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CRIMINOLOGIA

Faculdade de Minas

Sumário

NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3

Criminologia ..................................................................................................... 4

Surgimento da criminologia .......................................................................... 8


1ª Escola: Clássica (1764)...................................................................... 10

2ª Escola: Positivista (1876) ................................................................... 10

3ª Escola: Criminologia Crítica ............................................................... 11

4ª Escola: Científica Moderna ................................................................ 12

Definição de criminologia para as escolas ............................................. 12

Métodos da criminologia para as escolas .............................................. 13

Objetos da criminologia para as escolas ................................................ 14

Crime para o Direito Penal ..................................................................... 14

Crime para a Criminologia ..................................................................... 15

Direito X Criminologia ............................................................................. 15

Objetos da Criminologia ............................................................................. 16


Crime ...................................................................................................... 16

Criminoso ............................................................................................... 18

Vítima ..................................................................................................... 20

Controle Social ....................................................................................... 21

Finalidade da Criminologia ......................................................................... 23


REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Criminologia

A criminologia é uma ciência interdisciplinar e empírica, que se ocupa do


estudo do crime, do delinquente, da vítima e dos mecanismos de controle social.
Assim, a criminologia se aproxima do fenômeno criminal com o intuito de entender
sua origem, suas causas, individuais e sociais, suas consequências e o
funcionamento das instâncias de controle.

Enquanto o direito penal valora a


sociedade, dizendo o que pode e o que não
pode ser feito e prevendo a aplicação de
sanções para o descumprimento das
normas, a criminologia se encarrega de
encarar o fenômeno de forma objetiva, sem
conotação valorativa, sem mediação, sem
julgamentos. Entre a criminologia e o direito
penal se interpõe a política criminal, disciplina que está a todo tempo avaliando se o
direito penal está cumprindo seus objetivos, sejam eles de proteção do bem jurídico,
de prevenção ou de repressão. A política criminal oferece aos governantes opções
concretas para bem equacionar a questão criminal.

Na imagem representativa abaixo, colocamos a política criminal como uma


ponte entre a criminologia e o direito penal, mas inserimos uma seta bidirecional
conectando as disciplinas. Afinal, ao mesmo tempo em que a criminologia estuda a
realidade e tenta compreender o crime, a vítima, o criminoso e o controle social, com
isso fornecendo ao direito penal um arcabouço fenomenológico traduzido em opções
concretas pela política criminal, o próprio direito penal molda a atuação das instâncias
de controle social, que são objeto da criminologia. Uma disciplina conversa com a
outra a todo tempo.

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Para Shecaira, Criminologia pode ser entendida como: “Estudo e a explicação


da infração legal; os meios formais e informais de que a sociedade se utiliza para lidar
com o crime e com os atos desviantes; a natureza das posturas com que as vítimas
desses crimes são atendidas pela sociedade; e, por derradeiro, o enfoque sobre o
autor desses fatos desviantes” (SHECAIRA, 2012, p. 35).

O campo de estudo da Criminologia é muito amplo, diferentemente da


Dogmática Penal. A Criminologia observa de maneira ampla o crime em si, assim
como a interação entre o criminoso, a vítima, o controle social e de que maneira tais
fatores interferirão no exame do fenômeno criminoso. Não se examina, então, o fato
criminoso isoladamente, mas em conjunto, como se observa do esquema abaixo:

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É possível perceber que a infração irá se relacionar com o autor do fato, com
a vítima do crime e com os diferentes meios de controle social. Ao longo do curso,
serão abordados, em momentos distintos, o exame do crime, o exame da vítima do
crime, de que forma o estudo da vítima tem se alterado ao longo dos anos, também
de que maneira o controle social tem se apresentado como uma forma de combate
(sistema punitivo).

A criminologia não possui, então, objeto próprio de estudo, uma vez que os
elementos por ela estudados (o autor do fato, com a vítima do crime e com os
diferentes meios de controle social) também são estudados por outras ciências, tais
como a política criminal e o próprio direito penal. Entretanto, a principal diferença de
abordagem trazida pela criminologia estaria no método utilizado para a explicação de
tais elementos, uma vez que ela se utiliza, notadamente, de método diverso daquele
verificado na dogmática penal.

Um estudo completo do crime, portanto, exige uma análise ampla, em que a


utilização de mais de uma forma de abordagem pode trazer resultados úteis de
investigação. Desse modo, é possível falar na interdisciplinaridade, pois o objeto de
estudo da criminologia ultrapassa os limites dessa disciplina, sendo estudado, como
vimos, por algumas outras. Assim, todos os campos de estudo dialogarão com o
mesmo patamar de importância.

