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Prof.

Guilherme Pedrozo
Prof. Matheus De Gregori

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Revisão Turbo | 35° Exame da Ordem
Direito Tributário

Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!


Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥

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1. Conceito de Tributo

Art. 3º, do CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor
nelase possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

*Para todos verem: esquema

Toda prestação pecuniária compulsória

Paga em moeda, ou cujo valor nela se possa


exprimir

Não constitua sanção por ato ilícito

Prevista em lei

1.1 Não constitua sanção por ato ilícito


Tributo não é pena, não poderá ser exigido como forma de punição (sanção política).
Igualmente não se poderá tributar atividade ilícita, entretanto sobre os frutos decorrentes
da atividade ilícita, poderá ocorrer a incidência tributária. Trata-se do princípio da pecunia non
olet.

1.2 Prevista em lei


O tributo sempre deverá ser criado por meio de lei. Via de regra, será criado por lei
ordinária, através do Poder Legislativo. Excepcionalmente, apenas 4 (quatro) tributos, deverá ser
criado por meio de Lei Complementar.

Exceção:

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*Para todos verem: esquema

Imposto sobre
Contribuição Empréstimo Imposto
grandes
social residual compulsório residual
fortunas

Lembre-se que a Medida provisória não pode atuar em matéria reservada à lei
complementar, logo não poderá criar estes 4 tributos e muito menos editar normas gerais de
direito tributário, como por exemplo: regrais gerais sobre prescrição e decadência (art. 146, III, B
da CF).

2. Competência Tributária

A Constituição Federal não cria tributos, mas outorga poderes aos entes (União, Distrito
Federal, Estados e Municípios) para que estes criem.
Poderão ser criadas as seguintes espécies tributárias:

*Para todos verem: esquema

Contribuição Contribuições Empréstimo


Impostos Taxas
de melhoria especiais compulsório

Somente a União pode criar novo imposto (residual) e nova fonte de custeio para
seguridade social (residual).

2.1 Arrecadação de tributos


A competência tributária será indelegável. Entretanto, a capacidade ativa tributária poderá
ser delegada do ente competente para outra pessoa jurídica de direito público.
Assim, lembre-se que poderá ser delegada a capacidade ativa tributária para outra pessoa
jurídica de direito público. Tal delegação consiste na delegação das funções administrativas de:
• Arrecadação;
• Fiscalização;
• Execução das leis.

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A competência para criar, majorar, excluir e/ou reduzir, esta será indelegável.

3. Limitações ao Poder de Tributar

3.1 Princípio da legalidade


A criação, majoração, redução ou extinção de tributo deverá ser feita através de lei.
Mitigações/exceções:
*Para todos verem: esquema

Alterar alíquotas II, IE, IPI, IOF


Poder Executivo:
decreto ou portaria
Atualizar base de
Qualquer tributo
cálculo

STF: Alterar prazo de pagamento também poderá ser feito por ato do poder
executivo.

3.2 Princípio do não confisco


O valor cobrado de tributo não pode ter significativa quantia que impeça a propriedade.
Exemplo: o valor do IPVA ser maior que o do veículo.
Segundo decisões do Supremo: o princípio do não confisco também será estendido
para as multas tributárias.

3.3 Princípio irretroatividade


A norma tributária não poderá retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que
ocorreram antes de sua vigência. Sendo assim, aplica-se a lei vigente, alíquota e base de cálculo
que estiverem em vigor quando da ocorrência do fato gerador.
Logo, conclui-se: a norma tributária, via de regra, não poderá retroagir justamente para
preservar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança
jurídica.
Entretanto, o CTN leciona algumas exceções à irretroatividade:

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Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


II - Tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo
da suaprática.
A norma nova que venha deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir a
infração (reduzir o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já ocorridos, desde
que não exista coisa julgada.
Vale ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente e tão exclusivamente no
campo das infrações (jamais no tocante às alíquotas ou base de cálculo).

Princípio da Irretroatividade

4. Imunidades

*Para todos verem: esquema

Imunidade Isenção

Dispensa legal (norma


infraconstitucional) ao poder
Dispensa constitucional de tributar.
ao poder de tributar.
Cada ente cria para seus
tributos.
Em regra, poderá ser
revogada a qualquer a tempo.
Exceção: isenção onerosa
Não pode ser revogada. (condição e prazo certo), em
razão da segurança jurídica e
do direito adquirido não poderá
ser revogada a qualquer
tempo.

Admite ampla forma de


interpretação. Apenas admite interpretação
literal.

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Existem dois gêneros (grupos) de imunidades:

4.1 Específicas
Podem ser de qualquer espécie tributária (caso concreto/caso certo). Estão espalhadas
por toda a CF.
Exemplo: as entidades de assistência social sem fins lucrativos (por exemplo, Sistema S)
não irão pagar contribuição de seguridade social (Contribuição Patronal, PIS/COFINS).

4.2 Genéricas
Somente de impostos. Estão apenas no artigo abaixo citado e estarão de forma genérica
em nossa Constituição.
São espécies de imunidade genéricas:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - Instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais
ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo
na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.

4.2.1 Templos
Não haverá incidência de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços que estejam em
nome do templo e que sejam revertidos ao cumprimento de sua finalidade essencial na forma do
artigo 150, §4º da CF.
Atenção: § 1º-A O imposto previsto no inciso I (IPTU) do caput deste artigo não incide
sobre templos de qualquer culto, ainda que as entidades abrangidas pela imunidade de que trata
a alínea "b" do inciso VI do caput do art. 150 desta Constituição sejam apenas locatárias do bem
imóvel.

4.2.2 Livros, jornais, revistas e periódicos


Não haverá a incidência de impostos sobre livros, jornais, revistas, periódicos e dos papéis

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destinados à impressão destes, desde que transmitam pensamento e não possuam cunho
publicitário.
STF: livros eletrônicos (e-books) e seus readers (suportes de leitura) também tem
imunidade na forma da SV 57 do STF.
Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante ao objeto e não
sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel pertencente à fábrica do jornal.
E para gozarem da imunidade quais são os requisitos necessários que devem ser
observados: transmitir um pensamento e ter uma ideia formalmente orientada
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo sexual gozarão desta
imunidade.
E as revistas com finalidade de marketing, que desejam prioritariamente vender produtos?
Estas revistas não gozarão de imunidade, muito menos o papel destinado à impressão destas
revistas publicitárias.

