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Bizu Estratégico de

Criminologia
Bizu Estratégico p/ Polícia Federal
(Delegado)

Autores:
Bruna Caroline Biruel Caracho,
Gabriel Lourenço Carolino,
Waleska Alvarenga, Franco
Gomes Reginato, Danielle Pereira
21 de Outubro de 2020
Gonzalez da Silva, Cíntia Bócoli,
Kauê Salvaterra, Leonardo
Mathias
APROVAÇAO JA - APROVAÇAO JA
Bruna Caroline Biruel Caracho, Gabriel Lourenço Carolino, Waleska Alvarenga, Franco Gomes Reginato, Danielle Pereira Gonza
Bizu Estratégico de Criminologia

BIZU ESTRATÉGICO DE CRIMINOLOGIA (DELEGADO FEDERAL)


Olá, prezado aluno. Tudo certo?

Neste material, traremos uma seleção de bizus da disciplina de Criminologia para o concurso da
Delegado Federal.

O objetivo é proporcionar uma revisão rápida e de alta qualidade aos alunos por meio de tópicos
que possuem as maiores chances de incidência em prova.

Todos os bizus destinam-se a alunos que já estejam na fase bem final de revisão (que já estudaram
bastante o conteúdo teórico da disciplina e, nos últimos dias, precisam revisar por algum material bem
curto e objetivo). APROVACAO JA

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ANÁLISE ESTATÍSTICA

Primeiramente, vamos dar uma olhadinha no conteúdo de Criminologia do nosso edital:


CRIMINOLOGIA: 1 Criminologia. 1.1 Conceito. 1.2 Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. 1.3 Objetos da
criminologia: delito, delinquente, vítima, controle social. 2 Funções da criminologia. 2.1 Criminologia e política
criminal. 2.2 Direito penal. 3 Modelos teóricos da criminologia. 3.1 Teorias sociológicas. 3.2 Prevenção da infração
penal no Estado democrático de direito. 3.3 Prevenção primária. 3.4 Prevenção secundária. 3.5 Prevenção
terciária. 3.6 Modelos de reação ao crime.

Com base nisso, segue abaixo uma análise estatística dos assuntos previstos no edital que foram
mais exigidos pela Banca Cespe/Cebraspe em Criminologia, para mandarmos super bem na prova!

Criminologia (Foram encontradas 44 questões)


Assunto Quantidade de questões % de cobrança
Conceito, métodos, objetos e funções da criminologia 14 31.82 %

Teorias sociológicas da criminalidade 18 40.91 %

Modelos de reação ao delito


6 13.64 %

Vitimologia
6 13, 64 %

Pessoal, neste material enfocaremos os tópicos com maior incidência nas questões da Banca
Cespe/Cebraspe, por possuírem um custo-benefício elevado em seu concurso.

Criminologia (Delegado Federal)


Assunto Bizus Caderno de Questões
Conceito, métodos, objetos e funções da
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/76778cc2-ba09-
criminologia 01 a 05 4474-93c7-83c09c8af76e

Modelos teóricos https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/f46de53a-0d37-


06 e 07 49b2-a854-4029d43530a3

Prevenção 08
https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/511a2a60-9b3c-
4799-a8bd-6c22f2ee4ab0

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Modelos de reação https://questoes.estrategiaconcursos.com.br/cadernos/a7976c7d-f871-


09 4c17-bd17-d23be0bf2cf5

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Criminologia. Conceito. Métodos: empirismo e interdisciplinaridade. Objetos da


criminologia: delito, delinquente, vítima, controle social.

1) Conceito de Criminologia
A palavra “criminologia” foi criada por Paul Topinard (1883), embora tenha se espalhado
internacionalmente a partir de Raffaele Garofalo, em 1885, em seu livro Criminologia.
Etimologicamente, “criminologia” significa “estudo do crime”.

