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Direito Constitucional – Aula 9 – Parte 2

O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.

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Direito Constitucional – Aula 9 – Parte 2

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ministrada pelo professor. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na
jurisprudência dos Tribunais.

SUMÁRIO
1. CAUTELAR....................................................................................................... 3
2. DECISÃO FINAL ............................................................................................... 4

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1. CAUTELAR
Neste momento, trabalharemos a cautelar e a decisão final no controle de
constitucionalidade.
Será especificada a cautelar no controle concentrado abstrato, pois é nas ações de
controle concentrado abstrato que se verifica a possibilidade de cautelar. Todas estas ações
têm a possibilidade de cautelar. No entanto, o que irá variar será a finalidade destas
cautelares.
ADI:
Na ADI, a finalidade será a suspensão da eficácia do ato normativo;
ADC:
Como na ADC não se pretende impugnar a norma, mas sim, confirmá-la, a finalidade
da cautelar será a suspensão de julgamentos de processos que envolvam aquela matéria.
ADO:
Quanto à ADO, pode-se também ter a suspensão da eficácia da norma.
➢ Mas como se irá suspender a norma se o que se impugna é a omissão?
Aqui, fala-se de suspensão da eficácia da norma no caso de omissão parcial.
Portanto, neste caso, possibilita-se a concessão de cautelar para suspensão da eficácia
da norma, entendendo o Supremo que é melhor não se ter norma alguma a ter uma norma,
parcialmente, omissa.
Porém, isso não será sempre verdade. Pode o STF chegar à conclusão de que, por
vezes, será melhor ter alguma norma a não ter nada. Pode, contudo, chegar também a uma
conclusão oposta em determinado caso (ou seja, sendo melhor não ter nada a ter algo
incompleto).
Isto dependerá do contexto de cada situação.
Na ADO, também será possível a suspensão de processos judiciais ou de
procedimentos administrativos.
Recorde-se que, na ADO, o objeto pode ser uma omissão normativa ou pode ser uma
omissão administrativa, caso em que a impugnação incide sobre o “não agir/não fazer” da
Administração Pública. Logo, pode ser que a cautelar vise suspender processos no âmbito da
própria Administração.
Há ainda a possibilidade de suspensão de outras medidas que tenham relação com
aquela matéria.
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Portanto, na ADO, abrem-se mais as possibilidades de cautelar.


ADPF:
Da mesma maneira, na ADPF, pode a cautelar ter também mais de uma finalidade.
Seja ADPF direta ou indireta, as finalidades da cautelar será a suspensão da eficácia do
ato questionado.
Veja-se que não se fala em suspensão da eficácia da norma, pois, conforme se sabe,
na ADPF, pode-se impugnar não apenas a norma, mas também outros atos do Poder Público.
Também, pode-se intentar cautelar para a suspensão de processos e buscar a
suspensão de decisões judiciais, desde que não transitada em julgado.
Ainda, pode-se ter a suspensão de outras medidas que sejam pertinentes à matéria.
Logo, veja-se que a cautelar na ADPF engloba possibilidades muito mais amplas do que
a cautelar na própria ADI, pois nesta, a cautelar será apenas para suspensão da eficácia da
norma.
ADI estadual:
Na ADI estadual, valerá a mesma regra da ADI comum, logo, a finalidade da cautelar
será suspensão da eficácia da norma.
Representação interventiva:
A representação interventiva seria um tipo de ADI, sendo, inclusive, chamada de ADI
interventiva por muitos.
Neste caso, a cautelar buscará a suspensão da eficácia do ato questionado.
Veja-se que, para todas estas ações, valerá a máxima da eficácia erga omnes
vinculante, o que significa que, se uma cautelar concedida pelo STF em uma destas ações for
violada, será cabível a reclamação para impugnar o ato que viola esta decisão. Assim como
qualquer ato que viole uma reclamação vinculante, caberá reclamação.

2. DECISÃO FINAL
Quando se fala em decisão final, há que se fazer duas abordagens:
A primeira, é focar no aspecto mais prático (processual, de rito) e a segunda, no
aspecto mais teórico.

