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ESTRATÉGIA OAB

Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

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Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

Sumário

Apresentação do Curso .................................................................................................................... 3

Apresentação Pessoal ....................................................................................................................... 4

Introdução ao estudo da Ética Profissional ....................................................................................... 5

Da Ética do Advogado...................................................................................................................... 7

Princípios ........................................................................................................................................... 9

1 - Pessoalidade .......................................................................................................................... 10

2 - Confiabilidade ........................................................................................................................ 11

3 - Sigilo Profissional ................................................................................................................... 11

4 - Não Mercantilização............................................................................................................... 15

5 - Exclusividade.......................................................................................................................... 15

6 - Publicidade Profissional ......................................................................................................... 16

7 - Provimento 205/2021 (Publicidade) ....................................................................................... 20

8 - Responsabilidade Funcional do Advogado ........................................................................... 27

Considerações Finais ...................................................................................................................... 46

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Iniciamos, neste momento, os estudos no Curso de 1ª Fase em Ética Profissional para o Exame da
OAB, voltado para a prova objetiva, a ser realizada pela banca FGV.

Antes de qualquer estudo específico, devemos nos ater a algumas dicas básicas, as quais serão
essenciais para o seu sucesso na prova. Vejamos:

ü A prova da 1ª Fase é composta de 80 (oitenta) questões, e a você caberá atingir quarenta


pontos para ter a autorização de caminhar ao próximo passo, a segunda fase da OAB. O
conhecimento da matéria de ética lhe permitirá iniciar a prova já com oito questões de
saldo, ou seja, acredito que, com o nosso estudo direcionado, você se tornará apto a
GABARITAR ÉTICA, e partir para as demais matérias precisando tão somente de trinta e
dois pontos.
ü Desta forma, as questões de ÉTICA são de grande valia para a sua aprovação, e ainda que
você não tenha uma grande afeição pela matéria, tente se dedicar a ela, isso lhe garantirá
alguns pontinhos rumo à segunda fase da OAB.
ü Quando pensar em ÉTICA para a prova da OAB, o seu estudo envolverá três legislações
específicas:

- Estatuto da Advocacia (Lei


Federal nº 8.906/94).

- Código de Ética e Disciplina.

- Regulamento Geral do Estatuto


da Advocacia.

ü A estruturação do curso terá por base as videoaulas, além do nosso material escrito, o qual
será de suma importância para o seu sucesso.
ü A abordagem do curso será direcionada, ou seja, analisaremos os principais pontos da
matéria de ética, de forma que iremos percorrer todos os tópicos já exigidos pela banca,
mas sempre focados nos temas de maior reincidência na prova. Assim, você ganhará tempo
e terá um estudo focado e eficiente!
ü O estudo para primeira fase exigirá do candidato a leitura dos principais dispositivos legais
do Estatuto da Advocacia, o que claramente lhe auxiliará em uma melhor compreensão do
conteúdo;

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ü Por fim, destaco, neste momento, os principais temas já cobrados pela banca, em seu grau
de importância, e que você deverá se ater ao longo da nossa caminha de estudo:

APRESENTAÇÃO PESSOAL
O curso de Ética Profissional para OAB será ministrado por uma equipe um tanto
mais animada que o tradicional - rs. Então, queridos alunos, preparem-se,
porque haverá muitas emoções com a Profª Priscila Ferreira, Priscila Silveira e
Rosenval Junior.

Assim, neste momento, eu, Prof.ª Priscila Ferreira, farei uma breve apresentação
pessoal:

Meu nome é Priscila Cristina Ferreira. Atuo como Advogada Trabalhista e Consultora Jurídica
Trabalhista na Advocacia Ubirajara Silveira, Professora, Autora e Palestrante. Sou especialista em
Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e Direito e
Processo do Trabalho pela Faculdade INESP, além de Mestra em Direito do Trabalho pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

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A minha experiência profissional inclui a Docência em graduação, pós-graduação, cursos


preparatórios para concursos públicos e exames de ordem, especialmente em Direito e Processo
do Trabalho, Ética e Legislação Extravagante.

Logo abaixo, deixo o meu contato para que vocês possam solucionar qualquer dúvida sobre o
curso, matéria, ou ainda, fazer qualquer sugestão.

Terei um enorme prazer em auxiliá-los nesta caminhada que será de grande sucesso.

Instagram: @profpriscilaferreira

Contem comigo!!!

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ÉTICA PROFISSIONAL


O nosso estudo de Ética Profissional para a OAB começará por abordar a atividade da advocacia
e os direitos intrinsicamente ligados aos operadores do direito.

O conteúdo deve ser analisado desde a sua base principiológica até para que você consiga
compreender os pormenores de cada instituto envolto do Estatuto, Regulamento e Código de
Ética.

Anteriormente a qualquer estudo específico, gostaria que você compreendesse como que o
Estatuto da OAB, Regulamento Geral e o Código de Ética se conectam, e qual o alicerce legal
deles. Veja:

• O Estatuto da Advocacia está fundado na Lei nº 8.906/94, de forma que a advocacia passa
a ser regida por esta lei federal, disciplinando sobre os aspectos da atividade, os direitos
dos advogados, os aspectos legais para inscrição na OAB, honorários, impedimentos e
incompatibilidades, infrações e sanções disciplinares etc.;
• A regência do Estatuto da Advocacia (EOAB) é complementada pelo Regulamento Geral,
Código de Ética e Provimentos do Conselho Federal. Desta forma, a nossa base legal para
disciplinar sobre os aspectos da advocacia é o EOAB, e a sua suplementação acontece por
meio dos outros normativos editados pelo Conselho Federal da OAB, que possui
autorização expressa e legal, artigo 33, 54, inciso V, e 78 da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da
OAB), para disciplinar alguns aspectos.

Neste sentido, vale a menção ao artigo 33, 54, V, e 78 do EAOAB, respectivamente:

Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados


no Código de Ética e Disciplina.

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Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado


para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a
recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade
e os respectivos procedimentos disciplinares.
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
(...)
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os
Provimentos que julgar necessários.
Art. 78. Cabe ao Conselho Federal da OAB, por deliberação de dois terços, pelo
menos, das delegações, editar o regulamento geral deste estatuto, no prazo de
seis meses, contados da publicação desta lei.

Assim, os advogados se submetem ao Código de Ética, assim como ao Regulamento da OAB,


sendo privativo da entidade, OAB - Conselho Federal, a autorregulamentação acerca dos aspectos
disciplinares de seus inscritos, bem como de seus aspectos administrativos de funcionamento.
Desta forma, o normativo possui caráter administrativo, e, uma vez desrespeitado, poderá implicar
sanções na esfera administrativa aos envolvidos, como advertência, suspensão, perda do cargo
etc.

• ATENÇÃO: Não haverá a coexistência de códigos de éticas e disciplina por seccionais da


OAB existente, logo, haverá um único código de ética de observância obrigatória por todos
os advogados;

Partindo desta premissa, e tendo ciência de que todos os instrumentos legais e administrativos se
suplementam de forma a termos uma unidade, importante também se torna que, desde já, você
conheça os órgãos que compõem a OAB para fins estruturais:

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O Conselho
Federal

As Caixas de Os
Assistência São órgãos Conselhos
dos da OAB Seccionais
Advogados

As
Subseções

DA ÉTICA DO ADVOGADO

EAOAB

Art. 31 ao 33

Inicialmente, devemos entender o significado da palavra “ética”, a qual deriva do grego “ethos”,
e que deve ser traduzida como um “modo de ser” ou “caráter” (índole).

Neste sentido, a ética pode ser definida como uma teoria ou ciência do comportamento moral, a
qual busca explicar, compreender, justificar e criticar a moral de um determinado grupo.

Logo, podemos concluir que a ética indica regras de comportamentos, estabelecendo, inclusive,
diretrizes de conduta a serem seguidas, de forma que o elemento ético nunca poderá ser
desprezado em sua conduta. Veja que a liberdade, dentro da profissão, existe, mas quando se
adentra no corpo social, ou seja, dentro da estrutura organizacional da advocacia,
automaticamente se aceitou ter em seu comportamento o elemento ético, fundado das diretrizes
do estatuto e código de ética da OAB.

O Código de Ética, assim como o estatuto e o regulamento, acaba por tornar-se uma relação
organizada de procedimentos, permitidos e proibidos, e prerrogativas dentro de um corpo social

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organizado, logo, o código é fundado em princípios éticos obrigatórios aos praticantes, tais como:
sinceridade, transparência, respeito, seriedade, entre outras.

Dispõe o artigo 31 do CED:

O advogado, no exercício de cargos ou funções em órgãos da Ordem dos


Advogados do Brasil ou na representação da classe junto a quaisquer instituições,
órgãos ou comissões, públicos ou privados, manterá conduta consentânea com as
disposições deste Código e que revele plena lealdade aos interesses, direitos e
prerrogativas da classe dos advogados que representa.

Acerca da ética do advogado, o Estatuto da OAB resguarda capítulo próprio acerca do tema,
como se observa:

Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito
e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em
qualquer circunstância.
§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem
de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.
Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional,
praticar com dolo ou culpa.
Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente
responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte
contrária, o que será apurado em ação própria.
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados
no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado
para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a
recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade
e os respectivos procedimentos disciplinares.

Observe que dentro do dever ético do advogado está o de exercer sua profissão sem medo de
desagradar qualquer autoridade, ou seja, o advogado deve agir com postura, sem medo de se
tornar impopular perante as autoridades.