Criminologia é uma ciência autônoma, empírica e interdisciplinar que estuda o crime, o criminoso,
a vítima, o controle social e todas as demais circunstâncias que envolvem o fenômeno criminoso.
 Ciência autônoma: possui métodos e objetos de estudos próprios.
 Ciência empírica: método da observação e experimentação. Trabalha sobre bases concretas,
pela análise de acontecimentos do mundo real (e não apenas abstratos).
 Ciência interdisciplinar: se vale de diversos ramos da ciência como auxílio (psicologia,
sociologia, antropologia, direito, filosofia...). Os saberes se integram e cooperam entre si.
 Ciência causal-explicativa: estuda o delito além da visão de violação de uma norma,
buscando entender suas causas. Difere do Direito Penal, que é compreendido como uma
ciência normativa, por analisar o crime somente pelo prisma da transgressão da norma.
 A criminologia é uma ciência do "ser", ao contrário do Direito Penal, que é uma ciência do
"dever ser" (tem por finalidade precípua a defesa de bens jurídicos).

2) Métodos: empirismo e interdisciplinaridade


Desde o início da fase científica, a Criminologia se vale dois métodos fundamentais para a produção
de conhecimento:
1) EMPIRISMO: a criminologia se baseia na observação e experimentação de fatos da vida real
(e não apenas abstratos). A criminologia é uma ciência pertencente ao mundo do ser (e não
do dever ser), que parte da análise dos fatos para chegar à norma.
O método empírico foi trazido pela Escola Positiva. A Escola Clássica adotava método formal,
abstrato e dedutivo, enquanto os positivistas passaram a adotar método empírico e indutivo.
1) INTERDISCIPLINARIDADE: a Criminologia é uma ciência autônoma baseada na integração e
cooperação de diversos ramos de conhecimento (psicologia, antropologia, sociologia...).

3) Objetos da criminologia: delito, delinquente, vítima e controle social


 Nos primórdios da criminologia, a escola positivista se concentrava no estudo da figura do
criminoso em si.
 A partir da década de 50, a criminologia passou a se ocupar também do estudo da vítima e
do controle social.

Atualmente, prevalece que a Criminologia tem por objetos:

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1) CRIME: fenômeno humano, social e cultural. Não há crime na natureza. É a sociedade que
determina, conforme os valores de uma época, quais condutas são consideradas delituosas.

2) CRIMINOSO: a criminologia é uma ciência causal-explicativa, pois busca entender as


circunstâncias que cercam o criminoso, abrangendo todos os fatores externos e internos que
influíram em sua delinquência. As definições sobre o criminoso variam entre as escolas
criminológicas.
 Na Escola Clássica, o criminoso é visto como pecador. Pessoa dotada de livre arbítrio que
optar por praticar o mal. Nega a influência de fatores externos.
 No Positivismo antropológico, o delinquente é visto como um ser atávico que, na maioria
das vezes, já nasce criminoso (perspectiva predeterminnista).
 Para a Escola Correcionalista, a pena possuía função terapêutica, isenta de cunho
retribucionista, e o delinquente era uma pessoa que necessitava de ajuda.

3) VÍTIMA: antes, o papel da vítima não era tão relevante no estudo do fenômeno criminoso.
Atualmente, entretanto, seu estudo é considerado primordial, de forma que passou até mesmo
a constituir um sub-ramo específico de estudo, a vitimologia.
A evolução da compreensão do papel da vítima pode ser identificada em três fases:
 1ª fase: PROTAGONISMO. Compreendia-se que a vítima tinha o controle do próprio ativismo
(vingança privada). A vítima recebia a incumbência de fazer, ela mesma, justiça.
 2ª. Fase: NEUTRALIZAÇÃO. A vítima passa a ser deixada de lado nos estudos criminológicos
e a punição é vista por um viés imparcial e preventivo, sem necessidade de reparação dos
danos sofridos.
 3ª fase: REDESCOBRIMENTO. A vítima é redescoberta e ganha importante papel, como
consequência, por exemplo, a criação do ramo da Vitimologia e previsões legislativas
conferindo destaque à vítima.
A Lei 9.099/95 trouxe de volta a importância da vítima na pacificação dos conflitos, através
da composição dos danos civis como instituto despenalizador. A Lei 11.340/06 (Maria da
Penha) também dá uma importância significativa à vítima. Inclusive, o próprio CPP, na
reforma trazida em 2008, tem viés vitimológico a partir, por exemplo, do dispositivo que
prevê que a vítima tem que ser comunicada sobre a saída de seu agressor da prisão.

