Você está na página 1de 214

Curso de Direito Civil

Teoria e Questões comentadas


Prof. Wangney Ilco

RESUMO
Olá pessoal! Tudo beleza?
Bem, esta aula é um RESUMO do curso. A ideia desse resumo surgiu a
partir de conversas com os alunos. Cada pessoa, cada indivíduo possui uma
maneira de fazer os seus resumos, as suas anotações. Então, partindo deste
resumo como base, cada um de vocês poderá lançar suas próprias
anotações nele. Basicamente, este resumo traz as esquematizações, tabelas
e algumas anotações que vimos no decorrer das aulas. Assim, quando você se
deparar com alguma questão, algum ponto específico de nossa matéria, vale a
pena correr neste resumo e fazer a sua anotação nele. Aos poucos, vocês terão
um material bem completo e resumido para revisão nas semanas que
antecederem à prova. Será possível fazer diversas revisões de toda a
matéria em pouco tempo. Vocês verão que essa técnica de revisar a matéria
é fundamental para a aprovação. Além disso, o método visual de aprendizagem
por meio de esquematizações é comprovadamente mais eficiente. Logo, está
tudo aqui, ao nosso alcance, ok?
Recomendo que não se assustem com a quantidade de páginas deste
resumo. Notem que todo o curso é baseado nessa metodologia visual, com
muitos esquemas. Então, de fato, ocupa espaço, mas traz uma quandidade
imensa de informações em poucas palavras. Tipo: em vez de assimilar um
determinado assunto que normalmente teria 100 palavras, você terá um
esquema contendo 20 palavras, objetivamente dispostas em esquemas, ok? Ou
um quadro resumo com muitos artigos espalhados pelo nosso ordenamento
jurídico! Então, é isso! Acredito que esta seja uma excelente técnica de estudos.
Por fim, desejo a todos muito sucesso em suas vidas! Todo o esforço
empregado, valerá muito a pena. Não desistam! Conheço pessoas que passaram
em concursos “tops” com menos de um ano de estudos focados, disciplinados;
outros, apesar de algumas derrotas, mantiveram-se firmes no propósito e
passaram com 5, 6, 7 anos de estudos! Hoje estão super bem! Todos eles.
No mais, podem me contatar em nosso fórum tira-dúvidas, ou por e-
mail (wangney.ilco@exponencialconcursos.com.br) ou Facebook (wangney).
Fiquem com Deus! Abraços e bons estudos!
Wangney Ilco

Prof. Wangney Ilco 2 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Sumário
Aula: LINDB ....................................................................................... 13
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................... 13
1.1- Leis naturais x leis jurídicas ......................................................... 13
1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo .............................................. 13
1.3- Fontes do Direito ....................................................................... 14
1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito .............. 14
1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro .......................... 15
2 - Vigência da lei no tempo .............................................................. 17
2.1- Promulgação e publicação ........................................................... 17
2.2- Vigência da lei ........................................................................... 17
2.3- Vigência x Validade x Eficácia da lei ............................................. 18
2.4- Vacatio Legis ............................................................................. 18
2.5- Correções de lei ......................................................................... 19
2.6- Lei permanente x lei temporária .................................................. 19
2.7- Revogação ................................................................................ 20
2.8- Repristinação ............................................................................ 21
2.9- Erro de direito – princípio da obrigatoriedade ................................ 22
2.10- Lacuna legal - Integração das normas jurídicas .............................. 22
2.10.1 Analogia .............................................................................. 23
2.10.2 Costume .............................................................................. 23
2.10.3 Princípios gerais do direito ..................................................... 23
2.10.4 Equidade ............................................................................. 23
2.11- Interpretação da norma jurídica - hermenêutica ............................ 24
2.12- Conflito de normas no tempo....................................................... 24
2.13- Antinomia jurídica ...................................................................... 25
3 - Vigência da lei no espaço ............................................................. 26
3.1- Território .................................................................................. 26
3.2- Territorialidade temperada .......................................................... 26
3.3- Princípio domiciliar – lex domicilii ................................................. 27
3.4- Casamento e regime de bens ...................................................... 27
3.5- Os bens e suas relações .............................................................. 27
3.6- Obrigações ................................................................................ 28
3.7- Sucessão .................................................................................. 28
3.8- Disposições diversas – conflito da lei no espaço ............................. 29

Prof. Wangney Ilco 3 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4 - Lei nº 13.655/18: segurança jurídica e eficiência na criação e na


aplicação do direito público ............................................................... 31
Aula: Pessoas Naturais ...................................................................... 34
1 - Considerações Iniciais .................................................................. 34
2 - Das Pessoas ................................................................................. 34
3 - Pessoas Naturais .......................................................................... 35
3.1- Personalidade ............................................................................ 35
3.2- Capacidade ............................................................................... 36
3.3- Incapacidade ............................................................................. 37
3.3.1- Incapacidade Absoluta .......................................................... 38
3.3.2- Incapacidade Relativa ........................................................... 38
3.4- Curatela X Tutela ....................................................................... 39
3.5- Cessação da Incapacidade........................................................... 39
3.6- Legitimação e capacidade ........................................................... 40
3.7- Extinção da personalidade ........................................................... 40
3.7.1- Morte presumida sem decretação de ausência .......................... 41
3.7.2- Morte presumida com decretação de ausência .......................... 41
3.7.3- Comoriência ......................................................................... 43
3.8- Registro e averbação .................................................................. 43
3.9- Direitos de personalidade ............................................................ 44
3.9.1- Direito à integridade física ..................................................... 45
3.9.2- Integridade moral: Nome ...................................................... 46
3.9.3- Proteção à imagem e à transmissão da palavra ........................ 47
3.9.4- Proteção à intimidade............................................................ 47
3.9.5- Estado................................................................................. 47
Aula: Pessoas Jurídicas e Domicílio Civil ............................................ 48
1 - Pessoas Jurídicas ......................................................................... 48
1.1- Classificação .............................................................................. 48
1.2- Início da existência da pessoa jurídica .......................................... 50
1.3- Fim da existência da pessoa jurídica ............................................. 51
1.4- Das associações ......................................................................... 51
1.5- Sociedades................................................................................ 53
1.6- Das fundações ........................................................................... 54
1.7- Partidos políticos ........................................................................ 56
1.8- Organizações religiosas............................................................... 56
1.9- EIRELI: empresa individual de responsabilidade limitada ................ 56

Prof. Wangney Ilco 4 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.10- Desconsideração da personalidade jurídica .................................... 57


1.11- Representação e Responsabilidade da pessoa jurídica ..................... 58
1.11.1- Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado. ......... 59
1.11.2- Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.
59
2 - Domicílio civil ............................................................................... 60
2.1- Domicílio da Pessoa Natural ........................................................ 60
2.2- Domicílio da Pessoa Jurídica ........................................................ 61
AULA: DOS BENS ................................................................................ 63
1 - Introdução ................................................................................... 63
2 - Dos Bens Considerados em Si Mesmos ......................................... 64
2.1- Bens móveis e imóveis ............................................................... 64
2.1.1- Bens imóveis........................................................................ 64
2.1.2- Bens móveis ........................................................................ 65
2.2- Bens fungíveis e infungíveis ........................................................ 66
2.3- Bens consumíveis e inconsumíveis ............................................... 67
2.4- Bens divisíveis e indivisíveis ........................................................ 67
2.5- Bens singulares e coletivos.......................................................... 68
3 - Dos Bens Reciprocamente Considerados ...................................... 69
3.1- Frutos....................................................................................... 69
3.2- Produtos ................................................................................... 70
3.3- Benfeitorias ............................................................................... 70
3.4- Pertenças .................................................................................. 71
4 - Bens Públicos e Bens Privados: regime jurídico ........................... 72
4.1- Terras devolutas ........................................................................ 73
5 - Bens no comércio e fora do comércio ........................................... 74
Aula: fatos e negócios jurídicos. Prescrição. Decadência ................... 75
1 - Fatos e atos jurídicos ................................................................... 75
1.1- Introdução ................................................................................ 75
1.2- Classificação dos fatos jurídicos ................................................... 75
2 - Negócio jurídico ........................................................................... 76
2.1- Classificações ............................................................................ 76
2.1.1- Quanto ao número de partes.................................................. 76
2.1.2- Quanto ao tempo que produzem efeitos .................................. 76
2.1.3- Quanto às vantagens que produzem ....................................... 77
2.1.4- Quanto à forma .................................................................... 77

Prof. Wangney Ilco 5 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.2- Elementos essenciais .................................................................. 77


2.2.1- Agente capaz ....................................................................... 78
2.2.2- Objeto................................................................................. 78
2.2.3- Forma ................................................................................. 79
2.2.4- Elementos acidentais ............................................................ 80
2.2.5- Invalidade do negócio jurídico ................................................ 82
3 - Validade e defeitos dos negócios jurídicos. .................................. 86
3.1- Erro ......................................................................................... 86
3.2- Dolo ......................................................................................... 87
3.3- Coação ..................................................................................... 88
3.4- Estado de perigo ........................................................................ 88
3.5- Lesão ....................................................................................... 89
3.6- Fraude contra credores ............................................................... 89
4 - Prescrição e Decadência ............................................................... 90
4.1- Prescrição ................................................................................. 90
4.1.1- Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição .............. 90
4.1.2- Das Causas que Interrompem a Prescrição .............................. 91
4.1.3- Dos Prazos da Prescrição ....................................................... 92
4.2- Decadência ............................................................................... 94
4.3- Da Prova ................................................................................... 94
Aula: Obrigações................................................................................ 96
1 - Teoria Geral das obrigações. Direito das obrigações. ................... 96
2 - Fontes das obrigações .................................................................. 96
2.1- Atos unilaterais .......................................................................... 96
2.1.1- Pagamento indevido.............................................................. 97
2.1.2- Enriquecimento sem causa .................................................... 98
3 - Modalidades das obrigações ......................................................... 99
3.1- Obrigações de dar .....................................................................100
3.1.1- Obrigações de dar coisa certa ...............................................100
3.1.2- Obrigações de dar coisa incerta .............................................102
3.2- Obrigações de fazer ..................................................................102
3.3- Obrigações de não fazer ............................................................102
3.4- Obrigações cumulativas ou conjuntivas ........................................102
3.5- Obrigações alternativas ou disjuntivas .........................................103
3.6- Obrigações divisíveis e indivisíveis ..............................................103
3.7- Obrigações solidárias .................................................................104

Prof. Wangney Ilco 6 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.7.1- Solidariedade ativa ..............................................................104


3.7.2- Solidariedade passiva ...........................................................105
4 - Transmissão das obrigações....................................................... 106
5 - As formas de extinção das obrigações ........................................ 107
5.1- Do pagamento ..........................................................................107
5.1.1- De quem deve pagar ............................................................108
5.1.2- Daqueles a Quem se Deve Pagar ...........................................108
5.1.3- Do Objeto do Pagamento e Sua Prova ....................................108
5.1.4- Do Lugar do Pagamento .......................................................109
5.1.5- Do Tempo do Pagamento ......................................................109
5.2- Do pagamento em consignação ..................................................110
5.3- Do pagamento com sub-rogação .................................................110
5.4- Da imputação do pagamento ......................................................111
5.5- Da dação em pagamento ...........................................................112
5.6- Da novação ..............................................................................112
5.7- Da compensação.......................................................................112
5.8- Da confusão .............................................................................113
5.9- Da remissão das dívidas ............................................................113
6 - A inexecução das obrigações ...................................................... 113
6.1- Da mora ..................................................................................114
6.2- Das perdas e danos ...................................................................114
6.3- Dos juros legais ........................................................................114
6.4- Da cláusula penal ......................................................................114
6.5- Das arras ou sinal .....................................................................115
Aula: Teoria Geral dos contratos. ..................................................... 116
1 - Princípios dos contratos ............................................................. 116
2 - Classificação dos Contratos ........................................................ 118
3 - Formação dos contratos ............................................................. 120
4 - Estipulação em favor de terceiro ................................................ 121
5 - Promessa de fato de terceiro...................................................... 121
6 - Vícios redibitórios ...................................................................... 121
7 - Evicção ....................................................................................... 122
8 - Contratos aleatórios ................................................................... 123
9 - Contrato com pessoa a declarar ................................................. 123
10 - Extinção do contrato: normal e anormal ............................... 123

Prof. Wangney Ilco 7 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Contratos em espécies ............................................................ 125


1 - Contratos em espécie ................................................................. 125
1.1- Compra e venda .......................................................................125
1.2- Troca ou permuta .....................................................................126
1.3- Contrato Estimatório .................................................................127
1.4- Doação ....................................................................................127
1.5- Locação de Coisas .....................................................................128
1.6- Empréstimo..............................................................................129
1.7- Prestação de serviço..................................................................129
1.8- Empreitada ..............................................................................130
1.9- Depósito ..................................................................................131
1.10- Mandato ..................................................................................131
1.11- Comissão .................................................................................131
1.12- Agência e Distribuição ...............................................................132
1.13- Corretagem ..............................................................................132
1.14- Transporte ...............................................................................132
1.14.1- Transporte de pessoas .........................................................132
1.14.2- Transporte de coisas ............................................................132
1.15- Seguro ....................................................................................133
1.16- Constituição de renda ................................................................133
1.17- Jogo e aposta ...........................................................................133
1.18- Fiança .....................................................................................133
1.19- Transação ................................................................................135
1.20- Compromisso ...........................................................................135
Aula: Responsabilidade Civil ............................................................ 136
1 - Responsabilidade civil: Introdução............................................. 136
1.1- Responsabilidade civil e responsabilidade penal: independência e
ressalvas. ........................................................................................136
1.2- Responsabilidade objetiva e responsabilidade subjetiva. ................137
2 - Atos ilícitos ................................................................................ 137
3 - Reponsabilidade contratual e extracontratual ............................ 138
3.1- Causalidade Alternativa .............................................................139
3.2- Excludentes de responsabilidade civil ..........................................139
3.3- Da obrigação de indenizar ..........................................................140
3.4- Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC) ..............................141
3.5- Responsabilidade dos empresários e empresas por vícios de produtos
(art. 931 do CC) ...............................................................................141

Prof. Wangney Ilco 8 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.6- Responsabilidade por fato de terceiros (arts 932 a 934 do CC) .......142
3.7- Responsabilidade por fato de animal (art. 936 do CC)....................142
3.8- Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada (arts. 937 e 938 do CC)
143
3.9- Responsabilidade Civil por Dívidas ...............................................143
3.10- Responsabilidade Civil na Sucessão .............................................143
3.11- Dano estético ...........................................................................143
3.12- Dano Coletivo e Dano Social .......................................................144
3.13- Da indenização .........................................................................144
Aula: Posse e propriedade ............................................................... 146
1 - Direito das coisas: conceito ........................................................ 146
1.1- Direitos pessoais x direitos reais .................................................147
2 - Posse.......................................................................................... 149
2.1- Classificações da posse ..............................................................149
2.2- Aquisição, transmissão e perda da posse .....................................151
2.3- Efeitos da posse........................................................................152
2.4- Composse ou compossessão.......................................................154
3 - Propriedade ................................................................................ 154
3.1- Limitações ao Direito de propriedade ...........................................155
3.2- Aquisição de propriedade imóvel .................................................156
3.2.1- Usucapião ...........................................................................156
3.2.2- Registro do título .................................................................156
3.2.3- Acessão ..............................................................................156
3.3- Aquisição de propriedade móvel ..................................................157
3.4- Perda da propriedade ................................................................158
3.5- Condomínio ..............................................................................158
3.6- Direitos de Vizinhança ...............................................................158
3.7- Propriedade Resolúvel ...............................................................159
3.8- Parcelamento do solo urbano ......................................................160
3.9- Propriedade em planos horizontais ..............................................160
Direitos reais sobre coisas alheias ................................................... 161
1 - Introdução ................................................................................. 161
1.1- Da superfície ............................................................................162
1.2- Das servidões ...........................................................................162
1.3- Do usufruto ..............................................................................163
1.3.1- Dos direitos do usufrutuário ..................................................164
1.3.2- Dos deveres do usufrutuário .................................................164

Prof. Wangney Ilco 9 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3.3- Da extinção do usufruto .......................................................165


1.4- Do uso.....................................................................................165
1.5- Da habitação ............................................................................165
1.6- Direitos reais de garantia ...........................................................166
1.6.1- Do penhor ..........................................................................167
1.6.2- Da hipoteca ........................................................................169
1.6.3- Da anticrese .......................................................................171
1.7- Promessa de compra e venda de imóvel ......................................171
Aula: Direito de Família (Parte 1) .................................................... 172
1 - Direito de Família: conceito e princípios fundamentais .............. 172
2 - Do Casamento ............................................................................ 174
2.1- Natureza jurídica e características ...............................................174
2.2- Casamento religioso ..................................................................175
2.3- Capacidade, impedimentos e suspensão do casamento ..................175
2.4- Habilitação e Celebração do Casamento .......................................178
2.5- Provas do casamento ................................................................179
2.6- Da Invalidade do Casamento ......................................................179
2.6.1- Casamento Nulo ..................................................................179
2.6.2- Casamento Anulável ............................................................180
2.7- Da Eficácia do Casamento ..........................................................181
3 - Da Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal .................... 182
3.1- Separação Judicial.....................................................................183
3.2- Separação de fato .....................................................................184
3.3- Efeitos da Separação Judicial ......................................................185
3.4- Divórcio ...................................................................................185
3.5- Da Proteção da Pessoa dos Filhos ................................................186
4 - Da União Estável ........................................................................ 186
5 - Das relações de Parentesco ........................................................ 188
5.1- Parentesco consanguíneo ...........................................................188
5.1.1- Da Filiação ..........................................................................189
5.1.2- Do Reconhecimento dos Filhos ..............................................190
5.2- Parentesco por afinidade ............................................................190
5.3- Parentesco civil - Adoção ...........................................................190
5.4- Poder Familiar ..........................................................................191
Aula: Direito de Família (Parte 2) .................................................... 192
1 - Regime de bens entre cônjuges.................................................. 192

Prof. Wangney Ilco 10 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.1- Regime de comunhão parcial de bens ..........................................194


1.2- Regime de comunhão universal de bens ......................................195
1.3- Regime de participação final nos aquestos ...................................195
1.4- Regime de separação de bens ....................................................195
2 - Usufruto e Administração dos Bens de Filhos Menores ............... 196
3 - Dos Alimentos ............................................................................ 196
4 - Bem de família: legal e convencional.......................................... 197
5 - Tutela e Curatela ........................................................................ 198
5.1- Tutela ......................................................................................198
5.2- Curatela...................................................................................199
Aula: Sucessões ............................................................................... 201
1 - Direito das Sucessões................................................................. 201
2 - Da Sucessão em Geral ................................................................ 201
2.1- Vocação hereditária ...................................................................202
2.2- Aceitação e renúncia da herança .................................................203
2.3- Excluídos da sucessão ...............................................................204
2.4- Herança jacente........................................................................204
2.5- Petição de herança ....................................................................204
3 - Da Sucessão Legítima................................................................. 204
3.1- Herdeiros necessários ................................................................205
3.2- Direito de representação ............................................................206
4 - Da Sucessão Testamentária........................................................ 206
4.1- Testamentos ordinários..............................................................207
4.1.1- Testamento público ..............................................................207
4.1.2- Testamento cerrado .............................................................207
4.1.3- Testamento particular ..........................................................208
4.2- Codicilos ..................................................................................208
4.3- Testamentos especiais ...............................................................208
4.3.1- Testamento marítimo e aeronáutico .......................................209
4.3.2- Testamento militar...............................................................209
4.4- Disposições testamentárias ........................................................209
4.5- Legados ...................................................................................210
4.6- Direito de acrescer ....................................................................211
4.7- Substituições ............................................................................211
4.7.1- Substituição vulgar e recíproca ..............................................211
4.7.2- Substituição Fideicomissária..................................................211

Prof. Wangney Ilco 11 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4.8- Deserdação ..............................................................................211


4.9- Revogação e rompimento do testamento .....................................212
4.9.1- Revogação do testamento.....................................................212
4.9.2- Rompimento do testamento ..................................................212
4.10- Testamenteiro ..........................................................................212
5 - Inventário e Partilha .................................................................. 213
5.1- Inventário ................................................................................213
5.1.1- Sonegados ..........................................................................213
5.1.2- Pagamento das dívidas .........................................................213
5.2- Colação ...................................................................................213
5.3- Partilha ....................................................................................214

Prof. Wangney Ilco 12 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: LINDB

1 - INTRODUÇÃO

1.1- Leis naturais x leis jurídicas

Leis naturais
Princípio da causalidade ≠ Leis jurídicas
Princípio da imputabilidade

As leis naturais são decorrentes da própria ação da natureza, na qual


reina o chamado princípio da causalidade.
As leis jurídicas, por sua vez, são convenções que disciplinam regras de
conduta, que funcionam como diretivas para ação.

1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo

Direito Objetivo Direito Subjetivo

• É o conjunto de normas • É o poder atribuído ao indivíduo


jurídicas de caráter geral e de para agir conforme a sua
observância obrigatória pelos faculdade para a satisfação dos
indivíduos; seus interesses tutelados pela
•É imposto pelo Estado; lei (Direito objetivo);
•Refere-se ao conceito de Norma •Refere-se à Facultas Agendis -
Agendi - são normas jurídicas faculdade individual de agir
comportamentais; conforme o direito objetivo;
•Estabele limites à conduta •Expressa a vontade individual
humana em sociedade; •É posterior à norma jurídica;
•Expressa a vontade geral; •Deriva e nasce do Direito
•Organiza a sociedade conforme objetivo;
o conjunto de regras jurídicas; •Ex.: O indivíduo poderá usar o
•Ex.: O respeito à propriedade é seu direito à propriedade para
uma imposição do Direito; protegê-la. Poder de coerção.

Prof. Wangney Ilco 13 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3- Fontes do Direito

FONTES do Direito

FORMAIS NÃO FORMAIS

Lei
Analogia
Doutrina
Costume
Jurisprudência
Princípios Gerais de
Direito

Diretas ou Lei + Costumes: criam a regra


Imediatas jurídica.
Fontes do
Direito
Doutrina + Jurisprudência: não
Indiretas ou
criam, mas contribuem para a
Mediatas
criação da regra jurídica.

1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito

Sentido amplo Não precisa ser proveniente do


(lato sensu) Poder Legislativo
Lei
Sentido estrito Necessariamente proveniente do
(stricto sensu) Poder Legislativo

Prof. Wangney Ilco 14 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

....lex legum – sobredireito, superdireito, lei das leis, norma sobre as


normas. Logo, a LINDB possui de início duas características principais:
CONJUNTO DE NORMAS SOBRE NORMAS e APLICABILIDADE A TODOS
OS RAMOS DO DIREITO.

As principais características da LINDB são:


- Ser um conjunto de normas sobre normas, pois é uma
lei que disciplina outras normas jurídicas, assinalando-
lhes a maneira de aplicação e entendimento, sendo
chamada de lei das leis (lex legum);
- Ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas
ao Direito Civil; e por ultrapassar em muito o âmbito do
Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste
diploma legal contém normas de sobredireito.

Interesses Direito Relações entre


do Estado particulares

Público Privado

D.
D. D. Direito Direito
Tributário,
Constitucional Administrativo Comercial Civil
etc.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


LINDB

Lex Legum

Normas de
Vigência e Conflito das Critérios de Formas de
Direito
Eficácia das LEIS no Hermenêutica Integração
Internacional
normas Tempo e no Jurídica da norma
público e
jurídicas Espaço (interpretação) jurídica
privado

Prof. Wangney Ilco 15 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Características das LEIS


A LEI objetiva atingir todas as pessoas que se encontrem na
mesma situação jurídica. Ela não é personalíssima. Não é
dirigida especificamente a um indivíduo; mas, à
Generalidade ou coletividade. A exceção é a lei formal ou singular, que se
Impessoalidade aplica apenas a uma pessoa. Exemplo: uma lei criada para
dar pensão a uma pessoa pública que esteja passando
dificuldades. A doutrina afirma que é um ato administrativo
com forma de lei.

Obrigatoriedade e O descumprimento da lei autoriza a aplicação de uma


imperatividade sanção
Permanência ou
A lei não se esgota em uma única aplicação.
persistência
Se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma indenização
por perdas e danos caso tenha sofrido um prejuízo em
Autorizante
virtude da lei. É aqui que a lei se distingue das normas
sociais, que, se violadas, não ensejam perdas e danos.

Pois bem, segundo sua força obrigatória, as leis podem ser:

Quanto à Imperatividade ou Obrigatoriedade:

COGENTES Não COGENTES


-É absoluta, lei de ordem pública; -É relativa;
-Representa uma ação ou abstenção; -Representa faculdade de agir ou de
-Mandamentais ou Proibitivas; se abster - vontade das partes;
-Proibida a direção alcoolizada; -Permissivas ou Supletivas;
-Usar o cinto de segurança. -Casamento (escolha do regime de
bens).

Prof. Wangney Ilco 16 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Vigência da lei no tempo

2.1- Promulgação e publicação

Discussão e
Iniciativa Sanção ou Veto
aprovação

Publicação Promulgação

Publicação
Promulgação
divulga a existência da lei
declara a existência da lei
exigência para entrada em
"nascimento" da lei vigor

2.2- Vigência da lei

A vigência da lei deve ser contada a partir de sua publicação. Mas, o


que é vigência? É o período no qual a lei possui obrigatoriedade de
cumprimento. A partir de sua vigência, a lei produz efeitos para situações
concretas. Pode ser analisada sob os seguintes aspectos:

no tempo Início e término dos efeitos

Vigência

no espaço Território no qual produz efeitos

artigo 1º da LINDB:

Prof. Wangney Ilco 17 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

45 dias
Salvo
a lei começa em todo o depois de
disposição
a vigorar país oficialmente
contrária
publicada

2.3- Vigência x Validade x Eficácia da lei

• Validade: os aspectos formais (ou condicional) e materiais (ou finalísticas)


exigidos pelo ordenamento jurídico foram observados.
• Vigência: relaciona-se à publicidade da lei, pela qual a lei é válida e pública
perante à sociedade. Assim, a vigência da lei representa a possibilidade,
em tese, de produção de seus efeitos.
• Eficácia: quando a lei está apta a produzir os seus efeitos de forma concreta.
Podemos conceber a eficácia da norma sob 3 (três) aspectos: técnico, fático
e social.
o Eficácia técnica: quando todos os requisitos estatais para sua produção
concreta de efeitos forem preenchidos.
o Eficácia fática: relaciona-se a requisitos sociais para produzir efeitos da
norma.
o Eficácia social: possui eficácia social quando as pessoas a respeitam e
a cumprem.

