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08/04/2023
Número: 1056551-31.2022.4.01.3400
Classe: PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL
Órgão julgador: 24ª Vara Federal de Juizado Especial Cível da SJDF
Última distribuição : 29/08/2022
Valor da causa: R$ 35.467,31
Assuntos: Atividade concomitante
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ARIADNE APARECIDA DE AZEVEDO MALTA (AUTOR) CARLOS BERKENBROCK (ADVOGADO)
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (REU)
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Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14905 13/02/2023 11:54 RÉPLICA - CONCOMITANTE -DESNECESSARIO Réplica
74854 SOBRESTAMENTO TEMA 1070 STJ - Ariadne-DF
AO DOUTO JUÍZO DA 24ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA
SUBSEÇÃO DE BRASÍLIA – SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL
2 DAS PROVAS
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3 DO MÉRITO
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previdenciários. A derrogação do antigo artigo 32 ocorreu com a edição da Lei
10.666/03, em seu artigo 9º, que extinguiu a escala transitória do salário base
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08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira,
D.E. 03/06/2015), que compõe o Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
“extinta a escala de salário-base, o segurado empregado que tem seu
vínculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou
mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual,
ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribuição até o teto no
momento que desejar. Não pode, diante da situação posta, ser adotada
interpretação que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado
empregado que também é contribuinte individual, ou mesmo que tem dois
vínculos como empregado, sob pena de ofensa à isonomia. Não há sentido
em se considerar válido possa o contribuinte individual recolher pelo teto
sem qualquer restrição e, por vias transversas, vedar isso ao segurado
empregado que desempenha concomitantemente atividade como
contribuinte individual, ou mesmo que tem dois vínculos empregatícios. E é
isso, na prática, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo
32 da Lei 8.213/91. A conclusão, portanto, é de que, na linha do que estatui
a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a
partir de 1º de abril de 2003, a derrogação do artigo 32 das Lei 8.213/91.
Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo
podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da competência
abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um vínculo deve ser admitida,
a partir da competência abril/2003, a soma dos salários-de-contribuição,
respeitado o teto.”.10. Dessa forma, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 deixou de ter
vigência a partir de 01/04/2003, pois, com a extinção da escala de salário-
base (arts. 9º e 14 da MP 83/2002, convertida na Lei n. 10.666/2003), a
regra deixou de produzir o efeito pretendido, tendo ocorrido sua derrogação,
motivo pelo qual proponho a uniformização do entendimento de que: a)
tendo o segurado que contribuiu em razão de atividades concomitantes
implementado os requisitos ao benefício em data posterior a
01/04/2003, os salários-de-contribuição concomitantes (anteriores e
posteriores a 04/2003) serão somados e limitados ao teto; e b) no caso
de segurado que tenha preenchido os requisitos e requerido o benefício até
01/04/2003, aplica-se o art. 32 da Lei n. 8.213/1991, observando-se que se o
requerente não satisfizer, em relação a cada atividade, as condições do
benefício requerido, a atividade principal será aquela com salários-de-
contribuição economicamente mais vantajosos, na linha do entendimento
uniformizado no âmbito desta TNU (Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113). 11.
Seria o caso de reformar o acórdão para restabelecer a sentença, a qual,
embora por motivos diversos, determinou a soma dos salários-de-
contribuição, observado o teto. Todavia, como não houve pedido de
uniformização da parte autora com relação ao ponto, nego provimento ao
incidente do INSS, pois, determinar a adequação do acórdão para aplicação
do entendimento acima expendido implicaria reformatio in pejus. (TNU,
PEDILEF 50077235420114047112, DOU 09/10/2015, Relator JOÃO
BATISTA LAZZARI)
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concomitantemente, sem aplicação do art. 32 da Lei 8.213, de 1991, inclusive para
períodos anteriores a abril de 2003, com observância do teto
(...)
Pois bem, ao avaliarmos o cálculo de concomitância proposto pelo art. 32 da
Lei 8.213/91, veremos que, a partir da extinção da escala de salários-base
(ou seja, da extinção dessa regra de segurança) ele fere o princípio da
isonomia, inserto na Constituição Federal.
Isso porque dois segurados com mesmo valor de contribuição, vão receber
contraprestação estatal diversa, pelo simples fato de um deles ter
contribuído em mais de uma atividade, e o outro, não. A prestação é a
mesma; a contraprestação, não.
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pela diversidade de regras, é bastante complexo e sua aplicação gera
frequentes discussões judiciais.
DECISÃO
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Provisória 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1º de abril de 2003, a escala
de salário-base (artigos 9º e 14), determinação depois ratificada por ocasião da
sua conversão na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9º e 15). 5. Assim, com a
extinção da escala de salário-base a partir de abril de 2003, deixou de haver
restrições ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo.
Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previdência com base em
qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de
seus salários-de-contribuição sem respeitar qualquer int erstício. Os únicos
limites passaram a ser o mínimo (salário mínimo) e o máximo (este reajustado
regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC nº 89, de 11/06/2003
e a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13/11/de 2009. 6. O que inspirou o artigo
32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de
salário-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos últimos anos de
contribuição o segurado empregado passasse a contribuir em valores
significativos como autônomo/contribuinte individual, ou mesmo que o
autônomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas
contribuições. Com efeito, como o salário-de-benefício era calculado com base
na média aritmética simples de todos os últimos salários-de-contribuição dos
meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da
entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados em
período não superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribuições
no final da vida laboral poderia acarretar um benefício mais alto, a despeito de ter
o segurado contribuído na maior parte de seu histórico contributivo com valores
modestos. 7. Extinta a escala de salário-base, o segurado empregado que tem
seu vínculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou
mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou
mesmo o facultativo, pode majorar sua contribuição até o teto no momento que
desejar. Inviável a adoção, diante da situação posta, de interpretação que
acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que também é
contribuinte individual, ou mesmo que tem dois vínculos como empregado, sob
pena de ofensa à isonomia. 8. Não há sentido em se considerar válido possa o
contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restrição e, por vias
transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha
concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem
dois vínculos empregatícios. E é isso, na prática, que ocorreria se se reputasse
vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 9. A conclusão, portanto, é de
que, na linha do que estatui a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
(antiga LICC), ocorreu, a partir de 1º de abril de 2003, a derrogação do artigo 32
das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um vínculo
deve ser admitida, independentemente da época da competência, a soma dos
salários-de-contribuição, respeitado o teto. 10. É que concedido o benefício
segundo as novas regras da Lei nº 10.666/2003 não mais cabe aplicar restrição
de legislação anterior, mesmo para períodos anteriores, quanto à forma de
cálculo da renda mensal inicial dos benefícios" (fls. 248/249e).
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Alega-se, nas razões do Recurso Especial, ofensa ao art. 32 da Lei 8.213/91,
pelos seguintes fundamentos:
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do artigo 32 da Lei 8.213/91. Contudo, o Tribunal a quo concluiu que o INSS
deve calcular o salário de benefício da parte autora afastando o artigo 32 da
mesma Lei. Ocorre que equivocado tal entendimento. O referido dispositivo legal
continua em plena aplicação, seja administrativamente (a IN 77-2015 do INSS
mantém aplicação do mecanismo do dispositivo), seja judicialmente, vez que a
atual jurisprudência do STJ garante a validade e a eficácia da norma em questão,
consoante demonstram os seguintes arestos: (...)
Ademais, o dispositivo legal é aplicado para todos os casos em que há
recolhimento de contribuições em razão de atividades concomitantes, não
fazendo diferenciação entre os casos em que o segurado exerce,
concomitantemente, uma mesma atividade ou mesmo profissões distintas.
Nesse sentido, decidiu o STJ em situações análogas: (...)
Diante do exposto, deve ser dado provimento ao presente recurso especial, e
reformado o acórdão recorrido, por negar vigência à norma infraconstitucional
vigente" (fls. 280/284e).
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"PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL.
DEMISSÃO. DIVÓRCIO ENTRE AS RAZÕES RECURSAIS E O TEOR DO
ACÓRDÃO RECORRIDO E DA CONTROVÉRSIA DE FUNDO. SÚMULAS 283
E 284/STF. APLICABILIDADE. PRECEDENTES. NÃO CONHECIMENTO. 1.
Recurso ordinário interposto contra o acórdão que denegou a segurança no
pleito mandamental impetrado contra ato judicial que visava combater acórdão
que decidiu controvérsia de suspensão de segurança; o impetrante alegava que
seria a única via possível. 2. Da leitura atenta dos autos se infere que o debate
de fundo está relacionado com a pretensão autoral de reapreciar questão ligada
a processo disciplinar, e essa dissonância de razões em recorrer atrai a
aplicabilidade das Súmulas 283 e 284/STF, por analogia: 'Se as razões recursais
não infirmam os fundamentos do acórdão guerreado, incide, por analogia, o
disposto nos enunciados nº 283 e 284 do Supremo Tribunal Federal' (AgRg no
RMS 48.307/SP, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Sexta Turma, DJe
17.8.2015.). 3. A Súmula 283/STF é aplicável aos recursos ordinários, como bem
se identifica na jurisprudência do STJ. Precedentes: AgRg no RMS 33.036/SC,
Rel. Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 30.6.2016; AgRg no
RMS 44.108/AP, Rel. Ministra Diva Malerbi (Desembargadora convocada TRF 3ª
Região), Segunda Turma, DJe 18.12.2015; AgRg no RMS 41.529/DF, Rel.
Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 24.11.2015; e AgRg no
RMS 20.451/RS, Rel. Ministro Ericson Maranho (Desembargador convocado do
TJ/SP), Sexta Turma, DJe 4.9.2015. Recurso ordinário não conhecido" (STJ,
RMS 46.487/CE, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe
de 18/08/2016).
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discursivo. O recorrente deverá declinar o porque do pedido de reexame da
decisão. (...) O procedimento recursal é semelhante ao inaugural de uma ação
civil. A petição de recurso é assemelhável à peça inaugural, devendo, pois,
conter os fundamentos de fato e de direito e o pedido. Tanto é assim, que já se
afirmou ser causa de inépcia a interposição de recurso sem motivação. (...) O
recurso se compõe de duas partes distintas sob o aspecto de conteúdo: a)
declaração expressa sobre a insatisfação com a decisão (elemento volitivo); b)
os motivos dessa insatisfação (elemento de razão ou descritivo). Sem a vontade
de recorrer não há recurso. Essa vontade deve manifestar-se de forma
inequívoca, sob pena de não conhecimento. Não basta somente a vontade de
recorrer, sendo imprescindível a dedução das razões (descrição) pelas quais se
pede novo pronunciamento jurisdicional sobre a questão objeto do recurso. As
razões do recurso são elemento indispensável para que o tribunal, ao qual se o
dirige, possa julgá-lo, ponderando-as em confronto com os motivos da decisão
recorrida que lhe embasaram a parte dispositiva".
Ante o exposto, com fundamento no art. 255, § 4º, I, do RISTJ, não conheço
do Recurso Especial.
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4ª Região (AC 5006447-58.2010.404.7100, j. em 28/08/2012 e AC 0009653-
62.2014.404.9999, j. em 28/10/2014), Segunda Turma Recursal de Santa Catarina
(5005638-67.2012.404.7207, j. em 17/12/2014) e Quarta Turma Recursal do Rio
Grande do Sul (5007500-90.2014.404.7114, j. em 08/04/2015).
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Uniformização e Interpretação da Lei - PUIL, apenas nos termos do art. 14, § 5º, da
Lei dos Juizados Especiais Federais.
O próprio Informativo do STJ número 559 traz em seu bojo que nos
Juizados Especiais Federais, instituídos pela Lei n. 10.259/2001, é o pedido de
uniformização de jurisprudência o meio cabível quando a orientação da Turma
Nacional de Uniformização contrariar (art. 14, § 4º): a) jurisprudência dominante do
STJ; ou b) súmula do STJ.
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submeter ao Supremo Tribunal Federal, questões em que ocorrem uma possível
violação da norma constitucional, diferentemente quanto ao Recurso Especial,
que é incabível contra decisões proferidas pelas Turmas Recursais.
Insta mencionar que quando o recurso especial tiver sido interposto contra
decisão proferida em IRDR, o efeito suspensivo estabelecido no art. 987, § 1º do
CPC, alcançará os feitos que tramitam nos JEF's, pois, por expressa disposição do
art. 985 do CPC, as decisões proferidas em IRDR são aplicáveis e vinculantes para
tal microssistema processual.
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A interpretação da lei federal para os JEF's não se opera por meio de
interposição de recurso especial, mas por meio de interposição de
incidente de uniformização nacional dirigido ao C. Superior Tribunal de
Justiça, nos termos do art. 14, § 4º, da Lei 10.259/2001.
Ainda segundo a linha de compreensão deste Colegiado, quando o
recurso especial tiver sido interposto contra decisão proferida em
IRDR, o efeito suspensivo estabelecido no art. 987, § 1º do CPC, aí sím,
alcançará os feitos que tramitam nos JEF's, pois, por expressa
disposição do art. 985 do CPC, as decisões proferidas em IRDR são
aplicáveis e vinculantes para tal microssistema processual. Por tais
razões, às quais se soma a argumentação deduzida na decisão
recorrida (Lei 9.099/95, art. 46), penso que o recurso não merece
provimento. (...) (5042272-23.2020.4.04.7000, Des. GILSON LUIZ INACIO,
Data e Hora: 7/1/2022, às 21:38:29) (GRIFO NOSSO)
4 DO REQUERIMENTO
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Brasília - DF, 13 de fevereiro de 2023.
LEANDRO MORATELLI
OAB/DF 66.017
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