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OPERAÇÃO RECLUSÃO

DIREITO PENAL – Prof. Kelsen Pantoja

INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL e PRINCÍPIOS BÁSICOS

01. CONCEITO DE DIREITO PENAL .......................................................................................................................... 3


02. PRINCÍPIOS BÁSICOS ........................................................................................................................................ 3
02.1 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA........................................................................................................ 3
02.2 PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE .......................................................................................................... 4
02.3 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE ................................................................................................................ 4
02.4 PRINCÍPIO DA LESIVIDADE (OFENSIVIDADE)................................................................................................ 5
02.5 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS ....................................................................... 7
02.6 PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL ............................................................................................................ 7
02.7 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE ......................................................................................................... 9
02.8 PRINCÍPIO DA HUMANIDADE ou LIMITAÇÃO DAS PENAS .......................................................................... 10
02.9 PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE ................................................................................................................. 10
02.10 PRINCÍPIO DA INSTRANSCEDÊNCIA DA PENA, PESSOALIDADE ou PERSONIFICAÇÃO DA PENA ................. 10
02.11 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ........................................................................................... 11
02.12 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ..................................................................................................................... 12
02.13 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE ................................................................................................................. 12
02.14 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL................................................................................................................ 13
02.15 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE .............................................................................................................. 13
>> ANALOGIA ............................................................................................................................................... 14
>> INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA .................................................................................................................. 15
>> NORMA PENAL EM BRANCO.................................................................................................................... 16

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL e PRINCÍPIOS BÁSICOS


01. CONCEITO DE DIREITO PENAL → CONCEITO DE PRINCÍPIOS BÁSICOS: tais princípios
possuem a finalidade de ORIENTAR e LIMITAR os poderes
O Direito Penal é o ramo do DIREITO PÚBLICO que tem
INCRIMINADORES e PUNITIVOS do Estado.
por objeto de estudos as condutas ilícitas. Tais condutas são
denominadas de Infrações Penais.
• PODER INCRIMINADOR: é o poder
Assim, o Direito Penal é a área do direito responsável por conferido ao Poder Legislativo de criar
definir quais condutas humanas serão consideradas infrações, crimes e criar penas.
que, caso sejam cometidas, deverá uma pena ser aplicada ao
infrator. De tal modo, é possível verificar que o direito penal não
irá apenas definir as condutas repudiadas pelo ordenamento
• PODER PUNITIVO: é o poder conferido ao
jurídico, como também, irá prever quais penas serão aplicadas Poder Judiciário para aplicar a lei penal e
para o sujeito que as executam. punir determinado indivíduo pelo
cometimento de determinado crime.
Mas a grande pergunta é: Por que definir quais condutas
humanas serão erradas e deverão ser repudiadas? Simples, pois
Tais poderes possuem uma grande ingerência na
tais condutas afetam e agridem determinados bens jurídicos
tutelados, tais como a vida, liberdade, segurança, integridade
vida e no futuro das pessoas. O ato de punir alguém deve
física, propriedade e etc. ser realizado detalhadamente, pois deve-se evitar a
chamada “margem de erro”, como, por exemplo, punir um
Apesar de ser um conceito simples, já foi objeto de inocente ou punir desproporcionalmente. Além disso, tem-
questionamento em provas de concursos públicos, como será visto se o ato de incriminar condutas que interferem na liberdade
a seguir. Mas, caro futuro policial, tenha em mente que este é um
das pessoas, podendo ocasionar futuras injustiças.
conceito enxuto, haja vista o Direito Penal ser muito mais amplo,
sendo tal conceito estendido no decorrer do avanço nos estudos.
Nesse sentido, para que tais poderes sejam
exercidos da maneira correta, sem excessos e abusos, é
necessário PRINCÍPIOS, os quais irão orientar e limitar a
VEJA COMO CAI EM PROVA!
aplicação deles.
CESPE, PC-RN, Delegado de Polícia, 2009 (adaptada) – O Direito
Penal é o ramo do Direito Público e Privado, pois protege bens que 02.1 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
pertencem ao Estado, assim como aqueles de propriedade
individualizada. O Direito Penal somente deve ser aplicado quando as
demais esferas de controle social não se revelarem eficazes para
Certo ( ) Errado (X) garantir a paz social.
Comentário: o Direito Penal de fato irá proteger os bens do Como assim?? A sociedade para que possa viver
Estado (considerados bens públicos), como também irá proteger harmonicamente, onde cada indivíduo respeite os direitos alheios,
bens individualizados (considerados de propriedade privada). é necessário esferas de controle dos mais variados ramos, a fim de
Entretanto, a questão peca ao afirmar que o direito penal é ramo proteger, regular e resolver conflitos. Logo, tem-se a ciência
do DIREITO PÚBLICO e PRIVADO. jurídica, o DIREITO como um todo, do qual se divide em vários
ramos (áreas), a fim de cuidar de áreas específicas da sociedade.
O Direito Penal, também denominado de Direito Incriminador, é
apenas ramo do DIREITO PÚBLICO (DIREITO PRIVADO) Por exemplo, se acontecer algum conflito de relação de
trabalho, empregado e empregador, quem deverá cuidar e
resolver tal conflito é o Direito Trabalhista. Se ocorrer algum
02. PRINCÍPIOS BÁSICOS conflito de família, como a guarda de um filho, ou até mesmo um
divórcio, quem regulará e resolverá essa treta é o Direito Civil.
Estuaremos abaixo alguns princípios que são Agora, se a parada for séria, treta de alto escalão, como, por
exemplo, alguém tirar a vida de outra pessoa (homicídio), ou, o um
considerados básicos para o Direito Penal. Tais princípios
indivíduo colocar a arma na cabeça do outro e falar “Passa a bolsa
estruturam e fundamentam toda a aplicação do direito
e o iphone, se não o pipoco vai comer!” (roubo)... o Estado deverá
penal. intervir em tais situações com uma ferramenta mais pesada, de
Entretanto, quero orientar que nesse momento alto porte, que é o DIREITO PENAL.
estudaremos os principais, pois, outros inúmeros princípios
serão estudados no decorrer do curso e da disciplina. Dessa forma, tem-se explicado o princípio da
INTERVENÇÃO MÍNIMA. O Direito Penal somente será utilizado,
aplicado, em situação graves, quando a parada é mais “cabeluda
mesmo”, quando nenhum outro ramo do direito conseguir

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resolver a bagunça. Do contrário, se qualquer outra área do ramo Obs.: Podemos afirmar que o princípio da FRAGMENTARIEDADE
jurídico conseguir resolver o conflito, não há a necessidade de se relativiza a Proteção dos Bens Jurídicos, pois determina que o
buscar recursos na esfera penal. Direito Penal deverá proteger apenas um conjunto de bens,
aqueles considerados mais importantes.
Em resumo, nós do DIREITO PENAL, somos os fodões que
o Estado chama quando a parada fica complicada, porque o nível
de gravidade é alto e a dificuldade do conflito é maior.
02.3 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
Vale frisar ainda que, do princípio da Intervenção
Mínima, decorrem outros dois princípios fundamentais para O Direito Penal é a ÚLTIMA RATIO (última razão/última
fechar o conceito do Direito Penal. São eles: Princípio da escolha), somente devendo ser aplicado caso as demais esferas
Fragmentariedade e Princípio do Caráter Subsidiário. (Civil, Administrativa, Trabalhista, etc) se tornarem ineficazes.