2.4- Vacatio Legis

Esse período de tempo entre a publicação e o início da vigência é


chamado de “vacatio legis”.

Prof. Wangney Ilco 18 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

No entanto, a própria lei pode determinar outro prazo para sua entrada
em vigor. O prazo de 45 dias para vacatio legis é apenas para os casos em que
não houver disposição expressa em lei.

expressa prazo disposto em lei

Vacatio legis
45 dias, no país
tácita
3 meses, no estrangeiro

O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio legis.

2.5- Correções de lei

2.6- Lei permanente x lei temporária

Em regra geral, as leis são permanentes (princípio da continuidade),


mas podem ser temporárias,

Prof. Wangney Ilco 19 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Lei Temporária Lei Permanente

• prazo determinado •prazo INdeterminado

artigo 2º da LINDB:

Não se
até que outra a
destinando à
a lei terá vigor modifique ou
vigência
revogue
temporária

Obs.: Esta regra representa o chamado Princípio da Continuidade ou


Permanência.

2.7- Revogação

Revogação total Revogação parcial


(ab-rogação) (derrogação)
toda a lei é tornada sem parte da lei é tornada sem
efeito efeito

§ 1° do artigo 2º da LINDB:

Prof. Wangney Ilco 20 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

expressamente o Revogação
declare expressa

A lei posterior
seja com ela
revoga a
incompatível
anterior quando
Revogação
tácita
regule inteiramente a
matéria de que tratava a
lei anterior

§ 2° do artigo 2º da LINDB:

que estabeleça
disposições não revoga nem
A lei nova gerais ou modifica a lei
especiais a par anterior
das já existentes

Obs.: ULTRATIVIDADE da lei: ocorre quando a lei revogada continua a


produzir efeitos jurídicos em relação a determinados fatos ocorridos durante a
sua vigência. Exemplo: Art. 2.039. O regime de bens nos casamentos
celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro
de 1916, é o por ele estabelecido. Portanto, a lei continua a regular fatos
ocorridos antes de sua revogação.

2.8- Repristinação

Repristinação é a restauração da lei revogada, por ter a lei


revogadora perdido sua vigência. Vamos associar a um exemplo para facilitar o
entendimento.
§ 3° do artigo 2º da LINDB:

por ter a lei


Salvo
a lei não se revogadora
disposição
revogada restaura perdido a
contrária
vigência

Prof. Wangney Ilco 21 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.9- Erro de direito – princípio da obrigatoriedade

O artigo 3º da LINDB dispõe que:

Ninguém se escusa de
alegando que não a conhece
cumprir a lei

Eis o princípio da obrigatoriedade da lei.


Porém, não podemos deixar de considerar o teor do art. 8º da Lei de
Contravenções Penais, que pode relativizar o princípio acima:
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando
escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada.

2.10- Lacuna legal - Integração das normas jurídicas

artigo 4º da LINDB dispõe que:

analogia

ORDEM
Quando a lei o juiz decidirá o
costumes
for omissa caso de acordo com

principios gerais de
direito

analogia

costumes

princípios
gerais de
direito

Prof. Wangney Ilco 22 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.10.1 Analogia

ANALOGIA
Requisitos

Não existe de Há semelhança entre o Os fundamentos lógicos


dispositivo legal para o caso concreto e a e jurídicos são comuns
caso concreto.p hipotese prevista na lei aos dois casos

2.10.2 Costume
Esgotada as possibilidades de ser empregada a analogia ao caso concreto,
deve-se utilizar o costume, que é o segundo método de integração da lei. O
costume nada mais é que a prática reiterada de certo comportamento aliada à
convicção de sua obrigatoriedade.
1) Secundum Legem: a aplicação do costume está expressamente previsto
na lei.
2) Praeter Legem: aplica-se para sanar a omissão da Lei. Ou seja, o
costume é aplicado como forma de suprir ou complementar a lei.
3) Contra Legem: seria o costume aplicado contra a lei.

2.10.3 Princípios gerais do direito


Após a analogia e os costumes, caso ainda persista a lacuna na lei, os
princípios gerais do direito poderão ser aplicados ao caso concreto.
Segundo Carlos Roberto Gonçalves, os princípios gerais do direito são
“regras que se encontram na consciência dos povos e são
universalmente aceitas, mesmo não escritas. Tais regras, de caráter
genérico, orientam a compreensão do sistema jurídico, em sua
aplicação e integração, estejam ou não incluídas no direito positivo.”.
2.10.4 Equidade
De acordo com Paulo Nader, a equidade “é recurso técnico de
aplicação do Direito, destinado a situar a decisão judicial no prumo da
justiça. É tarefa que exige sensibilidade e experiência do aplicador,
pois, ao decidir por equidade, de certa forma desenvolve tarefa análoga
à do legislador”.

Prof. Wangney Ilco 23 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.11- Interpretação da norma jurídica - hermenêutica

Interpretar uma lei, uma norma jurídica, significa determinar a sua


essência, bem como o seu alcance.

Métodos Gramatical ou filológico: é a interpretação literal da


norma, conforme cada termo gramatical do texto.
de
Interpretação
Lógico: é a interpretação racional conforme o espírito da
lei pretendido pelo legislador. Prioriza a intenção do
legislador, em termos lógicos e coerentes com a realidade.

Sistemático: é a interpretação de acordo com o conjunto


do ordenamento jurídico e os princípios pertinentes.
Assemelha-se o método lógico, sendo também chamado de
lógico-sistemático.
Histórico: refere-se a uma análise dos pressupostos da
norma, verificando a vontade e o objetivo do legislador.
Verifica-se as circunstâncias da elaboração da norma sob o
aspecto político, social e econômico.
Teleológico ou sociológica: é a interpretação que
pretende adequar o objetivo da norma ao anseio social
(exigências do bem comum), de acordo com o art. 5º
da LINDB.

2.12- Conflito de normas no tempo

Quando uma nova lei revoga uma lei anterior, o que acontece com as
relações jurídicas que foram constituídas sob a vigência da lei revogada?

artigo 6º da LINDB dispõe que:

A lei em vigor

terá
respeitados
efeito

ato
direito coisa
imediato geral jurídico
adquirido julgada
perfeito

Os §§ 1° a 3° desse artigo esclarecem que:

Prof. Wangney Ilco 24 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

ato jurídico • o já consumado segundo a lei vigente


perfeito ao tempo em que se efetuou

• os direitos que o seu titular, ou alguém


direito por ele, possa exercer, como aqueles
adquirido cujo começo do exercício tenha termo
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
inalterável, a arbítrio de outrem

coisa julgada • a decisão judicial de que já não caiba


ou caso julgado recurso

2.13- Antinomia jurídica

A antinomia jurídica ocorre quando existem duas (ou mais) normas


conflitantes, de forma que não há definição de qual deve ser aplicada em um
caso concreto.

Antinomia

real aparente

Prevalecem as leis de hierarquia


Hierárquico
superior: Lei x regulamento

Prevalecem as leis especiais em


Especialidade
relação às gerais

Prevalecem as leis novas em relação às


Cronológico
anteriores

Prof. Wangney Ilco 25 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

• Antinomia de primeiro grau: conflito de normas válidas que envolve


apenas um dos critérios do quadro acima.
• Antinomia de segundo grau: conflito de normas válidas que envolve
dois dos critérios do quadro acima.

3 - Vigência da lei no espaço

3.1- Território

O território pode ser considerado como o território real (extensão


geográfica do país) somando-se ao território ficto (embora não seja
geograficamente parte do país, é considerado como seu prolongamento).

Território

real ficto

3.2- Territorialidade temperada

O princípio da territorialidade refere-se à obrigatoriedade da lei em todo


o território nacional. No entanto, devido a situações que surgem com a
globalização, temos casos em que normas estrangeiras possuem validade em
território nacional.
• O artigo 17 da LINDB:

bem como
quaisquer soberania
declarações de nacional
vontade não terão
As leis, atos e
eficácia no
sentenças de ordem pública
Brasil quando
outro país
ofenderem

bons costumes

Prof. Wangney Ilco 26 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.3- Princípio domiciliar – lex domicilii

O artigo 7° da LINDB

A lei do país em que


domiciliada a pessoa
determina as regras sobre

o começo e o
os direitos de
fim da o nome a capacidade
família
personalidade

Assim, o art. 7º da LINDB consagra a lex domicilii (lei do domicílio)


como critério de conexão para determinar a lei aplicável aos casos concretos no
Brasil.

3.4- Casamento e regime de bens

Os §§ 1° a 8° do art. 7º tratam do casamento, divórcio e regime de bens


relacionados ao princípio do domicílio e à territorialidade temperada:

Impedimentos
dirimentes
(Ex.: art. 1.521, CC)
Casamento Aplicação da lei
realizado no Brasil brasileira

Formalidades da
celebração

3.5- Os bens e suas relações

Artigo 8º da LINDB dispõe que:

Para qualificar os
bens Aplicar-se-á a
lei do pais
E em que
estiverem
regular as situados
relações a eles
concernentes

Prof. Wangney Ilco 27 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.6- Obrigações

Já com relação às obrigações, o artigo 9º da LINDB dispõe que:

Para qualificar e aplicar-se-á a lei do


reger as país em que se
obrigações constituirem

3.7- Sucessão

O artigo 10 da LINDB estabelece que:

Obedece à lei do país em por morte


que domiciliado o a sucessão
defunto ou o por ausência
desaparecido

qualquer que seja a


natureza e a situação
dos bens

do cônjuge
ou dos filhos
brasileiros
será regulada
A sucessão de
situados no pela lei
bens de
País brasileira em sempre que
estrangeiros
benefício não lhes seja
mais favorável
a lei pessoal
do de cujus

Prof. Wangney Ilco 28 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

•Lei do domicílio do defunto ou deseparecido,


REGRA independente da natureza ou situação dos
bens.

•Lei brasileira em benefício do cônjuge e


Bens situados no país,
dos filhos brasileiros, sempre que a lei do
mas de estrangeiros. de cujus não for mais favorável.

Capacidade para •Aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou do


suceder legatário

3.8- Disposições diversas – conflito da lei no espaço

Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como


as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se
constituírem.

§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou


estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo
Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira.

§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer


natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de
funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou
susceptiveis de desapropriação.

§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos


prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos
agentes consulares.

Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o


réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.

§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações


relativas a imóveis situados no Brasil.

§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e


segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências
deprecadas por autoridade estrangeira competente, observando a lei desta,
quanto ao objeto das diligências.

Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela
lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não
admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.

Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem
a invoca prova do texto e da vigência.

Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que


reuna os seguintes requisitos:

a) haver sido proferida por juiz competente;


b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;

Prof. Wangney Ilco 29 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias


para a execução no lugar em que foi proferida;

d) estar traduzida por intérprete autorizado;


e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da
Constituição Federal).

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).

O art. 105, I da CF/88 alterou a competência para homologar sentenças


proferidas no estrangeiro do STF para o STJ.

Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar
a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se
qualquer remissão por ela feita a outra lei.

Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.

Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades


consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos
de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e
de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do
Consulado.

§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a


separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo
filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais
quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as
disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome
de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o
casamento.

§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído,


que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio,
não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura
pública.

Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e


celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de
4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais.

Parágrafo único. No caso em que a celebração dêsses atos tiver sido


recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do
mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em
90 (noventa) dias contados da data da publicação desta lei.

Prof. Wangney Ilco 30 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4 - Lei nº 13.655/18: segurança jurídica e eficiência na criação e na


aplicação do direito público

Logo, devemos ter atenção a essa novidade na LINDB: poderá cair em


sua prova!!! Por ser uma novidade, o mais provável é sua cobrança na
literalidade.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas
da decisão.

Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida


imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
inclusive em face das possíveis alternativas.

Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar
de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o
caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e
equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos
atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais
ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os
obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu
cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste,


processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que
houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração


cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais
sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação
ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou
novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de
modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à


validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já
se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas
situações plenamente constituídas.

Prof. Wangney Ilco 31 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações


contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou
administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e
de amplo conhecimento público.

Art. 25. (VETADO).

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na


aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá
efeitos a partir de sua publicação oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os


interesses gerais;
II – (VETADO);

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de


direito reconhecidos por orientação geral;

IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento
e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.

§ 2º (VETADO).

Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos
resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.

§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes


sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.

§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso


processual entre os envolvidos.

Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou


opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta
pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a
qual será considerada na decisão.

§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais


condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares
específicas, se houver.

§ 2º (VETADO).”

Prof. Wangney Ilco 32 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na
aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e
respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.

Prof. Wangney Ilco 33 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Pessoas Naturais

1 - Considerações Iniciais

Das pessoas

PARTE GERAL Dos bens

Dos fatos jurídicos

Código Do direito das Obrigações


Civil

Do direito de empresa

PARTE ESPECIAL Do direito das coisas

Do direito de família

Do direito das sucessões

2 - Das Pessoas

Pessoas

Naturais Jurídicas

Prof. Wangney Ilco 34 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Relação Jurídica

Sujeito Sujeito Ativo


(direito)
Passivo

Prestação (bem jurídico)

3 - Pessoas Naturais

Art. 1º do CC:

é capaz de
Toda pessoa direitos e na ordem civil
deveres

3.1-Personalidade

A começa do mas a lei põe a os direitos


personalidade nascimento salvo, desde a do
civil da pessoa com vida concepção nascituro

A partir do nascimento com


Natalista vida

A partir da concepção:
personalidade jurídica FORMAL.
Concepcionista
A partir do nascimento com vida:
personalidade jurídica MATERIAL.

Personalidade Direitos do nascituro sob


Condicional condição suspensiva

Prof. Wangney Ilco 35 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.2-Capacidade

de gozo ou de começa do nascimento com


direito vida
Capacidade
precisa ter condições de exercer
de fato ou de
seus direitos por conta própria.
exercício
Em regra, aos 18 anos.

C. de
FATO

Capacidade
PLENA

C. de
DIREITO

Prof. Wangney Ilco 36 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Capacidade de Fato ou
de Exercício

Nascimento com vida Cap. LIMITADA

Maioridade (18 anos)


Capacidade de
Direito ou de Gozo-

Cap. ILIMITADA

3.3-Incapacidade

absoluta Representação
Incapacidade
relativa Assistência

Macete: RIA!

R elativamente I ncapaz A ssistido

Prof. Wangney Ilco 37 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

R epresentado I ncapaz A bsolutamente

3.3.1-Incapacidade Absoluta

de exercer
pessoalmente os atos
da vida civil

São absolutamente os menores de


incapazes 16 anos

3.3.2-Incapacidade Relativa

São incapazes, relativamente a certos atos ou à


maneira de os exercer:

aqueles que, por causa


os maiores os ébrios transitória ou
de 16 e habituais e pródigos
permanente, não
menores de os viciados puderem exprimir sua
18 anos em tóxico vontade

Segue quadro-resumo:
Absolutamente Incapaz Relativamente Incapaz
Idade Menor de 16 anos 16 a 18 anos
Pessoas Ébrios habituais, viciados em
tóxicos, pródigos, aquele que não
puder exprimir sua vontade (por
causa transitória ou permanente).

Prof. Wangney Ilco 38 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.4-Curatela X Tutela

A curatela é uma atribuição deferida a uma pessoa civilmente capaz,


para que possa administrar os bens de outra pessoa que não pode fazê-lo por
si mesmo, em razão de sua incapacidade, bem como reger a própria pessoa
incapaz.
A tutela é um encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar
e administrar os bens de uma pessoa menor. Esta obrigação abrange
administrar os bens e o próprio tutelado. O Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8069/90) regula a tutela de menores abandonados.

TUTELA ➔ amparo de menores


CURATELA ➔ amparo de maiores com “problemas”

3.5-Cessação da Incapacidade

Emancipação

Voluntária Judicial Legal

-Pelo casamento;
- Concessão de -Pelo exercício de
ambos os pais; ou emprego público
- De um deles na -Na ausência dos efetivo;
falta do outro; pais; -Pela colação de
- Por instrumento - Por decisão grau em ensino
público; judicial; superior;
- Não depende de -Ouve-se o tutor; - Pelo
homologação estabelecimento
-Menor com 16 anos
judicial; civil ou comercial,
completos.
ou relação de
-Menor com 16 anos emprego, 16 anos
completos. completos e
economia própria

Prof. Wangney Ilco 39 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.6-Legitimação e capacidade

Legitimação é uma característica atribuída a tudo aquilo que cumpre o


que é imposto pelas normas legais e é considerado um bem para a
sociedade, ou seja, tudo que é legítimo. Enquanto que todos possuem
capacidade de direito ou de gozo, a legitimação pode ser limitada pela
norma, restringindo-a em favor de determinado agente ou em relação a certo
ato jurídico.

Do Código Civil
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de
nulidade:

I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens
móveis ou imóveis pertencentes ao menor.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros


descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;


II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III - prestar fiança ou aval;

IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam
integrar futura meação.

3.7-Extinção da personalidade

A existência da pessoa natural termina


com a morte

presume-se esta, quanto


aos ausentes

nos casos em que a lei autoriza a


abertura de sucessão definitiva

Prof. Wangney Ilco 40 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

O óbito é comprovado pela existência


REAL
de um cadáver
MORTE

Quando não há um cadáver para provar


PRESUMIDA
efetivamente a morte.

3.7.1-Morte presumida sem decretação de ausência


conforme o artigo 7°:

se for extremamente provável a morte


de quem estava em perigo de vida
Pode ser declarada a
morte presumida,
sem decretação de
ausência se alguém, desaparecido em campanha
ou feito prisioneiro, não for encontrado
até dois anos após o término da guerra

Ressalta-se que, de acordo com o parágrafo único desse artigo, a


declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida
depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.

3.7.2-Morte presumida com decretação de ausência


Também é possível que a morte presumida seja declarada quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva
(art. 6º, CC). Ausente é aquela pessoa que desaparece de seu domicílio sem
dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem
caiba administrar-lhe os bens (art. 22, CC).

1ª FASE: Curadoria dos bens do ausente - PRAZO: 1 ANO

2ª FASE: Sucessão provisória - PRAZO: 10 ANOS

3ª FASE: Sucessão definitiva - decretação de morte


presumida

Prof. Wangney Ilco 41 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.7.2.1- 1ª Fase: Curadoria dos bens do ausente

Poderes e obrigações fixados pelo JUIZ

Cônjuge do ausente - é o legítmo curador, se não


CURADORIA estiver separado judicialmente ou de fato por mais de 2
anos

Na falta do cônjuge - o curador será na ordem: os


pais, os descendentes, começando pelo mais próximo,
e alguém escolhido pelo juiz

3.7.2.2- 2ª Fase: Sucessão provisória

São interessados na sucessão provisória:


I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente
de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.

Inicia-se os procedimentos para resguardar os


interesses dos herdeiros e demais interessados, pois a
morte do ausente passa a ser mais provável com o
passar do tempo;

Apos o prazo de um ano ou de 3 anos, conforme o


caso, não havendo interessados na sucessão
provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la
ao juízo competente;

SUCESSÃO Prazo de 180 dias: para que a sentença da sucessão


PROVISÓRIA provisória produza efeitos depois de publicada. Trata-
se de mais um prazo para que o ausente apareça. A
partir daí ocorre o trânsito em julgado da sentença
de sucessão provisória.

Prazo de 30 dias: aos interessados, para requerer a


abertura do inventário e a partilha de bens. Caso
não apareçam, torna-se herança jacente (sem
testamento nem herdeiros legítimos).

Prof. Wangney Ilco 42 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.7.2.3- 3ª fase: Sucessão Definitiva

Então, após todo esse processo relacionado à decretação de ausência,


passando pela curadoria dos bens do ausente e pela sucessão provisória, tem
início a fase de SUCESSÃO DEFINITIVA, que é aberta nas seguintes
hipóteses:

SUCESSÃO DEFINITIVA

PROVANDO-SE que o
APÓS 10 anos do trânsito ausente possui 80 anos de
em julgado da sentença que idade e que há 5 anos
abrir a sucessão provisória datam as últimas notícias
dele

3.7.3-Comoriência
Quando duas (ou mais) pessoas morrem em uma mesma ocasião e não
se consegue determinar quem faleceu em qual ordem, o que seria necessário
para aplicação das regras do direito sucessório, presume-se a morte
simultânea.

não se podendo
averiguar se algum
dos comorientes
precedeu aos outros
Se dois ou mais presumir-se-ão
indivíduos falecerem simultaneamente
na mesma ocasião mortos

3.8-Registro e averbação

É importante distinguir as situações que exigem que sejam registrados


em registro público (artigo 9° do CC) e os casos em que far-se-á averbação
em registro público (artigo 10 do CC).

Prof. Wangney Ilco 43 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Registro Averbação

• nascimentos, casamentos e • sentenças que decretarem a


óbitos nulidade ou anulação do
• emancipação por outorga dos casamento, o divórcio, a
pais ou por sentença do juiz separação judicial e o
• interdição por incapacidade restabelecimento da sociedade
absoluta ou relativa conjugal
• sentença declaratória de • atos judiciais ou extrajudiciais
ausência e de morte presumida que declararem ou reconhecerem
a filiação

3.9-Direitos de personalidade

intransmissíveis e
Com exceção dos os direitos da
casos previstos em personalidade
lei são
irrenunciáveis

não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária

Em se tratando de
morto, terá
legitimação

qualquer parente em
cônjuge
linha reta, ou colateral
sobrevivente
até o quarto grau

Prof. Wangney Ilco 44 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Direitos Inatos Direitos Adquiridos

• Direito à vida; •Direito autoral;


•Direito à integridade física; •Demais direitos conferidos
•Direito à integridade moral. pelo Direito Positivo.

3.9.1-Direito à integridade física


O artigo 13 dispõe que:

proibido
quando importar
diminuição
permanente da
Salvo por é defeso o ato de
integridade física
exigência disposição do
médica próprio corpo
ou contrariar os
bons costumes

É valida a disposição
gratuita do próprio
corpo

com no todo ou para depois


objetivo em parte da morte

científico OU altruístico

o artigo 15 do Código Civil, que dispõe que:

Prof. Wangney Ilco 45 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

tratamento médico

Ninguém pode ser


constrangido a submeter-se,
com risco de vida a

intervenção cirúrgica

3.9.2-Integridade moral: Nome


artigo 16 do Código Civil:

Toda pessoa tem direito ao


nome, nele compreendidos

prenome sobrenome

MIGUEL •Nome

CARDOSO •Sobrenome

FILHO •Agnome

não pode ser empregado por


ainda quando
outrem em publicações ou
não haja
representações que a
intenção
exponham ao desprezo
O nome da difamatória
público
pessoa

sem autorização, não pode


ser usado em propaganda
comercial

Prof. Wangney Ilco 46 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.9.3-Proteção à imagem e à transmissão da palavra

transmissão da
palavra
poderão ser
Salvo se publicação proibidas, a
autorizadas ou se seu honra
necessárias à requerimento
administração da exposição
justiça boa fama
ou à utilização da
manutenção da imagem se lhe
atingirem respeitabilidade
ordem pública

se destinarem a
sem prejuízo da fins comerciais
indenização que
couber

O parágrafo único do artigo 20 acrescenta que:

cônjuge

Em se tratando são partes legítimas


de morto ou para requerer essa ascendentes
de ausente proteção

descendentes

3.9.4-Proteção à intimidade
E o artigo 21 do Código Civil dispõe que a “vida privada da pessoa natural
é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.
3.9.5-Estado
A individualização da pessoa natural envolve não apenas o nome, mas
também o estado e o domicílio. Veremos a seguir o que é estado, e o domicílio
será estudado mais a frente, ok?

Estado

individual ou
familiar político
físico

Prof. Wangney Ilco 47 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Pessoas Jurídicas e Domicílio Civil

1 - Pessoas Jurídicas

1.1-Classificação

artigo 40 do Código Civil:

Pessoas
Jurídicas

Direito Direito
Público Privado

Interno Externo

Pessoas Jurídicas de
Direito Público
Interno

Estados, autarquias, demais


Distrito inclusive entidades
União Municípios de
Federal e associações
Territórios públicas caráter
público
criadas
por lei

Pessoas Jurídicas de Estados estrangeiros


Direito Público
Externo
todas as pessoas que forem regidas
pelo direito internacional público

Prof. Wangney Ilco 48 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

associações

sociedades

fundações
Pessoas Jurídicas de
Direito Privado
organizações religiosas

partidos políticos

empresas individuais de
responsabilidade limitada

organizadas conforme a lei


nacionais brasileira, com sede de sua
administração no país
Quanto à
nacionaldade não poderá funcionar no país
sem autorização do Poder
estrangeiras Executivo, sujeitando-se aos
tribunais brasileiros, quanto
aos atos aqui praticados

conjunto de pessoas que,


apenas coletivamente, goza de
universitas
certos direitos e os exerce por
personarum
meio de uma vontade única. Ex:
Quanto à associações e sociedades.
estrutura
interna
patrimônio personalizado
universitas
destinado a um fim e que lhe dá
borum
unidade. Ex: fundações.

Prof. Wangney Ilco 49 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.2-Início da existência da pessoa jurídica

Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado


com:
Inscrição do
autorização /
ato
aprovação do Poder
constitutivo
Executivo
no respectivo
(quando necessário) registro

averbando-se no
registro todas as
alterações por que
passar o ato
constitutivo

das PJ de direito por defeito do ato


privado respectivo
O direito de
anular a
constituição
contando o prazo da
decai em três (3) anos publicação de sua
inscrição no registro

a denominação, os fins, a sede, o tempo de


duração e o fundo social, quando houver

o nome e a individualização dos fundadores ou


instituidores, e dos diretores

o modo por que se administra e representa,


ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente
O registro
declarará:
se o ato constitutivo é reformável no tocante à
administração, e de que modo

se os membros respondem, ou não,


subsidiariamente, pelas obrigações sociais

as condições de extinção da pessoa jurídica e o


destino do seu patrimônio, nesse caso

Prof. Wangney Ilco 50 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3-Fim da existência da pessoa jurídica

a dissolução abrange três fases:

Liquidação Cancelamento da
pessoa jurídica

Averba-se no
Dissolução-ato Partilha
(sentido estrito) registro de
inscrição

Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a


autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de
liquidação, até que esta se conclua.

Art. 1.001. As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato,


se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se
extinguirem as responsabilidades sociais.

