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CRIMINOLOGIA Pauta-se sobre o livre arbitro, o homem é visto como um pecador.

Ele
escolhe se vai ou não errar. O homem deve pensar qual caminho deve
DIREITO PENAL – Análise do fato previsto na norma.
seguir. Se ele escolheu ele deve ser punido por isso - caráter punitivo
CRIMINOLOGIA – Conjunto do processo. (retributiva).

POLÍTICA CRIMINAL – Controle social da criminalidade. Atuar com razão, se pensar racionalmente faremos justiça. Antes da escola
clássica pautava-se a arbitrariedade movida pela emoção (vingança) agora
Crime é um fato típico, antijurídico e culpável. pauta-se na razão para buscar a justiça.
Fato típico é aquilo que está previsto na lei, feito pelo legislador, no caso, a Surgem pseudociências: Frenologia (estudo da mente criminal atuando
união. Deputados e senadores, compostos pela alta sociedade e eles sobre sinais corporais), demonologia (atribuía o cometimento de crime a
determinam o que é desvalor. Somos resultado de um processo social de tentação demoníaca) e fisionomia (cometimento de crime de acordo com a
criação. Quem faz a lei não é o povo, são os coronéis, burguesias, aparência).
aristocratas.
O delito é um ente jurídico – não está tipificado, é um ente pensado por
Antijuridicidade se relacionada há um dano a sociedade. quem está no poder, se ele disse que é crime, é crime.
Culpabilidade está ligado a capacidade. Adotamos o critério biológico, não Cesar Becaria foi preso por ordem do pai. Ele diz que a utilidade da pena
psicológico. deve ser útil à sociedade. A pena só é legitima se for útil para a sociedade.
3ª velocidade do direito penal: Ideia de que tudo é pena. Nós educamos as Deve haver proporcionalidade entre crime e pena. Com ele nasce a ideia de
crianças a partir da punição ou da corrupção (trocas). A punição está prevenção criminal – é melhor prevenir que reprimir.
enraizada e as pessoas se satisfazem com isso. Pena – função punitiva (caráter retribucionista ou castigo). Método
A criminologia vê o crime como um problema social. É um fenômeno indutivo.
comunitário. ESCOLA POSITIVA (ou italiana) sex. XIX - tem como seu grande
Vingança privada evolui para uma fase científica. O marco da cientificidade referencial Cesare Lombroso. Ele é pensado a partir do criminoso nato –
é a escola clássica (século XVIII). pau que nasce torto morre torto. A pessoa nasce votada para a
criminalidade.
1789 – influencia de pensadores iluministas revolução francesa
LOMBROSO (antropológica)/FERRI (sociológica)/GAROFALO (jurídica)
Antropocentrismo – visão cientifica.
Também influenciada pelos iluministas, mas o crime é um fato humano e
ESCOLA CLÁSSICA (período pre científico) – Não é um espaço físico, social – trata-se de um fato natural. Crimes existem desde que mundo é
é um templo de pessoas estudando o mesmo assunto de uma determinada mundo, é um fato humano e social natural das sociedades.
época. Nasceu no contexto do iluminismo, sempre pontuando a razão e o
principal autor (pai do iluminismo) é John Locke junto com mostesquieu e Método empírico – analise, observação de indução. Determinismo o
Rosseau. homem é predeterminado a cometer alguns crimes, não tem livre arbitro.
(pelo meio em que se encontra e pelos fatores endógenos e exógenos em Para ele vem de gerações, mas pode pular de geração. Haverá uma
relação ao crime). degeneração maior nas gerações futuras para ele. Ele segue a linha do
Darvin para se posicionar em relação ao atavismo.
Pena tem caráter de defesa social – afastar a sociedade do agressor.
O criminoso para ele é uma pessoa menos civilizada, ele vive sozinho.
