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Processo Coletivo e Interesses Difusos – 2019/1 – 9º período

Prof.ª Waléria Demoner Rossoni


E-mail: wademoner@hotmail.com

Aula 01 – Direito Processual Coletivo


Noções Gerais do Direito Processual Coletivo
Conteúdo programático da aula I:
I – Introdução ao Direito Processual Coletivo:
 Evolução histórica do Direito Processual coletivo: Países da família da civil law,
países da família da common law e evolução do processo coletivo no Brasil;
 Tutela jurisdicional coletiva: origem, microssistema coletivo, definição e marcos
legislativos;
 Legislação vigente: Lei das Pessoas Portadoras de Deficiência (Lei n.º 7.853/1989),
Lei de defesa dos investidores do mercado de valores mobiliários (Lei 7.913/1989),
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069/1990), Lei da Improbidade
Administrativa (Lei 8.249/1992), Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003), Estatuto do
Idoso (Lei 10.741/2003), Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/2009), Lei da
Defesa da Ordem Econômica (12.529/2011) e Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013).

CAPÍTULO I
Evolução histórica do Direito Processual Coletivo: Países da família
da Civil Law e da Common Law. Evolução do processo coletivo no
Brasil.

1.1 Países da família da Civil Law:

Segundo entendimento da melhor doutrina, a origem da tutela coletiva


nos países de tradição romano-germânica, que adotam em sua maioria o
sistema da Civil Law, se confunde com a origem das ações populares
existentes no Direito Romano. Não obstante ser a regra na actio romana a
existência de um direito individual e pessoal, já identificado na provocação
inicial, as chamadas ações populares eram aceitas como exceção a essa regra,
admitindo-se que um cidadão buscasse tutela não por um direito somente seu,
mas de toda a coletividade.

Criou-se uma singular relação do cidadão com a res publica, que auxilia a
compreensão da admissão excepcional da ação popular romana. Para os
romanos, a res publica era de todos os cidadãos, ou seja, todos os integrantes
do povo eram considerados coproprietários dos bens públicos, quando ajuizada
por um indivíduo, apesar de vincular a todos os demais, era entendida como
pretensão em defesa de direito próprio do cidadão-autor.

Com a queda do Império Romano, as ações populares do direito romano


não resistiram ao direito bárbaro, permanecendo não aplicáveis durante o
período feudal. Isso significa dizer que o direito intermédio representou um
período sombrio para as ações coletivas, sendo apontado pela doutrina como
marcos do renascimento da ação popular a Lei Comunal, de 30 de março de

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1836, na Bélgica, e a Lei Comunal, de 18 de julho de 1837, da França, que


teriam servido de base para a ação popular eleitoral italiana de 1859.

1.2 Países da família da Common Law:

A origem das ações coletivas se deu na Inglaterra medieval do século XII,


onde é possível identificar alguns grupos sociais litigando em conjunto por
meio da representação de seus líderes. As ações coletivas medievais tinham
como características a defesa em juízo do direito de membros de uma
comunidade, que compartilhavam entre si tal direito, o que pode ser apontado
como a origem das ações coletivas modernas que têm como base a tutela de
direitos difusos e coletivos.

Já no século XVII os tribunais de equidade, ao perceberem os


inconvenientes de exigir a presença de todos os interessados no processo – até
mesmo os de fato – para que a decisão pudesse atingir a todos, criaram o bill
of peace, de forma a permitirem ações representativas, que podem ser
consideradas a origem remota da class action norte-americana , ação coletiva
voltada à tutela de direitos individuais homogêneos.

1.3 Evolução do processo coletivo no Brasil:

A primeira ação coletiva reconhecida no Brasil, muito por influência do


direito português, foi a ação popular. A doutrina entende que a ação popular
vigorou no período imperial e início da República, durante a vigência das
Ordenações do Reino, considerando-se a possibilidade de defesa de bens de
uso comum pelo cidadão.