(FGV/XIX Exame de Ordem Unificado) Alexandre, advogado que exerce a profissão há muitos
anos, é conhecido por suas atitudes corajosas, sendo respeitado pelos seus clientes e pelas
autoridades com quem se relaciona por questões profissionais. Comentando sua atuação

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profissional, ele foi inquirido, por um dos seus filhos, se não deveria recusar a defesa de um
indivíduo considerado impopular, bem como se não deveria ser mais obediente às autoridades,
diante da possibilidade de retaliação.
Sobre o caso apresentado, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a opção correta
indicada ao filho do advogado citado.
a) O advogado Alexandre deve recusar a defesa de cliente cuja atividade seja impopular.
b) O temor à autoridade pode levar à negativa de prestação do serviço advocatício por Alexandre.
c) As causas impopulares aceitas por Alexandre devem vir sempre acompanhadas de apoio da
Seccional da OAB.
d) Nenhum receio de desagradar uma autoridade deterá o advogado Alexandre.
Comentários:
Gabarito: ''D''
Conforme art. 31, §2º, do EAOAB, o advogado não deve ter nenhum receio de desagradar a
magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado
no exercício da profissão.

PRINCÍPIOS
O estudo introdutório de Ética Profissional exige uma análise detalhada acerca dos princípios que
permeiam a atividade advocatícia. Veja:

Pessoalidade

Confiabilidade
Princípios

Sigilo Profissional

Não Mercantilização

Exclusividade

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1 - Pessoalidade

PESSOALIDADE: A relação formada entre cliente e advogado tem por base a pessoalidade, ou
seja, uma relação iminentemente pessoal, até pelos bens jurídicos envoltos na relação, como,
patrimônio, família, honra, imagem etc.

A pessoalidade também se revela essencial para que o sigilo profissional seja garantido na relação,
o que poderia ser colocado em risco por meio de uma relação formada virtualmente, impactando,
inclusive, na confiança recíproca, alicerce desta relação.

Logo, veda-se qualquer tipo de consultoria jurídica virtual; em contrapartida, não há óbice para
que os meios virtuais sejam utilizados como forma de anúncios, estes também dentro dos limites
legais, em especial, quanto à mercantilização da atividade.

Destaco que na pandemia da COVID-19 o princípio não foi flexibilizado. A vedação imposta à
consultoria virtual é no sentido de não tornar a advocacia impessoal, uma vez que a prática da
advocacia é pautada na confiança. De toda forma, os atendimentos virtuais são possíveis, se
usados com parcimônia e respeito ao cliente.

Ainda, segundo o art. 5º, §4º do EAOAB, as atividades de consultoria e assessoria jurídicas podem
ser exercidas de modo verbal ou por escrito, a critério do advogado e do cliente. Além disso,
independem de outorga de mandato ou de formalização por contrato de honorários.

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2 - Confiabilidade

CONFIABILIDADE: A confiabilidade (confiança e honestidade) é a base da relação a ser formada


entre cliente e advogado. Desta forma, o rompimento deste elemento faz com que não mais se
perpetua a relação, como se observa:

Ä Cliente - Quebra de confiança no Advogado: Revogação do Mandato (Artigo 17 do CED);


Ä Advogado - Quebra de confiança no Cliente: Renúncia ao Mandato (Artigo 5º, §3º do
EOAB).

Vale ponderar que, nesta última hipótese, mesmo o advogado não possuindo mais confiabilidade
em seu cliente, deverá continuar atuando como patrono no processo durante os dez dias seguintes
à notificação da renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

3 - Sigilo Profissional

CED

Art. 35 ao 38 CED

O sigilo profissional está diretamente ligado com a confiabilidade existente entre cliente e
advogado.

É dever do advogado manter sigilo sobre todas as informações que tenha obtido no exercício
profissional, quer seja como advogado, conciliador, árbitro, e até mesmo nas funções
desempenhadas na OAB.

Neste sentido, preceitua o artigo 35 a 38 do CED:

Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão.
Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha
tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos
Advogados do Brasil.
Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de
reserva que lhe seja feita pelo cliente.
§ 1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre
advogado e cliente.

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§ 2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e


árbitro, se submete às regras de sigilo profissional.
Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à
honra ou que envolvam defesa própria.
Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento
judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo
profissional.

Como Regra, a comunicação entre advogado e cliente são tidas como


confidenciais, independente do meio pela qual ocorram.

O sigilo profissional é um direito-dever que está envolto na figura do advogado para com o cliente.
A base da relação formada entre cliente e advogado é a confiança, logo, as informações que o
advogado tiver conhecimento no exercício de sua profissão devem ser resguardadas, garantindo-
se sempre o sigilo.

Assim, trata-se de uma prerrogativa profissional, bem como de um dever ético, conforme artigo
7◌ֻº, XIX, EOAB:

“Art. 7º São direitos do advogado:


XIX - recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado,
mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato
que constitua sigilo profissional.”

Acerca do sigilo profissional, tome nota:

ü O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no
exercício da profissão;
DEVER E NÃO OPÇÃO!

ü O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha tido conhecimento em


virtude de funções desempenhadas na Ordem dos Advogados do Brasil;

ü O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e árbitro,


submete-se às regras de sigilo profissional;
*Sigilo de fatos que o advogado teve conhecimento
no:

- Exercício profissional;
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- Exercício da função desempenhada na OAB;
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ü O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de reserva que lhe


seja feita pelo cliente;

ü Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre advogado e


cliente;

ü Constitui infração disciplinar violar, sem justa causa, sigilo profissional, implicando
CENSURA;

ü Nos termos do Art. 154, do Código Penal, verifica-se que revelar a alguém, sem justa causa,
segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja
revelação possa produzir dano a outrem, implica detenção, de três meses a um ano, ou
multa;

ü A configuração do crime de violação de segredo profissional será observada quando


presente os seguintes requisitos:

Ä O fato revelado deve configurar-se como um segredo;


Ä O segredo tem que ser obtido pelo agente em função do exercício
profissional;
Ä O segredo deve ter sido revelado a terceiro, sem justo motivo;
Ä O segredo possui potencial de causar danos a alguém

Veja que o segredo não é do advogado, mas sim do cliente, e por tal razão, a sua exposição é
considerada crime, implicando a “quebra da confiança” e consequentemente na violação do dever
de sigilo.

As informações que o advogado tiver conhecimento no exercício de sua profissão devem ser
resguardadas e utilizadas somente nos limites da defesa ou da acusação, principalmente nos
processos que correm sob segredo de justiça. Quanto às informações que não precisarem ser
utilizados no processo, por se tratarem tão somente de um complemento ao fato principal, ou
ainda, de um desabafo por parte do seu cliente, o advogado terá o dever de guardar em sigilo.

Relativização do Sigilo Profissional

O sigilo profissional poderá ser relativizado em algumas hipóteses legais, como se observa:

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O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa,
como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria;

Ex: cliente lhe confessa que


Grave ameaça ao direito à
matará a ex-esposa para
vida e a honra; ou
O sigilo poderá ser resolver a lide do divórcio.
violado pelo advogado,
em duas situações:
Ex: acusações do cliente
Envolva defesa própria.
contra o advogado.

E, neste momento, você deveria me questionar:

Qual a consequência se o advogado violar o sigilo?

Assim como a pergunta, o entendimento legal / administrativo é claro e objetivo acerca do tema:
O advogado deverá responder perante a infração disciplinar cometida, podendo ser apenado com
censura, artigo 34, VII e artigo 36, I do EOAB, além de responder criminalmente, nos termos do
artigo 154 do CP.

Fique atento ao fato de que o advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento
judicial, administrativo ou arbitral, acerca de fatos cujo respeito deva guardar sigilo profissional
(Art. 38 do CED), AINDA QUE autorizado pelo cliente!

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4 - Não Mercantilização

NÃO MERCANTILIZAÇÃO: A mercantilização da advocacia é totalmente vedada pelo Código de


Ética, como se observa no artigo 5º:

O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de


mercantilização.

O profissional da advocacia não pode praticar nenhum ato que venha a se caracterizar como
mercantil para fins de sua promoção ou do escritório, como se observa em algumas propagandas
na Rádio / TV com intuito de promover o escritório / advogado.

O advogado até poderá anunciar os seus serviços na mídia, mas desde que a forma escolhida seja
moderada e tenha cunho exclusivamente informativo.

Neste ponto, segundo o recente provimento editado pelo Conselho Federal, Provimento n.
205/2021, no marketing de conteúdos jurídicos poderá ser utilizada a publicidade ativa ou passiva,
desde que não esteja incutida a mercantilização, a captação de clientela ou o emprego excessivo
de recursos financeiros, sendo admitida a utilização de anúncios, pagos ou não, nos meios de
comunicação, exceto nos meios vedados pelo art. 40 do Código de Ética e Disciplina.

5 - Exclusividade

EXCLUSIVIDADE: O Estatuto da Advocacia prevê como sendo vedada a divulgação da advocacia


em conjunto com outra atividade, então, não será possível fazer um “puxadinho” na loja da sua
mãe para abrir o seu escritório.

A advocacia exige um ambiente próprio e exclusivo para o exercício da atividade, não podendo
se comunicar com outras atividades empresariais / laborais.

A norma veda o exercício comum no espaço físico, até como forma de vetar a divulgação conjunta,
como se observa no artigo 40, IV do CED e artigo 1º, §3º do EOAB, respetivamente:

“Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis
com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:
(...)
IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades
ou a indicação de vínculos entre uns e outras."
“Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

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§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.”

Assim, aquele que praticar conduta que viole os alicerces da exclusividade mencionada, deverá
ser apensado administrativamente com a sanção de censura, nos termos do artigo 36, II do EOAB.

Atenção ao disposto no Provimento 205/20211: Segundo este Provimento, autoriza-se o exercício


da advocacia em locais compartilhados (coworking), sendo vedada a divulgação da atividade de
advocacia em conjunto com qualquer outra atividade ou empresa que compartilhem o mesmo
espaço, ressalvada a possibilidade de afixação de placa indicativa no espaço físico em que se
desenvolve a advocacia e a veiculação da informação de que a atividade profissional é
desenvolvida em local de coworking.

