Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPÍTULO I
Evolução histórica do Direito Processual Coletivo: Países da família
da Civil Law e da Common Law. Evolução do processo coletivo no
Brasil.
Criou-se uma singular relação do cidadão com a res publica, que auxilia a
compreensão da admissão excepcional da ação popular romana. Para os
romanos, a res publica era de todos os cidadãos, ou seja, todos os integrantes
do povo eram considerados coproprietários dos bens públicos, quando ajuizada
por um indivíduo, apesar de vincular a todos os demais, era entendida como
pretensão em defesa de direito próprio do cidadão-autor.
Página 1 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Página 2 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
CAPÍTULO II
Tutela jurisdicional coletiva: origem, microssistema, definição e
marcos legislativos.
1
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 29.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
2
Dessa forma, a tutela coletiva deve ser compreendida como uma espécie
de tutela jurisdicional voltada à proteção de determinadas espécies de direitos
materiais. A determinação de quais sejam esses direitos tutelados pelo
processo coletivo é tarefa do legislador, não havendo uma necessária relação
entre a natureza do direito tutelado e a tutela coletiva. Significa que mesmo
direitos de natureza individual podem ser protegidos pela tutela coletiva,
bastando para isso que o legislador expressamente determine a aplicação
desse tipo de sistema processual. Esse parece ser a opção do sistema pátrio,
ainda que parcela da doutrina (como, por exemplo, Zavascki) a tal ampliação
do âmbito de aplicação da tutela coletiva.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
3
5
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:
Juspodivm, 2016.
6
Esses direitos passam a ser protegidos pela tutela coletiva, não se limitando tal forma de
tutela aos direitos materiais civis.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:
7
Juspodivm, 2016.
8
Idem. p. 40-41.
Página 5 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
9
Contribuíram para a elaboração do Código Modelo: Ada Pellegrini Grinover, Kazuo Watanabe,
Antônio Gidi e Aluísio de Castro Mendes.
10
Insta salientar que existe no Brasil um microssistema próprio para o processo coletivo, ou
seja, um sistema próprio para a tutela dos interesses provenientes dos conflitos de massa, a
Tutela Jurisdicional Diferenciada, assim chamada pelos processualistas italianos.
Página 6 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
11
STJ, CC 97351 / SP, j. 27/05/2009, rel. Min. Castro Meira, DJe 10/06/2009.
12
ALMEIDA, Gregório Assagra de. Direito Material Coletivo: superação da Summa Divisio
Direito Púbico e Direito Privado por uma nova Summa Divisio Constitucionalizada. Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 1.
Página 7 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Juspodivm, 2016.
14
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que
for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
15
Juspodivm, 2016.
Página 8 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Processo Coletivo
Processo
Individual
Como se pode perceber, são apenas alguns exemplos que deixam claro
que, apesar da tranquilidade com a qual doutrina e jurisprudência aceitam a
ideia de um microssistema coletivo, a definição da norma aplicável ao caso
concreto nem sempre é simples, tampouco apaziguada.
17
MAZZEI, Rodrigo. Reforma do CPC. São Paulo: RT, 2007.
Página 9 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Desta forma, a Lei 4.717/1965, que regulamenta a ação popular, deve ser
considerada o primeiro marco legislativo por ter sido a primeira lei que
indiscutivelmente tratou da tutela coletiva no ordenamento brasileiro.
Por outro lado, o artigo 129, inciso III, da CF prevê que o Ministério
Público tem como função institucional promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
outros interesses difusos e coletivos. Por fim, a CF em seu artigo 5º, LXX, “a”
e “b” previu expressamente o mandado de segurança coletivo, determinando a
sua legitimidade ativa.
CAPÍTULO III
Outras legislações vigentes e importantes
O artigo 7º, inclusive, prevê a aplicação, naquilo que couber, das regras
presentes na Lei de Ação Civil Pública. O grande mérito da lei foi tutelar
coletivamente uma espécie de direito que à época de sua promulgação não era
tutelado, dado que a previsão de tutela de toda e qualquer espécie de direito
difuso ou coletivo só veio mais tarde, com o Código de Defesa do Consumidor.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
19
Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios,
pelo Distrito Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos
termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou
sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais,
a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.
A lei (artigo 3º, parágrafo 5º) faculta aos demais legitimados ativos
habilitarem-se como litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles. O
artigo 4º prevê a coisa julgada secundum eventum probationis, ou seja, a
sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
Nos termos do artigo 1º, da lei comentada fica clara a natureza do direito
que será defendido coletivamente: direito individual homogêneo dos titulares
de valores mobiliários e aos investidores de mercados. Tal conclusão decorre
de dois fatores: (i) a norma não impede a ação individual do prejudicado e (ii)
menciona expressamente que o objetivo da ação coletiva é evitar prejuízos ou
obter ressarcimento de danos causados a indivíduos que sejam titulares de
Página 12 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Pelo artigo 212, para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta
Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. O artigo 213, por
sua vez, entende que na ação que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da
20
Para a doutrina, nada impede que haja outros legitimados, como, por exemplo, os previstos
no artigo 82, do CDC.
Página 13 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Nos três primeiros artigos da lei há previsões que qualificam o sujeito que
poderá praticar o ato de improbidade administrativa. Os artigos 9, 10 e 11
tipificam três diferentes espécies de impropriedade administrativa: o artigo 9º
prevê os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento
ilícito, o artigo 10 prevê os atos de impropriedade administrativa que causa
prejuízo ao erário e o artigo 11 prevê os atos de improbidade que atentam
contra os princípios da Administração Pública.
Uma análise dos diplomas editados após a CF/1988 não cansa de revelar
novos processos coletivos regulados por normas esparsas. Um exemplo
Página 14 de 15
Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período
Prof.ª Waléria Demoner Rossoni
E-mail: wademoner@hotmail.com
Página 15 de 15