Escola positiva nasce em oposição da escola clássica, pois as promessas da
Identifica o criminoso nata fisicamente e mentalmente. É uma pessoa
modernidade falharam: Liberdade, igualdade e fraternidade da revolução
primitiva, é o negro, o pobre, pele oleosa, barba rala, cara larga, tamanho do
francesa. Houve um aumento do crime um aumento da reincidência. A
crânio. Fronte esquiva e baixa, desenvolvimento dos arcos, etc.
teoria de que a pena serviria para prevenir os crimes, falhou.
Classifica criminoso nata como o feio, o louco, o epilético, o ocasional, o
Cesare Lombroso traz o conceito de empirismo para a ciência. Ele diz que
passional. Um ser inferior que ainda não evolui, é um individuo que de
o HOMEM É DELINQUENTE. Pai da antropologia criminal, ele inaugurou
alguma forma tenha sofrido uma lesão cerebral. Ele separa os bons dos
a biologia criminal.
maus.
Para ele o crime é uma doença, é biológico. Ele cria a ideia de que pesquisa
Enrico Ferri é discípulo do Lombroso, e vai para uma característica
se faz através de dados, abriu mais de 400 corpos de criminosos.
sociológica. Ele diz que não é exclusivamente biológico, que as causas eram
Para ele uma mulher não tem capacidade de cometer um crime individuais e não de geração em geração. Questões pessoas como raça,
violentíssimo. Ele fez 4 exumações em uma mulher que matou uma pessoa altura, sexo, estado civil, clima, etc. Para ele o vinculo social prevalece
na banheira. sobre o biológico – pai da sociologia criminal.

Obs.: Ver o texto: Plano de legislação criminal – Jean Paul Mara. Ele Para Ferri poderíamos antecipar o número de delitos, a classe deles em uma
concorre uma proposta de novo código penal, e ele é químico. E o livro: determinada sociedade poderia ter o numero concreto de crimes: tantos
Mulheres e o tráfico – MV Bill. roubos, tantos homicídios, a partir de juntar as informações e analisar.
Capacidade de quantificar o número de crimes. Defende a indenização
Há um criminoso nato? Biologicamente propenso a criminalidade? mínima de pena à vítima.
Atavismo (pensamento primitivo) - Herança da idade selvagem, da idade Raffaele Garofalo(jurista) – ponto de vista psicológico criminal, era a
animal e até da infância, e o delito é uma consequência da organização favor da pena de morte, pois para ele pessoas que cometiam crimes tinham
física e moral do criminoso. déficit moral, não tinham capacidade de discernir o que é correto.
Em sua teoria da criminalidade, Lombroso inter-relaciona o atavismo, a - Acreditava que há pessoas irrecuperáveis, que só a pena de morte resolve e
loucura moral e a epilepsia: o criminoso nato é um ser inferior, atávico, que que há pessoas recuperáveis, a depender do meio;
não evolucionou, igual a uma criança ou a um louco moral, que ainda
necessita de uma abertura ao mundo dos valores; é um indivíduo que, - Tinha o pensamento de um perigo nato, que vem de gerações;
ademais, sofre alguma forma de epilepsia, com suas correspondentes lesões
- A melhor punição seria, para ele, a prevenção geral, pois o que importa é a
cerebrais.
coletividade e não o sujeito;
- A pena deveria ser castigo para que todos saibam o que é castigo;
Obs.: Tudo o que não chega ao poder público para constar em números, Diferente de Lombroso que acredita no criminoso nato.
chama-se cifra oculta (a quantidade dos delitos não comunicados ao Poder
Controle formal: Policia, MP, etc. Controle informal: Igreja, família, etc.
Público).
Para eles os controles informais tem mais efetividade que os controles
O que leva uma sociedade a dar valor ou desvalor a uma conduta?
formais.
R: A moral. Deste modo, D. Público pode sim passar a fazer parte apenas da
Industrialização – impacto na criminalidade – criação das zonas
esfera privada, assim como a esfera privada pode se tornar pública. A
concêntricas.
exemplo do adultério que deixou de ser crime e do feminicídio que passou a
ser uma qualificadora. Zonas concêntricas: criminalidade aumenta nas periferias. Quando você
empurra as margens, as pessoas ficam marginais.
