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SUMÁRIO

01. Empregado, CTPS e empregados especiais ............................................................................................ 2

02. Empregador, Grupo Econômico e Sucessão de empresas........................................................... 9

03. Contrato de trabalho: requisitos, prazo, intermitente e uniforme ........................................... 11

04. Contrato de trabalho: alteração, transferência, cláusula de arbitragem, termo de

quitação anual, teletrabalho, interrupção, suspensão e dano extrapatrimonial .................. 14

05. Jornada de Trabalho ............................................................................................................................................ 18

06. Remuneração: verbas salariais e não salariais.....................................................................................26

07. Remuneração: complementos salariais ................................................................................................. 30

08. Rescisão: aviso prévio, verbas rescisórias e formas de rescisão ............................................... 35

09. Rescisão: forma de pagamento.................................................................................................................... 41

10. Estabilidade e FGTS.............................................................................................................................................. 44

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso
intensivo para a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as
respectivas aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas
acompanhado da legislação pertinente.
Bons estudos, Equipe CEISC.

Atualizado em novembro de 2020.

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ROTEIRO DE ESTUDOS – 1ª FASE OAB INTENSIVO
DIREITO DO TRABALHO
Prof. Luiz Henrique Dutra

01. Empregado, CTPS e empregados especiais


Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Empregado

Art. 3º, da CLT. Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de
natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Requisitos
*Para todos verem: esquema

Pessoa física

Pessoalidade

Onerosidade

Não eventual

Subordinação

→ Exclusividade não é requisito.


→ Trabalhar na empresa não é requisito.
→ Policial Militar: para a CLT não faz diferença.

Carteira de trabalho e previdência social (CTPS)

Art. 29, da CLT. O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS,
em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as
condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou
eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia.

→ É obrigatória.

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→ Não pode registros desabonadores, que possam prejudicar a imagem do
empregado.
→ Em caso de acidente de trabalho, é obrigatório o registro na CTPS.

Empregados especiais
São empregados com características peculiares.

→ Aprendiz

Art. 428, da CLT. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado


por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar
ao maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos inscrito em programa de
aprendizagem formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu
desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e
diligência as tarefas necessárias a essa formação.

 Dos 14 aos 24 anos.


 Tem registro na CTPS.
 A empresa contrata e fornece uma formação técnico-profissional.
 Por lei, é obrigatório 5% e no máximo 15% dos empregados serem aprendizes.
 A jornada será de no máximo 6h.

 Anotação na CTPS e inscrição em programa de aprendizagem

Art. 428, § 1º, da CLT. A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na


Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola,
caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional
metódica.

 Direito ao salário mínimo-hora

Art. 428, § 2º, da CLT. Ao aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o salário
mínimo hora.

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 Prazo do contrato
O prazo máximo do contrato é de 02 anos.
Prazo e idade máxima não se aplicam ao aprendiz portador necessidades especiais.

 FGTS
2% da remuneração.

→ Menor

Art. 7, XXXIII, da Constituição Federal. Proibição de trabalho noturno, perigoso ou


insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

 16 a 18 anos

 Não pode
* Para todos verem: esquema

Trabalho noturno (22h às 5h)

Insalubre (prejudica a saúde)

Perigoso

Ser doméstico (LC 150/05)

Trabalhar em locais que prejudiquem sua moral.

 Prazo prescricional

Art. 440, da CLT. Contra os menores de 18 (dezoito) anos não corre nenhum prazo de
prescrição.

 Pode assinar o contracheque

Art. 439, da CLT. É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários. Tratando-
se, porém, de rescisão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos
dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo
recebimento da indenização que lhe for devida.

 O menor não pode fazer rescisão do contrato de trabalho sozinho.

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 2 empregos

Art. 414, da CLT. Quando o menor de 18 (dezoito) anos for empregado em mais de um
estabelecimento, as horas de trabalho em cada um serão totalizadas.

Jornada dos empregos se soma: passou da 8ª hora, será considerada hora extra.

→ Mulher
 Força física da mulher
* Para todos verem: esquema

Contínuo Eventual

30kg 25kg

 Estabilidade
Período a qual a mulher não poderá ser demitida, salvo justa causa.
Gestante
* Para todos verem: esquema

Confirmação da gravidez

5 meses após o nascimento da


criança

Adotante
* Para todos verem: esquema

Adoção

5 meses após a adoção

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 Licença maternidade
A mulher ficará afastada 120 dias após o nascimento da criança, podendo esse prazo ser
prorrogado para 180 dias, se a empresa estiver inscrita no programa da empresa cidadã.
Durante a licença maternidade o contrato de trabalho fica suspenso.
Adoção: 04 meses.

 Trabalho da gestante em ambiente insalubre.


