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FACULDADE DOM ALBERTO

1º Trabalho Acadêmico – Semestre 2019.01 – 60H


DISCIPLINA: Direito Civil III – Contratos
CURSO: Direito
PROF(a): Helena Pacheco Wrasse
NOME DO ALUNO(a): Laura Hoelz e Matheus Freitas

Orientações

Esta Avaliação parcial é constituída de uma problemática de caráter discursivo.

Problema

Dentre os princípios contratuais trabalhados em aula, selecione 5 deles


para explicar, colacionando doutrina e jurisprudência que coadunem com
os princípios selecionados pelo grupo (pode ser tanto princípio geral
quanto princípio contratual).

Em duplas ou trios: 1) debater sobre os princípios selecionados. 2) Elaborar


uma análise escrita acerca desses princípios. 3) Selecione jurisprudência que
reflita cada um dos princípios – uma jurisprudência para cada princípio,
explicando por qual motivo ela se ajusta ao princípio explicado. 4) A pesquisa
acerca dos princípios deve ser feita em doutrina, cada grupo deverá utilizar pelo
menos duas doutrinas para sua análise.

Instruções: o trabalho deve ter no mínimo 2 páginas e no máximo 5; letra Arial


12; espaço entre linhas 1,5; espaço entre parágrafos 0. Ambos os alunos
devem postar o trabalho no ambiente virtual.
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA: É permitido por lei a
faculdade das partes celebrarem contratos sem a interferência do Estado. Há ampla
liberdade de criar vínculos e firmar obrigações através de contratos. Entretanto, sabe-
se que no Direito nada é absoluto, por tanto, há limitação. O princípio da Supremacia
da Ordem Pública rege que as partes devem obedecer demais questões como: social,
moral e bons costumes. Limitações de Leis especiais como CDC, Lei da Economia
Popular, etc.
JURISPRUDÊNCIA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.
RECURSO MANEJADO SOB A ÉGIDE DO CPC/73. CONDOMÍNIO. LOJA TÉRREA
COM ENTRADA INDEPENDENTE. CRITÉRIO DE RATEIO. CONTRIBUIÇÃO DO
CONDÔMINO APENAS NAQUILO QUE EFETIVAMENTE FOR PARTÍCIPE NA
DESPESA E NA PROPORÇÃO DAS FRAÇÕES IDEAIS. DOUTRINA.
PRECEDENTE. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. 1.
Inaplicabilidade do NCPC neste julgamento ante os termos do Enunciado
Administrativo nº 2 aprovado pelo Plenário do STJ na sessão de 9/3/2016: Aos
recursos interpostos com fundamento no CPC/1973 (relativos a decisões publicadas
até 17 de março de 2016) devem ser exigidos os requisitos de admissibilidade na
forma nele prevista, com as interpretações dadas até então pela jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça. 2. A natureza estatutária da convenção de condomínio
autoriza a imediata aplicação do regime jurídico previsto no novo Código Civil (Resp.
nº 722.904/RS, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Terceira
Turma, DJ 1º/7/2005). 3. A convenção condominial deve estar em sintonia com a lei
porque apesar da autonomia dos condôminos em autor regulamentar suas condutas,
jamais poderão perder de vista a lei, cuja obediência se impõe pelo princípio da
supremacia da ordem pública sobre as deliberações privadas. 4. A regra estabelecida
no art. 1.340 do novo Código Civil atende ao princípio da equidade, evitando o
enriquecimento indevido dos condôminos que se utilizam de serviços ou de partes
comuns a diversos deles, em detrimento daqueles que não utilizam os referidos
serviços e equipamentos comuns. 5. Na espécie, o condômino somente pode
suportar, na proporção de sua participação no condomínio, as despesas de
conservação das coisas de cuja utilização efetivamente participa. 6. Onde não existe
o gozo e/ou o uso da coisa comum, não existe obrigação de suportar os
correspondentes dispêndios. 7. Recurso especial parcialmente provido.
(STJ - Resp.: 1652595 PR 2015/0193235-6, Relator: Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, Data de Julgamento: 05/12/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 20/02/2018)
JURISPRUDÊNCIA E O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM
PÚBLICA: No caso presente, diz que apesar de haver autonomia, a lei não deverá
ser contrariada, deve permanecer o parecer jurídico da Lei. Regulamentos
condominiais não devem ir contra o Ordenamento Jurídico.

PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA DAS PRESTAÇÕES: O referido princípio


pressupõe que todo contrato envolve uma troca econômica ajustada pelas partes,
caracterizando uma relação de equivalência, ou seja, deve existir uma
correspondência entre o que se paga e o que se recebe a fim de evitar o
enriquecimento sem causa.
Este princípio possibilita a revisão ou o desfazimento do contrato se, após a
celebração, sobreviver fato que acarrete desequilíbrio entre as prestações das partes,
tornando a obrigação excessivamente onerosa para uma e gerando uma exagerada
vantagem para a outra
JURISPRUDÊNCIA: SALÁRIO. PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA DAS
PRESTAÇÕES. Se o obreiro exerce atribuições de cargo superior ao seu, tem direito
ao aumento salarial correspondente, a fim de garantir a equivalência das prestações
que norteia o contrato de trabalho.
(TRT-5 - RO: 665200410105002 BA 00665-2004-101-05-00-2, Relator: ALCINO
FELIZOLA, 6ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 15/03/2007)
JURISPRUDÊNCIA E O PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA: O valor da coisa
vendida não deve ser abusivo ou ridículo. Ou seja, não é permitido um negócio
excessivo para obter vantagem. Na jurisprudência supracitada, o negócio em questão
seria o serviço prestado, que neste estava ocorrendo abuso da parte contratante, pois
o empregado desempenhara cargo superior ao seu e o salário não era equivalente.

PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO: É


quando uma das partes tenta se beneficiar através de comportamento ou conduta
contraditória. Princípio que busca amparar a credibilidade e segurança das relações
sociais. Silvio Venosa diz que este princípio possui ligação direta com o princípio da
boa-fé objetiva, que visa assegurar juridicamente as negociações.
JURISPRUDÊNCIA: PROCESSUAL CIVIL. DOCUMENTO. JUNTADA. LEI
GERAL DASTELECOMUNICAÇÕES. SIGILO TELEFÔNICO. REGISTRO DE
LIGAÇÕESTELEFÔNICAS. USO AUTORIZADO COMO PROVA. POSSIBILIDADE.
AUTORIZAÇÃOPARA JUNTADA DE DOCUMENTO PESSOAL. ATOS
POSTERIORES. "VENIRE CONTRAFACTUM PROPRIUM". SEGREDO DE
JUSTIÇA. ART. 155 DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL. HIPÓTESES. ROL
EXEMPLIFICATIVO. DEFESA DA INTIMIDADE.POSSIBILIDADE. - A juntada de
documento contendo o registro de ligações telefônicas de uma das partes, autorizada
por essa e com a finalidade de fazer prova de fato contrário alegado por essa, não
enseja quebra de sigilo telefônico nem violação do direito à privacidade, sendo ato
lícito nos termos do art. 72, § 1.º, da Lei n.º 9.472/97 (Lei Geral das
Telecomunicações). - Parte que autoriza a juntada, pela parte contrária, de documento
contendo informações pessoais suas, não pode depois ingressar com ação pedindo
indenização, alegando violação do direito à privacidade pelo fato da juntada do
documento. Doutrina dos atos próprios. - O rol das hipóteses de segredo de justiça
não é taxativo, sendo autorizado o segredo quando houver a necessidade de defesa
da intimidade. Recurso especial conhecido e provido.
(STJ - REsp: 605687 AM 2003/0202450-6, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data
de Julgamento: 02/06/2005, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ
20/06/2005 p. 273)
JURISPRUDÊNCIA E O PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE
COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO: Na jurisprudência citada, o comportamento
contraditório em questão seria o fato de que a parte que autorizou a juntada, pela
parte contrária, de documento contendo informações pessoais suas, ingressou com
ação pedindo indenização, alegando violação do direito à privacidade pelo fato da
juntada do documento, o que bate de frente com o determinado princípio aqui exposto.

PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: Conforme Ruy Rosado Aguiar Júnior a boa-fé se


