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Jurisprudência: em regra não tem força vinculate pois possui efeitos inter partes, sendo fonte
secundária ou subsidiária. A exceção é para: decisões em controle concentrado de
constitucionalidade e súmulas vinculantes (possuem efeitos erga omnes), que constituem fonte
primária.
Costumes: perderam sua influência em razão do princípio da legalidade. Precisa ser: aplicado
durante longo período de tempo; não contrário à lei; consciência de obrigatoriedade.
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Sistemas administrativos:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
Sentido amplo: pode ser subjetivo (abrange órgãos governamentais, aos quais incumbe traçar
planos de ação, dirigir e comandar, assim como os órgãos administrativos, subordinados e
dependentes, aos quais cabe executar os planos governamentais) ou objetivo (abrange a função
política e a administrativa).
Em sentido estrito a expressão trata tão somente dos órgãos e entidades administrativos que
exercem função administrativa (responsáveis pela execução dos planos de governo). Nesse
aspecto se divide em:
Governo:
Atuação do Estado:
ENTIDADES
Entidade política ou primária (centralização): pessoas jurídicas de direito público que recebem
suas atribuições diretamente da CF, integrando a estrutura constitucional do Estado (União,
estados, DF e municípios); possuem órgãos despersonalizados que prestam os serviços; têm
capacidade genérica; possuem autonomia plena/autonomia política:
• Descentralização por outorga, por serviços, técnica ou funcional: o Estado cria uma
entidade com personalidade jurídica própria, por meio de lei (criação ou autorização para
criação), e a ela transfere a titularidade e a execução do serviço > administração indireta
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas);
presunção de definitividade / transferência de titularidade + execução / sem
subordinação ou hierarquia (há somente vinculação).
O Regime Jurídico da Administração são os regimes de direito público e de direito privado a que
se submete a Administração Pública. Já o Regime Jurídico Administrativo é o conjunto de traços
e conotações que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa
posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa, trata-se de prerrogativas e
sujeições, que permitem o alcance da finalidade pública do Estado e a preservação dos direitos
fundamentais e do patrimônio público.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O Estado legisla, porém também se subordina à lei. A administração só atua naquilo que a lei
determina/autoriza (legalidade administrativa), ou seja, não age se não houver lei.
Para o administrado, esse princípio permite fazer tudo que não encontra proibição legal
(autonomia da vontade)
Legalidade em sentido amplo: a atuação deve contemplar todas as normas/ reserva legal:
assuntos que somente podem ser regulados por lei.
Reserva legal: a extinção de órgãos públicos, assim como sua criação, depende de lei específica;
a instituição de autarquias e empresas públicas depende de lei para sua criação ou autorização
por lei para criação; a extinção de cargos comissionados e efetivos vagos depende de lei, PORÉM,
quanto aos cargos públicos vagos, sua extinção poderá ocorrer por meio de decreto autônomo
do Chefe do Executivo (administrativamente).
OBS STF: Em face do princípio da legalidade, pode a administração pública, enquanto não
concluído e homologado o concurso público, alterar as condições do certame constantes do
respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie, visto que, antes do
provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação ou, se for o caso,
à participação na segunda etapa do processo seletivo.
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
Þ agente público atua em nome do Estado: validade dos atos praticados por agente de fato.
Ou seja, os atos pertencem ao órgão e não ao agente público.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Decorre da ideia de transparência, divulgando informações para o controle social, bem como
requisito de eficácia para certos atos (atos de efeitos gerais com destinatários indeterminados e
de efeitos externos, que alcançam os administrados).
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Administração gerencial: os controles administrativos deixam de ser por processos para serem
realizados por resultados.
Exemplos:
Relativização: STF entende que é possível que a Administração faça acordos ou transações
quando seja a maneira mais eficaz de beneficiar a coletividade e o ato não seja oneroso para a
Administração.
Sentidos:
a) Poder-dever de agir: sempre que o ordenamento conceder uma competência (poder) aos
agentes públicos, esse poder representará também um dever, não podendo escolher se
deve ou não fazer, mas sim aplicar o Direito.
b) Inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos: impossibilidade de
transferir aos particulares direitos relacionados aos interesses públicos que a lei lhe
encarregou de defender.
Þ Limitação ao excesso;
Þ Adequação na relação entre meios e fins;
Þ Limitação à discricionariedade (margem de liberdade do agente público) – não é juízo de
mérito quando o ato está eivado de desproporcionalidade.
Þ Limitação à atividade administrativa, legislativa e judicial.
a) Adequação (pertinência, aptidão): o meio empregado deve ser compatível com o fim
desejado. Os meios devem ser efetivos para os resultados que se deseja alcançar.
b) Necessidade (exigibilidade): não deve existir outro meio menos gravoso ou oneroso para
alcançar o fim público, o meio escolhido deve ser o que causa menor prejuízo possível
para os indivíduos.
c) Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens a serem conquistadas devem
superar as desvantagens.
Þ Os serviços públicos devem ser prestados de forma ininterrupta, pois é através deles que
o Estado desempenha suas funções essenciais ou necessárias à coletividade; (princípios
da supremacia do interesse público e da eficiência)
Þ Trata de toda a atividade administrativa (serviços públicos e atividades internas);
Þ Consequências e aplicações: restrição ao direito de greve; uso da substituição e delegação
para promover a continuidade;
Þ Não é absoluto, por exemplo no caso de inadimplência do consumidor (com a vedação
de início do corte em finais de semanas, antes de feriados e etc), bem como para ocasião
de manutenção por ordem técnica ou em razão de segurança das instalações
(necessidade de aviso prévio) ou emergência. Impossibilidade da contratada pela
Administração de invocar cláusula de exceção do contrato não cumprido do contrato
que tenha por objeto a execução de serviço público (exceptio non adimpleti contractus)
por atraso de até 90 dias nos pagamentos devidos.
Þ Reversão dos bens necessários à prestação do serviço público nos contratos de concessão
ou permissão ao fim destes, incorporando-se ao patrimônio da Administração Pública
(com a indenização daqueles ainda não amortizados).
Þ STF: é vedado o direito de greve aos policiais civis e a todos os servidores públicos que
atuem diretamente na área de segurança pública (inclusos os militares por vedação
expressa da CF/88), permitido o desconto dos dias de paralisação ou a compensação por
meio de acordo (sendo a greve, todavia, impulsionada por conduta ilícita do Poder
Público, como atraso no pagamento da remuneração, o desconto é incabível).
Þ OBS: TCU permitiu que se desse continuidade a serviços essenciais à Administração
resultantes de contrato realizado com falha em procedimento licitatório, tão somente
em período necessário para realização de nova contratação.
Þ Deste princípio também decorre a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos administrativos, pois, embora tenha a Administração Pública o poder de realizar
alterações unilaterais, estas não podem resultar em desequilíbrio do contrato.
PRINCÍPIO DO CONTROLE OU DA TUTELA
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Þ SÚMULA 473 STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Þ Anular: desfazer ato ilegal / Revogar: desfazer ato legal (inconveniente ou inoportuno;
juízo de mérito);
Þ Pode se dar de ofício ou por provocação;
Þ Afetados direitos, deve-se observar o contraditório e a ampla defesa.
Þ Di Pietro também diz que o princípio da autotutela se refere ao poder que a
Administração Pública possui para zelar pelos bens que integram o seu patrimônio.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
OBS: motivação aliunde é realizada pela mera referência, no ato, a pareceres, informações ou
propostas anteriores, que serão parte integrante do ato. Em decisões reiteiradas é possível ser
utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não se
prejudique direito ou garantia dos interessados.
OUTROS PRINCÍPIOS:
• Contraditório: tomar conhecimento das alegações da parte contrária e contra elas poder
se contrapor, influenciando o convencimento do julgador;
• Ampla defesa: direito de alegar e provar o que alega, podendo valer-se de todos os meios
e recursos juridicamente válidos (vedação ao cerceamento de defesa). OBS: Súmula
Vinculante 5 – a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a Constituição).
Princípio da especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, com a criação de
entidades para o desempenho de finalidades específicas (princípios da legalidade e da
indisponibilidade do interesse público).
Princípio da sindicabilidade: todo ato administrativo pode se submeter a algum tipo de controle
(abrange o controle jurisdicional e a autotutela).
Princípio da intranscendência subjetiva das sanções: a penalidade atinge a pessoa que cometeu
a irregularidade, não prejudicando aquele que não é responsável pelo fato (um administrador
não pode ser prejudicado por ato de outro).
Exemplo: ex-prefeito deixa de prestar contas sobre utilização de recursos federais, sendo
o município considerado inadimplente para receber recursos federais; esta penalidade,
todavia, atinge apenas o mandato do prefeito inadimplente, não se estendendo ao novo
prefeito, que não pode ser prejudicado por ato de outrem.
5. PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
PODER-DEVER de agir:
® Envolvem simultaneamente uma prerrogativa e uma obrigação de atuação;
® Legalidade e indisponibilidade do interesse público;
® A competência atribuída ao agente público é irrenunciável, sob pena de ilegalidade da
omissão (abuso de poder, responsabilidade civil da administração pública, responsabilização
do agente nas esferas penal, civil e administrativa).
DEVERES ADMINISTRATIVOS:
® Dever de eficiência (qualidade, celeridade, economicidade, atuação técnica, controle, etc);
® Dever de probidade (padrões éticos de comportamento - moralidade);
® Dever de prestar contas (qualquer um que “utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos”; a boa aplicação de recursos públicos deve ser
comprovada por quem o aplicou; alcança todos os atos de governo e de administração).
6. PODERES E DEVERES DOS ADMINISTRADORES PÚBLICOS.
Poder vinculado: A lei, ao outorgar a competência ao agente público, não deixa margem de
liberdade para seu exercício. Configurando-se a situação prevista na lei, o agente está vinculado
a uma única solução.
