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Sumário:

Negócio Jurídico --------------------------------------------------------- 01


Obrigações ---------------------------------------------------------------- 04

Sucessões ----------------------------------------------------------------- 08
Contratos ------------------------------------------------------------------ 10
Direito das Coisas --------------------------------------------------------- 15
Responsabilidade Civil ---------------------------------------------------- 20
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Forma prescrita ou não defesa em lei:


Negócio Jurídico Em alguns caso, a lei exigirá alguma
formalidade, como instrumento público ou
Pressupostos de Existência forma escrita. Nessas situações, a forma é
prescrita e deve ser seguida, sob pena de
São os elementos sem os quais não há
se afetar a validade do negócio.
sequer negócio jurídico.
Agente (pessoa):
Somente uma pessoa pode declarar e
Fatores de Eficácia
recepcionar a vontade.
São aqueles que, de alguma forma, afetarão
Exemplo: Não pode ser beneficiário de
a produção de efeitos do negócio existente.
testamento algo que não seja pessoa.
Eficácia simples:
Vontade:
Se inserida uma condição ou um termo,
A vontade é fundamental para a criação do
pode ser que os efeitos a serem produzidos
negócio jurídico
pelo negócio fiquem submetidos ao advento
Objeto: de certos fatos. Assim, diz-se que há
Há que se ter um objeto, sobre o qual a ineficácia simples.
vontade das partes recairá Eficácia relativa:
Forma: Por vezes, o negócio existe, é válido, produz
É a exteriorização da vontade do agente. efeitos. Porém, se tais feitos não se
Poderá ser verbal, gestual ou escrita. produzem em falta de um sujeito
determinado, diz-se que o negócio é a este
inoponível (ineficaz relativamente a
determinada pessoa).
Requisitos de Validade:
São as exigências que a lei estabelece para
que um negócio existente possa receber a
chancela do ordenamento jurídico.
Agente capaz:
Deve se ter um agente com plena
capacidade de fato.

Vontade livre e consciente:


Se presente algum vício do consentimento
como o erro, dolo, coação, estado de perigo
e lesão, haverá a invalidade do negócio
Objeto lícito, possível, determinado ou
determinável:
A licitude do objeto é fundamental para a
validade do negócio, assim como a
possibilidade física, jurídica e a
determinabilidade.

01
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Invalidade do Negócio Jurídico


Nulo Anulável
(Artigo 166 do Código Civil) (Artigo 171 do Código Civil)
Nulidade absoluta Nulidade relativa

Viola norma de interesse público Viola norma de interesse particular


Pode ser reconhecido de ofício pelo juiz,

Não pode ser reconhecido de ofício pelo

mesmo que ninguém tenha suscitado a

juiz
nulidade

Pode ser alegado por qualquer pessoa


Somente pode ser alegada pela pessoa

interessada prejudicada

Não pode ser convalidado Pode ser convalidado


A invalidez deve ser alegada dentro do

Imprescritível
prazo
A ação é desconstitutiva ou constitutiva

A ação é declaratória
negativa

Vícios de Consentimento
A) Erro: É quando a pessoa que declara a
sua vontade, se engana sozinha (sem
indução por parte de terceiro) a respeito de
um dos elementos essenciais do negócio
jurídico. O erro deve ser essencial para
configurar a
nulidade.

Simulação B) Dolo: É quando uma terceira pessoa


Configura-se quando um sujeito, ao engana ou induz o declarante a erro.
manifestar a sua vontade, tem a intenção Atenção! Erro acidental não anula o
de prejudicar terceiros ou fraudar lei negócio jurídico
imperativa.
Gera nulidade absoluta (negócio nulo). C) Coação: É quando alguém, seja por ato
de violência ou ato de constrição moral,
Reserva mental ameaça terceiro. Para a sua configuração,
esta deve ser a causa do negócio jurídico.
Não é propriamente um tipo de simulação,
mas poderá ter efeitos equiparados. Será
D) Lesão: É quando o agente é levado a
configurada quando uma das partes oculta
realizar um negócio jurídico, seja por
secretamente a sua verdadeira intenção ao
inexperiência ou por necessidade, de forma
praticar o negócio jurídico.
que tal negócio se torna extremamente
Atenção! Se a outra não tiver conhecimento
oneroso em comparação com a
da reserva mental, o ato subsistirá.
contraprestação que receberá.
Contudo, se a parte tinha conhecimento da
reserva mental, o ato não subsistirá.

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E) Estado de perigo: É quando o agente é § 1º Haverá simulação nos negócios


levado a realizar um negócio jurídico para jurídicos quando:
salvar a si próprio ou alguém de sua família, I - aparentarem conferir ou transmitir
assumindo uma obrigação desproporcional direitos a pessoas diversas daquelas às
e excessiva. quais realmente se conferem, ou
transmitem;
Artigos importantes sobre o tema: II - contiverem declaração,
Art. 489 do Código Civil: Nulo é o contrato confissão, condição ou
de compra e venda, quando se deixa ao cláusula não
arbítrio exclusivo de uma das partes a verdadeira;
fixação do preço. III - os instrumentos particulares forem
Art. 496 do Código Civil: É anulável a venda antedatados, ou pós-datados.
de ascendente a descendente, salvo se os § 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros
outros descendentes e o cônjuge do de boa-fé em face dos contraentes do
alienante expressamente houverem negócio jurídico simulado.
consentido. Art. 110 do Código Civil: A manifestação de
Parágrafo único. Em ambos os casos, vontade subsiste ainda que o seu autor
dispensa-se o consentimento do cônjuge se haja feito a reserva mental de não querer o
o regime de bens for o da separação que manifestou, salvo se dela o destinatário
obrigatória. tinha conhecimento.
Art. 548 do Código Civil: É nula a doação Art. 138 do Código Civil: São anuláveis os
de todos os bens sem reserva de parte, ou negócios jurídicos, quando as declarações
renda suficiente para a subsistência do de vontade emanarem de erro substancial
doador. que poderia ser percebido por pessoa de
Art. 549 do Código Civil: Nula é também a diligência normal, em face das
doação quanto à parte que exceder à de circunstâncias do negócio.
que o doador, no momento da liberalidade, Art. 139 do Código Civil: O erro é
poderia dispor em testamento. substancial quando:
Art. 172 do Código Civil: O negócio anulável I - interessa à natureza do negócio, ao
pode ser confirmado pelas partes, salvo objeto principal da declaração, ou a alguma
direito de terceiro. das qualidades a ele essenciais;
Art. 173 do Código Civil: O ato de II - concerne à identidade ou à qualidade
confirmação deve conter a substância do essencial da pessoa a quem se refira a
negócio celebrado e a vontade expressa de declaração de vontade, desde que tenha
mantê-lo. influído nesta de modo relevante;
Art. 174 do Código Civil: É escusada a III - sendo de direito e não implicando
confirmação expressa, quando o negócio já recusa à aplicação da lei, for o motivo único
foi cumprido em parte pelo devedor, ciente ou principal do negócio jurídico.
do vício que o inquinava. Art. 140 do Código Civil: O falso motivo só
Art. 170 do Código Civil: Se, porém, o vicia a declaração de vontade quando
negócio jurídico nulo contiver os requisitos expresso como razão determinante.
de outro, subsistirá este quando o fim a que Art. 141 do Código Civil: A transmissão
visavam as partes permitir supor que o errônea da vontade por meios interpostos é
teriam querido, se houvessem previsto a anulável nos mesmos casos em que o é a
nulidade. declaração direta.
Art. 167 do Código Civil: É nulo o negócio
jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na
forma.

