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DIREITOS DIFUSOS,

COLETIVOS E
INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS
E DIREITO
PROCESSUAL
COLETIVO
Direitos Fundamentais do Processo
Coletivo

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS E
DIREITO PROCESSUAL COLETIVO
Direitos Fundamentais do Processo Coletivo
Diogo Surdi

Sumário
Direitos Fundamentais do Processo Coletivo. .................................................................................................3
1. Teoria Geral dos Direitos Difusos e Coletivos.............................................................................................3
1.1. Evolução Histórica dos Direitos Fundamentais e do Processo Coletivo. .................................3
1.2. Distinção entre Direitos e Interesses. ..........................................................................................................9
1.3. Interesse Primário e Secundário.................................................................................................................. 10
1.4. Características dos Direitos Fundamentais............................................................................................13
1.5. Destinatários............................................................................................................................................................17
1.6. Eficácia Horizontal e Vertical..........................................................................................................................18
1.7. Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos..............................................................19
2. Princípios do Direito Processual Coletivo Comum.................................................................................21
2.1. Princípio do Acesso à Justiça......................................................................................................................... 22
2.2. Princípio do Devido Processo Legal Coletivo...................................................................................... 22
2.3. Princípio da Não Taxatividade. . .....................................................................................................................23
2.4. Princípio da Prioridade Jurisdicional.........................................................................................................23
2.5. Princípio da Indisponibilidade....................................................................................................................... 24
2.6. Princípio da Participação no Processo e pelo Processo. ............................................................... 24
2.7. Princípio da Reparação Integral do Dano...............................................................................................25
2.8. Princípio da Obrigatoriedade da Execução Coletiva pelo Ministério Público. ..................25
2.9. Princípio da Predominância de Aspectos Inquisitoriais................................................................25
3. Tutela de Urgência, Tutela de Segurança, Tutela de Evidência e Tutela Inibitória no
Processo Coletivo.. ........................................................................................................................................................26
3.1. Tutela de Urgência................................................................................................................................................26
3.2. Tutela de Evidência.. ............................................................................................................................................30
3.3. Tutela de Segurança...........................................................................................................................................30
3.4. Tutela Inibitória.....................................................................................................................................................32
Resumo................................................................................................................................................................................34
Questões de Concurso................................................................................................................................................40
Gabarito...............................................................................................................................................................................49
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................50

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Diogo Surdi

DIREITOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO COLETIVO


Olá, pessoal, tudo bem? Espero que sim!
Na aula de hoje, estudaremos as Disposições Constitucionais pertinentes ao Direito Pro-
cessual Coletivo.
Para isso, teremos contato, inicialmente, com uma série de características dos direitos
fundamentais. Após, veremos a forma como o microssistema do processo coletivo está estru-
turado em nosso ordenamento jurídico, conhecendo também as principais características das
Tutelas de Urgência, de Segurança, de Evidência e Inibitória.
Posteriormente, resolveremos questões relacionadas com as principais características
dos direitos fundamentais, com a classificação utilizada pela doutrina para definir um direito
como coletivo, homogêneo ou individual coletivo e com as diferentes modalidades de tutela
existentes em nosso ordenamento.
Grande Abraço a todos e boa aula!
Diogo

1. Teoria Geral dos Direitos Difusos e Coletivos


1.1. Evolução Histórica dos Direitos Fundamentais e do Processo
Coletivo
A origem dos direitos fundamentais está intimamente relacionada com a necessidade de
imposição de limites à atuação do Estado. Por intermédio dos direitos fundamentais, desta
forma, os indivíduos passaram a contar com uma proteção, gerando um aumento em sua li-
berdade e uma limitação na atuação do Poder Público.

 Obs.: Inicialmente, a atuação do Estado consistia em uma série de imposições e deveres aos
indivíduos que estavam sob a sua proteção.
 Como resultado destas ações do Poder Público, tínhamos uma população acuada e
que praticamente não podia expressar as suas vontades.
 Com o surgimento dos primeiros direitos fundamentais, passou-se a exigir uma “não
atuação” do Estado, resultando em um aumento das liberdades conferidas à população
e em uma maior autonomia das relações privadas ante a atuação do Poder Público.

Não devemos confundir os direitos fundamentais, contudo, com os direitos humanos.


O termo direitos humanos trata-se de um conceito mais amplo, compreendendo todos
os direitos reconhecidos em tratados e convenções internacionais pelo direito internacional
público. Tais tratados e convenções podem tanto ser de âmbito global como regional, sendo
necessário, para a sua inclusão no ordenamento jurídico de um país, que sejam positivados
pelo respectivo Estado.

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Como exemplo de tratado global, pode-se citar o Pacto Internacional sobre Direitos Políticos.
Como exemplo de convenção regional, cita-se a Convenção Americana de Direitos Humanos.
Em ambas as situações, para que os direitos humanos previstos nos acordos possam ter vali-
dade em um determinado Estado, faz-se necessário que o respectivo país reconheça e positive
os direitos acordados.
Uma vez positivados, tais direitos podem ou não assumir o status de direitos fundamentais.

Os direitos fundamentais, por sua vez, são os direitos reconhecidos à população de um


dado território mediante a confecção de um documento específico. E este documento especí-
fico nada mais é do que a Constituição do respectivo país, responsável por instituir o ordena-
mento jurídico e por positivar os direitos assegurados aos seus indivíduos.
Com isso, chegamos à importante conclusão de que nem todos os direitos humanos são
considerados direitos fundamentais, mas sim apenas aqueles que foram positivados pela
Constituição Federal.

De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo orde-
namento jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou
dimensões.
a) Primeira Geração: Até meados da Idade Média, o Estado era conduzido mediante as
ordens da monarquia. As opiniões do rei, nesta época, eram absolutas, não podendo ser objeto
de contestação por parte da população.
Com o passar do tempo, os indivíduos começaram a se revoltar com os desmandos e
abusos cometidos, dando ensejo ao surgimento do Liberalismo e dos primeiros direitos
fundamentais.
Os direitos fundamentais de primeira geração são formados pela necessidade de uma “não
atuação” do Estado, aumentando assim a liberdade da população.
Por este motivo, tais direitos são comumente conhecidos como “direitos negativos” ou “di-
reitos de defesa”, uma vez que são resultados da necessidade de proteção à população ante
os desmandos do Estado.
Importante mencionar que os direitos fundamentais de primeira geração surgiram em me-
ados do século XVIII, possuindo como principal objetivo a conquista de liberdade e sendo ma-
terializado pelos direitos políticos e civis.

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Ambos os direitos (políticos e civis) são decorrência de um aumento da liberdade conferida à


população.
Na medida em que os indivíduos passam a poder votar e exercer seus direitos políticos, esta-
mos diante de um considerável aumento da liberdade.
Tal situação também ocorre na medida em que a população passa a ter direito de usufruir de
sua propriedade e de se locomover sem a necessidade de obter autorização do Poder Público
(direitos civis).
São exemplos, ainda, de direitos de primeira geração o direito à vida, o direito de associação e
o direito de reunião.

b) Segunda Geração: Com os direitos de primeira geração, a população conquistou um


grande passo, passando a fazer jus, conforme mencionado, a uma maior liberdade de atuação.
Com o passar dos anos, contudo, a simples existência de uma não interferência estatal
se revelou insuficiente para que a integridade da população fosse mantida. Neste cenário, era
bastante comum que os trabalhadores fossem submetidos a jornadas de trabalho de mais de
15 horas diárias por 7 dias da semana.
Surgem, então, os direitos fundamentais de segunda geração, caracterizados por presta-
ções positivas do Estado para os indivíduos. Neste contexto, a sociedade exige que o Poder
Público não se restrinja ao fato de não interferir nas relações humanas, mas sim que ofereça
a todos os indivíduos sob a sua guarda uma série de direitos que permitam a manutenção da
dignidade da pessoa humana.
Na segunda geração, o paradigma utilizado é a igualdade, sendo exemplos os direitos so-
ciais, os direitos econômicos e os direitos culturais.
Por assegurar uma prestação à população, tais direitos também são conhecidos como “li-
berdades positivas” ou “direitos do bem-estar”, tendo tido início no final do século XIX e início
do século XX.

Na medida em que direitos sociais como as férias e o descanso semanal remunerado são
garantidos à população, temos um Estado que não apenas está deixando de agir, mas sim que
está ofertando à população melhores condições de vida.
Nesta situação, o que está pautando a atuação estatal é a igualdade, de forma que todas as
pessoas que estejam sob a mesma condição devem fazer jus aos mesmos benefícios e pres-
tações do Poder Público.

c) Terceira Geração: Os direitos de terceira geração surgiram da preocupação da comuni-


dade internacional com os ditos direitos transindividuais, ou seja, direitos que ultrapassam o
próprio indivíduo.
Desta forma, os direitos de terceira geração não se destinam apenas a um indivíduo ou
grupo de pessoas pertencentes a um determinado Estado. Sua incidência é ampla, difusa, re-
caindo sob toda a espécie humana.

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Como exemplo, cita-se o direito ao meio-ambiente, à comunicação, ao progresso e à defe-


sa do consumidor. Em todas estas situações, o fundamento utilizado é a fraternidade.

 Obs.: Da análise das três primeiras gerações de direitos fundamentais, consegue-se


notar uma semelhança com o lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e
Fraternidade.
 Assim, na medida em que os direitos de primeira geração conferem aos indivíduos
uma maior liberdade, os de segunda geração, por assegurarem uma série de pres-
tações positivas, estão pautados na igualdade. Os de terceira geração, por sua vez,
fundamentam-se na fraternidade, uma vez que não estão direcionados para um grupo
específico de pessoas, mas sim para toda a espécie humana.

Em brilhante passagem, o STF, no julgamento do MS 22.164, descreveu as características


das três principais gerações de direitos fundamentais:

O direito a integridade do meio ambiente – típico direito de terceira geração – constitui prerrogativa
jurídica de titularidade coletiva, refletindo, dentro do processo de afirmação dos direitos humanos,
a expressão significativa de um poder atribuído, não ao indivíduo identificado em sua singularidade,
mas, num sentido verdadeiramente mais abrangente, a própria coletividade social. Enquanto os di-
reitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que compreendem as liberdades clássicas,
negativas ou formais – realçam o princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos
econômicos, sociais e culturais) – que se identifica com as liberdades positivas, reais ou concretas
– acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira geração, que materializam poderes de
titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais, consagram o princípio
da solidariedade e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, expansão
e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponí-
veis, pela nota de uma essencial inexauribilidade.

d) Quarta Geração: Os direitos fundamentais de quarta geração são aqueles intimamente


relacionados com a globalização. De acordo com esta corrente, fazem parte de tal geração o
direito à democracia direta, o direito à informação e todos os direitos relacionados com a bio-
tecnologia.
Nesta dimensão, os direitos fundamentais seriam os responsáveis por evitar que as mani-
pulações genéticas ocorressem sem nenhum tipo de controle.
Marcelo Novelino apresenta uma importante definição acerca dos direito fundamentais de
quarta dimensão:

Tais direitos foram introduzidos no âmbito jurídico pela globalização política, compreendem o di-
reito à democracia, informação e pluralismo. Os direitos fundamentais de quarta dimensão com-
pendiam o futuro da cidadania e correspondem à derradeira fase da institucionalização do Estado
social sendo imprescindíveis para a realização e legitimidade da globalização política.

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e) Quinta Geração: Parte da doutrina identifica, ainda, uma quinta dimensão ou geração
de direitos fundamentais. De acordo com esta corrente, fortemente defendida por constitucio-
nalistas como Paulo Bonavides, a quinta geração seria representada como o direito de toda a
espécie humana à paz.
De acordo com o mencionado autor, a concepção de paz deve ser a mais ampla possível,
abrangendo todas as nações e servindo de base para a preservação da dignidade da pes-
soa humana.
Desta forma, podemos resumir todas as características acerca das gerações ou dimen-
sões dos direitos fundamentais por meio do gráfico abaixo:

Geração ou
Fundamento Características
Dimensão

Surgiram no final do século XVIII.


Exigia uma não atuação do Estado.
1ª Geração Liberdade São representados pelos direitos civis e
políticos.
São conhecidos como “liberdades negativas”.

Surgiram no final do século XIX.


Exigia uma atuação positiva do Estado.
2ª Geração Igualdade São representados pelos direitos sociais,
econômicos e culturais.
São conhecidos como “liberdades positivas”.

Surgiram no século XX.


Direitos atribuídos a toda a humanidade.
3ª Geração Fraternidade São representados pelo direito ao meio
ambiente, ao progresso e à defesa do
consumidor.

Surgiram em meados do século XX.


Fundamentados na ideia de uma sociedade
sem fronteiras.
4ª Geração Biotecnologia
Representados pelos direitos à democracia,
à informação e a todas as questões
biotecnológicas.

Surgiram em meados do século XX.


Decorre da necessidade de toda a espécie
5ª Geração Paz
humana, independente das diferenças sociais
e ideológicas, possuir paz.
Analisando cada uma das gerações ou dimensões dos direitos fundamentais, é possível
afirmar que foi a partir da terceira geração (com os direitos transindividuais) que o processo
coletivo ganhou força.

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Antes disso, o direito se preocupava em regular, preponderantemente, as relações indivi-


duais. Neste sentido, é importante destacar que foi com a Revolução Industrial, ocorrida na
Inglaterra no século XVIII, que tivemos o início da produção em massa.
E como consequência da Revolução Industrial, tivemos um aumento massivo no consumo
e na utilização dos meios de comunicação, gerando, inevitavelmente, a existência de conflitos
que se sobressaiam ao indivíduo em particular.
Em outros termos, como inúmeros eram os conflitos que violavam mais de uma pessoa
(quando não a coletividade como um todo), teve o direito que acompanhar essa evolução na
proteção da sociedade.
Contudo, ao contrário do que muitos podem imaginar, não foi com a Constituição Federal
de 1988 que tivemos o “marco inicial” da proteção aos interesses e direitos da coletividade.
Ainda que normas esparsas já tivessem sido editadas anteriormente, a doutrina defende
que foi com a edição da Lei n. 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública) e da Lei n. 8.078/1990
(Código de Defesa do Consumidor) que passamos a contar com um microssistema de pro-
cesso coletivo, ou seja, um conjunto de regras especificamente destinadas à tutela coletiva
dos direitos transindividuais (difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêne-
os). Atualmente, o mencionado microssistema é composto, também, por outras importantes
normas jurídicas, tais como a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/1965), a Lei da Política Nacio-
nal do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/1981) e a Lei do Mandado de Segurança (Coletivo) (Lei n.
12.016/2009).
O microssistema do processo coletivo pode ser definido como o conjunto de normas jurí-
dicas que apresentam regras especificamente destinadas a tutelar os direitos transindividuais
(direitos difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Mencionamos várias vezes o termo “processo coletivo”. Neste sentido, é importante que
saibamos a definição deste importante conceito. De acordo com Fredie Didier Jr., temos a se-
guinte definição acerca do processo coletivo e da ação coletiva.

