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1.

ESTATÍSTICAS E CIFRAS CRIMINAIS


2. MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME
1. ESTATÍSTICAS e CIFRAS CRIMINAIS
Apenas um em cada três homicídios cometidos em 2019 no Brasil foi
esclarecido até o fim de 2020. De 41.635 vítimas de assassinato no País
naquele ano, só 15.305 tiveram o autor apontado pelos órgãos de polícia e
Justiça para os crimes no período de ao menos um ano, diz levantamento
do Instituto Sou da Paz. O estudo, com base em dados dos Ministérios
Públicos e Tribunais de Justiça de 19 Estados, revela que o índice de 37%
de homicídios esclarecidos piorou ante o levantamento anterior, com
dados de 2018, quando 44% tinham sido denunciados até o fim do ano
seguinte. A média mundial de elucidação de assassinatos é de 63%,
segundo o estudo.
1. Os registros são reais?
2. Qual o número de crimes não registrados?
3. Qual número de crimes registrados e não investigados? Controle?
4. Registros confiáveis: quais áreas devem ser priorizadas pela
segurança pública?
ESTATÍSTICA CRIMINAL

FATORES DE
ESTATÍSTICAS CRIMINALIDADE
IDENTIFICAR NEXO CAUSAL e INFRAÇÕES
CRIMINAIS
PENAIS

POLÍTICA CRIMINAL

ESTATÍSTICA DOUTRINA SEGURANÇA


CRIMINAL PÚBLICA

AÇÕES DE PREVENÇÃO e
REPRESSÃO CRIMINAIS
ESTATÍSTICA CRIMINAL

CRIMES NÃO COMUNICADOS

MANIPULAÇÃO DOS DADOS


CUIDADOS NA
ANÁLISES DAS
ESTATÍSTICAS DESCONFIANÇA
DESPREZO AS INFORMAÇÕES

REGISTROS E ANÁLISES ERRÔNEOS


POR FALHA DA POLÍCIA
ESTATÍSTICA CRIMINAL

1. CRIME DETECTADO

DADO OFICIALIZADO 2. NOTIFICAÇÃO CONFIABILIDADE

3. REGISTRO EM BOLETIM DE
OCORRÊNCIA
ESTATÍSTICA CRIMINAL

CRIMINALIDADE REAL

ESTATÍSTICA CRIMINAL CRIMINALIDADE REVELADA

CIFRA NEGRA
CRIMINALIDADE REAL

Quantidade efetiva (real) de crimes ocorridos em determinado espaço


geográfico (bairro, município, região, Estado), comunicadas ou não as
autoridades de segurança pública
CRIMINALIDADE REVELADA ou REGISTRADA

Quantidade de crimes ocorridos em determinado espaço geográfico (bairro,


município, região, Estado) que chegam ao conhecimento das autoridades de
segurança pública
CRIMINALIDADE NÃO REVELADA

Quantidade de crimes ocorridos em determinado espaço geográfico (bairro,


município, região, Estado) que não chegam ao conhecimento das autoridades
de segurança pública – CIFRA NEGRA
CIFRAS CRIMINOLÓGICAS

Diferença entre a criminalidade real


CIFRA NEGRA e a revelada

Crimes do colarinho branco não


registrados (sonegação fiscal,
CIFRA DOURADA lavagem de dinheiro, corrupção,
fraudes financeiras/licitação, etc.
CIFRAS
Crimes registrados, mas submetidos
CIFRA CINZA a conciliação na própria esfera
policial ou vítima desistiu

Crimes praticados por policiais, mas


CIFRA AMARELA não comunicados as autoridades
competentes
CIFRAS CRIMINOLÓGICAS

Crimes praticados por pessoas menos


CIFRA AZUL favorecidas (roubo, furto, extorsão,
(CRIMES DE RUA) Estelionato) não noticiados

Crimes ambientais não registrados


CIFRAS CIFRA VERDE (polícia ou órgãos ambientais)