É importante notar que a maior parte dos autores define a criminologia como
uma ciência. Ainda que essa não seja a visão absoluta da doutrina, a maioria dos
doutrinadores veem um método próprio, um objeto e uma função atribuíveis à
criminologia. É por isso que, mesmo entendendo a ciência como uma forma de
procurar o conhecimento diversa daquela que pode existir a partir do senso comum,
não se tem dúvidas em afirmar que a criminologia é uma ciência (SHECAIRA, 2012,
p.36).

Majoritariamente, a Criminologia é considerada ciência, tem objeto de estudo


amplo, não possui um único método (a depender da corrente de pensamento que se
adote), tem finalidades próprias que a destacam de outros campos do conhecimento.
Contudo, há pensamento em sentido oposto. O pensamento de Augusto Thompson
traz uma análise crítica à Criminologia, colocando que o criminólogo é um generalista.

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Thompson chega a discutir se o criminólogo não estaria cumprindo meramente a


função de alardear informações extraídas do senso comum, em razão da abertura do
estudo do crime. Por esta razão, para Augusto Thompson, a Criminologia não poderia
ser considerada uma ciência propriamente dita pela falta de delimitação de seu objeto
e pela falta de um método próprio de abordagem, ainda que seja importante para o
estudo do crime.

Salo de Carvalho tem uma obra sensacional chamada “Antimanual de


Criminologia”. Nesta obra, Salo coloca que o grande desafio da Criminologia está na
sua abertura para diálogo com outras fontes de saber, de maneira que o objetivo não
seria criar modelos integrados de ciências
criminais, mas, sim, modelos de
integração de diferentes ramos.
(CARVALHO, 2008)

Se examinamos um determinado
fato criminoso, é necessário ter uma
abordagem que esteja atenta às
peculiaridades deste campo de estudo. O
estudo do crime a partir de um único ponto de vista e a partir de um único objeto
caracteriza um estudo incompleto. A abertura objetiva e metodológica seriam
características peculiares da Criminologia, justamente por esta ter como objeto de
estudo o crime.

Dentro da lógica interdisciplinar, afirma-se que a Criminologia é ciência. É um


saber científico diferente da dogmática e das ciências exatas, mas continua sendo um
saber científico social com suas peculiaridades.

Como ciência do “ser”, não é uma ciência “exata”, que traduz pretensões de
segurança e certeza inabaláveis. Não é considerada uma ciência “dura”, como são
aquelas que possuem conclusões que as aproximam das universais. (SHECAIRA,
2012).

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Surgimento da criminologia

Na concepção de Newton Fernandes e Valter Fernandes, criminologia é o


"tratado do Crime". A interdisciplinaridade da criminologia é histórica, bastando, para
demonstrar isso, dizer que seus fundadores foram um médico (Cesare Lombroso),
um jurista sociólogo (Enrico Ferri) e um magistrado (Raffaele Garofalo).

Assim, além de outras, sempre continuam existindo as três correntes: a clínica,


a sociológica e a jurídica, que, ao nosso ver, antes de buscarem soluções isoladas,
devem caminhar unidas e inter-relacionadas.

A criminologia radical busca esclarecer a relação crime/formação econômico-


social, tendo como conceitos fundamentais relações de produção e as questões de
poder econômico e político. Já a criminologia da reação social é definida como uma
atividade intelectual que estuda os processos de criação das normas penais e das
normas sociais que estão relacionados com o comportamento desviante.

O campo de interesse da criminologia organizacional compreende os


fenômenos de formação de leis, o da infração às mesmas
e os da reação às violações das leis. A criminologia clínica
destina-se ao estudo dos casos particulares com o fim de
estabelecer diagnósticos e prognósticos de tratamento,
numa identificação entre a delinquência e a doença. Aliás,
a própria denominação já nos dá ideia de relação médico-
paciente.

O objeto da moderna criminologia é o crime, suas


circunstâncias, seu autor, sua vítima e o controle social. Deverá ela orientar a política
criminal na prevenção especial e direta dos crimes socialmente relevantes, na
intervenção relativa às suas manifestações e aos seus efeitos graves para
determinados indivíduos e famílias. Deverá orientar também a Política social na
prevenção geral e indireta das ações e omissões que, embora não previstas como
crimes, merecem a reprovação máxima.

Quando nasceu, a criminologia tratava de explicar a origem da delinquência


utilizando o método das ciências, o esquema causal e explicativo, ou seja, buscava a

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causa do efeito produzido. Pensou-se que erradicando a causa se eliminaria o efeito,


como se fosse suficiente fechar as maternidades para o controle da natalidade.