ESCOLA FRANCESA: Nossos estudos se baseiam em um ambiente de
miséria moral, material, educação, família. A lei não é conceito moral, ela é Para a Escola de Chicago o crime é desproporcionalmente praticado por
uma recomendação de um conceito construído. A ética é agir conforme a pessoas que moram nos grandes centros urbanos – teoria da ecologia
moral, ou seja, é dependente da moral. criminal (cidade cresce desordenadamente por isso é necessários um
jardineiro).
Escolas pós positivistas – tira o foco do criminoso e foca no crime:
Ser humano faz escolhas racionais, mas o livre arbitro está limitado pelo seu
ESCOLAS SOCIOLÓGICAS dominam o panorama criminológico desde
ambiente. O afeto nasce dentro do grupo social, e as escolhas são feitas
o início do século XX até os dias atuais. São teorias que colocam ênfase na
dentro do seu grupo social.
análise da sociedade em que o crime está inserido. As teorias sociológicas
do crime podem ser divididas em dois grandes grupos: Teorias do Sociedade são um conjunto de comunidades, bairros, que se baseiam na
Consenso e Teorias do Conflito. teoria do consenso. O conflito é ruim quando ele não resolve um problema e
deixa mágoa, mas nem sempre é ruim, pode ser construtivo.
Teorias do consenso (casa): Escola de Chicago, Associação Diferencial,
Subcultura delinquente e Anomia. - O que é a lei? Regras de uma cultura dominante de uma sociedade e que
são formulados por uma instituição política. Crime é que um grupo quer que
Escola de Chicago: A cidade é como uma planta, ela cresce
seja crime. Ou seja, se um grupo poderoso quiser que uma conduta vire
desordenadamente, causando descontrole com a criação de periferias.
crime, ela vira.
Cidade enquanto laboratório. Crime enquanto uma planta que cresce
Causas do crime: Desorganização social, diversidade étnico racial e
desordenamento. É possível mostrar dentro desse laboratório social que é a
transmissão da cultura da delinquência (crime é aprendido).
cidade, uma geografia do crime. Uma noção de localização geográfica e de
motivos, e provavelmente de ausência de política públicas. Verificar a área Para escola de Chicago para resolver: Intervenção por prevenção, técnicas
da pratica do crime e do autor. voltadas a alteração do ambiente física e social. Construir creches, hospitais,
área de lazer, parques. Incentivo que associação de bairro, grupo de jovens,
O ponto de partida não é a pessoa, é o grupo social que ele está inserido.
comitê para trabalhar com desempregados. Polícia comunitária: Sujeito que
Você pode ser virtuoso dependendo do grupo em que está. É possível ter
está na comunidade que ajuda as pessoas e servem de exemplo.
grupo virtuoso em um lugar degradado.
entre as metas e os meios. Isso quer dizer que enquanto todos estão sendo
estimulados a alcançar os objetivos, poucos estão conseguindo.
Teoria da subcultura do delinquente (Cohen): A subcultura delinquente
tem como característica, justamente, a dimensão coletiva. Os crimes Com o tempo Merton observou que uma das metas mais importantes era o
cometidos pelo grupo, segundo a Teoria da Subcultura Delinquente, são sucesso na vida, a riqueza e o prestígio (american dream) e assim sendo o
cometidos em concordância com valores e as regras daquele grupo. Por autor comprova sua teoria porque apesar de ter a meta cultural de alcançar
isso, o crime não é um ato isolado e sim de um grupo. As regras que fazem seus objetivos, a escassez de meios institucionalizados concentra essa
sentido para aquele grupo são diferentes ou contrárias às regras que vigoram oportunidade de sucesso apenas em uma pequena parcela da sociedade,
no restante da sociedade. Estão em oposição, e isso não é por acaso, é resultando assim nesse desajuste de meios e metas já citados anteriormente.
realmente uma forma de contestação. A falta de sucesso em atingir as metas culturais devido à escassez dos meios
institucionalizados pode produzir o que Merton chama de anomia:
Manifestação de um comportamento no qual as regras sociais são
Teoria da Associação diferencial: O crime é resultado de um aprendizado.
abandonadas ou contornadas. O indivíduo passa a não respeitar mais as
Há uma subcultura, uma cultura dentro de outra cultura, uma cultura regras de comportamento, e passa a buscar outros meios de ação
desviante. O crime não é anormal, é resultado do aprendizado adquirido a socialmente aceitos ou não. Surge então o desvio, ou seja,
partir de situações reais enfrentadas pelo agente. comportamento desviante.
