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DIREITO ADMINISTRATIVO

AÇÕES CONSTITUCIONAIS

Livro Eletrônico
LISIANE BRITO

Professora de Direito Administrativo, especia-


lista em preparação para concursos públicos.
Pós-graduada em Políticas Públicas e Gestão
Governamental pela UNIP. Advogada inscrita na
OAB/MG desde 1997. Graduada em direito pela
Faculdade de Direito da PUC/MG. Larga expe-
riência como docente, tendo ministrado aulas
de Direito Administrativo nos principais cursos
preparatórios do país. Já participou de bancas
examinadoras e elaboração de questões para
processos seletivos. Atua como advogada e
consultora de empresas na área de Licitações
e Contratos.

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Ações Constitucionais
Prof.ª Lisiane Brito

Ações Constitucionais ..................................................................................5


Introdução.................................................................................................5
Mandado de Segurança................................................................................6
O Direito Líquido e Certo..............................................................................7
Habeas Data............................................................................................. 11
Estrutura do Habeas Data........................................................................... 12
Mandado de Injunção................................................................................. 14
Espécies de Mandado de Injunção................................................................ 15
Hipóteses de Ausência de Norma Regulamentadora........................................ 16
Natureza da Norma Regulamentadora.......................................................... 17
Competência Originária.............................................................................. 17
O art. 8º da Lei n. 13.300/2016.................................................................. 18
A Eficácia Subjetiva da Decisão .................................................................. 20
Ação Popular............................................................................................. 23
Polo Passivo na Ação Popular....................................................................... 24
Ação Civil Pública...................................................................................... 26
Cabimento................................................................................................ 26
Competência............................................................................................. 27
A Participação do Ministério Público na Ação Civil Pública................................ 28
Tutela de urgência..................................................................................... 29
Objeto..................................................................................................... 29
Inquérito Civil........................................................................................... 30
Sentença.................................................................................................. 30

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Habeas Corpus.......................................................................................... 31
Procedimento do Habeas Corpus.................................................................. 31
Competência para o Julgamento do Habeas Corpus........................................ 32
Questões de Concursos.............................................................................. 34
Gabarito................................................................................................... 39
Gabarito Comentado.................................................................................. 40

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AÇÕES CONSTITUCIONAIS
Introdução
Os remédios constitucionais são instrumentos que a Constituição Federal

disponibiliza a todos que, em alguma circunstância, precisem defender seus direi-

tos fundamentais.

Então, quando não for suficiente a menção a um direito assegurado pela Cons-

tituição, o titular poderá buscar a via judicial, a fim de vê-lo respeitado.

Se for provocada a atividade jurisdicional, esses instrumentos tomam a forma

de “ações constitucionais”.

O célebre autor Manoel Gonçalves Ferreira Filho1, dá a seguinte lição:

garantias de direitos fundamentais são limitações, vedações impostas pelo poder consti-
tuinte aos Poderes Públicos como meios de reclamar o restabelecimento de direitos
fundamentais violados: remédios para os males da prepotência.

Embora a CF/1988 determine que os direitos fundamentais nela previstos se-

rão efetivos, e que as normas constitucionais terão aplicabilidade imediata, na

vida prática nem sempre isso ocorre. Então, coube ao ordenamento jurídico prever

instrumentos de provocação ao Poder Judiciário, para que este atue e assegure a

efetividade da norma constitucional.

É nesse contexto que surgem os remédios constitucionais, disponibilizados

pela própria Constituição Federal a todos os cidadãos que necessitem reclamar em

juízo a proteção aos direitos nela assegurados.

Passamos agora a análise detalhada de cada um deles.

1
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. 38ªed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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Mandado de Segurança

O Mandado de Segurança está previsto no art. 5º, incisos LXIX e LXX da

Constituição da República:

Art. 5º.
(...)
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Essa Ação Constitucional é cabível sempre que um particular pretender anular

um ato administrativo que violou um direito líquido e certo, não amparado por

habeas corpus ou habeas data, que tenha sido negado ou ameaçado por autori-

dade pública, ou agente que esteja no exercício de atribuições do poder público.

Então, guarde bem isso:

O Mandado de Segurança só será cabível se houver a violação a um direito que

não possa ser garantido por meio de habeas data.

A Lei n. 12.016/2009, que regulamentou o Mandado de Segurança, traz a

seguinte disposição, no seu art. 1º:

Art. 1º Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso
de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun-
ções que exerça.

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O Direito Líquido e Certo

Entende-se por direito líquido e certo aquele que o autor pode provar por meio

de documentos anexados à petição inicial (prova pré-constituída). É essencial

ao Mandado de Segurança a existência de prova pré-constituída do direito alegado.

O impetrante não precisará produzir provas durante o processo, pois a prova

do direito que ele alega ter já foi feita, na petição inicial, por meio de documentos.

Entretanto, pode acontecer de o impetrante não ter a posse dos documentos

que provam os fatos alegados, por estarem essas provas documentais em poder da

Administração Pública, que se recusou a fornecê-los.

Para situações como essa, o art. 6º, § 1º, da Lei n. 12.016/2009 prevê que

o impetrante poderá narrar o fato, pedindo que o juiz intime a autoridade coatora,

para que essa apresente os documentos.

§ 1º No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição


ou estabelecimento público ou em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo por
certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse
documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da or-
dem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão extrairá cópias do documento para juntá-las
à segunda via da petição.

Sempre que couber o Mandado de Segurança, ele terá prioridade em relação à

ação de rito ordinário, pelo fato de ser mais célere, mais adequado à proteção do

direito do impetrante.

Vedação de Mandado de Segurança Contra Atos de Gestão Comercial

das Estatais

Não é cabível a impetração de Mandado de Segurança contra atos de gestão

comercial de empresas estatais, que são aqueles praticados no exercício de ativi-

dade econômica.

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Por outro lado, quando a atividade praticada pela empresa estatal se destinar à

satisfação do interesse público, o mandamus terá cabimento.

Veja o entendimento do STJ, nesse sentido:

STJ- Súmula 333 - Cabe mandado de segurança contra ato praticado em lici-
tação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

Vedação de Mandado de Segurança para Obtenção de Indenização de

Valores

Se o cidadão pretender receber indenização, por ter tido um direito seu violado,

não poderá utilizar a via do mandado de segurança. Nesse caso, deverá ser propos-

ta ação de procedimento comum.

É que o Mandado de Segurança tem por fim assegurar o direito, não cabendo

discussão acerca de valores a serem recebidos, a título de indenização.