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Olhando-se para o aspecto prático, tem-se que a decisão nestas ações de processo
subjetivo (controle concreto difuso), a matéria constitucional é resolvida apenas nos
fundamentos que, portanto, não fazem coisa julgada etc.1
No tocante às ações, olhando-se também para o aspecto prático, a decisão será
concedida, seja procedente ou improcedente, pela maioria absoluta dos membros (quórum
de seis votos), desde que presentes 2/3 dos ministros, o que significa o total de 8 (oito)
ministros.
Em todas as ações de controle concentrado abstrato, tem-se uma decisão que tem
efeito erga omnes e efeito vinculante. O efeito vinculante atinge os demais órgãos do Poder
Judiciário e a Administração Pública direta ou indireta das três esferas da Federação (União,
Estado, DF e Municípios).
No entanto, não estão afetados pelo efeito vinculante: o próprio STF e o Poder
Legislativo na função legislativa.
Na prática, isso significa que se o Poder Legislativo quiser elaborar uma nova norma
idêntica à anterior, ele pode2.
Agora, olhando-se para o aspecto mais teórico:
➢ Quais os efeitos desta decisão?
Já foi falado a respeito do efeito subjetivo (ou seja, erga omnes e vinculante), mas há
dois outros efeitos que devem ser abordados.
- Efeito temporal:
Quando a norma é declarada inconstitucional, o efeito temporal da declaração de
inconstitucionalidade é o efeito ex tunc (retroativo), pois se entende que, se a norma é
inconstitucional, ela é inconstitucional desde o nascimento. Norma inconstitucional é norma
nula. Neste caso, a decisão que declara a inconstitucionalidade apenas reconhece esta
inconstitucionalidade, de forma que teria efeito ex tunc. Esta é a lógica.
No entanto, imagine-se que uma lei foi declarada inconstitucional, sendo, por
exemplo, uma lei tributária que instituiu um tributo cobrado e arrecadado durante 4 (quatro)
anos.

1
A matéria constitucional não será pedido, mas sim, causa de pedir. Logo, a decisão sobre matéria
constitucional constará não da parte dispositiva de decisão, mas dos fundamentos.
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Nada impede que esta nova norma venha a ser questionada no STF posteriormente.

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Declarar esta norma inconstitucional, hoje, significaria dizer que ela é nula desde o
nascimento e, portanto, todos os efeitos desta norma veriam ser nulos. Se os efeitos desta
norma são nulos, o Poder Público teria que devolver tudo que foi arrecadado, o que,
obviamente, geraria um caos na ordem normativa e na ordem pública.
Por isso, o Supremo, tendo em vistas razões de segurança jurídica e excepcional
interesse social, poderá realizar uma modulação dos efeitos temporais.
Veja-se, então, que a modulação dos efeitos temporais, nada mais é do que uma
ponderação feita entre, de um lado, com o princípio da nulidade das normas inconstitucionais,
e de outro lado, com o princípio da segurança jurídica e do excepcional interesse social.
Neste caso, portanto, tem-se uma lei com a declaração posterior de
inconstitucionalidade, o que deveria gerar efeitos ex tunc (efeito retroativo).
Entretanto, quando se faz a modulação de efeitos temporais, o STF pode determinar 3
(três) efeitos:
1- Determinar efeitos ex nunc – Efeitos da decisão em diante;
2- Conceder efeitos “pro futuro”, o que significa dizer que pode conceder efeitos
postergados para um momento futuro. Por exemplo, o Supremo declara que a
norma é inconstitucional, hoje, mas esta declaração só valerá para o início do ano
que vem;
3- Há ainda a possibilidade de se conceder efeito retroativo parcial. Aqui, o STF não
irá retroagir até o nascimento da norma, mas irá retroagir até algum outro
momento anterior que o Supremo entender adequado. Logo, há um efeito
retroativo neste caso, mas não total. Ou seja, não até o nascimento da norma.
Lembre-se, portanto, que isto é resultado de uma ponderação: de um lado, estará o
princípio da nulidade das normas inconstitucionais e, de outro lado, o princípio da segurança
jurídica e do excepcional interesse social.
Atenção: Para proceder à esta modulação, o Supremo necessita de um quórum de 2/3,
ou seja, 8 votos.
Veja-se que, para declarar a norma inconstitucional, o Supremo precisa de 6 (seis)
votos. Para modular os efeitos, portanto, o quórum será qualificado, carecendo-se 8 (oito)
votos.
Obs.: Embora não seja comum, pode ser encontrado em alguns livros, que a declaração
de inconstitucionalidade, com efeitos “pro futuro” seja chamada de “declaração de
inconstitucionalidade com efeitos ablativo postergado”.

