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Aula 03

Direito Penal p/ PC-MS (Papiloscopista) -


2021- Pré-Edital

Autores:
Renan Araujo, Equipe Penal e
Processo Penal
Aula 03
22 de Fevereiro de 2021
Renan Araujo, Equipe Penal e Processo Penal
Aula 03

Sumário

APLICAÇÃO DAS PENAS ............................................................................................................................... 3

1 Etapas da fixação da pena privativa de liberdade ............................................................................ 4

1.1 Fixação da pena-base ................................................................................................................ 4

1.2 Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes .................................................................... 7

1.3 Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena ..................................... 12

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA ........................................................................................................ 14

1 Conceito ...........................................................................................................................................
554590 14

2 Requisitos objetivos ........................................................................................................................... 15

3 Requisitos subjetivos .......................................................................................................................... 15

4 Espécies de sursis e condições ........................................................................................................... 16

5 Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das obrigações ..................................... 17

LIVRAMENTO CONDICIONAL ...................................................................................................................... 18

1 Conceito ........................................................................................................................................... 18

2 Requisitos .......................................................................................................................................... 19

2.1 Requisitos objetivos .................................................................................................................... 19

2.2 Requisitos subjetivos ................................................................................................................... 22

3 Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção do benefício .................... 23

MEDIDAS DE SEGURANÇA .......................................................................................................................... 25

EFEITOS DA CONDENAÇÃO........................................................................................................................ 27

1 Natureza e espécies ......................................................................................................................... 27

2 Efeitos genéricos ............................................................................................................................... 31

2.1 Obrigação de reparar o dano .................................................................................................. 31

2.2 Confisco ..................................................................................................................................... 31

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3 Efeitos específicos ............................................................................................................................. 32

3.1 Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo .................................................................. 32

3.2 Incapacidade para exercício do poder familiar, tutela ou curatela ............................................ 32

3.3 Inabilitação para dirigir veículo ................................................................................................. 33

3.4 Perda de bens decorrentes de evolução patrimonial presumidamente ilícita ............................... 34

4 Reabilitação ..................................................................................................................................... 35

4.1 Sigilo das condenações .............................................................................................................. 36

4.2 Efeitos secundários extrapenais da condenação ......................................................................... 36

4.3 Pressupostos e requisitos para a Reabilitação ............................................................................ 36

PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .................................................................................................................. 37

1 Introdução ........................................................................................................................................ 37

2 Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição ............................................................. 38

3 Prescrição ......................................................................................................................................... 41

3.1 Prescrição da pretensão punitiva ............................................................................................... 41

3.2 Prescrição da pretensão executória ........................................................................................... 47

3.3 Disposições importantes sobre a prescrição ................................................................................ 48

DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL ....................................................................................................... 49

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ......................................................................................................... 51

SÚMULAS PERTINENTES ............................................................................................................................... 68

1 Súmulas do STF ................................................................................................................................. 68

2 Súmulas do STJ ................................................................................................................................. 70

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA ..................................................................................................................... 73

EXERCÍCIOS COMENTADOS ........................................................................................................................ 75

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR..................................................................................................................... 126

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GABARITO ................................................................................................................................................ 149

Olá, meus amigos concurseiros!

Na aula de hoje, dando seguimento ao nosso estudo, vamos estudar a aplicação das penas, bem como
analisar diversos institutos relacionados à pena: livramento condicional, suspensão condicional da pena,
efeitos da condenação e medidas de segurança (espécie de sanção penal), além da extinção da punibilidade
e da ação penal.

Bons estudos!

Prof. Renan Araujo

APLICAÇÃO DAS PENAS


A aplicação da pena é o ato mediante o qual o Juiz, após o processo criminal, proferindo sentença penal
condenatória, efetivamente aplica a sanção penal ao infrator.

A doutrina o classifica como um ato discricionário do juridicamente vinculado, ou seja, o Juiz possui certo
grau de discricionariedade na fixação da pena, mas deve respeitar os limites estabelecidos pela Lei.

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O sistema de aplicação da pena estabelecido pelo CP é o trifásico, no que tange à pena privativa de
liberdade, pois ela é fixada após a superação de três etapas:

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em


seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas
de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

1 Etapas da fixação da pena privativa de liberdade

Como vimos, na fixação da pena privativa de liberdade se adota um sistema trifásico. Da seguinte
forma:

SISTEMA TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

 Fixação da pena-base
 Aplicação de agravantes e atenuantes
 Aplicação de causas de aumento e diminuição da pena

1.1 Fixação da pena-base


Assim dispõe o art. 59 do CP:

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Essas circunstâncias mencionadas no art. 59 são chamadas de circunstâncias judiciais, e são levadas em
consideração pelo Juiz para a fixação da pena-base. Quando favoráveis ao agente, trazem a pena-base
para próximo do mínimo previsto. Quanto mais desfavoráveis, elevam a pena-base para mais próximo do
máximo previsto.

CUIDADO! Nesta etapa, ainda que as circunstâncias judiciais sejam extremamente


favoráveis ao condenado, não pode o Juiz fixar a pena-base abaixo do mínimo legal.

Além disso, as circunstâncias judiciais possuem um caráter subsidiário, ou seja, só podem ser levadas em
consideração se não tiverem sido consideradas na previsão do tipo penal e não constituam circunstâncias legais
(agravantes ou atenuantes) ou causas de aumento e diminuição da pena.

EXEMPLO: Imagine que José é condenado por agredir um senhor de 85 anos. O Juiz não
pode agravar a pena-base em razão das circunstâncias do crime (superioridade de forças

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em relação à vítima, que é pessoa vulnerável), pois essa circunstância é prevista no art. 61,
II, h do CP como uma circunstância legal (agravante). Vejamos:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)

Assim, se o Juiz aumentasse a pena-base por aquele motivo, e depois aplicasse a circunstância legal
agravante, haveria o que se chama de Bis in idem, que é a consideração de uma mesma circunstância duas
vezes em prejuízo do réu, o que não é permitido (Ou dupla punição pelo mesmo fato).

E se o crime for qualificado, e o agente tiver praticado o crime mediante a prática de diversas
qualificadoras? Nesse caso, o entendimento majoritário é o de que o Juiz deve levar apenas uma
qualificadora em consideração para qualificar o crime, utilizando as demais como circunstâncias agravantes
(se previstas) ou circunstâncias judiciais (que agravam a pena-base).

EXEMPLO: Imaginem que Ronaldo cometeu homicídio por motivo torpe, mediante emboscada
e com a finalidade de assegurar a ocultação de outro crime. Estas três situações (motivo
torpe, emboscada e finalidade de assegurar a ocultação de outro crime) são qualificadoras
do homicídio. Vejamos:

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

(...);

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou


torne impossivel a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Nesse caso, o Juiz considerará apenas um dos fatores para qualificar o crime, utilizando os demais como
agravantes ou circunstâncias judiciais que aumentam a pena-base.

Como todas as três situações são circunstâncias agravantes genéricas, o Juiz deverá utilizar as outras
duas como agravantes. Nos termos do art. 61, II do CP:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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(...)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro


crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou


tornou impossível a defesa do ofendido;

Portanto, a utilização de algum fato como circunstância judicial se dá de maneira subsidiária, ou


seja, somente se este fato ainda não tenha sido levado em conta na própria definição do crime ou não se trate
de circunstância agravante ou causa de aumento de pena.

Na fixação da pena-base, o Juiz deve partir do mínimo legal, e só poderá sair desse
patamar se estiverem presentes circunstâncias desfavoráveis, devendo fundamentar a sua
decisão.

Algumas questões costumam ser bem polêmicas. Vamos a elas:

 Maus antecedentes – O STJ e o STF entendem que a mera existência de Inquéritos


Policiais e ações penais em curso, sem trânsito em julgado1, não podem ser
considerados como maus antecedentes para aumento da pena-base, pois isso seria
violação ao princípio da presunção de inocência (súmula 444 do STJ)
 Condenação definitiva anterior – Não pode ser considerada como mau antecedente,
se já é considerada como reincidência (agravante). Só pode ser considerada como
mau antecedente a condenação anterior que não serve como reincidência (ex.:
condenação definitiva que ocorreu após a prática do crime atual).
 Consequências do crime - Para que possam caracterizar circunstância judicial apta
a aumentar pena base, devem ser consequências que não sejam as consequências
naturais do delito – EXEMPLO: O Juiz não pode aumentar a pena base de um
homicídio consumado ao argumento de que a consequência do crime foi grave, já que
a vítima morreu. Ora, em todo homicídio consumado é LÓGICO que a vítima morreu!

1 No julgamento do HC 126.292 o STF decidiu que o cumprimento da pena pode se iniciar com a mera condenação em segunda
instância por um órgão colegiado (TJ, TRF, etc.). Isso significa que o STF relativizou o princípio da presunção de inocência, admitindo
que a “culpa” (para fins de cumprimento da pena) já estaria formada nesse momento (embora a CF/88 seja expressa em sentido
contrário). Isso significa que, possivelmente, teremos (num futuro breve) alteração nesta súmula do STJ e na jurisprudência consolidada
do STF, de forma que ações penais em curso passem a poder ser consideradas como maus antecedentes, desde que haja, pelo
menos, condenação em segunda instância por órgão colegiado (mesmo sem trânsito em julgado). HC 126292/SP, rel. Min. Teori
Zavascki, 17.2.2016.

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 Gravidade abstrata do delito e aumento da pena base ou fixação de regime de


cumprimento de pena mais gravoso – Não pode o julgador aumentar a pena base
apenas por entender que o delito é, abstratamente, grave (pois isso já foi levado em
conta pelo legislador ao fixar os patamares mínimo e máximo). Além disso, tal
circunstância também não pode ser utilizada para a fixação de regime prisional mais
gravoso que o naturalmente previsto para aquela quantidade de pena aplicada.
Súmula 718 do STF:

Súmula 718 do STF

A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO


CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

1.2 Segunda fase: análise das agravantes e atenuantes


São circunstâncias legais, que agravam ou atenuam a pena fixada inicialmente (pena-base). São
consideradas “genéricas” por estarem previstas na parte geral do CP. Existem, entretanto, atenuantes
específicas, previstas para determinados tipos penais, como, por exemplo, a prevista no art. 398 do CTB –
Código de Trânsito Brasileiro.

As agravantes genéricas estão previstas nos arts. 61 a 62 do CP, e SÃO UM ROL TAXATIVO (somente
aquelas).

Nos termos do CP, as agravantes genéricas são:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro


crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou


tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou


de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação
dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

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g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
(Redação dada pela Lei nº 9.318, de 1996)

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de


desgraça particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de


recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Já as atenuantes genéricas (favoráveis ao réu) estão previstas no art. 65 do CP, e são um ROL
MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO (conforme preconiza o art. 66 do CP), ou seja, podem ser utilizadas outras
circunstâncias não previstas naquela lista.

Nos termos do CP:

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos,
na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

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c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de


autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

A Doutrina entende, ainda, que as agravantes só se aplicam aos crimes dolosos (majoritária), exceto
a agravante da reincidência.2

As circunstâncias legais (agravantes e atenuantes genéricas) são de aplicação obrigatória


pelo Juiz. Em qualquer caso, a aplicação de uma agravante nunca pode levar a pena a ficar
acima do máximo previsto para o crime. Assim, se o Juiz, ao fixar a pena base, a fixa no
máximo legal, de nada servirá a agravante genérica.

Da mesma forma, sendo fixada a pena-base no mínimo legal, a aplicação da atenuante não
terá qualquer utilidade, pois a pena já estará no mínimo legal (súmula 231 do STJ).

A Lei Penal, entretanto, não estabelece uma quantidade de diminuição ou aumento que deva ser
aplicada. Esse critério é do Juiz.

Com relação às agravantes, destacamos a reincidência, por ser extremamente complexa. Vamos estudá-
la detalhadamente.

1.2.1 Reincidência

A reincidência é a prática de um crime após ter o agente sido condenado por sentença irrecorrível em
outro crime, no Brasil ou no exterior (art. 63 do CP). No entanto, é possível a reincidência no caso de prática
de contravenção após ter sido o agente condenado por sentença irrecorrível pela prática de crime ou
contravenção. No entanto, a prática de crime após a condenação criminal irrecorrível por contravenção NÃO
GERA REINCIDÊNCIA. Assim:

INFRAÇÃO ANTERIOR INFRAÇÃO POSTERIOR RESULTADO


CRIME CRIME REINCIDENTE
CRIME CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE

2 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516

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CONTRAVENÇÃO CONTRAVENÇÃO REINCIDENTE


CONTRAVENÇÃO CRIME PRIMÁRIO

Resumindo, a prática de contravenção penal após a condenação irrecorrível por qualquer infração
penal (contravenção ou crime), gera reincidência. Já a prática de crime só gera a condição de reincidente
se a condenação anterior se deu por outro crime, não gerando este efeito no caso de condenação anterior
por contravenção.

Assim, temos a absurda hipótese de alguém praticar duas contravenções e ser reincidente. Já no caso de
prática de um crime posteriormente a uma condenação por contravenção, SERÁ PRIMÁRIO! Trata-se de brecha
legislativa!3

Nos termos do art. 63 do CP:

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Para que seja provada a reincidência, é necessário que haja certidão do cartório judicial acerca da
condenação anterior (STJ).

A reincidência pode ser:

 REAL – quando o agente comete novo crime após cumprir a pena anterior.
 FICTA OU PRESUMIDA – quando o agente pratica novo crime após a condenação anterior,
pouco importando se tenha ou não cumprido a pena.

O CP adotou a teoria presumida.

A reincidência pode, ainda, ser:

 GENÉRICA – os crimes praticados são diversos.


 ESPECÍFICA – os crimes praticados são previstos no mesmo tipo penal.

Em regra, não se distingue uma da outra (genérica da específica), mas há situações em que a Lei
estabelece consequências diferentes para o reincidente genérico e para o específico (essa última é sempre
considerada mais grave).

A reincidência só ocorrerá se o crime novo for praticado no período de até cinco anos a partir da data
EM QUE A PENA ANTERIOR SE EXTINGUIU (e não a data da sentença), computando-se o período de prova
da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não tiver havido revogação. ESSE PERÍODO
SE CHAMA PERÍODO DEPURADOR.

EXEMPLO: José foi definitivamente condenado, em 10.01.2010, pela prática do crime de


furto. Cumpriu sua pena até 15.02.2012, quando a pena se extinguiu pelo cumprimento. Em
20.03.2018 pratica novo crime, desta vez, de estelionato. O Juiz, ao aplicar a pena pelo
crime de estelionato (praticado em 20.03.2018) não poderá considerar José como

3 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 523

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reincidente, pois a prática do estelionato ocorreu MAIS de 05 anos após a extinção da pena
pelo crime anterior.

CUIDADO! Se houve a extinção da punibilidade antes de ser proferida sentença condenatória irrecorrível,
nunca haverá reincidência, pois não chegou a haver condenação irrecorrível (Ex.: Jonas tem sua punibilidade
extinta pela prescrição, não sendo condenado pelo crime de roubo. Se Jonas vier a praticar novo crime, não
será considerado reincidente).

Assim, temos o reincidente (aquele que se enquadra nas situações explicadas) e o primário (aquele que
não se enquadra nestas situações). Todavia, a Jurisprudência criou a figura do tecnicamente primário, que é
aquele agente que possui condenação definitiva, mas não pode ser considerado reincidente (seja porque não
praticou o crime após a condenação definitiva pelo anterior, mas antes desta, ou por ter praticado esta nova
infração após o período depurador.

CUIDADO! Os crimes militares e os crimes políticos não geram reincidência no campo penal
comum.

1.2.2 Disposições gerais acerca da segunda fase de aplicação da pena

Havendo coexistência entre uma agravante e uma atenuante, não há, a princípio, compensação de uma
por outra, devendo prevalecer aquela que for considerada preponderante. Mas qual será a preponderante?
Será preponderante:

• Menoridade do agente (ser menor de 21 anos à época do fato) e senilidade (maior de 70


anos na data da sentença) - Há entendimento no sentido de que deve ser compensada com
eventual agravante de reincidência4, e outras decisões no sentido de que prepondera sobre
toda e qualquer agravante, inclusive reincidência (prevalece este entendimento, mas está
controvertido). 5
• Aquelas relativas aos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da
reincidência.
• Outras circunstâncias

4 AgRg no HC 310.218/DF, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 19/09/2017
5 (...) 3. Conforme o entendimento consolidado desta Corte, a atenuante da menoridade é sempre considerada preponderante
em relação às demais agravantes de caráter subjetivo e também em relação às de caráter objetivo. Essa conclusão decorre da
interpretação acerca do art. 67 do Código Penal, que estabelece a escala de preponderância entres as circunstâncias a serem
valoradas na segunda etapa do modelo trifásico. Dentro dessa sistemática, a menoridade relativa, assim como a senilidade,
possuem maior grau de preponderância em relação àquelas igualmente preponderantes, decorrentes dos motivos
determinantes do crime e reincidência, nos termos do art. 67 do Código Penal, e, a fortiori, em relação às circunstâncias objetivas.
(...)
(HC 441.341/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 30/05/2018)

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Nos termos do art. 67 do CP:

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite


indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas e se a atenuante e a agravante se referirem a fatores que se encontram no mesmo patamar? Nesse
caso, aí sim haverá a compensação de uma pela outra, não se aplicando nenhuma delas (equivalência das
circunstâncias).6

CUIDADO MASTER! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a compensação entre a
agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea.

Contudo, o STJ entende que é possível ao Juiz DEIXAR DE PROCEDER À COMPENSAÇÃO, se entender que,
no caso concreto, o grau de reincidência do agente deva preponderar sobre a confissão espontânea (agente
que é múltiplo reincidente7).

1.3 Terceira fase: aplicação das causas de aumento e diminuição da pena


Nessa fase, após ultrapassadas as duas primeiras, o Juiz verifica se há alguma causa de aumento ou
diminuição da pena prevista para o caso. As causas de aumento e diminuição são obrigatórias ou facultativas
(dependendo do caso), podendo estar previstas na parte geral ou na parte especial (genéricas ou específicas),
podendo, ainda, ser fixas ou variáveis. Assim, elas podem ser:

 Obrigatórias ou facultativas – a depender da obrigatoriedade ou não de sua aplicação;


 Genéricas ou específicas – Se previstas na parte geral do CP ou na sua parte especial (ou na
legislação especial);
 Fixas ou variáveis – Quando a quantidade de aumento e diminuição é fixa ou pode variar de
acordo com o entendimento do Juiz.

6 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 516


7 Também chamado de MULTIRREINCIDENTE. GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 524

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Ao contrário do que ocorre na segunda fase (circunstâncias agravantes e atenuantes), aqui a pena pode ficar
abaixo do mínimo ou acima do máximo legal previsto no tipo penal.

EXEMPLO: Imagine um crime de furto simples, na modalidade tentada. Fixada a pena-base


no mínimo legal, e não havendo circunstâncias agravantes ou atenuantes, chegamos à
terceira fase com uma pena de 1 ano. Na terceira fase, DEVE o Juiz aplicar a causa de
diminuição referente à tentativa (art. 14, § único do CP), que é de 1/3 a 2/3. Se o Juiz
aplicar a redução máxima (2/3), a pena final será de apenas 04 meses (bem abaixo do
mínimo previsto, de 01 ano).

As causas de aumento e diminuição, como vimos, podem estar previstas na parte geral ou na parte
especial. Diferentemente das circunstâncias atenuantes e agravantes, a quantidade de aumento ou
diminuição é estabelecida pela Lei.

Mas e se houver coexistência de causas de aumento e causas de diminuição? Se forem diversas,


não há dificuldades, aplicando-se ambas (aplicam-se primeiro as causas de aumento, e depois, as causas de
diminuição).

O problema reside na coexistência de duas ou mais causas de aumento ou coexistência de duas


ou mais causas de diminuição. Para simplificar as hipóteses e suas consequências, acompanhem o quadro
abaixo:

Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas


O Juiz aplica a causa que mais
CONCURSO ENTRE CAUSAS Ambas da parte especial
aumente (art. 68, § único do CP)
DE AUMENTO
Uma da parte geral e outra da
Aplicam-se ambas
parte especial
Ambas da parte geral O Juiz deve aplicar ambas
O Juiz aplica a causa que mais
CONCURSO ENTRE CAUSAS Ambas da parte especial
diminua (art. 68, § único do CP)
DE DIMINUIÇÃO
Uma da parte geral e outra da
Aplicam-se ambas
parte especial

1.3.1 Disposições finais

O CP estabelece um limite máximo de cumprimento de pena, que, HOJE, é de 40 anos8. Isso não
impede, entretanto, que a pessoa seja condenada a período superior a este. O que não poderá haver é o
cumprimento por mais de 40 anos. Nos termos do art. 75 do CP:

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior
a 40 (quarenta) anos.

§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo
deste artigo.

8 Durante muito tempo foi de 30 anos, até a alteração do art. 75 do CP pela Lei 13.964/19.

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Mas qual a lógica dessa diferença? A diferença é que, sendo o condenado a pena superior a 40
anos, ainda que não possa cumprir mais que este período, o montante da pena aplicada influenciará, dentre
outras coisas, no cálculo do percentual de pena cumprida para fins de concessão de benefícios, como livramento
condicional, progressão de regime, etc.

Se o agente for condenado a diversas penas, que juntas ultrapassem o limite de 40 anos, deverão ser
unificadas as penas (ex.: 22 + 25 anos = 47), de forma que o agente só cumpra os 40 anos previstos.

 E se durante o cumprimento da pena o agente é condenado por nova infração, sendo-lhe


aplicada nova pena privativa de liberdade? Nesse caso, aplica-se uma nova unificação das
penas, de forma a começar, do zero, um novo prazo de 40 anos.

EXEMPLO: Ricardo está cumprindo pena de 47 anos de reclusão (advinda da soma de duas
penas). Já cumpriu 18 anos de pena quando sobrevém nova condenação. Como já havia
cumprido 18 anos, faltam ainda 22 anos de cumprimento (pois só pode cumprir 40!). Nesse
caso, somam-se os 22 anos restantes à nova pena, de forma a se iniciar um novo período
de 40 anos de cumprimento máximo.

Nos termos do art. 75, § 2° do CP:

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-


á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

1 Conceito

O sursis, ou suspensão condicional da pena, é o benefício concedido ao condenado em determinadas


circunstâncias, de forma que ele não cumpre a pena, mas se submete a um período de fiscalização, no qual
deve “andar na linha”. Está previsto no art. 77 do CP:

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como


os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do


benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser
suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de
idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)

Portanto, a concessão da suspensão condicional da pena deve ocorrer após o preenchimento de alguns
requisitos, que podem ser objetivos e subjetivos.

2 Requisitos objetivos

Podem ser:

(i) Relativos à natureza da pena aplicada – A pena aplicada deve ser privativa de liberdade, não
se admitindo no caso de aplicação de pena de multa ou restritiva de direitos:

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(ii) Quantidade da pena aplicada – A pena aplicada não pode ser superior a dois anos (art. 77 do
CP). Se o condenado, porém, for maior de 70 anos (sursis etário) ou enfermo (sursis humanitário), admite-se a
suspensão condicional da pena que não ultrapasse 04 anos (art. 77, § 2° do CP). Nos crimes ambientais, o
sursis pode ser aplicado aos condenados à pena não superior a três anos.

(iii) A pena privativa de liberdade não deve ter sido substituída por restritiva de direitos – A
suspensão condicional da pena só é cabível quando não for possível a substituição por penas restritivas de
direitos, nos termos do art.77, III do CP.

3 Requisitos subjetivos

(i) Não reincidência em crime doloso – A reincidência em crime culposo, portanto, não impede a
suspensão condicional da pena. Entretanto, se na condenação anterior, mesmo se dando em relação a crime
doloso, a pena aplicada tiver sido a de multa, poderá haver a suspensão condicional da pena (art. 77, § 1°
do CP);

(ii) As circunstâncias pessoais do agente (culpabilidade, antecedentes, conduta social, etc.) sejam
favoráveis, autorizando a concessão do benefício – Nesse caso, o Juiz deve analisar se, no caso concreto, a
suspensão condicional da pena pode ser suficiente para que seja cumprida a finalidade da pena.

Assim, temos:

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO SURSIS


OBJETIVOS SUBJETIVOS
• Pena privativa de liberdade aplicada • Não reincidência em crime doloso.
• Pena privativa de liberdade aplicada não • Circunstâncias judiciais favoráveis.
pode ser superior a dois anos (04 anos se
o condenado for maior de 70 anos (sursis
etário) ou enfermo (sursis humanitário).

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• Impossibilidade de conversão em restritiva


de direitos.

4 Espécies de sursis e condições

O sursis pode ser:

(i) Simples – O condenado não reparou o dano e as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) não lhe são
muito favoráveis. É o sursis comum, a regra. Está previsto no art. 78 do CP:

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao


cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art.


46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

(ii) Especial – Aqui o condenado reparou o dano (ou não teve possibilidade de fazê-lo) e as
circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) lhe são inteiramente favoráveis. Nessa hipótese o condenado não
precisa, no primeiro ano, se submeter à prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana
(art. 78, § 1° do CP). Essa modalidade está prevista no § 2° do art. 78 do CP:

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as


circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá
substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas
cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas


atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam, porém, que embora não esteja o condenado obrigado a cumprir as obrigações do § 1° do art.
78, o § 2° estabelece outras obrigações às quais o condenado fica vinculado.

Além destas condições previstas no sursis simples e no especial, o art. 79 do CP traz uma cláusula
genérica, que permite ao Juiz fixar outras condições que sejam adequadas ao fato e ao condenado:

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a


suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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5 Revogação do sursis, prorrogação do prazo e cumprimento das obrigações

O sursis pode ser revogado a qualquer momento, ocorrendo alguma das hipóteses previstas nos
arts. 81 e seu § 1° do CP. Pode ser obrigatória, quando a lei determina expressamente sua revogação, ou
facultativa, quando o Juiz pode decidir se revoga ou não o benefício.

A revogação obrigatória se dará no caso de ocorrerem as hipóteses previstas no art. 81 do CP:

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Ou seja, haverá revogação obrigatória quando o condenado for novamente condenado (por sentença
irrecorrível) por crime doloso (não importando o momento em que esse crime foi praticado). No entanto, a
Jurisprudência entende que se dessa nova condenação resultar pena de multa, não poderá haver revogação,
pois a condenação à pena de multa não é causa que impede a concessão do sursis, então, por lógica, não
pode gerar a revogação.

No caso do inciso II, a Doutrina majoritária entende que, se depois de revogado o sursis o condenado
repara o dano ou paga a multa, pode ser restabelecido o sursis.

O inciso III é autoexplicativo. Não cumprindo uma das condições previstas no art. 78, § 1°, será
revogado o sursis.

A revogação facultativa, por sua vez, ocorre nas hipóteses do art. 81, § 1°:

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição


imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Vejam que, nesse caso, o Juiz não está obrigado a revogar o sursis.

As condições indicadas como ensejadoras da revogação facultativa são todas aquelas que não sejam
as do § 1° do art. 78, ou seja, são as do § 2° do art. 78 e as do art. 79 do CP.

Quanto à superveniência de condenação por crime culposo ou contravenção, é necessário que a pena
aplicada tenha sido restritiva de direitos ou privativa de liberdade. Vejam, assim, que a pena de multa não
enseja a revogação facultativa do sursis (o que corrobora a tese de que não pode, também, revogar
obrigatoriamente o benefício).

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A Doutrina e a Jurisprudência entendem que, salvo no caso de condenação irrecorrível, em todas as


demais hipóteses o condenado deve ser ouvido antes de ser revogado o benefício.

A prorrogação do período de prova (período em que o condenado deve “andar na linha”), por sua
vez, ocorrerá em duas hipóteses:

 Beneficiado está sendo processado por outro crime ou contravenção – Está prevista no art. 81, §
2° do CP:

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-


se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

 Ocorrendo situação que autorize a revogação FACULTATIVA, caso o Juiz opte por não revogar,
pode estender o prazo do sursis até o máximo, CASO JÁ NÃO TENHA FEITO – Está prevista no §
3° do art. 81 do CP:

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o


período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

No primeiro caso a prorrogação é obrigatória e automática. Já no segundo a prorrogação não é


automática e depende de decisão fundamentada do Juiz nesse sentido.

Em qualquer caso, a maioria da Doutrina entende que DURANTE O PERÍODO DE PRORROGAÇÃO,


embora o condenado ainda esteja cumprindo o sursis, não permanecem as obrigações legais (art. 78, § 1° e
2° e art. 79 do CP).

Cumpridas todas as condições, expirando-se o prazo sem revogação, estará extinta a punibilidade
do condenado. Nos termos do art. 82 do CP:

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

LIVRAMENTO CONDICIONAL

1 Conceito

O livramento condicional é um benefício concedido aos condenados a penas privativas de liberdade


superiores a dois anos, que permite a antecipação de sua liberdade.

Trata-se de liberdade antecipada, condicional e precária.

 Antecipada porque o agente deveria ficar mais tempo cumprindo pena.


 Condicional porque durante o prazo restante da pena, embora esteja em liberdade, o
condenado também deve “andar na linha”, submetendo-se a algumas regras.

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 Precária porque pode ser revogada sua liberdade a qualquer tempo, caso ocorra o
descumprimento das obrigações do livramento condicional.

Nos termos do art. 83 do CP:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso
e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III – comprovado (Redação dada pela Lei 13.964/19)

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O beneficiado pelo Livramento condicional é chamado de EGRESSO (art. 26, II da LEP).

2 Requisitos

Os requisitos para a concessão do Livramento Condicional podem ser objetivos ou subjetivos. Vejamos.

2.1 Requisitos objetivos


Estão previstos no art. 83, I, II, IV e V do CP, e se relacionam à pena em si e à reparação do dano.

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2.1.1 Quantidade da pena

A pena aplicada deve ter sido igual ou superior a dois anos. Se as penas corresponderem a infrações
diversas, devem ser somadas para que seja concedido o Livramento, nos termos do art. 84 do CP.

2.1.2 Parcela da pena já cumprida

A pena já deve ter sido razoavelmente cumprida. O montante da pena já cumprida irá variar conforme
as condições do crime e do condenado.

 Condenado não reincidente em crime doloso e que possua bons antecedentes – Basta o
cumprimento de 1/3 da pena (art. 83, I do CP). (Livramento Condicional simples).
 Condenado reincidente em crime doloso – É necessário o cumprimento de mais da metade da
pena (Livramento Condicional Qualificado), nos termos do art. 83, II do CP.

E se o condenado não for reincidente em crime doloso, mas também não possuir bons antecedentes? O
STJ entende que deve ser adotada a posição mais favorável ao réu, permitindo-se a concessão do Livramento
Condicional Simples.

E no caso de Crimes Hediondos? É possível? Sim, é possível, mas o condenado não pode ser reincidente
em crime da mesma natureza e deve cumprir 2/3 da pena (Livramento Condicional Específico). Nos termos
do art. 83, V do CP:

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

(...)

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)

Percebam que essa regra do inciso V do art. 83 não vale apenas para os crimes hediondos, mas
também para:

 Os equiparados a hediondos (prática de tortura e tráfico ilícito de entorpecentes e drogas


afins)
 Tráfico de pessoas
 Terrorismo

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Em relação ao tráfico de pessoas e ao terrorismo, trata-se de previsão incluída pela Lei 13.344/06.
Ou seja, aqueles que praticarem tais delitos se submetem às mesmas regras previstas para quem cometeu
crime hediondo ou equiparado no que tange à concessão (ou não) do livramento condicional.

Importante destacar, ainda, que a Lei 13.964/19 (“Pacote anticrime”) alterou o art. 112 da LEP (Lei
das Execuções Penais), alterando requisitos objetivos para progressão de regime, bem como vedando a
concessão de livramento condicional em dois casos:

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso
tiver cumprido ao menos:

(...)

VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:

a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional;

b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa


estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou

c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;

VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime
hediondo ou equiparado;

VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo
ou equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.

Como se vê, a alteração promovida pela Lei 13.964/19 impede a concessão de livramento
condicional para condenados pela prática de crime hediondo ou equiparado com resultado morte, sejam
primários ou reincidentes (ex.: estupro com resultado morte, roubo com resultado morte, etc.).

Todavia, é bom ressaltar que no que tange aos reincidentes, não há qualquer novidade, vez que o
livramento condicional já era vedado (art. 83, V do CP) para reincidentes específicos em crime hediondo ou
equiparado.

A dúvida que fica é: com a nova redação do art. 112, VIII da LEP, a vedação do livramento condicional passa
a ser somente aos reincidentes em crime hediondo ou equiparado com resultado morte ou continua sendo em
relação a qualquer reincidente em crime hediondo ou equiparado (art. 83, V do CP)? A ver o entendimento
jurisprudencial que se firmará sobre o tema.