Academicamente a criminologia começa com a publicação da obra de Cesare


Lombroso chamada de L"Uomo Delinquente, em 1876. Sua tese principal era a do
delinquente nato. Já existiram várias tendências causais na criminologia. Baseado em
Rousseau, a criminologia deveria procurar a causa do delito na sociedade, baseado
em Lombroso, para erradicar o delito deveríamos encontrar a eventual causa no
próprio delinquente e não no meio.

Um extremo que procura as causas de toda a criminalidade na sociedade e o


outro, organicista, investiga o arquétipo do criminoso nato (um delinquente com
determinados traços morfológicos). Isoladamente, tanto as tendências sociológicas
quanto às orgânicas fracassaram. Hoje em dia fala-se no elemento biopsicossocial.
Volta a tomar força os estudos de endocrinologia que associam a agressividade do
delinquente à testosterona (hormônio masculino), os estudos de genética ao tentar
identificar no genoma humano um possível "gene da criminalidade", juntamente com
os transtornos da violência urbana, de guerra, da forme, etc.

Topinard, 1879 – primeiro autor que usa o termo Criminologia (ainda que isso
não signifique que seja um estudo criminológico).

O reconhecimento da efetiva criminologia veio em 1885 com a obra


“Criminologia” de Garofalo. Contudo, estudos sobre a questão criminal já eram
desenvolvidos antes disso. Por isso, há três visões sobre a origem da criminologia:

1ª corrente: 1764 – Reconhece que a criminologia surgiu com Beccaria, a


escola clássica da criminologia. Os primeiros estudos criminológicos teriam surgido
com ele segundo essa corrente. Essa corrente é defendida pelos criminólogos da
reação social com perspectiva histórica para críticos como: Roberto Bergalli, Juan
Bustos Ramirez.

2ª corrente: afirma que os primeiros estudos criminológicos surgiram com


Lombroso e outros adeptos da escola positivista. Isso seria no final do século XIX
(1876). Garcia Pablos de Molina defende essa corrente.

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3ª corrente: defende que os primeiros discursos criminológicos remetem ao


final do século XV, em 1484, na inquisição. Quem adota esse entendimento é o
Zaffaroni e o Nilo Batista.

Não é possível falar em uma criminologia, uma vez que existem escolas com
entendimentos absolutamente contrários dentro desta área científica.

1ª Escola: Clássica (1764)

É a de Cesare Beccaria que é influenciada pelo iluminismo e surge no final do


séc. XVIII, relacionada com a transição do antigo regime para a modernidade.
Também conta com o movimento codificador, a criação de um código penal (o que
não existia na Idade Média onde o Estado era absoluto e exercia seus poderes sem
limites).

Essa escola também se caracteriza pela humanização das penas. Essa


reforma que vai permear o sistema penal não está desconectada com o que está
ocorrendo no mundo naquela época (o Estado absoluto tornando-se um Estado de
Direito, a alteração de uma sociedade teocêntrica para uma sociedade
antropocêntrica onde a igreja perde o poder e a razão passa a ser a explicação para
as coisas, transição de um modelo feudal para um mercantilismo e posteriormente o
surgimento da indústria, etc).

Nessa escola há também uma priorização dos princípios penais. Pretende-se


alterar as formas de punição, acabar com os suplícios, impedir processos sem defesa,
etc. Essa escola é a base do Direito Penal moderno.

2ª Escola: Positivista (1876)

Cesare Lombroso é o principal adepto dessa escola. Neste momento, o mundo


era permeado pelo cientifismo – as ciências passam a ganhar uma dimensão onde,
um saber para ser respeitado e legítimo, precisava ser uma ciência e, para ter esse
status, ele precisava poder ser comprovado através de experiências repetidas.

Outra questão importante foi a contribuição de Darwin com a teoria da


evolução. Lombroso afirma que criminosos (ou ao menos parte deles) representam

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uma parcela inferior de seres humanos. Isso foi importado pelo Brasil para
desenvolver uma teoria que versava que os negros eram uma raça inferior e por isso
eram mais propensos a cometer crimes.

O movimento do positivismo filosófico também contribuiu para essa escola que


busca uma explicação racional para entender a realidade. Essa escola trata do
“criminoso nato”, aquele que nasce com propensão a cometer crimes, e isso poderia
ser percebido através de aspectos físicos e psicológicos (que eram especialmente
traços de muçulmanos e negros, diga-se de passagem).

3ª Escola: Criminologia Crítica

Surgiu na segunda metade do séc. XX na Europa. Um dos seus principais


autores é Alessandro Baratta. Vários outros autores podem ser citados, tais como
Juarez Cirino dos Santos, Nilo Batista, Vera Malaguti, Zaffaroni, etc.