A criminalidade tem se tornado um fato majoritário, está em todos os Teoria Anomia (ausência + norma) – Colisão entre normas e valores. Se as
lugares. Não é o meio, com o exemplo do crime de colarinho branco. O normas são ambíguas, cada um faz a norma para si, o resultado pode ser
crime é aprendido, para isso há um processo comunicativo. A pessoa vai se anomia. A pessoa nega as normas. A descrença no estado leva a esse
tornar criminoso quando entende que a lei não atende os pressupostos. organismo vivo (sociedade) a se movimentar de uma forma a questionar
valores e princípios.
Desenvolvida por Sutherland essa teoria propõe que o comportamento
criminoso dos indivíduos tem sua gênese pela aprendizagem, bem com o Para lidar com os objetivos e meios os indivíduos fazem adaptações de
contato com padrões de comportamento favoráveis à violação da lei. cinco tipos: Conformidade, inovação, ritualismo, retração e rebelião.

A Escola de Chicago vai nos trazer a seletividade penal – a lei não é igual Conformidade: O individuo se adapta aos objetivos culturais e aos meios
para todo mundo. O criminoso é seletivo, nós escolhemos quem o suspeito. existentes.

Teoria da anomia: Ausência de normas, individualismo que enfraquece o Inovação: Indivíduos aceitam as metas, quer alcançar, mas sabe que não
consciente coletivo e determina uma inobservância de normas e a falta de vai alcançar usando os meios do sistema então usam outros meios para
normas. alcançar o objetivo. (Os fins justificam os meios) Aqui reside um tipo de
delinquência, se fala, especificamente de anomia.
Merton observou que em todo o contexto sociocultural desenvolve-se
as metas culturais, as quais transmitem as bases e valores que orientam o Ritualismo: Acredita que nunca vai atingir as metas, mas ele permanece
indivíduo em sua sociedade. E para que se atinjam essas tais metas Merton respeitando os meios institucionalizamos. Ele faz todo dia a mesma coisa.
diz que existem determinados meios, ou seja, “caminhos”
institucionalizados que são determinados pela sociedade, que não estão ao Retração: Os indivíduos rejeitam as metas e os meios. É o caso, segundo
alcance de todos e não são suficientes causando assim um desequilíbrio Merton, dos psicóticos, marginais, pedintes, viciados em drogas.
Rebelião: Essas pessoas não aceitam a estrutura social reinante, mas prisionais, o sistema judiciário nos livros e manuais de Criminologia, isso,
imaginam e procuram dar vida a uma estrutura modificada. A rebelião em grande parte, deve-se ao paradigma de controle inaugurado pelo
envolve necessariamente ação, transformação dos valores, também chamada Labelling Approach, que tanto valor atribuiu aos respectivos papéis na
de transvaloração. constituição do delito.
A pergunta não é mais: por que alguém comete um crime? A pergunta passa
a ser: por que algumas condutas são selecionadas como criminosas pelos
poderosos filtros de seleção do sistema criminal? Substitui-se, portanto, o
paradigma etiológico – de busca das causas da delinquência, que havia
nascido com a Escola Positivista e que perdurava nas primeiras escolas
sociológicas, as do consenso – pelo paradigma da reação social, de análise
das instâncias que reagem ao delito.