Conceitua-se processo coletivo como aquele instaurado por ou em face de um legitimado autôno-
mo, em que se postula um direito coletivo lato sensu ou se postula um direito em face de um titular
de um direito coletivo lato sensu, com o fito de obter uma providência jurisdicional que atingirá uma
coletividade ou um número determinado de pessoas.
Ação coletiva é, pois, a demanda que dá origem a um processo coletivo, pela qual se afirma a exis-
tência de uma situação jurídica coletiva ativa ou passiva. Tutela jurisdicional coletiva é a proteção
que se confere a uma situação jurídica coletiva ativa (direitos coletivos lato sensu) ou a efetivação
de situações jurídicas (individuais ou coletivas) em face de uma coletividade, que seja titular de uma
situação jurídica coletiva passiva (deveres ou estados de sujeição coletivos)

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Observa-se assim que a ação coletiva é o instrumento por meio do qual temos o início do
processo coletivo, cujo objeto é a tutela jurisdicional coletiva.

Já na definição apresentada por Elpídio Donizetti, conseguimos encontrar importantes ca-


racterísticas que diferenciam o processo coletivo do processo individual.

No caso de processo instaurado para a defesa de direitos coletivos em sentido amplo, são tama-
nhas as diferenças em relação ao processo tradicional-individualista que se convencionou identifi-
cá-lo como processo coletivo. A par de inúmeras peculiaridades, pode-se elencar três característi-
cas principais do processo coletivo: a) objeto; b) legitimidade para agir; c) coisa julgada.

Desta forma, podemos memorizar que três são as principais peculiaridades do processo
coletivo em relação ao processo individual, sendo elas:
• O objeto: direitos difusos, direitos coletivos em sentido estrito ou direitos individuais
homogêneos.
• A legitimidade para agir: legitimação extraordinária ou legitimação autônoma, que é
aquela distinta da parte que está eventualmente sofrendo a lesão.
• A coisa julgada: efeitos erga omnes no caso de direitos difusos e direitos individuais
homogêneos e efeitos ultra partes no caso de direitos coletivos em sentido estrito.

Neste ponto da matéria, apenas é necessário que tenhamos conhecimento destas característi-
cas. Ao longo da aula, nos aprofundaremos, quando necessário, nas peculiaridades mencionadas.

1.2. Distinção entre Direitos e Interesses


É bastante comum, nas ações coletivas, os termos “direito” e “interesse” serem utilizados
como sinônimos.
Por interesse podemos entender todas as pretensões ou desejos em obter determinado
objetivo. Por direito, temos a possibilidade de algo ser exigido por determinada pessoa.

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Assim, ao passo que o interesse se refere apenas a uma pretensão, o direito abarca um
fundamento lógico que serve de base para que o pedido efetivamente seja realizado perante a
autoridade competente.
No âmbito da proteção coletiva, ainda que o mais correto seja a utilização do termo “direi-
to”, ambas as definições são constantemente utilizadas com o mesmo significado.
Prova disso é que o próprio texto da Constituição Federal estabelece, em diversas passa-
gens, a proteção aos “direitos e interesses”.

Art. 5º, LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclu-
sive em questões judiciais ou administrativas;
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

Neste mesmo sentido é a previsão do Código de Defesa do Consumidor, que estabelece


em seu art. 81, por exemplo, que “A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das
vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo”.

Para fins de prova, devemos considerar ambas as expressões


(direitos e interesses) como sinônimos, sendo que ambas po-
dem ser objeto de tutela coletiva por meio das ações compe-
tentes.

1.3. Interesse Primário e Secundário


Para compreendermos de uma melhor forma a diferença entre o interesse primário e o
interesse secundário, necessitamos, em um primeiro momento, fazer uso dos dois princípios
administrativos que, em conjunto, formam a base do ordenamento jurídico, sendo eles:
a) Supremacia do Interesse Público: No âmbito das relações entre particulares, vigora o
princípio da igualdade de direitos e obrigações. Assim, sei uma parte não cumprir com sua
obrigação, dará ensejo para que a outra proceda à rescisão do pacto anteriormente celebrado.

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Exemplo desta situação ocorre na celebração de um contrato de compra e venda. Caso o


comprador não cumpra com a sua obrigação de entregar dinheiro ao vendedor, não está este
obrigado a entregar o bem objeto da celebração, podendo, por consequência, rescindir o con-
trato e eximir-se da obrigação.
No âmbito da Administração Pública, no entanto, isso não ocorre. E o motivo para tal é a
obrigação do Poder Público de garantir o bem estar da coletividade. Logo, nada mais natural
que a Administração esteja em uma posição superior aos interesses dos administrados.
O princípio da supremacia do interesse público, dessa forma, significa que os interesses
da coletividade são mais relevantes que os interesses individuais. Por isso mesmo (para con-
seguir fazer prevalecer o interesse público sobre o privado) é que a Administração recebe po-
deres (prerrogativas) que não são estendidos aos particulares.
É correto afirmar, inclusive, que as relações travadas entre a Administração Pública e os
administrados é caracterizada pela verticalidade, haja vista que a administração, por ter a fi-
nalidade de garantir o bem estar coletivo, figura em posição de superioridade em relação aos
particulares.
Tal princípio, ressalta-se, não está presente em todas as atividades da Administração Pú-
blica, mas sim apenas naquelas em que a Administração deve fazer valer a sua vontade para
assegurar que o interesse coletivo seja preservado.
Em diversas situações, a administração atua despida de suas prerrogativas, obedecendo às
normas do direito privado e se sujeitando às mesmas obrigações e direitos que os particulares.
Imagine como seria estranho se, ao emitir um cheque (ato de gestão), a Administração
pudesse valer-se de sua supremacia para declarar que não iria honrar com tal obrigação. Com
toda certeza teríamos uma grave insegurança jurídica.
A verticalidade conferida à administração, como consequência deste princípio, não impli-
ca, no entanto, que a administração deva fazer a vontade da maioria. O que deve ser feito é a
adoção de medidas que garantam o bem estar da coletividade, medidas estas que nem sem-
pre podem coincidir com o interesse da maioria.
b) Indisponibilidade do Interesse Público: Quando possuímos a disponibilidade de algo,
estamos livres para dispor do bem da maneira que acharmos mais conveniente. Podemos,
desta forma, aliená-lo, onerá-lo ou simplesmente doá-lo a terceiros.
Tais possibilidades não ocorrem com o interesse público, que é gerido pela Administração
Pública de todos os entes federativos. E como não possui a disponibilidade dos interesses da
coletividade, cabe ao Poder Público, apenas, a gestão destes interesses da forma que melhor
reflita no bem estar da população.
O princípio da indisponibilidade do interesse público, desta forma, significa que a Admi-
nistração não é a proprietária dos interesses por ela geridos. Tal princípio está presente em
toda a atividade administrativa, devendo a Administração, por meio de seus agentes, proteger
o interesse público, bem maior de toda a coletividade.

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Indisponibilidade do Interesse
Supremacia do Interesse Público
Público

É princípio implícito É princípio implícito

Não está presente em toda a Está presente em toda a atividade


atividade administrativa administrativa

Dele decorrem as prerrogativas Dele decorrem as sujeições


(poderes) da Administração (obrigações) da Administração

É a base do regime jurídico É a base do regime jurídico

Tem como exemplos a realização


Tem como exemplos a aplicação das
de concurso público, a realização
cláusulas exorbitantes, os poderes
de licitações e a obrigação de
administrativos e a imperatividade
prestação de contas por parte dos
dos atos administrativos
administradores públicos

Agora que conhecemos estes dois princípios, surge uma questão interessante: o interes-
se público mencionado em ambos os casos é o primário ou o secundário?

Antes de respondermos esta importante questão, devemos saber que o interesse público
primário é o verdadeiro interesse do Poder Público, ou, em outras palavras, a razão de ser da
Administração Pública, que possui como finalidade o bem estar da coletividade.
Já o interesse público secundário é aquele leva em conta, preponderantemente, o interesse
patrimonial do Poder Público, e não o da coletividade.
O autor Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta uma importante definição e distinção
em relação a estes dois interesses:

Primário: coincide com a realização de políticas públicas voltadas para o bem estar social. Satisfaz
o interesse da sociedade, do todo social. O interesse público primário justifica o regime jurídico ad-
ministrativo e pode ser compreendido como o próprio interesse social, o interesse da coletividade
como um todo. Pode-se afirmar também que os interesses primários estão ligados aos objetivos do
Estado, que não são interesses ligados a escolhas de mera conveniência de Governo, mas sim de-
terminações que emanam do texto constitucional, notadamente do art. 3º da Constituição Federal.
Secundário: decorre do fato de que o Estado também é uma pessoa jurídica que pode ter interesses
próprios, particulares. “O Estado pode ter, tanto quanto as demais pessoas, interesses que lhe são
particulares, individuais.” Estes interesses existem e devem conviver no contexto dos demais inte-
resses individuais. De regra, o interesse secundário tem cunho patrimonial, tendo como exemplos o
pagamento de valor ínfimo em desapropriações, a recusa no pagamento administrativo de valores
devidos a servidor público, a título de remuneração.

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Retornando para a indagação inicial, o interesse público que é defendido pelo Poder Públi-
co em todas as ações coletivas destinadas a proteger os interesses transindividuais é o primá-
rio, ou seja, o interesse que tem como fundamento o bem estar coletivo.
• Interesse Primário: leva em conta o bem estar coletivo, sendo a razão de existir do Poder
Público. É o fundamento de validade para a tutela coletiva dos direitos transindividuais.
• Interesse Secundário: leva em conta o interesse patrimonial do Estado.

1.4. Características dos Direitos Fundamentais


Um dos assuntos mais exigidos acerca da teoria dos direitos fundamentais é o relacionado
com as características atribuídas pela doutrina a estes direitos. Pode-se identificar, assim, a
existência de dez características dos direitos fundamentais.

Nas provas de concurso, as características dos direitos funda-


mentais são exigidas, comumente, de duas formas:
a) A banca apresenta uma característica e tenta confundir o
candidato com o conceito de outra.
b) Um caso concreto é apresentado, solicitando que o candi-
dato assinale qual a característica pertinente.

Para resolvermos ambos os tipos de questões, basta conhecermos o conceito básico de


cada uma das características.
a) Universalidade: Como regra, os direitos fundamentais devem ser assegurados a todos
os seres humanos, independente de crença, raça, credo ou convicção política.
Isso não implica em afirmar, contudo, que todos os direitos fundamentais devem, obrigato-
riamente, ser assegurados de igual forma a todos, uma vez que a diversidade da humanidade
e da realidade vivida por cada pessoa não é uniforme no tempo.
Ainda assim, certos direitos fundamentais (aos quais a doutrina identifica um núcleo exis-
tencial), pela sua importância, devem ser assegurados, indistintamente, a todos.

Se tomarmos como exemplo o direito à vida, nota-se que se trata de um direito fundamental
que deve ser assegurado a toda a humanidade. Todas as pessoas são titulares deste direito,
que, devido à sua importância, é reconhecido como parte de um núcleo essencial de direitos
fundamentais.
Se, em sentido, oposto, tomarmos como exemplo o direito social a férias remuneradas, vere-
mos que este, ainda que se seja um direito fundamental, não é assegurado, indistintamente, a
toda a população, mas sim apenas aos trabalhadores.

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b) Historicidade: Os direitos fundamentais não surgem com base em um acontecimento


histórico isolado no tempo. Em sentido oposto, a existência de direitos fundamentais está inti-
mamente relacionada com as conquistas da humanidade ao longo dos anos.
Prova disso são as diferentes gerações de direitos fundamentais. No início, como o ho-
mem estava sendo oprimido pela atuação do Estado, a grande conquista foi exigir que o Esta-
do deixasse de atuar, gerando uma maior liberdade aos indivíduos.
Posteriormente, tendo a população uma maior liberdade, a exigência era de que o Estado
não apenas deixasse de atuar, mas sim que prestasse a toda a sua população uma série de
direitos mínimos necessários à sua existência.
Conclusão: os direitos fundamentais são ampliados com o passar dos anos, uma vez que
as necessidades dos indivíduos sob a guarda do Poder Público, em igual sentido, tende a au-
mentar com o decorrer do tempo.
c) Inalienabilidade: Os direitos fundamentais não podem ser transferidos ou nego-
ciados com terceiros, sendo de titularidade exclusiva da pessoa que os possui. Como
consequência, é correto afirmar que os direitos fundamentais não possuem conteúdo
econômico ou patrimonial. Em outras palavras, ninguém pode sair por aí vendendo um
direito fundamental.
d) Indivisibilidade: Os direitos fundamentais são indivisíveis, motivo pelo qual apenas atin-
gem à finalidade para a qual se propõem se exercidos em conjunto.
Como decorrência, não poderá o particular usufruir apenas dos direitos que entenda neces-
sários para a sua pessoa. Deverá ele, para preservar sua dignidade, fazer uso do conjunto de
direitos previstos em nosso ordenamento jurídico, respeitado, como não poderia deixar de ser,
as particularidades de cada pessoa.

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e) Imprescritibilidade: A prescrição está relacionada com a impossibilidade da utilização


das medidas cabíveis, após o decurso de um determinado período de tempo, para fazer jus a
um direito.
Com os direitos fundamentais, contudo, isso não ocorre. Assim, caso uma pessoa não utili-
ze um direito fundamental da qual é titular por um longo período de tempo, ainda assim poderá
fazer uso, à qualquer momento, do direito em questão.
Isso implica em afirmar que os direitos fundamentais são personalíssimos, impossíveis de
serem alcançados pelo instituto da prescrição.
f) Irrenunciabilidade: Como regra, o titular de um direito fundamental não pode dele dispor,
renunciando assim ao ser exercício.
Contudo, em determinadas situações, e desde que por um prazo certo de tempo, poderá
a pessoa renunciar ao exercício de certos direitos fundamentais. Após o mencionado lapso
temporal, o direito objeto da renúncia voltará à sua plenitude.
Ressalta-se, entretanto, que a renúncia jamais poderá ser feita por um período indetermi-
nado de tempo, tampouco abranger todos os direitos fundamentais previstos no ordenamen-
to jurídico.
Dada a importância do assunto, a característica da irrenunciabilidade será mais bem deta-
lhada em momento posterior.
g) Relatividade: De início, temos que memorizar uma afirmativa amplamente utilizada pe-
las bancas organizadoras: “Não existem direitos fundamentais de caráter absoluto”.
Como consequência, todos os direitos fundamentais se revestem de caráter relativo, en-
contrando limites na própria existência de outros direitos fundamentais previstos na Cons-
tituição Federal.

