurança abarcam
estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço desde advertência ou multa até a interdição.
de vigilância ostensiva poderá ser desempenhado
pelas Polícias Militares, a critério do Governo da R: Certo. De acordo com o art. 7º da Lei
respectiva Unidade da Federação.” 7.102/83, as penas para o estabelecimento que
infringir disposições da referida lei serão de
CESPE – 2012 – PF - AGENTE DA POLÍCIA advertência, multa ou interdição do
FEDERAL – Ainda que se instale em cidade estabelecimento, conforme a gravidade da
interiorana e apresente reduzida circulação infração e levando-se em conta a reincidência e a
financeira, a cooperativa singular de crédito condição econômica do infrator.
estará obrigada a contratar vigilantes,
independentemente de se provar que a
contratação inviabilizará economicamente a

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CESPE – 2013 – BACEN - SEGURANÇA CESPE – 2013 – BACEN - SEGURANÇA
INSTITUCIONAL – A autorização, o controle e a INSTITUCIONAL - Para a execução de serviços
fiscalização de empresas especializadas que de transporte de numerário no valor de sete a
prestam serviços orgânicos de segurança e de vinte mil unidades fiscais de referência, poderá
formação de vigilantes são de responsabilidade ser utilizado um veículo comum com dois
dos governos estaduais, por intermédio das vigilantes.
polícias civis dos estados, do Distrito Federal e
dos territórios. R: Certo. Conforme dispõe o artigo 5º da Lei nº
7.102/1983.
R: Errado. Conforme o art. 20 da Lei 7.102/83,
são atribuições do Ministério da Justiça, sendo
que algumas delas podem ser exercidas por
intermédio das Secretarias de Segurança Pública
dos Estados e do DF, mediante convênio.

Lei Nº 10.357/01

Estabelece normas de controle e fiscalização sobre produtos químicos que, direta ou indiretamente,
possam ser destinados à elaboração ilícita de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem
dependência física ou psíquica.

Art. 1º. Estão sujeitos a controle e fiscalização, na forma prevista nesta Lei, em sua fabricação, produção,
armazenamento, transformação, embalagem, compra, venda, comercialização, aquisição, posse, doação,
empréstimo, permuta, remessa, transporte, distribuição, importação, exportação, reexportação, cessão,
reaproveitamento, reciclagem, transferência e utilização, todos os produtos químicos que possam ser
utilizados como insumo na elaboração de substâncias entorpecentes, psicotrópicas ou que determinem
dependência física ou psíquica.

CONCEITUANDO

Art. 1º, §2º. Para efeito de aplicação das medidas de controle e fiscalização previstas nesta Lei,
considera-se produto químico as substâncias químicas e as formulações que as contenham, nas
concentrações estabelecidas em portaria, em qualquer estado físico, independentemente do nome fantasia
dado ao produto e do uso lícito a que se destina.

COMPETÊNCIA

Art. 3º - COMPETE AO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL o controle e a fiscalização dos produtos


químicos a que se refere o art. 1º desta Lei e a aplicação das sanções administrativas decorrentes.

Art. 4º - Para exercer qualquer uma das atividades sujeitas a controle e fiscalização relacionadas no art. 1º,
a pessoa física ou jurídica deverá se cadastrar e requerer licença de funcionamento ao Departamento de
Polícia Federal.

Art. 2º. O Ministro de Estado da Justiça, de ofício ou em razão de proposta do Departamento de Polícia
Federal, da Secretaria Nacional Antidrogas ou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, definirá, em
portaria, os produtos químicos a serem controlados e, quando necessário, promoverá sua atualização,
excluindo ou incluindo produtos, bem como estabelecerá os critérios e as formas de controle.

Controle dos Critérios e


MInistro da Atualização
produtos formas de
Justiça dos produtos
químicos controle

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INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

I – Deixar de cadastrar-se ou licenciar-se no prazo legal;


II – Deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal, no prazo de TRINTA DIAS, qualquer alteração
cadastral ou estatutária a partir da data do ato aditivo, bem como a suspensão ou mudança de atividade sujeita
a controle e fiscalização;
III – Omitir as informações a que se refere o art. 8o desta Lei, ou prestá-las com dados incompletos ou inexatos;
IV – Deixar de apresentar ao órgão fiscalizador, quando solicitado, notas fiscais, manifestos e outros
documentos de controle;
V – Exercer qualquer das atividades sujeitas a controle e fiscalização, sem a devida Licença de Funcionamento
ou Autorização Especial do órgão competente ;
VI – Exercer atividade sujeita a controle e fiscalização com pessoa física ou jurídica não autorizada ou em
situação irregular, nos termos desta Lei;
VII – Deixar de informar qualquer suspeita de desvio de produto químico controlado, para fins ilícitos;
VIII –Importar, exportar ou reexportar produto químico controlado, sem autorização prévia;
IX – Alterar a composição de produto químico controlado, sem prévia comunicação ao órgão competente;
X – Adulterar laudos técnicos, notas fiscais, rótulos e embalagens de produtos químicos controlados visando a
burlar o controle e a fiscalização;
XI – Deixar de informar no laudo técnico, ou nota fiscal, quando for o caso, em local visível da embalagem e do
rótulo, a concentração do produto químico controlado;
XII – Deixar de comunicar ao Departamento de Polícia Federal furto, roubo ou extravio de produto químico
controlado e documento de controle, no prazo de QUARENTA E OITO HORAS; e
XIII – Dificultar, de qualquer maneira, a ação do órgão de controle e fiscalização.

Art. 14. Penalidades

Suspensão ou
Apreensão do Multa
Advertência cancelamento Revogação da
produto De R$2.128,20 a
formal delicença de autorização
químico R$1.067.100,00
funcionamento

§ 1º. Na dosimetria da medida


administrativa, serão consideradas

a quantidade de
circunstâncias
situação a conduta do a natureza da produtos químicos
a reincidência; que ocorreram
econômica; infrator; infração; encontrados em
o fato
situação irregular; e

Caso não concorde com a sanção administrativa aplicada pelo órgão da PF responsável pela fiscalização
dos produtos químicos controlados, a pessoa física ou jurídica autuada poderá interpor RECURSO
administrativo ao DIRETOR-GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2014 – PF - AGENTE Nessa situação, as atividades dessa empresa
ADMINISTRATIVO – Uma empresa comercializa devem ser fiscalizadas pelo DPF, juntamente com
determinado produto químico que pode ser o Exército Brasileiro.
utilizado como insumo na elaboração de
substância que causa dependência química. R: Errado. Não há participação do Exército

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Brasileiro na fiscalização de produtos químicos substâncias entorpecentes, o comerciante deverá
que possam ser utilizados como insumo na ser cadastrado no Departamento de Polícia
elaboração de drogas. Federal e possuir licença de funcionamento,
concedida pelo mesmo departamento.
CESPE – 2014 – PF - AGENTE
ADMINISTRATIVO – O gerente de uma empresa R: Certo. Teor do art. 4º da Lei 10.357/01,
de reciclagem de produtos químicos controlados vejamos: “Para exercer qualquer uma das
tomou conhecimento de que um dos empregados atividades sujeitas a controle e fiscalização
da empresa desviava parte desses produtos, a fim relacionadas no art. 1º, a pessoa física ou jurídica
de produzir, ilicitamente, entorpecentes. Nessa deverá se cadastrar e requerer licença de
situação, caso não informe esse fato às funcionamento ao Departamento de Polícia
autoridades competentes, o gerente incorrerá em Federal.”
infração administrativa e penal.

R: Errado. A conduta é tipificada apenas como


infração administrativa pela Lei nº 10.357/2001.

CESPE – 2013 – PF - PERITO CRIMINAL - Para


comercializar produtos químicos que possam ser
utilizados como insumo na elaboração de

LEI DE MIGRAÇÃO – LEI Nº 13.445/17


Esta lei disporá sobre os direitos e os deveres do migrante e do visitante, regula a sua entrada e estada no País
e estabelece princípios e diretrizes para as políticas públicas para o emigrante.

Neste sentido precisamos identificar e conceituar algumas palavras que normalmente são utilizadas.

Pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se


IMIGRANTE
estabelece temporária ou definitivamente no Brasil.

EMIGRANTE Brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior.

RESIDENTE Pessoa nacional de país limítrofe ou apátrida que conserva a sua residência
FRONTEIRIÇO habitual em município fronteiriço de país vizinho.

Pessoa nacional de outro país ou apátrida que vem ao Brasil para estadas
VISITANTE de curta duração, sem pretensão de se estabelecer temporária ou
definitivamente no território nacional.

Pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado,
segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos
APÁTRIDA
Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246, de 22 de maio de
2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.

FIQUE LIGADO!
Os direitos e as garantias previstos na Lei de Migração serão exercidos em observância ao disposto na
Constituição Federal, independentemente da situação migratória, e não excluem outros decorrentes de
tratado de que o Brasil seja parte.

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DA SITUAÇÃO DOCUMENTAL DO MIGRANTE E DO VISITANTE
O art. 5º deixa claro quais são os documentos de viagem comprobatórios, devemos ter certa atenção em alguns
deles, devido a particularidade de cada um.
É o documento de viagem, de propriedade da
− Passaporte; União, concedido, no território nacional, pelo
− Laissez passer; Departamento de Polícia Federal e, no exterior,
− Autorização de retorno; pelo Ministério das Relações Exteriores, ao
− Salvo-conduto; estrangeiro portador de documento de viagem
não reconhecido pelo governo brasileiro ou que
− Carteira de identidade de marítimo;
não seja válido para o Brasil.
− Carteira de matrícula consular;
− Outros que vierem a ser reconhecidos pelo Brasil;
− Documento de identidade civil ou documento estrangeiro equivalente, quando admitidos em tratados;
− Certificado de membro de tripulação de transporte aéreo

1- Esses 7 (sete) primeiros documentos, quando emitidos pelo Estado brasileiro, são de
Atenção
propriedade da União, cabendo a seu titular a posse direta e o uso regular.
2- Rol meramente exemplificativo.
3- Atente-se que o “documento de identidade civil ou documento estrangeiro
equivalente, quando admitidos em tratado” e o “certificado de membro de tripulação de
transporte aéreo” não são considerados de propriedade da União. Os demais
documentos são de PROPRIEDADE da União. Os titulares possuem apenas a POSSE
DIRETA e o uso regular do bem.
DO VISTO

ORGÃOS COMPETENTES PARA CONCESSÃO:


O visto é o documento que dá Embaixadas; Consulados Gerais, Consulados e Vice
VISTO a seu titular EXPECTATIVA de Consulados; Escritórios comerciais e de representação do
ingresso em território Brasil no exterior, se habilitados pelo órgão competente
do poder executivo.

Atenção EXCEPCIONALMENTE, os vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia poderão ser


concedidos no Brasil.
Conforme o art. 10, em contrapartida das afirmações e concessões positivas em relação aos vistos, temos a
figura negativa e a não concessão de tal documento.

I - Quem não preencher os requisitos para o visto pedido

NÃO CONCESSÃO II - Quem comprovadamente ocultar condição impeditiva de


AO VISTO concessão de visto ou de ingresso no país
III - Menor de 18 anos desacompanhado ou sem autorização de viagem por
escrito dos responsáveis legais ou de autoridade competente.
Dentro do art. 11 ainda consta a seguinte disposição: haverá a denegação do visto, o indivíduo que se encaixar
em PELO MENOS UM dos casos de impedimento definidos nos incisos I, II, III, IV e IX do art. 45. Vejamos:

I - Anteriormente expulsa do país, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;


II - Condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra
a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
tribunal penal internacional, de 1998, promulgado pelo decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002;
III - Condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo
a lei brasileira;
IV - Que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido
pelo Brasil perante organismo internacional;
IX - Que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na constituição federal.

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A pessoa que tiver visto brasileiro denegado será impedida de ingressar no País enquanto
permanecerem as condições que ensejaram a denegação.

DOS TIPOS DE VISTO

Esquematizaremos os 5 tipos de vistos previstos no art. 12. Reforçaremos a importância que esse artigo tem
para as provas de concursos pelo vasto conteúdo que demonstra. Por isso pedimos que leiam várias vezes essa
parte para que possamos acertar as futuras questões sobre esse assunto.

VISITA TEMPORÁRIO DIPLOMÁTICO OFICIAL CORTESIA

O visto de VISITA poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para estada de CURTA
DURAÇÃO, sem intenção de fixar residência.
I - Turismo;
VISITA

II - Negócios;
III - Trânsito;
IV - Atividades artísticas ou desportivas e outras hipóteses definidas em regulamento.

OBSERVAÇÃO: É vedado ao beneficiário de visto de visita exercer atividade remunerada no Brasil.

O visto temporário poderá ser concedido ao imigrante que venha ao Brasil com o intuito de estabelecer
residência por tempo determinado e que se enquadre em pelo menos uma das seguintes hipóteses:
TEMPORÁRIO

- Caráter acadêmico, de saúde, humanitário, pesquisas/estudos, trabalho, férias, práticas religiosas,


qualquer tipo de investimento e atividades desportivas.

OBSERVAÇÃO: O visto temporário para férias-trabalho poderá ser concedido ao imigrante maior de 16
(dezesseis) anos que seja nacional de país que conceda idêntico benefício ao nacional brasileiro, em termos
definidos por comunicação diplomática.

Os vistos diplomático e oficial PODERÃO SER TRANSFORMADOS EM AUTORIZAÇÃO DE


RESIDÊNCIA, o que importará cessação de todas as prerrogativas, privilégios imunidades decorrentes do
respectivo visto.
DIPLOMÁTICO/OFICIAL

Poderão ser concedidos para autoridades e funcionários estrangeiros que viajam ao Brasil em missões
oficiais de caráter transitória ou permanente. (PODERÃO SER ESTENDIDOS AOS DEPENDENTES).

Não se aplica ao titular desses vistos o disposto na legislação trabalhista brasileira, SENDO PERMITIDO
AO DEPENDENTE desde que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao
nacional brasileiro, por comunicação diplomática.

Em regra, são emitidos FORA DO BRASIL. Sendo de caráter excepcional a emissão dentro do Brasil.

O empregado particular titular de visto de cortesia somente poderá exercer atividade remunerada para
o titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia ao qual esteja vinculado, sob o amparo da legislação
trabalhista brasileira.
CORTESIA

O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia será responsável pela saída de seu empregado do
território nacional.

OBSERVAÇÃO: O visto de visita ou de cortesia poderá ser transformado em autorização de residência, mediante
requerimento e registro, desde que satisfeitos os requisitos previstos

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DA CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE E DO VISITANTE
Conforme disposto no art. 23 poderá ser concedido ao residente fronteiriço, MEDIANTE REQUERIMENTO,
AUTORIZAÇÃO para a realização de atos de vida civil.

Note que essa autorização diferencia de uma CONCESSÃO e PERMISSÃO.

Essa autorização indicará qual município no qual o residente estará autorizado a exercer os direitos a ele
atribuídos por esta lei.

Por fim, abaixo, temos as condições que essa autorização pode ser cancelada.

I - Tiver fraudado documento ou utilizado documento falso para obtê lo;


HIPÓTESES PARA O II - Obtiver outra condição migratória;
CANCELAMENTO III - Sofrer condenação penal;
IV - Exercer direito fora dos limites previstos na autorização.

DA PROTEÇÃO DO APÁTRIDA E DA REDUÇÃO DA APATRIDIA

No seu art. 26, regulamenta que o apátrida disporá sobre instituto especial de proteção, resumido em um
processo simples de naturalização.

São pessoas que não possuem Poderá aparecer em sua prova a


nacionalidade ou que não são palavra HEIMATLOS que tem o
APÁTRIDA
consideradas como nacionais por mesmo significado que
estado algum. APÁTRIDA.

- Uma vez reconhecida a condição de apátrida, o solicitante será consultado sobre o desejo de adquirir a
nacionalidade brasileira. Caso ele opte pela naturalização, a decisão sobre o reconhecimento será encaminhada
ao órgão competente do Poder Executivo para publicação dos atos necessários à naturalização no PRAZO DE
30 DIAS. Por outro lado, o apátrida reconhecido que não opte pela naturalização imediata terá a autorização de
residência outorgada em caráter definitivo.

- Havendo a negativa do processo, caberá um recurso administrativo. Subsistindo a negativa, a lei garante a
proteção da sua vida, integridade pessoal ou liberdade, proibindo a devolução dessa pessoa para algum país
onde esses dogmas sejam postos a risco.

- Os apátridas residentes terão TODOS os direitos atribuídos inerentes aos migrantes relacionados no art. 4º.

Diante do art. 26, temos situações em que o beneficiário perderá tal proteção.

Renúncia

Prova da falsidade dos fundamentos invocados para


PERDA
o reconhecimento da condição de apátrida

Existência de fatos que, se fossem conhecidos por ocasião do


reconhecimento, teriam ensejado decisão negativa.
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DO ASILADO
Podemos conceituar o chamado asilo político de uma maneira bem superficial, devido à complexidade e
profundidade do assunto. Dessa maneira podemos citar o asilo político como:

ATO DISCRICIONÁRIO DIPLOMÁTICO OU INSTRUMENTO DE


DO ESTADO TERRITORIAL PROTEÇÃO A PESSOAS

Porém, como todo direito não é absoluto, temos algumas restrições quanto a essa deliberação que são:

Crimes de
agressão

Crimes de Crimes contra


guerra a humanidade

Crimes de Cuidado, no rol não consta o


genocídio crime de TERRORISMO!

Por fim, se o asilado sair do País sem prévia comunicação, isso implicará em renúncia ao asilo.

DA AUTORIZAÇÃO DE RESIDÊNCIA

Em seu art. 30, temos a figura da autorização de residência que devido a sua extensão e importância, pedimos
a leitura reforçada desse artigo em conjunto com a estrutura do nosso material.

Ao imigrante, residente
A QUEM PODERÁ SER
fronteiriço ou ao visitante
CONCEDIDA?
MEDIANTE REGISTRO

HIPÓTESES RELACIONADAS À RESIDÊNCIA

a) PESQUISA, ENSINO OU EXTENSÃO ACADÊMICA; *


b) Tratamento de saúde;
c) Acolhida humanitária; Haverá facilitação para esses
d) Estudo; incisos. (PRAZO: 60 DIAS a
e) TRABALHO; * contar da autorização)
f) Férias-trabalho;
g) Prática de atividade religiosa ou serviço voluntário;
h) Realização de investimento ou de atividade com relevância econômica, social, científica, tecnológica ou
cultural;
i) Reunião familiar.

HIPÓTESES RELACIONADAS À PESSOA

a) Seja beneficiária de tratado em matéria de residência e livre circulação;


b) Seja detentora de oferta de trabalho;
c) Já tenha possuído a nacionalidade brasileira e não deseje ou não reúna os requisitos para readquiri-la;
d) (VETADO);
e) Seja beneficiária de refúgio, de asilo ou de proteção ao apátrida;
f) Seja menor nacional de outro país ou apátrida, desacompanhado ou abandonado, que se encontre nas
fronteiras brasileiras ou em território nacional;

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g) Tenha sido vítima de tráfico de pessoas, de trabalho escravo ou de violação de direito agravada por sua
condição migratória;
h) Esteja em liberdade provisória ou em cumprimento de pena no Brasil

No §1º desse artigo 30, consta que não será concedido a autorização de residência a pessoa condenada
criminalmente no Brasil ou no exterior por sentença transitada em julgado, desde que a conduta esteja
tipificada na legislação penal brasileira, ressalvados os seguintes casos:
- Conduta caracterizada por uma IMPO (Infração de menor potencial ofensivo: crimes com pena igual ou
inferior a 02 anos);
- Pessoas que se enquadrem nas hipóteses previstas nas alíneas ‘’b, ‘’c’’ e ‘’i’’ do Inciso I (hipóteses relacionadas
a residência) e na alínea ‘’a’’ do Inciso II (hipóteses relacionadas a pessoa) do caput.

§ 2º - O disposto no § 1º não obsta progressão de regime de cumprimento de pena, nos termos da Lei no 7.210,
de 11 de julho de 1984, ficando a pessoa autorizada a trabalhar quando assim exigido pelo novo regime de
cumprimento de pena.

§ 3º - Nos procedimentos conducentes ao cancelamento de autorização de residência e no recurso contra a


negativa de concessão de autorização de residência devem ser respeitados o contraditório e a ampla defesa.

Art. 31, §2º - Nova autorização de residência poderá ser concedida, nos termos do art. 30, MEDIANTE
REQUERIMENTO.

§3º - O requerimento de nova autorização de residência após o vencimento do prazo da autorização anterior
implicará aplicação da sanção prevista no inciso II do art. 109.

Art. 109 - Constitui infração, sujeitando o infrator às seguintes sanções: (...) II - permanecer em território
nacional depois de esgotado o prazo legal da documentação migratória: Sanção: multa por dia de excesso
e deportação, caso não saia do País ou não regularize a situação migratória no prazo fixado.

Atenção para o que traz o §5º do art. 31: “Poderá ser concedida autorização de residência independentemente
da situação migratória”.

Hipóteses em que a autorização de residência poderá ser negada:

I - Anteriormente expulsa do País, enquanto os efeitos da expulsão vigorarem;

II - Condenada ou respondendo a processo por ato de terrorismo ou por crime de genocídio, crime contra
a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do
Tribunal Penal Internacional

III - Condenada ou respondendo a processo em outro país por crime doloso passível de extradição segundo
a lei brasileira;

IV - Que tenha o nome incluído em lista de restrições por ordem judicial ou por compromisso assumido
pelo Brasil perante organismo internacional;

IX - Que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na CF.

- Ninguém será impedido de ingressar no País por motivo de raça, religião, nacionalidade, pertinência a grupo
social ou opinião política.
- O visto de reunião familiar será concedido ao imigrante cônjuge, companheiro SEM DISCRIMINAÇÃO
ALGUMA. Ascendente e descendente até o SEGUNDO GRAU, irmão de brasileiro ou de imigrante beneficiário
de autorização de residência e que tenha brasileiro sob sua guarda.

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DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA

REPATRIAÇÃO DEPORTAÇÃO EXPULSÃO

Consiste em uma medida Medida decorrente de uma Medida administrativa de


administrativa de devolução decisão administrativa que RETIRADA COMPULSÓRIA
CONCEITO

de pessoa em situação de consiste na retirada de migrante ou visitante do


impedimento ao país de compulsória de pessoa que se território nacional. Conjugada
origem. encontre em SITUAÇÃO com o impedimento de
IRREGULAR em território reingresso por prazo
nacional. determinado.

Identifica-se no momento da A entrada ou sua A expulsão não é uma sanção.


IMPORTANTES
INFORMAÇÕES

entrada em território permanência foram É um ato discricionário do


brasileiro na fronteira, porto irregulares. Art. 50, §1º A Poder Executivo.
ou aeroporto. deportação será precedida de
notificação pessoal ao
deportando. Prazo: 60 dias,
prorrogável por igual período.
Vedado procedimento de repatriação, deportação e expulsão COLETIVAS.

Não se procederá a expulsão quando:

I - Medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;


II – O expulsando:
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou sócio afetiva ou tiver pessoa
brasileira sob sua tutela;
b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou
legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no País;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos, considerados a
gravidade e o fundamento da expulsão.
Art. 58, §2º - Caberá reconsideração do pedido de expulsão no
PRAZO DE 10 DIAS, a contar da notificação pessoal do expulsando.

SÚMULA 421/STF – Não impede a EXTRADIÇÃO a circunstância


de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – AGENTE irregularidades verificadas e prazo para a
DE POLÍCIA FEDERAL - Em determinado estado regularização não inferior a 60 (sessenta) dias.
da Federação, vários imigrantes foram
encontrados em situação irregular e notificados CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO
pessoalmente para proceder à regularização DE POLÍCIA FEDERAL Indivíduo estrangeiro
migratória em prazo não superior a sessenta dias. expulso do Brasil por ter sido condenado com
Nesse caso, o imigrante que não regularizar sua sentença transitada em julgado pelo crime de
situação poderá ser deportado e, iniciado o tráfico internacional de drogas ficará impedido de
procedimento administrativo de deportação, a ingressar no Brasil, por prazo indeterminado.
Defensoria Pública da União deverá ser notificada
para que possa prestar a devida assistência ao R: Errado: De acordo com o art. 54, a expulsão
deportando. consiste em medida administrativa de retirada
compulsória de migrante ou visitante do território
R: Errado. De acordo com o artigo 50, §1º a nacional, conjugada com o impedimento de
deportação será precedida de notificação ao reingresso por prazo determinado.
deportando da qual constem, expressamente, as
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DA OPÇÃO DA NACIONALIDADE E DA NATURALIZAÇÃO

I – DA NACIONALIDADE:
– Conforme o art. 63, o filho de pai ou mãe brasileiro terá a opção da naturalidade se:
Nascido no exterior e que não tenha sido registrado em repartição consular, poderá a QUALQUER
TEMPO, promover ação de opção de nacionalidade.

− Art. 75. O naturalizado perderá a nacionalidade em razão de condenação transitada em julgado por
atividade nociva ao interesse nacional, nos termos do inciso I do § 4º do art. 12 da Constituição Federal.

− Art. 76. O brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal,
houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá readquiri-la ou ter o ato que declarou a
perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo

II – DA NATURALIZAÇÃO:

Os que na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos


ORDINÁRIA originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral.

Capacidade civil, segundo a lei brasileira;

Residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 anos (sem


necessidade de ser contínuo), podendo ser reduzido por até 01 ano;

Comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;

Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

Estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do


EXTRAORDINÁRIA Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.

Residentes no Brasil de forma ininterrupta por


mais de 15 anos e sem condenação penal.

Estrangeiro que seja cônjuge ou companheiro, há mais de 05 anos, deintegrante


do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado
ESPECIAL
brasileiro no exterior, ou estrangeiro que seja ou tenha sido empregado em
missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 anos.

Não possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos termos da lei.

Poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado


PROVISÓRIA residência em território nacional antes de completar 10 anos de idade e deverá
ser requerida por intermédio de seu representante legal.

Será convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o


requerer no prazo de 02 anos após atingir a maioridade.

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FIQUE LIGADO!

- O pedido de naturalização será apresentado e processado na forma prevista pelo órgão competente do
Poder Executivo, SENDO CABÍVEL RECURSO EM CASO DE DENEGAÇÃO.
- No prazo de até 1 ANO APÓS A CONCESSÃO DA NATURALIZAÇÃO, deverá o naturalizado comparecer
perante a Justiça Eleitoral para o devido cadastramento.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – PAPILOSCOPISTA POLICIAL - Um estrangeiro reside no Brasil há
quatro anos e não possui nenhuma condenação penal. Nessa situação, se esse estrangeiro tiver
capacidade civil, segundo a lei brasileira, e comunicar-se em língua portuguesa, a ele poderá ser
concedida a naturalização extraordinária.

R: Errado. Poderá ser concedida a naturalização ordinária (Art. 65, III).

DO EMIGRANTE

Pessoa nacional de outro país ou apátrida que trabalha ou reside e se


IMIGRANTE
estabelece temporária ou definitivamente no Brasil.

EMIGRANTE Brasileiro que se estabelece temporária ou definitivamente no exterior.

O art. 78 nos mostra claramente quais são os direitos do Emigrante que decide retornar ao Brasil com o
objetivo de residência, vejamos:

Todo emigrante que decida retornar ao Brasil com ânimo de residência poderá introduzir no País, com
isenção de direitos de importação e de taxas aduaneiras, os bens novos ou usados que um viajante, em
compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo pessoal e
profissional, sempre que, por sua quantidade, natureza ou variedade, não permitam presumir importação
ou exportação com fins comerciais ou industriais.

DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO

REPARTIÇÃO, DEPORTAÇÃO, EXPULSÃO EXTRADIÇÃO

É uma medida de cooperação entre dois Estados


São medidas de retirada compulsória
Soberanos. Ex.: Cesare Battisti

A iniciativa de retirada do estrangeiro do território A iniciativa de retirada do estrangeiro do território


brasileiro é de iniciativa da autoridade brasileira. brasileiro é de outro país, não do Brasil. (STF
(STF NÃO PARTICIPA) PARTICIPA) – Art. 102. “i” e “g”, da CF/88

Relação jurídica entre o Brasil e o país estrangeiro. Relação jurídica entre dois Estados Soberanos.
(ATO DE OFÍCIO DO BRASIL) (NEGÓCIO BILATERAL ENTRE OS PAÍSES)

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ENTREGA (SURRENDER ou REMICE) EXTRADIÇÃO

Entrega de um indivíduo por um Estado ao Entrega feita de um indivíduo por um Estado para
Tribunal Penal Internacional (Art. 102, “a” do outro Estado, conforme precisões de algum tratado,
Estatuto de Roma). convenção ou em algum outro direito interno.

Ocorre entre dois Estados Soberanos, sendo


Ocorre entre um Estado Soberano e o TPI,
VEDADO A EXTRADIÇÃO DE BRASILEIRO NATO,
podendo haver a entrega de brasileiros (natos ou
partindo sempre da dependência de um pedido
naturalizados). É dado de ofício pelo TPI.
formulado por outro país.
Atenção! As possibilidades nas quais cabem a extradição são:
I. Indivíduo estando no Brasil e há uma condenação criminal transitada em julgado em outro país;
II. A pessoa está no Brasil e há um processo penal em curso em outro país.

1 - Extradição não é pena. É uma medida de cooperação internacional.


2 - Na extradição há necessidade de tratado internacional entre os dois países. No entanto, pode haver
apenas uma Promessa de Reciprocidade.
3 - Para a extradição pressupõe-se o cometimento de crime, no entanto, não será concedida extradição de
estrangeiro por crime político ou de opinião (art. 5º, III/CF).
4 - Segundo a Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses, os
portugueses e brasileiros que gozem do estatuto de igualdade não estão sujeitos à extradição, salvo se
requerida pelo Governo do Estado da nacionalidade.

DA EXTRADIÇÃO – ART. 81

É a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro


Estado na qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia
EXTRADIÇÃO
condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em
curso.

I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato;


II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no
Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado
ao extraditando;
IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos;
V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido
HAVERÁ A NEGATIVA
ondenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
DA EXTRADIÇÃO
VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a
do Estado requerente;
VII - o fato constituir crime político ou de opinião;
VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante
tribunal ou juízo de exceção; ou
IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei nº 9.474, de
22 de julho de 1997 , ou de asilo

Ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem


CONDIÇÕES aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado e estar o extraditando
PARA A respondendo a processo investigatório ou a processo penal, ou ter sido
EXTRADIÇÃO condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena
privativa de liberdade.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 200
- No art. 84 podemos perceber que em caso de urgência, o Estado interessado na extradição poderá requerer
ao Poder Executivo, prisão cautelar com o objetivo de assegurar a executoriedade da medida de extradição.

− § 4º - Na ausência de disposição específica em tratado, o Estado estrangeiro deverá formalizar o pedido de


extradição no PRAZO DE 60 DIAS, contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do extraditando.

− § 5º - Caso o pedido de extradição não seja apresentado no prazo previsto no § 4º, o extraditando deverá ser
posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a Extradição
tenha sido devidamente requerida.

− § 6º - A prisão cautelar poderá ser prorrogada até o julgamento final da autoridade judiciária competente
quanto à legalidade do pedido de extradição.

Art. 85. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.

- Conforme disposto no §3º desse artigo, o STF poderá deixar de considerar crime político o atentado contra
chefe de Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de
genocídio e terrorismo.

- Nos casos não previstos em Lei, o órgão competente do PODER EXECUTIVO decidirá sobre a preferência do
pedido, priorizando o estado requerente que mantiver tratado de extradição com o Brasil.

De acordo com o art. 86, o Supremo Tribunal Federal, ouvido o Ministério Público, PODERÁ AUTORIZAR
PRISÃO ALBERGUE OU DOMICILIAR ou determinar que o extraditando responda ao processo de extradição
em liberdade, com retenção do documento de viagem ou outras medidas cautelares necessárias, até o
julgamento da extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, considerando a situação administrativa
migratória, os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE/CEBRASPE – 2007 - DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO - Suponha que Lúcio, colombiano,
tenha praticado crimes de lavagem de dinheiro e associação para o tráfico internacional de
entorpecentes. Nessa situação, não poderia o agente aguardar solto o julgamento de extradição contra
ele formulada pelo governo do Panamá.

R: Errado. Art. 86 da lei 13.445: O Supremo Tribunal Federal, ouvido o Ministério Público, poderá
autorizar prisão albergue ou domiciliar ou determinar que o extraditando responda ao processo de
extradição em liberdade, com retenção do documento de viagem ou outras medidas cautelares
necessárias, até o julgamento da extradição ou a entrega do extraditando, se pertinente, considerando a
situação administrativa migratória, os antecedentes do extraditando e as circunstâncias do caso.

declare expressamente;
O extraditando poderá
entregar-se voluntariamente ao esteja assistido por advogado;
Estado requerente, desde que:
seja advertido de que tem direito ao processo judicial de extradição e à
proteção que tal direito encerra, caso em que o pedido será decidido pelo STF.
OBSERVAÇÃO

Todo pedido que possa originar processo de extradição em face de Estado estrangeiro deverá ser
encaminhado ao órgão competente do Poder Executivo diretamente pelo órgão do Poder Judiciário
responsável pela decisão ou pelo processo penal que a fundamenta.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 201
De acordo com o art. 90, NENHUMA EXTRADIÇÃO será concedida sem prévio pronunciamento do
Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, NÃO CABENDO RECURSO DA DECISÃO.

OBSERVAÇÃO Negada a extradição, será VEDADO novo pedido em base do mesmo fato.

A extradição será executada somente depois da conclusão do processo


Crime com pena privativa ou do cumprimento da pena, ressalvadas as hipóteses de liberação
de liberdade no Brasil antecipada pelo Poder Judiciário e de determinação da transferência da
pessoa condenada.

Adiamento da entrega do Se a efetivação da medida puser em risco sua vida em virtude de


extraditando enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.

- Quando o extraditando estiver sendo processado ou tiver sido condenado, no Brasil, por infração de menor
potencial ofensivo a entrega poderá ser imediatamente efetivada.

Não será efetivada a entrega do extraditando sem que o estado assuma o compromisso de:

I - Não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição;

II - Computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;

III - Comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em pena privativa de


liberdade, respeitado o limite máximo de cumprimento de 30 anos;

IV - Não entregar o extraditando, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame;

V - Não considerar qualquer motivo político para agravar a pena;

VI - Não submeter o extraditando a tortura ou a outros


tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.

Não constitui óbice à extradição, a ausência do regime de progressão de pena no ordenamento jurídico do
Estado Requerente (STF – EXT. 1454/2017).

O extraditando que depois de entregue ao Estado requerente escapar à ação da Justiça e homiziar-se no
Brasil ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente por via diplomática ou pela
Interpol e novamente entregue, sem outras formalidades.

Salvo motivo de ordem pública poderá ser permitido, pelo órgão competente do Poder Executivo, o
trânsito no território nacional de pessoa extraditada por Estado estrangeiro, bem como o da respectiva
guarda, mediante apresentação de documento comprobatório de concessão da medida.

HOMIZIAR: Esconder-se da vigilância da Justiça.

Sanção: deportação, caso


Sem estar autorizado em não saia do país ou não
ENTRAR território regularize a situação
migratória no prazo fixado.

Sem estar autorizado em Multa por dia de excesso e


território, depois de deportação, caso não saia do
PERMANECER esgotado o prazo de sua país ou não regularize a situação
documentação migratória no prazo fixado

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Para o Brasil, pessoa que
esteja sem documentação Sanção: multa por pessoa
TRANSPORTAR
migratória regular transportada

Do controle migratório, na
FURTAR-SE entrada ou saída do Sanção: multa
território nacional

Para efeito de autorização


de residência, DENTRO DO
DEIXAR O IMIGRANTE PRAZO DE 30 DIAS quando Sanção: multa por
DE SE REGISTRAR orientado a fazê lo pelo dia de atraso
órgão competente

DENTRO DO PRAZO DE 90
DIAS do ingresso no País,
DEIXAR DE SE REGISTRAR Sanção: multa
quando for obrigatória a
identificação civil

De atender a compromisso
de manutenção da estada
ou de promoção da saída do
território nacional de quem
DEIXAR A EMPRESA tenha sido autorizado a Sanção: multa
TRANSPORTADORA ingresso condicional no
Brasil por não possuir a
devida documentação
migratória

Lei de Drogas – Lei nº 11.343/06

Conforme o art. 1º nos informa, esta lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas –
SISNAD, que estabelece algumas funções para normatização da lei sobre os problemas enfrentados.

ATENÇÃO E
MEDIDAS PARA § único: Para fins desta Lei, consideram-se
REINSERÇÃO
PREVENÇÃO como drogas as substâncias ou os produtos
SOCIAL
capazes de causar dependência, assim
especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder
Executivo.
NORMAS PARA
REPRESSÃO À PRODUÇÃO
AO TRÁFICO

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OBSERVAÇÃO

A Lei nº 11.343/06 trata-se de uma norma penal em branco em sentido estrito ou heterogênea, que o
complemento provém de fonte formal diversa. A lei é complementada por ato normativo infralegal, como uma
portaria ou um decreto. No caso da Lei de Drogas, não há um conceito legal tratando o que seja droga, portanto
temos a figura da portaria 344 da ANVISA, que regulamenta o conceito e os exemplos de drogas.

O art. 2º da Lei de Drogas nos mostra a total proibição de cultivo, plantio, cultura, a colheita e a exploração de
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas as drogas em todo território nacional,
RESSALVADA a hipótese de autorização legal ou regulamentar, que se estabelece na Convenção de Viena a
respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Art. 2º. Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita
e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada
a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das
Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente
ritualístico-religioso.

O conhecido Chá
do Santo Daime ou
AYAHUASCA, de
acordo com esse
Plantio, cultivo, artigo, é permitido.
cultura e a Convenção de
exploração de Viena, 1971
vegetais

Salvo autorização
legal ou
regulamentar

DOS CRIMES E DAS PENAS

Conforme disposto no art. 27, as penas previstas neste capítulo poderão ser aplicadas de maneira isolada OU
cumulativamente, substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28 - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;


II – prestação de serviços à comunidade;
III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§1º. Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas
destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência
física ou psíquica.

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§ 2º. Para determinar se a
droga destinava-se a consumo
pessoal, o juiz atenderá à
§ 3º. As penas previstas § 4º Em caso de
natureza e à quantidade da
nos incisos II e III terão o reincidência, as penas
substância apreendida, ao
prazo máximo de 05 previstas nos incisos II e III
local e às condições em que
meses, no caso de do caput deste artigo serão
se desenvolveu a ação, às
reincidência o prazo será aplicadas pelo prazo
circunstâncias sociais e
de 10 meses. máximo de 10 (dez) meses.
pessoais, bem como à
conduta e aos antecedentes
do agente.

§ 5º A prestação de
serviços à comunidade será
cumprida em programas
comunitários, entidades
§ 6º. Para garantia do educacionais ou
cumprimento das medidas assistenciais, hospitais,
I Admoestação verbal; educativas a que se refere estabelecimentos
II Multa. o caput, caso o agente se congêneres, públicos ou
recuse, poderá o juiz privados sem fins
submetê-lo a: lucrativos, que se ocupem,
preferencialmente, da
prevenção do consumo ou
da recuperação de usuários
e dependentes de drogas.

§7º. O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento
de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Atenção! Para a atual jurisprudência do STJ, uma condenação definitiva pelo artigo 28 não tem efeito de gerar
reincidência, se houver um crime posterior.

“III - De outro lado, a Sexta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp n.
1.672.654/SP, consignou que "se a contravenção penal, punível com pena de prisão simples, não
configura reincidência, resta inequivocamente desproporcional a consideração, para fins de reincidência,
da posse de droga para consumo próprio, que conquanto seja crime, é punida apenas com "advertência
sobre os efeitos das drogas", "prestação de serviços à comunidade" e "medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo".

Em linhas gerais, se a contravenção que é o “menos” não produz reincidência, o crime previsto no artigo 28 que
é o “mais” não pode também produzir reincidência, sendo, pois desproporcional, conforme entendimento atual
do STJ. Ofende o princípio da proporcionalidade. (STJ, HC 536802)

Art. 31. É indispensável a LICENÇA PRÉVIA da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar,
transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor,
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à
sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A,
que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições
encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.

§3º. Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias
à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,
dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
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§ 4º. As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão EXPROPRIADAS, conforme o disposto no art. 243 da
Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Art. 50. § 4º. PLANTAÇÃO Art. 50 A. PLANTAÇÃO


Art. 32. PLANTAÇÃO ILÍCITA. ILÍCITA COM PRISÃO EM ILÍCITA SEM PRISÃO EM
FLAGRANTE FLAGRANTE

Será imediatamente destruída A destruição das drogas será A destruição das drogas
pelo delegado de polícia EXECUTADA pelo delegado de apreendidas sem a ocorrência de
• que recolherá quantidade polícia competente no prazo de prisão em flagrante será feita por
suficiente para exame pericial 15 DIAS incineração, no prazo máximo de
• e lavrará auto de levantamento • na presença do MP e da 30 DIAS
das condições encontradas, com a autoridade sanitária; • contados da data da apreensão,
delimitação do local, aseguradas • § 5º O local será vistoriado guardando-se amostra necessária
as medidas necessárias para a antes e depois de efetivada a à realização do laudo definitivo.
preservação da prova. destruição das drogas referida
no § 3º, sendo lavrado auto
circunstanciado pelo delegado
de polícia, certificando-se neste
a destruição total delas.

DOS CRIMES

− IMPORTAR − TER EM DEPÓSITO


− EXPORTAR − TRANSPORTAR
− REMETER − TRAZER CONSIGO
Art. 33 − PREPARAR − GUARDAR RECLUSÃO
Tráfico de Drogas − PRODUZIR − PRESCREVER DE 5 A 15 ANOS
− FABRICAR − MINISTRAR +
TIPO PENAL MISTO − ADQUIRIR − ENTREGAR A pagamento de 500 a
ALTERNATIVO − VENDER CONSUMO 1.500 dias-multa.
− EXPOR À VENDA − Ou FORNECER
− OFERECER

Crimes equiparados RECLUSÃO DE 5 A 15 ANOS + pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

§1º - Nas mesmas penas incorre quem:

I - Importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito,
transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determina-
ção legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamen-
tar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - Utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou
vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de Drogas.
IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas,
sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
13.964/19).

JURISPRUDÊNCIA - A conduta consistente em negociar por telefone a aquisição de droga e também disponibi-
lizar o veículo que seria utilizado para o transporte do entorpecente configura o crime de tráfico de drogas em
sua forma consumada - e não tentada -, ainda que a polícia, com base em indícios obtidos por interceptações
telefônicas, tenha efetivado a apreensão do material entorpecente antes que o investigado efetivamente o
recebesse. (HC 212.528-SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 1º/9/2015, DJe 23/9/2015).
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DETENÇÃO
§2º - Indução, DE 1 A 3 ANOS
INDUZIR, INSTIGAR ou AUXILIAR alguém ao uso
instigação ou +
indevido de droga:
auxílio ao uso multa de 100 a 300
dias-multa.

DETENÇÃO, DE 6
MESES A 1 ANO
§3 º Uso Oferecer droga, EVENTUALMENTE e SEM +
compartilhado OBJETIVO DE LUCRO, a pessoa de seu pagamento de 700 a
de drogas relacionamento, para juntos a consumirem: 1.500 dias-multa, SEM
PREJUÍZO das penas
previstas no art. 28.

Para a consumação desse crime é NECESSÁRIA A CONCOMITÂNCIA de alguns elementos:

Oferecimento da droga de
forma eventual para pessoa Ausência do objetivo de lucro Consumo conjunto
de seu relacionamento

Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste


artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto
a dois terços, desde que o agente seja primário, de
bons antecedentes, não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa:

§ 4º - Tráfico Não se REDUÇÃO DE


Agente Nem integre
privilegiado dedique às 1/6 A 2/3
primário/bons organização
atividades
antecendentes criminosa
criminosas

Atenção! O tráfico privilegiado não é comparado a


hediondo.

Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer,


Art. 34 - Maquinário, vender, distribuir, entregar a qualquer título,
aparelho, instrumento ou possuir, guardar ou fornecer, ainda que RECLUSÃO, DE 3 A 10
qualquer objeto destinado gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ANOS + pagamento de
à fabricação, preparação, ou qualquer objeto destinado à fabricação, 1.200 a 2.000
produção ou preparação, produção ou transformação de drogas, dias-multa
transformação de drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:

Associarem-se DUAS OU MAIS PESSOAS para o


fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer
dos crimes previstos nos artigos 33, caput e § 1º, e
34 desta Lei:
RECLUSÃO, DE 03 A
10 ANOS
Art. 35 – Associação §1º - Nas mesmas penas do caput deste artigo
+
para o tráfico incorre quem se associa para a prática reiterada do
pagamento de 700 a
crime definido no art. 36 desta Lei.
1.200 dias-multa
- Associação para o tráfico: 2 ou mais
- Associação criminosa: 3 ou mais
- Organização criminosa: 4 ou mais

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RECLUSÃO, DE 08 A
Art. 36 – FINANCIAR ou CUSTEAR a prática de qualquer dos 20 ANOS
Financiamento ou crimes previstos nos artigos. 33, caput e § 1º e 34 +
custeio para o tráfico desta Lei: pagamento de 1.500
4.000 dias-multa

RECLUSÃO, DE 02
Colaborar, como informante, com grupo,
A 06 ANOS
Art. 37 – Colaboração organização ou associação destinados à prática de
+
ao tráfico qualquer dos crimes previstos nos artigos. 33, caput
pagamento de 300 a
e § 1º e 34 desta Lei:
700 dias-multa

Prescrever ou ministrar, CULPOSAMENTE, drogas,


sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em
DETENÇÃO, DE 6
doses excessivas ou em desacordo com
MESES A 2 ANOS
Art. 38 – Prescrição determinação legal ou regulamentar:
+
culposa de drogas
pagamento de 50 a
§ único. O juiz comunicará a condenação ao
200 dias-multa.
ÚNICO CRIME CULPOSO Conselho Federal da categoria profissional a que
pertença o agente.

Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo


de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade
de outrem: DETENÇÃO, DE 6
Art. 39 - Condução de
MESES A 3 ANOS
embarcação ou de
§1º - As penas de prisão e multa, aplicadas +
aeronave após o
cumulativamente com as demais, serão de 4 a 6 pagamento de 200 a
consumo de drogas
anos e de 400 a 600 dias-multa, se o veículo 400 dias-multa.
referido no caput deste artigo for de transporte
coletivo de passageiros.

Aplica-se ainda a apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo
prazo da pena privativa de liberdade aplicada

Art. 40 – Causas de aumento Aumento de 1/6 a 2/3


As penas previstas dos artigos 33 ao 37 são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I – A natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem


a transnacionalidade do delito.
II - O agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação,
poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino
ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou
em transportes públicos;
IV - O crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo
de intimidação difusa ou coletiva;
V - Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - Sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo,
diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
É prescindível (dispensável) a efetiva
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
transposição das fronteiras do Estado.
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O rol do art. 40 é EXEMPLIFICATIVO.

Súmula 528/STJ - Compete ao Juiz Federal do local da apreensão da droga remetida do exterior pela via postal
processar e julgar o crime de tráfico internacional. Terceira Seção, aprovada em 13/05/2015, DJe 18/05/2015.

MUITO
IMPORTANTE

O mero transporte de droga em transporte coletivo não implica o aumento de pena. O aumento aplica-se
apenas quando a comercialização da droga é feita dentro do próprio transporte público – (HC120624)

DAS ATENUANTES E POSSÍVEIS CAUSAS EXTINTIVAS DA PENA

Art. 41 - O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo
criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do
produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços

• A colaboração não necessita ser de forma espontânea.

Art. 44. Os crimes dos arts. 33, caput e §1º e 34 a 37, desta lei, são INAFIANÇAVÉIS e INSUSCETIVÉIS de
sursis, graça, indulto e anistia.

