Você está na página 1de 198

Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno Olivia Oliveira Guimarães


PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO. PRINCÍPIOS. FONTES. AUTONOMIA.


INTERPRETAÇÃO, INTEGRAÇÃO E EFICÁCIA DAS NORMAS.

1-PROCESSO

O processo se constitui de uma série de at os sucessivos, encadeados e lógicos que


resultam da atividade voluntária ou compulsória, segundo a lei, e de acordo o interesse das partes
na sua prática. Além disso, o processo também se constitui dos sujeitos titulares de interesses em
conflito, bem como do órgão jurisdicional e seus auxiliares que têm interesse em entregar a
prestação jurisdicional de forma célere, eficiente e definitiva. Assim, podemos afirmar que o
processo é um instrumento pelo qual o Estado se utiliza para fazer a entrega da prestação
jurisdicional, ou seja, para o exercício da jurisdição

1.1-- O Conceito de Direito Processual do Trabalho

O direito Processual do trabalho é o conjunto de princípios, normas e instituições


destinados a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução de dissídios, individuais
ou coletivos, entre trabalhadores e empregadores. O processo do trabalho pode ser
considerado a parte instrumental do direito do trabalho, que atua para dar efetividade ao
direito material do trabalho e por essa razão, a atividade jurisdicional é exercida de forma
compatível com os direitos e os fundamentos deste ramo do direito.

1.2-Objetivos do Processo do trabalho

Assegurar o acesso do trabalhador na justiça do trabalho

A Constituição Federal vigente estabelece que a República Federativa do Brasil


constitui-se em Estado Democrático de Direito, logo a entrega da prestação jurisdicional
trabalhista, pelo Estado, exige uma justiça acessível e capaz de produzir resultados
socialmente justos e eficazes a todos os cidadãos brasileiros e estrangeiros que necessitem
se valer do poder judiciário para a solução de seus conflitos de interesses.

Segundo as lições de CAPPELLETTI, o acesso à justiça deve ser analisado em três


“ondas” ou etapas:
I. Assistência judiciária aos necessitados e a superação dos obstáculos decorrentes da
pobreza;

II-A legitimação da tutela dos interesses difusos, coletivos ou grupais;

III-A criação de justiça e procedimentos mais acessíveis, simples, racionais, eficientes,


adequados e econômicos, ou seja, a promoção da justiça, baseada na conciliação e no
critério de equidade social.

1
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

1.2- Natureza Jurídica - O Direito processual é ramo do direito público porque tem por
finalidade regular a atividade desenvolvida pelo Estado ao pacificar os conflitos individuais e
coletivos de trabalho.

1.3 –Autonomia do Direito Processual do Trabalho –

Discute-se a independência do direito processual do trabalho em referência ao direito


processual civil. Há duas posições doutrinárias para enfrentar a questão de ser ou não o
Direito Processual do Trabalho um ramo autônomo do Direito Processual:
a- TEORIA MONISTA- minoritária – Para os adeptos desta teoria o direito processual é
um só; o direito processual do trabalho seria apenas um capitulo do Direito Processual Civil,
b- TEORIA DUALISTA –Segundo esta teoria o Direito Processual do Trabalho é
autônomo, totalmente desvinculado do direito processual comum, eis que possui
autonomia legislativa , didática , jurisdicional e científica, possui ainda princípios próprios,
peculiaridades próprias, que o distingue do direito processual comum.
A corrente que tem prevalecido é a que afirma que o Direito Processual do trabalho é
autônomo em relação aos demais ramos do direito posto que, possui aspectos que o diferenciam
dos demais, na medida em que possui legislação específica, além de ser didático, pois seu ensino é
individualizado em relação a outras disciplinas jurídicas. O Direito do Processo do Trabalho é
científico, tendo em vista que seu campo de aplicação é vasto e pode exigir atenção particular,
possui conceitos e princípios próprios e tem o seu método peculiar sobre sua estrutura
processual, quando, por exemplo, permite o uso do direito de ação sem a presença de advogado
o que ocorre por intermédio do exercício do jus postulandi. Afora isso, o Direito do Processo do
Trabalho busca respostas no Direito Processual Comum em caráter supletivo, ou seja, nos casos
em que há ausência de norma direta na CLT, utilizar-se-á pelo operador do Direito, as regras
oriundas do processo comum.
Assim, embora o Direito Processual do Trabalho consista num sub-ramo do direito público
autônomo, ele sempre deverá ser estudado e interpretado sistematicamente com os demais
ramos e sub-ramos do Direito, visto que falsa é a autonomia de qualquer ramo ou sub-ramo do
Direito, senão para fins acadêmicos. Prova disso, conforme explanado, temos de forma
expressa o disposto nos arts. 15 e 1046, § 2º doCPC/2015. Vejamos:

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas


ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente”

(...)
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde
logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973.

(...)

§ 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos


regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.

2
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

1.4 -Princípios

Conceito de princípios - são fundamentos básicos de uma ciência.

1.4.- Princípios de Direito Constitucional que se aplicam no direito processual do


trabalho - No processo do Trabalho, também tem aplicação todos os princípios
constitucionais processuais a saber:
a) Contraditório e Ampla Defesa – A Constituição Federal no artigo 5°, inciso LV,
assegura a todos os litigantes, em processo judicial ou administrativo (inclusive no âmbito
trabalhista), e aos acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, possibilitando, exemplificativamente, que o reclamado seja
regularmente notificado para apresentar sua defesa, permitindo que o autor e réu se
manifestem sobre os documentos juntados pelo ex adverso, intimando as partes de
qualquer despacho ou decisão interlocutória, ou mesmo dando ciência a uma parte de
determinado ato processual praticado pela parte contrária.

b) Princípio da Igualdade das Partes - Os princípios da igualdade das partes e da


Imparcialidade do Juiz estão presentes no processo do trabalho, todos são iguais perante a
lei, desta forma, o juiz deve assegurar às partes igualdade de tratamento em todas as fases
do processo.

c) Princípio da motivação das decisões judiciais - O artigo 93 da Constituição Federal


estabelece que toda decisão judicial deve ser motivada, de forma a garantir que a parte a
quem a sentença deixou de atender possa impugná-la, bem como para permitir que
qualquer pessoa do povo possa aferir em concreto a imparcialidade do juiz e a legalidade das
decisões.

d) Princípio do Juiz Natural - O princípio do juiz natural está previsto em dois


diferentes incisos do art. 5º, quais sejam: inciso XXXVII – “não haverá juízo ou tribunal de
exceção”; e inciso LIII – “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade
competente”.

O referido princípio impede que seja conferida competência não prevista na


Constituição Federal a outros órgãos julgadores, ou mesmo que seja estabelecido juízo ou
tribunal de exceção, devendo ser respeitadas as regras objetivas de determinação de
competência, prestigiando-se, assim, a independência e a imparcialidade da autoridade
julgadora.

e) Princípio do Devido Processo Legal - O princípio do devido processo legal (due


process of law) é, sem dúvida, um dos mais importantes princípios constitucionais,
encontrando-se previsto, expressamente, no art. 5º, LIV, da CF/1988, dispondo que ninguém
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

f) Princípio da Publicidade - Igualmente está assegurado no artigo 5°, inciso LX, e art.
93, IX da Constituição Federal a publicidade de todas as decisões judiciais nos seguintes
termos “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,

3
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em


casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação.”

g) Princípio da Celeridade Processual - A Emenda Constitucional 45, introduziu, no


texto constitucional expressa referência à necessidade de ser observado o princípio da
celeridade processual. O Art. 5º, LXXVIII, garante a todos, no âmbito judicial e
administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.

h) Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição - O princípio da inafastabilidade de


jurisdição, também conhecido como princípio da tutela jurisdicional ou do acesso ao
judiciário, está previsto na CF/1988, no art. 5º, XXXV, que determina que a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Assim, cabe ao Poder Judiciário,
com força definitiva, apreciar lesão ou ameaça de direito, não podendo o legislador
infraconstitucional restringir o acesso das partes ao Poder Judiciário.

1.4.2 - Princípios Gerais do Direito Processual

Também tem aplicação no direito processual do trabalho os princípios do direito


processual comum, como por exemplo: Princípio da Lealdade Processual e da Boa-Fé - O art.
5º do Novo Código de Processo Civil expressa que são deveres das partes e de todos aqueles
que de qualquer forma participam do processo proceder com boa-fé, sendo que no artigo
77, inciso I também impõe as partes, seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer
forma participam do processo o dever de expor os fatos conforme a verdade.

1.4.3- Princípios de direito processual civil que se aplicam no processo do trabalho

No processo do trabalho também se aplicam alguns princípios processuais do direito


processual civil, como por exemplo:

a) o princípio da inércia da jurisdição referido no artigo 2º do Novo CPC - Art. 2o O


processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei;

b)princípio da instrumentalidade das formas - O novo CPC assim ratificou a matéria:

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo


quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro
modo, lhe preencham a finalidade essencial.

c) princípio da cooperação- Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar


entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. O novo
CPC importou do Direito europeu o princípio da cooperação (ou da colaboração), segundo o
qual o processo seria o produto da atividade cooperativa triangular (entre o juiz e as
partes). A moderna concepção processual (no sentido de que o processo é um meio de
interesse público na busca da justa aplicação do ordenamento jurídico no caso concreto)

4
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

exige um juiz ativo no centro da controvérsia e a participação ativa das partes, por meio da
efetivação do caráter isonômico entre os sujeitos do processo. Trata-se, como já dito, de
uma evolução do princípio do contraditório.

d)- Princípio da impugnação especificada - Art. 341. Incumbe também ao réu


manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial,
presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:

I - Não for admissível, a seu respeito, a confissão;

II - A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da


substância do ato;

III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao


defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

e)- Princípio da eventualidade - Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda
a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do
autor e especificando as provas que pretende produz

1.4.4-Princípios específicos do Processo do trabalho

O processo do trabalho tem princípios próprios e específicos, sendo que os mais


importantes são:

a) Princípio do jus postulandi - O “jus postulandi” vem previsto no artigo 791 da


Consolidação das leis do Trabalho e consiste no direito do empregado e do empregador de
pleitear, se defender e acompanhar suas ações na Justiça do Trabalho sem a assistência de
um advogado.

O TST na sumula 425 deixa certo que o jus postulandi assegurado as partes no artigo
791 da CLT, limita-se as varas do Trabalho e aos TRTS e não se aplica nas ações rescisórias, o
mandado de segurança e os recursos de competência do TST.

b) Princípio da Simplicidade dos Atos Processuais - O processo trabalhista ao contrário


do processo comum é mais simples para que seja mais célere, despido de certas
formalidades, com ênfase na oralidade, na concentração dos atos em uma ou poucas
audiências e na imediatidade.

c) Princípio da oralidade - O princípio da oralidade está presente no processo do


trabalho com a finalidade de facilitar a entrega da prestação jurisdicional. O artigo 840 da
CLT estabelece que a petição inicial pode ser escrita ou verbal, o artigo 847 da CLT deixa
certo que a defesa pode ser oferecida oralmente em audiência no prazo de vinte minutos e,

5
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

segundo o disposto no artigo 850 da CLT, as razões finais serão oferecidas verbalmente em
audiência após o encerramento da instrução.

d) Princípio da conciliação- O princípio da conciliação, na justiça do trabalho, está


esculpido no art. 764, caput, da CLT, que prevê: “Os dissídios individuais ou coletivos
submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.

No procedimento ordinário do processo trabalhista, a proposta de conciliação é feita


pelo juiz laboral em dois momentos distintos:

A primeira proposta conciliatória deve ser feita na abertura da audiência, conforme


previsão do art. 846 da CLT que assim prevê: “aberta a audiência, o juiz ou presidente
proporá a conciliação “e a segunda deve ser feita antes da sentença, após as razões finais,
conforme preceitua o art. 850, caput, da CLT, que diz:

“Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não


excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a
proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.”

No procedimento sumaríssimo da justiça do trabalho, há uma observação importante a


fazer quanto ao momento da conciliação.

Segundo o art. 852-E da CLT, a conciliação poderá ocorrer em qualquer fase da


audiência, como se verifica a seguir: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes
sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão, para a solução
conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”.

e) Princípio da Proteção do Trabalhador - As Normas de direito material do trabalho


servem para assegurar, ao empregado, superioridade jurídica em razão de sua inferioridade
econômica, via de regra, frente ao empregador. Por outro lado, o direito processual do
trabalho existe para fazer atuar o direito material do trabalho; nesse sentido, é correto dizer
que o direito processual do trabalho é instrumental e se adapta à natureza da lide trabalhista
recebendo os reflexos do princípio protecionista válido no direito material do trabalho. No
entanto, o que se tem certo que o trabalhador é protegido pela lei (direito material) e não
pelo juiz do trabalho. Exemplos: Arquivamento da ação em caso de ausência do reclamante,
gratuidade da justiça.

f) Princípio da Extra Petição - O direito processual do trabalho contém alguns preceitos


que autorizam o julgador a conceder mais do que o pleiteado ou coisa diversa daquela que
foi pedida, por esta razão, a jurisprudência vem acolhendo algumas hipóteses em que se
verifica a existência de ultra e extra petição.

Caso típico de aplicação do princípio da ultra petição na lei trabalhista é a disposição do


art. 467 da CLT, que estabelece que: havendo rescisão do contrato individual de trabalho, o
empregador deve pagar ao empregado, na data em que comparecerem a juízo, todas as

6
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

parcelas incontroversas, sob pena de ser condenado ao acréscimo de 50%,


independentemente de pedido, trata-se de preceito de ordem pública, dirigido ao
magistrado, determinando como deve proceder, havendo ou não pedido expresso de
condenação acrescida da multa de 50% na peça vestibular.

Outro exemplo existente na jurisprudência sumulada do TST é no sentido de que o


julgador deve condenar o reclamado a pagar juros e correção monetária incidentes sobre o
débito reconhecido na decisão, ainda que tais verbas não tenham sido pleiteadas na petição
inicial.
Ainda, o artigo 496 da Consolidação das Leis do Trabalho, faculta ao juiz converter a
reintegração do empregado estável em pagamentos de indenização dobrada sempre que
entender que é desaconselhável a reintegração. A rigor, o estável tem ação apenas para
pedir sua volta ao emprego, o que implica uma obrigação de fazer; o julgador, contudo, fica
autorizado a conceder indenização não pleiteada, transformando a obrigação de fazer em
obrigação de pagar.

g) Princípio da eventualidade – este princípio determina que as partes aduzam, de


uma só vez, todas as matérias de ataque e defesa, objetivando resguardar seu próprio
interesse, sob pena de operar-se a denominada preclusão.

h) Princípio da Busca da Verdade Real - o princípio da busca da verdade real é


derivado do princípio do direito material do trabalho, denominado princípio da primazia da
realidade. A consolidação das Leis do Trabalho consagrou tal princípio no art. 765, ao dispor
que os juízos e tribunais do trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão
pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao
esclarecimento delas.

I-Princípio da Identidade física do juiz - Aplica-se no processo do trabalho o princípio


da identidade física do juiz

J-Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias – também com a


finalidade de tornar mais célere o processo, a Consolidação das Leis do Trabalho no art. 893,
§ 1º, estabelece que as decisões interlocutórias (ato pelo qual o juiz, no curso do processo,
resolve questão incidente) não são recorríveis de imediato, somente permitindo a apreciação
em recurso da decisão definitiva.

O Tribunal Superior do Trabalho, em relação à possibilidade de recurso em face de


decisão interlocutória, na Súmula 214, dispõe:

“Decisão interlocutória. Irrecorribilidade. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art.


893, parágrafo 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso de imediato, salvo
nas hipóteses de decisão:
A) De Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial
do Tribunal Superior do Trabalho;
B) Suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal;

7
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

C) “Que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para
Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o
disposto no art. 700, parágrafo 2º, da CLT”.

1.5 - Fontes do Direito Processual do Trabalho

Fontes - podem ser conceituadas como o início, o manancial de onde surgem as


normas jurídicas.

A doutrina classifica as fontes em:

Fonte materiais - são os acontecimentos, os fatos reais, de ordem social, econômica ou


psicológica, que influenciaram na criação da norma. Consiste no momento pré-jurídico.

Fontes formais - são as formas de exteriorização do Direito, a regra jurídica já


constituída, já exteriorizada

As Fontes Formais do direito Processual do trabalho são:

a) Constituição Federal: A Constituição Federal é fonte formal do direito Processual do


trabalho uma vez que os artigos 5º, 111 a 116, art. 127 a 129 tratam especificamente de
normas aplicáveis no direito processual do trabalho.

b) Leis. Exemplos: A CLT, ou seja, o Decreto-Lei n. 5452 de 1° de maio de 1943, nos


artigos 643 a 910, tratam das normas de direito processual do trabalho, assim como as leis
5584/70, Dec- Lei 779/69, lei 7347/85, (Lei ACP) lei 8078/90 (CDC), lei 6830/80 (execução
fiscal por força do artigo 889 da CLT)

c) O Código de Processo Civil é aplicado subsidiariamente por força do artigo 769 da


CLT em caso de lacuna no ordenamento jurídico trabalhista (,) e desde que não haja
incompatibilidade com as normas e princípios de processo do trabalho

d) Regimentos Internos dos Tribunais - trata-se da lei material dos tribunais, onde vem
estabelecido o regime jurídico-administrativo daquele Tribunal quanto às funções
processuais e as funções administrativas. O regimento Interno dos Tribunais deverá dispor
sobre a competência e sobre o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e
administrativos organizando suas secretarias e serviços auxiliares. Importante mencionar
que na elaboração dos regimentos Internos dos Tribunais devem ser observadas todas as
normas processuais vigentes e também todas as garantias processuais das partes,

e) Instruções Normativas dos Tribunais e Provimentos baixados pelos Presidentes dos


Tribunais - O Tribunal Superior do Trabalho, seguindo outros órgãos do Poder Judiciário e de
todos os demais poderes estatais, utiliza-se de resoluções e instruções normativas, bem
como outros mecanismos administrativos, como portarias, avisos e circulares, para organizar
suas estruturas e demais procedimentos internos do Tribunal, conforme prevê seu

8
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

regimento, autorizado pelo art. 96, I, “a” da Constituição Federal.

No processo do Trabalho em regra, não possui fontes autônomas, ou seja, normas


que emanam da vontade das partes. É que o direito processual do trabalho pertence ao
ramo do direito público e por essa razão suas normas são preponderantemente cogentes,
isto é não podem ser alteradas pela vontade das partes. Nos termos do disposto no artigo 22
da CF é da competência exclusiva da União legislar sobre direito processual. A única exceção
são as fontes subsidiárias e supletivas que são utilizadas em caso de lacuna no ordenamento
jurídico processual.

1.6 - A Interpretação Das Normas

A interpretação do Direito Processual do Trabalho também se submete às linhas


básicas de interpretação. O fato de ser um direito instrumental voltado à proteção do
hipossuficiente não significa que devemos abandonar esse ramo jurídico das técnicas
interpretativas já conhecidas pela ciência jurídica, desta forma o Direito Processual do
Trabalho se sujeita ao conjunto de princípios, teorias e regras da dinâmica de interpretação
do Direito.

Os Métodos de Interpretação da Norma Jurídica - Os recursos de interpretação


podem ser classificados de diversas formas. Alguns critérios:

- Método Gramatical, literal ou Semântico - consiste em verificar qual o sentido do


texto gramatical da norma jurídica, o alcance das palavras encerradas no texto da lei. Este
método de interpretação é usado no processo do trabalho. Exemplo: recurso de revista por
violação da literalidade da Lei Federal e da Constituição Federal.
- Interpretação Lógica ou Sistemática - em que se estabelece conexão entre vários
textos legais a serem interpretados. A interpretação lógica serve de base para a boa
compreensão de determinados institutos processuais, como a preclusão lógica por exemplo.

- Interpretação Teleológica ou Finalística - a interpretação será dada ao dispositivo


legal de acordo com o fim colimado pelo legislador.

- Interpretação sistemática: a interpretação será dada ao dispositivo legal conforme a


análise do sistema no qual está inserido, sem se ater à interpretação isolada de um
dispositivo, mas ao seu conjunto. As normas não existem isoladamente, mas formam um
conjunto, um sistema.

- Interpretação Histórica - leva em conta o contexto histórico existente à época da


edição da lei, sua exposição de motivos, mensagens, emendas, discussões parlamentares.

- Interpretação Sociológica - em que se verifica a realidade e a necessidade social na


elaboração da lei e em sua aplicação. Diz a lei de introdução ao Código Civil que o juiz, ao
aplicar a lei, deve ater-se aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

1.7- A Integração da Norma

9
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Integrar é suprir lacunas do ordenamento jurídico. Mesmo com a enorme quantidade


de normas que existe no ordenamento jurídico, e em especial no ordenamento jurídico
trabalhista, que conta com fontes específicas de produção de normas (acordo coletivo,
convenção coletiva, sentença normativa), pode ocorrer de determinado problema concreto
não encontrar preceito próprio que diga como as partes devem se comportar. Nessa
hipótese, o intérprete e o operador do Direito (advogados, juízes, membros do Ministério
Público) deverão apelar para critérios ou técnicas apropriadas para integrar o sistema
jurídico, criando por esses meios a norma que falta.

As técnicas de integração: o intérprete está autorizado a suprir lacunas existentes na


norma jurídica por meio de utilização de técnicas jurídicas. O art. 8º da CLT autoriza o juiz, na
falta de disposição legal ou convencional, a utilizar a analogia e a equidade. Também podem
ser usados a doutrina, os princípios e a jurisprudência.

Analogia: consiste na utilização de uma regra semelhante para o caso em exame.


Divide-se em analogia legis (aplicação de texto de lei que soluciona caso concreto a caso
semelhante) ou analogia juris (aplicação de princípio).

Equidade - É um ato judiciário, não legislativo. Consiste no poder atribuído ao


magistrado para relevar o direito latente. Confere ao juiz um poder discricionário, mas não
arbitrário. É uma autorização legal de apreciar equitativamente segundo a lógica do razoável,
fatos não esclarecidos pelo legislador. É o sentimento do justo.

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO

Os princípios gerais do direito costumam ser indicados pelos legisladores como meio
de suprir as lacunas da lei, por isso que é tido como fonte subsidiária de direito.
Para a escola racionalista, os princípios gerais de direito são verdades jurídicas
universais, postulados de Direito Natural, representam o que há de constante no direito. Ex.:
Moralidade – legalidade – autonomia de vontade – boa-fé se presume, a má fé deve ser
provada – não se pune alguém duas vezes pelo mesmo fato – ninguém pode transferir mais
direito do que tem – proibição de locupletamento ilícito.
Os princípios gerais de direito, para alguns, são não são preceitos de ordem ética,
política ou sociológica, mas na verdade, tratam-se de elementos componentes do direito.
São elementos normativos operantes nos casos concretos problemáticos

COSTUME - Norma que deriva da prática reiterada de dado comportamento de um


grupo social, sob a convicção de sua obrigatoriedade. O costume, em regra, é fonte
subsidiária de direito, e só pode ser aplicado quando não houver norma escrita, traduzindo-
se o propósito de garantir a segurança jurídica e o respeito à lei. O uso deve ser uniforme,
constante, público e geral. A prática reiterada, ainda deve ser acompanhada da convicção de
que, se violá-la, há de se incorrer em alguma sanção.

Aplicação subsidiaria do CPC no processo do trabalho –

Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do

10
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste
Título.

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou


administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente.

Atualmente a questão deve ser analisada com fundamento na teoria ou método do


diálogo das fontes, e com base nesta teoria , ou seja, afirmando-se o convívio entre os
artigos 769 da CLT e 15 do COC/2015 pelos esquadros da modernidade jurídica, não se revela
defensável o posicionamento de que o primeiro revogaria o segundo, mas sim que em caso
de lacunas o Processo do Trabalho está permanentemente aberto ao diálogo com o
processo comum, disposto a receber o influxo de tudo aquilo que aumenta a sua eficiência,
mas sem abrir mão daquilo que lhe é mais caro, que é o protecionismo, a inquisitividade, a
concentração, a imediação, a oralidade, a simplicidade procedimental e a celeridade
processual.

Percebe-se, em arremate, que o art. 769 da CLT, no desempenho de uma mesma


tarefa, atua de dois modos aparentemente antagônicos (mas que combinados fazem muito
sentido), as vezes como uma cláusula aberta e outras como uma barreira de contenção. No
primeiro caso, recebendo de outros ramos do direito processual as regras que completam,
complementam e nutrem o Processo do Trabalho, que seja capaz de imprimir concretude ao
direito fundamental do cidadão-trabalhador a uma tutela jurisdicional verdadeiramente
eficiente e no segundo, repelindo tudo aquilo que o burocratiza e surrupia a sua eficiência.
Por essa razão, não se pode perder de vista que a aplicação supletiva ou subsidiaria só
poderá ocorrer quando a norma estabelecida no novo CPC guardar compatibilidade com o
direito material e processual do trabalho.

É que o Direito Material do Trabalho tem uma raiz histórica marcante, surgindo como
uma exigência das classes operárias após várias décadas de batalhas por melhores condições
de trabalho, correspondendo ao principal, mecanismo de proteção do trabalhador
hipossuficiente para fazer face às vantagens da superioridade econômica do seu
empregador.
1.8 - Eficácia da lei trabalhista no Tempo - A lei processual tem eficácia imediata,
aplicando-se aos atos processuais ainda não praticados ou não consumados sob o império da
lei antiga, nos mesmos termos do disposto nos artigos abaixo transcritos:
Art. 912 - Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações
iniciadas, mas não consumadas, antes da vigência desta Consolidação.

Art. 915 - Não serão prejudicados os recursos interpostos com apoio em dispositivos
alterados ou cujo prazo para interposição esteja em curso à data da vigência desta
Consolidação.

Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas
consolidadas sob a vigência da norma revogada.

11
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Artigo 1046 do Código de Processo Civil de 2015. Ao entrar em vigor este Código,
suas disposições se aplicarão desde logo aos processos pendentes,

a) A lei processual se aplica necessariamente aos processos iniciados em sua vigência;


b) isolamento dos atos processuais - aplica-se a lei nova a atos processuais não
praticados sob o império da lei antiga (é a denominada teoria do isolamento dos atos
processuais), considerando-se válidos os atos processuais já praticados conforme a lei antiga.

Eficácia da Lei Processual no Espaço - aplica-se no território brasileiro para todos que
se socorram da Justiça do Trabalho, sejam nacionais ou estrangeiros.

ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

Os primeiros órgãos da Justiça do Trabalho brasileira foram os tribunais rurais


instituídos em 1922 quando a economia era preponderantemente rural. Após a revolução de
1930 e o início da industrialização, ocorreram várias mudanças nas relações de trabalho e em
1932 forma criadas as Juntas de Conciliação e Julgamento e as comissões mistas de
conciliação, sendo órgãos administrativos vinculados ao poder executivo.
Apenas com a Constituição de 1946 é que a Justiça do Trabalho passou a integrar o
Poder Judiciário
Órgãos da Justiça do Trabalho – O artigo 111 da Constituição Federal estabelece que
são órgãos da Justiça do trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho, os Tribunais Regionais do
Trabalho e os Juízes do Trabalho. (Após a Constituição Federal foi dada nova redação ao
artigo 644 da CLT).

Tribunal Superior do Trabalho

A Justiça do Trabalho é estruturada três graus de Jurisdição, sendo certo que o Tribunal
Superior do Trabalho é o órgão de cúpula da Justiça do Trabalho, com sede em Brasília e
jurisdição em todo o território nacional.
Composição – O artigo 111-A da Constituição Federal, estabelece que o Tribunal
Superior do Trabalho será composto por 27 Ministros, escolhidos entre brasileiros com mais
de 35 anos e menos de 65 anos nomeados pelo Presidente da república após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta do senado Federal, devendo ser observado que I - um
quinto da sua composição serão advogados com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo
exercício, observado o disposto no art. 94; II - os demais dentre juízes dos Tribunais
Regionais do Trabalho, oriundos da carreira da magistratura , indicados pelo próprio Tribunal
Superior.
Integram o Tribunal Superior do Trabalho os juízes da carreira da Justiça do Trabalho,
vindos dos tribunais regionais do Trabalho, os membros do Ministério Público e os da
advocacia que compõem o quinto constitucional, indicados por lista sêxtupla pelos órgãos de
representação da respectiva classe, reduzida à três nomes pelo TST e finalmente escolhido
pelo Presidente da República.
De acordo com § 2º do artigo 114 A “Funcionarão junto ao Tribunal Superior do
Trabalho:

12
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho,


cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e
promoção na carreira; A ENAMAT, que foi criada pela EC 45/2004, tem a finalidade de
regulamentar os cursos de formação de magistrados. Tem sede em Brasília e é presidida por
um Ministro do TST.
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cuja as decisões terão efeito
vinculante.”
O CSJT é o órgão gestor da Justiça do Trabalho e, diferentemente do CNJ, não tem
função disciplinar, mas sim, faz a supervisão administrativa, financeira e orçamentária da
Justiça do Trabalho, organizando a Justiça do Trabalho do ponto de vista estrutural.

Tribunais Regionais do Trabalho

Os Tribunais Regionais do Trabalho estão previstos no artigo 115 da Constituição


Federal, compõem-se de, no mínimo, sete juízes, nomeados pelo Presidente da República
entre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, recrutados, quando possível, na
respectiva região, sendo um quinto entre advogados e membros do Ministério Público do
Trabalho e o restante entre juízes do trabalho promovidos por antiguidade e por
merecimento.
Em relação a fixação do número dos juízes nos Tribunais Regionais, a Constituição
Federal, na redação dada pela EC/45 ao inciso XIII do art. 93, estabelece que em todo o
poder Judiciário, “o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva
demanda judicial e à respectiva população”
A Emenda Constitucional n.45/2004, com a finalidade de assegurar o acesso a justiça a
descentralização dos Tribunais, constituído em câmaras regionais assegurando o acesso dos
jurisdicionados em todas as fases do processo, principalmente em locais em que ainda não
há tribunais regionais do trabalho, como nos estados do Acre, Tocantins, Amapá, Roraima

FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT)

Os TRT’s são tribunais federais. No Brasil há 24 TRT’s, há estados na federação que não
possuem TRTs são eles Acre, Amapá, Roraima, Tocantins e por essa razão, existem alguns
TRT’s cuja jurisdição geográfica abrange mais de um Estado, são eles: TRT 11ª Região
(Amazonas e Roraima), TRT da 10ª Região (Brasília e Tocantins) e TRT da 8ª Região (Pará e
Amapá).
Um único estado possui mais de um TRT: São Paulo, que compreende o TRT da 2ª
Região e o da 15ª Região.
A forma de acesso para o TRT é a mesma do TST, ou seja, por nomeação do Presidente
da República. Mas, quanto aos membros de carreira, a decisão quanto a nomeação é do
próprio TRT que aprova o nome e o envia para a nomeação do Presidente da República. A
promoção é realizada alternativamente por antiguidade ou merecimento.
Quanto às vagas reservadas ao “quinto constitucional” há plena discricionariedade do
Presidente da República.

13
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Juízes do Trabalho

A Constituição Federal no artigo 116, com a redação dada pela Emenda Constitucional
24/99, deixou certo que as Varas do Trabalho serão compostas de juiz singular.
Assim, a lei 13.467/2017 deu nova redação ao artigo 652 da CLT para corrigir a
expressão Juntas de Conciliação e Julgamento para Varas do Trabalho , pois desde a EC
24/99 não há mais a representação classista e a composição colegiada no julgamento das
ações trabalhistas.
O acesso na carreira da magistratura trabalhista se dá por meio de concurso devendo
possuir três anos de prática jurídica
O artigo 112 da CF assim dispõe:
“Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não
abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho”.
Ainda em relação aos juízes do trabalho, o Superior Tribunal de Justiça na Súmula 10
entende que, instalada a vara do trabalho, cessa a competência do juiz de direito em
matéria trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por estes proferidas.
O artigo 113 da Constituição Federal determina que a lei disporá sobre a constituição,
investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
Justiça do Trabalho.
Em consonância com este dispositivo foi editada a lei n. 10.770/2003 que estabelece
que cada Tribunal Regional do Trabalho no âmbito de sua região, mediante ato próprio,
pode estabelecer e alterar a jurisdição das varas, bem como transferir-lhes a sede de um
município para outro de acordo com a necessidade de agilizar a prestação jurisdicional
trabalhista.
A lei n. 6.947/81 dispõe que a competência da vara do trabalho estende-se aos
municípios próximos num raio máximo de 100 quilômetros da sede, desde que existam
meios de acesso e de comunicação regulares com os referidos locais.
O acesso à primeira instância somente se dá por concurso de provas e títulos, cujo
cargo é de juiz do trabalho sendo, no primeiro grau da carreira, de “juiz do trabalho
substituto”.

Órgãos Auxiliares - São órgãos auxiliares as Secretarias, Oficiais de Justiça, Avaliador,


Distribuidor, Contadoria.
Secretária - Cada vara na Justiça do Trabalho, bem como nos Tribunais Trabalhista
terão uma secretaria, (os “cartórios” judiciais da Justiça Comum na justiça do Trabalho
chamam-se “secretarias”).
Oficiais de Justiça - Na justiça do trabalho os oficiais de justiça são chamados oficiais de
justiça avaliadores, pois além de citarem para pagamento, fazem a penhora e a avaliação dos
bens penhorados. Segundo disposto no artigo 721, § 2° da CLT, o prazo para cumprimento
dos mandados é de nove dias e a avaliação deve ser feita no prazo de dez dias (§ 3° do
mesmo artigo).

Distribuição: quando na mesma localidade existir mais de 01 Vara, o processo deverá


ser distribuído, conforme as regras de competência.

Competência da Justiça do Trabalho

14
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Conceito - competência é a parcela de jurisdição atribuída a cada juiz. A competência


costuma ser analisada em âmbito material, territorial e funcional.

Competência Material: A Competência em razão de matéria é fixada levando em conta


o tipo de questão, ou a matéria, que pode ser suscitada aos órgãos da Justiça do Trabalho,
vem definida no artigo 114 da Constituição Federal, que assim dispõe:

“Art. 114”. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público e
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve;
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato
questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o
disposto no art. 102, I, “o”;
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de
trabalho;
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e
seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
IX – “Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.”

A Relação de Trabalho pode ser conceituada como todo contrato de atividade em que
o prestador do serviço é uma pessoa física, abrangendo eventual, autônomo, voluntário,
estagiário e também todos os contratos de prestação de serviços regulado pelos artigos 593
a 609 do novo código civil.
Ações de Servidores da Administração Pública - A Emenda Constitucional 45/2004,
estendeu a competência da Justiça do trabalho para julgamento das ações envolvendo os
entes da administração pública. No entanto, foi concedida liminar em ADIN proposta pela
Associação dos Juízes Federais do Brasil suspendendo qualquer interpretação que inclua na
competência da Justiça do Trabalho o julgamento de ações entre servidores e o Poder
Públicos vinculados à relação jurídica estatutária ou de caráter jurídico administrativo.

Assim, somente as ações de trabalhadores contratados pelo regime da CLT é que


podem ser propostas na Justiça do Trabalho.
O STF tem entendido que é da Justiça comum a competência para julgar ação que trata
da contratação irregular de trabalhador pelo poder público (sem concurso) por esta razão foi
cancelada a OJ 205 do TST.
A súmula 218 do STJ deixa certo que é da competência da Justiça Estadual julgar ações
de servidor estadual referente ao exercício de cargo em comissão

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - RELAÇÕES DE TRABALHO E RELAÇÃO DE

15
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

CONSUMO

A jurisprudência tem entendimento sedimentado de que a Justiça do Trabalho não


possui competência para apreciar as ações em que o prestador de serviço autônomo ou
liberal postula o valor dos serviços não pagos, pois no caso, não poderia apreciar uma
reconvenção do destinatário dos serviços, alegando que não realizou o pagamento porque os
serviços não foram executados de acordo com o contrato.
Assim, o Superior Tribunal de Justiça, que pacificou a questão por meio da Súmula n.
363, que assim dispõe: “Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança
ajuizada por profissional liberal contra cliente.”
Este entendimento jurisprudencial tem recebido da doutrina severas críticas, existindo
corrente de entendimentos no sentido de que mesmo que a relação de trabalho também der
origem a uma relação de consumo a ação será de competência material da Justiça do
Trabalho, podendo ser ajuizadas ações tanto pelo prestador pessoa natural, como pelo
destinatário final dos serviços, pelos seguintes argumentos:
a) a Constituição Federal não exclui a competência da Justiça do Trabalho para as lides
que envolvam relações de consumo;
b) a relação de trabalho é gênero, do qual a relação de consumo que envolva a
prestação de trabalho humano é espécie; c) o Juiz do Trabalho, ao decidir uma relação de
consumo que envolva a prestação de trabalho , aplicará o CDC (Lei n. 8.078/90) e o Código
Civil para dirimi-la e não o Direito do Trabalho; d) na Justiça do Trabalho, não vigora o
princípio protetor, próprio do Direito do Trabalho. Portanto, não há choque de Princípios
entre o Direito do Consumidor (que tutela a parte vulnerável da relação jurídica de consumo,
que é o consumidor) e o Direito do
Trabalho (que tutela a parte hipossuficiente da relação jurídica de trabalho, que é o
trabalhador); e) na relação de consumo, cujo trabalho é prestado por pessoa física, em muito
se assemelha ao trabalho autônomo, porquanto a responsabilidade do profissional do
profissional liberal é subjetiva.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ENTES DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO

Analisando o inciso I do art. 114 da CF, verifica-se que o legislador constituinte atribuiu
a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar: “as ações oriundas da relação
de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da Administração Pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Questiona-se, no entanto, a questão da competência da Justiça do Trabalho para ações
movidas por empregados que prestam serviços em prol de entes de direito público externo
situados no território brasileiro, uma vez que estes entes têm imunidade de jurisdição, e
imunidade de execução de eventual sentença da Justiça brasileira.
O entendimento que tem prevalecido é que diante da previsão do texto constitucional,
resta claro que se um ente de direito público externo, como uma embaixada situada no
Brasil, contratar um trabalhador, a competência para dirimir eventual reclamação trabalhista
envolvendo a embaixada será da Justiça do Trabalho brasileira, uma vez que este ente,
quando contratar um empregado, no território brasileiro, estará sujeito à legislação
trabalhista brasileira e também à Justiça do Trabalho brasileira. Caso contrário, um
trabalhador brasileiro que prestasse serviço, no território brasileiro, para um ente de direito
público externo, teria de ingressar com um processo trabalhista fora do território nacional, o

16
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

que, praticamente, inviabilizaria o acesso à Justiça e o cumprimento da legislação trabalhista


brasileira.
Ao analisar a questão o Supremo Tribunal Federal, afirmou que os entes de direito
público externo, quando contratam empregados brasileiros, praticam atos de gestão não
abrangidos pela imunidade de jurisdição que compreende apenas os atos de império. No
entanto, não é possível a execução contra entes de direito público externo, exceto se for o
caso de renúncia expressa, pois não é possível a penhora em território nacional. Neste caso,
a execução deve ser processada por meio de carta rogatória.
Também há que se mencionar a existência de entendimentos de a imunidade de
execução pode deixar de ser aplicada caso existam bens em território brasileiro que não
tenham vinculação com as atividades essenciais do ente de direito público externo.
No âmbito do direito internacional público há uma distinção entre Estado Internacional
e Organismo internacional, vejamos: Organização internacional, é toda organização criada
por tratados celebrados pelos Estados que a integra, que define a competência, os objetivos,
a organização, a composição da organização internacional. A Organização Internacional e
dotadas de personalidade jurídica distinta das dos Estados membros, ou seja, têm
personalidade jurídica própria desde sua constituição, mas derivada. Os Estados também
têm uma tripla dimensão: territorial, político-jurídica e humana, enquanto as organizações
internacionais têm unicamente uma dimensão jurídica. O patrimônio delas está assentado
sobre o território de outro Estado. Não há vínculo de nacionalidade.
Como os tratados normalmente preveem a imunidade de jurisdição, em sentido amplo,
da organização internacional, inclusive quanto à esfera trabalhista, há entendimento de que
assim deve ser observado, por se tratar de previsão normativa expressa.
Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho, ao analisar a questão, firmou
jurisprudência, sedimentada na OJ 416 da SDI-I, nos seguintes termos:
“Imunidade de jurisdição. Organização ou organismo internacional.
As organizações ou organismos internacionais gozam de imunidade absoluta de
jurisdição quando amparados por norma internacional incorporada ao ordenamento
jurídico brasileiro, não se lhes aplicando a regra do Direito Consuetudinário relativa à
natureza dos atos praticados. Excepcionalmente, prevalecerá a jurisdição brasileira na
hipótese de renúncia expressa à cláusula de imunidade jurisdicional”.

II-Ações Que Envolvam O Exercício Do Direito De Greve –


A lei trabalhista já assegurava a competência da Justiça do Trabalho, para o julgamento
das ações relacionadas com os conflitos de greve envolvendo direitos das classes
trabalhadora e patronal, no chamado dissídio coletivo de greve, seja apreciando a
abusividade do movimento e garantia de funcionamento das atividades essenciais, seja
apreciando as cláusulas econômicas.
No entanto, a justiça do Trabalho não apreciava outras ações que envolviam a greve.
Após a EC 45/2004 foi dado nova redação ao artigo 114 de forma que, atualmente justiça do
trabalho é competente para julgar por exemplo, as ações individuais (indenizações por danos
causados pelos grevistas) ou coletivas, (dissídio de greve) inclusive possessórias (interditos
proibitórios, para a garantia da posse de seus bens imóveis), desde que relacionadas com a
greve.
Neste sentido a sumula vinculante n. 23 do STF dispõe que é da competência da
Justiça do Trabalho Processar e julgar ações possessórias decorrentes do exercício do
direito de greve desde que relacionadas com a greve

17
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE DISSIDIO DE GREVE DE SERVIDOR PÚBLICO


ESTATUTÁRIO

A jurisprudência dos nossos Tribunais tem entendido que não é da competência da


Justiça do Trabalho o julgamento de dissídio coletivo de greve do servidor público estatutário
em vista da decisão do Supremo Tribunal Federal, que afirmou não ser da competência da
Justiça do Trabalho o julgamento de ações envolvendo servidor público estatutário e Estado.
Este entendimento tem recebido severas críticas da doutrina, ao fundamento de que o
art. 114, II, da CF, atribui competência à Justiça do Trabalho para julgar todas as ações que
envolvam o
exercício do direito de greve, uma vez que a norma constitucional, não faz qualquer
distinção entre greve de servidores celetistas ou estatutários. Assim, em que pese o respeito
que merece a decisão do STF, conjugando-se o inciso I com o inciso II do art. 114, resta
incontestável a competência da Justiça do Trabalho para apreciar todos os dissídios de greve,
sejam entre servidores celetistas e Estado, ou entre servidores estatutários e Estado. Além
disso, o Direito de Greve, por ser um direito fundamental e social previsto no art. 9º da CF, é
autoaplicável para o servidor público, sendo certo que o art. 114, II da CF fixou de forma
expressa e literal a competência da Justiça do Trabalho para as ações que envolvam o
exercício do Direito de Greve, independentemente do regime jurídico que rege a relação de
trabalho.
No entanto, a jurisprudência dos nossos tribunais vem se mantendo firme no sentido
de negar a competência da Justiça do trabalho para julgar os dissídios de greve do servidor
estatutário, sendo que por oportuno transcrevemos abaixo a seguinte ementa:

COMPETÊNCIA DISSÍDIO COLETIVO SERVIDOR ESTATUTÁRIO

Ementa: DISSÍDIO COLETIVO SERVIDOR ESTATUTÁRIO, - COMPETÊNCIA PARA


JULGAMENTO, JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. EDUCAÇAO SERVIÇO ESSENCIAL. MOVIMENTO
GREVISTA, APLICAÇAO DA LEI Nº 7.783 /1989. I- Ações que não se reputam oriundas da
relação de trabalho, conceito estrito desta relação, sendo o servidor estatutário,
a competência para dirimir conflitos é da justiça comum. II- A Educação é serviço essencial,
vez que se reflete diretamente na cultura do povo. III- Aos servidores públicos, são
aplicados as disciplinas contidas na Lei nº 7.783 /1989, que regula o direito de greve dos
empregados em geral, na hipótese dos denominados serviços essenciais. Liminar mantida
em todos os seus termos. Decisão Unânime.

III- Ações Sobre Relações Sindicais - O novo regramento constitucional estabelece a


competência da justiça do trabalho para julgar todas as lides intersindicais. Anote-se que,
apesar do texto mencionar apenas os sindicatos, deve ser dada uma interpretação extensiva
para englobar todas as entidades sindicais, como as questões que envolverem Federações e
as Confederações. São exemplos: ação envolvendo o direito de filiação ou desfiliação, ação
anulatória de eleição sindical, ação de cobrança executiva de contribuição sindical, ação
consignatória de contribuição sindical quando há disputa de representação entre dois
sindicatos.

18
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

IV- Mandado de Segurança Habeas Corpus e Habeas Data - Uma das grandes
inovações é a possibilidade de impetração de mandado de segurança perante as Varas da
Justiça do Trabalho (órgão de primeira instância) quando o ato questionado envolver matéria
sujeita a sua jurisdição, por exemplo, quando a autoridade coatora for auditor do Trabalho,
Delegado Regional do Trabalho em decorrência de aplicação de multas provenientes da
fiscalização das relações do trabalho (art. 114, VII, da Constituição), na interdição de
estabelecimento ou setor, de máquina ou equipamento, no embargo à obra (art. 161 da CLT)
ou Membro do Ministério Público do Trabalho. No entanto quando a autoridade coatora for
o juiz do Trabalho a competência originaria pertence aos TRT's.

Afirmada, também, a competência para o julgamento do habeas corpus quando se


tratar de matéria sujeita a jurisdição trabalhista (Prisão de natureza civil).

Habeas Data

A competência para o julgamento do Habeas Data também vem previsto no texto


Constitucional emendado para possibilitar ao trabalhador o acesso a dados pessoais em
poder do Estado, assegurando o respeito aos direitos da personalidade à intimidade e vida
privada do trabalhado. Também é cabível para conhecimento, retificação e complementação
de informações, bem como para anotação de contestação ou explicação, sobre dados
registrados pelo Ministério do Trabalho e Emprego constantes do ‘cadastro de
empregadores que tenham mantido trabalhadores em condições análogas às de escravo.
Observa-se que em face de empregador pessoa física ou jurídica de direito privado, diante da
literalidade do texto constitucional, não é cabível o habeas data.

V- Conflitos de competência entre órgãos da Justiça do Trabalho – No inciso V do


artigo 114 da CF, está assegurado a competência da Justiça do Trabalho para julgar os
conflitos de atribuição envolvendo órgãos da Justiça do Trabalho. Assim, tem-se que:

1- O conflito de competência entre Varas do Trabalho, na mesma região, deverá ser


dirimindo pelo TRT.
2 - Quando se tratar de conflito de Varas do Trabalho sujeitas à jurisdição de Tribunais
Regionais do Trabalho diferentes ou entre Tribunais Regionais do Trabalho, a competência é
do TST.
3 - Quando o conflito envolver juízes vinculados a Tribunais diversos da Jurisdição
Trabalhista a competência é do STJ (artigo 102, I da CF).
4 - Quando envolver conflito entre Tribunal Superior e STJ, a competência é do
Superior Tribunal Federal (STF).

VI- Ações de indenização por danos morais ou patrimoniais – A Emenda


Constitucional 45/2004 consagrou definitivamente a competência da Justiça do trabalho
para o julgamento de todas as ações que envolvem pedidos de indenização por danos
materiais e morais decorrentes da relação de trabalho. Há quem afirme que a competência
se estende ainda que se trate de pedido de indenização por dano moral em ricochete ou
reflexo, assim entendido como aquele que atinge pessoa diversa da que sofre diretamente o
dano moral, sou seja: é o dano que reflete em pessoa que tem convivência muito próxima,
ou laços efetivos com a vítima do dano. A jurisprudência vem admitindo o dano moral em

19
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

ricochete decorrente do contrato de trabalho, conforme a redação da seguinte ementa:

Dano moral – Empregado vítima de acidente do trabalho – Legitimidade ativa.


“Qualquer pessoa, com ou sem parentesco, está apto a pleitear, em juízo, compensação
monetária pela dor oriunda da perda de um ente querido.
A atual redação do art. 114 disciplinas a competência em razão da matéria e não mais
em razão das pessoas. Por isso, acreditamos que, se o dano moral refletiu em terceiros (por
exemplo, a esposa do trabalhador que sofre danos morais em razão da morte de seu marido,
ex-empregado vítima de acidente de trabalho) e eclodiu da relação de trabalho, a
competência da Justiça do Trabalho se mostra inarredável. Além disso, o art. 114, VI, da CF,
menciona que a Justiça do Trabalho tem competência para as ações de indenização por
danos morais de decorrem da relação de trabalho, vale dizer: que têm origem em uma
relação de trabalho, ou seja, que dela derivam. Desse modo, as pessoas que sofrem o dano
moral não precisam ser os atores sociais da relação de emprego ou de trabalho para
postularem a reparação de danos morais na Justiça do Trabalho, basta que o fato decorra
dessa relação”

Neste sentido também se tem a sumula vinculante n. 22 do STF que dispõe ser da
competência da Justiça do Trabalho processar e julgar as ações de indenização por danos
decorrentes de acidente do trabalho

VII -Ações Relativas às Penalidades Administrativas - As penalidades que podem ser


impostas aos empregadores, são as previstas na CLT nos artigos 626 a 653. Apesar do inciso
VII do art. 114 da CF mencionar penalidades administrativas impostas aos empregadores, é
possível, por meio de interpretações teleológica e sistemática dos incisos I, VII e IX, do art.
114, da CF, entender que a competência da Justiça do Trabalho abrange também as ações
referentes às penalidades administrativas impostas aos tomadores de serviços, desde que,
evidentemente, o prestador seja pessoa física e preste o serviço em caráter pessoal, e
também as ações que decorrem de atos dos órgãos de fiscalização do trabalho. Também é
certo que, após a EC n. 45/04, a certidão da dívida ativa da União decorrente de infrações
aplicadas ao empregador pelos Órgãos de Fiscalização do Trabalho constitui um novo título
executivo extrajudicial que será executado na Justiça do Trabalho, segundo a Lei n. 6.830/80.
Por se tratar de ação de rito especial, o Juiz do Trabalho não aplicará a CLT. Também será da
competência da Justiça do Trabalho a ação proposta pelo empregador objetivando
invalidar auto de infração e multa imposta pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
No entanto, a competência fixada à Justiça do Trabalho pelo inciso VII do art. 114 da CF
não alcança as ações relativas às penalidades administrativas lavradas pelos Órgãos de
Fiscalização de profissões regulamentadas, como CREA, OAB, etc. Primeiro, porque o inciso
VII fala em penalidades administrativas impostas aos empregadores. Segundo, porque, entre
o órgão de fiscalização do exercício de profissão e o prestador de serviços, não há uma
relação de trabalho (art. I, da CF).
VIII - Contribuições Previdenciárias e Fiscais - A Justiça do trabalho é competente para
determinar o recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais sobre as verbas de
natureza salarial, decorrentes das sentenças que proferir ou dos acordos homologados,
devendo o juízo promover, de ofício, a execução dos valores devidos.

20
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A lei 13.467/2017 inseriu na CLT a alínea “f” no artigo 652 da CLT , estabelecendo a
competência das varas do Trabalho para decidir quanto à homologação de acordo
extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho.

Outras competências
SERVIDORES DE CARTÓRIO – O Artigo 236 dispõe que os serviços notariais e de
registros serão exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público.
Conforme entendimento do STF a relação entre trabalhadores e titulares de cartórios
extrajudiciais é tipicamente de emprego, e a atuação da Corregedoria dos Tribunais de
Justiça meramente fiscalizatória e disciplinatória, sendo a Justiça do Trabalho competente
para dirimir as lides envolvendo tais empregados e os titulares dos cartórios.

AS AÇÕES DECORRENTES DOS CONTRATOS DE EMPREITADA

Para fins civis, o empreiteiro pode ser pessoa física ou jurídica e se obriga, mediante
contrato, sem subordinação, e mediante o pagamento de remuneração, a executar uma
obra. A empreitada pode ser de trabalho (lavor) ou mista em que o empreiteiro se
compromete a fornecer o serviço e o material.
A CLT no art. 652 dispõe: “Compete às Varas do Trabalho: a) conciliar e julgar [...]III –
os dissídios resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário
ou artífice.”
Ao interpretar este dispositivo, a doutrina e a jurisprudência sedimentaram o
entendimento de que a competência da Justiça do trabalho só se verifica quando se tratar de
operário ou artífice que trabalha com pessoalidade, embora sob forma de empreitada. No
entanto, quando o Empreiteiro se constitui em firma organizada, explorando atividades de
construção civil, com a colaboração de empregados inscritos na Previdência Social a quem
contrata e remunera, não haverá a competência trabalhista. É que a competência da Justiça
do Trabalho justifica-se para o pequeno empreiteiro a fim de lhe facilitar o acesso à Justiça
do Trabalho e de lhe garantir a dignidade e os valores sociais do trabalho. O empreiteiro,
salvo se o contrato de empreitada mascarar uma verdadeira relação de emprego, não
cobrará na Justiça créditos trabalhistas previstos na CLT e legislação extravagante, mas sim
as parcelas e obrigações ajustadas no contrato de empreitada.
Pode ocorrer, ainda, de o pequeno empreiteiro postular na Justiça do Trabalho a
nulidade do contrato de empreitada e o reconhecimento do vínculo de emprego, com o
pagamento dos consectários trabalhistas, e, sucessivamente, caso não reconhecido o liame
de emprego, as parcelas oriundas do contrato de empreitada.