Graus
* Para todos verem: esquema

Máximo Médio Mínimo

Não trabalha se
Não pode Não pode
apresentar atestado

Lactante: não trabalha se apresentar atestado.

 A troca de função não prejudica a remuneração da gestante.

 Caso de aborto.

Art. 395, da CLT. Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico
oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe
assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento.

 Durante amamentação a mulher tem direito a 2 intervalos de 30 minutos.

→ Doméstico
 L.C. 150/2015.
 Pessoa que trabalha para pessoa física.
 Seu serviço não gera lucro.
 Mais de 2x na semana.

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Art. 1º, da LC 150/2015. Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta
serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa
à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana,
aplica-se o disposto nesta Lei.

 Viagens
O doméstico irá viajar apenas se quiser e as horas serão acrescidas de 25%.

Art. 11, LC 150/2015. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o


empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas
efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas
extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o.

Fazer leitura complementar da LC 150/2015.

→ Bancário

Art. 224, da CLT. A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, em casas
bancárias e na Caixa Econômica Federal, para aqueles que operam exclusivamente no
caixa, será de até seis horas diárias, perfazendo um total de trinta horas de trabalho por
semana, podendo ser pactuada jornada superior, a qualquer tempo, nos termos do
disposto no art. 58 desta Consolidação, mediante acordo individual escrito, convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho, hipóteses em que não se aplicará o disposto no
§ 2º.
Súmula 287 do TST. A jornada de trabalho do empregado de banco gerente de agência
é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao gerente-geral de agência bancária,
presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o art. 62 da CLT.
Súmula 102 do TST. I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que
se refere o art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do
empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos.
II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe
gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas
extraordinárias excedentes de seis.

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III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º, da CLT são
devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a
menor da gratificação de 1/3.
IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8
(oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava.
V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce
cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da CLT.
VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se
perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa
remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias
além da sexta.
VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não
inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem
direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão somente às diferenças de
gratificação de função, se postuladas.

* Para todos verem: esquema

Caixa e escrituário Gerente de agência Gerente geral

• 6h • 8h • Não tem controle de


• É cargo de confiança jornada
• Recebe gratificação • Não tem hora extra
de 1/3 • Gratificação de no
mínimo 40%

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02. Empregador, Grupo Econômico e Sucessão de empresas
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Empregador

Art. 2º, da CLT. Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,


assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço.

→ Aquele que vai contratar, pagar o salário, definir a forma de trabalho.


→ Alteridade: risco do negócio.
→ O prejuízo sempre é do empregador.

Grupo econômico:

Art. 2º, § 2º, da CLT. Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma
delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração
de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem
grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da
relação de emprego.

 Responsabilidade das empresas do mesmo grupo econômico é solidária.

Súmula 129 do TST. A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo
econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de
mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

→ Sócio retirante
 A responsabilidade é de 2 anos após a retirada e é subsidiária.
 Fraude ou ilícito na venda: responsabilidade subsidiária torna-se solidária.

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 Ordem da responsabilidade subsidiária
* Para todos verem: esquema

Pessoa jurídica

Sócios atuais

Sócio retirante

Sucessão da empresa

Art. 10, da CLT. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os
direitos adquiridos por seus empregados.
Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará
os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
Art. 448-A da CLT - Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista
nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas
à época em que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de
responsabilidade do sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora
quando ficar comprovada fraude na transferência.

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03. Contrato de trabalho: requisitos, prazo, intermitente e uniforme
Prof. Luiz Henrique Dutra
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Contrato de trabalho

Art. 442, da CLT. - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,


correspondente à relação de emprego.

 O contrato de trabalho é livre iniciativa das partes.


 Não existe vínculo empregatício entre o sócio da cooperativa e a cooperativa.

 Não pode o empregador exigir na contratação experiência superior a 06 meses.

Art. 442-A, da CLT. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a
emprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no
mesmo tipo de atividade

 Autônomo não é empregado.

Art. 442-B, da CLT. A contratação do autônomo, cumpridas por este todas as


formalidades legais, com ou sem exclusividade, de forma contínua ou não, afasta a
qualidade de empregado prevista no art. 3o desta Consolidação.

Prazo do contrato de trabalho

Art. 443, da CLT. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado,
ou para prestação de trabalho intermitente.

→ Prazo determinado
* Para todos verem: esquema

Empresa No máximo 2 anos, podendo ser renovado uma vez dentro dos 2 anos
transitória
Atividade No máximo 2 anos, podendo ser renovado uma vez dentro dos 2 anos
transitória
Experiência No máximo 90 dias, podendo ser prorrogado uma vez dentro dos 90 dias

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Empregado intermitente

Art. 443, § 3º, CLT. Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a
prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou
meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador,
exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.

 Só recebem quando são chamados para trabalhar.