constitui numa fonte autônoma de deveres, independentemente da vontade, e, por
isso, a extensão e o conteúdo da relação obrigacional já não se medem somente nela
(vontade), e, sim, pelas circunstâncias ou fatos referentes ao contrato, permitindo-se
construir objetivamente o regramento do negócio jurídico com a admissão de um
dinamismo que escapa ao controle das partes. A boa-fé significa a aceitação da
interferência de elementos externos na intimidade da relação obrigacional, com poder
limitador da autonomia contratual. O princípio da boa-fé significa que todos devem
guardar fidelidade à palavra dada e não frustrar ou abusar da confiança que constitui
a base imprescindível das relações humanas, sendo, pois, mister que se proceda tal
como se espera que o faça qualquer pessoa que participe honesta e corretamente do
tráfego jurídico.
JURISPRUDÊNCIA: CONTRATO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. MULTA
RESCISÓRIA. INCLUSÃO APÓS RENEGOCIAÇÃO DO CONTRATO ORIGINAL.
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA. 1. A autora visa
cobrar multa rescisória incluída em contrato de prestação de serviços. 2. Ocorre que
a multa rescisória não estava prevista originalmente e foi incluída sem que o
contratante pudesse ter ciência sobre sua existência. O contrato enviado para
conferência era diferente daquele efetivamente assinado. O contratante foi levado a
engano quando assinou documento diverso daquele que conferiu. Violação da boa-fé
objetiva e do princípio da confiança. 3. Além disso, a multa contratual prevista no
negócio era abusiva, pois previa dever de pagamento de 50% dos valores
remanescentes do negócio, sem qualquer prestação de serviços. Multa indevida. 4.
Recurso não provido.
(TJ-SP - APL: 10108836420188260161 SP 1010883-64.2018.8.26.0161,
Relator: Melo Colombi, Data de Julgamento: 08/02/2019, 14ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 08/02/2019)
JURISPRUDÊNCIA E O PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: No caso acima exposto é
visto que há violação do princípio da boa-fé, uma vez que o contratado alterou
cláusulas do contrato sem que o contratante pudesse ter ciência de tal alteração,
sendo o mesmo enganado em virtude da má-fé do contratado.

PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: Segundo Maria Helena Diniz


consiste no poder das partes de estipular livremente, como melhor lhes convier,
mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos
tutelados pela ordem jurídica, envolvendo, além da liberdade de criação do contrato,
a liberdade de contratar ou não contratar, de escolher o outro contratante e de fixar o
conteúdo do contrato.
JURISPRUDÊNCIA: APELAÇÃO CÍVEL. RELAÇÃO DE CONSUMO.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE. CONTRATO DE MÚTUO CELEBRADO
ENTRE AS PARTES. ALEGAÇÃO DE ILEGALIDADE NA COBRANÇA DE JUROS
EM RAZÃO DE ANATOCISMO. Requerimento de declaração de nulidade das
cláusulas, bem como a limitação dos descontos a 30% dos vencimentos do autor e
indenização por dano moral. Laudo pericial que não comprovou as alegações da parte
autora. Sentença na qual julgou-se improcedente o pedido. A ausência de ilicitude
impede a revisão contratual. Ciência do autor sobre as taxas quando da celebração
do contrato. Impossibilidade de modificação do que foi contratado, diante da
compatibilidade das cláusulas impugnadas com as práticas do mercado. Observância
da cláusula Pacta Sunt Servanda. Recurso a que se nega provimento.
(TJ-RJ - APL: 01338223420108190001 RJ 0133822-34.2010.8.19.0001, Relator:
DES. CLAUDIO BRANDAO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 12/03/2013, DÉCIMA
SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 26/08/2013 16:55)
JURISPRUDÊNCIA E O PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: Na
jurisprudência acima é possível perceber a utilização do princípio da autonomia da
vontade quando há ciência do autor sobre as taxas quando da celebração do contrato,
o que impossibilita modificação do que foi contratado, diante da compatibilidade das
cláusulas impugnadas com as práticas do mercado.
REFERÊNCIAS:

AGUIAR JUNIOR, Ruy Rosado. Extinção dos contratos por incumprimento do


devedor. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Aide, 2003.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 18ª Ed. Volume 3. São
Paulo: Editora Saraiva, 2003.

STJ - REsp.: 1652595 PR 2015/0193235-6, Relator: Ministro PAULO DE TARSO


SANSEVERINO, Data de Julgamento: 05/12/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data
de Publicação: DJe 20/02/2018.

STJ - REsp: 605687 AM 2003/0202450-6, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data


de Julgamento: 02/06/2005, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ
20/06/2005 p. 273.

TJ-RJ - APL: 01338223420108190001 RJ 0133822-34.2010.8.19.0001, Relator:


DES. CLAUDIO BRANDAO DE OLIVEIRA, Data de Julgamento: 12/03/2013,
DÉCIMA SEXTA CAMARA CIVEL, Data de Publicação: 26/08/2013 16:55.

TJ-SP - APL: 10108836420188260161 SP 1010883-64.2018.8.26.0161, Relator:


Melo Colombi, Data de Julgamento: 08/02/2019, 14ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 08/02/2019.

TRT-5 - RO: 665200410105002 BA 00665-2004-101-05-00-2, Relator: ALCINO


FELIZOLA, 6ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 15/03/2007.

VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil - Vol. 2 - Teoria Geral das Obrigações e
Teoria Geral dos Contratos - 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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