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Licenciado para - Mariana Marques Machado - 31178412881 - Protegido por Eduzz.com
O devido processo legal, como princípio constitucional, significa o conjunto de garantias de ordem
constitucional, que de um lado asseguram às partes o exercício de suas faculdades e poderes de
natureza processual e, de outro, legitimam a própria função jurisdicional.
Na concepção substancial, o devido processo legal corresponde à exigência e garantia de que as normas
sejam razoáveis, adequadas, proporcionais e equilibradas; sob a perspectiva formal, é o direito de
processar e ser processado, de acordo com as normas preestabelecidas.
O princípio do devido processo legal, considerado uma cláusula geral, é gerador de outros princípios,
incidindo sobre toda e qualquer atuação do Estado.
Em uma acepção moderna, o devido processo legal é reconhecido como o processo justo, cuja
materialização pressupõe a consagração do contraditório, da ampla defesa, da razoável duração do
processo e da paridade de armas.
O princípio do devido processo legal tem a função de criar os elementos necessários à promoção do ideal de
protetividade dos direitos, integrando o sistema jurídico eventualmente lacunoso.
O devido processo legal é uma garantia contra eventual uso abusivo de poder, de modo a assegurar
provimento jurisdicional em consonância com a Constituição Federal de 1988.
Decorrem do princípio do devido processo legal as garantias procedimentais não expressas, tais como as
relativas à taxatividade de ritos e à integralidade do procedimento.
Princípio do Contraditório
CF/88. Art. 5º. LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
O princípio do contraditório garante às partes o direito de produzir as provas, de interpor recursos contra
decisões judiciais e de se manifestar sobre documentos juntados aos autos do processo judicial
O princípio constitucional do contraditório, na nova estruturação conferida pelo CPC (Lei nº 13.105/15), está
baseado na ideia de que o contraditório dinâmico possibilita uma preparação mais adequada durante a
cognição, aprimora o debate e, consequentemente, conduz a uma decisão de melhor qualidade.
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* Proferir decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
* Decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às
partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
A razoável duração do processo abrange sua solução integral, incluindo-se a atividade satisfativa,
assegurados os meios que garantam a celeridade da tramitação processual.
Princípio da Isonomia
O princípio da isonomia processual não deve ser entendido abstrata e sim concretamente, garantindo às
partes manter paridade de armas, como forma de manter equilibrada a disputa judicial entre elas; assim, a
isonomia entre partes desiguais só pode ser atingida por meio de um tratamento também desigual, na
medida dessa desigualdade.
Formal ou Igualdade Jurídica Material, Real ou Substancial – CPC Adota
Trata-se do tratamento imparcial estabelecido pela Consiste na busca pela igualdade de fato, sendo os
lei aos indivíduos, sem distinção de raça, cor, sexo, desiguais tratados em condições desiguais, na
religião ou etnia. medida de sua desigualdade.
Princípio da Imparcialidade
CF/88. Art. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
O princípio do juiz natural impõe juiz imparcial e investido de competência absoluta, abstrata e previamente
estabelecida, motivo pelo qual há previsão de ação rescisória em caso de a decisão ser proferida por
magistrado absolutamente incompetente.
O princípio do duplo grau de jurisdição não é garantia constitucional expressa na Carta Magna, pelo que
é perfeitamente possível a edição de lei ordinária que venha suprimir algum recurso previsto no sistema.
Considera-se respeitado o duplo grau de jurisdição quando o tribunal, em sede de reexame necessário,
aprecia o mérito da demanda, mesmo sem ter havido pronunciamento do juiz de primeiro grau sobre a
matéria.
Princípio da Publicidade
CF/88. Art. 5º. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da
intimidade ou o interesse social o exigirem;
CPC. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
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Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de
seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Princípio da Motivação
CF/88. Art. 93. IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
CPC. Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de
seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Há uma íntima relação entre o princípio da publicidade e a regra da motivação das decisões judiciais, na
medida em que a publicidade torna efetiva a participação no controle dessas mesmas decisões.