Referenciais teóricos que influenciaram essa escola:

- Movimento pacifista, contra, principalmente, a guerra do Vietnã e a WWII.

- Luta por direitos civis das mulheres, dos negros, etc do séc. XX.

- Influência das ideias marxistas.

A escola crítica aponta que todas as pesquisas criminológicas feitas antes


desta escola tinham como característica a busca sobre as explicações de o que é o
crime e que essa criminologia tradicional, então, estava presa ao chamado
“paradigma etiológico”.

Paradigma etiológico: etiologia é o estudo das causas. Buscava-se explicar as


causas do crime.

Essa escola afirma que um paradigma etiológico é problemático e que é


necessário romper com ele, propondo um paradigma diferente – o paradigma da
reação social.

Paradigma da reação social: de acordo com ele, o importante, a partir de uma


visão crítica, não é buscar a raiz do crime mas sim entender os processos de

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criminalização – não é entender porque alguém praticou um crime mas sim porque
essa pessoa foi criminalizada, alvo do sistema penal.

De acordo com essa escola, o sistema penal está relacionado ao sistema


econômico, afirmando que, ao longo da história, sempre foi assim – determinado
modelo de punição sempre esteve a serviço de um determinado modelo de
sociedade, fosse medieval, fosse o atual. Por exemplo, era importante punir os crimes
contra a fé na época medieval para que a igreja fosse capaz de manter sua
hegemonia. No capitalismo, há pessoas que não têm como ser empregadas e a prisão
se tornou depósito das mesmas. Ou seja, a criminologia guarda relação com a
estrutura econômica.

4ª Escola: Científica Moderna

O principal autor dessa escola é García Pablos de Molina. Essa escola


defenderá a necessidade de políticas de prevenção ao crime e à violência, ou seja,
implementação de programas ou políticas capazes de reduzir o crime e a violência.

Definição de criminologia para as escolas

Escola positivista

A criminologia é um saber sobre a questão criminal que busca uma visão


interdisciplinar (sociologia, filosofia e direito) para entender como funciona o sistema
penal e a questão criminal.

Escola crítica

A criminologia vincula o fenômeno criminoso à estrutura das relações sociais.


O crime não é uma questão isolada, ele se insere numa estrutura de sociedade que
é excludente, segregadora e opressora e, portanto, o modelo de punição está
intrinsecamente ligado ao poder econômico.

Criminógeno – algo que produz crime, cria condições para que o crime se
propague (ex. Prisões).

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Escola científica moderna

Criminologia é ciência empírica e interdisciplinar com informação válida e


segura relacionada ao fenômeno delitivo, entendido sob o prisma individual e de
problema social como também formas de preveni-lo, portanto, o crime é um fenômeno
humano, cultural e complexo.

Métodos da criminologia para as escolas

Escola clássica: método dedutivo

Se entende o aspecto mais abrangente e depois se parte para o aspecto


menor, micro. Saíam dos princípios do iluminismo para a conduta do criminoso.

Escola positivista: método indutivoexperimental

Se sai de um caso particular para explicar a parte geral. Verificava-se quem


era que tinha praticado crimes, verificavam-se as características da massa carcerária
e disso definia-se as características do criminoso. O problema dessa visão era que
ela considerava como criminoso apenas aqueles que estavam presos.

Escola crítica: método materialismo histórico dialético

Materialismo porque esse método busca romper com o tradicional discurso


idealista (explicar algo que não tem conexão com a realidade, é preciso trazer a
explicação para o mundo real) e histórico porque essa análise é levando em
consideração o contexto histórico no qual a explicação pretende se dar. Ainda, o
“dialético” porque Marx propôs que o discurso deve sempre se pautar pela crítica para
que não haja a reprodução acrítica e vazia de discursos.

Na dialética, há uma tese (discurso inicial) que é refutada, contraposta por uma
antítese (crítica) e dessa contraposição surgirá a síntese, a conclusão.

Escola científica moderna: empirismo e a interdisciplinariedade

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Empirismo busca explicar algo com fundação numa experiência real, com a
realidade social.

Multi x Inter x Trans (disciplinariedade)

Um ensino multidisciplinar é aquele onde há várias disciplinas mas elas não se


comunicam. Na interdisciplinariedade as disciplinas se comunicam. Já na
transdisciplinariedade não há a divisão entre as disciplinas mas sim a discussão de
temas (Ex. Alguns mestrados e doutorados).

Objetos da criminologia para as escolas

Escola clássica: a preocupação principal da criminologia deve ser estudar o


crime.