5. Obrigação Tributária

*Para todos verem: esquema

Pagar tributo e/ou


Principal
multa
Obrigações
Fazer/não fazer
Acessória (nota fiscal, livro
contábil)

As relações obrigacionais são independentes.


Pessoas, instituições imunes e isentas apenas estarão desobrigadas ao cumprimento da
obrigação principal, porém não estarão desobrigadas ao cumprimento das obrigações
acessórias.
O descumprimento de uma obrigação acessória faz nascer uma principal (multa).
Quem irá exigir o cumprimento da obrigação? Ente competente, salvo quando houver
delegação a outro entre.

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5.1 Sujeito passivo


Sujeito passivo é quem irá cumprir a obrigação.

* Para todos verem: esquema

Vínculo direto com o fato


Contibuinte
gerador

Sujeito passivo
Terceiro. Porém terá vínculo
com fato gerador e sua
Responsável
responsabilidade deverá estar
em lei expressa

Contrato particular relativo à responsabilidade pelo pagamento de tributos não poderá ser
oposto contra à Fazenda Pública, bem como não poderá servir para modificar a definição legal
do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Duas ou mais pessoas poderão ser solidariamente obrigadas ao pagamento de um único
tributo? Sim, desde que haja vínculo/interesse comum na situação que constitua o fato gerador
(solidários).
E se uma destas pessoas gozar de isenção tributária em razão de condição especial? Os
demais continuarão devedores pelo saldo devedor de forma solidária.

6. Domicílio Tributário

Em regra, o domicílio tributário será aquele eleito pelo sujeito passivo.


Se não escolher (fizer opção):

*Para todos verem: esquema

Local dos
atos/fatos que
Pessoa física Residência Trabalho
deram origem
ao fato gerador

Local dos atos/fatos


Pessoa jurídica Sede da empresa que deram origem ao
fato gerador

Pode o domicílio fiscal eleito pelo sujeito passivo ser recusado pelo fisco, desde que

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olocal escolhido dificulte ou impeça a arrecadação ou fiscalização

7. Compensação

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra
a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os
efeitosdeste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução
maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer
entre a data da compensação e a do vencimento.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de


contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva
decisão judicial.

Ocorrerá o direito a compensar quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e
devedor uma da outra. Agora, não bastará para ocorrer a compensação ter crédito e débito, mas
também faz-se necessário a existência de norma específica do ente competente que estipule as
condições e garantias, observando o teor do artigo 170 do CTN.
Cuidado com a Súmula 212 do STJ que foi revogada em razão de decisão do STF. Logo,
poderá ocorrer liminarmente a concessão do direito de compensação.

8. Remissão

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I - À situação econômica do sujeito passivo;
II - Ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;
III - À diminuta importância do crédito tributário;
IV - A considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou
materiais docaso;
V - A condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,
aplicando-se,quando cabível, o disposto no artigo 155.

9. Anistia

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à


vigência dalei que a concede, não se aplicando:
I - Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem
essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou

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por terceiroem benefício daquele;


II - Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoasnaturais ou jurídicas.

A anistia também trata-se de medida desonerativa que, entretanto, visa retirar do


contribuinte a denominação de infrator. Logo, o legislador, mediante lei própria (específica do
ente competente), poderá excluir/dispensar o contribuinte do pagamento da multa tributária.
Agora não confunda remissão com anistia. Remissão é forma de extinção e poderá
extinguir todo o crédito tributário (tributo/multa). Notadamente a remissão ocorreu após a
constituição do crédito tributário. Já a anistia ocorrerá antes da constituição da multa, e portanto
poderá apenas excluir a multa tributária.

10. Responsabilidade Tributária

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade,
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa
dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre
o respectivo preço.

O que disposto no artigo supra, trata-se da responsabilidade dos adquirentes de bens


imóveis. Portanto, todos os tributos/multas devidas, relativos ao bem imóvel (impostos, taxas e
contribuição de melhoria) serão transferidos ao adquirente do bem.
Entretanto, o adquirente apenas não poderá ser responsabilizado quando houver
comprovação da negativa de débitos (possuir certidão negativa na data da compra) ou quando
adquirir o bem em leilão judicial, visto que neste último caso, os valores das dívidas estarão sub-
rogadas pelo preço pago em hasta pública. Logo, se houver saldo pendente, mesmo com a
realização da arrematação, o adquirente não poderá ser cobrado pelo saldo devido.

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar arespectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou

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nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,


devidos até à data doato:
I - Integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - Subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro
de seismeses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo
de comércio,indústria ou profissão.
§ 1° O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
I - Em processo de falência; (Incluído pela LCP nº 118, de 2005)
II - De filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.
§ 2° Não se aplica o disposto no § 1° deste artigo quando o adquirente for:
I - Sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo
devedorfalido ou em recuperação judicial;
II - Parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do
devedorfalido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
III - Identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
objetivo defraudar a sucessão tributária.

Aquele que compra e continua a explorar comercialmente:

*Para todos verem: esquema

A) Regra: quem responderá é o adquirente.

B) Integralmente pelo adquirente: se quem vendeu cessar a


prática de exploração.

C) Subsidiariamente: se aquele que vendeu continuar a


explorar ou retornar no prazo de até 6 meses.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações


tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei,
contrato social ou estatutos:
I - As pessoas referidas no artigo anterior;
II - Os mandatários, prepostos e empregados;
III - Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

A responsabilidade é do terceiro (dever de zelo), mas quando ocorrer dolo, são


pessoalmente responsáveis.
Tutor, curador e tabelião = se cometerem atos em excesso.
Entram também os administradores da empresa. Cuidado: não é qualquer sócio. Aqui são
aqueles que tenham e exerçam cargo de administração da empresa.
Vide: Súmula 430 e 435 do STJ.

