Você está na página 1de 2

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DO SERTÃO CENTRAL –

FACHUSC
DIREITO CIVIL I (TEORIA GERAL)
PROFESSORA: GERLANY
SANTOS

01. Segundo a doutrina, o legislador brasileiro ao redigir o Código Civil utilizou- se da


modelagem denominada sistema aberto. Em face dessa afirmação, o que vem a ser
"sistema aberto"? Ainda, na mesma ótica, identifique qual a importância desse
paradigma utilizado pelo legislador do CC brasileiro vigente, dando sua opinião
sobre a eficácia ou não desse "sistema" na busca da justiça.
Resposta: O sistema aberto contrapõe-se ao sistema fechado, rígido, e está ligado à
liberdade dada ao juiz para a interpretação da legislação posta. Assim, quando se diz
que o Código Civil de 2002 foi redigido sob uma modelagem denominada sistema
aberto, estamos dizendo que o legislador adotou em sua redação conceitos jurídicos
às vezes indeterminados, embora nunca se possa dizer que são indetermináveis.
Consegue-se, assim, fazer com que a legislação possa acompanhar as mudanças
sociais que advêm com o tempo, por meio da mudança de interpretação
jurisprudencial, só possível pelo fato do Código não se prender essencialmente a
conceitos rígidos. Essa é a importância da adoção desse sistema, além do que ele
permite que o juiz seja mais livre na busca pela justiça ao aplicar o caso concreto, já
que, sendo permitida uma interpretação mais aberta, pode escolher aquela que
melhor atingirá o ideal de justiça na questão posta à sua análise. Trata-se, assim, de
um sistema mais eficaz do que aquele rígido, pois a legislação fica protegida de
envelhecimento precoce e o juiz não fica atado, podendo cumprir sua função de
forma mais eficiente e voltada para a justiça. Ressalte-se que eventuais excessos
poderão ser corrigidos pelas instâncias superiores, sendo esse um dos principais
papéis dos nossos tribunais. Assim, prevendo nosso sistema um meio de correção de
excessos, o sistema aberto não traz maiores riscos, pelo contrário.
Como exemplo da utilização desse sistema aberto, temos vários artigos do Código Civil:
- art. 112, que trata da supremacia da intenção das declarações nos negócios
jurídicos sobre o que estiver no papel;
- art. 113, que trata da interpretação nos negócios jurídicos conforme a boa-fé;
- art. 421, que fala da função social dos contratos.

02. De acordo com o Código Civil, é admissível a tutela inibitória contra ameaça de
lesão a direito da personalidade por divulgação de relato inverídico relacionado à
biografia de pessoa já falecida? Em caso positivo, quem tem legitimação para
postular a medida? Resposta: Constituição da República prevê com garantia
fundamental a inafastabilidade da jurisdição, segundo a qual nenhuma lesão ou
ameaça de lesão pode ser subtraída da apreciação judicial (art. 5º, XXXV), de
maneira que é garantido o acesso a justiça não só nos casos de lesão, mas também
nas hipóteses de ameaça de lesão a algum direito, daí porque é imprescindível a
existência de uma tutela dirigida a prevenir ou fazer cessar um ato ilícito, como
prevê exemplificativamente o art. 12, 1ª parte, do CC em relação às ameaças ou
lesões a direitos da personalidade.
Diante disso, a doutrina situa a tutela inibitória como espécie de tutela contra o
ilícito, de natureza satisfativa e de caráter preventivo, que visa inibir a prática,a
continuação ou mesmo a reiteração de um ato ilícito (v.g. determinação para que
empresa deixe de lançar poluentes em rio; determinação de abstenção de inscrição
do nome do autor nos cadastros de restrição ao crédito, etc).No plano jurídico-
positivo, a tutela inibitória está prevista no art. 497 do CPC, e pode consistir em uma
obrigação de fazer (pressupõe uma atuação do réu) ou obrigação de não fazer (diz
respeito a uma abstenção).Por fim, não há como deixar de mencionar que a tutela
inibitória se caracteriza, ao lado da tutela de remoção do ilícito, por não pressupor a
demonstração do dano ou mesmo do dolo ou culpa, como prevê expressamente o
art. 497, parágrafo único, do CPC.

03. Em poucas palavras disserte sobre a desconsideração da pessoa jurídica. Resposta:


Segundo a Lei 12.846/2013- Lei Anticorrupção, fala em seu ART.14 que,“a pessoa
jurídica poderá ser desconsidera sempre que utilizada com abuso do direito para
facilitar, encobrir ou esconder a prática dos atos proibidos previsto nesta Lei ou para
provocar Confusão patrimonial - sendo estendidos todos os efeitos das sanções
aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de
administração, obsersavados o contraditório e a ampla defesa"

Você também pode gostar