É aquela a história, se o restante da galera não conseguiu


resolver o conflito, chama o DIREITO PENAL que ele resolve. Ou
02.2 PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
seja, em último caso é que se recorre ao Direito Penal.
O Direito Penal deve proteger apenas os bens jurídicos
Primeiro tenta-se resolver o conflito pelas demais
tutelados de MAIOR IMPORTÂNCIA, como, por exemplo, a vida, a
esferas do direito, caso, tais esferas sejam ineficazes, então aplica-
liberdade, a igualdade, a segurança, a propriedade etc.
se o Direito Penal.
De acordo com esse princípio, o direito deve orientar e
limitar o poder incriminador do Estado, buscando evitar a
previsão desnecessária de crimes. SÍNTESE
Veremos a frente que, os responsáveis por criar crimes e
Para entendermos a visão de prova e como devemos
definir penas, é o nosso Poder Legislativo. Aí fica a pergunta: o que
responder tais assuntos, precisamos compreender que: o
impede que os nossos parlamentares não saiam por aí criando
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA possui “dentro de si” dois
vários crimes desnecessários?? Pois bem, um dos quesitos
outros princípios (subprincípios) – FRAGMENTARIEDADE e
limitadores desse poder incriminador é o próprio princípio da
SUBSIDIARIEDADE.
Intervenção Mínima, tendo como desdobramento a
FRAGMENTARIEDADE. Nesse sentido, algumas questões de concursos podem
vir narrando o conceito da INTERVENÇÃO MÍNIMA e afirmar ser
O Poder Legislativo deve apenas incriminar (também
FRAGMENTARIEDADE e mesmo assim a questão estará CERTA. Por
denominado de “TIPIFICAR”) as condutas que atentem contra bens
quê? Porque as vezes seus conceitos podem se confundir, em
jurídicos de grande relevância. O direito penal não pode e não
razão da fragmentariedade estar inserida dentro da Intervenção
deve cuidar de “pouca besteira”.
Mínima.
Imagina só que um de nossos deputados federais foi
O inverso também é válido, ou seja, a questão pode vir
corneado pela esposa, então ele toma as dores de corno e inicia
narrando o conceito do princípio da Fragmentariedade e afirmar
um projeto de lei que incrimina a conduta de “trair o cônjuge”,
ser o princípio da Intervenção Mínima. A questão também estará
punindo tanto quem trai, quanto quem participa da traição (o Don
CERTA, pois, segundo o entendimento das bancas examinadoras,
Juan, Ricardão, Personal Trainer, etc). Já parou para pensar o
tais conceitos podem se fundir, tendo em vista o princípio da
problema que iria ser? Porque o nosso sistema prisional já é
fragmentariedade ser um desdobramento, ou seja, estar inserido
péssimo e não tem cela para todo mundo, agora imagina se a
dentro do princípio da Intervenção Mínima.
traição fosse crime... aí que não ia ter presídio que aguentasse,
pois, se duvidar, o número de traições em relações é igual ou No que tange o princípio da Intervenção Mínima e o
superior ao número de crimes que temos na sociedade. princípio da Subsidiariedade (Última Ratio), a mesma ideia poderá
ser seguida e os seus conceitos confundidos nas questões de
Logo, para que não ocorra situações como essa, o Direito
prova, estando os gabaritos como correto. Por quê? Também
Penal é baseado em certos princípios norteadores, que irão regular
devido ao fato de o princípio da Subsidiariedade estar inserido
a sua aplicação, limitando excessos e abusos por parte do Estado.
dentro do princípio da Intervenção Mínima.
O Direito Penal deve apenas se preocupar com coisa Abaixo colocarei alguns exemplos de questões que já
séria, proteger os bens mais importantes (vida, liberdade, foram cobradas em concursos passados nessa segmentação e
igualdade, etc), pois essa é a essência da Intervenção Mínima e da
sobre tais princípios.
Fragmentariedade. Traição de casal não nos interessa, cada um
aguente seus chifres. (Obs: o adultério já foi considerado crime em
tempos passados aqui no Brasil).

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da intervenção da esfera penal. A exemplo disso tem-se a traição


de um casal, que deve ser suplantada por meio da esfera CIVIL,
VEJA COMO CAI EM PROVA! caso o marido e a mulher decidam vir a divorciar-se.
CESPE, TCE-RN, Inspetor, 2015 – Segundo o princípio da Porém, vale instar que, em decorrência da traição no
intervenção mínima, o Direito Penal somente deverá cuidar da matrimônio, o marido, por exemplo, se sinta altamente ferido e
proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social. magoado, vindo a puxar uma faca, acabando por matar a sua
Certo (X) Errado ( ) esposa e o amante, aí sim... a esfera Civil não consegue mais
suprir e nem solucionar tal conflito. Cabe agora a interferência da
Comentário: o Princípio da Intervenção Mínima tem como esfera penal, pois houve uma violação a determinado bem
principal função limitar o poder incriminador do Estado e jurídico de grande relevância, ou seja, a VIDA.
orientar a função punitiva deste. O Direito Penal deve agir na vida
De tal modo, tem-se que a FRAGMENTARIEDADE do Direito Penal
social e nos conflitos que dela decorrem apenas de forma
é uma característica decorrente do princípio da INTERVENÇÃO
mínima, quando realmente for essencial e indispensável. Assim,
MÍNIMA.
apenas condutas realmente prejudiciais para o bom convívio em
sociedade é que devem ser incriminadas. A questão erra ao afirmar que, mesmo o bem jurídico sendo
De tal princípio, decorrem a Fragmentariedade e o Caráter protegido por outras esferas, é recomendável e adequado que o
Direito Penal incrimine condutas que agridam tal bem.
Subsidiário do Direito Penal.
Entenda: se outras esferas já protegem tal bem jurídico, então
Veja que a questão narrou o conceito da FRAGMENTARIEDADE não há necessidade do Direito Penal protegê-lo também, pois o
afirmando ser Intervenção Mínima. Mesmo “invertendo” os Direito Penal somente deve ser utilizado quando as demais
conceito, a questão foi tratada como CERTA, tendo em vista o esferas forem ineficazes para solucionar o problema.
princípio da fragmentariedade ser um desdobramento da
Intervenção Mínima.

CESPE, TCE-PR, Auditor, 2016 (adaptada) - Conforme 02.4 PRINCÍPIO DA LESIVIDADE (OFENSIVIDADE)
o entendimento doutrinário dominante relativamente ao O princípio da ofensividade exige que a conduta
princípio da intervenção mínima, o direito penal somente deve criminalizada tenha APTIDÃO para ofender o bem jurídico que a
ser aplicado quando as demais esferas de controle não norma pretende proteger. Não se exige, em todos os casos, a
se revelarem eficazes para garantir a paz social. Decorrem de efetiva lesão, pois existem os chamados crimes de perigo, que são
tal princípio a fragmentariedade e o caráter subsidiário do aqueles em relação aos quais basta que o bem jurídico seja
direito penal. exposto a risco de dano para que o crime se configure (sem que
Certo (X) Errado ( ) haja violação ao princípio da ofensividade).
Em suma, o princípio da Ofensividade ou Lesividade é um
Comentário: o Princípio da Intervenção Mínima estabelece que a
orientador do poder incriminador do Estado, pois determina que
esfera penal é a “última ratio”, a última escolha, devendo ser
sejam incriminadas aquelas condutas que tenham a capacidade de
aplicada apenas nos conflitos que não podem ser solucionados
atingir (lesionar ou gerar perigo de lesão) determinado bem que
pelas demais esferas de controle social (esfera Civil e
se queira proteger (vida, propriedade, segurança, integridade
Administrativa). Assim o poder incriminador do estado deve ser
física, etc).
mínimo, incriminando apenas condutas que agridam os bens
sociais mais importantes. Exemplo: Marreiro com a intenção de matar Marquinhos, saca
uma arma e aperta o gatilho na direção deste. Porém, percebe que
De tal princípio, decorrem a Fragmentariedade e o Caráter se trata de uma arma de brinquedo, a qual não possui capacidade
Subsidiário do Direito Penal. sequer de lesionar marquinhos, tampouco tirar sua vida. Nesse
caso, Marreiro não deverá ser punido, pois sua conduta não é
CESPE, TCU, Auditor Federal de Controle Externo, 2015 - Em capaz de ofender/lesionar o bem protegido vida. A frente veremos
consequência da fragmentariedade do direito penal, ainda que que tal instituto é denominado de crime impossível, com base no
haja outras formas de sanção ou outros meios de controle social princípio da ofensividade.
para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização, pelo
direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será Mas o mais importante é entender que o Princípio da
adequada e recomendável. Ofensividade busca incriminar tanto as condutas que geram
lesão, como também as condutas que geram perigo de lesionar
Certo ( ) Errado (X) determinado bem protegido.