Ainda dentro da Vitimologia, há também o estudo dos processos de vitimização (ou revitimização):
 Vitimização primária: danos inerentes à própria conduta criminosa.
 Vitimização secundária: consequência das relações entre vítima e Estado, em razão da
burocratização do aparelho repressivo. É o dano causado, direta ou indiretamente, pelas
próprias instâncias de controle social quando, na tentativa de punir o crime, acabam
ocasionando mais danos à vítima.
 Vitimização terciária: danos causados pela sociedade que cerca a vítima, pelo afastamento,

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desamparo ou discriminação. Muito frequente em casos de vítimas de crimes sexuais.

Alguns conceitos relevantes no estudo da vitimologia:


 Perigosidade vitimal → estado em que a vítima se coloca de forma a estimular sua
vitimização, de forma direta ou indireta.
 Vitimização indireta → sofrimento de pessoas intimamente ligadas à vítima de um crime.
 Heterovitimização / autovitimização secundária → autoculpabilização da vítima pela
ocorrência do crime, acreditando ser responsável pelo crime que a atingiu.

4) CONTROLE SOCIAL: conjunto de mecanismos e sanções sociais que buscam submeter os


indivíduos às normas de convivência social.
 Controle social informal é aquele exercido pela sociedade civil (família, escola, vizinhos,
opinião pública, mídia). ==1a863b==

 Controle social formal é aquele que se dá pela atuação dos órgãos de repressão do Estado.
Há quatro instâncias de controle formal: polícia, Ministério Público, Judiciário e
administração penitenciária. O controle formal se subdivide em:
o Primeira seleção: início da atividade de persecução penal. Atividade investigativa
pela polícia judiciária.
o Segunda seleção: início da ação penal com o oferecimento da denúncia pelo MP.
o Terceira seleção: tramitação do processo criminal e eventual condenação do
autor, com aplicação da respectiva sanção penal.

Funções da criminologia. Criminologia e política criminal. Direito penal.

4) Funções da criminologia
A criminologia tem por objetivo estudar o crime, o criminoso, a vítima, o controle social e todas as
demais circunstâncias que envolvem o fenômeno criminoso, para informar a sociedade e os poderes
públicos, fornecendo subsídios para que sejam delineadas as políticas públicas de prevenção e
repressão, a orientação da política criminal e do Direito Penal.

5) Criminologia e política criminal. Direito Penal.


 Política criminal é o ramo que pensa estratégias para o controle social, indicando as condutas
que devem ser consideradas criminosas e as políticas públicas de prevenção e repressão.
 O Direito Penal vê o crime enquanto norma.
 Enquanto o Direito Penal vê o crime como fenômeno jurídico (transgressão da norma) e a
criminologia analisa o crime como um fator social, dando o diagnóstico do fenômeno
criminoso e apresentando, inclusive, diretrizes e programas para evitar a prática de crimes.

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Modelos teóricos da criminologia. Teorias sociológicas. Prevenção da infração


penal no Estado democrático de direito. Prevenção primária. Prevenção
secundária. Prevenção terciária. Modelos de reação ao crime.

6) Modelos teóricos da criminologia


ESCOLA CLÁSSICA
A escola clássica, inserida no período pré-científico, é marcada pela adoção de método lógico,
formal, dedutivo e abstrato na formação do conhecimento, o que veio a ser contraposto pelo
empirismo do movimento positivista.
 Principais expoentes: Cesare Beccaria (“Dos delitos e das penas”, 1764) e Francesco Carrara.
 O crime decorre da vontade. O criminoso é indivíduo dotado de livre arbítrio e
autodeterminação. Fundamento da responsabilidade individual.
 O indivíduo signatário do contrato social é dotado de livre arbítrio e descumpre a lei de forma
livre e consciente, sujeitando-se a uma pena como resposta objetiva e forma de
restabelecimento da ordem jurídica violada.
 Surgimento no contexto de ideias iluministas. Segundo a doutrina, seu nascimento (final do
Século XVIII), se dá como reação ao totalitarismo do estado absolutista.
 Fundamento no discurso acerca do contrato social (J.J. Rousseau, “O Contrato Social).
Tratamento mais humano ao homem que vive em sociedade, já que este cede parcela de sua
liberdade para viver em sociedade. O crime configura quebra do contrato social, diante da
qual deve ser aplicada uma pena proporcional.
 Humanismo e rejeição às penas desproporcionais típicas do “período de vingança”.
 Separação dos poderes como garantia dos direitos e limitação ao poder punitivo Estatal.
 Dano social e defesa social como fundamentos da pena e da Teoria do Delito.
 Além da proporcionalidade das penas e da importância da publicidade do processo e do valor
das provas, Beccaria abordou o Princípio da Legalidade na cominação das penas e vedação
da livre interpretação judicial da lei.
 Teorias retribucionistas (absolutas) da pena.

