UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Campus Morrinhos
Curso de Direito
2023-2

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

COLETIVO:

. Direitos Coletivos: Legitimidade

nas Ações Coletivas
Prof. Ms. Gustavo Vettorato
E-mail: gustavo.vettorato@ueg.br
• Natureza Jurídica
As três teorias :
1) Legitimidade ordinária: Entes coletivos (formações sociais) agiriam
cmo titulares do próprio direito na defesa de direitos
supraindividuais conforme seus objetivos estatutários, segundo
interpretação do art. 17 do CPC. (Watanabe)
2) Legitimidade autônoma: o autor coletivo tem legitimidade apenas
processual (Nery Jr), por interpretação dos art. 103 e 104 do CDC.
3) Legitimidade extraordinária: o autor coletivo vai a juízo, substituindo
o individual em situação de coletivização ou difusão. (Arruda Alvim,
Barbosa Moreira, Didier, Zanetti Jr.)
• Características
1) Autônoma: o legitimado extraordinário pode exercer a pretensão
indiferentemente do titular do direito litigioso.
2) Exclusiva: apenas o legitimado extraordinário pode exercer a
pretensão de forma de ações coletivas.*(cuidado com ação
popular).
3) Concorrente: não há ordem preferência para exercício da pretensão
coletiva se houver mais de um legitimado extraordinário (art. 82, do
CDC)
4) Disjuntiva: em casos de concorrência, há independência entre as
vontades e autorizações dos demais colegitimados.
• Legitimidade Ativa
Art. 5º. Da LACP:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
III – a união, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V – a associação que, concomitantemente:
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
Art. 82, do CDC:
I – o Ministério Público;
II – a união, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da administração pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à
defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre sues fins institucionais a defesa dos interesses e
direitos protegidos por este Código, dispensada a autorização
assemblear.
Mais ainda do MP, olhe a CF:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...)
III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos;
Problema a vista: direitos individuais homogêneos não vinculados a direito
consumerista, afinal são patrimoniais com titulares individuais. Teorias:
restritiva, ampliativa e mista (majoritária – depende do número de
pessoas).
O mesmo se discute quanto ao MS coletivo (Lei n. 12.016/2009)
E a Defensoria Pública?
Observações às questões de hipossuficiência.

Entes da Administração Pública

Necessidade de pertinência temática, com destaque à casos de ausência de
personalidade (caso do PROCON), do art. 82, III, do CDC.

Associações
Inclui-se QUAISQUER forma de associativismo: associações, sindicatos, entidades de
classe, cooperativas e partidos políticos. Observando-se:
1) 1 ano de constituição, dispensável quando análise de relevância e manifesto
interesse social;
2) Finalidades institucionais: a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a
ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico. Perinência temática.
• Pertinência Temática
Conexão entre a efetiva finalidade e atividade do legitimado
extraordinário com a matéria de fundo da pretensão. Ou seja, somente
há representatividade adequada com efetiva correlação de finalidade
do legitimado extraordinário com a matéria objeto da demanda
coletiva.

• Pegadinha do Sistema
E os legitimados extraordinários em causas de matérias não previstas
no art. 82 do CDC e ou art. 5º da LACP?
Exemplos: Questões trabalhistas ou de emprego, tributárias ou
previdenciárias?
• Legitimidade Passiva
Quando no polo passivo da ação encontra-se uma coletividade, ex.:
1) Litígios coletivos trabalhistas;
2) Ações em face de categorias de servidores públicos, em especial, em
caso de greve.
3) Questões ambientais.

Representatividade adequada é mais relevante.