Crimes de caráter homofóbico não


CIFRA ROSA comunicados as autoridades
competentes
CIFRA NEGRA

CRIMINALIDADE
NÃO REVELADA

1. CRIME NÃO CONTABILIZADO


NÃO CONHECIMENTO DO
CIFRA NEGRA 2. ESTATÍSTICAS IRREAIS
CRIME PELAS AUTORIDADES
3. CRIME NÃO INVESTIGADO
CIFRA NEGRA

Vítima omite o ato criminosos Crimes contra a dignidade sexual


(vergonha ou medo)

crimes de menor potencial


Vítima entende que é inútil ofensivos, pequenos prejuízos,
comunicar a polícia sem lesão relevante
CAUSAS
Criminoso: Familiar, vizinho,
Criminoso coage a vítima conhecido, funcionário público,
Chefe da vítima

Vítima não acredita nos


órgãos da Justiça Penal Polícia, MP, Defensoria, Justiça
CIFRA NEGRA

Por: Marcio dos Santos Rabelo


CIFRA NEGRA IMPUNIDADE
CIFRA DOURADA
CIFRA DOURADA

“o desafio na seara dos crimes do colarinho branco é alcançar a plena efetividade da


tutela penal dos bens jurídicos não individuais. Tendo em conta que se trata de
delitos cometidos sem violência, incruentos, não atraem para si a mesma repulsa
social dos crimes do colarinho azul” (Ministro FUX – Ação Penal 470)
CIFRA DOURADA

PENTEADO FILHO - Manual Esquemático de Criminologia, 2020


CIFRA CINZA

1. Recebimento dos casos (boletins de ocorrência ou termos


circunstanciados)
2. Agendamento (máximo 30 dias)
3. Audiência de conciliação (delegado de polícia conciliador)
4. Elaboração do Termo de Composição Preliminar
5. Encaminhamento ao Jecrim (Juizados Especiais Criminais) para
manifestação do MPE e homologação do juiz.
CIFRA AMARELA

2022 – 6.430 mortes 17 mortes/dia


CIFRA AMARELA
CIFRA ROSA
3. MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME
(Modelos de Justiça Criminal)
INVESTIGAÇÃO,
INSTABILIDADE
CRIME REAÇÃO SOCIAL PROCESSO E
SOCIAL
JULGAMENTO

Restabelecer a
paz e a ordem
pública e social

O que é e quais os modelos de reação


social ao crime
(Modelos de enfrentamento do crime)
MODELOS DE REAÇÃO AO CRIME

MODELO DISSUASÓRIO
(RETRIBUTIVO)

MODELOS MODELO RESSOCIALIZADOR

MODELO INTEGRADOR
(C0NSENSUAL)

Instrumentos de reação ao crime adotados pelo Estado para


restabelecer a ordem pública e a paz social violadas quando da
prática de uma infração penal
MODELO RETRIBUTIVO ou CLÁSSICO
(DISSUASÓRIO)

JUSTIÇA RETRIBUTIVA
MODELO DISSUASÓRIO
(Clássico ou Retributivo)

Como tudo que tem início, o modelo clássico ou dissuasório foi o primeiro
modelo de reação ao crime. Por meio dele, o mal causado pelo crime
deve ser retribuído pelo mal da pena. Numa visão hegeliana, a pena deve
ser vista como um castigo proporcional ao delito cometido. Não se
preocupa com a ressocialização do agente, mas apenas que ele sofra as
consequências de uma prisão em virtude da sua conduta criminosa.
(GONZAGA, 2018)
MODELO DISSUASÓRIO
(Clássico ou Retributivo)

Desde sua origem, o Direito Penal sempre se pautou pelo castigo da


conduta criminosa praticada por alguém com a imposição de uma pena.
Buscou-se e busca se, incansavelmente, a retribuição do mal praticado com
a aplicação concreta de outro mal, embora legítimo, representado pela
pena. Daí falar-se que o Direito Penal enseja a configuração de uma justiça
retributiva. (MASSON)

