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DOL - 140398 . 5 - Direito Ambiental – 2023.

Avaliação On-Line 3 (AOL 3) - Questionário

Nota final Enviado em: 29/04/23 19:52 (BRT)


10/10

Conteúdo do exercício

1. Pergunta 1

1/1

O Informativo 714, do STF, dispõe: 


“É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental,
ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargo de presidência ou
de direção do órgão responsável pela prática criminosa. Com base nesse
entendimento, a 1ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de recurso
extraordinário e, nessa parte, deu-lhe provimento para cassar o acórdão
recorrido. Neste, a imputação aos dirigentes responsáveis pelas condutas
incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido excluída e, por isso, trancada a
ação penal relativamente à pessoa jurídica. Em preliminar, a Turma, por
maioria, decidiu não apreciar a prescrição da ação penal, porquanto ausentes
elementos para sua aferição. Pontuou-se que o presente recurso originara-se
de mandado de segurança impetrado para trancar ação penal em face de
responsabilização, por crime ambiental, de pessoa jurídica (RE 548181/PR, rel.
Min. Rosa Weber, 6.8.2013).
No mérito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal
dos entes morais somente poderia ocorrer se houvesse, concomitantemente, a
descrição e imputação de uma ação humana individual, sem o que não seria
admissível a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3º,
da CF. Sublinhou-se que, ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica
à da pessoa humana, estar-se-ia quase que a subordinar a responsabilização
jurídico-criminal do ente moral à efetiva condenação da pessoa física.
Ressaltou-se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não
estabelecera por completo os critérios de imputação da pessoa jurídica por
crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de
imputação das pessoas físicas aos entes coletivos. Vencidos os Ministros
Marco Aurélio e Luiz Fux, que negavam provimento ao extraordinário.
Afirmavam que o art. 225, § 3º, da CF não teria criado a responsabilidade penal
da pessoa jurídica. Para o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao
afirmar que os ilícitos ambientais sujeitariam “os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas”, teria apenas imposto sanções
administrativas às pessoas jurídicas. Discorria, ainda, que o art. 5º, XLV, da CF
teria trazido o princípio da pessoalidade da pena, o que vedaria qualquer
exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Por fim,
reputava que a pena visaria à ressocialização, o que tornaria impossível o seu
alcance em relação às pessoas jurídicas (RE 548181/PR, rel. Min. Rosa
Weber, 6.8.2013).”
O texto citado versa sobre:
Ocultar opções de resposta 

1. A responsabilização da pessoa jurídica de forma isolada, ou seja, sem


a necessidade de imputação simultânea do delito a qualquer pessoa
física.

Resposta correta

2. A impossibilidade da responsabilização da pessoa jurídica.

3. A necessidade de avaliar o nexo de causalidade entre a pessoa física e


a jurídica, para imputar a pena à pessoa física. 

4. A necessidade de responsabilizar a pessoa jurídica juntamente com a


física.

5. A responsabilização da pessoa física, primeiramente, e depois, da


pessoa jurídica.
2. Pergunta 2

1/1

(CESPE – 2016 – Prefeitura de Salvador – BA – Procurador do Município – 2ª.


Classe - Adaptada) O rompimento da barragem de uma empresa de mineração
provocou o vazamento de um bilhão de litros de resíduos de lama tóxica, a qual
percorreu vários quilômetros, atingiu várias cidades nos arredores e inundou
casas, provocando o desabrigamento de várias famílias. Em razão disso, o MP
entrou com ACP contra a empresa, a fim de buscar indenização pelos danos
ambientais causados à coletividade e, além disso, o ressarcimento dos
prejuízos materiais e morais sofridos pelos moradores.
Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

Ocultar opções de resposta 

1. O MP tem legitimidade exclusiva para pleitear indenização por danos à


coletividade.

2. De acordo com a teoria do risco integral, não basta a ocorrência do


ato ilícito para a configuração da obrigação de indenizar por parte da
empresa mineradora, sendo necessária a configuração do nexo causal
entre o evento danoso e o dano causado.