O princípio inquisitivo consiste na possibilidade de o juiz seguir o processo sem precisar da provocação
das partes.
CPC/15. Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte (Princípio Dispositivo) e se desenvolve por
impulso oficial (Princípio Inquisitivo), salvo as exceções previstas em lei.
Princípio da Imediação
Decorre da oralidade a concentração (menor número possível de audiências, atos e termos processuais),
imediação (desnecessidade de intermediários entre o juiz e os que produzem a prova ou os interessados em
sua produção; é o contato direto do magistrado), a identidade física do juiz (o juiz que instruiu deve decidir,
para se beneficiar das vantagens da imediação) e mesmo a irrecorribilidade imediata das decisões
interlocutórias, evitando-se o intuito procrastinatório, com concentração dos eventuais recursos.
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O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença, salvo se estiver convocado, licenciado,
afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor.
Princípio da Concentração
O princípio da concentração, que informa o direito processual do trabalho, preconiza que todos os atos
processuais devem ser praticados, em regra, em audiência, e dele resultam os princípios da imediação,
da oralidade e da irrecorribilidade das decisões interlocutórias.
CPC/15. Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Em regra, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato, sendo apreciadas apenas em recursos
da decisão definitiva (Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias).
Princípio da Boa-Fé
CPC/15. Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.
O princípio da boa-fé processual torna ilícitas as condutas processuais animadas pela má-fé.
Princípio da Cooperação
CPC/15. Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo
razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
O dever de o juiz, antes de proferir decisão sem resolução de mérito, conceder à parte oportunidade para, se
possível, corrigir o vício processual.
O dever de o juiz diligenciar, a pedido do autor, a fim de que se obtenham informações capazes de
individualizar o demandado e viabilizar a sua citação.
O dever de o juiz dialogar com a parte mediante fundamentação concreta, estruturada e completa.
Princípio da Inevitabilidade
Estabelece que as partes deverão submeter-se ao decidido pelo órgão jurisdicional.
A regra de que as partes deverão submeter-se ao quanto decidido pelo órgão jurisdicional coaduna-se
com o princípio da inevitabilidade.
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Princípio da Preclusão
Estabelece que cada faculdade processual deve ser exercitada dentro da fase adequada, sob pena de se
perder a oportunidade de praticar o ato respectivo.
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados
por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo
judicial.
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável (Princípio da Duração Razoável do Processo) a
solução integral do mérito (Princípio das Decisões de Mérito), incluída a atividade satisfativa (Princípio da
Efetividade).
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
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Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Tomada de Decisão
Regra Exceção
* Tutela provisória de urgência;
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não
se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva
decidir de ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão.
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública
em cartório e na rede mundial de computadores.
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II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
* Julgamento de:
- Agravo interno;
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências
legais.
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§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a
ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do
julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se
encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de
complementação da instrução;
II - o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a
remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do
tribunal superior;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30
dias;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua
competência;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for
o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os
fundamentos da decisão recorrida;
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b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de
recursos repetitivos;
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas
previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. (Teoria da
Territorialidade Moderada ou Mitigada).
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma
revogada. (Teoria do Isolamento dos Atos Processuais).
* Procedimentos realizados isoladamente, sendo cada procedimento feito conforme a legislação aplicada
em seu tempo;
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se conclua o ato por ela regulado, como, por exemplo, uma perícia em curso.
Fonte: José Eduardo Carreira Alvim, Teoria geral do processo, 21ª ed., Forense, 2018, p. 326.
STJ/REsp 1.076.080/PR
"Embora o processo seja reconhecido como um instrumento complexo, no qual os atos que se sucedem se
inter-relacionam, tal conceito não exclui a aplicação da teoria do isolamento dos atos processuais, pela qual
a lei nova, encontrando um processo em desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já
realizados e disciplina o processo a partir da sua vigência. Com isso, pode-se dizer que o direito brasileiro
não reconhece a existência de direito adquirido ao rito processual. A lei nova aplica-se imediatamente ao
processo em curso, no que diz respeito aos atos presentes e futuros. Vale a regra do ‘tempus regis actum’.