Prazo Decadencial da Ação de Mandado de Segurança

O mandado de segurança só poderá ser impetrado dentro do prazo de 120

(cento e vinte) dias, contados da prática do ato coator. Trata-se de prazo deca-

dencial e, portanto, improrrogável (art. 23 da Lei n. 12.016/2009).

Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120


(cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.

Vedação de Mandado de Segurança Contra Lei em Tese

Lei em tese é uma expressão utilizada para definir uma norma legal que ain-

da não existe, ou seja, é abstratamente considerada. É vedada a impetração de

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mandado de segurança para atacar lei em tese, pois normas abstratas e gerais não

admitem esse tipo de ataque. É o que estabelece a súmula 266 do STF.

STF
Súmula 266 - Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.

Vedação do Mandado de Segurança Quando é Cabível Recurso com Efei-

to Suspensivo

O artigo 5º da Lei n. 12.016/2009 estabelece que o mandado de segurança

só poderá ser impetrado quando não for cabível nenhum recurso com efeito

suspensivo.

Art. 5º Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:


I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independente-
mente de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.

Competência para o Processamento do Mandado de Segurança

Esse tema é muito importante.

A competência para julgar um Mandado de Segurança deve ser definida em ra-

zão da autoridade coatora, diferentemente do que ocorre com o procedimento

comum, onde a competência é definida com base no réu. Então, se a autoridade

coatora for o Presidente da República, a competência será do STF; se for do minis-

tro de estado, será do STJ, e assim por diante.

A CF/1988 estabelece, nos artigos 102, I; 105, I; 108 e 109, a competência

para julgamento do mandado de segurança.

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Se o ato coator for praticado por autoridade estadual, a competência será

definida pela constituição estadual, sendo em regra do juiz de direito da comarca

e, em se tratando de ato praticado por governador, prefeito de capital ou secretário

estadual, do Tribunal de Justiça, originariamente.

Mandado de Segurança Coletivo

Nessa ação o impetrante deve ser uma entidade em defesa de seus mem-

bros. O art. 5º, LXX da CF/1988, prevê o mandado de segurança coletivo, deter-

minando que ele poderá ser impetrado por

• Partido Político, com representação no Congresso Nacional;

• Organização Sindical;

• Entidade de Classe;

• Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1

(um) ano.

Art. 5º
(...)
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

Tutela de Urgência em Mandado de Segurança

Em algumas situações, a demora do provimento judicial pode trazer ao im-

petrante sérios transtornos. Muitas vezes o ato que ele pretende anular está

produzindo efeitos lesivos, ou há uma omissão do Estado, que pode trazer danos

irreversíveis.

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Quando isso ocorrer, o impetrante poderá pedir a antecipação dos efeitos da

tutela, liminarmente, para evitar que a falta da decisão judicial provoque preju-

ízos que não possam ser sanados.

O art. 7º, III, da Lei n. 12.016/2009, apresenta os mesmos requisitos da

tutela de urgência no procedimento comum: o fundamento relevante do pedido

e o perigo na ineficácia da medida.

Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:


...
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja
finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito,
com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.

Habeas Data
A Constituição Federal prevê o habeas data no art. 5º, LXXII.

LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, ju-
dicial ou administrativo;

Esse dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei n. 9.507/1999, que

prevê no art. 7º as hipóteses de cabimento.

Art. 7º Conceder-se-á habeas data:
I – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impe-
trante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de
caráter público;
II  – para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
III – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação
sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
(grifei)

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Para que essa medida judicial seja cabível, é necessária a comprovação da re-

cusa da autoridade pública em prestar as informações solicitadas, ou de retificá-la,

ou ainda acrescentar alguma informação nova.

Se autoridade não se manifestar no prazo legal, fica caracterizada a recusa

tácita.

A Lei estabelece que, se o impetrante pretender obter informações e, trans-

correr prazo superior a dez dias, sem que tais informações tenham sido presta-

das, configura-se a recusa tácita.

Também se caracteriza recusa tácita a omissão da autoridade competente, no sen-

tido de retificar ou acrescentar informações, por prazo superior a quinze dias.

Art. 8º.
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I – da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II – da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem de-
cisão; ou
III – da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso
de mais de quinze dias sem decisão.

Não cabe habeas data com a finalidade de se obter certidões.

Se o impetrante pretender, além da obtenção de informações, obter uma certidão

acerca dessas informações, deverá impetrar um mandado de segurança.

Estrutura do Habeas Data

No que se refere à estrutura, o habeas data se assemelha ao mandado de se-

gurança. Existe uma autoridade coatora, o autor e o réu, devendo a ação impetrada

contra ato da autoridade coatora.

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Mas, apesar da semelhança com o mandado de segurança, a estrutura do ha-

beas data é bem mais simples do que a desse, já que não é necessário que o réu

seja cientificado para participar da ação. Isso só ocorrerá se houver alguma decisão

contra ele.

Não é cabível a cobrança de honorários advocatícios nem de custas processuais,

por se tratar de procedimento gratuito, previsto na Constituição Federal.

Competência para Julgamento do Habeas Data

Da mesma forma que no mandamus, a competência é definida pela autori-

dade coatora.

Vejamos o art. 20 da Lei n. 9.507/1997:

Art. 20. O julgamento do habeas data compete:


I – originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procu-
rador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tri-
bunal;
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência
dos tribunais federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;
II – em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única
instância pelos Tribunais Superiores;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância
pelos Tribunais Regionais Federais;
c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal;
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a
respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal;
III – mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos
na Constituição.

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Tutela de Urgência em Habeas Data

Embora seja possível o pedido de tutela antecipada, nos termos do CPC, que já

tivemos oportunidade de analisar, no habeas data é necessário que se atente para

o fato de que a prestação de informações em sede de tutela de urgência já satisfaz,

por si só, o resultado final do processo, o que não é admitido.

Diante disso, é possível o requerimento de urgência, desde que seja apenas

para providenciar as informações, ou para retificar informação em caráter provisó-

rio, até que seja proferida a decisão final do processo.

Nessas hipóteses, a medida emergencial será concedida, com fulcro no art. 300

do CPC, desde que fique demonstrada a probabilidade do direito e o risco ao resul-

tado útil do processo.

Mandado de Injunção

Previsto no art. 5º, LXXI, da Constituição Federal, o mandado de injunção é

cabível sempre que a falta de uma norma regulamentadora acabe por impedir o

exercício de um direito constitucional. É com o fim de suprir essa omissão que se

impetra o mandado de injunção.

Art. 5º
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta-
dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerroga-
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Quando a Constituição contém uma norma de eficácia limitada, o exercício de

direito nela previsto depende de regulamentação legal. A ausência da lei regula-

mentadora dá ensejo à impetração do mandado de injunção.

