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22/11/2023, 08:44 Envio | Revista dos Tribunais

Técnica processual de ampliação do órgão colegiado: da função topológica à


função teleológica do artigo 942 do CPC/15

TÉCNICA PROCESSUAL DE AMPLIAÇÃO DO ÓRGÃO COLEGIADO: DA FUNÇÃO


TOPOLÓGICA À FUNÇÃO TELEOLÓGICA DO ARTIGO 942 DO CPC/15
Procedural technique for the extending of the colleged body: from the topological function to the teleological function of
article 942 of CPC/15
Revista de Processo | vol. 291/2019 | p. 263 - 284 | Maio / 2019
DTR\2019\27879

Pedro Augusto Silveira Freitas


Mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialista em Direito Processual pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Assistente judiciário no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
pedrosilveirafreitas@gmail.com

Área do Direito: Civil; Processual


Resumo: O presente artigo examinará, sob a perspectiva teórica, a técnica processual de ampliação do órgão
colegiado prevista no artigo 942 do CPC/15. Conquanto seja relevante a discussão sobre as particularidades de sua
aplicação às hipóteses específicas – no caso dos recursos de apelação cível e de agravo de instrumento e no caso da
ação rescisória –, este ensaio centra-se em averiguar, primordialmente, qual seria a finalidade da criação de uma
técnica processual desse jaez, bem como o seu campo de incidência, a fim de resolver uma parcela dos problemas
encontrados atualmente na prática judiciária no momento de sua aplicação.

Palavras-chave: Técnica processual – Artigo 942 do CPC/15 – Finalidade da ampliação do órgão colegiado – Campo
de aplicação da técnica processual
Abstract: The present article will examine, from a theoretical perspective, the procedure for extending the collegiate
body provided for in article 942 of CPC/15. Although it is relevant to discuss the particularities of its incidence to the
specific hypotheses, this essay focuses primarily on the purpose of establishing a procedural technique of this kind, as
well as its field of incidence, in order to resolve a portion of the problems currently encountered in judicial practice at
the time of its application.

Keywords: Procedural technique – Article 942, CPC/15 – Purpose of expanding – Field of application of procedural
technique
Sumário:

Introdução - 1.Finalidade da técnica processual de ampliação subjetiva do colegiado - 2.Natureza da técnica


processual - 3.Formação do resultado dos julgamentos em órgãos colegiados: o juízo de admissibilidade e o juízo de
mérito dos recursos - 4.A falta de unanimidade do resultado como pressuposto fático-jurídico para incidência da
técnica processual - 5.Campo de incidência da técnica processual - 6.Indissolubilidade da técnica processual -
Considerações finais - Referências bibliográficas

Introdução
O artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) institui uma espécie de técnica processual incidente de forma oficiosa
àquelas situações em que o julgamento dos recursos de apelação e de agravo de instrumento e o julgamento da ação
rescisória obtenha resultado não unânime, de modo a possibilitar a sua inversão, mediante a convocação da presença
de outros julgadores. A simples declaração da divergência – ou seja, a falta de unanimidade – é o único pressuposto
para reclamar a incidência, de forma automática, do disposto no artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656), fazendo com
que a deliberação e a conclusão do julgamento se realizem perante o órgão colegiado composto por outros
julgadores.
A prática judiciária, entretanto, tem revelado uma série de entraves quanto à aplicação do artigo 942 do CPC/15
(LGL\2015\1656), seja no que se refere à sua compreensão teórica – objeto do presente artigo –, seja no que tange às
suas especificidades e particularidades, atinentes às próprias hipóteses de incidência contempladas pela legislação
processual.
1.Finalidade da técnica processual de ampliação subjetiva do colegiado
Importante identificar, primeiramente, a razão substancial para a instituição da técnica processual de ampliação
subjetiva do órgão colegiado, de forma a orientar a sua perfeita compreensão teórica, bem como nortear a sua correta
aplicação no cotidiano forense.
Dada a aparente similitude existente entre o recurso de embargos infringentes e a técnica de ampliação subjetiva do
órgão colegiado, sustenta-se que o artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656), representaria um sucedâneo dessa
extinta espécie recursal. Valoriza-se, portanto, a função topológica ou função imediata da técnica processual – qual
seja, a inversão do resultado inicial, mediante a convocação de novos julgadores. Sob esta ótica, as dúvidas