Com o advento do Código Civil de 1916, a doutrina majoritária passou a


entender que o sistema jurídico brasileiro não mais admitia a ação popular,
ainda que vozes isoladas continuassem a defender a sobrevivência dessa ação
coletiva. Em 1934, a ação popular foi incluída expressamente na Constituição
Federal, por meio do artigo 113, § 38, para três anos depois ser suprimida
pela Constituição de 1937, vindo a ser restabelecida pelo artigo 141, § 38, da
Constituição de 1946, mantendo-se em todas as Constituições subsequentes.

No campo infraconstitucional, também se considera a Lei de Ação Popular


como a primeira a tratar da tutela de direito difuso, no distante ano de 1965. A
partir dela, várias outras foram agregadas ao ordenamento jurídico, formando
atualmente o microssistema coletivo, conforme se analisará em aulas
posteriores.

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CAPÍTULO II
Tutela jurisdicional coletiva: origem, microssistema, definição e
marcos legislativos.

2.1 Conceito de tutela jurisdicional coletiva:

Antes de adentrar no conceito de tutela jurisdicional coletiva, faz-se


necessário a definição de processo coletivo e ação coletiva. O processo é
coletivo se “a relação jurídica é litigiosa (a que é objeto do processo) é
coletiva”1.

Uma relação jurídica é coletiva se em um de seus termos, como sujeito


ativo ou passivo, encontra-se um grupo (comunidade, categoria, classe
etc; designa-se qualquer um deles pelo gênero grupo) e, se no outro
termo, a relação jurídica litigiosa envolver direito (situação jurídica
ativa) ou dever ou estado de sujeição (situações jurídicas passivas) de
um determinado grupo. Assim, presentes o grupo e a situação jurídica
coletiva, está-se diante do processo coletivo) (DIDIER JÚNIOR e ZANETI
JÚNIOR, 2016, p. 29-30).

Atenção: Legitimidade, competência e coisa julgada coletivas não compõe o


conceito de processo coletivo. Todas elas poderão receber disciplina jurídica
própria, peculiar em relação ao processo individual, mas não é isso que torna
coletivo um processo. O exame de cada uma delas é importante para
identificar como se estrutura o processo coletivo em determinado país, mas
não para identificar o que é um processo coletivo. É certo que após a definição
do processo coletivo será necessário definir um regime de garantias
processuais adequadas ao objeto nele definido, assim como são previstas
garantias para os processos jurisdicionais individuais, mas esse é um momento
seguinte, que não interfere no conceito definido. Aliás, a importância da
distinção é exatamente, esta, isolar os objetos permite perceber as diferenças
no arco de seu desenvolvimento teórico.

Os processos coletivos servem à “litigação de interesse público” (LIP);


ou seja, servem às demandas judiciais que envolvam, para além dos
interesses meramente individuais, aqueles referentes à preservação da
harmonia e à realização dos objetivos constitucionais da sociedade e da
comunidade2.

1
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 29.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
2

processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2017. p. 36.


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Para Didier Júnior e Zaneti Júnior 3 são características do processo


coletivo: (i) legitimação para agir, normalmente atribuída a um legitimado
extraordinário ope legis, (ii) o regime de coisa julgada coletiva, que permite a
extensão in utilibus para as situações jurídicas individuais e a (iii)
caracterização da litigação de interesse público, que é requisito para o
prosseguimento de um processo coletivo, flexibiliza o procedimento a favor da
tutela de mérito e determina a intervenção obrigatória do Ministério Público
como fiscal do ordenamento jurídico em todas as ações. Todas essas
características são contingenciais do processo coletivo brasileiro.

Já a ação coletiva4 é a demanda que dá origem a um processo coletivo,


pela qual se afirme a existência de uma situação jurídica coletiva ativa ou
passiva exigida para a tutela de um grupo de pessoas. Os fundamentos das
ações coletivas são: (i) acesso à Justiça; (ii) economia processual, (iii)
segurança jurídica, (iv) isonomia, (v) celeridade e (vi) prevenção de decisões
conflitantes.