Resposta correta
3. Caso fique comprovado que, além do rompimento da barragem, fortes
chuvas concorreram para a inundação das casas, ter-se-á uma excludente
de responsabilidade que afastará a obrigação da empresa de indenizar os
danos sofridos.

4. A responsabilidade pelo dano ambiental poderá ser afastada caso


fique comprovado em juízo que foram obtidas pela empresa todas as
licenças ambientais para operação das atividades de mineração. 

5. Caso a empresa seja condenada a ressarcir os danos ambientais


causados, o valor terá de ser depositado em um fundo para
ressarcimento dos particulares que se habilitarem na fase de execução da
sentença.
3. Pergunta 3

1/1

(Procurador do Estado – PGE/PR – PUC – 2015) Considerando a


jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça,
assinale a afirmativa CORRETA sobre o regime jurídico dos danos ao
patrimônio ambiental e sua responsabilização.

Ocultar opções de resposta 

1. Em conformidade ao princípio da precaução, para que sejam adotadas


medidas precaucionais, a falta de certeza científica absoluta exige a
demonstração do risco atual e iminente de danos que podem sobrevir
pelo desempenho de determinada atividade econômica.

2. O princípio da precaução não foi acolhido pela Constituição vigente,


ainda que se constitua como uma importante norma para evitar a
ocorrência de danos ambientais graves e irreversíveis.

3. Embora no âmbito da responsabilidade administrativa seja


dispensável a apuração da culpa na infração ambiental, à
responsabilidade civil decorrente de danos ambientais aplica-se, como
regra, a denominada teoria subjetivista.

4. No que toca à pessoa jurídica, o direito positivo brasileiro não acolhe


a denominada tríplice responsabilidade por ação ou omissão lesiva ao
meio ambiente, restringindo-a ao campo da responsabilidade civil e
administrativa.
5. Em ação civil pública, a necessidade de reparação integral da lesão
causada ao meio ambiente permite a cumulação de obrigações de fazer,
de não fazer e de indenizar.

Resposta correta

4. Pergunta 4

1/1

(CESPE – 2015 – TJ-DF – Juiz de Direito Substituto - Adaptada) Antônio


depositou, a céu aberto, resíduos tóxicos em terreno de sua propriedade.
Embora a área fosse cercada e houvesse placas de sinalização informando a
presença de material tóxico, o acesso ao terreno era fácil, consentido e
costumeiro. Joaquim, um morador que não conhecia bem a vizinhança, passou
pelo local e sofreu, por conduta não dolosa, graves queimaduras decorrentes
do contato com os resíduos tóxicos, pois, ao ver esse material, ficou curioso, se
aproximou e tocou.
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz do
entendimento do STJ.

Ocultar opções de resposta 

1. Aplica-se ao caso a teoria do risco integral, de modo que Antônio


deverá responder pelos danos sofridos por Joaquim, a menos que fique
comprovada a culpa exclusiva da vítima ou a ocorrência de caso fortuito
ou força maior. 

2. Se Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de


entidade estatal, sua responsabilidade seria de natureza subjetiva, sendo
necessário provar culpa lato sensu para que o Estado respondesse por
condutas comissivas de seus agentes, causadoras de dano ao meio
ambiente. 

3. A conduta de Antônio enquadra-se no conceito de dano ambiental e a


ela devem ser aplicados o princípio do poluidor-pagador e a
responsabilidade objetiva por risco integral.

Resposta correta

4. Caso Antônio tivesse depositado os resíduos de agente de entidade


estatal e não como particular, sua provável responsabilidade obedeceria
ao regime do risco administrativo.
5. Não é aplicável ao caso a teoria do risco integral, uma vez que
Joaquim era um estranho que não tinha qualquer relação jurídico-
contratual com Antônio, a lesão foi cometida a indivíduo e não ao meio
ambiente e foram colocadas placas de sinalização indicando a presença
de material tóxico.
5. Pergunta 5

1/1

(FCC – PGM – João Pessoa-PB- Procurador Municipal – ADAPTADA) A


reincidência genérica na prática de infração administrativa ambiental é
__________________, ensejando a aplicação de ______________ em
_________.
Complete as lacunas com as formas corretas.