Por isso, é impreciso afirmar que a execução de título judicial, uma vez ajuizada, está imune a mudanças
procedimentais".
STJ/REsp 1.076.080/PR
"Embora o processo seja reconhecido como um instrumento complexo, no qual os atos que se sucedem se
inter-relacionam, tal conceito não exclui a aplicação da teoria do isolamento dos atos processuais, pela qual
a lei nova, encontrando um processo em desenvolvimento, respeita a eficácia dos atos processuais já
realizados e disciplina o processo a partir da sua vigência. Com isso, pode-se dizer que o direito brasileiro
não reconhece a existência de direito adquirido ao rito processual. A lei nova aplica-se imediatamente ao
processo em curso, no que diz respeito aos atos presentes e futuros. Vale a regra do ‘tempus regis actum’.
Por isso, é impreciso afirmar que a execução de título judicial, uma vez ajuizada, está imune a mudanças
procedimentais".
STJ/REsp 1.636.124-AL
Os honorários advocatícios nascem contemporaneamente à sentença e não preexistem à propositura da
demanda. Assim sendo, nos casos de sentença proferida a partir do dia 18/3/2016, deverão ser aplicadas as
normas do CPC/2015.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições
deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
Norma Processual
* Não retroagirá;
* Respeitará:
- Os atos processuais praticados da norma revogada;
- Situações jurídicas consolidadas da norma revogada.
* O CPC será aplicado de forma supletiva e subsidiária na falta de normas que regulem os processos:
- Eleitorais, Trabalhistas ou Administrativos. (ETA)
LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Jurisdição
Jurisdição consiste na função estatal de compor litígios e de declarar e realizar o direito ou vontade da
lei.
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A Jurisdição é:
I - é poder, porquanto decorrente da potestade do Estado exercida de forma definitiva em face das partes
em conflito;
II - é função, porque cumpre a finalidade de fazer valer a ordem jurídica colocada em dúvida diante de uma
lide;
III - é atividade, na medida em que consiste numa série de atos e manifestações externas e ordenadas que
culminam com a declaração do direito e concretização de obrigações consagradas num título.
Embora dotada de imperatividade, a jurisdição não é o único meio de solução de conflitos reconhecido pelo
Estado, podendo o jurisdicionado optar por outros meios, como, por exemplo, a autocomposição.
Embora as formas de atuação da jurisdição possam ser divididas, como função exercida pelo Poder
Judiciário a jurisdição é una.
Pelo princípio da inércia, em regra a jurisdição deverá ser provocada. Depois de instaurada a demanda, o
processo se desenvolve por impulso oficial.
Escopos da Jurisdição
* Jurídico: Aplicação da vontade de direito a partir de uma norma jurídica;
* Educacional: Ensinar a todos que estão fazendo parte do processo seus direitos e deveres;
Princípios da Jurisdição
Investidura A investidura do juiz em sua função jurisdicional deve respeitar os ditames legais.
Territorialidade Consiste no limite territorial que o juiz possui para exercer a sua jurisdição.
Indelegabilidade Impossibilidade de delegar a função de julgamento.
Inevitabilidade As partes deverão submeter-se ao que foi decidido pelo órgão jurisdicional.
Inafastabilidade A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Ninguém será processado, senão pela autoridade competente, sendo vedado juízo
Juiz Natural
ou tribunal de exceção (ad hoc).
Estabelece que a jurisdição é UNA e INDIVISÍVEL. A divisão que é possível é em
Unicidade
relação à matéria ou competência.
Substitutividade A decisão do juiz se sobrepõe ou se substitui em relação à vontade das partes.
Estabelece que o juiz não pode exercer sua competência além dos limites
Improrrogabilidade
estabelecidos por lei, não sendo possível invadir a competência de outro.
É aquele em que o Poder Judiciário não pode agir por iniciativa própria, devendo
Inércia
agir somente após provocação da parte.
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Art. 63. § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício
pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser
superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que
efetuou.