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Art. 142 do Código Civil: O erro de Art. 151 do Código Civil: A coação, para
indicação da pessoa ou da coisa, a que se viciar a declaração da vontade, há de ser
referir a declaração de vontade, não viciará tal que incuta ao paciente fundado temor
o negócio quando, por seu contexto e pelas de dano iminente e considerável à sua
circunstâncias, se puder identificar a coisa pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
ou pessoa cogitada. Parágrafo único. Se disser respeito a
Art. 143 do Código Civil: O erro de cálculo pessoa não pertencente à família do
apenas autoriza a retificação da paciente, o juiz, com base nas
declaração de vontade. circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 144 do Código Civil: O erro não Art. 154 do Código Civil: Vicia o negócio
prejudica a validade do negócio jurídico jurídico a coação exercida por terceiro, se
quando a pessoa, a quem a manifestação dela tivesse ou devesse ter conhecimento a
de vontade se dirige, se oferecer para parte a que aproveite, e esta responderá
executá-la na conformidade da vontade solidariamente com aquele por perdas e
real do manifestante. danos.
Art. 145 do Código Civil: São os negócios Art. 155 do Código Civil: Subsistirá o negócio
jurídicos anuláveis por dolo, quando este jurídico, se a coação decorrer de terceiro,
for a sua causa. sem que a parte a que aproveite dela
Art. 146 do Código Civil: O dolo acidental só tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o
obriga à satisfação das perdas e danos, e é autor da coação responderá por todas as
acidental quando, a seu despeito, o negócio perdas e danos que houver causado ao
seria realizado, embora por outro modo. coacto.
Art. 147 do Código Civil: Nos negócios
jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de
uma das partes a respeito de fato ou
qualidade que a outra parte haja ignorado, Obrigações
constitui omissão dolosa, provando-se que
sem ela o negócio não se teria celebrado. A obrigação consiste na relação jurídica
Art. 148 do Código Civil: Pode também ser que, unindo dois ou mais sujeitos, faz com
anulado o negócio jurídico por dolo de que um tenha o dever de adimplir uma
terceiro, se a parte a quem aproveite dele prestação em benefício de outro.
tivesse ou devesse ter conhecimento; em
caso contrário, ainda que subsista o
negócio jurídico, o terceiro responderá por
todas as perdas e danos da parte a quem
Obrigação de dar coisa certa
ludibriou.
Art. 149 do Código Civil: O dolo do Perda total ou perecimento
representante legal de uma das partes só Sem culpa do devedor Antes da tradição:
obriga o representado a responder O contrato resolve-se para ambas as
civilmente até a importância do proveito partes. Devolve-se o que já foi pago pelo
que teve; se, porém, o dolo for do credor, regressando-se as partes ao status
representante convencional, o quo ante.
representado responderá solidariamente
com ele por perdas e danos. Perda total ou perecimento
Art. 150 do Código Civil: Se ambas as partes Com culpa do devedor Antes da tradição:
procederem com dolo, nenhuma pode
Resolve-se a obrigação, devolve-se o que já
alegá-lo para anular o negócio, ou
foi pago e há pagamento de
reclamar indenização.
perdas e danos pelo
culpado.

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Perda parcial ou deterioração Perda parcial Sem culpa do devedor


Sem culpa do devedor Antes da tradição: Antes da restituição:
O credor terá o direito potestativo de O credor receberá a coisa tal qual se ache,
escolher se fica com o bem, abatido do sem direito a indenização.
preço o valor que perdeu, ou se resolve a
Perda parcial Com culpa do devedor
obrigação.
Antes da restituição:
Perda parcial ou deterioração
O devedor responderá pelo equivalente,
Com culpa do devedor Antes da tradição:
acrescido de perdas e danos.
O mesmo terá direito potestativo, acrescido
em qualquer escolha das devidas perdas e Depois da restituição:
danos. Após a devolução da coisa ao credor, o
Depois da tradição: tratamento será idêntico ao fornecido à
obrigação de dar coisa certa.
Se já houve a tradição, a coisa perece para
o dono, ou seja, para o atual proprietário.
Exceções:
- Vícios ocultos;

Obrigação de fazer
- Vícios jurídicos.

Consiste no compromisso do devedor de


Obrigação de dar coisa incerta realizar uma atividade ou serviço em prol
Antes da tradição: do credor
O gênero não perece. Mesmo em situações Atenção!
de caso fortuito ou força maior, não poderá Considera-se fungíveis as obrigações em
o devedor alegar a perda do bem, já que ao que a atividade ou serviço pode ser
menos o gênero existirá, sendo impensável realizada por qualquer devedor.
a sua perda por completo. Considera-se infungíveis as obrigações que
Depois da tradição: somente poderão ser adimplidas por
Se já houve a tradição, a coisa perece para determinado devedor.
o dono, ou seja, para o atual proprietário.
Obrigação de não fazer
Obrigação de restituir Consiste no compromisso de abstenção por
parte do devedor de realizar alguma
Perda total Sem culpa do devedor atividade.
Antes da restituição:
O credor sofrerá a perda e a obrigação se Obrigação alternativa
resolverá. São caracterizadas pela conjunção "ou",
Perda total Com culpa do devedor quando da previsão de duas ou mais
prestações. O devedor se liberará pagando
Antes da restituição:
qualquer das prestações ajustadas.
O credor sofrerá a perda, mas o devedor Atenção! A escolha entre as prestações
responderá pelo equivalente, mais perdas e alternativas será do devedor, se o contrário
danos. não dispuser no contrato.

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Atenção! As partes poderão designar um Obrigação solidária


terceiro para a efetivação dessa escolha.
Ocorre quando na mesma obrigação
Atenção! Se esse terceiro eleito pelas partes
concorre mais de um credor ou mais de um
para efetivar a escolha não quiser ou não
devedor, cada um com direito, ou obrigado,
puder escolher, a decisão voltará para as
à divida toda.
partes decidirem em conjunto.
Atenção! A solidariedade não se presume,
pois resulta da lei ou da vontade das
Obrigação cumulativa partes.
O devedor será obrigado a pagar todos os Solidariedade ativa: Vários credores com
objetos determinados e somente se direito à dívida por inteiro.
desobrigará quando adimplir todas as Solidariedade passiva: Vários devedores
prestações que estiverem pactuadas. obrigados a pagar a dívida por inteiro.
Atenção! Quando houver a exoneração ou
Obrigação facultativa renúncia da solidariedade do devedor
solidário pelo credor, esse devedor
Nesse tipo de obrigação, haverá a fixação continuará como sujeito passivo, porém
de duas prestações, uma principal uma apenas como devedor fracionário (de sua
subsidiária. Eventualmente, o devedor cota-parte). Mantida a solidariedade
poderá se valer da prestação secundária quanto aos demais, deve-se abater a cota
(subsidiária) para adimplir a obrigação. daquele que foi exonerado.
Atenção! O devedor se desobrigará Atenção! Quando houver a remissão de um
entregando qualquer uma das prestações, dos devedores solidários, este perderá a
porém o credor somente terá direito a condição de devedor, ou seja, implicará sua
prestação principal. completa liberação do vínculo obrigacional.
Atenção! Se um dos devedores tiver sua
Obrigação divisível insolvência declarada, a cota deste será
repartida igualmente entre os demais
Nesse tipo de obrigação, o objeto será
codevedores. Nesse caso, o exonerado
divido de acordo com o número de credores
participa da cota do rateio do insolvente,
ou devedores que se fizerem presentes.
pois a exoneração se deu apenas em
relação à solidariedade e não à condição
Obrigação indivisível de devedor. Todavia, o remitido estará
Nesse tipo de obrigação, a prestação integralmente liberado, não tendo nem
poderá ser exigida em sua integralidade, mesmo a responsabilidade pelo rateio da
pela impossibilidade de fracionamento do cota do insolvente.
objeto. Atenção! O devedor solidário demandado
Pluralidade de devedores na obrigação integralmente pela dívida poderá chamar
indivisível: Qualquer deles poderá ser ao processo os demais devedores solidários
demandado a pagar a dívida por inteiro. para exercer seus direitos de credor sub-
Deste modo, o devedor que paga se sub- rogado.
rogará no direito de crédito. A sub-
rogação, nessa hipótese será parcial,
podendo o devedor que pagou cobrar dos
codevedores a cota da dívida referente a
seus quinhões.
Pluralidade de credores na obrigação
indivisível: Poderá cada um desses exigir a
dívida por inteiro.