Comentário: o Princípio da Fragmentariedade determina que o


Direito Penal deve apenas se preocupar com os bens jurídicos
mais importantes, tais como a vida, a integridade física, a
segurança, etc. Caso as demais esferas de controle social
consigam solucionar determinado conflito, não há a necessidade

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ATENÇÃO! PRINCÍPIO DA ALTERIDADE

Dentro da Ofensividade ou Lesividade, tem-se o VEJA COMO CAI EM PROVA!


subprincípio da ALTERIDADE.
CESPE, TJ-PB, Juiz Substituo, 2015 (adaptada) - Depreende-se do
ALTERIDADE: A lesão ou o perigo de lesão devem ser direcionados princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível.
para bens de terceiros, pois, a autolesão (a pessoa própria se
lesionar ou lesionar seu próprio patrimônio), em regra, NÃO é Certo (X) Errado ( )
passível de punição.
Comentário: o princípio da Ofensividade ou da Lesividade
Exemplo: destruir o carro do vizinho, por inveja, é considerado determina que as condutas para serem criminalizadas devem
crime (crime de dano), portanto, conduta abrangida pelo princípio gerar LESÃO ou AMEAÇA DE LESÃO a determinado BEM DE
da ofensividade ou alteridade, pois que gera lesão a um bem de TERCEIRO que se queira proteger. Caso a conduta NÃO gere lesão,
terceiro. Agora, destruir o próprio veículo não é punível, pois, tampouco perigo de lesionar, não há motivos para criminalização
segundo o princípio da alteridade, a autolesão não gera crime, em da ação. Nesse segmento, NÃO se pune a AUTOLESÃO, via de
regra. Por que em regra?? Porque caso a destruição do próprio regra. Caso, a autolesão seja de cunho criminal para ganhar algum
veículo seja para acionar o seguro veicular e conseguir um carro benefício de seguro, então será criminalizada como fraude.
novo, é considerada como crime, uma fraude.
Note que a questão afirmou princípio da LESIVIDADE e narrou o
Entretanto, precisamos salientar a VISÃO DE PROVA e
conceito do princípio da Alteridade, considerando-a com o
como devemos responder. O princípio da ALTERIDADE é
gabarito CORRETO. Isso ocorre pois o princípio da ALTERIDADE
considerado um subprincípio da OFENSIVIDADE, portanto, em
encontra-se dentro da lesividade/ofensividade.
algumas questões os seus conceitos podem se confundir.
Por vezes a questão pode trazer a definição acima e CESPE, TRE-MT, Analista Judiciário, 2015 (adaptada) - Dada a
afirmar que se trata do Princípio da Ofensividade (Lesividade), ampla margem de escolha atribuída ao legislador no que se refere
como também, poderá afirmar que se trata do Princípio da à tipificação dos crimes e cominações de pena, é-lhe permitido
Alteridade. Em ambos os casos, a questão estará correta. tipificar crimes de perigo abstrato e criminalizar atitudes internas
das pessoas, como orientações sexuais.
Obs.: A lesão ou perigo de lesão é denominado de resultado
Certo ( ) Errado (X)
JURÍDICO. Nesse ponto, toda conduta criminosa gera o resultado
jurídico – lesão ou ameaça de lesão. Comentário: o princípio da ofensividade ou lesividade, funciona
como controle da política criminal, evitando a criminalização de
Não obstante, deve-se salientar a importância de tal
condutas internas (pensamentos), bem como, condutas que
princípio (ofensividade ou lesividade), que funcionada como
atentem apenas contra a moral (orientação sexual, por exemplo).
CONTROLE jurisdicional e como CONTROLE da política-criminal. O
Logo, questão errada, pois o legislador não possui ampla margem
juiz deve observar tal princípio ao analisar o caso, assim como, o
de escolha ao criar crimes, na verdade, seu poder incriminador é
legislativo deve observar a lesividade da conduta ao criar crimes.
bastante controlado por inúmeros princípios bases do Direito
Como controle da política criminal, tal princípio evita Penal.
que o Estado incrimine condutas que atentem apenas
contra a moral social, mas que não ofendam ou gere CESPE, TJ-RR, Titular de Serviços de Nota, 2013 (adaptada) -
perigo de ofender determinado bem; do mesmo modo, Decorre do princípio da ofensividade a vedação ao legislador de
é vedado o Estado criminalizar condutas internas criminalizar condutas que causem potencial lesão a bem jurídico
(pensamentos – pensar cometer um crime não é crime). relevante.
Exemplo: algumas condutas, principalmente de cunho Certo ( ) Errado (X)
sexual, são consideradas imorais em sociedades cristãs,
como, por exemplo: sexo fora do casamento (traição), Comentário: o princípio da Ofensividade determina que as
sexo homossexual, dar um “cotoco”, etc. Tais condutas, condutas a serem criminalizadas devem ser capazes de gerar
por mais que sejam consideradas imorais, não LESÃO ou PERIGO DE LESÃO (resultado Jurídico). Nesse ponto,
OFENDEM ou geram PERIGO DE OFENDER a nota-se o erro da questão quando ela afirma que o princípio da
determinado bem jurídico. Nesse segmento, apenas por Ofensividade VEDA a criminalização de condutas que causem
conceitos morais, levando em conta o princípio da potencial lesão (perigo de lesão).
Ofensividade ou Lesividade, o Estado NÃO pode
O princípio da Lesividade determina o contrário, que tais condutas
incriminar tais condutas.
que gerem potencial lesão sejam criminalizadas.

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02.5 PRINCÍPIO DA EXCLUSIVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS Caso em questões futuras a FGV venha cobrar entendimento
contrário, tal questão poderá servir como fundamentação de
O princípio da exclusiva proteção do bem jurídico veda recurso para solicitar alteração de gabarito ou anulação de
ao Direito Penal a preocupação com as intenções e pensamentos questões.
das pessoas, do seu modo de viver ou de pensar, ou, ainda, de suas
condutas internas, enquanto não exteriorizada a atividade delitiva. ACAFE, Agente de Polícia, PC/SC, 2014 (adaptada) - O princípio da
O Direito Penal se destina à tutela de bens jurídicos lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que não exceda
IMPORTANTES, não podendo ser utilizado para resguardar o âmbito do próprio autor.
questões de ordem moral, ética, ideológica, religiosa, política ou CERTO (X) ERRADO ( )
semelhantes.
Comentário: A questão basicamente abordou o conceito do
Nesse segmento, tal princípio veda a incriminação de: princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos, entretanto,
afirmou se tratar do princípio da Lesividade.
• CONDUTAS INTERNAS;
• CONDUTAS QUE AFETEM QUESTÕES: Gabarito Correto. Mais uma questão que confunde os conceitos
- MORAIS, ÉTICAS, IDEOLÓGICAS, entre ambos os princípios.
RELIGIOSA, POLÍTICA, dentre outras.
FCC, DPE/RS, Analista Processual, 2013 - O princípio segundo o
“Mas professor, o princípio da Lesividade também num trabalha
qual, “desde logo, as incriminações não podem pretender a
isso? Vedando a incriminação de condutas internas ou condutas
proteção de meros valores éticos e morais, nem a sanção de
que atentem apenas com aspectos morais?”
condutas socialmente inócuas” recebe na doutrina a denominação
Exato!! Em suma, os dois princípios trabalham o mesmo de Princípio da
segmento e as questões de concursos públicos podem vir nessa
A) taxatividade.
vertente. Terão questões narrando tal conceito e afirmando ser
em virtude do princípio da lesividade, ao passo que terão outras B) igualdade.
questões afirmando ser o princípio da exclusiva proteção dos bens
jurídicos. C) legalidade.