• Atenção! De acordo com o STF, a regra prevista na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) que veda a concessão
de liberdade provisória a presos acusados de tráfico é INCONSTITUCIONAL!

§ único. Nos crimes previstos no caput deste artigo,


LIVRAMENTO
dar-se-á o: APÓS 2/3
CONDICIONAL
- LIVRAMENTO CONDICIONAL após o cumprimento de
SENDO REINCIDENTE
dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente
VEDADO PARA ESPECÍFICO
específico.

ISENÇÃO DE PENA
Art. 45. O agente que, em razão da dependência, ou sob efeito, proveniente de caso FORTUITO ou
FORÇA MAIOR de droga, era ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento

§ único: Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do
fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na
sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

REDUÇÃO DE 1/3 a 2/3

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas
no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

JURISPRUDÊNCIAS, ENTENDIMENTOS E SÚMULAS IMPORTANTES

Súmula 522/STF - Salvo ocorrência de tráfico para o Exterior, quando, então, a competência será da Justiça
Federal, compete à Justiça dos Estados o processo e julgamento dos crimes relativos a entorpecentes.
Súmula 492/STJ - O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
Súmula 501/STJ - É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência
das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976,
sendo vedada a combinação de leis.
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Súmula 587/STJ - Para a incidência da majorante prevista no art. 40, V, da Lei n. 11.343/2006, é desnecessária
a efetiva transposição de fronteiras entre estados da Federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca
da intenção de realizar o tráfico interestadual
Súmula 607/STJ - A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 11.343/2006)
configura-se com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de
fronteiras.
Súmula 630/STJ - A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de
entorpecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse ou
propriedade para uso próprio.
Súmula 636/STJ - A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus
antecedentes e a reincidência.
Súmula 512/STJ - A aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei 11.343/2006 não
afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas. A Terceira Seção, na sessão de 23 de novembro de 2016, ao
julgar a QO na Pet 11.796-DF, determinou o CANCELAMENTO da SÚMULA N. 512-STJ.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2019 - DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO


Condenação anterior por delito de porte de CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL –
substância entorpecente para consumo próprio DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL - Aquele que
não faz incidir a circunstância agravante relativa à adquirir, transportar e guardar cocaína para
reincidência, ainda que não tenham decorrido consumo próprio ficará sujeito às mesmas penas
cinco anos entre a condenação e a infração penal imputadas àquele que adquirir, transportar e
posterior. guardar cocaína para fornecer a parentes e
amigos, ainda que gratuitamente.
R: Certo. De acordo com o STJ, a condenação no
art. 28 não configura reincidência. R: Errado. O primeiro se trata de CONSUMO
PESSOAL = despenalizada (Advertência,
CESPE – 2019 - MPE-PI – PROMOTOR DE Prestação de Serviço ou Medida Educativa), já no
JUSTIÇA – ADAPTADA - A majorante do tráfico segundo caso: TRÁFICO PRIVILEGIADO =
transnacional de drogas configura-se com a Redução de Pena.
efetiva transposição de fronteiras entre dois ou
mais países. CESPE – 2018 - STJ – ANALISTA JUDICIÁRIA -
Aquele que oferece droga, mesmo que seja em
R: Errado. Súmula 587 do STJ - “Para a incidência caráter eventual e sem o objetivo de lucro, a
da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei pessoa de seu relacionamento, para juntos a
11.343/06, é desnecessária a efetiva consumirem, comete crime.
transposição de fronteiras entre estados da
federação, sendo suficiente a demonstração R: Certo. Para configurar uso compartilhado deve
inequívoca da intenção de realizar o tráfico ser para uso eventual, sem objetivo de lucro, com
interestadual.” pessoa de seu relacionamento e para juntos
consumirem.
CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO
DE POLÍCIA FEDERAL - Em caso de prisão por CESPE – 2017 - DPU - DEFENSOR PÚBLICO
tráfico de drogas ilícitas, o juiz não poderá FEDERAL - Com o intuito de vender maconha em
substituir a pena privativa de liberdade por bairro nobre da cidade onde mora, Mário utilizou
restritiva de direito. o transporte público para transportar 3 kg dessa
droga. Antes de chegar ao destino, Mário foi
R: Errado. Tráfico privilegiado: Art. 33. §4º. Nos abordado por policiais militares, que o prenderam
delitos definidos no caput e no §1º deste artigo, em flagrante. Assertiva: Nessa situação, Mário
as penas poderão ser reduzidas de um sexto a responderá por tentativa de tráfico, já que não
dois terços desde que o agente seja primário, de chegou a comercializar a droga.
bons antecedentes, não se dedique às atividades
criminosas nem integre organização criminosa. R: Errado. O tipo penal do art. 33 descreve mais
de uma dezena de condutas, e por isso o simples

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fato de transportar a droga já é suficiente para situação, no cálculo da pena de Lucas, não se
que haja crime consumado de tráfico de drogas. considerará a majorante do tráfico interestadual
de drogas, pois a transposição da fronteira entre
CESPE – 2017 - TJPR – JUIZ SUBSTITUTO – os estados ainda não tinha ocorrido
ADAPTADA Não é hediondo o crime de tráfico
de entorpecentes praticado por agente primário, R: Errado. Súmula 582 do STJ - Para a incidência
de bons antecedentes e que não se dedique a da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
atividades criminosas nem integre organização 11.343/06, é desnecessária a efetivação
criminosa. transposição de fronteiras entre estados da
federação, sendo suficiente a demonstração
R: Certo. O informativo 831/STF diz que "O inequívoca da intenção de realizar o tráfico
chamado "tráfico privilegiado", previsto no §4º do interestadual.
art. 33 da Lei nº 11.343/2006 (Lei de Drogas),
não deve ser considerado crime equiparado a CESPE – 2017 - PCGO – DELEGADO DE POLÍCIA
hediondo". – ADAPTADA - Para a configuração da
transnacionalidade do delito de tráfico ilícito de
CESPE – 2016 - PC-SE – DELEGADO DE POLÍCIA drogas, não se exige a efetiva transposição de
- Se determinada pessoa, maior e capaz, estiver fronteiras nem efetiva coautoria ou participação
portando certa quantidade de droga para de agentes de estados diversos.
consumo pessoal e for abordada por um agente
de polícia, ela poderá ser submetida à pena de R: Certo. Súmula 582 do STJ
advertência sobre os efeitos da droga, de
prestação de serviço à comunidade ou de medida CESPE – PCGO – DELEGADO DE POLÍCIA –
educativa de comparecimento a programa ou ADAPTADA - O crime de associação para o
curso educativo. tráfico se consuma com a mera união dos
envolvidos, ainda que de forma individual e
R: Certo. Conforme disposto no art. 28: Quem ocasional.
adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar
ou trouxer consigo, para consumo pessoal, R: Errado. De acordo com o art. 35, é necessário
drogas sem autorização ou em desacordo com ter o fim de praticar, reiteradamente ou não,
determinação legal ou regulamentar será qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput
submetido às seguintes penas: I - advertência e § 1º, e 34 da Lei 11.343/06.
sobre os efeitos das drogas; II - prestação de
serviços à comunidade; ou III - medida educativa CESPE – 2013 – PRF - Caso uma pessoa injete em
de comparecimento a programa ou curso seu próprio organismo substância entorpecente
educativo. e, em seguida, seja encontrada por policiais, ainda
que os agentes não encontrem substâncias
CESPE – 2020 - PC-SE – DELEGADO DE POLÍCIA entorpecentes em poder dessa pessoa, ela estará
- Nos casos de tráfico de drogas, a caracterização sujeita às penas de advertência, prestação de
inequívoca da procedência internacional do serviço à comunidade ou medida educativa de
entorpecente não é suficiente para deslocar para comparecimento a programa ou curso educativo.
a justiça federal a competência para processar e
julgar o crime. R: Errado. O porte de drogas para uso pessoal foi
despenalizado, de acordo com o art. 28.
R: Certo. Nos casos de tráfico de drogas, a Entretanto, o exemplo apresentado pela questão
caracterização evidente da procedência não é de posse de drogas, mas sim de consumo
internacional do entorpecente não é suficiente em si, conduta que não é de forma alguma
para deslocar para a justiça federal a competência criminalizada pela lei de drogas. Ademais, não foi
para processar e julgar o crime. encontrado substância entorpecente com a
pessoa. Por essas razões, a assertiva está errada.
CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – AGENTE
DE POLÍCIA FEDERAL - Durante uma vistoria, no CESPE – 2014 - TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO
estado do Paraná, em passageiros que viajavam - Ainda que presentes os requisitos subjetivos e
de ônibus de Foz do Iguaçu – PR para objetivos previstos no Código Penal, é vedado ao
Florianópolis – SC, policiais rodoviários federais juiz substituir a pena privativa de liberdade por
encontraram seis quilos de maconha na mochila pena restritiva de direitos na hipótese de
de Lucas, que foi preso em flagrante delito. Nessa condenação por tráfico ilícito de drogas.

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R: Errado. O STF considerou inconstitucional a CESPE – 2015 - DPU – DEFENSOR PÚBLICO
regra prevista na Lei de Drogas (Lei FEDERAL - Considerando que Carlo, maior e
11.343/2006) que veda a concessão de liberdade capaz, compartilhe com Carla, sua parceira even-
provisória a presos acusados de tráfico de drogas. tual, substância entorpecente que traga consigo
para uso pessoal, julgue o item que se segue.
CESPE - 2014 - STJ - ANALISTA JUDICIÁRIO O Carlo responderá pela prática do crime de ofere-
médico que, por imprudência, prescrever a deter- cimento de substância entorpecente, sem prejuí-
minado paciente dose excessiva de medicamento zo da responsabilização pela posse ilegal de droga
que causa dependência química estará sujeito à para consumo pessoal.
pena de advertência, e o juiz que apreciar o caso
deverá comunicar o fato ao Conselho Federal de R: Certo. A conduta praticada por Carlo, no caso
Medicina. trazido pela questão, se amolda ao tipo penal
previsto no art. 33, §3º: “Oferecer droga, eventu-
R: Errado. Este é o único crime culposo previsto almente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
na Lei de Drogas. Este crime apenas pode ser relacionamento, para juntos a consumirem: Pena
praticado por profissionais de saúde, e é correto - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e paga-
dizer que o juiz deve comunicar o fato ao Conse- mento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e
lho Profissional a que pertença o agente. A pena quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
cominada no art. 38, entretanto, é de detenção previstas no art. 28.”
de 6 meses e a 2 anos, e pagamento de 50 a 200
dias- multa.

Lei de Abuso de Autoridade – Lei nº 13.869/2019


Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade cometidos por agente público, servidor ou não, que,
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
SUJEITOS
ATIVO PASSIVO

Qualquer agente público, seja servidor público ou Principal ou imediato: Pessoa física ou jurídica
não, da administração direta, indireta ou diretamente atingida ou prejudicada pela conduta
fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos abusiva.
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Secundário ou mediato: o Estado (Poder Público)
Território. que tem a sua imagem, credibilidade e até
patrimônio ofendidos quando um agente seu
pratica ato abusivo.

Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo
(§ único do art.2º).

- Os crimes previstos na Lei no 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser praticados por “agentes
públicos”.
- Embora sejam crimes próprios, os delitos previstos na Lei nº 13.869/2019 admitem a coautoria e a
participação. Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser elementar do tipo, comunica-se aos demais
agentes, nos termos do art. 30 do Código Penal, desde que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal
do autor.

O particular pode praticar o crime de abuso de autoridade quando atua em conjunto com um agente
público e, excepcionalmente, ainda que atue sozinho.

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ELEMENTO SUBJETIVO ESPECIAL

- NÃO há delito culposo de abuso de autoridade, logo TODOS os delitos previstos na Lei nº 13.869/2019 são
DOLOSOS.
- É o que está preceituado no § 1º do art. 1º da Lei: “As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso
de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a
si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”.

Finalidade Específica de:

Tiver particado a conduta


Beneficiar a si mesmo ou
Prejudicar alguém; por mero capricho ou
a terceiro;
satisfação pessoal.

CUIDADO! A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de
autoridade (§ 2º do art.1º). Tais situações são consideradas causa de exclusão da tipicidade.

AÇÃO PENAL:

- Os Crimes são de Ação Penal Pública Incondicionada.

- Ainda, estabelece que será admitida a ação privada (no prazo de seis meses, contado da data em que se esgotar
o prazo para oferecimento da denúncia) se a ação penal pública não for intentada no prazo legal (Ação penal
privada subsidiária da pública), cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

- O prazo para o oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos do inquérito policial. Se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo é de 15 dias.

Vamos relembrar as Espécies de Ação Penal?

AÇÃO PENAL PÚBLICA

Condicionada à Condicionada à Requisição


Incondicionada
Representação da Vítima do Ministro da Justiça

É a mais comum, aplica-se Depende de representação


do ofendido para instauração Atende razões de ordem
quando o texto legal não
do inquérito ou oferecimento política e dependem de ordem
especifica que é cabível outro
da denúncia. ministerial.
tipo de ação.

O ofendido ou seu representante Nos crimes contra a honra,


legal devem exercer o direito de praticados contra o Presidente da
Não cabe à vítima perdoar o
ação até 6 meses após o República e delitos praticados por
acusado.
Conhecimento da autoria. estrangeiros contra brasileiros fora
do Brasil.

Após o oferecimento da
É indisponível, o MP não pode A requisição pode ser feita a
denúncia, a ação passa a
desistir da ação, pode apenas qualquer tempo, até que seja
titularidade para o MP e o
pedir absolvição ou oferecer extinta a punibilidade do agente
ofendido não decide mais sobre
acordo ou transação penal. infrator.
os rumos do processo.

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AÇÃO PENAL PRIVADA

Exclusiva Personalíssima Subsidiária da Pública

Quando o MP perde o prazo de


Pode ser promovida pelo 05 ou 15 dias para oferecer
Pode ser promovida apenas
ofendido ou por seus denúncia, o ofendido passa a ter
pelo ofendido
representantes legais esse direito, concomitante ao MP
pelo prazo de 06 meses.

EFEITOS DA CONDENAÇÃO

I. Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo


crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados Os efeitos previstos nos itens II e
pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; III são condicionados à
ocorrência de REINCIDÊNCIA
II. A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou em crime de abuso de
função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; autoridade e NÃO será
automática a perda do cargo,
III. A perda do cargo, do mandato ou da função pública (é devendo ser declarada
condicionada à ocorrência de reincidência em crime de motivadamente na sentença.
abuso de autoridade e não é automática, devendo ser
declarada motivadamente na sentença).

DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

I. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II. Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a
perda dos vencimentos e das vantagens.

Podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente

Em regra, as penas (sanções criminais) previstas na Lei nº 13.869/2019 devem ser aplicadas
independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis (princípio da independência de
instâncias). Porém, há exceções, vejamos:

• Se o juízo criminal decidir sobre a existência ou a autoria do fato, essas questões NÃO poderão mais ser
questionadas nas esferas civil e administrativa.

• Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer
ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal
ou no exercício regular de direito.

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO


A competência para julgar o delito será, em regra, determinada pela esfera ao qual estiver vinculado o agente
público que praticou o crime. Logo:
Autoridade (agente público) federal no
Competência da Justiça Federal.
exercício da função:

Autoridade (agente público) estadual


Competência da Justiça Estadual.
no exercício da função:

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Se a autoridade que praticou o delito no exercício das suas funções goza de foro por prerrogativa de função,
deverá ser julgada pelo respectivo Tribunal.

Atenção com a nova redação dada pelo PAC ao Art. 9º, II, do CPM:
A Justiça Militar pode sim julgar crime de abuso de autoridade.

CRIMES
Há quatro ESPÉCIES de crimes praticados de abuso: Há dois TIPOS de crimes:

- Excessos na Investigação ou na Instrução; - Delitos Menos Graves (Detenção de 6 meses a 2


- Excessos contra os que sofrem restrições de anos + multa); Possível a aplicação da Lei n. 9.099
liberdade; (Juizados Especiais).
- Alteração da Verdade/Manipulação; - Delitos Mais Graves (Detenção 1 a 4 anos + multa);
- Violação da intimidade, honra e imagem.
O quantum máximo de pena superando os 2 anos
As penas, tanto para delitos menos graves quanto não constitui infração de menor potencial ofensivo
para delitos mais graves, são de DETENÇÃO. como os delitos considerados menos graves.

Pontos relevantes:

1) Os crimes serão punidos somente com detenção e multa, ou seja, NÃO há reclusão;
2) As penas de detenção serão de 6 meses a 2 anos ou 1 ano a 4 anos. Destarte, variam entre crimes de
menor e de médio potencial ofensivo, cabendo em todos os delitos a suspensão condicional do processo,
na forma do artigo 89 da Lei 9.099/95.
3) Não há majorantes;
4) A perda do cargo, agora, somente na reincidência.

Atenção redobrada com os crimes que tiveram o veto presidencial derrubado pelo Congresso Nacional e
retornaram para a Nova Lei.

1) Não se identificar como policial durante um 9) Não conceder liberdade provisória, quando
interrogatório; couber;
2) Impedir encontro do preso com seu advogado; 10) Não deferir habeas corpus cabível;
3) Impedir que preso/réu/investigado sente-se e 11) Constranger o preso a produzir prova contra si ou
consulte seu advogado antes e durante audiência; contra outros;
4) Negar ao investigado acesso a documentos 12) Insistir no interrogatório de quem optou por se
relativos a etapas vencidas da investigação; manter calado;
5) Atribuir culpa publicamente antes de formalizar 13) Insistir no interrogatório de quem exigiu a
uma acusação; presença de advogado enquanto não houver
6) Decretar prisão fora das hipóteses legais; advogado presente;
7) Não relaxar prisão ilegal; 14) Iniciar investigação contra pessoa sabidamente
8) Não substituir prisão preventiva por outra medida inocente.
cautelar, quando couber;

Art. 10. DECRETAR


Detenção
- a condução coercitiva de testemunha ou investigado
1 a 4 anos e
- manifestamente descabida
multa.
- ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Art. 11 (VETADO)

Art. 12. DEIXAR injustificadamente Detenção


- de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária 6 meses a 2 anos e
- no prazo legal: multa.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária


ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o


local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
Detenção
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a 6 meses a 2 anos e
nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os multa.
nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão


temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de
internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar
o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura
do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Art. 13. CONSTRANGER


- o preso ou o detento,
- mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de Detenção
resistência, a: 1 a 4 anos e
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; multa, sem prejuízo da
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado pena cominada à
em lei; violência.
III - (VETADO). (Promulgação partes vetadas)
IV - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Art. 14 (VETADO)

Art. 15. CONSTRANGER A DEPOR,


- sob ameaça de prisão,
- pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
- deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Detenção
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o 1 a 4 anos e
multa
interrogatório:
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou
defensor público, sem a presença de seu patrono.

Art. 16. DEIXAR DE


- identificar-se ou identificar-se falsamente
- ao preso por ocasião de sua captura
- ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão Detenção
6 meses a 2 anos
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por e multa.
interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal,
deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade,
cargo ou função.

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Art. 17 (VETADO)

Art. 18. SUBMETER


- o preso Detenção
- a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, 6 meses a 2 anos
- salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, e multa.
consentir em prestar declarações:

Art. 19. IMPEDIR OU RETARDAR,


- injustificadamente,
- o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente para a
apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua
Detenção
custódia:
1 a 4 anos,
e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do
impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a
saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de
enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

Art. 20. IMPEDIR,


- sem justa causa,
- a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado:

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede


- o preso, o réu solto ou o investigado
Detenção
- de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou
6 meses a 2 anos,
defensor,
e multa.
- por prazo razoável,
- antes de audiência judicial,
- e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência,
- salvo no
• curso de interrogatório ou
• no caso de audiência realizada por videoconferência.

Art. 21. MANTER


- presos de ambos os sexos
- na mesma cela ou espaço de confinamento:
Detenção
1 a 4 anos,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela,
e multa.
criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 22. INVADIR OU ADENTRAR,


- clandestina ou astuciosamente,
- ou à revelia da vontade do ocupante, Detenção
- imóvel alheio ou suas dependências, 1 a 4 anos,
- ou nele PERMANECER nas mesmas condições, e multa.
- sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
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§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo,
quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o
acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar
- após as 21h (vinte e uma horas)
- ou antes das 5h (cinco horas).
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para
- prestar socorro,
- ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ingresso em razão de situação de:
- flagrante delito ou de
- desastre.

Art. 23. INOVAR artificiosamente,


- no curso de diligência, de investigação ou de processo,
- o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
- com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Detenção
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o 1 a 4 anos,
intuito de: e multa.
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso
praticado no curso de diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações
incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do
processo.

Art. 24. CONSTRANGER,


- sob violência ou grave ameaça, Detenção
- funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou 1 a 4 anos e
- privada multa, além da pena
- a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, correspondente
- com o fim de alterar local ou momento de crime, à violência.
- prejudicando sua apuração:

Art. 25. PROCEDER


- à obtenção de prova,
- em procedimento de investigação ou fiscalização,
- por meio manifestamente ilícito: Detenção
1 a 4 anos,
Art. 241-C Art. 241-D
e multa.
Simulacro Parágrafo
de Pedofilia)
único. Incorre na(Aliciamento
mesma pena quem faz uso de prova, em
de Menores)
desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua
ilicitude.

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Art. 26 (VETADO)

Art. 27. REQUISITAR


- instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração
- penal ou administrativa,
- em desfavor de alguém,
- à falta de qualquer indício da prática
- de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Detenção
6 meses a 2 anos e
multa.
Parágrafo único. Não há crime
- quando se tratar de
• sindicância ou
• investigação preliminar sumária,
- devidamente justificada.

Art. 28. DIVULGAR


- gravação ou trecho de gravação Detenção
- sem relação com a prova que se pretenda produzir, 1 a 4 anos,
- expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem e multa.
do investigado ou acusado:

Art. 29. PRESTAR


Detenção
- informação falsa
6 meses a 2 anos e
- sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo
multa.
- com o fim de prejudicar interesse de investigado:

Art. 30. DAR INÍCIO OU PROCEDER


Detenção
- à persecução penal, civil ou administrativa
1 a 4 anos e
- sem justa causa fundamentada
multa
- ou contra quem sabe inocente:

Art. 31. ESTENDER


- injustificadamente
- a investigação,
- procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Detenção
6 meses a 2 anos e
multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para
execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada,
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado.

Art. 32. NEGAR


- ao interessado, seu defensor ou advogado
- acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração
penal, civil ou administrativa, Detenção
6 meses a 2 anos e
- assim como impedir a obtenção de cópias,
multa.
- ressalvado o
• acesso a peças relativas a diligências em curso,
• ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
imprescindível:

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Art. 33. EXIGIR
- informação ou cumprimento de obrigação,
- inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
- sem expresso amparo legal:
Detenção
6 meses a 2 anos e
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
multa.
- se utiliza de cargo ou função pública
- ou invoca a condição de agente público
- para se eximir de obrigação legal
- ou para obter vantagem ou privilégio indevido.

Art. 34 (VETADO)
Art. 35 (VETADO)

Art. 36. DECRETAR


- em processo judicial,
Detenção
- a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que extrapole
1 a 4 anos e
exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e,
multa.
- ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de
corrigi-la:

Art. 37. DEMORAR


- demasiada e injustificadamente Detenção
- no exame de processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, 6 meses a 2 anos e
multa.
- com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:

Art. 38. ANTECIPAR


- o responsável pelas investigações,
- por meio de comunicação, Detenção
6 meses a 2 anos e
- inclusive rede social,
multa.
- atribuição de culpa,
- antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

TORTURA - LEI Nº 9.455/1997


CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

• Trata-se de crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. (art. 5°, XLIII);


• Não é crime hediondo, apenas equiparado.
SOBRE O CRIME DE • Não é imprescritível;
TORTURA:
• Trata-se de crime material.
• Trata-se de crime cuja ação penal é pública incondicionada.

SOBRE A LEI DE • Aplica-se a lei de tortura ainda que o crime de tortura tenha sido cometido fora
TORTURA: do território nacional quando a vítima for brasileira. (Art. 2°)

SOBRE A PENA: • Pena - reclusão, de dois a oito anos.

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BASE CONSTITUCIONAL: Art. 5 °, III ninguém será submetido a
tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

MODALIDADES DE TORTURA

TORTURA CONFISSÃO OU
Usada para obter declaração, confissão ou informações.
TORTURA PROVA

TORTURA PARA PRÁTICA DE CRIME Usada para provocar ação ou omissão criminosa.

TORTURA DISCRIMINATÓRIA Usada em razão de preconceito de raça ou crença religiosa.

Art 1 II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou


HÁ TAMBÉM A “TORTURA autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a
PARA CASTIGAR” intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

QUANTO A PRÁTICA DE TORTURA

ADMITE NÃO SE ADMITE HAVERÁ AUMENTO DE PENA


DE 1/6 A 1/3: (Art. 1º, §4º)
Tentativa Arrependimento Eficaz I - se o crime é cometido por agente público;
Desistência Voluntária Arrependimento Posterior II - se o crime é cometido contra criança,
Art 1 § 5 § 5 º A condenação acarretará a perda do gestante, portador de deficiência,
cargo, função ou emprego público e a interdição para adolescente ou maior de 60 (sessenta)anos;
seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada III - se o crime é cometido mediante
(possui efeito automático da condenação). sequestro.

CUMPRIMENTO DA PENA

LEI 9.455/97 ENTENDIMENTO DO STJ

Deve-se iniciar o cumprimento da pena em regime Não é obrigatório que inicie o cumprimento da
fechado. (Art. 1°, §7°) pena em regime fechado.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal
- Se um policial rodoviário federal, com o objetivo CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial –
de obter confissão de uma pessoa que tenha sido Direito - A Lei de Crimes de Tortura, ao prever
flagrada cometendo infração, praticar sua incidência mesmo sobre crimes que tenham
intencionalmente algum ato para causar sido cometidos fora do território nacional,
sofrimento mental a essa pessoa, essa conduta estabelece hipótese de extraterritorialidade
poderá ser caracterizada como tortura. incondicionada.

R: Certo. Trata-se da tortura-prova ou tortura R: Certo. A questão exige o conhecimento do art.


confissão (art. 1º, I, “a”). 2° da Lei Nº 9.455/1997. Veja:

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Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda
quando o crime não tenha sido cometido em CESPE - 2015 - DPU - Defensor Público Federal -
território nacional, sendo a vítima brasileira ou Caracteriza uma das espécies do crime de tortura
encontrando-se o agente em local sob jurisdição a conduta consistente em, com emprego de grave
brasileira. ameaça, constranger outrem em razão de
discriminação racial, causando-lhe sofrimento
CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - mental.
Judiciária. A condenação pela prática de crime de
tortura acarretará a perda do cargo, função ou R: Certo. Trata-se da espécie de crime de tortura
emprego público e a interdição para o seu prevista no Art. 1°, inciso I “c”, veja abaixo:
exercício por prazo igual ao da pena aplicada. Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência
R: Errado. Veja o que diz o art. 1°, § 5º: A ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
condenação acarretará a perda do cargo, função ou mental:
ou emprego público e a interdição para seu c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

LEI 8.069/90 – ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


Antes de entrarmos a fundo em um dos mais importantes institutos legais do Brasil, precisamos determinar
alguns conceitos. Adentraremos somente no que tange ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Diante disso, ressaltamos um conceito primordial para que possamos compreender os próximos dispositivos
dessa lei.

No art. 2º temos as palavras CRIANÇA e ADOLESCENTE e assim conceituaremos à luz da lei.

Art. 2º Pessoa ATÉ 12 ANOS


CRIANÇA Nos casos expressos em lei, aplica-se
de idade INCOMPLETOS
EXCEPCIONALMENTE este Estatuto
às pessoas entre 18 e 21 anos de
Art. 2º Pessoa entre idade.
ADOLESCENTE 12 e 18 anos de idade

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social,
em condições de liberdade e de dignidade.

Aplicação dos direitos fundamentais

§ - único: Aplicam se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação


familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra
condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.

Conforme o art. 4º é DEVER DA FAMILIA, DA COMUNIDADE e da SOCIEDADE EM GERAL em conjunto com


o PODER PÚBLICO assegurar com absoluta prioridade com efetivação de todos os direitos possíveis.

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias

A GARANTIA DA b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública


PRIORIDADE
COMPREENDE: c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a


proteção à infância e à juventude
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DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Temos uma das partes mais importantes do referido Estatuto, devido a importância que esses objetivos têm
para o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes.
Art. 7º - A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em
condições dignas de existência.

DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE


O artigo 15 traz que a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.

LIBERDADE RESPEITO

• I - Ir, vir e estar nos logradouros públicos e • Consiste na inviolabilidade da integridade física,
espaços comunitários, ressalvadas as restrições psíquica e moral da criança e do adolescente,
legais; abrangendo a preservação da imagem, da
• II - Opinião e expressão; identidade, da autonomia, dos valores, ideias e
• III - Crença e culto religioso; crenças, dos espaços e objetos pessoais.
• IV - Brincar, praticar esportes e divertir-se;
• V - Participar da vida familiar e comunitária, sem
discriminação;
• VI - Participar da vida política, na forma da lei;
• VII - Buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 18º - É DEVER de TODOS velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo os a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 18º-A - A criança e ao adolescente têm o direito de ser educados e cuidados SEM O USO DE CASTIGO
FÍSICO OU DE TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE, como formas de correção, disciplina, educação
ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar
deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.

CASTIGO FÍSICO TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE

Ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada Conduta ou forma cruel de tratamento em relação à
com o uso da força física sobre a criança ou o criança ou ao adolescente que humilhe, ameace
adolescente que resulte em sofrimento físico ou gravemente ou ridicularize
lesão.

Art. 18º-B - Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de
medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes,
tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como
formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:

• I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;


• II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
• III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
• IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
• V - advertência.
• Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo
de outras providências legais.

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DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Art. 98. Aplicáveis as crianças e aos adolescentes que os direitos


reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da II - por falta, omissão ou abuso III - em razão de


sociedade ou do Estado; dos pais ou responsável; sua conduta.

PRINCÍPIOS que regem a aplicação das medidas:

I - CONDIÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE COMO SUJEITOS DE DIREITOS: crianças e


adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição
Federal;

II - PROTEÇÃO INTEGRAL E PRIORITÁRIA: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma


contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e
adolescentes são titulares;

III - RESPONSABILIDADE PRIMÁRIA E SOLIDÁRIA DO PODER PÚBLICO: a plena efetivação dos


direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos
casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas
de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução de
programas por entidades não governamentais;

IV - INTERESSE SUPERIOR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: a intervenção deve atender


prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que
for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
concreto;

V - PRIVACIDADE: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada
no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - INTERVENÇÃO PRECOCE: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que
a situação de perigo seja conhecida;

VII - INTERVENÇÃO MÍNIMA: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e
instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do
adolescente;

VIII - PROPORCIONALIDADE E ATUALIDADE: a intervenção deve ser a necessária e adequada à


situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é
tomada;

IX - RESPONSABILIDADE PARENTAL: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam
os seus deveres para com a criança e o adolescente;

X - PREVALÊNCIA DA FAMÍLIA: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente


deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou
extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família adotiva;

XI - OBRIGATORIEDADE DA INFORMAÇÃO: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de


desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos
seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como esta se processa;

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XII - OITIVA OBRIGATÓRIA E PARTICIPAÇÃO: a criança e o adolescente, em separado ou na
companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou
responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos
direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária
competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

Art. 101. - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá
determinar, dentre outras, as seguintes MEDIDAS:

I - Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;


II - Orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - Inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente
V - Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
VII - Acolhimento institucional;
Prazo para destituição do poder
VIII - Inclusão em programa de acolhimento familiar;
familiar: 15 dias, pelo MP
IX - Colocação em família substituta.

O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas PROVISÓRIAS e EXCEPCIONAIS,


utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou não sendo esta possível, para colocação
em família substituta, não implicando privação de liberdade.

DOS ATOS INFRACIONAIS

De acordo com o art. 103 considera-se ATO INFRACIONAL a conduta descrita como CRIME e CONTRAVENÇÃO
PENAL.

Conforme o Art. 104, são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às medidas previstas
nesta Lei.
§ único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

MEDIDAS CABÍVEIS PELO COMETIMENTO DE ATO INFRACIONAL

CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOMENTE ADOLESCENTE

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
previstas no art. 98, a autoridade competente autoridade competente poderá aplicar ao
poderá determinar, dentre outras, as seguintes adolescente as seguintes MEDIDAS:
MEDIDAS:
I - Advertência;
I - Encaminhamento aos pais ou responsável, II - Obrigação de reparar o dano;
mediante termo de responsabilidade; III - Prestação de serviços à comunidade;
II - Orientação, apoio e acompanhamento IV - Liberdade assistida;
temporários; V - Inserção em regime de semi-liberdade;
III - matrícula e frequência obrigatórias em VI - Internação em estabelecimento educacional;
estabelecimento oficial de ensino fundamental; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
IV - Inclusão em serviços e programas oficiais ou
comunitários de proteção, apoio e promoção da
família, da criança e do adolescente;
V - Requisição de tratamento médico, psicológico

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MEDIDAS CABÍVEIS PELO COMETIMENTO DE ATO INFRACIONAL

CRIANÇA OU ADOLESCENTE SOMENTE ADOLESCENTE

ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou


ambulatorial;
VI - Inclusão em programa oficial ou comunitário de
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - Colocação em família substituta.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia Federal - Situação hipotética: Francisco, com
dezessete anos e dez meses de idade, praticou ato infracional equiparado a furto. O promotor de justiça
ofereceu representação ao juiz, propondo a instauração de procedimento para a aplicação da medida
socioeducativa. Entretanto, com a demora na tramitação do procedimento, Francisco completou
dezenove anos de idade antes da sentença. Assertiva: Nessa situação, o juiz ainda poderá aplicar medida
socioeducativa a Francisco, mesmo que este já tenha completado a maioridade penal.

R: Certo. É o que traz o parágrafo único do art. 104 do presente estatuto: “Para os efeitos desta Lei, deve
ser considerada a idade do adolescente à data do fato.”

DA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL ATRIBUÍDO À ADOLESCENTE

Art 171. O adolescente apreendido por


- força de ordem judicial será, desde logo,
- encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em


- flagrante de ato infracional será, desde logo,
- encaminhado à autoridade policial competente.

Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante VIOLÊNCIA ou GRAVE AMEAÇA
a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da
infração.

§ único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto PODERÁ ser substituída por boletim
de ocorrência circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável,


- o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
- sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público,
- no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
- EXCETO quando, pela
- gravidade do ato infracional e sua repercussão social,

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- deva o adolescente permanecer sob internação para
- garantia de sua segurança pessoal ou
- manutenção da ordem pública.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional


- não poderá ser conduzido ou transportado
- em compartimento fechado de veículo policial,
- em condições atentatórias à sua dignidade,
- ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE / CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial prendendo-o em flagrante. A respeito dessa


Rodoviário Federal - No caso de um policial situação hipotética, julgue o item que se segue.
rodoviário federal flagrar um adolescente Os policiais militares agiram de forma errada
cometendo ato infracional similar a uma infração porque Mateus era inimputável, sujeito passivo
penal de menor potencial ofensivo, não havendo da situação e não deveria ter sido preso em
a prática de violência ou grave ameaça à pessoa, flagrante delito.
deverá ser lavrado o boletim de ocorrência
circunstanciado. R: Certo. Lembre-se, o adolescente não pode ser
preso em flagrante, e sim apreendido. Vejamos o
R: Certo. É o que traz o parágrafo único do art. que diz o art. 172: O adolescente apreendido em
173. Nas hipóteses em que o ato infracional for flagrante de ato infracional será, desde logo,
cometido com violência, será lavrado auto de encaminhado à autoridade policial competente.
apreensão, já nas demais hipóteses, a lavratura
poderá ser substituída por boletim de ocorrência CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de
circunstanciada. Polícia Federal - Um adolescente apreendido em
flagrante de ato infracional análogo ao crime de
CESPE / CEBRASPE - 2019 - PRF - Policial roubo foi imediatamente conduzido a uma
Rodoviário Federal - Mateus, de quatorze anos delegacia especializada. Nessa situação, a
de idade, filho de Leandro, policial rodoviário autoridade policial deverá lavrar o boletim de
federal, sofria bullying na escola. Um dia, ocorrência circunstanciado, e, na presença dos
aproveitando-se de um descuido de seu pai, pais ou do responsável, o adolescente, após
Mateus pegou a arma de fogo, que estava em assinar termo de compromisso e de
cima da mesa, e a levou para a escola, com intuito responsabilidade, deverá ser imediatamente
de vingar-se de Pedro, um de seus colegas de posto em liberdade.
sala. Ao chegar à aula, o adolescente ameaçou dar
um tiro em Pedro, caso ele não parasse de R: Errado. Cuidado! Como o ato infracional foi
perturbá-lo. Em seguida, efetuou um disparo cometido com violência ou grave ameaça, visto
fatal. De imediato, a diretora da escola chamou a que é um ato análogo ao crime de roubo, a
polícia militar. Mateus empreendeu fuga ao autoridade policial deverá lavrar o auto de
escutar a sirene da viatura. Os policiais militares, apreensão, e não o boletim de ocorrência
então, iniciaram uma perseguição, alcançando circunstanciado.
Mateus duas quadras depois da escola,

DOS DIREITOS INDIVIDUAIS E GARANTIAS PROCESSUAIS

Nenhum ADOLESCENTE será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

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- § único: O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser
informado acerca de seus direitos.
- Art. 107 - A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti
comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
- § único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108 - A INTERNAÇÃO antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo MÁXIMO DE 45 DIAS.

Art. 109 - O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

§ único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios


suficientes de autoria e indícios suficientes de materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da medida

Art. 110 - Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

Art. 111 - São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio equivalente;
II - Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas
as provas necessárias à sua defesa;
III - Defesa técnica por advogado;
IV - Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia - Ao ser comunicado da evasão, pela segunda vez, de
adolescente que cumpre medida socioeducativa de semiliberdade, o juiz da vara da infância e da juven-
tude competente deverá regredir a medida para a internação, independentemente da prévia oitiva do
adolescente.

R: Errado. Essa questão trouxe os entendimentos dos arts. 110 e 111: Nenhum adolescente será priva-
do de sua liberdade sem o devido processo legal e será assegurado ao adolescente o direito de ser
ouvido pessoalmente pela autoridade competente.

CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia - Situação hipotética: Um jovem foi abordado em flagrante
delito ao cometer crime de furto mediante arrombamento; apresentado à autoridade policial, ele indi-
cou ter menos de dezoito anos de idade. Assertiva: Nessa situação, havendo dúvidas fundadas quanto
à idade do jovem, a autoridade policial competente poderá, entre outras providências, proceder ao
registro dos fatos em boletim de ocorrência e determinar a identificação compulsória do detido.

R: Certo. Art. 109: O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsó-
ria pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada.

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DAS MEDIDAS SÓCIO-EDUCATIVAS

Prova da materialidade
I - Advertência +
Indícios Suficientes de autoria

II – Obrigação de reparar o dano


III – Prestação de serviços à comunidade Materialidade da infração
IV – Liberdade assistida +
V – Inserção em regime de semi-liberdade Provas suficientes da autoria
VI – Internação em estabelecimento educacional

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua


- CAPACIDADE de cumpri-la, as
- CIRCUNSTÂNCIAS da infração e a
- GRAVIDADE da infração.

ADVERTÊNCIA Consistirá em ADMOESTAÇÃO VERBAL, que


será reduzida a termo e assinada.

Em se tratando de ato infracional com reflexos


OBRIGAÇÃO DE patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for
REPARAÇÃO DE DANO o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova
o ressarcimento do dano, ou, por outra forma,
compense o prejuízo da vítima.

Consiste na realização de tarefas gratuitas de


interesse geral, por período NÃO EXCEDENTE A
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 6 MESES, junto a entidades assistenciais,
À COMUNIDADE hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.

− As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada
máxima de 8 horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar
a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Será adotada sempre que se afigurar a medida mais


LIBERDADE ASSISTIDA adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente.

− A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o
defensor.

Pode ser determinado desde o início ou como forma


REGIME DE de transição para o meio aberto, possibilitada a
SEMI-LIBERDADE realização de atividades externas,
INDEPENDENTEMENTE de autorização judicial.

− § 1º - São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados
os recursos existentes na comunidade.
− § 2º - A medida NÃO COMPORTA PRAZO DETERMINADO aplicando-se, no que couber, as disposições
relativas à internação.

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Constitui medida privativa da liberdade, sujeita
INTERNAÇÃO aos princípios de BREVIDADE,
(Prazo máximo: 03 anos) EXCEPCIONALIDADE e RESPEITO à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.

− Atingido o limite estabelecido o adolescente deverá ser LIBERADO, colocado em REGIME DE


SEMI-LIBERDADE ou de LIBERDADE ASSISTIDA.
− § 1º - Será permitida a realização de ATIVIDADES EXTERNAS, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário. (SENDO REVISTA A QUALQUER TEMPO PELA
AUTORIDADE JUDICIÁRIA).
− § 2º - A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante
decisão fundamentada, no MÁXIMO A CADA 6 MESES.

Atenção! A liberação será COMPULSÓRIA aos 21 ANOS DE IDADE.

Aplicação da medida de internação

Tratando-se de ato infracional


cometido mediante GRAVE
Em NENHUMA hipótese será AMEAÇA ou violência a pessoa
DESCUMPRIMENTO:
aplicada a internação havendo por reiteração no cometimento
Não podendo
outra medida adequada. de outras infrações graves por
ultrapassar 3 MESES.
descumprimento reiterado
injustificável da medida
anteriormente imposta.

Informações importantes!
• Art. 123: A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto
daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de:
− idade;
− compleição física; e
− gravidade da infração.
• § 1º - Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
• § 2º: A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se
existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
• Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do MINISTÉRIO
PÚBLICO poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo.

− Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na
SUSPENSÃO ou EXTINÇÃO do processo.
• Art. 128 - A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, A QUALQUER TEMPO,
mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.

DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA PARA A INVESTIGAÇÃO DE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE


SEXUAL DE CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

CRIMES DO ECA QUE AUTORIZAM A INFILTRAÇÃO VIRTUAL

Art. 240 (Utilização de Art. 241 (Comércio de Art. 241-A


menor em cena pornográfica) material pedófilo) (Difusão da Pedofilia)

Art. 241-B (Posse de material Art. 241-C Art. 241-D


pornográfico) (Simulacro de Pedofilia) (Aliciamento de Menores)

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AUTORIZAÇÃO JUDICIAL:
Art. 190-A, I - SERÁ PRECEDIDA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL devidamente circunstanciada e fundamentada,
que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público.

II – Dar-se-á mediante:
• requerimento do Ministério Público ou
• representação de delegado de polícia
• e conterá:
- DEMONSTRAÇÃO de sua necessidade,
- o ALCANCE das tarefas dos policiais,
- os NOMES ou APELIDOS das pessoas investigadas e,
- QUANDO POSSÍVEL, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;

Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável
pela autorização da medida, que zelará por seu SIGILO.

§ único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.

§ 3º A INFILTRAÇÃO de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por outros
meios.

PRAZO:
Não poderá exceder O PRAZO DE 90 DIAS, sem prejuízo de eventuais renovações desde que o TOTAL NÃO
EXCEDA A 720 DIAS e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade judicial.

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação DEVERÃO ser
registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório
circunstanciado.

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos
apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação
da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos.

JURISPRUDÊNCIAS, ENTENDIMENTOS E SÚMULAS IMPORTANTES

Súmula 108/STJ - A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela pratica de ato infracional, é de
competência exclusiva do juiz.

Súmula 265/STJ - É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida
socioeducativa.

Súmula 338/STJ - A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.

Súmula 342/STJ - No procedimento para aplicação de medida socioeducativa, é nula a desistência de outras
provas em face da confissão do adolescente.

Súmula 383/STJ - A competência para processar e julgar as ações conexas de interesse de menor é, em
princípio, do foro do domicílio do detentor de sua guarda.

Súmula 492/STJ - O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz obrigatoriamente à
imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.

Súmula 500/STJ - A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do
menor, por se tratar de delito formal.

Súmula 605/STJ - A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional nem na
aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a
idade de 21 anos.

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PEDOFILIA E COMPETÊNCIA. REPERCUSSÃO GERAL
STF - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir
material pornográfico envolvendo criança ou adolescente (ECA, artigos 241, 24VA e 241 -B), quando
praticados por meio da rede mundial de computadores. (Info 805).

TIPIFICAÇÃO DAS CONDUTAS DE FOTOGRAFAR CENA PORNOGRÁFICA E ARMAZENAR


FOTOGRAFIAS DE CONTEÚDO PORNOGRÁFICO ENVOLVENDO CRIANÇA OU ADOLESCENTE.
STJ - Fotografar cena e armazenar fotografia de criança ou adolescente em poses nitidamente sensuais,
com enfoque em seus órgãos genitais, ainda que cobertos por peças de roupas, e incontroversa finalidade
sexual e libidinosa, adequam-se, respectivamente, aos tipos do art. 240 e 241-B do ECA. (Info 577)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de
Polícia Federal - Segundo entendimento do STJ, o Polícia Federal - Compete à justiça estadual o
adolescente apreendido em flagrante de ato julgamento de crimes relativos à difusão ou
infracional análogo ao tráfico de entorpecentes aquisição, em determinado estado da Federação,
não ficará necessariamente sujeito à imposição de material pornográfico envolvendo crianças e
de medida socioeducativa de internação. adolescentes por meio da rede mundial de
computadores.
R: Certo. Teor da súmula 492/STJ: O ato
infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, R: Errado. Competência da Justiça Federal o
não conduz obrigatoriamente à imposição de julgamento de crimes consistentes em
medida socioeducativa de internação do disponibilizar ou adquirir material pornográfico
adolescente. envolvendo criança ou adolescente.

LEI DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/03

INTRODUÇÃO

Até o ano de 1997, o porte de arma era considerado uma contravenção penal, conforme o art. 19 da Lei das
Contravenções, Decreto Lei n° 3.688/1941.

A Lei nº 9.437/1997 trouxe alterações sobre o tema e passou a considerar o porte e a posse de arma de fogo
como um crime.

Com o advento da Lei nº 10.826/2003, manteve-se a posse e o porte como crimes e criou outros tipos:
comércio/tráfico de arma de fogo.

SINARM
Um dos primeiros pontos a ser discutido é a função e do SINARM.

Conforme o art. 1º da Lei 10.826/03, o SINARM é o Sistema Nacional de Armas que é instituído pelo Ministério
da Justiça, no âmbito da Polícia Federal e obviamente, tem função em todo território nacional. E por ser um
órgão primordial na estrutura organizacional do estado, o SINARM tem algumas funções e competências.

IDENTIFICAR OBSERVAÇÃO: As disposições do art. 1º não


alcançam as armas de fogo das Forças
Armadas, bem como as demais que constem
CADASTRAR INFORMAR
dos seus registros próprios.

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CADASTRAMENTO DE ARMAS

SINARM SIGMA

Decreto Regulamentar do
Lei 10.826/03
Exército Brasileiro e do PR

Guarda Municipal Forças Armadas

Polícia Federal Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar

Polícia Civil ABIN

DEPEN GSI

REGISTRO

Art. 3º É OBRIGATÓRIO o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo Único: As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército, na forma
do regulamento desta lei.

ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO = ORGÃO COMPETENTE

ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO = COMANDO DO EXÉRCITO

Existem outras autorizações de porte de arma de fogo fora do estatuto do desarmamento. São elas:

1 - Membros do Ministério Público (Promotores e Procuradores);


2 - Fiscais do IBAMA;
3 – Magistrados.