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Ablação significa retirar, excluir. Quando uma norma é declarada inconstitucional, ela
é retirada, excluída, expurgada da ordem normativa. Portanto, o efeito ablativo é uma lógica
decorrente da própria declaração inconstitucionalidade, natural da própria declaração e
inconstitucionalidade.
Agora, quando se diz que esta norma terá efeito ablativo, porém postergado no tempo,
ou seja, “pro futuro”, neste caso, o efeito ablativo foi postergado.
- Efeito repristinatório:
Para se entender o efeito repristinatório, imagine-se uma lei “A” que foi revogada por
uma lei “B”. Uma vez revogada a lei “A” pela lei “B”, suponha-se que esta lei “B” venha a ser
declarada inconstitucional.
Ora, conforme já se falou, norma inconstitucional é norma nula e, portanto, nulos são
os efeitos produzidos por ela. E, um dos efeitos produzidos por ela foi justamente a revogação
da lei “A”, logo o efeito revogatório da lei “B” sobre a lei “A”, anterior, também é nulo.
Desta forma, a lei “A” voltara a valer. É o que se denomina efeito repristinatório.
Esta lógica do efeito repristinatório vale tanto para a decisão final quanto para a
cautelar da ADI (neste caso, apenas cautelar na ADI ou na ADPF, no caso de esta pretender
declarar uma lei inconstitucional).
Obs.: Efeito repristinatório e repristinação: No estudo da lei de introdução às normas
do direito brasileiro, tem-se, por exemplo, que a norma 1 que foi revogada pela norma 2 e,
esta norma 2 foi revogada pela norma 3. Pergunta-se:
➢ Esta lei 1 poderia repristinar?
A regra é que não poderia, a não ser que a lei 3 expressamente determine a
repristinação da norma 1. Isto é a repristinação.
No entanto, destaca o professor que se deve fazer a distinção destas duas figuras, pois
realmente são fenômenos que se manifestam de forma diferente. Uma coisa é a lei
revogadora ser inconstitucional, outra cosia é uma lei revogadora de outra ser revogada por
uma terceira lei.
O problema reside no fato de muitos na doutrina pretenderem dizer que só se poderia
chamar efeito repristinatório quando se está diante do controle de constitucionalidade e de
repristinação a situação da lei de introdução das normas do direito brasileiro.
Comenta o professor que, inclusive, já chegou a ouvir alunos dizer que, se cair em uma
prova que a declaração de inconstitucionalidade gera a repristinação da lei anterior, estará
errada a questão, pois deveria ser atribuída a expressão “efeito repristinatório”.

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No entanto, não se pode seguir esta mentalidade, sob pena de se errar uma questão,
mesmo sabendo a matéria, pois que, na prática, as duas expressões são usadas dentro do
mesmo contexto.
Nesse sentido, informa o professor que já foi cobrada em uma prova (banca Cespe,
AGU) a utilização do termo repristinação, estando a questão certa.
Aliás, se for pesquisada a jurisprudência acerca do tema, serão encontrados julgados
nos quais o Supremo utilizou o termo repristinação com referência à declaração de
inconstitucionalidade.
Portanto, o que se deve ter em mente é que a repristinação significa, conforme termo
do próprio STF, a “revivescência da norma”, a restauração da norma, o tornar “préstino”
(retornar ao estado primitivo, original). Ou seja, a norma era uma norma em vigor, foi
revogada, mas foi restaurada ao estado original que é a sua validade e vigência.
A repristinação (tornar em vigor a norma) pode ter duas causas diferentes: a
declaração de constitucionalidade ou, de forma expressa, na forma da lei de introdução das
normas do direito brasileiro.
Atenção: Conclui-se, portanto, que o Supremo não precisa falar expressamente “efeito
repristinatório” ou repristinação da declaração de inconstitucionalidade, pois isto é
automático. Porém, pode o Supremo chegar à conclusão de que eventualmente a lei anterior
é também inconstitucional, no que se terá o chamado efeito repristinatório indesejado.
Nesta situação, pode o STF, expressamente, determinar a não ocorrência do efeito
repristinatório (ou seja, o afastamento do efeito repristinatório). Para este fim, há que ser
expresso, dizendo o STF que “neste caso, não haverá, ou não deve haver, o efeito
repristinatório, pois a lei anterior é também inconstitucional).
Técnicas específicas de decisão: A declaração de inconstitucionalidade possui técnicas
específicas. Uma delas já foi abordada, que é a modulação dos efeitos temporais. Outra é o
afastamento do efeito repristinatório.
- Declaração de inconstitucionalidade é a declaração de inconstitucionalidade sem
pronúncia de nulidade
Com efeito, na declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade,
encontra-se a existência de uma norma que o STF reconhece inconstitucional, mas que, por