® Atenção! Não é o mesmo que ato vinculado, que é uma manifestação do poder vinculado, e
ocorre quando todos os elementos dos atos administrativos são vinculados (competência,
finalidade, forma, motivo e objeto).
® No ato discricionário também alguns elementos são vinculados (competência, finalidade e
forma), assim o poder vinculado se refere a estes elementos, enquanto o poder
discricricionário será em relação aos demais (motivo e objeto).
Poder discricionário: o agente público possui alguma margem de liberdade de atuação, podendo
fazer juízo de conveniência e oportunidade, decidindo com base no mérito administrativo. Os
limites são estabelecidos pela lei, bem como pela razoabilidade e proporcionalidade.
® dar ordens (em regra são obrigatórias, exceto as manifestamente ilegais e situações
específicas);
® editar atos normativos internos para ordenar a atuação dos subordinados (ato
ordinatório);
® fiscalizar a atuação e rever atos (sentido amplo: legalidade e mérito / poder de controle
para anular ou revogar atos e, ainda, realizar a convalidação em se tratando de vício
sanável);
® delegar competências (atribuir competência a outrem verticalmente, é ato discricionário,
temporário e revogável / não podem ser delegados atos de natureza política); Atenção!
É possível delegar onde não há relação hierárquica por meio de ato bilateral, como o
convênio, mas não será manifestação do poder hierárquico; A subdelegação só é
permitida com a concordância expressa do delegante.
® avocar atribuições (atrair para si certa função originalmente atribuída ao subordinado /
medida excepcional que exige motivo relevante, justificação e tempo determinado, não
cabendo em caso de competência exclusiva de subordinado);
® aplicar sanções (competência indireta/mediata, por não ser a essência do poder
hierárquico, mas tão somente consequência deste, somente em relação aos servidores,
também sendo poder disciplinar).
Natureza:
® Discricionária: em relação à tipificação da falta e o conteúdo da sanção (gradação), nos casos
em que há margem para tal. Exemplo: quando a lei determina que a pena de demissão deve
ser aplicada não pode ser aplicada outra lei, pois não há margem de discricionariedade.
® Vinculada: em relação à apuração e o dever de aplicar a sanção (quando comprovada a
ocorrência da infração).
É a prerrogativa conferida à Administração Pública para editar atos gerais para complementar as
leis e permitir a sua efetiva aplicação. Produz norma secundária que não pode inovar na ordem
jurídica, por ter caráter infralegal. Alguns autores distinguem entre poder normativo e poder
regulamentar:
• Leis que contenham recomendação de serem regulamentadas não são exequíveis antes
da expedição do decreto reulamentar (condição suspensiva da execução da norma);
• A regulamentação de lei é cabível quando há regramento procedimental a ser observado
pelos órgãos e agentes públicos e quando a norma utiliza expressões genéricas que
dependem de trabalho interpretativo mais acurado.
• Assegura o princípio da isonomia, evitando interpretações divergentes.
• Embora não possa inovar, pode criar obrigações secundárias, subsidiárias ou derivadas.
Decretos autônomos: faz ato normativo primário; exceção à vedação à inovação, cujo
fundamento advem da CF/88. Não se destinam a regulamentar determinada lei, mas sim tratar
de matérias não disciplinadas em lei. Hipóteses do art. 84, VI, CF, de competência privativa do
Presidente (reserva administrativa / simetria aplicável aos chefes do Executivo / delegável aos
Ministros de Estado, PGR ou AGU):
Conceito: “faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso
e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício ca coletividade ou do próprio
Estado”, Hely Lopes Meirelles.
Objeto: todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade ou pôr em risco
a segurança nacional, exigindo, por isso mesmo, regulamentação, controle e contenção pelo
poder público.
Finalidade: proteger o interesse público.
® Sentido amplo: toda e qualquer ação restritiva do Estado e relação aos direitos
individuais (Legislativo e Executivo);
® Sentido estrito: apenas a atividade da Administração Pública, que regulamenta as leis
de polícia ou que exerce atividades concretas de limitação e condicionamento
(regulamentação de uma lei de polícia; fiscalização do cumprimento das normas e
edição de atos de controle, como alvarás; e aplicação de sanções por violação das
normas de polícia)
CTN, Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se
de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Exemplos:
Atenção! Súmulas:
STJ, 19: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
STF, vinculante, 38: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial.
Polícia Administrativa:
Polícial Judiciária:
® Delegado: exercido pela Administração Pública indireta por meio de outorga legal
(descentralização por outorga). Em regra ocorre para as entidades administrativas de direito
público (autarquias e fundações autárquicas), porém o STF admite a delegação de parte do
poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado integrantes do Estado (fases de
consentimento, fiscalização e sanção).
STF: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de
direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do
Estado e em regime não concorrencial. (tema 532)
Requisitos:
® Prescrição: prescreve em 5 anos a ação punitiva da Adm. Púb. federal direta e indireta,
no exercício do poder de polícia, com o objetivo de apurar (não punir, aplicar sanção)
possíveis infrações à legislação em vigor (data da prática do ato ou da cessão da
permanência ou continuidade). Atenção! Constituindo-se a infração crime, rege-se a
prescrição pela lei penal. Após a apuração, o prazo é de 5 anos para a aplicação da sanção
(STJ).
® Excesso de poder: o agente atua fora de sua esfera de competência (sanável em regra);
® Desvio de poder (finalidade): o agente atua dentro de sua competência, porém de forma
contrária à finalidade explícita ou implícita na lei que autoriza o ato (insanável).
8. LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI NO 13.869/2019). Não consta do edital TJES!
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de tempo, no caso de negligência do querelante, retomar
autoridade, cometidos por agente público, servidor ou a ação como parte principal.
não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido
de 6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o
atribuído.
prazo para oferecimento da denúncia.
§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime
CAPÍTULO IV
de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente
com a finalidade específica de prejudicar outrem ou DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero RESTRITIVAS DE DIREITOS
capricho ou satisfação pessoal.
Seção I
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na
Dos Efeitos da Condenação
avaliação de fatos e provas não configura abuso de
autoridade. Art. 4º São efeitos da condenação:
CAPÍTULO II I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado
pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do
DOS SUJEITOS DO CRIME
ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade reparação dos danos causados pela infração,
qualquer agente público, servidor ou não, da considerando os prejuízos por ele sofridos;
administração direta, indireta ou fundacional de
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
Federal, dos Municípios e de Território,
compreendendo, mas não se limitando a: III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III
equiparadas; do caput deste artigo são condicionados à ocorrência
de reincidência em crime de abuso de autoridade e não
II - membros do Poder Legislativo;
são automáticos, devendo ser declarados
III - membros do Poder Executivo; motivadamente na sentença.
IV - membros do Poder Judiciário; Seção II
V - membros do Ministério Público; Das Penas Restritivas de Direitos
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das
privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, públicas;
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
perda dos vencimentos e das vantagens;
pelo caput deste artigo.
III - (VETADO).
CAPÍTULO III
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem
DA AÇÃO PENAL
ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
Art. 3º (VETADO).
CAPÍTULO V
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA
pública incondicionada.
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública
independentemente das sanções de natureza civil ou
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério
administrativa cabíveis.
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo,
fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do
Lei que descreverem falta funcional serão informadas à condutor e das testemunhas;
autoridade competente com vistas à apuração.
IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade,
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida
independentes da criminal, não se podendo mais de segurança ou de internação, deixando, sem motivo
questionar sobre a existência ou a autoria do fato justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de
quando essas questões tenham sido decididas no juízo soltura imediatamente após recebido ou de promover
criminal. a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
legal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como
no administrativo-disciplinar, a sentença penal que Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante
reconhecer ter sido o ato praticado em estado de violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade
necessidade, em legítima defesa, em estrito de resistência, a:
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à
direito.
curiosidade pública;
CAPÍTULO VI
II - submeter-se a situação vexatória ou a
DOS CRIMES E DAS PENAS constrangimento não autorizado em lei;
Art. 9º (VETADO). III - (VETADO).
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em III - produzir prova contra si mesmo ou contra
manifesta desconformidade com as hipóteses legais: terceiro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
sem prejuízo da pena cominada à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade
judiciária que, dentro de prazo razoável, deixar de: Art. 14. (VETADO).
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão,
pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar
profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
diversa ou de conceder liberdade provisória, quando
manifestamente cabível; Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando Parágrafo único. (VETADO).
manifestamente cabível.’
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha prossegue com o interrogatório:
ou investigado manifestamente descabida ou sem
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao
prévia intimação de comparecimento ao juízo:
silêncio; ou
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por
Art. 11. (VETADO). advogado ou defensor público, sem a presença de seu
patrono.
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão
em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal: Violência Institucional
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a
multa. testemunha de crimes violentos a procedimentos
desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
reviver, sem estrita necessidade:
I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de
I - a situação de violência; ou
prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária
que a decretou; II - outras situações potencialmente geradoras de
sofrimento ou estigmatização:
II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de
qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
ou à pessoa por ela indicada; multa.
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide
quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela a vítima de crimes violentos, gerando indevida
revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem
terços). mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na
companhia de maior de idade ou em ambiente
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de
violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
pena em dobro.
Adolescente).
Art. 16. (VETADO).
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante,
falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou imóvel alheio ou suas dependências, ou nele
quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão: permanecer nas mesmas condições, sem determinação
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista
responsável por interrogatório em sede de no caput deste artigo, quem:
procedimento investigatório de infração penal, deixa de
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça,
identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa
a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas
identidade, cargo ou função.
dependências;
Art. 17. (VETADO).