Resumidamente, então, no que tange aos condenados por crime hediondo ou equiparado:

 Condenado por crime hediondo ou equiparado com resultado morte – NUNCA cabe o
livramento condicional;
 Condenando por crime hediondo ou equiparado (sem resultado morte) – Cabe o benefício
do livramento condicional se for primário ou reincidente não específico.

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2.1.3 Reparação do dano

Trata-se de requisito dispensado no caso de impossibilidade de reparação e no caso de a vítima não


ser encontrada para ser indenizada, ou ainda, demonstrar desinteresse na reparação (art. 83, IV do CP).

2.2 Requisitos subjetivos


São os requisitos relativos à pessoa do condenado. São eles:

Bom comportamento durante a execução da pena, aptidão para prover a subsistência, ausência de prática
de falta grave nos últimos 12 meses e bom desempenho no trabalho que lhe fora atribuído

Trata-se de requisito previsto no art. 83, III do CP. Nos termos do CP:

Art. 83 (...)

III – comprovado (Redação dada pela Lei 13.964/19)

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

Caso se trate de condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça à pessoa
(roubo, por exemplo), é necessária, ainda, uma análise acerca da possibilidade de o condenado voltar a
delinquir (suas condições pessoais). Nos termos do § único do art. 83:

Art. 83 (...)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, podemos resumir os requisitos da seguinte forma:

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL


OBJETIVOS SUBJETIVOS
• Pena privativa de liberdade aplicada • Bom comportamento durante a execução da
igual ou superior a dois anos. pena.
• Cumprimento de pelo menos 1/3 da • Não cometimento de falta grave nos últimos 12
pena (simples) ou metade da pena (doze) meses;
(qualificado). • Bom desempenho no trabalho que lhe foi
• Reparação do dano, salvo atribuído.
impossibilidade de fazê-lo.

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• Aptidão para prover à própria subsistência


mediante trabalho honesto.
• No caso de crime doloso praticado com violência
e grave ameaça, análise acerca da
possibilidade de o condenado voltar a
delinquir.

3 Regras gerais relativas ao Livramento Condicional, revogação e extinção do


benefício

As condições às quais o EGRESSO estará submetido serão fixadas na sentença, nos termos do art. 85
do CP.

O Livramento condicional, à semelhança do sursis, também pode ser revogado obrigatória e


facultativamente, a depender do caso.

 Revogação obrigatória – Ocorre nos casos previstos no art. 86 do CP:

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de


liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Percebam, portanto, que somente a condenação por CRIME autoriza a revogação do benefício. A
condenação por contravenção não autoriza a revogação.

Vejam, ainda, que a condenação por crime praticado antes da vigência do benefício não autoriza a
revogação (somente se autoriza no caso de condenação por crime praticado durante o benefício).

Mas o que significa o inciso II então? Esse inciso diz o seguinte: No caso de o egresso ser condenado por
crime praticado antes da vigência do Livramento, a revogação só ocorrerá se a pena da nova condenação,
somada à pena anterior, formar um montante que impedisse a concessão do benefício.

EXEMPLO: Imaginem que Marcos é condenado a 06 anos por roubo. Cumpre dois anos (1/3)
e recebe o livramento condicional. Passados 03 anos do Livramento condicional (faltando um
ano), é condenado por crime cometido anteriormente ao benefício, recebendo pena de dois
anos. Somadas as penas (06 + 02 = 08), teríamos uma pena de oito anos. Nesse caso, como
ele já cumpriu 05 anos (02 cumpridos na cadeia e 03 cumpridos durante o Livramento
condicional), não há impedimento à manutenção do benefício, pois o condenado já cumpriu
cinco anos de uma pena de oito anos (logo, mais da metade).

 Revogação facultativa – Ocorre nos casos previstos no art. 87 do CP:

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir


qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por

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crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

No primeiro caso (descumprimento das obrigações), não há muito que se falar. Quanto ao segundo
caso (condenação irrecorrível por crime ou contravenção, sendo aplicada pena não privativa de liberdade),
algumas considerações devem ser feitas.

Aqui é irrelevante o momento em que foi praticada infração penal, exigindo-se, somente, que a pena
não seja privativa de liberdade. Se for, estaremos diante de causa de revogação obrigatória.

A revogação, uma vez operada, impede nova concessão do benefício.

No caso de revogação do livramento, o tempo em que o condenado esteve solto (em livramento
condicional) é abatido da privativa de liberdade que voltará a cumprir? Caso a revogação se dê por outra
causa que NÃO SEJA A CONDENAÇÃO POR PRÁTICA DE CRIME ANTERIOR AO BENEFÍCIO, o tempo em
que o condenado esteve solto não se desconta na pena privativa de liberdade que voltará a cumprir:

Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Isso se deve ao fato de que, no caso de condenação por crime ANTERIOR ao período de Livramento, não
houve quebra da confiança depositada no EGRESSO (pois o crime foi praticado antes), de forma que o
período em que ele esteve solto será abatido da pena a ser cumprida em razão da revogação do benefício.

Se até o seu término o Livramento Condicional não for revogado, considera-se extinta a pena privativa
de liberdade e, por conseguinte, extinta a punibilidade. Porém, se o egresso estiver sendo processado por
crime cometido durante a vigência do Livramento Condicional, o Juiz não poderá declarar extinta a pena
enquanto não houver sentença definitiva naquele processo (pois pode ser que ele venha a ser condenado,
o que possibilita a revogação do benefício). Nos termos do CP:

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

 E se o Juiz não suspender o livramento condicional até o trânsito em julgado do novo processo?
Entende a jurisprudência, notadamente o STJ, que se não houve a suspensão do livramento condicional
para aguardar o trânsito em julgado do processo pelo novo crime, uma vez alcançado o prazo final

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da pena atual, deverá ser declarada a extinção da punibilidade, sendo irrelevante eventual
condenação pelo novo crime (se ocorrida após o prazo de extinção da pena anterior). 9

MEDIDAS DE SEGURANÇA
As medidas de segurança não são penas. Essa é a primeira coisa que vocês devem saber. Possuem
um caráter terapêutico, pois visam tratar a saúde dos inimputáveis e semi-imputáveis dotados de
periculosidade social (não possuem caráter punitivo).

A maioria da Doutrina entende, porém, que embora não sejam modalidades de pena, são espécies
de sanção penal.10

As medidas de segurança são aplicáveis àqueles que, embora tendo cometido fato típico e ilícito, são
inimputáveis ou semi-imputáveis em razão de problemas mentais. Assim, é possível a aplicação de medida de
segurança a agentes culpáveis (semi-imputáveis).

As medidas de segurança são de duas espécies, previstas no art. 96 do CP:

Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro


estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste
a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A opção por uma ou por outra irá variar de acordo com a espécie de pena privativa de liberdade
prevista (reclusão ou detenção). Sendo pena de reclusão, o Juiz deve determinar a internação do
indivíduo11. Em se tratando de pena de detenção, o Juiz pode escolher entre a internação e o tratamento
ambulatorial. Nos termos do art. 97 do CP:

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia,
o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O STJ, no entanto, possui algumas decisões no sentido de que a modalidade de medida de segurança
deve ser aplicada de acordo com as necessidades médicas do agente, e não com base no tipo de pena
prevista.

9 (HC 281.269/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 23/04/2014)
10 Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 607
11 Nos termos do art. 9º da Lei 10.216/01:

Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as
condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.

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Depois de fixada a medida de segurança, a sentença deve fixar um prazo mínimo, findo o qual deverá
haver um exame para saber se cessou a periculosidade do agente. Nos termos do art. 97, § 1° do CP:

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando


enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O
prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Assim, a medida de segurança durará por tempo indeterminado, mas ao final do período mínimo fixado
deverá haver o exame para análise da necessidade ou não de manutenção da medida. Após esse período, o
exame será repetido anualmente, ou no prazo fixado pelo Juiz:

§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida
de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Embora o CP não estabeleça um prazo máximo para as medidas de segurança, o STF e o STJ não
aceitam isso. O STF entende que a medida de segurança não pode ultrapassar 40 anos 12, que é o prazo
máximo de uma pena privativa de liberdade, enquanto o STJ entende que o prazo máximo da medida de
segurança é o prazo máximo de pena estabelecido (em abstrato) para o crime cometido. Este último
entendimento, inclusive, foi sumulado:

Súmula 527 do STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar
o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.”

Nada impede que, fixada uma modalidade de medida de segurança, ocorrendo fatos justificáveis,
seja alterada para a outra modalidade. Nos termos dos §§ 3° e 4° do CP:

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida


a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação


do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

No caso de estarmos diante de um semi-imputável, diferentemente do que ocorre com os inimputáveis,


sua sentença será condenatória, e não uma sentença absolutória imprópria.

No que tange à medida de segurança, nesses casos, ela só será aplicada se o condenado necessitar
de tratamento curativo, hipótese na qual será SUBSTITUÍDA a pena privativa de liberdade pela medida de
segurança (atual sistema vicariante), não podendo ser cumuladas (antigo sistema do duplo binário). 13

12 HC 97621 (há menção ao prazo de 30 anos, que era o período máximo anteriormente previsto. Hoje, o período máximo é de
40 anos).
13 Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a

pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três)
anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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O CP estabelece, por fim, que é um direito do internado ser recolhido a um estabelecimento que
não possua características de prisão, mas de hospital14. Nos termos do art. 99:

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características


hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Deve, ainda, ser necessariamente submetido a tratamento médico, e não simplesmente ser
jogado no estabelecimento (como acontece com alguma frequência).15

EFEITOS DA CONDENAÇÃO

1 Natureza e espécies

A sentença penal condenatória possui efeitos penais e extrapenais.

Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal. Os efeitos penais podem ser
primários ou secundários.

O efeito penal primário é a PENA, ou seja, a imposição de pena criminal, eis que este é o objetivo
básico e principal da condenação.

14 Ainda sobre os direitos do internado, importante ressaltar o que dispõem os arts. 1º e 2º da Lei 10.216/01:
Art. 1º Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma
de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos
e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente
cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.
Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:
I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela
inserção na família, no trabalho e na comunidade;
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.
15Nesse sentido, a previsão do art. 4º da Lei 10.216/01:
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.
§ 1º O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio.
§ 2º O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de transtornos
mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.
§ 3º É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características asilares, ou seja, aquelas
desprovidas dos recursos mencionados no § 2º e que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2º.

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Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais secundários aqueles que, embora
produzam efeitos na esfera jurídico-PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA
RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL.

EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui como efeito penal


SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas consequências) caso o condenado seja
novamente condenado dentro de um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem
dúvida, atinge a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI
PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo.

Outro efeito penal secundário é a inscrição do nome do réu no rol dos culpados (após o trânsito em
julgado, sempre).

Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por afetarem diversas outras áreas do Direito
(civil, administrativo, etc.). Por sua vez, dividem-se em genéricos e específicos.

Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer condenação, estando previstos no
art. 91 do CP, sendo apenas dois: Obrigação de reparar o dano e confisco:

Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,
porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito


do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no
exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual


poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior
decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de ser expressamente declarados pelo
Juiz na sentença.

EXEMPLO: Se o Juiz condena alguém por roubo, o dever de reparar o dano causado
ocorrerá independentemente de constar na sentença esse efeito, pois é decorrência natural
e automática da sentença.

Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre condenações relativas a
determinados crimes, e não a todos os crimes em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo:

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Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes


dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou
curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo constar na sentença condenatória, sob
pena de não ocorrerem. Isto está previsto no § único do art. 92 do CP:

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Temos, abaixo, um quadro esquemático para melhor compreensão do assunto.

Primários Pena
Penais
Secundários Ex.: reincidência
Efeitos da condenação
Genéricos Automáticos
Extrapenais
Específicos Não automáticos

Além dos efeitos previstos nos já analisados arts. 91 e 92 do CP, a Lei 13.964/19 incluiu no CP o art.
91-A, trazendo novo efeito da condenação:

Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou

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proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do


condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.

§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens:

I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou
indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e

II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir


do início da atividade criminal.

§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a


procedência lícita do patrimônio.

§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério
Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.

§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e


especificar os bens cuja perda for decretada.

Como se vê, o efeito da condenação aqui estabelecido é mais um PERDIMENTO DE BENS, mais
especificamente a perda dos bens considerados incompatíveis com a evolução patrimonial lícita do agente.
Tal efeito só se aplica a crimes cuja pena MÁXIMA COMINADA (não é pena aplicada!) SEJA SUPERIOR A
06 ANOS DE RECLUSÃO.

Assim, resumidamente:

EFEITOS DA CONDENAÇÃO
GERAIS ESPECÍFICOS
• Obrigação de reparar o dano • Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (a) nos
• Perda em favor da União dos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
instrumentos do crime (se seu para com a Administração Pública – pena igual ou superior a
porte for ilícito) e dos produtos 01 ano; b) Nos demais casos – pena superior a 04 anos.
ou proveitos do crime. • Incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou
• São AUTOMÁTICOS curatela, nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão
cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra
tutelado ou curatelado.
• Inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio
para a prática de crime doloso.
• Perda dos bens presumidamente fruto de enriquecimento ilícito
(incompatíveis com evolução patrimonial lícita presumida do
agente) – Somente para crimes com pena máxima cominada
superior a 06 anos de reclusão.
• Não são automáticos.

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2 Efeitos genéricos

2.1 Obrigação de reparar o dano


Embora as esferas cível e criminal sejam independentes, a sentença criminal condenatória possui o
condão de fazer coisa julgada na seara cível, tornando certa e indiscutível (naquela esfera) o dever de
reparar o dano. Porém, o valor poderá ser discutido na esfera cível.

A ocorrência de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que gere a rescisão da sentença
condenatória, extinguindo-se a punibilidade, NÃO ALTERA OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENAÇÃO. Nos
termos do art. 2° do CP:

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada dos herdeiros do falecido16, até o
limite do patrimônio a eles transferido, por força do art. 5°, XLV da Constituição.

2.2 Confisco
O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da União. O confisco recai apenas sobre
os instrumentos e sobre o produto do crime.

O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se valeu o agente para praticar o delito.
Só poderão ser confiscados se se tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção
constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um homicídio doloso por atropelamento não
pode ser confiscado, por ao ser objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, com a
numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para tal, deverá ser objeto de confisco.

O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta auferida pelo infrator em decorrência da
prática do crime.

O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida pelo agente através da especificação
do produto do crime (transformação do ouro roubado em joia), da alienação do produto do crime (dinheiro
decorrente da venda do produto do crime) ou preço do crime (crime encomendado, por exemplo).

O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União possui natureza subsidiária, pois, em
regra, o produto ou proveito crime será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso
de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor.

16Não confundir com a MULTA, que é PENA, e não pode ser cobrada dos herdeiros, nem mesmo se o falecido tiver deixado
patrimônio. Com a morte do condenado, extingue-se a punibilidade da PENA de MULTA.

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3 Efeitos específicos

3.1 Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo


Está previsto no art. 92, I do CP:

Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, devendo estar expressos na sentença.

EXEMPLO: se um funcionário público é condenado à pena privativa de liberdade de 03


anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo público não decorre automaticamente da
sentença condenatória, devendo o Juiz se manifestar expressamente neste sentido.

Na primeira hipótese (alínea a), o agente comete o crime contra a administração pública, valendo-se
da sua condição de funcionário público (crime funcional). Nesse caso, a perda de cargo, função pública ou
mandato eletivo ocorrerá se for aplicada pena privativa de liberdade igual ou superior a um ano.

Na segunda hipótese, trata-se de perda de cargo, função pública ou mandato eletivo em razão da
prática de qualquer crime, desde que a pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos.

CUIDADO! A pena deve ser superior a quatro anos, e não DE QUATRO ANOS.

3.2 Incapacidade para exercício do poder familiar, tutela ou curatela


Trata-se de mais um efeito específico da condenação, pois só poderá ocorrer na hipótese de prática
de crime doloso sujeito à pena de reclusão, cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado.

Importante destacar que o inciso II do art. 92 teve sua redação alterada pela Lei 13.718/18. Antes o
dispositivo citava apenas a “a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes
dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado”. A redação atual é mais
abrangente, de forma que haverá incapacidade para o exercício do poder familiar (termo mais
contemporâneo que “pátrio poder”), da tutela ou da curatela

 Nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão; e que sejam cometidos


 Contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro
descendente ou contra tutelado ou curatelado

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EXEMPLO: O pai que pratica crime doloso sujeito à pena de reclusão (lesão corporal grave,
por exemplo) contra a mãe de seus filhos, com quem possui guarda compartilhada das
crianças. Neste caso, hoje, está sujeito à perda do poder familiar.

A sua aplicação, obviamente, não é obrigatória, pois, como vimos, trata-se de um efeito não-automático
da condenação, devendo estar expressamente consignada na sentença a ocorrência deste efeito.

A perda do poder familiar, tutela ou curatela se dá de duas formas diferentes 17:

 Em relação à vítima do delito – Em caráter permanente (nunca mais o infrator poderá ter
o pátrio poder em relação àquela pessoa).
 Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – Em caráter provisório. Ocorrendo
a reabilitação, poderá o infrator restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em
relação aos demais filhos, tutelados ou curatelados.

EXEMPLO: Imagine um caso de estupro, no qual o pai estupra a filha menor de idade.
Condenado, o pai perderá o poder familiar (pátrio poder) em relação a todos os filhos. No
entanto, se posteriormente ele se reabilitar, poderá recuperar o poder familiar em relação
aos demais filhos, mas nunca mais poderá recuperar este poder em relação à vítima do
crime.

3.3 Inabilitação para dirigir veículo


O art. 92, III do CP diz o seguinte:

Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de
crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, são dois os requisitos:

 Trate-se de crime doloso;


 O veículo tenha sido usado como meio para a prática do crime

Por “meio” deve-se entender “meio direto”, aquele que produz efetivamente o resultado delituoso.

EXEMPLO: Se Andressa mata Bruno, atropelando-o com seu Honda Civic, o veículo foi
utilizado como meio do crime. No entanto, se Andressa pega seu Honda Civic e se dirige até
a casa de Bruno, esperando-o chegar do trabalho e, quando o vê, o esfaqueia por trás, o
veículo não foi utilizado como meio para a prática do crime, mas como meio de transporte.

17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 852

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3.4 Perda de bens decorrentes de evolução patrimonial presumidamente ilícita


Além dos efeitos previstos no art. 91 e no art. 92 do CP, a Lei 13.964/19 (chamado “pacote
anticrime”), incluiu no CP o art. 91-A, trazendo novo efeito da condenação:

Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do
condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.

§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens:

I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou
indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e

II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir


do início da atividade criminal.

§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a


procedência lícita do patrimônio.

§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério
Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.

§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e


especificar os bens cuja perda for decretada.

Como se vê, o efeito da condenação aqui estabelecido é mais um PERDIMENTO DE BENS, mais
especificamente a perda dos bens considerados incompatíveis com a evolução patrimonial lícita do agente.
Tal efeito só se aplica a crimes cuja pena MÁXIMA COMINADA (não é pena aplicada!) SEJA SUPERIOR A
06 ANOS DE RECLUSÃO.

EXEMPLO: José foi condenado por crime de corrupção passiva. José é solteiro, sem filhos,
e não recebeu qualquer herança ou outra renda lícita além de seus rendimentos como
servidor público, tampouco tinha patrimônio quando ingressou no serviço público. Como
José recebeu cerca de R$ 150.000,00 por ano como servidor público, durante 10 anos, é
razoável imaginar que o patrimônio atual de José (cerca de R$ 20.000.000,00 – vinte
milhões de reais) é fruto de enriquecimento ilícito, já que o somatório de seus ganhos
durante 10 anos não ultrapassou R$ 1.500.000,00 (Um milhão e meio de reais).

Perceba que o Juiz irá, fundamentadamente (não se trata de efeito automático, portanto), decretar a
perda dos bens correspondentes à diferença entre o patrimônio atual e aquele que se imagina seja o
correto considerando os ganhos lícitos do agente (no meu exemplo anterior, essa diferença seria de 18
milhões e meio de reais). Cabe ao MP, quando do oferecimento da denúncia, requerer tal perda de bens,
apontando a diferença apurada.

Vale ressaltar que o agente pode comprovar que sua evolução patrimonial foi LÍCITA (ex.: herança
recebida, investimentos com alto retorno, etc.), mas neste caso o ônus da prova passa a ser do condenado.

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Importante ainda destacar que andou bem o legislador ao estabelecer o que se considera como “bens
do condenado”. São considerados como tais:

 Os bens de titularidade do condenado ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o


benefício direto ou indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e
 Os bens transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir
do início da atividade criminal.

Por fim, a mesma Lei 13.964/19 trouxe um §5º ao art. 91-A, tratando do perdimento de instrumentos
utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias:

§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e


milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da
Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das
pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o
cometimento de novos crimes.”

Os referidos instrumentos, segundo o dispositivo citado, DEVERÃO ser perdidos em favor da União ou
do Estado (se o processo tramita perante a Justiça Federalizada, perda em favor da União, e perda em favor
do estado quando tramite o processo perante a Justiça Estadual).

Este perdimento, ao que parece, se assemelha ao perdimento previsto no art. 91, II, “a” do CP (perda
dos instrumentos do crime). A diferença central é que lá se exige que os referidos instrumentos sejam coisas
cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. Aqui, no novo art. 91-A, §5º, não se exige
isso.

4 Reabilitação

A reabilitação é o instituto que visa à reinserção social do condenado, através do sigilo referente às suas
anotações criminais, bem como a suspensão condicional de determinados efeitos secundários da condenação,
de natureza extrapenal.

Nos termos do art. 93 e seu § único do CP:

Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,


assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação,


previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos
incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CUIDADO! Não se trata de causa de extinção da punibilidade!

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4.1 Sigilo das condenações


O primeiro dos objetivos da reabilitação é promover o sigilo referente às anotações criminais do
reabilitado.

Em regra, cumprida ou extinta a pena, naturalmente são retiradas da folha de antecedentes criminais
do acusado, somente podendo ser acessadas por QUALQUER AUTORIDADE JUDICIÁRIA, pelo membro do
MP ou por autoridade policial (Delegado de Polícia).

No entanto, o sigilo promovido pela reabilitação é bem mais amplo, pois somente pode ser quebrado
mediante requisição do JUIZ CRIMINAL (e não de qualquer Juiz!).

4.2 Efeitos secundários extrapenais da condenação


Com relação a esta finalidade, a reabilitação promove a suspensão dos efeitos extrapenais secundários
da condenação. Assim, por exemplo, se o condenado perdeu o poder familiar em relação aos filhos, em razão
de ter cometido crime doloso punido com reclusão contra qualquer filho (art. 92, II do CP), se for REABILITADO,
poderá recuperar o poder familiar em relação AOS DEMAIS FILHOS QUE NÃO SOFRERAM O CRIME, pois
o poder familiar em relação ao filho que sofreu o crime NUNCA MAIS SERÁ RECUPERADO (art. 93, § único
do CP).

4.3 Pressupostos e requisitos para a Reabilitação


O pressuposto é apenas um: que haja sentença condenatória transitada em julgado, independentemente
de qual pena foi aplicada (privativa de liberdade, multa, etc.).18

Os requisitos são diversos. O art. 94 nos traz tais requisitos. Vejamos:

Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que
o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom


comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de
o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou
novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

• Requisitos objetivos – a) A extinção da pena (Pelo cumprimento ou por outra forma) deve ter
se dado há mais de dois anos; b) Deve o condenado ter reparado o dano, ou provar que não
pode fazê-lo ou que a vítima renunciou a este direito;

18 Parte da Doutrina entende que a sentença absolutória imprópria também gera situação passível de reabilitação. GOMES, Luiz
Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 533

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• Requisitos subjetivos – a) Domicílio no país – O condenado deve ter residido no Brasil no


período de dois anos após a extinção da pena; b) Bom comportamento público e privado – O
condenado deve ter apresentado, neste período de dois anos, um bom comportamento social.

CUIDADO! O pedido de reabilitação é PRIVATIVO DO CONDENADO, não se estendendo aos sucessores.


assim, se o condenado faleceu sem requerer a habilitação, nada poderá ser feito pelos sucessores.

Caso a reabilitação tenha sido negada, nada impede que o condenado a requeira novamente, a
qualquer tempo, desde que traga fatos novos à apreciação do Juiz. É o que a Doutrina chama de caráter
REBUS SIC STANTIBUS. Nos termos do art. 94, § único do CP:

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde
que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A reabilitação pode ser revogada, ainda, caso o reabilitado seja condenado, COMO REINCIDENTE,
por decisão IRRECORRÍVEL, à pena que NÃO SEJA DE MULTA.

Assim, três são os requisitos para a revogação:

 Condenação posterior
 À pena que não seja de multa
 Desde que o condenado seja reincidente

Assim, se já tiver ocorrido o período DEPURADOR (período de cinco anos que provoca a decadência
da reincidência), o reabilitado pode ser condenado que não será revogada a reabilitação concedida, pois
não será condenado como reincidente.

PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO

1 Introdução

Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o Estado o poder-dever de punir. Esse
direito de punir chama-se ius puniendi.

Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é punível. No entanto, o exercício do
ius puniendi encontra limitações de diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição).

Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira prevista na lei (através do manejo da
Ação Penal no processo penal), bem como deve fazê-lo no prazo legal.

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Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da punibilidade. Vamos analisá-las então!

O art. 107 do CP prevê que:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Veremos, primeiro, todas as causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição. Depois, vamos
ao estudo da prescrição, que é a principal delas.

2 Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição

O primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a punibilidade do crime, pois, como
vimos, no Direito Penal vigora o princípio da intranscendência da pena, ou seja, a pena não pode passar da
pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de punir do Estado.

A anistia, a graça e o indulto são modalidades muito parecidas de extinção da punibilidade. Entretanto,
não se confundem.

A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que as condutas praticadas (já praticadas,
ou seja, fatos consumados) pelos agentes não sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida pelo
Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento (inclusive após a sentença penal condenatória
transitada em julgado), fazendo cessar todos os efeitos PENAIS da condenação (ex.: reincidência).

EXEMPLO: Determinados policiais militares resolvem fazer greve por melhores salários,
condições de trabalho, etc. Na greve, fazem piquetes, acabam coagindo colegas, etc. Tais
pessoas estarão praticando crime. Contudo, posteriormente, o Poder Legislativo verifica que
são pessoas boas, que agiram no impulso, compelidas pela precária situação da Corporação
e, portanto, decide ANISTIÁ-LOS, ou seja, o Poder Público irá “esquecer” que tais crimes
foram praticados (aqueles crimes praticados naquelas circunstâncias, ou seja, somente
aqueles ali mesmo!).

Alguns autores diferenciam a anistia em anistia própria e anistia imprópria. A anistia própria seria
aquela concedida ANTES da condenação e anistia imprópria seria aquela concedida APÓS a condenação.

Pode, ainda, ser:

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• Irrestrita ou restrita – Será irrestrita quando se dirigir a todos os agentes. Será restrita quando
exigir do agente determinada qualidade específica (ser primário, por exemplo).
• Incondicionada ou condicionada – Será incondicionada quando não impuser nenhuma condição.
Será condicionada quando impuser uma condição para sua validade (Como, por exemplo, a
reparação do dano causado).
• Comum ou especial – A primeira é destinada a crimes comuns, e a segunda é destinada a crimes
políticos.

Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes entre si, pois não excluem o FATO criminoso em si, mas
apenas extinguem a punibilidade em relação a determinados agentes (podem ser todos), e só podem ser
concedidos pelo Presidente da República.

EXEMPLO: Imaginemos que, no exemplo da greve dos policiais militares, o Presidente da


República assinasse um Decreto concedendo indulto a 150 dos 300 policiais militares
envolvidos. Percebam que o fato criminoso não foi “esquecido” pelo Estado. Houve apenas
a extinção da punibilidade em relação a alguns infratores. Assim, a ANISTIA atinge o FATO
(e por via reflexa, a punibilidade). A graça e o indulto atingem DIRETAMENTE A
PUNIBILIDADE.

A Graça é conferida de maneira individual, e o indulto é conferido coletivamente (a um grupo que se


encontre na mesma situação).

A anistia só pode ser causa de extinção total da punibilidade (pois, como disse, exclui o próprio crime).
Já a Graça e o indulto podem ser parciais.

Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fenômeno da abolitio criminis, nos termos do art. 107, III
do CP. Como vimos, a abolitio criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato como
crime.

CUIDADO! Não confundam abolitio criminis com anistia. A abolitio criminis não se dirige a um fato criminoso
específico, já praticado, A abolitio criminis simplesmente faz desaparecer a própria figura típica prevista na
Lei, ou seja, a conduta incriminada (o tipo penal) deixa de existir.

Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ação penal privada, renunciar ao direito de oferecer
queixa, ou conceder o perdão ao acusado. Nesses casos, também estará extinta a punibilidade.

A renúncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de seis meses de que dispõe o ofendido
para oferecê-la, este renuncia ao direito, de maneira expressa ou tácita. A renúncia tácita ocorre quando o
ofendido pratica algum ato incompatível com a intenção de processar o agente (quando, por exemplo,
convida o infrator pra ser seu padrinho de casamento).

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O perdão, por sua vez, é muito semelhante à renúncia, com a ressalva de que o perdão só pode ser
concedido quando já ajuizada a ação penal privada, e que o simples oferecimento do perdão, por si só, não
gera a extinção da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdão.

Ocorrendo a renúncia ao direito de queixa, ou o perdão do ofendido, e sendo este último aceito pelo
querelado (autor do fato), estará extinta a punibilidade.

Em determinados crimes o Estado confere o perdão ao infrator, por entender que a aplicação da pena
não é necessária. É o chamado “perdão judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de homicídio culposo
no qual o infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hipótese está
prevista no art. 121, § 5° do CP:

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as


conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Então, nesse caso, ocorrendo o perdão judicial, também estará extinta a punibilidade. Além disso, o art.
120 do CP diz que se houver o perdão judicial, esta sentença que concede o perdão judicial não é considerada
para fins de reincidência (apesar de ser uma sentença condenatória).

Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratação do agente também é hipótese de extinção da
punibilidade, nos casos em que a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calúnia ou
difamação, nos quais a lei admite a retratação como causa de extinção da punibilidade, se realizada antes
da sentença. Nos termos do art. 143 do CP:

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da


difamação, fica isento de pena.

Há, também, a extinção da punibilidade pela decadência ou pela perempção. A decadência ocorre
quando a vítima deixa de ajuizar a ação penal dentro do prazo, ou quando deixa de oferecer a
representação dentro do prazo (nos casos de crimes de ação penal privada e de ação penal pública
condicionada à representação, respectivamente). O prazo é de seis meses a contar da data em que a vítima
passa a saber quem foi o autor do fato.

A perempção, por sua vez, é a extinção da ação penal privada pelo “desleixo” da vítima (quando
deixa de dar seguimento à ação, deixa de comparecer a alguma ato processual a que estava obrigado, etc.).
Está prevista no art. 60 do CPP:

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta
a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo


durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em


juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas
alegações finais;

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IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

3 Prescrição

Enfim, a clássica e mais comum hipótese de extinção da punibilidade: a PRESCRIÇÃO. A prescrição é a


perda do poder de exercer um direito em razão da inércia do seu titular. No caso do Direito Penal, é a perda
do poder de aplicar a pena ao infrator ou executar a pena imposta ao condenado, em razão do decurso do tempo.

A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies: Prescrição da pretensão punitiva e
prescrição da pretensão executória.

A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal condenatória transitada em julgado, e
a segunda pode ocorrer somente depois de já haver sentença penal condenatória transitada em julgado.
Vamos estudá-las em tópicos separados.

3.1 Prescrição da pretensão punitiva


Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção penal ao agente que praticou a
conduta criminosa.

Mas qual é o prazo de prescrição? O prazo prescricional varia de crime para crime, e é definido tendo
por base a pena máxima estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art. 109 do
CP:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede
a dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei
nº 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos


para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, no crime de homicídio simples, por exemplo, para o qual a lei estabelece pena máxima de 20
anos (art. 121 do CP), o prazo prescricional é de 20 anos, pois a pena máxima é superior a 12 anos. O

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crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito anos, pois a pena máxima prevista é
de quatro anos.

CUIDADO! O prazo de prescrição do crime não é igual à pena máxima para ele prevista, mas é calculado
através de uma tabela que leva em consideração a pena máxima!

 Mas professor, quando começa a correr o prazo prescricional? Simples, meus caros. A resposta para
esta pergunta está no art. 111 do CP:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da


data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a
esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de
2012)

A regra, portanto, é a de que o prazo prescricional começa a fluir no dia em que o crime se consuma.

CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera praticado (tempo do crime) quando ocorre a conduta, e
não a consumação. Assim:

Tempo do crime – Momento da conduta

Início do prazo prescricional – Momento da consumação

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Prestem atenção para não errarem isso, pois esta é uma pegadinha que pode derrubar vocês no concurso.

EXEMPLO: Em 10.01.2010 José atira em Maria, querendo sua morte. Maria vai para o
Hospital e só vem a falecer em 15.04.2010. No caso em tela, o tempo do crime é o dia
10.01.2010 (data em que foi praticado o delito). O início do prazo prescricional, porém,
terá como base o dia 15.04.2010, eis que somente nesta data o delito se consumou.

Como nos crimes tentados não há propriamente consumação (pois não há resultado naturalístico
esperado), o prazo prescricional começa a fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério
utilizado para os crimes permanentes.

Na hipótese de pena de multa, como calcular o prazo prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada
isoladamente, o prazo será de dois anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista cumulativamente com a
pena de prisão (privativa de liberdade), o prazo de prescrição será o mesmo estabelecido para a pena
privativa de liberdade. Isto é que se extrai do art. 114 do CP:

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando


a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

A prescrição da pretensão punitiva pode ser a “ordinária”, que é esta que vimos até agora (e utiliza a
pena máxima prevista como base), mas também pode ser superveniente (intercorrente).

A prescrição da pretensão punitiva em sua modalidade “intercorrente” é aquela que ocorre DEPOIS
da sentença penal condenatória, quando há trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO, mas não para a defesa.

Como assim? Imagine que José tenha sido condenado pelo crime de homicídio a 06 anos de reclusão.
A acusação não recorre, por entender que a pena está num patamar razoável. A defesa, porém, recorre da
sentença. Neste caso nós temos o chamado “trânsito em julgado para a acusação”, ou seja, somente a defesa
pode “se dar bem” daqui pra frente, já que quando o Tribunal for apreciar o recurso de apelação não poderá
prejudicar o réu (recorrente), pelo princípio da non reformatio in pejus.

Bom, considerando o exemplo acima, como a defesa não pode ser prejudicada no julgamento de seu
recurso, podemos chegar à conclusão de que o máximo de pena que José irá receber será 06 anos (a pena
atual). A partir deste momento o prazo prescricional passa a ser calculado tendo como base esta pena
aplicada (e não mais a pena máxima em abstrato).

Vejam que há uma implicação prática: Neste caso, o prazo prescricional diminui consideravelmente:
Antes, o prazo prescricional (ordinário) era de 20 anos (pois a pena máxima é de 20 anos). Agora, o prazo
prescricional a ser considerado (intercorrente) será de 12 anos (pois a pena aplicada é de 06 anos. Está
entre 04 e 08, nos termos do art. 109, III do CP).

Vejamos o art. 110, §1º do CP:

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Art. 110 (...) § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não
podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou
queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

Podemos ter, ainda, a prescrição da pretensão punitiva retroativa que ocorre quando, uma vez tendo
havido o trânsito em julgado para a acusação, se chega à conclusão de que, naquele momento, houve a
prescrição da pretensão punitiva entre a data da denúncia (ou queixa) e a sentença condenatória.

EXEMPLO: Paulo foi denunciado pelo crime de receptação, cuja pena máxima prevista é de
04 anos de reclusão. O fato ocorreu em 10.01.2011, e a denúncia foi recebida em
15.03.2011. Em 20.04.2016 é proferida sentença, condenando Paulo à pena mínima, 01
ano de reclusão. O MP não recorre e a decisão transita em julgado para o MP. Neste caso,
podemos verificar que não houve prescrição da pretensão punitiva comum, pois considerando
a pena máxima abstrata, o prazo é de 08 anos (art. 109, IV do CP). Todavia, se
considerarmos a pena aplicada, chegaremos à conclusão de que a prescrição ocorreu entre
o recebimento da denúncia e a publicação da sentença, pois de acordo com a pena aplicada
(01 ano), o prazo prescricional a ser considerado é de 04 anos (art. 109, V do CP). Neste
caso, transcorreu mais de 04 anos entre o recebimento da denúncia e a sentença. Logo, a
prescrição retroativa ocorreu.

 Por que retroativa? Porque ela ocorre antes da sentença, mas só pode ser reconhecida depois da
sentença, eis que só neste momento teremos o novo patamar para o cálculo (a pena aplicada).

Vejamos o esquema:

PRESCRIÇÃO NATUREZA ESPÉCIES CÁLCULO

CONSIDERA A PENA
PRETENSÃO
COMUM MÁXIMA EM
EXECUTÓRIA
ABSTRATO
PRESCRIÇÃO

PRETENSÃO CONSIDERA A PENA


SUPERVENIENTE
PUNITIVA APLICADA

CONSIDERA A PENA
RETROATIVA APLICADA (MAS OCORRE
ANTES DA SENTENÇA)

Esse é o sistema que vigora atualmente. Antes da Lei 12.234/10 havia uma outra hipótese de prescrição
retroativa, que era a que ocorria entre o fato criminoso e o recebimento da denúncia ou queixa. Atualmente
essa hipótese NÃO EXISTE MAIS.

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 Isso significa que não há mais hipótese de ocorrer prescrição entre a data do fato e a data do
recebimento da denúncia ou queixa? Não, não foi isso que ocorreu. O que não pode mais ocorrer é a
prescrição RETROATIVA (ou seja, aquela calculada com base na pena aplicada) entre a data do fato e a data
do recebimento da denúncia ou queixa. Nada impede, porém, que nesse lapso temporal ocorra a prescrição
da pretensão punitiva ordinária (ou comum).

CUIDADO! Tal previsão (vedação à prescrição retroativa tendo como marco inicial data anterior ao
recebimento da denúncia ou queixa) é muito prejudicial ao réu, pois lhe retira uma possibilidade de ver sua
punibilidade extinta. Desta forma, NÃO poderá retroagir para alcançar crimes praticados ANTES de sua
entrada em vigora (Em 2010). Assim, aos crimes praticados ANTES da Lei 12.234/10, é possível aplicarmos
a prescrição retroativa entre a data da consumação do delito e o recebimento da denúncia ou queixa.

Vou utilizar um caso exemplificativo para que possamos esclarecer as diversas hipóteses de prescrição
da pretensão punitiva:

EXEMPLO: Marcelo pratica o crime de furto em 01.01.1994. A denúncia é recebida em


10.06.2001. Marcelo é condenado em 10.07.2006 a 02 anos de reclusão. O MP não recorre
(com trânsito em julgado para a acusação em 25.07.2006), mas a defesa apresenta recurso,
que é julgado e improvido (a pena é mantida), tendo havido o efetivo trânsito em julgado
em 10.01.2014.

Vejamos as hipóteses:

PRESCRIÇÃO COMUM: Como a pena máxima prevista em abstrato para o furto é de 04 anos, o prazo
prescricional seria de 08 anos (art. 109, IV do CP). Entre a data da consumação do delito e o recebimento da
denúncia não ocorreu tal prescrição, eis que se passaram apenas 07 anos e alguns meses. Também não ocorreu
tal prescrição posteriormente (pois não se passaram mais de 08 anos entre uma interrupção da prescrição e
outra).

PRESCRIÇÃO SUPERVENIENTE: Aqui devemos considerar como parâmetro a pena efetivamente aplicada (02
anos), de forma que o prazo prescricional a ser utilizado será de 04 anos (art. 109, V do CP). Podemos
verificar que entre o trânsito em julgado para a acusação e o trânsito em julgado efetivo (para ambos),
passaram-se mais de 04 anos, de forma que podemos dizer que HOUVE a prescrição da pretensão punitiva
SUPERVENIENTE.

PRESCRIÇÃO RETROATIVA: Da mesma forma que a anterior, terá como base a pena efetivamente aplicada
(02 anos), logo, o prazo prescricional utilizado será de 04 anos. Podemos verificar que entre o recebimento
da denúncia e a sentença condenatória passaram-se mais de 04 anos (pouco mais de cinco anos). Assim,
podemos dizer que OCORREU a prescrição da pretensão punitiva retroativa.

Neste caso, como a prescrição retroativa ocorreu, e isso podia ser verificado já em 25.07.06, sequer
chegaríamos a ter a prescrição superveniente (utilizei apenas para facilitar a compreensão).

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ATENÇÃO! Como o crime foi praticado antes da Lei 12.234/10, seria possível reconhecer a prescrição
retroativa entre a data da consumação do delito e data do recebimento da denúncia.

Como nós acabamos de verificar, existem fatos que interrompem a prescrição. São eles:

• Recebimento da denúncia ou queixa


• Pronúncia
• Decisão confirmatória da pronúncia
• Publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis
• Início ou continuação do cumprimento da pena – Só se aplica à prescrição da pretensão
executória
• Reincidência - Só se aplica à prescrição da pretensão executória

Uma vez interrompido o curso do prazo prescricional, este voltará a correr novamente, do zero, a partir
da data da interrupção (salvo no caso de Início ou continuação do cumprimento da pena).

Além disso, fora as duas últimas hipóteses, nas demais, ocorrendo a interrupção da prescrição em relação
a um dos autores do crime, tal interrupção se estenderá aos demais.

O CP prevê, ainda, hipóteses nas quais a prescrição não corre, tanto no que se refere à prescrição da
pretensão punitiva quanto à prescrição da pretensão executória, embora as circunstâncias sejam diferentes
para cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § único, do CP:

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento


da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei 13.964/19)

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores,


quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei 13.964/19)

IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído
pela Lei 13.964/19)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não


corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, nestes casos, o prazo prescricional não corre, ficando suspenso. Uma vez resolvida a questão
que causava a suspensão, ele volta a correr de onde parou (diferente da interrupção, portanto).

Importante destacar que os incisos III e IV foram incluídos pela Lei 13.964/19, o chamado “pacote
anticrime”. A inclusão do inciso III é importante, na medida em que uma das maiores críticas ao sistema recursal

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brasileiro é a de que tal sistema é demasiadamente lento, o que permitiria a ocorrência de prescrição em
diversos casos.

Com a alteração, o prazo prescricional ficará SUSPENSO quando o processo estiver na pendência de
embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais superiores, quando INADMISSÍVEIS. Ou seja,
exemplificativamente, se já havia transcorrido 05 anos de um prazo prescricional de 08 anos, quando da
interposição de REsp perante o STJ (recurso especial), este prazo ficaria suspenso, “estacionado” nos 05 anos,
e só voltaria a correr quando do julgamento do recurso, evitando, assim, a ocorrência de prescrição. Caso o
recurso seja considerado inadmissível, todo o período em que ficou pendente de julgamento o recurso não
será considerado para fins de prescrição.

Vale frisar que o prazo ficará suspenso e voltará a correr de onde parou (e não por inteiro).

Já com relação ao inciso IV (suspensão do prazo prescricional enquanto não cumprido ou não rescindido
o acordo de não persecução penal), trata-se de medida salutar, a fim de evitar que o indiciado celebre
acordo de não persecução penal apenas para retardar a persecução penal e fazer fluir o prazo prescricional.

3.2 Prescrição da pretensão executória


Como disse a vocês, a prescrição pode ocorrer antes do trânsito em julgado (prescrição da pretensão
punitiva) ou depois do trânsito em julgado (quando teremos a prescrição da pretensão executória). Esta
última ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de maneira irrecorrível, mas não consegue fazer cumprir
a decisão.

Nos termos do art. 110 do CP:

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se


pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam
de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado anteriormente, antes de transitar
em julgado a sentença condenatória, o prazo prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime
em abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito em julgado, o parâmetro
utilizado pela lei para o cálculo do prazo prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser
a pena efetivamente aplicada.

Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de 06 a 20 anos, o agente for condenado
a apenas 06 (seis) anos de reclusão, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos termos
do art. 109, III do CP.

O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo prescricional da pretensão
executória:

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que


revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva


computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Lembrando que o início de cumprimento da pena é causa de interrupção da prescrição.

O art. 112, I foi (e ainda é) muito criticado na Doutrina (recebendo algumas críticas na Jurisprudência
também). Isto porque ele determina que o termo inicial da prescrição da pretensão EXECUTÓRIA ocorrerá
com o trânsito em julgado para a ACUSAÇÃO.

Isso significa que se houver o trânsito em julgado para a acusação, mas não para a defesa (apenas a
defesa recorreu), já estaria correndo o prazo prescricional da PRETENSÃO EXECUTÓRIA.

As críticas, bastante fundamentadas, se dirigiam ao fato de que considerar a pretensão executória, neste
momento, violaria a presunção de inocência, eis que ainda não houve o trânsito em julgado para ambas
as partes.

Outra crítica, muito importante, se refere ao fato de que a prescrição é a perda de um direito em razão
da INÉRCIA de seu titular. No caso da prescrição da pretensão EXECUTÓRIA seria a perda do direito de
executar a pena em razão da INÉRCIA do Estado em agir. Contudo, como não houve trânsito em julgado para
a defesa, o Estado AINDA NÃO PODE EXECUTAR A PENA! Ora, se o Estado não pode executar a pena, como
pode ser punido com a perda deste direito, se não podia exercê-lo??

A “gritaria” não foi aceita pela Jurisprudência, que firmou entendimento no sentido de que o termo inicial
da prescrição da pretensão EXECUTÓRIA ocorre com o trânsito em julgado para a acusação.

Contudo, apesar de reconhecer que o termo inicial da prescrição da pretensão executória ocorre com o
trânsito em julgado para a acusação, o STJ decidiu que antes de haver o trânsito em julgado para AMBAS AS
PARTES a prescrição da pretensão executória NÃO PODE SER RECONHECIDA.

RESUMIDAMENTE: O prazo prescricional começa a correr com o trânsito em julgado para a acusação, mas
eventual reconhecimento da efetiva ocorrência da prescrição (executória) somente terá cabimento APÓS
o trânsito em julgado para ambas as partes.

3.3 Disposições importantes sobre a prescrição


Vou elencar abaixo alguns pontos importantes sobre o tema:

 REDUÇÃO DOS PRAZOS DE PRESCRIÇÃO: Em alguns casos, a Lei estabelece que o prazo
prescricional será reduzido. É o caso do art. 115 do CP, que estabelece que os prazos prescricionais
serão reduzidos pela metade quando o infrator possuir menos de 21 anos na data do crime ou mais
de 70 na data da sentença.
 AUMENTO DO PRAZO PRESCRICIONAL: Se o condenado é reincidente, o prazo de prescrição da
pretensão EXECUTÓRIA aumenta-se em um terço. Não se aplica tal aumento aos prazos de prescrição

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da pretensão punitiva, conforme SÚMULA Nº 220 DO STJ: “a reincidência não influi no prazo da
prescrição da pretensão punitiva”.
 PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU VIRTUAL): Tal modalidade, uma
criação jurisprudencial, nunca teve fundamento no CP. Consiste na configuração da prescrição tendo
como base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, o Juiz analisava o caso e,
verificando que o réu, por exemplo, receberia pena mínima (por ser primário, de bons antecedentes,
etc.), utilizava esta pena mínima como parâmetro para o prazo prescricional. Isto não existe e
atualmente é vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido de que isso não possui qualquer
previsão legal (SÚMULA Nº 438: “é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão
punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo
penal”.)
 PRESCRIÇÃOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores não são julgados de acordo com as
normas do CP, mas de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, as normas
referentes à prescrição são aplicáveis às medidas socioeducativas (sanções penais aplicáveis aos
adolescentes). Vejamos a SÚMULA 338 DO STJ: “a prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-
educativas”.

DA AÇÃO PENAL NO CÓDIGO PENAL


Nos termos do art. 100 do Código Penal:

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa
do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o


exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem


tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o


Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

A regra é a de que a ação penal seja pública, nos termos do caput do art. 100 do CP, só sendo privada
quando a lei expressamente assim disser.

Conforme o esquemático, para facilitar a compreensão de vocês:

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Incondicionada À representação do
ofendido
Pública
Condicionada
À requisição do
AÇÃO PENAL Ministro da Justiça
Exclusiva

Privada Personalíssima

Subsidiária da
pública

Assim pode se resumir, graficamente, as espécies de ação penal previstas em nosso ordenamento jurídico.

O art. 101 do CP traz uma regra inócua, desnecessária, mas que vocês devem saber:

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que,
por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em
relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trata-se da ação penal no crime complexo, que é o crime formado pela junção de dois outros tipos
penas. Exemplo: Roubo = furto + lesão corporal ou ameaça. Assim, se um dos crimes for de ação penal pública
incondicionada, ainda que o outro não o seja, caberá ação penal pública.

O CP traz, ainda, algumas outras regrinhas em relação à ação penal:

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa
ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do
dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou
tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível
com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,
obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de


prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Muita coisa do que está aí também está prevista no CPP. Vamos sintetizar estas regras da seguinte
forma:

• Representação do ofendido – Irretratável após o oferecimento da denúncia. Deve ser exercida


dentro de seis meses, a contar da data em que o ofendido toma conhecimento da autoria do
delito.
• Queixa - Deve ser exercida dentro de seis meses, a contar da data em que o ofendido toma
conhecimento da autoria do delito. Não pode ser exercido se houve renúncia tácita ou expressa.
• Perdão do ofendido – Uma vez oferecido e aceito, é causa de extinção da punibilidade. Se
concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita (o querelado pode se recusar a receber
o perdão). Se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros. Pode ser tácito
ou expresso, e pode ser oferecido até o trânsito em julgado.

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

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CÓDIGO PENAL

 Arts. 59 a 120 do CP – Regulamentam a aplicação e execução da pena no CP, além de estabelecerem as


normas relativas à extinção da punibilidade e à ação penal:

DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Redação dada pela


Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se


cabível. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Critérios especiais da pena de multa

Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação


econômica do réu. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da
situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva

§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser
substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias agravantes

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) por motivo fútil ou torpe;

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b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro


crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou


tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou


de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação
dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de


desgraça particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Reincidência

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da


pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer
revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos,
na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de


autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite


indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em


seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas
de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte


especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo,

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todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em
que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção,
executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de
que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá


simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam
de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo,
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Multas no concurso de crimes

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Erro na execução

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Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Resultado diverso do pretendido

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do
art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior
a 40 (quarenta) anos. (Redação dada pela Lei 13.964/19)

§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja
superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo
deste artigo. (Redação dada pela Lei 13.964/19)

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-


á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações

Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO IV

DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá
ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como


os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser
suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de
idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
1998)

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao


cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art.


46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as


circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá
substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas
cumulativamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

a) proibição de freqüentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas


atividades. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a


suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

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§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição


imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-


se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o


período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO V

DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de


liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso
e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III – comprovado (Redação dada pela Lei 13.964/19)

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e

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terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.


(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de
condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Soma de penas

Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do
livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Especificações das condições

Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Revogação do livramento

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de


liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir


qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por
crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Efeitos da revogação

Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta
na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Extinção

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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CAPÍTULO VI

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,
porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito


do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído
pela Lei nº 12.694, de 2012)

§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual


poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior
decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

“Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima
superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do
condenado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. (Incluído pela Lei
13.964/19)

§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do
condenado todos os bens: (Incluído pela Lei 13.964/19)

I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou
indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e (Incluído pela Lei
13.964/19)

II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir


do início da atividade criminal. (Incluído pela Lei 13.964/19)

§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência


lícita do patrimônio. (Incluído pela Lei 13.964/19)

§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério
Público, por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
(Incluído pela Lei 13.964/19)

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§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e


especificar os bens cuja perda for decretada. (Incluído pela Lei 13.964/19)

§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e


milícias deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da
Justiça onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das
pessoas, a moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o
cometimento de novos crimes. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes


dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;
(Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018)

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime
doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO VII

DA REABILITAÇÃO

Reabilitação

Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva,


assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação,


previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos
incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que
o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom


comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de
o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou
novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde
que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,


se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não
seja de multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VI

DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Espécies de medidas de segurança

Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro


estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste
a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia,
o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Prazo

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando


enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O
prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Perícia médica

§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida
de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Desinternação ou liberação condicional

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida


a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação


do agente, se essa providência for necessária para fins curativos. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o


condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser
substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3
(três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do internado

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características


hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

TÍTULO VII

DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa
do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o


exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem


tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o


Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial,
o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A ação penal no crime complexo

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que,
por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em

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relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa
ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em
que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do
dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou
tacitamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível
com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a
indenização do dano causado pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,
obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de


prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

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Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou


circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede
a dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei
nº 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para
as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se


pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam
de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a


acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo,
em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação
dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da


data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código
ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a
esse tempo já houver sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650,
de 2012)

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que


revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva


computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a


prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

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Prescrição da multa

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando


a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao
tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento


da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei 13.964/19)

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores,


quando inadmissíveis; e (Incluído pela Lei 13.964/19)

IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. (Incluído
pela Lei 13.964/19)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não


corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela


Lei nº 11.596, de 2007).

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz


efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do
mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo


começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Rehabilitação

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

SÚMULAS PERTINENTES

1 Súmulas do STF

 Súmula 715 do STF (PARCIALMENTE DESATUALIZADA) – O STF sumulou entendimento no sentido de que
o limite de 30 anos (hoje este limite é de 40 anos, frise-se), previsto no art. 75 do CP, se aplica apenas ao
efetivo cumprimento de pena. Para o cálculo de outros benefícios, utiliza-se a pena efetivamente aplicada:

Súmula 715 do STF - “A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de
execução.”

 Súmula 499 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a condenação anterior à pena de
multa não impede a concessão do benefício da suspensão condicional da pena (sursis):

Súmula 499 do STF - “Não obsta a concessão do ‘sursis’ condenação anterior à pena de
multa.”

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 Súmula 718 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato do delito
não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele permitido de acordo
com a quantidade de pena aplicada:

SÚMULA 718

A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO


CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

 Súmula 719 do STF – Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é fundamento idôneo
para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou entendimento também no sentido de que o
Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea (baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao
delito), a imposição de eventual regime prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena
aplicada:

SÚMULA 719

A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA


PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

 Súmula 146 do STF – Não possui muita relevância prática, eis que tal previsão já está contida no art. 110,
§1º do CP:

Súmula 146 do STF: “A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada na
sentença, quando não há recurso da acusação”.

 Súmula 147 do STF – Trata da prescrição no crime falimentar:

Súmula 147 - “A prescrição de crime falimentar começa a correr da data em que deveria
estar encerrada a falência, ou do trânsito em julgado da sentença que a encerrar ou que
julgar cumprida a concordata”..

 Súmula 497 do STF – Trata do cálculo do prazo prescricional no crime continuado:

Súmula 497 do STF - “Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.”

 Súmula 592 do STF – Estabelece a aplicação, aos crimes falimentares, das causas de interrupção da
prescrição previstas no CP:

Súmula 592 do STF - “Nos crimes falimentares, aplicam-se as causas interruptivas da


prescrição, previstas no Código Penal.”

 Súmula 594 do STF: A súmula foi elaborada quando a maioridade civil era atingida aos 21 anos, enquanto
a maioridade penal era atingida aos 18 anos. Hoje, com o Código Civil de 2002, o ofendido que possui mais
de 18 anos é pessoa plenamente capaz, não havendo que se falar em representante legal. Contudo, a súmula
permanece vigorando, mas hoje dever ser interpretada como autonomia do representante legal e do ofendido
para oferecerem queixa ou representação. Isso terá aplicação prática quando o ofendido for menor de 18
anos na época do fato e, posteriormente, completar 18 anos (passará a ter o prazo de seis meses para

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oferecer queixa ou representação, a contar da data em que completou 18 anos). Isso não impede, todavia,
que seu representante legal ofereça queixa ou representação antes disso (antes de o ofendido completar 18
anos):

Súmula 594 do STF: “Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos,
independentemente, pelo ofendido ou por seu representante legal.

 Súmula 608 do STF: Considera ser de ação penal pública INCONDICIONADA o crime de estupro praticado
com violência real (mesmo sem lesão grave ou morte). Contudo, a súmula foi editada bem antes da Lei
12.015/09, que provocou mudanças drásticas no que tange aos crimes contra a dignidade sexual, passando
a estabelecer que a ação penal será, em regra, pública condicionada à representação (não fazendo a
ressalva que o enunciado de súmula faz). Assim, boa parte da Doutrina entende que a súmula perdeu
validade19. Outros, como Cezar Roberto Bitencourt, sustentam que só se aplica quando houver, ao menos, lesão
corporal grave20. Por fim, uma terceira corrente sustenta que a súmula permanece válida em sua
integralidade21.

Súmula 608 do STF - “No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal
é pública incondicionada.”

 Súmula 609 do STF: Consolida entendimento no sentido de que o crime de sonegação fiscal é persequível
mediante ação penal pública incondicionada:

Súmula 609 do STF - “É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação
fiscal.”

 Súmula 714 do STF: Consolida o entendimento do STF quanto à legitimidade concorrente entre o ofendido
e o Ministério Público para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício
de suas funções:

Súmula 714 do STF - “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do


Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime
contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.”

2 Súmulas do STJ

 Súmula 269 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a fixação do
regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam
favoráveis. Vejamos:

Súmula 269 do STJ

19 NUCCI, Guilherme de Souza. Crimes contra a dignidade sexual, p. 62-63, apud, GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume
3. Ed. Impetus. Niterói-RJ, 2015, p. 584/585
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Especial (volume 4). Ed. Saraiva, 9º edição. São Paulo, 2015, p.

157/158
21 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 3. Ed. Impetus. Niterói-RJ, 2015, p. 584/585

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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena


igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

 Súmula 439 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame criminológico pode
ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades do caso, não podendo ser
aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:

Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde
que em decisão motivada.

 Súmula 440 do STJ – O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido de que, uma
vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais gravoso que o cabível
em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não podendo estar baseado na mera
gravidade abstrata do delito:

Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de


regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito.

 Súmula 231 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o reconhecimento de
circunstâncias atenuantes NÃO pode levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal (o que só pode
ocorrer por meio da aplicação de eventuais causas de diminuição de pena). Vejamos:

Súmula 231 do STJ

A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do


mínimo legal.

 Súmula 444 do STJ - O STJ sumulou entendimento no sentido de que o Juiz, ao fixar a pena-base, não
pode agravá-la ao fundamento de existirem inquéritos policiais e ações penais em curso contra o condenado:

Súmula 444

E vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.

 Súmula 527 do STJ - O entendimento sumulado do STJ é no sentido de que o tempo de duração da medida
de segurança não pode ultrapassar o limite máximo da pena máxima cominada, em abstrato, ao delito:

Súmula 527

“O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da


pena abstratamente cominada ao delito praticado.”

 Súmula 542 do STJ: Seguindo entendimento do STF sobre o tema, o STJ sumulou entendimento no sentido
de que a ação penal referente ao crime de lesão corporal, quando praticado no contexto de violência
doméstica contra a mulher, é pública incondicionada:

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Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de
violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.

 Súmula 18 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que os efeitos da condenação não subsistem
quando se trata de sentença que concede perdão judicial:

Súmula 18 do STJ - A SENTENÇA CONCESSIVA DO PERDÃO JUDICIAL E DECLARATORIA


DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, NÃO SUBSISTINDO QUALQUER EFEITO CONDENATORIO.

 Súmula 220 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que, se o condenado é reincidente, o
prazo de prescrição da pretensão EXECUTÓRIA aumenta-se em um terço, não se aplicando tal aumento aos
prazos de prescrição da pretensão punitiva:

Súmula 220 do STJ - “a reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão


punitiva”.

 Súmula 438 do STJ – PRESCRIÇÃO EM PERSPECTIVA (ANTECIPADA, PROJETADA OU VIRTUAL): Tal


modalidade, uma criação jurisprudencial, nunca teve fundamento no CP. Consiste na configuração da
prescrição tendo como base uma eventual futura pena a ser aplicada ao acusado. Assim, o Juiz analisava o
caso e, verificando que o réu, por exemplo, receberia pena mínima (por ser primário, de bons antecedentes,
etc.), utilizava esta pena mínima como parâmetro para o prazo prescricional. Isto não existe e atualmente é
vedado pelo STJ, que sumulou o entendimento no sentido de que isso não possui qualquer previsão legal:

SÚMULA Nº 438 do STJ - “é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da


pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência
ou sorte do processo penal”.)

 Súmula 338 do STJ – PRESCRIÇÃOS DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS: Os menores não são julgados
de acordo com as normas do CP, mas de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Contudo, as
normas referentes à prescrição são aplicáveis às medidas socioeducativas (sanções penais aplicáveis aos
adolescentes).

SÚMULA 338 DO STJ - “a prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas”

 Súmula 191 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que a decisão de pronúncia, no rito do
Tribunal do Júri, interrompe o curso do prazo prescricional, ainda que os jurados venham a desclassificar o
delito (na segunda fase do rito do júri):

Súmula 191 do STJ - A PRONÚNCIA E CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO, AINDA QUE


O TRIBUNAL DO JURI VENHA A DESCLASSIFICAR O CRIME.

 Súmula 241 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que a reincidência não pode, sob pena
de configurar bis in idem, ser considerada como agravante e, ao mesmo tempo, como circunstância judicial
desfavorável (na primeira fase da dosimetria da pena):

Súmula 241 do STJ - A REINCIDÊNCIA PENAL NÃO PODE SER CONSIDERADA COMO
CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE E, SIMULTANEAMENTE, COMO CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL.

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 Súmula 441 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que a prática de falta grave não
interrompe o prazo para a obtenção do benefício do livramento condicional:

Súmula 441 do STJ - A FALTA GRAVE NÃO INTERROMPE O PRAZO PARA OBTENÇÃO DE
LIVRAMENTO CONDICIONAL.

 Súmula 545 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que, se a confissão foi considerada pelo
Juiz para formar seu convencimento quanto à condenação, deverá o réu ser beneficiado pela atenuante
genérica do art. 65, III, d, do CP:

Súmula 545 do STJ - QUANDO A CONFISSÃO FOR UTILIZADA PARA A FORMAÇÃO DO


CONVENCIMENTO DO JULGADOR, O RÉU FARÁ JUS À ATENUANTE PREVISTA NO ARTIGO
65, III, D, DO CÓDIGO PENAL.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
 STJ - RESP 1360952/DF – O STJ reiterou entendimento no sentido de ser possível, na segunda fase da
dosimetria da pena, a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea,
por serem igualmente preponderantes:

1. Observadas as peculiaridades do caso, "É possível, na segunda fase da dosimetria da


pena, a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão
espontânea, por serem igualmente preponderantes, de acordo com o artigo 67 do Código
Penal" (EREsp n. 1.154.752/RS, 3ª Seção, DJe 4/9/2012).

2. Entretanto, tal compensação deverá ser realizada à luz dos princípios da individualização
da pena e da proporcionalidade, devendo o julgador atentar-se para a natureza e o grau
de reincidência do réu.

3. Não há como acolher o pedido de compensação integral entre a reincidência e a confissão


espontânea, pois o julgador, no cotejo entre as duas circunstâncias, destacou a múltipla
reincidência do recorrente e as cinco condenações definitivas que ostenta, particularidade
que justificou o agravamento proporcional da pena em apenas dois meses.

4. Recurso não provido.

(REsp 1360952/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
09/12/2014, DJe 19/12/2014)

 STJ - AGRG NO ARESP 916.995/PR – O STJ reiterou entendimento no sentido de que a perda do cargo
público NÃO é efeito automático da condenação, dependendo de previsão expressa e específica na
sentença:

1. Este Superior Tribunal de Justiça firmou sua jurisprudência no sentido de que a perda do
cargo público não é efeito automático da condenação, requisitando motivação expressa
nos termos do parágrafo único do artigo 92 do Código Penal, existente no presente caso.

2. "O intuito de debater novos temas, por meio de agravo regimental, não trazidos
inicialmente no recurso especial, se reveste de indevida inovação recursal, não sendo

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viável, portanto, a análise, ainda que se trate de matéria de ordem pública, porquanto
imprescindível a prévia irresignação no momento oportuno e o efetivo debate sobre os
temas". (AgRg no AREsp 401.770/PI, Rel. Min. MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
DJe 12/11/2013).

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 916.995/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 23/06/2016)

 STJ - AGRG NO ARESP 358.326/MG – O STJ firmou entendimento no sentido de que o fato de ter havido
substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos NÃO impede que seja
decretada a perda do cargo como efeito da condenação, desde que o Juízo fundamente a decisão:

(...) A substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos não impede
a decretação da perda do cargo ou função pública, desde que apresentada a devida
fundamentação. Precedentes.

4. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 358.326/MG, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 05/04/2016, DJe 18/04/2016)

 STJ - AGRG NO ARESP 818.917/ES – O STJ decidiu no sentido de que a perda do cargo público é um
efeito da condenação cuja previsão está expressamente contida na Lei, sendo desnecessário, portanto, que
a possibilidade de sua ocorrência esteja prevista na denúncia:

(...) 4. A possibilidade de perda do cargo público não precisa vir prevista na denúncia,
posto que decorre de previsão legal expressa, como efeito da condenação, nos termos
do artigo 92 do Código Penal.

5.Agravo regimental a que se nega provimento.

(AgRg no AREsp 818.917/ES, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 01/02/2016)

 STJ - RHC 55.142/MG: Consolida o entendimento do STJ no sentido de que a renúncia só ocorre quando
há omissão voluntária, ou seja, o querelante, propositalmente, deixa de incluir algum dos infratores na ação
penal. Se o querelante apenas se esqueceu de incluir algum dos infratores, não há renúncia.

(...) "O reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa exige a demonstração de


que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de
forma deliberada pelo querelante" (v.g.: HC 186.405/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Jorge
Mussi, DJe de 11/12/2014).

Recurso ordinário desprovido.

(RHC 55.142/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 12/05/2015,
DJe 21/05/2015)

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 STJ - RHC 55.142/MG: O STJ consolidou entendimento no sentido de que o ajuizamento da queixa dentro
do prazo legal interrompe o curso do prazo decadencial de seis meses, ainda quando ajuizada perante
juízo incompetente, pois não teria havido inércia do ofendido.

(...) Mesmo que a queixa-crime tenha sido apresentada perante Juízo incompetente, o certo
é que o seu simples ajuizamento é suficiente para obstar a decadência, interrompendo o
seu Doutrina. Precedentes do STJ e do STF.

3. Recurso desprovido.

(RHC 25.611/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/08/2011,
DJe 25/08/2011)

 STJ - HC 103.774/PB: O STJ decidiu que o fato de a vítima procurar a Defensoria Pública e solicitar
assistência jurídica em favor do infrator (seu filho) não implica retratação da representação anteriormente
formulada. O STJ entendeu que nada impede que alguém pretenda que o infrator responda pelo crime
praticado, mas, ao mesmo tempo, deseje que seja satisfatoriamente defendido.

2. Doutrina e jurisprudência são uniformes no sentido de que a representação do ofendido


nas ações penais públicas condicionadas prescinde de qualquer formalidade, sendo
suficiente a demonstração do interesse da vítima em autorizar a persecução criminal.

3. No caso dos autos, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, a vítima


expressamente requereu a instauração de inquérito policial contra o acusado, seu filho, com
relação aos fatos registrados no boletim de ocorrência.

4. O fato de a vítima haver procurado a Defensoria Pública no curso da ação penal


solicitando assistência jurídica para seu filho, o ora recorrente, não significa que tenha
se retratado tacitamente da representação anteriormente formulada, já que a vontade de
que o acusado responda criminalmente pelos fatos não se confunde com o ânimo,
justificado pela relação entre ambos existente, de que seja adequadamente defendido
durante a persecução criminal.

(...) (RHC 51.481/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
21/10/2014, DJe 29/10/2014)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2017 – TJ-SP – JUIZ) A chamada prescrição retroativa


(A) não pode ter por termo inicial data anterior à publicação da sentença condenatória recorrível.
(B) é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
(C) não marca os antecedentes do acusado, nem gera futura reincidência.
(D) acarreta o acréscimo de um terço no lapso prescricional em se tratando de acusado reincidente.

COMENTÁRIOS

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A prescrição retroativa, prevista no art. 110, §1º do CP, é regulada pela pena efetivamente aplicada, sendo
modalidade de prescrição da pretensão punitiva, de forma que não configura maus antecedentes nem
reincidência. Além disso, não pode ter por termo inicial data anterior à do recebimento da denúncia ou queixa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

2. (VUNESP – 2017 – PREF. DE PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR - ADAPTADA) É possível a


utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base, desde que haja
fundamentação por parte do magistrado.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que a existência de inquéritos policiais e
ações penais em curso não podem servir para configurar maus antecedentes, conforme súmula 444 do STJ.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

3. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Crime que tem reprimenda privativa de liberdade cominada
de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos, após ter reconhecida a modalidade tentada e sem considerar qualquer
outra majorante ou minorante, terá pena fixada entre os patamares mínimo de
a) 4 (quatro) meses e máximo de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses.
b) 6 (seis) meses e máximo de 3 (três) anos.
c) 9 (nove) meses e máximo de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses.
d) 9 (nove) meses e máximo de 2 (dois) anos e oito meses.
e) 4 (quatro) meses e máximo de 2 (dois) anos e 8 (oito meses).

COMENTÁRIOS

Considerando-se a inexistência de agravantes e atenuantes, bem como outras causas de aumento e diminuição,
chegaremos a uma pena que irá variar entre 04 meses e 02 anos e 08 meses.

Explico:

Em se tratando de crime na modalidade TENTADA, a pena deverá sofrer uma diminuição que varia entre 1/3
e 2/3, na forma do § único do art. 14 do CP:

Art. 14 (...)

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena


correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Assim, para chegarmos ao patamar mínimo, precisamos aplicar a redução máxima. Logo: 01 ano, menos 2/3,
que é igual a 04 meses. Esse será o mínimo que poderá ser aplicado.

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Para se chegar ao máximo, porém, devemos aplicar a redução mínima (1/3 de redução). Assim, 04 anos
menos 1/3 (que equivale a 01 ano e 04 meses). Assim, chegaremos aos 02 anos e 08 meses como patamar
máximo.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

4. (VUNESP – 2013 – TJ-RJ – JUIZ) O principal efeito da sentença criminal condenatória é a


____________ . a legislação penal brasileira, porém, prevê também efeitos secundários da condenação,
tanto de natureza penal quanto extrapenal. os efeitos secundários de natureza _____________ se dividem
em genéricos e específicos. ____________ é exemplo de efeito secundário ______________da decisão
criminal condenatória transitada em julgado.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase.
a) medida de segurança, nunca a pena … penal … Reincidência … penal específico
b) sanção penal (pena ou medida de segurança) … penal … A perda de função pública quando for aplicada
pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos … extrapenal
c) sanção penal (pena ou medida de segurança) … extrapenal … Reincidência … penal
d) pena, nunca a medida de segurança … extrapenal … Tornar certa a obrigação de indenizar o dano
causado pelo crime … extrapenal genérico

COMENTÁRIOS

O item que responde corretamente a questão é a letra C. Isso porque o efeito principal da condenação é a
sanção penal (seja a pena ou a medida de segurança). Os efeitos secundários, por sua vez, dividem-se em
penais e extrapenais. Os efeitos extrapenais podem ser genéricos ou específicos, caso aplicáveis a todos os
delitos ou a apenas alguns deles. Já no que tange aos efeitos penais secundários, temos como exemplo clássico
a reincidência, que atinge a esfera penal do indivíduo, mas não é efeito principal da condenação.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

5. (VUNESP – 2014 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) Agente imputável e menor de 21 anos à época
do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do
cp. a denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 não havia sido prolatada
sentença. diante disso, pode-se afirmar que
a) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada à infração.
b) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra
mencionada (01.07.2014).
c) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data
supra mencionada (01.07.2014).
d) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão punitiva estatal.

COMENTÁRIOS

No caso, o delito previsto é o de roubo, cuja pena máxima prevista é de 10 anos de reclusão.

Assim, em tese, o crime prescreveria em 16 anos, nos termos do art. 109, II do CP.

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Contudo, o agente era menor de 21 anos na data do fato, logo, esse prazo cai pela metade (08 anos), nos
termos do art. 115 do CP.

O recebimento da denúncia interrompeu o curso do prazo de prescrição (art. 117, I do CP), que voltou a correr
do zero, a partir daquela data.

A data atual (segundo a questão) para fins de cálculo da prescrição é dia 01.07.2014. Vemos que entre a
última interrupção da prescrição e a data atual já transcorreram mais de 08 anos, motivo pelo qual operou-
se a prescrição.

p.s.: a alternativa A contém um erro de digitação. Faltou simplesmente a palavra “prescrição”, o que torna o
item sem sentido. Contudo, foi mero esquecimento da Banca. Para quem fez a prova, possuem razão em
recorrer. Para nós, vamos simplesmente “fingir” que a palavra “prescrição” foi colocada lá, antes de
“pretensão punitiva”. Desta forma não perdemos a questão.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

6. (VUNESP - 2013 - CETESB - ADVOGADO) Dentre os efeitos da condenação previstos e disciplinados


no código penal, encontra-se a seguinte hipótese:
a) perda em favor do Município, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos instrumentos do
crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.
b) perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
a Administração Pública.
c) inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso, de forma
automática, sem necessidade de motivação expressa na sentença.
d) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, processando-se o cumprimento da
sentença no próprio processo penal, após o trânsito em julgado.
e) perda em favor do Estado, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, do produto do crime
ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois o confisco se dá em favor da União, nos termos do art. 91, II, “a” do CP.

b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 92, I, “a” do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois tal efeito da condenação não é automático, devendo ser declarado na sentença
pelo Juiz, nos termos do art. 92, III c/c art. 92, § único do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois a execução da sentença (para fins de reparação do dano) se dá no Juízo cível,
não na esfera penal.

e) ERRADA: Item errado, pois a perda é em favor da UNIÃO, nos termos do art. 91, II, “b” do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

7. (VUNESP – 2015 – TJ-MS – JUIZ) Quanto à extinção da punibilidade, é correto afirmar que

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a) a punibilidade só se extingue pela morte do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição,
decadência ou perempção; pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada e pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite.
b) o curso da prescrição interrompe-se com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
c) o perdão expresso ou tácito concedido pelo ofendido a um dos querelados não pode ser aproveitado pelos
demais na hipótese de ofensa conjunta por mais de um agente.
d) considerando que o delito previsto no art. 137, caput, do Código Penal prevê pena de detenção de quinze
dias a dois meses ou multa, a prescrição da pena em abstrato ocorrerá em dois anos.
e) a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois a punibilidade pode se extinguir por outras formas, como no caso de abolitio
criminis (aplicação retroativa da lei que não mais considera o fato como criminoso), nos termos do art. 107, III
do CP.

b) ERRADA: O RECEBIMENTO da denúncia é causa de interrupção da prescrição, e não o seu oferecimento,


nos termos do art. 117, I do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois o perdão oferecido a um dos querelados, no caso de concurso de agentes, se
estende aos demais, nos termos do art. 106, I do CP.

d) ERRADA: Neste caso a prescrição ocorrerá em três anos, nos termos do art. 109, VI do CP.

e) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 120 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

8. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre as causas de extinção de


punibilidade, pode-se afirmar que
(A) o perdão judicial, previsto no inciso IX, art. 107, CP, não se dirige a toda e qualquer infração penal, mas
apenas àquelas previamente determinadas pela lei, embora se admita a analogia in bonan partem.
(B) a hipótese do inciso V, art. 107, CP, que trata do perdão nas ações privadas, não está condicionada à
aceitação da vítima.
(C) a perempção, prevista no inciso IV, art. 107, CP, é instituto jurídico mediante o qual a vítima ou seu
representante, perde o direito de queixa ou de representação em virtude da inércia.
(D) a extinção da punibilidade poderá ser reconhecida desde o início das investigações até a sentença penal
condenatória ainda não transitada em julgado.
(E) o rol constante do artigo 107, do Código Penal, é taxativo.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: O perdão judicial é cabível apenas nas hipóteses expressamente previstas em lei (art. 107, IX
do CP). Contudo, não há vedação ao exercício da analogia in bonam partem.

B) ERRADA: O perdão depende de oferecimento por parte da vítima (querelante) e ACEITAÇÃO por parte
do infrator (querelado).

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C) ERRADA: A perempção somente se aplica às ações penais privadas (não às ações penais públicas
condicionadas).

D) ERRADA: A extinção da punibilidade pode ser reconhecida a qualquer tempo, até o trânsito em julgado.

E) ERRADA: Item errado, pois nada impede a existência de outras causas de extinção da punibilidade,
previstas no próprio CP ou na legislação extravagante.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

9. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ – ADAPTADA) O tempo de duração da medida de segurança pode
ultrapassar o máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o entendimento do STJ é EXATAMENTE EM SENTIDO CONTRÁRIO, tendo sido sumulada a
matéria:

Súmula 527

“O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da


pena abstratamente cominada ao delito praticado.”

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

10. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ – ADAPTADA) É inadmissível a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência
ou sorte do processo penal.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois a chamada “prescrição virtual” não é mais admitida pela jurisprudência, já que não há
previsão legal nesse sentido, conforme entendimento sumulado do STJ (súmula 438 do STJ).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

11. (VUNESP – 2014 – PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – PROCURADOR) É efeito da condenação criminal,
de acordo com o art. 91 do cp:
a) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
b) a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime, exceto quando referidos bens
localizarem-se no exterior.
c) a perda em favor da União, sem ressalva ao direito do terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime cuja
detenção constitua ato ilícito.
d) a perda em favor da vítima ou ofendido de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.
e) a perda, em favor do Município em que a infração foi cometida, do produto do crime ou de qualquer bem
ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

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COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 91, I do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois o §1º do art. 91 prevê expressamente tal possibilidade AINDA que tais bens
se encontrem no exterior.

c) ERRADA: Item errado, pois o art. 91, II, “a” do CP ressalva o direito do terceiro de boa-fé.

d) ERRADA: Item errado, pois tal efeito se dá em favor da União, nos termos do art. 91, II, “b” do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois tal efeito se dá em favor da União, nos termos do art. 91, II, “b” do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – JUIZ) Analise estes conceitos atinentes à prescrição penal:
I. É a perda do direito de punir do Estado, considerada a pena concreta com trânsito em julgado para a
acusação, levando-se em conta prazo anterior à sentença.
II. É a perda do direito de punir do Estado, levando-se em conta a pena concreta, com trânsito em julgado
para a acusação, ou improvido seu recurso, cujo lapso temporal inicia-se na data da sentença e segue até o
trânsito em julgado para a defesa.
III. É a perda do direito de aplicar efetivamente a pena concreta e definitiva, com o lapso temporal entre o
trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação e o início do cumprimento da pena ou a
ocorrência de reincidência.
Agora, escolha a opção que indique, respectivamente, as modalidades de prescrição acima descritas:
a) retroativa; intercorrente ou superveniente; da pretensão executória.
b) intercorrente ou superveniente; retroativa; da pretensão executória.
c) da pretensão executória; intercorrente ou superveniente; retroativa.
d) retroativa; da pretensão executória; intercorrente ou superveniente.

COMENTÁRIOS

I – Trata-se, aqui, da prescrição da pretensão punitiva em sua modalidade RETROATIVA.

II - Trata-se, aqui, da prescrição da pretensão punitiva intercorrente (ou SUPERVENIENTE).

III – Temos, aqui, a definição da prescrição da pretensão executória, eis que relativa à perda do direito de
aplicar a pena.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

13. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Servidor público foi condenado por crime.
exclusivamente de acordo com as regras estabelecidas nos art. 92 do cp, indaga-se: perderá o cargo como
efeito penal da sentença condenatória?
a) Sim, quando aplicada qualquer pena privativa de liberdade e desde que tal efeito seja motivadamente
declarado na sentença.

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b) Sim, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, e desde que tal
efeito seja motivadamente declarado na sentença.
c) Não, devendo a perda do cargo ser exclusivamente decretada em procedimento administrativo, não sendo
de competência do Juiz Criminal tal decisão.
d) Sim, quando se tratar de crime contra a Administração Pública.
e) Não, devendo a perda do cargo ser exclusivamente decretada em ação civil, não sendo de competência
do Juiz Criminal tal decisão.

COMENTÁRIOS

O servidor perderá o cargo caso se trate de condenação a pena privativa de liberdade por prazo igual ou
superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública ou, nos demais crimes, caso seja aplicada pena por prazo superior a 04 anos, nos termos do art. 92, I
do CP.

Em qualquer caso, será exigido que tal efeito seja motivadamente declarado na sentença (art. 92, § único do
CP).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) Em regra geral, a prescrição antes de transitar
em julgado a sentença final
a) chamada, pela doutrina, de prescrição intercorrente.
b) é chamada, pela doutrina, de prescrição retroativa.
c) regula-se pelo mínimo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
d) regula-se pela pena aplicada na sentença de primeiro grau.
e) regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.

COMENTÁRIOS

Tal prescrição (ordinária ou comum) regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao
crime, nos termos do art. 109 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

15. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – ANALISTA DE PROMOTORIA) É causa de extinção da punibilidade o/a
a) perdão judicial.
b) inimputabilidade.
c) semi-imputabilidade.
d) adequação social da conduta.
e) inexigibilidade de conduta diversa.

COMENTÁRIOS

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Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra A traz uma hipótese de extinção da punibilidade, nos
termos do art. 107, IX do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

16. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – ANALISTA DE PROMOTORIA) Para o agente que tenha mais de 70
(setenta) anos na data da sentença, o prazo mínimo e máximo de prescrição, considerando como base os
lapsos previstos no art. 109 do cp é, em anos, respectivamente,
a) 3 e 20.
b) 2 e 15.
c) 2 e 10.
d) 1,5 e 15.
e) 1,5 e 10.

COMENTÁRIOS

O período mínimo de prescrição previsto no CP é de 03 anos (art. 109, VI do CP), e o período máximo é de
20 anos (art. 109, I do CP). Considerando que no caso de o agente ter mais de 70 anos na data da sentença
os prazos serão reduzidos pela metade (art. 115 do CP), chegamos à conclusão de que, neste caso, os prazos
mínimo e máximo serão de 1,5 anos e 10 anos, respectivamente.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

17. (VUNESP – 2013 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) São causas extintivas da punibilidade:
I. Anistia – é concedida por lei, referindo-se a fatos já realizados, pressupondo condenação transitada em
julgado.
II. Perempção – na ação penal privada ou pública condicionada a representação, consistindo na perda do
direito de prosseguir na ação.
III. Renúncia – ato unilateral e extraprocessual, pelo qual o ofendido abdica do direito de oferecer queixa.
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) III.
c) I e III.
d) II e III.

COMENTÁRIOS

I – ERRADA: Item errado, pois não se exige que a anistia seja conferida após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.

II – ERRADA: Item errado, pois a perempção não cabe na ação penal pública condicionada à representação,
nos termos do art. 60 do CPP.

III – CORRETA: Item correto, pois a renúncia ocorre fora do processo (mais precisamente ANTES do processo),
e não depende de aceitação pelo infrator (ato unilateral).

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

18. (VUNESP – 2012 – TJ-RJ – JUIZ) A pena privativa de liberdade fixada em 3 (três) meses; a pena de
multa quando é cumulativamente aplicada com uma privativa de liberdade e a pena de prestação
pecuniária prescrevem, respectivamente,
a) em 3 (três) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada;
no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu.
b) em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada;
em 4 (quatro) anos.
c) em 3 (três) anos; em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu.
d) em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos.

COMENTÁRIOS

A pena fixada em 03 meses prescreverá em 03 anos, nos termos do art. 109, VI do CP; a pena de multa,
quando cumulativamente aplicada com a privativa de liberdade, prescreverá no mesmo prazo previsto par
esta (art. 114, II do CP). Por fim, a pena de prestação pecuniária (modalidade de pena restritiva de direitos)
prescreverá no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu, conforme art. 109, § único do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

19. (FAURGS – 2015 – TJ-RS – TITULAR NOTARIAL) Sobre as causas de extinção da punibilidade previstas
no código penal, assinale a alternativa que contém afirmativa correta.
a) A extinção da punibilidade pela perempção pode ocorrer na ação penal privada exclusiva e na ação
penal privada subsidiária da pública.
b) A declaração de extinção da punibilidade pela morte do acusado deverá ser comprovada pela juntada
de sua certidão de óbito.
c) A inimputabilidade penal é causa de extinção da punibilidade.
d) A reincidência não interfere na contagem dos prazos de prescrição.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: A perempção só pode ocorrer na ação penal exclusivamente privada, não sendo cabível na ação
penal privada subsidiária, nos termos do art. 60 do CPP.

b) CORRETA: Item correto, pois a comprovação da morte se dá pela apresentação da certidão de óbito.

c) ERRADA: Item errado, pois a inimputabilidade penal é causa de exclusão da culpabilidade.

d) ERRADA: Item errado, pois a reincidência é causa interruptiva da prescrição da pretensão executória (não
se aplica à prescrição da pretensão punitiva, nos termos da súmula 220 do STJ).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

20. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA PROCESSUAL) Marco, 40 anos, foi denunciado pela prática do
crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor, cuja pena privativa de

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liberdade prevista é de detenção de 06 meses a 02 anos. os fatos ocorreram em 02.02.2011, e,


considerando que não houve interesse em aceitar transação penal, composição dos danos ou suspensão
condicional do processo, foi oferecida denúncia em 27.02.2014 e recebida a inicial acusatória em
11.03.2014. após a instrução, foi marco condenado à pena mínima de 06 meses em sentença publicada em
29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado. considerando os fatos narrados e a atual previsão do
código penal, é correto afirmar que:
a) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva
pela pena em abstrato;
b) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva
pela pena em concreto;
c) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão
executória;
d) não deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco, pois não ocorreu prescrição;
e) o oferecimento da denúncia funciona como marco interruptivo do prazo prescricional.

COMENTÁRIOS

Neste caso, o prazo prescricional é de 04 anos, na forma do art. 109, V do CP. Em 11.03.14 houve a
interrupção do prazo prescricional, com o RECEBIMENTO da denúncia (o oferecimento da denúncia não é causa
de interrupção do prazo prescricional).

Isto posto, não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva comum (ou ordinária), que leva em conta a pena
máxima em abstrato para o delito, pois não transcorreu mais de 04 anos entre um marco interruptivo da
prescrição e outro.

Todavia, com a publicação da sentença e aplicação de pena de 06 meses, este passa a ser o novo patamar
para o cálculo da prescrição. Considerando este novo parâmetro, o prazo prescricional (para o cálculo da
prescrição baseada na pena em concreto) seria de 03 anos (art. 109, VI do CP). Como se vê, passou mais de
03 anos entre a data do fato e o recebimento da denúncia. Em tese, portanto, teria ocorrido a prescrição da
pretensão punitiva em sua modalidade RETROATIVA. Porém, tal modalidade de prescrição não pode ter por
termo inicial data anterior ao recebimento da denúncia ou queixa, de forma que não podemos reconhecer a
prescrição retroativa neste caso.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

21. (FGV – 2016 – CODEBA – ADVOGADO) no dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou
um crime de furto simples, razão pela qual foi denunciado como incurso nas sanções do art. 155, caput,
do código penal. em 25/01/2010, foi a inicial acusatória recebida, não sendo cabível a suspensão
condicional do processo. após o regular processamento do feito, diante da confissão de Jean, foi o mesmo
condenado à pena mínima de um ano de reclusão, sendo a sentença condenatória publicada em
01/03/2012 e transitando em julgado. Jean dá início ao cumprimento da pena em 02/01/2014.
Considerando a situação exposta, assinale a afirmativa correta.
a) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.
b) A condenação foi indevida, pois Jean não era imputável na data dos fatos.

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c) Ocorreu a prescrição da pretensão executória do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da


punibilidade.
d) Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.
e) Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de três anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.

COMENTÁRIOS

Neste caso, o agente praticou o delito aos 18 anos, motivo pelo qual o prazo prescricional deverá ser reduzido
pela metade, pois o agente tinha menos de 21 anos na data do fato (art. 115 do CP).

O prazo prescricional para o delito, levando em conta a pena máxima prevista em abstrato, é de 08 anos,
na forma do art. 109, IV do CP. Assim, este prazo deve ser reduzido pela metade (ou seja, no caso, o prazo
prescricional será de 04 anos).

Não passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescrição e outro, logo, não ocorreu a prescrição
com base na pena em abstrato (prescrição da pretensão punitiva comum).

Todavia, precisamos saber se ocorreu a prescrição da pretensão punitiva com base na pena concretamente
aplicada (01 ano de reclusão). Considerando a pena aplicada, chegamos a um novo prazo prescricional, que
será de 04 anos (art. 109, V do CP), reduzido pela metade em razão da idade do agente, ou seja, um prazo
de 02 anos.

Isto posto, temos que saber se transcorreu mais de 02 anos entre um marco interruptivo da prescrição e outro.
A resposta é positiva. Entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença tivemos um lapso temporal
superior a 02 anos, motivo pelo qual ocorreu a prescrição da pretensão punitiva com base na pena em concreto
(neste caso, prescrição da pretensão punitiva RETROATIVA).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

22. (FGV – 2015 – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ESCRIVÃO) No caso de concurso entre a atenuante da
confissão espontânea e a agravante de violência contra a mulher, é correto afirmar que:
a) a atenuante da confissão espontânea deve ser considerada como circunstância preponderante, por envolver
a personalidade do agente;
b) a atenuante da confissão espontânea não deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
c) a agravante da violência contra a mulher deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
d) a agravante da violência contra a mulher não deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
e) a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão espontânea se compensam, por serem
igualmente preponderantes.

COMENTÁRIOS

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Neste caso, a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão espontânea se compensam,
por serem igualmente preponderantes, já que uma é relativa aos motivos determinantes do delito, e a outra é
considerada indicativa da personalidade do agente, conforme entendimento do STJ.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

23. (FGV – 2015 – TJ-PI – OFICIAL DE JUSTIÇA) Em determinado processo por furto qualificado pelo
rompimento de obstáculo, o réu confessou a subtração do bem, porém, negou o arrombamento. Em caso
de condenação, no que pertine à aplicação da pena, a confissão parcial dos fatos:
a) impõe a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
b) configura a confissão qualificada, impedindo a incidência da atenuante genérica;
c) afasta a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
d) impõe compensação com a qualificadora não admitida pelo réu;
e) configura a confissão qualificada, impondo a incidência da atenuante genérica.

COMENTÁRIOS

Neste caso temos o que se chama de “confissão parcial”, pois o agente confessa a prática delitiva, mas não
aceita a imputação em sua integralidade. Mesmo neste caso, de acordo com o entendimento do STJ, é devida
a aplicação da atenuante genérica relativa à confissão espontânea.

Não há que se falar, aqui, em confissão qualificada. A confissão qualificada ocorre quando o agente confessa
a prática do fato imputado, mas levanta alguma tese defensiva em seu favor (ex.: o réu confessa ter praticado
o furto qualificado, mas diz que o fez porque estava agindo em estado de necessidade).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

24. (FGV – 2015 – TJ-PI – OFICIAL DE JUSTIÇA) A prescrição da pretensão punitiva do estado, em
segundo grau de jurisdição, se interrompe na data da:
a) publicação na sessão de julgamento do recurso;
b) publicação do acórdão no diário oficial;
c) intimação pessoal do Ministério Público e réu;
d) intimação pessoal do Ministério Público, sem recurso;
e) entrega dos autos ao escrivão.

COMENTÁRIOS

O art. 117 do CP assim estabelece:

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela


Lei nº 11.596, de 2007).

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Como se vê, a publicação do acórdão condenatório recorrível é causa de interrupção do prazo prescricional.
Todavia, o STF possui entendimento no sentido de que esta publicação se dá, para estes fins, na data da
própria sessão de julgamento, e não em momento posterior (quando da publicação no Diário Oficial).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

25. (FGV – 2015 – DPE-RO – ANALISTA JURÍDICO) José, nascido em 12.12.1990, foi denunciado pela
prática de dois crimes de apropriação indébita simples, cuja pena em abstrato prevista é de reclusão de
01 a 04 anos e multa, em continuidade delitiva, por fatos ocorridos em 04.04.2010 e 10.04.2010. a
denúncia foi recebida em 07.04.2015, sendo o réu imediatamente citado.
Nessa situação, é correto afirmar que:
a) a prescrição da pretensão punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrerá em 06.04.2023;
b) a punibilidade do réu deve ser extinta pelo reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva pela pena
ideal;
c) a prescrição da pretensão punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrerá em 06.04.2027;
d) a prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato somente ocorrerá em 06.04.2019;
e) a punibilidade do réu deve ser imediatamente extinta pelo reconhecimento da prescrição da pretensão
punitiva pela pena em abstrato.

COMENTÁRIOS

Neste caso, a primeira coisa que temos que ter em mente, é que a prescrição de cada delito será analisada
isoladamente, mesmo em se tratando de continuidade delitiva. É o que determina o art. 119 do CP.

Pois bem, ambos os delitos possuem pena máxima de 04 anos, logo, o prazo prescricional é de 08 anos. Porém,
como o agente tinha menos de 21 anos na data dos fatos, o prazo prescricional de ambos os delitos cai pela
metade (passa a ser de apenas 04 anos), na forma do art. 115 do CP.

Assim, precisamos saber agora se já passou mais de 04 anos entre um marco interruptivo da prescrição e
outro. A resposta é positiva. Entre a data dos fatos (04.04.2010 e 10.04.2010) e o recebimento da denúncia
(07.04.2015) já transcorreu lapso superior a 04 anos, motivo pelo qual ocorreu a prescrição da pretensão
punitiva com base na pena em abstrato.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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26. (FGV – 2015 – DPE-MT – ADVOGADO) Thiago, nascido em 10/10/90, foi denunciado pela prática do
crime de tentativa de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, inciso IV c/c art. 14, inciso II, ambos do código
penal) por fato ocorrido em 01/11/10.

A denúncia foi recebida em 05/05/14, tendo o feito regular prosseguimento. Em 12/10/14, foi publicada
decisão do juiz pronunciando o acusado. Inconformada com essa decisão, a advogada do réu interpôs o
recurso cabível, mas a pronúncia foi confirmada em decisão do tribunal proferida e publicada em
12/12/14.
Considerando apenas essas informações, é correto afirmar que a prescrição da pretensão punitiva pela pena
em abstrato ocorrerá em
a) 12 de dezembro de 2034.
b) 12 de outubro de 2034.
c) 12 de outubro de 2030.
d) 12 de dezembro de 2024.
e) 12 de outubro de 2024.

COMENTÁRIOS

Neste caso temos um crime cuja pena máxima prevista em abstrato é de 30 anos. Todavia, por se tratar da
forma TENTADA deste delito, para obter a pena máxima deveremos aplicar o patamar mínimo de redução
atinente à tentativa (um terço). Logo, 30 anos menos um terço é igual a 20 anos. A pena máxima para este
caso específico, portanto, é de 20 anos. Considerando tal pena máxima, o prazo prescricional, na forma do
art. 109, I do CP, será também de 20 anos. Porém, como o agente tinha menos de 21 anos na data do fato,
este prazo será reduzido pela metade, ou seja, o prazo prescricional será de 10 anos.

A partir daí, para calcularmos a data em que ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva com base na pena
abstrata, temos que saber quando ocorreu a última interrupção da prescrição. No caso da questão, a última
interrupção do prazo prescricional se deu em 12.12.14, ou seja, quando da publicação da decisão
confirmatória da pronúncia, na forma do art. 117, III do CP.

Assim, considerando este último marco interruptivo da prescrição, a prescrição efetivamente ocorrerá em
12.12.2024.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

27. (FGV – 2015 – DPE-MT – ADVOGADO) O Art. 68 do código penal prevê um sistema trifásico de
aplicação da pena pelo magistrado. na primeira fase serão consideradas as circunstâncias do art. 59 do
código penal; na segunda, as agravantes e atenuantes; na terceira, as causas de aumento e de diminuição.
A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) Diversas ações penais em curso podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes.
b) A sentença penal condenatória, cuja execução da pena tenha sido extinta há mais de cinco anos, não pode
justificar o reconhecimento da reincidência, mas pode justificar os maus antecedentes.
c) A sentença condenatória definitiva pela prática de crime posterior poderá configurar maus antecedentes
caso o trânsito em julgado ocorra antes do julgamento do primeiro crime.

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d) No crime de roubo, o número de majorantes pode, por si só, determinar o quantum de aumento na terceira
fase.
e) Na segunda fase de aplicação da pena, a pena intermediária pode ser fixada abaixo do mínimo legal.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois inquéritos policiais e ações penais em curso não podem ser considerados como
maus antecedentes, conforme súmula 444 do STJ.

b) CORRETA: Item correto, pois neste caso já transcorreu o chamado “período depurador”, previsto no art.
64, I do CP, logo, não poderá tal condenação servir para fins de reincidência, mas pode ser considerada como
maus antecedentes.

c) ERRADA: Item errado, pois somente sentença condenatória definitiva por crime ANTERIOR pode configurar
maus antecedentes (desde que não possa mais ser considerada para fins de reincidência).

d) ERRADA: Item errado, pois o STJ sumulou entendimento no sentido de que, na hipótese de condenação pela
prática de roubo circunstanciado, o juiz deve fundamentar concretamente o aumento na terceira fase de
aplicação da pena, sendo insuficiente, para a sua exasperação, a mera indicação do número de majorantes.
Ou seja, o Juiz não pode majorar a pena do roubo em patamar superior ao mínimo apenas pelo fato de serem
duas ou mais majorantes:

Súmula 443

O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige


fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação
do número de majorantes.

e) ERRADA: Item errado, pois na segunda fase da dosimetria da pena, etapa de aplicação das agravantes
e atenuantes, a pena não pode ficar abaixo do mínimo legal, conforme súmula 231 do STJ.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

28. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) As opções a seguir apresentam causas de extinção da
punibilidade, à exceção de uma. assinale-a.
a) Indulto e graça.
b) Prescrição e decadência.
c) Anistia.
d) Morte da vítima.
e) Perdão aceito, nos crimes de ação privada.