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existentes quanto à compreensão teórica e quanto à aplicação dessa técnica deveria ser resolvida, mediante
interpretação analógica, a partir do entendimento doutrinário e jurisprudencial formados ao entorno do recurso dos
Embargos Infringentes.
A técnica do artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656), ao fazer as vezes do recurso de embargos infringentes, teria, de
acordo com essa perspectiva, a finalidade de permitir a reforma daquelas decisões colegiadas que se formaram por
maioria. Em sede doutrinária, sustenta-se que “o novo CPC (LGL\2015\1656) tratou de suprimir o recurso de
embargos infringentes e, no seu lugar, trouxe uma nova técnica, com a mesma finalidade que esse recurso tinha, a
qual já está sendo apelidada de ‘embargos infringentes cover’”1 ou, ainda, “‘embargos infringentes automáticos’”2, o
que acentua o seu “papel como substitutivo do recém-extinto recurso de embargos infringentes”3. Conjectura-se,
ainda, que “se o legislador abandonou o recurso de embargos infringentes, cuidou de, no apagar das luzes,
contemplar um incidente recursal que lhe faz as vezes, vertido no art. 942, do Código Fux”4, do que se conclui que é
uma “nova técnica de julgamento, prevista no art. 942, procedimento que é o sucedâneo dos embargos infringentes”5.
Defende-se, ainda, que
"[...] a técnica do art. 942 serve, precipuamente, para apaziguar o espírito das partes, em particular do vencido. Não
contribui de modo efetivo e irretorquível para uniformizar entendimentos no âmbito do órgão fracionário. Era o que se
verificava nos antigos embargos infringentes6."
Por outro lado, cogita-se que a técnica processual de ampliação do órgão colegiado integraria a estrutura do sistema
normativo de precedentes judiciais e, portanto, também estaria vocacionada à efetivação da uniformidade, da
integridade, da estabilidade e da coerência da jurisprudência (artigo 926 do CPC/15 (LGL\2015\1656)). Sob esse
olhar, prioriza-se, assim, a função teleológica ou função mediata da técnica processual – qual seja, a efetivação e a
consolidação do direito jurisprudencial. A solução dos questionamentos que recaísse sobre esse instituto jurídico
demandaria, portanto, uma interpretação sistemática que levasse em conta não só a função imediata da técnica
processual, mas também a relação estabelecida com o sistema processual, unitariamente considerado. A mencionada
técnica processual teria, então, a finalidade de, num grupo de juízes mais amplo, auxiliar a promoção da
uniformização da jurisprudência, com a discussão mais aprofundada daquela questão que se apresentou divergente
entre os julgadores primitivos.
Argumenta-se, na doutrina, que
"[...] o fato do legislador ter, por assim dizer, substituído o recurso de embargos infringentes pela técnica de ampliação
do debate diante da não unanimidade não autoriza, todavia, a leitura do art. 942, CPC/15 (LGL\2015\1656), como se
fosse um simples sucedâneo – apenas dotado de um novo nome – do recurso de embargos infringentes. É preciso
evitar semelhante interpretação7."
Bem por isso, se defende que “a razão de ser do art. 942 está relacionada com outros princípios que justificam o
Código: a uniformidade da jurisprudência e a fundamentação das decisões”8, motivo pelo qual “o propósito do
dispositivo deve ser visto com um propósito ainda mais relevante, que é a possibilidade de se revisitar um julgamento
controvertido e refletir mais sobre ele”9. Portanto, para essa parcela de doutrinadores,
"[...] a participação de um número maior de magistrados para discutir uma questão controvertida é mais do que
benéfica e se revela um importante mecanismo para o desenvolvimento de acórdãos bem fundamentados,
persuasivos e com potencial para se firmarem como verdadeiros precedentes10."

Tendo em vista que o sistema jurídico não pode prescindir da coerência11 e, ainda, que o Código de Processo Civil
deva ser interpretado como um todo normativo, de modo a serem evitadas antinomias entre as suas regras12, afasta-
se a ideia de que a técnica de ampliação do órgão colegiado representa um mero substitutivo do extinto recurso de
embargos infringentes, não podendo com ele ser confundida e nem mesmo com ele comparada. Tal assertiva implica
que os problemas relativos à compreensão teórica e à aplicação da técnica processual não podem ser solucionados
analogicamente com o revogado regramento dos Embargos Infringentes (v.g. se ela seria aplicável somente às
decisões de mérito; se estaria restrita ao ponto de divergência; se seria aplicável às sentenças proferidas em sede de
mandado de segurança etc.). Conquanto não se desconheça certa semelhança entre a revogada espécie recursal e a
técnica de julgamento ora analisada – qual seja, permitir a modificação de decisões proferidas por maioria –, não se
pode baralhar os institutos jurídicos que, devido à sistemática processual vigorante desde março de 2016, possuem
finalidades totalmente distintas.
Sob os pilares da coerência do direito e da unidade interpretativa da legislação processual, a razão substancial para a
instituição dessa técnica processual de julgamento centra-se, em verdade, na promoção da uniformização, da
estabilidade, da integridade e da coerência da jurisprudência dos Tribunais (artigo 926 do CPC/15 (LGL\2015\1656)),
em franca convergência com o momento de valorização do direito jurisprudencial13.
A existência de divergência nos julgamentos em colegiado revela que a questão fático-jurídico discutida ainda carece
de aprofundamento e de amadurecimento, o que é resolvido com a convocação de outros julgadores, em número
suficiente para permitir a inversão do resultado. A decisão que será tomada em colegiado ampliado, justamente em