II - (VETADO);
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar
durante o período de repouso noturno, salvo se
após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco
capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente
horas).
assistido, consentir em prestar declarações:
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
socorro, ou quando houver fundados indícios que
multa.
indiquem a necessidade do ingresso em razão de
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o situação de flagrante delito ou de desastre.
envio de pleito de preso à autoridade judiciária
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência,
competente para a apreciação da legalidade de sua
de investigação ou de processo, o estado de lugar, de
prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente
alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado
que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica
sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de
a conduta com o intuito de:
enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa
Art. 20. (VETADO).
por excesso praticado no curso de diligência;
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou
e reservada do preso com seu advogado:
informações incompletos para desviar o curso da
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e investigação, da diligência ou do processo.
multa.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede funcionário ou empregado de instituição hospitalar
o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pública ou privada a admitir para tratamento pessoa
pessoal e reservadamente com seu advogado ou cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local
defensor, por prazo razoável, antes de audiência ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa,
se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório
além da pena correspondente à violência.
ou no caso de audiência realizada por videoconferência.
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma
procedimento de investigação ou fiscalização, por meio
cela ou espaço de confinamento:
manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso outro procedimento investigatório de infração penal,
de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção
com prévio conhecimento de sua ilicitude. de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a
diligências em curso, ou que indiquem a realização de
Art. 26. (VETADO).
diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
procedimento investigatório de infração penal ou
multa.
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de
qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de
ou de infração administrativa: obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer,
sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de
sindicância ou investigação preliminar sumária, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se
devidamente justificada. utiliza de cargo ou função pública ou invoca a condição
de agente público para se eximir de obrigação legal ou
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem
para obter vantagem ou privilégio indevido.
relação com a prova que se pretenda produzir, expondo
a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a Art. 34. (VETADO).
imagem do investigado ou acusado:
Art. 35. (VETADO).
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que
judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de extrapole exacerbadamente o valor estimado para a
prejudicar interesse de investigado: satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração,
pela parte, da excessividade da medida, deixar de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
corrigi-la:
multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no
Art. 30. (VETADO).
exame de processo de que tenha requerido vista em
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu
ou administrativa sem justa causa fundamentada ou andamento ou retardar o julgamento:
contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, Art. 38. (VETADO).
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações,
fiscalizado:
por meio de comunicação, inclusive rede social,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e
multa. formalizada a acusação:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
inexistindo prazo para execução ou conclusão de multa.
procedimento, o estende de forma imotivada,
CAPÍTULO VII
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado. DO PROCEDIMENTO
Art. 32. (VETADO). Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos
delitos previstos nesta Lei, no que couber, as
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou
disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
advogado acesso aos autos de investigação preliminar,
1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº 9.099, de
ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer
26 de setembro de 1995.
9. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA.
Atenção! Em tese a extinção se derá por simetria do critério de criação, porém o STF entende
que basta autorização legislativa genérica para extinção de empresas estatais. O Programa
Nacional de Desestatização e o Programa de Parceria de Investimentos exigem: i) a norma deve
estabelecer política pública a ser atingida, estabelecendo objetivos e regras; e ii) não haver
exigência de lei específica para extinção prevista na lei que autoriza a criação.
10. ÓRGÃOS PÚBLICOS.
Conceito: são centros de competências instituídos para desempenho de funções estatais, através
de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica, com objetivo de expressar a vontade
do Estado. Não detém personalidade jurídica própria, pois fazem parte de uma pessoa política
ou administrativa (essas sim detém personalidade jurídica).
Atenção! O Estado (ou seus entes políticos) é pessoa jurídica, ente abstrato, portanto não emite
declarações de vontade por si só e não produz atos jurídicos sozinho, mas atua por meio de seus
agentes públicos, incumbidos de representarem a vontade do Estado. O ato é materialmente
praticado pelo agente, porém sua autoria é atribuída ao Estado ou pessoa jurídica a quem
represente.
Capacidade processual: em regra, por serem figuras despersonalizadas, os órgãos não possuem
capacidade processual para figurar em qualquer dos pólos da demanda, porém,
excepcionalmente, vem sendo admitido que determinados órgãos públicos (de natureza
constitucional – órgãos independentes, ex: presidência da república, câmara dos deputados,
senado federal, STF, STJ, TCU, MPU, outros) impetrem mandado de segurança para a defesa de
suas competências e prerrogativas em face de outro órgão.
• Exemplo: admitiu-se mandado de segurança impetrado por Câmara Municipal contra
Prefeito para obrigá-lo a prestar contas, atendendo ao preceito do art. 31, CF, que atribui
ao Poder Legislativo Municipal o exercício do controle externo do Poder Executivo.
Criação dos órgãos públicos: ocorre na forma da Constituição, sendo distinta para cada Poder.
Poder Executivo
• A criação/extinção depende de lei em sentido formal , de iniciativa do chefe do Poder
Executivo (presidente, governador, prefeito), devendo ser aprovado pelo Poder
Legislativo.
• Quando NÃO implicar em aumento de despesa ou criação/extinção de órgãos, a
organização e o funcionamento poderão ser realizados por decreto autônomo do Poder
Executivo.
Poder Legislativo
• Compete à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal dispor, por atos próprios de cada
Casa, sobre sua organização, funcionamento, criação e extinção de órgãos.
Poder Judiciário
• Criação, extinção e organização da sua estrutura depende de lei de iniciativa do STF, dos
tribunais superiores e dos tribunais de justiça, conforme o caso; estendendo-se o mesmo
ao Ministério Público e aos Tribunais de Contas, que podem iniciar o processo legislativo
para dipor sobre tal.
c) Órgãos superiores: detêm poder de direção, controle, decisão e comando de assuntos de sua
competência específica, sujeitos à supordinação e ao controle hierárquico de uma chefia
mais alta. Não têm autonomia administrativa nem financeira.
Exemplos: gabinetes, secretarias-gerais, inspetorias-gerais, procuradorias, coordenadorias,
departamentos, divisões, etc.
Quanto à estrutura
a) Órgãos ativos: expressam decisões estatais para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica.
Exemplo: ministérios;
b) Órgãos de controle: prepostos a fiscalizar e controlar a atividade de outros órgãos ou
agentes. Exemplo: TCU;
c) Órgãos consultivos: de aconselhamento e elucidação (emissão de pareceres) para que sejam
tomadas as providências pertinentes pelos órgãos ativos.
® DIRETA: entidades políticas (União, Estados, Municípios e DF). É o conjunto de órgãos que
integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício,
de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado.
§ Centralizada;
§ Pessoas políticas (capacidade de legislar – entes federativos);
§ Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário + outros);
§ Exemplos: Executivo (Presidência e Ministérios); Legislativo (Congresso, Senado,
Câmara, Assembléias etc); Judiciário (tribunais).
11.2. TERCEIRO SETOR: não é Estado (não fazem parte do Estado) e não é Mercado (pois não
buscam fins lucrativos). São entidades privadas sem fins lucrativos. Podem firmar parcerias com
o Estado para fins sociais, tornando-se entidade paraestatal.
CF, art. 37, XIX – “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.”
12. AUTARQUIAS.
Características:
• Integra a Administração Indireta;
• Criação e extinção por lei específica (iniciativa privativa do Chefe do Executivo);
• Gestão administrativa e financeira descentralizada;
• Capacidade de autoadministração;
• Desempenho de serviço público descentralizado ou serviço autônomo;
• Patrimônio e receita próprios;
• Especialização dos fins ou atividades;
• Sujeição a controle ou tutela (vinculada a pessoa política criadora por intermédio do
ministério da área, NÃO é subordinação hierárquica).
• Serviço público personalizado.
• Direito ao desempenho do serviço nos limites da lei e obrigação de desempenhar a
função.
É o controle finalístico ou tutela administrativa ou supervisão ministerial, que ocorre nos limites
expressamente previstos em lei, cujo objetivo é a verificação do enquadramento da instituição
no programa geral do Governo e de seu acompanhamento para garantir o atingimento das
finalidades da entidade controlada.
Regime Jurídico das Autarquias: Regime Jurídico Único: estatutário (Lei 8.112/90).
Nomeação e exoneração dos dirigentes: cabe ao Presidente da República (aplica-se por simetria
aos governadores e prefeitos). A lei de criação disciplinará sua investidura, podendo exigir
aprovação pelo Poder Legislativo (como é o caso do Presidente e dos Diretores do Banco Central
e dos Diretores das agências reguladoras, que devem ser aprovados pelo Senado).
Prerrogativas:
Juízo competente: se for autarquia federal será a Justiça Federal, em condição de parte,
assistente ou oponente. Se for estadual, será da Justiça Estadual. Se tratar de regime celetista,
será competente a Justiça do Trabalho.
OBS: os conselhos de profissão são autarquias, exceto a OAB, e se submetem a regime híbrido
ou especial, por serem aplicáveis regras de direito público bem como de direito privado. Não se
submetem ao regime de precatórios. Integram a Adm. Ind. e se submetem ao controle externo
dos Tribunais de Contas.
Autarquias sob regime especial: São autarquias regidas por um regime com disciplina específica,
com prerrogativas especiais e diferenciadas, para que tenham maior autonomia em relação ao
ente instituidor. Seus membros tem mandato fixo (colegiado de membros nomeados pelo
Presidente da República, após prévia aprovação do Senado, por prazo de 5 anos), ao contrário
das demais autarquias, cujos dirigentes podem ser exonerados ad nuntum. Exemplo: Agências
Reguladoras, algumas Universidades, e consórcios públicos organizados na forma de associação
pública, e conselhos de fiscalização de atividade profissional.
OBS: algumas entidades exercem o poder de polícia porém não recebem a designação de
agências reguladoras (sentido estrito), como Bacen, CVM, Cade e outros (sentido amplo).
a) em relação ao Poder Legislativo – porque dispõem de função normativa, que justifica o nome
de órgão regulador ou agência reguladora;
b) em relação ao Poder Executivo – porque suas normas e decisões não podem ser alteradas ou
revistas por autoridades estranhas ao próprio órgão; (exceção: AGU – Presidente da
República pode avocar e decidir qualquer assunto na esfera federal por motivo relevante de
interesse público, com possibilidade de interposição de recurso hierárquico impróprio,
dirigido ao Ministério, caso a decisão da agência fuja às finalidades ou sejam inadequadas às
políticas públicas do setor).
c) em relação ao Poder Judiciário – porque dispõem de função quase-jurisdicional, no sentido
de que resolvem, no âmbito das atividades controladas pelas agências, litígios entre os
delegatários (empresas/pessoas que prestam serviços mediante concessão, permissão ou
autorização) e entre estes e os usuários dos serviços públicos.