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Desta forma, os direitos fundamentais não podem ser utilizados como uma forma de acober-
tar o cometimento de atividades ilícitas, tampouco a responsabilidade das pessoas que, fazendo
uso deste direito, cometam infrações tipificadas como crime em nosso ordenamento jurídico.
Em caso de conflito entre dois ou mais direitos fundamentais, deverá a autoridade com-
petente, analisando o caso concreto, fazer uso da concordância prática ou da harmonização.
Nesta situação, um direito prevalecerá sobre o outro, de forma que a decisão apenas será
aplicável às partes do conflito. Caso, posteriormente, ambos os direitos novamente sejam ob-
jeto de conflito, a autoridade deverá realizar o mesmo procedimento de análise do caso concre-
to, podendo perfeitamente decidir pela prevalência do outro direito. Tudo dependerá, conforme
mencionado, da análise do caso concreto.

Caso uma pessoa, invocando o direito fundamental da liberdade de pensamento, expresse comen-
tários racistas acerca de outrem, estaremos diante de um conflito entre direitos fundamentais.
De um lado, a liberdade do pensamento. Do outro, a vedação ao racismo.
Nesta situação, a autoridade competente deverá analisar o caso concreto e decidir, com base
na ponderação e na harmonização, qual o direito que deverá prevalecer.
Como a decisão apenas produzirá efeitos para as partes envolvidas, nada impede que a autori-
dade competente, em momento posterior, e estando diante de uma situação onde os mesmos
direitos estejam em conflito, decida de forma contrária.

Ainda que a imensa maioria da doutrina entenda que nenhum dos direitos e garantias fun-
damentais possua caráter absoluto, tem crescido, cada vez mais, o entendimento (ainda mino-
ritário) de que três situações seriam o caso de direitos de caráter absoluto, sendo eles:
• A proibição à tortura;
• A proibição à escravidão;
• A proibição ao tratamento cruel ou degradante;

Todas as três situações derivam do princípio maior da dignidade da pessoa humana. De acor-
do com a doutrina que defende a existência de direitos de caráter absoluto, a relativização das situ-
ações apresentadas acabaria gerando uma relativização da própria dignidade da pessoa humana.
Neste sentido, merece destaque o entendimento de Ingo Wolfgang Sarlet:

A dignidade da pessoa humana, na condição de valor fundamental atrai o conteúdo de todos os


direitos fundamentais, exige e pressupõe o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais
de todas as dimensões. Assim, sem que se reconheçam à pessoa humana os direitos fundamentais
que lhe são inerentes, em verdade estar-se-á negando-lhe a própria dignidade.

Ressalta-se, contudo, que tal entendimento é minoritário. Em provas de concurso, devem


ser adotados os seguintes entendimentos:
1) Em questões genéricas que apenas exijam o conhecimento das características dos di-
reitos fundamentais, deve-se sempre afirmar que tais direitos não possuem caráter absoluto,
sendo, por isso mesmo, relativos.

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2) Em questões mais avançadas e que exijam expressamente a doutrina minoritária (com


enunciados que versem sobre o tema dos direitos absolutos), deve-se afirmar que os três direi-
tos acima mencionados se revestem de caráter absoluto.
h) Complementariedade: Os direitos fundamentais não devem ser interpretados de forma
isolada, mas sim de forma conjunta, complementar, possibilitando assim que a finalidade para
a qual foram instituídos seja alcançada em sua plenitude.

Uma das principais finalidades dos direitos fundamentais é assegurar a todos a dignidade da
pessoa humana.
Contudo, você acha que este objetivo será alcançado em sua plenitude de que maneira: com
apenas alguns dos direitos ou com todos os direitos fundamentais existentes?
Logicamente que a utilização e interpretação de todos os direitos fundamentais é que propor-
cionará o atingimento da finalidade.

i) Concorrência: O particular pode exercer diversos direitos fundamentais ao mesmo tem-


po, de forma concorrente, não havendo necessidade do esgotamento da utilização de um direi-
to para que outro possa ser exercido.
j) Efetividade: Cabe ao Estado, materializado pelas inúmeras políticas públicas, assegurar con-
dições para que os direitos fundamentais possam ser concretizados e efetivados pela população.

1.5. Destinatários
Inicialmente, os destinatários dos direitos fundamentais eram apenas as pessoas naturais,
uma vez que o que estava sendo exigido era uma não atuação do Estado em prol da liberdade
da população.
Com o tempo, a doutrina passou a estender os efeitos dos direitos fundamentais para as
pessoas jurídicas, sendo que uma série de direitos positivados em nosso ordenamento são
destinados a tais pessoas.
Modernamente, os direitos fundamentais passaram a ter como destinatários, ainda, o pró-
prio Estado, ou seja, órgãos e entidades da Administração Pública.

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Isso não implica em dizer que todos os direitos fundamentais previstos da Constituição Fe-
deral são destinados, indistintamente, às pessoas naturais, às pessoas jurídicas e ao Estado.
Em sentido oposto, nossa Constituição Federal apresenta direitos que possuem como des-
tinatários exclusivamente as pessoas naturais, direitos que apenas podem ser exercidos pe-
las pessoas jurídicas, direitos exclusivos do Estado e, ainda, direitos fundamentais que podem
ser exercidos pelas três classes de pessoas.

Como exemplo de direito fundamental exclusivamente destinado às pessoas naturais, temos


o direito à intimidade. Não faria nenhum sentido se este direito fosse atribuído às pessoas jurí-
dicas ou ao Estado, não é mesmo?
Como exemplo de direito fundamental exclusivamente destinado às pessoas jurídicas, cita-se
o direito à existência de Partidos Políticos, uma vez que os partidos nada mais são do que pes-
soas jurídicas de direito privado.
Como exemplo de direito fundamental exclusivo do Estado (órgãos e entidades), temos a
possibilidade de requisição administrativa. Nesta situação, apenas um ente superior como o
Estado pode requisitar a propriedade privada, uma vez que é função do Poder Público utilizar
todas as medidas possíveis para garantir a integridade da população.
Como exemplo de direito fundamental atribuído a todas as classes de pessoas, cita-se o direito
à propriedade, uma vez que tanto as pessoas naturais quanto as pessoas jurídicas e o Estado
podem ser proprietários, por exemplo, de bens imóveis.

1.6. Eficácia Horizontal e Vertical


Como anteriormente afirmado, os primeiros direitos fundamentais surgiram ante uma ne-
cessidade de limitação da atuação do Estado com relação aos particulares. E como o Estado
possui uma superioridade (uma vez que sua finalidade é a de garantir o bem estar da popula-
ção) tínhamos, com relação aos primeiros direitos, uma relação de verticalidade.
Desta forma, era correto afirmar que a eficácia (produção de efeitos jurídicos) dos direitos
fundamentais, inicialmente, apenas era possível de forma vertical.
Posteriormente, em meados do século XX, a doutrina começou a visualizar a possibilidade
de produção de efeitos jurídicos decorrentes dos direitos fundamentais no âmbito das rela-
ções entre particulares, ou seja, nas situações em que o Estado não estava presente.
Como as relações entre particulares são pautadas pelo princípio da igualdade, estamos
diante, quando da sua ocorrência, de uma relação de horizontalidade.
Ainda que a possibilidade dos direitos fundamentais influenciarem as relações privadas
não se trate de uma unanimidade (uma vez que certos países, como os Estados Unidos, não
admitem tal possibilidade), o nosso ordenamento jurídico aceita a teoria da eficácia horizontal
dos direitos fundamentais.

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Suponhamos que duas pessoas tenham formulado um contrato de trabalho, sendo que uma
das cláusulas do instrumento em questão previa que o trabalhador renunciaria expressamente
ao seu direito de férias anuais remuneradas.
Nesta situação, o contrato de trabalho é válido?
A reposta é sim! Como estamos no âmbito das relações particulares, nada impede que um ins-
trumento seja pactuado da forma como demonstrado.
Contudo, como as férias anuais remuneradas são um dos direitos sociais previstos na Consti-
tuição Federal, tal cláusula é nula, não podendo ser invocada por nenhuma das partes.
Nesta situação, o que tivemos foi a eficácia dos direitos fundamentais influenciando as rela-
ções entre particulares.

Quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre particula-
res, estamos diante da eficácia horizontal destes direitos, também conhecida como eficá-
cia externa.
Por outro lado, quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações
entre os particulares e o Poder Público, a eficácia será vertical ou interna.

Particular x Particular = Horizontal e Externa


Particular x Poder Público = Vertical e Interna

1.7. Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos


É importante, antes de conhecermos o rito processual a ser observado nas ações coletivas,
que tenhamos contato com as principais similaridades e diferenças existentes entre os direi-
tos ou interesses difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Antes disso, é importante mencionar que todos estes direitos ou interesses formam, em
conjunto, os direitos transindividuais.

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Os direitos ou interesses difusos são aqueles que são compartilhados por um grupo inde-
terminável de pessoas e possuem natureza indivisível. Como exemplo, pode-se citar as ações
relacionadas com a defesa do meio-ambiente.
Os direitos ou interesses coletivos também são compartilhados por um grupo de pessoas.
Contudo, ao contrário do que acontece com os direitos difusos, tal grupo é determinável, ou
seja, é possível identificar todas as pessoas que estão usufruindo daquele direito.
Um exemplo seria uma ação civil pública coletiva com a finalidade de anular cláusula de-
corrente de um contrato celebrado com a finalidade de repassar valores públicos para a cons-
trução de casas populares. Nesta hipótese, sabe-se quais são as pessoas que beneficiadas
com a construção das casas populares, sendo elas, portando, determináveis e decorrentes de
uma relação jurídica.
Os direitos ou interesses individuais homogêneos também reúnem um grupo determiná-
vel de pessoas, mas, ao contrário do que ocorre com os direitos coletivos, os interesses são
divisíveis, ou seja, possuem uma origem comum. Como exemplo, temos uma ação coletiva
com o propósito de obter indenização decorrente da não prestação de serviço público federal.
Neste caso, a ação coletiva apenas reúne as pessoas que foram lesadas em virtude de
uma mesma prestação de serviços. Contudo, a indenização pode ser diferente de uma para
outra pessoa, a depender da gravidade do dano causado.
Direitos ou Grupo Decorrem de uma situação
Objeto
Interesses indeterminável de que une todas as pessoas
indivisível
Difusos pessoas envolvidas

Direitos ou Grupo Decorrem de uma relação


Objeto
Interesses determinável de jurídica, como a celebração de
indivisível
Coletivos pessoas um contrato

Direitos ou
Grupo Apenas possuem origem
Interesses Objeto
determinável de comum, ensejando diferentes
Individuais divisível
pessoas resultados
Homogêneos

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Em sintonia com as definições apresentadas é o teor do Parágrafo Único do art. 81 do Có-


digo de Defesa do Consumidor, que apresenta a seguinte redação:

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividu-
ais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.

2. Princípios do Direito Processual Coletivo Comum


Toda ciência, para fazer surtir os seus efeitos de forma uniforme a todos os interessados,
depende de postulados fundamentais que alicerçam a sua atuação. Com o Direito não é dife-
rente. Assim, os princípios podem ser conceituados como as normas fundamentais que emba-
sam toda a atuação da Administração Pública para o alcance de sua finalidade.
Como o próprio nome sugere, os princípios possuem a característica de “início”, “base”,
“pedra fundamental”. É por meio deles que todo o ordenamento jurídico se estrutura, gerando,
para a Administração, uma série de prerrogativas e sujeições que devem ser observadas para
garantir o bem estar da coletividade.
Durante muito tempo, o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) era de que a
força dos princípios era meramente integradora, de forma que o seu uso estaria restrito às
situações onde não fosse possível a resolução do conflito com a legislação vigente.
Com o passar dos anos, os princípios adquiriram força de norma jurídica, de forma que,
atualmente, possuem imperatividade e impõem condutas a serem seguidas pelos seus desti-
natários. Nos dias atuais, a doutrina majoritária possui o entendimento de que, os princípios,
por serem normas gerais e dotadas de altíssimo grau de abstração, possuem hierarquia supe-
rior, até mesmo, às demais normas jurídicas.
Na visão do STF, violar um princípio, por exemplo, é muito pior do que violar uma lei, haja vis-
ta que, ao infringir um princípio, se está desobedecendo a todo o ordenamento jurídico vigente.

Podemos relacionar a força normativa dos princípios com a construção de uma torre:
Inicialmente, e como forma de evitar que um futuro desabamento ocorra, devem os responsá-
veis pela construção garantir que a base seja extremamente sólida. Caso contrário, ainda que
o restante da construção seja perfeita, correrá a obra o risco de desabar, situação que deixaria
todo o trabalho posterior seriamente comprometido.
Assim também ocorre com o nosso ordenamento jurídico: Se não tivermos uma base sólida
(os Princípios), toda a construção posterior (as Leis) pode ficar comprometida.

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Duas são as informações essenciais sobre a força dos princípios:

Ainda que inúmeros sejam os princípios que orientem a atuação do administrador em re-
lação ao processo coletivo, é possível identificar, de acordo com a doutrina majoritária, os
seguintes princípios do direito processual coletivo comum.

2.1. Princípio do Acesso à Justiça


O princípio do acesso à justiça estabelece que a gama de legitimados para dar início às
ações coletivas é ampla e extraordinária.
Neste contexto, temos aqui uma das principais diferenças entre o processo individual e o
coletivo: ao passo que nas ações individuais apenas a parte, como regra geral, é que poderá
dar início ao processo, nas ações coletivas a legitimação compete a terceiros, normalmente ór-
gão e entidades que possuem entre as suas funções, ainda que indiretamente, a manutenção
do bem estar coletivo.
Como decorrência do acesso à justiça, é correto afirmar que a legitimação é, ao mesmo
tempo, extraordinária (uma vez que os legitimados dão início ao processo coletivo em nome
de terceiros) e concorrente (uma vez que qualquer um dos legitimados, desde que atendidos
os requisitos legais, pode dar início ao processo ou até mesmo continuar a tramitação proces-
sual em caso de desistência da parte autora).

2.2. Princípio do Devido Processo Legal Coletivo


O princípio do devido processo legal expressa uma das mais importantes garantias cons-
titucionais, incidindo tanto no âmbito formal quanto no âmbito material. Como consequência,
representa uma dupla proteção para os indivíduos.
No âmbito formal, representa a garantia de que as partes poderão fazer uso de todos os
meios licitamente previstos para se defender. Como exemplo, temos as garantias do contra-
ditório e da ampla defesa.
No âmbito material, representa a garantia de que as autoridades competentes, quando do
julgamento das causas, primarão pelo princípio da proporcionalidade, adequando os meios e
fins e garantindo que a decisão seja a mais adequada para o caso concreto.
De acordo com a Constituição Federal, o princípio do devido processo legal está expresso,
preponderantemente, em dois incisos do art. 5º:

Art. 5º, LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

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No âmbito do processo coletivo, o devido processo legal implica em assegurar que todas
as fases ou etapas do processo sejam devidamente observadas, sem prejuízo para os particu-
lares que estão sendo defendidos.
A título de exemplo, podemos elencar as formalidades estabelecidas no CDC em relação à
competência para julgamento da demanda e no que se refere à obrigatoriedade de publicação
no meio oficial como forma de garantir que todos os interessados possam intervir no processo
como litisconsortes.

Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou re-
gional, aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comuni-
cação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.

2.3. Princípio da Não Taxatividade


Inicialmente, o texto da Lei n. 7.347/1985 estabelecia uma lista taxativa de bens que pode-
riam ser tutelados por meio das ações coletivas. Coube ao CDC, por sua vez, ampliar o leque
de bens tutelados através de alteração legislativa.

Art. 1º Regem-se pelas disposições desta lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsa-
bilidade por danos morais e patrimoniais causados:
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.

Sendo assim, como decorrência do princípio da não taxatividade, todo e qualquer interesse
difuso ou coletivo pode ser defendido por meio da ação judicial competente (normalmente,
uma Ação Civil Pública).

2.4. Princípio da Prioridade Jurisdicional


Em linhas gerais, o princípio da prioridade jurisdicional determina que as ações coletivas
terão prioridade de tramitação e julgamento em relação às demandas individuais.
E isso ocorre, basicamente, em razão de dois motivos, a saber:
a) através da solução das ações coletivas, evita-se a proliferação de ações individuais que
tenham o mesmo objeto, uma vez que os interessados na questão poderão fazer uso, a depen-
der da situação, da coisa julgada da ação coletiva.
b) ao priorizar as ações coletivas, evita-se também o conflito destas com as ações indivi-
duais ou até mesmo entre ações individuais diferentes.
Em outros termos, é correto afirmar que a priorização do processamento e do julgamento
das ações coletivas é medida diretamente decorrente da celeridade e eficiência processual,
evitando o congestionamento de ações com o mesmo objeto no Poder Judiciário.

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2.5. Princípio da Indisponibilidade


Nos processos individuais, a regra amplamente geral é de que os direitos defendidos são
disponíveis. Consequentemente, podem as partes, desde que atendidos os requisitos proces-
suais, desistir da demanda inicialmente proposta.
No processo coletivo, a regra é outra, de forma que os interesses defendidos são carregados
pela característica da indisponibilidade. Logo, ainda que as partes tenham o interesse em desis-
tir da ação, esta medida apenas será possível quando todas as regras forem observadas. E o mo-
tivo para uma maior “dificuldade” na desistência processual é que as coletivas são destinadas
a tutelar interesses transindividuais, ou seja, que dizem respeito à coletividade como um todo.
Podemos verificar a existência do princípio da indisponibilidade por meio do § 3º do art. 5º
da Lei da Ação Civil Pública, de seguinte redação:

Art. 5º, § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.

Além disso, caso o Ministério Público tenha o interesse em arquivar o processo, o rito a ser
observado será bem mais dificultoso do que o previsto, por exemplo, para as ações individuais.

Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistên-


cia de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inqué-
rito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena
de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou rejeitada
a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou
documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do
Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde
logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

2.6. Princípio da Participação no Processo e pelo Processo


A participação no processo implica na garantia de que a parte envolvida terá o direito às
garantias do contraditório e da ampla defesa. Por isso mesmo, trata-se de um princípio que
envolve, basicamente, as partes que estão envolvidas na lide judicial.
Já a participação pelo processo possui uma finalidade mais ampla, implicando na possibilida-
de de influenciar o Estado e a sociedade como um todo. Estes objetivos são mais bem verificados
por meio de institutos específicos, como a realização de audiências e consultas públicas.
Para fins de prova, devemos memorizar que as ações coletivas adotaram prioritariamente
o princípio da participação no processo.

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2.7. Princípio da Reparação Integral do Dano


Uma vez comprovado o dano, a parte que for condenada deve, além de outras sanções,
proceder à respectiva reparação integral.
De acordo com o autor Fredie Didier:

Fica evidente aqui a presença do princípio de reparação integral do dano: mesmo que não tenha sido
feito o pedido de condenação, este se retira da natureza da ação popular e da ação de improbidade
administrativa, admitindo-se uma espécie de pedido implícito.

No âmbito legislativo, o princípio em questão pode ser mais bem verificado por meio do art.
11 da Lei da Ação Popular:

Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do ato impugna-
do, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática e os beneficiários
dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de dano, quando incorrerem
em culpa.

Trata-se de uma regra que faz todo o sentido: como, nas ações coletivas, o bem tutelado
envolve toda a coletividade, a reparação integral do dano implica em um dever do particular
para com a sociedade na qual ele está inserido.

2.8. Princípio da Obrigatoriedade da Execução Coletiva pelo


Ministério Público
Nas ações coletivas, conforme iremos verificar, a execução da sentença (que ocorre após
a liquidação) é medida que pode ser realizada pela parte autora. Esta possibilidade, contudo,
trata-se de uma simples faculdade, e não de uma atividade vinculada.
Contudo, caso a parte autora seja o Ministério Público, bem como no caso de inércia dos
demais legitimados em dar início à execução, caberá o MP, obrigatoriamente (aqui, estamos
diante de uma medida vinculada) iniciar a execução.
Neste sentido, inclusive, é o teor do art. 15 da Lei da ACP, com a seguinte redação:

Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a
associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
iniciativa aos demais legitimados.

2.9. Princípio da Predominância de Aspectos Inquisitoriais


Nas ações coletivas, há uma predominância dos aspectos inquisitoriais de forma muito
mais marcante do que nas ações individuais. O fundamento é que em tais espécies de ações
há todo o interesse da coletividade envolvido.

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Sendo assim, os tribunais e juízes que, no exercício de suas funções, tiverem conhecimen-
to de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, deverão remeter as peças ao Mi-
nistério Público para as providências cabíveis.

LACP. Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos
que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as pro-
vidências cabíveis.

3. Tutela de Urgência, Tutela de Segurança, Tutela de Evidência e Tu-


tela Inibitória no Processo Coletivo

Quando falamos em tutela, estamos nos referindo à possibilidade de uma decisão ser to-
mada antes da prolação da sentença. De acordo com a doutrina, é possível identificar dois
requisitos que, primordialmente, devem estar presentes para a concessão da tutela, sendo eles
o fumus boni juris e o periculum in mora.
O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente público
serem verossímeis. Isso não significa que o ato deve estar cabalmente provado, uma vez que
tal pressuposto é averiguado por ocasião da sentença. O que deve existir é uma grande possi-
bilidade, no curso do processo administrativo, da ocorrência da infração ou conduta que está
sendo alegada.
O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e irreparável) por
sua vez, refere-se à possibilidade na não adoção de uma medida rápida e célere prejudicar de-
masiadamente o direito que está sendo violado, trazendo danos irreparáveis.

3.1. Tutela de Urgência


Tanto a tutela de urgência quanto a tutela de evidência encontram fundamento nas dispo-
sições do Código de Processo Civil.

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em
caráter antecedente ou incidental.

Em um primeiro momento, é importante salientar que a tutela de urgência poderá ser con-
cedida em caráter antecedente ou incidental.
Na tutela antecedente, o pedido está relacionado com a mesma finalidade do processo,
tratando-se, por isso mesmo, de uma mera “antecipação” da decisão que posteriormente será
prolatada.
Na tutela incidental, por sua vez, o pedido é feito durante o transcurso do processo ou,
ainda, como uma questão paralela. Consequentemente, a tutela incidental segue “ao lado” do
processo. Um ponto a ser destacado é que a tutela provisória requerida em caráter incidental
independe do pagamento de custas.

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A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada. Neste sentido, salvo decisão judicial em contrário, a tutela
provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo com-
petente para conhecer do pedido principal. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revo-
gar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
De acordo com o CPC, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Basicamente, há a necessidade de comprovação do fumus boni juris e do periculum in mora.
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
Aqui, é importante destacar que a tutela em questão pode ser concedida de forma anteci-
pada ou com natureza cautelar.
Quando tiver natureza antecipada, a tutela de urgência não será concedida quando houver
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Já a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, seques-
tro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.

Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
a) a sentença lhe for desfavorável;
b) obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários
para a citação do requerido no prazo de 5 dias;
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c) ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;


d) o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
A principal diferente entre a tutela de urgência e a tutela de evidência é o tempo. Ao passo
que este é extremamente importante na tutela de urgência (uma vez que a demora na adoção
da medida poderia causar sérios danos ao particular), na tutela de evidência o tempo mostra-se
irrelevante para o deferimento ou não da medida.

Como exemplo de tutela de urgência, podemos citar a necessidade de um grupo de pessoas


realizar uma cirurgia de caráter urgente. Contudo, a instituição hospitalar alega que o procedi-
mento não pode ser realizado por ausência de leitos.
Neste caso, a Defensoria Pública pode formular uma ação ordinária, solicitando, já na petição ini-
cial, o deferimento da tutela de urgência (que, neste caso, será classificada como antecedente).

De acordo com a doutrina, a tutela de urgência pode ser classificada quanto ao conteúdo e
quanto ao momento de concessão, da seguinte forma:
Antecipada: Ocorre quando o Cautelar: O mérito da decisão
mérito do pedido é antecipado. não é antecipado, sendo
Conteúdo
Logo, o que se pede ao final é que o objetivo é garantir o
concedido antes da sentença. provimento final do pedido.

Após Justificação: Neste caso,


Liminar: Ocorre quando a
Momento de a tutela é concedida pelo
tutela é concedida sem a oitiva
Concessão juiz após a oitiva da parte
da parte contrária.
contrária.
A depender de estarmos diante da tutela de urgência antecipada ou cautelar, diferentes
serão os procedimento a serem observados no curso do processo.
Na tutela antecipada, o rito a ser observado consta nos art. 303 e 304 do CPC, com a se-
guinte redação:

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial
pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil
do processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada
de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro
prazo maior que o juiz fixar;
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será ex-
tinto sem resolução do mérito.

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§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem
incidência de novas custas processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa,
que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput
deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicio-
nal determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o
processo ser extinto sem resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que
a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a
tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por
decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida,
para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada
foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se
após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efei-
tos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por
uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

Na tutela cautelar, por sua vez, as regras a serem observadas constam nos art. 305 a 310,
com a seguinte redação:

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente
indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz
observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as provas
que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo
réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de
30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de
tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.

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§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência de conciliação ou
de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova
citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:
I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem
resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é vedado à parte reno-
var o pedido, salvo sob novo fundamento.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência
ou de prescrição.

3.2. Tutela de Evidência


Na tutela de evidência, não há a necessidade de comprovação do perigo de dano. O proce-
dimento é utilizado com a finalidade de possibilitar a antecipação total ou parcial do mérito de
um processo judicial antes que a decisão final seja proferida pelo magistrado.
E justamente por não exigir a comprovação do perigo de dano, a tutela de evidência apenas
pode ser utilizada nas situações expressamente previstas pelo CPC. Logo, estabelece o art.
311 que a tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelató-
rio da parte;
b) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Neste caso, o juiz
poderá decidir liminarmente.
c) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do con-
trato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa. Nesta hipótese, o juiz poderá decidir liminarmente.
d) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

3.3. Tutela de Segurança


A tutela de segurança não apresenta maiores especificidades, podendo ser definida como
o conjunto de medidas que podem ser utilizadas pelo Poder Público como forma de garantir
que os direitos sejam preservados para a coletividade.

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A tutela de segurança ganha maior destaque no curso dos procedimentos coletivos, uma
vez que, por intermédio de diversos instrumentos jurídicos, é possível garantir que direitos de
um grupo de pessoas (ou mesmo de toda a coletividade) sejam tutelados.
Um dos principais instrumentos de efetivação destes direitos é o mandado de seguran-
ça coletivo.
A possibilidade de impetração de mandado de segurança coletivo decorre de uma previ-
são constitucional. Assim, estabelece a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXX, a seguin-
te redação:

Art. 5º, LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

O mandado de segurança coletivo apresenta características semelhantes ao mandado de


segurança individual. Sua finalidade, contudo, é a de proteger direitos coletivos e individuais
homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder.
Ao contrário do que ocorre com o mandado individual, a própria Constituição Federal esta-
belece a lista taxativa de legitimados para a propositura da ação, que, de acordo com o inciso
em análise, são os seguintes:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical;
c) entidade de classe;
d) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
Da analise dos legitimados, consegue-se perceber que o requisito de 1 ano de constituição
e funcionamento apenas é exigido para as associações.
Como a lista de legitimados é taxativa, o STF possui entendimento de que nem mesmo os
entes da federação (Estados e Municípios, por exemplo) podem impetrar mandado de segu-
rança coletivo.
Com relação aos partidos políticos, é interessante observar que há a necessidade de representa-
ção no Congresso Nacional para que a agremiação partidária possa impetrar mandado de segurança.
A representação, de acordo com o entendimento dos Tribunais Superiores, é atendida caso
haja, pelo menos, um Deputado Federal ou um Senador.
Assim, ainda que o partido conte, por exemplo, com Deputados Federais, mas não conte
com representantes no Senado Federal, o requisito da representação estará atendido.

 Obs.: Caso o partido, após o ajuizamento, deixe de contar com a representação exigida, o
mandado de segurança não será extinto por ilegitimidade.
 O que é exigido, apenas, é o atendimento da representação no momento da impetra-
ção. Depois disso, mesmo que o partido deixe de atender esta regra, o mandado segui-
rá normalmente o seu curso.

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Com relação às entidades de classe, o STF possui entendimento sumulado de que a possi-
bilidade de interposição de mandado de segurança coletivo ocorre ainda que a pretensão seja
de interesse, apenas, de uma parte da categoria.

Súmula n. 630 – A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando
a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

Logo, não há necessidade de interesse, por exemplo, de toda a classe para que a entidade
possa ajuizar um mandado de segurança coletivo.
Importante frisar que a interposição de mandado de segurança coletivo por parte de en-
tidade de classe independe da autorização dos associados. Assim, por exemplo, é o entendi-
mento do STF:

Súmula n. 629 – A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor
dos associados independe da autorização destes.

Merece ser destacado, ainda, que o mandado de segurança coletivo, tal como ocorre com
o individual, trata-se de uma ação residual, ou seja, que apenas pode ser proposta quando não
existir outro remédio constitucional disponível.

3.4. Tutela Inibitória


A tutela inibitória poder ser conceituada como a medida destinada a impedir a prática ou
continuação de um ilícito independentemente da alegação e demonstração do dano e da culpa.
Um ponto que merece destaque é que a tutela inibitória está relacionada com o futuro.
Consequentemente, em caso de ilícito cometido no passado, o cabimento será de tutela res-
sarcitória, e não de tutela inibitória.
E isso ocorre justamente porque a finalidade da tutela inibitória é a de fazer cessar imedia-
tamente uma determinada atividade após a análise dos fatos, sendo destinada a operar até o
momento da sentença executiva.
Em nosso ordenamento jurídico, a tutela inibitória encontra fundamento no Parágrafo Úni-
co do art. 497, com a seguinte redação:

Art. 497, Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reite-
ração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência
de dano ou da existência de culpa ou dolo.