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razão de sua ampliação subjetiva, aprimora o debate sobre as questões que ainda se revelam duvidosas e inexatas,
permitindo um aprofundamento hermenêutico a partir da posição que se apresentou divergente14.
A definição de qual interpretação deverá prevalecer – se a majoritária, se a divergente –, elimina a equivocidade do
texto legal, imprimindo previsibilidade nas decisões posteriores que versarem sobre a mesma questão; promove o
fortalecimento institucional daquele órgão jurisdicional que pacificou o seu entendimento, na medida em que as suas
decisões se apresentarão para a comunidade jurídica de forma coesa e estável; efetiva o direito fundamental da
isonomia e do tratamento igualitário, mediante à prolação de decisões uniformes quanto às questões comuns; e, por
fim, resguarda a segurança jurídica, com a previsibilidade e a uniformidade das decisões judiciais.
2.Natureza da técnica processual
De forma majoritária, a doutrina entende que o artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) não se trata de recurso, mas,
sim, de uma técnica processual de formatação do julgamento em colegiado, nos casos de decisões não unânimes.
Pontua-se, nesse sentido, que “não se trata de novo recurso, nem de incidente, nem tecnicamente de novo
julgamento: o art. 942, CPC/2015 (LGL\2015\1656), constitui apenas um meio de provocar a ampliação do debate”15.
A afirmação de que a técnica prevista no artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) não se trata de recurso, fundamenta-
se, basicamente, em duas assertivas: i. a técnica incide antes de haver encerrado o julgamento dos recursos de
apelação ou de agravo de instrumento e da ação rescisória, razão pela qual inexiste decisão proferida passível de
impugnação, mas, tão somente, decisão em construção; ii. não se encontra previsto no artigo 994 do CPC/15
(LGL\2015\1656), que arrola os recursos existentes no processo civil brasileiro, o que obstaria a tipicidade recursal,
diante do princípio processual da taxatividade dos recursos16. Portanto, em linhas gerais, “o instituto previsto no art.
942 do CPC (LGL\2015\1656) não tem natureza recursal, sendo uma etapa necessária do julgamento da apelação,
quando verificada maioria de votos entre os membros do colegiado”17.
Conquanto reste negada a natureza recursal de tal instituto, afirma-se, ainda, que
"[...] o art. 942, NCPC (LGL\2015\1656), não gera um novo julgamento, mas o prolongamento do julgamento, razão
por que se constitui incidente recursal consistente na ampliação do quórum de deliberação. [...] De modo que o
prolongamento do julgamento com ampliação do quórum de deliberação tem natureza jurídica de incidente recursal18.
"
Também, nesse sentido, fala-se que
"[...] as situações versadas no art. 942, do CPC (LGL\2015\1656) constituem incidente no julgamento da apelação, do
agravo de instrumento e da ação rescisória. Pode-se chamá-lo de “técnica de julgamento”, por sinal mencionada no
art. 942, § 3º, mas essa qualificação nada esclarece acerca da essência da figura. É um incidente, in eventum, no
julgamento dos casos arrolados, e consiste na ampliação do quórum da deliberação, no próprio órgão originário ou em
outro de maior composição19."
Para uma outra parcela da doutrina, que afasta tanto a natureza recursal quanto a incidental, “o instituto previsto no
art. 942 é uma técnica de ampliação do julgamento para qualificar o quórum da votação nas apelações, nos agravos e
nas ações rescisórias não unânimes”20.
O instituto jurídico previsto no artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) não se trata de recurso já que inexiste decisão a
ser por ele impugnada, razão pela qual não foi assim contemplado pela legislação processual (artigo 994 do CPC/15
(LGL\2015\1656)). Também não se trata de um incidente, porque incidentes processuais correspondem a questões
assessórias, com mérito próprio, e que reclamam, por isso mesmo, julgamento particular, ainda que nos mesmos
autos (v.g. incidente de desconsideração da personalidade jurídica, artigo 133 do CPC/15 (LGL\2015\1656); incidente
de suspeição ou de impedimento do juiz, do Ministério Público, dos auxiliares da justiça e dos demais sujeitos
imparciais do processo, artigos 146 e 148, ambos do CPC/15 (LGL\2015\1656); incidente de remoção do
inventariante, artigo 623 do CPC/15 (LGL\2015\1656); incidente de responsabilização por averbação manifestamente
indevida, § 5º do artigo 828 do CPC/15 (LGL\2015\1656) etc.).
O instituto contemplado pelo artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) possui, em verdade, natureza jurídica de técnica
processual de julgamento, porque intervém no procedimento que orienta o julgamento dos Tribunais, para determinar
que, em determinadas hipóteses, o julgamento deverá ser realizado “com a presença de outros julgadores” (caput do
artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656)) ou ter o seu prosseguimento “em órgão de maior composição previsto no
regimento interno” (inciso I do § 3º do artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656)). Trata-se, conforme se pode perceber,
de simples regramento procedimental quanto à composição dos julgamentos que ocorrem perante os Tribunais, que
deverá ser observado sob pena de nulidade da decisão judicial.
3.Formação do resultado dos julgamentos em órgãos colegiados: o juízo de admissibilidade e o juízo de
mérito dos recursos
A impugnação das decisões judiciais, seja mediante recurso (tal como o recurso de apelação; o recurso especial; o
recurso extraordinário etc.), seja por meio de ação de competência originária (tal como a ação rescisória; o mandado
de segurança; a reclamação etc.), submete-se a dois juízos distintos: o juízo de admissibilidade e o juízo de mérito21.
Dessa forma, primeiramente é averiguado se as condições estabelecidas pela legislação processual foram satisfeitas
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(cabimento; legitimidade recursal; interesse recursal; tempestividade; regularidade formal; e preparo recursal) e,
somente em caso positivo, autoriza-se apreciação do conteúdo da impugnação, para acolhê-la ou rejeitá-la22. Em
resumo, “o juízo de admissibilidade é a decisão sobre a aptidão de um procedimento ter o seu mérito (objeto litigioso)
examinado”23 e, por sua vez, o juízo de mérito é exercido sobre
[...] a pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, reforma, integração ou esclarecimento (esse último exclusivo
dos embargos de declaração). A causa de pedir recursal e o respectivo pedido recursal compõem o mérito do
recurso24-25.
O resultado do julgamento, por sua vez, contempla tanto o juízo de admissibilidade, quanto o juízo de mérito, de modo
que as questões preliminares à admissibilidade do procedimento impugnativo e as questões meritórias atinentes à
pretensão recursal são abarcadas pela resposta judicial proferida pelo tribunal. O resultado proclamado pelo tribunal
quanto a qualquer um desses juízos – se preliminar ou se meritório – é obtido pela somatória dos votos proferidos
pelos respectivos julgadores e, portanto, poderá ser formado por maioria de votos – nos casos em que ao resultado
proposto pelo relator é apresentada divergência –, ou por unanimidade – nos casos em que todos os julgadores se
encontram em acordo quanto o resultado proposto pelo relator.
Por fim, estabelece o Código de Processo Civil (LGL\2015\1656) que o julgador poderá alterar o seu voto até o
momento da proclamação do resultado pelo presidente, seja no que se refere ao juízo de admissibilidade, seja no que
tange ao juízo de mérito, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído (§ 1º do artigo 941 do CPC/15
(LGL\2015\1656)).
4.A falta de unanimidade do resultado como pressuposto fático-jurídico para incidência da técnica processual
Conforme expressa disposição legal, a técnica processual de ampliação do colegiado incide quando, no mundo
fenomênico, o resultado do julgamento se apresentar não unânime, com o propósito mediato de possibilitar a inversão
do resultado inicial. A falta de unanimidade do resultado do julgamento funciona, portanto, como pressuposto fático-
jurídico para a incidência da técnica processual.
Conforme já se viu no tópico anterior, o resultado do julgamento é composto tanto pelo juízo de admissibilidade,
quanto pelo juízo de mérito, e a sua composição deve contemplar ambas as situações, ainda que, não raras as vezes,
o juízo de admissibilidade reste subtendido no dispositivo do acórdão. Deste modo,
"[...] quando o órgão a que compete julgar o recurso (órgão ad quem) o declara inadmissível, diz-se que ele não
conhece do recurso. Na hipótese contrária, diz-se que ele conhece do recurso. Em conhecendo do recurso, o órgão
ad quem pode dar-lhe ou negar-lhe provimento, conforme seja ele fundado ou infundado26."
Logo, sempre que o resultado do julgamento apresentar qualquer divergência no juízo de admissibilidade, no caso do
recurso de apelação, ou no juízo de mérito, nos casos do recurso de apelação e de agravo de instrumento e da ação
rescisória, restará automaticamente instaurada a técnica processual de ampliação do colegiado, devendo tal
procedimento ser observado pelo tribunal, sob pena de nulidade. Assim, se os julgadores primitivos discordam quanto
à admissibilidade do recurso ou, ainda, se não concordam quanto ao provimento da pretensão recursal, tal situação
divergente é o suficiente para ampliar o órgão colegiado.
A instauração da técnica processual de ampliação do colegiado ocorre de forma oficiosa e sem a necessidade de
provocação das partes, desde que contemplados os requisitos legais, para cada uma das hipóteses especificadas
pelo artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656). Portanto,
[...] o mais interessante no procedimento do CPC (LGL\2015\1656) 942 é o fato de que não é necessária provocação
das partes para que a sessão seja instaurada; ela ocorre logo em sequência da constatação da divergência no
julgamento da apelação27.
Num outro viés, pode-se concluir que o resultado apto a ensejar a aplicação da técnica processual sempre será um
resultado provisório, ainda em construção, que, diante da divergência apresentada, passa a exigir a participação de
outros julgadores ou, até mesmo, que a sua apreciação se dê em outro órgão julgador28. Trata-se de um resultado
preliminar porque ainda não houve a finalização do julgamento, tanto que não há lavratura de acórdão, mas apenas a
sua suspensão, seja para que se convoque novos julgadores, o que poderá ocorrer na mesma sessão, seja para que
se opere o deslocamento da competência para outro órgão jurisdicional.
Questão interessante, diz respeito à incidência da técnica processual naqueles casos em que, não obstante a
concordância entre os julgadores quanto ao resultado proposto, ocorre divergência quanto à fundamentação dos votos
e, portanto, quanto à justificação do provimento da pretensão recursal. Para melhor compreensão do tema, toma-se
como exemplo o seguinte caso fictício: ao recurso de apelação será dado provimento para determinar ao ente público
o fornecimento de um medicamento a uma criança, sendo que o relator justifica tal resultado a partir do direito
constitucional à saúde (artigo 196 da CR/88); o primeiro vogal afasta o direito constitucional genérico à saúde, mas
fundamenta o resultado a partir do princípio da proteção integral e do melhor interesse da criança (artigo 227 da CR/
88); e o segundo vogal rejeita os fundamentos anteriores, mas argumenta o resultado a partir da inversão do ônus da
prova ao ente público e de seu respectivo descumprimento (§ 1º do artigo 373 do CPC/15 (LGL\2015\1656)).