Autonomia administrativa:
® Autarquia ou fundação pública que recebe qualificação jurídica que lhe confere maior
autonomia gerencial, orçamentária e financeira, que se submete a regime de controle
sobre metas de desempenho e prazos. Ex: INMETRO.
Requisitos:
Criação: após autorização da criação por lei específica (assunto da lei relacionado as
competências da entidade), é elaborado (em regra por decreto) e registrado o Ato Constitutivo
no órgão competente.
Controle e supervisão ministerial: não é hierarquia, somente vinculação para controle do ente
instituidor. Ademais, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas. O controle externo não
pode reduzir sua autonomia ou implicar em ingerência.
Regime Jurídico: é híbrido, porém pode haver predominância do direito privado (atividade
econômica) ou público (prestação de serviço público, especialmente em regime de monopólio
ou não competitivo).
Falência: não se sujeitam ao regime falimentar (Lei 11.101/05). As entidades instituidoras podem
responder subsidiariamente.
Empresa Pública: qualquer forma jurídica adequada a finalidade, capital social público (outras pj
de direito público interno podem participar do capital). Ex: Correios, CEF, BNDES, Serpro, etc.
Sociedade de Economia Mista: forma de sociedade anônima, Poder Público detém o controle
acionário. Ex: Banco do Brasil, Banco da Amazonia e Petrobrás.
Escolha de administradores:
Restrições à escolha dos administradores:
Licitações: a Lei 13.303/16 disciplina quase na sua integralidade a aplicação das licitações e
contratações no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista, eliminando o
regramento por estatuto próprio. Aplicam-se, ainda, as regras sobre direito penal e algumas
regras de critério de desempate da Lei de Licitações e Contratações.
Composição do Capital:
Foro processual:
• SEM: regra Justiça Estadual (exceto quando a União intervém como assistente ou
oponente, irá para Justiça Federal).
• EP: em regra se federal, Justiça Federal; se estadual ou municipal, Justiça Estadual.
• Relações de trabalho: Justiça do Trabalho.
• privadas (instituídas pelo particular, natureza de direito privado, com regime jurídico
híbrido com exigência de concurso público, dever de licitar, contratos administrativos).
Recebem autorização por lei para sua criação, e dependem do registro do ato
constitutivo para adquirir personalidade jurídica. Não podem exercer poder de império.
• públicas (instituídas pelo Estado, que faz dotação patrimonial e destina recursos
orçamentários para o desempenho de atividade de interesse social, natureza de direito
público – autarquia, podendo ser chamadas de fundações autárquicas por essa razão).
Sua criação se dá por lei efetivamente.
Características das fundações públicas:
• Dotação patrimonial;
• Personalidade jurídica própria (pública ou privada);
• Desempenho de atividade atribuída pelo Estado no âmbito social;
• Capacidade de auto administração;
• Sujeição ao controle administrativo ou tutela pela Administração Direta, nos limites da
lei.
Atividades: devem sempre possuir caráter social (assistência social, médica e hospitalar;
educação e ensino; pesquisa; atividades culturais). LC, ainda não editada, deve definir sua área
de atuação.
Regime jurídico:
Terceiro Setor: designa as atividades privadas surgidas necessariamente no meio privado, que
não possuem fins lucrativos nem econômicos. Formado por entidades privadas da sociedade civil,
que prestam atividade de interesse social, sem finalidade lucrativa, que se sujeitam ao controle
direto ou indireto da Administração (sujeitas ao controle do Tribunal de Contas). Popularmente
conhecidas como ONGs. Não integram a Administração Pública.
Entidades paraestatais seriam as entidades do terceiro setor que possuem algum vínculo com o
Poder Público (contrato de festão ou termo de parceria por exemplo). São elas:
Objeto: atividade social, serviço de utilidade pública que beneficia grupamentos sociais ou
profissionais.
Regime de pessoal: a contratação não exige concurso público, mas sim processo seletivo que
observa os princípios constitucionais; submetem-se à CLT, equiparados a funcionários públicos
para fins penais e agentes públicos para fins de improbidade administrativa.
Licitação: não se submetem a Lei de Licitações, mas devem seguir regulamentos próprios (que
não podem inovar na ordem jurídica) pautados nos princípios gerais do processo licitatório e da
administração pública.
Novos Serviços Sociais Autônomos: a legislação vem permitindo a criação de entidades que não
possuem as características acima. Buscam fugir do regime jurídico administrativo (substituindo a
atuação de autarquias e órgãos públicos).
• Criadas pelo Executivo por autorização legal;
• Presidente da entidade escolhido e nomeado pelo Presidente da República;
• Submetidos à supervisão ministerial;
• Celebram contrato de gestão com o Executivo;
• Podem receber dotações consignadas diretamente no orçamento geral da União.
• Exemplos: extinção da Embratur (ABPIT), APEX-Brasil; ABDI; Anater.
16.2. Organizações Sociais (OS)
• Qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, instituída
por particulares, que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para
desempenhar serviço público de natureza social. A entidade é criada como associação ou
fundação e se habilita perante o Poder Público. É título jurídico outorgado e cancelado pelo
Poder Público. Conhecidas como entidades públicas não estatais.
• Classificadas como entidades de interesse social e utilidade pública, pois atuam em áreas
que trazem benefícios para a sociedade como um todo porém não costuma ser lucrativo para
a iniciativa privada. Buscam a qualificação para receber alguma forma de fomento.
b) Exigência para qualificação de entidade do terceiro setor como organização social: em sua
elaboração são observados os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e os seguintes preceitos:
Fiscalização e execução do contrato: feita pelo órgão ou entidade supervisora da área de atuação
correspondente à atividade fomentada. A entidade qualificada apresenta relatório com
comparativo das metas com os resultados alcançados, bem como prestação de contas, analisado
por comissão de avaliação, que encaminha relatório conclusivo à autoridade supervisora.
Os responsáveis darão ciência ao TCU sobre qualquer irregularidade ou ilegalidade, sob pena de
responsabilidde solidária.
a) Recursos orçamentários;
b) Bens públicos necessários ao cumprimento da obrigação: permissão de uso, dispensada
licitação;
c) Cessão especial de servidor público, com ônus para o órgão de origem do servidor;
d) Dispensa de licitação com o Poder Público para prestação das atividades no contrato de
gestão;
Desqualificação: constatado o descumprimento das disposições do contrato de gestão, haverá
processo administrativo (ampla defesa), respondendo os dirigentes pelos danos ou prejuízos
decorrentes de sua ação ou omissão. Ao final, haverá a reversão dos bens permitidos e dos
valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
• Qualificação jurídica dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do
Estado, com incentivo e fiscalização do Poder Público, mediante vínculo jurídico instituído por
meio de termo de parceria.
• Constituídas e em funcionamento regular há pelo menos 3 anos.
• Áreas de atuação:
a) assistência social,
b) cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico,
c) educação,
d) saúde,
e) segurança alimentar e nutricional,
f) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
g) promoção do voluntariado;
h) desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
i) experimentação de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de
produção, comércio, emprego e crédito;
j) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
k) promoção da ética, da paz, da cidania, dos direitos humanos, da democracia e
outros valores universais;
l) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam
respeito às atividades acima;
m) estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação
de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
Termo de Parceria:
17. ATO ADMINISTRATIVO.
® Tipicidade:
Conduta previamente definida em lei apta a produzir determinados resultados;
Não existe ato totalmente discricionário;
Somente em relação aos atos unilaterais (imposição de vontade da administração).
Atos administrativos não podem ser “inominados”.
® Autoexecutoriedade:
Capacidade de executar diretamente os atos, independente de ordem judicial.
Não afasta o controle judicial (prévio ou posterior).
Decorre da presunção de legitimidade;
Costuma ocorrer no poder de polícia e disciplinar.
Não está presente em todos os atos, somente o expressamente previsto em lei ou quando
se tratar de medida de urgência.
Não está presente em atos contra o patrimônio financeiro do interessado (multas e
desapropriação de imóveis).
Exigibilidade: meios indiretos de coação (multa).
Executoriedade: meios diretos de coação (apreensão de medicamentos vencidos).
® Imperatividade:
Capacidade de impor obrigações a terceiros independentemente de concordância.
Poder extroverso (além da esfera jurídica do emitente para esfera de terceiro, constituindo
obrigações unilateralmente) / princípio da supremacia;
Não consta em todos os atos (que concedem direitos, negociais ou enunciativos), somente
nos que impõem obrigações.
Não consta em atos que concedem direitos, negociais ou enunciativos.
Depende de expressa previsão legal.
e) objeto: também chamado de conteúdo, é aquilo que o ato determina, é a alteração no mundo
jurídico que o ato se propõe a processar, ou seja, o efeito jurídico do ato. O objeto é o efeito
imediato, enquanto a finalidade é o efeito mediato. Pode ser vinculado ou discricionário, porém
deve ser lícito, possível, certo e moral.
Vícios de competência:
(i) Incompetência:
Vício de finalidade: desvio de poder ou desvio de finalidade (espécie do gênero abuso de poder,
regra de competência, quando o agente pratica o ato com fim diverso do previsto em lei é desvio
de poder ou de finalidade; quando pratica sem competência para exercer é excesso de poder). É
vício insanável (ato nulo não sujeito à convalidação).
Vícios de forma:
Se o vício não atinge a esfera de direito do administrado pode ser corrigido por
convalidação. Entretanto, se afetar o ato em seu próprio conteúdo, será insanável.
a) falso;
b) inexistente;
c) juridicamente inadequado (ilegítimo): quando não justifica a prática do ato.