ESCOLA POSITIVISTA
A escola positivista ganhou força no final do século XIX e marca o início do período científico da
Criminologia e seu status de ciência autônoma.
 Contrapõe-se aos métodos da Escola Clássica ao adotar método empírico e indutivo.
 Principais expoentes: Cesare Lombroso (“O homem delinquente”, 1876), Enrico Ferri e
Raffaele Garofalo.
 Passou a ter enfoque na pesquisa das causas da criminalidade.
 O estudo do fenômeno criminoso deve ocorrer por uma análise de fatores causais-

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explicativos. A busca pelas causas do delito é o que se denomina paradigma etiológico. As


causas do delito podem ser de diversas ordens (sociais, biológicas, psicológicas, etc.). Rompe
com a concepção clássica de que o criminoso delinque exclusivamente porque quer (Escola
Clássica desconsiderava os fatores externos).
 Relevância dos estudos biológicos e sociológicos (doutrinas evulocionistas de Darwin e
Lamarck e sociológicas de Comte e Spencer).
 O livre arbítrio proposto pela Escola clássica perde espaço para uma concepção determinista
do criminoso.

A doutrina divide a Escola Positiva em três fases:


1. Fase antropológica (Cesare Lombroso): leva em conta as características físicas do criminoso.
Em contraposição à ideia de livre arbítrio adotada pela Criminologia clássica, via o criminoso
como uma pessoa pré-disposta ao crime, levando em consideração fatores biológicos (teoria
do criminoso nato). Lombroso iniciou a utilização do método indutivo e empírico de
investigação. Lombroso classificava os criminosos em: 1) natos; 2) loucos; 3) ocasionais e 4)
passionais.
2. Fase sociológica (Enrico Ferri): visão sociológica do criminoso, contribuição de fatores
individuais, físicos e sociais. O crime é, principalmente, um fenômeno social. As medidas de
segurança foram uma forma apresentada por Enrico Ferri. Em sua obra “Sociologia Criminal”
(1881), Ferri classificou os criminosos em: 1) natos; 2) loucos; 3) habituais; 4) ocasionais e 5)
passionais.
3. Fase jurídica (Raffaele Garófalo): normatizou as ideias da Escola Positiva, transformando as
ideias em fórmulas jurídicas. O crime ocorre em razão de uma anomalia psíquica ou moral,
decorrente de uma mutação psíquica transmissível hereditariamente.

7) Teorias sociológicas
Sociedade criminógena é, por definição, uma sociedade que produz crime. A partir disso, surgiram
teorias fundamentadas na ideia de que o principal foco do estudo não é o criminoso, mas sim a
sociedade. O enfoque se desloca do sujeito (criminoso) para o meio (sociedade).
Dentro da sociologia criminal, costuma-se dividir as teorias em dois grandes grupos: teorias do
consenso e teorias do conflito.
A. TEORIAS DO CONSENSO – Partem da premissa de que a sociedade é formada por um
conjunto de valores fundamentais consensuais, que devem ser defendidos e promovidos por
todos. O Direito Penal é uma ferramenta para a proteção desses valores comuns a todos.
Fazem parte da criminologia do consenso:
a. Escola de Chicago;
b. Teoria da Associação Diferencial;
c. Teoria das Subculturas Delinquentes e
d. Teoria da Anomia.

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B. TEORIAS DO CONFLITO – Entendem que a sociedade não é um todo coeso e harmônico


fundado em valores comuns a todos. Partindo de um viés marxista, compreendem que a
sociedade é uma constante luta entre classes dominantes e dominadas. O Direito Penal é,
portanto, uma ferramenta da classe dominante e, por isso, é seletivo e discriminatório ao
escolher quais valores devem ser tutelados. Integram a criminologia do conflito:
a. Teoria do etiquetamento e
b. Criminologia (teoria) crítica.