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Compensação
Há a extinção da obrigação por ocorrer
Consignação em pagamento uma atração de direitos opostos, ou seja,
credor e devedor têm ao mesmo tempo
Diante da recusa injustificada do credor em créditos e débitos um para com o outro.
receber, da dúvida do devedor quanto a
quem deve se pagar ou da dificuldade em
realizar esse pagamento, é possível utilizar-
se do procedimento de consignação.

Sob-rogação
Ocorre o pagamento satisfazendo-se os
interesses do credor. Neste sentido, aquele
que pagou será transferido para a posição
do credor originário, para que possa
Terceiro interessado
exercer o seu direito de sub rogado contra O terceiro interessado que paga irá se sub-
o devedor que nada desembolsou. rogar no direito de credor originário.
Atenção! O terceiro interessado, por ter
Imputação interesse jurídico, é legitimado ativo para a
consignação em pagamento.
Ocorre quando houver mais de uma dívida,
de igual natureza, estabelecida entre os Terceiro não interessado
mesmos credores e os mesmos devedores,
será necessário que este último, ao oferecer - Se o pagamento foi em nome próprio, o
a prestação em pagamento, indique qual terceiro terá direito de reembolso, mas não
dívida está a saldar naquele momento. Esse se sub-rogará nos direitos do credor.
direito de imputar pertence ao devedor. - Se o pagamento for feito em nome do
Todavia, se não o exercer, tal direito devedor, considera-se que o terceiro fez
passará ao credor, que o exercerá por uma doação indireta (e o devedor pode
declaração na quitação. recusar a doação). Somente se pagar em
nome do devedor e se o devedor se recusar

Dação em pagamento
é que ele poderá ingressar com a
consignação em pagamento.
Ocorre quando o credor não é obrigado a
receber objeto diverso daquele que fora
pactuado. Contudo, se consente em receber
coisa diversa daquela que fora pactuada. Mora
Efeitos:
Novação a) O devedor deverá reparar todos os
Ocorre a partir da criação de uma nova prejuízos a que sua mora deu causa, além
obrigação, substancialmente diversa da de juros moratórios, correção monetária e
anterior, com a finalidade de extinguir a honorários advocatícios.
primeira. b) O devedor em mora responde até pelo
caso fortuito ou força maior, se esses
eventos venham a ocorrer durante o
período da mora. Contudo, não haverá
responsabilidade, se ficar comprovado
que ocorreria de qualquer forma.

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Inadimplemento absoluto Importante! Diante da sua existência, o


autor da herança apenas poderá dispor
Decorre de três fatores: pela via testamentária de metade da
a) Recursa voluntária do devedor em herança, sendo a metade resguardada de
cumprir a prestação ajustada; pleno direito aos herdeiros necessários, o
b) Perda total do objeto por culpa do que constitui a legítima.
devedor;
c) Em caráter de mora. Abertura da sucessão
Efeitos: O local de abertura da sucessão será o
Ocorrendo qualquer dessas causas, haverá último domicílio do autor da herança, onde
a resolução da obrigação com o pagamento em regra deverá ser processado o
de perdas e danos, juros moratórios, inventário.
correção monetária e honorários Além disso, o inventário deverá ser
advocatícios. instaurado no prazo de 2 (dois) meses da
abertura da sucessão, devendo ser ultimado
em 12 (doze) meses.

Sucessões Atenção! Até a nomeação e compromisso do


inventariante, os bens permanecerão sob a
posse do administrador provisório.
Princípio da saisine
Esse princípio representa a transferência Aceitação da herança
direta e imediata, independente de É o ato de vontade pelo qual o beneficiário
formalidades, da propriedade e da posse da manifesta anuência em receber a herança,
herança aos herdeiros, com a abertura da tornando definitiva a transmissão. A
sucessão. aceitação pode ser expressa, tácita ou
presumida.
Espécies de sucessões:
a) Sucessão legítima: Deferida em virtude Renúncia da herança
da lei, na ausência de testamento válido ou Constitui ato formal ou solene pelo qual o
em caso de bens não contemplados em herdeiro declara não aceitar a herança
testamento. para o qual fora chamado a suceder.
b) Sucessão testamentária: No caso da Atenção! Tendo o herdeiro renunciado, seus
existência de testamento. sucessores não receberão sua quota por
c) Sucessão a título universal: Os herdeiros representação.
sucedem na totalidade ou partes ideais da
herança. Excluídos da sucessão
d) Sucessão a título singular: O beneficiário
(ou exclusão por indignidade)
recebe o legado
Hipóteses:
(bem certo e determinado).
I. Autoria ou participação em homicídio
doloso, consumado ou tentado, contra o
Herdeiros necessários hereditando, seu cônjuge, companheiro,
Os herdeiros necessários, legitimários ou ascendente ou descendente.
reservatários são aqueles que, em virtude II. Acusação caluniosa do de cujus em juízo
do vínculo familiar, recebem proteção e crimes contra sua honra, de seu cônjuge
especial pela lei, não podendo ser excluídos ou companheiro.
da sucessão pela vontade do de cujus. III. Prática de atentado contra a
São eles: os descendentes, os ascendentes liberdade de testar do
e o cônjuge. hereditando.

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Herança jacente Regras:


1. O cônjuge herdará quinhão igual aos
É aquela de cujos herdeiros não se tem que sucedem por cabeça;
conhecimento. Diante da aparente falta de 2. Resguarda-se ao cônjuge a fração
titular, os bens da herança serão mínima de um quarto da herança se for
arrecadados e entregues para serem ascendente dos herdeiros com quem
guardados por um curador, até que se dê a concorrer.
habilitação de sucessor ou, na sua falta, a Atenção! A sucessão do ascendente dá-se
declaração da vacância. em concorrência com o cônjuge,
Atenção! Se nos 5 (cinco) anos após a independentemente do regime matrimonial
abertura da sucessão não se habilitarem de bens. Ocorre na falta de descendente na
herdeiros, os bens arrecadados passarão linha sucessória.
ao domicílio do poder público: do Município Quanto à sucessão dos ascendentes:
ou do Distrito Federal (se localizados - Não há direito de representação;
nas respectivas circunscrições; - Os ascendentes de grau mais próximo
da União, quando situados em excluem os de grau mais remoto, sem
território federal. distinção de linhas (paterna e materna).
- No cálculo das quotas, a herança divide-
Ordem de vocação hereditária se primeiramente por linha - e não por
cabeça - à fração de metade para cada,
Descendentes Em concorrência
dividendo-se o acervo de cada linha entre
com o cônjuge os componentes de mesmo grupo.
Ascendentes Quanto à concorrência do cônjuge:
- Se concorrer com ascendentes em 1º grau,
Cônjuge a herança será divida em partes iguais
conforme o número de pessoas. Exemplo:
Colaterais
Metade para cônjuge e metade para único
ascendente ou um terço para cada se
Atenção! Na sucessão, o cônjuge pode houver dois ascendentes.
receber bens como meeiro e herdeiro, e - Se concorrer com ascendentes em 2º grau
tem, independentemente do regime de bens ou maior grau, caberá ao cônjuge a metade
do casamento, direito real de habitação da herança.
sobre o imóvel destinado a residência da Atenção! O cônjuge sobrevivente receberá
família, desde que seja o único daquela a totalidade da herança, na falta de
natureza a inventariar. descendentes e ascendente.
Atenção! A sucessão do descendente, em Atenção! Os colaterais de até 4º grau,
concorrência com o cônjuge, varia de sucederão o de cujus, na falta de herdeiros
acordo com o regime matrimonial de bens. das classes superiores. Os colaterais são
- Situações que o cônjuge não concorre: herdeiros legítimos, mas não necessários.
comunhão universal, separação obrigatória, Atenção! Na sucessão colateral os mais
comunhão parcial + existência de bens próximos excluem os mais remotos, não
particulares. havendo em regra direito de representação.
- Situações de afastamento do cônjuge: Atenção! Admite-se direito de
separação judicial, separação de fato há representação excepcionalmente em favor
mais de 2 anos (salvo prova de que a dos filhos de irmãos, em concorrência com
convivência se tornara impossível sem culpa tios.
do sobrevivente).