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O inciso LXXI do art. 5º da CF/1988 foi regulamentado pela Lei n. 13.300,

de 23 de junho de 2016. Vejamos o que dizem os arts. 1º e 2º da Lei.

Art. 1º Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção indivi-
dual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal.
Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de nor-
ma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Espécies de Mandado de Injunção

A lei prevê duas modalidades:

Individual: poderá ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica, em

nome próprio, defendendo interesse próprio. O impetrante pede que o Poder Judici-

ário torne viável o exercício de um direito, liberdade ou prerrogativa própria, que a

falta de norma regulamentadora o impede de exercer. É o que estabelece o art. 3º

da Lei n. 13.300/2016.

Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas


naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prer-
rogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com
atribuição para editar a norma regulamentadora.

Coletivo: nesse caso os legitimados estão arrolados no art. 12 da Lei n.

13.300/2016:

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:


I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para
a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou indivi-
duais indisponíveis;
II – por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados
com a finalidade partidária;

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III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída


e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direi-
tos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros
ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial;
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante
para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

Nesse caso, o autor promoverá a ação em nome próprio, mas defendendo

interesses alheios.

O mandado de injunção coletivo protege direitos, liberdades e prerrogativas

pertencentes, indistintamente, a uma coletividade de pessoas, indeterminada ou

determinada por grupo, classe ou categoria (art.  12, parágrafo único, da Lei

n. 13.300/2016).

Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado


de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeter-
minada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.

Embora a Constituição Federal de 1988 não tenha previsão expressa do manda-

do de injunção coletivo, ele sempre foi admitido pelo STF, e a Lei n. 13.300/2016

trouxe a regulamentação, estabelecendo o procedimento.

Hipóteses de Ausência de Norma Regulamentadora

O art. 2º da Lei n. 13.300/2016 prevê a omissão parcial, ensejadora de

mandado de segurança. Diante disso, há duas espécies de ausência de norma re-

gulamentadora:

Ausência Total: quando não houver norma alguma tratando sobre a matéria;

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Ausência Parcial: quando existir norma regulamentando, mas essa regula-

mentação for insuficiente e, em virtude disso, não tornar viável o exercício pleno

do direito, liberdade ou prerrogativa prevista na Constituição.

Art. 2º. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de


norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucio-
nais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insufi-
cientes as normas editadas pelo órgão legislador competente
(grifei)

Natureza da Norma Regulamentadora

Apenas a falta de um ato normativo de caráter geral e abstrato, enseja a

propositura de mandado de injunção.

No caso de a omissão se referir a um ato administrativo, sendo o responsável

pela sua edição uma autoridade, entidade ou órgão da administração pública, não

é cabível o mandado de injunção.

É necessário que a norma regulamentadora em falta seja uma lei ou ato norma-

tivo legislativo.

Competência Originária
É na Constituição Federal que se encontram as regras de competência para

impetrar o mandado de injunção. Será determinada de acordo com o órgão ou a

autoridade responsável pela edição da norma regulamentadora.

Veja o quadro abaixo:

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Competência para o Órgão responsável pela omissão na edição da norma


julgamento do MI regulamentadora
• Presidente da República
• Congresso Nacional
• Câmara dos Deputados
STF • Senado Federal
(art. 102, I, “q”) • Mesas da Câmara ou do Senado
• Tribunal de Contas da União
• Tribunais Superiores
• Supremo Tribunal Federal.
Autoridade, entidade ou órgão federal, exceto nas hipóte-
STJ
ses em que a competência é do STF; Justiça Militar; Justiça
(art. 105, I, “h”)
Eleitoral; Justiça do Trabalho e Justiça Federal.
Justiça Militar, Justiça Eleitoral, Órgão, entidade ou autoridade federal, desde que o
Justiça do Trabalho assunto seja das respectivas competências
Órgão, entidade ou autoridade federal, exceto nas hipóte-
Juízes Federais e TRFs ses em que a competência é do STF; STJ; juízes e Tribu-
nais da justiça Militar, Eleitoral e do Trabalho.
Órgão, entidade ou autoridade estadual, na forma como
Juízes estaduais e TJs
disciplinada pelas Constituições estaduais.

O art. 8º da Lei n. 13.300/2016


Art. 8º. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regu-
lamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades
ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o in-
teressado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quan-
do comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior,
ao prazo estabelecido para a edição da norma.

Esse dispositivo é, certamente, o mais importante da Lei n. 13.300/2016, pois

ele estabelece as providências a serem adotadas, ao ser reconhecida a mora legis-

lativa. Veja:

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1ª providência: Fixação de prazo para sanar a omissão.

Havendo o reconhecimento do estado de mora legislativa, o juiz ou o Tribunal

deverá deferir a injunção (ordem, imposição), para o impetrado editar a norma re-

gulamentadora, estipulando um prazo razoável para isso.

Transcorrido o prazo estabelecido na ordem judicial, sem que o impetrado te-

nha suprido a mora legislativa, o Tribunal ou juiz deverá adotar uma das seguintes

providências:

• Determinar as condições nas quais os direitos, liberdades ou prerrogativas

reclamados serão exercidos,

• Estabelecer, se for o caso, condições para que o interessado possa promover

ação própria, para o exercício dos direitos, liberdades e prerrogativas.

Pode acontecer, excepcionalmente, de o juiz ou Tribunal não precisar estabe-

lecer prazo, podendo desde já passar para a segunda providência, determinando

as condições para o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa reclamado pelo

impetrante.

Isso ocorre se ficar comprovado que já foram ajuizados anteriormente outros

mandados de injunção contra o impetrado, tendo esse deixado de suprir a omissão

no prazo estipulado nas ações anteriores.

Ou seja, já tendo sido concedidos outros mandados de injunção, sobre o

mesmo tema, sem que o impetrado tenha editado a norma regulamentadora no

prazo estipulado, não há motivo para ser conferido novo prazo. Nessa situação

o tribunal ou o juiz deverão, desde logo, estabelecer as condições pelas quais

o exercício do direito se efetivará, ou para que o interessado possa promover a

ação própria.

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A Eficácia Subjetiva da Decisão

O art. 9º da Lei n. 13.300 dispõe que a decisão proferida em mandado de in-

junção produzirá eficácia subjetiva apenas em relação às partes.

Art. 9º  A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.

No entanto, excepcionalmente poderá ser conferida eficácia  ultra par-

tes ou erga omnes à decisão, se isso for indispensável ao exercício do direito,

liberdade ou prerrogativa objeto da impetração (art. 9º, § 1º).

