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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃ O JUDICIÁ RIA DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , ________ , ________ , ________ , ________ , vem à presença de Vossa Excelência, por meio do
seu Advogado, infra assinado, ajuizar

AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –


LOAS
C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos fundamentos fá ticos e
jurídicos que passa a expor.
DA TRAMITAÇÃ O PRIORITÁ RIA
Inicialmente cumpre esclarecer que a açã o envolve matéria regulada pela Lei 10.048/2000,
razã o pela tem direito à prioridade da tramitaçã o da presente demanda.
Inicialmente cumpre esclarecer que o Autor é pessoa idosa, contando com mais de 60
(sessenta) anos conforme prova que faz em anexo, razã o pela qual tem direito à prioridade
da tramitaçã o da presente demanda, nos termos da Lei nº 10.741/2013 ( Estatuto do
Idoso) e do Art. 1.048, inciso I, do CPC.

BREVE RELATO
O Autor, apó s preencher os requisitos para o Benefício de Assistência Continuada, obteve o
benefício assistencial sob nº ________ , o qual foi suspenso por ________
Ocorre que trata-se de suspensã o arbitrá ria do benefício pela autarquia, ora ré, e
totalmente descabida, pois o motivo apresentado nã o possui amparo legal.
Desta forma, restando inexitosa toda e qualquer soluçã o extrajudicial do litígio, busca-se na
presente demanda o ú nico meio ú til e eficaz para dirimir a lide em voga.
DO DIREITO
O benefício de prestaçã o continuada, previsto na Lei Orgâ nica de Assistência Social (LOAS)
em seu art. 20, que assim dispõ e:
Art. 20. O benefício de prestaçã o continuada é a garantia de um salá rio-mínimo mensal à
pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem
nã o possuir meios de prover a pró pria manutençã o nem de tê-la provida por sua família.
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cô njuge
ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmã os
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o
mesmo teto.
Assim, apó s preenchidos todos os requisitos que autorizam a concessã o do benefício, outra
nã o poderia ser a decisã o, senã o o imediato restabelecimento do benefício, afinal:
• O Autor conta com mais de 65 anos de idade;
• O Autor está impossibilitado de prover seus pró prios meios de subsistência ou tê-la
provido pela família.
A Idade é incontroversa pelo documento de identidade que colaciona em anexo.
• O Autor é portador de doença que o incapacita para a vida independente e para o
trabalho;
• O Autor está impossibilitado de prover seus pró prios meios de subsistência ou tê-la
provido pela família, por possuir baixa renda per capta.
A constataçã o da incapacidade é incontroversa, conforme laudo e atestados em anexo e
confirmado por sú mula do TNU:
Sú mula 48: "A incapacidade não precisa ser permanente para fins de concessão do benefício
assistencial de prestação continuada."
Já a renda é composta apenas por ________ para atender ________ pessoas do grupo familiar,
que nã o revela-se suficiente para manter as necessidades bá sicas do Autor e de sua família.
Afinal, as despesas do Autor sã o compostas de:
R$ ________ em aluguel;
R$ ________ em alimentaçã o;
R$ ________ em remédios;
R$ ________ em luz;
R$ ________ ..
Portanto, evidentemente que a renda do Autor se enquadra no perfil de miserabilidade
exigido pela lei.
DA APLICAÇÃ O RELATIVA DO LIMITE LEGAL DA RENDA
Cabe salientar que o limite da renda, previsto no § 3º do art. 20 da Lei n. 8.742/93, nã o
deve mais ser encarado como um critério objetivo da condiçã o ou nã o de miserabilidade do
Autor, mas apenas como valor de presunçã o.
Afinal, deve ser considerado se a renda mantém as condiçõ es mínimas de dignidade da
pessoa humana, pois, o salá rio mínimo nã o alcança o alto grau de inflaçã o que assola nossa
economia.