ATENÇÃO! Entretanto, não é concreto o posicionamento D) anterioridade da lei penal.


doutrinário acerca de tal princípio. Alguns doutrinadores
E) exclusiva proteção de bens jurídicos.
consideram que não há diferença entre tais princípios (Lesividade
e Proteção Exclusiva), onde tais conceitos se confundem. Comentário: Gag. Letra E. Questão tranquila, abordando
exatamente o conceito do princípio da Exclusiva Proteção dos Bens
Já outros doutrinadores entendem que tais princípios são distintos
Jurídicos.
e não se confundem.
O direito penal não pode incriminar condutas que invistam tão
Diante disso, como resolver em prova? O entendimento da banca
somente contra valores morais, éticos, ideológicos, internos
pode variar de acordo com a doutrina escolhida, fazendo com o
(pensamentos), etc.
que o candidato fique à mercê da “sorte” de seguir o mesmo
entendimento doutrinário do examinador da banca. Agora a questão ficaria pesada se em alguma das alternativas
também viesse o “princípio da Lesividade”. Entretanto, caso isso
Mas, para criar determinado respaldo, com base em questões
aconteça, vá pela especialidade do princípio, ou seja, marque
passadas, podemos definir algumas diretrizes para seguir a
EXCLUISVA PROTEÇÃO DOS BENS JURÍDICOS.
depender da banca examinadora.

02.6 PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL


VEJA COMO CAI EM PROVA!
Por vezes algumas condutas que são na lei consideradas
FGV, DPE-RJ, 2021 (adaptada) - O princípio da lesividade ou da como crime (TIPICIDADE FORMAL), são amplamente aceitas pela
exclusiva proteção de bens jurídicos impede que a lei consagre sociedade, devido ao contexto histórico, cultural e aos costumes.
como crime fato que não acarrete lesão ou perigo de lesão a bem Em tais situações, tais condutas não são repreendidas, por vistas
jurídico de terceiro. ao princípio da Adequação Social.
CERTO (X) ERRADO ( ) Um exemplo de conduta aceita pela sociedade, que, em
tese, constitui infração é o ato de furar a orelhinha da bebê quando
Comentário: A assertiva foi considerada como correta, razão pela
nascida (lesão corporal).
qual podemos levar o entendimento de que para a FGV os
conceitos dos princípios da Lesividade (Ofensividade) e Proteção E a venda de DVD’s e CD’s piratas, como é
Exclusiva dos Bens Jurídicos podem se confundir. costumeiramente visto nas ruas das grandes cidades? Apesar de
ser uma prática constante e aparentemente normal na sociedade,

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a venda de produtos piratas constitui crime, tendo o STJ já se o examinador abusar de seu bom coração “vendedores
posicionado no sentido de que o princípio da adequação social ambulantes que não possuam outra renda...”, isso é papo para
NÃO se aplica nesse caso. pegar aluno bizonho coração mole.
Nesse sentido tem-se o enunciado de Súmula 502 do
CEBRASPE, Polícia Federal, Perito Criminal, 2018 - A fim de
Superior Tribunal de Justiça: "Presentes a materialidade e a
garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs
autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no art. 184,
piratas para posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto
§ 2º, do CP, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas”.
expunha os produtos para venda em determinada praça pública
ATENÇÃO! Tal entendimento jurisprudencial é de mega de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que
importância, pois ele aborda dois tópicos de direito penal apreenderam a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a
presentes nos editais de carreiras policiais. delegacia.

Como assim, professor? Tal assunto pode ser abordado no tópico O princípio da adequação social se aplica à conduta de Pedro, de
“Princípios Básicos”, ao tratar do princípio da adequação social, modo que se revoga o tipo penal incriminador em razão de se
como também, poderá ser abordado no tópico “Crimes contra a tratar de comportamento socialmente aceito.
Propriedade Imaterial”, abordando acerca do crime de violação do CERTO ( ) ERRADO (X)
direito autoral (art. 184, CP).
Comentário: Mais uma questão querendo pegar concurseiro
Outro ponto importante a gravar é que o Princípio da bizonho de coração mole.
Adequação Social gera a chamada ATIPICIDADE MATERIAL
(FORMAL) da conduta, instituto que será estudado em tópico Grave que: NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
futuro. Grave, o princípio da Adequação Social NÃO gera NO CASO DE VENDA DE CD’s e DVS’s PIRATAS (Súmula nº 502 STJ).
atipicidade formal, portanto, NÃO REVOGA lei penal.
CEBRASPE, TJ/PI, Titular de Serviços de Notas, 2013 - Admitido o
Obs.: em tópicos futuros explicaremos melhor sobre TIPICIDADE princípio da adequação social, será reconhecida causa de exclusão
(Formal e Material). supralegal de
Nesse momento, apenas grave que o Princípio da Adequação A) antijuridicidade.
Social exclui a Tipicidade MATERIAl. Tal exclusão é denominada
de ATIPICIDADE MATERIAL. B) imputabilidade.
C) tipicidade.
Caso a questão venha afirmando que tal princípio exclui a
tipicidade formal, marque a assertiva como errado. D) culpabilidade.
E) punibilidade.
Obs2: Como o princípio da Adequação Social exclui uma das
modalidades de tipicidade (material), tal princípio possui a Comentário: Gab. letra C.
natureza jurídica de CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DE
Como mencionado, o princípio da Adequação Social exclui uma das
TIPICIDADE. modalidades de tipicidade – denominada de TIPICIDADE
Por que supralegal? Porque é um causa de exclusão não prevista MATERIAL.
em lei, mas sim, em um princípio. Se uma das modalidades tipicidade (Formal ou Material) forem
Fique calmo, que em tópicos futuros isso será estudado. Mas, caso excluídas, não há do que se falar em TIPICIDADE, logo, o crime será
alguma assertiva venha afirmando tal entendimento, marque excluído.
como CORRETO. Nesse segmento, o princípio da Adequação Social constitui uma
causa SUPRALEGAL de EXCLUSÃO DE TIPICIDADE.
Por que supralegal? Porque é uma exclusão não prevista em lei,
VEJA COMO CAI EM PROVA! mas sim, por força de um princípio.
Cespe, TRE-RJ, Analista Judiciário, 2012 - A venda de cópias não
autorizadas de CDs e DVDs — cópias piratas — por vendedores VUNESP, TJ/RO, Juiz Substituto, 2019 (adaptada) - o princípio da
ambulantes que não possuam outra renda além da advinda dessa adequação social implica revogação da norma penal que estiver
atividade, apesar de ser conduta tipificada, não possui, segundo a em desacordo à ordem social estabelecida.
jurisprudência do STJ, tipicidade material, aplicando-se ao caso o
CERTO ( ) ERRADO (X)
princípio da adequação social.
Comentário: O princípio da Adequação Social não gera revogação
Certo ( ) Errado (X) de lei (atipicidade formal), mas sim, a exclusão da TIPICIDADE
MATERIAL, ou seja, gera Atipicidade Material.
Comentário: O STJ é firme no sentido da NÃO aplicação do
princípio da Adequação Social a conduta de venda de CDs e DVDs
piratas. O teor da súmula 502 determina que presentes a autoria
e a materialidade do delito restam configurado o crime. Não deixe

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
OPERAÇÃO RECLUSÃO
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02.7 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE

As penas devem ser aplicadas de maneira proporcional VEJA COMO CAI EM PROVA!
à gravidade do fato. Assim, infrações mais leves merecem penas
mais leves e as penas mais severas serão aplicadas a condutas mais FCC, MPE/SE, Técnico Administrativo, 2013 - Conta-se que o rei
graves. grego Drácon, na Antiguidade, exatamente por não dispor de nada
ainda mais grave, mandava punir indistintamente todos os
Diante disso, o princípio da proporcionalidade possui criminosos com a pena de morte. Daí, portanto, o adjetivo
duas finalidades: draconiano a um direito penal assim severo. À vista disso, já com
o repertório da modernidade penal, poderíamos criticar Drácon
• EVITAR O EXCESSO NA APLICAÇÃO NA PENA; por não observar a ideia de
• APLICAR UMA PENA CONDIZENTE COM A
GRAVIDADE, ou seja, evitar a proteção A) legalidade.
insuficiente (deficiente) de um bem jurídico. B) proporcionalidade.
C) fragmentariedade.
Ex.: ao passo que um furto não D) irretroatividade.
merece ser punido com uma pena de 30 anos E) pessoalidade.
(excesso), um homicídio ou estupro também
não poderão ser punidos com uma pena de 02 Comentário: Gag. Letra B. Se analisar a situação hipotética do
ou 04 anos (proteção insuficiente). enunciado da questão, o rei Grego Drácon aplicava para todos a
pena de morte, indistintamente e sem analisar cada caso e cada
Obs.: é importante ressaltar que o princípio da Proporcionalidade situação.
Penal não se encontra expresso no texto constitucional, mas sim,
Ou seja, se um indivíduo furtasse uma ovelha, seria puni com a
de forma IMPLÍCITA.
morte. Se um indivíduo matasse outro, seria punido com a morte
O princípio da proporcionalidade é um dos também.
principais limitadores do poder punitivo estatal, tendo Nesse segmento, o princípio da PROPORCIONALIDADE estaria
como DESTINATÁRIOS as seguintes esferas: sendo violado.

