Você está na página 1de 14

venda proibida

-CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

-REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
CONTROLE
DE
CONSTITUCIONALIDADE
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade
de lei ou ato normativo do Poder Público [CLÁUSULA DE RESERVA DO PLENÁRIO].

Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a
decisão
de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua
incidência,
no todo ou em parte.

Art. 102. Compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:


I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual (ADI) e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal (ADC);

Inconstitucionalidade formal: inobservância no procedimento ou forma de


elaboração da norma. classifica-se em:

SUBJETIVA OBJETIVA ORGÂNICA


Vicio na iniciativa Vicio no Quórum Vicio na competência
no qual o projeto de lei Uma lei complementar inconstitucional uma lei
sobre matéria privativa foi aprovada por municipal que venha a
oureservada a uma maioria simples, disciplinar o uso de
determinada autoridade é entretanto LC deve ser competência da União, nos
proposto por pessoa que aprovada por maioria termos do artigo 22, inciso
não tem a competência absoluta. XI, a qual é de sua
exigida. Ex: parlamentar competência legislar sobre
que propõe lei de o trânsito e transporte.
competência privativa do
governador do Estado.

Inconstitucionalidade material: A inconstitucionalidade por vício material se refere


ao conteúdo, substancial ou doutrinário. O vício se diz respeito à matéria, ao conteúdo
do ato normativo. Caso um ato normativo afronte a Lei Maior (Constituição Federal)
deverá ser declarado inconstitucional, por possuir um vício material. O conteúdo de

2
uma norma não poderá afrontar os princípios constitucionais, se a matéria contida na
norma violar os direitos e garantias fundamentais, a inconstitucionalidade material
estará presente e não poderá a matéria ora viciada prevalecer em razão da Constituição
Federal.

Controle Preventivo judicial


O Controle Preventivo exercido pelo Poder Judiciário segue o entendimento
majoritário do Supremo Tribunal Federal, ou seja, o controle preventivo a ser realizado
pelo judiciário sobre projeto de lei em trâmite na Casa Legislativa é para garantir ao
parlamentar por meio de Mandado de Segurança o devido processo legislativo,
vedando a sua participação em procedimento desconforme com as regras da
Constituição.
Ex: Projeto de lei que afronta as Cláusulas Pétreas.
Diferença entre controle Difuso X Controle Concentrado

3
Obs: os legitimados especiais, devem demonstrar pertinência temática.

Questão
Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX
- Primeira Fase

O Estado Alfa promulgou, em 2018, a Lei Estadual X, concedendo unilateralmente isenção sobre o
tributo incidente em operações relativas à circulação interestadual de mercadorias (ICMS) usadas
como insumo pela indústria automobilística. O Estado Alfa, com isso, atraiu o interesse de diversas
montadoras em ali se instalarem. A Lei Estadual X, no entanto, contraria norma da Constituição da
República que dispõe caber a lei complementar regular a forma de concessão de incentivos,

isenções
e benefícios fiscais relativos ao ICMS, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal. Em
razão da Lei Estadual X, o Estado Beta, conhecido polo automobilístico, sofrerá drásticas perdas em
razão
Alfa. da redução na arrecadação tributária, com a evasão de indústrias e fábricas para o Estado
Diante do caso narrado, com base na ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa
correta.
A) O Governador do Estado Beta não detém legitimidade ativa para a propositura da Ação Direta
de Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, uma vez que, em âmbito estadual, apenas
a Mesa da Assembleia Legislativa do respectivo ente está no rol taxativo de legitimados
previsto na Constituição.
B) A legitimidade do Governador do Estado Beta restringe-se à possibilidade de propor, perante
o respectivo Tribunal de Justiça, representação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual.
C) A legitimidade ativa do Governador para a Ação Direta de Inconstitucionalidade vincula-se ao
objeto da ação, pelo que deve haver pertinência da norma impugnada com os objetivos
do autor da ação; logo, não podem impugnar ato normativo oriundo de outro Estado da
Federação.
D) O Governador do Estado Beta é legitimado ativo para propor Ação Direta de
Inconstitucionalidade em face da Lei Estadual X, a qual, mesmo sendo oriunda de ente
federativo diverso, provoca evidentes reflexos na economia do Estado Beta.