§1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso


for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa
objeto da impetração.

Essa exceção se aplica tanto para o MI individual como para o coletivo (art. 13).

Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente


às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos
pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação
aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
ciência comprovada da impetração coletiva.

Superveniência da Norma Regulamentadora

Pode ocorrer de, após o ajuizamento de um mandado de injunção que questio-

nava a falta de norma regulamentadora, essa ser editada e entrar em vigor, antes

de ser prolatada a decisão no processo. Nessa hipótese, o mandado de injunção

fica prejudicado e o processo deve ser extinto, sem resolução de mérito (art. 11,

parágrafo único, da Lei n. 13.300/2016).

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Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação


aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma edi-
tada lhes for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for edi-
tada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.

Outra situação passível de ocorrência é a seguinte:

Tendo sido ajuizado um mandado de injunção, o processo chegou ao fim, e a

decisão estabeleceu prazo para a omissão legislativa ser suprida. Transcorrido o

prazo, sem a edição da norma regulamentadora, o Judiciário proferiu decisão no

sentido de dar a solução para a falta da norma, a fim de assegurar o direito do im-

petrante (uma situação real nesse sentido foi o julgamento, pelo STF, do MI 20/

DF, cujo impetrante foi a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, e o impe-

trado o Congresso Nacional. Esse mandado de injunção coletivo questionou a falta

da lei regulamentadora do direito de greve dos servidores públicos).

Pois bem, imagine que, transcorrido algum tempo após a decisão do judiciário,

finalmente seja editada a lei que regulamenta o direito.

A questão que surge nessa hipótese é:

A situação do impetrante continuará sendo regida pelo que estabeleceu a deci-

são judicial, ou passará, a partir da nova lei, a ser por ela regrada?

A resposta é:

A nova lei passará a regulamentar o direito.

A partir do momento em que entra em vigor, a nova lei regulamentadora passa

a reger todas as situações que ela disciplina, mesmo que já tenha havido decisão

transitada em julgado em mandado de injunção, dando outra solução para o caso

concreto.

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Os efeitos jurídicos produzidos antes da vigência da norma regulamentadora,

em regra, não serão afetados pela edição da lei.

A norma legal produzirá seus efeitos apenas a partir de sua vigência.

No entanto, há uma exceção, na qual a norma regulamentadora superveniente

produzirá efeitos ex tunc:

Se ela for mais favorável ao beneficiário, que é o autor do MI julgado proceden-

te, anteriormente à sua vigência.

É isso o que estabelece o art. 11 da Lei n. 13.300/2016:

Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação


aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma edi-
tada lhes for mais favorável.

Ação de Revisão

O art.10 da Lei n. 13.300 prevê a possibilidade de ser proposta ação de revi-

são da decisão concessiva do mandado de injunção.

Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido
de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstân-
cias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabele-
cido nesta Lei.

Não confunda a ação de revisão prevista no art. 10, supratranscrito, com a ação

rescisória!

Não se trata de ação rescisória. O objetivo desse dispositivo não é desconstituir a

coisa julgada, mas o de rediscutir a aplicabilidade da decisão oferecida pelo Poder

Judiciário, na hipótese de haver alteração das circunstâncias de fato e de direito.

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Alteração dos Elementos Fáticos ou Jurídicos

Para que ocorra a revisão da decisão, é necessário que seja comprovada uma

mudança relevante nas circunstâncias de fato ou de direito que motivaram a solu-

ção dada pelo Poder Judiciário.

Se a ação de revisão for julgada procedente, os efeitos jurídicos já produzidos

pela decisão no MI permanecem intactos.

Competência Para o Julgamento da Ação de Revisão

Será competente para a ação de revisão o juízo que proferiu a decisão no man-

dado de injunção.

Ação Popular

A ação popular tem como autor o cidadão, que não precisa ter sido lesado pelo

ato que ele quer ver anulado.

O ato deve ser lesivo ao interesse público. A comprovação da cidadania deverá

ser feita com a juntada do título de eleitor, conforme estabelece o art. 1º, § 3º,

da Lei n. 4.717/1965.

§ 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou
com documento que a ele corresponda.

É importante ressaltar que o autor da ação popular não busca o Judiciário para

defender interesses ou direitos pessoais. O que ele pretende garantir é a anulação

de um ato administrativo, com a intenção de proteger o interesse da coletividade.

Veja o que diz o art. 1º, caput, da Lei n. 4.717/1965:

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Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração
de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição,
art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os se-
gurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições
ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra
com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incor-
poradas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de
quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.

Polo Passivo na Ação Popular

O autor busca anular um ato praticado por agente público de algum ente da

administração pública, sendo que esse ato pode beneficiar algum particular. Sendo

assim, os réus da ação popular serão o ente estatal ao qual o agente público está

vinculado e o beneficiário(s) do ato administrativo nulo.

Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades re-
feridas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.

Se o autor não souber quem é o beneficiário do ato, a ação terá como réus o

ente estatal, que representa o agente público que praticou o ato, e o próprio agen-

te. É o que estabelece o §1º do art. 6º da Lei n. 4.717/1965

§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indeterminado ou desco-
nhecido, a ação será proposta somente contra as outras pessoas indicadas neste artigo.

Sendo citados, os réus terão o prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais vinte,

para apresentarem a contestação, conforme dispõe o art. 7º, inciso IV.

IV – O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a re-
querimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova documental,
e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório do mandado
cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital.

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A Lei n. 4717/1965 prevê a possibilidade de o réu se abster de contestar, po-

dendo inclusive atuar ao lado do autor, se isso satisfizer o interesse público, ficando

essa opção a cargo do dirigente ou representante legal.

Veja o § 3º do art. 6º:

§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato seja objeto de
impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor,
desde que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respectivo representante
legal ou dirigente.

Competência para o Julgamento da Ação Popular

Na ação popular não há prerrogativa de foro, sendo a competência a mesma dos

procedimentos comuns.

A petição inicial será dirigida a juiz singular, da justiça comum ou da justiça

federal. Não há ação popular proposta diretamente em tribunal.

Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, pro-
cessá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for
para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do Es-
tado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas jurí-
dicas de direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas
e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham
interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoas
ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar
simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do Esta-
do, se houver.
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem
posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
...

Tutela de Urgência

A Lei da ação popular dá à tutela de urgência a denominação de antecipação


da tutela.

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Poderá ser concedida em sede liminar ou após a manifestação do(s) réu(s).