Isso porque o Supremo Tribunal Federal, ao analisar os recursos extraordiná rios 567.985 e
580.963, reconheceu a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/1993 bem
como o pará grafo ú nico do art. 34 da Lei 10.741/2003 ( Estatuto do Idoso) que previam o
critério econô mico objetivo como limitador do benefício.
Portanto, o fato a ser considerado é que a parte Requerente é submetida a viver em estado
de miserabilidade, cabendo outros meios de provas, conforme entendimento dos tribunais:
ASSISTÊ NCIA SOCIAL. APELAÇÃ O CIVIL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃ O
CONTINUADA. IDOSA. RENDA SUPERIOR A ¼ DO SALÁ RIO MINIMO. EXISTÊ NCIA DE
OUTROS ELEMENTOS QUE INDICAM SITUAÇÃ O DE MISERABILIDADE. MISERABILIDADE
COMPROVADA. -A Constituiçã o garante à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprove nã o possuir meios de prover sua pró pria manutençã o o pagamento de um
salá rio mínimo mensal. Trata-se de benefício de cará ter assistencial, que deve ser provido
aos que cumprirem tais requisitos, independentemente de contribuiçã o à seguridade social.
A autora tem 65 anos, conforme demonstra a có pia de sua Cédula de Identidade. Cumpre,
portanto, o requisito da idade para a concessã o do benefício assistencial, nos termos do art.
20, caput da LOAS -Quanto à miserabilidade, a LOAS prevê que ela existe quando a renda
familiar mensal per capita é inferior a ¼ de um salá rio mínimo (art. 20, § 3º), sendo que se
considera como "família" para aferiçã o dessa renda "o cô njuge ou companheiro, os pais e,
na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmã os solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto" (art. 20, § 1º) -
Embora esse requisito tenha sido inicialmente declarado constitucional pelo Supremo
Tribunal Federal na Açã o Direita de Inconstitucionalidade n º 1.232-1, ele tem sido
flexibilizado pela jurisprudência daquele tribunal. Nesse sentido, com o fundamento de que
a situaçã o de miserabilidade nã o pode ser aferida através de mero cá lculo aritmético, o STF
declarou, em 18.04.2013, ao julgar a Reclamaçã o 4.374, a inconstitucionalidade parcial,
sem pronú ncia de nulidade, e do art. 20, § 3º da LOAS - Seguindo essa tendência foi incluído
em 2015 o § 11 ao art. 20 da LOAS com a seguinte redaçã o:§ 11. Para concessã o do
benefício de que trata o caput deste artigo, poderã o ser utilizados outros elementos
probató rios da condiçã o de miserabilidade do grupo familiar e da situaçã o de
vulnerabilidade, conforme regulamento - No caso dos autos, pelo estudo social (fls.
101/102) compõ em a família da Sra. Nair ela (sem renda) o seu esposo, Sr. Má rio de
Arruda, 72 anos, que recebe aposentadoria por invalidez no valor de R$ 990,00. Portanto a
renda per capita familiar mensal é de R$ 495,00, superior a ¼ de um salá rio mínimo
(equivalente a R$ 220,00).Entretanto, a autora reside em casa alugada, no valor de R$
500,00, com gastos de á gua e energia elétrica que totalizam R$ 160,00 por mês. Embora
nã o tenham sido especificados outros gastos, apenas esses gastos bá sicos já consomem
66% da renda do casal, que depende de doaçõ es para prover sua alimentaçã o - Além disso,
conforme relato do estudo social, o imó vel alugado nã o apresenta boas condiçõ es, com
problemas de fiaçã o e infiltraçã o de á gua. A assistente social relata, ainda, que os utensílios
e mó veis da casa sã o igualmente precá rios - Tanto a autora quanto seu marido sã o idosos,
ela com 66 anos e ele com 72 anos. Ambos necessitam de medicamentos de uso contínuo,
que recebem em sua maioria da Farmá cia Popular, mas consta que um deles, para a
circulaçã o, nã o é fornecido gratuitamente e nã o pode ser adquirido pela autora em razã o de
seu custo de R$150,00 - Neste sentindo, apesar da renda familiar per capita da família da
autora ser superior a ¼ do salá rio mínimo, está configurada a situaçã o de miserabilidade,
sendo de extrema necessidade o benefício assistencial -Recurso de apelaçã o a que se nega
provimento. (TRF-3 - Ap: 00240219820174039999 SP, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL LUIZ STEFANINI, Data de Julgamento: 19/02/2018, OITAVA TURMA, Data de
Publicaçã o: e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/03/2018)
Assim, admite-se a possibilidade de outros meios de prova para verificaçã o da
hipossuficiência familiar, cabendo ao julgador, na aná lise do caso concreto, aferir o estado
de miserabilidade do Autor e de sua família.