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Nessa hipótese, todavia, conforme defende a doutrina processual, não haveria incidência da técnica de ampliação do
órgão colegiado, justamente porque o texto legal, ao fazer referência à expressão “resultado”, se refere
exclusivamente ao dispositivo normativo29 do acórdão e não aos fundamentos que o determinaram. Portanto, de
acordo com esse entendimento, “havendo unanimidade na conclusão, a despeito da divergência na fundamentação,
não é caso de aplicar a técnica do art. 942 do CPC (LGL\2015\1656), que se restringe aos casos de divergência no
comando normativo da decisão”30. Logo,
"[...] a regra do art. 942 do CPC (LGL\2015\1656) somente se aplica quando o resultado não for unânime. Se o
resultado for unânime, não se aplica a regra, mesmo que haja divergência na fundamentação. A aplicação da regra
depende de divergência no resultado, e não na fundamentação31."
O presente artigo, entretanto, se apruma em sentido oposto, ao considerar que a fundamentação também integra o
resultado do julgamento. Isso, porque, sabido e consabido que os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (inciso IX do artigo 93 da CR/88 c/c artigo 11 do
CPC/15 (LGL\2015\1656)). Além disso, os fundamentos declarados pelo órgão julgador, por meio do qual são
analisadas as questões principais suscitadas pelas partes, constituem elemento essencial da decisão judicial (inciso II
do artigo 489 do CPC/15 (LGL\2015\1656)).
Logo, a perfeita compreensão da decisão judicial, bem como a exata identificação de resultado/dispositivo, somente
se mostra possível a partir da identificação dos fundamentos declarados pelo órgão julgador. Em outras palavras, o
resultado proclamado somente se torna compreendido por meio dos fundamentos empregados pelo órgão julgador, de
ordem de tal grandeza que a decisão judicial que não os contém, além de nula, não poderá ser executada e sequer
exercerá coercibilidade entre as partes perante as quais é dada.
A fundamentação das decisões judiciais, portanto, assume relevância para identificação e compreensão do próprio
dispositivo normativo do julgamento, de forma que passaria a integrar, por imperativo legal e também hermenêutico, o
próprio resultado da decisão. Exatamente por isso, a legislação processual determina que “a decisão judicial deve ser
interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé” (§ 3º do
artigo 489 do CPC/15 (LGL\2015\1656)), reconhecendo, expressamente, que os motivos são importantes para
determinar o alcance da parte dispositiva da sentença (inciso I do artigo 504 do CPC/15 (LGL\2015\1656)).
Além disso, poderia ser argumentado que, tendo em mira a função teleológica ou mediata da técnica processual –
qual seja, a efetivação e a consolidação do direito jurisprudencial –, a divergência existente quanto à fundamentação
representaria fator de desestabilização do julgado e, portanto, um comprometimento com o sistema normativo de
precedentes judiciais implantado pelo Código de Processo Civil (LGL\2015\1656)32. Logo, a divergência existente na
fundamentação da decisão judicial deve ser revisada por outros julgadores ou, em alguns casos, por outro órgão
colegiado, de modo a consolidar o entendimento sobre aquela determinada questão, perante aquele órgão colegiado.
Nesse sentido, parcela minoritária da literatura jurídica tem argumentado que
"[...] essa ampliação do quórum tende, portanto, a gerar decisões com melhor e mais exaustiva fundamentação, o que
é essencial para um sistema que confere efeitos vinculantes e persuasivos aos precedentes e prega a uniformidade
da jurisprudência33."
A partir dessa argumentação, tem-se ressaltado que “a exigência de se revistar um caso com divergência tem,
também, uma preocupação com a argumentação jurídica e com a fundamentação desenvolvida na decisão”34.
Logo, o pressuposto fático-jurídico para ensejar a aplicação da técnica processual de ampliação do órgão colegiado
seria identificado tanto pela discordância quanto ao dispositivo normativo da decisão quanto pela dissonância nos
fundamentos que o justificam. Em outras palavras, a técnica processual também deve incidir naqueles casos em que
a convergência quanto ao resultado seja fruto, contudo, de divergência em sua fundamentação.
5.Campo de incidência da técnica processual
Parcela minoritária da doutrina sustenta que a técnica de ampliação do órgão colegiado deveria se restringir à matéria
que ensejou a divergência, de modo que os novos julgadores convocados somente estariam autorizados a se
manifestar quanto às questões dissonantes do julgado, não podendo alcançar aquelas que questões que obtiveram a
unanimidade de votos. Sustenta-se esse ponto de vista a partir de dois fundamentos distintos: i. por meio de
interpretação analógica, argumenta-se que o recurso de embargos infringentes, previsto no artigo 530 do revogado
CPC/73 (LGL\1973\5), dispunha que “se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto da
divergência”, motivo pelo qual a técnica de julgamento que teria substituído tal recurso deveria, da mesma forma,
limitar o seu alcance à matéria objeto da divergência; ii. por meio de interpretação utilitarista, afirma-se que, como o
objetivo da técnica processual seria “garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial”, não seria proveitoso/útil
permitir que os novos julgadores se manifestem sobre os pontos que já obtiveram unanimidade, porque ainda que
sobre eles divergissem, não seria possível a inversão do resultado inicial.
Afirma-se, nesse sentido, que
"[...] sorte diversa é reservada aos desembargadores convocados, os quais, a exemplo que ocorria na apreciação do
recurso de embargos infringentes, estão integrando a nova composição para a confirmação e ou alteração daqueles
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pontos em que não há unanimidade. Desse modo, em tudo que exista julgamento unânime, não estão autorizados
novos votos. Pode-se ir além. Tais votos naquilo que desconhece divergência seriam até mesmo despiciendos, pelo
simples motivo de que, pensando-se a presença de dois outros julgadores, seria impossível a reversão do resultado já
existente35."
Por esse motivo, “realizadas as sustentações orais, primeiro resolve-se qual ou quais são os pontos decididos por
maioria de votos, para somente aí serem cabíveis os novos votos”36.
De igual forma, José Rogério Cruz e Tucci ressalta que
"[...] a questão já julgada por unanimidade não exige e tampouco se justifica a intervenção de outros julgadores, até
porque haveria aí inarredável ausência de compreensão da fisiologia da respectiva técnica processual, e, ainda,
usurpação do princípio do juiz natural, que prevê um número X de componentes para o julgamento unânime e um
número Y para julgar quando configurada divergência sobre algum capítulo da decisão37."
Para o mencionado autor,
"[...] ampliado o julgamento, com a convocação de outros desembargadores, esses devem proferir voto apenas e tão
somente nos limites da devolutividade, ensejada pela nova técnica contemplada pelo Código de Processo Civil
(LGL\2015\1656), que se circunscreve ao dissenso estabelecido pelos votos já proferidos38."
O Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, ao discutir tal questão, entendeu, por meio do voto proferido pelo
desembargador Joel Dias Figueira Júnior, que
"[...] a imperativa continuidade do julgamento visa ao aprofundamento da matéria discutida e a respeito da qual não se
teve unanimidade, não podendo representar um atraso na solução do conflito, ao permitir discussões em questões já
pacificadas, cujo debate seria inócuo e não mudaria o resultado final do julgamento,
razão pela qual prevaleceu o entendimento no sentido de que [...] “os julgadores convocados para ampliar o quórum
da decisão e, em tese, possibilitar a inversão do resultado inicial, somente estão autorizados a analisar os pontos em
que não houver unanimidade”39."
Por outro lado, parcela majoritária da doutrina entende que a técnica de ampliação do órgão colegiado não encontra
restrição à matéria divergente, de forma que os julgadores estariam autorizados a se manifestar sobre todas as
questões postas em julgamento, inclusive aquelas que se mostrarem inicialmente unânimes. Esse posicionamento
fundamenta-se a partir de dois argumentos: i. como a técnica processual não ostenta natureza recursal e, por
consequência, não dispõe do efeito devolutivo próprio dos recursos, a matéria discutida no caso seria integralmente
submetida à apreciação dos novos julgadores; ii. a técnica processual não acarreta o encerramento do julgamento,
mas, tão somente, o seu prosseguimento perante outros julgadores, o que autoriza a modificação do voto proferido (§
1º do artigo 941 do CPC/15 (LGL\2015\1656)), o que indica, portanto, que nem mesmo a matéria unânime estaria
resguardada quanto à uma possível e posterior divergência, pelo próprio julgador que, num primeiro momento, havia
com ela concordado.
No entender de José Miguel Garcia Medina, a técnica a que se refere o artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) não
tem natureza de recurso, motivo pelo qual não faz sentido afirmar algo semelhante ao efeito devolutivo, próprio dos
recursos. Isso, porque,
"[...] rigorosamente, no caso, o julgamento não se concluiu, e sua conclusão só se dará com a tomada dos votos de
todos os seus participantes, que deverão se manifestar sobre todos os pontos versados no recurso ou na ação
rescisória40."
Assim, diante da ausência de unanimidade,
"[...] a mudança de opinião de quaisquer dos julgadores não está cifrada apenas à matéria que foi objeto de
divergência: toda e qualquer questão é suscetível de novo julgamento, inclusive questões acessórias, como aquelas
concernentes às despesas processuais, em especial em relação aos honorários advocatícios. Vale dizer: o novo juiz
natural, a partir da ausência de unanimidade, é o colegiado ampliado41."
No citado julgamento realizado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, restou vencido o entendimento,
expressado pelo desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerollli, de que
"[...] a aplicação do art. 942 do NCPC (LGL\2015\1656), se de um lado permite àqueles que já votaram revisitarem e
alterarem seus votos, doutro automaticamente autoriza – ou pelo menos não veda – aos convocados que se
debrucem sobre toda a matéria em discussão do julgamento colegiado, já que esse é apenas interrompido, na
hipótese de divergência, a fim de que prossiga com quórum qualificado42."
Em parecer emitido pelo Departamento de Direito Público Geral e Processual – DPGP –, da Universidade Federal de
Pernambuco, subscrito pelo professor Leonardo Carneiro da Cunha, a pedido do Tribunal de Justiça do Estado de
Pernambuco, defendeu-se que