Não há uma lista taxativa de situações em que a tutela inibitória pode ser aplicada. Em
sentido diverso, a doutrina identifica uma série de atividades que podem dar ensejo à utilização
deste importante instrumento.

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Como exemplo, podemos citar o impedimento de apresentação com cenas homofóbicas


ou racistas, a proibição de publicação de obra que conte com informações falsas e a interrup-
ção do exercício de atividade poluidora.
Trata-se a tutela inibitória de uma ação de conhecimento de natureza preventiva, sendo
destinada a impedir a prática, a repetição ou a continuação do ilícito. Como resultado, podere-
mos ter a determinação da obrigação de fazer ou de deixa de fazer alguma coisa, sob pena da
aplicação das sanções legalmente estabelecidas.

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RESUMO
A origem dos direitos fundamentais está intimamente relacionada com a necessidade de
imposição de limites à atuação do Estado. Por intermédio dos direitos fundamentais, desta
forma, os indivíduos passaram a contar com uma proteção, gerando um aumento em sua li-
berdade e uma limitação na atuação do Poder Público.
Não devemos confundir os direitos fundamentais, contudo, com os direitos humanos.
O termo direitos humanos trata-se de um conceito mais amplo, compreendendo todos os direi-
tos reconhecidos em tratados e convenções internacionais pelo direito internacional público.
Os direitos fundamentais, por sua vez, são os direitos reconhecidos à população de um
dado território mediante a confecção de um documento específico. E este documento especí-
fico nada mais é do que a Constituição do respectivo país, responsável por instituir o ordena-
mento jurídico e por positivar os direitos assegurados aos seus indivíduos.
Com isso, chegamos à importante conclusão de que nem todos os direitos humanos são
considerados direitos fundamentais, mas sim apenas aqueles que foram positivados pela
Constituição Federal.

De acordo com o momento histórico em que surgiram e foram reconhecidos pelo ordenamento
jurídico, os direitos fundamentais podem ser classificados em cinco gerações ou dimensões.

Geração ou
Fundamento Características
Dimensão

Surgiram no final do século XVIII.


Exigia uma não atuação do Estado.
1ª Geração Liberdade
São representados pelos direitos civis e políticos.
São conhecidos como “liberdades negativas”.

Surgiram no final do século XIX.


Exigia uma atuação positiva do Estado.
2ª Geração Igualdade São representados pelos direitos sociais, econômicos
e culturais.
São conhecidos como “liberdades positivas”.

Surgiram no século XX.


Direitos atribuídos a toda a humanidade.
3ª Geração Fraternidade
São representados pelo direito ao meio ambiente, ao
progresso e à defesa do consumidor.

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Geração ou
Fundamento Características
Dimensão

Surgiram em meados do século XX.


Fundamentados na ideia de uma sociedade sem
4ª Geração Biotecnologia fronteiras.
Representados pelos direitos à democracia, à
informação e a todas as questões biotecnológicas.

Surgiram em meados do século XX.


Decorre da necessidade de toda a espécie humana,
5ª Geração Paz
independente das diferenças sociais e ideológicas,
possuir paz.
Analisando cada uma das gerações ou dimensões dos direitos fundamentais, é possível
afirmar que foi a partir da terceira geração (com os direitos transindividuais) que o processo
coletivo ganhou força.
A doutrina defende que foi com a edição da Lei n. 7.347/1985 (Lei da Ação Civil Pública) e da Lei
n. 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor) que passamos a contar com um microssistema
de processo coletivo, ou seja, um conjunto de regras especificamente destinadas à tutela coletiva
dos direitos transindividuais (difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos). Atu-
almente, o mencionado microssistema é composto, também, por outras importantes normas jurídi-
cas, tais como a Lei de Ação Popular (Lei n. 4.717/65), a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente
(Lei n. 6.938/81) e a Lei do Mandado de Segurança (Coletivo) (Lei n. 12.016/09).
O microssistema do processo coletivo pode ser definido como o conjunto de normas jurí-
dicas que apresentam regras especificamente destinadas a tutelar os direitos transindividuais
(direitos difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
A ação coletiva é o instrumento por meio do qual temos o início do processo coletivo, cujo
objeto é a tutela jurisdicional coletiva.

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DIREITOS DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS E
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Direitos Fundamentais do Processo Coletivo
Diogo Surdi

É importante, antes de conhecermos o rito processual a ser observado nas ações coletivas,
que tenhamos contato com as principais similaridades e diferenças existentes entre os direi-
tos ou interesses difusos, coletivos em sentido estrito e individuais homogêneos.
Antes disso, é importante mencionar que todos estes direitos ou interesses formam, em
conjunto, os direitos transindividuais.

Os direitos ou interesses difusos são aqueles que são compartilhados por um grupo inde-
terminável de pessoas e possuem natureza indivisível. Como exemplo, pode-se citar as ações
relacionadas com a defesa do meio-ambiente.
Os direitos ou interesses coletivos também são compartilhados por um grupo de pessoas.
Contudo, ao contrário do que acontece com os direitos difusos, tal grupo é determinável, ou
seja, é possível identificar todas as pessoas que estão usufruindo daquele direito.
Os direitos ou interesses individuais homogêneos também reúnem um grupo determiná-
vel de pessoas, mas, ao contrário do que ocorre com os direitos coletivos, os interesses são
divisíveis, ou seja, possuem uma origem comum. Como exemplo, temos uma ação coletiva
com o propósito de obter indenização decorrente da não prestação de serviço público federal.
Neste caso, a ação coletiva apenas reúne as pessoas que foram lesadas em virtude de uma
mesma prestação de serviços. Contudo, a indenização pode ser diferente de uma para outra
pessoa, a depender da gravidade do dano causado.
Grupo Decorrem de uma situação
Direitos ou Objeto
indeterminável de que une todas as pessoas
Interesses Difusos indivisível
pessoas envolvidas

Grupo Decorrem de uma relação


Direitos ou Objeto
determinável de jurídica, como a celebração
Interesses Coletivos indivisível
pessoas de um contrato

Direitos ou
Grupo Apenas possuem origem
Interesses Objeto
determinável de comum, ensejando
Individuais divisível
pessoas diferentes resultados
Homogêneos

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Quando falamos em tutela, estamos nos referindo à possibilidade de uma decisão ser to-
mada antes da prolação da sentença. De acordo com a doutrina, é possível identificar dois
requisitos que, primordialmente, devem estar presentes para a concessão da tutela, sendo eles
o fumus boni juris e o periculum in mora.
O fumus boni juris consiste na probabilidade de os fatos imputados ao agente público serem ve-
rossímeis. Isso não significa que o ato deve estar cabalmente provado, uma vez que tal pressuposto
é averiguado por ocasião da sentença. O que deve existir é uma grande possibilidade, no curso do
processo administrativo, da ocorrência da infração ou conduta que está sendo alegada.
O periculum in mora (também conhecido como perigo de dano iminente e irreparável) por
sua vez, refere-se à possibilidade na não adoção de uma medida rápida e célere prejudicar de-
masiadamente o direito que está sendo violado, trazendo danos irreparáveis.
A tutela de urgência poderá ser concedida em caráter antecedente ou incidental. Na tutela an-
tecedente, o pedido está relacionado com a mesma finalidade do processo, tratando-se, por isso
mesmo, de uma mera “antecipação” da decisão que posteriormente será prolatada. Na tutela inci-
dental, por sua vez, o pedido é feito durante o transcurso do processo ou, ainda, como uma questão
paralela. Consequentemente, a tutela incidental segue “ao lado” do processo. Um ponto a ser desta-
cado é que a tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada. Neste sentido, salvo decisão judicial em contrário, a tutela
provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo com-
petente para conhecer do pedido principal. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revo-
gar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
É importante destacar que a tutela em questão pode ser concedida de forma antecipada
ou com natureza cautelar. Quando tiver natureza antecipada, a tutela de urgência não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Já a tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, seques-
tro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida
idônea para asseguração do direito.

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A principal diferente entre a tutela de urgência e a tutela de evidência é o tempo. Ao passo


que este é extremamente importante na tutela de urgência (uma vez que a demora na adoção
da medida poderia causar sérios danos ao particular), na tutela de evidência o tempo mostra-se
irrelevante para o deferimento ou não da medida.
De acordo com a doutrina, a tutela de urgência pode ser classificada quanto ao conteúdo e
quanto ao momento de concessão, da seguinte forma:
Antecipada: Ocorre quando
Cautelar: O mérito da decisão
o mérito do pedido é
não é antecipado, sendo
Conteúdo antecipado. Logo, o que se
que o objetivo é garantir o
pede ao final é concedido
provimento final do pedido.
antes da sentença.

Após Justificação: Neste


Liminar: Ocorre quando a
Momento de caso, a tutela é concedida
tutela é concedida sem a oitiva
Concessão pelo juiz após a oitiva da parte
da parte contrária.
contrária.
Na tutela de evidência, não há a necessidade de comprovação do perigo de dano. O proce-
dimento é utilizado com a finalidade de possibilitar a antecipação total ou parcial do mérito de
um processo judicial antes que a decisão final seja proferida pelo magistrado.
E justamente por não exigir a comprovação do perigo de dano, a tutela de evidência apenas
pode ser utilizada nas situações expressamente previstas pelo CPC. Logo, estabelece o art.
311 que a tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo
de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
a) ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelató-
rio da parte;
b) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Neste caso, o juiz
poderá decidir liminarmente.
c) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do con-
trato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob
cominação de multa. Nesta hipótese, o juiz poderá decidir liminarmente.
d) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos
do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
A tutela de segurança não apresenta maiores especificidades, podendo ser definida como
o conjunto de medidas que podem ser utilizadas pelo Poder Público como forma de garantir
que os direitos sejam preservados para a coletividade.
A tutela inibitória poder ser conceituada como a medida destinada a impedir a prática ou
continuação de um ilícito independentemente da alegação e demonstração do dano e da culpa.

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Não há uma lista taxativa de situações em que a tutela inibitória pode ser aplicada. Em
sentido diverso, a doutrina identifica uma série de atividades que podem dar ensejo à utilização
deste importante instrumento.
Trata-se a tutela inibitória de uma ação de conhecimento de natureza preventiva, sendo
destinada a impedir a prática, a repetição ou a continuação do ilícito. Como resultado, podere-
mos ter a determinação da obrigação de fazer ou de deixa de fazer alguma coisa, sob pena da
aplicação das sanções legalmente estabelecidas.

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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CEBRASPE-CESPE/DP-RS/DPE-RS/2022) A respeito da tutela provisória, julgue o item
seguinte, à luz do Código de Processo Civil.
Apenas para os casos de tutela provisória de urgência — antecipada ou cautelar —, o Código de
Processo Civil prevê expressamente que a parte responderá pelo prejuízo que a efetivação da
tutela causar à parte adversa, em caso de sentença desfavorável àquele que a requereu.

002. (CEBRASPE-CESPE/DP-RS/DPE-RS/2022) A respeito da tutela provisória, julgue o item


seguinte, à luz do Código de Processo Civil.
A tutela provisória de urgência poderá ser concedida, liminarmente ou após justificação prévia,
desde que não haja perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, quando houver elemen-
tos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo (periculum in mora), embora o juiz possa exigir caução real idô-
nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer.

003. (CEBRASPE-CESPE/ASS JUR (CODEVASF)/CODEVASF/2021) A respeito dos prazos


no processo civil, da tutela provisória, da petição inicial, do processo de execução e do manda-
do de segurança, julgue o item a seguir.
Caso se caracterize o abuso do direito de defesa e haja risco ao resultado útil do processo,
caberá a concessão da tutela de urgência.

004. (VUNESP/ADV (CODEN)/CODEN/2021) Poderá ser proferida decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida
a) como regra geral do direito processual civil.
b) no caso de concessão de tutela de evidência, quando ficar caracterizado o abuso de direito
de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
c) no caso de concessão de tutela de evidência, quando a petição inicial for instruída com pro-
va documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o Réu não oponha
prova capaz de gerar dúvida razoável.
d) no caso de concessão de tutela de evidência, desde que demonstrado o perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas
documentalmente.
e) nos casos de tutela provisória de urgência.

005. (CEBRASPE-CESPE/ANA (APEX)/APEXBRASIL/PROCESSOS JURÍDICOS/2021) De


acordo com o CPC, a tutela de urgência será concedida
a) quando, evidenciada a probabilidade do direito, estiver a inicial instruída com prova docu-
mental dos fatos.
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b) se evidenciada a probabilidade do direito e o perigo de dano.


c) se caracterizado o abuso do direito de defesa e o risco ao resultado útil do processo.
d) quando, havendo perigo de dano, as alegações de fato puderem ser comprovadas por
documento.

006. (CEBRASPE-CESPE/PJ (MPE SC)/MPE SC/2021) Alison deixou de cumprir sua parte
em obrigação de dar coisa certa firmada com Nicolas, razão por que este ajuizou ação cabível,
juntando as devidas provas do incumprimento. Citado, Alison se desfez da coisa objeto da
obrigação. Nicolas, então, requereu tutela provisória em caráter incidental, com a intenção de
resguardar seu direito.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz das disposições do Código de
Processo Civil.
A tutela provisória incidental requerida por Nicolas depende do devido pagamento de custas.

007. (CEBRASPE-CESPE/ACE TCE RJ/TCE-RJ/CONTROLE EXTERNO/CIÊNCIAS CONTÁ-


BEIS/2021) Com relação aos direitos fundamentais, julgue o item a seguir.
O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais.

008. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Direitos individuais implícitos estão subentendidos nas regras de garantias fundamentais, sen-
do exemplos os desdobramentos do direito à vida.

009. (FCC/ANA FOM (AFAP)/AFAP/ADVOGADO/2019) Considere o seguinte excerto da obra


doutrinária ao final identificada:
“Outra característica associada aos direitos fundamentais diz com o fato de estarem consa-
grados em preceitos da ordem jurídica. Essa característica serve de traço divisor entre as ex-
pressões direitos fundamentais e direitos humanos.
A expressão direitos humanos, ou direitos do homem, é reservada para aquelas reivindicações
de perene respeito a certas posições essenciais ao homem. São direitos postulados em bases
jusnaturalistas, contam índole filosófica e não possuem como característica básica a positiva-
ção numa ordem jurídica particular.
A expressão direitos humanos, ainda, e até por conta da sua vocação universalista, suprana-
cional, é empregada para designar pretensões de respeito à pessoa humana, inseridas em
documentos de direito internacional.

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Já a locução direitos fundamentais é reservada aos direitos relacionados com posições bási-
cas das pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada Estado. São direitos que vigem
numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, garantidos e limitados no espaço e no tempo,
pois são assegurados na medida em que cada Estado os consagra.”
(MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 13. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. p. 147)

Com base no texto transcrito,


a) não há como distinguir doutrinariamente as expressões direitos fundamentais e direitos
humanos, dada a vocação universalista da proteção da pessoa humana, reconhecida nos do-
cumentos do direito internacional.
b) a expressão direitos humanos possui natureza universalista, oriunda de uma concepção
filosófica derivada do Direito Natural.
c) a expressão direitos humanos diz respeito ao direito positivado por cada Estado soberano e,
por essa razão, se afasta das concepções jusnaturalistas.
d) a expressão direitos humanos, dado o caráter nacional da positivação jurídica, não constitui
objeto do Direito Internacional Público.
e) por se tratar de concepção filosófica jusnaturalista, não limitada ao tempo e ao espaço, os
direitos fundamentais não possuem conteúdo jurídico.

010. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Ações afirmativas, como a reserva de vagas para negros em concursos públicos, são uma
forma de garantia dos direitos fundamentais e visam minimizar ou eliminar uma situação his-
tórica de desigualdade ou discriminação.

011. (FCC/ANA JUR (SEAD AP)/SEAD AP/2018) Em relação à eficácia horizontal dos direitos
fundamentais, são destinatários das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
a) as Entidades autárquicas.
b) os Órgãos do Poder Executivo.
c) as Entidades paraestatais.
d) os Particulares.
e) os Órgãos do Poder Judiciário.

012. (CEBRASPE-CESPE/PROC (PGE PE)/PGE PE/2018) Os direitos destinados a assegurar


a soberania popular mediante a possibilidade de interferência direta ou indireta nas decisões
políticas do Estado são direitos
a) políticos de primeira dimensão.

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b) políticos de terceira dimensão.


c) políticos de segunda geração.
d) sociais de segunda geração.
e) sociais de primeira dimensão.

013. (CEBRASPE-CESPE/JE TJSC/TJ SC/2019) A respeito da eficácia mediata dos direitos


fundamentais, assinale a opção correta segundo a doutrina e a jurisprudência do STF.
a) A eficácia mediata dos direitos fundamentais independe da atuação do Estado.
b) De acordo com o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem procedimentos têm
eficácia mediata.
c) Nas relações privadas, a eficácia dos direitos fundamentais é necessariamente mediata.
d) A eficácia mediata desobriga o juiz de observar o efeito irradiante dos direitos fundamentais
no caso concreto.
e) A eficácia mediata dos direitos fundamentais dirige-se, primeiramente, ao legislador.

014. (CEBRASPE-CESPE/TMCI (CGM J PESSOA)/PREF JOÃO PESSOA/2018) Acerca dos


princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros em
trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão constitucio-
nal expressa.

015. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decurso do tempo.

016. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são irrenunciáveis.

017. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Todo ser humano detém direitos fundamentais, independentemente de raça, credo, nacionali-
dade ou convicção política.

018. (CEBRASPE-CESPE/PROC (PGE PE)/PGE PE/2018) Considere as duas afirmações a seguir.


I – Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da
ampla defesa.
II – Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à
honra, sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano ma-
terial ou moral.
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As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a


a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.
c) eficácia diagonal dos direitos individuais.
d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

019. (CEBRASPE-CESPE/JE TJPR/TJ PR/2019) Considerando-se o surgimento e a evolução


dos direitos fundamentais em gerações, é correto afirmar que o direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado é considerado, pela doutrina, direito de
a) primeira geração.
b) segunda geração.
c) terceira geração.
d) quarta geração.

020. (CEBRASPE-CESPE/PROC (CAMPO GRANDE)/PREF CAMPO GRANDE/2019) Acerca


dos direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o
item a seguir.
Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria
personalidade, correspondem às chamadas liberdades negativas; os direitos sociais, por sua
vez, constituem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória em um estado
social de direito para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade.

021. (FCC/ASS LEG (ALAP)/ALAP/ATIVIDADE ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL/AS-


SISTENTE DE SEGURANÇA/2020) Karel Vasak, inspirado nos ideais da Revolução Francesa
(liberdade, igualdade e fraternidade), associou algumas gerações ou dimensões de direitos
humanos e propôs a divisão doutrinária. Nesse sentido, os de primeira geração ou dimensão
são os direitos
a) que se caracterizam por direitos dos povos e estão vinculados ao direito fundamental da paz.
b) e garantias individuais e políticos clássicos que tem o Estado no centro de proteção, como
os direitos sociais, econômicos e culturais que valorizam grupos de indivíduos.
c) que se caracterizam pela sua titularidade coletiva ou difusa, abrangem um meio ambiente
equilibrado e a fraternidade entre os povos.
d) que se caracterizam pela sua titularidade coletiva ou difusa, conhecidos por direitos dos
povos, como o direito à informação, ao pluralismo e à democracia.
e) e garantias individuais e políticos clássicos que tem o indivíduo no centro de proteção, como
o direito à vida à liberdade, à expressão e à locomoção.

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022. (INSTITUTO AOCP – DEL POL (PC PA)/PC PA/2021) Analise a seguinte situação
hipotética:
Maria, casada, mãe de dois filhos, teve a terceira gestação aos quarenta e quatro anos. Quando
estava na 13ª semana da gestação, descobriu que o feto era anencéfalo e, com 100% de certe-
za, não teria perspectiva de sobrevida. Imediatamente, Maria pensou em fazer um aborto, mas
não tinha certeza se poderia em razão do direito fundamental à vida, previsto na Constituição
Federal Brasileira. Após conversar com o médico, Maria acredita que poderá fazer o aborto,
mediante comprovação por laudo médico da condição do feto, em razão de o Supremo Tribu-
nal Federal já ter decidido sobre a matéria, entendendo favoravelmente ao aborto em algumas
situações. Nesse caso, no que tange ao direito fundamental à vida previsto no art. 5º da Cons-
tituição Federal, é correto afirmar que
a) por ser um direito fundamental, é absoluto, mas, nesse caso, diante da inexistência de pers-
pectiva de sobrevida do feto, não há o que se falar em proteção do direito à vida.
b) por ser um direito fundamental, é absoluto e, na verdade, Maria não poderá fazer o aborto,
mesmo com o laudo médico.
c) apesar de ser um direito fundamental, não é absoluto e, nesse caso, foi relativizado, dentre
outros, pelos princípios da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana, em prol da
proteção da mãe.
d) apesar de ser um direito fundamental, não é absoluto e sequer é considerado em uma situ-
ação como a apresentada no enunciado.
e) por ser um direito fundamental, não é absoluto, mas o princípio da dignidade da pessoa
humana, considerado nesse caso pelo STF na proteção da mãe, está acima de qualquer outro
direito fundamental.

023. (CEBRASPE-CESPE/DP-DF/DP-DF/2019) Acerca do direito coletivo, julgue o item a seguir.


Os interesses difusos, coletivos strictu sensu e individuais homogêneos possuem como carac-
terística comum a indivisibilidade do objeto.

024. (VUNESP/PROC JUR (ESEF)/ESEF/2019) Considere as vítimas dos seguintes eventos:


(I) Jair sofreu uma forte intoxicação pelo consumo de água contaminada fornecida pelo ser-
viço público de saneamento. (II) Rita foi vítima de uma propaganda enganosa veiculada na
televisão aberta. (III) Renato foi vítima de um naufrágio de um transatlântico na costa do país.
Houve, respectivamente, violação aos direitos
a) coletivos, difusos e individuais homogêneos.
b) coletivos, individuais homogêneos e difusos.
c) individuais homogêneos, individuais homogêneos e difusos.
d) individuais homogêneos, difusos e individuais homogêneos.
e) difusos, coletivos e individuais homogêneos.

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025. (CEBRASPE-CESPE/JL (TJ BA)/TJ BA/2019) Diversas pessoas de determinado municí-


pio contrataram um pacote dos serviços de determinada televisão por assinatura. Sem prestar
qualquer informação ou esclarecimento, o serviço de TV a cabo alterou a programação con-
tratada, majorando, inclusive, o valor mensal do pacote contratado. Sentindo-se lesados, os
consumidores decidiram defender seus direitos em juízo.
Nessa situação hipotética, de acordo com as definições estabelecidas pelo Código de Defesa
do Consumidor, os usuários lesados poderão ajuizar ação coletiva para defesa de interesses
a) individuais homogêneos.
b) transindividuais de natureza divisível.
c) difusos.
d) transindividuais de natureza indivisível.
e) individuais de natureza divisível.

026. (FCC/PROC MUN (CARUARU)/PREF CARUARU/2018) Considere as seguintes situa-


ções hipotéticas (1, 2 e 3) elencadas abaixo.
1. Propaganda veiculada de forma abusiva ou enganosa, em rede nacional, sem identificação
dos possíveis lesados.
2. Alunos de determinada escola particular em que seus representantes legais discutem cláu-
sula contratual abusiva.
3. Acidente de avião em grande centro urbano, deixando relativo número de vítimas.
A natureza dos interesses protegidos relacionados em 1, 2 e 3 correspondem correta e respec-
tivamente a:
a) Interesse Difuso − Interesse Individual Homogêneo − Interesse Coletivo.
b) Interesse Coletivo − Interesse Individual Heterogêneo − Interesse Difuso.
c) Interesse Difuso − Interesse Coletivo − Interesse Individual Heterogêneo.
d) Interesse Difuso − Interesse Coletivo − Interesse Individual Homogêneo.
e) Interesse Coletivo − Interesse Difuso − Interesse Individual Homogêneo.

027. (VUNESP/PROC JUR (CM SUMARÉ)/CM SUMARÉ/2017) Considerando apenas a vei-


culação do anúncio com publicidade enganosa, feita em televisão, de remédio que promete o
emagrecimento de 5 kg por dia, sem comprometimento à saúde dos usuários, é correto afirmar
que há ofensa a direito(s):
a) individual homogêneo.
b) individual heterogêneo.
c) difusos e coletivos.
d) coletivos.
e) difusos.

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028. (VUNESP/PROC (PREF MARÍLIA)/PREF MARÍLIA/2017) Considerando a distinção das


categorias de direitos transindividuais segundo as suas origens, na hipótese de consumidores
que adquiriram produtos fabricados em série com defeito, ou seja, interessados determináveis
que estão ligados entre si por uma mesma situação de fato compõem a categoria de
a) interesses coletivos em sentido estrito.
b) direito individual puro.
c) interesses individuais homogêneos.
d) interesses individuais heterogêneos.
e) interesses difusos.

029. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Os direitos fundamentais não podem ser considerados absolutos, posto que todos os direitos
são passíveis de relativização e podem entrar em conflito entre si.

030. (FCC/PEDA (PREF MACAPÁ)/PREF MACAPÁ/2018) Os direitos fundamentais são os


direitos do ser humano, reconhecidos e positivados na esfera jurídica de determinado país,
como o Brasil, enquanto os direitos internacionais se referem ao ser humano como tal, inde-
pendentemente de sua vinculação com uma determinada ordem institucional, sendo válidos
para todos os homens em todos os tempos.
Essa concepção se refere, respectivamente, aos direitos previstos na
a) Declaração dos Direitos do Homem e da Mulher e na Declaração de Igualdade e Inclu-
são Social.
b) Constituição dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal do Brasil.
c) Declaração Nacional de Inclusão Social e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
d) Declaração dos Direitos do Cidadão e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
e) Constituição Federal do Brasil e na Declaração Universal de Direitos Humanos.

031. (FCC/TRF 4/2010/ANALISTA JUDICIÁRIO) São direitos fundamentais classificados


como de segunda geração
a) os direitos econômicos e culturais.
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.
c) as liberdades públicas.
d) os direitos e garantias individuais clássicos.
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

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032. (FCC/TCE-CE/2015/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO) São exemplos de direitos fun-


damentais difusos, denominados de terceira geração, previstos na Constituição Federal:
a) a liberdade de reunião e as normas de proteção trabalhista.
b) o meio ambiente e a defesa dos consumidores.
c) a saúde e a educação.
d) a liberdade de reunião e a assistência social.
e) as liberdades de expressão e de credo.

033. (FCC/TRT-MT/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Os chamados direitos de primeira geração


(ou dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência do modelo de Estado Liberal. São
exemplos de direitos de primeira geração ou dimensão:
a) direito à vida e direito à saúde.
b) direito à liberdade e direito à propriedade.
c) direito à igualdade e direito à cultura.
d) direito ao lazer e direito à moradia.
e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável.

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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. e
5. b
6. E
7. E
8. C
9. b
10. C
11. d
12. a
13. e
14. E
15. C
16. C
17. C
18. d
19. c
20. C
21. e
22. c
23. E
24. a
25. a
26. d
27. e
28. c
29. C
30. e
31. a
32. b
33. b

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GABARITO COMENTADO
001. (CEBRASPE-CESPE/DP-RS/DPE-RS/2022) A respeito da tutela provisória, julgue o item
seguinte, à luz do Código de Processo Civil.
Apenas para os casos de tutela provisória de urgência — antecipada ou cautelar —, o Código de
Processo Civil prevê expressamente que a parte responderá pelo prejuízo que a efetivação da
tutela causar à parte adversa, em caso de sentença desfavorável àquele que a requereu.

A questão elenca uma das situações em que a parte responderá pelo prejuízo que a efetivação
da tutela causar à parte adversa, conforme previsão do art. 302 do CPC.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que
a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
Certo.

002. (CEBRASPE-CESPE/DP-RS/DPE-RS/2022) A respeito da tutela provisória, julgue o item


seguinte, à luz do Código de Processo Civil.
A tutela provisória de urgência poderá ser concedida, liminarmente ou após justificação prévia,
desde que não haja perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, quando houver elemen-
tos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni juris) e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo (periculum in mora), embora o juiz possa exigir caução real idô-
nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer.

A questão elenca os dois requisitos (fumus boni juris e periculum in mora) que devem ser leva-
dos em conta para que a tutela provisória de urgência possa ser concedida.
Além disso, devemos saber que, nos termos do § 1º do art. 300, consta a previsão de que

Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fide-
jussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
Certo.

003. (CEBRASPE-CESPE/ASS JUR (CODEVASF)/CODEVASF/2021) A respeito dos prazos


no processo civil, da tutela provisória, da petição inicial, do processo de execução e do manda-
do de segurança, julgue o item a seguir.
Caso se caracterize o abuso do direito de defesa e haja risco ao resultado útil do processo,
caberá a concessão da tutela de urgência.

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Nesta situação, será cabível a tutela de evidência, e não a tutela de urgência.

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de


dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
Errado.

004. (VUNESP/ADV (CODEN)/CODEN/2021) Poderá ser proferida decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida
a) como regra geral do direito processual civil.
b) no caso de concessão de tutela de evidência, quando ficar caracterizado o abuso de direito
de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.
c) no caso de concessão de tutela de evidência, quando a petição inicial for instruída com pro-
va documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o Réu não oponha
prova capaz de gerar dúvida razoável.
d) no caso de concessão de tutela de evidência, desde que demonstrado o perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando as alegações de fato puderem ser comprovadas
documentalmente.
e) nos casos de tutela provisória de urgência.

Nos casos de tutela provisória de urgência, estaremos diante da exceção à regra geral de
que a decisão apenas poderá ser proferida contra uma das partes após ela ter sido previa-
mente ouvida.
Para fins de prova, devemos memorizar que, na tutela de urgência, poderá ser proferida deci-
são contra uma das partes sem que esta seja previamente ouvida.
Letra e.