Ainda, de acordo com o art. 15, §12 do EAOAB, a sociedade de advogados e a sociedade
unipessoal de advocacia podem ter como sede, filial ou local de trabalho espaço de uso individual
ou compartilhado com outros escritórios de advocacia ou empresas. No entanto, devem ser
respeitadas as hipóteses de sigilo previstas no Estatuto da Advocacia e no Código de Ética e
Disciplina.

6 - Publicidade Profissional

CED

Art. 39 a 47

A publicidade tem por característica ser um dos principais meios para os profissionais veicularem
o seu trabalho a fim de conseguirem a captação de uma determinada clientela, e tal aspecto mais
se ampliou com os avanços tecnológicos dos últimos tempos.

A ética profissional que baliza o exercício da advocacia tão somente permite a publicidade, quando
a sua finalidade for a INFORMAÇÃO, e não a mercantilização. Ou seja, o CED não permite a

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publicidade com a utilização de expressões que possam dar ensejo à captação de clientes, sob
pena de responsabilização frente ao Código de Ética.

Diante desta premissa inicial, tome nota acerca das características e peculiaridades que estão
envoltas na publicidade profissional, com base no CED:

• A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar


pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou
mercantilização da profissão;
• Os meios utilizados para a publicidade profissional devem ser compatíveis com a diretriz
estabelecida, quais sejam: caráter meramente informativo e primar pela discrição e
sobriedade;
• A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá primar pelo
caráter meramente informativo, além da discrição e sobriedade;
• A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o
envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento
de serviços ou representem forma de captação de clientela;
• VEDADA a publicidade realizada pelos seguintes meios:
ü rádio, cinema e televisão;
ü outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
ü inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;
ü mala direta;
ü distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de
captação de clientela;
ü o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou
artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem
como quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em
veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail.

• No mais, observa-se como sendo vedada a divulgação de serviços de advocacia juntamente


com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;
• Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a
utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que

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respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39 do CED (caráter meramente informativo,


discrição e sobriedade);
• Caso o advogado possua colunas nos meios de comunicação social (jornais, revistas etc.),
ou ainda, os textos que por meio deles divulgar, em nenhuma hipótese estes deverão
induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela;
• O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de
entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio,
para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos,
educacionais e instrutivos, sem o propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados
pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão;
• Quando o advogado for convidado para manifestação pública, visando ao esclarecimento
de tema jurídico de interesse geral, deverá evitar insinuações com o sentido de promoção
pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista;

Acerca do tema, tome nota do disposto no artigo 42 do CED:

Art. 42. É vedado ao advogado:


I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de
comunicação social;
II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro
advogado;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da
instituição que o congrega;
IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.

• Os cartões e os materiais de escritório que o advogado utilizar como meio de publicidade


profissional, deverão conter:
ü Nome do Advogado;
ü Número de inscrição na OAB.

E caso o advogado queira ou prefira, poderá também constar:

ü Títulos acadêmicos;
ü Instituições Jurídicas que integre;
ü Especialidade;
ü Endereço;
ü E-mail;
ü Site / Página eletrônica;
ü Logotipo;
ü Fotografia do escritório;

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ü Horário de Atendimento;
ü Idiomas em que o cliente pode ser atendido.

Contudo, se proíbe a utilização de:

ü Fotografias pessoais ou de terceiros no cartão de visita;


ü Menção de emprego, cargo ou função que já ocupou.

Neste sentido, preceitua o artigo 44 do CED:

Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de


escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade
de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB.
§1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as
distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições
jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-
mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o
horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido.
§2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de
visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função
ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor
universitário.

Dentre as formas permitidas de publicidade está o patrocínio de eventos ou publicações e


divulgação de boletins, conforme determina o art. 45 do CED:

Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou


publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins,
por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados,
desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico.

Neste sentido, ainda, ressalta-se que a publicidade pela internet ou por outros meios eletrônicos
passou a ser admitida, desde que se respeitem os regramentos contidos no CED, como se observa:

Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos
deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo.
Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de
publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde
que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de
captação de clientela.

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Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

Por fim, ressalta-se que é possível a celebração de termo de ajustamento de conduta no âmbito
dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregular.

Art. 47-A. Será admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta no


âmbito dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a
publicidade irregular praticada por advogados e estagiários.
Parágrafo único. O termo previsto neste artigo será regulamentado mediante
edição de provimento do Conselho Federal, que estabelecerá seus requisitos e
condições. (NR).

7 - Provimento 205/2021 (Publicidade)

As normas sobre publicidade profissional poderão ser complementadas por outras que o Conselho
Federal aprovar, observadas as diretrizes do CED. Neste sentido, o Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil publicou o Provimento n. 205/2021, o qual dispõe acerca de algumas
peculiaridades da publicidade.

O principal objetivo deste novo provimento foi o de atualizar a forma como a publicidade deve
ser feita, considerando-se os formatos online e as ferramentas de marketing digital que existem na
atualidade.

Veja:

Art. 1º É permitido o marketing jurídico, desde que exercido de forma compatível


com os preceitos éticos e respeitadas as limitações impostas pelo Estatuto da
Advocacia, Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina e por este
Provimento.
§ 1º As informações veiculadas deverão ser objetivas e verdadeiras e são de
exclusiva responsabilidade das pessoas físicas identificadas e, quando envolver
pessoa jurídica, dos sócios administradores da sociedade de advocacia que
responderão pelos excessos perante a Ordem dos Advogados do Brasil, sem
excluir a participação de outros inscritos que para ela tenham concorrido.

Inicialmente, observa-se que o Provimento aponta e conceitua o que é o marketing jurídico, bem
como autoriza a sua utilização, apesar das limitações também impostas e a responsabilização, por
eventuais excessos. Nesta toada, destacamos alguns conceitos e peculiaridades trazidos no
Provimento, ora em análise, quanto a publicidade e o marketing na esfera jurídica:

Ä Marketing jurídico: Especialização do marketing destinada aos PROFISSIONAIS DA ÁREA


JURÍDICA, consistente na utilização de estratégias planejadas para alcançar objetivos do
exercício da advocacia. Exemplo: Advogado divulgando estratégias para audiência.

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Em sede de Marketing de conteúdos jurídicos, autoriza-se a criação e divulgação de


conteúdos jurídicos, disponibilizados por meio de ferramentas de comunicação, voltada
para informar o PÚBLICO e para a consolidação profissional do(a) advogado(a) ou escritório
de advocacia.

No marketing de conteúdos jurídicos poderá ser utilizada a publicidade ativa ou passiva,


desde que não esteja incutida a mercantilização, a captação de clientela ou o emprego
excessivo de recursos financeiros, sendo admitida a utilização de anúncios, pagos ou não,
nos meios de comunicação, exceto nos meios vedados pelo art. 40 do Código de Ética e
Disciplina

O Provimento destaca que os consultores e as sociedades de consultores em direito


estrangeiro devidamente autorizadas pela Ordem dos Advogados do Brasil, somente
poderão realizar o marketing jurídico com relação às suas atividades de consultoria em
direito estrangeiro correspondente ao país ou Estado de origem do profissional interessado.
Além disso, nas peças de caráter publicitário a sociedade acrescentará obrigatoriamente ao
nome ou razão social que internacionalmente adote a expressão “Consultores em direito
estrangeiro”.

Ä Publicidade Profissional: É o meio utilizado para tornar pública as informações atinentes


ao exercício profissional, bem como os dados do perfil da pessoa física ou jurídica inscrita
na Ordem dos Advogados do Brasil, utilizando os meios de comunicação disponíveis, desde
que não vedados pelo Código de Ética e Disciplina da Advocacia.

Conforme previsto no Provimento, entende-se por publicidade profissional sóbria, discreta


e informativa a divulgação que, sem ostentação, torna público o perfil profissional e as
informações atinentes ao exercício profissional, conforme estabelecido pelo § 1º, do art.
44, do Código de Ética e Disciplina, sem incitar diretamente ao litígio judicial, administrativo
ou à contratação de serviços, sendo vedada a promoção pessoal.

Ä Publicidade de conteúdos jurídicos: Divulgação destinada a levar ao conhecimento do


público conteúdos jurídicos.

Assim, alguns questionamentos podem surgir:

- “Posso usar o tik tok?”


Não há vedação para o uso. No entanto, você não pode, por exemplo, colocar o seu número
de telefone junto com a dancinha - rs.

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- “Posso mencionar qualificação e títulos?”


De acordo com o Provimento, admite-se, na publicidade de conteúdos jurídicos, a
identificação profissional com qualificação e títulos, desde que verdadeiros e comprováveis
quando solicitados pela Ordem dos Advogados do Brasil, bem como com a indicação da
sociedade da qual faz parte.

Destaca-se que não é permitida a publicidade mediante uso de meios ou ferramentas que
influam de forma fraudulenta no seu impulsionamento ou alcance.

Ä Publicidade Ativa: Divulgação capaz de atingir número indeterminado de pessoas, mesmo


que elas não tenham buscado informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados.
Exemplo: Link Patrocinado.

No entanto, torna-se vedada, em sede de publicidade ativa, qualquer informação relativa


às dimensões, qualidades ou estrutura física do escritório, assim como a menção à promessa
de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de atuação profissional.

Ainda, é vedada em qualquer publicidade a ostentação de bens relativos ao exercício ou


não da profissão, como uso de veículos, viagens, hospedagens e bens de consumo, bem
como a menção à promessa de resultados ou a utilização de casos concretos para oferta de
atuação profissional.