Dessa forma, a tutela coletiva deve ser compreendida como uma espécie
de tutela jurisdicional voltada à proteção de determinadas espécies de direitos
materiais. A determinação de quais sejam esses direitos tutelados pelo
processo coletivo é tarefa do legislador, não havendo uma necessária relação
entre a natureza do direito tutelado e a tutela coletiva. Significa que mesmo
direitos de natureza individual podem ser protegidos pela tutela coletiva,
bastando para isso que o legislador expressamente determine a aplicação
desse tipo de sistema processual. Esse parece ser a opção do sistema pátrio,
ainda que parcela da doutrina (como, por exemplo, Zavascki) a tal ampliação
do âmbito de aplicação da tutela coletiva.

Tutela jurisdicional coletiva é a proteção que se confere a uma situação


jurídica coletiva ativa (direitos coletivos lato sensu de um grupo de
pessoas) ou a efetivação de situações jurídicas (individuais e coletivas)
em face de uma coletividade (grupo), que seja titular de uma situação
jurídica coletiva passiva (deveres ou estados de sujeição coletivos)
(DIDIER JÚNIOR e ZANETI JÚNIOR, 2016, p. 32).

DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
3

processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2017.


4
Os dissídios coletivos trabalhistas são exemplos de ações coletivas. Também existe tutela
coletiva no âmbito eleitoral: ação de impugnação de mandato eletivo, por exemplo. Para uma
determinada concepção, a ação penal condenatória é, também, substancialmente, uma ação
coletiva, evidentemente aqui a confusão é parecida com aquela que ocorre no controle de
constitucionalidade concentrado, toma-se o interesse público na aplicação da lei penal, como
se fosse um direito difuso.
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Estudar a tutela jurisdicional coletiva, nada mais é do que estudar as


formas e institutos processuais existentes no processo coletivo. Em termos
sintéticos afirma-se que a tutela jurisdicional coletiva é um conjunto de
normas processuais diferenciadas, distintas daquelas aplicáveis no âmbito da
tutela jurisdicional individual. Institutos processuais como a competência, a
conexão e a continência, legitimidade, coisa julgada recebem na tutela coletiva
um tratamento diferenciado.

2.2 Origem da tutela jurisdicional coletiva:

No momento de sua criação, a tutela coletiva era voltada, conforme


ensina o professor Daniel Amorim Assumpção Neves5, exclusivamente aos
direitos transindividuais6. Somente posteriormente, passa a também tutelar os
direitos individuais violados ou ameaçados de violação por atos de grande
escala (direito individual homogêneo). E, por fim, os direitos individuais
indisponíveis em limitadas situações expressamente consagradas em lei.

O professor Daniel Amorim Assumpção Neves7 entende que continua


intocável a ideia de que a tutela coletiva está destinada aos direitos materiais
que o legislador pretende tutelar de maneira mais diferenciada. Desta maneira
o referido professor entende que a origem da tutela coletiva está
associada aos direitos de natureza transindividual, sendo a aplicação
do objeto da tutela uma opção do legislador, certamente satisfeita com
os resultados práticos gerados pelo novo sistema criado.

Na tutela jurisdicional coletiva, a proteção de direitos difusos e coletivos é


imprescindível. Nos direitos individuais – homogêneos ou indisponíveis – a
tutela individual é abstratamente apta a tutelar o direito, ainda que na prática,
em razão dos inúmeros obstáculos existentes, seja altamente recomendável a
aplicação da tutela coletiva.

Para fins didáticos, Daniel Amorim Assumpção Neves8 ensina com


perfeição: valer-se da tutela individual para a proteção de um direito
transindividual é o mesmo que exigir que a parte esvazie uma piscina com um
garfo. No direito individual (homogêneo ou indisponível), disponibiliza-se uma
colher para a parte esvaziar a mesma piscina. Em ambos os casos, a tarefa

5
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:
Juspodivm, 2016.
6
Esses direitos passam a ser protegidos pela tutela coletiva, não se limitando tal forma de
tutela aos direitos materiais civis.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:
7

Juspodivm, 2016.
8
Idem. p. 40-41.
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será difícil, trabalhosa e cansativa. Em sentido contrário, aplicar a tutela


coletiva nesses direitos é permitir que a parte abra o ralo da piscina e alcance
o resultado de maneira mais facilitada e rápida.