• LEGISLATIVO (Proporcionalidade INFRAÇÕES LEVES = PENAS MENOS GRAVES


Abstrata): o legislador deve ser
INFRAÇÕES GRAVES = PENAS MAIS SEVERAS.
proporcional ao incriminar as condutas e,
mais ainda, proporcional ao definir qual
pena será aplicada caso a conduta
criminosa seja praticada. FCC, TRF-3, Analista Judiciário, 2014 – Dentre as ideias
estruturantes ou princípios abaixo, todos especialmente
• JUDICIÁRIO (Proporcionalidade importantes ao direito penal brasileiro, NÃO tem expressa e literal
Concreta): o juiz da ação penal, o qual irá disposição constitucional o da
julgar o cometimento de determinado A) legalidade.
crime, deverá avaliar inúmeros critérios B) proporcionalidade.
antes de aplicar a pena, para que, na hora C) individualização.
de aplicar, seja o mais proporcional D) pessoalidade.
possível, ou seja, JUSTO. E) dignidade humana.

COMENTÁRIO: Gab. letra B.


• EXECUÇÃO PENAL (Proporcionalidade
Executória): os órgãos da execução penal, Dentre os princípios elencados nas alternativas, o único que não
ou seja, aqueles que irão aplicar a pena está expresso no texto constitucional é o princípio da
definida pelo Juiz, também deverão Proporcionalidade.
proporcionais na aplicação e se atentarem
para todos os princípios que estamos
estudando, principalmente em relação às
penas que são proibidas e vedadas.

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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02.8 PRINCÍPIO DA HUMANIDADE ou LIMITAÇÃO DAS PENAS Comentário: o princípio da Humanidade em nada tem a ver com o
conceito descrito na alternativa.
O princípio da Humanidade tem fundamento
constitucional, estando previsto no art. 5º, inciso XLVII, VEDANDO Tal princípio veda a aplicação de algumas penas, tais como: pena
a aplicação de determinados tipos de pena. de morte, cruéis, banimento, trabalhos forçados, dentre outras.

“Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas: Não é vedada a aplicação de algemas durante audiências.
Inclusive, se for um preso de alta periculosidade é recomendável
a) –e morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. o uso de algemas para a própria segurança do condenado.
84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
02.9 PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
d) de banimento;
e) cruéis;” De acordo com tal princípio, surge a chamada
RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA.
Vale instar que tal princípio, por estar expresso no art. 5º
do texto constitucional, também é considerado um Direito • RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA: o indivíduo
Fundamental, classificado como um direito individual e coletivo. somente poderá ser punido pelo fato que cometeu e de
acordo com as suas intenções.
Além disso, o princípio da humanidade também tem
uma amplitude maior, determinando que a aplicação da pena
As intenções poderão ser na forma DOLOSA ou
assegure a integridade física e moral dos condenados.
CULPOSA. Portanto, de acordo com o princípio
“CF, Art. 5º, XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade da culpabilidade é exigido que para punir
física e moral;” alguém, o indivíduo tenha agido com DOLO ou
CULPA.

ATENÇÃO! O princípio da Culpabilidade refere-se ao FATO e não


VEJA COMO CAI EM PROVA! ao autor.
FCC, DPE/MA, Defensor Público, 2015 - A proscrição de penas–
cruéis e infamantes, a proibição de tortura e maus-tratos nos ATENÇÃO2! Cuidado com questões que afirmam que o princípio da
interrogatórios policiais e a obrigação imposta ao Estado de dotar culpabilidade adota a Responsabilidade Penal Objetiva – QUESTÃO
sua infraestrutura carcerária de meios e recursos que impeçam a ERRADA.
degradação e a dessocialização dos condenados são
desdobramentos do princípio da A responsabilidade penal adotada foi a SUBJETIVA.

A) proporcionalidade.
B) intervenção mínima do Estado.
C) fragmentariedade do Direito Penal. 02.10 PRINCÍPIO DA INSTRANSCEDÊNCIA DA PENA,
D) humanidade. PESSOALIDADE ou PERSONIFICAÇÃO DA PENA
E) adequação social. Outro princípio com embasamento constitucional,
Comentário: Gab. letra D. expresso no art. 5º, inciso XLV, ou seja, também trata-se de um
Direito Fundamental, classificado como direito individual e
“Proscrição” significa banir, proibir, vedar. Nesse sentido, o coletivo.
princípio da HUMANIDADE veda a aplicação de determinadas
penas, dentre elas penas cruéis, o que inclui a tortura e maus- “CF: Art. 5º (...) XLV - nenhuma pena passará da pessoa do
tratos. condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
Entretanto, tal princípio possui uma amplitude maior, pois sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
também determina que haja uma aplicação carcerária que patrimônio transferido;”
respeite a integridade física dos condenados e promovam a sua
dignidade e ressocialização. Tal princípio traz a regra de que a PUNIÇÃO (pena) deve
ser aplicada somente para quem praticou o fato criminoso. Sendo
VUNESP, TJ/RO, Juiz Substituto, 2019 (adaptada) - assim, a punição NÃO PODE TRANSCEDER (intranscedência) a
pessoa que praticou o fato – não pode ser transferida para
o princípio da humanidade das penas veda que o réu permaneça terceiro.
algemado durante audiência de instrução e julgamento, bem
como que o condenado cumpra pena em estabelecimento “(...) nenhuma pena passará da pessoa do condenado (...)”
prisional em localidade distante da família.
Entretanto, há uma ressalva nesse princípio, no que
CERTO ( ) ERRADO (X) tange a reparação do dano e o chamado perdimento de bens.

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Nesse caso, se uma infração penal gerar a obrigação de reparar o Tal princípio determina que a aplicação de pena deve ser
dano, esta obrigação poderá ser repassada aos SUCESSORES de INDIVIDUALIZADA, levando em consideração cada caso e cada
quem praticou o ato, bem como, a decretação do perdimento de sujeito.
bens.
Isso evidencia-se quando a Constituição Federal
Mas, há um limite para esse repasse de obrigação? A determina que a pena deve ser cumprida em estabelecimentos
reparação do dano e o perdimento de bens está LIMITADO ao valor DISTINTOS, levando em consideração os seguintes aspectos:
da herança deixado.
• Natureza do delito;
Ex.: João praticou crime sujeito à pena 10 anos de reclusão, bem • Idade do apenado; e
como, foi obrigado a reparar o dano causa à vítima, na importância • sexo do apenado.
de R$ 100.000,00. João, já tendo cumprido 05 anos de sua pena,
bem como, restituído R$ 30.000,00 para a vítima, veio a falecer.

Nessa situação hipotética, os sucessores de João NÃO serão


punidos pelo tempo de pena faltante, pois a pena é
INSTRANSFERÍVEL (intranscedente). “Logo, os 05 anos restantes
ficam para conta do Papa!”

Entretanto, em relação ao valor restante da obrigação de reparar


o dano, será sim transferido para os sucessores, mas somente até
o limite de herança.

Como assim? Ainda restam R$ 70.000,00 de reparação de dano.


Imagine que João tenha deixado R$ 50.000,00 de herança. Esses
50 mil serão destinados para a pagar a obrigação de reparar o
dano.

“Mas professor, ainda restarão R$ 20 mil para quitar a dívida.


Como que fica?”

Esse valor também fica para a conta do Papa, pois, a


obrigação de reparar o dando e decretação do perdimento de bens
somente será aplicada até o limite da herança.

02.11 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

Esse princípio também possui fundamento


constitucional, estando expresso no art. 5º, inciso XLVI e XLVIII,
transcritos a seguir:

“CF. Art. 5º (...) XLVI - a lei regulará a individualização da pena e


adotará, entre

outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

(...)

XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de


acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;”

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, RESERVA LEGAL, Não obstante, é importante ressaltar que a criação de
ANTERIORIEDADE e TAXATIVIDADE um crime é baseada em duas estruturas:

INTRODUÇÃO > Preceito Primário – conduta a ser incriminada; (Ex:


Matar alguém – homicídio)
“art. 1º, CP. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não
> Preceito Secundário – pena aplicada, caso a conduta
há pena sem prévia cominação legal.” seja praticada. (Ex: reclusão de 06 a 20 anos)

O art. 1º do Código Penal traz insculpido em seu Assim, tem-se que o princípio da legalidade também
texto alguns princípios bases do Direito Penal. São eles: funciona como limitador ao processo legislativo, tendo em vista
que determina a incriminação de condutas PRECISAS e DIRETAS.
➔ Princípio da Legalidade; É vedado ao legislador criar crimes com condutas VAGAS,
➔ Princípio da Reserva Legal; INCERTAS ou IMPRECISAS.
➔ Princípio da Taxatividade
➔ Princípio da Anterioridade.
02.13 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE

Uma das funções do princípio da Legalidade


02.12 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE refere-se à proibição de se realizar incriminações vagas e
indeterminadas, visto que, no preceito primário (conduta)
É um princípio em sentido amplo (lato sensu), pois,
segundo o que se preceitua, é que somente poderá vir a ser criado
do tipo penal incriminador, é obrigatória a existência de
um crime e definida uma pena mediante LEI. uma conduta precisa, certa e direta.

Entretanto, o nosso ordenamento jurídico prevê diversas Sendo assim, a lei penal incriminadora deve ser
espécies normativas, tais como: leis ordinárias, complementares, Certa e Determinada, não podendo abranger em seu
delegadas, medidas provisórias, decretos, etc. Logo, por qual conteúdo conceitos genéricos e imprecisos. Portanto,
instrumento normativo deve-se um crime ser criado?? qualquer conduta editada de forma vaga ou imprecisa deve
ser considerada sem valor jurídico. Esta determinação
Por meio do Princípio da Legalidade, toda lei em Sentido
Formal poderá definir uma conduta sendo considerada crime, em advém do Princípio da Taxatividade, do qual é um
que caso seja cometida, a ela ser-lhe-á aplicada uma pena. desdobramento da Legalidade.

Tudo bem, mas o que seria Lei em Sentido Formal?? Vejamos a Logo, caso venha em prova afirmando que o
seguir: princípio da Legalidade ou o princípio da Taxatividade
limitam o poder incriminador do Estado, de modo a evitar a
Lei Formal Vs Lei Material
incriminação de condutas vagas e imprecisas, estará
O nosso ordenamento jurídico brasileiro prevê diversas espécies correto.
normativas, das quais podem ser divididas em:
Exemplo: o código de defesa do consumidor em sua
Leis Formais – são aquelas espécies normativas produzidas pelo redação há a presença de dispositivos legais que incriminam
Poder Legislativo, cuja produção e elaboração emana e é de condutas das quais prejudiquem a relação de consumo ou
competência originária do próprio legislativo. Elas representam
os direitos do consumidor.
também, de certa forma, um fruto das decisões do povo, haja vista
serem elaboradas, discutidas e produzidas pelos representantes Entretanto, houve um dispositivo do qual foi vetado,
do povo (parlamentares). justamente por ser vago e impreciso, violando assim, o
Existem três espécies de Leis Formais – Leis Ordinárias, Leis princípio da legalidade. Segue a redação do referido
Complementares e Leis Delegadas. dispositivo criminal vetado: “Colocar no mercado, fornecer
ou expor para fornecimento produtos ou serviços
Leis Materiais – são aquelas que não são frutos do poder
impróprios. Pena – detenção, de 6 meses a 2 anos e multa.”
legislativo por excelência, mas que, de certa forma, possui poder
cogente e coercitivo, devendo serem respeitadas pelos usuários Mas, o que seria um produto ou serviço impróprio? A lei não
das quais são destinadas. Exemplos de leis materiais – Decretos, trouxe tal definição e também não houve outro dispositivo
Medidas Provisórias, Portarias, etc.
legal que definisse tal conceito. Logo, ocorre uma conduta
Dessa forma, por meio do Princípio da Legalidade, sendo incriminada de forma genérica, vaga e imprecisa, não
apenas Lei Formal (Ordinária, Complementar e Delegada) é que possuindo, portanto, valor jurídico algum.
poderá tratar de matéria criminal, criando CRIMES e definindo
PENAS.

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02.14 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL normas explicativas poderão sim ser tratadas por meio de
Medida Provisória ou Decretos.
É um desdobramento do princípio da legalidade e
surge com o intuito de restringi-lo, por isso o princípio da Exemplo de Norma Penal Explicativa – “Art. 327 -
Reserva Legal é considerado um princípio em sentido Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
estrito (Stricto Sensu). quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.” (apenas explica
Se por um lado o princípio da legalidade
o termo “funcionário público” para fins penais).
determinada que toda lei formal poderá tratar de matéria
criminal, por outro lado, surge o princípio da reserva legal e A despeito de Normas Penais Beneficiadoras, estas
delimita este conceito, determinando que somente Lei também poderão ser tratadas em Medidas Provisórias e
Formal ESTRITA, ou seja, Lei Ordinária, poderá criar crimes Decretos, como é o caso do Abolitio Criminis, instituto
e cominar penas. jurídico penal que será estudado em tópicos futuros.
Obs: de forma excepcional, Lei Complementar também
pode tratar de matéria criminal. Não há nenhum óbice no 02.15 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
processo legislativo para que uma lei complementar venha
a criar um crime ou definir uma pena. Uma conduta só será considerada como crime,
caso haja uma lei anterior a ela, definindo-a como tal. De
Síntese: O princípio da legalidade é amplo e define que igual forma, uma pessoa só poderá receber uma sanção
apenas Lei Formal (Ordinária, Complementar e Delegada) penal caso haja previsão legal da pena.
é que poderá tratar de matéria criminal, criando crimes e
definindo penas. Exemplo: imagine que Augustinho Taxista tenha traído a
sua esposa na data 10/05/2020. Digamos também que, na
Já o princípio da reserva legal é mais estrito, data 15/05/2020 (05 dias depois de ocorrido o ato), o poder
delimitando a abrangência da legalidade, determinando legislativo tenha aprovado uma lei ordinária da qual
que somente por meio de Lei Formal Estrita (Ordinária e considera o adultério como crime.
Complementar) é que poderá vir a ser criado um crime e
definida uma pena. Nesse caso, Augustinho poderá ser responsabilizado por
sua conduta?? A resposta é NÃO, pois a incriminação da
Obs2: leis em sentido MATERIAL não poderão tratar de conduta ocorreu após Augustinho ter praticado o ato e,
matéria criminal. Assim, um crime não pode ser criado nem segundo o princípio da anterioridade, o indivíduo apenas
uma pena definida por meio de uma Medida Provisória, um poderá ser responsabilizado caso anterior a sua conduta
Decreto ou uma Portaria, por exemplo. haja uma lei que a incrimine.
Anote: Medidas Provisórias ou Decretos NÃO PODEM
CRIAR CRIMES OU DEFINIR PENAS.

VEJA COMO CAI EM PROVA!


Obs3: entretanto, tais espécies normativas (Medida
Provisória e Decretos) poderão versar sobre Conteúdo CESPE, PRF, Policial Rodoviário, 2019 - O art. 1.º do Código
Penal, como no caso de normas penais explicativas e Penal brasileiro dispõe que “não há crime sem lei anterior
aquelas normas que visem beneficiar o réu (abolitio que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
criminis, por exemplo).
Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios
Como assim? Conteúdo Criminal é aquele que trata da e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item
criação de crimes e definição de penas. Esse conteúdo não que se segue.
poderá ser tratado em normas de sentido material (Medias
Provisórias e Decretos). O presidente da República, em caso de extrema relevância
e urgência, pode editar medida provisória para agravar a
Entretanto, ao se falar “Conteúdo Penal” é mais pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena
abrangente, pois envolve outras normas que não versam agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo
apenas por incriminar uma conduta. Em alguns casos, Congresso Nacional.
veremos normas previstas no próprio código penal que
possuem apenas a finalidade de explicar algum termo – tal CERTO ( ) ERRADO (X)
norma é denomina de norma penal explicativa – estas Comentário: É típico a banca examinadora querer criar
várias exceções. Você não é bisonho, você é esperto e tá

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ligado que, por força do princípio da Legalidade e Reserva VUNESP, PC-BA, Investigador, 2018 (adaptada) -
Legal, a criação de CRIMES e a definição de PENAS, Desdobramento do princípio da legalidade é o da
somente se dará mediante LEI, lei em sentido FORMAL taxatividade, que impede a edição de tipos penais genéricos
(ordinária ou complementar). e indeterminados.