17.6. ESPÉCIES
® Declarar um fato pré-existente, proferir opinião ou emitir juízo de valor, sem produzir
consequências jurídicas por si só.
® Não possuem todas as características de um ato administrativo típico (não produzem efeitos
jurídicos imediatos e não constituem manifestação de vontade da administração) – sentido
formal apenas.
® Exemplos: certidões, atestados, pareceres e apostilas.
• Certidão: cópia fiel de registros de atos ou fatos que constam nos registros públicos;
direito de certidão assegurado independentemente do pagamento de taxas; princípio da
publicidade; deve ser expedida em 15 dias (contados do registro do pedido); somente
pode ser exigida mediante expressa previsão legal.
• Atestado: declara um fato ou situação de que o agente teve conhecimento, mas não
registrada em livros, papéis ou documentos.
• Parecer: opiniões, pontos de vistas sobre matéria submetida à apreciação. Não possui
efeitos jurídicos por si só (pode ser facultativo, obrigatório e vinculante). Após aprovação
passa a produzir efeitos internos, é ato ordinatório. Se produzem efeitos externos são
pareceres normativos e vinculam a administração e os particulares na interpretação da
lei.
• Apostila: atos para atualizar, corrigir, complementar ou emendar documento
(averbações).
Resumo:
17.7. EXTINÇÃO
a) cumprimento dos seus efeitos, também denominada de extinção natural: ocorre quando o
ato cumpre o seu papel, extinguindo-se pelo fato de cumprir todos os efeitos esperados. Essa
extinção poderá ocorrer pelos seguintes motivos:
(i) esgotamento do conteúdo jurídico: por exemplo, o servidor gozou integralmente do
período de suas férias;
(ii) execução material: por exemplo, foi dada a ordem para demolir uma casa e ela foi
executada;
(iii) implemente de condição resolutiva ou termo final: por exemplo, o pagamento de
um benefício iria ocorrer até a disponibilização da vacina do Coronavírus. Uma vez
disponibilizada a vacina (condição resolutiva), extingue-se o benefício.
b) extinção subjetiva: refere-se ao desaparecimento do sujeito beneficiário do ato, quanto se
tratar de ato intransferível a terceiros (ato personalíssimo – intuitu personae). Por exemplo: João
obteve autorização para porte de arma de fogo. Se ele falecer, a autorização restará extinta, pois
não se transfere a terceiros.
c) extinção objetiva: ocorre quando o objeto sobre o qual recai o ato desaparece. Por exemplo:
uma permissão de uso para uma banca de jornal em uma praça extingue-se objetivamente se a
praça for destruída para a construção de uma ponte. No mesmo contexto: a interdição de um
estabelecimento comercial se desfaz se o estabelecimento for definitivamente desativado.
d) renúncia: quando o beneficiário do ato abre mão de uma vantagem que desfrutava. Por
exemplo: João renuncia à sua aposentadoria, pois ganhou na mega-sena e ficou muito rico.
e) retirada: ocorre quando o próprio Estado adota uma medida que faz a extinção do ato. Esta
se subdivide em:
(i) caducidade: nova legislação impede a situação anteriormente consentida;
(ii) contraposição: derrubada, novo ato administrativo com efeitos contrários ao ato
anterior (ex. exoneração após nomeação);
(iii) cassação: descumprimento de condições pelo beneficiário; é vinculada e
sancionatória;
(iv) anulação: desfazimento de ato ilegal (viciado ou inválido), com efeitos retroativos; e
(v) revogação: desfazimento de ato válido (discricionário) que não é mais
conveniente/oportuno, somente em relação aos efeitos próprios. Não podem ser
revogados: atos inválidos, vinculados, exauridos ou consumados, quando exaurida a
competência sobre o objeto, meros atos administrativos, atos que compõem um
procedimento e atos que geram direito adquirido. Ab-rogação (total), derrogação
(parcial).
OBS: Atos inexistentes (praticados por usurpadores de função pública, particulares que não
possuem vínculo com a administração mas se fazem passar por agentes públicos) – nunca será
ato administrativo, portanto não está sujeito a prazos prescricionais ou decadenciais para seu
desfazimento. Efeitos impróprios: subsistem mesmo após a revogação.
17.8. CONVALIDAÇÃO
Vício de competência: somente caso não seja competência exclusiva ou em razão da matéria.
Vício de forma: só será insanável se a forma for essencial (aplica-se a razoabilidade). A forma é
essencial quando está diretamente relacionada como garantia de respeito aos direitos
individuais, ou definida em lei.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória
assunto de interesse geral, o órgão competente e antes da tomada da decisão, juntar documentos
poderá, mediante despacho motivado, abrir e pareceres, requerer diligências e perícias, bem
período de consulta pública para manifestação de como aduzir alegações referentes à matéria objeto
terceiros, antes da decisão do pedido, se não do processo.
houver prejuízo para a parte interessada. § 1o Os elementos probatórios deverão ser
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de considerados na motivação do relatório e da
divulgação pelos meios oficiais, a fim de que decisão.
pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante
autos, fixando-se prazo para oferecimento de decisão fundamentada, as provas propostas pelos
alegações escritas. interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,
§ 2o O comparecimento à consulta pública não desnecessárias ou protelatórias.
confere, por si, a condição de interessado do Art. 39. Quando for necessária a prestação de
processo, mas confere o direito de obter da informações ou a apresentação de provas pelos
Administração resposta fundamentada, que interessados ou terceiros, serão expedidas
poderá ser comum a todas as alegações intimações para esse fim, mencionando-se data,
substancialmente iguais. prazo, forma e condições de atendimento.
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação,
autoridade, diante da relevância da questão, poderá o órgão competente, se entender
poderá ser realizada audiência pública para
debates sobre a matéria do processo.
relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo
não se eximindo de proferir a decisão. das fases do procedimento e formulará proposta
de decisão, objetivamente justificada,
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos
encaminhando o processo à autoridade
solicitados ao interessado forem necessários à
competente.
apreciação de pedido formulado, o não
atendimento no prazo fixado pela Administração Do Dever de Decidir
para a respectiva apresentação implicará
Art. 48. A Administração tem o dever de
arquivamento do processo.
explicitamente emitir decisão nos processos
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova administrativos e sobre solicitações ou
ou diligência ordenada, com antecedência mínima reclamações, em matéria de sua competência.
de 3 dias úteis, mencionando-se data, hora e local
Art. 49. Concluída a instrução de processo
de realização.
administrativo, a Administração tem o prazo de
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido até 30 dias para decidir, salvo prorrogação por
um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido igual período expressamente motivada.
no prazo máximo de 15 dias, salvo norma especial
Da Decisão Coordenada
ou comprovada necessidade de maior prazo.
Art. 49-A. No âmbito da Administração Pública
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar
federal, as decisões administrativas que exijam a
de ser emitido no prazo fixado, o processo não
participação de 3 ou mais setores, órgãos ou
terá seguimento até a respectiva apresentação,
entidades poderão ser tomadas mediante decisão
responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
coordenada, sempre que:
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante
I - for justificável pela relevância da matéria; e
deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo
poderá ter prosseguimento e ser decidido com II - houver discordância que prejudique a
sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de celeridade do processo administrativo
quem se omitiu no atendimento. decisório.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo § 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão
devam ser previamente obtidos laudos técnicos de coordenada a instância de natureza
órgãos administrativos e estes não cumprirem o interinstitucional ou intersetorial que atua de
encargo no prazo assinalado, o órgão responsável forma compartilhada com a finalidade de
pela instrução deverá solicitar laudo técnico de simplificar o processo administrativo mediante
outro órgão dotado de qualificação e capacidade participação concomitante de todas as
técnica equivalentes. autoridades e agentes decisórios e dos
responsáveis pela instrução técnico-jurídica,
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá
observada a natureza do objeto e a
o direito de manifestar-se no prazo máximo de 10
compatibilidade do procedimento e de sua
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
formalização com a legislação pertinente.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a
§ 2º (VETADO).
Administração Pública poderá motivadamente
adotar providências acauteladoras sem a prévia § 3º (VETADO).
manifestação do interessado. § 4º A decisão coordenada não exclui a
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do responsabilidade originária de cada órgão ou
processo e a obter certidões ou cópias autoridade envolvida.
reprográficas dos dados e documentos que o § 5º A decisão coordenada obedecerá aos
integram, ressalvados os dados e documentos de princípios da legalidade, da eficiência e da
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à transparência, com utilização, sempre que
privacidade, à honra e à imagem. necessário, da simplificação do procedimento e da
Art. 47. O órgão de instrução que não for concentração das instâncias decisórias.
competente para emitir a decisão final elaborará
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos governamentais relativos ao objeto da
processos administrativos: convocação;
I - de licitação; V - posicionamento dos participantes para
subsidiar futura atuação governamental em
II - relacionados ao poder sancionador; ou
matéria idêntica ou similar; e
III - em que estejam envolvidas autoridades de
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à
Poderes distintos.
matéria sujeita à sua competência.
Art. 49-B. Poderão habilitar-se a participar da
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser
decisão coordenada, na qualidade de ouvintes, os
complementada a fundamentação da decisão da
interessados de que trata o art. 9º desta Lei.
autoridade ou do agente a respeito de matéria de
Parágrafo único. A participação na reunião, que competência do órgão ou da entidade
poderá incluir direito a voz, será deferida por representada.
decisão irrecorrível da autoridade responsável
§ 2º (VETADO).
pela convocação da decisão coordenada.
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário
Art. 49-C. (VETADO).