Requisição de Documentos

O art. 7º, I, “b”, prevê que o juiz, ao despachar a inicial, determinará a requi-

sição dos documentos que tiverem sido referidos pelo autor e de outros que sejam

necessários para o esclarecimento dos fatos, devendo ser fixado o prazo de 10

(dez) dias para o atendimento da ordem.

I – Ao despachar a inicial, o juiz ordenará


...
b) a requisição, às entidades indicadas na petição inicial, dos documentos que tiverem
sido referidos pelo autor (art. 1º, § 6º), bem como a de outros que se lhe afigurem ne-
cessários ao esclarecimento dos fatos, ficando prazos de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias
para o atendimento.
§ 1º O representante do Ministério Público providenciará para que as requisições, a que
se refere o inciso anterior, sejam atendidas dentro dos prazos fixados pelo juiz.
§ 2º Se os documentos e informações não puderem ser oferecidos nos prazos assinala-
dos, o juiz poderá autorizar prorrogação dos mesmos, por prazo razoável.

Assim, se os documentos que comprovam o direito do autor estiverem em poder

da administração pública e essa se recusar a fornecê-los ao interessado, a alínea

“b” prevê a possibilidade de requerimento, às entidades, das certidões e informa-

ções necessárias.

Ação Civil Pública


Cabimento

A Lei n. 7347/1985 prevê a ação civil pública para a responsabilização por

danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artís-

tico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

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O art. 1º da Lei estabelece que:

Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações
de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
l – ao meio ambiente;
ll – ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.
V – por infração da ordem econômica;
VI – à ordem urbanística.
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos
VIII – ao patrimônio público e social

Por outro lado, o parágrafo único do art. 1º estabelece os casos em que não

é cabível a ação civil pública.

Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envol-
vam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser indivi-
dualmente determinados.

O art. 19 da Lei determina que se aplica, subsidiariamente, as disposi-

ções do Código de Processo Civil.

Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil,
aprovado pela Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie
suas disposições.
(grifei)

Competência

O art. 2º prevê a competência para o julgamento da ação:

Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o
dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto.

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Embora a ação civil pública se assemelhe muito à ação popular, existe uma di-

ferença básica entre as duas, que é a legitimidade ativa.

O art. 5º da Lei n. 7.347/1985 dispõe que

Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:


I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V – a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social,
ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos
de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico

Como você pode perceber, o cidadão não tem legitimidade para propor ação civil

pública.

As associações, por sua vez, não irão atuar na defesa dos interesses de seus

associados, hipótese em que seria cabível o mandado de segurança, mas na defesa

do meio ambiente, da ordem econômica e dos direitos do consumidor, analisados

de forma genérica.

A Participação do Ministério Público na Ação Civil Pública

A atuação do MP é indispensável. Se não for o autor, deverá participar do pro-

cesso como fiscal da lei, sob pena de nulidade, conforme determina o § 1º do

art. 5º.

Art. 5º.
...
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoria-
mente como fiscal da lei.

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Poderá ser formado o litisconsórcio ativo facultativo, entre os Ministérios Públi-

cos da União, do DF e dos estados, nos termos do § 5º do art. 5º

§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do


Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.

Além de ser autor da ação civil pública, o Ministério Público tem a atribuição de

requerer o arquivamento da ação, nos termos do art. 9º. da Lei n. 7347.

Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da


inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.

Tutela de urgência

O art. 12 da Lei prevê a possibilidade de concessão de liminar, ainda que sem

justificação prévia. Contra a decisão cabe recurso de agravo.

Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.

Objeto

O objeto da ação civil pública é a condenação (em pecúnia ou obrigação de fazer

ou não fazer).

Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação
da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária,
se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.

Tutela de urgência

É possível a concessão de tutela de urgência, liminar.

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Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo.

Inquérito Civil
O art. 8º, § 1º, prevê o procedimento administrativo investigatório, de natu-

reza jurídica inquisitorial.

§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou re-
quisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames
ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.

Essa atribuição do MP, de instaurar o inquérito civil preparatório da ação civil

pública, está prevista na Constituição Federal como uma de suas funções institucio-

nais, nos termos do art.129, III.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:


III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio pú-
blico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

Sentença
A sentença proferida em ação civil pública terá eficácia erga omnes, salvo se for

julgada improcedente por falta de provas.

Assim, a decisão fará coisa julgada perante terceiros, não somente perante as

partes.

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici-
ência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com
idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

A lei estabelece que nas ações civis públicas não há adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais ou outras despesas, nem será condenada a as-

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sociação autora em honorários de advogado, custas e despesas processuais, salvo

no caso de comprovada má-fé.

Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolu-
mentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associa-
ção autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
processuais.

Habeas Corpus
Temos aqui uma ação judicial que tem por fim evitar ou fazer com que cesse

uma violência ou coação à liberdade de locomoção, derivada de abuso de poder.

A Constituição Federal prevê esse instituto, no art. 5º, inciso LXVIII:

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder;

Qualquer outra forma de coação, mesmo que seja ilegal, que não inclua a priva-

ção de liberdade de alguém, não será atacada por meio de habeas corpus.

Procedimento do Habeas Corpus

A ação de habeas corpus tem procedimento especial, sendo isenta de custas.

Logo, não cabe ao autor, na petição inicial, requerer a condenação em custas pro-

cessuais.

É possível a impetração de habeas corpus preventivo, quando alguém se achar

ameaçado de coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de

poder.

O impetrante do habeas corpus é qualquer pessoa, nacional ou estrangeira, não

importando a profissão ou a situação social. Essa pessoa pode impetrar em seu

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favor, ou de outrem. O sujeito ativo poderá agir diretamente, ou por meio de seu

advogado.

A autoridade coatora, por outro lado, é o agente público que causou o dano

discutido no habeas corpus, que deverá ser chamando para prestar informações.

Competência para o Julgamento do Habeas Corpus

O habeas corpus poderá ser recebido por:

• Juiz de Direito – compete aos juízes de Direito estaduais receber e julgar

habeas corpus, sempre que coação for exercida por particulares ou por auto-

ridades policiais estaduais.

• Tribunais de Justiça- terão competência originária, sempre que a autori-

dade coatora for juiz de Direito estadual ou secretário de estado (Código de

Processo Pena, art. 650, II)

• Superior Tribunal de Justiça- terá competência sempre que o coator ou

paciente for Governador de estado ou do DF; órgão monocrático dos Tribu-

nais Estaduais ou Tribunais Regionais Federais; membros dos Tribunais de

Contas dos Estados ou do DF; dos Tribunais Regionais Eleitorais; dos Tribu-

nais Regionais do Trabalho; dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Mu-

nicípios e do Ministério Público, que oficiem perante Tribunais, ou quando o

coator for Ministro de Estado

• Supremo Tribunal Federal – será competente para o julgamento de habe-

as corpus se o paciente for o Presidente ou o Vice-Presidente da República;

os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros, Procurador-Ge-

ral da República, os Ministros de Estado, os membros dos Tribunais Supe-

riores, os membros do Tribunal de Contas da União e os Chefes de Missões

Diplomáticas.