REQUISITOS PARA A CAUTELA DE ARMA DE FOGO

I - Comprovar idoneidade (certidões negativas criminais)

II - Não estar respondendo a inquérito policial ou a


Art. 4O - Para adquirir arma de fogo processo criminal
de uso permitido o interessado
deverá, além de declarar a efetiva III - Ocupação lícita
necessidade, atender aos seguintes
requisitos:
IV - Residência certa

V - Capacidade técnica e aptidão psicológica

− O §1º em conjunto com o § 6º demonstram a clara evidência do trabalho essencial do SINARM na legislação
em questão. Unidos demonstram que o SINARM será o responsável por expedir a autorização, no prazo de 30
dias.

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− §2º nos deixa a informação que a aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente
à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta lei.

− § 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar a venda à
autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as características da arma e cópia
dos documentos previstos neste artigo.

− § 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente por essas
mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.

Atenção! A autorização de porte será perdida caso o portador seja detido ou abordado em estado de
embriaguez ou sob efeito de drogas.

CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO (CRAF)

Art. 5° O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional, autoriza o
seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou
dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal
pelo estabel ecimento ou empresa.

QUEM AUTORIZA: SINARM

QUEM EXPEDE: POLÍCIA FEDERAL

VALIDADE: TERRITÓRIO NACIONAL

Atenção! Esse certificado autoriza o proprietário a manter sua arma EXCLUSIVAMENTE em casa ou no seu
trabalho, desde que seja o dono ou responsável legal do local.

INFRAÇÃO
CRAF VENCIDO HC 294.078/SP - STJ
ADMINISTRATIVA

NÃO POSSUIR CRAF: POSSE IRREGULAR (ART.12)

Atenção! Porém, no informativo 671 do Superior Tribunal de Justiça foi sacramentado que: “Caracteriza ilícito
penal o porte ilegal de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) ou de arma de fogo de USO RESTRITO (art.
16 da Lei n. 10. 826/2003) com registro de cautela vencido.”

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal - O registro de arma de fogo na PF, mesmo
após prévia autorização do SINARM, não assegura ao seu proprietário o direito de portá-la.

R: Certo. O certificado de registro autoriza somente a posse. Vejamos o que diz o art. 5º: O Certificado
de Registro de Arma de fogo, com validade em todo território nacional, autoriza o seu proprietário a
manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependências
desses, desde que seja ele o titular ou o responsável do estabelecimento ou empresa.

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DO PORTE

O art. 6º da Lei 10.826/03 dispõe que:

É proibido o porte de arma de fogo em todo território nacional, salvo para os casos previstos em legislação
própria.

Legislações próprias: Fiscais do IBAMA, Membros do MP e Magistrados. Ainda dentro do artigo 6º, os incisos
I a XI trazem outras categorias que o porte poderá ser concedido, são elas:

I - Os integrantes das forças armadas (Art.142/CF);


II - Os integrantes da Segurança Pública e Força Nacional (Art.144/CF);
III - Guarda Municipal ou Guarda Civil Metropolitana que fazem parte de capital, estado ou município com
mais de 500 mil habitantes: Porte dentro e fora do serviço);
IV - Guarda Municipal ou Guarda Civil Metropolitana que fazem parte de Região metropolitana e municípios
com população entre mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes: Porte somente em serviço.

De acordo com o STF, em liminar do Ministro Alexandre de Moraes (ADI 5948), TODAS AS GUARDAS
MUNICIPAIS podem portar arma de fogo.

IV – Os agentes operacionais da ABIN e do GSI:


• Portuárias: em serviço
V – Os integrantes da Polícia do Senado e da Câmara:
• Prisionais: dentro e fora
Previstos no art. 51, inciso IV e art. 52, inciso XIII da Constituição Federal;
VI – Os integrantes efetivos das guardas portuárias e guardas prisionais: de serviço;

• As guardas prisionais passaram a integrar o art.144 da Constituição Federal, que dispõe sobre a Segurança
Pública, após a aprovação da PEC da Polícia Penal.

VII – Empresas de segurança privada e transporte de valores;


• As armas, munições e acessórios serão de propriedade, responsabilidade e guarda da empresa.
• Somente em serviço;
• Registro e autorização – CRAF;
• Porte: Expedição pela Polícia Federal.

VIII – Integrantes das carreiras de auditoria da receita federal e auditores do trabalho;


• SOMENTE para os cargos de auditor fiscal e analista tributário.

IX – Os serviços do Poder Judiciário e do Ministério Público:


• Exclusivo para servidores que estejam no exercício de função de segurança.
• Poder Judiciário: na forma do regulamento do CNJ.
• Ministério Público: na forma do CNMP.

Atenção! Nos casos do inciso IX, o porte é permitido em serviço. Além disso, é limitado ao máximo de 50% do
efetivo dos servidores de segurança. Essa lista deverá ser atualizada SEMESTRALMENTE.

CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA

Os habitantes de áreas rurais, maiores de 25 anos que comprovarem depender do uso da arma de fogo para
prover sua subsistência/alimento, poderão ter a concessão do porte.

Neste caso, o cidadão deverá comprovar efetiva necessidade e o porte será concedido pela Polícia Federal.

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CARACTERÍSTICA DA ARMA REQUISITOS

• Uma arma de fogo de uso permitido; I. Documento de identidade;


• Tiro simples; II. Comprovante de residência;
• Com 01 ou 02 canos; III. Atestado de bons antecedentes.
• Alma lisa (alcance e precisão menores);
• Calibre igual ou inferior a 16.

Cabe ressaltar que esse mesmo caçador que der outro uso a essa arma responderá por porte ou disparo de
arma de fogo, INDEPENDENTE de outras tipificações.

RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA DE CIDADÃOS ESTRANGEIROS

Art. 9º - Compete ao MINISTÉRIO DA JUSTIÇA a autorização do porte de arma para os responsáveis pela
segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao COMANDO DO EXÉRCITO , nos
termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para:
- colecionadores
- atiradores e caçadores
- representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Atenção! O examinador costuma trocar MINISTÉRIO por MINISTRO, portanto, fique atento.

Colecionador, atirador
Concessão do porte de arma Comando do Exército
e caçador

Segurança de cidadãos
estrangeiros em visita ou Concessão do porte de arma Ministério da Justiça
viagem ao Brasil

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2013 - DPRF – AGENTE – Supondo que determinado cidadão seja responsável pela segurança
de estrangeiros em visita ao Brasil e necessite de porte de arma, a concessão da respectiva autorização
será de competência do Ministro da Justiça.

R: Errado. Conforme o art. 9º da Lei 10.826/03, a competência é do MINISTÉRIO da Justiça e não do


Ministro, como afirma a questão.

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 12 - Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,


acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com Detenção
Posse irregular de
determinação legal ou regulamentar, no interior de sua 01 a 03 anos
arma de fogo de
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de +
uso permitido
trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do Multa
estabelecimento ou empresa.

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Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para
impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa
portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo
que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade.
Detenção
Omissão de Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário 01 a 02 anos
cautela ou diretor responsável de empresa de segurança e +
transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência Multa
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou
munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte
quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em


depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente,
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso Reclusão
Porte ilegal de permitido, sem autorização e em desacordo com 02 a 04 anos
arma de fogo de determinação legal ou regulamentar: +
uso permitido
Multa
• Posse: Intramuros (Dentro de casa)
• Porte : Extramuros (Fora de casa)

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar


habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em
direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime.

• Não há previsão de disparo de arma de fogo culposo!


• Basta acionar a munição para caracterizar o crime. Reclusão
Disparo de arma • Deve ser em lugar habitado ou ao redor. Se for em 02 a 04 anos
de fogo lugar +
desabitado, não incide. Multa
• Crime comum e de perigo abstrato.
• O crime de disparo de arma de fogo é expressamente
subsidiário , somente havendo punição do agente caso
a finalidade do disparo não seja praticar outro crime.

Posse ou porte Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber,
ilegal de arma de ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
fogo de uso gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
restrito sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de
uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Reclusão
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 03 a 06 anos
+
• O PAC retirou a expressão de “USO PROIBIDO” do caput do art. 16 e a Multa
transformou em uma qualificadora do §2º.
• Munição: é possível a aplicação do princípio da insignificância,
excepcionalmente, com base na avaliação do caso concreto, quando se
tratar de munição em ínfima quantidade.

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§1º. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal
de identificação de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
Posse ou porte III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato Reclusão
ilegal de arma de explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo 03 a 06 anos
fogo de uso com determinação legal ou regulamentar; +
restrito IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma Multa
de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de
identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou
adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo Reclusão


Qualificadora
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de: 04 a 12 anos

ALTERAÇÕES DA LEI Nº 13.964/19 NO ART. 16

Antes do PAC Depois do PAC

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer,
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição de uso proibido ou restrito, acessório ou munição de uso restrito, sem
sem autorização e em desacordo com determinação autorização e em desacordo com determinação
legal ou regulamentar: legal ou regulamentar:

- Caput abrangia armas de fogo de uso proibido e de - Caput abrange apenas armas de fogo de uso
uso restrito. restrito.
- Armas de fogo de uso proibido são qualificadoras
do caput e do § 1º.

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,


ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório Reclusão
Comércio ilegal ou munição, sem autorização ou em desacordo com 06 a 12 anos
de arma de fogo determinação legal ou regulamentar: +
Multa
1º. EQUIPARA-SE à atividade comercial ou industrial, para
efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços,
fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercido em residência.

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2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em Reclusão
Comércio ilegal desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a 06 a 12 anos
de arma de fogo agente policial disfarçado, quando presentes elementos +
probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente Multa
(Incluído pela Lei nº 13964/19)

O PAC aumentou a
pena de reclusão
Antes: 04 a 08 anos
Depois: 06 a 12 anos

TRÁFICO IMPORTAR/
IMPORTAR/ EXPORTAR ARMA
INTERNACIONAL
EXPORTAR ARMA CONTRABANDO
DE ARMA DE DE FOGO DE
DE FOGO: BRINQUEDO:
FOGO

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do


território nacional, a qualquer título, de arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização da autoridade
competente.
Reclusão
Tráfico
§ único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma 08 a 16 anos
internacional de
de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, +
arma de fogo
sem autorização da autoridade competente, a agente policial Multa
disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
(Incluído pela Lei nº 13964/19)

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18,


• a pena é aumentada da metade
• se a arma de fogo, acessório ou munição
• forem de uso proibido ou restrito.
Aumento Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
de Pena METADE se:
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e
8º desta Lei; ou
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(Incluído pela Lei nº 13964/19)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal derá por crime.


- Em uma operação da PRF, foram encontradas,
no veículo de Sandro, munições de arma de fogo R: Errado. Ambos responderão por crime. Sandro
de uso permitido e, no veículo de Eurípedes, responde pelo art. 14, visto que eram munições
munições de uso restrito. Nenhum deles tinha de uso permitido, já Eurípedes, responderá pelo
autorização para o transporte desses artefatos. art. 16, por serem munições de uso restrito.
Nessa situação, considerando-se o previsto no
Estatuto de Desarmamento, Sandro responderá
por infração administrativa e Eurípedes respon-

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CESPE – 2015 - STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – estando seu autor sujeito a um aumento de pena
O ato de montar ou desmontar uma arma de fogo, se for integrante dos órgãos elencados na lei.
munição ou um acessório de uso restrito, sem
autorização, no exercício de atividade comercial R: Certo. O crime de disparo de arma de fogo é
constitui crime de comércio ilegal de arma de punido com reclusão de 02 a 04 anos, de acordo
fogo, com a pena aumentada pela metade. com o art. 15 da presente lei.

R: Certo. No art. 17 tipifica a conduta descrita na CESPE – 2015 - JUIZ DE DIREITO – ADAPTADA
questão, já o art. 18 traz a causa de aumento de – O crime de omissão de cautela, previsto no
pena pela metade, caso a munição, arma ou aces- Estatuto do Desarmamento, é delito omissivo,
sório for de uso proibido ou restrito, como é o sendo a culpa na modalidade negligência o
caso da questão. elemento subjetivo do tipo.

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal R: Certo. O crime de omissão de cautela (art. 13)
Federal - Samuel disparou, sem querer, sua arma realmente é delito omissivo, e o elemento subjeti-
de fogo em via pública. Nessa situação, ainda que vo do tipo é a negligência.
o disparo tenha sido de forma acidental, culposa-
mente, Samuel responderá pelo crime de disparo CESPE – 2014 - PROMOTOR DE JUSTIÇA –
de arma de fogo, previsto no Estatuto do Desar- ADAPTADA – Se for possível, mediante o uso de
mamento. processos físico-químicos, recuperar numeração
de arma de fogo que tenha sido raspada, estará
R: Errado. Não há previsão legal da modalidade desconfigurado o crime de porte ilegal de arma de
culposa no crime de disparo de arma de fogo, fogo de uso restrito, devendo a conduta ser clas-
tipificado no art. 15. Portanto, há de se concluir sificada como porte ilegal de arma de fogo de uso
que a conduta praticada por Samuel é atípica. permitido.

CESPE - 2018 - ABIN - Agente de Inteligência - O R: Errado. O crime se consuma com a supressão
mero disparo de arma de fogo nas adjacências de da marca, nos termos do art. 16, parágrafo único,
lugar habitado é crime punido com reclusão, I.

Atenção! Antes da promulgação do Decreto 9.847/19 que regulamenta a Lei 10.826/03, não tínhamos,
legalmente falando, a definição de arma de uso permitido e restrito. Tínhamos em mente e conceitualmente
alguns exemplos de armas que poderiam se encaixar ou não em alguns desses conceitos, porém com o advento
desse decreto toda discussão caiu por terra.

I - ARMAS DE FOGO DE USO PERMITIDO: as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:

a) DE PORTE
Calibre nominal e sua utilização comum, e que NÃO ATINJA na saída do disparo energia cinética superior a
1.200 libras ou 1.620 Joules.
b) PORTÁTEIS DE ALMA LISA ou
c) PORTÁTEIS DE ALMA RAIADA Calibre nominal e sua utilização comum, e que NÃO ATINJA na saída do
disparo energia cinética superior a 1.200 libras ou 1.620 Joules.

II – ARMAS DE FOGO DE USO RESTRITO: as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam:
a) NÃO PORTÁTEIS
b) PORTÁTEIS Calibre nominal e sua utilização comum, e que ATINJA na saída do disparo energia cinética
superior a 1.200 libras ou 1.620 Joules.
c) PORTÁTEIS DE ALMA RAIADA Calibre nominal e sua utilização comum, e que ATINJA na saída do disparo
energia cinética superior a 1.200 libras ou 1.620 Joules.

III – ARMA DE USO PROIBIDO:


a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados internacionais dos quais a República
Federativa do Brasil seja signatária; ou
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

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IV – MUNIÇÃO DE USO RESTRITO: as munições que:
a) atinjam, na saída do cano de prova de armas de porte ou portáteis de alma raiada, energia cinética superior a
mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;
b) sejam traçantes, perfurantes ou fumígenas;
c) sejam granadas de obuseiro, de canhão, de morteiro, de mão ou de bocal; ou
d) sejam rojões, foguetes, mísseis ou bombas de qualquer natureza;

ATENÇÃO

"A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o
portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
alucinógenas.”

LIBERDADE PROVISÓRIA

Art. 21 – Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

(INCONSTITUCIONAL)

ATENÇÃO

Todos esses tipos penais são hediondos, entretanto, este dispositivo é inconstitucional, com base na ADIN
3112-1. Portanto, não possui aplicação prática.

JURISPRUDÊNCIAS, ENTENDIMENTOS E SÚMULAS IMPORTANTES

Informativos 699/STF e 493/STJ - O STF e o STJ pacificaram suas jurisprudências no sentido de ser típica a
conduta de portar arma de fogo mesmo que desmuniciada, por ser crime de perigo abstrato ou presumido,
bastando o simples porte da arma de fogo para sua consumação, independentemente de qualquer resultado
ulterior. (No entanto, se a arma for inapta a realizar disparos, trata-se de crime impossível por ineficácia
absoluta do meio).

Arma desmuniciada ou desmontada: Crime

É crime (já foi reconhecido o princípio da


Apenas munição ou acessório
insignificância do porte de uma munição, sem
(art. 12, 14 e 16 caput):
estar presente arma ou acessório)

Arma que não funciona totalmente (não


Não é crime, trata-se de crime impossível
dispara) ou arma de brinquedo:

Arma que funciona parcialmente


É crime (a ineficácia é relativa)
(atira uma vez, mas trava às vezes)

Informativo 782/STF – O STF tem competência para processar e julgar causas em que se discute prerrogativa
dos juízes de portar arma de defesa pessoal, por se tratar de ação em que todos os membros da magistratura
são direta ou indiretamente interessados (CF, art. 102,1, n). (Info 782)

Informativo 581/STJ – O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar arma de fogo durante o
exercício das atribuições de vigia não caracteriza coação moral irresistível (art. 22 do CP) capaz de excluir a
culpabilidade do crime de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" (art. 14 da Lei n. 10.826/2003)
atribuído ao empregado que tenha sido flagrado portando, em via pública, arma de fogo, após o término do
expediente laboral, no percurso entre o trabalho e a sua residência.

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Informativo 570/STJ – Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições
apreendidas, deve ser reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do referido artefato
e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com a determinação
legal/regulamentar.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público - O R: Errado. Os delitos de porte e posse ilegal de
porte de arma de fogo sem autorização e em arma de fogo de uso permitido (Artigos 12 e 14,
desacordo com determinação legal ou regula- do Estatuto do Desarmamento) são crimes de
mentar, ainda que a arma esteja desmuniciada ou perigo abstrato e não concreto. Neste sentido,
comprovadamente inapta a realizar disparos, con- mesmo desmuniciada o delito se consuma
figura delito de porte ilegal de arma de fogo.
CESPE - TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO –
R: Errado. Só será crime se a arma estiver desmu- Segundo atual entendimento do STF e do STJ,
niciada. Já a arma comprovadamente inapta não é configura crime o porte de arma de fogo desmu-
considerada crime (crime impossível). niciada, que se caracteriza como delito de perigo
abstrato cujo objeto jurídico tutelado não é a
CESPE - 2018 - PC-SE - Delegado de Polícia - O incolumidade física, mas a segurança pública e a
porte de arma de fogo de uso permitido sem paz social.
autorização, mas desmuniciada, não configura o
delito de porte ilegal previsto no Estatuto do R: Certo. É o que tem entendimento tanto o STJ
Desarmamento, tendo em vista ser um crime de quanto o STF.
perigo concreto cujo objeto jurídico tutelado é a
incolumidade física.

LEI 9.605/98 – LEI DOS CRIMES DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º - DE QUALQUER FORMA, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas
a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que,
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Administrativa

PESSOAS JURÍDICAS SERÃO


RESPONSABILIZADAS Penal
NAS ESFERAS

Civil

ATENÇÃO

A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do
mesmo fato.
Existem algumas divergências doutrinárias no que tange a responsabilização penal da pessoa jurídica. Diante de
otimizarmos nosso estudo e aplicar o que é adotado nos superiores tribunais, destrinchamos abaixo as 4
correntes adotadas e a escolhida pelo STJ e STF.

1ª CORRENTE (minoritária) O §3º do art. 225 da CF/88 deve ser interpretada considerando que os infratores
pessoas físicas estão sujeitas às sanções penais e os infratores pessoas jurídicas às sanções administrativas.

2ª CORRENTE: pessoas jurídicas não podem ser responsabilizadas criminalmente porque não têm capacidade

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 242
de conduta (não têm dolo ou culpa) nem agem com culpabilidade (não têm imputabilidade nem potencial
consciência da ilicitude). Adota a Teoria da Ficção Jurídica de Sauvigny: pessoa jurídica é uma mera abstração
jurídica, portanto, não pode cometer crimes, já que é despida de vontade, consciência e culpabilidade.

3ª CORRENTE: plenamente possível a responsabilização penal da pessoa jurídica no caso de crimes ambientais
tendo em vista que assim determinou o § 3º do art. 225 da CF/88. Também não há necessidade de dupla
imputação, ou seja, pessoa jurídica pode ser responsabilizada penalmente mesmo se não foi imputado o crime
a uma pessoa física. ADOTADA (STF E STJ)

4ª CORRENTE: é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica, desde que em conjunto com uma pessoa
física, ou seja, dupla imputação simultânea.

Tanto o STF quanto o STJ DESCONSIDERAM a necessidade de dupla imputação em crimes


ATENÇÃO
ambientais praticados por pessoas jurídicas.

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da


responsabilização da pessoa física que agia em seu nome.

Conforme disposto no artigo 4º é possível a desconsideração da pessoa jurídica sempre que sua personalidade
for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

Existem duas teorias que devemos ter um pouco mais de atenção devido aos detalhes que podem cair em sua
prova.

TEORIA MAIOR TEORIA MENOR

A desconsideração, para ser deferida, exige a


A desconsideração da personalidade jurídica exige
presença de dois ou mais requisitos: o abuso da
um único elemento
personalidade jurídica + o prejuízo ao credor.

No âmbito da Lei dos Crimes Ambientais adotamos a TEORIA MENOR.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2017 – PGE-SE – PROCURADOR – ADAPTADA - Ao praticar conduta lesiva ao meio ambiente
na esfera penal, uma pessoa jurídica poderá ser responsabilizada, se a conduta for cometida por decisão
do seu representante legal e em benefício da empresa.

R: Certo. O STF e o STJ entendem ser possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos
ambientais independentemente da responsabilização da pessoa física que agia em seu nome.

DA APLICAÇÃO DA PENA

Para imposição e gradação da penalidade a autoridade competente observará TRÊS FATORES:

Tendo em vista os motivos da infração e suas consequências


GRAVIDADE DO FATO
para a saúde pública e para o meio ambiente.

ANTECEDENTES DO
Quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental
AGENTE

VALIDADE: No caso de multa

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA
CESPE – 2020 - MPE-CE – ANALISTA MINISTERIAL - A situação econômica do infrator de crime
ambiental deverá ser observada pela autoridade competente na gradação da penalidade de multa.

R: Certo. Art. 6º da Lei 9.605/98: Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública
e para o meio ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 37 NÃO É CRIME O ABATE


DE ANIMAL, QUANDO REALIZADO :

II - para proteger
lavouras, pomares e
rebanhos da ação
I - em estado de IV
predatória ou
necessidade, para por ser nocivo o animal,
destruidora de animais,
saciar a fome do III (VETADO) desde que assim
desde que legal e
agente ou de sua caracterizado pelo órgão
expressamente
família; competente.
autorizado pela
autoridade
competente;

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2019 - PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL - No tráfico de fauna silvestre e exótica, a
caça de mamíferos e répteis para o consumo do próprio caçador e de sua família não é crime.

R: Errado. De acordo com o art. 37, não basta ser para o consumo, é necessário que seja em estado de
necessidade para saciar a fome do agente ou de sua família. E mais, a palavra tráfico tornou o item ainda
mais errado.

SUBSTITUIÇÃO DE PENAS

Art. 7º - As penas restritivas Crime culposo


e direito são AUTONOMAS e
substituem as penas
privativas de liberdade Crime doloso com prisão privativa de
nesses casos: liberdade inferior a 4 anos

A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as


circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do
crime.

§ único: As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma duração da pena privativa de
liberdade substituída.
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As penas restritivas de direitos previstas na lei são: Prestação de serviços à comunidade; interdição
temporária de direitos; suspensão total ou parcial de atividades, prestação pecuniária, recolhimento
domiciliar.

• AUTÔNOMA: Não pode ser aplicada juntamente com PPL (pena privativa de liberdade)
• SUBSTITUTIVA: Substitui a PPL. Não existe PRD (pena restritiva de direitos) no preceito secundário (pena)
do crime.
• CRIMES CULPOSOS: TODOS.
• CRIMES DOLOSOS: PPL < 4 anos (se a pena aplicada for de exatamente 4 anos, não cabe).
• DURAÇÃO: PRD = PPL substituída

Prestação de serviços à comunidade:

Consiste na execução de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação.
Caso haja dano a propriedade particular, pública ou tombada, pode haver também a sua restauração, se
possível.

Interdição temporária de direitos

1 - Proibição do condenado em contratar com o Poder Público, proibição do condenado receber incentivos
fiscais ou quaisquer outros benefícios,
2 - Proibição de o condenado participar de licitações, pelo prazo de:
5 ANOS EM CRIMES DOLOSOS
3 ANOS EM CRIMES CULPOSOS.

Suspensão parcial ou total de atividades

Será aplicada quando as atividades não obedecerem às prescrições legais

Prestação pecuniária

Pagamento a vítima, aos seus dependentes ou à entidade pública ou privada com fim social, de
importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário-mínimo nem superior a trezentos e sessenta
salários-mínimos.

O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator, exceto se
o juiz atribuir o benefício da prestação pecuniária a alguma entidade que não a vítima. Neste caso não haverá
dedução em função da não coincidência de beneficiários.

Recolhimento domiciliar

O condenado deve, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer atividade autorizada,
permanecendo recolhido em sua residência nos dias e horários de folga, conforme estabelecido na
sentença condenatória.

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES

CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES
I - BAIXO GRAU de instrução ou escolaridade do agente;
II - ARREPENDIMENTO do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação
significativa da degradação ambiental causada;
III - COMUNICAÇÃO PRÉVIA pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV – COLABORAÇÃO com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

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CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES

I – REINCIDÊNCIA nos crimes de NATUREZA AMBIENTAL


II – Ter o agente cometido a infração PARA OBTER VANTAGEM PECUNIÁRIA, coagindo outrem para a
execução material da infração, afetando ou expondo a perigo, de maneira grave a saúde pública ou o
meio ambiente, concorrendo para danos à propriedade alheia, atingindo áreas de unidades de
conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, atingindo áreas urbanas ou quaisquer
assentamentos humanos, em período de defeso à fauna, em DOMINGOS OU FERIADOS, à NOITE, em
épocas de seca ou inundações, no interior do espaço territorial especialmente protegido, com o emprego
de métodos cruéis para abate ou captura de animais, mediante FRAUDE ou ABUSO DE CONFIANÇA,
mediante ABUSO do direito de licença, permissão ou autorização ambiental, no interesse de pessoa
jurídica mantida total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais,
atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes, facilitada por
funcionário público no exercício de suas funções.

• Nos crimes ambientais, o SURSIS pode ser aplicado a penas privativas de liberdade de ATÉ 3 ANOS,
enquanto a regra geral do Código Penal é a aplicação do instituto a penas de até 2 anos.

• A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado para
efeitos de prestação de FIANÇA e cálculo de MULTA.

A MULTA será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se INEFICAZ, ainda que aplicada
no valor máximo, poderá ser AUMENTADA ATÉ TRÊS VEZES, tendo em vista o valor da vantagem
econômica auferida.

SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA


De acordo com o art. 20 a sentença penal condenatória sempre que possível fixará o valor mínimo para a
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio
ambiente.

O disposto no art. 21 trata dos conceitos e particularidades de cada tipo de pena. Sabemos que as penas são
aplicáveis de forma ISOLADA, CUMULATIVA e ALTERNATIVAMENTE às PESSOAS JURÍDICAS.

São penas aplicáveis às Pessoas Jurídicas:

Multa Prestação de Serviços


Restritivas de Direitos
à comunidade

RESTRITIVA DE DIREITOS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

I – Suspensão parcial ou total de atividades Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela
II – Interdição temporária de estabelecimento, obra pessoa jurídica consistirá em:
ou atividade I - Custeio de programas e de projetos ambientais
III – Proibição de contratar com o Poder Público II - Execução de obras de recuperação de áreas
bem como obter benefícios. degradadas
III - Manutenção de espaços públicos
IV - Contribuições a entidades ambientais ou
culturais públicas.

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ATENÇÃO

§ 1º - A SUSPENSÃO de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo s disposições legais
ou regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente.

§ 2º - A INTERDIÇÃO será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a
devida autorização ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º - A PROIBIÇÃO de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não
poderá exceder o PRAZO DE 10 ANOS.

DA AÇÃO PENAL E DO PROCESSO PENAL

As infrações penais previstas nesta Lei são de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.

Art. 27 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena
restritiva de direito ou multa, prevista no art. 76 da lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente
poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art.
74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 89 da Lei 9.0955/95 - Suspensão condicional do processo: 2 a 4 anos

Reparação não completa nos crimes ambientais:

4 anos + 1 ano de prorrogação = 5 anos de período de prova

NOVA PRORROGAÇÃO -v

TOTAL QUE PODE SER PRORROGADO = 14 Anos (4+5+5)

A declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigo referido no caput, dependerá de laudo
de constatação de reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° do
mesmo artigo

Na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, o prazo de suspensão do
PROCESSO SERÁ PRORROGADO, até o período máximo previsto no artigo referido no caput, ACRESCIDO DE
MAIS 1 ANO, com suspensão do prazo da prescrição.

Atenção! Aqui devemos mencionar também o entendimento do STJ segundo o qual as ações de reparação de
dano ambiental SÃO IMPRESCRITÍVEIS.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2019 - SLU-DF - Geraldo, ao colocar fogo no lixo acumulado em sua residência perdeu o
controle da situação: além do enorme volume de fumaça, as chamas causaram destruição da vegetação
de cerrado próxima ao local. Devido à poluição do ar, a população vizinha dessa área afetada teve de ser
retirada do local. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. A ação penal do crime
de poluição causado por Geraldo é pública incondicionada.

R: Certo. Conforme disposto no art. 26 da Lei 9.605/98: “Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação
penal é pública incondicionada.”

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DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

INFRAÇÃO É toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,
ADMINISTRATIVA promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
AMBIENTAL

AUTORIDADES
COMPETENTES PARA Os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema
LAVRAR AUTO DE Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as
INFRAÇÃO AMBIENTAL E atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias
INSTAURAR PROCESSO dos Portos, do Ministério da Marinha.
ADMINISTRATIVO

ATENÇÃO

§ 2º - Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacio-
nadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.

§ 3º - A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é OBRIGADA a promover a sua
apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de CO-RESPONSABILIDADE.

§ 4º - As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de


ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta Lei.

PRAZOS NAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS

5 DIAS Para o pagamento de multa, contados da data do recebimento da notificação.

Para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto de infração,


contados da data da ciência da autuação e para o infrator recorrer da decisão
20 DIAS condenatória à instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, de acordo com o tipo de autuação.

Para a autoridade competente julgar o auto de infração, contados da data da sua


30 DIAS lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação.

De acordo com o art. 72 as infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:

IV - Apreensão dos animais, produtos e


I - ADVERTÊNCIA INOBSERVÂNCIA subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer
natureza utilizados na infração
V - Destruição ou inutilização do produto
VI - Suspensão de venda e fabricação do produto
VII - embargo de obra ou atividade
II - MULTA SIMPLES DOLO OU CULPA VIII - demolição de obra
IX - Suspensão parcial ou total de atividades
X – (VETADO)
XI - restritiva de direitos

PROLONGAÇÃO
III - MULTA DIÁRIA DO TEMPO
DESOBEDIÊNCIA ÀS PRESCRIÇÕES LEGAIS

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 248
Nesse mesmo artigo, porém no §8º, temos as figuras das SANÇÕES RESTRITIVAS DE DIREITOS:

I - Suspensão de registro, licença ou autorização


II - Cancelamento de registro, licença ou autorização
III - Perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais
IV - Perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito
V - Proibição de contratar com a administração pública, pelo período de até 3 anos

Art. 75 - O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei e corrigido periodica-
mente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 e o máximo
de R$ 50.000.000,00.

Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão revertidos ao Fundo
Nacional do Meio Ambiente.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2019 - PROCURADOR MUNICIPAL - conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a


Acerca de tutela processual do meio ambiente, de sua prática, quando podia agir para evitá-la.
crimes ambientais e de espaços territoriais espe-
cialmente protegidos, julgue o item que se segue. CESPE – 2020 - MPE-CE – ANALISTA MINISTE-
Os crimes ambientais não podem ser caracteriza- RIAL - Toda ação ou omissão que viole as regras
dos por atos omissivos. jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e
recuperação do meio ambiente é considerada
R: Errado. Vide art. 2º: Quem, de qualquer forma, infração administrativa ambiental, para a qual a
concorre para a prática dos crimes previstos legislação prevê, entre outras sanções, advertên-
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na cia e demolição de obra, quando cabível.
medida da sua culpabilidade, bem como o diretor,
o administrador, o membro de conselho e de R: Certo. É exatamente o que traz os artigos 70 e
órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou 72 da Lei 9.605/98.
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da

DA AÇÃO PENAL E DO PROCESSO PENAL

Art. 54. CAUSAR poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da
flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§1º Se o crime é culposo:


Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§2º Se o crime:
I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas
afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma
comunidade;
IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;
V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas,

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em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem:


- deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de
dano ambiental grave ou irreversível.

Art. 65. PICHAR ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa

§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou
histórico:
Pena - detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de valorizar o patrimônio público ou priva-
do mediante manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou
arrendatário do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a observân-
cia das posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação
e conservação do patrimônio histórico e artístico nacional.

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de PRESERVAÇÃO PERMANENTE, mesmo que em
formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.


Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade

Art. 34. PESCAR em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão
competente:

Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:


I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos permitidos;
II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos,
técnicas e métodos não permitidos;
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha e
pesca proibidas.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2019 - PREFEITURA DE CAMPO CESPE – 2019 - PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO


GRANDE – PROCURADOR MUNICIPAL O ato FEDERAL A pena de degradação de floresta em
de grafitar é considerado um crime ambiental e área de proteção permanente, a exemplo da
pode ser punido com multa e detenção de três destruição ou dano irreparável da vegetação
meses a um ano. primária ou secundária da mata atlântica, é acres-
cida pela metade, caso o crime apresente dolo.
R: Errado. De acordo com o §2º do art. 65 da Lei
9.605/98, não constitui crime a prática de grafite R: Errado. Na verdade, o crime é, em regra,
realizada com o objetivo de valorizar o patrimô- doloso. Se for praticado na modalidade culposa, a
nio público ou privado mediante manifestação pena será reduzida pela metade – e não o contrá-
artística, desde que consentida pelo proprietário. rio (art. 38-A da Lei 9.605-98).

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 250
CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL Em operação da Polícia Federal,
um cidadão foi flagrado tentando pescar em local interditado por órgão federal. O pescador argumentou
que, apesar da tentativa, não obteve êxito na pesca. Nessa situação, mesmo sem o sucesso pretendido,
o pescador responderá por crime previsto na lei que tipifica os crimes ambientais.

R: Certo. É exatamente o que traz o art. 34 da Lei 9.605/98: “Art. 34. PESCAR em período no qual a
pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: Pena - detenção de um ano a três
anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.”

JURISPRUDÊNCIAS, ENTENDIMENTOS E SÚMULAS IMPORTANTES


Súmula 618/STJ: A inversão do ônus da prova aplica se às ações de degradação ambiental
Súmula 613/STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito Ambiental.
Súmula 629/STJ: Quanto ao dano ambiental, é admitida a condenação do réu à obrigação de fazer ou à de não
fazer cumulada com a de indenizar
Súmula 623/STJ: As obrigações ambientais possuem natureza propter rem” rem”, sendo admissível cobrá-las
do proprietário ou possuidor a tual e/ou dos anteriores, à escolha do credor.
Súmula 467/STJ: Prescreve em 05 anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da
Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
Informativo 545/STJ: A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo
descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil
para afastar sua obrigação de indenizar.
TESE STJ: O reconhecimento da responsabilidade objetiva por dano ambiental não dispensa a demonstração do
nexo de causalidade entre a conduta e o resultado.
TESE STJ: O pescador profissional é parte legítima para postular indenização por dano ambiental que acarretou
a redução da pesca na área atingida, podendo utilizar se do registro profissional, ainda que concedido
posteriormente ao sinistro, e de outros meios de prova que sejam suficientes ao convencimento do juiz acerca
do exercício dessa atividade.
TESE STJ: É devida a indenização por dano moral patente o sofrimento intenso do pescador profissional
artesanal, causado pela privaçã o das condições de trabalho, em consequência do dano ambiental.

LEI Nº 10.446/02

Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão
uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1º do art. 144 da Constituição.

Art. 1º. Quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme,
PODERÁ o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, SEM PREJUÍZO da
responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em
especial das Polícias Militares e Civis dos Estados PROCEDER À INVESTIGAÇÃO, dentre outras, DAS
SEGUINTES INFRAÇÕES PENAIS:

Sequestro e Cárcere Privado. Motivação política


Se o agente foi ou Quando praticado em
I
IMPELIDO por razão da função pública
Extorsão mediante sequestro (art. 159, CP) exercida pela vítima

Incisos I ‘’a’’, II, III e VII do


II Formação de cartel
art. 4º da Lei 8.137/90

que a República Federativa do Brasil se


III Violação aos direitos humanos comprometeu a reprimir em decorrência de
tratados internacionais de que seja parte.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 251
Transportadas em operação
INTERESTADUAL ou INTERNACIONAL
Furto (art. 155, CP)
IV Roubo (art. 157, CP)
Quando houver indícios da atuação de
Receptação de cargas, bens e valores (art. 180, CP)
quadrilha ou bando em mais de um estado
da federação

de produto destinado a fins terapêuticos ou


medicinais e venda, INCLUSIVE PELA
INTERNET, depósito ou distribuição do
V Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração produto falsificado, corrompido, adulterado
ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal).

Contra instituições financeiras, incluindo


AGÊNCIAS BANCÁRIAS ou CAIXAS ELE-
Furto (art. 155, CP) TRÔNICOS
VI Roubo (art. 157, CP)
Dano (art. 163, CP) Quando houver indícios da atuação de
associação criminosa ou bando em mais de
um estado da federação

Que difundam conteúdo MISÓGENO


Quaisquer crimes praticados por meio da
VII
rede mundial de computadores Definidos como aqueles que propagam
o ódio ou a aversão às mulheres.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES

1 - Note em TODOS os crimes contidos nesta lei, HÁ UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA para a atribuição
e competência desta lei. Caso não há essa respectiva condição os crimes serão investigados conforme
legislação eventual.
2 – Nos crimes dos incisos IV E VI É EXIGIDA A CONDIÇÃO DE 2 OU MAIS ELEMENTOS no ato do
crime.
3 – § único: Preenchidos os pressupostos do caput (Quando houver repercussão interestadual ou
internacional que exija repressão uniforme), o Departamento de Polícia Federal procederá a apuração de
outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo MINISTRO DA JUSTIÇA,
portanto esse rol de crimes é meramente EXEMPLIFICATIVO.
4 - Não haverá nulidade, posto que o Inquérito Policial é peça pré-processual meramente administrativa,
cuja irregularidade não afeta o processo judicial (HC 169348, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Primeira
Turma, julgado em 17/12/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 15-07-2020 PUBLICADO
em 16-07-2020)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2014 - PF - AGENTE DA POLÍCIA responsabilidade dos órgãos de segurança


FEDERAL – Diante da ocorrência dos crimes de pública arrolados pela CF, poderá investigar
sequestro, de cárcere privado e contra a todas essas infrações, independentemente de
economia popular, caso haja repercussão autorização ou determinação do ministro da
interestadual, a Polícia Federal, sem prejuízo da Justiça.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 252
R: Errado. Os crimes contra a economia popular, CESPE – 2004 – PF - ESCRIVÃO DA POLÍCIA
previstos na Lei nº 1.521/1951, não estão FEDERAL - A apuração das infrações penais prati-
expressamente previstos no caput do artigo 1º da cadas contra empresas públicas da União somen-
Lei nº 10.446/2006 como infrações penais de te é de competência da Polícia Federal caso
repercussão interestadual ou internacional que tenham repercussão interestadual, exigindo
exijam repressão uniforme. repressão uniforme.

CESPE – 2004 - PF - ESCRIVÃO DA POLÍCIA R: Errado. Em regra, a competência para apuração


FEDERAL – Atendidas as disposições legais, é de crimes cometidos contra Empresas Públicas da
atribuição da polícia federal apurar infrações União é da Polícia Federal. Já as infrações penais
penais cuja prática tenha repercussão interesta- praticadas contra sociedades de economia mista,
dual e exija repressão uniforme. por sua vez, é que serão apuradas pela PF quando
tiverem repercussão interestadual ou internacio-
R: Certo. É exatamente o que traz o art. 144, §1º, nal.
I, da CF/88: “A polícia federal, instituída por lei
como órgão permanente, organizado e mantido CESPE – 2018 – PF - AGENTE DE POLÍCIA FEDE-
pela União e estruturado em carreira, destina-se RAL – A Polícia Federal tem a atribuição de
a: apurar infrações penais contra a ordem política apurar infrações que exijam repressão uniforme e
e social ou em detrimento de bens, serviços e tenham repercussão internacional; infrações que
interesses da União ou de suas entidades autár- exijam repressão uniforme, mas que tenhamre-
quicas e empresas públicas, assim como outras percussão interestadual, devem ser apuradas
infrações cuja prática tenha repercussão interes- pelas polícias civis e militares.
tadual ou internacional e exija repressão unifor-
me, segundo se dispuser em lei.” R: Errado. Art. 144, § 1º: A polícia federal, instituí-
da por lei como órgão permanente, organizado e
CESPE – 2013 – PF - DELEGADO DE POLÍCIA – A mantido pela União e estruturado em carreira,
Polícia Federal dispõe de competência para destina-se a: I - apurar infrações penais contra a
proceder à investigação de infrações penais cuja ordem política e social ou em detrimento de bens,
prática tenha repercussão interestadual ou inter- serviços e interesses da União ou de suas entida-
nacional, exigindo-se repressão uniforme. des autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão
R: Certo. Art. 144, §1º, I, da CF/88. Note que essa interestadual ou internacional e exija repressão
mesma questão foi cobrada no ano de 2004 uniforme, segundo se dispuser em lei.
(questão acima).

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ESTATÍSTICA
Estatística é a parte da matemática responsável por coletar, tabular e sumarizar dados, além de inferir
conclusões a partir das informações obtidas.

DESCRITIVA Coleta de dados, organização, resumo de dados e descrição


ESTATÍSTICA
INFERENCIAL Análise dos dados, conclusão e tomada de decisões

ESTATÍSTICA DESCRITIVA

• Conjunto de indivíduos (ou objeto)


com pelo menos uma caracterítica em
comum, cujo comportamento deseja
AMOSTRA se analisar ou inferir.
POPULAÇÃO (É qualquer subconjunto, não • Finita: Quando apresenta um
vazio, da população) número finito de elementos. Ex: O
número de trabalhadores de uma
CENSO DADOS ESTATÍSTICOS empresa em
(Todos os indivíduos (Qualquer característica que possa ser
uma determinada data.
da popuilação) medida ou observada de alguma maneira)
• Infinita: Quando apresenta um
número infinito de elementos. Ex: As
temperaturas nos diversos pontos de
um país em determinado momento.
TIPOS DE VARIÁVEIS
Variável é a característica de interesse que é medida em cada elemento da amostra ou população. Como o nome
diz, seus valores variam de elemento para elemento. As variáveis podem ter valores numéricos ou não numéri-
cos.

QUANTITATIVA CONTÍNUAS
TIPOS DE VARIÁVEIS

(Valores numéricos. Ex: altura,


temperatura, nº de alunos) DISCRETAS

QUALITATIVA
NOMINAIS
(Características que não possuem
um valor quantitativo. Ex: sexo,
raça, cargo). ORDINAIS

Variáveis quantitativas CONTÍNUAS: Valores em uma escala contínua (na reta real)-> “VALORES QUEBRADOS”.
Variáveis quantitativas DISCRETAS: Podem assumir apenas um número finito ou infinito contável de valores e,
assim, somente fazem sentido valores inteiros. Geralmente são o resultado de contagens. Exemplos: número de
filhos, número de bactérias por litro de leite, número de cigarros fumados por dia.
Variáveis qualitativas NOMINAIS: Não existe ordem dentre as categorias. Exemplos: sexo, cor dos olhos, fuman-
te/não fumante, doente/sadio.
Variáveis qualitativas ORDINAIS: Existe uma ordem entre as categorias. Exemplos: escolaridade (1º, 2º, 3º graus),
estágio da doença (intermediário, terminal).

CUIDADO!
Uma variável originalmente quantitativa pode ser Outro ponto importante é que nem sempre uma
coletada de forma qualitativa. Por exemplo, a variável variável representada por números é quantitativa.
idade, medida em anos completos, é quantitativa, mas O número do telefone de uma pessoa, o número da
se for informada apenas a faixa etária (0 a 5 anos, 6 a casa, o número de sua identidade.
10 anos), será qualitativa.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA
CESPE – 2015 - Telebras - Analista Superior Uma empresa coletou e armazenou em um banco de dados diver-
sas informações sobre seus clientes, entre as quais estavam o valor da última fatura vencida e o pagamento ou
não dessa fatura. Analisando essas informações, a empresa concluiu que 15% de seus clientes estavam inadim-
plentes. A empresa recolheu ainda dados como a unidade da Federação (UF) e o CEP da localidade em que estão
os clientes. Do conjunto de todos os clientes, uma amostra aleatória simples constituída por 2.175 indivíduos
prestou também informações sobre sua renda domiciliar mensal, o que gerou o histograma apresentado. Com
base nessas informações e no histograma, julgue o item a seguir.
O CEP da localidade dos clientes e o valor da última fatura vencida são variáveis quantitativas.
R: Errado. Vimos que nem toda variável representada por números será quantitativa, o CEP é uma delas, sendo,
portanto, uma variável qualitativa.

TIPOS DE GRÁFICOS ESTATÍSTICOS


Os gráficos são uma forma de apresentação visual dos dados. Normalmente, contém menos informações que as
tabelas, mas são de mais fácil leitura.
REQUISITOS BÁSICOS DE UM GRÁFICO: VERACIDADE, CLAREZA e SIMPLICIDADE.

Gráfico de Barras Gráfico de Colunas Gráfico de Linhas Pizza

Gráfico de Histograma Gráfico Poligono de Frequência Gráfico de Diagrama de Ramos e Folhas

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 - IPHAN - Analista I O histograma é
um diagrama de retângulos contíguos com base na
curtose das faixas de valores da variável e com área
igual à diferença da frequência absoluta da respecti-
va faixa.
R: Errado. O erro está nas palavras "curtose e dife-
rença". O correto seria "eixo horizontal e soma".

CESPE – 2018 - Analista I O gráfico de barras é


adequado para a análise de variáveis qualitativas
ordinais ou quantitativas discretas, pois permite
investigar a presença de tendência nos dados. O gráfico ilustra cinco possibilidades de fundos de
R: Certo. Diagrama ou gráfico de barras é a repre- investimento com suas respectivas rentabilidades.
sentação mais utilizada para visualizar a informação Considerando que as probabilidades de investimen-
de um conjunto de dados qualitativos ou quantita- to para os fundos A, B, C e D sejam, respectivamente,
tivos discretos, organizados na forma de uma tabela P(A) = 0,182; P(B) = 0,454; P(C) = 0,091; e P(D) =
de frequências. 0,182, julgue o item subsequente. O gráfico apre-
sentado é um histograma.
CESPE - 2016 - FUNPRESP-EXE - Analista - Área R: Errado. É um gráfico de barras. No histograma não
Investimentos há espaços entre as barras/colunas.
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CESPE – 2015 - DEPEN - Agente Penitenciário Se os percentuais forem representados por barras
Federal A partir das informações e do gráfico apre- verticais, conforme o gráfico a seguir, então o
sentados, julgue o item que se segue. resultado será denominado histograma.
R: Errado. Será um gráfico de barras. Lembre-se, não
há espaço nas barras/colunas do histograma.