DO CÔ MPUTO ISOLADO DA RENDA DO IDOSO
Mister ressaltar ainda que o benefício auferido por um dos membros da família nã o pode
ser computado para o limite da renda familiar, conforme redaçã o expressa do Estatuto do
Idoso (Lei 10.741/2003):
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que nã o possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício
mensal de 1 (um) salá rio-mínimo, nos termos da Lei Orgâ nica da Assistência Social - Loas.
(Vide Decreto nº 6.214, de 2007)
Pará grafo ú nico. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do
caput nã o será computado para os fins do cá lculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.
O objetivo do legislador foi preservar a renda mínima recebida pelo idoso (no montante de
um salá rio mínimo), excluindo-a do cá lculo da renda per capita familiar, para fins de
assegurar a dignidade do idoso, por analogia, tal regra deve ser estendida aos demais
benefícios de renda mínima, sejam eles de natureza assistencial ou previdenciá ria.
Nesse sentido, a Advocacia Geral da Uniã o editou Instruçã o Normativa 02/2014
dispensando a interposiçã o de recursos de decisõ es judiciais que conferem interpretaçã o
extensiva ao pará grafo ú nico do dispositivo acima referido.
A Lei de Organizaçã o da Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da
Constituiçã o da Republica, estabeleceu os critérios para que o benefício mensal de um
salá rio mínimo seja concedido aos portadores de deficiência e aos idosos que comprovem
nã o possuir meios de prover a pró pria manutençã o ou de tê-la provida por sua família,
dessa forma, cumpridos os requisitos o benefício deve ser imediatamente concedido.
DA APLICAÇÃ O RELATIVA DO LIMITE LEGAL DA RENDA
Cabe salientar que o limite da renda, previsto no § 3º do art. 20 da Lei n. 8.742/93, nã o
deve mais ser encarado como um critério objetivo da condiçã o ou nã o de miserabilidade do
Autor, mas apenas como valor de presunçã o.
Afinal, deve ser considerado se a renda mantém as condiçõ es mínimas de dignidade da
pessoa humana, pois, o salá rio mínimo nã o alcança o alto grau de inflaçã o que assola nossa
economia.
Portanto, o fato a ser considerado é que a parte Requerente é submetida a viver em estado
de miserabilidade, cabendo outros meios de provas, conforme entendimento dos tribunais:
PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. REQUISITOS. renda familiar. flexibilizaçã o.
assistência à criança com deficiência. 1. O direito ao benefício assistencial pressupõ e o
preenchimento dos seguintes requisitos: a) condiçã o de deficiente (incapacidade para o
trabalho e para a vida independente, de acordo com a redaçã o original do art. 20 da LOAS,
ou impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os
quais, em interaçã o com diversas barreiras, podem obstruir a participaçã o plena e efetiva
na sociedade em igualdade de condiçõ es com as demais pessoas, conforme redaçã o atual
do referido dispositivo) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 1º de janeiro de 2004,
a idade de 65 anos); e b) situaçã o de risco social (estado de miserabilidade, hipossuficiência
econô mica ou situaçã o de desamparo) da parte autora e de sua família. 2. Atendidos os
pressupostos, e comprovado que a renda familiar é insuficiente para a assistência
necessá ria ao desenvolvimento da criança com deficiência, deve ser concedido o benefício.