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Atenção! O fato de ter o sujeito renunciado Contrato com pessoa a declarar: ocorre
à herança de uma pessoa não a impede de quando uma das partes reserva-se à
representá-la na sucessão de outra. faculdade de indicar a pessoa que deve
Atenção! Na falta de irmãos, herdarão os adquirir os direitos e assumir as
filhos destes (sobrinhos) e, não os havendo, obrigações dele decorrente.
os tios. g) Boa-fé objetiva: é a exigência de
conduta leal, honesta e íntegra dos
contratantes.
h) Função social do contrato: é um limite à
Contratos autonomia da vontade, pois entende-se que
o contrato não deve ser interpretado
somente de acordo com aquilo que foi
Princípios assinado pelas partes, mas sim levando-se
a) Autonomia da vontade: os sujeitos são em conta a realidade social que o circunda.
livres para contratar ou não, para escolher Atenção! Nas relações contratuais privadas
com quem contratar, para dispor sobre o prevalecerá o princípio da intervenção
conteúdo do contrato e para exigir o seu mínima do Estado, por qualquer dos seus
cumprimento. poderes, e a revisão contratual
b) Consensualismo: o acordo de vontades é determinada de forma externa às partes
o suficiente para gerar a validade do será excepcional.
contrato.
c) Obrigatoriedade dos contratos: as
estipulações feitas no contrato deverão ser
fielmente cumpridas, sob pena de execução
patrimonial conta o inadimplente.
d) Revisão do contratos: nos contratos de
execução sucessiva, havendo onerosidade
excessiva das prestações, oriunda de
acontecimento extraordinário e alheio aos
contratantes à época da celebração
contratual, o lesado poderá pedir a revisão
contratual.
e) Supremacia da ordem pública: trata-se
da necessidade de intervenção da ordem Vício Redibitório
pública nos negócios privados para Ocorre quando o contrato é cumprido de
promover equilíbrio nas situações de maneira imperfeita, pois a coisa tem um
desigualdade fática. defeito oculto que a torna imprópria ao uso
f) Relatividade dos efeitos dos contratos: o a que se destina ou que tenha o seu valor
contrato vincula apenas as partes que nele patrimonial diminuído em razão deste vício.
intervierem, não aproveitando e nem Requisitos para constatar a existência do
prejudicando terceiros. Exceções: vício redibitório no contrato:
Estipulação em favor de terceiro: ocorre a) coisa recebida em virtude de contrato
quando um terceiro que não é parte no comutativo ou de doação com encargo;
contrato é beneficiado por seus seus b) defeitos ocultos e graves, prejudiciais à
efeitos, podendo exigir o seu sua utilização ou diminuição de valor,
adimplemento. existentes desde a celebração do contrato.
Promessa de fato de terceiro: ocorre
quando uma pessoa promete que
determinada conduta seja praticada por
outrem, sob pena de responsabilização
civil.
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O adquirente de coisa com vício oculto


Extinção dos Contratos
poderá:
a) rejeitar a coisa, redibindo o contrato Hipóteses:
(ação redibitória) e recobrando o preço. a) Resolução: ocorre quando há
b) pleitar a redução do preço da coisa inexecução. Neste caso, pode consistir em
(ação estimatória), na proporção da mora ou inadimplemento absoluto.
desvalia da coisa entregue. Atenção! Exceção do contrato não
c) buscar por meio de ação indenizatória cumprido: se depois de concluído o
recompor-se dos prejuízos que o defeitos contrato, sobrevier a uma das partes
lhe causou. Nesta hipótese, deve se atentar contratantes diminuição em seu patrimônio
a dois fatores: capaz de comprometer ou tornar duvidosa
1. se o alienante conhecia o vício: restitui a prestação pela qual se obrigou, pode a
o valor recebido acrescido das perdas e outra recusar-se a prestação que lhe
danos; incube, até que aquela satisfaça a que lhe
2. se o alienante não conhecia o vício: compete ou dê garantia que a satisfaça.
restitui somente o valor recebido. b) Resilição: ocorre através da vontade.
Prazo para recebimento do valor da coisa Esta vontade pode ser das duas partes ou
ou abatimento do preço: 30 dias (coisa apenas de uma.
móvel) e 1 ano (coisa imóvel), contado da c) Rescisão: ocorre com a dissolução dos
entrega efetiva ou da alienação, reduzido à contratos anuláveis.
metade, se já estava na posse.

Evicção
Ocorre com a perda da coisa através de
decisão judicial ou administrativa fundada
em motivo jurídico anterior e por meio da
qual a coisa é conferida a outrem, que é o
verdadeiro dono.
Requisitos da evicção: Espécies de Contratos
a) contrato oneroso; (Principais)
b) perda de propriedade, posse ou uso do
Compra e venda Neste contrato, um dos
bem;
contratantes se obriga a transferir o
c) a causa da evicção deve ser anterior ao
domínio de certa coisa, e o outro, pagar-lhe
contrato;
certo preço em dinheiro.
d) sentença ou decisão administrativa que
Caraterísticas: bilateral, oneroso,
atribua o bem a terceira pessoa;
consensual, informal, exceto se for imóvel.
e) denunciação da lide.
Atenção! É anulável a venda de ascendente
Evicção parcial: o prejudicado poderá a descendente, salvo se os outros
resolver o contrato, desfazendo-o, ou descendentes e o cônjuge do alienante
postular o abatimento do preço. expressamente houverem consentido.
Evicção total: o evicto pode pedir a Hipóteses de venda de imóveis:
resolução do contrato, a restituição integral a) Ad corpus: ocorre com a individualização
do preço e a indenização em perdas e das características e confrontações do bem.
danos. Pode ou não haver determinação da área, e
caso ocorra, será meramente enunciativa.
Não é necessária declaração expressa.

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b) Ad mensuram: ocorre com a b) Doação com encargo (modal): é aquela


individualização da área do imóvel, que em que o doador impõe ao donatário uma
servirá de parâmetro. O preço é incumbência, que pode reverter em seu
correspondente ao tamanho do lote, e não
benefício, de terceiro ou geral.
há outros fatores. Desta forma, se o preço
c) Doação remuneratória: é aquela em que
for estipulado por medida da extensão, e
este não corresponder as medidas às o doador deseja pagar por serviços
dimensões dadas, o comprador terá direito prestados pelo donatário ou por outra
de exigir o complemento da área, e, não vantagem que haja recebido dele.
sendo isso possível, o de reclamar a d) Doação condicional: é aquela que
resolução do contrato ou abatimento depende de um acontecimento futuro e
proporcional ao preço. incerto.
Cláusulas especiais da compra e venda: e) Doação conjuntiva: é aquela feita em
a) Retrovenda: é cláusula acessória. O comum a mais de uma pessoa, sendo
vendedor se reserva o direito de reaver, em distribuída por igual entre os diversos
certo prazo, o imóvel alienado, restituindo donatários.
ao comprador o preço, mais as despesas f) Doação com cláusula de reversão: é
por ele realizadas, inclusive as empregadas aquela pela qual o o doador pode estipular
em melhoramentos dos imóveis. O prazo que os bens doados voltem ao seu
máximo será de 3 anos para o exercício do patrimônio, se sobreviver ao donatário.
direito da retrovenda. Atenção! Esta cláusula não prevalece em
b) Venda a contento: é cláusula especial. favor de terceiro.
Os efeitos do contrato dependem de o g) Doação de ascendente para
comprador se satisfazer com a coisa. descendente: ou de cônjuge a outro,
c) Venda sujeita a prova: é cláusula importa adiantamento do que lhes cabe por
especial. Os efeitos do contrato dependem herança.
do teste para verificar se a coisa tem as h) Doação universal: é nula a doação de
qualidades anunciadas e se é idônea para todos os bens sem reserva de parte, ou
o fim que a se destina. renda suficiente para a subsistência do
d) Preempção: é cláusula especial. Se doador.
estabelece o direito de preferência do i) Doação inoficiosa: é nula a doação
vendedor de recomprar a coisa vendida, quanto à parte que exceder à de que o
caso o comprador queira aliená-la. doador, no momento da liberalidade,
poderia dispor em testamento.
Doação Neste contrato, uma das partes se j) Doação do cônjuge adúltero ao seu
obriga a transferir a propriedade de uma cúmplice: poderá ser anulada pelo outro
coisa à outra parte, por simples cônjuge, ou por seus herdeiros necessários,
liberalidade. até dois anos depois de dissolvida a
sociedade conjugal.
Características: unilateral, gratuito e
k) Doação em benefício de absolutamente
formal.
incapaz: neste caso, dispensa-se a
Atenção! A doação verbal só é válida para aceitação, desde que se trate de doação
bens móveis de pequeno valor, desde que a pura.
tradição seja imediata. Revogação da doação:
Espécies: a) por descumprimento do encargo: é
a) Doação pura (simples): é aquela feita necessário que o donatário seja constituído
em mora.
por liberalidade, sem nenhuma condição,
b) por ingratidão: será verificado nas
termo, encargo, prazo ou limitação. seguintes situações:

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1. se o donatário atentou contra a vida do Hipóteses que cessará tal disposição:


doador ou cometeu crime de homicídio 1. se a pessoa, de cuja autorização
doloso contra ele; necessitava o mutuário para contrair o
2. se cometeu contra ele ofensa física; empréstimo, o ratificar posteriormente;
3. se o injuriou gravemente ou o caluniou; 2. se o menor, estando ausente essa
4. se, podendo ministrá-los, recusou ao pessoa, se viu obrigado a contrair o
doador os alimentos de que este empréstimo para os seus alimentos
necessitava. habituais;
Atenção! A revogação também poderá 3. se o menor tiver bens ganhos com o seu
ocorrer quando o ofendido for o cônjuge, trabalho, hipótese em que a execução
ascendente, descendente, ainda que do credor não poderá ultrapassar as
adotivo, ou irmão do doador. forças;
Prazo: A revogação deverá ser pleiteada no 4. se o empréstimo reverteu em benefício
prazo de 1 ano, a contar de quando chegue do menor;
ao conhecimento do doador o fato que a 5. se o menor obteve o empréstimo
autorizar, e de ter sido o donatário o seu maliciosamente.
autor.
Consequências da revogação: O bem será
Corretagem Neste contrato, uma pessoa,
revertido ao patrimônio do doador, ou, se
não ligada a outra em virtude de mandato,
for o caso, dos seus herdeiros.
de prestação de serviços ou por qualquer
Doações que não se revogam por
relação de dependência, obriga-se a obter
ingratidão:
para a segunda um ou mais negócios,
1. as doações puramente remuneratórias;
conforme as instruções recebidas.
2. as oneradas com encargo já cumprido;
Características: bilateral, consensual,
3. as que fizerem em cumprimento de
oneroso e não solene.
obrigação natural;
Atenção! O corretor é obrigado a executar
4. as feitas para determinado casamento.
a mediação com diligência e prudência, e a
prestar ao cliente, espontaneamente, todas
as informações sobre o andamento do
negócio.
Atenção! Art. 727 do Código Civil: Se, por
não haver prazo determinado, o dono do
negócio dispensar o corretor, e o negócio
se realizar posteriormente, como fruto da
sua mediação, a corretagem lhe será
devida; igual solução se adotará se o
negócio se realizar após a decorrência do
Empréstimo - Mútuo Neste contrato, uma prazo contratual, mas por efeito dos
das partes transfere a propriedade de um trabalhos do corretor.
bem fungível à outra, que se obriga a lhe
restituir coisa do mesmo gênero,
quantidade e qualidade.
Características: real, gratuito e unilateral.
Atenção! O mútuo feito a pessoa menor,
sem prévia autorização daquele sob cuja
guarda estiver, não pode ser reavido nem
do mutuário, nem de seus fiadores.

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@resumebiaoab

Seguro Neste contrato, uma das partes de d) denunciar a lide à seguradora;


obriga a proteger o interesse da outra, e) optar pela não utilização do seguro, nos
referente a pessoas ou coisas, contra riscos casos em que o pequeno valor do dano não
predefinidos e mediante o pagamento de compensa acionar o seguro;
uma quantia chamada de prêmio. Deveres do segurado:
Características: bilateral, oneroso, a) pagar o prêmio convencionado;
aleatório, formal, execução continuada, b) responder por juros moratórios,
adesão e boa-fé. independentemente de interpelação do
Atenção! No contrato de seguro, o prêmio é segurador;
o valor que o segurado paga à seguradora c) abster-se de tudo que possa
para obter o direito a uma indenização, se aumentar os riscos;
ocorrer o sinistro oriundo do risco d) comunicar ao segurador todo incidente;
garantido e previsto no contrato. e) levar, imediatamente, ao conhecimento
Direitos do segurador: do seguro a ocorrência do sinistro;
a) receber o prêmio a que o segurado se Hipóteses de extinção do contrato de
obrigou, durante a vigência do contrato; seguro:
b) isentar-se do pagamento da indenização a) pelo decurso do prazo estipulado;
se: b) pelo distrato: quando as partes
1. o segurado agiu com dolo; concordam em dissolver os vínculos
2. o segurado deu à coisa segurada valor contratuais;
superior ao real; c) pela rescisão: decorrente do
3. existir vício, no contrato, que possa tirar inadimplemento da obrigação legal ou de
sua eficácia; cláusula contratual;
4. ocorrer caducidade da apólice, pelo não d) pela superveniência do risco que faça
pagamento do prêmio; perecer o bem segurado: pago o valor pela
Deveres do segurador: seguradora, o contrato perde o seu objeto;
a) indenizar o segurado; e) pela nulidade: imperfeição antecedente
b) pagar a indenização a terceiro quando que torna o contrato ineficaz.
assim estipulado;
c) constituir reservas para garantir as Fiança Neste contrato, as partes se
obrigações assumidas; obrigam a garantir uma obrigação da qual
d) restituir o prêmio, em dobro, se expediu a outra é credora, caso o devedor deixe de
apólice sabendo ter passado o risco; cumpri-la.
e) tomar medidas para eliminar ou diminuir Características: unilateral, acessório, solene
os riscos que podem afetar a coisa e gratuito.
segurada; Atenção! A fiança não é celebrada com o
f) tomar as providências necessárias assim devedor, sendo admitida até a contratação
que souber do sinistro; sem o consentimento deste ou até mesmo
Atenção! O contrato de seguro pode ser contra a sua vontade.
estipulado em benefício do próprio Atenção! Quanto ao credor, este não é
contratante ou de terceiro, de forma que o obrigado a aceitar a fiança se o fiador não
segurador pode opor as mesmas exceções for domiciliado no município em que se dará
que possuía contra o estipulante. a fiança, ou se este não possuir bens
Direitos do segurado: suficientes para adimplir a obrigação
a) receber a indenização, nos limites principal.
descritos pela apólice; Modalidades de contrato de fiança:
b) receber os prêmios, na hipótese de o a) Convencional: quando decorrentes de
segurador falir antes de passado o risco; ajuste entre o credor e o fiador. É um
c) não ver aumentado o prêmio, sem justa contrato acessório com regras autônomas.
causa;

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@resumebiaoab

b) Legal: ocorre quando a própria lei e) retardamento do credor na execução em


determina que uma pessoa garanta o que se alegou benefício de ordem. Se do
pagamento da dívida em relação a outra retardamento da execução resultar que o
pessoa em virtude de uma relação jurídica. devedor venha a ficar em estado de
c) Judicial: ocorre quando decorrente de insolvência , o devedor fica exonerado de
sentença judicial. pagar a dívida, se provar que os bens
Atenção! Se no contrato de fiança não indicados quando apontado o benefício de
houver estipulação de prazo, o fiador pode, ordem, na época eram suficientes para
a qualquer tempo exonerar-se, mas quitação da dívida.
continuará obrigado por 60 dias, a contar
da data em que o credor receber