Leis em sentido material, como decretos ou medidas CERTO (X) ERRADO ( )


provisórias, JAMAIS poderão criar crimes ou definir penas,
Comentário: O princípio da Taxatividade é um
pouco importando ser caráter de urgência ou mediante
desdobramento do princípio da Legalidade, onde
aprovação do congresso nacional.
determina que as condutas ilícitas ao serem incriminadas
APENAS LEI FORMAL CRIA CRIMES E DEFINE PENAS. devem serem DIRETAS, CONCRETAS e PRECISAS.

Veda-se, portanto, a criação de tipos penais genéricos,


CESPE, PC-SE, Delegado de Polícia, 2019 - Em razão do
abstratos e indeterminados.
princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como
crime deve ser feita por meio de lei em sentido material,
CESPE, PGE-ES, Procurador do Estado, 2008 - Quando do
não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal.
envio do Código de Defesa do Consumidor à sanção
CERTO ( ) ERRADO (X) presidencial, um de seus dispositivos foi vetado em sua
integralidade, sendo esta a sua redação original: “Colocar
Comentário: mesmo segmento e abordagem da questão
no mercado, fornecer ou expor para fornecimento produtos
anterior. O princípio da legalidade preconiza que somente
ou serviços impróprios. Pena – detenção, de 6 meses a 2
LEI EM SENTIDO FORMAL poderá criar crimes ou definir
anos e multa.” Com base nos princípios que norteiam o
penas. Leis em sentido material (decretos, medidas
direito penal, é correto afirmar que a razão invocada no
provisórias, etc), não tratam de material criminal.
veto foi a inobservância do princípio da legalidade.
A questão inverteu o conceito, portanto, ERRADA.
CERTO (X) ERRADO ( )

CESPE, Câmara dos Deputados, Analista Legislativo, 2014 - Comentário: O princípio da Legalidade, por meio de um de
O princípio da reserva legal aplica-se, de forma absoluta, às seus desdobramentos, que é o Princípio da
normas penais incriminadoras, excluindo-se de sua TAXATIVIDADE, determina que, a criação de tipos penais
incidência as normas penais não incriminadoras. (condutas ilícitas) seja DIRETA, CONCRETA, PRECISA e
OBJETIVA.
CERTO (X) ERRADO ( )
No caso exposto na questão, o crime intitulado pelo código
Comentário: Existem normas penais INCRIMINADORAS e
do consumidor previa condutas genéricas “produtos ou
normas penais NÃO INCRIMINADORAS. O princípio da
serviços impróprios”, ofendendo assim o princípio da
Legalidade e da Reserva Legal aplicam-se de forma Taxatividade e, por conseguinte, o princípio da Legalidade.
absoluta às normas penais incriminadoras, aquelas que
possuem a finalidade específicas de criar crimes e definir
penas. Sendo assim, somente Lei Formal poderá criar
ANALOGIA, INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
crimes e cominar penas.
Abaixo farei alguns apontamentos de institutos
Por outro lado, tem-se as normas penais NÃO
incriminadoras, aquelas que versam sobre conteúdo que estão correlacionados com os princípios acima,
portanto, poderão ser objeto de questionamento quando a
penal, mas que não possuem a finalidade criar crimes ou
banca examinadora os abordar. Falaremos de ANALOGIA,
definir penas. A exemplo são as normas penais
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA e NORMA PENAL EM
EXPLICATIVAS, que possuem como finalidade interpretar e
BRANCO.
explicar determinado termo. Às normas penais não
incriminadoras NÃO se aplica o princípio da legalidade ou >> ANALOGIA
reserva legal, onde, nesse segmento, poderão ser editadas
tanto por leis formais (lei ordinário e complementar), Analogia representa aplicar a uma hipótese que
como também por leis materiais (decretos, medidas não foi regulada por lei, a legislação de um caso parecido.
provisórias, etc).
Imagine um caso específico, em que ocorra uma
situação da qual não está regulamentada pela lei, ou seja,
há uma lacuna legislativa. Nesse caso, para que essa

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situação não fique sem resposta, o Juiz poderá aplicar uma >> INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
regulamentação de uma situação que seja semelhante. Essa
técnica denomina-se ANALOGIA. Ambos os institutos são comumente cobrados nas
provas de concursos públicos, pois são termos parecidos,
O instituto da analogia pode ser classificado em duas podendo levar o candidato a erro na hora da prova ou
espécies: confusão ao ler uma questão de forma rápida. E o que
acontece? Os examinadores ao elaborarem questões
➔ In Malam Partem – analogia que prejudica a condição
sabem dessa hipótese e por isso vivem elaborando questões
do réu. Não é permitida no Brasil.
que trocam a definição dos dois termos.
➔ In Bonam Partem – analogia que beneficia a condição
do réu. É permitida no Brasil. Logo, em primeiro ponto, deve-se ter em mente:
ANALOGIA é diferente de INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA.
EXEMPLO: no código penal há um dispositivo relacionado
aos crimes contra o patrimônio, praticados sem violência ou ➔ Interpretação Analógica: é um instrumento de
grave ameaça, como é o caso do furto, em que considera interpretação legal, ou seja, é um mecanismo que o
ISENTO DE PENA o a gente que comete o crime em prejuízo julgador (juiz) utiliza para interpretar o sentido e a
do CÔNJUGE. ampliação de determinado dispositivo legal.
Basicamente tem-se a conduta do agente sendo
Logo, caso o indivíduo “furte” o carro de seu cônjuge, será
analisada com o intuito de verificar se esta enquadra-se
isento de pena.
em certo tipo penal ou não.
Entretanto, a lei traz apenas o termo “cônjuge”, aquele
Exemplo: “art. 121, § 2º, III. Considera-se homicídio
casado civilmente no papel. Assim, como fica a situação do
qualificado quando o agente pratica o crime com emprego
“companheiro”, aquele que está em união estável?? Nesse
de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
caso, há uma lacuna legislativa, que não foi regulamentada.
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.”
Dessa forma, para beneficiar o réu (companheiro em união
O legislador ao definir uma das modalidades de homicídio
estável), o Juiz aplica a legislação aplicada ao “cônjuge”, por
qualificado traz alguns exemplos de objetos e modos
meio da Analogia In Bonam Partem.
utilizados no crime que o farão ser mais cruel e, por isso,
Obs: é importante frisar que, o princípio da Legalidade recebendo uma pena maior (qualificadora). Tais exemplos
funciona como limitador da aplicação da lei penal, de modo são: veneno, fogo, explosivo, asfixia e tortura.
que impede/proíbe o uso da Analogia In Malam Partem,
Entretanto, são apenas exemplos, pois o texto legal termina
mas permite a aplicação da Analogia In Bonam Partem
de forma genérica “...ou outro meio insidioso ou cruel, ou
(para beneficiar o réu).
de que possa resultar perigo comum.” Logo, além dos
Obs²: Analogia é diferente de “inovação penal”, de modo exemplos citados no dispositivo legal, poderá haver outros
que, é VEDADO ao juiz realizar combinação de penas para meios e modos que irão qualificar o crime de homicídio,
beneficiar o réu. (Entendimento Jurisprudencial devido a sua crueldade.
Majoritário)
Imagine que um indivíduo sádico mate a sua esposa
ATENÇÃO! O instituto da ANALOGIA compreende uma aplicando ácido corrosivo em sua face e corpo. Oras, ácido
INTEGRAÇÃO LEGISLATIVA, a fim de preencher corrosivo não foi citado pelo legislador dentre os exemplos,
determinada lacuna. porém, é cruel e insidioso o seu emprego para matar
alguém. Dessa forma, o emprego de ácido também
Nesse sentido, cuidado com certas questões que vem qualificará o crime de homicídio.
abordando e afirmando a ANALOGIA ser uma espécie de
interpretação legislativa ou uma norma extensiva. Mas quem irá realizar tal interpretação e definir se a
conduta é ou não insidiosa ou cruel? O próprio juiz deverá
interpretar, por meio do instituto da Interpretação
ATENÇÃO2! Cuidado com questões que afirmam quem o
Analógica.
juiz poderá usar o instituto da analogia em casos e
omissões legislativas (ausência de previsão de crime). Vale salientar que, a interpretação analógica
também é classificada em In Bonam Partem (para
QUESTÃO ERRADA. A analogia não pode ser utilizada em
beneficiar) ou em In Malam Partem (para prejudicar).
casos de omissão da lei, pois estaria se tratando de uma
espécie de ANALOGIA IN MALAM PARTEM (Analogia Em ambos os casos, seja para beneficiar ou para
Incriminadora), a qual é VEDADA no Brasil. prejudicar o réu, a interpretação analógica é PERMITIDA

