PROCESSO COLETIVO
PROCESSO COLETIVO
1.Introdução
1.1. Tutela jurisdicional coletiva
Conceito: É a proteção que se confere a
uma situação jurídica coletiva ativa
(direitos coletivos lato sensu) ou a
efetivação de situações jurídicas
(individuais ou coletivas) em face de
uma coletividade, que seja titular de
uma situação jurídica coletiva passiva
(deveres ou estados de sujeição
coletivos).
Núcleo: No Brasil, o Código de
Proteção e Defesa do Consumidor
(CDC) e a Lei de Ação Civil Pública
(LACP) formam o núcleo essencial,
também chamado de “núcleo duro”, do
microssistema da tutela coletiva.
No entanto, existem diversas outras
normas jurídicas que regulam o
processo civil coletivo, como a
Constituição da República, a Lei de
Ação Popular, a Lei de Improbidade
Administrativa, a Lei do Mandado de
Segurança, entre outras.
Tipos:
a) Ação de Classe Estadunidense
b) Reparação Coletiva Europeia
c) Ação Civil Pública Ibero-
Americana
2. Espécies de direitos coletivos
a) Direitos Difusos: São direitos que
pertencem a todos, como o direito
de respirar ar puro.
b) Direitos Coletivos stricto sensu:
São direitos que pertencem a um
grupo específico de pessoas, como
os direitos dos trabalhadores de uma
empresa.
c) Direitos Individuais Homogêneos:
São direitos individuais que
pertencem a pessoas que estão em
uma situação semelhante, como os
consumidores que compraram o
mesmo produto defeituoso.
Art. 81 CDC. A defesa dos interesses e
direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo
individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será
exercida quando se tratar de:
I - Interesses ou direitos difusos, assim
entendidos, para efeitos deste código,
os transindividuais, de natureza
indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
II - Interesses ou direitos coletivos,
assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza
indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe 2 de pessoas
ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica
base;
III - interesses ou direitos individuais
homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
3. Espécies de Processo coletivo
3.1. Processo Coletivo Comum: É
composto por todas as ações para a
tutela dos interesses e direitos
metaindividuais não relacionados ao
controle abstrato de
constitucionalidade.
É um processo preventivo e Reparatório,
mas sempre com necessidade e existência
de uma ação concreta a ser tutelada,
resolvendo o processo, um conflito de
interesses qualificado por uma pretensão
resistida ou uma ameaça de violação à
norma de direito material tutelado pelo
microssistema coletivo.
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Espécies de Ação:
a) Ação Civil Pública: É utilizada
para a proteção do patrimônio
público, do meio ambiente, dos
consumidores, entre outros
interesses difusos e coletivos.
b) Ação Popular: É uma ação
coletiva movida por qualquer
cidadão que deseje defender o
patrimônio público,
moralidade administrativa, o
meio ambiente e o patrimônio
histórico e cultural.
c) Mandado de Segurança
Coletivo: É uma ação coletiva
que protege direitos líquidos e
certos, não amparados por
habeas corpus ou habeas data,
quando a responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do poder público.
d) Ações Coletivas para a Defesa
de Direitos Individuais
Homogêneos: São ações
coletivas que visam a proteção
de direitos individuais
homogêneos, ou seja, direitos de
natureza comum originados de
uma mesma relação jurídica
base.
3.2. Processo Coletivo Especial
É um tipo de processo coletivo
destinado as ações de controle de
constitucionalidade. Seu maior
objetivo é a manutenção de um sistema
de constitucionalidade coeso.
Espécies de Ação: São as ações
objetivas de controle de
constitucionalidade: a) Ação Direta de
Inconstitucionalidade, b) Ação direta
de inconstitucionalidade por omissão,
c) Ação Declaratória de
Constitucionalidade, d) Ação de
Descumprimento de Preceito
Fundamental.
3.3. Processos PseudoColetivos
Esses processos são caracterizados por
envolver muitos partes, mas cada uma
dessas partes tem seu próprio interesse
individual distinto.
a
Trata-se de ações efetivamente
individuais, não sujeitas ao
microssistema coletivo. Passa-se a
impressão de que a demanda teria natureza
coletiva e por ter legitimados coletivos os
sujeitos previstos no art. 5º a LACP e 82
CDC.