CRIMINOSO CASTIGO PENA

JUSTIÇA RETRIBUTIVA
MODELO DISSUASÓRIO
(Clássico ou Retributivo)

PUNIÇÃO - CASTIGO
(Principal)

FINALIDADES DA
RETRIBUIÇÃO
PENA

EVITAR REINCIDÊNCIA
(Prevenção especial negativa)

RESSOCIALIZAÇÃO?
REPARAÇÃO DOS DANOS?
VÍTIMA?
MODELO DISSUASÓRIO
(Clássico ou Retributivo)

PARTÍCIPES DO PROCESSO REATIVO

CRIMINOSO

ESTADO VÍTIMA

SOCIEDADE
MODELO RESSOCIALIZADOR
MODELO RESSOCIALIZADOR

Reação estatal destinada a punir o criminoso e adotar medidas


interventivas destinadas a sua reinserção e reintegração a sociedade

Modelo caráter humanista -> pena finalidade utilitária - ressocialização do


infrator e não apenas a mera retribuição ao mal causado

PUNIÇÃO

REPROVAÇÃO
FINALIDADES DA REPARAÇÃO DOS DANOS?
PENA
EVITAR REINCIDÊNCIA VÍTIMA?
(Prevenção especial negativa)
RESSOCIALIZAÇÃO
(Prevenção especial positiva)
MODELO RESSOCIALIZADOR

PARTÍCIPES DO PROCESSO REATIVO

CRIMINOSO

ESTADO VÍTIMA

SOCIEDADE
MODELO RESSOCIALIZADOR
26.04.2019
MODELO RESTAURADOR /
INTEGRADOR / CONSENSUAL
(CONSENSUAL)

JUSTIÇA RESTAURATIVA
JUSTIÇA RESTAURATIVA
(CONSENSUAL)

Reação estatal destinado a restabelecer o status quo ante (abalado pelo


crime), com medidas destinadas à reeducação do infrator, à assistência à
vítima e ao controle social afetado pelo crime - ACORDO

➢Reparação do dano - VÍTIMA


➢Pacificação do conflito
➢Menor intervenção do Estado
➢Encarceramento: última opção
JUSTIÇA RESTAURATIVA
(CONSENSUAL)

PARTÍCIPES DO PROCEDIMENTO RESTAURATIVO

CRIMINOSO

ESTADO
(secundária)
RESTAURAÇÃO VÍTIMA

SOCIEDADE
JUSTIÇA RESTAURATIVA
(CONSENSUAL)

➢ A Justiça Restaurativa não é substituta da Justiça Retributiva/Ressocializadora,


nem é uma nova modalidade de justiça.
➢ É uma fase, voluntária, dentro do processo criminal (procedimento de consenso),
na qual o criminoso, a vítima e/ou familiares e a sociedade, vão participar de
uma intervenção multidisciplinar (Estado facilitador), com o objetivo de restaurar
a vida dos envolvidos, afetadas pelo crime.

ESTADO (facilitador)

SOCIEDADE
PARTÍPES DO
PROCESSO DE
REAÇÃO SOCIAL VÍTIMA
(Familiares, amigos)

CRIMINOSO
JUSTIÇA RESTAURATIVA
(CONSENSUAL)

“...Representa um rompimento com a tradicional "usurpação", pelo Estado,


da relação vítima-infrator, possibilitando o surgimento de uma "terceira
via", quebrando a dualidade da função da pena, até então restrita à
retribuição e prevenção, incluindo a reparação como nova possibilidade.”
(ROGÉRIO SANCHES)

1. PREVENÇÃO
ESTADO
FINALIDADES
2. RETRIBUIÇÃO
DA PENA
CRIMINOSO e
3. REPARAÇÃO
VÍTIMA
JUSTIÇA RESTAURATIVA

ANTES DA AÇÃO PENAL – Audiência de


Custódia

MOMENTOS PROCESSO PENAL: JUIZ - INSTRUÇÃO

EXECUÇÃO PENAL – Durante com


cumprimento da pena
Muito obrigado

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