Escola positivista: o objeto principal da criminologia é o criminoso e seu perfil


físico e psicológico.

Escola crítica: o objeto principal da criminologia é o controle social pois através


dele se entende a dinâmica de funcionamento do sistema penal que encontra-se
conectada ao sistema econômico.

Escola científica-moderna: o objeto da criminologia serão todos aqueles


estudados pelas escolas anteriores, inserindo-se também neste rol o estudo sobre a
vítima (até porque essa escola trabalha a ideia de prevenção).

Crime para o Direito Penal

Há três conceitos sobre o crime para o direito penal.

1º conceito – Formal: Crime é aquela conduta que colide com a lei penal.

2º conceito – Material: O crime é aquela conduta que possui uma


reprovabilidade social, violando um bem jurídico valioso para a sociedade. Ou seja,
lida com uma reprovação não só formal mas também social.

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3º conceito – Analítico: Crime é o fato típico, antijurídico e culpável.

Crime para a Criminologia

Para a escola clássica: o crime é um ente jurídico que prevê a reprovação de


determinada conduta.

Para a escola positivista: Crime consiste em uma qualidade do ato do


delinquente, pois trabalham com a ideia de criminoso nato. O crime seria fruto de
aspectos físicos e psicológicos pré determinados. É a ideia de um crime ontológico,
não importa o fato importa o sujeito, é o chamado direito penal do autor (aquele
indivíduo é propenso ao crime não estando em questão a conduta que ele pratica e
sim o seu perfil).

Para a escola crítica: a questão não é definir o que é crime mas sim os
processos de criminalização.

Para a escola científica moderna: o crime tem relação com a cultura e as


estruturas sociais (a desigualdade é importante para a criminalidade por exemplo).

Direito X Criminologia

O direito é uma ciência normativa


(“dever ser”), se refere a uma hipótese mas não
algo concreto. A criminologia é uma ciência
empírica (“ser”), lida com o mundo concreto. O
direito possui um método dedutivo (partese de
valores e princípios gerais para imputar a um
particular, sai do geral e vai ao particular) e a
criminologia possui um método indutivo (sai do particular para entender o geral, se
analisa a realidade concreta a partir do sujeito).

Para o direito, há uma base axiológica (valores – lida com bem jurídico,
princípios, etc) e na criminologia há uma base ontológica (ontologia – estudo do
objeto, não trata de uma análise normativa ou valorativa mas sim de fatos). O direito

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penal valora para ordenar (comportamento conforme à norma é o desejado devido ao


X valor, bem jurídico, etc) e a criminologia observa para explicar (“analisando, verifica-
se seletividade na aplicação da política criminal, etc”). Para o direito, se está no
mundo dos valores (cultura) e para a criminologia há o mundo dos fatos.

Objetos da Criminologia

Quando se fala em objetos da criminologia, estuda-se o crime, o criminoso, a


vítima e o controle social. O que foi visto anteriormente, então, será estudado agora
de maneira mais detida.

Crime

Para a Dogmática, em um sentido analítico, crime é fato típico + ilicitude +


culpabilidade. Fala-se em sentido analítico porque, sobretudo em questões escritas,
é necessário um rigor técnico. Dogmaticamente, em um sentido analítico, trabalha-se
crime como fato típico, ilicitude e culpabilidade com toda aquela divergência com
relação à presença ou não da culpabilidade na estrutura analítica de crime.

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O Código Penal, ao se referir às excludentes de culpabilidade, usa a expressão


“é isento de pena” ao invés de “não há crime”, dando ensejo à discussão sobre a
culpabilidade ser ou não uma categoria dogmática do crime no sentido analítico.
Pode-se examinar, por exemplo, o conceito legal de crime definido na lei de
introdução ao Código Penal.

Então, no sentido legal, crime ou delito é infração penal punida com pena de
reclusão ou detenção, contrapondo-se à contravenção penal que, por sua vez, é a
infração penal para a qual a lei comina pena de prisão simples. Os conceitos analítico
e legal de crime são diferentes. No plano legal não existe diferença ontológica entre
crimes e contravenções, ambos são infrações penais (mesma essência). A diferença
estaria na consequência jurídica prevista pela lei.

Deve-se observar a diferença do conceito


de crime para a criminologia e para os demais
campos do conhecimento. A criminologia entende
o crime como um fenômeno comunitário e como
um problema social. Para a criminologia, no
entanto, como o crime deve ser encarado como um
fenômeno comunitário e como um problema social,
tal conceituação é insuficiente.

O tratamento do crime deve ser pensado para a criminologia no sentido amplo,


como um fenômeno que é ao mesmo tempo individual e social. A abordagem
criminológica não se esgota na investigação do que é o crime.