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A Justiça Federal é competente para o conhecimento de habeas corpus em

que sejam pacientes os militares das Forças Armadas.

Caro(a) aluno(a),

Com isso concluímos nossa aula. Teste seus conhecimentos, através da resolu-

ção de questões da Banca Examinadora FGV.

Bons estudos!

Um abraço, Lisiane Brito

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QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1    (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA-LEGISLATIVO/2018) (COM

ADAPTAÇÕES) Maria reuniu todos os documentos exigidos para se matricular em

uma escola estadual do seu bairro. Para sua surpresa, o requerimento foi indeferido

sem qualquer fundamentação. Considerando a manifesta ilegalidade do ato, bem

como porque todos os elementos constitutivos do seu direito decorriam da prova

documental, Maria procurou um advogado e solicitou o ajuizamento da medida ju-

dicial cabível.

À luz da sistemática constitucional, essa medida é:

a) habeas corpus;

b) mandado de segurança;

c) mandado de injunção;

d) habeas data.

Questão 2    (FGV/PREFEITURA-SALVADOR/TÉCNICO-NÍVEL-SUPERIOR-DIREI-

TO/2017) (COM ADAPTAÇÕES) Antônio, servidor público municipal, analisou o re-

gime jurídico da categoria e constatou que determinado direito afeto aos servidores

públicos, previsto na Constituição da República desde a sua promulgação, não ha-

via sido objeto de disciplina pela legislação infraconstitucional.

Por entender que esse estado de coisas não poderia comprometer a eficácia da

norma constitucional, formulou requerimento administrativo para que o direito fos-

se concedido. O requerimento, no entanto, foi indeferido, sob o argumento de que

eram ignorados os requisitos a serem preenchidos por Antônio, já que a lei ainda

não os estipulara. Ato contínuo, ele procurou um advogado para que ingressasse

com a medida judicial cabível.

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À luz da narrativa acima, assinale o instrumento constitucional passível de ser uti-

lizado pelo advogado de Antônio.

a) Mandado de Injunção;

b) Mandado de Segurança;

c) Ação Popular

d) Habeas Data

Questão 3    (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) (COM ADAPTAÇÕES) De acordo com o

texto da Constituição da República de 1988 e com a doutrina de Direito Administra-

tivo, o mandado de segurança é:

a) ação de fundamento constitucional pela qual se torna possível proteger o direito

líquido e certo do interessado contra ato do Poder Público ou de agente de pessoa

privada no exercício de função delegada;

b) remédio constitucional cabível quando houver falta de norma regulamentadora

que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-

gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

c) meio processual previsto na Constituição para assegurar o conhecimento de in-

formações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de

dados de entidades governamentais ou de caráter público;

d) instrumento constitucional à disposição de qualquer cidadão que visa a anular

ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à mora-

lidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;

Questão 4    (FGV/MPE-MS/TÉCNICO-II-ADMINISTRATIVO/2013) (COM ADAPTA-

ÇÕES) Fulano de Tal teve negado pedido de vista de um processo administrativo

referente ao pleito de incorporação de parcelas aos seus vencimentos, que formu-

lara meses antes. Inconformado com a negativa, ajuizou ação de habeas data.

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Sobre o instituto, e considerando o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

a) É o remédio cabível para a anotação nos assentamentos do interessado, de

contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob

pendência judicial ou amigável.

b) É uma garantia individual que deixou de ter assento constitucional com a edição

da Emenda n. 70/2012, mas mantém previsão na legislação infraconstitucional.

c) Destina-se a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do

impetrante ou de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entida-

des governamentais ou de caráter público.

d) É o instrumento jurídico adequado a obter vista de processo administrativo,

quando tal acesso tenha sido negado ao cidadão.

Questão 5    (FGV/TJ-AM/ANALISTA-JUDICIÁRIO/2013) (COM ADAPTAÇÕES) A

Constituição da República Federativa do Brasil assegura, em seu artigo 5º, o exer-

cício e a proteção de diversos direitos pelo Estado e, inclusive, garante a gratuidade

para o exercício de diversos dos direitos ali previstos.

Desta forma, assinale a alternativa que não representa expressa disposição cons-

titucional de ausência de recolhimento de custas, taxas ou emolumentos.

a) Ação Popular.

b) Habeas Corpus.

c) Habeas Data.

d) Mandado de Segurança.

Questão 6    (FGV/TJ-MS/JUIZ/2008) (COM ADAPTAÇÕES) Tomando em considera-

ção a legitimidade ativa e a causa de pedir, bem como a jurisprudência do Egrégio

Superior Tribunal de Justiça, a Ação Civil Pública poderá ser legitimamente ajuizada

nos termos da Lei n. 7.347/1985:

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a) pelo Procurador Geral do Município, tendo por causa de pedir matéria relativa à

proteção do consumidor.

b) pelo Ministério Público para a proteção e defesa dos bens e direitos de valor

histórico, desde que não haja ação popular previamente ajuizada versando sobre

a mesma causa de pedir.

c) por uma associação constituída há mais de um ano, que tenha por finalidade

institucional a defesa dos interesses dos consumidores, versando sobre matéria

relativa à proteção ao meio ambiente.

d) por uma associação constituída há exatos seis meses, que tenha por finalidade

institucional a proteção ao meio ambiente, versando sobre o mesmo tema, ainda

que o requisito da pré-constituição não seja dispensado pelo juiz.