Direito das Coisas


notificação.
Benefício que o fiador pode arguir em seu
favor na hipótese de cobrança:
a) Benefício de ordem: ocorre quando o Posse
fiador do mandado pelo pagamento da
Art. 1.196 do Código Civil: Considera-se
dívida tem direito a exigir até a contestação
possuidor todo aquele que tem de fato o
da lide, que sejam primeiro executados os
exercício, pleno ou não, de algum dos
bens do devedor. Caso o fiador alegar o
poderes inerentes à propriedade.
benefício de ordem, deverá nomear bens do
Art. 1.198 do Código Civil: Considera-se
devedor, sitos no mesmo município, livres e
detentor aquele que, achando-se em
desembargados, quantos bastem para
relação de dependência para com outro,
solver o débito. Contudo, não aproveita
conserva a posse em nome deste e em
esse benefício ao fiador se ele renunciou
cumprimento de ordens ou instruções suas.
expressamente, se se obrigou como
Classificação da posse:
principal pagador, ou devedor solidário ou
a) Posse direta e posse indireta:
se o devedor for insolvente ou falido.
Art. 1.197 do Código Civil: A posse direta, de
b) Benefício de divisão: sendo estabelecido
pessoa que tem a coisa em seu poder,
o benefício da divisão, cada fiador
temporariamente, em virtude de direito
responde unicamente pela parte que, em
pessoal, ou real, não anula a indireta, de
proporção, lhe couber no pagamento.
quem aquela foi havida, podendo o
Assim, fica afastada a solidariedade,
possuidor direto defender a sua posse
tornando divisível a obrigação.
contra o indireto.
Principais hipóteses de extinção da fiança:
b) Posse exclusiva e composse: Enquanto a
a) satisfação da prestação, que ocorrerá
exclusiva é aquela de um único possuidor, a
com o cumprimento da obrigação principal,
composse ocorre quando duas ou mais
contratualmente assumida, e da mesma
pessoas exercem, simultaneamente, poderes
forma, com a extinção do contrato
possessórios sobre a mesma coisa.
acessório (da fiança).
c) Posse justa e posse injusta: é justa a
b) moratória concedida pelo credor ao
posse que não for clandestina, violenta ou
devedor, sem o consentimento do fiador.
precária. Por outro lado, é injusta aquela
c) frustração do fiador na sub-rogação nos
que foi adquirida por violência,
direitos do credor em relação ao devedor.
clandestinidade ou precariedade.
d) dação em pagamento que constitui forma
d) Posse de boa-fé e posse de má-fé: é de
de pagamento, ainda que indireta,
boa-fé a posse, se o possuidor ignora o
extinguindo a fiança que não se revigora se
vício, ou o obstáculo que impede a
a coisa dada em pagamento vier a sofrer
adquisição da coisa. No entanto,
evicção.
se o vício é de seu conhecimento,
a posse é de má-fé.

15
@resumebiaoab

e) Posse de justo título: Atenção! Art. 96 do Código Civil: As


Art. 1.201, § único, do Código Civil: O benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis
possuidor com justo título tem por si a ou necessárias.
presunção de boa-fé, salvo prova em § 1º São voluptuárias as de mero deleite ou
contrário, ou quando a lei expressamente recreio, que não aumentam o uso habitual
não admite esta presunção. do bem, ainda que o tornem mais agradável
f) Posse nova e posse velha: Nova é aquela ou sejam de elevado valor.
de menos de ano e dia, por outro lado, § 2º São úteis as que aumentam ou facilitam
velha é a de ano e dia ou mais. o uso do bem.
g) Posse natural e posse civil: Enquanto a § 3º São necessárias as que têm por fim
primeira decorre da relação material entre conservar o bem ou evitar que se deteriore.
a pessoa e a coisa, a segunda decorre de Atenção! Art. 1.215 do Código Civil: Os frutos
lei, sem a necessidade de atos físicos ou naturais e industriais reputam-se colhidos e
materiais. percebidos, logo que são separados; os
civis reputam-se percebidos dia por dia.

Direitos Reais - Propriedade


Usucapião
É o modo de aquisição originária de
propriedade, pela posse prolongada e
preenchido os requisitos legais.
Hipóteses de usucapião:
Efeitos da posse: a) Extraordinária:
a) Posse de boa-fé: Posse exercida por 15 anos sem
Frutos: Tem direito aos frutos percebidos; interrupção, nem oposição.
tem direito as despesas com produção e b) Ordinária comum:
custeio dos frutos pendentes. Deve restituir Posse exercida por 10 anos, com justo
os frutos colhidos com antecipação. título e boa-fé.
Deterioração: Não responde pela perda ou c) Ordinária especial:
deterioração da coisa a que não der causa. Posse exercida por 5 anos, com justo
Benfeitorias: Tem direito a indenização título e boa-fé.
pelas benfeitorias necessárias e úteis; Haver registrado o imóvel em seu nome,
levantar as voluptuárias (quando puder); com posterior cancelamento do registro.
exercer direito de retenção pelo valor das Deve ser utilizada como moradia.
benfeitorias necessárias e úteis. Devem ter sido realizadas obras e
serviços de interesse social e econômico.
b) Posse de má-fé:
d) Rural:
Frutos: Responde por todos os frutos
Posse exercida por 5 anos.
colhidos e percebidos, bem como pelos que
Rural.
por sua culpa deixou de perceber. Tem
Área não pode exceder a 50 hectares.
direito as despesas de produção e custeio
Não ser proprietário de outro imóvel
(evitar enriquecimento ilícito).
urbano ou rural.
Deterioração: Responde pela perda ou
Tornar a área produtiva e nela morar.
deterioração, ainda que acidentais, salvo se
e) Urbana individual:
provar que de igual modo se teriam dado,
Posse exercida por 5 anos.
estando ela na posse do reivindicante.
Urbana.
Benfeitorias: Será ressarcido pelas
Área não pode exceder a 250 metros
benfeitorias necessárias. Não tem direito de
quadrados.
retenção nem pode levantar as
Não ser proprietário de outro imóvel
voluptuárias.
urbano ou rural.
Utilização para moradia. 16
@resumebiaoab

f) Urbana coletiva: Atenção! Se a construção ou a plantação


Posse exercida por 5 anos. exceder consideravelmente o valor do
Urbana. terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou
Área maior que 250 metros quadrados. edificou, adquirirá a propriedade do solo,
Não ser proprietário de outro imóvel mediante pagamento da indenização fixada
urbano ou rural. judicialmente, se não houver acordo.
Ocupação por população de baixa
renda.
g) Familiar:
Posse exercida por 2 anos.
Urbana.
Área não pode exceder a 250 metros
quadrados.
Não ser proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
Posse exclusiva. Direitos de vizinhança
Propriedade divida com ex-cônjuge ou Uso anormal da propriedade
ex-companheiro que abandonou o lar. Proíbem-se as interferências prejudiciais à
segurança, ao sossego e à saúde,
Acessão provocados pela utilização da propriedade
É o modo de aquisição originário da vizinha, considerando-se a natureza da
propriedade, no qual tudo o que se une ou utilização, a localização do prédio,
incorpora a um bem fica pertencendo ao atendidas as normas que distribuem as
seu proprietário. edificações em zonas, e os limites ordinários
a) Acessão natural: ocorre quando advém de tolerância dos moradores da vizinhança.
de acontecimento natural, sem intervenção
humana. Tipos: Árvores limitrofes
1. Formação de ilhas: ocorre pelos Tronco: As árvores cujo tronco estiver na
movimentos sísmicos de depósito de linha divisória, presumem-se pertencer em
areia, cascalho ou fragmentos de terra. comum aos dos dos prédios confinantes.
2. Aluvião: ocorre através do aumento Raízes: As raízes e os ramos de árvore, que
vagaroso de terrenos às margens de um ultrapassarem a estrema do prédio,
rio não navegável, sem indenização. poderão ser cortadas, até o plano vertical
3. Avulsão: se dá quando, por força divisório, pelo proprietário do terreno
natural violenta, uma porção de invadido.
terra se destaca de um prédio e se Frutos: os frutos caídos de árvores do
junta a outro, adquirindo o dono deste a terreno vizinho pertencem ao dono do solo
propriedade do acréscimo, se indenizar onde caíram, se este for de propriedade
o dono do primeiro ou, sem indenização, particular.
se, em um ano, ninguém houver
reclamado. Passagem forçada
4. Álveo abandonado: ocorre quando um Ocorre quando há um imóvel encravado,
rio seca ou se desvia em razão de isto é, sem acesso a via pública, nascente
fenômeno da natureza. ou porto. O dono deste imóvel, pode,
b) Acessão industrial ou artificial: são mediante pagamento de indenização cabal,
aquelas resultantes de trabalho do homem, constranger o vizinho a lhe dar passagem,
ou seja, se materializam por plantações ou cujo rumo será judicialmente ficado, se
construções. necessário. Este vizinho será aquele de
cujo imóvel mais facilmente se
prestar a passagem.