Art. 113. § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de
conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do
litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
* Produção de Provas
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao
julgamento do mérito.
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer,
o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela
pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa
móvel ou imóvel.
* Restauração de autos
Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, pode o juiz, de ofício, qualquer das
partes ou o Ministério Público, se for o caso, promover-lhes a restauração.
Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em cuja comarca tiver domicílio o
falecido procederá imediatamente à arrecadação dos respectivos bens.
Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará arrecadar os bens do ausente e
nomear-lhes-á curador na forma estabelecida na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
* Conflito de competência
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Princípio da Eventualidade
CPC/15. Art. 336.Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código. (Princípio da Aderência do Território)
Art. 17. Para postular (ação) em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Condição da Ação
CPC/73 CPC/15
Possibilidade Jurídica do Pedido; Legitimidade das partes (ad causam);
Interesse de agir.
OBS: A possibilidade jurídica do pedido, no CPC/15, é analisada na fase de mérito.
Não Confundir
Elementos da Ação Condição da Ação
Partes; Legitimidade das partes (ad causam);
Causa de pedir;
Pedido. Interesse de agir.
CPC/15. Art. 337 § 2: Uma ação é idêntica a outra CPC/15. Art. 17. Para postular (ação) em juízo é
quando possui as mesmas partes, a mesma causa necessário ter interesse e legitimidade.
de pedir e o mesmo pedido.
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Legitimação
Ordinária Ação iniciada por titular do próprio direito;
Extraordinária Ação iniciada por uma pessoa que defende direito alheio.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente
litisconsorcial.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
STJ/Súmula 181
É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula
contratual.
Teoria da Ação
Eclética (CPC Adota) Asserção (STJ Adota).
Defende que a existência do direito de ação não Segundo o entendimento do Superior Tribunal de
depende da existência do direito material, mas sim Justiça, para a aferição das condições da ação de
das condições da ação. legitimidade ativa e interesse processual, deve‐se
adotar a teoria da asserção.
A teoria eclética da ação, adotada pelo ordenamento
jurídico brasileiro, define ação como um direito As condições da ação, dentre elas o interesse
autônomo e abstrato, independente do direito processual e a legitimidade ativa, definem-se da
subjetivo material, condicionada a requisitos para narrativa formulada inicial, não da análise do mérito
que se possa analisar o seu mérito. da demanda (teoria da asserção), razão pela qual
não se recomenda ao julgador, na fase postulatória,
Segundo os postulados da teoria eclética (Liebmam), se aprofundar no exame de tais preliminares. (REsp
adotada pelo CPC brasileiro, o direito de ação não 1.561.498/RJ)
está vinculado a uma sentença favorável, mas
também não está completamente independente do Segundo a teoria da asserção as condições da ação
direito material. devem ser apreciadas de acordo com as alegações
do autor na petição inicial, ou seja, não dependem
Para Enrico Tulio Liebman (teoria eclética), o direito da correspondência entre tais afirmações e a
de ação tem dois aspectos, o direito de demanda ou realidade verificada a partir da dilação probatória.
de acesso ou petição (incondicionado) e o direito de
ação propriamente dito, que exige o preenchimento Sendo a cognição sumária (análise não
de condições a viabilizar o julgamento efetivo da aprofundada), as condições da ação são analisadas
pretensão deduzida. no momento da alegação do autor na petição inicial.
Se constata a ausência das condições da ação, o
processo é extinto sem a resolução do mérito.
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Tipos de Ações
A ação declaratória se limita à revelar a existência ou inexistência de uma relação
Declaratória jurídica, ou a autenticidade ou falsidade de um documento, não produzindo nenhuma
modificação em situações fáticas ou em relações jurídicas; (Imprescritível).
Ocorre quando um sujeito pode exigir de outro o cumprimento de uma prestação de
Condenatória
fazer ou não fazer algo e de dar a coisa, em dinheiro ou não. (Prescritível).
A ação constitutiva tem por fim a criação, modificação ou extinção de uma relação
Constitutiva jurídica, tem eficácia ex nunc e dispensa execução, uma vez que se efetiva por si
mesma; (Decadencial).