AÇÕES QUE ENVOLVAM QUESTÕES RELACIONADAS AO MEIO AMBIENTE DO


TRABALHO

A Súmula 736 do Supremo Tribunal Federal, editada no final de 2003, prevê a


competência da Justiça do Trabalho para julgar causas envolvendo medidas preventivas ao
acidente de trabalho, assim como as ações que envolvam questões sobre meio ambiente do
trabalho, independentemente do regime de contratação do trabalhador

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA OS PEDIDOS DE COMPLEMENTAÇÃO


DE APOSENTADORIA

21
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Até o final de 2012, a jurisprudência, vinha se firmando no sentido da competência


material da Justiça do Trabalho para os pedidos de complementação de aposentadoria. É
que a complementação de aposentadoria é benefício de natureza contratual, que se
assemelha ao benefício previdenciário da aposentadoria, pago pelo empregador, após a
aposentadoria do empregado, e consiste na diferença entre o valor pago de aposentadoria
pela Previdência social e o salário que o empregado recebia na ativa. O benefício é custeado
mensalmente pelo empregado com parte de seu salário.
No entanto, recentemente, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos
Recursos Extraordinários n. RE 586.453 e RE 583.050, proferido em sede de repercussão
geral, concluiu, por maioria de votos, que cabe à Justiça Comum julgar processos
decorrentes de contrato de previdência complementar privada, ainda que oriunda do
contrato de trabalho. Contudo, os efeitos da decisão, por questões de segurança jurídica,
foram modulados para estabelecer que permanecerão na Justiça do Trabalho todos os
processos que já tiverem sentença de mérito até aquela data. Dessa forma, todos os
processos em tramitação na Justiça Trabalhista, mas ainda sem sentença de mérito, a partir
de 20/2/2013 deverão ser remetidos à Justiça Comum. Quanto aos demais processos, fica
preservada a competência da Justiça do Trabalho. Esta última, é a situação dos autos,
porque prolatada decisão de primeiro grau a respeito do mérito antes da data do julgamento
da matéria pela Corte Suprema. Portanto, competente esta Justiça Especial, nos termos da
decisão proferida pelo STF, para julgamento da lide. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST – Processo: RR – 2828-22.2011.5.12.0002 – Data de Julgamento: 2.4.2013, rel. Min. Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, 7º Turma, Data de Publicação: DEJT 5.4.2013).

COMPETÊNCIA PARA JULGAR CRIME DE FALSO TESTEMUNHO-

O crime de falso testemunho cometido em depoimento perante juiz do trabalho atenta


contra a administração da justiça especializada da união federal. (CF, art. 109, IV). 2. Conflito
conhecido, competência do suscitado.

COMPETÊNCIA CRIME DE ANOTAÇÕES FALSAS EM CTPS.

A justiça comum do estado é competente para processar e julgar crime consistente em


inserir declaração ideologicamente falsa em CTPS, concernente a relação empregatícia, posto
que não envolve bens, serviços ou interesse da união, suas autarquias ou empresas públicas.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DAS PESSOAS

Quanto à competência em razão de pessoas, podemos afirmar que na Justiça do


trabalho não se trata especificamente desta espécie de competência, pois todos aqueles que
celebram ‘relação de trabalho’, terão suas ações julgadas pela Justiça do Trabalho, conforme
disposição expressa do artigo 114, da CF ou seja: o particular, o Estado, as pessoas jurídicas
de Direito Público, os sindicatos quando se tratar das ações sindicais.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LOCAL

Regra geral - A ação trabalhista deve ser proposta perante a Vara do Trabalho do

22
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

último local da prestação de serviços, ainda que o empregado tenha sido contratado em
outro local ou no estrangeiro, é o que se depreendo do artigo 651 da CLT.
Por medida de proteção ao trabalhador não possui validade jurídica a estipulação de
foro de eleição.
Exceções: Quando se tratar de empregado viajante comercial, se estiver ligado à
agência ou filial, a competência será da Vara do local em que está localizada a agência ou
filial; na falta, ou se não estiver subordinado à agência ou filial, a competência será a do
domicílio do empregado ou local mais próximo.
Quando se tratar de empregado brasileiro laborando no estrangeiro, este pode optar
em ajuizar a ação no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo em
contrário, caso em que será competente a Vara do Trabalho do local em que estiver situada
a repartição da empresa no Brasil. Neste caso as regras processuais aplicáveis serão as regras
brasileiras (CLT, lei 5584/70 e o CPC ou CDC)
No entanto em relação as regras de direito material devem ser observadas a norma
mais favorável adotando-se para tanto a teoria do conglobamento mitigado ou por instituto,
haja vista as regras contidas na lei 7064/82 e o cancelamento da sumula 207 do TST.
Quando se tratar de empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato,
em lugares incertos, transitórios ou eventuais (Ex.: empresas circenses, desfiles de moda,
reflorestamento, etc.), os empregados podem escolher entre o local da prestação de serviços
e o local da contratação.

IMPOSSIBILIDADE DE SER AJUSTADO FORO DE ELEIÇÃO

Considerando os princípios que norteiam o direito do trabalho, podemos afirmar que


o foro de eleição é incompatível com o Processo do Trabalho em vista da hipossuficiência do
reclamante, bem como eventual estado de subordinação do empregado ao aceitar
determinada localidade para propositura da demanda trabalhista. Além disso, as normas que
consagram a competência territorial da Justiça do Trabalho são fixadas em benefício do
trabalhador (art. 651 da CLT), cabendo tão somente a este, eventualmente, renunciar ao
benefício legal.
A doutrina tem afirmado que as regras contidas no artigo 63, parágrafo 3º, do CPC de
2015, que possibilita ao Juiz do Trabalho decretar, de ofício, a nulidade do foro de eleição se
abusiva, tem aplicação no direito processual do Trabalho. Nos termos do referido artigo:
“Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo Juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de
domicílio do réu”.
Assim, a nulidade da cláusula de eleição do foro, em contrato de trabalho, pode ser
declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo do local da prestação
de serviços.
Trata-se, pois, de uma exceção à vedação de decretação de ofício pelo juiz de uma
competência em razão do território (relativa) pois a regra na Justiça do Trabalho é a
contida na OJ 149 da SDI-2 que dispõe:
“Não cabe declaração de oficio de incompetência territorial no caso do uso pelo
trabalhador da faculdade prevista no artigo 651§ 3º. Neste caso resolve-se o conflito pelo
reconhecimento da competência do juízo onde foi proposta a ação. ”

CONFLITOS DE COMPETÊNCIA ENTRE ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO

23
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

1- O conflito de competência entre Varas do Trabalho, na mesma região, deverá ser


dirimindo pelo TRT.
2 - Quando se tratar de conflito de Varas do Trabalho sujeitas à jurisdição de Tribunais
Regionais do Trabalho diferentes ou entre Tribunais Regionais do Trabalho, a competência é
do TST.
3 - Quando o conflito envolver juízes vinculados a Tribunais diversos da Jurisdição
Trabalhista a competência é do STJ (artigo 102, I da CF).
4 - Quando envolver conflito entre Tribunal Superior e STJ, a competência é do
Superior Tribunal Federal (STF).
Por fim, importante ressaltar o entendimento do TST , consubstanciado na sumula 420
que dispõe:
Súmula 420 do TST: Não se configura conflito de competência entre TRT e vara do
trabalho a ele vinculada por se tratar de competência hierárquica ou funcional.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Os artigos 652 e 653 da CLT disciplinam a competência funcional das Varas do


Trabalho.
Analisando os referidos dispositivos verificamos que a vara tem a atribuição de julgar
as ações movidas pelos trabalhadores em face dos empregadores, também as ações
resultantes de contratos de empreitadas em que o empreiteiro seja operário ou artífice; os
inquéritos para apuração de falta grave; julgar os embargos opostos às suas próprias
decisões; as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários ou o Órgão
Gestor de Mão-de-Obra - OGMO decorrentes da relação de trabalho.
Compete, ainda, às varas do trabalho requisitar as autoridades competentes a
realização das diligências necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação,
representando contra aquelas que não atenderem a tais requisições;) realizar as diligências e
praticar os atos processuais ordenados pelos Tribunais Regionais do Trabalho ou pelo
Tribunal Superior do Trabalho, expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;
exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras atribuições que
decorram da sua jurisdição.
A lei 13.467/2017 acrescentou no artigo 652 da CLT a letra “ f “ para o fim de ficar
constando a competência das varas do Trabalho para decidir quanto à homologação de
acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça do Trabalho, sendo certo que a
mesma lei inseriu na CLT o artigo 855 letra B regulamentando o processo de Jurisdição
voluntaria para homologação de acordo extrajudicial.

“Art. 652. Compete às Varas do Trabalho:

f) decidir quanto à homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência


da Justiça do Trabalho.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL DOS TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO

A competência funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho está fixada na


Consolidação das Leis do Trabalho e, principalmente, nos Regimentos Internos dos Tribunais,

24
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

as questões referentes à competência de cada uma das turmas e seções dos Tribunais.

COMPETÊNCIA FUNCIONAL DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

A competência do Pleno, das Seções Especializadas em Dissídios Coletivos, das Seções


Especializadas em Dissídios Individuais I e II, bem como da Seção Administrativa, é detalhada
no Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho.

DA MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

A competência ser modificada pelos critérios da conexão e prevenção


Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a
causa de pedir.
Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto às
partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais”.
Pelo critério da prevenção, a modificação se faz quando dois ou mais juízos são
competentes para apreciar a causa (competência concorrente), sendo o competente aquele
que recebeu o processo em primeiro lugar.

AÇÃO TRABALHISTA - ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS

3-DA AÇÃO TRABALHISTA

A ação trabalhista é um direito constitucional incondicionado, por força do princípio da


inafastabilidade da jurisdição, consoante art. 5º, XXXV, da CF/1988, colocada à disposição tanto dos
particulares, individualmente, como dos grupos econômicos e profissionais, posto que todos têm o
direito de movimentar a jurisdição e impulsionar o órgão jurisdicional trabalhista a fim de obter
um pronunciamento que resolverá a divergência.5 Falamos do direito de ação.
Entretanto, com vistas a concretização do exercício do direito de ação, alguns requisitos de-
vem ser observados. Entre eles: a existência de elementos para formação da relação processual, a
capacidade de ser parte, os procuradores, eventuais terceiros, ou uso do jus postulandi.

Da formação da ação

Para que possamos identificar a existência de uma relação processual, devemos analisar
quais são os seus elementos, condições e pressupostos, o que será feito nos itens a seguir.

Elementos da ação

Caracteriza-se pela necessidade de identificação e individualização dos sujeitos, objeto e


causa de pedir. Assim, são elementos da ação:
Sujeitos Ativo – (autor) Juiz = Relação jurídica processual Passivo – (réu)

Objeto – é o direito material violado que na relação processual é a pretensão a ser levada a
juízo para recebimento de um pronunciamento judicial.
Causa de pedir – é apresentação com os fundamentos jurídicos do Direito Material a

25
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

ser requerido. Pode ser apresentada por fatos que dão embasamento ao pedido (causa remota) e
qual a repercussão jurídica desses fatos (causa próxima).

Pedido – é a pretensão a ser apresentada na ação que pode ser de duas formas: pedido
imediato, que se caracteriza pela sentença e o pedido mediato que se representa pelo bem
jurídico que o autor da pretensão visa proteger por meio de uma sentença, neste particular é a
representação do direito material que foi desrespeitado.

Condições da ação
A condição da ação consiste na necessidade do preenchimento de requisitos que permitam
o uso do processo, sendo certo que sua não observação induz à extinção sem que o Juiz analise o
mérito, por ausência de legitimidade ou de interesse processual (CPC/2015, art. 485, VI).
Na redação do CPC/1973, o art. 267, VI, permitia a extinção do processo, quando não
concorresse qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade
das partes e o interesse processual.
Observamos com isso que o atual novel processual, não mais faz menção à carência de
ação, uma vez que o art. 485, VI, permite ao juiz não resolver o mérito, quando verificar ausência
de legitimidade ou de interesse processual, pois considera que há para o jurisdicionado o
direito de provocação da jurisdição e não o direito de julgamento de mérito. Com isso, ao retirar
a possibilidade jurídica do pedido, o CPC/2015 deixou de lado a necessidade de que a parte tenha
que mostrar ser detentora do direito em receber uma decisão de mérito, porém, o que se
pretende é garantir o direito da parte em provocar a jurisdição.
Desta forma, em conformidade com as regras externadas pelo CPC/2015, as condições da
ação são:
Interesse processual ou de agir – significa que a pessoa deve ter interesse em obter
proteção do direito material desrespeitado;
Legitimação – implica em afirmar que a pessoa deve ser o titular do direito lesado e por
isso proceder com a causa.
Possibilidade jurídica do pedido – o pedido a ser apresentado ao Judiciário deve ter
previsão no ordenamento jurídico. Nesse sentido, são os ensinamentos de Cleber Lucio de Almeida.
“Notamos que, embora não faça alusão as condições de ação e à carência de ação,
o CPC de 2015 impede o juiz de solucionar o mérito quando verificar a ausência de
legitimidade e/ou interesse processual (...).”
Ato contínuo, o juiz continua obrigado a examinar, previamente, a possibilidade de se
manifestar sobre o mérito, com a ressalva de que ele não está dispensado de examinar a
possibilidade jurídica do pedido, mas o fará não previamente ao julgamento do mérito,
porém ao procedê-lo (a possibilidade jurídica do pedido é, no CPC de 2015, questão a ser
enfrentada no julgamento do mérito).
Ademais, o exame do interesse de agir pressupõe o da legitimidade das partes, ao
passo que, somente quando estiverem presentes a legitimidade e o interesse de agir é que
será examinada a possibilidade jurídica da providência pleiteada. Destarte, as condições
de ação deverão ser examinadas na seguinte ordem: legitimidade das partes, interesse de
agir e possibilidade jurídica do pedido, com a ressalva de que, no CPC de 2015, a
declaração de impossibilidade jurídica do pedido implica solução de mérito.6

26
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Pressupostos processuais

Significa que, para a constituição e desenvolvimento válido do processo, é necessário que


se estabeleça regularmente a relação processual. Esses pressupostos são de duas naturezas,
subjetiva e objetiva.
Subjetivo – Os pressupostos subjetivos são direcionados aos sujeitos da relação processual,
tal como o juiz e as partes.
Com relação ao juiz, existe a necessidade de ele encontrar-se investido de jurisdição, de
possuir competência e de ser imparcial:
Juiz investido de jurisdição – Implica na necessidade de que o processo só poderá ser
julga- do por juiz togado, com aprovação em concurso público de provas e títulos, conforme
preceitua o art. 93, I, da CF/1988.
Juiz competente – O Juiz togado apenas poderá julgar demanda de natureza trabalhista se
a ele for outorgada competência sobre a matéria, nos moldes que a Lei determinar. No caso do
processo do trabalho, aqueles temas relacionados no art. 114 da CF/1988.
Juiz imparcial – É aquele que para atuar no processo não possui nenhuma vinculação com
qualquer das partes, não tendo impedimento por força de suspeição ou impedimento.
Em relação às partes, podemos observar como pressupostos: a capacidade de ser parte,
de estar em juízo e, por fim, a de postular.
Capacidade de ser parte – Também conhecida como legitimação para o processo. É a
aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações e para exercer os atos da vida civil, por si ou por
outrem, situação esta que decorre da aquisição de personalidade.
Capacidade de estar em juízo – É a capacidade de ser parte numa reação processual,
como, por exemplo, o menor, o espólio, a massa falida, o empregado ou empregador.
Capacidade postulatória – É a condição atribuída ao operador do direito na qualidade
de advogado, membro do Ministério Público. Sem prejuízo disso, neste particular, existe a figura
do jus postulandi, que se traduz na situação em que se permite ao trabalhador ou empregador
diretamente usar do processo, sem a necessidade de representação por advogado. Todavia,
esse direito não é ilimitado, posto que o TST, por meio da Súmula no 425, limitou o uso do exercício
desse instituto, a fim de assegurar melhor garantia jurídica.
Súmula no 425. Jus postulandi na Justiça do Trabalho. Alcance. O jus postulandi das
partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais
do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

Pressupostos Objetivos

Os pressupostos devem ser analisados ante a ausência de fatos impeditivos para


desenvolvimento do processo, ou seja, situações externas ao processo que, por sua vez, impedirão
seu uso, tal como a coisa julgada, litispendência etc.
No mesmo sentido, é imperioso observar se determinada situação, relacionada ao procedi-
mento do processo, também foi observada, na medida em que poderá prejudicar seu regular
desenvolvimento. Situações como aptidão da petição inicial, a citação regular, a existência de

27
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

procuração válida são exemplos práticos.


Diante disso temos a análise dos pressupostos objetivos da seguinte forma:

Aptidão da petição inicial


Para que o processo se desenvolva dentro de parâmetros seguros, tanto para aquele que
pede, quanto para aquele se defende e, principalmente para que haja uma sentença que atenda a
ambos, devem ser cumpridos requisitos que, de acordo com a regra processual, permitirão o
regular processamento da demanda, como no caso, os requisitos da petição inicial, inseridas nos
arts. 840, § 1o, da CLT e 282 do CPC (NCPC – art. 319).

Citação regular

A citação válida, é o ato pelo qual o Juiz leva a conhecimento da parte o que contra ele está
sendo dito numa ação. Tal ato deve ser rigorosamente observado.

Procuração válida

Aquele que pleiteia em juízo em nome alheio deve receber autorização para tanto, o que
vem instituído legalmente, conforme preceitua o art. 76 do NCPC/2015, norma que parece mais
completa do que a redação que constava no art. 13 do CPC/1973.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da


parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em


que se encontre.

§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal


regional federal ou tribunal superior, o relator:

I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;

II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao


recorrido.

Ausência de coisa julgada

Considera-se ausência de coisa julgada inexistência de decisão judicial transitada em


julgado cuidando das mesmas partes, mesmo pedido e mesma causa de pedir.

28
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Litispendência

Outro pressuposto objetivo da ação é a ausência de litispendência. Significa que


para uma ação regular não se permite repetir o u t r a já existente, e que ainda esteja em curso, onde
sãocoincidentes as partes, a causa de pedir e o pedido (art. 337, VI, do NCPC/2015).

3.2-ATOS PROCESSUAIS - São os atos praticados no curso do processo, para o processo.

Características:

a) De regra são públicos, no entanto, correrão em segredo de Justiça os atos


praticados no processo em que houver interesse público a justificar tal circunstância
(ex.: que envolvam segredo de fábrica, possam pôr em situação vexatória uma das
partes, etc.);

A Emenda Constitucional nº 45/2004 alterou o artigo 93 da Constituição


Federal prestigiando nos incisos IX e X o princípio da publicidade dos julgados,
estabelecendo que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, assegurando
o sigilo apenas em casos necessários a preservação da intimidade do interessado,
desde que não prejudique o interesse público à informação, possibilitando à
Sociedade fiscalizar as atividades forenses. A publicidade também está assegurada
nas decisões administrativas dos tribunais.

b) Devem ser praticados em dias úteis, entre 6 e 20 horas; (artigo 770 da CLT);

c) Quando o ato tiver que ser praticado por petição esta deverá ser entregue no horário
de expediente forense, nos termos da lei de organização judiciária local ou dos regimentos
internos dos tribunais;

d) A penhora de bens pode ocorrer em domingos e feriados desde que autorizados;

e) As audiências serão realizadas no horário fixado pelo artigo 813 da CLT ou seja das
8,00 ás 18,00 horas.

f) Ato Processual por fac-símile

A lei 9800/99 instituiu o sistema de transmissão de dados e imagem por fac-símile para
a prática de atos processuais que dependem de petição escrita.
Analisando a lei o TST deixou certo através da súmula 387:

I - A Lei nº 9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursos interpostos após o


início de sua vigência.
II - A contagem do quinquídio para apresentação dos originais de recurso interposto por
intermédio de fac-símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazo recursal, nos

29
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

termos do art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não do dia seguinte à interposição do


recurso, se esta se deu antes do termo final do prazo.
III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de notificação, pois a
parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual, não se aplica a regra do
art. 224 do CPC de 2015 (art. 184 do CPC de 1973) quanto ao "dies a quo", podendo coincidir
com sábado, domingo ou feriado.
IV - A autorização para utilização do fac-símile, constante do art. 1º da Lei n.º 9.800, de
26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o documento é dirigido diretamente ao
órgão jurisdicional, não se aplicando à transmissão ocorrida entre particulares.

Ato judicial eletrônico

A lei 11.419/2006 que regulamenta o processo judicial eletrônico, no artigo 3 º dispõe:

“Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do


seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo
eletrônico”.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo
processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas
do seu último dia.

O parágrafo único do artigo 8º dispõe que “Todos os atos processuais do processo


eletrônico serão assinados eletronicamente”

Princípios aplicáveis aos atos processuais

Os atos processuais são regidos pelos seguintes princípios:

a) Princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade


O princípio em comento se traduz na situação em que, não sendo o processo um fim em si
mesmo, ele representa o instrumento da jurisdição. Desta forma, caso seja praticado um ato
processual sem obediência à forma que estava prevista em lei, mas tendo atingido sua finalidade,
deverá o juiz considerá-lo válido. Referida situação foi adotada pelo NCPC/15 – arts. 188 e 277, in
verbis:
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando
a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe
preencham a finalidade essencial.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Assim, para que seja possível a aplicação dos institutos anteriormente mencionados, é
indispensável que o ato praticado possua o mínimo de requisitos necessários para a sua compreensão.

b) Princípio da liberdade das formas


Por este princípio, se permite às partes do processo praticar os atos com liberdade, sem
desrespeitar o devido processo legal e sem que se pratiquem atos de forma arbitrária. Esse
princípio está muito presente no Processo do Trabalho, na medida em que a CLT, no art. 794, só

30
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

considera nulo o ato no caso de resultar manifesto prejuízo às partes. Tal fato induz que o
interesse está na finalidade essencial do ato.

c) Princípio da publicidade
Trata-se de um princípio que consagra uma garantia constitucional e se traduz na situação
em que os atos processuais devem ser públicos e, neste contexto, atender ao princípio
constitucional da publicidade, delimitado no art. 93, IX, da CF. Sem prejuízo, essa regra não é
absoluta, tendo em vista que, nos casos determinados em lei, podem os atos processuais ser
praticados sem a publicidade determinada, a exemplo daqueles destinados à defesa da intimidade
e interesse social, consoante se observa da redação inserida no art. 5o, LX, da CF, e NCPC/2015 –
arts. 11 e 368.CF

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...) LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
Artigo 11 do NCPC 2015 - Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.

d) Princípio da documentação
Caracteriza-se pela necessidade de que todos os atos processuais devem ser documentados, a
fim de que se perpetuem no tempo, para uma segura prestação jurisdicional e estabilidade nas
relações processuais. Neste sentido, no contexto do processo do trabalho, temos que os atos
processuais devem ser documentados, conforme exprime o art. 771 da CLT ao relatar que os atos
e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.

Art. 771. Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta,


datilografados ou a carimbo.
A legislação trabalhista determina ainda que os atos processuais devem ser
certificados e assinados pelas partes. No caso em que não possam fazer por motivo
justificado serão firmados a rogo na presença de duas testemunhas, desde que haja
procurador constituído na forma da lei (art. 772 da CLT).

Art. 772. Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes
interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão
firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver
procurador legalmente constituído.

e) Princípio da obrigatoriedade do vernáculo (língua portuguesa)


Neste particular, o princípio em tela induz à obrigatoriedade de prática de atos processuais na
língua portuguesa, consoante disposição do art. 192 do NCPC, in verbis:

31
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua


portuguesa. Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente
poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua
portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou firmada por
tradutor juramentado.

3.3- Prazo processual:

Prazo processual pode ser definido como o período de tempo em que o ato deve ser
praticado.
Classificações possíveis:

1) Quanto a Origem podem ser: legais, convencionais, judiciais (estabelecidos pelos


juízes)
2) Quanto à natureza: Peremptórios são os prazos fatais, que não podem ser
prorrogados ou alterados por vontade das partes.

Prorrogáveis: são aqueles não previstos em lei, podendo o juiz dilatar tais prazos a seu
livre arbítrio. Inexistindo prazo na lei para a prática do ato o prazo será de cinco dias.
Contagem de prazo: os prazos processuais no Processo do Trabalho serão contados a
partir do momento em que o interessado tomou ciência do ato a ser praticado, ou seja, a
partir do recebimento da notificação ou intimação, da publicação em diário oficial (no caso
das decisões de TRT ou TST) ou do dia da ciência do ato dada por oficial de Justiça, conforme
for o caso. (Artigo 774 da CLT).

A lei 13.467/2017 deu nova redação ao artigo 775 da CLT estabelecendo que agora os
prazos passam a ser contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do
dia do vencimento. Esta inovação está em consonância com as regras constantes do artigo
219 do novo CPC e com o princípio da colaboração que vem tratado no CPC.

A lei da reforma trabalhista também acrescentou os incisos I, II, no parágrafo primeiro


para estabelecer a possibilidade de prorrogação de prazos quando o juízo entender
necessário e também em virtude de força maior, devidamente comprovada.

A mesma lei acrescentou o parágrafo 2º no artigo 775 da CLT possibilitando ao juiz


dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do
direito.

Por oportuno transcrevemos abaixo o artigo 775 da CLT com as alterações impostas pela
lei 13.467/2017:

“Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

32
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas


seguintes hipóteses:

I - Quando o juízo entender necessário;

II - Em virtude de força maior, devidamente comprovada.

§ 2o “Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção


dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito.” (NR)

Por fim, é importante mencionar que, a contagem de prazos em dias úteis, se refere
unicamente aos prazos processuais ao dispor expressamente “Os prazos estabelecidos neste
Título” de forma que os prazos de direito material como, por exemplo: dias de férias, aviso-
prévio, ou data limite para pagamento das verbas rescisórias
No direito do trabalho há a presunção de que a parte recebeu a comunicação via correio
em 48 horas contados da expedição.
Não se pode confundir início do prazo com o início da contagem do prazo. A contagem
do prazo processual dá-se com a exclusão do primeiro dia e inclusão do dia do vencimento –
art. 775 da CLT.
Assim, não se inicia nem se termina prazo em sábado, domingos e feriados.

A Súmula 262 TST dispõe: I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo
se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente, no item II da súmula 262
deixa certo que: II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior
do Trabalho suspendem os prazos recursais
Suspensão - Dá-se a suspensão quando se paralisa a contagem do prazo, e uma vez
cessada a causa suspensiva, recomeça a contagem do prazo no estado em que parou.
Interrupção – Cessa a contagem e cessada a causa interruptiva o prazo é devolvido
integralmente para as partes.

A União, Estados, Municípios, DF, autarquias e fundações no direito processual do


trabalho têm direito a prazo em quádruplo para a marcação de audiência, e em dobro para
recorrer (DL 779/69). Também o Ministério Público do Trabalho tem prazo em quádruplo para
a audiência (se acontecer dele ser réu em ação de competência da Justiça do Trabalho) e em
dobro para recurso e deve ser intimado pessoalmente com remessa dos autos dos atos
praticados no processo.
O art. 183 da Lei nº 13.105/2015 (Novo CPC) estabelece que a Fazenda Pública goza de
prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais e que a contagem dos prazos
terá início a partir da intimação pessoal de seus representantes legais, sendo possível que esta
intimação ocorra por remessa dos autos, carga destes ou através de intimação por meio
eletrônico (art. 183, § 1º). Este prazo em dobro somente deixará de ser aplicado em momento
em que a lei de forma expressa determinar prazo diferente e próprio para a Fazenda Pública
(art. 183, § 2º).
No entanto a aplicação deste dispositivo no processo do trabalho tem dividido a
doutrina uma vez que existe lei própria que regulamenta as prerrogativas processuais da
fazenda pública no processo do trabalho.

33
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Também está previsto expressamente no Novo CPC a intimação por meio eletrônico,
que segundo posicionamento até o momento majoritário, pode ocorrer por meio de remessa
da intimação nos portais dos sistemas de processamento eletrônico ou digital dos autos dos
processos, bem como através da publicação das decisões e despachos nos diários oficiais da
justiça.
Este prazo em dobro somente deixará de ser aplicado em momento em que a lei de
forma expressa determinar prazo diferente e próprio para a Fazenda Pública (art. 183, § 2º).

A lei n° 13.545, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017 inseriu na CLT o artigo 775 letra A


dispondo que no período de 20 de dezembro á 20 de janeiro fica suspenso o prazo
processual e durante esse prazo não se realizarão audiências nem sessão de julgamento.
Veja a redação do dispositivo mencionado
"Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.

§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os juízes, os


membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxiliares
da Justiça exercerão suas atribuições durante o período previsto no caput deste artigo.
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de
julgamento

Prazo em dobro para litisconsortes com patronos diferentes

Não ser aplica no processo do trabalho o disposto no artigo 229 do CPC atual, em razão
dos princípios da celeridade e simplicidade que norteiam o Processo do Trabalho. Nesse
sentido, destacamos a OJ n. 310, da SDI-I, do C. TST, in verbis:
“Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro, Art. 191 do CPC. Inaplicável ao
Processo do Trabalho. A regra contida no art. 191 do CPC é inaplicável ao Processo do
Trabalho, em face da sua incompatibilidade com o princípio da celeridade inerente ao
Processo do Trabalho

Da Comunicação dos Atos Processuais

No Direito Processual do Trabalho, utiliza-se o termo notificação para designar o ato


pelo qual se processa a comunicação de todo e qualquer ato processual, ou seja, citação,
intimação, etc. às partes do processo na fase de conhecimento.
A citação, por oficial de justiça, no processo do trabalho só é utilizada na fase de
execução. No processo do trabalho, a notificação do réu independe de requerimento da parte
contrária e também de determinação do juiz. Não há o despacho determinando a notificação.
O artigo 841 da CLT estabelece que o chamamento do reclamado se faça 48 horas após
o seu recebimento, por meio de remessa de cópia da petição inicial, notificando-o a
comparecer à audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida depois de 5 dias,
podendo apresentar defesa se assim o desejar.
O parágrafo primeiro do artigo 841 também estabelece que a notificação seja feita de
regra por via postal, e se a reclamada criar embaraço ou não for encontrada, far-se -a por
edital em jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou na falta será fixado na
sede da justiça.

34
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

No caso de não ser encontrado o destinatário, ou havendo recusa de recebimento o


correio deverá devolver a notificação ao juízo no prazo de 48 haras, sob pena de
responsabilidade.
A notificação, mesmo que realizada pelo oficial de justiça, não é pessoal, salvo na
execução, por força do artigo 880, parágrafo 2º da CLT. Tem-se por realizada a notificação
com a simples entrega do registro postal no endereço da parte, sem a devolução pelo correio.
O TST, através da Súmula 16, firmou o entendimento de que, presume-se recebida a
notificação 48 horas após a postagem, constituindo ônus do destinatário provar o não
recebimento ou a entrega após o decurso deste prazo.
A CLT não menciona a citação por hora certa, mas, alguns juízes, antes de determinar a
notificação por edital, admitem a citação por hora certa.
Caso não exista serviço de correio, a notificação será feita por oficial de justiça.

Citação por Edital

Quando a ação se processa pelo rito ordinário dispõe o legislador que se o réu criar
embaraços ao recebimento da notificação postal ou não for encontrado far-se-á a citação por
edital. Mesmo notificado por edital, no Processo do Trabalho, não se aplica o artigo 9º, inciso
II do CPC (curador especial).
No procedimento Sumaríssimo não se admite citação por edital (artigo 852-B da CLT).
O artigo 9º da lei nº 11.419/2006 que regulamenta o processo judicial eletrônico dispõe:
o
“ No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da Fazenda
Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei”. § 2o Quando, por motivo
técnico, for inviável o uso do meio eletrônico para a realização de citação, intimação ou
notificação, esses atos processuais poderão ser praticados segundo as regras ordinárias,
digitalizando-se o documento físico, que deverá ser posteriormente destruído
O de 2015 dispõe que: Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas
as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o
nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos
Advogados do Brasil.
§ 2o Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das
partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados
do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
§ 3o A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
§ 4o A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a
mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do
Brasil.
§ 5o Constando dos autos, pedido expresso para que as comunicações dos atos
processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará
nulidade.
§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por
pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia
Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação de qualquer
decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.
§ 7o O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respectivo
credenciamento para a retirada de autos por preposto.

35
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 8o A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que


lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido.
§ 9o Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso
prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo
será contado da intimação da decisão que a reconheça.

O TST no artigo 16 da Instrução Normativa 39/2016 deixa certo que : Art. 16. Para
efeito de aplicação do § 5º do art. 272 do CPC, não é causa de nulidade processual a intimação
realizada na pessoa de advogado regularmente habilitado nos autos, ainda que conste pedido
expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome de outro
advogado, se o profissional indicado não se encontra previamente cadastrado no Sistema de
Processo Judicial Eletrônico, impedindo a serventia judicial de atender ao requerimento de
envio da intimação direcionada. A decretação de nulidade não pode ser acolhida em favor da
parte que lhe deu causa (CPC, art. 276).

WhatsApp pode ser usado para intimações judiciais


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou por unanimidade a utilização do aplicativo
WhatsApp como ferramenta para intimações em todo o Judiciário. A decisão foi tomada
durante o julgamento virtual do Procedimento de Controle Administrativo (PCA) 0003251-
94.2016.2.00.0000, ao contestar a decisão da Corregedoria do Tribunal de Justiça de Goiás
(TJGO), que proibira a utilização do aplicativo no âmbito do Juizado Civil e Criminal da
Comarca de Piracanjuba/GO.
O uso da ferramenta de comunicação de atos processuais pelo WhatsApp foi iniciado
em 2015 e rendeu ao magistrado requerente do PCA, Gabriel Consigliero Lessa, juiz da
comarca de Piracanjuba, destaque no Prêmio Innovare, daquele ano.
O uso do aplicativo de mensagens como forma de agilizar e desburocratizar
procedimentos judiciais se baseou na Portaria n. 01/2015, elaborada pelo Juizado Especial
Cível e Criminal de Piracanjuba em conjunto com a Ordem dos Advogados do Brasil daquela
cidade.

Não obrigatório
O texto da portaria dispõe sobre o uso facultativo do aplicativo, somente às partes que
voluntariamente aderirem aos seus termos. A norma também prevê a utilização da
ferramenta apenas para a realização de intimações. Além de facultativa, a portaria exige a
confirmação do recebimento da mensagem no mesmo dia do envio; caso contrário, a
intimação da parte deve ocorrer pela via convencional.
Para o magistrado, autor da prática de uso do WhatsApp para expedição de mandados
de intimação, o recurso tecnológico se caracterizou como um aliado do Poder Judiciário,
evitando a morosidade no processo judicial. “Com a aplicação da Portaria observou-se, de
imediato, redução dos custos e do período de trâmite processual”, disse Gabriel Consigliero
Lessa.
Em seu relatório, a conselheira Daldice Santana, relatora do processo, apontou que a
prática reforça o microssistema dos Juizados Especiais, orientados pelos critérios da oralidade,
simplicidade e informalidade. “O projeto inovador apresentado pelo magistrado requerente
encontra-se absolutamente alinhado com os princípios que regem a atuação no âmbito dos
juizados especiais, de modo que, sob qualquer ótica que se perquira, ele não apresenta
vícios”, afirmou a conselheira Daldice, em seu voto.

36
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Para proibir a utilização do WhatsApp, a Corregedoria-geral de Justiça de Goiás


justificou a falta de regulamentação legal para permitir que um aplicativo controlado por
empresa estrangeira (Facebook) seja utilizado como meio de atos judiciais; redução da força
de trabalho do tribunal e ausência de sanções processuais nos casos em que a intimação não
for atendida.
Segundo a conselheira relatora, diferentemente do alegado pelo Tribunal, a portaria
preocupou-se em detalhar toda a dinâmica para o uso do aplicativo, estabelecendo regras e
também penalidades para o caso de descumprimento “e não extrapolou os limites
regulamentares, pois apenas previu o uso de uma ferramenta de comunicação de atos
processuais, entre tantas outras possíveis”.

Comunicação Por Cartas

A comunicação por carta é feita à pessoa quando a pessoa se encontra em local fora da
jurisdição territorial da Vara ou do Juízo de Direito, e podem ser de três espécies á saber:

Carta Precatória - quando o ato tiver que ser praticado no território de jurisdição de
outra Vara do Trabalho, realizar-se por carta precatória; Alguns juízes no entanto, deixam de
se utilizar da carta precatória, valendo-se das disposições constantes no artigo 247 do Código
de Processo Civil de 2015 que autoriza a citação postal para qualquer comarca do pais, e
também aplicando no caso, o disposto no artigo 255 do CPC de 2015, que autoriza notificação
quando se tratar de comarcas contíguas, de fácil comunicação, e que se situem na mesma
região metropolitana.

Carta Rogatória - a carta rogatória é prevista no artigo 202 e seguintes do Código de


Processo civil, e será expedida quando a citação ou intimação houver de ser praticada no
estrangeiro, obedecerá ao disposto em convenção internacional ou, na ausência dessa, será
expedida via diplomática.

Carta de ordem - é expedida quando o juiz for subordinado ao tribunal de que ela
emanar.

As cartas de ordem e precatória podem ser expedidas por telefone, radiograma ou


telegrama em casos de urgência.

Comunicação dos atos Processuais ao Ministério Público


O Provimento nº 4/2000 do TST uniformizou o procedimento de comunicação dos atos
processuais ao Ministério Público do Trabalho, é feito mediante remessa dos autos às
respectivas sedes das Procuradorias Regionais do Trabalho.

Nulidade da Citação

A falta da citação é suprida pelo comparecimento espontâneo do réu em juízo. Caso


compareça apenas para alegar nulidade, e sendo esta reconhecida, é considerada realizada na
data em que a parte toma conhecimento da decisão.

37
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

DIANTE DA IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA TRANSCREVEMOS ABAIXO A LEI QUE


REGULAMENTA O PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO

LEI Nº 11.419, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2006.

Dispõe sobre a informatização do


processo judicial; altera a Lei nº 5.869, de 11
de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil;
e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA INFORMATIZAÇÃO DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 1º O uso de meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, comunicação de


atos e transmissão de peças processuais será admitido nos termos desta Lei.

§ 1º Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e


trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição.

§ 2º Para o disposto nesta Lei, considera-se:

I - meio eletrônico qualquer forma de armazenamento ou tráfego de documentos e


arquivos digitais;

II - transmissão eletrônica toda forma de comunicação a distância com a utilização de


redes de comunicação, preferencialmente a rede mundial de computadores;

III - assinatura eletrônica as seguintes formas de identificação inequívoca do signatário:

a) assinatura digital baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora


credenciada, na forma de lei específica;

b) mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos órgãos


respectivos.

Art. 2º O envio de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por


meio eletrônico serão admitidos mediante uso de assinatura eletrônica, na forma do art. 1º
desta Lei, sendo obrigatório o credenciamento prévio no Poder Judiciário, conforme
disciplinado pelos órgãos respectivos.

§ 1º O credenciamento no Poder Judiciário será realizado mediante procedimento no


qual esteja assegurada a adequada identificação presencial do interessado.

§ 2º Ao credenciado será atribuído registro e meio de acesso ao sistema, de modo a

38
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

preservar o sigilo, a identificação e a autenticidade de suas comunicações.

§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário poderão criar um cadastro único para o


credenciamento previsto neste artigo.

Art. 3º Consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora
do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo
eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo
processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do
seu último dia.

CAPÍTULO II

DA COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 4º Os tribunais poderão criar Diário da Justiça eletrônico, disponibilizado em sítio da


rede mundial de computadores, para publicação de atos judiciais e administrativos próprios e
dos órgãos a eles subordinados, bem como comunicações em geral.

§ 1º O sítio e o conteúdo das publicações de que trata este artigo deverão ser assinados
digitalmente com base em certificado emitido por Autoridade Certificadora credenciada na
forma da lei específica.

§ 2º A publicação eletrônica na forma deste artigo substitui qualquer outro meio e


publicação oficial, para quaisquer efeitos legais, à exceção dos casos que, por lei, exigem
intimação ou vista pessoal.

§ 3º Considera-se como data da publicação o primeiro dia útil seguinte ao da


disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 4º Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado
como data da publicação.

§ 5º A criação do Diário da Justiça eletrônico deverá ser acompanhada de ampla


divulgação, e o ato administrativo correspondente será publicado durante 30 (trinta) dias no
diário oficial em uso.

Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se
cadastrarem na forma do art. 2º desta Lei, dispensando-se a publicação no órgão oficial,
inclusive eletrônico.

§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando efetivar a


consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos autos a sua realização.

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se dê em dia não útil,
a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte.

39
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em até 10 (dez) dias
corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se a intimação
automaticamente realizada na data do término desse prazo.

§ 4º Em caráter informativo, poderá ser efetivada remessa de correspondência


eletrônica, comunicando o envio da intimação e a abertura automática do prazo processual
nos termos do § 3º deste artigo, aos que manifestarem interesse por esse serviço.

§ 5º Nos casos urgentes em que a intimação feita na forma deste artigo possa causar
prejuízo a quaisquer das partes ou nos casos em que for evidenciada qualquer tentativa de
burla ao sistema, o ato processual deverá ser realizado por outro meio que atinja a sua
finalidade, conforme determinado pelo juiz.

§ 6º As intimações feitas na forma deste artigo, inclusive da Fazenda Pública, serão


consideradas pessoais para todos os efeitos legais.

Art. 6º Observadas as formas e as cautelas do art. 5º desta Lei, as citações, inclusive da


Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser
feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.

Art. 7º As cartas precatórias, rogatórias, de ordem e, de um modo geral, todas as


comunicações oficiais que transitem entre órgãos do Poder Judiciário, bem como entre os
deste e os dos demais Poderes, serão feitas preferentemente por meio eletrônico.

CAPÍTULO III

DO PROCESSO ELETRÔNICO

Art. 8º Os órgãos do Poder Judiciário poderão desenvolver sistemas eletrônicos de


processamento de ações judiciais por meio de autos total ou parcialmente digitais, utilizando,
preferencialmente, a rede mundial de computadores e acesso por meio de redes internas e
externas.

Parágrafo único. Todos os atos processuais do processo eletrônico serão assinados


eletronicamente na forma estabelecida nesta Lei.

Art. 9º No processo eletrônico, todas as citações, intimações e notificações, inclusive da


Fazenda Pública, serão feitas por meio eletrônico, na forma desta Lei.

§ 1º As citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra


do processo correspondente serão consideradas vista pessoal do interessado para todos os
efeitos legais.

§ 2º Quando, por motivo técnico, for inviável o uso do meio eletrônico para a realização
de citação, intimação ou notificação, esses atos processuais poderão ser praticados segundo
as regras ordinárias, digitalizando-se o documento físico, que deverá ser posteriormente
destruído.

40
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 10. A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das
petições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico, podem ser
feitas diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade da intervenção do
cartório ou secretaria judicial, situação em que a autuação deverá se dar de forma
automática, fornecendo-se recibo eletrônico de protocolo.

§ 1º Quando o ato processual tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio
de petição eletrônica, serão considerados tempestivos os efetivados até as 24 (vinte e quatro)
horas do último dia.

§ 2º No caso do § 1º deste artigo, se o Sistema do Poder Judiciário se tornar indisponível


por motivo técnico, o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil
seguinte à resolução do problema.

§ 3º Os órgãos do Poder Judiciário deverão manter equipamentos de digitalização e de


acesso à rede mundial de computadores à disposição dos interessados para distribuição de
peças processuais.

Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos


eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei, serão
considerados originais para todos os efeitos legais.

§ 1º Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos


órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas
procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por
advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a
alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de
digitalização.

§ 2º A arguição de falsidade do documento original será processada eletronicamente na


forma da lei processual em vigor.

§ 3º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2º deste artigo,


deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou, quando
admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.

§ 4º (VETADO)

§ 5º Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande


volume ou por motivo de ilegibilidade deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria no
prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os quais
serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado.

§ 6º Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico estarão disponíveis


para acesso por meio da rede externa pelas respectivas partes processuais, pelos advogados,
independentemente de procuração nos autos, pelos membros do Ministério Público e pelos
magistrados, sem prejuízo da possibilidade de visualização nas secretarias dos órgãos

41
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

julgadores, à exceção daqueles que tramitarem em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº
13.793, de 2019)

§ 7º Os sistemas de informações pertinentes a processos eletrônicos devem possibilitar


que advogados, procuradores e membros do Ministério Público cadastrados, mas não
vinculados a processo previamente identificado, acessem automaticamente todos os atos e
documentos processuais armazenados em meio eletrônico, desde que demonstrado interesse
para fins apenas de registro, salvo nos casos de processos em segredo de justiça. (Incluído
pela Lei nº 13.793, de 2019)

Art. 12. A conservação dos autos do processo poderá ser efetuada total ou parcialmente
por meio eletrônico.

§ 1º Os autos dos processos eletrônicos deverão ser protegidos por meio de sistemas de
segurança de acesso e armazenados em meio que garanta a preservação e integridade dos
dados, sendo dispensada a formação de autos suplementares.

§ 2º Os autos de processos eletrônicos que tiverem de ser remetidos a outro juízo ou


instância superior que não disponham de sistema compatível deverão ser impressos em
papel, autuados na forma dos arts. 166 a 168 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil, ainda que de natureza criminal ou trabalhista, ou pertinentes a
juizado especial.

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará os


autores ou a origem dos documentos produzidos nos autos, acrescentando, ressalvada a
hipótese de existir segredo de justiça, a forma pela qual o banco de dados poderá ser
acessado para aferir a autenticidade das peças e das respectivas assinaturas digitais.

§ 4º Feita a autuação na forma estabelecida no § 2º deste artigo, o processo seguirá a


tramitação legalmente estabelecida para os processos físicos.

§ 5º A digitalização de autos em mídia não digital, em tramitação ou já arquivados, será


precedida de publicação de editais de intimações ou da intimação pessoal das partes e de
seus procuradores, para que, no prazo preclusivo de 30 (trinta) dias, se manifestem sobre o
desejo de manterem pessoalmente a guarda de algum dos documentos originais.

Art. 13. O magistrado poderá determinar que sejam realizados por meio eletrônico a
exibição e o envio de dados e de documentos necessários à instrução do processo.

§ 1º Consideram-se cadastros públicos, para os efeitos deste artigo, dentre outros


existentes ou que venham a ser criados, ainda que mantidos por concessionárias de serviço
público ou empresas privadas, os que contenham informações indispensáveis ao exercício da
função judicante.

§ 2º O acesso de que trata este artigo dar-se-á por qualquer meio tecnológico
disponível, preferentemente o de menor custo, considerada sua eficiência.

§ 3º (VETADO)

42
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS

Art. 14. Os sistemas a serem desenvolvidos pelos órgãos do Poder Judiciário deverão
usar, preferencialmente, programas com código aberto, acessíveis ininterruptamente por
meio da rede mundial de computadores, priorizando-se a sua padronização.

Parágrafo único. Os sistemas devem buscar identificar os casos de ocorrência de


prevenção, litispendência e coisa julgada.

Art. 15. Salvo impossibilidade que comprometa o acesso à justiça, a parte deverá
informar, ao distribuir a petição inicial de qualquer ação judicial, o número no cadastro de
pessoas físicas ou jurídicas, conforme o caso, perante a Secretaria da Receita Federal.

Parágrafo único. Da mesma forma, as peças de acusação criminais deverão ser


instruídas pelos membros do Ministério Público ou pelas autoridades policiais com os
números de registros dos acusados no Instituto Nacional de Identificação do Ministério da
Justiça, se houver.

Art. 16. Os livros cartorários e demais repositórios dos órgãos do Poder Judiciário
poderão ser gerados e armazenados em meio totalmente eletrônico.

Art. 17. (VETADO)

Art. 18. Os órgãos do Poder Judiciário regulamentarão esta Lei, no que couber, no
âmbito de suas respectivas competências.

Art. 19. Ficam convalidados os atos processuais praticados por meio eletrônico até a
data de publicação desta Lei, desde que tenham atingido sua finalidade e não tenha havido
prejuízo para as partes.

Art. 20. A Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, passa a
vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 38. ...........................................................................

Parágrafo único. A procuração pode ser assinada digitalmente com base em certificado
emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da lei específica." (NR)

"Art. 154. ........................................................................

Parágrafo único. (Vetado). (VETADO)

§ 2º Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos,


armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei." (NR)

"Art. 164. .......................................................................

43
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei." (NR)

"Art. 169. .......................................................................

§ 1º É vedado usar abreviaturas.

§ 2º Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrônico, os atos processuais


praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo
integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em
termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem
como pelos advogados das partes.

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, eventuais contradições na transcrição deverão ser


suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o
juiz decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo." (NR)

"Art. 202. .....................................................................

.....................................................................................

§ 3º A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio
eletrônico, situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei." (NR)

"Art. 221. ....................................................................

....................................................................................

IV - por meio eletrônico, conforme regulado em lei própria." (NR)

"Art. 237. ....................................................................

Parágrafo único. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme


regulado em lei própria." (NR)

"Art. 365. ...................................................................

...................................................................................

V - os extratos digitais de bancos de dados, públicos e privados, desde que atestado pelo
seu emitente, sob as penas da lei, que as informações conferem com o que consta na origem;

VI - as reproduções digitalizadas de qualquer documento, público ou particular, quando


juntados aos autos pelos órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus
auxiliares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advogados públicos
ou privados, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou
durante o processo de digitalização.

44
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 1º Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no inciso VI do caput deste


artigo, deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para interposição de
ação rescisória.

§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou outro documento


relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou
secretaria." (NR)

"Art. 399. ................................................................

§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável de 30


(trinta) dias, certidões ou reproduções fotográficas das peças indicadas pelas partes ou de
ofício; findo o prazo, devolverá os autos à repartição de origem.

§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio eletrônico


conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata de extrato fiel do que
consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado." (NR)

"Art. 417. ...............................................................

§ 1º O depoimento será passado para a versão datilográfica quando houver recurso da


sentença ou noutros casos, quando o juiz o determinar, de ofício ou a requerimento da parte.

§ 2º Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do art.


169 desta Lei." (NR)

"Art. 457. .............................................................

.............................................................................

§ 4º Tratando-se de processo eletrônico, observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º do art.


169 desta Lei." (NR)

"Art. 556. ............................................................

Parágrafo único. Os votos, acórdãos e demais atos processuais podem ser registrados
em arquivo eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser
impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico." (NR)

Art. 21. (VETADO)

Art. 22. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias depois de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2006; 185º da Independência e 118º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos

45
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Este texto não substitui o publicado no DOU de 20.12.2006

3.4-- Das Nulidades Processuais

O professor Sergio Pinto Martins nos ensina que Nulidade é a sanção determinada pela lei,
que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas
mencionadas na norma jurídica.
Trata-se de vício do ato processual praticado pelo juiz ou pelas partes que impede a produção
de efeitos.
O sistema de nulidades adotado pelo Brasil traz no seu contexto tendências adotadas pelo
modelo francês, uma vez que oferta permissão para que, nos casos de prática de ato irregular,
uma vez alcançada sua finalidade, ser possível seu aproveitamento em determinados casos ou sua
repetição em outros.
Por outro lado, no que contexto das nulidades, o atual sistema adota ainda critérios
decorrentes do sistema alemão, tendo em vista que, por ocasião de pronunciamento pelo juiz acerca
dos atos considerados nulos, deve-se declarar a partir de qual, e em que momento o processo será
assim considerado.
A nulidade de um ato processual decorre de vícios, que podem ser considerados sanáveis ou
insanáveis.
Conforme a natureza do vicio que possui o ato processual ele pode ser considerado sanável
ensejando a declaração de nulidade relativa, anulabilidade ou irregularidade.
Outras vezes os vícios praticados são considerados insanáveis, ensejando a declaração de
nulidade absoluta. Vejamos:
Nulidade relativa -Ocorre nas situações em que a norma legal descumprida atinge interesse
da parte e não interesse público. Logo, uma vez realizado o ato, o vício é sanável. Exemplo: parte
representada no processo sem a respectiva procuração. Na medida em que o juiz concede prazo para
juntada do instrumento e a parte o faz, estará sanada eventual nulidade.
Anulabilidade -Nesta situação o vício decorre de violação de norma, e o ato só poderá ser
anulado por meio de provocação do interessado. Não havendo manifestação o ato que era inválido
torna-se válido. Exemplo: regra contida no art. 795 da CLT que determina que a parte deve se
manifestar nos autos na primeira oportunidade, e não o fazendo o ato se convalida.
Irregularidade -Neste contexto, temos a prática de atos que podem ser retificados por conta
de inexatidão material, ou seja, ato que pode ser corrigido. Além disso, há outros atos que não
requerem repetição como é caso da sentença, sem que por conta disso causam prejuízos no
processo. Exemplo: art. 515, § 4o, do CPC (art. 1013 do NCPC), que expressa situação no sentido de ao
se constatar nulidade sanável, determina que seja renovado ou refeito o ato processual.

Nulidade absoluta

É aquela originária do próprio ato, posto que vem delimitada por normas de interesse
público, sem que as partes tenham poder de dispor sobre elas, nesta situação, deve ser praticado
de ofício pelo juiz. Exemplo: regras sobre competência funcional, que gera nulidade absoluta.

46
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Inexistência

Muitas vezes o vício é tão grave que faz presumir a sua inexistência , é como se o ato não
tivesse sido praticado Exemplo: sentença assinada por oficial de justiça. Pode também ser
constatado o ato praticado no mundo dos fatos, mas não no mundo do direito, a exemplo de
sentença assinada por juiz aposentado. Esses atos não se convalidam.

A CLT trata das nulidades nos arts. 794 a 798, conforme abaixo explanados:

Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade
quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as
quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência


de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.

§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que


se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua
decisão.

Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:

a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;

b) quando arguida por quem lhe tiver dado causa.

Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se
estende.

Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou
sejam consequência.

Princípios das nulidades –

Os princípios a seguir estudados têm sua origem na teoria do processo, vejamos:

a) Princípio do prejuízo

47
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Significa que a nulidade apenas será declarada se resultar do ato viciado prejuízo processual à
parte, no que tange a sua defesa (art. 794 da CLT).

Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade
quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

b) Princípio da finalidade

Por este princípio, temos que, se o ato praticado ainda que não atendida a forma que está
prescrita em lei atingiu sua finalidade, não será declarado nulo. Exemplo: comparecimento
espontâneo, sana vício de citação (arts. 188 e 277 do NCPC/2015).

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a
lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham
a finalidade essencial.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se,
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

c) Princípio da preclusão

Referido princípio implica dizer que as nulidades devem ser arguidas na primeira
oportunidade que se tem de falar nos autos, após sua ocorrência, sob pena de preclusão, conforme
regra do (art. 795 da CLT). Todavia, no caso de comprovação de impedimento, ou força maior, alheia
à vontade da parte, não haverá preclusão, conforme (arts. 223, § 1º, e 278, parágrafo único, do
NCPC/2015).

CLT Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as
quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

NCPC/2015 Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emendar o


ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte
provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar
o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe
assinar.
(...)
Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à
parte falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de
ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.

48
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

d) Princípio da utilidade

Por este princípio, no caso dos atos serem praticados depois de outros atos terem sido
considerados nulos e com ele não mantém correlação de dependência, serão considerados válidos
(art. 798 da CLT).
Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou
sejam consequência.

e) Princípio do interesse de agir

O princípio em tela deixa certo que não haverá nulidade se a parte não arguir. Neste caso, o
ato é dirigido à parte e não ao juiz (arts. 276, 282, § 1º, do NCPC/2015).

Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação
desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
(...)
Art.282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1º
O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.

f) Princípio da causalidade

Princípio pelo qual, para que se concretize a nulidade deve haver entre os atos uma causa e
um efeito. Neste sentido, os atos devem ser interdependentes e, uma vez declarada à nulidade o juiz
deve explicitar quais atos são atingidos (arts. 797 e 798 da CLT) – (arts. 281 e 282 do NCPC/2015).
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele
dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam
independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingidos e ordenará as
providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da
nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta.

CLT Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela
se estende.

Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou
sejam consequência.

g) Princípio da repressão

Referido princípio decorre da lealdade processual com que as partes devem proceder

49
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

quando estão em juízo. Neste contexto o juiz poderá decretar a nulidade absoluta do processo
se entender que as partes estão buscando objetivos vedados por lei, ou fazendo uso do processo
para prática de ato simulado, regra consubstanciada no (art. 142 do NCPC/2015).
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo
para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça
os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as penalidades da litigância de má-fé

h) Princípio da convalidação

Neste particular, o princípio se traduz na situação de que, uma vez que a parte não reage,
o ato cuja nulidade não foi arguida no tempo oportuno vai se convalidar, permanecendo válido
ante a inércia (arts. 795 da CLT e 245 do CPC) – (art. 278 do NCPC/2015).
Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as
quais deverão argui-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos. Art.
278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte
falar nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar
de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.

i)Princípio da transcendência

Este princípio implica dizer que, nos moldes do sistema adotado pelo processo brasileiro
(francês), não havendo prejuízo para parte não haverá declaração de nulidade. (art. 794 da CLT).
Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade
quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

PARTES DO PROCESSO

CONCEITO DE PARTE -Pessoa que demanda ou aquele que é demandado em juízo


(Autor ou Réu). No processo do trabalho o autor é denominado reclamante e o réu
reclamado.
Para que se possa praticar atos processuais é necessária capacidade

CAPACIDADE- Em sentido amplo, é a aptidão conferida pela ordem jurídica para gozo
e exercício de direitos a uma pessoa.

CAPACIDADE DE SER PARTE OU CAPACIDADE DE DIREITO - constitui a possibilidade de


a pessoa ser autor ou réu no processo.
A capacidade para ser parte exige personalidade civil, (que em relação à pessoa
natural ou física começa a partir do nascimento com vida, e em relação as pessoas jurídicas,
inicia-se a partir do registro de seus estatutos perante os órgãos competentes, tais como
cartórios de registro civil, junta comercial, órgão de classe etc.). Entretanto, a lei também
confere capacidade para ser parte para alguns entes despersonalizados. Ex.: massa falida,
condomínio, espólio.

CAPACIDADE PROCESSUAL – capacidade para estar em juízo, também denominada

50
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

capacidade de fato ou de exercício é conferida a toda pessoa que se acha no exercício de


seus direitos. O artigo 70 do CPC de 2015 estabelece: Toda a pessoa que se acha no
exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo
No processo do trabalho a capacidade plena dos trabalhadores ocorre aos 18 anos,
salvo se emancipados na forma da lei civil.

CAPACIDADE POSTULATÓRIA – no Processo do Trabalho, a capacidade postulatória é


conferida aos advogados inscritos na OAB e também às próprias partes, em vista da
existência do "jus postulandi" que consiste no direito do empregado e do empregador de
pleitearem, se defenderem e acompanharem suas ações na Justiça do Trabalho sem a
assistência de um advogado. O TST na sumula 425 deixa certo que o jus postulandi
assegurado as partes no artigo 791 da CLT, limita-se as varas do Trabalho e aos TRTS e não se
aplica nas ações rescisórias, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST.

REPRESENTAÇÃO DA PARTE - Na representação, o representado age no processo em


nome do titular da pretensão defendendo o direito do representado. Age em nome e na
defesa de interesse de outrem. A representação pode ser legal ou convencional. A legal
decorre de previsão em lei.

HIPÓTESES DE REPRESENTAÇÃO LEGAL -O sindicato representa a categoria por força


do disposto no artigo 8°, inciso III da Constituição Federal; em juízo como, por exemplo, no
dissídio coletivo defendendo o interesse da toda a categoria.
O artigo 793 da CLT dispõe que as ações trabalhistas dos menores de 18 anos serão
feitas por seus representantes legais e, na falta destes, pelo Ministério Público do Trabalho,
pelo Sindicato Profissional, pelo Ministério Público Estadual ou pelo Curador nomeado em
juízo.
Parte da doutrina tem defendido a desnecessidade da intervenção do Ministério
Público do Trabalho quando o menor estiver devidamente assistido ou representado pelos
seus representantes legais. Outros defendem que, mesmo quando o menor tiver
representante legal, o Juiz do Trabalho deve provocar a intervenção do Ministério Público do
Trabalho como custos legis nos termos do art. 178, II, do CPC e também na forma do que
dispõe a LC 75/93.

Também conforme disposto no artigo 75 do CPC de 2015 Serão representados em


juízo, ativa e passivamente:

I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;

II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III - o Município, por seu prefeito ou procurador;

IV - a autarquia E a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado


designar;

V - a massa falida, pelo administrador judicial;

51
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;

VII - o espólio, pelo inventariante;

VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não
havendo essa designação, por seus diretores;

IX - a sociedade E a associação irregulares e outros entes organizados sem


personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua


filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL -Na representação convencional, há a faculdade da


parte escolher quem é a pessoa que vai se fazer representar em juízo.

HIPÓTESES DE REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL – No processo do trabalho conforme


disposto no artigo 843 da CLT há o dever de comparecimento pessoal das partes reclamante
e reclamado em audiência independentemente do comparecimento de seus advogados.
Quando se tratar de reclamação plúrima os empregados poderão se fazer representar
pelo sindicato da categoria, sendo permitido também ao juiz que autorize os autores serem
representados por um grupo ou comissão formada pelos dos litisconsortes.
A reclamada poderá ser substituída pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. A doutrina e a
jurisprudência entendiam que o preposto tinha que ser empregado da reclamada, no
entanto, a lei 13.467/2017 acrescentou na CLT o parágrafo 3º no artigo 843 para ficar
constando que o preposto, não precisa ser empregado da reclamada. Veja como ficou a
redação atualizada:

“Art. 843. ..............................................................

......................................................................................

§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da


parte reclamada.”
O Empregador doméstico é a pessoa ou família que admite empregado doméstico;Em
juízo o empregador doméstico pode ser representado por qualquer membro da família ou
qualquer pessoa que resida no local da prestação de serviços poderá ser aceita
representante do empregador doméstico para fins processuais.
Importante lembrar que o preposto não necessita ter testemunhado os fatos, mas
apenas precisa ter conhecimento destes. Suas declarações e atos são de responsabilidade do
empregador.
A representação, ainda, pode ser total (a que se verifica para todos os atos do
processo) e parcial (conferida apenas para alguns atos do processo. Ex: carta de preposição

52
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

conferindo poderes apenas para comparecer na audiência).

IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO –

O TST na IN 39/2016 deixou certo que sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo
do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil
que regulam os seguintes temas:
I - Art. 76, §§ 1º e 2º (saneamento de incapacidade processual ou de irregularidade de
representação) onde se tem que:

“Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o


juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.
o
1 Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo
em que se encontre.
§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal
regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - Não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - Determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido.

Tem-se, portanto, que diante do parágrafo 2º, do art. 76, do CPC, a regularização da
representação processual pode ser realizada na fase recursal, o que, aplica-se ao processo do
trabalho (arts. 15 do CPC e 769, da CLT). Além disso, é providência compatível com os
princípios do acesso à justiça, primazia do julgamento de mérito, instrumentalidade do
processo e combate à chamada jurisprudência defensiva.

Por essa razão o TST teve que alterar a redação da sumula 383 para o fim de ficar
constando que:

RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS.


104 E 76, §
2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015)

I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos
até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art. 104
do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a
procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual
período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado
e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em
procuração ou Substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente
para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber
ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência

53
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

Sobre o mandato dos procuradores da União, recentemente, o Tribunal Superior do


Trabalho editou a recente Súmula n. 436, in verbis:

I.- A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações


públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores,
estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de
nomeação
II.- Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se
exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil”.

ASSISTÊNCIA

A assistência tem como finalidade suprir a deficiência da manifestação pessoal de


vontade das pessoas consideradas pela lei como relativamente capaz. O assistente não pode,
por exemplo, fazer acordo em nome do assistido, mas este pode fazê-lo após consulta ao
assistido. O assistente não substitui a vontade do assistido, apenas supre a deficiência da
manifestação de vontade, trata-se de um terceiro que atua auxiliando a parte que ainda não
possui capacidade plena para estar em juízo.
A assistência se distingue da representação porque na assistência há a declaração de
vontade do assistente e do assistido e na representação o representante substitui a vontade
do representado, age no processo como titular da pretensão defendendo o interesse do
representado.
A Consolidação das leis do trabalho, por vezes, acaba confundindo os conceitos de
assistência e representação, utilizando a expressão representação em situações em que não
se trata de representação. Ex. o artigo 843, § 2° prevê a representação do empregado
ausente em caso de motivo ponderoso por colega de profissão na audiência, quando na
verdade, de representação não se trata, mesmo porque ele só comparece para solicitar o
adiamento da audiência, não podendo prestar depoimento, confessar, transigir, desistir da
ação, etc.
Importante mencionar que a lei 13467/2017 revogou o artigo 792 da CLT totalmente
defasado que tratada de assistência do maior de 18 e menor de 21 anos e da mulher
casada.

Art. 792 - Os maiores de 18 (dezoito) e menores de 21 (vinte e um) anos e as mulheres


casadas poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus pais,
tutores ou maridos. REVOGADO

ASSISTÊNCIA POR ADVOGADO – MANDATO

Conforme já tratado, na Justiça do Trabalho as partes (empregado e empregador) são


dotadas de capacidade postulatória, possuindo o chamado jus postulandi. No entanto, as
partes também podem ser representadas por advogado regularmente constituído nos autos
mediante instrumento de mandato (procuração).

54
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Natureza Jurídica da Atuação do Advogado -O artigo 103 do novo CPC deixa certo que
se trata de representação; a CLT no artigo 791 § 2º adota a expressão assistência.
Considerando-se que no processo do trabalho a parte detém capacidade postulatória, a
participação do advogado não é no sentido de completar- lhe a capacidade, mas no sentido
de uma representação técnica.

MANDATO TÁCITO -Outra peculiaridade é que a Justiça do Trabalho admite o


"mandato tácito", ou seja, aquele advogado que comparece à audiência, representando o
reclamante ou o reclamado, praticando atos processuais e cujo nome constou na ata de
audiência, estará apto a defender o seu cliente, muito embora não possua procuração nos
autos, sendo autorizado pelo que chamamos de mandato tácito.
Sergio Pinto Martins, Direito processual do trabalho, p. 189, esclarece que a origem do
mandato tácito se encontra no direito romano, em que "havia o manu datun, em que as
partes contratantes davam-se as mãos e apertavam-nas, evidenciando a concessão e a
aceitação do mandato. Era a formalização, a aceitação e a promessa de fidelidade no
cumprimento da incumbência".

Mandato tácito e procuração apud acta, são expressões que não se confundem. O
mandato tácito é formado em função do comparecimento do advogado à audiência,
representando qualquer das partes e praticando atos processuais, constando seu nome na
ata da audiência. A procuração apud acta é conferida pelo juiz em audiência, mediante ato
formal, solene, devidamente registrado na ata de audiência.

Vale mencionar que o mandato tácito apenas alcança os poderes do foro em geral,
chamado ad judicia, não englobando os poderes previstos no art. 38 do CPC (confessar,
desistir, receber e dar quitação, etc.) O advogado possuidor de mandato tácito não pode
substabelecer os poderes, pois não possui poder especial para praticar ato negocial de
procuração em geral, no qual se inclui o poder de substabelecer.

Súmula 395 do TST – MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE.


I – Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contenha
cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda.
II – Diante da existência de previsão, no mandato só tem validade se anexado ao
processo dentro do aludido prazo.
III – São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no
mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos do Código Civil de
2002).
IV – “Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é
anterior à outorga passada ao substabelecente".

Diferença entre mandato tácito e mandato apud acta

O mandato tácito decorre de um conjunto de atos praticados pelo advogado em nome


da parte ou da sua simples presença em audiência, embora nos autos não conste o
instrumento de mandato. No mandato tácito, o mandatário, isto é, o advogado, estará
autorizado apenas a praticar os atos inerentes aos poderes da cláusula ad judicia. Já o
mandato apud acta exsurge pela presença do advogado em juízo em nome da parte, desde

55
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

que o ato de nomeação do patrono da parte seja somente registrado na data


correspondente. No mandato apud acta também devem ser observadas as restrições do art.
38 do CPC, em função de que os poderes do advogado são apenas os da cláusula ad judicia,
salvo se houver previsão expressa de outorga de poderes especiais na própria ata de
audiência.
O TST, acertadamente, não permite o substabelecimento da procuração tácita,
aplicando-se o mesmo raciocínio para procuração apud acta, conforme a OJ n. 200, da SDI-I,
do C. TST, in verbis

“Mandato tácito. Substabelecimento inválido”.

A CLT, alterada pela Lei n. 12.437, de julho de 2011, passou a disciplinar o instituto no
parágrafo 3º do art. 791, in verbis:

“A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada,
mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado
interessado, com anuência da parte representada”.
Diante da redação do referido dispositivo legal, a procuração apud acta depende de
requerimento do advogado em audiência, concordância da parte representada, e registro na
ata de audiências, outorgando-se ao advogado os poderes para o foro em geral, sem os
poderes especiais para receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar
quitação e firmar compromisso.
Sendo assim, os honorários advocatícios que decorrem da sucumbência restam
aplicáveis para todas as ações propostas na Justiça do Trabalho, que não sejam as referentes
às controvérsias diretas entre empregados e empregadores. Nas reclamações trabalhistas
regidas pela CLT (relação de emprego), somente são cabíveis os honorários advocatícios nas
hipóteses do art. 14 da Lei n. 5.584/70.

436. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS,


MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA
DE INSTRUMENTO DE MANDATO.

I – A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações


públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores,
estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de
nomeação.

II ‐ Para os efeitos do item anterior é essencial que o signatário, ao menos, declare‐se


exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil.

ATOS PRATICADOS MEDIANTE CAUÇÃO DE RATIO

São atos urgentes praticados por advogado sem outorga de mandato, nas situações de
urgência, (artigo 104 do CPC de 2015) mediante o que se denomina "caução de ratio", ou

56
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

seja, o compromisso de juntada de instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável


por mais 15 dias, sob pena de considerarem ineficazes os atos praticados pelo procurador,
ressaltando-se a necessidade de constar no mandato a ratificação pelo mandante dos atos
praticados pelo procurador antes da outorga do mandato, para evitar-se a cominação de ato
ineficaz.

RENÚNCIA AO MANDATO TÁCITO

A renúncia ao mandato, ainda que tácito, deve ser expressa, observado o disposto no
artigo 112 do CPC de 2015, sendo indispensável a comunicação da renúncia ao mandante
para que constitua novo procurador, que poderá ser feita por via extrajudicial, por qualquer
meio que seja suficiente para demonstrar a ciência. Ex. carta com Aviso de recebimento.

REVOGAÇÃO DO MANDATO

Parte da doutrina defende o entendimento de que a revogação ainda que se trate de


mandato tácito deve ser expressa sob pena de se presumir que o advogado anterior continua
a ter poderes para atuar até que seja formalizada a comunicação.

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - Conceito - é o benefício concedido pela Constituição


Federal ao necessitado de movimentar o processo e utilizar os serviços profissionais de
advogado e demais auxiliares da justiça, (peritos, avaliadores, etc.) gratuitamente.
A assistência judiciária é gênero e a justiça gratuita espécie e consiste na isenção de
taxas, selos, custas, despesas de publicação e com honorários de peritos e advogado, e
será concedida a quem ganhar menos do que o dobro do salário mínimo, ficando
assegurado igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provada que sua
situação econômica não lhe permiti demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da
família.
Desde a Constituição de 1934, a assistência judicial gratuita vem sendo objeto de
atenção do legislador, procurando facilitar o acesso das classes menos favorecidas à justiça,
com o patrocínio gratuito da causa e a isenção do pagamento dos serviços judiciais. A
Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, LXXIV assegura como garantia fundamental do
indivíduo comprovadamente necessitado, a assistência jurídica integral e gratuita como
obrigação do Estado, além de incluir a Defensoria Pública entre as funções essenciais à
justiça.
A Lei nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950 regula a concessão de assistência judiciária
gratuita aos necessitados, a ser prestada por serviço especial mantido pelo Estado, onde
houver, por advogado indicado pela Secção estadual ou Subsecção municipal da Ordem dos
Advogados do Brasil, ou ainda por advogado nomeado pelo juiz do feito.
Na Justiça do Trabalho, porém, a Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970, no artigo 14
dispôs que "a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950,
será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador".
Tem-se, portanto, que diante das disposições contidas na Lei nº 5.584/70,
recepcionada pela Constituição, o encargo de prestar assistência judiciária, na Justiça do
Trabalho, foi atribuído ao sindicato, onde este existir, com exclusão de todas as outras
entidades mencionadas na Lei nº 1060/50. Estas poderão atuar, supletivamente, a nosso ver,
apenas naquelas localidades não compreendidas na base territorial do sindicato de classe a

57
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

que pertencer o trabalhador.


Também analisando as disposições constantes no artigo 18 da lei 5584/70, verifica-se
que não se exige que o trabalhador seja associado do sindicato para ser beneficiário da
Assistência Judiciária gratuita, bastando pertencer à categoria profissional representada pelo
órgão de classe.
A prova de insuficiência econômica será feita através declaração elaborada pelo
próprio trabalhador ou de seu procurador, sob pena da lei, conforme determina os artigos 1°
e 3° da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983, sendo certo que, se ficar demonstrado a
falsidade da declaração, o declarante sujeitar-se-á às sanções civis, penais e administrativas.
A assistência judiciária é mais ampla e não se confunde com a justiça gratuita,
engloba a assistência e o acompanhamento jurídico ao trabalhador, bem como os
benefícios da Justiça gratuita. Também é certo que nada impede que o trabalhador esteja
sendo assistido por advogado particular e goze dos benefícios da justiça gratuita, desde
que afirme que não tem condições de arcar com as custas do processo e honorários, sem
prejuízo da manutenção do seu sustento próprio ou de sua família.
Importante mencionar que o TST cancelou a OJ 331 do diante da sua incompatibilidade
com as novas regras processuais.
O artigo 790 parágrafos 3º, da CLT com a redação que lhe foi dada pela lei
nº13467/2017 dispõe:
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.

No parágrafo 4º ficou estabelecida a possibilidade de o benefício ser estendido para


aqueles que percebam salário superior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social desde que comprove a insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo. Veja o que dispõem os novos
parágrafos, 3º e 4º do artigo 790 da CLT:

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho


de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça
gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual
ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar


insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”

Tem-se, portanto, que ao contrário do que se tem na norma processual civil, onde basta a
simples declaração do requerente, no processo do trabalho a parte tem de demonstrar seu estado
de miserabilidade para ter assegurado o direito da Justiça gratuita

Outra grande novidade é a possibilidade de o hipossuficiente ser responsabilizado pelo


pagamento dos honorários periciais sempre que for vencido na pretensão objeto da perícia, sendo
que no parágrafo 4º do artigo 790, letra B dispõe que somente no caso em que o beneficiário da

58
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa dos
honorários periciais, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.

Diante da relevância da matéria transcrevemos abaixo as novas regras celetistas:

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte


sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.

§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite


máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.

§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.

§ 4o “Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em


juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro
processo, a União responderá pelo encargo.”

LEGITIMAÇÃO - Para se propor a ação é preciso estar legitimado, de regra, deve haver
identidade entre aquele que propõe a ação e o titular do direito lesado; a ação só pode ser
proposta em face de quem tem titularidade para responder.
A legitimidade pode ser: ORDINÁRIA - As partes são os próprios titulares dos interesses
em conflitos, atuam em nome e na defesa de seus interesses. EXTRAORDINÁRIA - Conferida
por força de lei, a pessoas ou entes são autorizados a figurar no processo como parte em
nome próprio, na defesa de interesse alheio. Ex: sindicato, em nome da categoria.

AUTÔNOMA - Alguns doutrinadores afirmam existir um terceiro gênero, aplicável na


defesa os interesses difusos e coletivos, que diante da sua transindividualidade é atribuída a
legitimidade a outros entes legitimidade própria. Ex: Ministério Público em Ação Civil Pública.

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL - Substituto Processual é aquele que é autorizado por lei para
ingressar em juízo pleiteando em nome próprio direito alheio
Na Substituição Processual o direito de agir não é exercido pelo titular do direito, mas
sim pelo substituto processual, autorizado por lei. Trata-se, portanto, de caso de legitimação
extraordinária, podendo o substituto praticar quase todos os atos do processo, não podendo
transigir, renunciar, ou reconhecer a procedência do pedido uma vez que o direito material
não lhe pertence.

SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL NO PROCESSO DO TRABALHO -O artigo 8º, inciso III da


Constituição Federal confere legitimação processual ao sindicato para a defesa dos
interesses individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada. Após
muita discussão, hoje já se tem certo que da análise do referido dispositivo constitucional
verifica-se que o legislador constituinte consagrou a substituição processual dos
trabalhadores que compõe a categoria profissional, pelo sindicato respectivo, de maneira
ampla, ou seja, não se restringe apenas aos associados do sindicato, derrogando, por

59
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

incompatibilidade, os artigos 513; 195, § 2º e 872, parágrafo único da CLT e os dispositivos


das Leis nº 6.708/79 e 7.238/84 na parte em que restringem a representação e a substituição
processual dos sindicatos apenas aos associados quanto à defesa dos direitos individuais.

SUBSTITUIÇÃO: INTERESSE INDIVIDUAL HOMOGÊNEO - A doutrina vem reconhecendo


a legitimidade ativa do sindicato desde que sejam interesses individuais de uma pluralidade
de empregados, ou seja, desde que se trate de interesse individual homogêneo de
integrantes da categoria profissional com o fundamento de que a Constituição assegura a
legitimação do sindicato para defesa judicial dos direitos e interesses individuais da
categoria. Não se cogita dos interesses e direitos individuais dos integrantes da categoria.

SUCESSÃO PROCESSUAL - O Código de Processo Civil trata da sucessão processual das


partes, no artigo110 deixando certo que a substituição das partes no curso do processo no
pólo ativo ou passivo da ação, pode ocorrer em razão da morte de uma das partes. Nesse
caso, suspende-se o processo para que ingressem os novos titulares (espólio conjunto de
bens e direitos deixados por alguém ao morrer e que será objeto de partilha aos herdeiros
ou sucessores).

SUCESSÃO POR MORTE DO EMPREGADO- Nas ações de competência da Justiça do


Trabalho em que se discute exclusivamente créditos trabalhistas de trabalhador falecido, em
face do fato de que na maioria das vezes o obreiro não possui bens a serem inventariados,
tem-se que estes passam desde logo (sem necessidade de abertura de inventário ou
qualquer habilitação na Justiça Comum), aos seus dependentes declarados para fins
previdenciários.

A Lei n. 6.858, de 24.11.1980, art. 1º, estabelece que "os valores devidos pelos
empregadores aos empregados e os montantes das contas individuais do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em
vida pelos respectivos titulares serão pagos, em quotas iguais, aos dependentes
habilitados perante a Previdência Social e apenas na sua falta, aos sucessores previstos na
lei civil, indicados em alvará, independentemente de inventário ou arrolamento".

Nos termos da mesma Lei 6.858/80, as cotas devidas aos menores de 18 anos deverão
permanecer em conta-poupança até a maioridade, salvo se restar comprovada a necessidade
da quantia para custeio da própria sobrevivência da criança/adolescente; nesse caso, que
parece ser a regra no processo trabalhista, onde são discutidos, na imensa maioria das vezes,
pequenos créditos de trabalhadores simples, a quantia deverá ser desde logo liberado ao
representante do menor.

HABILITAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO - Havendo necessidade de Inventário, o


processo será suspenso até a nomeação do inventariante e após a sua habilitação incidente
nos autos o processo seguirá seu curso normal. Em caso de morte do empregador pessoa
física, pode ocorrer de seus herdeiros não promoverem a habilitação incidente, caso em que
é facultado ao empregado reclamante requerer a habilitação conforme disposto no artigo
688 do CPC.

LITISCONSÓRCIO-Conceito: Coexistência de uma ou mais pessoas em um ou em ambos

60
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

os pólos da relação processual, de maneira ordinária ou superveniente, voluntária ou


obrigatória. Também é chamada de cumulação subjetiva (de partes) em contraposição a
cumulação objetiva (de pedidos ou objetos dentro de determinada ação). Sempre que
houver pluralidade de autores ou de réus, forma-se o litisconsórcio.

CLASSIFICAÇÃO - Litisconsórcio Ativo - (mais de um autor). Nas denominadas


reclamações trabalhistas plúrimas, existe pluralidade de autores, portanto, há litisconsórcio
ativo.
O art. 842 da CLT permite a formação de litisconsórcio ativo, entre empregados de uma
mesma empresa, bastando haver entre eles identidade de fatos para o pedido.
No entanto, o juiz poderá limitar o número de litisconsorte na causa se ele for
prejudicial à celeridade processual ou dificultar sobremaneira a apresentação da defesa.

Litisconsórcio Passivo - mais de um réu.

Litisconsórcio Misto - pluralidade de autores e/ou de réus.

QUANTO À NECESSIDADE DE SUA FORMAÇÃO:

Necessário - formado por expressa disposição legal. Quando a relação processual só se


considera válida se estiverem presentes todos os litisconsortes. Ex. Ação de anulação de
Cláusula de Convenção Coletiva de trabalho que todos os sindicatos convenentes
necessariamente deverão integrar o polo passivo da ação.

Facultativo – é o mais comum. A reunião das partes se dá por vontade própria destas e
não por determinação legal. Não é imposto às partes, há apenas uma permissão para a sua
formação; deve sempre ser formado no ato da propositura da ação, não se admitindo a sua
formação posterior, em respeito ao princípio do promotor natural.

Quanto aos efeitos dos atos praticados por um litisconsorte em relação aos demais,
tem-se que, em princípio, os litisconsortes serão tratados de forma autônoma com relação
aos atos prejudiciais (confissão, desistência, etc.) e os atos benéficos aproveitarão a todos
(produção de defesa, recurso, etc.).

QUANTO AOS EFEITOS DA DECISÃO - Unitário – quando a decisão da causa for


obrigatoriamente uniforme para todos os litisconsortes Ex. anulatória.

O litisconsórcio unitário não se confunde com o litisconsórcio necessário. No


litisconsórcio necessário há exigência legal da presença de todos na ação, não importando se
a sentença será uniforme para todos, não há a obrigatoriedade da decisão uniforme, como
prevista no unitário. Ademais pode acontecer situações de litisconsórcios facultativos
unitários, exemplo: grupo econômico responsabilidade solidária. O litisconsórcio no caso é
facultativo, mas uma vez proposta a ação em face de todas as empresas a sentença deverá
ser uniforme para todos (unitário).
Simples ou Comum - quando a decisão não será necessariamente uniforme para todos
os litisconsortes.
Efeitos: revelia e litisconsórcio - Os efeitos da revelia a um dos litisconsortes simples e

61
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

facultativo não se transmite aos demais, uma vez que são considerados litigantes distintos
em face da parte contrária. No entanto, em se tratando de litisconsorte unitário necessário,
a contestação de um deles aproveita aos demais, não se presumindo a veracidade dos fatos
alegados pelo autor.

O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distinto ou


opostos seus interesses (no caso de litisconsórcio unitário).

INTERVENÇÃO DE TERCEIROS –

Há intervenção de terceiros quando alguém que não é parte no processo, nele


intervém para defender interesse próprio ou de uma das partes que figuram na ação, ou
seja, há o Ingresso na ação de quem não é parte.
Na Consolidação das Leis do Trabalho, assim como no restante das regras do
processual do trabalho não encontramos regulamentação específica da intervenção de
terceiros no processo trabalhista, e a aplicação das normas previstas no CPC no processo
trabalhista divide a doutrina. Aplicando-se as regras do CPC, verificamos que a intervenção
de terceiros pode se dar nas seguintes formas:

ASSISTÊNCIA: A assistência é regulada no artigo 110 do CPC de 2015, e pode ser


conceituada como a intervenção voluntária em que terceiro, juridicamente interessado,
denominado assistente, ingressa na ação, com o objetivo de auxiliar uma das partes
(reclamante ou reclamado) que será denominado assistido.
A assistência é forma espontânea de intervenção de terceiro e tem por pressuposto de
admissibilidade a existência de interesse jurídico na intervenção.
O assistente não formula pedido para si, bem como não é sujeito passivo dos pedidos
formulados na causa apenas será indiretamente beneficiado pelo sucesso, ou prejudicado
pelo insucesso, de seu assistido.

O Tribunal Superior do Trabalho, admite a assistência no processo do trabalho,


através da Súmula 82, dispondo que "A assistência simples ou litisconsorcial só é
admissível se houver interesse jurídico, e não meramente econômico".

PROCESSAMENTO- A assistência pode ser requerida, em qualquer fase do processo de


conhecimento, sendo certo que o assistido assume o processo na fase em que se encontra
no momento em que ela foi admitida, não se admitindo a assistência apenas na fase de
execução.
Requerida a assistência, o Juiz abre vista às partes para manifestação no prazo de cinco
dias. Se as partes não se opuserem será admitida nos autos desde logo a assistência.
Havendo discordância por qualquer uma das partes o juiz suspenderá o curso do processo,
determinará o a autuação em apenso, podendo colher provas, decidindo, em seguida, o
incidente.
Acolhida a assistência o assistente se investe dos mesmos poderes e ônus do assistido,
sendo certo que na assistência simples funcionará como simples auxiliar do assistido, não
podendo desenvolver atividade contrária aos interesses do assistido. Pode, no entanto,
recorrer da decisão, caso o assistido não tenha manifestado expressamente sua vontade de
não recorrer.

62
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Revel o assistido, o assistente funcionará como gestor de negócios do assistido,


livrando-se também dos efeitos da revelia; se ficar vencido será condenado no pagamento
das custas fixadas em valor proporcional a atividade exercida no processo.

COISA JULGADA- No artigo 123 do CPC de 2015. temos que tanto na assistência
simples quanto na litisconsorcial há uma presunção de justiça da decisão de maneira que de
regra o assistente não poderá em outra ação discutir a justiça daquela decisão salvo se
demonstrar que pelo estado em que recebeu o processo, ou pelas declarações e ato do
assistido fora impedido de produzir provas que certamente influenciariam na decisão ou,
ainda, se demonstrar que desconhecia provas ou alegações que o assistido por dolo ou culpa
não se utilizou (artigo 123, incisos I e II do CPC de 2015).

OPOSIÇÃO - Trata-se de espécie de intervenção voluntária, em que terceiro pretende,


no todo ou em parte, a coisa ou direito controvertido, sobre a qual discutem autor e réu.
Exemplo: "A" pede de "Comissões por vendas realizadas na cidade de Araraquara. "C"
ingressa na ação pleiteando as comissões para si, dizendo ser ele o vendedor da área em
questão.
Alguns autores costumam indicar a disputa de representatividade entre sindicatos
como exemplo de oposição no processo trabalhista.
A oposição se distingue da assistência uma vez que o opoente não pretende auxiliar
nenhuma das partes, mas sim, se opõe ao êxito da ação em favor do autor e do réu.
Apresentada e admitida a oposição, forma-se um verdadeiro litisconsórcio passivo
necessário entre autor e réu, e se algum deles desistir da ação ou reconhecer a procedência
do pedido, a ação prosseguirá entre o outro e o opoente.
O artigo 682 do CPC de 2015 estabelece que a oposição deve ser apresentada até a
prolação da sentença, sendo que se for apresentada antes da audiência, será instruída junto
com a ação originária, e decidida na mesma sentença, no entanto, se for apresentada
posteriormente a realização da audiência será instruída e julgada em separada, não havendo,
podendo o juízo sobrestar a ação originária para julgamento conjunto. No entanto, tem-se
certo que a oposição deve ser decidida em primeiro lugar. Durante muito tempo questionou-
se o cabimento da oposição no processo trabalhista, ao fundamento de que se admitida a
oposição haveria um litígio entre dois empregados, e por essa razão a justiça do trabalho
seria incompetente em razão de matéria para o julgamento. No entanto, após a emenda
45/2004, entendemos que este posicionamento deve ser revisto.

NOMEAÇÃO A AUTORIA - É cabível sempre que aquele que detiver a coisa em nome
alheio for demandado em nome próprio, quando deverá indicar o verdadeiro proprietário ou
possuidor, para correção do pólo passivo da demanda.
O novo CPC trata da nomeação a autoria nos seguintes termos:

Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a
alteração da petição inicial para substituição do réu.

63
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará


os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento
do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.

Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo
da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as
despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de
indicação.

§ 1o O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à


alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo
único do art. 338.

§ 2o No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para
incluir como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.

A nomeação a autoria é espécie de intervenção de terceiro forçada, pois o terceiro,


não ingressa no processo por vontade própria, mas sim, por ter sido convocado pelo réu na
demanda originária. Será sempre requerida pelo réu, em contestação, e caso o autor recuse
a nomeação esta ficará sem efeito prosseguindo o processo em face do réu originário,
arcando o autor com o risco de ser extinto o processo sem julgamento de mérito por
ilegitimidade passiva do nomeante.
Havendo concordância, haverá alteração do pólo passivo da ação, com a saída do
nomeante e a entrada do nomeado. Ex. empregado que, na realização da sua tarefa se utiliza
de ferramenta pertencente a outro empregado, e que é demandado pelo empregador para
que promova a devolução da mesma, e que pretende a nomeação do titular da ferramenta
como forma de se desobrigar.
Em doutrina encontramos posicionamento contrario ao cabimento da oposição, ao
fundamento de que no processo do trabalho só podem ser discutidos direitos trabalhistas,
de natureza pessoal, mas não direitos sobre bens ou coisa, outros, no entanto, sempre
defenderam a possibilidade de admissão da nomeação no processo trabalhista.

DENUNCIAÇÃO DA LIDE

A denunciação da lide prevista no artigo 125 do CPC de 2015, tem caráter de ação
autônoma, incidental, formada paralelamente à demanda originária, em que se pede que o
terceiro venha a integrar a lide para garantir eventual prejuízo do denunciante gerado pela
perda da demanda - direito de regresso. As hipóteses tratadas nos incisos, I e II, do artigo
125 não são cabíveis no processo do trabalho, mas a hipótese do inciso III, (aquele que
estiver obrigado pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que
perder a demanda) para grande parte da doutrina é perfeitamente cabível. Esta hipótese
envolve um direito de regresso do denunciante com relação ao denunciado. Renato Saraiva
aponta exemplo de empregada que demanda em face do empregador por dano moral em
decorrência de assédio sexual cometido por um gerente da empresa. Neste caso o autor
sustenta ser possível a denunciação do gerente, tendo a justiça do trabalho competência
para o julgamento.

64
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

CHAMAMENTO A AUTORIA OU AO PROCESSO - É ato privativo do réu, voluntário,


cabível na hipótese de solidariedade na obrigação, podendo o devedor solidário que foi
isoladamente acionado pleitear a inclusão dos outros devedores solidários na lide. Seria
cabível na hipótese do grupo de empresa. Segundo alguns autores é perfeitamente aplicável
no processo do trabalho, pois certamente beneficiaria o reclamante que poderia executar
seu credito contra o reclamado ou qualquer dos chamados.
Exemplo: Grupo de empresas. Demandada uma delas, pode ser promovido o
chamamento de todas as empresas do grupo.

INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DE PERSONALIDADE JURÍDICA (ARTS. 133 A


137 DO NCPC/2015)

O incidente de desconsideração de personalidade jurídica tem como objetivo viabilizar o


que a prática forense consagrou com o nome de “redirecionamento da execução” ou, de forma mais
precisa, criar condições para que, ao longo do processo (de forma incidental, portanto, daí o nome
“incidente”), sejam apuradas as razões pelas quais o direito material autoriza a responsabilização de
pessoas naturais por atos pratica- dos por pessoas jurídicas.
Também é certo que a desconsideração da personalidade jurídica pode ser feita de forma
inversa, ou seja, o NCPC/2015 possibilitou que a responsabilidade decorrente de atos da pessoa física do réu
alcance a pessoa jurídica da qual faça parte. No mais, não houve inovação, mantendo o que vinha expresso
no art. 50 do CC.
Este incidente é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, cumprimento de
sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Todavia, por força do contido no art. 136,
parágrafo único, do NCPC é cabível o incidente no Tribunal, o que enseja o manejo de recurso de Agravo
Interno, no caso de decisão proferida pelo Relator.
No Processo do Trabalho, esse instituto já vinha de longa data sendo aplicado,
independentemente de base jurídica clara, autorizadora de seu uso, o que se poderia extrair por analogia da
regra constante no art. 28 do CDC. Entretanto, o C. TST, por força da IN nº 39/2016, em seu art. 6º,
determina de forma taxativa sua aplicação ao Processo do Trabalho, assegurando a iniciativa também ao juiz
do trabalho, na fase de execução, por força do que aduz o art. 878 da CLT, que faculta ao juiz promover a
execução de ofício.
A Lei n. 13.467/17, regulamentou de forma expressa o uso do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica, inserindo n a CLT o art. 855-A dispondo:

Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 - Código de Processo Civil.

§ 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:

I - Na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1 o do art. 893


desta Consolidação;

II - Na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do


juízo

65
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

III - Cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado


originariamente no tribunal

§ 2o A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da


tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil) (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Amicus Curiae

Amicus curiae pode ser traduzido como amigo do Tribunal é um terceiro que ingressa no processo com a
finalidade de auxiliar tecnicamente os julgadores quando existir:
a) Matéria relevante;
b) Especificidade do tema objeto da demanda, ou
c) Repercussão social da controvérsia

Trata-se de uma forma híbrida de intervenção de terceiro, pois seu ingresso no processo poderá ser
determinado de ofício pelo juiz ou por meio de requerimento feito pelas partes ou, ainda, pelo próprio
interveniente, ou seja, aquele que pretenda atuar no processo nessa condição.
O “amicus curiae” poderá ser pessoa natural, jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada. Assim, requer a demonstração de interesse institucional, e não jurídico, ao
contrário das outras formas de intervenção.
Essa modalidade de intervenção de terceiros, uma vez ocorrida, não implica na alteração de
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração
e, no caso de decisão que julgar incidente de demandas repetitivas, conforme § 3º do art. 138 do
CPC/2015. Na decisão que solicitar ou admitir essa intervenção, caberá ao juiz definir os poderes do
“amicus curiae”.

Em conclusão, os preceitos contidos no art. 138 do CPC/2015, são aplicáveis ao Processo do


Trabalho, por força da redação constante no art. 3º, II, da IN nº 39/2016, em face de omissão e
compatibilidade.
A seguir, a redação do art. 138 do NCPC/2015:

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema


objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível,
de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou
admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.

§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza
a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese
do § 3º.

66
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os


poderes do amicus curiae.

§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de


demandas repetitivas.

Conclusão

Durante muito tempo, parte da doutrina afirmava que as figuras típicas de intervenção
de terceiros, reguladas no CPC, não se aplicavam no Direito Processual do Trabalho, pois
neste caso, trata-se de empregadores que celebraram entre si contratos de natureza Civil ou
Comercial, que não significa relação de trabalho, e suas desavenças não decorrem da relação
de trabalho, mas sim de relação contratual de natureza civil ou comercial. Outros sempre
admitiram algumas formas de intervenção , e ainda outros admitiam , sem exceção, todas as
formas de intervenção de terceiros. No entanto, no momento presente estas discussões
foram superadas, eis que a emenda 45 /2004 que ampliou a competência da justiça do
trabalho, acabou com todos os obstáculos anteriormente existentes, pois consagrou a
competência da Justiça do Trabalho para julgar todas as demandas decorrentes de relação
de trabalho.

LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL

A lei 13467/2017 acrescentou na CLT os artigos 793 letras A até a letra D,


regulamentando a responsabilidade por dano processual e litigância de má fé no processo do
trabalho. No artigo 793 B aponta as situações que caracterizam litigância de má-fé, no
artigo 793 C , deixa certo que a condenação em litigância de má fé pode se dar a
requerimento da parte ou até de oficio pelo juiz, estabelecendo desde logo o valor da
condenação deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do
valor corrigido da causa, e no 793D deixa certo que a testemunha que intencionalmente
alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa também
poderá ser condenada por litigância de má fé também poderá ser multada.

Da Responsabilidade por Dano Processual

‘Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
reclamante, reclamado ou interveniente. ’

‘Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - Deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II - Alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - Opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

67
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

V - Proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - Provocar incidente manifestamente infundado;

VII - Interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. ’

Valor da multa

‘Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé a


pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento)
do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e
a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

§ 1o Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na


proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.

§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada
em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá-
lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos. ’

Aplicação da multa á testemunha

‘Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à


testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao
julgamento da causa.

Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos mesmos
autos.’”

Assim, o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a


pagar multa que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa e a
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu, e arcar com os honorários
advocatícios (quando admitidos no processo do trabalho) e todas as despesas que efetuou
Sendo dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção de
seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a
parte contrária. O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz ou, caso não seja
possível mensurá-lo, ou liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum nos
próprios autos

HONORÁRIOS DE ADVOGADO

A grande novidade que a lei 13.467/2017 trouxe ao processo do trabalho é a condenação


das partes em honorários advocatícios ou honorários de sucumbência, e tal como no processo civil
os honorários são devidos aos advogados e a pessoa jurídica da sociedade de advogados, sendo

68
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

cabíveis ainda que o advogado esteja litigando em causa própria.

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Da literalidade do artigo 791 letra A da CLT tem-se que o valor dos honorários
advocatícios será, de no mínimo, 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

No parágrafo 1º do artigo 791 A tem-se as regras de sucumbência e os honorários


advocatícios são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a
parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.

Logo no parágrafo 2º o legislador fixou os critérios que deverá ser observado pelo juiz ao fixar o
valor dos honorários advocatícios dispondo que:

§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:

I - O grau de zelo do profissional;

II – O lugar de prestação do serviço;

III - A natureza e a importância da causa;

IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Conforme disposto no parágrafo 3º do artigo 791 A, em caso de sucumbência recíproca, o


juízo arbitrará honorários de sucumbência sendo vedado a compensação entre os
honorários.

§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência


recíproca, vedada a compensação entre os honorários.

No parágrafo 4º o legislador deixa certo a possibilidade de condenação em honorários


advocatícios inclusive da parte beneficiaria da Justiça gratuita autorizando a retenção dos
honorários de sucumbência sobre os créditos auferidos pelo reclamante, na mesma ação ou em
outro processo

§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de

69
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado


esse prazo, tais obrigações do beneficiário.

Também haverá condenação em honorários de sucumbência em reconvenção conforme


disposto no parágrafo 5º.

§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”

CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES TRABALHISTAS E PROCESSO E PROCEDIMENTO

5.1-Classificação Das Ações

As demandas trabalhistas classificam-se em ações individuais e coletivas.

Ações individuais

Nas ações individuais, os titulares são as pessoas consideradas de modo singular e sua
destinação é para obtenção de uma decisão acerca de interesses concretos e individualizados.
Estas ações podem ser divididas em:
Ações condenatórias – São aquelas que conferem ao vencedor o poder de pedir a execução
judicial e têm como objeto principal a formação de um título executivo, a exemplo da
indenização, aviso prévio, horas extras, férias, FGTS etc.
Ações constitutivas – Neste contexto, referidas ações se prestam a criar, modificar, ou
extinguir um direito ou uma relação jurídica. A própria sentença já produz todos os efeitos
desejados e suficientes para a ordem jurídica, sendo, portanto, erga omnes. Como exemplo das
ações em comento, temos o inquérito para apuração de falta grave.
Ações declaratórias – Essas ações traduzem-se nas situações em que o interesse do
reclamante visa afirmar a existência ou inexistência de uma relação jurídica, declarando como
irrevogável o direito perseguido. Coloca-se em evidência aquilo que para o direito já existia. À guisa
de exemplo temos as ações que visam a declaração de existência de relação de emprego, tempo
de serviço, qualificação profissional.
Ações cominatórias – Traduzem-se pela imposição a uma parte de obrigação de fazer ou
não fazer algo, sob pena de pagamento de multa, a exemplo da ação civil pública utilizada para
cumprimento de norma de segurança do trabalho, contratação de deficientes, menores etc.
Ações executórias – São aquelas que visam à realização de um direito legalmente certo, de
forma coativa. Pressupõem a existência de títulos executivos judiciais como é o caso da sentença,
ou, títulos extrajudiciais como os acordos realizados perante a SRT, os termos de conciliação
decorrente de CCP, o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), realizado perante o Ministério Público do
Trabalho, todos possuindo força executiva.
Ações cautelares – Antes do advento do CPC/2015, tínhamos as ações de arresto,
sequestro, protesto, justificação, exibição (procedimentos cautelares específicos). Todavia, a
partir do novo códex processual, esses assuntos foram alocados no procedimento comum, no
entanto, ainda existem algumas situações que podem ser consideradas como procedimento de
natureza cautelar, a exemplo dos arts. 305 a 310, onde praticamente estão reproduzidos o
procedimento cautelar antecedente ou preparatório. Noutro momento, o CPC/2015, ao tratar

70
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

da produção antecipada de provas no art. 381, I, deixa claro o uso do instituto processual, por via
cautelar, caso haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a
verificação de certos fatos na pendência de ação.

Ações coletivas

Em relação às ações coletivas, os seus titulares são grupos e pessoas, isto é, categorias
profissionais, representadas no processo pelos sindicatos que visam tutelar direitos gerais e
abstratos, exemplos: Ação de Dissidio Coletivo, Ação Anulatória de Clausulas de Convenção e
Acordo Coletivo de Trabalho, Ação Civil Pública, Ação Civil Coletiva etc.

5.2- PROCESSO E PROCEDIMENTO

O processo constitui-se de um conjunto de atos processuais que se vão sucedendo e


coordenando dentro da relação processual, até atingir seu fim com a entrega da prestação
jurisdicional. Procedimento, ou rito, por sua vez é a forma, o modo, como os atos
processuais vão se projetando e se desenvolvendo dentro da relação jurídica processual.

TIPOS DE PROCEDIMENTOS NO PROCESSO DO TRABALHO

Na Justiça do Trabalho encontra-se os seguintes Procedimentos:

1-PROCEDIMENTO COMUM
2-PROCEDIMENTO ESPECIAL

O PROCEDIMENTO COMUM SE SUBDIVIDE EM:

A. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO

O Procedimento Ordinário encontra-se regulado nos artigos 837 ao artigo 852 da


Consolidação das Leis do Trabalho. Durante muito tempo o Procedimento Ordinário era o
único existente no processo do trabalho. Atualmente é o procedimento que deve ser adotado
nas ações individuais cujo valor da causa, na data do seu ajuizamento for superior a quarenta
salários mínimos

B. PROCEDIMENTO SUMÁRIO

O Procedimento Sumário no âmbito do processo laboral foi introduzido pela Lei nº


5.584/70, e encontra-se regulado no artigo 2º §§2º e 3º da lei 5584/70, e tem o objetivo de
oferecer maior celeridade às causas trabalhistas de pequeno valor ou seja nas ações cujo
valor da causa na data da distribuição da ação sejam de até 2(dois) salários mínimos.
Entre outras peculiaridades a Lei nº 5.584/70, instituiu a chamada “causa de alçada”,
que, na verdade, é uma ação submetida ao Procedimento Sumário, cuja regulação está
prevista nos parágrafos 3º e 4º do art. 2º da referida lei:

71
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) Quando o valor fixado para a causa, na forma deste artigo, não exceder de 2(duas)
vezes o salário mínimo vigente na sede do Juízo, será dispensável o resumo dos depoimentos,
devendo constar da ata a conclusão da Vara quanto à matéria de fato;
b) Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das
sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado,
para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação.

C. PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO - Foi introduzido no processo do trabalho por força


da Lei nº 9.957, de 13/01/2000, à CLT os artigos 852-A a 852-I com a mesma ideologia que
orientou a edição da Lei nº 5.584/70 ou seja tornar o processo do trabalho mais célere e ao
mesmo tempo mais seguro em virtude dos novos critérios objetivos adotados pelo legislador.
PECULIARIDADES DO PROCEDIMENTO SUMARISSIMO

1-De acordo Com o art. 852-A da CLT, somente “os dissídios individuais cujo valor não
exceda a 40(quarenta) vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação
fica submetidos ao Procedimento Sumário”.

2-PRAZO PARA APRECIAÇÃO DO PROCESSO -De acordo com o disposto no artigo 852-B,
III, a apreciação da ação submetida ao Procedimento Sumário deverá ocorrer no prazo
máximo de 15(quinze) dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se
necessário, de acordo com o movimento judiciário da Vara do Trabalho

3-DA EXCLUSÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA DO RITO SUMARÍSSIMO - Diante de


algumas peculiaridades foi excluída expressamente da incidência do Procedimento Sumário as
causas em que figuram pessoas de Direito Público da Administração Direta, sendo certo que
nos termos do disposto no artigo 173 da Constituição Federal, a restrição não existe quando
se tratar de Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista que se submetem ao mesmo
regime das empresas privadas.

4-CITAÇÃO POR EDITAL- Quando a ação se processa pelo rito sumaríssimo não se fará
citação por edital

5-DO PEDIDO - Conforme estabelece o artigo 852-B da CLT nas ações enquadradas no
Procedimento Sumaríssimo o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor
correspondente, cabendo advertir o equívoco perpetrado pelo legislador, pois o conectivo
correto é o e, e não o ou. Portanto, o pedido deve ser certo e determinado; Consequência -
extinção do processo e condenação do reclamante no pagamento das custas processuais

6-SANEAMENTO DO PROCESSO - INCIDENTES E EXCEÇÕES

O artigo 852 G deixa esclarecido que todos os incidentes e exceções deverão ser
resolvidos de plano. Por essa razão, não se aplica ao Procedimento Sumaríssimo os prazos de
horas estabelecidos no artigo 800 para manifestação, devendo a manifestação, a instrução e a
decisão ocorrer em audiência.

AUDIÊNCIA- O processo, submetido ao Rito Sumaríssimo, será instruído e julgado em


uma única audiência.

72
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

7-PROVAS - Todas as provas serão produzidas na audiência ainda que não requeridas
previamente.

8-DOCUMENTOS – Sobre os documentos reunidos, deverá a parte contrária se


manifestar imediatamente, salvo absoluta impossibilidade e a critério do juiz.

9-TESTEMUNHAS - Cada parte somente poderá apresentar 2 (duas) testemunhas, que


deverão ser convidadas pelo autor ou pelo réu. Só haverá intimação de testemunha se esta,
comprovadamente convidada pela parte não comparecer à audiência. (CLT, art. 852-H,
parágrafos 3º e 4º).

10-PROVA PERICIAL - Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente


imposta (ex.: Verificação de ambiente insalubre ou perigoso), será deferida prova técnica,
incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito. As partes
serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de 5(cinco) dias.
Interrompida a audiência, a continuação e a solução do processo deverá ocorrer no prazo de
30 (trinta) dias, salvo motivo justificado pelo juiz nos autos.

11-APRECIAÇÃO DAS PROVAS -Na apreciação das provas, o juiz deverá “dar especial
valor às regras de experiência comum ou técnica” (art. 852-D da CLT).

12-AUDIÊNCIA ATA RESUMIDA - Conforme expressa previsão legal na audiência a ata


não precisa consignar todos os registros detalhados, como ocorre no Rito Ordinário, mas a lei
é expressa no sentido de que deve conter o resumo dos atos essenciais, das afirmações das
partes e das informações úteis a solução da causa trazida pelas provas deverá ainda constar,
por cautela, todos os requerimentos, indeferimentos, e protestos da parte que se sentir
prejudicada em decorrência de algum fato ou ocorrência.

13-JULGAMENTO E DA SENTENÇA-O artigo 852-I da CLT, além de dispensar o relatório


nas sentenças sujeitas ao Rito Sumaríssimo, prescreve que o juiz deverá adotar em cada caso a
decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do
bem comum (julgamento por equidade).

14-QUANDO NA FASE DE LIQUIDAÇÃO SE CONSTATA QUE O VALOR EXCEDE DE


40(QUARENTA) VEZES O SALÁRIO MÍNIMO

Tem-se, de regra, que a execução deverá ser processada pelo valor total da condenação,
sem qualquer limitação. Os juros e correção monetária constituem acessórios e não
necessitam serem calculados na inicialmente, impossível se falar em renúncia pelo reclamante
do valor que ultrapassar o limite legal, pois os direitos trabalhistas são irrenunciáveis.

15-O PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO NAS RECLAMAÇÕES PLÚRIMAS. “Não há óbice de


a reclamação plúrima adotar o Procedimento Sumaríssimo, desde que, o valor total dos pedidos
para todos os reclamantes não exceda a 40 salários mínimos”.

73
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

16- RECURSOS. As ações que se processam pelo rito sumaríssimo admitem a


interposição de recursos. O recurso ordinário vem tratado no parágrafo 1º, incisos II,III,e IV do
artigo 895 da CLT e diante da relevância transcrevemos abaixo:

Art. 895- Cabe recurso ordinário para a instância superior:


..........................................................................................
§ 1º - Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso ordinário:
§ acrescentado pela Lei n.º 9.957, de 12-01-00, DOU 13-01-00)
I - (VETADO)
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o relator
liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo
imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
III- terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão de
julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na certidão;
IV- terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a indicação
suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a
sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de julgamento, registrando
tal circunstância, servirá de acórdão.
No que se refere ao recurso de revista deve ser observado o disposto no parágrafo 6º
do artigo 896 da CLT, abaixo transcrito:
Art. 896- Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das
decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais
Regionais do Trabalho,
quando:...................................................................................................................
§ 6º - Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido
recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República.
Interpretando o mencionado dispositivo legal o TST na sumula 442 estabelece:
“Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade de recurso de
revista está limitada à demonstração de violação direta a dispositivo da Constituição
Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal Superior do Trabalho, não se admitindo o
recurso por contrariedade a Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II,
Capítulo III, do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT. ”

PROCEDIMENTO ESPECIAL

A norma processual celetista, os procedimentos especiais do inquérito para apuração


de falta grave nos artigos 853 a 855, o Dissídio Coletivo nos artigos 856 a 871, a ação de
cumprimento no artigo 872 e parágrafo único, fazem uma breve referência à ação rescisória
no artigo 836, porém, aplicando-se as disposições contidas no artigo 769 da CLT, temos
algumas ações especiais tratadas no CPC que são processadas na Justiça do Trabalho, sendo
certo que algumas delas, necessitam de ser adaptadas ao rito procedimental trabalhista. (ex.
Ação de consignação em pagamento).

DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA - PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO


EXTRAJUDICIAL

74
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A lei 13467/2017 inseriu na Consolidação das Leis do Trabalho os artigos 855 letras B
até 855 letra “E” regulamentando o processo de jurisdição voluntária para a homologação
dos acordos extrajudiciais trabalhistas, que deverá ser processado observando-se que:

‘Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1o As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2o Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua
categoria.’
‘Art. 855-C. O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do
art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8 o art. 477 desta
Consolidação.’
‘Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz
analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.’
‘Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo
prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo’.

PETIÇÃO INICIAL COM AS ALTERAÇÕES DA LEI 13.467/2017

Petição Inicial – Conceito - Ato processual, de que se vale a parte para pleitear a tutela
jurisdicional. É a materialização do direito de ação assegurado constitucionalmente
Trata-se de um instrumento de relevante importância para o processo, uma vez que
descreve a pretensão do autor, seus fundamentos, e sobre o pedido formulado é que incidirá
a prestação jurisdicional, pois o juízo só pode atuar nos limites do que foi pedido.
Forma - Nos dissídios individuais a petição inicial pode ser verbal ou escrita. Quando se
tratar de dissídio coletivo, inquérito para apuração de falta grave, bem como outras ações
especiais exemplo mandado de segurança. Ação rescisória etc. a petição inicial deve ser
escrita.

Requisitos da Petição Inicial Escrita

Os artigos 840, e artigo 852 - B da CLT apontam os requisitos que devem conter a
petição inicial no dissídio individual, sendo que o a petição inicial do procedimento ordinário
é tratada no artigo 840 da CLT e no procedimento sumaríssimo no artigo 852 – B.
O artigo 840 da CLT dispõe que: “a reclamação poderá ser escrita ou verbal”.
A lei 13467/2017 deu nova redação ao parágrafo 1º do artigo 840 da CLT para ficar
constando que o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor,

“Art. 840. ..............................................................

Parágrafo 1o sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a


qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido,
que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura do
reclamante ou de seu representante.

75
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Parágrafo 2º. Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias datadas e
assinadas pelo escrivão ou diretor de secretaria, observado, no que couber, o disposto no
parágrafo no § 1o deste artigo. (lei 13467/2017)

Outra grande novidade processual decorrente da lei 13.467/2017 na petição inicial


trabalhista é a possibilidade de ser declarada a inépcia da petição inicial em relação aos
pedidos que não atendam a regra do parágrafo 1º notadamente a especificação do pedido
e o a indicação de seu valor .
O artigo 786 da CLT determina que quando a ação for distribuída em localidade onde
existir mais de uma vara a reclamação verbal será primeiramente distribuída, e após a
distribuição o reclamante deverá comparecer no cartório no prazo de 5 (cinco) dias para
reduzir a termo a reclamação.
Petição no Rito Sumaríssimo petição inicial deve preencher os requisitos previstos no
artigo 852 B da CLT;

ARTIGO 787 -A reclamação escrita deverá ser formulada em duas vias e desde logo
acompanhada dos documentos em que se fundar.

Da Petição Inicial – Rito Ordinário

Analisando as disposições contidas no artigo 840 da CLT verificamos que o processo


trabalhista é mais simples uma vez que no processo do trabalho ainda persiste o “jus
postuland”, ou seja, a possibilidade do empregado e empregador litigar na Justiça do
trabalho sem advogado rido às partes.
No processo do trabalho a petição inicial é desprovida das regras do CPC, basta uma
breve exposição dos fatos, e da causa de pedir, de forma que a reclamada possa apresentar
sua defesa, formando o contraditório.
Conforme estabelece o artigo 840 da CLT a petição inicial deverá conter os seguintes
requisitos:

Requisitos da petição no Processo do Trabalho

1-Designação da Autoridade Judiciária (Juiz ou Tribunal) a que é Dirigida Ao autor


incumbe indicar o juiz ou tribunal competente para processar e julgar a ação que está sendo
proposta, sempre de acordo com os critérios processuais que regem a competência.

2-Qualificação das partes Nome completo das partes, estado civil, profissão e
endereço completo, CEP, número da CTPS, CPF, CNPJ, e PIS,

3-Breve Exposição dos Fatos que resulte o Dissídio –

Fatos e Fundamentos Jurídicos do Pedido - verifica-se que não há exigência legal que
a inicial contenha os fundamentos jurídicos do pedido, as especificações do pedido, o valor
da causa a especificação das provas que o autor pretende se valer para demonstrar a
veracidade dos fatos alegados, e o requerimento de notificação do réu.
No entanto, ainda que vigore o Princípio da Simplicidade no processo do trabalho, deve

76
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

o autor descrever com precisão os fatos relevantes que constituem a relação jurídica sobre a
qual pretende o pronunciamento jurisdicional. Possibilitando o exercício do direito de defesa
e do contraditório do réu, essenciais no Estado Democrático de Direito.
Também deve ser descrito o fato contrário do réu que impediu a efetivação voluntária
e espontânea do direito do autor, e tem a incumbência de apontar a natureza do direito da
situação descrita. O fato e fundamento jurídico constituem o que se denomina "causa
petendi", e também serve para verificação de litispendência, coisa julgada, continência,
conexão etc.
O fundamento jurídico é diferente de fundamento legal, esse é a indicação dos
dispositivos legais a serem aplicados, aquele se refere à relação jurídica e o fato contrário do
réu que justifica o pedido.

A. TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO

No que se refere aos requisitos da petição inicial, quanto a causa de pedir, o Direito
brasileiro adota a teoria da substanciação, que consiste na exigência legal de se apontar a
descrição dos fatos oriundos da relação de Direito Material e a justificativa da razão pela qual
afirma a existência do Direito.
Conforme se tem da doutrina não basta ao empregado alegar simplesmente que é
sujeito de uma relação de emprego e que por essa razão quer anotação na CTPS. O direito
exige que o autor especifique a razão pela qual afirma que é titular de direito, declinando por
exemplo que trabalhou com pessoalidade, subordinação etc.
São os fatos que dão origem à ameaça ou lesão aos direitos. O fundamento do pedido
compõe o que se denomina causa de pedir. Ex. Pede-se o vínculo de emprego, portanto deve
indicar que não era reconhecido, não tinha anotação na CTPS etc.
A causa de pedir é um dos elementos que identifica o processo e através dela é que se
faz a análise da ocorrência de litispendência, conexão continência e coisa julgada.
A teoria da substanciação se contrapõe à chamada teoria da individualização, segundo
a qual basta a indicação de um fundamento geral para o pedido: Ex. Sou credor, por essa
razão quero receber. No processo do trabalho não há a necessidade de se apontar o
fundamento legal.

4-Pedido e suas Especificações

Do fato e do fundamento jurídico deve logicamente decorrer o pedido e na forma do


que dispõe o parágrafo 1º do artigo 841 da CLT com a redação que lhe foi dada pela lei
13467/2017, deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor sob pena de ficar
caracterizado a inépcia da petição inicial em relação ao pedido, acarretando a extinção do
processo sem julgamento do mérito.
c) Pedido Certo – O pedido, de regra, deve ser certo e determinado, isto é, definido
quanto a qualidade e quantidade. Admite-se pedido genérico nas hipóteses do artigo 324 do
CPC DE 2015, (ações universais, quando não for possível determinar de modo específico as
consequências do ato ou fato ilícito, quando a determinação do valor da condenação
depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
d) Pedido Alternativo: Diz-se pedido alternativo quando pela natureza da obrigação o
devedor pode cumprir a prestação de mais de uma maneira. A alternativa vem assegurada
ao devedor pela lei ou pelo contrato. Exemplo: em caso de dispensa discriminatória, a lei

77
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

faculta ao empregado escolher entre ser reintegrado ou indenizado na forma dobrada (artigo
4° da Lei 9029/95.
Momento da Escolha: Se a escolha competir ao credor, este deverá na inicial, fazê-
la, optando por um dos pedidos, que o tornará fixo, e se a escolha couber ao réu, o juiz
condenará alternativamente fazendo o réu a escolha por ocasião da execução.

e) Pedido Subsidiário ou Sucessivo – Previsto no artigo 326 do CPC 2015, que


estabelece ser lícito ao autor formular mais de um pedido de maneira que o juiz conheça do
posterior se não for possível conhecer do anterior Ex. empregado estável pede a
reintegração ou a indenização pelo período estabilitário.

Diferença entre pedido alternativo e Sucessivo - quando se trata de pedido


alternativo, um exclui o outro, no sucessivo, existe um pedido que deve ser atendido, só na
impossibilidade de ser deferido o primeiro é que pode ser apreciado o segundo.
f) Pedido Simples – um só pedido - Pedido Cumulativo: previsto nos arts. 327 do CPC
de 2015, vários pedidos numa mesma ação.
A cumulação de pedidos formulados pelo autor poderá ser também própria ou
imprópria. Na cumulação própria há a possibilidade do Autor formular dois ou mais pedidos
e de todos serem acolhidos. A cumulação própria subdivide-se em simples (o autor tem
interesse na procedência de todos, indistintamente) e sucessiva (o acolhimento do pedido
secundário só ocorrerá se acolhido o principal).
Cumulação Imprópria, hipótese em que só um pedido poderá ser acolhido, esta
subdivide-se em: subsidiária (o autor apresenta a ordem de sua preferência; em não sendo
acolhido o primeiro pedido – principal – poderá ser acolhido o seguinte, denominado
subsidiário.) e alternativa (neste caso, não há ordem de preferência indicada pelo autor).

Da Cumulação de Pedidos ou Cumulação Objetiva: O Código de Processo Civil permite


ao autor cumular, num único processo, vários pedidos, ainda que conexos.

g) Requisitos para a Cumulação

1) que os pedidos sejam compatíveis entre si;


2) que seja competente para conhecer deles, o mesmo juízo;
3) que seja adequado para todos os pedidos o mesmo tipo de procedimento.

h) Pedido Principal e Acessório- Os pedidos são interpretados restritivamente,


compreende-se, no entanto, no principal os juros legais. Salário do mês de maio de 2005,
pedido principal e juros acessório, para alguns a correção monetária seria acessória,
aplicando-se a regra do art. 322, do CPC de 2015.

i) Pedido implícito- A jurisprudência não é pacífica em aceitar pedido implícito. A regra


é de que o autor deve formular expressamente os pedidos. No entanto, para alguns, existe
pedido implícito, ex: férias, pedido principal, acréscimo de 1/3 implícito.

5- Local data e assinatura do subscritor

No direito processual do trabalho, a exigência da assinatura da parte ou seu

78
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

representante, aparece como requisito essencial da petição inicial escrita. Petição sem
assinatura é apócrifa, e por essa razão é considerada inexistente. No entanto o juiz deve
conceder o prazo de 15 (dez) dias para a regularização.

VI) Outros Requisitos da Petição Inicial

a) Valor da causa- O valor atribuído à causa deve corresponder ao valor econômico


postulado. A doutrina e jurisprudência divergem quanto sua obrigatoriedade. Alguns autores
sustentam que o valor da causa só é obrigatório no procedimento sumaríssimo (Bezerra,
Giglio) outros, no entanto, (Saraiva) entendem que após a lei 9957/200 é obrigatório conter
na inicial o valor da causa. A lei 5584/70, no artigo 2° estabelece que se o autor não indicar o
valor da causa, o juiz antes de instruir o processo deverá fixá-lo para fins de alçada. Também
há o entendimento de que havendo ou não impugnação do réu, o juiz pode de ofício, fixar
valor diverso para fins de adequar o valor ao disposto no artigo 292 do CPC de 2015.
Importante mencionar que a lei 13.467/2017 ao tratar dos requisitos da petição inicial
escrita no parágrafo 1º do artigo 840 da CLT, não aponta expressamente a indicação do valor
da causa como requisito da petição inicial apesar de estabelecer que estabelecer a indicação
de seu valor sob pena de ficar caracterizado a inépcia da petição inicial .

b) Especificação de Provas

Para alguns autores é desnecessário a especificação das provas

c) Requerimento de Notificação do Réu

A doutrina afirma que no processo do trabalho é dispensável o requerimento de


notificação da parte contraria para se defender em audiência pois trata-se de ato
determinado por lei e deve ser feito automaticamente pelo chefe ou diretor de secretaria
(artigo 841 da CLT).
O artigo 319 do novo CPC traz os requisitos da petição inicial no Processo Civil
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na
petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que
se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II
deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente

79
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à


propositura da ação.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts.
319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete,
indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

PETIÇÃO JUDICIAL ELETRONICA

Art. 26. A distribuição da ação e a juntada da resposta, dos recursos e das petições em
geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico, serão feitas diretamente
por aquele que tenha capacidade postulatória, sem necessidade da intervenção da secretaria
judicial, de forma automática, mediante recibo eletrônico de protocolo, disponível
permanentemente para guarda do peticionante.
§ 1° A petição inicial conterá, além dos requisitos referidos no art. 840, § 1º, da CLT, a
indicação do CPF ou CNPJ da parte autora, conforme determinação contida no art. 15,
caput, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006.
Lei 11419/2006 Art. 15. Salvo impossibilidade que comprometa o acesso à justiça, a
parte deverá informar, ao distribuir a petição inicial de qualquer ação judicial, o número no
cadastro de pessoas físicas ou jurídicas, conforme o caso, perante a Secretaria da Receita
Federal.
§ 2º O sistema fornecerá, por ocasião da distribuição da ação, o número atribuído ao
processo, o Órgão Julgador para o qual foi distribuída e, se for o caso, o local, a data e o
horário de realização da audiência, da qual estará o autor imediatamente intimado.
§ 3º Os dados da autuação automática deverão ser conferidos pela Unidade Judiciária,
que procederá a sua alteração em caso de desconformidade com os documentos
apresentados, com o devido registro no sistema.

Do indeferimento da Inicial O artigo 330 do CPC autoriza o juiz indeferir a petição


inicial nas seguintes hipóteses:

1) quando for inepta; conforme dispõe o artigo 330§ 1º do novo CPC: Considera-se
inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de pedir, quando da narração dos
fatos não decorrer logicamente a conclusão, ou quando contiver pedidos incompatíveis
entre si;
2) quando a parte for manifestamente ilegítima;
3) quando o autor carecer de interesse processual;
Nos termos do que dispõe o artigo 332§1º, O juiz poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar desde logo, a decadência de prescrição.

Da Juntada de Documento

80
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A petição inicial deverá vir instruída com os documentos indispensáveis a propositura


da ação.

Petição inicial, indeferimento e Inépcia

O indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhado de documento


indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é
cabível se, após intimação para suprir a irregularidade.
Importante mencionar que o artigo 321 do novo CPC, dispõe que, quando se verificar
que a petição inicial não preenche os requisitos dos artigos 319 e 320 do NCPC ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz
deverá determinar ao autor, no prazo de 15 dias, a emenda ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.
A doutrina e a jurisprudência trabalhista afirmam que em face do princípio da
economia processual, aplicam-se as regras contidas no art. 321 do CPC e Sumula 263 do
Colendo TST que dispõe: “Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC
de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal,
somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze dias),
mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer
(art. 321 do CPC de 2015)”.

Aditamento à Petição inicial

O aditamento á petição inicial é admitido com as devidas adaptações ao processo do


trabalho. Entende-se que a petição inicial pode ser aditada, até a entrega da defesa, devendo
o juiz receber o aditamento e devolver o prazo para a defesa, designando-se nova data para
audiência em vista do princípio da oralidade, simplicidade, celeridade e da ausência do
prejuízo. Após a apresentação da defesa, já não é mais possível o aditamento a petição
inicial.

Emenda e Aditamento à Petição inicial no Procedimento Sumaríssimo

Há entendimentos no sentido de que não há possibilidade de emenda a inicial no rito


sumaríssimo, quando não preenchidos os requisitos estipulados no artigo 852-B, da CLT,
considerando o princípio da celeridade processual, típico das ações trabalhistas sob tal rito,
bem como por prever a CLT, no artigo 852-B, inciso III, que a apreciação da reclamação
submetida ao rito sumaríssimo deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu
ajuizamento.

Do julgamento - liminar do Pedido

O Tribunal superior do trabalho na IN 39/2016 deixou certo que se aplicam ao Processo


do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as necessárias adaptações à legislação
processual trabalhista, cumprindo ao juiz do trabalho julgar liminarmente improcedente o
pedido que contrariar:

81
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

I – Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do


Trabalho (CPC, art. 927, inciso V);
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do
Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
IV - Enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local,
convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que não exceda à
jurisdição do respectivo Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrário sensu). Parágrafo único. O
juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência.

Petição Inicial e o Processo Judicial eletrônico

Art.21. A distribuição da petição inicial e a juntada da contestação, dos recursos e das


petições em geral, todos em formato digital, nos autos de processo eletrônico devem ser
feitas diretamente pelos advogados públicos e privados, sem necessidade da intervenção da
secretaria judicial, situação em que a autuação ocorrerá de forma automática, fornecendo-se
o recibo eletrônico de protocolo.
§ 1° No caso de petição inicial, o sistema fornecerá, imediatamente após o envio,
juntamente com a comprovação de recebimento, informações sobre o número atribuído ao
processo, o Órgão Julgador para o qual foi distribuída a ação e, se for o caso, a data da
audiência inicial, designada automaticamente e da qual será o autor imediatamente
intimado.
§ 2° Os dados da autuação automática serão conferidos pela unidade judiciária, que
procederá a sua alteração em caso de desconformidade com os documentos apresentados,
de tudo ficando registro no sistema.

Natureza Da Decisão Que Indefere A Inicial – Recurso

A decisão que indefere a inicial tem natureza terminativa, pois extingue o processo,
sem resolução de mérito (art. 485, I, do CPC). Desse modo, no Processo do Trabalho, tal
decisão desafia a interposição de Recurso Ordinário (art. 895 da CLT).
Desse modo, se o Juiz do Trabalho indeferir a inicial, o reclamante poderá recorrer, no
prazo de oito dias (art. 895 da CLT), facultando-se a retratação do juiz, deferindo o
recebimento da inicial.
Cabe destacar que a aplicabilidade do art. 331 do CPC se refere apenas ao
indeferimento liminar da inicial. Se a inicial for indeferida após designação da audiência e
oferecimento da defesa, o recurso cabível será apenas o Ordinário, sem possibilidade de
retratação do Juiz do Trabalho.
Se o juiz decretar a inépcia de eventual pedido depois da devida instrução do processo,
a parte poderá interpor recurso ordinário questionando a inépcia, juntamente com as
demais matérias recursais.

Art. 322. O pedido deve ser certo.

82
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 1o Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas


de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.

§ 2o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o


princípio da boa-fé.

DESISTÊNCIA DA AÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

A Consolidação das Leis do Trabalho de 1943 não cuidava expressamente do instituto da


desistência da ação, e por essa razão, havia a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil de 1916
e, mais recentemente, do de 2002, autorizado pelo art. 769 da CLT que dispunha:
“Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do direito
processual do trabalho [...]”.

A partir dessa abertura legal, a jurisprudência pretoriana se sentiu pacificamente autorizada a


recepcionar a aplicação subsidiária do instituto da desistência da ação no processo trabalhista:
Nos termos do preceito contido no §5º, do art. 485 do CPC/15, aplicado subsidiariamente ao
processo do trabalho, a desistência da ação pode ser requerida pelo autor, independentemente do
consentimento do réu, até antes do recebimento da defesa em audiência, e sem seu consentimento,
até antes de prolatada a sentença.
Se a parte autora, apesar de ter ingressado com retratação ao requerimento de desistência da
ação, comparece em audiência e, antes da apresentação da defesa, manifesta de forma inequívoca
seu interesse em não prosseguir com a ação, é válida a sentença que homologa a desistência e
extingue o processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, inciso VIII e §4º do CPC/1973
de aplicação subsidiária.
A lei nº13467/2017 inseriu na CLT o parágrafo 3º no artigo 841, com a finalidade de
regulamentar a desistência da ação pelo reclamante no processo nos seguintes termos:
Artigo 841.
Parágrafo 3º - Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá,
sem o consentimento do reclamado, desistir da ação.
Tem-se, portanto, que até o momento do oferecimento da contestação, poderá o autor desistir
da ação. Importante mencionar que essa regra tem sido criticada pela doutrina, ao fundamento de que
o legislador consolidado, ao assegurar seu exercício ao reclamante e subordiná-lo ao consentimento
do reclamado toda vez que a contestação seja oferecida, impôs elastério hermenêutico ofensivo à
liberdade volitiva e executiva de desistência da reclamação, sem, contudo, se dar conta da objeção
jurídica radicada na processualística trabalhista e, sobremaneira, na natureza dos atos processuais a
ela implicados.

AUDIÊNCIA TRABALHISTA

O artigo 841 da CLT dispõe que recebida e protocolada a inicial, o chefe da secretaria
tem o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para enviar a segunda via a reclamada, notificando-
a para comparecimento na audiência que será na primeira data desimpedida depois de 5
(cinco) dias, e o parágrafo 2° do mesmo artigo estabelece também que o reclamante será
notificado da data da audiência no momento da distribuição da ação ou pelo correio.
Conceito: É o ato do juiz de ouvir as partes, suas pretensões e suas testemunhas
De acordo com os artigos 813 a 817 da CLT, as audiências dos órgãos da Justiça do

83
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Trabalho serão públicas e realizadas de regra na sede do Juízo ou Tribunal, em dias úteis
previamente fixados, entre 8h e 18h, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo
se houver matéria urgente. Em casos especiais poderá ser realizada em outro local, mediante
edital fixado na sede do juízo com antecedência de 24 (vinte e quatro) horas no mínimo.
Se até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz não houver comparecido, os
presentes poderão retirar-se, devendo apenas constar no livro de registros das audiências.
(Observação: este prazo é para o caso de não comparecimento do juiz, e não atraso na
audiência).
A OJ n. 245, da SDI-I, dispõe: “Revelia. Atraso. Audiência. Inexistente previsão legal
tolerando atraso no horário de comparecimento da parte à audiência”.

FORMA DA AUDIÊNCIA TRABALHISTA:

Nos termos da CLT a audiência trabalhista, qualquer que seja o rito (sumário,
sumaríssimo ou ordinário) deveria ser sempre UNA (arts. 841 e 852-A ) ou seja a proposta
conciliatória, apresentação da defesa, instrução do processo e julgamento são realizados em
uma única oportunidade, em obediência ao Princípio da Imediatidade e concentração dos
atos processuais, próprios do processo do trabalho.

Na prática, em razão da complexidade de alguns processos e o excesso de processos em


pauta, a maioria das Varas do Trabalho têm optado em fracionar a audiência una em 3 (três),
valendo-se do que dispõe o artigo 849 da CLT:(Art. 849- A audiência de julgamento será
contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz
ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente
de nova notificação).

INICIAL: Busca conciliação tão somente e em caso negativo, recebe a defesa da


reclamada, abrindo-se vista ao reclamante, designando-se nova audiência em continuidade.

INSTRUÇÃO E JULGAMENTO: Realizada em sequência a audiência inicial visa a oitiva das


partes, das testemunhas do reclamante e reclamado, ou o inverso em caso de inversão do
ônus da prova, e demais provas necessárias, julgando o feito ao final ou não nesse caso
deverá ficar consignada na ata de audiência a forma pela qual as partes tomarão ciência da
sentença = via postal, Diário Oficial ou na forma da Súmula 197 do TST = daí a importância do
advogado ler o Diário Oficial da União ou contratar empresa de recortes.

JULGAMENTO: Destinado somente ao Juízo para o julgamento do processo, sem a


presença das partes, sendo que as partes terão ciência da decisão, via postal, oficial de justiça,
imprensa oficial ou pela Súmula 197 do TST, que declara que as partes se dão por notificadas
no dia e hora marcados para a publicação da decisão.
Em doutrina encontra-se a posição de doutrinadores que afirmam que a audiência UNA não
seria conveniente, porque dificulta a réplica do reclamante, ferindo a garantia constitucional da
ampla defesa, do contraditório e o consequente, devido processo legal, exceção feita ao
procedimento sumaríssimo em que a parte, em regra geral, será instada a se manifestar sobre os
documentos em audiência (art. 852 -H, parágrafo 1º, CLT).

84
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

DEVER DE COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA

O artigo 843 da CLT estabelece o dever de comparecimento pessoal do reclamante,


(salvo em se tratando de reclamação plúrima ou ação de cumprimento, quando poderá ser
representado pelo sindicato da categoria) e também da reclamada às audiências,
independentemente de seus representantes ou advogados.
Também quando se tratar de reclamação plúrima os empregados poderão se fazer
representar pelo sindicato da categoria, sendo permitido também ao juiz que autorize os
autores serem representados por um grupo ou comissão formada pelos dos litisconsortes.

A lei 13.467/2017 acrescentou na CLT o parágrafo 3º no artigo 843 para ficar constando
que o preposto, não precisa ser empregado da reclamada

“Art. 843. ..............................................................

......................................................................................

§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não precisa ser empregado da parte
reclamada.”

CONSEQUÊNCIA DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES

O artigo 844 da CLT esclarece que a ausência do reclamante na audiência de julgamento


importa no arquivamento da reclamação, (podendo intentar nova ação, devendo ser
observado o prazo de 6 (seis) meses entre a segunda e terceira propositura (art. 732 CLT). E o
não comparecimento da reclamada importa revelia, além de confissão quanto a matéria de
fato.

A lei 13467/2017 acrescentou os parágrafos 2º,3º no artigo 844 da CLT para ficar
constando que na hipótese de ausência do reclamante na audiência designada, este será
condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação,
ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que
a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável, e também que o pagamento das
custas é condição para a propositura de nova demanda.

Artigo 844...........................:

§ 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o julgamento, designando


nova audiência.

§ 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das


custas calculadas na forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça
gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo
legalmente justificável.

§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2o é condição para a propositura de


nova demanda.

85
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

REVELIA

Conforme se verifica da parte final do artigo 844 da CLT o não comparecimento da


reclamada na audiência de julgamento importa na revelia.
Por força da lei 13467/2017 foi acrescentado os parágrafos, 4º e 5º, no artigo 844, da
CLT para ficar constando algumas hipóteses em que a revelia não faz presumir verdadeiros os
fatos alegados pelo autor, a saber:
§ 4o A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:
I - Havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou
estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Na audiência a pessoa jurídica deverá ser representada pelos sócios ou pelo preposto
com carta de proposição, que deverá ser pessoa que tenha conhecimento dos fatos, cujas
declarações obrigarão o proponente e conforme disposto no parágrafo 3º no artigo 843
reformado, não mais precisa ser empregado da reclamada.

O preposto do empregador, desde munido da respectiva carta de preposição, está apto


a praticar atos de audiência, tais como contestar, requerer provas, arguir nulidades,
apresentar razões finais, inclusive transigir (fazer acordos). No entanto, também submete o
proponente a todas as consequências negativas oriundas do mau exercício da preposição,
confissão, preclusão para arguir nulidades etc.
Os poderes de representação do preposto se esgotam na audiência, o que não ocorre
quando a representação se dá pelo representante legal da reclamada, que em vista do jus
postulandi, está apto a continuar praticando atos processuais no processo.
Também se tem certo que não há qualquer inconveniente do preposto ser testemunha
da empresa, desde que se tratem de processos distintos.
A falta de Carta de Preposição, importa na irregularidade de representação e deverá ser
concedido prazo para regularização na forma do artigo 76 do CPC 2015). Na realidade o juiz
deveria suspender os trabalhos e conceder prazo para regularizar, mas em vista do Princípio
da Celeridade, de regra, concedem prazo para a regularização, sem suspender o processo,
dando continuidade aos trabalhos de audiência.
No entanto, é sabido que a Carta de Preposição é o documento hábil para se provar a
qualidade de preposto e, via de regra, a legitimidade da representação da reclamada. Por essa razão
a jurisprudência considera ausente na audiência a ré quando o preposto não prova sua condição de
representante, deixando de regularizar sua representação no prazo assinalado pelo juiz,
entendendo ainda correta a decisão, que não aprecia a defesa apresentada e declara a revelia e
confissão ficta da reclamada.

ADVOGADO PREPOSTO

Quanto ao advogado acumular a função de preposto, pensamos que tal não é possível,
pois, embora não haja proibição legal expressa, o Código de Ética da OAB proíbe tal
cumulação. Além disso, o advogado tem dever legal de sigilo com o cliente, o que prejudica a

86
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

finalidade do depoimento pessoal e a investigação dos fatos da causa pelo Juízo.


O art. 23, do Código de Ética e Disciplina dos Advogados, dispõe: . É defeso ao advogado
funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou
cliente° (artigo 23 da Lei 8906/94) proíbe que o advogado funcione no processo
simultaneamente como preposto e como advogado do cliente. As partes poderão fazer-se
acompanhar de advogado, que deverá apresentar o competente mandato, que poderá ser
tácito ou "apud acta", com poderes simples, ou escrito, por instrumento público ou particular,
com poderes especiais e específicos, sendo dispensável o reconhecimento de firma. O
advogado, em caso urgente, poderá postular em Juízo e requerer a juntada do instrumento
em 15 (quinze) dias, prorrogáveis por mais 15 (quinze) dias por despacho do Juiz (art.104 CPC
DE 2015).

REVELIA E CONFISSÃO FICTA

Revelia é a ausência de defesa. Não se trata de pena ou sanção, (natureza jurídica de


fato jurídico- acontecimento capaz de produzir efeitos jurídicos) na verdade trata-se de uma
faculdade conferida ao réu de não se defender.
O efeito da revelia é a confissão ficta, ou seja, presunção relativa de veracidade dos
fatos alegados na petição inicial. (Art. 344 do CPC de 2015, aplicado por força do art. 769 da
CLT), prosseguindo-se o processo, sendo certo que o revel poderá intervir em qualquer fase
processual, recebendo o processo no estado em que se encontra. A confissão ficta limita-se a
fatos, não alcança a direitos.
A presunção de veracidade dos fatos não ocorrerá se: (artigo 345 do CPC 2015)
- Houver pluralidade de réus e algum deles contestar a ação;
- O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
- Ou ainda quando a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento público
que a lei considere indispensável à prova do ato.

CONSEQUÊNCIAS DO NÃO COMPARECIMENTO DAS PARTES NA AUDIÊNCIA EM


PROSSEGUIMENTO

Nos termos do entendimento sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, Súmula n. 9


do TST – A ausência do reclamante quando adiada a instrução após ser contestada a ação em
audiência não importa no arquivamento da reclamação.
Também a Súmula 74 TST estabelece que se aplica confissão a parte que,
expressamente intimada para comparecimento na audiência em prosseguimento, deixa de
comparecer.

Súmula 74
I - Aplica-se a confissão à parte que, expressamente intimada com aquela cominação,
não comparecer à audiência em prosseguimento, na qual deveria depor.
II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a
confissão ficta não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de provas posteriores
III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa somente a ela se
aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de conduzir o processo.

87
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A revelia e a pessoa jurídica de direito público

Muito se tem discutido, atualmente, sobre a possibilidade de se aplicarem à pessoa


jurídica de direito público os efeitos da revelia. Muitos sustentam que não há essa
possibilidade em razão da indisponibilidade do interesse público e também da
indisponibilidade do patrimônio público. A esse entendimento, outros se opõem, dizendo que,
em juízo devemos aplicar o princípio da isonomia, (Art. 5º da CLT) e a regra do art. 844 da CLT,
também, às pessoas jurídicas de Direito Público.
Sob outro enfoque, tanto o CPC como a CLT não prevêem inaplicabilidade dos efeitos da
revelia à pessoa jurídica de direito público, não obstante o art. 345, II, asseverar que não se
aplicam os efeitos da revelia quando se tratar de direitos indisponíveis.
No mesmo sentido a seguinte ementa:
“Revelia – Aplicabilidade do instituto aos entes públicos. Ao contratar empregados pelo
regime da CLT, a Administração Pública equipara-se ao empregador comum, submetendo-se
às normas processuais em vigor. As prerrogativas que lhe forem eventualmente outorgadas
são apenas aquelas previstas expressamente em lei. Por essa razão, não pode o ente público
esquivar-se das consequências decorrentes da revelia (art. 844 da CLT), alegando que sua
atuação visa defender interesse público e direitos indisponíveis e irrenunciáveis. Recurso de
revista conhecido e desprovido”. (TST – 2ª T. – RR n. 252032/96-0 – rel. Min. Vantuil Abdala –
DJ 27.3.98 – p. 311).

AUSÊNCIA DA RECLAMADA E PRESENÇA DO ADVOGADO

A lei 13467/2017 também acrescentou no artigo 844 da CLT o parágrafo 5º para ficar
constando que ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na audiência, serão
aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados. Apesar da lei não
mencionar, neste caso há revelia, mas a confissão poderá ser elidida por outras provas
constante da defesa que será admitida.

AUDIENCIA VIRTUAL

O Conselho Nacional de Justiça, através da Portaria nº 61, de 31 de março de 2020,


instituiu a Plataforma Emergencial de Videoconferência para realização de audiências e
sessões de julgamento, nos órgãos do Poder Judiciário, no período de isolamento social
decorrente da pandemia Covid-19, a qual foi igualmente adotada pelo Tribunal Superior do
Trabalho (Ato Conjunto TST.GP.GVP.CGJT nº 159, de 6 de abril de 2020. Importante lembrar,
que o Código de Processo Civil brasileiro (Lei 13105, de 16 de março de 2015) aplicado
subsidiariamente no processo do trabalho contém várias disposições sobre a utilização da
videoconferência em processos judiciais a exemplo dos artigos 236, §3º; 385, §3º; 453, §§1º e
§2º; 461, §2º; e 937, §4º.
Assim a tecnologia proveniente dos novos meios informáticos (processo judicial em
meio eletrônico, audiência por teleconferência, uso do aplicativo WhatsApp para negociar
conciliações, realizar notificações, teletrabalho, etc.) desempenha papel fundamental não
apenas na ampliação do acesso à justiça mas também na implementação de medidas que
possibilitem o funcionamento do Poder Judiciário e a manutenção da prestação jurisdicional
mesmo em tempo de pandemia da Covid-19, já que esta impõe a vedação de expediente
presencial no Poder Judiciário como forma de evitar a disseminação do contágio.

88
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Em relação à possibilidade de audiências iniciais e de conciliação por meio remoto, não


olvidamos da sua possibilidade e de sua plena efetividade. Entretanto, a realização de
audiências de instrução por meio de videoconferência, está sendo questionada, isto porque,
não se pode olvidar que em decorrência do princípio da primazia da realidade sobre a
forma, a audiência de instrução no processo laboral torna-se de suma importância para
perquirir acerca da realidade dos fatos, sendo o ato processual mais importante da fase de
conhecimento do processo.
Ao determinar-se a realização por videoconferência, embora seja presumível a boa-fé de
todos aqueles que participam do processo (art. 5º do CPC), algumas questões simples, torna-
se deveras complicado pelo meio virtual, como por exemplo, a influência de terceiro no
depoimento testemunhal e das partes, bem como a correta identificação das partes e
testemunhas.
Outro ponto a ser debatido, é acerca do princípio da imediatidade do juízo coletor das
provas e sua possível violação.
PROPOSTAS CONCILIATÓRIAS

O artigo 846 da CLT dispõe que aberta a audiência o juiz proporá a conciliação.
No processo do trabalho, quando a ação se processa pelo rito ordinário, o juiz em 2
(dois) momento processual deve formular a proposta conciliatória. A primeira tentativa deve
ocorrer logo na abertura da audiência (art. 846 CLT) antes da apresentação da defesa e a
segunda após as razões finais (art. 850 CLT) antes da sentença, não havendo impedimento
para a conciliação entre as partes em qualquer fase do processo, ou seja: mesmo ultrapassado
o momento processual previsto na lei, as partes poderão pôr fim ao processo mediante a
celebração de acordo (artigo 764 da CLT).
Havendo acordo o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a
previdência social quanto às contribuições devidas ao órgão arrecadador (artigo 831
parágrafos 1°). Só por ação rescisória é que pode ser atacado o termo de homologação de
acordo. (Súmula 259 do TST).

DEFESA DA RECLAMADA

Nos termos do disposto no artigo 847 da Consolidação das Leis do Trabalho “Não
havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da
reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes”
Tem-se, portanto, que a defesa deverá ser apresentada em audiência, oralmente, no
prazo de 20 (vinte) minutos. Porém, a praxe sedimentou a prática da reclamada apresentar
defesa escrita.
A lei 13.467/2017, acrescentou o parágrafo único no artigo 847 da CLT para ficar
constando a possibilidade de apresentação da defesa escrita pelo sistema do processo judicial
eletrônico.

“Art. 847.

Parágrafo único. “A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo
judicial eletrônico até a audiência. ” (NR)

89
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Em relação ao processo judicial eletrônico o artigo 10 da Lei n. 11.419/06 e a Resolução


n. 136/2014, do CSJT já previam que “nas Varas que adotam o processo judicial eletrônico, a
contestação deve ser encaminhada antes da audiência, in verbis:
Os advogados credenciados deverão encaminhar eletronicamente contestação,
reconvenção ou exceção e respectivos documentos, antes da realização da audiência
designada para recebimento da defesa.
Parágrafo 1º - A parte reclamada poderá, justificadamente, atribuir sigilo à
contestação, reconvenção ou exceção e os respectivos documentos juntados.
Parágrafo 2º - Fica facultada a apresentação de defesa oral, por 20 (vinte) minutos,
conforme o disposto no art. 847 da CLT”
No Processo Judicial Eletrônico, o réu deve juntar a contestação, reconvenção ou
exceção, bem como os documentos, "antes da realização da audiência designada para
recebimento da defesa". O Art. 22 da Resolução 185 do CSJT DISPÕE :

“A contestação ou a reconvenção e seus respectivos documentos deverão ser


protocolados no PJe até a realização da proposta de conciliação infrutífera, com a
utilização de equipamento próprio, sendo automaticamente juntados, facultada a
apresentação de defesa oral, na forma do art. 847 da CLT. (Redação dada pela
Resolução CSJT n. 241, de 31 de maio de 2019)
§ 1º No expediente de notificação inicial ou de citação constará recomendação para
que a contestação ou a reconvenção e os documentos que as acompanham sejam
protocolados no PJe com pelo menos 48h de antecedência da audiência. (Redação
dada pela Resolução CSJT n. 241, de 31 de maio de 2019)”.

A adoção do novo sistema apenas confere roupagem eletrônica ao Processo Judicial.


No que se refere a lei da reforma trabalhista importante mencionar a regra inserida no
parágrafo 3º do artigo 841 da CLT onde se tem que oferecida a contestação, ainda que
eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da
ação. É certo, no entanto, que existe a possibilidade do processo ser arquivado, mesmo sob
os protestos da reclamada, quando o reclamante deixa de comparecer na audiência
designada.
Por outro lado, da análise do referido dispositivo legal verifica-se que o legislador adotou
a expressão defesa pretendendo englobar todas as formas de ataque da reclamada à
pretensão do reclamante.
A mesma regra também se tem no artigo 336 do CPC
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo
as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas
que pretende produzir
Tem-se, portanto, que a defesa pode ser:
1-Defesa indireta do processo de caráter dilatório;
2-Defesa indireta do processo de caráter peremptório;
3-Defesa de mérito direta e indireta

1-DEFESA INDIRETA DO PROCESSO DE CARÁTER DILATÓRIO- ou seja poderá


apresentar as exceções referidas nos artigos artigo 146 do CPC de 2015 e artigo 799 da CLT
onde se tem que: Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem ser
opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou incompetência.

90
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A exceção constitui uma forma de defesa processual ou defesa indireta, contra defeitos,
irregularidades, ou vícios do processo, que impedem seu desenvolvimento regular, não se
discutindo o mérito da questão, em que o réu, sem negar os fatos articulados pelo autor, opõe
fatos extintivos ou impeditivos ligados ao processo. Observe-se também que em algumas
hipóteses pode também ser oferecida pelo autor.

DA EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO
Importante mencionar que a CLT não menciona no artigo 799 a possibilidade de ser oposta a
exceção de impedimento, mas esta é cabível, e a ausência do tratamento normativo, é decorrente
do fato de que o referido instituto foi previsto no Código de Processo Civil de 1973, considerando-se
que a CLT foi editada em 1943, portanto não existia ainda a figura quando foi publicada.
O impedimento é causa de nulidade do processo, pois o artigo 144 do novo CPC dispõe
expressamente que “Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no
processo:
I - Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim,
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica
parte no processo;
VI - Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - Quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO

A suspeição está regulada no artigo 801 da CLT, e ocorre em relação ao juiz à pessoa dos
litigantes e não de seus procuradores.
Dispõe a norma celetista que dá-se a suspeição nos casos:
1-Inimizade pessoal;
2-Amizade íntima;
3-Parentesco por consanguinidade ou afinidade até terceiro grau civil;
4-Interesse particular na causa.
Também se aplica no processo do trabalho as regras do artigo 145 do CPC de 2015 onde
se tem que “Há suspeição do juiz:
I - Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

91
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

II - Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que
subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - Houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do
arguido.

EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL

A lei 13467/2017 deu nova redação ao artigo 800 da CLT com a finalidade de
regulamentar o processamento da exceção de incompetência agora denominada territorial,
fixando o prazo de 5 dias contados da notificação, antes da audiência, sob pena de
preclusão para sua apresentação.
A grande novidade é que agora o reclamado deverá, no prazo de 5 dias contados da
notificação, através de petição, sem que precise se deslocar até o local do ajuizamento da
ação, apresentar a exceção, em petição indicando que o local da prestação de serviços fica
em outra localidade. Assim ficou redigido o artigo 800 da CLT:
“Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial no prazo de cinco dias a
contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a existência desta exceção,
seguir-se-á o procedimento estabelecido neste artigo.
Conforme disposto no parágrafo 1º, acrescentado na CLT pela lei 13.467/2017,
apresentada a exceção, haverá a suspensão do processo e a audiência que antes estava
designada para apresentação de contestação será resignada, pois antes da sua realização
deverá ser decidida a exceção.
Recebida a exceção o juiz determinará a notificação do reclamante e litisconsortes se
existentes para impugnação no prazo de 5 dias contados da notificação. Assim, não há mais
que se falar em prazo de 24 horas mencionados na antiga redação do artigo 800 da CLT

Artigo 800 da CLT.

§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a audiência a


que se refere o art. 843 desta Consolidação até que se decida a exceção.
§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante e, se
existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de cinco dias.
§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará audiência,
garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta
precatória, no juízo que este houver indicado como competente.
§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu curso,
com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a instrução processual perante o
juízo competente

92
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Da Decisão da exceção
A decisão proferida por ocasião do julgamento da exceção tem natureza de decisão
interlocutória. Nos termos do que dispõe a sumula 214 do TST esta decisão admite recurso,
apenas na hipótese de a remessa dos autos ser feita para uma vara do trabalho vinculada a
outro TRT.
Na região de São Paulo, dividida em foros regionais, na hipótese de ser impugnada a
vara regional, admite-se a interposição de exceção de incompetência funcional, pois no caso
a comarca e a região é a mesma.

DA PRECLUSÃO PARA SE ARGUIR SUSPEIÇÃO OU IMPEDIMENTO

A imparcialidade do juiz é pressuposta de desenvolvimento válido e regular do processo.


A suspeição e o impedimento, se confirmados, geram a necessidade do afastamento do
Magistrado, remetendo-se os autos para seu substituto.
No processo do trabalho a oportunidade para ser oposta a exceção de suspeição e de
impedimento é a primeira vez em que o excipiente tiver de falar nos autos ou em audiência
(art. 795 da CLT) após a ciência do fato legalmente descrito como fundamento da suspeição ou
do impedimento, este de natureza objetiva, aquela, subjetiva.

MOMENTO PARA SE ARGUIR IMPEDIMENTO

As causas geradoras de impedimento têm natureza objetiva, estão expressamente


capituladas na lei, e nessas hipóteses haverá uma presunção absoluta de parcialidade do juiz,
e por essa razão, o vício sobrevive ao trânsito em julgado da decisão, podendo ser alegada em
qualquer tempo. (Passível de ser rescindida a decisão por ação rescisória- artigo 966, inciso II
do CPC de 2015).

SUSPEIÇÃO

O parágrafo único do art. 801 da CLT estabelece as situações que determinam o


momento a partir do qual haverá preclusão:

“Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja consenso na pessoa do juiz,
não mais poderá alegar exceção de suspeição, salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição
não será também admitida, se do processo constar que o recusante deixou de alegá-la
anteriormente, quando já a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado
ou, finalmente, se procurou de propósito o motivo de que ela se originou”.
Caso acolha a preliminar de incompetência, deverá o Juiz do Trabalho encaminhar o
processo ao juízo competente em razão da matéria.

2-DEFESA INDIRETA CONTRA O PROCESSO DE CARÁTER PEREMPTÓRIO – TAMBÉM


CONHECIDAS COMO OBJEÇÃO – OU PRELIMINARES PROCESSUAIS ARGÜIDAS EM
CONTESTAÇÃO:

Preliminares são matérias de defesa processual que o réu deve suscitar ao juiz antes de

93
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

adentrar a procedência ou improcedência dos fatos e pedidos descritos na petição inicial, e


visam à extinção da relação jurídico-processual sem resolução do mérito. Também chamadas
pela doutrina de exceções peremptórias ou defesas indiretas de cunho processual.
Assim, deve o reclamado alegar, antes do mérito, os pressupostos processuais (falta de
citação, inépcia da inicial, impugnação da representação processual, etc.); impugnação ao
valor atribuído à causa, arguições de nulidade entre outros pressupostos processuais
O artigo 337 do CPC, estabelece que antes de discutir o mérito dos pedidos, incumbe ao
réu deve alegar preliminares na contestação as seguintes matérias:

• Inexistência ou nulidade de citação;


• Incompetência absoluta ou relativa
• Inépcia da inicial
• Litispendência;
• Coisa julgada;
• Perempção a perda temporária do direito de ação especial do processo trabalhista
(art. 731, 732 CLT)
• Conexão;
• Continência;
• Carência de ação;
• Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
• Convenção de arbitragem;
• Ausência de legitimidade ou de interesse processual (atualmente não se fala mais em
Carência da ação);
• Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar.
• O § 5 do artigo 337 dispõe que excetuadas a convenção de arbitragem e a
incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

3-DEFESA INDIRETA DE MÉRITO - PREJUDICIAIS DE MÉRITO

São matérias arguidas pela reclamada sempre que pretende um pronunciamento de


mérito, sem discutir a própria pretensão, quando houver prescrição ou decadência do direito.
Prescrição é a extinção da pretensão do titular do direito violado pelo decurso do tempo
estabelecido em lei, no qual permaneceu inerte, de acordo com a tese adotada pelo novo
Código Civil em seu art. 189 (violado um direito, nasce para o seu titular uma pretensão,
extinta pela prescrição se o titular permanecer inerte).
Decadência é a perda de um direito em decorrência da ausência de seu exercício, ou
seja, por não ter sido exercido dentro do prazo legal. Na Decadência é o próprio direito e não
apenas a faculdade de propor a ação que se perde, ou, conforme a nova doutrina, a pretensão
(prescrição).
ARGUIÇÃO DA PRESCRIÇÃO - MOMENTO

O artigo 193 do novo Código Civil estabelece que a prescrição pode ser impugnada em
qualquer grau de jurisdição a quem ela aproveita. Porém, a Súmula 153 do TST estabelece que
“não se conhece da prescrição não arguida na instância ordinária.”
Por instância ordinária compreende-se a fase do processo caracterizada pelo exame amplo

94
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

das questões componentes da lide, quer seja matéria de direito, quer seja matéria de fato. Trata-
se, pois, da fase processual de contraditório e da oportunidade de veiculação de matérias novas.
Por essa razão, pode-se afirmar que até em razões de recurso ordinário ou em razões de recurso
ordinário adesivo, é cabível a arguição da prescrição.
Na Sustentação oral já não é mais possível porque não há como ser assegurado o
contraditório. E também não pode ser arguida em embargos de declaração, pois estes
somente têm cabimento em caso de omissão, obscuridade e contradição, não sendo hábil
para veicular alegações novas.

DEFESA DE MÉRITO

Em relação ao mérito poderá o reclamado adotar 2 (duas) modalidades de defesa:

Defesa Direta de Mérito- Negação do fato constitutivo do direito do autor. Ex.: Não é
empregado.
Defesa Indireta de Mérito - Reconhece o fato constitutivo do direito, mas opõe um fato
extintivo (já foi efetuado o pagamento, transação, prescrição etc.) impeditivo (dispensa se deu
por justa causa, não é devido a indenização) ou modificativo do direito do autor (reclamante
pede reajuste salarial previsto em norma coletiva de 6% (seis por cento) a partir de janeiro. A
empresa alega que o reajuste é para ser pago somente a partir de maio.
COMPENSAÇÃO: Também por se tratar de Defesa Indireta de Mérito, sempre que 2
(duas) pessoas reúnem entre si as qualidades de credoras e devedoras reciprocamente,
poderão requerer ao juiz que os créditos sejam compensados.
Trata-se de instituto do Direito Material e, no processo do trabalho, só podem ser
compensadas dívidas de natureza trabalhista (Súmula 18 do TST), e ainda conforme disposto
no artigo 767 da CLT, só pode ser invocado como matéria de defesa, ou seja, na contestação.
Impossível ser requerida na fase recursal o na fase de execução (Súmula 48 do TST).
A RECONVENÇÃO não se trata de modalidade de resposta do réu consiste em um
contra-ataque do réu em face do autor, no mesmo processo, dando origem a uma nova
demanda com os polos invertidos: o autor passa a ser réu e o réu, autor na demanda
reconvencional. Na reconvenção há uma cumulação objetiva de ações (principal e
reconvenção). Deve ser proposta no prazo de defesa e será tratada como ação conexa. Por
ser facultativa, caso não seja intentada no prazo mencionado, persistirá a possibilidade de o
direito ser pleiteado de forma autônoma (entretanto, se proposta a ação independente antes
da sentença, também ocorrerá a conexão).
A reconvenção é medida de economia processual e majoritariamente aceita pela
doutrina trabalhista, havendo maior cizânia quanto à incompatibilidade da reconvenção nos
procedimentos, sumário e sumaríssimo. (Renato Saraiva entende que é cabível em todos os
procedimentos trabalhistas).
Processamento - Apresentada a reconvenção, o juiz deverá conceder prazo para o
reclamante se manifestar sobre a reconvenção de no mínimo 5 (cinco) dias (artigo 841 da CLT)
salvo se “abrir mão” desse prazo e oferecer sua defesa na própria audiência. Embora sejam
processadas no mesmo processo, ambas as ações têm vida própria, de maneira que se o
reclamante não contestar a reconvenção será revel e confesso quanto à matéria de fato
tratada na reconvenção. A desistência da ação, por parte do autor não implica na desistência
da reconvenção, que será processada normalmente até a sentença, o mesmo acontecendo em
caso de desistência da reconvenção. Nos termos do artigo 318 do CPC, ação e reconvenção

95
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

serão julgadas na mesma sentença e conforme disposto no parágrafo 5º do artigo 791A,


inserido na CLT por força da lei 13.467/2017, são devidos honorários de sucumbência na
reconvenção.

Reconvenção e substituição processual

Nos termos do parágrafo 5º do art. 343 do CPC, se o autor for substituto processual, o
reconvinte deverá afirmar ser titular de direito perante o substituído, e a reconvenção deverá
ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
O referido dispositivo, alterando o paradigma anterior, possibilita que o demandado
dirija pretensão ao substituído, a ser dirigida perante o substituto processual. Nessa hipótese,
o substituto deve ter legitimidade, também para a defesa do direito postulado em face do
substituído.

AÇÕES DÚPLICES E RECONVENÇÃO

Discute-se, na doutrina e na jurisprudência, se a reconvenção pode ser cabível no


Inquérito Judicial e na Ação de Consignação em Pagamento na Justiça do Trabalho. Parte da
doutrina afirma a impossibilidade, argumentando que a reconvenção é incabível em tais
procedimentos, pela incompatibilidade de ritos processuais e falta de interesse processual,
pois tais ações têm natureza dúplice.
Acreditamos que a reconvenção seja compatível com o Inquérito Judicial para Apuração
de Falta Grave, quando o objeto da reconvenção for mais amplo do que o recebimento dos
salários do período de afastamento ou de reintegração do empregado estável, como: em
razão dos motivos da falta grave, o requerido (empregado), por meio de reconvenção, pleiteia
a reparação de danos morais e patrimoniais que tenham conexão com a matéria versada no
Inquérito.
Já na Ação de Consignação em Pagamento, o consignado pode, por meio de
reconvenção, formular pretensão mais ampla do que a discutida nos autos da consignatória,
desde que guarde conexão com os fatos deduzidos na Ação de Consignação. Por exemplo: por
meio de reconvenção, o consignado, além de não concordar em receber as verbas rescisórias,
formula pedido de reintegração no emprego em razão de doença profissional e indenização
por danos materiais decorrentes da alegada doença.
A jurisprudência trabalhista tem admitido a reconvenção tanto no Inquérito como na
Consignação, convertendo o rito especial em ordinário, o que, no nosso sentir, está correto,
pois facilita o acesso do trabalhador à justiça e, também, prestigia os princípios da efetividade
e celeridade processual, bem como evita decisões conflitantes sobre a mesma matéria na
mesma Vara do Trabalho.

Reconvenção de reconvenção no Processo do Trabalho

Parte da doutrina não a admite, argumentando que tal atitude provoca complicadores
excessivos no processo, atenta contra a celeridade processual e, ainda, propicia uma chance a
mais ao autor, que deveria ter formulado todos os seus pedidos no próprio corpo da inicial
(princípio da eventualidade da inicial).
A reconvenção é uma modalidade de resposta. Portanto, uma vez respondendo à
reconvenção, o autor (reconvindo) pode aduzir outra reconvenção em face do réu

96
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

(reconvinte). Esse entendimento fica fortalecido no CPC atual que, no parágrafo 1º do art. 343,
assevera que o autor será intimado na pessoa de seu advogado para apresentar resposta. A lei
não veda a reconvenção de reconvenção, e autores de renome, como Pontes de Miranda,
Calmon de Passos e Cândido Rangel Dinamarco a admitem.
Pode-se questionar a aplicabilidade da reconvenção de reconvenção no Processo do
Trabalho em razão dos princípios da celeridade e informalidade do procedimento trabalhista e
por trazer ao processo, complicadores que podem comprometer seu bom andamento. Em
razão disso, acreditamos que, embora seja possível a reconvenção de reconvenção no
Processo do Trabalho, o Juiz do Trabalho, valorando o custo-benefício em se admitir uma
reconvenção de reconvenção poderá indeferi-la se provocar uma demora excessiva no
andamento do processo ou complicadores excessivos na relação jurídico-processual.