Para a criminologia, o conceito de crime passa por uma noção de saber (o que
é o crime em essência) e por uma noção prática (o que leva a sociedade a dizer que
determinada conduta é crime). Logo, parte-se também para uma justificativa política
(natureza bifronte da criminologia), teoria e prática dentro da discussão de uma
mesma pergunta.

Quando a criminologia estuda o crime o que vai examinar? O que se entende


é que o delito representará a soma de uma série de fatores, como mostrado na figura
abaixo. A depender da corrente criminológica pode ser que essa noção se altere, mas,
em tese, o pensamento geral dentro da moderna criminologia é que a compreensão

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do crime passa pela compreensão da incidência de uma determinada conduta na


sociedade, que provoca uma aflição social que perdura no tempo e, dentro deste
contexto, existe consenso social no sentido de regrar aquele comportamento.

Como se percebe, para uma determinada conduta ser criminalizada (uma das
investigações da moderna criminologia), significa dizer que existe uma incidência
massiva desta conduta na sociedade (Exemplo: roubo), ou seja, não pode o Estado
se ocupar da criminalização de comportamentos pontuais que não afetam a sensação
de segurança da sociedade.

Criminoso

Para o causalismo, o criminoso é entendido como o sujeito que goza de livre


arbítrio, por isso que sua pena se fundamenta na retribuição do mal causado, sendo
esta pena por prazo determinado proporcional à gravidade do delito. Para os
positivistas, fundamenta-se a prática da conduta criminosa por um viés determinista,
e a aplicação da medida de segurança se volta para a prevenção de novos episódios
e, além disso, possui prazo indeterminado.

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Vale lembrar aqui, que esse prazo de duração da medida de segurança é


indeterminado pela redação escrita do Código Penal, muito embora
jurisprudencialmente a matéria já tenha sido alterada. Já havia precedente do STF
aplicando o limite temporal de 30 (trinta) anos para medida de segurança, mais
recentemente há no STJ o entendimento de que a medida de segurança terá como
prazo máximo de duração a pena máxima que está abstratamente cominada para o
respectivo delito.

O correcionalismo trabalha dentro de uma postura pedagógica e piedosa do


Estado. De acordo com o correcionalismo, não existem criminosos incorrigíveis, mas
sim criminosos não corrigidos pelo Estado.

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Vítima

De que forma a vítima interfere no processo de Criminogênese? Existem


alguns conceitos que serão estudados aqui que, embora não sejam comumente
cobrados, são importantes de serem estudados, visto que o estudo da vítima tem sido
ampliado no campo da criminologia e da vitimologia.

Quando se fala em criminogênese, tradicionalmente, sempre se pensou na


figura do criminoso como responsável pela ocorrência do evento criminoso. Contudo,
em certa medida, a vítima pode ter alguma participação neste processo. O
comportamento vitimal agressivo muitas vezes pode ensejar a prática criminosa, isso
inclusive está contemplado em alguns elementos do Código Penal (Exemplo: art. 59
que determina que o juiz no momento da fixação da pena irá considerar o
comportamento da vítima, dentre outros elementos).

Além disso, no crime de homicídio, há previsão no art. 121, Parágrafo único,


de causa de diminuição de pena que diz respeito ao criminoso que atuou sob o
domínio de violenta emoção logo em seguida a uma injusta provocação da vítima.
Supondo que uma pessoa bata em outra pessoa que, em resposta, mata quem o
agrediu. Neste caso, não há legítima defesa, visto que houve excesso (legítima
defesa só exclui a ilicitude quando a reação é proporcional à injusta agressão).

Assim, houve um comportamento punível, criminoso, mas que ensejará


diminuição de pena em virtude de um comportamento vitimal agressivo. Dependendo
do caso, a vítima pode ter uma contribuição decisiva na criminogênese. Além disso,
a criminologia e a vitimologia também estudam o processo de vitimização. Este
processo passa por uma série de fases, se prolonga para além do sofrimento direto
do comportamento criminoso.

Os estágios da vitimização são:

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Na vitimização primária tem-se a vítima sofrendo efetivamente o delito.


Posteriormente, o processo de vitimização se prolonga, não para com o sofrimento
em si do crime. Logo, pode-se falar em vitimização secundária (sobrevitimização),
que se observa quando a vítima busca amparo das instâncias oficiais de controle e
não encontra esse amparo (Exemplo: atenção cuidadosa na delegacia, vítima de
descaso do Estado em um Processo Penal). Esta situação tem melhorado com as
delegacias especializadas, sobretudo nos casos de violência doméstica.