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11. Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

Reza o artigo 184 do CTN que sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados
bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos
bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláu-sula de inalienabilidade ou impenhorabilidade,
seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetua-dos unicamente os bens e
rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Na forma do artigo supracitado, o crédito tributário poderá servir-se, via de regra, de
quaisquer bens do devedor para a satisfação do crédito, inclusive aquelas gravadas com cláusula
de inalienabilidade ou impenhorabilidade. Entretanto, os bens descritos no artigo 833 do CPC e
na lei 8.009/1990 (único bem imóvel – família) serão impenhoráveis.
Mas tenha cuidado, visto que na própria lei 8.009/1990 (art. 3º, IV) temos uma exceção à
impenhorabilida-de por dívida fiscal, visto que quando o crédito tributário for oriundo do bem
imóvel, ele poderá ser penhorado para pagamento destes débitos (exemplo: IPTU, Taxa,
Contribuição de Melhoria).
Ainda, quanto as disposições legais sobre a garantia, é importante referir o artigo 185 do
CTN: que presu-me-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo,
por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente
inscrito como dívida ativa.
Reza o artigo acima que será presumida fraude toda vez que ocorrer alienação (venda)
de bens com a fina-lidade de não pagar tributo. O lapso temporal para definição da referida fraude
é a inscrição em dívida ativa. Ainda, afirma o parágrafo único do referido artigo que apenas não
será considerado fraude se o devedor conservar bens suficientes para à satisfação do crédito
tributário.

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12. Constituição do Crédito Tributário

A obrigação tributária principal (de pagar) nasce com o fato gerador. Contudo, esse vínculo
obrigacional ainda é um mero dever: incerto, ilíquido e, portanto, inexigível pelo fisco. Sendo assim, é
necessário um procedimento administrativo que “transforme” essa obrigação tributária em crédito tributário.
Então, é preciso dar certeza e liquidez para que a obrigação de pagar se torne crédito, passando assim a
ser exigível.
O que é “exigibilidade”? É a possiblidade de cobrança administrativa pelo fisco.
E como é constituído o crédito? Através do Lançamento Tributário.
O CTN, no art. 142, define lançamento como procedimento administrativo “tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível”.
Note que se trata de atividade administrativa (não é legislativa nem jurisdicional), privativa da
autoridade competente de cada ente (auditor fiscal, por exemplo).
Nessa atividade de lançamento:
1. Determina-se a matéria tributável (certeza);
2. Calcula-se o montante do tributo devido (liquidez);
3. Identifica-se o sujeito passivo (quem deve);
4. Se for o caso, propõe-se multa.

Formaliza-se, assim, o crédito tributário.


Portanto: é o lançamento que constitui o crédito tributário.
• Fato Gerador = nasce Obrigação Tributária (incerta, ilíquida e inexigível).
• Obrigação Tributária + Lançamento Tributário = Crédito Tributário (certo, líquido e exigível).

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*Para todos verem: esquema

OBRIGAÇÃO
HIPÓTESE DE FATO LANÇAMENTO CRÉDITO
TRIBUTÁRIA
INCIDÊNCIA GERADOR TRIBUTÁRIO TRIBUTÁRIO
PRINCIPAL

Se houver um intervalo de tempo entre o fato gerador e o lançamento, qual legislação devemos
aplicar? Ora, a legislação que vigia quando nasceu a obrigação. Ou seja, a legislação do momento do fato
gerador. Conforme art. 144 do CTN, “o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. Além
disso, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, conforme art.
143 do CTN.

12.1 Modalidades de Lançamento


O referido procedimento administrativo de lançamento pode ocorrer de três formas, com diferentes
graus de participação do sujeito passivo (contribuinte ou responsável). São chamadas de modalidades de
lançamento.
O Lançamento de Ofício, também chamado de “lançamento direto”, é aquele feito sem participação
alguma do contribuinte. Ou seja, o ente tributante identifica a ocorrência do fato gerador, faz o cálculo do
valor devido, emite a guia e notifica o contribuinte para que seja realizado o pagamento. Só resta ao
contribuinte fazer o pagamento ou impugnar o lançamento, no prazo previsto. Exemplos de tributos com
lançamento de ofício: IPVA, IPTU, Taxas e Contribuição de Iluminação Pública. As multas, é claro, sempre
são lançadas de ofício.
O art. 149 do CTN enumera as hipóteses em que o lançamento poderá ser efetuado e revisto de
ofício. Além disso, uma vez realizado e intimado o sujeito passivo para pagamento, somente poderá ser
alterado o lançamento, na forma do art. 145 do CTN, em virtude de: “impugnação do sujeito passivo”,
“recurso de ofício”; ou “iniciativa de ofício da autoridade administrativa”.
É importante conhecer a possibilidade do Arbitramento, prevista no art. 148 do CTN. Caberá
arbitramento, pela autoridade fiscal, dos valores que compõem a base de cálculo “sempre que sejam
omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado”.

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Atenção: o arbitramento não é modalidade de lançamento, mas apenas um procedimento


possível, como meio para o lançamento, nos casos acima mencionados, e com contraditório do interessado.
O Lançamento por Declaração, ou “misto”, é aquele “efetuado com base na declaração do sujeito
passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação”, conforme art. 147 do
CTN.
É cabível em situações em que o fisco precisa ser informado, pelo sujeito passivo, a respeito do fato
gerador. Após a declaração, o fisco calculará o valor do tributo e emitirá a guia. São exemplos de
lançamento por declaração: II, IE, ITBI e ITCMD.
O Lançamento por Homologação, ou “autolançamento”, é aquele em que o sujeito passivo faz
tudo: calcula, paga, declara, e autoridade fiscal apenas fiscaliza, homologando o lançamento. Conforme art.
150 do CTN, esse autolançamento ocorre “quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o
dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que
a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a
homologa”. Haverá, contudo, uma homologação tácita caso, após efetuado o pagamento, o fisco quedar
inerte após 05 (cinco) anos. A maioria dos tributos, atualmente, tem como regra essa modalidade de
lançamento, a exemplo de: IR, IPI, ITR, ICMS, ISS, PIS/COFINS e contribuições previdenciárias.
Veja que, mesmo que não haja pagamento, apenas a declaração do débito pelo sujeito passivo já
constitui o tributo, completando o lançamento.

Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

No sentido de maior participação do sujeito passivo:


*Para todos verem: esquema

Lançamento Lançamento por Lançamento por


de Ofício Declaração Homologação

Importante saber que, caso o sujeito passivo não realize os atos a seu encargo, nas hipóteses de
lançamento por declaração ou por homologação, será cabível o lançamento de ofício ou suplementar. Ou
seja: o lançamento de ofício caberá, subsidiariamente, mesmo quando não for a regra.