E quando se tratar de venda de bens e eventos, como livros, cursos, seminários ou


congressos, cujo público-alvo sejam advogados, estagiários ou estudantes de direito,
poderá ser utilizada a publicidade ativa, desde que não esteja incutida a mercantilização.

Ä Publicidade Passiva: Divulgação capaz de atingir somente público certo que tenha buscado
informações acerca do anunciante ou dos temas anunciados, bem como por aqueles que
concordem previamente com o recebimento do anúncio.

De acordo com o art. 3º do Provimento, a publicidade profissional deve ter caráter meramente
informativo e primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de
clientela ou mercantilização da profissão. Neste sentido, torna-se vedada:
ü referência, direta ou indireta, a valores de honorários, forma de pagamento,
gratuidade ou descontos e reduções de preços como forma de captação de
clientes.
ü divulgação de informações que possam induzir a erro ou causar dano a
clientes, a outros(as) advogados(as) ou à sociedade;

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ü anúncio de especialidades para as quais não possua título certificado ou


notória especialização, nos termos do parágrafo único do art. 3º-A do
Estatuto da Advocacia;
ü utilização de orações ou expressões persuasivas, de autoengrandecimento
ou de comparação;
ü distribuição de brindes, cartões de visita, material impresso e digital,
apresentações dos serviços ou afins de maneira indiscriminada em locais
públicos, presenciais ou virtuais, salvo em eventos de interesse jurídico.

No que tange as peculiaridades e alguns limites da publicidade, destacamos:


Ä Divulgação de imagem, vídeo ou áudio

Destaca-se que na divulgação de imagem, vídeo ou áudio contendo atuação profissional,


inclusive em audiências e sustentações orais, em processos judiciais ou administrativos, não
alcançados por segredo de justiça, deverão ser respeitados o sigilo e a dignidade profissional
e vedada a referência ou menção a decisões judiciais e resultados de qualquer natureza
obtidos em procedimentos que patrocina ou participa de alguma forma, ressalvada a hipótese
de manifestação espontânea em caso coberto pela mídia.

Em sede de publicidade profissional, autoriza-se a utilização de anúncios, pagos ou não, nos


meios de comunicação não vedados pelo art. 40 do Código de Ética e Disciplina. No entanto,
veda-se o pagamento, patrocínio ou efetivação de qualquer outra despesa para viabilizar
aparição em rankings, prêmios ou qualquer tipo de recebimento de honrarias em eventos ou
publicações, em qualquer mídia, que vise destacar ou eleger profissionais como detentores de
destaque.

Ä Utilização de logomarca e imagens

É permitida a utilização de logomarca e imagens, inclusive fotos dos(as) advogados(as) e do


escritório, assim como a identidade visual nos meios de comunicação profissional. No entanto,
é vedada a utilização de logomarca e símbolos oficiais da Ordem dos Advogados do Brasil.

Neste ponto, você poderia me questionar o seguinte aspecto:

“Profª, posso fazer lives?”

Sim, segundo o §3º do art. 5º do Provimento, torna-se permitida a participação do advogado(a)


em vídeos ao vivo ou gravados, na internet ou nas redes sociais, assim como em debates e
palestras virtuais, desde que observadas as regras dos arts. 42 e 43 do CED, sendo vedada a
utilização de casos concretos ou apresentação de resultados.

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Além disso, o Provimento estabelece que as normas também se aplicam à divulgação de


conteúdos que, apesar de não se relacionarem com o exercício da advocacia, possam atingir
a reputação da classe à qual o profissional pertence.

O art. 8º do Provimento, ora em análise, estabelece que não é permitido vincular os serviços
advocatícios com outras atividades ou divulgação conjunta de tais atividades, salvo a de
magistério. E, neste exato ponto, deve-se atentar que o Provimento permite o exercício da
advocacia em locais compartilhados (coworking), sendo vedada a divulgação da atividade de
advocacia em conjunto com qualquer outra atividade ou empresa que compartilhem o mesmo
espaço, ressalvada a possibilidade de afixação de placa indicativa no espaço físico em que se
desenvolve a advocacia e a veiculação da informação de que a atividade profissional é
desenvolvida em local de coworking.

Assim, diante de tais aspectos, o Provimento trouxe a criação do Comitê Regulador do Marketing
Jurídico, de caráter consultivo, vinculado à Diretoria do Conselho Federal, que nomeará seus
membros, com mandato concomitante ao da gestão. E, neste ponto, as Seccionais poderão
conceder poderes coercitivos à respectiva Comissão de Fiscalização, permitindo a expedição de
notificações com a finalidade de dar efetividade às disposições deste provimento.

Com o intuito de eliminarmos qualquer dúvida acerca do tema, destaco alguns critérios
específicos sobre a publicidade e informação da advocacia, presentes no Anexo Único do
Provimento, veja:

Anuários Somente é possível a participação em


publicações que indiquem, de forma clara e
precisa, qual a metodologia e os critérios de
pesquisa ou de análise que justifiquem a
inclusão de determinado escritório de
advocacia ou advogado(a) na publicação, ou
ainda que indiquem que se trata de mera
compilação de escritórios ou advogados(as). É
vedado o pagamento, patrocínio ou efetivação
de qualquer outra despesa para viabilizar
anúncios ou aparição em publicações como
contrapartida de premiação ou ranqueamento.

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Aplicativos para responder consultas jurídicas Não é admitida a utilização de aplicativos de


forma indiscriminada para responder
automaticamente consultas jurídicas a não
clientes por suprimir a imagem, o poder
decisório e as responsabilidades do
profissional, representando mercantilização
dos serviços jurídicos.
Aquisição de palavra-chave a exemplo do Permitida a utilização de ferramentas de
Google Ads aquisição de palavra-chave quando responsivo
a uma busca iniciada pelo potencial cliente e
desde que as palavras selecionadas estejam
em consonância com ditames éticos. Proibido
o uso de anúncios ostensivos em plataformas
de vídeo.
Cartão de visitas Deve conter nome ou nome social do(a)
advogado(a) e o número da inscrição na OAB e
o nome da sociedade, se integrante de
sociedade. Pode conter número de telefone,
endereço físico/eletrônico, QR Code que
permita acesso aos dados/site. Pode ser físico
e eletrônico.
Chatbot “Profª, o que é chatbot?” - Trata-se de um
programa de computador, o qual simula um ser
humano na conversação com as pessoas.

E torna-se permitida a utilização para o fim de


facilitar a comunicação ou melhorar a prestação
de serviços jurídicos, não podendo afastar a
pessoalidade da prestação do serviço jurídico,
nem suprimir a imagem, o poder decisório e as
responsabilidades do profissional. É possível,
por exemplo, a utilização no site para
responder as primeiras dúvidas de um
potencial cliente ou para encaminhar as
primeiras informações sobre a atuação do
escritório. Ou ainda, como uma solução para
coletar dados, informações ou documentos.
Correspondências e comunicados (mala O envio de cartas e comunicações a uma
direta) coletividade ("mala direta") é expressamente
vedado. Somente é possível o envio de cartas
e comunicações se destinadas a clientes e

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pessoas de relacionamento pessoal ou que os


solicitem ou os autorizem previamente, desde
que não tenham caráter mercantilista, que não
representem captação de clientes e que não
impliquem oferecimento de serviços.
Criação de conteúdo, palestras, artigos Deve ser orientada pelo caráter técnico
informativo, sem divulgação de resultados
concretos obtidos, clientes, valores ou
gratuidade.
Ferramentas Tecnológicas Podem ser utilizadas com a finalidade de
auxiliar os(as) advogados(as) a serem mais
eficientes em suas atividades profissionais, sem
suprimir a imagem, o poder decisório e as
responsabilidades do profissional.
Grupos de “whatsapp” Permitida a divulgação por meio de grupos de
“whatsapp”, desde que se trate de grupo de
pessoas determinadas, das relações do(a)
advogado(a) ou do escritório de advocacia e
seu conteúdo respeite as normas do Código de
Ética e Disciplina e do presente provimento.
Lives nas redes sociais e Youtube É permitida a realização de lives nas redes
sociais e vídeos no Youtube, desde que seu
conteúdo respeite as normas do Código de
Ética e Disciplina e do provimento 205/2021.
Patrocínio e impulsionamento nas redes Permitido, desde que não se trate de
sociais publicidade contendo oferta de serviços
jurídicos.
Petições, papéis, pastas e materiais de Pode conter nome e nome social do(a)
escritório advogado(a) e da sociedade, endereço
físico/eletrônico, número de telefone e
logotipo.
Placa de identificação do escritório Pode ser afixada no escritório ou na residência
do(a) advogado(a), não sendo permitido que
seja luminosa tal qual a que se costuma ver em
farmácias e lojas de conveniência. Suas
dimensões não são preestabelecidas, bastando
que haja proporcionalidade em relação às
dimensões da fachada do escritório ou
residência, sempre respeitando os critérios de
discrição e moderação. Obs.: Discrição e
moderação SEMPRE!

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Redes Sociais É permitida a presença nas redes sociais,


desde que seu conteúdo respeite as normas do
Código de Ética e Disciplina e do presente
provimento.

8 - Responsabilidade Funcional do Advogado

O advogado, no exercício profissional, poderá ser responsabilizado por suas ações ou omissões
que de alguma forma vierem a causar prejuízo aos seus clientes ou a terceiros.

Tal responsabilidade funcional pode ser desmembrada da seguinte forma:

Ä Responsabilidade Civil
Ä Responsabilidade Penal
Ä Responsabilidade Disciplinar (Administrativa)

As esferas, para fins de responsabilidade, são independentes, sendo que o advogado poderá ser
responsabilizado no âmbito disciplinar sem necessariamente causar prejuízo ao cliente (civil) ou
cometer um crime (penal).