COMENTÁRIOS

As causas de extinção da punibilidade estão elencadas no art. 107 do CP. Vejamos:

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)


==8765e==

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Como se pode ver, a morte da VÍTIMA não é causa de extinção da punibilidade (o que é causa de extinção
da punibilidade é a morte do INFRATOR).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

29. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) Cássio foi denunciado pela prática de um crime de
dano qualificado, por ter atingido bem municipal (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do CP – pena:
detenção de 6 meses a 3 anos e multa), merecendo destaque que, em sua folha de antecedentes criminais,
consta uma única condenação anterior, definitiva, oriunda de sentença publicada 4 anos antes, pela
prática do crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor.

Ao final da instrução, Cássio confessa integralmente os fatos, dizendo estar arrependido e esclarecendo
que “perdeu a cabeça” no momento do crime, sendo certo que está trabalhando e tem 03 filhos com
menos de 10 anos de idade que são por ele sustentados.
Apenas com base nas informações constantes, o(a) advogado(a) de Cássio poderá pleitear, de acordo com as
previsões do Código Penal, em sede de alegações finais,
A) o reconhecimento do perdão judicial. 

B) o reconhecimento da atenuante da confissão, mas nunca 
sua compensação com a reincidência. 

C) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos, apesar de o agente ser
reincidente. 

D) o afastamento da agravante da reincidência, já que o crime pretérito foi praticado em sua modalidade
culposa, e não dolosa.

COMENTÁRIOS

Neste caso, a alternativa correta é a letra C, pois é possível pleitear a substituição da pena privativa de
liberdade aplicada pela pena restritiva de direitos, já que o crime praticado não tem pena máxima superior
a 04 anos nem é cometido com violência ou grave ameaça à pessoa. Além disso, o agente não é reincidente

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em crime doloso, na forma do art. 44 do CP.

A letra B está errada, pois seria possível pleitear a compensação da agravante da reincidência com a
atenuante da confissão espontânea, conforme entendimento do STJ.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

30. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Caio, Mário e João são denunciados pela prática de
um mesmo crime de estupro (Art. 213 do CP). caio possuía uma condenação anterior definitiva pela prática
de crime de deserção, delito militar próprio, ao cumprimento de pena privativa de liberdade. Já Mário
possuía uma condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática de crime comum, com aplicação
exclusiva de pena de multa. por fim, joão possuía condenação definitiva pela prática de contravenção
penal à pena privativa de liberdade. no momento da sentença, o juiz reconhece agravante da reincidência
em relação aos três denunciados.
Considerando apenas as informações narradas, de acordo com o Código Penal, o advogado dos réus
A) não poderá buscar o afastamento da agravante, já que todos são reincidentes. 

B) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Mário, já que somente Caio e João são
reincidentes.
C) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a João, já que somente Caio e Mário são
reincidentes. 

D) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Caio e João, já que somente Mário é reincidente.

COMENTÁRIOS

Neste caso, somente Mário é reincidente, pois as condenações anteriores por contravenção penal e crime militar
próprio não geram reincidência neste caso. Por falha legislativa, não há reincidência quando o agente pratica
crime depois de ter sido definitivamente condenado por contravenção penal.

Com relação ao crime militar próprio, tal condenação não gera reincidência por força do art. 64, II do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

31. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Rafael foi condenado pela prática de crime a pena
privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses, tendo a sentença transitado em julgado em 10/02/2008.
Após cumprir 02 anos e 06 meses de pena, obteve livramento condicional em 10/08/2010, sendo o mesmo
cumprido com correção e a pena extinta em 10/08/2012. Em 15/09/2015, Rafael pratica novo crime, dessa
vez de roubo, tendo como vítima senhora de 60 anos de idade, circunstância que era do seu conhecimento.
dois dias depois, arrependido, antes da denúncia, reparou integralmente o dano causado. Na sentença, o
magistrado condenou o acusado, reconhecendo a existência de duas agravantes pela reincidência e idade
da vítima, além de não reconhecer o arrependimento posterior.
O advogado de Rafael deve pleitear
A) reconhecimento do arrependimento posterior.
B) reconhecimento da tentativa.

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C) afastamento da agravante pela idade da vítima.


D) afastamento da agravante da reincidência.

COMENTÁRIOS

No caso em tela, a princípio, não podemos falar em arrependimento posterior, eis que se trata de crime
cometido com violência ou grave ameaça contra a pessoa (roubo), nos termos do art. 16 do CP. Até poderia
ter havido violência imprópria, que autorizaria a aplicação do benefício, mas a questão não diz isso. Tampouco
há que se falar em tentativa, eis que o crime se consumou, já que o enunciado diz que o agente reparou o
dano causado.

Contudo, há possibilidade de afastamento da agravante pela idade da vítima. Isso porque a agravante só
incide nos crimes praticados contra pessoas MAIORES de 60 anos. O enunciado diz que a vítima tinha 60 anos.
A Doutrina entende que, se a vítima sofre o crime no dia do seu aniversário de 60 anos, não há incidência da
agravante. O enunciado não diz se a vítima estava ou não no dia do seu aniversário, motivo pelo qual não
podemos afirmar que a agravante deve incidir.

Além disso, deve ser afastada a agravante da reincidência, eis que não prevalece a condenação anterior,
para fins de reincidência, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver
transcorrido lapso de tempo superior a 05 anos, computado o período de prova da suspensão ou do
livramento condicional, se não ocorrer revogação, que foi o que ocorreu. Se computarmos o período de
prova, transcorreu mais de cinco anos entre 10.08.2010 e 15.09.2015.

Assim, temos duas alternativas corretas, “C” e “D”. A Banca deu a alternativa D como correta. Contudo,
entendo que a questão deveria ser ANULADA.

32. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) Reconhecida a prática de um injusto culpável, o juiz
realiza o processo de individualização da pena, de acordo com o Art. 68 do código penal.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) A condenação com trânsito em julgado por crime praticado em data posterior ao delito pelo qual o agente
está sendo julgado pode funcionar como maus antecedentes.
b) Não se mostra possível a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão
espontânea.
c) Nada impede que a pena intermediária, na segunda fase do critério trifásico, fique acomodada abaixo do
mínimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, sendo
insuficiente a simples menção ao número de majorantes.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois somente podem ser considerados maus antecedentes os fatos praticados ANTES
do delito pelo qual o agente está sendo julgado.

B) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui jurisprudência no sentido de que a atenuante da confissão
espontânea e a agravante decorrente da reincidência são igualmente preponderantes, de maneira que devem
ser compensadas (HC 301.693/SP).

C) ERRADA: Item errado, pois nesta etapa a pena ainda não pode ultrapassar os patamares mínimo e máximo
(ver súmula 231 do STJ).

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D) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do verbete nº 443 da súmula do STJ:

Súmula 443

"O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige
fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera indicação
do número de majorantes."

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

33. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) Marcus foi definitivamente condenado pela prática de
um crime de roubo simples à pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusão e multa de dez dias.
Apesar de reincidente, em razão de condenação definitiva pretérita pelo delito de furto, Marcus confessou
a prática do delito, razão pela qual sua pena foi fixada no mínimo legal. Após cumprimento de determinado
período de sanção penal, pretende o apenado obter o benefício do livramento condicional. considerando
o crime praticado e a hipótese narrada, é correto afirmar que
a) Marcus não faz jus ao livramento condicional, pois condenado por crime doloso praticado com violência ou
grave ameaça à pessoa.
b) O livramento condicional pode ser concedido pelo juiz da condenação logo quando proferida sentença
condenatória.
c) Não é cabível livramento condicional para Marcus, tendo em vista que é condenado reincidente em crime
doloso.
d) Ainda que praticada falta grave, Marcus não terá o seu prazo de contagem para concessão do livramento
condicional interrompido.

COMENTÁRIOS

O livramento condicional é cabível neste caso, mas somente após o cumprimento de mais da metade da pena,
por se tratar de reincidente em crime doloso, nos termos do art. 83, II do CP.

Assim, as alternativas A, B e C estão erradas.

A alternativa D está correta, pois a prática de falta grave não interrompe a contagem do prazo para
obtenção do livramento condicional, conforme entendimento sumulado do STJ:

Súmula 441

"A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional"

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

34. (FGV – 2017 – OAB - XXII EXAME DE ORDEM) No dia 15 de abril de 2011, João, nascido em 18 de
maio de 1991, foi preso em flagrante pela prática do crime de furto simples, sendo, em seguida, concedida
liberdade provisória. a denúncia somente foi oferecida e recebida em 18 de abril de 2014, ocasião em que
o juiz designou o dia 18 de junho de 2014 para a realização da audiência especial de suspensão condicional

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do processo oferecida pelo ministério público. a proposta foi aceita pelo acusado e pela defesa técnica,
iniciando-se o período de prova naquele mesmo dia. três meses depois, não tendo o acusado cumprido as
condições estabelecidas, a suspensão foi revogada, o que ocorreu em decisão datada de 03 de outubro de
2014.

Ao final da fase instrutória, a pretensão punitiva foi acolhida, sendo aplicada ao acusado a pena de 01 ano
de reclusão em regime aberto, substituída por restritiva de direitos. a sentença condenatória foi publicada
em 19 de maio de 2016, tendo transitado em julgado para a acusação.

Intimado da decisão respectiva, João procura você, na condição de advogado(a), para saber sobre eventual
prescrição, pois tomou conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04 anos, mas que,
no caso concreto, por força da menoridade relativa, deve o prazo ser reduzido de metade.
Diante desse quadro, você, como advogado(a), deverá esclarecer que
A) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do fato e a do recebimento da denúncia.
B) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação
da sentença condenatória.
C) ocorreu a prescrição da pretensão executória entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação
da sentença condenatória.
D) não há que se falar em prescrição, no caso apresentado.

COMENTÁRIOS

Neste caso não ocorreu a prescrição da pretensão punitiva. Primeiramente, não ocorreu a prescrição da
pretensão punitiva ordinária (comum), pois tal modalidade de prescrição leva em conta a pena máxima
prevista para o delito (04 anos), logo, a prescrição somente ocorreria em 08 anos, nos termos do art. 109, IV
do CP. Ainda que se reduza tal prazo pela metade, em razão de ser o agente menor de 21 anos na data do
fato (art. 115 do CP), ainda assim não teria ocorrido prescrição, pois não passou mais de 04 anos entre um
marco interruptivo da prescrição e outro.

Por fim, devemos analisar se ocorreu a prescrição da pretensão punitiva RETROATIVA, que leva em conta a
pena APLICADA. Considerando a pena aplicada (01 ano), o prazo prescricional seria de 04 anos, nos termos
do art. 109, V do CP, reduzidos pela metade em razão de ser o agente menor de 21 anos na data do fato,
logo, a prescrição retroativa ocorreria em 02 anos.

Agora devemos saber se entre um marco interruptivo da prescrição, e outro, transcorreu mais de 02 anos.

Entre a data do fato (15.04.2011) e o recebimento da denúncia (18.04.2011) transcorreu mais de 02 anos.
Todavia, a prescrição retroativa não pode ocorrer antes do recebimento da denúncia, logo, esqueçamos esse
período.

Com relação ao período entre o recebimento da denúncia (18.04.2016) e a publicação da sentença recorrível
(19.05.2016), também transcorreu mais de 02 anos. Porém, nesses 02 anos e 01 mês, tivemos
aproximadamente 03 meses de suspensão do processo (entre 18.06.2014 e 03.10.2014). Nesse período de
três meses o prazo de prescrição FICOU SUSPENSO, nos termos do art. 89, §6º do CPP. Assim, se descontarmos
esses três meses, também não passou mais de 02 anos entre o recebimento da denúncia e a publicação da
sentença recorrível, logo, não ocorreu a prescrição retroativa.

Assim, não ocorreu prescrição no presente caso.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

35. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) No dia 28 de agosto de 2011, após uma discussão no
trabalho quando todos comemoravam os 20 anos de João, este desfere uma facada no braço de Paulo,
que fica revoltado e liga para a Polícia, sendo João preso em flagrante pela prática do injusto de homicídio
tentado, obtendo liberdade provisória logo em seguida. O laudo de exame de delito constatou a existência
de lesão leve.

A denúncia foi oferecida em 23 de agosto de 2013 e recebida pelo juiz em 28 de agosto de 2013. Finda a
primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, ocasião em que a vítima compareceu, confirmou os
fatos, inclusive dizendo acreditar que a intenção do agente era efetivamente matá-la, e demonstrou todo
seu inconformismo com a conduta do réu, João foi pronunciado, sendo a decisão publicada em 23 de
agosto de 2015, não havendo impugnação pelas partes. Submetido a julgamento em sessão plenária em
18 de julho de 2017, os jurados afastaram a intenção de matar, ocorrendo em sentença, então, a
desclassificação para o crime de lesão corporal simples, que tem a pena máxima prevista de 01 ano, sendo
certo que o Código Penal prevê que a pena de 01 a 02 anos prescreve em 04 anos.
Na ocasião, você, como advogado(a) de João, considerando apenas as informações narradas, deverá
requerer que seja declarada a extinção da punibilidade pela
A) decadência, por ausência de representação da vítima.

B) prescrição da pretensão punitiva, porque já foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do fato e
a do recebimento da denúncia.

C) (prescrição da pretensão punitiva, porque já foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do
oferecimento da denúncia e a da publicação da decisão de pronúncia.
D) prescrição da pretensão punitiva, porque entre a data do recebimento da denúncia e a do julgamento pelo
júri decorreu o prazo prescricional.

COMENTÁRIOS

Neste caso ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, porque já foi ultrapassado o prazo prescricional entre
a data do fato e a do recebimento da denúncia, pois o prazo prescricional, originalmente de 04 anos, deve
ser reduzido pela metade, na forma do art. 115 do CP, já que o agente era menor de 21 anos na data do
fato.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

36. (FGV – 2016 – XXI EXAME DA OAB – PRIMEIRA FASE) Carlos, 21 anos, foi condenado a cumprir pena
de prestação de serviços à comunidade pela prática de um crime de lesão corporal culposa no trânsito. Em
01/01/2014, seis meses após cumprir a pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de
natureza culposa, vindo a ser denunciado.

Carlos, após não aceitar qualquer benefício previsto na Lei no 9.099/95 e ser realizada audiência de
instrução e julgamento, é novamente condenado em 17/02/2016. O juiz aplica pena de 11 meses de
detenção, não admitindo a substituição por restritiva de direitos em razão da reincidência.

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Considerando que os fatos são verdadeiros e que o Ministério Público não apelou, o(a) advogado(a) de Carlos,
sob o ponto de vista técnico, deverá requerer, em recurso,
A) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
B) a suspensão condicional da pena.
C) o afastamento do reconhecimento da reincidência.
D) a prescrição da pretensão punitiva.

COMENTÁRIOS

Não houve, no caso, reincidência, eis que ainda que se considere a pena aplicada ao agente, não se pode
falar em prescrição retroativa, eis que a pena aplicada foi de 11 meses de detenção, de maneira que o prazo
prescricional seria de 03 anos (e não transcorreu tal lapso temporal entre um marco interruptivo da prescrição
e outro).

Não há que se falar, ainda, no afastamento da reincidência, eis que o réu é, de fato, reincidente, nos termos
do art. 63 do CP.

É, todavia, cabível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, pois somente a
reincidência em crime DOLOSO impede a substituição, de maneira que a mera reincidência em crime culposo
não é capaz de, por si só, impedir o benefício, nos termos do art. 44, II do CP.

Por fim, não é cabível, ainda, a suspensão condicional da pena, eis que esta não é admitida quando for
possível a substituição pela restritiva de direitos, nos termos do art. 77, III do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

37. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM) José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi
denunciado, processado e condenado, com sentença condenatória publicada em 18/10/2009. A referida
sentença transitou definitivamente em julgado no dia 29/08/2010. No dia 15/05/2010, José cometeu novo
delito, de furto, tendo sido condenado, por tal conduta, no dia 07/04/2012.
Nesse sentido, levando em conta a situação narrada e a disciplina acerca da reincidência, assinale a afirmativa
correta.
a) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado reincidente.
b) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado reincidente.
c) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado primário.
d) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de sentença que, no Brasil ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior

COMENTÁRIOS

O agente não é considerado reincidente neste caso, pois a prática do novo delito ocorreu ANTES do trânsito
em julgado da sentença condenatória pelo delito anterior. Vejamos o art. 63 do CP:

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

38. (FGV – 2014 – DPE-DF – ANALISTA) Osvaldo foi condenado pela prática do crime de estelionato. Ao
aplicar a pena, o magistrado majorou a pena base indicando, entre as circunstâncias judiciais previstas no
Artigo 59 do Código Penal brasileiro, os antecedentes de Osvaldo. Para tanto, o magistrado observou que
a Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo trazia 5 anotações, entre elas uma condenação não
transitada em julgado pela prática do crime de falsidade ideológica. As demais anotações referiam-se a
inquéritos policiais em andamento para a apuração de suposta prática do crime de estelionato.
Quanto à decisão do magistrado, é correto afirmar que:
a) a pena base não poderia ter sido majorada com fundamento nos antecedentes de Osvaldo, uma vez que
não há condenação transitada em julgado na Folha de Antecedentes Criminais do acusado.
b) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que algumas anotações constantes da Folha de
Antecedentes Criminais de Osvaldo se referem ao crime de estelionato.
c) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que há condenação, ainda que não transitada em julgado,
na Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo.
d) a pena base poderia ter sido majorada caso a condenação constante da Folha de Antecedentes Criminais
de Osvaldo dissesse respeito ao crime de estelionato.
e) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que qualquer anotação em Folha de Antecedentes
Criminais pode justificar o incremento da pena base com fundamento nos antecedentes do acusado.

COMENTÁRIOS

A pena base, aqui, não poderia ter sido majorada, pois a existência de inquéritos e ações penais em curso
não podem ser considerados como maus antecedentes, eis que não há sentença penal condenatória transitada
em julgado, o que configura violação ao princípio da presunção de inocência.

O STJ, inclusive, já sumulou a questão:

Súmula 444

E vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-
base.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

39. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Trata-se de causa extintiva da punibilidade consistente na
exclusão, por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidência
do Direito Penal,
a) o indulto individual.
b) a anistia.
c) o indulto coletivo.
d) a graça.

COMENTÁRIOS

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A anistia é causa de exclusão do fato criminoso, mediante lei ordinária e com efeitos retroativos. O indulto e
a graça são concedidos pelo Presidente da República.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

40. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Com relação às causas de extinção da punibilidade
previstas no artigo 107 do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) O perdão do ofendido é ato unilateral, prescindindo de anuência do querelado.
b) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.
c) A perempção é causa de extinção de punibilidade exclusiva da ação penal privada.
d) Em caso de morte do réu, não há falar em extinção da punibilidade, devendo o juiz absolvê-lo com base
no método de resolução de conflitos do in dubio pro reo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O perdão é ato bilateral, e deve ser aceito pelo querelado, nos termos do art. 106, III do CP.

B) ERRADA: Item errado, nos termos do art. 108, parte final, do CP:

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou


circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante
da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

C) CORRETA: A perempção é um fenômeno que só se aplica às ações penais privadas, não sendo aplicável
às ações penais públicas.

D) ERRADA: A morte do agente é causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, I do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

41. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Felipe, menor de 21 anos de idade e reincidente, no
dia 10 de abril de 2009, foi preso em flagrante pela prática do crime de roubo. Foi solto no curso da
instrução e acabou condenado em 08 de julho de 2010, nos termos do pedido inicial, ficando a pena
acomodada em 04 anos de reclusão em regime fechado e multa de 10 dias, certo que houve a
compensação da agravante da reincidência com a atenuante da menoridade. A decisão transitou em
julgado para ambas as partes em 20 de julho de 2010. Foi expedido mandado de prisão e Felipe nunca veio
a ser preso.
Considerando a questão fática, assinale a afirmativa correta.
a) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de julho de 2016.
b) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorreu em 20 de julho de 2014.
c) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de julho de 2022.

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d) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de novembro de


2015.

COMENTÁRIOS

No caso em tela, a prescrição da pretensão executória ocorrerá em 05 anos e quatro meses, contados do
trânsito em julgado para ambas as partes.

Isso porque o prazo prescricional a ser utilizado como parâmetro é o de 08 anos, pois a pena aplicada não
supera 04 anos (art. 109, IV do CP).

Além disso, em se tratando de prescrição da pretensão executória de condenado reincidente, este prazo é
aumentado em um terço, nos termos do art. 110 do CP.

Assim, até agora temos um prazo prescricional de 10 anos e 08 meses (08 anos + 1/3).

Contudo, como o réu era menor de 21 anos na data do fato, este prazo é reduzido pela metade (art. 115 do
CP). Assim, o prazo prescricional será de 05 anos e 04 meses.

Desta forma, a extinção da punibilidade ocorrerá em 20.11.2015.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

42. (FGV – 2014 – OAB – EXAME DE ORDEM) Francisco foi condenado por homicídio simples, previsto
no Art. 121 do Código Penal, devendo cumprir pena de seis anos de reclusão. A sentença penal
condenatória transitou em julgado no dia 10 de agosto de 1984. Dias depois, Francisco foge para o interior
do Estado, onde residia, ficando isolado num sítio. Após a fuga, as autoridades públicas nunca conseguiram
capturá-lo. Francisco procura você como advogado(a) em 10 de janeiro de 2014.
Com relação ao caso narrado, assinale a afirmativa correta
a) Ainda não ocorreu prescrição do crime, tendo em vista que ainda não foi ultrapassado o prazo de trinta
anos requerido pelo Código Penal.
b) Houve prescrição da pretensão executória
c) Não houve prescrição, pois o crime de homicídio simples é imprescritível.
d) Houve prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato, pois Francisco nunca foi capturado.

COMENTÁRIOS

Considerando que o prazo prescricional, aqui, será de 12 anos, pois será utilizada a pena efetivamente
aplicada como parâmetro (arts. 109, III c/c art. 110 do CP), podemos afirmar que já transcorreu prazo da
prescrição da pretensão executória.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

43. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de
corrupção ativa em transação comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa.
Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida.

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O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, condenando-o à


pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença foi publicada em 7/4/2007. O
Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado em julgado para a acusação. A
defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia
15/5/2011, o processo ainda não havia tido seu definitivo julgamento, ou seja, não houve trânsito em
julgado final. Levando-se em conta as datas descritas e sabendo-se que, de acordo com o art. 109, incisos
III e V, do Código Penal, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, verifica-se em 12
(doze) anos se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito anos e em 4 (quatro) anos se o
máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não exceda a dois, com base na situação
apresentada, é correto afirmar que
a) não houve prescrição da pretensão punitiva nem prescrição da pretensão executória, pois desde a
publicação da sentença não transcorreu lapso de tempo superior a doze anos.
b) ocorreu prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois, após a data da publicação da sentença e a
última data apresentada no enunciado, transcorreu lapso de tempo superior a 4 anos.
c) ocorreu prescrição da pretensão punitiva superveniente, que pressupõe o trânsito em julgado para a
acusação e leva em conta a pena concretamente imposta na sentença.
d) não houve prescrição da pretensão punitiva, pois, como ainda não ocorreu o trânsito em julgado final, deve-
se levar em conta a teoria da pior hipótese, de modo que a prescrição, se houvesse, somente ocorreria doze
anos após a data do fato.

COMENTÁRIOS

No caso em tela ocorreu a prescrição da pretensão punitiva superveniente, que ocorre entre o trânsito em
julgado para a acusação e o trânsito em julgado para ambas as partes.

Tal modalidade de prescrição leva em conta a pena efetivamente aplicada, que não mais poderá ser
majorada, dado o trânsito em julgado para a acusação. Como a pena aplicada foi de um ano de reclusão, o
prazo prescricional será de 04 anos, nos termos do art. 110, §1º do CP.

Entre o trânsito em julgado para a acusação e a data citada na narrativa já havia transcorrido mais de 04
anos, motivo pelo qual deve ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva superveniente.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

44. (FGV – 2010 – OAB – EXAME DE ORDEM) A respeito do regime legal da prescrição no Código Penal,
tendo por base ocorrência do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta.
a) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela
pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou
queixa.
b) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 (dois) anos, independentemente do prazo estabelecido para
a prescrição da pena de liberdade aplicada cumulativamente
c) Se o réu citado por edital permanece revel e não constitui advogado, fica suspenso o processo, mantendo-
se em curso o prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da pena máxima cominada ao
crime.

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d) São causas interruptivas do curso da prescrição previstas no Código Penal, dentre outras, o recebimento da
denúncia ou da queixa, a pronúncia, a publicação da sentença condenatória ou absolutória recorrível.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: Esta é a exata previsão do art. 110, §1º do CP.

B) ERRADA: No caso de a multa ser aplicada cumulativamente com pena privativa de liberdade, prescreverá
no mesmo prazo desta, nos termos do art. 114, II do CP.

C) ERRADA: Se o réu for citado por edital e não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos
tanto o processo quanto o curso do prazo prescricional, nos termos do art. 366 do CPP.

D) ERRADA: Item errado, pois a publicação da sentença ABSOLUTÓRIA recorrível não interrompe a
prescrição, nos termos do art. 117 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

45. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Guilherme praticou, em 18/02/2009, contravenção penal de
vias de fato (Art. 21 do Decreto Lei n. 3.688/41), tendo sido condenado à pena de multa. A sentença
transitou definitivamente em julgado no dia 15/03/2010, mas Guilherme não pagou a multa. No dia
10/07/2010, Guilherme praticou crime de ato obsceno (Art. 233 do CP).
Com base na situação descrita e na legislação, assinale a afirmativa correta.
A) Guilherme não pode ser considerado reincidente por conta de uma omissão legislativa.
B) Guilherme deve ter a pena de multa não paga da primeira condenação convertida em pena privativa de
liberdade.
C) Guilherme é reincidente, pois praticou novo crime após condenação transitada em julgado.
D) A pena de multa não gera reincidência.

COMENTÁRIOS

A) O item está correto. A prática de crime, após condenação definitiva por contravenção, não gera
reincidência, em razão de uma brecha legislativa, já que o art. 63 do CP prevê como reincidência apenas a
prática de crime após condenação definitiva por crime anterior. Vejamos:

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar
em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A Lei de Contravenções Penais ainda chega a estabelecer que a condenação por contravenção, após
condenação definitiva por crime ou contravenção anterior, também gera reincidência. Assim, esqueceram de
incluir a situação daquele que pratica crime após ser condenado por contravenção, que, portanto, é
considerado reincidente.

B) A pena de multa, uma vez não paga, deve ser executada como dívida de valor, não admitindo conversão
em privação da liberdade, por não haver previsão legal, conforme entendimento do STJ;

C) O item está errado, nos termos da fundamentação da alternativa A;

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D) O item está errado, eis que o fato de a pena aplicada ser de multa não influencia na questão da
reincidência, nos termos do art. 63 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

46. (FCC – 2018 – PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS I - GERAL) Extingue-se
a punibilidade do agente
a) pela retroatividade da lei que diminui a pena do crime.
b) pela superveniência de doença mental do autor do ilícito.
c) pela reparação do dano ou restituição da coisa objeto do ilícito, em qualquer crime.
d) pelo perdão do ofendido, em qualquer crime.
e) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

COMENTÁRIOS

A extinção da punibilidade ocorrerá em diversas situações. Vejamos o que dispõe o art. 107 do CP:

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Assim, vemos que a ÚNICA alternativa que corresponde a uma causa de extinção da punibilidade é a letra E,
na forma do art. 107, IX do CP.

GABARITO: Letra E

47. (FCC – 2018 – CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – PROCURADOR LEGISLATIVO) A


prescrição
a) da pretensão punitiva não corre enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

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b) tem seu prazo reduzido em um terço quando o criminoso era menor de 21 anos na data do fato.
c) tem seu curso interrompido pelo oferecimento da denúncia ou queixa.
d) no concurso de crimes incide sobre a pena somada de todos eles.
e) da pena de multa ocorrerá em 3 anos quando for a única aplicada ou cominada.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correta, pois esta é a exata previsão do art. 116, II do CP:

Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; (Redação dada pela Lei 13.964/19)

b) ERRADA: Item errado, pois neste caso o prazo prescricional é reduzido pela METADE, conforme art. 115
do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois a interrupção do curso do prazo prescricional se dá quando do RECEBIMENTO
da denúncia, na forma do art. 117, I do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois no concurso de crimes a extinção da punibilidade incide sobre cada um deles,
isoladamente, conforme art. 119 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois a prescrição da pena de multa ocorrerá em DOIS ANOS, quando a multa for
a única cominada ou aplicada, conforme art. 114, I do CP.

GABARITO: Letra A

48. (FCC – 2018 – PGE-TO – PROCURADOR) A extinção da punibilidade pode ser compreendida como
sendo a perda do direito do Estado de impor sanção penal ao autor de fato típico e ilícito. É possível, assim,
encontrar hipóteses de extinção da punibilidade no Código Penal, bem como nas legislações
extravagantes. Acerca do tema, é correto afirmar:
a) Na hipótese de abolitio criminis (abolição do crime) permanece a reincidência como efeito secundário da
infração penal.
b) As causas de extinção de punibilidade sempre se comunicam aos coautores e partícipes, em razão de se
tratar de matéria de ordem pública.
c) A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
d) A anistia, graça ou indulto não são hipóteses de extinção da punibilidade, por serem atos concedidos pelo
chefe do Poder Executivo, e não pelo Judiciário.
e) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.

COMENTÁRIOS

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a) ERRADA: Item errado, pois a abolitio criminis faz cessar a pena e todos os efeitos penais da condenação
(inclusive a reincidência), na forma do art. 2º do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois as causas de extinção da punibilidade nem sempre se comunicam aos demais
agentes do crime (ex.: morte de um dos agentes. Só beneficia o próprio agente que morreu).

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 120 do CP:

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de
reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

d) ERRADA: Item errado, pois a anistia, a graça e o indulto são hipóteses de extinção da punibilidade, na
forma do art. 107, II do CP. Ademais, a anistia não é benefício concedido por ato do Presidente, devendo ser
concedida por meio de lei.

e) ERRADA: Item errado, pois o art. 108 do CP, parte final, estabelece exatamente o contrário. Ou seja, a
extinção da punibilidade de um dos crimes conexos não impede que, no momento da condenação pelo outro
crime restante (que não teve sua punibilidade extinta) o Juiz agrave a pena em razão da conexão.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

49. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA JURÍDICO) Sobre a extinção da punibilidade:


a) O perdão judicial independe de lei, pois é realizado por meio de Decreto Presidencial.
b) No caso de concurso de crimes, o cálculo da prescrição incide sobre a somatória das penas.
c) Ao contrário da renúncia ao direito de queixa, a decadência é causa de extinção da punibilidade.
d) O prazo de prescrição é reduzido pela metade quando o agente for maior de setenta anos na data da
sentença.
e) Em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é regulada pelo
total da pena imposta.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois o perdão judicial é concedido pelo Poder Judiciário, nas hipóteses autorizadas
por lei, conforme art. 107, IX e art. 120 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois no caso de concurso de crimes a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente, conforme art. 119 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois tanto a renúncia ao direito de queixa quanto a decadência são causas de
extinção da punibilidade, na forma do art. 107, IV e V do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 115 do CP:

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao
tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

e) ERRADA: Item errado, pois a prescrição da pretensão executória, neste caso, será regulada com base no
tempo que resta de pena, conforme art. 113 do CP:

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Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a


prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

50. (FCC – 2017 – TRF5 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Praticado o ilícito penal por um indivíduo culpável, surge
para o Estado o direito de aplicar a sanção penal prevista na lei incriminadora. Contudo, o direito de punir
não é absoluto, sendo possível que ocorra alguma causa extintiva de punibilidade, impedindo que o Estado
imponha a sanção ao agente. Diante disso, com fundamento no que dispõe o Código Penal sobre a extinção
de punibilidade, é correto afirmar:
a) No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
b) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.
c) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de
improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, podendo, ainda, ter por termo inicial data anterior à
da denúncia ou queixa.
d) Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos prescricionais previstos para as privativas de
liberdade.
e) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 anos quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois a prescrição da pretensão executória, neste caso, será regulada com base no
tempo que resta de pena, conforme art. 113 do CP:

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a


prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)

b) ERRADA: Item errado, pois o art. 108 do CP, parte final, estabelece exatamente o contrário. Ou seja, a
extinção da punibilidade de um dos crimes conexos não impede que, no momento da condenação pelo outro
crime restante (que não teve sua punibilidade extinta) o Juiz agrave a pena em razão da conexão.

c) ERRADA: Item errado, pois a prescrição da pretensão punitiva retroativa não pode ter por termo inicial
data anterior à da denúncia ou queixa, na forma do art. 110, §1º do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 109, § único do CP:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

(...)