TABELA DE DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS


Para construir a tabela, é necessário organizar os dados brutos em um rol, ou seja, colocá-los, preferencial-
mente, em ordem crescente.
Uma frequência pode ser:
SIMPLES ABSOLUTA SIMPLES
ABSOLUTA (Quantidade de repetições ... do elemento)
ACUMULADA
FREQUÊNCIA
SIMPLES
RELATIVA RELATIVA ACUMULADA
ACUMULADA (Quantidade de repetições ... até o elemento)
Construindo a tabela: f: frequência simples / F: frequência acumulada
1º Passo: Acrescentar o rol, já organizado, em
ordem crescente; • frequência absoluta: nº de vezes que aparece o
2º Passo: Preencher a coluna de frequência elemento na lista;
absoluta (fi); • Frequência absoluta acumulada: quantidade de
3º Passo: Preencher a coluna de frequência números que aparecem até o atual elemento. (Soma-se o
absoluta acumulada (Fi); nº atual com seus anteriores).
4º Passo: Preencher a coluna de frequência • frequência relativa: a frequência relativa dar-se- á pela
relativa (fr); divisão da frequência absoluta pelo total de elementos,
5º Passo: Preencher a coluna de frequência multiplicado por 100.
relativa acumulada (Fri); fi
fr = . 100
n
Exemplo: • Frequência relativa acumulada: soma-se o nº atual com
Rol: 50, 50, 50, 65, 65, 65, 65, 70, 70, seus anteriores.
70, 70, 70, 70, 72, 72, 72, 72, 72, 80, 80.
Massa (kg) fi Fi fr Fri
50 3 3 3 ÷ 20.100=15% 15%
65 4 7 4 ÷ 20.100=20% 35%
70 6 13 6 ÷ 20.100=30% 65%
72 5 18 5 ÷ 20.100=25% 90%
80 2 20 5 ÷ 20.100=10% 100%
TOTAL 20 - 100% -

MEDIDAS DE POSIÇÃO

MÉDIA ARITMÉTICA
Para calcular a média aritmética, soma-se todos os elementos e divide pela quantidade de elementos.
x1 + x2 + x3 + ... + xn 2 + 2 + 7 + 9 + 15 35
Média = x= = =7
n 5 5
MODA
É o valor que aparece com maior frequência em uma distribuição:
Moda = 1, 1, 3, 3, 3, 4, 5, 5, 7
• Modal: 1 moda • Trimodal: 3 modas
Mo = 3 • Bimodal: 2 modas • Amodal: sem moda
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MEDIDAS SEPARATRIZES
MEDIANA
• É o valor CENTRAL de uma distribuição ordenada.
• Número de elementos ÍMPARES: elemento central
• Número de elementos PARES:
− 1º passo: organizar os números em ordem crescente;
− 2º passo: somar os dois números centrais e dividir por 2.
ELEMENTO ÍMPAR ELEMENTO PAR
{1, 7, 4, 9, 15} {8, 4, 6, 11, 2, 10}
1º passo: colocar em ordem crescente: 1º passo: colocar em ordem crescente:
{1, 4, 7, 9, 15} {2, 4, 6, 8, 10, 11}
2º passo: verificar o elemento central, ou seja, que se 2º passo: somar os dois números centrais e dividir por 2:
encontra no meio do rol.
Me= 6+8 = 7
Me = 7 2
Quartil (Q1, Q2 e Q3): São valores ordenados em ordem crescente, que dividem a distribuição em quatro partes
iguais. O primeiro quartil (Q1), é o número que deixa 25% das observações abaixo e 75% acima, enquanto o
terceiro quartil (Q3) deixa 75% das observações abaixo e 25% acima. Já Q2 é a mediana, deixa 50% das
observações abaixo e 50% das observações acima.
25% 25% 25% 25% • O box plot ou diagrama de caixas é um gráfico que utiliza os
quartis para representação dos dados.
Obs.: A linha do Q2 (mediana), nem sempre estará no meio da
Q1 Q2 Q3 caixa.
Decil: Divide a distribuição em 10 partes iguais.
Percentil: Divide a distribuição em 100 partes iguais.
MEDIDAS DE DISPERSÃO
VARIÂNCIA
• A variância é a média aritmética dos quadrados dos desvios.
• Para calcular a variância, devemos:
− 1º passo (MÉDIA): tirar a média de todos os números;
− 2º passo (TIRAR A DIFERENÇA): subtrair o valor da média, de cada número da lista;
− 3º passo (QUADRADOS): elevar ao quadrado cada valor obtido da subtração; e
− 4º passo (MÉDIA DOS QUADRADOS): calcular a média dos valores elevados ao quadrado e dividi-los por n-1, se
amostral, ou só por n, se for populacional, onde n é a quantidade de elementos.
Variância populacional Variância amostral
n n
(xi - x)² (x i - x)²
N n -1
i=1 i=1
DESVIO PADRÃO
• O desvio padrão é a raiz quadrada da variância.
• Desvio padrão (σ) = √variância
• Variância = σ²
Desvio padrão populacional Desvio padrão amostral
n n
(x i- x)² (x i - x)²
σ= S=
N n -1
i=1 i=1

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal
Federal Tendo em vista que, diariamente, a Polícia determinado aeroporto do Brasil, e considerando os
Federal apreende uma quantidade X, em kg, de dados hipotéticos da tabela precedente, que apresenta
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os valores observados da variável X em uma amostra Federal O tempo gasto (em dias) na preparação para
aleatória de 5 dias de apreensões no citado aeropor- determinada operação policial é uma variável
to, julgue os próximos itens. aleatória X que segue distribuição normal com média
M, desconhecida, e desvio padrão igual a 3 dias. A
observação de uma amostra aleatória de 100 outras
operações policiais semelhantes a essa produziu uma
média amostral igual a 10 dias. Com referência a
essas informações, julgue o item que segue, sabendo
A mediana das quantidades X observadas na amostra
que P(Z > 2) = 0,025, em que Z denota uma variável
em questão foi igual a 18 kg.
aleatória normal padrão. O erro padrão da média
R: Errado. Lembre-se, a mediana é o valor central,
amostral foi inferior a 0,5 dias.
portanto, após colocar os números em ordem cres-
R: Certo. O tamanho de uma amostra pode ser calcu-
cente, obtemos como mediana 22kg e não 18kg,
lado com base no erro de estimação (E). O erro é rela-
como afirma a questão.
cionado ao desvio (diferença) entre a média amostral
A moda da distribuição dos valores X registrados na
e a verdadeira média da população. Logo, temos:
amostra foi igual a 22 kg.
R: Certo. Moda é o número que mais se repete na
tabela, logo, temos 22kg. σ 3
Erro padrão = EP = = 0,3
n 100
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polí-

COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (PEARSON)


• Utilizado para comparar o grau de homogeneidade das amostras, ou seja, o grau de dispersão.
• Calcula-se pela razão entre o desvio padrão (σ) e a média (x);
• Quanto mais próximo de zero for o valor, mais homogênea será a amostra (0≤ Cv≥ 1).
CV: Decimal CV: Percentual
σ σ
Cv = Cv = .100
x x

ASSIMETRIA E CURTOSE
Assimetria: Distorções horizontais da curva normal.

Distribuição Simétrica Assimetria à Direita ou Positiva Assimetria à Esquerda ou Negativa


Curtose: Distorções verticais da curva normal.
Q3 - Q1
C=
2. P90 - P10

Leptocúrtica C < 0,263 Mesocúrtica C = 0,263 Platicúrtica C > 0,263

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2017 - SEDF - Técnico de Gestão Educacional
Um levantamento estatístico, feito em determinada
região do país, mostrou que jovens com idades entre 4 e
17 anos assistem à televisão, em média, durante 6
horas por dia. A tabela a seguir apresenta outras
estatísticas produzidas por esse levantamento.

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Tendo como referência essas informações, julgue os 2) A distribuição dos tempos T possui assimetria positiva.
seguintes itens. R: Certo. Vejamos:
1) O índice percentílico de curtose foi superior a 0,4, Simétrica: Moda = mediana = média
o que sugere que a distribuição dos tempos T seja Assimétrica positiva: Média > mediana > moda (caso
leptocúrtica. da questão 6h > 4h)
R: Errado. A distribuição é platicúrtica, visto que a Assimétrica negativa: Média < mediana < moda
curtose foi a superior a 0,4.

PROBABILIDADE
Espaço amostral (Ω): São todos os resultados possíveis de um evento.
Casos favoráveis (A): aqueles que desejamos observar/ter em um evento.
Nº de casos favoráveis Nº (A)
Probabilidade = ou P (A) =
Nº de casos possíveis Nº (Ω)
1º axioma: condição de existência
A probabilidade varia de 0 (zero) até 1 (um), onde 0 (zero) é considerado um evento impossível de ocorrer e 1
equivale a 100% de certeza de acontecimento.
Eventos mutuamente excludentes, dependentes e independentes:

A B A C B A (PAR) B (ÍMPAR)

Não são disjuntos ou excludentes São disjuntos, mas não excludentes São disjuntos e mutuamente
• Eventos disjuntos: não possuem intersecção; excludentes
• Eventos mutuamente excludentes: não possuem intersecção e são os únicos possíveis no espaço amostral;
• Eventos independentes: um não influencia no outro.
• Eventos dependentes: um influencia no outro.
Distribuições de probabilidade:
Distribuições discretas
Definição Função Densidade Média: Variança: Função Distribuição
de Probabilidade: f(x) σ² Acumulada: F(X)
Pode assumir os valores 0 e 1
(fracasso e sucesso, respectiva-
mente) em um experimento que
Bernoulli

é realizado uma única vez. k


P (x=k) = p . (1-p)¹ - k p p . (1-p) Calcular P(1), P(2), P(3), ...
A probabilidade de ocorrer um P(n) e somar
sucesso é p e a probabilidade de
ocorrer um fracasso é igual a q,
tal que p + q = 1.

Também pode assumir dois


valores/resultados possíveis:
Binomial

sucesso e fracasso, a diferença é P (x=s) = Cns . p s. (1-p)


n-s Calcular P(1), P(2), P(3), ...
np np . (1-p)
que na distribuição Binomial o P(n) e somar
experimento será realizado n
vezes.
Geométrica

Trata das tentativas ou fracas-


1 1-p(s) Calcular P(1), P(2), P(3), ...
sos necessários até o apareci- P (x) = p(f) . p(f) ... p(s)
mento do primeiro sucesso. p (s) p (s)² P(n) e somar
Hipergeométrica

Temos um conjunto com N elemen-


tos dos quais s possuem o atributo
sucesso e N – s possuem o atributo
Calcular P(1), P(2), P(3), ...
C np
fracasso. Serão retirados n elemen- P (x=k)= C D,k . (n-D), (n-k) P(n) e somar
tos do conjunto sem reposição. CN,n
Queremos calcular a probabilidade
de obtermos k sucessos.

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Definição Função Densidade Função Distribuição
de Probabilidade: f(x) σ² Acumulada: F(X)
Poisson

Utilizada para calcular probabili- x


λ . e -λ Calcular P(1), P(2), P(3), ...
P (x) = λ λ
dades de eventos "raros". x! P(n) e somar

Distribuições Contínuas
Definição Função Densidade Média: Variança: Função Distribuição
de Probabilidade: f(x) σ² Acumulada: F(X)
A probabilidade de se gerar 1 a+b (b - a)² É a área abaixo da reta
Uniforme

qualquer ponto em um intervalo f (x) = para < x <b


b-a 2 12 (base x altura)
contido no espaço amostral é
0, caso contrário
proporcional ao tamanho do
intervalo.
Exponencial

Utilizada para modelar probabili- 1 1 -ax


f (x) = ae
-ax F(x0 ) = 1 - e 0
dades que vão decaindo com o a a² P( 0 < x < x 0 )
tempo.

Também é chamada de
Distribuição de Gauss (Gaussiana);
só depende da média e do desvio
Normal

padrão; Utiliza-se tabelas Utiliza-se tabelas


retrata as distribuições de e não a fórmula. e não a fórmula.
frequência de muitos fenômenos
naturais;
seu gráfico possui a forma de sino.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário – Estatística Um pesquisador deseja comparar a diferença entre as
médias de duas amostras independentes oriundas de uma ou duas populações gaussianas. Considerando essa
situação hipotética, julgue o próximo item.
Para que qualquer teste possa ser realizado, as amostras devem ter distribuição normal.
R: Errado. Não é necessário que as amostras tenham distribuição normal para serem avaliadas/calculadas.

ANÁLISE DE REGRESSÃO LINEAR


Determinar a forma
A análise de regressão estuda a relação entre uma variável
dessa relação:
chamada a variável dependente (Y) e outras variáveis chama-
regressão
das variáveis independentes (X).
Exemplos:
É necessário:
− Variação dos salários e taxa de desemprego; Quantificar a força
− Altura dos pais e dos filhos; ou o grau dessa
− Renda mensal e despesas de consumo. relação: correlação

Coeficiente de correlação linear:

n xy - ( x) ( y)
r=
n( x²) - ( x)² n( y²) - ( y)²

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Elemento Interpretação
n Número de dados presentes.
Σx Soma de todos os valores de x.
Σy Soma de todos os valores de y.
Σ x² Deve-se elevar ao quadrado cada valor de x e somar os resultados.
Deve-se somar os elementos de x e elevar o total ao quadrado.
(Σ x)²
Cuidado: importante não confundir (Σx)² com Σ x².
Σ y² Deve-se elevar ao quadrado cada valor de y e somar os resultados.
Σ xy Deve-se multiplicar cada valor de x pelo valor correspondente de y e somar então todos
esses produtos.
r Representa o coeficiente de correlação linear para uma amostra.

Este coeficiente é uma medida do grau de dependência linear entre as duas variáveis, X e Y.
• −1 ≤ r ≤ 1;
• r = 1: relação linear perfeita (e positiva) entre X e Y;
• r = 0: inexistência de relação linear entre X e Y;
• r = −1: relação linear perfeita (e negativa) entre X e Y;
• r > 0: relação linear positiva entre X e Y;
• r < 0: relação linear negativa entre X e Y.

Sem correlação Correlação Correlação Correlação Correlação


positiva forte positiva média negativa forte negativa média

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 261
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

LÓGICA DE PRIMEIRA ORDEM / ESTRUTURAS LÓGICAS


PROPOSIÇÃO
É toda frase declarativa, afirmativa ou negativa, de sentido completo, à qual se pode atribuir, dentro de certo
contexto, somente um de dois valores lógicos possíveis: V ou F.

SENTENÇAS ABERTAS E FECHADAS


Sentenças abertas: são sentenças que possuem uma indeterminação, ou
seja, não temos como julgar se ela é verdadeira ou falsa.
Ex: Ela é linda. (Ela quem?); ATENÇÃO!
X + Y = 5 (Impossível saber o valor de X e Y na sentença). Não são consideradas
Sentenças fechadas: são aquelas que não possuem indeterminação, ou seja, proposições, sentenças:
temos como julgar se ela é verdadeira ou falsa. 1. Interrogativas;
Ex: 10 + 2 = 12 Qual é o seu nome?
Pelé foi jogador de futebol. 2. Imperativas;
PROPOSIÇÃO SIMPLES Abra a porta.
3. Exclamativas;
É uma frase declarativa, afirmativa ou negativa, constituída basicamente por Cuidado com o degrau!
UM SUJEITO E UM PREDICADO. 4. Sentenças abertas;
Exemplos: Ele caiu.
P: Mário é professor.
Q: Luana não é juíza.
R: Maria é escritora.

PROPOSIÇÃO COMPOSTA
É toda frase declarativa, afirmativa ou negativa, formada pela ligação de DUAS OU MAIS PROPOSIÇÕES SIMPLES
através dos operadores lógicos.
Exemplo:
Maria é escritora e Júnior é médico.

OPERADORES LÓGICOS (CONECTIVOS)


Principais conectivos (operadores lógicos):
...e... (^) Conjunção
...ou... (v) Disjunção
Ou...ou... (v) Disjunção exclusiva
Se...então... ( ) Condicional
Se, e somente se... ( ) Bicondicional

“E” (conjunção); símbolo = “Ou” (disjunção inclusiva); símbolo = V


v
Ex: Pelé é brasileiro e Romário é argentino. Ex: São Paulo é a capital do Brasil ou Maradona é argentino.
Cálculo sentencial: será verdadeiro quando as duas Cálculo sentencial: será falso quando as duas
declarações conectadas forem verdadeiras, caso declarações conectadas forem falsas, caso contrário
contrário, será falsa. v será verdadeiro.
Representação simbólica: P Q. Representação simbólica: P V Q.
Tabuada lógica da conjunção Tabuada lógica da conjunção
v
P Q P Q P Q PVQ
V V V V V V
V F F V F V
F V F F V V
F F F F F F

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“Ou... ou” (disjunção exclusiva); símbolo = V
Ex: Ou Brasília é a capital do Brasil ou Brasília é a capital da Argentina.
Cálculo sentencial: Será falso quando as duas declarações forem equivalentes, caso contrário, será verdadeira.
Representação simbólica: P V Q.
“Se e somente se” (bicondicional); símbolo =
“Se ..., então” (condicional); símbolo = Ex: Paulo Coelho é escritor se e somente se Felipe Massa é
Ex: Se fumar faz mal à saúde, então a Terra é quadrada. jogador de basquete.
Cálculo sentencial: será falso quando a primeira Cálculo sentencial: será verdadeiro quando as duas
declaração for verdadeira e a segunda for falsa, caso declarações forem equivalentes, caso contrário, será
contrário, será verdadeiro. falsa.
Representação simbólica: P Q Representação simbólica: P Q.
Tabuada lógica da conjunção Tabuada lógica da conjunção
P Q P Q P Q P Q
V V V V V V
Famoso
V F F V F F
VERA FISCHER
F V V F V F
F F V F F V

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de Procuradoria – Calculista Acerca da lógica sentencial,
julgue o item que segue.
A lógica bivalente não obedece ao princípio da não contradição, segundo o qual uma proposição não assume
simultaneamente valores lógicos distintos.
R: Errado. Como vimos, nenhuma proposição poderá assumir dois valores lógicos diferentes. A proposição será
verdadeira ou falsa. Todas obedecem ao princípio da não contradição.

NEGAÇÃO (LEI DE MORGAN)


É a mudança do valor lógico de uma proposição. A negação de uma proposição verdadeira é falsa. A negação de
uma proposição falsa é verdadeira. Ou seja, sua finalidade é inverter o valor lógico das proposições.
Negação das proposições simples:
P: Marcos é policial.
¬ P: Marcos não é policial.
Negação das proposições compostas:
Devemos respeitar algumas regras para negação das proposições compostas, veja:
LEMBRE-SE: Negação da conjunção: ¬ (P Q) = (¬P) V (¬Q)
V
Negação da disjunção: ¬ (P V Q) = (¬P) (¬Q)
V
V
Negação da condicional: ¬ (P Q) = P (¬Q)
Negação da bicondicional: ¬ (P Q) = P V Q

PROPOSIÇÃO NEGAÇÃO DA PROPOSIÇÃO

Algum Nenhum / Todo...não

Nenhum Algum... é/Pelo menos um... é/ Existe um

Todo Algum... não/Pelo menos um... não/ Existe um... não


Algum matemático é maluco. Nenhum médico é inteligente. Todo professor é inteligente.
¬P: NETO NÃO (MACETE) ¬P: PEA (MACETE) ¬P: PEA + NÃO (MACETE).
“Nenhum matemático é maluco”. “Pelo menos um médico é inteligente”. “Pelo menos um professor não é
“Todo matemático não é maluco”. “Existe um médico que é inteligente”. inteligente”.
“Algum médico é inteligente”. “Existe um professor que não é
inteligente”.
“Algum professor não é inteli-
gente”.
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - SEFAZ-DF - Auditor Fiscal Consideran- CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de
do a proposição P: “Se o servidor gosta do que faz, então o Procuradoria – Calculista Acerca da lógica senten-
cidadão-cliente fica satisfeito”, julgue o item a seguir. A cial, julgue o item que segue. Se uma proposição na
proposição “O servidor não gosta do que faz, ou o estrutura condicional — isto é, na forma P Q, em que
cidadão-cliente não fica satisfeito” é uma maneira P e Q são proposições simples — for falsa, então o
correta de negar a proposição P. precedente será, necessariamente, falso.
R: Errado. Para negar uma proposição condicional, R: Errado. Cuidado! Em uma proposição condicional,
basta manter a primeira, trocar o conectivo por “ou” só há possibilidade de ser F quando o anteced-
e negar a segunda! Lembre-se da regra do “MANÉ”. ente/precedente for V. Se tiver um F no precedente, a
(negação da condicional: ¬ (P Q) = P (¬Q)). resposta sempre será V independentemente do valor
V
do consequente (mnemônico: Vera Fischer).

TAUTOLOGIA, CONTRADIÇÃO E CONTINGÊNCIA


Uma proposição composta pode ser classificada como:
TAUTOLOGIA: proposição composta com a última coluna inteira com valor lógico verdadeiro;
CONTRADIÇÃO: proposição composta com a última coluna inteira com valor lógico falso.
CONTINGÊNCIA: a última coluna não é toda verdadeira nem falsa.
A fórmula para saber a quantidade de linhas da tabela-verdade é:
2 n = nº de linhas
n = número de proposições simples presentes na expressão/frase.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de P2: Se o governo der sinalização indesejada para o
Procuradoria Considere as seguintes proposições: mercado (R), a popularidade do governo cairá. (S)
• P1: Se a empresa privada causar prejuízos à socie- Q1: Se a empresa privada causar prejuízos à sociedade
dade e se o governo interferir na sua gestão, então o (P) e se o governo não interferir na sua gestão (~Q), o
governo dará sinalização indesejada para o mercado. governo será visto como fraco. (T)
• P2: Se o governo der sinalização indesejada para o Q2: Se o governo for visto como fraco (T), a populari-
mercado, a popularidade do governo cairá. dade do governo cairá.z (S)
n
• Q1: Se a empresa privada causar prejuízos à socie- Lembre-se, a quantidade de linhas é definida por 2,
dade e se o governo não interferir na sua gestão, o onde “n” é o número de proposições simples
governo será visto como fraco. existentes. Portanto, temos: P + Q + R + S + T = 25 =
• Q2: Se o governo for visto como fraco, a populari- 32
dade do governo cairá.
Tendo como referência essas proposições, julgue o CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo de
item seguinte, a respeito da lógica de argumentação. V V V Procuradoria - Calculista Acerca da lógica sentencial,
A tabela-verdade da proposição P1 P2 Q1 Q2 tem julgue o item que segue. Se P, Q, R e S forem proposições
mais de 30 linhas. simples, então a tabela-verdade da proposição
R: Certo. P Q RVS terá menos de 20 linhas.
V
P1: Se a empresa privada causar prejuízos à sociedade R: Certo. No caso, a questão nos deu 4 conectivos
(P) e se o governo interferir na sua gestão (Q), então o (proposições) representadas pelas letras P, Q, R e S,
4
governo dará sinalização indesejada para o mercado. (R) então: 2 = 16.

EQUIVALÊNCIA LÓGICA
São estruturas lógicas que possuem a mesma tabuada lógica, ou seja, dizem a mesma coisa, porém de formas
diferentes. Exemplo de uma equivalência lógica: dizer que “Se Mariana é paulista, então Luiza é brasileira” é
logicamente equivalente à proposição “Se Luiza não é brasileira então Mariana não é paulista”.
(P Q) = (¬Q) (¬P). (É necessário voltar negando!)
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Se hoje não é sábado, segunda é feriado.

Se segunda não é feriado, hoje é sábado. EQUIVALÊNCIA

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Argumento: é uma associação de frases que tem como intuito gerar um resultado que chamaremos de conclusão.
Exemplo de um argumento:
Simone é paulista ou Simone é mineira.
Simone não é paulista.
Logo, Simone é mineira.
Percebemos que o argumento é válido porque, partindo da veracidade das premissas, geramos uma conclusão que não é
duvidosa.
ATENÇÃO! A validade do argumento não está associada ao conteúdo das premissas, e sim à estrutura lógica do argu-
mento.
Exemplo: Todos os cachorros têm asas.
Todos os passarinhos são cachorros.
Todos os passarinhos têm asas.
Percebemos que todas as frases são falsas, entretanto, o argumento é válido. Nesse caso, especificamente, a validade do
argumento não está associada à veracidade das premissas com a finalidade de garantir a verdade da conclusão e sim à
estrutura que o termo categórico todo proporciona. Observe o silogismo categórico: TODO P é Q.
Para um argumento ser válido depende, portanto, apenas de sua estrutura e não de seu conteúdo ou da veracidade e
inverdades das proposições que o sustentam, ou seja, posso ter, por exemplo, premissas e resultados falsos, mesmo assim
o argumento será válido.

LÓGICA INFERENCIAL
Problemas de lógica que envolvem deduções, inferências e analogia e têm como finalidade correlacionar
elementos.
• Pessoas x lugares;
• Pessoas x profissões;
• Lugares x profissões;

Exemplo 1:
Ricardo, Rogério e Renato são irmãos. Um deles é médico, outro é professor, e o outro é músico. Sabe-se que:
1) ou Ricardo é médico, ou Renato é médico,
Primeiro passo: Procurar a informação que é
2) ou Ricardo é professor, ou Rogério é músico;
fornecida duas vezes à mesma pessoa. Assim, você
3) ou Renato é músico, ou Rogério é músico,
já conclui que o Rogério é o músico.
4) ou Rogério é professor, ou Renato é professor.

Portanto, as profissões de Ricardo, Rogério e Renato são, respectivamente:


a) professor, médico, músico.
b) médico, professor, músico.
c) professor, músico, médico.
d) músico, médico, professor.
e) médico, músico, professor.
Se Rogério é o músico, logo ele não é professor. Portanto, Renato é o professor. E, consequentemente, Ricardo é o médico.

Exemplo 2:
Amigas desde a infância, Beatriz, Dalva e Valna seguiram diferentes profissões e hoje uma delas é arquiteta, outra é
psicóloga, e outra é economista. Sabe-se que:
Ou Beatriz é a arquiteta ou Dalva é a arquiteta.
Ou Dalva é a psicóloga ou Valna é a economista.
Ou Beatriz é a economista ou Valna é a economista.
Finalmente, sabe-se que ou Beatriz é a psicóloga ou Valna é a psicóloga.
As profissões de Beatriz, Dalva e Valna são, pois, respectivamente:
a) psicóloga, economista, arquiteta. Se Valna é economista, então ela não
b) arquiteta, economista, psicóloga. pode ser a psicóloga. Logo, Beatriz é a
c) arquiteta, psicóloga, economista. psicóloga e, consequentemente, Dalva é
d) psicóloga, arquiteta, economista. a arquiteta. R: “D”.
e) economista, arquiteta, psicóloga.
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PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
Permutação: permutar significa “trocar de lugar”, “embaralhar” a ordem dos elementos.
P = N!
Ex: (PERMUTAÇÃO SIMPLES)
Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra LÁPIS?
P = 5! = 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 120
Permutação com REPETIÇÕES:
Regra: deve-se dividir a permutação simples pelo fatorial do nº de elementos repetidos.
EX: OVO = 3! = 6 = 3 EX: CASA = 4! = 4.3.2.1 = 12
2! 2 2! 2.1
Permutação CIRCULAR:
Chama-se permutação circular de n elementos distintos dispostos ao redor de um círculo, o número de classes
que são obtidas dispondo esses elementos ao redor desse círculo.
P (c) = ( N - 1 )!
Ex: De quantas formas 4 pessoas podem se sentar ao redor de uma mesa circular?
PC = (4 – 1)! = 3! = 3 · 2 · 1 = 6

ANÁLISE COMBINATÓRIA
A= N!
Sim Arranjo ( N - P )!
A ordem importa?
C= N!
Não Combinação
( N - P )! P!
Exemplo de COMBINAÇÃO: Exemplo de ARRANJO:
Com 7 livros diferentes e 5 revistas variadas, Para cadastrar seus equipamentos, uma instituição usa
devem ser formados pacotes com 4 livros e 3 códigos numéricos de 2 algarismos, de 3 algarismos e de 4
revistas. Quantas são as possibilidades? algarismos, não sendo permitidas repetições de algaris-
mos. A partir dos algarismos de 0 a 9, o número de códigos
4L e 3R
distintos disponíveis para esse cadastramento é igual a:
2: 10 . 9 = 90
C 7,4 . C 5,3 3: 10 . 9 . 8 = 720
7.6.5.4 . 5.4.3 4: 10 . 9 . 8 . 7
4.3.2.1 . 3.2.1 O exercício é de arranjo. Em questões de arranjo, a ordem
importa.
35.10 = 350 90 + 720 = 810 + 5040 = 5850

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista ordem importasse, estaríamos diante de uma
Policial Federal Em um processo de coleta de frag- questão de arranjo.
mentos papilares para posterior identificação de
criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas deverá C 15,2 = 15.14.13! = 15 x 7 = 105
se revezar nos horários de 8h às 9h e de 9h às 10h. 2.13!
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal
a seguir. Considere que uma dupla de papiloscopistas Os indivíduos S1, S2, S3 e S4, suspeitos da prática de
deve ser escolhida para atender no horário das 8h. um ilícito penal, foram interrogados, isoladamente,
Nessa situação, a quantidade, distinta, de duplas que nessa mesma ordem. No depoimento, com relação à
podem ser formadas para fazer esse atendimento é responsabilização pela prática do ilícito, S1 disse que
inferior a 110. S2 mentiria; S2 disse que S3 mentiria; S3 disse que S4
R: Certo. A primeira pergunta que se deve fazer é: “a mentiria. A partir dessa situação, julgue o item a
ordem importa?”. Veja que, nesse caso, a questão seguir. Se os quatro suspeitos tiverem nascido nos
trata de combinação, pois a ordem não importa. Se a estados da Bahia, de Pernambuco, do Rio de Janeiro
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e de São Paulo, cada um em um estado diferente, e R: Errado. A questão pede a quantidade de possibili-
atualmente residirem nesses mesmos estados, ainda dades de naturalidade e residência, logo, temos:
que alguns deles possam ter se mudado de um estado 1º) Naturalidade: 4 x 3 x 2 x 1 = 24
para outro, a quantidade de possibilidades de natu- 2º) Residência: 4 x 4 x 4 x 4 = 256
ralidade e residência dos acusados é inferior a 100. 24 X 256 = 6.144

PROBABILIDADE
A teoria das probabilidades busca estimar as chances de ocorrer um determinado acontecimento.
Resumindo: é o número de casos favoráveis dividido pelo total de casos possíveis!
P = n (E) “Evento que interessa”
n (Ω) “Espaço amostral”
Ex: Ao ser lançado um dado, qual a probabilidade de a face voltada para cima ser o número 2?
N(E) = {2} = 1 N(Ω) = {1,2,3,4,5,6} = 6.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia
de Procuradoria – Calculista A União tem, hoje, 138 Federal - Em um aeroporto, 30 passageiros que
estatais sob sua gestão, entre elas o Banco do Brasil desembarcaram de determinado voo e que estiveram
S.A., a PETROBRAS e a CAIXA. Dessas 138, somente nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia
três devem permanecer sob a gestão da União; as infecciosa, foram selecionados para ser examinados.
demais serão privatizadas. Considerando essa Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros
afirmação, julgue o próximo item. Supondo-se que a selecionados estiveram em A ou em B, nenhum
PETROBRAS e o Banco do Brasil S.A. sejam estatais desses 25 passageiros esteve em C e 6 desses 25
já escolhidas para permanecerem sob a gestão da passageiros estiveram em A e em B. Com referência a
União, se a terceira estatal for escolhida ao acaso, a essa situação hipotética, julgue o item que segue. Se
chance de a CAIXA ser privatizada será superior a 2 dos 30 passageiros selecionados forem escolhidos
99%. ao acaso, então a probabilidade de esses 2 passagei-
R: Certo. A questão já nos informa que a PETRO- ros terem estado em 2 desses países é inferior a
BRAS e o Banco do Brasil já foram escolhidas, 1/30.
sobrando, então, 136 do total. Portanto, será 1 R: Errado. A questão nos pede a probabilidade de
chance entre 136. dois passageiros terem estado em 2 países com a
epidemia, note que somente 6 dos 30 passageiros
1/136 = 0,007 (Essa é a chance de a CAIXA não ser estiverem nessas condições. Portanto:
privatizada. Assim, a chance para que ela seja privatiza- 6 5 1
P= = 29 P=
da será de 0,9926). 30 29 29
0,007 = 0,7% (chance de não privatizar); 1 1
e 0,9926 = 99,26% (chance de privatizar) ATENÇÃO: é maior que
29 30

CONJUNTOS
Relação entre conjuntos:
PERTINÊNCIA: serve para indicar se um elemento pertence ou não a um determinado conjunto.
Exemplo: dado o conjunto A = {3; 4; 5; 6}, podemos dizer que: 3 A; 1 A; 6 A.
SÍMBOLO: e
IGUALDADE: dois conjuntos A e B são iguais se, e somente se, simultaneamente A estiver contido em B, e B
estiver contido em A.
Exemplo: A = {a; e; i}
B = {e; i; a}
Dizemos que A = B
Símbolo: =
INCLUSÃO: é uma relação entre conjuntos.
Exemplo: A = {1, 2, 3}
B= {1; 2; 3; 4 ; 5}
C = {6; 7; 9} Dizemos que AC B; C C A.

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SÍMBOLO: C ou C

UNIÃO (U) = representa todos os elementos dos conjuntos dados.


INTERSECÇÃO ( ) = representa os elementos comuns aos conjuntos dados.
U
DIFERENÇA (A – B) = representa os elementos que pertencem somente ao conjunto A.

A B A B
A B
AUB

A B A-B
U

Exemplo: Determine e represente, considerando A = {1,2,3,4} e B = {3,4,5,6}.


a) A U B = {1,2,3,4,5,6}
U
b) A B = {3,4}
c) A – B = {1,2}
A B
d) B – A = {5,6}
12 34 56

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da desses 25 passageiros esteve em C e 6 desses 25


Receita Estadual Em determinado dia, os órgãos passageiros estiveram em A e em B. Com referência a
responsáveis atenderam 50 contribuintes para essa situação hipotética, julgue o item que segue.
resolver pendências relativas ao IPTU, ao IPVA e a Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
outros tributos. Sabe-se que foram atendidos: estiveram em A.
• 18 contribuintes com pendências de IPTU; R: Certo. Ao contar os 11 passageiros que estiveram
• 23 contribuintes com pendências de IPVA; em B, você não pode esquecer de incluir na soma o
• 8 contribuintes com pendências de IPTU e IPVA. número da intersecção entre A e B, logo, sobrariam 5
Nesse caso, a quantidade de contribuintes atendidos passageiros somente em B. Feito isso, basta subtrair
cujas pendências não se referiam a IPTU nem a IPVA o total de 25 passageiros, menos a quantidade
foi igual a: encontrada em B: 25 – 11 = 14. Portanto, temos 14
R: Total de contribuintes = 50 passageiros que estiveram somente em “A”. Lembran-
IPTU = 18 do, a questão quer saber o total de passageiros que
IPVA = 23 esteve em “A”, então, não podemos esquecer de quem
IPTU + IPVA = 8 18 + 23 = 41 41 - 8 (IPTU + IPVA) = 33 está presente na intersecção. Ao todo, 20 passagei-
50 (contribuintes) - 33 = 17 ros estiveram em “A”.

CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia


Federal - Em um aeroporto, 30 passageiros que
A B
desembarcaram de determinado voo e que estiveram
nos países A, B ou C, nos quais ocorre uma epidemia 14 6 5
infecciosa, foram selecionados para ser examinados.
Constatou-se que exatamente 25 dos passageiros
selecionados estiveram em A ou em B, nenhum

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INFORMÁTICA

COMPONENTES DE UM COMPUTADOR: HARDWARE E SOFTWARE

HARDWARE
É tudo que podemos ver ou tocar. Refere-se à parte física ou mecânica. O QUE É UM
Exemplos: placa de vídeo, monitor, mouse, placa-mãe, HD, CPU, etc.
COMPUTADOR?
SOFTWARE
Conjunto de componentes
Refere-se à parte lógica ou virtual. Programas e instruções que são eletrônicos, capaz de processar
executados por um processador. dados e gerar informações.
Exemplos: editor de texto, sistema operacional, Linux, Windows,
navegador web, etc.
A informação possui um fluxo no computador, vejamos:

ENTRADA PROCESSAMENTO SAÍDA


Homem Máquina / CPU Homem
Dispositivos de entrada: estes dispositivos enviam dados à CPU, ou seja, fazem com que os dados entrem na CPU
para serem processados.
TECLADO E MOUSE WEBCAM
O teclado e o mouse são periféri-
cos essenciais, ou seja, eles são A webcam captura a imagem de um
indispensáveis no uso do computa- ambiente físico e a leva à CPU.
dor.

SCANNER MICROFONE
O scanner digitaliza um documen-
to físico, tornando-o digitalizado e O microfone capta o som e o
o envia à CPU. envia à CPU.

Dispositivos de saída: são dispositivos que recebem dados processados da CPU − É necessário dar uma saída aos
dados depois de processá-los.

Monitor Impressora Caixa de som


e Plotter

Dispositivos de entrada e de saída: realizam as duas funcionalidades no mesmo equipamento (enviam e recebem
dados da CPU). Não são, necessariamente, simultâneos.

Impressora Gravadora de HD Pen


multifuncional CD e DVD SSD Drive
Imprime e
escaneia

Monitor
touch screen Modem
O monitor touch screen, quando exibe na tela, é O modem modula
considerado dispositivo de saída, e, quando há o (codifica) e demodula
toque na tela, é considerado dispositivo de entrada. (decodifica).
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TIPOS DE HARDWARE
MAINFRAME PC - COMPUTADOR PESSOAL
Computadores de grande porte São desktops para usuários finais.
utilizados em grandes corporações. Computadores de mesa.
Exemplo: Bancos.

COMPUTADOR PORTÁTIL
Notebooks, netbooks e ultrabooks.

• Memória de massa;
• Não volátil;
• Armazenam uma grande quantidade de dados (centenas de gigabytes ou terabytes);
• São discos de armazenamento e, atualmente, os HD’s estão sendo substituídos pelos SSD’S;
• Os dados não são apagados quando o computador é desligado.

DISCO RÍGIDO (HD) OU SSD

MEMÓRIA ROM CPU


PRINCIPAIS
• Memória somente de leitura; • É uma Unidade Central
• Não volátil;
COMPONENTES de Processamento;
• Armazena os dados do fabri- DO PC • Conhecido como proces-
cante. sador (CPU ou UCP).

MEMÓRIA CACHE MEMÓRIA RAM


• Cache significa memória; • Conhecida como memória principal;
• É rápida e volátil (chega a ser 20x mais • É uma memória volátil de processamento, ou seja, é uma
rápida que a memória RAM); memória temporária;
• É intermediária entre a memória RAM e • Armazena muitos aplicativos que estão sendo executados;
a CPU; • Tanto a memória cache quanto a memória RAM são
• Os dados ficam armazenados temporari- memórias de processamento. A memória RAM não processa
amente para depois serem lançados na os dados, a CPU que processa. Mas as memórias são usadas
unidade lógica e aritmética. no processamento da CPU.

COMPONENTES
PLACA MÃE / MOTHERBOARD
É a parte do computador responsável por conectar e interligar todos os componentes do computador.
(Principal componente: chipset, composto por ponte norte e ponte sul)

ON-BOARD OFF-BOARD
Quando a placa-mãe possui um ou mais dispositivos Quando a placa-mãe não possui alguns
integrados, os quais podem incluir uma placa de componentes, sendo necessário instalar devidas
vídeo ou de som, etc. placas para alguns dispositivos funcionarem.

CPU - UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO


É o cérebro. Controla os COMPONENTES
componentes do computador
e processa os dados. A CPU é Unidade de Unidade lógica Memória Memória
instalada na placa-mãe. Controle (UC) e aritmética (ULA) registradora cache

MEMÓRIA
Capaz de armazenar informações

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MEMÓRIA
Há vários tipos de memórias em um computador, desde aquelas
temporárias até aquelas que armazenam informações por anos.
PRIMÁRIA/ PRINCIPAL SECUNDÁRIA AUXILIAR
Essencial/responsável para o É utilizada para gravar grandes Memórias que auxiliam o desem-
funcionamento da máquina (RAM quantidades de dados em uma penho do sistema operacional. São
e ROM) memória permanente (não duas: memória registradora e
volátil) Ex.: pen drive. cache (armazenamento e veloci-
dade)

• Memória CACHE - interna, do processador, para os dados mais utilizados pelo processador;
• Memória RAM - volátil, temporária, armazena os dados enquanto o processamento é realizado (perde o
conteúdo quando o computador é desligado);
• Memória ROM – não volátil, os dados permanecem armazenados mesmo quando o computador é desligado.
BARRAMENTOS
Local
Um barramento pode ser definido, fisicamente, como um
Slots conjunto de percursos condutores (VIAS) que servem para
BARRAMENTOS interconectar dois ou mais componentes funcionais de um
Portas
sistema.
Soquete

PORTAS DE COMUNICAÇÃO

PS2 Porta de Porta de


Personal System Comunicação Comunicação
2 (6 pinos) Serial Paralela
(9 pinos) 25 pinos)

S VGA Vídeo
DVI Graphics
Digital Visual Vídeo Separate
Vídeo (4 pinos) Array (15
Interface pinos)

USB HDMI
Universal Serial High Definition
Bus Multimedia Interface

USB - UNIVERSAL SERIAL BUS


VERSÃO TAXA DE TRANSFERÊNCIA
USB 1.0 1,5 Mb/s
USB 1.1 12 Mb/s
USB 2.0 480 Mb/s
USB 3.0 5 Gb/s
USB 3.1 10 Gb/s
COMUNICAÇÃO ENTRE OS COMPONENTES
Sistema Binário: É um sistema de numeração que possui o 0 (zero) e o 1 (um) como forma de representação
binária.
Bits

1 0 1 1 1 0 0 1

Bytes
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• Bits : "Binary digit" é a menor porção ou quantidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida.
O Bit é representado exatamente pelo 0 e 1.

• Byte: É uma representação numérica constituída de 8 Bits (que formam caracteres para uso operacionais).

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2017 - SEDF - Professor de Educação
Básica – Informática Acerca dos sistemas de entra- do que foi trazido na questão. Possui uma memória
da, saída e armazenamento em arquiteturas de com- volátil, ou seja, ela perde os seus dados se o forneci-
putadores, julgue o item que se segue. CD-ROM, pen mento de energia for interrompido.
drive e impressora são exemplos de dispositivos de
entrada e saída do tipo bloco. CESPE - 2016 - FUB - Administrador de Edifícios
R: Errado. Os dispositivos de entrada e saída podem Existe impressora que pode ser instalada no com-
ser divididos como dispositivos de bloco e caractere. putador por meio de conexão sem fio.
Exemplos de dispositivo de caractere: teclado, mouse, R: Certo. Como exemplo, as impressoras WIRELESS.
impressora. Já os dispositivos de blocos, podemos
citar: HD's, drivers de CD-ROM, flash drivers e disposi- CESPE - 2016 - FUB - Administrador de Edifícios O
tivos de armazenamento em geral. funcionamento das impressoras independe de cabo
de alimentação de energia elétrica, já que sua fonte
CESPE - 2016 - FUB - Assistente em Tecnologia da de energia advém do computador a que estiverem
Informação Acerca de arquitetura de computado- conectadas.
res, julgue o próximo item. A RAM tem como uma de R: Ao contrário dos mouses e teclados que não
suas características o fato de ser uma memória não precisam de uma fonte de energia, as impressoras
volátil, ou seja, se o fornecimento de energia for necessitam de uma fonte de alimentação externa
interrompido, seus dados permanecem gravados. para realizar a impressão.
R: Errado. A memória RAM é exatamente o contrário

REDES DE COMUNICAÇÃO
Rede é quando temos 02 (dois) ou mais computadores interligados, podendo ser: com fio (CABEADA) ou sem fio
(NÃO CABEADA).
Objetivo: efetivar e agilizar a troca de informações.
REDE CABEADA: Vantagens e desvantagens

+ • Maior a velocidade;
• Maior estabilidade;
• Alto custo;
• Grande quantidade de fios;
-
• Maior segurança dos • Prejudica o espaço físico do
dados trafegados. ambiente.

Na rede cabeada usa-se um SWITCH que gerencia toda a comunicação. Utiliza-se o padrão Ethernet (portas
de comunicação).
• CASCATEAMENTO: É a interligação física de um switch a outros, possibilitando que haja mais computadores
interligados em rede.

SWITCH PADRÃO ETHERNET


Quando há um switch, as mensagens serão enviadas diretamente de um ponto até o SWITCH, onde este filtrará
as mensagens e as encaminhará para as máquinas. Perceba que as interações não são ponto a ponto.

Recebe o nome de HOST cada com-


putador interligado à rede. Ou seja,
host é qualquer dispositivo que
PC 1 PC 3 esteja conectado em rede.
PC 2 Impressora

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REDES NÃO CABEADAS (SEM FIO) – HOMOGÊNEA / HETEROGÊNEA
A diferença existente entre as redes cabeadas e não cabeadas é que na
primeira temos um switch, já na segunda utilizamos um ROTEADOR. Alcance de uma rede WIFI: 600
• O roteador permite a conexão COM FIO e SEM FIO, pois possuem metros, normalmente.
portas de conexão externas que trabalham com o padrão Ethernet.
• Roteadores que utilizam a WIFI são chamados de HOTSPOT.
IP: Toda máquina possui uma identificação (numeração lógica), conhecida como IP. Essa identificação independe do
tipo de rede usada. Jamais dois dispositivos podem ter o mesmo IP.

MAC: Identificação física de um dispositivo localizada na placa de rede, na memória ROM.


REDES HOMOGÊNEAS REDES HETEROGÊNEAS
Computadores da mesma marca, mesmo modelo e Computadores de marca, modelos e sistemas
sistema operacional. operacionais diferentes.

TOPOLOGIA DE REDES
PONTO A PONTO BARRAMENTO
• Conexão direta entre um dispositivo e outro; • Os computadores ficam interligados por meio de um
• A mais utilizada; único cabeamento (cabo coaxial) - topologia antiga;
• Se o cabeamento for rompido, a comunicação • Se o cabeamento for rompido, a comunicação para.
para.

ANEL ESTRELA
• Todos os computadores ficam interligados em • A topologia mais cobrada em provas;
modo circular, não tendo início e nem fim – topo- • Todos os dispositivos ficam conectados a um SWITCH
logia antiga; ou roteador que gerencia a comunicação (utiliza o
• Se o cabeamento for interrompido, a comuni- padrão Ethermet);
cação para. • Se o cabeamento romper, o funcionamento continuará
ativo.

MALHA
• Os computadores interligam-se entre
si, ponto a ponto, por meio de disposi-
tivos de interligação, conhecidos como
redes ad-hoc.