Questão 7    (FGV/MPE-RJ/ANALISTA-PROCESSUAL/2016) (COM ADAPTAÇÕES) De-

terminado Município do Estado do Rio de Janeiro opera diretamente aterro sanitário

para recebimento de todo resíduo sólido produzido na cidade, desde 2014. Maria,

moradora vizinha ao aterro, entende que está sofrendo problemas de saúde, pois

utiliza água de poço artesiano que teria se tornada imprópria para o consumo, em

razão da contaminação do lençol freático pelo chorume produzido no aterro. Assim,

em abril de 2016, Maria impetrou mandado de segurança pretendendo a parali-

sação da operação do aterro, apontando como autoridades coatoras o Prefeito e

o Secretário Municipal de Meio Ambiente e requereu a realização de perícia am-

biental. A petição inicial foi indeferida liminarmente pelo juízo de primeiro grau de

jurisdição e Maria interpôs recurso de apelação. Instado a se manifestar no proces-

so sobre o recurso, o Procurador de Justiça que atua junto à Câmara Cível deverá

ofertar parecer no sentido da:

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a) manutenção da decisão, eis que faltou um dos requisitos legais do remédio

constitucional, qual seja, o direito líquido e certo com prova pré-constituída da ile-

galidade, pois a comprovação do dano ambiental demanda dilação probatória.

b) manutenção da decisão, eis que Maria não ostenta legitimidade ativa para figu-

rar como impetrante em mandado de segurança que tem como causa de pedir dano

ambiental, devendo o Ministério Público assumir o polo ativo da demanda;

c) manutenção da decisão, eis que já se operou o prazo decadencial de 120 (cento

e vinte) dias, contados a partir da data em que o aterro sanitário entrou em opera-

ção, razão pela qual deverá Maria ingressar com uma ação ordinária;

d) reforma da decisão, eis que a lesão sofrida por Maria se protrai no tempo, razão

pela qual não se operou o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias e os danos

difusos ambientais serão comprovados no curso da instrução processual;

Questão 8    (FGV/PGM-NITERÓI/PROCURADOR/2014) (COM ADAPTAÇÕES) Sobre

a ação civil pública, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

 (  ) A condição de réu não poderá recair sobre ente da Administração Pública ou

sobre empresa privada.

 (  ) O objeto da ação civil pública poderá ser tanto a condenação em dinheiro

como a cominação judiciária de uma obrigação de fazer ou deixar de fazer.

 (  ) O dano e a ameaça de dano a interesses difusos ou coletivos são pressupostos

da ação civil pública.

As afirmativas são, respectivamente,

a) F, V e F

b) V, F e F

c) F, V e V

d) V, F e V

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GABARITO
1. b  

2. a

3. a

4. a

5. d

6. a

7. a

8. a

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (FGV/CÂMARA-SALVADOR/ANALISTA-LEGISLATIVO/2018) (COM ADAP-

TAÇÕES) Maria reuniu todos os documentos exigidos para se matricular em uma

escola estadual do seu bairro. Para sua surpresa, o requerimento foi indeferido sem

qualquer fundamentação. Considerando a manifesta ilegalidade do ato, bem como

porque todos os elementos constitutivos do seu direito decorriam da prova documen-

tal, Maria procurou um advogado e solicitou o ajuizamento da medida judicial cabível.

À luz da sistemática constitucional, essa medida é:

a) habeas corpus;

b) mandado de segurança;

c) mandado de injunção;

d) habeas data.

Letra b.

É cabível a impetração de Mandado de Segurança para atacar o ato coator, que

indeferiu sua matrícula na escola, sem qualquer fundamentação. Como a questão

afirma que Maria já tinha prova documental do direito líquido e certo alegado, fica

fácil detectar a ação cabível.

Questão 2    (FGV/PREFEITURA-SALVADOR/TÉCNICO-NÍVEL-SUPERIOR-DIREI-

TO/2017) (COM ADAPTAÇÕES) Antônio, servidor público municipal, analisou o re-

gime jurídico da categoria e constatou que determinado direito afeto aos servidores

públicos, previsto na Constituição da República desde a sua promulgação, não ha-

via sido objeto de disciplina pela legislação infraconstitucional.

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Por entender que esse estado de coisas não poderia comprometer a eficácia da

norma constitucional, formulou requerimento administrativo para que o direito fos-

se concedido. O requerimento, no entanto, foi indeferido, sob o argumento de que

eram ignorados os requisitos a serem preenchidos por Antônio, já que a lei ainda

não os estipulara. Ato contínuo, ele procurou um advogado para que ingressasse

com a medida judicial cabível.

À luz da narrativa acima, assinale o instrumento constitucional passível de ser uti-

lizado pelo advogado de Antônio.

a) Mandado de Injunção;

b) Mandado de Segurança;

c) Ação Popular

d) Habeas Data

Letra a.

O Mandado de Injunção é cabível sempre que a falta de norma regulamentadora

tornar inviável o exercício de direitos e liberdades previstos na Constituição da Re-

pública, ou das prerrogativas inerentes à nacionalidade e à cidadania.

Questão 3    (FGV/IBGE/ANALISTA/2016) (COM ADAPTAÇÕES) De acordo com o

texto da Constituição da República de 1988 e com a doutrina de Direito Administra-

tivo, o mandado de segurança é:

a) ação de fundamento constitucional pela qual se torna possível proteger o direito

líquido e certo do interessado contra ato do Poder Público ou de agente de pessoa

privada no exercício de função delegada;

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b) remédio constitucional cabível quando houver falta de norma regulamentadora

que torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-

gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

c) meio processual previsto na Constituição para assegurar o conhecimento de in-

formações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de

dados de entidades governamentais ou de caráter público;

d) instrumento constitucional à disposição de qualquer cidadão que visa a anular

ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à mora-

lidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;

Letra a.

Correta a alternativa “a”, de acordo com o art. 5º, LXIX, da CF/1988:

Art. 5º
(...)
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;

Questão 4    (FGV/MPE-MS/TÉCNICO-II-ADMINISTRATIVO/2013) (COM ADAPTA-

ÇÕES) Fulano de Tal teve negado pedido de vista de um processo administrativo

referente ao pleito de incorporação de parcelas aos seus vencimentos, que formu-

lara meses antes. Inconformado com a negativa, ajuizou ação de habeas data.

Sobre o instituto, e considerando o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

a) É o remédio cabível para a anotação nos assentamentos do interessado, de

contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob

pendência judicial ou amigável.

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b) É uma garantia individual que deixou de ter assento constitucional com a edição

da Emenda n. 70/2012, mas mantém previsão na legislação infraconstitucional.

c) Destina-se a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do

impetrante ou de terceiros, constantes de registros ou bancos de dados de entida-

des governamentais ou de caráter público.

d) É o instrumento jurídico adequado a obter vista de processo administrativo,

quando tal acesso tenha sido negado ao cidadão.

Letra a.

Correta a alternativa “a”, de acordo com o art. 7º, inciso III, da Lei n. 9.507/1997,

que regulamenta o habeas data.

Art. 7º Conceder-se-á habeas data:
I – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
II  – para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
III  – para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência
judicial ou amigável.