Art. 51, §1º, CC. Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver
inscrita, a averbação de sua dissolução.

1.4-Das associações

pessoas reunidas um fim NÃO lucrativo, embora tenham patrimônio


constituído por contribuição de seus membros para a obtenção de fins culturais,
educacionais, esportivos, religiosos, beneficentes, recreativos, morais, etc.

que se
Constituem-se as pela união de organizem
associações pessoas para fins não
econômicos

Obs.: Enunciado nº 534 da VI Jornada de Direito de Civil: “As associações


podem desenvolver atividade econômica, desde que não haja finalidade
lucrativa”.

Prof. Wangney Ilco 51 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

a denominação, os fins e a sede da


associação

os requisitos para a admissão, demissão


e exclusão dos associados

os direitos e deveres dos associados

Sob pena de
nulidade, o as fontes de recursos para sua manutenção
estatuto das
associações conterá:
o modo de constituição e de funcionamento
dos órgãos deliberativos

as condições para a alteração das


disposições estatutárias e para a dissolução

a forma de gestão administrativa e de


aprovação das respectivas contas

Se o associado for na atribuição da


titular de quota ou a transferência qualidade de
fração ideal do daquela não associado ao
patrimônio da importará, de per si adquirente ou
associação ao herdeiro

salvo disposição
diversa do estatuto

➢ Competência privativa da AGE:

Sendo exigido
Compete privativamente
deliberação da
à assembléia geral:
assembleia
especialmente
convocada para esse
fim, cujo quorum
será o estabelecido
no estatuto, bem
destituir os alterar o como os critérios de
administradores estatuto eleição dos
administradores.
o, bem como os
critérios de eleição
dos
Prof. Wangney Ilco administradores.
52 de 214
www.exponencialconcursos.com.br as deliberações
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

➢ Convocação de órgãos deliberativos:

A convocação dos órgãos garantido a 1/5 (um quinto)


deliberativos far-se-á na dos associados o direito de
forma do estatuto promovê-la

➢ Dissolução da associação:

Dissolvida a
será destinado à
associação, o
entidade de fins não
remanescente
econômicos
do seu
designada no
patrimônio
estatuto
líquido
ou, omisso este, por
depois de deduzidas, se for o deliberação dos
caso, as quotas ou frações associados, à instituição
ideais referidas no parágrafo municipal, estadual ou
único do art. 56 federal, de fins idênticos
ou semelhantes

1.5-Sociedades

A SOCIEDADE é uma pessoa jurídica de direito privado constituída


por “pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos
resultados“ (art. 981, CC).

SOCIEDADE

Partilha dos
Fins Pluralidade Affectio
resultados
econômicos de sócios Societatis
(lucros)

Por fim, cabe citarmos o art. 44, § 2º do CC:


Art. 44, § 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se
subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte
Especial deste Código.

Prof. Wangney Ilco 53 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6-Das fundações

Para criar • por escritura pública ou testamento


uma
fundação, o • dotação especial de bens livres
seu • especificando o fim a que se destina,
instituidor • e declarando, se quiser, a maneira de
fará administrá-la

assistência social

cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e


artístico

educação

saúde

segurança alimentar e nutricional


A fundação
somente
poderá defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
constituir-se promoção do desenvolvimento sustentável
para fins de:
pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção
e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e
científicos

promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos


direitos humanos

atividades religiosas

A constituição de uma fundação abrange as seguintes fases: dotação de


bens livres (arts. 63 e 64, CC), elaboração do estatuto (art. 65), aprovação
do Estatuto pelo Ministério Público e registro no Cartório do Registro
Civil de Pessoas Jurídicas.
Pois bem! E quando os bens destinados à constituição da fundação não
forem suficientes? Nessa situação, o artigo 63 do Código Civil dispõe que:

Prof. Wangney Ilco 54 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

se de outro modo não


Quando insuficientes dispuser o instituidor incorporados em
para constituir a outra fundação que se
fundação, os bens a proponha a fim igual
ela destinados serão ou semelhante

E, conforme o artigo 64 do Código Civil:

por negócio jurídico transferir-lhe a


entre vivos propriedade, ou
Constituída outro direito real,
a fundação sobre os bens dotados
o instituidor é
obrigado a

e, se não o fizer,
serão registrados, em
nome dela, por
mandado judicial

O Ministério Público é o órgão responsável por zelar pelas das


fundações.

Velará pelas • o Ministério Público do Estado onde


fundações situadas

Se funcionarem no • caberá o encargo ao Ministério


Distrito Federal ou Público do Distrito Federal e
em Território Territórios

Se estenderem a
atividade por mais • caberá o encargo, em cada um deles,
de um Estado ao respectivo Ministério Público.

Prof. Wangney Ilco 55 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Deliberação por dois terços dos competentes para


gerir e representar a fundação

Requisitos NÃO contrarie ou desvirtue o fim da fundação


Alteração
do estatuto
da fundação APROVAÇÃO pelo findo o qual ou no caso de o
Ministério Público Ministério Público a denegar,
no prazo máximo de poderá o juiz supri-la, a
45 dias requerimento do interessado

1.7-Partidos políticos

A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre partidos políticos, regulamenta os arts.


17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição Federal. O partido político, pessoa
jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime
democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos
fundamentais definidos na Constituição Federal.

1.8-Organizações religiosas

Conforme o art. 44, §1º do CC, são livres a criação, a organização, a


estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas,
sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos
constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
o Enunciado nº 143 da Jornada de Direito Civil assim preconiza: “A
liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o
controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro,
nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário, da compatibilidade de
seus atos com a lei e com seus estatutos”.

1.9-EIRELI: empresa individual de responsabilidade limitada

A empresa individual de responsabilidade limitada, EIRELI, foi criada pela


lei nº 12.441/2011 como nova forma de organização do empresário
individual; não é um novo tipo de sociedade, ok? Ela foi inserida no art.
980-A do CC e o seu estudo é objeto do Direito Empresarial. Vejamos então,
por ora, suas características de forma esquematizada:

Prof. Wangney Ilco 56 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Pessoa Jurídica de Inscrição no registro


Direito Privado (art. 44,CC) competente: RPEM ou RCPJ

Titular de todo o capital social


Constituída por única
pessoa
Pessoa Natural ou Jurídica
EIRELI
Totalmente integralizado
Capital social
Não inferior a 100 salários-
mínimos vigente

Firma ou Denominação +
Nome empresarial
"EIRELI"

1.10-Desconsideração da personalidade jurídica

A partir de sua personalidade jurídica, o ente jurídico pode adquirir


direitos e contrair obrigações. Desta forma, em consequência, fica caracterizado
o chamado princípio da autonomia patrimonial, pelo qual a pessoa jurídica
é detentora de patrimônio próprio, o qual não se confunde com o patrimônio
das pessoas responsáveis por suas atividades.

desvio de finalidade
caracterizado
por
confusão patrimonial

que os efeitos de certas e


determinadas relações de
Em caso de
pode o juiz obrigações sejam estendidos
abuso da
decidir aos bens particulares dos
personalidade
administradores ou sócios
jurídica
da pessoa jurídica
a requerimento
da parte
OU
quando lhe
do Ministério
couber intervir
Público
no processo

Em resumo, temos que:

Prof. Wangney Ilco 57 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Desvio de Finalidade
Abuso da
personalidade
Desconsideração Confusão Patrimonial
da personalidade
jurídica - CÓDIGO
CIVIL Requerimento de parte ou do MP
Decisão
Judicial Obrigações estendidas aos
sócios ou administradores

A teoria da desconsideração da personalidade jurídica também pode ser


conhecida como disregard doctrine. Assim, a Teoria da Desconsideração da
Personalidade Jurídica implica o afastamento temporário da personalidade
jurídica da sociedade, com a finalidade de alcançar e responsabilizar
diretamente os administradores ou sócios pelas obrigações sociais e satisfazer
os credores.

1.11-Representação e Responsabilidade da pessoa jurídica

Código de Processo Civil trata do tema da representação:


Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão
vinculado;

II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III - o Município, por seu prefeito ou procurador;

IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado


designar;

V - a massa falida, pelo administrador judicial;


VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;

VII - o espólio, pelo inventariante;


VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem
ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem
personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador


de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

Art. 48 do CC - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as


decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o
ato constitutivo dispuser de modo diverso.

Prof. Wangney Ilco 58 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a


que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem
eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.

Observação: Teoria da Dupla Imputação: esta teoria preconiza que a


responsabilidade penal da pessoa jurídica por danos ambientais está
condicionada à imputação simultânea da pessoa física que estava à frente da
pessoa jurídica. Na denúncia ao Ministério Público, deve constar tanto a pessoa
jurídica quanto as pessoas físicas. Esta era a jurisprudência dominante.
Porém, o STF e STJ mudaram o entendimento para considerar que a pessoa
jurídica poderá ser responsabilizada por danos ambientais sem a
condição de responsabilização da pessoa física representante da pessoa
jurídica. RESUMO: a teoria da dupla imputação está superada. (RE
548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.) e (Recurso em MS 39173/BA, rel.
Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 6.8.2015).

1.11.1-Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado.


Na esfera civilista, a responsabilidade da pessoa jurídica pode ser
contratual (decorrente de um contrato) ou extracontratual/aquiliana
(decorrente de um delito).
• Resp. Contratual: decorre das obrigações estipuladas em contrato e
term caráter patrimonial. Seu fundamento é o art. 389 do CC: “Não
cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado”;
• Resp. Extracontratual ou aquiliana: decorre da prática de ato ilícito,
nos termos dos arts. 186, 187 e 927 do CC. Daí surge a obrigação de
reparar o prejuízo causado, impondo a todos, indiretamente, o dever de
não lesar a outrem.

1.11.2-Responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno.


A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público interno está
prevista no art. 37, § 6º da CF:
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Art. 43 do CC - As pessoas jurídicas de direito público interno são


civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade
causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os
causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Prof. Wangney Ilco 59 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Domicílio civil

2.1-Domicílio da Pessoa Natural

os artigos 70 a 73 do Código Civil


,
é o lugar onde ela estabelece a
sua residência com ânimo
definitivo
Domicílio da
pessoal considerar-se-á
natural Se, porém, a pessoa natural tiver domicílio seu
diversas residências onde, qualquer delas
alternadamente, viva (Pluralidade de
domicílios)

o lugar onde
esta é
exercida

Se forem em
quanto às lugares
É também
relações diversos
domicílio da
concernentes
pessoa natural
à profissão
cada um
deles
constituirá
não tiver
o lugar onde domiícilio
residencia for (para as relações
habitual encontrada que lhe
corresponderem)

Portanto, há duas espécies de domicílio da pessoa natural:

Comum ou geral. Elementos


objetivos (residência) e subjetivo
(ânimo definitivo)
Pessoa natural

Voluntário
DOMICÍLIO

Especial - contratantes
estabelecem um local (foro) para
cumprimento de obrigações ou
para dirimir controvérsias.

Incapaz, servidor público,


Necessário ou legal
militar, marítimo, preso

Prof. Wangney Ilco 60 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

é o do seu representante ou
incapaz
assistente

servidor lugar em que exercer


público permanentemente suas funções

onde servir, e, sendo da Marinha ou da


Domicílio Aeronáutica, a sede do comando a
necessário militar
que se encontrar imediatamente
subordinado

marítimo onde o navio estiver matriculado

preso lugar em que cumprir a sentença

Obs.: Macete utilizado pelos “concurseiros”: SIM PM (servidor, incapaz, militar,


preso e marítimo).

• Todas as pessoas naturais possuem domicílio civil;


• Teoria da pluralidade de domicílios: adotada pelo CC;

2.2-Domicílio da Pessoa Jurídica

da União, o Distrito Federal

dos Estados e Territórios, as respectivas capitais


Quanto às
pessoas
jurídicas, o do Município, o lugar onde funcione a administração
domicílio é: municipal

das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem


as respectivas diretorias e administrações, ou onde
elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos
constitutivos

Prof. Wangney Ilco 61 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos


em lugares diferentes

cada um deles será considerado domicílio

para os atos nele praticados

Por fim, o § 2° estabelece que “Se a administração, ou diretoria, tiver a


sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante
às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do
estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder”.

Prof. Wangney Ilco 62 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

AULA: DOS BENS

1 - Introdução

Conceito de bens: são coisas materiais, concretas, úteis aos


homens e de expressão econômica, suscetíveis desapropriação, bem
como as de existência imaterial economicamente apreciáveis (direitos
autorais, de invenção etc).

Das diferentes classes de bens

Dos Bens
Dos Bens Reciprocamente
Dos Bens
Considerados Considerados
Públicos
em Si Mesmos (Principais e acessórios)

Na sequência, iremos tratar de cada uma dessas categorias, que se


encontram disciplinadas no Código Civil (CC), da seguinte forma:
➢ Capítulo I - Dos Bens Considerados em Si Mesmos (art. 79 a 91 do
CC);
➢ Capítulo II - Dos Bens Reciprocamente Considerados (art. 92 a 97
do CC);
➢ Capítulo III - Dos Bens Públicos (art. 98 a 103 do CC).

Prof. Wangney Ilco 63 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Dos Bens Considerados em Si Mesmos

móveis OU imóveis

fungíveis OU infungíveis

Dos Bens
Considerados em consumíveis OU inconsumíveis
Si Mesmos

divisíveis OU indivisíveis

singulares OU coletivos

2.1-Bens móveis e imóveis

2.1.1-Bens imóveis

Bens
imóveis

Por
Por
Por acessão determinação
natureza legal (art. 80)

Somente o Artificial O legislador


Natural resolveu
solo (ou industrial)
enquadrar
como bem
imóvel:
sucessão
aberta,
Tudo que direitos reais
Tudo que adere
resulta do sobre imóveis
ao solo
trabalho e as ações que
naturalmente:
humano: os asseguram
árvores, frutos e
construções e
subsolo
plantações

Prof. Wangney Ilco 64 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

os artigos 79 a 81 do CC,

2.1.2-Bens móveis

Móveis propriamente dito (bola)


Por
natureza
Semoventes (animais)

Bens incorporados ao solo, mas


Por separados em momento oportuno
Bens antecipação
Árvores plantadas para corte e
Móveis frutos ainda não colhidos

Bens imateriais que possuem esta


qualidade por lei.
Por
determinação
legal
Direitos reais sobre objetos móveis e
respectivas ações; direitos de
obrigação, e respectivas ações; dos
direitos do autor; energias com valor
econômico

Prof. Wangney Ilco 65 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Bens móveis

materiais
as energias os direitos os direitos
destinados a alguma
que tenham reais sobre pessoais de
construção,
valor objetos caráter
enquanto não forem
econômico móveis patrimonial
empregados

e as ações e respectivas e os provenientes


correspondentes ações da demolição de
algum prédio

Em resumo, segundo os ensinamentos do


Prof. Carlos Roberto Gonçalves, temos o seguinte:

Bens IMÓVEIS Bens MÓVEIS

•por natureza; •por natureza;


•por acessão natural; •por antecipação;
•por acessão industrial ou •por determinação legal.
artificial;
•por determinação legal.

Há ainda uma classificação de bem imóvel que não


está prevista no art. 79 do atual CC, mas que estava presente no antigo CC.
São os imóveis por acessão intelectual, definidos como aqueles imobilizados
por vontade do proprietário empregados na exploração industrial,
aformoseamento ou comodidade; são as máquinas (inclusive tratores) e
ferramentas, os objetos de decoração, os aparelhos de ar-condicionado, etc.
Ressalta-se que o CC de 2002 apresentou as chamadas pertenças com essas
características: “Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes
integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao
aformoseamento de outro.”.

2.2-Bens fungíveis e infungíveis

A definição legal (art. 85 do CC) é “São fungíveis os móveis que podem


substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.
Portanto, ser fungível é uma característica que somente pode ser atribuída aos
bens móveis.

Prof. Wangney Ilco 66 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

espécie
substituíveis por
fungíveis qualidade
outros da mesma

quantidade
Bens
móveis
infungíveis insubstituíveis

2.3-Bens consumíveis e inconsumíveis

A definição legal (art. 86 do CC) é “São consumíveis os bens móveis cujo


uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também
considerados tais os destinados à alienação”. Portanto, o bem que só pode ser
usado uma vez é consumível, enquanto que aquele que pode ser objeto de uso
por diversas vezes é considerado inconsumível.

Bens consumíveis

o uso importa
OU destinados à
destruição
alienação
imediata

2.4-Bens divisíveis e indivisíveis

Os bens serão divisíveis quando puderem ser particionados, sem que


isso implique diminuição de seu valor econômico. A definição legal (art. 87
do CC) é “Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na
sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que
se destinam”.

Prof. Wangney Ilco 67 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

alteração na sua substância

podem ser diminuição considerável de


Bens divisíveis fracionados sem valor
que haja

prejuízo do uso a que se


destinam

determinação da lei
Bens naturalmente divisíveis podem
OU
tornar-se indivisíveis por
vontade das partes

2.5-Bens singulares e coletivos

São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per


si, independentemente dos demais (art. 89 do CC). A expressão “per si”,
oriunda do latim, significa por si, ou seja, de forma individual.

Bens singulares

embora reunidos

se consideram de per si,


independentemente dos demais

Prof. Wangney Ilco 68 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Universalidade de fato Universalidade de direito

• pluralidade de bens singulares, • complexo de relações


pertinentes à mesma pessoa, jurídicas, de uma pessoa,
• que tenham destinação • dotadas de valor econômico
unitária
• Os bens que formam essa
universalidade podem ser objeto
de relações jurídicas próprias

3 - Dos Bens Reciprocamente Considerados

Bens Reciprocamente
Considerados

Principal Acessório

bem que existe a existência


sobre si supõe a do
principal

abstrata OU concretamente

3.1-Frutos

Frutos são elementos que são produzidos peridocamente pelo bem


principal, sem provocar alteração em sua substância. Os frutos são separáveis
do bem principal, e possuem essa característica de serem periódicos. Exemplo:
os frutos que uma árvore produz.

Prof. Wangney Ilco 69 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

pendentes ainda não separados do bem principal

percebidos
já separados do bem principal
ou colhidos

Frutos
(quanto ao separados do principal e armazenados
estantes
estado) para venda

deveriam ter sido percebidos (ou


percipiendos
colhidos) mas não foram

perderam a existência com seu


consumidos
consumo

3.2-Produtos

Ao contrário dos frutos, os produtos não são renováveis periodicamente,


e provocam alteração na substância do bem principal que os produz. Por
exemplo, o carvão mineral.

Produtos

provocam
não são
E alteração na
renováveis
substância do
periodicamente
bem principal

3.3-Benfeitorias

As benfeitorias podem ser entendidas como algo para conservar,


embelezar ou melhorar o uso de um bem. As benfeitorias podem ser
voluptuárias, úteis ou necessárias.

Prof. Wangney Ilco 70 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

são de mero deleite


ou recreio
voluptuárias o tornem
mais
não aumentam o uso agradável
habitual do bem,
ainda que
sejam de
elevado
aumentam ou valor
Benfeitorias úteis facilitam o uso do
bem

conservar o
bem
necessárias tem por fim
OU

evitar que se
deteriore

3.4-Pertenças

As pertenças são bens acrescidos a outros bens para melhorar seu uso,
serviço ou aformoseamento (embelezamento).

uso

são bens que se OU


Pertenças detinam, de modo
OU

duradouro, ao serviço

OU
não constituindo OU

partes integrantes aformoseamento


de outro.

Prof. Wangney Ilco 71 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Os negócios jurídicos que dizem


respeito ao bem principal

não abrangem as pertenças

salvo se o
contrário resultar
da

manifestação de circunstâncias
lei vontade do caso

4 - Bens Públicos e Bens Privados: regime jurídico

Os bens podem ser públicos ou particulares (privados). São públicos os


bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são privados, seja qual for a pessoa a que
pertencerem (art. 98 do CC). O Critério utilizado pelo legislador foi o da
titularidade do bem, independente de sua afetação (destinação).

Prof. Wangney Ilco 72 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

de uso
comum do rios, mares, estradas, ruas e
povo praças

edifícios ou terrenos destinados a


serviço ou estabelecimento da
Bens de uso
especial
administração federal, estadual,
Públicos territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias

constituem o patrimônio das pessoas


jurídicas de direito público, como
objeto de direito pessoal, ou real,
de cada uma dessas entidades
dominicais

pertencentes às pessoas jurídicas de


direito público a que se tenha dado
estrutura de direito privado

Não estão sujeitos


a usucapião! Não dispondo a lei em
contrário

Obs.: Afetação: é o ato ou fato pelo qual se confere a um bem a finalidade


pública de uso comum ou especial. Decorre de ato legal ou administrativo.
Desafetação: ocorre a transformação de um bem de uso comum em bem de
uso especial ou dominical, ou ainda, um bem de uso especial se transforma na
categoria de uso comum ou dominical. Quando dizemos que os bens públicos
não estão sujeitos a usucapião, estamos nos referindo aos três tipos de bens
públicos. Nenhum deles está sujeito a usucapião (espécie de prescrição
aquisitiva).
Art. 102 do CC - Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

Súmula nº 340 do Supremo Tribunal


Federal: “Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais
bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião”.

4.1-Terras devolutas

Terras devolutas são terrenos públicos, ou seja, propriedades públicas


que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas.

Prof. Wangney Ilco 73 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Diferenciam-se destes por não estarem sendo aplicadas a algum uso público
federal, estadual ou municipal, que não hajam sido legitimamente incorporadas
ao domínio privado enquanto que as terras públicas pertencentes ao patrimônio
fundiário público são aquelas inscritas e reservadas para um determinado fim.

5 - Bens no comércio e fora do comércio

Passíveis de serem
Bens no comércio vendidos, trocados, doados,
emprestados, etc.

Bens fora do São inalienáveis ou


comércio insuscetíveis de apropriação

Aqueles insuscetíveis de serem


Naturalmente apropriados pelo homem ou de uso
indisponíveis inexaurível, tais como luz do sol, água do
mar, ar atmosférico.

Bens de uso comum e especial,


suscetíveis de uso pelo homem: os
Bens fora Legalmente direitos de personalidade, os órgãos
do comércio indisponíveis humanos, os bens dos incapazes, os
bens públicos, o bem de família, as
terras ocupadas por índios, etc.

Bens em testamentos ou doados, com


Indisponíveis cláusula de inalienabilidade, temporária
por vontade ou vitalícia, nos casos e formas previstos
humana em lei, por ato inter vivos ou causa
mortis.

Prof. Wangney Ilco 74 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: fatos e negócios jurídicos. Prescrição. Decadência

1 - Fatos e atos jurídicos

1.1-Introdução

Sujeitos de Direito
Objetos de Direito
São as pessoas
capazes de adquirir Relação Jurídica
direitos: Pessoa São os bens
Natural e Pessoa suscetíveis de
apropriação e que É o vínculo capaz de
Jurídica.
podem ser objetos unir dois ou mais
de interesse pelos sujeitos com um ou
sujeitos de direito. mais objetos. Para
que surja a relação
jurídica, é
necessária a
ocorrência de um
fato jurídico.

1.2-Classificação dos fatos jurídicos

Fato jurídico

sentido estrito
("stricto sensu") sentido amplo
fato natural ato humano

ato jurídico
ordinário extraordinário lícito ato ilícito
(em sentido (involuntário)
amplo)

ato jurídico
negócio
em sentido
jurídico
estrito

Prof. Wangney Ilco 75 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Obs.: Teoria dos atos próprios e princípio da boa-fé objetiva: são temas
que se relacionam mais intimamente à Teoria Geral dos Contratos, que veremos
em aula própria, ok? Por ora, basta sabermos que a boa-fé objetiva corresponde
à lealdade e à confiança nas relações jurídicas, coibindo o abuso de direito (ato
ilícito) e impondo deveres aos contraentes. Já a teoria dos atos próprios
representa uma das funções do princípio da boa-fé objetiva, significando uma
limitação ao abuso de direito ao proteger a parte de uma relação jurídica contra
o comportamento contraditório da outra parte em comparação aos seus atos
anteriores.
Art. 187 do CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu
fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
(Limitação ao abuso de direito – função corretiva do princípio da
boa-fé objetiva)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão
do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-
fé. (Função integrativa do princípio da boa-fé objetiva.)

2 - Negócio jurídico

2.1-Classificações

2.1.1-Quanto ao número de partes

receptício
unilaterais
não receptício
Quanto ao número
de partes simples
bilaterais
sinalagmático

plurilaterais

2.1.2-Quanto ao tempo que produzem efeitos


Quanto ao tempo que produzem efeitos, os negócios jurídicos podem
ser: inter vivos e causa mortis.

Prof. Wangney Ilco 76 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Quanto ao tempo em
que produzem efeitos

Inter vivos Causa mortis

2.1.3-Quanto às vantagens que produzem


Quanto às vantagens que produzem, os negócios jurídicos podem ser: a
título gratuito ou oneroso.

gratuito
Quanto às
vantagens que comutativos
produzem
oneroso

aleatórios

2.1.4-Quanto à forma
Quanto à forma, os negócios jurídicos podem ser: solenes (formais) e
não solenes (não formais). Os solenes requerem uma forma especial,
prescrita em lei. Nos negócios jurídicos não solenes (não formais) a forma é
livre, não há formalidades especiais, podendo ser celebrados até de forma
verbal.

Quanto à forma

solenes não solenes

2.2-Elementos essenciais

Prof. Wangney Ilco 77 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

agente capaz lícito

Gerais objeto possível

forma prescrita determinado


Elementos ou não defesa ou
essenciais em lei determinável

Particulares relacionado à forma prescrita ou


(especiais) não defesa em lei

2.2.1-Agente capaz

absolutamente caso não, ato


representado
incapaz nulo

relativamente caso não, ato


assistido
incapaz anulável

A incapacidade relativa de uma


das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio

nem aproveita aos co-interessados


capazes

salvo se, neste caso, for indivisível


o objeto do direito ou da obrigação
comum

2.2.2-Objeto
Para ato ser válido, é necessário que o objeto seja lícito, possível,
determinado ou determinável.

Prof. Wangney Ilco 78 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Ato
Válido

Determinado
Lícito Possível ou
determinável

A impossibilidade inicial do objeto

não invalida o negócio jurídico se for relativa

ou se cessar antes de realizada a condição a que ele


estiver subordinado.

2.2.3-Forma
a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial,
senão quando a lei expressamente a exigir (art. 107 do CC).

constituição
A escritura de direitos reais
pública é transfererência sobre imóveis de
essencial à valor superior a
validade dos trinta vezes o
negócios modificação maior salário
jurídicos que mínimo vigente no
visem renúncia país.