Ao longo do nosso curso, ainda estuaremos detalhadamente as responsabilidades que recaem


sobre o advogado, assim como as penalidades na esfera administrativa.

(FGV/XXII Exame de Ordem Unificado) Marcelo, renomado advogado, foi convidado para
participar de matéria veiculada pela Internet, por meio de portal de notícias, com a finalidade de
informar os leitores sobre direitos do consumidor. Ao final da matéria, mediante sua autorização,
foi divulgado o e-mail de Marcelo, bem como o número de telefone do seu escritório.
Sobre essa situação, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa
correta.
a) Marcelo não pode participar de matéria veiculada pela Internet, pois esse fato, por si só,
configura captação de clientela.

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b) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas são vedadas a referência ao e-
mail e ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria.
c) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet e são permitidas a referência ao e-
mail e ao número de telefone do seu escritório ao final da matéria.
d) Marcelo pode participar de matéria veiculada pela Internet, mas é vedada a referência ao
número de telefone do seu escritório ao final da matéria, sendo permitida a referência ao seu e-
mail.
Comentários:
Gabarito: ''D''
Nos termos do artigo art. 40, do CED, os meios utilizados para a publicidade profissional hão de
ser compatíveis com as diretrizes legais, sendo vedado o fornecimento de dados de contato, como
endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos,
publicados na imprensa.
De acordo com o artigo 40, do CED, são vedados:
I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;
II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;
IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação
de vínculos entre uns e outras;
V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos
literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de
eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela
internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade,
com o intuito de captação de clientela.
De acordo com o parágrafo único, do mesmo artigo, exclusivamente para fins de identificação dos
escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas
fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo 39.
(FGV/XXV Exame de Ordem Unificado) O advogado Valter instalou, na fachada do seu escritório,
um discreto painel luminoso com os dizeres “Advocacia Trabalhista”. A sociedade de advogados
X contratou a instalação de um sóbrio painel luminoso em um dos pontos de ônibus da cidade,
onde constava apenas o nome da sociedade, dos advogados associados e o endereço da sua
sede. Já a advogada Helena fixou, em todos os elevadores do prédio comercial onde se situa seu
escritório, cartazes pequenos contendo inscrições sobre seu nome, o ramo do Direito em que
atua e o andar no qual funciona o escritório.

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Considerando as situações descritas e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale


a afirmativa correta.
a) Apenas Valter e a sociedade de advogados X violaram a disciplina quanto à ética na publicidade
profissional.
b) Apenas Helena violou a disciplina quanto à ética na publicidade profissional.
c) Valter, Helena e a sociedade de advogados X violaram a disciplina quanto à ética na publicidade
profissional.
d) Apenas a sociedade de advogados X e Helena violaram a disciplina quanto à ética na
publicidade profissional.
Comentários:
Gabarito: ''D''
Segundo o Código de Ética e Disciplina da OAB, a publicidade profissional do advogado tem
caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar
captação de clientela ou mercantilização da profissão (art. 39, CED).
(FGV/XXX Exame de Ordem Unificado) Antônio e José são advogados e atuam em matéria
trabalhista. Antônio tomou conhecimento de certos fatos relativos à vida pessoal de seu cliente,
que respondia a processo considerado de interesse acadêmico. Após o encerramento do feito
judicial, Antônio resolveu abordar os fatos que deram origem ao processo em sua dissertação
pública de mestrado. Então, a fim de se resguardar, Antônio notificou o cliente, indagando se
este solicitava sigilo sobre os fatos pessoais ou se estes podiam ser tratados na aludida
dissertação. Tendo obtido resposta favorável do cliente, Antônio abordou o assunto na
dissertação.
Por sua vez, o advogado José também soube de fatos pessoais de seu cliente, em razão de sua
atuação em outro processo. Entretanto, José foi difamado em público, gravemente, por uma das
partes da demanda. Por ser necessário à defesa de sua honra, José divulgou o conteúdo particular
de que teve conhecimento.
Considerando os dois casos narrados, assinale a afirmativa correta.
a) Antônio infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando o dever de sigilo
profissional. Por outro lado, José não cometeu infração ética, já que o dever de sigilo profissional
cede na situação descrita.
b) Antônio e José infringiram, ambos, o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando
seus deveres de sigilo profissional.
c) José infringiu o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, violando o dever de sigilo
profissional. Por outro lado, Antônio não cometeu infração ética, já que o dever de sigilo
profissional cede na situação descrita.

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d) Antônio e José não cometeram infração ética, já que o dever de sigilo profissional, em ambos
os casos, cede nas situações descritas.
Comentários:
Gabarito: “A”.
O sigilo profissional é de ordem pública, como dispõe o art. 36 do Código de Ética e Disciplina da
OAB. Portanto, Antônio não poderia ter divulgado as informações dadas por seu cliente, que se
presumem confidenciais (art. 36, § 1º, CED), ainda que autorizadas por ele. Dessa forma, Antônio
infringiu o CED. Já José não será responsabilizado pela violação de sigilo, pois a grave ameaça ao
direito à honra constitui uma hipótese de relativização da obrigação de guardar o sigilo (art. 37,
CED).
(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Pedro, em determinado momento, recebeu uma proposta
de Antônio, colega de colégio, que se propôs a agenciar a indicação de novos clientes, mediante
pagamento de comissão, a ser retirada dos honorários cobrados aos clientes, nos moldes da
prática desenvolvida entre vendedores da área comercial.
Com base no caso relatado, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa
correta.
a) O advogado pode aceitar a sugestão, tendo em vista a moderna visão mercantil da profissão
b) Caso a Seccional da OAB autorize, registrando avença escrita entre o advogado e o agenciador,
é possível.
c) Sendo publicizada a relação entre o advogado e o agenciador, está preenchido o requisito legal.
d) Há vedação quanto ao agenciamento de clientela, sem exceções.
Comentários:
Gabarito: “D”
Em relação à publicidade no âmbito da atividade advocatícia, tanto o Estatuto da Advocacia e da
OAB (Lei 8.906/94) quanto o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a mercantilização e a
captação de clientela. Nesse sentido, o art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração disciplinar
quando o advogado se vale de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a
receber.
Dessa forma, Antônio não poderá agenciar a indicação de novos clientes a Pedro, por expressa
vedação legal, que não prevê exceções.
(FGV/XVI Exame de Ordem Unificado) Epitácio é defendido pelo advogado Anderson em
processo relacionado à dissolução desua sociedade conjugal. Posteriormente, Epitácio vem a se
envolver em processo de natureza societária e contrata novo advogado especialista na matéria.
Designada audiência para a oitiva de testemunhas, a defesa de Epitácio arrola como testemunha
o advogado Anderson, diante do seu conhecimento de fatos decorrentes do litígio de família,

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obtidos exclusivamente diante do seu exercício profissional e relevantes para o desfecho do litígio
empresarial.
Consoante o Estatuto da Advocacia, o advogado deve
a) atuar como testemunha em qualquer situação.
b) depor, porém sem revelar fatos ligados ao sigilo profissional.
c) resguardar-se e requerer autorização escrita do cliente.
d) buscar suprimento judicial para depor em Juízo.
Comentários:
Gabarito: ''B''
O art. 38 do Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que, quando o advogado tem ciências
de fatos a cujo respeito deva guardar sigilo profissional, ele não é obrigado a depor em processo
ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral.
A nosso ver, apesar de o gabarito oficial da banca apontar como correta a alternativa "b", há um
erro no termo "deve" no enunciado, que se traduz em uma obrigação. Como observado no
dispositivo acima, o advogado não é obrigado a depor (ou seja, não deve), o que só fará de acordo
com sua vontade. Ou seja, trata-se de um direito, não de um dever.
(FGV/XX Exame de Ordem Unificado) Juliana, advogada, foi empregada da sociedade empresária
OPQ Cosméticos e, em razão da sua atuação na área tributária, tomou conhecimento de
informações estratégicas da empresa.
Muitos anos depois de ter deixado de trabalhar na empresa, foi procurada por Cristina,
consumidora que pretendia ajuizar ação cível em face da OPQ Cosméticos por danos causados
pelo uso de um de seus produtos.
Juliana, aceitando a causa, utiliza-se das informações estratégicas que adquirira como argumento
de reforço, com a finalidade de aumentar a probabilidade de êxito da demanda.
Considerando essa situação, segundo o Estatuto da OAB e o Código de Ética e Disciplina da
OAB, assinale a afirmativa correta.
a) Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, tampouco se utilizar
das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa
b) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas não pode se utilizar
das informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa.
c) Juliana pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos e pode se utilizar das
informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa.
d) Juliana não pode advogar contra a sociedade empresária OPQ Cosméticos, mas pode repassar
as informações estratégicas a que teve acesso quando foi empregada da empresa, a fim de que
sejam utilizadas por terceiro que patrocine a causa de Cristina.

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Comentários:
Gabarito: “B”.
Consoante o art. 21 do Código de Ética e Disciplina da OAB, não há proibição para que o
advogado patrocine causa contra seu ex-cliente ou ex-empregador. Portanto, Juliana poderá
advogar para Cristina.
Contudo, nesse caso, o mesmo dispositivo veda que o advogado utilize informações obtidas
enquanto trabalhava na empresa, por estarem protegidas pelo sigilo. Portanto, Juliana não poderá
se utilizar das informações que teve acesso enquanto trabalhava na OPQ Cosméticos.
(FGV/XXIV Exame de Ordem Unificado) Em determinada edição de um jornal de grande
circulação, foram publicadas duas matérias subscritas, cada qual, pelos advogados Lúcio e
Frederico. Lúcio assina, com habitualidade, uma coluna no referido jornal, em que responde,
semanalmente, a consultas sobre matéria jurídica. Frederico apenas subscreveu matéria
jornalística naquela edição, debatendo certa causa, de natureza criminal, bastante repercutida na
mídia, tendo analisado a estratégia empregada pela defesa do réu no processo.
Considerando o caso narrado e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a
afirmativa correta.
a) Lúcio e Frederico cometeram infração ética.
b) Apenas Lúcio cometeu infração ética.
c) Apenas Frederico cometeu infração ética.
d) Nenhum dos advogados cometeu infração ética.
Comentários:
Gabarito: ''A''
À luz do artigo 42, do CED, é vedado ao advogado:
I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação
social;
II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o
congrega;
IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Assim, considerando que a conduta de Lúcio é correspondente ao inciso I, supracitado, e a conduta
de Frederico é correspondente ao Inciso II, supracitado, ambos cometeram infração ética.