Ação
Cautelar Tem a finalidade de proteger, conservar ou defender um direito.
Execução Tem a finalidade de efetivar um direito.
TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I (réu domiciliado no Brasil), considera-se domiciliada no Brasil
a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos;
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
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III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no
Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
* De alimentos, quando o:
- Credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
- Réu mantiver vínculos, no Brasil, de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
* De sucessão hereditária de bens situados no Brasil, mesmo o autor da herança seja estrangeiro ou
tenha domicílio fora do território nacional;
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em
contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste
Capítulo.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
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STJ/Súmula 358
O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão judicial,
mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.
Prazos
Aplicado às partes. Se não forem observados ocasiona preclusão temporal, ou seja, a
Próprios
perca da possibilidade de praticar o ato.
Aplicado aos órgãos judiciários. Não sendo observados, não ocorre nenhum efeito ao
Impróprios
processo.
Legais Fixados em lei. Em geral, não é possível a modificação dos prazos legais.
Judiciais Aplicados pelo juiz.
Convencionais Prazos fixados por combinação entre as partes.
Peremptórios Os prazos não são dilatados ou reduzidos.
Particulares Prazo aplicado a cada uma das partes de forma individual;
Comuns Prazo aplicado para ambas as partes do processo de forma coletiva.
CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à
justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado
requerente;
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade,
manifestada por via diplomática.
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam
resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
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Seção II
Do Auxílio Direto
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional
estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade
central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência
exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com
outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e
recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação
jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da
União, que requererá em juízo a medida solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto
passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Seção III
Da Carta Rogatória
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o STJ é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes
as garantias do devido processo legal.
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento
judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
* Não há conflito de interesses (lide) entre os * Há lide (conflito de interesses), existindo partes em
interessados; polos contrários (Autor x Réu);
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* Não existe coisa julgada material, apenas formal. * O Juiz só pode estabelecer a sentença naquilo que
foi pleiteado pelas partes.
* Consiste em um procedimento.
* Consiste em um processo.
Seção IV
Disposições Comuns às Seções Anteriores
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será
encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o
instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado
requerido.
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à
ordem pública.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-á por meio de carta
rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960.
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive
tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou
por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização.
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do
princípio da reciprocidade de tratamento.
Pressupostos Processuais
São requisitos que precisam existir dentro de um processo para ser considerado válido e existente. Os
pressupostos processuais podem ser:
- Subjetivo ou objetivo;
- de existência ou de validade.
Pressupostos Subjetivos Pressupostos Objetivos
Consiste nos sujeitos do processo (partes e juiz). Dividem-se em: Extrínsecos e intrínsecos.
- Capacidade de ser parte: Aquele em que a pessoa São fatores que estão dentro do processo.
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* Litispendência;
* Perempção;
* Convenção de arbitragem;
* Citação Válida;
* Regularidade Formal.
TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às
partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
OBS: O Sistema de Justiça Multiportas visa desafogar a quantidade de ações perante o judiciário.
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Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. (Princípio da Perpetuado Jurisdicionis).
Determinação da Competência
* Momento do registro ou da distribuição da petição inicial.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal, a competência é determinada pelas
normas previstas neste Código ou em legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que
couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se
nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização
de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o
qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para
apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades
autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença
ensejou a remessa for excluído do processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no
foro de domicílio do réu.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for encontrado ou no
foro de domicílio do autor.
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do
autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à
escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for
encontrado.
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Sem domicílio ou De domicílio do autor. (Se este não reside no Brasil, a ação será em qualquer
residência no Brasil foro).
2 ou mais em diferentes
De qualquer deles, à escolha do autor.
domicílios
Execução Fiscal De domicílio do réu, no de sua residência ou lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre
direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta.
Competência
Absoluta Relativa
* Critérios em relação à Matéria, Pessoa e Função; * Critérios em relação ao Território e ao Valor.