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Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para
as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

e) ERRADA: Item errado, pois a prescrição da pena de multa ocorrerá em 02 anos quando a multa for a única
cominada ou aplicada. Quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente
aplicada com a pena privativa de liberdade, prescreverá no mesmo prazo estabelecido para prescrição da
pena privativa de liberdade, conforme art. 114 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

51. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, quando tinha 20 anos de
idade, após ser abordado em uma blitz da polícia rodoviária federal na Rodovia Presidente Dutra, no dia
1º de Junho de 2010, oferece R$ 1.000,00, em dinheiro, para o policial responsável pela abordagem para
não ser autuado por excesso de velocidade. Paulo é conduzido ao Distrito Policial, preso em flagrante, e
acaba beneficiado pela Justiça sendo colocado em liberdade após pagamento de fiança. Encerrado o
inquérito Policial, a denúncia em desfavor de Paulo, pelo crime de corrupção ativa, é recebida no dia 15
de Julho de 2014. O processo tramita regularmente e Paulo é condenado a cumprir pena de 2 anos de
reclusão, em regime inicial aberto, por sentença publicada em 14 de Agosto de 2016. A sentença transita
em julgado. Ricardo, advogado de Paulo, postula ao Magistrado competente para a execução da sentença
o reconhecimento da prescrição. Neste caso, de acordo com o Código Penal, a prescrição da pretensão
punitiva estatal ocorre em
(A) 8 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua
pena.
(B) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.
(C) 3 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo superior a 3
anos entre a data do crime e do recebimento da denúncia.
(D) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data
do crime e do recebimento da denúncia.
(E) 2 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data
do recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória.

COMENTÁRIOS

Neste caso a prescrição deve ser calculada tendo como base a pena efetivamente aplicada (02 anos de
reclusão). Assim, o prazo prescricional a ser considerado é o de 04 anos, nos termos do art. 109, V do CP.

Todavia, como o agente possuía menos de 21 anos na data do FATO, este prazo deve ser reduzido pela
metade, nos termos do art. 115 do CP.

Logo, o prazo prescricional, aqui, será de 02 anos.

Resta saber, agora, se ocorreu a prescrição antes da sentença.

Devemos desconsiderar o prazo anterior ao recebimento da denúncia, nos termos do art. 110, §1º do CP.
Considerando o lapso de tempo transcorrido entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença,

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chegamos à conclusão de que transcorreu mais de dois anos, ou seja, ocorreu a prescrição da pretensão
punitiva RETROATIVA.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

52. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA) Moisés respondeu processo
por crime de corrupção ativa cometido no dia 30 de Setembro de 2010, quando tinha 66 anos de idade. A
denúncia oferecida pelo Ministério Público em 16 de Outubro de 2014 é recebida pelo Magistrado
competente no dia 18 de Outubro do mesmo ano de 2014. O processo tramita regularmente e Moisés é
condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 10
dias-multa por sentença proferida em 25 de Abril de 2016 e publicada no dia 27 do mesmo mês e ano. Não
houve interposição de recurso pelas partes e é certificado o trânsito em julgado.
No caso hipotético apresentado, a prescrição da pretensão punitiva estatal regula-se pela pena aplicada ao
réu Moisés e verifica-se em
(A) 02 anos e o réu deverá cumprir integralmente a sua pena, não sendo o caso de extinção da sua
punibilidade.
(B) 02 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.
(C) 04 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.
(D) 01 ano e 06 meses, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data
do crime e do recebimento da denúncia e entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da
sentença.
(E) 03 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.

COMENTÁRIOS

A prescrição, considerando ter havido o trânsito em julgado, passa a ser regulada pela pena imposta na
sentença (02 anos de reclusão). Considerando esta pena aplicada, o prazo prescricional será de 04 anos, nos
termos do art. 109, V do CP. Todavia, como réu possuía mais de 70 anos na data da sentença, este prazo é
reduzido pela metade, nos termos do art. 115 do CP.

Assim, o prazo prescricional, neste caso, será de dois anos.

Agora, devemos saber se houve, ou não, a prescrição retroativa (antes da sentença).

No caso em tela, não podemos considerar o lapso de tempo ANTERIOR ao recebimento da denúncia, por
expressa vedação legal (art. 110, §1º do CP). Assim, só resta saber se transcorreu mais de 02 anos entre o
recebimento da denúncia e a sentença. E a resposta é NEGATIVA.

Logo, não ocorreu a prescrição e não houve a extinção da punibilidade.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

53. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre os efeitos da condenação,

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a) a estigmatização do condenado é um efeito declarado da sentença penal condenatória.


b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos é automática a perda de
cargo, função pública ou mandato eletivo.
c) a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime é efeito automático da sentença penal condenatória.
d) o perdão tácito do ofendido não é admissível no direito penal brasileiro.
e) o perdão judicial exclui os efeitos da condenação, salvo a reincidência.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: A estigmatização do condenado não é um efeito declarado da condenação, embora possa


ocorrer na prática.

b) ERRADA: Item errado, pois se trata de efeito NÃO AUTOMÁTICO da condenação, nos termos do art. 92,
§ único do CP.

c) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 91, I do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois o perdão tácito é admitido, nos termos do art. 106 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois o perdão judicial não gera reincidência, nos termos do art. 120 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

54. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a prescrição, é correto afirmar que
a) o oferecimento da denúncia ou queixa é causa interruptiva da prescrição.
b) o prazo da prescrição da pretensão executória regula-se pela pena aplicada na sentença, aumentado de
um terço, se o condenado for reincidente.
c) no caso de concurso de crimes, as penas se somam para fins de prescrição.
d) é reduzido de metade o prazo de prescrição quando o agente for menor de 21 anos na data da sentença.
e) no caso de fuga ou evasão do condenado a prescrição é regulada de acordo com o total da pena fixada
na sentença.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: O recebimento da ação penal é que é causa de interrupção da prescrição, nos termos do art.
117, I do CP.

b) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 110 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois no caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente, conforme prevê o art. 119 do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois será reduzido de metade o prazo de prescrição quando o agente for menor
de 21 anos na data do FATO, nos termos do art. 115 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois nesse caso a prescrição será regulada pelo tempo que resta da pena, conforme
art. 113 do CP.

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

55. (FCC – 2016 – PREF. CAMPINAS-SP – PROCURADOR) A perda do cargo ou função pública, como
efeito da condenação criminal, ocorrerá quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior
a
a) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder, violação de dever para com a Administração
pública ou contra a probidade administrativa.
b) seis meses, nos crimes praticados com violação de dever para com a Administração pública.
c) três anos independentemente da natureza do bem lesado.
d) cinco anos e somente na hipótese de crimes dolosos.
e) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração pública
ou por tempo superior a quatro anos nos demais casos.

COMENTÁRIOS

A perda do cargo ou função pública, como efeito da condenação criminal, ocorrerá em duas hipóteses: (a)
quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a um ano, nos crimes praticados com abuso
de poder ou violação de dever para com a Administração pública; ou (b) por tempo superior a quatro anos
nos demais casos. Isso está previsto no art. 92, I, “a” e “b” do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

56. (FCC – 2015 – MP-PB – TÉCNICO MINISTERIAL) Paulo, de 19 anos de idade, é abordado em uma
operação da Polícia Militar do Estado da Paraíba, na cidade de João Pessoa, deflagrada no dia 10 de
dezembro de 2012. Após se recusar a submeter-se ao teste do bafômetro e apresentar a documentação
solicitada, Paulo ofende moralmente os policiais que trabalhavam regularmente na ocorrência e é
conduzido preso ao Distrito Policial. Posteriormente Paulo é denunciado pelo Ministério Público por crime
de desacato e a denúncia é recebida pelo Magistrado competente no dia 14 de abril de 2013, com
instauração da ação penal. Por ostentar maus antecedentes e não fazer jus a qualquer benefício, a ação
tramita regularmente até a prolação da sentença condenatória pelo Magistrado competente no dia 15 de
maio de 2015, que aplicou ao réu Paulo a pena de 1 ano de detenção, em regime inicial semiaberto. A
sentença transitou em julgado. Após o trânsito em julgado, o advogado de Paulo postulou ao Magistrado
a extinção da punibilidade do seu cliente com base na prescrição. Neste caso, o Magistrado
a) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 4
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
b) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 3
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
c) deverá declarar extinta a punibilidade do réu pela prescrição, uma vez que o Código Penal estabelece,
neste caso, o prazo prescricional de 2 anos.
d) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 6
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
e) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 5
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.

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COMENTÁRIOS

O Juiz, neste caso, deverá declarar extinta a punibilidade do réu pela prescrição, uma vez que o CP
estabelece, neste caso, o prazo prescricional de 04 anos (art. 109, V do CP), reduzido pela metade em razão
do fato de o réu ter menos de 21 anos na data do fato (art. 115 do CP). Assim, a prescrição, neste caso,
ocorrerá em 02 anos. Como transcorreu mais de 02 anos entre o recebimento da denúncia e a sentença, deve
ser reconhecida a prescrição.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

57. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Renato, com 20 anos de idade é abordado por
policiais militares após se envolver em uma briga em boate da cidade de Macapá. Embriagado e
extremamente nervoso Renato passa a ofender os policiais no exercício regular da função. Conduzido ao
Distrito Policial Renato acaba posteriormente denunciado pelo Ministério Público por cri-me de desacato
e, por sentença final, condenado ao pagamento de 20 dias-multa, no valor unitário mínimo como incurso
no artigo 331, do Código Penal (crime de desacato). Neste caso, a prescrição da pena aplicada ocorrerá em
(A) 05 anos.
(B) 02 anos.
(C) 01 ano.
(D) 04 anos.
(E) 03 anos.

COMENTÁRIOS

No caso em tela a prescrição deve ser analisada nos termos do art. 114, I do CP, que estabelece que o prazo
seja de dois anos quando a pena de multa for a única cominada ou APLICADA (que é o caso). Contudo, o
agente era menor de 21 anos na data do fato, de forma que este prazo deverá ser reduzido pela metade,
nos termos do art. 115 do CP. Assim, a prescrição ocorrerá em 01 ano.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

58. (FCC – 2015 - TCE-CE - CONSELHEIRO) A perda de cargo, função ou mandato eletivo, como efeito
extrapenal de condenação, requer
a) condenação igual ou superior a dois anos nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do
dever para com a Administração pública e condenação por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
b) condenação igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do dever
para com a Administração pública e condenação por tempo superior a cinco anos nos demais casos.
c) condenação igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do dever
para com a Administração pública e condenação por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
d) imprescritibilidade do delito cometido.
e) condenação igual ou superior a um ano em todos os crimes praticados contra a Administração pública.

COMENTÁRIOS

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A perda de cargo, função ou mandato eletivo, como efeito extrapenal de condenação, exige condenação
igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do dever para com a
Administração pública ou condenação por tempo superior a quatro anos nos demais casos, conforme disposto
no art. 92, I do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

59. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Ticio, funcionário público
municipal, para justificar um período de uma semana de falta, apresenta um atestado médico no dia 10
de Janeiro de 2007. Desconfiado da conduta de Tício, o superior imediato dele Renato coleta informações
e descobre que o atestado apresentado por Ticio é falso, noticiando imediatamente o fato à Autoridade
Policial, que determina a instauração de Inquérito Policial. O inquérito demora muito tempo para ser
encerrado e relatado. Tício é, então, denunciado pelo Ministério Público como incurso no artigo 297, c.c.
o artigo 304, ambos do Código Penal e a denúncia recebida em 20 de Julho do mesmo ano de 2007. O
processo transcorre normalmente até a prolação da sentença pelo Magistrado competente, que condena
Ticio a cumprir pena de 02 anos e 06 meses de reclusão e multa. A sentença é publicada em 20 de Setembro
de 2010. Interposto recurso de apelação pelo réu Tício o Tribunal de Justiça nega provimento ao apelo e
mantém a sentença de primeiro grau. O Acórdão, publicado em 10 de Outubro de 2015, transitou em
julgado. Na situação hipotética apresentada, na fase de execução, o Magistrado
(A) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição uma vez que transcorreu lapso temporal superior
a 5 anos entre a data da publicação da sentença e da publicação do acórdão recorrível.
(B) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição que ocorre no caso concreto em três anos, prazo
este transcorrido entre a data do recebimento da denúncia e da sentença.
(C) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição que ocorre no caso concreto em quatro anos,
prazo este transcorrido entre a data da publicação da sentença de primeiro grau e do acórdão recorrível.
(D) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição uma vez que transcorreu lapso temporal superior
a 2 anos entre a data do recebimento da denúncia e da sentença
(E) não deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição.

COMENTÁRIOS

No caso em tela a questão pretende que o candidato tenha conhecimento acerca da prescrição da pretensão
punitiva na sua modalidade retroativa.

Conforme narrado no enunciado, a pena efetivamente aplicada foi de 02 anos e 06 meses de reclusão. Com
base nisso, temos que o prazo prescricional será de 08 anos, nos termos do art. 109, IV c/c arts. 110 e seu §
1° do CP.

Assim, verifica-se que entre um marco interruptivo e outro (recebimento da denúncia, publicação da sentença
e publicação do acórdão) não ocorreu a prescrição.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

60. (FCC – 2015 – TCE-AM – AUDITOR) O perdão judicial tem natureza jurídica de
a) causa de exclusão de culpabilidade.

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b) causa extintiva da punibilidade.


c) efeito da sentença penal.
d) desistência voluntária.
e) efeito civil da sentença penal.

COMENTÁRIOS

O perdão judicial possui natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, IX
do CP:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

61. (FCC – 2015 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Pedro, que contava com 69 anos
de idade na época, sócio proprietário de uma empresa de embalagens, após ser alvo de uma diligência por
agentes fiscais de determinado Estado no dia 11 de Julho de 2013, oferece dinheiro em espécie aos
referidos funcionários públicos para não ter a empresa autuada pelo Fisco. O fato é noticiado à Autoridade
Policial, que determina a instauração de inquérito policial. Relatado o Inquérito Policial, Pedro é
denunciado por crime de corrupção ativa. A denúncia é recebida em 30 de Agosto do mesmo ano de 2013
e a ação penal é instaurada, com inquirição das testemunhas arroladas pelas partes, interrogatório do réu
e debates entre Ministério Público e advogado. No dia 17 de Setembro de 2015 o processo é sentenciado
pelo Magistrado que condena Pedro a cumprir pena de 2 anos de reclusão em regime inicial semiaberto,
substituída por duas penas restritivas de direito. A sentença transita em julgado e o advogado de Pedro
apresenta requerimento de extinção da punibilidade pela prescrição.
Neste caso, o Magistrado, atentando para a pena fixada,
(A) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 3 anos.
(B) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 4 anos.
(C) deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, consumada em 2 anos entre a data do recebimento
da denúncia e a sentença.
(D) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 8 anos.
(E) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 6 anos.

COMENTÁRIOS

Com o trânsito em julgado da sentença, o prazo prescricional passa a ser calculado com base na pena
efetivamente APLICADA, que foi de dois anos. Neste caso, a prescrição ocorreria em 04 anos, nos termos do
art. 109, V do CP.

Porém, como o agente tinha 69 anos na data do fato, isso significa que possuía mais de 70 anos na data da
sentença, de maneira que esse prazo de prescrição será reduzido pela metade, nos termos do art. 115 do
CP. Assim, o prazo prescricional será de dois anos.

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Verifica-se que entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença (marcos interruptivos, nos
termos do art. 117, I e IV do CP) já transcorreu prazo superior a 02 anos, motivo pelo qual deve ser
reconhecida a prescrição.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

62. (FCC – 2014 – SEFAZ/PE – AUDITOR) Na lei penal brasileira, NÃO é causa extintiva da punibilidade
(A) a retratação cabal do querelado, antes da sentença, na calúnia e na difamação.
(B) o perdão judicial, no peculato mediante erro de outrem.
(C) a reparação integral do dano, no peculato culposo, quando precedente à sentença irrecorrível.
(D) a retratação ou declaração da verdade, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, no falso
testemunho ou falsa perícia.
(E) a declaração, confissão e o pagamento espontâneos das contribuições, valores, importâncias e informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal, na
apropriação indébita previdenciária.

COMENTÁRIOS

A resposta da questão é letra B. Não há, na Lei Penal, qualquer previsão de extinção da punibilidade pelo
perdão judicial em relação ao crime de peculato mediante erro de outrem.

Por outro lado, a previsão de extinção da punibilidade específica em relação aos crimes contra a honra, pela
retratação do agente, possui fundamento nos arts. 107, VI c/c 143 do CP.

A reparação integral do dano, no peculato culposo, também gera extinção da punibilidade, desde que seja
anterior à sentença irrecorrível, nos termos do art. 312, §3º do CP.

Da mesma forma, o art. 342, §2° do CP prevê que, em relação ao delito de falso testemunho ou falsa perícia,
caso o agente se retrate ou declare a verdade antes da sentença, no próprio processo em que ocorreu o crime,
o fato deixa de ser punível (extinção da punibilidade).

Por fim, no crime de apropriação indébita previdenciária, a declaração, confissão e o pagamento espontâneos
das contribuições, valores, importâncias e informações devidas à previdência social, na forma definida em lei
ou regulamento, antes do início da ação fiscal, gera a extinção da punibilidade, conforme consta no art. 168-
A, §2° do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

63. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) NÃO é causa extintiva da punibilidade:
a) prescrição, após o lançamento do tributo.
b) morte do agente, após definitiva a condenação.
c) retratação do querelado, na calúnia contra os mortos
d) perempção, na ação penal privada subsidiária da pública.
e) perdão judicial, na apropriação indébita previdenciária.

COMENTÁRIOS

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Cuidado! Esta é uma pegadinha clássica. A perempção é instituto que só se aplica nas ações penais
EXCLUSIVAMENTE privadas. A ação penal privada subsidiária da pública, como o próprio nome diz, é uma
exceção, já que o processo deveria ser de ação pública. A ação privada subsidiária não admite os benefícios
próprios da ação penal privada exclusiva, como perdão do ofendido, perempção, etc.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

64. (FCC – 2015 – TJ-RR – JUIZ) Constituem causas de extinção da punibilidade que se relacionam com
a ação penal pública condicionada
a) a perempção e o perdão do ofendido.
b) a decadência e a perempção.
c) o perdão do ofendido e a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal.
d) a decadência e o perdão do ofendido.
e) a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal e a decadência.

COMENTÁRIOS

Dentre as alternativas apresentadas apenas a letra E corresponde a uma hipótese de extinção da punibilidade
que se relaciona à ação penal pública CONDICIONADA. Isso porque, nos Juizados Especiais, a composição
civil dos danos (acordo entre infrator e vítima) devidamente homologada acarreta a renúncia ao direito de
representação, caso seja crime de ação pública condicionada, nos termos do art. 74, § único da Lei 9.099/95.

A decadência, o perdão do ofendido e a perempção são todos institutos que se relacionam à ação penal
PRIVADA (a decadência, porém, pode se dar também em relação ao direito de representação na ação penal
pública condicionada).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

65. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) A prescrição retroativa,


a) modalidade de prescrição da pretensão executória, é regulada pela pena aplicada, não podendo ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
b) modalidade de prescrição da pretensão executória, é regulada pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime e pode ocorrer entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença
condenatória transitada em julgado para a acusação.
c) modalidade de prescrição da pretensão punitiva, é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, não podendo ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
d) antes prevista como forma de prescrição da pretensão punitiva, foi abolida por recente reforma legislativa.
e) modalidade de prescrição da pretensão punitiva, é regulada pela pena aplicada e pode ocorrer entre o
recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória transitada em julgado para a acusação.

COMENTÁRIOS

A prescrição retroativa é modalidade de prescrição da pretensão PUNITIVA. Trata-se de prescrição regulada


pela pena APLICADA e pode ocorrer entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença
condenatória transitada em julgado para a acusação, nos termos do art. 110, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

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66. (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
NÃO é causa de extinção da punibilidade a
A) reparação do dano posterior à sentença irrecorrível no crime de peculato culposo.
B) morte do agente.
C) anistia.
D) prescrição.
E) retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso.

COMENTÁRIOS

As hipóteses de extinção da punibilidade podem ser genéricas, quando se apliquem a todo e qualquer crime,
ou específicas, quando se destinarem a determinados crimes apenas.

As hipóteses genéricas de extinção da punibilidade estão previstas no art. 107 do CP:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Assim, vemos que as quatro últimas alternativas se amoldam à previsão legal, constituindo-se causas de
extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, I, II, III e IV do CP.

A alternativa “A” cuida de hipótese que não se enquadra no rol das causas extintivas da punibilidade
genéricas. A reparação do dano é causa específica de extinção da punibilidade, que se aplica no crime de
peculato culposo, mas só ocorre quando a reparação se dá antes da sentença irrecorrível.

Assim, a ALTERNATIVA ERRADA É A LETRA A.

67. (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR) No tocante às causas de extinção da punibilidade, é correto afirmar
que
A) a concessão de anistia é atribuição exclusiva do Presidente da República.
B) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo da decadência.
C) são previstas exclusivamente na parte geral do Código Penal.
D) a concessão do indulto restabelece a condição de primário do

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beneficiado.
E) é cabível o perdão judicial em qualquer crime.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: A anistia é uma das causas genéricas de extinção da punibilidade, prevista no art. 107, II do
CP. No entanto, a sua concessão se dá mediante Lei Ordinária (art. 21, XVII e art. 48, VIII da Constituição),
podendo o Projeto de Lei ser de iniciativa de qualquer pessoa.

B) CORRETA: A decadência é uma das hipóteses de extinção da punibilidade, prevista no art. 107, IV do CP.
Nos termos do art. 10 do CP, contam-se os prazos incluindo-se o dia do começo. Tratando-se o prazo
decadencial de um prazo material (e não um prazo processual), inclui-se o dia do começo, aplicando-se a
regra do art. 10 do CPP;

C) ERRADA: As causas de extinção da punibilidade podem ser genéricas, quando previstas na parte geral
do CP, aplicando-se a todos os crimes, indistintamente, ou específicas, quando se aplicam a apenas a um ou
alguns crimes, estando previstas, em regra, na parte especial do CP (Ex.: Crime de peculato culposo e sua
hipótese específica de extinção da punibilidade);

D) ERRADA: Concedido o indulto, estará extinta a punibilidade, mas permanecem os efeitos secundários da
condenação, dentre eles, a condição de não-primário (ou reincidente) no caso de prática de novo crime.

E) ERRADA: O perdão judicial só é cabível nos crimes expressamente previstos em Lei para sua admissão, não
podendo ser concedido fora destes casos.

É concedido quando o Juiz verificar que as consequências do fato atingiram o infrator de tal maneira que se
torna desnecessária a aplicação da sanção penal.

Via de regra só é admitido nos crimes culposos, mas nada impede que o legislador estabeleça alguma hipótese
de perdão judicial em crime doloso.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

68. (FCC – 2012 – TER/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Rubens está sendo processado por crime de
peculato, praticado no dia 03 de fevereiro de 2008, quando tinha 20 anos de idade. A denúncia foi recebida
no dia 05 de junho de 2008. Por sentença judicial, publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de
2011, Rubens foi condenado a cumprir pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime
inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa. A pena privativa de liberdade aplicada pelo
Magistrado foi substituída, na forma do artigo 44, do Código Penal, por uma pena restritiva de direitos de
prestação de serviços à comunidade, pelo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e por 10 (dez)
dias-multa, no valor unitário mínimo. A sentença transitou em julgado no dia 1º de janeiro de 2012. Nesse
caso, após o trânsito em julgado, a prescrição para as penalidades aplicadas ao réu verifica-se no prazo de
a) 02 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.
b) 08 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas.
c) 04 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.
d) 04 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas.

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e) 08 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.

COMENTÁRIOS

Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, os prazos prescricionais se regulam pela
quantidade de pena aplicada, e não mais pela pena abstratamente prevista. Vejamos:

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se


pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam
de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, devemos considerar como parâmetro para cálculo do prazo prescricional o tempo de pena privativa
de liberdade aplicada, ainda que convertida em restritiva de direitos e multa, pois estas prescrevem no mesmo
prazo das penas privativas de liberdade que substituíram:

Art. 109: (...)

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para
as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996)

(...)

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando


a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído
pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Assim, considerando como parâmetro o prazo de 2 anos e 6 meses, temos que a prescrição deve ocorrer em
08 anos. Vejamos:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §
1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

(...)

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

Porém, como o infrator possuía menos de 21 anos à época do fato, o prazo prescricional se conta pela metade,
vejamos o art. 115 do CP:

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao
tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70
(setenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, vemos que os prazos prescricionais para ambas as penas serão de quatro anos (metade de 08 anos).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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69. (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ) No tocante à prescrição, é correto afirmar que
a) o dia do começo não se inclui no cômputo do prazo.
b) o prazo é sempre de dois anos no caso de penas restritivas de direitos.
c) não constitui matéria prejudicial da análise do mérito da ação penal.
d) incidirá sobre o total da pena, se reconhecido o concurso material de infrações, e sobre a pena de cada
um, isoladamente, se identificado o formal.
e) se regula, em abstrato, pelo máximo da pena cominada, menos um terço, no caso de imputação de crime
tentado.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O dia do começo se inclui no cômputo do prazo, por se tratar de prazo material, nos termos do
art. 10 do CP;

B) ERRADA: As penas restritivas de direitos prescrevem no mesmo prazo das penas privativas de liberdade
que elas substituíram, nos termos do art. 109, § único do CP;

C) ERRADA: A prescrição é uma matéria prejudicial à análise do mérito, na medida em que, caso reconhecida,
fica impedida a análise do mérito;

D) ERRADA: Incidirá, em qualquer destes casos, sobre a pena de cada um deles, isoladamente, nos termos do
art. 119 do CP;

E) CORRETA: Como nos crimes tentados aplica-se a pena do crime consumado com redução de UM A DOIS
TERÇOS, a pena máxima cominada ao crime tentado é a mesma do crime consumado, MENOS UM TERÇO, eis
que mais que isso não será aplicado ao agente, nos termos do art. 14, II do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

70. (FCC – 2011 – TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Nos termos do código penal, é
efeito automático da condenação, não sendo necessário ser declarado na sentença:
A) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando for aplicada pena privativa de liberdade
por tempo superior a quatro anos em qualquer crime, salvo nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a Administração Pública.
B) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, quando aplicada pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
a Administração Pública.
C) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
D) A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de
reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado.
E) A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.

COMENTÁRIOS

A ocorrência automática dos efeitos extrapenais só se dá nas hipóteses de efeitos extrapenais genéricos,
previstos no art. 91 do CP (obrigação de reparar o dano e confisco), o que se extrai mediante uma

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interpretação a contrario sensu do § único do art. 92, que diz ser aplicável somente aos efeitos previstos
naquele artigo.

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Como os efeitos citados (obrigação de reparar o dano e confisco) se encontram no art. 91, daí decorre que
sejam efeitos automáticos, dispensando expressa previsão na sentença.

Desta maneira, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

71. (FCC – 2010 – TJ/PI – ASSESSOR JURÍDICO) Constitui, dentre outros, efeito penal secundário da
condenação
A) a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados.
B) a reparação do dano resultante do crime.
C) o confisco dos instrumentos do crime, na forma prevista em lei.
D) a incapacidade para o exercício do pátrio poder, nos casos previstos em lei.
E) inabilitação para dirigir veículos, nos casos previstos em lei.

COMENTÁRIOS

O efeito penal é aquele que, como o próprio nome diz, afeta a vida do condenado na esfera criminal. Pode
ser primário, quando se tratar do objetivo principal da condenação, que é a aplicação da lei penal (pena ou
medida de segurança).

Pode ser, ainda, secundário, quando, de qualquer outra maneira, afeta a vida do condenado na esfera penal.
Assim, um dos efeitos penais secundários é a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados, que embora
não esteja previsto no CP, é efeito estabelecido no art. 393, II do CPP. Vejamos:

Art. 393. São efeitos da sentença condenatória recorrível: (Revogado pela Lei nº 12.403,
de 2011). (...), II - ser o nome do réu lançado no rol dos culpados.

Entretanto, este artigo 393, como vocês podem perceber, foi revogado recentemente pela Lei 12.403/11, de
forma que, atualmente, não possui mais vigência. A inscrição do nome no rol dos culpados não pode mais ser
efeito da sentença RECORRÍVEL, pois seria violação à presunção de inocência.

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

72. (FCC – 2009 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Os efeitos extrapenais da
condenação, previstos no art. 92 do código penal brasileiro, são:
A) não específicos e genéricos.
B) automáticos e secundários.
C) específicos e não automáticos.
D) primários e não automáticos.
E) genéricos e específicos.

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COMENTÁRIOS

Os efeitos extrapenais, como vimos, podem ser genéricos ou específicos e automáticos ou não-automáticos. Os
efeitos previstos no art. 91, por interpretação a contrario sensu do § único do art. 92 do CP são genéricos e
automáticos. Por sua vez, os efeitos extrapenais previstos no art. 92, em razão de expressa previsão em seu
§ único, dependem de previsão na sentença condenatória, sendo, portanto, não automáticos. São considerados,
ainda, específicos, eis que não se aplicam a todo e qualquer caso de condenação, indistintamente, mas somente
naqueles casos previstos nos incisos I, II e III do art. 92.

Desta maneira, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

73. (FCC – 2012 – TJ-GO – JUIZ) As circunstâncias agravantes


a) podem elevar a pena acima do máximo previsto em lei para o crime, do mesmo modo que as causas de
aumento.
b) não incidem nos crimes culposos, salvo a reincidência.
c) serão consideradas na fixação da pena-base.
d) sempre preponderam sobre as circunstâncias atenuantes, no caso de concurso entre umas e outras.
e) não incidem quando também qualificarem o crime, mas podem ser aplicadas se elementares da infração.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: As circunstâncias agravantes não podem elevar a pena acima do máximo legal, ao contrário das
causas de aumento de pena.

B) CORRETA: De fato, exceto a reincidência, as demais circunstâncias agravantes não se aplicam aos crimes
culposos, eis que relativas ao modo do crime, embora já tenha havido decisão no STF em sentido contrário.

C) ERRADA: As agravantes são consideradas na segunda fase da fixação da pena, logo após a pena-base,
nos termos do art. 68 do CP.

D) ERRADA: No concurso entre atenuantes e agravantes, preponderam as circunstâncias relativas aos motivos
do crime, à personalidade do agente e à reincidência, nos termos do art. 67 do CP:

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite


indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

E) ERRADA: Quando também qualificam o delito ou quando são elementares da infração, as circunstâncias
agravantes não podem ser aplicadas, sob pena de haver o que se chama de dupla imputação pelo mesmo
fato, ou seja, BIS IN IDEM.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

74. (FCC – 2012 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO) Considere as assertivas abaixo.


I. O sistema pátrio de dosimetria das penas adotou o sistema bifásico.
II. O enquadramento da conduta em circunstância qualificadora precede a primeira fase, ao passo que as
causas especiais de aumento de pena são computadas na última fase da dosimetria.

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III. Segundo recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, admite-se a fixação da pena abaixo do
mínimo legal por força de circunstâncias atenuantes genéricas.
IV. Não apontadas circunstâncias judiciais desfavoráveis ao ensejo da aplicação do artigo 59 do Código
Penal, não é admitida a alegação de gravidade do crime para se fixar regime prisional mais rigoroso do que
o estabelecido para o tempo de pena imposta.
V. Recente alteração legislativa inovou ao permitir o agravamento da pena por maus antecedentes em razão
de ação penal em curso, desde que haja decisão condenatória proferida por órgão colegiado.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) IV.
b) V.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.

COMENTÁRIOS

I - FALSO: Adotou-se o sistema trifásico, nos termos do art. 68 do CP.

II - VERDADEIRO: As qualificadoras estabelecem novos patamares mínimos e máximos de pena, sendo,


portanto, anteriores à primeira fase. Já as causas de aumento de pena são aplicadas na última fase, nos
termos do art. 68 do CP.