Para fins de complementação, o acesso ao processo dos direitos


transindividuais seria impossível com o processo individual. E, nesse sentido, o
princípio da inafastabilidade da jurisdição consagrado constitucionalmente seria
flagrantemente desrespeitado. A única maneira de fazer valer concretamente o
referido princípio é com a criação da tutela coletiva.

2.3 Microssistema coletivo: definição

A grande pluralidade de normas processuais que regulamentam a tutela


coletiva no direito pátrio é algo que naturalmente complica sua aplicação no
caso concreto, com discussões muitas vezes acaloradas sobre qual norma
aplicar. É de se salientar que existe um Código Modelo de Processos Coletivos
para Ibero-América9 aprovado nas Jornadas do Instituto Ibero-Americano de
Direito Processual, na Venezuela, em outubro de 2004. De qualquer forma,
trata-se de uma compilação em um só Código de todas as normas processuais
da tutela coletiva.

Influenciados pelo referido Código Modelo, começou no território nacional


um movimento para a elaboração de um Código de Processo Civil Coletivo.
Depois de muitas idas e vindas, o projeto, que desistiu da ideia originaria de
novo Código e passou a propor uma revisão substancial da Lei 7.347/1985,
para que passasse a ser diploma processual coletivo, foi rejeitados pela
Comissão de Constituição e Justiça, sendo interposto recurso do relator e de
outros deputados. Em 17 de março de 2010, o projeto foi rejeitado.

Em que pese esse aparente esforço, o objetivo não foi alcançado, de


forma que, atualmente, o sistema processual de tutela coletiva está espalhado
por inúmeras leis, o que exige do intérprete o reconhecimento de que o
microssistema de processo coletivo resulta da reunião de normas distribuídas
por tais leis.

O termo microssistema coletivo não é tranquilo na doutrina processual 10.


Há alguns doutrinadores que preferem falar em microssistema e outros, em

9
Contribuíram para a elaboração do Código Modelo: Ada Pellegrini Grinover, Kazuo Watanabe,
Antônio Gidi e Aluísio de Castro Mendes.
10
Insta salientar que existe no Brasil um microssistema próprio para o processo coletivo, ou
seja, um sistema próprio para a tutela dos interesses provenientes dos conflitos de massa, a
Tutela Jurisdicional Diferenciada, assim chamada pelos processualistas italianos.
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sistema único coletivo. São diferentes nomenclaturas para praticamente o


mesmo raciocínio. Entretanto, o termo “microssistema coletivo” é mais
consagrado na doutrina, sendo, inclusive, adotado pelo Superior Tribunal de
Justiça.

Exemplos de leis que compõem o microssistema coletivo: Constituição


Federal, Lei da Ação Popular (Lei 4.717/1965), Lei das Pessoas Portadoras de
Deficiência (Lei n.º 7.853/1989), Lei de defesa dos investidores do mercado de
valores mobiliários (Lei 7.913/1989), Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei
n.º 8.069/1990), Lei da Improbidade Administrativa (Lei 8.249/1992),
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), Lei do Mandado de Segurança (Lei
12.016/2009), Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), Lei
7.347/1985 (Ação Civil Pública), Código de Defesa do Consumidor (Lei
8.078/1990).

O microssistema de processos coletivos encontra amparo na doutrina e


jurisprudência: “(...) Não há na Lei 8.429/92 regramento específico acerca da
competência territorial para processar e julgar as ações de improbidade.
Diante de tal omissão, tem-se aplicado, por analogia, o art. 2º da Lei
7.347/85, ante a relação de mútua complementariedade entre os feitos
exercitáveis em âmbito coletivo, autorizando-se que a norma de integração
seja obtida no âmbito do microssistema processual da tutela coletiva.”11

Esses diplomas legais foram surgindo para regulamentar a preocupação


de que categorias de direitos coletivos não poderiam ficar relegadas a
procedimentos individuais. E conseguiram demonstrar a autonomia
metodológica do direito processual coletivo como um novo ramo do direito
processual brasileiro12.