Questão 5    (FGV/TJ-AM/ANALISTA-JUDICIÁRIO/2013) (COM ADAPTAÇÕES) A

Constituição da República Federativa do Brasil assegura, em seu artigo 5º, o exer-

cício e a proteção de diversos direitos pelo Estado e, inclusive, garante a gratuidade

para o exercício de diversos dos direitos ali previstos.

Desta forma, assinale a alternativa que não representa expressa disposição cons-

titucional de ausência de recolhimento de custas, taxas ou emolumentos.

a) Ação Popular.

b) Habeas Corpus.

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c) Habeas Data.

d) Mandado de Segurança.

Letra d.

Correta a alternativa “d”, de acordo com o art. 5º, incisos XXXIV e LXXVII, da

CF/1988:

Art. 5º.
(...)
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclareci-
mento de situações de interesse pessoal;
(...)
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei,
os atos necessários ao exercício da cidadania.

Questão 6    (FGV/TJ-MS/JUIZ/2008) (COM ADAPTAÇÕES) Tomando em considera-

ção a legitimidade ativa e a causa de pedir, bem como a jurisprudência do Egrégio

Superior Tribunal de Justiça, a Ação Civil Pública poderá ser legitimamente ajuizada

nos termos da Lei n. 7.347/1985:

a) pelo Procurador Geral do Município, tendo por causa de pedir matéria relativa à

proteção do consumidor.

b) pelo Ministério Público para a proteção e defesa dos bens e direitos de valor

histórico, desde que não haja ação popular previamente ajuizada versando sobre

a mesma causa de pedir.

c) por uma associação constituída há mais de um ano, que tenha por finalidade

institucional a defesa dos interesses dos consumidores, versando sobre matéria

relativa à proteção ao meio ambiente.

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d) por uma associação constituída há exatos seis meses, que tenha por finalidade

institucional a proteção ao meio ambiente, versando sobre o mesmo tema, ainda

que o requisito da pré-constituição não seja dispensado pelo juiz.

Letra a.

Correta a alternativa “a”.

Dentre os legitimados a propor a Ação Civil Pública está o Município. Cabe aos pro-

curadores municipais representar os Municípios, em juízo.

Veja o que diz o art. 12, do CPC:

Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:


I – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores;
II – o Município, por seu Prefeito ou procurador;
III – a massa falida, pelo síndico;
IV – a herança jacente ou vacante, por seu curador;
V – o espólio, pelo inventariante;
VI – as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os
designando, por seus diretores;
VII – as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a adminis-
tração dos seus bens;
VIII – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de
sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (art. 88, parágrafo único);
IX – o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico

Questão 7    (FGV/MPE-RJ/ANALISTA-PROCESSUAL/2016) (COM ADAPTAÇÕES) De-

terminado Município do Estado do Rio de Janeiro opera diretamente aterro sanitário

para recebimento de todo resíduo sólido produzido na cidade, desde 2014. Maria,

moradora vizinha ao aterro, entende que está sofrendo problemas de saúde, pois

utiliza água de poço artesiano que teria se tornada imprópria para o consumo, em

razão da contaminação do lençol freático pelo chorume produzido no aterro. Assim,

em abril de 2016, Maria impetrou mandado de segurança pretendendo a parali-

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sação da operação do aterro, apontando como autoridades coatoras o Prefeito e

o Secretário Municipal de Meio Ambiente e requereu a realização de perícia am-

biental. A petição inicial foi indeferida liminarmente pelo juízo de primeiro grau de

jurisdição e Maria interpôs recurso de apelação. Instado a se manifestar no proces-

so sobre o recurso, o Procurador de Justiça que atua junto à Câmara Cível deverá

ofertar parecer no sentido da:

a) manutenção da decisão, eis que faltou um dos requisitos legais do remédio

constitucional, qual seja, o direito líquido e certo com prova pré-constituída da ile-

galidade, pois a comprovação do dano ambiental demanda dilação probatória.

b) manutenção da decisão, eis que Maria não ostenta legitimidade ativa para figu-

rar como impetrante em mandado de segurança que tem como causa de pedir dano

ambiental, devendo o Ministério Público assumir o polo ativo da demanda;

c) manutenção da decisão, eis que já se operou o prazo decadencial de 120 (cento

e vinte) dias, contados a partir da data em que o aterro sanitário entrou em opera-

ção, razão pela qual deverá Maria ingressar com uma ação ordinária;

d) reforma da decisão, eis que a lesão sofrida por Maria se protrai no tempo, razão

pela qual não se operou o prazo decadencial de 120 (cento e vinte) dias e os danos

difusos ambientais serão comprovados no curso da instrução processual;

Letra a.

Correta a alternativa “a”.

A característica da ação de Mandado de Segurança é a ausência da fase de

instrução processual, pelo fato de já haver prova documental, pré-consti-

tuída, ou seja, direito líquido e certo do autor da ação.

Na hipótese apresentada, não há prova pré-constituída do direito alegado por Ma-

ria. Falta, portanto, um dos requisitos essenciais para a impetração do MS.

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Podemos, então, marcar a alternativa “a” como certa, já que faltou a demonstra-

ção do direito líquido e certo da autora, na petição inicial. A comprovação do dano

ambiental dependerá de produção de provas.

Questão 8    (FGV/PGM-NITERÓI/PROCURADOR/2014) (COM ADAPTAÇÕES) Sobre

a ação civil pública, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

 (  ) A condição de réu não poderá recair sobre ente da Administração Pública ou

sobre empresa privada.

 (  ) O objeto da ação civil pública poderá ser tanto a condenação em dinheiro

como a cominação judiciária de uma obrigação de fazer ou deixar de fazer.

 (  ) O dano e a ameaça de dano a interesses difusos ou coletivos são pressupostos

da ação civil pública.

As afirmativas são, respectivamente,

a) F, V e F

b) V, F e F

c) F, V e V

d) V, F e V

Letra a.

(F) A condição de réu não poderá recair sobre ente da Administração Pública ou

sobre empresa privada.

Errada essa assertiva, com fulcro no art. 6º da Lei n. 7.347/1985.

Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Mi-


nistério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação
civil e indicando-lhe os elementos de convicção.

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(V) O objeto da ação civil pública poderá ser tanto a condenação em dinheiro como

a cominação judiciária de uma obrigação de fazer ou deixar de fazer.

Verdadeira essa assertiva, com fulcro no art. 3º, da Lei n. 7.347/1985:

Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer.

(V) O dano e a ameaça de dano a interesses difusos ou coletivos são pressupostos

da ação civil pública.

Verdadeira essa assertiva, com fulcro no art. 1º, da Lei n. 7.347/1985

Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações
de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei
n. 12.529, de 2011).

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