3.4. Ações Pseudoindividuais
Apesar de serem demandas individuais,
geram efeitos sobre uma coletividade.
É uma ação meramente individual,
lastreada em direito eminentemente
individual, mas que gera efeitos ultra
partes ou até mesmo erga omnes,
conforme o caso concreto.
PRINCÍPIOS
Inafastabilidade da Jurisdição: Todos
que sentem terem seus direitos violados
ou ameaçados, tem direito de ir ao
tribunal para buscar justiça.
Participação: É a forma processual
pela qual se garante aos cidadãos a
possibilidade e garantia de manifestação
no processo.
Ativismo Judicial: Consiste no poder
de o juiz flexibilizar as regras
processuais e procedimentais a bem da
tutela coletiva. Com efeito, o juiz, no
processo coletivo, tem poderes mais
acentuados do que o juiz de um
processo individual.
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Economia: A idéia é a economia
processual, onde será possível obter o
máximo resultado possível com o
mínimo de investimentos e prática de
atos processuais.
Primazia do Conhecimento do Mérito
do Processo Coletivo: Esse princípio
tem grande ligação com o da
instrumentalidade das formas, sendo
para alguns a decorrência desse
princípio, por haver também aqui a
busca da superação do formalismo
exacerbado que venha a afetar de
forma direta a busca e Implementação de Políticas Públicas
reconhecimento de um direito difuso
ou coletivo. Com esse princípio o que
se pretende é de plano o conhecimento
da questão de fundo, ou seja, da matéria
que se está a discutir, analisando-se o
mérito do debate por mais que haja a
ausência de um dos requisitos
necessários à admissibilidade da
demanda
Indisponibilidade da Demanda
Coletiva: A demanda coletiva não
depende da vontade das partes, mas,
sim, da necessidade social de sua
propositura.
Microssistema: Aplicação Integrada
das Leis para a Tutela Coletiva: É um
conceito jurídico que se refere à forma
como as leis são aplicadas em casos que
envolvem a proteção de direitos
coletivos. Este princípio indica que o
sistema processual coletivo adota a
teoria do diálogo das fontes normativas.
Isso significa que, ao invés de aplicar as
leis de forma isolada, busca-se uma
harmonia e integração entre elas.
Acesso à Justiça: Possibilita o acesso
de todo cidadão à busca de “justiça”.
Reparação Integral do Dano: Nesse
ponto a questão é a reparação do dano
efetivamente causado a toda uma
coletividade, seja determinada ou não
determinada, sendo uma ocorrência
constante em uma sociedade pós-
moderna que clama por soluções
efetivas aos diversos problemas que
diariamente nascem.
Não-Taxatividade ou Atipicidade ou
Máxima Amplitude ou Absoluta
Instrumentalidade: Esse princípio
preza pela observação e conhecimento
do conteúdo e não somente da forma, já
que essa não deve aniquilar aquela.
Nesse sentido qualquer tipo de direito
coletivo pode ser protegido e deve ser
protegido.
e Processo Estrutural: As políticas
públicas podem ser definidas como
programa de ação governamental que
resulta de um processo ou conjunto de
processos juridicamente regulados,
desde o processo eleitoral, passando
pelos processos de planejamento, de
governo, orçamentário, legislativo,
administrativo, judicial, e com o fim de
coordenar os meios à disposição do
Estado e as atividades privadas, para a
realização de objetivos que são
socialmente relevantes e politicamente
determinados.
Obrigatoriedade da Execução
Coletiva: Previsto nos artigos 15 da lei
de Ação Civil Pública e 16 da Lei de
Ação Popular.
Máximo Benefício da Tutela Coletiva:
Estabelece que a coisa julgada, nas
ações coletivas, apenas atingirá
individualmente os particulares para
beneficiá-los.
a) No caso de improcedência da ação
coletiva nada impede o ajuizamento de
ação individual.
b) No caso de procedência da ação
coletiva, o indivíduo poderá executá-la
individualmente, ou seja, o indivíduo
que se beneficia da procedência da ação
pode transportar a coisa julgada
coletiva. Esse fenômeno é conhecido
por transporte in utilibus da coisa
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julgada coletiva (transporte da coisa

julgada no que for útil).