Agora vamos ver os principais aspectos de cada uma das teorias sociológicas mencionadas acima:

ESCOLA DE CHICAGO
A Escola de Chicago trouxe uma explicação ecológica para o fenômeno criminoso. A criminalidade
estaria diretamente relacionada às características dos conglomerados urbanos.
 Robert Park foi um de seus principais expoentes. Também devem ser citados William I.
Tomas, Enerst Burgess, Clifford R. Shaw e Henry D McKay;
 O Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago se debruçou sobre os impactos
da explosão demográfica que ocorria em Chicago no início do século XX;
 Crescimento demográfico como formador do comportamento delinquente;
 “Sociologia da cidade” ou “escola social da cidade”;
 Zonas de delinquência: tese segundo a qual a delinquência é mais concentrada em
determinadas áreas, em razão, dentre outras coisas, da desorganização social.

Teorias oriundas da Escola de Chicago


A) TEORIA ECOLÓGICA OU DA DESORGANIZAÇÃO SOCIAL:
 A estabilidade e a integração contribuem para a ordem social. Já a desordem social e a
ausência de integração contribuem para o aumento da criminalidade;
 Atribui o aumento de criminalidade à debilidade do controle social;
 A rotina de trabalho e agitação diária, impede a criação de laços e afinidades, fazendo
com que essa ausência de solidariedade e laços ocasionem deficiência no controle social
informal;
 Deterioração de núcleos primários (família, igreja, etc.).
B) TEORIA ESPACIAL: para Oscar Newman, a estrutura física e arquitetônica das cidades é fato
relevante na incidência das práticas delitivas, pois o isolamento das pessoas em relação aos
vizinhos e inexistência de vigilância facilitam a ocorrência dos crimes.
C) TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS: capitaneada por James Wilson e George Kelling. Entende
ser necessária a repressão a delitos menores para inibir a prática de delitos mais graves.
 Experimento na cidade de Nova Iorque, no qual dois carros foram deixados em regiões
distintas. A escolha dos locais foi feita com base na maior e na menor presença estatal,

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sendo quase inexistente no Bronx um policiamento ostensivo, enquanto em Palo Alto,


rica região da Califórnia, havia polícia pública ostensiva.
 O carro deixado em Palo Alto não sofreu nenhum tipo de arrombamento ou qualquer
conduta criminosa. Enquanto o carro que ficou no Bronx estava, ao final, totalmente
arrombado e deteriorado, ficando apenas a sua carcaça
 O motivo do surgimento do crime na periferia ocorreu por causa da ausência estatal, pois
no menor sinal de prática criminosa, ainda que fosse no Bronx e tivesse policiamento
presente, seria tal conduta coibida pela força estatal. Quando se quebra a janela do carro
e nada é feito, tem-se a clara sinalização de que o Estado será omisso contra aquele
criminoso, dando ensejo a novas condutas
D) TEORIA DA TOLERÂNCIA ZERO: decorre da lógica defendida pela Teoria das janelas
quebradas e foi implementada em Nova Iorque na década de 1990, com base no Direito
Penal Máximo e no Neorretribucionismo. A ideia era a de que, se os crimes mais simples
fossem punidos, a sociedade estaria ciente de que o Estado está presente e vai punir
qualquer conduta praticada às margens da lei.
 Política de repressão a toda e qualquer conduta desviante como forma de reafirmar o
poder do Estado e o respeito à lei;
 Aplicação do Direito Penal máximo e neorretribucionismo;
 “Movimento lei e ordem” (Law and order).

TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL


Aprendizagem social como fator principal para o cometimento de crimes. O desvio não é um
fenômeno anormal, mas apenas um comportamento, como outro qualquer, consequente de um
processo de aprendizagem. Edwin Sutherland foi seu principal expoente, como base nas ideias de
Gabriel Tarde.
 Para Sutherland, ninguém nasce criminoso, mas aprende a ser um. O crime resulta de um
processo falho de socialização do indivíduo. Assim, a pessoa se torna delinquente por estar
mais submetida a modelos de comportamento delitivo do que modelos de comportamento
não delitivos;
 É necessário um processo de comunicação pessoal para o aprendizado;
 Sutherland notou que as explicações até então fornecidas pelas teorias criminológicas não
eram capazes de justificar o cometimento de crimes de colarinho branco. Isso porque
encontravam nas mazelas sociais a gênese do fenômeno criminoso;
 A partir dessa perspectiva que compreende que as classes nobres também estão sujeitas ao
crime – uma vez que a delinquência deriva de um processo de aprendizagem, e não
propriamente das condições socioeconômicas – surge a expressão “White-Collar Crime”
(crimes do colarinho branco), para se referir aos crimes normalmente cometidos por
membros de altas classes, especialmente no meio executivo e empresarial.
 Organização social diferenciada: a delinquência resulta do aprendizado do comportamento
desviante. Nega a ocorrência do comportamento criminoso a partir de fatores biológicos

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hereditários, atribuindo-lhe uma origem social.