Apesar da grande quantidade de leis que compõem o microssistema


coletivo, a doutrina elenca como “núcleo duro” do mesmo a Lei de Ação Civil
Pública e o Código de Defesa do Consumidor.

Para a aplicação da legislação no caso concreto, faz-se necessário elencar


três pontos: (i) definir dentro do “núcleo duro” qual a norma a ser aplicada, (ii)
fora do “núcleo duro”, como normas de outras leis que compõem o
microssistema coletivo devem ser aplicadas e (iii) fora do microssistema, como
devem ser aplicadas as regras do NCPC.

11
STJ, CC 97351 / SP, j. 27/05/2009, rel. Min. Castro Meira, DJe 10/06/2009.
12
ALMEIDA, Gregório Assagra de. Direito Material Coletivo: superação da Summa Divisio
Direito Púbico e Direito Privado por uma nova Summa Divisio Constitucionalizada. Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 1.
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Quanto ao item (i), há corrente doutrinária que defende serem


prioritariamente aplicáveis as normas da Lei de Ação Civil Pública, deixando-se
a aplicação em segundo plano, no que for cabível, das normas previstas no
Código de Defesa do Consumidor13, conforme previsão do artigo 21 da Lei
7.347/198514.

Considero mais correto o entendimento de que não existe propriamente


uma ordem preestabelecida entre os dois diplomas legais. Na realidade,
são raras as hipóteses de conflito entre normas desses dois diplomas
legais, servindo o segundo para especificar normas existentes no
primeiro, como ocorre, por exemplo, no caso de competência, ou para
incluir novidades, como se dá com a expressa previsão de tutela coletiva
aos direitos individuais homogêneos (...). Como se nota, há uma quase
perfeita integração entre os dois diplomas que formam o núcleo duro do
microssistema coletivo (NEVES, 2016, p. 44).

Quanto ao item (ii), mais complexa é a situação. Os professores Didier


Júnior e Zaneti Júnior15 entendem que se deve aplicar o “núcleo duro”, e
somente não havendo norma prevista, aplica-se as demais leis. O professor
Daniel Amorim Assumpção Neves16, por sua vez, entende que dentro do
microssistema coletivo, deve ser sempre aplicável a norma mais benéfica à
tutela do direito material discutido no processo, sendo irrelevante se
determinada por norma específica ou geral, anterior ou posterior, ou qualquer
outra forma de interpretação de normas. Esse entendimento tem como mérito
uma proteção mais efetiva ao direito material coletivo lato sensu,
independentemente da espécie de direito e do diploma legal criado pelo
legislador para tutelá-lo, porém gera insegurança jurídica por não criar as
bases objetivas para aferição da norma aplicável ao caso concreto,
dependendo sempre da casuística.

Quanto ao item (iii), a aplicação das normas existentes no NCPC será


imprescindível, mas para isso é indispensável que não exista norma expressa
aplicável ao caso concreto dentro do próprio microssistema. Além disso, a
norma processual presente no NCPC não pode afrontar os princípios do
processo coletivo, o que leva a doutrina a afirmar que a aplicação não deve ser
subsidiária, mas sim eventual.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:


13

Juspodivm, 2016.
14
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que
for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.
DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
15

processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 53.


NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:
16

Juspodivm, 2016.
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Para Rodrigo Mazzei17 o Código de Processo Coletivo – como norma de


índole individual – somente será aplicado nos diplomas de caráter coletivo de
forma residual, ou seja, se houver omissão específica a determinada norma,
não se adentrará – de imediato – nas soluções legais previstas no Código de
Processo Civil, uma vez que o intérprete deverá, antecedentemente, aferir se
há paradigma legal dentro do conjunto de normas processuais do
microssistema coletivo.