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"[...] os novos julgadores, convocados para que o julgamento tenha prosseguimento, não estão limitados a decidir
sobre o ponto divergente. O julgamento está em aberto, não se tendo encerrado. Quem já votou pode alterar o seu
voto e quem foi convocado pode decidir sobre tudo que está pendente de deliberação definitiva43."
Leonardo Carneiro da Cunha ainda alerta para a possibilidade de construção de um “acórdão esdrúxulo”, caso
prevaleça o entendimento de que os julgadores convocados ou integrantes do órgão de maior composição somente
possam examinar a parte não unânime da votação até então havida. De acordo com o mencionado autor, o acórdão,
nesse caso, seria
"[...] composto, quanto à parte unânime, pelos votos do órgão de menor composição e, no tocante à parte não
unânime, pelos votos dos integrantes do órgão de maior composição. O acórdão é um só, devendo em todos os itens,
capítulos e trechos, ter a mesma quantidade de votos. Não é possível que um acórdão tenha, numa parte, alguns
votos e, noutra parte, uma quantidade bem maior de votos44."
Por meio do presente artigo, sustenta-se que, uma vez instaurada a técnica processual de ampliação do órgão
colegiado, os novos julgadores convocados ou mesmo o novo órgão julgador competente não estariam limitados aos
pontos divergentes do acórdão, mas, ao contrário, ficariam autorizados a se manifestarem sobre todas as questões
postas em julgamento, seja quanto ao juízo de admissibilidade, seja quanto ao juízo de mérito, ainda que unânimes.
Sob essa perspectiva, o silêncio dos novos julgadores quanto ao ponto unânime representaria aquiescência quanto ao
resultado proposto para a sua solução.
Pode-se argumentar, inclusive, que, prevalecendo o entendimento que restringe a atuação dos novos julgadores ao
ponto da divergência, se estaria submetendo o julgamento a um efeito devolutivo condicionado pelo próprio julgador,
quando a própria parte recorrente, a que incumbe delimitar sua pretensão recursal ou sua pretensão rescisória, assim
não o fez.
A equiparação aos extintos embargos infringentes também não procede porque a legislação em vigor não contemplou
referida limitação, sendo vedado ao intérprete inovar, fazendo ressuscitar recurso não mais existente no processo civil.
Além disso, ainda que não seja possível a “inversão do resultado inicial”, pode ocorrer, em determinados casos, que
matérias decididas à unanimidade representem questões prejudiciais ao tema divergente, como o é o juízo de
admissibilidade face ao juízo de mérito, o que autoriza a manifestação dos julgadores convocados sobre a
integralidade do caso em julgamento.
Permitir que os julgadores se manifestem sobre todos os pontos do recurso ou da ação rescisória corrobora, ademais,
com a função teológica da técnica processual, na medida em que impede a tomada de decisões particulares – que
estariam, caso contrário, à mercê da composição inicial do órgão julgador –, uniformizando, perante aquele órgão
julgador, o entendimento sobre toda a questão.
6.Indissolubilidade da técnica processual
Conforme visto em tópico anterior, a técnica processual ocorre de forma oficiosa, ou seja, sem a necessidade de
provocação das partes, àquelas situações em que o julgamento dos recursos de apelação e de agravo de instrumento
e o julgamento da ação rescisória obtenha resultado não unânime.
Todavia, pode acontecer que o julgador que anteriormente havia declarado a divergência, ensejando a incidência do
artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656), venha a alterar o seu voto, passando a concordar com o resultado proposto
pelo relator, tendo em vista a expressa permissão legal quanto à alteração do voto até o momento da proclamação do
resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído (§ 1º do artigo 942 do CPC/15
(LGL\2015\1656)).
De acordo com a conclusão obtida pelo Fórum de Permanente de Processualistas Civis, “a revisão do voto, após a
ampliação do colegiado, não afasta a aplicação da técnica de julgamento do art. 942” (Enunciado 599). Pode-se
também argumentar que, uma vez configurado o pressuposto fático-jurídico, a técnica processual incide de imediato e,
a partir de então, resta definido o juízo natural para a solução daquele recurso ou daquela ação rescisória.
Assim, tendo sido instaurada a técnica processual, restaria configurada preclusão processual, de modo que, mesmo
com a revisão do voto divergente, é defeso o retrocesso e, portanto, resta impedido o retorno àquele órgão julgador
reduzido, perpetuando-se a jurisdição perante o órgão colegiado ampliado – perpetuatio jurisdictionis.
Considerações finais
Conforme se pôde observar, o artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) instituiu uma técnica processual aplicável aos
casos em que o julgamento dos recursos de apelação e de agravo de instrumento e o julgamento da ação rescisória
obtenham resultado não unânime, de modo a possibilitar a sua inversão, mediante a convocação da presença de
outros julgadores.
A finalidade primordial para a instituição desta técnica processual, extraída a partir da necessidade de se preservar a
coerência do direito e de se promover uma interpretação sistemática da legislação processual, centra-se na promoção
da uniformização, da estabilidade, da integridade e da coerência da jurisprudência dos Tribunais (artigo 926 do CPC/
15 (LGL\2015\1656)), adequando-se ao momento de valorização do direito jurisprudencial. Desvanece-se, portanto, a
perspectiva da justiça do caso concreto – própria do extinto recurso de Embargos Infringentes –, e passa-se a