 Não há dia e horário certo.
 Contrato escrito
 Valor/hora: no mínimo igual ao salário mínimo e não inferior aos demais
funcionários em mesma função.
 O intermitente recebe tudo, todo o mês: horas, FGTS, INSS, I.R, 1/12 de férias, 1/12
13º salário.

Art. 452-A, da CLT. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito
e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao
valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do
estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.
§ 4º Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem
justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% (cinquenta por
cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação em igual prazo.

Negociação do empregador com o empregado


O empregado que recebe mais de 2x o piso do INSS e possui diploma de nível superior
pode negociar termos diretamente com o empregador.

Art. 444, da CLT. As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de
proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das
autoridades competentes.
Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às
hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e
preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de

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diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Uniforme
Quem define como será o uniforme é a empresa.
A responsabilidade pela limpeza do uniforme é do empregado, exceto quando for caso
de limpeza especial.

Art. 456-A, da CLT. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio


ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa
ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade
desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo
nas hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos
utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.

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04. Contrato de trabalho: alteração, transferência, cláusula de arbitragem,
termo de quitação anual, teletrabalho, interrupção, suspensão e dano
extrapatrimonial
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Contrato de trabalho

Alteração do contrato de trabalho


Somente é possível se o empregado concordar e se a alteração for mais benéfica ao
empregado.

Art. 468, da CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das
respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da
cláusula infringente desta garantia.

→ Reversão a função de origem não é considerada uma alteração ao contrato de


trabalho.

Art. 468, § 1º, da CLT. Não se considera alteração unilateral a determinação do


empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente
ocupado, deixando o exercício de função de confiança.

→ A reversão ao cargo de origem autoriza a retirada da gratificação.

Art. 468, §2º, da CLT. A alteração de que trata o § 1o deste artigo, com ou sem justo
motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da
gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo
de exercício da respectiva função.

Transferência
Somente é possível se o empregado concordar.

Art. 469, da CLT. Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência,
para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a
que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.

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→ Possibilidade de transferência sem a concordância do empregado

Art. 469, § 1º, da CLT. Não estão compreendidos na proibição deste artigo: os
empregados que exerçam cargo de confiança e aqueles cujos contratos tenham como
condição, implícita ou explícita, a transferência, quando esta decorra de real necessidade
de serviço.
Súmula 43 do TST. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469 da
CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

→ Fechamento do estabelecimento

Art. 469, §2º, da CLT. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do art. 469
da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

 Adicional de transferência somente é devido na hipótese de transferência


provisória. Se a transferência for definitiva, não é devido o adicional.

Cláusula de arbitragem
Cláusula no contrato de trabalho onde o empregado não poderá ingressar com ação
judicial após o final do contrato de trabalho.

Art. 507-A, da CLT. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja
superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem,
desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos
termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996.

Quitação anual do contrato de trabalho

Art. 507-B, da CLT. É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do


contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas,
perante o sindicato dos empregados da categoria.

→ Precisa do aval do sindicato.

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Contrato especial: teletrabalho
Trabalha de casa, sem controle de jornada. Não recebe horas extras.
 Quem pode: tecnologia de informação ou meios de comunicação.
 Quem define: o empregado tem que concordar.
Mesmo que o empregado compareça eventualmente na empresa, isto não afasta a
característica de teletrabalho.
Se o empregador manda voltar para o presencial é obrigatório e o empregado terá o
prazo de 15 dias para retornar.
Os custos do teletrabalho devem estar definidos no contrato de trabalho.

Art. 75-B, da CLT. Considera-se teletrabalho a prestação de serviços


preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de
tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam
como trabalho externo.

 Ver artigo 75-A e seguintes da CLT.

Suspensão e interrupção do contrato de trabalho


* Para todos verem: esquema

Suspensão Interrupção
Não trabalha Não trabalha
Não recebe Recebe
Não conta tempo Conta tempo
Greve
Feriado
Suspensão disciplinar (não superior a 30
Férias
dias)
Atestado médico até 15 dias
Aposentadoria por invalidez
Interdição da empresa
Licença maternidade
Lockout
Auxílio doença comum
Falecimento de parente
Auxílio doença acidentário
Casamento
Serviço militar obrigatório

 No caso de auxílio doença acidentário e serviço militar obrigatório, ambos contam


tempo de serviço e, em razão disso, é devido o pagamento do FTGS.

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* Para todos verem: esquema

Trabalhador
02 dias
comum
Falecimento
de parente
Professor 09 dias

Trabalhador
03 dias
comum
Casamento

Professor 09 dias

Dano extrapatrimonial
 Art. 223-A e seguintes da CLT.
A pessoa jurídica pode pedir dano extrapatrimonial na justiça do trabalho.
 Art. 471 a 476 da CLT.

Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a
esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas
do direito à reparação.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a
sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados
inerentes à pessoa física.
Art. 223-D. A imagem, a marca, o nome, o segredo empresarial e o sigilo da
correspondência são bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica.
Art. 223-E. São responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham
colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida cumulativamente
com a indenização por danos materiais decorrentes do mesmo ato lesivo.
§ 1o Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, discriminará os
valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das reparações por danos de
natureza extrapatrimonial.
§ 2o A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros cessantes e os
danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos extrapatrimoniais.
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05. Jornada de Trabalho
Prof. Luiz Henrique Dutra
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Jornada de trabalho

→ Regra geral

Art. 58, da CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer


atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado
expressamente outro limite.

→ Variação de jornada

Art. 58, § 1º, CLT. Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária
as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários.

→ Horas in itinere

Art. 58, § 2º, CLT. O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a
efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por
qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será
computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

 Não conta como tempo de serviço.

→ Tempo parcial

Art. 58-A, da CLT. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja
duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas
suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas
semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

 27 a 30h semanais: não pode fazer hora extra.


 até 26h semanais: até 6h extra por semana.
 Pode receber salário proporcional
 Férias iguais ao do trabalhador normal.

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Tempo de serviço
 Conta tempo sempre que o empregado estiver trabalhando ou aguardando
ordens.

Art. 4º, da CLT. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado
esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição
especial expressamente consignada.

 Dentro da empresa realizando atividades particulares: não conta tempo.

Art. 4º, § 2º, CLT. Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será
computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que
ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação,
quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de
insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou
permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras
I - práticas religiosas;
II – descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca
na empresa.

→ Turno ininterrupto de revezamento


Trabalha com trocas de turnos.
Jornada de 6h diárias.

Art. 7º, XIV, da Constituição Federal. Jornada de seis horas para o trabalho realizado em
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

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Horas extraordinárias
No máximo 2h por dia.

Art. 59, da CLT. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em
número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho.

→ Banco de horas

Art. 59 da CLT. § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período
máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo
individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

→ Compensação
 Sindicato: 12 meses
 Acordo com o empregado: 6 meses
→ Acordo de compensação: faz a hora extra e recebe folga depois, de forma pré-
estabelecida.

→ Jornada 12x36

Art. 59-A, da CLT. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às


partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.

→ Hora extra em ambiente insalubre


Somente com prévia autorização da autoridade competente.

Art. 60, da CLT. Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles

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venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer
prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão
aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e
municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

→ Para o trabalhador em jornada 12x36, não precisa de prévia autorização.

Art. 60, Parágrafo único, da CLT. Excetuam-se da exigência de licença prévia as


jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

→ Não tem controle de jornada


* Para todos verem: esquema

Trabalhador externo

Cargo de confiança

Teletrabalho

→ Não recebe hora extra.

Hora noturna

Art. 73, da CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho
noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá
um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

* Para todos verem: quadro

Urbano Rural Advogado


Pecuária Lavoura
22h às 5h 20h às 5h
20h às 4h 21h às 5h
Cada hora vale 52:30min Cada hora vale 60min -

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Prontidão e sobreaviso

Art. 244, da CLT. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de


sobre-aviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições
de outros empregados que faltem à escala organizada.

* Para todos verem: esquema

Sobreaviso Prontidão
Em casa Na empresa
1/3 do valor hora 2/3 do valor hora
24h 12h

Intervalos
→ Interjornada
Entre um dia e outro de trabalho o empregado deve descansar no mínimo 11h.

Art. 66, da CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11
(onze) horas consecutivas para descanso.

 O que não for concedido, é pago como hora extra.

→ Semanal
Descansar uma vez na semana, preferencialmente aos domingos.

→ Intrajornada

Art. 71, da CLT. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é
obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no
mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não
poderá exceder de 2 (duas) horas.

22
* Para todos verem: esquema

Até 4h • Não tem


4h à 6h • 15min
+6h • Mínimo 1h | Máximo 2h

 Intervalo não conta como tempo trabalhado.


 Não pode dividir o intervalo, salvo motoristas.
 Se não foi concedido, deverá ser pago o que faltou como hora extra e em
caráter indenizatório.
 Redução do intervalo:
* Para todos verem: esquema

Acordo coletivo de Negociar


Autorização do MTE
trabalho ou diretamente com o
Refeitório
convenção coletiva empregador (art.
Não faz hora extra
de trabalho 444 da CLT)

Anual (férias)

Art. 130, da CLT. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:

* Para todos verem: esquema

Faltas Dias

5 30

14 24

23 18

32 12

→ Parcelamento

Art. 134, da CLT. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período,
nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

23
§ 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em
até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e
os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
§ 3º É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de
repouso semanal remunerado.

Três períodos
 Um período de 14 dias.
 Os demais de no mínimo 5 dias.
 As férias não podem começar dois dias antes do descanso semanal remunerado
e de feriado.