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diversos motivos, entende que a ausência desta norma é pior do que a própria norma3, sendo
melhor mantê-la.
Normalmente, esta decisão é acompanhada de uma comunicação ao legislador (“apelo
ao legislador”) para que ele faça uma nova norma substituindo aquela que é inconstitucional.
- Declaração de inconstitucionalidade com redução de texto
Na declaração de inconstitucionalidade com redução de texto, o Supremo entende
que, dentro de determinado texto, há uma palavra ou expressão inconstitucional, embora o
restante não o seja.
Suponha-se, por exemplo, que a norma diga que a vitaliciedade é concedida aos juízes,
aos membros do Ministério Público e ao Procurador do Estado. Ou seja, no caso de juízes e
promotores, a norma está correta, mas, para procurador do Estado, não.
Assim, não precisaria o Supremo dizer que tudo é inconstitucional, pois não é tudo que
é inconstitucional, mas apenas a vitaliciedade para o procurador do estado. Por isso, pode
declarar inconstitucional apenas a expressão “e aos procuradores do Estado”.
Para que isto ocorra, há que se entender o seguinte: existe aquela palavra ou
expressão que será retirada e existe a parte remanescente. Se esta parte remanescente
mantiver o mesmo sentido, poderá o STF fazer a declaração de inconstitucionalidade com
redução de texto. Entretanto, se a parte remanescente mudar de sentido sem a parte
impugnada, o STF não poderá fazer declaração de inconstitucionalidade com redução de
texto.
Imagine-se que a norma diga que “não é possível fumar em lugares fechados”, de
forma que se pretende impugnar a palavra “não”.
Ora, se é retirada a palavra “não”, está-se a dizer que, no caso da expressão em
questão, é possível fumar em lugares fechados.
Logo, o texto remanescente deve guardar o mesmo sentido do texto original.
- Declaração sem redução de texto: Outra técnica importante é a declaração sem
redução de texto. Na declaração sem redução de texto, o texto normativo escrito permanece
o mesmo.
No entanto, O STF, como intérprete, analisa o texto, verifica que existem várias
hipóteses que aquele texto pode se aplicar e, numa deles, verifica que ser o texto
inconstitucional. Assim, o STF declara esta inconstitucionalidade sem a redução de texto,

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“Ruim com ela, mas pior sem ela”.

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dizendo que, neste caso (ou seja, nesta interpretação), a aplicação da norma será
inconstitucional.
Por isso, tem-se a declaração sem redução de texto, já que o texto normativo
permanece o mesmo, não reduzido. Entretanto, o campo normativo de incidência daquela
norma foi reduzido, pois ela não poderá ser aplicada em determinado caso.
Semelhante a esta técnica, tem-se a interpretação conforme.
- Interpretação conforme a Constituição: Na interpretação conforme, o STF analisa a
norma, constata as várias interpretações desta norma, concluindo que algumas são
constitucionais e outras inconstitucionais.
Neste caso, pode o STF dizer o seguinte: “declaro que a norma é constitucional se ela
for interpretada de tal maneira” ou o STF declara que a norma é inconstitucional se for ela
interpretada de outra maneira.
Portanto, neste caso, diz-se que, como o STF estará atribuindo o sentido compatível
com a Constituição, ou dizendo que tal interpretação é inconstitucional, ele estará excluindo
o sentido incompatível com a Constituição.
Neste caso, muitas vezes, o STF utiliza as duas técnicas, mencionando que se trata de
uma interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto. Ou seja, ele estará
interpretando de acordo com a Constituição para excluir da norma o sentido e a hipótese que
ela seria inconstitucional.
- Declaração de norma ainda constitucional ou norma em trânsito para a
inconstitucionalidade: Neste caso, o STF entende que a norma é válida dentro de determinada
realidade fática. Se esta realidade fática mudar, a norma passa a ser inconstitucional.
Por exemplo, o prazo em dobro para a Defensoria Pública. O Defensor faz a defesa de
interesses privados tal como o advogado comum, de forma que o prazo em dobro a ele violaria
o princípio da igualdade entre as partes.
No entanto, como a Defensoria Pública não possui uma estrutura adequada para
atender a toda demanda, o prazo em dobro para ela é uma forma de não prejudicar o
assistido.
Logo, cuida-se de norma ainda constitucional enquanto esta realidade se mantiver. Se
a realidade alterar, passando a Defensoria Pública a ter uma estrutura adequada, o prazo em
dobro não mais se justificará. Por isso, trata-se de uma norma em trânsito para a
inconstitucionalidade.

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Fala-se também de “declaração provisória de constitucionalidade”, “processo de


inconstitucionalização” ou ainda “inconstitucionalidade progressiva”.
Estas técnicas decisórias versadas se aplicam a qualquer uma das ações. Se o Supremo
chega à conclusão de que a norma é inconstitucional, ele pode aplicar qualquer uma das
hipóteses.
Com isso, o professor encerra o tema. Foram duas aulas em que se procurou trazer
uma visão bastante ampla destes cinco aspectos (parâmetro, objeto, participantes, cautelar e
decisão) com uma analisa transversal, passando-se por todas as ações (tanto do controle de
constitucionalidade difuso como do controle de constitucionalidade abstrato concerto).
Naturalmente, em duas horas, não se consegue passar todas as informações e
detalhes, passando-se aqui as informações mais importantes para que o aluno possa ter o
máximo de conhecimento possível.
➢ Contato do Professor para o envio de dúvidas de aluno:
joaomendes@cursoenfase.com.br

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