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robustecer o ideário de uma jurisprudência uniforme – atinente ao sistema de precedentes estabelecido pelo novo
Código de Processo Civil (LGL\2015\1656).
Importante reafirmar que o instituto contemplado pelo artigo 942 do CPC/15 (LGL\2015\1656) possui natureza jurídica
de técnica processual de julgamento, na exata medida em que dita o regramento procedimental quanto à composição
dos julgamentos que ocorrem perante os Tribunais e que deverá ser observado, sob pena de nulidade do acórdão por
error in procedendo.
O pressuposto fático-jurídico que atrai a aplicação da técnica processual de ampliação do órgão colegiado é
caracterizado tanto pela discordância quanto ao dispositivo normativo do acórdão, quanto tanto pela dissonância nos
fundamentos que o justificam. Desse modo, a técnica processual também deve incidir naqueles casos em que a
convergência quanto ao resultado seja fruto, contudo, de divergência em sua fundamentação.
Quanto ao campo de incidência da técnica processual, os novos julgadores convocados, ou mesmo o novo órgão
julgador competente, não estariam limitados aos pontos divergentes do acórdão, mas, ao contrário, ficariam
autorizados a se manifestarem sobre todas as questões postas em julgamento, seja quanto ao juízo de
admissibilidade, seja quanto ao juízo de mérito, ainda que se apresentem inicialmente unânimes.
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CRAMER, Ronaldo (Coord.). Comentários ao novo Código de Processo Civil (LGL\2015\1656). Rio de Janeiro:
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1 AURELLI, Arlete Inês; CUNHA, Leonardo Carneiro da; DUARTE, Zulmar. Qual a natureza da nova técnica que
substituirá os embargos infringentes? Revista Brasileira de Direito Processual – RBDPro, Belo Horizonte, n. 94, ano
24, p. 231-240, abr./jun. 2016.