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TIPOS DE COMUNICAÇÃO EM REDE

SIMPLEX HALF-DUPLEX FULL-DUPLEX


O envio de dados é unidirecional, O envio de dados é bidirecional, O envio de dados é bidirecional,
ou seja, em apenas uma direção. sendo uma direção de cada vez, ocorrendo ao mesmo tempo.
não ao mesmo tempo.
ENVIO DE DADOS
UNICAST MULTICAST
Envio de dados para UM ÚNICO host na rede; Envio de dados para UM GRUPO de hosts na rede;

BROADCAST
Envio de dados para TODOS os hosts na rede;

MODOS DE TRANSFERÊNCIA DE DADOS

FLUXO CONTÍNUO BLOCADO COMPRESSÃO


Modo de transferência de Transferência em blocos Arquivos grandes passam por
byte a byte. com cabeçalho especial. compressão, usando algum
algoritmo.
RELAÇÃO DE COMUNICAÇÃO ENTRE CLIENTE E SERVIDOR
Ocorre quando um programa-cliente faz uma solicitação a um servidor.
• Cliente: programas que são utilizados para realizar a solicitação.
Síncrona Comunicação instantânea
RELAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
Assíncrona Não há comunicação instantânea
ATENÇÃO: A maioria das questões cobram sobre e-mail, portanto, leve para a prova que neste caso, a comunicação não
é direta e fica retida em um intermediário, que no caso seria a caixa de entrada.
TAMANHO DAS REDES
• PAN: Rede cabeada
TIPOS DE REDES

PAN Personal Area Network (Rede de Área Pessoal) • WPAN: Rede sem fio.
• LAN: Rede cabeada;
LAN Local Area Network (Rede de Área Local) • WLAN: Rede sem fio.
• MAN: Rede cabeada;
MAN Metropolitan Area Network (Rede de Área Metropolitana) • WMAN: Rede sem fio.
WAN World Area Network (Rede de Área Mundial) • WAN: Rede cabeada;
• WWAN: Rede sem fio.
Internet: É a interligação de várias redes de computadores, por intermédio de um protocolo conhecido como TCP/IP.
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MODELO OSI x MODELO TCP/IP
MODELO OSI MODELO TCP / IP PROTOCOLO TCP / IP
Aplicação
Aplicação HTTP/FTP/SMTP/POP/IMAP/TELNET/SSH/
Apresentação
RTP/SNMP/ NNTP/DNS/DHCP/IRC/TLS-SSL
Sessão
Transporte Transporte TCP e UDP
Rede Rede IP/IPv4/IPv6/IPsec/ARP/ICMP
Enlace
Enlace Ethernet/WIFI/MODEM/DSL/MAC/PPP/TÚNEIS
Física
• 7 camadas; • 4 camadas; • HTTP: Protocolo de transferência de hipertexto.
• Voltado para redes • Voltado para Internet. • FTP: Protocolo de transferência de arquivos.
de computadores. • SMTP: Protocolo para transferência de e-mail simples.
PORTAS DOS PROTOCOLOS DA CAMADA DE • POP: Protocolo de correios 3.
APLICAÇÃO • IMAP: Protocolo de acesso a mensagem da internet.
• TELNET: Protocolo de acesso remoto.
No total, o ambiente de Rede possui 65.536 portas • SSH: Bloqueio de segurança.
de comunicação. • RTP: Protocolo de transporte em tempo real, usado para
PRINCIPAIS PORTAS / PROTOCOLOS trabalhar com VOIP.
• SNMP: Protocolo padrão para monitoramento e gerencia-
HTTP HTTPS FTP FTPS mento de redes.
80 443 20/21 989/990 • NNTP: Protocolo da internet para grupos de discussão.
SMTP SMTPS POP3 POP3S • DNS: Protocolo para transformar o nome do host em um
25 465/587 110 995 endereço IP.
• DHCP: Protocolo de configuração dinâmica de host.
IMAP4 IMAP4S TELNET SSH
• IRC: Protocolo de troca de mensagem instantânea.
143 993 23 22 • TLS/SSL: Protocolos de segurança criptográfica.
RTP SNMP NNTP DNA
554 161/162 119/553 53
DHCP IRC TLS SSL
67/68 194 Cryptor Cryptor

PROTOCOLOS DA CAMADA DE TRANSPORTE: TCP e UDP


TCP: Protocolo de Controle de Transmissão: É um protocolo que transporta os dados para os serviços essenciais
da internet (acesso de páginas, e-mail etc.) COM a garantia da entrega desses pacotes ao seu destino.
UDP: Protocolo de Datagrama de Usuário: Também é um protocolo de transporte de pacotes de dados, porém
para os serviços que exigem maior velocidade e SEM a garantia da entrega desses pacotes.
ISP: Provedor de Serviço a Internet: São empresas provedoras que fornecem serviços de conexão e pós-conexão
à internet.
DOMÍNIO
É o registro eletrônico de uma pessoa na internet que serve para sua identificação e localização.
DNP FINALIDADE DO DOMÍNIO DNP FINALIDADE DO DOMÍNIO
com.br Atividades comerciais org.br Entidades não governamentais
edu.br Entidades de ensino superior adm.br Administradores
gov.br Entidades do governo federal adv.br Advogados
mil.br Forças Armadas Brasileiras blog.br Web Logs
INTRANET
É uma rede privada, geralmente utilizada em empresas e ambientes corporativos. Possui seu acesso restrito a
pessoas autorizadas.
• Regras e protocolos são os mesmos utilizados na internet (modelo OSI e TCP/IP);
• Redes: LAN (rede local cabeada) ou WLAN (rede local sem fio).
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EXTRANET
É o acesso remoto a uma intranet, por meio da internet.
• É possível fazer uso de VPN (Rede Privada Virtual) para estabelecer uma conexão segura com o servidor.
VPN
É uma tecnologia que visa estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
• Utiliza-se da internet e da criptografia;
• Os dados são codificados no envio e decodificados no recebimento.
BROWSERS / NAVEGADORES
Programas utilizados para acessar páginas da web (arquivos com extensão .html) e outros serviços da internet,
como e-mails, redes sociais, transferência de arquivos, etc. Podemos citar:
• Internet Explorer;
• Google Chrome; Trabalham com o código aberto, permitindo que o
• Mozilla Firefox; usuário realize modificações de dados e melhorias.
• Safari.

Cookies: Histórico:
Toda vez que um site é acessado é gerado um Lista de sites acessados/visitados. É possível o
cookie. acesso de páginas da internet sem deixar registro
Não trazem risco, pois não podem carregar vírus. no computador, através da navegação privativa,
ficando registradas, apenas, no servidor.

COMPUTAÇÃO EM NUVEM
A nuvem é um conjunto de servidores remotos responsáveis por armazenar dados/informações, mídias e
fornecer conteúdo ou serviços. Essas informações estarão disponíveis em qualquer lugar, a qualquer hora.
Porém, para acessá-los online, o dispositivo precisará de acesso à internet.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 – Polícia Federal – Agente de Polícia
Federal As redes de computadores podem ser classi- R: Errado. Na transferência por fluxo contínuo, os
ficadas, pela sua abrangência, em LAN (Local Area dados são transmitidos como um fluxo contínuo de
Network), MAN (Metropolitan Area Network), e caracteres (byte a byte).
WAN (Wide Area Network).
R: Certo. A rede LAN é local, a MAN é Metropolitana CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia
e a WAN é de alcance global. Lembre-se, o incomple- Federal Uma empresa tem unidades físicas localiza-
to não está errado, ou seja, o fato de a questão não das em diferentes capitais do Brasil, cada uma delas
ter mencionado a rede PAN não significa que esteja com uma rede local, além de uma rede que integra a
errada. comunicação entre as unidades. Essa rede de inte-
gração facilita a centralização do serviço de e-mail,
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal que é compartilhado para todas as unidades da
Por meio de uma aplicação de acesso remoto, um empresa e outros sistemas de informação. Tendo
computador é capaz de acessar e controlar outro como referência inicial as informações apresentadas,
computador, independentemente da distância física julgue o item subsecutivo. Para viabilizar a comuni-
entre eles, desde que ambos os computadores este- cação de dados entre as unidades da empresa,
jam conectados à internet. podem ser utilizados serviços de interconexão com
R: Certo. Para que ocorra o acesso remoto, indepen- roteadores providos por operadoras de telecomuni-
dente da distância, é indispensável que os disposi- cação.
tivos estejam conectados à internet. R: Certo. Os roteadores são equipamentos que facili-
tam a interconexão. Após receber os pacotes,
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia procuram as melhores rotas para o envio até o próxi-
Federal Nas aplicações de transferência de arquivos mo equipamento.
por fluxo contínuo, os dados são transferidos como
uma série de blocos precedidos por um cabeçalho CESPE - 2018 - Polícia Federal - Escrivão de Polícia
especial de controle. Federal SMTP é o protocolo utilizado para envio e

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recebimento de e-mail e opera na camada de tino de pacotes de dados que trafegam entre máqui-
aplicação do modelo TCP/IP. nas de usuários ou de servidores e podem ser utiliza-
R: Certo. Lembre-se: SMTP, em regra, é para ENVIO dos para interligar várias redes de computadores
de e-mail, exceto quando se tratar de intranet, onde entre si.
fará o papel de enviar e receber. R: Certo. O switch conecta dispositivos em uma ou
mais redes, entregando os pacotes de dados para o
CESPE - 2016 - DPU - Analista - Conhecimentos destinatário. Já o roteador, além de conectar os
Básicos - Cargo 1 A respeito da Internet e suas ferra- dispositivos, procura a melhor rota para entregar os
mentas, julgue o item a seguir. Switchs e roteadores pacotes para os destinatários.
são equipamentos utilizados para definir a origem e o

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA “CIDA”

CONFIDENCIALIDADE INTEGRIDADE DISPONIBILIDADE AUTENTICIDADE


Apenas pessoas autoriza- Garante que a informação Sempre acessível para as Reconhecimento de identi-
das podem acessar a infor- não sofreu alterações e pessoas autorizadas. dade do usuário.
mação. encontra-se completa.

HACKERS E CRAKERS

HACKERS CRACKERS
Usuários que usam seus conheci-
mentos para proteção de sistemas X Usuários que quebram sistemas de
segurança de acesso de forma ilegal,
de informação (usuários bons). cometendo crimes e causando danos.

MALWARE
São programas maliciosos, criados com objetivos prejudiciais de comprometer a segurança da informação.

TIPOS DE MALWARE

VÍRUS WORM TROJAN SPYWARE

VÍRUS
Programa criado por um programador “cracker” com objetivos prejudiciais, aos arquivos e ao próprio computa-
dor.
− O vírus é dependente de um hospedeiro, no caso, um arquivo infectado.
− Tipos de vírus:
• Script: Um conjunto de instruções, escrito em linguagem de script (JavaScript e VBScript), que é recebido por
e-mail ou ao acessar uma página WEB. Pode ser executado automaticamente;
• Arquivo: Vírus de programa ou parasitário, pois infecta arquivos executáveis e replica-se ao localizar outros
arquivos também executáveis. Ele sobrescreve o código original e é conhecido por ser o vírus mais tradicional;
• Boot: Infecta os arquivos de INICIALIZAÇÃO do sistema operacional;
• Macro: Afeta os arquivos do PACOTE OFFICE;
• Executável: Invade os arquivos de extensão, e sua execução depende da abertura do arquivo infectado;
• Polimórfico: Muda sua assinatura a cada nova infecção, dificultando a ação do antivírus na sua captura;
• Stealth: É um vírus oculto/invisível. O vírus oculto se passa por um BAD BLOCK e informa ao antivírus que é um
conjunto de falhas físicas do HD;
• Time Bomb: A sua execução possui data determinada, ficando adormecido até a data determinada - “Bomba
Relógio”.
WORM / VERME
Não é um vírus, ou seja, não infecta arquivos, mas é um programa malicioso, que independe de hospedeiro, capaz
de se replicar de computador para computador. Ou seja, worms não infectam outros arquivos, eles mesmos são
os arquivos e geram muita lentidão.
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TROJAN HORSE - CAVALO DE TRÓIA
Seu principal objetivo é facilitar a entrada de vírus no computador, informando as portas de comunicações aber-
tas e vulneráveis (aparenta ser um programa inofensivo).
SPYWARE
Programa de espionagem: Programa capaz de monitorar e registrar tudo o que foi exposto na tela, registrando
todos os hábitos dos usuários, realizando, também, captura de escrita e prints da tela.

Keylogger: captutador de teclado X Screenlogger: capturador de tela

SPAM
Grande quantidade de envio de mensagens fraudulentas de e-mail ou SMS não autorizadas pelo destinatário.
ADWARE
Programa que executa anúncios automaticamente sem a permissão do usuário.
BOATO - HOAX
Mensagem que possui conteúdo falso ou alarmante e que, geralmente, aponta como remetente alguma instituição,
empresa ou órgão governamental.
PHISHING / ENGENHARIA SOCIAL
É um tipo de fraude eletrônica projetada para roubar informações valiosas particulares, utiliza-se de pretextos
falsos para induzir o receptor da mensagem a fornecer dados, senhas de cartões, entre outros.
RANSOMWARE (SEQUESTRO)
Tipo de malware que restringe o acesso ao sistema infectado e cobra um valor de resgate para que o acesso
possa ser reestabelecido.
SNIFFER
Utilizado para invasão e controle de redes.
PHARMING
É uma técnica que encaminha o usuário para um site falso, alterando o site de destino. O programa utiliza um
certificado autoassinado para fingir a autenticação e induzir o usuário a acreditar e fornecer seus dados no site
falso. Assim, coletam números de cartões de crédito, nomes e senhas.
BOTNET
Rede formada por centenas ou milhares de computadores infectados com bots. Permite potencializar as ações
danosas executadas pelos bots e ser usada em ataques de negação de serviço (DDOS).
DDOS
Os ataques de DDOS tentam derrubar sites ou redes inteiras sobrecarregando-as com tráfego proveniente de
milhares de computadores infectados.
BACKDOOR (PORTA DOS FUNDOS)
Tipo de código malicioso. Programa que permite o retorno de um invasor a um computador comprometido, por
meio da inclusão de serviços criados para esse fim.
ROOTKIT
Tipo de código malicioso. Conjunto de programa e técnicas que permite esconder e assegurar a presença de um
invasor ou de outro código malicioso em um computador comprometido.
PROTEÇÕES AO SISTEMA DE SEGURANÇA
ANTIVÍRUS
Programas de computador que detectam, protegem, previnem e elimina o vírus do computador.
ANTISPWARE
Software indicado para detectar ou eliminar os espiões (spywares), enviando-os à quarentena.
FIREWALL
Programa de proteção contra a entrada de vírus e usuários não autorizados em um sistema de redes. É considera-
do o principal recurso contra invasões externas ao computador, mas não possui o poder de remover o vírus.
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PROXY
Restringe o acesso a determinados sites.
BACKUP
Cópia de arquivos como medida de segurança, permitindo sua recuperação a qualquer momento em caso de
perda.
TIPOS DE BACKUP
QUENTE FRIO
O sistema permanece em execução enquanto o O sistema não pode permanecer em execução,
procedimento é realizado. necessitando ficar off line.
• Backup normal: Copia todos os arquivos selecionados, independente se os arquivos já sofreram backup ou não.
Alteram o atributo do arquivo.
• Backup incremental: Copia tudo aquilo que foi copiado ou alterado a partir do último backup normal ou incre-
mental. Altera o atributo do arquivo.
• Backup diferencial: Copia tudo aquilo que foi copiado ou alterado a partir do último backup normal. Não altera
o atributo do arquivo.
• Backup diário: Copia tudo aquilo que foi criado ou alterado na presente data.
• Backup cópia: Copia tudo aquilo que foi selecionado. Não altera o atributo do arquivo.

CRIPTOGRAFIA
É uma técnica que reescreve uma mensagem em códigos, transformando-a sem sentindo e sem significado para
qualquer leitor que, sem autorização, venha a interceptá-la no decorrer do tráfego.
CRIPTOGRAFIA
SIMÉTRICA ASSIMÉTRICA
Utiliza UMA chave privada que codifica e Utiliza DUAS chaves relacionadas: chave pública
decodifica as informações. Algoritmo: DES (codifica) e chave privada (decodificada).
• A criptografia simétrica tende a ser mais rápida, porém não tão segura como a criptografia assimétrica.
ASSINATURA DIGITAL
Verifica se o emissor de um documento ou serviço é realmente quem ele diz ser. Garante a autenticidade e integri-
dade, mas não o sigilo.
CERTIFICADO DIGITAL
O certificado digital assegura a autenticidade, confidencialidade e integridade das informações eletrônicas
através de uma chave pública (documento público) que contém o nome, um número público exclusivo e outros
dados que atestam quem é a pessoa.
BIOMETRIA
A biometria tem sido usada como forma de controle de acesso, visto que cada ser humano possui certas carac-
terísticas únicas das partes do corpo, como: digitais dos dedos, íris dos olhos e a voz.
CAPTCHA
Ferramenta que garante o acesso a determinado conteúdo somente por humanos, evitando spams ou mensagens
disparadas por outros computadores.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor Fiscal da Recei-
ta Estadual Identificação e autenticação são requisi- CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário –
tos de segurança da informação que consistem em Arquivologia Um certificado digital validado por
identificar usuários do sistema e verificar as suas uma autoridade certificadora permite associar uma
identidades, como pré-requisito para permitir o mensagem ao seu remetente, garantindo-se, assim, a
acesso desses usuários ao sistema. autenticidade da comunicação.
R: Certo. Vimos que a identificação é a capacidade de R: Certo. A autenticidade ou não repúdio garante
identificar usuários do sistema, já a autenticação é o que a informação foi produzida realmente pelo autor,
processo de verificação da identidade do usuário. não sendo possível negar sua autoria.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 279
CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal entrada e saída de vírus e usuários não autorizados
No acesso a uma página web que contenha o código no sistema. Não compete a ele o combate do vírus e
de um vírus de script, pode ocorrer a execução nem a proteção dos arquivos para impedir eventuais
automática desse vírus, conforme as configurações perdas por falta de backup.
do navegador.
R: Certo. Os vírus de script são códigos maliciosos CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia
inseridos em páginas da internet. Quando o usuário Federal A superexposição de dados pessoais nas
acessa a página com um navegador de internet, o redes sociais facilita o furto de identidade ou a
código é carregado e executado automaticamente. criação de identidade falsa com dados da vítima,
identidades essas que podem ser usadas para ativi-
CESPE - 2018 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área dades maliciosas tais como a realização de
Administrativa Mateus tem em seu computador o transações financeiras fraudulentas, a disseminação
Windows 10 e um firewall pessoal instalado que de códigos maliciosos e o envio de mensagens
funciona corretamente. Nessa situação, embora eletrônicas falsas por e-mail ou redes sociais.
esteja funcionando corretamente, o firewall não é R: Certo. A exposição de dados pessoas nas redes
suficiente para conter vírus e (ou) perdas de arquivos sociais pode facilitar a ação dos usuários maliciosos,
devidas a eventual falta de becape. visto que alguns dos dados da vítima já estarão ao
R: Certo. O firewall é uma ferramenta que filtra a seu alcance.

NAVEGAÇÃO, CORREIO ELETRÔNICO, PESQUISA E REDES SOCIAIS


BROWSER
É um software cliente responsável por disponibilizar ferramentas que dão acesso aos serviços oferecidos na
Internet.
• São desenvolvidos para serem compatíveis com hipertextos e hipermídias.
• A internet é baseada em uma arquitetura cliente/servidor.
HIPERMÍDIA Documentos em forma de hipertextos, imagens, sons e/ou vídeos;
HIPERTEXTOS Textos cujo acesso se dá por meio de ligações digitais denominadas hiperlinks;
HIPERLINKS Referências dentro de um hipertexto para esse ou outro hipertexto;
PLUGINS São complementos ou extensões. Programas que ativam novas funcionalidades.
PRINCIPAIS BROWSERS DA INTERNET

Google Chrome Mozilla Firefox Internet Explorer Internet Edge Novo Microsoft Edge
PRINCIPAIS TECLAS DE ATALHO
INTERNET NOVO INTERNET MOZILA GOOGLE
EDGE MICROSOFT EDGE EXPLORER FIREFOX CHROME
Tela inteira F11 F11 F11 F11 F11
Abrir página ALT + Home ALT + Home ALT + Home ALT + Home ALT + Home
Localizar na página CTRL + F CTRL + F CTRL + F CTRL + F CTRL + F
Atualizar a página F5/CTRL + R F5/CTRL + R F5/CTRL + R F5/CTRL + R F5/CTRL + R
Abrir nova guia CTRL + T CTRL + T CTRL + T CTRL + T CTRL + T
Abrir nova janela CTRL + N CTRL + N CTRL + N CTRL + N CTRL + N
Navegação anônima CTRL + SHIFT + P CTRL + SHIFT + N CTRL + SHIFT + P CTRL + SHIFT + P CTRL + SHIFT + N
Duplicar guia ALT + D + ENTER ALT + D + ENTER ALT + D + ENTER ALT + D + ENTER ALT + D + ENTER
Exibir download CTRL + J CTRL + J CTRL + J CTRL + J CTRL + J
Adicionar a favoritos CTRL + D CTRL + D CTRL + D CTRL + D CTRL + D

Fechar a guia
CTRL + W / CTRL + W / CTRL + W / CTRL + W / CTRL + W /
CTRL + F4 CTRL + F4 CTRL + F4 CTRL + F4 CTRL + F4
Imprimir CTRL + P CTRL + P CTRL + P CTRL + P CTRL + P
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 280
NAVEGAÇÃO ANÔNIMA (PRIVADA OU PRIVATIVA)
Os principais navegadores da internet trazem a possibilidade de se acessar a rede de modo oculto, ou seja, ao
acessar os sites, os registros do usuário não ficarão salvos no histórico de navegação e nem nos cookies.
CACHE COOKIES
Armazena o conteúdo de uma página da web por longo Armazena dados sobre escolhas pessoais dos usuários;
prazo;
Seu conteúdo é armazenado apenas no navegador; Seu conteúdo é armazenado tanto no navegador quanto
no servidor;
Geralmente expiram manualmente; Geralmente expiram automaticamente;
Consome grande espaço em termos de capacidade de Consome menos espaço em termos de capacidade de
armazenamento; armazenamento;
Armazena o conteúdo como páginas HTML, imagens, Armazena o conteúdo, como sessões de navegação e
JavaScript, CSS, entre outros. dados de rastreamento do usuário.

CORREIO ELETRÔNICO
Serviço de envio, recebimento e encaminhamento de mensagens eletrônicas assíncronas.
• Estrutura dos endereços de e-mail: nomedorecipiente@nomedodomínio.
PROTOCOLO DESCRIÇÃO
O SMTP é um protocolo de transmissão, o que significa que ele é utilizado para enviar mensagens
SMTP
de um cliente para um servidor e para troca de mensagens entre servidores.
O POP3 é um protocolo criado como uma forma simplificada de receber, baixar e deletar mensa-
POP3 gens de um servidor de e-mail. Sua última versão é suportada por todos os clientes e servidores
de e-mail (é necessário baixar a mensagem).
Trata-se do protocolo que permite que uma mensagem seja lida sem a necessidade de transferí-la
IMAP do servidor para o cliente (sem a necessidade de ser baixada). Assim, é possível acessar sua caixa
de e-mails por meio de diversos dispositivos eletrônicos diferentes.
PASTAS DE E-MAIL
Caixa de entrada Caixa de saída Itens enviados Itens excluídos Rascunho Lixo eletrônico
Armazena mensa- Armazena, de Armazena Armazena Armazena mensa- Armazena
gens recebidas. forma mensagens mensagens que gens que ainda mensagens
temporária, enviadas. foram excluídas estão sendo identificadas
mensagens de outras pastas. redigidas para como indeseja-
pendentes serem enviadas das (SPAM).
de envio. posteriormente.

ENVIO DE E-MAIL
Para: Destinatário (1, 2 ou vários);
De: Remetente;
Cc (Cópia Carbono): Destinatários secundários recebem uma cópia da mensagem
com o conhecimento dos destinatátios principais;
Cco (Cópia Carbono Oculta): Estes destinatátios recebem a cópia da mensagem sem
o conhecimento dos outros destinatários;
Assunto: Assunto referente à mensagem.

RESPOSTA DE E-MAIL
Responder: Responder apenas ao remetente da mensagem;
Responder a Todos: Responder ao remetente original e a todos os destinatários que estejam em PARA e CC;
Encaminhar: Enviar a mensagem para alguém que não esteja em PARA e CC.
OPERADORES DE BUSCA
OPERADOR APLICAÇÃO EXEMPLO
“ Pesquisa exata “Carro mais veloz do mundo”
- Exclusão de palavras Universidades em Brasília -UNB

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 281
OPERADOR APLICAÇÃO EXEMPLO
@ Busca páginas de redes sociais @resumodosaprovados
# Pesquisa de hashtags #Resumodosaprovadosomelhor
Pesquisa de caracteres curingas ou
* “menor * da América”
palavras desconhecidas
Combinação de pesquisas
OR Carro OR moto
(busca alternativa)
Site Pesquisas em sites específicos site: pt.wikipedia.org
Cache / info: Detalhes sobre um site cache: www.cnnbrasil.com.br
Intitle (título) Buscas em títulos de páginas Intitle: aprovados
Busca documentos na web com
Filetype Filetype: pdf
formato específico
.. Pesquisas dentro de um
Notebook $1.000 .. $2.000
intervalo de números

REDES SOCIAIS
• São aplicativos que permitem a criação de perfis por usuários com o intuito
de trocar informações e relacionarem entre si.
• No perfil do usuário é possível colocar informações pessoais/privadas e
profissionais.
• Existem, também, redes profissionais, políticas, comunitárias, entre outras. Twitter Instagram Facebook

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal As
versões mais modernas dos navegadores Chrome, CESPE - 2018 - FUB - Conhecimentos Básicos -
Firefox e Edge reconhecem e suportam, em insta- Cargos de Nível Médio Em uma pesquisa por meio
lação padrão, os protocolos de internet FTP, SMTP e do Google, o uso da expressão “concurso fub” -“nível
NNTP, os quais implementam, respectivamente, médio”, incluindo as aspas duplas, permite encontrar
aplicações de transferência de arquivos, correio informações somente dos concursos de nível médio
eletrônico e compartilhamento de notícias. da FUB que estiverem disponíveis na internet.
R: Errado. O erro da questão está na sigla SMTP, pois R: Errado. Nesse caso, haverá a exclusão da palavra
os navegadores de internet usam o IMAP4 para que se encontra posterior ao operador “-“, no caso,
acesso à caixa de mensagens do usuário. Relembran- “nível médio”. Logo, na pesquisa não aparecerá
do: o protocolo FTP é usado para transferência de concursos da fub que sejam de nível médio.
arquivos, enviando (upload) ou recebendo (down-
CESPE - 2018 - FUB - Conhecimentos Básicos -
load) dados. O protocolo SMTP é para envio de men-
Cargos de Nível Superior Na realização de pesquisa
sagens de correio eletrônico, mas é usado por um
por meio do Google, o uso do termo info:www.unb.br
cliente de e-mail, a exemplo temos o Microsoft Out-
permite a obtenção de detalhes sobre o sítio
look e o Mozilla Thunderbird.
eletrônico da UnB.
Já o protocolo NNTP (Network News Transfer
R: Certo. A opção info:, quando adicionada em uma
Protocol) é um protocolo da internet para grupos de
pesquisa, retorna informações sobre um site.
discussão da chamada usenet.
CESPE - 2019 - CGE - CE - Auditor de Controle Inter-
CESPE - 2019 - PGE-PE - Analista Administrativo
no - Fomento ao Controle Social A promoção da
de Procuradoria – Calculista Entre os delimitadores
conectividade entre várias pessoas simultaneamente,
de pesquisa pelo Google, o comando filetype: pdf
por meio de listas de amigos, seguidores e até mesmo
delimita a busca apenas de arquivos no formato PDF. desconhecidos, é a principal característica de redes
R: Certo. Para fazer uma consulta no Google que sociais.
encontre arquivos em formato PDF com qualquer R: Certo. Um dos serviços que mais tem promovido a
palavra e sobre qualquer assunto, basta digitar no conectividade dos usuários é a rede social. As redes
campo de busca filetype:pdf (palavra desejada). Lem- sociais permitem uma maior interação de usuários
bre-se, no site de pesquisas Google, palavras acom- simultaneamente, com compartilhamento de fotos e
panhadas de dois pontos são interpretadas como notícias, seguidores de páginas, enfim, uma varie-
comandos. dade aos usuários que acessam a rede mundial.
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SISTEMAS OPERACIONAIS
• São sistemas operacionais, em várias versões, criados pela Microsoft,
empresa fundada por Bill Gates. Microsoft Windows
• É considerado o sistema operacional mais utilizado em computadores no mundo.
• Termo utilizado para se referir a sistemas operacionais que utilizem o
núcleo Linux. Foi desenvolvido pelo programador finlandês Linus Torvalds. Linux
• O seu código fonte está disponível sob a licença GPL para que qualquer pessoa
o possa utilizar, modificar e distribuir livremente de acordo com os termos da licença.
Importante relembrarmos a diferença de Software Proprietário e Software Livre:
Software Proprietário: Possui restringido, por parte do proprietário, a sua redistribuição, cópia e modi-
ficação. Os direitos são exclusivos do produtor tendo de ser respeitados os direitos autorais e as
patentes. É possível adquirir a licença, via pagamento, para copiar, redistribuir ou modificar.
Ex.: Microsoft Windows e Office.
Software Livre: É disponibilizado para ser usado, copiado, modificado e redistribuído livremente. Pode
ser pago ou gratuito e apresenta um código-fonte disponível para modificações posteriores.
Ex.: sistema operacional Linux, Google Chrome e Mozilla Firefox.

RECURSOS E CARACTERÍSTICAS DO WINDOWS


• O Windows é gráfico: significa que é baseado em imagens e não em textos.
• O Windows é multitarefa preemptiva: possui capacidade de executar várias tarefas ao mesmo tempo. A carac-
terística “preemptiva” significa que as operações não acontecem exatamente ao mesmo tempo, mas cada progra-
ma requisita seu direito de executar uma tarefa, cabendo ao Windows decidir se autoriza ou não.
• O Windows é plug and play - conecte e use: a ideia é criar equipamentos e programas que são fáceis de instalar
e usar.
• O Windows é update: é o responsável por verificar as atualizações necessárias que o Windows precisa.
• Suspensão: é um estado de economia de energia que permite ao computador o seu retorno rapidamente a operação
(após segundos), assim que o usuário desejar continuar o uso.
• Hibernação: é um estado de economia de energia projetado principalmente para laptops. Enquanto a suspensão
coloca seu trabalho e as configurações na memória e usa uma pequena quantidade de energia, a hibernação desli-
ga o computador, após colocar no disco rígido os documentos e os programas abertos.
• Bibliotecas para acessar arquivos e pastas: documentos, imagens, músicas e vídeos.
WINDOWS 10
VERSÕES DESCRIÇÃO
WINDOWS 10 HOME Usuários domésticos – disponível gratuitamente em formato de atualização.
WINDOWS MOBILE Setor móvel: tablets e smartphones.
WINDOWS 10 PRO Pequenas empresas.
WINDOWS 10 ENTERPRISE Pensado para perfis corporativos.
WINDOWS 10 EDUCATION Destinado a atender às necessidades no meio acadêmico.

ALGUMAS DAS PRINCIPAIS FUNCIONALIDADES DO WINDOWS


MENU INICIAR
• O novo Windows veio com a missão de retornar com o Menu Iniciar, o
que aconteceu de fato;
• Ele é dividido em duas partes:
• Na esquerda, temos o padrão já visto nos Windows anteriores, com a
organização em lista de programas. Já na direita, temos uma versão com-
pacta e moderna, lembrando os azulejos do Windows Phone 8;
• Importante destacar, também, a opção de Visão de Tarefas.
NOVO NAVEGADOR EDGE
• Um novo navegador que veio para substituir o Internet Explorer;
• Permite fazer anotações diretamente em páginas da web e com-
partilhá-las;
• Também incorporou um “hub”, local em que os dados de navegação
são armazenados. Com um clique é possível acessar os favoritos, a
lista de leituras, o histórico e downloads em andamento.
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ASSISTENTE PESSOAL
• Uma das inovações do Windows 10 é a possibilidade que os
usuários têm de conversar com seu computador;
• Conhecida como Cortana, ela veio como uma assistente pessoal,
podendo ser acionada para executar algumas tarefas (semelhante à
Siri, da Apple).

ATUALIZAÇÕES AUTOMÁTICAS
• Essas atualizações automáticas ajudam a proteger a segurança dos
usuários.

ACESSÓRIOS DO WINDOWS
A Restauração do Sistema O desfragmentador de
é um ótimo recurso que Calculadora disco serve para
possibilita o computador organizar seu HD,
Restauração do Sistema Bloco de Notas
voltar para um estado juntando as imagens,
(hora e data) no passado. vídeos, pastas e progra-
Cotas De Usuário WordPad mas e colocando todos
Criação de pastas: de forma organizada,
até 260 caracteres. liberando espaço no
Windows Explorer Paint
• Símbolos Proibidos: disco rígido.
\|/ (Barras)
* (Asterisco) Pastas Teclado Virtual
< > (Sinais)
? (Interrogação)
“ (Aspas) Lixeira Limpeza de Disco
: (Dois pontos)
Desfragmentador e otimizador de Disco Desfragmentador de Disco

O desfragmentador de espaço
reagrupa os fragmentos de arquivos Verificação de Erros Agendador de Tarefas
gravados no disco, unindo-os em
linha para que possam ser lidos com
mais rapidez pelo sistema de leitura
do disco rígido.

LINUX
Antes de começarmos, é importante destacarmos o conceito de Kernel e Shell:
Kernel é o núcleo de um sistema operacional, o componente central do sistema responsável por se comunicar e
controlar o hardware. As responsabilidades do núcleo incluem gerenciar os recursos do sistema (a comunicação
entre componentes de hardware e software).
Shell é o interpretador de comandos do Linux. Interpreta os comandos do usuário para o Kernel poder executar.
CARACTERÍSTICAS DO LINUX
Multitarefa: O sistema pode executar mais de uma aplicação ao mesmo tempo.
Multiusuário: No mesmo computador pode ter várias contas de usuário.
Preemptivo: Permite a interrupção de processos.
Esse é o Tux, o Software Livre: Pode ser usado, copiado, modificado e redistribuído livremente.
mascote do Sistema Não necessita de um processador potente para funcionar.
Operacional Linux.
INTERFACES GRÁFICAS
Diferentemente do Windows, em que você não pode escolher qual interface utilizar, o Linux permite que você
escolha entre diversas interfaces gráficas diferentes, dentre elas podemos destacar as mais importantes para as
provas:
Gnome KDE XFCE Unity

GERENCIADORES DE INICIALIZAÇÃO (Boot Loaders)


São programas que carregam um sistema operacional e/ou permitem escolher qual será iniciado.
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Normalmente estes programas são gravados no setor de boot (inicialização) da partição ativa ou no Master Boot
Record (MBR) do disco rígido.
Lilo: (Linux Loader) é o gerenciador de inicialização mais
antigo,com a interface mais simples e rústica. Ele permite
selecionar qual sistema operacional será iniciado (caso você
possua mais de um) e funciona em diversos tipos de discos
rígidos.

O GRUB (Grand Unified Bootloader) é um gerenciador de


inicialização mais recente e mais poderoso que o Lilo. Suporta
um nº ilimitado de entradas de sistemas operacionais. É flexível,
funcional e poderoso.

USUÁRIOS
COMUM ADMINISTRADOR SISTEMA
O usuário comum é inviabilizado Também chamado de root, é Usuários que não precisam estar logados
para realizar algumas tarefas de responsável por controlar todo o no sistema para controlar alguns
sistema. Em geral, vem com um Sistema e não possui quaisquer serviços. Eles não possuem senhas e não
cifrão ($) na linha de comando. restrições. se conectam. São contas criadas especifi-
camente para o sistema.

PRINCIPAIS DISTRIBUIÇÕES LINUX


Uma distribuição é um sistema operacional criado a partir de uma coleção de software construído sobre o
Kernel do Linux, ou seja, cada distribuição terá uma característica única (ambiente desktop padrão, navegador,
entre outros) para você escolher, instalar e inicializar.

DISTRIBUIÇÕES
UBUNTU DEBIAN FEDORA SUSE MINT
É a mais popular por É a mais estável e Uma das mais Trata-se de umas Uma das distribuições
ser uma das mais segura do Linux. populares e estáveis das distribuições preferidas dos usuários
fáceis de instalar. Se distribuições mais antigas. iniciantes do Linux, por
preocupa muito que existem ser considerada uma das
com o usuário final. atualmente. mais fáceis de usar.

ESTRUTURA DOS DIRETÓRIOS


/ Trata-se do diretório raiz do Linux
/bin Programas utilizados com frequência
/boot Arquivos utilizados durante a inicialização do sistema
/dev Arquivos sobre dispositivos de hardware conectados
/etc Arquivos de configuração do sistema e dos seus programas
/home Diretório que contém os arquivos dos usuários
/lib Bibliotecas compartilhadas essenciais e módulos do Kernel
/mnt Ponto de montagem de mídias não removíveis
/proc Informações sobre os processos sendo executados
/root Diretório pessoal do usuário root
/sbin Programas essenciais do usuário root para o funcionamento do sistema
/tmp Arquivos temporários do sistema
/usr Arquivos e programas acessados pelo usuário
/var Informações variáveis do sistema
/opt Softwares adicionados de maneira não padrão
/media Ponto de montagem de mídias removíveis
/srv Dados dos serviços do sistema

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PERMISSÃO
LEITURA (R) ESCRITA (W) EXECUÇÃO (X)
Permissão de leitura de arquivos Permissão de escrita em Permissão de execução de
e listagem de conteúdo em arquivos ou diretórios (inclusive arquivos ou de acesso a
diretórios. delegação). diretórios .

PRINCIPAIS COMANDOS
Is Comando que exibe o conteúdo de diretórios.
Cd Comando que possibilita a mudança de diretório de trabalho.
Rm Comando que remove arquivos.
Rmdir Comando que apaga um diretório.
Cp Comando utilizado para copiar arquivos.
Mkdir Comando que cria um diretório.
Pwd Comando que mostra o nome/caminho do diretório atual.
Cat Comando utilizado para criar, unir e exibir arquivos.
Tar Comando que possibilita juntar vários arquivos em um só.
Mv Comando que move ou renomeia arquivos.
Find Comando que permite a busca por arquivos/diretórios no disco.
Chmod Comando que permite alterar permissões de acesso de objetos do sistema.
Grep Comando que realiza buscas por determinada palavra no conteúdo dos arquivos.
Logoul Sai da sessão.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2020 – SEFAZ-DF – Auditor Fiscal No
Linux, o diretório /home é o local onde é instalada a R: Certo. O Kernel é o núcleo do sistema Linux e o
maior parte dos aplicativos e das bibliotecas do siste- Shell tem a função de poder interpretar os comandos
ma operacional, enquanto no diretório /usr são do usuário para que o Kernel possa executá-los.
armazenados os arquivos dos usuários.
R: Errado. No diretório /home ficam os arquivos dos CESPE – 2018 – BNB – Analista Bancário Na utiliza-
usuários, já no diretório /usr (Unix System Resources) ção do terminal de qualquer sistema operacional
ficam os recursos do Linux. Linux, como o Ubuntu, o aparecimento do caractere
$ no prompt de comando significa que o usuário que
CESPE – 2019 – TJ-PR – Técnico Judiciário (ADAPTA- esteja conectado é o super usuário root.
DA) Os sistemas operacionais oferecem serviços como R: Errado. O super usuário (administrador) é reconhe-
acesso ao ambiente computacional, execução de cido pelo símbolo “#”. Já o usuário comum é reconheci-
programas e gerenciamento de entrada e saída de do pelo símbolo “$”.
dados. O sistema Linux apresenta exemplo de sistema
operacional gratuito para uso em computadores do CESPE – 2016 – ANVISA – Técnico Administrativo
tipo desktop. – Conhecimentos Básicos O sistema operacional
R: Certo. O Linux é um sistema operacional de código Linux, embora seja amplamente difundido, está indis-
aberto e gratuito, ou seja, pode ser modificado, ponível para utilização em computadores pessoais,
copiado ou redistribuído livremente. estando o seu uso restrito aos computadores de
grandes empresas.
CESPE – 2019 – PGE-PE – Analista Administrativo R: Errado. O uso do Linux não está restrito ao uso de
de Procuradoria O Shell e o Kernel são duas partes empresas, podendo ser usado perfeitamente em
essenciais do sistema operacional Linux: o primeiro computadores pessoais, inclusive em diferentes
serve para interpretar os comandos do usuário, e o distribuições, como: Ubuntu, Debian, Fedora, entre
segundo, para controlar os dispositivos do computador. outros.

MINERAÇÃO DE DADOS
Data mining ou mineração de dados é a exploração de dados usando técnicas analíticas, com o intuito de apontar
os problemas e promover soluções.

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OBJETIVOS

Tomar decisões Melhorar os resultados Reduzir custos e aumentar a


Gerenciar riscos
baseadas em dados dos negócios lucratividade, entre outros...

BIG DATA
É o processo de coleta e armazenamento de um grande volume de dados, tanto estruturados como semiestru-
turados e não estruturados, que impactam as empresas diariamente.
OS CINCO VS (5VS) DO BIG DATA: Mnemônico:
− Volume − Vô
− Velocidade − Veloz
− Variedade − Variando
− Valor − Valoriza
− Veracidade − Verdade
BANCO DE DADOS
• Dado: São fatos “soltos”, sem contexto quando estão sozinhos. Também são conhecidos por serem fatos brutos,
que necessitam de uma lapidação para gerar um conhecimento. Podem ser “estruturados” e “não-estruturados”.
• Informação: É o dado/fato na sua versão lapidada, ou seja, é o agrupamento de dados de forma coerente e
organizada, possibilitando o conhecimento.
• Conhecimento: Conhecimento gerado sobre os dados e as informações.
DADOS + INFORMAÇÃO = CONHECIMENTO
• Metadados: “Dados sobre dados”, ou seja, são explicações, características dos próprios
dados, tais como: tamanho e formato. São classificados como:
METADADO

DESCRITIVO ESTRUTURAL ADMINISTRATIVO


• BD (banco de dados): Coleção organizada de dados que
possibilita ao usuário obter informações relevantes do APLICAÇÃO 1
mundo real a partir de objetos, como: uso de tabelas,
relatórios e esquemas. APLICAÇÃO 2
• SGBD (sistemas gerenciadores de BD): É uma coleção de SGBD
APLICAÇÃO 3
softwares (programas) que permite aos usuários criar e
manter um banco de dados. São usados nas seguintes fases: APLICAÇÃO 4
Cilindro: Representa
1. Definição; Exemplos de SGBDs: a base de dados
2. Construção; − MS SQL Server
3. Manipulação; − Oracle Database
4. Compartilhamento; − MySQL
5. Proteção; − IBM DB2
6. Manutenção. − PostgreSQL
Aplicações dos bancos de dados:
1º. A aplicação pega os dados fornecidos pelo usuário e acessa o SGBD.
2º. O SGBD faz uma consulta no banco de dados a partir dos dados fornecidos.
FUNCIONALIDADES DO BANCO DE DADOS

Backup e Autenticação e Controle de Controle de Múltiplas visões Restrições de


restauração restrição de acesso redundância concorrência dos dados integridade
Modelo relacional: É um modelo que relaciona os domínios, ou seja, relação é uma forma de organizar os dados
em linhas e colunas.
BDR (banco de dados relacional): São aqueles que armazenam dados na forma de tabelas (linhas e colunas) e
usam SQL como linguagem de consulta.
SQL: Linguagem de consulta estruturada NoSQL: Não Somente SQL (os bancos de
(linguagem padrão para bancos de dados não relacionais podem ou não usar
dados relacionais). a linguagem SQL).
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Transações de banco de sados: Uma transação ocorre quando temos um programa em execução que inclui um ou
mais acessos ao banco de dados, seja para fazer a leitura de dados ou inserir, excluir e atualizar dados do banco.
Possui as seguintes propriedades:
• Atomicidade (unidade de processamento atômica que deve ser executada completamente até o fim ou não
deve ser executada);
• Consistência (a transação deve levar o banco de dados de um estado consistente a um outro estado consistente);
• Isolamento (cada transação deve executar isoladamente);
• Durabilidade (devem persistir, mesmo em erros, travamentos ou quedas de energia).
MODELAGEM DE DADOS
• Os modelos de banco de dados descrevem a estrutura de um banco de dados. Atenção, eles não informam
quais dados encontram-se armazenados em um BD, mas sim os tipos de dados que ali estão.
Modelo Conceitual Modelo Lógico Modelo Físico
• Mais alto nível; • Descreve como os dados serão arma- • Descreve, por meio de alguma
• Mais próximo dos usuários; zenados no banco de dados e seus linguagem (geralmente SQL), como
• Pode ser elaborado de forma relacionamentos; será feita a armazenagem do banco;
textual ou por meio dos Diagra- • Pode ser definida a tecnologia usada • Neste modelo, se escolhe qual
mas de Entidade e Relaciona- para armazenar os dados (BDR – SGBD será utilizado.
mento e/ou Diagrama de Classe. banco de dados relacionais ou NoSQL
– bancos de dados não relacionais).
Outros Conceitos Importantes:
• Entidade: Objeto/Evento do mundo real sobre o qual implica os registros em um banco de dados (produto,
funcionário, carro, venda)
• Atributo: característica que descreve uma entidade (são as colunas das tabelas que conterão os dados).
• Atributo Chave: é usado para identificar unicamente um registro na tabela.
• Relacionamentos: um relacionamento pode acontecer entre uma, duas ou várias entidades.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal
Federal - Área 3 NoSQL são bancos de dados que Policial Federal Na representação da informação, os
não aceitam expressões SQL e devem ser armazena- atributos permitem que entidades e eventos possam
dos na nuvem. ser reconhecidos, referidos e descritos. Um atributo
R: Errado. O modelo NoSQL é dinâmico para dados relacional permite relacionar eventos e entidades.
não estruturados e os dados podem ser armazenados R: Certo. Os atributos são usados para descrever as
em várias formas. Além disso, eles podem ou não propriedades ou características de uma entidade ou
usar a linguagem SQL e não possuem a obrigatorie- relacionamento.
dade de serem armazenados em nuvem.
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal Federal A mineração de dados se caracteriza espe-
Federal - Área 3 Em um banco de dados relacional, cialmente pela busca de informações em grandes
os dados são armazenados em tabelas; e as tabelas, volumes de dados, tanto estruturados quanto não
organizadas em colunas. estruturados, alicerçados no conceito dos 4V’s:
R: Certo. Um banco de dados relacional armazena volume de mineração, variedade de algoritmos,
dados em tabelas. As tabelas são organizadas em velocidade de aprendizado e veracidade dos
colunas, e cada coluna armazena um dado. padrões.
R: Errado. Muito cuidado, pois a questão trocou os
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Perito Criminal conceitos de data mining e big data.
Federal - Área 3 Em uma transação, durabilidade é a
propriedade que garante que os dados envolvidos CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia
durem por tempo necessário e suficiente até que Federal Pode-se definir mineração de dados como o
sejam excluídos. processo de identificar, em dados, padrões válidos,
R: Errado. A propriedade da durabilidade garante que novos, potencialmente úteis e, ao final, com-
uma transação, uma vez executada (efetivada), preensíveis.
permanecerá neste estado mesmo que haja um proble- R: Certo. A mineração de dados consiste em um
ma grave no sistema, como travamento de sistema ou processo de identificação de problemas e falhas, com
falta de energia elétrica no servidor. a finalidade de promover padrões válidos, novos,
potencialmente e ulteriormente compreensíveis
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Papiloscopista junto a base de dados estruturados.
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TEORIA DA INFORMAÇÃO

DADOS

Para definirmos a estrutura de um dado, devemos inicialmente conceituar o que seria um dado.

Dado é qualquer FATO sobre um mundo apresentado em uma forma mais cheia

Podemos considerar que um DADO é a forma de um número ou de um conjunto de


ATENÇÃO caracteres, mas devemos conceituar também que uma imagem ou um som também é um
dado.

INFORMAÇÃO

Informação são dados colhidos, organizados e sequenciais que são atribuídos conceitos
e um contexto geral.

Note que é uma cadeia de evolução! Os dados iniciam de uma maneira mais simples e passam por um processo
de um detalhamento maior, ganhando QUALIDADE. Que seguindo essa cadeia, já se encontram na função de
INFORMAR algo.

O austríaco Drucker complementou o conceito de informação com a seguinte narrativa: “Informação são os
dados dotados de RELEVÂNCIA e PROPÓSITO.”

A partir dessa solução que Drucker informou, surge um questionamento importante que
OBSERVAÇÃO devemos considerar e assim aplicar mais uma fase na nossa cadeia de evolução da
informação. Considerando que as informações são dados com uma certa relevância, quem
será capaz de determinar a ordem de importância de certas informações?

Quem tem um objetivo para o uso da informação somos nós, OS SERES HUMANOS. Assim,
somente nós podemos dizer se a informação vai ser relevante para esses objetivos ou não.

A INFORMAÇÃO NECESSARIAMENTE PRECISA DA INTERVENÇÃO HUMANA.

a partir disso, podemos dizer que A INFORMAÇÃO TEM MAIS A VER COM OS ATRIBUTOS QUALITATIVOS
DOS DADOS DO QUE COM OS QUANTITATIVOS. Diferentemente dos dados, para a informação o foco é que
se tenha significado e utilidade.

Isso traz algumas implicações para os sistemas computacionais. É mais difícil fazer um computador armazenar,
classificar e realizar operações sobre a informação do que sobre os dados. Assim, a informação é mais apropriada
para a compreensão e comunicação dos seres humanos.