→ Em regra, quem escolhe o período de férias é o empregador.

Art. 136, da CLT. A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador.
§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou
empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto
não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir
suas férias com as férias escolares.

→ Qualquer irregularidade nas férias, paga-se em dobro.

Art. 137, da CLT. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art.
134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.

→ Venda das férias

Art. 143, da CLT. É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias
a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida
nos dias correspondentes.

24
→ Pagamento das férias

Art. 145, da CLT. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.

25
06. Remuneração: verbas salariais e não salariais
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Remuneração e salário
* Para todos verem: esquemas

Remuneração Gorjetas Salário

Remuneração É tudo o que empregado recebe.

Salário É o que o empregado recebe do empregador.

Gorjeta É o que o empregado recebe dos clientes.

→ Sobre as gorjetas, incide o pagamento do FGTS.


→ As gorjetas não incidem sobre o cálculo das horas extras.

Verbas de natureza salarial

Art. 457, § 1º, da CLT. Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador.

→ Salário base
Mínimo estipulado entre as partes, que não pode ser reduzido, salvo acordo ou
convenção.
Se o salário base for reduzido por acordo ou convenção, no período do acordo ou da
convenção os empregados não poderão ser reduzidos.

26
→ Complemento salarial
Fato novo ou fato extracontratual.
* esquema

Adicionais Gratificações

• Horas extra • Função


• Hora noturna • 13º
• Transferência • Tempo de serviço
• Insalubridade
• Periculosidade

→ Não salarial/indenizatório
Não repercutem em outras bases de cálculos.

Art. 457, 2º, da CLT. As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem,
prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao
contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário.

→ Pagamento do salário com utilidade


Não pode ser salário utilidade: bebidas alcóolicas e drogas nocivas.

Art. 458, da CLT. Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para


todos os efeitos legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a
empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado,
e, em nenhuma hipótese, será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou
drogas nocivas.
* Para todos verem: esquema

Para o
trabalho
• Não é salário.
Pelo trabalho
• É salário.

27
→ Equiparação salarial
Comprovar 4 requisitos
* Para todos verem: esquema

Mesma empresa

Mesma Mesmo
qualidade estabelecimento

Mesma função

Art. 461, § 1º, CLT. Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito
com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença
de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a
diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.
§ 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou
de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e
por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria
profissional.
§ 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma
para fins de equiparação salarial.

→ Desconto dos salários


Só é possível quando houver pedido de adiantamento do salário.

Art. 462, da CLT. Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do
empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de
contrato coletivo.

28
 Se causar prejuízo ao empregador:
Deverá ter culpa e previsão no contrato de trabalho para o desconto.
Se for de maneira dolosa, não precisa previsão no contrato de trabalho.

Art. 461, § 1º, da CLT. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito,
desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do
empregado.

→ Comissões

Art. 466, da CLT. O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de


ultimada a transação a que se referem.

 Se a venda for parcelada, o pagamento pode ser parcelado.


 O término do contrato de trabalho não prejudica o recebimento das comissões.

29
07. Remuneração: complementos salariais
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Complementos salariais
Adicionais

Adicional de horas extras


* Para todos verem: esquema

50% 100% Descanso


Regra semanal
remunerado

Feriado

Advogado

Súmula 264 do TST. A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da


hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto
em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.
Súmula 291 do TST. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço
suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao
empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas
suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses
de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas
suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo
valor da hora extra do dia da supressão.

→ Sempre que forem suprimidas as horas extras, terá o empregado direito à


indenização.

30
Adicional noturno:
É calculado sobre o salário base.
* Para todos verem: esquema

20% 25%
Urbano Rural

Adicional de transferência

Art. 469, § 3º, da CLT. Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá


transferir o empregado para localidade diversa da que resultar do contrato, não obstante
as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pagamento
suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado
percebia naquela localidade, enquanto durar essa situação.
* Para todos verem: esquema

25%
Salário base

→ É devido também para o cargo de confiança.

Insalubridade
Saúde prejudicada.
* Para todos verem: esquema

10% 20% 40%


Mínimo Médio Máximo

→ Calculado sobre o salário mínimo.

31
 Súmulas importantes

Súmula 47 do TST. O trabalho executado em condições insalubres, em caráter


intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo
adicional.
Súmula 139 do TST. Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a
remuneração para todos os efeitos legais.
Súmula 293 do TST. A verificação mediante perícia de prestação de serviços em
condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na inicial, não
prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
Súmula 448 do TST. I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo
pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do
Trabalho.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande
circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e
escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo,
incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à coleta
e industrialização de lixo urbano.
Súmula 80 do TST. eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos
protetores aprovados pelo órgão competente do Poder Executivo exclui a percepção do
respectivo adicional
Súmula 289 do TST. O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador
não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas
que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao
uso efetivo do equipamento pelo empregado.
Súmula 248 do TST. A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato
da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa
a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
O.J 173 do TST. I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao
trabalhador em atividade a céu aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e
Anexo 7 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE).