Não dispondo a
lei em contrário

ainda que o seu


autor haja feito a
reserva mental de
não querer o que
manifestou salvo se dela o
A manifestação de
destinatário tinha
vontade subsiste
conhecimento.

Prof. Wangney Ilco 79 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

O silêncio importa anuência

quando as
circunstâncias ou não for necessária a
os usos o E declaração de vontade
autorizarem expressa

Forma LIVRE

Forma ÚNICA

Espécies de
forma Forma ESPECIAL Forma PLURAL

Forma GENÉRICA

Forma
CONTRATUAL

2.2.4-Elementos acidentais
Ao contrário dos elementos essenciais, que são requisitos de validade do
negócio jurídico, os elementos acidentais podem (ou não) estar presentes,
portanto, são facultativos. São elementos acidentais: a condição, o termo e o
encargo (modo).

Elementos acidentais

condição termo encargo


(modo)

2.2.4.1- Condição

Prof. Wangney Ilco 80 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

derivando exclusivamente
da vontade das partes
Condição é a
cláusula que
futuro
subordina o efeito do
negócio jurídico a evento
incerto

Invalidam os negócios jurídicos que


lhes são subordinados, as condições

física ou incompreensíveis ou
juridicamente ilícitas contraditórias
impossíveis

quando ou de fazer
suspensivas coisa ilícita

Condição suspensiva Condição resolutiva

• Enquanto esta não se verificar, • Enquanto esta se não realizar,


não se terá adquirido o direito. vigorará o negócio jurídico
• Exerce-se o direito desde a
•Exemplo: o pai que dará um conclusão do negócio até a
carro para o filho, se o filho condição resolutiva.
passar no concurso •Exemplo: o pai que pagará as
despesas do filho até que passe
no concurso. Quando for
aprovado, extinguem-se os
pagamentos.

2.2.4.2- Termo

O termo se refere à data de início ou término do negócio jurídico, evento


futuro e certo. Pode ser suspensivo (ou inicial) quando fixa a data de início
da eficácia do negócio jurídico; ou resolutivo (ou final), quando fixa a data
de término dos efeitos do negócio jurídico.

Prof. Wangney Ilco 81 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

suspensivo
fixa a data de início
(inicial)
Termo
resolutivo
fixa a data de término
(final)

computam-se os prazos, excluído


Salvo disposição legal ou
o dia do começo, e incluído o do
convencional em contrário
vencimento

Se o dia do vencimento considerar-se-á prorrogado o prazo


cair em feriado até o seguinte dia útil

Contagem Meado considera-se, em


de prazos o seu décimo quinto dia
qualquer mês,

Os prazos de meses e
ou no imediato, se faltar exata
anos expiram no dia de
correspondência
igual número do de início

Os prazos fixados por


contar-se-ão de minuto a minuto
hora

2.2.4.3- Encargo (ou modo)

O encargo (ou modo) é uma cláusula acessória de certa liberalidade


concedida, que impõe um ônus ou uma obrigação, mas sem caráter de
contraprestação. Por exemplo, a doação de um terreno, com o encargo de que
nele seja construída uma escola.

2.2.5-Invalidade do negócio jurídico


A invalidade do negócio jurídico pode estar caracterizada pela
inexistência do ato, ou pela nulidade, que pode ser absoluta ou relativa.

2.2.5.1- Nulidade absoluta

A nulidade será absoluta, quando ferir gravemente algum requisito


fundamental para sua validade. Nesse caso, o ato não produz efeitos. O negócio
jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do
tempo (art. 169 do CC). Ou seja, não é passível de saneamento do defeito.

Prof. Wangney Ilco 82 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

celebrado por pessoa absolutamente incapaz

for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto

o motivo determinante, comum a ambas as partes, for


ilícito

não revestir a forma prescrita em lei

É nulo o
negócio for preterida alguma solenidade que a lei considere
jurídico essencial para a sua validade
quando
tiver por objetivo fraudar lei imperativa

a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a


prática, sem cominar sanção

mas subsistirá substância


o que se E
simulado
dissimulou, se
válido for na
forma

qualquer interessado

As nulidades podem ser


alegadas por Ministério Público, quando lhe couber
intervir

aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas


diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
Haverá transmitem
simulação nos
negócios contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não
jurídicos verdadeira
quando:
os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-
datados

Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos


contraentes do negócio jurídico simulado

Prof. Wangney Ilco 83 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aparentemente há um negócio, mas


na essência, internamente, as partes
não desejam o negócio.
Absoluta

Envolve preceitos de ordem pública - é


nulo de pleno direito

Simulação
Aparentemente há um negócio, mas na
essência, internamente, um outro
negócio foi celebrado (dissimulado)
Relativa
O ato simulado é nulo e o dissimulado
poderá ser validado se for válido na
substância e na forma.

2.2.5.2- Nulidade relativa

A nulidade relativa ocorre quando o ato é anulável, pois a ofensa não


foi ao interesse público, mas ao interesse particular. A anulação pode ser
concedida a pedido do interessado.

por incapacidade relativa do agente

É anulável o
negócio jurídico:
por vício resultante de erro, dolo, coação,
estado de perigo, lesão ou fraude
contra credores.

Além dos casos expressamente declarados na lei

2.2.5.3- Resumo: nulidade absoluta x relativa

Vamos rever rapidamente, nos quadros a seguir, algumas das principais


distinções entre a nulidade absoluta e a nulidade relativa, para fins de
fortalecimento dos conceitos anteriormente trabalhados.

Prof. Wangney Ilco 84 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Nulidade absoluta Nulidade relativa

• Efeitos "ex tunc" - retroagem • Efeitos "ex nunc" - não retroage


• deve ser pronunciada de ofício • não pode ser pronunciada de
pelo juiz ofício pelo juiz
• não é suscetível de confirmação • é suscetível de confirmação
• imprescritível • prazo decadencial

Obs.: PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: tem


fundamento na chamada função social dos contratos, que se origina da
Constituição Federal/88, tendo por base o princípio da livre iniciativa (art. 1º,
IV, CF/88) e a admissão da função social da propriedade como direito
fundamental (art. 5º, XXIII, CF/88).

2.2.5.4- Conversão e convalidação

A conversão dos negócios jurídicos está prevista no art. 170 do CC e


significa que o negócio jurídico nulo poderá ser convertido em outro de natureza
diferente (princípio da conservação dos negócios jurídicos), atendidos alguns
requisitos. Portanto, a regra, conforme previsão legal, é que a nulidade do
negócio não pode ser suprida, nem sanada; a exceção é o caso de conversão.
Ressalta-se que as partes devem desejar a conversão do negócio, em respeito
à autonomia privada.
Assim, é possível perceber que a conversão pressupõe a existência de
elementos objetivos (pressupostos de existência: agente, vontade, objeto,
forma; e requisitos de validade: capacidade, liberdade, licitude, adequação.) e
subjetivos (autonomia privada: manutenção da vontade das partes).

Negócio Juridíco Em outro negócio de


NULO natureza diferente

CONVERSÃO Visa a manutenção da autonomia privada


(vontade das partes)

Os elementos fáticos do negócio nulo,


permitem a sua conversão em outro

Prof. Wangney Ilco 85 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Por outro lado, os negócios jurídicos anuláveis podem ser convalidados,


tornando-se negócios válidos (Exemplo: Art. 176. Quando a anulabilidade do
ato resultar da falta de autorização de terceiro, será validado se este a der
posteriormente.). A convalidação pode ser:
• expressa ou tácita (ratificação ou confirmação);
• e pelo decurso do tempo.

Obs.: Concentração: é um termo relacionado ao Direito das Obrigações e pode


ser definido como um ato unilateral de escolha pelo qual determina-se a
qualidade de coisa incerta. Veremos com mais detalhes na aula sobre
obrigações.

3 - Validade e defeitos dos negócios jurídicos.

São defeitos dos negócios jurídicos, tornando-o passível de anulação: o


erro, o dolo, a coação, o estado de perigo, a lesão, e a fraude contra credores.

3.1-Erro

O erro ocorre quando há uma noção falsa sobre alguma coisa, sem que
alguém tenha tido a intenção de enganá-lo, ou seja, você incorreu no engano
por conta própria. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações
de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por
pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio (art. 138
do CC).

Prof. Wangney Ilco 86 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

à natureza do negócio

interessa
ao objeto principal da
declaração
OU
alguma das qualidades
a ele essenciais
concerne à
identidade ou à
O erro é qualidade desde que tenha
substancial essencial da influído nesta de modo
quando: pessoa a quem se relevante
refira a declaração
de vontade

sendo de direito e
não implicando for o motivo único
recusa à aplicação ou principal do
da lei negócio jurídico

3.2-Dolo

Ao contrário do erro, no qual a pessoa incorre em uma noção falsa sobre


alguma coisa, por conta própria (sem que alguém tenha tido a intenção de
enganá-lo), no dolo há intenção de induzir alguém ao erro, ou seja, são
empregados artifícios para enganar alguém em benefício de outro. No ramo do
direito civil, o dolo pode ser classificado em: principal (ou essencial) e acidental.

causa do negócio jurídico


principal (ou
essencial)
negócio jurídico anulável

Dolo
não é a causa do negócio
jurídico
acidental
satisfação por perdas e
danos

Prof. Wangney Ilco 87 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.3-Coação

Coação é a pressão física ou moral que alguém exerce sobre outra


pessoa, seus bens ou honra, de forma a forçar ou induzir a efetivação de um
negócio jurídico.
o sexo

a idade

a condição
No apreciar a
coação, ter-se-ão
em conta a saúde

o temperamento do paciente

e todas as demais circunstâncias que


possam influir na gravidade dela.

Não se considera coação

a ameaça do
exercício o simples temor
normal de um NEM reverencial
direito

O temor reverencial seria o receio de decepcionar uma pessoa pela qual


há algum vínculo afetivo, como por exemplo, receio de magoar um ente familiar
querido.

3.4-Estado de perigo

Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da


necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido
pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa (art. 156 do CC).

Prof. Wangney Ilco 88 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

premido de
necessidade de
salvar-se, ou a
alguem assume pessoa de sua família
Estado de obrigação
perigo excessivamente
onerosa, quando
de grave dano
conhecido pela outra
parte

3.5-Lesão

Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por


inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao
valor da prestação oposta (art. 157 do CC).

Objetivo desproporção
(material) das prestações

Lesão,
requisitos: Premente
necessidade
(urgência)
Subjetivo
Inexperiência
(falta
conhecimento)

ESTADO DE PERIGO: decorre do risco de dano a uma pessoa


LESÃO: decorre do risco de dano ao patrimônio

3.6-Fraude contra credores

A fraude contra credores é o ato praticado pelo devedor para burlar o


direito creditório dos seus credores. Conforme art. 158 do CC, os negócios de
transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão
ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.

Prof. Wangney Ilco 89 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Fraude contra credores Fraude à execução

•É defeito do negócio jurídico, • É incidente do processo,


regulada no direito privado regulada no direito público
(Código Civil). (Código de Processo Civil).

•Ocorre quando o devedor ainda • Pressupõe que exista uma


não responde à nenhuma ação ou demanda (ação) em andamento.
execução.
•Pode ser alegada
•Só pode ser alegada em ação incidentalmente; não depende
pauliana ou revocatória. da propositura de nenhuma
ação específica.
•Exige-se a prova da má-fé do 3.º
adquirente, em se tratando de •Não é exigida a prova da má-fé
negócios onerosos. do 3.º adquirente, visto estar
presumida.

4 - Prescrição e Decadência

4.1-Prescrição

Prescrição é a extinção da pretensão de exercer um direito, uma vez


que o prazo para esse exercício se expirou. Conforme art. 189 do CC, “Violado
o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição,
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206”.

expressa
Renúncia da
prescrição se presume de fatos do
tácita interessado, incompatíveis com
a prescrição

só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro,


depois que a prescrição se consumar

4.1.1-Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição


Existem causas que impedem ou suspendem a prescrição; estão previstas
nos arts. 197 a 199 do CC, e esquematizadas a seguir. O que marcará a
distinção entre quais causas impedem e quais suspendem a prescrição será o

Prof. Wangney Ilco 90 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

início do prazo. Caso o prazo não tenha sido iniciado, a prescrição será
impedida; caso contrário (tendo iniciado a contagem) estará suspensa.

entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal

entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar

entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou


curadores, durante a tutela ou curatela

contra os absolutamente incapazes

contra os ausentes do País em serviço público da União, dos


Estados ou dos Municípios
Não corre a
prescrição contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em
tempo de guerra

pendendo condição suspensiva

não estando vencido o prazo

pendendo ação de evicção

antes da respectiva sentença definitiva, quando a ação se


originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal

4.1.2-Das Causas que Interrompem a Prescrição

por despacho do juiz, mesmo incompetente, que


ordenar a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual

por protesto, nas condições do inciso antecedente

Causas de por protesto cambial


interrupção
da prescrição
pela apresentação do título de crédito em juízo de
inventário ou em concurso de credores

por qualquer ato judicial que constitua em mora o


devedor

por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial,


que importe reconhecimento do direito pelo devedor

Prof. Wangney Ilco 91 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4.1.3-Dos Prazos da Prescrição

• a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres


destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o
pagamento da hospedagem ou dos alimentos
• a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
contra aquele, contado o prazo
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade
civil, da data em que é citado para responder à ação de
indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data
que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da
Em 1 pretensão
ano: • a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça,
serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela
percepção de emolumentos, custas e honorários;
• a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que
entraram para a formação do capital de sociedade anônima,
contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o
laudo;
• a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da
ata de encerramento da liquidação da sociedade

Prof. Wangney Ilco 92 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Em 2 • a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da


data em que se vencerem
anos:

• a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos


ou rústicos;
• a pretensão para receber prestações vencidas de rendas
temporárias ou vitalícias;
• a pretensão para haver juros, dividendos ou
quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em
períodos não maiores de um ano, com capitalização
ou sem ela;
• a pretensão de ressarcimento de enriquecimento
sem causa;
• a pretensão de reparação civil;
• a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos
recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em
que foi deliberada a distribuição;
Em 3 • a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por
anos: violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos
constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação,
aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a
violação tenha sido praticada, ou da reunião ou
assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral
posterior à violação;
• a pretensão para haver o pagamento de título de
crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as
disposições de lei especial;
• a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do
terceiro prejudicado, no caso de seguro de
responsabilidade civil obrigatório.

Em 4 •a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação


anos: das contas

•a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de


instrumento público ou particular;
•a pretensão dos profissionais liberais em geral,
procuradores judiciais, curadores e professores pelos
Em 5 seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços,
anos: da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
•a pretensão do vencedor para haver do vencido o que
despendeu em juízo

Prof. Wangney Ilco 93 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4.2-Decadência

Enquanto a prescrição está associada à extinção da pretensão de exigir


um direito subjetivo, a decadência está associada à extinção de um direito
potestativo. Nesse caso, não há pretensão, pois os direitos potestativos são
aqueles que não admitem contestação, uma vez que dependem da vontade
exclusiva de uma das partes.
A decadência pode ser legal, quando for fixada em lei, ou convencional,
quando estabelecida pelas partes. É nula a renúncia à decadência fixada em lei
(art. 209 do CC). Portanto, não se pode renunciar à decadência legal.

legal quando for fixada em lei

Decadência

quando estabelecida
convencional
pelas partes

4.3-Da Prova

é irrevogável, erro de fato


mas pode ser
confissão
anulada se
decorreu de coação

documento

O fato
jurídico
pode ser testemunha
provado
mediante
As presunções, que não as legais,
presunção não se admitem nos casos em que a
lei exclui a prova testemunhal

Salvo o A recusa à perícia médica ordenada


negócio a que perícia pelo juiz poderá suprir a prova que se
se impõe forma pretendia obter com o exame
especial

Prof. Wangney Ilco 94 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Por fim, qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova


testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova
por escrito (art. 227, §único, CC). Porém, algumas pessoas não podem ser
testemunhas segundo dispõe o art. 228 do CC.

O interessado no litígio, o amigo íntimo ou o


inimigo capital das partes

NÃO podem
ser
testemunhas MENORES de dezesseis anos (absol. incapaz)

Os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e


os colaterais, até o terceiro grau de alguma das
partes, por consangüinidade, ou afinidade.

Obs.: O Estatuto da pessoa com deficiência (Lei nº 13.146/2015) revogou os


incisos II e III do art. 228 do CC abaixo transcritos, o que significa que as
referidas pessoas podem ser admitidas como testemunhas.
II - aqueles que, por enfermidade ou retardamento mental, não tiverem
discernimento para a prática dos atos da vida civil;
III - os cegos e surdos, quando a ciência do fato que se quer provar
dependa dos sentidos que lhes faltam;

Prof. Wangney Ilco 95 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Obrigações

1 - Teoria Geral das obrigações. Direito das obrigações.

Direitos

pessoais reais

relação jurídica
recaem sobre
estabelecida entre
uma coisa.
duas (ou mais)
pessoas. Exemplo:
propriedade.
Exemplo: obrigação.

2 - Fontes das obrigações

fonte imediata das


lei
obrigações

Fontes das contrato


obrigações

fontes mediatas das


atos ilícitos obrigações

atos unilaterais

2.1-Atos unilaterais

Entre as fontes das obrigações, vamos destacar, na sequência, os atos


unilaterais.

Prof. Wangney Ilco 96 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Atos unilaterais

Promessa de Gestão de Pagamento Enriquecimento


Recompensa Negócios Indevido Sem Causa

A Promessa de Recompensa é a que, efetuada por anúncios


públicos, cria obrigação de recompensar ou gratificar a pessoa que preencheu
certa condição ou desempenhou certo serviço. Está disciplinada no art. 854 do
CC, que dispõe que: ”Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a
recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe
certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido”.

A Gestão de Negócios é a que, sem autorização do interessado, a


pessoa intervém na gestão de negócio alheio, presumindo o interesse e a
vontade do dono. Está disciplinada no art. 861 do CC, que dispõe que: ”Aquele
que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio,
dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando
responsável a este e às pessoas com que tratar”.
O Pagamento Indevido é o que cria a obrigação de restituição para
quem recebe pagamento indevidamente. Conforme art. 876 do CC, “Todo
aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir;
obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de
cumprida a condição”.
O Enriquecimento Sem Causa também cria a obrigação de restituição,
conforme art. 884 do CC, que estabelece que “Aquele que, sem justa causa, se
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários”.
2.1.1-Pagamento indevido

Dívida Inexistente

Objetivo OU

Dívida já paga
Pagamento
indevido
Dívida paga por quem
não é devedor
Subjetivo OU

Dívida paga a quem


não é credor

Prof. Wangney Ilco 97 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Súmula 322, STJ: “Para a repetição de indébito, nos contratos de


abertura de crédito em conta-corrente, não se exige prova do
erro”. Verifica-se, neste caso, a prevalência da proteção ao
consumidor, diante de sua hipossuficiência, resultando na
inversão do ônus da prova (art. 6º, VIII do CDC).

arts. 882 e 883 do CC, cuidam de hipóteses onde não cabe a repetição
de indébito:

Repetição de Indébito
AFASTAMENTO

Cumprimento de Pagamento
Pagamento de obrigação efetuado para
dívida já prescrita judicialmente obter fim ilícito,
inexigível proibido por lei ou
imoral

2.1.2-Enriquecimento sem causa


O Enriquecimento Sem Causa, como ato unilateral, também representa
uma fonte de obrigação, na medida em que implica na restituição obrigatória
do que foi indevidamente auferido.
São requisitos para configurar enriquecimento sem causa:

Prof. Wangney Ilco 98 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Enriquecimento de Aumento patrimonial sem causa


quem recebe (accipiens) jurídica

Empobrecimento de Diminuição patrimonial sem causa


quem paga (solvens) jurídica
Requisitos
Há relação de causa e efeito entre
Relação causal entre as
quem enriqueceu sem causa e
partes
quem empobreceu

Inexistência de causa
jurídica prevista em lei
ou pelas partes

Enunciado 35: A expressão “se enriquecer à custa de outrem” do art.


884 do novo Código Civil não significa, necessariamente, que deverá
haver empobrecimento.

3 - Modalidades das obrigações

Obrigações (quanto ao objeto)

De dar De fazer De não fazer


(positivas) (positivas) (negativas)

coisa coisa Fungível INfungível


certa incerta Contrato de
exclusividade
de
determinado
artista
Carro,
Saca de
bicicleta, Apresentação
arroz, um
moto, Tratar um de
cavalo de
camisa jardim determinado
uma
do artista
tropa
flamengo.

Prof. Wangney Ilco 99 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.1-Obrigações de dar

As obrigações de dar se subdividem em obrigações de dar coisa certa


e obrigações de dar coisa incerta. A coisa certa é aquela que é
determinada, e a coisa incerta é a indeterminada (porém, deve ser
determinável).

3.1.1-Obrigações de dar coisa certa

➢ Se a coisa se perder:

antes da tradição,
fica resolvida a
sem culpa do ou pendente a
obrigação para
devedor condição
ambas as partes
suspensiva

com culpa do responderá este e mais perdas e


devedor pelo equivalente danos

➢ Se a coisa se deteriorar:

ou aceitar a coisa,
poderá o credor
sem culpa do abatido de seu
resolver a
devedor obrigação
preço o valor que
perdeu

poderá o credor
com direito a
exigir o
reclamar, em um
com culpa do equivalente, ou
ou em outro caso,
devedor aceitar a coisa no
indenização das
estado em que se
perdas e danos
acha

➢ Se a obrigação for de restituir e esta se perder antes da tradição:

sofrerá o credor a
ressalvados os
sem culpa do perda, e a
seus direitos até o
devedor obrigação se
dia da perda
resolverá

com culpa do responderá este mais perdas e


devedor pelo equivalente danos

Prof. Wangney Ilco 100 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Se, nesse caso (obrigação de restituir e esta se perder antes da


tradição) sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou
trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.

➢ Se a coisa restituível se deteriorar:

recebê-la-á o
sem culpa do sem direito a
credor, tal qual se
devedor ache
indenização

com culpa do responderá este mais perdas e


devedor pelo equivalente danos

Em resumo, temos as seguintes regras sobre a obrigação de dar coisa certa:

Obrigação Situação da coisa Sem culpa Com culpa


Dar a coisa Perda da coisa Resolve a Pode o credor: Valor
(art. 234) obrigação para as equivalente + Perdas
partes e danos
Dar a coisa Deterioração da coisa Credor pode: O credor pode:
(arts. 235 e 236) 1) Resolve a 1) Valor equivalente
obrigação ou + Perdas e danos
2) Receber a coisa ou
com abatimento no 2) Receber a coisa
preço com abatimento no
preço + Perdas e
danos
Restituir a Perda da coisa Resolve a Valor equivalente +
coisa (arts 238 e 239) obrigação para as Perdas e danos
partes
Restituir a Deterioração da coisa O credor recebe a O credor pode:
coisa (art. 240) coisa na forma em 1) Valor equivalente
que se encontrar + Perdas e danos
ou
2) Receber a coisa
com abatimento no
preço + Perdas e
danos

Prof. Wangney Ilco 101 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.1.2-Obrigações de dar coisa incerta


A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela
quantidade. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha
ou concentração pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título
da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar
a melhor.

3.2-Obrigações de fazer

A obrigação de fazer pode ser personalíssima (infungível), quando


somente puder ser executada pelo devedor, impessoal (fungível) quando
puder ser executada por terceiros, e consistente em emitir declaração de
vontade, quando deriva de um contrato preliminar.

➢ Se a prestação do fato tornar-se impossível:

sem culpa do resolver-se-á a


devedor obrigação

com culpa do responderá por


devedor perdas e danos

3.3-Obrigações de não fazer

Ao contrário das obrigações de dar e de fazer, que são obrigações


positivas; as obrigações de não fazer são obrigações negativas, ou seja, a
obrigação é de abster-se, isto é, de não praticar determinado ato.
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não
praticar.

3.4-Obrigações cumulativas ou conjuntivas

As obrigações cumulativas podem ser chamadas também de


conjuntivas. São necessariamente obrigações compostas ou objetivamente
complexas. Dá-se, assim, a obrigação cumulativa ou conjuntiva sempre que,
havendo mais de um objeto a que o devedor se obriga, todos devem ser
cumpridos, sob pena de inadimplemento absoluto da obrigação.

Prof. Wangney Ilco 102 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.5-Obrigações alternativas ou disjuntivas

Nas obrigações alternativas, há


possibilidade de escolha

sendo que a escolha cabe ao


devedor

se outra coisa não se estipulou

Porém, o devedor não pode obrigar o credor a receber parte em uma


prestação e parte em outra. Quando a obrigação for de prestações periódicas,
a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.

3.6-Obrigações divisíveis e indivisíveis

Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação


divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas,
quantos os credores ou devedores.

A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma


coisa ou um fato não suscetíveis de divisão

por motivo de dada a razão


por sua ordem determinante do
OU OU
natureza
econômica negócio jurídico

a todos conjuntamente
Se a pluralidade for dos
credores, poderá cada um destes
exigir a dívida inteira; mas o
devedor ou devedores se dando este caução de
desobrigarão, pagando: a um ratificação dos outros
credores

Atenção: Perde a qualidade de indivisível a


obrigação que se resolver em perdas e danos. Enunciado nº 570 da Jornada
de Direito Civil é neste sentido: “Havendo perecimento do objeto da
prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos

Prof. Wangney Ilco 103 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas


perdas e danos”.

3.7-Obrigações solidárias

Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um


credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à
dívida toda.

A solidariedade não se presume

resulta da lei da vontade das


OU partes

3.7.1-Solidariedade ativa
Na solidariedade ativa cada um dos credores solidários tem direito a
exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.

Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros

cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do


crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário

salvo se a obrigação for indivisível

Atenção: Convertendo-se a prestação em


perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

Prof. Wangney Ilco 104 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

CONTRÁRIO A NÃO ATINGE


UM DOS OS DEMAIS
CREDORES CREDORES

FAVORÁVEL A FAVORECE OS
UM DOS DEMAIS
CREDORES CREDORES

3.7.2-Solidariedade passiva
O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial,
todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Atenção: Não importará renúncia da solidariedade a propositura de
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Se um dos devedores solidários falecer deixando
herdeiros

nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota


que corresponder ao seu quinhão hereditário

salvo se a obrigação for indivisível

mas todos reunidos serão considerados como um


devedor solidário em relação aos demais devedores

Impossibilitando-se subsiste para mas pelas perdas


a prestação por culpa todos o encargo e danos só
de um dos devedores de pagar o responde o
solidários equivalente culpado

mas o culpado
ainda que a ação
Todos os devedores responde aos
tenha sido
respondem pelos outros pela
proposta somente
juros da mora obrigação
contra um
acrescida

Prof. Wangney Ilco 105 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4 - Transmissão das obrigações

Pois bem, as obrigações são transmitidas sob dois aspectos:

Causa Mortis => Direito das sucessões

Transmissão
das
Obrigações Cessão de crédito
Inter vivos- (pólo ativo)
Direito das
obrigações
Assunção de dívida
(pólo passivo)

a natureza da obrigação

se a isso não a lei


se opuser
O credor OU
pode ceder a convenção com o
o seu devedor
crédito

a cláusula
proibitiva da
cessão não se não constar do instrumento
poderá ser oposta da obrigação
ao cessionário de
boa-fé

na cessão de um
Salvo disposição todos os seus
crédito
em contrário acessórios.
abrangem-se

o o cedente não
Salvo estipulação responde pela
em contrário solvência do
devedor

Prof. Wangney Ilco 106 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

ficando exonerado o
devedor primitivo
É facultado a
terceiro com o
assumir a consentimento
obrigação do expresso do credor
devedor salvo se aquele, ao
tempo da assunção,
era insolvente e o
credor o ignorava

Cessão de crédito ➔ NÃO DEPENDE da anuência do devedor

Assunção de dívida ➔ DEPENDE da anuência do credor

5 - As formas de extinção das obrigações

5.1-Do pagamento

os requisitos considerados essenciais para a validade do


pagamento:

Existência do vínculo Sujeito ativo x Sujeito passivo =


prestação obrigacional
obrigacional economicamente viável

O pagamento decorre de uma


Intenção de solvê-lo ação voluntária

O devedor só se libera
Requisitos pagando exatamente o que
deve
Essenciais Cumprimento exato
da prestação
O credor não pode ser
compelido a receber coisa
diversa da pactuada mesmo
que mais valiosa

A pessoa que efetua o


pagamento (solvens)

A pessoa que recebe o


pagamento (accipiens)

Prof. Wangney Ilco 107 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5.1.1-De quem deve pagar

O devedor (é o mais comum)

Podem efetuar o
O terceiro interessado (art. 304, caput do CC)
pagamento

O terceiro não interessado (art. 304, § único do CC)

se o devedor tinha
meios para ilidir a
O pagamento feito ação
por terceiro, com não obriga a
desconhecimento reembolsar aquele
ou oposição do que pagou
devedor

5.1.2-Daqueles a Quem se Deve Pagar


O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o
represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto
reverter em seu proveito.

Válido o pagamento feito a terceiro


quando:

For feito ao
Se reverter em
For ratificado credor putativo,
proveito do
pelo credor OU OU desde que haja
credor
boa-fé

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o


represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto
reverter em seu proveito.

5.1.3-Do Objeto do Pagamento e Sua Prova


O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida,
ainda que mais valiosa. Portanto, o credor não é obrigado a receber algo
diferente do que foi acertado entre as partes, mesmo que seja mais valioso do
que o combinado.

Prof. Wangney Ilco 108 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, o credor não
pode ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não
se ajustou.
Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última
estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as
anteriores.

5.1.4-Do Lugar do Pagamento

Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor,


salvo se

as partes convencionarem
diversamente se o contrário resultar

da natureza da das
da lei
obrigação circunstâncias

Dívida Quesível Dívida Portável


(quérable) (portable)

Paga no domicílio Paga no domicílio


do DEVEDOR do CREDOR

A regra é que a dívida seja paga no domicílio do devedor.

5.1.5-Do Tempo do Pagamento


Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para
o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
Em regra, o credor não poderá cobrar a dívida antes do seu vencimento.
No entanto, nos casos a seguir, é dado ao credor o direito de cobrar a dívida de
forma antecipada (art. 333, CC):

Prof. Wangney Ilco 109 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

no caso de falência do devedor, ou de concurso


de credores (insolvência civil)

Ao credor assistirá o
se os bens, hipotecados ou empenhados, forem
direito de cobrar a dívida
penhorados em execução por outro credor
antes de vencido o prazo
estipulado no contrato ou
marcado neste Código:
se cessarem, ou se se tornarem insuficientes,
as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o
devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Exemplo: desapropriação do bem dado em
garantia

5.2-Do pagamento em consignação

receber o pagamento,
se o credor não puder, ou,
ou dar quitação na
sem justa causa, recusar
devida forma
se o credor não for, nem a coisa no lugar, tempo
mandar receber e condição devidos

incapaz de receber
A
consignação desconhecido
tem lugar:
se o credor for declarado ausente
se ocorrer dúvida sobre
quem deva legitimamente residir em lugar
receber o objeto do incerto ou de acesso
pagamento perigoso ou difícil

se pender litígio sobre o


objeto do pagamento

5.3-Do pagamento com sub-rogação

A sub-rogação ocorre quando um terceiro efetua o pagamento para o


credor, de forma que esse terceiro que pagou a dívida sub-roga-se nos direitos
do credor.

Prof. Wangney Ilco 110 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

A sub-rogação é
convencional:

quando terceira pessoa


quando o credor recebe empresta ao devedor a
o pagamento de terceiro quantia precisa para
solver a dívida

sob a condição expressa


e expressamente lhe
de ficar o mutuante sub-
transfere todos os seus
rogado nos direitos do
direitos
credor satisfeito

5.4-Da imputação do pagamento

A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um


só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos
forem líquidos e vencidos.

Pelo devedor (a regra): arts. 314,


352 e 353 do CC

Imputação
do Pelo credor: art. 353 do CC
pagamento

Em razão de determinação legal:


CC art. 355

Prof. Wangney Ilco 111 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Havendo capital e primeiro nos juros salvo estipulação em


juros o pagamento vencidos contrário
imputar-se-á

ou se o credor passar
e depois no capital a quitação por conta
do capital

5.5-Da dação em pagamento

O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é


devida. A dação em pagamento ocorre quando o devedor entrega, com
consentimento do credor, prestação diversa da que foi acertada entre as partes.

5.6-Da novação

A novação é a substituição da obrigação anterior por uma nova obrigação.

quando o devedor contrai com o para extinguir e


credor nova dívida substituir a anterior

Dá-se a quando novo devedor sucede ao ficando este quite


novação: antigo com o credor

quando, em virtude de obrigação


ficando o devedor
nova, outro credor é substituído
quite com este
ao antigo

Logo, a novação extingue uma obrigação, mas


cria uma nova obrigação em seu lugar.

5.7-Da compensação

A compensação efetua-se entre


dívidas

de coisas
líquidas vencidas E fungíveis

Prof. Wangney Ilco 112 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

A diferença de causa nas dívidas não


impede a compensação, exceto:

se uma se
se provier de se uma for de
originar de
esbulho, coisa não
comodato,
furto ou suscetível de
depósito ou
roubo penhora
alimentos

5.8-Da confusão

Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as


qualidades de credor e devedor. A confusão pode verificar-se a respeito de
toda a dívida, ou só de parte dela. A confusão operada na pessoa do credor ou
devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte
no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.

5.9-Da remissão das dívidas

A remissão (perdão) da dívida, aceita pelo devedor, extingue a


obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. A devolução voluntária do título da
obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus
co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.

6 - A inexecução das obrigações

Caso a obrigação não seja cumprida, o devedor responderá por perdas


e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Todos os bens do
devedor respondem pelo inadimplemento das obrigações.

o contratante responde
e por dolo aquele
Nos contratos por simples culpa, a
a quem não
benéficos quem o contrato
favoreça
aproveite

Nos contratos cada uma das partes salvo as exceções


onerosos responde por culpa previstas em lei

Prof. Wangney Ilco 113 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

6.1-Da mora

Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o


credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade
pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas
em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao
devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o
da sua efetivação.
Purga-se a mora, ou seja, elimina-se a mora, extinguindo-a, conforme
ilustrado a seguir.

oferecendo este a prestação mais


por parte do a importância dos prejuízos
devedor decorrentes do dia da oferta
Purga-se a
mora:

oferecendo-se este a receber o


por parte do pagamento e sujeitando-se aos
credor efeitos da mora até a mesma data

6.2-Das perdas e danos

Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos


devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.

PERDAS E DANOS = DANO EMERGENTE + LUCRO


CESSANTE
6.3-Dos juros legais

Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem


taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados
segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos
devidos à Fazenda Nacional.

6.4-Da cláusula penal

A cláusula penal é um acordo entre as partes para que caso a obrigação


não seja cumprida, por culpa do devedor, ou haja mora em seu cumprimento,
o devedor seja penalizado. Conforme art. 408 do CC, incorre de pleno direito o
devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

Prof. Wangney Ilco 114 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Compensatória
Em caso de inadimplemento
(Obrig. princ. completo ou para garantir execução de
OU cláusula especial.
Multa)
Cláusula
Penal
Moratória
(Obrig. princ. Em caso de atraso no cumprimento da
+ obrigação - MORA.
Multa)

6.5-Das arras ou sinal

Arras é o sinal que é dado em garantia de pagamento. Conforme art. 417


do CC, se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título
de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução,
ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da
principal.

Prof. Wangney Ilco 115 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Teoria Geral dos contratos.

1 - Princípios dos contratos

•está associada à liberdade de contratação das partes e


do conteúdo do contrato
Autonomia
da Vontade •pode sofrer restrições, pois a "liberdade de contratar
será exercida em razão e nos limites da função
social do contrato" (art. 421 do CC).

•"pacta sunt servanda" = os acordos devem ser


cumpridos
•importante para segurança jurídica, mas pode
Obrigatoriedade sofrer restrições, pois cláusulas abusivas não
exigem cumprimento.
•está relacionado ao princípio do equilíbrio
econômico do contrato.

•"rebus sic stantibus" = retornar às coisas como


eram, teoria da imprevisão
•exceção ao princípio da obrigatoriedade. Assim, se a
Revisão prestação de uma das partes se tornar excessivamente
onerosa, com extrema vantagem para a outra, em
virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis, o devedor poderá pedir a resolução do
contrato

•em regra, os contratos vinculam apenas as partes.


Relatividade Mas podem atingir os sucessores e temos como
exceção a estipulação em favor de terceiro

Consensualismo •em regra, a manifestação da vontade não depende


ou de forma especial, senão quando a lei
Consentimento expressamente exigir

•"Os contratantes são obrigados a guardar, assim na


Boa-fé conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé" (art. 422 do CC).

➢ Princípio da autonomia privada => Princípio da boa-fé


objetiva: pelo princípio da autonomia privada, prevalece a
liberdade das partes de estipular as cláusulas contratuais, criando
direitos e obrigações. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Prof. Wangney Ilco 116 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao


exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na
conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e
boa-fé.

➢ Princípio da Relatividade => Princípio da Função Social: pelo princípio


da relatividade, as obrigações e deveres contratuais abrangem somente as
partes contratantes, não alcançam terceiros.
Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites
da função social do contrato.
➢ Princípio da obrigatoriedade => Princípio do Equilíbrio Econômico: O
princípio da obrigatoriedade representa o pacta sunt servanda (o contrato
deve ser cumprido).
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa,
com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.

• Teoria da Imprevisão: cláusula rebus sic stantibus.


• Teoria do adimplemento substancial: ocorre quando o contrato
estiver sido significativamente cumprido ou quase integralmente
executado, e a mora for irrelevante, não ocorrendo a extinção contratual.
Destaca-se que a herança de pessoa viva não pode ser objeto de
contrato.

Prof. Wangney Ilco 117 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Classificação dos Contratos

BILATERAL
UNILATERAL -Ou sinalagmático
- duas partes com PLURILATERAL
-existência de apenas responsabilidades -mais de duas partes no
uma parte recíprocas: devedor e contrato.
credor. -Ex: Consórcio
-Ex: doação pura,
depósito e comodato -Ex: compra e venda

ONEROSO GRATUITO
-As partes auferem vantagens -Somente uma parte obtem
- Deve ser pelo menos bilateral vantagem.
-Ex: Contrato de locação - Em regra, é unilateral.
- Ex: Doação pura

Comutativo Aleatório
-As partes são equivalentes entre si, -As partes não se equivalem
possuindo prestação e -Prestações inexistentes ou
contraprestação. desproporcionais.
- Ex.: Contrato de compra e venda -Ex.: Contrato de Seguro

Prof. Wangney Ilco 118 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Consensual Real
-Formado a partir da proposta e -Formado a partir da entrga efetiva
aceitação. do produto.
--Ex: Compra e venda - Ex: contrato de depósito e de
mútuo.

➢ Contratos solenes: precisam observar certas formalidades em acordo entre


as partes ou previstas em lei.
➢ Contratos não solenes: não precisam de formalidades, mas da aceitação
entre as partes.
➢ Contratos principais: não dependem de outros. Existem por conta própria.
➢ Contratos acessórios: dependem do contrato principal para existir.
➢ Contratos paritários: as cláusulas são negociadas pelas partes, nos termos
da lei e da vontade das partes.
➢ contratos de adesão: não há espaço para negociação entre as partes. São
contratos prontos e inflexíveis.

➢ Contratos de execução instantânea ou imediata: consumados em


apenas um ato e cumpridos logo após a sua celebração
➢ Contratos de execução diferida: cumpridos em apenas um ato, porém em
momento futuro.
➢ Contratos de trato sucessivo ou de execução continuada: aqueles
consumados mediante atos contínuos e reiterados.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas
gerais fixadas neste Código.
contratos preliminares:

exceto quanto à
forma
deve conter todos
os requisitos
O contrato
essenciais ao
preliminar
contrato a ser
celebrado.

Prof. Wangney Ilco 119 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3 - Formação dos contratos

dos termos dela


A
proposta obriga o se o contrário da natureza do
de proponente não resultar negócio
contrato OU
das
circunstâncias
do caso

feita sem não foi imediatamente aceita.


prazo a Considera-se também presente a
pessoa pessoa que contrata por telefone ou
presente por meio de comunicação semelhante

feita sem
tiver decorrido tempo suficiente para
prazo a
Deixa de chegar a resposta ao conhecimento do
pessoa
ser proponente
ausente
obrigatória
a proposta,
se: feita a pessoa não tiver sido expedida a resposta
ausente dentro do prazo dado

antes dela, ou chegar ao conhecimento da outra


simultaneamente parte a retratação do proponente

quando considerada inexistente a aceitação


(se antes dela ou com ela chegar ao
Os contratos entre
proponente a retratação do aceitante)
ausentes tornam-se
perfeitos desde que a
aceitação é expedida, se o proponente se houver comprometido a
exceto: esperar resposta

se ela não chegar no prazo convencionado

Obs.: Art. 434, caput: Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde
que a aceitação é expedida (...)
Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto
(art. 435 do CC). Portanto, quando o contrato é entre presentes, considera-se
celebrado onde o contrato foi proposto. Se for entre ausentes, será onde a
proposta foi expedida.

Prof. Wangney Ilco 120 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4 - Estipulação em favor de terceiro

Na estipulação a favor de terceiro existe uma terceira pessoa que não


participou da formação do contrato. Exemplo é o contrato de seguro, no qual o
terceiro beneficiado não participou diretamente da relação contratual.

5 - Promessa de fato de terceiro

Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e


danos, quando este não o executar. Tal responsabilidade não existirá se o
terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser
praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum
modo, venha a recair sobre os seus bens.

6 - Vícios redibitórios

Vícios redibitórios são defeitos ocultos, que tornam a coisa imprópria


ao uso a que se destina ou diminuem o seu valor. A coisa recebida em virtude
de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a
tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor (art. 441
do CC). O disposto anteriormente aplica-se às doações onerosas.

Se o alienante

conhecia o vício não conhecia o


ou defeito da vício ou defeito da
coisa coisa

tão-somente restituirá o
restituirá o que recebeu valor recebido, mais
com perdas e danos as despesas do
contrato

O adquirente se a coisa for


decai do direito em 30 dias
móvel
de obter a
redibição ou
abatimento no
preço em um ano se for imóvel

Prof. Wangney Ilco 121 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

7 - Evicção

Evicção é a perda de um bem, por ter sido reinvindicado por seu


dono legítimo, por força de uma sentença judicial ou ato administrativo
que reconheceu o direito anterior de terceiro, denominado evictor.

por cláusula
expressa
reforçar, diminuir
ou excluir a
As partes podem
responsabilidade
pela evicção

Salvo estipulação em contrário, o evicto tem direito, além da


restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

à indenização dos à indenização


frutos que tiver pelas despesas às custas judiciais
sido obrigado a dos contratos
restituir

e pelos prejuízos
que diretamente e aos honorários do
resultarem da advogado por ele
evicção constituído

Prof. Wangney Ilco 122 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

8 - Contratos aleatórios

Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros,


cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro
direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua
parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a
existir (art. 458 do CC).

Contrato oneroso Evento futuro e


incerto
Contratos
Aleatórios
Ex: Colheita futura. O Exceto dolo ou
comprador assume os culpa do
riscos da safra não existir vendedor

9 - Contrato com pessoa a declarar

No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se


a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as
obrigações dele decorrentes (art. 467 do CC).

O contrato será eficaz somente entre os


contratantes originários:

se não houver se a pessoa


indicação de nomeada era
pessoa insolvente

e a outra pessoa o
ou se o nomeado se desconhecia no
recusar a aceitá-la momento da
indicação

10 - Extinção do contrato: normal e anormal

A maneira normal de extinção dos contratos é pelo seu adimplemento


ou execução. Todavia, o contrato poderá ser extinto antes de atingir o seu
objetivo. É a chamada extinção anormal do contrato. Então, pode haver

Prof. Wangney Ilco 123 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

extinção do contrato por distrato, cláusula resolutiva, exceção de contrato


não cumprido, ou resolução por onerosidade excessiva.

Extinção do contrato

exceção de resolução por


cláusula
distrato contrato não onerosidade
resolutiva
cumprido excessiva

Cláusula Solve et repete ➔ tem fundamento


no princípio da autonomia de vontade. Representa a cláusula inserida no
contrato que obriga o contratante a cumprir a sua obrigação, mesmo
diante do descumprimento da obrigação do outro, para que possa questionar o
descumprimento e exigir perdas e danos. Ou seja, trata-se de uma renúncia
ao direito de opor a exceção do contrato não cumprido.

Prof. Wangney Ilco 124 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Contratos em espécies

1 - Contratos em espécie

1.1-Compra e venda

Se houver contradição
ou diferença com a
Se a venda se entender-se-á que maneira pela qual se
realizar à vista o vendedor descreveu a coisa no
de amostras, assegura ter a coisa contrato
protótipos ou as qualidades que a
modelos elas correspondem prevalece a amostra, o
protótipo ou o
modelo

Salvo de escritura e
a cargo do comprador
cláusula em registro
contrário,
ficarão as
despesas
da tradição a cargo do vendedor

A venda de ascendente a
descendente

é anulável

salvo se os outros descendentes e o


cônjuge do alienante expressamente
houverem consentido.

Dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de


bens for o da separação obrigatória.

Prof. Wangney Ilco 125 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

pelos tutores,
curadores, os bens confiados à sua guarda ou
testamenteiros e administração
administradores

os bens ou direitos da pessoa


pelos servidores jurídica a que servirem, ou que
públicos, em geral estejam sob sua administração
direta ou indireta
Sob pena de
nulidade, pelos juízes,
não podem secretários de os bens ou direitos sobre que se
ser tribunais, litigar em tribunal, juízo ou
comprados, arbitradores, peritos e conselho, no lugar onde servirem,
ainda que outros serventuários ou a que se estender a sua
em hasta ou auxiliares da autoridade
pública: justiça

pelos leiloeiros e seus os bens de cuja venda estejam


prepostos encarregados

Essas proibições estendem-se à cessão de crédito

Essa proibição não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre


co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já
pertencentes a essas pessoas.

1.2-Troca ou permuta

A troca ou permuta ocorre quando as partes acordam a transferência


de uma coisa de propriedade de uma das partes por uma coisa de propriedade
da outra parte.
Troca ou permuta

• salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por


metade as despesas com o instrumento da troca;

•é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes,


sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante

Prof. Wangney Ilco 126 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3-Contrato Estimatório

O contrato estimatório é o contrato pelo qual ocorre a venda em


consignação. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada.

1.4-Doação

Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade,


transfere bens ou vantagens do seu patrimônio para o de outra. O doador pode
fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde
que o donatário, ciente do prazo, dentro dele não faça a declaração, entender-
se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.

Podem ser revogadas por


Não se revogam por ingratidão: ingratidão as doações:

• as doações puramente • se o donatário atentou contra a


remuneratórias; vida do doador ou cometeu crime
• as oneradas com encargo já de homicídio doloso contra ele;
cumprido; • se cometeu contra ele ofensa
• as que se fizerem em física;
cumprimento de obrigação • se o injuriou gravemente ou o
natural; caluniou;
• as feitas para determinado • se, podendo ministrá-los,
casamento. recusou ao doador os alimentos
de que este necessitava.

Prof. Wangney Ilco 127 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.5-Locação de Coisas

O locador é obrigado: O locatário é obrigado:

a entregar ao locatário a coisa a servir-se da coisa alugada para os


alugada, com suas pertenças, em usos convencionados ou
estado de servir ao uso a que se presumidos, conforme a natureza
destina, e a mantê-la nesse estado, dela e as circunstâncias, bem como
pelo tempo do contrato, salvo tratá-la com o mesmo cuidado como
cláusula expressa em contrário se sua fosse

a pagar pontualmente o aluguel nos


a garantir-lhe, durante o tempo do prazos ajustados, e, em falta de
contrato, o uso pacífico da coisa ajuste, segundo o costume do lugar

a levar ao conhecimento do locador


as turbações de terceiros, que se
pretendam fundadas em direito

a restituir a coisa, finda a locação,


no estado em que a recebeu, salvas
as deteriorações naturais ao uso
regular

Prazo certo ou >= 30 meses - escrito


Residencial
Prazo indeterminado ou <= 30 meses -
escrito ou verbal

Locação Locação comercial com ou sem direito à


Não-
(lei 8.245/91) renovatória. Também pode envolver a
residencial
prestação de serviços.

Especial Locação por temporada - máx. 90 dias

Prof. Wangney Ilco 128 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6-Empréstimo

O empréstimo pode ser de:

comodato mútuo

empréstimo gratuito de empréstimo de coisas


coisas não fungíveis fungíveis

se o mútuo for de
até a próxima produtos agrícolas,
colheita assim para o consumo,
como para semeadura
Não se tendo
convencionado de trinta dias, pelo
expressamente se for de dinheiro
menos
o prazo do mútuo
será:
do espaço de tempo
se for de qualquer outra
que declarar o
coisa fungível
mutuante

1.7-Prestação de serviço

A prestação de serviço é o contrato no qual uma das partes presta um


serviço mediante remuneração da outra parte. A prestação de serviço, que não
estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições
do CC.

Dar-se-á o aviso:

com antecedência com antecipação de


de véspera
de oito dias quatro dias

se o salário se houver se o salário se tiver quando se tenha


fixado por tempo de ajustado por contratado por
um mês, ou mais semana, ou quinzena menos de sete dias

Prof. Wangney Ilco 129 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.8-Empreitada

O empreiteiro de uma obra pode


contribuir para execução da obra

só com seu com seu trabalho e


trabalho com os materiais

Quando o empreiteiro fornece


os materiais, correm por sua
Se o empreiteiro conta os riscos até o momento
só forneceu mão- da entrega da obra, a contento
de-obra, todos os de quem a encomendou, se
riscos em que não este não estiver em mora de
tiver culpa receber. Mas se estiver, por sua
correrão por conta conta correrão os riscos.
do dono.
A obrigação de fornecer os
materiais não se presume;
resulta da lei ou da vontade
das partes.

durante o prazo
Nos contratos de irredutível de cinco
empreitada de anos
pela solidez e
edifícios ou outras
segurança do
construções
trabalho, assim em
consideráveis, o
razão dos materiais,
empreiteiro de
como do solo.
materiais e execução
responderá

Decairá desse direito o dono da obra que não propuser a ação contra o
empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou
defeito.

por culpa do dono, ou por motivo de força maior

O quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem


empreiteiro dificuldades imprevisíveis de execução, resultantes de
poderá causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de
suspender modo que torne a empreitada excessivamente onerosa, e o
a obra: dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao
projeto por ele elaborado, observados os preços
se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e
natureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado,
ainda que o dono se disponha a arcar com o acréscimo de
preço

Prof. Wangney Ilco 130 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.9-Depósito

O contrato de depósito é gratuito, exceto se:

houver convenção em resultante de o depositário o praticar


contrário atividade negocial por profissão
OU

o que se faz em desempenho de obrigação legal

É depósito
necessário: o que se efetua por ocasião de alguma calamidade,
como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o
saque

1.10-Mandato

Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em


seu nome, praticar atos ou administrar interesses. O instrumento do mandato
é a procuração.

pela revogação ou renúncia

pela morte ou interdição de uma das partes


Cessa o
mandato: pela mudança de estado que inabilite o
mandante a conferir os poderes, ou o mandatário
para os exercer

pelo término do prazo ou pela conclusão do


negócio

1.11-Comissão

O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens


pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.

Prof. Wangney Ilco 131 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.12-Agência e Distribuição

Contratos de Agência
e de distribuição

Atuam de forma São consensuais,


não eventual ou onerosos, típicos. DESPESAS INDENIZAÇÃO
continuada para a O agente ou Com a agência ou Direito do
promoção dos distribuidor são distribuição são por agente ou
negócios do retribuídos conta do agente ou distribuidor se o
proponente conforme os distribuidor, embora proponente
(fornecedor) sem serviços prestados atuem por conta do cessar o
vínculo ao proponente no proponente, salvo contrato sem
empregatício e sentido de escoar a disposição em justa causa ou
dentro de zona sua produção ou contrário reduzí-lo.
determinada estoque

1.13-Corretagem

Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude


de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência,
obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções
recebidas.

1.14-Transporte

Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a


transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.

1.14.1-Transporte de pessoas
.... o transportador responde pelos danos causados às pessoas
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula
qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Ainda, é lícito ao
transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da
indenização.

1.14.2-Transporte de coisas
A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada pela sua
natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para que não
se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao menos pelo
nome e endereço.