(TRF-4 - APL: 50289583920174049999 5028958-39.2017.4.04.9999, Relator: PAULO
AFONSO BRUM VAZ, Data de Julgamento: 01/03/2018, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR
DE SC)
ASSISTÊ NCIA SOCIAL. APELAÇÃ O CÍVEL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃ O
CONTINUADA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS NO CURSO DA AÇÃ O. - A
Constituiçã o garante à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove nã o
possuir meios de prover sua pró pria manutençã o o pagamento de um salá rio mínimo
mensal. Trata-se de benefício de cará ter assistencial, que deve ser provido aos que
cumprirem tais requisitos, independentemente de contribuiçã o à seguridade social - Nã o é
possível extrair do conjunto probató rio a existência de impedimentos de longo prazo que
obstruem a participaçã o do apelante na sociedade, em igualdade de condiçõ es com as
demais pessoas. O quadro apresentado se ajusta, portanto, ao conceito de pessoa com
deficiência, nos termos do artigo 20, § 2º, da Lei 8.742/93, com a redaçã o dada pela Lei
12.435/2011 - O autor completou 65 anos de idade apó s a citaçã o, passando a cumprir o
requisito da idade para a concessã o do benefício assistencial, nos termos do art. 20, caput
da LOAS. Observado o teor do artigo 493 do Novo Có digo de Processo Civil (2015) e em
respeito ao princípio da economia processual, o aperfeiçoamento deste requisito pode ser
aqui aproveitado. - A LOAS prevê que a miserabilidade existe quando a renda familiar
mensal per capita é inferior a ¼ de um salá rio mínimo (art. 20, § 3º), sendo que se
considera como "família" para aferiçã o dessa renda "o cô njuge ou companheiro, os pais e,
na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmã os solteiros, os filhos e enteados
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto" (art. 20, § 1º) - Com o
fundamento de que a situaçã o de miserabilidade nã o pode ser aferida através de mero
cá lculo aritmético, o STF declarou, em 18.04.2013, ao julgar a Reclamaçã o 4.374, a
inconstitucionalidade parcial, sem pronú ncia de nulidade, e do art. 20, § 3º da LOAS - O
benefício assistencial já concedido a idoso membro da família nã o pode ser computado
para os fins do cá lculo da renda familiar per capita. A exclusã o também deve se aplicar aos
benefícios assistenciais já concedidos a membros da família deficientes e aos benefícios
previdenciá rios de até um salá rio mínimo recebidos por idosos. (RE 580963, Relator (a):
Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 18/04/2013, PROCESSO ELETRÔ NICO
REPERCUSSÃ O GERAL - MÉ RITO DJe-225 DIVULG 13-11-2013 PUBLIC 14-11-2013) -
Compõ e a família do apelante (sem renda) apenas a sua esposa, que recebe benefício de
prestaçã o continuada no valor de um salá rio mínimo. Excluído tal benefício, a renda per
capita familiar é nula - inferior, portanto, a ¼ do salá rio mínimo. Deste modo, é caso de
deferimento do benefício, pois há presunçã o absoluta de miserabilidade, nos termos da
jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça - O termo inicial do benefício
deve ser fixado na data em que o apelante passou a preencher os requisitos para a sua
implementaçã o, no seu aniversá rio de 65 anos, ou seja, em 02/07/2011 - Apelaçã o a que se
dá parcial provimento. (TRF-3 - Ap: 00255341920084039999 SP, Relator:
DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ STEFANINI, Data de Julgamento: 19/02/2018, OITAVA
TURMA, Data de Publicaçã o: e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/03/2018)
Assim, admite-se a possibilidade de outros meios de prova para verificaçã o da
hipossuficiência familiar, cabendo ao julgador, na aná lise do caso concreto, aferir o estado
de miserabilidade do Autor e de sua família.