III - FALSO: STF e STJ entendem que as atenuantes genéricas não podem levar a pena abaixo do mínimo legal,
nem as agravantes genéricas podem elevar a pena acima do máximo legal.

IV - VERDADEIRO: Esse é o entendimento sumulado do STF, através do verbete nº 719 da Súmula de sua
Jurisprudência:

"a imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea"

V - FALSO: Não existe nenhuma alteração legislativa nesse sentido.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

75. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) As circunstâncias atenuantes


a) sempre preponderam sobre as circunstâncias agravantes, no caso de concurso entre umas e outras.
b) constituem fatores de redução da pena estabelecidos em quantidades fixas.
c) não devem ser consideradas na fixação da pena-base.
d) podem ser reconhecidas ainda que não previstas expressamente em lei, mas apenas se anteriores ao crime.
e) permitem a redução da pena abaixo do mínimo legal, segundo entendimento sumulado.

COMENTÁRIOS

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A) ERRADA: Item errado. À exceção da menoridade (ser menor de 21 anos na data do fato), que prepondera
sobre todas, no concurso de agravantes e atenuantes irá preponderar a circunstância que se refira a questões
subjetivas (motivos determinantes do delito, por exemplo).

B) ERRADA: Item errado, pois cabe ao Juiz estabelecer quanto irá aplicar de redução, não havendo
patamares fixos estabelecidos pela Lei.

C) CORRETA: Tais circunstâncias (atenuantes) são analisadas na segunda etapa, e não na primeira fase da
fixação da pena.

D) ERRADA: Item errado, pois podem ser reconhecidas ainda quando não previstas expressamente em lei, e
ainda que se refiram a fatos posteriores ao delito, nos termos do art. 66 do CP.

E) ERRADA: O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o reconhecimento de circunstâncias


atenuantes NÃO pode levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal (o que só pode ocorrer por meio
da aplicação de eventuais causas de diminuição de pena). Vejamos:

Súmula 231 do STJ

A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do


mínimo legal.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

76. (FCC – 2014 – TCE-GO – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) No processo de aplicação da pena, os
maus antecedentes do agente incluem-se dentre as
a) circunstâncias agravantes.
b) qualificadoras.
c) circunstâncias judiciais.
d) causas especiais de aumento de pena.
e) circunstâncias objetivas.

COMENTÁRIOS

Os maus antecedentes devem ser valorados quando da FIXAÇÃO DA PENA-BASE, ou seja, são considerados
circunstâncias judiciais, nos termos do art. 59 do CP:

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

77. (FCC – 2014 – TJ-AP – JUIZ) Com relação à atenuante genérica da menoridade etária do agente, é
correto afirmar:
a) Não incide em crimes cometidos contra criança (Código Penal, art. 61, inc. II, alínea “h”, primeira hipótese).

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b) Segundo a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prepondera sobre a agravante da


reincidência.
c) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sua prova não necessariamente será
documental.
d) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pode eventualmente reduzir a pena final
abaixo do mínimo legal abstratamente cominado.
e) Segundo posicionamento doutrinário dominante, a norma penal em referência foi derrogada em 2002 pelo
advento da plena capacidade civil aos 18 anos de idade.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Não há qualquer vedação à aplicação da atenuante neste caso.

B) CORRETA: Esta é o entendimento do STJ:

(...) A atenuante da menoridade relativa prepondera sobre qualquer outra circunstância,


inclusive sobre a reincidência, consoante pacífica jurisprudência desta Corte Superior.

(...)

(HC 274.758/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 18/02/2014,
DJe 05/03/2014)

Lembrando apenas que a “menoridade” aqui tratada se refere ao fato de o agente possuir menos de 21 anos
à época do fato, e não 18 anos. Se o agente fosse menor de 18 anos, seria inimputável e, portanto, não
responderia pelo delito.

C) ERRADA: Item errado, pois a menoridade do agente deve ser comprovada por documento hábil, inclusive
há súmula do STJ nesse sentido (verbete nº 74).

D) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que as circunstâncias
atenuantes não podem levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal:

Súmula 231 do STJ

A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do


mínimo legal.

E) ERRADA: O entendimento doutrinário dominante é no sentido da ausência de revogação da norma.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

78. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ DO TRABALHO) No tocante às circunstâncias atenuantes, é correto
afirmar que
a) permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto na lei, segundo entendimento sumulado do Superior
Tribunal de Justiça.
b) incidem na terceira etapa do cálculo da pena.
c) são inaplicáveis se não previstas expressamente em lei.

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d) o desconhecimento da lei, embora inescusável, pode ser empregado para atenuar a pena.
e) a reparação do dano não a configura, constituindo apenas causa geral de diminuição da pena.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois o STJ possui entendimento sumulado no sentido de que as circunstâncias
atenuantes não podem levar a pena a um patamar abaixo do mínimo legal:

Súmula 231 do STJ

A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do


mínimo legal.

B) ERRADA: Incidem na segunda etapa da fixação da pena.

C) ERRADA: Item errado, pois podem ser reconhecidas ainda quando não previstas expressamente em lei, e
ainda que se refiram a fatos posteriores ao delito, nos termos do art. 66 do CP.

D) CORRETA: Item correto, nos termos do art. 65, II do CP.

E) ERRADA: Pois o art. 65, III, b do CP trata a reparação do dano como circunstância atenuante.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

79. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) No cálculo da pena, o juiz deverá considerar o arrependimento posterior,
a culpabilidade e a confissão espontânea nas seguintes etapas, respectivamente:
a) primeira, segunda e terceira.
b) terceira, segunda e primeira
c) primeira, terceira e segunda.
d) terceira, primeira e segunda
e) segunda, primeira e terceira.

COMENTÁRIOS

O arrependimento posterior é causa de diminuição de pena, motivo pelo qual deve ser analisado na terceira
etapa da dosimetria da pena.

A culpabilidade do réu é um dos elementos do at. 59 do CP, motivo pelo qual deve ser analisada na primeira
etapa, quando da fixação da pena-base.

Por fim, a confissão espontânea é uma atenuante genérica, razão pela qual é aplicada na segunda etapa.

Vejamos o art. 68 do CP:

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em


seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas
de diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (VUNESP – 2017 – TJ-SP – JUIZ) A chamada prescrição retroativa


(A) não pode ter por termo inicial data anterior à publicação da sentença condenatória recorrível.
(B) é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
(C) não marca os antecedentes do acusado, nem gera futura reincidência.
(D) acarreta o acréscimo de um terço no lapso prescricional em se tratando de acusado reincidente.
2. (VUNESP – 2017 – PREF. DE PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR - ADAPTADA) É possível a
utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base, desde que haja
fundamentação por parte do magistrado.

3. (VUNESP – 2015 – PC-CE – DELEGADO) Crime que tem reprimenda privativa de liberdade cominada
de 1 (um) ano a 4 (quatro) anos, após ter reconhecida a modalidade tentada e sem considerar qualquer
outra majorante ou minorante, terá pena fixada entre os patamares mínimo de
a) 4 (quatro) meses e máximo de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses.
b) 6 (seis) meses e máximo de 3 (três) anos.
c) 9 (nove) meses e máximo de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses.
d) 9 (nove) meses e máximo de 2 (dois) anos e oito meses.
e) 4 (quatro) meses e máximo de 2 (dois) anos e 8 (oito meses).
4. (VUNESP – 2013 – TJ-RJ – JUIZ) O principal efeito da sentença criminal condenatória é a
____________ . a legislação penal brasileira, porém, prevê também efeitos secundários da condenação,
tanto de natureza penal quanto extrapenal. os efeitos secundários de natureza _____________ se dividem
em genéricos e específicos. ____________ é exemplo de efeito secundário ______________da decisão
criminal condenatória transitada em julgado.
Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a frase.
a) medida de segurança, nunca a pena … penal … Reincidência … penal específico
b) sanção penal (pena ou medida de segurança) … penal … A perda de função pública quando for aplicada
pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos … extrapenal
c) sanção penal (pena ou medida de segurança) … extrapenal … Reincidência … penal

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d) pena, nunca a medida de segurança … extrapenal … Tornar certa a obrigação de indenizar o dano
causado pelo crime … extrapenal genérico
5. (VUNESP – 2014 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) Agente imputável e menor de 21 anos à época
do fato criminoso ocorrido em 10 de junho de 2006. foi denunciado como incurso no art. 157, caput, do
cp. a denúncia foi recebida em 29 de junho de 2006 e até 01 de julho de 2014 não havia sido prolatada
sentença. diante disso, pode-se afirmar que
a) ocorreu a pretensão punitiva estatal, considerado o máximo da pena abstratamente cominada à infração.
b) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos seis anos da data supra
mencionada (01.07.2014).
c) ocorrerá a prescrição da pretensão punitiva estatal somente depois de decorridos quatro anos da data
supra mencionada (01.07.2014).
d) antes da prolação da sentença condenatória não se pode falar em ocorrência da pretensão punitiva estatal.
6. (VUNESP - 2013 - CETESB - ADVOGADO) Dentre os efeitos da condenação previstos e disciplinados
no código penal, encontra-se a seguinte hipótese:
a) perda em favor do Município, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos instrumentos do
crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.
b) perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando aplicada pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
a Administração Pública.
c) inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso, de forma
automática, sem necessidade de motivação expressa na sentença.
d) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, processando-se o cumprimento da
sentença no próprio processo penal, após o trânsito em julgado.
e) perda em favor do Estado, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, do produto do crime
ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
7. (VUNESP – 2015 – TJ-MS – JUIZ) Quanto à extinção da punibilidade, é correto afirmar que
a) a punibilidade só se extingue pela morte do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição,
decadência ou perempção; pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação
privada e pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite.
b) o curso da prescrição interrompe-se com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
c) o perdão expresso ou tácito concedido pelo ofendido a um dos querelados não pode ser aproveitado pelos
demais na hipótese de ofensa conjunta por mais de um agente.
d) considerando que o delito previsto no art. 137, caput, do Código Penal prevê pena de detenção de quinze
dias a dois meses ou multa, a prescrição da pena em abstrato ocorrerá em dois anos.
e) a sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
8. (VUNESP – 2015 – MPE/SP – ANALISTA DE PROMOTORIA) Sobre as causas de extinção de
punibilidade, pode-se afirmar que
(A) o perdão judicial, previsto no inciso IX, art. 107, CP, não se dirige a toda e qualquer infração penal, mas
apenas àquelas previamente determinadas pela lei, embora se admita a analogia in bonan partem.

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(B) a hipótese do inciso V, art. 107, CP, que trata do perdão nas ações privadas, não está condicionada à
aceitação da vítima.
(C) a perempção, prevista no inciso IV, art. 107, CP, é instituto jurídico mediante o qual a vítima ou seu
representante, perde o direito de queixa ou de representação em virtude da inércia.
(D) a extinção da punibilidade poderá ser reconhecida desde o início das investigações até a sentença penal
condenatória ainda não transitada em julgado.
(E) o rol constante do artigo 107, do Código Penal, é taxativo.
9. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ – ADAPTADA) O tempo de duração da medida de segurança pode
ultrapassar o máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.

10. (VUNESP – 2015 – TJ-SP – JUIZ – ADAPTADA) É inadmissível a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência
ou sorte do processo penal.

11. (VUNESP – 2014 – PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – PROCURADOR) É efeito da condenação criminal,
de acordo com o art. 91 do cp:
a) tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
b) a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime, exceto quando referidos bens
localizarem-se no exterior.
c) a perda em favor da União, sem ressalva ao direito do terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime cuja
detenção constitua ato ilícito.
d) a perda em favor da vítima ou ofendido de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.
e) a perda, em favor do Município em que a infração foi cometida, do produto do crime ou de qualquer bem
ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
12. (VUNESP – 2014 – TJ-SP – JUIZ) Analise estes conceitos atinentes à prescrição penal:
I. É a perda do direito de punir do Estado, considerada a pena concreta com trânsito em julgado para a
acusação, levando-se em conta prazo anterior à sentença.
II. É a perda do direito de punir do Estado, levando-se em conta a pena concreta, com trânsito em julgado
para a acusação, ou improvido seu recurso, cujo lapso temporal inicia-se na data da sentença e segue até o
trânsito em julgado para a defesa.
III. É a perda do direito de aplicar efetivamente a pena concreta e definitiva, com o lapso temporal entre o
trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação e o início do cumprimento da pena ou a
ocorrência de reincidência.
Agora, escolha a opção que indique, respectivamente, as modalidades de prescrição acima descritas:
a) retroativa; intercorrente ou superveniente; da pretensão executória.
b) intercorrente ou superveniente; retroativa; da pretensão executória.
c) da pretensão executória; intercorrente ou superveniente; retroativa.
d) retroativa; da pretensão executória; intercorrente ou superveniente.

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13. (VUNESP – 2014 – TJ-PA – ANALISTA JUDICIÁRIO) Servidor público foi condenado por crime.
exclusivamente de acordo com as regras estabelecidas nos art. 92 do cp, indaga-se: perderá o cargo como
efeito penal da sentença condenatória?
a) Sim, quando aplicada qualquer pena privativa de liberdade e desde que tal efeito seja motivadamente
declarado na sentença.
b) Sim, quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes
praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, e desde que tal
efeito seja motivadamente declarado na sentença.
c) Não, devendo a perda do cargo ser exclusivamente decretada em procedimento administrativo, não sendo
de competência do Juiz Criminal tal decisão.
d) Sim, quando se tratar de crime contra a Administração Pública.
e) Não, devendo a perda do cargo ser exclusivamente decretada em ação civil, não sendo de competência
do Juiz Criminal tal decisão.
14. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO DE POLÍCIA) Em regra geral, a prescrição antes de transitar
em julgado a sentença final
a) chamada, pela doutrina, de prescrição intercorrente.
b) é chamada, pela doutrina, de prescrição retroativa.
c) regula-se pelo mínimo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
d) regula-se pela pena aplicada na sentença de primeiro grau.
e) regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
15. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – ANALISTA DE PROMOTORIA) É causa de extinção da punibilidade o/a
a) perdão judicial.
b) inimputabilidade.
c) semi-imputabilidade.
d) adequação social da conduta.
e) inexigibilidade de conduta diversa.
16. (VUNESP – 2013 – MPE-ES – ANALISTA DE PROMOTORIA) Para o agente que tenha mais de 70
(setenta) anos na data da sentença, o prazo mínimo e máximo de prescrição, considerando como base os
lapsos previstos no art. 109 do cp é, em anos, respectivamente,
a) 3 e 20.
b) 2 e 15.
c) 2 e 10.
d) 1,5 e 15.
e) 1,5 e 10.
17. (VUNESP – 2013 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) São causas extintivas da punibilidade:
I. Anistia – é concedida por lei, referindo-se a fatos já realizados, pressupondo condenação transitada em
julgado.

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II. Perempção – na ação penal privada ou pública condicionada a representação, consistindo na perda do
direito de prosseguir na ação.
III. Renúncia – ato unilateral e extraprocessual, pelo qual o ofendido abdica do direito de oferecer queixa.
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) III.
c) I e III.
d) II e III.
18. (VUNESP – 2012 – TJ-RJ – JUIZ) A pena privativa de liberdade fixada em 3 (três) meses; a pena de
multa quando é cumulativamente aplicada com uma privativa de liberdade e a pena de prestação
pecuniária prescrevem, respectivamente,
a) em 3 (três) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada;
no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu.
b) em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade com a qual foi cumulativamente aplicada;
em 4 (quatro) anos.
c) em 3 (três) anos; em 2 (dois) anos; no mesmo prazo da pena privativa de liberdade que substituiu.
d) em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos; em 2 (dois) anos.
19. (FAURGS – 2015 – TJ-RS – TITULAR NOTARIAL) Sobre as causas de extinção da punibilidade previstas
no código penal, assinale a alternativa que contém afirmativa correta.
a) A extinção da punibilidade pela perempção pode ocorrer na ação penal privada exclusiva e na ação
penal privada subsidiária da pública.
b) A declaração de extinção da punibilidade pela morte do acusado deverá ser comprovada pela juntada
de sua certidão de óbito.
c) A inimputabilidade penal é causa de extinção da punibilidade.
d) A reincidência não interfere na contagem dos prazos de prescrição.
20. (FGV – 2016 – MPE-RJ – ANALISTA PROCESSUAL) Marco, 40 anos, foi denunciado pela prática do
crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor, cuja pena privativa de
liberdade prevista é de detenção de 06 meses a 02 anos. os fatos ocorreram em 02.02.2011, e,
considerando que não houve interesse em aceitar transação penal, composição dos danos ou suspensão
condicional do processo, foi oferecida denúncia em 27.02.2014 e recebida a inicial acusatória em
11.03.2014. após a instrução, foi marco condenado à pena mínima de 06 meses em sentença publicada em
29.02.2016, tendo a mesma transitado em julgado. considerando os fatos narrados e a atual previsão do
código penal, é correto afirmar que:
a) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva
pela pena em abstrato;
b) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão punitiva
pela pena em concreto;
c) deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco em razão da prescrição da pretensão
executória;

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d) não deverá ser reconhecida a extinção da punibilidade de Marco, pois não ocorreu prescrição;
e) o oferecimento da denúncia funciona como marco interruptivo do prazo prescricional.
21. (FGV – 2016 – CODEBA – ADVOGADO) no dia 11/01/2010, Jean, nascido em 11/01/1992, praticou
um crime de furto simples, razão pela qual foi denunciado como incurso nas sanções do art. 155, caput,
do código penal. em 25/01/2010, foi a inicial acusatória recebida, não sendo cabível a suspensão
condicional do processo. após o regular processamento do feito, diante da confissão de Jean, foi o mesmo
condenado à pena mínima de um ano de reclusão, sendo a sentença condenatória publicada em
01/03/2012 e transitando em julgado. Jean dá início ao cumprimento da pena em 02/01/2014.
Considerando a situação exposta, assinale a afirmativa correta.
a) Ocorreu a prescrição da pretensão punitiva do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da punibilidade.
b) A condenação foi indevida, pois Jean não era imputável na data dos fatos.
c) Ocorreu a prescrição da pretensão executória do Estado, devendo ser reconhecida a extinção da
punibilidade.
d) Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de quatro anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.
e) Não ocorreu a extinção da punibilidade, pois não foi ultrapassado o prazo de três anos entre os marcos
interruptivos da prescrição.
22. (FGV – 2015 – TJ-PI – ANALISTA JUDICIÁRIO – ESCRIVÃO) No caso de concurso entre a atenuante da
confissão espontânea e a agravante de violência contra a mulher, é correto afirmar que:
a) a atenuante da confissão espontânea deve ser considerada como circunstância preponderante, por envolver
a personalidade do agente;
b) a atenuante da confissão espontânea não deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
c) a agravante da violência contra a mulher deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
d) a agravante da violência contra a mulher não deve ser considerada como circunstância preponderante, por
envolver a personalidade do agente;
e) a agravante da violência contra a mulher e a atenuante da confissão espontânea se compensam, por serem
igualmente preponderantes.
23. (FGV – 2015 – TJ-PI – OFICIAL DE JUSTIÇA) Em determinado processo por furto qualificado pelo
rompimento de obstáculo, o réu confessou a subtração do bem, porém, negou o arrombamento. Em caso
de condenação, no que pertine à aplicação da pena, a confissão parcial dos fatos:
a) impõe a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
b) configura a confissão qualificada, impedindo a incidência da atenuante genérica;
c) afasta a incidência da atenuante genérica da confissão espontânea;
d) impõe compensação com a qualificadora não admitida pelo réu;
e) configura a confissão qualificada, impondo a incidência da atenuante genérica.
24. (FGV – 2015 – TJ-PI – OFICIAL DE JUSTIÇA) A prescrição da pretensão punitiva do estado, em
segundo grau de jurisdição, se interrompe na data da:

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a) publicação na sessão de julgamento do recurso;


b) publicação do acórdão no diário oficial;
c) intimação pessoal do Ministério Público e réu;
d) intimação pessoal do Ministério Público, sem recurso;
e) entrega dos autos ao escrivão.
25. (FGV – 2015 – DPE-RO – ANALISTA JURÍDICO) José, nascido em 12.12.1990, foi denunciado pela
prática de dois crimes de apropriação indébita simples, cuja pena em abstrato prevista é de reclusão de
01 a 04 anos e multa, em continuidade delitiva, por fatos ocorridos em 04.04.2010 e 10.04.2010. a
denúncia foi recebida em 07.04.2015, sendo o réu imediatamente citado.
Nessa situação, é correto afirmar que:
a) a prescrição da pretensão punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrerá em 06.04.2023;
b) a punibilidade do réu deve ser extinta pelo reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva pela pena
ideal;
c) a prescrição da pretensão punitiva do Estado pela pena em abstrato ocorrerá em 06.04.2027;
d) a prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato somente ocorrerá em 06.04.2019;
e) a punibilidade do réu deve ser imediatamente extinta pelo reconhecimento da prescrição da pretensão
punitiva pela pena em abstrato.
26. (FGV – 2015 – DPE-MT – ADVOGADO) Thiago, nascido em 10/10/90, foi denunciado pela prática do
crime de tentativa de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, inciso IV c/c art. 14, inciso II, ambos do código
penal) por fato ocorrido em 01/11/10.

A denúncia foi recebida em 05/05/14, tendo o feito regular prosseguimento. Em 12/10/14, foi publicada
decisão do juiz pronunciando o acusado. Inconformada com essa decisão, a advogada do réu interpôs o
recurso cabível, mas a pronúncia foi confirmada em decisão do tribunal proferida e publicada em
12/12/14.
Considerando apenas essas informações, é correto afirmar que a prescrição da pretensão punitiva pela pena
em abstrato ocorrerá em
a) 12 de dezembro de 2034.
b) 12 de outubro de 2034.
c) 12 de outubro de 2030.
d) 12 de dezembro de 2024.
e) 12 de outubro de 2024.
27. (FGV – 2015 – DPE-MT – ADVOGADO) O Art. 68 do código penal prevê um sistema trifásico de
aplicação da pena pelo magistrado. na primeira fase serão consideradas as circunstâncias do art. 59 do
código penal; na segunda, as agravantes e atenuantes; na terceira, as causas de aumento e de diminuição.
A esse respeito, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) Diversas ações penais em curso podem justificar o reconhecimento de maus antecedentes.

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b) A sentença penal condenatória, cuja execução da pena tenha sido extinta há mais de cinco anos, não pode
justificar o reconhecimento da reincidência, mas pode justificar os maus antecedentes.
c) A sentença condenatória definitiva pela prática de crime posterior poderá configurar maus antecedentes
caso o trânsito em julgado ocorra antes do julgamento do primeiro crime.
d) No crime de roubo, o número de majorantes pode, por si só, determinar o quantum de aumento na terceira
fase.
e) Na segunda fase de aplicação da pena, a pena intermediária pode ser fixada abaixo do mínimo legal.
28. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) As opções a seguir apresentam causas de extinção da
punibilidade, à exceção de uma. assinale-a.
a) Indulto e graça.
b) Prescrição e decadência.
c) Anistia.
d) Morte da vítima.
e) Perdão aceito, nos crimes de ação privada.
29. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) Cássio foi denunciado pela prática de um crime de
dano qualificado, por ter atingido bem municipal (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do CP – pena:
detenção de 6 meses a 3 anos e multa), merecendo destaque que, em sua folha de antecedentes criminais,
consta uma única condenação anterior, definitiva, oriunda de sentença publicada 4 anos antes, pela
prática do crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo automotor.

Ao final da instrução, Cássio confessa integralmente os fatos, dizendo estar arrependido e esclarecendo
que “perdeu a cabeça” no momento do crime, sendo certo que está trabalhando e tem 03 filhos com
menos de 10 anos de idade que são por ele sustentados.
Apenas com base nas informações constantes, o(a) advogado(a) de Cássio poderá pleitear, de acordo com as
previsões do Código Penal, em sede de alegações finais,
A) o reconhecimento do perdão judicial. 

B) o reconhecimento da atenuante da confissão, mas nunca 
sua compensação com a reincidência. 

C) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos, apesar de o agente ser
reincidente. 

D) o afastamento da agravante da reincidência, já que o crime pretérito foi praticado em sua modalidade
culposa, e não dolosa.
30. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Caio, Mário e João são denunciados pela prática de
um mesmo crime de estupro (Art. 213 do CP). caio possuía uma condenação anterior definitiva pela prática
de crime de deserção, delito militar próprio, ao cumprimento de pena privativa de liberdade. Já Mário
possuía uma condenação anterior, com trânsito em julgado, pela prática de crime comum, com aplicação
exclusiva de pena de multa. por fim, joão possuía condenação definitiva pela prática de contravenção
penal à pena privativa de liberdade. no momento da sentença, o juiz reconhece agravante da reincidência
em relação aos três denunciados.
Considerando apenas as informações narradas, de acordo com o Código Penal, o advogado dos réus

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A) não poderá buscar o afastamento da agravante, já que todos são reincidentes. 



B) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Mário, já que somente Caio e João são
reincidentes.
C) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a João, já que somente Caio e Mário são
reincidentes. 

D) poderá buscar o afastamento da agravante em relação a Caio e João, já que somente Mário é reincidente.
31. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Rafael foi condenado pela prática de crime a pena
privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses, tendo a sentença transitado em julgado em 10/02/2008.
Após cumprir 02 anos e 06 meses de pena, obteve livramento condicional em 10/08/2010, sendo o mesmo
cumprido com correção e a pena extinta em 10/08/2012. Em 15/09/2015, Rafael pratica novo crime, dessa
vez de roubo, tendo como vítima senhora de 60 anos de idade, circunstância que era do seu conhecimento.
dois dias depois, arrependido, antes da denúncia, reparou integralmente o dano causado. Na sentença, o
magistrado condenou o acusado, reconhecendo a existência de duas agravantes pela reincidência e idade
da vítima, além de não reconhecer o arrependimento posterior.
O advogado de Rafael deve pleitear
A) reconhecimento do arrependimento posterior.
B) reconhecimento da tentativa.
C) afastamento da agravante pela idade da vítima.
D) afastamento da agravante da reincidência.
32. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) Reconhecida a prática de um injusto culpável, o juiz
realiza o processo de individualização da pena, de acordo com o Art. 68 do código penal.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, assinale a afirmativa correta.
a) A condenação com trânsito em julgado por crime praticado em data posterior ao delito pelo qual o agente
está sendo julgado pode funcionar como maus antecedentes.
b) Não se mostra possível a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão
espontânea.
c) Nada impede que a pena intermediária, na segunda fase do critério trifásico, fique acomodada abaixo do
mínimo legal.
d) O aumento da pena na terceira fase no roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, sendo
insuficiente a simples menção ao número de majorantes.
33. (FGV – 2015 – OAB – XVII EXAME DA OAB) Marcus foi definitivamente condenado pela prática de
um crime de roubo simples à pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusão e multa de dez dias.
Apesar de reincidente, em razão de condenação definitiva pretérita pelo delito de furto, Marcus confessou
a prática do delito, razão pela qual sua pena foi fixada no mínimo legal. Após cumprimento de determinado
período de sanção penal, pretende o apenado obter o benefício do livramento condicional. considerando
o crime praticado e a hipótese narrada, é correto afirmar que
a) Marcus não faz jus ao livramento condicional, pois condenado por crime doloso praticado com violência ou
grave ameaça à pessoa.

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b) O livramento condicional pode ser concedido pelo juiz da condenação logo quando proferida sentença
condenatória.
c) Não é cabível livramento condicional para Marcus, tendo em vista que é condenado reincidente em crime
doloso.
d) Ainda que praticada falta grave, Marcus não terá o seu prazo de contagem para concessão do livramento
condicional interrompido.
34. (FGV – 2017 – OAB - XXII EXAME DE ORDEM) No dia 15 de abril de 2011, João, nascido em 18 de
maio de 1991, foi preso em flagrante pela prática do crime de furto simples, sendo, em seguida, concedida
liberdade provisória. a denúncia somente foi oferecida e recebida em 18 de abril de 2014, ocasião em que
o juiz designou o dia 18 de junho de 2014 para a realização da audiência especial de suspensão condicional
do processo oferecida pelo ministério público. a proposta foi aceita pelo acusado e pela defesa técnica,
iniciando-se o período de prova naquele mesmo dia. três meses depois, não tendo o acusado cumprido as
condições estabelecidas, a suspensão foi revogada, o que ocorreu em decisão datada de 03 de outubro de
2014.
Ao final da fase instrutória, a pretensão punitiva foi acolhida, sendo aplicada ao acusado a pena de 01 ano
de reclusão em regime aberto, substituída por restritiva de direitos. a sentença condenatória foi publicada
em 19 de maio de 2016, tendo transitado em julgado para a acusação.

Intimado da decisão respectiva, João procura você, na condição de advogado(a), para saber sobre eventual
prescrição, pois tomou conhecimento de que a pena de 01 ano, em tese, prescreve em 04 anos, mas que,
no caso concreto, por força da menoridade relativa, deve o prazo ser reduzido de metade.
Diante desse quadro, você, como advogado(a), deverá esclarecer que
A) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do fato e a do recebimento da denúncia.
B) ocorreu a prescrição da pretensão punitiva entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação
da sentença condenatória.
C) ocorreu a prescrição da pretensão executória entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação
da sentença condenatória.
D) não há que se falar em prescrição, no caso apresentado.
35. (FGV – 2017 – OAB – XXIV EXAME DE ORDEM) No dia 28 de agosto de 2011, após uma discussão no
trabalho quando todos comemoravam os 20 anos de João, este desfere uma facada no braço de Paulo,
que fica revoltado e liga para a Polícia, sendo João preso em flagrante pela prática do injusto de homicídio
tentado, obtendo liberdade provisória logo em seguida. O laudo de exame de delito constatou a existência
de lesão leve.

A denúncia foi oferecida em 23 de agosto de 2013 e recebida pelo juiz em 28 de agosto de 2013. Finda a
primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, ocasião em que a vítima compareceu, confirmou os
fatos, inclusive dizendo acreditar que a intenção do agente era efetivamente matá-la, e demonstrou todo
seu inconformismo com a conduta do réu, João foi pronunciado, sendo a decisão publicada em 23 de
agosto de 2015, não havendo impugnação pelas partes. Submetido a julgamento em sessão plenária em
18 de julho de 2017, os jurados afastaram a intenção de matar, ocorrendo em sentença, então, a

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desclassificação para o crime de lesão corporal simples, que tem a pena máxima prevista de 01 ano, sendo
certo que o Código Penal prevê que a pena de 01 a 02 anos prescreve em 04 anos.
Na ocasião, você, como advogado(a) de João, considerando apenas as informações narradas, deverá
requerer que seja declarada a extinção da punibilidade pela
A) decadência, por ausência de representação da vítima.

B) prescrição da pretensão punitiva, porque já foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do fato e
a do recebimento da denúncia.

C) (prescrição da pretensão punitiva, porque já foi ultrapassado o prazo prescricional entre a data do
oferecimento da denúncia e a da publicação da decisão de pronúncia.
D) prescrição da pretensão punitiva, porque entre a data do recebimento da denúncia e a do julgamento pelo
júri decorreu o prazo prescricional.
36. (FGV – 2016 – XXI EXAME DA OAB – PRIMEIRA FASE) Carlos, 21 anos, foi condenado a cumprir pena
de prestação de serviços à comunidade pela prática de um crime de lesão corporal culposa no trânsito. Em
01/01/2014, seis meses após cumprir a pena restritiva de direitos aplicada, praticou novo crime de
natureza culposa, vindo a ser denunciado.

Carlos, após não aceitar qualquer benefício previsto na Lei no 9.099/95 e ser realizada audiência de
instrução e julgamento, é novamente condenado em 17/02/2016. O juiz aplica pena de 11 meses de
detenção, não admitindo a substituição por restritiva de direitos em razão da reincidência.
Considerando que os fatos são verdadeiros e que o Ministério Público não apelou, o(a) advogado(a) de Carlos,
sob o ponto de vista técnico, deverá requerer, em recurso,
A) a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
B) a suspensão condicional da pena.
C) o afastamento do reconhecimento da reincidência.
D) a prescrição da pretensão punitiva.