Prof. Wangney Ilco 132 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.15-Seguro

Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento


do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a
coisa, contra riscos predeterminados. Somente pode ser parte, no contrato
de seguro, como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.

1.16-Constituição de renda

Pelo contrato de constituição de renda, uma pessoa pode obrigar-se para


com outra a uma prestação periódica, a título gratuito. O contrato pode ser
também a título oneroso, entregando-se bens móveis ou imóveis à pessoa
que se obriga a satisfazer as prestações a favor do credor ou de terceiros.

1.17-Jogo e aposta

As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se


pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha
por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.

1.18-Fiança

A fiança

não admite
dar-se-á por E interpretação
escrito
extensiva

Pode ser estipulada, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a


sua vontade.

Prof. Wangney Ilco 133 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

todos os acessórios
da dívida principal

Não sendo a fiança


limitada compreenderá
inclusive as
despesas judiciais,
desde a citação do
fiador

se ele o renunciou
expressamente
Não
O fiador demandado aproveita
pelo pagamento da este benefício se se obrigou como
dívida tem direito a ao fiador: principal pagador, ou
exigir, até a devedor solidário
contestação da lide,
que sejam primeiro se o devedor for
executados os bens insolvente, ou falido
do devedor

O fiador que alegar o benefício de ordem


deve nomear bens do devedor, sitos no
mesmo município, livres e desembargados,
quantos bastem para solver o débito

se, sem
o credor conceder
consentimento
moratória ao devedor
seu

O fiador, ainda for impossível a sub-


se, por fato do
que solidário, rogação nos seus direitos e
credor
ficará preferências
desobrigado:
aceitar amigavelmente do
se o credor, em devedor objeto diverso do
pagamento da que este era obrigado a lhe
dívida dar, ainda que depois venha
a perdê-lo por evicção

Prof. Wangney Ilco 134 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.19-Transação

A transação far-se-
á por

escritura pública instrumento particular

nas obrigações em que a nas obrigações que a lei


lei o exige admite

Se recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura


pública, ou por termo nos autos, assinado pelos transigentes e
homologado pelo juiz.

1.20-Compromisso

É vedado compromisso: É admitido compromisso:

• para solução de questões de • judicial ou extrajudicial, para


estado, de direito pessoal de resolver litígios entre pessoas que
família e de outras que não podem contratar
tenham caráter estritamente •Admite-se nos contratos a
patrimonial cláusula compromissória, para
resolver divergências mediante
juízo arbitral, na forma
estabelecida em lei especial

Prof. Wangney Ilco 135 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Responsabilidade Civil

1 - Responsabilidade civil: Introdução

Fato jurídico

sentido estrito
("stricto sensu") sentido amplo
fato natural ato humano

ato jurídico
ordinário extraordinário lícito ato ilícito
(em sentido (involuntário)
amplo)

ato jurídico
negócio
em sentido
jurídico
estrito

a responsabilidade civil tem origem em um ato ilícito praticado, que culmina


em um dever de indenizar.

1.1-Responsabilidade civil e responsabilidade penal: independência


e ressalvas.

A responsabilidade, o dever de ressarcir, será penal quando a norma


infringida for de natureza penal (pública); e, será civil se a norma infringida for
de natureza civil (privada).
...o art. 935 do CC aduz que a responsabilidade civil não depende da
criminal.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor,
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.

Prof. Wangney Ilco 136 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.2-Responsabilidade objetiva e responsabilidade subjetiva.

Responsabilidade Civil

Subjetiva Objetiva

Ato culposo (dolo e culpa) Independente de culpa. Risco da


Prova da conduta culposa. atividade.
TEORIA DA CULPA TEORIA DO RISCO

2 - Atos ilícitos

O ato ilícito é aquele praticado em desacordo com a ordem jurídica,


gerando efeito involuntário, nas esferas penal, administrativa e civil.
art. 186, CC

ainda que
exclusivamente
Aquele que, por ação moral
ou omissão violar direito e
voluntária, causar dano a
negligência ou outrem
imprudência comete ato
ilícito

abuso de direito.

Enunciado 37 da Jornada de Direito Civil: Art. 187: A


responsabilidade civil decorrente do abuso do direito independe de
culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.

Prof. Wangney Ilco 137 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Não constituem atos ilícitos:

a deterioração ou destruição
os praticados em da coisa alheia, ou a lesão a
legítima defesa pessoa, a fim de remover
perigo iminente

o ato será legítimo somente quando


as circunstâncias o tornarem
ou no exercício regular de absolutamente necessário, não
um direito reconhecido excedendo os limites do
indispensável para a remoção do
perigo

Embora não constitua ato ilícito, se a pessoa lesada, ou o dono da coisa não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo
que sofreram.

3 - Reponsabilidade contratual e extracontratual

Responsabilidade Civil: Elementos essenciais

conduta do
dano
agente, seja
patrimonial
por ação ou
ou moral
omissão

nexo de
causalidade

Prof. Wangney Ilco 138 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

ressalvado direito
regressivo contra
são civilmente os causadores do
As pessoas responsáveis por dano
jurídicas de atos dos seus
direito público agentes que nessa
interno qualidade causem
danos a terceiros se houver, por
parte destes,
culpa ou dolo.

3.1-Causalidade Alternativa

é utilizada quando há dificuldade em identificar o autor do dano quando inserido


dentro de um determinado grupo, como nos casos de manifestações populares.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das
coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
significa a responsabilização solidária de possíveis autores (grupo) por ato
lesivo quando não for possível a identificação do real autor.
3.2-Excludentes de responsabilidade civil

1. Legítima defesa Contra agressão a um bem ou


interesse jurídico. O excesso é
Art. 188, I indenizável.

2. Exercício regular Direito positivo reconhecido.


de direito Violência em esporte de artes
Art. 188, I marciais.

3. Estrito
Normalmente aos agentes públicos.
cumprimento do
dever legal
Ex.: Polícia.
EXCLUDENTES

4. Estado de
Necessidade "Sacrifício" de um bem jurídico em
detrimento de outro de maior valor.
Art. 188, II

5. Caso fortuito e
força maior Fato necessário, cujos efeitos não
era possível evitar ou impedir
Art. 393

6. Culpa exclusiva
da vítima Suicida se atira na frente de
automóvel
Art. 945

O agente causador do dano é mero


7. Fato de terceiro
instrumento

Prof. Wangney Ilco 139 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Não constituem atos ilícitos:


ESTADO DE
NECESSIDADE

a deterioração ou destruição
os praticados em da coisa alheia, ou a lesão a
legítima defesa pessoa, a fim de remover
perigo iminente

o ato será legítimo somente quando


as circunstâncias o tornarem
ou no exercício regular de absolutamente necessário, não
um direito reconhecido excedendo os limites do
indispensável para a remoção do
perigo

Embora não constitua ato ilícito, se a pessoa lesada, ou o dono da coisa não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo
que sofreram.
Art. 188 do CC - Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a
fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo
os limites do indispensável para a remoção do perigo.

3.3-Da obrigação de indenizar

Art. 927 do CC:

Aquele que, por causar dano a fica obrigado a


ato ilícito outrem repará-lo

Prof. Wangney Ilco 140 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

nos casos
especificados em lei
OU
Haverá quando a atividade
obrigação independentemente normalmente
de reparar o de culpa desenvolvida pelo
dano autor do dano
implicar, por sua
natureza, risco
para os direitos de
outrem.

3.4-Responsabilidade do incapaz (art. 928 do CC)

Responsabilidade do incapaz por seus atos: é subsidiária,

O incapaz responde pelos


prejuízos que causar

se as pessoas por ele responsáveis


não tiverem obrigação de fazê-lo ou
não dispuserem de meios suficientes.

Essa indenização, que deverá ser


eqüitativa, não terá lugar se privar
do necessário o incapaz ou as pessoas
que dele dependem

3.5-Responsabilidade dos empresários e empresas por vícios de


produtos (art. 931 do CC)

respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos


produtos postos em circulação.

Art. 931 do CC - Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os


empresários individuais e as empresas respondem independentemente de
culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

Prof. Wangney Ilco 141 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.6-Responsabilidade por fato de terceiros (arts 932 a 934 do CC)

pelos filhos menores que


os pais estiverem sob sua autoridade e
em sua companhia

o tutor e o pelos pupilos e curatelados, que


curador se acharem nas mesmas condições

por seus empregados, serviçais e


o empregador
São também prepostos, no exercício do trabalho
e o comitente
responsáveis que lhes competir, ou em razão dele
pela
reparação os donos de hotéis,
civil: hospedarias, casas ou
estabelecimentos pelos seus hóspedes,
onde se albergue por moradores e educandos
dinheiro, mesmo para
fins de educação

os que gratuitamente houverem até a concorrente


participado nos produtos do crime quantia

Enunciado 451 da Jornada de Direito Civil: A responsabilidade civil por


ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva ou independente de
culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.

Enunciado 449 da Jornada de Direito Civil: Considerando que a


responsabilidade dos pais pelos atos danosos praticados pelos filhos menores
é objetiva, e não por culpa presumida, ambos os genitores, no exercício do
poder familiar, são, em regra, solidariamente responsáveis por tais atos,
ainda que estejam separados, ressalvado o direito de regresso em caso de
culpa exclusiva de um dos genitores.

3.7-Responsabilidade por fato de animal (art. 936 do CC)

O dono, ou se não provar


ressarcirá o dano
detentor, do culpa da vítima ou
por este causado
animal força maior

Enunciado 451: A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é


objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro.

Prof. Wangney Ilco 142 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.8-Responsabilidade pelo fato de coisa inanimada (arts. 937 e 938


do CC)

responde pelos se esta provier de


O dono de
danos que falta de reparos,
edifício ou
resultarem de sua cuja necessidade
construção
ruína fosse manifesta

responde pelo
Aquele que
dano proveniente ou forem lançadas
habitar prédio, ou
das coisas que dele em lugar indevido
parte dele
caírem

3.9-Responsabilidade Civil por Dívidas

O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos


casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava
para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados,
e a pagar as custas em dobro (art. 939 do CC). Ou seja, esta ação de cobrança
indevida é considerada um ato ilícito, presumindo-se a culpa do agente.

3.10-Responsabilidade Civil na Sucessão

Conforme o art. 943 do CC:

e a obrigação de
prestá-la

O direito de exigir transmitem-se


reparação com a herança

3.11-Dano estético

Apesar de certa doutrina entender que o dano estético é uma espécie do


dano moral, prevalece o entendimento de que o dano estético é diverso do dano
moral, podendo ser cumulativos. A Súmula nº 387 do STJ assim afirma: “É
lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.”.

Prof. Wangney Ilco 143 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.12-Dano Coletivo e Dano Social

De forma oposta ao dano sofrido individualmente, há também a


possibilidade de ocorrer um dano coletivo, quando mais de uma pessoa é
atingida pelo mesmo fato lesivo. Dentro deste conceito de dano coletivo, o dano
moral coletivo vem ganhando relevância. O dano moral coletivo pode ser
entendido como o dano sofrido por diversas pessoas em relação aos seus
direitos de personalidade.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,


individuais, coletivos e difusos;

3.13-Da indenização

Responsabilidade
Ato ilícito Civil
INDENIZAÇÃO

no pagamento das despesas com o


No caso de tratamento da vítima, seu funeral e o luto
homicídio, a da família
indenização
consiste, sem na prestação de alimentos às pessoas a
excluir outras quem o morto os devia, levando-se em conta a
reparações: duração provável da vida da vítima

Prof. Wangney Ilco 144 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

incluirá pensão
correspondente à
importância do
Se da ofensa resultar trabalho para que se
defeito pelo qual o a indenização, inabilitou, ou da
ofendido não possa além das despesas depreciação que ele
exercer o seu ofício do tratamento e sofreu
ou profissão, ou se lucros cessantes
lhe diminua a até ao fim da
capacidade de convalescença O prejudicado, se
trabalho preferir, poderá
exigir que a
indenização seja
arbitrada e paga de
uma só vez

Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:

a prisão por
queixa ou
o cárcere a prisão
denúncia
privado ilegal
falsa e de
má-fé

Prof. Wangney Ilco 145 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Posse e propriedade

1 - Direito das coisas: conceito

Direito das Coisas

Direitos Reais Posse


(art. 1.225) (art. 1.196)

Sobre a própria coisa


- Propriedade e Sobre coisas alheias
Vizinhança

Direitos REAIS
Coisas Alheias

DE GOZO DE De De
(ou fruição) GARANTIA aquisição interesse
social

- Enfiteuse
-Penhor - Concessão
- Superfície Compromisso de uso
- Servidão - Hipoteca especial
ou promessa
Predial - Anticrese irretratável de para fins de
- Usufruto - Alienação compra e moradia
Fiduciária venda - Concessão
- Uso
de direito
- Habitação real de uso

Prof. Wangney Ilco 146 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.1-Direitos pessoais x direitos reais

Direitos

pessoais reais

relação jurídica
recaem sobre
estabelecida entre
uma coisa.
duas (ou mais)
Exemplo:
pessoas. Exemplo:
propriedade.
obrigação.

Quanto à (ao): Pessoal Real


Relação Interpessoal (2 ou + Recai s/ uma coisa e uma
pessoas): obrigação entre pessoa. É atributivo, pois
as partes. É cooperativo por atribui o direito a uma só
causa disso. pessoa.
Eficácia Interpartes Erga omnes (é absoluto)
Sujeitos Conhecidos desde o Sujeito passivo só é
momento de constituir a conhecido quando o direito
obrigação. é violado (obrigação
passiva universal).
Objeto Presunção de dar, de fazer Coisa corpórea, tangível ou
ou de não fazer – a sem apropriação
prestação.
Momento aquisição Se dá com o acordo de Se dá com a tradição.
do direito manifestação de vontade

Tipicidade Atípicos (contratos, art. Típicos: criados pela lei


425, CC). somente.
Duração Transitório: é extinto Permanente: existe
quando cumprido ou por mesmo sem ser usado.
outros meios, como ação Extinto somente nos casos
judicial legais (desapropriação).

Prof. Wangney Ilco 147 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

a propriedade

a superfície

as servidões

o usufruto

o uso

a habitação

Direitos o direito do promitente comprador do imóvel


reais
o penhor

a hipoteca

a anticrese

a concessão de uso especial para fins de moradia

a concessão de direito real de uso

a laje

Só com o registro
no Cartório de
IMÓVEIS
Registro de
Imóveis
AQUISIÇÃO de
Dir. Real
SÓ COM A
MÓVEIS
TRADIÇÃO
constituídos ou
transmitidos por
atos entre vivos

Prof. Wangney Ilco 148 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Posse

Existem duas teorias para caracterizar a posse: a subjetiva (de


Savigny) e a objetiva (de Ihering).

subjetiva (de Savigny)


objetiva (de Ihering)
elementos: corpus e elemento: corpus
animus

2.1-Classificações da posse

A posse pode ser classificada em direta (imediata) ou indireta


(mediata).

não anula a
indireta, de quem
de pessoa que tem a coisa aquela foi havida
em seu poder,
Posse
temporariamente, em
direta
virtude de direito podendo o
pessoal, ou real possuidor direto
defender a sua
posse contra o
indireto.
A posse pode ainda ser classificada em justa, injusta, violenta,
clandestina ou precária.

Prof. Wangney Ilco 149 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

a posse é justa violenta


justa
quando NÃO for
clandestina
OU

precária

força física ou
violenta
Posse moral

clandestina oculta

precária abuso de confiança

Posse de boa-fé

• o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da


coisa.

•só perde este caráter no caso e desde o momento em que as


circunstâncias façam presumir que o possuidor não ignora que possui
indevidamente.

Posse de boa-fé → critério subjetivo


Posse justa → critério objetivo

Em resumo:
• Possuidor Pleno: Quem exerce com plenitude a posse do bem;
• Possuidor Direto: Contato direito com a coisa. Ex.: Locatário;
• Possuidor Indireto: Dono que cede o bem a outrem. Ex.: locador
(proprietário);
• Detentor: É o subordinado. Ex.: Caseiro

Prof. Wangney Ilco 150 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.2-Aquisição, transmissão e perda da posse

Conforme o art. 1.204 do CC, temos que:

Adquire-se desde o momento em que se torna possível o


a posse exercício, em nome próprio, de qualquer dos
poderes inerentes à propriedade.

POSSE ORIGINÁRIA: ocorre quando não é conhecida a posse anterior, como


no caso de bem abandonado ou sem dono, onde o bem é apreendido.

POSSE DERIVADA: é resultado de uma intermediação pessoal ou negócio


jurídico. Exemplo: a tradição (entrega da coisa).

Ainda, conforme o art. 1.205 do CC:

A posse pode ser


adquirida

pela própria por terceiro sem


pessoa que a mandato
pretende

ou por seu dependendo de


representante ratificação

até prova contrária

A posse do imóvel a das coisas móveis


faz presumir que nele estiverem.

Prof. Wangney Ilco 151 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

tendo notícia dele,


se abstém de
Só se retornar a coisa
para quem não
considera
presenciou o
perdida a
esbulho, quando
posse tentando recuperá-
la, é violentamente
repelido

2.3-Efeitos da posse

temos o art. 1.210 do CC esquematizado a seguir.


Posse: direitos de defesa

O possuidor tem direito

a ser mantido segurado de


restituído
na posse violência iminente

no caso de no caso de se tiver justo receio


turbação esbulho de ser molestado

Prof. Wangney Ilco 152 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

são de mero deleite


ou recreio
voluptuárias o tornem
mais
não aumentam o uso agradável
habitual do bem,
ainda que
sejam de
elevado
aumentam ou valor
Benfeitorias úteis facilitam o uso do
bem

conservar o
bem
necessárias tem por fim
OU
evitar que se
deteriore

Possuidor de má-fé Possuidor de boa-fé

• responde por todos os frutos • tem direito, enquanto ela durar,


colhidos e percebidos, bem como aos frutos percebidos
pelos que, por culpa sua, deixou • não responde pela perda ou
de perceber, desde o momento deterioração da coisa, a que não
em que se constituiu de má-fé; der causa.
tem direito às despesas da • tem direito à indenização das
produção e custeio. benfeitorias necessárias e
• responde pela perda, ou úteis, bem como, quanto às
deterioração da coisa, ainda que voluptuárias, se não lhe forem
acidentais, salvo se provar que pagas, a levantá-las, quando o
de igual modo se teriam dado, puder sem detrimento da coisa, e
estando ela na posse do poderá exercer o direito de
reivindicante. retenção pelo valor das
• serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias e
benfeitorias necessárias; não úteis.
lhe assiste o direito de retenção
pela importância destas, nem o
de levantar as voluptuárias

naturais e colhidos e percebidos, logo que são


industriais separados

Frutos

civis percebidos dia por dia

Prof. Wangney Ilco 153 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

pendentes ainda não separados do bem principal

percebidos
já separados do bem principal
ou colhidos

Frutos
(quanto ao separados do principal e armazenados
estantes
estado) para venda

deveriam ter sido percebidos (ou


percipiendos
colhidos) mas não foram

perderam a existência com seu


consumidos
consumo

2.4-Composse ou compossessão

Configura-se a composse quando duas ou mais pessoas são possuidoras


de determinado bem ao mesmo tempo, de forma simultânea.
dois requisitos para configurar a composse:

Pluralidade de sujeitos

COMPOSSE

Coisa Indivisa

Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma
exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros
compossuidores.

3 - Propriedade

o art. 1.228 do CC, dispõe sobre as faculdades e direito do proprietário,


conforme ilustrado a seguir.

usar

a faculdade de
O proprietário
tem gozar

direito de reavê-la do
poder de quem quer que
injustamente a possua ou
dispor da coisa
detenha

Prof. Wangney Ilco 154 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.1-Limitações ao Direito de propriedade

há limitações de ordem constitucional, civil, administrativa e militar. Vejamos:

• Desapropriação por necessidade ou utilidade


pública e por interesse social mediante justa e
Constitucional prévia indenização em dinheiro (art. 5º, XXIV e
184, CF);
•Requisição por autoridade competente em caso de
perigo iminente (art. XXV);

•Direitos de vizinhança (art. 1.277, CC)


Civil •Direito de passagem forçada (art. 1.285, CC)

•O Código Florestal veda a derrubada de certas


árvores;
Administrativa •Tombamento;
•Limitações à contrução de prédio em
determinada região (altura, estética, etc.)

Militar •Regras relacionadas à faixa de fronteira.

art. 1.228, §3º prevê que:

por necessidade

desapropriação utilidade pública

O proprietário pode interesse social


ser privado da coisa

em caso de perigo
requisição
público iminente

Prof. Wangney Ilco 155 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.2-Aquisição de propriedade imóvel

A aquisição de propriedade imóvel se dará por:

-Ilhas
-Aluvião
-Avulsão
Acessão -Álveo

Originárias -Abandonado
-Plantações
Aquisição Usucapião -Construções
da
propriedade
imóvel Registro do
Título
Derivadas
Transmissão
Hereditária

3.2.1-Usucapião
Usucapião é quando o indivíduo adquire um imóvel, rural ou urbano, de
que não era proprietário, por ter habitado esse imóvel, sem oposição do dono,
por determinado tempo.
Obs.: Princípio da accessio possessionis: representa a soma dos tempos na
posse do possuidor com o seu antecessor, no intuído de atingir o lapso temporal
para fins de usucapião.

3.2.2-Registro do título
A Lei nº 6.015/73 dispõe sobre os Registros Públicos no país, conferindo
autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos. .... o ato de registro
público possui presunção juris tantum, ou seja, representa uma presunção
relativa de validade, até que se prove o contrário.
a Lei de registro público também denota essa presunção juris tantum.
Vejamos:
Art. 252 - O registro, enquanto não cancelado, produz todos os
efeitos legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está
desfeito, anulado, extinto ou rescindido.

3.2.3-Acessão
Outra forma de aquisição da propriedade é por acessão; que pode dar-se
por:

Prof. Wangney Ilco 156 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

A acessão pode dar-se por:

plantações
formação abandono
aluvião avulsão ou
de ilhas de álveo
construções

3.3-Aquisição de propriedade móvel

Aquele que possuir coisa móvel como sua,


contínua e incontestadamente durante
três anos, com justo título e boa-fé,
adquirir-lhe-á a propriedade
usucapião
Se a posse da coisa móvel se prolongar
por cinco anos, produzirá usucapião,
independentemente de título ou boa-fé

Quem se assenhorear de coisa sem dono


ocupação para logo lhe adquire a propriedade, não
sendo essa ocupação defesa por lei.

O depósito antigo de coisas preciosas,


oculto e de cujo dono não haja memória,
será dividido por igual entre o
proprietário do prédio e o que achar o
tesouro casualmente

O tesouro pertencerá por inteiro ao


Aquisição achado do proprietário do prédio, se for achado por
de tesouro ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por
propriedade terceiro não autorizado.
móvel
Achando-se em terreno aforado, o tesouro
será dividido por igual entre o
descobridor e o enfiteuta, ou será deste
por inteiro quando ele mesmo seja o
descobridor.

A propriedade das coisas não se transfere


tradição
pelos negócios jurídicos antes da tradição

Aquele que, trabalhando em matéria-


prima em parte alheia, obtiver espécie
especificação
nova, desta será proprietário, se não
se puder restituir à forma anterior

As coisas pertencentes a diversos


donos, confundidas, misturadas ou
confusão, adjuntadas sem o consentimento
comissão e deles, continuam a pertencer-lhes,
adjunção sendo possível separá-las sem
deterioração

Prof. Wangney Ilco 157 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.4-Perda da propriedade

Além das causas consideradas no CC,


perde-se a propriedade por:

perecimento
alienação renúncia abandono desapropriação
da coisa

3.5-Condomínio

Uma propriedade em condomínio ocorre quando a propriedade de um


bem pertence a mais de uma pessoa.

Voluntário (ou
Acordo de vontades (art. 1.314)
convencional)

Condomínio Necessário Por força de lei (art. 1.327)

Alheio à vontade dos condôminos -


Incidente
doação e herança.

3.6-Direitos de Vizinhança

O direito de vizinhança representa uma limitação ao direito de


propriedade, tendo em vista a “boa vizinhança”, o bom convívio entre vizinhos.

Prof. Wangney Ilco 158 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Uso ANORMAL da propriedade: o proprietário tem o direito de


fazer cessar interferências anormais: segurança, sossego, saúde.
Interferências em razão de interesse público são justificadas, mas
geram indenização ao vizinho.

Arvores limítrofes: é um condomínio forçado. A árvore e seus


frutos pertencem aos dois vizinhos. Precisa da concordância de
ambos a derrubada de árvore limítrofe. Se apenas os ramos e
raízes ultrapassar linha provisória: o proprietário invadido
pode aparar, frutos caídos naturalmente percentem ao propritário
invadido.

Passagem forçada: ou servidão legal. Quando o prédio não tiver


acesso à via pública. O proprietário poderá exigir do vininho que
lhe dê passagem mediante pagamento de indenização. Pode ser
via judicial. Função social.
Direitos de
Vizinhança Passagem de cabos e tubulações: o proprietário é obrigado a
(art. 1.277) tolerar a passagem, mediante indenização, seja de utilidade
pública ou no interesse de vizinho, quando impossível adotar
outro meio ou for excessivamente oneroso.

Das águas: o proprietário de imóvel inferior é obrigado a receber


naturalmente as águas que correm de imóvel superior. Se for
artificial, cabe indenização ao proprietário de imóvel inferior.

Limites entre prédios e direito de tapagem: o proprietário


pode constranger o seu vizinho (confinante) a repartir
proporcionalmente as despesas com cercas, muros, valas e
tapagens.

Direito de construir: é livre, respeitando o direito dos vizinhos e


os regulamentos administrativos.

3.7-Propriedade Resolúvel

A propriedade resolúvel é aquela tem fim mediante o implemento de


uma condição ou de um termo extintivo. Ela está prevista no art. 1.359 do
CC e também pode ser conhecida como propriedade revogável.

suspensivo
fixa a data de início
(inicial)
Termo
resolutivo
fixa a data de término
(final)

Prof. Wangney Ilco 159 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.8-Parcelamento do solo urbano

O parcelamento do solo urbano é regulado pela Lei Federal nº


6.766/79 e tem como objetivo ordenar e organizar a ocupação de áreas
urbanas dos municípios com fins de habitação.