Assim, cumpridos os requisitos legais, devido o restabelecimento, conforme precedentes
sobre o tema:
PREVIDENCIÁ RIO - BENEFÍCIO ASSISTENCIAL À PESSOA INCAPAZ - ART. 20 DA LEI Nº
8.742/93 (LOAS) -- REQUISITOS NECESSÁ RIOS COMPROVADOS - SENTENÇA REFORMADA
- CONDENAÇÃ O DO INSS NOS HONORÁ RIOS ADVOCATÍCIOS. 1. Comprovados os requisitos
exigidos pela Lei 8.742/93, a autora faz jus ao restabelecimento do benefício NB
87/106.460.277-8 desde quando suspenso em 30/06/2011. 2. Condenado o INSS em
honorá rios advocatícios, observados os percentuais mínimos estabelecidos nos incisos do §
3º do art. 85 do CPC/2015 e a Sú mula nº 111 do STJ. 3. Apelaçã o provida. (TRF2, Apelaçã o
0128163-04.2015.4.02.5101, Relator (a): ANTONIO IVAN ATHIÉ , 1ª TURMA
ESPECIALIZADA, Julgado em: 03/12/2018, Disponibilizado em: 10/12/2018)
PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LEI Nº 8.742/93. PESSOA COM
DEFICIÊ NCIA. REQUISITOS ATENDIDOS. PRESCRIÇÃ O. CONSECTÁ RIOS LEGAIS DA
CONDENAÇÃ O. RE Nº 870.947/SE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃ O. EFEITO SUSPENSIVO.
INDEFINIÇÃ O. DIFERIMENTO PARA A FASE DE CUMPRIMENTO.1. O direito ao benefício
assistencial pressupõ e o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condiçã o de deficiente
(incapacidade para o trabalho e para a vida independente, de acordo com a redaçã o
original do artigo 20 da LOAS, ou impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interaçã o com diversas barreiras, podem obstruir a
participaçã o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condiçõ es com as demais
pessoas, conforme redaçã o atual do referido dispositivo) ou idoso (neste caso,
considerando-se, desde 1º de janeiro de 2004, a idade de 65 anos); e b) situaçã o de risco
social (estado de miserabilidade, hipossuficiência econô mica ou situaçã o de desamparo) da
parte autora e de sua família.2. Atendidos os requisitos legais definidos pela Lei n.º
8.742/93, mantida a sentença que determinou o restabelecimento do benefício pleiteado,
bem como o pagamento das parcelas vencidas entre 15/06/2004 (data da cessaçã o) e
25/06/2017 (dia anterior ao restabelecimento administrativo).3. Nã o corre prescriçã o
contra os absolutamente incapazes, a teor do disposto no art. 198, I, do CC c/c art. 103,
caput, da Lei nº 8.213/91.4. Diferida para a fase de cumprimento de sentença a definiçã o
sobre os consectá rios legais da condenaçã o, cujos critérios de aplicaçã o da correçã o
monetá ria e juros de mora ainda estã o pendentes de definiçã o pelo STF, em face da decisã o
que atribuiu efeito suspensivo aos embargos de declaraçã o opostos no RE nº 870.947/SE,
devendo, todavia, iniciar-se com a observâ ncia das disposiçõ es da Lei nº 11.960/09,
possibilitando a requisiçã o de pagamento do valor incontroverso.5. Afastada da sentença a
parte relativa ao cá lculo das prestaçõ es vencidas. (TRF4, AC 5003761-46.2017.4.04.7004,
Relator (a): FERNANDO QUADROS DA SILVA, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR,
Julgado em: 17/12/2018, Publicado em: 18/12/2018)
Motivos que devem conduzir ao imediato deferimento do pedido.
DA ANTECIPAÇÃ O DOS EFEITOS DA TUTELA
O Autor pleiteia a concessã o imediata do benefício para custear a pró pria vida, tendo em
vista que nã o reú ne condiçõ es de patrocinar seu sustento.
DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou perfeitamente demonstrado, o direto do
Autor é caracterizada pela comprovaçã o inequívoca do cumprimento aos requisitos legais à
concessã o do benefício.
DO PERIGO DA DEMORA: Trata-se de benefício devido e ú nica forma de garantir a
subsistência do Autor, especialmente por tratar-se de verba alimentar, ou seja, tal
circunstâ ncia confere grave risco pela demora do processo.