37. (FGV – 2014 – OAB – XV EXAME DE ORDEM) José cometeu, em 10/11/2008, delito de roubo. Foi
denunciado, processado e condenado, com sentença condenatória publicada em 18/10/2009. A referida
sentença transitou definitivamente em julgado no dia 29/08/2010. No dia 15/05/2010, José cometeu novo
delito, de furto, tendo sido condenado, por tal conduta, no dia 07/04/2012.
Nesse sentido, levando em conta a situação narrada e a disciplina acerca da reincidência, assinale a afirmativa
correta.
a) Na sentença relativa ao delito de roubo, José deveria ser considerado reincidente.
b) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado reincidente.
c) Na sentença relativa ao delito de furto, José deveria ser considerado primário.
d) Considera-se reincidente aquele que pratica crime após publicação de sentença que, no Brasil ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior
38. (FGV – 2014 – DPE-DF – ANALISTA) Osvaldo foi condenado pela prática do crime de estelionato. Ao
aplicar a pena, o magistrado majorou a pena base indicando, entre as circunstâncias judiciais previstas no
Artigo 59 do Código Penal brasileiro, os antecedentes de Osvaldo. Para tanto, o magistrado observou que

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a Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo trazia 5 anotações, entre elas uma condenação não
transitada em julgado pela prática do crime de falsidade ideológica. As demais anotações referiam-se a
inquéritos policiais em andamento para a apuração de suposta prática do crime de estelionato.
Quanto à decisão do magistrado, é correto afirmar que:
a) a pena base não poderia ter sido majorada com fundamento nos antecedentes de Osvaldo, uma vez que
não há condenação transitada em julgado na Folha de Antecedentes Criminais do acusado.
b) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que algumas anotações constantes da Folha de
Antecedentes Criminais de Osvaldo se referem ao crime de estelionato.
c) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que há condenação, ainda que não transitada em julgado,
na Folha de Antecedentes Criminais de Osvaldo.
d) a pena base poderia ter sido majorada caso a condenação constante da Folha de Antecedentes Criminais
de Osvaldo dissesse respeito ao crime de estelionato.
e) a pena base foi majorada corretamente, uma vez que qualquer anotação em Folha de Antecedentes
Criminais pode justificar o incremento da pena base com fundamento nos antecedentes do acusado.
39. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Trata-se de causa extintiva da punibilidade consistente na
exclusão, por lei ordinária com efeitos retroativos, de um ou mais fatos criminosos do campo de incidência
do Direito Penal,
a) o indulto individual.
b) a anistia.
c) o indulto coletivo.
d) a graça.
40. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) Com relação às causas de extinção da punibilidade
previstas no artigo 107 do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) O perdão do ofendido é ato unilateral, prescindindo de anuência do querelado.
b) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.
c) A perempção é causa de extinção de punibilidade exclusiva da ação penal privada.
d) Em caso de morte do réu, não há falar em extinção da punibilidade, devendo o juiz absolvê-lo com base
no método de resolução de conflitos do in dubio pro reo.
41. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Felipe, menor de 21 anos de idade e reincidente, no
dia 10 de abril de 2009, foi preso em flagrante pela prática do crime de roubo. Foi solto no curso da
instrução e acabou condenado em 08 de julho de 2010, nos termos do pedido inicial, ficando a pena
acomodada em 04 anos de reclusão em regime fechado e multa de 10 dias, certo que houve a
compensação da agravante da reincidência com a atenuante da menoridade. A decisão transitou em
julgado para ambas as partes em 20 de julho de 2010. Foi expedido mandado de prisão e Felipe nunca veio
a ser preso.
Considerando a questão fática, assinale a afirmativa correta.
a) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de julho de 2016.

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b) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorreu em 20 de julho de 2014.


c) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de julho de 2022.
d) A extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória ocorrerá em 20 de novembro de
2015.
42. (FGV – 2014 – OAB – EXAME DE ORDEM) Francisco foi condenado por homicídio simples, previsto
no Art. 121 do Código Penal, devendo cumprir pena de seis anos de reclusão. A sentença penal
condenatória transitou em julgado no dia 10 de agosto de 1984. Dias depois, Francisco foge para o interior
do Estado, onde residia, ficando isolado num sítio. Após a fuga, as autoridades públicas nunca conseguiram
capturá-lo. Francisco procura você como advogado(a) em 10 de janeiro de 2014.
Com relação ao caso narrado, assinale a afirmativa correta
a) Ainda não ocorreu prescrição do crime, tendo em vista que ainda não foi ultrapassado o prazo de trinta
anos requerido pelo Código Penal.
b) Houve prescrição da pretensão executória
c) Não houve prescrição, pois o crime de homicídio simples é imprescritível.
d) Houve prescrição da pretensão punitiva pela pena em abstrato, pois Francisco nunca foi capturado.
43. (FGV – 2012 – OAB – EXAME DE ORDEM) No dia 18/10/2005, Eratóstenes praticou um crime de
corrupção ativa em transação comercial internacional (Art. 337-B do CP), cuja pena é de 1 a 8 anos e multa.
Devidamente investigado, Eratóstenes foi denunciado e, em 20/1/2006, a inicial acusatória foi recebida.
O processo teve regular seguimento e, ao final, o magistrado sentenciou Eratóstenes, condenando-o à
pena de 1 ano de reclusão e ao pagamento de dez dias-multa. A sentença foi publicada em 7/4/2007. O
Ministério Público não interpôs recurso, tendo, tal sentença, transitado em julgado para a acusação. A
defesa de Eratóstenes, por sua vez, que objetivava sua absolvição, interpôs sucessivos recursos. Até o dia
15/5/2011, o processo ainda não havia tido seu definitivo julgamento, ou seja, não houve trânsito em
julgado final. Levando-se em conta as datas descritas e sabendo-se que, de acordo com o art. 109, incisos
III e V, do Código Penal, a prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, verifica-se em 12
(doze) anos se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito anos e em 4 (quatro) anos se o
máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não exceda a dois, com base na situação
apresentada, é correto afirmar que
a) não houve prescrição da pretensão punitiva nem prescrição da pretensão executória, pois desde a
publicação da sentença não transcorreu lapso de tempo superior a doze anos.
b) ocorreu prescrição da pretensão punitiva retroativa, pois, após a data da publicação da sentença e a
última data apresentada no enunciado, transcorreu lapso de tempo superior a 4 anos.
c) ocorreu prescrição da pretensão punitiva superveniente, que pressupõe o trânsito em julgado para a
acusação e leva em conta a pena concretamente imposta na sentença.
d) não houve prescrição da pretensão punitiva, pois, como ainda não ocorreu o trânsito em julgado final, deve-
se levar em conta a teoria da pior hipótese, de modo que a prescrição, se houvesse, somente ocorreria doze
anos após a data do fato.
44. (FGV – 2010 – OAB – EXAME DE ORDEM) A respeito do regime legal da prescrição no Código Penal,
tendo por base ocorrência do fato na data de hoje, assinale a alternativa correta.

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a) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela
pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou
queixa.
b) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 (dois) anos, independentemente do prazo estabelecido para
a prescrição da pena de liberdade aplicada cumulativamente
c) Se o réu citado por edital permanece revel e não constitui advogado, fica suspenso o processo, mantendo-
se em curso o prazo prescricional, que passa a ser computado pelo dobro da pena máxima cominada ao
crime.
d) São causas interruptivas do curso da prescrição previstas no Código Penal, dentre outras, o recebimento da
denúncia ou da queixa, a pronúncia, a publicação da sentença condenatória ou absolutória recorrível.
45. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Guilherme praticou, em 18/02/2009, contravenção penal de
vias de fato (Art. 21 do Decreto Lei n. 3.688/41), tendo sido condenado à pena de multa. A sentença
transitou definitivamente em julgado no dia 15/03/2010, mas Guilherme não pagou a multa. No dia
10/07/2010, Guilherme praticou crime de ato obsceno (Art. 233 do CP).
Com base na situação descrita e na legislação, assinale a afirmativa correta.
A) Guilherme não pode ser considerado reincidente por conta de uma omissão legislativa.
B) Guilherme deve ter a pena de multa não paga da primeira condenação convertida em pena privativa de
liberdade.
C) Guilherme é reincidente, pois praticou novo crime após condenação transitada em julgado.
D) A pena de multa não gera reincidência.
46. (FCC – 2018 – PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS I - GERAL) Extingue-se
a punibilidade do agente
a) pela retroatividade da lei que diminui a pena do crime.
b) pela superveniência de doença mental do autor do ilícito.
c) pela reparação do dano ou restituição da coisa objeto do ilícito, em qualquer crime.
d) pelo perdão do ofendido, em qualquer crime.
e) pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
47. (FCC – 2018 – CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL – PROCURADOR LEGISLATIVO) A
prescrição
a) da pretensão punitiva não corre enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
b) tem seu prazo reduzido em um terço quando o criminoso era menor de 21 anos na data do fato.
c) tem seu curso interrompido pelo oferecimento da denúncia ou queixa.
d) no concurso de crimes incide sobre a pena somada de todos eles.
e) da pena de multa ocorrerá em 3 anos quando for a única aplicada ou cominada.
48. (FCC – 2018 – PGE-TO – PROCURADOR) A extinção da punibilidade pode ser compreendida como
sendo a perda do direito do Estado de impor sanção penal ao autor de fato típico e ilícito. É possível, assim,
encontrar hipóteses de extinção da punibilidade no Código Penal, bem como nas legislações
extravagantes. Acerca do tema, é correto afirmar:

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a) Na hipótese de abolitio criminis (abolição do crime) permanece a reincidência como efeito secundário da
infração penal.
b) As causas de extinção de punibilidade sempre se comunicam aos coautores e partícipes, em razão de se
tratar de matéria de ordem pública.
c) A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
d) A anistia, graça ou indulto não são hipóteses de extinção da punibilidade, por serem atos concedidos pelo
chefe do Poder Executivo, e não pelo Judiciário.
e) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.
49. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA JURÍDICO) Sobre a extinção da punibilidade:
a) O perdão judicial independe de lei, pois é realizado por meio de Decreto Presidencial.
b) No caso de concurso de crimes, o cálculo da prescrição incide sobre a somatória das penas.
c) Ao contrário da renúncia ao direito de queixa, a decadência é causa de extinção da punibilidade.
d) O prazo de prescrição é reduzido pela metade quando o agente for maior de setenta anos na data da
sentença.
e) Em caso de revogação do livramento condicional, a prescrição da pretensão executória é regulada pelo
total da pena imposta.
50. (FCC – 2017 – TRF5 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Praticado o ilícito penal por um indivíduo culpável, surge
para o Estado o direito de aplicar a sanção penal prevista na lei incriminadora. Contudo, o direito de punir
não é absoluto, sendo possível que ocorra alguma causa extintiva de punibilidade, impedindo que o Estado
imponha a sanção ao agente. Diante disso, com fundamento no que dispõe o Código Penal sobre a extinção
de punibilidade, é correto afirmar:
a) No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada
pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime.
b) Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede, quanto aos outros, a agravação da
pena resultante da conexão.
c) A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de
improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, podendo, ainda, ter por termo inicial data anterior à
da denúncia ou queixa.
d) Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos prescricionais previstos para as privativas de
liberdade.
e) A prescrição da pena de multa ocorrerá em 2 anos quando a multa for alternativa ou cumulativamente
cominada ou cumulativamente aplicada.
51. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA JUDICIÁRIA) Paulo, quando tinha 20 anos de
idade, após ser abordado em uma blitz da polícia rodoviária federal na Rodovia Presidente Dutra, no dia
1º de Junho de 2010, oferece R$ 1.000,00, em dinheiro, para o policial responsável pela abordagem para
não ser autuado por excesso de velocidade. Paulo é conduzido ao Distrito Policial, preso em flagrante, e
acaba beneficiado pela Justiça sendo colocado em liberdade após pagamento de fiança. Encerrado o
inquérito Policial, a denúncia em desfavor de Paulo, pelo crime de corrupção ativa, é recebida no dia 15
de Julho de 2014. O processo tramita regularmente e Paulo é condenado a cumprir pena de 2 anos de

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reclusão, em regime inicial aberto, por sentença publicada em 14 de Agosto de 2016. A sentença transita
em julgado. Ricardo, advogado de Paulo, postula ao Magistrado competente para a execução da sentença
o reconhecimento da prescrição. Neste caso, de acordo com o Código Penal, a prescrição da pretensão
punitiva estatal ocorre em
(A) 8 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua
pena.
(B) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, não está prescrita, cabendo a ele cumprir regularmente sua pena.
(C) 3 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo superior a 3
anos entre a data do crime e do recebimento da denúncia.
(D) 4 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data
do crime e do recebimento da denúncia.
(E) 2 anos e a pena cominada ao réu, Paulo, está prescrita em decorrência do decurso do prazo entre a data
do recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória.
52. (FCC – 2017 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO ÁREA ADMINISTRATIVA) Moisés respondeu processo
por crime de corrupção ativa cometido no dia 30 de Setembro de 2010, quando tinha 66 anos de idade. A
denúncia oferecida pelo Ministério Público em 16 de Outubro de 2014 é recebida pelo Magistrado
competente no dia 18 de Outubro do mesmo ano de 2014. O processo tramita regularmente e Moisés é
condenado a cumprir pena de 2 anos de reclusão, em regime inicial semiaberto, e ao pagamento de 10
dias-multa por sentença proferida em 25 de Abril de 2016 e publicada no dia 27 do mesmo mês e ano. Não
houve interposição de recurso pelas partes e é certificado o trânsito em julgado.
No caso hipotético apresentado, a prescrição da pretensão punitiva estatal regula-se pela pena aplicada ao
réu Moisés e verifica-se em
(A) 02 anos e o réu deverá cumprir integralmente a sua pena, não sendo o caso de extinção da sua
punibilidade.
(B) 02 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.
(C) 04 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.
(D) 01 ano e 06 meses, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data
do crime e do recebimento da denúncia e entre a data do recebimento da denúncia e da publicação da
sentença.
(E) 03 anos, devendo ser extinta a punibilidade do réu diante do decurso deste prazo entre a data do crime
e do recebimento da denúncia.
53. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre os efeitos da condenação,
a) a estigmatização do condenado é um efeito declarado da sentença penal condenatória.
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos é automática a perda de
cargo, função pública ou mandato eletivo.
c) a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime é efeito automático da sentença penal condenatória.
d) o perdão tácito do ofendido não é admissível no direito penal brasileiro.
e) o perdão judicial exclui os efeitos da condenação, salvo a reincidência.

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54. (FCC – 2016 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a prescrição, é correto afirmar que
a) o oferecimento da denúncia ou queixa é causa interruptiva da prescrição.
b) o prazo da prescrição da pretensão executória regula-se pela pena aplicada na sentença, aumentado de
um terço, se o condenado for reincidente.
c) no caso de concurso de crimes, as penas se somam para fins de prescrição.
d) é reduzido de metade o prazo de prescrição quando o agente for menor de 21 anos na data da sentença.
e) no caso de fuga ou evasão do condenado a prescrição é regulada de acordo com o total da pena fixada
na sentença.
55. (FCC – 2016 – PREF. CAMPINAS-SP – PROCURADOR) A perda do cargo ou função pública, como
efeito da condenação criminal, ocorrerá quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior
a
a) quatro anos, nos crimes praticados com abuso de poder, violação de dever para com a Administração
pública ou contra a probidade administrativa.
b) seis meses, nos crimes praticados com violação de dever para com a Administração pública.
c) três anos independentemente da natureza do bem lesado.
d) cinco anos e somente na hipótese de crimes dolosos.
e) um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração pública
ou por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
56. (FCC – 2015 – MP-PB – TÉCNICO MINISTERIAL) Paulo, de 19 anos de idade, é abordado em uma
operação da Polícia Militar do Estado da Paraíba, na cidade de João Pessoa, deflagrada no dia 10 de
dezembro de 2012. Após se recusar a submeter-se ao teste do bafômetro e apresentar a documentação
solicitada, Paulo ofende moralmente os policiais que trabalhavam regularmente na ocorrência e é
conduzido preso ao Distrito Policial. Posteriormente Paulo é denunciado pelo Ministério Público por crime
de desacato e a denúncia é recebida pelo Magistrado competente no dia 14 de abril de 2013, com
instauração da ação penal. Por ostentar maus antecedentes e não fazer jus a qualquer benefício, a ação
tramita regularmente até a prolação da sentença condenatória pelo Magistrado competente no dia 15 de
maio de 2015, que aplicou ao réu Paulo a pena de 1 ano de detenção, em regime inicial semiaberto. A
sentença transitou em julgado. Após o trânsito em julgado, o advogado de Paulo postulou ao Magistrado
a extinção da punibilidade do seu cliente com base na prescrição. Neste caso, o Magistrado
a) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 4
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
b) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 3
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
c) deverá declarar extinta a punibilidade do réu pela prescrição, uma vez que o Código Penal estabelece,
neste caso, o prazo prescricional de 2 anos.
d) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 6
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.
e) não deverá reconhecer a prescrição uma vez que o Código Penal estabelece o prazo prescricional de 5
anos no caso de pena igual ou superior a 1 ano.

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57. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Renato, com 20 anos de idade é abordado por
policiais militares após se envolver em uma briga em boate da cidade de Macapá. Embriagado e
extremamente nervoso Renato passa a ofender os policiais no exercício regular da função. Conduzido ao
Distrito Policial Renato acaba posteriormente denunciado pelo Ministério Público por cri-me de desacato
e, por sentença final, condenado ao pagamento de 20 dias-multa, no valor unitário mínimo como incurso
no artigo 331, do Código Penal (crime de desacato). Neste caso, a prescrição da pena aplicada ocorrerá em
(A) 05 anos.
(B) 02 anos.
(C) 01 ano.
(D) 04 anos.
(E) 03 anos.
58. (FCC – 2015 - TCE-CE - CONSELHEIRO) A perda de cargo, função ou mandato eletivo, como efeito
extrapenal de condenação, requer
a) condenação igual ou superior a dois anos nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do
dever para com a Administração pública e condenação por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
b) condenação igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do dever
para com a Administração pública e condenação por tempo superior a cinco anos nos demais casos.
c) condenação igual ou superior a um ano nos crimes praticados com abuso de poder ou na violação do dever
para com a Administração pública e condenação por tempo superior a quatro anos nos demais casos.
d) imprescritibilidade do delito cometido.
e) condenação igual ou superior a um ano em todos os crimes praticados contra a Administração pública.
59. (FCC – 2015 – TRE-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Ticio, funcionário público
municipal, para justificar um período de uma semana de falta, apresenta um atestado médico no dia 10
de Janeiro de 2007. Desconfiado da conduta de Tício, o superior imediato dele Renato coleta informações
e descobre que o atestado apresentado por Ticio é falso, noticiando imediatamente o fato à Autoridade
Policial, que determina a instauração de Inquérito Policial. O inquérito demora muito tempo para ser
encerrado e relatado. Tício é, então, denunciado pelo Ministério Público como incurso no artigo 297, c.c.
o artigo 304, ambos do Código Penal e a denúncia recebida em 20 de Julho do mesmo ano de 2007. O
processo transcorre normalmente até a prolação da sentença pelo Magistrado competente, que condena
Ticio a cumprir pena de 02 anos e 06 meses de reclusão e multa. A sentença é publicada em 20 de Setembro
de 2010. Interposto recurso de apelação pelo réu Tício o Tribunal de Justiça nega provimento ao apelo e
mantém a sentença de primeiro grau. O Acórdão, publicado em 10 de Outubro de 2015, transitou em
julgado. Na situação hipotética apresentada, na fase de execução, o Magistrado
(A) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição uma vez que transcorreu lapso temporal superior
a 5 anos entre a data da publicação da sentença e da publicação do acórdão recorrível.
(B) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição que ocorre no caso concreto em três anos, prazo
este transcorrido entre a data do recebimento da denúncia e da sentença.
(C) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição que ocorre no caso concreto em quatro anos,
prazo este transcorrido entre a data da publicação da sentença de primeiro grau e do acórdão recorrível.

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(D) deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição uma vez que transcorreu lapso temporal superior
a 2 anos entre a data do recebimento da denúncia e da sentença
(E) não deverá extinguir a punibilidade de Tício pela prescrição.
60. (FCC – 2015 – TCE-AM – AUDITOR) O perdão judicial tem natureza jurídica de
a) causa de exclusão de culpabilidade.
b) causa extintiva da punibilidade.
c) efeito da sentença penal.
d) desistência voluntária.
e) efeito civil da sentença penal.
61. (FCC – 2015 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Pedro, que contava com 69 anos
de idade na época, sócio proprietário de uma empresa de embalagens, após ser alvo de uma diligência por
agentes fiscais de determinado Estado no dia 11 de Julho de 2013, oferece dinheiro em espécie aos
referidos funcionários públicos para não ter a empresa autuada pelo Fisco. O fato é noticiado à Autoridade
Policial, que determina a instauração de inquérito policial. Relatado o Inquérito Policial, Pedro é
denunciado por crime de corrupção ativa. A denúncia é recebida em 30 de Agosto do mesmo ano de 2013
e a ação penal é instaurada, com inquirição das testemunhas arroladas pelas partes, interrogatório do réu
e debates entre Ministério Público e advogado. No dia 17 de Setembro de 2015 o processo é sentenciado
pelo Magistrado que condena Pedro a cumprir pena de 2 anos de reclusão em regime inicial semiaberto,
substituída por duas penas restritivas de direito. A sentença transita em julgado e o advogado de Pedro
apresenta requerimento de extinção da punibilidade pela prescrição.
Neste caso, o Magistrado, atentando para a pena fixada,
(A) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 3 anos.
(B) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 4 anos.
(C) deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, consumada em 2 anos entre a data do recebimento
da denúncia e a sentença.
(D) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 8 anos.
(E) não deverá extinguir a punibilidade do réu pela prescrição, cujo prazo é no caso concreto de 6 anos.
62. (FCC – 2014 – SEFAZ/PE – AUDITOR) Na lei penal brasileira, NÃO é causa extintiva da punibilidade
(A) a retratação cabal do querelado, antes da sentença, na calúnia e na difamação.
(B) o perdão judicial, no peculato mediante erro de outrem.
(C) a reparação integral do dano, no peculato culposo, quando precedente à sentença irrecorrível.
(D) a retratação ou declaração da verdade, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, no falso
testemunho ou falsa perícia.
(E) a declaração, confissão e o pagamento espontâneos das contribuições, valores, importâncias e informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal, na
apropriação indébita previdenciária.
63. (FCC – 2014 – TRF3 – ANALISTA JUDICIÁRIO) NÃO é causa extintiva da punibilidade:
a) prescrição, após o lançamento do tributo.

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b) morte do agente, após definitiva a condenação.


c) retratação do querelado, na calúnia contra os mortos
d) perempção, na ação penal privada subsidiária da pública.
e) perdão judicial, na apropriação indébita previdenciária.
64. FCC – 2015 – TJ-RR – JUIZ) Constituem causas de extinção da punibilidade que se relacionam com a
ação penal pública condicionada
a) a perempção e o perdão do ofendido.
b) a decadência e a perempção.
c) o perdão do ofendido e a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal.
d) a decadência e o perdão do ofendido.
e) a composição homologada dos danos civis no juizado especial criminal e a decadência.
65. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) A prescrição retroativa,
a) modalidade de prescrição da pretensão executória, é regulada pela pena aplicada, não podendo ter por
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
b) modalidade de prescrição da pretensão executória, é regulada pelo máximo da pena privativa de
liberdade cominada ao crime e pode ocorrer entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença
condenatória transitada em julgado para a acusação.
c) modalidade de prescrição da pretensão punitiva, é regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, não podendo ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
d) antes prevista como forma de prescrição da pretensão punitiva, foi abolida por recente reforma legislativa.
e) modalidade de prescrição da pretensão punitiva, é regulada pela pena aplicada e pode ocorrer entre o
recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória transitada em julgado para a acusação.
66. (FCC - 2011 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
NÃO é causa de extinção da punibilidade a
A) reparação do dano posterior à sentença irrecorrível no crime de peculato culposo.
B) morte do agente.
C) anistia.
D) prescrição.
E) retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso.
67. (FCC - 2010 - TCE-RO - AUDITOR) No tocante às causas de extinção da punibilidade, é correto afirmar
que
A) a concessão de anistia é atribuição exclusiva do Presidente da República.
B) o dia do começo inclui-se no cômputo do prazo da decadência.
C) são previstas exclusivamente na parte geral do Código Penal.
D) a concessão do indulto restabelece a condição de primário do
beneficiado.
E) é cabível o perdão judicial em qualquer crime.

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68. (FCC – 2012 – TER/SP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Rubens está sendo processado por crime de
peculato, praticado no dia 03 de fevereiro de 2008, quando tinha 20 anos de idade. A denúncia foi recebida
no dia 05 de junho de 2008. Por sentença judicial, publicada no Diário Oficial no dia 10 de novembro de
2011, Rubens foi condenado a cumprir pena de 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão, em regime
inicial aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa. A pena privativa de liberdade aplicada pelo
Magistrado foi substituída, na forma do artigo 44, do Código Penal, por uma pena restritiva de direitos de
prestação de serviços à comunidade, pelo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e por 10 (dez)
dias-multa, no valor unitário mínimo. A sentença transitou em julgado no dia 1º de janeiro de 2012. Nesse
caso, após o trânsito em julgado, a prescrição para as penalidades aplicadas ao réu verifica-se no prazo de
a) 02 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.
b) 08 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas.
c) 04 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.
d) 04 anos para a pena privativa de liberdade e 02 anos para as multas.
e) 08 anos para a pena privativa de liberdade e para as multas.
69. (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ) No tocante à prescrição, é correto afirmar que
a) o dia do começo não se inclui no cômputo do prazo.
b) o prazo é sempre de dois anos no caso de penas restritivas de direitos.
c) não constitui matéria prejudicial da análise do mérito da ação penal.
d) incidirá sobre o total da pena, se reconhecido o concurso material de infrações, e sobre a pena de cada
um, isoladamente, se identificado o formal.
e) se regula, em abstrato, pelo máximo da pena cominada, menos um terço, no caso de imputação de crime
tentado.
70. (FCC – 2011 – TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Nos termos do código penal, é
efeito automático da condenação, não sendo necessário ser declarado na sentença:
A) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo quando for aplicada pena privativa de liberdade
por tempo superior a quatro anos em qualquer crime, salvo nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a Administração Pública.
B) A perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, quando aplicada pena privativa de liberdade por
tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
a Administração Pública.
C) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime.
D) A incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de
reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado.
E) A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.
71. (FCC – 2010 – TJ/PI – ASSESSOR JURÍDICO) Constitui, dentre outros, efeito penal secundário da
condenação
A) a inscrição do nome do condenado no rol dos culpados.
B) a reparação do dano resultante do crime.

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C) o confisco dos instrumentos do crime, na forma prevista em lei.


D) a incapacidade para o exercício do pátrio poder, nos casos previstos em lei.
E) inabilitação para dirigir veículos, nos casos previstos em lei.
72. (FCC – 2009 – TJ/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Os efeitos extrapenais da
condenação, previstos no art. 92 do código penal brasileiro, são:
A) não específicos e genéricos.
B) automáticos e secundários.
C) específicos e não automáticos.
D) primários e não automáticos.
E) genéricos e específicos.
73. (FCC – 2012 – TJ-GO – JUIZ) As circunstâncias agravantes
a) podem elevar a pena acima do máximo previsto em lei para o crime, do mesmo modo que as causas de
aumento.
b) não incidem nos crimes culposos, salvo a reincidência.
c) serão consideradas na fixação da pena-base.
d) sempre preponderam sobre as circunstâncias atenuantes, no caso de concurso entre umas e outras.
e) não incidem quando também qualificarem o crime, mas podem ser aplicadas se elementares da infração.
74. (FCC – 2012 – DPE-SP – DEFENSOR PÚBLICO) Considere as assertivas abaixo.
I. O sistema pátrio de dosimetria das penas adotou o sistema bifásico.
II. O enquadramento da conduta em circunstância qualificadora precede a primeira fase, ao passo que as
causas especiais de aumento de pena são computadas na última fase da dosimetria.
III. Segundo recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, admite-se a fixação da pena abaixo do
mínimo legal por força de circunstâncias atenuantes genéricas.
IV. Não apontadas circunstâncias judiciais desfavoráveis ao ensejo da aplicação do artigo 59 do Código
Penal, não é admitida a alegação de gravidade do crime para se fixar regime prisional mais rigoroso do que
o estabelecido para o tempo de pena imposta.
V. Recente alteração legislativa inovou ao permitir o agravamento da pena por maus antecedentes em razão
de ação penal em curso, desde que haja decisão condenatória proferida por órgão colegiado.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) IV.
b) V.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.
75. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) As circunstâncias atenuantes
a) sempre preponderam sobre as circunstâncias agravantes, no caso de concurso entre umas e outras.
b) constituem fatores de redução da pena estabelecidos em quantidades fixas.

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c) não devem ser consideradas na fixação da pena-base.


d) podem ser reconhecidas ainda que não previstas expressamente em lei, mas apenas se anteriores ao crime.
e) permitem a redução da pena abaixo do mínimo legal, segundo entendimento sumulado.
76. (FCC – 2014 – TCE-GO – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) No processo de aplicação da pena, os
maus antecedentes do agente incluem-se dentre as
a) circunstâncias agravantes.
b) qualificadoras.
c) circunstâncias judiciais.
d) causas especiais de aumento de pena.
e) circunstâncias objetivas.
77. (FCC – 2014 – TJ-AP – JUIZ) Com relação à atenuante genérica da menoridade etária do agente, é
correto afirmar:
a) Não incide em crimes cometidos contra criança (Código Penal, art. 61, inc. II, alínea “h”, primeira hipótese).
b) Segundo a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, prepondera sobre a agravante da
reincidência.
c) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, sua prova não necessariamente será
documental.
d) Segundo o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, pode eventualmente reduzir a pena final
abaixo do mínimo legal abstratamente cominado.
e) Segundo posicionamento doutrinário dominante, a norma penal em referência foi derrogada em 2002 pelo
advento da plena capacidade civil aos 18 anos de idade.
78. (FCC – 2014 – TRT18 – JUIZ DO TRABALHO) No tocante às circunstâncias atenuantes, é correto
afirmar que
a) permitem a redução da pena abaixo do mínimo previsto na lei, segundo entendimento sumulado do Superior
Tribunal de Justiça.
b) incidem na terceira etapa do cálculo da pena.
c) são inaplicáveis se não previstas expressamente em lei.
d) o desconhecimento da lei, embora inescusável, pode ser empregado para atenuar a pena.
e) a reparação do dano não a configura, constituindo apenas causa geral de diminuição da pena.
79. (FCC – 2015 – TJ-PE – JUIZ) No cálculo da pena, o juiz deverá considerar o arrependimento posterior,
a culpabilidade e a confissão espontânea nas seguintes etapas, respectivamente:
a) primeira, segunda e terceira.
b) terceira, segunda e primeira
c) primeira, terceira e segunda.
d) terceira, primeira e segunda
e) segunda, primeira e terceira.

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GABARITO

1. ALTERNATIVA C 42. ALTERNATIVA B


2. ERRADA 43. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA E 44. ALTERNATIVA A
4. ALTERNATIVA C 45. ALTERNATIVA A
5. ALTERNATIVA A 46. ALTERNATIVA E
6. ALTERNATIVA B 47. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA E 48. ALTERNATIVA C
8. ALTERNATIVA A 49. ALTERNATIVA D
9. ERRADA 50. ALTERNATIVA D
10. CORRETA 51. ALTERNATIVA E
11. ALTERNATIVA E 52. ALTERNATIVA A
12. ALTERNATIVA A 53. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA B 54. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA E 55. ALTERNATIVA E
15. ALTERNATIVA A 56. ALTERNATIVA C
16. ALTERNATIVA E 57. ALTERNATIVA C
17. ALTERNATIVA B 58. ALTERNATIVA C
18. ALTERNATIVA A 59. ALTERNATIVA E
19. ALTERNATIVA B 60. ALTERNATIVA B
20. ALTERNATIVA D 61. ALTERNATIVA C
21. ALTERNATIVA A 62. ALTERNATIVA B
22. ALTERNATIVA E 63. ALTERNATIVA D
23. ALTERNATIVA A 64. ALTERNATIVA E
24. ALTERNATIVA A 65. ALTERNATIVA E
25. ALTERNATIVA E 66. ALTERNATIVA A
26. ALTERNATIVA D 67. ALTERNATIVA B
27. ALTERNATIVA B 68. ALTERNATIVA C
28. ALTERNATIVA D 69. ALTERNATIVA E
29. ALTERNATIVA C 70. ALTERNATIVA C
30. ALTERNATIVA D 71. ALTERNATIVA A
31. ALTERNATIVA D 72. ALTERNATIVA C
(ANULÁVEL) 73. ALTERNATIVA B
32. ALTERNATIVA D 74. ALTERNATIVA C
33. ALTERNATIVA D 75. ALTERNATIVA C
34. ALTERNATIVA D 76. ALTERNATIVA C
35. ALTERNATIVA B 77. ALTERNATIVA B
36. ALTERNATIVA A 78. ALTERNATIVA D
37. ALTERNATIVA C 79. ALTERNATIVA D
38. ALTERNATIVA A
39. ALTERNATIVA B
40. ALTERNATIVA C
41. ALTERNATIVA D

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