4
Comentário: o GOVERNADOR tem legitimidade ativa, uma vez que resta comprovada a
PERTINENCIA TEMÁTICA, podendo propor ADI perante o STF, em face de outro Estado, uma vez que
a lei em tela trará reflexos negativos para seu Estado.

As decisões no controle concentrado NÃO VINCULAM O LEGISLATIVO E O STF.

Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado
XXX - Primeira Fase

Em março de 2017, o Supremo Tribunal Federal, em decisão definitiva de mérito proferida no

âmbito
de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade, com eficácia contra todos (erga omnes) e efeito
vinculante, declarou que a lei federal, que autoriza o uso de determinado agrotóxico no cultivo de
soja, é constitucional, desde que respeitados os limites e os parâmetros técnicos estabelecidos pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Inconformados com tal decisão, os congressistas do partido Y apresentaram um projeto de lei
perante a Câmara dos Deputados visando proibir, em todo o território nacional, o uso do referido
agrotóxico e, com isso, “derrubar” a decisão da Suprema Corte. Em outubro de 2017, o projeto de
lei é apresentado para ser votado.
Diante da hipótese narrada, assinale a afirmativa correta.

A) A superação legislativa das decisões definitivas de mérito do Supremo Tribunal Federal, no


âmbito de uma ação declaratória de constitucionalidade, deve ser feita pela via da emenda
constitucional, ou seja, como fruto da atuação do poder constituinte derivado reformador;
logo, o projeto de lei proposto deve ser impugnado por mandado de segurança em controle
prévio de constitucionalidade.

B) Embora as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal nas ações
declaratórias de constitucionalidade não vinculem o Poder Legislativo em sua função típica
de legislar, a Constituição de 1988 veda a rediscussão de temática já analisada pela Suprema
Corte na mesma sessão legislativa, de modo que o projeto de lei apresenta vício formal de
inconstitucionalidade.

C) Como as não
vinculante, decisões definitivas
poderia de méritoprojeto
ser apresentado proferidas
de leipelo
queSupremo Tribunal
contrariasse Federal
questão em sede
já pacificada
pela
de Suprema
controle Corte, cabendo
concentrado sua impugnação pela
de constitucionalidade via dade
gozam reclamação constitucional.
eficácia contra todos e efeito

D) O Poder Legislativo, em sua função típica de legislar, não fica vinculado às decisões
definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal no controle de
constitucionalidade, de modo que o projeto de lei apresentado em data posterior ao
julgamento poderá ser regularmente votado e, se aprovado, implicará a superação ou
reação legislativa da jurisprudência.

5
Comentário: As decisões do STF em ADI e ADC possuem eficácia contra todos (“erga omnes”) e
efeito vinculante aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal (art. 102, §2º da CF), exceto ao Legislativo em
sua função típica de legislar. Não vincula o Legislativo para evitar o fenômeno da Fossilização
Constitucional .

DECRETOS LEGISLATIVOS são ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS e, portanto, PODEM SER OBJETO
de CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE.

ESPÉCIES DE ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS (ART. 59, CF)


● EMENDAS À CONSTITUIÇÃO (EC)
● LEIS COMPLEMENTARES (LC)
● LEIS ORDINÁRIAS (LO)
● LEIS DELEGADAS (LD)
● MEDIDAS PROVISÓRIAS (MP)
● DECRETOS LEGISLATIVOS (DL)
● RESOLUÇÕES

Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVI -
Primeira Fase
A Medida Provisória Z, embora tendo causado polêmica na data de sua edição, foi convertida,
em julho de 2014, na Lei Y. Inconformado com o posicionamento do Congresso Nacional, o
principal partido de oposição, no mês seguinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) atacando vários dispositivos normativos da referida Lei. Todavia, no início do mês de
fevereiro de 2015, o Presidente da República promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei
Y, momento em que esta última deixou de produzir os seus efeitos concretos.

Nesse caso, segundo entendimento cristalizado no âmbito do Supremo Tribunal Federal,


Alternativas

A) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y.
B) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos
produzidos n tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da Lei Y.
C) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção,
independentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos.
D) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supremo
Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo.

6
COMENTÁRIOS

Não é admitido ADI de lei ou ato normativo que já tenha sido revogado ou sua eficácia não
produza mais efeito, por exemplo, no caso de medidas provisórias não convertidas em lei. Ainda,
nas situações em que antes do julgamento da lei ou ato normativo impugnado vier ser declarada a
inconstitucionalidade, porque nas palavras de Pretório Excelso, “[...] a declaração em tese de ato
normativo que não mais existe, transformaria a ação direta em instrumento processual de
proteção de situações jurídicas pessoas e concreta.”