Processo Coletivo

Processo
Individual

Como se pode perceber, são apenas alguns exemplos que deixam claro
que, apesar da tranquilidade com a qual doutrina e jurisprudência aceitam a
ideia de um microssistema coletivo, a definição da norma aplicável ao caso
concreto nem sempre é simples, tampouco apaziguada.

2.4 Marcos legislativos:

Apesar da indiscutível existência de um microssistema coletivo, composto


por inúmeras leis, é inegável que existem verdadeiros marcos legislativos no
tocante ao processo coletivo no Brasil, podendo ser indicados quatro
momentos legislativos, sem desprezo dos demais, que têm relevância mais
significativa na sistematização do processo coletivo.

O primeiro marco legislativo é a lei 4.717/1965, conhecida como Lei da


Ação Popular. Apesar de a doutrina entender que ação popular vigorou no
período imperial e início da República, durante a vigência das Ordenações do
Reino, considerando-se a possibilidade de defesa de bens de uso comum pelo
cidadão, com o advento do Código Civil de 1916, mais precisamente em razão
de seu artigo 76, a doutrina majoritária passou a entender que o sistema
jurídico brasileiro não mais admitia a ação popular, ainda que vozes isoladas
continuassem a defender a sobrevivência dessa ação coletiva.

Em 1934, a ação popular foi incluída expressamente na Constituição


Federal, por meio do artigo 113, § 38, para três anos depois ser suprimida
pela Constituição de 1937, vindo a ser restabelecida pelo artigo 141, § 38, da
Constituição de 1946, mantendo-se em todas as Constituições subsequentes.

17
MAZZEI, Rodrigo. Reforma do CPC. São Paulo: RT, 2007.
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Desta forma, a Lei 4.717/1965, que regulamenta a ação popular, deve ser
considerada o primeiro marco legislativo por ter sido a primeira lei que
indiscutivelmente tratou da tutela coletiva no ordenamento brasileiro.

O segundo marco legislativo é a Lei 7.347/1985, a Lei da Ação Civil


Pública. Ainda que seja inegável a sua importância para o microssistema,
inclusive fazendo paetê de seu “núcleo duro”, é preciso registrar que ela surgiu
no ordenamento jurídico com abrangência significativamente menor do que a
que tem atualmente. Caminhou-se para trás, segundo afirma o professor
Daniel Amorim Assumpção Neves18, com a previsão de que não será cabível
ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos,
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -
FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados (parágrafo único do artigo 1º).

De qualquer forma, a Lei 7.347/1985 foi um marco legislativo importante


para o desenvolvimento do processo coletivo, em especial em decorrência das
novidades a respeito da legitimidade ativa.

O terceiro marco legislativo é a Constituição Federal de 1988,


conhecida como Constituição Cidadã. Pela primeira vez na história, o texto
constitucional consagrou a tutela de direitos materiais difusos e coletivos,
bastando para se chegar a tal conclusão a leitura do artigo 5º da Constituição
Federal. É possível visualizá-lo quando o texto constitucional prevê o direito à
saúde, à educação, ao patrimônio histórico-cultural etc. A Constituição Federal
também expressamente consagra regras referentes ao processo coletivo ainda
que não trate especificamente de procedimento de tal processo, muito
inclusive, outorgada à legislação infraconstitucional. Em pelo menos três
passagens do texto constitucional existem previsões que afetam,
positivamente, o processo coletivo.

Pela Constituição Federal, ampliou-se o cabimento da ação popular em


decorrência da previsão contida do artigo 5º, inciso LXXIII, da CF, que passa a
admitir tal espécie de ação coletiva para: anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Por outro lado, o artigo 129, inciso III, da CF prevê que o Ministério
Público tem como função institucional promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Coletivo. 3 ed. Salvador:


18

Juspodivm, 2016. p. 49.


