Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Roteiro de Aula
TGP
Prof. Bernardo Pereira
................................................................................................................................
..........................................................................
1- Acesso à justiça ou (?) inafastabilidade do controle jurisdicional – art 5º, XXXV
A defensoria Pública objetiva prestar assistência jurídica gratuita, aos que são
considerados pobres, nos termos da lei. Desta forma, ao menos em tese, é possível que
todos os interessados em propor uma demanda perante o Judiciário tenham a assistência
de um profissional jurídico habilitado.
Apesar disso, existem custos para se ativar a máquina estatal, o que poderia
impedir o amplo acesso do cidadão. Tais custos podem ser dispensados, graças ao
benefício da justiça gratuita, o qual dispensa o pagamento de custas processuais para
aqueles que não podem promover uma demanda, sem por em risco seu próprio sustento.
Note-se que em momento algum se afirma que o processo não possui custos,
pelo contrário, ele os possui. O que deve ser assegurado é que estes custos não impeçam
o acesso à justiça.
É ilimitado?
Hoje são vistos como distintos, pois há diversas formas de resolução de conflitos, que
não requerem atuação jurisdicional – conciliação, mediação, arbitragem, etc.
Tal princípio, segundo a doutrina acaba por ter um viés substantivo e outro
processual, ou seja, o devido processo legal (due process of Law) pode ser dividido em
devido processo legal substantivo (substantive due process of Law) e devido processo
legal processual ou formal (procedural due process of Law).
O princípio, sob o viés material afirma que a decisão judicial deve ser razoável e
correta, observando a liberdade, a propriedade e a vida, esta última tratada no caput do
art. 5º. A doutrina acaba por relacionar o devido processo legal substancial aos
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, buscando a autolimitação estatal, a qual
não pode.
É importante destacar que o princípio do devido processo legal não deve ser
observado apenas pelo seu prisma processual, sob pena de se reduzir a real força
principiológica. Possui função de direcionamento interpretativo, em busca de uma
melhor atuação do Estado, e concretização de seu papel democrático, uma vez que afeta
todas as esferas jurídicas.
Todos os princípios aqui tratados fazem parte do devido processo legal, e como
tal, regem a relação jurídica processual desde seu surgimento, com o exercício do
direito de ação, até o encerramento do processo (independentemente do momento), ao
se encontrar a satisfação da parte. Razão esta pela qual todas as normas processuais,
princípios e regras, devem ser observadas em conjunto. No caso dos princípios aqui
tratados, eles devem ser compatibilizados para que possam ser otimizados ao máximo,
analisando o caso concreto.
https://www.youtube.com/watch?v=RKI28G64Rpc
https://www.conjur.com.br/2020-jan-19/stf-julgar-antigo-corte-
marco?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter#:~:text=Com%2050%20anos%20de
%20tramita%C3%A7%C3%A3o,de%20Iper%C3%B3%2C%20no%20interior%20pauli
sta.
O autor e o réu então tentarão provar que a sua versão dos fatos é a verdadeira, e
que portanto tem razão. Desta forma, para que o processo seja adequado, é necessário
que haja uma igualdade de condições, uma paridade de armas.
Deve-se o juiz zelar pela igualdade entre os litigantes, bem como deve o
legislador produzir leis que reconheçam eventual disparidade.
Ocorre que nem sempre a igualdade formal gera justiça. Muitas vezes uma
tratamento formalmente isonômico gera um desnivelamento no processo pois uma parte
possui superioridade econômica, social, de diversas condições, ou uma dificuldade.
Por isso, se defende que deve-se tratar desigualmente os desiguais, buscando uma
igualdade material. No processo não é diferente. Existem situações em que há igualdade
entre as partes.
.........................................................
------D. consumidor
......................................................
-------D trabalho.
Existe o princípio do in dubio pro operário. Ou seja, existindo dúvida acerca de quem
tem direito, o empregado deverá ser beneficiado, por ser a parte vulnerável da relação.
......................................................
------D penal.
No direito penal, existe o princípio do in dubio pro reo. Vez que se trata da ultima ratio,
da medida mais extrema, caso haja dúvidas no processo, deve-se opinar pela inocencia
do acusado.
................................................
-----Fazenda Pública
.......................................................................................
Nota-se que o âmbito processual tenta alcançar uma isonomia material, ratando os
desiguais desigualmente. Há muita discussão se tais benefícios alcançam de fato uma
igualdade ou se são apenas privilégios. Mas são medidas existentes.
5- P do Contraditório
Este destaque faz-se necessário uma vez que estas normas são tratadas conjuntamente, e
que para o correto desenvolvimento processual (judicial, administrativo e negocial)
devem estar sempre presentes.
--Ciência
A ciência é dimensão formal. A garantia de saber o que ocorre para poder agir.
---Participação
Esta noção impede a decisão surpresa. Toda decisão deve passar por contraditório
prévio.
Desta maneira, mesmo em questões que o juiz deva decidir de ofício (sem provocação),
ele deve abrir as partes a oportunidade de manifestação.
Contraditório diferido
6- Ampla defesa
Para que a defesa seja efetiva, é necessário que o indivíduo tenha a seu alcance
mecanismos aptos a ensejar sua proteção, além de conhecer tais mecanismos. Nesse
sentido, cumprem este papel as figuras da Defensoria Pública e assistência jurídica
gratuita. No âmbito processual deve haver a possibilidade da parte produzir todas as
provas capazes de sustentar sua tese jurídica.
A boa fé processual deve ser entendida como norma de conduta (boa fé objetiva), e deve
ser respeitada pelas partes.
Como norma de conduta ela impõe e proíbe condutas. Não se discute a intenção do
sujeito processual (boa fé subjetiva). A boa fé deve ser considerada independente da
vontade da parte.
E naturalmente existem regras para proteger esta boa-fé e punir aqueles que a violam.
(...)
8- Princípio da Cooperação
O art 6 tratou do princípio de forma expressa. Deixa claro que todos os sujeitos,
incluindo autor, réu e magistrado, devem cooperar entre si, para que se obtenha em
prazo razoável decisão adequada.
O Judiciário deixa de ser expectador e passa a fazer parte de forma ativa do diálogo
processual. As partes não mais determinam a condução do processo (modelo adversarial
/ principio do dispositivo), nem que o órgão jurisdicional conduz o processo de forma
mais rigorosa (modelo/princípio do inquisitivo). Todos os sujeitos passam a ocupar uma
posição de cooperação.
Uma vez que todos os sujeitos devem cooperar entre si, se abstendo de praticar
incidentes protelatórios, e agir com má fé, todos se relacionam, visando um processo de
qualidade.
Qualquer conduta que estes realizem de forma contrária à cooperação é uma conduta
ilícita, passível de punição. E esta punição independe de regra expressa.
Ex. A parte não deve provocar incidentes desnecessários e protelatórios; Não deve
interpor recursos sem fundamento;