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13. Suspensão da Exigibilidade do Crédito

Após constituído o crédito tributário, este estará dotado de exigibilidade. Ou seja, pode ser cobrado
pelo fisco, através de notificação e prazo para pagamento. Contudo, algumas situações suspendem a
referida exigibilidade do crédito, impedindo, temporariamente, a cobrança administrativa ou judicial deste
crédito. O crédito continua vivo, mas não poderá ser cobrado enquanto vigente alguma das causas de
suspensão de sua exigibilidade.
Por força do art. 146, III, b, da CF/1988, as hipóteses de suspensão da exigibilidade devem ser
tratadas por lei complementar. Essas hipóteses estão listadas no CTN, no art. 151. São cinco causas, muito
cobradas no Exame de Ordem:
*Para todos verem: esquema

SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE DO
CT

DEPÓSITO LIMINAR OU TUTELA


MORATÓRIA RECURSO ADM. PARCELAMENTO
INTEGRAL ANTECIPADA

São situações que impedem a execução fiscal, mas não o lançamento. Ou seja, caso uma dessas
causas ocorra antes mesmo de o crédito estar constituído (uma liminar preventiva, por exemplo), ainda
assim será possível ao fisco realizar o lançamento do crédito, que desde logo estará com exigibilidade
suspensa. Isso porque há prazo para o fisco realizar o lançamento (decadência), que segue correndo
enquanto a exigibilidade está suspensa. A prescrição, por outro lado, não transcorre durante o período de
suspensão da exigibilidade do CT, uma vez que o fisco está impedido de propor a execução fiscal.
Vejamos brevemente as hipóteses acima listadas:
1) Moratória: trata-se de dilação do prazo para pagamento do tributo. Ou seja, aumenta-se o prazo
para pagar um tributo já constituído. Durante esse prazo, a exigibilidade está suspensa. Pode ser concedida
em caráter geral (para número indeterminado de contribuintes, sem exigência de autorização individual), ou
em caráter individual (exige requisitos, que serão conferidos pela autoridade competente, que confirmará
por despacho o direito ao benefício fiscal do contribuinte, individualmente). Costuma ser utilizada como

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medida política, para incentivo de determinado setor ou para amenizar crises econômicas ou calamidades.
Exige lei em sentido estrito, do ente competente, para sua concessão. Há, contudo, a possibilidade de a
União conceder moratória de tributos estaduais e municipais, desde que faça o mesmo com seus tributos,
na forma do art. 152, I, b, do CTN.
2) Depósito do montante integral: trata-se de uma garantia prestada ao credor, pelo devedor.
Atenção: depositar, aqui, não significa “pagar”. Significa garantir ao credor (fazenda pública) de que o valor
exigido está “reservado”, caso o contribuinte perca a discussão. É uma faculdade (opção) do contribuinte,
caso deseje a suspensão da exigibilidade enquanto discute judicialmente o crédito. Apesar de poder ser
feito também na via administrativa, não há necessidade, uma vez que o recurso administrativo, por si só,
suspende a exigibilidade do crédito. O depósito precisa ser integral (de todo o valor exigido) e em dinheiro,
e não pode ser obrigatório como condição de acesso ao processo administrativo ou judicial (salvo na ação
de consignação em pagamento, como veremos adiante).

Súmula 112 do STJ: O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se


for integral e em dinheiro.

Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios


de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula Vinculante 28: É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito


de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito
tributário.

3) Reclamações e Recursos administrativos: em cada ente federado poderá haver nomes


distintos para esse instrumento, tais como impugnação, recurso, defesa, etc. Trata-se de decorrência do
direito fundamental ao devido processo administrativo, bem como dos direitos de petição, do contraditório
e da ampla defesa. O seu mero manejo, tempestivamente, suspende a exigibilidade do crédito. Como visto,
é inconstitucional a exigência de depósito prévio ou “custas” para viabilizar a defesa administrativa, sendo
assim um grande instrumento que não exige dispêndio financeiro. Ademais, não é necessária (embora
recomendada) a constituição de advogado pelo contribuinte, que pode fazer sua defesa diretamente junto
ao órgão fiscal.
4) Liminar ou Tutela Antecipada: diversamente da via administrativa, na esfera judicial, o mero
acionamento não suspende a exigibilidade do crédito tributário. Será necessário o depósito integral , como
visto, ou uma concessão de antecipação dos efeitos da tutela pelo Juízo, com o fim de suspender a
exigibilidade do crédito enquanto se discute o processo. Deve ser expressamente requerido pelo
contribuinte, através de advogado. Sendo em sede de Mandado de Segurança, possuirá sempre o nome
de “liminar”, independentemente de ser concedida antes ou após oitiva da parte adversa.

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5) Parcelamento: trata-se de hipótese em que se fraciona o crédito em parcelas, adiando o prazo


final para pagamento do tributo. Conforme art. 155-A, depende de lei específica de cada ente para regular
a forma e condições para sua concessão, que será efetuada em cada caso através de requerimento do
contribuinte ou de ofício. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não
exclui a incidência de juros e multas.
Importante: as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito não dispensam o cumprimento
das obrigações assessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso.
Exemplo: GuiGui está com benefício de parcelamento do crédito de Imposto de Renda, mas
permanece obrigado, nesse período, a realizar declarações e outras obrigações acessórias relativas a esse
tributo.

14. Extinção do Crédito Tributário

A extinção do crédito tributário representa o fim da relação obrigacional entre o fisco e o contribuinte.
São várias as situações que representam essa extinção, e estão listadas no art. 156 do CTN. Assim como
na suspensão, as causas de extinção do crédito tributário só podem ser modificadas por lei complementar,
por força do art. 146, III, b, da CF/88. Nesse sentido, a Súmula Vinculante nº 8, que declarou como
inconstitucionais leis ordinárias que tratavam de prescrição e decadência, visto que apenas lei
complementar pode tratar de normas gerais de direito tributário.
Contudo, é importante saber que já decidiu o STF (ADI 2405/02) pela possibilidade de previsão
de outras formas de extinção do crédito pelos entes federados, desde que não afrontem a CF/88. Pelo
entendimento do Supremo, portanto, o art. 156 do CTN não é um rol taxativo. A exemplo, temos que a
dação em pagamento de bens móveis pode ser prevista como forma de extinção, embora não prevista no
CTN:

Não há reserva de Lei Complementar Federal para tratar de novas hipóteses de suspensão e
extinção de créditos tributários. Possibilidade de o Estado-Membro estabelecer regras específicas
de quitação de seus próprios créditos tributários. (STF, ADI 2405/19)

De toda sorte, vejamos as hipóteses previstas no art. 156 do CTN:

Veja o esquema na página a seguir...