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outros interesses difusos e coletivos. Por fim, a CF em seu artigo 5º, LXX, “a”
e “b” previu expressamente o mandado de segurança coletivo, determinando a
sua legitimidade ativa.

O quarto marco legislativo é a Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do


Consumidor), formando juntamente com a Lei de Ação Civil Pública, o “núcleo
duro” do microssistema coletivo. O referido diploma passou a prever que
qualquer direito difuso ou coletivo poderia ser objeto de tutela coletiva,
afastando a ideia restritiva que até então adivinha do artigo 1º da Lei de Ação
Civil Pública. Estendeu-se também aos direitos individuais homogêneos a
tutela por meio do processo coletivo.

Os professores Didier Júnior e Zaneti Júnior19 entendem, dada a


importância do diploma, que o Código de Defesa do Consumidor seria um
“Código de Processo Coletivo Brasileiro”. Vejamos:

O CDC, ao alterar a Lei n. 7.347/1985 (LACP), atuou como verdadeiro


agente unificador e harmonizador, empregando e adequando à
sistemática processual vigente do Código de Processo Civil e da LACP
para defesa de direitos difusos, coletivos e individuais, no que for
cabível, os dispositivos do Título III da Lei 8.078, de 11.09.1990, que
instituiu o Código de Defesa do Consumidor (DIDIER JÚNIOR e ZANETI
JÚNIOR, 2016, p. 51-52).

CAPÍTULO III
Outras legislações vigentes e importantes

3.1 Lei das Pessoas Portadoras de Deficiência (Lei 7.853/1989):

Na referida legislação, a previsão da tutela jurisdicional coletiva se resume


a três artigos, com algumas previsões que se repetem – ora totalmente, ora
parcialmente.

O artigo 7º, inclusive, prevê a aplicação, naquilo que couber, das regras
presentes na Lei de Ação Civil Pública. O grande mérito da lei foi tutelar
coletivamente uma espécie de direito que à época de sua promulgação não era
tutelado, dado que a previsão de tutela de toda e qualquer espécie de direito
difuso ou coletivo só veio mais tarde, com o Código de Defesa do Consumidor.

No artigo 3º, há a previsão de que as medidas judiciais destinadas à


proteção de interesses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais
indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Ministério

DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de Direito Processual Civil:
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processo coletivo. v. IV. 10 ed. Salvador: Juspodivm, 2016. p. 51-52.


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Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios,
pelo Distrito Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos
termos da lei civil, por autarquia, por empresa pública e por fundação ou
sociedade de economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais,
a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência.

Nos parágrafos 1º a 4º do artigo 3º da Lei 7.853/1989 há regras mais


detalhadas da requisição prévia que os autores da ação coletiva podem fazer
às autoridades competentes para a obtenção de certidões e informações que
julgarem necessárias à instrução da petição inicial.

A lei (artigo 3º, parágrafo 5º) faculta aos demais legitimados ativos
habilitarem-se como litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles. O
artigo 4º prevê a coisa julgada secundum eventum probationis, ou seja, a
sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de
haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.

A referida sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da


ação fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal. Das sentenças e decisões proferidas contra
o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer legitimado
ativo, inclusive o Ministério Público.

Conforme artigo 5º da referida legislação, o Ministério Público intervirá


obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou individuais, em que se
discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.

3.2 Lei de Defesa dos Investidores do Mercado de Valores Mobiliários


(Lei 7.913/1989):

Exatamente como ocorreu com a Lei 7.853/1989, o grande mérito da Lei


7.913/1989 foi se antecipar ao Código de Defesa do Consumidor, que passou a
regular a tutela de todas as espécies de direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos.

Nos termos do artigo 1º, da lei comentada fica clara a natureza do direito
que será defendido coletivamente: direito individual homogêneo dos titulares
de valores mobiliários e aos investidores de mercados. Tal conclusão decorre
de dois fatores: (i) a norma não impede a ação individual do prejudicado e (ii)
menciona expressamente que o objetivo da ação coletiva é evitar prejuízos ou
obter ressarcimento de danos causados a indivíduos que sejam titulares de
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valores mobiliários ou investidores de mercado. Pelo artigo 2º da referida lei,


as importâncias decorrentes da condenação, na ação de que trata esta Lei,
reverterão aos investidores lesados, na proporção de seu prejuízo.