Os requisitos exigidos para a concessã o do benefício encontram-se perfeitamente
demonstrados para o deferimento a medida antecipató ria, motivo pelo qual imperiosa a
sua concessã o, conforme precedente jurisprudencial:
PREVIDENCIÁ RIO. AUXÍLIO-RECLUSÃ O. TUTELA DE URGÊ NCIA. 1. À semelhança do
entendimento firmado pelo STJ, no julgamento do Recurso Especial 1.112.557/MG,
Representativo da Controvérsia, onde se reconheceu a possibilidade de flexibilizaçã o do
critério econô mico definido legalmente para a concessã o do Benefício Assistencial de
Prestaçã o Continuada, previsto na LOAS, é possível a concessã o do auxílio-reclusã o quando
o caso concreto revela a necessidade de proteçã o social, permitindo ao Julgador a
flexibilizaçã o do critério econô mico para deferimento do benefício, ainda que o salá rio de
contribuiçã o do segurado supere o valor legalmente fixado como critério de baixa renda. 2.
Presentes os requisitos legais, cabível a concessã o da tutela de urgência para determinar a
implantaçã o do benefício. (TRF-4 - AG: 50640154520174040000 5064015-
45.2017.4.04.0000, Relator: JORGE ANTONIO MAURIQUE, Data de Julgamento:
01/03/2018, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC)
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃ O CONTINUADA. ARTIGO 20, DA LEI Nº 8.742/93
(LOAS). IDOSO. SITUAÇÃ O DE RISCO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. TUTELA DE
URGÊ NCIA. CORREÇÃ O MONETÁ RIA E JUROS DE MORA. 1. O direito ao benefício
assistencial pressupõ e o preenchimento dos seguintes requisitos: condiçã o de deficiente
(incapacidade para o trabalho e para a vida independente, consoante a redaçã o original do
art. 20, da LOAS, ou impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interaçã o com diversas barreiras, podem obstruir a participaçã o
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condiçõ es com as demais pessoas, consoante
a redaçã o atual do referido dispositivo) ou idoso (assim considerado aquele com 65 anos
ou mais, a partir de 1º de janeiro de 2004, data da entrada em vigor da Lei nº 10.741/2003
- Estatuto do Idoso) e situaçã o de risco social (ausência de meios para a parte autora,
dignamente, prover a pró pria manutençã o ou de tê-la provida por sua família). 2.
Comprovados o requisito etá rio e a atual situaçã o de risco social, tem direito a parte autora
à concessã o do benefício assistencial de prestaçã o continuada desde a data do
requerimento administrativo. 3. Preenchidos os requisitos exigidos pelo artigo 300, do
Có digo de Processo Civil, probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado ú til do processo, é cabível a tutela de urgência. 4. O Supremo Tribunal Federal
reconheceu repercussã o geral à questã o da constitucionalidade do uso da Taxa Referencial
(TR) e dos juros da caderneta de poupança para o cá lculo das dívidas da Fazenda Pú blica, e
vem determinando, por meio de sucessivas reclamaçõ es, e até que sobrevenha decisã o
específica, a manutençã o da aplicaçã o da Lei nº 11.960/2009 para este fim, ressalvando
apenas os débitos já inscritos em precató rio, cuja atualizaçã o deverá observar o decidido
nas ADIs 4.357 e 4.425 e respectiva modulaçã o de efeitos. Com o propó sito de manter
coerência com as recentes decisõ es, deverã o ser adotados, no presente momento, os
critérios de atualizaçã o e de juros estabelecidos no art. 1º-F da Lei nº 9.494/1997, na
redaçã o dada pela Lei nº 11.960/2009, sem prejuízo de que se observe, quando da
liquidaçã o, o que vier a ser decidido, com efeitos expansivos, pelo Supremo Tribunal
Federal. (TRF4 5029916-30.2014.404.9999, Sexta Turma, Relator p/ Acó rdã o Osni Cardoso
Filho, juntado aos autos em 15/04/2016)
Por se tratar de verba de natureza alimentar o receio de dano irrepará vel ou de difícil
reparaçã o resta caracterizado, afinal trata-se de assistência indispensá vel para subsistência
do autor e de sua família com base na sua condiçã o de miserabilidade.