CONTESTAÇÃO POR NEGATIVA GERAL

O Princípio da Impugnação Especificada previsto no artigo 341 do CPC 2015 aplica-se


no processo do trabalho, por força do disposto no artigo 769 da CLT. Segundo as regras
estabelecidas por este princípio, não se admite a contestação de forma genérica. A
contestação por negativa geral é ineficaz e redunda em serem presumidos como verdadeiros
os fatos articulados na petição inicial, salvo se apresentada por defensor público, advogado
dativo, curador especial, nos termos do parágrafo único do art. 341 do CPC 2015.

PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE

De acordo com o Princípio da Eventualidade todos os meios de defesa devem ser


apresentados em uma única oportunidade processual, ou seja, deve ser arguida no momento
da contestação toda a matéria de defesa, sob pena de preclusão, salvo direito superveniente,
questões de ordem pública ou matérias que a lei permite serem conhecidas a qualquer tempo
e grau de jurisdição (art. 342 do CPC 2015).
Por fim deve ser ressaltado que a decisão proferida por ocasião do julgamento da
exceção tem natureza de decisão interlocutória e por esta razão, em regra, é irrecorrível salvo
a exceção tratada na sumula 214 do TST onde se tem que, admite-se a interposição de recurso
ordinário quando for acolhida a exceção de incompetência territorial determinando a
remessa dos autos para vara do trabalho vinculada a Tribunal Regional do Trabalho distinto
daquele a que se vincula o juízo excepcionado, ou seja o que decidiu a exceção .

PROVA

CONCEITO DE PROVA - Conjunto dos meios empregados para demonstrar a existência


de um ato jurídico ou a demonstração da verdade de um fato controvertido, relevante para a
solução do litígio.

FUNDAMENTO LEGAL - A CLT trata das provas no processo do trabalho nos artigos 818 a
837. Aplica-se subsidiariamente no processo do trabalho as regras contidas no CPC em caso de
lacuna na lei trabalhista conforme previsto no artigo 769 da CLT.

PRINCÍPIOS QUE DEVEM SER OBSERVADOS PELO JUIZ RELACIONADOS COM PROVAS .

97
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) Princípio do devido processo legal – Em face deste princípio as partes têm o direito
de produzir todas as provas previstas no ordenamento jurídico;
b) Princípio do contraditório e da ampla defesa – Sobre todas as provas produzidas
deverá ser concedido a outra parte a oportunidade para manifestação e conforme se tem no
artigo 332 do CPC todos os meios legais bem como os moralmente legítimos, ainda que não
especificados, são hábeis para provar a verdade dos fatos.
c)Princípio do livre convencimento motivado –ou Princípio da livre Persuasão racional
do juiz. O juiz tem ampla liberdade para colher as provas e apreciar a prova produzida nos
autos, mas deverá fundamentar a sua decisão apontar as razoes de decidir;
d) Princípio da licitude da prova –De acordo com o artigo 5º inciso LVI- são inadmissíveis
no processo as provas obtidas por meio ilícito. Este princípio tem por finalidade preservar a
dignidade e a moralidade no processo. No entanto, em situações excepcionais admite-se a
prova obtida por meio ilícito com fundamento nos princípios da ponderação dos interesses
da razoabilidade e da proporcionalidade.
e) Princípio da Busca da Verdade Real –Este princípio vem expresso nos artigos 765 da
CLT e 130 do CPC- De acordo com este princípio o juiz tem a direção do processo, e velará pelo
andamento rápido da causa, podendo determinar de oficio todas as provas necessárias e
indeferir as diligencias inúteis e desnecessárias .
f) Princípio da aquisição da prova para o processo ou da comunhão da prova -As
provas pertencem ao processo independentemente da parte que a produziu . Trazida a prova
a juízo ela passa a pertencer ao processo, não mais podendo ser extraída ou desconsiderada,
pouco importando saber quem a produziu. Assim, o reclamante ou o reclamado não pode,
por exemplo, pedir que seja desconsiderado determinado testemunho feito por testemunha
por eles trazida a juízo sob o argumento de que depôs contra quem a trouxe.
g) Princípio da Unidade da Prova - A prova deve ser examinada no seu conjunto e não
de forma isolada.

OBJETO DAS PROVAS

Em regra, provam-se os fatos não o direito Excepcionalmente, a lei determina que a


parte deverá provar não só o fato mas também o direito, ou seja, A parte que alegar direito
estadual, municipal, estrangeiro ou consuetudinário deverá fazer prova de seu teor e sua
vigência, se o juiz assim exigir (art. 376 do CPC). O mesmo se dá com as Convenções Coletivas
de Trabalho, Acordos Coletivos de Trabalho e regulamento de empresa. No entanto, tratando-
se de direito federal há uma presunção absoluta que o juiz o conhece.

Fatos que independem de provas

O artigo 374 do CPC de2015: Enumera os fatos que independem de prova, a saber:
a) Fato Notório – Assim entendido aquele que é de conhecimento geral do Grupo Social
em que ele ocorreu ou desperta interesse. Exemplo citado por Carlos Henrique Bezerra Leite
“é desnecessário provar que por ocasião das festas de final de ano as vendas crescem no
comércio,
b) Fatos Incontroversos, ou seja, aqueles alegados e não contestados pelo réu, e
c) Fatos cuja existência legal é presumida ou aqueles com presunção de veracidade ou

98
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

de existência: Ex.: O reclamante não precisa provar que sofreu coação ao aceitar uma
alteração contratual ilícita.
d) Fatos irrelevantes - São aqueles que não tenham nexo de casualidade com o tema
posto em discussão.

O ÔNUS DA PROVA - QUEM DEVE PROVAR -

A lei 13.467/2017 deu nova redação ao artigo 818 da Consolidação das Leis do
Trabalho estabelece que no processo do trabalho a prova das alegações para ficar constando
que o ônus da prova incumbe ao reclamante quanto ao fato constitutivo de seu direito e ao
reclamado quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
reclamante.

Art. 818. O ônus da prova incumbe:

I - Ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;


II - Ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do reclamante.

Inversão do ônus da Prova

Em algumas situações a jurisprudência altera essa regra. Ex: Jornada de trabalho,


Súmula 338 - é ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da
jornada de trabalho, na forma do artigo 74 da CLT. A não apresentação injustificada dos
controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho
declinada pelo que pode ser elidida por prova em contrário.
No que diz respeito à existência da relação de emprego admitida pela reclamada à
prestação de serviços, é desta o ônus de provar que a relação não era de emprego.
Ainda a Súmula 212 do TST estabelece que o ônus de provar o término da relação de
emprego é do empregador quando negadas a prestação de serviços e o despedimento em
vista do Princípio da Continuidade da Relação de Emprego.

Inversão do ônus da Prova e o Princípio da Aptidão Para a Prova

A lei da reforma trabalhista (13.467/2017, também acrescentou no artigo 818 o


parágrafo 1º, para estabelecer a possibilidade de inversão do ônus da prova nas hipóteses de
impossibilidade de fazer a prova ou quando houver excessiva dificuldade da parte para
cumprir o encargo ou quando se verificar maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário. Veja como ficou o mencionado parágrafo 1º do artigo 818 da CLT:

§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à


impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá
dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Para que não reste nenhuma dúvida, no parágrafo 2º também acrescentado no artigo

99
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

818, estabeleceu o momento em que deve ser preferida a decisão sobre a inversão do ônus
da prova, assim como deixou certo que a inversão do ônus da prova deve ser feita através de
uma decisão fundamentada do juiz, e também assegurou a parte a oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe foi atribuído, e se for uma decisão tomada na audiência,
deverá haver o adiamento para possibilitar a parte se desincumbir do ônus que lhe foi
atribuído.

§ 2o A decisão referida no § 1o deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da


instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará
provar os fatos por qualquer meio em direito admitido.
§ 3o A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”
Assim, as novas regras celetistas permitem expressamente a distribuição dinâmica do
ônus da prova pelo juiz. Além disso, o §3º do aludido artigo 818 da CLT dispõe que a decisão
de redistribuição do ônus da prova não pode gerar “situação em que a desincumbência do
encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil”.
Não se trata, porém, de algo novo no ordenamento jurídico brasileiro. O Código de
Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/90) indicou expressamente como direito básico
do consumidor a “facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências” (artigo 6º, inciso
VIII), assim como o novo CPC admite expressamente essa possibilidade.
A aplicação no ônus da prova do princípio da aptidão atende ao escopo social do
processo, que é eliminar conflitos mediante critérios justos {...}. O fundamento para aplicação
do princípio da aptidão está na justiça distributiva aliada ao princípio da igualdade, cabendo a
cada parte aquilo que normalmente lhe resulta mais fácil, e por esses fundamentos, tem-se
que a referida regra aplica-se no processo do trabalho.

VALORAÇÃO DA PROVA – Princípio da Livre Persuasão Racional:

Nosso ordenamento jurídico adota o sistema da livre persuasão racional ou seja o juiz
tem liberdade de avaliação da prova, não está vinculado a valores probatórios pré-
estabelecidos (sistema da prova legal); mas sua liberdade não é total: não está livre para julgar
sem provas ou contra as provas dos autos, devendo sempre motivar suas decisões.

Prova de Fato Negativo – Durante muito tempo entendia-se ser dispensável a prova de
fato negativo, sob a alegação de que o ônus da prova era de quem os afirmava. No entanto,
quando a negativa resulta em uma afirmação, impõe-se a obrigação de quem alega o fato ter
que prová-lo. Ex.: Empregador ao alegar que não dispensou o empregado, está implicitamente
alegando abandono de emprego.

MEIOS DE PROVA

A Constituição Federal no artigo 5º inciso LVI estabelece: São inadmissíveis, no processo,


as provas obtidas por meio ilícito, também o artigo 332 do Código de Processo Civil deixa certo
que todos os meios legais, bem como quaisquer outros não especificados em lei, desde que
moralmente legítimos são hábeis para provar a verdade dos fatos em que se funda a ação ou a

100
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

defesa.

1-Interrogatório e depoimento pessoal

O artigo 848 da CLT estabelece que terminada a defesa seguir-se-á a instrução do


processo, podendo o juiz de ofício interrogar os litigantes. A doutrina costuma distinguir o
depoimento pessoal do interrogatório das partes, apontando que o interrogatório, consiste na
oitiva das partes pelo Juiz, por sua iniciativa, a qualquer momento, e o depoimento pessoal
deve ser requerido pela parte contrária para ser realizado. Analisando a norma processual
trabalhista verifica-se que o legislador celetista só cuidou do interrogatório das partes,
consistindo assim, em uma faculdade do juízo, mas que em obediência ao Princípio do
Contraditório e da ampla defesa, só deve ser indeferido se o juiz já firmou seu convencimento.
A finalidade do depoimento pessoal é a obtenção da confissão real.
Conforme dispõe o artigo 819 da CLT”
Art. 819 - O depoimento das partes e testemunhas que não souberem falar a língua
nacional será feito por meio de intérprete nomeado pelo juiz ou presidente.
§ 1º - Proceder-se-á da forma indicada neste artigo, quando se tratar de surdo-mudo,
ou de mudo que não saiba escrever.
§ 2º - Em ambos os casos de que este artigo trata, as despesas correrão por conta da
parte a que interessar o depoimento.
O artigo 820 da CLT dispõe:
“As partes e testemunhas serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser
reinquiridas, por seu intermédio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes
ou advogados. A finalidade do depoimento pessoal é a obtenção da confissão real”.

Confissão – conceito - É a declaração que uma das partes faz da verdade dos fatos
afirmados pela parte e favorável a este. A confissão pode ser: espontânea assim considerada
aquela feita deliberadamente pela parte ou provocada, quando for obtida através de depoimento
pessoal.

Ficta ou Presumida corresponde a presunção da verdade dos fatos narrados, a qual


poderá ser ilidida por prova em sentido contrário já existente nos autos. A confissão é
presumida por ausência de contestação, ausência na audiência de instrução ou escusa
injustificada em responder às perguntas feitas em juízo.

A confissão Espontânea ou provocada, ao contrário da confissão ficta faz prova plena


das alegações e é irrevogável, salvo se ficar demonstrado que foi obtida com vício do
consentimento como erro, dolo ou coação, e uma vez confessados os fatos retira da parte a
quem aproveita o ônus de provar. O juiz tem o dever de acatá-la, relevando inclusive
pequenos defeitos da petição inicial. A confissão é indivisível, deve ser considerada por inteiro,
não podendo ser aceita na parte que beneficia a parte, e rejeitada na parte que lhe é
desfavorável- aplicação do artigo 395 do CPC de 2015.

Instrumentos de revogação: A confissão viciada pode ser revogada através de Ação


Anulatória se ocorrer no Curso do Processo, ou por ação rescisória se a ação já tiver sentença
com trânsito em julgado.
Diferença entre Confissão e Reconhecimento Jurídico do pedido – O reconhecimento

101
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

jurídico do pedido é mais amplo que a confissão. A confissão versa apenas sobre os fatos
controvertidos da causa e o reconhecimento jurídico do pedido abrange todo o pedido; a
confissão é apreciada na sentença (mérito), e o reconhecimento jurídico do pedido é causa de
extinção do processo com julgamento do mérito.

DESCONHECIMENTO DOS FATOS PELO PREPOSTO – APLICA-SE A CONFISSÃO FICTA.

MENOR DE 18 ANOS: Menor de 18 anos desde que assistido na forma da lei pode
prestar depoimento pessoal para esclarecimento dos fatos, questão que se coloca é saber se
ele pode confessar .

2-PROVA DOCUMENTAL

Documento - É todo objeto suscetível de servir de prova a alguma proposição, não só


escrita, também fotos, gráficos, desenhos etc., ou seja, todo objeto real corpóreo
A prova documental vem tratada no artigo 830 da CLT que por força da lei
n.11.925/2009 recebeu nova redação passando a estabelecer:

“Art. 830. O documento em cópia oferecido para prova poderá ser declarado
autêntico pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

Parágrafo único. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será


intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo ao
serventuário competente proceder à conferência e certificar a conformidade entre esses
documentos.”
Assim, por força de alteração legislativa, fazem a mesma prova que os originais as cópias
reprográficas declaradas autenticas pelo próprio advogado sob sua responsabilidade pessoal,
se não lhes for impugnada a autenticidade
Importante mencionar também que a doutrina e a jurisprudência entendem (OJ 36 SDI-I)
que se tratando documento comum as partes (Convenção Coletiva Acordo Coletivo, Sentença
Normativa) cujo conteúdo não é impugnado, o mesmo possui validade, o fato de não estar
autenticado não o invalida, cabendo à parte que o impugnar comprovar eventual falsidade.

DOCUMENTO DIGITAL

A lei 11419/2006 regulamentou no artigo 11, o documento digital assim entendido


aquele que é apresentado eletronicamente nos seguintes termos:
Art. 11. Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos
eletrônicos com garantia da origem e de seu signatário, na forma estabelecida nesta Lei,
serão considerados originais para todos os efeitos legais.
§ 1o Os extratos digitais e os documentos digitalizados e juntados aos autos pelos
órgãos da Justiça e seus auxiliares, pelo Ministério Público e seus auxiliares, pelas
procuradorias, pelas autoridades policiais, pelas repartições públicas em geral e por
advogados públicos e privados têm a mesma força probante dos originais, ressalvada a
alegação motivada e fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de
digitalização.
§ 2o A arguição de falsidade do documento original será processada eletronicamente

102
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

na forma da lei processual em vigor.


§ 3o Os originais dos documentos digitalizados, mencionados no § 2o deste artigo,
deverão ser preservados pelo seu detentor até o trânsito em julgado da sentença ou,
quando admitida, até o final do prazo para interposição de ação rescisória.
§ 4o (VETADO)
§ 5o Os documentos cuja digitalização seja tecnicamente inviável devido ao grande
volume ou por motivo de ilegibilidade deverão ser apresentados ao cartório ou secretaria
no prazo de 10 (dez) dias contados do envio de petição eletrônica comunicando o fato, os
quais serão devolvidos à parte após o trânsito em julgado.
§ 6o Os documentos digitalizados juntados em processo eletrônico somente estarão
disponíveis para acesso por meio da rede externa para suas respectivas partes processuais e
para o Ministério Público, respeitado o disposto em lei para as situações de sigilo e de
segredo de justiça.

ATA NOTARIAL

O artigo 384 do CPC introduziu no mundo jurídico das provas a ata notarial. Trata-se
de um instrumento público (com fé pública) pelo qual o tabelião ou preposto (escrevente
juramentado do cartório), por solicitação de pessoa interessada e capaz, redige fielmente
fatos, coisas, pessoas ou situações para comprovar a sua existência ou o seu estado, que assim
foram verificados anteriormente por seus próprios sentidos. Assim, expressamente feito em
documento redigido pelo tabelião ou preposto. Veja, por oportuno a transcrição do referido
dispositivo legal

Art. 384 do CPC - A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados
ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos
eletrônicos poderão constar da ata notarial.

Art. 405 do CPC - O documento público faz prova não só da sua formação, mas
também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o servidor
declarar que ocorreram em sua presença.

Importante mencionar que o Código Civil, também cuida da força probante dos
documentos lançados em ata notarial, nos artigos 215 e 217 do CC:

Art. 215 do CC - A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento


dotado de fé pública, fazendo prova plena.

Art. 217 do CC - Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, extraídos


por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos lançados em suas
notas.

PESSOAS QUE TEM LEGITIMIDADE PARA SOLICITAR ATA NOTARIAL

Possui legitimidade para solicitar ata notarial:

103
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) pessoas capazes,
b) incapazes (maiores de dezesseis),
c) procuradores e
d) pessoas jurídicas;
É necessária a apresentação dos documentos de identificação pessoal do interessado,
dentre os quais CPF, RG, comprovante de residência ou domicílio quando for o caso,
instrumento de mandato, contrato social e alterações, etc.
A Ata Notarial tem a força de provar a integridade e a veracidade de fato, atribuir
autenticidade, fixar a data e hora, assim como comprovar, inclusive, a existência do conteúdo
ofensivo/criminoso. Incluem-se aí casos de quaisquer tipos de acidentes que posam causar
dano moral ou físico.

MOMENTO DA PRODUÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL

Os artigos 787e 845 da CLT estabelecem que os documentos essenciais a propositura da


ação, devem ser juntados com a petição inicial e os referentes a provas das alegações de
defesa devem ser apresentados com a contestação.
No procedimento sumaríssimo aplica-se a regra constante do artigo 852-H, onde se tem
estabelecido que “sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta
impossibilidade, a critério do juiz.”
A juntada de documento novo só é admitida quando destinada a fazer prova de fatos
ocorridos depois dos articulados ou para contrapor aos que foram produzidos nos autos,
(Súmula n. 8) sendo certo que o juiz sempre deverá conceder prazo para manifestação sobre
eles. O descumprimento destas regras pode ensejar o encerramento da instrução, salvo
motivo relevante, com a desconsideração do documento juntado serodiamente (fora de
prazo).

INCIDENTE DE FALSIDADE - A parte contra a qual tiver sido apresentado o documento


na contestação ou replica de 15 (quinze) dias, contados da ciência da sua juntada aos autos,
arguir sua falsidade ou não autenticidade. Esse incidente pode ser oposto em qualquer fase do
processo e em qualquer grau de jurisdição e o incidente se processará na forma dos artigos
430 a 433 do CPC de 2015, sendo a parte intimada que produziu o documento para
manifestar-se no prazo de 15 (quinze) dias, em se tratando de falsidade material o juiz
ordenará o exame pericial nos autos. A perícia não se realizará se a parte que produziu o
documento concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento. O
incidente de falsidade documental suspenderá o processo principal. Quando a falsidade for
suscitada como questão principal constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá
também a autoridade da coisa julgada.

OBRIGATORIEDADE DA PROVA DOCUMENTAL:

No processo do trabalho devem ser provados necessariamente por documentos: o


pagamento de salários (artigo 464 da CLT) salvo se o empregado afirmar que realmente
recebeu; acordo de prorrogação de jornada; concessão e pagamento de férias. Em relação ao
doméstico a jurisprudência tem flexibilizado esta regra, diante do fato que o empregado
doméstico trabalha no ambiente familiar, sendo mais acentuado o laço de confiança entre as

104
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

partes.

Prova do Contrato de Trabalho –

A prova do Contrato de Trabalho pode ser feita pelas anotações da CTPS, ou por
instrumento escrito, e pode ser por todos os meios de provas em direito permitidos, no entanto,
existem alguns Contrato de Trabalho, (atleta profissional, trabalho temporário, aprendiz etc.) que
por força de lei devem ser celebrados por escrito.
Prova das anotações na CTPS – As anotações da CTPS gozam de presunção relativa de
veracidade Súmula 12 do TST e Súmula 225 do STF Dallegrave – As anotações na CTPS gozam
de presunção “iuris tantum” de veracidade apenas para o empregado, pois para o
empregador a presunção é “iuri et de iuri” salvo se demonstrado que resultou de erro
material.

3-PROVA TESTEMUNHAL

Conceito: Testemunha é a pessoa naturalmente capaz, que sem ter interesse no litígio
que é convidada para depor sobre fatos que presenciou e são discutidos na causa.
Testemunhar não é uma faculdade, mas sim um dever público de colaboração com o
Estado, encarregado de fazer a entrega da prestação jurisdicional, salvo se tratar de fatos que
lhe acarretem grave dano, bem como a seu cônjuge ou a seus parentes consanguíneos ou
afins, ou em se tratando de fatos, cujo respeito, por estado ou profissão deva guardar sigilo.
A prova testemunhal é sempre admissível salvo quando o juízo entender que os fatos já
se encontram suficientemente provados, ou quando só por documento puderem ser provados
, ou ainda se já foram confessados pela parte .No processo do trabalho há duas hipóteses que
não se admite prova testemunhal: a)Para provar insalubridade e periculosidade ; b)para
provar pagamento de salários

COMPARECIMENTO DA TESTEMUNHA EM AUDIENCIA-

De acordo com o que dispõe os artigos 825 e 852H as testemunhas comparecerão para
depor independentemente de intimação e rol , as que não comparecerem serão intimadas
para comparecimento sob pena de condução coercitiva, ressaltando-se que quando a ação
estiver sendo processada pelo rito sumaríssimo< só será determinada a notificação de
testemunha que comprovadamente foi convidada e não compareceu>

NÃO PODEM DEPOR COMO TESTEMUNHA –

O artigo 829 da CLT dispõe que:

“A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, (impedido) amigo íntimo ou
inimigo de qualquer das partes, (suspeito) não prestará compromisso, e seu depoimento
valerá como simples informação. Aplicam-se no processo do Trabalho as regras contidas nos
artigos 442 a 448 do CPC de 2015 que tratam do impedimento, suspeição e incapacidade
para depor como testemunha”

105
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo
diverso.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento ou por
exame pericial puderem ser provados.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova
testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual
se pretende produzir a prova.
Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não
podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de
parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas
comerciais do local onde contraída a obrigação.
Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas: I nos contratos simulados, a
divergência entre a vontade real e a vontade declarada; II - nos contratos em geral, os vícios
de consentimento.
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
O parágrafo 1º do artigo 447 arrola as pessoas que são incapazes de depor como
testemunha:

§ 1o São incapazes:

I - O interdito por enfermidade ou deficiência mental;


II - O que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está
habilitado a transmitir as percepções;
III - O que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV - O cego E o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
Em relação a pessoa com deficiência, importante mencionar que o Estatuto da pessoa
com deficiência dispõe:
Art. 6o A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
I - Casar-se e constituir união estável;
II - Exercer direitos sexuais e reprodutivos;
III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações
adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;
IV - Conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;
V - Exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e
VI - Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou
adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Art. 7o É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de
ameaça ou de violação aos direitos da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem
conhecimento de fatos que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter
peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.

No parágrafo 2º estão arroladas as pessoas que são impedidas de deporem como


testemunha:

106
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 2o São impedidos:

I - O cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o


colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo
se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se
puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II - O que é parte na causa;
III - O que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da
pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.

E por fim, no parágrafo 3º estão arroladas as pessoas suspeitas para deporem como
testemunha

§ 3o São suspeitos:
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,
impedidas ou suspeitas.
§ 5o Os depoimentos referidos no § 4o serão prestados independentemente de
compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:
I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos
seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau;
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem ser ouvidas
na sede do juízo.
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por outro
motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de prestar depoimento, o
juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e lugar para inquiri-la.
A Súmula 357 do TST - Estabelece que não torna suspeita a testemunha pelo fato de
estar litigando ou ter litigado contra o mesmo empregador.
Contradita - Contraditar a testemunha significa arguir seu impedimento, incapacidade
ou suspeição. Deve ser realizada até antes do início do depoimento, após a qualificação da
testemunha. Se não for feita nessa oportunidade, a contradita estará preclusa. O juiz pode
ouvir testemunhas impedidas ou suspeitas como informantes se julgar necessário. (artigo 447
parágrafos 4°).

INFORMANTE – ARTIGO 829 DA CLT

O artigo 829 da CLT dispõe que: “testemunha, sendo parente até o terceiro grau civil,
amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu
depoimento valerá como simples informação”.

NÚMERO DE TESTEMUNHAS -

No processo do trabalho são admitidas até 3 (três) testemunhas para cada parte no
procedimento ordinário, quando a ação se processa pelo rito sumaríssimo admite-se até 2

107
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

(duas) para cada parte, e em se tratando de inquérito para apuração de falta grave este
número sobe para 6 (seis) para cada parte.

Litisconsórcio ativo: não altera a regra

Litisconsórcio Passivo: cada um tem o direito de apresentar até 3 testemunhas

ACAREAÇÃO –

Diante da lacuna na lei trabalhista aplica-se no processo do trabalho a regra contida no


artigo 461, II, do CPC de 2015 de forma que o juiz poderá determinar a acareação das
testemunhas, quando sobre o fato determinado importante no processo divergirem em seus
depoimentos.
A lei 13467/2017 no artigo 793-D deixa certo que aplica-se à testemunha a multa
prevista no artigo 793 C da CLT , no montante superior a 1% (um por cento) e inferior a 10%
(dez por cento) do valor corrigido dado a causa, a título de indenização por dano processual
quando esta, intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao
julgamento da causa.

FALSO TESTEMUNHO - artigo 342 do código penal

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou
em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo
penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou
indireta.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou
calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil
em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei
nº 10.268, de 28.8.2001)

COMPETÊNCIA PARA JULGAR CRIME DE FALSO TESTEMUNHO- O crime de falso


testemunho cometido em depoimento perante juiz do trabalho atenta contra a
administração da justiça especializada da união federal. (CF, art. 109, IV). 2. Conflito
conhecido, competência do suscitado.
Anotações falsas em CTPS. Competência -A justiça comum do estado e competente

108
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

para processar e julgar crime consistente em inserir declaração ideologicamente falsa em


CTPS, concernente a relação empregatícia, posto que não envolve bens, serviços ou
interesse da união, suas autarquias ou empresas públicas.

4-PROVA PERICIAL - Prova técnica ou científica é utilizada quando falta ao juiz


conhecimentos técnicos ou científicos sobre o assunto.
No processo do trabalho, a prova pericial pode ser requerida ou determinada de ofício
pelo juiz. No entanto, é obrigatória quando houver pedido de adicional de periculosidade ou
insalubridade, (artigo 195, parágrafo 2, °da CLT) aplica-se subsidiariamente no processo do
trabalho as regras do CPC que tratam da prova pericial quando compatíveis com o processo do
trabalho.
O juiz não está vinculado ao laudo podendo formar sua convicção com outros elementos
existentes nos autos, e sempre que entender não estar suficientemente esclarecido, poderá
determinar nova perícia sobre os mesmos fatos, a qual não substitui a primeira, e será
analisada livremente o valor de cada uma delas.
No processo do trabalho, a Lei 5584/70 prevê a perícia será realizada por um só perito,
nomeado pelo juiz, que lhe fixará prazo para entrega do laudo; as partes podem nomear
assistentes técnicos que apresentarão suas conclusões no mesmo prazo concedido ao perito
oficial, sob pena de desentranhamento dos autos.
Aplicam-se aos peritos (não aos assistentes) as causas de suspeição e impedimento
previstas nos artigos 144 a 145 do CPC. O perito poderá no prazo de 5 (cinco) dias da
intimação ou do impedimento superveniente, sob pena de presumir-se que renuncia do
direito de alegá-la recusar o encargo.
A lei 13.467/2017 deu nova redação ao artigo 790B da CLT que trata do pagamento dos
honorários periciais deixando certo que a responsabilidade pelo pagamento dos honorários
periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da
justiça gratuita.
Também inseriu os parágrafos 1° 2°;3º; e 4º ao referido artigo. No parágrafo 1º ficou
estabelecido os parâmetros que devem ser observados pelo juiz ao fixar o referido adicional,
no parágrafo 2º dispõe que os honorários periciais podem ser parcelados e no parágrafo 3º,
adota a mesma diretriz esposada pela jurisprudência do TST no sentido de que o juízo não
poderá exigir adiantamento de honorários periciais. Transcrevemos abaixo o referido artigo
e seus parágrafos:
“Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em
juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro
processo, a União responderá pelo encargo.” (NR)

5-INSPEÇÃO JUDICIAL

A Consolidação das Leis do Trabalho é omissa, mas aplicando-se as disposições dos

109
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

artigos 765 e 769 da CLT, aplica-se subsidiariamente no processo do trabalho o artigo 481 a
484 do CPC de 2015, de maneira que, o juiz do Trabalho pode de ofício ou atendendo
requerimento inspecionar coisas e pessoas. “Inspeção judicial trata-se da percepção sensorial
direta do juiz” com a finalidade de colher esclarecimentos quanto a fato, qualidade ou
circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas.
Nos termos do disposto do artigo 483, parágrafo único do CPC de 2015, as partes têm
sempre o direito de assistir a inspeção, prestando esclarecimentos e observações que
reputem importantes para a causa. No entanto, há quem afirme que, embora o CPC diga que
as partes tem direito de assistir à diligência, pode o Juiz do Trabalho, considerando os
princípios da efetividade processual e busca da verdade real (arts. 765, da CLT ), postergar o
contraditório para fase posterior ao término da diligência, pois a realidade tem demonstrado
que, no âmbito trabalhista, dificilmente a inspeção judicial terá eficácia se as partes, e
principalmente determinada empresa for previamente avisada da inspeção judicial.
Após concluída a inspeção, será lavrado um termo circunstanciado contendo tudo for
útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído o termo com fotos, gráficos ou desenhos.

6-CERCEAMENTO DE DEFESA - Sempre que o juiz indeferir prova necessária e hábil a


confirmar em juízo as alegações da parte, sem motivo justificável, estará violando o direito da
parte de produzir em juízo a prova de suas alegações e, portanto, gerando nulidade processual
consubstanciada em cerceamento de defesa.

7-PROVA EMPRESTADA

Dá-se o nome de prova emprestada na transferência para o processo de provas que


foram produzidas em outro processo, mediante certidão. De regra a prova deve ser produzida
no próprio processo, mas, excepcionalmente admite-se a utilização da prova emprestada no
processo trabalhista. Exemplo Perícia de insalubridade ou periculosidade quando o local foi
desativado. A prova emprestada será inserida no processo como prova documental.
Para utilização da prova emprestada, a doutrina aponta que devem ser preenchidos os
seguintes requisitos:
a) Que tenha sido colhida em processo judicial entre as mesmas partes, ou uma das
partes e terceiro;
b) Que tenham sido, na produção da prova, no processo anterior, observadas as
formalidades estabelecidas em lei, mormente o princípio do contraditório.
c) Que o fato probando seja idêntico.

8- Da prova ilícita no Direito Processual do Trabalho – A Constituição veda, no art. 5º,


LVI, as provas obtidas por meios ilícitos. Por ser uma norma pertinente à Teoria Geral do
Direito, aplica-se a todos os ramos do processo, inclusive ao Direito Processual do Trabalho. A
proibição constitucional da produção de provas obtidas por meios ilícitos, como sendo um
direito fundamental, serve não só para assegurar os direitos fundamentais do cidadão, mas
também para garantir o devido processo legal e dignidade do processo. A doutrina costuma
distinguir entre ilicitude formal e ilicitude material. Há ilicitude formal quando a prova violar
regra de direito processual, e ilicitude material, quando violar regra de direito material. Há
atualmente, na doutrina e na jurisprudência, três correntes sobre a proibição da prova ilícita
no processo, São elas:

110
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) - Vedação total da prova ilícita; para os adeptos dessa vertente, toda e qualquer
prova obtida por meio ilícito não pode ser admitida no processo
b) - Permissiva: Segundo esta teoria, desde que o conteúdo da prova seja lícito, ela pode
ser utilizada, mesmo que tenha sido obtida por meio ilícito. Essa corrente de interpretação
prestigia o caráter publicista do processo, o acesso à justiça e a busca da verdade real.
c)- teoria da proporcionalidade ou regra de ponderação: Para esta teoria, na
interpretação de determinada norma jurídica, constitucional ou infraconstitucional, devem ser
sopesados os interesse e direitos em jogo, de modo a dar-se a solução concreta mais justa.
Assim, o desatendimento de um preceito não pode ser mais forte nem ir além do que indica a
finalidade da medida a ser tomada contra o preceito sacrificado.
Pela aplicação da presente teoria, apresentando os seguintes argumentos: “As partes
têm o dever de agir com lealdade em todos os atos processuais, mormente na produção da
prova. O princípio da licitude da prova encontra residência no art. 5º, LVI, da CF, segundo o
qual ‘são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos’. Esse princípio tem
sido mitigado por outro: o princípio da proporcionalidade ou razoabilidade, segundo o qual
não se deve chegar ao extremo de negar validade a toda e qualquer prova obtida por meios
ilícitos, como, por exemplo, uma gravação sub-reptícia utilizada por empregada que deseja
fazer prova de que fora vítima de assédio sexual pelo empregador ou superior hierárquico,
sem o conhecimento desta. A revista íntima também pode ensejar a violação ao princípio,
salvo se o empregador adota todos os meios necessários à preservação da intimidade e da
dignidade do trabalhador”.
Assim, a doutrina vem se firmando, no sentido de que em casos extremamente graves e
excepcionais, quando estiverem em risco valores fundamentais, também assegurados
constitucionalmente, cabe ao julgador admitir e valorar a prova tida por ilícita, devendo ser
observado, no entanto:
a) se a prova do fato poderá ser obtida por outro meio lícito ou moralmente legítimo de
prova, sem precisar recorrer à prova ilícita;
b) a lealdade e boa-fé da parte que pretende a produção da prova elícita;
c) a seriedade e verossimilhança da alegação;
d) avaliar o custo-benefício na produção da prova;
e) aplicar o princípio da proporcionalidade, prestigiando o direito que merece maior
proteção.

RAZÕES FINAIS E SENTENÇA

Conceito - alegações finais ou razões finais é o momento processual de grande


importância, em que é concedido aos litigantes a oportunidade ser requerido a revisão do
valor da causa fixado pelo juiz, a declaração de nulidades sobre as quais a parte ainda não
pode se pronunciar ,como também apresentarem um resumo dos fatos acontecidos no
processo desde o início da ação até o final da instrução, com a finalidade de ser aprimorado
o convencimento do juiz ressaltando-se os pontos favoráveis da parte que a está produzindo.

Fundamentação legal - O artigo 850 da CLT estabelece que "terminada a instrução


poderão as partes aduzir razões finais."

Forma - podem ser feitas oralmente, em audiência, após o final da fase de instrução,

111
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

em 10 minutos. Mas pode ocorrer de ser concedido prazo para a apresentação das razões
finais por escrito.

Consequência da não apresentação: razões finais são de apresentação facultativa. A


não apresentação não terá como consequência de regra, prejuízo direto ou indireto de
ordem processual.

Razões finais no rito sumaríssimo - não há previsão legal de razões finais quando a
ação se processa pelo rito sumaríssimo e ficará ao critério do juiz autorizá-las ou não.

SEGUNDA TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO

Após a apresentação das razões finais e antes da sentença, o Juiz do Trabalho deverá
renovar a proposta de conciliação. Se houver acordo, não haverá julgamento.

SENTENÇA NO PROCESSO DO TRABALHO

Conceito de sentença: Conforme disposto no artigo 162 parágrafos 1°, sentença é


todo ato pelo qual o juiz põe fim ao processo, decidindo ou não o mérito da ação em
primeira instância.

Partes da sentença: O artigo 832 da CLT dispõe que da decisão deverão constar: nome das
partes, resumo do pedido, e a defesa, a apreciação das provas, os fundamentos da decisão e a
respectiva conclusão. Da mesma forma o artigo 458 do CPC estabelece que a sentença deverá
conter:

1-Relatório – Nesta parte da sentença o juiz fará um breve histórico do processo,


apontando as principais ocorrências. Quando a ação se processa pelo rito sumaríssimo é
dispensado o relatório.

2-Fundamentação – Motivação da sentença - Razões de Decidir

Trata-se da parte da sentença em que o juiz apresenta os fundamentos fáticos e


jurídicos que motivaram seu convencimento. Na motivação deve o juiz analisar
especificamente a matéria de prova, as razões jurídicas, tudo o que estiver colocado em
debate nos autos.
A ausência da fundamentação importa na nulidade da sentença, mesmo porque, por
força do artigo 93 da Constituição Federal. O Juiz está obrigado a decidir e fundamentar suas
razões de decidir.
Importante mencionar que §1º do art. 489 do NCPC/2015 deixa certo que:

§1º - Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela


interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar
sua relação com a causa ou a questão decidida.
II – Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de
sua incidência no caso;

112
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;


IV – Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo, capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
fundamentos;
VI – Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.
A aplicação do inciso VI - no processo do trabalho tem sido criticado pela doutrina ao
fundamento de que haveria uma espécie de efeito vinculante da jurisprudência, não oriunda
de controle concentrado do STF, e não positivada com os requisitos da sumula vinculante, e
ainda porque violaria a liberdade de convicção do julgador , que no caso, estaria obrigado a
acatar a jurisprudência quando a CF não obriga.
Ao analisar a aplicação do referido dispositivo no processo do trabalho, o TST, no artigo
15 da IN 39/2016 estabeleceu que:
Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais
(CPC, art. 489, § 1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte:
I – Por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para
efeito dos incisos V e VI do § 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas:
a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do
Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, § 6º);
e) decisão do plenário, do órgão especial ou da seção especializada, competente para
uniformizar a jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal
Superior do Trabalho.
II - Para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os
precedentes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal, orientação
jurisprudencial e súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de Tribunal Regional do
Trabalho não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial do TST, que contenham
explícita referência aos fundamentos determinantes da decisão (ratio decidendi).
III- Não ofende o art. 489, § 1º, inciso IV do CPC a decisão que deixar de apreciar
questões cujo exame haja ficado prejudicado em razão da análise anterior de questão
subordinante.

IV- O art. 489, § 1º, IV, do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a enfrentar os
fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido examinados na
formação dos precedentes obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de enunciado
de súmula.
V- Decisão que aplica a tese jurídica firmada em precedente, nos termos do item I,
não precisa enfrentar os fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo
suficiente, para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, § 1º, do CPC, a

113
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

correlação fática e jurídica entre o caso concreto e aquele apreciado no incidente de


solução concentrada.
VI - é ônus da parte, para os fins do disposto no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC,
Identificar os fundamentos determinantes ou demonstrar a existência de distinção no caso
em julgamento ou a superação do entendimento, sempre que invocar precedente ou
enunciado de súmula.

3-DISPOSITIVO OU CONCLUSÃO

Constitui a parte mais importante da sentença, è no dispositivo que o juiz apresentará


sua conclusão sobre a ação, se improcedente ou improcedente a pretensão do autor,
podendo também extinguir o processo sem julgamento do mérito. Em doutrina encontramos
posição no sentido de que sentença sem dispositivo é inexistente.

VALOR DAS CUSTAS E RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO

Também conforme disposto no § 2º do Art. 832 a decisão mencionará sempre as custas


que devam ser pagas pela parte vencida. O valor das custas será fixado observando-se as
regras do artigo 789 da CLT.
A lei 13467/2017 alterou a redação do referido artigo fixando o valor máximo para as
custas, permitindo com maior facilidade a interposição e o conhecimento do recurso.
Atualmente o valor máximo das custas é limitado a quatro vezes o valor máximo do
benefício da Previdência social, o valor mínimo já vinha estabelecido no artigo estudado.
Veja por oportuno, a nova redação do artigo 789 da CLT que trata do valor das custas
no processo do trabalho:
“Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e
procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas propostas
perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas relativas ao
processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento), observado o mínimo de R$
10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo de quatro vezes o limite máximo
dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e serão calculadas:

FIXAÇÃO DA NATUREZA DAS PARCELAS

No § 3º, tem-se que as decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar


a natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo homologado,
inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição
previdenciária, se for o caso.

NOTIFICAÇÃO DA UNIÃO DA SENTENÇA E ACORDOS HOMOLOGADOS COM PARCELAS


INDENIZATORIAS

Com a finalidade de assegurar a União a possibilidade de fiscalizar recolhimento das


contribuições que lhes são devidas em caso de condenação em verbas de natureza salarial, o
legislador trabalhista no parágrafo 4o do artigo 832 da CLT, impõe a intimação da União das
decisões homologatórias de acordos que contenham parcela indenizatória, sendo que ainda

114
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

que se trate de decisão homologatória de acordo, é facultada a União interposição de


recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos.

Artigo 832.

§ 4o- tem-se que a União será intimada das decisões homologatórias de acordos que
contenham parcela indenizatória, na forma do art. 20 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro
de 2004, facultada a interposição de recurso relativo aos tributos que lhe forem devidos.

Limites da sentença - julgamento extra petita, citra petita ou ultra petita

O juiz deve decidir dentro dos limites do que foi pedido pelo autor. Assim, é vedado ao
juiz dar ao autor objeto que ele não pediu, (ultra petição) deixar de analisar ou de decidir
pedidos feitos pelo autor (citra petição) ou conceder ao autor coisa diversa da requerida na
petição inicial. (Extra petição) Trata-se do princípio da adstrição da sentença aos pedidos
formulados:

Art. 492 do CPC 2015– É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da
pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que
lhe foi demandado.

Artigo 141 do CPC- O juiz deve decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-
lhe defeso conhecer de questão não suscitada a cujo respeito a lei exige a iniciativa da
parte.

Em caso de julgamento extra ou ultra petição é possível ao tribunal dar a sentença sua
exata medida, cortando, por exemplo, o que tiver sido dado a mais ou fora do pedido, por
ocasião da análise do recurso ordinário, sem a necessidade de declarar-se a nulidade da
sentença. Também é certo que há entendimentos no sentido de que a sentença ultra petita
ou extra petita pode ser corrigida inclusive por meio de embargos de declaração, em razão
da contradição.

Ressalte-se, também, que em algumas situações o próprio legislador autoriza o


julgamento extra (496) e ultra petição (467). No entanto, no caso de julgamento citra petita,
tem-se entendido que a solução mais correta é a declaração da nulidade da sentença
porquanto não poderia o tribunal pronunciar-se sobre o pedido não decido em primeira
instância, sob pena de prejuízo ao duplo grau de jurisdição. Contudo, a legislação vigente
autoriza o julgamento do mérito de pedidos não apreciados em primeira instância, quando a
matéria for exclusivamente de direito, em atenção ao princípio da economia processual.

Há que se ressaltar que juros de mora, correção monetária poderão ser concedidos ainda
que não requeridos expressamente conforme súmula n. 211 do TST. Juros são aplicados ao
principal devidamente corrigido.

Sentença Citra petita

A decisão citra ou infra petita é a que não aprecia todos os pedidos, quando o juiz
decide aquém do pedido, contem omissão. È certo que a sentença citra petita, pode ser

115
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

corrigida por meio de embargos de declaração. De outro lado, se não forem opostos os
embargos de declaração, a omissão acarretará o efeito de não ser formada coisa julgada
material sobre o pedido que não fora apreciado. Na hipótese de não serem apresentados os
Embargos de declaração ou caso tenham sidos opostos, mas ainda persista a omissão, o
Tribunal deverá baixar os autos para que a Vara dirima a omissão, decretando-se a nulidade
parcial da sentença.

A OJ 41 da SDI-2 do TST deixa certo que: revelando-se a sentença "citra petita", o vício
processual vulnera os arts. 141 e 492 do CPC de 2015 tornando-a passível de desconstituição,
ainda que não interpostos embargo

Sentença inexistente

Há situações em que a sentença contém vícios tão contundentes que acabam por
atingir à própria existência do ato, como nas hipóteses da falta de investidura do juiz ou falta
de jurisdição deste (art. 966 do CPC) e também em regra pela falta de assinatura do juiz. No
entanto, há situações em que a sentença, mesmo que não assinada, pode ter constatada a
autenticidade desta, não se deve pronunciar a nulidade. Nesse sentido, destacamos a
seguinte ementa:
“A sentença deve ser assinada pelo juiz. A falta de assinatura não nulifica a sentença,
quando sua existência e autenticidade podem ser comprovadas por intermédio do termo de
audiência, de sua leitura, de sua publicação, da assinatura das partes, MP, advogados e
funcionários que participaram do ato (RT n. 577/185)”.

Nulidade da sentença (Falta de requisitos legais) -

É nula a decisão quando prolatada, sem a observância dos requisitos previstos em Lei,
quais sejam: sem relatório, fundamentação ou conclusão e também quando não estiver
devidamente fundamentada (arts. 93, IX, da CF, 489 do CPC e 832 da CLT.

Falta de fundamentação (Nulidade)

Os tribunais também têm entendimento sedimentado no sentido de que ha nulidade


da sentença quando esta apresentar deficiência ou falta de fundamentação, por violação dos
arts. 93, IX, da CF, 489 do CPC e 832 da CLT.

Publicidade: O artigo 852 da CLT dispõe que a sentença será prolatada na audiência, e
os litigantes notificados serão notificados na mesma oportunidade, salvo no caso de revelia,
quando a notificação deverá ser feita por via postal, no entanto poderá ocorrer três
situações diversas:

1-sentença e sua redação e ciência na própria audiência – a sentença prolatada na


audiência, e os litigantes notificados na mesma oportunidade;

2-Prolação da sentença sem a sua redação: pode ocorrer de ser proferida em


audiência a conclusão da decisão, ficando para ser juntado ao processo em até 48 horas a

116
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

redação final da sentença;

3-Prolação da sentença sem a sua redação: pode ocorrer de ser proferida em audiência
a conclusão da decisão, e não foi juntada no processo no prazo até 48 horas a redação final da
sentença:
Assim, na primeira hipótese, considera-se que a sentença foi publicada na data da
audiência (art. 834 da CLT). Na segunda hipótese, considerar-se-á publicada a sentença na
data de sua juntada aos autos, sem necessidade de intimação das partes (Súmula n. 197 do
TST), se isto ocorrer até 48 horas após a audiência; e na hipótese de a sentença não ser
redigida em audiência ou não ser juntada aos autos no prazo de 48 horas, a Vara do Trabalho
deverá expedir intimação às partes da publicação da sentença (súmula do. 30 TST).

SÚMULA Nº 197 O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à
audiência em prosseguimento para a prolação da sentença, conta-se de sua publicação.

CITAÇÃO AO REVEL DA SENTENÇA

Nos termos do que dispõe o art. 852 da CLT, no processo do trabalho deve ser
expedida ao revel a intimação da sentença, que será realizada por meio de editais.

DA INALTERABILIDADE DA SENTENÇA DEPOIS DA PUBLICAÇÃO

Uma vez publicada a decisão, o juiz cumpre seu ofício jurisdicional, não podendo
alterar sua decisão, salvo nas hipóteses de existência de erros materiais, ou em razão de
embargos de declaração.
Erros materiais são falhas de digitação ou de grafia, identificados de plano, ou erros
aritméticos, facilmente identificados na sentença
Conforme disposto no art. 833 da CLT “Existindo na decisão evidentes erros ou
enganos de escrita, de datilografia ou de cálculo, poderão os mesmos, antes da execução, ser
corrigidos, ex officio, ou a requerimento dos interessados ou da Procuradoria da Justiça do
Trabalho”.
No mesmo sentido, é o parágrafo único do art. 897-A da CLT: “Os erros materiais
poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer das partes”.

Duplo grau de jurisdição obrigatório –

As sentenças proferidas em face de União, Estados e Municípios, suas autarquias e


fundações de direito público que não exercem atividade econômica devem obrigatoriamente
serem remetidas ao Tribunal Regional do Trabalho, para reexame da condenação,
independentemente da apresentação de recurso pelo ente público salvo as exceções
previstas na súmula 303 do TST que dispõe:

SÚMULA Nº 303 FAZENDA PÚBLICA. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO.

I - Em dissídio individual, está sujeita ao duplo grau de jurisdição, mesmo na vigência


da CF/1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo:

117
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

I-Quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta)


salários mínimos;
II- Quando a decisão estiver em consonância com decisão plenária do Supremo
Tribunal Federal ou com súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do
Trabalho.
III-Em ação rescisória, a decisão proferida pelo juízo de primeiro grau está sujeita ao
duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas
hipóteses das alíneas “a” e “b” do inciso anterior.
IV - Em mandado de segurança, somente cabe remessa “ex officio” se, na relação
processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão
da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e
terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria
administrativa.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A grande novidade que a lei 13.467/2017 trouxe ao processo do trabalho é a condenação das
partes em honorários advocatícios ou honorários de sucumbência, e tal como no processo civil os
honorários são devidos aos advogados e a pessoa jurídica da sociedade de advogados, sendo cabíveis
ainda que o advogado esteja litigando em causa própria.

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Da literalidade do artigo 791 letra A da CLT tem-se que o valor dos honorários
advocatícios serão de no mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

O parágrafo 1º do artigo 791 A, tem-se as regras de sucumbência e os honorários


advocatícios são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a
parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria.

Logo no parágrafo 2º, o legislador fixou os critérios que deverá ser observado pelo juiz ao fixar
o valor dos honorários advocatícios dispondo que:
§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - O grau de zelo do profissional;
II – O lugar de prestação do serviço;
III - A natureza e a importância da causa;
IV - O trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Conforme disposto no parágrafo 3º do artigo 791 A, em caso de sucumbência recíproca, o juízo
arbitrará honorários de sucumbência sendo vedado a compensação entre os honorários.
§ 3o Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência
recíproca, vedada a compensação entre os honorários.
No parágrafo 4º o legislador deixa certo a possibilidade de condenação em honorários

118
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

advocatícios inclusive da parte beneficiaria da Justiça gratuita autorizando a retenção dos


honorários de sucumbência sobre os créditos auferidos pelo reclamante, na mesma ação ou
em outro processo
§ 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo,
ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e
somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de
insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado
esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
Também haverá condenação em honorários de sucumbência em reconvenção conforme
disposto no parágrafo 5º.

§5o “São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA NO PROCESSO DO TRABALHO

Conceito - é o benefício concedido pela Constituição Federal ao necessitado de


movimentar o processo e utilizar os serviços profissionais de advogado e demais auxiliares da
justiça, (peritos, avaliadores, etc.) gratuitamente.
A assistência judiciária é gênero e a justiça gratuita espécie e consiste na isenção de
taxas, selos, custas, despesas de publicação e com honorários de peritos e advogado e será
concedida a quem ganhar menos do que o dobro do salário mínimo, ficando assegurado
igual benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provada que sua situação
econômica não lhe permiti demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
Desde a Constituição de 1934, a assistência judicial gratuita vem sendo objeto de
atenção do legislador, procurando facilitar o acesso das classes menos favorecidas à justiça,
com o patrocínio gratuito da causa e a isenção do pagamento dos serviços judiciais. A
Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, LXXIV assegura como garantia fundamental do
indivíduo comprovadamente necessitado, a assistência jurídica integral e gratuita como
obrigação do Estado, além de incluir a Defensoria Pública entre as funções essenciais à
justiça.
A Lei nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950 regula a concessão de assistência judiciária
gratuita aos necessitados, a ser prestada por serviço especial mantido pelo Estado, onde
houver, por advogado indicado pela Secção estadual ou Subsecção municipal da Ordem dos
Advogados do Brasil, ou ainda por advogado nomeado pelo juiz do feito.
Na Justiça do Trabalho, porém, a Lei nº 5.584, de 26 de junho de 1970, no artigo 14
dispôs que "a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 05 de fevereiro de 1950,
será prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador".
Tem-se, portanto, que diante das disposições contidas na Lei nº 5.584/70,
recepcionada pela Constituição, o encargo de prestar assistência judiciária, na Justiça do
Trabalho, foi atribuído ao sindicato, onde este existir, com exclusão de todas as outras
entidades mencionadas na Lei nº 1060/50. Estas poderão atuar, supletivamente, a nosso ver,
apenas naquelas localidades não compreendidas na base territorial do sindicato de classe a
que pertencer o trabalhador.
Também analisando as disposições constantes no artigo 18 da lei 5584/70, verifica-se
que não se exige que o trabalhador seja associado do sindicato para ser beneficiário da

119
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Assistência Judiciária gratuita, bastando pertencer à categoria profissional representada pelo


órgão de classe.
A prova de insuficiência econômica será feita através declaração elaborada pelo
próprio trabalhador ou de seu procurador, sob pena da lei, conforme determina os artigos 1°
e 3° da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983, sendo certo que, se ficar demonstrado a
falsidade da declaração, o declarante sujeitar-se-á às sanções civis, penais e administrativas.
A assistência judiciária é mais ampla e não se confunde com a justiça gratuita,
engloba a assistência e o acompanhamento jurídico ao trabalhador, bem como os
benefícios da Justiça gratuita. Também é certo que nada impede que o trabalhador esteja
sendo assistido por advogado particular e goze dos benefícios da justiça gratuita, desde
que afirme que não tem condições de arcar com as custas do processo e honorários, sem
prejuízo da manutenção do seu sustento próprio ou de sua família.
Importante mencionar que o TST cancelou a OJ 331 do diante da sua incompatibilidade
com as novas regras processuais.
O artigo 790 parágrafos 3º, da CLT com a redação que lhe foi dada pela lei
nº13467/2017 dispõe:
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
No parágrafo 4º ficou estabelecida a possibilidade de o benefício ser estendido para
aqueles que percebam salário superior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social desde que comprove a insuficiência de
recursos para o pagamento das custas do processo. Veja o que dispõem os novos parágrafos
3º e 4º, do artigo 790 da CLT:
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho
de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,
inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou
inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de
Previdência Social.
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.”
Tem-se, portanto, que ao contrário do que se tem na norma processual civil, onde basta a
simples declaração do requerente, no processo do trabalho a parte tem de demonstrar seu estado
de miserabilidade para ter assegurado o direito da Justiça gratuita

Outra grande novidade é a possibilidade de o hipossuficiente ser responsabilizado pelo


pagamento dos honorários periciais sempre que for vencido na pretensão objeto da perícia, sendo
que no parágrafo 4º do artigo 790, letra B dispõe que somente no caso em que o beneficiário da
justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa dos
honorários periciais, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo.