005. (CEBRASPE-CESPE/ANA (APEX)/APEXBRASIL/PROCESSOS JURÍDICOS/2021) De


acordo com o CPC, a tutela de urgência será concedida
a) quando, evidenciada a probabilidade do direito, estiver a inicial instruída com prova docu-
mental dos fatos.
b) se evidenciada a probabilidade do direito e o perigo de dano.
c) se caracterizado o abuso do direito de defesa e o risco ao resultado útil do processo.
d) quando, havendo perigo de dano, as alegações de fato puderem ser comprovadas por
documento.

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Estabelece o art. 300 que “A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evi-
denciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Letra b.

006. (CEBRASPE-CESPE/PJ (MPE SC)/MPE SC/2021) Alison deixou de cumprir sua parte
em obrigação de dar coisa certa firmada com Nicolas, razão por que este ajuizou ação cabível,
juntando as devidas provas do incumprimento. Citado, Alison se desfez da coisa objeto da
obrigação. Nicolas, então, requereu tutela provisória em caráter incidental, com a intenção de
resguardar seu direito.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz das disposições do Código de
Processo Civil.
A tutela provisória incidental requerida por Nicolas depende do devido pagamento de custas.

Diferente do que afirmado pela questão, o art. 295 estabelece que “A tutela provisória requerida
em caráter incidental independe do pagamento de custas”.
Errado.

007. (CEBRASPE-CESPE/ACE TCE RJ/TCE-RJ/CONTROLE EXTERNO/CIÊNCIAS CONTÁ-


BEIS/2021) Com relação aos direitos fundamentais, julgue o item a seguir.
O direito fundamental à vida é hierarquicamente superior aos demais direitos fundamentais.

Não há hierarquia entre os direitos e garantias fundamentais. Consequentemente, nem mesmo


o direito à vida pode se sobrepor aos demais direitos constitucionalmente previstos.
Errado.

008. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Direitos individuais implícitos estão subentendidos nas regras de garantias fundamentais, sen-
do exemplos os desdobramentos do direito à vida.

De acordo com o § 2º do art. 5º, “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados inter-
nacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.

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Logo, a lista de direitos e garantias fundamentais não consta como uma lista taxativa no texto
da Constituição Federal. Em determinadas situações, os direitos e garantias podem inclusive
constar de forma implícita, como, por exemplo, no desdobramento do direito à vida.
Certo.

009. (FCC/ANA FOM (AFAP)/AFAP/ADVOGADO/2019) Considere o seguinte excerto da obra


doutrinária ao final identificada:
“Outra característica associada aos direitos fundamentais diz com o fato de estarem consa-
grados em preceitos da ordem jurídica. Essa característica serve de traço divisor entre as ex-
pressões direitos fundamentais e direitos humanos.
A expressão direitos humanos, ou direitos do homem, é reservada para aquelas reivindicações
de perene respeito a certas posições essenciais ao homem. São direitos postulados em bases
jusnaturalistas, contam índole filosófica e não possuem como característica básica a positiva-
ção numa ordem jurídica particular.
A expressão direitos humanos, ainda, e até por conta da sua vocação universalista, suprana-
cional, é empregada para designar pretensões de respeito à pessoa humana, inseridas em
documentos de direito internacional.
Já a locução direitos fundamentais é reservada aos direitos relacionados com posições bási-
cas das pessoas, inscritos em diplomas normativos de cada Estado. São direitos que vigem
numa ordem jurídica concreta, sendo, por isso, garantidos e limitados no espaço e no tempo,
pois são assegurados na medida em que cada Estado os consagra.”
(MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 13. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. p. 147)

Com base no texto transcrito,


a) não há como distinguir doutrinariamente as expressões direitos fundamentais e direitos
humanos, dada a vocação universalista da proteção da pessoa humana, reconhecida nos do-
cumentos do direito internacional.
b) a expressão direitos humanos possui natureza universalista, oriunda de uma concepção
filosófica derivada do Direito Natural.
c) a expressão direitos humanos diz respeito ao direito positivado por cada Estado soberano e,
por essa razão, se afasta das concepções jusnaturalistas.
d) a expressão direitos humanos, dado o caráter nacional da positivação jurídica, não constitui
objeto do Direito Internacional Público.
e) por se tratar de concepção filosófica jusnaturalista, não limitada ao tempo e ao espaço, os
direitos fundamentais não possuem conteúdo jurídico.

a) Errada. O termo direitos humanos trata-se de um conceito mais amplo, compreendendo todos
os direitos reconhecidos em tratados e convenções internacionais pelo direito internacional pú-
blico. Os direitos fundamentais, por sua vez, são aqueles reconhecidos à população de um dado
território mediante a confecção de um documento específico, que é a Constituição Federal.

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b) Certa. Os direitos humanos, conforme já afirmado, são uma definição mais ampla. Logo,
possuem estas espécies de direitos natureza universalista e filosófica, decorrente do direito
natural. Em outros termos, ainda que os direitos humanos não sejam positivados, serão eles
assegurados à coletividade.
c) Errada. Os diretos humanos podem ou não estar positivados. Os direitos fundamentais, por
sua vez, são aqueles que devem estar positivados.
d) Errada. Não há necessidade de positivação para que a matéria seja classificada como “direi-
tos humanos”. Além disso, uma característica dos direitos humanos é a universalidade, e não
a nacionalização.
e) Errada. Os direitos fundamentais são aqueles positivados e expressos em um documento
do Poder Público. Logo, diferente do que afirma a alternativa, tais direitos possuem conteú-
do jurídico.
Letra b.

010. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Ações afirmativas, como a reserva de vagas para negros em concursos públicos, são uma
forma de garantia dos direitos fundamentais e visam minimizar ou eliminar uma situação his-
tórica de desigualdade ou discriminação.

Durante algum tempo, contestou-se a constitucionalidade das regras relacionadas com a po-
lítica de reserva de vagas em concursos públicos. Atualmente, já está pacificado que este
tipo de medida (denominada de ação afirmativa) é uma forma de garantia dos direitos fun-
damentais, cujo objetivo é minimizar ou eliminar uma situação histórica de desigualdade ou
discriminação.
Certo.

011. (FCC/ANA JUR (SEAD AP)/SEAD AP/2018) Em relação à eficácia horizontal dos direitos
fundamentais, são destinatários das normas constitucionais que dispõem sobre esses direitos:
a) as Entidades autárquicas.
b) os Órgãos do Poder Executivo.
c) as Entidades paraestatais.
d) os Particulares.
e) os Órgãos do Poder Judiciário.
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Como as relações entre particulares são pautadas pelo princípio da igualdade, estamos
diante, quando da sua ocorrência, de uma relação de horizontalidade. Consequentemente, é
correto afirmar que os particulares são os destinatários da eficácia horizontal dos direitos
fundamentais.
Letra d.

012. (CEBRASPE-CESPE/PROC (PGE PE)/PGE PE/2018) Os direitos destinados a assegurar


a soberania popular mediante a possibilidade de interferência direta ou indireta nas decisões
políticas do Estado são direitos
a) políticos de primeira dimensão.
b) políticos de terceira dimensão.
c) políticos de segunda geração.
d) sociais de segunda geração.
e) sociais de primeira dimensão.

A soberania popular é exercida, dentre outras formas, por meio dos direitos políticos. Através
destes direitos, os cidadãos podem participar direta ou indiretamente das decisões políticas
do Estado.
De acordo com a classificação dos direitos fundamentais, os direitos políticos são classifica-
dos como de primeira geração.
Letra a.

013. (CEBRASPE-CESPE/JE TJSC/TJ SC/2019) A respeito da eficácia mediata dos direitos


fundamentais, assinale a opção correta segundo a doutrina e a jurisprudência do STF.
a) A eficácia mediata dos direitos fundamentais independe da atuação do Estado.
b) De acordo com o STF, as normas de direitos fundamentais que instituem procedimentos têm
eficácia mediata.
c) Nas relações privadas, a eficácia dos direitos fundamentais é necessariamente mediata.
d) A eficácia mediata desobriga o juiz de observar o efeito irradiante dos direitos fundamentais
no caso concreto.
e) A eficácia mediata dos direitos fundamentais dirige-se, primeiramente, ao legislador.

a) Errada. Nos direitos fundamentais de eficácia mediata, a concretização do direito apenas


é possível após a atuação do Estado, mais precisamente do Poder Legislativo. É por meio da
edição de uma lei destinada a regulamentar o direito fundamental previsto na Constituição
Federal que este direito passa a produzir efeitos (eficácia).
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b) Errada. A eficácia mediata dos direitos fundamentais não está ligada, necessariamente, às
normas que instituem procedimentos. Em sentido oposto, certas disposições que estabele-
cem procedimentos (como o devido processo legal) possuem eficácia plena e aplicabilida-
de imediata.
c) Errada. Mesmo nas relações entre particulares, o entendimento é de que é possível a eficá-
cia imediata dos direitos fundamentais.
d) Errada. Ainda que o certos direitos fundamentais possuam eficácia mediata, isso não im-
plica em afirmar que o Juiz, ao analisar o caso concreto, não tenha que verificar os respecti-
vos efeitos. Em outros termos, mesmo que o direito ainda não esteja regulamentado, pode o
magistrado, fazendo uso até mesmo da analogia, garantir que determinados direitos sejam
concretizados para certas classes de indivíduos.
e) Certa. Na eficácia mediata, o direito fundamental carece de regulamentação legal. Logo, es-
tes direitos são dirigidos, em um primeiro momento, para o legislador, que, ao editar a norma,
torna possível o pleno exercício das disposições constitucionais.
Letra e.

014. (CEBRASPE-CESPE/TMCI (CGM J PESSOA)/PREF JOÃO PESSOA/2018) Acerca dos


princípios, fundamentos e objetivos da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
Os direitos e as garantias fundamentais constitucionais estendem-se aos estrangeiros em
trânsito no território nacional, mas não às pessoas jurídicas, por falta de previsão constitucio-
nal expressa.

Nos dias atuais, o entendimento é de que são titulares dos direitos e garantias fundamentais
não apenas as pessoas físicas, mas sim também as pessoas jurídicas e até mesmo o próprio
Poder Público.
Errado.

015. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não perdem efeito com o decur-
so do tempo.

Uma das principais características dos direitos fundamentais, conforme visto em aula, é o fato
deles não se perderem com o decurso do tempo, sendo, por isso mesmo, imprescritíveis.
Certo.

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016. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Os direitos fundamentais são irrenunciáveis.

Como regra, os direitos fundamentais são irrenunciáveis, o que implica em dizer que os seus
destinatários não possuem disposição sobre estes. Importante destacar que a doutrina tem
entendido que a característica da irrenunciabilidade pode, diante de um caso concreto e desde
que por um período determinado de tempo, ser abrandada.
Certo.

017. (CEBRASPE-CESPE/RES MUL (HUB)/HUB/SERVIÇO SOCIAL/2018) No que se refere


aos direitos fundamentais, julgue o item subsecutivo.
Todo ser humano detém direitos fundamentais, independentemente de raça, credo, nacionali-
dade ou convicção política.

Uma das características dos direitos fundamentais é a universalidade, por meio da qual os
direitos se destinam, indistintamente, a todos os seres humanos.
Certo.

018. (CEBRASPE-CESPE/PROC (PGE PE)/PGE PE/2018) Considere as duas afirma-


ções a seguir.
I – Em um processo judicial, o Estado deve assegurar a observância do contraditório e da am-
pla defesa.
II – Nas relações entre a imprensa e os particulares, a imprensa deve observar o direito à
honra, sob pena de consequências como direito de resposta e indenização por dano mate-
rial ou moral.
As afirmações I e II contemplam situações que exemplificam a
a) eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
b) eficácia externa dos direitos fundamentais.
c) eficácia diagonal dos direitos individuais.
d) eficácia vertical e a eficácia horizontal dos direitos individuais, respectivamente.
e) eficácia externa e a eficácia vertical dos direitos individuais, respectivamente.

Item I: Na situação descrita, estamos diante de uma relação em que uma das partes é o Esta-
do. E quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre os particu-
lares e o Poder Público, a eficácia será vertical ou interna.

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Item II: Quando os direitos fundamentais são utilizados no âmbito das relações entre particu-
lares, estamos diante da eficácia horizontal destes direitos, também conhecida como eficácia
externa. Na situação narrada, a relação é entre a imprensa e os particulares. Logo, o que preva-
lece é a eficácia horizontal dos direitos fundamentais.
Letra d.

019. (CEBRASPE-CESPE/JE TJPR/TJ PR/2019) Considerando-se o surgimento e a evolução


dos direitos fundamentais em gerações, é correto afirmar que o direito ao meio ambiente eco-
logicamente equilibrado é considerado, pela doutrina, direito de
a) primeira geração.
b) segunda geração.
c) terceira geração.
d) quarta geração.

Os direitos de terceira geração surgiram da preocupação da comunidade internacional com


os ditos direitos transindividuais, ou seja, direitos que ultrapassam o próprio indivíduo. Um
exemplo clássico de direito de terceira geração é o relacionado com o meio-ambiente ecologi-
camente equilibrado.
Letra c.

020. (CEBRASPE-CESPE/PROC (CAMPO GRANDE)/PREF CAMPO GRANDE/2019) Acerca


dos direitos e das garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988, julgue o
item a seguir.
Os direitos individuais, por estarem ligados ao conceito de pessoa humana e de sua própria
personalidade, correspondem às chamadas liberdades negativas; os direitos sociais, por sua
vez, constituem as chamadas liberdades positivas, de observância obrigatória em um estado
social de direito para a concretização de um ideal de vida digna na sociedade.

Os direitos fundamentais de primeira geração estão relacionados com a liberdade, sendo defi-
nidos como “liberdades negativas”, haja vista que possuem o objetivo de proteger o indivíduo
contra os abusos do Poder Público. Tais direitos são comumente chamados, apenas, de direi-
tos individuais.
Os direitos sociais, por sua vez, exigem uma atuação positiva do Estado, estando relacionados
com a igualdade. Aqui, a atuação do Poder Público deve ser feita por meio de medidas desti-
nadas a concretizar e efetivar direitos. Por isso mesmo, os direitos sociais são exemplos de
liberdades positivas e de observância obrigatória.
Certo.