TEORIA DAS SUBCULTURAS DELINQUENTES


Criada por Albert Cohen, em sua obra “Delinquent Boys” (1955). Para esta teoria, todo agrupamento
humano é dotado de subculturas, o que corresponde à existência de valores distintos daqueles
pregados pela cultura dominante.
 A delinquência não deriva de uma predisposição, mas sim de diferenças culturais;
 Perspectiva de rebeldia e reação de minorias desfavorecidas contra os valores dominantes;
 Parte do princípio de que delinquentes são as culturas e não as pessoas;
 Não se confunde com contracultura, quando há uma aversão ao que é tido como socialmente
aceito. Na subcultura, há uma diversidade entre a cultura dominante e subculturas inseridas
dentro do mesmo sistema.

TEORIA DA ANOMIA
Para Émile Durkheim, o crime é um fenômeno “natural” dentro de uma sociedade, e não uma
anormalidade. O crime seria o fenômeno social que permitiria a própria reafirmação da ordem
social, posto que surge a possibilidade de reafirmação e legitimação dos vínculos estruturais e
estruturantes da sociedade.
De acordo com Robert Merton, baseando-se nas ideias de Durkheim:
 A sociedade impõe objetivos e metas inalcançáveis para a maioria das pessoas;
 Desequilíbrio entre meios disponíveis para poucos e metas culturais estabelecidas para
todos;
 A dissociação entre os objetivos e instrumentos geraria a anomia (situação de renúncia às
normas sociais);
 Modelos de adaptação do indivíduo a sociedade:
a) Conformidade - aceitação dos meios institucionalizados para alcançar as metas
socioculturais estabelecidas;
b) Inovação – aceitação das metas socioculturais, mas não alinhamento aos meios
institucionalizados para alcançá-las. Rompem com o sistema e buscam atingir as
metas culturais por meio do caminho fácil do comportamento desviado;
c) Ritualismo - renúncia às metas culturais preestabelecidas por entender ser incapaz
de alcançá-las;
d) Evasão ou retraimento - abre mão tanto das metas culturais quanto dos meios
institucionalizados. Aqui se acham os excluídos sociais;
e) Rebelião – inconformismo e revolta. Rejeição das metas e os meios estabelecidos
socialmente (establishment), lutando pela criação de novos paradigmas ou uma nova
ordem social.

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Bizu Estratégico de Criminologia
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TEORIA DO ETIQUETAMENTO
A Teoria do etiquetamento (ou “labelling approach”) entende que não há conduta que seja, por si
só, criminosa. O que existe são condutas, a qualidade de “criminosa” (o “etiquetamento” como
criminosa) é conferida quando a norma assim estabelece a partir da eleição de determinados valores
que devem ser protegidos.
Por isso, não se deve buscar entender por que alguém se torna criminoso, mas sim porque a
sociedade considera determinada conduta como criminosa.
 Tem Erving Goffman e Howard Becker como principais referências.
 Rejeição da ideia de “criminoso”. Não existe crime ou criminoso por natureza, mas sim a
rotulação de algumas condutas.
 O foco de estudo passa a ser o processo de criminalização. O desviante é, na verdade,
produto das instâncias formais de controle. O processo de criminalização tende a ser seletivo
e discriminatório.
 A criminalidade não é uma qualidade da conduta humana, mas a consequência de um
processo de estigmatização.
 O Direito Penal rotula determinadas condutas como criminosas com a finalidade precípua de
manter e perpetuar a estrutura social dividida em classes. O Estado se vale do Direito Penal
para qualificar como criminosas condutas normalmente praticadas por classes mais baixas.
 Crime como fenômeno normativo (e não social).
 Reação social: procedimento responsável pelo processo de criação de normas penais e
também sociais relacionadas com o comportamento desviante.