Aliá s, nã o há ó bice de concessã o de tutela antecipada para a concessã o de benefício
assistencial do LOAS, dado o seu cará ter alimentar.

DA JUSTIÇA GRATUITA
O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua responsabilidade a manutençã o de sua
família, razã o pela qual nã o poderia arcar com as despesas processuais.
Para tal benefício o beneficiá rio junta declaraçã o de hipossuficiência e comprovante de
renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas judicias sem
comprometer sua subsistência, conforme clara redaçã o do Art. 99 Có digo de Processo Civil
de 2015.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petiçã o inicial, na
contestaçã o, na petiçã o para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestaçã o da parte na instâ ncia, o pedido poderá ser
formulado por petiçã o simples, nos autos do pró prio processo, e nã o suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que
evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessã o de gratuidade, devendo, antes
de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovaçã o do preenchimento dos referidos
pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegaçã o de insuficiência deduzida exclusivamente por
pessoa natural.
Assim, por simples petiçã o, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o Requerente ao
benefício da gratuidade de justiça:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA -
Assistência Judiciá ria indeferida - Inexistência de elementos nos autos a indicar que o
impetrante tem condiçõ es de suportar o pagamento das custas e despesas processuais sem
comprometer o sustento pró prio e familiar, presumindo-se como verdadeira a afirmaçã o
de hipossuficiência formulada nos autos principais - Decisã o reformada - Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura
Tavares; Ó rgã o Julgador: 5ª Câ mara de Direito Pú blico; Foro Central - Fazenda
Pú blica/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda Pú blica; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019)
Cabe destacar que o a lei nã o exige atestada miserabilidade do requerente, sendo suficiente
a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários
advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:
"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem tampouco se fala em renda
familiar ou faturamento máximos. É possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é proprietário
de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA,
Rafael Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora JusPodivm, 2016. p. 60)
Por tais razõ es, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituiçã o Federal e pelo artigo 98 do
CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

PEDIDOS
Diante de todo o exposto, REQUER a Vossa Excelência:
1. A concessã o do benefício da gratuidade de justiça, por ser o Autor pobre na acepçã o
legal do termo, nos termos do art. 98 do Có digo de Processo Civil;
2. Que seja deferido a prioridade na tramitaçã o do processo;
3. Que seja deferida a antecipaçã o dos efeitos da tutela, para determinar o imediato
restabelecimento do benefício assistencial da LOAS, no prazo má ximo de até 30 dias;
4. A citaçã o do Réu, para, querendo, responder a presente açã o;
5. A produçã o de todos os meios de prova.
6. Ao final, seja julgado totalmente procedente o pedido para condenar a ré para que
proceda com o restabelecimento definitivo do benefício assistencial da LOAS e pague
os retroativos devidos desde a data suspensã o do benefício, sob pena de multa diá ria;
7. A condenaçã o do Réu ao pagamento de honorá rios, nos termos do att. 85 do CPC/15.
Dá -se à causa o valor R$ ________ .
Nestes termos, pede deferimento.
________ , ________ .
________ ,
________
Anexos:
1. Prova da renda
2. Comprovante de renda
3. Declaraçã o de hipossuficiência
4. Documentos de identidade do Autor
5. Comprovante de Residência
6. Procuraçã o
7. Declaraçã o de hipossuficiência
8. Comprovante de renda do Grupo Familiar
9. Prova da concessã o e suspensã o do benefício
10. Comprovante da incapacidade
11. Documentos referentes à s relaçõ es previdenciá rias
12. Prova do estado de pobreza
13. Declaraçã o de que nã o recebe outro benefício no â mbito da Seguridade Social

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