A interpretação dos seres humanos é essencial nesta parte, levando em


consideração a confiabilidade e a importância das informações e dados.

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CONHECIMENTO TÁCITO E EXPLÍCITO É aquele que por si só, encontra se IMPLÍCITO. Já é de
conhecimento geral nas mentes dos seres humanos.
Tácito
Difícil de estruturar e de transmitir;
Conhecimento Difícil captura em máquinas.

Esse é o que está externalizado, registrado em algum lugar.


Explícito
Portanto, é muito mais fácil armazenar, processar e transmitir.

ATENÇÃO Cuidado, costumeiramente é cobrado em provas: O conhecimento é frequentemente


tácito.

TRANSFERÊNCIA DO CONHECIMENTO

INTERNALIZAÇÃO TÁCITO SOCIALIZAÇÃO

EXPLÍCITO TÁCITO

COMBINAÇÃO EXPLÍCITO EXTERNALIZAÇÃO

1 – Quando a transferência ocorre entre dois conhecimentos TÁCITOS? Resposta:


ATENÇÃO SOCIALIZAÇÃO
2 – Quando a transferência ocorre entre dois conhecimentos EXPLÍCITOS? Resposta:
COMBINAÇÃO
3 – Quando a transferência ocorre entre o conhecimento TÁCITO para o EXPLÍCITO?
Resposta: EXTERNALIZAÇÃO
4 – Quando a transferência ocorre entre o conhecimento EXPLÍCITO para o TÁCITO?
Resposta: INTERNALIZAÇÃO

INTELIGÊNCIA
Acredita-se que a inteligência é envolvida pela capacidade de JULGAMENTO. É aplicar o conhecimento adquirido
para escolher a decisão mais viável e aplicar em uma situação real. É notório enxergar que na inteligência temos
uma influência muito forte da INTUIÇÃO, da ÉTICA e da EXPERIÊNCIA.

A INTELIGÊNCIA É UMA HABILIDADE ESSENCIALMENTE HUMANA

DADOS ESTRUTURADOS E NÃO ESTRUTURADOS

DADOS Temos uma estrutura totalmente predefinida, detalhada e padronizada com


ESTRUTURADOS um esquema EXPLÍCITO. Com uma busca e processamento bem mais fácil.
Exemplo: banco de dados tradicionais.

DADOS NÃO Temos uma estrutura sem predefinição com alta dificuldade na busca e
ESTRUTURADOS processamento. Exemplo: imagens, áudios, vídeos e arquivos de textos.

DADOS SEMI Estrutura é definida a posteriori. Isso significa que, na maioria das vezes, a
ESTRUTURADOS estrutura está implícita nos próprios dados e pode ser extraída após uma
análise, uma investigação. Exemplo: documentos XML.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2018 - EMAP – Na solução de problemas, CESPE – 2016 - TCE/SC - O atributo de


o conhecimento tácito é associado ao inteligência depende mais da qualidade da
conhecimento do expert. informação disponível do que da sua quantidade,
tendo, portanto, natureza qualitativa.
R: Certo. O conhecimento tácito está internalizado
nos seres humanos e é de difícil transferência. É o R: Certo. Quando falarmos de natureza
que acontece com um expert em determinado quantitativa estamos nos referindo aos dados. Em
assunto. seguida, quando vamos subindo na pirâmide do
conhecimento, os conceitos vão ficando mais
CESPE – 2018 – EMAP- No que se refere à espiral qualitativos e mais dependentes da interação
do conhecimento, socialização, externalização, humana, já que se começa a adicionar contexto,
modelagem e feedback são os diferentes modos significado, síntese, reflexão. Portanto, a
de conversão do conhecimento. inteligência, por ser uma habilidade
essencialmente humana, se mostra muito mais
R: Errado. Na espiral do conhecimento temos os ligada ao aspecto qualitativo.
processos de socialização, combinação,
externalização e internalização. Logo, modelagem CESPE – 2011 – MEC - Considere que, em uma
e feedback não fazem parte deste modelo. organização, os profissionais capazes de criar
maquetes de prédios mostrem a seus aprendizes
CESPE – 2016 - TCE/PA - Em comparação aos que, por meio da observação e imitação, eles
dados não estruturados, os dados estruturados obterão o conhecimento do assunto. Nessa
demandam mais espaço de armazenamento e um situação, o processo de construção de
gerenciamento mais cauteloso, uma vez que conhecimento é realizado do conhecimento tácito
constituem a maior parte dos dados corporativos. para o explícito.

R: Errado. Os dados não estruturados costumam R: Errado. O exemplo de transferência


representar a maior parte dos dados em uma mestre/aprendiz é um exemplo clássico de
organização. Dessa maneira, eles irão requerer socialização, ou seja, conversão de conhecimento
mais espaço para armazenamento e um tácito em tácito.
gerenciamento mais cauteloso. A alternativa
somente inverteu os conceitos.

METADADOS – DADOS SOBRE DADOS

É a maneira que temos de trabalhar dados sobre dados. Teoricamente,


METADADOS é dizer que estamos utilizando dados que DESCREVEM determinados
dados. Sabemos que uma informação é um conjunto de dados.

Veja que, para que tenhamos um arquivo, é de suma importância que tenhamos certos
ATENÇÃO
dados que sinalizem AS PROPRIEDADES desse arquivo.

A necessidade da utilização de metadados é para organizar, para


FUNÇÃO facilitar a localização, para que possamos buscar uma informação mais
precisamente.

Um exemplo simples do uso desse recurso seria a informação anexada aos arquivos PDF ou DOC
contida nos mesmos arquivos e que indicam entre outras informações, o autor do documento, a data
e a hora de sua criação, além do detalhe de sua última modificação.

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 291
PADRÕES DE METADADOS
Para compreensão dos metadados eles devem ser padronizados tanto para nós humanos, tanto para os computa-
dores. Normalmente, cada metadado é composto:

CHAVE DE
Exemplo: Título, autor ou ano
INFORMAÇÃO

VALOR QUE DESCREVE


A INFORMAÇÃO Exemplo: Escaravelho do Diabo, Lúcia Machado de Almeida, 1953

NÍVEL DE GERENCIAMENTO DO CONHECIMENTO

RECURSO ADMINISTRADO DEFINIÇÃO DE METADADO

DADOS Informação necessária para administrar o


Valores do dado recurso do DADO

Valores do dado e o contexto da Informação necessária para administrar o


INFORMAÇÃO informação recurso da INFORMAÇÃO

Informação necessária para administrar as


Valores do dado, contexto da informação
CONHECIMENTO regras e políticas de negócio da
e instrução de regra de negócio
organização.

Valores do dado, contexto da informação,


Informação necessária para administrar o
instrução de regra de negócio executável,
SABEDORIA comportamento da organização de acordo
monitoramento das regras de negócio e
com suas regras e políticas de negócio
regras métricas de avaliação

TIPOS DE METADADOS
Incluem informações como pontos de contato, o título ou o autor de uma
publicação, o resumo de um trabalho, palavras-chave usadas em um
METADADOS
trabalho, uma localização geográfica ou até mesmo a explicação de uma
DESCRITIVOS
metodologia. Esses dados são importantes para descobrir, coletar ou agrupar
recursos de acordo com as características compartilhadas por eles.
Explicam como um recurso é composto ou organizado. Um livro digitalizado,
METADADOS por exemplo, pode ser publicado como arquivos de imagens individuais das
ESTRUTURAIS páginas, PDF ou HTML. Essas páginas ou partes componentes podem
geralmente ser agrupadas em capítulos.

São usados para gerenciar um recurso. As datas de criação ou aquisição, as


METADADOS permissões, direitos ou proveniência de acesso ou as diretrizes para a
ADMINISTRATIVOS disposição como retenção ou remoção são exemplos de direitos que podem
ser utilizados por um arquivista digital ou curador.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2016 - TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE
CONTROLE EXTERNO - Em se tratando de dados R: Errado. Em se tratando de dados estruturados, a
estruturados, a informação de esquema está informação de esquema está mesclada aos valores
mesclada aos valores dos dados, e cada objeto de dos dados, os objetos de dados não podem ter
dados pode ter atributos diferentes, que não são atributos diferentes e devem ser conhecidos com
conhecidos com antecedência. Essa característica antecedência.
os diferencia de dados não estruturados

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 292
CESPE – 2020 - MPE – ANALISTA MINISTERIAL - um metadado.
Na definição da política de uso dos itens de uma
biblioteca digital, devem ser levados em R: Certo. Metadados são marcos – ou pontos de
consideração os metadados, a privacidade e os referência – que permitem catalogar e/ou
direitos dos autores. classificar uma informação sob todas as formas.
Pode se dizer que são resumos de informações
R: Certo. As Instituições envolvidas na organização sobre a forma ou conteúdo
da informação em ambiente web, como a de uma fonte. A ficha catalográfica surgiu nas
construção de bibliotecas digitais, base de dados, bibliotecas. Consiste em um documento que ajuda
portais e sites, entre outros serviços, estão a a identificar, catalogar e localizar um livro dentro
deparar-se com a necessidade de implementar de um acervo.
padrões de descrição de seus recursos eletrônicos.
CESPE – 2018 - IPHAN – Os metadados de
CESPE – 2020 - MPE – ANALISTA MINISTERIAL - preservação digital de longo prazo devem conter
Quanto às funções exercidas, os metadados informações relativas a estratégias de preservação
podem ser classificados como administrativos, adotadas, direitos de propriedade intelectual e
descritivos, de preservação, técnicos e de uso. elementos que garantam a autenticidade do
Registros de exibição, sumário de reuso de versões recurso digital.
e recursos de hardware e software são exemplos
de metadados técnicos, ao passo que R: Certo. Metadados de preservação, que contêm
documentação e dados de segurança são informações necessárias ao arquivamento e à
exemplos de metadados de uso. preservação de um determinado recurso.

R: Errado. Os metadados são divididos em CESPE – 2015 - FUB – BIBLIOTECÁRIO - No


administrativos, estruturais e descritivos. âmbito da biblioteca digital, pode-se conceituar o
vocábulo metadados como padrões presentes no
CESPE – 2020 - MPE – ANALISTA MINISTERIAL - instrumental de software para criação de objetos
Os metadados descrevem, explicam, localizam e digitais, que identificam, de forma descritiva, cada
facilitam a recuperação de um recurso entidade informacional digna de significado
informacional, permitindo que esse recurso esteja presente nos documentos, como, por exemplo,
acessível futuramente. parágrafos, títulos, tabelas e gráficos.

R: Certo. A National Information Standards R: Certo. Os metadados servem para descrever da


Organization (NISO, 2004) define os metadados melhor maneira possível e mais completamente
como informações estruturadas que descrevem, possível os recursos de informação. Note que aqui
explicam, localizam e facilitam o processo de tem foi utilizada a palavra pode.
recuperar, usar ou gerenciar um recurso
informacional. CESPE – 2012 - TJ-AC – ANALISTA JUDICIÁRIO -
Os metadados, comumente definidos como dados
CESPE – 2019 - TJ-AM – ANALISTA JUDICIÁRIO sobre dados, são descrições de dados
- Dicionário de dados é um catálogo de todos os armazenados em banco de dados cuja finalidade
elementos que fazem parte de um dado, com seus principal é documentar e organizar, de forma
nomes, estruturas e informações sobre sua estruturada, os dados, gerenciando-os de maneira
utilização. eficiente.

R: Certo. Dicionário de Dados: 1. Programa R: Certo. A finalidade principal dos metadados é


associado com o sistema de gerenciamento de documentar e organizar de forma estruturada os
banco de dados e que mostra as definições dos dados das organizações, com o objetivo de
dados usados pelo sistema. Funciona como auxiliar minimizar duplicação de esforços e facilitar a
para a pessoa responsável pela administração e manutenção dos dados.
manutenção do banco de dados. 2. Listagem
organizada de todos os elementos pertinentes ao CESPE – 2010 - MS – BIBLIOTECÁRIO - O uso de
sistema. metadados descritivos objetiva melhorar a busca e
recuperação da informação na Web, e os
CESPE/CEBRASPE – 2019 - TJ-AM – ANALISTA mecanismos de busca, ao utilizá-los, privilegiam a
JUDICIÁRIO - Uma ficha catalográfica constitui precisão e, não, a revocação.

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R: Errado. Os mecanismos de busca como Google, Yahoo privilegiam a revocação pois ao fazer uma busca
nestes mecanismos o que mais você irá recuperar são links e mais links que pouco tem a ver com o que
você procura. Lembrando: Revocação = muitos documentos, poucos pertinentes. Precisão = poucos
documentos, todos pertinentes.

APPLICATION PROGRAMMING INTERFACE OU API’S

Application Programming Interface , ou em nossa língua nativa , Interface de Programação


de Aplicação é um conjunto de rotinas e funções que seguem um padrão estabelecido por um software.

Alguns outros conceitos que PODERÃO vir em sua prova ou que também são citados como definições de uma API:

Na programação de computadores uma API Application Programming Interface é um conjunto ou rotinas,


ferramentas, DLLs, para a criação de aplicativos de software.

As APIs definem funcionalidades, independentemente da programação, pois, por intermédio delas, temos
uma certa liberdade de programação para mudar algumas definições ou deixar de usá las. Sobre a
documentação da API... É de extrema importância, pois nela estará de scrita suas funcionalidades, pois lá
estarão escritas todas as suas utilidades.

Uma especificação de API consegue assumir diversas formas como o POSIX do Linux, Padrão
Internacional, documentação do fornecedor, como a API do Microsoft Windows, ou as biblio tecas de
linguagem de programação, por exemplo, a Biblioteca do C++ ou APIs Java, dentre outros.

Um exemplo bem usado por muitos é a tela de login de qualquer plataforma. Ao


OBSERVAÇÃO acessarmos esse login de maneira correta e o sistema, porventura, não possuir o banco de
dados para o acesso, é exatamente a API que se encarregará de transmitir essas
informações, permitindo o acesso por meio de alguns pacotes de programas com regras e
funções já estabelecidas.

DICA: Costumeiramente não ouvimos falar muito sobre as API’s propriamente ditas, porém tenho certeza
de que você já reparou ou já ouviu falar em algum lugar sobre os chamados PLUGINS. É de conhecimento
geral que os autores de programas criam e fornecem uma API específica para que outros programadores
desenvolvam plug-ins que estendam as funcionalidades do programa original. Exemplos PRÓPRIOS
NAVEGADORES (CHROME E FIREFOX): OS

Facilitar o desenvolvimento de programas ou aplicações por meio do


isolamento dos mais diversos elementos que compõem um software,
OBJETIVO garantindo ao programador uma maior velocidade nas tarefas costumeiras,
visto que a obrigação de saber em detalhes de todas os complementos não
existirá mais.

TIPOS DE API´s
São consideradas as linguagens de programação mais antigas realizadas por
EM LINGUAGENS DE chamadas de procedimento. As API’s possuem interação com os
PROGRAMAÇÃO componentes dos softwares. Essas especificações são apresentadas em um
PROCEDURAIS formato legível por humanos em livros, em papel ou formatos eletrônicos
como e-books ou como páginas de manual.
Para esse tipo de linguagem há um número incontável de APIs ou plug-ins
EM LINGUAGENS DE
desenvolvidos exclusivamente para elas. O exemplo padrão para conceituar
PROGRAMAÇÃO
esse tipo de API é a inserção de uma função no Java para capturar o texto
ORIENTADAS A OBJETOS
que está sendo digitado.
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É uma espécie de template que conta com diversas funcionalidades que
API’s E podem ser utilizados pelo desenvolvedor em seus projetos. Ele conta com
FRAMEWORKS DE ferramentas, sistemas, componentes e guias que agilizam o processo de
APIS criação de soluções, sendo, portanto, um artifício essencial na vida de um
profissional de TI.

Tem como função básica esconder ou criptogafar a mensagem passada pelo


EM PROTOCOLOS
mesmo protocolo. São compartilhadas por tecnologias diferentes.

São realizadas com linguagens compatíveis com CLI do .NET no Common


EM MÁQUINAS Language Runtime – CLR, e linguagem compatíveis com JVM que a (Máquina
VIRTUAIS Virtual Java). Havendo a possibilidade de compartilhamento de APIs.
Common Linguagem Runtime é o tempo de execução de linguagem comum.

É um conjunto de interfaces no contexto para desenvolvimento Web. A API


NA WEB para Web pode ser um conjunto definido de mensagens de requisição e
resposta HTTP, geralmente expressos nos formatos XML ou JSON.

São executáveis resultantes de classes ou conjuntos de classes compiladas


em ambientes como .Net e Delphi, por exemplo, incorporado numa DLL. As
DLL APIs nos trazem inúmeros benefícios, tais como o preenchimento de
planilhas, mudança de classificação automática de clientes; atualização de
endereços, envio de e-mails e entre outros.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2010 – BANCO DA AMAZÔNIA – TÉC-


NICO CIENTÍFICO – SUPORTE TÉCNICO - No R: Certo. O recurso mais utilizado em um servidor
Windows, a application programming interface proxy é sim o de prover internet a computadores
(API Win32) tem suas chamadas alteradas a cada de clientes, no caso da instalação dos plugins para
nova versão do sistema operacional. o flash.

R: Errado. A Microsoft não entende pela necessi- CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – PAPILOS-
dade de mudança a cada versão nova do sistema COPISTA POLICIAL - Devido às características de
operacional, haja vista que essa versão do Win- uma API, a separação entre ela e sua implementa-
dows 32 bits caiu em desuso. Não há mais suporte ção permite que programas escritos em uma
para ele apesar de existirem, ainda, diversos ou linguagem usem bibliotecas escritas em outra
milhares deles instalados por aí. linguagem.

CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL – PAPILOS- R: Certo. Um exemplo disso é a utilização do


COPISTA POLICIAL - Os browsers Internet Explo- Google Maps, essencialmente desenvolvido em
rer, Firefox e Chrome permitem a instalação de JavaScript e que pode ser utilizado conjuntamente
plugins para implementar proteção antiphishing. com outras linguagens, como C#, Python, ASP.NET
e por aí vai.
R: Errado. A maldade da banca é falar que os plug-
-ins servem para implementar a proteção de anti- CESPE – 2019 – MPC-PA – ANALISTA MINISTE-
phishing. RIAL - O sistema de visualização é uma API que se
encontra disponível para o desenvolvedor progra-
CESPE – 2013 – CPRM – ANALISTA EM GEOCI- mar a interface de usuário de um aplicativo.
ÊNCIAS - No Windows 7, o Internet Explorer
permite a configuração do uso de proxy, oferece R: Certo. É um conjunto de rotinas e padrões esta-
suporte à linguagem Java e permite a instalação de belecidos por um software para a utilização das
plug-ins para uso de flash. suas funcionalidades por aplicativos que não

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pretendem envolver-se em detalhes da implemen- serviços tenham sido implementados por meio de
tação do software, mas apenas usar seus serviços. SOA.

CESPE – 2018 – FUB – TÉCNICO DE TECNOLO- R: Errado. Não há obrigação em usar SOA para a
GIA DA INFORMAÇÃO - API (application program implementação de APIs.
interface) pode ser usada para integrar sistemas,
de forma que um dos lados seja consumidor de um
serviço provido pelo outro lado, desde que tais

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO – PYTHON E R

Python é uma LP de altíssimo nível (VHLL Very High Level Language), de sintaxe moderna, orientada a objetos,
interpretada via bytecode, com tipagem forte (não há conversões automáticas) e dinâmica (não há declaração
de variáveis e elas podem conter diferentes objetos), modular, multiplataforma, de fácil aprendizado e de
implementação livre. Python foi criada por GuidoVanRossum.

O interpretador interativo é uma característica diferencial da linguagem, porque há a possibilidade de testar o


código de um programa e receber o resultado em tempo real, antes de iniciar a compilação ou incluí-la nos
programas.

- Fácil Leitura e Compreensão; - Enorme lista de Bibliotecas;


CARACTERÍSTICAS - Fácil Manutenção - Fácil acesso a Banco de Dados;
DO PYTHON - Multiplataforma; - Bibliotecas para criação de GUI;
- Modo Interativo; - Escalável.

INTEROPERABILIDADE
A capacidade de interoperar com várias linguagens, principalmente com o código raiz, a documentação da
linguagem inclui exemplos de como usar a Python C-API para escrever funções em C que podem ser chamadas
diretamente de código Python, havendo alternativas tais como CYTHON, SWIG OU CFFI.

CONSTRUÇÕES DE PYTHON
• CONSTRUÇÃO DE CLASSES: (CLASS)
• CONSTRUÇÃO DE SUB-ROTINAS: (DEF)
• CONSTRUÇÃO DE ESCOPO: (WITH), como por exemplo para adquirir um recurso
• ESTRUTURA DE SELEÇÃO: (IF, ELSE, ELIF)
• ESTRUTURA DE REPETIÇÃO: (FOR, WHILE), que itera por um container, capturando cada elemento em uma
variável local dada.

Os operadores básicos de comparação: como ==, <, >=, entre outros, são usados em todos os tipos de dados,
como números, cadeias de texto, listas e mapeamentos. Comparações em cadeia como A < B < C possuem o
mesmo significado básico que na matemática: os termos são comparados na ordem. Usando a expressão
anterior, se a < b é falso, c não é avaliado. OS OPERADORES LÓGICOS, em todas as versões da linguagem os
operadores lógicos TRATAM “”, 0, NONE, 0.0, [] E {} COMO FALSO, enquanto o restante é tratado como
verdadeiro de modo geral. Na versão atual, as constantes TRUE E FALSE FORAM ADICIONADAS
(SUBCLASSES DE 1 E 0 RESPECTIVAMENTE).

PROJETOS QUE UTILIZAM PYTHON

Servidor de Aplicação ZOPE, o compartilhador de arquivos MNET, Youtube eo BitTorrent.

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GRANDES ORGANIZAÇÕES QUE UTILIZAM PYTHON

Google, Yahoo, NASA e o Air NASA e entre outras

USO DO PYTHON NA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Maya, AutoDesk Softimage, TrueSpace e Blender. (Programas de edição de uso TRIDIMENSIONAL)

USO DO PYTHON EM PROGRAMAS DE EDIÇÃO DE IMAGENS

GIMP

LINUX

Red Hat Linux usa Python para instalação, configuração e gerenciamento de pacotes e o Slackware Linux usa
Python para gerenciamento de pacotes adicionais de aplicações.

OUTROS PROJETOS QUE USAM PYTHON

Plone que é o sistema de gerenciamento de conteúdo desenvolvido em Python e a Industrial Light & Magic, que
produz filmes da série Star Wars, usando extensivamente Python para a computação gráfica nos processos de
produção dos filmes.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2014 - TJ-SE – ANALISTA JUDICIÁRIO - CESPE – 2013 - MPOG – TECNOLOGIA DA


O LDAP é suportado por linguagens de criação de INFORMAÇÃO - Em Python, o comando int(“1”)
scripts comuns como Perl, não sendo suportado, cria um objeto do tipo int, que recebe 1 como
contudo, pela linguagem Python. parâmetro no seu construtor.

R: Errado. O LDAP é suportado por linguagens de R: Certo. Em Python, o comando int(“1”) cria um
criação de scripts comuns como Perl e Python. objeto do tipo int, que recebe 1 como parâmetro
no seu construtor. Todas as vezes o parâmetro
deve estar entre aspas.

LINGUAGEM R

R é uma linguagem e ambiente para computação de estatística e gráficos. É similar à


ATENÇÃO linguagem e ambiente S. Ele compila e é executada em uma ampla variedade de
plataformas UNIX, Linux, FreeBSD, Windows e MacOS.

Um dos pontos fortes do R é a FACILIDADE QUE PODEMOS TER COM UMA MELHOR
OBSERVAÇÃO
QUALIDADE EM RELAÇÃO AOS PROJETOS DE PLOTAGENS, inclusão de símbolos
matemáticos e de fórmulas, quando estas passam a ser necessárias, já que o R É UM
CONJUNTO INTEGRADO DE FACILIDADES de software voltado para a manipulação de
dados e a exibição gráfica.

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O R usa uma interface de linha em comando, Front-end é a prática de converter dados em
mas o R consta com uma gama maior de uma interface gráfica, através do uso de
front-ends gráficos para ele. Tais como: HTML, CSS e JavaScript.

LINGUAGEM S

A linguagem S é costumeiramente o modo de


escolha para pesquisa em metodologia O R facilita muito o trabalho dos
estatística, e R fornece um caminho OPEN programadores em C, C++, C# e é
SOURCE para a participação nessa atividade. oficialmente suportado no Windows 7, 8, 10,
R está disponível como SOFTWARE LIVRE e nas plataformas diferentes do Windows,
sob os termos da Free Software Foundation, porém não tão comuns. O site da Web de R é
GNU General Public License em forma de o R PROJECT.ORG
código fonte.

O prompt de R é indicado pelo token (>) no shell ou prompt de comando. A primeira instrução digitada inicia com o
caractere (#), que é o token de R para indicar um comentário

CLASSIFICAÇÃO: análise da produção dos dados;


AGRUPAMENTO: com base no que foi gerado;
TÉCNICAS GRÁFICAS: criação de pacotes por colaboradores a serem implementados e compartilhados entre
empresas e usuários;
MODELAGEM LINEAR E NÃO LINEAR: busca atributos entre tabelas e bancos de dados;
TESTES ESTATÍSTICOS CLÁSSICOS: cabe ao desenvolvedor criar condições para que R desenvolva uma
estatística mais avançada, mostrando resultados para atender determinadas perguntas;
ANÁLISE DE SÉRIES TEMPORAIS: mensais, bimestrais, semestrais, anuais.

LINGUAGEM R

Para tarefas computacionalmente intensivas, O CÓDIGO C, C ++, C# E FORTRAN pode ser vinculado e
chamado no tempo de execução. Usuários avançados podem escrever código C para manipular objetos R
diretamente.
Muitos usuários pensam em R como um sistema de estatísticas, mas R é um ambiente no qual as TÉCNICAS
ESTATÍSTICAS são implementadas. R pode ser estendido (facilmente) através de pacotes. Existem CERCA DE
OITO PACOTES FORNECIDOS COM A DISTRIBUIÇÃO R e muitos outros estão disponíveis na família CRAN de
sites da Internet que cobrem uma ampla gama de estatísticas modernas.

BANCO DE DADOS
SCRIPT

CONSOLE
GRÁFICOS

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PACOTE OFFICE (WORD, EXCEL E POWER POINT)

Ao analisarmos o último edital, fizemos um levantamento dos assuntos que são mais recorrentes em provas e
conseguimos esquematizar esses três assuntos que são muito importantes na sua matéria, para, enfim,
gabaritarmos informática na prova do seu concurso.

Iniciamos com o editor de textos mais famoso e mais usado do planeta. O Microsoft Word.

GUIAS e COMANDOS: São as ferramentas


utilizadas para a edição de cada texto
FAIXA DE
GRUPOS LÓGICOS: São aqueles que
dividem as ferramentas de cada guia OPÇÕES

Não confundir GUIA com GRUPOS LÓGICOS. Guia é a maneira como abrimos um
ATENÇÃO
conjunto de comandos. Os comandos são as ferramentas, ficam organizados como
Grupos Lógicos.
- Nas guias, quando não ocultas, temos os menus e os grupos lógicos, essas guias estão repletas de grupos lógicos
e dentro dos grupos lógicos, temos maneiras de organização, utilizando as ferramentas.

É de suma importância que você tenha em mente quais são as ferramentas que integram
ATENÇÃO
cada grupo lógico.

- Como toda e qualquer ferramenta existente no ambiente computacional, há as figuras dos atalhos que podem
otimizar mais ainda seu trabalho. Segue abaixo uma lista de atalhos mais usados na ferramenta do word e que são
cobrados de forma exaustiva em provas de concursos.

CTRL + A: abre um arquivo já existente CTRL + Q: formata o parágrafo para alinhar à esquerda
CTRL + B: salva o documento CTRL + R: refaz a ação
CTRL + C: copia o texto selecionado CTRL + S: sublinha o texto selecionado
CTRL + E: centraliza o texto CTRL + T: seleciona todo o texto do documento
CTRL + G: alinha à direita CTRL + V: cola o texto copiado
CTRL + I: formata o texto para itálico CTRL + X: recorta o texto selecionado
CTRL + J: formata o parágrafo para justificado CTRL + Y: refaz a última ação
CTRL + N: formata o texto para negrito CTRL + Z: desfaz a última ação
CTRL + O: abre um novo documento em branco CTRL + ENTER: começa uma nova página no mesmo
CTRL + P: imprime seu documento documento

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ALT + F4: sai do Word O formato de arquivos DOC é de propriedade da
ALT + CTRL + D:insere uma nota de fim Microsoft e usado no Microsoft Word como padrão
ALT + CTRL + F: insere uma nota de rodapé na gravação de arquivos textos. As versões mais
ALT + CTRL + S: divide a janela do documento recentes do Word incorporaram a extensão DOCX
SHIFT+F3: alternar as letras entre maiúsculas como evolução do DOC, isto aconteceu a partir da
e minúsculas versão 2007 do Microsoft Word

MICROSOFT POWER POINT

As ferramentas de parágrafos, alinhamento e formatação são as mesmas


que se usam nos programas MS Word e MS Excel.

GUIAS

GRUPOS
LÓGICOS

- O Power Point é um programa que tem como função a criação e apresentação de slides, sendo possível começar
um slide com apresentação em branco ou com modelos predefinidos.

- O SALVAR E SALVAR COMO: Salvar é utilizado para salvar arquivos que já existem e o salvar como é utilizado
para salvar arquivos pela primeira vez e/ou para fazer alterações em um arquivo já salvo.

- As ferramentas de parágrafos, alinhamento e formatação são as mesmas que se usam nos programas MS Word
e MS Excel.

1 - Recente: abre arquivos abertos recentemente.


2 - OneDrive: abre arquivos salvos em nuvem.
3 - Este PC: abre arquivos salvos no computador.
4 - Adicionar um Local: permite mapear um local na rede para se abrir um arquivo.
5 - Procurar: permite que busque o arquivo entre pastas.

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- DO COMEÇO: Permite apresentar o slide do COMEÇO (F5)
- DO SLIDE ATUAL: Permite apresentar o slide SELECIONADO (SHIFT + F5)

Permite que sejam definidas alterações que


aparecerão em todos os demais slides.

A diferença entre os arquivos PPT e PPS consiste na forma


como o programa responde quando cada um deles é aberto.
Enquanto o arquivo PPT/PPTX abre na página para ser
editado, o PPS abre já no formato de apresentação
automaticamente. Então, você deve ter em mente que na hora
de salvar o seu arquivo, você deve usar o formato PPT se ainda
quiser editá-lo, ou salvá-lo em PPS se ele já estiver pronto e
você quer apenas apresentá-lo.

EXTENSÃO DO POWERPOINT

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2016 - TCE-PA – AUXILIAR TÉCNICO - CESPE – 2017 - TRF – TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Arquivos do PowerPoint salvos no formato de No PowerPoint 2013, é possível salvar um arquivo
apresentação de eslaides (pps/ppsx) são, automa- no formato de Apresentação de Slides do Power-
ticamente, abertos no modo de exibição e, nessa Point, o qual possuirá a extensão ppsx.
condição, não podem ser editados.
R: Certo. Slide do Power Point: .pptx e slide de
R: Certo. Na parte superior do powerpoint, ao Apresentação do Power Point: .ppsx
clicar APRESENTAÇÃO DE SLIDES, o seu arquivo
será projetado para assistir e nesse modo não tem
como fazer modificações. É necessário finalizar a
apresentação e sair para realizar alguma edição.

MICROSOFT EXCEL INTERFACE

Sinal de igualdade =
Sinal de adição +
Sinal de subtração -
Sinal de arroba @
Asterisco * Para multiplicação
Barra / Para divisão
Sinal de % Para porcentagem
Sinal de ^ Para potenciação Somente a partir da versão 13
é possível salvar o arquivo
No Excel 2003, se utilizava .xls diretamente na nuvem.
e em 2007, 2010, 2013, 2016
e 2019 se utiliza o .xlsx.

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DOIS PONTOS - INTERVALO ENTRE
AS CÉLULAS

PONTO E VÍRGULA – CÉLULAS


CITADAS

& - JUNTAR OS VALORES


(CONCATENAÇÃO)

FÓRMULAS E FUNÇÕES

SOMA MÉDIA
Colocando os operadores, não se faz
necessário colocar a função

CONT.SE
Contabiliza o número de células preenchidas com
condições (usa função lógica condicional):
• INTERVALO: corresponde o local das células.
• CRITÉRIO: o que se deseja contabilizar.

PROCV/PROCH

PROCV – Procura na VERTICAL


PROCH – Procura na HORIZONTAL

REFERÊNCIA Fixação da coluna e linha.


ABSOLUTA Exemplo: $K$7
REFERÊNCIA
Nada é fixado
RELATIVA

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 302
COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2018 - EBSERH – ENGENHEIRO CIVIL - R: Errado. Total de linhas: 1.048.576/Total de colu-
A fórmula SOMA(B2:B6)/CONT.NÚM(B2:B6) nas do Excel: XFD (16.384).
permite o cálculo da média aritmética dos preços
cotados, em substituição à fórmula estatística CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – PERITO
padrão do Excel para esse cálculo. CRIMINAL FEDERAL - Com o uso de uma planilha
no Microsoft Excel 2016, será realizada a soma de
R: Certo. Ao se somar 5 valores dois valores numéricos advindos de duas planilhas
(B2+B3+B4+B5+B6) e dividir por 5, obtém-se a diferentes, mas ambas constantes do mesmo
média. arquivo. A fórmula de soma será inserida na célula
A1 da planilha Plan1, e os dados a serem somados
CESPE – 2020 - MINISTÉRIO DA ECONOMIA – estão na célula A1 de Plan2 e na célula A2 de
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - Os dados em Plan1. Nessa situação, a fórmula correta a ser inse-
uma planilha podem ser classificados: se os nomes rida na célula A1 da planilha Plan1 é =SO-
forem classificados em ordem crescente, então MA(Plan2!A1;A2).
eles serão classificados de A para Z.
R: Certo. Quando se pretende incluir em uma
R: Certo. Pode classificar tanto de ordem crescen- fórmula o conteúdo de uma célula que está em
te A - Z quanto decrescente Z - A. outra planilha do Excel, o usuário deve utilizar o
sinal de exclamação, que acompanha o nome da
CESPE – 2018 – FUB - A menos que o texto esteja planilha na fórmula. Se essa segunda planilha é
entre aspas, o Microsoft Excel 2010 não diferencia denominada “Plan2”, então o correto é utilizar
letras minúsculas e maiúsculas; assim, as fórmulas Plan2!, assim como é descrito no item.
=soma(c5:c10) e =SOMA(C5:C10) produzirão o
mesmo resultado. CESPE – 2018 - EBERSH – TÉCNICO EM INFOR-
MÁTICA - Excel, da Microsoft, e Calc, do LibreOffi-
R: Certo. O Excel não é case-sensitive - tanto faz ce, são exemplos de planilha de cálculo, que é um
estar em CAIXA ALTA ou caixa baixa. tipo de programa de computador que utiliza tabe-
las e células para a realização de cálculos ou apre-
CESPE – 2018 - POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO sentação de dados.
DE POLÍCIA - Devido à capacidade ilimitada de
linhas de suas planilhas, o aplicativo Excel pode ser R: Certo. Excel, da Microsoft, é exemplo de plani-
utilizado como um banco de dados para tabelas lha de cálculo, que é um tipo de programa de com-
com mais de um milhão de registros. putador que utiliza tabelas e células para a realiza-
ção de cálculos ou apresentação de dados.

LIBREOFFICE

O LIBREOFFICE é um pacote de aplicativos livre para escritório e foi criado para ser uma alternativa
gratuita e, portanto, depende de doações. Sua atual versão é a 6.3.5. Entre os aplicativos estão:
LibreOffice Writer (editor de textos), LibreOffice Calc (planilha eletrônica), LibreOffice Impress
(apresentação de slides), programa para banco de dados, ferramentas gráficas etc. Os aplicativos são
semelhantes ao pacote MS Office, mas o que diferencia os dois é, principalmente, que o LibreOffice é uma
suíte de ferramentas livre e de código-aberto, enquanto o Office possui código-fechado

A maioria das teclas de atalho do LibreOffice Writer funcionam em inglês.


Ou seja, o comando é acionado a partir da palavra em inglês, mesmo que o
programa esteja configurado para o português.
Libreoffice Writer Exemplo: para abrir um arquivo existente, o atalho a ser utilizado é Ctrl + O,
de “open” em inglês, e não Ctrl + A de “abrir” em português. Alguns atalhos
coincidem por terem a tradução semelhante, como é o caso de “save” e
“salvar”, que o atalho é Ctrl + S.

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LIBREOFFICE CALC LIBREOFFICE IMPRESS
EXTENSÃO: .ODS EXTENSÃO:.ODP

Assim como os outros programas, o LibreOffice Impress não tem a opção “Salvar como PDF”, é possível apenas
exportar como PDF.

BANCO DE DADOS

É uma coleção organizada de dados. Esses dados são organizados de modo a modelar aspectos do mundo
real, para que seja possível efetuar processamento que gere informações relevantes para os usuários a
partir desses dados. Um BD é composto por diversos objetos, tais como: tabelas, esquemas, visões,
consultas, relatórios, procedimentos, entre outros.

Controle de redundância, múltiplas visões dos dados, controle de


CARACTERÍSTICAS E
concorrência, backup e restauração, autenticação e autorização de acesso,
FUNCIONALIDADES
restrições de Integridade.

EXEMPLOS DE SGBD’S MS SQL Server, Oracle Database, MySQL, IBM DB2 e PostgreSQL.

Sistemas bancários, reservas em hotéis, controle de estoque em


APLICAÇÃO DOS BD
supermercados e catálogo de livros em bibliotecas.

Pessoas que irão operar os


USUÁRIOS
sistemas

Aplicativos usados
APLICATIVOS
para o acesso

Manipulação, consultas,
SGBD
definição de dados

MODELAGEM DE BANCO DE DADOS

A modelagem diz respeito ao projeto do banco de dados, formalizando as noções necessárias para a sua
concepção e fornecendo um guia para a implementação. Temos TRÊS CATEGORIAS de modelos que
facilitam esta tarefa.

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Este é o modelo de mais alto nível, ou seja, que está mais próximo dos
usuários. O nível conceitual é desenvolvido com alto nível de abstração, a
CONCEITUAL
partir dos requisitos do sistema, extraídos na fase de levantamento de
requisitos pelos analistas de sistemas.

Este modelo descreve como os dados serão armazenados no banco de dados


LÓGICO e seus relacionamentos. Neste modelo, ainda, pode ser definida a tecnologia
que será utilizada para armazenagem dos dados.

Também chamado de Modelo de Implementação, descreve, por meio de


alguma linguagem (comumente SQL), como será feita a armazenagem do
FÍSICO
banco. Neste nível se escolhe qual Sistema Gerenciador de Banco de Dados
(SGBD) será utilizado, levando em consideração o modelo lógico adotado.

ENTIDADE - Objeto ou evento do mundo real sobre o qual desejamos manter registros em um banco de dados:
ATRIBUTO - Propriedade ou característica que descreve uma entidade. São as colunas (campos) das tabelas
que irão armazenar os dados.
ATRIBUTO CHAVE - Também conhecido como chave primária, primary key ou pk, é um campo que deve
possuir valor único (SEM REPETIÇÃO) em todo o conjunto de dados da entidade. Este atributo é usado para
identificar unicamente um registro da tabela.
RELACIONAMENTO - Geralmente as entidades nunca estão sozinhas; normalmente estão associadas com
outras entidades. Um relacionamento pode acontecer entre uma, duas ou várias entidades.

GRAU DE RELACIONAMENTO

UNÁRIO BINÁRIO TERNÁRIO

Relação com ela mesma Relação com outra entidade Relação de três entidades

Mais comum
O processo formal que examina o documento descritivo, gerado pelos
NORMALIZAÇÃO analistas de sistemas, durante a análise de requisitos em busca de definir as
DE DADOS entidades, atributos, relacionamentos, chaves primárias e chaves estrangeiras
do banco de dados a ser modelado.

Evitar ou amenizar anomalias e inconsistências que podem ocorrer durante a


OBJETIVOS
inclusão, exclusão, alteração e consulta de registros em um banco de dados.

Embora existam cinco formas normais (ou regras de normalização), na prática usamos um conjunto de três
Formas Normais, ou seja, um banco de dados é considerado normalizado se nele foram aplicadas as regras
destas três formas normais.

REGRAS DE NORMALIZAÇÃO

PRIMEIRA FORMA Se todos os campos forem atômicos (simples) e não multivalorados (com múltiplos
NORMAL – 1FN valores).

SEGUNDA FORMA Uma entidade estará na Segunda Forma Normal 2FN se ela já se encontrar na 1FN
NORMAL – 2FN e todos os atributos não chave forem totalmente dependentes da chave primária.

Se ela estiver na 2FN e se nenhuma coluna não-chave depender de outra coluna


TERCEIRA FORMA
não-chave, ou seja, na 3FN temos simplesmente que eliminar os campos que podem
NORMAL – 3FN
ser obtidos pela equação de outros campos da mesma tabela.

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Se estiver na 3FN e na tabela não conter múltiplas entradas multivaloradas (valores
QUARTA FORMA
repetidos em diferentes colunas), ou seja, a presença de uma ou mais linhas em uma
NORMAL – 4FN
tabela implica a presença de uma ou mais outras linhas na mesma tabela.
Se estiver na 4FN e quando um atributo está em outra tabela sem a necessidade de
QUINTA FORMA
estar na tabela pesquisada, podendo ser removido sem a perda de nenhuma
NORMAL – 5FN
informação.

MYSQL WORKBENCH Ferramenta para fazer a modelagem dos dados e as relações entre as entidades.

O Modelo de Entidades e Relacionamentos é uma associação entre entidades distintas. Não há relação direta
entre o nome relacionamento e o nome relação.

CHAVES (RELACIONAMENTOS COM TABELAS)


As tabelas relacionam-se umas com as outras por meio de CHAVES. Uma chave é um conjunto de um ou mais
atributos que determinam a unicidade de cada registro. Por exemplo, se um BD tem como chaves um Código de
Produto e um ID, sempre que ocorrer um depósito de dados, o SGBD irá fazer uma consulta para reconhecer se o
registro estava ou não gravado na tabela.

CHAVE PRIMÁRIA (PK Coluna (atributo) que identifica um registro de forma exclusiva na tabela.
OU PRIMARY KEY) Exemplo: CPF de um cliente contendo um valor que não se repete na relação.

Coluna que define como as tabelas se relacionam umas com as outras.


CHAVE ESTRANGEIRA
Exemplo: Em uma tabela podemos ter a FK efetuando o relacionamento com
(FK OU FOREIGN KEY)
a PK na tabela.

LINGUAGEM SQL

SQL – STRUCTURED QUERY LANGUAGE: LINGUAGEM DE CONSULTA ESTRUTURADA.

É a linguagem padrão dos Bancos de Dados Relacionais. Não por acaso, grande parte dos bancos de dados
utilizam a sigla da linguagem no seu próprio nome: MYSQL, POSTGRESQL, MICROSOFT SQL SERVER, SQLITE

Cada subgrupo SQL possui comandos próprios de execução e, ao executar estes comandos, sempre temos como
resultado DUAS COISAS: O resultado da execução do comando e uma mensagem de execução que pode ser de
êxito ou de erro.

DQL
Apenas 1 comando (SELECT). Este comando é utilizado para realizar consultas no banco de dados. Embora tenha
apenas um comando, a DQL é a parte da SQL mais utilizada.
Esse comando é composto de várias cláusulas e opções, possibilitando elaborar consultas das mais simples às
mais complexas.

DML
Três comandos (INSERT, DELETE e UPDATE). É utilizado para realizar inclusões, alterações e exclusões de dados
presentes em registros do banco de dados.
DDL
Três comandos (CREATE, ALTER e DROP). É utilizado para criar, alterar e excluir bancos de dados, tabelas e
elementos associados como índice e visão.
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DCL
Dois comandos (GRANT e REVOKE). É utilizado para controlar os aspectos de autorização de dados e licenças
de usuários, controlando, assim, quem tem acesso para manipular dados dentro do BD.
GRANT – Autorizar um usuário a executar ou inserir operações no BD.
REVOKE – Remover ou restringir a capacidade de um usuário de executar operações.

DTL
Três comandos (BEGIN, COMMIT e ROLLBACK). É utilizado para controlar os aspectos de autorização de dados
e licenças de usuários, controlando, assim quem tem acesso para manipular dados dentro do BD.

BEGIN – Usado para marcar o começo de uma transação que pode ou não ser completada
COMMIT – Finaliza uma transação
ROLLBACL – Desfaz as mudanças feitas desde do último COMMIT.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2018 - CGM DE JOÃO PESSOA – Um R: Certo. Os metadados armazenados no catálogo


banco de dados é uma coleção de dados que são possuem informações a respeito da estrutura do
organizados de forma randômica, sem significado banco de dados e sobre as diversas restrições.
implícito e de tamanho variável, e projetados para
atender a uma proposta específica de alta CESPE – 2018 - EBSERH – ANALISTA DE
complexidade, de acordo com o interesse dos TECNOLOGIA - Após um banco de dados ser
usuários. criado, o administrador executa uma série de
tarefas para dar permissão de acesso aos usuários
R: Errado. Os bancos de dados têm um significado que necessitam ler e gravar informações na base
inerente e são organizados de forma coerente, ou de dados. A responsabilidade de gerir os acessos
seja, um conjunto de dados randômicos ao banco de dados é do sistema gerenciador de
(aleatórios) sem significado implícito não é um BD. banco de dados (SGBD).

CESPE – 2016 - FUB – TÉCNICO DE R: Certo. Como vimos, uma das funções do SGBD
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - Em sistemas é realizar o controle de acesso ao banco (ou base)
gerenciados de banco de dados, a independência de dados. Esse controle visa restringir o acesso de
dos dados refere-se à capacidade de modificar a pessoas não autorizadas a um determinado objeto
estrutura lógica ou física do banco, sem a (uma tabela específica, por exemplo), a conjuntos
necessidade de uma reprogramação dos de objetos ou até mesmo ao banco de dados
programas de aplicativos. inteiro.

R: Certo. A independência dos dados permite que CESPE – 2016 – FUNPRESP - Uma transação é
se altere a estrutura do BD (não se preocupe com uma sequência de ações divisíveis de uma unidade
essa história de lógica ou física, por enquanto) sem de trabalho.
que sejam necessárias modificações nos
programas ou aplicativos. R: Errado. A primeira característica das transações
é a atomicidade, que define que as transações são
CESPE – 2016 - TCE-SC – AUDITOR FISCAL DE indivisíveis.
CONTROLE EXTERNO - O catálogo de um
sistema de gerenciamento de banco de dados CESPE – 2018 - STM – ANALISTA JUDICIÁRIO -
relacional armazena a descrição da estrutura do No MySQL 5.6, os índices são usados para, entre
banco de dados e contém informações a respeito outras operações, desconsiderar linhas a serem
de cada arquivo, do tipo e formato de pesquisadas e(ou) encontrar linhas abrangidas pelo
armazenamento de cada item de dado e das WHERE mais rapidamente.
restrições relativas aos dados.

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R: Certo. MySQL é um banco de dados que R: Errado. O modelo que registra como os dados
trabalha com BDR. O WHERE pesquisa por um estão armazenados no sistema é o modelo lógico,
registro específico dentro do banco de dados e não e não o conceitual.
por toda a tabela. Desconsidera-se o montante de
linhas que há dentro de uma tabela. CESPE – 2018 - STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Comparativamente aos usados pelos usuários
CESPE – 2018 - STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO - leigos, os modelos de dados utilizados por
Uma tabela estará na segunda forma normal (2FN) programadores são considerados menos abstratos,
quando, além de estar na terceira forma normal pois contêm mais detalhes de como as
(3FN), ela contiver dependências funcionais informações estão organizadas internamente no
parciais. banco de dados.