CRIMINOLOGIA CRÍTICA
 Também conhecida como “Criminologia Radical”, “Criminologia marxista” ou “nova
Criminologia”, estuda a criminalidade com enfoque no processo de criminalização, explicada
por processos seletivos de construção social do comportamento delituoso e de sujeitos
criminalizados;
 O italiano Alessandro Baratta foi um importante difusor da Teoria crítica;
 O núcleo principal da Criminologia crítica ou dialética é a luta contra a desigualdade social,
defendendo a tese de que a resolução para a série de problemas do delito depende da
supressão da exploração econômica e da arbitrariedade política sobre as classes menos
favorecidas;
 A Criminologia crítica ganhou espaço após o nascimento da teoria do etiquetamento;
 Fundamenta sua tese na separação das estruturas da criminalidade que corresponde à classe
dominante versus classe dominada, proveniente da acumulação de capital, juntamente com
o controle dos processos de criminalização;
 Se opõe às perspectivas de outras teorias criminológicas, o que ocasionou o nascimento de
outras vertentes da Criminologia, quais sejam: neorrealismo de esquerda (marxista), o
Direito Penal mínimo (ultima ratio) e o abolicionismo penal (descriminalização):

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a) Realismo / Neorrealismo de esquerda (marxista) - Se opõe à política criminal de


repressão imediata às infrações mais simples como forma de manter a ordem. A
Criminologia deve investigar as causas e circunstâncias do delito para denunciar os
padrões de injustiça social, como pobreza decorrente do sistema capitalista, além de
outros fatores, como expectativa superdimensionada, individualismo exagerado,
competitividade, etc.
b) Direito Penal mínimo - Atribui ao Direito Penal apenas a tutela dos bens jurídicos mais
importantes, indispensáveis ao convívio social. Redução do raio de abrangência do
Direito Penal. Tem Ferrajoli e Baratta como principais expoentes.
c) Abolicionismo penal – Prega a supressão do sistema penal. Seja por negar sua
legitimidade, seja por negar sua eficiência. Tem como argumentos:
 Anomia do sistema penal: apesar de existir, o Direito Penal não consegue
efetivamente regular a vida em sociedade;
 Seletividade do sistema penal: o Direito Penal seleciona de forma
discriminatória os valores defendidos e os sujeitos sobre os quais recai a
repressão;
 O Direito Penal é estigmatizante: ao invés de ressocializar, o Direito Penal
funciona como uma marca negativa aos que foram condenados;
 O Direito Penal é marginalizante

8) Prevenção da infração penal no Estado democrático de direito. Prevenção primária. Prevenção


secundária. Prevenção terciária.
 No Estado democrático de direito, a Criminologia tem a função de pugnar pelo desenvolvimento
de um sistema jurídico-penal que respeite os direitos e garantias fundamentais.
 É inadmissível a adoção de modelos como o de "Direito Penal do inimigo", por violar o princípio
da isonomia.
No que tange aos modelos de prevenção no Estado democrático de direito, pode-se adotar a seguinte
classificação:
 Prevenção primária: objetiva atacar as causas da criminalidade (desigualdade social,
desemprego, desordem urbana).
 Prevenção secundária: incide sobre determinados setores da sociedade que são considerados
mais propensos a praticar ou sofrer delitos. ocorre, por exemplo, por meio de criminalização de
condutas e ação policial.
 Prevenção terciária: incide sobre a pessoa do condenado para evitar a reincidência.

9) Modelos de reação ao crime

 MODELO CLÁSSICO OU DISSUATÓRIO: objetiva intimidar, por meio da ameaça de pena, de forma
que o sujeito não pratique a conduta criminosa ou, se já praticada, não volte a delinquir.
Finalidade de prevenção negativa da pena.

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 RESSOCIALIZADOR: busca promover a reinserção social do delinquente. Finalidade de prevenção


positiva da pena.
 RESTAURADOR: busca reparar o dano causado à vítima, restabelecendo o status quo ante.

Vamos ficando por aqui.

Esperamos que tenha gostado do nosso Bizu!

Bons estudos!

Prof. Gabriel Lourenço

"A única pessoa que você está destinado a se tornar é a pessoa que você decide ser."
(Ralph Waldo Emerson) – Sem sacrifício, não há benefício!

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