PARCELAMENTO
do solo urbano

LOTEAMENTO DESMEMBRAMENTO

Necessita abrir novos


Aproveita o sistema viário
logradouros, modificar e
existente
ampliar as vias existentes

3.9-Propriedade em planos horizontais

A propriedade em plano horizontal, ou simplesmente propriedade


horizontal, é “o que se forma em prédios que apresentam partes autônomas,
de domínio exclusivo, e outras de uso e propriedade comuns”, segundo o
Professor Paulo Nader (Curso de Direito Civil, vol.4). Portanto, o proprietário de
um apartamento, por exemplo, além de ser o proprietário de sua unidade
independente, é também comproprietário das partes comuns do prédio. O
Código Civil de 2002 trata desta parte no capítulo “Do Condomínio Edilício”.

Voto de dois terços dos


SE Voluptuárias
condôminos

SE Úteis Voto da maioria dos condôminos

Obras no
condomínio Realizadas independente de
autorização, pelo síndico ou
condômino

SE urgentes e despesas
NECESSÁRIAS excessivas - dar ciência
imediatamente à assembleia.

NÃO urgentes, mas despesas


excessivas - só com
autorização da assembleia

Prof. Wangney Ilco 160 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Direitos reais sobre coisas alheias

1 - Introdução

Direitos REAIS
Coisas Alheias

DE GOZO DE De De
(ou fruição) GARANTIA aquisição interesse
social

- Enfiteuse
-Penhor - Concessão
- Superfície Compromisso de uso
- Servidão - Hipoteca especial
ou promessa
Predial - Anticrese irretratável de para fins de
- Usufruto - Alienação compra e moradia
Fiduciária venda - Concessão
- Uso
de direito
- Habitação real de uso

Obs.: ENFITEUSE: Trata-se de um direito real de gozo, mediante contrato


perpétuo, alienável e transmissível aos herdeiros, onde o domínio útil de imóvel
é atribuído a alguém pelo proprietário, que receberá em contrapartida uma
pensão ou foro anual. No entanto, o atual Código Civil proíbe novas enfiteuses,
mantendo-se as existentes até a sua extinção (art. 2.038, CC).

Prof. Wangney Ilco 161 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.1-Da superfície

o direito não
autoriza obra no salvo se for inerente ao
subsolo objeto da concessão

gratuita estipularão as
a concessão partes se o
será pagamento será
onerosa
feito de uma só
Direito de vez, ou
superfície parceladamente

pode transferir-se a Não poderá ser estipulado


terceiros e, por morte do pelo concedente, a nenhum
superficiário, aos seus título, qualquer pagamento
herdeiros pela transferência

o superficiário responderá pelos encargos e tributos


que incidirem sobre o imóvel

1.2-Das servidões

A servidão

constitui-se mediante declaração


proporciona grava o prédio
expressa dos proprietários, ou
utilidade para serviente, que
por testamento, e subseqüente
o prédio pertence a
registro no Cartório de Registro
dominante diverso dono
de Imóveis.

Prof. Wangney Ilco 162 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

quando o titular houver renunciado a sua


servidão
O dono do prédio
serviente tem direito,
pelos meios judiciais,
ao cancelamento do quando tiver cessado, para o prédio
registro, embora o dominante, a utilidade ou a comodidade, que
dono do prédio determinou a constituição da servidão
dominante lhe
impugne quando o dono do prédio serviente resgatar a
servidão

Também se extingue a servidão, ficando ao dono do prédio


serviente a faculdade de fazê-la cancelar, mediante a
prova da extinção:

pela reunião dos pela supressão das


respectivas obras pelo não uso,
dois prédios no
por efeito de durante dez anos
domínio da
contrato, ou de contínuos
mesma pessoa
outro título expresso

1.3-Do usufruto

pode recair em um ou mais O usufruto de imóveis,


bens, móveis ou imóveis, quando não resulte de
em um patrimônio inteiro, usucapião, constituir-
ou parte deste, abrangendo- se-á mediante registro
lhe, no todo ou em parte, os no Cartório de
frutos e utilidades Registro de Imóveis

Usfruto estende-se aos


Salvo disposição em acessórios da
contrário coisa e seus
acrescidos

mas o seu exercício pode


Não se pode transferir o
ceder-se por título gratuito
usufruto por alienação
ou oneroso

Se, entre os acessórios e os acrescidos, houver coisas consumíveis,


terá o usufrutuário o dever de restituir, findo o usufruto, as que ainda houver
e, das outras, o equivalente em gênero, qualidade e quantidade, ou, não
sendo possível, o seu valor, estimado ao tempo da restituição.

Prof. Wangney Ilco 163 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3.1-Dos direitos do usufrutuário

Direitos do usufrutuário

a perceber os frutos e a
posse, uso,
cobrar as respectivas
administração e dívidas, quando o usufruto
percepção dos frutos recai em títulos de crédito

Cobradas as dívidas, o usufrutuário aplicará, de


imediato, a importância em títulos da mesma
natureza, ou em títulos da dívida pública federal,
com cláusula de atualização monetária segundo índices
oficiais regularmente estabelecidos

1.3.2-Dos deveres do usufrutuário

O usufrutuário, antes de assumir o usufruto, inventariará, à sua custa,


os bens que receber, determinando o estado em que se acham, e dará
caução, fidejussória ou real, se lha exigir o dono, de velar-lhes pela
conservação, e entregá-los findo o usufruto.

as despesas ordinárias de conservação


dos bens no estado em que os recebeu
Incumbem ao
usufrutuário
as prestações e os tributos devidos pela
posse ou rendimento da coisa usufruída

O usufrutuário não é obrigado a pagar as deteriorações resultantes do


exercício regular do usufruto.

Prof. Wangney Ilco 164 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.3.3-Da extinção do usufruto

pela renúncia ou morte do usufrutuário

pelo termo de sua duração

pela extinção da pessoa jurídica, em favor de


quem o usufruto foi constituído, ou, se ela
perdurar, pelo decurso de trinta anos da data
em que se começou a exercer

O usufruto pela cessação do motivo de que se origina


extingue-se,
cancelando-se o
registro no pela destruição da coisa, guardadas as
Cartório de disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2ª parte, e
Registro de 1.409
Imóveis:
pela consolidação

por culpa do usufrutuário, quando aliena,


deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes
acudindo com os reparos de conservação, ou
quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá
às importâncias recebidas a aplicação prevista no
parágrafo único do art. 1.395

pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que o


usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399)

1.4-Do uso

O usuário usará da coisa e perceberá os seus frutos, quanto o exigirem


as necessidades suas e de sua família.

Avaliar-se-ão as necessidades pessoais


do usuário conforme

a sua condição o lugar onde


social E viver

1.5-Da habitação

Quando o uso consistir no direito de habitar gratuitamente casa alheia,


o titular deste direito não a pode alugar, nem emprestar, mas simplesmente
ocupá-la com sua família.

Prof. Wangney Ilco 165 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6-Direitos reais de garantia

São direitos reais de garantia ou garantias reais: o penhor, a


hipoteca e a anticrese.

Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca


declararão, sob pena de não terem eficácia:

o valor do
o bem dado em
crédito, sua o prazo fixado a taxa dos
garantia com as
estimação, para juros, se
suas
ou valor pagamento houver
especificações
máximo

se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em


segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a
reforçar ou substituir

se o devedor cair em insolvência ou falir

A dívida
considera-se se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que
vencida: deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o
recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia
do credor ao seu direito de execução imediata

se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído

se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se


depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento
integral do credor

Nas hipóteses de vencimento antecipado da dívida, não se


compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido.

Nesses casos só se vencerá a hipoteca antes do prazo estipulado,


se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem dado em
garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrário, a
dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não
desapropriados ou destruídos.
.

Prof. Wangney Ilco 166 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6.1-Do penhor

Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em


garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém
por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. Em linguagem “popular”:
uma coisa móvel é dada para garantir o pagamento de uma dívida.

à posse da coisa empenhada

à retenção dela, até que o indenizem das


despesas devidamente justificadas, que tiver
feito, não sendo ocasionadas por culpa sua

ao ressarcimento do prejuízo que houver


sofrido por vício da coisa empenhada

O credor
pignoratício tem a promover a execução judicial, ou a venda
direito: amigável, se lhe permitir expressamente o
contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante
procuração

a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada


que se encontra em seu poder

a promover a venda antecipada, mediante


prévia autorização judicial, sempre que haja
receio fundado de que a coisa empenhada se
perca ou deteriore, devendo o preço ser
depositado. O dono da coisa empenhada pode
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou
oferecendo outra garantia real idônea

Prof. Wangney Ilco 167 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a


perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser
compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância
da responsabilidade

à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono


dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de
ação possessória
O credor
pignoratício
é obrigado: a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433,
inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no
capital da obrigação garantida, sucessivamente

a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez


paga a dívida

a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no


caso do inciso IV do art. 1.433

Extingue-se o penhor:

dando-se a
extinguindo-se confundindo adjudicação
perecendo renunciando
a obrigação -se na judicial, a
a coisa o credor
mesma remissão ou a
pessoa as venda da coisa
qualidades de empenhada, feita
credor e de pelo credor ou
dono da coisa por ele
autorizada

os hospedeiros, ou fornecedores de pousada


ou alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias ou
dinheiro que os seus consumidores ou fregueses
tiverem consigo nas respectivas casas ou
São credores estabelecimentos, pelas despesas ou consumo
pignoratícios, que aí tiverem feito
independentemente
de convenção:

o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os


bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver
guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou
rendas

A conta dessas dívidas será extraída conforme a tabela impressa, prévia e


ostensivamente exposta na casa, dos preços de hospedagem, da pensão ou dos
gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor.

Prof. Wangney Ilco 168 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6.2-Da hipoteca

os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com


eles

o domínio direto

o domínio útil

as estradas de ferro

os recursos naturais a que se refere o art. 1.230,


Podem ser independentemente do solo onde se acham
objeto de
hipoteca:
os navios

as aeronaves

o direito de uso especial para fins de moradia

o direito real de uso

a propriedade superficiária

os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando


concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos
Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e
promessa de cessão

Os direitos de garantia instituídos nessas hipóteses ficam


limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham
sido transferidos por período determinado.

Prof. Wangney Ilco 169 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

às pessoas de direito público interno sobre


os imóveis pertencentes aos encarregados da
cobrança, guarda ou administração dos
respectivos fundos e rendas

aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe


que passar a outras núpcias, antes de fazer o
inventário do casal anterior

A lei confere
ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os
hipoteca:
imóveis do delinqüente, para satisfação do
dano causado pelo delito e pagamento das
despesas judiciais

ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão


ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado
ao herdeiro reponente

ao credor sobre o imóvel arrematado, para


garantia do pagamento do restante do preço da
arrematação

pela extinção da obrigação principal

pelo perecimento da coisa

pela resolução da propriedade


A hipoteca
extingue-
se:
pela renúncia do credor

pela remição

pela arrematação ou adjudicação

com a averbação, no Registro de Imóveis, do cancelamento do


registro, à vista da respectiva prova

Prof. Wangney Ilco 170 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.6.3-Da anticrese

Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor,


ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e
rendimentos. Essa cessão do direito de perceber os frutos e rendimentos
obtidos com a entrega do imóvel, realizada para compensação da dívida, recebe
o nome de anticrese.
1.7-Promessa de compra e venda de imóvel

Outro ponto relacionado aos direitos reais, é o direito real de aquisição


do promitente comprador de imóvel registrado na matrícula, conforme
art. 1.225, VII do CC. Os arts. 1.417 e 1.418 do CC tratam do instituto. Nota-
se que não se trata de um direito real de gozo nem de garantia. A doutrina
classifica o compromisso de compra e venda de imóvel em categoria própria
que representa um direito real de aquisição.

Promessa irretratável registrada no CRI (art. 1.417, CC)

Duas partes: compromitente-vendedor e compromissário-


comprador

Vendedor é obrigado a transferir a escritura definitiva quando


as obrigações pactuadas forem adimplidas
Promessa
de compra Comprador obriga-se ao pagamento do preço e condições
e venda pactuadas

Adjucação compulsória: quando o vendedor recusa-se a


cumprir a sua obrigação de dar a coisa. Ato judicial.

Comprador inadimplente: vendedor pode pedir a rescisão do


contrato, depois de notificar a mora ao comprador. As parcelas
pagas devem ser restituídas, depois de justa compensação.

Art. 463: Ação judicial de obrigação de


fazer - contrato definitivo. Juiz concede
prazo.

Art. 464: Decisão judicial supre a falta da


NÃO REGISTRADO
outra parte. Equivale a adjudicação
NO CRI
compulsória.

Art. 465: se o comprador desistir, pode


reverter a obrigação em perdas e danos.

Prof. Wangney Ilco 171 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Direito de Família (Parte 1)

1 - Direito de Família: conceito e princípios fundamentais

Direito
PESSOAL

Direito de
FAMÍLIA
Alimentos

Bem de família
Direito
PATRIMONIAL
União Estável

Tutela, curatela e guarda

Prof. Wangney Ilco 172 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III,


CF): superprincípio. Ponto de partida para o
Dir. de Família.

Solidariedade familiar (art. 3º, I, CF):


construir sociedade livre, justa e solidária.

Pluralidade familiar (art. 226, caput, CF):


família é a base da sociedade. proteção do
Estado.

Isonomia entre cônjuges (art. 226, §5º, CF


e art. 1.511, CC): igualdade entre marido e
esposa na relação conjugal.
Dir. Família
PRINCÍPIOS...
Isonomia entre filhos (art. 227, §6º, CF e
art. 1.596, CC): na filiação não pode haver
diferenças (adotivo = filho natural)

Não intervenção ou da liberdade (art.


1.513, CC): não pode haver interferência
externa nas relações familiares.

Maior interesse da criança e do


adolescente (art. 227, CF e arts. 1.583 e
1.584, CC).

Afetividade: surge da valorização da


dignidade humana. Parentesco socioafetivo.

Prof. Wangney Ilco 173 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2 - Do Casamento

2.1- Natureza jurídica e características

Natureza Jurídica do
Casamento

Teoria Clássica Teoria Teoria Mista ou


(contratualista) Institucionalista Eclética

Contrato de Ato complexo =


Instituição
natureza civil - vontade (forma o
social - aspecto
vontade das contrato)+ instituição
moral
partes. (conteúdo)

•Princípio da liberdade de escolha dos


nubentes;
Ato dos
nubentes •Livre manifestação de vontade e iniciativa;
•Pode constituir mandatário para tal fim;
•Autonomia privada (art. 1.513, CC)

•Regra: casamento civil entre homem e mulher;


Diversidade de •Atualmente, o judiciário vem reconhecendo o
sexo casamento homoafeitvo (entre pessoas do
mesmo sexo).

•O casamento é regulado pelo Estado, sendo


obrigatório o registro civil para conferir direitos
Ato civil e deveres (art. 1.512, CC);
•O casamento religioso possui efeitos civis desde
que observe os requisitos legais.

•O casamento é um negócio jurídico sujeito a um


rito solene, pois deve ser registrado no
Registro Civil;
Ato solene e
público •Por público, entende-se que os atos relativos ao
casamento são disponíveis ao conhecimento
geral, caso terceiro deseje opor qualquer
impedimento legal.

•Monogamia: veda-se relações de casamento


simultâneas;
União exclusiva •Mais recentemente, há decisões judiciais
reconhecendo a poligamia - entidades familiares
simultâneas e concomitantes.

Prof. Wangney Ilco 174 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.2- Casamento religioso

pela comunicação do
celebrante ao ofício competente
em 90 dias da OU
sua realização
Registro por iniciativa de qualquer
CIVIL interessado
Casamento
Religioso
Desde que haja sido
homologada previamente
a habilitação.

2.3- Capacidade, impedimentos e suspensão do casamento

CASAMENTO

Impedimentos Matrimoniais
Capacidade (art. 1.517) (art. 1.521)

•Efeitos específicos
• Efeitos gerais •Relaciona-se à legitimação para a
•O incapaz não pode casar com prática de certos atos
quem quer que seja •Se dá mediante processo
•Idade mínima (núbil): 16 anos administrativo no Cartório de
completos, mas com autorização Registro de Pessoas Naturais
de ambos os pais ou •O impedimento poderá ser
representantes. reconhecido de ofício pelo juiz ou
•Com 18 anos, cessa a oficial de registro
menoridade e pode praticar todos •São casos de nulidade absoluta
os atos da vida civil. do casamento - é nulo de pleno
direito.

Pois bem, tratando dos CASOS DE IMPEDIMENTOS, estão legalmente


impedidos e NÃO podem casar:

Prof. Wangney Ilco 175 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil

os afins em linha reta (sogro e nora, sogra e genro, padrasto e


enteada)

o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com


quem o foi do adotante

o adotado com o filho do adotante

os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o


terceiro grau inclusive

o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa


de homicídio contra o seu consorte (trânsito em julgado)

as pessoas casadas (regra: monogomia)

Então, são causas suspensivas do casamento e NÃO devem casar:

Prof. Wangney Ilco 176 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Na fluência do prazo, deve provar nascimento de filho ou


inexistência de gravidez, para afastar esta regra mediante
solicitação ao juiz. Razão: não deve haver dúvidas sobre a
paternidade.

do começo da viuvez - A viúva

até dez meses


depois
da dissolução da sociedade conjugal -
A mulher cujo casamento se desfez por
ser nulo ou ter sido anulado

O viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido,


enquanto não fizer inventário dos bens do casal e
der partilha aos herdeiros.

O divorciado, enquanto não houver sido homologada ou


decidida a partilha dos bens do casal.

O tutor ou o curador e os seus descendentes,


ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a
pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a
tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.

Os nubentes podem solicitar ao juiz o afastamento dessas


regras provando-se a inexistência de prejuízo aos
envolvidos.

Prof. Wangney Ilco 177 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Causa Impeditiva Causa Suspensiva

• O casamento é valido,
• Consequência: porém sob a égide do
O casamento é regime de separação de
nulo. bens.
• Autor: Qualquer • Autor: parentes em linha
pessoa pode reta de um dos nubentes,
arguir, mesmo sejam consanguíneos ou
terceiro sem afins, e pelos colaterais em
segundo grau, sejam
relação de também consanguíneos ou
parentesco. afins.

2.4- Habilitação e Celebração do Casamento

recusar a solene afirmação da


sua vontade

A celebração do
casamento será SE algum dos declarar que esta não é livre e
imediatamente contraentes espontânea
suspensa

manifestar-se arrependido
O nubente que der causa, não será
admitido a retrar-se no mesmo dia

Prof. Wangney Ilco 178 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.5- Provas do casamento

Perante as autoridades ou
cônsules brasileiros

Deve ser registrado em 180


de brasileiro no
dias contados da volta ao país
exterior
de um ou ambos os cônjuges

em cartório do respectivo
domicílio ou no 1º Ofício da
Capital do Estado onde residir

não podem manifestar vontade


ou tenha falecido
PROVA
Casamento de pessoas na
posse de estado não se aplica se houver certidão
de casadas

não se pode contestar em


prejuízo da prole comum

registra-se a sentença no livro do


Registro Civil
processo
judicial
produz todos os efeitos civis
desde a data do casamento

2.6- Da Invalidade do Casamento


2.6.1- Casamento Nulo

É nulo o casamento contraído por infringência de impedimento (ver


os casos de impedimentos). É caso de nulidade absoluta por vício essencial.
Assim, a infringência de impedimento é o único caso atualmente previsto no art.
1.548, ..... a nulidade do casamento não pode ser reconhecida de ofício.
RELEMBRANDO: o impedimento para casar poderá ser declarado de ofício pelo
Juiz ou Oficial de Registro (art. 1.522).

Prof. Wangney Ilco 179 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.6.2- Casamento Anulável

de quem não completou a


idade mínima para casar
Idade Núbil
OU
quando não autorizado por
seu representante legal

Ao consentir, o
nubente comete
erro essencial
quanto à pessoa do
outro
Vício OU
Coação:
consentimento
Casamento fundado em temor
Anulável Manifestação pela vida, saúde ou
(art. 1.550) de vontade honra

Quando o nubente é incapaz de


consentir ou se manifestar de
modo inequívoco.

Quando celebrado por procuração que foi


revogada sem que o mandatário
soubesse e não sobrevindo a coabitação
entre os cônjuges.

Quando a autoridade celebrante for


incompetente

Erro Identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o
Essencial seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum
sobre o ao cônjuge enganado
outro
cônjuge A ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua
natureza, torne insuportável a vida conjugal

A ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico


irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia
grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de
pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência

Prof. Wangney Ilco 180 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Casamento x Idade Núbil


(16 anos completos)

MENOR de 16 anos MAIOR de 16 anos

Pode casar com


autorização Pode casar com
GRAVIDEZ: evita
judicial autorização dos
a anulação do
pais ou
(gravidez ou evitar casamento por
representantes
pena criminal - art. motivo de idade.
legais
1.520)

Pode convalidar
Se casar sem
Casando sem
autorização - ato
anulável por
autorização, só
requerimento do pode ser anulado
próprio menor ou de se a ação for
seus representantes proposta em 180
ou dos ascendentes dias

2.7- Da Eficácia do Casamento

Fidelidade Conotação sexual, física


recíprova e moral.

Vida em comum, no
domicílio conjugal Dever de coabitação

Deveres dos Patrimonial, afetiva e


cônjuges Mútua assistência
sexual.

Sustento, guarda e No interesse do casal e


educação dos filhos dos filhos.

Respeito e
consideração Boa-fé objetiva e
mútuos dignidade dos cônjuges.

Prof. Wangney Ilco 181 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3 - Da Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal

Celebração do
casamento

Vínculo Conjugal Sociedade Conjugal

Relação ou vínculo Compromisso de


jurídico existente comunhão plena da
entre os cônjuges vida

Término da sociedade conjugal

Nulidade ou
Morte de um Separação
anulação do Divórcio
dos cônjuges Judicial
casamento

Prof. Wangney Ilco 182 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.1- Separação Judicial

Consensual ou Quando casados por MAIS DE


por mútuo UM ANO e o manifestarem
consenso perante o JUIZ (HOMOLOGAÇÃO)

Como sanção (ou culposa):


Separação
grave violação dos deveres
judicial do casamento e vida em
comum insuportável -
adultério, abandono de lar, etc.

Como falência: um dos


cônjuges deve provar a ruptura
Litigiosa ou não da vida em comum há MAIS
consensual DE UM ANO e impossibilidade
de reatar.

Como remédio: em face do


outro cônjuge estar acometido
Importa a separação de de grave doença mental, onde
corpos e a partilha de bens após 2 anos seja considerada
de cura improvável.

importe grave
violação dos deveres
Qualquer dos cônjuges imputando ao do casamento
poderá propor a ação de outro qualquer
separação judicial ato que
E
torne insuportável
a vida em comum

Contudo, havendo incapacidade do cônjuge, será representado, na


ordem, pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.

Prof. Wangney Ilco 183 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Adultério

Tentativa de morte Sevícia ou injúria grave

abandono do lar por


Conduta desenrosa
um ano contínuo

Condenação por
crime infamante

o juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação


judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses
dos filhos ou de um dos cônjuges.

3.2- Separação de fato

Ocorre a separação de fato do casal por vontade própria dos cônjuges,


haja vista a desarmonia e a impossibilidade de manter a vida conjugal, sem que
para tanto tenham recorrido aos meios legais, ou seja, não existe o
formalismo previsto em lei. Portanto, a separação de fato é aquela informal,
que acontece à margem da lei. ....

art. 266, §6º da CF, que mencionava: “O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos
casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois
anos”.

Prof. Wangney Ilco 184 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

3.3- Efeitos da Separação Judicial

Fim dos deveres recíprocos de coabitação e


fidelidade e ao regime de bens.

Como sanção (culposa): o cônjuge culpado perde o


direito de usar o sobrenome do outro, desde que
expressamente requerido pelo cônjuge inocente

Efeitos
jurídicos da Demais casos: conservação do
Separação nome de casado é uma opção.
Judicial

Impossibilidade de contrair novo casamento

Possibilita a sua conversão em divórcio (um ano de


separação judicial ou de separação de corpos)

NÃO haverá perda do direito de usar o nome do cônjuge


inocente, SE a alteração do nome do cônjuge culpado acarretar:

2 - manifesta
1 - evidente prejuízo distinção entre o seu 3 - dano grave
para a sua nome de família e o reconhecido na
identificação; dos filhos havidos da decisão judicial.
união dissolvida;

3.4- Divórcio

Prof. Wangney Ilco 185 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

DIVÓRCIO

Direto Indireto

Origina-se da separação de fato Origina-se da separação


por mais de DOIS anos. Não judicial, após mais de UM ano
precisa de processo de separação de sua concessão, contado da
judicial. O divórcio pode ser separação cautelar de corpos ou
direto. da separação judicial.

3.5- Da Proteção da Pessoa dos Filhos

A guarda dos filhos será unilateral ou compartilhada, por ocasião do fim


sociedade conjugal. Como regra, deve-se respeitar a vontade dos cônjuges.

Por guarda unilateral, entende-se aquela atribuída a um só dos genitores


ou a alguém que o substitua. ...a guarda compartilhada é aquela onde há a
responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da
mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos
comuns.

4 - Da União Estável

A CF/88 prevê em seu art. 226, §3º que “Para efeito da proteção do
Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.

União estável

Prof. Wangney Ilco 186 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Conversão em Mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no


casamento Registro Civil (art. 1.726)
Regime de Regra: regime da comunhão parcial de bens (art.
casamento 1.725)
Exceção: regime diverso previsto em contrato de
convivência escrito entre os companheiros.
Formalização Escritura pública em cartório de notas
(registro) Contrato particular em cartório de registro de títulos e
documentos
Coabitação Não se exige a convivência sob o mesmo teto para
caracterizar a união estável (Súmula 382, STF)
Meação: comunhão parcial de bens.
Sucessórios – art. 1.790: participam da sucessão do outro,
Direitos quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da
união estável.
Alimentos – art. 1.694: podem os companheiros pedir uns
aos outros.
Deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação
dos filhos.