“Diante da relevância da matéria transcrevemos abaixo as novas regras celetistas:


Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo

120
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.


§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.
§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em
juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro
processo, a União responderá pelo encargo.”
Do deferimento da justiça gratuita ao empregador

A Constituição Federal não restringe, para efeitos de concessão da assistência judiciária


gratuita, os pólos em que as partes se encontram no Processo, seja ativo ou passivo. Por isso,
há quem afirme ser inconstitucional não se deferir à parte que figura no pólo passivo de
reclamação trabalhista os benefícios da Justiça Gratuita quando presentes os pressupostos
legais. Além disso, na prática, temos observado que, muitas vezes, o reclamado está em pior
situação econômica que o reclamante.
Não obstante, a jurisprudência trabalhista, inclusive do TST, firmou-se no sentido de
não ser devida a assistência judiciária gratuita ao empregador diante da disposição do art. 14
da Lei n. 5.584/70, que diz ser devida a assistência judiciária gratuita apenas ao trabalhador
que ganhe até dois salários mínimos ou comprove seu estado de miserabilidade.
O Código de Processo Civil, de aplicação supletiva ao Processo do Trabalho (arts. 15 do
CPC e 769 da CLT), no art. 98, possibilita o deferimento da Justiça à pessoa jurídica, com
efeito, dispõe o referido dispositivo legal:
“A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei”.

Querela Nullitatis

A Querela Nullitatis visa desconstituir uma sentença que não pode ser atacada pela
Ação Rescisória, eis que o entendimento é de que a sentença nula jamais adentrou ao
mundo jurídico.
Distingue-se a Querela Nullitatis da Ação Rescisória, pois, na Rescisória, tem-se uma
sentença transitada em julgado, fazendo coisa julgada material. A mais importante distinção
entre Querela Nullitatis e Ação Rescisória é o que versa sobre prazo decadencial para
propositura de ambas. Para que se possa manejar a Ação Rescisória, tem-se o prazo
decadencial e improrrogável de 02 (dois) anos após o trânsito em julgado da
sentença/acórdão que se queira rescindir. Já, no caso da Querela Nullitatis, pelas
peculiaridades anteriormente expostas, esta não possui prazo decadencial para propositura,
podendo ser ajuizada a qualquer momento, após a decisão possui uma nulidade insanável. A
Querela pode ser proposta sempre que se estiver diante de sentença inexistente.

DECISÃO SURPRESA
Aplica-se no processo do trabalho o disposto no artigo 10 do Novo CPC que veda a
decisão surpresa
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

121
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

DA TUTELA PROVISORIA NO PROCESSO DO TRABALHO

O vigente CPC dedicou um espaço especial para Tutela Provisória no artigo 294 que
enuncia, in litteris: " A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência". E,
seu parágrafo único, por sua vez, informa que esta pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental. Por sua vez no artigo 295 se tem que a tutela provisória requerida
em caráter incidental independe do pagamento de custas, e no artigo 296 estabelece que a
tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada. Verifica-se assim que a norma processual vigente
regulamenta, cinco modalidades de tutelas provisórias, a saber:

1. Tutela provisória de urgência cautelar antecedente; (aquela que é requerida


antes do ajuizamento da ação principal).
2. Tutela provisória de urgência cautelar incidente; (aquela que é requerida
quando do ajuizamento da ação principal ou depois do ajuizamento da ação
principal).
3. Tutela provisória de urgência antecipada antecedente;
4. Tutela provisória de urgência antecipada incidente;
5. tutela provisória de evidência.

Analisando os artigos 295 ao 299 do CPC vigente verificamos que estes dispositivos
estabelecem algumas normas gerais para a concessão de qualquer espécie de tutela
provisória, a saber:

1. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe de pagamento de


custas;

2. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a


qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela
provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo;

3. O juiz poderá determinar as medidas que entender adequadas para efetivação da


tutela provisória. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao
cumprimento provisório da sentença, no que couber (art. 297 CPC);

4. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz


motivará seu convencimento de modo claro e preciso (art. 298);

5. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente[5], ao


juízo competente para conhecer do pedido principal. Ressalvada a disposição especial, na
ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida
ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito (art.299 CPC);

O artigo 3º, VI da Instrução Normativa 39/2016 do TST autoriza a aplicação subsidiária e


supletiva dos artigos 294 a 311 do CPC vigente, que dispõem sobre a tutela provisória.

122
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Da Tutela provisória de urgência

Segundo os termos do artigo 300 do CPC vigente, a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni iuris ou
plausibilidade do direito arguido) e o perigo de dano (periculum in mora) ou risco ao
resultado útil do processo.

A de natureza antecipada não será concedida no caso de existir concreto ou potencial


perigo de irreversibilidade de efeitos da decisão judicial liminar. (grifo meu)

Dispõe o artigo 301 do CPC, que a Tutela de Urgência de caráter cautelar pode ser
efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e, também qualquer outra medida idônea para assegurar o direito. No
entanto, para se dar a máxima efetividade aos dispositivos do CPC vigente, a doutrina
sedimentou o entendimento de que essa enumeração de medidas cautelares referidas no
artigo 301 CPC é meramente exemplificativo. De sorte, que havendo premência da medida
cautelar, pouco importa o nomen juris adotado pelo demandante, bastando apenas ao
julgador verificar, se estão presentes ou não os requisitos estabelecidos para a concessão
dessas medidas, quais sejam: fumus boni iuris (juízo de probabilidade) e o periculum in mora
(perigo da demora ou de dano, ou ainda, de risco ao resultado útil ao processo).
O arresto consiste em uma apreensão judicial de bens de pessoa que se aponta como
devedora para garantia de que pagará aquilo a que se entende estar obrigada. Trata-se de
medida cautelar que objetiva a apreensão de bens, com o escopo de assegurar a efetividade
de uma execução.
O sequestro diferentemente do arresto, tem por finalidade apreender quaisquer bens
do devedor sobre o qual pende litígio.
O artigo 302 CPC vigente que, independentemente da reparação por dano processual, a
parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversar,
se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios
necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único: A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.
O artigo 300 do CPC dispõe que: a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo. Assim, há quem que uma vez atendidos tais pressupostos legais
arrolados no bojo do dispositivo legal vigente, o juiz não poderá deixar de conceder a tutela
provisória de urgência, sob pena de tornar letra morta, a norma processual em exame, além
de esquecer dos princípios constitucionais que garantem o acesso ao Judiciário em face da
hipótese de ameaça ao direito e de lesão, e, ainda, o da duração razoável do processo.

Procedimento de tutela provisória de urgência antecipada.

123
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Nos artigos 303 e 304 do CPC o legislador regulamenta o procedimento para se obter a
tutela de urgência antecipada requerida em caráter antecedente. Ou seja, ANTES do pedido
principal.

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a
petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido
de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano
ou do risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua


argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final,
em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na


forma do art. 334 ;

III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma
do art. 335 .

§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o


processo será extinto sem resolução do mérito.

§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos


autos, sem incidência de novas custas processuais.

§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o
valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.

§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício


previsto no caput deste artigo.

§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o


órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena
de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se estável se
da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.

§ 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto.

§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou
invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .

§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou


invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.

124
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi
concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o
juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º


deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o
processo, nos termos do § 1º.

§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos
respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida
em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Os artigos 305 ao 310 do CPC regulam o procedimento a ser observado quando se tratar
de tutela cautelar requerida em caráter antecedente

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter
antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se
objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza
antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 .
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e
indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão
aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento
comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo
autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que
deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas
processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela
cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido
principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de
conciliação ou de mediação, na forma do art. 334 , por seus advogados ou pessoalmente,
sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma
do art. 335 .
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II - não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III - o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o
processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado

125
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.


Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido
principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o
reconhecimento de decadência ou de prescrição.
A Tutela Provisória de Urgência, seja ela cautelar ou antecipada, fundamenta-se na
existência de probabilidade do direito invocado pela parte e de perigo de dano ou de risco
ao resultado útil do processo, conforme ensina o artigo 300 do CPC/2015, o que revela sua
verdadeira natureza transitória, ou seja, não tem pretensão de ser definitiva, mas adianta os
efeitos da tutela de mérito, enquanto a Tutela de Evidência, à título de exemplo, não carece
de tais requisitos.
Esta modalidade de tutela de natureza cautelar ou antecipatória será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora) (art. 300, CPC), e pode ser
concedida liminarmente ou após justificação prévia (audiência). A tutela de urgência de
natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens,
registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito (art. 301 CPC).

TUTELA DE EVIDENCIA

A evidência não é um tipo de tutela jurisdicional, mas um fato que autoriza que se
conceda uma tutela jurisdicional mediante técnica específica ou diferenciada. A evidência, em
outras palavras, é um pressuposto fático de uma técnica processual para a obtenção da
tutela, veja por oportuno as regras constantes do artigo 311 do CPC.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração


de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Importante mencionar que a tutela da evidência se distingue das demais tutelas
provisórias em razão da elevada probabilidade de existência do direito do alegado pelo autor,
a exigir, de pronto, a concessão de um provimento judicial, independentemente do exame do
periculum in mora
A CLT admite por previsão expressa a concessão de medidas de urgência para tornar
sem efeito transferência (art. 469 CLT) considerada abusiva e para determinar reintegração de
dirigente sindical estável afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.
Nas demais situações, o reclamante deverá invocar os artigos 294 e seguintes e ainda o
artigo 498 do CPC vigente. Em situações como, por exemplo:

126
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) reintegração de empregado estável (legal, normativa ou contratual), com a fixação de


multa diária;
b) levantamento de depósitos fundiários por alvará judicial;
c) levantamento de seguro-desemprego por alvará judicial;
d) anotação do contrato de trabalho na CTPS;
e) anotação de baixa ou retificações na CTPS;
f) anotação de evolução salarial na CTPS;
g) fixação de multas, em dissídios coletivos, para que os grevistas mantenham parte dos
serviços em caso de serviços ou atividades essenciais (art. 11 da Lei 7.783/89),
A tutela de evidência pode ser concedida liminarmente, ou seja, sem contraditório
prévio, nas hipóteses previstas nos incisos II e III do art. 311 do CPC. É o que dispõe o
parágrafo único desse mesmo art. 311. Também assim dispõe o parágrafo único, II, do art. 9º
do CPC. Assim, por exemplo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante, o juiz pode conceder liminarmente a tutela de evidência, mesmo que não haja
urgência no caso.
No processo do trabalho contra a decisão interlocutória do juiz do trabalho que acolhe
ou rejeita ou ainda revoga tutela provisória, seja em caráter antecedente ou não, é incabível o
recurso de agravo de instrumento, em face da irrecorribilidade das decisões interlocutórias no
processo do trabalho. Em alguns casos a medida cabível será o mandado de segurança nos
termos do que dispõe a súmula 414 do TST.

Súmula nº 414 do TST


MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA SENTENÇA
(nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado em 20, 24
e 25.04.2017
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do
mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a
obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao
tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por
aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015
II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da
sentença, cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do
mandado de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.

RECURSO

CONCEITO

Recurso é o direito que a parte vencida ou o terceiro prejudicado, ou o Ministério Público


possui de uma vez atendidos os pressupostos de admissibilidade, submeter a matéria contida
na decisão recorrida a reexame, no mesmo processo, com o objetivo de anulá-la ou reformá-la
total ou parcialmente pelo mesmo órgão prolator ou por outro órgão ou Tribunal.
Não devemos confundir recurso, com ações autônomas de impugnação, como por
exemplo: Ação rescisória, ação anulatória de ato processual, Habeas corpus etc.
O recurso, tem natureza jurídica de um direito subjetivo processual, seria uma extensão

127
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

do direito de ação já exercitado.

EFEITOS DOS RECURSOS

Os recursos podem ser recebidos nos efeitos devolutivo ou suspensivo, no entanto, no


processo do trabalho, a regra geral é de os recursos trabalhistas terem apenas efeito
devolutivo (art. 899 da CLT), salvo quando se tratar de recurso ordinário interposto em face de
sentença normativa prolatada pelo TRT.
Importante mencionar que o TST deu nova redação ao item I da súmula 414 do TST
prevendo a possibilidade de ser requerido efeito suspensivo ao recurso ordinário, no próprio
corpo do recurso, em vista do que se tem no artigo 1029§5º do novo CPC
Súmula 414 I- É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário
mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-
presidente do
tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º,
do CPC de 2015.
É que a lei 7701/88 no artigo 9° e a Lei 10192/2001, no artigo 14 permite ao Presidente
do Tribunal Superior do Trabalho conceder efeito suspensivo pelo prazo improrrogável de 120
dias, contados da publicação do acórdão em recurso ordinário interposto em face de sentença
normativa proferida pelo TRT, salvo se o recurso for julgado antes deste prazo
Em razão do efeito devolutivo, a parte pode requerer a extração de carta de sentença,
para liquidação provisória do julgado, que vai até a penhora.
A doutrina mais moderna aponta ainda os efeitos devolutivo em profundidade ou
translativo, substitutivo, e extensivo do recurso.

Efeito devolutivo em Profundidade e Translativo:


O recurso autoriza o Tribunal conhecer de oficio algumas questões independentemente de
provocação. O sistema processual brasileiro autoriza ao juiz ou tribunal decidir questões de ordem
pública, que devem ser conhecidas de oficio, a respeito das quais não se opera preclusão (as
enumeradas nos artigos. 485 do NCPC e 337 § 4º do) (inexistência ou nulidade da citação,
incompetência, inépcia da petição inicial, perempção, litispendência, coisa julgada, incapacidade da
parte ou defeito de representação e carência da ação (301 parágrafos 4° exceção do compromisso
arbitral, todas as matérias dos incisos anteriores poderão ser conhecidas de oficio.
O efeito translativo também está presente no reexame necessário das sentenças
proferidas contra pessoas jurídicas de direito público, (DL .779/69) pois estas somente
produzem efeitos depois de confirmadas pelo Tribunal
A súmula 393 trata do efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário nos
seguintes termos: I_O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário que se extrai do
parágrafo 1° do artigo 1.013 do NCPC, transfere ao Tribunal a apreciação de fundamentação
da inicial ou defesa não examinados, pela sentença, ainda que não renovado em
contrarrazões desde que relativos ao capitulo impugnado.

II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário,


deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de
2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
A matéria foi renovada no CPC de 2015 que no artigo 1013 dispõe expressamente:
A novidade ficou por conta dos Parágrafos 3º e 4º sendo certo que também a nova redação

128
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

impõe ao juiz a obrigação de julgar desde logo a ação.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.


§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que
relativas ao capítulo impugnado.
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve
decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do
pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-
lo;
IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o
tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o
retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é
impugnável na apelação.
Deve ser observado que o efeito translativo diz respeito fundamentação da inicial ou
defesa não examinados, pela sentença, e não a pedidos, ou seja, conforme entendimento
doutrinário, autoriza a apreciação de questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que
a sentença não as tenha apreciado na íntegra.

Efeito Substitutivo do Recurso

Com o julgamento do recurso, opera-se o efeito substitutivo, conforme artigo 1008 do


NCPC o julgamento proferido pelo tribunal, substituirá a sentença ou a decisão recorrida, na
parte que foi objeto do recurso. O efeito substitutivo só ocorrerá se o tribunal analisar o
mérito do recurso, ou seja, não havendo pronunciamento da instancia recursal sobre o acerto
ou desacerto da decisão inexiste a substituição do julgado. Por esta razão ocorre a
substituição quando se tratar de erro de julgamento e não haverá efeito substitutivo quando
se tratar de erro de procedimento.

Efeito Extensivo

No caso de litisconsórcio unitário, opera-se o efeito extensivo no recurso, uma vez que,
de acordo com o artigo 997 do NCPC. Cada parte interporá o recurso independentemente, no
prazo e com observância das exigências legais. No entanto, sendo vencidos autor e réu, ao
recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. Também é certo que, o recurso
interposto por um dos litisconsórcios a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos seus
interesses.

129
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Efeito Regressivo
Consiste na possibilidade de retratação ou reconsideração pelo mesmo julgador da
decisão, o que pode ocorrer no agravo de instrumento, ou agravo regimental, quando se tem
lícito a autoridade julgadora reconsiderar a decisão.

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL:

A admissibilidade dos recursos depende do atendimento, pelo recorrente, dos


pressupostos de admissibilidade recursal, estabelecidos em lei, e classificados pela doutrina
em: objetivos ou extrínsecos e subjetivos ou intrínsecos.

PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS OU INTRÍNSECOS

Os pressupostos subjetivos referem-se ao cabimento - legitimidade, capacidade e


interesse recursal.

1-CABIMENTO

O ato de ser impugnado deve ensejar o recurso escolhido pelo recorrente. No processo
do trabalho não são todas as decisões que admitem recurso, pois há que se observar a
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias.

É que o Artigo 893 Parágrafo 1° e Súmula 214 TST deixam certo que de regra as decisões
interlocutórias são irrecorríveis, entretanto, na Súmula 214 do TST, são previstas exceções que
permitem a interposição de recurso contra decisão interlocutória, a saber:

a) De TRT contrária à Súmula ou OJ do TST;


b) Suscetível de recurso para o mesmo Tribunal;
c) Que acolhe exceção de incompetência territorial, com remessa para TRT distinto
(art. 799, § 2º da CLT.

INSTÂNCIA ÚNICA

Nos dissídios de alçada, ou seja, nas causas em que o valor da causa for de até dois
salários mínimos, não caberá qualquer recurso, salvo se a matéria debatida nos autos for de
natureza constitucional sendo que nesse caso, caberá recurso extraordinário conforme súmula
640 do Supremo Tribunal Federal que dispõe: “É cabível recurso extraordinário contra a
decisão proferida por juiz de 1° grau nas causas de Alçada ou Turma Recursal de Juizado
Especial Civil e Criminal”.

2-LEGITIMIDADE

São legitimados para recorrer a parte vencida, o terceiro prejudicado e o Ministério


Público, como parte ou como fiscal da lei (Artigo 996 do NCPC).
Perito: Há entendimentos no sentido de que o perito não tem legitimidade para recorrer

130
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

pois não compõe a relação jurídica de direito material. No caso de honorários periciais o
interesse é meramente econômico.
Preposto: não tem legitimidade para recorrer em nome da parte. Ele apenas representa
a parte em audiência.
O conceito de terceiro interessado pode ser extraído do Parágrafo único do artigo 996
do NCPC. Declara o parágrafo único do artigo 996: “Cumpre ao terceiro demonstrar a
possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir
direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual”.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


O Ministério Público do Trabalho tem legitimidade para recorrer tanto no processo que
atua como parte como naquele em que oficiou como fiscal da lei custos legis.
No entanto, a OJ 237 do TST dispõe que o MPT não tem legitimidade para recorrer na
defesa de interesse patrimonial privado, inclusive de empresas públicas e sociedade de
economia mista.
No item II da mesma OJ deixa certo que há interesse do MPT em recorrer contra
decisão que declara vinculo de emprego com sociedade de economia mista após a CF de 88
sem concurso

LEGITIMIDADE DO MINISTERIO PUBLICO DO TRABALHO PARA RECORRER ACORDO EM


DC

INCISO VI DO ARTIGO 83 DA LEI COMPLEMENTAR 75/93


Parágrafo 5º da Lei 7.701/88 estabelece que formalizado o acordo em dissídio coletivo e
homologado não cabe nenhum recurso, salvo do MPT quanto as questões estabelecidas em
sentença normativa que contrariar a lei ou orientação jurisprudencial do TST.

3-CAPACIDADE

A mesma capacidade que a lei processual exige para se ingressar em juízo (art. 8º do
CPC), deve existir no momento da interposição dos recursos, eis que o exercício do direito de
recorrer configura-se típico ato processual.
Quando se tratar de recurso interposto por advogado é imprescindível o mandato
judicial conforme dispõe a súmula 383 do TST com a nova redação que lhe foi dada
recentemente dispõe:

SÚMULA 383

RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC DE 2015, ARTS. 104


E 76, §2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015)

I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos autos até
o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional (art.
104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação,

131
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso,


prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-
se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em
procuração ou Substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão
competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que
seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso,
se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).

Em relação ao jus postuland é de ser observada a regra contida na súmula 425 do TST
(limita-se as varas e aos TRTs. Não se aplica em relação a Ação rescisória, MS ação cautelar e
outro recurso de competência do TST.
Súmula 425 - O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às
Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do
Trabalho.

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL SDI.1. NÚMERO. 255 MANDATO. CONTRATO SOCIAL.


DESNECESSÁRIA A JUNTADA. Nova redação

O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973) não determina a
exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição de validade do instrumento
de mandato outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte
contrária.

Súmula nº 436 do TST I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas


autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e
passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de
mandato e de comprovação do ato de nomeação.
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário, ao menos, declare-
se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.

4-INTERESSE

A parte para recorrer deverá ter interesse, ou seja, há a necessidade de se pedir a


proteção jurisdicional uma vez que sob a ótica do recorrente seu direito não foi devidamente
tutelado. E em regra se consubstancia em uma decisão desfavorável não apenas no aspecto
econômico, mas também jurídico.
O terceiro deverá também mostrar que tem interesse para recorrer. Declara o parágrafo
único do artigo 996 do NCPC que “Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão
sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular
ou que possa discutir em juízo como substituto processual”.

132
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS TAMBÉM DENOMINADOS EXTRINSECOS –


REGULARIDADE FORMAL

1-PREVISÃO LEGAL ou LEGALIDADE

As partes têm direito a interposição do recurso que estiver previsto em lei, em


decorrência, inclusive, do princípio da legalidade. No processo do trabalho, os recursos
cabíveis são determinados no artigo 893 da CLT: ordinário, revista, embargos, agravo de
instrumento e de petição. O recurso extraordinário também é cabível no processo do
trabalho, mas é previsto na Constituição, nas hipóteses elencadas no inciso III do art. 102.

2-TEMPESTIVIDADE

Os recursos deverão ser interpostos no prazo previsto na lei que é peremptório.


Esgotado o prazo, o direito de recorrer se torna precluso. Conforme já salientamos a Lei n.
5.584/70, procedeu a uniformização dos prazos para interposição dos recursos trabalhistas,
fixando-os em oito dias.
A lei 13.467/2017 deu nova redação ao artigo 775 da CLT estabelecendo que agora os
prazos passam a ser contados em dias úteis, com exclusão do dia do começo e inclusão do
dia do vencimento. Esta inovação está em consonância com as regras constantes do artigo
219 do novo CPC e com o princípio da colaboração que vem tratado no CPC.
A lei da reforma trabalhista também acrescentou os incisos I, II, no parágrafo primeiro
para estabelecer a possibilidade de prorrogação de prazos quando o juízo entender
necessário e também em virtude de força maior, devidamente comprovada.
A mesma lei acrescentou o parágrafo 2º no artigo 775 da CLT possibilitando ao juiz
dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do
direito.
Por oportuno transcrevemos abaixo o artigo 775 da CLT om as alterações impostas pela
lei 13.467/2017.

“Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.

§ 1o Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas


seguintes hipóteses:

I - Quando o juízo entender necessário;

II - Em virtude de força maior, devidamente comprovada.

§ 2o Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos


meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito.” (NR)

133
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Por fim, é importante mencionar que a contagem de prazos, em dias uteis, se referem
unicamente aos prazos processuais ao dispor expressamente “Os prazos estabelecidos neste
Título” de forma que os prazos de direito material como por exemplo dias de férias, aviso-
prévio, ou data limite para pagamento das verbas rescisórias
No direito do trabalho há a presunção de que a parte recebeu a comunicação via correio
em 48 horas contados da expedição.
Não se pode confundir início do prazo com o início da contagem do prazo. A contagem
do prazo processual dá-se com a exclusão do primeiro dia e inclusão do dia do vencimento –
art. 775 da CLT.
Assim, não se inicia nem se termina prazo em sábado, domingos e feriados.
A Súmula 262 TST dispõe:
I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil
imediato e a contagem, no subsequente, no
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho
suspendem os prazos recursais

LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO.

10. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. ART.


229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE 1973. INAPLICÁVEL AO
PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –

Inaplicável ao processo do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do


CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que
lhe é inerente.

RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO.

O C. TST decidiu pelo cancelamento da sua Súmula 434, por força do decidido pelo E.
STF, no Agravo de Instrumento (AI) 703.269-MG, no dia 5 de março de 2015, que passou a
entender que não mais são considerados intempestivos os recursos interpostos antes da
publicação do acórdão impugnado.

PROCESSO JUDICIAL ELETRONICO

Conforme dispõe o art. 3o da lei 11.419.06: Consideram-se realizados os atos


processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário,
do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico.

Parágrafo único. Quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo
processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas
do seu último dia.

PREPARO

No processo do trabalho exige-se que o recorrente promova o recolhimento das custas

134
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

processuais e quando se tratar de reclamada deve ser realizado o depósito recursal. Com
efeito, o parágrafo 1º artigo 899 da CLT dispõe qualquer recurso, somente será admitido
mediante o depósito do valor da condenação, com natureza jurídica de garantia do juízo.

A exigência de deposito recursal somente se aplica em relação ao empregador, não


podendo ser exigido do empregado, mesmo que sofra condenação em pecúnia em favor do
empregador.

Também conforme determina o artigo 7º da Lei n.5584/70, e com a nova redação da lei
nº 10.537/02, o depósito recursal e o pagamento das custas devem ser feitos e comprovados
no prazo previsto para a interposição do recurso, ou seja, oito dias.

A lei 13.467/2017 deu nova redação ao parágrafo 4°do artigo 899 para ficar constando
que o deposito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos
índices da poupança.

Também com a finalidade de assegurar o direito de recorrer as entidades sem fins


lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, as empresas de
pequeno porte e microempresas acrescentou o parágrafo 9° para deixar certo que nestes
casos, o valor do depósito recursal será reduzido pela metade

Artigo 899.

§ 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte.

Ainda, com o mesmo propósito, acrescentou o parágrafo 10° assegurando isenção do


deposito recursal aos beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as
empresas em recuperação judicial.

§ 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades sem fins
lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais,
microempresas e empresas de pequeno porte.

§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades


filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.

No mesmo sentido a súmula n.245 do TST - o depósito recursal deve ser feito e
comprovado no prazo alusivo ao recurso, e a interposição antecipada do recurso não prejudica
a dilação legal. O TST no artigo 10da IN- Nº 39/2016 deixa certo que se aplicam, no processo
do trabalho, as regras contidas no parágrafo único do artigo 932 que dispõe:

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o


prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível.

135
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Também se aplica a regra do Art. 938. § §1º a 4º que dispõe:

§ 1o Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido
de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no
próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes.

§ 2o Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível,


prosseguirá no julgamento do recurso.

§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o


julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de
jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.

§ 4o Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1 o e 3o


poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.

E ainda a regra dos §§2º e 7º do artigo 1007 do NCPC que dispõe: artigo 1007....

§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,


implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena


de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento,
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Obs: Na referida IN o TST ressalta que a possibilidade de complementação do valor do


preparo se refere unicamente as custas não ao deposito recursal

Não havendo condenação em pecúnia, assim como quando se tratar de massa falida não
é devido o depósito recursal - Súmula 86 do TST.
Em 29 de junho de 2010 foi sancionada a Lei 12.275/2010 alterando dispositivos da CLT,
tornando obrigatório o pagamento prévio de depósito recursal para interposição de Agravos
de Instrumento na Justiça do Trabalho. De acordo com a alteração legal o empregador,
condenado em parcela de natureza pecuniária, que pretender interpor agravo de instrumento
deverá efetuar depósito de 50% correspondente ao recurso que teve denegado seu
prosseguimento.

Também é certo que com a lei 13015/2004 foi inserido o § 8o no artigo 899 para o fim
de ficar constando que :

“Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista


que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal
Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação
jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no §
7o deste artigo.”

136
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Tem-se, portanto, que quando o Agravo tiver a finalidade de destrancar o Recurso de


Revista que contrarie jurisprudência já uniformizada do Tribunal Superior do Trabalho, através
de suas súmulas e OJ’s, não haverá obrigatoriedade de efetuar o depósito recursal no
percentual de 50% do valor do depósito do Recurso de Revista que se pretende destrancar.

O TST regulamentando a nova lei no artigo 23 do referido regulamento dispôs:

Art. 23. A dispensa de depósito recursal a que se refere o § 8º do artigo 899 da CLT não
será aplicável aos casos em que o agravo de instrumento se refira a uma parcela de
condenação, pelo menos, que não seja objeto de arguição de contrariedade a súmula ou a
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho.
Parágrafo único. Quando a arguição a que se refere o caput deste artigo revelar-se
manifestamente infundada, temerária ou artificiosa, o agravo de instrumento será
considerado deserto.

Relação de Trabalho e Depósito Recursal

De acordo com a Instrução normativa 27/2005 mesmo nas demandas que envolvam
relação de trabalho, e não relação de emprego, em caso de recurso, exige-se o deposto
recursal.
O depósito tem como limite máximo o valor da condenação. Se o valor da condenação
for superior ao limite estabelecido na lei n. 8.177/91, deposita-se o valor limite, mas se o valor
da condenação for inferior ao limite legal, deposita-se apenas o valor da condenação.
A União, os Estados, Distrito Federal e Municípios e o Ministério Público estão
dispensados do pagamento de custas e depósito recursal (790 A e Decreto Lei 779/69) A
isenção não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional OAB, CRECI CREA etc.,
nem exime as pessoas jurídicas de direito público de reembolsarem as despesas judiciais
realizadas pela parte vencedora.
A parte não terá que pagar os honorários periciais para recorrer, pois estes não se
inserem no conceito de custas ou emolumentos.

CUSTAS

As custas serão pagas pelo vencido após o trânsito em julgado da decisão. No caso de
recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro recursal (parágrafo 1º do
art. 789 da CLT).
A lei 13467/2017 alterou a redação do referido artigo fixando o valor máximo para as
custas, permitindo com maior facilidade a interposição e o conhecimento do recurso.
Atualmente o valor máximo das custas é limitado a quatro vezes o valor máximo do
benefício da Previdência social, o valor mínimo já vinha estabelecido no artigo estudado.
Veja por oportuno, a nova redação do artigo 789 da CLT que trata do valor das custas
no processo do trabalho:

“Art. 789. Nos dissídios individuais e nos dissídios coletivos do trabalho, nas ações e
procedimentos de competência da Justiça do Trabalho, bem como nas demandas
propostas perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição trabalhista, as custas
relativas ao processo de conhecimento incidirão à base de 2% (dois por cento),

137
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

observado o mínimo de R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) e o máximo


de quatro vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social
e serão calculadas:

A instrução Normativa n. 27/2005 estabelece que as ações derivadas de relação de


emprego ou de trabalho obedecerão, quanto às custas e depósito recursal, os dispositivos
legais previstos na CLT, todavia quando versarem sobre relação de trabalho aplica-se em
relação as regras de sucumbência o disposto no artigo 21 do CPC que prevê se cada litigante
for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos entre eles
os honorários e as despesas

“No entanto se um dos litigantes decair em parte mínima do pedido, o outro


responderá, por inteiro pelas despesas e honorários ( 21 parágrafo único do CPC )

Súmula 128 do TST –


I – É ônus, da parte recorrente, efetuar o depósito legal integralmente em relação a cada
novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor, da condenação nenhum
depósito mais é exigido para qualquer recurso.

II - Garantido o juízo na fase executória a exigência de depósito para recorrer de


qualquer decisão, viola os incisos II e LV do artigo 5 da Constituição Federal. “Havendo, porém,
a elevação do valor do débito exige-se a complementação da garantia do juízo”

III- Havendo condenação solidária entre duas ou mais empresas, o depósito recursal
efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não
pleiteia sua exclusão da lide.
Ressalte-se que de acordo com a Orientação Jurisprudencial n.140 do TST, ocorre
deserção, embora ínfima a diferença inferior a devida.

OJ-SDI1-409. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO


RECURSAL. INEXIGIBILIDADE. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
O recolhimento do valor da multa imposta por litigância de má-fé, nos termos do art.
18 do CPC, não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza
trabalhista. Assim, resta inaplicável o art. 96 do NCPC como fonte subsidiária, uma vez
que, na Justiça do Trabalho, as custas estão reguladas pelo art. 789 da CLT.

FORMA DO RECURSO-REGULARIDADE FORMAL

O artigo 899 da CLT, dispõe que o recurso poderá ser interposto por simples petição, ou
seja, não há necessidade de fundamentação, e segundo Sergio Pinto Martins poderá ser feito
inclusive oralmente, por termo lavrado, desde que a parte esteja postulando sem advogado.
No entanto, para alguns doutrinadores, o recurso deve indicar as razões pelas quais se
impugna a decisão recorrida.
No caso do recurso de embargos ou recurso de revista, é necessário que a parte
demonstre e comprove a divergência ou a violação literal da lei.
Assinatura - Devem ser assinadas a petição de juntada do recurso e as razões recursais.
Mas Orientação Jurisprudencial 120 da SDI do TST dispõe:

138
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

“O recurso sem assinatura será tido por inexistente. Será considerado válido o apelo
assinado, ao menos, na petição de apresentação ou nas razões recursais”

RECURSOS EM ESPÉCIE: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO- RECURSO ORDINÁRIO,


ADESIVO, RECURSO DE REVISTA, EMBARGOS NO TST E AGRAVO DE INSTRUMENTO, AGRAVO
DE PETIÇÃO E AGRAVO REGIMENTAL.

O artigo 893 da CLT estabelece que das decisões são admissíveis os seguintes recursos:

I- Embargos
II-Recurso Ordinário
III-Recurso de Revista
IV-Agravo

Porém deve ser incluído no rol dos recursos trabalhistas o recurso adesivo. A permissão foi
negada durante bastante tempo pela jurisprudência trabalhista, mas esse obstáculo está hoje
superado pela súmula n.283 do TST.
Também poder-se-ia acrescentar o agravo regimental previsto pela lei 7701 de 21 de
dezembro de l988 e mereceu tratamento por todos os Regimentos Internos dos Tribunais do
Trabalho, bem como os embargos infringentes – alínea “c” do inciso II do art. 2º, do mesmo Diploma
Legal.

1-EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

NATUREZA JURÍDICA

Ainda não é pacífica a doutrina a respeito da natureza jurídica dos embargos de declaração,
parte da doutrina afirma tratar-se de recurso, uma vez que sua origem é o direito processual civil e
naquele ramo do direito processual não resta dúvida a natureza recursal dos embargos de
declaração por força de lei (artigo 496 IV) e também porque no artigo 897-A foi inserido no processo
trabalhista no capítulo que trata dos recursos.

Outros, no entanto, sustentam que de recurso não se trata uma vez que:

a) São julgados pela autoridade que proferiu a decisão;

b) Não há previsão legal para o exercício do contraditório;

c) Uma vez opostos interrompem o prazo para oferecimento de outros recursos;

d) Não objetivam a reforma da decisão;

e) Não se exige preparo

f) Prazo de interposição é de 5 dias, enquanto que para os demais recursos o prazo é de


oito dias;

139
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

g) de regra visa tão somente esclarecer ou complementar o julgado;

Até o advento da Lei n. 9.957/00, que introduziu no ordenamento jurídico laboral o


procedimento sumaríssimo, não havia na Consolidação das Leis do Trabalho a regulamentação
dos embargos de declaração, e, por essa razão, aplicava-se subsidiariamente as disposições
constantes do artigo 535 do Código de Processo Civil. Após a lei 9957/2000, foi inserido o
artigo 897-A na CLT regulando os embargos de declaração,

CABIMENTO

Artigo 897 A – Caberão embargos de declaração da sentença ou do acórdão, no prazo de


5 (cinco) dias devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a
sua apresentação, registrada na certidão, admitido o efeito modificativo da decisão nos casos
de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos
extrínsecos (comuns) do recurso.
Tem-se, portanto, que caberão embargos de declaração de sentença ou de acórdão, que
contenha, obscuridade, contradição ou quando for omitido ponto sobre o qual devia
pronunciar-se o juiz ou o tribunal.
Segundo a doutrina, há obscuridade quando falta clareza na exposição da sentença, de
modo a torná-la ininteligível, e existe contradição quando se afirma uma coisa e ao mesmo
tempo, a mesma coisa é negada na sentença.
Os embargos de declaração não poderão ser utilizados como um meio de reexame da
matéria já decidida, eis que para esse fim, o remédio processual adequado é o recurso
ordinário. No entanto, os embargos de declaração poderão modificar a sentença, em caso de
omissão ou contradição no julgado.
O TST tem admitido embargos de declaração contra despacho monocrático de
provimento ou denegação de recurso de conteúdo decisivo
SÚMULA 421 – I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator
prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão
somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator
converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e
celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

O TST entende que não cabe Embargos de declaração contra decisão do relator no
exame da admissibilidade de recurso de revista, não tendo o efeito de interromper qualquer
prazo recursal. OJ 377 da SDI-I.

378. EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA. NÃO


CABIMENTO. (Atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016,
DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016

Não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na redação anterior quer na redação
posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de embargos interposto à decisão
monocrática exarada nos moldes do art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), pois

140
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

o comando legal restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada


proferida por Turma do Tribunal Superior do Trabalho.

Importante mencionar que a lei 13.015/2014 acrescentou os parágrafos 1º,2º,e 3º ao


artigo 897 para o fim de ficar constando:

§ 1o Os erros materiais poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento de qualquer


das partes.

§ 2o Eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer


em virtude da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária,
no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3o Os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de outros


recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da
parte ou ausente a sua assinatura. ” (NR)

Quanto ao parágrafo primeiro admite a Lei, expressamente, a correção de erro material,


repetindo a regra inserida no artigo 833 da CLT. Como poderá ser feito a qualquer tempo, tal
correção é cabível não só durante o prazo dos embargos de declaração, ou por meio dele ou
até por simples petição.
O parágrafo segundo restringe os casos de efeito modificativo somente para correção
de vício na decisão embargada, dando-se vista à parte contrária para manifestação no prazo
de cinco dias.
Também se verifica que a nova lei impõe a obrigação de que sempre que os embargos
puderem ocasionar efeito modificativo aos declaratórios nos casos de omissão e contradição
no julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do processo, deverá
ser ouvida a parte contrária, no prazo de 5 (cinco) dias.

Em relação ao parágrafo terceiro, se os declaratórios forem intempestivos, ou sem


assinatura, não podem, nem mesmo ser conhecidos porque inexistentes, não interrompendo
qualquer prazo. O efeito interruptivo se opera automaticamente, sem necessidade de
declaração judicial.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO

Um dos pressupostos específicos dos recursos de natureza extraordinária trabalhista é o


prequestionamento, e conforme entendimento do Tribunal Superior do Trabalho
consubstanciado na súmula 297 daquele órgão, o prequestionamento deve ser explícito sendo
que nos incisos II e III impõe a necessidade de oposição dos embargos de declaração para o
fim de ver prequestionada a matéria quando foi invocada no recurso e não houve
manifestação do juízo a respeito.
No inciso III da Súmula n. 297 do Tribunal Superior do Trabalho consagrou o que a
doutrina tem denominado prequestionamento ficto. Desse modo, se a parte opuser
embargos de declaração com o objetivo de prequestionar a matéria, ainda que o Tribunal não
se pronuncie sobre questão invocada nos embargos, considerar-se-á prequestionada a
matéria.
Súmula nº 297 do TST -PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO
(nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.

141
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada


haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no
recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o
tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal
sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos
de declaração.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,


para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.

Isto significa que para o recurso de revista seja conhecido o recorrente deve cuidar para
que na decisão recorrida haja apreciado a explicitamente a matéria. Se o recorrente alega a
violação da literalidade de determinado dispositivo de lei que deixou de ser citado
expressamente na decisão, embora o acórdão permita até deduzir que a interpretação é em
torno desse dispositivo da lei, deve antes se valer dos embargos declaratórios para deixar
prequestionada a matéria.

A lei 13.467/2017, inseriu no artigo 896 parágrafo 1º da CLT o para ficar constando que
quando o recorrente suscitar no recurso de revista a preliminar de nulidade por negativa de
prestação jurisdicional, é obrigatório que seja transcrito na peça recursal, o trecho dos
embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão
veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos
quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão.

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO

Os embargos de declaração deverão ser interpostos no prazo de cinco dias, contados da


notificação da decisão, sendo que pessoas jurídicas de direito público e o Ministério Público tem o
prazo em dobro (10 dias).

INTERRUPÇÃO PARA INTERPOSIÇÃO DE OUTROS RECURSOS

Inciso IV para ficar constando.

Conforme dispõe o § 3º do artigo 897A acrescentado pela lei 13.015/2014, Os embargos


de declaração interrompem o prazo para interposição de outros recursos, por qualquer das
partes, salvo quando intempestivos, irregular a representação da parte, ou ausente a sua
assinatura, devolvendo-se por inteiro o referido prazo para ambas as partes.
Quando uma parte interpõe recurso ordinário e a outra apresenta embargos de
declaração contra a mesma decisão, aquela pode complementar o seu recurso se for
modificada a decisão no julgamento dos embargos, complementando o depósito das custas e
recursal, se o valor da condenação e das custas for alterado.

142
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

COMPETÊNCIA

Preparo

Os embargos de declaração serão endereçados e julgados pelos mesmos órgãos (juízes)


que proferiram a decisão embargada, ou seja, quando se tratar de sentença serão julgados
pelo juiz da vara, quando se tratar de acórdão a competência será do juiz relator para
recebimento e o julgamento será feito pela turma na primeira seção.
Não é necessário a realização de preparo, e se forem notoriamente protelatórios o juízo
pode aplicar multa não excedente de 1% sobre o valor da causa, e na reiteração a multa pode
ser elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao
recolhimento da multa.

PROCESSAMENTO

Os embargos de declaração serão interpostos por petição, dirigida ao juiz que proferiu a
decisão ou o voto, indicando o ponto obscuro, contraditório, ou omisso da decisão, salvo se o
juiz estiver convocado, licenciado, aposentado, promovido ou afastado por qualquer outro
motivo.

Não há previsão legal de notificação da parte contrária para contraminuta, no entanto,


eventual efeito modificativo dos embargos de declaração somente poderá ocorrer em virtude
da correção de vício na decisão embargada e desde que ouvida a parte contrária, no prazo de
5 (cinco) dias.

Os embargos de declaração serão julgados na primeira audiência, ou sessão


subsequente á sua apresentação.

Decisão irrecorrível e os embargos de declaração

As limitações gerais à recorribilidade não se aplicam aos embargos de declaração, o que


levou a doutrina a afirmar que “sentenças irrecorríveis são as que não se pode recorrer,
exceto por embargos de declaração”. Daí que os embargos de declaração podem ser
apresentados, no processo do trabalho, inclusive nas causas de alçada previstas na Lei nº
5.584/1970, ainda que neles não seja discutida matéria constitucional.

Embargos de declaração de decisão proferida nos embargos de declaração.

Em muitas legislações admite-se a oposição dos embargos de declaração apenas uma


única vez. Como consequência, fica afastada a possibilidade de impugnação, por meio de
novos embargos de declaração, da decisão proferida em anteriores embargos.
No sistema brasileiro não existe semelhante limitação, mesmo porque não há garantia
de que, ao sanar o vício suscitado, através de embargos de declaração, não incorra a decisão
em outro vício, como por exemplo: se, com o preenchimento da omissão, aparece
contradição.
Negar a possibilidade de oferecimento de embargos não faz nenhum sentido. Em sendo
assim, as decisões proferidas em embargos poderão ser também impugnadas por meio de

143
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

novos embargos, como reconhecido, aliás, pelo Supremo Tribunal Federal, na linha da
doutrina tradicional. O que não se justifica é a reiteração da impugnação pelo mesmo
fundamento já utilizado. Se, no julgamento proferido em embargos, nega-se a existência de
obscuridade, não há como voltar com a mesma medida, insistindo na existência do vício.
Restará, eventualmente, a utilização de outro meio de impugnação do pronunciamento.

2-RECURSO ORDINÁRIO

O sistema processual brasileiro adota o duplo grau de jurisdição, ou seja, duas instâncias
ordinárias 1° grau e 2° grau e utiliza-se de dois critérios para a utilização de recursos:

1) Ordinário ou comum

2) Extraordinário ou Especial A natureza dos recursos extraordinários é diversa dos


recursos ordinários:

Recurso Ordinário destina-se a proteção do direito Subjetivo, e decorrem do natural


inconformismo da natureza humana que busca em instância superior a reforma de decisão
que não lhe foi favorável.
No recurso ordinário é possível o reexame de toda a matéria de fato e de direito
discutida em primeiro grau
O recurso extraordinário não está adstrito ao interesse das partes, mas visa o interesse
público, a defesa do direito objetivo, assegurar o primado da Constituição e a interpretação
uniforme das leis, submetendo a questão até ao Supremo Tribunal Federal, através dele se
aprecia as questões de direito.
Há também quem anote a diferença entre o simples exercício do duplo grau de
jurisdição dos primeiros e a amplitude maior, inclusive política, dos extraordinários.
Enquanto os recursos ordinários são introduzidos em nosso ordenamento por legislação
infraconstitucional, os recursos extraordinários pertencem ao direito processual
constitucional; consequentemente, ao contrário dos ordinários, os extraordinários só podem
ser excluídos através de alteração constitucional, diga-se, via Emenda.

DO RECURSO ORDINÁRIO -

Recurso cabível para impugnar as decisões terminativas ou definitivas no âmbito do


direito processual laboral possibilitando o reexame das matérias de fato e de direito
apreciadas pelo juízo “a quo”.

A lei n. 11.925/2009 deu nova redação ao artigo 895, dispondo:


“Art. 895. ....................................................................
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias;
e
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de
sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos
dissídios coletivos.

Cabe também recurso ordinário das decisões de processos de competência originária do

144
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

TRT, como:

a) Dissídios coletivos;
b) Ação rescisória;
c) Mandado de segurança;
d) Habeas corpus;
e) Decisões administrativas Exemplo: aquelas que aplicam penalidades a servidores da
Justiça do Trabalho.

Assim, cabe recurso ordinário de todas as decisões definitivas da Vara do Trabalho bem
como das decisões de processos de competência originária do TRT quer apreciem ou não o
mérito da causa.
SÚMULA Nº 201 - Recurso ordinário em mandado de segurança (Revisão do Súmula 154)
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso
ordinário, no prazo de 8 dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, correspondendo igual
dilação para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
Acrescente-se também que o recurso ordinário pode ser utilizado tanto para corrigir
erros de julgamento (“erros in judicando”) quanto para corrigir erros de procedimento (“erros
in procedendo”) isto é, para reforma da decisão quer para corrigir injustiças reexaminado as
provas ou anular a sentença por erros na forma de conduzir o processo (nulidades).
OBS: Não cabe recurso ordinário contra decisão proferida em agravo regimental
interposto em reclamação correcional

OBS: A Súmula nº 414 do TST deixa certo que:

I - A antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o
meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso.
II - No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a
impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III - A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado
de segurança que impugnava a concessão da tutela antecipada (ou liminar).

FORMA DE INTERPOSIÇÃO

O recurso ordinário, como determina o artigo 899 da CLT, poderá ser interposto por
simples petição. Mas, a peça deverá ser fundamentada, demonstrando o motivo legal para o
inconformismo do recorrente, sendo que ao final deverá pleitear que o mesmo seja conhecido
e provido, para que haja a reforma da sentença.

EFEITO

O recurso ordinário será recebido apenas no efeito devolutivo, devolvendo à apreciação do


Tribunal a matéria impugnada. De regra não existe efeito suspensivo no recurso ordinário, pois
segue a regra geral do artigo 899 da CLT, do recebimento do recurso apenas no efeito devolutivo,
salvo em se tratando de recurso ordinário interposto de sentença normativa.

145
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A nova redação do inciso I da súmula 414 do TST dispõe que É admissível a obtenção de
efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao tribunal, ao
relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do

Súmula nº 414 do TST

MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA


SENTENÇA (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 217/2017 - DEJT divulgado
em 20, 24 e 25.04.2017

I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do


mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível a
obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido ao
tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, por
aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC de 2015

II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença,


cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado de
segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória
PROCEDIMENTO

Recebida a sentença pela parte, se esta não concorda com a decisão, interpõe recurso
ordinário no prazo de oito dias.
O juiz ou Presidente do Tribunal irá verificar se o recurso atende os pressupostos legais
para a sua admissibilidade, determinando que a parte contrária venha a contra-arrazoar o
recurso no prazo de oito dias. Não admitido o recurso, pelo Juiz da Vara ou Presidente do
Tribunal por falta e pressuposto recursal, poderá ser interposto cabe agravo de instrumento.
Após a apresentação das contrarrazões, é facultado ao juiz o reexame dos pressupostos de
admissibilidade de recurso, pois muitas vezes são as contrarrazões que mostram a
intempestividade, a falta de preparo, etc.
Também nos casos de extinção do processo sem julgamento de mérito, poderá o juiz no
prazo de 5 horas, reconsiderar a sua decisão. (Artigo 331 do NCPC)
A decisão que admite o recurso é irrecorrível, e não vincula o juízo “ad quem” Quando
após a distribuição o relator indeferir o processamento do recurso caberá Agravo Regimental.
Os demais tramites processuais devem obedecer às regras previstas no regimento Interno dos
Tribunais, notadamente no que diz respeito a remessa dos autos ao Ministério Público do
Trabalho para parecer, tem TRT que distribuem e remetem os autos, outros enviam os autos
antes de distribuir etc.
O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no
que tiver sido objeto do recurso (art. 1008 do NCPC). Deixa, então, de subsistir a decisão
recorrida, se o tribunal reformar a sentença, passando a valer o acórdão. Todo acórdão deverá
conter ementa (art. 943§1º do NCPC).

PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO

146
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

O artigo 5° da Lei 5584/70 deixa certo que o prazo para o membro do Ministério Público
do Trabalho oferecer o parecer é de oito dias, contados da data em que lhe for distribuído o
processo; este poderá ser circunstanciado ou pelo prosseguimento do feito, ressaltando-se
sempre o direito de manifestação posterior em sessão de julgamento ou em qualquer fase
processual conforme lhe faculta o artigo 83, inciso VII da LC 75/93.

RECURSO ORDINÁRIO NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

A Lei 9.957 publicada no Diário Oficial da União do dia 13 de janeiro de 2000 e que
entrou em vigor sessenta dias após essa data, também previu o cabimento do recurso
ordinário para as reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo.
A referida lei acabou dando um tratamento diversificado ao processamento desses
recursos nos Tribunais, determinando a sua imediata distribuição com liberação em dez dias
pelo relator e a sua inclusão em pauta sem revisor. Nesses processos a manifestação do
Ministério Público do Trabalho é realizada oralmente e o acórdão consistirá unicamente na
certidão de julgamento com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das
razões de decidir do voto prevalente. No caso de a sentença ser mantida por seus próprios
fundamentos essa circunstância será registrada na certidão.

QUESTÃO DA POSSIBILIDADE DA ANÁLISE DO MÉRITO DO RECURSO QUANDO


AFASTADA A PRESCRIÇÃO

Quando o Juiz atendendo arguição da parte ré, reconhece a prescrição e extingue o


processo com julgamento de mérito, uma vez interposto recurso pelo autor, pode o Tribunal
prosseguir no julgamento do mérito da causa?
Encontramos em doutrina, três posições diferentes. A primeira corrente entende que a
prescrição é prejudicial de mérito e, consequentemente, não cabe o julgamento do mérito.
A segunda posição afirma que prescrição é mérito, nos termos do CPC/73 e, assim, o
Tribunal poderá prosseguir no julgamento do mérito da causa.
Por fim, a última vertente, eclética, representada por Bezerra Leite, afirma que o
Tribunal poderá prosseguir no julgamento se não houver necessidade de produção de provas
e haja elementos suficientes que permitam a apreciação total do mérito, ou seja, se a causa
estiver “madura” (expressão de Barbosa Moreira) para julgamento.
A matéria foi sedimentada pelo TST na nova redação da súmula 393 do TST nos
seguintes termos
II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário,
deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de
2015, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos

DAS CONTRARRAZÕES AO RECURSO ORDINÁRIO

Art. 900 da CLT.: Interposto o recurso, será notificado o recorrido para oferecer as suas
razões, em prazo igual ao que tiver o recorrente.
A finalidade das contrarrazões é postular a manutenção da sentença, pelos seus
fundamentos, ou seja, contrapor aos interesses do recorrido.
A parte ao interpor as contrarrazões, jamais deve postular a reforma da sentença, na

147
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

parte que foi vencida. Note-se que para esse fim existe o recurso.
O Prazo para Contrarrazões de Recurso Ordinário é de oito dias.
Processamento será também apresentada em petição dirigida ao Juízo da Vara
requerendo-se o processamento das razões e a remessa a instância superior para julgamento.

2-RECURSO ADESIVO

O Recurso Adesivo pode ser incluído no rol dos recursos trabalhistas ainda que o artigo
893 da CLT, não faça referência. O cabimento do recurso adesivo trabalhista, foi negado
durante muito tempo pela jurisprudência, mas hoje está superado o obstáculo do cabimento
por súmula da jurisprudência do TST.
A súmula Nº 283 consagra o entendimento que o recurso adesivo é compatível com o
processo do trabalho, no prazo de oito dias, nas hipóteses de interposição do recurso de
recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a
matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária.

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

Para interposição do recurso adesivo deve haver sucumbência recíproca, assim como
deverão ser preenchidos todos os demais pressupostos de admissibilidade recursal,
notadamente o preparo.