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021. (FCC/ASS LEG (ALAP)/ALAP/ATIVIDADE ADMINISTRATIVA E OPERACIONAL/ASSIS-


TENTE DE SEGURANÇA/2020) Karel Vasak, inspirado nos ideais da Revolução Francesa (liber-
dade, igualdade e fraternidade), associou algumas gerações ou dimensões de direitos humanos
e propôs a divisão doutrinária. Nesse sentido, os de primeira geração ou dimensão são os direitos
a) que se caracterizam por direitos dos povos e estão vinculados ao direito fundamental da paz.
b) e garantias individuais e políticos clássicos que tem o Estado no centro de proteção, como
os direitos sociais, econômicos e culturais que valorizam grupos de indivíduos.
c) que se caracterizam pela sua titularidade coletiva ou difusa, abrangem um meio ambiente
equilibrado e a fraternidade entre os povos.
d) que se caracterizam pela sua titularidade coletiva ou difusa, conhecidos por direitos dos
povos, como o direito à informação, ao pluralismo e à democracia.
e) e garantias individuais e políticos clássicos que tem o indivíduo no centro de proteção, como
o direito à vida à liberdade, à expressão e à locomoção.

a) Errada. Aqui, estamos diante dos direitos de terceira dimensão, cujo fundamento é a fraternidade.
b) Errada. Os direitos sociais, econômicos e culturais estão inseridos na segunda geração dos
direitos e garantias fundamentais.
c) Errada. O meio ambiente equilibrado e a fraternidade entre os povos são clássicos exemplos
de direitos de terceira geração.
d) Errada. Aqui, estamos diante de direitos oriundos da quarta geração.
e) Certa. Os direitos fundamentais de primeira geração são formados pela necessidade de
uma “não atuação” do Estado, aumentando assim a liberdade da população. Sendo assim, são
exemplos os direitos e garantias individuais e políticos clássicos, que tem o indivíduo no centro
de proteção, como o direito à vida, à liberdade, à expressão e à locomoção.
Letra e.

022. (INSTITUTO AOCP – DEL POL (PC PA)/PC PA/2021) Analise a seguinte situação hipotética:
Maria, casada, mãe de dois filhos, teve a terceira gestação aos quarenta e quatro anos. Quando
estava na 13ª semana da gestação, descobriu que o feto era anencéfalo e, com 100% de certe-
za, não teria perspectiva de sobrevida. Imediatamente, Maria pensou em fazer um aborto, mas
não tinha certeza se poderia em razão do direito fundamental à vida, previsto na Constituição
Federal Brasileira. Após conversar com o médico, Maria acredita que poderá fazer o aborto,
mediante comprovação por laudo médico da condição do feto, em razão de o Supremo Tribu-
nal Federal já ter decidido sobre a matéria, entendendo favoravelmente ao aborto em algumas
situações. Nesse caso, no que tange ao direito fundamental à vida previsto no art. 5º da Cons-
tituição Federal, é correto afirmar que
a) por ser um direito fundamental, é absoluto, mas, nesse caso, diante da inexistência de pers-
pectiva de sobrevida do feto, não há o que se falar em proteção do direito à vida.

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b) por ser um direito fundamental, é absoluto e, na verdade, Maria não poderá fazer o aborto,
mesmo com o laudo médico.
c) apesar de ser um direito fundamental, não é absoluto e, nesse caso, foi relativizado, dentre
outros, pelos princípios da proporcionalidade e da dignidade da pessoa humana, em prol da
proteção da mãe.
d) apesar de ser um direito fundamental, não é absoluto e sequer é considerado em uma situ-
ação como a apresentada no enunciado.
e) por ser um direito fundamental, não é absoluto, mas o princípio da dignidade da pessoa
humana, considerado nesse caso pelo STF na proteção da mãe, está acima de qualquer outro
direito fundamental.

Inicialmente, é preciso mencionar que o nosso ordenamento jurídico não admite a existência
de direitos fundamentais de caráter absoluto. Sendo assim, podemos eliminar as Letras A e B.
Na Letra D, ainda que não seja absoluto, o direito à vida deve ser considerado na situação apre-
sentada no enunciado.
Na Letra E, o erro está em afirmar que o princípio da dignidade da pessoa humana está acima
de qualquer outro direito fundamental.
A Letra C e o gabarito da questão. Apesar do direito à vida ser um direito fundamental, ele não
é absoluto e, na situação apresentada, foi relativizado, dentre outros, pelos princípios da pro-
porcionalidade e da dignidade da pessoa humana, em prol da proteção da mãe.
Letra c.

023. (CEBRASPE-CESPE/DP-DF/DP-DF/2019) Acerca do direito coletivo, julgue o item a seguir.


Os interesses difusos, coletivos strictu sensu e individuais homogêneos possuem como carac-
terística comum a indivisibilidade do objeto.

Apenas os direitos difusos e os coletivos em sentido estrito é que possuem em comum a


característica da indivisibilidade. Nos direitos individuais homogêneos, em sentido oposto, o
objeto é divisível.

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Errado.

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024. (VUNESP/PROC JUR (ESEF)/ESEF/2019) Considere as vítimas dos seguintes eventos:


(I) Jair sofreu uma forte intoxicação pelo consumo de água contaminada fornecida pelo ser-
viço público de saneamento. (II) Rita foi vítima de uma propaganda enganosa veiculada na
televisão aberta. (III) Renato foi vítima de um naufrágio de um transatlântico na costa do país.
Houve, respectivamente, violação aos direitos
a) coletivos, difusos e individuais homogêneos.
b) coletivos, individuais homogêneos e difusos.
c) individuais homogêneos, individuais homogêneos e difusos.
d) individuais homogêneos, difusos e individuais homogêneos.
e) difusos, coletivos e individuais homogêneos.

No Item I, estamos diante de um direito coletivo, uma vez que é possível quantificar as pessoas
que passaram pela mesma situação que Jair.
No Item II, o direito é difuso, haja vista que a propaganda enganosa pode fazer coo vítima um
grupo indeterminável de pessoas.
No Item III, trata-se de um direito individual homogêneo, uma vez que apenas um grupo deter-
minável de pessoas (os que estavam no transatlântico) sofreram o dano.
O fundamento para as definições e diferenciações acerca dos direitos difusos, coletivos s indi-
viduais homogêneos consta expressamente no art. 81 do CDC:

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra a.

025. (CEBRASPE-CESPE/JL (TJ BA)/TJ BA/2019) Diversas pessoas de determinado municí-


pio contrataram um pacote dos serviços de determinada televisão por assinatura. Sem prestar
qualquer informação ou esclarecimento, o serviço de TV a cabo alterou a programação con-
tratada, majorando, inclusive, o valor mensal do pacote contratado. Sentindo-se lesados, os
consumidores decidiram defender seus direitos em juízo.

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Nessa situação hipotética, de acordo com as definições estabelecidas pelo Código de Defesa
do Consumidor, os usuários lesados poderão ajuizar ação coletiva para defesa de interesses
a) individuais homogêneos.
b) transindividuais de natureza divisível.
c) difusos.
d) transindividuais de natureza indivisível.
e) individuais de natureza divisível.

O exemplo apresentado pela questão trata-se de clara violação aos direitos individuais homo-
gêneos. E conseguimos perceber isso na medida em que há um grupo determinável de pesso-
as que sofreram o dano (no caso, os assinantes da TV a cabo) e o interesse é divisível (cada
pessoa possui um pacote de assinatura específica).

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra a.

026. (FCC/PROC MUN (CARUARU)/PREF CARUARU/2018) Considere as seguintes situa-


ções hipotéticas (1, 2 e 3) elencadas abaixo.
1. Propaganda veiculada de forma abusiva ou enganosa, em rede nacional, sem identificação
dos possíveis lesados.
2. Alunos de determinada escola particular em que seus representantes legais discutem cláu-
sula contratual abusiva.
3. Acidente de avião em grande centro urbano, deixando relativo número de vítimas.
A natureza dos interesses protegidos relacionados em 1, 2 e 3 correspondem correta e respec-
tivamente a:
a) Interesse Difuso − Interesse Individual Homogêneo − Interesse Coletivo.
b) Interesse Coletivo − Interesse Individual Heterogêneo − Interesse Difuso.
c) Interesse Difuso − Interesse Coletivo − Interesse Individual Heterogêneo.
d) Interesse Difuso − Interesse Coletivo − Interesse Individual Homogêneo.
e) Interesse Coletivo − Interesse Difuso − Interesse Individual Homogêneo.

No caso da propaganda veiculada de forma abusiva ou enganosa, o dano alcança um grupo


indeterminável de pessoas, que apenas estão ligadas por uma situação de fato (a veiculação
da propaganda). Logo, trata-se de um direito ou interesse difuso.

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Na cláusula contratual abusiva de alunos de uma escola, estamos diante de um grupo de pes-
soas ligadas entre si ou com a parte contrária (a escola) por uma relação jurídica base (o con-
trato). Sendo assim, trata-se de um direito ou interesse coletivo.
No acidente de avião, o dano alcança um grupo determinado de pessoas (os passageiros e
respectivos parentes). Por isso mesmo, estamos diante de direitos ou interesses individuais
homogêneos.
Letra d.

027. (VUNESP/PROC JUR (CM SUMARÉ)/CM SUMARÉ/2017) Considerando apenas a vei-


culação do anúncio com publicidade enganosa, feita em televisão, de remédio que promete o
emagrecimento de 5 kg por dia, sem comprometimento à saúde dos usuários, é correto afirmar
que há ofensa a direito(s):
a) individual homogêneo.
b) individual heterogêneo.
c) difusos e coletivos.
d) coletivos.
e) difusos.

A veiculação de propaganda enganosa é uma das situações clássicas de afronta aos direitos
e interesses difusos. Nestes casos, estamos diante de afronta a interesses de natureza indivi-
sível e dos quais são titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato (a
veiculação da propaganda).
Letra e.

028. (VUNESP/PROC (PREF MARÍLIA)/PREF MARÍLIA/2017) Considerando a distinção das


categorias de direitos transindividuais segundo as suas origens, na hipótese de consumidores
que adquiriram produtos fabricados em série com defeito, ou seja, interessados determináveis
que estão ligados entre si por uma mesma situação de fato compõem a categoria de
a) interesses coletivos em sentido estrito.
b) direito individual puro.
c) interesses individuais homogêneos.
d) interesses individuais heterogêneos.
e) interesses difusos.

Para respondermos a questão, temos que verificar, do enunciado, a parte que menciona que
estamos diante de interessados determináveis. No caso dos direitos difusos, os interessados
sempre serão indetermináveis. Logo, o direito em questão não é o difuso.

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Para ser um direito coletivo em sentido estrito, há a necessidade de ligação do grupo por meio
de uma relação jurídica base (como um contrato), algo que não ocorre no enunciado. Assim, o
interesse em questão também não é o coletivo.
No caso, estamos diante de interesses ou direitos individuais homogêneos, uma vez que o
dano abrange um grupo determinável de pessoas (as pessoas que adquiriram a mercadoria) e
o objeto é perfeitamente divisível (cada pessoa comprou um ou mais produtos).

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em
juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias
de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais,
de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou
com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem
comum.
Letra c.

029. (CEBRASPE-CESPE/ANA MIN (MPE CE)/MPE CE/DIREITO/2020) Os direitos funda-


mentais são prerrogativas próprias dos cidadãos em função de sua especial condição de pes-
soa humana, e as garantias fundamentais são os instrumentos e mecanismos necessários
para a proteção, a salvaguarda ou o exercício desses direitos. Com relação a esse assunto,
julgue o item que se segue.
Os direitos fundamentais não podem ser considerados absolutos, posto que todos os direitos
são passíveis de relativização e podem entrar em conflito entre si.

De acordo com a característica da relatividade, não existem direitos fundamentais de caráter


absoluto. Como consequência, todos os direitos fundamentais se revestem de caráter relativo,
encontrando limites na própria existência de outros direitos fundamentais previstos na Cons-
tituição Federal.
Certo.

030. (FCC/PEDA (PREF MACAPÁ)/PREF MACAPÁ/2018) Os direitos fundamentais são os


direitos do ser humano, reconhecidos e positivados na esfera jurídica de determinado país,
como o Brasil, enquanto os direitos internacionais se referem ao ser humano como tal, inde-
pendentemente de sua vinculação com uma determinada ordem institucional, sendo válidos
para todos os homens em todos os tempos.

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Essa concepção se refere, respectivamente, aos direitos previstos na


a) Declaração dos Direitos do Homem e da Mulher e na Declaração de Igualdade e Inclu-
são Social.
b) Constituição dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal do Brasil.
c) Declaração Nacional de Inclusão Social e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
d) Declaração dos Direitos do Cidadão e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
e) Constituição Federal do Brasil e na Declaração Universal de Direitos Humanos.

Os direitos fundamentais são aqueles reconhecidos e positivados na esfera jurídica de deter-


minado país por meio da Constituição Federal.
Já os direitos humanos são aqueles que se referem ao ser humano como tal, independente-
mente de sua vinculação com uma determinada ordem institucional, sendo válidos para todos
os homens em todos os tempos.
Assim, é correto afirmar que a primeira definição (defeitos fundamentais) encontra previsão na
Constituição Federal, ao passo que a segunda (direito humanos) tem como base a Declaração
Universal de Direitos Humanos.
Letra e.

031. (FCC/TRF 4/2010/ANALISTA JUDICIÁRIO) São direitos fundamentais classificados


como de segunda geração
a) os direitos econômicos e culturais.
b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.
c) as liberdades públicas.
d) os direitos e garantias individuais clássicos.
e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

A segunda geração dos direitos fundamentais é caracterizada por prestações positivas do Es-
tado para os indivíduos. Nesta etapa, o paradigma utilizado é a igualdade, sendo exemplos os
direitos sociais, os direitos econômicos e os direitos culturais.
Letra a.

032. (FCC/TCE-CE/2015/TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO) São exemplos de direitos fun-


damentais difusos, denominados de terceira geração, previstos na Constituição Federal:
a) a liberdade de reunião e as normas de proteção trabalhista.
b) o meio ambiente e a defesa dos consumidores.
c) a saúde e a educação.
d) a liberdade de reunião e a assistência social.
e) as liberdades de expressão e de credo.

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Os direitos de terceira geração são os direitos coletivos e difusos, de caráter transindividual.


Tais direitos consagram os princípios da solidariedade e da fraternidade. Como exemplo, cita-se
o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a defesa do consumidor.
Letra b.

033. (FCC/TRT-MT/2016/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Os chamados direitos de primeira geração


(ou dimensão) surgiram no século XVIII, como consequência do modelo de Estado Liberal. São
exemplos de direitos de primeira geração ou dimensão:
a) direito à vida e direito à saúde.
b) direito à liberdade e direito à propriedade.
c) direito à igualdade e direito à cultura.
d) direito ao lazer e direito à moradia.
e) direito à saúde e direito ao meio ambiente saudável.

Os direitos de primeira geração são os direitos que buscam restringir a ação do Estado sobre
o indivíduo, impedindo que este se intrometa de forma abusiva na vida privada das pessoas.
São, por isso, também chamados de liberdades negativas, traduzem a liberdade de não sofrer
ingerência abusiva por parte do Estado.
Para o Estado, consistem em uma obrigação de “não fazer”, de não intervir indevidamente na
esfera privada.
Esses direitos têm como valor-fonte a liberdade. Como exemplos, citamos o direito de proprie-
dade, o direito de locomoção, o direito de associação e o direito de reunião.
Letra b.

Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.

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