O que acontece caso o ato normativo que estava sendo impugnado na ADI seja revogado antes do
julgamento da ação?

Regra: haverá perda superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203).

Exceção 1: não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique
demonstrado que houve "fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma
proposital a fim de evitar que o STF a declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela
produzidos (STF ADI 3306).

Exceção 2: não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi
repetido, em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve
desatualização significativa no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da
ação (STF ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 4/5/2016. Info 824).

Exceção 3: caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que
houve a revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o
julgamento, a prejudicialidade da ADI já apreciada (STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016. Info 845).

Fonte: Dizer o Direito


nadeconc
ti u
o

rs
r
@na

eira

REMÉDIOS
CONSTITUCIONAIS
Tema feito por @narotinadeconcurseira
Remédios constitucionais
Trata-se dos meios à disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das
autoridades competentes, no intuito de corrigir ilegalidade ou abuso de poder em prejuízo de
direitos e interesses individuais.

1. HABEAS CORPUS

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXVIII dispõe que: “Conceder-se-á "habeas-
corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Surgiu na Constituição de 1891, sendo o remédio constitucional mais antigo. Defende a
liberdade de ir e vir ameaçada (preventivo/salvo-conduto) ou já lesionada (repressivo).
O sujeito ativo (impetrante) pode ser qualquer pessoa, brasileira ou estrangeira, pessoa jurídica,
bem como o Ministério Público (conforme artigo 654, caput do Código de Processo Penal).
O Paciente (vitima) pode ser qualquer pessoa física, maior ou menor de idade, brasileiro ou
estrangeiro.
Não há exigência de capacidade postulatória nem de dependência por representação de
advogado, sendo o remédio isento de custas.
O artigo 142, §2º, da CF, não permite habeas corpus, todavia, cabível será o caso quando ocorrer
prisão excessiva do militar ou qualquer outra prisão ilegal do militar.

2. HABEAS DATA
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXXII dispõe que: Conceder-se-á "habeas-
data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo”. O habeas data também está disciplinado na Lei 9.507/97.

Tem por finalidade proteger a defesa intima dos indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas),
possibilitando a obtenção, ratificação de dados e informação constantes de entidades
governamentais ou de caráter público.
Remédios constitucionais
Trata-se dos meios à disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das
autoridades competentes, no intuito de corrigir ilegalidade ou abuso de poder em prejuízo de
direitos e interesses individuais.

1. HABEAS CORPUS

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXVIII dispõe que: “Conceder-se-á "habeas-
corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Surgiu na Constituição de 1891, sendo o remédio constitucional mais antigo. Defende a
liberdade de ir e vir ameaçada (preventivo/salvo-conduto) ou já lesionada (repressivo).
O sujeito ativo (impetrante) pode ser qualquer pessoa, brasileira ou estrangeira, pessoa jurídica,
bem como o Ministério Público (conforme artigo 654, caput do Código de Processo Penal).
O Paciente (vitima) pode ser qualquer pessoa física, maior ou menor de idade, brasileiro ou
estrangeiro.
Não há exigência de capacidade postulatória nem de dependência por representação de
advogado, sendo o remédio isento de custas.
O artigo 142, §2º, da CF, não permite habeas corpus, todavia, cabível será o caso quando ocorrer
prisão excessiva do militar ou qualquer outra prisão ilegal do militar.

2. HABEAS DATA
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXXII dispõe que: Conceder-se-á "habeas-
data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo”. O habeas data também está disciplinado na Lei 9.507/97.

Tem por finalidade proteger a defesa intima dos indivíduos (pessoas físicas ou jurídicas),
possibilitando a obtenção, ratificação de dados e informação constantes de entidades
governamentais ou de caráter público.
Sujeito ativo: em regra é personalíssima, mas de acordo com a doutrina e jurisprudência, os
herdeiros legítimos do falecido ou seu cônjuge supérstite podem impetrá-lo para a defesa e
honra e do nome da família ou do próprio falecido.
Sujeito passivo: entidades governamentais ou de caráter público.