Oficial da União, do qual deverão constar, além do
Art. 49-D. Os participantes da decisão coordenada registro referido no inciso IV do caput deste artigo,
deverão ser intimados na forma do art. 26 desta os dados identificadores da decisão coordenada e
Lei. o órgão e o local em que se encontra a ata em seu
Art. 49-E. Cada órgão ou entidade participante é inteiro teor, para conhecimento dos
responsável pela elaboração de documento interessados.
específico sobre o tema atinente à respectiva Da Motivação
competência, a fim de subsidiar os trabalhos e
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser
integrar o processo da decisão coordenada.
motivados, com indicação dos fatos e dos
Parágrafo único. O documento previsto fundamentos jurídicos, quando:
no caput deste artigo abordará a questão objeto
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou
da decisão coordenada e eventuais
interesses;
precedentes.
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
Art. 49-F. Eventual dissenso na solução do objeto
sanções;
da decisão coordenada deverá ser manifestado
durante as reuniões, de forma fundamentada, III - decidam processos administrativos de
acompanhado das propostas de solução e de concurso ou seleção pública;
alteração necessárias para a resolução da
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
questão.
processo licitatório;
Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria
V - decidam recursos administrativos;
estranha ao objeto da convocação.
VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 49-G. A conclusão dos trabalhos da decisão
coordenada será consolidada em ata, que conterá VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
as seguintes informações: sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas e relatórios oficiais;
I - relato sobre os itens da pauta;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão
II - síntese dos fundamentos aduzidos;
ou convalidação de ato administrativo.
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e
convocação;
congruente, podendo consistir em declaração de
IV - registro das orientações, das diretrizes, das concordância com fundamentos de anteriores
soluções ou das propostas de atos pareceres, informações, decisões ou propostas,
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela
natureza, pode ser utilizado meio mecânico que própria Administração.
reproduza os fundamentos das decisões, desde
Do Recurso Administrativo e Da Revisão
que não prejudique direito ou garantia dos
interessados. Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso,
em face de razões de legalidade e de mérito.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos
colegiados e comissões ou de decisões orais § 1o O recurso será dirigido à autoridade que
constará da respectiva ata ou de termo escrito. proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar
no prazo de 5 dias, o encaminhará à autoridade
Da Desistência E Outros Casos De Extinção Do
superior.
Processo
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de
Art. 51. O interessado poderá, mediante
recurso administrativo independe de caução.
manifestação escrita, desistir total ou
parcialmente do pedido formulado ou, ainda, § 3o Se o recorrente alegar que a decisão
renunciar a direitos disponíveis. administrativa contraria enunciado da súmula
vinculante, caberá à autoridade prolatora da
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou
decisão impugnada, se não a reconsiderar,
renúncia atinge somente quem a tenha
explicitar, antes de encaminhar o recurso à
formulado.
autoridade superior, as razões da aplicabilidade
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
conforme o caso, não prejudica o prosseguimento
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no
do processo, se a Administração considerar que o
máximo por três instâncias administrativas, salvo
interesse público assim o exige.
disposição legal diversa.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso
extinto o processo quando exaurida sua
administrativo:
finalidade ou o objeto da decisão se tornar
impossível, inútil ou prejudicado por fato I - os titulares de direitos e interesses que forem
superveniente. parte no processo;
Da Anulação, Revogação E Convalidação II - aqueles cujos direitos ou interesses forem
indiretamente afetados pela decisão recorrida;
Art. 53. A Administração deve anular seus
próprios atos, quando eivados de vício de III - as organizações e associações representativas,
legalidade, e pode revogá-los por motivo de no tocante a direitos e interesses coletivos;
conveniência ou oportunidade, respeitados os IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos
direitos adquiridos. ou interesses difusos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de 10
atos administrativos de que decorram efeitos dias o prazo para interposição de recurso
favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, administrativo, contado a partir da ciência ou
contados da data em que foram praticados, salvo divulgação oficial da decisão recorrida.
comprovada má-fé.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o recurso administrativo deverá ser decidido no
prazo de decadência contar-se-á da percepção do prazo máximo de 30 dias, a partir do recebimento
primeiro pagamento. dos autos pelo órgão competente.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior
qualquer medida de autoridade administrativa poderá ser prorrogado por igual período, ante
que importe impugnação à validade do ato. justificativa explícita.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de
acarretarem lesão ao interesse público nem requerimento no qual o recorrente deverá expor
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
os fundamentos do pedido de reexame, podendo de responsabilização pessoal nas esferas cível,
juntar os documentos que julgar convenientes. administrativa e penal.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o Art. 65. Os processos administrativos de que
recurso não tem efeito suspensivo. resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
de difícil ou incerta reparação decorrente da
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
execução, a autoridade recorrida ou a
aplicada.
imediatamente superior poderá, de ofício ou a
pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Parágrafo único. Da revisão do processo não
poderá resultar agravamento da sanção.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente
para dele conhecer deverá intimar os demais Dos Prazos
interessados para que, no prazo de 5 dias úteis,
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da
apresentem alegações.
data da cientificação oficial, excluindo-se da
Art. 63. O recurso não será conhecido quando contagem o dia do começo e incluindo-se o do
interposto: vencimento.
I - fora do prazo; § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o
primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em
II - perante órgão incompetente;
dia em que não houver expediente ou este for
III - por quem não seja legitimado; encerrado antes da hora normal.
IV - após exaurida a esfera administrativa. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao modo contínuo.
recorrente a autoridade competente, sendo-lhe § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-
devolvido o prazo para recurso. se de data a data. Se no mês do vencimento não
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede houver o dia equivalente àquele do início do prazo,
a Administração de rever de ofício o ato ilegal, tem-se como termo o último dia do mês.
desde que não ocorrida preclusão administrativa. Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso comprovado, os prazos processuais não se
poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, suspendem.
total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a Das Sanções
matéria for de sua competência.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste autoridade competente, terão natureza
artigo puder decorrer gravame à situação do pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer
recorrente, este deverá ser cientificado para que ou de não fazer, assegurado sempre o direito de
formule suas alegações antes da decisão. defesa.
Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de Das Disposições Finais
enunciado da súmula vinculante, o órgão
Art. 69. Os processos administrativos específicos
competente para decidir o recurso explicitará as
continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-
razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos
súmula, conforme o caso.
desta Lei.
Art. 64-B. Acolhida pelo STF a reclamação
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em
fundada em violação de enunciado da súmula
qualquer órgão ou instância, os procedimentos
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora
administrativos em que figure como parte ou
e ao órgão competente para o julgamento do
interessado:
recurso, que deverão adequar as futuras decisões
administrativas em casos semelhantes, sob pena I - pessoa com idade igual ou superior a 60
anos;
II - pessoa portadora de deficiência, física ou medicina especializada, mesmo que a doença
mental; tenha sido contraída após o início do
processo.
III – (VETADO)
§ 1o A pessoa interessada na obtenção do
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa,
benefício, juntando prova de sua condição, deverá
esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase,
requerê-lo à autoridade administrativa
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia
competente, que determinará as providências a
grave, doença de Parkinson, espondiloartrose
serem cumpridas.
anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia
grave, estados avançados da doença de Paget § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão
(osteíte deformante), contaminação por radiação, identificação própria que evidencie o regime de
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra tramitação prioritária.
doença grave, com base em conclusão da
• Súmula 633, STJ: A lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para
a revisão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser
aplicada, de forma subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e
específica que regule a matéria.
• Súmula vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo
disciplinar não ofende a constituição. (não se aplica em PAD para apurar falta grave de preso).
• Prioridade de tramitação: pessoa com 60 anos ou mais; pessoa com deficiência ou portadora
de doença grave.
• Impedimento: interesse direto ou indireto na matéria; participação como perito, testemunha
ou representante (igualmente ao cônjuge/companheiro e parentes e afis até o 3º grau); em
litígio com o interessado ou cônjuge/companheiro.
• Supeição: amizade íntima ou inimizade notória (interessados ou cônjuges/companheiros e
parentes e afis até o 3º grau); o indeferimento pode ser objeto de recurso sem efeito
suspensivo.
• O não comparecimento ou a ausência de manifestação não implicarão renúncia ou
concordância, nem presunção de veracidade. Não há preclusão do direito de defesa.
• Encerrada a instrução o interessado terá direito a manifestação em 10 dias.
• Decisão: prazo de 30 dias (salvo prorrogação expressamente motivada).
• Decisão coordenada: pode ser aplicada quando se exige participação de 3 ou mais setores,
órgãos ou entidades (relevância da matéria ou discordância que prejudique a celeridade),
para simplificar o processo administrativa. Concentração das instâncias decisórias para
padronizar, simplificar e agilizar a decisão. Interessados (legitimados) poderão participar
como ouvintes, por decisão irrecorrível. Vedada para: licitação, poder sancionador e
autoridades de Poderes distintos.
• Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
• Máximo 3 instâncias administrativas para o recurso.
• Se houver violação a enunciado de súmula vinculante, esgotada a via administrativa, caberá
reclamação ao STF.
• Recurso: prazo preclusivo de 10 dias; não tem efeito suspensivo; julgado em 30 dias
(prorrogável por igual prazo por explícita justificativa). Não será conhecido: intempestivo;
perante órgão incompetente; por quem não seja legitimado; após exaurida a esfera
administrativa.
• Permite o agravamento nos recursos administrativos, porém veda no caso de revisão de
processo que resulta em sanção.
• É possível a delegação de competência de órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
• Atos praticados antes dessa lei terão prazo decadencial de 5 anos a contar da vigência da lei.
Teoria geral da Administração: Controle é uma das funções administrativas básicas: planejar,
organizar, dirigir e controlar. É a definição de padrões para medir desempenho, corrigir desvios
ou discrepâncias e garantir que o planejamento seja realizado. Sua finalidade é garantir que a
consecução dos resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajuste aos
objetivos estabelecidos. O controle externo é complementado pelo controle interno.
• Conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder
de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder.
• Poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes Judiciário,
Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação com
os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico
• Vai além da legalidade: eficiência, eficácia e efetividade.
