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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO: Prova oral e escrita; grupos para debater questões; 1 trabalho
escrito (2 pontos) e 1 avaliação escrita (8,0) com dissertativas e objetivas.
1) BREVE HISTÓRICO
• Terceira Fase: fase da tutela jurídica integral, irrestrita e ampla – inicia-se com a CF/88,
Título II, capítulo I, garantindo acesso à justiça e devido processo legal para os direitos
coletivos. Direitos coletivos como direitos fundamentais.
❑ Acúmulo de processos
❑ Desistência por parte dos lesados: correr atrás de entrar com o processo é perda de
tempo e dor de cabeça.
• Ampliação da tutela: Art. 129, III CF/88. Art. 129. São funções institucionais do Ministério
Público: [...] III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
AÇÃO POPULAR: direito difuso. Reexame necessário: art. 19 LAP (aplica também para a
ACP)
OBS: Leitura Obrigatória: STJ - REsp 510.150/MA – 1a Turma – Rel. Min. Luiz Fux,
DJ.29.03.2004.
• CF/88 art. 5°, inciso LXXIII – ampliou o objeto da tutela da ação popular (Lei 4.717/65),
tornando-se um instrumento hábil para a defesa não apenas do patrimônio público, mas
também da moralidade administrativa e do meio ambiente.
• CF/88 art. 5°, LXX – Mandado de Segurança Coletivo; XXI – Direito de Representação
associativa, pelas associações; art. 8°, III – legitimidade dos sindicatos; art. 129, III,
legitimidade do MP;
OBS1: Pergunta-se: Qualquer tutela é possível através da ACP (ação civil pública)? Sim.
Ler atentamente e interpretar os artigos, 83 do CDC, art.82 do EPI, e art. 212 do ECA.
• Vejamos algumas situações/exemplos: CF/88, art. 8°, inciso III; art. 127; art. 129, inciso
III. No mesmo sentido, o CDC no art. 81 caput.
• Com relação ao interesse privado, temos que, a pessoa física ou jurídica, busca tão
somente a satisfação de necessidade exclusivamente de interesse particular, ou seja, não
há o interesse público.
• Direito Público, diz respeito às regras que disciplinam as relações entre o Estado e
particulares em que predomine o interesse público. Processo Civil, Direito Penal, Direito
Constitucional, Direito Processual Penal.
• Direito Privado, todas as outras relações, entre particulares, ou mesmo, entre o Estado e
particulares, desde que predomine o interesse privado. Direito Civil e Direito Empresarial.
08/02/2024
Qual a terminologia correta, ação civil pública ou ação coletiva (artigo 81 CDC)?
É importante saber que, a ação civil pública (ACP) é a ação de natureza NÃO penal,
proposta pelo Ministério Público, nos termos da Lei 7347/85. Nem sempre a ação civil
pública será uma ação coletiva. A ação coletiva é um gênero que abarca uma série de
ações: ação popular, ação civil pública, ação de improbidade administrativa, mandado de
segurança coletivo, mandado de injunção coletivo, entre outras (Direitos Difusos e
Coletivos – Coleção Leis Especiais para Concursos – 28 – Hermes Zaneti Jr; Leonardo de
Medeiros Garcia – editora JusPODIVM, edição 2020). Para ser considerada uma ação
coletiva ela precisa conter cinco requisitos básicos:
e) Um direito coletivo lato sensu como causa de pedir (artigo 81, parágrafo único do
CDC).
OBS1: São direitos coletivos lato sensu, ou seja, em sentido amplo, os direitos difusos, os
direitos individuais homogêneos e os direitos coletivos stricto sensu.
OBS2: Se a ação veicular uma pretensão individual de uma criança, um idoso ou mesmo
uma pretensão à saúde de pessoa hipossuficiente, não haverá ação coletiva. Teremos
uma ACP para tutela de direito individual, na qual não será possível falar em coisa julgada
erga omnes ou ultra partes, em coisa julgada secundum eventum probationis, entre
outros institutos próprios do processo coletivo. Quando a ação civil pública veicular
pretensão de direitos coletivos lato sensu, quer difusos, coletivos stricto sensu ou
individuais homogêneos não, restará dúvida que se trata de demanda coletiva.
22/02/2024
Para efetivação do acesso à justiça dos titulares dos direitos transindividuais (DD, DCSS,
DIH), de modos a atribuir-lhes uma técnica processual apta a realizar a pacificação do
conflito, o modo de ser do processo foi modificado no processo coletivo, em especial no
que diz respeito à legitimação ativa.
Cuida-se de princípio relacionado com o princípio do acesso à justiça, pois, tem por
objetivo ampliá-lo a um número progressivamente maior de pessoas e de causas. O
desenvolvimento do processo coletivo representou um imenso ganho para a
universalização da jurisdição, uma vez que somente ele levou a tutela jurisdicional às
massas e aos conflitos de massas.
Na sociedade de nosso tempo, é por meio de um processo coletivo comum eficaz que o
Judiciário soluciona as grandes causas, cumprindo sua função de pacificação social, e,
desse modo, legitima sua existência.
Nesse espírito, o C. STJ já admitiu a emenda à petição inicial em ação coletiva, mesmo
depois da contestação, embora o réu pugnasse pela extinção do processo sem resolução
de mérito (REsp 1279586/PR, 4ª T. Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 03.10.2017, DJe
17.11.2017).