(FGV/XXI Exame de Ordem Unificado) Janaína é procuradora do município de Oceanópolis e atua,


fora da carga horária demandada pela função, como advogada na sociedade de advogados Alfa,

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especializada em Direito Tributário. A profissional já foi professora na universidade estadual Beta,


situada na localidade, tendo deixado o magistério há um ano, quando tomou posse como
procuradora municipal.

Atualmente, Janaína deseja imprimir cartões de visitas para divulgação profissional de seu
endereço e telefones. Assim, dirigiu-se a uma gráfica e elaborou o seguinte modelo: no centro do
cartão, consta o nome e o número de inscrição de Janaína na OAB. Logo abaixo, o endereço e os
telefones do escritório. No canto superior direito, há uma pequena fotografia da advogada, com
vestimenta adequada. Na parte inferior do cartão, estão as seguintes inscrições “procuradora do
município de Oceanópolis”, “advogada – Sociedade de Advogados Alfa” e “ex-professora da
Universidade Beta”. A impressão será feita em papel branco com proporções usuais e grafia
discreta na cor preta.
Considerando a situação descrita, assinale a afirmativa correta.
a) Os cartões de visitas pretendidos por Janaína não são adequados às regras referentes à
publicidade profissional. São vedados: o emprego de fotografia pessoal e a referência ao cargo
de procurador municipal. Os demais elementos poderão ser mantidos.
b) Os cartões de visitas pretendidos por Janaína, pautados pela discrição e sobriedade, são
adequados às regras referentes à publicidade profissional.
c) Os cartões de visitas pretendidos por Janaína não são adequados às regras referentes à
publicidade profissional. São vedados: o emprego de fotografia e a referência ao cargo de
magistério que Janaína não mais exerce. Os demais elementos poderão ser mantidos.
d) Os cartões de visitas pretendidos por Janaína não são adequados às regras referentes à
publicidade profissional. São vedados: a referência ao cargo de magistério que Janaína não mais
exerce e a referência ao cargo de procurador municipal. Os demais elementos poderão ser
mantidos.
Comentários:
Gabarito: ''A''
Segundo o CED no artigo 44, verifica-se que na publicidade profissional que promover ou nos
cartões e material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da
sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. Neste sentido, poderão
ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à
vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que
se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do
escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido.
Mas, torna-se vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito,
em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.

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ESTRATÉGIA OAB
Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

(FGV/XIII Exame de Ordem Unificado) O advogado Armando alterou o endereço de seu escritório
e, para comunicar tal alteração, enviou correspondência a grande número de pessoas,
notadamente, seus clientes e outros advogados.
Observadas as regras do Estatuto da OAB e do Código de Ética e Disciplina da OAB, Armando
realizou publicidade irregular?
a) Sim. Considera-se imoderado qualquer anúncio profissional mediante remessa de
correspondência a uma coletividade.
b) Sim. Ao advogado é vedado o envio de correspondência a clientes, salvo para tratar de temas
que sejam de interesse desses últimos.
c) Não. Armando poderia ter enviado a correspondência em questão, pois estava apenas
comunicando a alteração de seu endereço.
d) Não. A publicidade por meio de correspondência é permitida em qualquer caso e para
comunicar qualquer tipo de informação.
Comentários:
Gabarito: ''C''
Em relação à publicidade através de correspondências, o novo Código de Ética e Disciplina da
OAB não tem previsão específica sobre o assunto. O diploma anterior considerava imoderada a
remessa de correspondência a uma coletividade, a não ser, por exemplo, para a comunicação de
endereço.
Como não há previsão nesse sentido no novo CED, entende-se que não há irregularidade.
Contudo, considera-se proibido, atualmente, enviar panfletos e formas assemelhadas de
publicidade via correspondência com o intuito de captação de clientela (art. 40, VI, CED).
(FGV/XIV Exame de Ordem Unificado) A advogada Ana integrou o departamento jurídico da
empresa XYZ Ltda. e, portanto, participava de reuniões internas, com sócios e diretores, e
externas, com clientes e fornecedores, tendo acesso a todos os documentos da sociedade,
inclusive aos de natureza contábil, conhecendo assim, diversos fatos e informações relevantes
sobre a empresa.
Alguns anos após ter deixado os quadros da XYZ Ltda., Ana recebeu intimação para comparecer
a determinada audiência e a prestar depoimento, como testemunha arrolada pela defesa, no
âmbito de ação penal em que um dos sócios da empresa figurava como acusado do crime de
sonegação fiscal. Ao comparecer à audiência, Ana afirmou que não prestaria depoimento sobre
os fatos dos quais tomou conhecimento enquanto integrava o jurídico da XYZ Ltda.
O magistrado que presidia o ato ressaltou que seu depoimento havia sido solicitado pelo próprio
sócio da empresa, que a estaria, portanto, desobrigando do dever de guardar sigilo.
Sobre a questão apresentada, observadas as regras do Estatuto da OAB e do Código de Ética e
Disciplina da OAB, assinale a opção correta.

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ESTRATÉGIA OAB
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a) Ana terá o dever de depor, pois o bem jurídico administração da justiça é mais relevante do que
o bem jurídico inviolabilidade dos segredos.
b) Ana terá o dever de depor, pois foi desobrigada por seu ex-cliente do dever de guardar sigilo
sobre os fatos de que tomou conhecimento quando atuou como advogada da XYZ Ltda.
c) Ana terá o dever de depor, pois não integra mais o departamento jurídico da empresa XYZ Ltda.,
tendo cessado, portanto, seu dever de guardar sigilo.
d) Ana não terá o dever de depor, pois o advogado tem o direito de se recusar a depor, como
testemunha, sobre fato relacionado à pessoa de quem foi ou seja advogado, mesmo quando
solicitado pelo cliente.
Comentários:
Gabarito: ''D''
O art. 35 do Código de Ética e Disciplina prevê que o advogado tem o dever de guardar sigilo
dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão. Como decorrência desse dever de
guardar o sigilo, o art. 36, caput, do mesmo diploma legal prevê que ele não é obrigado a depor,
em processo ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva
guardar sigilo profissional.
Da mesma forma, o art. 7º, XIX do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) dispõe que é
direito do advogado se recusar a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva
funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, ainda que tenha
sido autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo
profissional.
Dessa forma, Ana não tem o dever de depor, ainda que solicitado por seu ex-cliente.
(FGV/XIII Exame de Ordem Unificado) Andrea e Luciano trocam missivas intermitentes, cujo
conteúdo diz respeito a processo judicial em que a primeira é autora, e o segundo, seu advogado.
A parte contrária, ciente da troca de informações entre eles, requer ao Juízo que esses
documentos sejam anexados aos autos do processo em que litigam.
Sob a perspectiva do Código de Ética e Disciplina da Advocacia, as comunicações epistolares
trocadas entre advogado e cliente
a) constituem documentos públicos a servirem como prova em Juízo.
b) são presumidas confidenciais, não podendo ser reveladas a terceiros.
c) podem ser publicizadas, de acordo com a prudência do advogado.
d) devem ser mantidas em sigilo até o perecimento do advogado.
Comentários:
Gabarito: ''B''

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De acordo com o art. 36, § 1º do Código de Ética e Disciplina da OAB, as comunicações de


qualquer natureza entre advogados e seus clientes são presumidamente confidenciais e devem ser
protegidas pelo sigilo. Portanto, não podem ser reveladas a terceiros.
(FGV/XIII Exame de Ordem Unificado) A advogada Maria Vivian procura apresentar os seus
serviços profissionais como de excelente qualidade, utilizando a estratégia aprendida em tempos
em que atuava no teatro, quando finalizava a peça pedindo indicação aos amigos, se tivesse
aprovado o espetáculo e, caso negativo, indicasse aos inimigos. A par disso, organiza um sistema
sofisticado de divulgação de material de propaganda, informando o número de vitórias obtido
em várias causas com temas próprios das causas de massa.
Nos termos do Código de Ética da Advocacia, o advogado não pode
a) realizar propaganda, mesmo moderada, da sua atividade.
b) ofertar serviços profissionais que impliquem exposição de clientela.
c) apresentar o seu currículo profissional em público.
d) distribuir cartões de visita com seu endereço profissional.
Comentários:
Gabarito: ''B''
Nos termos do artigo 42, IV, do CED, é vedado ao advogado divulgar ou deixar que sejam
divulgadas listas de clientes e demandas.
Assim, veja que é vedado ao advogado
I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação
social;
II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o
congrega;
IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
(FGV/XVII Exame de Ordem Unificado) O advogado Nelson, após estabelecer seu escritório em
local estratégico nas proximidades dos prédios que abrigam os órgãos judiciários representantes
de todas as esferas da Justiça, resolve publicar anúncio em que, além dos seus títulos acadêmicos,
expõe a sua vasta experiência profissional, indicando os vários cargos governamentais ocupados,
inclusive o de Ministro de prestigiada área social.
Nos termos do Código de Ética da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) O anúncio está adequado aos termos do Código, pois indica os títulos acadêmicos e a
experiência profissional.