2 CUNHA, José Sebastião Fagundes. Código de processo civil comentado [livro eletrônico]. São Paulo: Ed. RT, 2016.

3 NUNES, Dierle. Colegialidade corretiva, precedentes e vieses cognitivos: algumas questões do CPC-2015. Revista
Brasileira de Direito Processual – RBDPro. Belo Horizonte, n. 92, ano 23, out./dez. 2015. p. 77.

4 SOUSA, Diego Crevelin de; ROSSI, Júlio César. O incidente de quórum qualificado em julgamentos não unânimes
no CPC: mais uma jaboticaba! Revista Brasileira de Direito Processual – RBDPro, Belo Horizonte, n. 99, ano 25, jul./
set. 2017. p. 147.

5 GONTIJO, Letícia Fabel; ALBERGARIA NETO, Jason Soares de. A técnica de julgamento do art. 942 do CPC/15 e
sua repercussão: pesquisa descritiva e quantitativa no âmbito do TJMG. Revista de Processo, v. 277, mar. 2018. p. 1-
2.

6 ASSIS, Araken de. Manual dos recursos [livro eletrônico]. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2017.

7 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao Código de
Processo Civil: artigos 926 ao 975 [livro eletrônico] (Coleção comentários ao Código de Processo Civil). São Paulo:
Ed. RT, 2016. v. 15.

8 KOZIKOSKI, Sandro Marcelo; PUGLIESE, William Soares. Considerações sobre a ampliação do quórum no
julgamento da apelação. Revista de Processo, v. 276, fev. 2018. p. 2.

9 KOZIKOSKI, Sandro Marcelo; PUGLIESE, William Soares. Op. cit., p. 7.

10 KOZIKOSKI, Sandro Marcelo; PUGLIESE, William Soares. Op. cit., p. 8.

11 Sobre a coerência no direito, o jurista escocês Neil MacCormick elucida que “as numerosas normas de um sistema
jurídico desenvolvido deveriam ‘fazer sentido’ quando consideradas em conjunto. Conjuntos de normas podem ser de
tal natureza que todas elas sejam compatíveis com alguma norma mais geral, podendo, portanto, ser consideradas
como manifestações mais específicas ou ‘concretas’ dessa norma”. MACCORMICK, Neil. Argumentação jurídica e
teoria do direito. Trad. Waldéa Barcellos; Rev. Marylene Pinto Michael. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 197.

12 Sobre o postulado hermenêutico da unidade do Código de Processo Civil, Fredie Didier Jr. explicita que “o Código
deve ser interpretado como um conjunto de normas orgânico e coerente. Surge daí o postulado interpretativo da
unidade do Código”. DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte
geral e processo de conhecimento. 17. ed. Salvador: JusPodivm, 2015. p. 152.
De igual forma, afirma-se que “o novo CPC somente pode ser interpretado a partir de suas premissas, de sua
unidade, e especialmente de suas normas fundamentais, de modo que não será possível interpretar/aplicar
dispositivos ao longo de seu bojo sem levar em consideração seus princípios e sua aplicação dinâmica (substancial).
Ademais, não será possível analisar dispositivos de modo isolado, toda compreensão deve se dar mediante o
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entendimento pleno de seu sistema, sob pena de impor leituras apressadas e desprovidas de embasamento
consistente. Leituras isoladas de dispositivos e institutos, alheias às premissas fundamentais, tendem a ser
equivocadas e conduzir a resultados práticos inaceitáveis”. THEODORO JÚNIOR, Humberto et al. Novo CPC –
Fundamentos e Sistematização. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 19-20.

13 LOPES FILHO, Juraci Mourão. Os precedentes judiciais no constitucionalismo brasileiro contemporâneo. 2. ed.
Salvador: JusPodivm, 2016. p. 23.

14 O Superior Tribunal de Justiça já teve a oportunidade de afirmar que o artigo 942, do CPC/15, “cuida-se de técnica
que objetiva fazer valer o voto minoritário, de modo a garantir que esse voto não seja apenas uma dissidência, mas
uma efetiva posição que mereça análise por um maior número de julgadores” (EDcl nos EDcl nos EDcl no AgRg no
AREsp 705.844/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 06.10.2016, DJe 19.10.2016).