Ocultar opções de resposta 

1. Circunstância agravante, sanção de multa, triplo. 

2. Circunstância agravante, livre apreciação, órgão sancionador.

3. Circunstância agravante, sanção de multa, em dobro.

Resposta correta

4. Circunstância agravante, sanção de multa em grau apreciado


discricionariamente, órgão sancionador. 

5. Qualquer influência, sanção, nova infração. 


6. Pergunta 6

1/1

Vejamos a seguinte jurisprudência:


“É da jurisprudência do Tribunal, firmada em casos semelhantes – relativos a
crimes ambientais, que “o interesse da União para que ocorra a competência
da Justiça Federal prevista no art. 109, IV, da Carta Magna, tem de ser direto e
específico”, não sendo suficiente o “interesse genérico da coletividade, embora
aí também incluído genericamente o interesse da União” (RE nº 166.943, 1ª T.,
03.03.1995, Moreira; 300.244, 1ª T., 20.11.2001, Moreira; 404.610, 16.09.2003,
Pertence; 336.251, 09.06.2003, Pertence; HC nº 81.916, 2ª T., Gilmar, RTJ
183/3). No caso, não há falar em lesão aos serviços da entidade autárquica
responsável pela fiscalização (STF, RE nº 502.915/SP, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, DJU 27.04.2007, p. 69)”.
Se tivermos a situação hipotética em que um rio do Estado de Santa Catarina
foi poluído por uma empresa que teve seus barris de rejeitos rompidos; é
sabido que não atingiu nenhum interesse da União, de autarquia e de
empresas públicas; mas prejudicou a população que mora nas cidades à
margem do rio. O julgamento do caso deverá ser de qual competência,
conforme a jurisprudência apresentada?

Ocultar opções de resposta 

1. Da Justiça Estadual, pois todos os órgãos fiscalizatórios são


estaduais.

2. Da Justiça Federal, pois cabe ao Ibama averiguar os danos


ambientais.

3. Da Justiça Estadual, pois o dano ambiental é apenas local. 

4. Da Justiça Estadual, pois não atingiu nenhum interesse dos entes


federais.

Resposta correta

5. Da Justiça Federal, pois este rio prejudicou as cidades que estão à


margem.
7. Pergunta 7

1/1

Considerando as responsabilidades civil e administrativa no direito ambiental,


assinale a alternativa correta:

Ocultar opções de resposta 

1. O cometimento de nova infração ambiental pelo mesmo infrator, no


período de cinco anos, contados da lavratura de auto de infração anterior
devidamente confirmado em julgamento, conduz na aplicação da multa
em dobro, no caso de cometimento da mesma infração.

2. A prescrição da pretensão punitiva na esfera administrativa não


desobriga a reparação aos danos ambientais.

Resposta correta
3. Prescreve em três anos a ação da administração objetivando apurar a
prática de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática
do ato, ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
esta tiver cessado, salvo nos carros de prescrição intercorrente e quando
o fato objeto da infração também constituir crime.

4. Pela Lei 6.938/81, que instituiu a Política Nacional do Meio Ambiente, o


conceito de poluidor vincula-se à pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, diretamente responsável por atividade causadora de
degradação ambiental.

5. Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração


paralisado por mais de cinco anos, pendente de julgamento ou despacho,
cujos autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da
parte interessada, sem prejuízo da apuração da responsabilidade
funcional decorrente da paralisação.
8. Pergunta 8

1/1

(UFPR – 2011 – ITAIPU BINACIONAL – Advogado) A empresa ECO-CEL, líder


nacional na produção de celulose branqueada, lançou resíduos químicos
altamente poluentes em curso d’água nas proximidades do município de
Curitiba. Tal fato, além de deixar a água imprópria para consumo, acarretou a
morte de uma série de espécimes da fauna local e afetou a saúde das
pessoas, que, inadvertidamente, fizeram uso da água contaminada. Diante do
exposto, é correto afirmar:

Ocultar opções de resposta 

1. A responsabilidade civil da empresa ECO-CEL, pessoa jurídica, é


subjetiva em relação aos bens ambientais difusos e objetiva em relação
aos sujeitos vítimas da contaminação.