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b) O anúncio está adequado aos termos do Código, por não conter adjetivações ou referências
elogiosas ao profissional.
c) O anúncio colide com as normas do Código, pois a referência a títulos acadêmicos é vedada por
indicar a possibilidade de captação de clientela.
d)O anúncio colide com as normas do Código, que proíbem a referência a cargos públicos capazes
de gerar captação de clientela.
Comentários:
Gabarito: ''D''
Segundo o CED, o advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, individual ou
coletivamente, com discrição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, sendo
vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.
Na questão, devemos nos ater também ao disposto no art. 44 e seus parágrafos do CED, de forma
que é vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito,
em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.”
(FGV/XII Exame de Ordem Unificado) Fernanda, advogada regularmente inscrita nos quadros da
OAB, atua, individualmente, sem sócios, em seu escritório situado no centro da cidade “Z”, onde
recebe os seus clientes para atividades de assessoria e consultoria, atuando também no
contencioso cível, administrativo e trabalhista.
Em visita de cortesia, recebe sua prima Giselda que, estudando Economia, tem acesso a várias
pessoas de prestigio social, econômico e financeiro, em razão da sua atividade como assessora
da diretoria de associação empresarial. Por força desses vínculos, sua prima começa a indicar
clientes para a advogada, que amplia o seu escritório e passa a realizar parcerias com outros
colegas, diante do aumento das causas a defender. Não existe qualquer acordo financeiro entre
a advogada e a economista.
Com base na situação descrita, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) Constitui atividade infracional disciplinar receber clientes de pessoa com relação de parentesco
e prestígio social.
b) Constitui atividade corriqueira, não infracional, o relacionamento social com parentes ou não.
c) Constitui atividade ilícita por valer-se de parentes para obtenção de clientela, mesmo
gratuitamente.
d) Constitui atividade vedada, uma vez que a clientela deve ser formada espontaneamente pelo
advogado.
Comentários:
Gabarito: ''B''

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Em relação à publicidade no âmbito da atividade advocatícia, tanto o Estatuto da Advocacia e da


OAB (Lei 8.906/94) quanto o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a mercantilização e a
captação de clientela. Nesse sentido, o art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração disciplinar
quando o advogado se vale de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a
receber. Da mesma forma, o inciso IV do mesmo artigo proíbe o angariamento ou captação de
causas.
Contudo, na situação exposta no enunciado ocorrem simples indicações, que não caracterizam
agenciamento de causa, mas simples atividade corriqueira.
(FGV/VI Exame de Ordem Unificado) Daniel, advogado, resolve divulgar seus trabalhos
contratando empresa de propaganda e marketing. Esta lhe apresenta um plano de ação, que
inclui a contratação de jovens, homens e mulheres, para a distribuição de prospectos de
propaganda do escritório, coloridos, indicando as especialidades de atuação e apresentando
determinados temas que seriam considerados acessíveis à multidão de interessados. O projeto é
realizado.
Em relação a tal projeto, consoante as normas aplicáveis aos advogados, é correto afirmar que
a) a moderna advocacia assume características empresariais e permite publicidade como a
apresentada.
b) atividades moderadas como as sugeridas são admissíveis.
c) desde que autorizada pela OAB, a propaganda pode ser realizada.
d) existem restrições éticas à propaganda da advocacia, entre as quais as referidas no texto.
Comentários:
Gabarito: ''D''
De acordo com o art. 40, VI do Código de Ética e Disciplina da OAB, é vedada a distribuição de
panfletos ou assemelhados com o intuito de captação de clientela. Portanto, a publicidade referida
no texto não é permitida.
(FGV/XII Exame de Ordem Unificado) Mévio, advogado recém-formado com dificuldades de
iniciar sua atividade profissional, propõe a colegas de bairro e de escola a participação percentual
nos honorários dos clientes que receber para consultas ou que pretendam ajuizar ações judiciais.
Consoante as normas aplicáveis, assinale a alternativa correta em relação à conduta de Mévio.
a) Caracteriza agenciamento de causas com participação dos honorários.
b) É possível, desde que conste em contrato escrito entre as partes.
c) O agenciamento de clientela é admitido em situações peculiares como essa.
d) Desde que os serviços advocatícios sejam prestados por Mévio, inexiste infração disciplinar.
Comentários:
Gabarito: ''A''

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Em relação à publicidade no âmbito da atividade advocatícia, tanto o Estatuto da Advocacia e da


OAB (Lei 8.906/94) quanto o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a mercantilização e a
captação de clientela. Nesse sentido, o art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração disciplinar
quando o advogado se vale de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a
receber.
O agenciador de causas é aquele que encaminha negócios para o advogado, sendo remunerado
com uma percentagem dos honorários, como ocorre na situação narrada no enunciado.
(FGV/XII Exame de Ordem Unificado) Isabela é advogada prestigiada, tendo organizado, com o
correr dos anos, um escritório de advocacia especializado em Direito Ambiental, com vários
advogados associados. Por sugestão de um deles, edita um atualizado boletim de notícias, com
informações jurisprudenciais, doutrinárias, legais e internacionais sobre o tema, considerado uma
publicação de altíssima qualidade, que é distribuído somente aos profissionais do escritório.
Sabedor da publicação, Eusébio, jovem estudante de Direito, que busca direcionar seus estudos
para a área ambiental, solicita acesso ao referido boletim.
Nos termos do Código de Ética da Advocacia, o boletim de notícias
a) deve circular restritivamente entre os profissionais do escritório.
b) pode ser enviado a qualquer pessoa como forma de propaganda.
c) pode ser remetido a quem o requerer.
d) é considerado como publicidade abusiva e vedado ao advogado.
Comentários:
Gabarito: ''C''
Os boletins podem ser enviados para clientes e interessados do meio jurídico, se assim requerido
ou aceitado por estes, conforme artigo 45, do CED:
“São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter
científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre
matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a
interessados do meio jurídico.”
(FGV/IX Exame de Ordem Unificado) Mário advogou, por muitos anos, para a empresa “X”,
especializada no ramo de cosméticos. Por problemas pessoais, afastou-se da advocacia
empresarial por um período de dois anos. No retorno, passou a representar os interesses da
empresa “Y”, também do ramo de cosméticos, e concorrente direta da empresa para quem
anteriormente prestara serviços.
Quando da prestação de seus serviços à empresa “X”, Mário atuou em vários contratos em que
constavam informações submetidas a segredo industrial, a que teve acesso exclusivamente em
decorrência da sua atuação como advogado.

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Observado tal relato, em consonância com as normas do Código de Ética da Advocacia, assinale
a afirmativa correta.
a) Os segredos advindos da prática profissional, após determinado período de recesso, podem ser
livremente utilizados pelo advogado.
b) O advogado, ao atuar contra antigos clientes, não pode lançar mão de informações reservadas
que lhe tenham sido confiadas.
c) O advogado não pode ser contratado por concorrentes de antigos clientes, pois o impedimento
de com eles contratar não tem prazo.
d) O advogado, diante do conflito de interesses entre o antigo e o novo cliente, deve renunciar ao
mandato.
Comentários:
Gabarito: ''B''
O art. 21 do Código de Ética e Disciplinar da OAB dispõe que o advogado, ao postular em nome
de terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o
sigilo profissional.
Portanto, o advogado Mário, ao atuar contra a empresa "X", não pode lançar mão de informações
reservadas que lhe tenham sido confiadas.
(FGV/III Exame de Ordem Unificado) O advogado Caio resolve implementar mudanças
administrativas no seu escritório, ao passar a compor o grupo de profissionais escolhido para
gerenciá-lo. Uma das atividades consiste na elaboração de um boletim de notícias comunicando
aos clientes, parceiros e advogados, a mudança na legislação e os julgamentos de maior
repercussão. Para ampliar a divulgação, contrata jovens de ambos os sexos para distribuição
gratuita, nos cruzamentos das mais importantes capitais do País. Diante do narrado, é correto
afirmar que
a) se trata de publicidade moderada.
b) o boletim de notícias é meio adequado de publicidade quando o público-alvo são clientes do
escritório.
c) a distribuição indiscriminada, se for gratuita, é permitida.
d) é admissível a distribuição do boletim mediante pagamento de anuidade.
Comentários:
Gabarito: ''B''
O art. 45 do Código de Ética e Disciplina da OAB prevê que o advogado pode fazer a divulgação
de boletins de notícias, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio
jurídico.