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*Para todos verem: esquema

•Pagamento
•Compensação
•Transação
•Remissão
EXTINÇÃO DO •Prescrição e a decadência
CRÉDITO •Conversão de depósito em renda
TRIBUTÁRIO •Pagamento antecipado e a homologação do lançamento
•Consignação em pagamento
•Decisão administrativa irreformável
•Decisão judicial passada em julgado
•Dação em pagamento em bens imóveis

O pagamento é a forma mais tradicional e regular de extinção de um crédito, através da entrega de


valor (dinheiro) ao ente tributante. O prazo para pagamento, não havendo regra específica, será de trinta
dias após a notificação do lançamento. O pagamento parcial extingue parcialmente o crédito. A imposição
de multa, naturalmente, não será descontada do valor a ser pago pelo tributo.
Não sendo feito no prazo legal o pagamento, há acréscimo automático de juros moratórios, de um
por cento ao mês, como regra, conforme art. 161 do CTN.
Diversamente do direito privado (civil), o pagamento parcial de parcelas não poderá fazer presumir
que as demais estão quitadas, bem como o pagamento de determinado exercício não faz presumir que os
anteriores estão quitados, na forma do art. 158 do CTN. Ademais, conforme o art. 162 do CTN, o pagamento
poderá ser efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal. E nos casos previstos em lei, em
estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico, a exemplo dos produtos com aquele “selo” de IPI.
O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nada mais são que desdobramentos da
hipótese pagamento, nas situações em que o tributo for lançado por homologação.
A compensação é a forma de extinção do crédito em que as duas partes (Estado e contribuinte)
são credor e devedor reciprocamente. Por exemplo: GuiGui tem direito à restituição de parte de seu imposto
de renda pago no exercício anterior, porém tem dívida fiscal relativa a contribuição previdenciária patronal
ao INSS. É possível que se “compense” os valores, abatendo o valor que se tem a receber com o valor que
precisa ser pago. A compensação depende de lei que autorize sua realização, conforme requisitos de cada
ente. Ainda, o art. 170-A veda a compensação mediante o aproveitamento de tributo que esteja em
contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado.
Preenchidos os requisitos previstos na lei, torna-se um direito ao contribuinte realizar a

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compensação, caso seja do seu interesse. O Mandado de Segurança é instrumento hábil para declarar o
direito à compensação. Contudo, não será possível convalidar compensação já feita através de MS,
conforme entendimento do STJ.

Súmula 213 do STJ: O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito
à compensação tributária.

Súmula 460 do STJ: É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária
realizada pelo contribuinte.

Súmula 461 do STJ: O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por
compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.

A transação nada mais é do que um “acordo”. Forma de extinção do crédito por concessões
recíprocas. Os descontos concedidos por pagamento antecipado são exemplos disso: o fisco renuncia a
uma parte do valor do tributo, e o contribuinte abre mão do prazo maior que tinha para pagá-lo. A transação
somente poderá ser realizada mediante lei específica do ente competente, em que tal norma delimitará as
condições para a realização da transação. Caberá a transação, a ser feita pela autoridade competente, em
litígios judiciais ou administrativos.
A remissão é uma forma de “perdão” da dívida. A extinção do crédito se dá sem nenhuma
contrapartida ao fisco, que dispensa gratuitamente o seu crédito. Pode abarcar tributo e multa tributária.
Igualmente, só pode ser concedida por lei específica do ente competente, conforme art. 150, § 6 o, da CF/88.
Só é possível em relação a créditos já constituídos, não pode ser concedida para créditos futuros. Entre as
causas que autorizam a remissão, estão a diminuta importância do crédito tributário, considerações de
equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso, e condições peculiares a
determinada região do território da entidade tributante. A remissão será concedida por despacho
fundamentado, de forma individual, ou geral, devendo utilizar-se dos parâmetros da moratória para sua
realização.
A conversão de depósito em renda é simples: após derrota do contribuinte que realizou depósito
para garantir o crédito (suspendendo a exigibilidade), ou de penhora de dinheiro em processo judicial, a
autoridade judicial determina a destinação do depósito para a Fazenda Pública vencedora, extinguindo o
crédito tributário que estava em discussão.
A consignação em pagamento é situação em que o contribuinte entende devido o tributo e quer
pagar, mas não está conseguindo. Pode parecer estranho, mas é isso mesmo: o credor, fazenda pública,
está em mora. Conforme art. 164 do CTN, a importância de crédito tributário pode ser consignada
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos de (1) recusa de recebimento, ou subordinação deste ao
pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória, (2) de

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subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal e (3) de


exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato
gerador.
O contribuinte deverá, através de advogado, propor uma Ação de Consignação em Pagamento,
depositando em juízo o valor que entende devido. Após, julgando-se procedente a presente ação, o dinheiro
que fora depositado, na forma do art. 542, I, do CPC, será convertido em renda, vindo a extinguir o crédito
tributário pela consignação.
As decisões administrativa e judicial são hipóteses em que a autoridade judicial ou administrativa,
respectivamente, declaram em processos de sua competência que o crédito está extinto.
A dação em pagamento em bens imóveis é hipótese que depende de lei regulando a forma e
condições de sua ocorrência. Trata-se de situação em que, ao invés de pagar o tributo devido, o contribuinte
oferece bem imóvel à fazenda pública, que após devido procedimento, aceita o bem, com finalidade de
extinguir o crédito tributário. A dação em pagamento é um acordo convencionado entre credor e devedor,
onde o credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devido.
Por fim, analisaremos as hipóteses mais importantes de extinção do crédito tributário: a prescrição
e a decadência.