Tem-se também a vitimização terciária, que é o prolongamento do processo de


vitimização enfrentado pela vítima perante a sociedade na qual ela se insere, que
passa a julgar o seu comportamento (exemplo: vítima de estupro questionada porque
estava usando determinada roupa). Existe um julgamento social que é caracterizado
como vitimização terciária.

Existem alguns doutrinadores que mencionam também o processo de


autovitimização, quando dentro do prolongamento do processo de sofrimento, a
própria vítima começa a aceitar a ideia de que ela é culpada pelo delito que ela sofreu.

Controle Social

A figura abaixo traz o conceito de controle social no primeiro quadro. Para fazer
com que os indivíduos cumpram as normas há instrumentos de controle social
informais (sociedade civil organizada) e formais (atuação do aparelho político do
Estado).

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Quando se fala (o pronome relativo “quando” atrai o “se”) em controle social,


analisando mais especificamente a política criminal moderna, pode-se perceber
coexistindo dentro do próprio sistema político brasileiro traços minimalistas (previsão
das penas restritivas de direitos e substitutivas à prisão; institutos descarcerizadores
de da Lei 9.099 de 1995, como a suspensão condicional do processo e a transação
penal; medidas mais vanguardistas como a justiça restaurativa recentemente
regulamentada pelo CNJ na Resolução 225) e também medidas notadamente de
encarceramento (rigor cada vez maior das penas; inflação das leis penais; largo uso
do direito penal simbólico; utilização de situações excepcionais para legitimar
medidas policialescas, Estado controlador e que tudo vê). Logo, há pensamentos
antagônicos sobre como deve ser o controle social a ser desempenhado pelo Estado.

É importante guardar que o controle social compõe o campo de interesse da


criminologia e representa o conjunto de mecanismos que impedirão a prática de
novas infrações. Este controle social será desempenhado tanto de maneira informal
pela sociedade civil, quanto de maneira formal, por meio do Estado e suas
instituições.

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Finalidade da Criminologia

A criminologia possui variadas finalidades ou funções, que estão interligadas.


Uma das principais funções da criminologia reside no fornecimento de informações
confiáveis para que o fenômeno criminal seja compreendido e para que possam ser
realizadas intervenções preventivas. A criminologia se aproxima da realidade social
sem valorá-la para conhecer e explicar como é o fenômeno criminal e para tentar,
ademais, transformar a sociedade.

Nesse ponto, lembre-se de que a criminologia não se preocupa


especificamente em analisar a subsunção de uma conduta a um tipo penal. Isto é
tarefa do direito penal. A criminologia tem por função conhecer quais os crimes que
vêm sendo praticados, a razão do seu cometimento, o impacto deles na sociedade e
nas vítimas específicas do caso, a consequência das penas para aqueles
delinquentes, etc.

Lembre-se de que a criminologia, para cumprir sua função, pode tentar


compreender as causas do crime, e a isso se dá o nome de “etiologia”. No
desempenho dessa função etiológica, deve-se considerar que o crime, na maioria das
vezes, terá causas multifatoriais. Não se trata da existência de apenas uma causa
para o crime, mas sim da coexistência dinâmica de fatores sociais, biológicos,
psíquicos, etc.

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Nessa sistemática de compreender a etiologia do crime, os profissionais da


criminologia traçam perfis antropológicos, sociais, culturais ou psicológicos do
criminoso. Esses perfis, somados a determinantes endógenas (interiores ao
indivíduo) e exógenas (exteriores ao indivíduo), ajudam a criminologia a tentar
compreender como se chegou ao cometimento do crime.

No desempenho dessas funções, já deve ter ficado claro que a criminologia


não desempenha um papel matemático. É uma ciência humana e, portanto, considera
o ser humano em suas múltiplas facetas. Pode se utilizar de números – sobretudo em
seu viés estatístico –, mas não se resume a eles e deles pode prescindir. Quando os
dados estatísticos criminais são utilizados ou produzidos por profissionais da
criminologia, eles servem de base para a análise de algum fenômeno criminal ou para
mensuração das propostas de equacionamento do crime. Como um resumo do que
apresentei até agora, podemos citar as palavras de García-Pablos de Molina, para
quem a criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo
do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento
delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a
gênese, dinâmica e variáveis principais do crime – contemplando este como problema
individual e como problema social –, assim como sobre os programas de prevenção
eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva do homem delinquente.

Outra função importante da criminologia é fazer com que o direito penal


dialogue com as demais ciências que tratam do fenômeno criminal. O crime é,
sempre, um fenômeno complexo, resultado da interação entre humanos em
sociedade. O direito penal se aproxima do fenômeno criminal valorando os aspectos
da vida considerados graves, de forma normativa e dogmática.