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(FGV/III Exame de Ordem Unificado) Tertúlio, advogado, testemunha a ocorrência de um acidente


de trânsito sem vítimas, envolvendo quatro veículos automotores. Seus dados e sua qualificação
profissional constam nos registros do evento. Posteriormente, em ação de responsabilidade civil,
o advogado Tertúlio é arrolado como testemunha por uma das partes. No dia designado para o
seu depoimento, alega que estaria impossibilitado de realizar o ato porque uma das pessoas
envolvidas poderia contratá-lo como profissional, embora, naquele momento, nenhuma delas
tivesse manifestado qualquer intenção nesse sentido. A respeito do tema, é correto dizer que
a) o advogado é suspeito para prestar depoimento no caso em tela.
b) a possibilidade decorre da ausência de efetiva atuação profissional.
c) o depoimento do advogado, no caso, é facultativo.
d) somente poderia prestar depoimento após a intervenção de todas as partes no processo.
Comentários:
Gabarito: ''B''
O art. 7º, XIX do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) prevê que o advogado pode
recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar.
Contudo, no caso narrado, o advogado Tertúlio não atuou efetivamente em defesa de qualquer
das partes e, consequentemente, não há o dever de sigilo. Assim, é plenamente possível seu
depoimento como testemunha, devendo comparecer como qualquer pessoa (art. 378, CPC).
(FGV/V Exame de Ordem Unificado) O advogado Antônio é convocado para prestar depoimento
como testemunha em ação em que um dos seus clientes é parte. Inquirido pelo magistrado, passa
a tecer considerações sobre fatos apresentados pelo seu cliente durante as consultas profissionais,
mesmo sobre estratégias que havia sugerido para a defesa do seu cliente. Não omitiu quaisquer
informações. Posteriormente à audiência, foi notificado da abertura de processo disciplinar pelo
depoimento prestado. Em relação ao caso acima, com base nas normas estatutárias, é correto
afirmar que
a) no caso em tela, houve justa causa, capaz de permitir a revelação de dados sigilosos.
b) inquirido pelo magistrado, o advogado não pode se escusar de depor e prestar informações.
c) a quebra do sigilo profissional, ainda que judicialmente, como no caso, é infração disciplinar.
d) o sigilo profissional é uma faculdade do advogado.
Comentários:
Gabarito: ''C''
O art. 34, VII do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) prevê que o advogado comete
infração disciplinar quando viola o dever de sigilo profissional, salvo quando justificável. No caso
narrado, é dever do advogado se recusar a depor como testemunha sobre fato que constitua sigilo

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profissional. Portanto, ao revelar fatos acobertados pelo sigilo, Antônio cometeu infração
disciplinar.
(FGV/XIII Exame de Ordem Unificado) Valdir representa os interesses de André em ação de
divórcio em que estão em discussão diversas questões relevantes, inclusive de cunho financeiro,
como, por exemplo, o pensionamento e a partilha de bens. Irritado com as exigências de sua ex-
esposa, André revela a Valdir que pretende contratar alguém para assassiná-la.
Deve Valdir comunicar o segredo revelado por seu cliente às autoridades competentes?
a) Valdir não pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, pois o advogado deve sempre
guardar sigilo sobre o que saiba em razão do seu ofício.
b) Valdir poderia revelar o segredo que lhe foi confiado por André, mas apenas no caso de ser
intimado como testemunha em ação penal eventualmente deflagrada para a apuração do
homicídio que viesse a ser efetivamente praticado.
c) Valdir pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, em razão de estar a vida da ex-
esposa deste último em risco.
d) Valdir não pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, mas tem obrigação legal de
impedir que o homicídio seja praticado, sob pena de se tornar partícipe do crime.
Comentários:
Gabarito: ''C''
O art. 35 do Código de Ética e Disciplina da OAB prevê que o advogado deve resguardar sigilo
sofre fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão. Essa é a regra geral.
Contudo, o art. 37 do mesmo Código assevera que esse sigilo deverá ceder em razão de
circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao
direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
Como no caso exposto no enunciado André ameaçou gravemente a vida de sua ex-esposa e o
advogado Valdir tomou ciência dessa ameaça, ele deverá revelar tal segredo.
(FGV/VIII Exame de Ordem Unificado) O advogado “Y”, recém formado, diante da dificuldade em
conseguir clientes, passa a distribuir panfletos em locais próximos aos fóruns da cidade onde
reside, oferecendo seus serviços profissionais. Nos panfletos distribuídos por “Y” constam
informações acerca da sua especialização técnico-científica, localização e telefones do seu
escritório. Por outro lado, “Y” instalou placa na porta de seu escritório, na qual fez constar os
valores cobrados por seus serviços profissionais, fixados, aliás, em patamares inferiores àqueles
estipulados pela tabela de honorários da OAB. Quanto à conduta de “Y”, assinale a afirmativa
incorreta.
a) “Y” incorre em infração disciplinar, consistente na captação irregular de causas, ao distribuir
panfletos ao público oferecendo seus serviços como advogado.

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b) “Y” viola dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB, ao fixar honorários em valores
inferiores aos estipulados na tabela de honorários da OAB.
c) “Y” pode distribuir panfletos ao público, oferecendo seus serviços profissionais, desde que neles
não conste sua especialização técnico-científica.
d) “Y” viola dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB, ao fazer constar de sua placa
referências aos valores cobrados por seus serviços profissionais.
Comentários:
Gabarito: ''C''
É vedada a distribuição de panfletos para captação de clientela, conforme artigo 40, IV do CED:
I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;
II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade;
III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público;
IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação
de vínculos entre uns e outras;
V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos
literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de
eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela
internet, sendo permitida a referência a e-mail;
VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade,
com o intuito de captação de clientela.
(FGV/XXVIII Exame de Ordem Unificado) A advogada Leia Santos confeccionou cartões de visita
para sua apresentação e de seu escritório. Nos cartões, constava seu nome, número de inscrição
na OAB, bem como o site do escritório na Internet e um QR code para que o cliente possa obter
informações sobre o escritório. Já o advogado Lucas Souza elaborou cartões de visita que, além
do seu nome e número de inscrição na OAB, apresentam um logotipo discreto e a fotografia do
escritório.
Considerando as situações descritas e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale
a afirmativa correta.
a) Leia e Lucas cometeram infrações éticas, pois inseriram elementos vedados pelo Código de
Ética e Disciplina da OAB nos cartões de apresentação.
b) Nenhum dos advogados cometeu infração ética, pois os elementos inseridos por ambos nos
cartões de apresentação são autorizados.
c) Apenas Leia cometeu infração ética, pois inseriu elementos vedados pelo Código de Ética e
Disciplina da OAB nos cartões de apresentação. Os elementos empregados por Lucas são
autorizados.

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d) Apenas Lucas cometeu infração ética, pois inseriu elementos vedados pelo Código de Ética e
Disciplina da OAB nos cartões de apresentação. Os elementos empregados por Leia são
autorizados.
Comentários:
Gabarito: ''B''
Observa-se que nenhum dos advogados cometeu infração ética, pois os elementos inseridos por
ambos nos cartões de apresentação são autorizados, como se observa:
- A advogada Leia Santos aponta em seus cartões o seu nome, número de inscrição na OAB, site
do escritório na Internet e um QR code;
- Já o advogado Lucas Souza, aponta em seus cartões o seu nome, número de inscrição na OAB,
logotipo discreto e a fotografia do escritório.
Nos termos do artigo 44, do CED, na publicidade profissional que promover ou nos cartões e
material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de
advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. Ainda, poderão ser referidos apenas
os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional,
bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o
endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário
de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido.
Contudo, é vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do
advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito,
em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário.
(FGV/XXXI Exame de Ordem Unificado) Em certo município, os advogados André e Helena são
os únicos especialistas em determinado assunto jurídico. Por isso, André foi convidado a participar
de entrevista na imprensa escrita sobre as repercussões de medidas tomadas pelo Poder
Executivo local, relacionadas à sua área de especialidade. Durante a entrevista, André convidou
os leitores a litigarem em face da Administração Pública, conclamando-os a procurarem
advogados especializados para ajuizarem, desde logo, as demandas que considerava
tecnicamente cabíveis.
Porém, quando indagado sobre os meios de contato de seu escritório, para os leitores
interessados, André disse que, por obrigação ética, não poderia divulgá-los por meio daquele
veículo. Por sua vez, a advogada Helena, irresignada com as mesmas medidas tomadas pelo
Executivo, procurou um programa de rádio, oferecendo-se para uma reportagem sobre o assunto.
No programa, Helena manifestou-se de forma técnica, educativa e geral, evitando
sensacionalismo.
Considerando as situações acima narradas e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB,
assinale a afirmativa correta.

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ESTRATÉGIA OAB
Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

a) André e Helena agiram de forma ética, observando as normas previstas no Código de Ética e
Disciplina da OAB.
b) Nenhum dos dois advogados agiu de forma ética, tendo ambos inobservado as normas previstas
no Código de Ética e Disciplina da OAB.
c) Apenas André agiu de forma ética, observando as normas previstas no Código de Ética e
Disciplina da OAB.
d) Apenas Helena agiu de forma ética, observando as normas previstas no Código de Ética e
Disciplina da OAB.
Comentários:
Gabarito: ''B''
Nos termos do art. 43, do CED, André participou de programa de televisão com propósito de
promoção pessoal ou profissional. Ainda, a advogada Helena também não agiu de forma ética,
uma vez que se ofereceu para uma reportagem e insinuou-se, conforme art. 42, V, do CED.
(FGV/XXVI Exame de Ordem Unificado) Rafaela, advogada, atua como árbitra em certa lide. Lena,
também regularmente inscrita como advogada perante a OAB, exerce atualmente a função de
mediadora. Ambas, no exercício de suas atividades, tomaram conhecimento de fatos relativos às
partes envolvidas. Todavia, apenas foi solicitado a Rafaela que guardasse sigilo sobre tais fatos.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de
que tomou conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como
em caso de defesa própria.
b) Apenas Lena, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de que
tomou conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra, bem como
em caso de defesa própria.
c) Ambas as advogadas, no exercício da profissão, submetem-se ao dever de guardar sigilo dos
fatos de que tomaram conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias
excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à
honra, bem como em caso de defesa própria.
d) Apenas Rafaela, no exercício da profissão, submete-se ao dever de guardar sigilo dos fatos de
que tomou conhecimento. O dever de sigilo cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça aos direitos à vida e à honra. Porém,
não se admite a relativização do dever de sigilo para exercício de defesa própria.
Comentários:
Gabarito: ''C''

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Estatuto e Código de Ética – Prof.ª Priscila Ferreira

Nos termos do art. 37, do CED, o sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais
que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que
envolvam defesa própria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aguardamos vocês em nossa próxima aula!

Bons estudos e muito sucesso a todos!

Prof.ª Priscila Ferreira

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

@profpriscilaferreira

Grupo de Ética OAB no Telegram: https://t.me/eticaoab

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