14.1 A decadência tributária


A decadência é a perda do direito à constituição do crédito tributário. Ou seja, o prazo decadencial
é o prazo máximo para que o fisco constitua o crédito, através do lançamento. Em outras palavras:
decadência é a perda do direito de lançar. Transcorrido esse prazo, o lançamento será ilegal. Caso pago o
tributo decaído, haverá direito à restituição, através de ação de repetição de indébito tributário.
Trata-se de prazo quinquenal, previsto no CTN da seguinte forma:

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do
prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário
pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.

a) Regra geral da decadência


Temos, assim, a regra geral do prazo decadencial (art. 173, I, CTN): inicia-se primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ou seja, não se inicia a

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decadência no momento do fato gerador: a decadência começa a correr em 01 de janeiro do ano


seguinte ao ano em que ocorreu o fato gerador.
Exemplo: fato gerador ocorreu em março de 2022. Prazo inicial da decadência: 01/01/2023. Prazo
final para realizar o lançamento: 31/12/2027. Decadência em 01/01/2028.
Portanto, como regra, o fisco terá mais que cinco anos, desde o dia do fato gerador, para constituir
o crédito. O IPTU de 2023, por exemplo, tem como fato gerador o dia 01/01/23. Portanto, inicia-se a
decadência apenas em 01/01/24, encerrando-se em 01/01/29. Nesse caso, o fisco terá 06 anos para efetuar
o lançamento.
Essa regra se aplica:
• Aos tributos sujeitos a lançamento de ofício e por declaração;
• Aos tributos sujeitos a lançamento por homologação quando lançados com dolo, fraude ou
simulação ou que não tenham sido constituídos/declarados (lançados), conforme art. 150, § 4o,
do CTN.

b) Regra diferenciada da decadência: lançamento por homologação


A regra do prazo decadencial é diferente para os tributos lançados por homologação
(autolançamento). Nesses casos, a contagem dos 05 anos começa do dia do fato gerador, e não no 01 de
janeiro seguinte. É a previsão do prazo máximo para homologação do pagamento antecipado:

Art. 150, § 4º, do CTN: Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado,
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

Feito o pagamento parcial, por exemplo, em 01/06/2022, desde esse dia começa o prazo
decadencial para que o fisco constitua o restante, corrigindo o lançamento parcial. Decairá desse direito,
estando tacitamente homologado esse pagamento parcial, no caso, em 01/06/2027.
Mas e se houver dolo, fraude ou simulação? Aí estaremos diante da regra geral da contagem,
prevista no art. 173, I, do CTN, ou seja, primeiro dia do exercício subsequente àquele em que ocorreu o fato
gerador.
Mas e se não houver pagamento antecipado ou declaração? Aí, também, estaremos diante da
regra geral prevista no art. 173, I, do CTN.

Súmula 555 do STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal
para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN,
nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem

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prévio exame da autoridade administrativa.

E se houver apenas declaração, mas não pagamento?


Muito importante: nesse caso, o tributo estará lançado. Não há que se falar mais em decadência.
Iniciará, assim o prazo prescricional.

Súmula 436 do STJ:A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

c) Regra especial: antecipação da contagem da decadência


Como visto, dispõe o parágrafo único do art. 173 que decurso do prazo decadencial “será contado
da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo,
de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento”. Ou seja: quando a Administração Pública
adota medida preparatória para o lançamento, antes mesmo da sua constituição, considera-se que a partir
da data em que o sujeito passivo toma ciência do termo de fiscalização já se inicia a contagem do prazo
decadencial de 5 (cinco) anos.
Ademais, qualquer ato posterior cometido pela Administração Pública não inibirá a contagem do
prazo decadencial já iniciado anteriormente pela fiscalização. A atuação do fisco, portanto, antecipa a
contagem do prazo decadencial, em benefício do contribuinte.
d) Regra especial: anulação do lançamento por vício formal
Há, ainda, outra hipótese, prevista no inciso II do art. 173 do CTN: inicia-se o prazo decadencial de
05 anos “da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado”.
Ou seja: se um lançamento for efetuado dentro dos 05 anos e, por vício de forma (não conteúdo),
for anulado, conta-se, novamente, o prazo de 05 anos para o fisco fazer o lançamento novamente. É
como se a fazenda pública tivesse uma “segunda chance”: após erro formal no lançamento, receberá mais
05 anos para efetuá-lo novamente, contado da decisão definitiva que anulou o lançamento viciado.

14.2 A prescrição tributária


A prescrição, no direito tributário, é a perda da pretensão executória. Ou seja, para cobrar o tributo
em juízo. Em outras palavras: é o prazo máximo para propositura da execução fiscal pelo fisco. Transcorrido
esse prazo, o crédito estará prescrito. Assim como na decadência, caso pago o tributo prescrito, haverá
direito à restituição, através de ação de repetição de indébito tributário.
Atenção! Aqui reside uma grande diferença em relação ao direito privado (civil): caso uma dívida

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prescrita seja voluntariamente paga, no direito civil, não haverá direito à restituição do valor. No direito
tributário, sim.
Trata-se também de prazo quinquenal (cinco anos), previsto no CTN da seguinte forma:

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.

Quando inicia o prazo prescricional? Na data da constituição definitiva do crédito tributário.


Cuidado! Não se trata do momento do lançamento, que é a data da constituição do crédito. Trata-
se de um momento posterior: após o lançamento, será notificado o sujeito passivo, conferindo prazo para
pagamento voluntário (data de vencimento). Caso o contribuinte não pague, nem promova alguma causa
de suspensão da exigibilidade do crédito (recurso administrativo, por exemplo), aí sim: estará
definitivamente constituído o crédito, iniciando-se o prazo prescricional.
Portanto: quando inicia a prescrição? Depende: se não houver pagamento nem impugnação, no dia
seguinte ao vencimento do tributo. Se houver causa suspensiva da exigibilidade (liminar,
parcelamento, recursos etc.): enquanto estiverem vigentes, não correrá a prescrição! Após, caso
deixem de viger, estará definitivamente constituído o crédito, iniciando o prazo para propositura de execução
fiscal.
*Para todos verem: esquema

Fato gerador Lançamento

Decadência Prescrição

Constituição Execução
definitiva fiscal

É possível prescrição após proposta a execução fiscal? Sim, chama-se prescrição intercorrente.
O despacho do juiz que ordena a citação em execução fiscal interrompe a prescrição. Porém, caso
não encontrado o sujeito passivo (citação infrutífera) ou não encontrados bens, o Juiz suspenderá o
processo por 01 (um) ano. Conforme art. 40 da Lei 6.830/80 (LEF), após passados mais 05 anos sem
sucesso na citação ou penhora de bens, ocorrerá a prescrição intercorrente!