Prof. Wangney Ilco 187 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5 - Das relações de Parentesco

Consanguíneo ou Vínculo biológico ou


Natural sanguíneo - mesmo
tronco comum

Por determinação legal,


Relações de Parentesco por entre um consorte e os
Parentesco afinidade parentes consanguíneos
do outro

Outra Origem. Ex:


Parentesco Civil Adoção e socioafetivo

5.1- Parentesco consanguíneo

Bisavós (3º grau)

Ascendentes

Tios-avós (4º grau) Avós (2º grau)

Primo-tio Pais (1º grau) Tios (3º grau)

Irmãos (2º grau) Primos (4º grau)

Sobrinhos (3º grau) filhos (1º grau) Primo-sobrinho

Sobrinho-neto Netos (2º grau)


(4º grau)
Descendentes

Bisnetos (3º grau)

Prof. Wangney Ilco 188 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5.1.1- Da Filiação

o art. 1.597 do CC, presumem-se concebidos na constância do casamento


os:

Nascidos 180 dias, pelo menos, depois de


estabelecida a convivência conjugal

Nascidos nos 300 dias subsequentes à


dissolução da sociedade conjugal, por morte,
separação judicial, nulidade e anulação do
casamento

Havidos por fecundação artificial homóloga


FILHOS (material genético do próprio casal), mesmo que
falecido o marido;

Havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de


embriões excedentários, decorrentes de
concepção artificial homóloga (in vitro)

Havidos por inseminação artificial heteróloga


(material genético de terceiro), desde que tenha
prévia autorização do marido

Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo de 300 dias, a mulher
contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro
marido, se nascido dentro dos 300 dias a contar da data do falecimento deste e,
do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido 180 dias
do novo casamento.

Prof. Wangney Ilco 189 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5.1.2- Do Reconhecimento dos Filhos

RECONHECIMENTO DOS FILHOS

Voluntário ou Perfilhação Judicial

Pela manifestação Pela sentença


voluntária de um judicial em ação
ou dos dois de investigação
cônjuges de paternidade

• No Registro do Nascimento;
• Por Escritura Pública ou particular, a ser arquivado em cartório;
• Por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
• Por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o
reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato
que o contém.

5.2- Parentesco por afinidade

Conforme já definido, o parentesco por afinidade é aquele estabelecido


por determinação legal entre um cônjuge e os parentes consanguíneos do outro.
Ou seja, “a minha sogra é minha parenta por afinidade”

5.3- Parentesco civil - Adoção

parentesco civil é aquele que decorre de outra origem diversa da


origem consanguínea, tal como previsto no art. 1.593 (“O parentesco é natural
ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem”). E o que vem
a ser a expressão “outra origem”?

Prof. Wangney Ilco 190 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5.4- Poder Familiar

compete o poder
familiar aos pais
Durante o na falta ou impedimento de
casamento e a um deles, o outro o exercerá
união estável Divergência com exclusividade
dos pais

É assegurado a qualquer
deles recorrer ao juiz para
solução do desacordo

Ddirigir-lhes a criação e a educação

Exercer a guarda unilateral ou compartilhada

casarem

Conceder-lhes ou
negar-lhes viajarem ao exterior
consentimento para
mudarem sua residência permanente
para outro Município

Nomear-lhes tutor por testamento ou documento


autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o
sobrevivo não puder exercer o poder familiar;

Representá-los judicial e extrajudicialmente até os


16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-
lhes o consentimento

Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha

Exigir que lhes prestem obediência, respeito e os


serviços próprios de sua idade e condição

Prof. Wangney Ilco 191 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Direito de Família (Parte 2)

1 - Regime de bens entre cônjuges

São quatro os tipos de regime de bens previstos no CC: regime de


comunhão parcial, regime de comunhão universal, regime de participação
final nos aquestos e regime de separação de bens.
vigorará, quanto
ou sendo ela aos bens entre os
Não havendo
nula ou cônjuges, o regime
convenção
ineficaz da comunhão
parcial

praticar todos os atos de disposição e de


administração necessários ao desempenho de sua
profissão, com as limitações estabelecidas no CC

administrar os bens próprios

desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido


gravados ou alienados sem o seu consentimento ou
sem suprimento judicial
Qualquer que
seja o regime
de bens, tanto o demandar a rescisão dos contratos de fiança e
marido quanto a doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo outro
mulher podem cônjuge com infração do disposto no CC
livremente:
reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis,
doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino,
desde que provado que os bens não foram adquiridos
pelo esforço comum destes, se o casal estiver separado
de fato por mais de cinco anos

praticar todos os atos que não lhes forem vedados


expressamente

Podem os cônjuges, comprar, ainda a crédito, as coisas


independentemente necessárias à economia doméstica
de autorização um do
outro: obter, por empréstimo, as quantias que a
aquisição dessas coisas possa exigir

As dívidas contraídas para esses fins obrigam


solidariamente ambos os cônjuges.

Prof. Wangney Ilco 192 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem


autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

alienar ou pleitear, fazer doação, não


gravar de como autor prestar sendo remuneratória,
ônus real ou réu, acerca fiança ou de bens comuns, ou
os bens desses bens aval dos que possam
imóveis ou direitos integrar futura meação

gerir os bens comuns e os do consorte


Quando um dos cônjuges
não puder exercer a
administração dos bens
que lhe incumbe, alienar os bens móveis comuns
segundo o regime de
bens, caberá ao outro:
alienar os imóveis comuns e os
móveis ou imóveis do consorte,
mediante autorização judicial

O cônjuge, que estiver na posse dos bens particulares do


outro, será para com este e seus herdeiros responsável:

como
como procurador como depositário
usufrutuário

se tiver mandato se não for


se o rendimento for
expresso ou tácito usufrutuário, nem
comum
para os administrar administrador

Prof. Wangney Ilco 193 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.1- Regime de comunhão parcial de bens


os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar

os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes


a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares

as obrigações anteriores ao casamento


Excluem-
se, da as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em
comunhão: proveito do casal

os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão

os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge

as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas


semelhantes

os bens adquiridos na constância do casamento por título


oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges

os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso


de trabalho ou despesa anterior (Ex: prêmio de loteria)

os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em


Entram na favor de ambos os cônjuges
comunhão:

as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge

os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada


cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou
pendentes ao tempo de cessar a comunhão

Prof. Wangney Ilco 194 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

1.2- Regime de comunhão universal de bens

os bens doados ou herdados com a cláusula de


incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar

os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro


fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva

São as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de


excluídos despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito
da comum
comunhão:
as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro
com a cláusula de incomunicabilidade

os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (os bens de


uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; os proventos
do trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões, meios-soldos,
montepios e outras rendas semelhantes)

1.3- Regime de participação final nos aquestos

Sobrevindo a os bens anteriores ao casamento e os que em


dissolução da seu lugar se sub-rogaram
sociedade conjugal,
apurar-se-á o
montante dos os que sobrevieram a cada cônjuge por
aqüestos, excluindo- sucessão ou liberalidade
se da soma dos
patrimônios próprios:
as dívidas relativas a esses bens

Em resumo:
• Aquesto é um patrimônio adquirido pelo casal de forma onerosa e
corresponde ao bem adquirido onerosamente;
• A doutrina costuma classificar este regime como híbrido, pois representa
uma separação patrimonial durante o casamento ou união estável, onde
cada cônjuge possui patrimônio próprio, porém, aplica-se a comunhão
na partilha dos aquestos;
• O direito à meação não é renunciável, cessível ou penhorável na vigência
do regime matrimonial, conforme dispõe o art. 1.682, CC;
• Se o cônjuge A contribuiu com 60% e o B com 40% na compra de um
imóvel na constância do casamento, por ocasião da dissolução da
sociedade conjugal, o imóvel deverá ser partilhado em 50% para cada
cônjuge.

1.4- Regime de separação de bens

Prof. Wangney Ilco 195 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:

das pessoas que o


de todos os que
contraírem com
da pessoa dependerem, para
inobservância das
maior de 70 casar, de
causas suspensivas
anos suprimento
da celebração do
judicial
casamento

Enunciado nº 262 III Jornada de Direito Civil – Arts. 1.641 e 1.639: A


obrigatoriedade da separação de bens, nas hipóteses previstas nos incs. I e III
do art. 1.641 do Código Civil, não impede a alteração do regime, desde que
superada a causa que o impôs.

2 - Usufruto e Administração dos Bens de Filhos Menores

O poder familiar dos pais sobre os filhos que se encontram sob sua
autoridade tem dois aspectos: um pessoal e o outro patrimonial. Acerca do
aspecto patrimonial do poder familiar, o legislador destinou o seguinte
subtítulo no CC/2002: O usufruto e a administração dos bens de filhos menores.
Em regra, o usufrutuário é também o administrador dos bens.

3 - Dos Alimentos

A expressão alimentos diz respeito às prestações necessárias ao


provimento das necessidades básicas daquele que não possui condições para
fazê-lo por meios próprios. Nesta relação, há duas figuras: o alimentando
(credor – aquele que pede os alimentos) e o alimentante (devedor – aquele
que possui a obrigação de prover os alimentos).

Prof. Wangney Ilco 196 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Alimentos de que
necessitem para
viver de modo
Parentes, compatível com a Parentes,
sua condição
conjuges ou cônjuges ou
social, inclusive
companheiros para atender às
companheiros
necessidades de
sua educação.

A obrigação de prestar alimentos, como acima, deve obedecer de forma


proporcional as necessidades do reclamante e os recursos da pessoa
obrigada.

art. 1.708:

O casamento

Cessa a
DO
obrigação de
prestar alimentos A união estável CREDOR
com

O concubinato

Com relação ao credor cessa, também, o direito a


alimentos, se tiver procedimento indigno em
relação ao devedor (Ex: tentativa de homicídio).

4 - Bem de família: legal e convencional

O bem de família legal é aquele tratado pela Lei nº 8.009/90, que


dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família. Refere-se ao imóvel
próprio do casal ou da entidade familiar. Como regra é: ”é impenhorável e
não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal,
previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais
ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam”.

Já o bem de família convencional, é conhecido também por


voluntário, já que resulta de ato praticado pelos cônjuges conforme o princípio

Prof. Wangney Ilco 197 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

da autonomia da vontade. ...previsto no art. 1.711 e seguintes do CC, possuindo


eficácia somente após o registro no RGI competente. .... o bem de família
convencional não pode ser inventariado ou partilhado.

5 - Tutela e Curatela

Direito
Assistencial

Tutela
Guarda Ausência
Imposto pelo Curatela
Estato
Substitui o poder Coloca o menor Morte
Imposto pelo em família presumida
familiar Estado substituta, Declaração de
Proteção ao Proteção do independente de
menor não ausência
maior incapaz sua situação
emancipado e administração Nomeação de
Casos de
Menor de 16 é de seus bens abandono ou curador
representado Incapacidade de abuso
Entre 16 e 18, é civil relativa
assistido. (maiores de 18)

TUTELA ➔ amparo de menores


CURATELA ➔ amparo de maiores com “problemas”

5.1- Tutela

o art. 1.728 do CC, são casos de tutela dos filhos menores:

Falecidos

Tutela
Pais Julgados ausentes
Filhos menores

Decaídos do poder familiar

Prof. Wangney Ilco 198 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

...a tutela objetiva a substituição do poder familiar e pode ser classificada em:

TESTAMENTÁRIA: tutela feita pelos pais, em conjunto, e deve


constar de testamento ou de qualquer outro documento autêntico.
É nula quando o pai ou a mãe não possuía o poder familiar ao
tempo de sua morte.

LEGÍTIMA: quanto a tutela competir aos parentes


consanguíneos do menor (art. 1.731).

DATIVA: quando o juíz nomeia tutor idôneo e residente no


domicílio do menor (art. 1.732)

- Na falta de tutor testamentário ou legítimo


- Quando estes forem excluídos ou escusados
da tutela
- Quando removidos por não idôneos o tutor
legítimo e o testamentário

5.2- Curatela

Estão sujeitos a curatela:

Os que não
puderem exprimir
Defesa dos sua vontade
interesses de
maiores
incapazes

Os vinciados
CURATELA em tóxicos

Os ébrios
habituais

Os pródigos

Prof. Wangney Ilco 199 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Agora, para fecharmos de vez a nossa aula de hoje, vale diferenciarmos


a TUTELA da CURATELA:

CURATELA TUTELA

• Aplica-se ao maior • Aplica-se ao menor


(incapacidade relativa - exceto (incapacidade natural - idade);
idade) •Por decisão judicial,
•Aplica-se ao nascituro; testamentária ou legítima;
•Por decisão judicial •A atribuição do tutor é mais
•A atribuição do curador pode ser abrangente.
relativa.

Prof. Wangney Ilco 200 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Aula: Sucessões

1 - Direito das Sucessões

no Livro V do CC, que encontra-se distribuído da seguinte forma:


➢ Título I – Da Sucessão em Geral – arts. 1.784 a 1.828 do CC
➢ Título II – Da Sucessão Legítima – arts. 1.829 a 1.856 do CC
➢ Título III – Da Sucessão Testamentária – arts. 1.857 a 1.990 do CC
➢ Título IV – Do Inventário e da Partilha – arts. 1.991 a 2.027 do CC

2 - Da Sucessão em Geral

A sucessão

dá-se por abre-se no lugar

disposição
do último domicílio do
lei OU de última
falecido
vontade

A lei responsável por regular a sucessão e a legitimação para suceder é a


lei vigente ao tempo da abertura da sucessão.

Prof. Wangney Ilco 201 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

se concorrer com terá direito a uma quota


filhos comuns equivalente à que por
lei for atribuída ao filho
A companheira
ou o
companheiro se concorrer com tocar-lhe-á a metade
participará da descendentes só do (1/2) do que couber
sucessão do autor da herança a cada um daqueles
outro, quanto aos
bens adquiridos
onerosamente se concorrer com
na vigência da terá direito a um terço
outros parentes (1/3) da herança
união estável, sucessíveis
nas condições
seguintes:

não havendo terá direito à totalidade


parentes sucessíveis (100%) da herança

....... a administração da herança caberá, sucessivamente:

ao cônjuge ou companheiro, se com o outro convivia ao tempo da


abertura da sucessão;

ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens, e,


se houver mais de um nessas condições, ao mais velho;

ao testamenteiro;

a pessoa de confiança do juiz, na falta ou escusa das indicadas


nos incisos antecedentes, ou quando tiverem de ser afastadas por
motivo grave levado ao conhecimento do juiz.

2.1-Vocação hereditária

Em relação à vocação hereditária, conforme art. 1.798 do CC, legitimam-


se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura
da sucessão.

Prof. Wangney Ilco 202 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

os filhos, ainda não concebidos, de pessoas


indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão

Na sucessão
testamentária podem as pessoas jurídicas
ainda ser chamados a
suceder:
as pessoas jurídicas, cuja organização for
determinada pelo testador sob a forma de
fundação

Nesse caso, os bens da herança serão confiados, após a liquidação ou partilha,


a curador nomeado pelo juiz. Se, decorridos dois anos após a abertura da
sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo
disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos.

a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, nem o seu


cônjuge ou companheiro, ou os seus ascendentes e
irmãos

Não podem
ser as testemunhas do testamento
nomeados
herdeiros
nem
legatários: o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa
sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco
anos

o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou escrivão,


perante quem se fizer, assim como o que fizer ou aprovar o
testamento

2.2-Aceitação e renúncia da herança

Para que haja transmissão definitiva da herança, é necessário que haja


aceitação pelo herdeiro, que pode ocorrer de forma expressa ou tácita.

Não exprimem aceitação de herança

os atos os de
oficiosos, como os meramente administração e
o funeral do conservatórios guarda
finado provisória

Prof. Wangney Ilco 203 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

2.3-Excluídos da sucessão

que houverem sido autores, co-autores ou


partícipes de homicídio doloso, ou tentativa
deste, contra a pessoa de cuja sucessão se
tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente
São excluídos da
sucessão os que houverem acusado caluniosamente em
herdeiros ou juízo o autor da herança ou incorrerem em
legatários: crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou
companheiro

que, por violência ou meios fraudulentos,


inibirem ou obstarem o autor da herança de
dispor livremente de seus bens por ato de
última vontade

Obs.: O rol de hipóteses acima está disposto no art. 1.814 do CC e é


considerado TAXATIVO ou numerus clausus, conforme o entendimento
majoritário.

2.4-Herança jacente

A herança é jacente quando não há herdeiro certo e determinado, ou não


há conhecimento da existência de qualquer herdeiro. Falecendo alguém sem
deixar testamento nem herdeiro legítimo notoriamente conhecido, os bens da
herança, depois de arrecadados, ficarão sob a guarda e administração de um
curador, até a sua entrega ao sucessor devidamente habilitado ou à declaração
de sua vacância.
.....
Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, a
herança será desde logo declarada vacante.

2.5-Petição de herança

O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o


reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança,
ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título,
a possua.

3 - Da Sucessão Legítima

A sucessão legítima defere-se na seguinte ordem:

Prof. Wangney Ilco 204 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,


salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão
universal, ou no da separação obrigatória de bens; ou se, no
regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver
deixado bens particulares

aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

ao cônjuge sobrevivente

aos colaterais

3.1-Herdeiros necessários

ascendentes

Havendo herdeiros Herdeiros


necessários, o testador Necessários
só poderá dispor da
metade da herança.

descendentes cônjuge

Dá-se o nome de legítima à metade da herança que pertence por direito aos
herdeiros necessários.

Prof. Wangney Ilco 205 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Outra
Metade da
metade = Total da
herança =
parte herança
"legítima"
disponível

inalienabilidade

Salvo se
houver justa o testador não pode impenhorabilidade
causa, estabelecer cláusula
declarada no de
testamento E
OU

incomunicabilidade
sobre os bens da
legítima

3.2-Direito de representação

O direito de representação

dá-se na linha
reta na linha transversal
descendente

somente se dá em favor
nunca na dos filhos de irmãos do
ascendente falecido, quando com
irmãos deste concorrerem

Conforme art. 1.855 do CC, o quinhão do representado partir-se-á por igual


entre os representantes. E, conforme art.1.856 do CC, o renunciante à herança
de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

4 - Da Sucessão Testamentária

Toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus
bens, ou de parte deles, para depois de sua morte (art. 1.857 do CC). Portanto,
para o testamento ser válido, é preciso que a pessoa seja capaz.

Prof. Wangney Ilco 206 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não
tiverem pleno discernimento. O testamento é ato personalíssimo, .... o
testamento é revogável, uma vez que pode ser mudado a qualquer momento.
O direito de impugnar a validade do testamento extingue-se em cinco anos,
contado o prazo da data do seu registro.

4.1-Testamentos ordinários

São testamentos ordinários:

o público o cerrado o particular

4.1.1-Testamento público

ser escrito por tabelião ou por seu substituto


legal em seu livro de notas, de acordo com as
declarações do testador, podendo este servir-se
de minuta, notas ou apontamentos
São requisitos lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo
essenciais do tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um
testamento só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na
público: presença destas e do oficial

ser o instrumento, em seguida à leitura,


assinado pelo testador, pelas testemunhas e
pelo tabelião

4.1.2-Testamento cerrado

O testamento escrito pelo testador, ou por outra pessoa, a seu rogo, e


por aquele assinado, será válido se aprovado pelo tabelião ou seu substituto
legal, observadas as seguintes formalidades:

Prof. Wangney Ilco 207 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

que o testador o entregue ao tabelião em presença de


duas testemunhas

que o testador declare que aquele é o seu testamento e


quer que seja aprovado
Formalidades
que o tabelião lavre, desde logo, o auto de aprovação, na
presença de duas testemunhas, e o leia, em seguida, ao
testador e testemunhas

que o auto de aprovação seja assinado pelo tabelião,


pelas testemunhas e pelo testador

4.1.3-Testamento particular

O testamento particular pode ser escrito

de próprio mediante processo


punho mecânico

são requisitos essenciais à não pode conter rasuras ou


sua validade seja lido e espaços em branco, devendo ser
assinado por quem o escreveu, assinado pelo testador, depois
na presença de pelo menos de o ter lido na presença de pelo
três testemunhas, que o menos três testemunhas, que o
devem subscrever subscreverão

4.2-Codicilos

Codicilo é o nome dado ao escrito particular, no qual a pessoa pode


fazer disposições sobre o seu enterro, sobre esmolas de pouco valor e deixar
móveis, roupas ou joias, de pouco valor.

4.3-Testamentos especiais

Prof. Wangney Ilco 208 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

São testamentos especiais:

o marítimo o aeronáutico o militar

4.3.1-Testamento marítimo e aeronáutico

Quem estiver em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou


mercante, pode testar perante o comandante, em presença de duas
testemunhas, por forma que corresponda ao testamento público ou ao
cerrado.

4.3.2-Testamento militar

O testamento dos militares e demais pessoas a serviço das Forças


Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça
sitiada, ou que esteja de comunicações interrompidas, poderá fazer-se, não
havendo tabelião ou seu substituto legal, ante duas, ou três testemunhas, se o
testador não puder, ou não souber assinar, caso em que assinará por ele uma
delas.

4.4-Disposições testamentárias

A nomeação de herdeiro, ou legatário, pode fazer-se pura e


simplesmente, sob condição, para certo fim ou modo, ou por certo motivo.
Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações
diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do
testador.

Prof. Wangney Ilco 209 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

É nula a disposição: Valerá a disposição:

• que institua herdeiro ou • em favor de pessoa incerta que


legatário sob a condição deva ser determinada por
captatória de que este disponha, terceiro, dentre duas ou mais
também por testamento, em pessoas mencionadas pelo
benefício do testador, ou de testador, ou pertencentes a uma
terceiro; família, ou a um corpo coletivo,
• que se refira a pessoa incerta, ou a um estabelecimento por ele
cuja identidade não se possa designado;
averiguar; • em remuneração de serviços
• que favoreça a pessoa incerta, prestados ao testador, por
cometendo a determinação de ocasião da moléstia de que
sua identidade a terceiro; faleceu, ainda que fique ao
• que deixe a arbítrio do herdeiro, arbítrio do herdeiro ou de outrem
ou de outrem, fixar o valor do determinar o valor do legado
legado;
• que favoreça as pessoas a que
se referem os arts. 1.801 e 1.802
(aquelas que não podem ser
nomeadas herdeiros nem
legatários e aquelas não
legitimadas a suceder)

4.5-Legados

O legado pode ser um bem individualizado (um carro, uma casa) ou um


conjunto de bens pertencentes a herança, que é deixado para uma pessoa (que
não necessariamente seria um herdeiro do falecido).

se, depois do testamento, o testador modificar a coisa


legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a
denominação que possuía

se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou


em parte a coisa legada; nesse caso, caducará até onde
ela deixou de pertencer ao testador
Caducará o
legado: se a coisa perecer ou for evicta, vivo ou morto o
testador, sem culpa do herdeiro ou legatário incumbido
do seu cumprimento

se o legatário for excluído da sucessão, nos termos


do art. 1.815 (casos de indignidade)

se o legatário falecer antes do testador

Prof. Wangney Ilco 210 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

4.6-Direito de acrescer

Quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem


conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e
qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos
co-herdeiros, salvo o direito do substituto.

4.7-Substituições

4.7.1-Substituição vulgar e recíproca

O testador pode substituir outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário


nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança
ou o legado, presumindo-se que a substituição foi determinada para as duas
alternativas, ainda que o testador só a uma se refira (art. 1.947 do CC).

4.7.2-Substituição Fideicomissária

A substituição fideicomissária ocorre quando o substituto nomeado ainda


não foi concebido à época em que o testamento foi feito. Por exemplo, o pai
que nomeia como substituto o neto que ainda não foi concebido.

4.8-Deserdação

Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou


deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão. E,
além dessas causas, autorizam a deserdação:

Autorizam a deserdação dos descendentes por seus


ascendentes

desamparo do
relações ilícitas
ascendente em
ofensa injúria com a madrasta
alienação mental
física grave ou com o
ou grave
padrasto
enfermidade

Prof. Wangney Ilco 211 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

Autorizam a deserdação dos ascendentes pelos


descendentes

relações ilícitas
com a mulher ou desamparo do
injúria companheira do filho ou neto com
ofensa
grave filho ou a do neto, deficiência
física
ou com o marido mental ou grave
ou companheiro da enfermidade
filha ou o da neta

4.9-Revogação e rompimento do testamento

4.9.1-Revogação do testamento

O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo e forma como pode
ser feito (art. 1.969 do CC). A revogação do testamento pode ser total ou
parcial.

4.9.2-Rompimento do testamento

Conforme art. 1.973 do CC, sobrevindo descendente sucessível ao


testador, que não o tinha ou não o conhecia quando testou, rompe-se o
testamento em todas as suas disposições, se esse descendente sobreviver ao
testador.

4.10-Testamenteiro

O testamenteiro é a pessoa física nomeada pelo testador com o objetivo


de fazer cumprir o disposto no testamento. O testador pode nomear um ou
mais testamenteiros, conjuntos ou separados, para lhe darem cumprimento às
disposições de última vontade.

Prof. Wangney Ilco 212 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

5 - Inventário e Partilha

5.1-Inventário

O inventário é o procedimento pelo qual ocorre o levantamento do


patrimônio do “de cujus” (falecido), com a finalidade de apurar seus bens,
direitos e obrigações, para posteriormente haver a partilha.

Assinatura do Homologação
compromisso da partilha

Administração da herança
exercída pelo inventariante

5.1.1-Sonegados

O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no


inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no de
outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de
restituí-los, perderá o direito que lhe cabia sobre eles (art. 1.992 do CC).

Só se pode arguir o inventariante de sonegação


depois de encerrada a descrição dos bens, com
a declaração, feita por ele, de não existirem
outros por inventariar e partir

assim como arguir o herdeiro, depois de


declarar-se no inventário que não os possui

5.1.2-Pagamento das dívidas

A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a


partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na
herança lhe coube (art. 1.997 do CC).

5.2-Colação

A colação tem por fim igualar, na proporção estabelecida no CC, as


legítimas dos descendentes e do cônjuge sobrevivente, obrigando também os

Prof. Wangney Ilco 213 de 214


www.exponencialconcursos.com.br
Curso de Direito Civil
Teoria e Questões comentadas
Prof. Wangney Ilco

donatários que, ao tempo do falecimento do doador, já não possuírem os bens


doados.

5.3-Partilha

A partilha é o meio pelo qual ocorre a distribuição dos bens. O herdeiro


sempre pode requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual
faculdade aos seus cessionários e credores.
A partilha pode ser judicial ou amigável. A partilha será sempre
judicial, se os herdeiros divergirem, assim como se algum deles for incapaz.
Se os herdeiros forem capazes, poderão fazer partilha amigável, por
escritura pública, termo nos autos do inventário, ou escrito particular,
homologado pelo juiz.
A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam, em geral, os
negócios jurídicos. O direito de anular a partilha extingue-se em um ano.

Prof. Wangney Ilco 214 de 214


www.exponencialconcursos.com.br

Você também pode gostar