Controle interno:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e IV - apoiar o controle externo no exercício de sua
Judiciário manterão, de forma integrada, sistema missão institucional.
de controle interno com a finalidade de:
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no tomarem conhecimento de qualquer
plano plurianual, a execução dos programas de irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência
governo e dos orçamentos da União; ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
quanto à eficácia e eficiência, da gestão § 2º Qualquer cidadão, partido político,
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos associação ou sindicato é parte legítima para, na
e entidades da administração federal, bem como forma da lei, denunciar irregularidades ou
da aplicação de recursos públicos por entidades ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
de direito privado; União.
III - exercer o controle das operações de crédito,
avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;
Controle da Adm. Direta sobre a Indireta: controvérsia doutrinária; controle externo ou controle
interno exterior, ou, ainda, controle interno.
Controle popular:
• reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
interna, da qualidade dos serviços;
• acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
com exceção das ressalvas previstas no próprio texto constitucional (art. 5º, X e XXXIII);
• disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
ou função na administração pública.
• Denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU.
• Direito de receber informações de interesse particular ou coletivo ou geral.
• Ação popular (ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, à
moralidade, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural).
• Divulgação das contas dos municípios durante 60 dias para qualquer contribuinte
questionar a legitimidade.
• Contas do Chefe do Executivo ficarão disponíveis durante todo o exercício para consulta
e apreciaão pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Controle hierárquico: no escalonamento vertical de órgãos (inferiores subordinados aos
superiores); é pleno (mérito e legalidade), permanente (a qualquer tempo), absoluto (independe
de previsão legal), e interno (âmbito da mesma administração).
Controle finalístico: ou por vinculação, é feito pela Adm. Direta sobre a Indireta (vinculação). É
limitado (dentro dos limites da lei) e externo. Teleológico: verifica o enquadramento da
instituição no programa geral de Governo e acompanhamento dos atos dos dirigentes para
garantir atendimento às finalidades da controlada. Também chamado de tutela ou supervisão
ministerial.
Controle político: feito pelo Legislativo sobre mérito das decisões do Executivo; é subjetivo; ex:
aprovação prévia do Senado para indicação de nomes de algumas autirdades, julgamento das
contas do presidente pelo CN, fiscalização pelo CN dos atos do Executivo e da Adm. Indireta.
Prescrição: doutrina usa o termo amplo para tratar da preclusão, prescrição e decadência.
O prazo decadencial para Administração anular atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis ao administrado é de 5 anos. Quanto aos demais atos (que não gerem efeitos
favoráveis ou de comprovada má-fé) é de 10 anos o prazo (regra geral do CC).
Controle Legislativo: função típica de fiscalização do Poder Legislativo sobre os demais poderes.
Não é de mérito (economicidade poderia ser um aspecto do mérito que é permitido apreciar).
» Controle político: controle parlamentar direto exercido pelo CN, suas Casas, comissões
parlamentares ou pelos membros do Legislativo.
» Controle parlamentar indireto ou controle técnico: exercido pelo Tribunal de Contas.
21. LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI NO 8.429/1992 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI
NO 14.230/2021).
CF, Art. 37, §4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Em que pese a CF não dispor expressamente da competência para edição da lei, a LIA versa sobre
assuntos enquadrados na competência legislativa da União:
Ato de improbidade administrativa: conduta dolosa desonesta e imoral com a coisa pública, cujo
ilícito tem natureza civil e política (não constituindo, por si só, crime), cujo processamento será
no âmbito judicial em ação própria, e que ofende:
i) A probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções; e
ii) A integridade do patrimônio público e social;
Natureza civil e política, embora seja possível que a conduta também seja crime.
STJ: o ato de improbidade é ilegalidade qualificada, ou seja, ilegalidade causada por impulsos de
desonestidade, malícia ou dolo.
A LIA passou a exigir o dolo específico: vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito.
Espécies:
OBS: além dos tipificados na LIA, admite-se que leis especiais definam atos de improbidade (ex.
art. 52, do Estatuto da Cidade que dispõe sobre atos de improbidades cometidos por prefeitos).
Sujeito passivo:
a) Agente político (exceto o Presidente da República por previsão da CF, art. 85, V);
b) Servidor público.
c) Quem exerce função nas entidades listadas (sujeito passivo);
d) Particular (pessoa física ou jurídica) que celebra convênio com a administração pública;
e) Terceiro que induz ou concorre dolosamente para a prática do ato (não responde
isoladamente).
OBS: os sócios, cotistas, diretores e colaboradores de PJ de direito privado não respondem pelo
ato imputado à PJ, salvo sua participação comprovada e benefícios diretos, caso em que
responderão no limite de sua participação.
Atenção! As sanções de IA não se aplicarão à PJ caso o ato seja também sancionado como ato
lesivo à administração pública (Lei Anticorrupção).
Responsabilidade dos sucessores: obrigação de reparar até o limite do valor da herança ou
patrimônio transferido. Aplica-se também na hipótese de alteração contratual, transformação,
incorporação, fusão ou cisão societária.
1. Que importam enriquecimento ilícito; (rol taxativo) 2. Que causam dano ao erário;
(exemplificativo) 3. Que atentam contra os princípios da administração (exemplificativo).
2. Atos que causam lesão ao erário: a lesão é dolosa, bem como efetiva e comprovada. Nesses
casos o agente não recebe a vantagem patriomonial indevida (para si ou para outrem). O
benefício irá para terceiro. O que define o enquadramento da conduta será o agente público.
Aqui o agente não recebe nada, mesmo que terceiro receba.
Atenção! Ainda que não seja punível pela lei de improbidade administrativa, conduta culposa
que cause lesão ao erário poderá ser ressarcida civilmente.
4. Penalidades
A aprovação ou rejeição de contas por órgão de controle ou Tribunal de Contas não vincula o juiz
e não afasta, por si só, a responsabilidade pelo ato de improbidade, embora possam ser
consideradas na formação da convicção do julgador.
5. Procedimento Administrativo
6. Ação de Improbidade
Será proposta pelo MP (STF reconhece a legitimidade da pessoa jurídica interessada) e seguirá o
rito comum do CPC, com as ressalvas específicas da própria LIA.
Etapas iniciais:
Competência: juiz de primeira instância, em regra da Justiça Estadual. Será da Justiça Federal se
houver interesse da União, autarquias ou empresas públicas federais.
Não há amparo constitucional para conceder foro especial (que é penal) na ação por improbidade
administrativa.
a) Não se admite mais a presunção do periculum in mora, pois a LIA agora exige a
demonstração “no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado
útil do processo”;
b) Da decisão que deferir/indeferir a indisponibilidade cabe agravo de instrumento;
c) Não poderá incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa
civil ou sobre acréscimo patrimonial decorrente da atividade ilícita;
d) Não alcança os bens de família, salvo comprovação de que o imóvel é fruto da vantagem
patrimonial indevida;
e) Vedada a decretação de indisponibilidade de quantia de até 40 salários mínimos em
poupança, outras aplicações ou conta-corrente.
22. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
CF, art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Teoria da culpa administrativa (culpa do serviço, culpa anônima ou faute du service): aplicada
ao ato omissivo do poder público, exige dolo ou culpa (negligência, imperícia ou imprudência),
sem necessidade de individualização, podendo ser atribuída ao serviço público de forma
genérica.
Estado como “garante”: assunção do dever de guarda ou proteção de pessoas ou coisas sob sua
custódia ou guarda, a responsabilidade é objetiva (teoria do risco administrativo), mesmo que
não decorra o dano de atuação de algum agente. É presumida uma omissão culposa do Estado,
diante do dever de garantir a integridade. Se o Estado comprovar que era impossível evitar o
dano (força maior por exemplo), a responsabilidade é elidida.
Atenção! No caso de fuga de preso, a responsabilidade civil do Estado é objetiva somente por
danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional quando
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
• A ação de indenização deve ser proposta contra a Administração Pública, não contra o
agente público (não é cabível a ação direta, pois o servidor somente responde
administrativa e civilmente perante a pessoa jurídica à qual se vincula).
• A indenização abrange o que efetivamente se perdeu ou gastou para obter o
ressarcimento, bem como o que deixou de ganhar (lucros cessantes).
Direito de regresso: o Estado deve comprovar o dolo ou culpa do agente público, bem como o
efetivo ressarcimento do dano (condenação). Transmite-se aos sucessores, no limite da herança
e pode ser movida a ação de regresso mesmo após a alteração ou extinção do vínculo entre o
servidor e a Administração Pública. Não é obrigatória a denunciação da lide, devendo analisar-se
se causará prejuízo à economia e à celeridade processuais.
Ação de regresso: é obrigatória (indisponibilidade do interesse público). Os Procuradores da
República devem propô-la em até 60 dias do trânsito em julgado da condenação do Estado.
22.6. Prescrição
® Ato Legislativo:
Em regra, não há responsabilidade (poder de império).
Exceções:
a) edição de lei inconstitucional (deve haver declaração da inconstitucionalidade em
controle concentrado, bem como comprovação de que o dano efetivamente decorre de
tal inconstitucionalidade);
b) edição de leis de efeitos concretos (equiparam-se aos atos administrativos);
c) omissão legislativa (nos casos em que há prazo para edição da norma, desde que a
norma já não tenha sido proposta ou que tenha havido reconhecimento da mora pelo
Judiciário e o descumprimento do prazo razoável).
® Ato Jurisdicional:
Em regra, não há responsabilidade.
Exceções:
a) erro judiciário (somente na esfera penal; responsabilidade objetiva);
b) prisão além do tempo fixado na sentença (não cabe na prisão temporária/preventiva
em que o réu venha a ser absolvido posteriormente, mas cabe se a prisão foi ilegal, ex.
recaiu sobre pessoa que não teve relação com o fato criminoso);
c) conduta dolosa praticada pelo juiz, que cause prejuízo a parte ou a terceiro.
Nesses casos a responsabilidade é objetiva.
® Atos de cartórios: responsabilidade objetiva do Estado, com dever de mover ação de regresso
(dolo ou culpa), sob pena de improbidade administrativa.