* De Ordem Pública; * Acordadas pelas partes;
* Inderrogável pela vontade das partes. * Prorrogável.
* Improrrogável.
OBS: A competência territorial será absoluta no caso de ação possessória imobiliária que será proposta
no lugar da situação da coisa.
Regra
Bens Móveis Bens Imóveis
Domicílio do réu. Situação da coisa.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a
arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial
e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Autor da Herança
Domicílio Certo (Regra) Sem Domicílio Certo (Exceções)
Foro de domicílio do autor da herança. Foro de situação dos bens imóveis;
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Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente
para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou
assistente.
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de
ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito
Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital
do respectivo ente federado.
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de
2006 (Lei Maria da Penha);
III - do lugar:
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do
ofício;
a) de reparação de dano;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou
acidente de veículos, inclusive aeronaves.
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Seção II
Da Modificação da Competência
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela continência, observado o disposto
nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido
sentenciado.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões
conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 ou mais ações quando houver identidade quanto às partes e à causa de
pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Conceitos
Ocorre quando 2 ou mais ações forem de comum o pedido ou a causa de pedir.
Conexão
Na conexão há: Comum pedido e Causa de pedir.
Ocorre quando 2 ou mais ações têm mesma identidade quanto às partes e à causa
de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
Continência
Na continência há identidade quanto: às partes e à causa de pedir.
Litispendência Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada
Coisa julgada
em julgado.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à
ação contida será proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão
necessariamente reunidas.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas
simultaneamente.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou subseção judiciária, a
competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é inderrogável por convenção
das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será
proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir expressamente a
determinado negócio jurídico.
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§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz,
que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena de
preclusão.
Não Confundir!
O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo e determina a competência. (Arts. 43
e 59 do CPC).
- Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nosarts. 397 e 398 da Lei no
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
§ 1º. A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por
juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
- Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da
ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240depois que for validamente citado.
Negócios Processuais
Ocorre quando existe previsão legal no caso da convenção ou do acordo entre as
partes.
Típicos
Ex: CPC/15.Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e
do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
É quando as partes, no intuito de atender aos seus objetivos, pactuam cordos ou
Atípicos
convenções fora das hipóteses apresentadas em lei.
Seção III
Da Incompetência
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada
de ofício.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.
III - entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a atribuir a
outro juízo.
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STF/Súmula 363
A pessoa jurídica de direito privado pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em
que se praticou o ato.
STJ/Súmula 1
O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente para a ação de investigação de
paternidade, quando cumulada com a de alimentos.
STJ/Súmula 11 (SUPERADA)
A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a
competência do foro da situação do imóvel.
STJ/Súmula 33
A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.
Excepcionalmente, incompetência relativa pode ser declarada de ofício, quando se tratar de cláusula de
eleição de foro, antes da citação, se abusiva.
CPC/15. Art. 63. § 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
STJ/Súmula 206
A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das
leis de processo.
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Súmula 508: Compete a justiça estadual, em ambas Súmula 137: Compete à Justiça Comum Estadual
as instâncias, processar e julgar as causas em que processar e julgar ação de servidor público
for parte o Banco do Brasil, S.A. municipal, pleiteando direitos relativos ao vínculo
estatutário.
Súmula 516: O Serviço Social da Indústria (SESI)
está sujeito a jurisdição da justiça estadual. Súmula 161: É da competência da Justiça Estadual
autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS
Súmula 556: É competente a justiça comum (justiça /PASEP e FGTS, em decorrência do falecimento do
estadual) para julgar as causas em que é parte titular da conta.
sociedade de economia mista.
Súmula 218: Compete à Justiça dos Estados
processar e julgar ação de servidor estadual
decorrente de direitos e vantagens estatutárias no
exercício de cargo em comissão.
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CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO NACIONAL
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em todas as instâncias e
graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de
seus magistrados e servidores.
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para prática de qualquer ato processual.
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e
pode ser executado como:
I - auxílio direto;
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de
procedimento para:
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§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do
Poder Judiciário.
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