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LEI DO DIREITO AUTORAL – Nº 9.610 de 19 de FEVEREIRO de 1998
PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
OPERAÇÃO RECLUSÃO
DIREITO PENAL – Prof. Kelsen Pantoja

no ordenamento jurídico brasileiro. No exemplo acima, (ordinária e complementar) poderá criar crimes e definir
caso o juiz interprete a conduta de aplicar ácido corrosivo penas.
como cruel, estará prejudicando o réu e, como
consequência, aplicando uma pena maior. Por outro lado, Entretanto, a questão erra ao afirmar que o julgador pode
combinar dispositivos legais para beneficiar o réu. A
caso considere a conduta como não cruel, estará
combinação de dispositivos ou leis é prática VEDADA, pois
beneficiando o réu e deixando de aplicar a qualificadora.
seria considerado inovação legislativa, ferindo o princípio
Obs: o instituto da Analogia é apenas admitido para da legalidade. É VEDADO A COMBINAÇÃO DE LEIS.
beneficiar a situação do acusado (Analogia In Bonam
Partem), ao passo que a Interpretação Analógica pode ser CESPE, DETRAN-DF, Analista – Advocacia, 2009 – O
aplicada tanto para beneficiar (In Bonam Partem) quanto princípio da legalidade veda o uso da analogia in malam
para prejudicar (In Malam Partem). partem, e a criação de crimes e penas pelos costumes.

CERTO (X) ERRADO ( )

Comentário: o princípio da Legalidade VEDA a aplicação da


VEJA COMO CAI EM PROVA! Analogia In Malam Partem (para prejudicar o réu), assim
CESPE, TJ-DFT, Oficial de Justiça, 2015 – Em se tratando de como, a criação de crimes por costumes. Por outro lado, é
direito penal, admite-se a analogia quando existir efetiva permitida a aplicação da analogia para beneficiar o réu (In
lacuna a ser preenchida e sua aplicação for favorável ao réu. Bonam Partem).
Constitui exemplo de analogia a aplicação ao companheiro Crimes e Penas só podem serem definidos por meio de LEI
em união estável da regra que isenta de pena o cônjuge que FORMAL ESTRITA.
subtrai bem pertencente ao outro cônjuge, na constância
da sociedade conjugal.

CERTO (X) ERRADO ( ) NORMA PENAL EM BRANCO

Comentário: O princípio da Legalidade veda a Analogia In >> NORMA PENAL EM BRANCO


Malam Partem, aquela para prejudicar o réu, mas,
Entretanto, por vezes, algumas leis não são
PERMITE a aplicação da Analogia In Bonam Partem, aquela
editadas em seu sentido completo, trazendo termos
cuja finalidade é BENEFICIAR o réu. Analogia é justamente
genéricos, necessitando, para que possam produzir eficácia,
o instituto que permite o juiz preencher a lacuna
de um complemento. A essas normas penais que exigem
legislativa com uma regulamentação semelhante.
complementação denominam-se de Normas Penais em
Um bom exemplo de analogia que beneficia o réu e a Branco.
isenção de pena para o cônjuge que subtrai (furta) o
➔ Norma Penal em Branco: ocorre quando a norma em
parceiro. Apesar da lei trazer apenas o termo “cônjuge”,
seu preceito primário (conduta) ou em seu preceito
aquele casado no papel, por meio da Analogia In Bonam
secundário (pena imposta), exige um complemento
Partem, esse dispositivo legal também aplicado ao
para que haja perfeita subsunção do fato à norma, ou
companheiro em união estável, preenchido assim, uma
seja, para que tenha eficácia jurídica
lacuna legislativa.
Obs.: a existência de normas penais em branco, bem como,
CESPE, TRF-5, Juiz Substituto, 2015 (adaptada) – Embora o o uso de sua complementação, não infringem o princípio da
princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica não Legalidade e o princípio da Taxatividade.
prevista na lei, por analogia ou interpretação extensiva, o
julgador pode, para benefício do réu, combinar dispositivos O que se veda é a incriminação vaga, incerta e
de uma mesma lei penal para encontrar pena mais imprecisa, que nem sequer foi complementada de modo a
proporcional ao caso concreto. explicar seus conceitos.

CERTO ( ) ERRADO (X) Exemplo: Lei 11.343/06, conhecida como Lei Antidrogas. A
referida lei traz diversos dispositivos incriminadores acerca
Comentário: De fato, por meio do princípio da legalidade, do uso e comércio de DROGAS ILÍCITAS.
o Juiz NÃO pode criar crimes (figuras típicas, seja por
analogia ou interpretação legal), tendo em vista tal “Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
princípio determinar que somente LEI FORMAL ESTRITA fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,

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PROÍBE-SE A COMERCIALIZAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESSE MATERIAL OU DIVULGAÇÃO COM FINS COMERCIAIS OU NÃO, EM
QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO, INCLUSIVE NA INTERNET, SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO INSANUS CONCURSOS.
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ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda REDES SOCIAIS:


que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
Instagram Prof. Kelsen: https://www.instagram.com/prof.kelsen/
determinação legal ou regulamentar:
Instagram INSANUS:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento https://www.instagram.com/insanus.concursos/
de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.”

Porém, o que vem a ser considerado “droga” para fins


penais desta lei? Cola de sapateiro seria considerada droga
ilícita? Cocaína, maconha, crack, remédios controlados?
Pois é, tem-se um termo genérico que precisa ser
complementado.

Diante disso, será considerada “drogada ilícita” toda


substância que constar em uma lista proferida pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – esta lista
encontra-se na portaria SVS-344/98.

Logo, a portaria da ANVISA é o dispositivo que


complementa e explica o conceito vago de “drogas”
previsto na Lei Antidrogas.

Obs: a saber, cola de sapateiro não se encontra presente da


listagem de drogas proferidas pela portaria da Anvisa. Logo,
vender tal produto não configura tráfico de drogas.

SÍNTESE

Acerca dos princípios estudados acima, as questões


abordam se o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE e seus desdobramentos
vedam a aplicação de Analogia, Interpretações Analógicas e
Normas Penais em Branco. E a reposta é NÃO, pois vimos que tais
institutos são autorizados por tais princípios e compatíveis com
eles.

→ O princípio da legalidade veda a Analogia? NÃO, pois permite a


aplicação da chamada Analogia In Bonam Partem.

→ O princípio da legalidade veda a Analogia Incriminadora? SIM,


pois é a chama Analogia In Malam Partem.

→ O princípio da legalidade veda a Interpretação Analógica? NÃO,


pois é admitida a interpretação tanto para beneficiar (In Bonam
Partem) como para prejudicar (In Malam Parem).

→ O princípio da legalidade veda a aplicação de normas penais em


branco? NÃO, pois tal instituo é compatível com o princípio da
taxatividade, haja vista as normas penais em branco serem
complementadas por outras normas.

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