Ao ter os mecanismos de controle social como objeto de estudo, a criminologia


desempenha outra importante função: a de demonstrar a ineficácia do direito penal.
A criminologia mostra que a prevenção criminal não é efetiva, que o sistema penal é

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estigmatizante e fundamental para que a


etiqueta de criminoso seja atribuída a
alguém de maneira efetiva. Nessa função, a
criminologia demonstra que a seleção pelos
mecanismos penais não apenas é ineficaz
como ainda tem o condão de acelerar uma
carreira criminal e consolidar o “status” de
desviado.

Ainda sobre as instâncias de controle social como objeto de estudo, a


criminologia desempenha a função de demonstrar que a rapidez e a certeza da
aplicação da sanção penal são mais importantes do que a sua gravidade. Sabe
aquela sensação de impunidade que reina no Brasil? Pois bem, estudos
criminológicos têm demonstrado que o mais importante para o fim dessa sensação
não é a previsão ou aplicação de uma pena severa, longa, extensa, mas sim a
existência de uma pena que seja aplicada de forma célere e certa.

Especificamente em relação ao delinquente, pode-se afirmar que a


criminologia é uma ciência que tem por função intervir no criminoso, para que ele não
volte a delinquir, para que ele seja ressocializado. Nesse aspecto, pesquisas
criminológicas têm demonstrado o potencial estigmatizante da pena privativa de
liberdade e a importância das modalidades alternativas de cumprimento de pena,
como as penas restritivas de direito e a pena de multa. Ademais, a criminologia
ressalta a importância de o direito penal continuar apresentando traços de
subsidiariedade e fragmentariedade.

Em relação à prevenção do delito, as teorias criminológicas têm demonstrado


como são importantes intervenções na sociedade que extrapolem a esfera penal. Não
basta colocar polícia nos lugares onde há maior atividade delitiva. A depender do
caso, podem ser necessárias ações diversionistas, como iluminar a área, remover
detritos, instalar serviços, construir escolas e áreas de lazer, podar árvores, alterar
rotas de meios de transporte público, asfaltar vias públicas, apenas para mencionar
alguns exemplos. Especificamente em relação à prevenção direcionada ao

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delinquente, são necessárias intervenções que forneçam melhora nas condições de


vida e que, consequentemente, possibilitem sua reinserção.

Outra função da criminologia é tentar fornecer uma análise totalizadora do


delito. O crime é visto em todos os seus aspectos e não apenas como fato típico,
ilícito e culpável. Interessa à criminologia não tanto a qualificação formal correta de
um acontecimento penalmente relevante, senão a imagem global do fato e do seu
autor: a etiologia do fato real, sua estrutura interna e dinâmica, formas de
manifestação, técnicas de prevenção e programas de intervenção junto ao infrator.

Características da criminologia

A criminologia desempenha, ainda, a função de demonstrar que o crime é


problema de toda a sociedade, pois possui como causas, entre outros, fatores sociais
e porque afeta toda a população de uma dada localidade, e não apenas a vítima
direta. Cada vez que um crime é cometido e noticiado, cresce o medo da população,
muda a maneira como as pessoas interagem com o espaço e com as demais
pessoas, transforma-se a crença que os seres humanos depositam na norma e no
sistema jurídico como um todo.

Cuidando dos envolvidos no fenômeno criminal, a criminologia tem se


preocupado em demonstrar a importância de mecanismos que pacifiquem as
situações que estão na base dos delitos. Desse modo, a criminologia objetiva colocar
a vítima frente a frente com o delinquente em casos em que seja recomendado, para

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que não exista apenas punição, mas também diálogo, composição de prejuízos,
reparação de danos e pacificação social.

Destrinchando ainda mais a função, devemos explicitar que, ao realizar o


fornecimento de informações válidas e confiáveis para que o fenômeno criminal seja
compreendido e para que possam ser realizadas intervenções preventivas, a
criminologia não pretende eliminar o crime. Deseja-se, sem dúvida, que o crime seja
controlado, que se faça prevenção do delito, que o delinquente não volte a delinquir,
que as taxas criminais diminuam. No entanto, dizer que a criminologia pretende
acabar com o crime é inexato. Afinal, a criminologia reconhece o caráter perene do
delito. Enquanto houver sociedade, haverá crime.

Por fim, podemos afirmar ainda que a criminologia não pretende apresentar
conclusões universais. Ela não é uma ciência “dura”, mas sim humana, e, como tal,
apresenta um conhecimento parcial, provisório, fragmentado, fluido. O saber
criminológico deve se adaptar à realidade local e às evoluções históricas e sociais.

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