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@resumebiaoab
Passagem de cabos e tubulaçõees pelos prédios superiores.
Art. 1.286 do Código Civil: Mediante
recebimento de indenização que atenda,
também, à desvalorização da área
remanescente, o proprietário é obrigado a
tolerar a passagem, através de seu imóvel,
de cabos, tubulações e outros condutos
subterrâneos de serviços de utilidade
pública, em proveito de proprietários Limites entre prédios e direito de tapagem
vizinhos, quando de outro modo for O proprietário tem direito a cercar, murar,
impossível ou excessivamente onerosa. valar ou tapar de qualquer modo o seu
Art. 1.286, § único, do Código Civil: O prédio, urbano ou rural, e pode constranger
proprietário prejudicado pode exigir que a o seu confinante a proceder com ele à
demarcação entre os dois prédios, a
instalação seja feita de modo menos
aviventar rumos apagados e a renovar
gravoso ao prédio onerado, bem como, marcos destruídos ou arruinados,
depois, seja removida, à sua custa, para repartindo-se proporcionalmente entre os
outro local do imóvel. interessados as respectivas despesas.
Art. 1.287 do Código Civil: Se as instalações
oferecerem grave risco, será facultado ao Direito de construir
O proprietário pode levantar em seu
proprietário do prédio onerado exigir a
terreno as construções que lhe aprouver,
realização de obras de segurança. salvo o direito dos vizinhos e ps
regulamentos administrativos. Contudo, é
Águas
defeso abrir janelas, ou fazer eirado,
Art. 1.288 do Código Civil: O dono ou o
terraço ou varanda, a menos de metro e
possuidor do prédio inferior é obrigado a meio do terreno vizinho. Na zona rural, não
receber as águas que correm naturalmente será permitido levantar edificações a menos
do superior, não podendo realizar obras de três metros do terreno vizinho.
que embaracem o seu fluxo; porém a
Condomínio
condição natural e anterior do prédio
Art. 1.315 do Código Civil: O condômino é
inferior não pode ser agravada por obras
obrigado, na proporção de sua parte, a
feitas pelo dono ou possuidor do prédio concorrer para as despesas de conservação
superior. ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a
Art. 1.289 do Código Civil: Quando as águas, que estiver sujeita.
artificialmente levadas ao prédio superior, Art. 1.315, § único, do Código Civil:
ou aí colhidas, correrem dele para o Presumem-se iguais as partes ideais dos
condôminos.
inferior, poderá o dono deste reclamar que
Art. 1.318 do Código Civil: As dívidas
se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo
contraídas por um dos condôminos em
que sofrer. proveito da comunhão, e durante ela,
Art. 1.289, § único, do Código Civil: Da obrigam o contratante; mas terá este ação
indenização será deduzido o valor do regressiva contra os demais.
benefício obtido. Art. 1.340 do Código Civil: As despesas
Art. 1.290 do Código Civil: O proprietário de relativas a partes comuns de uso exclusivo
de um condômino, ou de alguns deles,
nascente, ou do solo onde caem águas
incumbem a quem delas se serve.
pluviais, satisfeitas as necessidades de seu
consumo, não pode impedir, ou desviar o
curso natural das águas remanescentes

18
@resumebiaoab

Art. 1.345 do Código Civil: O adquirente de


Direitos Reais sobre Coisa Alheia
unidade responde pelos débitos do
(princípais)
alienante, em relação ao condomínio,
inclusive multas e juros moratórios. Superfície
Multipropriedade Consiste no direito de de fruição ou de
gozo sobre coisa alheia pela qual o
Consiste em um regime de condomínio em
proprietário transfere ao superficiário o
que cada um dos proprietários de um
direito de plantar e construir m seu terreno,
mesmo imóvel é titular de uma fração de
temporariamente de forma onerosa ou
tempo, que será indivisível, sendo o período
gratuita, mediante escritura pública
de no mínimo 7 dias, seguidos ou
devidamente registrada no Cartório de
intercalados.
Registro de Imóveis.
Art. 1.358-I do Código Civil: São direitos do
Art. 1.371 do Código Civil: O superficiário
multiproprietário, além daqueles previstos
responderá pelos encargos e tributos que
no instrumento de instituição e na
incidirem sobre o imóvel.
convenção de condomínio em
Art. 1.372 do Código Civil: O direito de
multipropriedade:
superfície pode transferir-se a terceiros e,
I - usar e gozar, durante o período
por morte do superficiário, aos seus
correspondente à sua fração de tempo, do
herdeiros.
imóvel e de suas instalações, equipamentos
Art. 1.372, § único, do Código Civil: Não
e mobiliário;
poderá ser estipulado pelo concedente, a
II - ceder a fração de tempo em locação ou
nenhum título, qualquer pagamento pela
comodato;
transferência.
III - alienar a fração de tempo, por ato
Art. 1.373 do Código Civil: Em caso de
entre vivos ou por causa de morte, a título
alienação do imóvel ou do direito de
oneroso ou gratuito, ou onerá-la, devendo
superfície, o superficiário ou o proprietário
a alienação e a qualificação do sucessor,
tem direito de preferência, em igualdade de
ou a oneração, ser informadas ao
condições.
administrador;
IV - participar e votar, pessoalmente ou por Servidões prediais
intermédio de representante ou procurador, São instituídas em favor de um prédio sobre
desde que esteja quite com as obrigações outro pertencente a um dono diverso,
condominiais, em: constituindo-se mediante declaração
a) assembleia geral do condomínio em expressa dos proprietários, ou por
multipropriedade, e o voto do testamente, e subsequente registro no
multiproprietário corresponderá à quota de Cartório de Registro de Imóveis. As
sua fração de tempo no imóvel; servidões não se presumem.
b) assembleia geral do condomínio edilício, Exemplos: Servidão de vista, de ventilação,
quando for o caso, e o voto do de passagem, dentre outras.
multiproprietário corresponderá à quota de Art. 1.380 do Código Civil: O dono de uma
sua fração de tempo em relação à quota de servidão pode fazer todas as obras
poder político atribuído à unidade necessárias à sua conservação e uso, e, se
autônoma na respectiva convenção de a servidão pertencer a mais de um prédio,
condomínio edilício. serão as despesas rateadas entre os
respectivos donos.