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Resumindo: o lançamento é o marco que separa, na linha do tempo, a prescrição da decadência,


porque a decadência será o prazo para constituição do crédito e a prescrição, o prazo para exigência do
crédito em juízo, após sua constituição definitiva.
*Para todos verem: quadro

DECADÊNCIA PRESCRIÇÃO
Perda do direito de constituir Perda da pretensão executória fiscal:
o crédito tributário possibilidade de cobrar o crédito tributário
em juízo
Lançamento extemporâneo Execução fiscal extemporânea
Prazo inicia em 01 de janeiro do ano Prazo inicia na constituição definitiva do
seguinte ao fato gerador (regra) ou na crédito
data do fato gerador
Prazo não interrompe Prazo interrompe
05 anos 05 anos
gera direito à restituição gera direito à restituição

15. Exclusão do Crédito Tributário

As formas de exclusão do crédito tributário estão dispostas no art. 175 do CTN e são apenas duas:
a isenção e a anistia. Elas impedem a constituição do crédito (o lançamento). São dispensas legais da
obrigação principal, ou seja, necessitam de lei do ente competente para o tributo. Trata-se de benefícios
fiscais, medidas de desoneração concedidas pela vontade política do ente tributante.
Importante: e exclusão do crédito (isenção ou anistia) apenas dispensa da obrigação principal,
mantendo-se o contribuinte com os deveres relativos às obrigações acessórias do tributo isentado ou
da multa anistiada. Vejamos os detalhes de cada uma das modalidades.

15.1 Isenção
A isenção é a dispensa legal do pagamento de tributo. Aplica-se apenas para tributo, não para
as multas tributárias decorrentes de infrações. Difere da imunidade tributária, que é hipótese de não-
incidência prevista na Constituição, enquanto as isenções serão sempre previstas em norma
infraconstitucional.
Ainda quando prevista em contrato, a isenção é sempre decorrente de lei que especifique as

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condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo o caso, o prazo
de sua duração, conforme art. 176 do CTN. Segundo o mesmo artigo, a isenção pode ser restrita a
determinada região do território da entidade tributante, em virtude de condições a ela peculiares. Assim,
poderá o ente competente determinar apenas uma região que gozará da dispensa do dever de pagar tributo.
A isenção pode ser revogada?
Através de Lei, sim! Exceto quando concedida por prazo certo e em razão determinadas condições.
Nesse caso, as chamadas isenções onerosas ou por prazo determinado não podem ser revogadas a
qualquer tempo, em nome da segurança jurídica e boa-fé do contribuinte, conforme art. 178 do CTN e
Súmula 544 do STF.
A revogação da isenção precisa observar o princípio da anterioridade?
A concessão da isenção, por ser benéfica, pode ter efeitos imediatos. Contudo, sua revogação, por
ser entendida como “aumento indireto de tributo”, necessita aguardar as anterioridades, conforme
entendimento fixado pelo STF:

Aplica-se o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou


de supressão de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações configuram
majoração indireta de tributos. (STF. Plenário. RE 564225 AgR-EDv-AgR, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 20/11/2019).

As isenções poderão ter caráter individual ou geral. A de caráter individual só alcançará


determinadas pessoas, que preenchem determinados requisitos, mediante análise da autoridade
administrativa competente, que reconhecerá o direito à isenção através de despacho, conforme art. 179 do
CT, não gerando direito adquirido.
Nesse caso (isenção individual), tratando-se de tributo periódico (como IPVA e IPTU, pagos
anualmente), conforme art. 179, § 1 o, do CTN, o despacho será renovado antes da expiração de cada
período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o
interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. Contudo, há mitigação
dessa necessidade de renovação, no caso de imposto de renda, conforme entendimento do STJ:

Súmula 436 do STJ: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do Imposto
de Renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem
da recidiva da enfermidade.

Muito importante: no caso específico do ICMS, as isenções ou benefícios fiscais, além de lei
autorizativa do Estado, precisam ser precedidas de autorização através de Convênio do CONFAZ
(Conselho Nacional de Política Fazendária), órgão com representação de todos os Estados, que deve

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aprovar por unanimidade a concessão do benefício. Trata-se de exigência do artigo 155, § 2 o, XII, g, da
CF/88, bem como da LC 24/75, que visa evitar ou mitigar os efeitos da chamada “guerra fiscal” entre os
Estados brasileiros.

15.2 Anistia
A anistia é a dispensa legal do pagamento de multa, através do “perdão” de fatos que configuram
infração tributária.
Através de lei, o ente competente exclui o crédito que poderia ser constituído a partir de infrações
cometidas, dispensando o sujeito passivo da multa tributária.
Só há anistia de infrações, jamais de tributos, e só poderá incidir sobre fatos pretéritos (infrações
cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede), sendo impossível “perdoar por antecedência”.
Conforme art. 180 do CTN, a anistia não abrange: a) “aos atos qualificados em lei como crimes ou
contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação
pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele” e, b) “salvo disposição em contrário, às infrações
resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas”.
A anistia poderá ser realizada sobre apenas parte de determinado território e/ou região, sendo
possível, portanto, a delimitação da extensão do referido instituto. Ademais, assim como as isenções, a
anistia poderá ser concedida em caráter geral ou individual, na forma do art. 181 do CTN.
Lembre-se: igualmente à moratória e à isenção, na forma do art. 182 do CTN, a anistia, quando
não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em
requerimento no qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos
requisitos previstos em lei para sua concessão.

*Para todos verem: quadro

ISENÇÃO ANISTIA
Dispensa do tributo Dispensa da multa (infração)
Apenas para fatos posteriores Apenas para fatos pretéritos
Exige Lei Exige Lei
Caráter geral ou individual Caráter geral ou individual
Exclusão do crédito tributário Exclusão do crédito tributário

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1) FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXII - Primeira Fase


Rodrigo, em janeiro de 2018, objetivando melhorar o seu inglês, mudou-se para a Austrália para realizar um
intercâmbio de 5 (cinco) meses, sem, contudo, prestar qualquer tipo de informação à Secretaria da Receita Federal
do Brasil. Durante o seu intercâmbio, precisando aumentar sua renda, Rodrigo prestou alguns serviços no exterior,
recebendo por mês o equivalente a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), totalizando R$ 100.000,00 (cem mil reais) ao
longo dos cinco meses. Tais valores foram tributados na Austrália. Em abril do ano seguinte, Rodrigo questiona você
sobre se deve declarar tais rendimentos à Secretaria da Receita Federal do Brasil, para fins de apuração do Imposto
sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF). Sobre a hipótese formulada e considerando que o Brasil não possui
convenção internacional com a Austrália para evitar a bitributação, assinale a afirmativa correta.