Pelo artigo 1º, sem prejuízo da ação de indenização do prejudicado, o


Ministério Público20, de ofício ou por solicitação da Comissão de Valores
Mobiliários — CVM, adotará as medidas judiciais necessárias para evitar
prejuízos ou obter ressarcimento de danos causados aos titulares de valores
mobiliários e aos investidores do mercado.

As importâncias a que se refere este artigo ficarão depositadas em conta


remunerada, à disposição do juízo, até que o investidor, convocado mediante
edital, habilite-se ao recebimento da parcela que lhe couber. Decairá do direito
à habilitação o investidor que não o exercer no prazo de dois anos, contado da
data da publicação do edital, devendo a quantia correspondente ser recolhida
ao Fundo.

3.3 Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990):

O Título VI da Lei 8.069/1990 é “Do acesso à Justiça”, sendo no Capítulo


VII tratada a proteção judicial dos interesses individuais, difusos e coletivos,
tudo levando a crer que os “interesses individuais” referidos em lei sejam os
interesses individuais homogêneos. O artigo 224 da Lei ora comentada prevê a
aplicação subsidiária das regras consagradas na Lei 7.347/1985.

O artigo 208, parágrafo 1º, do Estatuto prevê que as hipóteses previstas


neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses individuais,
difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela
Constituição e pela Lei.

O artigo 209 prevê acerca da competência. As ações serão propostas no


foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá
competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da
Justiça Federal e a competência originária dos tribunais superiores.

Pelo artigo 212, para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta
Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes. O artigo 213, por
sua vez, entende que na ação que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da

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Para a doutrina, nada impede que haja outros legitimados, como, por exemplo, os previstos
no artigo 82, do CDC.
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obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático


equivalente ao do adimplemento.

Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou


não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará
providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em
julgado da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo
Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais
legitimados (artigo 214).

Pelo artigo 2018, o juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os


honorários advocatícios arbitrados quando reconhecer que a pretensão é
manifestamente infundada.

3.4 Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992):

A Lei 8.429/1992 não resultou da primeira preocupação legislativa com os


atos de improbidade. A preocupação com tais atos, na realidade, já estava
presente na CF, mais precisamente no artigo 37, parágrafo 4º, da
Constituição. De qualquer forma, é inegável a relevância da Lei 8.249/1992
para a tutela do patrimônio e moralidade administrativa diante de atos de
improbidade administrativa.

Nos três primeiros artigos da lei há previsões que qualificam o sujeito que
poderá praticar o ato de improbidade administrativa. Os artigos 9, 10 e 11
tipificam três diferentes espécies de impropriedade administrativa: o artigo 9º
prevê os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento
ilícito, o artigo 10 prevê os atos de impropriedade administrativa que causa
prejuízo ao erário e o artigo 11 prevê os atos de improbidade que atentam
contra os princípios da Administração Pública.

3.5 Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003), Estatuto do Idoso (Lei


10.741/2003), Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/2009), Lei
da Defesa da Ordem Econômica (12.529/2011) e Lei Anticorrupção
(Lei 12.846/2013):

Todas essas legislações fazem parte do microssistema coletivo. Todas


essas legislações sugerem para uma única leitura: a articulação, em um
diálogo de fontes, com a Constituição Federal.

Uma análise dos diplomas editados após a CF/1988 não cansa de revelar
novos processos coletivos regulados por normas esparsas. Um exemplo

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relevante é a LDB – Lei de Diretrizes e Bases para a Educação. No artigo


5º da LDB está prevista uma espécie de ação coletiva especialmente
voltada para controlar a administração pública, com legitimação ampla
do cidadão, das associações e do Ministério Público (DIDIER JÚNIOR e
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