® Alteração de política econômico-tributária: somente enseja responsabilidade se o poder
público houver se comprometido, formal e previamente, por meio de determinado
planejamento específico.
® Encargos previdenciários: a responsabilidade do Estado é solidária no caso de inadimplência
de empresa terceirizada; com relação aos encargos trabalhistas, a responsabilidade pode ser
subsidiária se evidenciada falha no dever de fiscalização do poder público.
® Excludente de ilicitude penal: não se comunica à responsabilidade civil do Estado.
23.1. Conceito
23.2. Princípios
23.3. Classificação
a) Coletivos (gerais, uti universi, prestados a toda a coletividade indistintamente; não é possível
mensurar quanto cada usuário usufrui) e singulares (individuais; é possível mensurar sua
prestação individual): são passíveis de remuneração por meio de taxa a utilização de serviços
públicos específicos e divisíveis (singulares).
b) Delegáveis (podem ser prestados pelo Estado ou por delegação à iniciativa privada) e
indelegáveis (só podem ser prestados pelo Estado ou entidades administrativas de direito
público).
c) Próprios (comodidade material para a população, regime de direito público, se prestados pelo
estado direta ou indiretamente por meio de concessão ou permissão) e impróprios (de
natureza social, podem ser prestados pela iniciativa privada sem delegação, regidos pelo
regime jurídico de direito privado).
d) Execução direta (pela Adm direta e indireta) e execução indireta (por meio de delegação).
23.4. DELEGAÇÃO
Concessão:
• Concessão comum (ordinária): remuneração decorre de tarifa paga pelo usuário ou outra
forma decorrente da exploração do serviço.
• Concessão patrocinada: se conjuga a tariga e a contraprestação pecuniária do
concedente (parceiro público) ao concessionário (parceiro privado).
• Concessão administrativa: remuneração básica é a contraprestação feita pelo parceiro
público ao privado.
Exceção à regra da licitação: para promover a privatização de empresa (pessoa jurídica sob
controle direto ou indireto da União) e, simultaneamente, realizar a outorga de nova concessão
ou prorrogar as concessões existentes (exceto para telecomunicações), a União poderá promover
a venda das quotas ou ações necessárias para transferência do controle societário (leilão).
Licitação: será sempre exigida (legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, julgamento por
critérios objetivos e vinculação ao instrumento convocatório). Critérios de julgamento
específicos:
1) o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
2) a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão;
3) a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos itens 1, 2 e 7 (somente será
admitida quando previamente prevista no edital, inclusive com regras e fórmulas precisas
para a avaliação econômicofinanceira);
4) melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
5) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do
serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
6) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga
da concessão com o de melhor técnica; ou
7) melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas.
OBS:
• Preferência por empresa brasileira (se empate).
• Recusa a propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os
objetivos da licitação.
• Não terá caráter de exclusividade (salvo inviabilidade técnica ou econômica justificada).
• Publicação prévia de ato justificando a conveniência da outorga (objeto, área e prazo).
• Será desclassificada proposta que necessite de vantagens ou subsídios não previamente
autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes (inclusive tratamento tributário).
• Serviço adequado: satisfaz condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança,
atualidade, generalidade, cortesia na prestação e modicidade das tarifas.
• Não é descontinuidade: interrupção em situação de emergência ou após aviso prévio quando
motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e por inadimplemento
do usuário (não pode iniciar sexta, sábado ou domingo, feriado ou dia anterior a feriado).
• Devem ser oferecidas, no mínimo, 6 datas para vencimento.
• A fiscalização pelo poder concedente não atenua ou exclui a responsabilidade da
concessionária.
Deveres da concessionária:
Extinção da concessão:
Política tarifária:
® É toda pessoa física que atua como órgão estatal, produzindo ou manifestando a vontade
do Estado.
® Concepção ampla, positivada na lei de improbidade administrativa:
LIA, Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Classificação ou espécies:
• Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os agentes públicos dividem-se em (a) agentes políticos;
(b) servidores públicos, (c) militares; e (d) particulares em colaboração com o Poder Público.
• Por outro lado, José dos Santos Carvalho Filho classifica os agentes públicos em: (a) agentes
políticos; (b) agentes particulares colaboradores; (c) servidores públicos.
• Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, apresenta quatro grupos de agentes públicos:
(a) agentes políticos; (b) agentes honoríficos; (c) servidores estatais – abrangendo servidores
públicos e servidores das pessoas governamentais de Direito Privado; (d) particulares em
atuação colaboradora com o Poder Público.
• Outra classificação muito adotada é a de Hely Lopes Meirelles, que apresenta as seguintes
espécies de agentes públicos: (a) agentes políticos; (b) agentes administrativos; (c) agentes
honoríficos; (d) agentes delegados; e (e) agentes credenciados.
Função pública: conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos, aos empregos ou
diretamente aos agentes públicos. Se à função não corresponder cargo ou emprego é chamada
de função autônoma que pode ser função temporária (servidores temporários) ou função de
confiança (exclusiva de servidor público titular de cargo efetivo para direção, chefia e
assessoramento).
Regime Jurídico:
→ Regime Estatutário:
a) decorre diretamente da lei, impondo alterações na situação funcional do servidor
independentemente de sua anuência;
b) prevê alguns direitos sem similar no regime celetista, que visam a conferir ao servidor um
mínimo de autonomia funcional no exercício de suas funções, merecendo destaque a
estabilidade;
c) somente pode ser adotado por pessoas jurídicas de direito público;
d) é o regime obrigatório para as funções típicas de Estado; e
e) é caracterizado pela pluralidade normativa, uma vez que cada ente político goza de
autonomia para editar o estatuto de seus servidores;
Competência da Justiça Estadual ou Federal.
→ Regime Celetista:
a) tem como diploma legal básico a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), mas sua fonte
normativa indireta é o contrato de trabalho, que só permite alterações na situação jurídica do
empregado público com expressa anuência;
b) não prevê qualquer direito que vise a assegurar a autonomia funcional ao empregado no
exercício de suas funções, uma vez que não impede a dispensa sem justa causa;
c) é caracterizado pela unidade normativa, pois tem por lei básica a CLT, aplicável a todos os
entes da Federação.
OBS: não possuem estabilidade, em regra, porém o STF admite quanto aos empregados
públicos admitidos por concurso antes da EC 19/98.
Competência da Justiça do Trabalho.
Concurso público:
É a regra para investidura em cargo ou emprego público.
• Cargos nos conselhos de fiscalização de profissão: são consideradas autarquias federais,
portanto devem fazer concurso (o regime será o celetista). Exceto: OAB, pois possui
características especiais e não faz parte da administração.
• Súmula Vinculante 43 - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie
ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.
• Também é inconstitucional a conversão de cargo temporário em permanente.
• Atividade notorial e de registro: prestada em caráter privado por delegação, seleção feita
por concurso público de provas e títulos.
• Cláusulas eliminatórias: impõem um patamar fixo para que o candidato avance.
• Cláusulas de barreira: estabelece limite de candidatos que poderão avançar.
• Exame psicotécnico: somente por lei e grau mínimo de objetividade, rigor científico e
critérios explícitos (não sigilosos). Deve haver previsão de recurso.
• Exceções à regra do concurso: cargo em comissão e função temporária (em geral há
processo seletivo simplificado); cargos eletivos; ministros de tribunais superiores e de
contas; quinto constitucional (TRF, TJ); ex-combatentes (efetivamente participou de
operação bélica durante a segunda guerra, pode ser aproveitado no serviço público com
estabilidade); agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias
(processo seletivo público).
• Não estão submetidas à regra do concurso: sistema S, organizações sociais e OAB.
• Prazo de validade: 2 anos, prorrogável uma vez por igual período.
• Candidato aprovado dentro das vagas: possui direito subjetivo à nomeação, somente
podendo ser afastaco em situação excepcionalíssima (fato superveniente, imprevisível,
grave e necessário); não tem direito à indenização (salvo arbitrariedade flagrante, que
poderá ensejar efeitos retroativos da nomeação judicial; não engloba promoções ou
progressões funcionais). Candidato fora das vagas: não possui direito subjetivo, exceto se
houver preterição da ordem de classificação ou se surgirem novas vagas ou for aberto
novo concurso durante a validade do anterior e ocorrer preterição de candidatos de
forma arbitrária e imotivada.
Contratação temporária:
a) os casos excepcionais estejam previstos em lei;
b) o prazo de contratação seja predeterminado;
c) a necessidade seja temporária;
d) o interesse público seja excepcional;
e) a necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a contratação para os
serviços ordinários permanentes do Estado, e que devam estar sob o espectro das
contingências normais da Administração.
f) A despeito de o vínculo entre o agente temporário e a Administração Pública ocorrer
por meio de um contrato, a ele não se aplica o regime celetista nem o regime jurídico
único, mas apenas um regime especial. Ademais, o contrato firmado possui natureza de
direito público (jurídicoadministrativa).
g) Competência da Justiça Comum.
h) Prazo máximo: 6 meses a 4 anos.
Estabilidade
• somente servidores efetivos (não se aplica empregados e cargo em comissão)
• requisitos: concurso público (cargo efetivo) + 3 anos exercício + avaliação especial
• após estável, só pode perder o cargo:
» sentença judicial transitada em julgado
» PAD com ampla defesa
» avaliação periódica de desempenho (lei complementar)
Aposentadoria
Em regra não é possível acumular proventos custeados pelos cofres públicos, nem proventos com
remuneração. Exceções:
(i) cargos acumuláveis na forma da Constituição;
(ii) cargos eletivos;
(iii) cargos em comissão.
Invalidez permanente:
• Proventos proporcionais (regra);
• Exceto (integrais, na forma da lei): acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável.
Compulsória: 75 anos (proventos proporcionais).
Voluntária:
» 10 anos no serviço público e 5 no cargo
» H 60 idade e 35 contribuição / M 55 idade e 30 contribuição
» Proporcionais: H 65 idade; M 60 idade