32
II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto
ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar,
nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria Nº 3214/78 do MTE.

Adicional de periculosidade
Ambiente perigoso: a qualquer momento pode acontecer um acidente.

Art. 193, da CLT. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da


regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição
permanente do trabalhador a:
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial.
* Para todos verem: esquema

30%
Salário base

→ Trabalhar com moto.

Art. 193, § 4º, da CLT. São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador
em motocicleta.

 Súmulas importantes

Súmula 39 do TST. Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao


adicional de periculosidade (Lei nº 2.573, de 15.08.1955).
Súmula 132 do TST. I - O adicional de periculosidade, pago em caráter permanente,
integra o cálculo de indenização e de horas extras (ex-Prejulgado nº 3).
II - Durante as horas de sobreaviso, o empregado não se encontra em condições de risco,
razão pela qual é incabível a integração do adicional de periculosidade sobre as
mencionadas horas. (ex-OJ nº 174 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
Súmula 364 do TST. I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.

33
Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o
adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional
ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da
CF e 193, §1º, da CLT).
Súmula 364 do TST. I - Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.
Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
II - Não é válida a cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho fixando o
adicional de periculosidade em percentual inferior ao estabelecido em lei e proporcional
ao tempo de exposição ao risco, pois tal parcela constitui medida de higiene, saúde e
segurança do trabalho, garantida por norma de ordem pública (arts. 7º, XXII e XXIII, da
CF e 193, §1º, da CLT).
Súmula 447 do TST. Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de
transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a
bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o
Anexo 2, item 1, "c", da NR 16 do MTE.
O.J 259 do TST. O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do
adicional noturno, já que também neste horário o trabalhador permanece sob as
condições de risco.

* Para todos verem: esquema

Hora extra 50% ou 100% Todo complexo salarial


Hora noturna 20% ou 25% Salário base
Adicional de
25% Salário base
transferência
Periculosidade 30% Salário base
Insalubridade 10%, 20% ou 40% Salário mínimo

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08. Rescisão: aviso prévio, verbas rescisórias e formas de rescisão
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Rescisão

Aviso prévio
* Para todos verem: esquema

O empregado
comunica o
aviso prévio.
Normal

30 dias.

Aviso prévio
O empregador
comunica o
aviso prévio.
Proporcional
No mínimo 30
dias no máximo
90 dias.

* Para todos verem: esquema

Normal Proporcional
11 m 30 30
13 m 30 30 + 3
23 m 30 30 + 3
25 m 30 30 + 3 + 3

→ Conceito

Art. 487, da CLT. Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de:
I - oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior;
II - trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12
(doze) meses de serviço na empresa.

 Trabalhado: continua trabalhando.


 Indenizado: não trabalha.
35
O aviso prévio não é o término do contrato de trabalho, é apenas a comunicação. O
contrato flui normalmente.
O contrato de trabalho somente termina após o período do aviso prévio, tanto
trabalhado quanto indenizado.
Mesmo do aviso prévio indenizado, é devido o depósito do FGTS.

→ Se foi a empresa que deu o aviso prévio, o empregado pode escolher reduzir sua
jornada 2h por dia ou 7 dias de trabalho.

→ É possível a reconsideração quando a outra parte concordar.

Art. 490, da CLT. O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao
empregado, praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao
pagamento da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da
indenização que for devida.
Art. 491 - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas
consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do
respectivo prazo.

36
Verbas rescisórias
* Para todos verem: esquema

Saldo de salário

Definitivas Em todas as rescisões

Férias vencidas

Férias
proporcionais
Não tem direito na justa
Verbas rescisórias Proporcionais causa
50% na culpa recíproca
13º salário
proporcional

Aviso prévio ou
multa do 479 ou
Não tem direito na justa 480
causa
Indenizatórias 50% na culpa recíproca
e no acordo
Multa dos 40%

Formas de rescisão
→ Prazo determinado que foi rescindido antes do prazo pelo empregador.
Terá direito a 50% do que deveria receber até o final do contrato.

Art. 479, da CLT. Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem
justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a titulo de indenização, e
por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.

→ Prazo determinado onde o empregado pede o desligamento.

Art. 480, da CLT. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do
contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos
prejuízos que desse fato lhe resultarem.

37
Art. 481, da CLT. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
asseguratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado,
aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que
regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

→ Demissão por justa causa


 Art. 482 da CLT.
* Para todos verem: esquemas

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de
concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;

d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;

e) desídia no desempenho das respectivas funções;

f) embriaguez habitual ou em serviço;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou de insubordinação;

i) abandono de emprego;

j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas
condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

l) prática constante de jogos de azar.

m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta
dolosa do empregado.