A) Como os rendimentos foram obtidos no exterior, o Fisco Federal não possui competência para cobrá-los;
sendo assim, Rodrigo não deve declará-los.
B) Como os rendimentos foram tributados no exterior, Rodrigo não deve declará-los, sob pena de bitributação.
C) Rodrigo não está obrigado a declarar e recolher o IRPF, uma vez que os rendimentos obtidos no exterior
estão alcançados por imunidade.
D) Os rendimentos de Rodrigo deverão ser declarados e tributados, uma vez que, tratando-se de residente
fiscal no Brasil, a tributação do imposto sobre a renda independe da origem dos rendimentos.

2) FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira Fase


Mário inscreveu‐se no programa de incentivo à aposentadoria mediante indenização, promovido pela empresa em
que trabalha. A respeito do caso proposto, assinale a afirmativa correta.

A) Mário pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem natureza salarial.
B) Mário não pagará imposto de renda, já que se trata de verba especial.
C) Mario não pagará imposto de renda, já que o valor recebido tem caráter indenizatório.
D) Mário pagará imposto de renda, em homenagem ao princípio da isonomia.

3) FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA)
O Chefe do Poder Executivo da União, acreditando ser esta a melhor estratégia econômica para estimular o mercado
interno brasileiro, decide reduzir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre alguns produtos.
Neste cenário, você é consultado sobre os parâmetros constitucionais dirigidos àquele imposto. Assim, você
afirmaria que, a respeito do IPI, o Art. 153, § 3º, da CRFB/88, estabelece que:

A) Não será seletivo, em função da essencialidade do produto.


B) Será cumulativo.
C) Não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.
D) Terá impacto mais gravoso quando incidente sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto.

4) FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase


A Presidência da República, por meio do Decreto 123, de 1º de janeiro de 2015, aprovou novas alíquotas para o
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), dentro das balizas fiadas na lei tributária, a saber:
Cigarro – alíquota de 100%
Vestuário – alíquota de 10%
Macarrão – alíquota zero
Sobre a hipótese, é possível afirmar que

A) O referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio da legalidade.


B) O referido decreto é inconstitucional, uma vez que viola o princípio do não confisco.
C) As alíquotas são diferenciadas em razão da progressividade do IPI.
D) As alíquotas são diferenciadas em razão do princípio da seletividade do IPI.

5) FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - IV - Primeira Fase


O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação tem seus princípios delineados na Constituição, que é

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complementada pela Lei Complementar 87/1996, com as alterações posteriores.


A respeito desse imposto é correto afirmar que:

A) É autorizada a sua cobrança sobre bens importados do exterior por pessoa física que tenha intuito de
comercializá-los, mas é vedada a sua incidência quando esses bens, importados do exterior, são destinados
ao consumo próprio da pessoa natural.
B) Ele tem função precipuamente fiscal, podendo ser seletivo em função da essencialidade, incide sobre o valor
agregado, em obediência ao princípio da não cumulatividade, mas não incide sobre o ouro, quando definido em
lei como ativo financeiro.
C) Ele incide sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica, assim como nas prestações de serviço de radiodifusão
sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
D) Suas alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação são estabelecidas por
meio de resolução do Senado Federal, por iniciativa do seu Presidente ou de um terço dos Senadores da
casa, com aprovação dada pela maioria absoluta de seus membros.

6) FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase


Em relação ao imposto sobre a propriedade de veículos automotores – IPVA -, assinale a única opção
INCOMPATÍVEL com o previsto na Constituição Federal.

A) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função da procedência do veículo, se


nacional ou estrangeira.
B) O IPVA é um imposto de competência dos Estados e do Distrito Federal.
C) Poderão ser estabelecidas alíquotas diferenciadas do IPVA em função do tipo e da utilização do veículo.
D) Pertence aos municípios parte do produto da arrecadação do IPVA relativamente aos veículos automotores
licenciados em seus territórios.

7) FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - II - Primeira Fase


Semprônio dos Santos é proprietário de um síti o de recreio, local destinado ao lazer, na área de expansão urbana,
na região serrana de Paraíso do Alto.
A área é dotada de rede de abastecimento de água, rede de iluminação pública e esgotamento mantidas pelo
município, embora não existam próximos quer escola, quer hospitais públicos. Neste caso Semprônio deve pagar o
seguinte imposto:

A) O IPTU, por ser área de expansão urbana, dotada de melhoramentos.


B) O ITR, por ser sítio de recreio, não inserido em área urbana..
C) O IPTU, por ser sítio, explorado para fins empresariais.
D) O ITR, por não haver escola ou hospital próximos a menos de 3km do imóvel.

8) FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira Fase


Maria dos Santos, querendo constituir hipoteca sobre imóvel de sua propriedade em garantia de empréstimo
bancário a ser por ela contraído, vai a um tabelionato para lavrar a escritura pública da referida garantia real. Ali, é
informada que o Município Z, onde se situa o bem, cobra o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) sobre
a constituição de direitos reais de garantia.
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.

A) É possível tal cobrança, pois a constituição de direito real de garantia sobre bens imóveis, por ato inter vivos,
é uma das hipóteses de incidência do ITBI.
B) O contribuinte do ITBI, nesse caso, não seria Maria dos Santos, mas sim a instituição bancária em favor de
quem a garantia real será constituída.
C) O tabelião atua como responsável por substituição tributária, recolhendo, no lugar do contribuinte, o ITBI
devido em favor do Município Z nessa constituição de direitos reais de garantia.
D) Não é possível exigir ITBI sobre direitos reais de garantia sobre imóveis.

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Gabaritos das questões:

1-D 2-C 3-C 4-D 5-B 6-A 7-A 8-D


Caderno de Questões – Direito Tributário
Guilherme Pedrozo

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