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@resumebiaoab

Art. 1.381 do Código Civil: As obras a que se V - pela destruição da coisa, guardadas as
refere o artigo antecedente devem ser disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e
feitas pelo dono do prédio dominante, se o 1.409;
contrário não dispuser expressamente o VI - pela consolidação;
título. VII - por culpa do usufrutuário, quando
Art. 1.383 do Código Civil: O dono do prédio aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens,
serviente não poderá embaraçar de modo não lhes acudindo com os reparos de
algum o exercício legítimo da servidão. conservação, ou quando, no usufruto de
Art. 1.384 do Código Civil: A servidão pode títulos de crédito, não dá às importâncias
ser removida, de um local para outro, pelo recebidas a aplicação prevista no
dono do prédio serviente e à sua custa, se parágrafo único do art. 1.395;
em nada diminuir as vantagens do prédio VIII - Pelo não uso, ou não fruição, da coisa
dominante, ou pelo dono deste e à sua em que o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399).
custa, se houver considerável incremento
da utilidade e não prejudicar o prédio
serviente.
Art. 1.386 do Código Civil. As servidões Responsabilidade Civil
prediais são indivisíveis, e subsistem, no

Elementos
caso de divisão dos imóveis, em benefício de
cada uma das porções do prédio
dominante, e continuam a gravar cada uma a) Conduta humana: consiste na ação ou na
das do prédio serviente, salvo se, por omissão do agente imputável, ou seja, é o
natureza, ou destino, só se aplicarem a ato da pessoa que causa dano ou prejuízo
certa parte de um ou de outro. a outrem. Se caracteriza pela
voluntariedade.
Usufruto b) Nexo de causalidade: consiste no elo
Ocorre quando o proprietário confere a entre o ato lesivo e o dano sofrido.
alguém, durante determinado tempo, a
possibilidade de usar e colher frutos, sem
alterar a substância.
Art. 1.402 do Código Civil: O usufrutuário
não é obrigado a pagar as deteriorações
resultantes do exercício regular do
usufruto.
Art. 1.403 do Código Civil: Incumbem ao c) Culpa: na responsabilidade objetiva é
usufrutuário: desnecessário a comprovação de culpa.
I - as despesas ordinárias de conservação Desta forma, não se considera um elemento
dos bens no estado em que os recebeu; essencial, mas sim, um pressuposto.
II - as prestações e os tributos devidos pela 1. Negligência: é a inobservância ao dever
posse ou rendimento da coisa usufruída. de atenção. Caracteriza-se pela
Art. 1.410 do Código Civil: O usufruto desatenção ou falta de cuidado ao
extingue-se, cancelando-se o registro no exercer determinado ato.
Cartório de Registro de Imóveis: 2. Imprudência: é revestida de má-fé, pois
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; existe dolo, mesmo que que não seja a
II - pelo termo de sua duração; vontade direta do autor. o agente
III - pela extinção da pessoa jurídica, em assume o risco.
favor de quem o usufruto foi constituído, ou, 3. Imperícia: é a falta de técnica
se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos ou de conhecimento que
da data em que se começou a exercer; o agente deveria ter.
IV - pela cessação do motivo de que se
origina;

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Responsabilidade subjetiva: é aquela que d) Dano: consiste na lesão, podendo ser a


que tem por base a culpa do agente, que destruição ou diminuição, que uma pessoa
deve ser comprovada pela vítima para que sofre contra a sua vontade, em razão de
surja o dever de indenizar. certo evento. Pode atingir um bem ou
Responsabilidade objetiva: haverá interesse jurídico, patrimonial, estético ou
obrigação de reparar o dano, moral.
independentemente de culpa, nos casos em Art. 942 do Código Civil: Os bens do
que houver previsão legal ou por risco da responsável pela ofensa ou violação do
atividade. direito de outrem ficam sujeitos à reparação
do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
Hipóteses de responsabilidade objetiva por de um autor, todos responderão
previsão legal: solidariamente pela reparação.
1. os empresários individuais e as Art. 944 do Código Civil: A indenização
empresas respondem mede-se pela extensão do dano.
independentemente de culpa pelos Art. 944, § único, do Código Civil: Se houver
danos causados pelos produtos postos excessiva desproporção entre a gravidade
em circulação. da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
2. os pais respondem pelos filhos menores eqüitativamente, a indenização.
que estiverem sob sua autoridade e em Súmula 387 do STJ: É lícita a cumulação das
sua companhia. indenizações de dano estético e dano
3. o tutor o curador respondem pelos moral.
pupilos e curatelados, que se acharem Art. 948 do Código Civil: No caso de
nas mesmas condições. homicídio, a indenização consiste, sem
4. o empregador ou comitente respondem excluir outras reparações:
por seus empregados, serviçais I - no pagamento das despesas com o
prepostos, no exercício do trabalho que tratamento da vítima, seu funeral e o luto
lhes competir, ou em razão dele. da família;
5. os donos de hotéis, hospedarias, casas II - na prestação de alimentos às pessoas a
ou estabelecimentos onde se albergue quem o morto os devia, levando-se em
por dinheiro, mesmo para fins de conta a duração provável da vida da vítima.
educação, respondem pelos seus
hóspedes, moradores e educandos.
6. respondem os que gratuitamente,
houverem participado nos produtos do
crime, até a concorrente quantia.

Atenção! Responsabilidade subsidiária ou


mitigada: Art. 928 do Código Civil: O Art. 949 do Código Civil: No caso de lesão
incapaz responde pelos prejuízos que ou outra ofensa à saúde, o ofensor
causar, se as pessoas por ele responsáveis indenizará o ofendido das despesas do
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não tratamento e dos lucros cessantes até ao
dispuserem de meios suficientes. fim da convalescença, além de algum outro
Art. 928, § único, do Código Civil: A prejuízo que o ofendido prove haver
indenização prevista neste artigo, que sofrido.
deverá ser eqüitativa, não terá lugar se
privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.

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Art. 950 do Código Civil: Se da ofensa d) Caso fortuito ou força maior: ocorre
resultar defeito pelo qual o ofendido não quando uma determinada situação gera
possa exercer o seu ofício ou profissão, ou consequências com efeitos imprevisíveis e
se lhe diminua a capacidade de trabalho, a impossíveis de evitar ou impedir, afastando
indenização, além das despesas do a responsabilidade civil.
tratamento e lucros cessantes até ao fim da e) Culpa exclusiva da vítima: consiste na
convalescença, incluirá pensão exclusiva atuação culposa da vítima que
correspondente à importância do trabalho tem o condão de quebrar o nexo de
para que se inabilitou, ou da depreciação causalidade, eximindo-se o agente da
que ele sofreu. responsabilidade civil.
Art. 950, § único, do Código Civil: O Artigos importantes:
prejudicado, se preferir, poderá exigir que Art. 936 do Código Civil: O dono, ou
a indenização seja arbitrada e paga de detentor, do animal ressarcirá o dano por
uma só vez. este causado, se não provar culpa da vítima
ou força maior.
Excludentes de responsabilidade
civil
Consiste nas ocasiões em que, mesmo
havendo os requisitos para caracterização
de responsabilidade civil, o agente não será
obrigado a indenizar ou terá a indenização
compartilhada com a própria vítima.
a) Estado de necessidade: é quando a
agressão a um direito alheio, de valor
jurídico igual ou inferior àquele que se Art. 937 do Código Civil: O dono de edifício
pretende proteger, ocorre para remover um ou construção responde pelos danos que
perigo iminente, quando as circunstância resultarem de sua ruína, se esta provier de
do fato não autorizam outra forma de falta de reparos, cuja necessidade fosse
atuação. manifesta.
b) Legítima defesa: é quando o indivíduo Art. 938 do Código Civil: Aquele que habitar
encontra-se diante de uma situação atual prédio, ou parte dele, responde pelo dano
ou iminente de injusta agressão, dirigida a proveniente das coisas que dele caírem ou
si ou a terceiro, que não é obrigado a forem lançadas em lugar indevido.
suportar. Art. 945 do Código Civil: Se a vítima tiver
Atenção! Neste caso, se o agente, concorrido culposamente para o evento
exercendo esta prerrogativa de defesa, danoso, a sua indenização será fixada
atinge terceiro inocente, terá de indenizá- tendo-se em conta a gravidade de sua
lo, cabendo-lhe, ação regressiva contra o culpa em confronto com a do autor do
verdeiro agressor. dano.
c) Exercício regular do direito: se o agente
atuar no exercício regular de um direito
reconhecido, não poderá haver
responsabilidade civil. Contudo, se o sujeito
extrapola os limites, configura-se o abuso
de direito, o que materializa um ato ilícito,
desautorizando a exclusão da
responsabilidade.

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