$ O que recebeu de
maneira definitiva.

38
→ Rescisão indireta
 Art. 483 da CLT.
Falta grave do empregador
* Para todos verem: esquema

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;

b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;

c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima


defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.

$
Recebe tudo.

→ Culpa recíproca
 Art. 484 da CLT.
Quando ambas as partes são culpadas.
* Para todos verem: esquema

$ O que adquiriu em
definitivo recebe de
forma integral.

As demais verbas
recebe 50%.

39
→ Acordo entre as partes
 Art. 484-A da CLT.
* Para todos verem: esquema

$ Verbas indenizatórias:
50%

O restante de forma
integral.

FGTS: 80% do saldo

Não recebe seguro-


desemprego.

→ Morte do empregador

Art. 485, da CLT. Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477 e
497.

→ Fato do príncipe

Art. 486, da CLT. No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada


por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da
indenização, que ficará a cargo do governo responsável.

40
09. Rescisão: forma de pagamento
Prof. Luiz Henrique Dutra
@prof.luiz.henrique

Rescisão

Formalização da rescisão
 Baixa na CTPS.
 Comunicar os órgãos competentes.

Art. 477, da CLT. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder


à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos
órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo.

 Não é mais necessária a homologação do sindicato para a rescisão.

→ Termo de rescisão do contrato de trabalho


Descreve tudo o que está sendo pago.

Art. 477, § 2º, da CLT. O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que
seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de
cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação,
apenas, relativamente às mesmas parcelas.

 O pagamento das verbas rescisórias pode ser em dinheiro, cheque ou depósito


bancário.
 O empregado analfabeto não pode receber as verbas rescisórias em cheque.

→ Compensação

Art. 477, § 5º, da CLT. Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo
anterior não poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.

→ Prazo para pagamento


10 dias do término do contrato de trabalho, que só termina após o aviso prévio.

41
Art. 477, § 6º, da CLT. A entrega ao empregado de documentos que comprovem a
comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento
dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser
efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.

→ Multa em razão do pagamento fora do prazo

Art. 477, § 8º, da CLT. Sem prejuízo da aplicação da multa prevista no inciso II do caput
do art. 634-A, a inobservância ao disposto no § 6º sujeitará o infrator ao pagamento da
multa em favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário, exceto quando,
comprovadamente, o empregado der causa à mora.

→ Seguro desemprego e FGTS

Art. 477, § 10, da CLT. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e


Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego
e a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas
hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido
realizada.

 Basta apresentar a CTPS

→ A dispensa coletiva é igual a dispensa individual

Art. 477-A, da CLT. As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas


equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de
entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho
para sua efetivação.

→ Plano de demissão voluntária (PDV)

Art. 477-B, da CLT. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa


individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação
empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

 O empregado ao aderir o PDV quita o contrato de trabalho. Não pode entrar com
ação posteriormente.

42
→ Pagamento das verbas rescisórias

Art. 467, da CLT. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia


sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa
dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento".

Súmula 69 do TST. A partir da Lei nº 10.272, de 05.09.2001, havendo rescisão do contrato


de trabalho e sendo revel e confesso quanto à matéria de fato, deve ser o empregador
condenado ao pagamento das verbas rescisórias, não quitadas na primeira audiência,
com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento).

43
10. Estabilidade e FGTS
Prof. Luiz Henrique Dutra
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Estabilidade
Corre risco de ser demitido em razão o cargo ou condição física.
* Para todos verem: esquema

Dirigente
Justa causa
sindical

Cargo CIPA Justo motivo

Representante
Justo motivo
pessoal
Estabilidade

Acidentado Justa causa

Condição física

Gestante Justa causa

 Justa causa: Hipóteses do art. 482 da CLT.


 Justo motivo: Técnico, disciplinar, financeiro, econômico.

Dirigente sindical

Art. 8, VIII, da Constituição Federal. É vedada a dispensa do empregado sindicalizado


a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta
grave nos termos da lei.

44
* Para todos verem: esquema

Registro da candidatura

1 ano após o término do mandato

→ Justa causa
Obrigatoriamente apurada em ação judicial própria (inquérito judicial para apuração de
falta grave).

Súmula 369 do TST. I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente


sindical, ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse
seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a ciência ao
empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada,
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual
número de suplentes.
III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do
sindicato para o qual foi eleito dirigente.
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade.
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que
inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho.

→ Membro do conselho fiscal não tem estabilidade

O.J 365 do TST. Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade
prevista nos arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/1988, porquanto não representa ou atua
na defesa de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à
fiscalização da gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).