PROCESSAMENTO

O recurso adesivo deverá ser interposto no prazo de oito dias, no prazo que a parte
dispõe para apresentar contrarrazões, e será endereçado à autoridade competente para
admitir o recurso principal.
Diante da falta de regramento na norma celetista e aplicando as disposições constantes
do artigo 769 da CLT, o processamento do recurso adesivo observará as disposições
constantes na lei processual civil, art. 500, onde se tem que o recurso adesivo fica subordinado
à sorte do principal e a ele se aplicam as mesmas regras do recurso independente, quanto às
condições de admissibilidade, preparo e julgamento no tribunal superior.
Interposto o recurso adesivo, a parte recorrida será notificada para oferecer suas
contrarrazões no prazo de oito dias. (Lei n. 55.584/70, artigo 6º).
No tribunal será analisado, inicialmente, se o recurso principal preenche as condições de
admissibilidade e, uma vez conhecido, passa-se ao exame do adesivo.
Assim, não sendo admitido o recurso principal, ou dele vindo a desistir a parte que o
interpôs, não será admitido o recurso adesivo.

3-RECURSO DE REVISTA

O recurso de revista possui natureza extraordinária uma vez que não é utilizado como
recurso de segundo grau, nem para corrigir erros “in judicando” ou “in procedendo “, mas sim
como instrumento de preservação da supremacia do direito nacional e para uniformizar a
jurisprudência nacional. Até 1949, o recurso de revista tinha o nome de recurso extraordinário
trabalhista.

148
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS ESPECÍFICOS OU INTRÍNSECOS DO RECURSO DE REVISTA

Por se tratar de recurso de natureza extraordinária trabalhista, o recurso de revista não


só deve preencher os pressupostos de admissibilidade recursal objetivos e subjetivos, comuns a
todos os recursos, como também se exige que sejam preenchidos os requisitos específicos
como:

1-PREQUESTIONAMENTO

O prequestionamento, porém, diferentemente do que insinua o seu nome, caracteriza-


se pelo enfrentamento de uma dada tese de direito constitucional ou de direito
infraconstitucional federal na decisão a ser recorrida, e não pelo debate ou pela suscitação da
questão antes de seu para o ferimento.
O Tribunal Superior do Trabalho tem entendido que o prequestionamento deve ser
explícito, cuidando-se ainda de pressuposto de admissibilidade que a jurisprudência súmular
acabou consagrando para o recurso de natureza extraordinária, sendo certo que a súmula 297
fazem alusão à preclusão.

Súmula nº 297 do TST -PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE.


CONFIGURAÇÃO (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada
haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no
recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o
tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal
sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos
de declaração.
Isto significa que para o recurso de revista seja conhecido o recorrente deve cuidar para
que na decisão recorrida haja apreciado a explicitamente a matéria. Se o recorrente alega a
violação da literalidade de determinado dispositivo de lei que deixou de ser citado
expressamente na decisão, embora o acórdão permita até deduzir que a interpretação é em
torno desse dispositivo da lei, deve antes se valer dos embargos declaratórios para deixar
prequestionada a matéria.
Assim, a tese jurídica deve ter sido expressamente debatida nos autos, e por meio do
recurso a parte vencida pretende a reapreciação.
O prequestionamento é próprio dos recursos de natureza extraordinária (especial,
extraordinário e de revista), pois nos recursos de natureza ordinária (por ex., recurso
ordinário), o efeito devolutivo transfere ao Tribunal todas as teses jurídicas invocadas pelas
partes, ainda que a sentença não as tenha apreciado (§ 1º do art. 515 do CPC).

Prequestionamento ficto

O inciso III da Súmula n. 297 do Tribunal Superior do Trabalho consagrou o que a


doutrina tem denominado prequestionamento ficto. Desse modo, se a parte opuser embargos

149
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

de declaração com o objetivo de prequestionar a matéria, ainda que o Tribunal não se


pronuncie sobre questão invocada nos embargos, considerar-se-á prequestionada a matéria.
Importante ressaltar que o prequestionamento ficto tem incidência apenas para a
hipótese de questão jurídica. No que se refere a matéria de fato, se o Tribunal foi instado a se
manifestar sobre determinado fato e negar a existência de omissão, admite-se a interposição
de recurso de revista por negativa de prestação jurisdicional, ou seja por violação ao artigo
832 da CLT, 489 do CPC e artigo 93, inciso IX da CF (sumula 469 do TST)

A lei 13.467/2017, inseriu no artigo 896 parágrafo 1º da CLT o para ficar constando
que quando o recorrente suscitar no recurso de revista a preliminar de nulidade por
negativa de prestação jurisdicional, é obrigatório que seja transcrito na peça recursal, o
trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre
questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os
embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão.

A dispensa do prequestionamento

Como visto, o prequestionamento é um pressuposto criado pela jurisprudência para


admissibilidade do recurso de revista. Entretanto, a jurisprudência do TST tem dispensado o
prequestionamento quando a violação à Lei ou à Constituição nasceu no próprio acórdão
regional, nos termos da OJ n. 119, da SDI-I.

2-TRANSCENDÊNCIA

Qualidade que transcende, significa algo muito relevante, importante. O artigo 896 A da
CLT dispõe que o TST não conhecerá de recurso oposto contra decisão em que a matéria de
fundo não ofereça transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza jurídica,
política, social ou econômica
Trata-se de um pressuposto de admissibilidade recursal que é examinado pelo Tribunal,
não pelo presidente do Tribunal, por ocasião do julgamento, marcado pela subjetividade.
Diante do caráter subjetivista de que se reveste este pressuposto, a jurisprudência do TST
não tem sido rigorosa na alise do referido pressuposto de admissibilidade recursal.
A lei 13.467/2017 inseriu no artigo 896 A os parágrafos 1°,2°,3°;4°; 5°,6º , sendo que
no parágrafo 1º definiu os indicadores da transcendência .
No parágrafo 2° a lei autorizou o relator, por decisão monocrática, denegar
seguimento ao recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo agravo
desta decisão para o colegiado.
Prosseguindo, no parágrafo 3° deixou certo a possibilidade do recorrente, fazer
sustentação oral na sessão de julgamento do recurso para o fim de demonstrar a existência
de transcendência da matéria recursal, pelo prazo de cinco minutos, e no parágrafo
4°dispõe que e mantido o voto do relator negando o processamento do recurso por falta de
transcendência será lavrado acórdão sucinto, revestindo a referida decisão do caráter de
decisão irrecorrível.
No parágrafo 6° restou estabelecida a competência do relator para aferir a existência
da transcendência, deixando certo que o exame da admissibilidade que é feito pela
Presidência do Tribunal limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do
apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas. Diante da

150
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

relevância da matéria transcrevemos abaixo os novos parágrafos do artigo 896 A da CLT:

Artigo 896 A
....................................................................................................................

§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:

I - Econômica, o elevado valor da causa;

II - Política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência súmulada do Tribunal


Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;

III - Social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social


constitucionalmente assegurado;

IV - Jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação


trabalhista.

§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista


que não demonstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.

§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o


recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência,
durante cinco minutos em sessão.

§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado


acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do
tribunal.

§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em


recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria.

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos


Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e
extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele
veiculadas.” (NR)

HIPÓTESE DE CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA

O artigo 896 da CLT enuncia as hipóteses de cabimento do recurso de revista dispondo:


Artigo 896 caput: Cabe Recurso de revista para Turma do Tribunal Superior do
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual,
pelos Tribunais Regionais do Trabalho (apesar da lei se referir em grau de RO, é certo
também que se admite o RR em AP , agravo regimental desde que a decisão seja
proferida em grau de recurso pelo TRT, quando:

151
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver
dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme
dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; acrescentado pela lei
13.015/2014;

b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, convenção coletiva de trabalho,


acordo coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância
obrigatória, em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da
decisão recorrida, interpretação divergente na forma da alínea ‘a’;

c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal
à Constituição Federal.

Verifica-se assim, que o recurso de revista pela sua devolutividade restrita não visa
corrigir a decisão injusta, ou reapreciar a prova dos autos, como se dá com o recurso
ordinário, que devolve ao Tribunal ad quem o conhecimento de toda a matéria impugnada.

DO CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA PELA ALÍNEA “A"

A interpretação divergente, (conflitante) prevista pelo artigo 896 da CLT, haverá de ser,
necessariamente aquela que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho ou o
Tribunal Superior do Trabalho através da Seção Especializada de Dissídios Individuais. Registre-
se que a divergência haverá de ser entre Tribunais do Trabalho. São inservíveis, portanto,
decisões de Varas do Trabalho, do STJ ou até mesmo do Colendo Supremo Tribunal Federal.

DA COMPROVAÇÃO DA DIVERGÊNCIA

A lei 13015/2014 acrescentou os parágrafos 1º, incisos I, II, III ao artigo 896 da CLT para
o fim de ficar constando:

Artigo 896 letras a § 1o-

A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:

I - Indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da


controvérsia objeto do recurso de revista;

II - Indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei,


súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite
com a decisão regional;

III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos


da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de
lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja
contrariedade aponte.

Os incisos I II e III integrantes do parágrafo primeiro trata-se, na verdade, de uma


integração na lei de textos súmula dos (súmulas 221, 337, 333) do TST e do inciso II da IN

152
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

23/2003 do TST, que já especificam tais exigências na elaboração da peça do recurso de


revista. No entanto, com esta alteração, a análise da observância destes dispositivos para a
interposição do recurso de revista, será feita, de certa forma, mais rigorosa.

Súmula 221-I - A admissibilidade do recurso de revista por violação tem como


pressuposto a indicação expressa do dispositivo de lei ou da Constituição tido como
violado. (ex-OJ nº 94 da SBDI-1 - inserida em 30.05.1997)

II - Interpretação razoável de preceito de lei, ainda que não seja a melhor, não dá
ensejo à admissibilidade ou ao conhecimento de recurso de revista com base na alínea
"c" do art. 896 da CLT. A violação há de estar ligada à literalidade do preceito.

Verifica-se, portanto que a regra prevista no artigo 899 da CLT no sentido de que os
recursos são interpostos por simples petição não se aplica ao recurso de revista, em vista das
exigências da lei e da jurisprudência do TST.

Da literalidade da alínea “a” do artigo 896 tem-se também que unicamente as decisões
proferidas pela Seção de Dissídios Individuais do TST podem ser indicadas como paradigma,
nunca das turmas do TST por falta de previsão legal.
Esta posição é criticada pois a divergência entre turmas e estas e a seção especializada
admitem o recurso de embargos.
Assim, a admissibilidade do recurso de revista por divergência jurisprudencial exige a
demonstração de decisão divergente de qualquer turma ou pleno de outro TRT.

DA UNIFIRMIZAÇÃO DA JURISPRUDENCIA NOS TRTS

A lei 13.015/2014 tornou obrigatório aos TRTs que procedam a uniformização de sua
jurisprudência, que vinha regulamentada nos parágrafos 3°,4°, 5° e 6º da CLT. No entanto, os
§§ 3º, 4º, 5º e 6º do artigo 896 da CLT foram revogados pela Lei 13.467/2017.
Desse modo, o incidente de uniformização de jurisprudência no âmbito dos Tribunais
Regionais do Trabalho deixa de existir por disposição expressa de lei, o que pode resultar
em certo descompasso com as diretrizes instituídas pelo CPC de 2015. Nesse enfoque,
segundo o seu artigo 926, os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la
estável, íntegra e coerente.
O TST na Instrução normativa número 41/2018, no artigo 18 deixa certo que “O dever
de os Tribunais Regionais do Trabalho uniformizarem a .sua jurisprudência faz incidir,
subsidiariamente ao processo do trabalho, o art. 926 do CPC, por meio do qual os Tribunais
deverão manter sua jurisprudência íntegra, estável e coerente.
No parágrafo 1º do mesmo artigo 18, dispõe que “Os incidentes de uniformização de
jurisprudência suscitados ou iniciados antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, no âmbito dos
Tribunais Regionais do Trabalho ou por iniciativa de decisão do Tribunal Superior do Trabalho,
deverão observar e serão concluídos sob a égide da legislação vigente ao tempo da
interposição do recurso, segundo o disposto nos respectivos Regimentos Internos” e no
parágrafo 2º diz que “Aos recursos de revista e de agravo de instrumento no âmbito do
Tribunal Superior do Trabalho, conclusos aos relatores e ainda não julgados até a edição da
Lei nº 13.467/17, não se aplicam as disposições contidas nos §§ 3º a 6º do artigo 896 da
Consolidação das Leis do Trabalho” Por fim no parágrafo 3º estabelece que “As teses jurídicas

153
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

prevalecentes e os enunciados de Súmulas decorrentes do julgamento dos incidentes de


uniformização de jurisprudência suscitados ou iniciados anteriormente à edição da Lei nº
13.467/2017, no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho, conservam sua natureza
vinculante à luz dos arts. 926, §§ 1º e 2º, e 927, III e V, do CPC.

DA ATUALIDADE DA DIVERGENCIA

A matéria referida nos parágrafos 7º e 8º do artigo 896, já era uma exigência do TST,
constante das súmulas n. º 333 e 337, que agora converte-se em lei –

No parágrafo 7° do artigo 896 da CLT tem-se que a divergência jurisprudencial apontada


no recurso de revista deve ser atual.

§ 7o A divergência apta a ensejar o recurso de revista deve ser atual, não se


considerando como tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou
do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho.

Prova da decisão divergente

§ 8o Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o


ônus de produzir prova da divergência jurisprudencial, mediante certidão, cópia ou
citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia
eletrônica, em que houver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela
reprodução de julgado disponível na internet, com indicação da respectiva fonte,
mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os
casos confrontados.

CABIMENTO DO RECURSO DE REVISTA ALÍNEA B DO ARTIGO 896:

A alínea “b” do artigo 896 da CLT também se refere a divergência jurisprudencial, ou


seja, quando a decisão recorrida der interpretação diversa ao mesmo dispositivo de lei
estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, Sentença Normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a
jurisdição do Tribunal Regional prolator.

O RECURSO DE REVISTA PELO FUNDAMENTO DA ALÍNEA C)

Analisando o disposto na alínea “c” do artigo 896 da CLT, verificamos caber o recurso de
revista quando a decisão for proferida com violação literal de disposição da lei federal ou
afronta direta e literal da Constituição da República. Isto é a violação há de ser manifesta,
inequívoca, perceptível a primeira vista, deve estar ligada a literalidade do preceito legal
Por essa razão, a prática vem demonstrando que a demonstração de violação à lei é,
sem dúvida alguma, o pressuposto mais difícil de ser atendido. É necessário que a violação
esteja ligada à literalidade da lei. A jurisprudência do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho
tem entendido indispensável o prequestionamento, nas hipóteses de indicação de violação à
lei.
No entanto, o cancelamento do inciso II da Súmula n. 221 do TST, demonstra o

154
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

entendimento de que a jurisprudência do TST, irá analisar caso a caso se houve ou não
violação literal de lei ou da constituição no caso concreto, não mais prevalecendo o critério da
interpretação razoável. Com isso, o Tribunal Superior do Trabalho passa a admitir o recurso de
revista com maior flexibilidade.
Também é certo que a lei objeto de violação pode ser tanto de direito material, como
processual. Não necessita ser legislação trabalhista, apenas que a matéria nela versada seja da
competência da Justiça do Trabalho (art. 114, da CF).
Tem-se que a decisão recorrida necessita examinar a matéria e enquadrá-la no preceito
da lei que a parte pretende apontar como violado, mas a dificuldade em demonstrar o
arranhão à literalidade da lei está exatamente no fato de que o julgador ao aplicá-la acaba
interpretando-a.

RECURSO DE REVISTA NO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO

Conforme se verifica do artigo 896 § 9º da CLT com a nova redação dada pela lei Nº
13.015, DE 21 JULHO DE 2014 : “Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo , somente
será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do
Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por
violação direta da Constituição Federal. TST na OJ 352 da SDI-I deixou certo que não cabe
recurso de revista no sumaríssimo por contrariar OJ do TST.

RECURSO DE REVISTA NA EXECUÇÃO

Nos termos do que dispõe o artigo 896 § 2o Das decisões proferidas pelos Tribunais
Regionais do Trabalho ou por suas Turmas, em execução de sentença, inclusive em processo
incidente de embargos de terceiro, não caberá Recurso de Revista, salvo na hipótese de
ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal.

No entanto no § 10 do artigo 896 tem-se que. “Cabe recurso de revista por violação
à lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas
execuções fiscais e nas controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa
de Débitos Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011”.

Neste parágrafo houve uma ampliação do Recurso de revista na fase de execução, sendo
possível seu cabimento nas execuções fiscais, e nas controvérsias da fase de execução que
envolva a Certidão de Débitos Trabalhistas, criada pela Lei 12.440, de 7 de julho de 2011.

Observa-se que neste caso, as hipóteses que admitem o recurso de revista são: violação
a lei federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal não menciona
a lei que a ofensa tem que ser direita e literal. Também não vem mencionado o cabimento
nas hipóteses de violação a súmula vinculante do STF.

DO SANEAMENTO DO RECURSO

§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave, o
Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo, julgando o

155
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

mérito. Trata-se de uma alteração necessária porque, muitas vezes, apenas por um defeito
formal, ou mesmo um erro material, perde a parte a possibilidade de ver seu recurso
apreciado, embora tempestivamente interposto. Assim, na hipótese de ser verificado a
existência de vícios de natureza formal que não seja grave o relator poderá desconsiderá-lo,
ou mandar que o recorrente regularize podendo suspender o processo. A nova redação
reafirma o princípio da instrumentalidade, segundo o qual não se pronuncia a nulidade se for
possível suprir a falta ou a irregularidade, bem como o princípio do aproveitamento dos atos
processuais.

§ 12. Da decisão denegatória caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.

§ 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção


Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela
maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3o poderá ser afeto ao
Tribunal Pleno. ” (NR)

No parágrafo 13º, o legislador deixa certa a possibilidade de que o incidente de


uniformização de jurisprudência seja instaurado pelo TST, ( Pleno) por iniciativa de um dos
ministros da Seção especializada em dissídios individuais mediante a aprovação da maioria
integrante da sessão plena em razão da relevância da matéria, pois não cabe na Corte
Superior, que unifica a jurisprudência, manter decisões díspares entre suas Turmas,
especialmente em questões de relevância, embora, no direito do trabalho seja muito difícil
definir o que venha a ser relevância, até mesmo pelo sentido protetivo do direito.

O TST ao regulamentar o referido dispositivo legal firmou o entendimento no sentido de


que para os efeitos do § 13 do artigo 896 da CLT, a afetação de julgamento ao Tribunal Pleno,
em face da relevância da matéria, somente poderá ocorrer em processos em tramitação na
Subseção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho.

Se a decisão recorrida resolver determinado item do pedido por diversos fundamentos,


o aresto trazido a cotejo deverá abranger a todos, pois se o paradigma abordar só um dos
fundamentos, está maculada a especificidade.
A lei 13.467/2017 inseriu ainda no artigo 896 da CLT o parágrafo 14 dando poderes
para o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista nas hipóteses
de de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de
qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. Veja como ficou a
redação do referido parágrafo
§ 14. O relator do recurso de revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão
monocrática, nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação
ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade. ”

INCIDENTE DE SOLUÇÃO DE DEMANDAS NATUREZA REPETITIVA

O 896-c. inserido na CLT por força da lei 13.015/2014, trata especificamente do


procedimento e processamento do recurso de natureza repetitivas, ou seja, recursos de
revista com identidade de questão de direito seguintes termos:

156
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica


questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios
Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros,
mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada,
considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes
entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal.

Assim, quando houver multiplicidade de recursos de revista, fundada em idêntica


questão de direito, considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos
divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal, a questão poderá ser
afetada à Seção Especializada em Dissídios Individuais, ou ao Tribunal Pleno, por maioria
simples dos membros que compõem o órgão mediante requerimento de um de seus
Ministros. Informados os demais Presidentes de Turmas ou Seção Especializada, poderão
eles afetar outros processos sobre a questão para julgamento conjunto. ”

Observa-se que a adoção de procedimento para os recursos repetitivos poderá ocorrer


desde que estejam presentes os seguintes requisitos, ou seja quando existir:

Multiplicidade de recursos de revista; (quando se tem um grande número de recursos


de revista);

1- Idêntica questão de direito (para casos iguais soluções iguais)

2- Relevância da matéria; A controvérsia tem como núcleo matéria relevante.


Assim, questões de fato, ainda que controvertidas não enseja o procedimento de recurso
repetitivo.

3- Existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa Seção ou das


Turmas do Tribunal.

§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores,


afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção
Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos
repetitivos.

Aprovado por decisão da maioria simples o requerimento de afetar o recurso de revista


paradigma caberá ao Presidente da Turma ou da Seção Especializada selecionar um ou mais
de um recurso representativo da controvérsia acerca da questão jurídica relevante para ser
julgado pelo Pleno ou pela Seção Especializada SDI-

§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para


julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais
Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar outros processos sobre
a questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da
questão.

Com a finalidade de conferir ao órgão julgador uma visão global da questão,


controvertida, O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para

157
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

julgamento sob o rito dos recursos repetitivos , comunicará aos demais Presidentes de Turma
ou de Seção Especializada que poderão enviar outros processos versando sobre a mesma
questão jurídica para serem julgados conjuntamente.

§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos


Tribunais Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos
idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do
Tribunal Superior do Trabalho

A fim de evitar que sejam julgados nos TRTs outros recursos que versam sobre a mesma
questão a que consta dos recursos afetados como repetitivos, o Presidente do Tribunal
Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho para que
suspendam a tramitação dos recursos interpostos até o pronunciamento em definitivo do TST
sobre a matéria controvertida. A suspensão será certificada nos autos, dando-se ciência as
partes e ao Ministério Público.

§ 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos


representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do
Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o pronunciamento definitivo
do Tribunal Superior do Trabalho.

De acordo com este parágrafo, o Presidente do Tribunal de origem também irá


selecionar um ou mais de um recurso de revista representativo da controvérsia e encaminhar
ao TST. Esta seleção se fará antes de ser efetuado o juízo de admissibilidade do recurso de
revista pelo TRT. Estes processos são denominados processos “piloto” cuja decisão deverá, em
regra, ser seguida em outros casos idênticos.

Artigo 896C § 5o O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a


suspensão dos recursos de revista ou de embargos que tenha como objeto controvérsia
idêntica à do recurso afetado como repetitivo.

Da mesma forma, uma vez instaurado o procedimento de recurso repetitivo poderá o


relator no Tribunal Superior do Trabalho determinar a suspensão dos recursos de revista ou
de embargos que tenham como objeto controvérsia idênticas à do recurso afetado como
repetitivo .até que seja obtido um pronunciamento definitivo do TST sobre a matéria .,

Artigo 896C § 6o O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da


Seção Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor.

Apesar da literalidade da lei, na realidade todos os processos selecionados deverão ser


distribuídos ao mesmo relator e revisão

Artigo 896C § 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho,


informações a respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias.

Se entender o relator da necessidade de maiores esclarecimentos a fim de formar sua


convicção acerca de qual das teses contrastadas é a melhor O relator poderá solicitar, aos
Tribunais Regionais do Trabalho, informações a respeito da controvérsia no prazo de quinze
dias.

158
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Artigo 896C § 8o O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade


com interesse na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei no 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Integra o rol das faculdades processuais do relator admitir a manifestação de terceiros


interessados no resultado do julgamento. No entanto esta intervenção não se enquadra nas
figuras da assistência ou intervenção, sendo mais correto o entendimento que funcionarão na
condição e “amicius curiae” (amigo da corte) uma espécie de intervenção anômala em
processo alheio. A manifestação de terceiros se fará através de sustentação oral e emissão de
parecer

Artigo 896 § 9o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no


§ 7o deste artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias.

Artigo 896C § 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do
relatório aos demais Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou
no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos.

Artigo 896C § 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos


de revista sobrestados na origem:

I - Terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a


orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou

II - Serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão


recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria.

Assim, após o trânsito em julgado da decisão, será dado ciência aos TRTs, informando o
resultado do julgamento e este deverá adotar uma das seguintes providencias em relação aos
recursos sobrestados:

1): na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a orientação a respeito da matéria


no Tribunal Superior do Trabalho terão seguimento denegado;

2) serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão


recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria. A
possibilidade de ser proferida uma nova decisão pelo mesmo órgão prolator da decisão, tem
recebido criticas em face do que dispõe o artigo 463 da do CPC, No entanto, a lei é clara no
sentido de que o Tribunal de origem tem o dever de julgar novamente a matéria. Trata-se de
uma hipótese legal de juízo de retratação.

Artigo 896-C, § 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a


decisão divergente pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso
de revista.

159
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Se o novo julgamento, adotar a tese esposada pelo TST, a decisão será reformada e o
recurso de revista interposto ficará prejudicado. Mantida a decisão divergente, proceder ao
exame da admissibilidade do recurso de revista já interposto.

Artigo 896C § 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos
também contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não
obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão
constitucional.

Pode acontecer que a matéria apreciada pelo TST através do procedimento dos recursos
repetitivos seja de ordem constitucional. Neste caso, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno
não obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão
constitucional.

Artigo 896C § 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior
do Trabalho será aplicado o procedimento previsto no art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los
ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da
Corte, na forma do § 1o do art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de
Processo Civil).

Na hipótese de ser interposto recurso extraordinário deverá o Presidente do TST


selecionar, um ou mais de uns recursos paradigmáticos da controvérsia encaminhando ao STF
e sobrestando o julgamento dos demais até o pronunciamento definitivo do STF

Artigo 896C § 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os


Tribunais Regionais do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do
Tribunal para que suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos
representativos da controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu
pronunciamento definitivo.

Em seguida, O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais


Regionais do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para
que suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da
controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento
definitivo.

Artigo 896C § 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos
em que se demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta dos presentes no
processo julgado sob o rito dos recursos repetitivos.

Se ficar demonstrado que a matéria é diferente daquela versada no processo apreciado,


ela não será aplicada.

Artigo 896C § 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos


repetitivos quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será
respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior,
podendo o Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha
alterado.”

160
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Pode ocorrer que a tese adotada pelo Tribunal não seja a melhor, no entanto, a tese só
poderá ser modificada quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que
será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior

Segundo o TST, nas hipóteses dos artigos 896-B e 896-C da CLT, somente poderão ser
afetados recursos representativos da controvérsia que sejam admissíveis e que contenham
abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

E ainda, entende o TST, quando a Turma do Tribunal Superior do Trabalho entender


necessária a adoção do procedimento de julgamento de recursos de revista repetitivos, seu
Presidente deverá submeter ao Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I a proposta
de afetação do recurso de revista, para os efeitos do caput do artigo 896-C da CLT.

Importante mencionar, o entendimento do TST, no sentido de que as regras contidas na


nova lei só se aplicarão para os recursos interpostos das decisões publicadas a partir da data
de sua vigência

Em suma, a adoção do processo repetitivo, com a limitação dos recursos idênticos


perante o TST, tende a produzir maior rapidez e efetividade ao processo, contribuindo para a
“duração razoável do processo”, que é princípio Constitucional (art. 5º, LXXVIII). Com isso, o
TST tente a ter um papel de real uniformizador da jurisprudência trabalhista. Contudo, os
procedimentos para a vinculação de uma demanda a outra pelo critério do efeito repetitivo,
pelos precedentes jurisprudenciais relevantes, demandarão uma apurada construção
doutrinária e jurisprudencial.
Art. 22. O Tribunal Superior do Trabalho deverá manter e dar publicidade às questões de
direito objeto dos recursos repetitivos, já julgados, pendentes de julgamento ou já reputados
sem relevância, bem como daquele objeto das decisões proferidas nos termos do § 13 do
artigo 896 da CLT.

Importante ressaltar que o Tribunal Superior do Trabalho através da resolução nº 201,


de 10 de novembro de 2015. Editou a instrução normativa nº 38, que regulamenta o
procedimento do incidente de julgamento dos recursos de revista e de embargos à SDI-1
repetitivos.

Nesta Instrução Normativa logo no artigo 1º fica certo que “As normas do Código de
Processo Civil relativas ao julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos
aplicam-se, no que couber, ao recurso de revista e ao recurso de embargos repetitivos (CLT,
artigos 894, II e 896 da CLT).”

Art. 2° Havendo multiplicidade de recursos de revista ou de embargos para a Subseção


de Dissídios Individuais I (SbDI-1) fundada em idêntica questão de direito, a questão poderá
ser afetada a essa Subseção ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus
membros, mediante requerimento de um dos Ministros que a compõem, considerando a
relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre os Ministros dessa
Subseção ou das Turmas do Fonte: Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho, Brasília, DF, n.
1856, 17 nov. 2015. Caderno Judiciário do Tribunal Superior do Trabalho, p. 1-4. Tribunal.

161
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 1º O requerimento fundamentado de um dos Ministros da Subseção de Dissídios


Individuais I de afetação da questão a ser julgada em incidente de recursos repetitivos deverá
indicar um ou mais recursos de revista ou de embargos representativos da controvérsia e ser
formulado por escrito diretamente ao Presidente da SbDI-1 ou, oralmente, em questão
preliminar suscitada quando do julgamento de processo incluído na pauta de julgamentos da
Subseção.

§ 2º De forma concorrente, quando a Turma do Tribunal Superior do Trabalho entender


necessária a adoção do procedimento de julgamento de recursos de revista repetitivos, seu
Presidente devera? submeter ao Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I a proposta
de afetação do recurso de revista, para os efeitos dos artigos 896-B e 896-C da CLT.

§ 3º O Presidente da Subseção submeterá a proposta de afetação ao colegiado, se


formulada por escrito, no prazo máximo de 30 dias de seu recebimento, ou de imediato, se
suscitada em questão preliminar, quando do julgamento de determinado processo pela SbDI-
1, após o que:

I – acolhida a proposta, por maioria simples, o colegiado também decidirá se a questão


será analisada pela própria SbDI-1 ou pelo Tribunal Pleno;

II – acolhida a proposta, a desistência da ação ou do recurso não impede a análise da


questão objeto de julgamento de recursos repetitivos;

III – na hipótese do inciso I, o processo será distribuído a um relator e a um revisor do


órgão jurisdicional correspondente, para sua tramitação nos termos do artigo 896-C da CLT;

IV – rejeitada a proposta, se for o caso, os autos serão devolvidos ao órgão julgador


respectivo, para que o julgamento do recurso prossiga regularmente.

§ 4º Não será admitida sustentação oral versando, de forma específica, sobre a proposta
de afetação.

§ 5º A critério do Presidente da Subseção, as propostas de afetação formuladas por


escrito por um dos Ministros da Subseção de Dissídios Individuais I ou pelo Presidente de
Turma do Tribunal Superior do Trabalho poderão ser apreciadas pela SbDI-1 por meio
eletrônico, nos termos e para os efeitos do § 3º, I, deste artigo, do que serão as partes
cientificadas pelo Diário da Justiça.

§ 6º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do colegiado durante o


julgamento eletrônico, este ficará imediatamente suspenso, devendo a proposta de afetação
ser apreciada em sessão presencial.

Art. 3º O Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I que afetar processo para


julgamento sob o rito dos recursos repetitivos devera expedir comunicação aos demais
Presidentes de Turma, que poderão afetar outros processos sobre a questão para julgamento
conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão.

Art. 4º Somente poderão ser afetados recursos representativos da controvérsia que


sejam admissíveis e que, a critério do relator do incidente de julgamento dos recursos
repetitivos, contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser

162
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

decidida. Parágrafo único. O relator desse incidente não fica vinculado às propostas de
afetação de que trata o artigo anterior, podendo recusá-las por desatenderem aos requisitos
previstos no caput deste artigo e, ainda, selecionar outros recursos representativos da
controvérsia. Fonte: Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho, Brasília, DF, n. 1856, 17 nov.
2015. Caderno Judiciário do Tribunal Superior do Trabalho,

Art. 5º Selecionados os recursos, o relator, na Subseção Especializada em Dissídios


Individuais ou no Tribunal Pleno, constatada a presença do pressuposto do caput do art. 896-C
da CLT, proferirá decisão de afetação, sempre fundamentada, na qual:

I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;

II – poderá determinar a suspensão dos recursos de revista ou de embargos de que


trata o § 5º do artigo 896-C da CLT;

III – poderá solicitar aos Tribunais Regionais do Trabalho informações a respeito da


controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias, e requisitar aos Presidentes ou
Vice-Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho a remessa de até dois recursos de
revista representativos da controvérsia;

IV – concederá o prazo de 15 (quinze) dias para a manifestação escrita das pessoas,


órgãos ou entidades interessados na controvérsia, que poderão ser admitidos como amici
curiae.

V – informará aos demais Ministros sobre a decisão de afetação;

VI – poderá conceder vista ao Ministério Público e às partes, nos termos e para os


efeitos do § 9º do artigo 896-C da CLT.

Art. 6º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos


Tribunais Regionais do Trabalho, com cópia da decisão de afetação, para que suspendam os
recursos de revista interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos e
ainda não encaminhados a este Tribunal, bem como os recursos ordinários interpostos contra
as sentenças proferidas em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos, até o
pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.

Art. 7º Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de origem, caso receba a requisição de


que trata o inciso III do artigo 5º desta Instrução Normativa, admitir até dois recursos
representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do
Trabalho.

Art. 8º Se, após receber os recursos de revista selecionados pelo Presidente ou Vice-
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, não se proceder à sua afetação, o relator, no
Tribunal Superior do Trabalho, comunicará o fato ao Presidente ou Vice-Presidente que os
houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no artigo 896-C, § 4º,
da CLT.

Art. 9º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser
proferida pelo respectivo relator.

163
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 1º A parte poderá requerer o prosseguimento de seu processo se demonstrar a


intempestividade do recurso nele interposto ou a existência de distinção entre a questão de
direito a ser decidida no seu processo e aquela a ser julgada sob o rito dos recursos
repetitivos.

§ 2º O requerimento a que se refere o § 1º será dirigido:

I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;

II – ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;

III – ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso de revista no tribunal de


origem;

IV – ao relator, no Tribunal Superior do Trabalho, do recurso de revista ou de embargos


cujo processamento houver sido sobrestado.

§ 3º A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento, no prazo de cinco dias§ 4º
Reconhecida a distinção no caso:

I – dos incisos I, II e IV do § 2º, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao


processo;

II – do inciso III do § 2º, o relator comunicará a decisão ao presidente ou ao vice-


presidente que houver determinado o sobrestamento, para que este dê normal
prosseguimento ao processo.

§ 5º A decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 1º é irrecorrível de


imediato, nos termos do artigo 893, § 1º, da CLT.

Art. 10. Para instruir o procedimento, pode o relator fixar data para, em audiência
pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, sempre
que entender necessário o esclarecimento de questões ou circunstâncias de fato subjacentes
à controvérsia objeto do incidente de recursos repetitivos.

§ 1º O relator poderá também admitir, tanto na audiência pública quanto no curso do


procedimento, a manifestação, como amici curiae, de pessoas, órgãos ou entidades com
interesse na controvérsia, considerando a relevância da matéria e assegurando o contraditório
e a isonomia de tratamento.

§ 2º A manifestação de que trata o § 1º somente será admitida até a inclusão do


processo em pauta.

Art. 11. Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de um ano e terão
preferência sobre os demais feitos.

§ 1º Na hipótese de não ocorrer o julgamento no prazo de um ano a contar da


publicação da decisão de que trata o artigo 5º desta Instrução Normativa, cessam
automaticamente, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos processos, que
retomarão seu curso normal.

164
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

§ 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, é permitida, nos termos e para os efeitos do artigo 2º


desta Instrução Normativa e do artigo 896-C da CLT, a formulação de outra proposta de
afetação de processos representativos da controvérsia para instauração e julgamento de
recursos repetitivos para ser apreciada e decidida pela SbDI-1 deste Tribunal.

Art. 12. O conteúdo do acórdão paradigma abrangerá a análise de todos os fundamentos


da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários.

Parágrafo único. É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do artigo 896-C da
CLT, questão não delimitada na decisão de afetação.

Art. 13. Decidido o recurso representativo da controvérsia, os órgãos jurisdicionais


respectivos declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia
ou os decidirão, aplicando a tese firmada.

Parágrafo único. Quando os recursos requisitados do Tribunal Regional do Trabalho


contiverem outras questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao órgão
jurisdicional competente, em acórdão específico para cada processo, decidir esta em primeiro
lugar e depois as demais.

Art. 14. Publicado o acórdão paradigma:

I – o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal de origem negará seguimento aos


recursos de revista sobrestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação
do Tribunal Superior do Trabalho;

II – o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de


competência originária ou o recurso anteriormente julgado, na hipótese de o acórdão
recorrido contrariar a orientação do Tribunal Superior do Trabalho;

III – os processos porventura suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição


retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo Tribunal Superior do
Trabalho.

Art. 15. Para fundamentar a decisão de manutenção do entendimento, o órgão que


proferiu o acórdão recorrido deverá demonstrar a existência de distinção, por se tratar de
caso particularizado por hipótese fática distinta ou questão jurídica não examinada, a impor
solução diversa.

§ 1º Na hipótese de que trata o caput deste artigo, o recurso de revista será submetido a
novo exame de sua admissibilidade pelo Presidente ou Vice-presidente do Tribunal Regional,
retomando o processo o seu curso normal.

§ 2º Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente, o Tribunal de


origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não decididas, cujo enfrentamento se
tornou necessário em decorrência da alteração.

§ 3º Quando for alterado o acórdão divergente na forma do § 1º e o recurso


anteriormente interposto versar sobre outras questões, o Presidente ou Vice-presidente do

165
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Tribunal Regional, independentemente de ratificação do recurso, procederá a novo juízo de


admissibilidade, retomando o processo o seu curso normal.

Art. 16. A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes
de proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso
representativo da controvérsia.

§ 1º Se a desistência ocorrer antes de oferecida a defesa, a parte, se for o caso, ficará


dispensada do pagamento de custas e de honorários de advogado.

§ 2º A desistência apresentada nos termos do caput deste artigo independe de


consentimento do reclamado, ainda que apresentada contestação.

Art. 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos


quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a
segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal
Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.

Art. 18. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também
contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o
conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional.

Art. 19. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do


Trabalho será aplicado o procedimento previsto no Código de Processo Civil para o julgamento
dos recursos extraordinários repetitivos, cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao
Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte,
na forma ali prevista.

Art. 20. Art. 20. Quando o julgamento dos embargos à SbDI-1 envolver relevante
questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos mas
a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre as
turmas ou os demais órgãos fracionários do. Tribunal Superior do Trabalho, poderá a SbDI-1,
por iniciativa de um de seus membros e após a aprovação da maioria de seus integrantes,
afetar o seu julgamento ao Tribunal Pleno.

Parágrafo único. Aplica-se a este incidente, no que couber, o que esta Instrução
Normativa dispõe sobre o incidente de julgamento de recursos repetitivos

Art. 21. O Tribunal Superior do Trabalho deverá manter e dar publicidade às questões
de direito objeto dos recursos repetitivos já julgados, pendentes de julgamento ou já
reputadas sem relevância, bem como daquele objeto das decisões proferidas por sua
composição plenária, nos termos do § 13 do artigo 896 da CLT e do artigo 20 desta Instrução
Normativa.

Parágrafo único. As decisões, organizadas por questão jurídica julgada, serão divulgadas,
preferencialmente, na rede mundial de computadores e constarão do Banco Nacional de
Jurisprudência Uniformizadora – BANJUR, instituído pelo artigo 7º da Instrução Normativa nº
37/2015, aprovada pela Resolução nº 195, de 02.03.2015, do Tribunal Superior do Trabalho.

166
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 22. Após a publicação da presente Instrução Normativa, ficam expressamente


revogados os artigos 7º a 22 do Ato nº 491/SEGJUD.GP, de 23 de setembro de 2014.

Do Incidente de assunção de competência – artigo 896, parágrafo 13

A lei 13015/2014 incluiu o parágrafo 13 no artigo 896 da CLT, introduzindo no ordenamento


jurídico trabalhista o incidente de assunção de competência. Com efeito o referido parágrafo dispõe:

§ 13. Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um dos membros da Seção


Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, aprovada pela
maioria dos integrantes da Seção, o julgamento a que se refere o § 3o poderá ser afeto
ao Tribunal Pleno.

Em primeiro lugar, o incidente de assunção de competência tem por finalidade provocar


o julgamento de caso relevante por órgão colegiado de maior composição. Há um
deslocamento de competência no âmbito interno do tribunal. O caso, que deveria ser julgado
por uma turma, é afetado a outro órgão de maior composição, a ser indicado pelo regimento
do tribunal, que passa a assumir a competência para julgar o caso.
O artigo 298 do regimento interno do TST trata do Incidentes de Assunção de
competência nos seguintes termos:
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
Art. 298. Quando o julgamento dos embargos à Subseção I da Seção Especializada em
Dissídios Individuais envolver relevante questão de direito, com grande repercussão
social, sem repetição em múltiplos processos, mas a respeito da qual seja conveniente a
prevenção ou a composição de divergência entre as turmas ou os demais órgãos
fracionários do Tribunal Superior do Trabalho, poderá a Subseção I da Seção
Especializada em Dissídios Individuais, por iniciativa de um de seus membros e após a
aprovação da maioria de seus integrantes, afetar o seu julgamento ao Tribunal Pleno.
§ 1º Aplica-se a este incidente, no que couber, o que este Regimento e os arts. 896-B e
896-C da CLT dispõem sobre o incidente de julgamento de recursos repetitivos.

§ 2º O Tribunal Pleno julgará os embargos se reconhecer interesse público na assunção


de competência. § 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos
os juízes e tribunais, exceto se houver revisão de tese.
Importante destacar que embora o artigo 896 se refere ao recurso de revista, mas o parágrafo
13 está mais relacionado com os embargos de divergência uma vez que o deslocamento da
competência é da SDI para o pleno. A SDI – não julga recurso de revista

4- RECURSO DE EMBARGOS PREVISTOS NO INCISO I DO ARTIGO 893 E ARTIGO 894 DA CLT

A palavra embargos pode corresponder a recurso (embargos de divergência ou


infringentes) ou ação (embargos de execução)

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Os Embargos de divergência é o recurso de natureza extraordinária como o recurso de


revista, pois é através dele que se propicia a uniformização da jurisprudência trabalhista no

167
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

âmbito do TST aplicando-se as regras de processamento daquele recurso já estudado,


notadamente as regras a que se refere a comprovação da divergência na forma da súmula 337.

CABIMENTO

A LEI Nº 13.015, DE 21 JULHO DE 2014 deu nova redação ao artigo 894 da CLT para
deixar que certo que os embargos de divergência podem ser interpostos nas seguintes
hipóteses :

Art. 894

II - Das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela
Seção de Dissídios Individuais, contrárias à súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal
Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. (Revogado).

§ 2o A divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a
ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou
superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 3o O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos:

I - Se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do


Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e
atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, cumprindo-lhe indicá-la;

II - Nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de


ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade.

§ 4o Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias.”


(NR)

Também, importante ressaltar a Súmula 353 do TST trata do cabimento dos embargos e
dispõe, in verbis:

“Não cabem embargos para a SDI de decisão de Turma proferida em agravo, salvo:

a) da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela


ausência de pressupostos extrínsecos;

b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão monocrática do


Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de agravo de
instrumento;
c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do recurso de
revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no julgamento do
agravo;
d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; para impugnar

168
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

imposição de multas previstas no art. 538, parágrafo


e) único, do CPC, ou no art. 557, § 2º, do CPC”.
A referida Súmula apresenta, em resumo, as hipóteses de cabimento dos embargos das
decisões de Turma proferidas em Agravo e que serão apreciadas pela SDI deixando certo que
de regra não cabe o recurso salvo para revisão de decisão monocrática quanto a pressupostos
extrínsecos do recurso e que denega conhecimento ao de agravo de instrumento e a
imposição de multas, visando assegurar o duplo grau de jurisdição, inclusive para revisão da
multa fixada.

PROCESSAMENTO DOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA

Os Embargos de Divergência devem ser interpostos no prazo de oito dia, propiciam á


parte contrária o oferecimento de impugnação, estão sujeitos a preparo e à adequada
representação.
Trata-se de um recurso de natureza extraordinária e, portanto, não cabem para revolver
matéria voltada para o exame de fatos e provas súmula 126 do TST
Também são exigíveis para os embargos as orientações consagradas na súmula de
jurisprudência para o recurso de revista como aqueles relacionados com o prequestionamento
súmulas 296 e 297 e demonstração de conflito jurisprudencial.
De acordo com o artigo 102 do regimento Interno do TST os embargos interpostos da
decisão de turma serão distribuídos entre os Ministros não integrantes do Colegiado prolator
da decisão embargada
Nos termos da Instrução Normativa nº 17
Súmula nº 421 do TST EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA
DO RELATOR CALCADA NO ART. 557 DO CPC. CABIMENTO
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista no art.
932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão somente juízo
integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.

II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator


converter os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e
celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a
ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

EMBARGOS INFRINGENTES

A Lei 7701/88, na alínea “c” do inciso II do art. 2º ,ao estabelecer a competência da


Seção especializada de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho, incluiu a
competência para julgar em última instancia os embargos infringentes interpostos contra
decisão não unânime proferida em processo de dissídio coletivo de sua competência
originária , salvo se a decisão atacada estiver em consonância com precedente
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou da Súmula de sua jurisprudência
predominante É o que dispõe a alínea “c” do inciso II do art. 2º do mesmo Diploma Legal

RECURSOS INTERPOSTOS DE SENTENÇA NORMATIVA

169
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

O duplo grau de jurisdição quando se trata de sentença normativa é admitido somente


em caráter excepcional. Das decisões proferidas em dissídio coletivo são admitidos apenas: a)
embargos de declaração, b) recurso ordinário para o TST conforme lei 7701/88 artigos 2°
inciso II e artigo 895 letras b c) Recurso Adesivo, d) Embargos Infringentes contra decisões
coletivas originárias do TST não unânimes e que não estejam em consonância com os
Precedentes Normativos do TST ou de Súmula de jurisprudência pacificada do TST. e) Agravo
de Instrumento das decisões que denegarem o processamento de qualquer recurso cabível, f)
Agravo Regimental, nos termos do Regimento interno dos Tribunais.
Sentença que homologa acordo no Dissídio Coletivo- trata-se de sentença irrecorrível
pelas partes, só o Ministério Público do trabalho detém legitimidade para interpor recurso,
quando seus termos atentarem contra preceitos de ordem pública; a parte só tem
legitimidade para recorrer quando o Tribunal não homologou todas as suas cláusulas.

PREPARO

Considerando a natureza jurídica do depósito recursal que é de garantia do juízo na


execução, e considerando também a natureza jurídica da sentença normativa (declaratória ou
constitutiva, nunca condenatória) o TST através de Instrução Normativa deixou certo que não
é exigido depósito recursal para o recurso ordinário interposto em Dissídio Coletivo, somente
é exigido o pagamento de custas processuais, conforme dispõe o parágrafo 4° do acordo 789
da CLT “ as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas
processuais”.

6-AGRAVO DE INSTRUMENTO

Nos termos do disposto na alínea “b” do artigo 897 Consolidação das Leis do Trabalho
cabe agravo de instrumento, dos despachos (decisão monocrática) que denegarem a
interposição dos recursos. Podemos afirmar que cabe agravo de instrumento da decisão que
denegar segmento ao recurso ordinário, adesivo, revista e extraordinário. E também contra a
decisão que denega segmento ao agravo instrumento interposto. Não cabe da decisão que
denega segmento aos embargos para o TST, pois o recurso cabível seria o agravo regimental,
ainda que alguns doutrinadores afirmem caber agravo de instrumento (Sergio Pinto Martins)

NATUREZA JURÍDICA DOS DESPACHOS DE DENEGAM SEGMENTO AOS RECURSOS - A


doutrina vem se firmando tratar-se de decisão interlocutória

Questiona-se em doutrina o cabimento de agravo de instrumento contra a decisão que


denega pedido de revisão do valor da causa, Wagner Giglio e outros doutrinadores entendem
que sim, outros, no entanto, afirmam o não cabimento. Aqueles que sustentam que a lei
1060/50 não foi revogada pela lei 5584/70 a teor do artigo 17 sustentam o cabimento.
Nas razões do agravo não se deve atacar a sentença recorrida, eis que estas matérias devem
ficar adstritas ás razões do recurso trancado, mas devem voltar-se para combater a jurisdicidade da r.
decisão agravada. O agravo de instrumento não é sucedâneo do recurso denegado e o seu êxito
depende de a parte mostrar que o recurso tinha condições de ser processado.
A lei 8432/92 tornou obrigatório que as partes promovam a formação do instrumento
do agravo de modo a permitir que se for provido o agravo, passa-se ao imediato julgamento

170
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

do recurso, denegado., sendo certo que foi acrescentado o parágrafo 5º no art. 897 da CLT ,
onde se tem logo no inciso I desse mesmo parágrafo as peças obrigatórias que devem instruir
a formação do agravo, tais como a cópia da decisão agravada, da certidão da respectiva
intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e agravado, petição
inicial. Contestação, decisão originária, comprovação do depósito recursal e do recolhimento
das custas.
Também conforme se verifica, o inciso II do mesmo dispositivo consolidado a lei permitiu
que o agravante possa facultativamente trazer peças que reputar úteis ao deslinde da matéria
de mérito controvertida.

MATÉRIA Á SER TRATADA NAS RAZÕES DO AGRAVO

As razões do agravo não devem ficar adstritas ás razões do recurso trancado mas devem
voltar-se para combater a juridicidade do r. Despacho agravado O agravo de instrumento não
é sucedâneo do recurso denegado e o seu êxito depende, portanto, da parte mostrar que o
recurso tinha condições de ser processado.

EFEITO

Apenas devolutivo, a matéria analisada será o acerto ou não da decisão que denegou
segmento ao recurso interposto, e somente em caso de provimento do agravo de instrumento
é que o Tribunal passará a analisar o recurso cujo segmento havia sido obstado pelo juízo a
quo.

PROCESSAMENTO

A tramitação e o julgamento do agravo de instrumento obedecerão a disciplina legal e a


constante no regimento interno dos tribunais. Pela resolução administrativa 1418/2010 o TST
determinou que o agravo de instrumento seja processado nos próprios autos do recurso
denegado. O agravo de instrumento protocolado será concluso ao juiz prolator do despacho
agravado, para reforma ou confirmação da decisão impugnada.
Mantida a decisão, o agravado será, dentro da observância ao princípio do contraditório,
notificado para oferecer a contraminuta bem como as contrarrazões ao recurso principal.
Ao juízo agravado não é permitido obstar o segmento do agravo de instrumento.
Importante ressaltar, que no processo do Trabalho não é cabível o agravo retido na
forma em é admitido no Direito Processual Civil, pois as decisões interlocutórias não são
irrecorríveis. Tais decisões apenas poderão ser questionadas quando da interposição do
recurso da decisão definitiva.
A competência para julgar o agravo de instrumento é do tribunal que seria competente
para julgar o recurso cujo segmento foi denegado.

DEPÓSITO RECURSAL - Em 29 de junho de 2010 foi sancionada a Lei 12.275/2010


alterando dispositivos da CLT, tornando obrigatório o pagamento prévio de depósito
recursal para interposição de Agravos de Instrumento na Justiça do Trabalho.
A lei foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União e entra em vigor 45 dias
após a publicação. De acordo com a alteração legal o empregador, condenado em parcela de
natureza pecuniária, que pretender interpor agravo de instrumento deverá efetuar depósito

171
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

de 50% correspondente ao recurso que teve denegado seu prosseguimento.

Também conforme dispõe a lei 13015/2014, que acrescentou o § 8 º ao artigo 897 da


CLT :

Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso de revista que


se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do
Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá
obrigatoriedade de se efetuar o depósito referido no § 7 o deste artigo.” (NR)

No que se refere ao artigo 899 da CLT, houve o acréscimo do parágrafo 8º,


determinando que quando o Agravo tiver a finalidade de destrancar o Recurso de Revista que
contrarie jurisprudência já uniformizada do Tribunal Superior do Trabalho, através de suas
súmulas e OJ’s, não haverá obrigatoriedade de efetuar o depósito recursal no percentual de
50% do valor do depósito do Recurso de Revista que se pretende destrancar

Art. 23. A dispensa de depósito recursal a que se refere o § 8º do artigo 899 da CLT
não será aplicável aos casos em que o agravo de instrumento se refira a uma parcela de
condenação, pelo menos, que não seja objeto de arguição de contrariedade a súmula ou a
orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho.
Parágrafo único. Quando a arguição a que se refere o caput deste artigo revelar-se
manifestamente infundada, temerária ou artificiosa, o agravo de instrumento será
considerado deserto.

7-AGRAVO REGIMENTAL

O agravo regimental é um recurso previsto no regimento interno dos Tribunais, Pode-se


afirmar que o agravo regimental caberá quando não houver um meio de impugnação
específico previsto na legislação, cabendo ao regimento interno no tribunal fazer a precisão
supletiva. Geralmente o recurso
é previsto em face de decisões monocráticas do Presidente do Tribunal, quando da análise de
medidas urgentes, assim como na hipótese de indeferimento de petições inicial de ações de
competência originária, tais como mandados de segurança, dissídios coletivos, ações
rescisórias, etc.

CABIMENTO

Trata-se de recurso cabível para atacar decisão que denegar segmento ao recurso, ou
para atacar decisões das quais a lei não prevê nenhum recurso, também há alguns regimentos
Internos que admitem o Agravo regimental para atacar decisão que denegar ou conceder
medida liminar, que indeferir de plano petição inicial de ação rescisória, mandado de
segurança, ação cautelar e habeas corpus, das decisões proferidas pelo corregedor em
reclamação correcional e proferidas pelo Presidente do Tribunal em matéria administrativa
etc.

FONTE NORMATIVA

A Consolidação das Leis do Trabalho no artigo 709 fala no agravo regimental e a Lei 7701/88

172
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

também se reporta a julgamento de agravos regimentais em duas oportunidades ; quando se


refere à competência da Seção de Dissídios Individuais para, em única instância, apreciá-los -
artigo 3º inciso II alínea “a” e, última instancia, alínea “f” do inciso III do mesmo artigo, contra os
despachos denegatórios dos Presidentes de Turmas , em matéria de embargos.

NATUREZA JURIDICA

Há quem entenda que não constituem propriamente modalidade de recurso, pelo fato de
não haver oportunidade para contrarrazões ou sustentação oral, preparo, nem revisor, no
entanto, é certo que o agravo regimental provoca o reexame e a revisão de decisão anterior.

PRAZO DE INTERPOSIÇÃO

O prazo para interposição do agravo regimental vem estabelecido nos regimentos


internos dos tribunais, sendo certo que no TST, o prazo é de oito dias contados da intimação
da decisão; não há previsão de preparo ou depósito recursal, admitindo-se juízo de retratação,
não há previsão de notificação das partes para contrarrazões ou sustentação oral.