Para Becker, as pessoas de classe média com padrão mínimo de bem-estar e
conforto não seguem os impulsos criminais que todos têm porque elas
teriam muito a perder: os laços estreitos com amigos e parentes; o emprego;
a carreira estudantil; o conforto. Quem, no entanto, não tem muito a perder,
pode se arriscar. E praticado o ato inicial, explica Becker, começam as
cerimônias degradantes, que são processos desmoralizantes a que é
submetido o réu e que atingem sua autoestima. Tem início, também, o
processo de estigmatização. A sociedade seleciona essa etiqueta –
Teorias do conflito (crise): Teoria Critica e a do Etiquetamento.
criminoso, ladrão – para designar o indivíduo, mesmo que ele só tenha
Teoria do Etiquetamento (Labelling Approach): Para compreender o gastos alguns minutos da sua existência praticando o crime
crime é preciso o entendimento da própria reação social ao crime. Por isso
Estigmatizado e segredado da sociedade, o delinquente se aproximará de
se diz que um dos postulados da teoria é o interacionismo, ou
outros criminosos e acabará se identificando com eles pela situação de vida
interacionismo simbólico, ou construtivismo social. É decisivo, então, para
em que se encontram.
compreender o crime, analisar como funcionam os mecanismos sociais que
atribuem o status de delinquente a alguém. A reforma penal brasileira de 1984, com a instituição do regime progressivo
de cumprimento da pena privativa de liberdade e a adoção de penas
Assim, o Labelling Approach reconhece o caráter constitutivo do controle
substitutivas, pode ser citada com um reflexo das ideias de
social formal, considerado instrumento seletivo e discriminatório. Deixa-se
desinstitucionalização do labelling em nosso ordenamento. O mesmo vale
de questionar por que um indivíduo comete crimes, e passa-se a indagar a
para os dispositivos da Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210/84) que
razão de certa conduta ser etiquetada com o rótulo de desviada. Nesse
ensejam o contato do preso com o mundo exterior; e para a Lei dos Juizados
questionamento, as agências de controle social adquirem enorme
Especiais Cíveis e Criminais (Lei n. 9.099/95), que elimina da esfera penal
importância e passam a ser estudadas criteriosamente. Se hoje é comum que
vários crimes e adota postura descarcerizadora.
haja capítulos sobre a polícia, o Ministério Público, as instituições
Teoria Crítica: A Criminologia Crítica, em certa medida, produz um
retorno ao determinismo, mas agora não um determinismo biológico, como
dos positivistas. Trata-se de um determinismo econômico-social, que deriva
do modo de produção desigual do capitalismo.
Em resumo, para a Criminologia Crítica não é possível fazer Criminologia
sem questionar os processos de criação da lei penal de acordo com os
interesses da classe dominante (chamados processos de definição) e os
processos discriminatórios de aplicação da lei em prejuízo das classes
oprimidas (chamados processos de seleção).
Para Alexandre Baratta relembra o conceito de sociedade dividida de
Dahrendorf: só metade da sociedade extrai de seu seio os juízes e eles têm,
diante de si, predominantemente indivíduos provenientes da outra metade.
A justiça, então, não é neutra. Existe uma justiça de classe: a distância
linguística separa julgadores e julgados; e a menor possibilidade de
desenvolver um papel ativo no processo e de se servir do trabalho de
advogados prestigiosos desfavorecem os indivíduos das classes mais baixas.
Os juízes desconhecem a vida das pessoas marginalizadas e são incapazes
de compreender as nuances de um cotidiano de pobreza. Muitos dos
julgamentos ocorrem com base no senso comum. Ou seja, os juízes tendem
a esperar um comportamento conforme à lei dos indivíduos pertencentes aos
estratos médios e superiores e condutas contrárias à lei de indivíduos
provenientes de estratos inferiores. E tendem, ademais, a aplicar mais penas
detentivas em desfavor dos marginalizados, pois considera-se que ela é
menos comprometedora para o status social já baixo dos pobres do que se
comparamos à sua aplicação, por exemplo, a um acadêmico. Essa tendência
de julgar conforme o senso comum é chamada, por alguns autores, de teoria
de todos os dias.

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