15 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao Código de
Processo Civil: artigos 926 ao 975 [livro eletrônico] (Coleção comentários ao Código de Processo Civil). São Paulo:
Ed. RT, 2016. v. 15.

16 ASSIS, Araken de. Manual dos recursos [livro eletrônico]. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2017.

17 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais,
recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nulitatis, incidentes de competência originária de
tribunal. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 79.

18 SOUSA, Diego Crevelin de; ROSSI, Júlio César. O incidente de quórum qualificado em julgamentos não unânimes
no CPC: mais uma jaboticaba! Revista Brasileira de Direito Processual – RBDPro, Belo Horizonte, n. 99, ano 25, jul./
set. 2017. p. 149.

19 ASSIS, Araken de. Manual dos recursos [livro eletrônico]. 5. ed. São Paulo: Ed. RT, 2017.

20 ZANETI JR., Hermes. Comentários ao artigo 942, do CPC. In: CABRAL, Antônio do Passo; CRAMER, Ronaldo
(Coord.). Comentários ao novo Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 1356.

21 Art. 938, do CPC15: “A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se
conhecendo caso seja incompatível com a decisão”.

22 MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro: exposição sistemática do procedimento. 20. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 116-122.

23 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais,
recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nulitatis, incidentes de competência originária de
tribunal. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 105.

24 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Op. cit., p. 134.

25 Assim esclarece Humberto Theodoro Júnior: “O recurso tem um objeto, que é o pedido de reforma ou de integração
da decisão impugnada. Sua apreciação, pelo órgão revisor, todavia, depende de pressupostos e condicionamentos
definidos na lei processual. Cabe ao órgão a que se endereçou o recurso duas ordens de deliberação: o juízo de
admissibilidade e o juízo de mérito”. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Execução
forçada, processo nos tribunais, recursos e direito intertemporal. 48. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016. v. III. p. 950.

26 MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro: exposição sistemática do procedimento. 20. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 116.

27 NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil comentado. 16. ed. São Paulo:
Ed. RT, 2016. p. 2001.

28 Nesse sentido, Fredie Didier e Leonardo Carneiro da Cunha elucidam: “O julgamento, como também já se viu, não
se terá encerrado. Logo, não se anuncia o resultado final. Apenas se anuncia o resultado parcial com a suspensão do
julgamento e designação de nova sessão para prosseguimento”. DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da.
Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e
querela nulitatis, incidentes de competência originária de tribunal. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 79.

29 Art. 489, do CPC/15: “São elementos essenciais da sentença: [...] III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as
questões principais que as partes lhe submeterem”.

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30 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: o processo civil nos tribunais,
recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nulitatis, incidentes de competência originária de
tribunal. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 74.

31 AURELLI, Arlete Inês; CUNHA, Leonardo Carneiro da; DUARTE, Zulmar. Qual a natureza da nova técnica que
substituirá os embargos infringentes? Revista Brasileira de Direito Processual – RBDPro, Belo Horizonte, n. 94, ano
24, abr./jun. 2016. p. 238.

32 Neste sentido, Fredie Didier e Leonardo Carneiro da Cunha esclarecem, mutatis mutandis, que: “Há casos em que
a maioria dos julgadores posiciona-se no sentido de determinado resultado do julgamento, mas com fundamentação
bem diferente: não há maioria em torno do fundamento determinante que deva ser utilizado. Nesses casos, a decisão
não formará precedente, ou porque não se sabe qual foi a ratio decidendi, ou simplesmente porque não houve ratio
decidendi”. In: DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo Carneiro da. Curso de direito processual civil: o processo civil
nos tribunais, recursos, ações de competência originária de tribunal e querela nulitatis, incidentes de competência
originária de tribunal. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2016. p. 73.

33 KOZIKOSKI, Sandro Marcelo; PUGLIESE, William Soares. Considerações sobre a ampliação do quórum no
julgamento da apelação. Revista de Processo, v. 276, fev. 2018. p. 7.

34 KOZIKOSKI, Sandro Marcelo; PUGLIESE, William Soares. Op. cit., p. 7.

35 LANES, Júlio Cesar Goulart. A sistemática decorrente de julgamento não unânimes. In: WAMBIER, Teresa Arruda
Alvim et al. (Coord.). Breves Comentários ao Novo Código de Processo Civil [livro eletrônico]. 2. ed. São Paulo: Ed.
RT, 2016.

36 Idem.

37 CRUZ E TUCCI, José Rogério. Paradoxo da Corte: limites da devolução da matéria objeto da divergência no
julgamento estendido. Disponível em: [www.conjur.com.br/2017-jan-31/paradoxo-corte-limites-devolucao-materia-
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38 Idem.

39 TJSC, Apelação Cível 0300916-50.2014.8.24.0058, de São Bento do Sul, rel. Des. Joel Figueira Júnior, Quarta
Câmara de Direito Civil, j. 24.08.2017.

40 MEDINA, José Miguel Garcia. Curso de direito processual civil moderno [livro eletrônico]. 4. ed. São Paulo: Ed. RT,
2018.

41 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel (Coord.). Comentários ao Código de
Processo Civil: artigos 926 ao 975 [livro eletrônico] (Coleção comentários ao Código de Processo Civil). São Paulo:
Ed. RT, 2016. v. 15.

42 TJSC, Apelação Cível 0300916-50.2014.8.24.0058, de São Bento do Sul, rel. Des. Joel Figueira Júnior, Quarta
Câmara de Direito Civil, j. 24.08.2017.

43 CUNHA, Leonardo Carneiro da. Manifestação perante o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, nos autos
da ação rescisória de 469.197-0, p. 12-13. Disponível em: [www.academia.edu/35985907/
Manifestação_FDR_em_IAC_TJPE_-_art_942_CPC.pdf]. Acesso em: 05.05.2018.

44 CUNHA, Leonardo Carneiro da. Op. cit., p. 12-13.

https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/delivery/document# 11/11

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