R: Errado. Ao se trabalhar com normalização de R: Certo. O desenvolvedor utilizará uma linguagem


dados, trabalha-se com correção. É desmembrar muito mais detalhada do que uma pessoa leiga,
uma tabela quando se há registros multivalorados, que utilizaria uma visão mais simples e com menos
como endereço, trabalhando de forma sequencial. informações.
Para estar na forma 2FN, precisaria ter passado
pela forma 1FN, e não pela 3FN. CESPE – 2018 - STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO - A
transformação do esquema de tabela não
CESPE – STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO - A normalizada em um esquema relacional na
passagem à terceira forma normal (3FN) tem como primeira forma normal (1FN) consiste da
objetivo principal gerar o modelo lógico de dados; eliminação das tabelas aninhadas.
por isso, ela não visa eliminar redundância de
dados, como ocorre com as demais formas R: Certo. Se a tabela não está normalizada, ela está
normais. cheia de erros. Para estar normalizada, precisará
passar pela forma 1FN que desmembra registros
R: Errado. A forma 3FN é justamente onde se multivalorados e tabelas aninhadas, com várias
elimina as redundâncias da tabela e o que é colunas dentro de uma tabela.
desnecessário.

CESPE – 2018 - STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO - O


modelo conceitual, que reflete uma estrutura
simplificada do banco de dados, é responsável por
registrar como os dados estão armazenados no
sistema de gerenciamento de banco de dados
(SGBD).

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 308
CONTABILIDADE
CONCEITO
Contabilidade é uma CIÊNCIA SOCIAL que estuda, controla, administra e acompanha a evolução do patrimônio de
qualquer pessoa.
• O foco da contabilidade é a administração econômica de atos e fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio.

CONTABILIDADE

Objeto Objetivo Objetivo / Finalidade Campo de Aplicação

Controle do Fornecer informações Aziendas


Patrimônio patrimônio aos usuários internos (pessoas físicas ou
e externos jurídicas)
Obs.: A finalidade, às vezes, vem nas questões como objetivo, o que não torna a assertiva errada. Por isso, a finali-
dade (ou objetivo) da contabilidade é prover seus usuários de informações úteis para a tomada de decisão.
• Exemplos de usuários das demonstrações contábeis:
− Governo: Utiliza-se das informações para estabelecer políticas fiscais, regulamentar atividades e fiscalizar a
correta apuração dos créditos tributários.
− Administradores: Necessitam de informações para tomada de decisão quanto à expansão da empresa, controle
de estoques e estabelecer estratégias de mercado.
− Investidores: Interessam-se pelas informações para análise da lucratividade e rentabilidade da empresa, bem
como decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações.
− Empregador: Avaliar a capacidade financeira da empresa para verificar se ela possui condições para pagamento
dos salários.
− Credores por empréstimos: Analisam as informações contábeis para verificar a saúde financeira da empresa,
com o objetivo de determinar limite de empréstimos e taxa de juros.
− Fornecedores: Utilizam as informações para verificar se a empresa tem capacidade para quitar com suas
obrigações dentro do prazo de vencimento.
− Clientes: Avaliam a continuidade operacional da entidade para manter fornecendo os produtos necessários à
sua atividade.
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

FUNÇÃO ADMINISTRATIVA FUNÇÃO ECONÔMICA

APURAR O RESULTADO
CONTROLAR O PATRIMÔNIO
(Lucro ou prejuízo)

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE - 2018 - FUB - Técnico em Contabilidade A
contabilidade se define, atualmente, como a ciência R: Errado. A contabilidade é uma ciência social e não
do patrimônio, cujo objetivo é captar os elementos uma ciência exata.
sensíveis, perceptíveis e habituais de transações que
afetem a riqueza das organizações. CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia
R: Errado. O objetivo da contabilidade é fornecer Federal O objeto da contabilidade é o patrimônio do
informações aos usuários internos e externos. ente contábil específico.
R: Certo. O objeto de estudo da contabilidade é o
CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia patrimônio (conjunto de bens, direitos e obrigações).
Federal A contabilidade integra o rol das ciências
exatas por estar dedicada à mensuração da riqueza CESPE - 2018 - EBSERH - Técnico em Contabilidade
do ente contábil. O principal objetivo da contabilidade é fornecer
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 309
informações úteis sobre o patrimônio da entidade CESPE - 2010 - SECGE - Analista de Controle Inter-
para finalidades diversas, entre as quais, planejamen- no A contabilidade tem funções administrativas e
to, controle e auxílio no processo decisório. econômicas.
R: Certo. Atualmente, o objetivo da contabilidade é R: Certo. A função administrativa controla o
fornecer informações que possibilitem a tomada de patrimônio, já a função econômica busca apurar os
decisões. resultados.

PATRIMÔNIO
Já vimos que o objeto da contabilidade é o patrimônio, que é representado por contas do ativo e passivo.
Cuidado para não confundir:
Patrimônio bruto: patrimônio alheio + PL ≠ Capital total: capital de terceiros ou capital próprio.
COMPONENTES PATRIMONIAIS
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO

de Recursos
de Recursos

Ativo Circulante Passivo exigível (obrigações com terceiros)


Aplicações

Origem
Passivo não exigível (obrigações próprias)
Ativo Não Circulante
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) - Sócios
- Grau decrescente de LIQUIDEZ - Grau decrescente de EXIGIBILIDADE
• Ativo é o conjunto dos bens e direitos que estão sob o controle da empresa.
− Ativo circulante: composto por bens e direitos de CURTO PRAZO, ou seja, que sejam realizados até 12 (doze)
meses após a data do balanço patrimonial (bens e direitos de constante circulação);
− Ativo não circulante: são direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, ou seja, realizáveis a LONGO
PRAZO;
• Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que
resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos (obrigação perante terceiros).
• Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos
(representa a riqueza da empresa).
− Escrituração;
− Auditoria;
• As técnicas contábeis são:
− Demonstrações contábeis; e
− Análise das demonstrações contábeis (análise de balanço).

EQUAÇÃO PATRIMONIAL

ATIVO = PASSIVO EXIGÍVEL + PL (Patrimônio Líquido) OU PL = ATIVO - PASSIVO EXIGÍVEL

SITUAÇÃO LÍQUIDA OU PATRIMÔNIO LÍQUIDO

POSITIVA NEGATIVA (Passivo a descoberto) NULA OU EQUILIBRADA


• A > PE • A < PE • A = PE
• PL > 0 • PL < 0 • PL = 0

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE- 2015 – Telebrás – Analista Superior O CESPE – 2012 – TRE RJ O capital próprio das enti-
passivo a descoberto ocorre quando o ativo é igual dades cujo patrimônio é controlado pela contabili-
ao passivo, fazendo com que o patrimônio líquido dade corresponde ao seu ativo total.
seja zero. R: Errado. O capital próprio corresponde ao seu
R: Errado. Ocorre quando o valor do ativo é menor patrimônio líquido.
que o valor do passivo, ou seja, com a situação líquida
menor que zero. CESPE – 2016 – DPU – Contador Havendo
liquidação de empresa em situação líquida nula ou
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 310
equilibrada, o seu ativo será suficiente apenas para o CESPE – 2015 – TCE - RN - Auditor A existência de
pagamento das dívidas com terceiros, não sendo saldo total de passivo maior que o saldo total de ativo
suficiente para o pagamento do capital próprio. configura que o direito dos sócios é negativo.
R: Certo. Na situação líquida nula ou equilibrada, o R: Certo. Quando o passivo foi maior que o ativo,
valor do ativo é igual ao valor do passivo (obrigações caracterizará um passivo a descoberto. Logo, uma
com terceiros). Com isso, não sobrará ativo para situação líquida negativa dos sócios.
pagamento do capital próprio.

CONTAS
Conceito: É o meio utilizado para controlar o Patrimônio.
BENS Elementos Essenciais da conta:
• Nome da conta;
DIREITOS
• Data do fato contábil;
O OBJETIVO DA CONTA • Histórico do fato contábil;
OBRIGAÇÕES
É REGISTRAR • Valor debitado;
PATRIMÔNIO LÍQUIDO • Valor creditado; e
RECEITAS E DESPESAS • Saldo da conta.

Classificação quanto aos Elementos: TEORIA PATRIMONIALISTA


CONTAS PATRIMONIAIS CONTAS DE RESULTADO
Representam os bens, Aparecem na Demonstração
direitos, obrigações e Aparecem no balanço São as receitas e as do Resultado do Exercício
patrimônio líquido de patrimonial despesas. (DRE). Apuram se a empresa
uma entidade. obteve lucro ou prejuízo.

NATUREZA DEVEDORA (Débito) NATUREZA CREDORA (Crédito)

ATIVO DESPESAS RETIFICADORAS PASSIVO RECEITAS RETIFICADORAS


DO PASSIVO DO ATIVO
• Toda aplicação de recurso será debitada, pois representa que a conta está ficando com um débito junto à
empresa. E toda origem será creditada, pois a conta está com um crédito na empresa.
• Ou seja, a conta que recebe algo deve para a empresa, e a conta que fornece algo tem crédito junto à empresa.
• Atenção! As contas de natureza retificadora (redutora ou diminutiva) são contas que têm saldo contrário ao
saldo do grupo ao qual pertencem. Logo, as contas retificadoras do ativo têm saldos credores, já as retificadoras
do passivo e do PL possuem saldos devedores.
• Receitas: Toda receita aumenta a situação líquida da empresa, ou seja, aumenta seu resultado deixando tornan-
do a empresa mais rica.
• Despesas: São aplicações ou gastos que geram receitas. Logo, as despesas são perdas econômicas que deixam
a empresa mais pobre.
Grupo de Contas Natureza de Contas + Saldo -
Ativo Devedora Débito Crédito
Passivo Credora Crédito Débito
Patrimônio líquido Credora Crédito Débito
Receitas Credora Crédito Débito
Despesas Devedora Débito Crédito
Retificadora do ativo Credora Crédito Débito
Retificadora do passivo Devedora Débito Crédito
Retificadora do PL Devedora Débito Crédito

• Os débitos (aplicações) são posicionados à esquerda do (Ativo) Débito (Passivo) Crédito


razonete, já os créditos (origens) são posicionados à direita.
• Lembrando: A representação gráfica do razonete é dada na s Or
a çõe ige
forma de um “T”.
A plic m

Saldo Devedor Saldo Credor


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PLANO DE CONTAS ELENCO DE CONTAS
• Conjunto de todas as contas, normas e dire- • Relação de contas que serão utilizadas para
trizes existentes dentro de uma entidade para
uniformizar os registros contábeis;
• Contribui para os relatórios intenos e
= o registro dos fatos e atos contábeis;
• O elenco de contas é uma relação lógica e
ordenada dos títulos (nomes) das contas que
para a tomada de decisão dos usuários. compõem um plano.

PRINCIPAIS CONTAS

ATIVO
Caixa / Banco Poupança Veículos Despesas Antecipadas
Estoque Imóveis Móveis Contas a receber de clientes
Aplicações Financeiras Terrenos Duplicatas a Receber Valores a receber de vendas realizadas
PASSIVO
Fornecedores Duplicatas Aceitas Financiamentos Adiantamento de Fornecedores
Contas a Pagar Duplicatas Descontadas Empréstimos Impostos a Recolher
Duplicatas a Pagar Nota Promissória Emitida Adiantamento de Clientes Debêntures Emitidas
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social Reservas de Capital Contas de Resultado (Receitas e Despesas) Reserva Legal
Capital Integralizado Reservas de Lucro Reserva de
Ágio na Emissão de Ações
pelos sócios Contigência / Estatuária
REDUTORAS DO ATIVO
Provisão para Provisão para Crédito Provisão para Perda Depreciação, Amortização e
Devedores Duvidosos de Liquidação Duvidosa no Estoque Exaustão Acumulada
REDUTORAS DO PASSIVO
Custo de Receita Despesas Financeiras Despesas Financeiras Juros a Transcorrer
Antecipada a Transcorrer a Incorrer
REDUTORAS DO PL
Capital a Custo na emissão Ações em Tesouraria Prejuízo Acumulado
Integralizar de Ações
RECEITAS
Vendas de Mercadorias Venda de Bens Doações Recebidas Dividendos Recebidos

Ganhos de Loteria Descontos Recebidos Desconto Ativo Comissões Recebidas ou Ativas


ou Obtidos
Ganho na Variação Aluguéis Recebidos ou
Incentivos Fiscais Receitas Financeiras
Monetária Aluguéis Ativos
DESPESAS
Multas Impostos sobre Venda Impostos Salários
Custo da Mercadoria Despesas com Aluguéis Pagos ou Encargos Sociais
Vendida Depreciação Passivos
Energia Elétrica Água Frete sobre Vendas Descontos

Informações importantes e simplificadas:


• Crédito = Direito.
• Débito = Obrigação.
• Os débitos da empresa junto a terceiros estão no passivo.
• Os débitos de terceiros junto a empresa estão no ativo.
• Os créditos da empresa junto a terceiros estão no ativo.
• Os créditos de terceiros junto a empresa estão no passivo.
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - MPE-CE - Analista Ministerial As em comum o fato de serem todas de natureza deve-
ações em tesouraria, que representam as ações de dora.
uma companhia adquiridas pela própria sociedade, R: Certo. A conta caixa é do ativo, as ações em tesou-
devem ser registradas no patrimônio líquido, em raria são retificadoras do PL, já a depreciação é uma
conta devedora, reduzindo-se, assim, o valor do capi- despesa. Portanto, as três contas são de natureza
tal. devedora. Cuidado, não confundam a depreciação
R: Certo. É o que traz o § 5º da Lei nº 6404/76: “As com a depreciação acumulada, pois esta é retificado-
ações em tesouraria deverão ser destacadas no ra do ativo e possui natureza credora.
balanço como dedução da conta do patrimônio líqui-
do que registrar a origem dos recursos aplicados na CESPE - 2018 - EBSERH - Técnico em Contabilidade
sua aquisição.” As receitas e as despesas provocam variações patrimo-
niais, aumentando ou diminuindo o patrimônio líquido;
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário – Conta- por essa razão, segundo a teoria patrimonialista, elas
bilidade A conta de ações em tesouraria pertence ao são classificadas como contas patrimoniais.
grupo de investimentos, no ativo. R: Errado. As receitas e as despesas realmente
R: Errado. É uma conta retificadora do PL (aumenta provocam variações patrimoniais, aumentando ou
com débito e diminui com crédito). reduzindo o PL, porém, são classificadas como contas
de resultado e não como contas patrimoniais.
CESPE - 2019 - TJ-AM - Analista Judiciário – Conta-
bilidade Despesas antecipadas representam o direi- CESPE - 2018 - FUB - Técnico em Contabilidade
to de receber bens ou serviços contratados de tercei- Plano de contas é uma lista de rubricas patrimoniais e
ros e pagos pelo adquirente previamente à execução de resultado organizada de forma sistemática e que
do contrato pelo fornecedor do bem ou pelo execu- possui, geralmente, uma parte numérica — código
tante do serviço. contábil da conta — e uma parte alfabética — denomi-
R: Certo. As despesas antecipadas são consideradas nação da conta.
como pagamentos antecipados em que a prestação R: Errado. O plano de contas é o conjunto das normas
de serviço à empresa ocorrerá posteriormente, em e contas contábeis que possibilita o controle e o regis-
um momento futuro. tro de uma entidade. Possui como partes principais:
elenco de contas, função das contas e o funcionamen-
CESPE - 2018 - FUB - Técnico em Contabilidade to.
Contas caixa, ações em tesouraria e depreciação têm

NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBC TSP


Estrutura conceitual: o objetivo da elaboração e divulgação da informação contábil é fornecer informações sobre
a entidade que sejam úteis aos usuários para a prestação de contas e responsabilização e tomada de decisão.

RElevância Capaz de fazer a diferença / Ser útil


Características Qualitativas

Fundamentais
REpresentação Fidedigna Completa

Neutra

Livre de erro

COmparabilidade Requer, no mínimo, dois itens

De melhoria COmpreeensibilidade Informação clara e compreensível

TEmpestividade Obter a informação a tempo

VErificabilidade Diferentes observadores podem


chegar a um consenso
Mnemônico: “RERE COCO TEVE”
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE - 2020 - SEFAZ-AL - Auditor de Finanças e princípio internacional da essência sobre a forma.
Controle de Arrecadação da Fazenda Estadual
Uma das características qualitativas fundamentais da CESPE – 2016 – FUNPRESP - JUD - Assistente –
informação financeira é a representação fidedigna, Secretariado Para serem úteis na tomada de decisão
que preconiza que as informações financeiras sejam dos usuários, as demonstrações contábeis devem
representações fiéis da forma legal dos fenômenos conter informações relevantes e representar fided-
que elas se propõem a representar. ignamente a realidade da entidade, de modo que
R: Errado. A representação fidedigna preconiza que possuam os atributos de completude, neutralidade e
as informações sejam representações fiéis da essên- livre de erro.
cia dos fenômenos econômicos que elas se propõem a R: Certo. A questão trouxe exatamente as três carac-
representar. Na maior parte das vezes, a forma legal terísticas que formam a representação fidedigna:
coincide com a essência econômica, porém existem completa, neutra e livre de erro.
situações em que são diferentes, vigorando, assim, o

ESCRITURAÇÃO
Conceito: É uma técnica contábil utilizada para registrar, nos livros
contábeis, os fatos contábeis que afetam o patrimônio de uma enti- A soma dos débitos será
dade. sempre igual à soma dos
• Utiliza-se o método de partidas dobradas por meio dos lançamen- créditos
tos contábeis;
• Lançamento contábil é o nome que se dá para o registro do fato O total do ativo será
Métodos
contábil no livro-diário; sempre igual à soma do
das Partidas
• O registro dos fatos é feito em livros contábeis ou fiscais destina- passivo exigível com o
Dobradas
dos ao registro das transações que afetem o patrimônio da entidade; patrimônio líquido
• Os fatos podem ser: Utiliza-se, no mínimo,
− Permutativo: Não alteram o valor do PL; duas contas para registrar
− Modificativo: Aumentativos ou diminutivos; o fato contábil: 1
− Mistos: Permutativos + modificativos. Aplicação (Débito) e 2
• Atenção: Ato contábil é uma tomada de decisão que não afeta no patrimônio da Origem (Crédito)
entidade de forma imediata, por isso não é escriturado, apenas controlado por meio
de contas de controle.
Para efetuar o lançamento, é necessário:
LEMBRE-SE
Identificar Classificar Analisar o que ocorre com os saldos das
as contas as contas contas (aumenta ou diminui) Toda APLICAÇÃO aumenta
por débito e diminui por
Relembrando... crédito.
ATIVO PASSIVO Toda ORIGEM aumenta por
crédito e diminui por débito.
Representa o capital total da empresa; Representa o capital de terceiros;
Possui natureza devedora; Possui natureza credora;
Aplicação de recursos; Origem de recursos; PL

Quando o saldo aumenta: débito; Quando o saldo aumenta: crédito; Representa o capital próprio da
empresa (recursos dos sócios e das
Quando o saldo diminui: crédito. Quando o saldo diminui: débito. atividades da entidade);
RECEITA DESPESA Possui natureza credora;
Entrada de recurso econômico que Saída de recurso econômico que Origem de recursos;
aumenta o ativo e diminui o passivo; diminui o ativo e aumenta o passivo;
Quando o saldo aumenta: crédito;
Possui natureza credora; Possui natureza devedora;
Quando o saldo diminui: débito.
Origem de recursos; Aplicação de recursos;
Quando o saldo aumenta: crédito; Quando o saldo aumenta: débito;
Quando o saldo diminui: débito. Quando o saldo diminui: crédito.
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ELEMENTOS ESSENCIAIS DE UM LANÇAMENTO
Local e Data Contas Debitadas Contas Creditadas Histórico Valores
Fórmulas de Lançamento: Para efetuar os lançamentos contábeis, utilizam-se as fórmulas de acordo com o
número de contas existentes no fato. Vejamos:
Nº DE CONTAS
LANÇAMENTO DÉBITO CRÉDITO RESUMINDO...
LANÇADAS
Temos uma conta 1 debitada (D), e uma
1ª Fórmula “SIMPLES” 1 1 1
conta 1 creditada (C).
2 ou Temos uma conta 1 debitada (D),
2ª Fórmula “COMPOSTA” 1 12
mais e duas ou mais creditadas (C).
2 ou Temos 2 (duas) contas debitadas (D),
3ª Fórmula “COMPOSTA” 1 21
mais e uma conta creditada (C).
2 ou 2 ou Temos 2 (duas) ou mais contas debitadas (D),
4ª Fórmula “COMPLEXA” 22 e duas ou mais contas creditadas (C).
mais mais
Formas de Retificação do Lançamento:
ESTORNO Anulação do lançamento.
TRANSFERÊNCIA Regularização da conta indevidamente debitada ou creditada.
COMPLEMENTAÇÃO Ajuste de valor complementar.
Livros de Escrituração: Os principais são:
Obrigatório pelo Código Civil; Principal, pois registra os fatos contábeis; Comum para toda
Livro Diário
as empresas; e Cronológico.
Livro Razão Facultativo, principal e sistemático. Possui o objetivo de organizar as informações.
É obrigatório para os contribuintes que estejam no regime simplificado previsto na Lei
Livro Caixa
Complementar nº 123/06 ou que optarem pela tributação com base no lucro presumido.

Formalidades do Livro Diário

Extrínsecas Intrínsecas

Deve ser Folhas Termo de abertura Ordem Sem rasuras, emendas, borrões
encadernado enumeradas e de encerramento cronológica e espaços em branco
Autenticado pela junta comercial do estado ou Método Uniforme em língua e
pelo registro civil de pessoas jurídicas moeda Nacionais

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 – FUB A moderna escrituração contá-
bil pressupõe a identificação da origem e da momento da aquisição, no valor de R$ 4.000, repre-
aplicação dos recursos, fato que justifica a preferên- senta-se por meio de um lançamento de primeira
cia pela utilização do método das partidas dobradas. fórmula.
R: Certo. Existem outros métodos de escrituração, R: Certo. Haverá 1 (uma) conta debitada (veículos,
como o método das partidas simples e o método das valor de R$ 76.000,00 com o desconto dado no
partidas mistas, porém o escolhido, atualmente no momento da venda) e 1 (uma) conta creditada (caixa,
Brasil, é o método das partidas dobradas que utiliza, também no valor de R$ 76.000,00).
no mínimo, duas contas para o registro do fato contá-
bil: aplicação (débito) e origem (crédito). CESPE – 2017 - TRE – BA – CONTADOR –
ADAPTADA No que se refere à escrituração, a trans-
CESPE – 2018 – POLÍCIA FEDERAL A aquisição à ferência consiste na regularização da conta indevida-
vista de um veículo pelo valor de R$ 80.000, ainda mente debitada ou creditada com a transposição do
que esse valor resulte de um desconto, negociado no registro para a conta adequada.
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R: Certo. Lembre-se, o estorno anula, a transferência exemplos de fatos administrativos e que, portanto,
ajusta e regulariza a conta indevidamente debitada ou devem ser contabilizados.
creditada e a Complementação ajusta o saldo/valor R: Errado. A assinatura de contratos de compra e
complementar. venda com fornecedores não é considerada um fato,
mas sim um ato administrativo. Somente a compra de
CESPE – 2016 – FUNPRESP - Analista – Contabili- mercadorias a prazo que é considerada um fato
dade Segundo o método das partidas dobradas, o administrativo.
registro de um fato contábil sempre implicará um
lançamento a débito, que corresponde à aplicação CESPE – 2018 – EBSERH - Técnico em Contabili-
dos recursos da entidade, e um lançamento a crédito, dade Os atos administrativos relevantes, como é o
que corresponde à origem dos recursos aplicados. caso de fianças para terceiros, podem, futuramente,
R: Certo. Este método indica que não há débito sem modificar o patrimônio da entidade.
que haja um crédito correspondente, ou seja, para R: Certo. Os atos administrativos não possuem o
toda aplicação no patrimônio da entidade existirá poder de alterar de forma imediata o patrimônio da
uma origem de igual valor. empresa, entretanto, alguns atos administrativos
relevantes, como é o caso da fiança para terceiros,
CESPE – 2018 – EBSERH - Técnico em Contabili- podem, futuramente, modificar o patrimônio da enti-
dade Assinaturas de contratos de compra e venda dade.
com fornecedores e compra de mercadorias a prazo

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
Conceito: O balancete de verificação é um método, não obrigatório, utilizado para verificar se o método das
partidas dobradas foi obedecido no processo de escrituração dos fatos contábeis.
• Como a soma dos débitos corresponde a soma dos créditos efetuados, organiza-se uma tabela, de até 8 colu-
nas, para comparação dos saldos devedores e credores.
• Se os valores divergirem, ficará evidenciado erro na escrituração.
• Os saldos são retirados do livro razão.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2018 – Polícia Federal O balancete de veri-
ficação é um resumo ordenado de todas as contas ra obrigatória pela legislação societária, e sua finali-
utilizadas pela contabilidade da entidade que o apre- dade restringe-se a fornecer aos usuários internos
senta, destinando-se a detectar todos os possíveis da entidade informações sobre a evolução dos saldos
erros de contabilização eventualmente ocorridos. das contas devedoras e credoras em determinado
R: Errado. O objetivo do balancete não é detectar período.
todos os possíveis erros, mas sim verificar se o R: Errado. O balancete de verificação não é
método das partidas dobradas foi respeitado. obrigatório, é um demonstrativo auxiliar. Sua finali-
dade é verificar se foi aplicado corretamente o
CESPE - 2018 - FUB - Técnico em Contabilidade Na método das partidas dobradas e não a movimentação
elaboração do balancete, o livro diário é a fonte de dos saldos do período.
informações do contabilista para a realização dos
trabalhos relacionados à referida demonstração CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia
contábil. Federal O balancete de verificação pode ser levanta-
R: Errado. A fonte utilizada para a elaboração do do em modelos que vão de um mínimo de duas colu-
balancete de verificação é o livro razão. nas a um máximo de seis colunas.
R: Errado. Possui o mínimo de 2 (duas) e o máximo de
CESPE - 2018 - FUB - Técnico em Contabilidade O 8 (oito) colunas. Quanto mais colunas, maior o detal-
balancete de verificação é uma demonstração financei- hamento.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Demonstrações Contábeis: As demonstrações contábeis são relatórios que contêm informações contábeis-finan-
ceiras de uma empresa (informam a posição patrimonial, financeira e econômica).
• Essas demonstrações contábeis-financeiras são fundamentais para os usuários externos, principalmente para
aqueles que aplicam dinheiro na empresa.

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As demonstrações contábeis fornecem informações sobre:
Ativo
Passivo BP - Balanço Patrimonial
Patrimônio Líquido
Receitas, Despesas, Ganhos e Perdas DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
Fluxo Financeiro DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
Riqueza Gerada DVA – Demonstração do Valor Adicionado
Resultados Acumulados DLPA – Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

Atenção! Todas as informações nas demonstrações contábeis são relevantes, mas nem todas as informações relevantes
sobre a empresa estão nas demonstrações contábeis.

O Art. 175 da Lei nº 6.404/76, traz a seguinte redação sobre o exercício social:

Art.175 – O exercício social terá duração de 1 ano e a data do término será fixada no estatuto.
Parágrafo Único: Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social
poderá ter duração diversa.

BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial é considerado como a principal demonstração financeira de uma empresa, pois repre-
senta quantitativa e qualitativamente a posição financeira da entidade.
• É uma demonstração estática;
• Apresenta as contas patrimoniais da entidade, possibilitando ao usuário uma análise da situação financeira da
empresa em dado momento.

Estrutura do Balanço Patrimonial


Ativo Passivo
Ativo circulante (realizáveis a curto prazo – até os Passivo circulante
12 meses após a data do balanço patrimonial) (obrigações a curto prazo)
• Caixa e equivalentes de caixa; • Fornecedores;
• Investimentos temporários; • Empréstimos de curto prazo;
• Estoques; • Financiamentos de curto prazo;
• Venda de imóveis. • Salários.
Ativo não circulante (realizáveis a longo prazo – Passivo não circulante
Após o término do exercício subsequente) (obrigações de longo prazo)
• Investimentos; • Prestações e empréstimos;
• Imobilizado; • Financiamentos;
• Intangível.
Patrimônio Líquido
• Capital social;
• Reserva de capital;
• Prejuízos acumulados.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE


Conceito: É uma demonstração contábil dinâmica que visa identificar a composição do resultado econômico-fi-
nanceiro apurado num determinado período da entidade.

Atentando-se ao regime de competência, a DRE identificará de forma vertical os vários níveis de


resultados mediante confronto entre os fluxos de receitas, custos e despesas.

Vamos relembrar?

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AUMENTA O ATIVO
− Vendas de bens;
AUMENTA O PL − Vendas de mercadorias;
RECEITAS − Doações recebidas;
AUMENTA O RESULTADO − Descontos recebidos;
DIMINUI O PASSIVO − Prêmios na emissão de debêntures.

DIMINUI O ATIVO − Energia elétrica;


− Água;
DIMINUI O PL − Impostos sobre vendas;
DESPESAS
DIMINUI O RESULTADO − Salários;
− Impostos;
AUMENTA O PASSIVO − Custo de mercadoria vendida;

A Lei 6.404/76, Seção V, Art. 187, incisos I a VII, traz:

A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os


impostos;

A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e
o lucro bruto;

As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despe-


sas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

A Demonstração
do Exercício O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
discriminará
O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias,


mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistên-
cia ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;

O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Já no seu Art. 187, §1º temos que:

As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua


Na determinação realização em moeda; e
do resultado do
exercício serão Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas
computados: receitas e rendimentos.

Estrutura da DRE de acordo com a Lei nº 6.404/76 e o CPC:


Lei nº 6.404/76 CPC
Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração do Resultado do Período
Receita Bruta -
(-) Deduções da Receita Bruta -
= Receita Líquida = Receitas
(-) Custo de Mercadorias Vendidas (CMV) (-) Custo de Mercadorias Vendidas (CMV)
e dos Serviços Prestados (CSP) e dos Serviços Prestados (CSP)
= Lucro Bruto ou Prejuízo Bruto = Lucro Bruto ou Prejuízo Bruto
(-) Despesas com vendas (ou comerciais) (-) Despesas com vendas (ou comerciais)
(-) Despesas gerais e administrativas (-) Despesas gerais e administrativas
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Lei nº 6.404/76 CPC
(-) Despesas financeiras (-) Outras despesas operacionais
+ Receitas financeiras + Outras receitas operacionais
(-) Outras despesas operacionais (+/-) Resultado da equivalência patrimonial
+ Outras receitas operacionais -
= Lucro ou Prejuízo Operacional = Resultado antes das receitas e despesas financeiras
(-) Outras despesas (-) Despesas financeiras
+ Outras receitas + Receitas financeiras
= Lucro ou Prejuízo antes do IR e CSLL = Resultado antes dos tributos sobre o lucro
(-) Provisão para IR e CSLL (-) Tributos sobre o lucro
(-) Participações Estatutárias sobre o lucro (-) Participações Estatutárias sobre o lucro
- = Resultado das operações continuadas
- (+/-) Resultado das operações descontinuadas
= Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício = Resultado Líquido do Período
= Lucro ou Prejuízo por ação -
Atenção! Note que o primeiro item da DRE, segundo a Lei nº 6.404/1976, é a receita bruta de vendas. Porém,
segundo o CPC, o primeiro item é a receita líquida de vendas.

• Ao término do exercício social junto com a DRE deverá ser apresentado o cálculo do lucro ou prejuízo por ação
da seguinte forma:

Resultado Líquido do Exercício


Resultado por Ação =
Número de Ações do capital Social

Destinação do Lucro:
Com o saldo final apurado na DRE, será feita a distribuição do lucro para a formação da reserva de lucro da
empresa ou será feita a distribuição dos dividendos.
Caso o resultado seja um prejuízo, este deverá ser transferido para o patrimônio líquido da entidade e será
absorvido pelos lucros acumulados, reserva de lucro, reserva legal, e se continuar existindo prejuízo, ele será
absorvido pelas reservas de capital.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2020 - SEFAZ-DF Ganhos representam
outros itens que se enquadram na definição de recei- R: Errado. A demonstração do resultado realmente
ta e podem ou não surgir no curso das atividades se inicia a partir da apresentação da receita bruta,
usuais da entidade, representando aumentos nos porém o lucro operacional não será impactado pelo
benefícios econômicos, e, como tais, não diferem, em imposto de renda. (Art. 187, incisos I, IV e V da Lei nº
natureza, das receitas. 6.404/76)
R: Certo. Essa questão causou polêmica pela
expressão: “não diferem, em natureza”. Inicialmente CESPE – 2015 – FUB – Contador A demonstração do
foi dada como “CERTA”, entretanto, posteriormente, resultado do exercício (DRE) inicia-se pela receita
foi anulada pela banca. líquida de vendas e não apresenta a receita bruta e as
deduções da receita.
CESPE - 2018 - Polícia Federal Escrivão de Polícia R: Certo. Como vimos no quadro de comparação, a
Federal A estrutura da DRE é delineada a partir da Lei começa pela receita bruta, já o CPC começa pela
apresentação das receitas brutas, que, deduzidas de receita líquida.
impostos, inclusive de imposto de renda, determi-
nam o lucro operacional da entidade.

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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2011 – FUB O balanço patrimonial, que é R: Certo. Pelo regime de competência as receitas
uma demonstração estática, apresenta a posição são reconhecidas pelo fato gerador (quando
econômica, financeira e patrimonial da entidade “ganhas”), independentemente de seu recebimen-
em determinada data. to. O mesmo raciocínio se aplica às despesas, as
quais devem ser reconhecidas no momento do
R: Errado. Fatos contábeis são fatos que alteram o fato gerador, independentemente do pagamento.
patrimônio. Patrimônio é o objeto da Contabilida-
de (tudo que altera o Patrimônio é fato contábil). CESPE – 2014 – Polícia Federal - Agente As
Pode ser uma alteração quantitativa (modificativo comissões pagas a vendedores devem ser incluídas
ou misto) ou qualitativo (permutativo). Objetivo é nas despesas operacionais da demonstração do
fornecer as informações úteis para os usuários resultado do exercício, entre as despesas classifi-
(diversos). Ao se referir à posição econômica, deve- cadas como administrativas ou gerenciais.
mos nos reportar à Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE). Devemos considerar, nesse caso, R: Errado. As comissões pagas a vendedores são
sempre o regime de competência (registros no classificadas em Despesas Operacionais no subi-
período a que se referem pois remete-se ao fato tem Despesas com Vendas ou Despesas Comer-
gerador). Portanto, o BP não apresenta a posição ciais. Conforme se extrai da justificativa da banca
econômica, pois esta é apresentada apenas na examinadora: “As comissões integram o subgrupo
DRE. A posição FINANCEIRA e PATRIMONIAL de despesas comerciais. As despesas administrati-
estão sim, de fato, no BP. vas são constituídas por materiais de escritório
consumidos, serviços de auditoria, recrutamento e
CESPE – 2018 – Polícia Federal - Agente Em seleção e outras”.
função da competência contábil, deve ser conside-
rado despesa do exercício corrente o valor do
aluguel do imóvel que tenha sido utilizado no exer-
cício corrente e só será pago no exercício seguinte.

OPERAÇÕES TÍPICAS

JUROS

ENTIDADE RECEBE FINANCIAMENTO


(REALIZA EMPRÉSTIMO e PAGA JUROS)

D – Bancos (1.200)
Recebimento do capital D - Encargos financeiros a transcorrer (Ret. do Passivo) (100)
C – Empréstimos a pagar (passivo) (1.300)

D – Encargos financeiros (resultado) (10)


Apropriação dos juros C - Encargos financeiros a transcorrer (Ret. do Passivo) (10)
*Considere que 10 é o valor a ser apropriado mensalmente.

D – Empréstimos a pagar (1.300)


Pagamento do valor final C – Bancos (1.300)

Se o valor total da carga de juros for conhecido, então o lançamento será em “encargos financeiros a trans-
correr”. A conta “encargos financeiros” também é chamada de “despesa de juros”, ambas contas do resulta-
do.

A operação acima demonstra uma captação de recurso (1.200) com juros (100) a ser pago ao final (1.200).
Os juros são apropriados à medida que ocorre o transcurso de tempo (exemplo: 10 ao mês)
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PAGAMENTO DE DUPLICATA, COM JUROS

D – Duplicatas a pagar (500)


Ato do pagamento D – Juros Passivos (despesa) (50)
C – Caixa (550)
O pagamento de uma duplicada acrescido de juros de 10% resulta em um fato misto diminutivo.

RECEBIMENTO DE DUPLICATA, COM JUROS

D – Caixa (aumenta o ativo)


Ato do recebimento C – Juros ativos (receita)
C – Duplicatas a Receber (diminui o ativo)
O recebimento de uma duplicata acrescido de juros resulta em um fato misto aumentativo.

DESCONTOS

OBTIDOS CONCEDIDOS

D – Bancos (ativo) (1800)


Pagamento D – Duplicatas a pagar (passivo) (100) Pagamento D – Descontos financeiros concedidos
Antecipado C – Receitas Financeiras (resultado) (20) Antecipado (resultado) (200)
C – Bancos (80)
C – Clientes (ativo) (2000)
Ocorre, por exemplo, o com o antecipado de uma Trata-se do desconto condicional (concedido
duplicata. Por exemplo: a entidade possui uma dupli- mediante determinada condição a ser cumprida pelo
cada de R$ 100 a pagar, e, caso pague até dia 5, cliente, no caso a quitação antecipada). Assim, a
obterá 20% de desconto. condição para que se aufira o desconto de 10% é
A conta “Receitas Financeiras” também pode apare- que o cliente quite antecipadamente. A conta “des-
cer como “Descontos Obtidos”. contos financeiros concedidos” é uma despesa.
Não se pode confundir com o desconto incondicio- Não se pode confundir com o desconto incondicio-
nal. Desconto incondicional: INVARIAVELMENTE nal. Desconto incondicional: INVARIAVELMENTE
irá OCORRER (à vista ou parcelado ou antecipado). irá OCORRER (à vista ou parcelado ou antecipado).
No caso dos descontos incondicionais obtidos, não Este não aparece como despesa financeira, mas, sim,
haverá o registro do desconto (ele não integra o como dedução da receita bruta de vendas, logo no
custo de aquisição). início da demonstração do resultado do exercício
(DRE).

ALUGUÉIS

CESPE – 2010 - TRE/ES Uma empresa que ocupou imóvel de terceiros para realizar suas atividades ope-
racionais, na última renovação do contrato de aluguel, negociou as seguintes condições com o locador:

→ Início do aluguel: 1°/10/2010


→ Prazo do aluguel: 24 meses
→ Aluguel mensal de R$ 2.000,00
→ Desconto condicional (pagamento adiantado >> desconto de 15%)

Em 30 de setembro de 2010, a empresa locatária pagou R$ 40.800,00, beneficiando-se do desconto acer-


tado. Nesse caso, ao final do exercício de 2010, a empresa deveria registrar o valor de R$ 5.100,00 como
despesa e de R$ 35.700,00 como ativo circulante.

NO ATO DO PAGAMENTO D – Aluguéis antecipados (ativo) (R$ 40.800,00)


(há o desembolso, mas C – Caixa (R$ 40.800,00)
não a despesa) “Aluguéis antecipados” também pode ser “Despesa antecipada”

Valor mensal a ser apropriado: R$ 40.800,00/24 = R$ 1.700,00


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TRANSCURSO DO MÊS
D – Despesa de aluguel (resultado) (R$ 1.700,00)
(Apropriação da despesa.
C - Aluguéis antecipados (ativo) (R$ 1.700,00)
Quando efetivamente
“Despesa de aluguel” também pode ser “Aluguéis Passivos”
ocorre a despesa)

AO FIM DE 2010 Como são 3 meses a serem apropriados, ao final de 2010, o


(A despesa será de forma montante apropriado será de R$ 5.100,00 (R$ 1.700,00 × 3)
proporcional)

{
Valores a serem apropriados:
1) Em 2010: R$ 1.700,00 × 3 = R$ 5.100,00
2) Em 2011: R$ 1.700,00 × 12 = R$ 20.400,00
3) Em 2012: R$ 1.700,00 × 9 = R$ 15.300,00
Ao final de 2010, a empresa deveria registrar o valor de R$ 5.100,00 como despesa e de R$ 20.400,00
no ativo circulante. Como o valor de R$ 15.30,00 deverá ser apropriado após o término do exercício
seguinte (art. 179, II da Lei 6.404/76), R$ 20.400,00 (12 × 1700,00) deve estar no ativo circulante e R$
15.300,00 (9 × R$ 1.700,00) no ativo não-circulante (no subgrupo ativo realizável a logo prazo).

CESPE – 2013 – TER/MS - Adaptada - Considerando que, em 1°/10/2012, determinada empresa tenha
alugado um galpão pelo prazo de doze meses, mediante o pagamento à vista do valor total de R$
24.000,00, e que, ao longo de todo o ano de 2012, a citada empresa não tenha alugado nenhum outro
bem, é correto afirmar que a despesa antecipada de aluguel, em 31/12/2012, foi de R$ 18.000,00.
Lançamento no pagamento:
D – Despesa antecipada (ativo) (24.000,00)
C – Caixa (24.000,00)
Apropriação mês a mês no valor de R$ 2.000,00 >> Momento em que ocorre a despesa
D – Despesa de aluguel (resultado) (R$ 2.000,00)
C - Despesa antecipada (ativo) (2.000,00)
Até dezembro de 2012, realizou-se três meses (outubro a dezembro) de apropriação como despesa de
aluguel, totalizando R$ 6.000,00 (2.000,00 × 4). Saldo da conta Despesa antecipada = saldo inicial da
conta – despesa apropriada em 2012. Despesa Antecipada em 31/12/2012 = 24.000 – 6.000 = R$
18.000,00. Questão Correta.

AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL

ADIANTAMENTO DE D – Bancos
CAPITAL, SE HOUVER C – Adiantamento para aumento de capital (passivo)

EFETIVANDO O D – Adiantamento para aumento de capital (passivo)


AUMENTO DO CAPITAL C – Capital social (PL)

A conta “Adiantamento para aumento de capital” encontra-se no passivo, uma vez que se trata de
uma obrigação da entidade perante terceiros. Esse aumento do capital social pode se dar, por
exemplo, pela entrada de um sócio.

CONTRATAÇÃO DE SEGURO

D – Seguros a Vencer (ativo)


NO ATO DO à vista
C - Caixa
PAGAMENTO O FATO GERADOR DA
(há o desembolso, mas DESPESA É O TRANSCURSO
não a despesa) DO PERÍODO
D – Seguros a Vencer
a prazo
C – Seguros a Pagar

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CONTRATAÇÃO DE SEGURO

TRANSCURSO DO MÊS
(Apropriação da despesa. O FATO GERADOR DA
D – Despesas com seguros (resultado)
Quando efetivamente DESPESA É O TRANSCURSO
C – Seguros a Vencer (ativo)
ocorre a despesa) DO PERÍODO

Obs.: A conta “Seguros a Vencer” pode ser substituída pela conta “Despesas pagas antecipadamente” ou “Prêmios
de seguro a apropriar” ou “Seguros Antecipados”, que também são do ativo, já que se referem a um direito.
A ideia principal é perceber que o seguro normalmente tem uma duração de 12 meses. Nesse caso, no ato da
aquisição do seguro há o efetivo desembolso (redução da conta Caixa) e em contrapartida gera-se um direito,
qual seja, direito de uso do seguro durante os 12 meses. À medida que o tempo vai passando, a apropriação da
despesa vai reduzindo o valor da conta "Seguros a Vencer" e, em contrapartida, lançando a despesa. Em princípio,
eventual franquia do seguro não deve contabilizada nesse momento, já que não há uma obrigação presente.

FOLHA DE PAGAMENTO

SALÁRIO PROVISIONADO SALÁRIO PAGO NO ATO


(PAGAMENTO DE SALÁRIO)
PROVISIONAMENTO DA FOLHA DE PAGAMENTO
D – Salários a pagar (passivo) D – Despesa com salários
C – Caixa (ativo) C – Caixa (ou Bancos)
→ É um fato permutativo → É um fato modificativo diminutivo
Entende-se que nesse caso não houve o
APROPRIAÇÃO DO PAGAMENTO provisionamento, mas tão somente o pagamento
D – Despesa com salários (despesa) do salário (em dinheiro).
C – Salários a pagar (passivo)
→ É um fato modificativo diminutivo

VENDAS

NO ATO DO RECEBIMENTO
(há o ingresso de recursos, mas D – Caixa
não a receita) C – Receita Antecipada (passivo)
O FATO GERADOR DA
RECEITA É A ENTREGA DA
ENTREGA DA MERCADORIA MERCADORIA
D – Receita Antecipada (passivo)
(contabiliza-se a receita) C – Receita de Vendas

Trata-se de um caso de receita antecipada de vendas. Note que no ato do recebimento do recurso, gera-se uma
obrigação para com o cliente, obrigação de entrega da mercadoria. Quando da efetiva entrega da mercadoria,
contabiliza-se a receita. A conta “Receita Antecipada” também pode aparecer como “Adiantamento de Clientes”.
A receita de vendas é de fato uma receita.

VENDA DE MERCADORIA COM LUCRO

RECONHECIMENTO DA VENDA C – Caixa (R$ 1.000)


D – Receita com vendas (receita) (R$ 1.000)

D – CMV (R$ 700,00)


RECONHECIMENTO DO CUSTO
C – Estoque (R$ 700,00)

Considere que houve 30% de lucro sobre a venda. Assim, se o preço de venda foi R$ 1.000, teremos que o custo
da mercadoria vendida (CVM) será de R$ 700, resultando em um lucro de R$ 300. Trata-se de um fato misto
aumentativo.

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COMPRAS

REGISTRA A AQUISIÇÃO E
D – Veículos
À VISTA UM VEÍCULO À VISTA (FATO
C – Caixa
PERMUTATIVO)

D – Veículos REGISTRA A AQUISIÇÃO DE


A PRAZO C – Financiamento a pagar (passivo) UM VEÍCULO A PRAZO
C – Caixa (FATO PERMUTATIVO)
* Na conta “Financiamento a pagar” será registrado o total das parcelas
devidas. Na conta caixa será registrado apenas o valor pago à vista

PROVISÕES PARA DEVEDORES DUVIDOSOS (PDD ou PCLD)

CONSTITUIÇÃO DA PCLD D – Despesa com PCLD


OCORRE A DESPESA
(ou provisionamento) C – PLCD (retificadora do ativo)

RECONHECIMENTO DA
D – PLCD DIMINUI-SE O SALDO DA
PERDA (Cliente é
C – Duplicatas a receber PLCD
considerado incobrável)

SE, APÓS O
D – Caixa
RECONHECIMENTO DA
C – Outras receitas operacionais OCORRE A RECEITA
PERDA, O CLIENTE
(resultado)
PAGAR
A conta PLCD é retificadora do ativo. Ela tem como objetivo apurar com uma maior margem de acerto o valor
correto a ser apurado com a conta Clientes, já que é possível estimar, desde logo, perdas e constituir a conta
de perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa (PLCD).

O lançamento ocorrido no “RECONHECIMENTO DA PERDA” também pode ser realizado no caso da baixa de
um título considerado incobrável, isto é, estimou-se que seria possível não receber (constituição da PCLD) e
com a baixa do título considerado incobrável, aferiu-se que, de fato, não foi possível receber o valor. Trata-se
de um fato permutativo.

DEPRECIAÇÃO

PERIODICAMENTE D – Depreciação (despesa)


RECONHECIDO C – Depreciação acumulada (retificadora do ativo)
A conta depreciação acumulada retifica, em uma conta própria, o valor do ativo que está se desgastando pelo
uso natural do tempo, obsolescência (perde a capacidade de gerar benefícios econômicos futuros). A
depreciação é reconhecida à medida que a vida útil diminui. Assim, se a vida útil de um veículo, por exemplo é
de 5 anos, a cada ano a depreciação será de 1/5 do valor do veículo (considerando que não há valor residual).