2. A responsabilidade penal da empresa ECO-GEL, pessoa jurídica,


exclui a responsabilidade penal das pessoas físicas, autoras, coautoras,
ou partícipes do mesmo fato, e é objetiva no caso em tela, já que as águas
merecem uma proteção especial do Direito Ambiental.

3. A aplicação de sanção administrativa pelo ato lesivo ao meio ambiente


e à saúde da população afasta a obrigação de reparar os danos causados,
bem como a responsabilização penal da empresa.

4. Caso o lançamento desses resíduos tenha sido acidental, ficará


caracterizada uma excludente em matéria de responsabilidade civil
ambiental, já que a empresa não deve assumir todos os riscos da
atividade.

5. Para apurar a responsabilidade penal da empresa ECO-CEL, será


relevante observar se a conduta foi realizada por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da empresa.

Resposta correta

9. Pergunta 9

1/1

(Advogado da Sabesp/SP – 2014 – FCC) Ao promover a ampliação de uma de


suas Estações de Tratamento de Esgoto, sem a prévia obtenção de Licença de
Instalação, a empresa TEM S.A. ocasionou danos ao meio ambiente. Esta
conduta acarretará: 

Ocultar opções de resposta 

1. responsabilidade Civil da TEM S.A., objetivamente; responsabilidade


Penal da TEM S.A. e seus dirigentes, subjetivamente, por ampliar obra
potencialmente poluidora sem licença; e responsabilidade Administrativa
da TEM S.A., com provável imposição de multa. 

Resposta correta

2. responsabilidade Civil da TEM S.A., subjetivamente; responsabilidade


Penal da TEM S.A. e seus dirigentes, objetivamente, por ampliar obra
potencialmente poluidora sem licença; e responsabilidade Administrativa
da TEM S.A., com provável imposição de multa. 

3. apenas responsabilidade Penal da TEM S.A. e seus dirigentes, tendo


em vista que a conduta descrita configura um crime ambiental e que a
prática de uma única conduta não poderá gerar mais de uma
consequência jurídica, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in
idem. 

4. apenas responsabilidade Civil da TEM S.A., tendo em vista que a


conduta descrita configura um ilícito civil e que a prática de uma única
conduta não poderá gerar mais de uma consequência jurídica, sob pena
de ofensa ao princípio do non bis in idem. 

5. apenas responsabilidade Administrativa da TEM S.A., tendo em vista


que a conduta descrita configura uma infração administrativa e que a
prática de uma única conduta não poderá gerar mais de uma
consequência jurídica, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in
idem. 
10. Pergunta 10

1/1

(CESPE – 2016 – Juiz de Direito/AM) O fiscal de determinado órgão ambiental


constatou que um madeireiro cortava árvores de espécies protegidas. O
madeireiro apresentou autorização para cortar exemplares que apresentavam
risco de queda, mas, dado o excesso de espécimes cortados, o fiscal
considerou que a situação configurava tanto infração administrativa como crime
ambiental. Considerou, ainda, após exame da autorização, que o documento
estava em desacordo com as normas ambientais aplicáveis, inclusive por vício
de competência.
Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta acerca de
infrações ambientais e poder de polícia. 

Ocultar opções de resposta 

1. Cabem ao fiscal a lavratura de auto de infração ambiental e a


instauração tanto do processo administrativo quanto do inquérito
criminal contra o madeireiro.

2. A concessão de autorização e desacordo com as normas ambientais


só configura crime se tiver havido dolo do servidor que a concedeu. 

3. É correto afirmar que o órgão de lotação do fiscal é o Ibama.

4. Se deixar de proceder à apuração mediante processo administrativo


próprio, o fiscal poderá ser corresponsabilizado pelo corte ilegal das
árvores.

Resposta correta

5. Para a lavratura do auto de infração, é desnecessário análise do


elemento subjetivo do madeireiro, pois a responsabilidade civil por dano
ambiental é objetiva.

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