3. MANDADO DE INJUNÇÃO

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXXI dispõe que: “Conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania”. Também está regulado na lei 13.300/16.
O Mandado de Injunção surgiu em 1988, para combater a chamada “síndrome da inefetividade
de normas constitucionais”. Ou seja, trata-se de uma norma constitucional de eficácia limitada
ainda não regulamentada impedindo o exercício de um direito em caso concreto
(inconstitucionalidade por omissão).
Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo
órgão legislador competente.
O Mandado de injunção pode ser individual ou coletivo. A Lei 13.300ampliou os legitimados ao
Mandado de Injunção Coletivo. O caso clássico é o cabimento na hipótese do direito de greve
do servidor público (artigo 37, da CF). Em síntese, existe um direito e para exercê-lo falta a norma
regulamentadora.
Sujeito ativo: pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades
ou das prerrogativas pendentes de regulamentação.
Sujeito passivo: o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuições para editar a norma
regulamentadora.
No Mandado de Injunção Coletivo a sentença fará coisa julgada
limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou
da categoria substituídos pelo impetrante. Ainda, poderá ser conferida
eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou prerrogativa objeto da
impetração.
4. MANDADO DE SEGURANÇA
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, LXIX estabelece: “Conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-
data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. Também está
regulamentado na Lei 12.016/09.

Direito líquido e certo é aquele que apresenta manifesto na sua existência, delimitando sua
extensão e apto a ser exercido no momento da impetração. O direito deve vir expresso em
norma legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante.
Ressaltasse que não há prova testemunhal nem pericial.
Sujeito ativo: somente o próprio titular do direito violado, podendo ser qualquer pessoa, física
ou jurídica, desde que tenha capacidade de direito e seja titular do direito violado.
Sujeito passivo: autoridade coatora que concretiza a lesão a direito individual como decorrência
de sua vontade.
O Ministério Público possui participação indispensável, justificando-se pelo interesse público.

Prazo decadencial: 120 dias contados da data em que o interessado tiver conhecimento oficial
do ato a ser impugnado.
Quanto ao Mandado de Segurança Coletivo, ele segue a mesma regra do individual, ou seja,
para proteger direito liquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade publica ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Súmulas do Supremo Tribunal Federal sobre o tema: 101, 248, 266, 267, 268, 269,
270, 271, 272, 294, 299, 304, 319, 330, 405, 429, 430, 433, 474, 510, 512, 597, 622,
623, 624, 625, 626, 627, 630, 631, 632, 701.

Súmulas do Superior Tribunal de Justiça sobre o tema: 41, 105, 169, 177, 213,
333.

5. AÇÃO POPULAR

O artigo 5.º, LXXIII, da Constituição Federal estabelece que: “Qualquer cidadão é parte legítima
para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência”. Também está regulada na Lei 4.717/65.
Busca a ação popular anular ato que venha a violar ou tenha violado direito de todos. É
importante destacamos que a ação poderá ser: i. Preventiva: ajuizada antes da consumação dos
efeitos do ato, podendo ser conferida a suspensão liminar do ato impugnado; ii. Repressiva: visa
a corrigir os atos danosos consumados; iii. Supridora de omissão: casos em que o autor obrigada
a Administração omissa a atuar.
Destaca-se que, em regra, a ação popular deve ser proposta perante o juízo de primeiro grau,
não havendo competência originaria do Tribunal para conhecê-la, mas atenção, uma vez que há
exceção, conforme artigo 102, “n” da CF/88.
Sujeito ativo: qualquer cidadão.

Sujeito passivo: o administrador da entidade lesada e os beneficiários.


O Ministério Público deve funcionar como fiscal da lei e, caso o autor desista da ação irá
substituir o polo ativo da ação, a esse fenômeno denominados de legitimidade extraordinária.
A ação popular prescreve em 5 (cinco) anos, conforme artigo 21 da Lei 4.717/65.

Não tem custas, salvo comprovada má-fé. Por isso, a ação popular poderá sim ser onerosa.

6. AÇÃO CIVIL PÚBLICA

O artigo 129, III da CF/88 dispõe que: “São funções institucionais do Ministério Público: III -
promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos”
Regulamentada na Lei 7.347/85 tem o intuito de proteger os interesses da coletividade, sendo
cabível para responsabilizar quem tenha causado danos morais ou materiais contra ao meio
ambiente, aos consumidores, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à
ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.

O Ministério Público intervém obrigatoriamente como fiscal ou parte.

Você também pode gostar