PROCESSAMENTO

Trata-se de recurso que deve ser interposto perante o órgão judicial que proferiu a
decisão atacada, devendo ser requerido a reconsideração da decisão e sucessivamente o
encaminhamento dos autos ao órgão colegiado. Não havendo retratação, o relator que é o juiz
que proferiu a decisão agravada determinará a inclusão do processo em pauta para
julgamento, pois não lhe permitido indeferir o processamento do agravo. È certo que O
agravante deve ter muito cuidado pois o processamento do agravo regimental varia de acordo
com o regimento interno de cada Tribunal

8-AGRAVO DE PETIÇÃO

O Agravo de Petição é recurso previsto pela alínea a do art.897 da C.L.T, cabível no prazo
de oito dias das decisões do juiz ou Presidente, nos processos de execução.

CABIMENTO

Destina-se o agravo de petição a atacar as decisões do Juiz terminativas ou definitivas


nas execuções. Isto é, através do agravo de petição poderá a parte ir resignar-se com decisão
que aprecia embargos à execução do devedor ou impugnação do credor.
Há que se ressaltar o entendimento jurisprudencial no sentido de que, diante da falta
de autonomia da fase de liquidação, a decisão proferida na fase de liquidação, não pode ser
atacada por agravo de petição, por não ter natureza de decisão definitiva, mas sim decisão
interlocutória. Assim, o meio processual apto para atacá-la são os embargos (884, parágrafo
4°).
Não uniformidade na doutrina a respeito do cabimento de agravo de petição da decisão que
rejeita artigos de liquidação, Amauri Mascaro Nascimento entende que cabe, Manoel Antonio

173
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Teixeira Filho entende que não é admitido, aduzindo que pela mesma razão não é cabível agravo
de petição para atacar decisão que rejeita artigos de liquidação, sustenta que em caso de rejeição
por não estarem provados, estes poderão ser renovados.
Também há que se deixar certo que o agravo de petição não é o recurso cabível para
atacar a decisão que denega o pedido de exceção de pré-executividade (interlocutória), mas a
que aceita a exceção de pré-executividade cabe agravo de petição.
José Augusto Rodrigues Pinto sustenta o cabimento do agravo de petição das decisões
interlocutórias mistas como no caso a que julga não provados os artigos de liquidação.

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO

Por se tratar de recurso, deve ser interposto no prazo de oito dias contados a partir da
data em que a parte é cientificada da sentença proferida na fase execução.
Nos termos do que dispõe o § 3o do artigo 897 da CLT a competência para julgar o
recurso de agravo de petição se se tratar de decisão proferida pelo Juiz do Trabalho de 1ª
Instância ou de Juiz de Direito, o julgamento competirá a uma das Turmas do Tribunal
Regional a que estiver subordinado o prolator da sentença.
Quando o agravo de petição versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da
execução determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão autuadas em
apartado, conforme dispõe o § 3o, parte final, e remetidas à instância superior para
apreciação, após contraminuta.
Importante lembrar que conforme disposto no § 2º do artigo 897 da CLT” O agravo de
instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição não suspende
a execução da sentença.

PRESSUPOSTO PROCESSUAL INTRÍNSECO

Dispõe ao parágrafo primeiro do artigo 897 que o agravo de petição só será recebido
quando o agravante delimitar e justificar os valores impugnados, permitindo a execução da
parte remanescente. Tem-se, portanto, que a delimitação da matéria é pressuposto de
admissibilidade do recurso por parte do devedor e se não for observado, o recurso não será
processado.
Em doutrina encontramos entendimentos de que se for o credor que estiver interpondo
o agravo de petição não é necessário delimitar a matéria, eis que a delimitação visa tutelar
interesse do credor, em nome do qual se processa toda a execução. Também sustentam que
não há essa exigência quando se trata de terceiro, uma vez que este não pretende discutir o
valor devido na execução, mas sim a legalidade ou não do ato judicial de penhora de bem que
alega ser de sua propriedade, ou que se encontravam em sua posse legitima.

PREPARO

Não há necessidade do pagamento do depósito prévio para a interposição do agravo de


petição, uma vez que geralmente na fase de execução geralmente o juízo já se encontra
garantido com a penhora. Por exemplo os embargos de execução, o qual tem sua
admissibilidade condicionada a realização de penhora de bens.
Também no que se refere as custas na fase de execução serão de responsabilidade do

174
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

executado e pagas no final (artigo 789 A caput).

EFEITO

Depois da edição da Lei 8432/92 o agravo de petição passou a ser recebido no efeito
devolutivo em razão do disposto na regra geral do artigo 899, restrito aos valores impugnados
pelo agravante.

PROCESSAMENTO

O processamento do agravo de petição corresponde em linhas gerais ao previsto para o


recurso ordinário

9- RECURSO EXTRAORDINÁRIO

O Recurso Extraordinário previsto no art. 102, III, da Constituição Federal. poderá ser
interposto no prazo de 15 dias, das decisões proferidas pelo TST, em única ou última instância,
quando a decisão:
a) Contrariar dispositivo da Constituição Federal;
b) Houver a necessidade de se declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
federal;
c) For julgado válida lei federal ou ato do governo local contestado em face da
Constituição Federal.

Ou seja, as causas trabalhistas poderão vir a ser discutidas no Supremo Tribunal Federal,
em grau de recurso extraordinário, sempre que estiver em jogo a possibilidade de ofensa à
Constituição Federal por decisão oriunda da Justiça do Trabalho (do Tribunal Superior do
Trabalho).
“No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços
de seus membros".

PROCESSAMENTO:
O processamento do recurso extraordinário obedecerá às regras previstas nos artigos
541 e seguintes do CPC bem como do Regimento Interno do STF

EMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004 E A SÚMULA VINCULANTE: Com o objetivo de


diminuir o número de recursos, criou-se, com a EC 45, a possibilidade de ser editada Súmula
pelo STF, de observância obrigatória para todo o Poder Judiciário e também para à
administração pública de todos os entes federados.

Dispõe a Carta Política: Art. 103-B: O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões

175
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses
e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou
cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta
de inconstitucionalidade.§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal
Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso."
Conforme dispõe o artigo 893§2º o recuso extraordinário não suspende a execução do
julgado, no entanto diverge a doutrina e a jurisprudência a respeito se a execução é definitiva ou
provisória. O TST na OJ 56 da SDI-II- deixa certo que “Não há direito liquido e certo a execução
definitiva na pendência de recurso extraordinário “

10-RECLAMAÇÃO CORREICIONAL – CORREIÇÃO PARCIAL

A correição pode ser geral ou ordinária, assim entendida aquela que é realizada uma vez
por ano nas varas ou nos tribunais, extraordinária que é feita sempre que o corregedor
entender necessário e Correição Parcial, quando o corregedor toma conhecimento de
ocorrências particulares, denunciadas pela parte prejudicada

CABIMENTO

Dispõe o artigo 709 inciso II, que cabe ao Juiz Corregedor decidir reclamações contra
atos atentatórios da boa ordem processual praticados pelos Tribunais Regionais e seus
Presidentes quando inexistir recurso específico.

Tem-se que o cabimento da correição parcial se subordina aos seguintes pressupostos:

a) ato atentatório á boa ordem processual, sendo certo também que a lei não relaciona
quais são estes atos, e nesse vazio deverá prevalecer sempre o bom senso da parte, e do juiz
corregedor,
b) Não há recurso cabível para atacar o ato impugnado,
c) existência de prejuízo para a parte em decorrência do ato praticado pelo juiz Assim,
sempre que existir recurso cabível para atacar o ato impugnado não caberá correição

NATUREZA JURÍDICA

Parte da doutrina nega a correição parcial a natureza recursal, afirmando tratar-se de

176
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

mero procedimento administrativo, que tem por fim coibir procedimentos do juiz
atentatórios a boa ordem processual, outros no entanto, atribuem a correição parcial,
natureza recursal sui generis de origem clandestina, eis que não está previsto na lei como
recurso, mas que tem por fim a reforma do ato judicial.

PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO

O prazo de interposição, vem fixado nos regimentos internos dos Tribunais, que
geralmente fixam em 05 dias contados a partir da publicação do ato ou da ciência pela parte
dos fatos relativos a impugnação

PROCESSAMENTO

O artigo 709, inciso II da CLT, dispõe que cabe ao Ministro Corregedor do TST decidir
reclamações contra atos atentatórios a boa ordem processual praticados pelos TRTs e seus
Presidentes, por essa razão a petição inicial è dirigida ao Juiz Corregedor A apresentação de
correição não suspende o processo principal, Apresentada a petição inicial o juiz de primeiro
grau não pode negar segmento, ainda que esteja fora de prazo, Autuada será enviado cópia a
autoridade para manifestação no prazo de dez dias, prestando as informações necessárias. A
petição inicial será indeferida pelo Corregedor sempre que se verificar não ser caso de
correição, ou se a petição for inepta. O corregedor deverá decidir no prazo de dez dias, sendo
o julgamento realizado pelo juiz monocrático e não colegiado. Das decisões proferidas pelo
Corregedor caberá Agravo Regimental

EXECUÇÃO

A seguir vamos analisar a execução no processo do trabalho, que pode ser entendida
como o conjunto de atos praticados pelas partes ou de oficio pelo juiz, com a finalidade de
compelir o devedor a satisfazer a obrigação constante do título executivo.
1 - Títulos Executivos -O artigo 876 da Consolidação das Leis do Trabalho, com a nova
redação que lhe foi dada pela Lei 9958 /2000 aponta quais são os títulos executivos que
podem ser executados na Justiça do Trabalho que são:
a) Títulos judiciais (decisões passadas em julgado ou das quais não tenha havido
recurso com efeito suspensivo; e os acordos, quando não cumpridos);
b) Títulos extrajudiciais os termos de ajuste de conduta firmados perante o Ministério
Público do Trabalho; e os termos de conciliação firmados perante as Comissões de
Conciliação Prévia.
No parágrafo único do artigo 876 da CLT tem-se que serão executados de officio os
créditos previdenciários devidos em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais
do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo.
Este dispositivo legal está em consonância com o artigo 114, inciso VIII da Constituição
Federal que prevê a competência material da Justiça do trabalho para executar esses
créditos. Importante lembrar que o Supremo Tribunal Federal ao interpretar o referido
dispositivo legal, vem decidindo que a competência da justiça obreira alcança apenas a
execução das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação constante das
sentenças que proferir.
Deve ser mencionado que o rol de títulos executivos referidos no artigo 876 da CLT não

177
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

é exaustivo pois existem outros títulos passíveis de execução na Justiça do Trabalho Exemplo.
Laudo arbitral (artigo 31 da Lei 9.307/96 e os créditos previdenciários
Importante mencionar que a lei 13.467/2017 deu nova redação ao parágrafo único
do artigo 876 da CLT para ficar constando a competência da Justiça do trabalho para
executar de oficio as contribuições sociais previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do
caput do art. 195 da Constituição Federal, e seus acréscimos legais, relativas ao objeto da
condenação constante das sentenças que proferir e dos acordos que homologar.

“Art. 876.
Parágrafo único. A Justiça do Trabalho executará, de ofício, as contribuições sociais
previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 195 da Constituição Federal, e
seus acréscimos legais, relativas ao objeto da condenação constante das sentenças que
proferir e dos acordos que homologar.

2- Execução Definitiva e Execução Provisória -A execução do título executivo judicial


pode ser definitiva ou provisória. Definitiva, está fundada em título executivo transitado em
julgado. Provisória quando o título executivo ainda não transitou em julgado, quando ainda
subsistir recurso recebido apenas no efeito devolutivo.
A execução de título executivo extrajudicial é sempre definitiva. Também há que
observar que a execução provisória jamais se processa de ofício, mas sim deve ser requerida
pelo exequente que deverá providenciar a extração da carta de sentença. Quando a
sentença for em parte definitiva e em parte provisória, poderá a execução ser definitiva na
parte que já houve o trânsito em julgado, e provisória, na parte recorrida.
Na execução provisória só se pratica ato de constrição, mas não atos de alienação de
bens, uma vez que por força do artigo 899 da CLT a execução provisória tem seu
processamento até a penhora.
No entanto, a doutrina entende que poderão ser interpostos e julgados os embargos a
penhora, bem como o agravo de petição desde que relacionado com a constrição do bem,
que tem por fim determinar a subsistência da penhora.

3 - Legitimação Ativa na execução -O artigo 878 da CLT com a nova redação que lhe
foi dada pela lei 13.467/2017 dispõe que A execução será promovida pelas partes,
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo Presidente do Tribunal apenas nos casos
em que as partes não estiverem representadas por advogado.

Tem-se, portanto, que agora a execução de oficio só será possível quando o as partes
não estiverem representadas por advogados, e por essa razão, agora, não se tem mais
dúvida de que a prescrição intercorrente, e aplicada no processo do trabalho,

4 - Legitimidade Passiva- A execução de regra é promovida pelo credor em face do


devedor que geralmente é o empregador. Conforme disposto nos artigos 10 e 448 da CLT o
sucessor responde sempre pelo passivo trabalhista, sendo sujeito passivo na execução
trabalhista, e também nos termos do que estabelece o parágrafo 2° do artigo 2° da CLT,
havendo grupo econômico todas as empresas do grupo serão solidariamente responsável
pelo passivo trabalhista, e o fato de ter o TST cancelado a súmula 205, tem-se que a

178
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

execução poderá ser promovida em face de qualquer empresa do grupo ainda que não tenha
sido parte na fase de conhecimento.

5-Competência para a Execução

Da leitura do artigo 877 da Consolidação das Leis do trabalho se verifica que de regra a
competência para a execução é do juiz ou presidente do tribunal que julgou originariamente
a ação. Havendo reforma da decisão pelos tribunais as sentenças serão executadas perante a
vara de onde originaram o processo, uma vez que o fato de ser ou não provido o recurso não
altera a competência executória do juízo originário. Da mesma forma, os acordos judiciais
celebrados em fase de recurso, perante o juízo de 2° serão executados em primeira
instância. Nas ações de mandado de segurança ou rescisória de competência originária dos
Tribunais o acórdão proferido deve ser executado perante o próprio órgão do segundo grau
(artigo 682, VI da CLT).Quando se tratar de execução de título executivo extrajudicial, o
artigo 876 A da CLT, estabelece que a competência será do juiz que teria competência para o
processo de conhecimento relativo á matéria.

6-Liquidação Da Sentença

Diz-se liquidação de sentença a fase processual que antecede a Execução, quando um


ou mais atos são praticados por uma ou ambas as partes com a finalidade de estabelecer o
valor da condenação ou de individualizar o objeto da obrigação. Nem todas as decisões são
exequíveis de plano., geralmente, é preciso tornar líquida a condenação, sem o que, ao título
faltará o requisito de liquidez.

Mesmo quando a ação se processa pelo rito sumaríssimo, que por força de lei deverá
ser liquida, é necessário que proceda a liquidação para apuração dos juros correção
monetária, o valor das contribuições previdenciárias devidas e outras parcelas acessórias da
condenação.

Formas de liquidação de sentença -O caput do artigo 879 da CLT determina que a


liquidação poderá ser feita por cálculos, por arbitramento ou por artigos.

1 – Cálculos -Adota-se a liquidação por cálculos quando os elementos necessários a


apuração do valor devido já estão nos autos, sendo o caso apenas de fazer as contas para se
chegar ao montante devido, cabendo ao credor apresentar os cálculos de forma especificada
e atualizada.
O artigo 879 parágrafo 1° da CLT, estabelece que as partes deverão ser previamente
intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição
previdenciária devida.
Assim não só o credor, mas também o devedor poderá apresentar seu cálculo,
depositando, de imediato, o valor apurado. Os juros de mora também são liquidados e são
devidos a partir da data do ajuizamento da ação (art. 883 da CLT e súmula 200 do TST).

Conforme disposto na nova redação do parágrafo 2°do artigo 879 da CLT, elaborada a
conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo comum de oito dias para

179
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob
pena de preclusão.

No parágrafo 3°, a lei celetista impõe, ainda, a notificação da União para manifestação
no prazo de 10 dias sob pena de preclusão.

§ 3o Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o


juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena
de preclusão.
A Fazenda Pública não tem prazo em dobro para falar sobre os cálculos (§ 3º art. 879,
pois não se trata de recurso).
Conforme disposto no parágrafo 4° do artigo 879 da CLT, a atualização do crédito
devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária.

No parágrafo 7° do artigo 879 da CLT, acrescentado pela lei 13.467/2017, a


atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa
Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de
março de 1991

2 – Arbitramento

Far-se-á a liquidação por arbitramento sempre que assim houver sido determinado
pela sentença, ajustado pelas partes ou sempre que assim exigir a natureza do objeto da
liquidação. Na liquidação por arbitramento, os elementos para a liquidação não estão nos
autos, sendo necessário um conhecimento técnico para obtê-los ou avaliá-los.
A liquidação por arbitramento poderá ocorrer, também, quando houver lacuna na
prova produzida, por inexistência de documentos ou falta de dados, sendo determinado
segundo as diretrizes do juiz. È que muitas vezes.

3-Artigos -Utiliza-se a liquidação por artigos quando haja necessidade de prova de


fatos novos para a fixação do quantum debeatur. Na liquidação por artigos pressupõe-se, já
provada a obrigação, mas não ainda sua extensão. Denomina-se liquidação por artigos eis
que a parte deverá articular em petição aquilo que pretende ser liquidado.
Conforme mencionado, na liquidação por artigos, os elementos não estão ainda
integralmente nos autos, o que se prova não são fatos novos, mas sim, fatos que a sentença
exequenda, a falta de elementos contidos nos autos, não pode precisar, ou seja, trata-se de
provar fatos que estão fora dos autos, mas podem ser obtidos.
Ex.: uma sentença fixa o pagamento de horas extras de empregado remunerado por
peça produzida, sem especificar seu número de peças que seriam produzidas por hora. Nos
artigos de liquidação o exequente irá provar quantas peças produzia por hora, para se fixar o
valor da remuneração das horas extras trabalhadas.
Conforme disposto no artigo 509, inciso II do CPC de 2015 quando houver necessidade
de alegar e provar fato novo na liquidação, será observado o mesmo rito do procedimento
comum.

PROTESTO DA DECISÃO NOS ORGÃOS DE PROTEÇÃO AO CREDITO OU NO BANCO DE


DEVEDORES DA JUSTIÇA DO TRABALHO.

180
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A lei 13.467/2017 acrescentou na CLT o artigo 883 letra A para ficar constando a
possibilidade de protesto dos e inscrição do devedor no cadastro de devedores dos
serviços de proteção ao credito e cadastro de devedores da Justiça do Trabalho quando
transcorrido o prazo de 45 dias depois da citação para pagamento do devedor não atender
a determinação judicial .

“Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a
protesto, gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no
Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de
transcorrido o prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não
houver garantia do juízo.”

RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL DO DEVEDOR

O TST na IN 39/2016 deixou certo que: “aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face


de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil constante dos
artigos. 789 a 796 do novo CPC que trata da responsabilidade patrimonial e diante da sua
relevância transcrevemos abaixo;
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - Do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou
obrigação reipersecutória;
II - Do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - Do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua
meação respondem pela dívida;
V - Alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - Cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito passivo o
proprietário de terreno submetido ao regime do direito de superfície, ou o superficiário,
responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real do qual é titular o executado, recaindo
a penhora ou outros atos de constrição exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou
sobre a construção ou a plantação, no segundo caso.
§ 1o Os atos de constrição a que se refere o caput serão averbados separadamente na
matrícula do imóvel, com a identificação do executado, do valor do crédito e do objeto sobre
o qual recai o gravame, devendo o oficial destacar o bem que responde pela dívida, se o
terreno, a construção ou a plantação, de modo a assegurar a publicidade da responsabilidade
patrimonial de cada um deles pelas dívidas e pelas obrigações que a eles estão vinculadas.
§ 2o Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à enfiteuse, à concessão de uso
especial para fins de moradia e à concessão de direito real de uso.

FRAUDE A EXECUÇÃO

181
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 792 NCPC. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:


I - Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;
II - Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de
execução, na forma do art. 828;
III - Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação
capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - Nos demais casos expressos em lei.
§ 1o A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2o No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o
ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a exibição das
certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4o Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente,
que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.

DA RESPONSABILIDADE DO SOCIO

Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade,
senão nos casos previstos em lei.
§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o
direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.
§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade
situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.
§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo
processo.
§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do
incidente previsto neste Código.

RESPONSABILIDADE DO ESPOLIO

Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada
herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na proporção da parte que lhe
coube.

EXECUÇÃO PELO MODO MENOS GRAVOSO PARA O EXECUTADO

Art. 805 NCPC -. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o
juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.

Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção
dos atos executivos já determinados

182
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

ESPÉCIES DE EXECUÇÃO

Em seguida vamos analisar as principais modalidades de execução tratadas na norma


processual.

1-Execução por Quantia Certa Contra Devedor Solvente-

Trata-se da forma mais usada no processo do trabalho, e tem por fim expropriar bens
do devedor para satisfazer o direito do credor. Inicia-se com a expedição de mandado de
citação do executado, a requerimento da parte ou ex officio, para que cumpra a decisão ou
o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas, ou em se tratando de
pagamento em dinheiro, incluídas as contribuições sociais devidas ao INSS, para que pague
no prazo de 48 horas ou garantia da execução, sob pena de penhora (art. 880 da CLT).
O mandado deverá ser acompanhado da sentença exequenda ou o acordo descumprido
(§ 1º do art. 880 da CLT).
Na fase de execução a citação é feita por oficial de justiça e grande parte da doutrina
entende que deverá ser pessoal. Não sendo o devedor encontrado por duas vezes, no
espaço de 48 horas, será feita a citação por edital, publicado no jornal oficial ou, na falta
deste, afixado na sede da Vara ou Juízo, durante cinco dias (§ 3º do art. 880 da CLT). Assim
como no processo de conhecimento, não existe citação por hora certa na execução,
passando-se diretamente a citação por edital.

Do Pagamento- O pagamento da importância reclamada poderá ser efetuado perante


o chefe de secretaria, lavrando-se o termo de quitação, em duas vias, ou poderá ser
efetuado o depósito em estabelecimento oficial de crédito ou outro banco.

Depósito da Condenação e Nomeação de Bens - Pretendendo o executado discutir a


execução, poderá garanti-la, efetuando o depósito da quantia correspondente, atualizada e
acrescida das despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação
de bens à penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no
13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil , tudo nos termos do que dispõe
o artigo 882 da CLT, com as alterações decorrentes da lei 13.467/2017, abaixo transcrito :

“Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a
execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das
despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à
penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16
de março de 2015 - Código de Processo Civil

Importante observar que a ordem de preferência de bens para serem penhorados é a


prevista no artigo 835 do CPC de 2015, que assim dispõe:

ORDEM DE BENS PARA SEREM PENHORADOS

183
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I - Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - Veículos de via terrestre;
V - Bens imóveis;
VI - Bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações E quotas de sociedades simples e empresárias;
X - Percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia;
XIII - outros direitos.
§ 1o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a
ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto.
§ 2o Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o
seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial,
acrescido de trinta por cento.
§ 3o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em
garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora.
Aceita a nomeação deverá ser comprovada a propriedade dos bens, e se for o caso,
apresentada também certidão negativa de ônus. Após será reduzida a termo, e o executado
será intimado para assinatura do mesmo como depositário.
Caso não seja efetuado o pagamento nem seja feita a nomeação de bens, será realizada
a penhora que consistirá na apreensão dos bens do executado, tantos quantos bastem ao
pagamento da condenação atualizada, acrescida de juros de mora (Sumula 200 do TST) e
demais despesas processuais.
O executado poderá substituir a penhora por dinheiro em qualquer fase processual - art.
15 da Lei nº 6.830/88.

Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á a penhora dos


bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de
custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for
ajuizada a reclamação inicial observando ainda a regra do artigo

Art. 831 do NCPC. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o
pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.

Art. 832. NCPC Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera
impenhoráveis ou inalienáveis.

BENS IMPENHORAVEIS conforme NCPC

Art. 833 NCPC. São impenhoráveis:

184
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

I - Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;


II - Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos
de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2 o;
V - Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - O seguro de vida;
VII - Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória
em educação, saúde ou assistência social;
X - A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI - Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos
da lei;
XII -Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio
bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição
observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos
bens inalienáveis
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da
execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da
execução.
§ 1o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação
judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a
residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica.
§ 2o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário
provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.
O executado poderá substituir a penhora por dinheiro em qualquer fase processual - art.

185
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

15 da Lei nº 6.830/88.

Da formalização da Penhora

Art. 841NCPC. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será
imediatamente intimado o executado.
§ 1o A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à sociedade de
advogados a que aquele pertença.
§ 2o Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será intimado
pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3o O disposto no § 1o não se aplica aos casos de penhora realizada na presença do
executado que se reputa intimado.
§ 4o Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2o quando o executado
houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no
parágrafo único do art. 274.

Penhora on line

Com a finalidade de assegurar o sucesso da execução, foi firmado pelo Tribunal


Superior do Trabalho e o Banco Central em março de 2002, o Convenio de Cooperação
Técnico-institucional, possibilitando o acesso via Internet ao sistema de solicitação do Poder
Judiciário ao Banco central denominado BACEN-JUD, de forma que o juiz previamente
cadastrado, e com senha específica, tem a possibilidade de localizar conta corrente do
executado em qualquer banco no território nacional, podendo expedir ordens de bloqueio
de numerário existente nessas contas e a efetiva penhora, de modo a satisfazer os créditos
trabalhistas.
Ao regulamentar o sistema on line o Corregedor Geral da Justiça do Trabalho vem
editando Instruções normativas, estabelecendo entre outras regras a possibilidade das
empresas que possuem contas bancárias em diversas agencias no pais, cadastrar uma delas
para sofrer o bloqueio on line, e só na impossibilidade de bloqueio e penhora por
insuficiência de fundos, e que poderá o juiz expedir a ordem para que o bloqueio recaia
sobre outra conta da empresa.
O bloqueio on line só pode ser realizado quando se tratar de execução definitiva, e
após o devedor ter sido regularmente citado para pagamento ou nomeação de bens a
penhora.
O argumento de Inconstitucionalidade da medida não tem recebido apoio da doutrina
nem da jurisprudência, ao fundamento de que a penhora on line incide sobre depósitos em
dinheiro. Também se tem certo que não se está legislando sobre processo, mas apenas
operacionalizando a penhora no âmbito do Banco Central.
O sigilo bancário pode ser quebrado por determinação do juiz, conforme disposto no
artigo 3º da Lei Complementar nº 105/2001 que autoriza o Banco Central, a Comissão de
Valores Mobiliários e as instituições financeiras a fornecer informações ordenadas pelo
Poder Judiciário.
Ademais o artigo 882 da CLT manda aplicar o artigo 835 do CPC em relação a ordem de
bens a penhorar e da análise do referido dispositivo legal tem-se que na ordem de bens vem
consignado em primeiro lugar, dinheiro, (inciso I). A penhora on line, tem por finalidade
apenas dar efetividade ‘a execução pois muitas vezes os bens indicados ou penhorados nem

186
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

sempre têm liquidez de venda em hasta pública. Logo, não há inconstitucionalidade ou


ilegalidade no procedimento de penhora online.

O TST na IN 39/2016 afirmou que se aplica no processo do trabalho a regra contida no -


art. 854 e parágrafos (BacenJUD ) do Novo CPC

Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação


financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado,
determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade
supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros
existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na
execução.
§ 1o No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz
determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser
cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2o Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na
pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3o Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II - Ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4o Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3o, o juiz determinará o
cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela
instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 5o Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a
indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da
execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.
§ 6o Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará,
imediatamente, por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema
financeiro nacional, a notificação da instituição financeira para que, em até 24 (vinte e quatro)
horas, cancele a indisponibilidade.
§ 7o As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamento e de
determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de sistema eletrônico
gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional.
§ 8o A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao executado em
decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em valor superior ao indicado na
execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de não cancelamento da indisponibilidade no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, quando assim determinar o juiz.
§ 9o Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a requerimento do
exequente, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido por
autoridade supervisora do sistema bancário, que tornem indisponíveis ativos financeiros
somente em nome do órgão partidário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha
dado causa à violação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade
pelos atos praticados, na forma da lei.

SEGURO DE GARANTIA JUDICIAL

187
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A lei 13467/2017 modificou a redação do artigo 882 da CLT incluindo como forma de
garantia da execução além do deposito da quantia do valor da condenação atualizada e
acrescida das despesas processuais e da nomeação de bens a penhora a possibilidade de ser
apresentada seguro-garantia judicial

Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a
execução mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das
despesas processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à
penhora, observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16
de março de 2015 - Código de Processo Civil.

Avaliação- O artigo 886 da CLT parágrafo 2º, estabelece que julgada subsistente a
penhora, o juiz, mandará que se proceda a avaliação dos bens. Uma vez concluída a
avaliação será designado data para praça. O prazo para que os oficiais de justiça cumpram os
mandados, de acordo com a regra do artigo 721 parágrafos 2 da CLT é de 9 (nove dias), mas
tratando-se de avaliação o prazo será de 10 (dez) dias, uma vez que o parágrafo 3 faz
remissão expressa ao artigo 888. Na impossibilidade de ser realizada pelo oficial de justiça
poderá determinar que a mesma seja realizada por outro serventuário da justiça, e em caso
de impugnação da avaliação, poderá, ainda, o juiz nomear avaliador oficial para proceder
nova avaliação no prazo de 15 dias.

Leilão- Por força do disposto no artigo 888 parágrafo 1, os bens penhorados serão
vendidos pelo maior lanço e será realizada uma só vez, ainda que se trate de bens imóveis
poderá ser arrematado em praça única, por quem oferecer o maior lanço, ainda que inferior
a avaliação. A alienação dos bens será anunciada por edital afixado na sede do Juízo ou
Tribunal e publicado no jornal local, se houver, com a antecedência mínima de 20 dias (art.
888 da CLT).

Arrematação - Conceito- Ato público de execução que o Estado pratica por meio do
juiz visando transferir ao patrimônio de outrem bem penhorado do devedor para propiciar
com o produto pecuniário desta transferência a satisfação do direito do credor e das
despesas da execução. A arrematação será realizada no dia, lugar e hora anunciados, e os
bens serão vendidos pelo maior lance, sendo certo que o exequente tem preferência para a
adjudicação.
Arrematados os bens será lavrado o auto de arrematação dentro do prazo de vinte e
quatro horas, contados da hasta pública, podendo o devedor dentro deste prazo remir a
execução quitando todo o seu débito, inclusive custas e despesas processuais, e o credor
também poderá adjudicar os bens penhorados. Após a assinatura do auto de arrematação
pelo juiz e pelo arrematante e pelo servidor encarregado da praça tem-se por perfeita e
acabada a arrematação. Caso não sejam opostos embargos a arrematação ou se estes forem
julgados improcedentes, será extraída a carta de arrematação.
Após a assinatura da carta de arrematação não se admite nenhum recurso ou medida
judicial para desfazer a arrematação. A súmula 399 do TST estabelece que não cabe ação
rescisória para impugnar decisão homologatória de adjudicação ou arrematação.
Também entende o TST que se aplica, no Processo do Trabalho, as regras constantes
do artigo 895 e parágrafos que tratam do pagamento parcelado do lanço do nos seguintes
termos:

188
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações poderá


apresentar, por escrito:
I - Até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor não inferior ao
da avaliação;
II - Até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor que não seja
considerado vil.
§ 1o A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de pelo menos
vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante parcelado em até 30 (trinta)
meses, garantido por caução idônea, quando se tratar de móveis, e por hipoteca do próprio
bem, quando se tratar de imóveis.
§ 2o As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a modalidade, o
indexador de correção monetária e as condições de pagamento do saldo.
§ 3o (VETADO).
§ 4o No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez
por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas.
§ 5o O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arrematação ou
promover, em face do arrematante, a execução do valor devido, devendo ambos os pedidos
ser formulados nos autos da execução em que se deu a arrematação.
§ 6o A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o leilão.
§ 7o A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre as propostas
de pagamento parcelado.
§ 8o Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I - em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim compreendida,
sempre, a de maior valor;
II - em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9o No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrematante
pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequentes, ao executado.

Adjudicação

É o ato pelo qual se transfere para o patrimônio do credor, a requerimento deste, os


bens que haviam sido levados a praça. Dispõe o artigo 888, parágrafo 1 que na data marcada
para a realização da praça o exequente tem preferência na adjudicação dos bens
penhorados, (tanto bens móveis quanto imóveis) pelo maior lance oferecido. Caso não haja
licitante, a adjudicação será feita pelo valor da avaliação do bem, e em caso de ser o bem
avaliado em valor superior ao crédito, o juiz só deferirá a adjudicação se for depositado o
valor da diferença á ordem do juízo.
Art.876 do CPC de 2015. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da
avaliação, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§4o Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de imediato
a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a execução prosseguirá pelo
saldo remanescente.
Art. 877 §1º A adjudicação considera-se perfeita e acabada com a lavratura e
assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe da secretaria e, se for
presente, pelo executado, expedindo-se a respectiva carta, se bem imóvel, ou ordem de
entrega ao adjudicatário, se bem mó vel.

189
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A adjudicação poderá ser feita pelo exequente, desde que este manifeste sua intenção,
e só será deferida a requerimento do credor, após a realização da praça, com ou sem
licitantes, também não será aceita depois de assinado o auto de arrematação.
Assim, a adjudicação poderá ser feita até o dia anterior ao da assinatura do referido
auto, porém deverá ser feito após a praça e não antes dela.
De regra, o legitimado para requerer a adjudicação é o credor, no entanto, também
serão legitimados os credores concorrentes, e o credor hipotecário
Após ter sido deferida a adjudicação, dentro de 24 horas será lavrado o auto de
adjudicação, podendo o devedor neste prazo requerer a remição da execução.
Após será lavrado a carta de adjudicação aperfeiçoando assim a transferência da
propriedade do bem para o nome do credor devendo ser registrada nos órgãos
competentes.
Importante mencionar ainda que o TST, na sumula 399 e da Orientação jurisprudencial
n.66 da SDI-II deixa certo que
SUM-399 AÇÃO RESCISÓRIA. CABIMENTO. SENTENÇA DE MÉRITO. DECISÃO
HOMOLOGATÓRIA DE ADJUDICAÇÃO, DE ARREMATAÇÃO E DE CÁLCULOS
I - É incabível ação rescisória para impugnar decisão homologatória de adjudicação
ou arrematação.
II - A decisão homologatória de cálculos apenas comporta rescisão quando enfrentar
as questões envolvidas na elaboração da conta de liquidação, quer solvendo a controvérsia
das partes quer explicitando, de ofício, os motivos pelos quais acolheu os cálculos
oferecidos por uma das partes ou pelo setor de cálculos, e não contestados pela outra.

OJ- 66 MANDADO DE SEGURANÇA. SENTENÇA HOMOLOGATÓRIA DE ADJUDICAÇÃO.


INCABÍVEL. Inserida em 20.09.00 -É incabível o mandado de segurança contra sentença
homologatória de adjudicação, uma vez que existe meio próprio para impugnar o ato
judicial, consistente nos embargos à adjudicação (CPC, art. 746).
Remição

É o direito que o devedor possui de efetuar o pagamento do valor da condenação ou


de seu débito atualizado monetariamente e acrescido dos juros legais, custas e despesas
processuais e também honorários se houver, com a finalidade deliberar a constrição que
recai sobre o bem O artigo 13 da Lei n.5584/70 dispõe que a remição só será deferida se o
executado oferecer preço igual ao valor da condenação ,abrangendo ,evidentemente todas
as verbas decorrentes da sucumbência, desde que o faça antes da assinatura do auto de
arrematação ou de adjudicação. Com a remição é extinta a execução.
Assim, o executado poderá a qualquer tempo pedir a remição dos bens penhorados,
mas a remição só será deferida se for feita antes da assinatura do auto de arrematação ou de
adjudicação, atendendo ao princípio de que a execução deve ser feita sempre pelo modo
menos gravoso para o devedor.
Remição não se confunde com remissão. Remição vem a ser resgate, ato de readquirir
de reaver o bem, e remissão perdão.

A remição prefere a adjudicação, e esta, a arrematação (primeiro o devedor, depois o


credor e só depois o arrematante).

190
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

REMIÇÃO

Há de se conferir preferência à remição, porque, a arrematação ainda não se tornara ato


perfeito e acabado, eis que pendente da assinatura do juiz. Segundo, porque a remição ao
contrário da arrematação, põe fim à execução de modo menos gravoso ao executado, como
prevê a lei processual, de sorte que deve ser mantido o despacho agravado.
O TST na IN 39/2016 deixa certo que pode ser aplicado no Processo do trabalho a regra
contida no artigo 916 do NCP. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente
e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de
honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o
restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um
por cento ao mês.
§ 1o O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos
pressupostos do caput, e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas
vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3o Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão
suspensos os atos executivos.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que
será convertido em penhora.
§ 5o O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o
imediato reinício dos atos executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações
não pagas.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de
opor embargos
§ 7o O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.

Embargos à Execução

Na execução trabalhista podem ser opostos embargos do devedor, embargos à


penhora, à arrematação, à adjudicação, à remissão.

NATUREZA JURIDICA DOS EMBARGOS

A natureza jurídica dos embargos à execução é de ação e não de recurso ou de defesa


onde o devedor/autor pretende extinguir a desconstituição no todo ou em parte do título
executivo em que se funda a execução podendo até fazer a prova do alegado terá natureza
de ação constitutiva, de incidente de execução.

Embargos do devedor e embargos a penhora

Em doutrina não há uniformidade de entendimentos a respeito da distinção entre


embargos de devedor e embargos a penhora, alguns doutrinadores apontam que os únicos
oponíveis pelo devedor são os embargos de execução, jamais a penhora, que será
questionada através de embargos de execução. Outros distinguem embargos a execução dos

191
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

embargos a penhora, afirmando que naqueles serão impugnados o próprio título executivo,
enquanto neste, atacam os atos de constrição do bem, ou seja, a penhora.

Legitimidade-Não só o devedor, em sentido estrito, mas todos aqueles que são


legalmente responsáveis pelo cumprimento da obrigação, ainda que não tenham participado
da relação jurídica de direito material, reconhecida pela sentença.

Competência

Os embargos de regra serão oferecidos perante o juízo em que se processa a execução


conforme artigo 877 da CLT. Quando se tratar de execução por carta a competência para
processar e julgar os embargos é do juízo deprecante, salvo se os embargos versarem sobre
vícios ou regularidades de atos praticados no juízo deprecado, caso em que é deste a
competência para o julgamento.

Matéria alegável - A matéria a ser discutida nos embargos está adstrita ao


cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida (§ 1º do art. 884 da
CLT), desde que se trate de atos anteriores a sentença. Ressalta-se que, segundo a doutrina,
as matérias tratadas no artigo 884 da CLT não são taxativas aplicando-se subsidiariamente o
disposto no artigo 525§1º do CPC de 2015 onde se tem que também poderão versar sobre:

I) falta ou nulidade da citação, se na fase de conhecimento o processo correu à revelia;

II) inexequibilidade do título, ou inexigibilidade da obrigação;

III) penhora incorreta ou avaliação errônea;

II) ilegitimidade de parte;

V) excesso de execução ou cumulação indevida de execuções

VII) qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como


pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à
sentença.

Prescrição Intercorrente

A prescrição que pode ser arguida em sede de embargos é a prescrição intercorrente,


que é a que se dá em razão da inércia, ou não realização de atos do processo de execução.

Durante muito tempo questionava-se na doutrina e jurisprudência a possibilidade de


ser arguida a prescrição intercorrente no Direito do trabalho. A Súmula 327 do STF
reconhece-a.
Assim vem redigida a referida súmula: sumula 327- “O direito trabalhista admite a

192
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

prescrição intercorrente”. Entendimento contrário é esposado pelo TST através da súmula


114 que dispõe: súmula 114 TST – “É inaplicável no processo do trabalho a prescrição
intercorrente”.
No entanto, a lei 13467/2017 inseriu na CLT o artigo 11 A onde se tem expressamente a
regulamentação.
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no processo do trabalho no prazo de dois
anos
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente inicia-se quando o exequente
deixa de cumprir determinação judicial no curso da execução.
§ 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser requerida ou declarada de
ofício em qualquer grau de jurisdição.
Ainda que se tenha que a execução pode ser promovida de oficio pelo juiz é sabido que
existe situações em que cabe exclusivamente a parte impulsionar o processo, como por
exemplo, liquidação por artigos, em que a parte deve necessariamente apresentar a petição
inicial de artigos de liquidação.

Procedimento

O prazo para interposição dos embargos é de cinco dias a contar da data da intimação
da penhora pelo oficial da justiça (art. 774 da CLT) ou da data em que foi efetuado o depósito
para a garantia da execução.
A lei 13.467/2017 acrescentou o parágrafo 6º ao artigo 884 da CLT passando a prever
que a exigência de garantia da execução para oposição de embargos de execução não se
aplica as entidades filantrópicas
Artigo 884.
§ 6o A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou
àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.
Em relação a Fazenda Pública o prazo para interposição dos Embargos será de 30
(trinta) dias (Lei 9.494/97, artigo 1B)
Os embargos á execução no processo do trabalho são processados nos mesmos autos
da execução, e serão sempre recebidos no efeito suspensivo, ficando a execução suspensa
até o julgamento dos embargos aplica-se no processo do trabalho o disposto no parágrafo
6o do artigo 739-A onde se tem que “a concessão de efeito suspensivo não impedirá a
efetivação dos atos de penhora e de avaliação dos bens” Quando os embargos forem
parciais, a execução prosseguirá quanto à parte não embargada. O oferecimento dos
embargos por um dos devedores não suspenderá a execução contra os que não
embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
embargante. Quando a execução for embargada por um dos devedores e o fundamento for
relativo a todos, a execução deve ser suspensa,

O TST na IN 39/2016 afirma a aplicação subsidiaria no processo do Trabalho do artigo


918 e parágrafo único que trata da rejeição liminar dos embargos à execução;
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I - Quando intempestivos;
II - Nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido;
III - manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça o

193
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.


Não se admite em sede de embargos reconvenção ou compensação.
Sempre que entender necessário o juiz poderá designar audiência para produção de
provas (artigo 884, §2º da CLT)
Não sendo arroladas testemunhas, ou se matéria versada nos embargos forem
exclusivamente de direito, ou se não houver provas de audiência, será proferida sentença na
ação de embargos, que poderá ser questionada através de agravo de petição. Havendo
impugnação à sentença de liquidação e embargos de execução, será julgada, primeiro a
impugnação e depois os embargos.
Da decisão proferida nos embargos de execução poderá ser interposto o recurso de
agravo de petição previsto no artigo 897, a da CLT
Importante mencionar que o CPC não trata como embargos a execução, mas sim como
impugnação ao cumprimento da sentença.
Importante mencionar que a lei 13.467/2017 inseriu no artigo 884 da CLT o parágrafo
6° para ficar constando que a exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades
filantrópicas e/ou àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.

Exceção de Pré executividade

Nos dias atuais, vem ganhando força na doutrina e na jurisprudência o cabimento na


execução trabalhista da objeção, também conhecida como oposição pré-processual ou
exceção de pré-executividade, que consiste na a possibilidade do executado alegar
determinadas questões, em execução, sem a prévia garantia do juízo e o ajuizamento dos
embargos do devedor. A exceção de pré-executividade não se encontra prevista em lei, sendo
fruto da doutrina e da jurisprudência.
A exceção de pré-executividade tem sido aceita para levar ao conhecimento do juiz da
execução matérias que podem ser conhecidas de ofício pelo julgador, como a nulidade da
execução, inexigibilidade do título executivo, ofensa à coisa julgada, nulidade da intimação da
sentença, ausência de citação para a execução, pagamento após a sentença, transação,
prescrição intercorrente e outras matérias capazes de extinguir de plano a execução se
acolhidas, tratam-se de matérias de ordem pública enumeradas no artigo 485 e 337 do NCPC.
O acolhimento da exceção de pré-executividade autoriza o uso do agravo de petição,
por se cuidar de ato que põe fim ao processo de execução, Já o indeferimento da mesma
exceção não autoriza o uso do agravo de petição, pois o caso é de decisão interlocutória.
Na conformidade do entendimento esposado por Manoel Antonio Teixeira Filho,”o ato
jurisdicional que apreciar a exceção terá natureza dúplice: a)- será decisão interlocutória, se a
rejeitar (CLT, art. 893, parágrafo 1º), motivo por que trará em si o veto à recorribilidade
autônoma (pelo devedor). Este, contudo, poderá impugnar mencionada decisão no ensejo do
oferecimento dos embargos à execução, contando que garantido o juízo. Da sentença
resolutiva dos embargos é que caberá agravo de petição.”b)será sentença, se a acolher, pois,
com isso, estará dando fim ao processo de execução.
Também se tem certo que a Fazenda Pública não pode fazer uso da exceção de pré-
executividade, uma vez que, poderá embargar a execução sem precisar garantir o juízo da
execução.

Embargos a Arrematação ou Adjudicação

194
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

A Consolidação das Leis do Trabalho, e a Lei 6830/80 são omissas, no entanto, a


doutrina entende que são perfeitamente cabíveis na Justiça do Trabalho os embargos a
Arrematação, ou expropriação, possibilitando ao devedor demonstrar que posteriormente ao
julgamento dos embargos do devedor pagou a dívida, transacionou o débito e outras
matérias elencadas no artigo 525§1º, diferindo dos embargos do devedor apenas no que se
refere ao momento processual que pode ser apresentada matéria ventilada nos embargos.
Prazo para Interposição dos embargos a Arrematação - Os embargos de arrematação
devem ser interpostos no prazo de 5 (cinco) dias contado da data da arrematação ou da
adjudicação, desde que a carta de arrematação ainda não esteja assinada.

Embargos de Terceiro

Os embargos de terceiros também têm natureza de ação e não de defesa ou recurso,


trata-se de ação de natureza constitutiva, interpostos com a finalidade de desconstituir a
sentença que determinou a penhora de bem do embargante, fazendo que se retorne a
situação anterior. São opostos por quem não é parte no processo, mas sofreu turbação ou
esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial. Trata-se de ação que vem
regulamentada nos artigos 674 a 680 do NCPC.
Os embargos poderão ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor dos
bens (§ 1º do art. 674 do NCPC). Ao referir-se a terceiro, há que se entender que o legislador
pretendeu alcançar, a pessoa física ou jurídica que mesmo não tendo participado do
processo de execução está ameaçada de sofrer turbação ou esbulho de seus bens, servindo
como remédio processual para defesa da posse de bens que lhe são próprios.
Havendo a desconsideração da pessoa jurídica da empresa e a penhora de bem do
sócio, estes não possuem legitimidade para interporem embargos de terceiro, uma vez que
não serão considerados terceiros, mas sim, parte na ação de execução, podendo se for o
caso apresentar embargos de devedor.
Os embargos de terceiro podem ter caráter preventivo ou repressivo, e devem ser
interpostos a qualquer tempo, no processo de conhecimento, e no processo de execução,
prazo de cinco dias contados da arrematação, adjudicação ou remição, enquanto não
assinada a referida carta.

Competência – Os embargos de terceiro tramitarão perante o juízo que ordenou a


apreensão por dependência em autos apartados do processo de conhecimento ou de
execução e se tratar-se de execução por carta, serão distribuídos por dependência no juízo
deprecado salvo se os bens apreendidos forem indicados pelo juízo deprecante, hipótese em
que serão ajuizados e instruídos e julgados no juízo deprecante.
“O juízo deprecado, na execução por carta, é o competente para julgar os embargos de
terceiro, salvo se o bem apreendido foi indicado pelo juízo deprecante” (Súmula nº 33 do
extinto TFR).
Se os embargos de terceiro versarem sobre todos os bens o juiz suspenderá o processo
principal, no entanto se forem parciais, o processo principal seguirá em relação ao s bens não
embargados.
Admitidos os embargos será aberto vista dos autos para contestação no prazo de 10

195
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

(dez) dias. Apresentada a resposta, será instruído proferindo-se em seguida a sentença. Não
sendo contestado os embargos de terceiro, presumir-se-ão aceitos pelo embargante,
conforme previsto nos artigos 679 e 307 do NCPC. Em caso de serem interpostos embargos
de execução e de terceiros, serão julgados inicialmente os embargos de terceiro.
Não há uniformidade na doutrina acerca do recurso cabível em face da sentença que
julga os embargos de terceiro, se seria recurso ordinário ou agravo de petição. A doutrina
mais aceita é a que prevê recurso ordinário se os embargos são opostos na fase de
conhecimento, e agravo de petição se forem interpostos na fase de execução.

Execução para Entrega de coisa certa ou incerta

Diante da lacuna da Consolidação das Leis do Trabalho se aplica as disposições


constantes no artigo 806 e seguintes do Código de Processo Civil de 2015 com as devidas
adaptações para o processo do trabalho. A execução para entrega de coisa certa e incerta é
admitida no processo do trabalho, como por exemplo em caso de empregado que se recusa
a desocupar o imóvel do empregador, recebido como salário in natura, empregador que
retém ferramentas, documentos dos empregados, empregado que se recusa entregar
mostruários, moldes e outros equipamentos de trabalho.
O devedor será citado para que no prazo de 15 (quinze) dias promova a entrega da
coisa, ou uma vez garantido o juízo, oferecer embargos no prazo de 5 (cinco) dias. O juiz ao
despachar a petição inicial poderá fixar multa por dia de atraso no cumprimento da
obrigação.
Caso o devedor não cumpra a obrigação, não se cogita de penhorar bens, mas, sim em
expedição de mandado de busca e apreensão sendo o bem móvel, e imissão na posse
tratando-se de imóvel. Na hipótese de ser entregue o bem será lavrado o referido termo e
extinta a execução, salvo se tiver que prosseguir para ressarcimento de prejuízos sofrido pelo
exequente.
Desejando, contudo, o devedor embargar a execução, poderá ainda, se preferir,
depositar a coisa garantindo o juízo.
Considerando-se que todos os embargos suspendam a execução, depositada a coisa o
exequente não poderá levantá-la antes do julgamento dos embargos. Julgado improcedente
os embargos ou a sua extinção libera a entrega do bem, mesmo que o embargante
interponha recurso.
A citação se faz para entrega da coisa, no prazo de 15 dias, podendo no mesmo prazo o
devedor depositá-la e apresentar embargos.
Não sendo entregue a coisa, e rejeitado os embargos suspensivos da execução, será
expedido mandado de imissão na posse ou busca e apreensão do bem móvel.

EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

O conceito de “Fazenda Pública” refere-se às pessoas jurídicas de direito público,


portanto, o caso refere-se à todas as execuções trabalhistas realizadas em face da União,
Estados, Municípios e Distrito Federal, incluindo suas autarquias e fundações públicas. Sendo
assim, atingem somente as pessoas de direito público, excluindo as de direito privado, tal
como: as empresas públicas, sociedades de economia mista, as concessionárias e
permissionárias de direito público.
Importante mencionar que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, embora

196
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

seja empresa público, presta serviço público essencial, e por essa razão o STF entendeu que
esta empresa se beneficia com o regime diferenciado de execução, aplicando-se as regras
da execução contra a fazenda pública.
A execução contra a Fazenda Pública não se processa da mesma forma como se dá
quando o devedor é pessoa física ou jurídica de direito privado, uma vez que os bens da
Fazenda Pública são impenhoráveis e imprescritíveis.
A Fazenda Pública estará dispensada de garantir previamente o Juízo da execução para
opor Embargos e se processará na forma do disposto no artigo 535 do NCPC onde se tem:

Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por
carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos
próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:

I - Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;


II - Ilegitimidade de parte;
III - Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V - Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação,
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes ao trânsito em julgado da
sentença.
§ 1o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148.
§ 2o Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia
superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar de imediato o valor que
entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.
§ 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I - expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente, precatório em
favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição Federal;
II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público foi citado
para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2
(dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na agência de banco oficial
mais próxima da residência do exequente.
§ 4o Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela executada será,
desde logo, objeto de cumprimento.
§ 5o Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também
inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato
normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal
como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade
concentrado ou difuso.
§ 6o No caso do § 5o, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser
modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7o A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5o deve ter sido proferida
antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 8o Se a decisão referida no § 5o for proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão
proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

197
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno Olivia Oliveira Guimarães
PROCESSO DO TRABALHO CPF - 04326633123
PROF. VERA LUCIA CARLOS

Tem-se, portanto que os pagamentos a cargo da Fazenda Pública serão feitos segundo
rigorosa ordem de apresentação dos precatórios (ordem cronológica), à conta do crédito
orçamentário, ou extra orçamentário, aberto para este fim.
O precatório consiste na requisição feita pelo Poder Judiciário ao Poder Executivo
respectivo, de numerário suficiente para arcar com as condenações impostas à Fazenda
Pública por meio de sentença judicial contra a qual não caiba mais recurso.
O artigo 100, §3º da CF/88, com redação dada pela EC 62/2009, dispôs sobre as
denominadas dívidas de pequeno valor da Fazenda Pública Federal, Estadual ou Municipal,
contraídas em virtude de sentença judicial transitada em julgado, excluindo-as da incidência
do precatório.
Ainda sobre o conceito de pequeno valor, poderão ser fixados, por leis próprias, valores
distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas,
sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.

A IN 37/07 do TST define credito de pequeno valor nos seguintes termos: reputa-se de
pequeno valor credito cuja importância atualizada, por beneficiário, seja igual ou inferior a:
I-60 salários mínimos se a devedora for a Fazenda Pública Federal:
II- 40 Salários-mínimos ou outro valor estipulado pela legislação local se as devedoras
forem a Fazenda Pública Estadual e Distrital;
III- 30 salários mínimos ou u outro valor estipulado pela legislação local se a devedora
forem a Fazenda Pública Municipal
Desta forma, enquanto não forem elaboradas pelos respectivos entes da Federação as
leis instituidoras dos débitos de pequeno valor, será considerada dívida de pequeno valor em
relação aos Estados a que não ultrapassar 40 salários mínimos e em relação aos Municípios, a
que não superar 30 salários mínimos. Em relação à Fazenda Pública Federal, considera-se
dívida de pequeno valor a que não ultrapassar 60 salários mínimos.
Finalmente cabe evidenciar o entendimento cristalizado na OJ 382 da SDI-1 do TST,
segundo o qual A Fazenda Pública, quando condenada subsidiariamente pelas obrigações
trabalhistas devidas pela empregadora principal, não se beneficia da limitação dos juros,
prevista no art. 1º-F da Lei nº 9.494, de 10.09.1997 (0,5% ao mês), neste caso, submetida ao
regime legal de 1%/ mês.

198

Você também pode gostar