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Representante pessoal

Art. 510-A, da CLT. Nas empresas com mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de uma comissão para representá-los, com a finalidade de promover-lhes o
entendimento direto com os empregadores.

Nas empresas com mais de 200 empregados, haverá uma comissão para trabalhar a
comunicação do empregado com empregador.
Para todos verem: quadro

Funcionários Membros
200 a 3mil 3
3mil a 5mil 5
+5mil 7

→ Atribuições

Art. 510-B, da CLT. I - representar os empregados perante a administração da empresa;


II - aprimorar o relacionamento entre a empresa e seus empregados com base nos
princípios da boa-fé e do respeito mútuo;
III - promover o diálogo e o entendimento no ambiente de trabalho com o fim de
prevenir conflitos;
IV - buscar soluções para os conflitos decorrentes da relação de trabalho, de forma rápida
e eficaz, visando à efetiva aplicação das normas legais e contratuais;
V - assegurar tratamento justo e imparcial aos empregados, impedindo qualquer forma
de discriminação por motivo de sexo, idade, religião, opinião política ou atuação sindical;
VI - encaminhar reivindicações específicas dos empregados de seu âmbito de
representação;
VII - acompanhar o cumprimento das leis trabalhistas, previdenciárias e das convenções
coletivas e acordos coletivos de trabalho.

→ Eleição

Art. 510-C, da CLT. A eleição será convocada, com antecedência mínima de trinta dias,
contados do término do mandato anterior, por meio de edital que deverá ser fixado na
empresa, com ampla publicidade, para inscrição de candidatura.

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→ Quem não pode ser representante pessoal
Contrato por prazo determinado, que está cumprindo aviso prévio, que está com
contrato suspenso.

→ Não pode reeleição.

Art. 510-D, da CLT. O mandato dos membros da comissão de representantes dos


empregados será de um ano

Membro da CIPA
 Art. 163 ao 165 da CLT
CIPA: empregados (eleitos) + empregadores (indicados).
Quem têm estabilidade são os eleitos.
O presidente da CIPA é indicado, logo, não possui estabilidade.

Súmula 339 do TST. I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art.
10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.
II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia
para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em
atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária,
sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário.

Gestante
 Art. 391 e seguintes da CLT.

Súmula 244 do TST. I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não


afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b"
do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante
o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais
direitos correspondentes ao período de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso
II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de
admissão mediante contrato por tempo determinado.

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 Tem estabilidade tanto quem engravida quanto quem adota.

Acidentado
 Afastado com percepção de auxílio doença acidentário (relacionado com o
trabalho).
 Estabilidade de 12 meses.
 Mesmo que o contrato seja por prazo determinado.

Súmula 378 do TST. I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o
direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-
doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997)
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias
e a conseqüente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a
despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do
contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da
garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no n no
art. 118 da Lei nº 8.213/91.

FGTS
 Lei 8036/90.
→ Quando é devido

Art. 15, da Lei 8036/90. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no
mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam
os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de
julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965.
§ 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou
de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir
trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial,
encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra,

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independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente
venha obrigar-se.
§ 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços a empregador, a
locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os autônomos e os
servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
§ 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que
vier a ser prevista em lei.

§ 4º Considera-se remuneração as retiradas de diretores não empregados, quando haja


deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorrentes do contrato de trabalho
de que trata o art. 16.
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos de afastamento
para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho.
§ 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no §
9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 7o Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o caput deste artigo
reduzida para dois por cento.

→ Quando poderá ser movimentado o FGTS


Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais ou
agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de trabalho
nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual sempre que qualquer
dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita
da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim habilitados
perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de pensões por morte.
Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta vinculada os seus sucessores

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previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a requerimento do interessado,
independente de inventário ou arrolamento;
V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional concedido
no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma
empresa ou em empresas diferentes;
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da prestação;
VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento imobiliário,
observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de que o
financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois) anos para
cada movimentação;
VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote urbanizado de
interesse social não construído, observadas as seguintes condições:
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou empresas diferentes;
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos fora do regime do FGTS;
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela
Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de 7 de
dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do saldo
existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na
data em que exercer a opção.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal, em
razão de doença grave, nos termos do regulamento;
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município ou do
Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública, formalmente
reconhecidos pelo Governo Federal;

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b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias após a
publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de emergência ou de
estado de calamidade pública; e
c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.
XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5o
desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente e disponível
na data em que exercer a opção.
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou prótese
para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União inscritos em regime
de ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de dezembro de
2015, e o art. 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, respectivamente, observadas as seguintes
condições:
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;
b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro da Habitação
(SFH) ou ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do Patrimônio da União
(SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal como agente financeiro dos
contratos de parcelamento;
c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS.
XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por meio da aplicação dos valores
constantes do Anexo desta Lei, observado o disposto no art. 20-D desta Lei;

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