SUBSCRIÇÃO E INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL

D – Capital social a integralizar (retificadora do PL)


SUBSCRIÇÃO
C – Capital social (PL)

D – Caixa
INTEGRALIZAÇÃO
C – Capital social a integralizar (retificadora PL)
Quando ocorre a subscrição do capital, ainda não há a entrega dos recursos por parte dos sócios para a
constituição da entidade. Ocorre compromisso, por parte dos sócios, em aportar capital social para começar um
novo empreendimento. Acima, apresenta-se o lançamento de integralização do capital social em dinheiro, isto
é, os sócios entregam efetivamente o recurso (o capital social pode ser composto por dinheiro e qualquer
espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, de acordo com o art. 7° da lei 6.404/74)
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COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2011 – TRE/ES O pagamento de um O lançamento de despesa com depreciação: D –


encargo, como, por exemplo, salários e aluguéis, Despesa com depreciação C – Depreciação
pode ser considerado um fato permutativo ou acumulada (retificadora do ativo).
modificativo, dependendo da data de ocorrência
do respectivo fato gerador. CESPE – 2010 – TRE/BA - A compra a prazo de um
ativo intangível, como uma patente, é um fato
R: Certo. O fato será permutativo ou modificativo, contábil modificativo.
a depender da forma do pagamento, isto é, se o
pagamento for provisionado, no ato do R: Errado. Pode-se dizer que a grande maioria dos
provisionamento, haverá um fato permutativo. Se fatos modificativos gerarão receita ou despesa. No
o pagamento se der no mesmo período do fato entanto, há exceções como o aporte de recursos
gerador, por exemplo, folha do mês de agosto e o pelos sócios (fato modificativo aumentativo sem
funcionário recebe em agosto, teremos um fato receita) e a distribuição de dividendos
modificativo diminuitivo, já que, nessa (modificativo diminutivo sem despesa). A compra a
oportunidade, ocorrerá a despesa de salário. prazo é um fato permutativo, já que aumenta, no
mesmo valor, o ativo intangível e a conta “contas a
CESPE – 2014 – Polícia Federal - Agente Caso pagar”, uma obrigação.
uma empresa compre mercadorias a prazo, no
momento do pagamento de uma das duplicatas CESPE – 2015 – CGE/PI - Auditor - Por ocasião
referentes a essa compra ocorrerá um fato das competências mensais, os saldos das contas
permutativo. “encargos financeiros a transcorrer” e “receitas
financeiras a transcorrer” serão reduzidos
R: Certo. Segundo a justificativa da banca mediante lançamentos feitos em contas de
examinadora: “A compra a prazo provoca um despesas financeiras e de receitas financeiras,
aumento simultâneo do passivo e no ativo, respectivamente.
ocorrendo um fato permutativo. O respectivo
pagamento provocaria uma diminuição simultânea R: Certo. Receita a transcorrer é uma receita
no ativo e no passivo, o que também constitui um recebida antecipadamente que vai sendo
fato permutativo”. apropriada com o decurso do tempo. Já os
encargos financeiros a transcorrer (ou Juros a
CESPE – 2014 – Polícia Federal - Agente No transcorrer) é uma despesa que vai sendo
momento da apropriação mensal de um seguro apropriada com o decurso do tempo na conta de
contratado para doze meses, o crédito deverá ser despesa. Os lançamentos são feitos da seguinte
feito na conta bancos ou na conta caixa. forma:
D – Receitas Financeiras a Transcorrer
R: Errado. Como evidenciado, o lançamento no ato (RETIFCIADORA DO ATIVO)
da apropriação mensal de um seguro será: D – C – Receitas Financeiras (resultado)
Despesas com seguros (resultado); e C – Seguros a
Vencer (ativo). Ainda, de acordo com a justificativa D – Despesas Com Encargos Financeiros
da banca, temos: “Nos casos de apropriação (resultado)
mensal, o seguro contratado é pago no momento C – Encargos Financeiros a Transcorrer (Conta
da assinatura do contrato, quando então a conta retificadora do PASSIVO)
seguros a vencer é debitada. Posteriormente, as
apropriações mensais serão feitas a crédito da CESPE – 2012 - Polícia Federal - Agente -
conta de seguros a vencer e a débito da conta de Considere os eventos de I a V listados abaixo.
despesas com seguros”. I - Aquisição de veículo à vista para uso na
atividade operacional
CESPE – 2010 – TRE/BA A conta depreciação II - Baixa de bem inservível registrado no
acumulada é aumentada por lançamentos de imobilizado
ajuste a débito. III - Apropriação da folha de pessoal do mês
IV - Registro da diminuição do valor de dívida a
R: Errado. A conta depreciação acumulada é receber em função da variação monetária
retificadora do ativo. Portanto, aumenta a crédito. V - Pagamento de obrigação com desconto

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Com base nas informações acima, julgue o item a e financiamentos contraídos com correção
seguir, relativo à classificação dos fatos pós-fixada, registra uma despesa a ser levada para
administrativos. a de resultado do exercício do ano em que a
Os eventos II, IV e V são classificados como fatos empresa contraiu a dívida.
mistos, pois, além de provocarem variações no
saldo patrimonial, representam a transposição de R: Errado. Não será no ano que a empresa contraiu
valores entre os grupos de contas patrimoniais. a dívida. A despesa deverá ser levada para o
R: Errado. O evento II (baixa de bem inservível) é resultado, conforme a passagem do tempo, de
um evento modificativo diminutivo: acordo com o princípio da competência.
D – Despesa de baixa de bens inservíveis
(resultado) CESPE – 2013 – MPU A amortização de dívida
C – Bem (diminui o ativo) com desconto é evento que provoca os seguintes
O evento IV (registro da diminuição do valor de impactos no patrimônio da entidade que efetuou o
dívida a receber em função da variação monetária) pagamento: crédito em conta de disponibilidades,
é um evento modificativo diminutivo: débito em conta de passivo e débito em conta de
D – Variação Monetária Passiva (Despesa) resultado pelo reconhecimento de despesa
C – Valores a Receber (diminui o ativo) financeira.
O evento V (pagamento de obrigação com
desconto) é um fato misto aumentativo: R: Errado. A amortização de uma dívida com
D – Duplicatas a Pagar (aumenta o ativo) desconto provoca o reconhecimento de uma
C – Descontos obtidos (receita) receita, no patrimônio da entidade. Veja como
C – Caixa (diminui o ativo) seria o lançamento:
D – Passivo
CESPE – 2012 - Polícia Federal - Agente - Os C – Caixa ou Bancos
eventos I e III classificam-se como fatos C – Descontos Obtidos (Conta de Resultado –
permutativos e não afetam o saldo patrimonial da Receita)
entidade.
CESPE – 2012 – TRE/RJ – Adaptada
R: Errado. O evento I (aquisição de veículo à vista Considerando que uma instituição educacional
para uso na atividade operacional) é um fato privada emita os boletos de cobrança da
permutativo: mensalidade com a oferta de um desconto de 5%
D – Veículos (aumenta o ativo) se o cliente (estudante ou responsável) realizar o
C – Caixa (diminui o ativo) pagamento até 5 dias antes da data do
O evento III (apropriação da folha de pessoal do vencimento, e que uma mensalidade no valor de
mês) é um fato modificativo diminutivo: R$ 500,00, com vencimento para 15/12/2012,
D – Despesa de salários (resultado) tenha sido recebida em 1.º/12/2012. Nesse caso,
C – Salários a pagar (passivo) o lançamento contábil dessa operação pela
Veja que a questão fala em apropriação da folha referida instituição educacional seria:
que é diferente do provisionamento da folha. D - Caixa e equivalentes de caixa (AC) R$ 475,00
D – Desconto fin. (Result.) R$ 25,00 (5% x 500)
CESPE – 2012 – TRE/RJ - Analista - Quando C - Mensalidades a Receber (AC) R$ 500,00
determinada empresa paga uma parcela de seguro
relativo a período de cobertura ainda não R: Certo. O recebimento em caixa ou equivalentes
transcorrido, o valor correspondente à parcela de caixa será equivalente a 95% de R$ 500,00, já
paga não pode integrar as contas de resultado do que houve o desconto de 5%. Já o desconto
período. concedido (ou desconto financeiro) é uma despesa
financeira para a empresa. Por fim, ocorre o crédito
R: Certo. Como evidenciado, a despesa só ocorre em mensalidades a receber, um direito perante
com o transcurso do tempo. No ato do pagamento, terceiros, conta do ativo circulante.
aumenta-se o saldo da conta "seguros a vencer",
conta do ativo. Com o transcurso do tempo, CESPE – 2018 - Polícia Federal - Agente A
apropria-se a despesa, reduzindo o valor da conta aquisição de mercadorias para revenda, quando
"seguros a vencer" e uma despesa, em classificável na conta mencionada, gerará uma
contrapartida. contrapartida em conta de fornecedores ou de
caixa e equivalentes.
CESPE – 2014 - SUFRAMA A conta de despesas
financeiras a vencer, decorrentes de empréstimos

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R: Certo. O registro dessa operação pode se dar à efetivo recebimento do adiantamento, o
vista ou a prazo. A compra a prazo terá como fornecedor, em cumprimento ao regime de caixa,
contrapartida a conta fornecedores, enquanto a deverá lançar em sua contabilidade um crédito em
compra à vista será feita com um lançamento na conta de passivo, em contrapartida à conta caixa
conta caixa e equivalentes, vejamos: ou equivalentes.
Compra à vista:
D- Estoque R: Errado. O caso narrado pela questão é uma
C- Caixa e equivalentes operação em que a empresa fornecedora recebe
Compra a prazo: de um cliente, antes de entregar a mercadoria.
D- Estoque Como evidenciado, nesse caso, o lançamento
C- Fornecedores correto será:
D – Caixa
CESPE – 2018 - Polícia Federal - Agente A C – Receita Antecipada (passivo)
aquisição à vista de um veículo pelo valor de R$ Esse lançamento se dá em razão do regime de
80.000, ainda que esse valor resulte de um competência, visto que, com a entrega da
desconto, negociado no momento da aquisição, no mercadoria, teremos outro lançamento
valor de R$ 4.000, representa-se por meio de um evidenciando a receita. A questão afirma que “em
lançamento de primeira fórmula. cumprimento ao regime de caixa” o lançamento
correto seria o evidenciado acima. No entanto, se
R: Certo. Essa questão trata do desconto o regime de caixa fosse adotado, a contabilização
incondicional (promocional ou comercial). Esse ocorreria no momento do recebimento do dinheiro
desconto ocorre independentemente de qualquer e ocorreria, por exemplo, da seguinte forma:
condição. No caso de desconto incondicional D- Caixa
obtido, isto é, para a entidade que adquiriu o C- Receita de vendas (resultado)
veículo mediante desconto, não haverá qualquer Nota-se, dessa maneira, que a questão erra ao
lançamento relativo ao desconto, vejamos: afirmar que pela ótica de caixa o lançamento
D - Veículos R$ 76.000,00 estaria de acordo com o mencionado. Entretanto,
C - Caixa e Equivalentes de Caixa R$ 76.000,00 caso a questão afirmasse, ao invés do “em
Nesse caso, a questão acerta ao afirmar que será cumprimento ao regime de caixa”, “em
um lançamento de primeira formula, ainda que cumprimento ao regime de competência”, o item
haja o desconto negociado na aquisição (desconto restaria correto.
incondicional).

CESPE – 2018 - Polícia Federal - Agente Em


algumas atividades, é comum que o cliente realize
um adiantamento ao fornecedor, por conta do bem
ou do serviço que lhe será entregue. Quando do

REDUÇÃO DE VALOR DO ATIVO NÃO CIRCULANTE

Fundamento legal: Lei 6.404/76


Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios:
(...)
V - os direitos classificados no IMOBILIZADO, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta
de DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO ou EXAUSTÃO;
VII – os direitos classificados no INTANGÍVEL, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva
conta de AMORTIZAÇÃO;

§ 2° A diminuição do valor dos elementos dos ativos IMOBILIZADO e INTANGÍVEL será registrada
periodicamente nas contas de:
a) DEPRECIAÇÃO, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a
desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência;
b) AMORTIZAÇÃO, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da
propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo
objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado;
c) EXAUSTÃO, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto
sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.

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→ Os Ativos IMOBILIZADO e do INTANGÍVEL estarão sujeitos à Depreciação, Amortização ou Exaustão. A
AMORTIZAÇÃO, em regra, ocorre aos itens classificados no INTANGÍVEL. No entanto, também pode ocorrer
nos itens IMOBILIZADO, como no caso de Benfeitoria em Propriedades de Terceiros, que pode ser Depreciada
ou Amortizada.
REDUÇÕES DE VALOR NO ATIVO PODE OCORRER DAS SEGUINTES FORMAS (ATIVO NÃO CIRCULANTE)
Desgaste pelo uso, ação da
Depreciação natureza ou obsolescência

Em função da Perda de valor de bens IMATERIAIS


Amortização
Utilização e apropriação do Ativo Diferido

Exaustão Esgotamento de recursos


naturais (florestais ou minerais)

Obs.: Se a redução de valor se der em razão da avaliação, ocorrerá a “perda por redução ao valor recuperável” no
contexto do teste de impairment.

Depreciação Amortização Exaustão

• Bens: Benfeitorias em • Direitos cujo objeto sejam


• Bens do imobilizado; bens de terceiro com recursos minerais ou florestais,
• Bens de renda do subgrupo cláusula de ressarcimento ou bens explorados nessa
investimentos; (Ativo IMOBILIZADO); exploração;
• A depreciação se dá pelos • Direitos: Classificados no • A exaustão se dá em
métodos linear e não linear. INTANGÍVEL (CONTRATOS funçãodo prazo (estimativa) ou
• Depreciação acumulada de exploração florestas e em função da exploração
≤ minas para corte ou fruto); efetiva (possança).
Valor original do bem • No caso em que cessar a - CPC 01: Depreciação,
• Valor Residual: valor do bem utilização comercial do bem, amortização e exaustão é a
após o término da depreciação este deverá ser lançado alocação sistemática do valor
(nem sempre existirá). como despesa operacional. depreciável, amortizável e
exaurível de ativos durante sua
- Após a depreciação total, o - Após a amortização total, o vida útil.
bem permanece no patrimônio bem deve ser baixado do
Vida útil é:
com valor contábil zero, até sua patrimônio;
(a) o período de tempo durante
baixa; - Taxa de Amortização será
o qual a entidade espera utilizar
- Taxa de depreciação: determinada em razão do tempo
um ativo; ou
100%/vida útil; restante de usufruto (taxa =
(b) o número de unidades de
- Parte de mês é considerado 100%/tempo restante).
produção ou de unidades
como mês inteiro
semelhantes que a entidade
espera obter do ativo.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2015 - MPOG - O conceito de R: Certo. Nos termos do art. 183, §2°, “a”, o item
depreciação implica o reconhecimento de perda de apresenta a definição correta de depreciação. O
valor nos ativos fixos tangíveis, em decorrência do desgaste do ativo é reconhecido na depreciação
uso, da desatualização, ou da obsolescência, e se acumulada e deve ser periodicamente alocado ao
constitui em despesa para recuperar, de forma resultado (na despesa de depreciação). A segunda
gradual, o dispêndio inicial, ainda que não exija parte do item pode gerar dúvidas. No entanto, de
desembolso nem pagamento. acordo com o lançamento da depreciação, deve-se

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lançar uma despesa (sem efetiva saída do recurso) CESPE – 2015 – MPU - Analista A redução do
e um lançamento a crédito na retificadora do ativo valor residual de um ativo imobilizado
imobilizado (depreciação acumulada). Ao longo de proporcionará aumento da cota de depreciação
sua vida útil, o ativo deixa de possuir a sua mensal desse ativo, caso sua vida útil seja mantida
capacidade de gerar benefício futuro. A inalterada.
depreciação acumulada retifica o valor do ativo,
assegurando que o balanço da empresa reflita com R: Certo. De acordo com o CPC 27, que trata do
fidedignidade a sua realidade do ativo. ativo imobilizado e dos métodos de depreciação,
no item 6 temos: “Valor residual de um ativo é o
CESPE – 2010 – TRE/BA A conta depreciação valor estimado que a entidade obteria com a venda
acumulada é aumentada por lançamentos de do ativo, após deduzir as despesas estimadas de
ajuste a débito. venda, caso o ativo já tivesse a idade e a condição
esperadas para o fim de sua vida útil. ”
R: Errado. Deve-se ressaltar que a despesa com Considerando a definição do valor residual de um
depreciação é uma despesa meramente contábil, ativo (valor que “resta” ao final de toda
para demonstrar que o bem perde valor, mas não depreciação), caso ele seja reduzido e a vida útil
efetivamente saída de recurso embora seja uma inalterada, será necessário que a cota de
despesa na DRE. depreciação mensal seja aumentada. Isso ocorre
Lançamento: porque a redução do valor residual impacta
D – Despesa c/ depreciação (resultado) diretamente no valor depreciável, eis que, em
C – Depreciação acumulada (retificadora do ativo linhas gerais, pode-se dizer: Valor do ativo = Valor
imobilizado) depreciável (cotas x vida útil) + Valor residual.

CESPE – 2014 – FUB Na alienação de imobilizado, CESPE – 2016 – TCE/PA - Auditor Os recursos
havendo saldo na conta de depreciação acumulada aplicados na aquisição de direitos da propriedade
do bem, esta deverá ser encerrada contra a própria industrial ou comercial estão sujeitos à
conta do bem, antes de efetuada a baixa do amortização, que representa perda de valor dos
imobilizado. referidos ativos.

R: Errado. No mesmo momento da baixa do bem, R: Certo. A questão versa sobre a literalidade do
deve-se dar baixa da depreciação acumulada. art. 183, §2°, “b”. A perda de valor de bens
Ocorre simultaneamente a baixa do bem e o IMATERIAIS é resultado a amortização.
abatimento ao valor do bem constante na
depreciação acumulada. O erro da questão está CESPE – 2010 – Abin – Oficial Técnico de
em afirmar que se dá "antes". Os eventos de venda Inteligência A contabilização do ativo intangível
do ativo e da baixa de depreciação acumulada baseia-se na sua vida útil e, consequentemente,
acontecem ao mesmo tempo. um intangível, com vida útil definida deve ser
amortizado periodicamente, o que não se aplica
CESPE – 2015 - FUB O valor da depreciação de nos casos de intangíveis com vida útil indefinida,
um ativo imobilizado pode ser calculado por vários que não chegam a ser reconhecidos no balanço
métodos, mas, uma vez escolhido, o método deve patrimonial.
ser mantido até a baixa do ativo em questão.
R: Errado. O CPC 04 (r1), que versa sobre o ativo
R: Errado. Segundo o CPC 27, que trata do ativo intangível pode esclarecer essa situação: “89. A
imobilizado e dos métodos de depreciação: “O contabilização de ativo intangível baseia-se na sua
método de depreciação aplicado a um ativo deve vida útil. Um ativo intangível com vida útil definida
ser revisado pelo menos ao final de cada exercício deve ser amortizado, enquanto a de um ativo
e, se houver alteração significativa no padrão de intangível com vida útil indefinida não deve ser
consumo previsto, o método de depreciação DEVE amortizado (...)”. No que tange ao ativo intangível,
ser alterado para refletir essa mudança. Tal se a sua vida útil for definida, ocorrerá a
mudança deve ser registrada como mudança na amortização; se a vida útil for indefinida, não
estimativa contábil, de acordo com o ocorrerá a amortização. Valores aplicados a
Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas direitos que não tenham prazo definido para
Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação extinção (direito ao usufruto) não estão sujeitos a
de Erro. ” amortização. Porém, atenção, esses ativos com
vida útil indefinida estarão sujeitos ao teste de
recuperabilidade ou teste de impairment

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anualmente.
R: Errado. O ativo com vida útil indefinida não será
CESPE – 2019 – TJ/AM - Analista As patentes, amortizado. Acrescente-se que, de acordo com
além de serem amortizadas contabilmente, são CPC 04 (ativo intangível), o início da amortização
sujeitas a redução de valor em decorrência da ocorre quando o ativo estiver disponível para o
avaliação de seus valores de recuperação. uso, conforme se extrai: “97. A amortização deve
ser iniciada a partir do momento em que o ativo
R: Certo. Exatamente isso. As patentes são, em estiver disponível para uso, ou seja, quando se
regra, ativos intangíveis. Como tal, sujeitam-se à encontrar no local e nas condições necessários
amortização. Considerando o exemplo 2 contido para que possa funcionar da maneira pretendida
no CPC 04 (ativo intangível), temos: “A patente pela administração (...)”. Ressalte-se que a
seria amortizada durante os cinco anos de vida útil depreciação também se inicia quando estiver
para a entidade, com um valor residual igual ao disponível para o uso: “55. A depreciação do ativo
valor presente de 60% do valor justo da patente na se inicia quando este está disponível para uso, ou
data em que foi adquirida. A patente também seria seja, quando está no local e em condição de
analisada quanto à necessidade de funcionamento na forma pretendida pela
reconhecimento de perda por desvalorização de administração (...)” (CPC 27 - ativo imobilizado).
acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 –
Redução ao Valor Recuperável de Ativos. ” Assim,
uma patente deve ser considerada, em regra, como
um ativo com vida útil definida, sujeitando-se à
amortização. O teste de recuperabilidade também
deverá ser realizando em consonância com o CPC
01.
CESPE – 2019 – SLU - Analista A amortização de
ativo intangível com vida útil indefinida será
iniciada quando o mesmo estiver disponível para
uso.

CPC 01 - REDUÇÃO AO VALOR RECUPERÁVEL DE ATIVOS (TESTE DE IMPAIRMENT)


Fundamento legal: Lei 6.404/76

Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: (...)

§ 3° A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no
IMOBILIZADO e no INTANGÍVEL, a fim de que sejam:
I – registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos
ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para
recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo
da depreciação, exaustão e amortização.

Atenção: A Lei 6.404/76 determina a análise da recuperabilidade (impairment) somente dos itens do
IMOBILIZADO e do INTANGÍVEL. Já o CPC 01 (R1) - Redução ao Valor Recuperável de Ativos - é aplicado a
diversos outros ativos.

Conceito: O teste de recuperabilidade busca identificar se o valor pelo qual o ativo está registrado não excede
seus valores de recuperação (valor obtido pelo uso ou pela venda). O que se pretende fazer é comparar se o valor
contábil é condizente com o valor recuperável. O valor de um ativo no balanço patrimonial possui valor contábil
acima do seu valor recuperável? Se sim, ocorrerá a perda por desvalorização.

→ Nenhum ativo pode ser registrado em valor superior ao que a empresa vai recuperar, para isso faz o teste de
recuperabilidade
→ Se o valor contábil é menor, deve-se registrar uma perda

→ VALOR EM USO: é o valor presente do fluxo de caixa futuro estimado, resultante do uso de um ativo.

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→ VALOR LÍQUIDO DE VENDA: também chamado de valor realizável liquido ou valor justo líquido de despesas
de venda. É o valor que pode ser obtido pela venda de um ativo, menos as despesas com a venda. De acordo com
o CPC 46, valor justo é o preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência
de um passivo em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de mensuração (ou
avaliação). Ou seja, as partes do negócio são independentes e devem estar em condições de igualdade. Note que
o valor justo líquido de despesas de venda = o valor justo – valor com as despesas de venda.

→ VALOR CONTÁBIL: é o valor pelo qual o ativo está reconhecido no balanço patrimonial. Esse valor deve incluir
as deduções realizadas a título de depreciação, amortização ou exaustão acumulada e ajuste para perdas.
→ VALOR RECUPERÁVEL: será o MAIOR valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso de um
determinado ativo.

TESTE DE RECUPERABILIDADE
1) Apurar: a) VALOR EM USO DO ATIVO; b) VALOR LÍQUIDO DE VENDA DO ATIVO; e c) VALOR CONTÁBIL;
2) Comparar os valores
Valor contábil Valor recuperável
> OU <
Valor recuperável Valor contábil PERDA POR DESVALORIZAÇÃO

Se, e somente se, o Valor contábil for


maior que o valor recuperável, haverá A perda por desvalorização é o valor resultante
perda por desvalorização. Dito de outro da entre o Valor recuperável - Valor contábil.
modo: se o valor recuperável for inferior Essa perda busca tornar o valor de contabilização
ao seu valor contábil, haverá perda por do ativo mais próximo de seu valor real.
desvalorização do ativo.

Ao final de cada período de reporte, a entidade deve avaliar se há


Há indícios de
alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização.
desvalorização
PERIODICIDADE

Se houver alguma indicação, o valor recuperável deve ser estimado

• Ativo intangível com vida útil indefinida (não No mínimo


sofre amortização);
ANUALMENTE
• Ativo intangível ainda não disponíveis para uso;
Independente de indício de
desvalorização • O ágio pago por expectativa de rentabilidade
ANUALMENTE
futura (goodwill).

Caso não haja perda por desvalorização (valor contábil igual ou maior que seu valor recuperável), nenhum
lançamento deverá ser realizado. O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor
recuperável.

Em ocorrendo a perda por desvalorização, a entidade deve reduzir o valor contábil do ativo ao seu valor
recuperável. A perda por desvalorização a ser reconhecida no resultado do período é mensurada com base na
diferença entre o valor contábil do ativo e o seu valor recuperável.

Depois do reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de depreciação, amortização ou exaustão do


ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo, menos seu valor
residual (se houver), em base sistemática ao longo de sua vida útil remanescente.

Obs.: Nem sempre será necessário aferir o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo e seu valor em
uso. Isso porque se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não tem desvalorização
e, portanto, não é necessário estimar o outro valor.

→ Se os motivos das perdas deixarem de existir, deve-se proceder à reversão da perda, em regra, como receita,
exceto o goodwil, que não reverte.

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ATIVOS NÃO REAVALIADOS

PERDA REVERSÃO DA PERDA

D – Perda estimada por valor não recuperável (Retificadora do ativo)


D - Perda por desvalorização
C – Reversão da perda por desvalorização (Resultado - receita)
(Resultado - despesa)
Deve-se reverter a perda no resultado até o limite da perda reconhe-
C - Perda estimada por valor não
cida anteriormente. Se extrapolar a perda já ocorrida, deve seguir o
recuperável (Retificadora do Ativo)
esmo lançamento do ativo não reavaliado. Goodwill não é revertido.

→ Perda: A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do
resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer desvalorização de ativo reavaliado deve ser
tratada como diminuição do saldo da reavaliação.
CPC 01

→ Reversão da perda: A reversão de perda por desvalorização de um ativo, exceto o ágio por expectativa
de rentabilidade futura (goodwill), deve ser reconhecida imediatamente no resultado do período, a menos
que o ativo esteja registrado por valor reavaliado de acordo com outro Pronunciamento. Qualquer reversão
de perda por desvalorização sobre ativo reavaliado deve ser tratada como aumento de reavaliação conforme
tal Pronunciamento.

Portanto, tanto a perda, quanto a reversão da perda, no caso de ativos não reavaliados, DEVEM SER LANÇADAS
NO RESULTADO COMO DESPESA E RECEITA, respectivamente. DICA: se a questão não especificar o ativo
(avaliado ou não), assuma que se trada do ativo não reavaliado. No caso de ativos reavaliados, a sistemática será
diferente:

ATIVOS REAVALIADOS

PERDA REVERSÃO DA PERDA


Acarretará a DIMINUIÇÃO do saldo da RESERVA Acarretará a AUMENTO do saldo da RESERVA
A perda por desvalorização de ativo reavaliado deve A reversão de perda por desvalorização sobre ativo
ser reconhecida em outros resultados abrangentes (na reavaliado deve ser reconhecida em outros
reserva de reavaliação) na extensão em que a perda resultados abrangentes sob o título de reserva de
por desvalorização não exceder o saldo da reavaliação reavaliação. Entretanto, na extensão em que a perda
reconhecida para o mesmo ativo. Essa perda por por desvalorização para o mesmo ativo reavaliado
desvalorização sobre o ativo reavaliado REDUZ a tenha sido anteriormente reconhecida no resultado
reavaliação reconhecida para o ativo. do período, a reversão dessa desvalorização deve ser
também reconhecida no resultado do período.
Goodwill não é revertido.

O valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado se:


(a) o valor em uso do ativo não puder ser estimado como sendo próximo de seu valor justo líquido de despesas de
venda (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros advindos do uso contínuo do ativo não puderem ser
estimados como sendo insignificantes); e
(b) o ativo não gerar entradas de caixa que são em grande parte independentes daquelas provenientes de outros
ativos.
Nesses casos, o valor em uso e, portanto, o valor recuperável, somente pode ser determinado para a unidade
geradora de caixa do ativo.

Exemplo: Uma entidade de mineração tem uma estrada de ferro particular para dar suporte às suas atividades
de mineração. Essa estrada pode ser vendida somente pelo valor de sucata e ela não gera entradas de caixa
que são, em grande parte, independentes das entradas de caixa provenientes de outros ativos da mina.
Não é possível estimar o valor recuperável da estrada de ferro privada porque seu valor em uso não pode ser
determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Portanto, a entidade deve estimar o valor
recuperável da unidade geradora de caixa à qual a estrada de ferro particular pertence, isto é, a mina como um
todo.

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Goodwill: ágio por expectativa de rentabilidade futura reconhecido em uma combinação de negócios (fundo de
comércio).
Goodwill = Valor Pago – Valor Justo do Investimento
O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) é a diferença POSITIVA entre preço pago na compra do
investimento e o valor justo (valor de mercado) de seus ativos líquidos. Por essa diferença de valor (goodwill), a
entidade adquirente possui a expectativa de gerar rentabilidade futura
O Goodwill não é amortizado (não é realizado), tampouco depreciado, apenas deve ser submetido ao teste de
recuperabilidade.

CPC 04: O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de
negócios é um ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos adquiridos em
uma combinação de negócios, que não são identificados individualmente e reconhecidos separadamente.
48. O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente NÃO deve ser
reconhecido como ativo.

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2015 - MPOG Goodwill é um termo


contabilístico usado para refletir a parte do valor CESPE – 2016 - FUNPRESP O contador de uma
de mercado de um negócio que não é diretamente empresa fez o lançamento na conta despesa com
atribuível aos seus ativos e passivos, contabilizado perda por desvalorização de maquinário, a débito,
apenas em caso de uma aquisição. e na conta perda por desvalorização de maquiná-
rio, a crédito. Nessa situação, o lançamento é justi-
R: Certo. De acordo com o CPC 15 (Combinação ficado pelo reconhecimento da depreciação
de Negócios), goodwill é um ágio por expectativa provocada pela perda de valor das máquinas
de rentabilidade futura que representa benefícios decorrente do uso ou da obsolescência dessas.
econômicos futuros resultantes de outros ativos
adquiridos em uma combinação de negócios, os R: Errado. A despesa reconhecida por desvaloriza-
quais não são individualmente identificados e ção de maquinário é reconhecida em virtude de
separadamente reconhecidos. perda por recuperabilidade, e não por reconheci-
mento da depreciação. Teste de impairtment e
CESPE – 2013 – TRE/MS - Adaptada A perda em depreciação não são sinônimos, como a questão
um imobilizado decorrente do teste de recuperabi- busca afirmar.
lidade significa que o valor contábil excedia o valor
recuperável. CESPE – 2015 - STJ A reversão da perda por
irrecuperabilidade de ativos deve ser reconhecida
R: Certo. Valor contábil >Valor recuperável = em contas de patrimônio líquido, em razão de sua
PERDA. natureza.

CESPE – 2013 – MJ Para fins de teste do valor R: Errado. A reversão, assim com a perda por
recuperável de um ativo, dois valores são conside- desvalorização, é reconhecida imediatamente no
rados para a comparação com o valor contábil: o resultado do período. Enquanto a perda por desva-
valor de venda e o valor em uso desse ativo, lorização reconhece uma despesa, a reversão reco-
devendo ser escolhido o maior entre os dois. nhece uma receita. Mas, atenção, são lançamentos
distintos. Lembre-se que o goodwill não reverte.
R: Certo. O valor recuperável será o MAIOR valor
entre o valor líquido de venda e o valor em uso de CESPE – 2020 – MPE/CE A reversão da perda por
um determinado ativo. redução ao valor recuperável de um ativo deve ser
imediatamente reconhecida em contas do patri-
CESPE – 2014 - ANATEL Caso determinado ativo mônio líquido.
intangível tenha vida útil finita delimitada com
precisão, é dispensável o teste de impairment. R: Errado. A reversão, assim com a perda por
desvalorização, é reconhecida imediatamente no
R: Certo. Para os ativos intangíveis com vida útil resultado do período e não do patrimônio líquido.
definida, é dispensável o teste de recuperabilida- Enquanto a perda por desvalorização reconhece
de, caso não haja indício de desvalorização. uma despesa, a reversão reconhece uma receita.

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CPC 04 – ATIVO INTANGÍVEL

ATIVO INTANGÍVEL É UM ATIVO NÃO MONETÁRIO IDENTIFICÁVEL SEM SUBSTÂNCIA FÍSICA.

Ativo NÃO monetário é aquele NÃO representado por dinheiro ou por direitos a serem recebidos em uma
quantia fixa ou determinável de dinheiro

Identificável, quando:
(a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido licenciado, alugado ou
trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da
intenção de uso pela entidade; OU
(b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem
transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações

A definição de ativo intangível requer que ele seja identificável, para diferenciá-lo do ágio derivado da
expectativa de rentabilidade futura (goodwill).
SEM SUBSTÂNCIA FÍSICA: incorpóreo. Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que
possuem substância física, como um disco (como no caso de software), documentação jurídica (no caso de
licença ou patente) ou em um filme. O CPC 27 esclarece o tratamento adequado aos ativo que contém
elementos intangíveis e tangíveis.

DICA: Como o ativo intangível gerado internamente será reconhecido?


→ Na Fase de Pesquisa: Todo gasto será despesa e não pode ser reconhecido como ativo
→ Na fase de DESENVOLVIMENTO: pode ser reconhecido no ativo intangível, desde que os requisitos
sejam preenchidos
→ Goodwill gerado internamente não deve ser reconhecido

COMO VIRÁ NA SUA PROVA


CESPE – 2014 - CADE A distinção básica entre O goodwill será registrado no balanço individual no
ativo intangível e Goodwill reside no fato de o subgrupo Investimentos e no balanço consolidado
primeiro ser, necessariamente, identificável, ao no Intangível.
passo que o ágio derivado da expectativa de
rentabilidade futura (goodwill) não é identificado CESPE – 2017 – TRE/PE - Adaptada Um dos
individualmente apesar de ser um ativo que critérios para a identificação de um ativo intangível
representa benefícios econômicos futuros, diz respeito à possibilidade de separação deste
gerados por outros ativos adquiridos em uma ativo dos demais pertencentes à entidade, de
combinação de negócios. forma que ele possa ser vendido, transferido,
licenciado ou alugado.
R: Certo. Esse é o teor do item 11 do CPC 04: “O
ágio derivado da expectativa de rentabilidade R: Certo. O critério da identificação é exatamente
futura (goodwill) reconhecido em uma combinação esse trazido pela questão. CPC 04: será
de negócios é um ativo que representa benefícios identificável quando: “for separável, ou seja, puder
econômicos futuros gerados por outros ativos ser separado da entidade e vendido, transferido
adquiridos em uma combinação de negócios, que licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou
não são identificados individualmente e junto com um contrato, ativo ou passivo
reconhecidos separadamente”. Com efeito, o ativo relacionado, independente da intenção de uso pela
intangível é necessariamente identificável e o entidade”
goodwill não é, contudo ambos representam
benefícios econômicos futuros. Não ser CESPE – 2014 - ANATEL Um ativo intangível
identificável individualmente significa que o consiste em um direito monetário não identificável
goodwill vincula-se a um bem. Acrescente-se que e não dotado de substância física.
o goodwill gerado internamente não é
reconhecido como ativo. R: Errado. Ativo intangível é um ativo não
monetário identificável sem substância física.

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Entre outros aspectos, a entidade deve
CESPE – 2014 – Polícia Federal Ativos monetários demonstrar a existência de mercado para os
identificáveis e sem substância física devem ser produtos do ativo intangível ou para o próprio
classificados contabilmente como ativos ativo intangível ou, caso este se destine ao uso
intangíveis. interno, a sua utilidade;
(e) disponibilidade de recursos técnicos,
R: Errado. Ativo intangível é um ativo não financeiros e outros recursos adequados para
monetário identificável sem substância física. CONCLUIR SEU DESENVOLVIMENTO E USAR
OU VENDER O ATIVO INTANGÍVEL; e
CESPE – 2014 – Polícia Federal O direito que uma (f) capacidade de mensurar com confiabilidade os
empresa detém para a exploração de recursos gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu
minerais de jazida que não seja de sua propriedade desenvolvimento.
é considerado bem incorpóreo.
CESPE – 2018 – ABIN Software em fase de
R: Certo. O caso em questão pode ser considerado desenvolvimento de projeto interno é exemplo de
um ativo intangível, já que se trata de um direito ativo intangível a ser reconhecido, em que os
(bem incorpóreo). Segundo a justificativa da banca custos incorridos só podem ser capitalizados após
examinadora: A propriedade da jazida constituiria a possibilidade de determinação da viabilidade
um bem corpóreo, mas o mero direito de tecnológica, se for possível medir os fluxos de
exploração obtido por contrato é considerado um benefícios econômicos futuros atribuídos a esse
bem incorpóreo. ativo, e ainda, se houver a intenção de uso ou
venda.
CESPE – 2018 – Polícia Federal Um ativo
proveniente de projeto de desenvolvimento R: Certo. R: Certo. Segue a mesma lógica da
somente poderá ser classificado como ativo questão acima, ou seja, os gastos com pesquisa
intangível se a empresa for capaz de demonstrar a podem ser vreconhecidos no ativo intangível,
viabilidade técnica de concluir o desenvolvimento mediante preenchimento dos requisitos. Note a
do ativo, se houver comprovação da geração sutileza da banca ao afirmar que o software é um
efetiva de resultados e se a empresa tiver a exemplo, pois de fato pode ser um exemplo se
intenção de concluir o desenvolvimento desse preencher os requisitos que elencou.
ativo e a capacidade para usá-lo e vendê-lo.
CESPE – 2011 – CBM/DF Os gastos incorridos
R: Certo. O CPC 04 regulamenta os casos em que com pesquisa de um projeto interno são
será possível reconhecer os gastos advindos das reconhecidos como despesas, uma vez que a
fases de pesquisa e desenvolvimento de ativos empresa não está apta a demonstrar a existência
intangíveis gerados internamente (exemplo: de um ativo intangível que gerará prováveis
software). Com relação aos gastos incorridos na benefícios econômicos futuros.
fase de pesquisa, não há dúvidas, serão despesa
quando incorridos. Já os gastos com a fase de R: Certo. Na fase de pesquisa será despesa. Na
desenvolvimento de um projeto podem ser fase de desenvolvimento poderá ser ativado, a
contabilizados no ativo intangível, se atenderem a depender dos requisitos. De acordo com o
alguns critérios. Caso não atendam os critérios, gabarito definitivo, essa questão foi anulada em
serão contabilizados como despesas, assim como razão de um erro material no enunciado (deveria
os gastos com a fase de pesquisa. Segundo o CPC constar “Lei n. º 6.404/1976” ao invés de “Lei n. º
04, a entidade deverá reconhecer no intangível 6.404/197”).
esses gastos somente se puder demonstrar todos
os aspectos a seguir:
(a) VIABILIDADE TÉCNICA para concluir o ativo
intangível de forma que ele seja disponibilizado
para uso ou venda;
(b) intenção de concluir o ativo intangível E DE
USÁ-LO OU VENDÊ-LO;
(c) CAPACIDADE PARA USAR OU VENDER o
ativo intangível;
(d) forma como o ativo intangível deve gerar
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS FUTUROS.

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CPC 25 - PROVISÕES, PASSIVOS E ATIVOS CONTINGENTES

PROVISÃO - É um passivo de PRAZO OU DE VALOR INCERTOS


Uma provisão deve ser reconhecida QUANDO:

a) a entidade tem uma b) seja PROVÁVEL QUE c) possa ser feita uma
OBRIGAÇÃO PRESENTE (legal SERÁ NECESSÁRIA UMA ESTIMATIVA CONFIÁVEL DO
ou não formalizada) como SAÍDA DE RECURSOS que VALOR DA OBRIGAÇÃO
resultado de evento passado; incorporam benefícios
econômicos para liquidar a
obrigação; e

Se essas condições não forem satisfeitas, nenhuma provisão deve ser reconhecida.

Preenchidas essas condições, a provisão, além do reconhecimento, EXIGE a divulgação em notas explicativas

Constituição da Provisão Reversão da Provisão


D – Despesa com Provisão (Resultado) D – Provisão (Passivo)
C – Provisão (Passivo) C – Reversão de provisão (Receita)

Quando a ocorrência será provável? Em números percentuais, deve-se considerar como "provável" as causas que
têm probabilidade de perda maior do que 50%, isto é, a chance de acontecer é mais para sim.

PASSIVO CONTIGENTE

a) é uma OBRIGAÇÃO POSSÍVEL que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; OU

b) é uma obrigação presente que b.i) NÃO É PROVÁVEL QUE b.ii) O valor da obrigação NÃO
resulta de eventos passados, mas UMA SAÍDA DE RECURSOS que pode ser mensurado com
que não é reconhecida porque: incorporam benefícios suficiente confiabilidade.
econômicos seja exigida para
liquidar a obrigação;
• A entidade não deve reconhecer um passivo contingente, mas devem ser EVIDENCIADAS em notas
explicativas, se os critérios de divulgação forem preenchidos (item 86, CPC 25)
• Se for remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos > NÃO será
passivo contingente, tampouco PROVISÃO (não reconhece e não divulga em notas explicativas)

Reconhece e Divulga em
Provável Provisão
notas explicativas

Saída de Passivo NÃO reconhece, mas divulga


Possível
recursos contigente em notas explicativas

NÃO reconhece
Remota
NÃO divulga

ATIVO CONTIGENTE
É um ATIVO POSSÍVEL que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência
ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.
Surgem normalmente de evento não planejado ou de outros não esperados que dão origem à possibilidade de
entrada de benefícios econômicos para a entidade.
MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 336
NÃO devem ser reconhecidos por meio de lançamentos, mas apenas EVIDENCIADOS em notas explicativas

O ativo contingente é divulgado, quando for PROVÁVEL a entrada de benefícios econômicos (item 89 CPC 25)

Os ativos contingentes são avaliados periodicamente para garantir que os desenvolvimentos sejam
apropriadamente refletidos nas demonstrações contábeis, isto é, visa estimar se ainda perfaz as condições de
ativo contingente ou se, por exemplo, já corresponde a um ativo (praticamente certo entrada de benefícios
econômicos).

Exemplo: é uma reivindicação que a entidade esteja reclamando por meio de processos
legais, em que o desfecho seja incerto.

Atenção: se a realização do ganho ou entrada de benefícios econômicos for possível (não


será ativo contingente, tampouco ativo)

Deve ser reconhecido um ativo


Praticamente certo Ativo Não é ativo contigente
Realização do Ganho
(entrada de benefícios
econômicos)
Provável NÃO reconhece, mas divulga
Ativo Contingente
em notas explicativas

COMO VIRÁ NA SUA PROVA

CESPE – 2016 – DPU Caso determinada recursos que incorporam benefícios econômicos
sociedade empresária estime uma provisão, em se tornou provável. Se for provável que uma saída
virtude de garantia oferecida por problema no de benefícios econômicos futuros será exigida
funcionamento inadequado de produto vendido, para um item previamente tratado como passivo
essa sociedade deverá reconhecer um passivo e contingente, a provisão deve ser reconhecida nas
uma despesa no momento da venda, pelo valor demonstrações contábeis do período no qual
estimado. ocorre a mudança na estimativa da probabilidade
(exceto em circunstâncias extremamente raras em
R: Certo. Conforme CPC 25, provisão é um passivo que nenhuma estimativa suficientemente
de prazo ou de valor incertos. Segundo a questão, confiável possa ser feita).
a provisão foi estimada. Portanto, o lançamento
correto quando da constituição da provisão deve CESPE – 2020 – MPE/CE Provisões são
ocorrer: obrigações presentes derivadas de eventos
D – Despesa com Provisão (Resultado) passados como os demais passivos, mas possuem
C – Provisão (Passivo) prazos ou valores incertos.

CESPE – 2020 – MPE/CE Os passivos R: Certo. A provisão é um passivo de prazo ou de


contingentes devem ser imediatamente valor incertos, nos termos do CPC 25. Portanto,
reconhecidos em contas patrimoniais e provisão é um passivo, de acordo com o próprio
periodicamente avaliados para determinar a conceito, mas possui prazo ou valor incertos.
probabilidade da saída de recursos.
CESPE – 2020 – MPE/CE O passivo contingente
R: Errado. Passivos contingentes não são pode ser classificado como provável, possível ou
reconhecidos em contas patrimoniais, mas remoto. Caso seja considerado remoto, deverá ser
evidenciadas em notas explicativas, se os critérios reconhecido em notas explicativas e mensurado a
de divulgação forem preenchidos. Segundo o CPC valor justo.
5, os passivos contingentes são periodicamente
avaliados para determinar se uma saída de

MATERIAL INDIVIDUAL - INTRANSFERÍVEL - PROIBIDA A VENDA E/OU RATEIO - DIREITOS RESERVADOS. É VEDADA, POR QUAISQUER MEIOS E QUALQUER TÍTULO, A SUA REPRODUÇÃO, CÓPIA, DIVULGAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO. 337
R: Errado. Passivo contingente não é uma R: Certo. Ativos contingentes não são
obrigação provável. Se for provável, poderá ser reconhecidos, mas divulgados em notas
provisão. Também não é remota a probabilidade de explicativas.
perda.
CESPE – 2018 – TCM/BA - Adaptada Segundo o
CESPE – 2019 – TJ/AM O reconhecimento de CPC 25, um passivo deve ser reconhecido quando
provisões no passivo ocorre quando a entidade a sua ocorrência for provável, isto é, quando a
possui obrigações com terceiros classificadas probabilidade de sua ocorrência for superior a
como prováveis, possíveis ou remotas. 50%.

R: Errado. Para o reconhecimento da provisão, R: Certo. Conforme CPC 25, para a finalidade
deve ser provável a saída de recursos que deste Pronunciamento Técnico, uma saída de
incorporam benefícios econômicos para liquidar a recursos ou outro evento é considerado como
obrigação. provável se o evento for mais provável que sim do
que não de ocorrer, isto é, a probabilidade do
CESPE – 2019 - SLU A possibilidade de perda em evento ocorrer deve ser maior que a probabilidade
ação judicial trabalhista, mesmo que mensurada dele não ocorrer. Isto é, em termos matemáticos,
confiavelmente como remota, deve ser superior a 50%.
reconhecida, por ser resultado de eventos
passados e constituir obrigação presente que CESPE – 2014 - SUFRAMA De acordo com as
demandará sacrifício de recursos que possam definições do CPC, um ativo contingente surge de
trazer benefícios econômicos futuros. eventos não planejados ou não esperados que
possibilitem a entrada de benefícios econômicos
R: Errado. Se a possibilidade de perda for remota, para a entidade.
não deverá ser divulgada, tampouco reconhecida.
Nesse caso, não há uma obrigação presente com R: Certo. O conceito trazido pela banca está de
probabilidade de saída de recursos. Quando a acordo com o apresentado pelo CPC 25: É um
obrigação é presente ou apenas possível, e poderá ATIVO POSSÍVEL que resulta de eventos passados
exigir uma saída de recursos, mas a saída não é e cuja existência será confirmada apenas pela
provável, um passivo contingente é divulgado nas ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros
notas explicativas. incertos não totalmente sob controle da entidade.
O próprio CPC 25 acrescenta que os ativos
CESPE – 2018 – FUB Os ativos contingentes não contingentes surgem normalmente de evento não
devem ser objeto de reconhecimento pela planejado ou de outros não esperados que dão
contabilidade. origem à possibilidade de entrada de benefícios
econômicos para a entidade.

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