Tendo em vista a grande relevância social dos interesses objeto das ações coletivas, delas
não se podem desistir sem um justo motivo, muito menos simplesmente abandoná-las.
De acordo com esse princípio, a desistência infundada ou o abandono da ação coletiva
demandam a assunção do pólo ativo pelo MP ou por qualquer outro legitimado (LACP,
art. 5º §3º; LAP, art. 9º). Se a desistência for fundada (motivada), até mesmo o MP estará
dispensado de assumir o pólo ativo.
Antes da existência do CDC, a LACP, elencava, em números fechados, no seu artigo 1º, as
espécies de bens que poderiam ser defendidos por meio de ações civis públicas.
Resumiam-se ao meio ambiente, consumidor, e aos bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico. Entrementes, o CDC incluiu um inciso IV ao
artigo 1º da LACP, tornando possível o manejo de ações civis públicas na tutela de
qualquer outro interesse difuso ou coletivo. A partir da integração entre o artigo 90 do
CDC e o artigo 21 da LACP, também se tornou possível a defesa, por meio da ação civil
pública, de quaisquer espécies de interesses individuais homogêneos. Dessa forma, não
se pode, desde então, falar em taxatividade dos bens defensáveis por ações coletivas.
Significa dizer que, em se tratando de processo coletivo comum, caso o autor da ação
deixe de executar a sentença, o MP é obrigado a fazê-lo. No caso da ACP, tal obrigação só
incide após o trânsito em julgado. Em caso de ação popular, a obrigação existirá tanto em
relação à execução definitiva (sentença transitada em julgado), como na execução
provisória, que na ação popular, somente a sentença de segunda instância pode ser
executada provisoriamente, por força do artigo 16 da LAP.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do
consumidor.
Embora referido dispositivo seja especificamente voltado para as ações coletivas em prol
das vítimas das relações de consumo, nada obsta que a regra, com as devidas
adaptações, seja aplicada às ações coletivas em geral.
No caso de ações coletivas, não é dado ao autor da ação, mero substituto processual,
nem mesmo ao próprio magistrado, ofertar ao titular do direito material envolvido
solução outra que não a restituição do próprio direito em espécie, já que essa, sempre, é
a tutela jurisdicional mais efetiva.
O artigo 117 do CDC incluiu o artigo 21 à LACP. No mesmo sentido, o artigo 90 do CDC. Até
o advento do CDC, a LACP, em seu art. 1º, incisos I a III, previa a possibilidade da defesa,
via ação civil pública, dos direitos difusos e coletivos relacionados ao meio ambiente, ao
consumidor e aos bens de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. O
CDC promoveu-lhe a inclusão do inciso IV, por força do qual a ação civil pública passou a
ser empregável na defesa de “qualquer outro direito difuso ou coletivo”. Essa interação
entre os dois diplomas também tornou possível que as ações civis públicas pudessem ser
utilizadas para a defesa de interesses individuais homogêneos em geral.
O resultado entre a conjugação do art. 90 do CDC com o artigo 21, que ele introduziu na
LACP é conhecido como princípio da integração.
LEI N° 4.717/65
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ação popular é um instrumento de democracia participativa (CF, art. 1º, parágrafo único),
uma ferramenta por meio da qual o cidadão pode participar do controle dos atos da
Administração, fiscalizando sua idoneidade (...)
2. CABIMENTO
2.3 Objeto: Art. 1º, §1º da Lei e art. 5º, LXXIII, CF.
2.4 Objeto da ação popular: é anular ato ilegal e lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe,à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico, artístico e cultural, chamados de interesses DIFUSOS.
3. LEGITIMIDADE AD CAUSAM
Tem legitimidade ativa para ajuizar uma ação popular qualquer cidadão.
OBS: Deve estar em pleno gozo dos direitos políticos, ou seja, que tenha direito a voto.
Basta cidade ativa.
Legitimação extraordinária: o autor da ação popular não postula direito próprio, mas da
administração ou da coletividade. Assim, atua como substituto processual, ou seja, tutela
direito alheio, atuando em nome próprio.
Não. Precisa ser cidadão. OBS: Prova da cidadania (§3º, art. 1º)
Súmula 365 STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
Via de regra não: art. 14, §2º da CF/88. Estrangeiros não podem alistar-se como eleitores,
não podem propor ação popular.
Exceção: hipótese do português com residência permanente no Brasil e quando houver
reciprocidade em favor dos brasileiros (CF, art. 12, §1º - convenção sobre igualdade de
direitos e deveres entre brasileiros e portugueses).
Não. O MP não tem legitimidade ativa para ajuizar ação popular. O MP apenas atuará no
pólo ativo nos casos de sucessão processual, ou seja, quando outro cidadão colegitimado
deixar de assumir a titularidade da ação (art. 9º (extinção do processo sem julgamento de
mérito)).
Não. Basta comprovar ser maior de 16 anos e estar no gozo de sua capacidade ativa
eleitoral.
OBS: Não se pode limitar sua cidadania se o mesmo é independente para fins eleitorais.
Quem pode ser Réu na Ação Popular? As pessoas públicas ou privadas, bem como as
demais entidades elencadas no art. 1º, da Lei nº 4.717/65 responsáveis pela autorização,
aprovação, ratificação ou prática do ato.
IMPORTANTE:
Art. 6º, §5° - É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente
do autor da ação popular.
07/03/2024